Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA The Paulina Eschatology by Geerhardus Vos First Published: 1930 by Princeton University Press Baker Book House Company; Printed in United States

CONTENTS

Sumário

Foreword by Richard Gaffin [WTS] Prefácio por Richard B. Garrin, Jr, WTS [Westminster Theological Seminary] v Preface by Geerhardus Vos [1862-1949] Prefácio porGeerhardus Vos Chap. I. The Structure of Pauline Eschatology 1 Cap. 1: A Estrutura da Escatologia Paulina 1 Chap. II. The Interaction Between Eschatology and Soteriology 42 Cap. Il. A Interação entre Escatologia e Soteriologia 42 Chap. III. The Religious and Ethical Motivation of Paul’s Eschatology 62 Cap. III. A Motivação Ética e Religiosa da Escatologia de Paulo 62 Chap. IV. The Coming of the Lord and Its Precursors 72 Cap. IV. A Vinda do Senhor e seus Precursores 72 Chap. V. The Man of Sin 94 Cap. V. O Homem da Iniquidade 94 Chap. VI. The Resurrection 136 Cap. VI. A Ressurreição 136 Chap. VII. Alleged Development in Paul’s Teaching on the Resurrection 172 Cap. VII. O Suposto Desenvolvimento no Ensino de Paulo sobre Ressurreição 172 Chap. VIII. The Resurrection Change 206 Cap. VIII. A Transformação da Ressurreição 206 Chap. XII. The Extent of the Resurrection 215 Cap. IX. A Extensão da Ressurreição 215 Cap. X. The Questiono f Chiliasm, in Paul 226 Cap. X. A Questão do Quiliasmo em Paulo 226 Chap. XI. The Judgment 261 Cap. XI. O Julgamento 261 Chap. XII. The Eternal State 288 Cap. XII. O Estado Eterno 288 Bibliography 317 Bibliografia 317 Appendix: Eschatology of the Psalter 321 Apêndice: A Escatologia do Saltério 321 Scripture Index 367 Índice das Escrituras 367

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CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

DEUS CREATOR REDEMPTOR CONSUMMATOR IN HIS TRIBUS RELIGIO NOSTRA

UNIVERSA PENDET

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CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

FOREWORD BY RICHARD B. GAFFIN

O título desta obra pode ser tomado de modo equivocado. O leitor que entende “Escatologia” em seu sentido

convencional e popular vai esperar um estudo especializado limitado “das últimas coisas” associado com a Segunda Vinda de

Cristo. O autor, entretanto, pretende algo mais. Sua tese fundamental é que o desenvolvimento da Escatologia de Paulo é

determinado pela sua teologia como um todo, não apenas pelo seu ensino sobre o retorno de Cristo.

The title of this volume can be misleading. The reader who understands “escatology” in its conventional,

still popular sense will expect a specialized study limited to those “last things” associated with the second coming of

Christ. G. Vos, however, intends something more. His basic thesis is that to unfold Paul’s eschatology is to set forth

his theology as a whole, not just his teaching on Christ’s return.

Poucos desenvolvimentos em estudos bíblicos sobre o século passado são de consequências tão amplas quanto o

reconhecimento crescente de uma ampla compreensão dos escritores do NT no que diz respeito à Escatologia. A primeira

vinda de Cristo, que culminou em sua morte e Ressurreição aconteceu na “plenitude do tempo [s]”, Gl. 4.4 e Ef. 1.10; nos

últimos dias, Hb. 1.2; “no fim dos tempos”, Hb. 9.26, no sentido escatológico. A experiência presente daqueles unidos pela fé,

a Cristo em Seu sofrimento e exaltação [Gl. 2.20ç Ef. 2.5,6; Cl. 3.1], não apenas o futuros destes crentes, é essencialmente

escatológico, mas a própria vida Cristã é uma vida escatológica.

Few developments in biblical studes during this century are of such far-reaching importance as the growing

recognition of the New Testament writers’ broadened understanding of eschatology. Christ’s coming, culmination in

his death and resurrection, takes place in “the fullness of time [s]”, Gal. 4.4; Eph. 1.10. In “these last days” [Heb. 1.2],

at “the end of the ages”, Hb. 9.26, in the fully eschatological sense. The present experience of those united by faith to

Christ in his suffering and exaltation, Gal. 2.20; Eph. 2.5,6; Col. 3.1, not only their future, is essentially eschatological;

the Christian life is an eschatological life.

Geerhardus Vos [1862-1949] foi um pioneiro em chamar atenção para este detalhe fundamental do ensino do NT –

o qual pode ser denominado como orientação escatológica histórico – redentora do NT. Sua breve mas perspicaz obra,

The Kingdom of God and The Church [O Reino de Deus e a Igreja] [1903] ressalta a natureza escatológica do Reino

proclamado por Jesus como não apenas futuro, mas presente em sua Pessoa e Obra. É também digno de nota que esta obra,

The Pauline Eschatology [A Escatologia Paulina] foi publicada no mesmo ano [1930] que a obra de Albert Schweitzer, The

Mysticism of Paul the Apostle [O Misticismo do Apóstolo Paulo]. Esta obra de Schweitzer é bem mais amplamente conhecida

e bem conceituada com orientação de modo a trazer uma ampla consciência do profundo caráter escatológico do ensino de

Paulo. O tratamento de G. Vos, entretanto, é mais equilibrado e fiel a Paulo, capturando com fidelidade o tema escatológico

dominante do ensino do Apóstolo, sem falhar naquilo que, agora, é reconhecido como sendo os excessos exegéticos da

noção de Schweitzer com respeito ao misticismo de Paulo. Além disso, a obra acrescenta o vigor de ser plenamente

apropriado à compreensão de Paulo e de sua própria autoridade como um Apóstolo e instrumento da Revelação. Na verdade,

The Pauline Eschatology é uma elaboração de perspectivas nascidas há quase duas décadas antes no ensaio geralmente

esquecido, mas concebido com maestria: “The Eschatological Aspect of the Pauline Conception of Spirit” [O Aspecto

Escatológico do Conceito Paulino de Espírito], em Biblical and Theological Studies [Estudos Bíblicos e Teológicos] (New York:

Charles Scribner’s Sons, 1912, pp. 209-259).

G. Vos was a Pioneer in calling attention to this fundamental datum of New Testament teaching – what can

be termed its eschatological, redemptive-historical orientation. His brief but perceptive volume, “The Kingdom and

the Church” [1903], pointed out the eschatological nature of the kingdom proclaimed by Jesus as not only future but

present in his person and work. It is also worth noting that the Pauline eschatology first appeared in the same year

[1930] as the German original of Albert Schweitser’s [The Mysticism of Paul the Apostle]. The latter is much more

widely known and frequently credited with leading the way in bringin about a widespread awareness of the

pervasively eschatological character of Paul’s teaching. Vos’s treatment, however, is more balanced and true to Paul,

faithfully capturing the controlling eschatological motif of his teaching without falling into what are now generally

acknowledged to be the exegetical excesses of Schweitzer’s notion of Paul’s mysticism. Besisdes, it has the adeded

strength of being fully congenial with Paul’s understanding of himself and his authority as an apostle and instrument

of revelation. In fact, the Pauline Eschatology is an elaboration of viewpoints arrived at nearly two decades earlier in

the often overlooked but masterful essay. “The Eschatological Aspect of the Pauline Conception of the Spirit” in

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Biblical and Theological Studes [New York: Charles Scriber’s Sons, 1912, pp. 208-59].

Geerhardus Vos [1862-1949] nasceu na Holanda e emigrou para os Estados Unidos com seus pais em 1881.

Estudou teologia em Grand Rapids, Princeton [EUA] e na Europa, onde completou seus estudos de doutorado em

Estrasburgo em 1888. Ele ensinou por vários anos no atual Calvin Theological Seminary. Em 1893 G. Vos aceitou sua

indicação para a recém – cadeira criada de Teologia Bíblica no Seminário de Princeton, onde ensinou até sua aposentadoria

em 1932. Ali ele executou sua obra sobre Teologia Bíblica do AT e NT. A proporção monumental desta obra de G. Vos, The

Pauline Eschatology, amplamente à frente de sua época, alcançou algum reconhecimento apenas em décadas redentes.

The Pauline Eschatology é um clássico com visão e perspicácia sem precedentes com respeito à estrutura da

Teologia de Paulo. Fica aqui meus devidos agradecimentos à Presbyterian and Reformed Publishing Company [Emprêsa

Editorial Reformada e Presbiteriana] pelo seu empenho em tornar esta obra disponível mais um vez.

Geerhardus Vos [1862-1949] was born in the Nether lands and emigrated to the Unites States with his

parents in 1881. Following the study of theology in Grand Rapids, Princeton, and Europe, where he completed

doctoral studies at Strassburg in 1888, he taught for several years at what is now Calvin Theological Seminary. In

1893 he accepted appointment to the newly created chair of Biblical Theology at Princepton Seminary, where he

tayght until retirement in 1932. There he did work in both Old and New Testament biblical theology. The truly

monymental proportions of these labors, largely ahead of their time, have only in recent decades befun to have a

measure of the influence they deserve.

The Pauline Eschatology is a classic of unprecedented insight into the structure of Paul’s theology. Thanks

are due to Prebyterian and Reformed Publishing Company for its commitment to make it available once again.

Richard B. Gaffin, Jr.

Westminster Theological Seminary

Março de 1979

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

NOTA EXPLICATIVA DO TRADUTOR: Vai aí apenas: prefácio, índice, e primeiro capítulo da obra.

Obs: Não tive tempo de corrigir e revisar a presente traduçao, nem verificar erros...portanto, minhas desculpas se

houver alguma falha [pois com certeza há...]....brevemente, ao concluir a traducao devo realizar tais tarefas....

The Pauline Eschatology, a obra prima de Geerhardus Vos.

Esta é uma tradução [não autorizada] feita por Almir Macário Barros, Presbítero, Missionário e Professor de

Teologia Bíblica Antigo e Novo Testamentos [abordagem histórico - redentora] no ITEPRAM – Instituto Teológico

Presbiteriano do Amazonas, Manaus.

Geerhardus Vos [1862-1949] e Herman Ridderbos [1909-2007], trabalhando independentemente um do outro

[G.Vos no Princeton Theological Seminary, e H. Ridderbos em Leiden, Holanda] foram dois teólogos pioneiros da “Escola

Histórico - Redentora” de abordagem às Escrituras, na construção de uma Teologia Bíblica histórico – redentora [TBHR].

A importância destes dois teólogos para o desenvolvimento do Pensamento Reformado é de capital importância.

Podemos, pois sintetizar o referido desenvolvimento em quatro momentos históricos a seguir1:

PRIMEIRO MOMENTO: [CALVINISMO DE PRIMEIRA GERAÇÃO]: Genebra – Calvino2 – Obra referencial: As

Institutas de Calvino: TEOLOGIA TRINITARIANA

SEGUNDO MOMENTO: CALVINISMO DE SEGUNDA GERAÇÃO: Sínodo de Dort, Holanda, 1618 -19 – Obra

Referencial – Cânones de Dort – Calvinismo Infralapsariano: TEOLOGIA TRINITARIANA E INFRALAPSARIANA.

TERCEIRO MOMENTO: CALVINISMO DE TERCEIRA GERAÇÃO:: Assembléia de Westminster [CFW, BCW e CMW]:

TEOLOGIA TRINITARIANA, INFRALAPSARIANA E ALIANCISTA. A estas obras devemos juntar: Institutes of Elenctic Theology [3 volumes] pelo ortodoxo

Reformado: Francis [ou François] Turrentin [publicado em português pela Editora Cultura Cristã em 2011 sob o título:

“Compêndio de Teologia Apologética”]: Esta obra é importantíssima para compreendermos o desenvolvimento do

pensamento reformado no Brasil, pois Ashebel Green Simonton, fundador da IPB no Brasil foi aluno de Charles Hodge,

professor de Teologia Sistemática no Seminário de Princeton; Hodge adotou as Institutas de Turretin para ensino de sua

teologia; posteriormente escreveu a sua “Teologia Sistemática”. Lembremos sempre, estes autores desenvolveram

basicamente um “Calvinismo de Terceira Geração”: teoricamente, dentro desta análise, sem entrar em detalhes, podemos

afirma que os autores desta geração trabalharam dentro de um “Calvinismo de Terceira Geração” [Teologia Trinitariana,

Infralapsariana e Aliancista].

QUARTO MOMENTO: CALVINISMO DE QUARTA GERAÇÃO:

Geerhardus Vos [1862-1949] [Teólogo Reformado] nos E.U.A. e Herman Ridderbos [1909-2007] [Teólogo

Reformado] em Leiden, Holanda. Ambos trabalharam independendemente um do outro e desenvolveram o que veio a ser

conhecida como “Escola Histórico Redentora” de abordagem às Escrituras.

G. Vos ensinou Teologia Bíblica por 39 anos no Seminário Teológico de Princeton, EUA, sendo conhecido

como “O Pai da Teologia Bíblica Reformada”; escreveu várias obras; The Pauline Eschatology é considerada sua obra

prima. Sua “Biblical Theology: Old and New Testaments” já se encontra publicada em português pela Ed. Cultura Cristá sob o

1 N. Tradutor: Esta breve análise histórica e nomenclatura de classificação dos diversos momentos históricos do Pensamento Reformado [Calvinismo 1ª, 2ª,

3ª e 4ª gerações] constitui uma criação do tradutor [tradução não autorizada] desta obra, usada como recurso didático para ensino da Teologia Bíblica de abordagem Histórico – Redentora aos seus alunos no ITEPRAM e outros estudantes interessados. 2 N. Tradutor: É necessário observa que, literalmente, a Teologia Reformada não começou exatamente com Calvino em Genebra, mas anteriormente em Zurique com Zuínglo. Porém Calvino, sucessor de Zuínglo, [em Genebra, Suíça], foi um escritor sistemático e exegeta por excelência, deixando em suas obras o registro do seu desenvolvimento teológico acerca daquilo que mais tarde viria a ser conhecido como Calvinismo ou Teologia Reformada. Portanto, podemos considerar que o Calvinismo ou Teologia Reformada foi expressada com excelência pela primeira vez nas obras de Calvino, mais especificamente nas suas Institutio Religionis Christianae, publicada em português, 1985 [1ª Ed. ] pela Ed. Cultura Cristã sob o título As Institutas – Edição Clássica [4 volumes]. Daí o termo “Calvinismo de Primeira Geração” em Genebra, com Calvino.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA título: “Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamentos”. As obras escritas por estes dois teólogos são fundamentais para

perfeita compreensão do Calvinismo de Quarta Geração [Escola Histórico Redentora].

H. Ridderbos, a partir de 1943 foi professor de “Estudos do Novo Testamento” [em substituição ao seu

professor, Sidney Greidanus] por 40 anos na Escola de Teologia das Igrejas Reformadas em Kampen, Holanda. Ridderbos

escreveu várias obras, entre elas: Paul, An Outline of His Theology, e The Coming of Kingdom, ambas publicadas em

português pela Ed. Cultura Cristã, respectivamente sob o título: A Teologia do Apóstolo Paulo e A Vinda do Reino.

TEOLOGIA: TRINITARIANA, INFRALAPSARIAN, ALIANCISTA E HISTÓRICO – REDENTORA.

Obras de Referencia: As Obras de Autoria de G. Vos e de H. Ridderbos [e outros autores]

Se você quiser saber mais sobre este projeto de “Análise histórica do Desenvolvimento do Pensamento

Reformado” e de “Desenvolvimento da Escola Histórico Redentora como Calvinismo de 4ª Geração” faça contato:

Você que ensina as Escrituras e prega o Evangelho:

Voce usa o Calvinismo de 1ª, 2ª, 3ª, ou 4ª geração no seu ensino, na sua pregação???? Lembre-se que

nesta Análise e na verdade, as referencias fornecidas, as estruturas apresentadas [trinitariana, infralap...aliancista,

hist..redento...] são cumulativas e se harmonizam entre si; não podem, pois, ser tratadas isoladamente; salvo como recurso

didático para ensino nos primeiros passos aos iniciante.....

Portanto, personagens e suas obras importantíssimos nesta Análise:

1. JOÃO CALVINO [1509-1564]

2. GEERHARDUS VOS [1862-1949]

3. HERMAN N. RIDDERBOS [1909-2007]

Tradutor [não autorizado]: ALMIR MACARIO BARROS

92 – 81923097 – TIM [Manaus - Amazonas]

92 – 91075239 – VIVO

Email: [email protected]

Skype: almirmacariobarros

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

PREFACE BY GEERHARDUS VOS [1862-1949]

No início, a Escatologia bíblica e a Apologética primitiva caminhavam juntas, como praticamente

idênticas: O A.T. era a principal fonte de armas; a subserviência da Apologética nem sempre trabalhava em harmonia

com a Escatologia; algumas vezes, elementos menores e isolados eram submetidos a tensões de comparações bem

maiores do que o texto podia suportar: A fé Cristã tem colocado diferentes ênfases na Escatologia bíblica. A última foi

assim estimada, primeiramente por causa do serviço que ela foi capaz de prestar à Apologética primitiva. No início, a

Escatologia bíblica e a Apologética primitiva eram praticamente idênticas. A justificação da fé do nascido de novo dependia da

demonstração de que o Messias, o grande Agente e Consumador do propósito de Deus para o mundo, surgiu em cena. Quem

quer que cresse nesta demonstração em si, era atraído para o centro do movimento escatológico há muito tempo predito

pelos Profetas. É verdade que esta subserviência apologética nem sempre trabalhava na mesma medida para favorecer o

esquema escriturístico da Escatologia. O AT era o principal arsenal de onde procediam as armas. Mesmo a Quarta Écloga de

Virgílio3 [70-19 a.C.] não conseguiria substituir inteiramente a mesma, qualquer que fosse sua origem última. E quanto ao AT,

ninguém pode negar que algumas vezes, procedimentos de comparações quanto à harmonia de elementos menores e

isoladas geraram tensões bem maiores do que o texto podia suportar.

Christian faith has at various times put widely faying appraisals on biblical eschatology. The latter

was first hel in esteem because of the service it was able to render to early apologetics. The two at the outset were

practically identical. The vindication of the new-born faith depended on the proof that the Messiah, that great Agent

and Consummator of God’s world-purpose, had appeared upon the scene. Whosoever believer in this found himself

drawn into the center of the eschatological movement, by prophets long foretold. It is true, this apologetic

subserviendy did not always work in even measure to the advantage of the Scriptural scheme of Eschatology. The

Old Testament was the chief armory from which weapons had to be drawn. Even Virgil’s Fourth Eclogue could not

quite replace this, whatever its ultimate provenience. And as to the Old Testament, who can deny that sometimes

minor and isolated correspondences were subjected to a harder strain than they ought to have been asked to bear.

Em todas as eras da igreja a esperança escatológica sempre permaneceu solidamente arraigada na sua

memória: a mesma era aceita sem controvérsias ou contestações: Em todas as eras da vida da Igreja a esperança

escatológica permaneceu firmemente sólida em sua memória. Era uma fé aceita de modo incontestável e sem controvérsias.

Talvez a conservação da mesma, algumas vezes, pode ter sido em grande medida de uma natureza formal. Mas existe algo

acerca destas perspectivas e visões a respeito das Últimas Coisas que vão colocá-las sob a luz e em ênfase nas consciências

dos crentes, no momento em que surgir a tempestade da perseguição e aflição. A Igreja Romana Medieval parecia

firmemente estabelecida, além de quaquer possibilidade ou transitoriedade, tipificando claramente a verdadeira imagem da

derradeira cidade Deus; alguém poderia até mesmo supor que nela apenas uma pequena parte do solo teria sido deixada

para cultivo de campos sobrenaturais. Contudo, tal aparência exterior, era, em certa medida, enganosa. O mais excelente

produto da hinódia daquela igreja, com sua atmosfera sobrenatural, ainda influencia seus seguidores depois de muitos

séculos. Tal hinódia esta aí para confirmar quão rica era a veia de piedade que corria nos corações de seus autores, sendo

como que fossem derivadas exclusivamente das águas do Paraíso. Seus montes e seus pássaros ainda permaneciam

alegrando os santos de Deus com o júbilo das suas árvores frondosas.

At all times through the life of the Church the eschatological hope remained securely fixed upon

her mind. It was an uncontroverted, accepted belief. Perhaps the retention of it may sometimes have been largely of a

formal nature. But there is something about these expectations and visions of the last things, that will send them into

the light and focus of the consciousness of believers, whenever storms of persecution arise and hard distresses

invade. The mediaeval Roman Church seemed so unshakably fixed beyond every chance or transitoriness, and it

moreover so clearly typified the true image of the ultimate city of God, that in it, one would suppose, only little soil

could have been left for the cultivation of super-terrestrial fields. And yet this appearance was to some extent

deceptive. The finest products of the hymnody of that Church, with their unearthly aroma still clinging to them after

so many ages, are here to prove how rich a vein of piety ran through the hearts of their authors, derivable from the

3Nota do Tradutor: www.pt.wikipedia.org/wiki/virgilio: 22/out/2012, 16.25 hs: Publius Virgilius Maro [70-19 A.C.], conhecido como Virgílio, poeta romano clássico, conhecido por suas três obras de literatura latina, consideradas as principais de sua autoria, entre elas As Eclógas [poesias pastoris bucólicas.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA living waters of Paradise alone. Its hills still stood and the birds were still delighting the saints of God with jubilance

from their leafy trees.

No período da Reforma, ainda que a Justificação pela fé e a Esperança Escatológica estivessem

estreita e mutuamente entrelaçadas, a primeira assumiu o primeiro plano, enquanto a segunda recuou para um plano

secundário: Os Reformadores não estavam de modo nenhum familiarizados com o desenvolvimento escatológico:

Paulo pode ser com justiça, chamado de “O Pai da Escatologia Cristã” por ter sido o primeiro autor bíblico a

compreender os tópicos da Esperança Escatológica espalhados nas Escrituras e a reuni-los em um sistema

completo e harmonioso, a tal ponto que seria praticamente impossível a alguém se perder no mesmo, uma vez que

siga fielmente o referido sistema Paulino: No periodo da Reforma, o problema quanto à obtenção da justificação diante de

Deus preencheu os corações e mentes. A partir desta época, isto fez com que a esperança escatológica fosse colocada em

segundo plano, ainda que não fosse de maneira alguma paradoxal ou incoerente afirmar que as perspectivas das duas

correntes [da justificação pela fé e da escatológica] estivessem estreitamente entrelaçadas. Paulo sabia da inevitabilidade de

tal coisa, e talvez, soubesse muito mais do que os principais heróis da Reforma, sem exceção de Lutero e Calvino. Enquanto

por um lado, os Reformadores não estavam de modo algum familiarizados com a harmonia do desenvolvimento escatológico,

por outro, tinham predileção pela musica bélica tirada da atmosfera de conflitos e das ênfases do Saltério. Entretanto, os

Reformadores receberam algo de Paulo muito melhor do que qualquer um dos Profetas ou Salmistas foi capaz de lhes

fornecer. Paulo, com a sua persperspicácia e talento, foi o primeiro compreender os tópicos da perspectiva escatológica

espalhada através das Escrituras e a configurá-los em um tratado, em um sistema completo e harmonioso, coerente a tal

ponto, que humanamente falando, tornar-se-ia praticamente impossível a qualquer um, a partir do referido sistema, ficar

perdido ou confundido. Foi ele também quem fez com que os tópicos com respeito à esperança se encontrassem e

agrupassem em uma estrutura compreensiva e harmoniosa. Na verdade, não pelos seus dons menores, mas pelo referido

sistema, ele pode, com justiça, ser chamado de o Pai da Escatologia Cristã.

In the period of the Reformation the problem of the obtaining of righteousness before God filled

hearts and minds. For the time this forced the eschatological hope into the background, although even then it would

have been by no means paradoxical to say that the two strands of the justifying faith and the eschatological outlook

remained closely interwined. Paul knew the inevitableness of this and knew it better, perhaps, than the foremost

heroes of the Reformation, not even Luther or Calvin excepted. While the Reformers were by no means unacquainted

with the melodies of eschatological music, theirs was by preference martial music drawn from the storm and stress of

the Psalter. But they received something better from Paul than either prophet or Psalmist had been able to give. Paul

had been the first to grasp with his master-mind the single items of eschatological belief scattered through Scripture,

and to weave them into a compact, well-rounded system, so coherent, that, speaking after the manner of man, it

became next to impossible for any of the precious texture henceforth to be lost. He it was who made the single items

of hope find themselves and group themselves into crystal formations with symmetrical shapes. Truly for this, not his

smallest gift, he may justly be called the father of Christian eschatology.

O Racionalismo prejudicou grandemente o desenvolvimento da Escatologia bíblica: A Escatologia

é eminentemente histórica e o Racionalismo é desprovido de qualquer sentido histórico; este último rejeita as

tradiçoes¸ ignora o passado e tolera o futuro, desde que seja dentro de suas tendências, valores ético-religiosos

puramente subjetivos e auto-conceito centrado em si mesmo: Com o surgimento do Racionalismo, a Escatologia ficou à

deriva, como que em águas turbulentas. A Escatologia é eminentemente histórica, e o Racionalismo, desde o seu berço,

desprovido de qualquer sentido histórico. Com isto, ele despreza a tradição, rejeita o passado, e ignora o futuro tolerando e

condescendendo abertamente com um conceito arrogante e artificial acerca de si mesmo. Além disso, o Racionalismo é

tendencioso e centralizado em si mesmo. Para ele a essência e o valor de todas as religiões repousam em experiências

puramente subjetivas de natureza ético-religiosas. Ora, no processo escatológico, a julgar pela natureza do caso, as forças de

propulsão são de procedência ab extra [externamente, do lado de fora]. Nenhuma força da natureza pode ser concebida como

dando origem a elas mesmas. Em círculos modernistas, tudo o que permanece de interesse para Escatologia constitui apenas

uma mera curiosidade de “historicização”; em tais círculos, a piedade não é mais capaz de estimular a bondade e

generosidade. Contudo, houve e ainda pode haver algo bom da parte do Senhor neste retrocesso modernista. Impulsionado,

como que, por uma tempestade de negação das antigas fontes, não poucos piedosos buscaram refúgio fora deste mundo

presente, na esperança do mundo porvir. Nós não podemos remediar ou prevenir, mas reverter e renunciar a conceitos

distorcidos e emoções mórbidas, os quais atualmente promovem uma propaganda escatologizante ineficiente. Também não

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA devemos negligenciar, nem mesmo a menor parcela de piedade que ainda pode restar em tais conceitos.

With the rise of Rationalism Eschatology was bound to drift into troubled waters. Eschatology is

preeminently historical, and Rationalism is from its cradle devoid of historic sense. It despises tradition; the past it

ignores and the future it barely tolerates with a supercilious conceit of self. Moreover Rationalism is bent upon and

enamored of the inward. To it the essence and value of all religion lie in purely-subjective ethico-religious

experiences. Now in the eschatological process from the nature of the case, the forces of propulsion must come from

ab extra. No nature-force can possibly be conceived as producing them. All that remains of interest for Eschatology

in such circles can spring form a “historicizing” curiosity only. Piety it is no longer capable of kidling. And yet, there

was and may still further appear to be something good from the Lord in this modernistic setback. Driven by such a

storm of denial from the old pastures, not a few of the pious sought refuge out of this chill-grown world into

anticipations of the world to come. We cannot help but recoil from much distorted thought and morbid emotion, that

makes present-day eschatologizing propaganda unlovable. But let us be sure not to overlook even the smallest grain

of golden piety that may linger in it.

A Escatologia se tornou a grande “pedra de tropeço” para a incredulidade moderna: Paulo

despojado da sua Escatologia não serviria nem mesmo como Apóstolo, assim como Jesus despojado da sua

Messianidade. Entretanto, a Escatologia constitui o grande tesouro da Igreja, o qual não pode ser desprezado: Neste

ínterim devemos nos conformar e harmonizar com este relevante sinal dos tempos o qual mostra que a Escatologia se tornou

a grande rocha de ofensa e pedra de tropeço na vereda da incredulidade moderna. Parte da mesma conhecida como

Messianismo já fazia parte daquela mesma rocha nos dias de Jesus. A dupla ofensa, na verdade, foi a mesma nos dias de

hoje e nos dias de Jesus. O pensamento religioso moderno não tolera tal rocha; assim, pois, os resultados serão

inevitavelmente os mesmos. Paulo separado da sua Escatologia se torna desqualificado para o seu próprio Apostolado; Jesus

despojado de sua Messianidade não serve mais como Salvador. De que adianta se esforçar por coisas menores [ainda que,

em si mesmas estas tenham sua importância], e apenas observar todos estes tesouros os quais a Igreja tem honrado e com

os quais tem sido nutrida, sim, tudo isto, queimado e desprezado diante de nossos olhos numa mesma fogueira? Esta, pois, é

a demonstração que vai atestar a necessidade de se atender ao clamor em prol da coesão e continuidade do Cristianismo

histórico e da prerrogativa de promoção da posse e gozo do título de “Cristão”.

And meanwhile let us learn to reconcile ourselves to this outstanding sign of the times:

Eschatology has become the large mountain of offense lying across the pathway of modern unbelief. That part of it

which we call Messiahship was already a piece broken from that rock in the days of Jesus. The double offense was

one at bottom. Neither will be tolerated in modern religious thought. And the results will inevitably be the same. Paul

divorced from his Eschatology becomes unfit for his Apostleship; Jesus divested of his Messiahship can no longer

serve us as a Saviour. What boots it to strive for minor [althouth in themselves sufficiently important] things, when

we see all these treasures the Church has gloried in and all this nourishment we have lived on, burned up before our

eyes in one and the same fire? Here, certainly, is the test-limit of what shall warrant a claim to continuity with historic

Christianity and the right to further retention of the name of “Christian”.

GEERHARDUS VOS

Princeton, January 21, 1930

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Page 11: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

CHAP. I: The Structure of the Pauline Escatology

Cap. 1: A Estrutura da Escatologia Paulina

[LIVRO, p. 1] A Escatologia é a doutrina das “Ultimas Coisas”. Ela trata com o ensino ou a crença de

que o movimento do mundo, considerado religiosamente, tende a uma meta final, além da qual uma Nova Ordem de coisas

será estabelecida, geralmente com implicações futuras de que esta Nova Ordem não estará sujeita a qualquer mudança

adicional, mas compartilhará com a natureza estática da eternidade. Escatologia é um termo derivado do grego, que nos

conduz a olharmos para seus antecedentes lingüísticos, primeiramente para o grego de AT. Aqui encontramos duas frases:

εσχαται ημεραι [Últimos Dias] [ocorrendo em Gn. 49.1 [nos dias vindouros]; Is. 2.2 [Nos últimos dias]; Jr. 37.24 [no texto

hebraico Jr. 30.24. nos últimos dias]4; Ez. 38.16 [Nos últimos dias...]; Os. 3.5 []; Mq. 4.1; Dn. 10.14] e εσχατον των

ημερωον [Últimos Dias] [ocorrendo em Nm. 24.14; Dt. 4.30; 31.29; Jr. 23.20; Jr. 25.185]

Gn. 49.1. Depois, chamou Jacó a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos há de acontecer nos DIAS

VINDOUROS

Is. 2.2. NOS ÚLTIMOS DIAS, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre

os outeiros, e para ele afluirão todos os povos

Jr. 30.24. Não voltará atrás o brasume da ira do Senhor, até que tenha executado e cumprido os desígnios do seu coração. NOS

ÚLTIMOS DIAS, entendereis isto

Ez. 38.16. subirás contra o meu povo de Israel, como nuvem, para cobrir a terra. NOS ÚLTIMOS DIAS, hei de trazer-te contra a

minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu tiver vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, perante elas.

Os. 3.5. Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, NOS ÚLTIMOS DIAS, tremendo,

se aproximarão do Senhor e da sua bondade

Mq. 4.1. Mas, NOS ÚLTIMOS DIAS, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se

elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão os povos...

Dn. 10.14. Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo NOS ÚLTIMOS DIAS; porque a visão se refere a dias

ainda distantes...

Nm. 24.14. Agora, eis que vou ao meu povo; vem, avisar-te-ei do que fará este povo ao teu, NOS ÚLTIMOS DIAS

Dt. 4.30. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te sobrevierem NOS ÚLTIMOS DIAS, e te voltares para o Senhor, teu

Deus, e lhe atenderes a voz...

Dt. 31.29. Porque sei que, depois da minha morte, por certo, procedereis corruptamente e vos desviareis do caminho que vos tenho

ordenado; então, este mal vos alcançará NOS ÚLTIMOS DIAS, porque fareis mal perante o Senhor, provocando-o à ira com as

obras das vossas mãos...

Jr. 23.20. Não se desviará a ira do Senhor, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração; NOS ÚLTIMOS DIAS

entendereis isso claramente...

Jr. 25.18. [no texto hebraico, Jr. 49.39] NOS ÚLTIMOS DIAS, mudarei a sorte de Elão, diz o Senhor.

[BOOK, P. 1] Eschatology is “the doctrine of the last things”. It deals with the teaching or

belief, that the world – movement, religiously considered, tends towards a definite final goal, beyond which a new

order of affairs will be established, frequently with the further implication, that this new order of affairs will not be

subject to any further change, but will partake of the static character of the eternal. Eschatology is a term of Greek

derivation, which leads us to look for its linguistic antecedents first of all to the Greek Old Testament. Here we find

4 No texto hebraico esta passagem ocorre em Jr. 30.24 [Não voltará atrás o brasume da ira do SENHOR, até que tenha executado e cumprido os desígnios do

seu coração. Nos ÚLTIMOS DIAS, entendereis isto].

5 Os dois últimos textos no texto hebraico: Jr. 49.39. [últimos dias...mudarei a sorte de Elão] e Jr. 48.47 [mudarei a sorte de Moabe, nos últimos dias - este verso do texto hebraico não existe no texto grego da LXX].

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Page 12: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA the two phrases εσχαται ημεραι [ocuring in Gn. 49.1; Is. 2.2; Jr. 37.24 [in the Hebrew text this verse occurs in Jr.

30.24]; Ez. 38.16]; Os. 3.5; Mq. 4.1; Dn. 10.14] and εσχατον των ημερωον [occurring in Num. 24.14; Dt. 4.30; 31.29; Jr.

23.20; Jr. 25.18.

ANÁLISE DO TERMO “NOS ÚLTIMOS DIAS” NO AT: NO CANON HEBRAICO E NO GREGO DA LXX - SEPTUAGINTA:

HAYIAMIM ACHERITH – OS ÚLTIMOS DIAS [הימים אחרית]

Voltando às frases gregas referidas que no texto hebraico correspondem a: [haiamim acherit] [הימים

tanto etimologicamente como [Acherith] ”אחרית“ é importante determinar o significado exato do termo hebraico ;6[אחרית

conceitualmente. “Acherit” [אחרית] é derivado do termo “achar” [אחר]; o significado último vai ser “mais atrás, o último”.

“Acherith” é aplicado a um intervalo de espaço bem como de tempo no sentido da “parte última”. Um exemplo da aplicação do

intervalo ao espaço é Sl. 139.9 [se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares] [LXX - evsca,taij] [texto

hebraico - ~y") tyrIïx]a;B] “confins, a parte mais remota dos mares”. Aplicado ao tempo, como é o caso da frase em questão, o

significado mais próximo seria: “as ultimas partes dos dias, os últimos dias”. A questão surge, entretanto, seja esta uma

designação puramente cronológica, ou do mesmo modo, se aqui entrar [LIVRO, p. 2] de “termino, conclusão” de “um

processo anterior”. No uso geral, não técnico, algumas vezes atribuído a palavra em Jó. 8.7. [O teu primeiro estado, na

verdade, terá sido pequeno, mas o teu último [acharit – ultimo, parte última, posteridade: profético] crescerá sobremaneira].

Esta passagem esboça um contraste entre os pequenos começos de prosperidade e sua abundância; o anterior é “reshith”

[primeiro], e o último é “acherith” [último]; similarmente em Jó. 42.12 [o último [acherith] estado de Jó....o primeiro [r’eshit]

estado de Jó...]. Pv. 5.4,11 [v.5. mas o fim [acharith] dela é amargoso como o absinto...v. 11. E gemas no fim [acherith] de tua

vida...] fala do amargor do fim da relação de um homem com “a mulher estranha”, implicando que esta amargura “acherit”

[última] é a conseqüência inevitável do curso todo de uma conduta envolvida. Da mesma maneira, é dito do vinho em Pv.

23.31-33 [não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo, v.32. pois, ao cabo [acherith –

no final], morderá como a cobra, e picará como o basilisco...v.33. os teus olhos verão coisas esquisitas, e o teu coração falará

perversidades.. ]; Pv. 23.18. [Porque deveras, haverá bom futuro [acherith – por último]; não será frustrada a tua esperança...],

Pv. 24.14 [Então, sabe que assim é a sabedoria para a tua alma, se a achares haverá bom futuro [acherith – na parte última,

por último], e não será frustrada a tua esperança...]; Assim, a recompensa esperada no futuro será “acherith”, por último [Pv.

23.18; 24.14]. Assim, pois, não pode ser levantada nenhuma objeção a priori, para o uso comum da palavra em questão por

encontrar seu significado [último], num sentido prolífico, abundante ou mais expressivo na expressão escatológica técnica. A

única questão é se a presença deste elemento crítico pode ser enfatizada nas passagens escatológicas. “A bênção de Jacó”,

Gn. 49, contêm uma abordagem a esta perspectiva, na qual faz predição a respeito de Judá, v. 10. E “Shiloh”, “que

representa aquele de quem o cetro e o governo de Judá não se afastará”, aparece aqui como a personificação última e

virtualmente como a preeminência permanente de Judá entre as tribos.

Back to these Greek phrases lies the Hebrew phrase [אחרית הימים]7.It is important to determine

the precise import of the term [אחרית], both etymologically and conceptually. “Acherith” is a derivation from “ächar”

and the latter means “hindmost”. “Acherith” is applied to space as well as to time in the sense of “the hindmost part”.

An example of the application to space is Ps. 139.9: “the uttermost parts of the sea”. Applied to time, as is the case in

the phrase under review, it would proximaterly signify “the farthermost parts of the days”. The question arises,

however, whether this is a purely chronological designation, or whether there enters [LIVRO, P. 2] into likewise

the idea of “eventuation”, “issue of a foregoing process”. In ordinary untechinical usage such a sense sometimes

does attach to the world: Job 8.7 draws a contrast between the small beginnings of prosperity and its abundant issue;

the former is “reshith”, the latter “acherith”; similarly Job 42.12; Pv. 5.4,11 speak of the bitterness of the end of a

man’s relation with “the strange woman,” implying that this bitter “acherith” is the inevitable oucome of the whole

course of conduct involved. In the same way it is said of wine that “it goes down smoothy”, but that “at the last

[Acherith] it bites like a serpent and stings like an adder”, Pv. 23.31,32; the “reward” hoped for is an “acherith”. There

can not, therefore, be drawn any objection a priori from the common usage of the word to its having carried a similar

pregnant sense in technical eschatological language. The sole question is whether the presence of this climacteric

element can be pointed out in the eschatological passages. The “Blessings of Jacob”, Gen. 49, contains an approach

6 Ao lado de “acherit hayiamim “ as combinações Dn. 8.19. [ַאחִרית ָהזַַעם] “[tempo, últimos tempos] e acherith hazza’am [tempo da ira]” e Ez. 38.8. [ ַאחִרית .”acherith [dos últimos] hashshanim [dos anos]“ [השנים7 Ao lado de “acherit hayiamim “ as combinações Dn. 8.19. [ַאחִרית ָהזַַעם] “[tempo, últimos tempos] e acherith hazza’am [tempo da ira]” e Ez. 38.8. [ ַאחִרית .”acherith [dos últimos] hashshanim [dos anos]“ [השנים

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Page 13: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA to this point of view in what it predicts concerning Judah, Gn. 49.10. The “Shiloh”, that is “the one to whom Judah’s

ceptre and” ruler’s staff belong” appears here as the ultimate embodiment and virtually as the eternalizer of Judah’s

preeminence among the tribes.

Em outras palavras, aquele que mais tarde será chamado Messias é o Consumador não apenas no

sentido puramente cronológico. Isto é ainda mais evidente se a referencia em Ezequiel [Ez. 21.27. ruína! Ruína! A ruína a

reduzirei, e ela já não será, até que venha aquele a quem ela pertence de direito; a ele a darei...[isto vai acontecer “nos

últimos dias” hayiamim Acherith Ez. 38.16]] for apresentada lado a lado com a passagem de Genesis, pois aqui a sucessão de

atos de destruição esta contida na antecipação [profecia] da vinda ”dAquele a quem pertence o direito e a justiça”, e a quem o

Senhor Yahweh dará o governo final8; tanto a citação em Genesis, como no conceito em Ezequiel, com respeito a sua idéia

de progressão em direção a um fim determinado, a designação é marcada pela palavra “até” [que venha]. Para ter certeza

disto, o termo “acherith” permanece no início da profecia em Gn. 49.1 [dias vindouros - acherith] com referencia ao que está

predito a todas as tribos, ainda assim, se destina virtualmente a significar que somente no destino de Judá se encontra a

plena realização do [LIVRO, P. 3] significado de Acherith em toda sua extensão9.

In other words the One later called the Messiah is a Consummator in mor than a

purelychronological sense. This is still clearer if the Ezekielian reference to this prophecy is laid by the side of it, for

here a succetion of acts of overturning is hel in prospect until shall come “He whose right it is,” and to whom

Hehovah gives tha final government, Ezed. 21.32 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4; both in Genesis and in the

reproduction of the thought by Ezekiel the idea of progression towards a fixed and is marked by the word “until”. To

be sure the term “acherit” stands in Gen. 49.1 at the head of the prophecy with general reference to what is foretold

concerning all the tribes, yet is meant virtually so that in Judah’s destiny alone it is realized to the full [BOOK, P.

3] extent of its import 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5.

O mesmo fato encontramos em Nm. 24.14: Balaão diz a Balak: “...avisar-te-ei do que fará este povo

[Israel] ao teu, nos últimos [Acherith] dias [hayiamim]”. Acerca disto temos a visão da escada de Jacó e o cetro de Israel

projetado num futuro ainda obscuro [“não agora” e “não próximo”]. A introdução é abrupta; não há eventos intermediários,

nem estágios preparatórios são mencionados. Na última [palavra, parábola] mashal, [Nm. 24.20-24] [v.20. Balaão...proferiu a

sua palavra [ַמשל- palavra, parábola], entretanto, existe uma série sucessiva de derrotas de poderes que se sucedem, ao

qual a idéia de conexão histórico – causal sugere em si mesma. A representação de um poder superando e tomando o lugar

do outro relembra claramente as previsões de desenvolvimento político em Daniel, com a diferença que Daniel coloca o Reino

de Deus no final do processo de ascensão e domínio dos reinos profanos, de maneira que todo este movimento encontra paz

no próprio Reino de Deus, enquanto que com a meshalim [pronunciamentos proféticos] de Balaão, o clímax Messiânico

permanece sozinho na mashal [profecia] anterior, e antes do quadro da intervenção nos destinos citados em Nm. 24.20-24.

[BOOK, P. 3] The same phenomenon meets us in Nu. 24.24: Balaam says to Balak, “I will

advertise thee what this people [Israel]” shall to do to thy people in the “acherith hajjamim”. Upon this follows the

vision of the star out of Jacob and the sceptre out of Israel , projected into the dim future [“not now” and “not nigh”].

The introduction is abrupt; no intervening events nor preparatory stages are mentioned. In the last mashal, however,

[vss. 20-24], there is a concatenation of successive overthrows befalling successive powers, in regard to which the

idea of historic-causal connection suggests itself. The representation of one power overtaking and replacing another

reminds strongly of the later prevision of political developments in Daniel, with this difference that Daniel places the

kingdom of God at the close of the rise and rule of the profane kingdoms as something in which the intire movement

comes to rest, whilst with Balaam, the Messianic culmination stands in the preceding mashall by itself, and before the

picture of the intervening destinies in vss. 20-24.

A ocorrência do simples termo “Acherith” sem uma delimitação no primeiro pronunciamento profético de

Balaão [mashal- Nm. 23.7. então, proferiu Balaão a sua palavra - mashal] de Balaão, [Nm. 23.10. quem contou o pó de Jacó,

ou enumerou a quarta parte de Israel? Que eu morra a morte dos justos, e o meu fim [Acherith – fim, última parte] seja como o

dele...], não deveria ser esquecida; aqui, o termo acherith é aplicado pretensamente a nível individual e usado como sinônimo

8 Ver Ez. 21.27, no texto em inglês.

9 Gn. 49.1. “Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que há de acontecer nos dias vindouros”.

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Page 14: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA de “morte”: “v. 10...que eu morra a morte dos justos e o meu fim [Acherith] seja como o deles”.

Em Dt. 4.30 [Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te sobrevierem, nos últimos [Acherith]

dias [hayiamim – os dias, anos, tempos], e te voltares para o Senhor, teu Deus, e lhe atenderes a voz...] o termo Acherith

hayiamim indica o tempo do retorno de Israel ao Senhor Yahewh: Depois de todas as calamidades terem sobrevindo sobre

eles, calamidades estas descritas no discurso proferido; entre estas, está o cativeiro, de maneira que o uso é a partir da

perspectiva verdadeiramente escatológica do AT.

The occurrence of the simple “acherith” without determination in the first of Balaam’s meshalim,

xxiii.10, ought not to be overlooked; it is here ostensibly applied to the individual, and used synonymously with

“death”: “Let me die the death of the righteous, and let my acherith be like his.”

In Deut. 4.30 the “acherith hajjamim” denotes the time of the return of Israel to Jehovah after all the

calamities described in the foregoing discourse shall have come upon them; among these is the captivity, so that the

use is from the OT standpoint truly eschatological.

Em Dt. 31.29 [Porque sei que, depois da minha morte, por certo, procedereis corruptamente e vos

desviareis do caminho que vos tenho ordenado; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, porque fareis mal perante o

Senhor, provocando-o à ira com as obras das vossas mãos], por outro lado, é assinalado o período das calamidades

propriamente ditas, e estas são colocadas por Moisés no fim de um processo de corrupção, o qual deve iniciar imediatamente

logo após a sua morte; nesta passagem de Deuteronômio, são antecipadas algumas das exposições proféticas. Aqui, não é

feita nenhuma menção ao retorno [do Exílio], de maneira que são referidas apenas as conseqüências escatológicas

negativas.

A seguir os textos de Isaías e Miquéias: Is. 2.2-4 e Mq. 4.1-3:

Is. 2.2-4. Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o Senhor é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados

contra mim. O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo

não entende. Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o

Senhor, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.

Mq. 4.1-3. Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará

sobre os outeiros, e para ele afluirão os povos. 2 Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do

Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a palavra

do Senhor, de Jerusalém. 3 Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas; estes converterão as suas

espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem

aprenderão mais a guerra.

Mq. 3.9,11,12. Ouvi, agora, vós, cabeças de Jacó, e vós, chefes da casa de Israel, que abominais o juízo, e perverteis tudo o que é

direito...v.11. Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas

adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá.

12 Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte do

templo, numa colina coberta de mato.

In chap. 31.29, on the other hand, it marks the period of the calamities themselves, and there are

placed by Moses at the end of a process of corruption beginning immediately after his death; in this Deuteronomy

anticipates some of the prophetic representations. No mention is here made of return, so that only the negative side

of the eschatological outcome is touched upon.

Is. 2.2-4 e Mq. 4.1-3 são profecias idênticas com a diferença apenas quanto ao [LIVRO, P. 4] quadro

idílico de um novo paraíso referido em Mq. 4.4 [mas, assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira,

e não haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o disse.]. Em ambos os textos transcritos acima, a

referência é ao último estado de coisas. Isaías não faz nenhuma ligação entre os eventos do Acherith [dos últimos dias] e os

desenvolvimentos anteriores; a profecia é introduzida abruptamente. Em Miquéias, entretanto, através da ligação ao final do

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Page 15: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA capítulo 3 [Mq. 3.9,11-12, transcrito acima], extremamente ameaçador, parece sugerir um contraste com profundos detalhes e

o clímax no futuro de Israel. Os tradutores da Bíblia inglesa [A.V. – Versão Autorizada, A.V.; Versão Revisada, R.V.; e Versão

Americana Revisada, ARV] expressam esta perspectiva dando à conjunção “waw” [hebraico] o significado de “mas”10.

Isa. 2.2-4 and Mic. 4.1-3 are identical prophecies with this difference only that [BOOK, P. 4] the

idyllic picture of the new paradise in vs. 4 is added by Micah. In both the reference is to the last issue of things. Isaiah

makes no direct connection between the events of the “acherith” and the preceding developments; the prophecy is

introduced abruptly. In Micah, however, through the attachment to theexceedingly ominous close of Chap. 3 a contras

seems, to be suggested between the depth and the height in Israel’s future; the translators of the English Bible [AV,,

RV, ARV,] espress this view of it by giving the conjunction “waw the sense or “but”. 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

6 6 6 6 6 6 .

Duas passagens de Jeremias: a primeira: Jr. 23.20 nos textos da LXX, hebraico e na versão inglesa; e a

segunda passagem: Jr. 37.24 na LXX, correspondendo a Jr. 30.24 no texto hebraico e na versão inglesa. Estas passagens

ligam o termo “Acherith” [colocada no ou depois do cativeiro] a uma nova compreensão do julgamento divino sobre o povo

[entendereis isso...]. Outras duas passagens, Jr. 35.18 [encontrada nas versões hebraica e inglesa em Jr. 49.3911] e Jr. 48.47

[que não existe na versão grega da LXX] falam do retorno na derrota final de Elão e Moabe.

Jr. 23.20. Não se desviará a ira do Senhor, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias [haiyamim

acherith], entendereis isso claramente...

Jr. 30.24. Não voltará atrás o brasume da ira do Senhor, até que tenha executado e cumprido os desígnios do seu coração. Nos

últimos dias [haiyamim acherith] entendereis isso...

Jr. 49.39. Nos últimos dias mudarei a sorte de Elão, diz o Senhor...

Jr. 48.47. Contudo mudarei a sorte de Moabe nos últimos dias, diz o Senhor. Até aqui o juízo de Moabe.

Jr. 31.17. Há esperança para o teu futuro [Acherith], diz o Senhor, porque os teus filhos voltarão para os seus territórios.

A estes textos pode ser adicionada a importante declaração do texto hebraico e da versão inglesa de Jr.

31.1712, acima transcrito, para lembrar que existe “esperança” para os “últimos dias” do povo, de modo que assim fazendo,

identificamos o estado “último” [acherith] de julgamento com favorável. Isto torna provável que a “nova compreensão” com

respeito ao julgamento, prevista para os Acherith [últimos dias] nas referências acima transcritas, pretende trazer o mesmo

significado auspicioso.

Of the Jeremia-passages two [23.20; 37.24, corresponding to Hebrew and English 33.24] link whith

the “acherith” [placed in or after the captivity] a new understanding of the divine judgment come upon people. The

two others [25.18; found in Hebrew and English 49.39 e 48.47, lacking in the Greek] speak of the return at the end of

Elam and Moab.

To these may be added the interesting statement in Hebrew and Englsuh 31.17 7 7 7 7 7 7 7 7

7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7., to the effect that there is “hope” for the people’s “acherith”, thus associatin the latter

with a state of favor; this renders it probable thst the “new understanding” of the judgment, predict for the “acherith”

in the references given above, is meant to bear the same auspicious meaning.

10 O waw [sexta letra do alfabeto hebraico – álef - beth] ocorre também em Isaías; para se certificar quanto à força do “mas”, deveríamos estar informados de que a profecia foi tomada de Miquéias por Isaías, ou que a ligação do contraste encontrada nas versões inglesas teve intenção de assumir uma terceira fonte por trás tanto de Isaías como de Miquéias. 11 O Bible Works 7 indica que Jr. 49.39 do texto hebraico e da versão inglesa corresponde a Jr. 25.19 no texto grego da LXX. 12 Conforme G. Vos, Jr. 38.16 do texto grego da LXX [Septuaginta] corresponde ao texto hebraico acima citado; o texto é bastante diferente e a palavra “acherith” não ocorre. Obs. do tradutor: Porém, a Bible Works 7 nos informa que Jr. 38.17 do texto grego corresponde a Jr. 31.17 do texto hebraico acima citado. Realmente, Jr. 38.17 da LXX é bastante diferente de Jr. 31.17 do texto hebraico, e não contém Acherith.

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Page 16: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Ez. 38.16 representa o último grande ataque feito por Gogue sobre o povo, acontecendo nos acherith

[últimos dias]; este ataque acontece quando o estado de segurança já tinha se tornado uma circunstância firmada

[irrevogável] para Israel, Ez. 38.1413. Os. 3.5 fixa o Acherith [os últimos dias] como o momento depois do exílio, quando os

filhos de Israel retornam e buscam ao Senhor Yahewh, seu Deus, a Davi, seu rei, e se chegam ao Senhor com tremor e

termor, buscando a Sua bondade [LIVRO, P. 5]. Finalmente, de acordo com Dn. 10.14, o interprete procede de modo a

fazer entender que o profeta quer se referir ao que sucederá ao povo nos [Acherith] “últimos dias” [no período pós - Persa].

Ez. 38.15,16. v. 14. Portanto, filho do homem, profetiza e dize a Gogue: Assim diz o Senhor Deus: Acaso, naquele dia, quandoo meu

povo de Israel habitar seguro, não o saberás tu?...v. 16. Subirás contra o meu povo de Israel, como nuvem, para cobrir a terra. Nos

últimos dias [hayiamim acherith] hei de trazer-te contra a minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu tiver

vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, perante elas...

Os. 3.5. Depois, tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor, seu Deus, e a Davi, seu rei; e, nos últimos dias, tremendo, se

aproximarão do Senhor e da sua bondade.

Dn. 10.14,18. Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias [acherith]; porque a visão se

refere a dias ainda distantes...v.18. Então, me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu

Ezek. 38.16 represents the last great attack made by Gog upon the people as taking place in the

“acherith”; this attack happens when the state of security has already become an established state for Israel [v. 14] 8

8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8 8. Hos. 3.5 fixes the “acherith” as the point after the exile, when the children of

Israel return and seek Jehovah their God and David their King, and come with fear to Jehovah and to [BOOK, P.

5] His goodness. Finally, according to Dan. 10.14, the interpreter proceeds to make the prophet understand what

shall befall the people in the “latter [post-Persian] days”.

Conclusões: Os dados acima incluem todos os casos de ocorrências do termo Acherith no AT grego

[LXX - Septuaginta]. Certas conclusões podem ser tiradas do estudo acima, conclusões estas que podem abaixo sintetizadas

:

Em primeiro lugar: a frase pertence estritamente ao campo da Escatologia. Isto não significa que seja algum momento ou período subseqüente indefinido ou confusão e complicação de eventos. A percepção do caráter final da época nunca é perdida aqui. Entretanto, isto não deve ser confundido com a idéia de fixação de uma cronologia específica. É peculiaridade do AT que faz deste “Acherith” [Últimos Dias] algo móvel capaz de ser empurrado na direção da linha de visão profética. Aqui não é o momento de tratar do princípio da filosofia da Revelação que subjaz ao fenômeno; pode ser suficiente apontar para acherith como um fato nascido por dedução exegética

14.

Em segundo lugar: O conceito de acherith se relaciona com o aspecto coletivo da Escatologia: Trata com a bem-aventurança e destino do povo; não com a antecipação do futuro em nível individual

15. Isto, entretanto,

conforme alegado algumas vezes, não significa que o AT seja de todo omisso em escatologia individual, mas isto significa apenas que qualquer que seja a abordagem ou ensino de uma doutrina, não é encontrada ali uma expressão através do conceito de acherith.

Em terceiro lugar: A idéia é tão flexível quanto a sua amplitude, nada mais, nada menos que móvel quanto a

sua posição. Conforme foi demonstrado, ela cobre a ocorrência de eventos favoráveis e [LIVRO, P. 6] desfavoráveis, ocorrendo no desenvolvimento mais remoto que se possa perceber ao longo do qual a visão

13 Comparar com Mq. 4.1 com v. 11, onde o ataque de “muitas nações” é mencionado depois da descrição do “acherith” [últimos dias] como um estado de bem-aventurança, no v. 1. Mas a combinação não necessita ser estritamente cronológica; Mq. 4.11 diz: “mas agora”. 14 Comparar Delitzsch, Commentar uber die Genesis [Comentário sobre Genesis], 1872, pp. 498-501. 15 Uma possível exceção é Nm. 23.10 [Quem contou o pó de Jacó ou enumerou a quarta parte de Israel? Que eu morra a morte dos justos, e o meu fim [acherith] seja como o dele...]; aqui “a morte do justo” é proferida como algo a ser desejado de maneira piedosa. Poderia isto se referir a Israel como a conexão pareceria indicar? Nada há de estranho em “o justo” como um nome para Israel; “Jeshurun [um nome poético para Israel]” ocorre como um nome do povo em Dt. 32.15, Dt. 33.5,26 e Is. 44.2. Para a idéia da morte de Israel, compare Os. 13.13 [Dores de parturiente lhe sobrevirão; ele é filho insensato [Israel do Norte], porque é tempo, e não sai à luz, ao abrir-se a madre...], mas, a esse respeito a representação é trágica. Mesmo quando interpretado individualmente, as palavras de Balaão são escatológicas; a benção é pronunciada tendo em perspectiva o futuro depois da morte [por isto, “o justo”], não em vista de coisas deixadas para trás [filhos ou propriedades]. Interpretado individualmente a passagem deveria permitir um exemplo precoce de conceito escatológico do estado depois da morte; Gn. 5.24 [Andou Enoque com Deus, e já não era, porque Deus o tomou para si...] seria suprir a única passagem análoga.

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Page 17: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA profética se estende, e não havendo ali uma demarcação clara de uma seqüência deste Acherith no tempo. Isto é o que poderia ser esperado, tomando em consideração todo o teor da profecia do AT com respeito ao futuro. Algumas vezes são mencionadas questões ou assuntos como pertencendo ao “Acherith” [aos Últimos Dias], e ainda outras vezes uma concentração de eventos ocupando aparentemente certa extensão de tempo.

[BOOK, P. 5] The above survey includes all the Greek Old Testament instances of occurrence

of the phrase. Certain conclusions can be drawn from it, which here may be briefly set down: IN THE FIRST PLACE

the phrase belongs strictly to the field of eschatology. It does not sgnify some indefinitely subsequent period or

complication of events. The note of epochal finality is never missing in it. This shold, however, not be confounded

with the idea of chronological fixity. It is peculiar to the Old Testament this it makes this “achrith” a sort of movable

complex, capable of being pushed forward along the line of prophetic vision. Here is not the place to treat of the

principle of the philosophy of revelation underlying this phenomenon; it may suffice to point to it as a fact borne out

by exegetical induction 9 9 9 9 9 9 9 9 9. IN THE SECOND PLACE the conception relates to the collective aspect

of eschatology: it deals with the fortunes and destines of the people, not with the prospect and future of the individual

10 10 10 10 10 10 .This, however, does n ot mean that the Old Testament, as sometimes alleged, is wholly

lacking in individual eschatology, it only means that whatever approach to or teaching of such a doctrine there is has

not found expression through the “acherith” – conception THIRDLY the idea is elastic as to its extent, no less than

movable as to its position. It covers, as has been shown, [BOOK, P. 6] unfavorable happenings occurriing in the

farthest visible plane to which the prophetic vision extends, and there is no clear marking of the sequence of these in

time. This is what might be expected, taking into consideration the whole tenor of Old Testament prophecy with

regard to the future. Sometimes points are mentioned as falling within the “acherith”, sometimes a condensation of

events occupying apparently a certain stretch of time.

A questão principal é se as conseqüências estáticas, ou seja, o estado permanente de bem-aventurança

predita, é realmente incluído, pelo menos algumas vezes, no acherith [nos Últimos Dias]. Nesse caso, então, isto estenderia

indefinidamente o último estado, e de fato, o tornaria sinônimo daquilo que o NT considera o Estado Eterno. Logicamente,

apesar da linguagem do tempo ainda ser empregada para descrevê-lo, a última característica estaria inerentemente na

etimologia do termo em si. Dt. 4.30 tem sido citado como um exemplo disto [com respeito a conceituação habitual acima

citada]: Dt. 4.30. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te sobrevierem nos últimos dias [Hayiamim Acherith], e

te voltares para o Senhor, teu Deus, e lhe atenderes a voz...As Bíblias inglesas versões: R.V. [Versão Revisada] e A.R.V.

[Versão Americana Revisada] tem esta construção do verso, mas a versão A.V. [Versão Autorizada] tem a seguinte tradução:

“Quando todas estas coisas te sobrevierem nos últimos dias [isto é, as calamidades referidas por Moisés] etc...”. Como uma

tradução alternativa, também oferecida pela R.V. e A.R.V. na margem. O texto grego nao é claro; ele diz: “e todas estas

palavras [coisas] te encontrarem no acherith dos dias”. O texto hebraico representa o “acherith” como o período da

adversidade e aflição. Mas, mesmo se a tradução da R.V. e da A.R.V. for adotada, a passagem ainda não se omite em

colocar a era da benção [o Estado Eterno] no Acherith; o que ela coloca é apenas o ato da conversão. Assim, nada além disto

pode ser dito com respeito ao texto de Os. 3.3,4,5. [tu esperarás por mim muitos dias; nao te prostituirás, nem serás de outro

homem; assim também eu esperarei por ti, v.4. porque os filhos de Israel ficarão sem rei...muitos dias...v. 5. Depois, tornarão

os filhos de Israel, e buscarão ao Senhor seu Deus...nos últimos dias (Hayiamim Acherith)]: a vinda do povo em busca do

Senhor seu Deus e de sua bondade é colocada no “hayiamim acherith” [nos últimos dias]. Entretanto, aqui, é possível, se a

“busca da bondade do Senhor” for tomada no sentido significativo de desfrutar do favor de Deus, para fazer o Acherith cobrir o

resultado permanente do estado escatológico. A única passagem, inequivocamente, coloca o estado escatológico das coisas

consumadas dentro do acherith é a profecia citada duas vezes em Is. 2.2 e em Mq. 4.1.

Is. 2.2-4. Nos últimos dias acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os

outeiros, e para ele afluirão todos os povos...v.3. Irão muitas nações e dirão: Vinde e subamos ao monte do Senhor e à casa do

Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do

Senhor, de Jerusalém...v.4. Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações...

Mq. 4.1 -4. Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do Senhor será estabelecido no cimo dos montes e se elevará

sobre os outeiros e para ele afluirão os povos...v.2. Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor e à casa do

Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a palavra

do Senhor de Jerusalém...v. 3. Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações poderosas e longínquas...v. 4. Mas assentar-se-á

cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e nao haverá quem os espante, porque a boca do Senhor dos Exércitos o

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Page 18: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA disse...

Nos textos acima, lemos que nos últimos dias [Hayiamim Acherith] o monte da casa do Senhor será

estabelecido [LIVRO, P. 7] [nachon-será estabelecido - nifal] yhiyeh] no cimo dos montes, Is. 2.2 e Mq. 4.1; o particípio

do Nifal deve ser entendido como um estado permanente, estando o mesmo implícito na apresentação dos versos de Is. 2.3,4

e Mq. 4.2,3, com respeito a função de ensino do Senhor e seu julgamento entre muitas nações e exclusivamente em Mq. 4.4

onde prevalece o estado de paz e segurança, cada homem se sentará debaixo da sua videira e de sua figueira e nao haverá

quem o espante16

.

[BOOK, P. 6] The principal question is whether the static outcome, the permanent state of

blessedness predicted, is actually included, sometimes at least, in the “acherith”. If so, than this would extend the

latter indefinitely, in fact render it synonymous with what the NT considers the state of eternity, although, of course,

the language of time would still be employed to describe it, the latter feature being inherent in the etymology of the

phrase itself. Deut. 4.30 has been quoted as an instance of this [on the usual construction]: “When thou art in

tribulation and all these things are come upont thee, in the latter days thous shalt return to Jehovah thy God”. Thus

construe R.V. and ARV, in the margin. The Greek Text is not clear; it reads: “and all these words [things] shall find

thee in the “acherith of the days”. The Hebrew represents the “acherith” as the period of adversity. But even if the

construction of RV and ARV be adopted, the passage still falls short of placing the blessed age in the “acherith” what

it puts there explicitly is only the act of conversion. And no more than this can be said for the passage in Hos. 3.3: the

people’s coming unto Jehovah and unto His “goodness” is put in the “acherith”. Here, however, it is possible, ir

“coming to his goodness” be taken in the pregnant sense of injoying God’s vavor, to make this “acherith” cover the

resultin permanent eschatological state. The only passage which unequivocally puts consummated eschatological

things within the “acherith” is the duplicate prophecy, Isa. 2.2; Mic. 4.1. Here we read that in the “acherith” the

mountain of Jehovah’s house shall be [BOOK, P. 7] established [“nakhon jihjeh”] at the head [on the top] of the

mountains; the Niphal Parciciple must be understood of an enduring condition, and the same is implied in the

representation in vss. 3,4 of Jehovah’s teeching function, of his judging between many nations and of the state of

peace and security prevailing, every man sitting under his vine and fig-tree, and none to make them afraid [the last in

Micah only] 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11.

ANÁLISE DO TERMO “NOS ÚLTIMOS DIAS” “eschateh hemera” [evsca,taij h`me,raij] NO TEXTO

GREGO DO NT EM TEXTOS NÃO PAULINOS

Indo ao Novo Testamento, e primeiramente ao material não paulino do NT, observamos o fato de que nos

Evangelhos Sinóticos a terminologia de εσχατον [último] não aparece com referência escatológica; porém, no Evangelho de

João o mesmo ocorre; aqui encontramos o termo “eschate hemera” [último dia] em Jo. 6.39,40,44,54; 11.24.

Jo. 6.39,40,44,54. E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o

ressuscitarei no último dia [evsca,th| h`me,ra]. 40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha

a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia; v. 44. Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o

ressuscitarei no último dia, v. 54. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no

último dia.

Jo. 11.24. Eu sei, replicou Marta, que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.

No relato dos textos acima quanto ao termo em questão, tanto o substantivo como o adjetivo estão no

16 Ver Stark, “Ger Debrauch der Wendung Beacherith Hajjamim in alttestamentlichen Kanon” [O Uso do termo “Nos Últimos Dias” no AT], Z.f. A.W. 1891, pp. 247-253; Giesebrecht, Beitrage sur Jesajakritik, Anhang [Giesebrecht, Contribuições para a crítica de Isaías, Apêndice], pp. 187-220.

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Page 19: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA singular, e através da referência específica ao ato da ressurreição, o termo do AT, aqui no NT se tornou contraída quanto ao

significado. O livro de Atos, porém, tem um exemplo do uso do termo [semelhante ao grego do AT] em At. 2.17 [e acontecerá

nos últimos dias [evsca,taij h`me,raij], diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne...];esta é uma citação

por Pedro do profeta Joel, em Jl. 3.1, onde o texto hebraico de Joel não contém o termo “últimos dias”, mas simplesmente diz

“naqueles dias” [Versão Revista e Atualizada - VRA]. Mas esta substituição adequada confirma que aquele conceito era

completamente familiar nos círculos do Cristianismo primitivo. Em textos não paulinos do NT, as outras referências são: Hb.

1.2; Tg. 5.3; 1 Pe. 1.5,20; 2 Pe. 3.3; 1 Jo. 2.18 [duas vezes: “última hora”] e Jd. 18. Nestas passagens não paulinas, as

referências ao substantivo variam conforme se pode observar: dia, dias [hemerai], tempo [kronos], tempo [kairós17], e hora

[hora], variando singular e plural, eschatos no plural e eschaton seguido genitivo [este em Hb. 1.2 e 1 Pe. 1.20]; em 1 Jo. 2.18

a frase ocorre como nos Evangelhos, no mesmo número [singular] “eschatos hora”, com a diferença que aquilo que nos ditos

de Jesus [no Evangelhos de João: ultimo dia e ultima hora] se afigura como um ponto no tempo [o ponto da Ressurreição],

nas Epístolas se torna o último período de tempo.

[Versão Revista e Atualizada, português]

Hb. 1.2. nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo...

Tg. 5.3. o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e

há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias...

1 Pe. 1.5,20. que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo...

que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo...v. 20.

conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós...

2 Pe. 3.3. tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as

próprias paixões...

1 Jo. 2.18. Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo

que conhecemos que é a última hora...

Jd. 18. os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões...

Conforme os versos acima transcritos, os termos na versão Revista e Atualizada [português] são:

“nestes últimos dias” [evpV evsca,twn tw/n h`merw/n] [ep eskatos ton] em Hb. 1.2.

“nos últimos dias” [evn evsca,taij h`me,raij] [en eskatos hemerais] em Tg. 5.3 e At. 2.17.

“no último tempo” em 1 Pe. 1.5 [evn kairw/| evsca,tw] [en kairo eskato] e Jd. 18 [evn evsca,tw| cro,nw] [en eskatos krono]

“no fim dos tempos” em 1 Pe. 1.20. [evpV evsca,twn tw/n cro,nwn] [ep eskatos ton kronon]

“nos últimos dias” em 2 Pe. 3.3 [evpV evsca,tou tw/n h`merw/n] [ep eskatos ton hemera]

“a última hora” duas vezes em 1 Jo. 2.18 [evsca,th w[ra] [eskatos ora].

[BOOK, P. 7] Coming now to the NT, and first to the extra-Pauline NT material, we notice the

fact that in the Synoptical Gospels the terminology of [e;scatoj] does not appear with eschatological reference. In

John it occurs; here we meet with “eschathe hemera”, 6.39,40,44,54; 11.24. On account of both the noun and the

adjective being in the singular, and through the specific reference to the act of the resurrection, the OT phrase has

here become contracted in meaning. Act has but one instance of the use of the phrase, 2.17, and this in a quotation

by Peter from Joe. 3.1, where the Hebrew does not contain it, but simply says “after that”. But this easy substitution

proves that the formula was thoroughly familiar in early-Christians circles. Apart from Paul the other NT references

are Heb. 1.2; Jas. 5.3; 1 Pet. 1.5,20; 2 Pet. 3.3; 1 Jno. 2.18 [bis]; Jude 18. In these passages the noun varies beween

“hemerai” and “kairos” 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12, or “chronos”, “chronoi”, “time”,

17 A diferença entre “eschatai hemerai” e “kairos eschatos” pode ser melhor percebida através de 2 Tm. 3.1 [Sabe, porém, isto: nos últimos dias

[evsca,taij h`me,raij – eschatais hemerais], sobrevirão tempos difíceis [kairoi. Calepoi – kairói chalepói]...VRA]; o primeiro termo “últimos dias” é

puramente cronológico; o termo posterior, “tempos difíceis” traz o sinal do caráter geral e específico apontados no período em questão. Esta passagem em 2 Tm. é o único caso do uso técnico de “eschatai hemerai” nas cartas paulinas.2

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Page 20: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA “times”; 1 Jno. 2.18 the phrase runs, as in the Gospel, “eschate hora”, with this difference only that what figures in

the saying of Jesus as a point of time [the point of resurrection] becomes in the Epistle the las stretch of time.

A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DO USO DO TERMO “ÚLTIMOS DIAS” CONSISTE NA PLENA

CONSCIÊNCIA QUE TINHAM, TANTO AUTORES COMO LEITORES DO TEXTO EM QUESTÃO, DE QUE “OS ÚLTIMOS

DIAS” ESTAVA VINDO SOBRE ELES: A principal característica do uso do termo “Últimos Dias” no NT [LIVRO, P. 8]

consiste na idéia que as acompanha, ou seja, de que os escritores e leitores estavam conscientes de que “os últimos dias”

havia vindo sobre eles, ou pelo menos, da proximidade dos mesmos.

Conseqüência da idéia da proximidade do Fim: Confusão entre o presente e o futuro

Certamente que a referida idéia se tem tornado inseparável do termo em questão [os últimos dias] a ponto

de não mais se efetuarem esforços para, através de demonstrações acuradas, separar o presente do futuro ou aquilo que já é

parcialmente presente do presente propriamente dito.

A grande diferença entre a idéia da proximidade do fim, gerada por idéias em textos do NT, e a representação do AT:

busca de indícios da “proximidade do fim” na realidade contemporânea

Neste exato ponto em questão reside uma diferença bastante acentuada do modo de representação do

AT:

Algumas vezes, a crença na iminência de acontecimentos finais e no estado escatológico generalizado de espírito, gerados pela idéia acima referida, parece conduzir a um exame cuidadoso da realidade contemporânea das coisas com o objetivo de identificação de possíveis indícios da aproximação do fim, 2 Tm. 3.1; 2 Pe. 3.3; Jd. 18;

Em outros momentos, a observação destes indícios conduz à conclusão que a última hora já chegou, 1 Jo. 2.18; Noutras vezes, tal crença tem um tom mais ameaçador, Tg. 5.3; Ou ainda pode aparecer em uma forma mais teórica, ainda que nunca totalmente separada da realidade, 1 Pe.

1.5,20. Um exemplo curioso de combinação dos dois motivos acima relacionados aparece em Hb. 1.2 [nestes

últimos dias, nos falou pelo Filho...]. A este verso, que até aí representa meramente uma construção cronológica da história

da Revelação, o escritor, então, como um tipo de reflexão posterior, por meio do pronome “estes” do versículo, e de maneira

flexível, acrescentou no final a consideração de que estes [últimos] dias são os dias que exprimem a atualidade do próprio

autor e seus leitores; [MELHORAR..?? – meio confuso] se não fosse pelo efeito de que algo sobrevém depois,

de maneira imediata, o sentido teria sido naturalmente expresso por “ep” eschaton [plural] ton hemeron”. Por tudo isto, a frase

que anteriormente estava em meio a um suspense confuso de um futuro mais ou menos remoto, adquiriu um sentido

permanente de fazer parte de um presente fixo, intimamente ligado a um futuro iminente. É devido a correta percepção destes

fatores que nas nossas bíblias na versão em inglês que as frases do AT e da LXX – Septuaginta são traduzidas como “os

últimos dias”, enquanto o NT falando por si mesmo traduz também as frases similares por “os últimos dias” 18

.

The characterisc feature of these NT [BOOK, P. 8] applications of the phrase consist in the idea

accompanying them that the writers and readers are conscious of the last days being upon them, or at least close at

hand. Indeed, this has to such an extent become inseparable from the phrase, that no longer any parcicular pains are

taken to separate by means of precision of statement present from jutures or semi-present from present. Herein lies

a very marked difference from the OT mode of representation. Sometimes belief in the imminence of final happenings

and the pervasive eschatological state of mind engendered by this, seem to lead to scrutiny of the contemporary

state of things for possible symptoms of the approach of the end, 2 Tm. 3.1; 2 Pet. 3.3; Jud. 18. At other times the

observation of the symptoms leads to the conclusion, or at least the strengthening of the conclusion, that the last

hour is there, 1 Jno. 2.18. Again at other times the thought has a thickly ominous coloring, Jas. 5.3. It also may appear

18 Assim sendo, tomando do AT nas versões A.V., R.V. e A.R.V, estas passagens se harmonizam com as duas exceções de Gn. 49.1 e Is. 2.2 [Mq. 4.1]. As mesmas têm a expressão com respeito as duas passagens referidas como “os últimos dias”. A medida que Isaías e Miquéias estão relacionados entre si, esta antecipação, por assim dizer, quanto ao uso do NT pode ser devido ao caráter estático do que está localizado em “acherith”; observar em Is. e Mq: “o monte da Casa do Senhor será estabelecido [e permanecerá]”; como um fenômeno permanente, não transitório, desta maneira parece se expressar melhor pela palavra “o último” em vez de “os últimos”. Nm. 23.10 [o meu fim seja como o dele..VRA.], onde todas as três versões tem “o fim último” dificilmente pode ser uma exceção à regra, pois aqui os tradutores, logicamente, encontraram a referência à morte de uma pessoa justa; em Nm. 24.14 [do que fará este povo [Israel] ao teu nos teus últimos dias - VRA], onde a perspectiva é coletiva a nível nacional; todas as três versões têm novamente a tradução “os últimos dias”.

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Page 21: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA in more theoretical form, though even then never wholly detached from the present practical situation, 1 Pet. 1.5,20.

An interesting example of combination of the two mitifs appears in Heb. 1.2: “God has spoken in the last days in his

Son”; to this, which is so far a merely chronological construction of the history of revelation, the writer than as a sort

of afterthought, by means of the pronoun “these” loosely attached at the close, adds the reflection that these days

are the present days of himself and his readers; were it not for the subsequent supervention of that thought, the

sense would have naturally been expressed by “ep” eschaton [plural] ton hemeron”. By all this the phrase which

previously hovered in the mist of more or less remote futurity, has obtained a fixed appurternance to the present and

closely impending future. It is due to the correct perception of this that in our English Bible the OT and LXX phrases

are rendered by “the latter days”, whereas the NT speaking of iiself translates the identical phrases by “the last

days”.

[LIVRO, P. 9] A característica que estas passagens não paulinas do NT e as já referidas passagens

do grego do AT [LXX] têm em comum é aquilo que pode ser chamado de aspecto “não-comparativo” de ambos. Não existe

uma reflexão consciente sobre a natureza específica qualitativa daquilo que seria “o primeiro” ou “os primeiros dias”: A

atenção é toda voltada para o segmento final futuro do tempo, de maneira a estabelecer um contraste quase que inteiramente

cronológico. Como resultado disto, a interpretação do termo “os últimos dias” [em inglês: the latter days] poderia facilmente

gerar um equívoco, de modo que o grau comparativo sugere a idéia de dois tipos ou classe de dias: Os primeiros e os últimos

dias; de qualquer forma, daí se poderia deduzir o estabelecimento de um contraste entre os dois tipos de dias citados. Porém,

isto não é necessariamente assim, e nem significa que o resultado estático da crise profetizada voltará a ser composta de

dias, apesar de adaptar-se à perspectiva do AT de que a Era Messiânica seja igualmente composta de dias.

[BOOK, P. 9] A feature which this extra-Pauline NT usage and that of the Greek OT have in

common is what might be called the “non-comparative” character of both. There is no conscious reflection upon the

qualitatively specific complexion of “early” or “earlier” days: the attention is wholly fixed upon the future final

segment of time, so as to make the contrast an almost entirely chronologica one. In result of this the rendering by

“latter days” might easily create a misunderstanding, the comparative degree inviting the idea that two sorts of days,

the earlier and the latter ones were, at least by implication, set over against each other. But this is not necessarily

implied; yet neither is it allowable to draw the conclusion, that the static result of the crisis foreseen will again be

made up of “days”, although that would suit the OT perspective of a Messianic state in time quite well.

O fator “eterno” na qualidade da negação do tempo não é considerado aqui. O que, na realidade, está em

vista é um ponto ou uma extensão do tempo que se encontra no final da história; tal extensão forma o que é chamado de

“dias”, e que depois disto não mais haverá dias, porém, não está implícito aqui qualquer coisa de natureza diferente. O

“Acherith”, ou o “eschathon” têm sua ênfase, não o “haiamim” ou o ”hemerai”. A frase “os últimos dias”, contudo, não leva

consigo a implicação de que a ordem temporal está na iminência de seu final para dar lugar a um estado de ausência de dias

na existência.

The “eternal” as the negation of time is not envisaged here. What is envisaged is a point or stretch

lying at the end of history; it forms part of what are called “days”; that thereafter there shall be no more days, but

something of a different nature is not implied. The acherith, the eschaton have the stress, not the jamim [hebraico

“~ymiy"”, dias] or the hemerai. The phrase “last days” does not as yet carry the implication, that the time-order is

soon to be ended to make place for a non-diurnal state of existence.

Assim sendo, tendo em mente as frases técnicas já debatidas, e investigando Paulo, fica logo evidente

que a terminologia do Apóstolo é orientada de maneira diferente que aquelas que tomam para si a idéia do eschaton19. Na

realidade, Paulo une o adjetivo “eschatos” [LIVRO, P. 10] com outros substantivos e que daí adquirem conotação

escatológica. Em 1 Co. 4.9 [Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se

fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens] os Apóstolos são

tipificados como estabelecidos em último lugar [escathos] para a morte, o que, certamente, não significa que eles são os

19 Não se poderia esperar que o termo “os últimos dias” estivesse ausente da profecia do “Homem da Iniquidade” em todo o capítulo de 2 Ts. 2; contudo, a ausência do termo nesta passagem é significante. Neste capítulo de 2 Ts, o conceito do “Dia do Senhor” é central; verificar o verso 6 [em sua própria ocasião].

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Page 22: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA exemplos mais recentes de tal destinação; isto se relaciona com as suas funções na tribulação final iminente. Em 1 Co. 15.26

[o último inimigo a ser a ser destruído é a morte...] o termo “o último” com respeito aos inimigos a serem destruídos, parece

ser puramente numérico, apesar de que, certamente, o sentido escatológico não poder ser inteiramente desassociado da

expressão. “O último” está presente, de forma singular, na “última trombeta”, 1 Co. 15.52 [num momento, num abrir e fechar

de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos

transformados], por isto não há referência às outras trombetas que soam na trajetória da história do mundo; porém, cada uma

delas é tipificada no soar das espantosas trombetas que acompanharam a doação da lei [Êx. 19.1-24. v. 16. ao

amanhecer...houve mui forte clangor de trombeta...v. 18. Todo o Monte Sinai fumegava porque o Senhor descera sobre ele...e

todo o monte tremia grandemente...v. 19. E o clangor de trombeta ia aumentando cada vez mais...], ou aquela é chamada a

“última” porque há um série de trombetas escatológicas que a precedem; neste caso não há nenhuma reflexão sobre o, por

assim dizer, significado secular das trombetas20

.

Now examining Paul with the technical phrases just discussed in mind, it is immediately apparent

that his terminology is differently oriented than that attaching itself to the eschaton-idea14 14 14 14 14 14 14

14 14 14 14 14. To be sure, Paul joins the adjective “eschatos” [BOOK, P. 10] to a number of nouns and

that with eschatological connotation. 1 Cor. 4.9, the Apostle are represented as set forth eschatoi to death, which

certainly can not mean that they are the most recent examples of such a destination; it relates to their place in the

final tribulation impending, 1 Cor. 15.26, “last” [with reference to death] in the order of enemies to be abolished

seems to be purely numerical, although, of course, the eschatological association could not be entirely kept out of

the word. The latter is distinctly present in “the last trupmpet”, v. 52, for this does not refer to all the several trumpets

blown in the course of the world’s history, but it either means the counterpart to the tremendous trumpet-blast that

accompanied the giving of the law, or it is named “last” because of a series of eshcatologica trumpets immediately

preceding it, in which case there is no reflection upon ordinary, so to speak secular, trumpets.15 15 15 15 15

15 15 15 15 15.

Entretanto, o mais importante de tudo isto é a designação de Cristo como “O Último Adão” [Eschato

Adam] em 1 Co. 15.45 [Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão [eschato

Adam], porém, é espírito vivificante] onde “o Último” está inteiramente imerso em significado escatológico; por isto, “o Último

Adão” é a fonte da ressurreição, 1 Co. 15.22,23 [Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão

vivificados em Cristo. 23 Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua

vinda], o “Espírito vivificante”, “do céu” e “celestial”, vvs. 47-49, tudo isto se referindo ao estado final celestial e às condições

peculiares daquele estado como o tipo peculiar da imagem a ser [corporalmente] possuída pelos crentes depois da

ressurreição deles. Até que ponto este uso do termo “eschatos” por Paulo tem suas raízes na antiga idéia dos “últimos dias”

não pode ser determinado aqui.

Most significant of all, however, is the designation of Christ as “the eschatos Adam”, vs. 45, where

“last” is entirely steeped in eschatological meaning, for this “last Adam” is the fountain-head of the resurrection ,

vss. 22,23, a “quickening Spirit”, “of heaven”, and “heavenly”, vss. 47-49, all this referring to the final celestial state

and the conditions pertaining thereto, such as the peculiar kind of [bodily] image to be borne by believers after their

resurrection. In how far this use of “eschatos” by Paul has its roots in the ancient idea of “the last days”, can not here

be determined.

A TEOLOGIA E ESCATOLOGIA DE PAULO ESTÃO ENTRELAÇADAS DE TAL MANEIRA QUE É

IMPOSSÍVEL CONHECER A PRIMEIRA SEM PRIMEIRAMENTE ESTUDAR A SEGUNDA: Diferentemente da perspectiva

do AT, a estrutura da Escatologia de Paulo se configura como antitética21. Ela coloca a conclusão [Nova Era ou

20 Em 1 Ts. 4.16 e 1 Co. 15.52 a trombeta se afigura em uma categoria totalmente escatológica sem o termo “a última” de 1 Tes. 4.16, e do verbo em 1 Co.

15.52; ver Mt. 24.31 [E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra

extremidade dos céus] a última trombeta também se apresenta sem o termo “a última”; em Tessalonicenses como “a trombeta de Deus, 1 Tes. 4.16”, em Ap.

8.1 a 11.15, as sete trombetas são numericamente distintas, mas coletivamente tornadas conhecidas; elas todas pertencem “ao fim”. Ap. 15 – 16 até cap. 21

o atributo escatológico [eschatois] pertence às sete pragas porque “nelas é completada ou concluída a ira de Deus”.

21 Nota do Tradutor: Que consiste em um sistema constituído por Tese que se opõe à Antítese resultando em uma Síntese.

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Page 23: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

“Últimos Dias”] [LIVRO, P. 11] sob o controle de um único princípio [a Ressurreição de Cristo] cuja a

dominância é contrastada com um princípio oposto [os Primeiros dias ou Velha Era], de norma igualmente abrangente e

origem primária, de modo que quando os dois são tomados em conjunto é produzido uma bifurcação universal na história.

Ao conferir ao movimento soteriológico esta configuração cósmica, o mesmo assume o significado e

relevância de um processo mundial central, em torno do qual todos os acontecimentos no curso do tempo se agrupam22. Por

meio desta bifurcação na história [a produção desta Nova Ordem Mundial nos “Ultimos Dias” – à partir da Ressurreição de

Cristo que inaugura os “Últimos dias” em paralelo, e passando a coexistir com os Primeiros dias – A Antiga Era] este

movimento soteriológico [como processo mundial central ] é trazido para o interior da multidão de eventos fragmentados da

história.

In distinction from the OT point of view the structure of Paul’s eschatology appears antithetical. It

places the end [BOOK, P. 11] under the control of one principle with the sway of which an opositte principle of

equally comprehensive rule and of primordial origin is contrasted, so as to make the two, when taken together, yield a

bisection of universal history. By giving the soteric movement this cosmical setting it claims for it the significance of

a central world-process, around the core of which all happenings in the course of time group themselves16 16 16

16 16 16 16 16 16 16 16 16. By this one stroke order is brought into the disconnected multitudinousness of

events.

Entretanto, a Escatologia não tendo perdido o seu contato com a história, e pertencendo à esfera ampla

do escopo histórico da mesma, se torna teológica – filosófica. Nesta altura, ela não mais se constitui como uma disciplina

isolada no conjunto de disciplinas do ensino revelado, mas reúne dentro do seu escopo praticamente todos os elementos

correlacionados e escatologicamente configurados dos padrões fundamentais do Cristianismo Paulino. Aqui este aspecto [da

identificação entre a Escatologia Paulina e a sua Teologia como um todo] pode ser admitido apenas como premissa de

maneira resumida; o mesmo necessitará ser demonstrado posteriormente através de investigação detalhada; deve, também,

ficar completamente evidente que o desenvolvimento da Escatologia do Apóstolo significa demonstrar a sua Teologia como

um todo. Através de uma retroversão conceitual, ou seja, caminhando conceitualmente do final para o começo, o fim será

visto como dando origem ao início na emergência da verdade. O que buscamos aqui, de maneira mais imediata, é a

terminologia específica na qual esta reflexão acima exposta adquire sua própria expressão [Paulina] em 1 Co. 15.45-47; neste

texto a presença de uma orientação antitética é claramente percebida na correspondência dos dois nomes para Cristo: “o

Eschatos Adam” [o Último Adão] e o “Deuteros Antropos” [Segundo Homem]; o oposto ao “Segundo homem [Cristo]” é nada

mais que o “[Protos] o Primeiro Homem [Adão]”. “Eschatos” aqui traz um sentido técnico [teológico]; ele designa não apenas

que o Último Adão [Cristo] pertence à ordem do “Eschatos”, mas ainda mais precisamente, que este Último Adão está em

contraste com o Primeiro Adão [o Primeiro homem], isto é, os dois estão em antítese entre si. Assim com antes do [Protos]

Primeiro homem [Adão] não houve nenhum outro homem, também além do “Eschatos” [do Último Homem, Cristo] não pode

haver mais nenhum outro. Tipologicamente [LIVRO, P. 12] o mesmo princípio encontra expressão em Rm. 5.14

[...Adão, o qual prefigurava Aquele que haveria de vir].

The eschatology, without losing touch with history, nevertheless, owing to the large sweep of its

historical reach, becomes philosophic-theological. It no longer forms one item in the sum-total of revealed teaching,

but draws within its circle as corretlated and eschatologically-complexioned parts practically all of the fundamental

tenets of Pauline Christianity. Here this can only be briefly premised; it will have to be shown by deailed investigation

at subsequent points. It will appear throughtout that to unfold the Apostle’s eschatology means to set forth his

theology as a whole. Through a conceptual retroversion the end will be seen to give birth to the beginning in the

emergence of truth. What we are here concerned with more immediately is the specific terminology in which this

mode of thought has come to express itself. In 1 Cor. 15.45-47, the presence of this antithetical orientation is clearly

seen in the correspondenc of the two names for Christ, “the eschatos Adam” and “the deuteros Man”, the opposite to

the former no less than to the latter being “the protos Man”. “Eschatos” here bears technical meaning; it designates

ot so much the Adam that belongs to the order of the “eschata”, but pointedly the One who is the last in contrast with

22 Na Epístola aos Hebreus há uma divisão similar da história com respeito à questão escatológica, mas aqui isto pertence à esfera da Redenção; a primeira Era da Antiga Diatheke [Aliança], a segunda, a Nova Aliança, Hb. 2.5; [oikoonomene mellosa – o mundo que há de vir, VRA]; Hb. 6.5. [pois provaram..os poderes do mundo vindouro...] mellon aion – era vindoura; ver Hebrews, the Epistle of the Diatheke [Hebreus, a Espístola da Aliança [Diatheke], de autoria de Geerhardus Vos], P.T.R., 1914, 1915.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA one other who is the first; it is antithetical no less than “deuteros”. As backward of “the protos” there was no other,

so beyond “eschatos”there can be none further. [BOOK, P. 12] Typologically the same principle finds

expression Rm. 5.14: “Who is a figure [type] of him that was to come”.

A estrutura antitética surge de maneira mais abrangente na distinção entre as duas eras, ou dois mundos.

A única passagem em Paulo onde este contraste está esboçado de modo explícito é em Ef. 1.21 [acima de todo principado, e

potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro].

Entretanto, há inúmeras outras passagens onde, apesar de aparecer apenas o termo “esta era” [ο αιων ουτοs], a outra parte

que faria o contraste está presente, porém implicitamente. Temos assim as seguintes passagens que apresentam tal

contraste: Rom. 12.2; 1 Cor. 1.20; 2.6,8; 3.18;2 Co. 4.4; Gal. 1.4; Ef. 2.2; 1 Tim. 6.17; Tit. 2.12, transcritas abaixo:

Rm. 12.2. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual

seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus...

1 Cor. 1.20. Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria do

mundo?

1 Cor. 2.6-8. Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos

desta época, que se reduzem a nada; 7. Mas falamos sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde

a eternidade para a nossa glória; 8. sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem

conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória...

1 Cor. 3.18. Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste sécul, faça-se estulto para se tornar

sábio...

2 Cor. 4.4. nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho

da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus...

Gal. 1.4. o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade do

nosso Deus e Pai...

Ef. 2.2. nos quais andastes outrora, segundo o curso [aion - era] deste mundo [kosmos], segundo o príncipe da potestade do ar, do

espírito que agora atua nos filhos da desobediência...

1 Tim. 6.17. Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da

riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento...

Tit. 2.12. educando-nos para que, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente...

Ef. 1.21. acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século,

mas também no vindouro

[BOOK, P. 12] More comprehensively the antithetical structure appears in the distinction

beween the two ages or worlds. The only passage in Paul where this contrast is explicitly drewn is Eph. 1.21: “far

above…every name that is named, nor only in this world [or age], but also in that which is to come”. There are,

however, quite number os other passages where, although only “this age” [o/ aivw/n ou,toj] appears the other

member of the contrast is nevertheless present by implication. Thus Rom. 1.2; 1 Cr.1.20; 2.6,8; 3.18; 2 Cor. 4.4; Gal.

1.4; Eph. 2.2; 1 Tim. 6.17; Tit. 2.12.

Em Ef. 1.21 há um motivo especial para nomear ambos os termos [em oposição], pois a supremacia do

nome de Cristo acima de todos os outros nomes é afirmada sem restrição tanto de tempo como de qualquer outra esfera de

ação ou existência. As outras passagens tratam com alguma característica ou elemento dentro do período pré-escatológico,

de maneira que não havia necessidade de nomear a outra era em oposição à primeira. Ainda, independentemente destas

características já mencionadas, em certos contextos, Paulo poderia ter falado da “era porvir”; porém, a frase mais expressiva

e menos formal que é “Reino de Deus”, foi naturalmente preferida em alguns casos, visto que falamos mais facilmente de

“céus” ou de “eternidade” do que da “era futura porvir ou vindoura”; ver: 1 Cor. 6.9,10; 15.50; Gal. 5.21; Ef. 5.5; 1 Tess. 2.12; 2

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Page 25: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Tess. 1.5; 2 Tim. 4.18, abaixo transcritas:

1 Co. 6.9,10. Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólotras, nem

adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores

herdarão o reino de Deus...

1 Co. 15.50. Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção

Gl. 5.21. invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos

preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam

Ef. 5.5. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus

1 Ts. 2.12. exortamos, consolamos e admoestamos, para viverdes por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glória

2 Ts. 1.5. sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais

sofrendo

2 Tm. 4.18. O Senhor me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos

séculos dos séculos. Amém!

In Eph. 1.21 there is a special reason for naming both terms , because the supremacy of the name

of Christ above all other names was to be affiimed without restriction either as to time or sphere. The other passages

deal with some feature or element withing tre pre-eschatological period, so that there was no need of naming the

opposite. Still, apart from this, Paul might have in certain connection spoken of the “coming aeon” by itself, by the

less formal, more expressive phrase “kingdom of God” was naturally preferred in such cases, just as we more easily

speak of “”heaven” or “eternity” than of “the future age”; cp. 1 Co. 6.9,10; 15.50; Gal. 5.21; Eph. 5.5; 1 Thess. 2.12; 2

Thess. 1.5; 2 Tim. 4.18.

A pouca freqüência da citação explícita do termo “a era porvir” não deve, entretanto, ser considerada com

ocasião ou ilustração contra a familiaridade de Paulo com contraste entre as duas eras, já citado, nem contra a importância

exercida por tal contraste em seu esquema escatológico. Não há nenhuma evidência de que o termo aion [era] tenha em si

uma qualidade nociva, a qual o tenha tornado impróprio para a reflexão do Apóstolo em sua associação com a vida futura

perfeita. Ef. 1.21 confirma o contrário. Temos ainda que não pode ser negado que como um critério, os termos “esta era” e

“este mundo” são apropriados para convocar as associações seculares pagãs, tal como é feito em 1 Co. 1.20 e 2.18. Nestas

duas passagens a maldade implícita ou expressada tem uma referencia noética peculiar. Em 2 Co. 4.4, Satanás é nomeado

como “o deus desta era”. Conforme Gl. 1.4, Cristo se entregou [LIVRO, P. 13] a si mesmo pelos nossos pecados, para

nos desarraigar deste mundo perverso [esta aion..era perversa]...; 2 Tm. 4.10. Demas, tendo amado o presente século [tendo

amado a presente aion...era] me abandonou e se foi para Tessalônica...O Apóstolo adverte seus leitores em Rm. 12.2. e não

vos ;conformeis com este século [esta aion...era], não se adaptar aos esquema desta era, mas transformai-vos pela

renovação da vossa mente...tal transformação está diretamente em oposição ao esquema desta aion...era. A degradação do

conceito de aion nestes casos, provavelmente é um reflexo do propósito perverso deste kosmos. Outra passagem semelhante

é 1 Tm. 6.17; Tt. 2.12 é mais neutra do ponto de um vista ético.

Ef. 1.21. acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século

[aion - era], mas também no vindouro...

1 Co. 1.20. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século [aion - era]? Porventura, não tornou Deus louca a

sabedoria do mundo [kosmos]?

1 Co. 2.6-8. Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século [aion - era], nem a dos

poderosos desta época [aion - era], que se reduzem a nada; 7 mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual

Deus preordenou desde a eternidade [aion - era] para a nossa glória; 8 sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século

[aion - era] conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória

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Page 26: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA 2 Co. 4.4. nos quais o deus deste século [aion - era] cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do

evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus

2 Tm. 4.10. Porque Demas, tendo amado o presente século [aion - era], me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para

a Galácia, Tito, para a Dalmácia

Rm. 12.2. E não vos conformeis com este século [aion - era], mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que

experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus

Gl. 1.4. o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo [aion - era] perverso, segundo a

vontade de nosso Deus e Pai

1 Tm. 6.17. Exorta aos ricos do presente século [aion - era] que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na

instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento

Tt. 2.12. na esperança da vida [aionis – era – tempo perpétuo...] eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos

tempos [aionis – tempo perpétuo, que não tem fim] eternos

The scarcity of explicit reference to “the coming aeon” should not, therefore, be counted an

instance against the familiarity of Paul with the correlated contrast nor against the importance of the part played by it

in his eschatological scheme. There is no evidence that the term “aion”had per se an evil flavor, which would have

rendered it unfit to the Apostle’s mind for association with the perfect future life; Eph. 1.21 proves the contrary. And

yet it cannot be denied that as a rule the phrases “this age”, “this world” were apt to call up evis associations. Such

is plainly the case in 1 Cor. 4.4 called outright “the god of this aion”. According Gal. 1.4, Christ gave Himself

[BOOK, P, 13] for our sins that He might rescue us out of this present evil aion. 2 Tim. 4.10, Demas is said to

have forsaken Paul, because he loved this aion. The Apostle warns the readers, Rom. 12.2 , not to assume or bear

“the schema” of this aion, but to let themselves be transformed in the opposite derection. The degradation of the

concept of “aion” in these cases is probably a reflex of the evil meaning of “kosmos”. Other passages like 1 Tim.

6.17; Tit. 2.12 are more neutral from an ethical point of view 17 17 17 17 17 17 17 17.

Há dois problemas ligados a esta terminologia, estando eles até certo ponto interdependentes. O primeiro

diz respeito à antiguidade e origem do contraste de modo geral; o segundo diz respeito à relação entre aion e kosmos. Os

Escritos Joaninos não empregam o termo “esta aion” [esta era] ou “a era – aion porvir” para o propósito de contraste

escatológico. Em João, onde quer que ocorra “aion” [era], seja no sentido puramente temporal, ou no sentido de eternidade,

as associações do termo são completamente favoráveis ou num sentido auspicioso; o pronome “este” não é prefixado à aion

– era. A permanência da frase é “ais ton atonia”, até a eternidade. Isto recebe uma explicação suficiente proveniente do tempo

antigo com respeito ao uso escriturístico de “olam” [hebraico: eternidade] e o plural “olamim”. Por outro lado, para a parte

perversa ou pagã da antítese da palavra “kosmos”, “ho kosmos hootos” encontra um uso característico em João23. Assim

sendo, o termo “kosmos” com Paulo também ocorre ocasionalmente de modo sinônimo a “ho aion hoots”. Assim,

encontramos em Rm. 3.6; 1 Co. 1.20,21; 2.12; 3.19; 11.32; 2 Co. 7.10; Fp. 2.15. O termo “kosmos” que tem um conotação de

maldade, quando usada no contexto ético – religioso surge se destaca mais por nunca ser transferido para o porvir; “ho

cosmos ekeino” [aquela era] não é empregada nem João nem por Paulo. Jesus em seu discurso aos judeus mostrou

consciência disto evitando o uso dos referidos termos: Jo. 8.23: “E prosseguiu: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima; vós

sois deste mundo, eu deste mundo não sou” em vez de “eu sou deste mundo” [LIVRO, P. 14]. Isto não significa impedir

Paulo ou João de fazerem o uso do termo “mundo” no sentido eticamente neutro como designação abrangente quantitativa do

criação inferior. Para Paulo, em Rm. 1.8; 5.12; 1 Co. 4.9; 7.31; 14.10; Ef. 1.4; Cl. 1.6; 1 Tm. 6.7; Jo. 1.9,10; 3.19; 4.14; 8.26;

9.5; 10.36; 11.27; 13.1; 16.21; 17.5,24; 18.37; 21.25; 1 Jo. 2.2; 4.1,3,9; 2 Jo. 7.

Rm. 3.6. Certo que não. Do contrário, como julgará Deus o mundo [kosmos]

23 Jo. 12.31. [Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso; 14.30 [Já não falarei muito convosco, porque aí vem o

príncipe do mundo; e ele nada tem em mim]; 16.11 [do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado], “ho archon too kosmoo tootoo”; comparar com

“o deus deste século...” em 2 Co. 4.4

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA 1 Co. 1.20,21. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século [kosmos]? Porventura, não tornou Deus louca a

sabedoria do mundo [kosmos]? 21 Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo [kosmos] não o conheceu por sua própria sabedoria,

aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação

1 Co. 2.12. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo [kosmos], e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o

que por Deus nos foi dado gratuitamente

1 Co. 3.19. Porque a sabedoria deste mundo [kosmos] é loucura diante de Deus; porquanto está escrito:

Ele apanha os sábios na própria astúcia deles

1 Co. 11.32. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo [kosmos]

2 Co. 7.10. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do

mundo [kosmos] produz morte

Fp. 2.15. para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta,

na qual resplandeceis como luzeiros no mundo [kosmos]

Rm. 1.8. Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo

[kosmos], é proclamada a vossa fé

Rm. 5.12. Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo [kosmos], e pelo pecado, a morte, assim também a

morte passou a todos os homens, porque todos pecaram

1 Co. 4.9. Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte;

porque nos tornamos espetáculo ao mundo [kosmos], tanto a anjos, como a homens

1 Co. 7.31. e os que se utilizam do mundo [kosmos], como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo [kosmos] passa

1 Co. 14.10. Há, sem dúvida, muitos tipos de vozes no mundo [kosmos]; nenhum deles, contudo, sem sentido

Ef. 1.4. assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo [kosmos], para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e

em amor

Cl. 1.6. que chegou até vós; como também, em todo o mundo [kosmos], está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós,

desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade

1 Tm. 6.7,17. Porque nada temos trazido para o mundo [kosmos], nem coisa alguma podemos levar dele... v. 17. Exorta aos ricos do

presente século [aion] que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que

tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento

Jo. 1.9,10. a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo [kosmos], ilumina a todo homem. 10 O Verbo estava no mundo [kosmos] o

mundo [kosmos] foi feito por intermédio dele, mas o mundo [kosmos] não o conheceu

Jo. 3.19. O julgamento é este: que a luz veio ao mundo [kosmos], e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas

obras eram más

Jo. 4.14. aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele

uma fonte a jorrar para a vida eterna [aionios]

Jo. 8.26. Muitas coisas tenho para dizer a vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as

coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo [kosmos]

Jo. 9.5. Enquanto estou no mundo [kosmos], sou a luz do mundo [kosmos]

Jo. 10.36. então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo [kosmos], dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de

Deus?

Jo. 11.27. Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo [kosmos]

Jo. 13.1. Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo [kosmos] para o Pai,

tendo amado os seus que estavam no mundo [kosmos], amou-os até ao fim

Jo. 16. 21. A mulher, quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já

não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo [kosmos] um homem

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Page 28: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Jo. 17.5,21-25. e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo

[kosmos]... 21. a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti também sejam eles em nós; para que o mundo

[kosmos] creia que tu me enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos;

23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo [kosmos] conheça que tu me enviaste e

os amaste, como também amaste a mim. 24 Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste,

para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo [kosmos]. 25 Pai justo, o mundo

[kosmos] não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste

Jo. 18.37. Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo [kosmos]. Se o meu reino fosse deste mundo [kosmos], os meus

ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. 37 Então, lhe

disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo [kosmos], a fim

de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz

Jo. 21.25. Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no

mundo [kosmos] inteiro caberiam os livros que seriam escritos

1 Jo. 2.2. e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo [kosmos]

inteiro

1 Jo. 4.1,3,9. V. 1. Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos

falsos profetas têm saído pelo mundo [kosmos] fora...v. 3. e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo

contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo [kosmos]...v.

9. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, [kosmos] para vivermos por

meio dele

2 Jo. 7. Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo [kosmos] fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne;

assim é o enganador e o anticristo

1 Jo. 2.15-17. Não ameis o mundo [kosmos] nem as coisas que há no mundo [kosmos]. Se alguém amar o mundo [kosmos], o amor

do Pai não está nele; 16 porque tudo que há no mundo [kosmos], a concupiscência da carne a concupiscência dos olhos e a soberba

da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo [kosmos]. 17 Ora, o mundo [kosmos] passa, bem como a sua concupiscência;

aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente

There are two problems connected with this terminology, being to some extent interdependent. The

first problem concerns the antiquity and origin of the contrast in general; the second concerns the relation of “aion”

to “kosmos”. The Johannine writings do not employ “this aion” or “the coming aion” for the purpose of

eschatological contrast. Wherever “aion” occurs in them either in the purely-temporal or in the eternity-sense, the

association are thoroughly favorable; the pronoun “this” is not prefixed to it. The standing phrase is “eis ton aiona”,

“until eternity”. This receives sufficient explanation from the other Scriptural time-use of “olam” and the plural

“’olamim”. On the other hand, for the evil member of the antithesis the word “kosmos”, “ho kosmos hootos” finds

characteristic employment with John 18 18 18 18 18 18 18 18 18 18. Now this word “kosmos” with Paul

also occasionally occurs synonymously with “ho aion hootos”. So we find it Rom. 3.6; 1 Co. 1.20,21; 2.12; 3.19; 11.32;

2 Cor. 7.10; Phil. 2.15. That the word “kosmos” had evil coloring, when used in ethico-religious connection appears

most clearly from the fact of its never being transferred to the state to come; “ho kosmos ekeinos”, “that age” , is

neither Johannine nor Pauline. Jesus in his speech to the Jews shows conscious avoidance of it, Jno. 8.23: “Ye are of

this world; I am not of this world” instead of: “I am of this world”. This [BOOK, P. 14] does not, or course,

prevent either with John or Paul the ethically-neutral use of “world” as a comprehensive quantitative designation

of the lower creation. For Paul, cp. Rom. 1.8; 5.12; 1 Cor. 4.9 [7.31]; 14.10; Eph. 1.4; Col. 1.6; 1 Tim. 6.7; for John, cp.

1.9,10; 3.19; 6.14;p 8.26; 9.5; 10.36; 11.27; 13.1; 16.21; 17.5,24; 18.37; 21.25; 1 Jno. 2.2; 4.1,3,9; 2 Jno. 7.

O uso de ambos os termos em Paulo deixa a impressão de que a antítese não é marca própria do

Apóstolo. O aspecto perverso da “presente era” ele poderia ter acentuado mais do que foi feito anteriormente; porém, é certo

que ele não concebeu de novo tanto o termo em si, como sua estreita associação com “ho kosmos”. Nos escritos hebraicos, 4

Esdras, raramente se diz que uma geração posterior a Paulo “que Deus fez duas aions [eras], 4 Esdras 7.50”; além disso, a

presente era e a era porvir são contrastadas em certo número de passagens. O mesmo surge no Apocalipse de Baruq

[aproximadamente da mesma época]. Hillel fala “da vida na era futura”. Jochanan ben Zakkai, cerca de 80 a.D., declara que

Deus revelou a Abraão “esta era”, porém não a “era porvir”. A estas passagens, podem ser acrescentadas, como testemunho

judaico com respeito ao modo de falar, Eleazar à partir de Modiim [pouco mais tarde que Jochanan] enumera entre os seis

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Page 29: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA dons excelentes conferidos a Israel a era [aion] porvir e o novo mundo. Estas autoridades judaicas, certamente não teriam se

apropriado do termo desta natureza a partir de Paulo, nem também do vocabulário da Escatologia Cristã em geral. Desta

maneira, mesmo que se casos anteriores inconfundíveis de ocorrência do ou dos termos não pudessem ser citados, as

ocorrências já mencionadas serão suficientes para confirmar que Paulo fez uso dos termos derivados destes. Dalman, com

inclinações em sentido contrário para retroagir no sentido do significado de termos do que aquilo que é absolutamente

necessário, aqui também tem críticas suspeitas, porém é compelido a admitir “a existência de termos como “esta aion - era”, e

“a aion – era povir, futura” já estavam, de qualquer modo, estabelecidas no final do primeiro século da era Cristã”24

.

[BOOK, P. 14] The usage of both terms in Paul leaves the impression that the antithesis is not

of the Apostle’s own coining. The evil aspect of “the present age” he may have accentuated more than was done

previously, but he certainly did not frame de novo either the phrase itself nor its close association with “ho kosmos”.

In the Jewish writing 4 Ezra., scarcely a generation later than Paul, it is said “that God made two aions,” 7.50; further,

the present age and the future age are contrasted in a number of passages. The same appears in the Apocalypse of

Baruch [of approximately the same period]. Hillel speaks of “the life of the future aion.”. Jochanan ben Zakkai [about

80 a.D.] states that God revealed to Abraham “this aion” but not “the coming aion”. To these may be joined, as a

Jewish witness for the way of speaking, Eleazar from Modiim [somewhat later than Jochanan] who enumerates

among the six good gifts bestowed upon Israel the coming aion and the new world. These Jewish authorities would

certainly not have borrowed a phrase of this kind from Paul nor from the vocabulary of Christian eschatology in

general. So that, even if earlier indubitable instances of occurrence could not be quoted, the ones just mentioned will

suffice to prove the Pauline usage a derived one. Dalman, who is on the whole disinclined to carry the phrases farther

back than is absolutely necessary, here also has critical suspicions, but is compelled to admit: “the existence of the

phrases ‘this aion’, ‘the future aion’ is at any rate established for the close of the first post-Christian century” 19 19

19 19 19 19 19 19 19.

Voltando de Paulo para o discurso de Jesus nos Evangelhos Sinóticos, encontramos a distinção entre as

duas eras [aion] [LIVRO, P. 15], ambas tanto explicitamente formuladas como assumidas de forma implícita. O

contraste explícito ocorre em: Mt. 12.32; Mc. 10.30; Lc. 20.34ss. De forma semi-implícita em: Lc. 16.8, onde surge o contraste

dos “filhos desta aion – era [deste mundo]” e os “filhos da luz”. Implicitamente, a antítese parece estar presente em Mt. 13.22;

Mc. 4.19 [os cuidados desta aion – era - mundo]; Mt. 13.39,40,49; Mt. 24.3. Mt. 28.20, “o fim do συνελτεια [consumação]

desta era [aion – era ou mundo]25”.

Ascending backwards from Paul to the speech of Jesus in the Synotical Gospels, we find the

distinction between the two [BOOK, P. 15] ages both explicitly drawn and assumed by implication. The explicit

contrast occurs Matt. 12.32; Mk. 10.30; Lk. 20.34ff. Semi-explicit is Lk. Xvi. 8, where as the contrast to “the children of

this age [or world]” appears “the children of light”. Impliedly the antithesis seems to be present Matt. 13.22 [Mk. 4.19]

“the care [Mk. cares] of the age [or world]” and in Matt. 13.39,40, 49; 24.3; 28.20. “the end [sunte,leia] - consumação]

of the age [or world]” 20 20 20 20 20 20 20 20.

Mt. 13.22. O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo [desta aion - era] e a

fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera

Mc. 4.19. mas os cuidados do mundo [os cuidados desta aion - era], a fascinação da riqueza e as demais ambições, concorrendo,

sufocam a palavra, ficando ela infrutífera

Mt. 13.39,40,49. o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos. 40 Pois, assim

como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século [consumação desta aion - era]...v. 49... Assim será na

consumação do século [consumação desta aion - era]: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos

Mt. 24.3. No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe

pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século [consumação desta

era - aion]

24 Dalman, Die Worte Jesu [As Palavras de Jesus], vol. 1, pp. 122-123. 25 Aqui em Mt. 28.20, a frase “synteleia too aionos” é encontrada em somente em Hb. 9.26. Vide a transcrição do versículo no texto grego acima e VRA.

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Page 30: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Mt. 28.20. ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à

consumação [suntelei,aj] do século [aivw/noj] [consumação desta era - aion]

Mt. 28.20. dida,skontej auvtou.j threi/n pa,nta o[sa evneteila,mhn u`mi/n\ kai. ivdou,( evgw. meqV u`mw/n eivmi pa,saj ta.j h`me,raj e[wj th/j suntelei,aj tou/ aivw/nojÅ VAmh,n

Mt. 12.32. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o

Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo [aion] nem no porvir [mello - me,llonti - mello][na era porvir -

iminente]

Mc. 10.30. que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no

mundo [aion]por vir, a vida eterna [aionios]

Lc. 20.34-38. Então, lhes acrescentou Jesus: Os filhos deste mundo [aion] casam-se e dão-se em casamento; 35 mas os que são

havidos por dignos de alcançar a era vindoura [aion] e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento.

36 Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição. 37 E que os mortos

hão de ressuscitar, Moisés o indicou no trecho referente à sarça, quando chama ao Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o

Deus de Jacó. 38 Ora, Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos; porque para ele todos vivem

Lc. 16.8. E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente, porque os filhos do mundo [aion] são mais hábeis

na sua própria geração do que os filhos da luz

Jo. 12.31.[ nu/n kri,sij evsti. tou/ ko,smou tou,tou\ nu/n o` a;rcwn tou/ ko,smou tou,tou evkblhqh,setai e;xw] [Chegou o momento de

ser julgado este mundo [kosmos], e agora o seu príncipe será expulso]

Jo. 16.11. [peri. de. kri,sewj( o[ti o` a;rcwn tou/ ko,smou tou,tou ke,kritai] [do juízo, porque o príncipe deste mundo [kosmos] já

está julgado]

2 Co. 4.4. [evn oi-j o` Qeo.j tou/ aivw/noj tou,tou evtu,flwse ta. noh,mata tw/n avpi,stwn( eivj to. mh. auvga,sai auvtoi/j to.n

fwtismo.n tou/ euvaggeli,ou th/j do,xhj tou/ Cristou/( o[j evstin eivkw.n tou/ Qeou/] [nos quais o deus deste século [aion] cegou o

entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus]]

Hb. 9.26. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se

cumprirem [ou consumação da era - aion] os tempos [suntelei,a|] [tw/n aivw,nwn], se manifestou uma vez por todas, para aniquilar,

pelo sacrifício de si mesmo, o pecado

Hb. 9.26. [evpei. e;dei auvto.n polla,kij paqei/n avpo. katabolh/j ko,smou\ nun/ de. a[pax evpi. suntelei,a| tw/n aivw,nwn eivj

avqe,thsin a`marti,aj dia. th/j qusi,aj auvtou/ pefane,rwtai]

Dalman conclui que partir de uma comparação destes paralelos, não se pode pressupor a ocorrência dos

termos em questão no discurso de Jesus, ainda que, com algum grau de certeza; e que, além do mais, ainda que Jesus

tenha, de fato, empregado os termos examinados, isto deve ter sido de pouca ou nenhuma importância para o seu discurso. A

inferência de uma intrusão posterior de frases ou termos aqui tratados, a partir de suas meras ausências ou variações em um

ou mais textos dos Evangelhos parece precária; pois tanto a sintetização como a amplificação do texto por parte do escritor

pode, possivelmente, explicar os fatos. Mas, mesmo se alguém junto a Dalman colocasse em dúvida a presença da frase ou

termos no vocabulário escatológico de Jesus, seu emprego pelos Evangelistas, ou pelos primeiros portadores das tradições

dos Evangelhos, deveria, no mínimo, conservar alguma importância considerável. Parece estar fora de qualquer dúvida que

os Evangelistas ou a tradição não produziram toda esta fraseologia a partir de Paulo. Na época de transmissão e confirmação

dos escritos, entretanto, a terminologia deve ter ficado, por assim dizer, no ar, e desta vez não foi tão longe da época de

Paulo ou mesmo de Jesus. Com respeito à natureza do contraste nas passagens dos Evangelhos, observamos que certos

exemplos são cronológicos; assim, Mt. 12.32 [não será perdoado nem no presente nem no porvir –aion - era]; Mc. 10.29,30

[que não receba já no presente....e no porvir a vida eterna..- aion - era]. As duas passagens se referem a dois períodos de

tempo para restituição; o texto de Marcos mostra que a recompensa da era porvir supera as da presente era. Mas em Lc.

20.34-38 está implícito que os filhos deste mundo [desta aion - era] são ética e religiosamente inferiores, porque são indignos

de obter a outra aion – era, a era porvir. [LIVRO, P. 16] Do ponto de vista de um caráter intrínseco singular “os filhos

desta aion - era em suas gerações”, em Lc. 16.8 [E elogiou o senhor o administrador infiel porque se houvera atiladamente,

porque os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz] estão estabelecidos em oposição

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Page 31: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA aos “filhos da luz”; “luz” aqui, certamente não é uma mera caracterização figurativa, mas aponta para uma característica geral

da era – aion [ou mundo] do porvir. “Os cuidados deste mundo – aion - era” nos textos de Mt. 13.22 e Mc. 4.19 [mas os

cuidados deste mundo – aion – era...sufocam a palavra...] parecem refletir uma avaliação desfavorável da influência e

tendência da era ou mundo com o qual os ouvintes do Evangelho estão26 preocupados. Por outro lado, as cinco passagens

em Mateus [Mt. 13.39; 13.40; 13.49; 24.3; 28.20] que contêm a frase “sunteleia too aionos” [consumação dos séculos - aion],

certamente que tomam aion em um sentido estritamente cronológico sem a mescla de um julgamento depreciativo.

Dalman concludes that from a comparison of these parallels the occurrence of the phrase in the

speech of Jesus cannot with any degree of certainty be inferred, and that, moreover, even should Jesus have actually

employed it, it must have been for his mode of speaking of no significance. The inference of later intrusion of such a

phrase from the mere fact of absence or variation in one or more parallel Gospel-texts seems precarious, because

condensation no less than amplification on the the writer’s part may possibly account for the facts. But, even if one,

with Dalman, were to call in doubt the presence of the phrase in the eschatological vocabulary of Jesus, its

employment by the Evangelists, or by the antecedent bearers of the Gospel-tradition, would none the less retain

considerable significance. For that the Evangelists, or the tradition did not all barrow this phraseology from Paul

seems certain. At their time of repeating or committing to writing, therefore, the terminology must have lain, so to

speak, in the air, and this time was not so very far removed from the time of Paul or even of Jesus. In regard to the

coloring of the contrast in the Gospel-passages we note that in certain instances it is chronological; so Matt. 12.32: “it

shall not be forgiven him, neither in this aion, neither in that to come”. In Mk. 10.29,30, “this aion” and “the aion to

come” are the two time-instalments for restitution, the latter of which, to be sure, far surpasses the former. But in Lk.

20.34ff., it is implied that the children of “this aion” are ethico-religiously inferior, because unworthy to obtain the

other aion. From [BOOK, P. 16] the point of view of inherent distinctiveness “the children of this aion in their

generation” are in Lk. 16.8 set over against “the children of the light”; “light” here is certainly not a mere

characterization, but points to the element pervasive of the future aion [or world]. “The care [cares] of this aion” in

Matt. 13.22; Mk. 4.19 seem to reflect an unfavorable estimate of the influence and tendency of the aion [or world] with

which some of the hearers of the gospel are preoccupied. 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21

21 . On the other hand, the five passages in Matthew containing the phrase “sunteleia too aionos” obviously take

aion in s strictly chronological sense without admixture of a depreciating judgment.

Será que a respeito do uso deste contraste entre as duas eras – aions já examinado seria possível achar

vestígios de seu uso regredindo ao tempo antes de Jesus? Em Sir. 18.1027 a tradução do texto siríaco distingue entre “esta

era” e “a era do piedoso”, a qual revela tanto oposição formal entre as duas era como faz avaliação diferente de cada uma

delas. Mas Dalman julga que “nos dias da Era” correspondendo a isto no texto grego, significa não mais que “no tempo de

vida”, e além disso, considera todo o verso uma interpolação que não traz nenhuma luz para o uso no próprio tempo do autor,

cerca de 175 a.C. O Apocalipse de Enoque, da mesma maneira, em 71.15 fala da “era – aion futura” e em 48.7 fala “da era da

perversidade”; mas, novamente, estas passagens são consideradas por Dalman como adições subseqüentes ao texto. Deste

modo, a colheita a partir de fontes pré - Cristãs não é abundante; certamente que depois da análise cuidadosa da crítica de

Dalman ela se reduze a praticamente nada. Deste modo, poderia parecer que somos empurrados para o período judaico

contemporâneo de Jesus e de Paulo para uma confirmação confiável da existência da terminologia, tendo sempre em mente

que ela deve ser em alguma medida, mais antiga que a época em questão, em virtude do modo natural e fluente que Paulo

lida com a mesma.

Can this usage of the contrasting two ages [or worlds] be traced much farther back before the time

of Jesus? In Sir. 18.10 the translated Syrian text distinguishes between “this aion” and “the aion of the pious”, which

yields both the formal opposition of the two and the different appraisal of each. But Dalman thinks that “in the days of

the aion”, corresponding to this in the Greek text, means no more than “in the life-time,” and moreover considers the

entire verse a later interpolation shedding no light upon the usage in the author’s own time [about 175 B.C.] The

Apocalypse of Enoch likewise speaks in 71.15 of “the future aion”, and in 48.7 of “the aion of unrighteousness”, but

26 Nesta passagem [Mc. 4.19; Mt. 13.22], algumas autoridades textuais interpretam: “tou aionos totou” [tou/ aivw/noj tou,tou] [desta era, mundo - aion]; vide Dalman, p. 125. 27 [Nota do tradutor: Sir. 18 se refere ao décimo oitavo capítulo do livro de Sabedoria de Jesus Ben Sirac [Sabedora de Jesus fillho de Sirac] ou Sirácide ou Eclesiástico. Este livro, embora não inspirado, é adotado como Escritura pela Igreja Romana compondo o AT de suas “Bíblicas católicas”. Jesus, filho de Sira viveu aproximadamente no segundo século a.C. É conhecido como de natureza dêutero - canônica [segundo Cânon ou Apócrifo]. O livro foi escrito cerca de 200 a 175 a.C [é o que se deduz do prólogo escrito pelo neto do autor, que a traduziu em 130 a.C.]., em hebraico.

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Page 32: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA again these passages are regarded by Dalman subsequent additions to the text. The harvest thus gleaned from the

pre-Chrisian sources is not plentiful; indeed after Dalman’s critical sfting it dwindles to practically nothing. We would

thus seem to be forced down to the Jewish period about contemporary to Jesus and Paul for reliable attestation of

the existence of the terminology, always keeping in mind that it must be somewhat older than this tune in view of the

easy way in which Paul handles it.

Antes de investigar a antiguidade da palavra “kosmos” tal como encontrado nos textos de Paulo, e no

texto grego dos Evangelhos, parte como uma expressão que designa algo abrangente, [LIVRO, P. 17] para todas as

coisas que existem, e parte como indicação de um sistema perverso que se opõe a Deus, e, por conseguinte, condenado à

destruição, ou seja, potencialmente contextualizado de forma escatológica, teremos que impor a nós mesmos a indagação

quanto ao que nos ensina os referidos termos no hebraico ou aramaico vernacular. Como se sabe, estas línguas

originalmente não possuíam nenhuma expressão para a palavra “mundo”, mas foram auxiliadas por si mesmas onde a idéia

do “todo” deveria ser expressa através de um modo indireto de falar; por exemplo, Gn. 1.1. diz: No princípio Deus criou “os

céus e a terra”. Em épocas posteriores, através do contato, influencia e modo de pensamento de outras línguas, foi percebida

a necessidade de empregar uma simples palavra para o conceito de “mundo”. A palavra introduzida neste espaço vazio do

discurso foi a palavra Há – Olam [do hebraico: Sl. 106.48. Bendito o Senhor, Deus de Israel, de eternidade a eternidade...[

~l'ªA[h' d[;ìw> Ÿ~l'’A[h] [haolam...haolam – eternidade....eternidade]. Mas esta palavra era uma designação de sua própria época, e

proveniente de sua própria etimologia; em sendo adotada a palavra “mundo” em lugar do termo hebraico há-olam foi forçada a

um uso estranho ao original. Contudo, a escolha exata desta palavra para aquele uso específico não poderia ter sido

puramente arbitrária; deve ter havido algum motivo no pensamento da época que provocou a transição para o sentido da

palavra mundo. Provavelmente tal indução repousa na consideração de que a trajetória dos próprios fatos em seu

desdobramento tendo chegado a um final presumido poderia ser reconhecido como algo abrangente de maneira a se mostrar

como um todo coerente de natureza específica: A era estabelecida, como se fosse, por assim dizer, um mundo quando

considerado conforme sua natureza. Pode-se observar, porém, que dificilmente estas coisas sucederam desta maneira, não

fosse o tero “a era” se configurar como estritamente limitado por um final mais distante. Em outras palavras, a crença em uma

natureza definida, ordenada e organizada e num tempo de duração para a presente ordem de coisas está inerente no termo

“aion - era”, onde o mesmo se inclina a se omitir do tempo dentro da categoria mundo28.

Before tracing the antiquity of “kosmos” as found with Paul, and in the Greek Gospels, partly as a

comprehensive [BOOK, P. 17] term for all that exists, partly as an evil-complexioned designation of the system

opposed to God, and therefore doomed to pass away, i.e., more or less eschatologically colored, we shall have to put

to ourselves the question what lies back of it in the Hebrew or the Aramaic vernacular. As is well known these

languages originally possessed no word for “world”, but helped themselves, where the idea of “the all” was to be

expressed by roundabout ways of speaking; e.g., Gen. 1.1 says: “in the beginning God created the heaven and the

earth”. In the later times, through the contact with and influence of other languages and modes of thought, it was

found necessary to employ a single word for the concept of “the world”. The word that entered into this vacant place

of speech was the word Ha-‘Olam. But this word was from its very etimology a time-designation; in being adopted for

“world” it was put to an extraneous new use. And yet the choice of precisely this word for that particular use can not

have been purely arbritrary; there must have been some reason in the time-meaning that invited the transition to the

world-meaning. Probably the inducement lay in the consideration that the time-course of things unrolling itself

successively up to an expected end could be comprehensively surveyed so as to appear a coherent totality of

specific character: the age constituted, as it were, a world when regarded as to its complexion. It will observed,

however, that this could scarcely have happened, had not “the age” appeared as strictly terminating at the farther

end. In other words belief in a fixed nature and a temporal duration of the present order of things is inherent in the

word “aion”, where it inclines to pass over from the time-into the world-category 22 22 22 22 22 22 22 22

22 22 22 22 22

Partindo deste ponto, quanto ao termo uma “era” e um “mundo”, estes se tornaram tão estreitamente

ligados entre si, quase que inseparáveis, sendo, pois, ambos expressados pela mesma palavra. Nesta sintetização

28 Dalman, Die Worte Jesu [As Palavras de Jesus], p. 134, julga que não houve nenhuma reflexão sobre terminus ad quem [ a quem o termo] foi necessário para corresponder à nova perspectiva: a falta de exame ou levantamento do curso dos fatos é suficiente para sugerir isto. Ele admite, entretanto, que “Olam” em certos casos é distinto de “mundo” apenas pelo seu conceito temporal; com respeito ao conteúdo, os dois são iguais.

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Page 33: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA cronológica semi-qualitativa de todo o conteúdo de um desenvolvimento temporal que vai do seu início ao final parece se

encontrar a semente [LIVRO, P. 18] da qual nasceu o esquema das duas eras e dos dois mundos e no qual este

esquema cresceu e chegou à sua plena maturidade.

É óbvio que o significado duplo de uma única palavra [hebraico: há -Olam - eternidade] estabelecido do

modo como descrito, em não poucos casos, foi constrangido a produzir certo grau incerteza na compreensão e tradução da

palavra. E esta incerteza foi atribuída não somente ao termo no original hebraico ou aramaico; da mesma maneira ele foi

ignorado no emprego do grego. O grego tinha uma palavra separada para “mundo” e conseqüentemente foi igualmente capaz

para distinguir entre cada caso. Mas isto não foi feito em todas as instâncias. Como a palavra “há - Olam” “era” tinha recebido

a palavra “há - Olam” “mundo” como irmã gêmea ou palavra gêmea, assim também no grego, o termo “aion” recebendo o

termo “era” foi responsável por forçar o seu significado dentro do mesmo aspecto duplo. Originalmente, um puro conceito de

tempo, agora, do mesmo jeito, se tornou um conceito espacial todo-abrangente. “Aion” pode, pois, significar “era” no NT e

também “mundo”. Em alguns casos [primeiro caso] a decisão pode ser difícil, em outros casos [segundo caso] o sentido da

palavra “mundo” ocorre de maneira inconfundível.

Exemplos do primeiro caso acima referidos: de difícil decisão:

Mt. 13.22 – [os cuidados deste mundo...] e

Lc. 16.8. [os filhos deste mundo...e os filhos da luz - VRA];

Exemplos do segundo caso: significado inconfundível:

2 Tm. 4.10 [Demas tendo amado o presente século me abandonou - VRA];

Hb. 1.2 [Nestes últimos dias [eschatos hemerai] nos falou pelo Filho...pelo qual fez o universo [aion]...VRA] e

Hb. 11.3 [pela fé, entendemos que o universo [aion] foi formado pela palavra de Deus...] são exemplos do segundo caso.

As duas referências de Hebreus acima nomeadas ilustram a incongruência gramatical inevitável surgida

da tradução de “aion” para “mundo” no grego. “Aion” em seu sentido de tempo, não poucas vezes no plural, permanecia no

idioma semítico normalmente assim, visto, ou que havia muitas eras ou divisões do tempo, ou devido ao seu conceito ser

submetido à pluralização para enfatizar a eternidade ou continuidade ou por causa da majestade daquele a quem o verso se

refere. Nas passagens com “aion” no sentido de “mundo” esta pluralização foi mantida, encontramos o modo de discurso que

Deus fez as “aionas - eras”, e os “mundos”.

From that point on an “age” and a “world” had become so closely cognate as to be weel-nigh

inseparable, both being expressible by the same word. In this chronological semi-qualitative condensation of the

entire content of a temporal development from beginning to end seems to lie the seed out [BOOK, P. 18] of

which the full-grown scheme of the two ages and the two worlds brew up.

It is obvious that the twofold meaning of the one word “’olam” thus estabilished was bound to

produce a degree of uncertainty in the understanding and rendering of the word in not a few cases. And this uncertain

attached nor only to the term in the Hebrew or Aramaic original; it likewise passed over to the Greek employment. The

Greek had a separate word for “world”, and therefore was quite able to sitinguish in each case. But this was not done

in all instances. As ‘Olam “age” had received ‘Olam “world” for its twin-brother, so the Greek term aion for “age” was

liable to be pressed into the same double service. Originally a pure time-concept, it now became an all-

comprehensive space-concept as well. “Aion” may mean “age” in the NT and it may mean “world”. In some cases the

decision may be difficult, in other cases the sense “world” is from the context unmistakable. Matt 13.22, “care of this

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA aion” ; Lk. 16.8, “the children of this aion” [as contrasted with “the children of the light” are examples of the former; 2

Tim. 4.10, “having loved the present aion” and Heb. 1.2 and 11.3 will illustrate the latter. The two last-named

references from Hebrews illustrate the inevitable brammatical incongruousness arising from carrying over “aion”

“world” into Greek. “Aion” in its time-sense stood in the Semitic idiom not seldom in the plural, naturally so, sence

ther were may age or section of time, or because the concept was subject to plu realization for the sake of stressing

endlessness or majesty . Where with “aion” in the sense of “world” this pluralization was retained, we find the mode

of speech that God made the “aionas”, “worlds”.

Ainda há uma tarefa a realizar com respeito à ambigüidade da palavra “Olam” ou seu equivalente

aramaico, mais especificamente relativa à dificuldade [LIVRO, P. 19] de averiguação ou determinação da antiguidade

exata da idéia de “mundo” nas fontes religiosas; onde, exatamente, ela surge pela primeira vez nas referidas fontes. No AT

não existe nenhum exemplo que possa garantir tal informação; Daniel, contudo usa a frase “toda a terra”, onde para nós a

palavra “mundo” deveria ser colocado; obviamente que o escritor não tinha ao seu dispor o termo “mundo”; vide os textos de

Daniel, transcritos abaixo: Dn. 2.35,39; 3.31; 4.1; 4.8,19; 4.20:

Dn. 2.35,39. mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha que encheu “toda a terra” v. 39. O qual terá domínio

sobre “toda a terra”...

Dn. 4.1. povos, nações, e homens de todas as línguas que habitam “em toda a terra”

Dn. 4.20... a árvore que foi vista “por toda a terra”

Dn. 3.31; 4.8,19...?????

Sir. 38.4 [O Senhor fez sair da terra os remédios e o homem sensato não os rejeita...] é um exemplo

duvidoso; O texto grego ktiseos aionos” poderia sugerir naturalmente “criação do mundo”, especialmente conforme a tradução

siríaca com “da – ‘almah” para a segunda palavra. Até onde é possível manter conforme Dalman prefere, isto é, que “aionos”

aqui retroage no seu significado, sendo traduzido por “eternidade” para “Olam” [do hebraico] que nos dá a frase “a eterna

criação”; deste modo elimina toda a idéia de “mundo”. Enoque, capítulos 1 ao 36 contém várias vezes a designação de Deus

como “O Deus desta aion-era”, ou “O Rei das aions”, “O Governador da aion”. Aqui, novamente o primeiro impulso seria

traduzir “Rei do mundo” ou “Deus dos mundos”. Dalman, entretanto, se opõe a esta tradução das frases fundamento tal

oposição sobre sua dependência óbvia do AT.: “O Deus da aion”, “A Rocha da aion”, “O reino de todas as Eras”, Gn. 21.33;

Is. 26.4; 40.28; Jr. 10.10; Sl. 145.13: [todos expressam a eternidade de Deus].

The equivocalness of the word “Olam” or its Aramaic equivalent, has something to do also with the

difficulty of [BOOK, P. 19] ascertaining how old exactly the world-idea is in the religious sources, where it first

with certainty emerges in them. In the OT there is no assured instance; Daniel still says “the whole earth”, where to

us the whole “world” would heve seemed to be in place; obviously the writer did not have the latter at his disposal;

cp. 2.35,39; 3.31; 4.8,19. Sir. 38.4 is a doubtful instance; the Greek “ktisma aionos” would naturally suggest “creation

of the world”, especially in view of the Syriac rendering with “da-‘almah” for the wecond word. Still it is possible to

maintain, as Dalman prefers doing, that “aionos” here boes back to the meaning of “eternity” or “’Olam” which would

yield “the eternal creation”, thus eliminating the idea of “world”. En. i – xxxvi contains several times the designation

of God as ”the God of the aion” or “the King of the aiones”, “the Rules of the aion”. Here again the first impulse woul

be to render “King of the world” or “God of the worlds”. Dalman, however, objects to this on the ground of the

obvious dependence of such phrases on the OT. “God of the age”, “Rock of the ages” , “King of the age”, “kingdom

of all the ages”, Gen. 21.33; Isa. 26.4; 40.28; Jer. 10.10; Ps. 145.13. all expressive of the eternity of God.

Gn. 21.33 ...plantou Abraão tamargueiras em Berseba e invocou ali o nome do Senhor, o Deus eterno..[ `~l'(A[ laeî hw"ßhy]

[SENHOR...YHWH.....ETERNO – ADONAI EL OLAM] [TEXTO GREGO - LXX: kuri,ou qeo.j aivw,nioj – O SENHOR DEUS

ETERNO]

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Is. 26.4. Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna...[~ymi(l'A[ rWcß hw"ëhy> Hy"åB. yKi…]

[SENHOR....ROCHA ..ETERNA....OLAM] [TEXTO GREGO – LXX: aivw/noj o` qeo.j o` me,gaj o` aivw,nioj - DEUS É A ROCHA O

ETERNO];

Is. 40.28. Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se

pode esquadrinhar o seu entendimento.....[hw"hy> Ÿ~l'ÛA[ yhe’l{a] [ELOHE [DE ELOHIM]....ETERNO...ADONAI [SENHOR] [TEXTO

GREGO: LXX: - qeo.j aivw,nioj - O ETERNO DEUS ]

Jr. 10.10. Mas o Senhor é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno....[~l'_A[ %l,m,äW ~yYIßx; ~yhiîl{a/]

[DEUS....VIVO...REI....ETERNO....OLAM]...[TEXTO GREGO – LXX – ESTE VERSO NÃO SE ENCONTRA TRADUZIDO PARA LXX]

Sl. 145.13. O teu reino é o de todos os séculos....[~ymi_l'[o)-lK' tWkïl.m;] [REINO...TODO...ETERNO..ETERNIDADE...OLAM] [TEXTO

GREGO, LXX: basilei,a pa,ntwn tw/n aivw,nwn] [BASILÉIA - REINO....TODO..TON [ARTIGO]..AIONON - ETERNO....]

Verdadeiramente, em nenhuma destas frases o artigo permanece antes da segunda palavra, enquanto

nas combinações do texto grego, normalmente, o artigo é encontrado. O vigor deste argumento, entretanto, em alguma

medida, é diminuído pela observação de que o artigo não necessita ter sido planejado para conferir a aion uma determinada

configuração em si, mas apenas para definição do nome composto. Em outras palavras, a qualificação “[ha] Olam” [hebraico:

ha – artigo – Olam - eternidade] poderia significar não mais que a descrição de Deus como o Deus eterno, sendo “ha Olam”

usado adverbialmente. Mas, enquanto por um lado, tudo isto pode ser possível, por outro, propicia, no máximo, expor a mera

possibilidade de que o conceito de mundo ainda não era existente; porém, para refutação de sua existência, o mesmo se

torna insuficiente, e como um todo não convincente. Nas Similitudes of Enoch29 [Similitudes de Enoque], ocorre várias vezes a

frase “a criação do mundo”; aqui a idéia de criação impede cogitar ou conceber a respeito de “Era”; os textos são Enoque,

caps-. 48.6,7; 69.16,17,18; [LIVRO, P. 20] e 71.15. Dalman considera estas passagens como adições posteriores, sem,

no entanto, dar suas comprovações, exceto no caso da primeira passagem citada. Seja como for, a mera suspeita lançada

sobre tais passagens obriga a ser lançada sobre as mesmas o caráter de testemunho duvidoso. No livro de Visões [Enoque,

caps. 83-90] ocorre a frase “Deus de todo o mundo” [cap. 83.2]; devido à mesma permanecer em uma “doxologia muito

detalhada”, pertencendo à introdução das Visões, Dalman se expressa de maneira duvidosa acerca das mesmas; ele julga

que as mesmas podem ter sido mais tardias que as outras partes. Ao lado das Visões como um todo, ele destaca que a

datação da mesma não pode ser determinada com certeza. Assim, a sua conclusão quanto ao assunto todo, para nossas

reflexões, em alguma medida precipitada, é que o uso da palavra “Olam” para “mundo” no período pré-Cristão, é sujeito a

forte dúvida30.

To be sure , in none of these phrases does the articles stand before the second word, whilst in the

Greek combinations it is found regularly. The force of this, however, is somewhat lessened by the observation, that

the article need not have been intended to render “aion” by itself determinate, but only for determination of the

compound name. Or again, the qualification “[ha-] ‘olam” might have meant no more than to describe God as God

forever, “[ha-] ‘olam” being used adverbially. But, while all this may be possible, it as the utmost allows bare

possibility, of not-yet-existence of the world-concept; for disproving its existence it is unsufficent, and on the whole

unconvincing23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23 23. In the Similitudes of Enoch several

times “the creation of the world” occurs; here the idea of creation forbids to think of “age”. The passages are xlviii.

6,7; lxix. 16,17,18; [BOOK, P. 20] LXXI.15. Dalman regars them as later additions, without, however, giving his

reasons except in the case of the first. Be this as it may, the mere suspicion thrown upon them is bound to render

them doubtful witnesses. In the book of Visions as a whole he remarks, that their date cannot be determined with

certainty. And his conclusion of the whole matter, to our mind somewhat rash, is that the use of the word ‘Olam for

“world” in the pre-Christian period is subject to strong doubt24 24 24 24 24.

As passagens nos Evangelhos Sinóticos que contém a palavra “mundo” [kosmos], abaixo transcritas, são

as seguintes, abaixo transcritas:

29 Die Wort Jesu [As Palavras de Jesus], pp. 133-134. 30 Die Worte Jesu [As Palavras de Jesus], p. 135.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Mt. 4.8. Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo [kosmos] e a glória deles

Lc. 4.5. E elevando-o, mostrou-lhe num momento, todos os reinos do mundo [oikomene]

Mt. 5.14. Vós sois a luz do mundo [kosmos]. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte

Mt. 13.38. o campo é o mundo [kosmos]; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno

Mt. 16.26. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo [kosmos] inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca

da sua alma?

Mt. 18.7. Ai do mundo [kosmos], por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual

vem o escândalo!

Mt. 24.21. porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo [kosmos] até agora não tem havido e

nem haverá jamais

Mt. 25.34. então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está

preparado desde a fundação do mundo [kosmos]

Mc. 8.36. Que aproveita ao homem ganhar o mundo [kosmos] inteiro e perder a sua alma?

Lc. 9.25. Que aproveita ao homem ganhar o mundo [kosmos] inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?

Lc. 11.50. para que desta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo [kosmos]

Mt. 26.13. Em verdade vos digo: Onde for pregado em todo o mundo [kosmos] este evangelho, será também contado o que ela fez,

para memória sua

Mc. 14.9. Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo [kosmos] o evangelho, será também contado o que ela fez, para

memória sua

Mc. 16.15. E disse-lhes: Ide por todo o mundo [kosmos] e pregai o evangelho a toda criatura

Lc. 12.30. Porque os gentios de todo o mundo [kosmos] é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas

Estas passagens estão sempre sob forte crítica à medida que o termo “Olam” [hebraico] estiver

subjacente à tradução para o grego “Kosmos”. As razões apresentadas não são de importância relevante. Sem qualquer

preocupação lingüística em particular, poucos exegetas poderiam confirmar que a adequação do termo “os reinos da terra” na

narrativa da tentação é tão importante quanto a do termo “os reinos do mundo”. Teria sido a influencia de Satanás em seu

amplo campo de ação, por assim dizer, no momento da escrita deste relato, descrito não mais vividamente pela palavra

“mundo” do que pela palavra “aion”? Para a palavra “kosmos”, para a palavra kosmos, Lucas usa a palavra “oikoomene”31 [e

outras passagens do NT], a qual admite o mesmo comentário.

The Synotical passages containing “world” [kosmos] are the following: Matt. 4.8; 5.14; 13.38; 16.26;

[Mk. 8.36; Lk. 9.25]; Matt. 18.7; 24.21; 25.34; [Lk. 11.50]; Matt. 26.13; [Mk. 14.9]; Mk. 16.15; Lk. 12.30. Even these are

attaked, so far as an underlying ‘Olam for kosmos is concerned. The reasons adduced do not carry weight. That the

appropriateness of “kingdoms of the earth” in the temptation-narrative is as great as that of “kingdoms of the world”

not many exegetes, coming would affirm. Was Satan’s influence in its wide range, let us say at the time of the writing

of this account, not more graphically depicted by “world” and by “aion”? Luke has for “kosmos” “oikoomene”, which

admits of the same remark.

31 Nota do tradutor: OIKOOMENE…termo grego, significa mundo [a partir do do séc. IV a.C.] habitado pelos gregos em contraste com o mundo habitado pelos bárbaros; conforme Aristóteles empregava-se para o mundo habitado inclusive pelos bárbaros, IV a.C, em contraste com as áreas não habitadas [o ermo]; durante o período romano, após a conquista do Oriente em 2 a.C., oikoomene era empregado para as terras habitadas do império romano. Assim, a princípio o termo tinha um conceito geográfico e cultural; depois passou a ter um conceito político. OIKOOMENE ocorre 15 vezes no NT, sendo 8 no Evangelho de Lucas e 3 vezes em Apocalipse. Geralmente se emprega conforme o uso popular, como mundo habitado. Lc. 2.1 [...convocando toda população do império [oikoomene]] – Lucas aqui usa para mundo habitado do império romano. Paulo só usa o termo em Rm. 10.18 [...até os confins do [oikoomene] mundo]. No NT, oikoomene não é a “comunhão dos cristãos”, mas sim eklesia. Dicionário Internacional de Teologia do NT, vol. 4, pp. 601-603.

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Page 37: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Mt. 24.14. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo [oikomene], para testemunho a todas as nações. Então, virá o

fim

Lc. 4.5. E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo [oikoomene], para testemunho a todas as nações. Então, virá o

fim

Lc. 21.26. haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo [oikoomene]; pois os

poderes dos céus serão abalado

At. 11.28. e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo Espírito, que estava para vir grande fome por todo o

mundo [oikoomene], a qual sobreveio nos dias de Cláudio

At. 24.5. Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo

[oikoomene], sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos

At. 17.6. Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm

transtornado o mundo [oikoomene] chegaram também aqui

Rm. 10.18. Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até

aos confins do mundo [oikoomene]

Hb. 1.6. E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo [oikoomene], diz: E todos os anjos de Deus o adorem

Hb. 2.5. Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo [oikoomene] que há de vir, sobre o qual estamos falando

Ap. 3.10. Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o

mundo [oikoomene] inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra

Ap. 16.14. porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo [oikoomene] inteiro com o

fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso

Nos textos paralelos, a objeção quanto a ausência da palavra “kosmos” é eliminada onde Mateus, Marcos

e Lucas concordam na tradução de seus originais com o termo “ganhar o mundo inteiro”, (Mt. 16.26. que aproveitará o homem

se ganhar o kosmos inteiro...; Mc. 8.36. que aproveita ao homem ganhar o kosmos[mundo] inteiro...; Lc. 9.25. o homem

ganhar o kosmos [mundo] inteiro...). Conseqüentemente, Dalman reconhece que a partir do que é dito, alguma plausibilidade

pode prevalecer para o uso do termo aramaico “mundo”; mas logo em seguida, reduz a concessão admitida de má vontade

por observar na conclusão de “que existe a possibilidade de remover também este exemplo do uso do termo “alam” para

kosmos” do discurso de Jesus, [LIVRO, P. 21] ou por tomar “Alma” [aramaico: [עלמ – Alam ou עלמא – Alma:

eternidade, para sempre] no sentido de “zeitlichkeit” [termo alemão: temporalidade] [expansão do tempo], ou por substituir o

termo “todo o kosmos” por “toda a terra”.

É por si mesmo evidente que em Mt. 5.13,14 o tradutor encontrou duas palavras diferentes para o original:

[sal da terra e luz do mundo]. Existe uma conjectura em favor de “luz” como estando associada a “mundo” e “sal” a “terra”.

Enquanto, na verdade, em ambas as figuras, a humanidade é entendida como aquela que deve ser iluminada e salgada,

contudo a difusão da luz como um elemento mais volátil é mais naturalmente ligada à idéia de “mundo”, e o sal como um

elemento materialmente penetrante liga-se mais facilmente a “terra”. O “ai” que é proclamado sobre o kosmos, não ficaria bem

se fosse invocado sobre a terra, o que cairia em um estilo realista extremamente apocalíptico: [Mt. 18.7. ai do mundo

[kosmos] Ap. 8.13. ai...dos que moram na terra; Ap. 12.12. ai da terra].

Where Matthew, Mark, and Luke agree in redering their original with “gaining the whole world,”

Matt. 15.26; Mk. 8.36; Lc. 9.25 the argument from absence of kosmos in a parallel text is eliminated. Hence Dalman

ackownledges that from the saying some plausibility may be obtained for the use of the Aramaic term “world”, but he

thereupon straightway weakens the grudgingly granted concession by observing at the close ”that the possibility

exists to remove also this example of the use of ‘alam’ for “kosmos” from the speech of Jesus, [BOOK, 21] by

either taking ‘alma’ in the sense of ‘Zeitlichkeit’ [time-expanse], or putting back of ‘the whole kosmos’ ‘all the earth’

[ar’a].” That in the combination “light of the kosmos” and “salt to the earth”, Matt. 5.14, the translator must have

found two different words in his original, is self-evident. There is a presumption in favor of light having been

associated with “world” ad salt with “earth”. While as a matter of fact in both figures humanity is meant as that which

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Page 38: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA is to be enlightened and to be salted, yet the diffusion of light as the more volatile element is more naturally joined to

the idea of “world” and that of salt as a materially penetrating element oins itself most easily to “earth”. The “woe”

that is proclaimed upon the kosmos, could not very well, without falling into extremely realistic apocalyptic, have

been called down upon the earth.

Consideremos as passagens a seguir transcritas:

Mt. 13.38. o campo é o mundo [kosmos]

Mt. 26.13....onde for pregado em todo o mundo [kosmos] este evangelho...

Mc. 14.9. onde for pregado em todo o mundo [kosmos] este evangelho...

Mc. 16.15. ide por todo o mundo [kosmos] e pregai o evangelho a toda criatura [ktisis]

Mt. 24.14. e sera pregado este evangelho do reino por todo o mundo [oikoumene] para testemunho a todas as nações [ethnes]

Mc. 13.10. mas é necessário primeiro que o evangelho seja pregado a todas as nações [ethnos]...

Mt. 28.19. fazei discípulos de todas as nações [ethnos]

Lc. 4.5. e lhe mostrou todos os reinos do mundo [oikoumene]

Lc. 12.30. porque os gentios [ethnos – nações] de todo o mundo [kosmos] é que buscam estas coisas...

Lc. 11.50. se peçam contas do sangue dos Profetas derramado desde a fundação do mundo [kosmos]

Lc. 20.34...os filhos deste mundo [aion - era] casam e se dão em casamento...

Lc. 21.26,34. Desmaiarão pelas coisas que sobrevirão ao mundo [oikoumene]...v. 34. Das preocupações deste mundo [Biotikos]....

Mt. 25.34. Entrai na posse do reino que vos está preparada desde a fundação do mundo [kosmos]

Lc. 16.8. porque os filhos do mundo [aion - era] são mais hábeis na sua própria geração...

Lc. 18.30. e no mundo [aion - era] por vir a vida eterna...

Mt. 24.21. porque nesse tempo haverá grande tribulação como desde o princípio do mundo [kosmos] até agora não tem havido nem

haverá jamais...

Mc. 10.6. desde o princípio da criação [ktisis] Deus os fez homem e mulher...

Mc. 13.19. Tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo [ktisis]...v. 35.

Mt. 13.35. Abrirei em parábolas a minha boca; publicarei coisas ocultas desde a criação [katabole] do mundo [kosmo ]

Sl. 78.2. [no texto da LXX corresponde a: Sl. 77.2]: abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos [arque -

princípio, origem]

Dos textos acima transcritos temos:

As frase que descrevem a pregação do evangelho ao mundo [kosmos]: Mt. 13.38; 26.13; Mc. 14.9; Mc. 16.15 [e outros textos acima transcritos nos Sinóticos usando kosmos]

Ou referência o mundo com o termo grego [destacando oikoumene]: Mt. 24.14; Lc. 4.5; Lc. 21.26;

A toda criatura [kitisis – criação] e/ ou a todas as nações/ gentios [ethnos]: Mc. 16.15 [ktisis - criatura]; Lc. 12.30 [gentios - ethnes e kosmos]; Mt. 24.14 [mundo - oukoumene e

ethnes – nações]; Mc. 13.10 [ethnes – nações]; Lc. 21.26 [oikoumene – nações]; Mc.13.19 [mundo -

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA ktisis]; Mc. 10.6 [criação - ktisis]

As frases que descrevem a pregação do evangelho ao [mundo] kosmos [Mt. 18.38; 26.13; Mc. 16.9; 16.15]

permitem de igual modo a tradução como “a [toda] a terra”; ainda assim não auxiliariam em uma decisão. Do mesmo modo,

de maneira similar com estas passagens já transcritas acima que usam os termos ethnes, ktisis [criatura32], e oikoumene

soam mais naturalmente ou mais facilmente entendidas como “o mundo” do que “a terra”; a citação de Mt. 13.35 à partir do Sl.

78.2 traduz a partir da LXX como “a fundação do mundo” sem especificações complementares quanto ao “início” “antiguidade”

referido nos textos hebraico ou grego do AT. Tomando todo o conjunto destas evidências parece difícil fugir da conclusão de

que o original aramaico do evangelista não estava familiarizado tanto com o termo aramaico “Alma” equivalendo ao termo

“mundo”. Seria muito improvável assumir que em todos os exemplos citados, Jesus empregou os termos em questão apenas

com um significado temporário [LIVRO, P. 22] ou não pronunciou as expressões em suas formas apresentadas de

modo geral33.

The phrases descriptive of the preaching of the gospel to the kosmos, Matt. 13.38; 26.13; Mk. 14.9;

16.15 would allow equally well of the rendering “to the [whole] earth”, and therefore do not help to a decision. Quite

synonymously with these are used “in the whole oikoomene,” Matt. 24.14 and “to all the etne [nations]”, Mk. 13.10;

Matt. 28.19; “to the whole ktisis” 25 25 25 25 25 25 , Lk. 16.15, cp. “ta ethne too kosmos”, Lk. 12.30; “from the

foundation of the kosmos”, Matt. 25.34; Lk. 11.50; “from the beginning of the kosmos”, Mattt. 24.41; “from the

beginning of the ktisis”, Mk. 10.6; 13.19; these are certainly more natural expressions when understood of “the world”

than of “the earth”; the quotation in Matt. 13.35 from Ps. 78.2 puts “foundation of the world” for the Sept. “from the

beginning” which has no further specification as to the beginning of what is meant. Taking all the evidence together it

seems hard to escape the conclusion, that the Aramaic original of the Evangelist was not familiar with “Alma” as

“world”. It would be highly precarious to assume that in all the instances quoted Jesus employed the word with a

[BOOK, P. 22] time-meaning only, or did not speak the saying in their present form at all 26 26 26 26 26

26 26 26 26 26.

Antes de descartarmos estes casos examinados nos Sinóticos a questão pode ser colocada, seja kosmos

ou Olam, se assumidos levarem em si alguma associação com o mal. Seria o termo “mundo” na linguagem de Jesus um título

neutro ou com conotação má ou perversa? Sem dúvida que os reinos do mundo oferecidos por Satanás são concebidos como

fazendo parte de um mundo perverso34. O kosmos sobre o qual o “ai” é pronunciado em Mt. 18.7 [ai do mundo [kosmos] por

causa dos escândalos, porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!] por causa

dos delitos a ele atribuídos, é no mínimo em um sentido potencial, objeto de condenação, mas até que ponto esta

condenação se associa ou penetra na palavra “kosmos” em si mesma é difícil de determinar35. O kosmos que necessita

receber sua luz dos discípulos é um mundo nas trevas e sem luz num sentido moral. Este mesmo kosmos é comparável ao

campo dentro do qual a semente é semeada [Mt. 13.37,38. O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, o campo é o

mundo, a boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do maligno...], da mesma maneira, kosmos está em uma

esfera fora do âmbito da salvação. As nações do kosmos buscam as coisas desta vida em distinção dos discípulos que

buscam o Reino de Deus [Mt. 6.32,33; Lc. 12.29-31]. Assim a natureza destas nações descritas deste modo dificilmente pode

evitar imprimir sobre si mesmas o caráter do mundo que elas compõe. Noutros casos, qualquer outra avaliação ética ou

religiosa é dispensável36.

Before dismissing these Synoptical cases the question may be put, whether the kosmos-olam, if

assume to be present in them, carries with it any association of evil. Is “the world” in the parlance of Jesus a bad or a

neutral name? The kingdoms of the world offered by Satan are undoubtedly conceived as making up an evil world.

32 Deve ser lembrado que “ktisis - criatura” pode designar “a criação da raça humana”; Dalman, Die Worte Jesu, p. 144. 33 Considerar com respeito à “Olam” [hebraico: Eternidade] ou a “Alam” [aramaico: eternidade] como exclusivamente conceito de tempo não é permitido pela natureza da referência; por exemplo, “a fundação do mundo”, onde a tradução para “fundação das eras” não faz sentido. A escolha repousa entre três opções: 1. “mundo”; 2. “terra”, e 3. a negação crítica das expressões [da Escola da Alta Crítica] de Jesus. 34 Ap. 11.15. “O reino do mundo se tornou so Nosso do Senhor e do seu Cristo” fornece um paralelo, apesar de que “o reino” aqui está no singular e poderia significar “reinado”. 35 Na última metade do verso em Mt. 18.7, a aplicação é individualizada com “ai do homem”, mostrando a natureza perversa da pessoa em questão. 36 A exposição acima mostra que a conotação perversa de “Ai do kosmos”, tão proeminente em João [Todas usam o termo kosmos para mundo: Jo. 1.10; 8.23; 9.39; 12.19; 16.33; 17.14; 17.21; 1 Jo. 2.15; 3.13; 4.5], nao é inteiramente ausente dos Sinóticos. Complementarmente, ela indica que o uso de Jesus do conceito de “mundo” contém os mesmos elementos dos de Paulo; apesar de que a conotação ética não é tão enfática e nem tão sistemática como com os Apóstolos.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

27 27 27 27 27 27 27 27 27 27 . The kosmos upon which the “woe” is pronounced on account of the

offenses bound to come in it, Matt. 18.7, is at least in a potential sense, an object of condemnation, but to what extent

this enters into the word “kosmos” itself is harder to determine 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28 28

28 28 28 28. The kosmos that need to derive its light from the disciples is a darkened world in a moral sense.

The kosmos comparable to the to ghe field into which the seed is sown is likewise a sphere outside the pale of

salvation. The nations of the kosmos seek after the things of this life in distinction from the disciples who seek after

the kingdom of God, and the character of these nations which are thus described can scarcely avoid impressing itself

upon the world they compose. Into the other cases no ethical or religious appraisal need enter 29 29 29 29 29

29 29 29 29.

Retornando a Paulo, podemos procurar na literatura primitiva ou na judaica [não canônica]

contemporânea37. [LIVRO, P. 23] As seções 72 a 82 do livro de Enoque [datado de aproximadamente 100 a.C.] se

referem a vários períodos de tempo com respeito à criação do “mundo”, capítulos 72.1; 75.3; 81.1,5,7. Em outra divisão do

mesmo livro, capítulos 91 a 104, datados da mesma época já referida, “A Revelação do Julgamento de todo o mundo” é

proferida, cap. 91.14; aqui, as idéias de totalidade e perversidade se misturam. “A Assunção de Moisés” [preservada em latim,

cerca de 50 a 100 A.D.] fala da “orbis terrarum” [o mundo] e também de “saeculum” [o mundo38]. Todos estes dois termos se

baseiam na palavra do original. O Apocalipse de Baruch [acredita-se que contém seções com diferentes datações] em suas

partes mais antigas, talvez não tão remotamente deslocadas de Paulo, tem igualmente o termo siríaco no sentido de “mundo”;

o grego serve como base para o siríaco de modo que deve ser lido “kosmos”, nos capítulos: 54.1; 56.2; 73.1,5 [no texto

siríaco]. O livro dos Jubileus [o último século antes de Cristo] fala das “gerações dos séculos” e Deus é chamado “O Deus dos

séculos”, frases nas quais o termo latino “saeculum” claramente parece ser tradução do grego “kosmos”, apesar do conceito

de tempo não estar totalmente excluído, capítulos 10.17 e 25.23; também o termo “terra” precisa ser identificado com o

original. Finalmente, o livro de IV Esdras [O Apocalipse judaico de Esdras, mais conhecido como 2 ou 4 Esdras] que tem sua

parte principal datada do final do primeiro século ou do início do segundo século A.D., faz freqüentes menções à “criação do

saeculum” [no texto siríaco: “’alma”] enquanto em outras partes refere a “aion”, podendo isto ser a palavra que pressupõe

[LIVRO, P. 24] o grego original; mesmo este termo não seria excluído do significado da palavra “mundo” como em Hb.

1.2 [Filho...pelo qual também fez o [kosmos] universo...]; o cap. 10.3 de IV Esdras confirma. O motivo porque Dalman julga

que “aion” deve ter permeado todo o grego não está bem claro39.

About to return to Paul we may cast a look around in the earlier or contemporary Jewish [non-

canonical] literature 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30.

[BOOK, P. 23] The section lxxii – lxxxii of the Book of Enoch [about 100 B.C.] refers several

times to the created “world”, lxxii.1; lxxv.3,8; lxxxi.1,5,7. In another division of the same book, xci – civ [about the

same date], “the revelation of the judgment of the whole world” is spoken of, xci. 14; the ideas of totality and of

wickedness mingle here. The Assumptio Moses [preserved in Latin, about A.D. 50-100 speaks of the “orbis

terrarium,” and also of “saeculum” 31 31 31 31 31 31 31 31 31. Both of these rest on the world-sense of

the underlying original. The Apocalypse of Baruch [believed to contain sections of varying dates] has even in its older

parts, not perhaps so very far removed from Paul, the Syriac term in the sense of “world”; the Greek lying back on the

Syriac must have read “kosmos”, liv. 1; lvi.2,3; lxxiii.1,5. The Book of Jubilees [last century before Christ] speaks of

the “generations of the saeculum” and God is called “the God of saeculum”, phrases in which the Latin “saeculum”

plainly seems intended to render the Greek “kosmos”, although the time-conception is not wholly excluded, x.17;

37 Não há necessidade de considerar os escritos helenistas como Macabeus II, Macabeus IV e Sabedoria visto que eles suam livremente o termo “kosmos”. O que estamos buscando é retroceder e investigar o termo semítico equivalente a “Kosmos”. 38 No latim do Criatianismo, o substantivo “saeculum” significa tanto “era” geração, tempo presente, também de “sequi” – seguir,escoltar, acompanhar, almejar, como “mundo”. Este último como um significado secundário de inferioridade proveniente da perspectiva de outra cosmovisão. Daí “secular”, de “saecularis”, ou “pertencendo ao mundo”. O saeculum é transitório em sua natureza, ou seja, em seu aspecto temporal. Este modo de falar nao é inerente ao latim; parece ter sido importado do idioma judaico ou do vocabulário cristão. A frase litúrgica “in saecula saeculorum” significa, igualmente, seguindo o padrão escriturístico [tanto hebreu como grego] “pelos séculos dos séculos”, ou pelos séculos sem fim. A expressão adquire um tom estranho somente quando é usada a palavra “mundo” na versão em inglês; daí a expressão se torna “mundo sem fim”. Primeiramente, isto parece implicar numa confusão entre os dois significados de “saeculum”, onde foi escolhida a palavra “mundo” onde o termo indicado seria “era”. Mas somos informados por lexicógrafos que no inglês arcaico, do mesmo modo, a palavra “mundo” já tinha tido um significado relacionado ao tempo. Devido a isto, “mundo sem fim” pode nao ter soado tão estranho para os primeiros 1ouvintes, como soaria para nós atualmente. 39 Die Worte Jesu, [Palavras de Jesus] p. 140.

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Page 41: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA xxv.23; also the possibility that “earth was meant in the original may have to be reckoned with.” Finally, 4 Ezra [Apoc.

Of Ezra], in the mains dating at the latest from the close of the First or the binginning of the Secons Century A.D.,

makes frequent mention of “the created saeculum” [in the Syriac text “ ‘alma”], and while in some instances “aion”

may be the word presupposed [BOOK, P. 24] in the original Greek, even this would not bar out the sense of

“world,” as Heb. 1.2; 11.3 prove. The reason why Dalman thinks that “aion” must have stood everywhere in the Greek

is not plain 32 32 32 32 32 32 32 32 32.

A literatura judaica tardia nada acrescenta sobre as circunstancias com respeito às palavras de Jesus ou

quanto aos escritos de Paulo. Depois de termos examinado o ambiente mais próximo ou mais remoto do nosso Senhor e de

seu Apóstolo, procederemos ao levantamento de certos pontos ainda indeterminados e sobre os quais, talvez, a investigação

concluída lançará alguma luz. A questão que surge naturalmente, em torno da literatura judaica ou cristã, é se o termo “aion”

foi traduzida duplamente para “era” e para “mundo”, pois traços deste último são perceptíveis em Paulo.

The later Jewish literature has no further bearing on the situation in the words of Jesus of the

writings of Paul. After having looked around in the environment, nearer of more remote, of our Lord and his Apostle,

we now proceed to take up certain points yet undetermined and on which perhaps the enquiry just concluded may

cast some light. The question naturally arises, whether, if in the surrounding literature [Jewish or Christian] “aion”

was made to render double service for “age” and “world”, traces of the latter are discoberable with Paul.

Rm. 12.2. e não vos conformeis com este século [to aioni touto] [tw/| aivw/ni tou,tw]...

1 Co. 2.6,8. Expomos sabedoria...não porém a sabedoria deste século [toutou aion] [ouv tou/ aivw/noj tou,tou]...v. 8. Sabedoria esta

que nenhum dos poderosos deste século [tou aionos touto] [tou/ aivw/noj tou,tou] conheceu...

1 Co. 3.18. se alguém de vós se tem por sábio neste século [to aioni touto] [tw/| aivw/ni tou,tw]

2 Co. 4.4. nos quais o deus deste século [tou aionos touto] [tou/ aivw/noj tou,tou] cegou o entendimento...

Gl. 1.4. o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo [tou enestotos aionos] [tou/

evnestw/toj aivw/noj] perverso [ek aion]

1 Tm. 6.17. exorta os ricos do presente século [en to nun aioni] [evn tw/| nu/n aivw/ni]

1 Co. 3.19...porque a sabedoria deste mundo [tou kosmos touto] [tou/ ko,smou tou,tou] é loucura diante de Deus...

2 Tm. 4.10...porque Demas, tendo amado o presente século [nun aion] me abandonou...

Tt. 2.12....vivamos no presente século [nu/n aivw/ni] [nun aioni] sensata, justa e piedosamente...

1 Tm. 6.17; 2 Tm. 4.10 e Tt. 2.12. [exceto na: NAS e NIV que usam: “presente age” presente era] biblias na lingua inglesa versões:

ASV, GNV, KJV, RSV, NAS, NIV: “in the present world” [no presente mundo ]

Ef. 2.2. nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo [aiona tou kosmos] [aivw/na tou/ ko,smou], segundo o príncipe da

potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência...

Nas seguintes passagens temos “este século/ mundo”: Rm. 12.2; 1 Co. 2.6,8; 3.18; 2 Co. 4.4; Gl. 1.4; 1

Tm. 4.17, [acima transcritas]; assim, esta possibilidade deve ser reconhecida; por outro lado, onde não está presente o termo

[este/ deste século] “esta aion” [to aioni touto], mas está presente o termo “a presente era - século” [...nun aion], a referencia

restrita ao tempo tem muito mais razoabilidade. Com “kosmos” este “nun” não é encontrado, enquanto “touto -este” está em 1

Co. 3.19. Apesar de Paulo estar mais ligado ao termo “esta era” e “este mundo”, contudo não é igualmente confuso empregar

os dois termos em questão [no mesmo verso]; assim isto ocorre em Ef. 2.2. [curso - aion deste mundo - kosmos] [o aion deste

kosmos]; aqui a suposição é de que o kosmos, concebido como perverso, um complexo de vida ou tempo de perversidade

pertence, um afeta o outro e sendo inseparável do outro, mas nenhum o menos conceitual e linguisticamente distinguível do

outro. Sobre o todo, termos de afirmar que o esquema do mundo segue o esquema do tempo, e não o inverso; isto não

sucede sem conseqüências teológicas para a interpretação da idéia do Apóstolo com respeito a kosmos considerado como

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Page 42: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA perverso40.

For Rom. 12.2; 1 Cor. 2,6,8; 3.18; 2 Cor. 4.4; Gal. 1.4; 1 Tim. 4.17 the possibility of this must be

admitted; on the other hand where not “this aion” but the present age [“ho nun aion”] appears, the strict time-

reference has more plausibility. With “kosmos” this “nun” is not found, whilst “hootos” is, 1 Cor. 3.19. That Paul,

though closely associating “this age” and “this world”, yet did not quite promiscuously employ them follows from

their joint-occurrence in Eph. 1.2; “wherein ye once walked according to the aion of this kosmos”; here the

supposition is that to the kosmos [conceived as evil] an evil time- or life-complexion belongs, the one affectiong the

other, but none the less conceptually and lisguistically cistinguishable the one form the other. On the whole we shall

have to say that the world-scheme follows the time-scheme, not the reverse; this is not without theological

importance for the interpretation of the Apostle’s idea of the kosmos as evil 33 33 33 33 33 33 33 33 33 33

33.

[LIVRO, P. 25] Nós já percebemos que a distinção entre “esta era” e “a era porvir” está em um curso

de continuidade sucessiva. Logo que uma cessa a outra inicia, ou no mínimo, ali é o seu ponto inicial. Mesmo os premilenistas

não têm condições de objetar contra esta declaração, visto que o milênio no seu esquema pode em parte ser identificado com

a “era porvir” como sendo o início da mesma. O próprio nome “aion – era porvir” não é meramente indicativo de futuridade,

mas também leva em si o elemento de continuidade direta. Se isso fosse de outro modo, então, toda a cadeia do esquema

planejado para abranger todas coisas e eventos no universo desde o início até a consumação desabaria pela falta da conexão

omitida no meio do processo. [LIVRO, P. 26] Afirmar que um pecado não será perdoado nem na presente era nem na

era porvir, nunca poderia ter servido como padrão de algo imperdoável absoluto ad infinitum, Mt. 12.32, se fosse concebível

uma lacuna entre as duas eras. “Os governantes desta era” estão em via de serem reduzidos a nada [particípio presente], 1

Co. 2.6 [Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século [touto aion], nem a

dos poderosos desta época [touto aion], que se reduzem a nada], o que implica que depois de suas conquistas a era na qual

eles governaram deve cessar. Nós, também, devemos relembrar que Paulo, da mesma maneira que o fez nosso Senhor,

herdou esta distinção da teologia judaica ou apocalíptica, onde, sem dúvida, havia o sentido de continuidade. Ainda que

houvesse alguém que negasse seu uso geral no Judaísmo, a sucessividade claramente pertence ao mesmo, seria decisiva a

seguir, no período que se segue, com respeito a esta questão. A estreita associação entre aion e komos é referida em 1 Co.

7.31 [e os que se utilizam do mundo [kosmos], como se dele não usassem, porque a aparência [schema] deste mundo

[kosmos] passa...]: o schema deste mundo passa para dar lugar a outro schema. “O fim das aions [eras]” tem vindo sobre os

crentes, 1 Co. 10.11 [estas coisas lhes sobrevieram com exemplo, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros,

sobre quem os fins dos séculos [aion] têm chegado...]. Conforme será posteriormente demonstrado, o “pleroma too chronos”

[a plenitude dos tempos], prioritaramente, não tem a ver com a idéia de que o “tempo chegou ao seu estágio plenamente

maduro” [este é uma sentido secundário]; antes, esta “plenitude do tempo” indica a chegada da presente dispensação do

tempo com seu objetivo final de cumprimento através da aparição do Messias, Gl. 4.4. vindo, porém, [a plenitude dos tempos]

40 Pode ser de algum interesse observar a tradução de algumas versões das Bíblias em inglês, inclinadas, em alguma medida a equívocos quanto ao termo “aion”. A versão autorizada, A.V., traduz “aion” em todos os casos como “mundo”, exceto em Ef. 2.2, onde “aion” e “kosmos” ocorrem no mesmo versículo/ frase [aion tou kosmos]; conseqüentemente “aion” requer algum outro termo, tendo sido escolhida a palavra “curso” para tradução; esta escolha da tradução de “aion” em seu sentido temporal não seria mal, mas a palavra “curso” inevitavelmente desperta uma impressão equivocada como se estivesse expressando “maneira de conduta”, o que não exprime um conceito tão abrangente que qual Paulo desejava expressar. Em Mt. 13.22 e Mc. 4.19 [os cuidados deste mundo - aion], na A.V. foi adicionado o pronome “este” o qual não está no original; o advérbio “nun” em 1 Tm. 6.17, 2 Tm. 4.10, e Tt. 2.12 [nun aion] [nu/n aivw/ni] não impediram a tradução “mundo”; também não tem sido apontado o contraste entre “esta aion” e “a aion porvir”; em Mt. 12.32 […não lhe sera

perdoado nem neste mundo nem no porvir…[aivw/ni ou;te evn tw/| me,llonti]; [Hb. 9.26: katabolh/j ko,smou\[[fundação do mundo – katabole

kosmos] nun/ de. a[pax evpi. suntelei,a| tw/n aivw,nwn [consumação das eras - mundo – synteleia ton aionon]]; Hb. 9.26 evita a citação de

“consumação do mundo”; exceto a KJV que traduz “end of the world” [consumação do mundo], todas as outras versões [em inglês] citadas evita a palavra mundo neste trecho do verso; também, por outro lado, em Hb. 9.26 o plural “aionos” não evita a tradução mundo [singular], a qual seria confirmado por Hb. 1.2 [...por quem fez as aionas - plural ] [VRA – pelo qual também fez o universo...] [Versões em inglês: ASV, GNV, KJV: “fez os mundos”] e 11.3. [entendemos que o universo [aionas - plural] foi formado pela...] [versões em inglês: ASV, KJV, NAS: “os mundos”]; nestas duas passagens de Hebreus nas versões em inglês encontramos a tradução para “mundos” [plural]; o caso de Hb. 9.26 e que as duas outras passagens não estão traduzidas da mesma maneira por causa que na última passagem a idéia de “formado” as “eras – mundos - aionas” entra, o que é positivamente uma demanda do termo “mundo”; na outra passagem [Hb. 9.26] o assunto é duvidoso; a RV tem “eras” na segunda metade do verso; este procedimento da A.V. tem o mérito da uniformidade; em alguns casos, sem dúvida nenhuma, está correto; em outros certamente está incorreto; o pior é que isto oculta um problema com respeito ao leito que não está familiarizado com o original. As versões RV e a ARV., a medida que a leitura do texto está relacionada, tem, na principal parte, se adaptado à AV, mas pela leitura marginal o termo “era” em quase todos os casos rememora o problema, o qual investigações lingüísticas dos tempos modernos tem trazido mais claramente à luz. Ainda, ele poderiam ter mostrado menos conservadorismo no assunto; por exemplo, Mt. 12.32; Mc. 10.30; Ef. 1.21; 2.2; por outro lado, o “curso desta era” dificilmente poderia ser um aperfeiçoamento no “curso deste mundo”; aqui a sugestão marginal de “era” estaria bem melhor se fosse omitida. Quanto a todas as revisões, estão são melhor orientadas, não muito por causa das traduções de seus textos estarem mais corretas, mas porque em suas notas marginais elas refletem a incerteza da interpretação, a qual também pode ser uma função legítima da interpretação.

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Page 43: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA [pleroma tou khrono [plh,rwma tou/ cro,nou], Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei...] e Ef. 1.10. de

fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos [pleromatos ton kairon] [plhrw,matoj tw/n kairw/n], todas as

coisas, tanto as do céu, como as da terra...]. Entendido deste modo, a expressão em questão demonstra a transição imediata

de chronos para algo que vai além do mesmo.

[BOOK, P. 25] We have already seen that the distinction between “this age” and “the age to

come” lies in the line of successiveness. Where, and as soon as, the one ceases, the other begins, or at least is at the

point of beginning. Even pre-millennarians can heve no objection to this statement, inasmuch as under their scheme

the millennium could in part be indentified with the age to come as the beginning thereof. The very name “coming

aion” is not merely expressive of futurity, but also carries within itself the element of direct successiveness. Were this

otherwise, then the entire closely-knit scheme intended to comprehend all happenings in the universe from beginning

to end would fall into piedes, because of the lacking link in the [LIVRO, P. 26] middle. To say that a sin will not

be forgiven either in this age or in the age to come could never have served as a formula for absolute

unforgivableness ad infinitum, Matt. 12.32, if there were conceived a gap between the two aions. “The rulers of this

age” are in process of being broght to nought [present participle], I or ii.6, which implies that after their conquest the

aion in which they have ruled ceases. We should also remember that Paul, no less than our Lord, inherit this

distinction from Jewish theology or Apocalyptic, where it undoubtedly had the meaning of successiveness. Even,

were one to deny its pre-Pauline currency in Judaism, the successiveness plainly belonging to it soon afterwards

would be decisive on this point. The close association between aion and kosmos compels the same conclusion, for of

the kosmos it is said, 1 Cor. 7.31 that its schema passes away: it passes away to make room for another schema .

“The ends of the aions” have come upon believers, 1 Cor. 10.11. As will be afterwards shown the “pleroma too

chronoo,” “the fullness of time” [plh,rwma tou/ cro,nou], Gl. 4.4] has nothing to do in the first place with the idea of

“ripness of times"; it designates the arrival of the present dispensation of time at its predeterminated goal of

fulfillment through the appearance of the Messiah, Gal. 4.4; cp. Eph. 1.10. Thus understood it signifies the immediate

transition form chromos to something else.

Este modo contínuo de olhar o progresso escatológico, para Paulo não era algo puramente formal. Tal

aspecto é característico de um movimento grandioso e impressionante que abrange toda a história. Quando plenamente

repleto com o conteúdo da própria história, ele adquire a qualidade do mais intenso de um realismo dramático. Este drama se

desenvolve em um movimento acelerado até o ponto de desenlace e consumação. Assim, pois, ele envolve a maior parte das

questões religiosas práticas dos Apóstolos, assim como também molda sua perspectiva com respeito à estrutura da fé cristã.

Na verdade, alguns escritores sustentam que nada além de uma escatologia puramente judaica, ou na melhor das hipóteses,

cristã primitiva, [LIVRO, P. 27] com pequenas modificações, está reproduzida neste ensinamento41. Ainda que tal ideia

estivesse correta, não provaria necessariamente a inutilidade ou superficialidade da mesma como herança conceitual e

existencial. A religião judaica, porém, não era inteiramente desprovida de entusiasmo genuíno; principalmente em sua fase

apocalíptica, ela revela um interesse sincero nas questões finais do porvir, do mesmo modo que foi bem além quanto ao

pessimismo com respeito ao mundo sobrenatural ou mesmo com curiosidade mórbida que incita à especulação42. Assim,

nada mais se poderia dizer a este respeito, visto que a relação de Paulo com estas questões [com a Escatologia Judaica] é

bem remota e na realidade, especulativa do mesmo modo que as mesmas eram para o Judaísmo43 [LIVRO, P. 28] Para

41 Pfleiderer, Paulinism, vol. I, p. 259; Bruckner, Entstehung der Paulinischen Christologie,[O Surgimento da Cristologia Paulina] pp. 173 ss; Johannes Hoffman, Das Abendmahl im Urchristenthum,[A Última Ceia no Cristianismo Original] p. 139; Deissmann, Th. L. Z., 1898, Sp. 14. 42 Baldensperger, Das Selbstbewusstsein Jesu im Lichte der Messianischen Hoffnungen seiner Zeit,[A Auto-consciência de Jesus à Luz da Esperança Messiânica de seu tempo] 3ª Ed., 1903, acredita que o caráter apocalíptico com um influência considerável da transcendentalização e espiritualização daquela religião, em sua opinião, encontra sua expressão suprema no Cristianismo. 43 Acrescentamos, oportunamente, algumas poucas observações da relação entre a Escatologia Paulina e a Escatologia Judaica. Este contraste formal entre a era presente e a era porvir, para Paulo [ou para Jesus] era derivado de fontes já demonstradas. Este contraste, não é puramente formal, pois ele implica em uma depreciação relativa de qualidade ético – religiosa da era presente. Mas não há outros pontos de concordância entre o ensino de Paulo e o Judaico, apesar de que tais coisas ser relacionam mais a detalhes do que com aspectos abrangentes. Nós mencionamos a declaração a seguir, sem reivindicar caráter exaustividade para a mesma. Os santos ou anjos acompanharão o Messias na sua Vinda, Enoque 1.9; 4 Esdras. 7.28; 13.52; 14.9. Haverá o som de uma trombeta despertando os mortos, Oracula Sybillina 4.173. Tanto Deus como o Messias efetuam a ressurreição, Apocalipse de Baruque 85.15; Saltério de Salomão 11.96. Uma distinção é feita entre os mortos a serem ressuscitados e a reunião com o Messias com aqueles que são encontrados vivos na sua Segunda Vinda, Apocalipse de Baruque 14.2; 4 Esdras 7.28. Uma transformação acontecerá tanto nos que são ressuscitados como nos que estiverem vivos, Enoque 108.2; 4 Macabeu 4.22, apesar que o momento no tempo com respeito à transformação não é fixado [sobre esse ponto, vide capítulo posterior]; a impossibilidade de tendo parte no mundo futuro sem tal transformação é reconhecida; há também a concepção de estar “äusente” do corpo na morte, Testamento de Abraão 84.21; 95.23; as representações de que Deus será o Juiz e o Messias estará ali com os santos que julgarão o mundo, Enoque 100.4; 4 Esdras 12.32; Sabedoria de Salomão 3.8; é citado fogo como significando teste para a obra do homem, Apocalipse de Baruque 43.39. Logicamente que a

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Page 44: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Paulo, o próprio Messias que é o principal ator neste drama, tinha entrado em cena; ele esteve presente e de maneira

nenhuma poderia deixar de ser considerado, doravante, como figura dominante em todos os desenvolvimentos futuros.

Assim, para Paulo, Cristo estava extremamente próximo, totalmente completo, e onipresente, de maneira que na posição

central em que Ele ocupava, nada poderia permanecer periférico. A seguir, esperamos demonstrar que, na verdade, a

[LIVRO, P. 29] Cristologia e a Soteriologia do ensino do Apóstolo estão estreitamente entrelaçados entre si, de modo

que a questão colocada devia ser, qual das partes é central? E qual é periférica? A Escatologia teria uma reivindicação justa

para ocupar a posição central. Entretanto, na realidade, aqui não existe alternativa; há um movimento para diante e para trás

na ordem do pensamento em ambas as direções.

This straight horizontal way of looking at the eschatological progress was not with Paul a purely-

formal thing. There belong to it a grandiose sweep and impressive inclusiveness with regard to the whole of history.

When filled with the content of the latter it acquires the character of the most intense dramatic realism. It is drama,

and, besides that, drama hastening on with accelerated movement to the point of denouement and consumation.

Hence it engages the Apostle's most practical religious interest no less than that it moulds his theoretical view

concerning the structure of the Christian faith. Some writers have held, to be sure, that nothing but purely-jewish, or

at best primitive-Christian, eschatology [BOOK, P. 27] is with slight modifications reproduced in this

teaching.34 34 34 34. Even is this were correct, it would not necessarily prove the otioseness or perfunctoriness

of such an inheritance of thought and life. Jewish religion was not entirely barren of genuine enthusiam. Especially in

its Apocalyptic phase it reveals a heartfelt interest in the final issues to come, such as went far beyond to

speculation.35 35 35 35. And, what is more than this, Paul's relation to these matters could never be as distant

and at bottom speculative as was that of Judaism. 36 36 36 36. For to [BOOK, P. 28] Paul the chief actor in

this drama had come upon the scene; the Messiah had been present, and could not but be loocked upon as

henceforth the dominating figure in all further developments. And Christ was to Paul so close, so all-comprehensive

and all-pervasive, that nothing could remain peripheral wherin He occupied the central place. We hope presently to

show that, as a matter of fact, nor only the [BOOK, P. 29] Christology but also the Soteriology of the Apostles's

teaching is so closely interwoven with the Eschatology, that, were the question put, which of the strands is more

central, which mor peripheral, the eschatology would have as good a claim to the central place as the others. In

reality, however, there is no alternative here; there is backward and foward movement in the order of thought in both

directions.

Escatologia Judaica tem a sua base no Antigo Testamento. Isto, entretanto, não resulta em que seja achada concordância integral entre aquela escatologia e a de Paulo quanto a dados que vão além do Antigo Testamento. Não há como fugir; a única conclusão que resta é que uma porção da Teologia Judaica foi incorporada ao ensino do Apóstolo por Revelação divina. Quanto a is Paulo tem Jesus como seu único precursor. A estrutura principal do Apocalipse Judaico está incorporado no ensino do nosso Senhor Jesus, e também no ensino de Paulo. Além disto, 1 Ts. 4.15 [Ora, ainda vos declaramos, por Palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem...] demonstra que este ponto importante do programa escatológico do Apóstolo foi recebido diretamente por palavra do Senhor. Comparar também a vinda do Senhor como ladrão de noite, 1 Ts. 5.2 [o Dia do Senhor vem como ladrão de noite...] que parece também ter paralelo na literatura judaica, Mt. 24.43. [mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão...]. A exortação à ser vigilante, 1 Ts. 5.6ss [não durmamos com os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios...]; 1 Co. 16.13 [sede vigilantes...]; Ef. 6.18 [vigiando com toda perseverança...] pode ser lembrança de palavras similares pronunciadas por Jesus. O termo [episynagogue - evpisunagwgh/j] – “nossa reunião com Jesus”, 2 Ts. 2.1 [Irmãos, no que diz respeito à vinda do Senhor e à nossa reunião com ele...]

possivelmente seja um remanescente das palavras em Mt. 24.31 [e ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos dos quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus...]. A profecia dos grandes sofrimentos e perseguições como precedendo o fim podem ter, no mínimo, em alguns detalhes, reminiscências de Mt. 24.19ss [porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido nem haverá jamais...], comparar com 1 Ts. 3.3,4 [a fim de que ninguém se inquiete com estas tribulações...porque vós...sabeis que estamos designados para isto...3.4. pois quando ainda estávamos convosco, predissemos que íamos ser afligidos...]; 1 Co. 7.26,28 [considero por causa da angustiosa situação presente....28. ainda assim, tais pessoas sofrerão angústia na carne...]. O pensamento de que os santos julgarão o mundo oferece uma analogia parcial com a promessa de Jesus acerca dos Apóstolos julgando as doze tribos de Israel. A doutrina concernente à transformação do corpo encontra uma relação com o argumento do nosso Senhor com os saduceus.

Entretanto, no conjunto não deve ser esquecido que a Escatologia Paulina difere do Apocalipse Judaico no que diz respeito a características fundamentais. Em primeiro lugar, ela não é política. Conforme será demonstrado posteriormente, no esquema do Apóstolo não existe lugar para um reino provisório e terreno do Messias. A polemica de Paulo contra o paganismo é de natureza estritamente religiosa, Rm. 13.1ss. Os grandes poderes a serem destruídos são o “Pecado” e a “Morte”; a vitória a ser vencida sobre eles procede da “graça” e da “vida”, Rm. 5.17,21 [se pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo...5.21. a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor...]. A Escatologia Paulina é, contudo, mais individualista que a Judaica [embora não seja, em primeiro lugar, individualista]. Ela também é muito mais comedida, moderada e menos exuberante do que a Judaica, na qual fantasias exageradas têm funções que não são reduzidas. Com Paulo, o interesse especificamente religioso governa de modo soberano. Em tais assuntos, a imaginação sempre tende a se multiplicar e elaborar; o interesse religioso tende, precisamente, na direção oposta: ela simplifica e se concentra. Consequentemente, o fenômeno, de que a Escatologia Judaica oferece uma multidão de detalhes não harmonizados e nem harmonizáveis, enquanto em Paulo, encontramos um esquema comparativamente simples e consistente; cp. Wernle, Die Anfange unserer Religion [O Princípio da nossa Religião], p. 173.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA O já referido cunho intelectual religioso de Paulo é de natureza progressiva e que se projeta no futuro, o

qual se evidencia antes de tudo, a partir da sua função exercida nas Epistolas do Apóstolo por intermédio do conceito de

“esperança”. O papel do mesmo, decisivamente, é mais proeminente, ainda que não fosse em prol da necessidade de

enfatizar a idéia de fé por causa da natureza controversa desta. O crente deve abundar na esperança através do Espírito Rm.

15.13 [O Deus da esperança vos encha de todo gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do

Espírito Santo]. A esperança, juntamente com a fé e o amor forma a tríade dos três elementos duradouros, 1 Co. 13.1344. O

fruto seguinte do amadurecimento da experiência cristã consiste na esperança que não envergonha, visto que o antegozo da

vida porvir é derramado com abundância no coração do crente através do dom introdutório do Espírito Santo, Rm. 5.3b-5.

[sabendo que a tribulação produz perseverança; v.4. e a perseverança, experiência, e a experiência esperança, v. 5.

Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi

outorgado].

BOOK, P. 29] That the Apostle’s religious mentality was of a forward-looking character

appears first of all from the role played in his Epistles by the conception of “hope”. The role would undoubtedly have

been more prominent still, had it not been for the necessity of stressing the idea of faith on account of its

controversial importance. In hope the believer must abound through the Holy Spirit, Rom. 15.13. Together with faith

and love it enters into the triad of abiding things, 1 Cor. 13.13 37 37 37 37 37 37 37 37. The proximate fruit of

the ripening Christian experience consists in such hope as does not put to shame, inasmuch as the foretaste of the

life to come is shed abroad in the believer’s heart through the preliminary gift of the Holy Spirit, Rom. 5.4.

Rm. 8.24. porque na esperança fomos salvo. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?

1 Co. 13.13. agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

Ef. 2.12. naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo

esperança e sem Deus no mundo...

1 Ts. 4.13 [não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os

demais que não têm esperança...].

Rm. 15.13. E o Deus da esperança vos encha de todo gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do

44 [1 Co. 13.13. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor..]. Este “agora” em “agora permanecem” não pode ser restrito ao aspecto temporal, pois isto fica evidente no contraste entre o dom provisório e temporal e as três graças permanentes. O maior de todos os dons, o amor, permanece no estado final, sendo isto fácil de compreender. Com respeito à fé, a questão é mais difícil, pois Paulo em outra parte de seus escritos [2 Co. 5.7. visto que andamos por fé, e não pelo que vemos...] escreve que no tempo presente caminhamos pela fé [ou através da fé] em contraste com a caminhada futura, pelo que vemos [ou por aquilo que se vê]; ver também em 1 Co. 13.12 [Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido...] no mesmo contexto. A pressuposição é de que juntamente com o pleno cumprimento das promessas não haverá mais exigência do exercício da fé; porém, sempre haverá elementos na apreensão e possessão de Deus, elementos estes que devem permanecer inacessíveis à criatura, exceto através da fé. Deus como Deus, pelo seu próprio Ser, sob quaisquer circunstâncias, em grande medida, deve permanecer apreensível somente pela fé. Mas é diferente com respeito à esperança. Esta geralmente, como tal, tem seu próprio fim e objeto no estágio final, e de modo apropriado, com o advento do amor, parece se superar. Por isso a palavra se torna sugestiva ainda na perspectiva ulterior de realização dentro do estado final. Nem é suficiente dizer que a garantia de permanência e segurança das coisas alcançadas aparecem como objeto de uma esperança contínua; porém isto introduziria uma contradição na ideia Paulina de Consumação e além do mais, está diretamente em contradição com a declaração em Rm. 8.24. “ Porque na esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?”. Comparar com Backmann em Comentário ao NT, vol. 7, p. 405. A mesma tríade de fé, amor e esperança ocorre também em 1 Ts. 1.3 [recordando-nos diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo...], onde a esperança ocupa o terceiro lugar, e em 1 Ts. 5.8 [Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação...] com a mesma sequência., That "now" in "now abideth" can not be restricted to the temporal state is clear from the contrast between the provisional and temporary charismata and the abiding three graces. That love, the greatest of the three, remains in the final state is easy to understand. With regard to faith the matter is more difficult, because Paul elsewhere [2 Co. 5.7] puts the present walk in faith [or: through the region of faith] over against the future walk through or in sight [or: through the region of sight]; cp. also vs. 12 in the same context. The presupposition might be that, side by side with the promises fulfilled, and as such requiring no further functioning of faith, there will always be elements in the apprehension and possession of God which must remain inaccessible to the creature except through faith. God, as God, by his own Being, under all circumstances, must to a large extent remain apprehensible by faith alone. But it is differente with regard to hope. Hope ordinarily has its very terminus and object in the final state as such, and would accordingly with the arrival of the latter seem to supersede itself. Hence the word becomes suggestive of still ulterior vistas of realization within the final state. Nor is it sufficient to say that the abiding, assured retention of the attained things appears as an obect of ceaseless hoping; this would introduce a discordant not into the Pauline idea of consummation, and be moreover in direct contradiction to the statment of Rm. 8.24: "Porque na esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?". Cp. Bachmann in Zahn's Kom. z. NT., Vol. VII, p. 405. The same triad of faith, love and hope occurs also 1 Ts. 1.3, where hope occupies the third place, and 1 Ts. 8, with the same sequence.

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Page 46: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Espírito Santo...

1 Ts. 1.9-10. e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes ao Deus Vivo e verdadeiro, 10. E para

aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, que nos livra da ira vindoura...

Ef. 1.18. iluminados os olhos do vosso coração para saberdes qual a esperança do seu chamamento [klesis – vocação divina], qual

a riqueza da sua herança nos santos...

Ef. 4.4. há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação [klesis - convite

divino para abraçar a Deus]

1 Ts. 5.8. nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tomando como capacete a

esperança da salvação..

Tt. 1.2. na esperança da vida eterna do Deus que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos...

Tt. 2.13. aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus.

Tt. 3.7. a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna...

Gl. 5.5. porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé...

O cristão é salvo “sobre a base da esperança” [evlpi,di evsw,qhmen] – na esperança fomos salvos, Rm.

8.24]; pois a esperança e as coisas com as quais ela chega a um termo, estas constituem o supremo objetivo da salvação,

Rm. 8.24. [LIVRO, P. 30] A condição pagã pré-Cristã é caracterizada pela ausência de Deus e de esperança, e estes

fatores não significam apenas dois itens ordenados de natureza religiosa precária; o segundo item, a esperança, emerge do

primeiro, e a consequência aqui é a principal entre os benefícios da religião [que é “ter Deus”] e ter esperança, Ef. 2.12; 1 Ts.

4.13. Deus é chamado de O Deus da esperança em Rm. 15.13. Logo, o duplo tema da pregação missionária do Apóstolo aos

tessalonicenses é “voltar-se dos ídolos, para servirem ao Deus Vivo e verdadeiro, e esperar pelo Seu Filho dos céus, que

liberta da ira porvir, 1 Ts. 1.9,10.

The Christian is saved “upon the basis of hope” [ep’ elpidi], for hope and the things upon it

terminates constitute the supreme goal of salvation, Rom. 13.24 [BOOK, P. 30]. .The pre-Christian pagan state is

characterized by the absence of God and of hope, and these two are not meant as two simply-coordinated items of

religious destitution; the second arises from the first and the implication is that foremost amog the benefits of religion

[that is of “having God”] is to have hope, Eph. 2.12; 1 Thess. 4.13. God is called the God of hope, Rom. 15.13. Hence

the doubletheme of the Apostle’s missionary preaching to the Thessalonians is to turn “unto God from idols, to serve

a living and true God, and to wait for his Son from heaven, who delivers from the wrath to come, 1 Thess. 1.9,10”.

A esperança é uma das grandes categorias de natureza télica45 da vocação divina, Ef. 1.18; 4.4; 1 Ts.

5.8... Na armadura cristã a esperança constitui o capacete, igualmente conectada com a salvação, 1 Ts. 5.8. Ainda nas

Epístolas Pastorais, em Tt. 2.13., ela ocorre como “a esperança bendita e manifestação do nosso grande Deus e Salvador,

Cristo Jesus”. Em Tt. 3.7 e Tt. 1.2 como a “esperança da vida eterna”. Em Gl. 5.5, os Cristãos “através do Espírito, pela fé,

aguardam a esperança da justiça, que provém da fé” [a qual é a realização da esperança das coisas próprias do estado de

justiça conferido na justificação].

Hope is one of the great telic categories of the divine vocation, Eph. 1.18; 4.4. In the Christian

armor it constitutes the helmet, as connected with salvation, 1. Thess. 5.8. Still in the Pastoral Epistles it occurs as

“the blessed hope and appearing of our great God and Saviour Jesus Christ”, Tit. 2.13, and as “the hope of eternal

life”, Tit. 3.7. In Gal. 5.5 Christians “through the Spirit by faith wait for the hope of righetousness” [that is for the

realization of the hoped for things pertaining to the state of righteousness conferred in justification].

Uma simples pesquisa nas referencias acima citadas traz à luz a vivacidade e vitalidade pertencentes à

esperança e ao complexo das realidades futuras, evocando e conservando as mesmas, as quais estão presentes na mente

45

Télica vem de Telos, do grego: τελοs – que tem um fim determinado, a partir do qual não mais prosseguirá; o último curso de uma série; término; a consequência final; finalmente; o objetivo final.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA cristã. Longe de se assemelhar a um patrimônio estéril e ocioso, levados, de modo formal, apenas ao nível de consciência

[intelectual], ela contém vigor e eficácia potencial real. A etimologia variada destas palavras tais como “apokaradokia”

[avpokaradoki,a - ardente expectativa] e “apekdechesthai” [avpekdeco,meqa – aguardar ávida e ansiosamente, de cabeça

estendida ] traz em si o testemunho do estado de espírito descrito em Rm. 8.19,23,25; 1 Co. 1.7; Gl. 5.5 Fp. 3.20; duplicação

de dois substantivos sinônimos [1. Expectativa; 2. esperança] em Fp. 1.2046.

A mere survey of the above references places in very clear light the vividness and vitality

pertaining to the hope and the complex of future realities it calls up and keeps present to the Christian mind. So far

from resembling a quiescent, non-productive capital, merely carried pro forma on the ledger of consciousness, it

contains energy and actual no less than potential force. The etymological coloring of such words as “apakaradokia”

[avpokaradoki,a – ardente e ansiosa expectative] and “apekedechesthai” [avpekdeco,meqa] – aguardar ardentemente,

ansiosamente] in itself bears witness to the eager state of mind depcted, Rom. 8.19,23,25; 1 Cor. 1.7; Gal. 5.5; Phil.

1.20; 3.20; cp. Also the duplication by synonymy in Phil. 1.20. 38 38 38 38 38 38 38 38 38 38

Rm. 5.2,3,4. por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na

esperança da glória de Deus..3. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação

produz perseverança...4. e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança...

Rm. 8.19,23,25. A ardente expectativa [avpokaradoki,a - apokaradokia] da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus...v. 23. E

não somente ela, mas também, nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando

[avpekdeco,menoi - apekdechomenoi] a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo...v. 25. Mas se esperamos [avpekdeco,meqa -

apekdechomethe] o que não vemos, com paciência [u`pomonh/j] o aguardamos...

Rm. 15.4. Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das

Escrituras, tenhamos esperança...

1 Co. 1.7. de maneira que não vos falte nenhum dom, aguardando [avpekdecome,nouj] [apekdechomenous] vós a revelação de nosso

Senhor Jesus Cristo...

Gl. 5.5. porque nós, pelo Espírito, aguardamos [avpekdeco,meqa] a esperança[evlpi,da] da justiça que provém da fé...

Fp. 1.20. Segundo a minha ardente expectativa [avpokaradoki,an] [apokaradokian] e esperança, de que em nada serei

envergonhado; antes, com toda ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer

pela morte...

Fp. 3.20. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos [avpekdeco,meqa - apekdedechomethai] o Salvador, o

Senhor Jesus Cristo...

1 Ts. 1.3. Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, 3 recordando-nos,

diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso

Senhor Jesus Cristo...

1 Ts. 2.19. Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua

vinda? Não sois vós?

1 Co. 15.19. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas [adv. - monon] a esta vida, somos os mais infelizes de todos os

homens...

1 Co. 15.19. Eiv evn th/| zwh/| tau,th| hvlpiko,tej evsme.n evn cristw/| mo,non( evleeino,teroi pa,ntwn avnqrw,pwn evsme,nÅ

Uma convicção pacífica, porém, [LIVRO, P. 31] intensa e vigorosa emerge de forma extraordinária,

46

Comparar Hodge, Commentary on Rommans, p. 423 [e Rm. 8.19]: “A ardente expectativa [avpokaradoki,a] da criação aguarda a revelação dos filhos de

Deus” [avpokaradoki,a] (esperar de cabeça erguida) = [avpo] (prep. Ponto de partida, procedência) + [karadoki,a] = espectativa ansiosa. A preposição [avpo] é

intensiva; de modo que [avpokaradoki,a] é uma expectativa ansiosa e perseverante. A mesma ideia está contida na outra palavra [karadoki,a], apesar de

que, neste caso, as figuras quanto à “cabeça erguida” e “olhando para diante” não estão presentes de modo explícito.

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA o que equivale a transformar o protesto natural contra a dor e tribulação naquela paciência submissa expressada47 pela

palavra [em Rm. 8.25] “hypomones” [u`pomonh/j] [paciência, perseverança, constância, característica de alguém que é

inabalável no seu propósito, lealdade à fé e piedade, não sendo desviado por provações, por maior que elas sejam]. O fluxo e

preenchimento de um estado de espírito repleto de esperança com profunda convicção e um interesse fortemente enfatizado

nesta esperança como prioridade de vida são bem ilustrados em 1 Co. 15.19 [Se a nossa esperança em Cristo se limita

apenas [adv. - mo,non] a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens...], uma declaração que necessita ser

parafraseada para exibir toda sua força e significado exato. Tal parafraseado pode ser feito na forma que segue: “Se

deixarmos de esperar em Cristo e nos limitarmos apenas à vida presente, então seremos de todos os homens os mais dignos

de lástima”. Nesta única frase, o Apóstolo elaborou dois conceitos com clareza de síntese. O primeiro é que a esperança que

não corresponde à realidade ou no mínimo não tem fundamento para sua realização, é a mais fútil e infeliz frustração no

propósito de uma vida; a outra é que quando esta esperança fútil envolve de tal maneira um homem a ponto de absorvê-lo

com um mundo irreal, tal estado de espírito envolve a perda de todas as realidades palpáveis da vida; na verdade é um

sacrifício de interesses [um tipo de troca] mundanos por outro mundanismo que não tem nenhuma substância48.

The quiet, but none the less [BOOK, P. 31] intense, energy of hoping appears most strikingly

in this that it is equal to transforming the natural protest against pain and tribulation into that submission of patience

which the Word “hypomones” [u`pomonh/j] – paciencia, perseverança inabalável, Rm. 8.23] expresses 39 39 39 39

39 39 39 39. The suffusion of the hoping state of mind with profound feeling and the strong concentration of

interest upon it as a life-concern are well illustrated by 1 Cor. 15.19, a statement which needs some paraphrasing in

order to bring out its full force and exact meaning. It might be paraphrased approximately as follows: If we have

turned out to be no more than Christ-hopers and staked on that our whole present life, than we are of all men most

pitiable. In this one sentence the Apostle has woven two thoughts together at some expense of syntactical

perspicuity. The one thought is that hope without corresponding reality, or at least a principle of realization, is the

most futile and ill-fated frustration of life-purpose; the other is that when this futile hope so engrosses a man as to

monopolize him for an unreal world such a state of mind involves the forfeit of all palpable realities of life, a sacrifice

at bottom of all this-worldliness for an other-worldliness that has no substance 40 40 40 40 40 40 40 40 40

40 40.

[LIVRO, P. 32] O pagão que vive sem esperança e sem Deus no mundo, tem pelo menos a alegria

de desfrutar as coisas terrenas e transitórias; o Cristão cuja esperança o envergonha não tem nem mesmo isto; ele perdeu o

que tinha e nada recebeu em troca, I Co. 15.32 [Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os

mortos não ressuscitam, comamos e bebamos que amanhã morreremos...]. Neste contexto, é significativo também

observar que Paulo transforma a esperança em fonte daquela exaltação típica a qual ele chama de “kauchasthai”

[kauchesis – exultar, exultação, 1 Ts. 2.19. Pois, quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em quem exultamos

[kauch,sewj], na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós?]. Se a distinção entre o que se chama

“entusiasmo” e os elementos mais equilibrados na religiosidade cristã necessita ser demonstrada, será necessário, por conta

47

“Hypomone” [u`pomonh/j] literalmente significa “permanecer, persistir, sobreviver em sujeição” como oposto a “se retirar de debaixo de alguma carga ou

dificuldade. Este significado metafórico, e espiritualizado de modo específico não deve ser confundido como a “apatia” dos Estóicos, pois esta é uma atitude de indiferença artificial forçada pela vontade, enquanto a paciência Cristã é uma submissão interior inspirada através de outras recompensas e satisfações em vista. Consequentemente, a “esperança” e a “paciência” na sequência Cristã do pensamento estão naturalmente juntas. Ver Rm. 5.3,4; 8.25; 15.4; 1 Ts. 1.3. 48

A palavra [mo,non] “monon” [adv. unicamente, apenas], em 1 Co. 15.19, no final da cláusula hipotética, se aplica tanto às palavras “nesta vida [apenas]”

como à frase “tendo esperança apenas”. O texto que apresenta [hvlpiko,tej evsme.n - (perfeito perifrástico – nós colocamos nossa esperança em...) quem

espera ter esperança apenas] depois de [evn cristw/| - em Cristo], e imediatamente antes de [mo,non - apenas] apresenta a ideia bem melhor que uma

sequência habitual de: [hvlpiko,tej........evn cristw/| mo,non]. A força do perfeito perifrástico “hvlpiko,tej evsme.n” [conjugação perifrástica: enfatizando a duração:

tem estado esperando...], observa-se que ele descreve o modo como a esperança foi adquirida e como se continuou-se a viver tendo-a como fundamento

desde então; daí o olhar para trás, isto é, para “esta vida”, sugere a ideia de toda uma vida jogada fora por apenas uma mera esperança.

The "monon" at the end of the hypothetical clause is intended to apply equally much to the words "in this life [only]" as to the phrase "having had

hope [only]". The text which places hvlpiko,tej evsme.n after evn cristw/. and directly before mo,non brings this out better than the ordinary

sequence: hvlpiko,tej........evn cristw/| mo,non The force of the periphrastic perfect, "have been hopers", will be noted; it describes such as have

acquired hope and continued to live on that basis ever since; this looks backward to "in this life"; it suggests the idea of a whole life thrown away

on mere hope.

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CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA desta associação com kauch,sewj - kauchesis – kauchasthai [exultar] reconhecer na experiência da esperança um elemento

de entusiasmo genuíno; para a combinação destes elementos ver, Rm. 5.2,3; 1 Ts. 2.1949. Qualquer que seja a avaliação

relativa que Paulo possa colocar sobre as duas categorias citadas [esperança e exaltação], em qualquer caso, a realidade

descrita torna isto evidente, ainda mais, se além da confiança, era necessário que a esperança do Crente fosse um elemento

estimulante e o mais poderoso fermento na consciência religiosa dos primeiros Cristãos, e não menos nas igrejas Paulinas.

Depois de tudo isto, o que é mais convincente a este respeito é a incontestável expectativa da proximidade da Parousia que

permeava a mente Cristã, a qual, tanto como uma expectativa como uma aspiração, pode ser reconhecida na consciência do

próprio Apóstolo. É lamentável que devido ao problema cronológico relacionado à infalibilidade do ensino [Paulino], o aspecto

muito mais importante que é dimensão grandiosa e exponencial da postura de Paulo com respeito ao aspecto futuro do

Cristianismo tem sido tão pouco estudado. Certamente que uma mera referência cronológica não é o dado mais importante.

Não seria absurdo sugerir que o elemento cronológico tem sido afetado tanto pela ansiedade [LIVRO, P. 33] com

respeito ao plano da consumação escatológica, como no sentido inverso. Não é raro que nos dias atuais a intensidade ou

mesmo o excesso de intensidade da expectativa escatológica traga em si mesma um inevitável encurtamento da expectativa

do tempo. Olhar com desprezo para os últimos [dias] nunca poderá servir como justificativa ou escusa para negligenciar o

verdadeiro princípio da esperança Cristã como tal.

[BOOK, P. 32] The pagan, who lives without God and whithou hope in the world, has at least

the enjoyment of the early and transitory; the Christian whose hope puts him to shame has not even this: he has lost

what he had and received nothing in return, cp. 1 Cor. 15.32. It is significant also in the present connection that Paul

makes hope the source of that peculiar exaltation which he calls “kauchasthai”, exultação, alegria, [kauch,sewj] [1

Thess. 2.19]. If the distinction between the so-called “enthusiastic” and the more stabilized elements in the Christian

religiousness must needs be drawn, it will be necessary, on account of this association with kauchasthai element; cp.

For this combination Rom. 5.2,3; 1 Thess. 2.19 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41 41. Whatever

relative appraisal Paul might put upon the two categories named, the fact stated makes it at any rate certain certain, if

further assurance were required, that the believer’s hope is a most potent ferment and stimulant in the religious

consciousness of the early Christian, and not the least in the Pauline Churches. After all, what is most convincing in

this respect is the indubitable expectation of the nearness of the parousia which pervaded the Christian mind, and

can, both as an expectation and a wish, be traced in the consciousness of the Apostle himself. It is a pity that through

the chronological problem in its bearing upon the infallibleness of the teaching, the far more important aspect of the

fact as exponential of Paul’s attitude towards the futurity-side of Christianity has been too little considered. A mere

chronological datum the feature certainly is not. It wold not be out of the way to suggest that the chronological

element has been just as much affected by the eargerness of [BOOK, P. 33] the intent upon eschatological

consummation as the reverse. It is a not uncommon phenomenon till the present day that the acuteness or over-

acuteness of the eschatological sensorium, brings with itself an inevitable foreshortening of the vista in time. To look

contemptuously at the latter can never serve as an excuse for the practival negrect of the true principle of Christian

hope as such.

Rm. 5.2,3. Por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na

49

É fato que kauchasthai não descreve apenas o estado da mente do Cristão. Paulo traz à memória que é habito do judeu praticar este sentimento com

respeito a Deus e à lei, Rm. 2.17,18 [Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus...18. que conheces a sua vontade

e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei]. Com uma clara alusão a Deus, Paulo prega o procedimento dos crentes do mesmo modo como

exercido em Deus através de Jesus Cristo, Rm. 5.2 [por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e

gloriamo-nos na esperança da glória de Deus]; Fp. 3.3 [Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em

Cristo Jesus, e não confiamos na carne]. Na maioria dos casos é usado em um sentido depreciativo tanto com respeito a Judeus como a Cristãos; por

conseguinte, negativamente e muitas vezes metaforicamente: 1 Co. 1.29,31; 3.21; 4.7; 2 Co. 5.12; também em 2 Co. 10.15,17; 11.16; e versos paradoxais

em 2 Co. 11.30 e 12.9.

It is true kauchasthai is not descriptive of Christian states of mind exclusively. Paul reminds the Jew that it is his habit to practise this feeling with

reference to God and the law, Rm. 2.17,18. With apparent allusion to the former he predicates the act of believers as exercised in God through

Jesus Christ, Rm. 5.2; Fp. 3.3. In the majority of cases it is used in a depreciating sense either of Jews or Christians, therefore negatively and often

metaphorically; cp. 1 Co. 1.29,31; 3.21; 4.7; 2 Co. 5.12; mas também 2 Co. 10.15,17; 11.16 and the paradoxal vs. 30; 12.9.

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CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA esperança da glória de Deus; 3. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação

produz perseverança...

1 Ts. 2.19. Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em quem exultamos, na presença do Senhor Jesus em sua vinda?

Não sois vós?

1 Co. 15.19,32. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos aos mais infelizes de todos os homens...v. 32.

Se como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, que

amanhã morreremos...

Colocando ainda de outro modo, a ênfase da atmosfera escatológica se evidencia através da transmissão

de uma avaliação depreciadora com respeito a esta era ou mundo atual. De nenhuma maneira, porém, isto pode ser

interpretado como consequência reflexa da tendência escatológica, como se a preocupação com o futuro tivesse produzido

primeiramente uma indiferença e depois uma insatisfação ou condenação do atual estado de coisas. Tal postura em relação

ao mundo tem seu próprio motivo completamente independente do interesse escatológico, ainda que o mesmo esteja

fortemente relacionado à postura em relação ao mundo. Nesta questão, Escatologia não é tanto um elemento ativo, podendo

ser classificado mais apropriadamente como passivo. Entretanto, a intensa repulsa a este mundo e a esta Era, tal como é

evidenciado, proporciona uma prova decisiva de que uma postura firme e segura neste mundo teria sido impossível sem o

equilíbrio espiritual que o Apóstolo mantém em todos os seus escritos.

[BOOK, P. 33] In still another way the predominance of the eschatological note evinces itself

through the disparaging judgment passed upon the present age of world. This is by no means to be interpreted as a

reflex effect of the eschatological state of mind, as though preoccupation with the future had produced first

indifference to and next dissatisfaction with or condemnation of the existing state of things. The attitude towards the

world has its own reason, altogether apart from eschatological interest, although the latter may be nourished by the

former. In this point eschatology is no so much the active as the passive factor. Nevertheless the intense revulsion

from the world and the age, such as they are, affords convincing proof that without a secure anchorage in the world

beyond the spiritual poise which the Apostle everywhere maintains would have been impossible.

1 Co. 1.29,31. a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus, 30. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos

tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção...

1 Co. 3.21. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são pensamentos vãos...

1 Co. 4.7. Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias,

como se o não tiveras recebido?

2 Co. 5.12. Não nos recomendamos novamente a vós outros; pelo contrário, damo-vos ensejo de vos gloriardes por nossa causa,

para que tenhais o que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração.

2 Co. 10.15,17. não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos

sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação...17. Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor…

2 Co. 11.16,30. Outra vez digo: ninguém me considere insensato; todavia, se o pensais, recebei-me como insensato, para que

também me glorie um pouco...30. Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza...

2 Co. 12.9. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me

gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo...

Tornou-se comum falar de “pessimismo” a este respeito. O termo é pessimamente escolhido, não porque

seja forte em intensidade, mas porque em uma nomenclatura filosófica ele denota a pressuposição de conceitos absoluta,

irremediável e metafisicamente estabelecidos sem qualquer base de esperança. Tal convicção a priori seria impossível para

Paulo; na realidade, tal conceito se configura como uma contradição frente ao próprio conceito de Escatologia. Como

resultado do processo escatológico, de modo algum poderia ter existido um otimismo injustificado na mente do Apóstolo, para

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A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA não falar do otimismo devido às implicações soteriológicas da substância do seu ensino como um todo. A ideia da criação do

mundo por Deus já é incompatível com o pessimismo característico da especulação gnóstica. Por um lado, um pessimismo

absoluto poderia ter sido inserido no esquema do pensamento de Paulo com respeito ao conceito de σαρξ [sarx – carne, a

natureza não regenerada, os restos desta natureza que ainda operam no crente; fraqueza, corruptibilidade, mortalidade física

e intelectual], [LIVRO, P. 34], porém por outro lado, não há qualquer evidência disto, seja com respeito a origem

primeira da σαρξ [sarx] - carne na criação ou seja em sua última permanência no final. Pelo contrário, toda vez que Paulo

exprime a ideia dos dois estágios de existência, ele evita a menção de σαρξ [sarx]50. Na verdade, a origem deste nomeado

pessimismo repousa no acentuado e universal significado de pecado no conceito do Apóstolo. É o poder depressivo e

doloroso do pecado que, de maneira irresistível, impele ao pensamento de esperança com respeito à libertação

escatológica51. Também não deve [LIVRO, P. 35] ser ignorado que a tendência com respeito ao futuro foi promovida

50

1 Co. 15.45-49 é a única passagem em que Paulo remonta ao fato do pecado para encontrar a base determinante para o estado relativamente inferior do

homem, em comparação com o seu futuro escatológico, na ordem da sua criação. Porém o termo técnico usado no texto não é “sarkikos” [1 Co. 3.1. Eu,

porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais [sarkikoi/j - carnais], como a crianças em Cristo], mas é “psychikos” [1 Co.

15.46. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural [yuciko,n - psychikon]; depois, o espiritual]; a ideia do pecado, pois, não entra neste caso.

1 Co. 15.45-49, the one passage in which Paul goes back of the fact of sin to find the determining basis for the relatively inferior state of man, as compared with his eschatological destiny, in the mode of his creation. But the technical term for this is not here "sarkikos" , it is "psychikos"; the idea of sin does not enter. 51 Um paralelo a esta intensificação da esperança escatológica através de um vívido sentido de pecado e mal é fornecido nos escritos apocalípticos de 4

Esdras e Apocalipse de Baruque, ambos também escritos em data não muito distante dos escritos de Paulo. Também em ambos existe um julgamento

depreciativo com respeito à presente ordem mundial. Na verdade, parece haver diferenças entre estes dois escritos com respeito à severidade do juízo

expressado. 4 Esdras é mais radical em sua perspectiva do que o escritor de Baruque. Isto surge na explanação da origem do pecado. No Apocalipse

anterior a ligação entre o pecado de Adão e o da humanidade como um todo é muito mais direto: juntamente com Adão foi criado o princípio do mal, assim

conhecido como “yezer-ra”, e foi pelo assentimento com o mesmo que o “cor malignum” [coração mau, maligno] foi desenvolvido; consequentemente, Adão é

a causa da morte espiritual e física na humanidade, daí tudo resultou no compartilhamento desta propensão para o mal. O esquema de justificação através

da lei confirmou, assim como não poderia deixar de comprovar, o fracasso total. Tudo isto, exceto a ideia da propensão para o mal [sendo criada junto com

Adão], nos lembra o ensino de Paulo. Na verdade, a opinião sustentada é que o livro de 4 Esdras permaneceu sob influencia especificamente Paulina. H. Box

[The Ezra – Apocalypse, Introd. P. 71] chega a esta conclusão de modo fácil, pois ele se inclina à opinião de que Paulo igualmente associou de alguma

maneira o início do mal com a própria Criação, discutido a seguir. Por outro lado, Baruque sustenta juntamente com a Teologia do Judaísmo Rabínico que

todo homem é seu próprio Adão; há, pelo menos, alguns poucos que guardaram a lei e por meio dela foram justificados. Porém, não obstante estas

diferenças, como com respeito ao início do mal, o fato permanece de que a perspectiva sobre a ordem mundial é altamente nociva e prejudicial, tanto em 4

Esdras como em Baruque. Apenas o reconhecimento da morte física como inseparável deste mundo, foi suficiente para produzir tal coisa. Quanto à justiça,

também de acordo com Baruque 15.8, “este mundo é um transtorno e enfado com muito labuta”; isto soa como um eco da declaração de Paulo em 1 Co.

15.19 [Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens], quando Baruque declara: “Pois se existia

apenas esta vida, a qual pertence a todos os homens, nada poderia ser mais penoso do que a mesma”. Se isto não é pessimismo [no sentido lato da

palavra], certamente que é um tipo muito pessimista de otimismo, Bar. 21.13. Entretanto, continua real o fato de que este sentimento de desesperança

envolvido no mal ser mais forte no outro Apocalypse. Ali é enfatizado que poucos serão salvos, 4 Ed. 9.159. Não há nenhuma só pecado [4 Ed. 8.35] nesta

era que não esteja repleto de tristeza, aflição e impotência, 4 Ed. 4.27; os caminhos deste mundo se tornaram estreitos, lamentáveis e dolorosos, 4 Ed. 7.12.

H. Box na verdade, afirma que a Teologia de tais declarações “é essencialmente de outra ordem mundial”. Entretanto, neste caso, a questão mais

interessante para nós é a ligação óbvia entre esta perspectiva desesperadora à respeito do mundo e a vitalidade da esperança escatológica, pois é a este

respeito que os dois Apocalypses [4 Esdras e Baruque] chegam mais perto da representação Paulina. Neles, da mesma maneira, encontramos a escatologia

per contrarium [no sentido oposto], de que a origem eficaz controla, mas sobre o que por [si mesma] contra própria evidencia um algo grau de poder de

recuperação, elasticidade. Onde a esperança de renovação do mundo presente é deixada de lado, ali precisamente o olhar é fixado com intensidade sobre o

mundo futuro: “a corrupção chega ao fim, a fadiga é eliminada, a infidelidade é removida, enquanto por outro lado, a justiça cresce e é desenvolvida, e a

fidelidade floresce” 4 Esdras 7.114. Na era futura [a qual já está preparada] “a raiz do mal é lacrada e impedida de ter acesso a vós; a debilidade dos vossos

caminhos é extinta; a morte afastada, o Hades é evitado”; a corrupção passa a ser esquecida, as aflições e tristezas vão embora; e no finalos tesouros da

imortalidade são tornados manifestos, 4 Ed. 8.53,54. Não há nem mesmo a ardente esperança pela iminência do futuro em vista, por causa da situação

intolerável do mundo presente: “O mundo inferior e as câmaras das almas são como o ventre da mulher; pois exatamente como ela está em trabalho de parto

e se apressa em fugir da angústia do parto, ainda que estes lugares se apressem para se apressem para se libertar do que foi confiado a eles desde o início.

Se eu tivesse encontrado o teu favor veria e se fosse possível, e se eu fosse suficiente, para me mostrar isto também: se ainda há mais por vir do que no

passado, ou se a maior parte já é perdida, desperdiçada por nós. Ainda, nesta altura, falando sem estar relacionado à Revelação, os Apocalipses estavam

limitados a não corresponder à altura de Paulo e do NT em geral. Para a última ele se manifesta e escatologizando o estado de pós – Ressurreição do

Messias muda todo este questionamento lamurioso para uma esperança entusiasmada. Cp. Pois o ensino dos Judeus nos documentos listados:

Baldensperger, Das Selbstewusstsein Jesu im Lichte der Messianischen Hoffnungen seiner Zeit,3 ed.; Charles, The Apocalypse of Baruch, 1896; H. Box, The

Ezra – Apocalypse, 1912; Charles, A Critical history of the Doctrine of a Future Life, 2d. Ed. 1913; Oesterley, The Books of the Apocrypha, 1914.

The underworld and the chambers of souls are like womb; for just as she who is in travail makes haste to escape the anguish of the travail, even

so do these places hasten to deliver what has been entrusted to them from the beginning....If I have found favor in thy sight, and if it possible, and

if I be sufficent , show me this also: whether there be more to come than is past, or whether the more part is already gone by us.......Still at this

point , speaking even without regard to revelation, the Apocalypses were bound to fall short of Paul and the NT in general. To the latter he

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Page 52: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA pelo Apóstolo; e no que diz respeito a igreja nascente como um todo, lhe foi concedido provar a hostilidade do mundo na sua

mais amarga forma de perseguição. Rm. 8.35-39; 1 Co. 15.19-34; 2 Co. 4.7-5.10 ilustram claramente a força deste

argumento. Tais passagens são precisamente o centro do grande contexto no qual, colocando a parte o fato do pecado,

[LIVRO, P. 36] a exposição surge através da consciência de Redenção até ao mais alto nível de eloqüência

escatológica.

It has become custormary to speak of “pessimism” in this connection. The term is badly chosen,

not because it is too strong in degree, but because in philosophical nomenclature it denotes the assumption of an

absolute, irremediable, metaphysically grounded despair of things. Such a belief was a priori impossible to Paul; in

fact it forms a contradiction in terms with the concept of eschatology itself. As to the outcome of the eschatological

process nothing but unqualified optimism could have existed in the Apostle’s mind, not to speak now of the

optimistic, because soteric, implications of the substance of his teaching as a whole. The idea of the creation of the

world by God already is incompatible with even that qualified pessimism which is symnptomatic of Gnostic

speculation. Absolute pessimism would have had to attach itself within the scheme of Paul’s thinking to the

conception of the [do,xa] – glória] , and there is no [BOOK, P. 34] evidence whatever either of the primordial

origin or the [sa,rx] - carne] in creation or of its lasting persistence in the end. On the contrary, wherever Paul speaks

of the two stages of existence he avoids the mention of the [sa,rx] – carne] 42 42 42 42 42 42 42 42 42 42

42 42 42. The real source of this so-called pessimism lies in the Apostle’s acute and pervasive sense of sin. It is

the burdensomeness and depressive power of sin that impels irresistibly towards the thought of hope with regard to

the eschatological deliverance43 43 43 43 43 43 43 43 43 43 43 43. Nor should it [BOOK, P. 35] be

overlooked that the drift towards the future was promoted by what the Apostle, and for that matter the nascent

Church as a whole, were biven to taste of the hostility of the world in its bitterest form of persecution. Rom. 8.35-39; 1

Cor. 15.19-34; 2 Cor. 4.7-5.10 clearly illustrate the force of this motive. Such passages are precisely the center of the

great contexts in which, taking its departure from the fact of sin, [BOOK, P. 36] the discourse rises through the

consciousness of redemption to the highest summits of eschatological eloquence.

Rm. 8.35-39. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou

espada? 36. Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o

matadouro...37. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou...38. Porque eu estou

bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os

poderes...39. nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em

Cristo Jesus, nosso Senhor...

1 Co. 15.19,32. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos homens...32. Se,

como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos que amanhã

morreremos...

Até agora, pois, temos considerado a estrutura da Escatologia do Apóstolo como edificada sobre um plano

contínuo e seqüêncial. O conflito [ou antítese] se situa entre um mundo [era] que é o mundo [era - Kosmos] que está porvir. A

perspectiva é extraordinária: a nova criação, as conseqüências a seguir, e a consumação das forças propulsoras da história

sobrenatural impelindo o mundo antigo [o mundo que era] em direção ao mundo porvir. Esta perspectiva antiga, enquanto por

um lado em completo acordo com a perspectiva do AT [e com a perspectiva judaica] de que a chegada do Messias ainda se

encontra no futuro, por outro lado, deixou de estar em perfeita harmonia com a realidade, a crença e a convicção que olha

para trás para a vinda do Messias, e que em consequência disto tem que reconhecer o processo escatológico como em

princípio já tendo sido iniciado. Entretanto, aquele esquema de um plano contínuo e sequencial não foi imediatamente

descartado, nem também todas as respectivas consequências provenientes de sua suspensão foram removidas por causa

apenas de um motivo. Um esquema antigo como este que tinha se tornado uma tradição secular para a consciência

appearance and eschatologizing of the post - resurrection state of the Messiah changes all this anxious, hal - querrulous questioning into an

enthusiastic hope. Cp. for the Jewis teaching in the documents named:

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Page 53: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA escatológica não é alterado repentinamente por uma simples alteração em um de seus aspectos; aqui a revelação, como em

todas as outras partes, prioriza o modo gradual de transição em vez de uma substituição súbita e repentina. Isto, porém, ainda

não explica completamente a conservação e continuação da vitalidade de uma perspectiva que poderia parecer haver sido,

em princípio, superada pelo tremendo evento da introdução do Messias no processo da história. A explicação autêntica e

derradeira, sem dúvida, repousa no fato da manifestação Messiânica, por um lado, ter se desdobrado em duas eras

sucessivas, de maneira que mesmo depois da principal manifestação, e depois de promover pleno reconhecimento de seu

efeito extraordinário, a segunda era, depois do padrão de modelo de separação das eras, iniciou a formar novo conceito ou

ideia de esperança voltada para o futuro. Desta maneira, veremos que o esquema de continuidade sequencial não foi

inteiramente revogado, mas simplesmente reaplicado à última metade do esquema inicial: Percebeu-se que a Era Porvir

carregava em seu ventre uma outra Era Porvir, o que é equivalente à mãe e aos filhos ainda por nascer no futuro, ou seja, a

categoria daquilo que é e daquilo que é não apenas em possibilidade, mas que tinha que ser considerada e preservada.

[LIVRO, P. 37] Conforme esta perspectiva, vemos o Apóstolo falando da “Era Por Vir” não apenas em suas primeiras

Epístolas, mas da mesma maneira, nas últimas: Ef. 1.21; 2.2; 1 Tm. 6.17; 2 Tm. 4.10; Tt. 2.12.

[BOOK, P. 36] Thus far we have considered the structure of the Apostle’s eschatology as built

on the plan of concecutiveness. The antithesis is beween a world [age] that is and a world [age] that is to come. The

point of view is dramatic, the new being the coucome and termination of the forces of supernatural history propelling

towards it in the OT [and the Jewish] perspective to which the arrival of the Messiah still lay in the future, ceased to

be in perfect harmony with a state of fact and belief looking back upon the arrival or the Messiah, and which in

consequence had to recognize the eschatological process as in principle already begun. That nevertheless the

scheme of successiveness was not straightway discarded, nor the full consequences of its abeyance drawn was due

to more than one reason. An ancient sheme lide this that had become an age-long tradition to the eschatological

consciousness is not abruptly changed by the mere turning of a hand; relevation here as elsewhere prefers the mode

of gradual transition to that of violent supersedure. Still this does not wholly explain the retention and continuing

vitality of a pont of view, which might appear to have been in principle overcome through the stupendous event of the

Messiah’s introduction into the process of history. The real and deeper reason lay doubtless in this that the Messianic

appearance again had unfolded itself into two successive epochs, so that , even after the first appearance, and after

making full allowance for its stupendous effect, the second epoch had, after the fashion of cell-separation, begun to

form a new complex of hope moving forward into the future. In this way it will be seen that the scheme of

suceciveness had not been entirely abrogated but simply been reapplied to the latter half of the original scheme: the

age to come was perceived to bear in its womb another age to come, so that with reference to the mother and the as

yed unborn child, as it were, the category of what is and what is to be not only could, but had to be [BOOK, P.

37] retained. In accordance with this we find the Apostle speaking of “the age to come”, not merely in his earlier

Epistles bu likewise in the later one, cp. Eph. 2.21; 2.2; 1 Tim. 4.17; 2 Tim. 4.10; Tit. 2.`2.

Ef. 1.21. acima de todo principado e potestade, e poder e domínio e de todo nome que se possa referir não só no presente século,

as também no vindouro...

Ef. 2.2. nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar do espírito que agora atua

nos filhos da desobediência...

1 Tm. 6.17. exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem as suas esperanças na instabilidade da

riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para o nosso apaziguamento...

2 Tm. 4.10. porque Demas tendo amado o presente século me abandonou e se foi para Tessalônica...

Tt. 2.12. educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões humanas, vivamos no presente século sensata, justa e

piedosamente...

Entretanto, com a continuação do antigo esquema coexistindo lado a lado com o novo e emergente [a

Nova Era, Kosmos], pode-se observar o envolvimento dos dois mundos [Kosmos] ou estados. Porém, em considerando a

natureza do caso em questão, não se permitiu a aplicação do conceito de Era, pois as duas sequências de tempo [de cada

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Page 54: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA Kosmos ] são mutuamente excludentes. Enquanto uma Era subsistir, nenhuma outra pode intervir52. Porém, com respeito a

mundos ou Eras é diferente, pois aqui a existência de um [Kosmos ou Era] não exclui a existência contemporânea da outra, e

não há nada logicamente impossível quer no crente [estar, existir] pertencer a ambas as Eras, ou de qualquer forma,

pertencer primaria e essencialmente mais a uma Era [Kosmos – a Nova Era, ou Nova Criação] que a outra. Assim, aquilo que

era logicamente possível tornou-se praticamente inevitável através da mudança do centro ao redor do qual gira a esfera

inferior para aquela superior, levada a efeito pela retirada do Messias [Ascensão de Jesus] para o mundo superior e sua

eterna habitação ali. O vínculo entre o crente e Cristo é de tal maneira firme e incontestável que na perspectiva de Paulo, uma

dissolução deste vínculo Cristão, ou mesmo, um rompimento entre a sua vida atual e a esfera celestial Cristocêntrica é

impossível ou inimaginável. Esta última consideração transcende o simples fato de que através da ressurreição de Cristo o

processo escatológico foi iniciado e colocado em movimento. No momento em que a orientação da vida espiritual atual se

torna comprometida e envolvida no referido processo, o movimento horizontal do pensamento na esfera do tempo,

imediatamente dá lugar à projeção vertical do vínculo escatológico com a esfera celestial mais excelente, pois ali, muito mais

que no desenvolvimento histórico no plano terreno, o centro de todos os poderes e valores religiosos [LIVRO, P. 38 ]

serão tornados submissos. O outro, ou seja, o mundo mais elevado e superior [a esfera celestial] está presente ali

[subsistindo, porém, na esfera terrena em paralelo com a Era deste mundo], e para o cristão não há como escapar do seu

domínio supremo sobre sua vida. Deste modo, o outro mundo, o mundo superior celestial [a Nova Criação] até aquele

momento no futuro [isto é, até antes da Ressurreição] se torna presente com a Ressurreição de Jesus; ou seja, a

Ressurreição de Jesus antecipou o futuro escatológico [visto que o próprio Jesus Ressurreto é o Princípio, as Primícias, o

Primogênito entre muitos irmãos [da própria Nova Criação, Cl. 1.18; 1 Co. 15.20; Rm. 8.29] dá início à Nova Era, a qual, no

tempo presente, coexiste com a Velha].

Assim sendo, se naquele exato momento [da Ressurreição], o mundo presente tivesse cessado de existir

[Esquema Original], então, uma linha direta seria traçada sem interrupção, pois não existiria nenhuma menção do

desenvolvimento simultâneo de duas linhas de existência; [sabemos, pois que não é assim, pois o mundo presente continuou

a existir após a Ressurreição]. Segue-se então uma duplicação [com as duas linhas de existência em paralelo (1. A velha

criação desde Adão continuando a existir e 2. A Nova Criação, existindo à partir da Ressurreição, estas duas, pois,

coexistindo lado a lado até a Segunda Vinda) [Esquema Modificado]. Os dois diagramas no final deste capítulo tornam o

princípio em questão plenamente perceptível ao leitor. Nota Explicativa: Observe que o Esquema Modificado apresenta uma

linha vertical representando a Parousia, e após esta uma linha horizontal superior que representa a Era Porvir no seu aspecto

do Estado Eterno [Figura 1, no final deste capítulo].

Side by side, however, with the continuation of this older scheme the emergence of a new one,

involving a coexistence of the two worlds or states, can be observed. From the nature of the case this principle did

not allow of application to the ate-concept, for the two sequences of time are mutually exclusive. So long as one age

lasts no other can supervene 44 44 44 44 44 44 44 44 44. It is different with regard to worlds or states, for

here the eixtence of one does not exclude the contemporary existence of another, and there is nothing logically

impossible either in the believer’s belonging to both or at least preeminently to one rather than to the other. And what

was logically possible became practically unavoidable through the shifting of the center of gravity from the lower to

the higher sphere, as brought about by the removal of the Messiah to the higher world and his abiding there in

permanence. The bond between the believer and Christ is so close that, from Paul’s point of view, a detachment of

the Christian’s interest not only, but even a severance of is actual life from the celestial Christ-centered sphere is

unthinkable. The latter consideration counts for more than the mere fact that through the appearance or resurrection

of Christ the eschatological process has been set in motion. As soon as the direction of the actual spiritual life-

contact becomes involved, the horizontal movement of thought on the time-plane must give way immediately to a

vertical projection of the eschatological interest into the supernal region, because there, even more than in the

historical development below, the center of all religious values and [BOOK, P. 38] forces has come to lie. The

other, the higher world is in existence there, and there is no escape for the Christian from its supreme dominion over

his life. Thus the other world, hitherto future, nas become present. Now, if the present world had at the same moment

52

Isto fornece uma certa confirmação, determinante em se em certos casos [aion] [aivw/n] tem o sentido de Era ou a ordem mundial, onde de outro modo, a

escolha poderia ser dúbia. Por exemplo, em Gl. 1.4, a ideia de transportar o crente de uma Era para outra poderia ser hiper-paradoxal, e por este motivo, é usado o termo “mundo”: “Gl. 1.4. O qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai...”. Na verdade, a ideia de uma remoção ou traslado do mundo atual é suficiente para a permanência do paradoxo, o qual, de fato, não é removido.

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Page 55: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA ceased to exist, then the straight line would have been carried through unbrokenly, and for a concurrent unrolling of

two line of existence there would have been no call. As it was, a duplication had to ensue. The two diagrams at the

foot of this page will make the principle in question visually plain to the reader 45 45 45 45 45 45 45

[indicando o desenho dos dois diagramas…].

Neste caso, a perspectiva obtida pode ser descrita como semi-escatológica. Esta característica é típica

das Epístolas Paulinas da sua primeira prisão [Efésios, Colossenses e Filipenses]. Não devemos presumir que Paulo fosse

usar para isto a fórmula do cristão pertencer em princípio a um “kosmos” superior, pois a palavra “kosmos” devido a suas

associações como o mal se tornou inadequada para tal uso. É verdade que o termo “aion” no seu sentido universal pode

servir para o propósito, e é, na verdade, por causa da sua afinidade, empregada em passagens desde Rm. 12.2 até Gl. 1.4.

Mas o termo “aion” tinha de continuar em uso para estabelecer a distinção básica habitual entre “esta era” e “a era porvir”.

Consequentemente, a ideia de “céu” e frases metafóricas semelhantes especificamente orientadas, tais como “as coisas lá do

alto” [Cl. 3.2] tinham de ocupar o lugar de termos técnicos habituais. Além disso, o termo “céu” oferecia a vantagem de

externar que [LIVRO, P. 39] a concretização provisória do estado final repousa em um nível superior ao

desenvolvimento do mundo anterior. Deste modo, encontramos o Apóstolo declarando que o Cristão é abençoado em Cristo

com todas as bênçãos “nas regiões celestiais” Ef. 1.3. [Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem

abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo], termo este que constitui um modo de

expressão que indica claramente a base Cristológica da transferência do domicílio e possessões do Crente para os céus: É

“em Cristo”, ou seja, devido ao fato de que Cristo está nos céus que tal afirmação pode ser feita [Ef. 1.20. o qual exerceu ele

em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais]. Mais forte ainda é a

declaração em Ef. 2.6 [e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus...]

que afirma como vemos na passagem, que o crente foi ressuscitado com Cristo e assentado com Ele nas regiões celestiais;

neste caso, a repetição do termo “em Cristo Jesus” no final da sentença enfatiza com uma força adicional como todo o

movimento de elevação repousa na remoção de Cristo para a esfera divina e sublime como consequência da sua

Ressurreição. Na epístola aos Filipenses, os Cristãos [Fp. 3.20] a palavra “poli,teia”[cidadania, ou nação], que é a nossa

cidadania ou a nossa nação é declarada como estando nos céus, pelo motivo de que o Ser de Cristo está ali, o que,

entretanto, não altera os outros aspectos da atitude do crente descrito nas palavras na mesma passagem, Fp. 3.20 [Pois a

nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo], que aguardamos dos céus o

nosso Salvador. O que temos na epístola aos Colossenses pode ser adicionado a esta transferência ou traslado do crente

para o Reino do Filho do amor de Deus, pois como norma, o termo “Reino de Deus” traz para Paulo um sentido escatológico,

Cl. 1.13 [Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor] e 2 Tm. 4.18 [O Senhor

me livrará também de toda obra maligna e me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos.

Amém…]. Temos ainda a ênfase no dever do Cristão em buscar “as coisas lá do alto” [Cl. 3.1], pois isto procede do fato de

que Cristo está lá no alto; observe-se também,que a vida dos crentes também está ali, escondida com Cristo, em Deus, Cl.

3.3 [porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus].

The point of view thus attained may be described as semi-eschatological. It is characteristic of the

Epistle of the First Imprisionment, Ephesians, Colossians, Phillippians. We can no expect that Paul shoul have used

for it the formula of the Christian’s belonging in principle to a higher “kosmos”, for the woed “kosmos” has through

its evil associations become unfit for such usage. It is true “aion” in its world-sense might have served the purpose,

and is by implication actually so employed in passages as early as Rom. 12.2 and Gal. 1.4. But “aion” had to continue

in use for the continued older simple distinction between “this age” and “the age to come”. Consequently the idea of

“heaven” and such metaphorical locally-oriented phrases as “the things above” had to take the place of the older

technical terms. “Heaven” offered moreover the advantage of expressing that the [BOOK, P. 39] provisionally-

realized final state lies on a higher plane than the preceding world-development. Thus we find the Apostle declaring

that the Chrsitian is blessed in Christ with every spiritual blessing “in the haveanly regions”, Eph. 1.3, a way of

expression clearly indicating the Christologica basis of the transfer of the believer’s domicile and possessions to

heaven: it is “in Christ”, i.e., because of his being in heaven , that the affirmation can be made, cp. 1.20. Still stronger

is the statement of 2.6 to the effect that the believer is raised up with Christ, and made to sit with Him in the heavenly

regions, and here the repletion of the phrase “in Christ Jesus” at the end of the sentence emphazises with additional

stress how the lever of the whole upward movement lies in the removal of Christ to the supernal sphere consequent

upon his resurrection. In the Epistle to the Philippians the Christians’s “politei,a” ”commonwealth” or “citzenship”

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Page 56: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA is said to be in heaven for the reason of Christ’s being there, which, however, does not alter the other aspect of the

beliver’s attitude described in the words: “from whence also we wait for a Saviour, the Lord Jesus Christ”, 3.20. From

the Epistle to the Colossians may be added th this the translation of the readers into the Kingdom of the Son of God’s

love , because as a rule the phrase “Kingdom of God” bears for Paul eschatological significance, 1.13; 2 Tim. 4.18;

further the stress on the Christian’s duty to seek the things above, and that from the motive of Christ’s being there,

and in consideration of the believers’ life being there hid with Christ in God, Col. 3.1,2, is to be noted here.

Algumas vezes, tem sido afirmado que esta mudança [do crente] da trajetória linear do plano de visão

horizontal para um movimento ascendente [a mudança do crente da antiga era para a Nova], rumo ao mundo celestial

representa um enfraquecimento do interesse ou da ênfase escatológica do Apóstolo. Nada poderia estar mais longe da

verdade. Na realidade, toda esta representação da condição do Cristão como centralizada e potencialmente alicerçada nos

céus, não é uma anulação ou revogação com a esfera terrena [por exemplo, das obrigações e deveres do Cristão com a

presente era], mas sim, a afirmação mais concreta e intensa do vigor celestial e espiritual da vida do crente. Exatamente, por

ser em grande medida uma realização ainda inicial, ela [LIVRO, P. 40] traz em si a marca característica da Escatologia

escrita claramente sobre na sua configuração. E devido ao fato de não haver nela nenhuma volta, nenhum retrocesso ao

sistema antigo [à velha era], mas uma [processo no qual o crente está envolvido – a sua da velha para a Nova Era], mas sim,

uma reafirmação da esperança absoluta última, a trajetória linear horizontal já referido, que também se projeta para o futuro,

continua a coexistir lado a lado com a trajetória ascendente em plena vigência. A idéia do futuro, de modo algum recua ou

retrocede para segundo plano; a Segunda Vinda de Cristo permanece em primeiro plano, sem qualquer diminuição ou

interrupção na ênfase de sua relevância. A única coisa que pode ser concedida quanto a um diálogo com a Perspectiva

Crítica é com respeito ao movimento de avanço do período anterior, caracterizado por certo grau de uma ansiosa expectativa,

a qual aqui dá lugar a uma postura serena e pacífica de contemplação do mundo espiritual e do seu conteúdo. Esta postura,

porém, não é a disposição espiritual de alguém sem expectativa simplesmente porque a sua esperança falhou antes do início

do grande evento da Segunda Vinda. Muito pelo contrário. Ela denota a dissipação daquela ansiosa expectativa como

resultado da ampla satisfação obtida. O desfrutar parcial destas coisas tem antes estimulado o anelo pelo verdadeiro alimento

[espiritual] em sua abundância. Nesta questão, o que pode dar origem a equívocos é a confusão de uma bilateralidade

escatológica com a divisão filosófica do universo em esfera superior e inferior. Embora esta distinção cósmica seja

pressuposto da perspectiva em questão, de modo nenhuma ela é idêntica à mesma, pois os céus no qual o Cristão habita por

antecipação não é cósmico, mas é um céu completamente redentivo; um céu que se torna o que ele é através da edificação

progressiva e da glorificação própria da obra de Deus, imperecível e eterna, na esfera da Redenção. Como tal, em princípio,

ele não apenas torna bem-aventurado, mas também sugere ao crente prosseguir até a sua consumação final da sua

Redenção. Por assim dizer, do mesmo modo que os céus tem experimentado tempo e história em si mesmo, assim também o

tempo tem experimentado a dimensão da imutabilidade e eternidade em si.

It has sometimes been asserted that this deflection from the straight prospective line of vision to

the upward bent towards the heavenly world represents a toning down of the eschatological interest. Nothing could

be farther from the truth. In reality this whole representation of the Christian state as centrally and potentially

anchored in heaven is not the abrogation, it is the most intense and the most practical assertion of the other-wordly

tenor of the believer’s life. Precisely because it is to a large degree incipient realization, it bears [BOOK, P. 40]

the signature of eschatology written clear on its face. And because there is in it no going back upon, but a

reaffirmation of the absolute ultimate hope, the other, nore simple line of projection into the future continues to exist

side by side with it in full validity. The idea of the future by no means recedes into the background; the coming of

Christ is in continuance and without the slightest abatement of interest dwelt upon. The only thing that may be

conceded to the view critized is that the eger forward-streching movement of the former period, characterized by a

certain degree of restlessness, here gives place to a more quiet and serene attitude of contemplation of the other

world and its content. But this is not the state of mind one who has unlearned to hunger because of an often failure of

his hope in the beginning of the feast. On the contrary it betokens the passing away of the acute, to some degree

painful, sense of hanger as a result of the ample provisional satisfaction obtained. The partial enjoyment has rather

whetted the appetite for the true food in its abundance. What gives rise to misunderstanding at this point is the

confusion of eschatological two-sideness with the philosophical bisection of the universe itno a higher and lower

sphere. While this cosmical distinction is presupposed by the view in question, it is in no wise identical with it. The

heaven in which the Christian by anticipation dwells is not the cosmical heaven, it is a thoroughly redemptive heaven,

a heaven become what it is through the pregressive upbuilding and enrichment pertaining to the age-long work of

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Page 57: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA God in the sphere of redemption. As such it not only in principle beatifies but also still beckons onward the believer

to its final consummation. Heaven, so to speak, has received unchangebleness and eternity into itself.

Aqui contudo repousa o significado interno da repatriação de Cristo aos céus, levando para lá todo o fruto

histórico amadurecido do tempo de sua estadia [missão e período messiânico] na terra, quando da realização de sua obra

redentora que culminou no Calvário e na Ressurreição e Exaltação; e agora, de lá dos céus dirige e controla com cuidado e

zelo os dois aspectos do processo duplo de desenvolvimento da vida cristã [celestial e terrestre] da sua igreja. E juntamente

com Cristo, o Espírito Santo sustenta dos dois aspectos do processo duplo da vida cristã [celestial e terrena], [LIVRO, P.

41] pois o Espírito em toda a sua obra e manifestações contemporâneas, conforme teremos ocasião de demonstrar, em

nada é inferior, mas sim, a garantia e as primícias da retenção adequada do estado celestial final.

Herein lies the inner significance of the repatriation of Christ into heaven, carrying thither with

Himself all the historical time-matured fruit of his earthly stage of work, and now from there guiding with impartial

solicitude the two lines of terrestrial and celestial development of his Church. Besides the Christ the Spirit holds the

two aspects of the Christian ‘s double life-process together, for [BOOK, P., 41] the Spirit in all his working in all

his working and in all his present-state manifestations here is, as we shall afterwards have occasion to show, at

bottom naught but the earnest and first-fruits of the adequate final possession of the celestial state.

Aqui está a importância fundamental da atividade do Espírito, o centro a partir do qual todas as suas

atividades ocorrem e no qual elas consequentemente são mais uma vez reunidas. Não obstante haja uma semelhança formal

entre a bilateralidade da vida cristã [terrestre e celestial] e o dualismo da filosofia grega, a primeira [a bilateralidade da vida

cristã] permanece amplamente distanciada do referido dualismo grego53. A própria origem da referida bilateralidade não

permite sua identificação com o sistema grego referido, ainda que seja em grau reduzido, pois a bilateralidade nasceu da

Revelação Escatológica, enquanto que o dualismo grego surgiu de especulação metafísica. Por este motivo, é importante

estar capacitado para demonstrar que a perspectiva linear histórica horizontal é única e mais antiga, a partir da qual somente

através de um evento histórico importante [que é a Ressurreição do Senhor] a estrutura paralela das duas esferas [celestial e

terrena da vida Cristã] foi produzida.

That is his fundamental significance, the focus from which all the Spirit’s activities proceed and in

which they consequently meet again. Notwithstanding a certain formal resemblance in the two-sideness of the

Christian life, it stands at a far remove from Greek philosophical dualism 46 46 46 46 46 46 46 46 46 46

46 46 46 46 46 46. Its very genesis forbids identification with this even to the slightest degree. Its mother-soil

lies in eschatological revelation, not in metaphysical speculation. For this reason it is important to be able to show

that the horizontal historical line of perspective is the older one, out of which only through an eminently-historical

event the parallel structure of the two spheres was begotten.

Primeiro veio o aspecto histórico e depois o teológico. Assim, devido a este aspecto teológico ter vindo

posteriormente, toda possibilidade de conflito foi excluída desde o início; além disto, nenhuma das duas esferas poderia

interferir na outra. Temos ainda que qualquer que seja a composição desta perspectiva, a mesma não poderia resultar em

uma redução ou diminuição da importância ou do vínculo escatológico como típico e inerente à fé cristã. Para isto pudesse ter

ocorrido seria necessário ter havido, ou ainda, isto indicaria uma apostasia primeira desde as origens do Cristianismo. O que

é geralmente usado como acusação contra a era de Constantino e contra o surgimento do Protestantismo, na verdade, tem

suas raízes em uma suposta especulação quanto de helenização Paulina. Esta por sua vez, sob o pretexto de determinar o

curso das coisas para os céus, em seu efeito real, teria significado uma contínua repetição ou repercussão em nível mundial,

53

A mesma acusação de estar sob a influência do dualismo Helênico de Alexandre para efeito de enfraquecer o tom escatológico Cristão Primitivo foi colocada contra o Quarto Evangelho [João] e contra o livro de Hebreus. A este respeito, a resposta a ambas as acusações deve ser a mesma acima pronunciada com respeito a Paulo. Em João, assim como em Hebreus, a perspectiva cronológica é sustentada sem qualquer prejuízo. Entretanto, é fato que a tendência à espiritualização do livro de Hebreus assume, em parte, a forma de correção a uma externalizaçao exagerada e consequentemente, também, a uma forma impaciente de preocupação escatológica. The same charge of infection with Hellenic [Alexandrian] dualism to the effect of softening down primitive Christian eschatologism has been brought against the fourth Gospel and the Epistle to the Hebrews. In regard to both the answer to the charge will have to be the same as that given above with regard to Paul. In John, no less than in Hebrews, the chronological perspective is retained without impairment. It is true, however, that the spiritualizing tendency of Hebrews assumes in part the form of correcting a too externalized, and consequently impatient, form of eschatological preoccupation.

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Page 58: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA do futuro sobre o presente.

The historical was first, then the theological. And because the latter came form the former every

possibility of conflict was from the outset excluded, neither of the two could interfere with the other. Nor could the

rearrangement of the perspective result in abatement of the eschatological interest, as inherent in the Christian faith.

For this to take place would have meant a primal apostasy from the origins of Christianity. What is usually charged

aginst the age of Constantine and the rise of Protestantism would actually have its root in a Pauline Hellenizing

speculation, which under the guise of directing to heaven would have in its actual effect meant a worldly recurrence

from the future upon the present.

Nada disto, porém, existe na intenção do Apóstolo: O Cristão tem apenas seus membros na terra, os

quais devem ser mortificados; ele mesmo pertence a uma pátria superior, uma esfera mais alta, na qual estão as coisas

citadas pelo Apóstolo em Cl. 3.2, como “as coisas lá do alto, não as que são aqui da terra”; também Cl. 3.5 [fazei, pois, morrer

a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria...]

There is nothing of this in the Apostle’s intent: the Christian has only his members upon earth,

which are to be mortified; himself, and as a whole, he belongs to the high mountain-land above, Col. 3.5.

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Page 59: Cap. 1 Escatologia Paulina GVos

A ESCATOLOGIA PAULINA POR GEERHARDUS VOS

CAP. 1. A ESTRUTURA DA ESCATOLOGIA PAULINA

FIGURA 1

[Livro, p. 38]

ESTA ERA OU MUNDO A ERA OU O MUNDO PORVIR

O ESQUEMA ORIGINAL

II. O ESQUEMA MODIFICADO

O MUNDO PORVIR – REALIZADO EM PRINCÍPIO

NO CÉU

NA TERRA

ESTA ERA OU MUNDO

PA

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