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Osciladores

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  • TitleRC Sinusoidal Oscillators with AmpOps: Simulation and Practical Realization at Laboratory.

    AbstractExperimental based learning is important engineering courses to enrich students skills and knowledge. In electronics, subjects related to sinusoidal oscillators are good to

    consolidate knowledge on different matters at undergraduate

    level. Is also facilitates the interconnection of theoretical and

    practical aspects from other courses and allows the verification of

    some non-linear effects.

    This paper proposes a hands-on approach methodology which

    combines simulation and real experimentation at laboratory,

    using circuit simulation software and experimental verification at

    laboratory of simple yet reliable electronic circuits, and students

    can build their own experiments on breadboard with no

    significant overload. The proposed experiments are suited for

    both, laboratory classes or students own work or self study,

    which may lead to significant revenues on the learning process.

    Index TermsElectrical circuits simulation, Experimental

    based learning, Electronics laboratory, Sinusoidal RC oscillators.

    I. INTRODUO

    O ensino de engenharia electrotcnica e de computadores

    ou de electrnica e telecomunicaes, as aplicaes de

    software para simulao de circuitos e sistemas revelam-se de

    grande importncia como recurso pedaggico na formao de

    contacto, em sesses prticas ou terico-prticas ou de auto

    estudo. A simulao permite testar e avaliar diferentes

    exemplos de circuitos, em diferentes condies, e comparar os

    resultados, possibilitando a aquisio de conhecimentos

    ajustada ao ritmo e s necessidades dos alunos. Por outro lado,

    as competncias tcnicas, o conhecimento da realidade prtica

    (no simulada) e tambm o contacto directo com casos reais,

    em laboratrio, so mais-valias da formao que devem ser

    consideradas. Tanto um caso como o outro apresentam

    vantagens e algumas desvantagens.

    O recurso a software de simulao permite maior

    flexibilidade e maior facilidade na demonstrao e na

    avaliao de exemplos aplicados a vrios casos em estudo. Por

    Jos Salvado, Departamento de Engenharia Electrotcnica, Escola Superior

    de Tecnologia, Instituto Politcnico de Castelo Branco, Portugal (tel: +351-

    272339356; fax: +351-272339399; e-mail: [email protected]).

    Gilberto Martins, Escola Superior de Tecnologia, Instituto Politcnico de

    Castelo Branco, Portugal (tel: +351-272339300; fax: +351-272339399; e-

    mail: [email protected]).

    DOI (Digital Object Identifier) Pendiente

    sua vez, apesar de algum dispndio adicional de tempo, a

    experimentao prtica em laboratrio tm como vantagens a

    consolidao de conhecimentos baseada em resultados reais, a

    visualizao de fenmenos fsicos e o uso de equipamentos e

    instrumentos de medida. Como forma de obviar o dispndio

    de tempo na preparao e montagens dos prottipos para as

    experincias comum usarem-se mdulos didcticos com

    experincias pr-concebidas. Porm, estes podem ser pouco

    flexveis, os circuitos podem apresentar alguma complexidade

    e os custos podem ser bastante significativos. Os benefcios

    podem assim estar aqum do desejvel, tanto do ponto de vista

    pedaggico como em relao ao investimento em materiais e

    equipamentos de teste e de laboratrio.

    Este artigo prope a combinao de duas abordagens: a

    simulao de circuitos e sistemas e a posterior realizao e a

    verificao experimental em laboratrio seguindo o lema

    milenar atribudo a Confcio: Ouo e esqueo. Vejo e

    recordo. Fao e entendo (traduo livre). Sendo precedida de

    anlise terica e suportada em guias de trabalhos, esta

    metodologia permite aos alunos: desenvolver capacidade de

    anlise e esprito crtico, consolidar conhecimentos, obter

    suporte para as suas concluses e fomentar o auto-estudo, que

    pode contribuir para o aumento da sua motivao. Tem assim

    interesse do ponto de vista pedaggico e para o aumento da

    motivao dos alunos, mas tambm do ponto de vista tcnico,

    por permitir vrios graus de liberdade. Por um lado, existem

    vrias ferramentas de software gratuito para fins acadmicos

    [1]-[3]. Por outro lado, os alunos podem elaborar as suas

    prprias experincias, verificar o funcionamento em

    laboratrio e analisar os resultados. Alm disso, os objectivos

    podem passar por uma abordagem sistemtica, com o

    dimensionamento, a montagem de prottipos, a verificao

    experimental do seu funcionamento e a obteno de

    concluses, ou apenas por parte destes passos.

    Os osciladores lineares (sinusoidais) so um tema adequado

    metodologia proposta, consolidao de conhecimentos e

    percepo da interligao de conceitos transversais a vrias

    disciplinas, nomeadamente, os conceitos de Matemtica e da

    Fsica e exemplificar o funcionamento e as aplicaes de

    alguns dispositivos electrnicos e semicondutores. De entre

    outros, sobressaem os conceitos dos sistemas amplificadores

    com retroaco, a teoria do controlo e da estabilidade de

    sistemas e a anlise de circuitos no domnio da frequncia, que

    so referidas na bibliografia [4]-[7]. Destaca-se tambm o

    contedo harmnico de sinais e os fenmenos de distoro e

    as suas implicaes. Estas matrias constituem a base para a

    Osciladores RC Sinusoidais com AmpOps:

    Simulao e Realizao Prtica em Laboratrio

    Jos Salvado, Senior Member, IEEE, Gilberto Martins

    N

    IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010 1

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • compreenso desta temtica, constam dos curricula dos cursos

    de 1 ciclo em Engenharia Electrotcnica, ou de Electrnica e

    Telecomunicaes, geralmente no 2 ano.

    Neste artigo apresentam-se alguns exemplos de simulao

    de osciladores, propem-se os esquemas elctricos como

    experincias de laboratrio, discutem-se alguns aspectos da

    sua realizao prtica e apresentam-se os resultados da

    verificao experimental. Os esquemas propostos visam

    apenas a verificao experimental dos princpios e dos

    fenmenos fsicos associados ao funcionamento dos

    osciladores RC com amplificadores operacionais. Os

    esquemas so funcionais, de baixa ou mdia complexidade, de

    anlise simples e de fcil realizao em breadboard pelos

    prprios alunos numa metodologia do tipo aprender

    fazendo, que pode ser uma mais-valia. Por simplicidade, e

    por motivos de ordem prtica e pedaggica, nos esquemas

    elctricos propostos apenas se consideram implementaes

    com amplificadores operacionais (AmpOps) compatveis na

    localizao de terminais e polarizados por tenses simtricas.

    Alguns destes esquemas podem ser melhorados, mas a

    complexidade aumenta e requerem outro grau de

    conhecimentos [8]-[10].

    O artigo est organizado em cinco seces. Na seco II

    referem-se os aspectos relativos simulao de osciladores

    sinusoidais e na seco III os aspectos de realizao prtica e a

    verificao experimental dos osciladores propostos. Na seco

    IV incluem-se alguns resultados que permitem avaliar a

    adequao desta metodologia aos objectivos definidos e por

    fim, na seco V apresentam-se as principais concluses.

    II. SIMULAO DE OSCILADORES LINEARES DO TIPO RC

    A simulao um dos mtodos mais usados para a

    percepo e para a consolidao de conhecimentos sobre o

    funcionamento de circuitos e sistemas. De entre vrias

    solues de software de simulao importa referir dois tipos

    distintos, ambos muito usados nos meios acadmicos. No

    primeiro incluem-se o MATLAB e o SIMULINK (marcas

    registadas de The Mathworks, Inc [11]) e o Octave [1], de uso

    livre, compatvel com o cdigo de MATLAB; todos orientados

    para a simulao numrica e avaliao das expresses

    matemticas que traduzem o funcionamento dos circuitos ou

    pela descrio do modelo do sistema por blocos funcionais.

    No segundo tipo incluem-se as solues para a simulao de

    circuitos elctricos e electrnicos, onde importa referir o

    software OrCAD PSpice, pela popularidade nos meios

    acadmicos e pela quantidade de bibliografia que o utiliza

    como suporte. data, a verso acadmica para uso livre com

    limitaes) a 16.2 Demo Version [3]. Porm, esto

    disponveis verses mais antigas, igualmente adequadas ao

    ensino e com limitaes: a verso OrCAD PSpice 9.1 student

    version (std_v), disponvel na internet em [2] e a verso

    OrCAD PSpice 9.2 std_v que distribuda em suporte CD-

    ROM com [4].

    A. Simulao em MATLAB

    A simulao de osciladores com MATLAB consiste na

    avaliao da funo de transferncia do ganho de retorno no

    domnio da frequncia. Tendo como exemplo o oscilador em

    ponte de Wien da figura 1 a), a funo de transferncia do

    ganho de retorno da forma:

    1

    1( ) 1

    3 1

    fRL s

    R sRC sRC (1)

    R1 Rf

    R

    R

    C

    C

    Ov

    V

    V

    a)

    % Oscilador em Ponte de Wien ( fig. 1a )

    clear all, clc

    C=22e-9;

    R=723.4; % Definem a freq de oscilao

    Rf=20e3;

    R1=10e3; % Definem o ganho do amplificador

    fo=1/(2*pi*R*C);% frequncia de oscilao @~10 kHz

    Af=1+Rf/R1;

    % Avaliao da Funo de Transferncia da rede RC

    f=0.65*fo:0.01:1.4*fo;

    w=2*pi.*f;

    B= j*(w*R*C -1./(w*R*C)).^-1;

    % Ganho de Retorno -- Loop Gain

    L=Af.*(3.+B).^-1;

    figure(1);

    subplot(2,1,1),plot(f,abs(L),'LineWidth',2),title('Mdulo

    do Ganho de Retorno')

    xlabel('Frequncia [Hz]'); ylabel('|L(f)|'); grid on

    subplot(2,1,2),plot(f,(360/pi)*phase(L),'LineWidth',2),

    title('Fase do Ganho de Retorno'), xlabel('Frequncia

    [Hz]');

    ylabel('fase L(f) [Graus]'); grid on

    b)

    0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5

    x 104

    0

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    X: 1e+004Y: 0.0005618

    Mdulo do Ganho de Retorno

    Frequncia [Hz]

    |L(f

    )|

    0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5

    x 104

    -200

    -100

    0

    100

    200Fase do Ganho de Retorno

    Frequncia [Hz]

    arg

    L(f

    ) [G

    raus]

    c)

    Fig. 1. Avaliao do funcionamento do oscilador em ponte de Wien: a)

    esquema elctrico simples; b) cdigo MATLAB para avaliao da funo de transferncia do ganho de retorno e c) respectivo resultado.

    2 IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • Para oscilar frequncia 10 kHz pode-se considerar

    723,4R , 22 nFC , 1 10 e 20fR k R k o

    circuito oscila se o ganho for 11 3fR R . Para avaliar o

    comportamento de (1) na frequncia pode usar-se o cdigo

    MATLAB da figura 1 b), que por simplicidade no considera a

    influncia das no linearidades e outros parmetros no ideais.

    Com a execuo deste cdigo obtm-se o resultado da figura 1

    c), verificando-se uma resposta do tipo rejeita banda, em

    mdulo, semelhante resposta na frequncia de uma rede

    ressonante, atingindo-se o valor mnimo frequncia de

    oscilao, confore esperado. Para a fase verifica-se um

    andamento crescente, de zero at 180, na vizinhana

    esquerda da frequncia de oscilao (0f ); a este valor de

    frequncia a fase regista uma descontinuidade e assume o

    valor prximo de 180 na vizinhana de 0f , direita. Do

    ponto de vista dos resultados analticos verifica-se que o

    funcionamento do oscilador est de acordo com as

    formulaes tericas.

    No caso do oscilador por desvio de fase (phase-shift), nas

    configuraes das figuras 2 a) e 2 b) pode-se seguir um

    procedimento idntico. O ganho de retorno, a frequncia de

    oscilao e o ganho do amplificador que verificam o critrio

    de Barkausen para os esquemas da figura 2 a) e 2 b) so,

    respectivamente:

    3

    1

    23

    3 2

    0

    1

    ( )1 6 5

    ( ) ( )

    129

    6

    f

    f

    R R jL j

    jRCRC RC

    R

    RRC

    (2)

    1

    2 3

    0

    1

    ( )1 5 6

    629

    f

    f

    R RL j

    RC j RC RC

    R

    RC R

    (3)

    Para oscilar a 10 kHz, mantendo os condensadores de

    22 nF, interessa 295R no circuito da figura 2 a) e

    1772R , no circuito da figura 2 b). O resultado da

    avaliao de (2) e (3) em MATLAB para os osciladores das

    figuras 2 a) e 2 b) ilustrado nas figuras 2 c) e 2 d),

    respectivamente. Em ambos verifica-se o cumprimento do

    critrio de Barkausen nos pontos de coordenadas definidas na

    anlise terica. No entanto, a resposta em frequncia do ganho

    de retorno no apresenta semelhanas com as malhas

    ressonantes, como no caso do oscilador em ponte de Wien. De

    facto, no oscilador por desvio de fase, a rede selectiva de

    frequncias corresponde a um arranjo de seces RC de

    primeira ordem, em cascata, que podem ser do tipo passaalto

    (HP) provoca um avano de fase ou do tipo passabaixo

    (LP) origina atraso na fase. De referir que a rede RC do tipo

    HP susceptvel ao rudo (normalmente de alta frequncia)

    com implicaes numa possvel realizao prtica e, portanto,

    no particularmente indicada para uma realizao prtica.

    V

    V

    Rf

    R1

    1v 0v2v 3v

    R R

    C

    R

    C C

    a)

    V

    V

    Rf

    R1

    1v 0v2v 3v

    RR R

    C C C

    b)

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

    x 104

    0

    2

    4

    6

    8

    10Mdulo do Ganho de Retorno

    Frequncia [Hz]

    |L(f

    )|

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4

    x 104

    200

    300

    400

    500

    600

    X: 1e+004Y: 360

    Fase do Ganho de Retorno

    Frequncia [Hz]

    arg

    L(f

    ) [G

    raus]

    c)

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

    x 104

    0

    5

    10

    15

    X: 1e+004Y: 1

    Mdulo do Ganho de Retorno

    Frequncia [Hz]

    |L(f

    )|

    0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5

    x 104

    -200

    -100

    0

    100

    200Fase do Ganho de Retorno

    Frequncia [Hz]

    arg

    L(f

    ) [G

    raus]

    d)

    Fig. 2. Oscilador por desvio de Fase: a) com rede RC do tipo HP; b) com

    rede RC do tipo LP; c) resultado da simulao em MATLAB com rede HP e

    d) resultado da simulao em MATLAB com rede LP.

    SALVADO Y MARTINS: OSCILADORES RC SINUSOIDAIS COM AMPOPS: SIMULAO E REALIZAO... 3

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • Para as demais configuraes de osciladores RC

    sinusoidais mais comuns procede-se de modo idntico,

    fazendo a avaliao da respectiva funo de transferncia do

    ganho de retorno e das suas condies. Contudo, tendo em

    vista a realizao prtica de osciladores, interessa avaliar a

    influncia das no linearidades e outros parmetros no ideais

    no seu funcionamento, sendo prefervel o uso de simuladores

    de circuitos e sistemas electrnicos.

    B. Simulao em PSpice

    Os modelos de simulao no PSpice no permitem observar

    todos os efeitos das no linearidades do circuito, ou das

    condies no ideias dos dispositivos, mas permitem obter

    resultados muito prximos da realidade por realizao em

    hardware. Assim, como alternativa, pode-se simular o

    funcionamento do oscilador em ponte de Wien e do oscilador

    por desvio de fase das figuras 1 e 2, em PSpice, para vrias

    configuraes, vrios valores de componentes ou diferentes

    condies de temperatura ambiente. Deste modo, quer na

    realizao prtica quer na simulao (em PSpice), na escolha

    do AmpOp a usar, importa considerar os seus parmetros

    dinmicos que podem influenciar o desempenho dos circuitos

    osciladores. Em particular importa considerar a largura de

    banda do amplificador (para o ganho diferencial em malha

    aberta) e a taxa de inflexo, ou taxa de variao da sada (slew

    rate), face frequncia de oscilao pretendida.

    Embora os AmpOp A741 (LM741) ou LM124 sejam dos

    mais populares nos meios acadmicos, ambos com modelos

    disponveis no PSpice std_v, na realizao/simulao dos

    osciladores em ponte de Wien e de desvio de fase prefervel

    usar AmpOps com melhores caractersticas dinmicas, como

    por exemplo o AmpOp LF411, disponvel no PSpice std_v.

    Este apresenta uma largura de banda de cerca de 4 MHz para

    ganho unitrio, e uma taxa de inflexo de 15V/s, enquanto o

    A741/LM741, para os mesmos parmetros, apresenta 1 MHz

    e 0,5 V/s, respectivamente.

    De modo a permitir uma comparao directa com os

    resultados das simulaes em MATLAB, considera-se a

    simulao em PSpice do oscilador em ponte de Wien e do

    oscilador por desvio de fase, frequncia de oscilao de 10

    kHz, com o AmpOp LF411 polarizado com tenses simtricas

    V= 12 V . Para obter a resposta em ordem ao tempo,

    configura-se a simulao de modo a no considerar as

    condies iniciais, seleccionando Skip Initial Transient

    Solution, seguindo as opes Analysis Setup Transient.

    Para o oscilador em ponte de Wien (figura 1a) consideram-

    se os mesmos valores usados em MATLAB para definir a

    frequncia de oscilao a 10 kHz: 723R e 22nFC .

    No entanto, dado trata-se da simulao do funcionamento do

    circuito em hardware, no devem ser consideradas as

    condies ideias de ganho (ganho de 3) pois desta forma o

    circuito apenas reage ao transitrio inicial, a amplitude

    decresce e as oscilaes acabam por cessar. Para iniciar as

    oscilaes o ganho do amplificador dever ser ligeiramente

    superior a 3 pelo que interessa ter 1 2fR R . Assim, no

    oscilador em ponte de Wien considera-se 1 10R k e

    20,2fR k , que representa uma variao de ~1%

    relativamente ao valor ideal de fR . Esta variao enquadra-se

    nas tolerncias dos dispositivos resistivos mais comuns

    disponveis em laboratrio (5%), normalmente usados em

    circuitos reais. De referir que quanto maior for esta variao,

    mais rpido se d o arranque das oscilaes, o que permite

    avaliar a dinmica do oscilador, por alterao do valor de fR .

    Pode-se ainda optar por comparar o resultado desta

    implementao com outra possvel, nomeadamente aquela que

    inclui controlo automtico de ganho (AGC) por dodos, com

    vantagens na percepo do respectivo funcionamento, das suas

    principais diferenas, vantagens e desvantagens.

    Os resultados da simulao das duas verses do oscilador

    em ponte de Wien em PSpice 9.2 std_v apresentam-se na

    figura 3. Na figura 3 a), para a configurao base (grfico

    superior), verifica-se o incio das oscilaes e o aumento

    gradual da amplitude, que estabiliza em cerca de 11 V

    decorridos cerca de 17 ms aps o instante inicial. Esse tempo

    reduz-se a pouco mais de 4 ms, para circunstncias idnticas,

    na configurao com AGC por dodos (grfico inferior). A

    figura 3 b) mostra em detalhe cerca de quatro perodos do

    sinal de resposta aps estabilizao, para a configurao base

    do oscilador em ponte de Wien, sendo visvel alguma

    distoro devido aos nveis de saturao do AO, devido no

    existncia de controlo do ganho/amplitude. A frequncia de

    oscilao de cerca de 9,9 kHz, calculada a partir da medida

    do perodo do sinal, e confirmada atravs do espectro de

    amplitude, por activao da opo FFT na barra de

    ferramentas da aplicao PSpice A/D.

    Time

    0s 5ms 10ms 15ms 20ms 25msV(vo_ag)

    0V

    10V

    -15VSEL>>

    V(vo_s)

    -10V

    0V

    10V

    a)

    Time

    24.6ms 24.7ms 24.8ms 24.9ms 25.0msV(vo_s)

    -10V

    0V

    10V

    -15V

    15V

    b)

    Fig. 3. Simulao do oscilador em ponte de Wien em PSpice 9.2 std_v: a)

    incio, aumento e estabilizao das oscilaes e b) resposta no tempo.

    4 IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • Estes resultados foram obtidos com simulaes

    temperatura ambiente de 25 C no se registando variaes

    significativas na gama de temperaturas entre 0 e 70 C. De

    referir ainda que para uma implementao com o AO

    A741/LM741, para as mesmas condies de simulao, se

    obtm resultados idnticos quanto amplitude e quanto

    estabilizao das oscilaes, mas obtm-se uma frequncia de

    oscilao de 8,9 kHz, isto , com um desvio de mais de 10%

    sobre o valor pretendido. Justifica-se assim o uso preferencial

    do AmpOp LF411.

    Na simulao do oscilador por desvio de fase pode

    adoptar-se um procedimento idntico, para os esquemas das

    figuras 2 a) e 2 b). Neste particular considera-se apenas o

    circuito da figura 2 b) usando o AmpOp LF411 com

    1772R , 22nFC (para produzir oscilaes a 10 kHz)

    1 10R k e 290fR k , e apresentam-se os resultados na

    figura 4. A frequncia de oscilao de cerca de 9,6 kHz,

    verifica-se na figura 4 a) que o sinal sada do AmpOp

    apresenta zonas de distoro mais acentuadas, devido aos

    nveis de saturao do AmpOp; esta tambm visvel no

    espectro de amplitude, na figura 4 b), sob a forma de distoro

    harmnica por disperso de energia, associada s harmnicas

    de 3 e 5 ordem, a cerca de 28,7 kHz e cerca de 48 kHz,

    respectivamente. Na figura 4 c) percebe-se o desfasamento de

    60 entre os sinais em cada uma das seces RC, medido pela

    diferena temporal. O arranque das oscilaes ocorre cerca de

    10ms aps o instante inicial, estabilizando na amplitude final

    cerca de 8 ms aps o arranque (grfico no representado).

    Numa implementao com o AmpOp A741/LM741, em

    condies idnticas, o arranque das oscilaes ocorre menos

    de 1 ms aps o instante inicial, a frequncia de oscilao de

    cerca de 5,3 kHz e a distoro harmnica mais acentuada

    (grficos no representados). O desvio da frequncia mais

    acentuado deve-se aos valores dos parmetros dinmicos dos

    AmpOp e tambm aos valores de impedncia vistos por

    cada bloco da rede RC, que se refere com mais detalhe na

    seco seguinte, na realizao prtica de osciladores com

    buffers.

    Apesar da boa aproximao situao real, as simulaes

    em PSpice no permitem a percepo de determinados

    fenmenos fsicos associados aos osciladores, nomeadamente

    das no linearidades do circuito, os compromissos do ganho

    no arranque e na manuteno das oscilaes, o controlo

    automtico do ganho na manuteno das oscilaes, entre

    outros. Estes so mais facilmente perceptveis atravs da

    realizao prtica dos circuitos em prottipo e da verificao

    experimental em laboratrio, sendo esta a forma privilegiada

    para a consolidao de conceitos. Por outro lado, o contacto

    directo com os dispositivos electrnicos e com os

    equipamentos de medida usados em laboratrio so mais-

    valias importantes a qualquer curso de cariz tcnico.

    III. REALIZAO PRTICA DE OSCILADORES RC SINUSOIDAIS

    Para a realizao prtica dos vrios osciladores RC

    indicados propem-se uma metodologia orientada anlise

    dos resultados prticos face aos resultados tericos esperados,

    e de comparao entre os resultados prticos nas diferentes

    configuraes, em implementaes com AmpOp de diferentes

    caractersticas dinmicas. Deste modo tambm possvel

    avaliar e comparar o desempenho dos circuitos osciladores nas

    diferentes realizaes. Para facilitar a realizao das

    experincias em breadboard, nomeadamente a troca de

    AmpOp sem necessidade de alterar o restante circuito, sugere-

    se o uso circuitos integrado (IC) com encapsulamento DIP,

    compatveis em caractersticas elctricas e na localizao de

    terminais, como por exemplo: A741/LM741, LF411, TL071,

    TL081 ou LF356. Na realizao dos vrios osciladores podem

    usar-se dispositivos com 2 ou 4 AmpOp por encapsulamento,

    com caractersticas equivalentes aos referidos: A747/LM747,

    LM124, LF412, TL072, TL074, TL082 ou TL084.

    O ensaio, a avaliao do funcionamento e a realizao de

    medidas de grandezas indicativas do desempenho dos

    osciladores RC sinusoidais requerem o uso de equipamento de

    laboratrio adequado. Os resultados dos ensaios que se

    indicam foram realizados numa rea de trabalho semelhante

    a figura 5, com o seguinte equipamento: fonte de alimentao

    Time

    24.5ms 24.6ms 24.7ms 24.8ms 24.9ms 25.0msV(U1:OUT)

    -10V

    0V

    10V

    -15V

    15V

    a)

    Frequency

    0Hz 10KHz 20KHz 30KHz 40KHz 50KHz55KHzV(U1:OUT)

    0V

    2.0V

    4.0V

    6.0V

    b)

    Time

    29.5ms 29.6ms 29.7ms 29.8ms 29.9ms 30.0msV(C11:1) V(R12:2) V(R11:2)

    -4.0V

    0V

    4.0V

    c)

    Fig. 4. Simulao do oscilador por desvio de fase da fig. 2 b) em PSpice 9.2

    std_v: a) pormenor do sinal gerado, b) espectro de amplitude e c) pormenor dos sinais em cada seco RC, evidenciando a diferena de fase entre elas.

    SALVADO Y MARTINS: OSCILADORES RC SINUSOIDAIS COM AMPOPS: SIMULAO E REALIZAO... 5

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • dupla, 0-30 V, Topward 6302A; multimetro digital de bancada

    Escort DM2347 oo LG DM441B; ponte de medida Thurly

    Thandar Instruments, LCR 400 Precision Bridge (permite

    medidas de capacidade e indutncia a 10 kHz); osciloscpio

    digital Agilent modelo 54615B 500MHz 1GSa/s com mdulo

    Agilent 54659A para aquisio de dados e comunicao com

    PC; analisador de espectros Advantest R3131A. A impedncia

    de entrada dos analizadores de espectros normalmente de 50

    sendo necessrio compatibilizar as impedncias com vista

    mxima transferncia de energia. Esta composio idntica

    das bancadas usadas nas sesses presenciais em laboratrio,

    ou de trabalho autnomo, com excepo do osciloscpio que

    analgico. Por sua vez, o analisador de espectros e a ponte de

    medida LCR, devido ao uso mais restrito, existem de um

    modo geral uma unidade de cada em laboratrio.

    Para a realizao dos osciladores, nas vrias verses, para

    produzirem oscilaes a 10 kHz, consideram-se AmpOps

    polarizados por tenses simtricas 12 V , condensadores de

    10 nF ou 22 nF e resistncias normalizadas na srie E12. De

    referir que do ponto de vista prtico e da realizao

    experimental, orientada para a percepo do funcionamento

    dos circuitos, no necessrio usar componentes de preciso,

    ou cujos valores reais sejam prximos dos valores nominais,

    pois os desvios no factor de ciclo ou na frequncia de

    oscilao so aceitveis dentro das tolerncias.

    A. Oscilador em Ponte de Wien

    No esquema do oscilador em ponte de Wien da figura 6 (o

    mais simples) considera-se o AmpOp TL081 e na definio do

    ganho do amplificador 1 5,6R k e Rf formado pela

    associao em srie de uma resistncia de 6,8 k e um

    potencimetro de 5 k. O potencimetro indispensvel na

    realizao prtica para estabelecer as condies de ganho

    necessrias ao arranque e estabilizao da amplitude das

    oscilaes, compensando os desvios nos valores dos

    componentes devido s tolerncias. Do ponto de vista

    didctico tem tambm interesse pois permite visualizar o

    fenmeno de incio das oscilaes e o compromisso ou a

    precariedade de equilbrio no ajuste do potencimetro para a

    sua manuteno. Para um melhor aproveitamento da

    experincia, o potencimetro deve ser ajustado inicialmente

    para um valor prximo do mnimo, e posteriormente ajustado

    at ao incio das oscilaes.

    Em seguida deve ser ajustado em pequenos cursos, para

    valores crescentes e decrescentes, enquanto se observa a forma

    de onda de resposta: para valores superiores ao valor nominal

    a forma de onda apresenta distoro, devido aos nveis de

    saturao do AmpOp; para valores inferiores o ganho diminui,

    as oscilaes diminuem gradualmente de amplitude e

    terminam. Quando ajustado se verifica o critrio de

    Barkausen, o circuito oscilada frequncia pretendida e a

    amplitude fixa, limitada pelas no-linearidades do circuito.

    Nesta configurao no possvel variar a amplitude das

    oscilaes, devido ao compromisso de ajuste do ganho (no

    potencimetro) para a manuteno das oscilaes. Para que tal

    seja possvel associa-se o oscilador a um amplificador com

    ganho varivel.

    Consideram-se duas possibilidades para oscilar a 10 kHz: i)

    condensadores de 22 nF (Ca=22,6 nF e Cb=22,3 nF @ 10kHz,

    medidos na ponte RLC) e uma associao de resistncias em

    srie para perfazer cerca de 709 (680 e 27 ) em Ra e Rb;

    ii) condensadores de 10 nF (Ca=9,8 nF e Cb=10,1 nF @

    10kHz, medidos na ponte RLC) e a associao de resistncias

    em srie (1,5 k e 100) de modo a obter 1,6 k em Ra e Rb.

    Os resultados obtidos para as duas situaes so idnticos,

    R1

    Rb

    Ra

    Cb

    Ca

    Ov

    V

    V

    fR

    a)

    b)

    Fig. 6. Oscilador em ponte de Wien sem AGC: a) esquema elctrico e b)

    forma de onda do sinal resultante.

    Tabela I. Medidas para avaliao do oscilador em ponte de Wien @ 10 kHz.

    Volt PkPk 17,188V 17,813V

    Volt Max 8,594V 8,906V

    Volt Min -8,594V 8,906V

    PosPulseWidth 50,8us 50,4us

    NegPulseWidth 50,4us 49,6us

    Period 101,2us 100us

    Frequency 9,881kHz 10kHz

    Duty Cycle 50,198% 50,40%

    709

    22 nF

    R

    C

    1,6

    10 nF

    R k

    C

    Fig. 5. Aspecto da bancada de trabalho para teste dos osciladores lineares.

    6 IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • como se mostra na tabela I. Na figura 6 b) verifica-se uma

    ligeira distoro na alternncia negativa, tambm perceptvel

    tabela I, na assimetria entre a durao das alternncias

    negativa e positiva e no factor de ciclo, que difere ligeiramente

    de 50%. A frequncia de oscilao est ligeiramente desviada

    do valor nominal esperado (cerca de 120 Hz, isto , ~1,2 %),

    enquadrvel nos valores das tolerncias dos componentes.

    Para permitir o ajuste da amplitude e melhorar o controlo e

    a estabilidade das oscilaes, pode-se incluir controlo

    automtico do ganho (AGC) e limitao da amplitude. No

    circuito da fig 7 a) o ganho dado por

    2 3

    1

    / / Df

    R R rA

    R (4)

    Nesta configurao o AGC faz-se atravs dos dodos D1 e

    D2, nomeadamente atravs do valor dinmico da sua

    resistncia interna, Dr . Inicialmente, no havendo oscilaes,

    os dodos esto ao corte, Dr tem um valor muito elevado e

    3 3/ / DR r R e a retroaco do AmpOp assegurada apenas

    por uma rede puramente resistiva. Assim, para iniciar as

    oscilaes a associao em srie de R2 e R3 deve ser

    ligeiramente superior a 2R1. Se a amplitude do sinal de sada

    excede um determinado valor, os dodos entram conduo,

    um em cada alternncia, a sua resistncia interna em paralelo

    com R3 assegura a reduo do ganho e por consequncia a

    reduo da amplitude do sinal se sada. Se a amplitude baixar

    os dodos tendem a deixar de conduzir e o ganho do

    amplificador determinado pela relao entre a associao em

    srie de R2 e R3 com R1. Este esquema pode ser simplificado,

    retirando 3R do circuito, mas isso origina maior dificuldade

    na estabilizao aps ajustes do ganho em 2R ; implica ainda a

    reduo da gama de amplitudes possveis. O controlo

    automtico do ganho pode tambm fazer-se atravs de

    dispositivos cuja resistncia depende da temperatura (RTD),

    como o caso de R3 no esquema elctrico da figura 7 b), com

    caracterstica do tipo NTC. Este circuito funciona de modo

    semelhante ao da figura 7 a).

    Para controlar o ganho e limitar a amplitude das oscilaes,

    pode usar-se o esquema elctrico da figura 7 c). Para iniciar as

    oscilaes, fR deve ser ligeiramente superior a 12R . O

    controlo do ganho assegurado pelos dodos da rede de

    retroaco negativa. A limitao da amplitude das oscilaes

    em que Dr representa a resistncia dinmica do dodo e o

    ganho do amplificador dado por

    4

    1

    //f Df

    R R rA

    R (5)

    A avaliao do funcionamento dos osciladores da figura 7

    faz-se em comparao e em condies idnticas na definio

    da frequncia de oscilao condensadores de 10 nF e

    resistncias de 1,6 k. A tabela II apresenta em resumo os

    resultados das medidas mais significativas para as situaes de

    amplitude mnima e mxima possvel, por ajuste do

    potencimetro, que permite a sustentabilidade das oscilaes e

    as zonas de distoro, respectivamente. Na tabela II omitem-se

    os resultados obtidos para o circuito da figura 7 b), por serem

    muito idnticos aos obtidos para o circuito da figura 7 a).

    Pela tabela II verifica-se que os esquemas das figuras 7 a) e

    7 c) permitem obter valores mximos de amplitude prximos:

    a diferena de cerca de 100 mV. No que respeita ao valor

    mnimo de amplitude existe vantagem para a configurao 7

    R1 R2

    Rb

    Ra

    Cb

    Ca

    Ov

    V

    V

    R3

    D2

    D1 a)

    Ov

    V

    V

    T

    R3

    R1

    R2

    b)

    R1

    Rb

    Ra

    Cb

    Ca

    Ov

    V

    V

    R4

    R4

    R3

    R3

    V

    V

    D1

    D2

    fR

    c)

    Fig. 7. Esquemas elctricos do oscilador em ponte de Wien: a) com AGC por

    dodos; b) com AGC por RTD (NTC) e c) com limitao de amplitude.

    Tabela II. Resultados das medies na avaliao do oscilador em ponte de

    Wien com AGC por dodos e com controlo e limitao de amplitude.

    Amax Amin Amax Amin

    Volt PkPk 17,813V 1,453V 18,125V 3,891V

    Volt Max 8,906V 718,75mV 9,063V 1,938V

    Volt Min -8,906V -734,37mV -9,063V -1,953V

    PosPulseWidth 50,4us 50,8us 50,4us 53,6us

    NegPulseWidth 49,6us 49,6us 50,4us 53,6us

    Period 100us 100,4us 100,8us 107,2us

    Frequency 10kHz 9,96kHz 9,92kHz 9,328kHz

    Duty Cycle 50,40% 50,60% 50,00% 50,00%

    Oscilador 7 a) Oscilador 7 c)

    SALVADO Y MARTINS: OSCILADORES RC SINUSOIDAIS COM AMPOPS: SIMULAO E REALIZAO... 7

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • a), por permitir obter uma amplitude mnima de cerca de 700

    mV face aos cerca de 1,9 V do circuito 7 c). Assim, o circuito

    da figura 7 a) apresenta maior gama de valores de amplitude

    sem distoro e/ou cessao das oscilaes. O desempenho

    dos dois circuitos idntico nos valores de frequncia de

    oscilao, com uma ligeira vantagem para a configurao 7 c)

    ao nvel das caractersticas da onda, nomeadamente do factor

    de ciclo. Porm, esta vantagem aparente pois a onda gerada,

    na condio de amplitude mnima, apresenta alguma distoro,

    como se observa na figura 8. As configuraes 7 a) e 7 b) so

    assim preferveis face configurao 7 c).

    O circuito da figura 7 b) tem interesse do ponto de vista

    didctico, por permitir visualizar o fenmeno de cessao e de

    arranque das oscilaes face sensibilidade de R3 (NTC) s

    variaes de temperatura. Para tal basta aproximar de R3 um

    corpo ou objecto com uma temperatura superior temperatura

    ambiente (encostar um dedo suficiente). Com o aumento da

    temperatura o seu valor de resistncia baixa, o ganho tambm

    baixa e as oscilaes cessam. Ao afastar o objecto (ou o dedo)

    d-se o arrefecimento e as oscilaes reiniciam. Como a

    sensibilidade dos dispositivos RTD elevada o fenmeno

    pode ocorrer muito rapidamente.

    B. Oscilador por Desvio de Fase

    O oscilador por desvio de fase tem duas configuraes base

    as das figuras 2 a) e b) cuja rede RC constituda por

    seces do tipo HP ou do tipo LP, respectivamente.

    Consideram-se ambos dimensionados para produzir oscilaes

    sinusoidais frequncia 10 kHz, usando o AmpOp TL081 e

    condensadores de 10 nF. Para o oscilador da figura 2 a)

    650R , por associao de 470 e 180 em srie,

    1 27R k ; fR formado por associao em srie de 1 M

    e um potencimetro de 200 k, para ajustar o ganho. Para o

    oscilador da figura 2 b) 3,9R k , 1 39R k e fR

    formado pela associao em srie de 1,5 M e um

    potencimetro de 500 k. No h controlo automtico do

    ganho e, portanto, a amplitude dos sinais fixa nos dois casos.

    A tabela III mostra os resultados experimentais obtidos para

    ambas as configuraes, verificando-se que so idnticos e

    concordantes com os resultados de simulao na figura 4. Os

    desvios das grandezas medidas face aos valores nominais so

    menores no caso do oscilador com rede RC do tipo LP, a

    forma de onda para a rede LP apresenta tambm menor

    distoro, mas a amplitude cerca de 1 Vpp inferior que se

    obtm para o oscilador com rede do tipo HP.

    O principal problema destas duas configuraes o desvio

    do valor de frequncia face ao valor pretendido, facto que est

    relacionado com o efeito de carga entre as seces da rede RC,

    e entre estas e o amplificador, devido impedncia vista por

    cada seco ou bloco. Como soluo podem-se usar valores de

    resistncia elevados para a definio do ganho do

    amplificador, ou interpor um andar seguidor de tenso (buffer)

    entre as seces RC e o amplificador, como ilustra a figura 9,

    podendo usar-se o IC TL084, que contm quatro TL081 num

    mesmo pack. Deste modo aumenta-se a impedncia vista

    por cada bloco, e reduz-se o efeito de carga, e mantm-se a

    informao contida nos sinais. Neste caso as expresses da

    frequncia e do ganho que verificam o critrio de Barkausen

    diferem das consideradas nas configuraes das figuras 2 a) e

    b). Para uma rede do tipo HP tem-se:

    2

    2 31

    0

    1

    ( )1 3 3

    18

    3

    f

    f

    R j RC j RCL j

    R RC j RC RC

    R

    RRC

    (6)

    a)

    b)

    Fig. 8. Formas de onda na situao de ajuste da amplitude mnimo para os

    osciladores em ponte de Wien com AGC: a) AGC por dodos fig. 7a; b) controlo de ganho e limitao por dodos fig. 7c.

    Tabela III. Resumo dos resultados experimentais para as configuraes base

    do oscilador por desvio de fase com redes RC de avano e de atraso de fase.

    Medidas Medidas Volt PkPk 17,969V 17,656V

    Volt Max 8,906V -0,8 % 8,75V 0,9 %

    Volt Min -9,063V 0,8 % -8,906V -0,86 %

    PosPulseWidth 58us 51us

    NegPulseWidth 56us 53us

    Period 114us 14 % 103us 3 %

    Frequency 8,772kHz 12,28 % 9,709kHz 2,9 %

    Duty Cycle 50,87% 49,50%

    Rede HP Rede LP

    Rf

    R1

    1v

    Za

    Zb

    2v

    Za4v

    Za3v

    *

    2v

    *

    3v

    0v

    Zb

    Zb

    A1

    A4

    A2

    A3

    Fig. 9. Esquema do oscilador por desvio de fase com buffers (buffered phase-

    shift oscillator).

    8 IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • Para uma rede do tipo LP tem-se:

    2 31

    0

    1

    1( )

    1 3 3

    38

    f

    f

    RL j

    R RC j RC RC

    R

    RC R

    (7)

    Para iniciar as oscilaes deve ter-se 1 8fR R ; cada

    seco RC provoca um desvio de fase de 60 frequncia 0.

    Para obter oscilaes a 10 kHz consideram-se condensadores

    de 10 nF e os seguintes valores de resistncia: i) para o

    oscilador com buffer e rede HP, 920R (associao em

    srie de 820 e 100 ); ii) para o oscilador com buffer e rede

    LP, 2750R (associao em srie de 2,7 k e 56). Para

    ambos, considera-se 1 4,7R k e fR formado pela

    associao em srie de 33 k e um potencimetro de 10 k,

    para ajuste do ganho.

    Para uma rede RC do tipo LP, os resultados so

    ligeiramente melhores aos obtidos para a configurao base.

    Porm, para a configurao ensaiada com a rede HP, ensaiada

    em vez de uma frequncia de oscilao de 10 kHz obteve-se

    1,208 MHz com uma forma de onda quase triangular, como

    mostra a figura 10. Isto acontece porque esta configurao

    mais susceptvel ao rudo, em particular em implementaes

    com AmpOp com andar de entrada em tecnologia JFET ou

    CMOS. A caracterstica do tipo passa-alto da rede RC

    descrimina positivamente o rudo (normalmente de alta

    frequncia) e o sinal de sada limitado pelas caractersticas

    dinmicas e de resposta em frequncia do AmoOp,

    nomeadamente o produto ganhobanda e a taxa de inflexo,

    ou slew-rate. Face aos resultados, conclui-se que para uma

    realizao prtica prefervel a configurao com rede RC do

    tipo LP.

    C. Oscilador de Bubba

    O oscilador de Bubba [12] tem particular interesse quando

    se pretende ter dois sinais de frequncia igual mas desfasados

    de 90. Este oscilador, cujo esquema se apresenta na figura 11,

    igualmente de anlise simples e realizao fcil e difere do

    oscilador por desvio de fase com buffers por incluir mais uma

    seco RC. Para seces LP o ganho de retorno dado por

    4

    1

    0

    1

    ( ) 1 01

    14

    f

    f

    R j RCL j

    R j RC

    R

    RC R

    (8)

    Os sinais sada dos amplificadores 3 e 4 normalmente

    esto em quadratura, isto , apresentam entre si uma diferena

    de fase de 90: 0sin t e 0cos 2t . Para uma

    implementao com 1,6R k , 10 nFC , 1 270R k e

    fR formado pela associao em srie de uma resistncia de 1

    M e um potencimetro de 200 k obtm-se um sinal

    sinusoidal de amplitude 3 V, frequncia 9,025 kHz e factor de

    ciclo de 50,54 %.

    D. Oscilador em Quadratura

    Este tipo de oscilador tem por base dois integradores e

    conhecem-se duas implementaes: a de Mancini e a de Sedra.

    A figura 12 mostra o esquema simplificado do oscilador em

    quadratura de Mancini que produz dois sinais sinusoidais:

    0sin t , na sada de A1; 0cos t , na sada de A2.

    Analisando o circuito (os valores das resistncias so idnticos

    e os dos condensadores tambm) obtm-se o ganho de retorno

    2

    1( )L j A

    j CR (9)

    A frequncia de oscilao dada pela relao 0 1 RC .

    Os plos de (9) so complexos conjugados e prximos do

    eixo imaginrio, pelo que este oscilador apresenta alguma

    instabilidade e elevada distoro, e necessita de um circuito

    para estabilizao do ganho [4, pp. 1175 1176].

    O oscilador em quadratura de Mancini, da figura 12, tal

    como o oscilador de Bubba, tambm gera dois sinais

    sinusoidais de frequncia 0 1 RC , desfasados de 90:

    0sin t e 0cos t , sada de A1 e A2, respectivamente.

    No ensaio deste oscilador, para obter oscilaes a 10 kHz,

    considera-se 10 nFC e 1,6R k e o AmpOp TL081 e

    com circuito para estabilizao do ganho. Para iniciar as

    oscilaes e tornar o circuito realizvel do ponto de vista

    Fig. 10. Resultado obtido para o oscilador por desvio de fase com buffers (IC

    TL084) e malhas RC do tipo HP: cada seco buffer malha RC provoca um desvio de fase de 45 frequncia 0: perodo ~830 ns, frequncia ~1200 MHz e amplitude ~2,9Vpp. O sinal apresenta distoro ( quase triangular).

    Rf

    R1

    1v

    2v4v

    3v

    A1

    A4

    A2

    A3

    0 sinv

    0 cosv

    R

    R

    R

    R

    C

    C

    C

    C

    Fig. 11. Esquema do oscilador de Bubba com seces RC do tipo LP.

    SALVADO Y MARTINS: OSCILADORES RC SINUSOIDAIS COM AMPOPS: SIMULAO E REALIZAO... 9

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • prtico, convm ter a possibilidade de ajuste do ganho para

    iniciar as oscilaes, o que se consegue colocando um

    potencimetro (de 5 k) no lugar de uma das resistncias

    ligadas entrada inversora de um dos AmpOp. Convm referir

    que esta resistncia provoca desvios na frequncia pelo que

    importante seleccionar os componentes com valores o mais

    prximo possvel, e ajustar o potencimetro com muito

    cuidado (de preferncia usar um potencimetro multi-volta).

    O ensaio deste oscilador, nas condies referidas, obtm-se

    os resultados da figura 13 a) onde se verifica que a frequncia

    dos sinais de 9,88 kHz, com amplitude de ~7V, e que estes

    apresentam um desfasamento de cerca de 90. Na figura 13 b)

    verifica-se a existncia de distoro harmnica, onde se

    evidenciam o maior peso das harmnicas de ordem impar,

    sendo o nvel da harmnica de 5 ordem (~49,5 kHz) cerca de

    20 dB inferior ao nvel da frequncia fundamental. O

    desempenho desta implementao no dos melhores. Porm,

    tendo em conta o propsito e os objectivos deste artigo os

    resultados podem considerar-se satisfatrios.

    Em alternativa ao oscilador em quadratura de Mancini pode

    considerar-se o oscilador em quadratura de Sedra [4, pp.1176]

    em que o primeiro andar (A1) um integrador de Miller

    (inversor) e o segundo andar (A2) um integrador no

    inversor, que uma topologia pouco comum face ao nvel de

    conhecimentos dos alunos em geral. Por isso considera-se no

    ser adequado, do ponto de vista pedaggico.

    E. Oscilador de Colppits com GIC

    O oscilador de Colpitts um dos osciladores lineares mais

    conhecidos. Neste artigo prope-se uma implementao com

    base num amplificador inversor com AmpOp e no circuito de

    Antoniou [4, pp. 1112 1114] para simulao operacional de

    bobines (GIC Generalized Immitance Converter. Mantm-se

    assim o mbito deste artigo e apresenta-se uma outra

    abordagem realizao de circuitos electrnicos.

    O circuito de Antoniou um circuito activo com bobines e

    condensadores que simula o funcionamento de bobines com

    elevado factor de qualidade e indutncia dada pela relao

    4 1 3 5

    2

    eq

    C R R RL

    R (10)

    Com resistncias de valor idntico possvel variar o valor

    da bobine (2

    eqL CR ) apenas pela variao do condensador

    do GIC, e assim variar a frequncia de oscilao numa

    determinada gama. A complexidade de realizao deste

    oscilador numa implementao com GIC maior do que a dos

    restantes osciladores propostos mas tem vantagens por

    permitir o contacto com a realizao de circuitos pela

    simulao operacional de componentes.

    O circuito do oscilador de Colpitts com GIC apresentado

    na figura 14. A frequncia e o ganho para o arranque e a

    manuteno das oscilaes dependem da verificao das

    seguintes expresses:

    1 2 2

    0

    1 2 1 1

    fRC C C

    LC C R C (11)

    Na prtica, sendo o ganho ligeiramente maior que a relao

    entre os condensadores, a oscilao inicia-se devido aos

    transitrios no instante de estabelecimento da alimentao e a

    amplitude das oscilaes aumenta at ser controlada pelas no

    linearidades do circuito. Nestas condies possvel variar o

    valor da bobine variando apenas o condensador do GIC;

    consegue-se assim obter um oscilador de frequncia de

    oscilao varivel numa determinada gama.

    Neste oscilador em particular, opta-se por uma

    implementao visando obter uma frequncia varivel.

    Considera-se 1 2 10 nFC C , 1,5OR k , 1 390R k e

    fR formado pela associao em srie de 270 k e um

    potencimetro de 200 k. No circuito GIC considera-se

    2 3 4 6 760R R R R (680 em srie com 82) e

    5 100 pFC , varivel pelo que, nestas condies, equivale a

    uma bobine varivel de cerca de 59 H.

    0 sinv

    R

    R

    A20 cos

    v

    A1

    R

    C

    C

    C

    Fig. 12. Esquema simplificado do oscilador em quadratura de Mancini.

    a)

    b)

    Fig. 13. Resultados do ensaio do oscilador em quadratura de Mancini: a)

    formas de onda dos sinais em quadratura e b) espectro de amplitude.

    10 IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • Os resultados experimentais para este oscilador com o

    AmpOp TL084, permitem obter frequncias de oscilao na

    gama de 107 kHz e 127 kHz. A amplitude do sinal

    constante, de cerca de 360 mV, com uma simetria de cerca de

    50% em toda a gama. O sinal gerado pelo oscilador apresenta

    algum rudo de alta frequncia, como se verifica na figura na

    figura 15 a). O mesmo se verifica no espectro de amplitude da

    figura 15 b), para uma gama de frequncias de 500 kHz. Esta

    configurao pode ser melhorada com a incluso de um buffer

    entre a sada do amplificador e a entrada do GIG, de modo a

    reduzir o efeito de carga da rede LC que este simula.

    IV. AVALIAO DO CONTRIBUTOS E DA ADEQUAO

    Para avaliar esta metodologia procedeu-se recolha

    annima das opinies dos alunos, atravs de inqurito, no qual

    participaram um total de vinte e trs (23) alunos, dos anos

    lectivos 2007/2008 e 2008/2009, atravs de quatro questes:

    trs questes com respostas de escolha mltipla e uma questo

    para classificar de 1 (em desacordo) a 5 (plenamente de

    acordo), de acordo com a importncia atribuda e o grau de

    satisfao. As questes consideradas so as seguintes:

    Q1 Na realizao dos trabalhos prticos de laboratrio

    prefere ou utiliza principalmente:

    a) Apenas as sesses de contacto, em laboratrio;

    b) Sesses de contacto seguidas de sesses de trabalho

    autnomo em grupo.

    c) As sesses no presenciais, extra-aulas, para

    realizar trabalho autnomo ou em grupo;

    Q2 Na realizao de trabalho experimental em

    laboratrio, considera mais importante:

    a) Preparar e perceber as experincias, consultar a

    bibliografia e seguir uma abordagem sistemtica;

    b) Seguir uma abordagem sistemtica, orientada

    anlise crtica e fundamentao de resultados;

    c) Efectuar apenas medidas de grandezas e produzir

    um relatrio sucinto.

    Q3 Na realizao de trabalhos de laboratrio, a

    simulao seguida da realizao prtica:

    a) Tem vantagens na consolidao de conhecimentos e

    mantm sensivelmente as horas de trabalho;

    b) Tem vantagens na consolidao de conhecimentos

    mas aumenta bastante as horas de trabalho;

    c) pouco importante na relao entre os benefcios e

    o acrscimo de nmero de horas de trabalho.

    Q4 Adequao aos objectivos da aprendizagem

    (classificar de 1 a 5, de acordo com a sua concordncia, em

    que 1 corresponde ao nvel mais baixo e 5 ao nvel mais alto).

    A tabela IV apresenta os resultados da avaliao pelas

    respostas expressas s vrias questes do inqurito e que

    permitem avaliar os principais contributos pedaggicos desta

    metodologia e a sua adequao ao processo de ensino

    aprendizagem; permitem tambm perceber o grau de

    satisfao dos alunos e os mtodos de trabalho preferenciais.

    Os resultados indicam que a maior parte dos alunos

    R2 R3 R4 C5

    0v

    R1

    Rf

    R0

    C1

    C2

    01v

    R6

    L

    A2

    A1

    Fig. 14. Esquema do oscilador de Colpitts com AO e bobine simulada por

    GIC, com frequncia de oscilao ajustvel por condensador varivel.

    a)

    b)

    Fig. 15. Resultados do ensaio do oscilador de Colpitts com GIC: a) forma de

    onda do sinal de resposta e b) espectro de amplitude.

    Tabela IV. Resumo dos resultados experimentais para as configuraes base

    do oscilador por desvio de fase com redes RC de avano e de atraso de fase.

    a) b) c) no sabe no resp.

    Q1 47,00% 35,30% 17,70% 0% 0%

    Q2 52,95% 41,20% 5,85% 0% 0%

    Q3 41,20% 35,30% 23,50% 0% 0%

    1 2 3 4 5

    Q4 0% 0% 23,50% 29,40% 47,10%

    SALVADO Y MARTINS: OSCILADORES RC SINUSOIDAIS COM AMPOPS: SIMULAO E REALIZAO... 11

    ISSN 1932-8540 IEEE

  • privilegia as sesses laboratoriais para a realizao de trabalho

    experimental: 47% preferem apenas as sesses de laboratrio

    e 35,3% preferem as sesses de laboratrio e sesses extra

    aulas, para realizar trabalho autnomo. Quanto realizao de

    trabalho laboratorial, uma larga maioria (cerca de 94%)

    considera muito importante a preparao das experincias e

    adoptar uma abordagem sistemtica, a consulta de bibliografia

    de referncia e o suporte ou a fundamentao dos resultados;

    apenas cerca de 5,9% considera mais importante fazer apenas

    medidas de grandezas e elaborar um relatrio. No que respeita

    importncia da metodologia proposta, nomeadamente na

    combinao da simulao com a realizao prtica

    experimental, uma parte muito significativa (76,5%) considera

    existirem vantagens para consolidao de conhecimentos.

    Destes, 41,2 % referem benefcios significativos sem um

    grande aumento da carga de trabalho; 35,3% referem a

    existncia de benefcios mas com um substancial aumento da

    carga de trabalho. Dos inquiridos, 23,5% entendem que os

    benefcios so poucos face ao esforo e ao acrscimo no

    nmero de horas de trabalho. Quanto adequao da

    metodologia proposta aos objectivos da aprendizagem, 47%

    consideram-na muito adequada, 29,4% consideram-na

    adequada e 23,5% revelam uma opinio neutra. Este valor

    idntico ao dos que consideram pouco importantes os

    benefcios face ao aumento da carga de trabalho, sugerindo

    que pode existir alguma correlao. No se registaram

    opinies claramente desfavorveis.

    V. CONCLUSES

    Neste artigo referem-se os principais aspectos relativos

    simulao e realizao prtica de osciladores sinusoidais

    com amplificadores operacionais e redes RC. Apresentam-se

    diferentes abordagens simulao, quer por avaliao das

    expresses matemticas que traduzem o seu funcionamento,

    quer ao nvel da simulao de circuitos elctricos e

    electrnicos. D-se especial destaque realizao prtica dos

    circuitos dos osciladores e avaliao experimental e tecem-

    se consideraes quanto s vantagens e desvantagens das

    diferentes possibilidades de implementao.

    Os circuitos propostos, a sua baixa complexidade, a

    interligao multidisciplinar de conceitos, as diferentes

    abordagens ao funcionamento dos circuitos, e a orientao

    realizao experimental, em laboratrio, contribuem para a

    uma adequada consolidao de conhecimentos a uma

    metodologia de ensino de base experimental.

    Os resultados avaliao, por inqurito, indicam que esta

    metodologia adequada ao processo de ensino aprendizagem

    e consolidao de conhecimentos, sem contudo implicar um

    aumento muito significativo do nmero de horas de trabalho.

    AGRADECIMENTOS

    Os autores agradecem ao Eng. Joo Cordeiro, Tcnico

    Superior da Escola Superior de Tecnologia do Instituto

    Politcnico de Castelo Branco, a colaborao na realizao do

    inqurito aos alunos.

    REFERNCIAS

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    em http://www.engr.uky.edu/~cathey/pspice061301.html, Consultado

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    https://www.cadence.com/products/orcad/pages/downloads.aspx#cd,

    Consultado em Outubro de 2009

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    Student Edition), 5th ed. New York/Oxford: Oxford University Press,

    2004, ch. 13, pp. 11651179. [5] T. E. Price, Analog Electronics an Integrated PSpice Approach. New

    York: Prentice-Hall Europe, 1997.

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    Oscillator, IEEE Transactions on Circuits and Systems, vol. 37, N 4, April 1990, pp. 543 546.

    [10] Jose Salvado, Joaquim Oliveira, Gilberto Martins, A Two-Section

    Phase Shift Oscillator, Proc. of the 24th Conference on Design of Integrated Circuits and Systems (DCIS09), Zaragoza, Spain, 18-20 Nov. 2009 (accepted for publication).

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    [12] Ron Mancini, Design of Op Amp Sine Wave Oscillators, Analog Applications Journal, Texas Instruments, May 2000, [Online].

    Disponvel em: http://focus.tij.co.jp/jp/lit/an/slyt164/slyt164.pdf.,

    Consultado em Julho de 2009

    Jos Salvado (StM98M00SM08). Obteve o grau de Bacharel em Engenharia Electrnica e de

    Telecomunicaes pelo Instituto Superior de

    Engenharia de Lisboa, o Diploma de Estudos

    Superiores Especializados em Engenharia de Sistemas

    Martimos de Electrotecnia e de Telecomunicaes,

    pela Escola Nutica Infante D. Henrique e o grau de

    Mestre em Engenharia Electrotcnica e de

    Computadores pelo Instituto Superior Tcnico.

    Actualmente estudante de doutoramento em

    Engenharia Electrotcnica e de Computadores.

    Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Electrotcnica da

    Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politcnico de Castelo Branco,

    Portugal, onde lecciona desde 1996, tendo desenvolvido anteriormente,

    durante seis anos, actividade profissional em vrias empresas na rea da

    electrotecnia, da electrnica e das telecomunicaes. membro da IGIP Internacional Society for Enginnering Education e do IEEE Institute of

    Electrical and Electronics Engineers, foi um dos fundadores do IEEE

    Education Society Portugal Section Chapter de que actualmente chairman.

    Gilberto Martins Obteve o grau de Bacharel e o grau

    de Licenciado em Engenharia Electrotcnica e das

    Telecomunicaes, ambos pelo Instituto Politcnico

    de Castelo Branco. Foi bolseiro de investigao ao

    abrigo do projecto OTIC, financiado pelo PRODEP,

    medida 5, de Fevereiro a Dezembro de 2007 e

    Encarregado de Trabalhos, afecto ao Departamento de

    Engenharia Electrotcnica da Escola Superior de

    Tecnologia do Instituto Politcnico de Castelo Branco,

    Portugal desde Fevereiro de 2008. Tcnico Superior

    no mesmo Instituto onde tem colaborado no apoio s actividades dos

    laboratrios de electrnica, na realizao de experincias e kits didcticos, no

    apoio realizao de projectos de graduao e na realizao de projectos.

    12 IEEE-RITA Vol. 5, Nm. 1, Feb. 2010

    ISSN 1932-8540 IEEE