Behaviorismo

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 Profª. Drª. Andréa Forgiarini Cechin Universidade Federal de Santa Maria [email protected]

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Profª. Drª. Andréa Forgiarini CechinUniversidade Federal de Santa Maria

[email protected]

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Ivan P. Pavlov1849 ­ 1936

O comportamento O comportamento respondenterespondente

Pavlov e os seus colaboradores verificaram que os

cães salivavam ao cheiro ou à vista da comida.

Cada vez que a comida era apresentada, ao

mesmo tempo soava uma campainha.

O animal foi condicionado a salivar como reação

ao som da campainha.

Surge assim o reforço, não só como elemento

imprescindível na aprendizagem, como também na

sua manutenção ao longo do tempo.

PRECURSOR DO BEHAVIORISMO:

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RESUMINDORESUMINDO

O condicionamento clássico (respondente)

consiste na transferência de uma resposta

associada a um estímulo para outro, que

inicialmente não a provocava.

O ORGANISMO É PASSIVO NA PRODUÇÃO DA RESPOSTA

O âmbito e campos de aplicação desta forma de

aprendizagem são vastos, praticamente todos os

domínios de atividade. No homem, por exemplo,

muitos comportamentos de medo são adquiridos

através dele.

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Surgiu no início do século XX, como uma

corrente da Psicologia cujo único objeto de

estudo é o comportamento observável nos

homens ou nos animais.

O comportamento é toda a ação observável e

pode ser medido.

O homem é visto como um organismo que

responde a estímulos provenientes do meio

exterior de uma forma mais ou menos

“automática”.

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A aprendizagem é considerada como uma forma

de condicionamento, resultado de associações

entre E - R (específicos), e que podem ser

reforçadas ou inibidas.

Baseia-se no comportamento exterior do sujeito

e na análise minuciosa da tarefa que ele terá que

aprender. Vê o aluno como moldável e passivo.

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PRESSUPOSTOS DA TEORIA BEHAVIORISTA

Os princípios de aprendizagem behaviorista, foram desenvolvidos tendo em vista quatro regras básicas da construção do conhecimento:

EMPIRISMO - tem por base fatos realmente observados, para sustentar as explicações da natureza. A fonte de todo conhecimento é a experiência sensorial. A base do empirismo é a observação.

DETERMINISMO - estabelece que qualquer evento é resultado de um grupo de determinadas condições e variáveis.

PARCIMÔNIA - diante de duas explicações igualmente sustentadas em dados e plausíveis para um mesmo fato, deve-se dar preferência a mais simples delas.

MANIPULAÇÃO CIENTÍFICA - as conclusões devem ser decorrentes de experimentos em que a aplicação sistemática e freqüente de certos procedimentos demonstre a validade das mesmas.

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Os behavioristas defendiam que quase todos os

comportamentos característicos do ser humano eram

aprendidos. Desta forma, como veremos, a

aprendizagem torna-se a área de maior interesse para

os behavioristas.

Os behavioristas atribuem um imenso poder ao

ambiente no desenvolvimento humano, considerando o

homem como um ser que desenvolve suas

características em função das condições presentes no

meio em que está inserido. Partem do princípio de que

manipulando os elementos presentes no ambiente

(estímulos) pode-se controlar o comportamento. O

homem é, portanto, produto do meio.

Para os comportamentalistas, a ciência consiste numa

tentativa de descobrir a ordem na natureza e nos

eventos. Os seguidores desta teoria procuram

demonstrar que certos acontecimentos estão

relacionados, que o meio pode ser manipulado e o

comportamento modificado se alterados os elementos

ambientais.

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John Broadus Watson1878 ­ 1958

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Em 1919 iniciou o estudo do condicionamento

do bebê.

“O bebê não é mais do que um pedaço de

barro que pode ser moldado e trabalhado

pelas mãos de um mestre artesão”.

Um bebê pode ser moldado, através do uso

das técnicas de condicionamento.

Começou a escrever a sua obra (1913) na

mesma altura em que o trabalho de Pavlov

começava a ser conhecido nos EUA. Pensou

que se um cão podia ser condicionado,

também um bebê podia ser.

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Testou esta teoria condicionando um bebê de nove

meses, a ter medo de toda a variedade de objetos:

estímulos.

Conseguiu este condicionamento apresentando ao

bebê um certo estímulo condicionado (EC) – um rato

branco – e depois, batia com um martelo (estímulo

incondicionado – EI) numa tábua, perto da cabeça

do bebê.

EC – rato branco – inicialmente neutro e em termos

de propriedades indutoras de medo;

EI – o som forte – produzia uma resposta de medo

por parte do bebê.

Associação EC + EI fez com que o bebê reagisse,

de forma idêntica à que reagia com um som forte.

“Aprendeu” a associar o rato ao som forte =

“aprendeu” a ter medo do rato.

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Mais tarde o bebê apresentava medo de qualquer

estímulo que lhe fizesse lembrar um rato

generalização de estímulos.

O estudo do bebê o fez acreditar que o

comportamento humano podia ser controlado.

Acreditava que não só os antecedentes

genéticos, mas também a estimulação do meio,

sob a forma de condicionamento, podia produzir

qualquer comportamento.

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Watson, considerado pai do behaviorismo, foi o

primeiro a utilizar o termo behaviorismo,

defendendo que o objeto da psicologia era o

comportamento, definido como: um OBJETO

OBSERVÁVEL, MENSURÁVEL, que podia ser

REPRODUZIDO em diferentes condições e em

diferentes sujeitos.

A partir desta perspectiva watsoniana, o homem

começa a ser estudado como produto do processo

de aprendizagem pelo qual passa desde a infância,

ou seja, como produto de associações

estabelecidas durante a vida, entre estímulos (do

meio) e respostas (manifestações

comportamentais).

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Teóricos da aprendizagem comportamentalista Teóricos da aprendizagem comportamentalista

seguidores de Watson:seguidores de Watson:

Thorndike,

Guthrie,

Hull

Skinner

Defensores da importância do meio sobre a aprendizagem.

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Foram poucos os teóricos da aprendizagem que

estudaram crianças na sala de aula ou que de

fato estudaram crianças:

THORNDIKE gatos;

GUTHRIE gatos;

HULL ratos;

SKINNER ratos e

pombos.

Mas os princípios da aprendizagem derivados

destas estudos foram generalizados aos seres

humanos.

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BURRHUS FREDERIC SKINNERBURRHUS FREDERIC SKINNER1904 - 19901904 - 1990

O comportamento operante

É considerado por muitos o mais expressivo psicólogo

americano.

Graduou-se em inglês e desejava tornar-se escritor, mas

após dois anos de formado, frustrado com sua incapacidade

literária, declarou que “não tinha nada importante a dizer”.

Estava tão desesperado e com a auto-estima tão abalada

que chegou a pensar em procurar ajuda psiquiátrica. Mas,

após a ler obras de Watson e Pavlov, decidiu transferir seu

interesse literário pelas pessoas para um interesse mais

científico.

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Em 1931 pós-graduou-se em Psicologia, em

Harvard, abordando pela primeira vez a posição que

iria nortear toda sua carreira: que um reflexo nada

mais é do que a correlação entre um estímulo e uma

resposta.

Considerava a vida um produto de reforços

passados e afirmava que a sua própria vida fora era

predeterminada, organizada e ordeira quando o seu

sistema ditava que todas as vidas humanas fossem.

Manteve-se produtivo até a sua morte, aos oitenta

e seis anos. Suas principais obras foram: “Sobre o

behaviorismo”, “O mito da liberdade”, “Walden II”

(1948), “Ciência e comportamento humano” (1953)

e “Contingências de reforço - uma análise teórica”.

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TEORIA DO CONDICIONAMENTO OPERANTE

O mundo é algo já construído, a realidade é um

fenômeno objetivo e o meio pode ser manipulado.

Pode-se mudar o comportamento alterando-se os

elementos (estímulos) ambientais.

O papel do indivíduo nesta sociedade é um ser

passivo e respondente ao que dele é esperado. É

uma peça numa máquina planejada e controlada,

realizando a função que ele realize de maneira

eficiente.

A base de todo conhecimento na teoria

behaviorista é a experiência planejada.

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A preocupação de Skinner em seus estudos sempre foi com o controle dos comportamentos observáveis, os chamados “estados internos” não são considerados relevantes em uma análise funcional.

Toda teoria de Skinner tem por objetivo uma modificação social, uma sociedade ideal regida pelas leis da engenharia comportamental.

Na obra Walden II (1948) o autor deixa bem claro o que ele pretende como sociedade: o homem pode obter uma vida melhor se as tradições sociais forem substituídas por um planejamento amplo que busque o bem-estar de todos, e que utilize, para isso, a teoria do reforço.

A principal contribuição de Skinner, profundamente difundida e aplicada na educação, é, sem dúvida, sua idéia de comportamento operante.

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COMPORTAMENTO OPERANTE - são todas as

coisas que fazemos e que têm um efeito sobre o

ambiente ou operam sobre ele. Não são

automáticos e não se relacionam com estímulos

conhecidos. Ex.: caminhar, andar de bicicleta, ler,

estudar, etc.

No modelo operante a resposta é a condição do

reforço: o organismo deve atuar sobre o ambiente

para obtê-lo.A preocupação central das pesquisas e da teoria de

Skinner era o condicionamento de comportamentos

operantes. A partir de suas experiências com ratos

albinos na chamada “caixa de Skinner”, o psicólogo

conseguiu condicionar o comportamento dos ratos. A

partir disto, estabeleceu as bases de sua teoria,

acreditando que os princípios do condicionamento

operante poderia ser aplicado em qualquer pessoa.

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Caixa de Skinner

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De acordo com o condicionamento operante,

manipulando os elementos presentes no

ambiente (os estímulos) pode-se controlar o

comportamento:

- fazer com que aumente o diminua a freqüência

com que ele aparece;

- extingui-lo;

- fazer com que apareça em situações

adequadas.

No condicionamento operante o comportamento é controlado por suas conseqüências, pelos estímulos que se segue às respostas.

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REFORÇO

Fator que torna provável o aumento de freqüência de uma resposta. Pode ser positivo ou negativo.

Positivo Negativo

Qualquer estímulo

que, quando

acrescentado à

situação, aumenta a

probabilidade de

ocorrência da

resposta.

Qualquer estímulo que,

quando retirado da

situação, aumenta a

probabilidade de

ocorrência da resposta.

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É contínuo quando reforçamos um

comportamento toda vez que ele ocorre. Este

tipo de reforço provoca, geralmente,

comportamentos pouco resistentes a extinção.

É intermitente quando um comportamento é

reforçado de forma descontínua. Este tipo de

reforço provoca um comportamento mais estável

e resistente à extinção.

TIPOS DE REFORÇOcontínuo intermitente

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EXTINÇÃO - É a negação do reforço com o propósito

de eliminar ou enfraquecer um comportamento. Para

que isto aconteça, é necessário retirar do ambiente

as conseqüências que mantém o comportamento.

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Condicionamento operante na sala de aula

Educação = aprendizagem de certas respostas que

mais tarde serão úteis para a vida.

O professor deve utilizar técnicas que produzem

mudanças comportamentais significativas.

Reforços Reforços

CondicionadosCondicionados

Geralmente mais Geralmente mais

produtivosprodutivos

• Reforço social generalizado;Reforço social generalizado;

• Promoções;Promoções;

• Prêmios;Prêmios;

• Aprovação.Aprovação.

O condicionamento operante é mais eficaz quando o O condicionamento operante é mais eficaz quando o reforço é imediato.reforço é imediato.

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Skinner é contra o uso da punição na sala de aula.

PuniçãoPuniçãolevaleva

reações emocionais reações emocionais negativasnegativas..

A educação deverá maximizar o conhecimento,

conseguido através do condicionamento operante,

construindo o reportório de respostas do aluno.

Para um bom ensino:

capacidade de organizar a sequência de

reforços apropriada;

verificar que estes reforços são contingentes à

emissão das respostas apropriadas por parte

dos alunos.

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A proposta psico-pedagógica de Skinner

  Apresentações das informações em pequenas etapas.

  Exigência de participação ativa do aluno através de um sistema de avaliação ancorado na reprodução da resposta.

 Reforço imediato à resposta, no sentido de um feedback indicando acerto ou erro.

 Auto ­ controle por parte do aluno.

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Esta teoria deu suporte, durante muito tempo, à

escola americana e depois, durante a ditadura

militar, foi importada para nosso país. A tendência

conhecida como tecnicismo pedagógico,

extremamente difundida no final da década de 60 e

durante a década de 70 no Brasil, propunha

justamente uma educação baseada na emissão de

respostas, no reforço e na superficialidade.

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TECNOLOGIA DO ENSINO

EDUCAÇÃO - Nesta perspectiva, a educação deverá

transmitir conhecimentos, comportamentos éticos, práticas

sociais, habilidades consideradas básicas para manipulação e

controle do mundo/ambiente. A educação tem um poder

controlador.

ENSINO - arranjo e planejamento de contingências de

reforço sob as quais os estudantes aprendem.

CONTEÚDO - visa objetivos e habilidades que levem à

competência .

Este ensino baseado na competência é caracterizado por:

- especificação de objetivos em termos

comportamentais;

- especificação dos meios de avaliação;

- fornecimento de uma ou mais formas de ensino

pertinentes aos objetivos;

- conhecimento público dos objetivos, critérios, formas

de atingi-los e avaliação.

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ALUNO - passivo, à mercê das contingências do

ambiente e dos agentes controladores.

PROFESSOR - planejador e analista de

contingências. Sua função é arranjar contingências de

reforço, possibilitando o aumento da probabilidade de

ocorrência de uma resposta. METODOLOGIA - individualização do ensino - máquinas

de ensinar, instrução programada; apresentação de

contingências de reforço de forma controlada.

AVALIAÇÃO - preocupada com aspectos

mensuráveis e observáveis.

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Implicações Pedagógicas

1) Definir,  com  a  maior  exactidão  possível,  os  objetivos  finais  da aprendizagem.

3) Analisar  a  estrutura  das  tarefas,  de  modo  a  determinar  os objectivos do percurso.

5) Estruturar  o  ensino  em  unidades  muito  pequenas,  de  forma  a permitir  um  melhor  condicionamento  do  aluno  e  conduzi­lo através  de  experiências  positivas  da  aprendizagem  (com resultado de sucesso).

7) Apresentar estímulos capazes de suscitar reações adequadas.

9) Evitar as ocasiões de erro,  ignorá­lo o mais possível ou puni­lo, de modo a evitar a instalação de hábitos errados.

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1) Proporcionar aos alunos conhecimento dos resultados obtidos e retro ­ alimentação adequada;

3) Recompensar,  retirar  recompensas  ou  punir  os  alunos,  de acordo com a natureza dos seus comportamentos e em relação à aprendizagem desejada.

5) Aos  princípios  Behavioristas  podem  ser  associadas  técnicas  de ensino  que  permitem  concretizá­los  na  sala  de  aula.  Entre  elas faz­se  referência  a:  exercícios  de  repetição,  ensino individualizado  de  tipo  programando,  demonstrações  de atividades  a  imitar  sem  serem  acompanhadas  de  grandes explicações, etc.