Tiliaceae Juss. no estado de...

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Hoehnea 29( I): 1-18, 99 fig., 2002. Tiliaceae J uss. no estado de Pernambuco, Brasil Mauricea do Carmo Tscha, 1.3, Margareth Ferreira de Sales 1 e Gerleni Lopes Esteves 2 ABSTRACT - (The family Tiliaceae Juss. in Pernambuco, Brazil). The taxonomic survey was performed using specimens collected by the first author and other specimens obtained from 29 herbaria of Brazil. Eleven species, distributed in five genera, were recorded: Apeiba Aubl. (two), Christiana DC. (one) Corchonls L. (two), Luehea Willd. (two), and Trillllljeffa L. (four). These species are distributed mainly along the coastal and Atlantic Forest. Analytical keys to the genera and species, descriptions and illustrations of them, comments on the variability, taxonomy and geographic distribution, are presented. Key words: taxonomy, Apeiba, Christiana, Corchorus, LlIehea, Trilllnjeffa RESUMO - (Tiliaceae Juss. no estado de Pernambuco, Brasil). Este trabalho trata do estudo taxon6mico da famnia Tiliaceae Juss. no estado de Pernambuco, Brasil, com base nos materiais coletados pela primeira autora e no exame de de 29 herbftrios nacionais. Foram reconhecidas 11 especies de cinco generos: Apeiba Aubl. (duas especies), Christiana DC. (uma especie), Corchorus L. (duas especies), Luehea Willd. (duas especies) e Triul/ljeffa L. (quatro especies), com predominante nas zonas de litoral e de Mata AtHintica. Sao apresentadas chaves analiticas para os generos e especies, com e alem de cOl11entiirios sobre variabilidade, taxonomia e geogrtifica. Palavras-chave: taxonomia, Apeiba, Christiana, Corr:horus, Luehea, Trilll/ljeffa Tiliaceae compreende cerca de 50 generos e 450 espe- cies distribufdas nas regi6es tropicais e subtropicais, com poucos representantes nas regi6es temperadas (Cronquist, 1981). No Brasil ocorrem aproximadarnente 13 generos e 60 especies (Barroso et aI., 1978). A famflia caracteriza-se principalmente pelo androceu constitufdo por estames livres entre si, concrescidos na base ou formando falanges, com anteras ditecas e tetraesporangiadas. Tiliaceae e inclufda na Ordem Malvales por todos os autores que estudaram 0 grupo, porem Judd et al. (1999) consideram-na na circunscric;:ao de Malvaceae. Entre os trabalhos mais abrangentes sobre Tiliaceae destacam-se os de Schumann (1886, 1895) que reconheceu II generos e 70 especies no Brasil e posteriormente dividiu a famflia em quatro tribos; Hochreutiner (1914) considerou as subfamflias Tilioideae e Grewioideae e Burret (1926) que elaborou a classificac;:ao mais recente, considerando quatro subfamflias (Brownlowioideae, Tetralicoideae, Tilioideae e Neotessmannioideae) com base na morfologia das sepalas, antera e do ovario. Com relac;:ao aos generos, destaca-se para Apeiba Aubl. 0 trabalho de Setser (1977). Sobre Christiana ressalta-se a contribuic;:ao de Kubitzki (1995). 0 genero Corchorus foi tratado em estudos sobre flora regionais por Dimitri & Alberti (1950) e Robyns (1964). Luehea Willd. foi estudado por B urret (1926) e Setser (1977). Sobre Trium!etta L. sao importantes as contribuic;:6es de Lay (1950) e de Monteiro-Filho (1953). Para 0 Brasil, as contribuic;:6es mais significativas consistem de levantamentos de floras regionais como os de Esteves (1986, 1990) para as especies de Tiliaceae da Serra do Cip6, Minas Gerais eode Cunha (1981) sobre as especies de Luehea ocorrentes no Rio de Janeiro. Estudos sobre as Tiliaceae de Pernambuco se restringem a citac;:ao de especies em listas f10rfsticas (Sales et aI., 1998). Este trabalho apresenta 0 levantamento das Tiliaceae de Pernambuco e visa contribuir para 0 conhecimento da flora do estado, fornecendo chaves analfticas para os generos e especies, com descric;:6es e ilustrac;:6es, alem de comentarios sobre taxonomia, variabilidade e distribuic;:ao geograFica. Material e metod os o estado de Pernambuco localiza-se na regiao Nordeste do Brasil, entre os paralelos de 7°15'45"- 18"S e os meridianos de 34°48'35"- 41° 19'54"W. Apresenta uma area territorial de 98.281 km 2 , compreendendo 186 municfpios, limitados pelos estados de Alagoas, Parafba, Ceara, Bahia e Sergipe. Andrade-Lima (1960) reconheceu no estado quatro zonas fitogeograficas: litoral, mata, caatinga e savana. A coleta de material foi realizada no perfodo de junho de 1998 a setembro de 1999, abrangendo 160 municfpios de I. Universidude Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Area de Botanica. Av. D. Manoel de Medeiros s.n .. Dois Innaos, 52171-300 Recife, PE, Brasil. 2. Inslituto de Botanica, Cuixa Postal 4005, 01061-970 Sao Paulo, SP, Brasil. . 3. Autor para correspondencia: [email protected]

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Hoehnea 29( I): 1-18, 99 fig., 2002.

Tiliaceae Juss. no estado de Pernambuco, Brasil

Mauricea do Carmo Tscha, 1.3, Margareth Ferreira de Sales 1e Gerleni Lopes Esteves2

ABSTRACT - (The family Tiliaceae Juss. in Pernambuco, Brazil). The taxonomic survey was performed using specimens collected by thefirst author and other specimens obtained from 29 herbaria of Brazil. Eleven species, distributed in five genera, were recorded: Apeiba Aubl.(two), Christiana DC. (one) Corchonls L. (two), Luehea Willd. (two), and Trillllljeffa L. (four). These species are distributed mainly alongthe coastal and Atlantic Forest. Analytical keys to the genera and species, descriptions and illustrations of them, comments on thevariability, taxonomy and geographic distribution, are presented.Key words: taxonomy, Apeiba, Christiana, Corchorus, LlIehea, Trilllnjeffa

RESUMO - (Tiliaceae Juss. no estado de Pernambuco, Brasil). Este trabalho trata do estudo taxon6mico da famnia Tiliaceae Juss. no estadode Pernambuco, Brasil, com base nos materiais coletados pela primeira autora e no exame de cole~6es de 29 herbftrios nacionais. Foramreconhecidas 11 especies de cinco generos: Apeiba Aubl. (duas especies), Christiana DC. (uma especie), Corchorus L. (duas especies),Luehea Willd. (duas especies) e Triul/ljeffa L. (quatro especies), com distribui~ao predominante nas zonas de litoral e de Mata AtHintica.Sao apresentadas chaves analiticas para os generos e especies, com descri~6es e ilustra~6es, alem de cOl11entiirios sobre variabilidade,taxonomia e distribui~iio geogrtifica.Palavras-chave: taxonomia, Apeiba, Christiana, Corr:horus, Luehea, Trilll/ljeffa

Introdu~o

Tiliaceae compreende cerca de 50 generos e 450 espe­cies distribufdas nas regi6es tropicais e subtropicais, compoucos representantes nas regi6es temperadas (Cronquist,1981). No Brasil ocorrem aproximadarnente 13 generos e 60especies (Barroso et aI., 1978).

A famflia caracteriza-se principalmente pelo androceuconstitufdo por estames livres entre si, concrescidos nabase ou formando falanges, com anteras ditecas etetraesporangiadas. Tiliaceae e inclufda na Ordem Malvalespor todos os autores que estudaram 0 grupo, porem Juddet al. (1999) consideram-na na circunscric;:ao de Malvaceae.

Entre os trabalhos mais abrangentes sobre Tiliaceaedestacam-se os de Schumann (1886, 1895) que reconheceuII generos e 70 especies no Brasil e posteriormente dividiua famflia em quatro tribos; Hochreutiner (1914) considerouas subfamflias Tilioideae e Grewioideae e Burret (1926) queelaborou a classificac;:ao mais recente, considerando quatrosubfamflias (Brownlowioideae, Tetralicoideae, Tilioideae eNeotessmannioideae) com base na morfologia das sepalas,antera e do ovario.

Com relac;:ao aos generos, destaca-se para ApeibaAubl. 0 trabalho de Setser (1977). Sobre Christianaressalta-se a contribuic;:ao de Kubitzki (1995). 0 generoCorchorus foi tratado em estudos sobre flora regionais porDimitri & Alberti (1950) e Robyns (1964). Luehea Willd. foiestudado por Burret (1926) e Setser (1977). Sobre

Trium!etta L. sao importantes as contribuic;:6es de Lay (1950)e de Monteiro-Filho (1953).

Para 0 Brasil, as contribuic;:6es mais significativasconsistem de levantamentos de floras regionais como os deEsteves (1986, 1990) para as especies de Tiliaceae da Serrado Cip6, Minas Gerais eode Cunha (1981) sobre as especiesde Luehea ocorrentes no Rio de Janeiro. Estudos sobre asTiliaceae de Pernambuco se restringem a citac;:ao de especiesem listas f10rfsticas (Sales et aI., 1998).

Este trabalho apresenta 0 levantamento das Tiliaceaede Pernambuco e visa contribuir para 0 conhecimento daflora do estado, fornecendo chaves analfticas para osgeneros e especies, com descric;:6es e ilustrac;:6es, alem decomentarios sobre taxonomia, variabilidade e distribuic;:aogeograFica.

Material e metodos

o estado de Pernambuco localiza-se na regiao Nordestedo Brasil, entre os paralelos de 7°15'45"- 9~8'18"S e osmeridianos de 34°48'35"- 41° 19'54"W. Apresenta uma areaterritorial de 98.281 km2

, compreendendo 186 municfpios,limitados pelos estados de Alagoas, Parafba, Ceara, Bahia eSergipe. Andrade-Lima (1960) reconheceu no estado quatrozonas fitogeograficas: litoral, mata, caatinga e savana.

A coleta de material foi realizada no perfodo de junhode 1998 a setembro de 1999, abrangendo 160 municfpios de

I. Universidude Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Area de Botanica. Av. D. Manoel de Medeiros s.n .. Dois Innaos, 52171-300 Recife, PE, Brasil.2. Inslituto de Botanica, Cuixa Postal 4005, 01061-970 Sao Paulo, SP, Brasil. .3. Autor para correspondencia: [email protected]

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2 Hoehnea 29( I). 2002.

Pernambuco e conternplando todas as zonas fitogeognificasdo estado delimitadas por Andrade-Lima (1960). Foramutilizados os procedimentos usuais em trabalhostaxonomicos, incluindo 0 levantamento bibliognifico, coletade material eo estudo morfologico das especies. 0 materialcoletado foi depositado no acervo do Herbario doDepartamento de Biologia da Universidade Federal Ruralde Pernambuco (PEUFR).

o estudo morfologico das especies foi desenvolvidoa partir do material coletado e de cole~6es de 29 herbarios:ALCB, ASE,Baru, CEN, CVRD, ESA, ESAL, FUEL, HUEFS,lAC, IAN, IMA, INPA, IPA, JBP, MAC, MBML, MG, PEL,PEUFR, R, RUSU, S, UB, UEFS, UFMS, UFS e UFP (siglasde acordo com Holmgren et a!., 1990) e do Herbario SergioTavares (HST). As ilustra~6es foram feitas com 0 auxflio decamara-clara acoplada a urn estereomicroscopio. Aseletrofotomicrografias foram obtidas em microscopioeletronico de varredura, a partir de material herborizado.

Resultados e Discussao

Tiliaceae Juss., Gen. pI. : 289. 1789.

Ervas, subarbustos, arbustos ate arvores. Indumentoconstitufdo de tricomas ramificados e/ou simples. Folhassimples, alternas, estipuladas. Flores actinomorfas,monoclinas ou raramente dfclinas, solitarias ou dispostasem inflorescencias; epicalice raramente presente; cal icegamossepalo ou dialissepalo, com preflora~aovalvar; coroladialipetala, geralmente com preflora~ao imbricada; estames5-numerosos, livres entre si, concrescidos apenas na baseou formando falanges; anteras 2-tecas, 4-esporangiadas,rimosas ou poricidas; estaminodios ocasionalmentepresentes; disco nectarffero quando presente extraestaminal;ovario supero, as vezes situado sobre urn ginoforo, carpelos2-numerosos, ovulos 2-numerosos por loculo, placenta~aogeralmente axilar; estiletes em geral colunares; estigmascapitados, lobados ou denteados. Fruto capsula, globoso,ovoide ou alongado, glabro ou piloso, liso, equinado ourecoberto de cerdas. Sementes numerosas, com formasvariadas; endosperma escasso ou abundante, oleaginoso;embriao em geral rete; cotiledones foliaceos ou camosos.

Chave para os generos

I. Plantas arboreas.2. Flores dfclinas; cal ice gamossepalo, 3-5-lobado

............................................... Christiana africana2. Flores monoclinas; calice dialissepalo, 4 a 5 sepalas.

3. Estames levemente unidos na base; anterasdeiscentes atraves de urn poro apical que se pro­longa em rima; capsula poricida, globosa-acha­tada nos polos, 6-12 cm diam. (incluindo as cer-das) Apeiba

3. Estames unidos em falanges; anteras rimosas;capsula urceolada, loculicida, 1,4-2,5 cm diam.............................................................. Luehea

I. Plantas herbaceas, subarbustivas ou arbustivas.4. Folhas inteiras a lobadas; fruto globose ou

ovoide, indeiscente, equinado; ginOforo presen-te Triumfetta

4. Folhas inteiras; fruto alongado, deiscente, lisa; gino-foro ausente Corchorus

Apeiba Aubl.

Arvores. Indumento ferrugfneo, constitufdo detricomas simples e ramificados. Folhas com estfpulas trian­gulares; lamina cart,icea, leve a fortemente bulada, nerva~aoimpressa na face adaxial, proeminente na face abaxial.Inflorescencias cimosas, paniculiformes; bnicteas caducas.Flores monoclinas, pediceladas, vistosas; sepalas (4-)5, li­vres entre si, triangulares, carnosas, internamenteapiculadas; petalas 5, obovado-espatuladas, unguiculadas,brancas ou amarelas; estames numerosos, levemente uni­dos na base; anteras lineares, deiscentes atraves de urnporo apical que se prolonga em rima, com extensao esterilbifurcada, com longos tricomas simples, esparsos;estaminodios presentes, membranaceos; ovario globoso,levemente deprimido, situado sobre urn gin6foro, IO-variosloculos, pluriovulado por loculo; estilete delgado; estigmairregularmente denteado. Capsula poricida, globoso-acha­tada, recobertas de cerdas f1exfveis ou rfgidas, com tricomassimples. Sementes numerosas.

Genero com distribui~ao na regiao neotropical,incluindo cerca de sete especies predominantementearboreas (Setser, 1977). Em Pernambuco, foram encontradasduas especies.

Chave para as especies

I. Petalas brancas; cerdas do fruto 2, 1-4,0 cm compr., flexf-veis A. albiflora

1. Petalas amarelas; cerdas do fruto 1-2 cm compr., rfgidas............................................................... A. tibourbou

Apeiba albiflora Ducke, Arch. jard. bot. Rio de Janeiro 3:209, fig. 20. 1922.(Fig. 1-8)Nomes populares: pau-de-jangada, pente-de-macaco,jangada.

Arvores 6-15 malt. Ramos estriados, com indumentohirsuto-ferrugfneo quando jovens, castanho-acinzentadoquando adultos, lanuginoso no ponto de inser~ao dasestfpulas, glabrescente. Folhas com estfpulas 8-22 mm compr.,serfceo-ferrugfneas; pedolos 10-16 mm compr., estriados,hirsutos; laminas 13, L-27,0 x 4,4-8,8 cm, estreitamenteelfpticas a oblongo-obovadas, base em geral cordada, api­ce acuminado, margem curtamente serreada, face adaxialcom nerva~ao impressa, com tricomas simples e ramificadosesparsos, face abaxial com nerva~ao proeminente, comtricomas ramificados. Inflorescencias opositifolias;pedunculos 1-7 cm compr., com tricomas simples e

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ramificados; bnicteas 10-18 x 5-7 mm, ovais. Flores compedicelos de 1-6 mm compr., hirsutos; sepalas 5,9-16,0 x4-5 mm, oblongas, apice agudo, externamente hirsutas,tricomas simples e estrelados, internamente glabras; peta­las 6-12 x 4-6 mm, brancas, glabras em ambas as faces;estames 63-82, filetes 2-4 mm compr.; anteras 4-5 mm compr.;estaminodios 17-22,4-7 mm compr., espatulados, glabros;ginoforo 3-4 mm compr.; ovario 3-5 mm compr., hisurto;estilete 4-8 mm compr. Capsula 6-12 cm diam. (inc1uindo ascerdas); cerdas 2,1-4,0 cm compr., flexfveis, com longostricomas simples. Sementes globosas.

Material examinado: PERNAMBUCO: Camaragibe, VIl-1952,Ducke & Lima 127, fl. (IAN, IPA); Maraial, II-1966, Ferreira2926, fl. (HST); Paulista, IV-1992, Gomes 356, fl. (PEUFR).Material adicionaJ selecionado: ALAGOAS: Maceio, VIII-1965,Tavares 1245, fl. (HST). AMAPA: rio Jari, VIl-1961, Egler &Irwin 45981, fro (IAN). BAHIA: Santa Cruz de CabraJia, V-1984,Santos 320, fl. (UEFS). MARANHAO: Cururupu, VIII-1914, Lis­boa 7J, fl. (RB). PARA: Currupiru, VITl-1954, Fr6es 31011, fro(IAN). RORAIMA: Ji-Parana, IV-1983, Silva 6115, fl. (INPA).RIo GRANDE DO SUL: Guapore, Xll- J949, Silva 442, fl. (IAN).

A especie ocorre exclusivamente na America do Sui,na Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela(Setser, 1977) e nas regioes Norte e Nordeste do Brasil. EmPernambuco foi encontrada apenas na zona de mata, emareas degradadas, margeando terrenos cultivados e em bor­das de florestas. Floresce e frutifica 0 ano todo.

Apeiba albiflora caracteriza-se por apresentar petalasbrancas e frutos com cerdas longas e flexfveis. A especie eafim de A. tibourbou Aubl. na morfologia da folha, sobretudona superffcie da lamina, que varia nas duas especies de levea fortemente bulada e na nervacrao sempre impressa na faceadaxial e proeminente na face abaxial.

Apeiba tibourboLl Aubl., Hisl. pI. gui. fr. I: 538. 1775.(Fig. 9-17)Nomes populares: pau-de-jangada, pente-de-macaco,jangada.

Arvores 5-20 m all. Ramos estriados, com indumentohirsuto-ferrugfneo quando jovens, castanho-acinzentadoquando adultos, glabrescente. Folhas com estfpulas 5-31 mmcompr., serfceo-ferrugfneas; pecfolos 1,2-3,7 cm compr.,estriados, hirsutos; lamina 12,5-42,0 x 6,5-20,0 cm, elfptica,oblonga, oval a largamente obovada, base cordada a oblfqua,apice agudo a acuminado, margem curtamente serreada, faceadaxial com nervacrao impressa, com tricomas ramificados,em geral estrelados, esparsos, face abaxial com nervacraoproerninente, densamente recoberta de tricomas ramificados.Inflorescencias opositif6lias; pedunculos 1-7 em compr.,com tricomas simples e ramificados; bmcteas 11-19 x 5-8 mm.Flores com pedicelos de 1-6 mm compr., hisurtos; sepalas(4-)5, 13-22 x 4-8 mm, estreitamente oblongas a ovais, apiceagudo, externamente hirsutas, com tricomas simples eestrelados, internamente glabras; petalas J0-18 x 5-10 mm,

M.e. Tschti, M.F. Sales, G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 3

amarelas; estames 66-92, filetes 1,5-4,0 mm compr.; anteras3-5 mm compr.; estaminodios 16-23, 4-7 mm compr.,espatulados, glabrescentes; gin6foro 4-6 mm compr.; ovario3-4 mm compr., hisurto, estilete 4-11 mm compr. Capsula5-12 em diam. (incluindo as cerdas); cerdas 1-2 cm compr.,rfgidas, com tricomas simples retrorsos. Sementes globosas.

Material examinado: PERNAMBUCO: Aracroiaba, XII-1998,Tscha &Tscha 1430, fro (PEUFR); Bonito, III-1999, Tscha &Tscha 1741, fl. (PEUFR); Camaragibe, ill-I999, Tscha& Tscha1811, fl., fro (PEUFR); Catende, II-1999, Tscha &Tscha 1583,fro (PEUFR); Condado, 1-1999, Tscha & Tscha 1516, fl., fr.(PEUFR); Goiania, 1-1999, Tscha & Tscha 1517, fl. (PEUFR);Igarassu, XII-1998, Tscha & Tscha 1443, veg. (PEUFR);Jaboatao, III-1999, Tscha & Tscha 1763, fl. (PEUFR);Moreno, III-1999, Tscha &Tscha 1761, fl. (PEUFR); Recife,IX-1998, Tscha 1144, fl., fro (PEUFR); SaoVicente Ferrer,II-1999, Tscha & Tscha 1749, fl. (PEUFR); Sao Lourencro daMata, XU-1998, Tscha & Tscha 1365, fl., fr. (PEUFR);Vicencia, 1-1999, Tscha &Tscha 1552, fl., fro (PEUFR); Vitoriade Santo Antiio, IX-1999, Tscha &Tscha 1985, fl. (PEUFR).Material adicional selecionado: ACRE: Rio Branco, U-1978,Santos et al. lla, fl. (INPA). ALAGOAS: Cururipe, VIII-1983,Staviski & Chaves 656, fl. (MAC); Matriz de Camaragibe,X-1998, Tscha &Tscha 1219, fl. (PEUFR). AMAZONAS: Borba,III-1960, Rodrigues 1557, fl. (INPA); Esperancra, 1-1942,Ducke s.n., fl. (IAN); Manaus, X-1963, Oliveira 2898, fl.(IAN, UB). AMAPA: Macapa, 1-1956, Ledoux 56-1504, fl. (IAN);Oiapoque, IX-1949, Black 49-8177, fl., fro (IAN). BAHIA:Jacobina, IV-1996, Guedes etal. 2870, fl. (HUEFS, ALCB).CEARA: Crato, VIll-I998, Tscha 1084, fl., fro (PEUFR). DISTRITOFEDERAL: Brasilia, ill-I994, Felfili et al. 2461, fl., fro (VB). GOlAS:Araguaina, III-1968, Irwin etal. 21127, fl. (VB); Niquelfindja,1-1998, Silva 750 et al., fl. (CEN); Parafso, III-1968, Irwin et al.21746, fl. (UB). MARANHAO: Barra da Corda, IV-1976, Silva71, fl. (PEUFR); Colinas, V-1975, Lima 13366, fl., fro (PEUFR);Grajau, VII-1976, Thomaz 15, fro (PEUFR); PassagemFranca,III-1975, Lima 13324, fl. (PEUFR); Pedreiras, II-I 976, Lima13445, fl. (PEUFR). MINAS GERAIS: Belo Horizonte, V-1990,Tameirao Neto 50, fl. (ESA). MATO GROSSO DO SUL: CampoGrande, II-1983, Syllas Jr. 76, fl. (UFMS). MATO GROSSO:Caiapania, X-1964, Prance &Silva 59584, fl. (VB); Cariabrava,VIII-1997, Bernacci 2383, fr. (ESA, lAC). PARA: Belem,XI-1941, Ducke 839, fl. (IAN); Cachoeira Grande, VI-1949,Froes 24653, fl. (lAC, IAN). PARAIBA: Mamanguape,XII-1989, Felix & Santana 2633, fl. (JPB); Santa Rita, IX-1972,Lima 72-7011, fro (IPA). ROND6NIA: Belmonte, IX-I975,Cordeiro 728, fl., fro (IAN); Mutum Parana, VII-1999, Prance5590 et al., fro (INPA). RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro, V-1905,Barroso 111303, fl. (VB). SERGIPE: Capela, III-1978, Fonseca545, fl. (UFS); Itabaiana, XII-1980, Fonseca 424, fro (UFS).SAO PAULO: Sao Paulo, IV-1943, Pickel 54.43-849, fl. (lAC).

Apeiba tibourboLl possui distribuicrao na America Cen­tral e do Sui (Setser, 1977). No Brasil, ocorre nas regioesNorte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, sendo encontra-

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4 Hoehnea 29( 1). 2002.

~I

Fig. 1-8: Apeiba albiflora. I: ramo com flores e frutos; 2: flor; 3: sepala, face ventral; 4: petala, face dorsal; 5: estamin6dio; 6: estame; 7:gineceu; 8: fruto. Fig. 9-17: Apeiba tiboubou. 9: ramo com flores e frutos; 10: parte do ramo, mostrando a estfpula; 11: flor; 12: sepala, faceventral; 13: petala, face dorsal; 14: estamin6dio; 15: estame; 16: gineceu; 17: fruto.

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da em Pernambuco nas zonas de litoral e de Mata Atlantica.Floresce e frutifica 0 ana todo.

A especie caracteriza-se pelas petalas amarelas e pe­los frutos com cerdas curtas e rfgidas. A face abaxial dasfolhas desta especie e densamente recoberta de tricomasestrelados constitufdos de um raio central ereto a suberetoe 4-6 raios laterais f1exuosos.

Christiana DC.

Arvores di6icas. Indumento ferrugfneo, constitufdode tricomas ramificados. Folhas com laminas inteiras,tomentosas na face abaxial. Inflorescencias cimosas,paniculiformes. Flores dfclinas; f10res estaminadas,pediceladas; cal ice gamossepalo, campanulado, 3-5-lobado;petalas 5, oblongas a obovadas; estames 42-56, filetesconcrescidos na base, anteras oblongas, rimosas, confluen­tes, estamin6dios presentes; f10res pistiladas com ovarioapocarpico, com 4-5-carpelos uniovulados; estiletes 5, in­teiramente concrescidos; estigmas 5. Fruto multiplo,subgloboso a globoso-achatado, com 4-5 folfculos, bivalves,externamente liso, com tricomas ramificados. Sementesglobosas.

Genero com cinco especies distribufdas na Africa,Madagascar, Americas Central e do SuI e Taiti (Kubitzki,1995). Em Pernambuco foi registrada apenas Christianaafricana DC.

Christiana africana DC., Prodr. I: 516. 1824.(Fig. 18-28,91)Nome popular: gargauba.

Arvores 6-10 m all. Ramos estriados, tomentosos quan­do jovens, com tricomas estrelados curtos, glabrescentesquando adultos. Folhas com estfpulas caducas; pecfolos7,8-13,7 cmcompr.; liimina 17,7-28,7 x 16,5-28,4cm,cartacea,largamente elfptica, largamente oval a suborbicular, basecordada, apice acumjnado, margem inteira, face adaxial comtricomas simples e ramificados, esparsos, face abaxialtomentosa, tricomas ramificados. Inflorescencias axi lares;pedunculos 7,5-15,4 cm compr., tomentoso-ferrugfneos;bracteas estreitamente triangulares; f10res com pedicelosde 2-6 mm compr., tomentoso-ferrugfneos; cal ice 3-lobado,5-6 x 2-3 mm, lobos agudos no apice, com tricomas estrela­dos translucidos em ambas as faces; petalas 4,8-8,0 x1,1-2,0 mm, brancas, glabras; filetes 4,5-6,0 mm compr.,anteras 0,5-1,0 mm compr., glabras; ovano 1,0-1,5 mm compr.;estiletes 2,0-2,5 mm compr.; estigmas laciniados. Frutos0,5-1,0 cm diam., superffcie lisa, com tricomas ramificadosespessos, ferrugfneos. Sementes 4-5 mm compr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Recife, VI-1950, Lima50-488, fl., fro (IAN); Vicencia, 11-1965, Teixeira 2597, fl., fro(PEUFR); Vit6ria de Santo Antiio, IX-1999, Tscha & Laurenio1988, fl., fro (PEUFR).

Material adicional selecionado: ALAGOAS: Sao Miguel dos

M.e. Tschii, M.F. Sales, G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 5

Campos, IX-1968, Monteiro 22831, fl., fro (HST). MARANHAO:Caxias, X-I975, Silva 54, fl., fr. (PEUFR); Cod6, VI-1907,Ducke 610, fl., fro (RB); Engenho, VI-1978, Rosa 2484, fl., fro(IAN);Maracac;:ume, VIl-1958, Fr6es 34413, fl., fro (IAN). PARA:Rio Tapaj6s, XIl-1919, Ducke, fl., fro (RE 14458); Rio Verme­Iho, IV-1951, Fr6es 26955, fl., fro (RE); Santarem, III-1955,Fr6es 31618, fl., fro (IAN); Surubim, VI-1949, Fr6es & Black24607, fl., fro (IAN); Tucuruf, VI-1980, Silva & Rosano 5337,fl., fro (IAN). ROND6NIA: Rio Machado, VIII-I 975, Cordeiro541, fl., fr. (IAN). RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro, XI-1952,Loba040l, fl., fro (RE). RORAIMA: Boa Vista, IX-1943, Ducke1384, fl., fro (IAN).

Christiana africana ocorre na Africa, America Centrale America do Sui (Equador e norte, nordeste e sudeste doBrasil). Em Pernambuco foi encontrada apenas na zona demata, em solo areno-argiloso e alagado. Floresce e frutificao ana todo.

Christiana africana e facilmente reconhecida pelasfolhas cartaceas, tomentosas na face abaxial, com margeminteira e pelos frutos geralmente subglobosos, recobertosde tricomas ramificados constitufdos de numerosos raiosde comprimentos diferentes (fig. 91). Por esses caracteresse diferencia de Christiana macrodon Toledo, da qual eafim,

Corchorus L.

Ervas ou subarbustos eretos. Indumento hirsuto, cons­titufdo de tricomas simples. Folhas com estfpulas caducas;lamina inteira. Inflorescencias cimosas ou f10res solitarias,axilares. Flores monoclinas, pediceladas; bracteas caducas'calice dialissepalo, sepalas 5, lanceoladas a oblongas,apiculadas; petalas 5, obovadas a oblanceoladas, glabras,amarelas; estames numerosos, livres entre si; anterasglobosas, rimosas; estamin6dios ausentes; ovario oblon­go, 2-6-locular, 6vulos numerosos por 16culo; estilete cilfn­drico; estigma papilado; gin6foro ausente. Capsulaloculicida, alongado-achatada, tetragona ou raramentetrfgona, externamente lisa, hirsuta a glabra. Sementes nu­merosas.

Genero com distribuic;:ao tropical, incluindo cerca de30 especies (Robyns, 1964), das quais duas foram encon­tradas em Pernambuco.

Chave para as especies

l. Ramos com tricomas simples, esparsos e tricomas sim­ples agrupados formando uma linha longitudinal den­sa; folhas estreitamente lanceoladas a lanceo­lado-elfpticas; capsula tetragona, raramente trfgona................................................................... C. argL1tllS

1. Ramos apenas com tricomas simples, esparsos; folhasovais a largamente elfpticas, raramente lanceoladas; cap-sula alongado-achatada C. hirtlls

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6 Hoehnea 29( I), 2002.

Fig. 18-28: Christiana africana. 18: ramo com flares pistiladas; 19: ciilice; 20: ciilice e corola da nor pistilada; 21: petala, face ventral; 22:gineceu; 23: fruto; 24: ramo com flares estaminadas; 25: flor estaminada; 26: petala, face ventral; 27-28: estames.

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Corchorus argutus H. B. K., Nov. gen. sp. 5: 337. 1821.(Fig. 29-34, 93 e 96)

Subarbustos 1,0-1,2 m all. Ramos hirsutos ate glabros,com tricomas simples esparsos e tricomas simplesagrupados, formando uma linha longitudinal densa. Folhascom estfpulas 3-7 mm compr., Iineares; pecfolos 0,3-3,0 cmcompr.; lamina 3,6-11, I x 0,8-2,5 cm, estreitamente lanceoladaa lanceolado-elfptica, apice agudo a acuminado, base agudaa obtusa, margem serreada, faces adaxial e abaxial comtricomas simples, adpressos, glabrescentes. Inflorescenciascom 2-3 cfmulas axilares; bracteas 1,1-4,0 x 1,0-2,8 mm,lineares a estreitamente triangulares; flores com pedicelos3-10 mm compr., vilosos; sepalas 6-18 x 1-2 mm, apiceapiculado, extemamente tomentoso-serfceas, internamenteglabras; petal as 9-14 x 0,5-2,9 mm, obovadas, apicearredondado; estames 74-97, filetes 6-9 mm compr., glabros;ovano 2,9-3,5 mm compr., serfceo; estilete 3,5-7,6 mm compr.Capsula 2,5-4,0 cm compr., tetragona, raramente trfgona,hirsuta, tricomas simples, adpressos. Sementes 0,8-1,1 mmcompr., retangulares.

Material examinado: PERNAMBUCO: Ouricuri, IV-1984, Araujo33, fl., fro (IAN).Material adicional selecionado: ACRE: Rio Branco, IX-1951,Black 541-13506, fl., fro (IAN); Rio Branco, VIII-1943, Ducke2084, fl., fro (IAN). BAHIA: Len'1ois, 1-1997, Atkins et al. 4647,fl., fro (ALCB). GOL';'S: Aragar'1as, XlI-1967, Philcox 3720, fl.,fro (ESA). MARANHAO: Ilha dos Botes, V-1950, Pires & Black1976, fl., fro (CEN).MINAS GERAIS: Campina Verde, 1-1944,Macedo 208, fl., fro (BOTU); Paraopeba, VII-1959, Heringer7063, fl., fro (PEL). MATO GROSSO: Aquidauana, VID-1983, Oli­veira & Carlos, fl., fro (UB). MATO GROSSO DO SUL: CampoGrande, Xl-1986, CA C1967, fl., fro (UB); Miranda, IX-I990,CA C. 2677, fl., fro (UB). RJOGRANDEooSuL:Taquari, Xl-I992,Jarenkow 2205, fl., fro (IAN). SANTA CATARINA: Piratuba,XII-I 992, Jarenkow 2256, fl., fro (RB). ARGENTINA: Formosa,VI-1945, Morel 473, fl., fro (lAC); Margarita, XJI-1945, Aguiar30, fl., fro (PEUFR).

A especie tern distribui'1ao na America do Sui (Robyns,1964). No Brasil ocorre em todas as regi5es, sendo encontra­da em Pernambuco apenas no municfpio de Ouricuri, na zonade caatinga, subzona do sertao, em vegeta'1ao de caatinga.

Corchorus argutus caracteriza-se por apresentar osramos com tricomas simples patentes e esparsos, associa­dos com tricomas simples agrupados, formando uma linhalongitudinal densa. Alem disso, possui capsulas tetragonas,raramente trfgonas e Himinas foliares, em geral, lanceoladasa elfpticas.

Corchorus hirtus L., Sp. pI. ed. 2. p.: 747. 1762.(Fig. 35-41,94,95 e 97)

Subarbustos 0,8-1,2 m all. Ramos jovens hirsutos ateglabros, trieomas simples esparsos, patentes, glabrescentes.Folhas com estfpulas 3-8 mm compr., lineares a estreitamen­te triangulares; pecfolos 0,2-1, I cm compr.; lamina 1,7-6,2 x

M.e. Tscha, M.F. Sales, G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 7

1,0-3,2 cm, membranacea, oval a largamente elfptica, rara­mente lanceolada, base oblfqua a arredondada, apice agu­do, margem irregularmente serreada, faces adaxial e abaxialcom tricomas simples adpressos. Inflorescencias 2-3 cfmulasaxilares; bracteas 1-5 x 1-5 mm, lineares a estreito-triangula­res; flores com pedicelos 1-3 mm compr.; sepalas 8-11 x1,8-2,0 mm, apice agudo a aeuminado, externamentevelutinas, internamente glabras; petalas 4, 1-8, I xl, 1-4,9 mm,apice arredondado; estames 47-77, filetes 5-7 mm compr.,glabros; ovario 2-4 mm compr., serfeeo; estilete 2-5 mmeompr., glabro. Capsula 2,2-4, I em compr., alon­gado-achatada, hirsuta, tricomas simples. Sementes1,0-1,1 mm compr., trfgonas.

Material examinado: PERNAMBUCO: Ara'1oiaba, XII-1998,Tscha & Tscha 1435, fl., fro (PEUFR); Barreiros, III-1999,Tscha& Tseha 1817, fl., fro (PEUFR); Camocim de Sao Felix,IV-1997, Miranda et al. 2637, fl., fro (RB); Carpina, VII-1998,Tscha & Tscha 1009, fl., fro (PEUFR); Catende, XII-1998,Tscha &Tscha 1396, fl., fro (PEUFR); Cortez, IlI-1999, Tscha1739, fl., fro (PEUFR); Eseada, VII-1999, Tscha & Tscha 1904,fl., fro (PEUFR); Ferreiros, 1-1999, Tscha 1529, fl., fro (PEUFR);Igarassu, XII-1998, Tscha 1442, fl., fro (PEUFR); Jaqueira,XII-1998, Tscha & Tscha 1389, fl., fro (PEUFR); Lagoa doCarro, 1-1999, Tscha & Tscha 1473, fl., fro (PEUFR);Macaparana, 1-1999, Tscha & Tscha 1543, fl., fro (PEUFR);Maraial, V-1999, Tscha & Tscha 1865, fl., fro (PEUFR);Ouricuri, V-1971, Heringer et al. 509, fro (IAN); Pau d'alho,VII-1998, Tscha & Tscha 1016, fl., fro (PEUFR); Pesqueira,VII-I 998, Tscha 1017, fl. (PEUFR); Pombos, Xl-1994, Philcox& Ferreira 20, fl., fro (INPA); Rio Formoso, IX-1954, Falcaoet al. 985, fl., fro (IAN); Sao Vicente Ferrer, 1-1999, Tscha &Tscha 1547, fl., fro (PEUFR); Sanhar6, VII-1998, Tscha 1000,fl., fro (PEUFR); Taquaritinga do Norte, 1-1982, Giulietti et al.63, fl., fro (IAN); Timbauba, 1-1999, Tscha 1530, fl., fro(PEUFR); Vicencia, 1-1999, Tscha 1554, fl., fro (PEUFR); Vit6­ria de Santo Antao, VII-1999, Tscha & Tscha 1906, fl., fro(PEUFR).Material adieional selecionado: ALAGOAS: Pao de A'1ucar,VI-1981, Liraetal.184, fl., fro (UFMS); Passo de Camaragibe,X-1998, Tscha & Tseha 1209, fl., fro (PEUFR). BAHIA: Acupe,VIII-I 942, Costa 18, fl., fro (UFMS); Anguera, 1-1996, Meloet al. 1810, fl., fro (IAC); Cachoeira, V-1980, Bastos & VilasBoas 34, fl., fro (HST, HUEFS); Feira de Santana, IX-1996,Melo et aI. 1756, fl., fro (PEL); Ibotirama, IV-1983, Krapovickaset al. 38824, fl., fro (lAC); Ilheus, V-1986, Hage & Brito 2006,fl., fro (PEL); Ipira, VII-1984, Oliveira 739, fl., fro (ALCB);Salvador, V-1994, Bastos & Vilas Boas 563, fl., fro (ALCB).CEARA: Morada Nova, VI-1984, Colares & Dutra 178, fl., fro(ESA); Quixada, VI-1955, Black 55-18216, fl., fro (MAC).EsPIRITO SANTO: Vit6ria, II-1969, Sucre & Braga4221, fl., fro(ALCB). GOlAs: Cabeceiras, Xl-1965, Irwin et al. 10420, fl., fro(ESAL); Catalao, 1-1970, Irwin et al. 25242 fl., fro (UFS,HUEFS); Corumba de Goias, 1-1968, Irwin et al. 18811, fl.(lAC); Formosa, IV-1966, Irwin etaI. 15081, fl., fro CUB); GoiasVelho, 1-1966, Irwin et al. 11976, fl., fro (HUEFS); Niquelandia,

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8 Hoehnea 29( I), 2002.

Fig. 29-34: Corchorus argutus. 29: ramo com flores e frutos; 30: flor completa; 31: sepala, face dorsal; 32: petala, face ventral; 33: gineceu;34: fruto. Fig. 35-41: Corchorus hirtus. 35: ramo com flores e frutos; 36: tlorcompleta; 37: sepala, face dorsal; 38: petala, face ventral; 39:gineceu; 40-41: frutos.

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1-1972, Irwin etal. 34808, fl., fro (ESA); Parafso, I11-1968, Irwinetal. 21647, fr. (UFS). MINAS GERAIS: Belo Horizonte, Barreto1513, fl., fro (ESA); Cambuf, IlI-1982, DAC 71, fl., fro (lAC);Campo do Meio, XI-1983, DACetal., fl., fro (HUEFS); Corinto,ill-1970, Irwin etal. 26774, fl., fro (lAC); ltamarandiba, II-1981,DAC 93, fl., fro (HUEFS); Joaima, 1-1985, Guimaraes 8, fl., fro(lAC); Montes Claros, XII-1983, Gavilanes 1168, fl., fro(ALCB); Nova Ponte, X-1987, Stehmann et at. 1236, fl., fro(UB); Paracatu, II-1970, Irwin et al. 26113, fl. (IAN, lAC);Paraopeba, III-1956, Heringer 5118, fl., fro (PEUFR JPB);Veadeiros, ill-1969, Irwin et al. 24425, fl., fro (BOTU). MATOGROSSO DO SUL: Aquidauana, IX-1990, Resende, fl., fro (UB);Campo Grande, VIIl-l 982, Fernandes Jr. 5, fl., fro (UFMS).MATO GROSSO: Barra das Gar<~as, XII-1969, Eiten & Eiten9903, fl., fr. (lAC); Corumba, II-1911, Hoehne 785, fl., fr.(ALCB); Marcelandia, IV-1997, Souza 15538, fl., fro (HST).PARA: Oriximiml, VI-1957, Black et al. 57-19959, fr.(UB); Soure,IlI-1950, Black & Lobato 50-9160, fl. CUB). PARAfBA: Areia,X-1944, Vasconcelos 314, fl., fro (UFS); Campina Grande,VIII-1998, Tscha et al. 1030, fl., fro (PEUFR); Mangabeira,

IX-1987, Moura 230, fl., fro (ESA); Riachao Bacamarte,VIlI-1998, Tschaetal. 1045, fl., fro (PEUFR). PARANA: Pinhao,IIl-1991, Hatscbach & Saldanha 55255, fl., fro (RB). RIO DEJANEIRO: Demetrio Ribeiro, III-1954, Camargo, fl., fr. (IAN);VIII-1966, Icharo 53, fl., fr. (ESAL). SA TA CATARINA:Aorianopolis, IV-1989, Falkenberg 4795, fl., fro (RE). SERGIPE:Nossa Senhora da Gloria, V-1984, Viana 946, fl. (RB). SAOPAULO: Buritizal, VII-1994, Barreto et at. 2746 fl., fro (RB);Campinas, X-1940, Krieguel, fl., fro (IAN); Miranda, 1- 1994,Tombolato &Quirino, fl., fro (RE); Piedade, IV-1984, Fukuda,fl., fro (UB).

A especie tern distribui~ao na America Central(Robyns, 1964) e na America do Sui (Dimitri & Alberti, 1950).No Brasil, ocorre em todas as regi6es, sen do, emPernambuco, amplamente distribufda desde a zona de mata

ate a zona de caatinga, subzona do sertao, ocorrendo prin­cipalmente em areas de cultivo e terrenos baldios.

Corchorus hirtus compartilha com C. argutlls 0 tipo

de habito e a morfologia das flores e folhas, porem distin­gui-se pela presen~a, nos ramos, apenas de tricomas sim­

ples isolados e patentes, capsulas alongado-achatadas efolhas geralmente mais largas, variando de ovais a larga­

mente elfpticas, raramente lanceoladas, com tricomas sim­ples adpressos (fig. 97). Alem disso, as duas especies dife­rem tambem na forma da semente, retangular em C. arglltlls(fig. 93) e trfgona em C. hirtus (fig. 94). Outra diferen~ae apresen~a de tricomas simples patentes nos frutos deC. hirtus, ao passo que nos frutos de C. argutus ocorremtricomas adpressos (fig. 96).

Luehea Willd.

Arvores. Indumento lanuginoso, constitufdo detricomas estrelados. Folhas com estfpulas persistentes;lamina inteira, cartacea. Inflorescencias cimosas, multitloras.

M.e. Tscha. M.F. Sales, G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 9

Flores monoclinas, pediceladas; epicalice presente, com 6-9bracteolas, livres entre si, estreitamente oblongas alanceoladas; calice dialisepalo; sepalas 5, estreitamenteovais a estreitamente elfpticas, externamente hirsutas,internamente glabras; petalas 5, obovadas, alvas, com umaglandula na base; estames 30-50, unidos em 6-10 falanges;anteras versateis, rimosas; estaminodios 1 por falange,diversamente fimbriados; ovario 5-locular, globoso aelipsoide, ovulos 2-numerosos por loculo, estilete colunar;estigma capitado-achatado ou obscuramente 5-lobado;ginoforo ausente. Capsula loculfcida, deiscente apenas napor~ao apical, ureeolada quando aberta, serfcea. Sementesaladas, alas membranaceas.

Genero com distribui~aoneotropical (Setser, 1977). NoBrasil, ocorrem cerca de dez especies concentradas princi­palmente nas regi6es Centro-Oeste e Sudeste (Cunha, 1981).Em Pernambuco, foram encontradas duas especies.

Chave para as especies

1. Estames 9-10 por falange; epicalice com 8-9bracteolas; ovario globoso; estigma levemente 5-loba-do L. ochrophylla

1. Estames 6-8 por falange; epicaliee com 6-7(-8)bracteolas; ovario elipsoide; estigma capitado-aehata-do L. paniculata

Lliehea ochrophylla Mart., Flora 24(2): 50. 1841.(Fig. 42-49)

Arvores 4-8 m all. Ramos estriados, trieomas estrelados.Folhas com estfpulas 1-8 mm compr., elfpticas, externamenteserfceas, internamente glabras; pedolos 4-9 mm compr.,tricomas estrelados ferrugfneos; lamina 8,2-11,3 x 5,9-7,5 cm,oval-oblonga a obovada, base em geraJ eordada, assimetrica,apice agudo, acuminado a obtuso, margem finamenteserreada, as vezes apenas na metade apical, face adaxialquase glabra, face abaxial lanuginosa. Inflorescenciasterminais ou axilares; flores com pedicelos 4-7 mm compr.,serfceos; bracteolas do epicalice 8-9, 7-9 mm compr.,serfceas; sepalas 8-11 x 1-3 mm, oblongas a estreitamenteelfpticas, apice agudo, externamente hirsutas, internamenteglabras, com raros tricomas simples na base; petalas 8-9 x4-5 mm; estames 9-10 por falange, 7,0 x 8,5 mm compr.;anteras 3-5 mrn compr.; estarnin6dios 3-9 mm compr.; ovano3-4 mm compr., globoso, hirsuto; estilete 2,8-5,0 mm compr.;estigma levemente 5-lobado. Capsula 1,8-2,5 em compr.Sementes 7-8 mrn compr., alas 4,0-4,5 mm compr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Barreiros, IlI-1999, Tscha& Tscha 1816, fl., fro (PEUFR); Recife, II-1990, Guedes4, fl. (HSn,

Material adicional examinado: ALAGOAS: Uniao dosPalmares, 1-1983, Lyra & Esteves 846, fl. (MAC); AMAZONAS:Humaita, 1II-1976, Estrela & Bellusci 53, fl, (BOTU), BAHIA:Eunapolis, 1-1997, Guedes 4201, fl. (ALCB). SERGIPE: SantaLuzia do Itanhi, VII-1975, Barreto, fl. (UFS).

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10 Hoehnea 29( 1), 2002.

Luehea ochrophylla tern distribui~ao na America doSuI, Argentina, Brasil e Paraguai (Cunha, 1981). No Brasil,ocorre nas regi6es Norte, Nordeste e Sudeste. EmPernambuco foi encontrada apenas na zona de litoral, emsolo argilo arenoso.

Esta especie e afim de L. paniculata no aspecto gerale na morfologia da folha, porem distingue-se pelo tipo deestigma, numero de estames por falange e de bracteolas noepicalice. Em L. ochrophylla, 0 estigma e obscuramente5-lobado, as falanges possuem 9 a 10 estames e 0 epicalicetern 8 a 9 bracteolas; enquanto L. paniculata possui 0

estigma capitado-achatado, as falanges com 6 a 8 estames eo epicalice com 6 a 8 bracteolas.

Luehea paniculata Mart. & Zucc., Nov. gen. sp. pI. 1: 100,tab. 62. 1824.(Fig. 50-59)

Arvores 5-12 malt. Ramos estriados. Folhas comestfpulas 3-6 mm compr.; pecfolos 4-9 mm compr.; lamina4-13 x 3,0-4,9 cm, oval, ellptica a oblonga, base cordada aoblfqua, assimetrica, apice agudo a acuminado, face adaxialcom tricomas estrelados, esparsos, ferrugfneos, face abaxiallanuginosa. Inflorescencias terminais e axilares; flores compedicelos 3,5-8,0 mm compr., tricomas estrelados; bracteolasdo epicalice 6-7(-8),8-9 mm compr., estreitamente oblongasa lanceoladas, tricomas estrelados em ambas as faces;sepalas 8-13 mm compr., estreitamente oblongas, apice agu­do a acuminado, externamente com tricomas estreladosferrugfneos, internamente glabras; petalas 9-11 x 5,8-6,0 mm,elfpticas, base ciliada; estames 6-8 por falange, 5-8 mmcompr.; anteras 0,3-0,5 mm compr.; estamin6dios 5,5-7,0 mmcompr., tomentosos na base; ovario 3,0-4,1 mm compr.,oblongo; estilete 4,2-6,0 mm compr., com tricomas sim­ples na base; estigma capitado-achatado. Capsula1,4-2,0 cm compr. Sementes 8,0-8,5(-10) rnm compr., alas4-5(-7) mmcompr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Barreiros, IX-1998, Lucenaet al. 676, fro (PEUFR); Camaragibe, III-1999, Tscha & Tscha1815, fl., fro (PEUFR); Goiana, I11-1999, Tschaet al. 1782, fl.,fro (PEUFR); Itamaraca, III-1999, Tscha et al. 1784, fl., fr.(PEUFR); ltambe, 1-1999,Tscha & Tscha 1539, veg. (PEUFR);Recife, IV-1962, Tavares 921, fl., fro (HST); Sao Louren~odaMata, VIII-1977, Pontual 1385, fl. (PEUFR); Tamandare,III-1999, Tscha & Tscha 1820, fl., fro (PEUFR); Vicencia,VIII-1998, Santos et al. 129, fl. (PEUFR); Vit6ria de SantoAntao, IX-1999, Tscha & Tscha 1980, fl. (PEUFR).Material adicional exarninado: ALAGOAS: Muricf, 1-1993,Lyra-Lemos 2648 et aI., fl. (MAC); Passo de Camaragibe:X-1998, Tscha 1195, fro (PEUFR); Porto Calvo, X-1998, Tscha1222 et aI., fro (PEUFR); Rio Largo, VII-1968, Monteiro 22643,fl. (HST); Sao Miguel dos Campos, I11-1971, Monteiro 23435,fl. (HST); Sao Miguel dos Campos, X-1965, Paiva 3353, fl.(HST); Uniao dos Palmares, 1-1983, Lyra-Lemos & Esteves846, fl. (MAC). AMAPA: Macapa, Xli-I 982, Nonato 1754, fl.,

fro (MG). CEARA: Crato, VIII-1998, Tscha 1085, fro (PEUFR).GOlAs: Araguaia, VIII-1963, Maguire 56105, fl. (MG);Itumbuiara, IX-1976, Gibbs et aI., fl. (UB). MARANHAO:Mirador, IX-1988, Noberto 39, fl. (MG). MINAS GERAIS:Januaria, VII-1980, Filho 69, fl. (MG); Paracatu, IX-1979,Heringer & Rizzini 17497, fl. (MG). PARAfBA: Areia,X-I96I, Tavares 849, fl. (HST); Joao Pessoa, IX-1999,Tscha & Tscha 1971, fr. (PEUFR); Rio Tinto, V -1990,Felix & Santana, fI. (JPB). RIO GRANDE DO NORTE:Goianinha, XII-1966, Teixeira 2982, fl., Fr. (HST); Natal,XII-1952, Tavares 128, fl., fr. (HST). SAo PAULO: Bananal,1-1998, Tatagiba & Farag 29, fl. (RUSU). BolivIA: Depto.de La Paz, X-1982, Solomon 8594, fl. (INPA). COLOMBIA:La Chorrera, VI-1942, Schultes 3972, fl. (IAN).

Luehea paniculata ocorre na America do Sui, no Brasil,Bolivia, Peru, Colombia e Paraguai (Cunha, 1981). No Brasil,encontra-se nas regi6es Norte, Nordeste, Centro-Oeste e SuI.Em Pernambuco, foi encontrada nas zonas de mata e de litoral,geralmente na borda de mata ou na capoeira, em soloargilo-arenoso. Floresce e frutifica 0 ana todo.

Triumfetta L.

Arbustos a subarbustos. Indumento constitufdo detricomas simples e ramificados, na maioria estrelados, alvosa ferrugfneos. Folhas com laminas inteiras a 3-lobadas,membranaceas, margem irregularmente serreada. Inflores­cencias cimosas, axilares; flores monoclinas, pediceladas,epicalice ausente; bracteas caducas, triangulares; sepalas5, leve ou profundamente cuculadas, longamente apiculadasno apice; petalas 5, amarelas, unguiculadas, unha comtricomas estrelados na margem; estames 10-41; anteras li­neares, rimosas; estamin6dios ausentes; disco extraestaminallevemente 5-1O-lobado, membranaceo, ciliado namargem; ovario 3-1O-locular, globoso; estilete co lunar; es­tigmas denteados ou inconspfcuos; gin6foro presente, com5 glandulas de formas variadas. Fruto globoso, ocasional­mente ov6ide, indeiscente, equinado, superffcie glabra oupilosa; aculeos do fruto uncinados, com tricomas simples,retrorsos, diversamente distribufdos. Sementes sem alas.

Genero com cerca de 150 especies distribufdas na Afri­ca, Asia, America e Australia, estando concentradas princi­pal mente no Mexico e na America Central (Lay, 1950). EmPernambuco ocorrem quatro especies.

Chave para as especies

1. Estames mais de 30; apfculo das sepaIas 2,0-2,5 rnm cornpr.;gliindulas do gin6foro quadrangulares .. T. bogotensis

1. Estames 10-30; apfculo das sepalas menores que 2 mmcompr.; glandulas do gin6foro elfpticas ou oblongas.2. Ovario 8-10 16culos; estfpulas 5-7 mm compr.; fruto

8-12 mm de diametro (incluindo os aculeos) ......................................................... T. althaeoides

2. Ovario 3-4l6culos; estfpulas 1-4 mm compr.; fruto3-7 mm de diametro (incluindo os aculeos).

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M.e. Tscha, M.F. Sales, G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 11

Fig. 42-49: LlIehea ochrophylla. 42: ramo com f1ores; 43: f10r completa; 44: bracteola do epicalice; 45: sepala, face ventral; 46: petala, faceventral; 47: falangecom 10 estames e um estamin6dio fimbriado; 48: gineceu; 49: fruto. Fig. 50-59: LlIehea pal/iclIlala. 50: ramo com flores;51: f10r completa; 52: bracteola do epicalice; 53: sepala, face dorsal; 54: petala. face dorsal; 55: falange com oito estames e um estamin6diofimbriado; 56: gineceu; 57-59: frutos.

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12 Hoehnea 29( I), 2002.

3. Estigma 3-4-denteado; fruto com superffcie gla­bra; aculeos do fruto fortemente uncinados, re­vestidos por tricomas simples ... T. semitriloba

3. Estigma inconspfcuo; fruto com superffcie pilosa;aculeos do fruto levemente uncinados, glabros..................................................... T. bartramia

Triumfetta althaeoides Lam, Encyc. Meth. 3:420.1789.(Fig. 60-66,92,99)Nome popular: carrapicho

Subarbustos 1,0-1,5 malt. Ramos com tricomasestrelados, alvos a fen·ugfneos. Folhas com estfpulas 5-7 mmcompr.; pecfolos 1,5-5,8 cm compr.; lamina 7,9-15,0 x3,5-12,4 cm, inteira ou subtrilobada, largamente oval, apiceagudo a acuminado, base cordada a truncada, com 4-6gHindulas, faces adaxial e abaxial com tricomas estrelados;pedunculos 2,0-5,2 mm compr. Inflorescencias em cimeirasde 3-4 cfmulas, bracteas 1,8-2,1 x 1-4 mm; flores compedicelos de 1-4 mm compr.; sepalas 6,0-6,2 x 1-4 mm,estreitamente oblongas, externamente com tricomasestrelados, internamente glabras, apfculos 1,5 mm compr.;petalas 4,1-5,2 x 1-4 mm, oblongas a oblanceoladas, apiceagudo a obtuso; estames 13-20; filetes 3,1-4,2 mm compr.;ovario 1,0-1,1 mm diam., 8-1O-16cular; estilete 2,3-3,4 mmcompr.; gin6foro 6-7 mm compr., glandulas elfpticas. Fruto7-10 mm diam. (incluindo os aculeos), superffcie glabra,aculeos fortemente uncinados, tom tricomas retrorsos.Sementes 2-3 mm compr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Amaragi, VI-1999, Tscha& Tscha 1882, fl., fro (PEUFR); Barreiros, X-1998, Tschaetal.1283, fr. (PEUFR); Bonito, IX-1999, Tscha & Tscha 1999, fl.,fro (PEUFR); Bufque, II-I 999, Tscha et al. IS 10, veg. (PEUFR);Cabo de Santo Agostinho, X-1998, Tscha & Tscha 1292, fl.,fro (PEUFR); Camaragibe, II1-1999, Tscha 1796, fro (PEUFR);Escada, X-I998, Tscha & Tscha 1339, fro (PEUFR); Gameleira,X-1998, Tscha & Tscha 1301, fro (PEUFR); Goiana, 1-1999,Tscha & Tscha 1509, fro (PEUFR); Ipojuca, X-1998, Tscha1326, fr. (PEUFR); Recife, VII-1961, Tavares 631, fr. (HST,PEUFR); Ribeirao, X-1998, Tscha & Tscha 1293, fl., fro(PEUFR); Rio Formoso, X-1998, Tscha & Tscha 1303, fr.(PEUFR); Sao Louren~oda Mata, XII-1998, Tscha & Tscha1367, fro (PEUFR); Sirinhaem, X-1998, Tscha & Gomes 1317,fl., fro (PEUFR); Tamandare, X-1998, Tscha 1257 etal., fl., fro(PEUFR); Timbauba, XII-1998, Tscha & Tscha 1454, fl.(PEUFR); Vit6ria de Santo Antao, IX-1999, Tscha 1984 et aI.,fl., fro (PEUFR).Material adicional selecionado: ALAGOAS: Passo deCamaragibe, X-1998, Tscha 1254 et aI., fl. (PEUFR); PortoCalvo, X-I998, Tscha 1225 etal., fro (PEUFR). BAI-llA: Cama~arf,IX-1984, Noblick & Lemos 3396, fl., fro (HUEFS); Canavieiras,VI-1978, Santos & Silva 3244, fl., fr. (HUEFS); Guaratinga,VII-1984, Lima & Santos 137, fr. (HUEFS); I1hados Frades,X-1995, Ribeiro, fro (ALCB); ltacare, VI-1978, Mori & Santos10166, fl. (RB). GOlAs: Niquelandia, VI-1992, Walteret al.

1485, fr. (CEN); Piracantuba, III-1984, Magnago 370, fl., fro(RB). MINAS GERAIS: Lavras, XI-1983, Gavilanes 1070, fl.(ESAL); Oliveira, 1-1990, Silveira & Gavilanes 4427, fl., fr.(ESAL);VilaRica, VI-I997, Dario 1294etal., veg. (ESA). MAWGROSSO: Sao Fel ix do Araguaia, IV-1968, Rather 1023 et aI.,fl., fro (RB). MAW GROSSO OOSUL: Dourados, V-1984, Farinazzo5, fl., fr. (UFMS). PARA: Sao Francisco do Para, XII-1978,Bastos et al. 156, fl., fro (RB). PARAfBA: Joao Pessoa, IX-1987,Moura 269, fl., fro (JPB). RIO DE JANEIRO: Teres6polis, V­1977, Carvalho 522, veg. (RB). SAo PAULO: Cunha, XlI-1996,Franciosi et al. 5, veg. (ESA). SERGIPE: Santa Luzia do Itanhi,IX-1995, Landim563, fl., fro (ASE).

Especie com distribui~ao nas Americas (Lay, 1950).No Brasil, ha referencia sobre sua ocorrencia apenas naregiao SuI. Em Pernambuco, foi encontrada nas zonas delitoral e de Mata Atlantica, em solos argilosos eareno-argilosos de areas degradadas; penetra ainda noagreste, em altitude de 800 m sobre chapadao de arenito, nomunicfpio de Bufque.

Triumfetta althaeoides e facilmente distinta pelas fo­Ihas com laminas inteiras a subtrilobadas e comparativa­mente grandes em rela~aoas das outras especies ocorrentesem Pernambuco. Caracteriza-se tambem por apresentar 0

ovcirio com 8-10 16culos, gin6foro com 5 glandulas elfpticas(fig. 64), estfpulas com 5-7 mm de comprimento e 0 fruto desuperffcie glabra e com aculeos recobertos de tricomasretrorsos (fig. 65, 66, 99).

Triwrifetfa bartramia L., Syst. ed. 10. p.1044. 1759.(Fig. 67-75)Nomes populares: carrapicho-grande, malva-preta,carrapicho.

Subarbustos 1,0-1,5 m alt. Ramos com tricomasestrelados, esparsos. Folhas com estfpulas 2-4 mm compr.;pecfolos 5,0-7,2 cm compr.; lamina 1,6-13,3 x 2,4-9,7 cm,inteira a 3-lobada, largamente oval a elfpticas, apice agudoa acuminado, base obtusa a cordada, as vezes arredondada,com 3-5 glandulas; faces adaxial e abaxial com tricomasestrelados; Inflorescencias em cimeiras de 3-5 cfmulas,bracteas 1-4 x 1-2 mm; flores com pedicelo de 1,0-2,2 mmcompr.; sepalas 5,1-8,4 x 1,0-1, I mm, estreitamente oblongas,extemamente com tricomas estrelados, intemamente glabras,apfculos ca. 1 mm compr.; petalas 4,3-5,2 x 1,1-2,1 mm,espatulado-obovadas a oblongas; estames 12-15, filetes3,2-5,2 mm compr., ciliados na base; ovario 1-4 mm compr.,3-4 locular; estilete 2,1-4,0 mm compr., glabro; estigmainconspfcuo; gin6foro 3-4 mm compr., glandulas oblongas.Fruto 2-4 mm diam. (incluindo os aculeos), globoso a ov6ide,superffcie recoberta de tricomas ramificados, aculeoslevemente uncinados, glabros. Sementes 1,5-2,0 mm compr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Amaragi, X-1998,Tscha & Tscha 839, fl., fr. (PEUFR); Ara~oiaba,XII-1998,Tscha 1438, fr. (PEUFR); Brejo da Madre de Deus, II-I 999,Tscha et al. 1575, fl., fr. (PEUFR); Barreiros, X-1998,

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M.e. Tschil, M.F. Sales, G.L. ESleves: Tiliaceae em Pernambuco 13

Fig. 60-66: Trill1l1fetta althaeoides. 60: ramo com flores; 61: flor completa; 62: sepala, face dorsal; 63: petala, face ventral; 64: gineceu,mostrando 0 gin6foro com gliindulas; 65: fruto; 66: aculeos do fruto. Fig. 67-75: TriIl1l1fetta-bartralllia. 67: ramo com flores; 68: florcompleta; 69-70: sepalas, face latero-dorsal e face ventral; 71-72: petalas. face ventral; 73: gineceu, mostrando 0 gin6foro com gliindulas;74: fruto; 75: aculeos do fruto.

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14 Hoehnea 29(1), 2002.

Tscha 1286, fro (PEUFR); Bezerros, VIl-1999, Tscha 1916,fl., fro (PEUFR); Bonito; III-1999, Tscha & Lucena 1745,fl., fr. (PEUFR); Cabo de Santo Agostinho, VII-1999,Tscha 1914, fl., fro (PEUFR); Camaragibe, III-1999, Tscha1839, veg. (PEUFR); Carpina, VII-1998, Tscha 1019, fr.(PEUFR); Caruaru, 11-1999, Tscha 1563, veg. (PEUFR);Catende, 11-1999, Tscha 1593, fr. (PEUFR); Cortez,III-1999, Tscha & Tscha 1724, fr. (PEUFR); Cruz deRebou~as,III-1999, Tscha et al. 1779, fro (PEUFR); EscadaX-1998, Tscha 1346, fro (PEUFR); Gameleira, X-1998,Tscha & Tscha 1302, fr. (PEUFR); Garanhuns, 11-1999,Tscha 1594, fro (PEUFR); Gloria do Goita, XII-1998, Tscha1384, fl., fr. (PEUFR); Goiana, IX-1999, Tscha & Tscha1975, fr. (PEUFR); 19arassu, XII-1998, Tscha et al. 1423,fr. (PEUFR); Ipojuca, X-1998, Tscha 1322, fl., fro (PEUFR);JaboaUio dos Guararapes, 1X-1999, Tscha & Tscha 1994,fr. (PEUFR); Joao Alfredo, 1-1999, Tscha & Tscha 1499,fro (PEUFR); Lagoa do Carro, 1-1999, Tscha & Tscha 1483,fr. (PEUFR); Maraial, XII-1998, Tscha 1403, fr. (PEUFR;Moreno, VII-1999, Tscha & Tscha 1903, fl. (PEUFR);Nazare da Mata, 1-1999, Tscha 1557 et aI., fro (PEUFR);Pau d'alho, VIII-1999, Tscha & Tscha 1931, fl., fr.(PEUFR); Paulista, III-1999, Tscha 1776, fr. (PEUFR);Po~ao, VII-1998, Tscha, 1003, fl., fr. (PEUFR); Recife,1X-1998, Tscha 1134, fl., fro (PEUFR); Tamandare, X-1998,Tscha & Tscha 1255, fl., fr. (PEUFR); Taquaritinga,VIII-1999, Tscha 1946, fl., fro (PEUFR); Timbauba,XII-1999, Tscha 1458, fro (PEUFR); Tracunhaem, XII-1998,Tscha 1446, fr. (PEUFR); Vitoria de Santo Antao, IX-1999,Tscha 1978, fl., fr. (PEUFR).Material adicional selecionado: AlAGOAS: Japaratinga,X-1998, Tscha et al. 1155, fl., fr. (PEUFR); Passo deCamaragibe, X-1998, Tscha et al. 1190, fl., fro (PEUFR);Porto de Pedra, X-1998, Tschaet al. 1217, fl., fro (PEUFR);Sao Miguel dos Milagres, X-1998, Tscha et al. 1212, fl.,fro (PEUFR); CEARA: Crato, VIII-1998, Tscha 1067, fl., fro(PEUFR). MATO GROSSO DO SUl: Aquidauana, V-1985,Edna, fl., fr. (UFMS). MINAS GERAIS: Lavras, 1V-1984,Gavilanes & Araujo 1197, fl. (ESAL); PARA: Soure,X1-1948, Black 48-3605, fl., fr. (lAC). PARAiBA: Pocinhos,VIII-1998, Tscha 1066, fl. (PEUFR). RIO DE JANEIRO:Engenheiro Paulo de Frontim, 1-1998, Santos 10 I, fl., fr.(RUSU); Rio de Janeiro, X-1938, Viegas & Krug, fl. (lAC).SAO PAULO: Campinas, 1V-1936, Santoro, fl. (lAC).

Especie com distribui~aodesde a America do Norte eAmerica Central, passando pelas Antilhas ate a America doSui (Lay, 1950). No Brasil, e encontrada nas regi6es Norte(PA), Centro-Oeste (MS), Nordeste (AL, CE, PB e PE), eSudeste (MG, RJ e SP), ocorrendo em Pernambuco,principalmente, nas zonas de litoral e de mata em areasdegradadas e em florestas de montanhas e na zona doagreste em forma~6es secundarias.

Triumfetta bartramia e afim de T. semitriloba Jacq. namorfologia geral, porem distingue-se pela presen~a de ate

15 estames, sepalas fortemente cuculadas na por~ao apical,ginoforo com glandulas oblongas e frutos de superffcierecoberta de tricomas ramificados, porem com aculeosglabros.

Triumfetta bogotensis DC., Prod. 1:506. 1824.(Fig. 76-83, 98)Nome popular: carrapicho.

Arbustos a subarbustos 1-3 m alL Ramos com tricomasestrelados. Folhas com estfpulas 2-4 mm compr.; pedolos1,3-6,7 cm compr.; lamina 5,6-13,0 x 8-10 cm, inteira asubtrilobada, base cordada, apice agudo a acuminado, faceadaxial com tricomas simples e estrelados, face abaxialdensamente recoberta de tricomas estrelados.Inflorescencias em cimeiras de 2-3 cfmulas; bracteas 1,9-2,0x 3-5 mm; flores com pedicelo de 2,0-2,5 mm compr.; sepalas1,0-1,5 x 2-15 mm, estreitamente oblongas, extemamente comtricomas estrelados, internamente glabras, apfculos2,0-2,5 mm compr.; petalas 1,0-1,4 x 2,8-5,0 mm, obovadas;apice arredondado; estames 36-41; filetes 5-6 mm compr.;ovario 1-1 mm compr., 4-locular; estilete 9-10 mm compr.;ginoforo 8-9 mm compr., glandulas quadrangulares. Fruto2-5 mm diam. (incluindo os aculeos), superffcie com tricomassimples, aculeos levemente uncinados, com tricomas simplesretrorsos na metade basal. Sementes 2-3 mm compr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Ara~oiaba, XII-1998,Tschaet al. 1439, fro (PEUFR); Feira Nova, Xll-1998, Tscha& Tscha 1382, veg. (PEUFR); Glolia do Goilli, XII-1998, Tscha& Tscha 1383, veg. (PEUFR); 19arassu, III-1999, Tschaet al.1786, fro (PEUFR); ltamaraca, 1II-1999, Tscha et al. 1788, veg.(PEUFR); Itapissuma, III-1999, Tscha et al. 1787, veg.(PEUFR); Joao Alfredo, 1-1999, Tscha & Tscha 1494, fro(PEUFR); Lagoa do Carro, 1-1999, Tscha & Tscha 1481, fr.(PEUFR); Limoeiro, 1-1999, Tscha & Tscha 1486, fro (PEUFR);Orobo, 1-1999, Tscha 1497, fro (PEUFR); Paudalho, VIII-1965,Teixeira 2840, fl. (HST); Paulista, III-1999, Tscha 1778, veg.(PEUFR); Timbauba, XI-1998, Tscha & Tscha 1457, veg.(PEUFR); Tracunhaem, XII-1998, Tscha et al. 1448, veg.(PEUFR).Material adicional selecionado: RIO DE JANEIRO: Rio deJaneiro, Vlll-1920, Kuhlmann, veg. (RB).

Especie com distribui~aoamericana, desde 0 Mexicoate a Argentina, estendendo-se pelas Antilhas (Lay,1950). No Brasil, ocorre nas regi6es Nordeste (PE, BA,CE, PR), Sudeste (RJ) e Sui (RS). Em Pernambuco, e bemrepresentativa na zona de mata e ocorre ocasionalmenteno agreste, em solos argilosos e areno-argilosos de areas

degradadas.Triumfetta bogotensis e distinta das demais espe­

cies estudadas por apresentar 36-41 estames, apendicedas sepalas com 2,0-2,5 mm compr., gin6foro com glan­dulas quadrangulares (fig. 81) e fruto com superflcierecoberta de tricomas simples e de aculeos, tendo estes

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M.e. Tscha, M.F. Sales, G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 15

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Fig. 76-83, Triumfetta bogotensis. 76: ramo com flores; 77: flor completa; 78-79: sepalas, face dorsal; 80: petala, face ventral; 81: gineceu,mostrando gin6foro com glandulas e disco extraestaminal; 82: fruto; 83: aculeos do fruto. Fig. 84-90. Triumfetta semitriLoba. 84: ramo comflores; 85: flor completa; 86: sepala, face dorsal; 87: petala, face ventral; 88: gineceu, mostrando gin6foro com glandulas; 89: fruto; 90:aculeos do fruto.

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16 Hoehllea 29( I J. 2002.

Fig. 91: Christial/a q(rical/a, sliperffcie do frllLO. Fig. 92: TriulI((ella althaeoides, face abaxial da folha. Fig. 93 e 96: CorcllOrtlS argutus; 93:semente; 96: parte do fruto. Fig. 94, 95 e 97: CorcllOru.1 !linus. 94: semente; 95: delalhe da superffcic da semente; 97: face adaxial da folha.Fig. 98: Trilllll(etta hOf!o/ensis, parte do fruto, 1110strando os aculeos. Fig. 99. TriwlI(etw altlweoides. parte do fruto, moslrando os aculeos.

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ultimos tricomas concentrados na metade basal (fig. 82,83,98). Alem disso, e a unica especie que possui tricomasestrelados e simples na lamina foliar.

Triwnfetta semitriloba Jacq., Select. Stirp. Amer. Hist. 147.1763.(Fig. 84-90)Nome popular: carrapicho

Arbustos a subarbustos 1-2 m alL Ramos com tricomasestrelados. Folhas com estfpulas 1,2-1,5 mm compr.; pecfolos1,7-6,0 cm compr.; lamina 1,5-10,7 x 7,8-9,0 cm, inteira a3-lobada, oval a oval-elfptica, apice agudo, base cordada aarredondada, faces adaxial e abaxial com tricomas estrela­dos, esparsos. Inflorescencias em cimeiras de 2-3 cfmulas;bracteas 1,0-1,8 x 2-4 mm; f10res com pedicelo de 1-3 mmcompr.; sepalas 7-9 x I, I-I ,0 mm, estreitamente oblongas,extemamente com tricomas estrelados, internamente glabras,apfculos ca. I mm compr.; petalas 6,0-8, I x 1,1-2,0 mm, es­treitamente obovado-espatuladas, apice arredondado;estames mais de 20; filetes 4-5 mm compr.; ovano 0,8-0,7 mmcompr., 3-4-locular; estilete 5-7 mm compr.; estigma3-4-denteado; gin6foro 9-1°mm compr., glandulas elfpticas.Fruto 4-5 mm diam. (incluindo os aculeos), superffcie glabra,espinhos fortemente uncinados, inteiramente recobertos detricomas simples, retrorsos. Sementes 3-4 mm compr.

Material examinado: PERNAMBUCO: Belo Jardim, VI-1992,Miranda et al. 466, fl., fro (PEUFR); Bezerros, IX-I 998, Santoset al. 223, fro (PEUFR); Bonito, IX-1999, Tscha et al. 2000, fl.(PEUFR); Carpina, VII-1998, Tscha & Tscha 1012, fl., fro(PEUFR); Cha de Alegria, X-1998, Lucena & Laurenio 684,fro (PEUFR); Garanhuns, VlII-1998, Loiola et al. 452, fl., fro(PEUFR); Olinda. Vicente et al. 9, fl. (PEUFR); Po~ao,

VII-1998, Tscha 1002, fl., fro (PEUFR); Recife, V-1936,Sobrinho, veg. (RB 93939); Sao Louren~o da Mata, Vill-1983,Andrade 240, fl., fro (PEUFR); Taquaritinga do Norte,VIII-I 999, Tscha & Tscha 1933, fl., fro (PEUFR); Vit6ria deSanto Antao, IX-1999, Tscha & Tscha 1982, fl., fro (PEUFR).Material adicional selecionado: ALAGOAS: Sao Miguel,VJII-1981, Esteves 891, fl., fro (MAC). BAHIA: Cachoeira,Vill-1980, Scardino et al. 630, fl., fro (HUEFS); Cruz das Almas,VII-1974, Pinto 43360, fl., fro (HUEFS, UB); Macedo Costa,VII-1985, Noblick & Lemos 3945, fl., fro (HUEFS); lpecaeffi,Vill-1985, Noblick & Lobo 4264, fl., fro (HUEFS). CEARA: Crato,VJII-1998, Tscha 1069, fl. (PEUFR). DISTRITO FEDERAL:Brasilandia, V-1982, Kirkbride Jr., fl., fro (VB); Brasflia, 1-1900,Rather et al. 2822, fl., fro (UB); Sobradinho, IV-1963, Santos& Sacco 1716, fl. (PEL); EsphmuSANTO: Santa Teresa, V-1984,Vimercat 94, fl. (MBML). GolAs: Anapolis, ill-I 978, Magnago217, fl. (RB). MINAS GERAIS: Cana Verde, IV-1979, Gavilanes1737, veg. (ESAL); Guaxupe, VI-1980, Spaggiari, fl., fro(ESAL); Lavras, V-1987, Gavilanes 3012, fl., fro (ESAL). MAmGROSSO DO SUL: Campo Grande, IV-1990, Resende & Eleno94, fl., fro (UFMS). PARA: Serra Pelada, VI-1949, Fr6es & Black24421, fl., fro (lAC). PARAiBA: Alagoinha, IX-1942, Xavier,

M.e. Tschtl. M.F. Sales. G.L. Esteves: Tiliaceae em Pernambuco 17

veg. (JPB). PARANA: Colombo, VI-1995, Maschio 51, veg.(HFS); Curitiba, IX-1986, Acraet al. 95, fl., fro (FUEL). RIo DEJANEIRO: Santa Cruzda Serra, IV-1993, Braga & Bovini 330,veg. (RUSU). RIo GRANDE 00 SUL: Marcelino Ramos, IV-1987,Jarenkow 698, fl., fro (PEL); Tres Cachoeiras, III-1990,Jarenkow & Waechter 1646, fro (PEL). SANTA CATARINA:Florian6polis, V-1989, Falkemberg 4807, veg. (PEL). SAOPAULO: Campinas, XlI-1938, Zagatto, veg. (lAC); Cananeia,IX-1994, Ferreira et al. 30, fl., fro (ESA); Nazare Paulista,VI- J996, Souza et al. II J47, fl., fro (ESA); Piracicaba, V-1993,Barreto et al. 527, fl., fro (ESA); Sao Roque, IV-1994, Torreset al. 110, fl., fro (lAC); ARGENTINA. MISSIONES: San Ignacio,XII-I 946, Schwarz 3782, fl., fro (lAC).

Especie com distribuir;ao desde 0 Sui do Mexico, es­tendo-se atraves das Antilhas ate a Argentina, (Lay, 1950).No Brasil encontra-se em todas as regi5es e, em Pernambuco,ocorre em areas umidas, nas zonas de litoral e de mata, pe­netrando no agreste apenas em matas secundarias.

Triumfetta semitriloba caracteriza-se por apresentarmais de 15 estames, estigmas 3-4-denteados e gin6foro comglandulas elfpticas. Alem disso, destacam-se os frutos coma superffcie glabra, porem com aculeos fortemente uncinadose com tricomas simples retrorsos distribufdos desde a baseate 0 apice, sendo esses caracteres suficientes paradistinguf-la com facilidade de T. bartramia, com a qual ebastante relacionada, porem possui a superffcie do frutorecoberta de tricomas e os aculeos glabros e levementeuncinados.

Agradecimentos

Aos curadores dos herbarios pelo emprestimo de ma­terial; aUniversidade Federal Rural de Pernambuco peloapoio constante, durante todo 0 desenvolvimento da pes­quisa; ao Conselho Nacional do Desenvolvimento Cientffi­co e Tecnol6gico (CNPq) pelo suporte financeiro, atravesde bolsa de mestrado, concedido aprimeira autora.

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Aceito para publica~ao em 05.03.2002

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