UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA NÚCLEO ... · A 0.005 mg.L-1, a média da recuperação e...
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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA NÚCLEO BIOTECNOLÓGICO
Mestrado em Ciência e Biotecnologia Biotecnologia Aplicada à Agroindústria e Saúde
Desenvolvimento e validação de método multirresíduos para
determinação de pesticidas em suco de uva utilizando
QuEChERS por LC-MS/MS
Deise Ferreira de Souza
Videira 2015
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Deise Ferreira de Souza
Desenvolvimento e validação de método multirresíduos para
determinação de pesticidas em suco de uva utilizando
QuEChERS por LC-MS/MS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciência e Biotecnologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ciência e Biotecnologia.
Área de Concentração: Biotecnologia Aplicada à Agroindústria e Saúde
Orientador: Prof. Dr. Edson Luiz de Souza
Co-Orientador: Prof. Dr. Endler Marcel Borges
Videira 2015
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Deise Ferreira de Souza
Desenvolvimento e validação de método multirresíduos para
determinação de pesticidas em suco de uva utilizando
QuEChERS por LC-MS/MS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciência e Biotecnologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ciência e Biotecnologia.
Data: 04 de setembro 2015 Nota: A
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Edson Luiz de Souza (Orientador) Universidade do Oeste de Santa Catarina
Prof. Dra. Cristiane Spagnol Universidade do Contestado
Prof. Dra.Maria Elisabete Machado Universidade do Oeste de Santa Catarina
Prof. Dra. Jane Mary Lafayette Neves Gelinski, Universidade do Oeste de Santa Catarina
Prof. Dr. Endler Marcel Borges de Souza (co orientador) Universidade do Oeste de Santa Catarina
(suplente)
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Quando penso que cheguei ao meu limite, descubro que tenho forças para ir além.”
Ayrton Senna
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AGRADECIMENTOS
Inicialmente, quero agradecer a Deus por ter me mostrado o caminho, e
principalmente por ter me conduzido e me abençoado nas horas difíceis.
Agradeço especialmente, à Instituição Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial – SENAI pelo apoio financeiro que viabilizou meu ingresso no mestrado e
pela permissão em desenvolver o experimento deste trabalho na infraestrutura do
Laboratório da Tecnologia de Bebidas-LATEB. Dentre meus colegas de trabalho que
intercederam pela aprovação do subsídio, agradeço imensamente à José Carlos
Martinazzo Junior, Márcia Haveroth Trierweiler e Evandro Cesar Desiderio.
Agradeço a Universidade do Oeste de Santa Catarina-UNOESC, especialmente a
Dra. Jane Mary Lafayette Neves Gelinski, por implantar o mestrado em Ciência e
Biotecnologia aqui na nossa cidade, possibilitando ex-alunos continuarem sua
formação.
Agradeço ao meu esposo Juliano Simioni pela paciência, apoio, ajuda e dicas
durante o desenvolvimento do trabalho, ao meu filho amado Lorenzo Simioni, por me
proporcionar alegria nos momentos difíceis.
À minha amiga Daniela Menegat que corrigiu meu trabalho, deu dicas, escutava
minhas angústias e sempre me apoiou. Ao meu colega de cromatografia Maicon
Rodrigo Zangalli que me auxiliou bastante, compartilhou comigo as dificuldades e
conquistas no desenvolvimento do método.
Aos meus orientadores Dr. Edson Luiz de Souza e Dr. Endler Marcel Borges,
pelo apoio técnico e orientações quanto ao desenvolvimento do trabalho como um todo.
Aproveito para citar outros nomes de colegas (alguns que somente conversei por
telefone) que me deram dicas e me auxiliaram no decorrer do trabalho: Nelio Fleury
(LANAGRO de Goías), Rogério Giachini (Tecnovin), Ivani Blanco (Agilent
Technologies).
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RESUMO
SOUZA; D.F. Desenvolvimento e validação de método multirresíduos para
determinação de pesticidas em suco de uva utilizando QuEChERS por LC-
MS/MS. 2015. 133f. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Oeste de Santa Catarina
A cromatografia líquida (Liquid chromatography, LC) acoplada à espectrometria de
massas (mass spectrometry, MS) é a técnica de separação mais eficiente comumente
utilizada no monitoramento de resíduos de pesticidas em alimentos, dentre outras
aplicações. Neste estudo, utilizou-se a técnica Liquid Chromatography – tandem mass
spectrometry (LC-MS/MS) para o desenvolvimento e validação de um método para a
quantificação de multipesticidas em suco de uva. Os métodos de preparo das amostras,
AOAC Official Method 2007.01 e Standard Method EN 15662 foram comparados e
ambos os testes apresentaram resultados estaticamente equivalentes, para amostras
fortificadas a 3 mg.L-1
. Dentre os parâmetros de validação, o efeito matriz foi testado
para 26 pesticidas (acefato, clorpirifos, dimetoato, trifloxistrobina, carbofurano,
azoxistrobina, bifentrina, boscalida, cimoxanil, clotianidina, difenoconazol, diurom,
famoxadona, fenamidona, fenarimol, imidacloprido, indoxacarbe, iprovalicarbe,
metalaxil, tebuconazol, tetraconazol, tiametoxam, triadimefom, triadimenol,
deltametrina, carbosulfano) comparando soluções padrão e extrato de amostra branca
fortificado a 2 mg.L-1
, nenhum efeito matriz foi observado. O Limite Máximo de
Resíduo (LMR) aceitável estabelecido no Brasil para cada analito foi considerado para a
construção das curvas de calibração. A 0.005 mg.L-1
, a média da recuperação e do
desvio padrão relativo foram 101% e 16%, respectivamente. A 2 mg.L-1
, a média da
recuperação e do desvio padrão relativo foram 112% e 11%, respectivamente. A
repetitividade foi testada em três concentrações 0,005 mg.L-1
, 0,1 mg.L-1
e 2 mg.L-1
, as
médias de coeficientes de variação foram 16,4%, 20,7% e 10,8%, respectivamente. A
precisão intermediária foi testada em três concentrações 0,005 mg.L-1
, 0,1 mg.L-1
e 2
mg.L-1
, as médias de coeficientes de variação foram 14,5%, 20,3% e 11,4%. Os limites
de quantificação foram determinados como o ponto mais baixo da curva de calibração,
onde a média da recuperação ficou em 93%. Deltametrina e Carbosulfano foram
excluídos do método por apresentarem recuperações inaceitáveis. O método para a
determinação de pesticidas de 24 moléculas foi validado para a matriz suco de uva
integral. Palavras Chaves: Multi pesticidas. Bebida. Espectrometria de Massa.
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ABSTRACT
SOUZA; D.F. Development and validation of method for determination of
multipesticides in grape juice using QuEChERS and LC -MS / MS. 2015. 133f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade do Oeste de Santa Catarina.
Liquid chromatography (LC) coupled to mass spectrometry (MS) is the most efficient
separation technique commonly used to monitor pesticide residues in food, among other
applications. In this study, we used a Liquid Chromatography – tandem mass
spectrometry (LC-MS / MS) technique for development and validation of a method for
quantifying multipesticidas in grape juice. The methods of preparation of the samples,
AOAC Official Method 2007.01 and Standard Method EN 15662 were compared and
both tests showed statistically equivalent results for samples spiked to 3 mg.L-1
. Among
the validation parameters the effect matrix was tested for 26 pesticides, (acephate,
chlorpyrifos, dimethoate, trifloxystrobin, carbofuran, azoxystrobin, bifenthrin,
boscalida, cymoxanil, clothianidin, difenoconazole, diuron, famoxadone, fenamidone,
fenarimol, imidacloprid, indoxacarb, iprovalicarb, metalaxyl, tebuconazole,
tetraconazole, thiamethoxam, triadimefom, triadimenol, deltamethrin, carbosulfan)
comparing standard solutions and the white sample extract fortified 2mg.L-1
, no matrix
effect has been observed. The acceptable Maximum Residue Limit (MRL) in Brazil for
each analyte was considered for the construction of calibration curves. The 0.005 mg.L-
1, the average recovery and relative standard deviation were 101% and 16%,
respectively. The 2 mg.L-1
, the average recovery and relative standard deviation were
112% and 11%, respectively. The repeatability was tested in three concentrations
0.005mg.L-1
, 0.1mg.L-1
and 2mg.L-1
, the average coefficients of variation were 16.4%,
20.7% and 10.8%, respectively. Intermediate precision was tested in three
concentrations 0.005mg.L-1
, 0.1mg.L-1
and 2mg.L-1
, the average coefficients of
variation were 14.5%, 20.3% and 11.4%, respectively. The limits of quantification
(LOQs) were defined as the lowest calibration level, where the average of recoveries, at
the LOQs, was 93%. Deltamethrin and Carbosulfan were excluded from the method for
presenting unacceptable recoveries. The method for the determination of pesticides 24
molecules was validated for the full array grape juice.
Key Words: Multi pesticides. Drinks. Mass Spectrometry
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema do processo de ionização por ESI .............................................................. 34
Figura 2 - Técnicas de ionização em função da polaridade e da massa molecular. ................... 35
Figura 3 - Esquema das principais partes de um espectrômetro de massa ................................. 36
Figura 4 - Ilustração do sistema de um Triplo Quadrupolo – QQQ. .......................................... 37
Figura 5 - TIC antes (a) e depois (b) da otimização das energias .............................................. 58
Figura 6 – Recorte do início da corrida comparando o TIC MRM (linha preta) com o TIC
DMRM (linha vermelha) ..................................................................................................... 59
Figura 7 – Extrato da amostra branca (linha vermelha) e branco do reagente (linha preta)
sobrepostos .......................................................................................................................... 68
Figura 8 - TIC do branco reagente (a) da matriz branca fortificada (b) e da amostra branca (c)68
Figura 9 - Estudo de efeito matriz - TIC do extrato da amostra branca fortificada 2mg.L-1
(a) e
TIC do padrão em solução 2 mg.L-1
(b) .............................................................................. 69
Figura 10 - TIC sobrepostos do extrato da matriz branca fortificada a 2 mg.L-1
(linha preta)
com a solução padrão 2mg.L-1
em solvente (linha vermelha) ............................................. 69
Figura 11 – TIC (a) da amostra A e transição de quantificação184143 (b) e qualificação
18495 (c) para Acefato .................................................................................................... 78
Figura 12 - TIC (a) da amostra A e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 78
Figura 13 - TIC (a) da amostra B e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 78
Figura 14 - TIC (a) da amostra C ............................................................................................... 79
Figura 15 - TIC (a) da amostra D e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 79
Figura 16 - TIC (a) da amostra E e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 80
Figura 17 - TIC (a) da amostra E e transição de quantificação 404372 (b) e qualificação
404344 (c) para Azoxistrobina ........................................................................................ 80
Figura 18 - TIC (a) da amostra F e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 81
Figura 19 - TIC (a) da amostra G e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 81
Figura 20 - TIC (a) da amostra G e transição de quantificação 280220 (b) e qualificação
280160 (c) para Metalaxil ............................................................................................... 82
Figura 21 - TIC (a) da amostra G e transição de quantificação 404372 (b) e qualificação
404344 (c) para Azoxistrobina ........................................................................................ 82
Figura 22 - TIC (a) da amostra G e canais do íon quantificador 30870 (b) e qualificador
308124 (c) para Tebuconazol .......................................................................................... 82
Figura 23 - TIC (a) da amostra H e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 83
Figura 24 - TIC (a) da amostra H e transição de quantificação 404372 (b) e qualificação
404344 (c) para Azoxistrobina ........................................................................................ 83
Figura 25 - TIC (a) da amostra I e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 84
9
Figura 26 - TIC (a) da amostra J e transição de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para Carbendazim ......................................................................................... 84
Figura 27 – TIC (a) e canais com as transições de quantificação 184143 (b) e qualificação
18495 (c) para ACEFATO .............................................................................................. 96
Figura 28- TIC (a) e canais com as transições de quantificação 292211 (b) e qualificação
292181 (c) para TIAMETOXAN .................................................................................... 97
Figura 29 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 256208 (b) e qualificação
256175 (c) para IMIDACLOPRIDO ............................................................................... 97
Figura 30 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 250131 (b) e qualificação
250169 (c) para CLOTIANIDINA .................................................................................. 98
Figura 31 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 230198 (b) e qualificação
230171 (c) para DIMETOATO ....................................................................................... 98
Figura 32 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 199128 (b) e qualificação
199110 (c) para CIMOXANIL ........................................................................................ 99
Figura 33 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 222123 (b) e qualificação
222165 (c) para CARBOFURAN ................................................................................... 99
Figura 34 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 23372,1 (b) e qualificação
233159 (c) para DIURON ............................................................................................. 100
Figura 35 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 280220 (b) e qualificação
280160 (c) para METALAXIL ..................................................................................... 100
Figura 36 -TIC (a) e canais com as transições de quantificação 404372 (b) e qualificação
404344 (c) para AZOXISTROBINA ............................................................................ 101
Figura 37 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 31292 (b) e qualificação
312236 (c) para FENAMIDONA .................................................................................. 101
Figura 38 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 343307 (b) e qualificação
343271 (c) para BOSCALIDA ...................................................................................... 102
Figura 39 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 294197 (b) e qualificação
294225 (c) para TRIADIMEFON ................................................................................. 102
Figura 40 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 321119 (b) e qualificação
321202 (c) para IPROVALICARB ............................................................................... 103
Figura 41 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 29670 (b) e qualificação
29699 (c) para TRIADIMENOL ................................................................................... 104
Figura 42 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 372159 (b) e qualificação
37270 (c) para TETRACONAZOL ............................................................................... 104
Figura 43 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 331268 (b) e qualificação
33181 (c) para FENARIMOL ....................................................................................... 105
Figura 44 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 30870 (b) e qualificação
308124 (c) para TEBUCONAZOL ............................................................................... 105
Figura 45 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 406251 (b) e qualificação
406337 (c) para DIFENOCONAZOL ........................................................................... 106
Figura 46 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 392331 (b) e qualificação
392238 (c) para FAMOXADON ................................................................................... 106
Figura 47 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 409186 (b) e qualificação
409145 (c) para TRIFLOXISTROBINA....................................................................... 107
Figura 48 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 528150 (b) e qualificação
528203 (c) para INDOXACARBE ................................................................................ 107
Figura 49 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 349198 (b) e qualificação
349293 (c) para CLORPIRIFOS ................................................................................... 108
10
Figura 50 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 422366 (b) e qualificação
422135 (c) para FENPIROXIMATO ............................................................................ 108
Figura 51 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 523281 (b) e qualificação
523181 (c) para DELTAMETRINA ............................................................................. 109
Figura 52 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 381118 (b) e qualificação
381160 (c) para CARBOSULFANO ............................................................................ 109
Figura 53 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 440181 (b) e qualificação
440166 (c) para BIFENTRINA ..................................................................................... 110
Figura 54 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 192160 (b) e qualificação
192132 (c) para CARBENDAZIN ................................................................................ 110
Figura 55 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para ACEFATO no intervalo de
concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
................................................................................... 111
Figura 56 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para TIAMETOXAN no intervalo
de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
................................................................................. 111
Figura 57 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para IMIDACLOPRIDO no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
............................................................... 111
Figura 58 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para CLOTIANIDINA no intervalo
de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
............................................................................... 112
Figura 59 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para DIMETOATO no intervalo de
concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
................................................................................... 112
Figura 60 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para CARBOFURANO no intervalo
de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
............................................................................... 112
Figura 61 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para CIMOXANIL no intervalo de
concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
................................................................................... 113
Figura 62 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para METALAXIL no intervalo de
concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
..................................................................................... 113
Figura 63 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para DIURON no intervalo de
concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
................................................................................... 113
Figura 64 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para AZOXISTROBINA no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
................................................................. 114
Figura 65 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para FENAMIDONA no intervalo
de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
................................................................................... 114
Figura 66 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para BOSCALIDA no intervalo de
concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
....................................................................................... 114
Figura 67 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para TRIADIMEFON no intervalo
de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
................................................................................... 115
Figura 68 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para TRIADIMENOL no intervalo
de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
................................................................................. 115
Figura 69 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para IPROVALICARBE no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
............................................................... 115
Figura 70 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para TETRACONAZOLE no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
................................................................. 116
Figura 71 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2)
para FENARIMOL no intervalo de
concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
..................................................................................... 116
Figura 72 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para TEBUCONAZOL no intervalo
de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
................................................................................... 116
Figura 73 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para FAMOXADONA no intervalo
de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
................................................................................... 117
11
Figura 74 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para DIFENOCONAZOL no
intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
................................................................... 117
Figura 75 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para INDOXACARBE no intervalo
de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
................................................................................. 117
Figura 76 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para TRIFLOXISTROBINA no
intervalo de concentração de 0,005 – 1 mg.L-1
................................................................. 118
Figura 77- CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para CLORPIRIFOS no intervalo de
concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
..................................................................................... 118
Figura 78 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para FENPIROXIMATO no
intervalo de concentração de 0,005 – 1 mg.L-1
................................................................. 118
Figura 79 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para DELTAMETRINA no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
............................................................... 119
Figura 80 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para CARBOSULFAN no intervalo
de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
............................................................................... 119
Figura 81 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r2) para BIFENTRINA no intervalo de
concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
................................................................................... 119
Figura 82 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para ACEFATO .......................................................................................... 121
Figura 83 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para AZOXISTROBIN ............................................................................... 121
Figura 84 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para BIFENTRINA ..................................................................................... 122
Figura 85 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DELTAMETRINA .............................................................................. 122
Figura 86 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DIMETOATO ..................................................................................... 123
Figura 87 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para FENPIROXIMATO ............................................................................ 123
Figura 88 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TRIFLOXISTROBINA ....................................................................... 124
Figura 89 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CARBOSULFANO ............................................................................. 124
Figura 90 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CLOTIANIDINA ................................................................................ 125
Figura 91 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para FENARIMOL ...................................................................................... 125
Figura 92 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para IMIDACLOPRIDO ............................................................................. 126
Figura 93 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para IPROVALICARBE ............................................................................. 126
Figura 94 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TRIADIMENOL ................................................................................. 127
Figura 95 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CIMOXANIL ...................................................................................... 127
Figura 96 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DIURON ............................................................................................. 128
Figura 97 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CLORPIRIFOS ................................................................................... 128
12
Figura 98 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para METALAXIL ...................................................................................... 129
Figura 99 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para INDOXACARBE ................................................................................ 129
Figura 100 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TETRACONAZOL ............................................................................. 130
Figura 101 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TIAMETOXAM .................................................................................. 130
Figura 102- Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para FAMOXADON ................................................................................... 131
Figura 103 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para FENAMIDONE................................................................................... 131
Figura 104 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DIFENOCONAZOLE ......................................................................... 132
Figura 105 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DIMETOMORFE ................................................................................ 132
Figura 106- Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TEBUCONAZOL ............................................................................... 133
Figura 107 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TRIADIMEFON ................................................................................. 133
Figura 108 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CARBOFURAN .................................................................................. 134
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Relação de Pesticidas Inclusos no Método e suas classes químicas ......................... 25
Tabela 2- Resumo dos dados obtidos do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em
Alimentos e do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes nos últimos
cinco anos para uva ............................................................................................................. 28
Tabela 3 - Limites Máximos de Resíduos em uva no Brasil, Japão, Estados Unidos e Europa . 29
Tabela 4 - Etapas do método QUeChERS original .................................................................... 31
Tabela 5 - Referências de estudos multirresíduos em diversas matrizes utilizando o método de
QuEChERS para preparo da amostra .................................................................................. 32
Tabela 6 – Relação do LMR, massa molecular e fórmula estrutural dos pesticidas inclusos no
método multirresíduo em suco de uva ................................................................................. 44
Tabela 7 - Métodos de extração e limpeza que serão testados neste estudo .............................. 47
Tabela 8 - Preparo das soluções estoque e solução mãe ............................................................ 48
Tabela 9 – Detalhamento do preparo dos níveis das curvas de calibração ................................. 49
Tabela 10 - Relação entre concentração do analito e coeficiente de variação aceitável ............ 52
Tabela 11 - Fases móvel testadas no método ............................................................................. 54
Tabela 12 - Condições de Operação do HPLC utilizada para a implantação e validação do
método em estudo................................................................................................................ 55
Tabela 13 - Transições de quantificação, qualificação energias otimizadas e tempo de retenção
dos pesticidas em estudo ..................................................................................................... 56
Tabela 14 - Faixa e Intervalos testados para otimização das energias ....................................... 57
Tabela 15 - Comparação da altura dos picos antes e depois da otimização das energias do
fragmentor, cela de colisão e célula de aceleração .............................................................. 58
Tabela 16 - Condições de operação do espectrômetro de massas .............................................. 60
Tabela 17 – Teste de eficácia entre os métodos AOAC-2007.01 e EN 15662:2008 por meio da
comparação de recuperação, análise da variância e das médias para cada pesticida .......... 62
Tabela 18 – Faixa da curva de calibração CCAS para cada pesticida e LMR ........................... 65
Tabela 19 - Curvas analíticas y= ax+b, coeficiente de correlação (r2), teste de
homocedasticidade para o MMQO...................................................................................... 66
Tabela 20 - Curvas analíticas y= ax+b, coeficiente de correlação (r2), teste r para o MMQP ... 67
Tabela 21 – Verificação de Efeito matriz – Análise da Variância e comparação de médias entre
extrato da matriz branca fortificada a 2mg.L-1
(B) e padrão puro em solução a 2mg.L-1
(A)
............................................................................................................................................. 70
Tabela 22 – Médias, desvio padrão, resultados de repetitividade (CV) e precisão intermediária
(CV) em três níveis de fortificação (0,005, 0,1, 2 mg.L-1
) para dois analistas .................... 72
14
Tabela 23 – Resultados de recuperação (%) para amostras brancas fortificadas a 0,005 e 2
mg.L-1
.................................................................................................................................. 74
Tabela 24 - Limite de Detecção ................................................................................................. 75
Tabela 25 – Limite de Quantificação, teste de repetitividade do LQ e recuperação .................. 76
Tabela 26 – LMR e Resultados das amostras comerciais (A:J) analisadas pelo método validado
neste estudo ......................................................................................................................... 77
Tabela 28 - Etapas de extração e limpeza da amostra utilizando QuEChERS pelo método
AOAC-2007.01 ................................................................................................................. 120
Tabela 29 - Relação de Agrotóxicos autorizados pelo sistema AGROFIT do MAPA para a
cultura de uva .................................................................................................................... 135
15
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 1 - Limite de Detecção (LD) ....................................................................................... 53
16
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
AOAC: Do inglês, Association of Official Analytical Chemists
AGROFIT: Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários
BPAs: Boas Práticas Agrícolas
CCAS: Curva de calibração do analito em solução
CCEMBF: Curva de calibração do extrato da matriz branca fortificado
CCMBF: Curva de calibração da matriz branca fortificada
CEN: Do inglês, Comité Européen de Normalisation
CGAR: Cromatografia gasosa de alta resolução
CLAE: Cromatografia de alta eficiência
CV: Coeficiente de variação
DAD: Detector de arranjo de diodos
DP: Desvio padrão
ESI: Do inglês, Electrospray Ionization
FDA: Do inglês, Food and Drug Administration
CGCRE/INMETRO : Coordenação Geral de Acreditação do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia
GC: Cromatografia Gasosa
GCB: Do inglês, Carbon Black
HPLC: Do inglês, High Performance/Pressure Liquid Chromatography
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
LC: Cromatografia líquida de alta eficiência
LC-MS: Do inglês, Liquid Chromatography with mass spectrometry
LC-MS/MS: Do inglês, Liquid Chromatography –tandem mass spectrometry
LC-ESI-MS/MS: Do inglês, Liquid Chromatography –tandem mass spectrometry with
Ionization by Electrospray
17
LD: Limite de detecção
LMR: Limite Máximo de Resíduo
LQ: Limite de quantificação
MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MS: Do inglês, Mass spectrometry
MRC: Material de Referência Certificado
MMQO: Método dos Mínimos Quadrados Ordinários
MMQP: Método dos Mínimos Quadrados Ponderados
MRM: Do inglês, Multiple Reaction Monitoring
m/z: Razão massa carga
NIST: Do inglês, National Institute of Standards and Technology
PARA: Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos
PNCRC: Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes em Alimentos
PSA: Do inglês, Primary secondary amine
r2: Coeficiente de correlação linear
SRM: Monitoramento de reação selecionada
T: Tamanho
TIC: Do Inglês, Total Content of Ions
TMRM: Do Inglês, Total Multiple Reaction Monitoring
tR: Tempo de retenção
UE: União Europeia
USDA: Do inglês, Agricultural Research Service of United States Department of
Agriculture
18
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................................... 6
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................... 8
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ 13
LISTA DE EQUAÇÕES ............................................................................................................. 15
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS ........................................................... 16
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 20
2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 22
2.1. Objetivo Geral ............................................................................................................. 22
2.2. Objetivos Específicos .................................................................................................. 22
3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 23
3.1. Suco de Uva ................................................................................................................ 23
3.2. Doenças, Pragas e Ervas Daninhas da cultura da Videira ........................................... 24
3.3. Os pesticidas e seu Controle no Brasil ........................................................................ 26
3.4. Preparo de Amostra ..................................................................................................... 30
3.5. Cromatografia ............................................................................................................. 33
3.6. Ionização por Electrospray: ........................................................................................ 33
3.7. Espectrometria de Massas ........................................................................................... 35
3.7.1. Espectrometria de massa sequencial ................................................................... 36
3.8. Métodos Multirresíduos para Análise de Pesticidas em Alimentos Usando
Espectrometria de Massa ......................................................................................................... 37
3.9. Estudo de Validação .................................................................................................... 38
3.9.1. Seletividade e Efeito matriz ................................................................................ 39
3.9.2. Linearidade .......................................................................................................... 39
3.9.3. Limite de Detecção (LD) e Limite de Quantificação (LQ) ................................. 40
3.9.4. Recuperação ........................................................................................................ 40
3.9.5. Precisão (Repetitividade e Reprodutibilidade intralaboratorial) ......................... 41
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 43
4.1. Reagentes Químicos .................................................................................................... 43
4.2. Seleção dos Pesticidas ................................................................................................. 43
4.3. Seleção das Amostras .................................................................................................. 46
4.4. Aparatos ...................................................................................................................... 47
4.5. Procedimento de Extração e Limpeza ......................................................................... 47
4.6. Preparação dos Padrões de Calibração ........................................................................ 48
4.7. Condições do LC-MS/MS ........................................................................................... 49
19
4.8. Validação do método ................................................................................................... 50
4.8.1. Linearidade .......................................................................................................... 50
4.8.2. Seletividade/Efeito Matriz ................................................................................... 51
4.8.3. Precisão ............................................................................................................... 51
4.8.4. Recuperação ........................................................................................................ 52
4.8.5. LD e LQ .............................................................................................................. 53
4.8.6. Análise de amostras reais .................................................................................... 53
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 54
5.1. Desenvolvimento da metodologia ............................................................................... 54
5.1.1. Condições do HPLC ............................................................................................ 54
5.1.2. Otimização e Condições do MS/MS ................................................................... 55
5.1.3. Testes QuEChERS .............................................................................................. 60
5.2. Parâmetros de validação .............................................................................................. 64
5.2.1. Linearidade .......................................................................................................... 64
5.2.2. Seletividade e Efeito Matriz ................................................................................ 68
5.2.3. Precisão ............................................................................................................... 71
5.2.4. Tendência e Recuperação .................................................................................... 74
5.2.5. Limite de Detecção e Limite de Quantificação ................................................... 75
5.3. Análises em amostras reais ......................................................................................... 77
6. CONCLUSÕES ................................................................................................................... 85
APÊNDICE A ............................................................................................................................. 96
APÊNDICE B ........................................................................................................................... 111
APÊNDICE C ........................................................................................................................... 120
APÊNDICE D ........................................................................................................................... 121
20
INTRODUÇÃO
Resíduos de pesticidas em alimentos (incluem bebidas) é um tema amplamente
discutido devido a sua importância para a segurança dos alimentos e para a proteção do
meio ambiente. Visando a regulação para o uso de pesticidas os órgãos competentes de
cada país estabelecem a relação de pesticidas autorizados, bem como Limite Máximo de
Resíduos (LMR) permitidos para cada cultura. No Brasil, o Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o órgão competente para conceder esta
autorização, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) cabe os estudos de
toxicidade e consequentemente o estabelecimento dos limites máximos permitidos.
A análise de resíduos de pesticidas ainda é um desafio [1] devido a grande
diversidade de substâncias (aproximadamente 900) [2] com diferentes características e
por normalmente estarem presentes em concentrações traços nas amostras. Todas estas
limitações levaram a um grande avanço na técnica de preparo da amostra, tecnologia
envolvida e metodologias analíticas para quantificação de pesticidas.
O preparo de amostras, para análise de multirresíduos de pesticidas passou por
significativa evolução com a inserção do método QuEChERS, a sigla é derivada das
palavras em inglês “Quick”, “Easy, “Cheap”, “Efective”, “Rugged”, proposto por
Anastassiades e Lehotay em 2003[3]. A proposta do QuEChERS é a utilização de um
método rápido, fácil, baixo custo, efetivo e robusto capaz de extrair agrotóxicos
altamente polares, bem como aqueles com elevada acidez ou basicidade, de matrizes
complexas [4]. O método QuEChERS foi reconhecido como método referência no
preparo das amostras destinadas à análise de multirresíduos de pesticidas pela
Association of Official Analytical Chemists – AOAC [5] e pelo Comité Européen de
Normalisation – CEN [6].
A cromatografia é a técnica analítica mais utilizada e de melhor desempenho na
separação e seletividade dos analitos em estudo [7]. Na Cromatografia Líquida (Liquid
Chromatography, LC) em especial, o sistema de separação ocorre pela interação entre o
analito e a fase estacionária da coluna cromatográfica. A LC permite o acoplamento a
diferentes sistemas de detecção [7].
O acoplamento da cromatografia líquida com a espectrometria de massa (Mass
Spectrometry, MS), associada a técnicas de ionização à pressão atmosférica causou
importante avanço na quantificação de elementos altamente polares e de alto peso
molecular [8]. A cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas sequencial
21
(Liquid Chromatography tandem Mass Spectrometry - LC-MS/MS) possui alta
seletividade devido a sua capacidade de identificar e quantificar os elementos pela sua
razão massa carga (m/z), e por sua capacidade de selecionar íons quantificadores e
qualificadores específicos da molécula em estudo.
Métodos multirresíduos são metodologias capazes de quantificar dezenas ou até
centenas de substâncias em uma única análise. Este tipo de metodologia facilitou muito
o controle de pesticidas, já que centenas destes estão disponíveis para uso nas culturas e
a quantificação individual torna-se inviável financeiramente.
A maioria dos métodos multirresíduos disponíveis na literatura são aplicáveis à
análise de pesticidas em frutas e legumes [9-18]. Portanto, métodos multirresíduos para
análise de pesticidas em alimentos e bebidas industrializados, por exemplo, o suco de
uva são necessários, uma vez que não existe garantia de que os processos industriais
removam os resíduos de pesticidas do produto. Outra justificativa sobre a necessidade
de métodos multirresíduos para produtos industrializados é a exigência do controle de
pesticidas como um requisito para exportação.
O Brasil é considerado o quinto maior produtor vitivinícola do hemisfério sul
[19]. Dos derivados da uva destaca-se o suco de uva integral e o suco de uva
concentrado. Em 2014, a comercialização do suco de uva integral foi ampliada em
46,3% (este percentual representa 10,1 milhões de litros), em comparação com safra de
2012 [14]. O suco de uva concentrado também apresentou expansão, no mesmo período
o país comercializou 17,2% (2,5 milhões de litros) a mais que 2012 [19]. O Brasil tem
tradição em exportação de suco de uva concentrado (principalmente para o Japão) e
recentemente vem ampliando os esforços para a exportação de suco de uva integral [14].
Diante deste cenário de perspectivas futuras para a exportação, alinhado à
necessidade de controles efetivos para a segurança dos alimentos e aos requisitos legais
de Limites Máximos de Resíduos (LMR) aceitáveis, este estudo possui como objetivo a
implantação de um método multirresíduo para a quantificação de pesticidas em suco de
uva, bem como sua validação.
22
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Desenvolver e validar um método por LC-MS/MS para identificação e quantificação
de multi pesticidas em suco de uva integral.
2.2.Objetivos Específicos
Testar dois métodos oficiais (AOAC- Official Method 2007.01 e CEN/TC 275
15662:2008) de extração e limpeza da amostra.
Avaliar as melhores condições analíticas para a separação dos analitos e a
otimização de energias para a identificação e quantificação dos pesticidas em estudo.
Executar processo de validação do método em estudo conforme requisitos da
Coordenação Geral de Acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (CGCRE/INMETRO), Guidance document on analytical quality control
and validation procedures for pesticide residues analysis in food and feed e o Manual
de Garantia da Qualidade Analítica do MAPA.
Realizar análises de multipesticidas em 10 amostras comerciais de suco de uva
integral, produzidos na região do Alto Vale do Rio do Peixe, SC utilizando o método
validado neste estudo.
23
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1.Suco de Uva
Segundo o (MAPA) o suco de uva é a bebida não fermentada, obtida do mosto
simples, sulfitado ou concentrado, de uva sã, fresca e madura [20]. No Brasil, as
Cultivares comumente utilizadas para a fabricação de suco de uva são as pertencentes
principalmente às espécies Vitis labrusca, V. bourquina e V. aestivalis [21] do grupo
denominado de “uvas americanas e híbridas” (Isabel, Bordô e Concord) [22].
As principais características das uvas são tradicionalmente utilizadas para a
fabricação do suco é a capacidade tintureira da uva Bordô, aroma e sabor da uva
Concord e o bom rendimento e produtividade da uva Isabel [23]. Estas variedades se
adaptam bem em clima temperado.
Com o intuito de incrementar o período de safra, a Embrapa Uva e Vinho de
Bento Gonçalves/RS lançou diversas variedades de uva (BRS Rúbea, Concord Clone
30, Isabel Precoce, BRS Cora, BRS Violeta, BRS Carmen e BRS Magna) que
complementam as variedades comumente utilizadas. Desta forma, para a obtenção das
novas variedades considerou-se a elaboração de materiais com ciclos produtivos
diferenciados, alta produtividade, além de características que agregam qualidade ao
suco de uva, como o alto conteúdo de matéria corante e de açúcares [22]. A utilização
destas novas variedades ainda é novidade, portanto a maior parte do suco de uva
Brasileiro ainda é elaborada a partir do corte de uvas das variedades Isabel, Bordô e
Concord.
Neste estudo, faz-se necessária uma breve abordagem sobre as características
físico-químicas e de composição da uva, uma vez que, as particularidades da fruta
destinada à fabricação do suco são importantes na definição do método de preparo das
amostras.
A legislação brasileira estabelece no padrão de identidade e qualidade do suco
de uva integral resultados mínimos de sólidos solúveis (14 ºBrix a 20 ºC), acidez total
(0,41g.100g-1
de ácido tartárico), resultados máximos de açúcares totais (20g.100g-1
),
acidez volátil (0,050g.100g-1
de acido acético) e sólidos insolúveis (5% v/v) [24].
Além dos parâmetros descritos na legislação é característica do suco de uva
integral apresentar pH na faixa de 3,2 a 3,4, ácido tartárico 0,46 a 0,87g.100g-1
,
densidade de cor 5,95 a 9,64 unidades de absorbância além de outros elementos como
24
vitamina C e compostos fenólicos [25-27]. Vários fatores interferem nestas
características, como a maturação na colheita, o manejo do parreiral, o local de
produção e principalmente as variedades de uva utilizadas para a fabricação do suco.
É conhecido que o suco de uva é uma importante fonte de antioxidantes naturais
devido à presença significativa de substâncias fenólicas, que podem ser divididas em
flavonóides (flavanas, os flavonóis e as antocianinas) e não flavonóides (ácidos
benzóicos e os ésteres tartáricos). Existem ainda outros compostos fenólicos como os
estilbenos e os fenóis voláteis [28].
Tiemi e colaboradores [29] pesquisaram as variações de compostos fenólicos em
uvas de diversas cultivares de Vitis Labrusca L. e Vitis Vinífera L., sendo a primeira
espécie muito utilizada para a produção do suco de uva integral e a segunda destinada à
produção de vinho fino. Neste estudo, os pesquisadores concluíram que as uvas da
cultivar Bordô (Vitis labrusca) sobre o porta-enxerto 420A apresentaram maior
conteúdo de fenólicos totais, antocianinas totais e capacidade antioxidante em
comparação com as demais variedades [29].
Em 2014 segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística
(IBGE), o Brasil possuía 78.450 ha de videiras e produziu 1.388.859 toneladas de uvas
[30]. Os maiores produtores em ordem decrescente são: Rio Grande do Sul,
Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Minas Gerais [31].
Em 2012, a produção de uvas destinadas ao processamento (vinho, suco e
derivados) foi de 830,92 milhões de quilos, o que representa 57,07% da produção
nacional. O restante da produção (42,93%) foi destinado ao consumo in natura [31].
A região sul do Brasil é responsável praticamente pela totalidade da produção de
suco de uva (integral e concentrado) nacional. Em 2013, o Rio Grande do Sul produziu
50,8 milhões de litros [32] e Santa Catarina produziu 7,1 milhões de litros de suco de
uva [33].
3.2.Doenças, Pragas e Ervas Daninhas da cultura da Videira
Neste estudo, é necessário fazer uma breve abordagem sobre as principais
doenças, pragas e ervas daninhas comuns à cultura da videira, pois em função das suas
ocorrências se faz necessária a aplicação de agroquímicos na cultura.
25
A doença da planta é uma desordem fisiológica ou anormalidade estrutural
deletéria à planta ou para alguma de suas partes ou produtos [34] comprometendo sua
produção.
A videira pode apresentar doenças de origem fúngica (antracnose, escoriose,
ferrugem, mancha das folhas, míldio, oídio, podridão amarga, podridão cinzenta,
podridão da uva madura) e viral (enrolamento da folha, complexo rugoso)
[35],[36],[37],[38],[39].
As pragas são espécies de insetos que podem danificar a cultura da videira,
causando, por exemplo, sucção de seiva, fitotoxicidade, depósito de excreções
açucaradas nas folhas, transmissão de agentes patogênicos, consumo das folhas e frutos,
depreciação da aparência das bagas entre outros problemas. As principais pragas que
afetam a videira são: Eurhizococcus brasiliensis (cochonilha pérola da terra),
Tetranychus urticae (acaro rajado), Anastrepha fraterculus (mosca-das-frutas), Atta spp.
(saúvas) e Acromyrmex spp. (quenquéns). A ervas daninhas competem com a videira
por água e nutrientes, por isso são feitas roçadas ou utilizados os herbicidas para o seu
controle.
A Tabela 1 relaciona os pesticidas inclusos no método em estudo desse trabalho
e sua classe de aplicação para o controle das doenças e pragas que atacam a cultura da
Videira. Em 11/2014, no Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT), do
MAPA, eram relacionados 71 diferentes pesticidas autorizados para uso na cultura da
Videira (conforme ANEXO 1) [40].
Tabela 1 - Relação de Pesticidas Inclusos no Método deste estudo e suas classes
químicas
Pesticida Classe
*Acefato Acaricida/inseticida
*Clorpirifos Acaricida/inseticida/formicida
*Deltametrina Inseticida/formicida
*Dimetoato Acaricida/inseticida
*Fenpiroximato Acaricida
*Trifloxistrobina Fungicida
*Carbendazim Fungicida
*Carbofurano Acaricida/Cupinicida/Inseticida/Nematicida
Azoxistrobina Fungicida
Bifentrina Acaricida/Formicida/Inseticida
Continua...
26
Boscalida Fungicida
Carbosulfano Acaricida/Inseticida/Nematicida
Cimoxanil Crescimento
Ciproconazol Fungicida
Clotianidina Inseticida
Difenoconazol Fungicida
Dimetomorfe Fungicida
Ditianona Fungicida
Diurom Herbicida
Famoxadona Fungicida
Fenamidona Fungicida
Fenarimol Fungicida
Imidacloprido Inseticida
Indoxacarbe Inseticida
Iprovalicarbe Fungicida
Metalaxil Fungicida
Permetrina Formicida/inseticida
Tebuconazol Fungicida
Tetraconazol Fungicida
Tiametoxam Inseticida
Triadimefom Fungicida
Triadimenol Fungicida
Triclorfom Acaricida/Inseticida
*Não Autorizado para a cultura, mas encontrados nas amostras de monitoramento dos programas federais (conf.
Detalhado no item a seguir).
Fonte: [40]
3.3.Os pesticidas e seu Controle no Brasil
Pesticidas são produtos químicos usados para controlar ou matar pestes, tais como
fungos, bactérias, insetos ou plantas indesejáveis que infestam áreas agrícolas ou
animais que causam ou transmitem doenças [41]. No Brasil, a legislação utiliza o termo
agrotóxico o qual define como sendo “os produtos e os componentes de processos
físicos, químicos ou biológicos destinados aos setores de produção, armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, pastagens, proteção de florestas e também em
ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da
flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados
27
nocivos, bem como aqueles empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores
e inibidores do crescimento” [42].
No Brasil, o Decreto nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002, regulamenta a Lei nº
7.802, de 11 de julho de 1989 [43], que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a
produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização,
a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos
resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização
de agrotóxicos, seus componentes e afins [43]. No referido Decreto ficam evidenciadas
as competências para os três órgãos envolvidos no controle de resíduos: MAPA,
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [43].
Segundo o Decreto supracitado é de responsabilidade do MAPA avaliar a
eficiência agronômica e a concessão do registro dos agrotóxicos. À ANVISA cabe a
avaliação e a classificação toxicológica dos agrotóxicos, cálculo do parâmetro de
segurança que consiste na Ingestão Diária Aceitável (IDA), estabelecimento do LMR e
do Intervalo de Segurança. Ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) cabe a avaliação dos agrotóxicos destinados ao uso em
ambientes hídricos, na proteção de florestas nativas e de outros ecossistemas [43].
No Brasil, bem como em outros países o estabelecimento de níveis máximos de
resíduos (ou tolerâncias) tem o objetivo de evitar qualquer impacto adverso sobre a
saúde pública e incentivar as boas práticas agrícolas [44].
Por meio de um plano regulamentado, sistematizado e periódico de controle e
monitoramento, os órgãos competentes fiscalizam os níveis residuais de pesticidas em
amostras de produtos de origem animal e vegetal. No Brasil, o Plano Nacional de
Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC/Vegetal) do MAPA se constitui do
conjunto dos seguintes programas de controle de resíduos e contaminantes por cultura
de origem vegetal: Programa de Fiscalização e Inspeção, Subprograma de
Monitoramento para o Mercado Interno, Subprograma de Investigação, Processos de
Investigação, Subprogramas de Produtos Importados, Subprograma Exploratório e Ano
Safra [45]. Outro programa, igualmente importante, é o Programa de Análise de
Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), coordenado pela ANVISA, que tem
objetivo de avaliar anualmente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos de
origem vegetal que chegam à mesa do consumidor [46]. Ambos os programas geram
28
anualmente, relatórios com dados que são utilizados como indicadores de qualidade
subsidiando ações de fiscalização e pesquisa.
Os requisitos comerciais para a exportação são um forte aliado à segurança dos
alimentos, obrigando a implementação das Boas Práticas Agrícolas (BPAs) e uso
racional dos pesticidas.
Para a cultura de videira, foco deste, estudo o MAPA autoriza 71 tipos de
pesticidas (consulta em 11/2014), dentre estes, as principais classes são os fungicidas,
inseticidas e herbicidas para controle das doenças, pragas e ervas daninhas,
respectivamente [47].
Na relação dos princípios ativos investigados nos programas supra citados, estão
inclusos pesticidas autorizados e não autorizados para cada cultura, controlando desta
forma o LMR e do uso de produtos proibidos ou banidos da lista dos aprovados.
Conforme se observa na Tabela 2 o uso de pesticidas não autorizados ainda é uma
prática utilizada pelos produtores. Dentre os anos de 2008 e 2013, nos principais estados
produtores, das 626 amostras de uvas coletadas pelos programas PNCRC e PARA,
foram identificadas 111 amostras positivas (17,7% do total de amostras analisadas) para
pesticidas não autorizados. No mesmo período o percentual de amostras com LMR
superior que o permitido foi de 4,7%.
Tabela 2- Resumo dos dados obtidos do Programa de Análise de Resíduos de
Agrotóxicos em Alimentos e do Plano Nacional de Controle de Resíduos e
Contaminantes nos últimos cinco anos para uva
Dados Programa PARA (ANVISA)
ANO Total de
amostras
analisadas
NA >LMR >LMR e NA Total de
insatisfatório
Nº % Nº % Nº % Nº %
2008 101 - - - - - - 33 32,6
2009 165 58 35,2 14 8,5 21 12,7 93 56,4
2010 - - - - - - - - -
2011 208 41 20 11 5,3 4 1,9 56 27,0
2012 - - - - - - - - -
TOTAL 474 99 20 25 5,2 25 5,2 182 38,3
Dados Programa PNCRC (MAPA)
ANO Nº de
amostras
analisadas
NA >LMR >LMR e NA Total de
insatisfatório
Nº % Nº % Nº % Nº %
2009/2010 27 0 0 0 0 - - 0 0
2010/2011 53 2 3,7 - - 3 5,6 5 9,4
2011/2012 67 10 14,9 - - 2 0,02 12 17,9
2012/2013 5 0 0 0 0 - - 0 0
TOTAL 152 12 7,8 0 0 - - 17 11,1
NA = Não autorizado para a cultura; > LMR = Acima do Limite Máximo de Resíduo; >LMR e NA = Acima do LMR e Não
autorizado para a cultura; Total de insatisfatório = Somatório de todos os resultados insatisfatórios. Fonte: Elaborado a partir de:
[48], [49], [50].
29
A Tabela 3 mostra o LMR aceitável para uva (apenas para os pesticidas inclusos
neste estudo) de acordo com a legislação dos principais países e regiões importadoras de
suco de uva incluindo o Brasil (consulta nov/2014).
Tabela 3 - Limites Máximos de Resíduos em uva no Brasil, Japão, Estados Unidos e
Europa LMRs em Uva (mg.L-1)
Pesticida Classe Brasil Japão USA Europa
Acefato Acaricida/inseticida NA 5,0 0,02 0,01
Clorpirifos Acaricida/inseticida/formicida NA 1,0 0,1 0,5
Deltametrina inseticida/formicida NA 0,5 0,05 0,2
Dimetoato Acaricida/inseticida NA 1,0 NA 0,02
Fenpiroximato Acaricida NA 2,0 1 0,3
Trifloxistrobina Fungicida NA 5,0 2 5
Carbendazim Fungicida NA 0,2 NA 0,3
Carbofurano Acaricida/Cupinicida/Inseticida/Nematicida NA 1 NA 0,01
Azoxistrobina Fungicida 0,5 10 2 2
Bifentrina Acaricida/Formicida/Inseticida 0,1 2 0,2 0,2
Boscalida Fungicida 3 10 5 5
Carbosulfano Acaricida/Inseticida/Nematicida 1 4 NA 0,01
Cimoxanil Crescimento 0,2 1 0,1 0,2
Ciproconazol Fungicida 0,1 4 NA 0,2
Clotianidina Inseticida 0,01 5 0,6 0,7
Difenoconazol Fungicida 0,2 4 4 0,5
Dimetomorfe Fungicida 2 5 3 3
Ditianona Fungicida 2 3 NA 3
Diurom Herbicida 0,1 0,05 0,05 0,01
Famoxadona Fungicida 0,5 2 2,5 2,0
Fenamidona Fungicida 0,2 2 1 0,5
Fenarimol Fungicida 0,05 1 01 0,3
Imidacloprido Inseticida 1 3 NA 1
Indoxacarbe Inseticida 0,02 2 NA 2
Iprovalicarbe Fungicida 0,1 2 NA 2
Metalaxil Fungicida 1 1 2 2
Permetrina Formicida/inseticida 0,05 5 NA 0,05
Tebuconazol Fungicida 2 10 5 0,5
Tetraconazol Fungicida 0,3 0,5 0,2 0,5
Tiametoxam Inseticida 0,5 5 0,2 0,9
Triadimefom Fungicida 2 0,5 NA 2
Triadimenol Fungicida 0,1 0,5 NA NA
Triclorfom Acaricida/Inseticida 0,5 0,5 NA 0,01
NA: Não autorizado
Fonte: Elaborado a partir de [51],[52].
30
A confirmação do cumprimento aos LMR aceitáveis, nos alimentos estabelecidos
pela legislação, é feita por análises cromatográficas por ser considerada a técnica mais
adequada, devido a sua capacidade de separação e quantificação das substâncias em
uma amostra complexa [7]. No entanto, a maioria das matrizes antes de serem inseridas
no sistema cromatográfico necessita passar por um processo de preparo da amostra
composto basicamente de extração dos pesticidas e limpeza da amostra.
3.4.Preparo de Amostra
Alimentos (inclui bebidas) são considerados misturas complexas para serem
analisadas devida sua composição. Os compostos presentes na amostra (com exceção do
analito) podem agir como interferentes na análise e no resultado, bem como, no bom
funcionamento do cromatógrafo. Desta forma, a amostra a ser analisada deve passar por
um processo prévio de preparação chamado de extração e limpeza (clean-up). Para
substâncias em concentrações traços, como o caso dos pesticidas, esta etapa torna-se
ainda mais importante e complexa devido a grande diversidade dos pesticidas [16, 53,
54].
O primeiro método (método de Mills) de extração para multirresíduos foi
desenvolvido por Mills et al. nos Estados Unidos em 1960. Este método é aplicável para
classe dos organoclorados apolares, em amostras não gordurosas analisadas por
cromatografia gasosa [55][56]. O método de Mills baseia-se na extração com
acetonitrila, adição de água ao extrato, seguida de uma etapa subsequente de partição,
promovida através da adição de solventes apolares (éter de petróleo ou hexano) [16].
Outros métodos foram implementados, por exemplo, em 1975 o método de Luke, mini-
Luke, extração líquido-líquido (LLE - Liquid-Liquid Extraction), extração em fase
sólida (Solid Phase Extraction, SPE) [57], microextração em fase sólida (SPME - Solid
Phase Microextraction) e a microextração líquido-líquido dispersiva (DLLME-
Dispersive Liquid-Liquid Microextraction) [58]. Os métodos tradicionais são
considerados caros e trabalhosos, desta forma existe um consenso sobre a necessidade
da busca de técnicas de preparo de amostra mais rápidas de baixo custo, que utilizem
pequenos volumes de solventes e que permitam valores de recuperação na faixa
aceitável [58]. Neste contexto, paralelo à inclusão e aumento de novos pesticidas com
características mais polares, novas técnicas analíticas, bem como, novos métodos de
extração foram necessários [16].
31
Em 2003, Anastassiades e colaboradores[3] apresentaram novo método para
preparo de amostras destinadas à análise multirresíduo de pesticidas o qual foi
denominado como QuEChERS – (do inglês: Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged,
Safe) [3]. A partir do seu desenvolvimento inúmeros pesquisadores utilizaram o método
em estudos de validação de metodologia multirresíduos para vários tipos de amostras [4,
9-11, 14-18, 59]. A principal vantagem deste método é ser capaz de extrair pesticidas
altamente polares, bem como, aqueles com elevada acidez ou basicidade de matrizes
complexas. A técnica utiliza pequenas quantidades de solventes, de forma mais rápida,
robusta e segura que as outras técnicas de preparo de amostras [4].
A primeira versão do método QuEChERS (original) consiste em extração com
acetonitrila (MeCN), partição com sulfato de magnésio (MgSO4), e cloreto de sódio
(NaCl), seguida da etapa de limpeza (Dispersive Solid Phase Extraction, D-SPE) com
150 mg de MgSO4 + 150g de PSA (primary secondary amine) [3] (Tabela 4).
Tabela 4 - Etapas do método QuEChERS original
Método Original QuEChERS
Extração 10g da amostra + 10 mL MeCN
Partição 4g MgSO4 + 1,0g NaCl
Limpeza 150mg MgSO4+ 25mg PSA
MeCN: Acetonitrila; MgSO4: Sulfato de Magnésio; NaCl : Cloreto de Sódio; PSA: Amina Primária Secundária.
Fonte: Elaborado a partir de: [3]
A acetonitrila proporciona extração de uma ampla faixa de pesticidas com diferentes
polaridades e, quando acidificada, permite recuperações satisfatórias de pesticidas que
geralmente apresentam problemas de estabilidade [15]. Os sais facilitam a extração de
analitos polares uma vez que diminuem a solubilidade destas substâncias na fase aquosa
e a quantidade de água na fase orgânica [15, 60]. A primary secondary amine- PSA
utilizada na etapa de limpeza retém os interferentes da matriz e finaliza o processo de
preparo da amostra antes da injeção no sistema cromatográfico [3].
Depois do desenvolvimento do método algumas modificações foram propostas
pelos próprios pesquisadores a fim de melhorar a eficácia do método, principalmente no
que tange a recuperação de elementos ácidos [15, 60].
Podem ser citadas modificações como: a adição de acetato de sódio como
tamponante em substituição ao cloreto de sódio. Na etapa de extração, a adição do ácido
acético em acetonitrila aumenta a estabilidade dos pesticidas antes da análise [61], além
disso, o ácido acético em conjunto com o acetato de sódio (NaAc) atua como tampão
32
(pH entre 4 e 5) evitando a degradação de substâncias sensíveis ao pH < 4 [16]. Estas
condições proporcionam boas recuperações (>70%) [16]. Após esta modificação o
método foi reconhecido pela Association of Official Analytical Chemists - AOAC como
método oficial de extração e limpeza de amostras destinadas à análise multirresíduos de
pesticidas em alimentos [62].
Anastassiades [3] propôs a inclusão de sais de citrato (0,5g Na2H-citrato
sesquihidratado + 1g Na3-citrato dihidratado) agindo como tamponantes. Esse método
foi reconhecido pelo Comité Européen de Normalisation (CEN) como referência em
extração e limpeza de amostras destinadas à análise multirresíduo de pesticidas [63].
Na Tabela 5 são observados alguns estudos realizados utilizando os métodos
modificados de QuEChERS, bem como as recuperações obtidas (a maioria entre 70–
120% de recuperação conforme critério aceitável para este parâmetro) [41].
Tabela 5 - Referências de estudos multirresíduos em diversas matrizes utilizando o
método de QuEChERS para preparo da amostra
Amostra Preparo da amostra Recuperação Ref.
Laranja, vinho
tinto, uva, uva
passas, farinha de
trigo
10 g amostra (laranja, uva, vinho tinto), 5 g amostra
(uva passa e farinha de trigo) + 10 mL MeCN 4 g
MgSO4+ 1,0 g NaCl +0,5 g hidrogenocitrato dissódico
sesquihidratado + 1,0 g citrato trissódico dihidratado
agitação manual 1 min centrifugação
60 – 127% [4]
Limão, Uva,
Cebola e tomate
10 g amostra + 10 mL MeCN agitação vortex 1 min
4 g MgSO4+ 1 g NaCl + 1 g citrato de sódio
dihidratado + 0,5 g hidrogenocitrato dissódico
sesquihidratado agitação manual 1 min
centrifugação clean-up: 6 mL sobrenadante + 150
mg PSA + 950 mg MgSO4, agitação centrifugação
filtração 0,45 µm injeção
70 – 110% [14]
Uva, alface laranja 15 g de amostra + 15 mL 1% HAc em MeCN 6 g
MgSO4+ 1,5 g NaAc agitação 1 min
centrifugação clean-up: 1 mL + 50 mg PSA + 150
mg MgSO agitação 30 s centrifugação ácido
fórmico injeção
68 – 98% [13]
Uva 10 g amostra + 10 mL MeCN 4 g MgSO4 + 1 g
NaCl agitação centrifugação injeção
clean-up: 1 mL + 25 mg PSA + 150 mg MgSO4
agitação centrifugação injeção
70 – 120% [10]
Maçã, Alface,
tomate, Uva,
Banana e Laranja
15 g amostra + 15 mL MeCN agitação 45 s 6 g
MgSO4 + 1,5 g NaCl agitação 45 s centrifugação
clean-up: 1 mL + 50 mg PSA + 150 mg MgSO4
agitação 20 s centrifugação injeção
71 – 102% [17]
33
Outras modificações importantes são aplicadas no método QuEChERS, por
exemplo, a inclusão do C18 na etapa de limpeza promovendo melhor eficácia
principalmente para amostras gordurosas [64], e ainda o uso de carbono grafitizado
(carbon Black - GCB) para amostras com alto teor de pigmento verde [65], por
exemplo, pimentão.
3.5. Cromatografia
A cromatografia é um método físico-químico de separação, que permite separar
os analitos de misturas complexas com grande precisão [66, 67]. Ela está fundamentada
na migração diferencial de substâncias de uma mistura, que ocorre devido a diferentes
interações da substância entre a fase móvel e a fase estacionária [66]. A fase
estacionária pode ser sólida ou líquida adsorvida em um sólido. Pode ser recheada numa
coluna ou espalhada por uma superfície, formando uma camada fina. A fase móvel pode
ser um líquido ou um gás [67]. A cromatografia de coluna é melhor compreendida
quando classificada quanto sua fase móvel em gasosa, líquida ou supercrítica. A
primeira utilizada na cromatografia gasosa (Gas Chromatography, GC) e a segunda
utilizada em cromatografia líquida (Liquid Chromatography, LC) [66]. Neste trabalho
utilizou-se a cromatografia líquida.
No passado, a técnica de LC era pouca utilizada para análises de pesticidas
devido à baixa seletividade e sensibilidade dos detectores existentes (antes do século
XX) quando eram comparados com os detectores disponíveis em GC [58].
Nos últimos 10 anos, o acoplamento da cromatografia líquida com detectores de
massas (LC-MS) associada às técnicas de ionização, tornou possível a inclusão de uma
técnica com alta seletividade, sensibilidade e especificidade [68].
3.6. Ionização por Electrospray
A ionização é um processo físico-químico que ocorre tanto no modo positivo
quanto negativo, dependendo das características do analito de interesse. Em geral a
ionização ocorre por protonação, caso comum em moléculas contendo grupamentos R-
NH4. No caso de moléculas que apresentam grupamentos ácidos em suas estruturas
ocorre a desprotonação [69, 70].
34
Também chamada de ionização suave a Electrospray Ionization (ESI) foi
desenvolvida nos anos 80 por John Bennett Fenn [69] permitiu uma ampliação
considerável de substâncias analisáveis por espectrometria de massa na medida em que
permitiu a inclusão daquelas não voláteis, termicamente lábeis e polares [71], isso
devido a sua capacidade de criação de íons à pressão atmosférica ao invés de vácuo [71,
72]. A ESI é uma técnica de ionização onde ocorrem três processos: oxidação/redução,
protonação/desprotonação e a formação de adutos com cátions como Na+, K
+e NH4
+.
Portanto, os íons formados dependem do balanço entre estes três processos. No modo
positivo, são formados íons do tipo [M+Na]+, [M+K]
+ e [M+NH4]
+. No modo negativo,
são formados íons do tipo [M-H]-.
A Figura 1 descreve o processo, onde a ionização é realizada a pressão
atmosférica. As gotículas, que saem do capilar, estão carregadas devido à aplicação de
uma diferença de potencial (2-5 KV) entre o capilar e o skimmer, as gotículas formadas
têm carga oposta à carga do skimmer e, portanto, são atraídas em direção a ele. Os íons
são solvatados no inter da gotícula, a média que a gotícula é atraída em direção ao
skimmer, o fluxo de nitrogênio, entre 150-350 °C seca a gotícula. Quando a gotícula
seca, a aproximação das cargas em seu interior se torna cada vez menor, em um dado
momento, a aproximação das cargas faz com que a gotícula exploda, liberando os íons
na forma não solvatada. Por sua vez, os íons, não solvatados, são levados para região
em alto vácuo do espectrômetro de massas pelo skimmer [7, 72].
Figura 1 - Esquema do processo de ionização por Electrospray
Fonte: [72]
35
Considerando que em ESI são gerados íons com múltiplas cargas, esta técnica
pode ser aplicada a substâncias com massas molares relativamente grandes [7, 69, 70],
pois, como o espectrômetro de massas mede a razão massa/carga (m/z) dos íons, o
intervalo de “massa” de aplicabilidade do instrumento pode ser expandido por um fator
equivalente ao número de cargas do íon [7].
A aplicação da ionização por ESI às substâncias de média e alta polaridade é
favorecida pelas características da técnica, pode-se visualizar na Figura 2 as condições
adequadas para uso da técnica ESI. Embora a figura não mostre, moléculas mais
apolares e de baixo peso molecular são comumente analisadas por GC (Gas
Chromatography).
Figura 2 - Técnicas de ionização em função da polaridade e da massa molecular.
Fonte: [1]
3.7.Espectrometria de Massas
O inglês Joseph J. Thomson iniciou os experimentos de espectrometria de
massas em 1897 [72], no início do século XX construiu o primeiro espectrômetro [71].
A técnica foi evoluindo e em 1953 o alemão W. Paul inventou o analisador quadrupolo
e o Ion Trap (aprisionadores de íons) [69]. Estudos posteriores foram dedicados à
evolução das técnicas de ionização [72].
Atualmente é consenso que a espectrometria de massas (Mass Spectrometry,
MS) é uma poderosa técnica analítica para a identificação e quantificação de substâncias
presentes em amostras complexas em baixas concentrações como ng Kg-1
[7, 71, 73].
A técnica baseia-se na identificação da composição química de substâncias
isoladas, ou de diferentes compostos em misturas complexas, através da determinação
36
de suas massas moleculares na forma iônica, (ou seja, com carga elétrica positiva ou
negativa), baseada na sua movimentação através de um campo elétrico ou magnético
[69]. A detecção dos íons selecionados é de acordo com a sua razão massa-carga (m/z)
[71], esta capacidade lhe confere altíssima sensibilidade, o que explica sua preferência
em análises quantitativas [70]. A técnica também tem se destacado em análises
qualitativas na identificação de elementos em misturas e na caracterização estrutural de
elementos desconhecidos, através da formação de íons-molécula e de seus respectivos
íons-fragmentos [69].
Um espectrômetro de massa é formado basicamente por três principais partes: o
sistema de ionização das moléculas, o analisador e o detector [69, 70] como mostrado
na Figura 3.
Alto Vácuo
Ionização das
moléculas
Separação e fragmentação dos
íons de acordo com sua massa caga
m/z pela aplicação de campos
elétricos e magnéticos
Detecção
do sinal
Figura 3 - Esquema das principais partes de um espectrômetro de massa
Fonte: Do Autor
3.7.1. Espectrometria de massa sequencial
Espectrometria de massas sequencial “tandem” (MS/MS) é um termo que
abrange uma série de técnicas que torna o método altamente seletivo e sensível à
obtenção de informações estruturais sobre os analitos e sobre suas massas molares [7].
A Figura 4 ilustra um sistema triplo quadupolo (QQQ), modelo que será
utilizado neste estudo. O sistema consiste de três conjuntos de quatro barras cilindricas
chamados de quadrupolo 1 (Q1), quadrupolo 2 (Q2 ou cela de colisão) e quadrupolo 3
(Q3).
Fonte Analisador de massa
Detector
37
Resumidamente, o sistema é composto inicialmente pela fonte de ionização onde
ocorre a ionização do analito e a dessolvatação (à pressão atmosférica) das moléculas
pela ação do gás secante à alta temperatura. O analito ionizado em fase gasosa é atraído
pelo skimmer, o qual focaliza os íons para o interior do analisador. O íon precursor é
selecionado no primeiro quadrupolo (Q1) bem como o desvio das massas não
selecionadas. Na cela de colisão (Q2), acontece a fragmentação do íon precursor e no
terceiro quadrupolo (Q3) acontece a seleção dos íons produto, e por fim, a detecção do
sinal. O fragmento de maior abundância (quantifier) é utilizado para a quantificação e
segundo fragmento de maior abundância (qualifier) é utilizado para a qualificação.
A Figura 4 representa um analisador de massas do tipo triplo quadrupolo (QQQ)
que foi utilizado neste trabalho.
Figura 4 - Ilustração do sistema de um Triplo Quadrupolo – QQQ
Fonte: [74]
3.8.Métodos Multirresíduos para Análise de Pesticidas em Alimentos Usando
Espectrometria de Massa
Atualmente mais de 900 pesticidas são utilizados em todo o mundo, legal e
ilegalmente, em produtos alimentícios e no tratamento do solo e das culturas [75]. A
identificação e quantificação de pesticidas em amostras de alimentos exigem a aplicação
de técnicas analíticas modernas e confiáveis capazes de quantificar muitos pesticidas
simultaneamente, mesmo que estes estejam presentes na concentração de traços em
amostras complexas. Nas últimas décadas, os métodos para a determinação do nível de
traço de pesticidas mudaram consideravelmente [44]. No entanto a capacidade de
38
monitorar centenas de agrotóxicos em uma única análise ainda é um problema
desafiador [1] devido a grande diversidade de elementos.
Muitos estudos foram desenvolvidos com intuito de otimizar os métodos para
análise de pesticidas em diversas matrizes. Desde o início da década de 1970 as análises
de resíduos de pesticidas eram realizadas por cromatografia gasosa (GC) com detectores
de captura eletrônica, nitrogênio-fósforo e / ou detecção de chama fotométrica [44]. A
cromatografia líquida era raramente utilizada para análises de pesticidas devido à baixa
seletividade e sensibilidade dos detectodes de ultra violeta (UV) e de fluorescência em
comparação com os instrumentos de GC (Gas Chromatography) [44]. Porém com a
ampla entrada de novos pesticidas com características de baixa volatilidade, alta
polaridade e instabilidade térmica foi necessário a inserção da técnica LC-MS/MS que
passou a ser amplamente utilizada para identificação de elementos em concentrações
traços, como o caso dos pesticidas [44, 76].
A maioria dos métodos multirresíduos inclui grandes números de pesticidas com
váriadas características físicas e químicas, esta grande diversidade exige profundo
estudo para conhecimento das melhores condições analíticas, de identificação e
quantificação dos analitos. Nos últimos anos, diversos estudos de métodos
multirresíduos por LC-MS/MS com bons resultados foram publicados [4, 9-12, 18, 44,
77-79] evidenciando a adequabilidade da técnica para análise multirresíduos de
pesticidas.
3.9.Estudo de Validação
Segundo o Documento de orientação sobre controle e validação de procedimentos
de qualidade analítica para análise de resíduos de pesticidas em alimentos e rações da
Comissão Europeia validação é o processo de caracterizar o desempenho esperado de
um método, no âmbito da especificidade, sensibilidade, exatidão, repetibilidade e
reprodutibilidade no laboratório [80]. Este guia é o documento oficial de refência na
União Europeia e traz o procedimento específico de validação de métodos para
pesticidas.
Pode se distinguir dois métodos de validação de metodologia: Interna (“in house
validation”) que consiste das etapas de validação do método no laboratório, onde o
mesmo foi desenvolvido, mas não inclui o parâmetro de reprodutibilidade necessário
para a validação completa (full validation) [81-83].
39
O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia) estebelece
no documento DOC-CGCRE-008 – Orientações sobre validação de métodos analíticos
de forma mais abrangente para todas as áreas. Para análises de elementos traços como,
por exemplo, os pesticidas. Os parâmetros a serem considerados na validação são:
precisão, seletividade, recuperação, robustez, sensibilidade/linearidade/faixa de
trabalho, limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ) [84].
O Manual de Garantia da Qualidade Analítica do MAPA estabelece os parâmetros e
critérios de aceitação de desempenho de método para resíduos e contaminantes em
alimentos. Estão relacionados neste manual os parâmetros que devem ser observados na
avaliação de desempenho ou validação do método, são eles: linearidade, sensibilidade,
faixa de trabalho, seletividade, efeito matriz, recuperação, precisão, limite de detecção,
limite de quantificação, limite de decisão, capacidade de detecção, incerteza de
medição, robustez [85].
3.9.1. Seletividade e Efeito matriz
A seletividade de um método instrumental de separação é a capacidade de
qualificar, de forma inequívoca analitos particulares em mistura ou na matriz sem a
interferência de outros componentes de comportamento semelhante [85, 86].
O efeito matriz é o estudo da interferência de substâncias presentes na matriz, que
podem influenciar no desempenho do resultado da análise. Desta forma, o método deve
ser capaz de selecionar o analito de interesse e avaliar o grau de interferência da matriz
(fenômenos de diminuição ou ampliação da resposta instrumental) [85].
O acoplamento do cromatógrafo líquido com o espectrômetro de massas melhora
significativamente a seletividade do método, uma vez que, os elementos que não forem
separados na coluna cromatográfica podem ser separados pelas suas massas no
espectrômetro de massas, minimizando as interferências da matriz [85, 87, 88].
3.9.2. Linearidade
Linearidade é a capacidade de o método produzir resultados diretamente
proporcionais à concentração do analito na amostra, dentro de um intervalo especificado
[85].
A linearidade do procedimento analítico é principalmente determinada pela
inclinação da curva de calibração. Se a curva de calibração é uma reta, a sensibilidade é
40
constante em toda a faixa de trabalho e é determinada, principalmente, pela inclinação b
da curva de calibração [85]. A verificação é feita a partir da equação da regressão linear,
determinada pelo método dos mínimos quadrados. Para tal, deve ser verificada a
ausência de valores discrepantes para cada nível de concentração e a homocedasticidade
dos dados, antes de fazer a regressão linear [81-83].
Três são os tipos possíveis de curva de calibração que podem ser elaboradas: CCAS
– Curva de Calibração do Analito em Solução: construída a partir dos padrões de
calibração do analito puro em solvente. Este tipo de curva de calibração somente poderá
ser utilizado se comprovada a inexistência do efeito de matriz. CCMBF – Curva de
Calibração da Matriz Branca Fortificada: construída a partir da matriz branca fortificada
com os padrões de calibração do analito puro. CCEMBF – Curva de Calibração do
Extrato da Matriz Branca Fortificado: construída a partir do extrato da matriz branca
fortificado com os padrões de calibração do analito puro [85].
3.9.3. Limite de Detecção (LD) e Limite de Quantificação (LQ)
O limite de detecção é o menor valor de concentração do analito detectável pelo
método, ou que ele possa ser distinguido do branco/ruído[82]. Existem três formas de
conhecer o Limite de Detecção (LD): visual, relação sinal ruído e baseado em
parâmetros da curva analítica[86].
O Limite de Quantificação (LQ) representa a menor concentração da substância em
exame que pode ser quantificada, utilizando um determinado procedimento
experimental [81], na prática, corresponde normalmente à menor concentração da curva
de calibração (excluindo o branco).
3.9.4. Recuperação
A recuperação (R) é definida como a proporção da quantidade da substância de
interesse, presente ou adicionada na porção analítica do material teste, que é extraída e
passível de ser quantificada [81].
A determinação da veracidade deve ser feita por intermédio de ensaios de
recuperação utilizando-se material de referência certificado – MRC. Caso não haja
MRC disponível, a determinação da recuperação deve ser feita por intermédio de matriz
41
branca fortificada. Na falta de uma matriz branca pode-se usar uma amostra de ensaio
com baixa concentração do analito [85, 86].
A limitação do procedimento de recuperação é a de que a substância adicionada
não está, necessariamente, na mesma forma que a presente na amostra. Isso pode
implicar, por exemplo, na presença de substâncias adicionadas em uma forma que
proporcione melhor detecção, ocasionando avaliações excessivamente otimistas da
recuperação. Pelo fato de outros componentes da matriz poderem interferir na
separação, detecção ou na quantificação da substância, efeitos dos componentes da
matriz devem ser investigados[86].
3.9.5. Precisão (Repetitividade e Reprodutibilidade intralaboratorial)
É a estimativa da dispersão de resultados entre ensaios independentes, repetidos
de uma mesma amostra, amostras semelhantes ou padrões, em condições definidas.
As três maneiras de expressá-la são por meio da repetitividade, da precisão
intermediária (ou reprodutibilidade interna ou reprodutibilidade intralaboratorial) e da
reprodutibilidade. Sendo que a reprodutibilidade de um procedimento analítico somente
pode ser estimada mediante a participação de um ensaio interlaboratorial colaborativo
(EC), raramente disponível [85].
A repetitividade é caracterizada pelo grau de concordância entre resultados de
medições sucessivas, efetuadas nas mesmas condições como: o mesmo procedimento de
medição, mesmo observador, mesmo instrumento, mesmas condições, mesmo local, e
repetições no menor espaço de tempo possível [89] [85].
Também denominada reprodutibilidade interna, refere-se à precisão intermediária
avaliada sobre a mesma amostra ou padrões, utilizando o mesmo método, mesmo
laboratório, mas alterando algumas condições, tais como: dias de análise, analistas,
equipamentos e condições ambientais, entre outras, se necessário[85].
3.9.6. Sequência das etapas de validação de método analítico específico
para resíduos em alimentos
Vários são os documentos que trazem orientações sobre os parâmetros de validação,
no entanto cada processo deve ser analisado de forma específica a fim de decidir a
forma de aplicação de cada parâmetro e também a sequência lógica de um processo de
42
validação para que o estudo tenha coerência. O Manual da Garantia da Qualidade
Analítica do MAPA traz um fluxograma com a sequência das principais etapas a serem
cumpridas para a validação de métodos analíticos específicos para resíduos em
alimentos.
43
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1.Reagentes Químicos
Padrão mix pesticidas (Padrão orgânico customizado de 32 elementos em
acetonitrila grau LCMS, 1000 µg mL-1
, kit com 05 ampolas de 01 mL. Certificados
ISO 17025, ISO Guide 34, ISO 9001, rastreável ao NIST. Origem: USA) e Padrão
Carbendazim (Padrão orgânico em metanol grau HPLC, 100 µg mL-1
, 1 mL.
Certificado ISO 9001, ISO 17025, ISO Guide 34, rastreável ao NIST. Origem USA.)
ambos adquiridos da SPEX CertiPrep Group®, Ácido Acético (Pureza ≥99.8%) adquiro
da Sigma-Aldrich®
, Acetonitrila (Grau HPLC > 99,9%) adquirido da JT Baker®,
Metanol (> 99,9 pureza HPLC 4L) adquiridos da Merck Millipore®
(Darmstadt,
Alemanha), Kit QuEChERS (Método AOAC-2007.01 contendo os seguintes reagentes
= Sulfato de Magnésio (MgSO4), Primary secondary amine (PSA) e EN 15662:2008
contendo os seguintes reagentes = Sulfato de Magnésio (MgSO4), Primary secondary
amine (PSA), Cloreto de sódio (NaCl), Na2H-citrato sesquihidratado e Na3-citrato
dihidratado) ambos da Agilent Tecnologies®
, água ultrapura obtida pelo sistema Milli-Q
(Millipore®), Ácido Fórmico (grau de pureza 99,9%) da Merck Millipore
® (Darmstadt,
Alemanha).
4.2.Seleção dos Pesticidas
Não há relatos na literatura sobre LMR estabelecidos para pesticidas em produtos
industrializados, neste caso, utilizam-se como base os limites estabelecidos para as
frutas e vegetais que são utilizados como matéria prima para a fabricação dos produtos
industrializados.
A Tabela 6 relaciona os 33 pesticidas inclusos no estudo bem como o LMR, o peso
molecular e a fórmula estrutural. Os pesticidas inclusos neste estudo foram selecionados
dentre os 71 autorizados pelo sistema AGROFIT (em 11/2014) para a cultura uva e
porque são comumente cobrados pelos principais países importadores de suco de uva.
Adicionalmente, foram inclusos no estudo mais 8 pesticidas não autorizados
(Dimetoato, Acefato, Clorpirifos, Deltametrina, Trifloxistrobina, Fenpiroximato,
Carbendazim e Carbofurano), porém, com frequência de testes positivos no
monitoramento dos programas federais.
44
Tabela 6 – Relação do LMR, massa molecular e fórmula estrutural dos pesticidas
inclusos no método multirresíduo em suco de uva
Pesticida LMR
(mg.L-1
) MM F.E.
Acefato NA 183.17
Clorpirifos NA 350.59
Deltametrina NA 505.2
Dimetoato NA 229.26
Fenpiroximato NA 421.49
Trifloxistrobina NA 408.37
Carbendazim NA 191.19
Carbofurano NA 221.25
Azoxistrobina 0,5 403.39
Bifentrina 0,1 422.87
Boscalida 3 343.21
Continua...
45
Carbosulfano 1 380.54
Cimoxanil 0,2 198.18
Ciproconazol 0,1 291.78
Clotianidina 0,01 249.68
Difenoconazol 0,2 406.26
Dimetomorfe 2 387.86
Ditianona 2 296.32
Diurom 0,1 233.09
Famoxadona 0,5 374.39
Fenamidona 0,2 311.4
Fenarimol 0,05 331.2
Imidacloprido 1 255.66
Continua...
46
Indoxacarbe 0,02 527.83
Iprovalicarbe 0,1 320.43
Metalaxil 1 279.33
Permetrina 0,05 391.29
Tebuconazol 2 307.82
Tetraconazol 0,3 372.15
Tiametoxam 0,5 291.71
Triadimefom 2 293.75
Triadimenol 0,1 295.76
Triclorfom 0,5 257.44
LMR: Limite Máximo de Resíduo conf. Legislação Brasileira (mg.L-1); MM: Massa Molecular; F.E.:Fórmula Estrutural. NA: Não Autorizado.
4.3.Seleção das Amostras
As amostras utilizadas para o desenvolvimento do método multirresíduos e para
o processo de validação foram suco de uva integral orgânico comercial fabricado por
47
produtor da região. Foram analisadas ainda, amostras de suco de uva integral de marcas
comerciais locais produzidos a partir de uvas americanas e “híbridas” (Isabel, Bordô e
Concord).
4.4.Aparatos
LC-MS/MS: cromatógrafo (Agilent 1260 Infinity Quaternary LC) acoplado a
Espectrômetro de Massas Triplo-Quadrupolo (QQQ) modelo 6430, software
controle/aquisição/tratamento de dados (Mass Hunter®). Coluna Poroshell 120 EC –
C18 – 2,1 mm x 100 mm 2,7 µm, pré-coluna: UHPLC guard 3PK- poroshell 120 EC –
C18 2.1 mm x 5 mm x 2,7 µm, balança analítica (Shimadzu®), Centrífuga da Fanem
®
modelo Excelsa 2206, Banho ultrassônico da Quimis modelo 03350, Purificador de
água Milli-Q®
Reference, filtros para seringa Millex-HN, 0.45 µm, nylon, 13 mm, non-
sterile, Sistema de filtração Millipore®.
4.5.Procedimento de Extração e Limpeza
Neste estudo, foram testados dois métodos QuEChERS oficiais de extração e
limpeza da amostra da: AOAC (Official Method 2007.01) e do Comité Européen de
Normalisation (CEN/TC 275 15662:2008).
Amostras em branco (suco de uva orgânico) foram fortificadas (0,3 mg.L-1
) com o
mix de pesticidas e deixadas estabilizando por um dia em temperatura de refrigeração.
Foram preparadas 3 amostras independentes para cada método (AOAC e EN) conforme
detalhamento da Tabela 7 as quais foram injetadas em triplicatas resultando em 18
corridas analíticas.
Tabela 7 – Métodos de extração e limpeza que foram testados neste estudo
Association of Official Analytical Chemists (AOAC) [62] Européen de Normalisation (EN) [63]
AOAC-2007.01 EN 15662:2008
EX
TR
AÇ
ÃO
15ml da amostra + 15ml de acetonitrila acidificada
(1% Hac) + 6g MgSO4 + 1,5g NaAc
Agitação vigorosa por 1 min e centrifugação por 5
min a 3500 rpm
10 Ml da amostra + 10 Ml MeCN + 4g MgSO4 + 1g
NaCl + 0,5g Na2H-citrato sesquihidratado + 1g Na3-
citrato dihidratado
Agitação vigorosa por 1 min e centrifugação por 5
min a 3500 rpm
Continua...
48
CL
EA
N-U
P
Transferir 1ml do sobrenadante para o tubo
contendo150 mg MgSO4 + 50 mg PSA
Agitação vigorosa por 30 s centrifugação por 5 min a
3500 rpm
Transferir 1ml do sobrenadante em 150 mg MgSO4 +
25mg PSA
Agitação vigorosa por 30 s e centrifugação por 5 min
a 3500 rpm
Acidificar o sobrenadante do extrato obtido após a
etapa clean-up adicionando 5 µL de ácido fórmico a
5% (v/v) em 500µL
Com o término destes testes foi possível definir qual dos métodos supracitados
apresenta melhor eficácia na extração dos pesticidas em questão. O critério de aceitação
para a escolha do método será baseado na comparação estatística entre as médias e nos
percentuais de recuperação.
4.6.Preparação dos Padrões de Calibração
A partir do padrão mix A de 1000 mg.L-1
foi preparada a solução estoque B de 100
mg.L-1
a partir desta foram preparadas as soluções mãe C e D de 5 mg.L-1
e 1 mg.L-1
respectivamente. A Tabela 8 detalha o preparo das soluções (estoque e soluções mãe)
utilizadas para preparo das curvas de calibração.
Tabela 8 - Preparo das soluções estoque e solução mãe
PADRÃO (A) mix un
Volume Inicial 1 mL
Concentração Inicial 1000 mg.L-1
SOLUÇÃO ESTOQUE (B)
Volume gasto solução A 1 mL
Volume do balão 10 mL
Concentração da Solução estoque 100 mg.L-1
SOLUÇÃO MÃE (C)
Volume gasto solução B 1,25 mL
Volume do balão 25 mL
Concentração da Solução estoque 5 mg.L-1
49
Curva de Calibração do Analito em Solução (CCAS) foi construída a partir dos
padrões de calibração dos analitos em solvente. Foi testada a necessidade de construir a
Curva de Calibração no Extrato da Matriz Branca Fortificada (CCEMBF).
A curva será composta de 9 pontos de concentração (mg.L-1
): 0,0025, 0,005,
0,01, 0,05, 0,1, 0,5, 1, 2, e 5 mg.L-1
, englobando o maior e o menor LMR dos pesticidas
em estudo (0,01 e 3 mg.L-1
). Os pontos a considerar para cada pesticida dependerá do
LMR aceitável de cada um deles. Os volumes correspondentes foram adicionados no
balão e completados com acetonitrila (ACN). A Tabela 9 detalha o preparo da curva de
calibração (CCAS).
Tabela 9 – Detalhamento do preparo dos níveis das curvas de calibração
Níveis da curva (mg.L-1
) CCAS
Volume do balão (mL) Vol. pipetado (µL)/Solução
0,0025 25 12,5 de C
0,005 25 25 de C
0,01 10 20 de C
0,05 10 100 de C
0,1 25 25 de B
0,5 10 50 de B
1 10 100 de B
2 10 200 de B
5 10 500 de B
B: solução estoque (100 mg.L-1); C: Solução mãe (5 mg.L-1); D: Solução mãe (1 mg.L-1);
4.7.Condições do LC-MS/MS
Foi avaliado o desenvolvimento de um método para quantificação simultânea de 33
pesticidas. A definição das condições de ionização das moléculas para detecção por
espectrometria de massas, bem como as condições do LC foram avaliadas no decorrer
do trabalho.
Para tanto, foram avaliados parâmetros como: Composição da fase móvel, coluna de
separação, gradiente e vazão tomando por base os estudos [9, 10, 90, 91]. A otimização
das condições do espectrômetro de massas envolveu a avaliação e determinação da
energia de direcionamento (fragmentor) das moléculas no primeiro quadrupolo (Q1),
energia de colisão no segundo quadrupolo (Q2) e a energia da célula de aceleração
50
tomando por base os dados contidos no banco de dados (MassHunter pesticides
TMRM) e nos estudos de [92],[3].
4.8.Validação do método
O estudo de validação seguiu os critérios do Guidance document on analytical
quality control and validation procedures for pesticide residues analysis in food and
feed da Comissão Europeia [93], do INMETRO por meio do documento DOC-CGCRE-
008 – Orientações sobre validação de métodos analíticos [94] e do MAPA descritos no
Manual da Grantia de Qualidade Analítica, específico para resíduos e contaminantes em
alimentos [85].
Os parâmetros avaliados foram: Linearidade, seletividade/efeito matriz, precisão,
recuperação, limite de detecção (LD) e limite de quantificação (LQ).
4.8.1. Linearidade
Conforme descrito no item 3.9.2 a curva de calibração poderá ser uma de três
formas: CCAS, CCMBF e CCEMBF, este estudo iniciará com a curva tipo CCAS e ao
longo da validação se necessária serão feita as demais curvas. A curva CCAS será
construída conforme detalhado no item 4.6.
A verificação da curva seguiu o procedimento descrito no Manual de Garantia da
Qualidade Analítica do MAPA. A primeira etapa da verificação consiste no cálculo dos
coeficientes linear (a), angular (b), coeficiente de correlação linear (R2) e desvio padrão.
A segunda etapa da verificação da curva consistiu em construir os gráficos de dispersão
dos resíduos da regreção em função da concentração para avaliar a homogeneidade das
variâncias.
Se a distribuição dos resíduos for aleatória, apresentando envoltório retangular (retas
paralelas), deve-se considerar que há homogeneidade das variâncias e o Método dos
Mínimos Quadrados Ordinários (MMQO) pode ser aplicado [85].
Se os desvios-padrão de repetitividade da resposta instrumental em cada nível de
concentração da curva de calibração não forem estatisticamente iguais, sugerindo
heterocedasticidade, significa que os dados da calibração devem ser tratados pelo
Método dos Mínimos Quadrados Ponderados (MMQP) [85]. Se este for o caso neste
estudo, o teste de Cochran (nível de confiança de 95%) será utilizado para testar a
51
homogeneidade das variâncias. Após a definição do método aplicado à curva é
necessária a exclusão dos pontos aberrantes que pode ser feito pelo teste de Grubbs.
A última etapa da linearidade é testar a qualidade dos ajustes da curva por meio do
teste r para a linearidade entre x e y, se tr>tα significa que os ajustes estão adequados
[85].
O critério de aceitação da regressão linear (R2) segundo o INMETRO é de 0,90[89].
4.8.2. Seletividade/Efeito Matriz
Para avaliar o parâmetro de seletividade foram feitas comparações visuais dos
cromatogramas oriundos da injeção (em triplicata) do extrato da amostra branca, do
branco reagente (fase móvel) e o extrato de uma amostra branca fortificada a 2 mg.L-1
[85, 95]. Inicialmente foram comparados os sinais entre os brancos (reagente e extrato
da amostra branca fortificada) em seguida, as respostas obtidas do branco foram
comparadas com as respostas oriundas da injeção do extrato de uma amostra branca
fortificado a 2 mg.L-1
.
O efeito matriz foi avaliado por meio da comparação dos resultados entre o extrato
de amostra branca fortificado a 2 mg.L-1
(3 extratos preparados independentes e
injetados em triplicata) e dos analitos puros em solvente a 2 mg.L-1
(injetados em
triplicata). A verificação deve ser feita utilizando o teste F para análise da
homogeneidade de variâncias e o teste t de Student para as comparações entre as
médias.
Para considerar que a matriz não possui efeito significativo no método o tcalculado
tanto para os casos de variâncias estatisticamente diferentes quanto para variâncias
estatisticamente iguais deve ser menor que o tcritíco [85].
O estudo de efeito matriz é dispensável nos casos onde se utiliza a CCEMBF.
4.8.3. Precisão
A precisão foi calculada pela repetitividade dos analistas (neste estudo foi testada a
repetitividade de dois analistas) e precisão intermediária mudando o analista.
A repetitividade do analista (dois analistas) foi calculada a partir da fortificação de
amostra da matriz branca fortificada em três níveis de concentração (0,005mg.L-1
,
0,1mg.L-1
e 2mg.L-1
). Foram realizadas 7 preparos (extração e clean up) independentes
da amostra e injetadas em triplicata no cromatógrafo.
52
A verificação da repetitividade foi realizada pelo cálculo das concentrações médias
obtidas das amostras independentes, o cálculo do desvio padrão e o coeficiente de
variação da repetitividade dos resultados em cada nível de fortificação.
Em condições de repetitividade, o coeficiente de variação deve tipicamente situar-se
abaixo dos valores apresentados na Tabela 10, conforme a concentração.
Tabela 10 - Relação entre concentração do analito e coeficiente de variação aceitável
Concentração Coeficiente de Variação (%)
C < 1 mg/kg 35
1 mg.kg-1
≤ C < 10 mg.kg-1
30
10 mg.kg-1
≤ C < 100 mg.kg-1
20
100 mg.kg-1
≤ C < 1000 mg.kg-1
15
1000 mg.kg-1
≤ C < 10000 mg.kg-1
10
10 mg.kg-1
≤ C < 100 mg.kg-1
7,3
100 mg.kg-1
≤ C < 1000 mg.kg-1
5,3
1000 mg.kg-1
≤ C < 10000 mg.kg-1
3,7
10 g.kg-1
≤ C < 100 g.kg-1
2,7
100 g.kg-1
≤ C < 1000 g.kg-1
2
Fonte: [85]
O procedimento para avaliação da precisão intermediária foi o mesmo aplicado para
a repetitividade, mas mudando o analista e o dia.
A verificação da precisão intermediária foi feita calculando a concentração média
(neste caso dos dois analistas), os desvios padrão de reprodutibilidade e os coeficientes
de variação para cada nível de concentração combinando todos os resultados.
Em condições de reprodutibilidade interlaboratorial o coeficiente de variação (CV)
não pode exceder os valores da Tabela 10 para cada concentração.
4.8.4. Recuperação
A recuperação foi avaliada por meio da fortificação da amostra branca em dois
níveis de concentrações (0,005 mg.L-1
e 2 mg.L-1
) avaliando o percentual de
recuperação entre o valor observado e o valor esperado para cada nível de fortificação.
O critério de aceitação da recuperação para pesticidas segundo a SANCO é de 70 a
120% [93].
53
4.8.5. LD e LQ
A avaliação do LD foi realizada pelo método proposto pelo INMETRO o qual
estabelece teoricamente o LD do método avaliando a resposta de 7 amostras brancas
aplicando a fórmula abaixo:
Equação 1 - Limite de Detecção (LD)
X = média dos valores dos brancos da amostra
t = é a distribuição de Student
s = desvio-padrão amostral dos brancos da amostra
Neste estudo, conforme recomenda o INMETRO o LQ será estabelecido como o
menor ponto da curva de calibração[94]. O qual será avaliado experimentalmente pela
precisão (repetitividade) de 7 amostras preparadas independentes fortificadas de acordo
com a menor concentração dos pontos estabelecidos na curva de cada pesticida.
4.8.6. Análise de amostras reais
Foram analisadas 10 marcas comerciais de suco de uva de Santa Catarina
codificadas sequencialmente de A a J com intuito de verificar se os produtos estão
conforme com a legislação vigente. As amostras foram preparadas e injetadas em
duplicata.
Para o estudo de validação onde foram aplicados testes estatísticos como Teste t,
Teste F, Cochran, Teste R foi utilizado software Excel.
54
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1.Desenvolvimento da metodologia
5.1.1. Condições do HPLC
A partir de uma solução padrão de 5mg.L-1
(do mix contendo os 32 pesticidas mais
o Carbendazim em acetonitrila) foram avaliadas as condições de separação dos analitos.
A Tabela 11 apresenta as fases móvel testadas, estas fases móvel foram utilizadas em
outros estudos, conforme suas respectivas referências. Cabe ressaltar que todas as fases
móvel foram preparadas, filtradas em membrana de 0,45 micra e degaseificadas no
banho ultrassônico por 15 min.
Tabela 11 - Fases móvel testadas no método
Fase Móvel Referência
10% ACN e 90% H2O com 0,1% HCOOH. [96]
(A) Água acidificada com ácido fórmico 0,1% e (B) acetonitrila
acidificada com ácido fórmico 0,1%. [97, 98]
(A) água/metanol (95:5 v/v) com formato de amônia 5mM e 0,1% ácido
fórmico e (B) água/metanol (5:95 v/v) com formato de amônia 5mM e
0,1% ácido fórmico.
[99]
A terceira fase móvel testada (água e metanol) [99] foi a que teve um melhor
desempenho na separação dos analitos em estudo.
Por se tratar de um método multirresíduos será necessário trabalhar com o
monitoramento de íons segmentado, ou seja, as transições são monitoradas de forma
programada considerando o tempo de retenção dos analitos. Para este método é
necessário uma maior precisão do tempo de retenção, caso contrário, a sensibilidade e
especificidade da análise pode ser comprometida [100]. Neste caso, optou-se por utilizar
a coluna poroshell 120 EC – C18 – 2,1 mm x 100 mm 2,7 µm que reproduz resultados
mais precisos em relação ao tempo de retenção dos analitos [101]. Sua conformação que
consiste de um núcleo sólido de sílica com um invólucro poroso, dá-lhe todas as
vantagens de desempenho de partículas totalmente porosas menores, mas com mais
baixas contrapressões [101]. Foi utilizada também a pré-coluna: UHPLC guard 3PK-
poroshell 120 EC – C18 2.1 mm x 5 mm x 2,7 µm.
55
A Tabela 12 mostra as condições de operação do HPLC utilizado no estudo. Os
demais parâmetros como: o gradiente, a vazão a temperatura da coluna e volume de
injeção foram baseados nos estudos: [9-11, 97-99].
Tabela 12 - Condições de Operação do HPLC utilizada para a implantação e validação
do método em estudo
Parâmetro Condição
Coluna Pré-coluna: UHPLC guard 3PK- Poroshell 120 EC – C18 2.1 mm x 5 mm x 2,7 µm
Coluna: Poroshell 120 EC – C18 – 2,1 mm x100 mm 2,7 µm
Fase Móvel A: Água/metanol (95:5 v/v) com formato de amônia 5 mM e 0,1 % ácido Fórmico.
B: Água/metanol (5:95 v/v) com formato de amônia 5 mM e 0,1 % ácido Fórmico.
Gradiente 0 min 30% B
5 min 95% B
15 min 100% B
17 min 100% B
Vazão
Temp. da coluna
Vol. de injeção
0,3 mL min-1
Temp.: 40ºC
1 µL
(Tempo total da corrida 17 min, sendo 4,5 de pós corrida)
5.1.2. Otimização e Condições do MS/MS
5.1.2.1.Determinação dos íons moleculares e íons filhos
Utilizando por base as informações contidas no banco de dados MassHunter
pesticides TMRM iniciou-se o estudo para a determinação dos íons moleculares,
quantificador (quantifier) e um qualificador (qualifier) de cada um dos 33 pesticidas
inclusos neste estudo.
Com as informações contidas no banco de dados montou-se um método MRM
(Multiple Reaction Monitoring) com todos os pesticidas em estudo no software de
aquisição, os quais foram analisados no modo positivo [M + H] +
. As informações
contidas no banco de dados a respeito dos pesticidas como íons quantificadores,
qualificadores, energias de direcionamento e colisão foram testadas e comparadas pelos
modos de aquisição de varredura no primeiro (Precursor Ion) e no segundo (Product
Ion) quadrupolo.
A maioria dos íons moleculares apresentaram-se protonados ([M+H]+), com
exceção dos íons moleculares da Bifentrina, Deltametrina, Famoxadona e Triclorfon
que foram encontrados com aduto de amônia ([M+NH4]+) oriundo do formato de
amônio adicionado à fase móvel.
56
Os íons filhos adquiridos no segundo quadrupolo (Product Ion) foram classificados
como quantificadores (primeira transição) e qualificadores (segunda transição) baseados
na maior e segunda maior abundância dos picos respectivamente. A Tabela 13 relaciona
todos os pesticidas inclusos no método, bem como as transições, energias e tempo de
retenção dos analitos após a confirmação dos dados.
Tabela 13 - Transições de quantificação, qualificação energias otimizadas e tempo de
retenção dos pesticidas em estudo 1º Transição 2º Transição
Pesticida MM Molecular Q1 TQ F - CE RT Q1 TC F - CE
Acefato 183.17 [M + H]+ 184 143 50-0 1,11 184 95 50-25
Azoxistrobina 403.39 [M + H]+ 404 372 80-10 7,72 404 344 80-25
Bifentrina 422.87 [M + NH4]+ 440 181 70-10 12,64 440 166 70-55
Boscalida 343.21 [M + H]+ 343 307 100-20 7,97 343 271 100-35
Carbendazim 191.19 [M + H]+ 192 160 90-15 1,67 192 132 90-35
Carbofurano 221.25 [M + H]+ 222 123 80-20 6,25 222 165 80-5
Carbosulfano 380.54 [M + H]+ 381 118 90-20 12,0 381 160 90-10
Cimoxanil 198.18 [M + H]+ 199 128 50-5 4,06 199 110 50-15
Ciproconazol 291.78 [M + H]+ 292 70 100-30 8,32 292 125 100-20
Clorpirifos 350.59 [M + H]+ 349 198 90-19 10,30 349 293 90-10
Clotianidina 249.68 [M + H]+ 250 131 70-10 2,59 250 169 70-5
Deltametrina 505.2 [M + NH4]+ 523 281 90-12 11,10 523 181 90-35
Difenoconazol 406.26 [M + H]+ 406 251 130 – 25 9,32 406 337 130-15
Dimetoato 229.26 [M + H]+ 230 198 70 - 5 3,20 230 171 70-10
Dimetomorfe 387.86 [M + H]+ 388 301 130 - 20 8,08 388 165 130-35
Ditianona 296.32 - - - - - - - -
Diurom 233.09 [M + H]+ 233 72,1 90-15 7,32 233 159 90-30
Famoxadona 374.39 [M + NH4]+ 392 331 40-5 8,95 392 238 40-15
Fenamidona 311.4 [M + H]+ 312 92 80-30 7,87 312 236 80-10
Fenarimol 331.2 [M + H]+ 331 268 130-25 8,40 331 81 130-35
Fenpiroximato 421.49 [M + H]+ 422 366 110-15 10,80 422 135 110-35
Imidacloprido 255.66 [M + H]+ 256 208 80-15 2,42 256 175 80-15
Indoxacarbe 527.83 [M + H]+ 528 150 100-40 9,33 528 203 100-25
Iprovalicarbe 320.43 [M + H]+ 321 119 80-15 8,29 321 202 80-5
Metalaxil 279.33 [M + H]+ 280 220 80-10 7,26 280 160 80-20
Tebuconazol 307.82 [M + H]+ 308 70 80-15 8,88 308 124 110-40
Tetraconazol 372.15 [M + H]+ 372 159 110-45 8,40 372 70 110-20
Tiametoxam 291.71 [M + H]+ 292 211 100-10 1,70 292 181 100-20
Triadimefom 293.75 [M + H]+ 294 197 90-10 8,13 294 225 90-10
Triadimenol 295.76 [M + H]+ 296 70 80-5 8,29 296 99 80-20
Triclorfom 257.44 - - - - - - - -
Trifloxistrobina 408.37 [M + H]+ 409 186 100-15 9,37 409 145 100-50
MM: Massa Molecular; Q1: Íon Molecular; TQ: Transição de Quantificação; TC: Transição de Qualificação F:
Energia do Fragmentor; CE: Energia de fragmentação; RT: Tempo de Retenção
57
Na comparação com o banco de dados pode-se observar que as abundâncias dos
íons, bem como as energias envolvidas na fragmentação podem variar, isso ocorre
devido às condições envolvidas nos estudos.
A molécula de Ditianona foi excluída do método por não ser possível encontrar suas
massas na análise qualitativa nas condições testadas, pois foram realizados testes no
modo negativo, massas com aduto de amônio e mesmo assim as massas não foram
encontradas. A literatura diz que a Ditianona é uma mólecula difícil de ser quantificada
por sua instabilidade e rápida degradação [102]. São necessários mais estudos para a
quantificação desta molécula.
A molécula de Triclorfom também foi excluída do método por não apresentar boa
fragmentação nas condições testadas, necessitando mais estudo para sua quantificação.
5.1.2.2.Otimização das energias
Após a confirmação das massas dos íons, o método MRM anteriormente montado
foi atualizado. A segunda etapa foi a confirmação das energias (fragmentor, cela de
colisão e célula de aceleração) que teve como base as condições relacionadas no banco
de dados MassHunter pesticides TMRM. Embora o banco de dados sirva como um
parâmetro inicial é necessário a confirmação das energias, já que as condições de estudo
para a elaboração do banco são diferentes daquela encontrada neste estudo.
Desta forma, foram otimizadas as condições de direcionamento dos íons no
fragmentor, a fragmentação na cela de colisão e a energia da célula de aceleração, os
testes foram realizados conforme as faixas apresentadas na Tabela 14:
Tabela 14 - Faixa e Intervalos testados para otimização das energias
Energias Faixa testada (V) Intervalo (V)
Fragmentor 20 – 160 10 em 10
Cela de Colisão 0 – 60 5 em 5
Célula de aceleração 1 – 7 1 em 1
Após a realização dos testes, foi possível à determinação da energia aplicada que
resultou na maior abundância do pico para cada molécula nos três casos. A Figura 5 traz
o TIC (Total Content of Ions) do método antes e após a otimização das energias, é
visível o aumento da abundância (observar a escala), simetria e formato dos picos.
58
Figura 5 - TIC antes (a) e depois (b) da otimização das energias
A Tabela 15 compara a altura dos picos antes e depois da otimização das
energias, onde se pode observar que, com exceção da Clotianidina e do Cimoxanil que
aumentaram a abundância em apenas 0,42% e 1,99% respectivamente, os demais
aumentaram na faixa de 10,99 a 3804% após a otimização das energias do fragmentor,
cela de colisão e célula de aceleração.
Tabela 15 - Comparação da altura dos picos antes e depois da otimização das energias
do fragmentor, cela de colisão e célula de aceleração
Pesticida Altura dos picos (abundância)
% De Aumento
Antes Depois
Acefato 2951 6884 133,28
Azoxistrobina 54069 114315 111,42
Bifentrina 116 1317 1035,34
Boscalida 1469 9095 519,13
Carbendazim 20573 26134 27,03
Carbofurano 37447 111298 197,21
Carbosulfano 15767 52560 233,35
Cimoxanil 8430 8598 1,99
Ciproconazol 8028 16412 104,43
Clorpirifos 3444 9750 183,1
Clotianidina 2837 2849 0,42
Deltametrina 94 2070 2102,13
Difenoconazol 4952 24486 394,47
Dimetoato 10118 16784 65,88
Dimetomorfe 2945 18827 539,29
Ditianona - - -
(a)
(d)
59
Continua...
Diurom 4988 23025 361,61
Famoxadona 1714 7554 340,72
Fenamidona 2264 2504 10,6
Fenarimol 1560 3072 96,92
Fenpiroximato 26935 53935 100,24
Imidacloprido 3048 4033 32,32
Indoxacarbe 654 2716 315,29
Iprovalicarbe 12410 114989 826,58
Metalaxil 28500 77995 173,67
Tebuconazol 3709 23280 527,66
Tetraconazol 397 15500 3804,28
Tiametoxam 3440 8877 158,05
Triadimefom 275 9623 3399,27
Triadimenol 852 10039 1078,29
Triclorfom - - -
Trifloxistrobina 2859 59443 1979,15
Após a otimização das energias montou-se o método DMRM (Dynamic Multiple
Reaction Monitoring), o qual considera o tempo de retenção do analito para a realização
do monitoramento das massas. Esta configuração melhora bastante a seletividade,
sensibilidade e reprodutibilidade do método porque diminui significativamente as
transições simultâneas e consequentemente estende o tempo de permanência.
A Figura 6 mostra um recorte ampliado do início da corrida, onde se compara os
picos obtidos pelo MRM (linha preta) com os picos obtidos pelo DMRM (linha
vermelha). Ainda na mesma figura é visível a melhoria na simetria e formato dos picos.
Figura 6 – Recorte do início da corrida comparando o TIC MRM (linha preta)
com o TIC DMRM (linha vermelha)
60
No APÊNDICE A estão relacionados todos os canais dos pesticidas inclusos no método.
5.1.2.3.Condições do MS/MS
Com exceção das energias que foram testadas, as demais configurações do
espectrômetro de massas foram baseadas em outros estudos [3, 9-11, 91, 97, 99]. A
Tabela 16 resume as condições de operação do espectrômetro de massas utilizado neste
estudo.
Tabela 16 - Condições de operação do espectrômetro de massas
Parâmetros Condições
Fonte Electrospray
Temp. gás secante 300ºC
Vazão do gás 11 L min-1
Pressão do Nebulizador 15 psi
Voltagem do Capilar 4.000 V
Voltagem Fragmentor 30 – 160 V
Voltagem da Cela de Colisão 0 – 60 V
5.1.3. Testes QuEChERS
Finalizada a otimização do método iniciou-se o teste para a comparação da eficácia
dos métodos oficiais de extração e clean up (AOAC- Official Method 2007.01 e
CEN/TC 275 15662:2008) para o grupo de pesticidas em estudo. As amostras foram
fortificadas (0,3mg.L-1
) e preparadas conforme descrito no item 4.5 da metodologia.
Conforme a Tabela 17 o método AOAC-2007.01 apresentou média de recuperação
(97,31%) superior ao método EN 15662:2008 (95,31%) e o método AOAC-2007.01
apresentou desvio padrão superior (1,54E-02) ao EN 15662:2008 (1,16E-02). No
entanto quando analisados as recuperações por analito foi possível identificar que o
Carbosulfano e a Bifentrina apresentaram média de recuperação abaixo dos limites
aceitáveis de (70 – 120% [93]) para EN 15662:2008 com 19,34% e 62,25%
respectivamente. Os demais apresentaram recuperações dentro da faixa aceitável em
ambos os métodos.
Foram aplicados os testes F para análise da variância entre os dados e o teste t de
Student para análise das médias. As variâncias obtidas foram consideradas equivalentes
para as comparações entre os dois conjuntos de dados (AOAC, EN), já que para
61
nenhum dos analitos o Fcalculado foi maior que o Fcrítico (19). A análise entre as médias
para variâncias equivalentes apresentou diferença significativa para Bifentrina,
Carbossulfano e Imidacloprido, o primeiro com média de resposta de 0,2360 e 0,1868, o
segundo 0,2368 e 0,0580 e o último 0,3561 e 0,3119 para AOAC e EN,
respectivamente. Para os demais analitos o tcalculado foi < que o tcrítico evidenciando que
não existe diferença entre as médias e que ambos os métodos poderiam ser utilizados.
62
Tabela 17 – Teste de eficácia entre os métodos AOAC-2007.01 e EN 15662:2008 por meio da comparação de recuperação, análise da variância
e das médias para cada pesticida
A B
Pesticida AOAC-1 AOAC-2 AOAC-3
Desvio
Padrão Média
das
médias
Recuperação EN-1 EN-1 EN-1
Desvio
Padrão Média
das
médias
Recuperação
ttabelado:
2,77
Ftabelado:
19
(s) (s) tcalculado Fcalculado
*Acefato 0,2773 0,2916 0,2988 9,85E-03 0,2893 96,42% 0,2908 0,3067 0,3088 8,93E-03 0,3008 100,26% 1,39 1,44
*Clorpirifos 0,2405 0,2614 0,2661 1,18E-02 0,256 85,33% 0,2268 0,2503 0,249 1,15E-02 0,2415 80,50% 1,33 1,11
*Deltametrina 0,2866 0,3047 0,2977 8,10E-03 0,2963 98,78% 0,2801 0,2954 0,2956 1,13E-02 0,2942 98,05% 0,24 1,94
*Dimetoato 0,3195 0,3426 0,3437 1,20E-02 0,3353 111,76% 0,3259 0,3538 0,3542 1,46E-02 0,3435 114,50% 0,68 1,34
*Fenpiroximato 0,2861 0,3103 0,3136 1,31E-02 0,3034 101,12% 0,2875 0,3067 0,3082 1,08E-02 0,3011 100,35% 0,92 1,34
*Trifloxistrobina 0,297 0,3236 0,3211 1,28E-02 0,3139 104,63% 0,2978 0,3233 0,3221 1,31E-02 0,3145 104,83% 0,05 1,02
*Carbofurano 0,2934 0,3195 0,3172 1,28E-02 0,31 103,34% 0,304 0,3344 0,3335 1,50E-02 0,3235 107,83% 1,04 1,37
Azoxistrobina 0,2814 0,3079 0,3096 1,38E-02 0,2996 99,87% 0,2861 0,3084 0,3113 1,31E-02 0,3027 100,89% 0,24 1,2
Bifentrina 0,2154 0,2391 0,2535 1,69E-02 0,236 78,66% 0,1759 0,197 0,1949 9,46E-03 0,1868 62,25% 3,91 3,49
Boscalida 0,2982 0,3221 0,3176 1,17E-02 0,3126 104,21% 0,2957 0,3219 0,3217 1,33E-02 0,3129 104,31% 0,02 1,38
Carbosulfano 0,2408 0,2542 0,2154 1,72E-02 0,2368 78,94% 0,0491 0,0599 0,0588 7,38E-03 0,058 19,34% 14,45 5,54
Cimoxanil 0,2981 0,3212 0,3262 1,32E-02 0,3152 105,05% 0,304 0,3286 0,3301 1,36E-02 0,3215 107,18% 0,51 1,03
Clotianidina 0,2119 0,3226 0,3221 9,50E-02 0,2855 95,18% 0,3127 0,3395 0,334 1,52E-02 0,3315 110,49% 1,2 15
Difenoconazol 0,2651 0,2904 0,2962 1,43E-02 0,2839 94,64% 0,2721 0,2921 0,2933 1,07E-02 0,2858 95,26% 0,15 1,93
Dimetomorfe 0,3025 0,2962 0,2928 1,01E-02 0,2972 99,05% 0,2937 0,3 0,3029 5,45E-03 0,2979 99,30% 0,19 1,27
Diurom 0,3038 0,3269 0,3306 1,27E-02 0,3205 106,82% 0,308 0,3367 0,3368 1,39E-02 0,3261 108,70% 0,45 1,18
Famoxadona 0,2381 0,2573 0,2626 1,15E-02 0,2527 84,23% 0,2445 0,2631 0,2602 9,08E-03 0,2561 85,38% 0,36 1,63
Fenamidona 0,2772 0,2988 0,3011 1,15E-02 0,2924 97,46% 0,2761 0,3016 0,3037 1,25E-02 0,2923 97,42% 0,01 1,17
Fenarimol 0,2307 0,2437 0,2615 1,39E-02 0,2453 81,77% 0,2365 0,2612 0,2533 1,36E-02 0,25 83,35% 0,42 1,68
Imidacloprido 0,3521 0,3612 0,3483 7,77E-03 0,3539 117,96% 0,3239 0,3035 0,3089 1,22E-02 0,3119 103,97% 5,19 1,01
Indoxacarbe 0,273 0,2943 0,3032 1,36E-02 0,2902 96,73% 0,2817 0,3049 0,2964 9,79E-03 0,2933 97,76% 0,28 2,2
63
Iprovalicarbe 0,2959 0,3214 0,3169 1,20E-02 0,3114 103,80% 0,2932 0,3241 0,3232 1,53E-02 0,313 104,35% 1,6 0,62
Metalaxil 0,2877 0,3107 0,316 1,31E-02 0,3048 101,60% 0,2925 0,3163 0,3182 1,30E-02 0,3063 102,10% 0,12 1,29
Tebuconazol 0,269 0,2972 0,2983 1,45E-02 0,2881 96,04% 0,2744 0,2989 0,2963 1,19E-02 0,289 96,33% 0,07 1,65
Tetraconazol 0,2624 0,2883 0,2926 1,45E-02 0,2811 93,70% 0,271 0,2922 0,2941 1,15E-02 0,2849 94,97% 0,32 1,77
Tiametoxam 0,304 0,2963 0,2912 7,89E-03 0,2972 99,06% 0,2989 0,2989 0,2898 5,06E-03 0,3002 100,07% 0,65 1,82
Triadimefom 0,2796 0,3009 0,2976 1,00E-02 0,2927 97,57% 0,2763 0,3015 0,3022 1,29E-02 0,2921 97,36% 0,05 1,42
Triadimenol 0,2529 0,2773 0,2808 1,35E-02 0,2704 90,12% 0,2603 0,2791 0,2875 1,20E-02 0,2742 91,41% 0,34 1,51
MÉDIAS 1,54E-02 0,2919 97,31 1,16E-02 0,2859 95,31
A: Médias das triplicatas para as três amostras preparadas independentes pelo método AOAC; B: Médias das triplicatas para as três amostras preparadas independentes pelo método EN; Desvio
Padrão: calculado entre as 9 leituras de cada método; Médias das médias: Média entre as médias de triplicata para cada método; Recuperação: Percentual de recuperação entre a concentração
esperada e a concentração obtida.
64
Levando-se em consideração os dois critérios de aceitação, consideramos que o
método mais apropriado para o grupo de pesticidas em questão é o AOAC-2007.01, que
apresentou faixa de recuperação dentro do limite aceitável estabelecido pela SANCO
para todos os analitos. Desta forma, o procedimento descrito pela AOAC-2007.01 será o
método utilizado na etapa da validação e na análise das amostras reais deste estudo.
5.2. Parâmetros de validação
O estudo de validação seguiu a sequência lógica do processo conforme descreve o
Manual de Garantia da Qualidade Analítica do MAPA. A validação iniciou-se pelo
estudo da linearidade, posteriormente avaliar a seletividade, seguida do estudo da
exatidão, precisão e por fim o LD e LQ do método [85]. Para o método ser considerado
validado, o mesmo deve atender a todos os critérios de aceitação dos parâmetros da
validação. Além do atendimento dos critérios da validação, o método precisa atender a
realidade que se pretende aplicar, ou seja, deve atender aos LMR estabelecidos, caso
contrário, não terá aplicabilidade comercial.
5.2.1. Linearidade
Construção da curva
Para o estudo de validação inicialmente foi construída uma curva de calibração tipo
CCAS seguindo os passos descritos na seção 3.9.2 da metodologia e na seção 4.6 -
Preparação dos Padrões de Calibração.
Os LMR dentre os estabelecidos pelo Brasil, Japão, USA e Europa para os
pesticidas estudados foram utilizados como critério para a definição da faixa da curva.
Nove pontos foram incluídos a fim de possibilitar a quantificação na faixa de 0,01 a 3
mg.L-1
.
Os pontos foram analisados em triplicata nas seguintes concentrações: 0,0025,
0,005, 0,01, 0,05, 0,1, 0,5, 1, 2, e 5 mg.L-1
. Devido o tamanho da faixa que o método
precisa abranger foi necessário trabalhar com uma faixa específica para cada analito.
Neste caso, foram excluídos os dois pontos mais extremos, finalizando a curva com 7
pontos. A Tabela 18, relaciona a faixa da curva de cada pesticida analisado, bem como,
o menor limite máximo de resíduos aceitável entre os países e regiões citadas.
65
Tabela 18 – Faixa da curva de calibração CCAS para cada pesticida e LMR
Pesticida
CCAS
LMR* (mg.L-1
) Range (mg.L
-1)
Acefato 0,0025 - 1 NA
Clorpirifos 0,005 - 2 NA
Deltametrina 0,0025 - 1 NA
Dimetoato 0,0025 - 1 NA
Fenpiroximato 0,0025 - 1 NA
Trifloxistrobina 0,0025 - 1 NA
Carbofurano 0,0025 - 1 NA
Azoxistrobina 0,005 - 2 0,5
Bifentrina 0,0025 - 1 0,1
Boscalida 0,01 -5 3
Carbosulfano 0,0025 - 1 NA
Cimoxanil 0,0025 - 1 0,1
Clotianidina 0,0025 - 1 0,01
Difenoconazol 0,01 - 5 0,2
Dimetomorfe 0,01 -5 2
Diurom 0,0025 - 1 0,01
Famoxadona 0,01 - 5 0,5
Fenamidona 0,01 - 5 0,2
Fenarimol 0,0025 - 2 0,05
Imidacloprido 0,0025 - 1 NA
Indoxacarbe 0,005 - 2 NA
Iprovalicarbe 0,0025 - 1 NA
Metalaxil 0,005 - 2 1
Tebuconazol 0,01 - 5 0,5
Tetraconazol 0,005 - 2 0,2
Tiametoxam 0,005 – 2 0,2
Triadimefom 0,01 - 5 NA
Triadimenol 0,0025 - 1 NA
*LMR: Limite Máximo de Resíduos para uva (escolhido o menor limite entre Brasil, Japão, USA e Europa); NA: Não Autorizado
Na Tabela 19, estão apresentados os dados que inicialmente foram tratados
pelo MMQO para a obtenção do coeficiente angular (b), linear (a) e de correlação (r2).
A homocedasticidade da curva foi testada por meio de inspeção visual dos gráficos de
dispersão dos resíduos (APÊNDICE D) e em seguida a homocedasticidade foi
verificada pelo teste de Cochran. Quando o gráfico de resíduos sugere
homocedasticidade (os dados apresentam-se aleatoriamente dispersos) os dados podem
ser tratados pelo MMQO – Método dos Mínimos Quadrados Ordinários.
66
Tabela 19 - Curvas analíticas y= ax+b, coeficiente de correlação (r2), teste de
homocedasticidade para o MMQO
MMQO
Cochran
Calculado
Pesticidas y = ax + b r2 (Ctab: 0,561)
Acefato y= 90061,9309 *x 583,139936 0,9991 0,809
Clorpirifos y= 63041,2883 *x -557,683032 0,9984 0,89
Deltametrina y= 15329,8715 *x 54,376506 0,9976 0,936
Dimetoato y= 137348,937 *x 606,28671 0,9992 0,857
Fenpiroximato y= 280242,005 *x 669,18156 0,9995 0,806
Trifloxistrobina y= 403387,388 *x 2311,803612 0,9981 0,791
Carbofurano y= 460062,253 *x 2189,313784 0,9992 0,813
Azoxistrobina y= 566698,69 *x -3866,180936 0,9984 0,756
Bifentrina y= 6858,4867 *x 52,598976 0,9966 0,943
Boscalida y= 72080,4021 *x 1483,253148 0,9984 0,628
Carbosulfano y= 223872,655 *x 3394,941104 0,994 0,785
Cimoxanil y= 122652,914 *x -980,313147 0,9986 0,927
Clotianidina y= 24275,5897 *x 117,93789 0,9991 0,985
Difenoconazol y= 118402,111 *x 3497,444156 0,9986 0,615
Diurom y= 146612,307 *x 1117,604854 0,9995 0,958
Famoxadona y= 56795,4402 *x -1
373,124009 0,9992 0,72
Fenamidona y= 95361,1586 *x 3745,903567 0,9975 0,517
Fenarimol y= 13248,8035 *x -25,624483 0,9985 0,913
Imidacloprido y= 26491,6103 *x 120,201561 0,9995 0,684
Indoxacarbe y= 20462,3888 *x -61,561557 0,9982 0,499
Iprovalicarbe y= 681289,065 *x 2981,903075 0,9992 0,738
Metalaxil y= 409076,305 *x -1
138,694565 0,9992 0,875
Tebuconazol y= 120507,752 *x 4162,038191 0,9984 0,747
Tetraconazol y= 73426,8193 *x 3921,87174 0,9971 0,683
Tiametoxam y= 62198,1229 *x -1
00,168257 0,9985 0,965
Triadimefom y= 58537,247 *x 2017,779138 0,9982 0,562
Triadimenol y= 50450,2801 *x 325,293214 0,9989 0,605
r2: Correlação Linear, Ctab: Cochran tabelado (para 7 níveis e 3 replicatas).
Conforme apresentado na Tabela 19 todos os resultados de correlação linear
foram superiores a 0,99 atendendo aos critérios do INMETRO de 0,90. Na mesma
tabela, é possível observar que, com exceção do Indoxacarbe e Fenamidona os demais
pesticidas apresentaram dados da curva heterocedásticos já que o Cochran calculado
ficou maior que o Cochran tabelado (0,561). Quando o gráfico dos resíduos apresenta
tendência (os dados não estão aleatoriamente dispersos) a curva é considerada
heterocedástica e os dados devem ser tratados pelo MMQP – Método Mínimos
Quadrados Ponderados (1/SD^2
) [85]. Nestas condições conforme descrito na
metodologia é necessário tratar os dados pelo MMQP.
67
A Tabela 20, apresenta os resultados para coeficiente linear (a), angular (b) e
coeficientes de correlação linear para os dados da curva utilizando o MMQP. O r2
de
todas as curvas apresentaram-se superiores a 0,90 conforme critério de aceitação do
INMETRO [94]. Ainda na Tabela 20 é apresentado o teste r onde é possível observar
que para todas as curvas o tr > que o tcritico de 2,093 demonstrando que o ajuste foi
adequado e que de fato o MMQP deve ser aplicado.
Tabela 20 - Curvas analíticas y= ax+b, coeficiente de correlação (r2), teste r para o
MMQP
MMQP Teste r
y=aw.x+bw r
2
(tcritico: 2,093)
Acefato y= 93136,4743 *x 249,345629 0,999185 156,583
Clorpirifos y= 59904,39616 *x 56,17682 0,998747 126,246
Deltametrina y= 15310,11216 *x 21,313408 0,999422 185,892
Dimetoato y= 142163,9249 *x 120,886787 0,999407 183,524
Fenpiroximato y= 279331,4904 *x 399,785797 0,998714 124,623
Trifloxistrobina y= 420563,2364 *x 514,271243 0,998382 111,106
Carbofurano y= 485006,1649 *x 439,301928 0,9992 158,068
Azoxistrobina y= 558593,5827 *x 645,267231 0,998872 133,099
Bifentrina y= 7412,315184 *x 8,40261 0,997706 93,274
Boscalida y= 72062,47526 *x 148,550458 0,99872 124,897
Carbosulfano y= 264741,1201 *x 305,010974 0,987352 39,514
Cimoxanil y= 119371,3185 *x 73,574278 0,999524 204,981
Clotianidina y= 25375,29538 *x 28,201152 0,999889 424,182
Difenoconazol y= 120840,6834 *x 365,342901 0,998761 126,962
Diurom y= 150042,8383 *x 268,794366 0,998102 102,544
Famoxadona y= 54285,14373 *x 10,137106 0,996695 77,662
Fenamidona y= 98588,89458 *x 293,962785 0,997694 93,018
Fenarimol y= 12791,14299 *x 17,488316 0,998336 109,531
Imidacloprido y= 26923,25636 *x 50,386226 0,999282 166,876
Indoxacarbe y= 20788,99233 *x 25,886376 0,999601 223,813
Iprovalicarbe y= 687010,0527 *x 1487,30873 0,997651 92,171
Metalaxil y= 503303,7899 *x 682,934723 0,999594 221,965
Tebuconazol y= 123382,2851 *x 322,905991 0,999642 236,353
Tetraconazol y= 79801,92795 *x 305,426465 0,99666 77,259
Tiametoxam y= 60490,53457 *x 177,912879 0,997864 96,66
Triadimefom y= 60368,02396 *x 126,23998 0,998567 118,04
Triadimenol y= 52146,72258 *x 92,305746 0,998676 122,806
r2: Coeficiente de correlação
Diante dos resultados obtidos depois do ajuste para r
2, podemos afirmar que o
método possui correlação entre concentração e resposta. No APÊNDICE B são
apresentadas todas as curvas de calibração.
68
5.2.2. Seletividade e Efeito Matriz
Conforme descrito na metodologia, foram comparados visualmente os sinais
oriundos do extrato da amostra branca com o sinal do branco reagente. A Figura 7
apresenta o TIC do extrato da matriz branca (linha vermelha) sobreposto com o TIC do
branco reagente linha preta onde é possível observar a inexistência de interferentes com
as massas dos pesticidas inclusos no método.
Figura 7 – Extrato da amostra branca (linha vermelha) e branco do reagente (linha
preta) sobrepostos
Na Figura 8, quando comparados o sinal cromatográfico dos brancos (amostra
(c) e reagente (a)) com o extrato da amostra branca fortificada (b), pode-se confirmar
que nenhum interferente está presente.
Figura 8 - TIC do branco reagente (a) da matriz branca fortificada (b) e da amostra
branca (c)
(a)
(b)
(c)
69
Para o estudo de efeito matriz foram fortificadas 3 amostras brancas
independentes, a 2 mg.L-1
(injetadas em triplicata) e preparados 3 padrões em solução a
2 mg.L-1
(injetados em triplicata). Inicialmente, conforme mostra a Figura 9 foram
comparados visualmente o TIC oriundo do extrato da matriz branca fortificada (a) com
o padrão em solução (b).
Figura 9 - Estudo de efeito matriz - TIC do extrato da amostra branca fortificada
2mg.L-1
(a) e TIC do padrão em solução 2 mg.L-1
(b)
A Figura 10 mostra o TIC do extrato da matriz branca fortificada (linha preta)
sobreposto com o TIC do padrão em solução (linha vermelha), onde visualmente pode-
se observar que uma leve amplificação do sinal cromatográfico em alguns picos para a
o extrato da amostra branca fortificada (linha preta).
Figura 10 - TIC sobrepostos do extrato da matriz branca fortificada a 2 mg.L-1
(linha
preta) com a solução padrão 2mg.L-1
em solvente (linha vermelha).
(a)
(b)
70
Conforme descrito na metodologia, para verificar a inexistência de efeito matriz
as respostas oriundas da análise do extrato da matriz branca fortificada e do padrão em
solução foram tratados estatisticamente pela análise da variância pelo teste F e
comparação de médias pelo teste t de Student.
Conforme pode ser observado na Tabela 21, nenhum dos pesticidas em estudo
sofreu efeito da matriz de forma significativa. As variâncias entre as amostras testadas
foram consideradas equivalentes já que em todos os casos o Fcalculado foi < que Ftabelado,
as médias foram consideradas estatisticamente iguais já que em todos os casos o tcalculado
foi < que o tcritico. Neste caso dispensa-se a necessidade de fabricação da curva de
calibração do tipo CCEMBF – Curva de Calibração no Extrato da Matriz Branca
Fortificada. A
Tabela 21 – Verificação de Efeito matriz – Análise da Variância e comparação de
médias entre extrato da matriz branca fortificada a 2mg.L-1
(B) e padrão puro em
solução a 2mg.L-1
(A)
Pesticida
A
(mg.L-
1)
D.P. de A
B
(mg.L-
1)
D.P. de B Ftabelado: 19 tCritico para variâncias equivalentes:2,77
Fcalculado tCalculado
Acefato 1,7141 8,74E-02 1,6513 1,29E-01 2,19 0,70
Clorpirifos 1,7169 6,51E-02 1,8079 1,46E-01 5,05 0,98
Deltametrina 1,9077 4,13E-02 2,0143 1,40E-01 11,51 1,27
Dimetoato 1,5116 3,92E-02 1,5626 1,17E-01 8,97 0,71
Fenpiroximato 1,7766 7,19E-02 1,8985 1,44E-01 3,99 1,31
Trifloxistrobina 1,6585 6,10E-02 1,7449 1,20E-01 3,87 1,11
Carbofurano 1,5097 4,68E-02 1,5726 1,09E-01 5,46 0,92
Azoxistrobina 1,6205 6,67E-02 1,7035 1,29E-01 3,74 0,99
Bifentrina 1,1766 2,00E-01 1,1617 1,74E-01 1,32 0,10
Boscalida 1,7223 3,41E-02 1,8160 1,34E-01 15,52 1,17
Carbosulfano 1,7426 7,63E-02 1,6405 6,11E-02 1,56 1,81
Cimoxanil 1,7480 6,53E-02 1,8504 1,31E-01 4,01 1,21
Clotianidina 1,6260 4,73E-02 1,7639 1,19E-01 6,27 1,87
Difenoconazol 1,7416 6,09E-02 1,8300 1,37E-01 5,08 1,02
Diurom 1,5185 6,10E-02 1,5819 1,11E-01 3,34 0,86
Famoxadona 1,5569 6,11E-02 1,6540 1,34E-01 4,78 1,15
Fenamidona 1,6134 4,59E-02 1,7078 1,17E-01 6,51 1,30
Fenarimol 1,6259 6,44E-02 1,7066 1,31E-01 4,15 0,96
Imidacloprido 1,6521 4,48E-02 1,7626 1,33E-01 8,80 1,36
Indoxacarbe 1,5986 6,77E-02 1,6893 1,27E-01 3,51 1,09
Iprovalicarbe 1,7381 4,51E-02 1,8188 1,23E-01 7,45 1,07
Metalaxil 1,5206 4,51E-02 1,5819 1,09E-01 5,79 0,90
Tebuconazol 1,6628 6,58E-02 1,7472 1,35E-01 4,22 0,97
71
Tetraconazol 1,5983 6,79E-02 1,6863 1,28E-01 3,53 1,05
Tiametoxam 1,5653 6,56E-02 1,6958 1,24E-01 3,58 1,61
Triadimefom 1,6691 4,22E-02 1,7443 1,16E-01 7,47 1,06
Triadimenol 1,5721 5,76E-02 1,6441 1,24E-01 4,65 0,91
A: média de concentração obtida do padrão puro em solvente (2mg.L-1); B: média de concentração obtida do extrato da matriz
branca fortificada (2mg.L-1); D.P de A: Desvio Padrão entre as respostas para padrão puro em solvente; D.P de B: Desvio Padrão
entre as respostas para extrato da matriz branca fortificada.
5.2.3. Precisão
A precisão foi calculada em termos de repetitividade e precisão intermediária. Cada
analista (dois) preparou sete amostras independentes em cada concentração testada (0,005, 0,1 e
2 mg.L-1
). Foram calculadas as médias, desvio padrão e coeficiente de variação de cada analista
para a obtenção dos resultados de repetitividade, a precisão intermediária foi calculada com base
no coeficiente de variação estimado entre os analistas.
A Tabela 22 detalha os resultados da precisão para os três níveis de fortificação. O
nível 0,005mg.L-1
apresentou médias de leitura de 0,0054 e 0,0049, médias de desvio padrão de
8,61E-04 e 7,08E-04 e médias de coeficiente de variação (repê) de 16,4 e 14,5% para os
analistas 1 e 2 respectivamente. A precisão intermediária calculada em termos de coeficiente de
variação ficou em 16,5%, tanto a repê quanto a precisão intermediária apresentaram resultados
de CV abaixo do critério de aceitação de 35% para todos os pesticidas, estando de acordo com a
SANCO. O nível de fortificação intermediário (0,1mg.L-1
) apresentou médias de leitura de
0,1152 e 0,1149, médias de desvio padrão de 2,36E-02 e 2,32E-02 e médias de coeficiente de
variação (repê) de 20,7 e 20,5% para os analistas 1 e 2 respectivamente. A precisão
intermediária calculada em termos de coeficiente de variação ficou em 20,3%, tanto a repê
quanto a precisão intermediária apresentaram resultados de CV abaixo do critério de aceitação
de 30% para todos os pesticidas, estando de acordo com a SANCO. Ainda na Tabela 22, para o
nível de fortificação 2mg.L-1
os resultados foram, médias de leitura de 2,1640 e 2,1562, médias
de desvio padrão de 2,34E-01 e 2,41E-01 e médias de coeficiente de variação (repê) de 10,8 e
11,2% para os analistas 1 e 2 respectivamente. A precisão intermediária calculada em termos de
coeficiente de variação ficou em 11,4%, tanto a repê quanto a precisão intermediária
apresentaram resultados de CV abaixo do critério de aceitação de 30% para todos os pesticidas,
estando de acordo com a SANCO.
72
Tabela 22 – Médias, desvio padrão, resultados de repetitividade (CV) e precisão intermediária (CV) em três níveis de fortificação (0,005, 0,1, 2
mg.L-1
) para dois analistas
0,005 (mg.L-1) 0,1 (mg.L-1) 2 (mg.L-1)
Repe (1) Repe (2) P.I. (CV)
Repe (1) Repe (2) P.I. (CV)
Repe (1) Repe (2) P.I. (CV)
Média D.P. C.V. Média D.P. C.V. Média D.P. C.V. Média D.P. C.V. Média D.P. C.V. Média D.P. C.V.
Acefato 0,0049 7,91E-04 16,3 0,0045 6,46E-04 14,4 15,4 0,1097 1,42E-02 13,0 0,1070 1,47E-02 13,8 12,9 1,9444 1,66E-01 8,5 1,8792 2,44E-01 13,0 10,6
Clorpirifos 0,0055 9,50E-04 17,2 0,0052 6,75E-04 13,0 15,1 0,1392 2,45E-02 17,6 0,1354 2,28E-02 16,9 16,6 2,2430 2,92E-01 13,0 2,1330 2,24E-01 10,5 11,7
Deltametrina 0,0070 1,66E-03 23,7 0,0057 1,52E-03 26,7 26,5 0,1404 2,24E-02 16,0 0,1365 2,81E-02 20,6 17,7 2,7838 4,81E-01 17,3 2,3620 4,09E-01 17,3 18,7
Dimetoato 0,0059 4,77E-04 8,1 0,0046 5,35E-04 11,5 15,5 0,1131 2,20E-02 19,5 0,1170 2,05E-02 17,5 17,9 2,1877 1,82E-01 8,3 2,1572 2,36E-01 10,9 9,3
Fenpiroximato 0,0054 1,09E-03 20,4 0,0051 8,93E-04 17,5 18,5 0,1238 2,11E-02 17,0 0,1346 2,85E-02 21,2 19,1 2,4762 3,44E-01 13,9 2,3782 3,07E-01 12,9 13,1
Trifloxistrobina 0,0053 7,07E-04 13,2 0,0050 5,50E-04 10,9 12,1 0,1271 2,16E-02 17,0 0,1261 2,05E-02 16,2 16,0 2,1204 1,39E-01 6,6 2,2286 1,69E-01 7,6 7,3
Carbofurano 0,0054 8,13E-04 15,2 0,0051 9,37E-04 18,4 16,4 0,1153 2,44E-02 21,1 0,1330 2,33E-02 17,5 19,9 2,1267 1,92E-01 9,0 2,1275 1,42E-01 6,7 7,6
Azoxistrobina 0,0056 8,72E-04 15,6 0,0058 6,45E-04 11,2 13,1 0,1198 3,16E-02 26,3 0,1249 2,92E-02 23,3 24,0 2,3200 2,42E-01 10,4 2,1929 2,13E-01 9,7 10,1
Bifentrina 0,0043 6,56E-04 15,3 0,0046 5,68E-04 12,3 13,8 0,1073 1,51E-02 14,0 0,1222 1,41E-02 11,6 14,0 1,9220 1,99E-01 10,4 2,0796 2,86E-01 13,8 12,5
Boscalida 0,0059 1,13E-03 19,1 0,0059 7,07E-04 11,9 15,3 0,1154 2,20E-02 19,0 0,1154 2,80E-02 24,3 21,0 2,1420 2,04E-01 9,5 2,2308 2,96E-01 13,3 11,4
Carbosulfano 0,0015 4,14E-04 27,7 0,0021 3,77E-04 17,6 28,0 0,0185 4,93E-03 26,6 0,0148 4,39E-03 29,6 29,3 1,3870 1,93E-01 13,9 0,9703 1,30E-01 13,4 22,7
Cimoxanil 0,0053 1,00E-03 18,8 0,0054 7,65E-04 14,1 15,9 0,1104 2,88E-02 26,1 0,1051 2,43E-02 23,2 23,9 2,1513 1,95E-01 9,1 2,3248 2,11E-01 9,1 9,6
Clotianidina 0,0060 1,12E-03 18,6 0,0049 5,40E-04 11,1 18,9 0,1123 2,19E-02 19,5 0,1123 1,83E-02 16,3 17,3 2,2694 2,18E-01 9,6 2,1302 2,52E-01 11,8 10,8
Difenoconazol 0,0051 7,79E-04 15,2 0,0047 6,43E-04 13,5 14,4 0,1190 2,46E-02 20,6 0,1336 3,27E-02 24,4 22,8 2,2459 2,64E-01 11,8 2,2973 3,10E-01 13,5 12,2
Diurom 0,0055 7,46E-04 13,6 0,0049 5,59E-04 11,5 13,9 0,1212 1,46E-02 12,1 0,1102 1,68E-02 15,3 14,0 2,1629 2,37E-01 10,9 2,2118 2,69E-01 12,1 11,2
Famoxadona 0,0057 7,51E-04 13,1 0,0053 6,95E-04 13,2 13,4 0,1106 2,60E-02 23,5 0,1146 3,23E-02 28,2 25,1 2,2171 2,38E-01 10,7 2,3577 3,14E-01 13,3 12,1
Fenamidona 0,0053 7,81E-04 14,7 0,0048 5,83E-04 12,1 14,0 0,1174 2,81E-02 23,9 0,1035 2,36E-02 22,8 23,5 2,2089 2,70E-01 12,2 2,0726 2,10E-01 10,1 11,4
Fenarimol 0,0063 1,33E-03 21,2 0,0051 1,03E-03 20,3 23,0 0,1187 3,46E-02 29,1 0,1153 3,41E-02 29,5 28,2 2,0727 1,69E-01 8,2 2,2343 2,52E-01 11,3 10,3
Imidacloprido 0,0059 6,25E-04 10,7 0,0054 6,32E-04 11,8 11,7 0,1142 2,35E-02 20,6 0,1159 2,52E-02 21,7 20,4 2,2033 2,58E-01 11,7 2,1952 2,31E-01 10,5 10,7
Indoxacarbe 0,0061 8,74E-04 14,3 0,0051 7,63E-04 15,0 17,2 0,1321 3,42E-02 25,9 0,1342 3,32E-02 24,7 24,3 2,1079 2,72E-01 12,9 2,2121 2,48E-01 11,2 11,8
Iprovalicarbe 0,0053 9,95E-04 18,8 0,0047 6,47E-04 13,9 17,6 0,1200 1,75E-02 14,6 0,1102 1,47E-02 13,4 14,2 2,1515 2,39E-01 11,1 2,1332 2,20E-01 10,3 10,3
Metalaxil 0,0052 8,54E-04 16,5 0,0051 7,06E-04 13,8 14,7 0,1069 2,10E-02 19,7 0,1145 1,99E-02 17,4 18,1 2,1109 1,57E-01 7,4 2,2417 2,22E-01 9,9 9,0
73
Tebuconazol 0,0055 7,09E-04 13,0 0,0050 7,48E-04 15,0 14,3 0,1186 2,46E-02 20,7 0,1092 1,82E-02 16,6 18,7 2,2257 2,96E-01 13,3 2,1331 2,55E-01 12,0 12,4
Tetraconazol 0,0063 9,08E-04 14,3 0,0056 7,74E-04 13,8 15,0 0,1430 3,41E-02 23,9 0,1221 2,64E-02 21,6 23,6 2,1979 2,18E-01 9,9 2,3185 2,93E-01 12,6 11,3
Tiametoxam 0,0059 6,47E-04 11,0 0,0048 6,75E-04 14,1 15,8 0,1057 2,37E-02 22,5 0,1063 1,90E-02 17,8 19,5 2,1907 2,30E-01 10,5 2,2622 1,82E-01 8,0 9,1
Triadimefom 0,0058 9,73E-04 16,9 0,0056 8,02E-04 14,4 15,3 0,1169 2,96E-02 25,3 0,1093 2,79E-02 25,6 24,7 2,1372 1,84E-01 8,6 2,2542 1,67E-01 7,4 8,2
Triadimenol 0,0032 6,09E-04 19,1 0,0027 5,04E-04 18,8 20,4 0,1150 2,59E-02 22,5 0,1197 2,67E-02 22,3 21,6 2,1219 2,49E-01 11,8 2,1003 2,25E-01 10,7 10,8
Médias 0,0054 0,0009 16,4 0,0049 0,0007 14,5 16,5 0,1152 0,0236 20,7 0,1149 0,0232 20,5 20,3 2,1640 0,2344 10,8 2,1562 0,2413 11,2 11,4
DP: Desvio Padrão; CV: Coeficiente de Variação; PI: Precisão Intermediária; Repê(1): Resultados de repetitividade do analista 1; Repê(2): Resultados de repetitividade do analista 2
74
5.2.4. Tendência e Recuperação
A recuperação foi testada em dois níveis de concentração 0,005 e 2mg.L-1
para três
amostras independentes. Na Tabela 23 podem-se observar as médias e o percentual de
recuperação de cada pesticida, Deltametrina, Carbossulfano e Fenpiroximato
apresentaram recuperações acima de 120% ou abaixo de 70% os demais apresentaram
resultados dentro da faixa aceitável estabelecida pela SANCO de 70 a 120% [93].
Tabela 23 – Resultados de recuperação (%) para amostras brancas fortificadas a 0,005 e
2 mg.L-1
Média Recuperação (%)
0,005 mg.L-1
2 mg.L-1
0,005 mg.L-1
2 mg.L-1
Acefato 0,005 1,815 100,86% 90,75%
Clorpirifos 0,006 2,352 112,74% 117,61%
Deltametrina 0,006 2,895 129,63% 144,75%
Dimetoato 0,006 2,184 118,49% 109,18%
Fenpiroximato 0,005 2,608 106,81% 130,39%
Trifloxistrobina 0,005 2,328 96,96% 116,38%
Carbofurano 0,005 2,13 96,89% 106,52%
Azoxistrobina 0,006 2,204 114,02% 110,19%
Bifentrina 0,005 2,107 102,59% 105,37%
Boscalida 0,006 2,372 119,00% 118,61%
Carbosulfano 0,002 1,376 30,31% 68,78%
Cimoxanil 0,005 2,394 108,06% 119,72%
Clotianidina 0,005 2,355 102,93% 117,77%
Difenoconazol 0,005 2,279 107,30% 113,97%
Diurom 0,005 2,218 96,89% 110,92%
Famoxadona 0,005 2,167 103,50% 108,34%
Fenamidona 0,005 2,279 101,45% 113,93%
Fenarimol 0,005 2,232 103,72% 111,58%
Imidacloprido 0,005 2,271 102,99% 113,57%
Indoxacarbe 0,005 2,283 103,25% 114,15%
Iprovalicarbe 0,005 2,303 104,76% 115,17%
Metalaxil 0,005 2,362 96,55% 118,09%
Tebuconazol 0,005 2,317 99,84% 115,87%
Tetraconazol 0,005 2,279 105,77% 113,93%
Tiametoxam 0,005 2,369 99,53% 118,43%
Triadimefom 0,006 2,231 110,95% 111,56%
Triadimenol 0,004 1,993 72,27% 99,67%
Média 101,78% 112,41%
75
5.2.5. Limite de Detecção e Limite de Quantificação
Os limites de detecção e quantificação foram calculados conforme descrito na
metodologia. Na Tabela 24 podem ser observados os limites de detecção para cada
pesticida, os resultados foram obtidos a partir da leitura de 7 replicatas de amostra
branca (neste caso o valor de t unilateral, para 99% de confiança é 3,143) e calculados
com base na equação estabelecida pelo INMETRO.
Tabela 24 - Limite de Detecção
Pesticida Média DP LD
Acefato 0,0006 5,00E-04 0,0021
Clorpirifos 0,001 1,00E-03 0,004
Deltametrina 0,0002 7,00E-04 0,0023
Dimetoato 0,0005 6,00E-04 0,0023
Fenpiroximato 0,0003 2,00E-04 0,0009
Trifloxistrobina 0,0002 1,00E-04 0,0005
Carbofurano 0,0006 5,00E-04 0,0021
Azoxistrobina 0,0001 2,00E-04 0,0007
Bifentrina 0,00003 5,00E-04 0,00153
Boscalida 0,009 1,00E-04 0,0093
Carbosulfano 0,0002 5,00E-04 0,0017
Cimoxanil 0,0003 3,00E-04 0,0012
Clotianidina 0,0004 5,00E-04 0,0019
Difenoconazol 0,005 9,00E-04 0,0077
Diurom 0,0001 7,00E-04 0,0022
Famoxadona 0,0009 9,00E-04 0,0036
Fenamidona 0,003 8,00E-04 0,0054
Fenarimol 0,0008 3,00E-04 0,0017
Imidacloprido 0,0006 4,00E-04 0,0018
Indoxacarbe 0,0001 4,00E-04 0,0013
Iprovalicarbe 0,0002 5,50E-04 0,00185
Metalaxil 0,0008 1,00E-03 0,0038
Tebuconazol 0,007 3,00E-04 0,0079
Tetraconazol 0,001 9,00E-04 0,0037
Tiametoxam 0,0003 3,00E-04 0,0012
Triadimefom 0,004 5,00E-04 0,0055
Triadimenol 0,0003 3,00E-04 0,0012
Média: Médias das leituras de 7 replicatas de amostra branca (mg.L-1); DP: Desvio Padrão entre as leituras das amostras brancas;
LD: Limite de Detecção (mg.L-1).
76
Os menores pontos da curva de calibração de cada pesticida foram estabelecidos
como LQ, os quais foram testados experimentalmente e avaliados em termos de
repetitividade e recuperação. Conforme pode ser observado na Tabela 25 os coeficientes
de variação para todas as moléculas ficaram abaixo do critério máximo de 30% e as
recuperações com exceção do Carbosulfano (66%), ficaram dentro da faixa aceitável de
70 a 120%, confirmando que o LQ estabelecido pode ser aplicado na prática.
Tabela 25 – Limite de Quantificação, teste de repetitividade do LQ e recuperação
Teste de Repetitividade para LQ
Pesticida LD (mg.L-1) LQ (mg.L-1) DP Média CV (%) Recuperação (%)
Acefato 0,0021 0,0025 2,29E-04 0,002191 10,45 87,64
Clorpirifos 0,0040 0,005 5,49E-04 0,004719 11,64 94,37
Deltametrina 0,0023 0,0025 3,41E-04 0,002093 16,29 83,7
Dimetoato 0,0023 0,0025 3,13E-04 0,002152 14,56 86,07
Fenpiroximato 0,0009 0,0025 5,35E-04 0,002204 24,27 88,17
Trifloxistrobina 0,0005 0,0025 2,29E-04 0,002104 10,88 84,14
Carbofurano 0,0021 0,0025 1,95E-04 0,002112 9,24 84,48
Azoxistrobina 0,0007 0,005 4,96E-04 0,004837 10,26 96,74
Bifentrina 0,0015 0,0025 3,72E-04 0,002046 18,16 81,86
Boscalida 0,0093 0,01 2,12E-03 0,011677 18,12 116,77
Carbosulfano 0,0017 0,0025 2,07E-04 0,001651 12,54 66,04
Cimoxanil 0,0012 0,0025 3,29E-04 0,002129 15,45 85,14
Clotianidina 0,0019 0,0025 1,35E-04 0,002129 6,32 85,17
Difenoconazol 0,0077 0,01 1,83E-03 0,010202 17,98 102,02
Diurom 0,0022 0,0025 1,40E-04 0,002167 6,45 86,7
Famoxadona 0,0036 0,01 1,97E-03 0,010331 19,04 103,31
Fenamidona 0,0054 0,01 2,33E-03 0,011666 19,95 116,66
Fenarimol 0,0017 0,0025 1,35E-04 0,002192 6,14 87,67
Imidacloprido 0,0018 0,0025 1,63E-04 0,002295 7,11 91,82
Indoxacarbe 0,0013 0,005 3,74E-04 0,004634 8,06 92,68
Iprovalicarbe 0,0019 0,0025 2,85E-04 0,002123 13,44 84,93
Metalaxil 0,0038 0,005 3,56E-04 0,004769 7,46 95,39
Tebuconazol 0,0079 0,01 2,03E-03 0,012279 16,55 122,79
Tetraconazol 0,0037 0,005 6,32E-04 0,004767 13,26 95,33
Tiametoxam 0,0012 0,005 5,02E-04 0,004588 10,95 91,76
Triadimefom 0,0055 0,01 1,54E-03 0,010167 15,12 101,67
Triadimenol 0,0012 0,0025 2,24E-04 0,002215 10,09 88,62
LD: Limite de Detecção; LQ: Limite de Quantificação; DP: Desvio Padrão; CV: Coeficiente de Variação;
77
5.3.Análises em amostras reais
Nesta seção são apresentados os resultados das amostras reais analisadas pelo
método validado neste estudo (24 moléculas). As amostras foram codificadas
sequencialmente de A a J e analisadas em duplicata de injeção. Na Tabela 26 estão
apresentados apenas as moléculas que foram quantificadas.
A molécula de Tiofanato Metílico, não inclusa neste método, é um pesticida
autorizado para a cultura de uva, que por sua vez pode se degradar em Carbendazim
resultando em quantificações falso positivas para Carbendazim [103]. Neste contexto os
resultados positivos para Carbendazim são inconclusivos pela falta da molécula de
Tiofanato Metílico no método impossibilitando confirmar se o Carbendazim é oriundo
da degradação do Tiofanato Metílico.
Tabela 26 – LMR e resultados das amostras comerciais (A:J) analisadas pelo método
validado neste estudo
Pesticidas
LMR em diferentes
regiões (mg.L-1
)
Resultados amostras comerciais (mg.L
-1)
Bra
sil
Ja
pão
US
A
Eu
rop
a
A B C D E F G H I J
Acefato NA 5,0 0,2 0,01 0,0338 <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD <LD
Carbendazim NA 0,2 NA 0,3 + + - + + + + + + +
Azoxistrobina 1 1 2 2 <LD <LD <LD <LD <LQ <LD 0,0081 <LQ <LD <LD
Metalaxil 0,5 10 2 2 <LD <LD <LD <LD <LD <LD 0,0058 <LD <LD <LD
Tebuconazol 2 10 5 0,5 <LD <LD <LD <LD <LD <LD 0,1085 <LD <LD <LD
NA: Não Autorizado; LQ: Limite de Quantificação; LD: Limite de Detecção
Conforme mostra a Tabela 26, a amostra A apresentou 0,0338 mg.L-1
de
Acefato, estando desta forma, em desacordo com a legislação brasileira que não permite
o uso deste pesticida na cultura de uva, foi possível ainda, detectar Carbendazim na
mesma amostra. As Figura 11 e Figura 12, mostram o TIC (a) e os canais com as
transições de quantificação (c) e de qualificação (b) para Acefato e Carbendazim
respectivamente encontrados na amostra A.
78
Figura 11 – TIC (a) da amostra A e transição de quantificação184143 (c) e
qualificação 18495 (b) para Acefato
Figura 12 - TIC (a) da amostra A e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
Na Figura 13, pode-se observar o TIC (a) e os canais com as transições de
quantificação (c) e de qualificação (b) para Carbendazim encontrados na amostra B.
Figura 13 - TIC (a) da amostra B e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
79
Na amostra C não foram encontrados nenhum dos pesticidas em estudo conforme
pode ser observado na Figura 14.
Figura 14 - TIC (a) da amostra C
A amostra D apresentou Carbendazim. Na Figura 15, pode-se observar o TIC (a) e
os canais com as transições de quantificação (c) e de qualificação (b) para Carbendazim
encontrados na amostra D.
Figura 15 - TIC (a) da amostra D e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
A amostra E foi positiva para Carbendazim e foi detectada a presença de
Azoxistrobina < que o LQ. Nas Figura 16 e Figura 17 é possível observar o TIC (a) e os
canais com as transições de quantificação (c) e de qualificação (b) para Carbendazim e
Azoxistrobina, respectivamente.
(a)
(a)
(b)
(c)
80
Figura 16 - TIC (a) da amostra E e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
Figura 17 - TIC (a) da amostra E e transição de quantificação 404372 (c) e
qualificação 404344 (b) para Azoxistrobina
A amostra F apresentou Carbendazim conforme pode ser observado na Figura 18,
onde se compara o TIC (a) e os canais com as transições de quantificação (c) e de
qualificação (b) do Carbendazim.
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
81
Figura 18 - TIC (a) da amostra F e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
Na amostra G, foram quantificadas concentrações de Metalaxil, Azoxistrobina e
Tebuconazole. No entanto, as concentrações encontram-se dentro do LMR aceitável
para o Brasil, Japão, Estados Unidos e Europa. Foi identificada a presença de
Carbendazim. Nas Figura 19, Figura 20, Figura 21 e Figura 22 se pode observar os TIC
(a) e os canais com as transições de quantificação (c) e de qualificação (b) para cada um
dos pesticidas encontrados na amostra G.
Figura 19 - TIC (a) da amostra G e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
82
Figura 20 - TIC (a) da amostra G e transição de quantificação 280220 (c) e
qualificação 280160 (b) para Metalaxil
Figura 21 - TIC (a) da amostra G e transição de quantificação 404372 (c) e
qualificação 404344 (b) para Azoxistrobina
Figura 22 - TIC (a) da amostra G e canais do íon quantificador 30870 (c) e
qualificador 308124 (b) para Tebuconazol
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
83
A amostra H apresentou 0,0025mg.L-1
de azoxistrobina, dentro dos LMR aceitáveis,
porém apresentou Carbendazim que não é permitido para a cultura de uva. Nas Figura
23 e Figura 24 se pode observar os TIC (a) e os canais com as transições de
quantificação (c) e de qualificação (b) para cada um dos pesticidas encontrados na
amostra H.
Figura 23 - TIC (a) da amostra H e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
Figura 24 - TIC (a) da amostra H e transição de quantificação 404372 (c) e
qualificação 404344 (b) para Azoxistrobina
As amostras I e J apresentaram positividade para Carbendazim estando em
desacordo com a legislação brasileira. Nas Figura 25 e Figura 26 é possível observar
os TIC (a) e os canais com as transições de quantificação (c) e de qualificação (b)
para cada um dos pesticidas encontrados nas amostras I e J respectivamente.
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
84
Figura 25 - TIC (a) da amostra I e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
Figura 26 - TIC (a) da amostra J e transição de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para Carbendazim
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
85
6. CONCLUSÕES
Foi desenvolvido método analítico para a quantificação de multi pesticidas em suco
de uva integral pela técnica de LC-MS/MS. O estudo incluiu testes de otimização das
condições de separação dos analitos por cromatografia líquida. Foram testadas
condições de fragmentação das moléculas, bem como a inserção do monitoramento
segmentado das massas com base no tempo de retenção dos analitos.
Na etapa de análise qualitativa dos analitos e otimização das energias, foram
excluídos do método os seguintes pesticidas: Ditianona, Triclorfon, Ciproconazol,
Dimetomorfe e carbendazim. Os dois primeiros, por se apresentarem muito instáveis às
energias de fragmentação testadas. O Ciproconazol e o Dimetoforme por apresentarem
isômeros dificultando a quantificação e o Carbendazim que foi possível apenas realizar
a análise qualitativa. A inclusão destes pesticidas no método é possível, desde que, seja
realizado novo estudo mais aprofundado para a quantificação.
Dentre os dois procedimentos (AOAC- Official Method 2007.01 e CEN/TC 275
15662:2008) testados para o preparo das amostras, o AOAC foi escolhido para compor
o método. Estatisticamente, as variâncias foram equivalentes entre os dois métodos
testados, no entanto, houve diferença significativa entre as médias das respostas para
Bifentrina, Carbossulfano e Imidacloprido. Houve ainda recuperações abaixo do critério
de aceitação da SANCO (70 – 120%) para Bifentrina (62,25%) e Carbossulfano
(19,34%) quando utilizado o método CEN/TC 275 15662:2008.
O método foi validado internamente no laboratório por meio do estudo da
linearidade, seletividade, efeito matriz, precisão, recuperação, LD e LQ. A linearidade
do método foi avaliada utilizando o MMQP e verificada avaliando o r2. Para todas as
substâncias analisadas, o r2 ficou acima do critério de aceitação do INMETRO de 0,90.
O método apresentou-se seletivo e isento de efeito da matriz, já que, as respostas
obtidas entre o extrato branco fortificado não diferem estatisticamente das respostas
obtidas da injeção do padrão puro em solução na mesma concentração.
A precisão foi testada em termos de repetitividade e precisão intermediária. Para o
nível baixo de concentração (0,005mg.L-1
), tanto a repê quanto a precisão intermediária
apresentaram CV inferiores ao critério de aceitação de 35% para C < 1 mg/kg.
Igualmente para o nível intermediário (0,01mg.L-1
) e nível alto (2mg.L-1
), tanto a repê
quanto a precisão intermediária apresentaram CV inferiores ao critério de aceitação de
30% para 1 mg.kg-1
≤ C < 10 mg.kg-1
.
86
No parâmetro de recuperação para as duas concentrações testadas 0,005 e 2mg.L-1
, a
Deltametrina apresentou recuperação de 129,63 e 144,75% respectivamente, resultado
superior ao critério de aceitação de 70-120% segundo a SANCO. A molécula de
Fempiroximato também apresentou recuperação superior (130,39%) ao critério de
aceitação, no nível de fortificação de 2mg.L-1
. E a molécula de carbossulfano
apresentou recuperações de 30,31% e 68,78% para os níveis de 0,005 e 2 mg.L-1
respectivamente estando em desacordo com o critério de aceitação.
Os limites de detecção foram calculados baseados nas respostas de amostras
brancas, conforme define o INMETRO. O limite de quantificação, foi definido
considerando os LMR aceitável para cada molécula e pelo menor ponto de concentração
da curva de calibração, os quais foram testados experimentalmente.
Diante dos resultados, pode-se concluir que o método multirresíduos foi validado e
pode ser reproduzido com confiabilidade na rotina do laboratório para a quantificação
dos seguintes pesticidas: Acefato, Clorpirifos, Dimetoato, Trifloxistrobina,
Carbofurano, Azoxistrobina, Bifentrina, Boscalida, Cimoxanil, Clotianidina,
Difenoconazol, Diurom, Famoxadona, Fenamidona, Fenarimol, Imidacloprido,
Indoxacarbe, Iprovalicarbe, Metalaxil, Tebuconazol, Tetraconazol, Tiametoxam,
Triadimefom, Triadimenol (24 moléculas).
Das amostras comerciais analisadas pelo método validado apenas a amostra A
apresentou resultado insatisfatório as demais apresentaram resultados abaixo do LD ou
dentro dos LMR estabelecidos.
87
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96
APÊNDICE A
Figura 27 – TIC (a) e canais com as transições de quantificação 184143 (c) e
qualificação 18495 (b) para ACEFATO
(a)
(b)
(c)
97
Figura 28- TIC (a) e canais com as transições de quantificação 292211 (c) e
qualificação 292181 (b) para TIAMETOXAN
Figura 29 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 256208 (c) e
qualificação 256175 (b) para IMIDACLOPRIDO
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
98
Figura 30 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 250131 (c) e
qualificação 250169 (b) para CLOTIANIDINA
Figura 31 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 230198 (c) e
qualificação 230171 (b) para DIMETOATO
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
99
Figura 32 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 199128 (c) e
qualificação 199110 (b) para CIMOXANIL
Figura 33 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 222123 (c) e
qualificação 222165 (b) para CARBOFURAN
(a)
(b)
(c)
100
Figura 34 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 23372,1 (c) e
qualificação 233159 (b) para DIURON
Figura 35 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 280220 (c) e
qualificação 280160 (b) para METALAXIL
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
101
Figura 36 -TIC (a) e canais com as transições de quantificação 404372 (c) e
qualificação 404344 (b) para AZOXISTROBINA
Figura 37 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 31292 (c) e
qualificação 312236 (b) para FENAMIDONA
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
102
Figura 38 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 343307 (c) e
qualificação 343271 (b) para BOSCALIDA
Figura 39 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 294197 (c) e
qualificação 294225 (b) para TRIADIMEFON
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
103
Figura 40 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 321119 (c) e
qualificação 321202 (b) para IPROVALICARB
(a)
(b)
(c)
104
Figura 41 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 29670 (c) e
qualificação 29699 (b) para TRIADIMENOL
Figura 42 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 372159 (c) e
qualificação 37270 (b) para TETRACONAZOL
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
105
Figura 43 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 331268 (c) e
qualificação 33181 (b) para FENARIMOL
Figura 44 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 30870 (c) e
qualificação 308124 (b) para TEBUCONAZOL
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
106
Figura 45 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 406251 (c) e
qualificação 406337 (b) para DIFENOCONAZOL
Figura 46 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 392331 (c) e
qualificação 392238 (b) para FAMOXADON
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
107
Figura 47 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 409186 (c) e
qualificação 409145 (b) para TRIFLOXISTROBINA
Figura 48 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 528150 (c) e
qualificação 528203 (b) para INDOXACARBE
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
108
Figura 49 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 349198 (c) e
qualificação 349293 (b) para CLORPIRIFOS
Figura 50 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 422366 (c) e
qualificação 422135 (b) para FENPIROXIMATO
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
109
Figura 51 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 523281 (c) e
qualificação 523181 (b) para DELTAMETRINA
Figura 52 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 381118 (c) e
qualificação 381160 (b) para CARBOSULFANO
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(c)
110
Figura 53 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 440181 (c) e
qualificação 440166 (b) para BIFENTRINA
Figura 54 - TIC (a) e canais com as transições de quantificação 192160 (c) e
qualificação 192132 (b) para CARBENDAZIN
(a)
(b)
(c)
111
APÊNDICE B
Figura 55 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para ACEFATO no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
Figura 56 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para TIAMETOXAN no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 57 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para IMIDACLOPRIDO no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
112
Figura 58 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para CLOTIANIDINA no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
Figura 59 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para DIMETOATO no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
Figura 60 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para CARBOFURANO no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
113
Figura 61 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para CIMOXANIL no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
Figura 62 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para METALAXIL no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 63 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para DIURON no intervalo
de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
114
Figura 64 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para AZOXISTROBINA no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 65 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para FENAMIDONA no
intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
Figura 66 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para BOSCALIDA no
intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
115
Figura 67 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para TRIADIMEFON no
intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
Figura 68 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para TRIADIMENOL no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 69 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para IPROVALICARBE no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
116
Figura 70 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para TETRACONAZOLE
no intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 71 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para FENARIMOL no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 72 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para TEBUCONAZOL no
intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
117
Figura 73 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para FAMOXADONA no
intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
Figura 74 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para DIFENOCONAZOL
no intervalo de concentração de 0,01 – 5 mg.L-1
Figura 75 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para INDOXACARBE no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
118
Figura 76 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para
TRIFLOXISTROBINA no intervalo de concentração de 0,005 – 1 mg.L-1
Figura 77- CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para CLORPIRIFOS no
intervalo de concentração de 0,005 – 2 mg.L-1
Figura 78 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para FENPIROXIMATO
no intervalo de concentração de 0,005 – 1 mg.L-1
119
Figura 79 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para DELTAMETRINA no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
Figura 80 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para CARBOSULFAN no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
Figura 81 - CCAS - y= ax+b, coeficiente de correlação (r
2) para BIFENTRINA no
intervalo de concentração de 0,0025 – 1 mg.L-1
120
APÊNDICE C
Tabela 27 - Etapas de extração e limpeza da amostra utilizando QuEChERS pelo
método AOAC-2007.01
Etapa 1 Etapa 2
Etapa 3 Etapa 4
Etapa 5 Etapa 6
Etapa 7 Etapa 8
121
APÊNDICE D
Figura 82 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para ACEFATO
Figura 83 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para AZOXISTROBIN
-2500,000
-2000,000
-1500,000
-1000,000
-500,000
0,000
500,000
1000,000
1500,000
2000,000
2500,000
3000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-150000,000
-100000,000
-50000,000
0,000
50000,000
100000,000
150000,000
200000,000
0,005 0,105 0,205 0,305 0,405 0,505 0,605 0,705 0,805 0,905 1,005 1,105 1,205 1,305 1,405 1,505 1,605 1,705 1,805 1,905
122
Figura 84 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para BIFENTRINA
Figura 85 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DELTAMETRINA
-500,000
-400,000
-300,000
-200,000
-100,000
0,000
100,000
200,000
300,000
400,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-800,000
-600,000
-400,000
-200,000
0,000
200,000
400,000
600,000
800,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
123
Figura 86 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DIMETOATO
Figura 87 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para FENPIROXIMATO
-4000,000
-3000,000
-2000,000
-1000,000
0,000
1000,000
2000,000
3000,000
4000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-8000,000
-6000,000
-4000,000
-2000,000
0,000
2000,000
4000,000
6000,000
8000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
124
Figura 88 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TRIFLOXISTROBINA
Figura 89 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CARBOSULFANO
-20000,000
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
125
Figura 90 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CLOTIANIDINA
Figura 91 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para FENARIMOL
-800,000
-600,000
-400,000
-200,000
0,000
200,000
400,000
600,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-400,000
-300,000
-200,000
-100,000
0,000
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
126
Figura 92 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para IMIDACLOPRIDO
Figura 93 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para IPROVALICARBE
-600,000
-400,000
-200,000
0,000
200,000
400,000
600,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
25000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
127
Figura 94 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para TRIADIMENOL
Figura 95 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CIMOXANIL
-1500,000
-1000,000
-500,000
0,000
500,000
1000,000
1500,000
2000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
25000,000
30000,000
35000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
128
Figura 96 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para DIURON
Figura 97 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para CLORPIRIFOS
-20000,000
-10000,000
0,000
10000,000
20000,000
30000,000
40000,000
50000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
-5000,000
-4000,000
-3000,000
-2000,000
-1000,000
0,000
1000,000
2000,000
3000,000
4000,000
0,005 0,105 0,205 0,305 0,405 0,505 0,605 0,705 0,805 0,905 1,005 1,105 1,205 1,305 1,405 1,505 1,605 1,705 1,805 1,905 2,005
129
Figura 98 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para METALAXIL
Figura 99 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função da
concentração para INDOXACARBE
-25000,000
-20000,000
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
0,005 0,105 0,205 0,305 0,405 0,505 0,605 0,705 0,805 0,905 1,005 1,105 1,205 1,305 1,405 1,505 1,605 1,705 1,805 1,905 2,005
-3000,000
-2500,000
-2000,000
-1500,000
-1000,000
-500,000
0,000
500,000
1000,000
1500,000
0,005 0,105 0,205 0,305 0,405 0,505 0,605 0,705 0,805 0,905 1,005 1,105 1,205 1,305 1,405 1,505 1,605 1,705 1,805 1,905 2,005
130
Figura 100 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para TETRACONAZOL
Figura 101 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para TIAMETOXAM
-20000,000
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
25000,000
0,005 0,105 0,205 0,305 0,405 0,505 0,605 0,705 0,805 0,905 1,005 1,105 1,205 1,305 1,405 1,505 1,605 1,705 1,805 1,905 2,005
-4000,000
-3000,000
-2000,000
-1000,000
0,000
1000,000
2000,000
3000,000
4000,000
0,005 0,105 0,205 0,305 0,405 0,505 0,605 0,705 0,805 0,905 1,005 1,105 1,205 1,305 1,405 1,505 1,605 1,705 1,805 1,905 2,005
131
Figura 102- Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para FAMOXADON
Figura 103 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para FENAMIDONE
-8000,000
-6000,000
-4000,000
-2000,000
0,000
2000,000
4000,000
0,01 0,51 1,01 1,51 2,01 2,51 3,01 3,51 4,01 4,51 5,01
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
25000,000
0,01 0,51 1,01 1,51 2,01 2,51 3,01 3,51 4,01 4,51 5,01
132
Figura 104 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para DIFENOCONAZOLE
Figura 105 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para DIMETOMORFE
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
20000,000
25000,000
0,01 0,51 1,01 1,51 2,01 2,51 3,01 3,51 4,01 4,51 5,01
-30000,000
-20000,000
-10000,000
0,000
10000,000
20000,000
30000,000
0,01 0,51 1,01 1,51 2,01 2,51 3,01 3,51 4,01 4,51 5,01
133
Figura 106- Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para TEBUCONAZOL
Figura 107 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para TRIADIMEFON
-8000,000
-6000,000
-4000,000
-2000,000
0,000
2000,000
4000,000
0,01 0,51 1,01 1,51 2,01 2,51 3,01 3,51 4,01 4,51 5,01
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
0,01 0,51 1,01 1,51 2,01 2,51 3,01 3,51 4,01 4,51 5,01
134
Figura 108 - Gráfico de dispersão dos resíduos das respostas instrumentais em função
da concentração para CARBOFURAN
-15000,000
-10000,000
-5000,000
0,000
5000,000
10000,000
15000,000
0,0025 0,1025 0,2025 0,3025 0,4025 0,5025 0,6025 0,7025 0,8025 0,9025 1,0025
135
ANEXO 1
Tabela 28 - Relação de Agrotóxicos autorizados pelo sistema AGROFIT do MAPA
para a cultura de uva
Nome Grupo químico Classe
1 Abamectina Avermectina Acaricida/Inseticida
2 Ácido giberélico Giberelina Regulador de Crescimento
3 Ametrina Triazina Herbicida
4 Azoxistrobina Estrobilurina Fungicida
5 Bacillus thuringiensis Biológico Inseticida Microbiológico
6 Benalaxil Acilalaninato Fungicida
7 Bifentrina Piretróide Acaricida/Formicida/Inseticida
8 Boscalida Anilida Fungicida
9 Brometo de metila Alifático halogenado
Formicida/Fungicida/Herbicida/Inseticida/Nematicida
10 Captana Dicarboximida Fungicida
11 Carbosulfano Metilcarbamato de benzofuranila Acaricida/Inseticida/Nematicida
12 Cianamida Carbimida Regulador de Crescimento
13 Cimoxanil Acetamida Fungicida
14 Ciproconazol Triazol Fungicida
15 Clorotalonil Isoftalonitrila Fungicida
16 Clotianidina Neonicotinóide Inseticida
17 Cresoxim-metílico Estrobilurina Fungicida
18 Dicloreto de paraquate Bipiridílio Herbicida
19 Difenoconazol Triazol Fungicida
20 Dimetomorfe Morfolina Fungicida
21 Ditianona Quinona Fungicida
22 Diurom Uréia Herbicida
23 Enxofre Inorgânico Acaricida/Fungicida
24 Etefom Etileno (precursor de) Regulador de Crescimento
25 Famoxadona Oxazolidinadiona Fungicida
26 Fenamidona Imidazolinona Fungicida
27 Fenarimol Pirimidinil carbinol Fungicida
28 Fentiona Organofosforado Acaricida/Cupinicida/Formicida/Inseticida
29 Fluopicolide Benzamida Fungicida
30 Folpete Dicarboximida Fungicida
31 Fosetil Fosfonato Fungicida
32 Glifosato Glicina substituída Herbicida
33 Glifosato-sal de isopropilamina
Glicina substituída Herbicida
34 Glufosinato - sal de amônio
Homoalanina substituída Herbicida/Regulador de Crescimento
35 Hidróxido de cobre Inorgânico Bactericida/Fungicida
36 Imibenconazol Triazol Fungicida
37 Imidacloprido Neonicotinóide Inseticida
38 Indoxacarbe Oxadiazina Inseticida
39 Iprodiona Dicarboximida Fungicida
40 Iprovalicarbe Carbamato Fungicida
136
41 Lambda-cialotrina Piretróide Inseticida
42 Mancozebe Alquilenobis(ditiocarbamato) Acaricida/Fungicida
43 Manebe Alquilenobis(ditiocarbamato) Fungicida
44 Metalaxil-M Acilalaninato Fungicida
45 Metconazol Triazol Fungicida
46 Metiram Alquilenobis(ditiocarbamato) Fungicida
47 Miclobutanil Triazol Fungicida
48 Óleo mineral Hidrocarbonetos alifáticos Acaricida/Adjuvante/Fungicida/Inseticida
49 Orizalina Dinitroanilina Herbicida
50 Oxicloreto de cobre Inorgânico Bactericida/Fungicida
51 Óxido cuproso Inorgânico Bactericida/Fungicida
52 Paraquate Bipiridílio Herbicida
53 Piraclostrobina Estrobilurina Fungicida
54 Pirazofós Fosforotioato de heterociclo Fungicida/Inseticida
55 Pirimetanil Anilinopirimidina Fungicida
56 Piriproxifem Éter piridiloxipropílico Inseticida
57 Procimidona Dicarboximida Fungicida
58 Propinebe Alquilenobis(ditiocarbamato) Fungicida
59 Quinometionato Quinoxalina Acaricida/Fungicida
60 Simazina Triazina Herbicida
61 Sulfato de cobre Inorgânico Bactericida/Fungicida
62 Sulfosato Glicina substituída Herbicida
63 Tebuconazol Triazol Fungicida
64 Tiametoxam Neonicotinóide Inseticida
65 Tiofanato-metílico Benzimidazol (precursor de) Fungicida
66 Triadimefom Triazol Fungicida
67 Triadimenol Triazol Fungicida
68 Triclorfom Organofosforado Acaricida/Inseticida
69 Triflumizol Imidazol Fungicida
70 Zeta-cipermetrina Piretróide Inseticida
71 Zoxamida Benzamida Fungicida
Fonte: http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Consulta em: 11/2014