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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUTO DE QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA Síntese e Caracterização de Copolímeros Poli(N-isopropilacrilamida-co-6- O-viniladipoil-D-glicose) Karoline Nóbrega Celino Dissertação de Mestrado Natal/RN, setembro de 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTECENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

INSTITUTO DE QUÍMICAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

Síntese e Caracterização de Copolímeros Poli(N-isopropilacrilamida-co-6-O-viniladipoil-D-glicose)

Karoline Nóbrega CelinoDissertação de Mestrado

Natal/RN, setembro de 2016

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KAROLINE NÓBREGA CELINO

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE COPOLÍMEROS

POLI(N-ISOPROPILACRILAMIDA-CO-6-O-VINILADIPOIL-D-GLICOSE)

Natal/RN

2016

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do

grau de Mestre em Química.

Orientadora: Dra. Rosangela de Carvalho Balaban

Co-orientador: Dr. Maurício Rodrigues Borges

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Celino, Karoline Nóbrega. Síntese e caracterização de copolímeros de Poli(N-Isopropilacrilamida-Co-6-O-Viniladipoil-D-Glicose) / KarolineNóbrega Celino. - 2016. 81 f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grandedo Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Instituto deQuímica, Programa de Pós-Graduação em Química, Natal, 2016. Orientador: Drª. Rosangela de Carvalho Balaban. Coorientador: Dr. Maurício Rodrigues Borges.

1. Polímeros - Dissertação. 2. Copolímeros - Síntese -Dissertação. 3. Reometria - Dissertação. 4. Polímeros -Associações hidrofóbicas - Dissertação. 5. Química -Dissertação. I. Balaban, Rosangela de Carvalho. II. Borges,Maurício Rodrigues. III. Título.

RN/UF/BS-IQ CDU 678.7(043.3)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Instituto de Química - IQ

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A Deus, por ter me proporcionado força e

sabedoria na minha caminhada.

A minha família e aos amigos do Lapet por

todo o apoio e companheirismo. Em especial, em

memória do meu avô.

E a todos que de maneira direta ou indireta

contribuíram para a construção deste trabalho, meu

muito obrigado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ilustração da transição de fase da Pnipam induzida pela temperatura. .................................. 15

Figura 2: Estrutura química da Pnipam. ................................................................................................ 15

Figura 3: Viscosidade aparente em função da temperatura de soluções de Pnipam, a 7,3 s-1

. .............. 16

Figura 4: Ilustração do comportamento das cadeias de Pnipam em função da temperatura. ................ 17

Figura 5: Estrutura química do monômero a) Acrilamida e b) Nipam. ................................................. 18

Figura 6: Reação de transesterificação para obtenção do ADG via síntese enzimática. ....................... 19

Figura 7: Reação de hidrólise do ADG formando adipoil D-glicose. ................................................... 20

Figura 8: Reação de redução do açúcar pendente na presença de oxigênio radicalar. .......................... 21

Figura 9: Análise turbidimetrica* de soluções de poli(Nipam-co-ADG). ............................................ 22

Figura 10: Ilustração do comportamento poli(Nipam-co-ADG). .......................................................... 23

Figura 11: Medida da concentração micelar crítica de Poli(Nipam-co-ADG). ..................................... 23

Figura 12: Processo de purificação do monômero ADG. ..................................................................... 26

Figura 13: Ilustração dos produtos de síntese na amostra Nipam:ADG 1:1. ........................................ 28

Figura 14: Placa de CCD com ADG, glicose e ADV. .......................................................................... 31

Figura 15: Reação geral de degradação do álcool em meio ácido com aquecimento. .......................... 31

Figura 16: Reação de transesterificação para obtenção do ADG. ......................................................... 32

Figura 17: Espectro de absorção no infravermelho do ADV. ............................................................... 33

Figura 18: Espectro de absorção no infravermelho da D-glicose. ......................................................... 34

Figura 19: Espectro de absorção no infravermelho do ADG. ............................................................... 35

Figura 20: Espectro de absorção no infravermelho do Poli(ADG). ...................................................... 36

Figura 21: Espectros de FTIR-ATR das amostras e suas principais absorções no infravermelho: 1)

ADV 2) D-glicose 3) ADG 4) PoliADG. .............................................................................................. 37

Figura 22: Espectros de FTIR-ATR das soluções de ADG em metanol. 1) solvente 2) 40% 3) 30% 4)

20% 5) 10%. .......................................................................................................................................... 38

Figura 23: Ilustração da poli(Nipam-co-ADG) em arranjos micelares. ................................................ 40

Figura 24: Fotografias dos polímeros sintetizados. ............................................................................... 43

Figura 25: Espectro de absorção no infravermelho da Pnipam. ............................................................ 44

Figura 26: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 9:1. .................................... 45

Figura 27: Espectro de absorção no infravermelho da amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3. ....................... 47

Figura 28: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt. .............................. 49

Figura 29: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp. ............................ 50

Figura 30: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 3:7. .................................... 51

Figura 31: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 1:9. .................................... 52

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Figura 32: Espectros de absorbância na região do infravermelho dos polímeros sintetizados. ............ 54

Figura 33: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Pnipam.............................................................. 55

Figura 34: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Poli(ADG). ....................................................... 56

Figura 35: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 .................................. 57

Figura 36: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Poli(Nipam-co-ADG)1:9 ................................. 59

Figura 37: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura para a

Pnipam................................................................................................................................................... 61

Figura 38: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura para o

Poli(ADG). ............................................................................................................................................ 62

Figura 39: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura da

Poli(Nipam-co-ADG)9:1. ...................................................................................................................... 63

Figura 40: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura da

Poli(Nipam-co-ADG)1:9. ...................................................................................................................... 64

Figura 41: Deslocamento químico da água em função da temperatura para soluções de Pnipam,

Poli(ADG), Poli(Nipam-co-ADG) 9:1 e Poli(Nipam-co-ADG) 1:9. .................................................... 65

Figura 42: Curvas de viscosidade para soluções aquosas de Pnipam a diferentes concentrações. ....... 66

Figura 43: Curvas de viscosidade para soluções aquosas da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 a diferentes

concentrações. ....................................................................................................................................... 67

Figura 44: Ilustração do aumento do volume hidrodinâmico resultante da inserção dos meros de ADG.

............................................................................................................................................................... 67

Figura 45: Curvas de fluxo da Pnipam e da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 em escala logarítmica. ............ 68

Figura 46: Relação entre a viscosidade aparente e a concentração para a Pnipam e Poli(Nipam-co-

ADG)9:1. ............................................................................................................................................... 69

Figura 47: Ilustração do esperado para o comportamento da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 em função da

concentração da solução. ....................................................................................................................... 70

Figura 48: Acompanhamento visual da estabilidade da suspensão da Poli(Nipam-co-ADG)1:1ppt. ... 72

Figura 49: Cromatografia de camada delgada dos eluentes da coluna cromatográfica para obtenção do

ADG. ..................................................................................................................................................... 80

Figura 50: Cromatografia de camada delgada do ADV. ....................................................................... 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Proporção dos reagentes para a síntese do monômero de ADG. ........................................... 25

Tabela 2: Proporção dos reagentes na síntese dos copolímeros. ........................................................... 28

Tabela 3: Absorções indicadas no espectro do ADV. ........................................................................... 33

Tabela 4: Absorções indicadas no espectro da D-glicose. .................................................................... 34

Tabela 5: Absorções indicadas no espectro do ADG. ........................................................................... 35

Tabela 6: Absorções indicadas no espectro do Poli(ADG). .................................................................. 36

Tabela 7: Identificação dos produtos de síntese pelas siglas. ................................................................ 39

Tabela 8: Solubilidade dos polímeros em água. .................................................................................... 41

Tabela 9: Rendimento das reações. ....................................................................................................... 41

Tabela 10: Absorções indicadas no espectro da Pnipam. ...................................................................... 45

Tabela 11: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 9:1. .............................................. 46

Tabela 12: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 7:3. .............................................. 47

Tabela 13: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt. ........................................ 49

Tabela 14: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp. ...................................... 50

Tabela 15: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 3:7. .............................................. 51

Tabela 16: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 1:9. .............................................. 53

Tabela 17: Deslocamento químico do espectro de1H RMN da Pnipam. ............................................... 55

Tabela 18: Deslocamento químico do espectro de1H RMN do Poli(ADG). ......................................... 56

Tabela 19: Deslocamento químico do espectro de 1H RMN do Poli(Nipam-co-ADG)9:1. .................. 58

Tabela 20: Deslocamento químico do espectro de1H RMN do Poli(Nipam-co-ADG)1:9. .................. 59

Tabela 21: Porcentagem de carbono, nitrogênio, hidrogênio e oxigênio para os polímeros sintetizados.

............................................................................................................................................................... 71

Tabela 22: Porcentagem de incorporação dos comonômeros nos polímeros. ....................................... 71

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RESUMO

Neste trabalho, foi realizada e síntese e caracterização de copolímeros a partir de N-

isopropilacrilamida(Nipam) e 6-O-viniladipoil-D-glicose(ADG), utilizando as razões molares

Nipam:ADG 1:9, 3:7, 1:1, 7:3 e 9:1. Também foram sintetizados e caracterizados os

homopolímeros de Nipam e ADG, com intuito avaliar a influência da adição de ADG na

cadeia. Os polímeros foram submetidos à caracterização por espectroscopia na região do

infravermelho (FTIR), ressonância magnética nuclear de hidrogênio (1H RMN), reometria e

análise elementar (CHNO). Os copolímeros obtidos a partir de 30, 50 e 70 mol% de ADG na

alimentação apresentaram insolubilidade em água. Esse resultado foi associado à formação de

arranjos micelares compactados, com superfície predominantemente hidrofílica e núcleo

predominantemente hidrofóbico. Nesses casos, a porcentagem de ADG incorporada, indicada

por 1H RMN e CHNO, foi aproximadamente a mesma, o que justifica a diminuição no

rendimento dessas reações. Os espectros de FTIR e 1H RMN dos copolímeros comprovaram a

inserção da Nipam e do ADG em todas as amostras. Os copolímeros obtidos a partir de 10% e

90% mol de ADG na alimentação foram solúveis em água e sua composição foi determinada

por 1H RMN, respectivamente, Nipam:ADG 9:1 e 3:7. O copolímero Poli(Nipam-co-ADG)

9:1 promoveu um aumento significativo de viscosidade da água, mesmo em baixas

concentrações, que pode ser atribuído ao seu caráter associativo.

Palavras-chave: síntese de polímeros; polímeros associativos; reometria; associações

hidrofóbicas; polímeros responsivos.

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ABSTRACT

In this study was performed synthesis and characterization of copolymers from N-

isopropylacrylamide (Nipam) and 6-O-vinyladipoyl-D-glucose) (ADG) using the molar ratios

of Nipam:ADG 1:9, 3:7, 1:1, 7:3 and 9:1. The homopolymers were also synthesized and

characterized, Pnipam and poly(ADG), aiming to evaluate the influence of the addition of

ADG in polymer. The polymers were submitted to characterization using spectroscopy in the

infrared (FTIR), nuclear magnetic resonance of hydrogen (1H RMN), rheometry and

elemental analysis (CHNO). The copolymers obtained from 30%, 50% and 70% mol of ADG

feed had water insolubility. This result was associated with the formation of micellar

arrangements compact with predominantly hydrophilic surface and core predominantly

hydrophobic. In such cases, the percentage of embedded ADG, indicated by 1H NMR and

CHNO, was about the same, which explains the decrease in the yield of these reactions. The

FTIR and 1H NMR spectra of the copolymers confirmed the insertion of Nipam and the ADG

for all samples. The copolymers obtained from 10% to 90% mol of the feed ADG were

soluble in water and its composition was determined by 1 H NMR, respectively, Nipam:ADG

9:1 and 3:7. The poly(Nipam-co-ADG) 9:1 produced a significant increase of viscosity in

water, even at low concentrations, which can be attributed to its associative character.

Keywords: synthesis of polymers; associative polymers; rheometry; hydrophobic association;

stimulus-responsive polymer.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................11

2. OBJETIVOS .........................................................................................................................................13

2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................................................ 13

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................................... 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..............................................................................................................14

3.1. POLÍMEROS TERMORRESPONSÍVOS: POLI(N-ISOPROPILACRILAMIDA) ...................................... 14

3.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO 6-O-VINILADIPOIL-D-GLICOSE (ADG) E O POLI(6-O-

VINILADIPOIL-D-GLICOSE)- POLI(ADG) ............................................................................................................ 19

3.3. SÍNTESE DA POLI(N-ISOPROPILACRILAMIDA-CO-6-O-VINILADIPOIL-D-GLICOSE) ............................. 21

4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................................25

4.1. REAGENTES ...................................................................................................................................... 25

4.2. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DO MONÔMERO 6-O-VINILADIPOIL-D-GLICOSE (ADG) ................... 25

4.3. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DO POLI(ADG) .................................................................................... 27

4.4. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DOS COPOLÍMEROS DERIVADOS DOS MONÔMEROS DE

NIPAM E ADG ................................................................................................................................................. 27

4.5. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DA PNIPAM ......................................................................................... 29

4.6. CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL POR ANÁLISE ESPECTROSCÓPICA NA REGIÃO DO

INFRAVERMELHO (FTIR) ............................................................................................................................ 29

4.7. CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL POR ESPECTROSCOPIA DE RESSONÂNCIA

MAGNÉTICA NUCLEAR DE HIDROGÊNIO (1H RMN) .............................................................................. 29

4.8. ANÁLISE REOLÓGICA ..................................................................................................................... 29

4.9. ANÁLISE ELEMENTAR DE C, H E N ............................................................................................... 30

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................................................31

5.1. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO ADG E POLI(ADG) ............................................................. 31

5.2. NOMENCLATURA ............................................................................................................................ 39

5.3. MUDANÇAS NA VISCOSIDADE DO MEIO REACIONAL ............................................................ 39

5.4. MUDANÇAS NO RENDIMENTO DA REAÇÃO ............................................................................. 41

5.5. DIFERENÇA DE COLORAÇÃO DENTRE OS PRODUTOS JÁ LIOFILIZADOS .......................... 43

5.6. CARACTERIZAÇÃO DOS COPOLÍMEROS SINTETIZADOS COM FTIR. .................................. 44

5.6.1. Caracterização com FTIR da Pnipam..................................................................................44

5.6.2. Caracterização com FTIR da Poli(nipam-co-adg) 9:1 .........................................................45

5.6.3. Caracterização com FTIR da Poli(nipam-co-adg) 7:3. ........................................................46

5.6.4. Caracterização com FTIR da Poli(nipam-co-adg) 1:1 ppt e Poli(nipam-co-adg) 1:1 susp. .48

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5.6.5. Caracterização com FTIR da Poli(nipam-co-adg) 3:7 .........................................................51

5.6.6. Caracterização com FTIR da Poli(nipam-co-adg) 1:9 .........................................................52

5.6.7. Análise por comparação dos polímeros sintetizados ............................................................54

5.7. CARACTERIZAÇÃO ESPECTROSCÓPICA DOS POLÍMEROS POR 1H RMN ............................. 55

5.8. 1H RMN COM VARIAÇÃO DA TEMPERATURA ........................................................................... 61

5.9. ANÁLISE REOLÓGICA DA PNIPAM E DO POLI(NIPAM-CO-ADG)9:1 ...................................... 66

5.10. ANÁLISE ELEMENTAR DE C, H E N DOS HOMOPOLÍMEROS E COPOLÍMEROS ................... 71

6. CONCLUSÕES .....................................................................................................................................73

7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................74

8. ANEXO .................................................................................................................................................80

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11

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, tem aumentado o interesse por polímeros associativos solúveis em

meio aquoso (ENGLISH et al., 2002, CRAM et al., 2005, TALWAR et al., 2008, XU; LIU;

CRAIG, 2011, CHASSENIEUX; NICOLAI; BENYAHIA, 2011, DU et al., 2016), devido,

especialmente, ao seu comportamento reológico, pois uma pequena quantidade de polímero

pode produzir um substancial aumento na viscosidade.

O ganho de viscosidade é resultado do caráter anfifílico da molécula, e as interações

entre os grupos hidrofóbicos, desses polímeros, podem resultar em fortes associações

intermoleculares que induzem a formação de superestruturas (hipercoil) equivalentes a uma

estrutura de massa molar mais alta, e como resultado, o efeito na viscosidade é muito maior

do que poderia ser com um polímero sem esse tipo de associação (JIMÉNEZ-REGALADO et

al., 2004 e CASTILLO-TEJAS et al., 2016).

Polímeros de massa molar elevada são muito suscetíveis à degradação mecânica,

quando sujeitas a elevadas taxas de cisalhamento (BROSTOW, 1983). Por sua vez, os

polímeros associativos conferem alta viscosidade ao meio, mesmo com baixa massa molar,

quando se encontram em repouso ou baixa taxa de cisalhamento. Assim, em altas taxas de

cisalhamento, os polímeros associativos podem ser utilizados em substituição aos polímeros

de alta massa molar para evitar a degradação mecânica, pois a formação dos agregados é

reversível. O aumento da taxa de cisalhamento provoca a dissociação desses agregados, sem

que ocorra o rompimento de ligações químicas (CIFRE et al., 2003).

Na recuperação avançada de petróleo, o polímero é submetido a condições de elevada

taxa de cisalhamento, durante a injeção da solução na rocha reservatório, e por esse motivo,

os polímeros associativos tem sido amplamente estudados para essa aplicação.

Diante deste contexto, uma das proposições do trabalho é sintetizar copolímeros a

partir de monômeros com características de agregação, que podem possivelmente levar a

formação de polímeros associativos.

Assim, foram escolhidos os monômeros N-isopropilacrilamida (Nipam) e o 6-O-

viniladipoil-D-glicose(ADG).

O polímero de Nipam possui propriedades termossensíveis, separando fase com o

aumento da temperatura, acima de sua LCST- lower critical solution temperature

(temperatura consoluta inferior), em uma faixa de temperatura branda e, além disto, é

biocompatível (DIMITROV et al., 2007).

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12

O ADG é resultado de uma reação de transesterificação via catálise enzimática do

adipato de vinila com a D-glicose, que possui propriedades tensoativas, devido à D-glicose

(como extremidade polar) e o braço espaçador do adipato de vinila (como extremidade

apolar). O polímero de ADG é biodegradável e, assim como a Pnipam, é biocompatível

(TOKIWA et al., 2000).

Dessa forma, o copolímero selecionado para estudo possui contribuições

termoassociativas e tensoativas, que irão promover as associações hidrofóbicas, necessárias a

um polímero associativo.

Além das características estruturais e propriedades conferidas pelos monômeros, a

biocompatibilidade e biodegradabilidade conferem outras vantagens e aplicações para o

copolímero, por exemplo, aplicações biológicas e de baixo impacto ambiental.

Na literatura, existem poucos trabalhos que utilizam a Poli(Nipam-co-ADG) (RAKU e

TOKIWA , 2001; LOU et al., 2013; SUN et al.,2014; WANG et al., 2014). Nesses poucos

relatos, a razão molar de ADG no copolímero não ultrapassa 20%. Diante dessa lacuna na

literatura, outro enfoque deste trabalho se constitui em avaliar os efeitos da inserção de ADG

nos copolímeros acima de 20%.

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13

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Sintetizar e caracterizar copolímeros a partir de adipato de glicose (ADG) e N-

isopropilacrilamida (Nipam), variando a porcentagem de adição dos monômeros. Em

especial, buscando-se a preparação de copolímeros com porcentagem molar de ADG acima de

20%.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a influência da incorporação de ADG nos copolímeros;

Estudar a influência das associações hidrofóbicas na solubilidade do copolímero;

Avaliar qual dos meros contribui mais efetivamente para a formação das estruturas

micelares;

Avaliar a possibilidade do ganho de viscosidade decorrente da formação de um

“hipercoil”, devido às associações hidrofóbicas e, por fim,

Com base nas propriedades físico-químicas, propor outras utilizações viáveis para o

copolímero, distintas daquelas presentes na literatura.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. POLÍMEROS TERMORRESPONSÍVOS: Poli(N-isopropilacrilamida)

Os polímeros termorresponsivos são conhecidos por modificarem consideravelmente

sua estrutura como resposta a pequenas alterações de temperatura, podendo se tornar

insolúveis com o aumento ou diminuição da temperatura, mesmo em um solvente adequado

(MARQUES; MAIA, 2015).

A solubilidade da maioria dos compostos aumenta com o aumento da temperatura,

mas alguns polímeros solúveis em água precipitam com o aquecimento, ou seja, em

determinada temperatura e acima desta, o polímero se torna insolúvel. Esta temperatura é

conhecida como lower critical solution temperature(LCST): temperatura consoluta inferior

(SCHILD, 1992).

A precipitação com o aumento da temperatura é espontânea, pois a contribuição da

ligação de hidrogênio gerada entre as moléculas de água e o polímero se torna menor que o

ganho de entropia do sistema com o aquecimento. Sabendo que a variação da energia livre de

dissolução (ΔGdissolução) é igual à variação de entalpia (ΔH) menos a variação de entropia (ΔS)

vezes temperatura (T), temos: ΔGsolubilização = ΔH − TΔS. Dessa forma, o aumento de

temperatura do sistema provoca o aumento da entropia das moléculas de água, ao passo que a

organização das moléculas de água próximas à cadeia se torna desfavorecida. Este processo

leva à desidratação das cadeias do polímero e aproximação dos grupos hidrofóbicos,

acarretando a insolubilidade e consequente precipitação do polímero, mesmo em um solvente

adequado (DIMITROV et al., 2007). A Figura 1 ilustra este efeito para a Poli(N-

isopropilacrilamida) (Pnipam), que é um polímero termoassociativo.

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Figura 1: Ilustração da transição de fase da Pnipam induzida pela temperatura.

Fonte: Dimitrov et al. (2007).

Nas últimas décadas, a Pnipam tem sido muito estudada devido ao seu comportamento

termossensível em meio aquoso, descrito pela primeira vez por Heskins e Guillet, em 1968.

Desde então, diversos estudos foram conduzidos com a Pnipam e copolímeros de Pnipam: em

solução (DURAND; HOURDET, 2000), na forma de géis (SEDDIKI; ALIOUCHE, 2013),

em filmes orgânicos (LARSSON; KUCKLING; SCHÖNHOFF, 2001) e em suspensões

(MARQUES et al., 2012).

A Pnipam contém grupos hidrofílicos (amida) e grupos hidrofóbicos (isopropil e a

cadeia carbônica central), sendo, portanto uma molécula anfifílica (Figura 2). A interação do

soluto com o solvente depende da temperatura, pois a interação intermolecular entre os grupos

isopropil se torna energeticamente mais favorável comparada com a interação entre o grupo

isopropil e a água acima da LCST (PELTON, 2010).

Figura 2: Estrutura química da Pnipam.

ONH

n

Fonte: Autor (2016).

A LCST da Pnipam é, aproximadamente, 32oC e pode ser modificada através da

copolimerização com outros monômeros, a depender do balanço hidrofílico lipofílico(HLB)

da molécula, que vai influenciar na interação com o solvente, e da estrutura, que vai

influenciar na aproximação dos grupos isopropílicos.

Katsumoto, Tanaka e Ozaki (2004) avaliaram a mudança do espectro de infravermelho

da Pnipam variando a temperatura e constataram que o microambiente, ao redor dos grupos

amida, mudou em temperaturas próximas a LCST, indicando que a precipitação é decorrente

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de mudanças na hidratação dos grupos amida (mudanças na ligação de hidrogênio com a

água) e ou mudanças na ligação de hidrogênio entre os grupos amida (ligação de hidrogênio

intramolecular), levando à aproximação das cadeias e dos grupos isopropil hidrofóbicos.

O fato da LCST da Pnipam ser próxima à temperatura fisiológica, 37 oC, aliada à

biocompatibilidade do polímero e à capacidade de associar-se hidrofobicamente, torna-o

extremamente interessante para diversas aplicações, em especial nas aplicações voltadas à

biotecnologia e liberação controlada de fármacos (QU, et al., 2009 e NAITO, et al., 2012). A

LCST pode ser alterada através da copolimerização com monômeros hidrofóbicos e/ou

hidrofílicos e esse ajuste torna possível a aplicação em sistemas biológicos, pois a

precipitação resulta em uma redução da biocompatibilidade do mesmo (WEI et al., 2006).

Lima et al. (2012) mediu a viscosidade aparente de soluções de Pnipam com a

variação da temperatura (Figura 3) e verificou que, até temperaturas abaixo da temperatura de

associação, as soluções apresentam o comportamento típico de Arrehenius (a viscosidade

diminui com o aumento da temperatura), até que a temperatura de associação é alcançada

(caracterizado pelo aumento da viscosidade) e a viscosidade aumenta subitamente (entre 33 e

34oC), em função dos grupos hidrofílicos, que permitem a solubilidade em água, e à

aproximação dos grupo hidrofóbicos. Neste estágio, ocorre a agregação entre as cadeias de

Pnipam e o maior volume hidrodinâmico do agregado aumenta a viscosidade. O aumento da

temperatura promove a aproximação das cadeias e consequente precipitação, diminuindo a

viscosidade.

Figura 3: Viscosidade aparente em função da temperatura de soluções de Pnipam, a 7,3 s-1

.

Fonte: Lima et al. (2012)

Inoue, Kuwahara e Katayama (2013) estudaram a dinâmica da transição de fase de

soluções de Pnipam a 3% induzida por pulsos de temperatura, através do método de análise

ótica com alta sensibilidade de detecção. Assim como detectado na análise reológica de Lima

et al.(2012), foi verificada a formação de associações intermoleculares em temperaturas

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próximas a LCST. A Figura 4 ilustra o comportamento associativo das cadeias de Pnipam em

função da temperatura. Inoue, Kuwahara e Katayama (2013) viram que em temperaturas

próximas a LCST as propriedades físicas e químicas das soluções de Pnipam são muito

sensíveis e a transição de fase ocorre muito rapidamente, na faixa de microssegundos.

Em soluções muito diluídas poucos agregados moleculares se formam já em

concentrações elevadas são formadas partículas de tamanho coloidal ou precipitados

macroscópicos (PELTON, 2010).

Figura 4: Ilustração do comportamento das cadeias de Pnipam em função da temperatura.

Fonte: Adaptado de Inoue, Kuwahara e Katayama (2013)

Vários fatores afetam a LCST do polímero, tais como a concentração e o tipo de

solvente, ou fatores externos como, por exemplo, a presença de sais, não eletrólitos solúveis e

surfactantes.

Neste contexto, Kim et al. (1995) estudaram como a LCST da Poli(N-

isopropilacrilamida) (Pnipam) varia na presença de glicose. Eles verificaram que a presença

de sais diminui a LCST, devido ao efeito ‘salting-out', e que as mudanças da LCST destes

polímeros seguem a série de Hofmeister. Florin, Kjellander e Eriksson (1984) explicaram que

o efeito do sal se deve à existência de uma zona de hidratação nos domínios hidrofóbicos com

água bem estruturada e que ao se adicionar sal, esta água se torna ainda mais estrutura,

diminuindo a entropia do sistema. Portanto, a solubilização é desfavorecida do ponto de vista

energético, o que provoca a diminuição da LCST. A presença de íons pequenos altamente

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carregados favorece a diminuição da LCST, porém, o mecanismo de efeito dos sais na

hidratação hidrofóbica não é muito claro.

Os experimentos de Kawasaki et al. (1996), estudando o efeito da adição de glicose na

indução da transição de fase volumétrica de géis de Pnipam e poliacrilamida, indicaram que a

adição de glicose diminui significativamente a LCST do polímero. Os possíveis mecanismos

para a redução do inchamento do gel de Pnipam na presença do açúcar são: 1) a hidratação

das moléculas de glicose, que induz a diminuição de água ao redor dos domínios

hidrofóbicos; 2) a pressão do inchamento é diminuída pela saída das moléculas de açúcar do

gel; 3) a interação entre o açúcar e a rede polimérica. No mesmo trabalho, foi avaliada a

presença da glicose em géis de poliacrilamida. Neste caso, não foi observado nenhuma

alteração no inchamento do gel com a variação da temperatura, como observado no caso da

Pnipam. Os resultados indicaram que não ocorreu ligação entre o açúcar e o gel, e que o efeito

do açúcar ocorreu especificamente sobre a hidratação das regiões hidrofóbicas do grupo

isopropil na Pnipam. A Figura 5 mostra as semelhanças entre as estruturas químicas da Nipam

e da Acrilamida.

Fonte: Autor (2016).

Segundo Kim et al. (1995), não é possível inferir qual a influência direta de

surfactantes na LCST do polímero, pois o princípio de atuação de surfactantes ocorre com a

adsorção nas regiões com afinidade química (hidrofóbico- hidrofóbico e hidrofílico-

hidrofílico) e isto acarreta em uma alteração do seu HLB (balanço hidrofílico lipofílico),

podendo aumentar ou diminuir a LCST, a depender da estrutura do surfactante e da cadeia

polimérica.

Diante das informações acima, considerou-se que a Pnipam é um polímero extremante

versátil e pequenas alterações no ambiente e/ou alterações estruturais podem modificar

consideravelmente as propriedades de acordo com as desejadas no produto final.

Figura 5: Estrutura química do monômero a) Acrilamida e b) Nipam.

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3.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO 6-O-viniladipoil-D-glicose (ADG) E O poli(6-O-

viniladipoil-D-glicose)- poli(ADG)

O ADG (6-O-viniladipoil-D-glicose) é um éster de açúcar sintético derivado do éster

divinílico de ácido adípico (adipato de vinila- ADV), obtido através de uma reação de

transesterificação em um dos grupos funcionais vinil éster (TOKIWA et al., 2000;

KITAGAWA et al., 2002; ALBERTIN et al., 2004; BORGES et al. 2009), conforme a reação

mostrada na Figura 6.

Figura 6: Reação de transesterificação para obtenção do ADG via síntese enzimática.

Fonte: Autor (2016).

A reação é deslocada na direção de formação dos produtos, pois o acetaldeído formado

é uma molécula volátil e de baixo ponto de ebulição (20oC), e a presença da dupla terminal no

ADG torna-o polimerizável (WANG et al., 1988).

O ADG possui propriedades tensoativas (BORGES et al. 2009), é biodegradável,

biocompatível (TOKIWA et al., 2000) e polimerizável, sendo um forte candidato à aplicação

em sistemas biológicos e outras que necessitem de produtos de baixo impacto ambiental. De

modo geral, os ésteres de açúcar possuem propriedades tensoativas, inseticidas, atividade

antimicrobiana e anticancerígena (BORGES et al. 2009).

A presença de muitas hidroxilas na glicose torna a síntese química pouco seletiva e,

por isso, a síntese enzimática aplicada à modificação de açúcares é um processo mais

eficiente, comparado à síntese química convencional (KITAGAWA et al., 2002; BORGES et

al. 2009).

Na síntese do ADG é comum a utilização de um sistema de co-solventes, como a

mistura de dimetilformamida e água, que favorece a reação de transesterificação do açúcar

catalisada pela enzima, porém, a quantidade de água deve ser a mínima suficiente que garanta

a solubilização da D-glicose, pois a reação de hidrólise do ADG (Figura 7) competiria com a

reação de transesterificação (KITAGAWA et al., 2002; BORGES et al. 2009).

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Figura 7: Reação de hidrólise do ADG formando adipoil D-glicose.

Fonte: Autor(2016).

A síntese de polímeros contendo açúcares pendentes (como no caso do poliADG),

conhecidos como glicopolímeros, tem despertado grande interesse em diversos grupos de

pesquisa por ser obtido através de uma matéria-prima renovável (biomassa). Entretanto, a

maioria dos açúcares vinílicos contém grupos acrilato, metacrilato e estireno, e são

produzidos por síntese química, gerando diversos subprodutos. As reações enzimáticas são

muito específicas, sendo úteis em reações que envolvem compostos com mútiplas hidroxilas

(TOKIWA et al., 2000).

Tokiwa et al. (2000) síntetizaram e avaliaram a biodegradabilidade do poli(ADG) e do

ADG. A análise de demanda química de oxigênio mostrou uma rápida degradação em 10 dias

para o ADG, enquanto que a degradação do poli(ADG), com massa molar de 7.103 g.mol

-1,

ocorreu gradualmente no intervalo de 28 dias e, quanto maior a massa molar do poli(ADG),

menor a velocidade da biodegradabilidade. A hidrolise dos grupos pendentes no poli(ADG)

gera uma cadeia principal de poli(vinil álcool), um material utilizado numa série de aplicações

médicas e que não parece interagir com componentes sanguíneos celulares (ALBERTIN et

al., 2004).

O ADG é um éster vinilíco, que é uma classe de monômero pouco reativo,

polimerizável via mecanismo radicalar, o que propicia uma propagação da cadeia de difícil

controle e alta polidispersão. No sentido de diminuir a polidispersão do poli(ADG), Albertin

et al. (2004) utilizaram agentes de transferência de cadeia durante a síntese, obtendo uma

dispersão estreita e massa molar na ordem de 104 g.mol

-1. A pouca polidispersão melhorou a

atividade do poli(ADG) nas aplicações biológicas.

Outros pesquisadores também sintetizaram o poli(ADG) na intenção de avaliar quais

os fatores e de que maneira eles afetam a síntese do poli(ADG) otimizando o rendimento e as

condições de síntese.

Albertin, et al. (2005) sintetizaram o poli(ADG) à 70oC na presença de 4,4'-azobis(4-

ciano pentanóico) (ACPA) como iniciador, variando a atmosfera do meio reacional. Eles

propuseram que, no caso do vinil éster, a alta reatividade do radical durante a etapa de

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propagação na cadeia faz com que o evento de transferência de cadeia para o oxigênio seja

muito provável. Com isso, se faz necessária a utilização de um sistema para obtenção de

atmosfera inerte mais eficiente que borbulhar N2(g) no meio reacional para a síntese do

poli(ADG). A massa molar numérica média obtida na síntese em meio aquoso foi da ordem

de 104 g.mol

-1.

Kitagawa et al. (2002) analisaram a síntese do poli(ADG) em condições atmosféricas e

no vácuo. A polimerização ocorreu em ambos os casos, porém, na presença do oxigênio, a

massa molar foi mais baixa e, ao fim da reação, a concentração do monômero no meio ainda

era alta. É possível que a redução da glicose no ADG esteja relacionada à reação das espécies

oxigenadas radicalares, conforme mostra a reação na Figura 8. Quanto maior a concentração

de peróxido de hidrogênio (HOOH), menor o rendimento e a massa molar final do

poli(ADG). A massa molar numérica média obtida na síntese em meio aquoso foi da ordem

de 104 g.mol

-1 com 3,5 mol/L de HOOH como iniciador da síntese.

Figura 8: Reação de redução do açúcar pendente na presença de oxigênio radicalar.

Fonte: Adaptado de Kitagawa et al., 2002.

O homopolímero de ADG, como já mencionado anteriormente, possui características

tensoativas, é biodegradável e biocompatível. Os estudos realizados nos últimos anos têm

avaliado a aplicabilidade do ADG através de copolimerização com outros monômeros

(QUAN et al., 2008; WANG et al., 2013; WANG et al., 2014; LOU et al., 2013; SUN et al.,

2014; LOU et al., 2015)

3.3. SÍNTESE DA Poli(N-isopropilacrilamida-co-6-O-viniladipoil-D-glicose)

Raku e Tokiwa (2001) sintetizaram copolímeros de poli(Nipam-co-ADG), em DMF a

60oC, utilizando como iniciador o Azobisisobutironitrila (AIBN). As concentrações molares

de ADG variaram de 4 a 10 % da composição do copolímero e em todos os casos, a

velocidade de polimerização do monômero de ADG foi menor que a do monômero de Nipam.

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A massa molar ponderal média (M̅w) foi na ordem de 105 e a polidispersão (PD) foi alta, entre

3 e 5.

O resultado da análise turbidimétrica (Figura 9), indicou que o aumento da razão

molar de ADG no poli(Nipam-co-ADG) aumenta a temperatura de associação. Com isso, os

autores, propuseram que quanto maior a razão molar de ADG na cadeia polimérica, maior é a

LCST do copolímero, em decorrência do ganho de hidrofilicidade e da dificuldade de

empacotamento dos grupos isopropil com o incremento de ADG.

Figura 9: Análise turbidimetrica* de soluções de poli(Nipam-co-ADG).

*A concentração dos polímeros foi 2 g.L

-1, em meio aquoso. VAG foi a sigla adotada para 6-O-

viniladipoil-D-glicose

Fonte: Raku e Tokiwa (2001)

Lou et al. (2013) sintetizaram e caracterizaram copolímeros de Nipam e ADG com

concentrações molares de adição de ADG no meio reacional que variaram de 5 a 15 % da

composição do copolímero, em etanol, a 70oC e AIBN. Nestas condições, o rendimento dos

copolímeros foi ≈ 70%, e massa molar na ordem de 104

g.mol-1

. Também foi verificado que a

temperatura de associação do copolímero é mais alta, para a maior razão molar de ADG,

semelhante ao observado por Raku e Tokiwa (2001).

A água é um bom solvente para a Pnipam e para o Poli(ADG), então, espera-se que,

em temperaturas mais baixas que a temperatura de associação do polímero, as cadeias não

formem agregados. Porém, outras análises no Poli(Nipam-co-ADG) com razão molar de

9:1(Nipam:ADG) mostraram a formação de “agregados micelares”. Ao se aumentar a

concentração do copolímero aumenta-se também o tamanho do agregado.

São formados agregados micelares grandes e solúveis em temperaturas abaixo da

temperatura de associação, mas o aumento da temperatura provoca compactação e diminuição

no tamanho do agregado com posterior precipitação (LOU et al., 2013). O agregado micelar e

o comportamento em função da temperatura são ilustrados na Figura 10.

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Figura 10: Ilustração do comportamento poli(Nipam-co-ADG).

Fonte: Adaptado de Lou et al. (2013).

Sun et al. (2014) sintetizaram copolímeros Poli(Nipam-co-ADG) com até 20% de

ADG, através de agentes de transferência de cadeia em DMF, a 70oC, com massa molar na

ordem de 104 g.mol

-1, para aplicar em sistemas biológicos na organização protéica da Lectina.

Assim como Lou et al. (2013), constatou-se a agregação micelar e, através da análise da

concentração micelar crítica, visualizou-se que, o incremento de ADG no copolímero

favorece a auto organização micelar, pois o aumento da razão molar de ADG na poli(Nipam-

co-ADG), diminui a concentração micelar crítica (CMC). Na Figura 11 é possível visualizar a

diferença de CMC para dois polímeros variando a razão molar de Nipam:ADG na cadeia.

Figura 11: Medida da concentração micelar crítica de Poli(Nipam-co-ADG).

Fonte: Adaptado de Sun et al. (2014)

Diante dos dados reportados na literatura, acerca da síntese da Poli(Nipam-co-ADG)

pode-se inferir que, a tendência de “agregação micelar” é resultante da inserção dos meros de

ADG na cadeia (LOU et al. ,2013 e SUN et al., 2014), e que quanto maior a inserção de ADG,

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maior a LCST do polímero (RAKU E TOKIWA ,2001; LOU et al. ,2013; WANG et al., 2014

e SUN et al., 2014). Além disso, observa-se que a incorporação de ADG na cadeia não

ultrapassa 20%, nos trabalhos de síntese da Poli(Nipam-co-ADG)

São escassos os trabalhos de síntese do Poli(Nipam-co-ADG), e dentre as aplicações

citadas na literatura pode-se destacar a reorganização proteica da Lectina, no tratamento de

células cancerígenas (WANG et al., 2014 e SUN et al., 2014), na sua potencial aplicação na

função de alteração de proteínas, ácidos nucleícos, vírus, microorganismos e células (RAKU e

TOKIWA, 2001) e na síntese de microgéis para liberação controlada de fármacos (LOU et

al., 2014).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. REAGENTES

Para a realização deste trabalho, foram utilizados os produtos químicos indicados a

seguir.

Adipato de vinila(ADV), adquirido da Tokyo Kasei Kogyo Co. Ltd (Japão);

D-glicose anidra (C6H12O6), adquirida da LabSynth(Brasil);

Dimetilformamida (DMF), adquirido da Quimex(Brasil);

Enzima protease de Bacillus subtilis alcalina, foi gentilmente cedida pela BIOVET-

PESHTERA (Bulgária);

N-isopropilacrilamida (Nipam), adquirido da Sigma Aldrich;

Persulfato de potássio (K2S2O8), adquirido da Lafan química fina;

N,N,N′,N′ -Tetrametilenodiamina (Temed), adquirido da Sigma Aldrich;

Clorofórmio (CHCl3), adquirido da LabSynth(Brasil);

Metanol (CH3OH), adquirido da BIOTEC reagentes analíticos (Brasil);

Acetato de etila (C4H8O2), adquirido da Casa Americana de Artigos para

Laboratórios(Brasil);

Sílica gel, adquirido da Merck.

4.2. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DO MONÔMERO 6-O-viniladipoil-D-glicose (ADG)

A D-glicose foi solubilizada em uma mistura de DMF e água. A mistura foi aquecida

até 50°C, sob agitação magnética. Ao chegar em 50°C, adicionou-se o ADV e, por fim, a

enzima protease de Bacillus subtilis alcalina, como catalisador, conforme a metodologia

descrita em Borges et al. (2009). A síntese foi conduzida em 50°C, sob agitação magnética,

durante sete dias. A proporção dos reagentes utilizados encontra-se descrita na Tabela 1.

Tabela 1: Proporção dos reagentes para a síntese do monômero de ADG.

D-glicose ADV Água/DMF Enzima

0,125 mol 0,5 mol 5/100 (mL) 40 mg/mL Fonte: Autor (2016)

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Após o tempo de síntese, a amostra passou por diversos processos de purificação,

como descrito a seguir. Inicialmente, o produto da reação foi submetido à filtração simples,

para remoção da enzima. Em seguida, o sobrenadante sofreu rotaevaporação a baixo vácuo,

para remoção do ADV resídual, DMF e água e, por fim, a mistura de D-glicose residual e

ADG passou por um processo de separação através de cromatografia clássica. A coluna

cromatográfica foi preenchida com sílica gel e saturada com clorofórmio. Os eluentes

empregados foram misturas de clorofómio e metanol, nas seguintes proporções:

CHCl3:CH3OH 1:0; 9:1 e 1:1, que foram utilizados nesta sequência. O processo de

purificação do monômero de ADG (BORGES et al. 2009) é ilustrado na Figura 12.

Para identificar qual das frações coletadas da coluna continha apenas o ADG, cada

uma das frações foi submetida à análise qualitativa em cromatografia de camada delgada

Figura 12: Processo de purificação do monômero ADG.

Fonte: Autor (2016)

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(CCD), com placa de sílica suportada em alumínio, tendo como eluente uma mistura de

acetato de etila/metanol/água nas proporções 7:2:1, respectivamente.

Após a identificação das frações por CCD, aquelas em que foi identificada apenas a

presença de ADG foram misturadas, e a mistura submetida a aquecimento brando (40oC) para

evaporação do eluente da coluna e concentração do ADG. As etapas de síntese e purificação

do ADG foram conduzidas conforme a metodologia descrita em Borges et al. (2009).

4.3. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DO POLI(ADG)

A síntese foi realizada em um sistema de atmosfera inerte de N2(g), através de uma

polimerização radicalar em meio aquoso, utilizando o par iniciador de persulfato de potássio e

peróxido de hidrogênio e concentração do ADG de, aproximadamente, 500 mmol. L-1

. O meio

reacional foi mantido a 60°C, durante 24h, sob agitação magnética.

O produto obtido foi purificado por precipitação em acetona. O precipitado foi filtrado

e seco a 45 °C, durante 24h. As etapas de síntese e purificação do poli(ADG) foram

conduzidas conforme a metodologia descrita por Borges et al. 2009.

4.4.SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DOS COPOLÍMEROS DERIVADOS DOS

MONÔMEROS DE NIPAM E ADG

Os copolímeros foram sintetizados variando a razão de alimentação dos monômeros,

Nipam:ADG = 9:1; 7:3; 1:1; 3:7 e 1:9, de modo a obter cinco razões molares destes

monômeros nos copolímeros. As reações realizadas utilizando-se concentração total dos

monômeros de 0,15 mol.L-1

, a 25 °C, K2S2O8 como iniciador e o Temed como ativador do

iniciador, em atmosfera saturada de N2(g), durante três horas, sob agitação magnética. A

Tabela 2 mostra a proporção dos reagentes para cada uma das razões de alimentação.

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28

Tabela 2: Proporção dos reagentes na síntese dos copolímeros.

Razão molar de alimentação

Nipam/ADG

[ADG]

(mmol/L)

[Nipam]

(mmol/L)

[K2S2O4]1)

(mmol/L)

[Temed]1)

(mmol/L)

9:1 15 135 7,5 3

7:3 45 105 7,5 3

1:1 75 75 7,5 3

3:7 105 45 7,5 3

1:9 135 15 7,5 3 1)

: Para cada 1 mmol de K2S2O4, foram adicionados 0,4 mmol de Temed.

Fonte:Autor(2016)

Os monômeros, o persulfato de potássio e a água foram adicionados a um balão de 500

mL, e a temperatura ajustada para 25 °C, enquanto o meio era saturado por N2(g) durante,

aproximadamente, 10 minutos, logo após, adicionou-se o Temed e a reação foi iniciada.

Os copolímeros Nipam:ADG = 9:1, 7:3 e 1:1 foram purificados através de

precipitação por aquecimento (≈40oC) e lavagem com água a quente. Ao final da síntese, a

solução obtida foi aquecida até sua temperatura de turvação. Nesta temperatura, o meio

reacional foi submetido à centrifugação em temperatura controlada, para separação do

precipitado polimérico e do sobrenadante (meio reacional). O precipitado foi resolubilizado

em água e o procedimento descrito se repetiu por mais três vezes.

A amostra Nipam:ADG 1:1, especificamente, apresentou uma fração que ficou aderida

à superfície do balão e outra fração que ficou em suspensão, como ilustrado na Figura 13.

Estas frações foram separadas, purificadas e tratadas como produtos distintos obtidos de uma

mesma síntese. O processo de purificação foi o mesmo descrito no parágrafo anterior.

Figura 13: Ilustração dos produtos de síntese na amostra Nipam:ADG 1:1.

Fonte: Autor (2016)

Os copolímeros Nipam:ADG = 3:7 e 1:9, que não apresentaram uma temperatura de

turvação (até máximo de 50°C), foram purificados através de diálise em membrana de

celulose com corte de 1,2.104 g.mol

-1.

Sólido aderido

Sólido suspenso

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29

Após purificação, todos os copolímeros foram submetidos à liofilização para remoção

da água.

4.5. SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DA PNIPAM

A síntese da Pnipam foi conduzida nas mesmas condições descritas no item 4.4. e sua

purificação foi feita por precipitação por aquecimento (≈40oC) e lavagem com água quente,

conforme descrito no item 4.4.

4.6. CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL POR ANÁLISE ESPECTROSCÓPICA NA

REGIÃO DO INFRAVERMELHO (FTIR)

As análises de FTIR para caracterização estrutural foram conduzidas em um

espectrômetro de infravermelho com reflectância total atenuada (FTIR-ATR) da marca Perkin

Elmer Spectrum 65, na faixa de 4000 a 400 cm-1

, nas amostras de D-glicose, Poli(ADG),

Pnipam e os copolímeros de Nipam e ADG, no estado sólido, e para as amostras de ADG e

ADV em estado líquido.

4.7. CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL POR ESPECTROSCOPIA DE RESSONÂNCIA

MAGNÉTICA NUCLEAR DE HIDROGÊNIO (1H RMN)

Os espectros de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN 1H)

unidimensional, foram obtidos no espectrômetro da marca Bruker BioSpin, pertencente ao

Laboratório de Espectroscopia e Polímeros (Lepol) da Universidade Federal de Santa Maria

(UFSM)

Foi operado na frequência de 600MHz, com tetrametilsilano (TMS) como referência

interna, em água deuterada como solvente e com variação de temperatura. Os deslocamentos

químicos () foram expressos em partes por milhão (ppm).

As amostras analisadas foram: Poli(ADG), Pnipam e os copolímeros com proporções

de alimentação de Nipam:ADG 9:1, 3:7 e 1:9.

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30

4.8. ANÁLISE REOLÓGICA

A análise reológica da Pnipam e do copolímero Nipam:ADG 9:1 foi feita em

Reômetro da marca Thermo Fischer Scientific, modelo HAAKE MARS, com o sensor do tipo

cilindros coaxiais DG41Ti, acoplado a um banho termostatizado modelo DC50.

As amostras foram solubilizadas em água nas concentrações de 1; 2; 3; 4; 5; 6 g.L-1

e

submetidas a um taxa cisalhamento de 0 a 1000 s-1

, a 20°C.

4.9. ANÁLISE ELEMENTAR DE C, H e N

A análise elementar foi realizada no equipamento EuroVector, modelo EA3000,

utilizando o software Callidus v.5.1 para tratamento dos dados. As amostras foram analisadas

no estado sólido: Pnipam, Poli(ADG) e todos os copolímeros. Foram necessários de 0,5 a 1,5

mg de amostra na análise. Todas as amostras foram analisadas em triplicata.

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31

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DO ADG E POLI(ADG)

A síntese do ADG foi conduzida conforme descrito em Borges et al. 2009. Para

confirmar a obtenção e purificação do monômero, foi realizada a análise qualitativa das

amostras de ADG, D-glicose e ADV por cromatografia de camada delgada. A Figura 14

mostra uma ilustração do comportamento das amostras na placa de sílica (as fotografias das

placas podem ser vistas em anexo).

Figura 14: Placa de CCD com ADG, glicose e ADV.

Fonte:Autor(2016)

As diferenças entre as capacidades de adsorção na sílica são decorrentes da diferença

de polaridade entre as amostras (AQUINO NETO; NUNES, 2003). Sendo o ADV apolar, ele

não adsorve na sílica e consegue ser totalmente arrastado pelo eluente (menos polar). Já a

glicose consegue ser deslocada pelo eluente, porém, em menor proporção que o ADG, em

função da cadeia carbônica inserida, tornando-o menos polar que a glicose. Em ordem

crescente de polaridade temos ADV<ADG<D-glicose.

Além da diferença no fator de retenção (Rf) das amostras, outro indício que caracteriza

qualitativamente a distinção das amostras é o processo de revelação com solução de ácido

sulfúrico e aquecimento, como na reação ilustrada na Figura 15:

Figura 15: Reação geral de degradação do álcool em meio ácido com aquecimento.

Fonte:Autor(2016)

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32

O processo de aquecimento desloca a reação no sentido de formação dos produtos pela

evaporação da água formada e proporciona o aparecimento de manchas pretas (spots) no local

pela degradação do éter formado (CLAYDEN; GEEVES; WARREN, 2012).

A presença de hidroxilas na amostra de ADG permite a distinção entre o spot do ADG

e do ADV, já que o fator de retenção entre as amostras é muito próximo e a ausência de

hidroxilas na amostra de ADV impede a revelação do spot na placa. O ADV só é visível pela

distorção na linha de frente do solvente na placa. Logo, a presença de hidroxilas na amostra

de ADG caracteriza a inserção de D-glicose na dupla do ADV, comprovando que a reação

entre o ADV e a D-Glicose ocorreu, conforme ilustrado na Figura 16.

Figura 16: Reação de transesterificação para obtenção do ADG.

Fonte: Autor (2016)

As Figuras 17, 18, 19 e 20 e Tabelas 3, 4, 5 e 6 mostram os resultados de FTIR obtidos

para o ADV, D-glicose, ADG e poli(ADG), indicando as principais bandas de absorção das

moléculas.

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33

Na Figura 17 é possível visualizar as bandas características de absorção ligadas aos

grupos funcionais éster e vinil na amostra de ADV.

Figura 17: Espectro de absorção no infravermelho do ADV.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 3: Absorções indicadas no espectro do ADV.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Estiramento da ligação C-O 1132

Estiramento da ligação C=C 1646

Estiramento C=O da carbonila de éster 1749

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2874

2944

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp2 3092

Fonte: Autor (2016) com base em Silverstein, Webster e Kiemle (2005) e Pavia et al. (2010).

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34

Na Figura 18, é possível visualizar as bandas características de absorção ligadas ao grupo

funcional álcool, bem como a presença da ligação C-H em carbono com hibrização sp3

e as

vibrações ligadas ao anel na amostra de D-glicose.

Figura 18: Espectro de absorção no infravermelho da D-glicose.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 4: Absorções indicadas no espectro da D-glicose.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Vibrações de deformação de baixa frequência no anel1 800

Estiramento da ligação C-O 1000-1260

Deformação angular da ligação C-O-H 1260-1500

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2892

2913

2944

Estiramento da ligação OH com ligação de hidrogênio 3234

Estiramento da ligação OHlivre 3391 Fonte: Autor (2016) com base em Vasko(1972), Silverstein, Webster e Kiemle (2005) e Pavia et al. (2010).

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35

Na Figura 19 é possível visualizar as bandas características de absorção ligadas aos grupos

funcionais éster, vinil e álcool na amostra de ADG.

Figura 19: Espectro de absorção no infravermelho do ADG.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 5: Absorções indicadas no espectro do ADG.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Estiramento da ligação C-O 1132

Estiramento da ligação C=C 1646

Estiramento C=O da carbonila de éster 1749

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2874

2944

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp2 3092

Estiramento da ligação O-H com ligação de hidrogênio 3389 Fonte: Autor (2016) com base em Silverstein, Webster e Kiemle (2005) e Pavia et al. (2010).

O aparecimento das bandas de estiramento das ligações C-O, C=O e C=C no ADG na

mesma posição em que foram encontradas no espectro de ADV é forte indicativo da inserção

da cadeia de adipato de vinila na amostra de ADG. O aparecimento da banda de absorção

relativa ao estiramento da ligação O-H é atribuído à inserção do anel glicosídico no ADG.

Assim, a presença dos grupos funcionais vinil, éster e álcool na estrutura do ADG foi

confirmada.

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36

As bandas de C-OH entre 1260 e 1500 cm-1

na amostra de ADG, provavelmente,

foram obscurecidas pela sobreposição das bandas ligadas à cadeia de quatro carbonos –(CH2)

oriunda do ADV.

Através da análise do espectro na Figura 20 é possível verificar a presença das bandas

associadas ao ADV e a D-glicose, que aparecem no monômero ADG e, consequentemente, no

poli(ADG).

Figura 20: Espectro de absorção no infravermelho do Poli(ADG).

Fonte: Autor (2016)

Tabela 6: Absorções indicadas no espectro do Poli(ADG).

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Estiramento da ligação C-O 1132

Estiramento da ligação C=C 1646

Estiramento C=O da carbonila de éster 1749

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2874

2944

Estiramento da ligação O-H com ligação de hidrogênio 3389 Fonte: Autor (2016) com base em Silverstein, Webster e Kiemle (2005) e Pavia et al. (2010).

A presença do estiramento C=C na amostra de poli(ADG) pode ser atribuída à

contaminação da amostra por monômero de ADG, em decorrência da purificação por

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37

precipitação com lavagem em acetona não ter sido eficiente na remoção de todo o monômero

não reagido.

Figura 21: Espectros de FTIR-ATR das amostras e suas principais absorções no infravermelho: 1) ADV 2) D-

glicose 3) ADG 4) PoliADG.

Fonte: Autor (2016)

Na Figura 21 é possível visualizar os espectros de todos os produtos envolvidos na

síntese do Poli(ADG), o que torna mais fácil a análise por comparação. Ficou evidente a

diminuição da banda de estiramento da ligação OH na amostra de ADG. Esta diminuição na

intensidade e alargamento da banda pode estar associada as interações entre os grupos OH

gerada pela agregação micelar na amostra. Como já citado anteriormente, o ADG é um

tensoativo, capaz de formar micelas diretas em concentrações acima de 137 ppm, com

balanço hidrofílico lipofílico de 10,72 (Borges et al. 2009). No polímero, esta banda volta a

ser expressiva, pois mesmo o Poli(ADG) tendo a tendência de agregação micelar semelhante

ao ADG, a cadeia polimérica de maior massa molar pode dificultar a organização micelar,

diminuindo às interações entre os grupos OH.

De modo geral, os resultados de FTIR comprovaram a presença dos grupos funcionais

vinil, éster e álcool na amostra de ADG e a formação do poli(ADG).

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38

A frequência de estiramento da carbonila varia em função dos átomos ligados. Para o

ADG é de se esperar a presença de dois estiramentos ligados as duas carbonilas na molécula,

por volta de 1760 e 1730 cm-1

. Na amostra pura de ADG, a banda da carbonila do éster

conjugado com o grupo vinílico fica alargada, se sobrepondo a banda do éster não conjugado.

Por isso foi necessário análise espectroscópica do ADG diluído em metanol para visualização

das duas bandas, mostrado na Figura 22.

Figura 22: Espectros de FTIR-ATR das soluções de ADG em metanol. 1) solvente 2) 40% 3) 30% 4) 20% 5)

10%.

Fonte: Autor (2016)

Na Figura 22 é possível visualizar que a ligação C=O no éster não conjugado ao grupo

vinílico apresenta a frequência de estiramento mais baixa em função da ressonância com o par

de elétrons do oxigênio, dando a ligação dupla caráter de ligação simples. No éster ligado ao

grupo vinílico o par de elétrons do oxigênio esta em ressonância com a dupla,

comprometendo a ressonância com a carbonila. Os dois estiramentos só foram possíveis de

visualização através da diluição do ADG em metanol (10%, 20%, 30% e 40% de ADG em

metanol). A distinção entre os dois estiramentos comprovam a formação dos polímeros já que

nesses casos não há a conjugação com a ligação dupla, sendo assim o estiramento da

carbonila do éster nos copolímeros deve aparecer por volta de 1730 cm-1

. No caso do

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39

poli(ADG) a presença de monômero residual aumentou a frequência de absorção da ligação

no espectro de infravermelho (Figura 20)

5.2. NOMENCLATURA

Os polímeros sintetizados serão tratados ao longo do texto pelas siglas escritas na Tabela

7, baseadas na razão de alimentação dos monômeros no meio reacional.

Tabela 7: Identificação dos produtos de síntese pelas siglas.

Nome Sigla Razão molar de alimentação

(Nipam:ADG)

Poli(N-isopropilacrilamida) Pnipam 100:0

Poli(N-isopropilacrilamida-

co-6-O-viniladipoil D-

glicose)

Poli(Nipam:ADG) 9:1 90:10

Poli(Nipam:ADG) 7:3 70:30

Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt 50:50

Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp.

Poli(Nipam:ADG) 3:7 30:70

Poli(Nipam:ADG) 1:9 10:90

Poli(6-O-viniladipoil D-

glicose) Poli(ADG) 0:100

Fonte:Autor(2016)

Ao término de cada síntese, foi observado que a variação da razão de alimentação dos

monômeros influenciou a coloração do produto final o rendimento da reação e a viscosidade

do meio. A discussão sobre estas alterações segue nos tópicos abaixo.

5.3. MUDANÇAS NA VISCOSIDADE DO MEIO REACIONAL

A primeira mudança observada experimentalmente decorreu do ganho de viscosidade

do meio reacional na amostra Poli(Nipam:ADG) 9:1. Com o passar de, aproximadamente,

uma hora de síntese, a viscosidade do meio reacional aumentou consideravelmente (com a

textura final do meio reacional semelhante à textura de álcool em gel comercial). Para as

outras amostras, o ganho de viscosidade não aconteceu de modo semelhante à amostra

Poli(Nipam:ADG) 9:1. No caso da amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3, ocorreu uma aparente

separação de fases com o produto da reação em suspensão. Na amostra Poli(Nipam:ADG)

1:1, parte do produto ficou em suspensão e parte ficou aderida à superfície do balão e, neste

caso, a fase suspensa e a fase aderida à superfície foram purificadas separadamente. Para as

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40

amostras Poli(Nipam:ADG) 3:7 e Poli(Nipam:ADG) 1:9, não se observou separação de fases

e nem alteração significativa da viscosidade do meio.

A aparente alteração na viscosidade do meio reacional da amostra 9:1 pode ser fruto

das associações hidrofóbicas em arranjos micelares, ainda solúveis. Baseado nos trabalhos de

Sun et al. (2014) e Lou et al. (2013), conforme mostrado na revisão bibliográfica.

Para os polímeros obtidos nestes trabalhos, em meio aquoso, foi proposto a formação

de estruturas semelhantes a micelas, que se formariam em decorrência da característica

tensoativa dos meros de ADG, que na cadeia polimérica induzem a auto-organização micelar.

Assim, sugere-se que a característica de auto-organização micelar dos meros de ADG aliado,

à associação hidrofóbica dos grupos isopropílicos dos meros de Nipam levam à formação de

um ‘hipercoil’ com maior resistência ao escoamento se comparado as cadeias isoladamente.

Esse efeito, ilustrado na Figura 23 justificaria o ganho de viscosidade na amostra

Poli(Nipam:ADG) 9:1.

Outras considerações a cerca da alteração da viscosidade do copolímero de

Poli(Nipam:ADG) 9:1 serão discutidas no tópico sobre a análise reológica.

Figura 23: Ilustração da poli(Nipam-co-ADG) em arranjos micelares.

Fonte: Adaptação de Lou et al. (2013)

Esta tendência de agregação natural do copolímero também justificaria a

insolubilidade em água da Poli(Nipam:ADG) 7:3, Poli(Nipam:ADG) 1:1ppt e

Poli(Nipam:ADG) 3:7. Assim, a depender do balanço entre as quantidades de ADG e Nipam

no copolímero, as interações polímero-polímero(P-P) irão prevalecer, em relação as

interações polímero-solvente(P-S) formando uma massa polimérica organizada com um

núcleo hidrofóbico e uma superfície hidrofílica, capaz de manter as partículas em suspensão

na água, mas sem a solubilização do polímero.

A solubilidade em água, e consequentemente, a capacidade dos polímeros de aumentar a

viscosidade do meio são indicativos do tipo de interação que irá prevalecer (seja P-P ou P-S).

A Tabela 8 é ilustrativa para esta observação, tendo como base as observações experimentais.

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41

Tabela 8: Solubilidade dos polímeros em água.

Amostra Solubilidadea

Pnipam +

Poli(Nipam:ADG) 9:1 +

Poli(Nipam:ADG) 7:3 -

Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt -

Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp. ±

Poli(Nipam:ADG) 3:7 -

Poli(Nipam:ADG) 1:9 +

Poli(ADG) ± aconcentração de 1 g.L

-1 e 25

oC

(+) solúvel (-) insolúvel (±) parcialmente solúvel

Fonte: Autor (2016)

As amostras de Pnipam, Poli(Nipam:ADG) 9:1, Poli(Nipam:ADG) 1:9 e Poli(ADG)

solubilizaram facilmente, sugerindo que as interações P-S prevalecem, enquanto que para as

amostras Poli(Nipam:ADG) 7:3, Poli(Nipam:ADG) 1:1ppt e Poli(Nipam:ADG) 3:7 as

interações P-P seriam maiores que a P-S, impedindo a solubilização das amostras, mesmo

estas possuindo regiões hidrofílicas ligadas aos grupos funcionais amida e álcool no polímero.

A amostra Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp apresentou o comportamento em meio aquoso

semelhante ao poli(ADG).

5.4. MUDANÇAS NO RENDIMENTO DA REAÇÃO

Outra diferença observada em decorrência da variação da razão de alimentação dos

monômeros foi a mudança no rendimento da reação. Observou-se que, quanto maior a razão

de ADG, menor o rendimento da reação, considerando as mesmas condições reacionais para

todas as amostras. Os valores de rendimento da reação após os processos de purificação e nas

mesmas condições reacionais são mostrados na Tabela 9.

Tabela 9: Rendimento das reações.

Amostra Rendimento (%)

Pnipam 78

1:9 67

3:7 33

5:5 27

7:3 10

9:1 1

Poli(ADG) ND ND: Não determinado; não houve reação.

Fonte:Autor(2016)

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42

A mudança no rendimento da reação pode ser associada ao impedimento estérico da

ligação dupla no ADG, que provocaria uma mudança na taxa da reação, de modo que a taxa

de reação entre os monômeros da Nipam seria maior que a do ADG. Logo, para maiores

razões de ADG, o rendimento da reação foi mais baixo, nas mesmas condições de síntese.

Sabe-se que alguns fatores podem favorecer o aumento do rendimento de

polimerizações via radicais livres, como: O aumento da concentração dos monômeros e/ou o

aumento de temperatura. Porém, em ambos os casos, para os copolímeros de Nipam e ADG

existem vantagens e desvantagens na alteração destes parâmetros reacionais. O aumento da

concentração de monômeros no meio reacional provoca o aumento da probabilidade de

choques entre as moléculas e, consequentemente, aumento da cinética da reação (ATKINS;

PAULA, 2008), fazendo com que o rendimento da reação aumente (considerando o mesmo

tempo reacional). Porém, ao aumentar a velocidade da reação, e sabendo que a taxa de reação

da Nipam é maior que a do ADG, o que ocorre experimentalmente é a formação de um

agregado polimérico como um ‘olho de peixe’(Canevarolo, 2002) após pouco tempo de

reação. Este agregado, por ser insolúvel no meio reacional, não participa mais da reação, o

que pode provocar a terminação prematura da cadeia polimérica e um baixo rendimento. Estes

agregados não conseguem ser dissolvidos posteriormente, e seria obtido como produto, em

sua maior parte, uma mistura física de homopolímeros de Nipam e homopolímeros de ADG.

O aumento da temperatura seria uma possibilidade para aumentar a cinética da reação

e, assim, melhorar o rendimento. Entretanto, neste caso, o que ocorre é a formação dos

homopolímeros de Nipam. E a Pnipam, por sua vez, apresenta um comportamento

termossensível. Com isso, em temperaturas maiores que sua LCST, este polímero precipita,

deixando de participar da reação e, assim, provocando a terminação prematura da cadeia,

tendo como consequência a formação de um produto que em sua maior parte é formado por

uma mistura física de homopolímeros de Nipam e homopolímeros de ADG.

Deste modo, a síntese conduzida neste trabalho foi pautada no balanceamento das

vantagens e desvantagens da alteração dos parâmetros de temperatura da reação para uma

temperatura mais baixa que a LCST da Pnipam e a concentração de 0,15 mol.L-1

total de

monômeros, na qual não ocorre a formação dos agregados durante a síntese da Pnipam.

O indício de que a discussão acima é pertinente baseia-se no fato que, nas condições

reacionais impostas para os copolímeros, não foi possível formar poli(ADG) em quantidades

minimamente apreciáveis, sendo este polímero síntetizado em condições de temperatura e

concentração de monômero mais altas, o que propicionaria o aumento da cinética da reação e,

consequentemente, a formação de produto em um rendimento e tempo apreciáveis (as

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43

condições de síntese do Poli(ADG) foram as mesmas condições descritas no trabalho de

Borges et al. 2009).

5.5. DIFERENÇA DE COLORAÇÃO DENTRE OS PRODUTOS JÁ LIOFILIZADOS

A coloração e o aspecto do produto final seco são mostrados na Figura 24. A mudança

na cor e aspecto é um dos indícios do aumento da incorporação de ADG na amostra, visto que

o ADG possui uma coloração marrom. A maior quantidade de ADG no copolímero induz a

um aspecto quebradiço na amostra liofilizada.

A amostra Poli(Nipam:ADG) 1:9 não foi fotografada em função do baixo rendimento

e por já ter sido destinada, a outras análises. Entretanto, o aspecto foi semelhante ao do

Poli(ADG).

Figura 24: Fotografias dos polímeros sintetizados.

Pnipam Poli(Nipam:ADG) 9:1 Poli(Nipam:ADG) 7:3

Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp Poli(Nipam:ADG) 3:7

Poli(ADG) Fonte:Autor(2016)

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44

5.6. CARACTERIZAÇÃO DOS COPOLÍMEROS SINTETIZADOS COM FTIR.

A interpretação dos espectros de absorção na região do infravermelho foi feita tendo

como base os livros do Silverstein, Webster e Kiemle (2005) e Pavia et al. (2010). As bandas

características dos grupos funcionais em cada espectro são mostradas nas Tabelas 10 a 16 e

acompanhadas de seus respectivos gráficos de transmitância (Figura 25 a 31). Por fim, os

espectros são mostrados juntos para análise comparativa, tomando como referência as

absorções características da Pnipam e Poli(ADG).

5.6.1. CARACTERIZAÇÃO COM FTIR DA PNIPAM

Na Figura 25 é possível visualizar as bandas características de absorção do grupo

funcional amida em 1540 cm-1

, bem como as duas bandas características do grupo

isopropílico na amostra de Pnipam.

Figura 25: Espectro de absorção no infravermelho da Pnipam.

Fonte: Autor (2016)

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45

Tabela 10: Absorções indicadas no espectro da Pnipam.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1367

1387

Deformação angular da ligação C-H da metila 1459

Deformação angular da ligação N-H de amida 1540

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1638

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2877

2934

2972

Absorção harmônica do dobramento da ligação N-H 3075

Estiramento N-H de amida secundária 3287 Fonte:Autor (2016)

5.6.2. CARACTERIZAÇÃO COM FTIR DA POLI(NIPAM-CO-ADG) 9:1

Na Figura 26 é possível visualizar as bandas características de absorção ligadas ao

grupo funcional amida e éster bem como a presença das duas bandas características do grupo

isopropílico. Essas absorções indicam a presença dos dois monômeros na amostra.

Figura 26: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 9:1.

Fonte: Autor (2016)

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46

Tabela 11: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 9:1.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1367

1387

Deformação angular da ligação C-H da metila 1459

Deformação angular da ligação N-H de amida 1537

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1639

Estiramento C=O ligado a carbonila de éster 1729

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2877

2934

2972

Absorção harmônica do dobramento da ligação N-H 3075

Estiramento N-H de amida secundária 3288 Fonte:Autor (2016)

O estiramento da ligação OH na hidroxila ligado ao ADG ocorre na mesma região de

absorção da ligação N-H e deve estar sobreposta. Logo, a banda em 3288 cm-1

é fruto da

absorção dos grupos N-H e O-H.

5.6.3. CARACTERIZAÇÃO COM FTIR DA POLI(NIPAM-CO-ADG) 7:3.

A Figura 27 mostra que o estiramento na região de 3300 cm-1

, que na amostra

Poli(Nipam:ADG) 9:1 está com formato mais característico de estiramento ligado a N-H, na

amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3 encontra-se com formato mais característico da absorção de

O-H(Banda mais larga). Nesta região, ambas as ligações N-H e O-H absorvem e, tanto a

amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3 e Poli(Nipam:ADG) 9:1 possuem grupos funcionais

responsáveis por estas absorções (estes grupos funcionais também apresentam bandas isoladas

em outras regiões do espectro).

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47

Figura 27: Espectro de absorção no infravermelho da amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 12: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 7:3.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1368

1385

Deformação angular da ligação C-H da metila 1460

Deformação angular da ligação N-H de amida 1544

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1645

Estiramento C=O ligado a carbonila de éster 1730

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2875

2934

2971

Absorção harmônica do dobramento da ligação N-H 3075

Estiramento da ligação O-H com ligação de hidrogênio 3331 Fonte:Autor (2016)

Esta alteração na característica da banda pode estar associada ao fato da amostra

Poli(Nipam:ADG) 7:3 ter se tornado insolúvel em água durante a polimerização.

Possivelmente, com a progressiva incorporação do ADG na cadeia polimérica, as interações

hidrofóbicas entre as cadeias carbônicas desse monômero foram gradualmente aumentando,

provocando a precipitação do polímero sob a forma de “arranjos micelares”. Supõe-se que

nessas partículas, constituidads de “arranjos micelares”, as hidroxilas estariam posicionadas

mais livres para interações intermoleculares, intensificando e alargando a banda de

estiramento O-H. Outra consideração que condiz com esta explicação é a intensidade de

absorção das bandas de C=O de amida e de éster. Na amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3, a

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48

absorção de C=O de éster é mais intensa que a de C=O de amida. O oposto ocorreu na

amostra Poli(Nipam:ADG) 9:1. A explicação seria a maior incorporação de ADG na amostra

Poli(Nipam:ADG) 7:3, assim como, maior disponibilidade da carbonila de éster para

interações intermoleculares na superfície dos agregados.

Seguindo este raciocínio, a formação dos arranjos micelares deve ocorrer nos dois

casos (9:1 e 7:3). Entretanto, na amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3, o agregado seria mais

compacto, pois as interações P-P prevaleceriam.

5.6.4. CARACTERIZAÇÃO COM FTIR DA POLI(NIPAM-CO-ADG) 1:1 PPT E

POLI(NIPAM-CO-ADG) 1:1 SUSP.

Na Figura 28 e 29 da Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt e Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp. é

possível verificar a presença dos grupos funcionais ligados ao mero de nipam(amida) e ao

mero de ADG(éster) para as amostra.

Na amostra Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp, que se manteve dispersa no meio aquoso, a

intensidade do sinal de estiramento C=O ligado ao éster é bem menor que o estiramento C=O

ligado à amida o que pode ser um indicativo de menor incorporação do ADG. Já na amostra

Poli(Nipam:ADG) 1:1ppt, insolúvel em água o comportamento foi semelhante ao da amostra

Poli(Nipam:ADG) 7:3. A explicação, assim como na amostra Poli(Nipam:ADG) 7:3 está

associada à maior incorporação do ADG e contração do “arranjo micelar”.

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49

Figura 28: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 13: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 1:1 ppt.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1367

1386

Deformação angular da ligação C-H da metila 1460

Deformação angular da ligação N-H de amida 1546

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1644

Estiramento C=O ligado a carbonila de éster 1730

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2875

2934

2971

Estiramento N-H de amida secundária 3295 Fonte:Autor (2016)

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50

Figura 29: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 14: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 1:1 susp.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1367

1387

Deformação angular da ligação C-H da metila 1460

Deformação angular da ligação N-H de amida 1545

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1643

Estiramento C=O ligado a carbonila de éster 1722

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2877

2932

2971

Estiramento N-H de amida secundária associada ao estiramento O-H 3294 Fonte:Autor (2016)

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51

5.6.5. CARACTERIZAÇÃO COM FTIR DA POLI(NIPAM-CO-ADG) 3:7

Na Figura 30 da Poli(Nipam:ADG) 3:7 é possível verificar a presença dos grupos

funcionais ligados ao mero de nipam(amida) e ao mero de ADG(éster) indicadas no espectro.

Figura 30: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 3:7.

Fonte: Autor (2016)

Tabela 15: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 3:7.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1367

1386

Deformação angular da ligação C-H da metila 1459

Deformação angular da ligação N-H de amida 1546

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1641

Estiramento C=O ligado a carbonila de éster 1720

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2852

2873

2922

2970

Estiramento N-H de amida secundária associada ao estiramento O-H 3301 Fonte:Autor (2016)

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52

5.6.6. CARACTERIZAÇÃO COM FTIR DA POLI(NIPAM-CO-ADG) 1:9

Nos espectros das amostras Poli(Nipam:ADG) 3:7 e Poli(Nipam:ADG)1:9 (Figuras 30

e 31) é possível verificar a presença dos grupos funcionais ligados aos meros de ADG e aos

meros de Nipam e, assim como nas outras amostras, se observam as alterações na intensidade

das bandas referentes aos grupos C=O de éster e C=O de amida. A amostra Poli(Nipam:ADG)

1:9 é solúvel em água, enquanto a amostra Poli(Nipam:ADG) 3:7, não é solúvel. A explicação

deste comportamento pela formação de “arranjos micelares” é novamente plausível.

Figura 31: Espectro de absorção no infravermelho da Poli(Nipam:ADG) 1:9.

Fonte: Autor (2016)

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53

Tabela 16: Absorções indicadas no espectro da Poli(Nipam:ADG) 1:9.

Absorção ligada ao modo vibracional: ν (cm-1

)

Deformação angular da ligação C-H característico do grupo isopropílico 1368

1383

Deformação angular da ligação C-H da metila 1454

Deformação angular da ligação N-H de amida 1546

Estiramento C=O ligado a carbonila de amida 1643

Estiramento C=O ligado a carbonila de éster 1716

Estiramento C-H em carbono com hibridização sp3

2851

2870

2920

2954

Estiramento N-H de amida secundária associada ao estiramento O-H 3311 Fonte:Autor (2016)

A molécula de ADG possui a glicose como grupo terminal, que contribui para o

aumento da solubilidade em água. Entretanto, ligado à glicose, também há uma cadeia

hidrofóbica. Assim, a solubilidade do copolímero vai depender do balanço entre os grupos

hidrofílicos e hidrofóbicos.

A intensidade das bandas na espectroscopia de infravermelho não é necessariamente

quantitativa (LENG, 2013). Além disso, a concentração dos monômeros na cadeia polimérica

pode ser diferente da concentração de monômeros no meio reacional (COUTINHO;

OLIVEIRA, 2006). Entretanto, a intensidade maior da banda de C=O de éster em comparação

à banda de C=O de amida para o copolímero Poli(Nipam:ADG) 1:9, pode ser um indicativo

de maior incorporação do monômero de ADG na cadeia polimérica.

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54

5.6.7. ANÁLISE POR COMPARAÇÃO DOS POLÍMEROS SINTETIZADOS

A Figura 32 mostra os espectros de absorbância no infravermelho para todas as

amostras analisadas. Comparação entre os espectros torna evidente a diferença entre as

intensidades e as posições dos picos característicos dos grupos funcionais com a mudança na

razão de alimentação de Nipam e ADG nas amostras, sugerindo que as mudanças nas razões

molares dos comonômeros no meio reacional também repercutem proporcionalmente na

composição do copolímero.

Figura 32: Espectros de absorbância na região do infravermelho dos polímeros sintetizados.

Fonte:Autor (2016)

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55

5.7. CARACTERIZAÇÃO ESPECTROSCÓPICA DOS POLÍMEROS POR 1H RMN

A Figura 33 mostra o espectro de 1H RMN da Pnipam, a 25

oC, e a indicação dos

prótons relativos aos picos de absorção na estrutura. Nesta figura, é possível visualizar o

deslocamento químico (na parte de cima) e a razão de integração (na parte debaixo) dos picos.

Figura 33: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Pnipam.

Fonte: Autor(2016).

O hidrogênio “c” da ligação N-H na Pnipam, não indicado no espectro, pode estar

associado aos hidrogênios trocáveis com o D2O, tornando a intensidade muito pequena

(PAVIA et al., 2010). A Tabela 17 mostra o deslocamento químico (δ), e os dados de

integração e das áreas referentes a cada pico.

Tabela 17: Deslocamento químico do espectro de1H RMN da Pnipam.

Posição δ (ppm) Área de integração Variação em ppm

Razão de integração/

Número de prótons

envolvidos

e, f 1,16 1340982,02 0,98-1,28 6,00 / 6

a 1,60 438556,38 1,35-1,81 1,96 / 2

b 2,03 228173,44 1,89-2,25 1,02 / 1

d 3,91 223131,49 3,56-4,23 1 / 1 Fonte: Autor(2016).

O somatório das razões de integração (9,98) está de acordo com o número de

hidrogênios da molécula analisada (10).

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56

A Figura 34 mostra o espectro de 1H RMN do Poli(ADG), a 25

oC, e a indicação dos

hidrogênios relativos aos picos de absorção, assim como a estrutura do Poli(ADG). Os

deslocamentos químicos no espectro foram indicados com base no espectro de ADG do

trabalho de Sun et. al., (2014).

Figura 34: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Poli(ADG).

Fonte: Autor(2016).

Tabela 18: Deslocamento químico do espectro de1H RMN do Poli(ADG).

Posição δ (ppm) Área de integração

Razão de integração/

Número de prótons

envolvidos

b, d, e 1,69-1,94 140345,59 6,8 / 6

c, f 2,51-2,74 129248,29 6,2 / 5

k, j, i, h 3,36-4,12 109848,34 5,3 / 4

a 4,12-4,25 12463,01 0,6 / 1

g 4,41-4,64 28621,62 1,38 / 2

l 4,8 e 5,4 20621 1 / 1

1b-cis 4,9 28137,35 1,36 / 1

2b-trans 5,19 22708,19 1,1 / 1

3a 7,35 24544,98 1,19 / 1 Fonte: Autor(2016).

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57

Os picos 1, 2 e 3, que aparecem no espectro do Poli(ADG), são relativos aos três

prótons vinílicos oriundos do ADG resídual. A presença de monômero não reagido já havia

sido indicada no FTIR do poli(ADG) (Figura 22), através da presença do estiramento C=C,

possivelmente, em decorrência da purificação por precipitação com lavagem em acetona não

ter sido eficiente na remoção de todo o monômero não reagido.

O somatório das razões de integração (25,1) está de acordo com o número de

hidrogênios da molécula analisada (25), considerando a adição dos 3 hidrogênios vinílicos do

monômero não reagido.

A Figura 35 mostra o espectro de 1H RMN do Poli(Nipam-co-ADG)9:1, a 25

oC, a

indicação dos hidrogênios relativos aos picos de absorção e a estrutura do copolímero.

Figura 35: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Poli(Nipam-co-ADG)9:1

Fonte: Autor(2016).

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58

Tabela 19: Deslocamento químico do espectro de 1H RMN do Poli(Nipam-co-ADG)9:1.

Posição δ (ppm) Área de integração

D, E 0,95-1,35 572333,37

A 1,37-1,83 227803,59

B 1,92-2,13 85082,88

c, f 2,15-2,30 42394,33

C 3,91 122038,26

D2O 4,78 - Fonte: Autor(2016).

A região no espectro com δ entre 2,15 e 2,30, na Figura 34, foi atribuída aos

hidrogênios do mero de ADG, tendo como base o trabalho de Sun et. al., (2014) e a

comparação com o espectro do Poli(ADG) na Figura 34.

A razão molar entre os meros de Nipam e ADG foi estimada pela Equação 1, através

da integração dos picos relacionados aos hidrogênios na posição c, f do ADG e os hidrogênios

na posição D, E da Nipam. A estimativa da composição do copolímero foi de 9:1

(Nipam:ADG) conforme a quantidade utilizada no meio reacional durante a síntese.

Razão molar =(Área 𝐃, 𝐄 6)⁄

(Area 𝐜, 𝐟 4)⁄ Equação 1

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59

A Figura 36 mostra o espectro de 1H RMN do Poli(Nipam-co-ADG)1:9, a 25

oC, a

indicação dos hidrogênios relativos aos picos de absorção e a estrutura do copolímero.

Figura 36: Espectro de 1H RMN (600 MHz, D2O) da Poli(Nipam-co-ADG)1:9

Fonte: Autor(2016).

Tabela 20: Deslocamento químico do espectro de1H RMN do Poli(Nipam-co-ADG)1:9.

Posição δ (ppm) Área de integração

D, E 0,78-1,00 75133,22

b, d, e 1,06-1,21 149015,39

A 1,27-1,33 40427,05

b 1,61-1,74 82864,86

c, f 2,27-2,60 95907,4

C 2,93-3,05 14416,97

k, j, i, h 3,15-4,08 188611,1

a 4,14-4,30 10977,78

g 4,43-4,72 42499,86 Fonte: Autor(2016).

A região no espectro com δ entre 2,27 e 2,6 ppm, na Figura 36, foi atribuída aos

hidrogênios do mero de ADG, tendo como base o trabalho de Sun et. al., (2014) e a

comparação com o espectro do Poli(ADG) na Figura 34. O δ em 3 ppm pode estar

relacionado ao hidrogênio do grupo amida do mero de Nipam, sendo esta região característica

para absorção deste hidrogênio.

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60

A razão molar entre os meros de Nipam e ADG (Nipam:ADG=3:7), foi estimada pela

Equação 1, através da integração dos picos relacionados aos hidrogênios na posição c, f do

ADG e os hidrogênios na posição D, E da Nipam.

A diferença entre a razão de alimentação e a composição final do copolímero seria

esperada, já que, de um modo geral, nas copolimerizações, a diferença de reatividade dos

monômeros leva a incorporações dos meros na cadeia distintas das utilizadas no meio

reacional durante a síntese.

No caso do Poli(Nipam-co-ADG)1:9, mesmo o meio reacional contendo quantidades

altas de ADG, o que aumenta a probabilidade de sua incorporação, o impedimento estérico na

ligação dupla, frente a Nipam, poderia justificar a menor reatividade do monômero. Outro

indício da menor reatividade do ADG é a diminuição do rendimento da reação com o aumento

da alimentação de ADG (mostrado no tópico 5.2.2.).

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61

5.8.1H RMN COM VARIAÇÃO DA TEMPERATURA

A Pnipam, o Poli(ADG) e os copolímeros Poli(Nipam-co-ADG) 9:1, e Poli(Nipam-co-

ADG) 1:9 tiveram os espectros de 1H RMN obtidos em diversas temperaturas. Os resultados

são mostrados nas Figuras 37 a 40.

A Figura 37 mostra os espectros da Pnipam em função do aumento da temperatura.

Nesta concentração (0,1g/L-1

), a temperatura de 35oC corresponde à temperatura de

associação das cadeias e consequente precipitação, marcado pela ausência dos sinais relativos

aos hidrogênios ‘ a, b, d, e, f ’.

É possível visualizar o deslocamento do pico relativo ao hidrogênio do carbono

próximo ao nitrogênio e o deslocamento do pico relativo aos hidrogênios da água. A

diminuição do deslocamento químico destes hidrogênios pode estar associada ao processo de

desidratação das cadeias de Pnipam. O aumento da temperatura provoca a saída da água

estruturada próxima ao nitrogênio, o que diminui o efeito de desblindagem destes prótons (o

átomo de N é mais eletronegativo que o átomo de C).

Figura 37: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura para a Pnipam.

Fonte: Autor(2016).

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62

A Figura 38 mostra os espectros do Poli(ADG) em função do aumento da temperatura.

De um modo geral, o aumento de temperatura promoveu nesta amostra o aumento do

deslocamento químico de todos os sinais.

Figura 38: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura para o Poli(ADG).

Fonte: Autor(2016).

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63

A Figura 39 mostra os espectros da Poli(Nipam-co-ADG)9:1, em função do aumento

da temperatura. Diferente do que ocorre na amostra do Poli(ADG), apenas alguns picos são

visivelmente deslocados com o aumento da temperatura e, neste caso, o aumento da

temperatura promove o deslocamento do pico para regiões de maior blindagem.

Outra informação que pode ser extraída da Figura 39, é a temperatura de precipitação

da amostra, por volta de 37oC, que corresponde a temperatura de associação das cadeias e

consequente precipitação, marcada pela ausência dos sinais no espectro.

Entre 2,15 e 2,25 ppm é possível visualizar a alteração no deslocamento do pico,

depois de 37 o

C, para regiões de menor blindagem, semelhante ao que ocorre no espectro do

Poli(ADG) (Figura 37), e pode estar associado a presença de monômero de ADG residual.

Figura 39: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura da Poli(Nipam-co-

ADG)9:1.

Fonte: Autor(2016).

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64

A Figura 40 mostra os espectros da Poli(Nipam-co-ADG)1:9 em função do aumento

da temperatura. Neste caso, com exceção do pico relativo à água, todos os picos têm uma

tendência semelhante ao que ocorre com o Poli(ADG), porém o pico da água se desloca para

regiões de maior blindagem com o aumento da temperatura, semelhante ao que ocorre na

Pnipam.

Na faixa de temperatura avaliada, não foi verificada a precipitação do polímero:

Consequentemente, não houve ausência de sinais no espectro com o aumento da temperatura.

Figura 40: Análise espectroscópica de 1H RMN (600 MHz, D2O) em função da temperatura da Poli(Nipam-co-

ADG)1:9.

Fonte: Autor(2016).

Sabe-se que a variação no ambiente químico é o que dá origem a diferenças no

deslocamento químico, pois os hidrogênios de uma molécula são blindados pelas nuvens

eletrônicas que os cercam (SILVERSTEIN, WEBSTER e KIEMLE, 2005 e PAVIA et al.,

2010). Pelos espectros de 1H RMN em função da temperatura, mostrados nas Figuras 36 a 39,

pode-se inferir que o aumento da temperatura provoca mudança no ambiente químico da água

nas amostras dos polímeros estudados, como mostra a Figura 41.

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65

Figura 41: Deslocamento químico da água em função da temperatura para soluções de Pnipam, Poli(ADG),

Poli(Nipam-co-ADG) 9:1 e Poli(Nipam-co-ADG) 1:9.

Fonte: Autor(2016).

A Figura 41 evidencia a influência da temperatura sobre o deslocamento químico dos

hidrogênios das soluções poliméricas analisadas, que ocorre de maneira pronunciada nas

soluções de Pnipam, Poli(Nipam-co-ADG) 9:1 e Poli(Nipam-co-ADG) 1:9, o que pode estar

associado à presença dos meros de Nipam e sua característica termoassociativa, de modo que,

em temperatura mais altas, a água tende a sair das proximidades do grupo amida, blindando os

hidrogênios e diminuindo o deslocamento químico. O mesmo efeito foi descrito por Contreras

e Agarwal (2016) ao estudar a variação da ligação de hidrogênio nos grupo amida, como

função da temperatura, utilizando 1H RMN.

4,4

4,5

4,6

4,7

4,8

4,9

5

15 20 25 30 35 40 45

δ(p

pm

)

Temperatura (oC)

Pnipam Poli (ADG) Poli(Nipam-co-ADG)9:1 Poli(Nipam-co-ADG)1:9

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66

5.9. ANÁLISE REOLÓGICA DA PNIPAM E DO POLI(NIPAM-CO-ADG)9:1

As medidas de viscosidade aparente (ƞaparente) em função da taxa de cisalhamento para

as amostras de Pnipam (Figura 42) e Poli(Nipam-co-ADG)9:1 (Figura 43) evidenciam o

ganho de viscosidade do polímero através da inserção de pequenas quantidade de ADG.

Em ambos os polímero, observa-se um comportamento pseudoplástico em solução

aquosa, onde a viscosidade aparente diminui com aumento da taxa de cisalhamento

(MACHADO, 2002), pois as cadeias do polímero estão estendidas e alinhadas em direção ao

fluxo. A modificação na conformação do polímero em solução de novelo aleatório à cadeia

estendida diminui o volume hidrodinâmico, que leva à diminuição da viscosidade com o

aumento da taxa de cisalhamento.

A viscosidade é consequência do volume hidrodinâmico das moléculas. Quanto maior

o volume hidrodinâmico, maior a viscosidade da solução (KULICKE; CLASEN, 2004). O

aumento de viscosidade das soluções de Poli(Nipam-co-ADG)9:1, frente a Pnipam, está

atrelado ao aumento do volume hidrodinâmico que a inserção dos meros de ADG(com grupo

lateral mais volumoso que a Nipam) provocou na cadeia do polímero (Figura 44).

Figura 42: Curvas de viscosidade para soluções aquosas de Pnipam a diferentes concentrações.

Fonte: Autor (2016).

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67

Figura 43: Curvas de viscosidade para soluções aquosas da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 a diferentes concentrações.

Fonte: Autor(2016).

Figura 44: Ilustração do aumento do volume hidrodinâmico resultante da inserção dos meros de ADG.

Fonte: Autor(2016).

Para a Pnipam, é possível obter um valor aproximado de massa molar utilizando os

dados obtidos da análise reológica. Ao se considerar a faixa de cisalhamento entre 800 e 1000

s-1

, a viscosidade aparente (ƞaparente) é praticamente constante, frente à taxa de cisalhamento.

Nesta condição, as cadeias do polímero estão estendidas ao máximo e alinhadas em direção ao

fluxo.

Considerando que a ƞaparente nesta região seja semelhante à viscosidade aparente obtida

em um viscosímetro capilar, e tendo as constantes viscosimétricas K e a do polímero, é

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68

possível se obter uma aproximação da massa molar através da utilização da equação de Mark-

Houwink (Equação 2) (KULICKE; CLASEN, 2004).

[ƞ] = 𝐾 × �̅� 𝛼

Equação 2

[ƞ]: Viscosidade intrínseca; K e α: Constantes Viscosimétricas e �̅�: Massa molar viscosimétrica média.

Partindo dos resultados de viscosidade das soluções de Pnipam, tendo K igual 2,26

x10-4

cm3. g

-1 e a igual a 0,97 a 25

oC (JIANG et al., 2010) a viscosidade intrínseca([ƞ]) é

obtida através do limite da viscosidade reduzida (ƞreduzida) quando a concentração tende a zero.

Desse modo a [ƞ] foi de 1,77 dL.g-1

e a massa molar média foi de 1.104

g. mol-1

.

A Figura 45 mostra as curvas de viscosidade em escala logarítmica para a Pnipam e

para o Poli(ADG). Nessa figura é possível visualizar que entre as concentrações de 1,5 e 2

g.L-1

, para a Poli(Nipam-co-ADG)9:1, ocorre um aumento de viscosidade brusco na solução.

E este aumento de viscosidade é ainda mais pronunciado a baixas taxas de cisalhamento. Este

comportamento é característico de polímeros associativos e a resposta viscosimétrica ao

cisalhamento nestes casos depende de dois tipos de interação: As físicas, decorrentes dos

entrelaçamentos, e as químicas, decorrentes do tipo e força das interações moleculares

(CASTILLO-TEJAS et al., 2016).

Figura 45: Curvas de fluxo da Pnipam e da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 em escala logarítmica.

1

10

100

5 50 500

ƞap

aren

te

Taxa de cisalhamento(s-1)

Poli(Nipam-co-ADG)9:1

0,5 g. L-1

1 g.L-1

1,5 g.L-1

2 g. L-1

3 g.L-1

4 g.L-1

5 g.L-1

6 g.L-1

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69

Fonte: Autor (2016).

A Figura 46 mostra a comparação entre a média da viscosidade aparente (entre 800 e

1000 s-1

) em função da concentração para a Pnipam e o copolímero poli(Nipam-co-ADG)9:1.

Neste gráfico fica ainda mais evidente a mudança no comportamento em solução da Pnipam

pela inserção de 10% de ADG. A característica associativa da molécula, possivelmente, levou

à formação de uma estrutura semelhante a uma ‘renda’ com, maior volume hidrodinâmico que

a cadeia isolada, aumentando a viscosidade da solução.

Figura 46: Relação entre a viscosidade aparente e a concentração para a Pnipam e Poli(Nipam-co-ADG)9:1.

Fonte: Autor (2016).

1

10

5 50 500

ƞap

aren

te

Taxa de cisalhamento(s-1)

Pnipam

1 g. L-1

2 g. L-1

3 g.L-1

4 g.L-1

5 g.L-1

6 g.L-1

1

10

0,1 1 10

ƞap

aren

te (cP

)

Concentração (g.L-1)

Poli(Nipam-co-ADG)9:1 Pnipam

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70

Além do efeito de aumento do volume hidrodinâmico causado pela inserção do grupo

lateral mais volumoso do ADG, que justifica a maior viscosidade da solução de Poli(Nipam-

co-ADG)(9:1) frente a Pnipam (Figura 44), deve-se considerar o efeito da formação de

agregados, decorrentes das associações moleculares que contribuirão com o aumento da

viscosidade da solução na Poli(Nipam-co-ADG)9:1.

Sun et al. (2014) obtiveram a concentração micelar critica da Poli(Nipam-co-ADG)9:1

igual 0,31 g.L-1

, ou seja, nas concentrações utilizadas neste trabalho para análise reológica, o

agregado micelar já estaria formado, de modo que o ganho de viscosidade entre 1 e 1,5 g.L-1

seria decorrente da associação dos ‘agregados micelares’, conforme ilustrado na Figura 47.

Figura 47: Ilustração do esperado para o comportamento da Poli(Nipam-co-ADG)9:1 em função da concentração

da solução.

Fonte: Autor (2016).

Espera-se que a formação dos agregados só aumente com o aumento da concentração

de polímero, porém, como visto na Figura 46, a viscosidade aumenta e em seguida diminui,

entre 1 e 3 g.L-1

, e continua com a tendência inicial. Os resultados de viscosidade da

Poli(Nipam-co-ADG)9:1 nas concentrações de 1, 1,5 e 2 g.L-1

foram ensaiados repetidamente,

e o comportamento permaneceu.

Não há dados na literatura que informem acerca da reologia da Poli(Nipam-co-

ADG)9:1, e os dados disponíveis até o momento não elucidam de que maneira a concentração

afeta a formação dos agregados (tamanho e forma) suficientes para explicar completamente o

comportamento nesta faixa de concentração.

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71

5.10. ANÁLISE ELEMENTAR DE C, H e N DOS HOMOPOLÍMEROS E

COPOLÍMEROS

Os resultados da análise elementar dos copolímeros (Tabela 21) mostram uma grande

diferença entre o valor esperado e o obtido experimentalmente.

Tabela 21: Porcentagem de carbono, nitrogênio, hidrogênio e oxigênio para os polímeros sintetizados.

Nipam:ADG1

C (%) N (%) H(%) O% a) b) a)

b)

a)

b)

a) b)

100:0 63,68 57,32 12,38 12,98 9,80 3,39 14,14 26,3

90:10 60,64 56,09 9,22 10,86 9,07 8,49 21,07 24,54

70:30 55,50 60,20 5,59 11,03 7,88 7,72 31,03 21,03

50:50 (ppt) 53,68 59,22 3,13 11,28 7,43 7,92 35,75 21,56

30:70 53,18 58,51 1,51 10,62 7,29 8,33 38,01 22,52

10:90 52,14 57,28 0,43 8,52 7,04 8,43 40,39 22,59

0:100 51,70 57,32 - - 6,9 6,2 41,3 25,76

50:50 (susp.) 53,68 60,07 3,13 13,85 7,43 8,44 35,75 36,43 1Proporção de alimentação da síntese.

a)Calculada com base na proporção de alimentação.

b)resultado experimental da análise elementar de C, N e H.

Fonte: Autor (2016).

Utilizando os resultados da Tabela 21, é possível estimar a porcentagem de

incorporação dos comonômeros na cadeia (Tabela 22).

Tabela 22: Porcentagem de incorporação dos comonômeros nos polímeros.

Nipam:ADG Nipam ADG

90:10 82 18

70:30 84 16

50:50 (ppt) 84 16

30:70 83 17

10:90 77 23

50:50 (susp.) 89 11 Fonte: Autor (2016).

A análise elementar é uma técnica que pode ser realizada em estado sólido. Dessa

forma, pode fornecer informações a cerca da composição dos copolímeros insolúveis. Como

já era esperado, apesar da quantidade de ADG alimentada na síntese ser muito maior que a

quantidade de Nipam, a inserção de ADG na cadeia foi baixa. A diferença entre os valores

calculados e os valores experimentais pode ser atribuída ao fato da síntese realizada nas

mesmas condições para todos os copolímeros em alguns casos ser homogênea (Poli(Nipam-

co-ADG)9:1 e Poli(Nipam-co-ADG)1:9) e em outros casos ser heterogênea(Poli(Nipam-co-

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72

ADG)7:3, Poli(Nipam-co-ADG)1:1 e Poli(Nipam-co-ADG)3:7), em função da insolubilidade

do produto formado e as diferenças na reatividade dos monômeros utilizados em

consequência do impedimento estérico.

Outra observação que indica que nos casos da síntese heterogênea a alteração das

razões de alimentação pouco afetou a composição do produto final é a proximidade dos

valores de nitrogênio, que indica uma composição química similar. Estas observações indicam

que, nas três reações, o produto obtido foi similar, ou seja, a alteração na alimentação do

monômero de ADG não afetou a composição do copolímero, o que justifica a diminuição do

rendimento da reação, pois muito do ADG não reagiu.

A amostra Poli(Nipam-co-ADG)1:1ppt, foi fotografada, em meio aquoso (polar) e em

aguarrás (apolar). As fotos das suspensões em função do tempo são apresentadas na Figura

48.

Figura 48: Acompanhamento visual da estabilidade da suspensão da Poli(Nipam-co-ADG)1:1ppt.

Fonte: Autor(2016)

A Poli(Nipam-co-ADG)7:3 apresentou um comportamento semelhante a Poli(Nipam-

co-ADG)1:1ppt. Nas fotos é possível visualizar que as suspensões do polímero são bastante

estáveis em meio aquoso, pois mesmo após 24 horas grande, parte do polímero ainda

permanecia em suspensão, diferentemente da suspensão em aguarrás (meio apolar), onde a

suspensão foi pouco estável.

Este resultado qualitativo sugere que a superfície da partícula seja bastante hidrofílica.

Conforme mencionado anteriormente, espera-se que a partícula precipitada durante a síntese

se apresente como agregado micelar, com superfície predominantemente hidrofílica e núcleo

predominantemente hidrofóbico.

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73

6. CONCLUSÕES

O procedimento de síntese utilizado, neste trabalho, levou à obtenção de copolímeros

solúveis e insolúveis, a partir do adipato de glicose(ADG) e a N-isopropilacrilamida(Nipam),

ambos monômeros solúveis em meio aquoso, através da variação da razão molar dos

comonômeros.

Não há relato, na literatura de formação de estruturas insolúveis a partir da

copolimerização desses monômeros. É possível que a tendência natural de agregação micelar,

resultante da incorporação de ADG na cadeia, justifique a produção de copolímeros insolúveis

(nas razões de alimentação 7:3, 1:1, 3:7 - Nipam:ADG). Nesses casos, a tendência de

agregação dos meros de ADG aliada à associação hidrofóbica dos grupos isopropil nos meros

de Nipam, justificaria a produção de copolímeros que interagem melhor entre si do que, com

o solvente.

A diminuição do rendimento da reação, com o aumento da incorporação de ADG,

pode estar associada a menor reatividade do monômero, decorrente do impedimento estérico

na ligação vinílica, assim como as condições de temperatura e concentração dos monômeros

na síntese dos copolímeros, já que foi observado que nas condições empregadas para síntese

dos copolímeros não há formação de Poli(ADG).

Os resultados de FTIR comprovaram a obtenção do monômero de ADG e do

Poli(ADG). Nos copolímeros, foi possível visualizar a presença dos grupos amida, éster e

álcool, presentes nos monômeros de partida, comprovando a incorporação dos monômeros.

Os resultados de 1H RMN comprovaram a estrutura da Pnipam, do Poli(ADG), do

Poli(Nipam-co-ADG) 9:1 e Poli(Nipam-co-ADG) 1:9. A identificação dos picos teve como

base os dados da literatura e a expectativa de deslocamento químico considerando o ambiente

químico do hidrogênio na molécula. A razão molar dos monômeros no Poli(Nipam-co-ADG)

9:1 foi de 9:1(Nipam: ADG), e para o Poli(Nipam-co-ADG) 1:9 foi de 3:7(Nipam: ADG).

Através da análise de 1H RMN, pode-se, comprovar o caráter termoassociativo da

Pnipam e do copolímero Poli(Nipam-co-ADG) 9:1, e no caso da Poli(Nipam-co-ADG) 1:9,

não foi verificado o desaparecimento dos sinais com o aumento da temperatura.

Os resultados da análise reológica confirmaram o comportamento associativo da

Poli(Nipam-co-ADG) 9:1 em solução gerando ‘agregados micelares’, de alto volume

hidrodinâmico, conferindo uma viscosidade mais alta que o polímero não

modificado(Pnipam).

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74

7. REFERÊNCIAS

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Souza. Cromatografia: Princípios básicos e técnicas afins. Rio de Janeiro: Editora

Interciência, 2003. 1 v.

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2, p.255-260, mar. 2004. DOI: 10.1021/bm034199u. Disponível em:

http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/bm034199u . Acesso em: 12 jul. 2016.

ALBERTIN, Luca et al. Solvent and oxygen effects on the free radical polymerization of 6-O-

vinyladipoyl-d-glucopyranose. Polymer, Sydney, v. 46, n. 9, p.2831-2835, abr. 2005.

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Natal, v. 29, n. 2, p.519-523, mar. 2009. DOI: 10.1016/j.msec.2008.09.013. Disponível em:

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80

8. ANEXO

A cromatografia de camada delgada teve por objetivo diferenciar os eluentes da coluna

cromatográfica, conforme mencionado no tópico 5.3. Na Figura 48 é possível visualizar as

amostras A (mistura de glicoseresídual e ADG)após procedimento em rotaevaporador e B

(branco da síntese: mistura de glicose, ADV, DMF e água). Nessas amostras é identificado o

deslocamento da glicose, em azul, e em B o deslocamento do ADG. Nos retângulos da linha

de base foram depositados dez eluentes, coletados em sequência, da coluna cromatográfica.

Dos dez eluentes apenas, as amostras 10, 11, 12 e 13 continham o monômero de ADG.

Conforme descrito na metodologia (tópico 4.2.), as amostras em que foram identificadas a

presença do ADG foram misturadas e concentradas, através de aquecimento brando(40oC)

para evaporação do solvente.

Figura 49: Cromatografia de camada delgada dos eluentes da coluna cromatográfica para obtenção do ADG.

Fonte: Autor(2016).

Tendo como objetivo diferenciar o monômero ADG do ADV, a cromatografia de

camada delgada foi feita para o ADV, e nela foi possível visualizar que o ADV apolar é

completamente arrastado pelo eluente, e como não possui hidroxilas, a região do

deslocamento não fica escura, marcada como um borrão na linha de chegada da fase móvel

(Figura 49).

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Figura 50: Cromatografia de camada delgada do ADV.

Fonte: Autor(2016).

As outras placas cromatográficas utilizadas possuem o mesmo comportamento

mostrado na Figura 48.