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TEORIAS E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS Docente: Andréa Barreto Carga Horária: 30h/a Créditos: 02 EMENTA Fundamentos sobre as Teorias e Tendências Pedagógicas. O processo ensino-aprendizagem, Teorias da Aprendizagem, Concepções sobre aprendizagem e abordagens do processo pedagógico. OBJETIVOS Fornecer noções básicas sobre o processo ensino-aprendizagem mediante o estudo das tendências pedagógicas; Refletir sobre a importância da educação como fator de transformação pessoal e social; Estimular ao aluno uma postura crítica frente as diversas teorias do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem humana; Proporcionar abertura a novas contribuições à complexidade da realidade educacional; Incentivar a participação criadora do aluno na inovação e aperfeiçoamento de experiências e técnicas pedagógicas que contribuam para melhorar a qualidade do processo de ensino- aprendizagem. CONTEÚDO Tendências Pedagógicas e as abordagens psicológicas; Retrospectiva histórica da educação, suas relações e pressupostos; Competências e saberes necessários à prática docente. Postura do professor como sujeito histórico de transformação. METODOLOGIA Aulas interativas com exposição, discussão, reflexão e contextualização; Trabalhos grupais; Trabalhos individuais; Seminários. RECURSOS MATERIAIS Data show; Quadro branco e pincéis; Aparelhos de TV e DVD.

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AS PRINCIPAIS TENDNCIAS PEDAGGICAS NA PRTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM

TEORIAS E TENDNCIAS PEDAGGICAS

Docente: Andra Barreto

Carga Horria: 30h/a

Crditos: 02

EMENTA

Fundamentos sobre as Teorias e Tendncias Pedaggicas. O processo ensino-aprendizagem, Teorias da Aprendizagem, Concepes sobre aprendizagem e abordagens do processo pedaggico.

OBJETIVOS

Fornecer noes bsicas sobre o processo ensino-aprendizagem mediante o estudo das tendncias pedaggicas;

Refletir sobre a importncia da educao como fator de transformao pessoal e social;

Estimular ao aluno uma postura crtica frente as diversas teorias do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem humana;

Proporcionar abertura a novas contribuies complexidade da realidade educacional;

Incentivar a participao criadora do aluno na inovao e aperfeioamento de experincias e tcnicas pedaggicas que contribuam para melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

CONTEDO

Tendncias Pedaggicas e as abordagens psicolgicas;

Retrospectiva histrica da educao, suas relaes e pressupostos;

Competncias e saberes necessrios prtica docente. Postura do professor como sujeito histrico de transformao.

METODOLOGIA

Aulas interativas com exposio, discusso, reflexo e contextualizao;

Trabalhos grupais;

Trabalhos individuais;

Seminrios.

RECURSOS MATERIAIS

Data show;

Quadro branco e pincis;

Aparelhos de TV e DVD.

AVALIAO

A avaliao ser concebida como diagnstica, dinmica, diversificada e dialgica. Incidir sobre a freqncia e participao de trabalhos realizados em sala de aula. Teremos duas avaliaes: uma individual e outra em grupo.

AS PRINCIPAIS TENDNCIAS PEDAGGICAS NA PRTICA ESCOLAR BRASILEIRA E SEUS PRESSUPOSTOS DE APRENDIZAGEM

Delcio Barros da Silva

1. INTRODUO

O objetivo deste artigo verificar os pressupostos de aprendizagem empregados pelas diferentes tendncias pedaggicas na prtica escolar brasileira, numa tentativa de contribuir, teoricamente, para a formao continuada de professores.

Sabe-se que a prtica escolar est sujeita a condicionantes de ordem sociopoltica que implicam diferentes concepes de homem e de sociedade e, conseqentemente, diferentes pressupostos sobre o papel da escola e da aprendizagem, inter alia. Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos tericos, explcita ou implicitamente.

Embora se reconheam as dificuldades do estabelecimento de uma sntese dessas diferentes tendncias pedaggicas, cujas influncias se refletem no ecletismo do ensino atual, emprega-se, neste estudo, a teoria de Jos Carlos Libneo, que as classifica em dois grupos: liberais e progressistas. No primeiro grupo, esto includas a tendncia tradicional, a renovada progressivista, a renovada no-diretiva e a tecnicista. No segundo, a tendncia libertadora, a libertria e a crtico-social dos contedos.

Justifica-se, tambm, este trabalho pelo fato de que novos avanos no campo da Psicologia da Aprendizagem, bem como a revalorizao das idias de psiclogos interacionistas, como Piaget, Vygotsky e Wallon, e a autonomia da escola na construo de sua Proposta Pedaggica, a partir da LDB 9.394/96, exigem uma atualizao constante do professor. Atravs do conhecimento dessas tendncias pedaggicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor ter condies de avaliar os fundamentos tericos empregados na sua prtica em sala de aula.

No aspecto terico-prtico, ou seja, nas manifestaes na prtica escolar das diversas tendncias educacionais, ser dado nfase ao ensino da Lngua Portuguesa, considerando-se as diferentes concepes de linguagem que perpassam esses perodos do pensamento pedaggico brasileiro.

2. TENDNCIAS PEDAGGICAS LIBERAIS

Segundo LIBNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idia de que a escola tem por funo preparar os indivduos para o desempenho de papis sociais, de acordo com as aptides individuais. Isso pressupe que o indivduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, atravs do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa nfase no aspecto cultural, as diferenas entre as classes sociais no so consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idia de igualdade de oportunidades, no leva em conta a desigualdade de condies.

2.1. TENDNCIA LIBERAL TRADICIONAL

Segundo esse quadro terico, a tendncia liberal tradicional se caracteriza por acentuar o ensino humanstico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno educado para atingir sua plena realizao atravs de seu prprio esforo. Sendo assim, as diferenas de classe social no so consideradas e toda a prtica escolar no tem nenhuma relao com o cotidiano do aluno.

Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o esprito da criana acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilao da criana idntica do adulto, sem levar em conta as caractersticas prprias de cada idade. A criana vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida.

No ensino da lngua portuguesa, parte-se da concepo que considera a linguagem como expresso do pensamento. Os seguidores dessa corrente lingstica, em razo disso, preocupam-se com a organizao lgica do pensamento, o que presume a necessidade de regras do bem falar e do bem escrever. Segundo essa concepo de linguagem, a Gramtica Tradicional ou Normativa se constitui no ncleo dessa viso do ensino da lngua, pois v nessa gramtica uma perspectiva de normatizao lingstica, tomando como modelo de norma culta as obras dos nossos grandes escritores clssicos. Portanto, saber gramtica, teoria gramatical, a garantia de se chegar ao domnio da lngua oral ou escrita.

Assim, predomina, nessa tendncia tradicional, o ensino da gramtica pela gramtica, com nfase nos exerccios repetitivos e de recapitulao da matria, exigindo uma atitude receptiva e mecnica do aluno. Os contedos so organizados pelo professor, numa seqncia lgica, e a avaliao realizada atravs de provas escritas e exerccios de casa.

2.2. TENDNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA

Segundo essa perspectiva terica de Libneo, a tendncia liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptides individuais.

A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida. Se, na tendncia liberal tradicional, a atividade pedaggica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista, defende-se a idia de aprender fazendo, portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno.

Como pressupostos de aprendizagem, aprender se torna uma atividade de descoberta, uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente apenas um meio estimulador. S retido aquilo que se incorpora atividade do aluno, atravs da descoberta pessoal; o que incorporado passa a compor a estrutura cognitiva para ser empregado em novas situaes. a tomada de conscincia, segundo Piaget.

No ensino da lngua, essas idias escolanovistas no trouxeram maiores conseqncias, pois esbarraram na prtica da tendncia liberal tradicional.

2.3. TENDNCIA LIBERAL RENOVADA NO-DIRETIVA

Acentua-se, nessa tendncia, o papel da escola na formao de atitudes, razo pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicolgicos do que com os pedaggicos ou sociais. Todo o esforo deve visar a uma mudana dentro do indivduo, ou seja, a uma adequao pessoal s solicitaes do ambiente.

Aprender modificar suas prprias percepes. Apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepes. A reteno se d pela relevncia do aprendido em relao ao eu, o que torna a avaliao escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliao. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da lngua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idias da escola renovada no-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, tambm, uma barreira na prtica da tendncia liberal tradicional.

2.4. TENDNCIA LIBERAL TECNICISTA

A escola liberal tecnicista atua no aperfeioamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a cincia da mudana de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal , portanto, produzir indivduos competentes para o mercado de trabalho, no se preocupando com as mudanas sociais.

Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, v o aluno como depositrio passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente atravs de associaes. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicolgica, tambm conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a viso behaviorista acredita que adquirimos uma lngua por meio de imitao e formao de hbitos, por isso a nfase na repetio, nos drills, na instruo programada, para que o aluno for me hbitos do uso correto da linguagem.

A partir da Reforma do Ensino, com a Lei 5.692/71, que implantou a escola tecnicista no Brasil, preponderaram as influncias do estruturalismo lingstico e a concepo de linguagem como instrumento de comunicao. A lngua como diz TRAVAGLIA (1998) vista como um cdigo, ou seja, um conjunto de signos que se combinam segundo regras e que capaz de transmitir uma mensagem, informaes de um emissor a um receptor. Portanto, para os estruturalistas, saber a lngua , sobretudo, dominar o cdigo.

No ensino da Lngua Portuguesa, segundo essa concepo de linguagem, o trabalho com as estruturas lingsticas, separadas do homem no seu contexto social, visto como possibilidade de desenvolver a expresso oral e escrita. A tendncia tecnicista , de certa forma, uma modernizao da escola tradicional e, apesar das contribuies tericas do estruturalismo, no conseguiu superar os equvocos apresentados pelo ensino da lngua centrado na gramtica normativa. Em parte, esses problemas ocorreram devido s dificuldades de o professor assimilar as novas teorias sobre o ensino da lngua materna.

3. TENDNCIAS PEDAGGICAS PROGRESSISTAS

Segundo Libneo, a pedagogia progressista designa as tendncias que, partindo de uma anlise crtica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolticas da educao.

3.1. TENDNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA

As tendncias progressistas libertadora e libertria tm, em comum, a defesa da autogesto pedaggica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, tambm conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educao luta e organizao de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire no considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relao educativa, mas insiste que o conhecimento no suficiente se, ao lado e junto deste, no se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos no podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus prprios conhecimentos e apropriar-se de outros.

Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido a descoberta da sua situao de oprimido, a condio para se libertar da explorao poltica e econmica, atravs da elaborao da conscincia crtica passo a passo com sua organizao de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se tambm no campo da economia, da poltica e das cincias sociais, conforme Gadotti.

Como pressuposto de aprendizagem, a fora motivadora deve decorrer da codificao de uma situao-problema que ser analisada criticamente, envolvendo o exerccio da abstrao, pelo qual se procura alcanar, por meio de representaes da realidade concreta, a razo de ser dos fatos. Assim, como afirma Libneo, aprender um ato de conhecimento da realidade concreta, isto , da situao real vivida pelo educando, e s tem sentido se resulta de uma aproximao crtica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta situao de opresso a que se chega pelo processo de compreenso, reflexo e crtica.

No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idia de dialogismo: Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo uma cadeira e convido o autor, no importa qual, a travar um dilogo comigo.

3.2. TENDNCIA PROGRESSISTA LIBERTRIA

A escola progressista libertria parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando incorporado e utilizado em situaes novas, por isso o saber sistematizado s ter relevncia se for possvel seu uso prtico. A nfase na aprendizagem informal, via grupo, e a negao de toda forma de represso, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. No ensino da lngua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, alm da negociao de sentidos na leitura.

3.3. TENDNCIA PROGRESSISTA CRTICO-SOCIAL DOS CONTEDOS

Conforme Libneo, a tendncia progressista crtico-social dos contedos, diferentemente da libertadora e libertria, acentua a primazia dos contedos no seu confronto com as realidades sociais. A atuao da escola consiste na preparao do aluno para o mundo adulto e suas contradies, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisio de contedos e da socializao, para uma participao organizada e ativa na democratizao da sociedade.

Na viso da pedagogia dos contedos, admite-se o princpio da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno j sabe. A transferncia da aprendizagem s se realiza no momento da sntese, isto , quando o aluno supera sua viso parcial e confusa e adquire uma viso mais clara e unificadora.

4. TENDNCIAS PEDAGGICAS PS-LDB 9.394/96

Aps a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de n. 9.394/96, revalorizam-se as idias de Piaget, Vygotsky e Wallon. Um dos pontos em comum entre esses psiclogos o fato de serem interacionistas, porque concebem o conhecimento como resultado da ao que se passa entre o sujeito e um objeto. De acordo com ARANHA (1998), o conhecimento no est, ento, no sujeito, como queriam os inatistas, nem no objeto, como diziam os empiristas, mas resulta da interao entre ambos.

Para citar um exemplo no ensino da lngua, segundo essa perspectiva interacionista, a leitura como processo permite a possibilidade de negociao de sentidos em sala de aula. O processo de leitura, portanto, no centrado no texto, ascendente, bottom-up, como queriam os empiristas, nem no receptor, descendente, top-down, segundo os inatistas, mas ascendente/descendente, ou seja, a partir de uma negociao de sentido entre enunciador e receptor. Assim, nessa abordagem interacionista, o receptor retirado da sua condio de mero objeto do sentido do texto, de algum que estava ali para decifr-lo, decodific-lo, como ocorria, tradicionalmente, no ensino da leitura.

As idias desses psiclogos interacionistas vm ao encontro da concepo que considera a linguagem como forma de atuao sobre o homem e o mundo e das modernas teorias sobre os estudos do texto, como a Lingstica Textual, a Anlise do Discurso, a Semntica Argumentativa e a Pragmtica, entre outros.

5. CONSIDERAES FINAIS

De acordo com esse quadro terico de Jos Carlos Libneo, deduz-se que as tendncias pedaggicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por se declararem neutras, nunca assumiram compromisso com as transformaes da sociedade, embora, na prtica, procurassem legitimar a ordem econmica e social do sistema capitalista. No ensino da lngua, predominaram os mtodos de base ora empirista, ora inatista, com ensino da gramtica tradicional, ou sob algumas as influncias tericas do estruturalismo e do gerativismo, a partir da Lei 5.692/71, da Reforma do Ensino.

J as tendncias pedaggicas progressistas, em oposio s liberais, tm em comum a anlise crtica do sistema capitalista. De base empirista (Paulo Freire se proclamava um deles) e marxista (com as idias de Gramsci), essas tendncias, no ensino da lngua, valorizam o texto produzido pelo aluno, a partir do seu conhecimento de mundo, assim como a possibilidade de negociao de sentido na leitura.

A partir da LDB 9.394/96, principalmente com as difuso das idias de Piaget, Vygotsky e Wallon, numa perspectiva scio-histrica, essas teorias buscam uma aproximao com modernas correntes do ensino da lngua que consideram a linguagem como forma de atuao sobre o homem e o mundo, ou seja, como processo de interao verbal, que constitui a sua realidade fundamental.

BIBLIOGRAFIA

ARANHA, Maria Lcia de Arruda. Filosofia da Educao. So Paulo : Editora Moderna, 1998.

COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currculo nos Limiares do Contemporneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999.

GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedaggico Brasileiro. So Paulo : tica, 1988.

LIBNEO, Jos Carlos. Democratizao da Escola Pblica. So Paulo : Loyola, 1990.

MATUI, Jiron. Construtivismo. So Paulo : Editora Moderna, 1998.

RICHTER, Marcos Gustavo. Ensino do Portugus e Interatividade. Santa Maria : Editora da UFSM, 2000.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramtica e Interao. So Paulo : Cortez, 1998.

TENDNCIAS PEDAGGICAS E movimentos sociais

Em um dado momento histrico, os movimentos sociais e filosficos so responsveis pelas tendncias pedaggicas. As intenes pedaggicas propiciam a unio das prticas didtico-pedaggicas, favorecendo o conhecimento, sem fechar questo, sem querer ser uma verdade nica e irrestrita. Seu conhecimento se torna de especial importncia para o professor que deseja construir sua prtica educativa.

Naturalmente, o professor deve se apropriar das teorias e tendncias pedaggicas ao buscar solues para os problemas que enfrenta na sua ao docente, e ao refletir sua prtica pedaggica , sem, no entanto, estar constantemente vinculado apenas a uma delas. Deve, antes de tudo refletir sobre as caractersticas de cada uma, buscando a que melhor convm ao seu desempenho acadmico, seguindo uma operacionalizao atenta que permita avaliar sua competncia e habilidade, procurando agir com eficincia e qualidade de atuao. As intenes ou tendncias pedaggicas so referncias norteadoras da prtica educativa, sendo que, os movimentos scio-polticos e filosficos exercem intensa influncia sobre as tendncias pedaggicas. Podemos classific-las em: Pedagogia Liberal Tradicional, Tendncia Liberal Renovadora Progressiva, Tendncia Liberal Renovadora no-diretiva (Escola Nova), Tendncia Liberal Tecnicista, Tendncia Progressista Libertadora, Tendncia progressista Libertria, Tendncia Progressista "crtico social dos contedos ou "histrico-crtica".

Na Pedagogia Liberal Tradicional, h a preparao intelectual e moral dos alunos para assumir seu papel na sociedade. A aprendizagem receptiva e mecnica, sem se considerar as caractersticas prprias de cada idade. H a exposio e demonstrao verbal da matria. Na Tendncia Liberal Renovadora Progressiva, a escola deve ajustar as necessidades individuais ao meio social. A aprendizagem baseada na motivao e na estimulao de problemas. A metodologia utilizada feita atravs de experincias, pesquisas e mtodo de soluo de problemas. A Tendncia Liberal Renovadora no-diretiva (Escola Nova) enfatiza a formao de atitudes, o mtodo baseado na facilitao da aprendizagem, onde aprender modificar as percepes da realidade. O Professor auxiliar das experincias. Procura desenvolver a inteligncia, priorizando o sujeito, considerando-o inserido numa situao social. A Tendncia Liberal Tecnicista aparece na segunda metade sculo XX, no Brasil em 1960-1970. A Escola procura preparar indivduos competentes para o mercado de trabalho. Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional - 5692/71. H a introduo da Disciplina Educao Artstica.

A Tendncia Liberal Tecnicista modeladora do comportamento humano atravs de tcnicas especficas. Os procedimentos e tcnicas preparam para a transmisso e recepo de informaes. A aprendizagem baseada no desempenho (aprender-fazendo). O Professor o tcnico e responsvel pela eficincia do ensino. A Tendncia Progressista Libertadora d nfase ao no-formal. crtica, questiona as relaes do homem no seu meio, visa levar professores e alunos a atingirem um nvel de conscincia da realidade em que vivem na busca da transformao social. O homem cria a cultura na medida em que, integrando-se nas condies de seu contexto de vida, pensa sobre ela e d respostas aos desafios que encontra.

A Tendncia Progressista Libertria visa transformao da personalidade num sentido libertrio e autogestionrio. A metodologia enfoca a livre-expresso, o contexto cultural, a educao esttica. Os contedos so disponibilizados para o aluno, mas no so exigidos. Resultam das necessidades do grupo. O professor conselheiro, monitor disposio do aluno. A Tendncia Progressista crtico social dos contedos ou histrico-crtica, aparece nos fins dos anos 70.

A escola parte integrante do todo social e orienta o aluno para a participao ativa na sociedade. O mtodo parte de uma relao direta da experincia do aluno confrontada com o saber sistematizado. O Professor autoridade competente que direciona o processo ensino-aprendizagem. o mediador entre contedos e alunos. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno. Os conhecimentos so construdos pela experincia pessoal e subjetiva.

Finalmente, os contedos de ensino devem ser culturais e universais, constantemente reavaliados de acordo com as realidades sociais; devem ser significativos na razo humana e social. Cabe ao professor a tarefa de escolher contedos de ensino adequados s peculiaridades locais e as diferenas individuais. REFERNCIAS: LIBNEO, J. C. Democratizao da escola pblica. A Pedagogia critico social dos contedos; SAVIANI, D.

Amlia Hamze Prof FEB/CETEC ISEB/FISO

Poltica Educacional - Educador - Brasil Escola

Da didtica s tendncias pedaggicas

Entre os elementos que contriburam para a humanizao e desenvolvimento do ser humano, podemos dizer que um de fundamental importncia foi o processo de transmisso dos conhecimentos acumulados. O homem no se humanizou somente porque produziu conhecimentos, mas tambm porque soube transmiti-los. Desse ponto de vista to importante quanto produzir conhecimentos seu processo de transmisso. Talvez por esse motivo, ao longo da histria humana, o processo educacional tenha recebido tanta ateno no s por parte de quem est envolvido no processo de ensino e aprendizagem, mas tambm por quem estuda esse processo. Assim a histria da educao um captulo importante no s para se saber o que j foi feito, mas tambm para aprender, comparativamente, como agir mais eficazmente no presente.

Nos primeiros milnios da histria humana o processo de transmisso de conhecimentos baseava-se na convivncia. As crianas conviviam com os adultos e aprendiam por imitao. Podemos dizer que nesse primeiro momento no havia muita preocupao com as tcnicas de ensinar, mas com a proximidade do grupo. Nesse contexto, se alguma tcnica de ensino havia, ela consistia em motivar as crianas e jovens a imitar os mais velhos. Do ponto de vista antropolgico podemos dizer que os ritos de passagem so um capitulo parte visto que no se caracterizam como processo formal de educao, mas como mecanismo cultural, especfico de cada agrupamento humano.

Da mesma forma que o ensino formal e a instituio escolar surgem muitos milnios depois, a preocupao mais especfica com o processo de ensino aparece somente mais tarde. Isso no significa que no tenha havido processos formais de ensino, antes da escola ou antes da reflexo didtica. Esse processo pode ser percebido entre os monges hindus ou budistas que se faziam seguir por um squito de discpulos; entre os primeiros pensadores e seus discpulos; os sofistas, e Scrates, so exemplos tpicos de processo educacional ou de ensino antes da institucionalizao da escola como a entendemos hoje e da reflexo sobre os mtodos de ensino. E, dentro desse ponto de vista, Plato e Aristteles j se enquadram dentro de perodo da institucionalizao da escola embora a Academia e o Liceu no se assemelhassem com o modelo de escola contemporneo. Esses pensadores criaram suas escolas formais e mantiveram um mtodo de ensino: Plato seguindo a tradio socrtica priorizava o dilogo; Aristteles se preocupava com a pesquisa e seu mtodo consistia em falar aos discpulos ouvintes em caminhadas pelos corredores e adjacncias do Liceu d a denominao de escola peripattica.

Podemos dizer que o mtodo platnico renasceu com a dialtica das tendncias pedaggicas de carter progressista, como sugeriu inicialmente D. Saviani e posteriormente J. Carlos Libneo ao propor duas grandes linhas de pensamento pedaggico: a tendncia liberal e a progressista. Podemos dizer que o chamado "Mtodo Paulo Freire" uma espcie de reedio dos dilogos socrticos, como no-los apresenta Plato em a Repblica, por exemplo.

Por sua vez a metodologia aristotlica, que se universalizou com mais amplido ao longo da Idade Mdia europia, de onde chegou ao Brasil, deu origem educao tradicional ou aquilo que o professor Libneo denominou de tendncia liberal. As disputas que caracterizaram a metodologia escolstica se fundamentaram no no dilogo socrtico, mas na afirmao categrica do mestre, como havia ensinado Aristteles. Podemos dizer, portanto, que o mtodo tradicional de ensino ou suas manifestaes naquelas tendncias que se Libneo e tambm Luckesi chamam de tendncia liberal, no nascem com o capitalismo ou para lhe dar sustentao, mas nascem da metodologia aristotlica, da escolstica e, posteriormente, sim, se sedimentou como metodologia educacional que pode ser usado como instrumento de manuteno da sociedade.

Isso no invalida a afirmao de que foi Comnius, com sua Didtica Magna, que lanou o marco mais significativo para a sistematizao da didtica. Tambm no se pode esquecer que Comnius produziu sua obra no sculo XVII. Estamos, portanto, dentro de um contexto ps-medieval e dentro de um perodo humanista. Seu ponto de partida todo o movimento renascentista e de modo especfico a reforma religiosa.

O movimento renascentista lhe permitiu imprimir um carter humanista em sua obra e, dentro desse movimento a reforma religiosa teve fundamental importncia sobre sua reflexo, uma vez que no a dissociou das bases espiritualistas em que estava assentada a sociedade na qual vivia. Da e de sua formao teolgica, alm de filosfica, que desenvolve uma perspectiva espiritualista em seu mtodo. Por isso podemos dizer que embora tendo dado um passo frente do seu tempo, no quebrou a sintonia com seus contemporneos. E, podemos dizer, essa uma caracterstica importante no s na didtica proposta por Comenius, mas tambm de qualquer mtodo de ensino que se preocupe, verdadeiramente com o aprendizado. Dentro desas perspectiva podemos dizer que a teorizao piagetiana e construtivista podem ser mencionadas como exemplos de metodologias que privilegiam o lugar e as condies do educando.

Podemos dizer, tambm, que um dos grandes mritos de Comenius foi a sua preocupao em desenvolver o que hoje chamamos de mtodo de ensino. E como cada mtodo est associado ideologia que lhe d sustentao podemos dizer que as diferentes tendncias pedaggicas se fundamentam na concepo de homem e de sociedade que se pretende imprimir; e essa concepo norteia a prtica pedaggica em funo da a formao do homem. Assim que se desenvolvem os diferentes mtodos de ensino. No porque se pensa em melhorar a prtica pedaggica, mas porque a partir da prtica pedaggica, numa perspectiva althusseriana, pode-se formar o homem e a sociedade dentro de modelos ideolgicos especficos.

Podemos dizer que desse ponto de vista que os professores Saviani e Libaneo propem a reflexo sobre as tendncias pedaggicas. Com base nisso, tambm, que se entende a distino das Tendncias Pedaggicas em Liberal e Progressista. Cada uma delas com as suas ramificaes e com a especificao do papel da escola, os contedos e os mtodos de ao especficos.

Durante muito tempo a prtica pedaggica no se alterou, mantendo-se afinada com aquilo que se popularizou como escola tradicional, dentro da tendncia "liberal tradicional". Essa tendncia recebeu inovaes e se redefiniu como tendncia renovada progressivista, e com o aparecimento do movimento escolanovista, foi denominada de tendncia renovada no-diretiva. A mesma perspectiva ou tendncia liberal, a partir dos anos da dcada de 1960 recebeu o incremento tecnicista, oriundo, em parte da filosofia positivista, to a gosto do governo militar.

Da mesma forma que se desenvolveram tendncias alinhadas ao capital, por isso tendncia liberal, o desenvolvimento e popularizao da anlise marxista da sociedade possibilitou o desenvolvimento da tendncia progressista. Podemos dizer que, alm dessa base materialista (histrico e dialtico) a tendncia progressista se desenvolve a partir de movimentos populares e se ramifica em trs correntes: a tendncia progressista libertadora, a libertria e a crtico-social dos contedos.

Hoje no se pode dizer que nenhuma dessas tendncias e correntes sobreviva sozinha ou isoladamente na prtica pedaggica. O que podemos observar na prtica cotidiana das escolase dos professores a mistura de tendncias e posturas. Elas no se apresentam puras nas prticas pedaggicas, mas formando uma mistura formando o que nosso sistema educacional. Misturando-se no de forma dialtica, pois assim teramos um avana qualitativo, mas de forma ecltica de modo que cada um recolhe aquilo que lhe aprece conveniente.

ARAJO Denise Silva, A construo do consenso nos anos 1990 e os organismos internacionais Disponvel em: http://professor.ucg.br/siteDocente/home/disciplina.asp?key=3172&id=479

LIBNEO, Jos Carlos. Democratizao da Escola Pblica. So Paulo : Loyola, 1990.

LUCKESI, Copriano C. Filosofia da Educao. 2 ed. So Paulo: Cortez, 2001

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 31 ed. Campinas: Autores Associados, 1997.

SILVA Delcio Barros daAs Principais Tendncias Pedaggicas na Prtica Escolar Brasileira e Seus Pressupostos de Aprendizagem disponvel em:

Algumas reflexes sobre as teorias pedaggicas

Josely Pereira Muniz'

Nenhuma prtica pedaggica, por mais longnquo que seja o local onde se realiza, d se aleatoriamente. Est e estar, sempre, fundamentada numa concepo de homem, de sociedade, de educao. O fato de os sujeitos dessa prtica no se darem conta disso concorre at para que se tome objetos da mesma. Essas concepes (de homem, de educao...), historicamente determinadas peias relaes advindas do modo de produo do homem, expressam sua viso de mundo num determinado momento histrico e expressam, tambm, os limites histricos desse homem.

Assim, no difcil entender que, num perodo em que o homem estabelece com a natureza uma relao manipulativa. esse conceba a educao como tendo uma funo teraputica. Dessa forma, o problema da marginalidade (SAVIANI)1 poder ser facilmente resolvido atravs da educao. Vale salientar que mesmo que causas diferentes tenham sido apontadas para tal problema, ainda assim elas se aproximam, posto que todas elas so inerentes ao sujeito - individualidade abstraa, j que no estabelece relao com a sociedade da qual produto e processo. Assim que, nas teorias pedaggicas no crticas (segundo classificao de SAVIANI)2, o problema da marginalidade apontado como falta de conhecimento na PEDAGOGIA TRADICIONAL, no integrao ao meio na PEDAGOGIA ESCOLA NOVISTA e improdutividade na PEDAGOGIA TECNICISTA As teorias no-crticas no consideram a interdependncia na relao educao/sociedade e os seus postulados expressos, linearmente, evidenciam a relao causa-efeito, caracterstica do pensando homem daquele tempo/espao histrico. No h o que condenar. No h o que absolver, tampouco. Foram as produes possveis. Se, na anlise histrica, o importante compreender os limites dentro dos quais o movimento se d, ento no h porque exponenciar o destacado papel que tinha o professor na pedagogia tradicional, subsidiada ainda peia concepo de lugar natural. Nem h como no compreender a nfase dada pela Escola Nova ao subjetivo, ao ritmo prprio, s diferenas individuais, num final de sculo XlX, incio de sculo XX, quando as cincias humanas comeam a surgir (destaque aqui para a Psicologia que emergia e dava as suas primeiras contribuies para a construo de uma nova concepo acerca do sujeito que aprende). J no era possvel consider-lo um adulto em miniatura ou uma tbua rasa. Cabia, ento, em conhecendo-lhe a especificidade, orientara prtica pedaggica, buscando a consonncia com a nova concepo. E no h, tambm, como no compreender a RAZO da pedagogia tecnicista, consolidada numa sociedade burguesa, que busca, nos princpios da racionalidade, eficincia e produtividade, reordenar o processo educativo, tomando-o objetivo e operacional, como o processo fabril, visando minimizar as interferncias subjetivas da

Escola Nova, que comprometiam a eficcia da escola, dentro de tal concepo. Mas, inerente a todas as construes, est a contradio-que no pode ser explicitada atravs da logicidade, pois se assim o for, permite a dicotomia no processo e ento j no h contradio. Mas o SER e o NO SER, ao mesmo tempo, que permitir o movimento. Dessa forma, a educao, SENDO isolada da sociedade (segundo a viso de mundo dos homens que assim a concebiam) e NO SENDO, posto que atividade inserida no contexto social (a despeito dos limites histricos destes homens), permite a manifestao da contradio. Contradio que possibilita ao homem perceber uma nova relao entre educao e sociedade. Agora a sociedade percebida como marcada essencialmente pela luta de classes, e a educao inteiramente dependente da estrutura social (que gera a marginalidade).

A funo da escola , portanto, a de legitimar a marginalidade, uma vez que refora a dominao. E a est o limite que possibilitar o movimento. Assim que Gramsci (apud SEVERINO)3 concebe na educao a presena das categorias da reproduo e transformao, quando coloca que a educao reproduz a estrutura social dominante, mas tambm pode atuar no sentido de afirmar e constituir a concepo de mundo de um grupo social no necessariamente hegemnico. um caminhar em meio a contradies - nico caminho que pode levar superao.

A concepo de Gramsci, apud SEVERINO4 , sem dvida, um grande avano, pois se a educao pode atuar deforma significativa para a construo/

veiculao de uma ideologia das classes subalternas, ento a unilateralidade na relao educao/sociedade resultado dos limites histricos nos quais estavam inseridos os homens de at ento. As teorias crticas da educao buscam explicitar a interdependncia dessa relao. A educao est inserida numa sociedade dividida em classes, de interesses antagnicos e reflete as contradies desse contexto. A educao no tem o poder de equalizar a sociedade como pressupunham os tericos das pedagogias no crticas, mas tambm no um instrumento estril conforme a crena dos crtico reprodutivistas. Sofre influncias da sociedade e tambm pode influenci-la, visando reproduo e transformao de uma determinada ordem.

A Pedagogia Crtico-Social dos Contedos (classificada nas teorias crticas), elaborada por LIBNEO5, prope uma sntese superadora das

pedagogias tradicional e renovada e define para a educao a funo transformadora, quando toma como substrato a logicidade.

educao, que ao longo dos tempos vinha desempenhando papel preponderante na reproduo da ideologia dominante e consequentemente na reproduo do STATUS QUO, ser dado agora o papel de possibilitar a transformao da sociedade atravs da transmisso/assimilao ativa dos contedos historicamente construdos pela humanidade (este poder reconhecidamente limitado). Porm, mais uma vez, o dualismo se faz presente: ou REPRODUTORA, ou TRANSFORMADORA. Essa teoria, a teoria crtico-social dos contedos, aproxima-se bastante da pedagogia tradicional devido nfase que d aquisio dos contedos e reafirmao do papel do professor como mediador no processo, excluindo assim toda no-diretividade. A relao dos sujeitos com o objeto do conhecimento privilegiada em detrimento da relao entre sujeitos. Essa concepo assegura o movimento.

A Pedagogia da Prxis, proposta por SERPA6, busca a superao dessa concepo, auto definindo-se como sendo uma prxis pedaggica centrada na prxis humana. uma "relao entre sujeitos, mediatizada por uma dupla relao sujeito-objeto, contextualiza da no espao/tempo histrico".

A diferena fundamental que, aqui, a relao entre sujeitos que privilegiada. O objeto do conhecimento o mediador nesta relao. A Pedagogia da Prxis visa concretizar o processo educativo possibilitando ao homem perceber o carter contraditrio, e, conseqentemente, provisrio, da rede de relaes interativas e da estrutura de significados nas quais est imerso, pois s assim ele ser capaz de transform-las. Naturalmente, essa concepo no pode ser absolutizada, pois faz-lo seria negar o movimento, movimento que no pode ser entendido como sucesso de fatos, posto que h, no processo histrico, uma interao entre a pluralidade de rede de relaes e de estruturas de significados, implicando, portanto, em coexistncia.

NOTAS

(1) SAVIANl, Dermeval. Escola e Democracia :teorias da educao, curvatura da vara, onze teses sobre educao e poltica. 24a ed. So Paulo: Cortez:

Autores Associados, 1991 (Coleo polmicas do nosso tempo; v.5).

(2)SAVIANI,op.cit

(3)SEVERINO, Antnio Joaquim. Educao, Ideologia e Contra-ldeologia. Temas bsicos de educao e ensino. E.P.U., So Paulo, 1986.

(4)SEVERINO,op.cit

(5) LIBNEO, Jos Carlos. Democratizao da Escola Pblica: a pedagogia crtico-social dos contedos. 2a ed. So Paulo: Loyola, 1985.

(6) SERPA, Luiz Felippe Peiret Sobre a Prxis

Pedaggica. In: Educao em debate, Fortaleza,14(2):jul/dez1987.

Quadro sntese das tendncias pedaggicas

Nome da Tendncia Pedaggica

Papel da Escola

Contedos

Mtodos

Professorx aluno

Aprendizagem

Manifestaes

Pedagogia Liberal Tradicional.

Nas escolas que adotam filosofias humanistas clssicas ou cientficas.

Tendncia Liberal Renovadora Progressiva.

Montessori Decroly Dewey Piaget Lauro de oliveira Lima

TendnciaLiberal Renovadora no-diretiva (Escola Nova)

Carl Rogers, "Sumermerhill" escola de A. Neill.

TendnciaLiberal Tecnicista.

Leis 5.540/68 e 5.692/71.

Tendncia Progressista Libertadora

Paulo Freire.

Tendncia Progressista Libertria.

C. Freinet Miguel GonzalesArroyo.

Tendncia Progressista "crtico social dos contedos ou "histrico-crtica"

MakarenkoB. CharlotSuchodoskiManacordaG. SnydersDemerval Saviani.

Extrado do Site do Professor (http://www.aol.com.br/professor/)

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