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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA BACHARELADO EM TURISMO E HOTELARIA AGNALDO PODESTÁ LIMA NETO JÚLIA BORGES VILLAS BOAS DOS SANTOS A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O TURISMO: um estudo sobre o Parque das Dunas (Salvador-BA). Salvador 2014

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

BACHARELADO EM TURISMO E HOTELARIA

AGNALDO PODESTÁ LIMA NETO

JÚLIA BORGES VILLAS BOAS DOS SANTOS

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O TURISMO:

um estudo sobre o Parque das Dunas (Salvador-BA).

Salvador

2014

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AGNALDO PODESTÁ LIMA NETO

JULIA BORGES VILLAS BOAS DOS SANTOS

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O TURISMO:

um estudo sobre o Parque das Dunas (Salvador-BA).

Monografia apresentada ao curso de Turismo e

Hotelaria da Universidade do Estado da Bahia,

como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Turismo e Hotelaria.

Orientadora: Profª Lirandina Gomes.

Salvador

2014

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AGNALDO PODESTÁ LIMA NETO

JULIA BORGES VILLAS BOAS DOS SANTOS

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O TURISMO:

um estudo sobre o Parque das Dunas (Salvador-BA).

Monografia apresentada ao curso de Turismo e

Hotelaria da Universidade do Estado da Bahia,

como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Turismo e Hotelaria.

Orientadora: Profª Lirandina Gomes.

Aprovada em ___ de ____________ de _____.

______________________________________________

Profª. Lirandina Gomes Sobrinho

Doutora em Geografia - orientadora

______________________________________________

Profª. Natália Coimbra de Sá

Doutora em Cultura e Sociedade

______________________________________________

Profª. Darluce da Silva Oliveira

Doutora em Educação Ambiental

Salvador

2014

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AGRADECIMENTO

Agradecemos, em primeiro lugar, às nossas famílias, por todo o amor e apoio que nos deram

não apenas nesses cinco anos de faculdade, mas em toda a vida.

Aos nossos queridos amigos, sobretudo àqueles que se dispuseram a nos ajudar nos momentos

de dificuldade.

A Lirandina Gomes, nossa orientadora e a pessoa que nos apresentou o Parque das Dunas, que

veio a se tornar nosso objeto de estudo.

A Natália Coimbra, que tem nos ajudado desde quando essa monografia ainda era um projeto

de pesquisa, mesmo que isso significasse ter que ler uma quantidade aparentemente

interminável de e-mails.

A Ariadna Bandeira, que nos estimulou com as discussões sobre o meio ambiente e nos

incentivou a sempre adotar uma postura crítica diante das questões socioambientais.

A Francisca de Paula, que nos mostrou logo no primeiro semestre da faculdade que o turismo

pode servir como instrumento para a sustentabilidade.

A Rosali Fernandes, que demonstrou que estar vivo significa impactar o meio ambiente, mas

que podemos adotar atitudes que sejam conscienciosas e menos danosas à natureza.

À instituição UNEB e aos seus demais professores, por todo o comprometimento para com o

ensino.

A todos os colegas, pelos desabafos, pela ajuda com a ABNT e pelos momentos

inesquecíveis.

Aos voluntários da UNIDUNAS, que desde o início se mostraram extraordinariamente

solícitos e cordiais, além de comprometidos com a causa ambiental.

Por fim, a todos aqueles com os quais nos envolvemos durante esse processo e que

transformaram a nossa maneira de ver e de estar no mundo.

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RESUMO

A educação ambiental é essencial à conservação do meio ambiente e ao desenvolvimento

sustentável, e pode ser viabilizada através da visitação às áreas naturais e do Turismo

Sustentável. O Parque das Dunas – BA é uma Unidade de Conservação que protege

remanescentes dos ecossistemas de dunas, lagoas e restingas da cidade de Salvador. O Parque

também desenvolve o trabalho de educação ambiental por meio da interpretação do meio

ambiente, sensibilizando aqueles que o visitam. É a partir dessa visão que o objetivo principal

desse trabalho é analisar até que ponto a visitação ao Parque das Dunas pode contribuir para a

sensibilização ambiental. Para isso, foi utilizada a abordagem qualiquantitativa, que permitiu

analisar as atitudes e valores sensibilizados nos visitantes do Parque. Como instrumentos de

pesquisa, foram utilizadas a pesquisa documental e bibliográfica e entrevistas com os

dirigentes do Parque, assim como questionários dirigidos àqueles que visitam a unidade. Os

resultados demonstram que a sensibilização ambiental ocorre e contribui para que os

visitantes repensem a sua relação com o meio ambiente.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Sensibilização. Visitação. Turismo Sustentável.

Parque das Dunas.

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ABSTRACT

The environmental education is essential to the environment conservation and to the

sustainable development, and can be made possible through the visitation to natural areas and

Sustainable Tourism. The Parque das Dunas – BA is a Conservation Unit that protects a

remnant of the ecosystems of dunes, lagoons and sand bars in the city of Salvador. The Park

also develops environmental education work through the environmental interpretation,

sensitizing visitors. It is from this view that the main objective of this work is to analyze to

what extent the visitation to the Parque das Dunas can contribute to environmental

sensibilization. For this, the researches used the cuali-quantitative approach, which allowed to

analyze the attitudes and values aware of the visitors of the Park. As the research tools, also

was used the literature research, interviews with the Park's administrators and questionnaires

applied with the visitors. The results demonstrate that sensitization occurs and contributes for

visitors to rethink their relationship with the environment.

Keywords: Environmental Education. Sensibilization. Visitation. Sustainable Tourism.

Parque das Dunas.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da sede do Parque das Dunas .......................................................... 38

Figura 2 – Placa informando onde fica a entrada do Parque das Dunas ................................ 45

Figura 3 – Entrada de pedestres do Parque das Dunas ......................................................... 46

Figura 4 – Lixeiras para coleta seletiva................................................................................ 46

Figura 5 – Recepção ............................................................................................................ 47

Figura 6 – Entrada do Edifício Administrativo .................................................................... 48

Figura 7 – Sala de Restinga ................................................................................................. 48

Figura 8 – Sala dos Pesquisadores ....................................................................................... 49

Figura 9 – Sistema de Compostagem ................................................................................... 49

Figura 10 – Área de Descanso .............................................................................................. 50

Figura 11 – Espaço da Árvore .............................................................................................. 50

Figura 12 – Horto de Restinga .............................................................................................. 51

Figura 13 – Espaço Cultural ................................................................................................. 51

Figura 14 – Auditório Ambientalista Antonio Nativo ........................................................... 52

Figura 15 – Praça Eng.º Leandro Amaral Lopes ................................................................... 52

Figura 16 – Receptivo Ambiental Pequeno ........................................................................... 53

Figura 17 – Receptivo Ambiental Grande............................................................................. 53

Figura 18 – Interior do Receptivo Ambiental Grande ........................................................... 54

Figura 19 – Slack Park ......................................................................................................... 54

Figura 20 – Cavalos pertencentes ao Parque das Dunas ........................................................ 55

Figura 21 – Sala Verde ......................................................................................................... 56

Figura 22 – Sala Ecológica ................................................................................................... 56

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa etária dos visitantes .................................................................................. 67

Gráfico 2 – Grau de escolaridade dos visitantes .................................................................... 68

Gráfico 3 – Origem dos visitantes ........................................................................................ 69

Gráfico 4 – Origem dos visitantes que vivem na Bahia ......................................................... 69

Gráfico 5 – Equipamentos visitados destinados à conservação ambiental ............................. 70

Gráfico 6 – Atitudes ambientalmente corretas praticadas pelos visitantes ............................. 71

Gráfico 7 – Por qual meio os visitantes obtiveram conhecimento sobre o Parque das Dunas . 72

Gráfico 8 – O que mais motivou a visita ao Parque das Dunas.............................................. 73

Gráfico 9 – Opinião do visitantes sobre a visita ao Parque das Dunas ................................... 73

Gráfico 10 – Valores pessoais sensibilizados pela visita ao Parque das Dunas ...................... 74

Gráfico 11 – Atitudes ambientalmente corretas que serão mantidas ou adotadas após visita ao

Parque das Dunas ................................................................................................................. 75

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

APA Área de Proteção Ambiental

CEPRAM Conselho Estadual de Meio Ambiente

CERB Companhia de Engenharia Rural da Bahia

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CRA Centro de Recursos Ambientais

CV Centro de Visitantes

DMA Domínio da Mata Atlântica

EA Educação Ambiental

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

MAB Man and Biosphere

MMA Ministério do Meio Ambiente

OMT Organização Mundial de Turismo

ONG Organização Não-Governamental

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PNUMA Programa de Meio Ambiente da ONU

SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

SECIS Secretaria Cidade Sustentável

SEMA Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia

SEMUT Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte

SISEMA Sistema Estadual do Meio Ambiente do Estado da Bahia

SISUMA Sistema Municipal do Meio Ambiente de Salvador

SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

SRH Superintendência de Recursos Hídricos

UC Unidade de Conservação

UICN União Internacional para a Conservação da Natureza

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

UNIDUNAS Universidade Livre das Dunas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10

2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE ............................................................. 15

2.1 A GESTÃO DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL ........................................................ 18

2.2 O TERCEIRO SETOR E A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL ...................................... 19

2.3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E A PROTEÇÃO DA NATUREZA ...................... 22

3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO SUSTENTÁVEL ...................................... 25

3.1 O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 25

3.2 ECOTURISMO: TURISMO SUSTENTÁVEL EM ÁREAS NATURAIS ..................... 29

3.3 ECOTURISMO COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ......... 33

4 O PARQUE DAS DUNAS E A PROTEÇÃO AMBIENTAL ........................................ 36

4.1 APRESENTANDO O PARQUE DAS DUNAS ............................................................. 36

4.2 UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS (UNIDUNAS) ............................................... 39

4.3 IMPORTÂNCIA SOCIOAMBIENTAL DO PARQUE .................................................. 41

4.4 CONHECENDO O CENTRO DE VISITANTES E OS DEMAIS ESPAÇOS

DESTINADOS ÀQUELES QUE VISITAM O PARQUE .................................................... 45

4.5 O PARQUE DAS DUNAS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................ 57

4.6 PERSPECTIVAS PARA A VISITAÇÃO TURÍSTICA NO PARQUE .......................... 62

5 SENSIBILIZAÇÃO DOS TURISTAS E VISITANTES: ANÁLISE DA PESQUISA

DE CAMPO ....................................................................................................................... 67

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 77

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 80

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NO CENTRO DE VISITANTES DO

PARQUE DAS DUNAS (SALVADOR-BA) ..................................................................... 89

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1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente é um acontecimento que tem se destacado

nas últimas décadas, sobretudo porque a população global passou a almejar a sustentabilidade

e o desenvolvimento sustentável – ou seja, não mais as decisões e ações tomadas deveriam se

limitar às questões econômicas, mas as sociais e ambientais também deveriam ser

consideradas.

O solo, as águas, o ar e os ecossistemas em diversos países mostraram-se tão

devastados pela ação antrópica – de modo que até o clima foi impactado –, que percebeu-se a

necessidade de medidas que visem à conservação do meio ambiente. Uma dessas medidas foi

a criação de um número cada vez maior de unidades de conservação (UCs), algumas de

proteção integral – aquelas em que o homem pode utilizar-se apenas de maneira indireta dos

seus recursos – e outras de uso sustentável, cujos recursos podem ser utilizados pelos seres

humanos, desde que de maneira conscienciosa, e que costumam encerrar em seus limites

muitas populações tradicionais e indígenas, como é o caso de algumas das Áreas de Proteção

Ambiental (APAs).

Essas unidades de conservação podem ser regulamentadas pelo governo ou

mesmo por iniciativas independentes, como empresas privadas ou Organizações Não-

Governamentais (ONGs), destacando-se os trabalhos realizados pelas Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). E, muitas vezes, essas unidades não buscam

apenas salvaguardar aquilo que está dentro dos limites físicos das chamadas “áreas

protegidas”, mas procuram, através da educação ambiental, entrar em contato com os

visitantes e incentivar a reflexão sobre o meio ambiente e sobre a sociedade, contribuindo

para a sensibilização e conscientização ambiental.

Ainda assim, os seres humanos, quase sempre por motivos econômicos,

continuam a causar graves impactos ambientais. E o turismo, justamente por ser uma

atividade que tem o meio ambiente como “matéria-prima”, pode ser altamente danoso.

Contudo, precisamente por isso, surgiu o chamado “turismo sustentável” – parte da concepção

mais ampla de desenvolvimento sustentável –, definido como a forma mais responsável de se

fazer turismo, almejando a sustentabilidade e impactando a natureza o mínimo possível.

O turismo, desde que bem planejado e com ações cuidadosamente estudadas, pode

contribuir positivamente para a educação ambiental e, consequentemente, para a

sensibilização de um maior número de pessoas, resultando em um meio ambiente mais

conservado.

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Entre os exemplos brasileiros de unidades de conservação que procuram, por meio

da educação ambiental, contribuir para a conservação ambiental, pode-se citar o Parque das

Dunas, localizado dentro da Área de Proteção Ambiental Lagoas e Dunas do Abaeté, na

cidade de Salvador, BA. O Parque foi implementado no ano de 2008, é administrado pela

OSCIP Universidade Livre das Dunas (UNIDUNAS) e os usos permitidos estão limitados aos

fins científicos, culturais, educativos, turísticos e recreativos, com a obrigação de respeitar a

integridade dos ecossistemas naturais existentes (SALVADOR, 2012a).

Observa-se que o Parque recebe um grande número de visitas e realiza muitas

atividades que visam à educação ambiental, sobretudo através das trilhas interpretativas e dos

espaços interativos. A UC recebe, enquanto visitantes, alunos de escolas públicas e privadas e

também de graduação, assim como pesquisadores, mas a atividade turística realizada ainda

permanece em estágio embrionário, quase sempre limitada àqueles que vieram de cidades

localizadas no entorno de Salvador.

Por isso, essa monografia, cujo assunto é “educação ambiental e turismo”, tem

como tema a análise da visitação turística ao Parque das Dunas – BA como instrumento para a

sensibilização ambiental. O trabalho procurou responder a seguinte pergunta: Até que ponto a

visitação turística ao Parque das Dunas – BA poderá contribuir para a sensibilização

ambiental?

Como hipótese, acredita-se que esse parque realiza um importante trabalho de

educação ambiental e que, através da visitação, o público pode ser sensibilizado, o que

contribui para a conservação ambiental. Desse modo, o desenvolvimento do potencial

turístico do Parque permitirá que mais pessoas o visitem e, consequentemente, passem pelo

processo de educação ambiental.

Devido ao grande interesse demonstrado pelo Parque das Dunas pelas questões

ambientais e à intenção de receber um maior número de turistas que esse trabalho foi

incentivado. Através do estudo sobre o Parque e as medidas por ele adotadas que visam à

educação ambiental e à conversação ambiental, assim como pela avaliação do potencial

turístico dessa unidade de conservação, essa pesquisa colabora para que os dirigentes do

Parque confirmem se os visitantes são de fato sensibilizados pelas ações realizas e percebam a

importância de desenvolver o potencial turístico da unidade, para que um número maior de

pessoas vivencie a experiência.

O objetivo principal do trabalho, portanto, é analisar como a visitação turística ao

Parque das Dunas pode contribuir para a sensibilização dos visitantes. Os objetivos

específicos são compreender conceitos relacionados à conservação ambiental e à educação

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ambiental, conhecer o Parque das Dunas e as medidas adotadas que visam à conservação

ambiental e à educação ambiental, conhecer o perfil dos visitantes do Parque das Dunas e

verificar se os visitantes foram sensibilizados através do trabalho desenvolvido.

Para que os objetivos fossem satisfeitos, utilizou-se, enquanto metodologia, o

método monográfico – ou estudo de caso –, que consiste no estudo de determinados

indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de

obter generalizações (LAKATOS; MARCONI, 2003), a fim de “examinar o tema selecionado

de modo a observar todos os fatores que o influenciam, analisando-o em todos os seus

aspectos”. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 39).

Haja vista a inexistência de trabalhos científicos sobre o Parque das Dunas que

abordem o turismo, optou-se, em primeiro lugar, pela pesquisa exploratória, que é adequada

para as pesquisas que se encontram na fase preliminar (PRODANOV; FREITAS, 2013), por

possibilitar a familiarização com o tema e os conceitos a serem estudados, a formulação de

uma hipótese e a elaboração de um problema a ser trabalhado no futuro. (SELLTIZ et al apud

SCHLUTER, 2003).

Trabalhou-se também com a pesquisa descritiva, em que o pesquisador registra e

descreve os fatos observados sem neles interferir, para então ordenar e analisar os dados.

(PRODANOV; FREITAS, 2013). Desse modo, a pesquisa exploratória e a descritiva se

completaram, pois, como explicam Prodanov e Freitas (2013), enquanto a pesquisa descritiva

procura classificar, explicar e interpretar os fatos, a experimental pretende demonstrar o modo

ou as causas pelas quais um fato é produzido.

Quanto às técnicas de pesquisa utilizadas, optou-se, primeiramente, pela pesquisa

documental e pela pesquisa bibliográfica.

A pesquisa documental – ou de fontes primárias – refere-se aos materiais que

ainda não receberam tratamento analítico ou que podem ser elaborados de acordo com os

objetivos da pesquisa (PRODANOV; FREITAS, 2013), tais como os arquivos oficiais e

particulares e a documentação pessoal (LAKATOS; MARCONI, 2003); já a pesquisa

bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já tornada pública e tem o

objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o

assunto da pesquisa, como livros, revistas, publicações em periódicos, artigos científicos,

monografias, dissertações e teses. (PRODANOV; FREITAS, 2013). Foram utilizados livros,

artigos, vídeos e outros documentos disponíveis na biblioteca da Universidade do Estado da

Bahia, no centro de visitantes do Parque das Dunas – BA e na Internet.

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Utilizou-se também a pesquisa de campo, usada para conseguir informações e/ou

conhecimento acerca de um problema (LAKATOS; MARCONI, 2003), e a observação,

através de visitas ao Parque das Dunas, que utiliza os sentidos na obtenção de determinados

aspectos da realidade, podendo ser definida como o processo de olhar e escutar de maneira

sistemática, levando dados suscetíveis de serem obtidos por outros pesquisadores (LÉON;

MONTEIRO apud SCHLUTER, 2003).

Para um maior conhecimento sobre a unidade e as perspectivas futuras,

realizaram-se também entrevistas semi-estruturadas, que podem ser entendidas como a

conversa entre duas pessoas em que o entrevistador faz perguntas previamente estabelecidas

ao entrevistado com o intuito de obter respostas pertinentes ao tema estudado, contudo,

podendo inserir novas perguntas que sejam oportunas ao longo do trabalho (SCHLUTER,

2003) – foram entrevistados o Presidente e a Diretora Administrativa da UNIDUNAS.

Como instrumento de coleta de dados, realizou-se também a aplicação de 87

questionários válidos, que se configuram em uma lista de perguntas organizadas de maneira

lógica e que são utilizadas para juntar informações sobre um tema específico (SCHLUTER,

2003). Essas ferramentas foram aplicadas nos visitantes do Parque, com o intuito de traçar o

seu perfil e verificar se foram sensibilizados.

Após a coleta de todos os dados, eles passaram por um processo de seleção,

quando foram analisados minuciosamente e submetidos à verificação crítica; depois, foram

tabulados com o auxílio do programa OpenOffice Base e representados graficamente com a

ajuda do Excel, para interpretação e análise.

Toda a análise foi realizada a partir de uma perspectiva qualiquantitativa de

complementaridade, ou seja, que traz aspectos quantitativos, que têm por objetivo trazer à luz

dados, indicadores e tendências observáveis, e aspectos qualitativos, que aprofundam a

complexidade dos fenômenos, fatos e processos particulares e específicos de grupos

razoavelmente delimitados, de modo que esses aspectos possam se complementar, e não se

opor. (MINAYO; SANCHES, 1993).

O trabalho está organizado de modo a viabilizar a compreensão sobre esse parque

municipal, que é referência devido ao trabalho educacional realizado, e a sua contribuição

para a conscientização ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Após a introdução, o segundo capítulo traz questões associadas ao meio ambiente

e discute os principais conceitos relacionados, como os de sustentabilidade e desenvolvimento

sustentável. Apresenta a estrutura da gestão do meio ambiente no Brasil, a importância do

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terceiro setor e a relevância das Unidades de Conservação, como as Áreas de Proteção

Ambiental e os Parques.

O terceiro capítulo discorre sobre a conceituação, histórico e importância da

educação ambiental no mundo e, sobretudo, no Brasil. Discute sobre o Turismo Sustentável,

com destaque para o Ecoturismo, e relaciona esse segmento com a educação ambiental.

O quarto capítulo caracteriza o Parque das Dunas e o Centro de Visitantes,

apresenta a organização da sociedade civil responsável por sua administração e analisa

aspectos relacionados à unidade, como a sua importância ambiental, os instrumentos

utilizados para a educação ambiental e a perspectiva que o Parque tem diante do turismo.

O quinto capítulo interpreta as respostas obtidas nos questionários dirigidos aos

visitantes do Parque das Dunas. Através dos resultados e da observação livre analisa-se se o

visitante foi sensibilizado pelo trabalho realizado e se essa sensibilização se manifestou

através de mudanças de valores ou do desejo de adotar uma nova postura ambiental.

Por fim, há a conclusão, que traz reflexões sobre a visitação ao Parque como

instrumento para a sensibilização e conservação ambiental e a contribuição dessa pesquisa

para o desenvolvimento de novos trabalhos relacionados a essa temática.

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2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

As discussões sobre a relação entre o homem e o meio ambiente, embora

frequentes, são também bastante recentes – contudo, essenciais para a proteção ambiental.

Até a segunda metade do século XIX era quase inexistente a preocupação com o

meio ambiente, e foi nessa época que os preservacionistas norte-americanos, apreensivos com

a acelerada expansão industrial, começaram a insistir na criação de áreas naturais protegidas,

que prezavam, sobretudo, pela beleza cênica, em locais em que a natureza aparentasse estar

intocada pelo ser humano. (DIEGUES, 1996).

Com o término da Segunda Guerra Mundial, houve uma maior aproximação entre

dos defensores da natureza e os cientistas – em 1945, a expressão "environmental studies"1 foi

adotada pelos profissionais de ensino na Inglaterra (BRASIL, 1998); em 1948 aconteceu a

Conferência de Fontainebleu, realizada na cidade francesa de mesmo nome, que recebeu o

apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e

foi marcante graças à criação da União Internacional para a Conservação da Natureza

(UICN), uma importante organização conservacionista.

Outro marco importante para a causa ambiental foi o lançamento do livro

“Primavera Silenciosa”, escrito pela jornalista norte-americana Rachel Carson e lançado em

1962, que descreveu a forma predadora de atuação dos setores produtivos e as tragédias que, à

época, já estavam acontecendo, o que fez com que a obra fosse amplamente vendida e

continuamente reeditada, de modo a contribuir com a preocupação pela perda da qualidade de

vida devido aos problemas ambientais. (SILVA; COSTA; ALMEIDA, 2012).

Seis anos depois, em 1968, na Itália, reuniram-se cientistas, pedagogos,

industriais, economistas, funcionários públicos, humanistas, entre outros, no que passou a ser

chamado o “Clube de Roma”, que produziu uma série de relatórios de enorme impacto, um

deles intitulado “Os Limites do Crescimento”, publicado em 1972, que trouxe um modelo até

então inédito do que poderia acontecer caso a humanidade não mudasse seus processos

econômicos e políticos. (BRASIL, 1998).

A década de 1960, de modo geral, foi bastante relevante para a preocupação com

o meio ambiente, graças ao movimento hippie e às diversas manifestações que exigiam um

novo modo de pensar e de agir; contudo, o grande marco para a sustentabilidade foi a

Conferência das Nações unidades sobre o Meio Ambiente (GUIMARÃES, 1995), realizada

em 1972; por ter sido realizada em Estocolmo, capital da Suécia, país nórdico que passou a

1 A expressão pode ser traduzida como “estudos ambientais”.

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ser referência em preocupação ambiental, o evento tornou-se conhecido como Conferência de

Estocolmo. Em 1977 aconteceu a Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na qual muito se

discutiu sobre Educação Ambiental, assunto que será abordado no terceiro capítulo. Em 1992

houve a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, na

cidade do Rio de Janeiro, mais conhecida como Rio-92.

Desde então, algumas das temáticas mais amplamente discutidas em nível global

dizem respeito às questões ambientais, como a conservação do meio ambiente e a busca pela

sustentabilidade. Contudo, o que, afinal, é o meio ambiente e como definir a tão almejada

sustentabilidade?

A Lei nº 6.938/81 determina que o meio ambiente é o conjunto de condições, leis,

influências e interações de ordem física, química e biológica que permitem proteger e

normatizar a vida em todas as formas. (BRASIL, 1981). O meio ambiente, é importante frisar,

não se resume ao espaço natural, mas trata-se de um fenômeno complexo, constituído de um

conjunto de inter-relações entre o meio ambiente físico e as espécies da flora e da fauna,

inclusive os seres humanos. (SWARBROOKE, 2000a).

Também popularmente chamado de “natureza”, pode ser explicado como um

conjunto de elementos vivos e não-vivos, integrantes do planeta Terra, que se relacionam

influenciando e sofrendo influência entre si, em um equilíbrio dinâmico. (GUIMARÃES,

1995). Ou, como explica Loureiro (2004, p. 7), é

o resultado de interações múltiplas e complexas, mutáveis e dinâmicas,

limitadas em recortes espaço-temporais que permitem a construção do

sentido de localidade, territorialidade, identidade, pertencimento e de contextualização para os sujeitos individuais e coletivos.

O meio ambiente é formado por uma série de ecossistemas, que

são constituídos de comunidades de indivíduos de diferentes populações (bióticos), que vivem numa área juntamente com seu meio não-vivente

(abiótico) e se caracterizam por suas inter-relações, sejam elas simples ou

mais complexas. Essa definição inclui também os recursos construídos pelo

homem, tais como casas, cidades, monumentos históricos, sítios arqueológicos, e os padrões comportamentais das populações – folclore,

comidas e o modo de vida geral –, que os diferenciam de outra comunidade.

(RUSCHMANN, 1997, p.19).

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O meio ambiente natural, entretanto, tem sofrido com os frequentes impactos

ambientais, resultantes da ação antrópica, aquela que é causada pelo ser humano; o artigo 1º

da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, considera impacto ambiental como

qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das

atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a

biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos

recursos ambientais. (BRASIL, 1986).

Para que esses impactos sejam minimizados, é preciso pensar na conservação e na

preservação do meio ambiente. Preservação pode ser compreendida pela não utilização direta

dos recursos naturais, protegendo integralmente a diversidade biológica, possibilitando a

perenidade; a conservação, por outro lado, pode ser entendida como a utilização racional dos

recursos naturais, compatibilizando as necessidades humanas com a proteção ambiental, de

modo a manter a sustentabilidade. (BRITO; CÂMARA, 1998).

A preservação do meio ambiente, definida pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de

2000, ainda pode ser definida como o “conjunto de métodos, procedimentos e políticas que

visem à proteção a longo prazo das espécies, habitats e ecossistemas, além da manutenção dos

processos ecológicos, prevenindo a simplificação dos sistemas naturais”. (BRASIL, 2000).

Diegues (1996), por sua vez, explica que o preservacionismo, corrente que preconiza a

preservação, tem como prioridade a não utilização dos recursos naturais, e o principal objetivo

é a proteção integral das áreas naturais – a natureza intocada –; o conservacionismo, por outro

lado, busca a racionalização no uso dos recursos naturais, e preocupa-se não apenas com a

conservação ambiental, mas também com a qualidade de vida e a justiça social.

Conservar o meio ambiente deve ser percebido como responsabilidade de todos:

do Poder Público, nos três planos – federal, estadual e municipal –, e também dos cidadãos.

Por isso, é um preceito constitucional. (BRITO; CÂMARA, 1998).

Em decorrência de todos os males causados pela ação do homem e da importância

da conservação do meio ambiente, cada vez mais os estudiosos têm refletido sobre a

importância da sustentabilidade, cujo conceito engloba o meio ambiente, as pessoas e os

sistemas econômicos; por isso, quando se fala em “sustentabilidade”, refere-se àquilo que

satisfaz as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das pessoas satisfazerem as

suas no futuro. Portanto, trata-se de uma perspectiva a longo prazo no que diz respeito às

tomadas de decisões e necessariamente envolve planejamento. (SWARBROOKE, 2000a).

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São os princípios da sustentabilidade que promovem o desenvolvimento

sustentável, definido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991

apud RUSCHMANN, 1997) como um processo de transformação em que a exploração dos

recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança

institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, com o objetivo de

atender às necessidades e às aspirações humanas.

E, ainda em se tratando de sustentabilidade, surgiu o conceito de “sociedades

sustentáveis”, que inclui uma visão transformadora e incentiva a construção simultânea e

coletiva das sustentabilidades ambiental, social, econômica, política e ética; a ideia é não se

limitar à dimensão econômica como balizador da sustentabilidade, mas dar a devida

importância às questões que dizem respeito ao meio ambiente e à sociedade. (BRASIL, 2007).

É importante que o crescimento econômico venha acompanhado pelo

desenvolvimento sustentável e que exista a preocupação com a conservação do meio ambiente

e dos seus recursos renováveis, para que exista um verdadeiro equilíbrio entre as questões

ambientais, sociais e econômicas. Nesse sentido, o apoio governamental é essencial.

2.1 A GESTÃO DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL

O Brasil, em sua estrutura administrativa, divide-se em três esferas: federal,

estadual e municipal; portanto, visando à proteção e à conservação do meio ambiente, foram

criadas entidades ambientais para atuar em cada um desses níveis governamentais.

O Sistema Nacional do Meio Ambiente, que atua na esfera federal, tem por

objetivo estabelecer um conjunto articulado e descentralizado de ações para a gestão

ambiental no país, do qual fazem parte os órgãos e entidades da União, dos estados, do

Distrito Federal, dos territórios e dos municípios, assim como as fundações instituídas pelo

Poder Público, responsáveis pela conservação ambiental. (BRASIL, 1981). Entre os

integrantes desse sistema estão o Ministério do Meio Ambiente (MMA); o Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); e o Conselho Nacional do

Meio Ambiente (CONAMA).

Em nível estadual, existe o Sistema Estadual do Meio Ambiente do Estado da

Bahia (SISEMA), que tem por finalidade promover, integrar e implementar a gestão, a

conservação, a preservação e a defesa do meio ambiente, no âmbito da política de

desenvolvimento do Estado da Bahia.

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Desse sistema faz parte a Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia

(SEMA), com a finalidade de assegurar a promoção do desenvolvimento sustentável no

estado da Bahia e formular e implementar políticas púbicas voltadas à conservação ambiental

(BAHIA, 2008), que tem como órgãos colegiados o Conselho Estadual de Meio Ambiente

(CEPRAM) e o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CONERH), e que conta com o

apoio indireto do Centro de Recursos Ambientais (CRA), da Superintendência de Recursos

Hídricos (SRH) e da Companhia de Engenharia Rural da Bahia (CERB).

Voltado à cidade de Salvador, existe o Sistema Municipal do Meio Ambiente de

Salvador (SISUMA), conjunto de órgãos e entidades do Município que são responsáveis pela

preservação, conservação, proteção, defesa, melhoria, recuperação e controle do meio

ambiente e uso adequado dos recursos ambientais do Município. (ÁVILLA; MALHEIROS,

2012). Desse sistema costumava fazer parte a Superintendência do Meio Ambiente, cujas

atividades, acervo e pessoal foram transferidas para a Secretaria Cidade Sustentável (SECIS),

exceto as questões relacionadas ao licenciamento e à fiscalização ambiental, que foram

transferidas para a Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (SEMUT).

(SALVADOR, 2012b).

A SECIS, criada em 2012, chama a atenção por trazer à tona o conceito de

“cidade sustentável”, que reconhece que o espaço urbano deve atender não apenas aos

objetivos econômicos, políticos e sociais, mas também ambientais. (SALVADOR, 2013).

Nem sempre, contudo, as três esferas de governo dialogam e cooperam entre si; e,

mesmo quando isso acontece, é possível que ainda não seja o suficiente para a efetiva

proteção do meio ambiente. Por isso será tão importante a contribuição da sociedade civil.

2.2 O TERCEIRO SETOR E A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

Apesar de todos os órgãos criados pelo poder público, tanto nas esferas federais,

estaduais e municipais, que visam à conservação ambiental e ao desenvolvimento sustentável,

o poder público, sozinho, não se mostra suficiente para a efetiva proteção do meio ambiente.

Como uma das possíveis soluções para esse problema, surgiu o Terceiro Setor, que tem se

tornado alvo de grande destaque nos últimos anos.

O termo “Terceiro Setor” não foi instituído ou definido por lei alguma, contudo, é

assim chamado porque, para fins de melhor compreensão, estudiosos separaram a sociedade

em três setores: o Primeiro Setor trata-se do governo, representando o uso de bens públicos

para fins públicos, e o Segundo Setor é o mercado, do qual fazem parte as entidades privadas

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com fins lucrativos – ainda que muitos autores considerem o mercado o primeiro setor, por ter

sido o primeiro a se constituir historicamente. (COELHO, 2000).

O Terceiro Setor, por outro lado, é o conjunto de iniciativas privadas que não têm

como principal objetivo a obtenção do lucro, mas buscam alcançar benefícios para toda a

comunidade ou para grupos sociais específicos – ou seja, são entidades que, embora não

pertençam ao Estado, atuam na esfera pública. (ARAUJO, 2006).

Falconer (1999) afirma que Terceiro Setor surgiu como o portador da promessa de

renovação do espaço público, de resgate da solidariedade e da cidadania e de humanização do

capitalismo. Coelho (2000, p. 58) diz que, para os americanos, o Terceiro Setor “combina a

flexibilidade e a eficiência do mercado com a equidade e a previsibilidade da burocracia

pública”. Bianchi (2007) explica que esse setor tem como funções suprir a carência do próprio

Estado, que não oferece condições básicas de existência para a população, e promover o

exercício da cidadania, sobretudo da cidadania ecológica.

Entre as entidades constituintes do Terceiro Setor, a mais conhecida é a

Organização Não-Governamental (ONG), que trata-se de “uma organização formalmente

constituída, sob formato jurídico de uma associação civil ou uma fundação, sem fins

lucrativos e com o objetivo de promoção e universalização de direitos” (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS, [entre 2006 e 2009],

p.11) e a promoção do desenvolvimento sustentável.

As ONGs podem ser consideradas “veículos para a participação dos indivíduos

em atividades e finalidades de caráter público” (ARAUJO, 2006, p. 21), o que atesta seu

caráter de representativo dos interesses da sociedade civil. Tornaram-se essenciais para a

formulação e implementação da democracia participativa (BARBIERI, 1997), procurando

suprir a carência do próprio Estado, que se omite em proporcionar condições básicas de

existência para a população, e a promoção da cidadania, sobretudo da cidadania ecológica.

(BIANCHI, 2007).

Dentre as Organizações Não-Governamentais que se preocupam com as questões

ambientais, destaca-se o trabalho das ONGs ambientalistas – também chamadas de ecológicas

–, que se caracterizam por terem objetivos voltados para a proteção ambiental, conservação ou

desenvolvimento local. (LOUREIRO, 2003 apud ARAUJO, 2006). São definidas pelo Art. 1º

da Resolução Nº 292 do CONAMA como: “Organizações Não-Governamentais – ONGs sem

fins lucrativos que tenham como objetivo principal, no seu estatuto e por intermédio de suas

atividades, a defesa e proteção do meio ambiente”. (BRASIL, 2002a).

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As ONGs ambientalistas têm dado expressivas contribuições para o

enfrentamento das demandas socioambientais, que traduzem a sua importância, como o

desenvolvimento de trabalhos inseridos nas necessidades locais, levando em consideração

projetos e ações ambientalmente sustentáveis e socialmente justas; a promoção do respeito à

diferença, à liberdade e à diversidade; o fortalecimento dos movimentos sociais democráticos;

a proximidade com as comunidades beneficiárias dos serviços; a capacidade de chamar a

atenção pública para os problemas ambientais e sociais e a possibilidade de partilhar com o

Estado a formulação e implementação de políticas públicas. (GOMES, 2006).

Gomes (2006) defende que as ONGs ambientalistas, ao passo que fortalecem a

concepção de desenvolvimento sustentável, considerando a justiça social, o exercício da

cidadania, a equidade social, a democracia plena e o equilíbrio ambiental, também são

reconhecidas como agentes estratégicos para o desenvolvimento sustentável que tanto

almejam e atores transformadores da sociedade. As ONGs

devem atuar na esfera do meio ambiente, inspecionando e monitorando potenciais atividades de degradação ambiental, desde que não interfiram no

âmbito da segurança nacional ou da quebra de sigilo legalmente protegido.

Elas devem promover a ação civil pública, agindo no âmbito jurídico para

realizar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. (BIANCHI, 2007, p. 156).

As ONGs também podem ser qualificadas como Organizações da Sociedade Civil

de Interesse Público (OSCIPs). A Lei Nº 9.790 de 1999, regulamentada pelo Decreto Nº

3.100, de 1999, determina que essas entidades devem ser pessoas jurídicas de direito privado,

sem fins lucrativos, cujos possíveis objetivos incluam defesa, preservação e conservação do

meio ambiente e desenvolvimento sustentável – entre os diretamente relacionados às questões

ambientais –, além da promoção do voluntariado, da ética, da paz, da cidadania, dos direitos

humanos, da democracia e de outros valores universais, além do incentivo aos estudos e

pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de

informações e conhecimentos técnicos e científicos (BRASIL, 1999a), o que contribui

positivamente para a sustentabilidade e, segundo Araujo (2006), fortalece a sociedade civil.

Contudo, embora o Terceiro Setor – sobretudo as ONGs ambientalistas, entre elas

as OSCIPs – tenha um papel efetivo na composição de políticas públicas e geração de

iniciativas, a burocratização ainda é excessiva (BIANCHI, 2007) e continua a existir uma

grande fragilidade institucional das entidades que compõem o movimento ambientalista

brasileiro. (ARAUJO, 2006). É por isso que

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os governos devem intensificar o diálogo com as ONGs e suas redes auto-

organizadas; estimular e possibilitar a parceria com elas; conseguir a

participação delas nos procedimentos e mecanismos nacionais, fazendo melhor uso de suas capacidades particulares, em especial nos campos do

ensino, mitigação da pobreza, proteção e reabilitação do meio ambiente.

(BARBIERI, 1997, p. 133).

Percebe-se que as ONGs – sejam elas OSCIPs ou não – oferecem uma grande

contribuição à conservação ambiental; para que seu sucesso seja assegurado, entretanto, é

necessário existir diálogo entre os três setores – o Poder Público, o mercado e o Terceiro Setor

– e uma verdadeira preocupação com a educação ambiental.

2.3 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E A PROTEÇÃO DA NATUREZA

O Governo – muitas vezes em parceria com o Terceiro Setor – percebeu que um

dos meios mais eficazes para a conservação e proteção do meio ambiente é através da criação

das áreas protegidas, sobretudo das Unidades de Conservação (UC).

A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelece critérios e normas para a criação,

implantação e gestão das UCs, as definindo como:

espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas

jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído

pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob

regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. (BRASIL, 2000, n.p.).

Uma unidade de conservação ou uma área natural protegida também pode ser

definida como uma superfície de terra ou mar consagrada à proteção e manutenção da

diversidade biológica, dos recursos naturais e dos recursos culturais associados, manejada

através de meios jurídicos ou outros que sejam eficazes. (UICN, 1994 apud BRITO, 1998).

Essas Unidades de Conservação normalmente são estabelecidas sobre grandes

áreas naturais, pouco modificadas pela ação antrópica, que “mantenham amostras de gens,

espécies, ecossistemas e processos ecológicos no interior de seus limites, relevantes para a

conservação da biodiversidade” (BRITO, 1998, p. 213), e visam à conservação e proteção do

meio ambiente e também à promoção da educação e interpretação ambiental, à recreação em

contato com a natureza e ao ecoturismo.

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As Unidades de Conservação estão divididas em dois tipos com características

específicas: as Unidades de Proteção Integral e as Unidades de Uso Sustentável. Dias (2003,

p. 135) explica que as Unidades de Conservação de Proteção Integral “têm como objetivo

básico preservar a natureza, e é admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais, com

exceção de casos previstos pela Lei”, e são divididas nas categorias: Estação Ecológica;

Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre.

Já as Unidades de uso sustentável “têm como objetivo compatibilizar a

conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais” (DIAS,

2003, p. 135), e constituem esse grupo: as Áreas de Proteção Ambiental; Áreas de Relevante

Interesse Ecológico; Florestas Nacionais; Reservas Extrativistas; Reservas de Fauna; Reservas

de Desenvolvimento Sustentável e Reservas Particulares do Patrimônio Natural.

Brito (1998) afirma que cada país, em razão de suas especificidades políticas,

econômicas e culturais, juntamente com a avaliação dos recursos naturais que possui, terá

formas diferenciadas de compreender quais devem ser os objetivos da conservação da

natureza – o que fez com que fossem criadas diversas categorias de “manejo”, que é definido

como “todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservação da diversidade

biológica e dos ecossistemas”. (BRASIL, 2000, n.p.).

Figueiredo (1999) chama a atenção para a relevância do plano de manejo, por ser

um instrumento técnico, administrativo e científico de alto valor, mas que, em virtude da

complexidade da tarefa e da necessidade de uma equipe bem preparada para a sua elaboração,

tem sido pouco contemplado em grande parte das UCs brasileiras. Quanto ao processo de

implantação de uma UC, Figueiredo (1999) esclarece ainda a necessidade de realizar uma

caracterização socioambiental do local e do seu entorno, a demarcação da área, a

regularização fundiária e a elaboração do plano de estruturação físico-administrativa.

Nota-se, entretanto, que embora as áreas legalmente protegidas representem um

papel fundamental para a conservação de amostras de ecossistemas brasileiros e visem à

sustentabilidade ambiental, muitas vezes a criação, implantação e gestão desses espaços

podem desencadear conflitos socioambientais que podem vir a ser responsáveis por grandes

degradações ambientais. A gestão e o manejo das Unidades de Conservação envolvem

problemas não somente ambientais, mas também econômicos, sociais e políticos, por isso é

tão importante que as populações locais também contribuam para o gerenciamento das áreas

conservadas. (BRITO, 2010).

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As Unidades de Conservação são uma grande contribuição à proteção ambiental,

contudo, para que sejam eficientes na conservação dos ecossistemas, é essencial que

desenvolvam trabalhos de educação ambiental.

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3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E TURISMO SUSTENTÁVEL

Em todos os continentes, a sociedade civil percebeu que as políticas econômicas

vigentes, que visavam exclusivamente à satisfação do grande capital, tinham consequências

que eram desastrosas para o meio ambiente e que impactavam diretamente na qualidade de

vida da população local e global.

Em decorrência dessa situação, começou-se a discutir sobre a conservação da

natureza com foco na educação ambiental. E a busca pelo desenvolvimento sustentável se

refletiu nas mais diversas atividades econômicas, como é o caso do Turismo, o que levou os

dirigentes políticos, o mercado e as comunidades locais de diversas nações a almejarem um

turismo mais sustentável.

E o Turismo Sustentável, sabe-se, deve levar em consideração a proteção do meio

ambiente, o que torna a educação ambiental imprescindível.

3.1 O PAPEL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Os primeiros registros da utilização do termo “educação ambiental”, como foi dito

anteriormente, datam dos anos 1940, graças aos profissionais de ensino da Inglaterra, que

passaram a utilizar a expressão “environmental studies”.

Essa expressão foi pronunciada pela primeira vez em um grande evento no ano de

1948, no encontro da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), realizado

na França (BRASIL, 2007). Contudo, foi somente nos anos 1960, com o movimento de

contracultura e as diversas lutas pela igualdade social, que as críticas em relação ao modelo de

desenvolvimento econômico se intensificaram, quando se começou a exibir ao mundo, no

plano social e político da época, as consequências do modelo de crescimento econômico

adotado pelos países desenvolvidos, que se traduziam em níveis crescentes de poluição

atmosférica, no envenenamento dos rios e na perda da cobertura vegetal da terra, sintomas da

grave crise que viria a se arrastar pela Terra nas décadas seguintes. (SILVA; COSTA;

ALMEIDA, 2012).

Entre os acontecimentos que contribuíram para a crescente discussão sobre as

questões ambientais, pode-se citar a Conferência de Educação da Universidade de Keele, da

Inglaterra, na qual mais uma vez se utilizou a expressão “educação ambiental” e onde se

recomendou que ela deveria se tornar parte essencial da educação de todos os cidadãos.

(BRASIL, 1998).

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Em 1972 aconteceu a Conferência de Estocolmo, na Suécia, à qual se atribui a

inserção da Educação Ambiental na agenda Internacional, seguida do Programa Internacional

de Educação Ambiental, em Belgrado (que integrava a Iugoslávia e atualmente localiza-se na

Sérvia), que buscava uma estrutura global para a educação ambiental. (BRASIL, 2007).

Finalmente, em 1977 ocorreu a Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na

Geórgia (ex-União Soviética), promovida graças a uma parceria entre a Organização das

Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o Programa de Meio

Ambiente da ONU (PNUMA). Foi desse encontro que saíram as definições, os objetivos, os

princípios e as estratégias para a educação ambiental, que continuam a ser adotadas em todo o

mundo. (BRASIL, 1998). Por isso, pode ser considerada “a conferência da educação

ambiental”. Em 1897 a UNESCO organizou em Moscou a II Conferência Mundial para tratar

da Educação, que reafirmou os princípios preconizados na Conferência de Tbilisi para a

Educação Ambiental. (GUIMARÃES, 1995).

No Brasil, o trabalho com a educação ambiental por muito tempo aconteceu de

maneira tímida. O cenário social brasileiro, assim como de grande parte da América Latina,

nas décadas de 1960 e 1970, foi marcado por regimes militares ditatoriais, que contrariavam

as preocupações internacionais de proteção ao meio ambiente e privilegiavam o crescimento

econômico, sem qualquer preocupação ambiental. Esse período foi marcado pelas lutas pela

democracia, que eram contrárias aos regimes ditatoriais repressivos e pregavam a necessidade

de uma sociedade mais equânime, que muito contribuíram para o ambientalismo; nessa época

emergiu com força o movimento ecológico, do qual a educação ambiental faz parte. (SILVA;

COSTA; ALMEIDA, 2012).

As primeiras discussões sobre educação ambiental, no Brasil, aconteceram em

meados da década de 1980, quando se realizaram os primeiros encontros nacionais e se

registrou a atuação cada vez maior das organizações ambientalistas e a ampliação da produção

acadêmica relacionada às chamadas “questões ambientais”. (LOUREIRO, 2004). As políticas

públicas para educação ambiental do Brasil também foram criadas a partir dos anos 1980,

com destaque para a

Lei 6.902, de abril de 1981, que estabeleceu novos tipos de áreas de

preservação ambiental, entre as quais as Estações Ecológicas, destinadas à

realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, à proteção do

ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. No mesmo ano foi promulgada a primeira Lei 6.938/81 que põe a EA como um

instrumento para ajudar a solucionar problemas ambientais, sendo a primeira

lei para assegurar que a EA fosse incluída em todos os níveis de ensino.

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Como direito de todos e dever do Estado, a EA é incluída no capítulo VI,

artigo 225 da Constituição Federal de 1988, que trata da questão ambiental,

assegurando a promoção da EA em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente e, no ano

seguinte, o governo criaria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. (SILVA; COSTA; ALMEIDA,

2012, p. 114).

Outro acontecimento relevante para a proteção do meio ambiente e para a

popularização da educação ambiental foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, na cidade do Rio de Janeiro, o que fez com

que passasse a ser mais conhecida como Rio 92.

Durante esse evento foram concebidos o Tratado de Educação Ambiental para

Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, que estabelece os princípios

fundamentais da educação para as sociedades sustentáveis e que salienta a necessidade social

de desenvolver o pensamento crítico, coletivo e solidário; e a Agenda 21, um documento e

plano de ação a ser utilizado em nível global, nacional e local, por organizações do sistema

das Nações Unidas, pelos governos e pela própria sociedade civil, em todas as áreas que

impactam o meio ambiente, além de tratar-se de um processo de planejamento participativo

que visa às atitudes socioambientalmente sustentáveis. (BRASIL, 2007).

Desde então a educação ambiental passou a ser amplamente discutida nos mais

diversos segmentos da sociedade. Esse é um vocábulo composto por um substantivo

(Educação) e um adjetivo (Ambiental), ou seja,

enquanto o substantivo Educação confere a essência do vocábulo ‘Educação

Ambiental’, definindo os próprios fazeres pedagógicos necessários a esta

prática educativa, o adjetivo Ambiental anuncia o contexto desta prática

educativa, ou seja, o enquadramento motivador da ação pedagógica. (BRASIL, 2004, p. 7).

A educação ambiental foi definida no artigo 1º da Lei Federal nº 9.795/1999, que

dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política nacional de Educação Ambiental e dá

outras providências, como:

os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem

valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências

voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999a,

n. p.).

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A educação ambiental foi descrita no documento Educação Ambiental, produzido

pela Coordenação de Educação Ambiental do Ministério da Educação (MEC), como um

processo dinâmico e integrativo, que torna as pessoas aptas a agir individual e coletivamente

para resolver os problemas ambientais, atuando na sensibilização e conscientização do

cidadão, considerando o ambiente em seus múltiplos aspectos e atuando diretamente na

realidade da comunidade. (BRASIL, 1998).

Medina (2002) define a educação ambiental como um

processo que consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e

global do ambiente, que busca elucidar valores, assim com desenvolver

atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a adequada

utilização dos recursos naturais, deve ter como objetivos a melhoria da

qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo

desenfreado. (MEDINA, 2002, p. 51).

Guimarães (1995), por sua vez, explica que a educação ambiental se apresenta

como uma dimensão do processo educativo voltada para a participação dos seus atores, tanto

educandos como educadores, na construção de um novo paradigma que, em suas palavras,

contemple “as aspirações populares de melhor qualidade de vida socioeconômica e um mundo

ambientalmente sadio”. (GUIMARÃES, 1995, p. 14).

Um dos princípios da educação ambiental é “convidar o ser humano a uma

reflexão crítica acerca das ações cotidianas envolvendo a saúde e o meio ambiente,

considerando o poder de responsabilidade pública perante a natureza sobre a qual este

interfere” (MARIOT; MACIEL-LIMA; LIMA, 2011, p. 179), o que promove o exercício da

cidadania ecológica, considerada aquela que vai além da cidadania participativa. (BIANCHI,

2007).

A educação ambiental pode ser formal, informal ou não-formal, sendo a formal

aquela que é desenvolvida nas instituições de ensino, a informal a aprendida pelos indivíduos

durante o seu processo de socialização – junto à família, aos amigos e grupos sociais a que

pertencem – e a não-formal a aprendida “no mundo”, através da interação com outras pessoas,

do compartilhamento de experiências e das novas perspectivas diante dos diferentes viveres e

culturas. (GOHN, 2006).

Ruschmann (1997), inclusive, defende que a educação ambiental deverá ser

também desenvolvida por meio de programas não formais, chamando o cidadão a uma

participação consciente na proteção do meio ambiente, com o objetivo de sensibilizá-lo.

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A sensibilização é “um processo educativo de tornar sensível, possibilitando uma

vivência que pode construir conhecimentos não só pela racionalidade, mas também a partir de

sensações, intuição e sentimentos”. (MOURA, 2004, p. 41).

A sensibilização pode levar à conscientização, que não se trata simplesmente de

transmitir os chamados “valores verdes” do educador para o educando, mas sim de

possibilitar ao educando questionar criticamente os valores estabelecidos pela sociedade –

inclusive aqueles que foram transmitidos pelo próprio educador. Por isso é tão grande a

importância do papel participativo do educador e do educando no processo de educação

ambiental e de conscientização, que se envolverão com a realidade apresentada,

“vivenciando-a criticamente para atuar na construção de uma nova realidade desejada”.

(GUIMARÃES, 1995, p. 32).

Essa sensibilização pode ocorrer através de visitas ao meio ambiente natural,

sobretudo em áreas legalmente protegidas. A visitação, nesse caso, pode ser entendida como o

conjunto de atividades educativas, recreativas e de interpretação ambiental realizadas em

conjunto com a natureza, em que o principal objetivo é propiciar ao visitante a oportunidade

de conhecer, de forma lúdica, os atributos ambientais protegidos por uma unidade.

(MOREIRA, 2008)

A educação ambiental, através da visitação ao patrimônio natural, promove o

pensamento crítico-reflexivo que resulta na conscientização, essencial à conservação

ambiental.

3.2 ECOTURISMO: TURISMO SUSTENTÁVEL EM ÁREAS NATURAIS

Na atual conjuntura social, na qual tanto se discute sobre a relação entre os

diversos aspectos da sociedade e da economia com o meio ambiente, muito se tem falado

sobre o Turismo; contudo, justamente por ser alvo discussões diversas e de inúmeras

controvérsias, mesmo os estudiosos têm dificuldade em definir o que, afinal, é o Turismo, e

quando um segmento pode ou não ser inserido nesse campo.

Segundo Bahl (2003), a palavra “turismo” provém do latim tornare, que pode

significa “dar uma volta” ou “voltar ao ponto inicial”. Conceituar Turismo, entretanto, é

complicado, sobretudo por ser tão multifacetado, o que, como explica Dias (2003), faz com

que cada área do conhecimento com a qual essa atividade se relaciona a defina de acordo com

os seus interesses específicos, de modo que acentuem os aspectos sociais, políticos,

antropológicos ou aqueles que lhe parecerem mais adequados. É por isso que, considerando

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todas as controvérsias, busca-se, como enfatiza o autor, universalizar o conceito do Turismo

através de definições genéricas que atendam às necessidades das variadas área de estudo.

Vignati (2008), aproximando-se do conceito oferecido pela Organização Mundial

de Turismo (OMT), define turismo como um conjunto de atividades que as pessoas realizam

durante suas viagens e em suas permanências em lugares distintos aos de sua residência, por

um período de tempo consecutivo, inferior a um ano.

Turismo pode também ser definido como

um fato antropológico e socioeconômico, que se revela constantemente em

sua estrutura e dinâmico como fenômeno de massas. Circunstancialmente,

depende de fatores econômico-financeiros e de diferenciadas realidades socioculturais que geram e criam, dinamizam e mantêm, esfriam ou aquecem

as mais variadas motivações para viagens. (ANDRADE, 2001, p. 85).

O funcionamento do mercado turístico depende dos agentes econômicos

chamados de "turistas" – consumidores de bens e serviços que se relacionam com a atividade

turística –, juntamente com as empresas ou produtores desses recursos. (LAGE; MILONE,

2000). A atividade turística, contudo, assim como os próprios turistas que consomem o

espaço, revelou-se extraordinariamente impactante tanto ao meio ambiente quanto à vida das

populações locais. Pode-se afirmar, mesmo correndo o risco de generalizar, que onde já

turismo, também há degradação ambiental. (MENDONÇA, 2001).

Quanto aos impactos do turismo, Ruschmann (1997, p. 34) diz que

referem-se à gama de modificações ou à sequência de eventos provocados

pelo processo de desenvolvimento turístico nas comunidades receptoras. As variáveis que provocam os impactos têm natureza, intensidade, direções e

magnitude diversas; porém, os resultados interagem e são geralmente

irreversíveis quando ocorrem no meio ambiente natural.

A autora acrescentará ainda que os danos ambientais provocados pelo turismo ou

pelo seu desenvolvimento descontrolado caracterizam-se por impactos como a poluição, a

devastação da paisagem natural ou de áreas agropastoris, a destruição da fauna e da flora, a

degradação de sítios históricos e de monumentos e, até mesmo, os conflitos sociais.

Esses impactos

têm origem em um processo de mudança e não constituem eventos pontuais

resultantes de uma causa específica, como, por exemplo, um equipamento turístico ou um serviço. Eles são a consequência de um processo complexo

de interação entre os turistas, as comunidades e os meios receptores. Muitas

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vezes, tipos similares de turismo provocam impactos diferentes, de acordo

com a natureza da sociedade em que ocorrem. (RUSCHMANN, 1997, p.

34).

Mas é curioso observar que o novo perfil do turista induz a uma redefinição dos

modelos convencionais da ação turística; agora, o viajante quer percorrer roteiros não

visitados, buscando o meio ambiente e a compreensão da cultura e da história de outros

lugares, através de uma experiência participativa e culturalmente enriquecedora. (LEITE,

2004).

Essa nova visão de turismo vai de encontro ao tradicional “turismo de massa”,

caracterizado “pelo grande volume de pessoas que viaja em grupos ou individualmente para

os mesmos lugares, geralmente nas mesmas épocas do ano, sendo considerado o mais

agressor dos espaços da natureza”. (RUSCHMANN, 1997, p. 110).

Pensa-se, agora, em um turismo que caminhe junto à ideia de sustentabilidade,

cujo conceito engloba o meio ambiente, as pessoas e os sistemas econômicos; por isso,

estudiosos passaram a utilizar o termo “turismo sustentável”.

A ideia de turismo sustentável foi fortemente influenciada pelo conceito geral de

desenvolvimento sustentável e pelo reconhecimento dos potenciais impactos da explosão do

turismo de massa. (SWARBROOKE, 2000a). Na verdade, é preciso começar a ver o turismo

sustentável como parte de um sistema mais amplo de desenvolvimento sustentável, um

sistema aberto em que cada elemento afetará os demais. (SWARBROOKE, 2000b).

Portanto, a existência do desenvolvimento sustentável é

um pré-requisito para o turismo sustentável, pois o desenvolvimento não-

sustentável pode reduzir drasticamente a qualidade do produto do turismo

devido a uma infra-estrutura inadequada e à poluição causada por outras indústrias, por exemplo. (SWARBROOKE, 2000b, p. 112).

Dias (2003) diz que turismo sustentável compreende todas as formas e destinos –

sejam em áreas naturais ou urbanas –, e que todos os segmentos devem almejar alcançar a

sustentabilidade. Pode ser definido como aquele que não compromete a conservação dos

recursos naturais sobre os quais se sustenta e que, consequentemente, reconhece a necessidade

de proteção do meio ambiente, buscando ser suportável ecologicamente, viável

economicamente e equitativo desde uma perspectiva ética e social.

Compreende-se, aponta Swarbrooke (2000a), que o turismo sustentável estimula a

compreensão dos impactos do turismo nos ambientes naturais e culturais; assegura uma

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distribuição mais justa de benefícios e custos; gera empregos locais, diretos e indiretos;

oferece oportunidade de maior compreensão e comunicação entre os povos de formações

diversas; demonstra a importância dos recursos culturais e naturais para a economia de uma

comunidade e seu bem estar social; e monitora, assessora e administra os impactos do

turismo, desenvolvendo métodos confiáveis de obtenção de respostas e opondo-se tanto

quanto possível aos efeitos negativos provenientes dessa atividade. Portanto, o turismo

sustentável cuidará da maximização dos impactos que são positivos e da minimização dos

negativos.

Essa é uma forma de turismo mais responsável que tende a caracterizar os fluxos

turísticos do futuro, haja vista que

as atividades seletivas realizadas em equipamentos qualitativamente

estruturados, tanto nos serviços prestados como em sua arquitetura e em seu tamanho, constituem o potencial dos movimentos turístico para o próximo

milênio. (RUSCHMANN, 1997, p. 17).

Percebe-se, portanto, que o setor do turismo busca intensamente transformar-se

em uma indústria sustentável, procurando adotar ações coordenadas que visem à expansão do

turismo sustentável como paradigma a ser adotado pelo setor, em substituição do turismo de

massa. (FEKETE, 2004).

Entretanto, não raramente utiliza-se a expressão “turismo sustentável” como

sinônimo de “ecoturismo”, ainda que seus significados sejam distintos. E, justamente, um dos

problemas de definir o ecoturismo é que o termo varia a depender de quem o interpreta: para o

turista, será sinônimo de férias modernas, capazes de conferir status elevado aos seus

praticantes; para a indústria, será um produto que oferece margens de lucro atraentes e que

dispõe de um mercado não somente extenso, como em constante expansão; enquanto que para

as destinações que têm emergido nos últimos anos, se configurará em uma atividade

altamente rentável. Mas, de maneira resumida, pode-se dizer que “Ecoturismo” significa que a

principal motivação da viagem é o desejo de ver os ecossistemas em seu estado natural, em

meio à vida selvagem, assim como a população nativa. (SWARBROOKE, 2000b).

Dias (2003, p. 106 - 107) afirma que

há ainda certa imprecisão quanto ao significado do termo ecoturismo. Há

muitos termos e expressões utilizadas que alguns consideram como sinônimo ou explicativos, como por exemplo: turismo de natureza, turismo orientado

ou baseado na natureza, turismo em áreas rurais, turismo de aventura,

turismo verde, turismo alternativo, turismo sustentável, turismo rural etc.

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Esses termos compartilham, sem dúvida, alguns conceitos gerais, mas não

são exatamente sinônimos de ecoturismo. O ecoturismo não é só uma

atividade que une turismo e a natureza, mas deve refletir também os objetivos do desenvolvimento sustentável, incluindo, necessariamente, os

aspectos socioculturais centrados particularmente na equidade social.

Contudo, há, naturalmente, uma relação íntima entre o ecoturismo e o turismo

sustentável, posto que o ecoturismo é visto como menos espoliativo da natureza e das culturas

locais do que as demais formas de se fazer o turismo, como é o caso do turismo de massa,

uma vez que esse segmento turístico tende a se dar em escala pequena e cuidadosamente

gerenciada, traz benefícios econômicos para a população e pode ser fonte de renda para

projetos de preservação. (SWARBROOKE, 2000b).

Portanto, enquanto que o “turismo de natureza” – aquele em que se busca

desfrutar os valores naturais de um território – pode se mostrar insustentável, o ecoturismo

pode ser entendido como um turismo sustentável praticado em áreas naturais, ainda que

estejam inseridas em espaços urbanos (DIAS, 2003). Para o seu bom funcionamento,

entretanto, Boullón (1999) defende que o ecoturismo deve satisfazer a quatro condições: deve

acontecer em uma área natural protegida, assegurar uma experiência satisfatória ao visitante,

contar com um sistema administrativo eficiente e cumprir os princípios de sustentabilidade.

Ruschmann (1997) assinala que uma das maiores motivações das viagens dos

turistas – e aí incluem-se, sobretudo, os adeptos do ecoturismo – se manifesta pela “fuga” dos

ambientes urbanos poluídos e pela “busca” do contato com a natureza conservada. Constata-

se, então, que “a inter-relação entre o turismo e o meio ambiente é incontestável, uma vez que

este último constitui a ‘matéria-prima’ da atividade”. (RUSCHMANN, 1997, p. 19).

Ainda assim, embora o ecoturismo seja apontado como um segmento que se

preocupa com o meio ambiente, sua prática não necessariamente implica na resolução dos

problemas ambientais. (MENDONÇA, 2001). Contudo, quando bem administrado, pode

colaborar de maneira relevante para a conservação, através, sobretudo, da educação

ambiental.

3.3 ECOTURISMO COMO FERRAMENTA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O que diferencia o ecoturismo do turismo praticado em áreas naturais é a sua

obrigatoriedade em abraçar a educação ambiental, a conservação da natureza e o

desenvolvimento sustentável.

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Portanto, a educação ambiental deve continuamente interagir com o ecoturismo,

pois, juntos, podem desenvolver uma nova cultura ambiental nas localidades que são foco o

turismo voltado para a natureza, como é o caso das áreas naturais protegidas. (DIAS, 2003).

Nesses locais, um dos mecanismos que atende tanto ao lazer quanto à educação ambiental é

interpretação ambiental, que trata-se de

uma técnica didática, flexível e moldável às mais diversas situações, que

busca esclarecer os fenômenos da natureza para determinado público alvo, em linguagem adequada e acessível, utilizando os mais variados meios

auxiliares para tal. A interpretação procura promover neste público o

sentimento de pertinência à natureza, através da sua transformação íntima em relação aos recursos naturais, da sua compreensão e do seu

entendimento, na esperança de gerar seu interesse, sua consideração e seu

respeito pela natureza e, consequentemente, pela vida. (PAGANI et al, 2001, p. 154).

Na interpretação ambiental, a experiência do visitante deve ser baseada no

envolvimento e aproximação pelo local visitado, ressaltando os valores de sustentabilidade e

utilizando ferramentas que levem à compreensão dos ambientes naturais, culturais e suas

inter-relações. (KINKER, 2002). Para uma melhor apreciação das áreas naturais, é prática

frequente a utilização de trilhas associadas à interpretação ambiental.

Para que o trabalho com as trilhas e a interpretação ambiental seja eficiente,

contudo, é importante atentar para a capacidade de suporte, ou seja, o número de turistas que

poderão ser acomodamos e atendidos em uma destinação turística sem provocar alterações

significativas nos meios físico e social e nas expectativas dos visitantes. (DIAS, 2003).

O turismo, em especial o ecoturismo, pode ser considerado como um dos

elementos constitutivos da educação ambiental não formal – inclusive,

há que se acrescentar o importante papel agregador da educação ambiental

formal no ecoturismo, que objetiva conscientizar as diferentes partes

envolvidas na atividade turística – operadores, turistas, residentes, empresas etc. – da importância da preservação ambiental. (DIAS, 2003, p. 178).

Portanto, não se pode pensar em ecoturismo sem também pensar em educação

ambiental, por ser uma das suas funções agir como promotor da conscientização ambiental.

Quanto à inserção da educação ambiental nas atividades turísticas, Medonça

(2001), de maneira sensível, afirma ainda que

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cada paisagem poderá então ser percebida nos seus mais variados matizes,

revelando história, natureza e cultura, para os olhos do viajante atento que

não mais será indiferente à marginalização ou aniquilação de culturas, à deterioração dos solos, à eliminação da vegetação natural, à extinção de

espécies, e a toda sorte de agressões que se faz não só aos povos tradicionais

e seus territórios ancestrais, como a todas as populações residentes nas

localidades turísticas. (MENDONÇA, 2001, p. 24).

Percebe-se então que o ecoturismo, quando associado à educação ambiental,

transforma-se em uma relevante ferramenta para a conservação do meio ambiente, sobretudo

dos ecossistemas mais frágeis e das áreas de proteção ambiental, por colaborar para a

sensibilização e, consequentemente, para a conscientização, contribuindo para a

sustentabilidade.

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4 O PARQUE DAS DUNAS E A PROTEÇÃO AMBIENTAL

A criação de Unidades de Conservação, como já foi pontuado nesse trabalho, é

uma das alternativas mais efetivas para a conservação do meio ambiente e proteção dos

recursos renováveis.

Em meio às categorias de Unidade de Conservação existentes no Brasil,

destacam-se as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), criadas pela Lei nº 6.902, de 1981.

Essas UCs destinam-se à proteção e conservação da qualidade ambiental e dos sistemas

naturais existentes em limites determinados, visando à melhoria da qualidade de vida da

população local e também objetivando a proteção dos ecossistemas regionais, o que faz com

que sejam percebidas como instrumentos fundamentais para a gestão socioambiental do

território nacional. (MAY; PASTUK, 2001).

São muitas Áreas de Proteção Ambiental existentes no estado da Bahia, entre as

quais se pode citar a APA Lagoas e Dunas do Abaeté, criada pelo Decreto nº 351, de 22 de

setembro de 1987, alterado pelo Decreto nº 2540, de 18 de outubro de 1993. Localizada no

extremo nordeste de Salvador, representando o ponto de interseção com o Litoral Norte da

Bahia, e com uma área de aproximadamente 1.800 hectares, a APA objetiva a proteção do

último remanescente do sistema de dunas, lagoas e restingas ainda conservado no município

de Salvador. (BAHIA, [201-?]).

O Zoneamento Ecológico-Econômico da APA, alterado pela Resolução CEPRAM

nº 3023, de 20 de setembro de 2002, e pela Resolução nº 4.280, de 22 de fevereiro de 2013,

esclarece que constituem Áreas de Preservação Permanente (APP) aqueles espaços que, entre

outros aspectos, estejam situados nas restingas – em qualquer localização ou extensão, quando

recobertas por vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues –,

dunas, e locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna que estejam ameaçados de

extinção. (BAHIA, 2002).

Dentro da APA Lagoas e Dunas do Abaeté foi criada uma outra Unidade de

Conservação, o Parque das Dunas, que visa à conservação de uma grande porção dessa Área

de Proteção Ambiental que tem sido tão impactada pela ação antrópica.

4.1 APRESENTANDO O PARQUE DAS DUNAS

Desde 1987 que os últimos ecossistemas restantes de lagoas, dunas e restingas de

Salvador já estavam, em teoria, resguardados da depredação ambiental, graças à criação da

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APA Lagoas e Dunas do Abaeté. Contudo, os impactos antrópicos eram diversos, a

especulação imobiliária – consequência do desordenado processo de ocupação da terra pelo

ser humano – acontecia de maneira desenfreada e os planos para a ampliação do Aeroporto

Deputado Luís Eduardo Magalhães, de Salvador, ameaçavam desaparecer com os

remanescentes dos sistemas de dunas associadas às terras úmidas, em uma localidade que já

era consagrada à atividade turística. (OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2010).

Os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais, como é o caso do Parque das

Dunas – BA, são áreas de domínio público, constituídos por ecossistemas naturais – e, em

menor escala, por ecossistemas modificados –, em geral de grande beleza cênica, que têm

como objetivo preservar a natureza – sobretudo a fauna, a flora e os monumentos naturais – e

proporcionar oportunidade para a pesquisa científica, para a educação ambiental, para o lazer

e para o ecoturismo. (BRITO; CÂMARA, 1998).

As terras que atualmente pertencem ao Parque das Dunas – BA e que estavam

destinadas à ampliação do aeroporto eram privadas, pertencentes a grandes empresários.

(SANTANA, 2014)2. Kinker (2002) afirma que é impossível efetivar a proteção ambiental

sem interferir na propriedade privada – seja exigindo dos proprietários fundiários condutas

conservacionistas, seja transferindo a propriedade para o patrimônio público, através de

desapropriações e de uma indenização justa; portanto, graças ao Decreto nº 19.093, de 27 de

novembro de 2008, essas áreas foram decretadas de interesse público e desapropriadas

(SALVADOR, 2008), sendo pagas não em dinheiro, mas em créditos fiscais municipais da

prefeitura, visando à implantação do Parque das Dunas – BA.

O Decreto Lei 22.507, de 22 de dezembro de 2011, delimitou e implantou o

Parque das Dunas e criou o Conselho Gestor da unidade de conservação, com o objetivo de

estabelecer diretrizes, normas e procedimentos para a sua gestão. (SALVADOR, 2011).

O Decreto nº 22.906, de 24 de maio de 2012, que regulamenta o Decreto Lei

22.507, de 22 de dezembro de 2011, determina que “o uso do Parque das Dunas fica limitado

aos fins científicos, culturais, educativos, turísticos e recreativos, respeitando a integridade

dos ecossistemas naturais nele existentes”. (SALVADOR, 2012a, n.p.). Esse mesmo decreto

afirma que será elaborado o Plano de Manejo do Parque, a fim de compatibilizar o uso dos

ecossistemas protegidos com a sua conservação. Declara ainda que somente será permitida a

coleta de espécimes vegetais ou animais para fins de estudos e pesquisas científicas, mediante

solicitação à administração da unidade, e que ela poderá dispor de trilhas, caminhos, mirantes,

2 Entrevista realizada com Jorge Santana, presidente da Universidade Livre das Dunas, entre os dias 08

e 09 nov. 2014, no Parque das Dunas, Salvador, Bahia.

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anfiteatros, instalações de apoio e um Centro de Atendimento ao Visitante, para melhor

apreciação da biodiversidade e das suas funções ecossistêmicas.

O Parque das Dunas – BA compreende uma área de aproximadamente 6 milhões

de metros quadrados, e sua sede3 localiza-se na Avenida José Augusto Tourinho Dantas, nº

1001, em Praia do Flamengo, bairro onde se situa a maior parte de sua poligonal, embora o

Parque também possua uma fração de seu território no bairro de Stella Maris, fazendo

fronteira com o Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães.

A localização da sede do Parque das Dunas pode ser identificada na Figura 1.

Figura 1 – Localização da sede do Parque das Dunas

Fonte: Google, 2014.

Sua maior porção está situada na Zona de Uso Específico da APA Lagoas e Dunas

do Abaeté, que, segundo o zoneamento realizado em 2002, compreende áreas de dunas,

lagoas, brejos e alagadiços – trata-se de um espaço que havia sido destinado à ampliação do

aeroporto, mas que teve sua utilização condicionada aos estudos de impacto ambiental,

configurando-se em um laboratório natural para o manejo dos ecossistemas locais e podendo

ser utilizada para ecoturismo, pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologias

sustentáveis. (BAHIA, 2002).

3 O contato com a sede do Parque pode acontecer através dos telefones: +55-71-3036-1399 e +55-71-

3374-7721. A unidade também possui site oficial: <www.unidunas.com.br> e contas nas redes sociais Facebook: <www.facebook.com/unidunas> e Twitter: <www.twitter.com/unidunas>.

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O Parque das Dunas protege último manancial urbano de dunas, lagoas e restingas

conservadas de Salvador "da prática de especulação imobiliária, off-road4, retiradas da flora e

da fauna, entre outros tipos de antropização" (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, [201-

?], n.p.) e abriga centenas de formas de vida típicas desses ecossistemas, muitas delas

endêmicas, ou seja, que existem apenas naquela região. Consiste em um complexo ambiental

baseado em diretrizes da sustentabilidade, voltado para educação ambiental, pesquisas e

ecoturismo, incentivando a visitação de instituições de ensino, ONGs, pesquisadores, entre

outros.

4.2 UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS (UNIDUNAS)

Entre os atuantes do Terceiro Setor que contribuem para a proteção do meio

ambiente, um dos exemplos mais relevantes no Brasil é a associação Universidade Livre das

Dunas (UNIDUNAS), a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público responsável

pela administração do Parque das Dunas.

Essa OSCIP foi constituída no ano de 1995 com o intuito de proteger o maior

ecossistema de dunas, lagoas e restingas do município de Salvador e criar um laboratório

natural para o curso de biologia (SANTANA, 2014). O Estatuto da UNIDUNAS, assinado em

22 de janeiro de 2013, na cidade de Salvador, afirma que o objetivo geral da OSCIP é

“realizar e apoiar, com qualidade e ética, ações e projetos sociais e ambientais,

fundamentados nos valores do ser e da família, saúde integral, resgate da cidadania e na

formação de cidadãos socialmente responsáveis". (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS,

2013, n.p.).

Entre seus objetivos específicos, estão a realização de ações que estimulem o

desenvolvimento do pleno exercício da cidadania e a assistência social beneficente, através da

capacitação profissional, saúde integral e educação ambiental; a promoção dos

desenvolvimentos socioeconômicos, ambientais e culturais da população carente; a defesa e a

proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, preservando e conservando áreas de

importância ambiental e estimulando a criação de unidades de conservação; e a busca do

desenvolvimento ecologicamente sustentável, divulgando as causas dos problemas ambientais

e possíveis soluções resultantes de atividades educativas, culturais, científicas e da pesquisa,

4 Traduzido como "fora de estrada", designa atividades variadas praticadas em locais desprovidos de

estradas pavimentadas ou fácil acesso. Essas atividades normalmente estão relacionadas à utilização

de veículos motorizados.

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através de conferências, seminários, cursos, treinamentos outras formas de propagação do

conhecimento, incluindo consultoria técnica nos campos ambiental, educacional e

sóciocultural.

A UNIDUNAS atua de forma integrada com os Poderes Públicos e Autárquicos,

privados, instituições, conselhos de direito e entidades afins, assim como com pessoas físicas,

no sentido de atingir os fins aos quais se destina, e os serviços a que a entidade se dedica são

promovidos com recursos próprios. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2013).

Os recursos humanos da OSCIP são compostos, sobretudo, por sócios, que são

divididos nas seguintes categorias:

a) Sócio Ordinário Fundador: é aquele que subscreveu a ata de criação da

UNIDUNAS, e que tem direito a votar e a ser votado para cargos eletivos;

b) Sócio Ordinário Especial: aquele que não subscreveu a ata de fundação da

entidade, mas teve aprovação de seus membros em Assembléia Geral ou

Extraordinária para seu ingresso, decorrente dos serviços prestados à UNIDUNAS

e à causa ambiental, e que também terá direito a voto e a ser votado;

c) Sócio Benemérito: título concedido à pessoa física, pessoa jurídica ou

representante de uma pessoa jurídica que tenha prestado importante serviço ou

contribuição para o objetivo da UNIDUNAS, não tendo direito de votar ou ser

votado.

d) Sócio Voluntário: é aquele que pode participar voluntariamente das atividades

e trabalhos da UNIDUNAS, não tendo direito a voto nem a ocupar cargos

eletivos, assim como não apresenta qualquer direito ou dever para com essa

organização. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2013).

O Capítulo III do Estatuto determina que a OSCIP tem a seguinte composição

organizacional:

a) Assembleia Geral, o órgão deliberativo e soberano da Instituição, que se

constitui dos associados em pleno gozo de seus direitos estatuários;

b) Diretoria Executiva, composta pelos seguintes cargos: Diretor Presidente,

Diretor Administrativo e Financeiro, Diretor Técnico, Diretor Acadêmico e

Científico, Diretor de Meio Ambiente e Ecoturismo, Diretor de Projetos e

Captação de Recursos, Diretor de Infraestrutura e Projetos Arquitetônicos, e

suplentes em número de dois;

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c) Conselho Fiscal, formado por três pessoas, com seus respectivos Suplentes

eleitos entre os membros da entidade. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS,

2013).

O Art. 38º do Estatuto esclarece que a UNIDUNAS pode obter seus recursos

financeiros através de termos de parceria, convênios e contratos firmados com o Poder

Público e a iniciativa privada, nacional e internacionalmente; rendimentos e aplicações de

seus ativos financeiros e outros, pertinentes ao patrimônio sob a sua administração; doações e

legados; e recebimento de direitos autorais.

A UNIDUNAS foi a principal responsável pela criação do Parque das Dunas e,

embora a UC pertença ao município de Salvador, cabe a essa OSCIP a administração do

Parque, mediante Convênio de Cooperação Técnica firmado com a Prefeitura Municipal de

Salvador (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a).

4.3 IMPORTÂNCIA SOCIOAMBIENTAL DO PARQUE

Desde que foi fundada no século XV, a cidade de Salvador cresceu lentamente

durante mais de quatro centenas de anos, concentrando a maior parte das atividades ao sul da

península na qual se desenvolveu; a partir da década de 1970, entretanto, seu crescimento

acelerou-se expressivamente, e a capital da Bahia se expandiu para outras regiões, inclusive

em direção ao norte, ocupando de maneira intensa o território municipal. (MOURA et al,

2006).

Salvador avança sobre o Oceano Atlântico, sendo banhada a leste pelo mar aberto

e ao oeste pelas águas da Baía de Todos os Santos, aspecto geográfico que lhe confere intensa

radiação solar e umidade relativa do ar, amenizados pelos ventos que incidem na costa.

(KLÜPPER, 2006). Contudo, graças às características topográficas da cidade e, sobretudo, ao

padrão de ocupação, os efeitos benéficos dos ventos são minimizados e foram produzidas

condições micro-climáticas que contribuem para o agravamento das situações de conforto

térmico (MOURA et al, 2006).

Devido a essas circunstâncias, o município passou a contar com ilhas de calor,

resultantes “da forma de ocupação urbana, com a substituição significativa de áreas verdes

por estruturas construídas que acumulam calor e elevam o estresse térmico” (MOURA et al,

2006, p. 47), indicativos da deterioração da qualidade térmica do município.

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Percebe-se, então, que o processo de urbanização desenfreado contribuiu

significativamente para os problemas relacionados à qualidade ambiental, sobretudo quando a

ocupação destrói biomas importantes para o equilíbrio ambiental.

No estado da Bahia podem ser identificados três importantes biomas: a Caatinga,

o Cerrado e a Mata Atlântica, com seus sistemas associados, como as restingas e as lagunas.

(SANTOS, 2013).

A Mata Atlântica originalmente estendia-se de forma contínua por todo o litoral

brasileiro (MELLO; POSSATTO; FREDO, 2011); o próprio território da cidade de Salvador

está integralmente inserido nesse bioma, que se apresenta altamente degradado e fragmentado

(SANTOS, 2013), embora continue a ser um dos mais ricos ambientes do mundo e abrigue

enorme biodiversidade. (MELLO; POSSATTO; FREDO, 2011).

Entre os pertencentes ao Domínio da Mata Atlântica (DMA) estão os

ecossistemas da zona costeira – uma região dinâmica, submetida a processos específicos e

influenciada pelos fenômenos terrestres e oceânicos (BAHIA, 2014) –, como a restinga, as

dunas e as lagoas.

As formações de restinga são predominantes no litoral brasileiro, e existem

diversas conotações empregadas a essas formações. (SILVA; MENEZES, 2011). A Resolução

do CONAMA 261, de 30 de junho de 1999, define restinga como um

conjunto de ecossistemas que compreende comunidades vegetais florísticas e

fisionomicamente distintas, situadas em terrenos predominantemente arenosos, de origens marinha, fluvial, lagunar, eólica ou combinações destas,

de idade quaternária, em geral com solos pouco desenvolvidos. Estas

comunidades vegetais formam um complexo vegetacional edáfico e

pioneiro, que depende mais da natureza do solo que do clima, encontrando-se em praias, cordões arenosos, dunas e depressões associadas, planícies e

terraços. (BRASIL, 1999b, n.p.).

A restinga é um ecossistema associado à Mata Atlântica, com quem compartilha

muitas espécies de plantas e animais. (SILVA, 2012). É considerado um dos redutos de vida

mais complexos da região costeira, recentemente criado pelos processos naturais e, por isso,

instável e dinâmico. (MELLO; POSSATO; FREDO, 2011). Continua a ser um dos ambientes

mais ameaçados do Brasil e, mesmo em unidades de conservação, sofre com a degradação e

as perdas ambientais devido à expansão imobiliária, ao crescimento da atividade turística não

sustentável e à introdução de espécies exóticas (SILVA, 2012), e a perda da diversidade

envolve aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos, sendo agravados pelo

crescimento populacional. (SILVA; MENEZES, 2011).

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Sua importância está relacionada à biodiversidade que ainda comporta, por

apresentar vegetação que fixa a areia das dunas e estabiliza o terreno, protegendo as

construções do entorno, e por possuir grande valor cênico, paisagístico e turístico. (MELLO;

POSSATTO; FREDO, 2011). Apesar de apenas remanescentes desses ecossistemas terem

sobrevivido e a despeito da sua fragilidade, continuam potencialmente capazes de abrigar

grande diversidade de flora e fauna, justificando o direcionamento de esforços que visam à

sua conservação (SILVA, 2012).

Como foi observado, mesmo em unidades de conservação as restingas continuam

ameaçadas: no caso da APA Lagoas e Dunas do Abaeté, sobre a qual se discutiu

anteriormente, sua cobertura vegetal original foi alvo de grave redução, sobretudo nas áreas

de maior poder aquisitivo, como nos bairros de Stella Maris e Praia do Flamengo e próximo

ao aeroporto da cidade (SILVA, 2012), onde se situa o Parque das Dunas, um dos poucos

locais da cidade em que esses ecossistemas puderam ser resguardados da ação predatória do

homem.

As dunas, tão presentes na região e tão relevantes que dão nome ao Parque,

podem ser entendidas como unidades geomorfológicas, de constituição predominante arenosa,

com aparência de cômoro ou colina, produzidas pela ação dos ventos e situadas no litoral ou

no interior do continente, podendo ou não estar recobertas de vegetação. (BRASIL, 2002b).

O ecossistema de dunas, aparentemente homogêneo, é na verdade composto de

vários microambientes, nos quais se pode observar lagoas – normalmente de tonalidade

escura, devido à quantidade de ácidos húmicos –, riachos e as próprias dunas, que podem ser

móveis, semimóveis ou fixas (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a), cujo grau de

mobilidade é determinado pela distribuição da formas de vida vegetal. (SILVA, 2012).

O Parque das Dunas é essencial à população urbana, por contar com um rico

ecossistema de dunas recobertas de vegetação que filtram o salitre que vem do mar,

minimizando os impactos da salinidade e contribuindo para a conservação dos móveis e

imóveis dos habitantes da cidade. (TRIBUNA DA BAHIA, 2014).

Torna-se ainda mais evidente a importância do Parque quando se pensa na

significativa redução das áreas de vegetação das dunas do Abaeté, onde situa-se a unidade de

conservação em questão, um dos locais em que a vegetação nativa da restinga foi conservada.

O Parque, portanto, contribui para o conforto térmico na cidade de Salvador, um pré-requisito

para a qualidade de vida da população de uma cidade. (MOURA et al, 2006).

A área também abriga doze lagoas perenes – aquelas que existem durante todo o

ano – e um número variável de lagoas intermitentes, que são sazonais e secam em alguns

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períodos do ano. (SANTANA, 2014). As próprias lagoas funcionam como termorreguladores,

influenciando diretamente no microclima, e são ecossistemas de suma importância para o

conjunto urbano, que, com o desordenado processo de expansão urbana, ficam bastante

suscetíveis ao uso e ocupação de forma direta, na lâmina d'água e nas superfícies de entorno,

sendo constantemente poluídas. (VASCONCELOS; QUEIROZ FILHO, [200-?]).

O Parque é bastante representativo no que diz respeito à flora e à fauna, e abriga,

inclusive, exemplares da fauna que aparecem na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da

Fauna Brasileira (Ministério do Meio Ambiente, 2003 apud FREITAS; GARCIA, 2012). É

importante também pela série de pesquisas nele realizadas, que tratam tanto da flora e da

fauna como de aspectos geológicos e de análise da poluição e conservação dos recursos

naturais locais. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a).

Sua relevância se sobressai pelo fato de a Resolução CONAMA nº 303, de 20 de

março de 2002, reconhecer que configura-se em Área de Preservação Permanente todo espaço

localizado em restingas, dunas ou em local de refúgio de reprodução de exemplares da fauna

ameaçadas de extinção (BRASIL, 2002b), como é o caso do Parque das Dunas.

O Parque ainda chama a atenção pelo trabalho realizado junto às comunidades que

vivem no entorno, tanto em bairros nobres como periféricos, graças aos convites realizados

para que conheçam o Parque e reconheçam a importância desse patrimônio natural que se

localiza tão próximo, quanto pelo fato de as trilhas interpretativas realizadas pelos guias locais

serem gratuitas para estudantes de escolas públicas e comunidades carentes (SANTANA,

2014), o que promove a interação das sociedades socialmente excluídas com o meio ambiente,

em uma interação socioambiental.

Um elemento que demonstra a significância do Parque foi o título que lhe foi

concedido em 2013 de Posto Avançado de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

(RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, [2013?]).

A Reserva da Biosfera faz parte do sistema MaB – Man and Biosphere – da

Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), e é um

instrumento de planejamento voltado à “conservação das diversidades biológica e cultural, ao

conhecimento científico e ao desenvolvimento sustentável das regiões que abarcam”

(CONSELHO NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA,

[1995?], p. 44); enquanto que a Reserva de Biosfera da Mata Atlântica “destina-se à

consecução destes objetivos no espaço geográfico ocupado pelos principais remanescentes

florestais do domínio da mata atlântica e seus ecossistemas associados” (CONSELHO

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NACIONAL DA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, [1995?], p.44),

como as restingas.

A titulação foi conferida ao Parque graças aos efetivos esforços para a

conservação da natureza, ao trabalho de educação ambiental realizado, sobretudo através das

trilhas interpretativas, ao incentivo pelo desenvolvimento local e às pesquisas científicas.

(RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA, [2013?]; SANTANA, 2014).

O Parque das Dunas trabalha com todos os princípios da sustentabilidade,

atendendo às questões ambientais e sociais sem comprometer as econômicas.

4.4 CONHECENDO O CENTRO DE VISITANTES E OS DEMAIS ESPAÇOS

DESTINADOS ÀQUELES QUE VISITAM O PARQUE

Como foi dito, a área do Parque das Dunas – BA compreende um grande espaço

que conta com dunas de areia branca – móveis, semi-móveis e fixas – recobertas de vegetação

de restinga do tipo arbórea, arbustiva e herbácea, intercaladas por lagoas de coloração escura

(BAHIA, [201-?]). Para o adequado gerenciamento, o local possui diversos espaços que se

destinam à administração da unidade – que, como foi citado, cabe à UNIDUNAS –, às

pesquisas científicas e ao atendimento dos visitantes.

O Centro de Visitantes (CV) é o primeiro contato que o público tem com o

Parque. Possui duas entradas (Figura 2 e Figura 3) e seus espaços contam com grande

abundância de placas, que contribuem para que os visitantes se orientem.

Figura 2 – Placa informando onde fica a entrada do Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

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Figura 3 – Entrada de pedestres do Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Ressalta-se que a maior parte dos ambientes é equipada com lixeiras para coleta

seletiva – lixo orgânico e lixo reciclável (Figura 4) –, destacando-se que são poucos os

espaços em que há apenas uma lixeira, sem distinção para a categoria do lixo.

Figura 4 – Lixeiras para coleta seletiva

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

As estruturas construídas em madeira utilizam o material proveniente de

reflorestamento, e a evidente preferência por ambientes abertos e por telhados com clarabóias

demonstra a preocupação da UNIDUNAS em economizar energia. E, a fim de aumentar o

conhecimento dos visitantes, todos os espaços possuem murais ilustrados que informam sobre

o Parque, sua flora, fauna e as pesquisas lá realizadas.

A seguir, são descritos os espaços que compõem o CV do Parque e as suas

funcionalidades segundo a caracterização do espaço realizada através de visita de campo em

novembro de 2014.

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1) Recepção: Onde ficam os seguranças do Parque, conta com a Sala da Guarda

Ambiental, banheiro unissex e mezanino. (Figura 5)

Figura 5 – Recepção

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

2) Edifício Administrativo (Figura 6):

a) Hall de Recepção com banheiro masculino e feminino, adequado aos

portadores de necessidades especiais;

b) Sala da Diretoria, na qual ficam a Presidência e a Diretoria Administrativa da

UNIDUNAS, com banheiro unissex;

c) Sala da Administração, onde são agendadas as trilhas (atendimento de segunda

a sexta das 08:00 às 17:00 horas e sábado das 08:00 às 13:30 horas), com banheiro unissex;

d) Sala de Assessoria da Imprensa: Onde são postadas as matérias do site e do

Facebook da UNIDUNAS, e também onde fica o roteador da Internet;

e) Salas de aula:

I) Sala de Restinga: Capacidade para cerca de 40 pessoas, equipada com ar

condicionado, retroprojetor e equipamento de som. Serve para aulas, palestras e demais

eventos (Figura 7);

II) Sala Mata Atlântica: Semelhante à Sala de Restinga, dispõe dos mesmos

equipamentos anteriormente citados.

f) Sala de voluntários (com biblioteca acadêmica);

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Figura 6 – Entrada do Edifício Administrativo

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Figura 7 – Sala de Restinga

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

3) Centro de Pesquisa:

a) Sala da Diretoria Acadêmica e Científica: Laboratório de pesquisa com espaço

para reuniões. Expõe algumas das pesquisas realizadas no Parque, como de micropropagação

vegetal, otimização do processo de compostagem, produção de produtos com fibra de coco

verde etc., além de uma mesa para análise química;

b) Sala dos Pesquisadores: destinada àqueles pesquisadores que não são

voluntários da UNIDUNAS, mas que tem pesquisas a realizar na unidade (Figura 8);

c) Escritório para administradores do restaurante que está a ser construído

(provisório).

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Figura 8 – Sala dos Pesquisadores

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

4) Minhocário: Local onde a criação de minhocas é conduzida (OLIVEIRA, [201-

?]), destina-se às pesquisas referentes à biotecnologia.

5) Sistema de Compostagem: Tanques em que se pode acompanhar o processo de

compostagem, compreendido como o processo biológico em que os microorganismos

transformam a matéria orgânica em um composto semelhante ao solo (INSTITUTO DE

BIOCIÊNICAS, [201-?]), utilizado pelo Parque como adubo biológico. (Figura 9)

Figura 9 – Sistema de Compostagem

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

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6) Área de Descanso: com bancos e poltronas confeccionados em madeira e

equipado com vestiário e banheiro masculino e feminino adaptado aos portadores de

necessidades especiais. Em casos de necessidade, o espaço pode ser cedido àqueles que

precisam pernoitar na UC.

A Figura 10 mostra a Área de Descanso.

Figura 10 – Área de Descanso

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

7) Espaço da Árvore: Área cercada, com uma grande árvore e coberto de areia

esterilizada, para que crianças com até quatro anos possam brincar. (Figura 11).

Figura 11 – Espaço da Árvore

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

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8) Horto de Restinga: Criado para o cultivo da flora natural de restinga, embora

também tenha passado a cuidar das plantas típicas de Mata Atlântica, com mudas de espécies

como orquídeas, bromélias, cactos, mangabeira da restinga e pitanga, para que sejam vendidas

ou doadas, de modo que possam reflorestar a orla da cidade de Salvador. Há planos de

ampliar esse horto. (Figura 12).

Figura 12 – Horto de Restinga

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

9) Espaço Cultural: Aberto e construído em madeira, adequado para oficinas ao ar

livre. Pode ser visto na Figura 13.

Figura 13 – Espaço Cultural

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

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10) Auditório Ambientalista Antonio Nativo: Construído para palestras, cursos,

premiações, reuniões da comunidade, entre outros eventos. Dispõe de dois ares-

condicionados, data-show e caixas de som amplificado. (Figura 14).

Figura 14 – Auditório Ambientalista Antonio Nativo

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

11) Praça Eng.º Leandro Amaral Lopes: Grande espaço com bancos para

descanso, é o local em que se realizam os exercícios físicos preparatórios que antecedem as

trilhas interpretativas. (Figura 15).

Figura 15 – Praça Eng.º Leandro Amaral Lopes

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

12) Galeria de Seres da Restinga: Estrutura construída em madeira, porém não

finalizada, com três ponto de luz, destinada à exposição de fotografias da flora e fauna da

restinga, assim como de fotos dos visitantes do Parque. (SANTANA, 2014).

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13) Lanchonete: Vende lanches e bebidas não-alcoólicas aos visitantes.

14) Receptivo Ambiental Pequeno: Uma das áreas de receptivo para os visitantes

que retornam da trilha, onde são servidas as frutas. Dispõe de banheiro masculino e feminino

adaptado e lavabo, além de um mapa do Parque das Dunas – BA e dois bebedouros. (Figura

16).

Figura 16 – Receptivo Ambiental Pequeno

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

15) Receptivo Ambiental Grande: Uma das áreas de receptivo para os visitantes

que retornam da trilha, onde são servidas as frutas. Conta com cadeiras e bancos construídos

em madeira e um mezanino, onde crianças podem brincar e uma banda que venha a se

apresentar no Parque poderá ficar. (Figura 17). (Figura 18).

Figura 17 – Receptivo Ambiental Grande

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

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Figura 18 – Interior do Receptivo Ambiental Grande

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

16) Restaurante: Em construção. Contará com escritório e será terceirizado; nele

funcionará um restaurante-escola em parceria com o Sistema Nacional de Aprendizagem

Comercial (SENAC), que servirá refeições aos visitantes do Parque.

17) Slack Park: Espaço destinado às aulas de slackline, modalidade esportiva

criada recentemente, com raízes na corda bamba do circo e na escalada em montanhas. É um

esporte praticado sobre uma fita de náilon, estreita e flexível, que normalmente localiza-se a

uma altura de 30 centímetros acima do chão, tendo se popularizado como um treino de

equilíbrio. (PEREIRA, 2013). (Figura 19).

Figura 19 – Slack Park

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

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18) Canil: Abriga atualmente quatro cachorros que passam pelo processo de

adestramento. Ajudam a manter a segurança no Parque e são utilizados nas trilhas para afastar

animais peçonhentos.

19) Casa do caseiro: Local em que os caseiros que tomam conta do Parque ficam.

É também onde se localiza a cozinha comunitária da unidade.

20) Estábulo: Com capacidade para dois cavalos. O Parque atualmente tem três,

que ficam em diferentes áreas da unidade. Na Figura 20, é possível ver dois cavalos próximos

à Praça Eng.º Leandro Amaral Lopes.

Figura 20 – Cavalos pertencentes ao Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Fora do Centro de Visitantes, na área do próprio Parque, podem ser encontradas

ainda:

21) Sala Verde: Localizada um pouco afastado do Centro de Visitantes, a Sala

Verde é um mirante usado como sala de aula e que oferece vista panorâmica de 360º do

Parque e do entorno, cujo acesso se dá por uma escada de madeira. (Figura 21).

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Figura 21 – Sala Verde

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

22) Guarita da Guarda Ambiental, construída com o objetivo de fiscalizar a área

do Parque.

23) Salas Ecológicas: Também chamadas de “Salas Outdoors”, estão distribuídas

em pontos estratégicos das trilhas. Algumas localizam-se sob a copa das árvores e dispõem de

bancos rústicos de madeira, ideais para a realização do trabalho de interpretação ambiental.

(Figura 22).

.

Figura 22 – Sala Ecológica

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Destaca-se que a segurança do Parque é realizada por guardas ambientais e

resgatistas, que contam com o apoio de quadriciclos e cavalos (UNIVERSIDADE LIVRE

DAS DUNAS, 2014a), por serem meios de transporte de baixo impacto ambiental.

A infraestrutura do local oportuniza a realização do trabalho educacional.

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4.5 O PARQUE DAS DUNAS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Um dos principais objetivos do Parque das Dunas, como já foi esclarecido

anteriormente, é desenvolver o trabalho de educação ambiental.

As Unidades de Conservação, como é o caso do parque citado, trabalham a

educação ambiental não formal, que rompe com a definição de espaço e tempo de

escolaridade, por abordar procedimentos que se afastam das formas tradicionais de ensino.

Trata-se de uma prática que supõe a intenção de estender a aprendizagem aos sujeitos sociais

em diferentes espaços educativos e promover reflexões sobre o meio ambiente. (OLIVEIRA,

2014).

O Parque das Dunas objetiva, através da EA, proteger não somente os

ecossistemas que se encontram dentro nos limites da área protegida, mas efetivamente

contribuir para que os visitantes desenvolvam pensamentos mais conscienciosos e menos

danosos à natureza como um todo. A UNIDUNAS, gestora da unidade, acredita que é o

conhecimento que possibilita essa conscientização, o que explica o seu lema: “conhecer para

conservar” (SANTANA, 2014), que se alinha aos objetivos da educação ambiental.

O trabalho de educação ambiental realizado no Parque das Dunas procura

apresentar aos visitantes os aspectos ambientais dos ecossistemas de dunas, lagoas e restingas,

que são protegidos por essa UC; esclarecer os impactos que esses ambientes sofreram e o

nível de degradação em que se encontram (tanto no próprio Parque como em outras regiões do

Brasil); e demonstrar a importância socioambiental dessas áreas e como podem ser utilizadas

de maneira racional e sustentável, provocando naqueles que passam pelo processo de EA a

reflexão sobre a importância de conservar esses locais.

O processo de educação ambiental acontece através da interpretação ambiental,

que pode ser entendida de maneira simplificada como a “tradução da linguagem da natureza

para a linguagem comum das pessoas” (VASCONCELLOS, 1998, p. 23). Serve como uma

ferramenta de manejo, pois objetiva fazer com que os visitantes compreendam o meio

ambiente e as suas inter-relações na UC – o Parque das Dunas –, e sensibilizá-los para que

melhor compreendam o patrimônio natural que visitam. (MOREIRA, 2008).

Pode-se fazer uso de diferentes meios, técnicas e métodos para aliar recreação

com educação (NOVAES, 2002; VASCONCELLOS, 1998). Entre os meios interpretativos

empregados pelo Parque, pode-se citar: palestras, utilização de recursos audiovisuais e visitas

guiadas, além de outros mecanismos que estão em processo de elaboração, como exposições

temáticas (SANTANA, 2014). Esses meios interpretativos funcionam de maneira

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complementar e sempre levam em consideração o público-alvo, de modo a possibilitar a

adequada transmissão do conhecimento.

Um dos recursos mais básicos utilizados para a EA no Parque são os painéis

interpretativos (ou banners), meios interpretativos mais comumente encontrados nas UCs.

(MOREIRA, 2008).

Todos os ambientes públicos do Parque das Dunas contam com diversos painéis

que abordam aspectos relacionados à própria Unidade de Conservação, como a sua flora e

fauna, assim como as pesquisas que lá foram realizadas; muitos desses banners também

abordam questões ambientais mais globais, como a importância da conservação dos recursos

renováveis, a exemplo da água.

Essa ferramenta utiliza técnicas de comunicação visual que em que o tipo de letra,

as cores, os ângulos e a as ilustrações ficam em equilíbrio (VASCONCELLOS, 1998), e

permite que o conteúdo seja apresentado de maneira simplificada e em linguagem acessível,

fomentando o interesse dos visitantes sobre a natureza e cumprindo sua função informativa.

São também oferecidos panfletos que, de maneira sucinta, discorrem sobre o trabalho

realizado.

Outra ferramenta importante são as palestras, que sempre antecedem as saídas

para as trilhas e podem contar com o auxílio de recursos audiovisuais, como uso de mapas e

de retroprojetores. São informais e descerimoniosas, como Moreira (2008) aconselha que

sejam, e têm como objetivo introduzir os visitantes ao trabalho realizado pelo Parque.

São acompanhadas da exibição de um vídeo institucional, que aborda a

importância da unidade e de proteger a natureza. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS,

2014a). Vídeos são interessantes como meio interpretativo pela possibilidade de, em pouco

tempo, sintetizarem informações e, a depender da mensagem transmitida, o visitante já poder

se dirigir à trilha com informações básicas sobre a interpretação do ambiente e o

comportamento adequado em visita à Unidade. (MOREIRA, 2008).

Contudo, o grande destaque do Parque das Dunas no que diz respeito à EA é o

trabalho de trilhas associadas à interpretação ambiental, realizadas na própria área do Parque.

Trilha é uma palavra derivada do latim “tribulum”, que significa caminho, rumo

ou direção. Ao longo da história, as trilhas foram utilizadas para atender às necessidades

humanas, sobretudo de deslocamento; contudo, nos últimos tempos, têm sido largamente

utilizadas como meio de contato com a natureza. (VASCONCELLOS, 1998).

Vasconcellos (1998) explica que a trilha pode ser considerada interpretativa

quando seus recursos são traduzidos para o visitante através de guias especializados (os

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intérpretes), de folhetos interpretativos, ou mesmo de painéis, podendo também fazer uso de

gravações.

Essa autora ressalta que, independentemente do método utilizado, essas trilhas

sempre têm o propósito de desenvolver nos visitantes um novo campo de percepções.

(VASCONCELLOS, 1998). São ambientes naturais para o aprendizado, a construção e o

desenvolvimento de atitudes e ações conscienciosas que dizem respeito às questões

socioambientais dos locais visitados, e procuram propiciar uma compreensão crítica do meio

natural. (MENGHINI; GUERRA, 2008).

Podem funcionar ainda como mecanismos de inclusão social, haja vista que as

trilhas interpretativas do Parque das Dunas podem ser apreciadas pelos portadores de

necessidades especiais e que, embora a visitação seja paga – cerca de R$12,00 por pessoa –,

estudantes de escolas públicas e grupos carentes têm a gratuidade assegurada.

As visitas5 acontecem de segunda-feira a sábado, tanto pela manhã como pela

tarde, com os horários de chegada para cada turno estipulados para às 07:30 horas e às 13:30

horas. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a). Em casos extraordinários, as trilhas

também poderão ser agendadas para os domingos, preferencialmente para o turno da manhã.

(SANTANA, 2014).

As trilhas, sempre guiadas por um condutor ambiental treinado e uma guarda

ambiental, são formatadas de acordo com faixas etárias e interesses específicos por parte dos

visitantes. Possuem identificação horizontal e vertical – a horizontal compreende piquetes de

toras de madeira pintados segundo o percurso da trilha e fitas florescentes para o caso de ser

realizada trilha noturna; a vertical simboliza os pontos e intervenções feitas naquele local,

sinalizadas por bandeiras. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a).

Os pacotes agendados para as trilhas sempre incluem a palestra e a exibição do

vídeo institucional anteriormente citados. Depois, os visitantes são conduzidos a uma área

aberta, para que possam, com o auxílio do guia, realizar o alongamento que os preparará

melhor para a caminhada, assim como receber instruções claras sobre o modo adequado de se

comportar na trilha: esclarece-se, por exemplo, a necessidade de guardar todo o lixo

produzido, para que seja posteriormente descartado em local apropriado, e se informa como

proceder em caso de mal-estar: deve-se chamar o guia, guarda ambiental ou outro voluntário,

5 As trilhas interpretativas podem ser agendadas através do site da UNIDUNAS:

<http://www.unidunas.com.br/visite-nos>, do email: <[email protected]>, ou do telefone da

sede administrativa: (71) 3036-1399.

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que entrará em contato com a sede através de rádio ou aparelho celular e convocará as forças

resgatistas. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a).

As trilhas incluem, logo no início, visita ao Horto de Restinga, ao minhocário e ao

sistema de compostagem, que despertam a atenção e trazem maior conhecimento sobre alguns

processos ambientais: placas e painéis informam qual a finalidade de cada um desses espaços

e os monitores voluntários prestam aos visitantes maiores esclarecimentos. O Horto de

Restinga, por exemplo, cumpre um papel para a EA quando possibilita que os visitantes

percebam a beleza das plantas ali presentes e quando se explica a função social de lá serem

cultivadas: o reflorestamento da orla de Salvador com plantas tradicionais da restinga.

(SANTANA, 2014).

A caminhada através da trilha é feita de modo a se conhecer de perto os

ecossistemas de dunas, lagoas e restingas. Conta com paradas em locais estratégicos onde se

encontram espécies vegetais de relevante interesse ecológico e nas Salas Ecológicas, áreas

sombreadas nas quais o grupo se reúne para que o guia possa elucidar aspectos relacionados

aos ecossistemas locais, à flora, à fauna e ao clima, estimulando a reflexão e discussão a

respeito de tudo o que foi observado e comentado acerca dos impactos ambientais e da

importância daquele local para a população de Salvador (UNIVERSIDADE LIVRE DAS

DUNAS, 2014a), assim como a relevância dos demais refúgios protegidos para a população

mundial. Nesses momentos, procura-se também provocar a reflexão acerca do significado do

meio ambiente e da importância da conservação ambiental.

Ao fim do percurso, é servido em um dos dois Receptivos Ambientais (a escolha

de qual será utilizado é determinada pela quantidade de integrantes de cada grupo) um lanche

para recompor a condições físicas e que serve como momento de confraternização. Existem

dois pacotes de lanche: o primeiro é composto por frutas – melancia e banana – e água

mineral; o segundo, além de água e das frutas mencionadas, inclui suco e pão delícia, o

tradicional pão com queijo cremoso. (UNIDUNAS, 2014c).6

Essa é também uma oportunidade de trabalhar a educação nutricional e a

responsabilidade sobre o descarte apropriado dos resíduos, sobretudo porque o lugar possui

lixeiras que separam o lixo reciclável do orgânico. (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS,

2014a).

O Manual para Formação e Capacitação de Condutores de Trilhas (UNIDUNAS,

2014a), entregue àqueles que desejam realizar o curso para se tornarem monitores do Parque,

6 UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS. Comunicação pessoal por e-mail. 16 nov. 2014.

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informa que são três os principais tipos de trilha existentes, que variam em grau de

dificuldade e extensão e se adéquam a determinadas faixas etárias, sendo identificadas por

cores específicas. Dividem-se do seguinte modo:

a) Trilha Infantil: Também conhecida como Trilha Verde, cor através da qual o

seu percurso é sinalizado no mapa, é a menor trilha, indicada para crianças entre

dois e dez anos de idade, embora também possa ser praticada por idosos ou

mesmo adultos que dispõem de pouco tempo ou que possuem condição física

debilitada. Pode ser realizado um percurso de 300 metros e outro com 500 metros,

e seu trajeto mais longo tem a duração média de 45 minutos.

b) Trilha Adolescente: Pode ser também chamada de Trilha Amarela, é mediana e

indicada para jovens a partir dos onze anos de idade, tem cerca de 2.400 metros de

extensão e o percurso é concluído em aproximadamente 01:30 hora.

c) Trilha Adulta: Ou Trilha Vermelha, seu percurso varia de 3.300 a 5.000 metros

de extensão e leva cerca de 03:30 horas para ser percorrida em seu trajeto mais

curto. É indicada para grupos dispostos a uma atividade mais intensa e, devido à

sua extensão, permite a abordagem de diversos temas ecológicos.

(UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014a).

A Figura 22 exibe o mapeamento completo das trilhas interpretativas.

Figura 22: Trilhas Interpretativas do Parque das Dunas.

Fonte: UNIDUNAS, 2014a.

As trilhas interpretativas oferecidas pelo Parque das Dunas contêm todas as etapas

que Ham (1992 apud VASCONCELLOS, 1998) considera necessárias: a preparação para a

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saída, que inclui a apresentação do guia e as informações sobre a duração e grau de

dificuldade da caminhada, assim como o repasse das normas de conduta e segurança a serem

adotadas; uma introdução sobre as temáticas que serão abordadas, que pode acontecer no

local de saída ou próximo à primeira parada; o corpo, em que se transmitem informações

pertinentes ao meio ambiente ao longo das paradas; e a conclusão, na última parada, em que a

mensagem da importância de conservar o meio natural e da importância do Parque das Dunas

é reforçada, finalizando com os agradecimentos do guia e da UNIDUNAS pela participação.

Por fim, embora, segundo Moreira (2008), os websites não sejam citados na

literatura como meios interpretativos, são ferramentas educativas bastante utilizadas em todo

o mundo. O site oficial da UNIDUNAS apresenta o Parque e a OSCIP mantenedora, faz um

breve relato de sua história, esclarece algumas curiosidades sobre os ecossistemas

encontrados na UC, tem matérias informativas sobre os grupos que visitaram o Parque e ainda

possui uma galeria de fotos.

O processo ao qual o Parque submete seus visitantes vai ao encontro da ideia de

educação ambiental que interpreta criticamente as realidades e procura transformá-las, graças

à contribuição dos processos educativos que visam à superação das injustiças e desigualdades

sociais (OLIVEIRA, 2014), assim como à luta pela conservação do patrimônio natural, de

modo que o visitante possa participar das decisões com maior conhecimento e capacidade

frente às mudanças socioambientais.

As práticas de EA, como as que são realizadas pelo Parque, procuram produzir

nos visitantes reflexões que promovam a mudança nas percepções e representações, o que faz

com que repensem as suas atitudes e práticas que impactam negativamente o meio ambiente

natural e social. (MENGHINI, 2005). E uma das maneiras de potencializar o trabalho

realizado pela Educação Ambiental é através do Ecoturismo.

4.6 PERSPECTIVAS PARA A VISITAÇÃO TURÍSTICA NO PARQUE

A cidade de Salvador é reconhecidamente o maior pólo turístico da Bahia,

atraindo cerca de 28,8% do fluxo turístico do estado, segundo o último censo realizado pela

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) sobre a caracterização e

dimensionamento do Turismo Receptivo na Bahia, em 2011. (BAHIA, 2011a).

A localidade atrai muitos visitantes que estão atrás tanto da modalidade de “sol e

mar” como do turismo cultural. (BAHIA, 2011b). Além disso, o ecoturismo é um segmento a

ser explorado na cidade, sobretudo graças aos benefícios que pode trazer à comunidade local.

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Como já foi discutido em capítulos anteriores, muitos autores, a exemplo de

Vasconcellos (1998), Swarbrooke (2000a; 2000b), Kinker (2002) e Dias (2003), defendem

que o ecoturismo pode contribuir para a conservação do meio ambiente, sobretudo quando

está associado à educação ambiental. Moreira (2008), inclusive, afirma que o ecoturismo se

configura em um dos mais eficientes instrumentos adotados por governos e setores

comprometidos com o meio ambiente para financiar e assegurar a proteção dos ecossistemas

locais.

Segundo Moreira (2008), os parques devem ser pensados em conformidade com

dois objetivos principais, que são a proteção das áreas naturais e o encorajamento à

compreensão, à apreciação e ao prazer na contemplação dos visitantes, configurando-se em

locais ideais para práticas recreativas, educativas e interpretativas, características do

ecoturismo.

Vasconcellos (1998) explica que os programas de uso público, como os que

permitem o trabalho de educação ambiental e ecoturismo – a exemplo do que existe no Parque

–, servem para conectar os visitantes com o lugar, criando maior compreensão e apreciação

dos recursos naturais protegidos, diminuindo as pressões negativas; provocam mudanças de

comportamento, incentivando as pessoas a conservarem o meio ambiente; e colaboram para a

satisfação dos visitantes, criando uma visão positiva sobre a área e a instituição responsável,

no caso, a UNIDUNAS.

No que diz respeito ao Parque das Dunas, já foi mencionado que os usos

permitidos para a área ficam limitados, entre outros fins, aos educativos e turísticos, que

podem ser contemplados pela prática do ecoturismo, já que esse segmento pode servir de

veículo para a educação ambiental. (PIRES, 1993 apud VASCONCELLOS, 1998).

Atualmente, o turismo no Parque das Dunas ainda acontece de forma incipiente. A

Diretora Administrativa do Parque, Eliene Leão (2014, informação verbal)7, explica que a

unidade atrai um número limitado de turistas devido, em parte, à falta de recursos humanos

devidamente preparados, haja vista que os turistas muitas vezes necessitam de um

atendimento diferenciado, com guias que sejam bilíngues e horários mais flexíveis.

Ainda assim, uma pesquisa realizada na seção intitulada “Notícias” do site oficial

da UNIDUNAS – que apresenta o registro de grande parte dos visitantes do Parque –

demonstrou que nos meses de outubro e novembro de 2014 a UC recebeu turistas

provenientes de diversos lugares, desde cidades localizadas no entorno de Salvador, como

7 Entrevista informal realizada com Eliene Leão, Diretora Administrativa da Universidade Livre das

Dunas, dia 08 nov. 2014, no Parque das Dunas, Salvador, Bahia.

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Feira de Santana e Serrinha, até outros países, como Argentina, Chile, Peru, Estados Unidos

da América e Holanda (UNIVERSIDADE LIVRE DAS DUNAS, 2014b). Isso demonstra que

o Parque tem grande potencial para vir a se tornar um atrativo turístico.

Moreira (2008) afirma que, para que um local seja considerado atrativo

turisticamente, deverá possuir as condições básicas para satisfazer as necessidades dos

turistas, o que o Parque das Dunas já possui, haja vista seu estruturado Centro de Visitantes e

todos os recursos lá disponíveis. E os abundantes atrativos naturais do Parque são importantes

por fomentarem o ecoturismo e possibilitarem a integração de atividades de lazer com a

educação e a sensibilização dos visitantes.

A paisagem, a fauna e a flora existentes nas áreas naturais protegidas, conforme

explica Costa Lima (2003), constituem grandes atrativos, e os trabalho de interpretação

ambiental do Parque já se encarrega de chamar a atenção dos visitantes para esses elementos,

bastando ser ampliado para atrair um número maior de turistas.

Para conscientizar aqueles que visitam as áreas protegidas, como o Parque das

Dunas, não se deve fazer uso de longas leituras ou explicações maçantes no processo de

educação ambiental. A interpretação ambiental, que é adotada pela unidade, possibilita

atividades lúdicas que servem de instrumento tanto para a educação como para a recreação.

(VACONCELLOS, 1997 apud VASCONCELLOS, 1998).

As atividades de educação ambiental, a exemplo das trilhas interpretativas,

atualmente realizadas pelo Parque, levam os visitantes – sejam eles turistas ou moradores – a

apreciar, entender e cooperar com a conservação dos recursos naturais. (MENGHINI, 2005).

São interessantes também por, além de se configurarem em um atrativo, também servirem

como meio de acesso aos principais atrativos naturais de uma UC (MOREIRA, 2008), como

as lagoas ou espécimes da flora particularmente interessantes.

Santana (2014), Presidente da UNIDUNAS, informou em entrevista sobre outras

atividades que serão implementadas e que servirão para atrair um número maior de visitantes,

entre eles os turistas, a exemplo do arvorismo, da tirolesa e da canoagem, que será realizada

na Lagoa Vitória. Além da manutenção do Slack Park, já comentado, para a prática do esporte

slackline.

Haverá também uma exposição permanente chamada “Seres da Restinga”, com

fotografias de espécimes da fauna e flora da restinga, assim como de alguns visitantes durante

do trabalho de educação ambiental. (SANTANA, 2014).

Existe o projeto Música nas Dunas, realizado ocasionalmente, que também pode

se considerar um atrativo. O evento, que acontece no próprio Parque, no maior dos Receptivos

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Ambientais, tem capacidade para até 300 pessoas: os visitantes chegam por volta das 16:00

horas, participam de uma curta trilha interpretativa, assistem ao pôr de sol e retornam ao

Receptivo, para escutar músicas que falam da natureza. O evento acontece até às 20:00 horas,

para evitar impactar a vida noturna no local. (SANTANA, 2014).

Jorge Santana (2014) apresenta também o projeto para a criação de um

restaurante-escola no Parque, para formar gourmets e garçons para a rede hoteleira. O espaço

já está sendo construído e não ficará sempre aberto aos visitantes, mas terá públicos

específicos, mediante agendamento, e somente servirá comidas saudáveis, tornando-se mais

um atrativo para aqueles que apreciam um serviço diferenciado.

O Centro de Visitantes do Parque ainda funciona como local para realização de

eventos, como festas de aniversário e formatura, com uso de pulseira de identificação para

controle. Podem ser realizados também eventos acadêmicos, inclusive seminários ambientais

que atraiam turistas, e o Parque oferece os recursos visuais necessários.

Todos os visitantes poderão ter acesso a esses recursos, inclusive pessoas

portadoras de necessidades especiais, como os cadeirantes, pois o quadriciclo do Parque

estará continuamente à disposição. Ou seja, o Parque ainda poderá se inserir no turismo

inclusivo, que tem ganhado destaque no cenário mundial. (KIEFER; CARVALHO, 2013).

Como um local destinado ao turismo, o Parque também está devidamente

preparado para lidar com emergências relacionadas à saúde. Santana (2014) explicou que há

um trabalho resgatista com os bombeiros e há um posto do Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência (SAMU) a cerca de quinze minutos do Parque. A equipe do Serviço de Atendimento

Móvel de Urgência (SAMU), inclusive, já realizou a trilha, com o objetivo de estar preparada

e conhecer o terreno no caso de uma futura emergência. Santana (2014) acrescentou que, caso

a atividade turística no Parque se desenvolva e o local passe a receber um número maior de

visitantes, deverão recorrer aos serviços médicos da iniciativa privada.

Contudo, o desenvolvimento do potencial turístico do Parque, a unidade

necessitará de planejamento, para que os seus impactos positivos sejam potencializados e os

negativos sejam minimizados. (MOREIRA, 2008). O estudo da capacidade de suporte, por

exemplo, é essencial, por contribuir para um turismo sustentável e pouco impactante ao meio

ambiente.

Um fator inibidor da atividade turística poderia ser a relativa distância em que o

Parque se encontra da maioria dos principais atrativos turísticos da cidade, sobretudo dos

histórico-culturais. Contudo, segundo o site da Superintendência de Trânsito e Transporte do

Salvador (SALVADOR, [2014?]), há 14 linhas de ônibus que vão ao bairro de Praia do

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Flamengo, onde se encontra a UC, que passam pelos locais considerados tipicamente

turísticos de Salvador, como o Centro Antigo e a orla da cidade, sobretudo os bairros da

Barra, Ondina e Rio Vermelho (RIBEIRO, 2013).

Grande parte dos ônibus também passa pelo bairro de Itapuã, que tornou-se

célebre graças a artistas como Dorival Caymmi e Vinicius de Moraes (GUERREIRO, 2005), e

que encontra-se bastante perto do Parque. A proximidade com o Aeroporto Deputado Luís

Eduardo Magalhães é outro fator que contribui para a potencialidade turística da unidade,

além de toda a frota de carros que o município possui.

Orams (1995 apud KINKER, 2002) afirma que uma maneira eficaz de medir o

sucesso do manejo do ecoturismo em determinada área é selecionar indicadores. No caso do

turistas que visitarem o Parque das Dunas, os indicadores podem ser a satisfação e as

expectativas correspondidas e superadas; a educação e o aprendizado; e as mudanças de

atitude e comportamento, tanto no local de sua visita como no de origem. Esses elementos

indicam se as atividades foram bem planejadas, se a infraestrutura estava em boas condições e

se o turista tornou-se mais responsável ambientalmente.

É importante também utilizar indicadores para se verificar quais os locais da

unidade que exercem maior atratividade nos visitantes. O próprio Parque tem planos de

utilizar indicadores de atratividade nas trilhas interpretativas, que poderão contribuir para o

aumento da apreciação e interesse dos pontos interpretados. (MENGHINI, 2005).

A visitação no Parque das Dunas, inclusive a visitação turística, cumpre a função

determinada por Moreira (2008) de atuar como ferramenta para a sensibilização da sociedade

sobre a importância da conservação da biodiversidade e como um vetor de desenvolvimento

local e regional.

O turismo, em especial o ecoturismo, por proporcionar um contato mais próximo

com o ambiente natural, tem o potencial de fazer com que as pessoas – tanto os turistas

quanto a população local – compreendam melhor as questões ambientais, de maneira a

ampliar a conscientização quanto aos impactos antrópicos. Mendonça (2001) ratifica a

importância de o turismo possibilitar uma relação mais direta com o meio ambiente, de modo

que o turista possa vivenciar o lugar visitado, pois “só a vivência pode levar ao afeto, que

finalmente levará ao respeito e à solidariedade”. (MENDONÇA, 2001, p. 21).

Percebe-se que o Parque tem um potencial turístico a ser desenvolvido a partir da

visitação, mas que deve ser planejado com cuidado para que possa ser ambientalmente

sustentável, economicamente rentável – já que o Parque precisa de recursos para se manter – e

capaz de oferecer serviços de qualidade que não comprometam o prazer dos visitantes.

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5 SENSIBILIZAÇÃO DOS TURISTAS E VISITANTES: ANÁLISE DA PESQUISA DE

CAMPO

Com o objetivo de verificar se os visitantes do Parque das Dunas foram

sensibilizados pelo trabalho de educação ambiental realizado, foram utilizados questionários

como instrumentos para a coleta de dados.

Esses questionários foram aplicados nos dias 30 de outubro e 08, 09 e 12 de

novembro de 2014, nos turnos matutino e vespertino. Em quatro dias de pesquisa foram

coletados 105 questionários; contudo, para a correta aferição dos resultados, foram

invalidados todos aqueles que não estivessem completamente respondidos, que apresentassem

mais de uma resposta nas questões em que deveria existir apenas uma ou cuja idade do

entrevistado fosse inferior a treze anos. Portanto, a pesquisa realizada contou, no final, com

87 questionários válidos.

Foi realizada a tabulação dos dados e percebeu-se que a maior parte dos visitantes

do Parque das Dunas identifica-se com o gênero feminino, totalizando 64,4%, enquanto que

apenas 35,6% se identifica com o gênero masculino. Para essa pesquisa, foram

desconsiderados aqueles que não se identificam com nenhum dos dois gêneros; contudo, os

resultados sugerem que aqueles que se identificam com o gênero feminino têm maior

interesse por equipamentos destinados à conservação da natureza.

Gráfico 1 – Faixa etária dos visitantes

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

No que diz respeito à faixa etária, pode-se observar no Gráfico 1 que grande parte

dos visitantes possui idade entre 18 e 30 anos, faixa etária que corresponde a 37,93% do total

de pessoas que responderam o questionário. Em seguida estão aqueles que possuem de 31 a

45 anos, com 29,89%, e, depois, os que têm mais de 45 anos, contabilizando 20,69%. Sabe-se

que grande parte dos visitantes são crianças, contudo, seria complicado pedir que

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respondessem aos questionários, por isso somente foram contabilizadas aquelas que possuíam

a partir de treze anos; ainda assim, graças a essa dificuldade, a faixa etária mais incomum foi

a correspondente aos visitantes que têm entre 13 e 17 anos, totalizando 11,49%.

Gráfico 2 – Grau de escolaridade dos visitantes

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Quanto ao grau de escolaridade, o Gráfico 2 aponta que muitos possuem ensino

superior incompleto, contabilizando 37,93%, enquanto que 22,99% possui nível superior.

12,64% informou possuir ensino médio e, em seguida, estão aqueles com pós-graduação, com

9,2%. Apenas 6,9% afirmou possuir ensino médio incompleto, e 4,6% o fundamental

completo, tendo o mesmo número assinalado possuir o fundamental incompleto, o que torna a

demonstrar a dificuldade em conseguir crianças que respondam aos questionários, sobretudo

de maneira correta. Por fim, apenas uma pessoa respondeu ter pós-graduação incompleta,

resultando em aproximadamente 1,15% para esse grau de escolaridade.

A tabulação informa, contudo, que a maior parte dos entrevistados possui, no

mínimo, nível superior incompleto, o que geralmente indica tratar-se de um público mais

exigente no que diz respeito aos equipamentos turísticos do que aqueles que possuem apenas

o ensino médio.

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Gráfico 3 – Origem dos visitantes

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

A pesquisa evidenciou (Gráfico 3) que, de todos os entrevistados, 93,10% é da

Bahia, enquanto que 5,75% veio de outros estados – apenas cinco pessoas, duas de Alagoas e

um representante do Rio de Janeiro, um de São Paulo e um do Amazonas – e somente 1,15%

vive fora do Brasil, sendo esse país a França. Esses resultados podem ser consequência da

pouca divulgação turística do Parque.

Gráfico 4 – Origem dos visitantes que vivem na Bahia

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Verificou-se então de quais localidades os 81 visitantes da Bahia vieram, e

constatou-se (Gráfico 4) que mais da metade vive na própria cidade de Salvador,

contabilizando 64,2%. Em seguida, as cidades que mais emitiram visitantes foram Feira de

Santana, com 14,81%; Lauro de Freitas, no total de 8,64%, e Candeias, que contou com

7,41%. As cidades de Dias D’ávila, Serrinha, Alagoinhas e Camaçari somente emitiram, cada

uma, um visitante, o que significa 1,23% por cidade. Esses resultados relacionam-se ao fato

de as ações adotadas pelo Parque que visam ao turismo ainda serem bastante embrionárias, e

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que os visitantes que provêm de outros municípios baianos vivem naqueles localizados

próximos à cidade de Salvador.

Gráfico 5 – Equipamentos visitados destinados à conservação ambiental

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Quando inquiridos sobre os equipamentos destinados à conservação ambiental

que já visitaram em Salvador, percebeu-se, como se observa no Gráfico 5, que a grande

maioria já havia visitado o Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do Abaeté, totalizando

72,41% – muito embora exista a possibilidade de os entrevistados terem confundido esse

parque com o próprio Parque das Dunas, posto que ambos localizam-se na mesma Área de

Proteção Ambiental e contam com ecossistemas semelhantes. A questão era de múltipla-

escolha, portanto, outros equipamentos também foram indicados pelas mesmas pessoas, dos

quais os mais visitados foram o Parque Joventino Silva, popularmente conhecido como

Parque da Cidade, com 55,17%; o Parque Metropolitano de Pituaçu, visitado por 52,87% dos

entrevistados; e o Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, com 42,56%. Esses dados apontam

certo interesse dos visitantes por outros equipamentos que visam à conservação do meio

ambiente e à recreação.

Os dois equipamentos menos visitados foram o Jardim Botânico de Salvador, que

recebeu 25,29% dos entrevistados e o Parque São Bartolomeu, com apenas 10,34%, o que

sugere que esses locais podem ser pouco divulgados.

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Gráfico 6 – Atitudes ambientalmente corretas praticadas pelos visitantes

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Para melhor conhecer o perfil dos visitantes e suas práticas relacionadas ao meio

ambiente, perguntou-se quais as atitudes ambientalmente corretas por eles adotadas. Segundo

o Gráfico 6, a esmagadora maioria declarou jogar lixo em local apropriado, totalizando

90,80%, enquanto que 82,76% economiza água e 80,46% economiza energia. Esses valores

considerados altos já eram esperados, pois pressupõe-se que essas atitudes são básicas no que

diz respeito à conservação dos recursos naturais e do meio ambiente.

Em seguida, constata-se que 33,33% realiza coleta seletiva e o mesmo número de

visitantes faz reciclagem. Uma quantidade apenas ligeiramente menor, de 32,18% evita

consumo de sacos plásticos. Em seguida, percebe-se que 25,29% evita o uso de produtos

descartáveis, 24,14% evita o uso de carro particular e somente 22,99% fiscaliza o meio

ambiente. Por fim, 11,49% evita ingerir produtos de origem animal e 2,30% tem algum outro

tipo de atitude ambientalmente correta, dos quais se citou a realização do trabalho de

compostagem e a utilização de iluminação e ventilação naturais.

Perguntou-se também se os visitantes participam de alguma organização

ambiental ou se realizam algum trabalho voluntário relacionado à conservação ambiental, e

verificou-se que apenas 2,30% participa de alguma organização, enquanto que 11,49% realiza

algum trabalho voluntário, entre os quais se citou a preservação da fauna e da flora, a

divulgação do trabalho realizado pela UNIDUNAS, a realização de palestras, a coleta de lixo

nas ruas, a compostagem, a participação no Movimento Sociedade e Ambiente e a atuação

como escoteiro.

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Gráfico 7 – Por qual meio os visitantes obtiveram conhecimento sobre o Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Perguntou-se como os visitantes obtiveram conhecimento sobre o Parque, e

percebeu-se, como aponta o Gráfico 7, que mais da metade conheceu a unidade por outros

motivos que não os dispostos entre as opções iniciais, correspondendo a 56,32%. Desses,

81,63% conheceu graças a uma instituição de ensino, que pode ser escola ou faculdade,

correspondendo a 45,98% do total global, enquanto que os outros 18,37% restantes

correspondem a grupos de que os visitantes fazem parte, como da academia de ginástica e de

natação, e também ao contato direto com voluntários da UNIDUNAS.

33,33% afirmou ter conhecido o Parque graças à indicação de amigos ou parentes,

demonstrando que o bom serviço prestado faz com que os visitantes indiquem o lugar aos

seus conhecidos. Contudo, apenas 4,6% pessoas disseram ter obtido conhecimento do Parque

através da Internet e o mesmo número disse ter sido a sinalização esse motivo, embora ambas

as ferramentas sejam importantes – a primeira, para se conhecer melhor a Unidade e buscar

informações relevantes, e a segunda para que o visitante, quando se dirigir ao Parque, não

tenha dificuldades em se orientar. Por fim, apenas uma pessoa disse ter conhecido o Parque

graças à televisão.

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Gráfico 8 – O que mais motivou a visita ao Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Inquiriu-se também qual a principal motivação dos visitantes para ir ao Parque, e

quase metade dos entrevistados respondeu ter ido por causa do lazer, contabilizando 42,53%

(Gráfico 8). Também foi grande o número de pessoas que se dirigiu à UC com o objetivo de

participar de visita acadêmica, correspondendo a cerca de 33,33%, e 18,39% declarou estar

em excursão escolar. Apenas 5,75% expressou que sua principal motivação era a de realizar

pesquisas, embora se saiba que o Parque atrai pesquisadores, sobretudo da área de biologia,

como esclareceu em entrevista o presidente da UNIDUNAS, Jorge Santana (2014).

Gráfico 9 – Opinião do visitantes sobre a visita ao Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Pediu-se que os visitantes avaliassem a visita ao Parque e, como comprova o

Gráfico 9, 79,31% dos entrevistados consideraram-na excelente, sugerindo que tanto a infra-

estrutura quanto o serviço oferecido agradaram bastante. 19,54% avaliaram a visita como boa

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e somente uma pessoa a considerou regular, o que demonstra que, por contraste, a UC agrada

a quase todos que a visitam.

Desses visitantes, 93,10% estavam no Parque pela primeira vez, enquanto que

apenas 6,90% já haviam visitado o local anteriormente.

Gráfico 10 – Valores pessoais sensibilizados pela visita ao Parque das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

A visitação a uma área natural protegida, segundo Moreira (2008), proporciona ao

visitante a oportunidade de conhecer, de forma lúdica, os atributos ambientais resguardados

pela unidade, o que pode resultar em uma mudança de valores pessoais e de atitudes para com

o meio ambiente. Por isso, perguntou-se, como demonstra o Gráfico 10, quais os valores

pessoais que foram sensibilizados nos visitantes através da visitação ao Parque.

Respeito foi o valor mais largamente sensibilizado – ou poder-se-ia dizer também

“confirmado” –, tendo sido assinalado no questionário por 93,10% dos entrevistados. A

responsabilidade, com 86,21% e o compromisso, contabilizando 79,31% também foram

bastante registrados, o que indica que os visitantes passaram a respeitar o meio ambiente e se

sentem responsáveis por ele e comprometidos com a sua conservação.

Mais da metade dos entrevistados também declarou ter passado a cultivar a ética,

com 58,62%, e a liberdade, com 54,02%. Em menor escala, vieram a justiça e a igualdade,

ambas com 39,08%; a generosidade, com 35,63%; e a empatia, com 25,29%. Por fim, apenas

8,05% marcou a opção “outros”, no qual se pôde ler: gratidão, valorização da vida, amor,

maior reflexão da vida, preservação, sustentabilidade e educação.

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Gráfico 11 – Atitudes ambientalmente corretas que serão mantidas ou adotadas após visita ao Parque

das Dunas

Fonte: Pesquisa de campo, 2014.

Como a educação ambiental visa não somente à mudança de valores, mas também

de atitudes, que modo que os visitantes adotem comportamentos mais ambientalmente

sustentáveis, perguntou-se quais as práticas ambientalmente corretas que, após a visita ao

Parque, os visitantes pretendem manter ou adotar, e esses valores foram comparados com

aqueles obtidos quando se perguntou quais as atitudes que atualmente já são adotadas.

O Gráfico 11 informa que 95,40% dos entrevistados pretende continuar ou passar

a jogar o lixo em local apropriado, o que demonstra que houve um crescimento de 5,06%

nesse aspecto. Ainda tratando as atitudes consideradas básicas, 94,25% pretende economizar

água, indicando um aumento de 13,89%, possivelmente graças ao trabalho de educação

ambiental realizado pelo Parque que é direcionado à racionalização desse recurso natural. E

86,21% pretende economizar energia, representando um crescimento de 7,14%.

Um total de 58,62% dos visitantes pretende evitar a utilização de produtos

descartáveis, apresentando um crescimento de 131,82%, ao passo que 66,67% pretende evitar

o consumo de sacos plásticos, indicando crescimento de 107,14%. Percebe-se também que

57,47% dos entrevistados tenciona realizar coleta seletiva, indicando aumento de 72,41%,

enquanto que 54,02% fará reciclagem, com um crescimento de 62,07% em relação àqueles

que não faziam isso. 37,93 pessoas evitarão a utilização de carro particular, optando pelo

transporte público, bicicleta ou andar a pé, um crescimento de 57,14%, ao passo que 26,44%

evitará ingerir produtos de origem animal – uma porcentagem pequena, contudo, que

apresenta um crescimento de 130%.

O maior crescimento registrado, contudo, foi na fiscalização do meio ambiente,

opção assinalada por 66,67% dos entrevistados, demonstrando um crescimento de 190% em

relação àqueles que já adotam essa prática, o que indica que o trabalho desenvolvido pelo

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Parque contribuirá expressivamente para a contribuição do meio ambiente. E 5,75% assinalou

que adota ou adotará práticas diferentes das que foram dispostas no questionário, citando a

compostagem, o incentivo para que os outros conservem a natureza, o ato de “fazer a sua

parte” e não matar insetos ou arrancar plantas desnecessariamente.

Orams (1995 apud KINKER, 2002) afirma que as mudanças de atitude e

comportamento, tanto no local de sua visita como no de origem, comprovam que o visitante

tornou-se mais responsável ambientalmente. No caso da visitação turística, isso pode resultar

em um processo de valorização do meio ambiente natural, e os novos valores serão

transportados ao local de origem do turista, quando este começar a refletir criticamente sobre

o modo como lida com a natureza no lugar em que vive, levando-o a buscar soluções para

uma melhor qualidade de vida.

Esses resultados demonstram que a visitação ao Parque das Dunas não somente

entretêm os visitantes através de atividades recreativas, mas também os sensibiliza, resultando

em uma mudança de valores e de atitudes que é essencial para a conservação do meio

ambiente, tanto natural como urbano. E se os visitantes – turistas ou moradores da cidade –

são sensibilizados, isso significa que o desenvolvimento do potencial turístico do Parque fará

com que mais turistas passem pelo processo de educação ambiental e, consequentemente,

mais pessoas sejam ambientalmente educadas pelas visitas e pelo turismo.

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6 CONCLUSÃO

A conservação ambiental é uma questão essencial ao desenvolvimento sustentável

e que deve ser pensada em parceria pelo poder público, iniciativa privada e sociedade civil,

posto que a humanidade não apenas necessita do meio ambiente para sobreviver, mas é um

dos elementos que integram esse meio.

A educação ambiental – incluindo a não formal – se configura em uma ferramenta

essencial para a proteção da natureza e para a utilização sustentável dos recursos naturais, pois

é um processo que possibilita a reflexão crítica sobre os aspectos ambientais, econômicos e

sociais, promovendo a sustentabilidade.

As áreas naturais têm sido devastadas devido à expansão urbana desenfreada e

sofrem as consequências do crescimento econômico que não contempla o desenvolvimento

sustentável, como a extinção de espécies autóctones e o acúmulo de resíduos sólidos. Em

Salvador, os ecossistemas de dunas, lagoas e restingas foram quase inteiramente destruídos, e

o trabalho desenvolvido pela UNIDUNAS no Parque das Dunas objetiva justamente

resguardar uma das últimas áreas remanescentes e sensibilizar os visitantes para a importância

de conservar o patrimônio natural.

Verificou-se, através do estudo, que o Parque utiliza a interpretação ambiental

como forma de educar e sensibilizar os visitantes por meio das trilhas interpretativas e de

ferramentas educativas como palestras, painéis, banners e vídeos, além de contar com espaços

que cumprem com a função ambiental e informativa, como o Horto de Restinga, o

Minhocário e o Sistema de Compostagem.

A pesquisa de campo confirmou que os visitantes tiveram muitos valores

sensibilizados. As atividades realizadas durante a visitação transmitem àqueles que vão ao

Parque informações sobre a importância da área resguardada pela UC, dos seus ecossistemas

e dos processos biológicos, assim como reafirmam a necessidade de conservar o meio

ambiente como todo, tanto os espaços naturais quanto os urbanos, e de racionalizar a

utilização dos recursos naturais. Essas práticas desenvolvem nos visitantes o respeito pelo

meio ambiente e pelos seus elementos constituintes – a flora, a fauna e os próprios seres

humanos.

Verificou-se, ainda, que a visitação promoveu o sentimento de responsabilidade

para com o patrimônio natural e o compromisso de protegê-lo. As visitas aos espaços naturais

ainda contribuíram para que os visitantes fossem sensibilizados para a ética ao lidar com a

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natureza e sentissem maior liberdade, além de promover a justiça, a igualdade, a generosidade

e a empatia.

O Parque das Dunas cumpre seu papel socioambiental de não somente proteger os

ecossistemas, mas de fazer com que os visitantes compreendam como as suas atitudes podem

impactar o meio ambiente.

Comprovou-se que a mensagem conservacionista foi transmitida quando se

constatou que os visitantes pretendem manter e adotar muitas atitudes ambientalmente

corretas, como jogar lixo no local apropriado, racionalizar a utilização dos recursos naturais,

evitar o consumo de produtos nocivos à natureza e realizar práticas que contribuam para a

sustentabilidade, como a coleta seletiva e a reciclagem. Notou-se também que grande parte

dos visitantes foi sensibilizada a ponto de desejar proteger o meio ambiente de forma mais

efetiva, inclusive fiscalizando-o.

Ao se confirmar que a visitação de fato sensibilizou os visitantes – sejam eles de

Salvador ou de outras cidades – e provocou neles um desejo de mudança no seu modo de lidar

com a natureza, acredita-se que o desenvolvimento do potencial turístico do Parque das Dunas

possibilitará que um número maior de pessoas realize a visitação turística e,

consequentemente, mais pessoas sejam ambientalmente educadas pela visitação e pelo

ecoturismo.

Esses visitantes, ao desenvolverem o sentimento de pertença e valorizarem o meio

ambiente natural, refletirão sobre o modo como lidam com a natureza e reconhecerão a

importância de adotar uma postura ambientalmente sustentável não apenas na unidade

visitada, mas também nos espaços em que vivem. Desse modo, novos valores serão

transportados ao local de origem do visitante, que buscarão trabalhar coletivamente para a

promoção de um meio ambiente saudável e uma melhor qualidade de vida.

A pesquisa poderá influenciar a realização de novos estudos que objetivem

analisar qual o potencial turístico do Parque, descobrir quais os elementos nele existentes que

exercem maior atratividade no visitante e propor alternativas que possibilitem o

desenvolvimento do ecoturismo de maneira sustentável – como através da elaboração de um

estudo da capacidade de carga turística –, haja vista que este ainda acontece de forma

incipiente.

O estudo também poderá estimular a criação de novos trabalhos que abordem a

temática da educação ambiental não formal realizada em outras áreas protegidas nas diversas

categorias estabelecidas pela lei, que demonstrarão como a visitação turística pode contribuir

para a sensibilização dos que as visitam, assim como pesquisas que procurarão entender como

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o desenvolvimento do turismo em áreas protegidas pode contribuir para resguardar ainda mais

aqueles espaços e desenvolver novos valores ambientais nos visitantes.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO NO CENTRO DE VISITANTES DO

PARQUE DAS DUNAS (SALVADOR-BA)

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QUESTIONÁRIO – Parque das Dunas – BA.

Questionário elaborado por Agnaldo Podestá e Julia Borges, estudantes do curso de Turismo e

Hotelaria da Universidade do Estado da Bahia, com o objetivo de conhecer o perfil dos

visitantes do Parque das Dunas – BA.

Data:__/__/__

01. Identidade de gênero:

( ) 1. Feminino. ( ) 2. Masculino.

02. Qual a sua idade?

( ) 1. De 13 a 17 anos. ( ) 3. De 31 a 45 anos.

( ) 2. De 18 a 30 anos. ( ) 4. Acima de 45 anos.

03. Onde você mora?

( ) 1. Brasil. Onde? ____________________________.

( ) 2. Outro país. Onde? ________________________.

04. Grau de escolaridade:

( ) 1. Ensino Fundamental Incompleto. ( ) 2. Ensino Fundamental.

( ) 3. Ensino Médio Incompleto.

( ) 4. Ensino Médio.

( ) 5. Superior Incompleto. ( ) 6. Superior.

( ) 7. Pós-graduação Incompleta.

( ) 8. Pós-graduação.

05. Qual (is) atitude (s) abaixo você costuma realizar em seu cotidiano?

[ ] 1. Jogar lixo apenas em local apropriado.

[ ] 2. Coleta seletiva.

[ ] 3. Reciclagem.

[ ] 4. Economia de energia.

[ ] 5. Economia de água. [ ] 6. Evitar consumo de sacos plásticos.

[ ] 7. Evitar uso de produtos descartáveis.

[ ] 8. Evitar uso de carro particular, optando

pelo transporte público / bicicletas ou por andar

a pé.

[ ] 9. Evitar ingerir produtos de origem animal.

[ ] 10.Fiscalizar o meio ambiente e/ou denunciar crimes ambientais.

[ ] 11. Outra. Qual? _____________________.

06. Você participa de alguma organização ambiental?

( ) 1. Sim. Qual? _____________________________.

( ) 2. Não.

07. Você realiza algum trabalho voluntário relacionado à conservação do meio ambiente?

( ) 1. Sim. Qual? _____________________________.

( ) 2. Não.

08. Qual (is) equipamento (s) destinado (s) à conservação ambiental você já visitou em Salvador – BA?

[ ] 1. Parque Joventino Silva (Parque da

Cidade).

[ ] 2. Parque Metropolitano de Pituaçu.

[ ] 3. Parque São Bartolomeu.

[ ] 4. Parque Metropolitano Lagoas e Dunas do

Abaeté (Lagoa do Abaeté).

[ ] 5. Parque Zoobotânico Getúlio Vargas

(Jardim Zoológico de Salvador).

[ ] 6. Jardim Botânico de Salvador.

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09. Como obteve conhecimento sobre o Parque das Dunas – BA?

( ) 1. Internet.

( ) 2. Indicação de amigos e/ou parentes.

( ) 3. Televisão.

( ) 4. Revista.

( ) 5. Agência de viagens.

( ) 6. Sinalizações nas ruas.

( ) 7. Outros. Como?

_____________________.

10. O que lhe motivou a visitar o Parque das Dunas – BA?

( ) 1. Lazer.

( ) 2. Pesquisas.

( ) 3. Excursão Escolar.

( ) 4. Visita acadêmica.

( ) 5. Outros. O quê?

_____________________.

11. É a sua primeira visita ao Parque das Dunas – BA?

( ) 1. Sim.

( ) 2. Não.

12. Como você avalia a visita ao Parque das Dunas – BA?

( ) 1. Ruim. ( ) 2. Regular.

( ) 3. Boa. ( ) 4. Excelente.

13. Quais valores pessoais foram sensibilizados em você depois dessa visita ao Parque das Dunas – BA?

[ ] 1. Respeito.

[ ] 2. Ética.

[ ] 3. Justiça.

[ ] 4. Igualdade.

[ ] 5. Liberdade.

[ ] 6. Compromisso.

[ ] 7. Empatia.

[ ] 8. Responsabilidade.

[ ] 9. Generosidade.

[ ] 10. Outro. Qual? _______________.

14. Após a visita ao Parque das Dunas – BA, qual (is) atitude (s) você pretende manter ou adotar?

[ ] 1. Jogar lixo apenas em local apropriado.

[ ] 2. Coleta seletiva.

[ ] 3. Reciclagem.

[ ] 4. Economia de energia.

[ ] 5. Economia de água.

[ ] 6. Evitar consumo de sacos plásticos.

[ ] 7. Evitar uso de produtos descartáveis.

[ ] 8. Evitar uso de carro particular, optando

pelo transporte público / bicicletas ou por andar

a pé.

[ ] 9. Evitar ingerir produtos de origem animal.

[ ] 10.Fiscalizar o meio ambiente e/ou

denunciar crimes ambientais.

[ ] 11. Outra. Qual?

_________________________.

Agradecemos a sua colaboração.

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