Post on 14-Nov-2018
Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
O USO DO BLOG NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
ABSTRACT
This work aims to discuss the possibilities of pedagogical use the blog as a tool
of support to Modern Foreign Language lessons - English, and its contributions
in the development of teaching and student learning.
KEY-WORDS: technology; teaching of English language; blog
RESUMO
Este trabalho tem como propósito discutir as possibilidades do uso pedagógico
do blog como ferramenta de apoio às aulas de Língua Estrangeira Moderna –
Inglês, e suas contribuições no desenvolvimento do ensino-aprendizagem dos
alunos.
PALAVRAS CHAVES: tecnologia; ensino de língua inglesa; blog
Introdução
As tecnologias estão cada vez mais inseridas no cotidiano das pessoas
e, por conseguinte, os alunos estão cada vez mais “conectados” à Internet.
Por outro lado, a estrutura escolar continua basicamente composta por
quadro negro, giz e livros didáticos impressos, não conseguindo oferecer aos
alunos possibilidades de aprendizagem tão dinâmicas e interativas, como as
Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, doravante também
chamadas de NTIC, podem fazer.
Assim sendo, faz-se necessário buscar alternativas que possam
aproximar o aluno do ensino de Língua Estrangeira Moderna (LEM), por meio
do uso de novas tecnologias, e, o Blog, por ser uma ferramenta de
comunicação digital que não exige conhecimentos técnicos especializados
quanto à criação, edição e publicação on-line, pode ser utilizado para
desenvolver atividades de ensino-aprendizagem de línguas por meio do uso do
computador, uma vez que ele é uma ferramenta que propicia a interação entre
seus usuários.
Após observar no cotidiano escolar do Colégio Estadual Anésio de
Almeida Leite - Ensino Fundamental e Médio, situado no município de
Jacarezinho, Paraná, mais especificamente nas aulas de LEM - Inglês, que os
alunos apresentavam algumas dificuldades quanto ao aprendizado das práticas
de leitura, oralidade e escrita de língua inglesa, e com o avanço das Novas
Tecnologias de Informação e Comunicação, eles demonstravam durante as
aulas de língua estrangeira, desmotivação e desinteresse quanto ao ensino-
aprendizagem da língua-alvo.
Partindo desta constatação, busquei por meio da pesquisa bibliográfica
e do estudo de caso com os alunos local pré-determinados, abordar a seguinte
problemática: Como o blog pode contribuir para a melhoria do ensino-
aprendizagem em LEM - Inglês?, tendo como objetivos desta pesquisa verificar
as contribuições que o blog, pode oferecer ao processo de ensino-
aprendizagem da Língua Inglesa, propiciando uma maior motivação quanto ao
aprendizado desta língua por meio da tecnologia e verificar como o blog pode
ser utilizado estrategicamente como recurso pedagógico no ensino-
aprendizagem da Língua Inglesa.
Para viabilizar o estudo, foi criado um blog pela professora-
pesquisadora, que serviu de suporte para hospedar as atividades pedagógicas
que foram realizadas nas aulas presenciais de Língua Inglesa (LI).
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 As Tecnologias no Ensino de Língua Estrangeira
Há tempos se fala no uso da tecnologia no ensino de Língua
Estrangeira (LE), mas quando e qual tecnologia iniciou esta união? Para
responder esta interrogativa será apresentado um breve histórico indicando as
tecnologias mais relevantes para o ensino-aprendizado de LE.
A primeira tecnologia utilizada no ensino de línguas foi o livro no
período medieval. Este, estritamente gramatical, era de propriedade do aluno,
mas apenas o professor tinha a posse. (KELLY, 1969 apud PAIVA, 2008)
O conceito de ensino de línguas equivalia ao da oferta de descrições
línguísticas, ou seja, “aprender uma língua significava aprender a sintaxe dessa
língua” (PAIVA, 2008, p.3).
Mais tarde, Comenius, introduz imagens ao livro acreditando que a
aquisição de vocabulários era sinônimo de memorização de itens lexicais.
Em seguida, surgiram as máquinas que reproduziam som e vídeo.
Estas causaram uma grande revolução no ensino de línguas. Segundo Kelly
(1969 apud PAIVA, 2008, p. 4), “a grande revolução no ensino de línguas
começou com a invenção do fonógrafo por Thomas Edson, em 1878”.
Depois vieram o gramofone com a gravação em discos e a fita
magnética.
Com tais inovações tecnológicas de gravação e reprodução de som, foi
possível levar para a sala de aula materiais que reproduziam a fala de falantes
nativos, possibilitando ao aluno ouvir e tentar reproduzir a pronúncia, sem a
interferência do sotaque do professor (PAIVA, 2008).
Em 1902 e 1903, segundo Kelly (1969 apud PAIVA, 2008), surge o
primeiro material didático gravado por The International Correspondence
Schools of Scranton. Este material associava os métodos tradicionais escritos
com as gravações em áudio.
Mais tarde em 1930, os estúdios Walt Disney produziram cartoons para
o ensino de inglês básico, introduzindo o uso de filmes para o ensino de
línguas.
Nos anos 40, surge o gravador de fita magnética. Este aparelho
permitiu aos alunos gravarem suas leituras, seus exercícios de repetição e
verificarem seu desempenho. Este material teve seu apogeu no final dos anos
50 com a criação dos laboratórios de áudio.
Em 1943, começa-se a utilizar outra tecnologia, o rádio. Sobre isto,
Kelly, (1969 apud PAIVA, 2008) informa que primeiramente, a BBC iniciou
transmissões com pequenas aulas de inglês, expandindo na década de 60,
cursos de inglês em 30 línguas, para quase todo o globo terrestre. Neste
mesmo período, nos Estados Unidos, a rádio Voice of America, em conjunto
com o Serviço de Informação Americano (USIS) também oferecia curso de
inglês com apoio de material impresso.
Em 1926 surge à televisão, no Brasil ela chega em 1950, e, por meio
de seus canais educativos há a veiculação de cursos de línguas.
A respeito disso, Paiva (2008, p.7) informa que:
Na sala de aula da escola regular, a televisão toma nova dimensão quando é usada para a visualização de vídeos gravados que passaram a fazer parte dos materiais didáticos das grandes editoras, mas que estão, pouco a poço, migrando para CD-Roms e DVDs.
Com o surgimento do computador, o ensino de línguas passou a ser
mediado por ele, dando início a uma nova forma de se aprender língua
estrangeira.
Segundo Levy (1997 apud PAIVA, 2008), o projeto PLATO
(Programmed Logic for Automatic Teaching Operations), permitia o
desenvolvimento de exercícios gramaticais e vocabulário com feedback
automático do tutor.
Anos depois, em 1980, na Inglaterra aparecem os programas de
reconstrução de texto como o Storyboard, e o Adam&Eve.
Em 1991, no Brasil, tem-se o acesso à rede mundial de computadores,
todavia o acesso público iniciou-se em 1994, e em 1997, chega a World Wide
Web (WWW) nos moldes que conhecemos atualmente trazendo novas formas
de comunicação e oportunizando aos aprendizes de língua estrangeira o
acesso a páginas da Internet e a interação com falantes das línguas por meio
de e-mail, lista de discussão e fóruns (PAIVA, 2008).
Sobre isto, Paiva (2008, p.9) afirma que “pela primeira vez, temos uma
tecnologia que permite experiências lingüísticas não artificiais e a língua pode
ser entendida como comunicação”.
Já, no século 21, a Internet entra em uma nova fase, conhecida como
Web 2. Por meio dela, o usuário deixa de ser apenas consumidor de conteúdos
e passa a ser produtor também até porque, os novos ambientes disponíveis na
Web 2 como redes de relacionamentos como Orkut, os blogs, os repositários
de vídeos como o YouTube e até uma enciclopédia mundial como a Wikipédia,
permitem isso.
Neste contexto, em relação ao ensino de línguas, Paiva (2008, p. 10)
enfatiza que:
[...] os recursos da web 2 oferecem ao aprendiz tecnologia que lhe permite, efetivamente, usar a língua e experiências diversificadas de comunicação. Pela primeira vez, o aprendiz, passa a ser também autor e pode publicar seus textos com recurso textual, acrescido de áudio e vídeo.
Mediante a exposição dos fatos, verifica-se que a tecnologia, cada uma
a sua maneira, esteve presente no contexto de ensino-aprendizado de LE e
trouxe, há seu tempo, alguma contribuição para tornar esse ensino-
aprendizagem melhor e mais inteligível para aqueles que buscavam aprendê-
lo. Também se pode constatar que, com o advento do computador, do acesso
à Internet, com o desenvolvimento da Web 2 e de seus ambientes, como o blog
por exemplo, o ensino de língua estrangeira voltou-se para atividades
comunicativas unificando leitura, oralidade e escrita em um processo mais
interativo, próximo da realidade permitindo ao aluno a construção de
significados e a compreensão de que a língua não é algo estático.
E, como a evolução da tecnologia não cessa, hoje temos a chamada
Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, (NTIC) que somam
atributos aos já existentes na Web 2, trazendo mais recursos, novos formatos e
maiores possibilidades que se, trabalhados também em parceria com o ensino-
aprendizagem de LE, só trarão resultados ainda mais positivos do que aqueles
que outrora foram apresentados.
1.2 . O Uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação no
Ensino de Língua Estrangeira
A cada dia as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação
(NTIC) estão mais inseridas no cotidiano das pessoas, e no ambiente escolar
isto não é diferente. É cada vez mais comum vermos professores e alunos
fazendo uso delas.
As NTIC sucintamente falando, correspondem a todas as tecnologias
que interferem, mediam e agilizam os processos informacionais e
comunicativos dos seres. Elas ainda podem ser entendidas como um conjunto
de recursos tecnológicos integrados entre si.
Para Ferreira et al. (2005, p.2), as NTIC têm transformado
constantemente o modo como as pessoas se comunicam, se relacionam, se
organizam, se informam e se divertem, causando assim, mudanças
significativas em todas as esferas, inclusive a educacional.
Em se tratando da esfera educacional, mais especificamente do ensino
de língua estrangeira (LE), as NTIC podem proporcionar novas formas de
ensino-aprendizagem, novos pensamentos e novos meios de interação que
envolve professor e aluno, pois tais recursos permitem usar a língua em
diferentes experiências de comunicação.
De acordo com Oliveira e Cardoso (2009, p.87):
Na sociedade em que vivemos o papel das novas tecnologias em educação deverá passar por desenvolver capacidades de comunicação, de trabalho em grupo, pessoais e ligadas as novas tecnologias que façam os alunos encarar tudo o que aprendem como essencial para a sua vida. Assim, há que criar e desenvolver, meios e métodos de trabalho como os blogues [...] que promovam, na sala de aula, a utilização das novas tecnologias enquanto produção e construção de conhecimentos, para que ocorram avanços pedagógicos.
Percebe-se, conforme exposto acima, que as NTIC, e em especial o
blog, assunto este que será tratado posteriormente, possibilitam mudanças em
todas as áreas do conhecimento. Seu uso afeta positivamente a prática
pedagógica e favorece mudanças significativas, inclusive no ensino-
aprendizado de língua inglesa.
Em se tratado de língua inglesa, esta é atualmente, considerado o
idioma global da comunicação e a língua universal da Internet. Por isso cada
dia que passa, pessoas são levadas a aprender, usar e melhorar os seus
conhecimentos nesta língua (OLIVEIRA; CARDOSO, 2009).
Todavia, na opinião desses autores, muitas vezes, não há uma ligação
real entre o processo e o contexto onde a aprendizagem da língua ocorre, uma
vez que a base do ensino e aprendizagem das línguas se dá por meio de
simulações de situações, atividades, diálogos e representações que usados
continuamente, levam ao desinteresse e desmotivação dos alunos.
Reforçando esta idéia, Oliveira e Cardoso (2009, p.89) enfatizam que:
Com este tipo de trabalho em sala de aula as actividades surgem sem a sua vertente comunicativa, desligadas da sua função real e longes das necessidades concretas dos alunos a quem se torna muito difícil compreenderem a razão para estarem a aprender aquela língua.
Já Lévy (1999 apud OLIVEIRA; CARDOSO, 2009 p.89) defende que:
[...] a função principal do ensino já não pode ser difundir conhecimentos, mas antes colocar desafios para aprender e pensar, processo no qual o professor se torna um animador da inteligência colectiva dos alunos por quem está responsável, de modo a acompanhar e gerir suas aprendizagens.
Com base nas teorias apresentadas acima, pode-se afirmar que o uso
da NTIC enquanto meio pedagógico para o ensino-aprendizagem de LE faz a
conexão entre o contexto educativo e as necessidades que os alunos
apresentam nas aulas de LE e além do mais, fornece a eles, uma razão para
aprenderem e formarem significados e sentido real de uso da língua alvo.
Reforçando a respeito do potencial que as NTIC exercem sobre o
ensino-aprendizado de LE, Paiva (2001 apud CASTRO NETTO, 2012, p. 24)
coloca que:
[...] os recursos disponíveis na internet podem oferecer um ambiente adequado, que venha viabilizar processo de assimilação da língua inglesa, uma vez que criam mais oportunidades para o desenvolvimento das habilidades comunicativas tendo em vista a possibilidade de interação entre os aprendentes.
Constatando que as NITC estão cada vez mais presentes em diversas
situações cotidianas tanto dos professores como dos alunos, desde as mais
simples até as mais complexas, e não havendo mais como ignorar a presença
delas, faz-se necessário trazê-las para dentro do ambiente escola, debater
sobre sua importância e utilizá-las como ferramentas que devem colaborar para
trabalhar as práticas de leitura, oralidade e escrita além de outros conteúdos da
língua inglesa que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem ela.
Mantovani (2006) por sua vez, admite que este fato não deva ser
ignorado pelos professores, inclusive ele afirma que cabe aos educadores,
“utilizar adequadamente os recursos dessas tecnologias, explorando seu
potencial pedagógico, tendo em vista a configuração de novos ambientes de
ensino e aprendizagem” (MANTOVANI, 2006, p.327).
Neste contexto onde as novas tecnologias de informação e
comunicação estão em evidencia, é necessário oferecer aos professores e
alunos oportunidades para o desenvolvimento e aprimoramento de suas
competências, possibilitando utilizar os recursos das NTIC de modo adequado,
para que possam explorar todo o seu potencial pedagógico.
Neste sentido, de acordo com Peres (2006, p.189), o blog, dentre os
diversos ambientes, aplicativos ou programas que possibilitam desenvolver
atividades de ensino aprendizagem, em específico de língua inglesa, por meio
do uso do computador, apresenta-se como uma ferramenta que pode ser de
grande valia na mediação dos processos educativos.
O uso do blog por parte de professores e alunos nas escolas vem
crescendo bastante nos últimos anos, contudo segundo estudos realizados por
Lanza (2007, p. 12), parece não haver propostas pedagógicas consistentes
para sua utilização em sala de aula no que concerne ao ensino-aprendizagem
de língua estrangeira, são poucos os exemplos do uso institucional da
ferramenta. Para esta autora, existe uma lacuna entre o uso do blog e o
ensino-aprendizagem Língua Estrangeira (LE) que deve ser investigada.
Mediante ao exposto verifica-se que, o blog pode contribuir para que o
ensino-aprendizado de LE, dentro do que preconiza as Diretrizes Curriculares
da Educação Básica do Estado do Paraná, doravante DCE, se efetive durante
as aulas, superando os fins utilitaristas, pragmáticos ou instrumentais que
historicamente têm marcado o ensino desta disciplina (PARANÁ, 2008).
De acordo com as DCE (PARANÁ, 2008), espera-se que o aluno de
língua estrangeira, use a língua em situações de comunicação oral e escrita;
vivencie, na aula de LE, formas de participação que lhe possibilitem
estabelecer relações entre ações individuais e coletivas; compreenda que os
significados são sociais e historicamente construídos e, portanto, passíveis de
transformação na prática social; tenha maior consciência sobre o papel das
línguas na sociedade como também, reconheça e compreenda a diversidade
linguística e cultural, bem como seus benefícios para o desenvolvimento
cultural do país, e o blog, inserido no contexto de aprendizado, certamente
possibilitará que estes objetivos se concretizem promovendo a inclusão social o
desenvolvimento da consciência do papel das línguas na sociedade e o
reconhecimento da diversidade cultural
1.3 Blog: Origem e Conceituação
O termo blog deriva dos termos em inglês web (rede) e log (diário
de bordo), ou seja, trata-se de uma abreviatura de weblog, em que web
representa a rede mundial de computadores e log designa os registros (posts
em inglês) realizados pelos usuários do blog, os chamados bloggers
(blogueiros).
Segundo Oliveira (2006 apud LANZA, 2005) o termo weblog foi
concebido em 1997 por Jorn Barger, contudo Dave Winer é considerado o pai
dos blogs, a partir da criação do primeiro blog em 1996, como parte do Website
24 Hours of Democracy. Winer disputa o título com Tim Berners Lee, que criou
o primeiro weblog em forma de site em 1991 e cujo conteúdo está arquivado no
World Wide Web Consortium (WWW).
O blog é, na maioria das vezes, definido como uma página na Internet
com entradas (posts) geralmente datados de forma cronológica inversa, ou
seja, as mais recentes aparecem primeiro, links para acesso direto e
permanente e presença de comentários que podem ser lidos e escritos por
qualquer pessoa.
As páginas textuais de um blog também podem conter imagens e sons,
inseridos de modo fácil e dinâmico permitindo ao usuário participar da
blogosfera.
Ainda sobre a definição do blog, Sáez Vacas (2005 apud LANZA,
2005), reitera que o blog é um site web onde se publica cronologicamente
notas de um ou vários autores, sobre uma temática ou a modo de diário
pessoal. As notas que se mostram na parte superior da tela são as escritas
mais recentemente. No blog também há como incluir links remetendo a outros
blogs, arquivos com notas publicadas, pois ele é um dispositivo de uso fácil
para seus leitores participarem, enviando comentários sobre as notas ou sobre
outros comentários.
Para Sartori, (2002 apud KERCKHOFF, 2002, p.1), o blog pode ser
considerado um diário eletrônico que as pessoas criam na web. Segundo esta
autora, quanto à forma, o blog apresenta-se como uma página da web ou
website pessoal constituído por um conjunto de arquivos mantido no World
Wide Web, acessível para leitura por meio de um navegador que pode
abranger um ou mais página da WWW.
De acordo com Gomes (2003 apud OLIVEIRA, 2007), o sucesso do
blog, seguramente, está ligado ao fato dele se constituir um espaço de
publicação de fácil criação e alimentação na Web, não exigindo conhecimentos
técnicos, tampouco domínio da linguagem HTML (Hypertext Markup Language)
por seu criador/mantenedor.
Ainda para Gomes (2005, p.312) o conceito de blog tem se expandido,
sendo a sua definição cada vez menos consensual no que diz respeito à
diversidade de formas, objetivos e contextos de criação bem como da
diversidade e natureza distinta de seus criadores.
Categoricamente, Silva enfatiza que,
[...] a principal característica do blog é expressar a opinião do autor. O conteúdo postado pelo escritor é discutido e comentado pelos seguidores deste ou pelos co-autores, visto que o mesmo blog pode ser escrito por mais de uma pessoa. A utilização é constante, depende do objetivo pelo qual o blog foi criado. A linguagem é fácil e essa ferramenta possui um modelo estrutural, com várias páginas, onde o conteúdo pode ser classificado por categoria, ou tags
1
conforme preferência de quem criou o blog. Outro aspecto importante é que o autor é identificado e isso permite uma relação mais interativa entre autor e leitor. (2012, p.4)
Na concepção dos pesquisadores Primo e Smaniotto (2006, p.1):
1 Um tag, ou em português etiqueta, é uma palavra chave (relevante) ou termo associado com uma
informação (ex. uma imagem, um artigo, um vídeo) que descreve e permite uma classificação da
informação baseada em palavras-chave.
O termo “blog” designa não apenas um texto, mas também um programa e um espaço, blog indica um espaço. Primeiramente, blog indica um espaço onde blogueiros e leitores/comentaristas se encontram. Para se ter um blog, enquanto texto e espaço, utiliza-se normalmente um programa de blog
2. De qualquer forma, o
blog/programa não é condição necessária, pois o blog/espaço e blog/texto podem ser construídos através de recursos convencionais para a publicação de sites (HTML, PHP, MySQL,, FTR, etc.).
Partindo das afirmativas preconizadas pelos estudiosos acima
referenciados, percebe-se que o blog se constitui como um importante espaço
conversacional aonde estruturas sociais vem se desenvolvendo em torno de
interesses compartilhados e facilitados por diversas tipologias textuais junto
com a interação verbal e virtual (scraps), além de, possuir um enorme potencial
devido as suas peculiaridades, como permitir a reflexão envolvendo os leitores
com ideias, perguntas, conversas atualizadas e links interessantes, sem falar
que, tanto sua criação quanto utilização não requerem conhecimentos técnicos
especializados, tornando assim o blog um recurso bastante popular. Sendo
assim, é indispensável salientar que o uso dessa nova tecnologia de
informação e comunicação é uma via importante para a aprendizagem da
Língua Estrangeira.
Enfatizando estas afirmativas, é válido acrescentarmos os
pensamentos de Oliveira e Cardoso (2009, p.88) quanto ao uso do blog no
ensino-aprendizagem de LE:
Os blogues podem ser ferramentas educativas eficazes uma vez que promovem a literacia verbal e visual, possibilitam a aprendizagem colaborativa e estão acessíveis de igual modo a vários grupos etários e fases de desenvolvimento educativo. É neste contexto que os blogues aparecem como uma ferramenta de eleição no ensino de línguas estrangeiras permitindo a participação activa dos alunos, a interacção e colaboração entre pares e a comunicação inter-cultural autêntica com nativos, neste caso da língua inglesa, geográfica, e até culturalmente, distantes.
2 O blog/programa é um software que facilita a escrita e publicação na Web, que apresenta cada nova
inserção textual (cuja unidade mínina é o chamado post) em ordem cronológica inversa (ainda que se
possa alterar tal organização temporal) e pode oferecer outros recursos como arquivamento e
recuperação de posts anteriores, bloggroll, comentários, permalink, trackbacks, entre outros. Para que se
tenha um blog (enquanto documento e espaço), não é preciso instalar um programa de blog (como o
Movable Type) em um servidor próprio. Serviços como o Blogger (gratuito) ou Type Pad (pago) oferecem
aos internautas o mecanismo simplificado de publicação e a hospedagem.
Enfim, não há dúvidas de que o blog é um recurso importante para
aprendizado de LE, visto que suas potencialidades contribuem para que as
práticas de leitura, escrita e oralidade fluam de modo mais contextualizado,
natural, interativo, e interessante para os alunos fazendo com que eles
compreendam e interiorizem como se dá o uso real da língua inglesa no dia a
dia.
1. 4 Contribuições Pedagógicas do Blog
Conforme anunciado anteriormente, o blog por apresentar algumas
características específicas como facilidade para a edição, atualização e
manutenção dos textos em rede, “foi - e é – os principais atributos para o
sucesso e a difusão dessa chamada ferramenta de auto-expressão” (KOSEMU,
2010, p.136). De acordo com esta autora, a ferramenta permite a convivência
de múltiplas semioses3 a exemplo de textos escritos, de imagens e de som
(KOSEMU, 2010).
Sobre o sucesso desta ferramenta no Brasil, Oliveira (2002 apud
KOSEMU, 2010) esclarece que, de acordo com estimativa divulgada por
grande imprensa em agosto do ano de 2002, sinalizava-se para a cifra de
170.000 escreventes de blogs, considerando apenas os usuários que têm
arquivos hospedados em dois sites brasileiros que oferecem o serviço. Já
Cashel (2001 apud KOSEMU, 2010) informa que, segundo um dos criadores
do Blogger, Evans Willians, a cada dia há a inscrição média de dois mil novos
usuários. No mundo todo, acredita-se que já haja um milhão de escreventes de
blogs.
Tamanha popularidade tem despertado pesquisas, como esta,
apontando para as contribuições pedagógicas que o blog pode oferecer ao
ensino-aprendizagem da língua estrangeira.
Por apresentar um enorme potencial no ambiente escolar, o blog
propicia aos alunos uma maior interação entre as atividades, textos, imagens,
3 Na semiologia ou na semiótica, a produção de significados que procura relacionar a linguagem com
outros sistemas de signos de natureza humana ou não. [Termo criado por Charles Sanders Peirce (1839-
1914), filósofo, cientista e matemático americano]
sons e links com as práticas da leitura, oralidade e escrita, que constituem os
pilares para a aquisição e compreensão de uma língua estrangeira. Como o
usuário do blog tem que ler as postagens, refletir sobre as leituras, formular
idéia e postar seu comentário, percebe-se que este recurso tecnológico pode
promover o pensamento crítico no aluno, permitindo assim, que haja a reflexão
individual e a interação social.
Sobre o uso pedagógico do blog, Reis (2009 apud Silva, 2012, p. 4)
enfatiza que:
“O blog, utilizado como recurso pedagógico oferece infinitas possibilidades para o desenvolvimento da escrita, da capacidade argumentativa, da criatividade, da organização, da estética, proporciona a experiência de aprendizagem colaborativa e permite a reflexão sobre valores éticos”.
Outra característica desta ferramenta apresentada por Silva (2012) é a
capacidade de criação de espaços onde os alunos cooperam com outras
pessoas online postando informações, trocando idéias e culturas distintas.
Toda essa interação e comunicação oportunizada pelo blog trazem
uma maior motivação ao aluno e provoca um maior interesse no aprendizado.
Isto se dá porque estando o aluno em um meio em que ele se reconhece, há
um meio de aproximação menos árduo àquele praticados em sala de aula
(DIAS; SANTOS, 2010).
Neste contexto, é de suma importância destacar as considerações de
Silva (2012, p.5) sobre o assunto em voga:
[...] A postagem de textos (no caso do blog criado pelo aluno) e comentários (no blog criado pelo professor), por ser uma tarefa escolar, exige preocupação com a construção do texto, com a linguagem e a coerência entre as ideias apresentadas; a atenção quanto aos créditos e referências às fontes pesquisadas envolve o caráter ético do uso da Internet e a contribuição através da leitura e comentários dos blogs, desenvolve a prática colaborativa; afinal a educação acontece na relação dialógica (FREIRE, 2004), pois o indivíduo se educa no diálogo com o outro (REIS, 2009).
Enquanto recurso pedagógico, Silva (2012) afirma ainda que, o blog
pode ser utilizado com fonte externa à sala de aula de conhecimentos
especializados. Sobre isto, Gomes e Lopes (2007 apud Silva, 2012) revelam
que:
A utilização dos blogues apenas como um “recurso pedagógico” centra-se essencialmente na possibilidade de proporcionar aos alunos formas adicionais de acesso à informação que se pressupõe actualizada e relevante. Neste tipo de exploração o aluno assume uma posição relativamente passiva, limitando-se frequentemente à leitura dos posts, eventualmente colocando algum comentário às mensagens/posts já existentes.
No que tange a estratégia pedagógica, para Silva (2012) o blog pode ser
usados para a criação de atividades internas da escola, como por exemplo, um
portifólio digital, espaço de debate e de colaboração entre professores, equipe
pedagógica, funcionários, pais e alunos. Nesta perspectiva Gomes e Lopes
(2007 apud Silva, 2012) apontam que:
[...] o aluno desempenha frequentemente um papel de autor ou co-autor dos blogues, existindo todo um leque diversificado de atividades a desenvolver, antecedendo a publicação de mensagens (postagens), às quais estão associadas objectivos de aprendizagem e desenvolvimento de competências.
Refletindo sobre os apontamentos acima apresentados, percebe-se a
flexibilidade de uso que o blog apresenta dentro do ambiente escolar. Há uma
vasta gama de possibilidades para sua utilização e, pelo que afirmaram os
estudiosos do assunto, seus resultados tendem a ser positivos. Por isso, utilizá-
lo no ensino-aprendizado de LEM é um processo que tende a ter muito êxito.
Para isso, basta o professor organizar e planejar suas ações docentes para
que esta ferramenta o auxilie fazendo com que o ensino da disciplina de língua
estrangeira cumpra um dos seus objetivos, que é:
[...] que os envolvidos no processo pedagógico façam uso da língua que estão aprendendo em situações significativas, relevantes, isto é, que não se limitem ao exercício de uma mera prática de formas linguísticas descontextualizadas. Trata-se da inclusão social do aluno numa sociedade reconhecidamente diversa e complexa através do comprometimento mútuo (PARANÁ, 2008, p. 57).
Além disso, acredita-se ainda que o uso do blog nas aulas de LE
cumpra o maior de todos os anseios que um professor de línguas tenha em
relação a seus alunos, o de que “o aprendizado de uma língua estrangeira
pode proporcionar uma consciência sobre o que seja a potencialidade desse
conhecimento na interação humana” (PARANÁ, 2008, p.57).
2. METODOLOGIA
2.1 Escolha Metodológica
Esta pesquisa envolve a observação e interpretação de ações dos
alunos do 2º ano do Ensino Médio, em meio digital.
Por meio dela me propus a desenvolver um trabalho em Língua
Estrangeira Moderna - Inglês utilizando o blog com fins pedagógicos visando
motivar os alunos e melhorar o ensino e a aprendizagem deles quanto às
práticas de leitura, oralidade e escrita em Língua Inglesa, ou seja, neste
trabalho há uma unidade de análise diretamente observável em um ambiente
natural, o que caracteriza esta investigação como sendo um estudo de caso
instrumental, de acordo com os conceitos de Jonhson (1992) e Stake (1998),
explicitados a seguir.
Estudo de caso é caracterizado por Johnson (1992) como sendo o
estudo de um caso singular em seu ambiente natural, como, por exemplo, o
estudo de uma interação comunicativa real em uma determinada situação
específica, de um aluno em particular, de um professor, de uma escola ou uma
sala de aula.
Para Johnson, os estudos de caso são fundamentalmente
qualitativos, apesar de muitas vezes fazerem uso de quantificação de
informações. Stake (1998, p.86), por sua vez, advoga que “o estudo de caso
não é uma escolha metodológica, mas a escolha do objeto a ser estudado”, o
qual deve ser definido pelo interesse do pesquisador. Segundo o autor, são
muitas as contribuições à Ciência que podem advir de um estudo de caso,
tendo em vista que o pesquisador, levado por diferentes interesses, pode, por
exemplo, aprimorar uma teoria, sugerir temas para futuras investigações e
refletir sobre experiências humanas. Stake (1998 , p.88-89) classifica o estudo
de caso em três modalidades, são elas:
1. estudo de caso intrínseco – motivado pelo interesse do
pesquisador em entender melhor um caso em especial;
2. estudo de caso instrumental – motivado pelo interesse do
pesquisador em buscar suporte para melhor compreensão de um fato, para
que se resolva um determinado problema ou pelo seu interesse em refinar uma
teoria, que é o caso desta pesquisa;
3. estudo de caso coletivo – motivado pelo interesse do pesquisador
em investigar uma população ou indagar sobre questões gerais que constituem
um fenômeno.
2.2 O Blog Aprendendo Inglês
O Blog Aprendendo Inglês (http://ferliberto.blog.terra.com.br/), ilustrado
pela figura 1 a seguir, foi criado por mim, professora pesquisadora, para servir
como suporte às minhas aulas de Língua Inglesa para o 2º Ano A do Ensino
Médio, do Colégio Estadual Anésio de Almeida Leite, no qual atuo como
docente.
Figura 1: Blog Aprendendo Inglês!
Este blog é constituído por atividades pedagógicas diversas, como, por
exemplo, exercícios de compreensão leitora a partir de textos disponibilizados
por meio de links que remetem a gêneros textuais autênticos ou a um banco de
textos com temas variados, disponibilizado no próprio blog.
Há também atividades de escrita que são disponibilizadas e realizadas
por meio dos posts, que é um elemento característico do blog.
Em relação às atividades de escuta (listening) e fala (speaking), a
primeira é viabilizada por meio de links que remetem a sites onde é possível
praticar o listening (escuta) e a segunda conta com programas específicos que
por meio de links, possibilitam ao aluno registrarem suas falas de acordo com a
atividade proposta.
Além dessas atividades que estão diretamente relacionadas ao
aprendizado, compreensão e aprimoramento de uma língua estrangeira, o blog
também disponibiliza um Banco de Gramáticas e Dicionários on-line para
consulta e auxílio dos alunos.
O quadro a seguir ilustra melhor como as atividades pedagógicas estão
agrupadas no blog:
Quadro 1: Categorização das atividades pedagógicas do blog
Finalidade Categoria
Prática da língua-alvo
Atividade de Escrita Atividade de Leitura Atividade de Escuta Atividade de Oralidade
Consulta sobre a língua-alvo
Banco de Gramática Dicionários on-line
2.3 Contexto da pesquisa
Esta pesquisa foi realizada em um colégio da rede pública estadual de
educação básica, localizada em uma cidade no interior do estado do Paraná,
que oferece o ensino fundamental e médio. A investigação ocorreu, mais
especificamente, em aulas presenciais de Língua Estrangeira Moderna - Inglês
cujas atividades foram realizadas no blog, no período de fevereiro de 2014 a
junho de 2014 Vale destacar que, embora todas as atividades estavam
disponibilizadas no computador, foi opção minha, como professora-
pesquisadora, realizá-las em aulas presenciais, e não à distância.
2.4 Participantes
Participaram da pesquisa 25 alunos do então 2º ano A do Ensino Médio
matutino e eu, como professora pesquisadora.
Observações da relação desses alunos com o material, durante as aulas
no laboratório de informática, bem como os registros no blog das produções
dos participantes fizeram parte dos dados analisados.
Como professora, orientava os alunos quanto à realização das
atividades, assim como esclarecia as dúvidas que surgiam com relação a
Língua Inglesa e a utilização do blog em questão. A escolha desses
participantes focais foi motivada pelo fato deles terem espontaneamente
manifestado o interesse em unir o uso de uma tecnologia, no caso o blog, às
aulas de Inglês.
2.5 Instrumentos de coleta de dados
Foram utilizados os seguintes instrumentos para a coleta dos dados:
Observações das aulas presenciais de Inglês, no laboratório de
informática
Notas de campo.
Registros no blog da produção dos participantes.
3. Apresentação e discussão dos resultados
Para uma melhor compreensão da análise preliminar dos dados,
retomo os objetivos desta pesquisa:
Propiciar uma maior motivação quanto ao aprendizado da língua inglesa
por meio da tecnologia;
Verificar como o blog pode ser utilizado estrategicamente como recurso
pedagógico no ensino-aprendizagem da Língua Inglesa.
A partir das observações das aulas e da análise das produções dos
alunos postadas no blog, fica evidente que o blog, utilizado como ferramenta
pedagógica, possibilita a realização de atividades e de pesquisas que
favorecem o ensino e a aprendizagem da Língua Inglesa, contribuindo, para o
desenvolvimento de saberes relacionados à prática da leitura, oralidade e
escrita, conforme explicitado mais adiante.
Atividades como, Reading Biographies, Let's Read Readlines, We are
What we eat e Fables and Fairy Tales, entre outros, possibilitaram o
desenvolvimento e aprimoramento da leitura e da escrita, permitindo que os
alunos fizessem suas considerações a partir do texto escolhido, como pode ser
observado nos exemplos a seguir, extraídos da atividade Fables and Fairy
Tales no blog, com supressão do nome do aluno (a) autor(a):
Comentário de (XXXX) — segunda-feira, 17 de março de 2014.
@ 10:56:27. "Fábula é uma composição literária, onde os personagens são
animais, forças da natureza ou objetos que apresentam características
humanas, tais como a fala, costumes, etc. Estas histórias terminam com um
ensinamento moral de caráter instrutivo. I read the fable:The Wolf and the
Lamb (O lobo e a garça). CONFLITO: O lobo prometeu pagar a garça para que
ela retirasse o osso que estava em sua garganta, e não cumpriu com o
combinado. DESFECHO: A garça acabou perdendo seu tempo com o lobo e
não recebeu o dinheiro que foi prometido. MORAL: Perde seu tempo aquele
que espera algo de um alguém ingrato. COMENTÁRIO: Muitas pessoas não
dão valor as boas ações recebidas por outras pessoas, apenas se aproveitam
da situação".
Comentário realizado por (YYYY)— segunda-feira, 17 de março de
2014 @11:02:21. "Fabula é uma composição literária, onde os personagens
são geralmente animais, forças da natureza ou objetos, que apresenta
características humanas, tais como fala, os costumes, etc. Estas histórias são
geralmente feitas para crianças e terminam em um ensinamento moral de
caráter instrutivo. I read the fable: The lion’s Share. O conflito que a minha
fábula apresenta é “partir o alimento” , teve o seguinte desfecho: o leão ficou
com tudo, e os outros ficaram sem nada! a moral da fábula é “os mais
poderosos fazem as leis”. Comentário: Não só no Brasil mas no mundo todo os
mais ricos e poderosos fazem as leis ou são imunes a ela, o que é injusto".
Outro comentário postado por (ZZZZ) — segunda-feira, 17 de março de
2014 @ 11:22:07. "A fábula é uma composição literária, onde os personagens
são animais, forças da natureza ou objetos, que apresentam características
humanas, tais como fala, costumes, etc. Estas histórias são geralmente feitas
para crianças e terminam com um ensinamento moral de caráter instrutivo. I
read the fable: The Cock and the Pearl. Conflito: O galo acha a pérola ao invés
de alimento e fica furioso porque para ele a pérola não tinha valor algum.
Desfecho: O galo fica insatisfeito com a pérola, pois não era aquilo que ele
queria achar. Moral: A riqueza só tem valor para quem sabe aproveitar.
Comentário: A história fala o que acontece em nosso cotidiano realmente,
porque quando achamos algo que não tem utilidade para nós mesmos não
damos o devido valor".
Quanto à prática da oralidade, os alunos tiveram várias possibilidades
de praticá-la em atividades como Let's Sing!, Pollution, Phonetics: the sounds
of American English, Let's Linten, entre outras, conforme produções a seguir,
extraídas da atividade Let's Sing!:
Comentário por (ZZZZ) — segunda-feira, 19 de maio de 2014
@16:34:42. "My favorite band is Imagine Dragons. I like this band because your
songs are very cool! My favorite singer is Justin Timberlake. I like this singer
because he is a good dancer and singer too. And his songs are very beautiful".
Comentário da aluna (XXXX) — segunda-feira, 26 de maio de 2014
@ 08:51:24. "My favorite band is Legião Urbana.I like their music because they
are very interesting.My favorite singer is Renato Russo. He has a good voice
and my favorite music is 'Mais uma vez' of Legião Urbana, because it is a
wonderful song!".
No que se refere à prática da oralidade, os alunos tiveram poucas
oportunidades de praticá-la, pelo fato dos computadores pertencentes à escola
dificultarem a saída de arquivos de áudio e bloquear o acesso a alguns sites.
Além das atividades acima apresentadas, os alunos contavam também
com um Banco de Textos e um Banco Gramatical, conforme imagens a seguir,
para eles acessarem quando necessário, auxiliando-os e reforçando tanto na
compreensão leitora quanto nas estruturas gramaticais que compões a Língua
Inglesa.
Figura 2: Banco de Textos
Figura 3: Banco Gramatical
É importante registrar que, em todas as produções realizadas pelos
alunos, estes puderam expressar-se livremente, sendo que, os erros e as
dificuldades eram esclarecidas e trabalhadas em sala de aula.
Mediante a tudo o que foi apresentado, constatou-se que é possível, a
partir da análise das observações das aulas e das produções dos alunos no
blog, inferir que o uso dessa ferramenta no ensino da Língua Inglesa
oportuniza várias possibilidades de uso pedagógico, dentro dos preceitos
educacionais inerentes à sociedade atual, ou seja, possibilita que o aluno faça
uso da língua em situações reais, colocando-se no mundo como cidadão
crítico, detentor de opinião, favorecendo, assim, o desenvolvimento e
aprimoramento de saberes Lingüístico-comunicativa, quer seja no aprender
sobre a língua, bem como no aprender a usar a língua.
As notas de campo realizadas durante as observações das aulas
mostram que, no início, os alunos solicitavam bastante a ajuda do professor
antes de publicarem suas respostas. Com o decorrer do tempo, essas
intervenções diminuíram bastante e suas produções tiveram uma significativa
evolução. Outro situação constatada é que os alunos apresentaram uma maior
motivação e entusiasmo durante as aulas, pois ele tinham mais liberdade e
fontes para realizarem tanto as atividades do blog quanto outras atividades
voltadas a língua inglesa.
4. Considerações Finais
Ao realizar este estudo procurei diminuir a lacuna que, segundo Lanza
(2007, p. 12), existe entre o uso do blog e o ensino e a aprendizagem de língua
estrangeira, em especial da Língua Inglesa.
Busquei propiciar aos alunos do 2º ano A do Ensino Médio a
possibilidade de utilizar o blog dentro de uma proposta pedagógica consistente,
de acordo com o teorias propostas pelas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica Língua Estrangeira Moderna, pela Secretaria de Estado da Educação
(SEED) e pelo Colégio Estadual Anésio de Almeida Leite a qual leciono, e, com
isso, contribuir no desenvolvimento de saberes lingüísticos, didáticos e
metodológicos que os possibilitem compreender e utilizar a língua alvo
estudada, futuramente, de modo competente tanto em situações cotidianas,
nos estudos, como também no mercado de trabalho.
Tanto este como outros estudos sugerem que o blog seja utilizado de
modo sistemático como ferramenta de apoio ao ensino e a aprendizagem da
Língua Inglesa podendo contribuir de forma significativa para o aprendizado e
desenvolvimento das competências que envolvem uma determinada língua, no
entanto, é preciso que se aprofunde mais essa questão.
Vale destacar que o Blog Aprendendo Inglês continua sendo por mim
utilizado, inclusive em outros níveis educacionais, e está disponível para
qualquer docente ou interessado sobre a Língua Inglesa utilizar e aprimorá-lo.
REFERÊNCIAS
CASTRO NETTO, Mônica Inês de. Novas Tecnologias na Discursividade do Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa. 2012. 107 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2012. Disponível em: <http://www.bdtd.ufu.br/tde_arquivos/18/TDE-2013-05-07T112055Z-3607/Publico/MonicaInes.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013. DIAS, Marcos Antônio de Araújo; SANTOS, Herbert Nunes de Almeida. Tecnologia e Ensino: O Uso de Blogs como Ferramenta de Motivação e Aprendizagem. 2010. Disponível em: < http://kentron.ifal.edu.br/index.php/educte/ar>. Acesso em: 27 abr. 2013. FERREIRA, Simone de Lucena. et al. Educação, interatividade e autoria na cibercultura. 2005. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/limc/escritacoletiva/pdf/edu.pdf >. Acesso em: 16 abr. 2013. GOMES, Maria João. Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. VII Simpósio Internacional de Informática Educativa – SIIEO5. Leiria, Portugal, 2005, p. 311-315. Disponível em: <http://creazeitao.googlepages.com/BlogsUtilEducUNIVMINHO.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2013. JOHNSON, D.M. Approaches to Research in Second Language Learning. New York & London: Longman. 1992. KERCKHOFF, Márcia Telesca. O blog como ferramenta para a reflexão crítica. Caderno de Letras: Revista do Departamento de Letras Anglo-Germânicas. Rio de Janeiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro de Letras e Artes, Faculdade de Letras, Setor de Alemão, Ano 19, nº 21, 2004. Disponível em:<http://www.letras.ufrj.br/linguisticaaplicada/lefe/trabalhos/CadernodeLetras21-Interacaoemmidiaesaladeaula-UFRJ.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2013
KOSEMU, Fabiana Cristina. Blogs e as práticas de escrita sobre si na internet. In: Hipertexto e Gêneros Digitais: novas formas de construção de sentido. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2010. LANZA, Heloiza Helena. Uso Pedagógico do Blog no Ensino-Aprendizagem de Espanhol: Elaboração e avaliação de uma tarefa. 2007. 123 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Linguística Aplicada e estudos da Linguagem, Departamento de Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em:<http://www4.pucsp.br/pos/lael/laelinf/teses/07_04_2011_dissertacao_heloiza_lanza_2007.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2013. MANTOVANI, Ana Margô. Blogs na Educação:Construindo Novos espaços de Autoria na Prática Pedagógica. 2006. Disponível em: <http://educivica.com.sapo.pt/blogsnaeduca.pdf>. Acesso em: 16 abr. 2013. OLIVEIRA, A. S. & CARDOSO, E. L. Novas Perspectivas no Ensino da Língua Inglesa: Blogues e Podcasts. In: Educação, Formação & Tecnologias. 2009, vol. 2, p. 87-101. Disponível em: <http://eft.educom.pt>. Acesso em: 20 maio 2013. OLIVEIRA, Silvio Tadeu. O Blog no Curso de Letras Contribuindo para o Desenvolvimento de Competências Desejáveis ao Futuro Professor de Língua Inglesa. 2007. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. O uso da tecnologia no ensino de línguas estrangeiras: breve retrospectiva histórica. 2008. Disponível em: <http://www.veramenezes.com/techist.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Departamento de Educação Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008. PERES, Paula. Edublogs como mediadores de Processos Educativos. 2006. Disponível em: <http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/viewFile/628/pdf>. Acesso em 16 abr. 2013. PRIMO, Alex; SMANIOTTO, Ana Maria Reczek . Comunidades de blogs e espaços conversacionais. Prisma.com, v. 3, p. 1-15, 2006. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/limc/PDFs/insanus.pdf>. Acesso em: 22 maio 2013. SILVA, Luana Fabrícia Correia. Tecnologias Digitais e Ensino: O Uso Pedagógico do Blog para o Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa. 2012. Disponível em: < http://www.ileel.ufu.br/anaisdosielp/pt/arquivos/sielp2012/724.pdf>. Acesso em: 20 maio 2013.