Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram...

15
Tourism Review Publication details, including instructions for authors: Viatourismreview.com Tourism Review makes every effort to ensure the accuracy of all the information (the “Content”) contained in the publications on our platform. Any opinions and views expressed in this publication are the opinions and views of the authors, and are not the views of or endorsed by Tourism Review. The accuracy of the Content should not be relied upon and should be independently verified with primary sources of information. Tourism Review shall not be liable for any losses, actions, claims, proceedings, demands, costs, expenses, damages, and other liabilities whatsoever or howsoever caused arising directly or indirectly in connection with, in relation to or arising out of the use of the Content. This article may be used for research, teaching, and private study purposes. Any substantial or systematic reproduction, redistribution, reselling, loan, sub-licensing, systematic supply, or distribution in any form to anyone is expressly forbidden. On line publication: July 2015 ©Viatourismreview.com

Transcript of Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram...

Page 1: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Tourism Review Publication details, including instructions for authors: Viatourismreview.com

Tourism Review makes every effort to ensure the accuracy of all the information (the “Content”) contained in

the publications on our platform.

Any opinions and views expressed in this publication are the opinions and views of the authors, and are not the views

of or endorsed by Tourism Review. The accuracy of the Content should not be relied upon and should be

independently verified with primary sources of information. Tourism Review shall not be liable for any losses,

actions, claims, proceedings, demands, costs, expenses, damages, and other liabilities whatsoever or howsoever

caused arising directly or indirectly in connection with, in relation to or arising out of the use of the Content.

This article may be used for research, teaching, and private study purposes. Any substantial or systematic

reproduction, redistribution, reselling, loan, sub-licensing, systematic supply, or distribution in any form to anyone is

expressly forbidden.

On line publication: July 2015 ©Viatourismreview.com

Page 2: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 1 -

Via

@ 2

015-1

(7)

SILVEIRA, Marcos A. T. da e RODRIGUES, Adyr B., “Urbanização turística no Brasil: um foco em Florianópolis – Santa Catarina”, Via@, 2015-1(7), http://viatourismreview.com/pt/2015/08/art4/

Urbanização turística no Brasil: um foco em

Florianópolis – Santa Catarina

Silveira, Marcos A. T. Da Professor associado, Departamento de Geografia, Universidade Fédéral de Paraná

Rodrigues, Adyr B. Professor associado, Departamento de Geografia, Universidade du São Paulo

Resumo

Este artigo é uma abordagem da urbanização turística no Brasil com foco no caso de Florianópolis, cidade situada no litoral do Estado de Santa Catarina no sul do Brasil. O objetivo é discutir as transformações sócioespaciais induzidas pelo desenvolvimento do turismo em Florianópolis. No Brasil, o desenvolvimento do turismo é um processo observado sobretudo nas últimas três décadas, principalmente devido ao crescimento das práticas de turismo de sol e praia em vários lugares localizados na zona costeira do país, gerando rearranjos na sua organização sócio-espacial. Na maioria dos casos, esse crescimento é acompanhado de impactos ambientais, sociais e econômicos negativos. Neste contexto, considera-se fundamental pôr em prática, tanto em Florianópolis quanto em vários lugares localizados no litoral do Brasil, ações de ordenamento territorial e turístico para minimizar os impactos negativos do turismo e, ao mesmo tempo, maximizar os seus efeitos positivos.

Palavras-chave: desenvolvimento do turismo, impactos do turismo, zona costeira, Florianópolis, Brasil.

Introdução

Neste artigo abordamos a urbanização turística na zona costeira do Brasil enfocando o caso do município de Florianópolis, também conhecido como Ilha de Santa Catarina. A cidade de Florianópolis é a capital do Estado de Santa Catarina, e está localizada no litoral Sul do Brasil. A escolha de Florianópolis como objeto de análise deve-se ao fato dele ser um dos lugares mais turistificados do litoral Sul do país. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar, de forma sucinta, as transformações socioespaciais promovidas pelo turismo no município de Florianópolis, em específico aquelas decorrentes da urbanização turística. Em termos metodológicos, este trabalho está fundamentando no levantamento bibliográfico sobre a temática em tela, e na análise de documentos, relatórios e dados estatísticos

Page 3: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 2 -

Via

@ 2

015-1

(7)

sobre o turismo em Florianópolis, assim como, na observação da realidade do município por meio de visitas de campo.

A Urbanização Turística na Zona Costeira do Brasil: uma síntese

No Brasil, a urbanização turística é um processo observado sobretudo nas últimas três décadas, e decorre do crescimento das práticas do turismo de sol e praia em vários municípios localizados ao longo da zona costeira do país, engendrando rearranjos na sua organização sócioespacial. Esta urbanização turística se caracteriza pelo aparecimento e/ou expansão de complexos turísticos do tipo resort e de núcleos urbanos – estações turísticas do tipo cidade –, cuja função turística é predominante (EQUIPE MIT, 2002; SILVEIRA, 2014), e que tem gerado transformações econômicas, sociais e ambientais no espaço litorâneo brasileiro, conforme apontam diversos autores (RODRIGUES, 1999; LOPES JUNIOR, 2000; CRUZ, 2000; ABREU, 2005; TOMASI, 2011).

Com efeito, sobretudo a partir da década de 1970, o turismo é apontado como um dos vetores de significativas transformações territoriais na zona costeira do Brasil. Inicialmente, com a massificação das práticas ligadas ao turismo de sol e praia, ocorreu um intenso processo de expansão urbana e de especulação imobiliária no litoral Sudeste do país. Depois foi a vez do litoral Sul e, mais recentemente, do litoral Nordeste. No litoral Nordeste, o que tem sido denominada de “expansão turístico-imobiliária” é marcada por uma nova etapa de desenvolvimento do turismo de sol e praia no Brasil, em particular a partir dos anos 1990. Esse desenvolvimento é impulsionado, tanto por meio de ações de agentes governamentais quanto de promotores privados – empresários e investidores – estabelecidos nas regiões economicamente mais dinâmicas do Brasil, como São Paulo, e em outros países, como Espanha, Itália e Portugal (SILVA, 2007; ANJOS, 2008; FONSECA, 2012).

Neste contexto, podemos destacar duas dimensões do desenvolvimento recente do turismo no Brasil. A primeira dimensão é a estruturação espacial promovida com a participação dos governos em nível federal, estadual e municipal, instituindo as condições para a atração de investimentos privados por meio da implantação de infraestruturas urbano-regionais (aeroportos, rodovias, saneamento básico, eletrificação, reformas urbanas etc.). Essa dimensão reveste-se de importância fundamental para entender o processo de turistificação de vários lugares na zona costeira do Brasil, pois ao estabelecer a lógica de estruturação espacial, as políticas públicas contribuíram para direcionar os fluxos turísticos em escala nacional para regiões antes pouco turistificadas.

A segunda dimensão, tão importante quanto a primeira, refere-se às ações dos atores privados – investidores e promotores imobiliários –, que promoveram investimentos na implantação de equipamentos turísticos e de lazer (hotéis, resorts, parques temáticos, condomínios de segunda residência etc.) em escala regional, tornando o turismo no Brasil um negócio mais atrativo. Pesquisas recentes apontam o Brasil como o quinto país do mundo mais visado para investimentos de multinacionais ligadas ao turismo (MELLO & GOLDENSTEIN, 2010). É neste contexto, que nas duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando a base da economia do turismo

Page 4: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 3 -

Via

@ 2

015-1

(7)

nesses lugares, na maior parte dos casos em detrimento das populações locais (COMERLATTO, 2015).

Com efeito, a chegada das grandes cadeias hoteleiras, dos resorts de padrão internacional, e de outros empreendimentos turísticos, tem provocado impactos – econômicos, sociais e ambientais – de toda magnitude. Na maioria dos casos, o desenvolvimento do turismo vem acompanhado de vários impactos negativos. O primeiro deles é o impacto ambiental que se manifesta na exploração desordenada dos recursos naturais dos lugares. O segundo, é o impacto social que se dá com a não inclusão das populações locais no processo de desenvolvimento do turismo, notadamente por meio da descaracterização da cultura e do modo de vida de comunidades tradicionais (RODRIGUES, 1999, LOPES JUNIOR, 2000; CAVALCANTI & LEAL, 2010).

E, o terceiro, é o impacto econômico, que se manifesta com a exploração da mão-de-obra local e a concorrência desigual com o turismo de base local. Isto porque a maior parte dos empreendimentos hoteleiros no Brasil é ainda de pequeno porte, de origem familiar, e quando se instala uma grande rede, esta acaba por atrair a clientela dos hotéis locais, na medida em que oferece mais qualidade e menor preço aos turistas, tal como se dá em outros serviços do Setor Terciário, como as grandes redes supermercadistas, que acabaram com o pequeno comércio de bairro em muitas cidades brasileiras. Então, uma das questões que se coloca é como o turismo de base local poderá sobreviver face à concorrência com as grandes cadeias hoteleiras nacionais e internacionais?

É neste contexto que vem se configurando o processo de turistificação dos lugares na zona costeira do Brasil, de acordo com o modelo globalizado de “balnearização”, no qual, ao lado do fenômeno da segunda residência (loteamentos e condomínios), têm-se a implantação dos complexos hoteleiros (resorts e clubes de férias fechados do tipo Clube Med). Uma das características desse processo é a adequação dos territórios litorâneos ao uso turístico massificado voltado à prática do turismo de sol e praia do tipo 3S – Sea, Sand and Sun – e mesmo o do tipo 4S – Sea, Sand, Sun and Sex (SILVEIRA, 2014).

Com efeito, uma rápida leitura do mapa da urbanização turística do espaço litorâneo brasileiro, revela que o turismo despertou a atenção, sobretudo, dos promotores imobiliários, que desde há muitos anos vêm se apropriando do solo ao longo das praias para promover a especulação imobiliária. Esta especulação, que atingiu fortemente o litoral do Nordeste brasileiro nas últimas duas décadas, gerou novos arranjos territoriais e configurações urbanas denominadas por alguns estudiosos como “Imobiliário-Turístico" (SILVA, 2007; CAVALCANTI & LEAL, 2010; FERREIRA, 2009; FONSECA, 2012).

De modo mais especifico, essas novas configurações assumem, nos locais onde o turismo está se expandindo, novas formas de ocupação e uso do solo com edificações que divergem do padrão que foi historicamente construído, como é o caso das tradicionais segundas residências, fazendo surgir condomínios fechados, resorts, flats, apart-hotéis, entre outros tipos. Tais formas urbanas disputam com as populações locais os espaços com qualidades ambientais em cada localidade, corroborando para o processo de segregação socioespacial.

Neste sentido, vale destacar que esse modelo de ocupação e uso do solo destinado à expansão do “Imobiliário-Turístico”, tem provocado muitas alterações na

Page 5: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 4 -

Via

@ 2

015-1

(7)

organização do espaço litorâneo brasileiro, gerando segregação socioespacial e degradação ambiental na maior parte dos lugares. Associada à expansão do “Turismo Imobiliário”, têm-se a falta de investimentos públicos em infraestrutura urbana – coleta e descarte do lixo, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, etc. Estes estão entre os principais fatores que causam impactos socioambientais de diversas dimensões em muitos lugares turísticos situados ao longo da zona costeira brasileira, assim como têm feito surgir diversos conflitos entre as comunidades e o poder público local (BARBOSA, 2003; ANJOS, 2008; HÜFFNER, 2010).

Turismo e Urbanização: o caso do município de Florianópolis

O município de Florianópolis está localizado na Região Sul do Brasil, no litoral do estado de Santa Catarina, entre os paralelos de 27º50' de latitude sul e entre os meridianos de 48º25' de longitude oeste (ver Figura 1). Seu território é formado por uma grande ilha oceânica, a Ilha de Santa Catarina que tem uma área de 424,4km², e por uma pequena península continental com 12,1 km², totalizando 436,5km². Florianópolis possui aproximadamente 421.000 mil habitantes, de acordo com o último levantamento do IBGE (2010), sendo que no período do ano de alta temporada turística, sua população ultrapassa 1 milhão de pessoas entre moradores e visitantes.

Figura 1. Localização da Ilha de Santa Catarina no litoral do Brasil

Notadamente a partir dos anos 1990, atores públicos e privados procuraram aumentar a participação do turismo nas atividades econômicas do município de Florianópolis, investindo no marketing turístico em nível nacional e internacional.

Page 6: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 5 -

Via

@ 2

015-1

(7)

Essa estratégia alcançou sucesso, pois Florianópolis ficou em 2013 entre os cinco principais destinos turísticos brasileiros (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2013).

Hoje, o turismo se consolidou com uma das atividades econômicas mais importantes para Florianópolis, apresentando um crescente fluxo de turistas, notadamente na estação do verão. Esse fluxo é formado, tanto por visitantes domésticos, como por visitantes vindos de outros países, principalmente da Argentina, do Uruguai, do Paraguai e do Chile (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2013).

O processo de turistificação de Florianópolis inicia-se a partir da década de 1980, quando a atividade turística passou a adquirir relevância econômica e a promover transformações culturais e paisagísticas no território do município. Na década de 1990 a divulgação de Florianópolis na mídia como “Ilha da Magia” e “Capital de melhor qualidade de vida do país”, gerou o aumento dos fluxos migratório e turístico, e produziu situações como: a fragmentação da expansão urbana do centro da cidade para os balneários, ampliando a demanda por infraestrutura; provocando a descaracterização da paisagem; a deterioração das praias; a especulação imobiliária; o deslocamento de populações tradicionais de seus territórios; e a intervenção funcional na legislação urbana, por meio de novas formas de ocupação e uso do solo urbano (CECCA, 1997; SUGAI, 2002; SANTIAGO et al., 2009).

Em função de sua configuração físico-espacial, Florianópolis não segue o mesmo padrão de aglomeração urbana de outras cidades situadas ao longo da zona costeira brasileira. Seus núcleos urbanos estão dispersos no território formado pela Ilha de Santa Catarina, onde comunidades de pescadores que habitam a região desde há muito tempo, foram transformadas em balneários para a prática do lazer e do turismo de sol e praia, como é o caso da Praia do Jurerê mostrada na figura 2.

Figura 2. Praia do Jurêre - Florianópolis Fonte: Acervo fotográfico dos autores.

Page 7: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 6 -

Via

@ 2

015-1

(7)

Tal como em outros lugares do litoral do Brasil, a maior parcela dos turistas que visita Florianópolis vai em busca das práticas ligadas ao lazer à beira-mar, sobretudo associadas ao turismo de sol e praia. Essas práticas são, portanto, caracterizadas por uma forte sazonalidade, pois dependem dos principalmente das férias de verão, período considerado como de alta temporada de veraneio. Florianópolis vem sendo também muito procurada em meses de baixa temporada por visitantes cuja motivação principal são os negócios e a participação em eventos e convenções. Em cinco anos o número de turistas que visitaram Florianópolis praticamente dobrou, passando de 780,583 mil visitantes em 20107 para 1,55 milhão em 2012. Neste fluxo de turistas estão incluídos os visitantes de fora do Brasil – turistas estrangeiros –, os visitantes brasileiros de outros estados do país, e os visitantes do próprio estado de Santa Catarina (SANTUR, 2012).

Quanto à urbanização turística em Florianópolis, dentre os elementos que corroboram para confirmar sua inserção neste processo, podemos apontar o elevado e estável crescimento populacional, um elemento que determinou a configuração atual de seu território. A figura 03 mostra a evolução da ocupação urbana do município, representando os anos de 1938, 1978, 1990, e 1998, e as zonas em processo de urbanização entre 1998 e 2004 (ESPÍNDOLA & SANTIAGO, 2004).

Figura 3. Evolução da Ocupação Urbana na Ilha de Santa Catarina

Fonte: Debetir, 2006.

Page 8: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 7 -

Via

@ 2

015-1

(7)

Observa-se na figura anterior que, o núcleo urbano que originou a zona atualmente qualificada como centro da cidade, é aquela mais próxima do continente. Os acessos entre o núcleo central e os núcleos dispersos pelo território da ilha foram sendo ocupados conforme se produziu a expansão da infraestrutura e dos equipamentos instalados para atender à crescente demanda do turismo. Esta expansão fez surgir novos loteamentos de segunda-residência e de equipamentos hoteleiros para atender ao turismo de sol e praia. Isto originou o processo de urbanização turística do município de Florianópolis.

Por sua vez, a implantação de equipamentos turísticos em alguns locais desencadeou, não apenas o processo de segregação socioespacial urbana, como também gerou a formação de um tecido urbano fragmentado, dando origem ao que Bernal (2005) define como “ilhas de ocupação urbana”, ou seja, aglomerações urbanas ocupadas pela atividade turística, fruto de intervenções pontuais por parte da iniciativa privada ou do Estado (em forma de parcerias público-privadas), geralmente com características distintas de seus arredores, configurando verdadeiros enclaves turístico-territoriais.

Cabe aqui destacarmos o fato de que, no território configurado pela ilha de Florianópolis, pode ser verificado em pequena escala a reprodução das conhecidas fases do desenvolvimento turístico que marcaram lugares turísticos em outros países. A primeira fase corresponde aos fluxos turísticos limitados, na qual o turismo atua como revelador do meio ambiente. Na fase seguinte se desenvolve o turismo de massa concentrado no tempo e no espaço, tornando-se um agente de degradação do espaço receptor. Após esta segunda fase, geralmente surgem as tentativas de re-qualificação do espaço apropriado pelo turismo, por meio de ações de planejamento territorial. E, a última fase, é aquela da tentativa da reconciliação do turismo com o meio ambiente, onde a dimensão ambiental é considerada nos planos de desenvolvimento turístico (RUSCHMANN, 1997).

No caso de Florianópolis, apesar de não ser o responsável histórico pelo aumento dos problemas ambientais encontrados no lugar, podemos afirmar que, a partir dos anos 1980, a expansão turística passa a ter um papel determinante na ampliação da "destruição criativa" da paisagem natural (OURIQUES, 1999). Essa expansão se dá com a estruturação do sistema rodoviário regional e a consequente transformação da cidade em função da melhoria das vias de circulação e transportes, que incrementaram as redes de integração inter e intra-urbana, processo iniciado na década de 1920 e que se mantém até o presente.

Desde o início, ainda nos anos 1970, o desenvolvimento do turismo em Florianópolis foi conduzido pela lógica do mercado, na qual a especulação imobiliária tem operado como principal vetor das novas formas de uso e ocupação do espaço urbano. Desde então, essa especulação vem ditando e orientando o crescimento urbano da ilha. Assim, sítios de patrimônio ambiental protegidos foram desapropriados, locais com características rurais foram loteados, urbanizados e vendidos para a construção de condomínios de segunda residência, resorts, hotéis, pousadas, e de outros equipamentos de turismo. Nas últimas duas décadas, a urbanização turística na ilha de Florianópolis se intensifica, e em muitos lugares foram construídas novas edificações para atender à crescente demanda de visitantes, substituindo e transformando rapidamente as localidades onde antes vivia a população local, formada principalmente por comunidades de pescadores.

Page 9: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 8 -

Via

@ 2

015-1

(7)

No presente, coexistem duas formas de parcelamento do solo em Florianópolis: os grandes loteamentos com condomínios fechados e grandes empreendimentos em áreas rurais, frutos de investimentos de grandes incorporadores; e as pequenas propriedades antes localizadas nos núcleos populacionais tradicionais, que aos poucos vem sendo subdivididas em parcelas menores. O primeiro modo de parcelamento é comumente explorado pelo capital externo ou pela elite local. O segundo, onde predominam pequenas propriedades, o processo de adensamento é irregular e concentrado com a construção de várias edificações num mesmo lote, em geral, utilizadas para alugar aos turistas, caracterizando algum tipo de envolvimento da população local com a atividade turística.

Com o crescimento do turismo, nos últimos anos os investimentos públicos têm sido direcionados para diversos locais da ilha, nos quais a infraestrutura foi melhorada, equipamentos turísticos foram construídos, enfim, ocorreu a expansão e a ocupação imobiliário-turística de uma forma geral, em particular com a proliferação de novos loteamentos e edificações. Essa expansão e ocupação aconteceu sem o devido planejamento, ou seja, de forma desordenada, o que vem ocasionando degradação de áreas naturais protegidas como os manguezais, restingas, dunas, e zonas de praia. Só em 2012, de acordo com o novo Plano Diretor da cidade, estão previstas diretrizes mais rigorosas de uso e ocupação do solo na ilha (PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, 2012).

Na figura 4 são representadas em as Áreas de Preservação Ambiental demarcadas no território de Florianópolis, assim como, é possível também observar as zonas de ocupação urbana na ilha de Santa Catarina.

Page 10: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 9 -

Via

@ 2

015-1

(7)

Figura 4. Áreas de Preservação ambiental no município de Florianópolis

Fonte: IPUF, 2003.

O desenvolvimento do turismo em Florianópolis tem sido estimulado tanto por órgãos públicos quanto por promotores privados, que colocam os recursos naturais como o principal atrativo turístico da ilha, mesmo que tenha apenas efeito retórico e estratégia de mercado. Essa estratégia tem feito valer também a lógica mercadológica no que concerne à geração de empregos e renda para a população local, contribuindo, assim, para o fortalecimento de uma monoatividade econômica local, cada vez mais dependente do turismo (OURIQUES, 1999; MACHADO, 2000).

Neste contexto, a instalação de equipamentos e a oferta de serviços turísticos, apesar de incluir a população local no desenvolvimento do turismo, tem ocorrido de forma precária e marginal, provocando, na maioria das vezes, o afastamento desta população das atividades tradicionais, como é o caso da pesca. Gradativamente os moradores locais foram inserindo-se nas atividades de turismo como mão de obra sazonal e de baixa remuneração. Esse problema se agravou com a atração de mão de obra de outras localidades, alimentada pela expectativa de ser absorvida pelo setor turístico concorrendo, de um lado, com a população local e, de outro, contribuindo ainda mais para o rebaixamento salarial dos trabalhadores no setor (OURIQUES, 1999).

Atualmente, o município de Florianópolis convive com um antagônico processo de ocupação territorial. Ao mesmo tempo em que busca valorizar suas belezas naturais e consolidar sua vocação turística, a ocupação desordenada do seu território provoca em alguns lugares a poluição das águas, destruição das áreas de preservação permanente, compactação do solo em áreas de acentuada declividade, e o colapso do sistema viário que interliga os lugares na ilha, entre outros problemas que interferem diretamente na sua imagem de destino turístico (ESPÍNDOLA E SANTIAGO, 2004).

Neste contexto, a paisagem natural do município de Florianópolis tem passado por transformações derivadas do crescimento urbano impulsionado pela “indústria do turismo” que avança sem parar em direção aos balneários da ilha, como se observa na figura 5. Deficiências na infraestrutura urbana, assim como a falta de ações do poder público no que se refere ao controle nas ocupações das áreas de preservação ambiental, vêm contribuindo para que os recursos naturais, os quais ainda constituem os principais atrativos da ilha, se tornem escassos. Embora os conflitos se evidenciem, principalmente, nos períodos de alta temporada, alguns problemas perduram o ano todo.

Nas últimas temporadas de veraneio, a demanda vem aumentando em relação à oferta de atrativos e equipamentos em alguns espaços, como na porção Norte da ilha (localidades de Canasvieiras, Ingleses, Jurerê, Ponta das Canas), apresentam as características de um turismo de massa com grande concentração de pessoas por causa do fácil acesso. As faixas de areias nas praias são disputadas entre banhistas, vendedores ambulantes, construções inadequadas e equipamentos diversos.

Page 11: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 10 -

Via

@ 2

015-1

(7)

Figura 5. Condomínio – Praia Brava Fonte: Acervo fotográfico dos autores.

Figura 6. Urbanização – Praia do Jurêre

Fonte: Acervo fotográfico dos autores.

Por sua vez, o Leste da ilha, onde se situam as localidades de Lagoa da Conceição, Barra da Lagoa, Praia da Joaquina e Praia Mole, é caracterizado pela concentração de excursionistas, apresentando problemas de infraestrutura, sinais de saturação e poluição da hídrica. São constantes, nesta mesma região, os congestionamentos de veículos nas vias de acesso aos lugares, com o agravamento da saturação do tráfego em épocas de alta temporada ou em finais de semana e feriados prolongados (ESPÍNDOLA & SANTIAGO, 2004). Em suma, a distribuição da infraestrutura e dos equipamentos urbanos está cada vez mais precária naqueles lugares onde a demanda turística é crescente.

É preciso reconhecer que, por um lado, o crescimento do turismo tem produzido muitas melhorias urbanas para Florianópolis, como a implantação de um moderno sistema viário e de transportes, aumento na oferta de serviços e de equipamentos urbanos. Por outro, esse crescimento urbano vem provocando muitos impactos negativos no meio ambiente. Com a melhoria dos acessos e expansão da rede viária, as áreas naturais ainda preservadas no município correm o risco de ter o mesmo quadro dos locais já saturados e degradados pela intensa visitação turística.

Page 12: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 11 -

Via

@ 2

015-1

(7)

Como exemplo, podemos citar o caso das praias situadas ao Norte e a Sudeste da ilha, que conheceram um crescimento acentuado a partir da metade da metade da década de 1990. Resorts e redes hoteleiras vão se instalando nessas regiões. E, o processo de urbanização turística de novos espaços continua sem a devida preocupação com os impactos ambientais, inclusive desrespeitando os planos diretores e a legislação ambiental que já incide neles.

Nas duas últimas décadas, a ocupação urbana na Ilha intensificou-se em diversos locais, que passaram a concentrar uma grande quantidade de equipamentos turísticos, notadamente de empreendimentos hoteleiros como condomínios fechados, apart-hotéis e resorts (SANTOS, 2009).

Esta concentração de equipamentos turísticos visa exclusivamente atender à crescente demanda turística, enquanto a população local pouco tem se beneficiado das melhorias urbanas. E, quanto maior a demanda turística da localidade, maior a diversidade de equipamentos instalados na mesma. As áreas Central e Leste da ilha são as que possuem melhor oferta de equipamentos urbanos. Em seguida, a região Norte da Ilha também pode ser destacada. Por sua vez, a região Sul, de ocupação mais recente, os equipamentos urbanos ainda são insuficientes. E, as áreas de encostas da ilha, que estão densamente ocupadas pela população local, não possuem o mínimo de equipamentos e/ou infraestrutura, evidenciando uma crescente segregação sócio-espacial.

Este quadro vai desenhando um modelo peculiar de ocupação e uso do solo. Constatamos a busca de rentabilidade econômica da expansão turística, em detrimento de preocupações sociais e ambientais, o que acentua um caráter recorrente na maioria dos lugares turísticos: o valor de troca é o que dita e conforma a apropriação do território pelo turismo. Com efeito, na ilha de Florianópolis diversos núcleos urbanos refletem as leis do mercado imobiliário. Valorizam-se de acordo com a localização, o entorno, a vizinhança, a acessibilidade, e a oferta de equipamentos e de serviços urbanos (energia elétrica, água, esgoto, pavimentação de ruas etc.). O mercado imobiliário é que determina o custo e a origem de quem ocupará cada lugar. Como o solo representa índice de riqueza ou pobreza, a especulação e valorização imobiliária orientam os investimentos públicos. Assim, a classe empresarial, que tem mais acesso ao Estado, se alia ao poder público, e tem influenciado desde há muitos anos o crescimento urbano-turístico na Ilha (OURIQUES, 1999).

Considerações Finais

A desigualdade na distribuição dos benefícios advindos do crescimento econômico e turístico explica em grande parte o aumento da segregação socioespacial em Florianópolis, assim como em qualquer outra grande cidade do mundo globalizado. Aqueles habitantes do lugar que não possuem renda para adquirir terrenos com localização privilegiada, com acessibilidade, transportes, energia, água, esgoto e com uma boa vizinhança, são empurrados para as periferias, vivendo em áreas e/ou bairros que não dispõem de infraestrutura urbana básica e, em geral, ocupam terrenos de maneira irregular.

Em Florianópolis, a concepção de turismo adotada pelos promotores privados e pelo poder público, indica que os contrastes sociais entre ricos e pobres é a face perversa

Page 13: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 12 -

Via

@ 2

015-1

(7)

do desenvolvimento do turismo. A perda da dimensão da qualidade de vida no processo de expansão do turismo poderá fazer com que no futuro próximo essa atividade seja vista como uma das causadoras das iniquidades sociais e do aumento dos impactos negativos no meio ambiente da famosa “Ilha da Magia”.

Diversos estudiosos têm alertado para o fato de que nos países desenvolvidos muitas regiões turísticas colocaram em risco seus recursos naturais e seu patrimônio cultural, sem se darem conta do que estavam perdendo, pois venderam o solo e o direito de uso da natureza. Neste contexto, é imperativo pôr em prática no município de Florianópolis ações de ordenamento territorial e turístico sob o risco da atividade turística destruir a si própria, como nos alertava há muitos anos atrás Jost Krippendorf, um dos grandes pensadores do turismo, com sua obra “Les dévoreurs des paysages: le tourisme, doit-il detruire les sites qui le font vivre?” (KRIPPENDORF, 1977).

No atual contexto, o turismo enquanto prática social e experiência cultural, emerge fortalecida pelo processo de globalização influenciando na urbanização de muitos lugares no mundo todo, imprimindo-lhes novas configurações espaciais (KNAFOU, 2007). Enquanto atividade econômica, o turismo se desenvolve baseado na produção do espaço, caracterizando-se pelo “consumo” dos territórios. Esse desenvolvimento pode gerar tanto benefícios quanto prejuízos às sociedades, à economia e ao meio ambiente dos lugares de destino.

Referências Bibliográficas

ABREU, C. V. de. Urbanização, apropriação do espaço, conflitos e turismo: Um estudo de caso de Angra dos Reis. Niterói, 2005. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.

ANJOS, K. L. Turismo em Cidades Litorâneas e Transformações Sócio-espaciais em Porto de Galinhas, PE. In: Simpósio Espaço Metropolitano, Turismo e Mercado Imobiliário, Fortaleza, CE, 2008.

BARBOSA, K. Turismo em Armação dos Búzios (RJ): percepções locais dos problemas da cidade e diretrizes prioritárias de apoio à gestão ambiental. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2003.

BERNAL, M. C. C. A nova configuração territorial do Nordeste: desigualdade e fragmentação. Cadernos do LOGEPA, Dep.de Geociências da Universidade Federal da Paraíba, vol. 4, n. 1, 2005.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TURISMO. Documento Referencial Turismo no Brasil 2010-2014. Disponível em: < http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/outros_estudos/Documento_referencial/> Acesso em: 19 nov. 2013.

CAVALCANTI, M. S. & LEAL, S.M.R. De praias desertas a paraísos turísticos: A ação do capital imobiliário no Litoral Sul da Região Metropolitana do Recife. I Seminário Nacional de Governança Urbana e Desenvolvimento Metropolitano. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2010.

CECCA – Centro de Estudos Cultura e Cidadania. Unidades de Conservação e Áreas Protegidas da Ilha de Santa Catarina: caracterização e legislação. Florianópolis, 1997.

COMERLATTO, L. M. A cadeia de valor do turismo. Estudo sobre os resorts internacionais no Nordeste do Brasil. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina, 2015.

Page 14: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 13 -

Via

@ 2

015-1

(7)

CRUZ, R. C. Política de turismo e território. São Paulo: Contexto, 2000. DEBETIR, E. Gestão de Unidades de Conservação sob influência de áreas urbanas. Diagnóstico

e estratégias de gestão na Ilha de Santa Catarina – BR. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil - Universidade Federal de Santa Catarina, 2006.

ESPINDOLA, L. R.; SANTIAGO, A. G. Os efeitos perversos do turismo na Ilha de Santa Catarina. Relatório final pesquisa cientifica PIBIC/CNPQ UFSC, 2004.

EQUIPE MIT. Tourismes 1. Lieux comuns, Belin, Coll. Mappemonde, Paris, 2002. FERREIRA, Â. L; SILVA, A. F. C. Para além do muro alto: “Turismo Imobiliário” e

novas configurações sócio-espaciais na Região Metropolitana de Natal - RN/Brasil. In: VALENÇA, M. M;

FERREIRA, L. S. Planejamento e Ordenamento territorial do Turismo na Região Metropolitana de Natal-RN. Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.

GONÇALVES, T. C. A urbanização turística de Florianópolis: o papel das redes hoteleiras nacionais e internacionais. Anais do XIV Encontro Nacional da ANPUR, maio de 2011, Rio de Janeiro, Brasil.

HÜFFNER, J. G. P. Estudo sobre os impactos do Turismo em Áreas Naturais em processo de urbanização: O Caso da Ilha de Cotijuba, Belém – PA. Dissertação de Mestrado, Programa de Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da Universidade da Amazônia, 2011.

KNAFOU, R. «L’urbain et le tourisme. Une construction laborieuse», dans DUHAMEL, P. et KNAFOU, R. (dir.), Les mondes urbains du tourisme, Paris, Belin, 2007, p. 9-21.

KRIPPENDORF, J. Les dévoreurs des paysages: le tourisme, doit-il détruire les sites qui le font vivre ? Lausanne: Edition 24 Heures, 1977.

LOPES JUNIOR, E. População e meio ambiente nas paisagens da urbanização do Nordeste: o caso de Natal. In: MELLO, G. & GOLDENSTEIN, M. Perspectivas da hotelaria no Brasil. BNDS. 2010.

MACHADO, E. V. Florianópolis: um lugar em tempo de globalização. Tese de Doutorado - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Universidade de São Paulo, São Paulo (SP), 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS. Anteprojeto do Plano Diretor de Florianópolis. 2012.

RODRIGUES, A. B. Turismo e espaço: rumo a um conhecimento transdisciplinar. São Paulo: Editora Hucitec, 1999, 2ª. Ed.

RUSCHMANN, D. Turismo e Planejamento Sustentável: A Proteção do Meio Ambiente. São Paulo, Editora Papirus, 1997.

OURIQUES, H. R. A apologia do turismo em Florianópolis-SC: mitos e contradições. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, n.25, p. 63-81, abril de 1999.

TOMASI, V. T. Urbanização turística litorânea e grandes projetos urbanos promovidos por investimentos públicos em Belém (PA) e Fortaleza (CE) entre 1990 e 2010. Dissertação de Mestrado. Departamento de Geografia, FFLCH, Universidade de São Paulo, 2011.

SANTOS, F. M. dos. O desenvolvimento do setor hoteleiro em Florianópolis – Santa Catarina - Brasil. Trabalho apresentado no XII Encontro de Geógrafos de América Latina, EGAL 2009. Montevideo.

Page 15: Tourism Revie · duas últimas décadas, várias cadeias hoteleiras internacionais se instalaram nos lugares em processo de turistificação, alterando ...

Via@ Tourism Review

- 14 -

Via

@ 2

015-1

(7)

SANTA CATARINA TURISMO S/A. Pesquisa de demanda turística 2012. Florianópolis: SANTUR, 2012. Disponível em: < http://www.santur.sc.gov.br/estatistica-do-turismo-catarinense-santur.html> Acesso em 19 nov. 2013.

SILVEIRA, M. A. T. da. Geografia aplicada ao turismo. Fundamentos teórico-práticos. Editora InterSaberes, Curitiba, 2014.

SUGAI, M. I. Segregação Silenciosa: investimento e distribuição sócio-espacial na área conurbada de Florianópolis. Tese de Doutorado. São Paulo: FAU-USP, 2002.