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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
ODONTOLÓGICAS
FRANCISCO LEONARDO DA SILVA JUNIOR
EFICÁCIA DO ILIB-MODIFICADO SOBRE OS PARÂMETROS CLÍNICOS
PERIODONTAIS E CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES COM
PERIODONTITE PORTADORES DE DIABETES TIPO II.
NATAL
2019
FRANCISCO LEONARDO DA SILVA JUNIOR
EFICÁCIA DO ILIB-MODIFICADO SOBRE OS PARÂMETROS CLÍNICOS
PERIODONTAIS E CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES COM
PERIODONTITE PORTADORES DE DIABETES TIPO II.
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ciências Odontológicas
da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como parte integrante dos requisitos
para a obtenção do título de Mestre em
Ciências Odontológicas.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Rafaela Luz
de Aquino Martins
NATAL
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - Departamento de
Odontologia
Silva Junior, Francisco Leonardo da.
Eficácia do ILIB-Modificado sobre os parâmetros clínicos
periodontais e controle glicêmico em pacientes com Periodontite
portadores de Diabetes Tipo II / Francisco Leonardo da Silva
Junior. - Natal, 2019.
68 f.: il.
Orientador: Prof. Dra. Ana Rafaela Luz de Aquino Martins.
Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas) -
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências
da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas,
Natal, 2020.
1. Doenças periodontais - Dissertação. 2. Periodontite -
Dissertação. 3. Terapia com luz de baixa intensidade -
Dissertação. 4. Diabetes mellitus - Dissertação. I. Martins, Ana
Rafaela Luz de Aquino. II. Título.
RN/UF/BSO BLACK D64
Elaborado por MONICA KARINA SANTOS REIS - CRB-15/393
FRANCISCO LEONARDO DA SILVA JUNIOR
EFICÁCIA DO ILIB-MODIFICADO SOBRE OS PARÂMETROS CLÍNICOS
PERIODONTAIS E CONTROLE GLICÊMICO EM PACIENTES COM
PERIODONTITE PORTADORES DE DIABETES TIPO II.
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências Odontológicas da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, como parte integrante dos requisitos para a obtenção
do título de Mestre em Ciências Odontológicas.
BANCA DE DEFESA
_______________________________________________
Profa. Dra. Ana Rafaela Luz de Aquino Martins
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Orientadora – Presidente
_______________________________________________
Prof. Dr. Euler Maciel Dantas
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Membro – Externo ao Programa
_______________________________________________
Profa. Dra. Daliane Queiroga de Castro Gomes
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN
Membro – Externo à Instituição
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Leonardo e Ironeide, e a minha irmã, Marianne,
que sempre estiveram do meu lado em todas as minhas decisões e nunca mediram
esforços para verem minha felicidade e meus sonhos serem realizados.
AGRADECIMENTO
Agradeço,
Inicialmente, a Deus, por me permitir chegar até onde cheguei. Obrigado por
não me fazer desistir e por não perder a fé em Ti nos vários momentos em que fraquejei.
Obrigado, meu Deus, por me abençoar mais do que mereço!
Aos meus pais, Leonardo e Ironeide¸ por todo amor, incentivo e apoio
incondicional, apesar de todas as dificuldades, nunca deixaram de batalhar para a
realização dos meus sonhos!
A Minha irmã, Marianne, que sempre estive na torcida e na vibração de todas
as minhas conquistas. Muito obrigado por toda a ajuda e atenção em todo este tempo.
A minha família Paterna e Materna, avôs, tios, tias, primos, todos vocês tem
grande parte nesta conquista. Obrigado pelo incentivo e por toda ajuda na construção de
meus sonhos.
A minha orientadora Prof.ª Dr.ª Ana Rafaela Luz de Aquino Martins.
Obrigado por toda a paciência, pelo apoio e por sempre acreditar em mim e em todo o
meu potencial. Obrigado por entender as necessidades de cada aluno, procurando extrair
de cada um o seu melhor. Obrigado por ser essa profissional exemplar e que serve de
inspiração para todos aqueles que têm o prazer e a honra de conviver com você!
Ao mestre Prof. Dr. Euler Maciel Dantas. Obrigado por toda ajuda e
ensinamentos transmitidos no decorrer de minha carreira acadêmica. Obrigado por
sempre me motivar e ser uma das minhas inspirações profissionais.
Ao mestre Prof. Dr. Kenio Lima, obrigado por toda a ajuda na execução deste
trabalho e ainda por ter aceitado o convite para participar da minha banca de
qualificação. Obrigado por todas as contribuições feitas ao trabalho, foi uma honra tê-lo
como avaliador e, com certeza, a dissertação ficou bem estruturada com suas
considerações!
Ao mestre Prof.ª Dr.ª Ivanise Marina Moretti Revechi, obrigado por sua
disponibilidade em ajudar na execução do nosso trabalho, viabilizando a execução dos
exames que precisávamos aplicar. Agradeço ainda por ter aceitado o convite para
participar da minha banca de qualificação. Obrigado por todas as contribuições feitas ao
trabalho!
Ao mestre Profa. Dra. Daliane Queiroga de Castro Gomes grato pela
disponibilidade em aceitar o convite de compor à minha banca de defesa. Agradeço,
desde já por todas as contribuições que, com toda certeza, ajudarão ainda mais a
aprimorar o trabalho!
A grande amiga, Marcela Leticia. Agradeço a Deus por sua vida e por Ele ter
colocado você em meu caminho. Obrigado por ser esse anjo que esta comigo em todas
as horas, eu sei que posso contar com você. Aos meus companheiros de projeto, Davi
Araújo, Natália, Régia, Húrsula e Liliane, sem vocês as lutas diárias e os problemas
constantes não teriam tido a resolutividade que conseguimos. Obrigado por tudo!
Aos funcionários da Universidade, que sempre estiveram pronto a nos ajudar
diante de todas as dificuldades!
Aos funcionários do laboratório de análises clínicas da Faculdade de
Farmácia e do laboratório do Hospital Universitário Onofre Lopes, que realizaram
todos os exames laboratoriais deste trabalho, muito obrigado! Sem a ajuda de vocês
seria impossível a realização deste trabalho.
Aos Meus amigos queridos, Abevenuto Maia, Stênio Galvão e Ronaldo
Junior, pelo constante e imensurável carinho e apoio. Nossas conversas, sempre eram
cheias de palavras de estímulo e conforto, que nos enchem de esperança para seguir em
frente. Obrigado pela linda amizade de vocês!
Aos Meus amigos queridos e companheiros de Profissão, Mônica Preda e
Tauan Félix, pelo constante e imensurável carinho, apoio e todo o incentivo na
realização dos meus sonhos.
Aos demais amigos que estiveram comigo nessa caminhada, sempre torcendo
pela minha vitória!
Ao Programa de Pós-graduação em Ciências Odontológicas – UFRN, aos
mestres da disciplina de periodontia e aos demais mestres que integram o
programa que se dedicam com esmero a difícil tarefa de fazer pesquisa no nosso País.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que me proporcionou uma pós-
graduação de excelência.
A todos que me incentivaram e me apoiaram durante toda a pesquisa e que,
direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta conquista. Muito obrigado!
RESUMO
A periodontite e o diabetes mellitus tipo II são condições crônicas com alta prevalência
mundial, existindo uma relação bidirecional entre elas. Em função dessa relação,
terapias auxiliares têm sido indicadas para o tratamento de periodontite em pacientes
diabéticos, incluindo o laser de baixa intensidade. Atualmente, o laser de baixa
intensidade tem sido acoplado a uma pulseira sobre a artéria radial, com o objetivo de
irradiar as células sanguíneas, por meio da técnica chamada de ILIB modificado
(Intravascular Laser Irradiation of Blood), com melhoria no controle da glicemia
plasmática e de processos inflamatórios crônicos. Este estudo avaliou a eficácia do
ILIB modificado na melhoria dos parâmetros periodontais, hemoglobina glicada
(HbA1c) e glicemia em jejum de pacientes com periodontite portadores de diabetes tipo
II. Caracterizou-se por um ensaio clínico, cego e randomizado. Foram incluídos 21
pacientes, divididos em grupo controle (GC), que recebeu o tratamento periodontal
convencional (raspagem e alisamento corono-radicular e orientação de higiene oral) e o
grupo teste (GT), que recebeu tratamento periodontal convencional associado a dez
aplicações do laser pela técnica do ILIB modificado. Foram avaliados os índices de
higiene IPV e ISG, os parâmetros clínicos periodontais SS, PS, NIC, os níveis de
glicemia em jejum e HbA1c dos pacientes dos dois grupos, no baseline e após quatro
meses (T4). Neste estudo para os parâmetros sanguíneos de Hb1AC e glicemia em
jejum, não foi observado diferenças estatisticamente significantivas na melhoria do
controle glicêmico (p<0,05). Com relação aos parâmetros periodontais, a análise
intragrupos observou-se uma melhoria dos índices de IPV, ISG, SS, PS e NIC
estatisticamente significativa (p>0,05) entre o baseline e o T4. Mas, na análise
intergrupos não foi observado melhoria adicional (p<0,05), entre o GT e GC para os
índices de IPV, ISG, SS, PS e NIC. Desta forma, o ILIB modificado não apresentou
melhorias no controle glicêmico e tratamento da periodontite em pacientes com diabetes
tipo II.
Palavras Chaves: Doença periodontal. Periodontites. Irradiação Intravascular do
Sangue. Diabetes Mellitus.
ABSTRACT
Periodontitis and type II diabetes are chronic and worldwide high prevalent conditions
with a bidirectional relationship between them. Due to this relationship, the proposition
of auxiliary therapies for the treatment of periodontitis in diabetic patients, including the
low-intensity laser, is a reality. The low-intensity laser is attached to a bracelet over the
radial artery to radiate the blood cells through the technique called modified ILIB
(Intravascular Laser Irradiation of Blood), aiming the control of the plasma glucose and
chronic inflammatory processes. Therefore, this research evaluated the efficacy of the
modified ILIB in improving clinical periodontal parameters, such as HbA1c and fasting
blood glucose of patients with periodontitis and type II diabetes on a randomized,
double-blinded, longitudinal clinical study. The sample included 21 patients distributed
in two groups. The control group (CG) received conventional periodontal treatment
(scaling and root planning, and oral hygiene guidance), and the test group (TG) received
conventional periodontal treatment and 10 laser applications through the modified ILIB
technique. The PI and GBI hygiene indexes, the clinical periodontal
parameters BoP, PD, CAL, the fasting blood glucose levels and HbA1c were evaluated
at the baseline and after 4 months (T4) of treatment for both groups. There were no
differences at the intergroup and intragroup comparisons (p>0.05) for the analysis of
Hb1AC blood parameters and fasting blood glucose. Concerning to the periodontal
parameters, the intragroup analysis showed a significant decay (p<0.05) for the PI,
BoP, PD, and CAL indexes between the baseline and T4, however, the intergroup
analysis showed no differences between CG and TG (p>0.05) for all the indexes
compared. Thus, based on the results is possible to state that the modified ILIB do not
improved the glycemic control and the periodontal treatment on type II diabetes
patients.
Keywords: Periodontal disease. Periodontitis. Irradiation Laser Intravenous of Blood.
Diabetes Mellitus.
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
Figura 1 Fluxograma com o desenho experimental do estudo.......................................... 35
Figura 2 Fluxograma com a distribuição dos pacientes .................................................... 39
Quadro 1 Descrição de revisões de literatura que avaliaram a eficácia do tratamento
periodontal no controle glicêmico.......................................................................
24
Quadro 2 Parâmetros do laser utilizado durante a pesquisa................................................ 35
Quadro 3 Descrição das variáveis desta pesquisa................................................................
36
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracterização da amostra de acordo com a idade, escolaridade e sexo dos
participantes..............................................................................................................
40
Tabela 2 Comparação das medianas (Q25-Q75) da HbA1c e Glicemia em Jejum da amostra
de pacientes dos grupos teste e controle em baseline e T4 ......................................
41
Tabela 3 Comparação das medianas (Q25-Q75) do IPV, ISG, PS, SS e NIC da amostra de
pacientes dos grupos teste e controle em baseline e T4..........................................
42
Tabela 4 Relação das medianas (Q25-Q75) do ISG, PS, SS e NIC da amostra com a
presença e ausência de outras Comorbidades (excluindo o diabetes tipo II)
baseline e T4...........................................................................................................
44
Tabela 5 Relação das medianas (Q25-Q75) do ISG, PS, SS e NIC da amostra com a
utilização de medicação para o Diabetes, uso de anti-hipertensivos e controle
metabólico baseline e T4.........................................................................................
45
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TFDA Terapia Fotodinâmica
ILIB Intravenuos Laser Irradiantion of Blood
DM2 Diabetes Mellitus Tipo II
PMN Polimorfonucleares
RACR Raspagem e Alisamento Coronorradicular
FCG Fluido Crevicular gengival
HbA1c Hemoglobina Glicada
AGES Produtos Finais da Glicação Avançada
RAGES Receptor para Produtos Finais da Glicação Avançada
TNF-α Fator de Necrose Tumoral alfa
SOD Superoxido Desmutase
ERRO Espécies reativas de oxigênio
*O2 Radical livre superóxido
IPV Índice de Placa Visível
ISG Índice de Sangramento Gengival
SS Sangramento a Sondagem
OS Profundidade de Sondagem
NIC Nível de inserção Clínica
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 17
2.1 PERIODONTITE ................................................................................................................ 17
2.2 TRATAMENTO PERIODONTAL NÃO CIRÚRGICO .................................................... 19
2.3 DIABETES MELLITUS ..................................................................................................... 21
2.4 RELAÇÃO ENTRE O DIABETES MELITTUS E A PERIODONTITE .......................... 23
2.5 INTRAVENUOS LASER IRRADIATION OF BLOOD – ILIB ....................................... 25
3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 29
3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 29
3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS .............................................................................................. 29
4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 30
4.1 IMPLICAÇÕES ÉTICAS ................................................................................................... 30
4.2 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO. ................................................................................ 30
4.3 LOCAL DO ESTUDO ........................................................................................................ 30
4.4 POPULAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................................. 30
4.4.1 Seleção da amostra ............................................................................................................. 30
4.4.2 Cálculo da Amostra ............................................................................................................ 31
4.4.3 Critérios de Inclusão........................................................................................................... 31
4.4.4 Critérios de Exclusão ......................................................................................................... 31
4.5 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 31
4.5.1 Anamnese e exame clínico ................................................................................................. 32
4.5.2 Avaliação da condição periodontal e de higiene bucal ...................................................... 32
4.5.2.1 Índice de Placa Visível .................................................................................................. 32
4.5.2.2 Índice de Sangramento Gengival ................................................................................. 32
4.5.2.3 Profundidade de sondagem .......................................................................................... 33
4.5.2.4 Índice de Sangramento à Sondagem ............................................................................ 33
4.5.2.5 Nível clínico de Inserção ............................................................................................... 33
4.5.3 Diagnóstico de Doença Periodontal .................................................................................. 34
4.5.4 Coleta Sanguínea e Processamento de Amostra ................................................................ 34
4.5.5 Diagnóstico do Diabetes Tipo II ....................................................................................... 35
4.6 FASE EXPERIMENTAL ................................................................................................. 35
4.7 CALIBRAÇÃO DO EXAMINADOR .............................................................................. 37
4.8 CEGAMENTO DO ESTUDO ............................................................................................ 37
4.9 ELENCO DE VARIÁVEIS ................................................................................................ 37
4.10 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................. 38
5 RESULTADOS .................................................................................................................. 40
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................................. 40
5.2 PARÂMETROS SANGUÍNEOS ....................................................................................... 41
5.3 ÍNDICES DE HIGIENE ORAL E PARÂMETROS PERIODONTAIS ............................ 42
6 DISCUSSÃO ...................................................................................................................... 48
7 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 53
APÊNDICES .............................................................................................................................. 60
15
1 INTRODUÇÃO
A doença periodontal é um problema de saúde pública, afetando mais de 50% da
população mundial (PAPAPANOU et al., 2018; ARORA; MISHRA; CHUGH, 2014).
Ela é caracterizada como uma doença inflamatória crônica, associada ao acúmulo de
biofilme dentário de forma disbiótica (PAPAPANOU et al., 2018). Seus principais
sinais são perda do nível clínico de inserção dos elementos dentários, presença de bolsas
periodontais e sangramento gengival (PAPAPANOU et al., 2018; CHAPPLE et al.,
2017).
Várias condições sistêmicas podem afetar o tecido periodontal de suporte e o
curso das doenças periodontais (MAURI-OBRADORS et al., 2015; ZIUKAITE; SLOT;
VAN DER WEIJDEN, 2018 CHAPPLE et al., 2017), dentre estes fatores destacar-se o
Diabetes Melittus. A Federação Internacional de Diabetes estimou que em 2016, 415
milhões de adultos com idade entre 20 e 79 anos tinham Diabetes mellitus. Esta mesma
instituição estima que, em 2035, o Brasil terá uma população de 19,2 milhões de
diabéticos.
Sabe-se que os portadores de diabetes mellitus (DM) apresentam doenças
periodontais com maior agressividade (MIRANDA et al., 2018). Esta característica
pode ser atribuída a alterações nas funções do sistema imunológico, na composição do
fluido sucular, no processo de reparo dos tecidos periodontais, na vascularização, na
resposta inflamatória e no metabolismo e na morfologia do tecido ósseo (LALLA et al.,
2000; BASTOS et al., 2016). Diante disso, sugere-se neste grupo de pacientes a
utilização de terapias adjuvantes ao tratamento das periodontites, com o objetivo de
potencializar os resultados do tratamento básico periodontal (ZIUKAITE; SLOT; VAN
DER WEIJDEN, 2018). Esses tratamentos incluem a prescrição de antibióticos,
prescrição de soluções antibacterianas ou a utilização de lasers de baixa intensidade
(MIRANDA et al., 2018).
A utilização do laseres de baixa intensidade como adjuvante ao tratamento da
doença periodontal é justificada por seus efeitos analgésicos, modulação da resposta
inflamatória e reparação tecidual (WANG et al., 2014). Ele pode ser usado irradiando
diretamente os tecidos afetados; com a utilização de corantes fotossensibilizadores na
terapia fotodinâmica (TFD), ou sem a aplicação destes corantes (SANTOS et al., 2018);
ou ainda pela técnica conhecida como Intravascular Laser Irradiation of Blood (ILIB) (
MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005).
16
A técnica ILIB surgiu na Rússia na década de 70, por meio da irradiação do
sangue com uma agulha intravenosa. Atualmente, a técnica sofreu uma modificação,
sendo chamada de ILIB modificada, não existindo necessidade do acesso venoso. A
radiação vermelha é transmitida para as células sanguíneas com o auxilio de uma
pulseira, na altura da artéria radial, sobre a qual se acopla o laser de baixa intensidade
(HUANG et al., 2012; KAZEMIKHOO et al., 2016).
De acordo com Kasemi et al. (2013), o ILIB promove uma cascata de reações no
sistema imune e tem como consequência efeitos antiálgicos, modulação da resposta
inflamatória, diminuição de edemas e diminuição do tempo de cicatrização.
Possivelmente, estes efeitos estão relacionados à regulação da expressão fatores de
crescimento, com o aumento da produção de arginina e óxido nitroso e diminuição da
produção de radicais livres de oxigênio. Kazemikhoo e Ansari (2015), em um segundo
estudo clínico com a utilização do ILIB em pacientes com diabetes tipo II, encontraram
um efeito significativo na diminuição do nível de glicemia sanguínea, sugerindo este
método como um tratamento auxiliar eficaz no controle do nível de glicemia em
pacientes com diabetes tipo II.
Grande parte da literatura existente a respeito ILIB está em forma de revisão
narrativa, não existindo ensaios clínicos que utilize esta técnica de aplicação de laser de
baixa intensidade como tratamento auxiliar às doenças periodontais ou ao controle
glicêmico. Diante das evidências a respeito da ação analgésica, melhoria de quadros
inflamatórios e auxílio no controle glicêmico, atribuídos à utilização do ILIB, este
estudo visa pesquisar a eficácia da aplicação do ILIB modificado nos parâmetros
clínicos periodontais, e no controle glicêmico de pacientes com periodontite portadores
de diabetes mellitus tipo II.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
Com intuito de facilitar a compreensão sobre o tema a ser discutido, a revisão de
literatura foi dividida em tópicos, abordando considerações a respeito da doença
periodontal; o tratamento não cirúrgico desta entidade clínica; diabetes mellitus e a sua
relação com a doença periodontal. Ainda foi abordado considerações a respeito da
aplicação do ILIB modificado como um adjuvante à terapia periodontal convencional e
auxiliar ao controle de glicemia.
2.1 Periodontite
As duas condições periodontais mais prevalentes e investigadas são a gengivite
induzida pelo biofilme e a periodontite (TATAKIS; KUMAR, 2005). Enquanto, na
gengivite a inflamação tecidual está presente apenas no periodonto de proteção, de
forma reversível. Na periodontite além do periodonto de proteção, tem-se o
envolvimento do periodonto de sustentação (PAPAPANOU et al., 2018; CHAPPLE et
al., 2017).
O Relatório do Consenso de 2017, no Workshop Mundial sobre a Classificação
das Doenças e Condições Periodontais e Peri-implantares, define a periodontite como
uma desordem inflamatória multifatorial associada a um biofilme disbiótico e
caracterizada pela destruição progressiva dos tecidos de suporte periodontal, pelo
aumento patológico da profundidade do sulco gengival e, consequentemente, à
formação de bolsa periodontal com perda de inserção clínica (PAPAPANOU et al.,
2018). Desta forma, por sua origem multifatorial e crônica, com uma combinação de
fatores genéticos e comportamentais, a doença periodontal é considerada um fenômeno
complexo (ARORA; MISHRA; CHUGH, 2014; PAPAPANOU et al., 2018; CHAPPLE
et al., 2017).
No que diz respeito ao biofilme disbiótico envolvido na etiologia da doença
periodontal, sabe-se que existe o envolvimento de uma complexa comunidade,
composta por mais de 700 espécies bacterianas organizadas que interagem entre si e são
responsáveis pela indução e manutenção da inflamação (MEISEL et al., 2005; ARORA;
MISHRA; CHUGH, 2014), com diferenças marcantes entre biofilme subgengival em
condição de saúde periodontal e periodontite. Os colonizadores precoces
predominantes, principalmente na saúde dos tecidos periodontais, são as Actinomyces
18
sp. e Estreptococos, que desenvolvem uma comunidade microbiana complexa em
apenas alguns dias. Alguns colonizadores secundários como as Fusobacterium
nucleatum e terciários como as Porphyromonas gingivalis, podem ligar-se tanto a
colonizadores precoces como a outros colonizadores posteriores, iniciando processos
inflamatórios (PETELIN et al., 2014). Estes colonizadores terciários, em especial
Porphyromonas gingivalis, Treponema denticola e Tanerella forshytia são considerados
como periodontopatógenos, pois estão diretamente associados ao início e à progressão
das doenças periodontais (KUMAR et al., 2003; SOCRANSKY; HAFFAJEE, 2005).
Sabe-se que o acúmulo de biofilme dentário é necessário, porém não é o
suficiente para o desenvolvimento da periodontite. Um importante aspecto a ser levado
em consideração é a suscetibilidade do hospedeiro. Evidências sugerem que essa varia
consideravelmente entre indivíduos, com aproximadamente 10% sendo altamente
suscetível e 10% altamente resistente (MICHALOWICZ et al., 2000). Apesar de não
haver um gene específico determinante para a periodontite, o polimorfismo do gene da
IL-1 tem sido associado, pelo fato de estar presente em algumas populações que
apresentaram pior prognóstico e maior índice de perda dentária (GREENSTEIN;
HART, 2002).
Além de fatores como o biofilme dentário e o polimorfismo genético, as doenças
periodontais ainda sofrem influência de fatores predisponentes e modificadores. Os
fatores predisponentes estão relacionados a riscos locais, que facilitam o acúmulo de
biofilme dentário ou dificultam a sua remoção, como apinhamentos dentários e
aparelhos ortodônticos. Já os fatores modificadores, que estão relacionados a riscos
sistêmicos, são características presentes em um indivíduo que influenciam
negativamente na resposta imune-inflamatória frente ao biofilme dentário, resultando
em exacerbação do processo inflamatório nos tecidos periodontais. São exemplos destes
fatores o tabagismo, o diabetes mellitus, fatores nutricionais, o aumento gengival
induzido por drogas, dentre outros fatores que ainda não estão claros na literatura atual
(CHAPPLE et al., 2017).
Com relação à patogênese da periodontite, sabe-se que o acúmulo de biofilme
provoca maior parte da lesão tecidual, por meio de mecanismos indiretos dependentes
da iniciação e propagação de reações inflamatórias no hospedeiro. O infiltrado
inflamatório da doença é caracterizado por leucócitos polimorfonucleares (PMNs),
macrófagos, linfócitos, plasmócitos e perda substancial de colágeno. Existem interações
complexas entre essas células de defesa e os elementos estruturais periodontais. Os
19
principais componentes celulares do periodonto são as células epiteliais, o ligamento
periodontal, os fibroblastos, osteoblastos e osteoclastos (TATAKIS et al., 2005;
KNIGHT et al., 2016).
As características clínicas da periodontite são resultado desse processo
inflamatório decorrente da interação entre as bactérias bucais e a resposta de defesa
local do hospedeiro. As principais manifestações observadas são sangramento gengival,
gengivas edemaciadas e de contorno irregular, formação de bolsas periodontais, perda
de papilas, recessão gengival, perda de inserção conjuntiva, reabsorção óssea, lesões de
furca e mobilidades dentárias que podem evoluir para um grau mais avançado e pode
repercutir na perda dos dentes (KNIGHT et al., 2016; ELASHIRY et al., 2018;
PAPAPANOU et al., 2018; CHAPPLE et al., 2017).
De acordo com a atual classificação das doenças periodontais, para que o
paciente tenha uma periodontite é necessário a existência de perda de inserção detectada
em dois ou mais sítios interproximais não adjacentes, ou perda de inserção de três mm
ou mais na vestibular ou lingual/palatina em pelo menos dois dentes, sem estar
relacionado à : recessão gengival de origem traumática; cárie dental estendendo até a
área cervical do dente; presença da perda de inserção na face distal de um segundo
molar e associado ao mau posicionamento ou à extração de terceiro molar; lesão
endoperiodontal drenando por meio do periodonto marginal; ou ocorrência de fratura
radicular vertical (PAPAPANOU et al., 2018).
Quanto ao diagnóstico, a tomada de decisões envolve atribuir um prognóstico a
cada dente e à dentição geral (ELASHIRY et al., 2019). Além disso, a investigação
diagnóstica dos pacientes periodontais incluirá sempre um histórico médico e
odontológico detalhado, exame físico intraoral e investigações adicionais, se necessário,
como testes especiais, radiografias e um relatório radiológico, os quais permitirão a
diferenciação entre os diferentes tipos de doença periodontal. É importante o
reconhecimento de perda óssea alveolar ou perda de inserção devido a outras causas que
não seja periodontite, uma vez que esses dados são críticos para o planejamento do
tratamento e avaliação da resposta ao tratamento (ELASHIRY et al., 2019; STEFFENS;
MARCANTONIO, 2018; DIETRICH et al., 2019).
2.2 Tratamento periodontal não cirúrgico
20
O tratamento periodontal não cirúrgico objetiva, principalmente, remover o
biofilme microbiano e seus subprodutos e visa reduzir a inflamação periodontal e
paralisar a progressão da doença (SANTOS et al., 2016; BOREKCI et al., 2019).
Atualmente, entretanto, o tratamento periodontal não envolve apenas impedir a
progressão, mas também se concentra na regeneração dos tecidos moles e duros para o
restabelecimento da saúde periodontal (SANTOS et al., 2016; AKRAM et al., 2017).
Como primeira etapa e abordagem padrão-ouro para o tratamento de todas as
formas de doenças periodontais, o tratamento periodontal não cirúrgico consiste em
instruções de higiene oral e debridamento mecânico de dentes e das superfícies
radiculares por meio de procedimentos de raspagem e alisamento conoro-radicular
(RACR) (BOREKCI et al., 2019; SGOLASTRA et al., 2013). A RACR é a principal
terapia voltada à periodontite, em que, por meio de instrumentação manual ou
ultrassônica, tem demonstrado em pesquisas clinicas a diminuição na profundidade de
bolsas, redução da inflamação e ganho de inserção clínica (BETSY et al., 2014;
MISTRY et al., 2016; MARTINS et al., 2017; AKRAM et al., 2017; GIANNELLI et
al., 2018; JAVED et al., 2018).
Essa terapêutica é eficiente, contudo, está associada a várias limitações físicas,
principalmente relacionadas à incapacidade de desbridar completamente cálculos
periodontais subgengivais em bolsas periodontais profundas, regiões de furca e ranhuras
subgengivais. A persistência da microbiota patogênica pode fornecer condições
favoráveis à recolonização subgengival e à recorrência da doença periodontal (BETSY
et al., 2014; CARVALHO et al., 2015; AKRAM et al., 2017). Isso se deve à capacidade
das bactérias de penetrarem e se estabelecerem em células epiteliais gengivais e dentina
radicular, escapando assim da reação imune do hospedeiro (GIANNELLI et al., 2018).
Considerando essas limitações, várias alternativas têm sido propostas como
terapias adjuvantes ao tratamento convencional, como administração oral ou aplicação
local de antibióticos tópicos, anti-sépticos e terapia com laser de baixa intensidade
(SIMPSON et al., 2010).
Uma das alternativas mais difundidas é a antibioticoterapia sistêmica. que tem
demonstrado a eliminação efetiva de patógenos residuais (SGOLASTRA et al., 2013;
BARBOSA et al., 2018). Porém, vale salientar alguns pontos relevantes a respeito dessa
terapia, incluindo a baixa concentração terapêutica no fluido crevicular gengival (FCG),
a qual pode desenvolver complicações como distúrbio gastrointestinal,
hipersensibilidade e, mais importante, o crescente desenvolvimento de resistência
21
bacteriana. Portanto, o uso de antibióticos deve ser definido para pacientes que
apresentam um perfil microbiológico específico. Diante dessas desvantagens, aumentou
o interesse no desenvolvimento de tratamentos alternativos antimicrobianos (XUE et
al., 2017; BARBOSA et al., 2018).
Com o objetivo de reduzir os efeitos adversos frutos da antibiticoterapia
sistêmica, os lasers de baixa intensidade começaram a ser utilizados como terapia
adjuvante à RACR, objetivando melhores resultados clínicos frente ao tratamento das
periodontites (ABDULJABBAR et al., 2017; SANTOS et al., 2017). Porém não existe
uma padronização na literatura, quanto a sua utilização, podendo ser usado em terapia
fotodinâmica dentro da bolsa periodontal, na gengiva queratinizada na porção externa
da bolsa periodontal, dentre outras formas (SANTOS et al., 2017). Entretanto, para que
esta terapia tenha efeito antimicrobiano, é necessária a utilização de uma substância
fotossensibilizante, a interação entre uma fonte de luz visível e esta substância resulta na
produção de espécies reativas de oxigênio, substâncias letais aos microrganismos
patógenos (KELLESARIAN et al., 2017; JAVED et al., 2018).
Cheng et al., em 2016, conduziram uma revisão sistemática com metanálise, a
respeito da utilização do laser como terapia adjuvante ao tratamento periodontal, e
selecionaram 12 ensaios clínicos. Estes autores observaram que o laser pode ser eficaz
na redução na média da profundidade de sondagem de 0,26 p>0,05 em um prazo de três
meses.
2.3 Diabetes Mellitus
O DM é um distúrbio endócrino crônico, causado pela falha na produção do
hormônio insulina, ou pela resistência periférica dos tecidos a este hormônio
(NASCIMENTO et al., 2018; GRAZINI et al., 2018). Em 2014, a prevalência global de
DM foi estimada em 8,3% entre adultos acima de 18 anos (OMS, 2015). Estimativas
produzidas pela Federação Internacional de Diabetes sugerem que em 2035, 597
milhões de pessoas serão afetados por esta condição.
A insulina é um hormônio produzido pelas células beta no Pâncreas. Sua função
é retirar a glicose da corrente sanguínea para a produção de energia. Com a diminuição
da liberação de insulina, a glicose se acumula na corrente sanguínea causando uma série
de complicações (SIMPSON et al., 2010).
Em função do tipo de alteração das células beta, classifica-se o diabetes em:
22
Tipo I ou insulino dependente (infanto-juvenil): a qual presume-se ser de
etiologia viral, desenvolvendo uma resposta auto-imune, que leva a uma
destruição lenta e progressiva das células beta (OLIVEIRA; VENÂNCIO,
2016).
Tipo II ou não insulino dependente: apresenta um componente genético
importante, tem início geralmente aos 40 anos com evolução lenta e
progressiva das células beta (OLIVEIRA; VENÂNCIO, 2016).
Gestacional: ocorre durante a gravidez e, em geral, após o parto os pacientes
voltam a níveis glicêmicos normais (ABARIGA; WHITCOMB, 2016).
Na patogênese do diabetes, existe uma deficiência na função, ou destruição das
células beta do pâncreas, dependendo do agente lesivo tóxico (níveis de glicose acima
de 120 ou ativação dos linfócitos T direcionados às células beta). O controle glicêmico é
uma questão fundamental no cuidado de portadores de diabetes, pois a hiperglicemia
prolongada está associada a complicações como (TESHOME; YTAYEH, 2016):
Desmielinização neural que ocorre pela resposta inflamatória à
hiperglicemia(OLIVEIRA; VENÂNCIO, 2016).
Alterações vasculares, as quais ocorrem principalmente nas artérias de
pequeno e médio calibre, determinando uma diminuição no fluxo de O2 e
nutrientes aos tecidos. Essas alterações manifestam-se clinicamente com as
seguintes sintomatologias: Dor e sensação de peso nas pernas. Com o
agravamento, obeserva-se dificuldade de deambulação, alteração de
temperatura nos membros inferiores, alterações tróficas e ulcerações, que
podem evoluir para necrose e amputação (BASTOS et al., 2016;
OLIVEIRA; VENÂNCIO, 2016).
Alterações oculares como retinopatia diabética, catarata e cegueira
(BASTOS et al., 2016).
Na Doença periodontal, as alterações estão relacionadas a fatores do
sistema imunológico, composição do fluido crevicular, processo
inflamatório e no metabolismo ósseo. Esses fatores ficam completamente
alterados nos pacientes sem o adequado controle glicêmico e contribuem
para a exacerbação da doença periodontal neste grupo de pacientes
(LALLA et al., 2000; ASPRIELLO et al., 2009; BASTOS et al., 2016).
23
Estudos prospectivos sobre diabetes, no Reino Unido, demonstraram que o
controle intenso dos níveis de glicemia pode reduzir o risco de complicações a longo
prazo (DCCT, 1993; STRATTON, 2000; UKPDS, 1998). Com a redução de 1% na
hemoglobina (HbA1c) no estudo prospectivo sobre diabetes no Reino Unido, foi
associado a um risco relativo de redução de 21% para qualquer desfecho relacionado ao
DM (STRATTON, 2000).
Em função das grandes complicações e riscos, nos pacientes com diabetes é
necessário o monitoramento dos níveis de glicose sanguíneos diariamente, porém
também deve fazer parte da rotina destes pacientes testes hematológicos regulares em
laboratórios clínicos (TESHOME; YTAYEH; 2016).
O objetivo destes testes é monitorar os parâmetros importantes, como a glicemia
em jejum e a HbA1c (PIMAZONI NETTO et al., 2009). A glicemia em jejum e
importante para a verificação da quantidade de glicose circulante, porém este parâmetro
é variável e sensível a alterações alimentares das ultimas 24 horas, por isso, ele não
deve ser considerado de maneira isolada para o diagnóstico e tratamento do DM
(TESHOME; YTAYEH, 2016).
Enquanto o nível de HbA1c é geralmente medido para avaliar a glicemia
durante um período de quatro meses, anterior à coleta, de acordo com o tempo de vida
útil das hemácias (PIMAZONI NETTO et al., 2009). Esse exame é reconhecido como
um bom indicador de controle glicêmico, em função da relação dos elevados índices e
sua relação com maiores riscos de complicações relacionadas ao diabetes (TESHOME;
YTAYEH, 2016). Segundo a Associação Americana de Diabetes (ADA) e a Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD), para que o diagnóstico de diabetes seja confirmado, a
glicemia em jejum deve ser ≥ 126 mg/dL é a HbA1c ≥ 6,5.
2.4 Relação entre o diabetes melittus e a periodontite
Sabe-se que o diabetes mal controlado é um importante fator de risco para a
doença periodontal (PAPAPANOU et al., 2018; CHAPPLE et al., 2017). Este fato é
tão importante, que é considerado durante a classificação das doenças periodontais
(PAPAPANOU et al., 2018; CHAPPLE et al., 2017).
A hiperglicemia, em pessoas com DM, promove um excesso tóxico de glicose e
induz a mitocôndria ao estresse e aumento da respiração celular, conhecido como
explosão respiratória. Esta reação pode ativar várias cascatas de mediadores pró-
24
inflamatórios. Ocorre também a formação de produtos finais da glicação avançada
(AGEs), que resultam na ligação com o seu receptor (RAGE), ativando uma cascata de
sinalização de eventos pró-inflamatórios. Estas vias de sinalização provocam alterações
e exacerbação em várias doenças inflamatórias, inclusive na periodontite (CHAPPLE et
al., 2017).
Outro importante aspecto a ser considerado entre a relação da doença
periodontal e o DM é o fato de pacientes com diabetes tipo II apresentarem uma maior
quantidade de glicose no fluido crevicular gengival. Esta glicose sofrerá fermentação,
causando a liberação de subprodutos da fermentação (álcoois e ácido), deixando o
ambiente mais favorável ao desenvolvimento de bactérias anaeróbias (OLRICH et al.,
2010). Consequentemente, uma população bacteriana diferente poderia ser esperada
neste ambiente rico em glicose (LIU et al., 2018) . Por isso, em função do processo
sacarolítico, espécies como Capnocytophaga foram encontradas em maior quantidade
em pacientes com periodontites e DM. Em relação aos demais periodontopatogênos,
estudos sugerem uma diferença limitada entre pacientes diabéticos e não diabéticos
(LIU et al., 2018).
Em função de todas estas alterações na resposta dos pacientes diabéticos, sugere-
se a utilização de terapias adjuvantes no tratamento das periodontites, com o objetivo de
potencializar os resultados do tratamento básico periodontal (ZIUKAITE; SLOT; VAN
DER WEIJDEN, 2018). Esses tratamentos incluem a prescrição de antibióticos,
prescrição de soluções antibacterianas ou a utilização de lasers de baixa intensidade
(MIRANDA et al., 2018).
Vários autores sugerem uma abordagem bidirecional entre níveis glicêmicos e a
doença periodontal (GROSSI, 1998; TAYLOR, 2001). Em outras palavras, a
inflamação e infecção crônica, que resultam da periodontite também podem ter um
efeito adverso no controle glicêmico em pessoas com o DM, da mesma forma que o
DM tem efeito negativo no controle das doenças periodontais (GROSSI, 1998;
TAYLOR, 2001).
O efeito do tratamento periodontal sobre o controle glicêmico não é um conseso
na literatura, vários autores conduziram revisões sitêmaticas com o objetivo de verificar
a influência do tratamento periodontal sobre o controle glicêmico (quadro 01).
25
Quadro 1 - Descrição de revisões sistemáticas de literatura que avaliaram a eficácia do
tratamento periodontal sobre o controle glicêmico em pacientes com periodontite e
diabetes tipo II. Natal/RN, 2019
AUTOR /
ANO
QUANTIDADE
DE ESTUDOS
INCLUÍDOS
VARIÁVEIS INTERVENÇÃO
DESFECHOS
ENCONTRADOS
BOTERO
et al., 2016 13 HbA1c
RACR com
associação ou não a
terapias adjuvantes
Redução de 0,23 a 1,03 nos
níveis de HbA1c, 3 meses
após a intervenção
periodontal, ( p < 0,05).
MAURI-
OBRADOR
S et al.,
2015
21 HbA1c RACR
14 estudos com diminuição
nos níveis séricos de
HbA1c ( p < 0,05), após o
tratamento periodontal.
Não foi possível afirmar
que o tratamento
periodontal tem influência
positiva no controle de
glicemia.
SIMPSON
et al., 2018
35
HbA1c
RACR com
associação ou não a
terapias adjuvantes
Redução de 0,29 de HbA1c
em 3-4 meses, ( p > 0,05).
TESHOME
E
YITAYEH,
2017
7
HbA1c e
Glicemia em
Jejum
RACR
Redução de HbA1c de
0,48 após 3 meses ( p >
0,05).
Redução de HbA1c 0,53
após tempo final de
interveção ( p > 0,05)..
Na glicemia em jejum
houve redução de 8,5
mg/dL no tempo final de
interveção. ( p > 0,05).
HbA1c = Hemoglobina Glicada; RACR= Raspagem e Alisamento Corono Radicular.
Fonte: Próprio autor
2.5 Intravenuos laser irradiation of blood – ILIB
O ILIB e um acrônimo da língua inglesa que significa Intravenuos Laser
Irradiation of Blood. Está técnica de aplicação do laser de baixa intensidade foi
desenvolvida na Rússia em meados do anos 1970. Esta terapia tem como objetivo a
irradiação de células sanguíneas, mostrando a sua eficácia no tratamento de várias
condições crônicas e agudas ; LIN et al., 2004).
Existe na literatura duas técnicas para a aplicação do ILIB (GASPARYAN et al.,
2010; MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005):
Técnica direta: ocorre a introdução de um cateter intravenoso em um dos
membros superiores, acoplado a uma fibra óptica que irradia o sangue com o
26
laser, direta e continuamente no local da aplicação, distribuindo esse sangue
irradiado, por meio da circulação, para todo o organismo (GASPARYAN et al.,
2010; MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005; KAZEMI KHOO et al., 2013;
HUANG et al., 2012 ).
Técnica não invasiva: também pode ser chamada de transcutânea, indireta ou
ILIB modificado. Nesta técnica, a luz do laser irradia indiretamente o sangue,
sendo guiado por uma pulseira colocada na altura da artéria radial, sobre a qual o
laser de baixa intensidade será acoplado, passando por diferentes camadas de
pele, mucosa e tecido adiposo. A grande desvantagem desta técnica é que
durante a passagem da luz pelos tecidos, ele perde parte de suas propriedades
(coerência e colimação), outra parte é refletida através da pele (GASPARYAN
et al., 2010; MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005).
O tratamento com o ILIB tem efeito antioxidante, por meio da estimulação da
enzima Superóxido Dismutase (SOD), que é a principal componente do sistema
antioxidante endógeno. Ela é responsável pela desmutação do ânion superoxido (O2*-
)
para peróxido de hidrogênio (H2O2), desta forma, ela protege os seres aeróbios contra a
reatividade e a toxicidade do radical superóxido, que é o primeiro a se formar a partir do
oxigênio. Se este radical não for neutralizado poderá evoluir para formação do radical
hidroxil (HO*), que é o responsável pela toxicidade celular associada a Espécies
Reativas de Oxigênio (ERO) (HUANG et al., 2012; MOSHKOVSKA; MAYBERRY,
2005; KAZEMI KHOO et al., 2013).
Quando HO* é formado, ele rapidamente reagirá com a molécula mais próxima,
como lipídeos, proteínas ou bases de DNA, provocando danos celulares e sinalização da
cascata de reações inflamatórias. Em casos de deficiência da SOD, haverá um
desequilíbrio no sistema imune enzimático, resultando em um grande acúmulo de HO*
no organismo. Por isto, é importante a regulação da quantidade e funcionamento da
SOD (MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005; MENEGUZZO et al., 2017).
Outra importante ação do ILIB dá-se no sistema circulatório. Sabe-se que as
doenças de caráter circulatório, local ou sistêmico, resultam de disfunções mecânicas
dos vasos sanguíneos, principalmente na microcirculação. A terapia com ILIB por
estimulação da SOD atua na cascata do ácido araquidônico produzindo a prostaciclina
(PGI2), formada na parede vascular, que é um forte antiagregante plaquetário com ação
vasodilatadora (KAZEMI KHOO et al., 2013). Com relação à hemácia, o ILIB promove
um aumento de sua capacidade hemorreológica, facilitando a passagem das hemácias
27
pelos capilares de diâmetro estreito, melhorando a oxigenação e retirando metabólicos
tóxicos (MENEGUZZO et al., 2017).
Esta terapia pode ser utilizada no tratamento de condições clínicas do sistema
respiratório (asma, alterações desencadeadas pelo tabagismo); diabetes e suas
complicações; condições inflamatórias; condições Cardiovasculares (infarto e angina);
condições do sistema vascular periférico e cicatrização em geral (GASPARYAN et al.,
2010; MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005).
No DM, o ILIB atua de maneira antioxidante, promovendo aumento do nível da
SOD. No pâncreas, a enzima SOD atua protegendo as células beta, evitando uma
ruptura pela ação dos radicais livres sobre a desoxirribose do DNA. Quando esse
processo acontece, o organismo defende-se provocando uma depleção da NAD
(Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo), para evitar destruição do açúcar e a inibição da
síntese de pró-insulina (KAZEMI KHOO et al., 2013).
Por meio do aumento de produção da SOD pelo ILIB pode-se produzir uma
restauração parcial da síntese de insulina e minimizar a intensidade da agressão dos
radicais livres sobre as células do pâncreas (GASPARYAN et al., 2010;
MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005; KAZEMI KHOO et al., 2013).
Kazemikhoo e Ansari (2015) realizaram um estudo com a utilização do ILIB
em pacientes com diabetes tipo II e encontraram um efeito significativo na diminuição
do nível de glicemia sanguínea, sugerindo este método como terapêutico eficaz no
controle do nível plasmático de glicose em pacientes com diabetes tipo II. Outra ação
terapêutica importante do ILIB dá-se no tratamento das alterações vasculares,
responsáveis pela maioria das complicações que ocorrem no diabetes (KAZEMI KHOO
et al., 2013).
O laser também melhora o controle de inflamações crônicas, pois, ao estimular a
produção da SOD, neutraliza os radicais superóxido e evita os danos causados por estes
radicais diminuindo a exacerbação da resposta inflamatória (GASPARYAN et al.,
2010; MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005). Em função dos resultados obtidos a
terapia com Laser intravenoso na década de 90, foi considerada uma opção terapêutica
eficaz e segura, não apresentando contraindicações e efeitos colaterais significativos
(GASPARYAN et al., 2010).
Sabe-se que pacientes diabéticos com periodontite, apresentam uma grande
exacerbação da doença periodontal, por uma série de fatores como discutido
anteriormente (CHAPPLE et al., 2017). Porém, tendo visto a importância do controle da
28
SOD, na modulação da resposta inflamatória e sabendo que a periodontite é uma
condição inflamatória crônica (MENEGUZZO et al., 2017).
29
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Avaliar a eficácia da irradiação do sangue intravascular com laser de baixa
intensidade (ILIB) modificado na melhoria dos parâmetros clínicos periodontais e no
controle glicêmico de pacientes com periodontite portadores de diabetes mellitus tipo II.
3.2 Objetivos especificos
Comparar o sangramento gengival, nível de inserção clínica,
profundidade de sondagem e sangramento à sondagem de pacientes com
diabetes tipo II e periodontite tratados com RACR e aqueles tratados com
RACR associada ao ILIB após quatro meses.
Verificar se o tratamento periodontal básico, associado ao ILIB
modificado tem influência nos níveis de hemoglobina glicada, e glicemia
em jejum.
30
4 METODOLOGIA
4.1 Implicações éticas
O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário Onofre Lopes (HUOL) e aprovado sob o parecer número: 2.932.923. Os
sujeitos foram esclarecidos sobre os objetos da pesquisa e, ao concordaram em
participar desta, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(Apêndice A).
4.2 Caracterização do estudo
Esta pesquisa foi caracterizada como ensaio clínico, randomizado e cego.
4.3 Local do estudo
Esta pesquisa foi realizada no Departamento de Odontologia (DOD) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o Laboratório
de Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia da UFRN (LIAC) e com o Laboratório
do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL).
4.4 População do estudo
A população do estudo foi composta por pacientes com o diagnóstico
periodontite e Diabetes II.
4.4.1 Seleção da amostra
A inclusão dos participantes foi feita de forma aleatória, a partir de um sorteio,
usando uma urna contendo a quantidade de participantes que iriam compor grupo teste e
controle. O grupo controle, recebeu somente a terapia com RACR e instrução de higiene
oral. Enquanto o grupo teste, além da RACR e instrução de higiene oral, recebeu
aplicação de laser de baixa intensidade pela técnica do ILIB modificado.
31
4.4.2 Cálculo da Amostra
Considerando a diferença proporcional para o NIC de 6,7%, um erro alfa de 5%,
nível de significância de 95%, beta de 80%, a amostra para este estudo seria de 800
participantes por grupo, totalizando 1.600 indivíduos. Em função da pequena diferença
proporcional para o NIC e do grande número de participantes necessários para a
obtenção de diferenças estatísticas, foi possível aferir as conclusões deste estudo, com o
número final de participantes desta pesquisa.
4.4.3 Critérios de Inclusão
Foram incluídos na pesquisa: indivíduos com periodontite estádio II, III e IV
(PAPAPANOU et al., 2018); Idade superior a 18 anos; presença de no mínimo dois
sítios em sextantes distintos com perda de inserção ≥ 3mm e sangramento à sondagem.
Os pacientes também tinham o diagnóstico médico de diabetes melitus tipo II, podendo
fazer uso de suplementação e/ou dieta, de insulina e/ou hipoglicemiantes orais. Desde
que esses pacientes apresentassem niveis de Hemoglibina glicada (Hb) ≥ 6,5%.
4.4.4 Critérios de Exclusão
Foram excluídos pacientes tabagistas, pacientes que faziam uso de drogas que
causam hiperplasia gengival, usuários de aparelho ortodôntico, grávidas e lactantes e
portadores qualquer relação sistêmica que alterasse o quadro da periodontite.
4.5 Coleta de dados
Realizou-se a coleta de dados a partir do preenchimento de uma ficha clínica
elaborada para esta pesquisa (Apêndice C), a qual era composta de três partes:
anamnese, coleta de dados referente à higiene oral e avaliação periodontal. Além de
solicitação de hemograma, glicemia em jejum e hemoglobina glicada.
32
4.5.1 Exame clínico
Os pacientes responderam a entrevista semiestruturada. Posteriormente, foi
realizada a coleta de dados referente à condição de higiene bucal, a avaliação dos
parâmetros clínicos periodontais e a solicitação dos exames laboratoriais supra citados.
4.5.2 Avaliação da condição periodontal e de higiene bucal
A avaliação da condição periodontal e de higiene bucal foi realizada por meio da
mensuração do índice de placa visível (IPV), índice de sangramento gengival (ISG),
índice de sangramento à sondagem (ISS), profundidade de sondagem (PS), nível clínico
de inserção (NCI) e recessão gengival (RG).
4.5.2.1 Índice de Placa Visível
O Índice de Placa Visível foi realizado a partir da observação e registro da
presença ou da ausência de biofilme dental em todas as superfícies dentais do paciente,
permitindo verificar a capacidade atual de seu controle de biofilme dentário. Foi
coletado, com auxílio de espelho clínico. O somatório das faces dentárias com biofilme
foi dividido pelo número de faces dentárias avaliadas. O resultado foi multiplicado por
cem (100) para se obter o valor do IPV em porcentagem (AINAMO; BAY, 1975).
4.5.2.2 Índice de Sangramento Gengival
O índice de sangramento gengival à sondagem de Ainamo e Bay (1975)
corresponde à investigação de sangramento com base na dicotomia sangra/não sangra à
sondagem após dez segundos da mensuração, com o auxílio de uma sonda periodontal
de secção circular preconizada pela OMS (OMS-621), de titânio, também conhecida
como sonda tipo WHO, que apresenta como característica principal a presença de uma
esfera em sua extremidade, medindo 0,5 mm de diâmetro, e uma faixa preta que se
inicia em 3,5 mm e termina em 5,5 mm a partir da ponta da sonda, sem ponta ativa que
provoque ou origine lesão dos tecidos. Esta sonda foi inserida ao longo da gengiva
marginal das faces vestibular e lingual (unidades gengivais). Na presença de
sangramento após dez segundos da sondagem foi atribuído escore positivo (+) à face
33
sangrante, Caso contrário, atribuiu-se escore negativo (-). Os valores das unidades
gengivais positivas, referentes às faces sangrantes, foram somados e o valor total
dividido pelo número de unidades gengivais avaliadas, sendo este resultado
multiplicado por 100 para expressar o ISG do paciente em porcentagem.
4.5.2.3 Profundidade de sondagem
É a distância medida em milímetros, por meio de uma sonda periodontal
milimetrada, entre a margem gengival e a porção mais apical do epitélio juncional. Esse
tipo de avaliação comumente é realizado em seis pontos ao redor dos dentes
(GLAVIND; LÖE, 1967). Para a mensuração deste parâmetro, foi feita uma média
aritmética, entre os dois sítios com maior PS.
4.5.2.4 Índice de Sangramento à Sondagem
O índice de sangramento à sondagem foi avaliado dicotomicamente, sendo
considerada positiva a presença de sangramento quando este ocorria em até 20 segundos
após a inserção da sonda para medida da profundidade de sondagem. O cálculo foi
realizado pela divisão do número de faces sangrantes pelo número de faces examinadas,
sendo expresso em porcentagem (AINAMO; BAY, 1976). Na presença de sangramento
após 20 segundos da sondagem foi atribuído escore positivo (+) ao sítio sangrante, Caso
contrário, atribuiu-se escore negativo (-). Os valores dos sítios gengivais positivas,
sangrantes, foram somados e o valor total dividido pelo número de sítios avaliadas,
sendo este resultado multiplicado por 100 para expressar o SS do paciente em
porcentagem.
4.5.2.5 Nível clínico de Inserção
É a distância medida em milímetros, por meio de uma sonda periodontal
milimetrada, entre a junção cemento-esmalte e a porção mais apical do epitélio
juncional, correspondendo, por vezes, à somatória da área de recessão gengival com a
profundidade de sondagem periodontal (GLAVIND; LÖE, 1967).
Neste experimento, para a avaliação da profundidade de sondagem periodontal e
mensuração da área de recessão gengival e do nível clínico de inserção periodontal,
34
utilizou-se a sonda periodontal milimetrada tipo Williams (Trinity®, Jaraguá, SP,
Brasil). Para a avaliação do NIC, somou-se o valor da PS e recessão gengival dos sítios
selecionados. Após essa somatória, foi realizado uma média aritmética entre estes dois
sítios.
4.5.3 Diagnóstico de Doença Periodontal
O diagnóstico periodontal foi realizado baseado na Classificação das Doenças
Periodontais – Consenso de 2017: Workshop Mundial sobre a Classificação das
Doenças e Condições Periodontais e Peri-implantares, considerando-se saúde
periodontal e saúde gengival aquele periodonto íntegro, sem perda de inserção,
profundidade de sondagem de até 3 mm, sangramento à sondagem em menos de 10%
dos sítios e sem perda óssea radiográfica. Já para a classificação de Periodontite, foi
detectada perda de inserção em dois ou mais sítios interproximais não adjacentes ou,
perda de inserção de três mm ou mais na vestibular ou lingual/palatina em pelo menos
dois dentes. A periodontite foi classificada de acordo com seu estádio: estádio I (1-2
mm de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda radiográfica no terço
coronal (< 15%), II (3-4 mm de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda
radiográfica no terço coronal (15-33)), III (5 mm ou mais de perda de inserção
interproximal no pior sítio ou perda óssea radiográfica se estendendo à metade ou ao
terço apical da raiz) e IV (5 mm ou mais de perda de inserção interproximal no pior sítio
ou perda óssea radiográfica se estendendo à metade ou ao terço apical da raiz)
(PAPAPANOU et al., 2018).
4.5.4 Coleta Sanguínea e Processamento de Amostra
Inicialmente, no Laboratório Integrado de Análises Clínicas, foram obtidos 8 mL
de sangue a partir da punção venosa de indivíduos em jejum para alimentos de 10-12h.
A seguir, o sangue foi transferido para dois tubos, sendo 4 mL para um tubo com
ativador de coágulo/gel separador utilizado na dosagem da glicose sérica e 2 mL para
um tubo com EDTA utilizado na determinação da hemoglobina glicada e do
hemograma. Com o restante de sangue na seringa, foram preparados os esfregaços
sanguíneos utilizados na avaliação morfológica do hemograma. Finalmente, o tubo com
35
ativador de coágulo/gel separador foi centrifugado a 2.500 rpm por dez minutos para
obtenção do soro.
O hemograma foi realizado no analisador hematológico ABX micros 60 (Horiba,
Tóquio, Japão). Os esfregaços sanguíneos foram corados com o panótico rápido e
avaliados na objetiva de imersão 100x, onde observavam-se a morfologia de hemácias,
leucócitos e plaquetas. A dosagem da glicose sérica foi realizada no equipamento
automatizado de bioquímica Labmax Plenno (Labtest, Lagoa Santa, Minas Gerais,
Brasil) utilizando o kit de glicose liquiform (Labtest) conforme as orientações descritas
na bula do fabricante.
4.5.5 Diagnóstico do Diabetes Tipo II
O diagnostico de diabetes tipo II, foi realizado pelo médico assistente de cada
paciente. Os pacientes deveria apresentar hemoglobina glicada ≥ 6,5% e glicemia em
jejum ≥ 126 mg/dl (Associação Americana de Diabetes - ADA).
4.6 Fase experimental
Após sorteio, coleta de dados iniciais da ficha de dados sociodemográficos,
preenchimento da ficha clínica e coleta de exames laboratoriais os indivíduos foram
submetidos a um dos dois tratamentos descritos abaixo:
Tratamento A (Grupo teste)
Orientação de higiene bucal + Raspagem e alisamento corono-radicular manual
ou ultrassônica (mínimos de duas sessões) + irradiação com laser de baixa intensidade
pela técnica do ILIB Modificado. O protocolo de utilização do ILIB foi de 1 bateria de
aplicação do laser de baixa potência da Therapy EC-DMC (Equipamentos Ltda., São
Carlos, SP, Brasil) composta por 10 sessões, com duração de 30 minutos cada aplicação
em pacientes brancos e pardos e 15 minutos de aplicação em pacientes negros (seguindo
a recomendação do fabricante), com intervalo de 1 dia por sessão, excluindo-se o fim de
semana (Quadro 01 - Parâmetros do laser). Nesta técnica adapta-se uma pulseira de
silicone no punho do paciente, na altura da artéria radial, em seguida acopla-se a esta
36
pulseira a ponteira do laser de baixa intensidade (Figura 01: fluxograma do desenho do
estudo (apêndice D; apêndice E)
Quadro 02 - Parâmetros do laser utilizado durante a pesquisa.
Composição ASGaINAL
Comprimento de Onda 660mm
Potência 100 mw
Modo de Ação Contínuo
Tempo 15/30 minutos
Sessões 10 sessões com intervalo de 48 horas
Fonte: Próprio autor
Tratamento B (Grupo controle)
Orientação de higiene bucal + Raspagem e alisamento corono-radicular manual
ou ultrassônica (mínimos de duas sessões) (Figura 01 - fluxograma do desenho do
estudo) (apêndice D).
Figura 01 - fluxograma do desenho experimental do estudo.
Fonte: Próprio autor
T0 T4
- Seleção e inclusão dos participantes;
- Esclarecimento dos objetivos da
pesquisa e assinatura do TCLE;
- Entrevista semiestruturada com dados
sociodemográficos e anamnese;
- Exames laboratoriais: glicemia em
jejum e Hb1Ac;
- Orientação de higiene bucal, RACR
boca completa;
- Exame periodontal (IPVs, ISG, ISS, PS
e NIC);
- Aplicação do ILIB no grupo teste;
- Encaminhamento para procedimentos
complementares, se necessário.
- Reforço das orientações de higiene
bucal, controle do biofilme e RACR
supragengival, se necessário;
- Exame periodontal (IPVs,ISG, ISS,
PS e NIC);
-Exames laboratoriais: glicemia em
jejum e Hb1Ac;
- Encaminhamento para procedimentos
complementares, se necessário.
37
4.7 Calibração do examinador
A calibração foi o processo, por meio do qual se treinou os examinadores desta
pesquisa, a fim de assegurar a uniformização de interpretação, de compreensão e de
aplicação dos critérios do exame (PEREIRA et al., 2003). Neste estudo, a coleta de
dados foi realizada por dois examinadores, os quais foram submetidos a calibração
interexaminador, seguindo os preceitos do Índice de Correlação Intra-Classe (ICC),
obtendo-se o valor de 0,97, para as variáveis quantitativas.
4.8 Cegamento do estudo
Para a realização deste estudo um pesquisador foi responsável pela condução do
tratamento, enquanto, os outros dois pesquisadores realizaram as avaliações.
4.9 Elenco de variáveis
Quadro 3 - Descrição das variáveis desta pesquisa.
Descrição Tipo Categorias/ Escala
de medida
Variáveis Dependentes
Índice de placa Visível
Quantitativa contínua 0 a 100%
Índice de sangramento gengival à
sondagem de Ainamo e Bay (1975)
Quantitativa contínua 0 a 100%
Índice de sangramento à sondagem Quantitativa contínua 0 a 100%
Profundidade de sondagem
Quantitativa Contínua Milímetros
Nível de inserção clínica Quantitativa Contínua Milímetros
38
Recessão gengival Quantitativa Contínua Milímetros
Hemoglobina Glicada Quantitativa Contínua Porcentagem
Hemoglobina em Jejum Quantitativa Contínua mg/dl
Variável Independente Principal
Uso do ILIB Modificado Categórica Nominal 1-Sim
2-Não
Variáveis de Confusão
Compensado metabolicamente
Critério para controle metabólico:
Não controlado: Hb1Ac ≥ 7,0;
para idosos: Hb1Ac ≥ 8,0;
Controlado: Hb1Ac< 7,0;
para idosos: Hb1Ac < 8,0;
Categórica Nominal 1-Sim
2-Não
Comprometimento por outras
comorbidades, além do diabetes;
Incluídos nessa classificação:
pacientes hipertensos, cardiopatas
crônicos; fazem uso de bifosfonatos e
ansiolíticos.
Categórica Nominal 1-Sim
2- Não
Utilização de anti-hipertensivos Categórica Nominal 1-Sim
2- Não
Fonte: Próprio autor
4.10 Processamento e análise dos dados
Para análise dos dados, as informações coletadas foram inseridas em uma
planilha no Microsoft Excel e, em seguida, foi criado um banco de dados no programa
Statistical Package for Social Sciences (SPSS®) na versão 20.0. Para a análise das
39
variáveis: HbA1c, glicemia em jejum, IPV, ISG, OS, ISS e NIC foi realizados testes não
paramétricos diante da ausência de normalidade dos dados.
Aplicou-se o teste de Wilcoxon para análise intergrupo em cada tempo. Ao ser
observada diferença significativa, aplicou-se o teste de Mann-Whitney. Utilizou-se um
nível de significância de 5% (p<0,05) para a avaliação intragrupos e intergrupos.
40
5 RESULTADOS
5.1 Caracterização da amostra
Para este estudo, foram triados 64 indivíduos. Dos quais 22 preencheram todos
os critérios de inclusão e entraram na pesquisa, porém um participante foi perdido
durante a execução da pesquisa, por apresentar queimadura na pele.
Desta forma, o total da amostra deste estudo foi de 21 participantes (Figura 02),
dos quais 11(52,3%) corresponderam ao grupo controle e 10 (47,6%) corresponderam
ao grupo teste. Pertenciam ao sexo feminino 16 (76,1%) indivíduos, e ao sexo
masculino 5 (23,8%) indivíduos. A faixa etária variou entre 45 e 77 anos e a mediana de
idade foi de 61 anos (Tabela 1).
Figura 02 - Fluxograma de distribuição dos pacientes da pesquisa.
Fonte: Próprio autor
22 pacientes incluídos
Perda de 01 paciente:
- por reação adversa;
21 pacientes finalizados
Controle
11 Pacientes Teste
10 pacientes
64 pacientes triados
42 exclusões:
- fora dos critérios de
inclusão (usuários de
próteses totais);
- abandono de tratamento;
- motivos pessoais.
41
Tabela 1 – Caracterização da amostra de acordo com a idade, escolaridade e sexo dos
participantes. Natal/RN, 2019 Mediana Mín-Máx Q25-Q75
Teste
Idade (anos) 62 51-77 57,25-71,25
Escolaridade (anos) 9 6-14 6,0-14,0
Controle
Idade (anos) 56 45-76 55,0-56,0
Escolaridade (anos) 9 4-14 5,0-11,0
Sexo Masculino Feminino
N % N %
Teste 2 9,5 8 38
Controle 3 14,5 8 38
Total 5 24 16 76
Fonte: Próprio autor
5.2 Parâmetros sanguíneos
O controle glicêmico dos pacientes foi obtido por meio da glicemia em jejum e
da hemoglobina glicada. Para a HbA1c, no grupo controle houve um aumento na
mediana entre os tempos do estudo, passando de 6,90 no baseline para 7,30 em T4 (p1=
0,944). Enquanto, no grupo teste não houve variação do valor da mediana de 8,15, entre
baseline e T4 (p1= 0,646). Para a glicemia em jejum, ocorreu aumento da mediana do
grupo controle de 124,00 no baseline para 153,00 em T4 (p1=0,109), no grupo teste
também foi observado aumento da mediana de 133,50 no baseline para 157,00 em T4
(p1= 1,00) (Tabela 2). Nas análises intergrupos não houve diferença estatisticamente
significativa para hemoglobina glicada e glicemia em jejum (p2>0,05) (Tabela 2).
42
Tabela 2 – Comparação das medianas (Q25-Q75) da HbA1c e Glicemia em Jejum da
amostra de pacientes dos grupos teste e controle em baseline e T4. Natal/RN, 2019.
Grupo de Estudo Linha Base (T0) 4 meses (T4) p1
Hemoglobina Glicada (HbA1c)
Grupo Teste 8,15 (6,20-9,77) 8,15 (6,22-12,20) 0,646
Grupo Controle 6,90 (6,10-10,30) 7,30 (6,50-10,40) 0,944
P2 0,647 0,647
Glicemia em Jejum
Grupo Teste 133,50 (104,75-272,00) 154,00 (97,00-263,25) 1,00
Grupo Controle 124,00 ( 107,00 -272,00) 153,00 (93,00-174,00) 0,109
P2 0,673 0,398
p1
indica o valor de p intragrupo nos períodos avaliados pelo teste de Wilcoxon (p<0,05).
p2
indica o valor de p intergrupo (teste e controle) pelo teste de Mann-Whitney.
Fonte: Próprio autor
5.3 Indices de higiene oral e parâmetros periodontais
Para o índice de higiene oral IPV, foi observado diminuição da mediana de
baseline para o T4. No grupo controle esta redução foi de 58,33 para 33,00 (p1=0,033).
No grupo teste a redução foi de 58,88 no baseline para 27,08 no T4 (p1=0,005). Com
relação ao ISG para os grupos teste e controle, foi observada diminuição da mediana de
baseline, para o T4. No grupo controle esta redução foi de 62,50 para 22,00 (p1=0,004),
no grupo teste a redução foi de 57,13 para 33,48 (p1=0,047). Para estes dois índices de
higiene oral não se observou diferença estatisticamente significativa na análise
intergrupos entre o grupo teste e controle, em T0 e T4 (p1>0,05) (Tabela 3).
Em se tratando do SS, para o grupo controle, foi observada diminuição da
mediana de 87,50 no baseline, para 38,80 em T4, este resultado foi estatisticamente
significativo (p1= 0,007). No grupo teste também foi verificada uma significância
estatística (p1= 0,005) na redução da mediana do SS, de 57,80 no baseline para 33,43 no
T4. Porém, não foi observado diferenças estatísticas na análise intergrupos (Tabela 3).
No que se refere à variável PS, foi observado diminuição da mediana de baseline
para o T4. No grupo controle esta redução foi de 5,00 para 3,00 (p1=0,003). No grupo
teste a redução foi de 5,00 no baseline para 2,50 no T4 (p1=0,005). (Tabela 4). Já para o
NIC no grupo controle, verificou-se ganho significativo de inserção clínica de 2,00 mm
entre o baseline para T4 ( p1 = 0,003). No grupo teste também observou-se ganho de
43
inserção de 2,50 mm entre o baseline e o T4 ( p1 = 0,005) (Tabela 3). Para a PS e o NIC,
não houve diferença estatisticamente significativa na análise intergrupos (p2>0,05)
(Tabela 3).
Tabela 3 - Comparação das medianas (Q25-Q75) do IPV, ISG, PS, SS e NIC da amostra
de pacientes dos grupos teste e controle em baseline e T4. Natal/RN, 2019.
Grupo de Estudo Linha Base (T0) 4 meses (T4) p1
IPV
Grupo Controle 58,33 (53,01-88,88) 33,00 (25,00-66,66) 0,033
Grupo Teste 58,88 (36,35-71,87) 27,08 (19,87-50,34) 0,005
P2 0,573 0,291
ISG
Grupo Controle 62,50 (44,00-100,00) 22,00 (11,11-45,83) 0,004
Grupo Teste 57,13 (34,33- 69,07) 33,48 (19,15 -43,28) 0,047
P2 0,437 0,468
SS
Grupo Controle 87,50 (50,00-100,00) 38,80 (21,29-50,00) 0,007
Grupo Teste 57,80 (49,10-78,57) 35,44 (24,13-50,13) 0,005
P2 0,258 0,832
PS
Grupo Controle 5,00(3,50-6,00) 3,00(2,50-4,00) 0,003
Grupo Teste 5,00(4,87-5,50) 2,50(2,00-3,24) 0,005
P2 0,883 0,429
NIC
Grupo Controle 7,50 (6,50-8,50) 5,50 (4,00-7,00) 0,003
Grupo Teste 7,50 (6,37-9,50) 5,00 (4,00-6,00) 0,005
P2 0,915 0,697
p1
indica o valor de p intragrupo nos períodos avaliados pelo teste de Wilcoxon (p<0,05).
p2
indica o valor de p intergrupo (teste e controle) pelo teste de Mann-Whitney.
Fonte: Próprio autor
No presente estudo, foi considerada possíveis associações entre a presença de
outras comorbidades (excluindo-se o Diabetes Mellitus), medicação utilizada para o
Diabetes Mellitus, uso de anti-hipertensivos e ainda compensação metabólica.
Com relação a presença/ausência de comorbidades, foi encontrada redução
estatisticamente significativa (p1
< 0,05) dos parâmetros ISG, SS, PS e NIC, na análise
intragrupos. Nas análises intergrupos não houve diferença estatisticamente significante
44
(p2 > 0,05) para a presença ou ausência de comorbidades, no baseline e em T4, para
ISG, SS, PS e NIC (Tabela 4).
Tratando-se do uso de medicação para o diabetes e o uso de anti-hipertensivos
foi encontrada redução estatisticamente significativa (p1
< 0,05) na análise intragrupos
dos parâmetro ISG, SS, PS e NIC. Nas análises intergrupos não houve diferença
estatisticamente significativa (p2 > 0,05) para a utilização medicação para o diabetes ou
para o uso de anti-hipertensivos, no baseline e em T4, para ISG, SS, PS e NIC (Tabela
4).
Em relação à compensação metabólica, foi encontrada redução estatisticamente
significativa (p1
< 0,05) na análise intragrupos, para os parâmetro ISG, SS, PS e NIC.
Nas análises intergrupos não houve diferença estatisticamente significativa (p2 > 0,05)
para a compensação metabólica, no baseline ou em T4, para ISG, PS e NIC (Tabela 6).
Porém, no baseline do SS observou-se resultado estaticamente significativo (p2 = 0,042)
na análise intergrupo, no qual os pacientes compensados metabolicamente apresentam
uma porcentagem de 61,40% de SS, enquanto os pacientes não compensados
metabolicamente apresentam 86,60% de SS (Tabela 5).
45
Tabela 4 - Relação das medianas (Q25-Q75) do ISG, PS, SS e NIC da amostra com a
presença e ausência de outras Comorbidades (excluindo o diabetes tipo II) baseline e T4.
Natal/RN, 2019
Comorbidade Linha Base (T0) 4 meses (T4) p1
ISG
Sim 56,65(34,50-67,51) 37,38(21,52-46,87) 0,016
Não 75,00(50,00-100,00) 18,75(13,63-22,00) 0,018
P2 0,204 0,149
SS
Sim 66,70(49,10-87,72) 38,73(25,25-50,00) 0,002
Não 87,50(53,03-100,00) 25,33(23,80-47,00) 0,018
P2 0,278 0,535
OS
Sim 5,00(4,25-5,62) 2,50(2,37-3,25) 0,001
Não 5,00(5,00-6,50) 3,00(2,00-4,00) 0,017
P2 0,322 0,913
NIC
Sim 7,50(6,37-8,50) 4,75(3,87-6,12) 0,001
Não 7,50(7,00-8,50) 5,50(4,50-6,00) 0,018
P2 1,00 0,499
p1
indica o valor de p intragrupo nos períodos avaliados pelo teste de Wilcoxon (p<0,05).
p2
indica o valor de p intergrupo (teste e controle) pelo teste de Mann-Whitney.
Fonte: Próprio autor
46
Tabela 5 - Relação das medianas (Q25-Q75) do ISG, PS, SS e NIC da amostra com a utilização de medicação para o Diabetes, uso de anti-
hipertensivos e controle metabólico T0 e T4. Natal/RN, 2019 Variações Medicamentosas
Índices Periodontais
ISG0
ISG4
p1
SS0
SS4
p1
Uso de Medicação para Diabetes
Fármacos 57,38 (32,83-75,00) 26,90 (12,15-42,70) 0,004 61,42 (46,66-94,61) 31,34 (23,17-50,00) 0,002
Insulina 62,00 (44,04-75,00)
31,25 (22,00-50,00) 0,063 85,71 (54,16-100,00) 41,66 (25,33-65,07) 0,018
p2
0,708 0,279 0,261 0,331
PS0 PS4 p1 NIC0 NIC4 p1
Uso de Medicação para Diabetes
Fármacos 5,00(3,87-5,62) 2,50(2,00-3,25) 0,001 8,25(6,37-8,75) 4,75(4,00-6,00) 0,001
Insulina 5,00(5,00-6,50) 3,00(2,50-4,00) 0,018 7,00(6,50-8,00) 5,50(4,00-6,50) 0,017
p2
0,259
0,102
0,274
0,523
ISG0
ISG4
p1
SS0
SS4
p1
Uso de Anti-Hipertensivo
Sim 51,31 (33,00-64,28) 31,25(11,11-45,83) 0,026 61,40(50,00-76,19) 38,59 (22,91-50,00) 0,004
Não
71,87 (46,25-81,25) 27,40 (18,52-42,54) 0,007 90,62 (49,10-100,00) 36,97 (24,94-47,75) 0,008
p2
0,104 0,888 0,168 0,944
PS0
PS4
p1
NIC0
NIC4
p1
47
p1
indica o valor de p intragrupo nos períodos avaliados pelo teste de Wilcoxon (p<0,05).
p2
indica o valor de p intergrupo (teste e controle) pelo teste de Mann-Whitney.
Fonte: Próprio autor
Uso de Anti-Hipertensivo
Sim
5,00 (3,50-5,00)
7,00 (6,00-8,50)
4,50 (3,50-6,00)
2,50 (2,00-2,50) 0,003 0,003
Não
5,50 (5,00-6,12) 3,25 (2,87-4,12) 0,005 8,00 (7,00-8,75) 5,50 (4,50-6,25) 0,005
p2
0,019 0,018 0,301 0,128
ISG0
ISG4
p1
SS0
SS4
p1
Compensado Metabolicamente
Sim 51,31 (32,67-66,51) 22,00 (11,80-38,68) 0,007 61,40 (43,33-84,97) 30,39 (23,35-48,50) 0,003
Não
71,05 (46,09-93,75) 39,56 (19,63-48,95) 0,036 86,60 (58,63-99,30) 40,90 (26,25-61,30) 0,012
p2
0,176 0,180 0,042 0,384
PS0
PS4
p1
NIC0
NIC4
p1
Compensado Metabolicamente
Sim
Não
5,00 (4,25-5,75)
5,00 (5,00-5,87)
2,50 (2,00-3,75)
2,75 (2,50-3,75) 0,001
0,011
7,00 (6,50-8,50)
7,75 (6,25-8,37)
4,50 (4,00-6,00)
5,50 (3,87-6,37) 0,001
0,012
p2
0,578 0,631 0,746 0,560
48
6 DISCUSSÃO
Nesta pesquisa não encontrou-se melhoria do controle glicêmico com relação a
utilização do ILIB-M. Sabe-se que o aumento de ERO nas células β do pâncreas,
resulta na diminuição da produção de ATP, e consequentemente redução na secreção de
insulina por estas células (MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005; MENEGUZZO et
al., 2017). Desta forma, a diminuição do acúmulo de ERO, pode relaciona-se com uma
melhoria do controle glicêmico de pacientes diabéticos (MOSHKOVSKA;
MAYBERRY, 2005; KAZEMIKHOO et al., 2013). Porém, neste estudo os pacientes
que receberam o ILIB-Modificado não aprestaram melhoria no controle glicêmico, com
a manutenção da porcentagem de Hb1Ac em 8,15%.
Kazemikhoo e Ansari (2015) conduziram um estudo avaliando a eficácia do
ILIB não modificado no controle glicêmico de pacientes com diabetes tipo II e
encontraram uma redução de 190 ± 17 no baseline para 165 ± 20 no T1 para a redução
do nível de glicemia plasmática (p = 0,0018). No estudo Kazemikhoo e Ansari (2015),
a avaliação do T1 foi realizada imediatamente após a aplicação do ILIB, sem a
avaliação da longevidade deste tratamento. Neste estudo foi encontrado resultados
diferentes aos de Kazemi e Ansari (2014), com um aumento nos valores da glicemia em
jejum nos pacientes que receberam o ILIB-modificado passando de 133,50 mg/dl no
baseline para 154,00 mg/dl. Esta diferença de achados pode ser justificada pela
variação da técnica utilizada nos estudos de Kazemikhoo e Ansari (2015) e Kazemi et
al., (2013), em relação a técnica utilizada neste estudo.
Kazemikhoo e Ansari (2015) e Kazemi et al., (2013) utilizaram a técnica do
ILIB não modificado. Nesta técnica é preconizado o acesso venoso periférico para a
aplicação do laser diretamente sobre as células sanguíneas (MOSHKOVSKA;
MAYBERRY, 2005; HUANG et al., 2012). Já nesta pesquisa, foi usado a técnica do
ILIB-modificado, na qual o laser é aplicado sobre a epiderme, com o auxilio de uma
pulseira que fica localizada na altura da artéria radial(GASPARYAN et al., 2010;
MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005). Desta forma, para que o laser possa irradiar as
células do sangue ele precisa atravessar camadas de pele, mucosa e tecido adiposo
(GASPARYAN et al ., 2010; MOSHKOVSKA; MAYBERRY, 2005).
Durante esta passagem a luz vermelha emitida pelo laser pode perder parte de
suas propriedades de (coerência e colimação). Outra parte desta irradiação pode ser
refletida por meio da pele (GASPARYAN et al ., 2010; MOSHKOVSKA;
49
MAYBERRY, 2005). Ainda pode ocorrer o espalhamento de parte desta irradiação para
os tecidos vizinhos (HUANG et al., 2009). Desta maneira, na técnica do ILIB-
modificado vários fatores podem influenciar na quantidade de irradiação absorvida para
as células alvo (sanguíneas) (GASPARYAN et al ., 2010; MOSHKOVSKA;
MAYBERRY, 2005).
O ILIB modificado também pode auxiliar no controle de inflamações crônicas,
pois a sua ação na estimulação da SOD, e redução do estresse oxidativo tem efeito
direto na cascata de sinalização da resposta inflamatória (HUANG et al., 2012; WANG
et al., 2014). A partir deste pressuposto, procura-se encontrar evidências da eficácia da
aplicação do ILIB-modificado, como método adjuvante ao tratamento periodontal de
pacientes com periodontite e diabetes tipo II. Ressalta-se que até o momento não existe
ensaio clínico que relacione o ILIB-modificado ao tratamento periodontal.
Nesta pesquisa, observou-se que não houve melhorias estatisticamente
significantes (p > 0,05) ao se comparar os parâmetros periodontais de ISG, SS, PS e
NIC entre grupos teste e controle. Cheng et al. (2016) realizou uma revisão sistemática
com metanalise, que objetivou verificar o efeito da utilização de laseres odontológicos
como tratamento adjuvante a raspagem e ao alisamento corono radicular e encontrou
redução no SS e PS (p < 0,05), em um prazo de três meses. Quando comparamos a
utilização do ILIB modificado como adjuvante ao tratamento periodontal encontramos
resultados diferentes aos de Cheng et al. (2016), com ausência de melhoria para o SS e
a PS. Porém, com relação ao NIC, este estudo assemelha-se ao de Cheng et al. (2016)
que não encontrou evidências que comprove o ganho de inserção clínica com a
utilização dos laseres na terapia adjuvante ao tratamento básico periodontal.
Contudo, verificou-se uma redução estaticamente significativa (p < 0,05) na
análise intragrupos dos índices periodontais ISG, SS, PS e NIC entre o baseline e o T4.
Esse resultado confirma a efetividade do tratamento periodontal em pacientes
diabéticos, com a diminuição da inflamação gengival e aumento do nível de inserção
clínica. Esses achados corroboram com os estudos de Farman e Joshi, (2008) que
afirmam que a terapia básica periodontal e eficiente no controle da periodontite.
Sabe-se que os pacientes diabéticos apresentam uma maior agressividade das
doenças periodontais, com a exacerbação da resposta inflamatória e maior severidade
das características clínicas desta doença. Desta maneira, a remissão de todas as
características clínicas desta condição é mais difícil neste grupo de pacientes (MAURI-
OBRADORS et al., 2018; ZIUKAITE; SLOT; VAN DER WEIJDEN, 2018). Neste
50
estudo, observou-se uma redução estatisticamente significativa, entre o baseline e T4,
para o grupo teste e controle, na mediana do SS. Porém, mesmo com esta redução o
valor da mediana do grupo controle foi de 38,80% e no grupo teste 35,44%,
evidenciando que mesmo após o tratamento periodontal os pacientes da pesquisa ainda
estão com doença periodontal ativa. Tendo em vista que o valor preconizado para a
classificação de saúde periodontal é menos de 10% de SS (PAPAPANOU et al., 2018;
CHAPPLE et al., 2017). Diante deste achado, ratifica-se a importância do tratamento de
suporte periodontal, para o controle adequado da periodontite em pacientes diabéticos
(MIRANDA et al., 2018).
Além da inflência do diabetes na doença periodontal, várias outras condições
clínicas támbem podem influênciar neste desfecho, por meio de alterações que
influenciam negativamente na resposta imune-inflamatória frente ao biofilme dentário,
resultando em exacerbação do processo inflamatório nos tecidos periodontais.
(CHAPPLE et al., 2017). Nesta pesquisa, não encontrou-se influência de outras
comorbidades no desfecho da doença periodontal. Com relação à utilização de fármacos
para o controle do diabetes mellitus tipo II (hipoglicemiantes orais) ou insulina, também
não encontrou-se influência nos índices periodontais de ISG, SS, PS e NIC.
Com relação a variável compensação metabólica, encontrou-se uma diferença
estatisticamente significativa (p=0,042) para o SS no baseline, entre o grupo
compensado e não compensado. O grupo compensado metabolicamente apresentou a
mediana da porcentagem de SS de 61,40%, enquanto o grupo não compensado
apresentou uma mediana de SS de 86,90%. Está diferença corrobora com os estudos de
MAURI-OBRADORS et al., 2018; ZIUKAITE; SLOT; VAN DER WEIJDEN, 2018
que relatam a exacerbação da resposta inflamátoria frente a periodontites em pacientes
diabeticos desconpesandos.
O aumento no SS associado a descompenção metabólica, ocorre porque
hiperglicemia promove um excesso tóxico de glicose e induz a mitocôndria a estresse e
aumento na explosão respiratória. Esta reação pode ativar várias cascatas de mediadores
pró-inflamatórios. Ocorre também a formação de produtos finais da glicação avançada
(AGEs), que resultam na ligação com o seu receptor (RAGE), ativando uma cascata de
sinalização de eventos pró-inflamatórios. Estas vias de sinalização provocam alterações
e exacerbação em várias doenças inflamatórias, inclusive na periodontite (CHAPPLE et
al., 2017).
51
Durante a execução deste estudo, algumas limitações podem ter interferindo em
seu desfecho final, como a falta de padronização no tratamento médico para o diabetes
mellitus tipo II, pois os pacientes desta pesquisa faziam tratamento com diferentes
médicos, e o tratamento para esta condição clínica depende da experiência profissional é
preferência individual de cada profissional. Uma outra limitação deste estudo foi a taxa
de adesão dos pacientes ao tratamento médico para o diabetes seja pela utilização da
medicação adequada ou redução do consumo de açúcar na dieta.
Com relação à técnica de aplicação do ILIB-modificado, percebeu-se que,
durante a realização da aplicação do laser, o paciente pode realizar pequenos
movimentos com o braço, isto pode interferir na absorção da luz pelas células alvo,
trazendo prejuízos ao resultado final.
Pacientes de pele negra apresentam uma cadeia mais complexa de melanina,
provocando uma maior absorção de luz do laser, com uma pequena reflexão (HUANG
et al., 2009). Em Função desta característica pode ocorrer o aparecimento de
queimaduras na pele destes pacientes (HUANG et al., 2009). Por isto, para pacientes de
pele negra sugerimos uma aplicação de 15 minutos, segundo a recomendação do
fabricante do laser. Em nossa pesquisa excluímos uma paciente negra, pois ela
apresentou queimadura na pele com a aplicação de 30 minutos.
Com o objetivo de avaliar a eficácia do ILIB-Modificado nas diversas entidades
clínicas e seu real mecanismo de ação sugere-se a realização de estudos com a avaliação
dos níveis de SOD nos diversos tecidos e fluidos corporais.
52
7 CONCLUSÕES
Conclui-se que a utilização do ILIB-Modificado não proporcionou uma melhoria
estatisticamente significativa ao se comparar os parâmetros periodontais de ISG, SS, PS
e NIC e controle glicêmico, por meio Hb1Ac e glicemia em jejum, em um intervalo de 4
meses.
53
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60
j Rubrica do Participante/ Responsável Legal: Rubrica do Pesquisador:
APÊNDICES
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Esclarecimentos,
Este é um convite para você participar da pesquisa intitulada ―Eficácia da
Irradiação do Sangue Intravascular com Laser de Baixa Intensidade nos
Parâmetros Salivares, Microbiológicos e Clínicos Periodontais em Pacientes com
Periodontite Crônica Portadores de Diabetes Tipo II.”, que é coordenado pela Profª.
Drª. Ana Rafaela Luz de Aquino. Sua participação é voluntária, o que significa que
você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe
traga nenhum prejuízo ou penalidade. O objetivo desse estudo é avaliar a eficácia da
irradiação do sangue intravascular com laser de baixa intensidade (ILIB) na
melhoria dos parâmetros salivares, microbiológicos e clínicos periodontais,
hemoglobina glicada e glicemia em jejum de pacientes com periodontite crônica
portadores de diabetes tipo II.
O motivo que nos leva a fazer este estudo foi o aparecimento no mercado de um
laser de baixa intensidade que é acoplado em uma pulseira na altura da artéria radial
(punho do paciente), esta técnica e chamada de ILIB modificado. Ela vem sendo
amplamente utilizada no Brasil pelos mais diversos profissionais da saúde. O ILIB
modificado promete melhorar quadros de inflamação, e diminuir o nível de glicemia
sanguíneo. Desta forma o estudo irá procurar um meio auxiliar na tentativa de melhorar
o curso clínico no tratamento das periodontites crônicas, através da utilização da
irradiação do laser.
Caso você decida participar, você será submetido a um sorteio que vai
determinar em qual grupo de tratamento você ficará. Você receberá o tratamento para a
2/2
2/2
2/2
1/4
61
j Rubrica do Participante/ Responsável Legal: Rubrica do Pesquisador:
periodontite crônica, por meio de orientação de higiene oral, raspagem e alisamento
corôno radicular e ainda a utilização de um laser de baixa intensidade na artéria radial
(punho).
O protocolo de utilização do ILIB será de 10 sessões, com duração de 30
minutos cada aplicação, e intervalo de 48 horas entre as sessões. No fim de semana, não
serão feitas aplicações.
Na primeira consulta será feita a sua avaliação periodontal, confirmando o
diagnóstico de periodontite crônica e diabetes tipo II, serão avaliados parâmetros
clínicos para verificar a melhoria do quadro de doença.
Durante a realização do tratamento, no qual será feita raspagem e alisamento do
dente e a utilização de lasers de baixa potencia não existe a previsão de riscos adicionais
ao tratamento, ou seja, o risco que você corre é semelhante àquele sentido no tratamento
de rotina como a permanência do quadro de inflamação, de acordo com a não adoção de
praticas adequadas.
Pode acontecer riscos durante ou depois da raspagem e o alisamento do dente,
os quais são previstos no tratamento da doença periodontal. Estes serão minimizados
pela adoção de práticas adequadas, curetas (raspador) e instrumentos ultras-sonicos
calibrados e esterilizados, pela técnica de anestesia adequada e ainda pela técnica do
profissional. Você terá como benefício o restabelecimento da saúde da sua gengiva, e
diminuição do nível de glicemia.
Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,
você terá direito a assistência gratuita que será prestada no Departamento de
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela Professora Ana
Rafaela Luz de Aquino Martins.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para
Professora Ana Rafaela Luz de Aquino Martins, Telefone: 99183-8368/ 99994-0684, e-
mail: [email protected] / [email protected].
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em
qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados
apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum
dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em
local seguro e por um período de 5 anos.
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j Rubrica do Participante/ Responsável Legal: Rubrica do Pesquisador:
Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será
assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você
será indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá entrar em contato com
o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, telefone: 3342-
5003, endereço: Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis – Espaço João Machado – 1° Andar
– Prédio Administrativo - CEP 59.012-300 - Natal/Rn, e-mail:
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com
o pesquisador responsável Ana Rafaela Luz de Aquino Martins.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados serão
coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela
trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da
pesquisa Avaliação da Irradiação do Sangue Intravascular com Laser no Tratamento da
Periodontite Crônica Através da Análise de Parâmetros Clínicos Periodontais, e autorizo
a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações
científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
__________________________________________________
Assinatura do Participante
Declaração do pesquisador responsável
Como pesquisador responsável pelo estudo Avaliação da Irradiação do Sangue
Intravascular com Laser no Tratamento da Periodontite Crônica Através da Análise de
Parâmetros Clínicos Periodontais, declaro que assumo a inteira responsabilidade de
cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente e direitos que foram
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j Rubrica do Participante/ Responsável Legal: Rubrica do Pesquisador:
esclarecidos e assegurados ao participante desse estudo, assim como manter sigilo e
confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente que na inobservância do compromisso ora assumido
estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, ____/_____/______
__________________________________________
Ana Rafaela Luz de Aquino
Pesquisadora responsável
Av Sen. Salgado Filho, 1787, Lagoa Nova, CEP: 59056-000 – Natal/RN - Brasil
Fone: (84) 3215-4138
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APÊNDICE B - Ficha de Anamnese e dados sociodemográficos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
FICHA DE AVALIAÇÃO DA PESQUISA
CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO: ______________________________________________
QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO
Nome: ___________________________________________________________________
Data Nascimento: ____/____/______ Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
Escolaridade (em anos de estudo):___________ Renda mensal: _____________________
Profissão:______________ Endereço: __________________________________________
Bairro:______________________ Cidade:_______________________ Estado: ________
Fone:__________________________ Data atendimento inicial: _______/______/______
ANAMNESE
1. Está sob tratamento médico? ( ) Sim ( ) Não
2. Está tomando alguma medicação no momento? ( ) Sim ( ) Não
Em caso afirmativo, qual? __________________________________________________
3. Fez uso de alguma medicação antibiótica nos últimos 6 meses? ( ) Sim ( ) Não
4. Algum comprometimento sistêmico?
( ) Alterações cardiovasculares. Quais? ___________________________________
( ) Doenças infectocontagiosas. Quais? ____________________________________
( ) Alterações renais. Quais? ___________________________________________
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( ) Alterações respiratórias. Quais? ___________________________________
( ) Alterações gastrointestinais. Quais? _________________________________
( ) Diabetes ( ) Outros: __________________________________________________
5. Gestante? ( ) Sim ( ) Não
6. Lactante? ( ) Sim ( ) Não
7. Fuma? ( ) Sim ( ) Não
8. Já fumou? ( ) Sim ( ) Não. Há quanto tempo parou? __________________________
9. Alergia? ( ) Sim ( ) Não. Se sim, a que? __________________________________
10. Hábitos? ( ) Bruxismo ( ) Apertamento ( ) Onicofagia ( ) Outros: ______________
11. Realizou algum tratamento odontológico nos últimos 6 meses? ( ) Sim ( ) Não
Se sim, qual o motivo?_____________________________________________________
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APÊNDICE C - Ficha de Avaliação Clínica da Pesquisa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
FICHA CLÍNICA
CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO: ______________________________________________
1. Seguimento:
( ) Linha base ( )após o tratamento ( ) 3 meses ( ) 6 meses ( ) 12 meses
2. Avaliação de biofilme acumulado: Índice de Placa Visível (IPV)
Índice = Nº de faces com Biofilme x 100
(Dentes Posteriores x 5) + Dentes Anteriores x 4)
3. Diagrama do Índice de sangramento gengival (ISG)
Índice= Nº de faces com Sangramento x 100
Nº de dentes x 4
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
FICHA CLÍNICA PERIODONTAL - PERIOGRAMA
Dente DV V MV DL L ML MB MC LESÃO DE FURCA
R PS R PS R PS R PS R PS R PS
18 DP V MP
17 DP V MP
16 DP V MP
15 M D
14 M D
13
12
11
21
22
23
24 M D
25 M D
26 DP V MP
27 DP V MP
28 DP V MP
38 V L
37 V L
36 V L
35 M D
34 M D
33
32
31
41
42
43
44 M D
45 M D
46 V L
47 V L
48 V L
LEGENDA: RV.: Recessão vestibular; RL.: Recessão lingual; MC.: Mucosa ceratinizada; M.:
Mobilidade; * Cálculo dentário; +
Sangramento Gengival à sondagem.
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ANEXO D – Avaliação dos índices periodontais e raspagem e alisamento
Corono Radicular
Avaliação da recessão gengival (RG)
para obtenção do NIC (PS + RG)
Avaliação do ISG com sonda OMS Avaliação do ISS e da PS com
sonda Williams
Realização da RACR manual
Realização da RACR ultrassônica
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ANEXO E – Aplicação do ILIB-Modificado
Pulseira de aplicação do ILIB-
Modificado
Pulseira de aplicação do ILIB-
Modificado
Adaptação da pulseira sobre a artéria
radial
Configuração do laser na luz read, e
configuração IL determinada pelo
fabricante
Posicionamento do laser na pulseira