Relatório Planeta Vivo 2010 (WWF - Global Footprint Network)
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8/8/2019 Relatrio Planeta Vivo 2010 (WWF - Global Footprint Network)
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Biodiversidade, biocapacidade
e desenvolvimento~
Planeta VivoRelatrio 2010
ESTE RELATRIOFOI PRODUZIDOEM COLABORAOCOM:
INT
2010
REPORT
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W W F
O WWF uma das maiores e mais experientes organizaesindependentes dedicadas conservao em nvel mundial, com
mais de 5 milhes de afiliados e uma rede global ativa em mais de
100 pases.
A misso do WWF conter a degradao do ambiente natural doplaneta e construir um futuro em que seres humanos vivam em
harmonia com a natureza, por meio da conservao da diversidadebiolgica do mundo, assegurando a sustentabilidade dos recursosnaturais renovveis e promovendo a reduo da poluio e do
consumismo.
Sociedade Zoolgica de Londres
Fundada em 1826, a Sociedade Zoolgica de Londres (ZSL) uma organizao cientfica, conservacionista e educacional
internacional. Sua misso alcanar e promover a conservaoda fauna e de seu habitat em escala mundial. A ZSL administra o
Zoolgico de Londres e o Zoolgico Whipsnade, realiza pesquisacientfica no Instituto de Zoologia e tem participao ativa na rea
de conservao no cenrio mundial.
Rede Global da Pegada Ecolgica
A rede Global Footprint Network (Rede Global da Pegada Ecolgica)
estimula a cincia da sustentabilidade por meio da promooda Pegada Ecolgica, que uma ferramenta de contabilidade de
recursos para a mensurao da sustentabilidade. Juntamente comseus parceiros, a Rede se dedica continuidade da melhoria e
implementao dessa cincia coordenando a pesquisa, desenvolvendopadres metodolgicos e oferecendo aos tomadores de deciso
vigorosas quantificaes de recursos a fim de ajudar a economia
humana a funcionar dentro dos limites ecolgicos da Terra.
W W F I n t e r n ac ion al
Avenue du Mont-Blanc
1196 Gland, Sua
www.panda.org
Inst ituto de Zoologia
Sociedade Zoolgica de Londres
Regents Park, Londres NW1 4RY, Reino Unido
www.zsl.org/indicatorswww.livingplanetindex.org
Global Footprint Network
312 Clay Street, Suite 300
Oakland, California 94607, EUAwww.footprintnetwork.org
Conceito e arte de ArthurSteenHorneAdamson
ISBN 978-2-940443-08-6
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SUMRIOINTRODUO
Prefcio 03Com o foco no futuro 04
Sumrio Executivo 06
Introduo 10
Os elos entre a biodiversidade e o ser humano 14
CAPTULO 1: A SITUAO DO PLANETA 18Acompanhando a biodiversidade:
O ndice Planeta Vivo 20
Medindo a demanda humana:
A Pegada Ecolgica 32
A Pegada Hidrolgica da Produo 46
Nossa pegada em foco:
gua doce 50
Pesqueiros marinhos 55
Florestas 58
Mapeando os servios de ecossistemas:
Armazenamento de carbono no solo 61
Mapeando um servio de ecossistema local:
O abastecimento de gua doce 66
CAPTULO 2: A VIDA EM NOSSO PLANETA 70Biodiversidade, desenvolvimento e bem-estar humano 72
Biodiversidade e renda nacional 76
Modelando o futuro:
A Pegada Ecolgica at 2050 80
Cenrios para o relatrio Planeta Vivo 2010 84
CAPTULO 3: UMA ECONOMIA VERDE? 90
APNDICE 100
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 110
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Contribuio
Editor Chefe - Duncan Pollard
Editor Tcnico - Rosamunde Almond
Equipe Editorial - Emma Duncan, Monique Grooten, Lisa Hadeed,Barney Jeffries, Richard McLellan
Reviso
Chris Hails (WWF International)Jorgen Randers (Norwegian School of Management)
Camilla Toulmin (International Institute for
Environment and Development)
Coordenao
Dan Barlow; Sarah Bladen; Carina Borgstrm Hansson; Geoffroy
Deschutter; Cristina Eghenter; Monique Grooten; Lisa Hadeed;
Karen Luz; Duncan Pollard; Tara Rao; e Robin Stafford.
Com agradecimentos especiais pela reviso adicional econtribuies de Robin Abell; Keith Alcott;
Victor Anderson; Gregory Asner, Neil Burgess; Monika Bertzky;
Ashok Chapagain; Danielle Chidlow; Jason Clay;Jean-Philippe Denruyter; Bill Fox; Ruth Fuller;
Holly Gibbs; May Guerraoui; Ana Guinea;Johan van de Gronden; Ginette Hemley; Richard Holland; Lifeng
Li; Colby Loucks; Gretchen Lyons;
Emily McKenzie; Stuart Orr; George Powell;Mark Powell; Taylor Ricketts; Stephan Singer;
Rod Taylor; David Tickner; Michele Thieme; Melissa Tupper; BartUllstein; Gregory Verutes; Bart Wickel; e Natascha Zwaal.
UNEP-WCMC (World Conservation Monitoring Centre)
Carnegie Airborne Observatory, Carnegie Institution for Science.
Organizaes parceiras
Zoological Society of London (Sociedade de Zoologia deLondres): Jonathan Loh;
Ben Collen; Louise McRae; Stefanie Deinet;
Adriana De Palma; Robyn Manley; Jonathan E.M. Baill ie.
Global Footprint Network (Pegada Ecolgica Global):Anders Reed;
Steven Goldfinger; Mathis Wackernagel;
David Moore; Katsunori Iha; Brad Ewing;Jean-Yves Courtonne; Jennifer Mitchell; Pati Poblete.
Verso em portugu s
Traduo - Marsel de Souza
Reviso tcnica - Michael Becker (WWFBrasil)Edio e reviso - Denise Oliveira e Geralda Magela (WWFBrasil)
Montagem - Supernova Design
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PREFCIOA proteo da biodiversidade e dos ecossistemas precisa ser umaprioridade em nossos esforos para construir uma economiamundial mais forte, mais justa e mais limpa. Em vez de servirde desculpa para o adiamento de novas medidas, a recente criseeconmica e financeira deveria servir como lembrete da urgnciada criao de economias mais verdes. Tanto o WWF como aOrganizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico(OCDE) esto contribuindo para o alcance desse objetivo.
O relatrio Planeta Vivo est ajudando a conscientizar a
populao acerca das presses sobre a biosfera e a difundir amensagem de que no podemos optar por deixar as coisas comoesto. O relatrio contribui para a promoo da ao, j que aquiloque medido pode ser controlado.
A OCE est elaborando uma Estratgia de CrescimentoVerdepara ajudar os governos a criar e implementar polticas quepossam conduzir as nossas economias por caminhos de crescimentomais sustentveis. Para isso, imprescindvel identificar fontesde crescimento que exijam menos recursos naturais da biosfera,o que demandar mudanas estruturais em nossas economias
por meio da criao de novas indstrias verdes, da limpeza desetores poluentes e da transformao dos padres de consumo. Umelemento importante ser a educao e a motivao das pessoas paraque adaptem seus estilos de vida a fim de que possamos deixar umplaneta mais saudvel para as geraes futuras.
Os tomadores de deciso e os cidados precisam deinformaes confiveis sobre o estado do planeta, combinandovrios aspectos sem que se percam nos detalhes. Embora os ndicesdo relatrio Planeta Vivo partilhem dos desafios metodolgicosenfrentados por todos os ndices ambientais agregados, seumrito a capacidade de transmitir mensagens simples sobrequestes complexas. Sua mensagem capaz de atingir pessoasque normalmente tm pouco contato com informaes sobre omeio ambiente. Esperamos que ela possa influenciar mudanas decomportamento neste pblico. Elogio o WWF pelos seus esforos.A OCDE continuar trabalhando para aperfeioar os indicadores decrescimento verde e melhorar a forma com que medimos o progresso.
Angel GurraSecretrio-Geral,Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico
OECDPHOTO/SILVIATHOMPSON
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COM O FOCO NO FUTUROO relatrio Planeta Vivo relaciona o ndice PlanetaVivo um indicador da sade da biodiversidademundial com a Pegada Ecolgica e a PegadaHidrolgica, medidas de demandas da humanidadesobre os recursos naturais renovveisda Terra.
Esses indicadores demonstram claramente que o aumento semprecedentes da busca por riqueza e bem-estar nos ltimos 40 anosest exercendo presses insustentveis sobre o nosso planeta.A Pegada Ecolgica mostra que nossas demandas por recursosnaturais dobraram desde a dcada de 1960, enquanto o ndicePlaneta Vivo sofreu uma queda de 30%. Um declnio na sade deespcies que constituem a base dos servios ambientais de quedependemos todos.
O crescimento econmico acelerado tem alimentado umademanda crescente por recursos: alimentos e bebidas; por energia,transportes, produtos eletrnicos, espao de vida e espao para odescarte de resduos e, sobretudo, por dixido de carbono derivadoda queima de combustveis fsseis. Como esses recursos no podemmais ser obtidos dentro das fronteiras nacionais, tem havido umabusca crescente em outras partes do mundo. Os efeitos dessa buscase refletem nos ndices do Planeta Vivo no caso dos pases tropicaise dos pases mais pobres do mundo: ambos os grupos sofreramqueda de 60% desde 1970.
As implicaes so claras. Os pases ricos precisam encontrarformas de viver causando menor impacto sobre a Terra a fim dereduzir drasticamente sua pegada, inclusive e em particular suadependncia dos combustveis fsseis. As economias emergentesem crescimento acelerado tambm precisam encontrar um novomodelo de crescimento; um modelo que lhes permita continuar amelhorar o bem-estar de seus cidados, mas de uma forma que aTerra seja de fato capaz de sustentar esse crescimento.
Para todos ns, esses nmeros suscitam questesfundamentais: como podemos adaptar nossos estilos de vida edefinies de desenvolvimento considerando a manuteno dosrecursos naturais do mundo, a necessidade de viver dentro dacapacidade regenerativa da Terra e reconhecendo o verdadeirovalor dos bens e servios que os servios ecossistmicos fornecem?
FOLKEWULF/WWF-CANON
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A crise econmica dos ltimos dois anos oferece umaoportunidade de reavaliarmos atitudes fundamentais em
relao ao uso dos recursos naturais do mundo. H focosverdes de mudana. A iniciativa Economia dos Ecossistemase Biodiversidade (TEEB, na sigla em ingls) est chamando aateno para os benefcios econmicos globais da biodiversidade,destacando os custos crescentes da perda de biodiversidadee da degradao dos ecossistemas. O Programa das NaesUnidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organizao para aCooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE), o WWF eoutras organizaes esto trabalhando com afinco para promover aeconomia verde. Um nmero crescente de pescadores, madeireiros,produtores de soja e de leo de palma e algumas das maioresempresas do mundo est trabalhando para colocar suas atividadesem bases sustentveis. Alm disso, um bilho de pessoas em128 pases demonstrou seu apoio mudana ao aderir Hora doPlaneta 2010.
H muitos desafios pela frente e isso sem falar doatendimento das necessidades de uma populao mundial que nopara de crescer. Esses desafios ressaltam ainda mais a importnciade dissociarmos o desenvolvimento das demandas crescentes sobreos recursos naturais. Falando sem rodeios: temos que encontrarformas de conseguir o mesmo, e at mais, com muito menos. Acontinuidade do consumo dos recursos do planeta em velocidadesuperior sua capacidade de reposio est destruindo justamenteos sistemas dos quais dependemos. Precisamos gerir os recursosseguindo o ritmo e a escala da natureza.
James P. LeapeDiretor-Geral,WWF Internacional
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Planeta Vivo Relatrio 2010
EQUILBRIO ENTRE HOMEME NATUREZAO padro mundial se repete no Brasil. Ao longo dos ltimos anos o
pas tem presenciado um crescimento econmico e uma melhoria
constante das condies sociais. A desigualdade vem diminuindo
nas ltimas dcadas e a estabilidade econmica elevou o poder
aquisitivo da populao. Um quadro desejvel e bastante positivo.
Contudo as mudanas nos hbitos de consumo da
populao brasileira tm acelerado a demanda por recursosnaturais e serv ios ecossistmicos, aumentado assim nossa
Pegada Ecolgica - o rastro que deixamos na natureza em razo
dos nossos hbitos de consumo.
As riquezas naturais so parte dos ativos necessrios ao
crescimento econmico que estamos presenciando, mas deve
existir sempre um equilbrio entre o que consumido e o que a
natureza pode prover. Esta a principal mensagem do Relatrio
Planeta Vivo 2010.
O estudo traz indicadores que apontam o quanto est
sendo consumido - a pegada ecolgica e a pegada hidrolgica - eo quanto o planeta pode prover em recursos naturais renovveis
- a biocapacidade. O desafio consiste em manter esses fatores
balanceados, para que possamos garantir um desenvolvimento
sustentvel no Planeta.
O Brasil possui uma alta biocapacidade, o que pode nos
deixar confortveis em um primeiro momento. No entanto, essa
biocapacidade consumida pelo mercado interno e tambm
externo, uma vez que exportamos parte dessa biocapacidade em
produtos agrcolas.
Assim a preocupao com as nossas reservas naturais,nossa biocapacidade, ganha duas dimenses importantes: uma
interna, que deve ser refletida em como podemos desenvolver
a economia brasileira e modelar nossos padres de consumo
para exercer uma presso menor sobre os ecossistemas; e outra
externa, ao compartilharmos essas riquezas com outros pases.
WWF-BRASIL
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Com essas duas dimenses em mente e com os
indicadores que esto sendo apresentados neste relatrio, os
tomadores de deciso dispem de ferramentas para estimularuma economia de baixo carbono, uma economia verde,
criando novas oportunidades de crescimento para o Pas e
protegendo os servios ecossistmicos que so a base de nosso
desenvolvimento econmico.
A economia e o meio ambiente no so fatores
concorrentes e sim complementares. Mas no momento
estamos sobrecarregando o poder regenerativo da natureza e
colocando em risco no s os ecossistemas, que so a base da
nossa sobrevivncia na terra, como tambm a sustentabilidade
econmica.
Precisamos estar atentos a esse fato e desenvolver
propostas de desenvolvimento que conciliem a biocapacidade do
planeta com a nossa pegada ecolgica, pois o modelo atual de
desenvolvimento no sustentvel.
Para vencer esse desafio, fundamental criarmos novas
alternativas e um ambiente positivo para a mudana. Essas
alternativas devem continuar proporcionando a diminuio
da desigualdade e a melhoria das condies de v ida da
populao brasileira. Mas, ao mesmo tempo, precisam garantir
a conservao da natureza para, inclusive, que ela possa
prover-nos com os recursos naturais e servios ecossistmicos
necessrios ao nosso desenvolvimento.
Denise Ham
Secretria-geral
WWF-Brasil
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SUMRIO EXECUTIVO2010 O A no Internacional d a Biodiversidade O ano em que novas espcies continuam a ser encontradas, s
que h mais tigres em cativeiro do que soltos na natureza (WWF) O ano em que 34% dos diretores-executivos de empresas
da regio da sia-Pacfico e 53% dos diretores executivos deempresas latino-americanos manifestaram preocupao comas repercusses da perda da biodiversidade nas perspectivas decrescimento dos negcios, em comparao com apenas 18% dosdiretores de empresas da Europa Ocidental (PwC, 2010)
O ano em que h 1,8 bilho de internautas, mas um bilho depessoas ainda no tem acesso a um abastecimento adequado degua potvel (WWF)
Este ano, a biodiversidade est no centro das atenes como nuncaesteve. O mesmo se aplica ao desenvolvimento humano, com umaimportante reviso dos Objetivos do Milnio em breve. Isso tornaa 8 edio do relatrio Planeta Vivo do WWF bem oportuna.O relatrio lana mo de um conjunto ampliado de indicadorescomplementares para documentar a variao da biodiversidade, dos
ecossistemas e do consumo dos recursos naturais pela humanidadee explora as implicaes dessas mudanas para a sade humana, ariqueza das economias mundiais e o bem-estar da humanidade nofuturo.
Uma ampla gama de indicadores j est sendo utilizadapara acompanhar o estado da biodiversidade, as presses queela sofre e as respostas que esto sendo dadas para corrigir essastendncias (Butchart, S.H.M. et al. 2010; CBD, 2010). Um dosindicadores mais antigos da evoluo do estado da biodiversidadeglobal, o ndice Planeta Vivo (IPV) mostra uma tendncia global
e constante desde que o primeiro relatrio Planeta Vivo foipublicado em 1998: uma queda global de quase 30% entre 1970e 2007 (Figura 1). As tendncias entre as populaes de espciestropicais e temperadas apresentam forte divergncia: o IPV tropicaldiminuiu 60%, ao passo que o IPV temperado aumentou quase30%. provvel que a lgica dessas tendncias contrastantes reflitadiferenas entre o ritmo e o momento das mudanas de uso dosolo e, consequentemente, a perda de habitat nas zonas tropicaise temperadas. O aumento do IPV temperado desde 1970 pode ser
1,5 ANOGERAR OS RECURSOSRENOVVEIS USADOSEM 2007
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explicado devido ao fato de partir de um patamar inferior, e daspopulaes de espcies se recuperando aps melhorias no controle
da poluio e gesto de resduos slidos, melhorias na qualidadedo ar e da gua, aumento da cobertura florestal e/ou intensificaodos esforos de conservao em pelo menos algumas regiestemperadas. Em contrapartida, o IPV tropical provavelmentecomee em um patamar mais elevado e reflete as alteraes dosecossistemas em larga escala que tm continuado em regiestropicais desde a criao do ndice em 1970, que em geral superamos impactos positivos da conservao.
F i g u r a 1: n d i c eP l a n e t a V i v o
O ndice global mostraque populaes deespcies de vertebradossofreram reduo dequase 30% entre 1970 e2007(WWF/ZSL, 2010)
F i g u r a 2 : P e g a d aE c o l g i ca G lo b a l
A demanda humanapela biosfera mais do
que dobrou entre 1961 e2007(Global FootprintNetwork, 2010)
.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.2
1.4
1.6
1.0
1970 1980 1990 2000 2007
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.2
1.4
1.6
1.0
1961 1971 1981 1991 2001 2007
ndice Planeta Vivo Global
Pegada Ecolgica Global
ndicePlanetaVivo(1970=1)
Nmerodeplanetas
Ano
Ano
Biocapacidade mundial
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A Pegada Ecolgica uma ferramenta que calcula a rea de terrae gua biologicamente produtiva necessria para oferecer os
recursos renovveis para o consumo humano. Ela tambm incluio espao necessrio para a infraestrutura e a rea da vegetaonecessria para absorver o dixido de carbono (CO2) emitido com oconsumo. Mostra tambm uma tendncia estvel: uma trajetria decrescimento contnuo (Figura 2). Em 2007, o ano mais recente parao qual h dados disponveis, a Pegada excedeu a biocapacidade daTerra (a rea efetivamente disponvel para a produo de recursosrenovveis e a absoro de CO2) em 50%. Em nvel global, a PegadaEcolgica da humanidade dobrou desde 1966. Esse crescimentoexagerado da Pegada Ecolgica pode ser atribudo em grandeparte pegada de carbono, que aumentou 11 vezes desde 1961, epouco mais de um tero desde a publicao do primeiro relatrioPlaneta Vivo, em 1998. Contudo, nem todos tm a mesma pegada eexistem diferenas enormes entre os pases, principalmente aquelesem diferentes nveis econmicos e de desenvolvimento. Assim,pela primeira vez, esta edio do relatrio Planeta Vivo analisacomo a Pegada Ecolgica mudou ao longo do tempo em diferentesregies, tanto em magnitude como em contribuio relativa de cadacomponente da pegada.
A Pegada Hidrolgica da Produo oferece uma segundamedida da demanda humana pelos recursos renovveis, e mostraque 71 pases atualmente esto sofrendo certo dficit em recursoshdricos de fontes de gua azul, isto , fontes de gua que as pessoasusam e no devolvem, com quase dois teros destas sofrendo dficitentre moderado e grave. Essa situao traz implicaes profundaspara a sade dos ecossistemas, a produo de alimentos e o bemestar humano e pode ser agravada pela mudana do clima.
O IPV, a Pegada Ecolgica e a Pegada Hidrolgica daProduo monitoram as variaes da sade dos ecossistemas eda demanda humana por recursos naturais, mas no ofereceminformao alguma sobre o estado dos servios ambientais, ou seja,os benefcios que as pessoas recebem dos ecossistemas e dos quaistodas as atividades humanas dependem. Pela primeira vez, estaedio do relatrio Planeta Vivo traz dois dos melhores indicadoresdos servios de ecossistemas em nvel global: o armazenamento decarbono no solo e a oferta de gua doce. Embora esses indicadorescaream de aprimoramento e refinamento, eles ajudam a deixarclaro que a conservao da natureza do interesse da prpriahumanidade, sem falar no interesse da biodiversidade em si.
71PASES QUE ESTOSOFRENDO DFICITDE RECURSOS DEGUA AZUL
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Assim como em relatrios anteriores, examinada a relaoentre o desenvolvimento e a Pegada Ecolgica e so definidos
critrios mnimos de sustentabilidade com base na biocapacidadedisponvel e no ndice de Desenvolvimento Humano (IDH). Estaanlise indica que, na verdade, possvel para os pases cumprirestes critrios, apesar de ainda haver grandes desafios para todos ospases atend-los.
Pela primeira vez, este relatrio tambm analisa tendnciasda biodiversidade conforme a renda do pas, o que evidencia umndice alarmante de perda de biodiversidade nos pases de baixarenda. Essa situao traz srias implicaes para as populaesdesses pases: apesar de o bem-estar de todas as pessoas dependerdos servios dos ecossistemas, o impacto da degradao ambiental sentido mais diretamente pelas populaes mais carentes e maisvulnerveis do mundo. Sem acesso a gua limpa, terras e alimentos,combustveis e materiais adequados, as populaes vulnerveis soincapazes de se libertar do ciclo da pobreza e prosperar.
A eliminao da sobrecarga ecolgica essencial para garantira continuidade do fornecimento dos servios ecossistmicos e,portanto, da sade, riqueza e bem-estar humanos no futuro. Pormeio de uma nova Calculadora de Cenrio de Pegadas criada pelaGlobal Footprint Network (GFN), este relatrio apresenta diversoscenrios futuros com base em diferentes variveis relacionadasao consumo de recursos naturais, uso da terra e produtividade.No cenrio tendencial, a perspectiva preocupante: mesmo comas modestas projees da ONU para o crescimento da populao,consumo e mudana do clima, at 2030 a humanidade precisar dacapacidade de dois planetas Terra para absorver os resduos de CO2e manter o consumo de recursos naturais. Cenrios alternativosbaseados em diferentes padres de consumo de alimentos e matrizesenergticas ilustram aes imediatas capazes de eliminar a lacunaentre a Pegada Ecolgica e a biocapacidade, e tambm alguns dosdilemas e decises implcitas aos cenrios escolhidos.
As informaes apresentadas neste relatrio representamapenas um comeo. Afim de garantir o futuro em toda a suacomplexidade para as prximas geraes, governos, empresas eindivduos precisam urgentemente traduzir estes fatos e nmerosem aes e polticas, bem como prever oportunidades e obstculosno caminho para a sustentabilidade. Somente reconhecendo o papelfundamental desempenhado pela natureza na sade e bem-estarhumanos vamos proteger os ecossistemas e as espcies de que todosdependemos.
2NMERO DEPLANETAS
TERRA DE QUEPRECISAREMOS
AT 2030
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INTRODUOA magnfica diversidade da vida na Terra umaverdadeira maravilha. Essa biodiversidade tambmpermite que as pessoas vivam, e vivam bem.
Plantas, animais e microorganismos formam complexas teiasinterconectadas de ecossistemas e habitats que, por sua vez,fornecem uma srie de servios de que depende toda a vida(ver Quadro: Servios de ecossistemas). Embora a tecnologiapossa substituir alguns desses servios e proteger contra a sua
degradao, muitos no podem ser substitudos.
Ser vios ecossistmicos
Os servios dos ecossistemas so os benefcios que as pessoasobtm dos ecossistemas (Avaliao Ecossistmica do Milnio,2005), que incluem:
Servios de proviso: benefcios obtidos diretamentedos ecossistemas (por exemplo, alimentos, medicamentos,madeira, fibras, biocombustveis)
Ser vios regu ladores:benefcios proporcionados pelaregulao de processos naturais (por exemplo, filtragem de gua,decomposio de resduos, regulao do clima, polinizao deculturas, regulao de algumas doenas humanas)
Servios de supor te: regulao de funes e processosecolgicos bsicos necessrios para o fornecimento de todosos outros servios ecossistmicos (por exemplo, ciclagem denutrientes, fotossntese, formao do solo)
Servios culturais: benefcios psicolgicos e emocionaisproporcionados pelas relaes humanas com os ecossistemas
(por exemplo, experincias recreativas, estticas e espirituaisenriquecedoras)
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F i g u r a 3 :Interconexes entrepessoas, biodiversidade,sade do ecossistema e
prestao de serviosecossistmicos
A compreenso das interaes apresentadas na Figura 3 fundamental para a conservao da biodiversidade e da sade dosecossistemas e, assim, para a proteo da segurana, sade e bemestar futuros das sociedades humanas.
Perda dehabitat
Super-explorao
Mudanado clima
Espciesinvasoras
Poluio
Marinha
Servios deregulao
Serviosculturais
gua doce
Servios deabastecimento
Terrestre
Servios demanuteno
Agricultura,silvicultura
Pesca,caa
Energia,transportes
Urbano,indstria,minerao
gua
Eficinciade recursos(tecnologia)
ConsumoPopulao
Fatores
causais
Determinantesindiretos/Setores daPegada
Presses sobrea Biodiversidade
Estado dabiodiversidadeglobal
Impacto sobreos serviosecolgicos
Legenda
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Todas as atividades humanas fazem uso de servios ecossistmicos,mas tambm podem exercer presso sobre a biodiversidade que oferece
estes servios (Figura 3). As cinco maiores presses diretas so: Perda, alterao e frag mentao de h abitats:
principalmente atravs da converso de terras para a agricultura,aquicultura, uso industrial ou urbano, barramento e outrasalteraes nos sistemas dos rios para irrigao, energiahidroeltrica ou a regulao de vazo; e atividades de pescaprejudiciais
Superexplorao de p opulaes de esp cies selvagens:coleta de plantas e animais para fins alimentcios, medicinais ououtros usos em ritmo acima da capacidade reprodutiva da populao
Poluio: principalmente pelo uso excessivo de pesticidasna agricultura e aquicultura; ef luentes urbanos e industriais eresduos da minerao
Mudana do clima: devido ao aumento dos nveis de gases deefeito estufa na atmosfera, causado principalmente pela queimade combustveis fsseis, desmatamento e processos industriais
Espcies invasoras: retiradas de uma parte do mundo eintroduzidas em outra, deliberada ou inadvertidamente, tornando-se concorrentes, predadores ou parasitas de espcies nativas
Essas ameaas decorrem, em grande medida, das demandashumanas por alimentos, bebidas, energia e materiais, bemcomo da necessidade de espao para cidades de porte variado einfraestrutura. Essas demandas so amplamente atendidas poralguns setores essenciais: agricultura, silvicultura, pesca minerao,indstria, gua e energia. Juntos, esses setores constituem osdeterminantes indiretos da perda de biodiversidade. A escalado impacto que causam sobre a biodiversidade depende de trsfatores: o nmero total de consumidores, ou populao; a parcela de
consumo de cada pessoa; e a efi
cincia com que os recursos naturaisso convertidos em bens e servios.A perda de biodiversidade pode provocar o estresse ou
degradao de ecossistemas e, com o tempo, at o seu colapso. Essasituao ameaa a continuidade da prestao dos servios pelosecossistemas que, por sua vez, ameaa ainda mais a biodiversidadee a sade dos ecossistemas. Fundamentalmente, a dependncia dasociedade humana em relao aos servios ecossistmico faz daperda desses servios uma sria ameaa para o futuro bem-estar edesenvolvimento de todos os povos do mundo.
5GRANDESAMEAAS BIODIVERSIDADE
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Unidades de conser vao e servios de ecossistemas
As unidades de conservao desempenham papel vital para assegurar
que os ecossistemas continuem a funcionar e a prestar serviosambientais, beneficiando as comunidades situadas nos limites daunidade de conservao, em ecossistemas adjacentes e em todo o mundo.Por exemplo, unidades de conservao marinhas podem garantir umaoferta de alimentos nutritivos para as comunidades locais assegurando asustentabilidade da pesca. As unidades de conservao terrestres podemgarantir uma oferta regular de gua limpa a jusante (rio abaixo).
Para proteger por completo a biodiversidade que sustenta osservios dos ecossistemas, uma rede ecolgica coerente de unidadesde conservao e de uso sustentvel precisa ser estabelecida em todo
o planeta. Uma das principais caractersticas de uma rede ecolgica visar estabelecer e manter as condies ambientais necessrias paraa conservao da biodiversidade no longo prazo por meio de quatrofunes:
Proteo de um conjunto de habitats de tamanho adequado e dequalidade suficiente para sustentar populaes de espcies dentro dereas-ncleo
Oferta de oportunidades de circulao entre essas reservas atravs decorredores
Proteo da rede contra atividades que possam ser prejudiciais e dos
efeitos da mudana do clima por meio de zonas-tampo Promoo de formas sustentveis de uso da terra em unidades de uso
sustentvel
A integrao da conservao da biodiversidade ao uso sustentvel, portanto, uma das caractersticas determinantes do estabelecimento emanuteno de redes ecolgicas.
As redes ecolgicas podem ajudar a reduzir a pobreza,melhorando as condies de vida da populao. Um exemplo oCorredor de Conservao Vilcabamba-Amboro, no Peru e no Equador,onde esto sendo estimuladas empresas de baixo impacto econmico,prticas de caa sustentvel e a explorao do ecoturismo. Da mesmaforma, no Cinturo do Terai, no Himalaia Oriental, cursos educacionaise subsdios para a construo de currais foram fornecidos aos pastores,juntamente com foges de cozinha e usinas de biogs aperfeioados comconsumo de combustvel eficiente.
As redes ecolgicas tambm podem ajudar na adaptao mudana do clima por meio da reduo da fragmentao e melhoriada qualidade ecolgica das reas de mltiplos usos. Exemplos incluemGondwana, no sudoeste da Austrlia, e a ecorregio de Yellowstone-Yukon.
133.000NMERO DE
UNIDADES DE
CONSERVAOEM 2009
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OS ELOS ENTRE ABIODIVERSIDADE E O SER HUMANO
POLINIZAO DE CULTURAS:Os polinizadores da floresta aumentam
a produtividade de caf em 20% emelhoram a qualidade do gro em 27%em fazendas de caf costa-riquenhassituadas a at um quilmetro da floresta
VALORES ESPIRITUAIS:Determinados bosques ervores no interior das florestasdo sudeste de Camares tmconsidervel valor espiritualpara o povo Baka (pigmeus)
ABASTECIMENTO DE GUA:Mais de 80% da gua queabastece Quito, a capital doEquador, tem origem em trsunidades de conservao
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M ap a 1: Ilustraes dadependncia das pessoas nabiodiversidade
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REGULAO DE DOENAS:As comunidades situadas
perto de florestas intactas
na Ilha das Flores, na
Indonsia, registram ndices
bem menores de casos de
malria e disenteria do que
as comunidades sem florestas
intactas nas proximidades
TRATAMENTO DEGUAS RESIDUAIS:O mangue Muthurajawela,
no Sri Lanka, oferece uma
gama de servios ambientais,
inclusive o tratamento de
efluentes industriais e de
esgotos domsticos
FORNECIMENTO DEMEDICAMENTOS:Um composto de um
micro-organismo do
solo isolado na Noruega
utilizado para evitar
a rejeio de rgostransplantados
ATENUAO DOS IMPACTOSDA MUDANA DO CLIMA:Estima-se que as turfeiras da
provncia de Riau, em Sumatra,
armazenem 14,6 gigatoneladas de
carbono, a maior quantidade de
carbono na Indonsia
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Costa RicaOs polinizadores da floresta aumentam a produtividade de caf em 20% e
melhoram a qualidade do gro em 27% em fazendas de caf costa-riquenhassituadas a at um quilmetro da floresta. Os servios de polinizao de duasreas de floresta se traduziram em renda anual de US$ 60.000 para umafazenda costa-riquenha, valor proporcional aos rendimentos esperados deusos concorrentes da terra (Ricketts et al, 2004). Aproximadamente 75%das 100 principais culturas do mundo dependem de polinizadores naturais.So cada vez maiores as evidncias de que comunidades de polinizadoresmais diversas resultam no aumento e maior estabilidade dos servios depolinizao; porm, a intensificao da agricultura e a perda da florestapodem prejudicar as espcies de polinizadores (Klein et al, 2007).
EquadorMais de 80% da gua que abastece Quito, a capital do Equador, tem origemem trs unidades de conservao (Goldman, R.L. 2009). Vrias dessasunidades de conservao, inclusive as trs situadas nos arredores de Quito(Goldman, R.L. et al. 2010), esto ameaadas por atividades humanas,inclusive a construo de infraestruturas de abastecimento de gua, aconverso de terras por agricultores e pecuaristas, e a extrao madeireira.Em termos gerais, cerca de um tero das 105 maiores cidades do mundorecebe uma parcela significativa de sua gua potvel diretamente dasunidades de conservao (Dudley, N. and Stolton, S. 2003).
C a ma r esDeterminados bosques e rvores no interior das florestas do sudeste deCamares tm considervel valor espiritual para o povo Baka (pigmeus).O povo Baka possui um complexo sistema de f que inclui a adoo de umdeus pessoal na adolescncia e a venerao de determinados locais (bosquese rvores) no interior da floresta. contra as suas convices permitir queoutras pessoas entrem em uma rea sagrada, que tambm ajuda a protegera vida silvestre nessas reas (Dudley, N. et al. 2005, Stolton, S., M. Barlow,N. Dudley and C. S. Laurent 2002).
NoruegaUm composto de um micro-organismo do solo isolado na Noruega utilizadopara evitar a rejeio de rgos transplantados (Laird et al, 2003). Estecomposto usado para produzir o Sandimmun, que j no ano 2000 era umdos medicamentos campees de vendas no mundo.
Mais de metade dos atuais compostos sintticos de medicamentos proveniente de precursores naturais, inclusive medicamentos consagrados,como a aspirina, digitlicos e a quinina. Os compostos naturais de animais,
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plantas e micro-organismos continuam a desempenhar um papel importantena criao de medicamentos para o tratamento de doenas humanas (MEA/
WHO 2005, Newman, D.J. et al. 2003).Sri LankaO mangue Muthurajawela, no Sri Lanka, oferece uma gama de serviosambientais, inclusive o tratamento de efluentes industriais e de esgotosdomsticos. Outros servios prestados pelo mangue incluem a atenuao deenchentes; o fornecimento de lenha, lazer e recreao; e o abastecimento degua doce, que foram avaliados em US$ 7,5 milhes ao ano (WWF, 2004).Outras reas midas fornecem servios similares mas, a partir de 1900, maisda metade das reas midas do mundo desapareceu (Barbier, 1993).
IndonsiaEstima-se que as turfeiras da provncia de Riau, em Sumatra, armazenem14,6 gigatoneladas de carbono, a maior quantidade de carbono na Indonsia.Os solos de turfa so capazes de armazenar 30 vezes mais carbono do queas florestas tropicais situadas acima deles; no entanto, esta capacidade dearmazenamento depende da sade dessas florestas. Nos ltimos 25 anos,Riau perdeu quatro milhes de hectares (65%) de sua floresta, perda esta emgrande parte impulsionada pela indstria de leo de palma e plantaes paraa produo de celulose. Entre 1990 e 2007, as emisses totais derivadas douso da terra em Riau atingiram 3,66 Gt. de CO2. Essa cifra excede o total das
emisses anuais de CO2 de toda a Unio Europeia para o ano de 2005. Brasile Indonsia respondem por de cerca de 50% do desmatamento lquido e50% das emisses globais de CO2 provenientes de mudanas no uso da terra(FAO 2006a). A criao de um mecanismo de compensao para Reduode Emisses por Desmatamento e Degradao Florestal (REDD) seria umincentivo para a reduo dessas emisses.
IndonsiaAs comunidades situadas perto de florestas intactas registram ndicesbem menores de casos de malria e disenteria do que as comunidades semfl
orestas intactas nas proximidades (Pattanayak, 2003). H uma relaoentre desmatamento e aumento da abundncia ou variedade de populaesou espcies de mosquitos, e/ou alteraes do ciclo de vida que melhoram asua capacidade como vetor da malria, no apenas na sia, mas tambmna frica (Afrane, Y.A. et al. 2005, 2006 e 2007). Estima-se que, em todoo mundo, haja 247 milhes de casos anuais de malria (dados de 2006),responsveis por cerca de 880 mil mortes, em sua maioria de crianasafricanas (OMS, 2008). Como ainda no h uma cura realmente confivel,a melhor maneira de prevenir a doena evitar a picada de mosquitosinfectados.
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O relatrio Planeta Vivo emprega uma srie de indicadores
para monitorar a biodiversidade, demanda humana porrecursos renovveis e servios dos ecossistemas. O ndicePlaneta Vivo indica alteraes na sade dos ecossistemasdo planeta por meio do acompanhamento da evoluo depopulaes de mamferos, aves, peixes, rpteis e anfbios.A Pegada Ecolgica acompanha a demanda humana porservios ecossistmicos por meio da medio das reas deterra e de gua biologicamente produtivas necessrias paraproporcionar os recursos renovveis usados pelas pessoas epara absorver os resduos de CO2 gerados pelas atividadeshumanas. A Pegada de gua da Produo quantifica o
uso da gua em diferentes pases. Mapas de servios deecossistemas fornecem informaes sobre sua localizao euso, e permitem a anlise dos locais em que esses serviostm o maior valor ou onde a degradao dos ecossistemasmais afetaria as pessoas.
Foto: No fim de maro, borboletas-monarca (Danaus plexippus)da Reserva de Borboletas Monarca da regio central do Mxicocomeam a migrao para os EUA e Canad. O WWF, emcolaborao com o Fundo Mexicano para a Conservao daNatureza, est trabalhando para proteger e recuperar os habitats deinverno das borboletas-monarca e tambm ajudar as comunidadeslocais a estabelecer viveiros de rvores e oferecer fontes de renda.
CAPTULO 1: ASITUAO DO PLANETA~
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EDWARDPARKER/WWF-CANON
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MONITORANDO A BIODIVERSIDADE:O NDICE PLANETA VIVOO ndice Planeta Vivo (IPV) acompanha a evoluo de quase 8.000populaes de espcies de vertebrados para registrar alteraesna sade dos ecossistemas do planeta. Assim como um ndice domercado de aes acompanha o valor de um conjunto de aes aolongo do tempo como a soma de sua variao diria, o IPV primeirocalcula o ndice anual de variao de cada populao de espcie noconjunto de dados (exemplos de populaes so mostrados na Figura
5). O ndice ento calcula a variao mdia entre todas as populaespara cada ano desde 1970, quando comeou a coleta de dados, at2007, a ltima data para a qual h dados disponveis (Collen, B. et al.,2009. Mais detalhes so encontrados no apndice).
ndice Plane ta Vivo: GlobalO IPV global mais recente mostra uma queda de cerca de 30%entre 1970 e 2007 (Figura 4). Isso se baseia na evoluo de 7.953populaes de 2.544 mamferos, aves, rpteis, anfbios e peixes(Tabela 1 do Anexo) muito mais do que em relatrios Planeta Vivo
anteriores (WWF, 2006, 2008d).
F i g u r a 4 : n d i c eP la n e t a V i v o G l o b a l
O ndice demonstra umaqueda de cerca de 30% de1970 a 2007, com base em7.953 populaes de 2.544espcies de aves, mamferos,anfbios, rpteis e peixes(WWF/ZSL, 2010)
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0-10% 10% 20% 30% 40% 50%-20%-30%-40%-50%-60%
-53.4% URUBU-DE-CABEA-BRANCA
2000-2007
-20.5% - TARTARUGA-DE-COURO1989-2002
-8.4% TUBARO-BALEIA
1995-2004
-7.7% ALBATROZ NEGR O
1979-2005
-6.6% CARIBU DE PEARY
1961-2001
-5.8% ATUM DE BARBATANA AZUL
1971-2004
0.6% GANSO-DE-PESCOO-RUIVO
1960-2005
3.3% ELEFANTE AFRICANO
1983-2006
10.9% EST URJO ATLNTICO
1991-2001
13.1% CASTOR EUROPEU1966-1998
Legenda
F i g u r a 5 : O IPV calculado a partir da variao percentual anual da populaoem relao evoluo do ndice em populaes de determinadas espcies. Comomostra essa figura, algumas populaes aumentaram durante o perodo demonitoramento, enquanto outras diminuram. No geral, contudo, a diminuio de
populaes superou seu aumento, de modo que o ndice indica um declnio global.
Castor europeu (Castor
fiber) na Polnia
Esturjo atlntico (Accipenseroxyrinchus oxyr inchus) em
Albemarle Sound, USA
Ganso-de-pescoo-ruivo(Branta ruficollis) na costado Mar Negro
Elefante africano(Loxodonta africana)em Uganda
Atum-de-barbatana-azul doAtlntico (Thunnus thynnus)no centro-oeste do Oceano
Atlntico
Albatroz negro(Phoebetria fusca) na IlhaPossession
Tubaro-baleia (Rhincodontypus) em Ningaloo Reef,Austrlia
Tartaruga-de-couro(Dermochelys coriacea) emLas Baulas National Park,Costa Rica
Urubu-de-cabea-branca(Gyps bengalensis) emToawala, Paquisto
Caribu de Peary(Rangifertarandus pearyi) no Alto
rtico Canadense
Annual population change (percent)
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ndice Planeta Vivo: Tropical e temper ado
O ndice Planeta Vivo global a agregao de dois ndices o IPV
temperado (que inclui as espcies polares) e o IPV tropical, cadaqual com peso idntico. O ndice tropical consiste em populaesde espcies terrestres e de gua doce encontradas nos ambientesAfro-tropical, Indo-Pacfico e Neotropical, assim como populaesde espcies marinhas da zona compreendida entre os Trpicosde Cncer e Capricrnio. O ndice temperado abriga populaesde espcies terrestres e de gua doce dos ambientes Palertico eNertico, bem como populaes de espcies marinhas encontradasao norte ou ao sul dos trpicos. Em cada um desses dois ndices, asevolues gerais entre espcies de populaes terrestres, de gua
doce e marinha recebem o mesmo peso.As populaes de espcies tropicais e temperadas apresentamevolues de acentuada diferena: o IPV tropical diminuiu cerca de60% em menos de 40 anos, enquanto o IPV temperado aumentou29% no mesmo perodo (Figura 6). Essa diferena evidente emse tratando de mamferos, aves, anfbios e peixes; para as espciesterrestres, marinhas e de gua doce (Figuras 7 a 9); e em todosos ambientes biogeogrficos tropicais e temperados (Figuras10 a 14). No entanto, isso no necessariamente quer dizer queos ecossistemas temperados esto em melhor situao que os
ecossistemas tropicais. Se o ndice temperado se aplicasse a sculospassados, em vez de dcadas, muito provavelmente mostraria umaqueda no longo prazo pelo menos to grande quanto a demonstradapelos ecossistemas tropicais em tempos recentes, ao passo que provvel que um ndice tropical de longo prazo mostrasse umavariao em ritmo bem mais lento antes de 1970. Como os dadosanteriores a 1970 so insuficientes para calcular com preciso asvariaes histricas, o valor de todos os IPVs arbitrariamentedefinido como ponto um para o ano de 1970.
Por que as tendncias tropical e temper ada so todiferentes?
A explicao mais provvel a diferena entre taxas e momentosdas mudanas de uso da terra nas zonas tropicais e temperadase, portanto, os respectivos ritmos e momentos de destruioe degradao de habitats, que a principal causa de perda debiodiversidade em tempos recentes (MEA, 2005a). Por exemplo,mais da metade da extenso original estimada de florestastemperadas de folha larga j havia sido convertida para aagricultura, plantaes florestais e reas urbanas antes de 1950
60%QUEDA DO IPVTROPICAL
29%AUMENTO DOIPV TEMPERADODESDE 1970
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Figu r a 6 : O IPVT e m p e r a d o e o I P V T r o p i c a l . O ndiceTemperado mostraum aumento de 29%entre 1970 e 2007. O
ndice Tropical mostrauma queda de mais de60% entre 1970 e 2007(WWF/ZSL, 2010).
(MEA, 2005a). Em contrapartida, o desmatamento e a mudana nouso da terra somente se aceleraram a partir de 1950 nos trpicos
(MEA, 2005a). No h dados sobre a variao da extenso doshabitats para todos os tipos de habitat, mas a imagem relativa sflorestas tropicais e temperadas provavelmente indicativa detendncias em outros tipos de habitats, inclusive habitats costeiros,marinhos e de gua doce. Portanto, provvel que muitas espciesde clima temperado tenham sentido o impacto da expanso agrcolae da industrializao muito antes da criao do ndice em 1970, demodo que o IPV temperado j comea com um patamar reduzido.O aumento desde 1970 pode ser explicado pelo fato de populaesde espcies estarem se recuperando aps melhorias no controle dapoluio e gesto de resduos, melhor qualidade do ar e da gua,aumento da cobertura florestal e/ou intensificao dos esforos deconservao em pelo menos algumas das regies temperadas (verambientes biogeogrficos, pgina 30). Em contrapartida, o IPVtropical provavelmente comea em um patamar mais elevado ereflete as alteraes dos ecossistemas em larga escala verificadas emregies tropicais desde a criao do ndice em 1970, que em geralsuperam os impactos positivos da conservao.
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ndice tropical
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ndice Planeta Vivo: Bioma s
O ndice Planeta Vivo Terr estre abrange 3.180 populaes de
1.341 espcies de aves, mamferos, anfbios e rpteis que ocorremem uma ampla gama de habitats tropicais e temperados, inclusiveflorestas, pastagens e terras desrticas (ver sntese na tabela 2 doAnexo). Em termos globais, o IPV terrestre sofreu declnio de 25%(Figura 7a). O IPV terrestre tropical diminuiu quase 50% desde1970, enquanto o IPV terrestre temperado avanou cerca de 5%(Figura 7b).
F i g u r a 7 : O n d i c eP la n e t a V i v o Te r r e s t r e
a) O ndice terrestre globalmostra uma queda de 25%entre 1970 e 2007(WWF/ZSL, 2010)
b) O ndice terrestretemperado mostra umaumento de cerca de 5%, ao
passo que o ndice terrestretropical mostra uma quedade quase 50%(WWF/ZSL, 2010)
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Legenda 7a
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O ndice Planeta Vivo Marin ho registra as variaes em 2.023populaes de 636 espcies de peixes, aves, tartarugas e mamferos
marinhos encontrados em ecossistemas marinhos temperadose tropicais (tabela 2 do Anexo). Aproximadamente metade dasespcies deste ndice tem uso comercial. Globalmente, o IPV marinhoregistrou queda de 24% (Figura 8a). Os ecossistemas marinhosapresentam a maior discrepncia entre as espcies tropicais etemperadas: o IPV tropical marinho recuou cerca de 60%, ao passoque o IPV temperado marinho teve aumento em torno de 50%(Figura 8b). No entanto, h evidncias de que houve quedas maciasde longo prazo em espcies temperadas marinhas e costeiras ao longodos ltimos sculos (Lotze, H.K. et al., 2006, Thurstan, R.H. et al.,2010) e, portanto, o ndice temperado teve incio com base em umpatamar muito mais baixo em 1970 do que o ndice tropical.
F i g u r a 8 : O n d i c eP la n e t a V i v o M a r i n h o
a) O ndice marinho
global mostra uma quedade 24% entre 1970 e 2007(WWF/ZSL, 2010)
b) O ndice marinhotemperado mostra umaumento de cerca de 50%,ao passo que o ndicemarinho tropical mostrauma queda em torno de60% (WWF/ZSL, 2010)
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F i g u r a 9 : O n d i c eP la n e t a V i v o p a r a g u a D o c e
a) O ndice para gua doceglobal mostra uma quedade 35% entre 1970 e 2007(WWF/ZSL, 2010)
b) O ndice para gua docetemperado mostra umaumento de 36%, ao passoque o ndice para guadoce tropical mostra umaqueda de quase 70%(WWF/ZSL, 2010)
O ndice Planeta Vivo para gu a Doce acompanha asvariaes em 2.750 populaes de 714 espcies de peixes, aves,
rpteis, anfbios e mamferos encontrados em ecossistemas de guadoce temperados e tropicais (tabela 2 do Anexo). O IPV de guadoce global recuou 35% entre 1970 e 2007, ou seja, mais que o IPVglobal marinho ou terrestre (Figura 9a).
O IPV para gua doce tropical recuou quase 70%, a maiorqueda de todos os IPVs baseados em bioma, ao passo que o IPV paragua doce temperado teve aumento de 36% (Figura 9b).
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ndice para guadoce temperado
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ndice para guadoce tropical
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ndice para gua doce
Limite de confiana
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Captulo 1: A situao do planeta
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Papua Nova Guin: Uma bacia hidrogrfica seca na provncia de Sepik Oriental, onde oWWF est apoiando a criao de unidades de conservao, a colheita sustentvel de guadoce e produtos florestais, e o desenvolvimento do ecoturismo, sade e educao comunitria.Estamos elaborando um modelo de manejo de bacias hidrogrficas em toda a Nova Guin, queproteger importantes recursos f lorestais e de gua doce que oferecem habitat para espciesameaadas como a harpia e o casuar, e tambm propiciam meios de subsistncia para ascomunidades locais.
BRENTS
TIRTON/GETTYIMAGES/WWF
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Planeta Vivo Relatrio 2010 p. 28
ndice Planeta Vivo: Reinos biogeogrficos
A anlise do IPV no nvel sub-global ou regional pode ajudar a
identificar ameaas biodiversidade em reas especficas. Paragarantir a expressividade biolgica dessas anlises, as populaes deespcies terrestres e de gua doce do banco de dados de IPVs foramdivididas em cinco ambientes biogeogrficos (Mapa 2), dos quaistrs so em grande parte tropicais (Indo-Pacfico, Afro-tropical eNeotropical) e dois dos quais so amplamente de clima temperado(Palertico e Nertico). A tabela 1 do Anexo sintetiza o nmero deespcies e pases representados em cada um desses reinos.
M a p a 2 : Mapa quemostra as regiesbiogeogrficas e as zonas
tropicais e temperadas(indicadas pelos Trpicosde Cncer e Capricrnio),grandes cordilheiras egrandes lagos e rios
NERCTICO
NEOTROPICAL
Captulo 1: A situao do planeta
INDO-PACFICO
ANTRTICO
AFRO-TROPICAL
PALERTICO
Trpico de Cancr
Trpico de Capricrnio
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Am bientes biogeogr ficos
Os ambientes biogeogrficos combinam
regies geogrficas com padres dedistribuio histrica e evolutiva de plantas
e animais terrestres. Representam grandes
reas da superfcie terrestre, separadas por
grandes barreiras migrao de plantas e
animais como oceanos, vastos desertos
e cordilheiras elevadas onde as espcies
terrestres evoluram em relativo isolamento
durante longos perodos de tempo.
INDO-PACFICO
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Figu r a 11. IPV A f r o - t r op ica l : qu eda d e 18%
As populaes de espcies do reino Afro-tropical dosinais de recuperao desde meados da dcada de 1990,quando o ndice atingiu baixa recorde de 55%. Esseaumento pode ser parcialmente explicado devido a umamelhor proteo da fauna silvestre em reservas naturaise parques nacionais em pases para os quais h dadosrelativamente bons, como a Uganda (Pomeroy, D.a.H.T.,2009). Dados de um espectro maior de pases africanos
proporcionariam um quadro mais detalhado dessasevolues e dos respectivos determinantes.
F i g u r a 1 2 . I P V N e o t r o p i c a l : q u e d a d e 5 5 %
A queda reflete mudanas generalizadas do uso da
terra e industrializao em toda a regio desde 1970,
mas tambm se deve em parte a quedas catastrficasdos nmeros de anfbios causadas, em muitos casos,
pela propagao de doenas provocadas por fungos.Estima-se a perda de floresta tropical nesse ambiente
em cerca de 0,5% ao ano, com a rea total perdida na
faixa de 3 a 4 milhes de hectares ao ano entre 2000 e2005 (FAO, 2005; Hansen, M.C. et al., 2008).
IPV Afro-tropical Limite de confiana
IPV Neotropical Limite de confiana
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.6
1.8
-18%
1970 1980 1990 2000 2007
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
-55%
1970 1980 1990 2000 2007
ndicePlanetaVivo(1970=1)
ndicePlanetaVivo(1970
=1)
Ano
Ano
F i g u r a 10 . I P V N e r t i c o : q u e d a d e 4 %
Amrica do Norte, incluindo Groenlndia. provvelque a notvel estabilidade seja fruto da eficaz proteo
do meio ambiente e esforos de conservao desde 1970.Como este reino possui a mais abrangente cobertura dedados (Tabela 1 do Anexo), o ndice pode ser atribudo
com um grau bem elevado de confiana.
IPV Nertico Limite de confiana
1970 1980 1990 2000 2007
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
-4%1.8
ndicePlanetaVivo(1970=
1)
Ano
-
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Figur a 14 . IPV Indo -Pac f i co : qu eda d e 66%
Inclui os reinos Indo-malaio, Australsico e Ocenico.
A queda reflete o rpido desenvolvimento agrcola,industrial e urbano em toda a regio, o que acarretou a
mais acelerada destruio e fragmentao de f lorestas,zonas midas e sistemas fluviais de todo o mundo (Loh,
J. et al., 2006; MEA, 2005b). Por exemplo, entre 1990 e2005, a cobertura f lorestal tropical sofreu reduo mais
rapidamente no Sudeste Asitico do que na frica ou na
Amrica Latina, com estimativas variando de 0,6 a 0,8%ao ano (FAO, 2005; Hansen, M.C. et al., 2008).
IPV Indo-Pacfico Limite de confiana0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
-66%
1970 1980 1990 2000 2007
ndicePlan
etaVivo(1970=1)
Ano
F i g u r a 13 . I PV P a l e r t i c o : a u m e n t o d e 4 3 %
Amrica do Norte, incluindo Groenlndia. provvel
que a notvel estabilidade seja fruto da eficaz proteo
do meio ambiente e esforos de conservao desde 1970.Como este reino possui a mais abrangente cobertura de
dados (Tabela 1 do Anexo), o ndice pode ser atribudocom um grau bem elevado de confiana.
Figures 10 to 14 (ZSL/WWF, 2010)
IPV Palertico Limite de confiana0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
+43%
1970 1980 1990 2000 2007
ndicePlanetaVivo(1970=
1)
Ano
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Planeta Vivo Relatrio 2010 p. 32
MEDINDO A DEMANDA HUMANA:A PEGADA ECOLGICAA Pegada Ecolgica um marco da contabilidade que acompanhaas demandas concorrentes da humanidade sobre a biosfera pormeio da comparao da demanda humana com a capacidaderegenerativa do planeta. Esse procedimento se d pela somadas reas necessrias ao fornecimento dos recursos renovveisutilizados pelas pessoas, as reas ocupadas por infraestruturae as reas necessrias para a absoro de resduos. Nos atuais
Balanos Nacionais de Pegada Ecolgica, os insumos de recursosacompanhados incluem gros e peixes para a alimentao e outrosusos, madeira e pasto usado para a alimentao do gado. O CO2 onico produto residual considerado atualmente.
Como as pessoas consomem recursos de todo o mundo, aPegada Ecolgica do consumo, a medida aqui apresentada, somaessas reas independentemente de sua localizao no planeta.
Para determinar se a demanda humana por recursosrenovveis e a reteno de CO2 podem ser mantidas, a PegadaEcolgica comparada com a capacidade regenerativa do planeta,
isto , sua biocapacidade - capacidade de regenerao totaldisponvel para atender a demanda representada pela Pegada.Tanto a Pegada Ecolgica (que representa a demanda por recursos)como a biocapacidade (que representa a disponibilidade derecursos) so expressas em unidades chamadas de hectares globais(gha), com um gha representando a capacidade produtiva de umhectare de terra na produtividade mdia mundial.
Captulo 1: A situao do planeta
1,5 ANOPARA RECUPERAROS RECURSOSRENOVVEISUSADOS EM 2007
-
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Planeta Vivo Relatrio 2010 p. 33
CARBONO
PASTAGEM
REA FLORESTAL
PESQUEIROS
REA CONSTRUDA
REA DE CULTIVO
F i g u r a 1 5:T o d aa t i v id a d e h u m a n au s a t e r r a s e /o u
r e c u r s o s p e s q u e i r o sb i o lo g i ca m e n t e p r o d u t i v o s
A Pegada Ecolgica asoma dessa rea, sejaqual for sua localizaono planeta
Calculada com base na rea utilizada para produzir alimentos e fibras para oconsumo humano, rao para o gado, oleaginosas e borracha
PEGADA DE REAS DE CULTIVO:
Calculada com base na rea de terras cobertas por infraestrutura humana,inclusive transportes, habitao, estruturas industriais e reservatrios para agerao de energia hidreltrica
PEGADA DE REASCONSTRUDAS:
Calculada com base no consumo anual de madeira serrada, celulose, produtosde madeira e lenha de um pasPEGADA FLORESTAL:
Calculada a partir da rea utilizada para a criao de gado de corte, leiteiro e para aproduo de couro e produtos de l
PEGADA DE PASTAGENS:
Calculada a partir da estimativa de produo primria necessria para sustentaros peixes e mariscos capturados, com base em dados de captura relativos a 1.439espcies marinhas diferentes e mais de 268 espcies de gua doce
PEGADA DE PESQUEIROS:
PEGADA DA RETENO DECARBONO:
Definies dos componentes da Pegada
Calculada como a quantidade de floresta necessria para absorver as emissesde CO2 derivadas da queima de combustveis fsseis, mudanas no uso da terrae processos qumicos, com exceo da parcela absorvida pelos oceanos. Essasemisses so o nico produto residual contido na Pegada Ecolgica
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Planeta Vivo Relatrio 2010 p. 34
F i g u r a 16 : Pe g a d aE c o l g i c a p o r
c o m p o n e n t e , 19 6 1 2 0 0 7 A Pegada mostrada comoo nmero de planetas.
A biocapacidade total,representada pela linhabranca pontilhada, sempreequivale a um planeta Terra,embora a produtividadebiolgica do planeta variea cada ano. A geraode energia hidreltricaest includa nas reasconstrudas e lenha no
componente florestal(GlobalFootprint Network, 2010)
A sobrecar ga ecolgica est crescendo
Durante a dcada de 1980, a humanidade como um todo
ultrapassou o ponto em que a Pegada Ecolgica anual correspondia biocapacidade anual da Terra. Em outras palavras: a populaohumana do planeta comeou a consumir recursos renovveis commaior rapidez do que os ecossistemas so capazes de regener-los eliberar mais CO2 do que os ecossistemas conseguem absorver. Essasituao chamada de sobrecarga ecolgica e continua desde ento.
A ltima Pegada Ecolgica mostra essa tendncia inalterada(Figura 16). Em 2007, a Pegada da humanidade ficou em 18 bilhesde gha, ou 2,7 gha per capita. No entanto, a biocapacidade da Terrafoi de apenas 11,9 bilhes de gha, ou 1,8 gha por pessoa (Figura 17
e GFN 2010a). Isso representa uma sobrecarga ecolgica de 50%.Significa que levaria 1,5 ano para a Terra regenerar os recursosrenovveis que as pessoas usaram em 2007 e absorver os resduosde CO2. Dito de outra forma, as pessoas usaram o equivalente a 1,5planeta em 2007 para realizar suas atividades (ver Quadro: Qual overdadeiro significado da sobrecarga?).
Captulo 1: A situao do planeta
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
1961 1971 1981 1991 2001 2007
Nmero
deplanetas
Ano
rea de cultivo
rea construda
Pesqueiros
rea florestal
Pastagem
Carbono
Biocapacidade mundial
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Qual o verdadeiro significado da sobrecarga?Como a humanidade pode estar usando a capacidade de 1,5
Terra, quando s existe um planeta?Assim como fcil retirarmais dinheiro de uma conta bancria que os juros que essedinheiro rende, possvel colher recursos renovveis em ritmoacima de sua gerao. Madeira pode ser extrada anualmentede uma floresta em quantidade superior renovao, e peixespodem ser pescados em ritmo acima da capacidade de reposioa cada ano. Mas isso somente possvel por um tempo limitado,pois o recurso acabar se esgotando.
Da mesma forma, as emisses de CO2 podem exceder oritmo com que as florestas e outros ecossistemas so capazes
de absorv-las, o que significa que Terras adicionais seriamnecessrias para o pleno sequestro dessas emisses.
O esgotamento de recursos naturais j aconteceu emnvel local em alguns lugares como, por exemplo, o colapso dosestoques de bacalhau de Newfoundland na dcada de 1980.Atualmente, as pessoas muitas vezes mudam a fonte quando issoacontece, indo para um novo pesqueiro ou floresta, desmatandonovas terras para a agricultura ou visando uma populaodiferente ou uma espcie ainda comum. Porm, com os ndicesatuais de consumo, estes recursos cedo ou tarde acabaro
tambm e alguns ecossistemas entraro em colapso antesmesmo do esgotamento completo do recurso.
Verificam-se tambm as consequncias do excessode gases de efeito estufa que no podem ser absorvidos pelavegetao: o aumento das concentraes de CO2 na atmosfera,provocando a elevao das temperaturas globais e mudana doclima, alm da acidificao dos oceanos. Tudo isso exerce maispresses sobre a biodiversidade e os ecossistemas.
x2O TAMANHO DAPEGADA ECOLGICA EM2007 EM COMPARAO
COM 1966
-
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Captulo 1: A situao do planeta
M a p a 3 : Mapaglobal da PegadaEcolgica relat iva
per capita em 2007Quanto mais escura acor, maior a Pegada
Ecolgica per capita(Global FootprintNetwork, 2010)
Pegada Ecolgica: Naciona lA anlise da Pegada Ecolgica no nvel percapta mostra que pessoas que vivem emdiferentes pases diferem grandemente emsuas demandas sobre os ecossistemas daTerra (Mapa 3 e Figura 17). Por exemplo,se todas as pessoas do mundo vivessemcomo um habitante comum dos EstadosUnidos ou dos Emirados rabes Unidosseria necessrio um equivalente debiocapacidade acima de 4,5 planetas paramanter o consumo e as emisses de CO2da humanidade. Por outro lado, se todosvivessem como um habitante comum dandia, a humanidade estaria usando menosda metade da biocapacidade do planeta.
Carbono: o maior componenteda pegada
O maior componente da pegada ecolgica o carbono. Esse valor registrou aumentode 35% desde a publicao do primeirorelatrio Planeta Vivo, em 1998, e atualmente responsvel por mais da metade da PegadaEcolgica global (Figura 16).
-
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Pegada Ecolgica
per capita
0-1.5 gha
1.5-3.0 gha
3.0-4.5 gha
4.5-6.0 gha
6.0-7.5 gha
7.5-9.0 gha
9.0-10.5 gha
Acima de 10.5 gha
Dados insuficientes
-
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0
2
4
6
8
10
12
EmiradosrabesUnidos
Qatar
Dinamarca
Blgica
EstadosUnidosdaAmrica
Estnica
Canad
Austrlia
Kuweit
Irlanda
PasesBaixos
Finlndia
Sucia
RepblicaTcheca
Macednia
Letnia
Noruega
Monglia
Espanha
Grcia
Cingapura
Eslovnia
ustria
ArbiaSaudita
Uruguai
Alemanha
Sua
Frana
Itlia
Om
ReinoUnido
NovaZelndia
Co
reia,Repblicada
Malsia
Israel
Japo
Litunia
Casaquisto
Portugal
FederaoRussa
Polnia
Maurcio
Bulgria
Eslovquia
Turcomenisto
Belarus
Crocia
Nepal
Gmbia
Chile
Paraguai
TrinidadeTobago
Lbia
Mxico
Hungria
Brasil
Lbano
Ucrnia
Venezuela
Panam
BsniaeHerzegovina
Romnia
Turquia
Mundo
CostaRicaIr
Botsuana
Mauritnia
Argentina
Bolvia
Srvia
Tailndia
Nger
fricadoSul
C h i n a
Nmerodehectaresglobaisdisponveispercapita
Mundo
Figu r a 17: PegadaEcolgica por pas e percapita, 2007(Global
Footprint Network, 2010)
Carbono
Pastagem
Floresta
Pesqueiro
rea cultivada
rea construda
Legenda
-
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Mali
Jamaica
Honduras
Albnia
Tunsia
Equador
Azerbaijo
Colmbia
Cuba
Gergia
Madagscar
Birmnia
Guatemala
Gana
Armnia
Uzbequisto
Sudo
Chade
Guin
Egito
Arglia
Nicargua
Peru
Uganda
Repb
licarabedaSria
Suazilndia
Rep
blicaDominicana
Nigria
Somlia
Gabo
Vietn
Moldvia
Iraque
Coreia,RDP
RepblicaCentro-Africana
BurkinaFaso
Filipinas
Laos,RDP
Libria
Zimbbue
Quirguisto
Benin
Marrocos
SriLanka
Indonsia
Tanznia
Qunia
Etipia
Senegal
Lesoto
SerraLeoa
Camares
Camboja
Ruanda
CtedIvoire
Angola
Tajiquisto
Togo
Congo
Guin-Bissau
Imen
ndia
Zmbia
Burundi
Eritreia
Moambique
Paquisto
Congo,Rep.Dem.
Palestina
Malaui
Haiti
Afeganisto
Bangladesh
Timor-Leste
Pegada Ecolgica: Nvel econm ico
A anlise da Pegada Ecolgica de acordo com quatro agrupamentos
polticos que representam, em linhas gerais, diferentes nveiseconmicos (ver Quadro: Regies polticas), mostra que os pasesmais desenvolvidos, de renda mais elevada, geralmente impemmaiores demandas sobre os ecossistemas da Terra do que pasesmais pobres e menos desenvolvidos. Em 2007, os 31 pases da OCDE que inclui as economias mais ricas do mundo responderam por37% da Pegada Ecolgica da humanidade. Em contraste, os 10 pasesda ASEAN ( sigla em ingls paraAssociation of Southeast AsianNations) e os 53 pases da Unio Africana que inclui alguns dospases mais pobres e menos desenvolvidos do mundo contriburam
apenas 12% para a Pegada global (Figura 18).
OECD
BRIC
Unio africana
ASEAN
Restante do mundo
LegendaF i g u r a 18 : Parcela daPegada Ecolgica dos
pases da OCDE, ASEAN,BRIC e Unio Africana
em 2007 em relao Pegada Ecolgica totalda humanidade (Global
Footprint Network, 2010)
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10
1,206 2,833 567 885
Alm de indicar a quantidade de bens e servios consumidos edos resduos de CO2 gerados pelo habitante comum, a Pegada
Ecolgica tambm uma ferramenta da populao. Conformemostrado na Figura 20, a Pegada Ecolgica mdia per capita muito menor nos BRICs (sigla usada para se referir ao grupo depases emergentes composto por Brasil, Rssia, ndia e China)do que nos pases da OCDE; no entanto, como os BRICs tm maisdo que o dobro de habitantes que os pases da OCDE, sua PegadaEcolgica total se aproxima da Pegada dos pases da OCDE. A atualtaxa de crescimento mais elevada na Pegada per capita dos BRICssignifica que esses quatro pases tm potencial para ultrapassar os31 pases da OCDE em seu consumo total.
F i g u r a 19 : P e g a d aE c o l g i c a p o r a g r u p a m e n t o p o l t i c o
e m 2 0 0 7, em f u n od a P e g a d a p e r c a p i t ae p o p u l a o
A rea no interior decada barra representaa Pegada total de cadaagrupamento (GlobalFootprint Network, 2010)
Pegada Ecolgica: Variaes ao longo do temp oPela primeira vez, esta edio do relatrio Planeta Vivo analisaa variao da Pegada Ecolgica ao longo do tempo em diferentesagrupamentos polticos, tanto em magnitude como em contribuio
relativa de cada componente da pegada.A Pegada Ecolgica total dos quatro grupos polticos mais
do que dobrou entre 1961 e 2007. Em todos os grupos, o maioraumento foi na pegada de carbono (Figura 21). Embora a pegada decarbono da OCDE seja de longe a maior de todas as regies e tenhaaumentado dez vezes desde 1961, no teve a maior velocidade deaumento: a pegada de carbono dos pases da ANSA aumentou maisde 100 vezes, ao passo que a pegada dos BRICs aumentou 20 vezese a dos pases da Unio Africana aumentou 30 vezes.
OECD
BRIC
ASEAN
Unio Africana
Legenda
Hectaresglobaispercapita
Populao (milhes)
Captulo 1: A situao do planeta
-
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Planeta Vivo Relatrio 2010 p. 41
Em contraste, a contribuio relativa dos componentes da pegadada lavoura, pastagem e florestas em geral diminuiu em todas as
regies. A diminuio da pegada da lavoura a mais acentuada,com queda da faixa de 44 a 62% em 1961 para 18 a 35% em2007, em todos os agrupamentos. Essa mudana de uma PegadaEcolgica com predominncia de biomassa para o predomniodo carbono reflete uma substituio do consumo de recursosecolgicos pela energia gerada por combustveis fsseis.
OCDE
1961
2007
BRIC Unio
Africana
ASEAN
F ig u r a 2 0 : A d i m e n s o e c o m p o s i o r e la t i v a s d a P e g a d a E c o l g i c at o t a l d o s p a s e s d a O CD E , B R I C, A S E A N e U n i o A f r i c a n a e m 19 6 1 e 2 0 0 7
A rea total de cada grfico tipo pizza mostra a magnitude relativa da Pegada decada regio poltica (Global Footprint Network, 2010)
Carbono
Pastagem
Floresta
Pesqueiros
rea cultivada
rea construda
Legenda
-
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BIOCAPACIDADE: NACIONALA biocapacidade de um pas determinada por dois fatores: asreas de lavouras, de pastagens, aquelas utilizadas para a pesca epara o manejo florestal localizadas dentro de suas fronteiras; e nvelde produtividade dessas terra, corpos dgua e mares. (ver Quadro:A medio da biocapacidade).
Captulo 1: A situao do planeta
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Biocapacidade per capita
0-1.5 gha
1.5-3.0 gha
3.0-4.5 gha
4.5-6.0 gha
6.0-7.5 gha
7.5-9.0 gha
9.0-10.5 gha
Acima de 10.5 gha
Dados insuficientes
M a p a 4 :
M a p a g l o b a l d a
b i o c a p a c i d a d e p e r
c a p it a e m 2 0 0 7
Quanto mais escura
a cor, maior a
biocapacidade per
capita (Global Footprint
Network, 2010)
A med io da biocapacidade
A biocapacidade abrange terras cultivveis
para a produo de alimentos, fibras e
biocombustveis; pastagens para produtos de
origem animal, como carne, leite, couro e l;
recurosos pesqueiros costeiros e continentais;
e florestas, que tanto fornecem madeira, como
podem absorver CO2.
A biocapacidade leva em considerao
a rea de terra disponvel, bem como a
produtividade da terra, medidas pela
produtividade por hectare das culturas ou
rvores nela inseridas. As lavouras de pasessecos e/ou frios, por exemplo, podem ser
menos produtivas do que as lavouras de
pases mais quentes e/ou mais midos. Se
a terra e o mar de uma nao so altamente
produtivos, a biocapacidade do pas pode
abranger mais hectares globais do que a
quantidade efetiva de hectares. Da mesma
forma, aumentos da produtividade das
culturas elevam a biocapacidade. Por exemplo,
a rea de terras utilizadas para as culturas demaior prevalncia, cereais, tem-se mantido
relativamente constante desde 1961, enquanto
a produtividade por hectare mais que dobrou.
-
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F i g u r a 2 1:D e z p r i n c i p a i sb i o c a p a c i d a d e s
n a c i on a i s e m 2 0 0 7 Apenas dez pasesresponderam pormais de 60% dabiocapacidade daTerra (Global FootprintNetwork, 2010)
0
5
10
15
20
25
30
Gabo
Bolvia
Monglia
Canad
Austrlia
Congo
Finlndia
Paraguai
NovaZelndia
Uruguai
Sucia
Brasil
Estnia
Rep
blicaCentro-Africana
Nambia
Argentina
Letnia
FederaoRussa
Mauritnia
Noruega
Dinamarca
Litunia
Casaquisto
Colmbia
EstadosUnidosdaAmrica
Peru
Chile
Botsuana
PapuaNovaGuin
Irlanda
ustria
Belarus
GuinBissau
Turcomenisto
Chade
Panam
Madagscar
Frana
Angola
Guin
Nicargua
Venezuela,
RepblicaBolivarianada
Congo,
Rep
blicaDemocrticado
Eslovquia
RepblicaTcheca
Eslovnia
Malsia
Qatar
Crocia
Mali
Libria
Sudo
Equador
Zmbia
Hungria
Om
Bulgria
Polnia
Nger
Birmnia
Romnia
Alemanha
CostaRica
Moambique
Camares
Honduras
Ucrnia
Mundo
CtedIvoire
Grcia
Espanha
BsniaeHerzegovina
Eritreia
RepblicaDemocrticaPopulardoLaos
TrinidadeTobago
M
i
Nmerodehectaresglobaisdis
ponveispercapita
F i g u r a 2 2 :B i o c a p a c i d a d e p e r c a p i t a p o r p a s e m 2 0 0 7
Essa comparao englobatodos os pases com
populao superior a ummilho para os quais estodisponveis dados completos(Global Footprint Network,2010)
Pastagens
Florestas
Pesqueiros
rea cultivada
rea construda
Legenda
Brasil
China
Estados Unidosda Amrica
Federao Russa
ndia
Canad
Austrlia
Indonsia
Argentina
Frana
Restante do mundo
Legenda
-
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F i g u r a 2 3 : Variaesna Pegada Ecolgica ebiocapacidade global percapita entre 1961 e 2007.
A biocapacidade totalper capita (em hectaresglobais) apresenta quedas medida que a populaodo mundo aumenta(Global Footprint Network,
2010)
Blgica
ReinoUnido
Turquia
BurkinaFaso
Portugal
Sua
Timor-Leste
Gergia
Senegal
SerraLeoa
Gana
Srvia
Tailndia
Itlia
fricadoSul
Guatemala
Nigria
Gmbia
PasesBaixos
Tanznia,
RepblicaUnidada
Suazilndia
Tunsia
China
Camboja
Uzbequisto
Albnia
Vietn
Em
irados
rabesUnidos
Uganda
ArbiaSaudita
Lesoto
Ir,RepblicaIslmicado
Benin
Azerbaijo
Zimbbue
Cuba
Armnia
Malaui
Repblica
rabedaSria
ElSalvador
Moldvia
Etipia
Filipinas
Egito
Imen
Marrocos
Japo
Togo
Qunia
Arglia
Coreia,
RepblicaDemocrticaPopularda
Ruanda
Tajiquisto
Maurcio
Nepal
Afeganisto
ndia
Burundi
R
epblicaDominicana
SriLanka
Lbia
Paquisto
Lbano
Kuwait
Jamaica
Bangladesh
Coreia,
Repblicada
Israel
Haiti
Iraque
Jordnia
Palestina
Cingapura
A anlise da biocapacidade em nvel nacional revela que mais dametade da biocapacidade do mundo se encontra dentro das fronteiras
de apenas dez pases. O Brasil possui a maior biocapacidade, seguidoem ordem decrescente de China, Estados Unidos, Federao Russa,ndia, Canad, Austrlia, Indonsia, Argentina e Frana (Figura 21).
Tampouco h equivalncia da biocapacidade per capita nomundo, que calculada por meio da diviso da biocapacidadenacional pela populao do pas. Em 2007, o pas com maiorbiocapacidade per capita foi o Gabo, seguido em ordem decrescentepor Bolvia, Monglia, Canad e Austrlia (Figura 23). Em um mundocom sobrecarga de utlizao de recursos naturais, a distribuiodesigual da biocapacidade suscita questes geopolticas e ticas sobrea diviso dos recursos do mundo.
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
1961 1971 1981 1991 2001 2007
Nmerodehectaresglobaisdisponveispercapita
Ano
Pegada Ecolgica
Biocapacidade
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Planeta Vivo Relatrio 2010 p. 46
A Pegada Hidrolgica da Produo oferece uma medida dautilizao da gua em diferentes pases, bem como uma indicaoda demanda humana por recursos hdricos nacionais (Chapagain,A.K. and Hoekstra, A.Y., 2004). Representa o volume de guaverde (precipitao e evapotranspirao) e azul (retirada de guassuperficiais e subterrneas) consumido na produo de bensagrcolas da lavoura e pecuria a principal utilizao da gua
(Figura 24) , bem como a gua cinza (poluio e reuso) geradapela agricultura e por usos domsticos e industriais (ver Quadro:Clculo da pegada da gua).
Muitos pases esto sofrendo dficit hdrico
Diferentes pases usam e poluem volumes de gua muitssimodiferentes (Figura 26). importante citar que isso impe nveisvariados de dficit hdrico sobre os recursos hdricos nacionais.O dficit hdrico calculado como a razo da soma das PegadasHidrolgicas azul e cinza da Produo para os recursos hdricos
renovveis disponveis. Conforme mostrado na Figura 26, 45 pasesatualmente esto sofrendo dficit de moderado a grave sobre asfontes de gua azul. Incluem-se a os principais produtores debens agrcolas para os mercados nacional e global, inclusive ndia,China, Israel e Marrocos. Essa presso sobre os recursos hdricosir se tornar ainda mais aguda com o aumento das populaeshumanas e o crescimento econmico, e ser exacerbada ainda maispelos efeitos da mudana do clima.
Uma limitao dessa anlise que ela se restringe ao nvelnacional, ao passo que o uso da gua se d muito mais em nvel
local ou de bacia hidrogrfica. Assim, os pases classificados comoisentos de dficit hdrico podem ter reas de elevado dficit, e vice-versa. Por esse motivo, a anlise deve ser refinada ainda mais, atchegar ao nvel local e das bacias hidrogrficas.
A PEGADA HIDROLGICADA PRODUO
F i g u r a 2 4 : A PegadaHidrolgica total daProduo para o usoagrcola, industrial edomstico; e a proporode gua cinza, verdee azul no mbito da
Pegada Hidrolgica daProduo do setor agrcola(Chapagain, A.K., 2010)
90% Agricultura
7% Indstria
3% Setorresidencial
15% gua Cinza
10% gua Azul
75% gua Verde
Captulo 1: A situao do planeta
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Quanta gua vai no seu caf?
A Pegada Hidrolgica da Produo de um produto agrcola inclui
toda a gua usada e poluda no cultivo dessa cultura especfica;
contudo, a Pegada Hidrolgica total do produto final inclui
tambm toda a gua usada e poluda em cada etapa subsequente
da cadeia produtiva, bem como em seu consumo (Hoekstra, A.Y.
et al., 2009). Essa gua tambm conhecida como gua virtual.
F i g u r a 2 5 :A Pega da
Hidrolgica de um
produto
AGRICULTOR PRODUTOR VAREJISTA CONSUMIDOR
Uso da
guaverde eazul
Uso da
guaazul
Uso da
guaazul
Uso da
guaazul
gua
cinza
gua
cinza
gua
cinza
gua
cinza
Pegada hidrolgica de um a xcara de caf preto: 140 litros
Inclui a gua utilizada para o cultivo do cafeeiro, a colheita,
refino, transporte e acondicionamento dos gros de caf, a
venda do caf e o preparo da xcara final (Chapagain, A.K. and
Hoekstra, A.Y., 2007).
Pegada hidrolgica de um caf com leite com aca rpar a viagem: 200 litros
A pegada hidrolgica aumenta ainda mais quando h acrscimo
de leite e acar e chega a variar se o acar for proveniente da
cana ou da beterraba. Se o produto final for um caf para viagem
em um copo descartvel, a pegada de gua incluir o volume de
gua utilizada para produzir o copo tambm.
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0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
ndia
China
EstadosUn
idosdaAmrica
Brasil
Indonsia
Paquisto
Rssia
Nigria
Tailndia
Mxico
Bangladesh
Vietn
Argentina
FilipinasIr
Canad
Birmnia
Frana
Turquia
Sudo
Alemanha
Austrlia
Ucrnia
Itlia
Espanha
Egito
Malsia
Uzbequisto
Iraque
Casaquisto
Tanznia
Marrocos
Etipia
Colmbia
Gana
CtedIvoire
fricadoSul
Sria
Arglia
Polnia
Equador
ReinoUnido
Congo,Rep.Dem.Do
Afeganisto
Madagscar
Venezuela
Qunia
Camboja
Mali
Peru
SriLanka
Tunsia
Romnia
Hungria
Turcomenisto
Nepal
Bolvia
Moambique
BurkinaFaso
Tajiquisto
Camares
Core
ia,Repblicada
Bulgria
F ig u r a 2 6 : Pe g a d aH i d r o l g i c a d aP r o d u o n a c i o n a l
a n u a l d e 13 0 p a s e sc o m p o p u l a os u p e r io r a u m m i lh oOs pases destacados emvermelho experimentandoestresse moderadoa severo (200508:Chapagain, A.K., 2010)
Pegada de
gua cinzaPegada degua azul
Pegada degua verde
Legenda
Pegadadeguada
Produodospases(2005-2008em
km
3/ano)
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Blg
icaLuxemburgo
Grcia
Azerbaijo
Cuba
Senegal
Chile
Angola
Imen
Malaui
Guatemala
Portugal
PasesBaixos
R
epblicaTcheca
Zmbia
Belarus
Repb
licaDominicana
Dinamarca
Benin
Somlia
Quirguisto
Gergia
Laos
Zimbbue
Ruanda
ustria
Honduras
Sucia
SerraLeoa
Togo
Pa
puaNovaGuin
Finlndia
CostaRica
Nicargua
Israel
Haiti
Lbia
Burundi
Moldv
ia,Repblicada
Repblica
Centro-Africana
ElSalvador
Sua
Mauritnia
Armnia
Albnia
Libria
Noruega
Litunia
Panam
Lbano
Letnia
Jamaica
Jordnia
Botsuana
Nambia
Om
Suazilndia
Gmbia
Gabo
Maurcio
TrinidadeTobago
Kuwait
Qatar
Clculo da Pegada HidrolgicaA Pegada Hidrolgica Produo o volume de gua doce usado
por pessoas para produzir bens, medida ao longo da cadeiaprodutiva como um todo, bem como a gua utilizada nosdomiclios e na indstria, especificada em termos geogrficos etemporais. Possui trs componentes:
Pegada da gua verde: volume de gua da chuva queevapora durante a produo de bens; no caso dos produtosagrcolas, trata-se da gua da chuva armazenada no solo queevapora dos campos de cultivo.
Pegada da gua azul: volume de gua doce retirado de fontes
superfi
ciais ou subterrneas utilizado pelas pessoas e que no devolvido; para os produtos agrcolas, responde por issoprincipalmente a evaporao da gua de irrigao dos campos.
Pegada da gua cinza: volume de gua n