Relatorio v2 n2

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Relatório Internacional de Tendências do Café Relatório Internacional de Tendências do Café Vol. 2 Nº. 2 05/março/2013 Bureau de Inteligência Competitiva do Café www.icafebr.com

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Relatório Internacional de Tendências do Café

Vol. 2 Nº. 2 05/março/2013

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1. PRODUÇÃO

O café é produzido em um grande número de

países espalhados pelo mundo, em uma região

denominada “cinturão cafeeiro” que se encontra entre

os trópicos de câncer e capricórnio. Cada país possui

um conjunto de características próprias que definem a

sua cafeicultura: clima, relevo, custo, espécie

cultivada, câmbio e muitas outras. Dessa forma, cada

nação precisa ser analisada individualmente, pois

possui características distintas das demais. Essa

diversidade de realidades produtivas ao redor do

globo precisa ser levada em consideração pelo setor

produtivo nacional. Por exemplo, enquanto os preços

atuais são críticos para a cafeicultura de arábica, o

robusta passa por uma boa fase, com grande

elevação das exportações desse tipo de grão.

Na América Central, o grande destaque dos

últimos meses é a alta incidência de ferrugem nas

lavouras. As informações dão conta de que a situação

é grave e pode comprometer significativamente as

exportações da região na próxima safra. Várias

iniciativas têm sido tomadas para ajudar os

cafeicultores, mas só o tempo permitirá uma avaliação

mais consistente dos reais estragos.

No continente africano observa-se o empenho

dos governos locais em promover a atividade

cafeeira, seja ampliando a produção ou melhorando a

qualidade. A situação naquele continente precisa ser

monitorada, já que o número de iniciativas desse tipo

que são noticiadas cresce a cada mês.

No Brasil, apesar do atual cenário desfavorável

de preços, as iniciativas para o desenvolvimento do

setor produtivo continuam. Dessa forma, os principais

Estados produtores de café investem em renovação de

lavouras, certificação orgânica e indicações

geográficas.

AMÉRICA CENTRAL

Costa Rica

Na Costa Rica os roubos de café afetam as

exportações. Em aproximadamente um ano, cerca de

18 contêineres de café foram roubados no país. As

autoridades se preocupam com o impacto financeiro

causado e também com os compradores

internacionais, pois esta situação pode afetar a

imagem do país e de seu café de excelente qualidade.

No intuito de combater o delito, dispositivos de

rastreamento estão sendo colocados nos contêineres e

investigadores são contratados.

Dados mostram que em apenas três anos a Índia aumentou mais de 500% suas vendas de café para a

Coréia do Sul.

El Salvador

O Governo do país tem viabilizado ajuda aos

produtores de café no controle da ferrugem. São

fornecidos aos cafeicultores fungicidas, fertilizantes e

outras ferramentas no intuito de combater a ferrugem,

ou fungo roya como também é conhecido. O fungo se

espalhou por quase a metade de todo parque cafeeiro

do país e tem causado danos severos às plantações.

Guatemala

Uma Aliança entre a Green Mountain Coffee

Roasters (GMCR) e R. Hanns Neumann Stiftung (HRNS)

busca a melhoria da situação dos pequenos

cafeicultores na Guatemala. O acordo fornecerá

oportunidade a cerca de 300 famílias, para que os

agricultores se tornem empreendedores. O resultado

esperado é a redução de grande parte da pobreza

rural e o desenvolvimento da cafeicultura.

México

Foi organizado por três cooperativas do país o

segundo Fórum Anual Sobre o Café e as Mudanças

Climáticas. A reunião discutiu os empecilhos causados

pelas mudanças climáticas na cafeicultura. Estudos

revelam que com o aumento da temperatura, cerca de

30% das terras cultivadas com café se tornarão

inadequadas para o cultivo. Esta situação afeta

diretamente muitas famílias que sobrevivem do cultivo.

Em 2011, foi criado um fundo, com a contribuição

de oito organizações, para compensar a queda na

safra, decorrente de fatores ambientais. Para se

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adaptarem, os agricultores estão cruzando espécies

de café que são mais tolerantes às mudanças de

temperaturas e ao estresse hídrico.

República Dominicana

Assim como acontece em El Salvador a ferrugem

ataca fortemente as plantações de café da República

Dominicana. Como parte do plano para controlar a

doença, o país intensifica acordos para renovar cerca

de 19 mil hectares, já que a melhor solução para

combater a ferrugem é o uso de variedades

resistentes. Além da utilização do melhoramento

genético para o combate da doença, os cafeicultores

locais utilizam o manejo adequado das adubações,

podas e capinas, uso racional de produtos químicos e

cultivos sombreados.

ÁSIA

Índia

Dados mostram que em apenas três anos a Índia

aumentou mais de 500% suas vendas de café para a

Coréia do Sul. De acordo com os coreanos, a Índia

possui vantagem geográfica em relação aos países

exportadores de café da América do Sul.

Além do aumento das exportações de café para

o vizinho asiático, o país possivelmente terá que

aumentar o volume de produção para atender

também a crescente demanda interna. O consumo de

café no país aumentou mais de 100%, de 1995 a

2010. Atento ao crescente aumento do consumo de

café, principalmente entre os jovens, que ultrapassou o

consumo de chá, o ministro indiano pediu ao

Departamento do Desenvolvimento do Norte que

enviassem funcionários para localizar áreas onde as

plantações de café podem ser implantadas.

Dependendo do sucesso do projeto-piloto, o parque

cafeeiro do país aumentará ainda mais.

ÁFRICA

Etiópia

Após grande esforço, os cafés selvagens da

Etiópia foram colocados em ordem de conservação. O

País é rico em biodiversidade e possui mais de 5 mil

variedades diferentes de café, um tesouro genético

preservado atualmente pela Unesco. O intuito do

projeto é replantar árvores e educar a população

sobre os benefícios das florestas e também da

cafeicultura. A demanda internacional por diferentes

tipos e variedades de cafés pode ser uma

oportunidade para o país.

No intuito de fornecer melhorias aos produtores

de café Fairtrade, todas as cooperativas da África

participaram da realização de um seminário com o

foco em governança corporativa e gestão financeira.

O objetivo foi transferir aos cafeicultores conhecimento

sobre as projeções de custos e a gestão de riscos, a

fim de que os produtores conheçam mais sobre os

financiamentos e outras ferramentas para melhorarem

a administração das propriedades.

Quênia

No Quênia, grupos de jovens são atraídos pelos

bons preços da cafeicultura local. Com contratos, na

maioria de cinco anos, os grupos arrendam lavouras

abandonadas de velhos agricultores, nutrem as

lavouras e conseguem muitas vezes retirar todo o

investimento no primeiro ano.

Apesar do interesse na atividade, muitos

produtores sentem o impacto da queda dos preços

internacionais do café. Após três anos de bons preços,

relativos à elevada demanda dos consumidores por

cafés finos, os quais o país é conhecido por produzir,

a situação tem mudado. Este cenário é resultado das

grandes safras mundiais dos últimos anos e a crise

financeira que afeta severamente a Europa.

Uganda

O Governo de Uganda pretende incentivar o

aumento da qualidade do café produzido.

Atualmente, muitos produtores para serem

remunerados antecipadamente, colhem os grãos

ainda verdes. Esta prática resulta em baixa qualidade

e baixo preço pago pelo produto. O incentivo busca

melhorias na renda dos agricultores com ênfase na

melhoria da qualidade dos produtos agrícolas.

AMÉRICA DO SUL

Colômbia

Em 2013, o café do departamento de Huila

receberá sua Denominação de Origem (DO), marca

que diferenciará a qualidade do grão produzido nessa

região frente às demais regiões produtoras. Com a

DO, o café produzido em Huila poderá ser

comercializado com um prêmio maior.

Atualmente, o departamento produz 1,4 milhão

de sacas de café, o que a torna a maior região

produtora do país. Como reconhecimento da

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qualidade, o Serviço de Marcas Europeu (OAMI)

declarou nulidade da marca "Huila" para os produtos

"café e sucedâneos de café". Isso significa que na

Europa, nenhum café de outra região pode ser

comercializado como se fosse de Huila.

Brasil

Bahia

Os cafeicultores do Oeste da Bahia concluíram

uma importante etapa para obtenção do selo de

Indicação Geográfica (IG). A Associação dos

Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafé) com

suporte da Fundação Dom Cabral, trabalham em

conjunto há três anos para a obtenção de um selo que

represente a identidade da região, baseado na

sustentabilidade, alta tecnologia e qualidade no

produto. Com o fim da primeira etapa que envolveu

mobilizações, idealização de planos e capacitações,

agora o setor encaminhará para apreciação do

Ministério da Agricultura e por fim, do INPI.

Espírito Santo

Renovar e revigorar as lavouras de café conilon

em 28 municípios capixabas, localizados

predominantemente na Região Sul. Este é o objetivo

do programa Renova Sul Conilon, lançado no final de

novembro/2012, na Fazenda Experimental de

Bananal do Norte/Incaper, em Pacotuba, Cachoeiro

de Itapemirim. O programa, que irá beneficiar cerca

de 20 mil famílias de agricultores de base familiar,

totalizando 60 mil pessoas em sete mil propriedades,

pretende praticamente dobrar a produção anual de

café Conilon da região, passando de 1,6 milhões de

sacas para 3 milhões.

Minas Gerais

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) foi

credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (Mapa) e pelo Instituto Nacional de

Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) como

organismo da avaliação de conformidade orgânica

(OAC). É a primeira instituição pública a ser

reconhecida para essa ação que passa a integrar o

grupo de certificadoras já regularizadas.

Os produtos orgânicos de origem vegetal

certificados passarão a ter um selo federal

reconhecido em todo o país: o selo do sistema

brasileiro de avaliação da conformidade orgânica

(Sisorg). O objetivo é valorizar a produção, facilitar a

identificação desses produtos e garantir a qualidade,

ou seja, certificar que foram produzidos de acordo

com os regulamentos técnicos existentes.

Outro fato importante para a agregação de valor

ao produto é que Poços de Caldas se tornou a

primeira Fairtrade Town entre as regiões produtoras

de café. O município no Sul de Minas Gerais

transformou-se numa das mais tradicionais produtoras

de café arábica de qualidade. Na região, produtores

integrados à Associação dos Agricultores Familiares

do Córrego d'Antas (Assodantas), que produzem café

com o selo Fairtrade, tem conseguido receber preços

até 45% superiores aos praticados no mercado.

Os investimentos constantes na melhoria dos

cafés produzidos em Minas Gerais têm proporcionado

resultados positivos para os cafeicultores do Estado.

Os produtores de café estão cada vez mais

especializados e a qualidade final do grão é

crescente. Com a qualidade superior, os grãos

produzidos na região têm conquistado posições de

destaque em concursos do setor. Esta situação é

fundamental para agregar valor ao café e conquistar

novas oportunidades de mercado. O Estado é

responsável por mais de 50% da produção nacional

de cafés especiais.

Além de investirem na produção de qualidade,

os cafeicultores têm investido também na gestão da

produção. Com a recuperação do preço do café,

verificada em 2010 e 2011, e a projeção de safras

maiores nos próximos anos, levaram os cafeicultores

do Estado a investirem principalmente na

modernização e ampliação dos sistemas de

armazenagem e estocagem. A substituição das sacas

de 60 kg pelas big bags, com capacidade para

acondicionar até uma tonelada, e a adoção do

transporte do produto a granel das fazendas para os

armazéns e silos, são as alterações mais significativas

deste processo. O objetivo é melhorar a

operacionalidade e baixar custos. Voltar Menu

2. RELAÇÃO DE TROCA

O poder de compra do cafeicultor brasileiro está

menor. Com a queda nos preços de venda do café

entre agosto/12 e fevereiro/13, além do reajuste no

salário mínimo nacional e nos preços de alguns fatores

produtivos, a quantidade de café necessária para

custear a produção nas principais regiões produtoras

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do país (Relação de Troca – RT) subiu

aproximadamente 24%.

Entre as regiões que produzem o café arabica, a

RT do Custo Operacional Efetivo (COE) subiu em

média 29%. Em agosto/12, aproximadamente 83% do

preço de venda da saca de 60kg já era suficiente

para cobrir o COE unitário. Em fevereiro/13 estes

custos ultrapassaram em 6% os preços médios de

venda. Analisando a RT do COE por área, em

fevereiro/13 foram necessárias 11,26 sacas por

hectare para cobrir os custos com Pessoas (mão de

obra), Mecanização (3,29), Insumos Agrícolas (10,85)

e Gastos Gerais (5,70). Para cobrir o Custo

Operacional Total (COT) a necessidade foi de 37,11

sacas por hectare, em média.

Nos municípios que apresentam processo

produtivo manual, analisados nos estados de Minas

Gerais e Espírito Santo, a RT subiu aproximadamente

25%. Ressalta-se que desde agosto/12 a RT nestas

regiões foi desfavorável ao produtor. Considerando

uma produtividade média ponderada de 26,56 sacas,

em agosto/12 a produção teria que ser 9% maior para

cobrir o COE, e em fevereiro/13 aproximadamente

36% maior. Neste último mês foram necessárias 18,85

sacas por hectare para cobrir os custos com Pessoas,

1,28 sacas para Mecanização (transporte interno de

materiais, insumos e da produção; neste caso o uso de

colhedoras manuais ou quaisquer tipos de máquinas

acopladas ao corpo humano não caracterizam a

colheita como mecanizada), Insumos Agrícolas (9,13) e

Gastos Gerais (6,77). A RT do COT foi de 41,29 sacas

por hectare, em média.

Para processos produtivos mecanizados,

analisados em Minas Gerais, São Paulo e Bahia, a RT

do COE em agosto/12 foi de aproximadamente 67%

da produtividade. Em fevereiro/13 ela chegou a 90%,

caracterizando um aumento de 34%. A redução nos

preços de venda foi a principal causa para o aumento

da RT, uma vez que o reajuste salarial tem um impacto

menor nos custos destas regiões. Enquanto os custos

com Pessoas na condução da lavoura e com Colheita

e Pós colheita corresponderam em média a 16% e 53%

dos preços médios de venda regionais para o

processo produtivo manual, entre agosto/12 e

fevereiro/13 estes grupos de custos corresponderam a

respectivamente 5% e 20% nas regiões mecanizadas,

mesmo com poucas diferenças nos preços de venda.

Em fevereiro/13, foram necessárias 6,75 sacas por

hectare para cobrir os custos com Pessoas,

Mecanização (4,69), Insumos Agrícolas (12,48) e

Gastos Gerais (5,03). A RT do COT foi de 35,74 sacas

por hectare, e a produtividade média ponderada

nestas regiões é de 32,64 sacas por hectare.

Considerando as diferentes realidades

produtivas, desde o tipo e qualidade do café,

definidos como moda regional durante o levantamento

de dados, até os coeficientes técnicos (quantidade

utilizada) que caracterizam o manejo produtivo em

cada região produtora, em fevereiro/13 foram

necessárias em média 7,52 sacas por hectare para

60

70

80

90

100

110

120

130

140

ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13

Relação de Troca na cafeicultura - Índice acumulado

Coffea arabica Coffea canephora

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pagar os fertilizantes, defensivos (2,73) e corretivos de

solo (0,60). Em agosto/12 as quantidades eram de

5,92, 2,16 e 0,40 sacas, respectivamente.

Para o conilon a RT do COE subiu

aproximadamente 7%. Em agosto/12

aproximadamente 63% do preço de venda da saca

de 60kg já era suficiente para cobrir o COE unitário.

Em fevereiro/13, foi necessário 67% do preço de

venda para cobrir estes custos. Analisando o COE por

área, neste mês foram necessárias 19,46 sacas por

hectare para cobrir os custos com Pessoas,

Mecanização (1,47), Insumos Agrícolas (10,42) e

Gastos Gerais (8,37). Para cobrir o COT a exigência

era de 45,87 sacas por hectare, em média.

A RT unitária do COE em regiões com processo

produtivo manual correspondeu a 82% do preço de

venda em fevereiro/13, e em regiões

semimecanizadas 66%. Estes percentuais

caracterizaram um aumento de aproximadamente 8%

e 7% nas RT em comparação a agosto/12.

Para o processo produtivo manual, analisado no

estado de Rondônia, em fevereiro/13 foram

necessárias 6,86 sacas por hectare para cobrir os

custos com Pessoas, Insumos Agrícolas (2,52) e Gastos

Gerais (5,45). Para pagar o COT exigiu-se 17,51 sacas

por hectare, quantidade menor que a produtividade

média de 18 sacas por hectare.

Já para o processo produtivo semimecanizado,

analisado no Espírito Santo e Bahia, em fevereiro/13

foram necessárias 21,16 sacas por hectare para cobrir

os custos com Pessoas, Mecanização (1,67), Insumos

Agrícolas (11,49 ) e Gastos Gerais (8,77). A RT do COT

foi de 49,70 sacas por hectare, e a produtividade

média ponderada para estas regiões é de 65,77

sacas por hectare.

Na produção de café conilon, em fevereiro/13

foram necessárias em média 7,06 sacas por hectare

para pagar os fertilizantes, defensivos (2,67) e

corretivos de solo (0,70). Em agosto/12 as

quantidades foram 6,95, 2,45 e 0,56 sacas,

respectivamente.

O gráfico acima se refere a RT média para

diferentes tipos de produção na cafeicultura brasileira.

Valores maiores que 1 indicam que a produtividade

atual não é suficiente para cobrir o COE e valores

menores que 1 que estes custos são cobertos. Exemplo:

1) RT=1,09 – indica que a produtividade deveria ser

9% superior que a atual para que os custos fossem

cobertos; 2) RT=0,67 – indica que 67% da

produtividade atual cobre o COE e que 33%

correspondem à margem de lucro. É importante

lembrar que o preço do café tem grande influencia

neste indicador, pois com custos constantes e preços

maiores, a RT diminui.

Foram considerados nas análises os pacotes

tecnológicos de propriedades típicas regionais que

compõem a rede informacional do projeto Campo

Futuro, idealizado pela CNA e SENAR e que objetiva

além da capacitação do produtor rural a geração de

informações estratégicas para a administração de

1,09

1,01

1,09

1,21 1,241,21

1,36

0,67 0,640,68

0,72 0,740,79

0,90

0,770,72

0,64

0,74

0,830,79

0,82

0,610,59 0,59

0,620,65 0,64 0,66

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 jan/13 fev/13

Relação de Troca do COE em base 1

Coffea arabica Manual Coffea arabica Mecanizado Coffea canephora Manual

Coffea canephora Semimecanizado Produtividade

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riscos de preços, custos e da produção. O Centro de

Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade

Federal de Lavras (UFLA) é o responsável pelas

pesquisas sobre a cafeicultura brasileira no projeto

Campo Futuro. Voltar Menu

A entrada da Elite Strauss no segmento de monodoses pode ser visto como de grande interesse

para o mercado brasileiro, já que este player é detentor de grandes marcas de café do Brasil.

3. INDÚSTRIA

A indústria do café está a todo o momento

oferecendo uma nova gama de produtos aos

consumidores. Este fato é evidenciado pela chegada

de novas máquinas de café. Entretanto, novos

modelos de máquinas foram desenvolvidos com o

objetivo de utilizar cápsulas de outras companhias, o

que poderia gerar conflitos de patentes. Com a

comercialização destas máquinas o mercado do café

ficará cada vez mais competitivo.

Como forma de superar a concorrência, a

indústria continua a aumentar o padrão de qualidade.

Percebe-se que a demanda por grãos de cafés

especiais é cada vez maior pelos torrefadores, em

razão da exigência dos consumidores.

A indústria do café continua mostrando todo o

potencial no segmento de monodoses. Com a entrada

de novos fabricantes de máquinas de café espresso, o

sistema em dose única tende a se difundir cada vez

mais nos países consumidores deste tipo de bebida.

Um exemplo é a entrada da Elite Strauss neste

segmento.

Green Mountain

A Green Mountain Coffee Roasters irá expandir o

portfólio da marca Café Escapes, com dois novos

produtos compatíveis com o sistema Keurig. As duas

novas cápsulas de café serão comercializadas nos

sabores Vanilla e Caramel.

O lançamento dos novos produtos é uma forma

da Green Mountain obter uma parcela cada vez maior

do segmento de cafés especiais nos EUA.

Impulsionados pelo crescimento das cafeterias, os

consumidores estão optando cada vez mais por

produtos com maior valor agregado. Essa tendência

no consumo gera benefícios tanto para os clientes

como para as torrefadoras, uma vez que os

consumidores consomem uma bebida de qualidade e

as companhias auferem maior lucratividade em seus

produtos comercializados.

Os cafés Vanilla e Caramel estarão disponíveis

nas lojas de varejo de todo os Estados Unidos, nas

lojas on-line da Green Mountain e da Keurig em

pacotes de 12, 16 e 24 unidades. Já os preços estarão

por volta de US$ 8.79, US$ 11.99 e US$ 17.49

respectivamente.

Os constantes lançamentos apresentados pela

Green Mountain no ano de 2012 fizeram com que a

empresa obtivesse uma excelente margem de lucro

durante o ano fiscal. Os bons resultados se referem

aos investimentos na inovação do portfólio de

produtos e no marketing agressivo que a empresa

continua a realizar para alavancar as vendas de suas

máquinas Keurig. Graças aos esforços da companhia,

a Green Mountain poderá continuar sua política de

expansão, adquirindo mais força diante de outros

players no mercado norte americano do café,

principalmente após a queda das patentes das K-

Cups, o que enfraqueceu a companhia.

Ethical Coffee

A fim de aumentar a concorrência no segmento

de monodoses, a Ethical Coffee anunciou o

lançamento de uma nova máquina no mercado.

Diferentemente das inúmeras novidades anunciadas

pelas grandes torrefadoras, a máquina da companhia

suíça operará sob um sistema aberto, ou seja, será

compatível com diversas cápsulas de outras marcas. A

Ethical Coffee planeja a fabricação de

aproximadamente 150.000 a 200.000 máquinas

para o próximo ano.

Espera-se que a nova máquina seja bem aceita

no mercado, uma vez que inúmeras redes varejistas já

anunciaram o interesse de distribuição, dentre elas a

Casino Guichard-Perrachon SA, grande rede de

varejo francesa. A novidade será comercializada

primeiramente na França, mas segundo Gaillard, CEO

da Ethical Coffee, será na Suíça que o novo produto

deverá alcançar seu maior número de vendas. O

preço ainda não foi definido, mas deve se aproximar

de 150 euros, pois as máquinas U da Nespresso,

principal concorrente, é comercializada a 139 euros.

Para atender a nova demanda gerada pelas

máquinas, a Ethical Coffe anunciou que produzirá

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cerca de 500 milhões de cápsulas em 2013, um

aumento de 220 milhões de unidades se comparado

ao ano de 2012. Além do portfólio da marca, a

máquina também será compatível com as cápsulas da

Nespresso e Douwe Egberts. Diferentemente dos

produtos concorrentes, a Ethical Coffee, através de

sua forte política ambiental, produzirá cápsulas

biodegradáveis, fato que deve impulsionar ainda mais

a demanda dos consumidores.

Apesar do iminente sucesso, a desconfiança

relacionada ao lançamento ainda preocupa os

acionistas da empresa. Desde 2010, a Ethical Coffee

arrasta uma batalha legal com a Nestlé, acusada de

violar as principais patentes da marca ao produzir

cápsulas compatíveis com as máquinas Nespresso. A

Nestlé ainda não se posicionou a respeito do

lançamento.

John A. Benckiser

O grupo alemão John A. Benckiser (JAB) adquiriu

a empresa norte americana Caribou Coffee,

especializada na torrefação e venda de cafés. A

negociação da companhia Caribou é mais um projeto

ambicioso do grupo JAB, que adquiriu a empresa por

US$ 340 milhões. Para o grupo, a Caribou Coffee

apresenta um sistema de operação surpreendente, o

que facilitará a expansão nas vendas desta bebida.

Em razão das boas oportunidades que o café tem

em todo o mundo, a JAB declarou que irá investir e

concorrer diretamente com grandes torrefadores de

café, como a Nestlé e a Starbucks. O objetivo é se

tornar uma das maiores empresa especializadas em

café do mundo. Para isso serão necessários grandes

investimentos, o que é característico das marcas que

fazem parte do grupo JAB, destinadas ao público e ao

segmento de luxo.

Outro fator que chamou a atenção dos executivos

da JAB é o amplo canal de distribuição da Caribou

Coffee. A rede norte-americana apresenta

aproximadamente 610 lojas espalhadas nos EUA e

também no exterior.

Além dessa grande transação, a John A.

Beckinser também efetivou no ano de 2012 a

aquisição da Peet´s Coffee and Tea por US$ 1 bilhão,

além de adquirir 12,2% das ações da companhia

holandesa D.E Master Blenders, derivada da antiga

Sara Lee. Estas aquisições comprovam o interesse e o

comprometimento da JAB em expandir suas operações

no crescente segmento de venda de café.

A JAB foi fundada na Alemanha em 1823, pelo

holandês Johann A. Benckiser. Atualmente, o grupo é

detentor das marcas de luxo, como a Coty, empresa

especializada em cosméticos, e a Labelux Group,

empresa de produtos a base de couro.

Elite Strauss

O torrefador Elite Strauss irá investir no segmento

de cápsulas de café espresso. A produção das

cápsulas de café pelo torrefador pode acirrar a

concorrência, visto que o novo produto será

compatível com as máquinas de café Nespresso. Com

a compatibilidade, a Nestlé terá um novo desafio, já

que as cápsulas comercializadas pela Elite Strauss

apresentam preços 25% inferiores às produzidas pela

companhia suíça. O preço de cada cápsula Strauss

será de US$ 0.46, enquanto as cápsulas Nespresso

são vendidas a US$ 0.62 a unidade.

As cápsulas de café Strauss estarão disponíveis

em até 4 opções, incluindo o café descafeinado e

serão comercializadas nas lojas de varejo e redes de

supermercados.

A entrada no segmento de monodoses pode

indicar certa estabilidade financeira da companhia,

visto que essa continua operacionalizando seus planos

de desenvolvimento, mesmo após ter declarado no

mês de novembro de 2012, a venda de 13% de suas

atividades no mercado de café da Rússia.

Food Empire Holdings

A companhia Food Empire, grupo líder na

produção de alimentos e bebidas de Cingapura,

anunciou que irá intensificar os negócios da empresa

na Arábia Saudita. Para concretizar os objetivos, a

Food Empire irá expandir a marca de café Klassno

neste território. De acordo com a companhia, a Arábia

Saudita é o maior mercado do Oriente Médio,

apresentando 18% de crescimento ao ano, o que pode

garantir bons índices de crescimento para o café nesta

região.

A Food Empire informou também que a demanda

por produtos da companhia cresce e obtém grande

aceitação neste país do Oriente Médio. Essa

aceitação se deve a cultura local, ao hábito e ao estilo

de vida de se consumir o café durante séculos. Para

garantir a expansão dos negócios, a Food Empire

conta com a empresa Ba Abdulrahim Trading

Company, líder em distribuição de alimentos e

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bebidas nos supermercados e hipermercados da

Arábia Saudita.

A Food Empire Holding desenvolve alimentos de

qualidade, incluindo as comidas congeladas, cereais,

snacks, bebidas e cafés, que levaram a empresa a se

tornar a marca mais valiosa de Cingapura no ano

2000. Além do sucesso no país de origem, a

companhia também atua em mais de 60 países, como

a Rússia, a Ucrânia, o Oriente Médio, o Cazaquistão,

a Ásia Central, a China, a Mongólia e os Estados

Unidos.

Estados Unidos

Nos últimos dez anos os Estados Unidos se

mostraram um dos cenários mais prósperos para a

produção e inovação dos produtos a base de café.

Com isso, torrefadores originados neste país puderam

investir e analisar o mercado, contribuindo com a

forma de se consumir café ao longo destes anos. Este

fato é observado em torrefadores como a Starbucks,

que inovou o sistema de cafeterias deste país,

conquistando por sua vez a fama de ser uma das

empresas mais importantes e conhecidas no mundo do

café.

Enquanto a Starbucks teve seu momento de

ascensão, a Green Mountain Coffee pôde investir em

um novo sistema, uma forma diferente e atualmente

bastante popular de se consumir café nos Estados

Unidos, o sistema K-Cups.

Os esforços destes torrefadores abriram as portas

para que outras empresas inovassem e iniciassem uma

séria de lançamentos no mercado, tornando-o

altamente competitivo. Mesmo diante dos altos custos

de inovação, é possível observar que o mercado norte

americano continua a se desenvolver. Esse fato se

justifica pela grande quantidade de produtos

demandados pelos consumidores norte-americanos.

Por isso, grandes grupos como a JAB, puderam

analisar e investir no aprimoramento do conceito de

beber café nesta nação.

A indústria do café nos Estados Unidos, portanto,

está em uma nova fase de desenvolvimento e poderá

apresentar nos próximos anos grande atividade neste

setor, com bons investimentos destinados a melhoria

do padrão de qualidade do café. Voltar Menu

Observa-se um sentimento de proteção às cafeterias independentes - pequenos empreendimentos que

não adotam o formato de rede.

4. CAFETERIAS

As redes de cafeterias empregam esforços no

lançamento de novos produtos e serviços, bem como

em novos formatos de lojas e diferentes formas de

publicidade, buscando passar a imagem de marca

inovadora aos consumidores e manter ou aumentar o

tráfego de consumidores nos estabelecimentos.

Aumenta a utilização de redes sociais pelas empresas

do setor, como forma de atração de novos clientes e

interação com o consumidor, mantendo-o leal à

marca.

Como conveniência é um fator cada vez mais

importante para os clientes, diversas companhias

investem em serviços que reduzem o tempo de espera

nas filas e facilitam o pagamento, ofertam internet e

carregamento de smartphones sem fio gratuitos e

instalam máquinas de venda automática em locais

estratégicos.

Observa-se um sentimento de proteção às

cafeterias independentes (pequenos empreendimentos

que não adotam o formato de rede).

Starbucks

A maior rede de cafeterias do mundo planeja a

inauguração de 3.000 novas lojas no continente

americano nos próximos cinco anos, mais da metade

delas nos EUA, onde já possui cerca de 12.900

estabelecimentos (aumento de aproximadamente 20%

no número de unidades nas Américas).

A companhia pretende ainda intensificar seus

negócios de sucos e produtos de padaria nos EUA,

originados da aquisição das empresas Evolution Fresh

e LaBoulange, ao disponibilizar os primeiros em 5.000

unidades e os últimos em 2.500 estabelecimentos até

o final do próximo ano.

Além disto, a empresa deverá investir na

inauguração de novos formatos: lojas de suco, sob a

marca Evolution Fresh, e de chá de sua antiga linha

Tazo Tea. Existem planos de adicionar “tea bars” aos

estabelecimentos existentes da Teavana, num esforço

de revolucionar o mercado de chá de forma

semelhante ao concretizado pela rede de cafeterias.

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Quanto ao negócio de café torrado e moído e

bebidas engarrafadas, a rede afirma que poderá

tornar-se tão grande quanto o de cafeterias em alguns

anos. A organização investe em novas formas de

tornar estes produtos mais atrativos para os

consumidores.

A empresa ainda lançou uma edição limitada de

cafés da Costa Rica em 45 lojas, os mais caros já

comercializados pela companhia. O que demonstra a

tentativa de atender às classes de maior poder

aquisitivo e de valorizar a marca, tornando-a um

símbolo de luxo e status.

Bolla Market

A rede americana de lojas de conveniência Bolla

Market anunciou a utilização exclusiva de grãos

orgânicos de cafés especiais, certificados pelos selos

Fair Trade e Bird Friendly, em suas bebidas. Além

disso, a companhia comercializará café embalado,

bebidas sazonais à base de café e, por tempo

limitado, cafés de origem única.

A Bolla Market possui 21 lojas de conveniência

nos EUA.

Tim Hortons

A maior rede de cafeterias e restaurantes

canadense adotará uma estratégia publicitária

diferente para aumentar o reconhecimento da marca

nos EUA. A companhia pretende incluir seus produtos

em filmes hollywoodianos, valorizando a marca e

tornando-a desejada pelos espectadores.

A empresa utilizou desta estratégia inicialmente

no seriado de televisão americano chamado

“Homeland” e, desde então, a reação dos fãs da

organização em redes sociais tem sido grande e

positiva.

Costa Coffee

A Costa Coffee estabeleceu meta de possuir

3.000 máquinas Costa Express (de venda automática

de café) até 2016 e, para isto, firmou parceria com a

ToolsGroup visando evitar problemas de

abastecimento. Juntas, utilizarão software da empresa

de tecnologia para melhorar a reposição de produtos

e garantir um serviço eficiente a todos os clientes.

Segundo dados do Centro de pesquisa em varejo

(Center of Retail Research), este tipo de problema

causou £ 4.9 bilhões em prejuízo para empresas

varejistas do Reino Unido em 2011.

A empresa passou de 900 unidades Costa

Express em 2011 para 2.200 máquinas este ano,

crescimento de aproximadamente 41% no período.

Red Espresso Coffee

A empresa de telefonia Nokia firmou parceria

com a rede de cafeterias Red Espresso para o

fornecimento de carregadores sem fio em algumas de

suas lojas em Moscou (Rússia), a exemplo do realizado

nos EUA com a Coffee Bean & Tea Leaf (ver relatório

v1 n2).

A Nokia poderá ainda divulgar sua marca por

meio de promoções nos pontos de venda da Red

Espresso, estratégia benéfica para ambas.

Café Coffee Day

Após 16 anos de existência, a maior rede de

cafeterias indiana anunciou a exibição de seu primeiro

comercial na televisão. A companhia também investiu

recentemente na distribuição de mídia impressa em

nove cidades do país. Estas ações visam apoiar as

incursões da empresa em segmentos novos e não

convencionais deste mercado, além de criar valor à

marca.

A campanha tenta incentivar a visita e a

permanência dos clientes nas cafeterias, dizendo a

eles para sentarem e discutirem diversos assuntos, bem

como divulgar o novo cardápio da empresa. A

escolha por esta abordagem deve-se aos resultados

de um estudo da empresa, que mostraram que 50%

do público alvo da rede (entre 15 e 35 anos), em

grandes metrópoles, nunca frequentaram uma

cafeteria.

O anúncio remete à utilização pelo público-alvo

de diversas redes sociais, como Facebook, Youtube e

Twitter. Responsáveis pela empresa afirmaram que

“atualmente, a socialização é o encontro de pessoas

tanto online quanto off-line” e que os usuários de

redes sociais tendem a comentar suas atividades off-

line nestas mídias, explicando assim a importância de

sua utilização pela companhia.

A campanha será veiculada até o final de

Janeiro de 2013 e, caso os resultados sejam bons, a

estratégia de publicidade da empresa via televisão

poderá tornar-se permanente. A organização

pretende ainda proporcionar maior interação com os

consumidores utilizando as redes sociais para receber

vídeos produzidos pelos clientes.

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Café2U

A rede australiana de cafeterias móveis já está

presente em cinco estados norte-americanos

(Califórnia, Oregon, Colorado, Geórgia e Flórida)

após apenas um ano de operações no país. A

empresa planeja a instalação de 12 novas lojas nos

EUA em 2013, e acredita que o mercado comporte

1.000 unidades franqueadas.Atualmente, a

companhia possui 200 unidades na Austrália, Reino

Unido, Nova Zelândia, África do Sul, Alemanha e

Estados Unidos.

Cafeterias Independentes

Segundo o survey realizado por um site de

notícias do Reino Unido, 54% dos leitores afirmaram

acreditar que as cafeterias independentes devem ser

apoiadas frente às grandes redes. Isto explica fatos

como petições realizadas em pequenas cidades para

impedir a entrada de empresas como a Costa Coffee,

pelo medo de que estas companhias afetem os

pequenos negócios e estes não sobrevivam.

Enquanto isto, 27% dos respondentes afirmaram

que preferem comprar café em grandes redes, por

saberem melhor o que estão consumindo e possuírem

uma percepção de qualidade maior. O restante dos

leitores afirmou não se importar com as duas

alternativas, já que preferem o chá. Voltar Menu

A opção pelo crescimento acelerado da empresa ou

pela atuação em nichos de mercado se encontra cada

vez mais iminente.

5. CONSUMO

Reino Unido

Apesar da recessão, o mercado britânico de café

continua a crescer. Segundo a empresa de consultoria

Allegra Strategies, o crescimento em 2012 foi de

7,5%, alcançando £ 5,8 bilhões em volume de

negócios. Estima-se que até 2017 este mercado

alcançará 20.000 cafeterias e £ 8 bilhões em volume

de negócios.

O setor, que inclui redes de cafeterias,

operadores não especializados e cafeterias

independentes fechou 2012 com 15.723 unidades,

aumento de 4% em comparação ao ano de 2011.

Contudo, para a Allegra Strategies as redes de

cafeterias são as mais resistentes à economia em

recessão, possuindo 5.225 pontos de venda no país

com crescimento de 10% das vendas, alcançando £

2,3 bilhões.

O mercado dobrou de tamanho nos últimos 6

anos e já é 10 vezes maior em comparação há quinze

anos. As três maiores redes no país, Costa Coffee

(1.552 lojas), Starbucks (757) e Caffè Nero (530)

dominam juntas 54% do segmento de redes de

cafeterias.

Ainda segundo a Allegra, metade dos 25.000

entrevistados afirmou manter seu número de visitas a

estes estabelecimentos, sendo que 20% o fazem

diariamente. Contudo, nota-se uma redução nos

gastos dos consumidores com outros produtos

alimentícios além do café nas cafeterias e uma

mudança de compra em estabelecimentos

independentes especializados (mais caros) para redes

com preços menores.

China

Segundo pesquisa da Mintel, o número de

cafeterias na China dobrou nos últimos cinco anos,

passando de 15.898 estabelecimentos em 2007 para

31.783, em 2012. Além disto, 12% dos chineses

(residentes em área urbana) afirmaram ter visitado

pelo menos uma cafeteria no último ano, sendo que

25% visitaram duas ou mais e 24%, três ou mais. Dos

entrevistados, 20% disseram ter visitado cinco ou mais

vezes, com apenas 5% alegando não ter efetuado

nenhuma compra em cafeterias.

No país, as redes de cafeterias combinam uma

rápida expansão de seu negócio com a tentativa de

agregar valor ao produto e à marca, incentivando os

consumidores a gastarem mais com o café e com

outros produtos alimentícios. As empresas deste

segmento possuem marcas valiosas e investem na

diversificação de seu cardápio para concorrer com as

casas de chá do país.

De acordo com a Mintel, a diferenciação do

negócio é de suma importância para superar a

concorrência e fatores como a qualidade dos

alimentos e das bebidas são as principais prioridades

para os chineses (28% e 22% dos entrevistados

respectivamente). Ambiente e atmosfera são

essenciais para 15% e padrões de higiene foram

citados por 8%, sendo que preço e marca foram

apontados por 7% dos respondentes.

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A empresa afirma ainda que o café é a bebida

mais consumida nas cafeterias (69%), seguido por

suco de frutas (39%), cafés gelados (35%), drinks a

base de chá e de chocolate (23% e 19%

respectivamente).

Qualidade versus Preço

Devido às recentes pressões sobre o custo de

aquisição do café arábica, algumas empresas

encontram-se no dilema de optar pela manutenção da

qualidade acompanhada de aumento do preço ou

utilizar maior quantidade de café robusta nos blends,

perdendo em qualidade, mas conservando o preço do

produto.

Acredita-se que a comercialização de cafés de

qualidade superior continuará no domínio de

cafeterias especializadas, que se dispõem a pagar um

preço maior pelo grão em troca de um retorno maior

nas vendas. No setor de hotelaria, a situação deverá

ser diferente: a escolha pela manutenção do preço

pode acentuar as diferenças na percepção de

qualidade do consumidor, levando-o a acreditar que

café de qualidade e café barato são conceitos

antônimos.

Assim, para as companhias em geral, será

preciso definir adequadamente seu posicionamento,

indicando a preferência por custo baixo ou por valor

agregado. Cresce, portanto, a tendência de optar

pelo crescimento acelerado da empresa ou pela

atuação em nichos de mercado.

Até o momento, esta mudança na composição

dos blends não foi tão observada devido à lealdade

dos consumidores, que muitas vezes “compram a

marca” e não avaliam o produto em si. Contudo, com

a maior utilização de café robusta as diferenças

tornar-se-ão mais nítidas para o público-alvo, que

deverá fazer sua escolha.

Segundo a Nestlé, 290 milhões de vendas são

perdidas todo ano devido à falta de um ponto de

venda conveniente para os consumidores que desejam

a bebida a qualquer hora e lugar. Por isto, a

tendência deve ser de abertura de “coffee bars” em

hotéis e outros estabelecimentos e de maior utilização

de máquinas de café em cápsula, de utilização rápida

e prática. Deve aumentar também a utilização de café

coado, de fácil manuseio e que permite o uso de

blends mais sensíveis (que não poderiam ser utilizados

para preparo de espressos).

Estratégias Digitais

Segundo reportagem postada no site de notícias

Hindu Business Line, algumas das tendências digitais

de 2012 foram: ênfase em tudo relacionado ao

cliente; aumento da presença de varejistas em redes

sociais e interação com os consumidores de modo

significativo; engajamento do consumidor via

“smartphones” e “tablets”; e o engajamento do cliente

por múltiplos canais (muitas vezes parte de uma

mesma transação de compra).

De acordo com o site, o Facebook possui cerca

de um bilhão de usuários ativos, que postam

diariamente 3,2 bilhões de comentários e “curtidas”.

No Twitter, cerca de 190 milhões de “tweets” são

postados diariamente e no Flickr, 3.000 imagens são

adicionadas a cada minuto. Isto demonstra a

importância das mídias sociais para a empresa, já que

reúnem números significativos de potenciais

consumidores. Assim, diversas empresas adotam

estratégias e tecnologias que transformam dados

obtidos nas redes sociais em conhecimento lucrativo

para a empresa.

Estudos demonstraram que há forte correlação

entre a experiência do cliente e sua lealdade à marca,

enquanto relatório recente do índice de experiência do

consumidor afirmou que 81% dos consumidores estão

dispostos a pagar mais por um serviço melhor. Por isto,

muitas companhias têm como foco principal as

necessidades e experiência do cliente.

Por fim, o consumidor está cada vez mais

conectado com amigos, marcas e dispositivos. Muitas

vezes, utiliza múltiplos canais para tomada de decisão

da compra: primeiramente assiste uma propaganda

na TV e depois procura mais informações no site da

companhia, por exemplo. Segundo a Google, 9 em

cada 10 pessoas agem desta forma e os

“smartphones” são o principal ponto de partida para

a busca de informações. Assim, é importante para as

companhias atuarem de forma integrada entre as

diversas mídias. Voltar Menu

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6. INSIGHTS

Ceara

Produção

As notícias publicadas sobre a ferrugem na

América Central levantam a possibilidade de uma

quebra significativa na próxima safra daquela região.

A extensão desses danos ainda é desconhecida,

sendo prudente aguardar novas informações antes de

efetuar projeções. No entanto, se a quebra for

confirmada, a relação entre oferta e demanda será

apertada, podendo favorecer as cotações do café

arábica.

Os programas para aumento da qualidade e da

produção em diversos países africanos precisam ser

considerados. Parece que o continente está realmente

empenhado em desenvolver a atividade cafeeira, o

que pode alterar a distribuição geográfica da

produção. Se as iniciativas divulgadas forem

realmente implementadas e apresentarem os

resultados esperados, as exportações dos países

africanos podem dar um salto quantitativo no médio

prazo.

O Brasil segue com inúmeros projetos que

apresentam bom potencial para o desenvolvimento da

cafeicultura. De modo geral, esses projetos atendem a

problemas específicos, mas que possuem sua

importância. Mas ainda falta uma política mais

organizada e eficiente para garantia de preços aos

cafeicultores.

Indústria

Percebe-se que a indústria de café está em

constante transformação, fato evidente nas constantes

aquisições e fusões entre empresas. Estas compras e

parcerias têm como objetivo melhorar o padrão de

qualidade do café oferecido ao consumidor.

O café chegou a um patamar em que é

necessário que os grãos sejam especiais, pois o

consumidor está cada vez mais exigente diante desta

bebida. A qualidade não envolve apenas os grãos,

mas também todos os acessórios comercializados

pelas empresas, como por exemplo, as máquinas, que

atingiram um excelente nível de qualidade a preços

acessíveis a todas as classes sociais.

Toda essa evolução pode ser de grande interesse

para a indústria brasileira, uma vez que o país está

entre os maiores exportadores de grãos. Apesar desta

vantagem, é importante analisar que o mercado

brasileiro ainda está em fase de crescimento,

principalmente diante das máquinas de monodoses.

Em cima disso, a indústria brasileira tem a

oportunidade de expandir investimentos e iniciar

operações dentro de um segmento com alto valor

agregado.

A indústria do café brasileiro pode ter essa

vantagem em parceria com o torrefador Elite Strauss,

que anunciou a entrada no segmento das single cups.

Com a expansão do segmento de monodoses no país,

o grupo Strauss, que é detentor de grandes marcas de

café do estado de Minas Gerais, poderá contribuir

para disseminar e incentivar o consumo em dose única

de café no Brasil.

Cafeterias

Diversos fatores, entre eles a globalização, fazem

com que o consumidor possua maior acesso à

informação e novas tecnologias, tornando-o mais

exigente em termos de qualidade, praticidade e

conveniência dos produtos e serviços consumidos.

Além disso, cresce sua preocupação socioambiental,

aumentando a importância da adoção de práticas

sustentáveis e socialmente responsáveis por parte das

companhias. Com os brasileiros a situação não é

diferente: o crescimento da classe média e o aumento

do poder aquisitivo da população também acentuam

a demanda por produtos diferenciados e de

qualidade superior.

O aumento de consumo de café no mundo, e

também no Brasil, é impulsionado principalmente por

jovens. Como consequência, as redes sociais são

cada vez mais utilizadas pelas empresas do setor de

cafeterias para fidelização de clientes e atração de

novos consumidores. Estas mídias podem potencializar

as ações de marketing destas organizações e,

utilizadas em conjunto com outros canais, aprimoram a

interação com o cliente e alcançam grande parte do

público alvo a um custo reduzido.

O ambiente da cafeteria, bem como sua

localização e política de atendimento ao cliente são

fatores críticos para o sucesso do empreendimento.

Desta forma, é indicada a disponibilização de serviços

adicionais, como internet sem fio gratuita e diferentes

e práticas formas de pagamento. O treinamento dos

funcionários e o conforto das acomodações são outros

fatores que o empreendedor deve estar atento.

A qualidade dos produtos e a experiência do

cliente no estabelecimento são algumas das principais

motivações para repetição da compra, já que

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diferenciam o consumo de cafeterias do consumo

doméstico. Assim, as empresas devem buscar

diferenciais competitivos que evitem prejuízos

causados pelo aumento do consumo de café em

cápsulas, que pode reduzir as diferenças de

qualidade e sabor percebidas pelo consumidor.

A comercialização de produtos como sucos,

chás, diferentes tipos de lanches e bebidas com

adição de álcool é estratégia interessante para o

aumento do tráfego de consumidores em horários

tradicionalmente lentos (como o final da tarde e a

noite). Como o Brasil é um país com intensas

diferenças inter-regionais, recomenda-se a

adaptação dos produtos ao gosto e realidade locais.

Contudo, trabalhar com uma variedade excessiva de

opções pode aumentar os custos de operação e exigir

mais tempo dos clientes, sem trazer um retorno

significativo para o empreendimento. Assim, o

empreendedor deve priorizar as categorias básicas. A

criação de cartões de fidelidade da companhia

também pode ajudar na manutenção dos clientes,

bem como no aumento do tráfego na cafeteria. Voltar Menu

SOBRE O BUREAU

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café é

um programa desenvolvido no Centro de Inteligência

em Mercados (CIM) da Universidade Federal de

Lavras (UFLA) que objetiva criar inteligência

competitiva e impulsionar a transformação do Brasil na

mais dinâmica e sofisticada nação do agronegócio

café no mundo. Apoiadores: Fapemig, Sectes, Seapa,

Pólo do Café, INCT-Café e Ufla.

EQUIPE

Coordenador do Centro de Inteligência em Mercados:

Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Castro Junior.

Coordenador do Bureau: Ms. Eduardo Cesar Silva.

Equipe de Analistas: Elisa Reis Guimarães, Érica Aline

Ferreira Silva, Felipe Bastos Ribeiro, Giselle Figueiredo

Abreu, Larissa Carolina da Silva Viana Gonçalves,

Marco Túlio Dinali Viglioni, Pedro Henrique Abreu

Santos.

CONTATO

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café está

disponível aos interessados em conhecer melhor as

atividades desenvolvidas. Os contatos podem ser

feitos por telefone, e-mail, correspondência ou

presencialmente (com agendamento de visita).

Endereço: Centro de Inteligência em Mercados,

Departamento de Administração e Economia,

Universidade Federal de Lavras, Bloco I – Campus

Universitário. CEP: 37200-000.

Telefone: (35) 3829-1443

E-mail: [email protected]

REFERÊNCIAS

Business Standard, Campaign India, Caterer and Hotelkeeper,

equities.com, Logisticsmanager.com, MELODIKA.net, NDTV Profit,

RestaurantNews.com, The Christian Science Monitor, The Economic

Times, The Financial, The Hindu Business Line, Times Series,

thespec.com, Virtual Strategy Magazine, WMPoweruser,

Bloomberg, Heraldonline, Zawya, Dailymarkets, Money Morning,

Market Watch, The Associated Press, Vending Times, GulfNews,

Globes, Nasdaq, Agra-net, All Africa, Business Line, Green Biz, Lá

Nation, Nation, News Time Africa, Prensa Latina, Reuters, Switch

Board, Tico Times, The Costa Rica News, The Times of India,

Vending Market Watch,Conilon Brasil, Coffee Break, Café Point.