Relatorio Casan

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UNIVERSIDADE DO OESTE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UNOESC CURSO DE ENGENHARIA BIOENERGÉTICA MARCELO RODRIGO BASI RELATÓRIO DA VISITA TÉCNICA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA DA CASAN

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UNIVERSIDADE DO OESTE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UNOESC

CURSO DE ENGENHARIA BIOENERGÉTICA

MARCELO RODRIGO BASI

RELATÓRIO DA VISITA TÉCNICA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

DA CASAN

XANXERÊ

2013

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MARCELO RODRIGO BASI

RELATÓRIO DA VISITA TÉCNICA À ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA

DA CASAN

Trabalho apresentado na disciplina curricular Tratamento de Águas I, do Curso de Engenharia Bioenergética, da Universidade do Oeste de Santa Catarina, como requisito de avaliação.

Professora: Fabiana Casarin

XANXERÊ

2013

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1. INTRODUÇÃO

No dia 19 de novembro de 2013, estivemos realizando uma visita técnica na estação de

tratamento de águas da Casan, no bairro São Romero, município de Xanxerê. A ETA faz parte

do sistema de abastecimento e nela ocorre o tratamento da água captada na natureza visando a

potabilização para posteriormente a distribuição à população.

A visita técnica foi acompanhada pela professora Fabiana Casarin e pela operadora da

estação da CASAN, que nos guiou durante toda a visita e descreveu as etapas do processo de

tratamento. De acordo com os conteúdos trabalhados em sala de aula e a observação in loco, a

visita técnica teve como objetivo identificar na prática as etapas de separação de misturas e o

tratamento químico da água utilizada para consumo em uma estação de tratamento de água.

2. DESENVOLVIMENTO

A água a ser tratada é captada por meio de adutoras e é canalizada até a ETA. Lá ela

irá passar por diferentes etapas de tratamento iniciando pela coagulação, onde o tratamento

químico se inicia com a adição de um agente coagulante na água, fazendo com que as

partículas de sujeira fiquem aglutinadas. O agente coagulante utilizado nesse processo é o

sulfato de alumínio.

Tanques de floculação. Fonte: O Autor

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A adição do agente ocorre automaticamente, porém no caso de falha das bombas, deve

ser feito manualmente, assim como era feito antigamente, relata a operadora que nos

acompanhou durante a visita.

Sulfato de alumínio utilizado como coagulante. FONTE: O autor

A etapa seguinte é a floculação, onde a água segue até os tanques onde será agitada,

nessa etapa ocorre a formação de flocos, os coágulos que tem a capacidade de atrair

impurezas da água transformam-se em flocos.

Na ETA de Xanxerê, ocorre o tratamento por contato, sendo que após a coagulação e

decantação, a água é encaminhada diretamente aos filtros para retenções de impurezas. Na

filtração, a água ainda contem impurezas que não foram sedimentadas no processo de

decantação. Por isso, ela precisa passar por filtros constituídos por camadas de areia, desde

cascalhos grosso até areia fina, que retém a sujeira restante, deixando a agua completamente

limpa, mas não pronta para beber.

Tanque de filtração. FONTE: O autor

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Antes de chegar na etapa de filtração, a água passa por um processo de desinfecção, o

“coração da ETA”, como relatou a operadora da estação no local, sem o cloro a estação não

funciona, acrescenta ela.

Na desinfecção é adicionado cloro, com o objetivo de eliminar microrganismos

nocivos à saúde e é por lei obrigatório no tratamento. As doenças causadas pela água

contaminada são: cólera, febre tifoide, hepatite, amebíase paratifoide, salmonelas, entre

outras. O processo ocorre automaticamente, através de bombas. Porém no caso da bomba

falhar, é dissolvido hipoclorito de cálcio e dosado manualmente. O cloro é armazenado em

botijões de 900 quilogramas, num total de três botijões na estação, onde o cloro permanece na

forma de gás, devido a alta pressão em que está submetido, e na temperatura de cerca de -200º

C. Quando ocorre a mistura com a água, o cloro passa para a forma líquida.

Detalhe dos botijões de cloro em laranja e do sistema automático de dosagem. FONTE: O autor

Além da desinfecção, a água passa por uma etapa onde é adicionado cal para

neutralizar o pH ácido gerado pela adição do sulfato de alumínio na etapa inicial do

tratamento. Uma água ácida ocasiona irritações na mucosa gástrica e corrosão nas tubulações

e uma água alcalina causa incrustações nas tubulações.

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Cal para correção do pH. FONTE: O autor

Além disso, a estação de tratamento dispõe de carvão ativado, que deve ser dosado

antes da etapa preliminar de tratamento. O Carvão ativado é uma forma de carbono tratado

para aumentar significativamente suas propriedades de adsorção, eliminando odores, mau

gosto e substâncias orgânicas dissolvidas. Carvão ativado é um material poroso e de origem

natural, importante devido às suas propriedades adsortivas. (MUCCIACITO, João Carlos.

2006)

Na etapa seguinte ocorre a fluoretação, com a adição de flúor na água. O flúor é usado

como para diminuir a incidência de cáries nos dentes, de acordo com a lei federal que

regulamenta o uso. O flúor ajuda a prevenir as cáries de duas maneiras distintas: ele se

concentra nos ossos em crescimento e nos dentes em desenvolvimento das crianças, ajudando

a endurecer o esmalte dos dentes de leite e permanentes que ainda não nasceram. Ele ajuda a

endurecer o esmalte dos dentes permanentes que já se formaram. (Colgate, 2010)

Depois de receber a adição de flúor, a agua vai para a caixa de contato, onde recebe

mais uma dose de cal para correção do pH e já está pronto o tratamento.

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Dosagem de flúor na água. FONTE: O autor

No tanque de contato, são coletadas a cada duas horas, amostras de água para a

realização de testes e para o controle da qualidade do processo. Dessa amostra, são realizadas

os testes de cor, turbidez, cloro residual, pH e flúor, que deve atender aos parâmetros da

legislação para água potável.

Operadora da estação coletando amostra de água para realização dos testes. FONTE: O Autor

Conforme portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, o valor máximos permitido para parâmetros físico-químico monitorados na saída de tratamento para captação superficial são:

Cloro residual: 0,5 a 2,0 mg/L

pH: 6,0 a 9,5

Cor: menor que 15,0 mg/L Pt/Co

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Turbidez: menor que 0,5 NTU para cada unidade filtrante

Flúor: 0,7 a 1,0 mg/L

Para a realização do testes são utilizados alguns reagentes, como o azul de bromotimol

por exemplo, para o teste pH. Entretanto verificou-se que estes reagentes são despejados em

bacia sanitária, sendo levados diretamente para o rio Xanxerê, constituindo um grave

problema de contaminação. Além disso, o lodo resultante no final do processo de tratamento é

despejado em córrego, sem tratamento.

Após todo o processo de tratamento a água é canalizada para um reservatório com

capacidade para um milhão de litros. De onde abastece, por gravidade a maior parte da

cidade. Para os bairros mais elevados, como é o caso do bairro da Fiat e do São Romero, a

estação dispõem de bombas de recalque para o abastecimento.

Reservatório com capacidade de 1 milhão de litros e casa de compartimento das bombas elevatórias. FONTE: O autor

3. CONCLUSÃO

Durante à visita podemos acompanhar todo o processo de tratamento da água, desde a

sua captação nos tanques até o processo de desinfecção, quando já está pronta para ser

distribuída aos reservatórios e consumida pela população.

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