Tipologia textual - Professor Jason Lima

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Para entendermos mais sobre “o que é um

texto” e consequentemente compreendê-lo

bem, precisamos ter contato com diferentes

tipos de texto, ou modos de organização do

discurso.

A tipologia textual trata da forma como um

texto se apresenta e se organiza. Existem cinco

tipos clássicos que aparecem em prova.

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O texto narrativo é uma modalidade textual

em que se conta um fato, fictício ou não,

que ocorreu num determinado tempo e lugar,

envolvendo certos personagens. Toda

narração tem um enredo ou intriga – o

encadeamento, a sucessão dos fatos, o

conflito que se desenvolve, podendo ser

linear ou não.

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Características principais:

• O tempo verbal predominante é o passado.

• Alguns gêneros textuais narrativos: piada, fábula,

parábola, epístola (carta com relatos), conto,

novela, epopeia, crônica, romance.

• Quem conta (narrador), o que ocorreu (o enredo),

com quem ocorreu (personagem), como ocorreu

(conflito/clímax), quando/onde ocorreu

(tempo/espaço) são elementos presentes neste tipo

de texto.

• Foco narrativo com narrador de 1a pessoa (participa

da história) ou de 3a pessoa (não participa da história

– onisciente ou observador). 4

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Exemplo:

Numa noite brilhante do mês de fevereiro (tempo),

Fernando e Juliana (personagens) caminhavam pela

rua (espaço) que conduzia à praça, ao sabor das

estrelas (foco narrativo de 3a pessoa). Como em um

conto de fadas, ela estava totalmente apaixonada

por mim, o Fernando da história (foco narrativo de 1a

pessoa). Era o momento ideal para ser atrevido,

surpreendendo-a. Foi nesse momento que o rapaz

(infelizmente este sou eu de novo) tomou um tapa

daqueles na cara! (clímax) (o todo é o enredo) Eita!

Bendita autoestima.

Tempo predominante: pretérito perfeito

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A descrição é uma modalidade de composição

textual cujo objetivo é fazer um retrato por

escrito (ou não) de um lugar, uma pessoa, um

animal, um pensamento, um sentimento, um

objeto, um movimento etc.

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Características principais:

Os recursos formais mais encontrados são os de

valor adjetivo (adjetivo, locução adjetiva e

oração adjetiva), por sua função caracterizadora.

Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente

numa enumeração.

A noção temporal é normalmente estática.

Normalmente usam-se verbos de ligação para

abrir a definição.

Normalmente aparece dentro de um texto

narrativo.

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Exemplo:

Era uma casa (objeto da descrição) muito engraçada

(adjetivo descritivo subjetivo)

Não tinha teto, não tinha nada (descrição)

Ninguém podia entrar nela, não (narração)

Porque na casa não tinha chão (descrição)

Ninguém podia dormir na rede (narração)

Porque na casa não tinha parede (descrição)

Ninguém podia fazer pipi (narração)

Porque penico não tinha ali (descrição)

Mas era feita com muito esmero (descrição)

Na rua dos bobos, número zero (descrição)

(Vinícius de Moraes) 9

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Os textos descritivos estão divididos em

estáticos ou dinâmicos. Em uma descrição

estática não haverá movimento. Já na

dinâmica, cada movimento será transformado

em imagem e apresentado ao público. Neste

dinamismo não existem progressões temporais,

as ações acontecem ao mesmo tempo. Em uma

descrição dinâmica não podemos apresentar

relações de posterioridade e anterioridade.

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Exemplo:

“Brancas rochas, pelas encostas, alastravam a

sólida nudez do seu ventre polido pelo vento e

pelo sol; outras, vestidas de líquen e de silvados

floridos, avançavam como proas de galeras

enfeitadas; e, de entre as que se apinhavam

nos cimos, algum casebre que para lá galgara,

todo amachucado e torto, espreitava pelos

postigos negros, sobre as desgrenhadas farripas

de verdura, que o vento lhe semeara nas telhas.

Por toda a parte a água sussurrante, a água

fecundante…” Eça de Queirós

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A injunção indica como realizar uma ação,

aconselha, impõe, instrui o interlocutor. Chamado

também de texto instrucional, o tipo de texto

injuntivo é utilizado para ordenar, pedir, indicar.

É relacionado à função apelativa/conativa da

linguagem.

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Características principais:

Normalmente apresenta frases curtas e objetivas,

com verbos de comando, com tom imperativo; há

também o uso do futuro do presente (10

mandamentos bíblicos e leis diversas).

Essas características são encontradas em vários

gêneros textuais, como horóscopos, receitas de

bolo, discursos de autoridades, manual de

instruções, livros de autoajuda, leis etc.

Marcas de interlocução: vocativo, verbos e

pronomes de 2ª pessoa ou 3ª pessoa (você,

vocês), perguntas reflexivas etc.

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O texto dialogal (ou diálogo, ou dialogismo)

normalmente aparece dentro de um texto

predominantemente narrativo para materializar o

intercâmbio entre personagens (a interlocução),

que vão apresentando a história através da

conversa; presente no gênero dramático (peças

de teatro).

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Características principais:

Na organização gráfica, é normal o uso de

pontuação (travessões ou aspas) para indicar as

falas das personagens (iniciadas por letra

maiúscula), antecipada por verbo dicendi (verbo

elocutivo) e dois-pontos; resumindo: discurso

direto.

Pode conter marcas da linguagem oral, como

pausas e retomadas.

Marcadores conversacionais: então, ora pois, pois

é, bem, mas vá lá, diz lá, pronto, assim, e tal,

não pode ser, não me digas, tipo, que tal?, não é

(né)?, não é verdade?, não é assim?, não achas?

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A velhinha contrabandista – Sérgio Porto

(Stanislaw Ponte Preta)

Diz que era uma velhinha que sabia andar de

lambreta. Todo dia ela passava na fronteira

montada na lambreta, com um bruto saco atrás da

lambreta. O pessoal da alfândega - tudo malandro

velho - começou a desconfiar da velhinha.

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco

atrás, o fiscal da alfândega mandou ela parar. A

velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra

ela:

- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui

todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a

senhora leva nesse saco?

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A velhinha sorriu e respondeu:

- É areia!

Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia

nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta

para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal

esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito

encabulado, ordenou à velhinha fosse em frente.

Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco

de areia atrás.

Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a

velhinha passasse um dia com areia e no outro com

moamba, dentro daquele maldito saco. No dia

seguinte, quando ela passou na lambreta com o

saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.

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Perguntou o que é que ela levava no saco e ela

respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e

era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal

interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela

levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou:

- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com

quarenta anos de serviço. Manjo essa coisa de

contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça

que a senhora é contrabandista.

- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E

já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:

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- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar.

Não dou parte, não apreendo, não conto nada a

ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o

contrabando que a senhora está passando por aqui

todos os dias?

- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a

velhinha.

- Juro - respondeu o fiscal.

- É lambreta.

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O texto dissertativo pode ser expositivo ou

argumentativo.

Dissertação Expositiva

Este tipo de texto é caracterizado por esclarecer

um assunto de maneira atemporal com o objetivo

de explicá-lo de maneira clara, sem intenção de

convencer o leitor ou criar debate.

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Características principais:

Apresenta introdução, desenvolvimento e

conclusão.

O objetivo não é persuadir, mas meramente

explicar, informar.

Normalmente a marca da dissertação é o verbo

no presente.

Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade

ou defesa de ponto de vista.

Apresenta linguagem clara e imparcial.

Também pode ser chamado de informacional.

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Exemplo:

O texto dissertativo consiste na ampliação, na

discussão, no questionamento, na reflexão, na

polemização, no debate, na expressão de um

ponto de vista, na explicação a respeito de um

determinado tema. (introdução) Existem dois

tipos de dissertação bem conhecidos: a

dissertação expositiva (ou informativa) e a

argumentativa (ou opinativa). (desenvolvimento)

Portanto, pode-se dissertar simplesmente

explicando um assunto, imparcialmente, ou

discutindo-o, parcialmente. (conclusão)

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Este tipo de texto – muito frequente nas provas

de concursos! – apresenta posicionamentos

pessoais e exposição de ideias apresentadas de

forma lógica. Com razoável grau de objetividade,

clareza, respeito pelo registro formal da língua e

coerência, seu intuito é a defesa de um ponto de

vista que convença o interlocutor (leitor ou

ouvinte).

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Características principais:

Presença de estrutura básica (introdução,

desenvolvimento e conclusão): ideia principal do

texto (tese); argumentos (estratégias

argumentativas: causa- efeito, dados

estatísticos, testemunho de autoridade,

citações, confronto, comparação, fato-

exemplo, enumeração...); conclusão (síntese

dos pontos principais com sugestão/solução).

Principais gêneros textuais em que se observam

características desse tipo de texto: redação de

concursos, artigos de opinião, cartas de leitor,

discursos de defesa/acusação, resenhas...

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Exemplo de texto dissertativo-argumentativo:

A maioria dos problemas existentes em um país em

desenvolvimento podem ser resolvidos com uma eficiente

administração política (tese), porque a força governamental

certamente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por

negligência de nossos representantes – vêm aterrorizando as

grandes metrópoles. Isso ficou claro no confronto entre a

força militar do RJ e os traficantes, o que comprovou uma

verdade simples: se for do desejo dos políticos uma mudança

radical visando o bem-estar da população, isso é plenamente

possível (estratégia argumentativa: fato-exemplo). É

importante salientar, portanto, que não devemos ficar de

mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o

caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar

com uma cobrança efetiva (conclusão).

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O melhor leitor de um texto é aquele que

não se apega a frases soltas dentro dele,

mas que observa o contexto (o entorno do

texto). Não há texto que possa ser bem lido

e compreendido sem que se considerem

também as questões extralinguísticas, as

quais cerceiam o discurso do autor, a saber:

sua visão de mundo, seu contexto histórico e

social.

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Perceber que existem parágrafos separando ideias

que se relacionam já é um bom começo para

dominar a leitura de um texto.

Eu, Jason , quando leio um texto “pretensioso”,

complexo, divido minha leitura pelos parágrafos e

faço pequenos resumos do que consta do parágrafo.

É certo que existem certas estratégias para facilitar

ainda mais a leitura e compreensão de um texto.

Uma delas é o reconhecimento dos modos de

organização discursiva, tipologia textual. Saber as

características de um tipo de texto e também de um

gênero textual facilita muito a vida de quem

pretende “decifrar” um texto.

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Agora chegou o momento de assimilar algumas

estratégias que facilitarão a intelecção (compreensão)

de um texto.

Antes, porém, já reparou que, normalmente, a banca

põe no conteúdo programático “Compreensão e

Interpretação de Texto”?

Mas qual é a diferença entre compreensão e

interpretação? Compreender é ter a habilidade de

perceber o significado de algo, analisar o que realmente

está escrito. Já interpretar significa dar sentido a,

deduzir de maneira lógica, inferir, chegar a uma

conclusão do que se lê nas entrelinhas do texto.”. A

interpretação está muito ligada ao subentendido, ou

seja, ao que está nas entrelinhas logo ela trabalha com

o que se pode deduzir de um texto. 34

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1a piada:

– Como é que chama um bandido armado até os dentes?

– Eu o chamaria de senhor.

2a piada:

– O que o senhor fazia no emprego anterior?

– Era funcionário público.

– Ok... o senhor pode contar até dez?

– Claro. Um, dois, três, quatro, cinco, seis... valete, dama,

rei...

Em suma, a interpretação depende do subentendido, do

conhecimento de mundo. A compreensão depende do

que está claramente percebido na leitura de um texto. 35

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Método dos “dez mandamentos” da interpretação:

1º. Leia o texto despretensiosamente uma primeira

vez, como se quisesse apenas se inteirar do assunto e

para observar como ele foi articulado: narração,

descrição, dissertação...

2º. Na segunda vez, resuma cada parágrafo, buscando

sempre a ideia mais importante dele; parafraseie as

ideias para ficarem mais claras em sua mente. Releia

quantas vezes forem necessárias (administre seu

tempo!).

3º. Em textos dissertativos, não deixe de sublinhar o

tópico frasal (a frase mais importante, geralmente a

primeira do parágrafo) de cada parágrafo, pois lá

estará a opinião ou tese do autor.

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4º. Como normalmente os textos das provas de concurso

são dissertativo-argumentativos, observe as estratégias

de argumentação do texto: causa-efeito, dados

estatísticos, testemunho de autoridade, comparação,

fato-exemplo, enumeração.

5º. Mais do que isso, observe entre cada par de

parágrafos se há entre eles alguma relação de

esclarecimento, resumo, explicação, exemplificação,

descrição, enumeração, oposição, conclusão (estude os

operadores argumentativos para este fim).

6º. Importante: se o enunciado mencionar tema ou ideia

principal, ele se refere à tese. Vá direto ao(s)

parágrafo(s) de introdução ou conclusão do texto;

sempre há uma reiteração do conteúdo principal do

texto.

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7º. Não se desespere com palavras técnicas ou não

usuais, pois elas não são o foco da questão, geralmente;

no entanto, tente depreender o sentido delas pelo

contexto.

8º. Não queira adivinhar o que o autor quis dizer, mas

apegue-se tão somente ao texto, nunca extrapole a visão

dele. Seja objetivo, não “viaje”, pois as respostas são

encontradas no texto! Por isso, procure as “pistas”

espalhadas nele.

9º. Nas questões, busque o comando delas, e sublinhe,

para manter o foco: “Infere-se... Deduz-se... Conclui-

se... A ideia central é...”.

10º. MARQUE A QUESTÃO CERTA, POR FAVOR!

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