TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões...

13
Graduando , Feira de Santana, v. 7, n. 10, p. 57-69, 2016 ISSN 2236-3335 TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO ÓRGÃO SEXUAL MASCULINO Ana Paula Santana Conceição Universidade Estadual de Feira de Santana Licenciatura em Letras Vernáculas [email protected] Edenilda Rosa de Castro Universidade Estadual de Feira de Santana Licenciatura em Letras Vernáculas [email protected] Patrícia Santos de Jesus Brito Universidade Estadual de Feira de Santana Licenciatura em Letras Vernáculas [email protected] Rogério Francisco dos Santos Universidade Estadual de Feira de Santana Licenciatura em Letras Vernáculas [email protected] Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz (Orientadora) Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Letras e Artes [email protected] Resumo : Este trabalho teve como objetivo coletar e buscar dados referentes às lexias populares usadas para denominar o órgão sexual masculino. Sabe-se que as questões que envolvem a sexualidade são cercadas de tabus e receios. Nesse contexto, o sexo é visto como algo profano, obsceno, proibido, um discurso que foi historicamente construído. Dessa forma, as palavras referentes ao sexo passam a ser proibidas e seu uso passa a ser modificado, isto é, empregam-se outros termos. Destarte, passam a utilizar nomes populares diversos, tais como: pica, cacete, pau, caralho, chibata, Bráulio, binga, etc., lexias que surgem de acordo com as necessidades comunicativas, históricas e culturais da sociedade, pois as inovações lexicais estão relacionadas a estes fluxos, uma vez que aquelas permeiam o ambiente sociocultural em que cada

Transcript of TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões...

Page 1: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

I S S N 2 2 3 6 - 3 3 3 5

T A BUS L I N GU Í S T I C OS : AS D E S I GN AÇ ÕE S

P OP UL AR E S DO ÓR G ÃO S EX U AL M ASC U L I NO

A n a P a u l a S a n t a n a C o n c e i ç ã o

U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e F e i r a d e S a n t a n a

L i c e n c i a t u r a e m L e t r a s V e r n á c u l a s

a n i n h a - 1 5 p a u l i n h a @ h o t m a i l . c o m

E d e n i l d a R o s a d e C a s t r o

U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e F e i r a d e S a n t a n a

L i c e n c i a t u r a e m L e t r a s V e r n á c u l a s

e d e n i l d a . u e f s @ g m a i l . c o m

P a t r í c i a S a n t o s d e J e s u s B r i t o

U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e F e i r a d e S a n t a n a

L i c e n c i a t u r a e m L e t r a s V e r n á c u l a s

p a t y s a n t o s j e s u s @ h o t m a i l . c o m

R o g é r i o F r a n c i s c o d o s S a n t o s U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e F e i r a d e S a n t a n a

L i c e n c i a t u r a e m L e t r a s V e r n á c u l a s

r o g e r i o . k n o w l e s @ h o t m a i l . c o m

R i t a d e C á s s i a R i b e i r o d e Q u e i r o z ( O r i e n t a d o r a )

U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l d e F e i r a d e S a n t a n a

D e p a r t a m e n t o d e L e t r a s e A r t e s

r c r q u e i r o z @ u o l . c o m . b r

R e s umo : E s t e t r a ba l ho t ev e como ob j e t i v o c o l e t a r e bus c a r

dados re fe rentes às l ex i as popu l a res usadas para denom ina r o

ó r g ã o s e x u a l m a s c u l i n o . S a b e - s e q u e a s q u e s t õ e s q u e

e nv o l v em a s ex u a l i d a d e s ã o c e r c a d a s d e t a b u s e r e c e i o s .

N esse con t ex t o , o s exo é v i s t o como a l go p ro f a no , obsceno ,

p ro i b i do , um d i scu rso que fo i h i s tor i camen te cons t r u í do . Dessa

f orma , as pa l av ras r ef er en tes ao sexo passam a ser pro i b i das

e seu uso passa a ser mod i f i cado , i s to é , empregam -se out ros

t e rmos . D es t a r t e , passam a u t i l i za r nomes popu l a r es d iv e rsos ,

t a i s c omo : p i ca , cac e t e , pau , ca r a l h o , ch i ba t a , B r áu l i o , b i nga ,

e t c . , l e x i a s q u e s u r g em d e a c o r d o c om a s n e c e s s i d a d e s

c omun i c a t i v a s , h i s t ó r i c a s e c u l t u r a i s da so c i e d a d e , p o i s a s

i novações l ex i ca i s es tão r e l ac i onadas a es t es f l uxos , uma vez

qu e aque l a s pe rme i am o amb i en t e soc i ocu l t u r a l em qu e cada

Page 2: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

58

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

s u j e i t o e s t á i n s e r i d o , c ompa r t i l h a n d o e x p e r i ê n c i a s , s a b e r es ,

háb i t os e cos tumes .

P a l a v r a s - C h a v e : L é x i c o . T a b u l i n g u í s t i c o . Ó r g ã o s e x u a l

mascu l i no .

1 I N T RO D U Ç Ã O

Ao dar nomes aos seres e ob je tos , o homem fo i c l ass i f i -

cando e es t ru turando o mundo à sua vo l t a . A nomeação fo i a

pr ime i ra etapa de conhec imento humano do un iverso . É um

processo a rb i t rá r i o , mas também mot ivador e que envo lve

e l ementos de cogn i ção . Desse modo , ‚ [ . . . ] a geração do l éx i co

se processou e se processa a t ravés de a tos sucess ivos de

cogn i ção da rea l i dade e de ca tegor i zação da exper i ênc i a

cr i s t a l i zados em s i gnos l i ngu í s t i cos : as pa l av ras ‛ (B IDERMAN ,

1 998, p . 1 1 ) . A formação l ex i ca l de uma l í ngua es tá i n t imamente

re l ac i onada com aspectos soc i a i s , cu l t u ra i s e h i s tór i cos do

povo que a fa l a , po i s ‚ [ . . . ] na med ida em que o l éx i co recor ta

rea l i dades de mundo , def i ne , t ambém, fa tos de

cu l t u ra . ‛ (OL IVE IRA; ISQUERDO, 1 998 , p . 7 ) . O l éx i co s i n te t i za o

modo de pensar , ag i r e ver o mundo , porque a t ravés de l e

conhecemos os va l ores , as crenças , os háb i tos e cos tumes de

uma dada comun idade . Dessa forma, ca racter i za -se como um

‚ [ . . . ] saber par t i l hado que ex i s te na consc i ênc i a dos fa l an tes de

uma l í ngua , cons t i t u i -se no acervo do saber vocabu l a r de um

grupo sóc i o - l i ngu ís t i co-cu l t u ra l [ . . . ] ‛ (OL IVE IRA; ISQUERDO, 1 998 ,

p . 7 ) .

2 O L É X I C O E A C U L T U RA

Os e l ementos soc i a is , l i ngu í s t i cos , h i s tór i cos e cu l t u ra is

es tão enra i zados na es t ru tura l ex i ca l de toda e qua l quer l í ngua .

Sendo ass im , es tudar o l éx i co de uma l í ngua é es tudar toda

uma forma de v i da das pessoas que a fa l am . É desvendar os

Page 3: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

59

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

mis tér i os , os segredos e conhec imentos de um povo. É enve -

redar pe l a sua h i s tór i a , conhecendo seus cos tumes e t rad i -

ções . Consegu in te ,

[ . . . ] l í n gu a , h i s t ó r i a e cu l t u r a c am i n h am semp r e d e

mão s d ad as e , p a r a con hece rmos cad a um d esses

asp ec to s , f az - se n ecessá r i o me rg u lh a r n o s o u t ro s ,

p o i s n enhum d e l e s c am i n h a so z in ho e i n d ep enden t e .

P o r t an to , o e s t udo d a l í n gu a d e um povo é , co nse -

q uen temen t e , um me r gu l ho n a h i s t ó r i a e cu l t u r a d es t e

p ovo . (ABBADE , 2 006 , p . 2 1 3 ) .

Desse modo , a formação do l éx i co de uma dada comun i -

dade es tá i n t imamente re l ac i onada aos aspectos soc i a i s , h i s tó -

r i cos , l i ngu í s t i cos e cu l t u ra i s que a i n f l uenc i am . Ass im , as

novas formações l ex i ca i s que surgem são or i undas desses

f l uxos , e são i ncorporadas ao vocabu lá r i o para a tender às

necess i dades de comun icação des te povo , af i rmando o cará ter

i n t r í nseco e d i nâm ico das l í nguas na tura is de i novar e renovar

seu campo l ex i ca l , de acordo às c i r cuns tânc ias e necess i dades

do povo que a fa l a . Com a formação do l éx i co e ró t i co obsceno

não é d i feren te . Pa ra a tender às demandas comun icac i ona is

presentes em determ inada comun idade , seu campo semânt i co

l ex i ca l expande-se , i novando e renovando-se de forma ext ra -

ord i ná r i a . Contudo , faz -se necessár i o cons i dera r que as

c i rcuns tânc ias contex tua i s , soc i a i s e cu l t u ra i s i n ter ferem no

surg imento e no sent i do dessas novas l ex i as .

3 O S T A B U S L I N G U Í S T I C O S

O l éx i co eró t i co obsceno t raz em seu bo jo h i s tór i co a

v i são de a l go pro i b i do , que não se deve fa l a r . Segundo Pret i

( 1 984 , p . 3 ) , uma “ l i nguagem pro i b i da ” cons t i t u i -se de “ [ . . . ]

formas es t i gma t izadas e de ba i xo pres t í g i o , condenadas pe l os

padrões cu l t u ra i s , o que as t rans formou , com poucas exce -

ções , em tabus l i ngu ís t i cos ‛ (s i c ) .

Page 4: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

60

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

A p a l av r a t abu p od e se r t r aduz i d a p o r ‘ sag r ad o-

p ro i b i do ’ ou ‘p ro i b i do - sag r ado ’ . Vem a se r ab s t enção

o u p ro i b i ç ão d e p eg a r , ma t a r , c ome r , v e r , d i z e r

q u a l qu er co i sa sag r ad a o u t em i d a [ . . . ] . A ss im , ex i s t em

o b j e to s - t ab u s , q u e n ão d evem se r t o cado s ; l u g a re s -

t ab u s , q u e n ão d evem se r p i s ado s o u ap en as d e q ue

se d eve av i z i nh a r ; açõ es - t ab u , q u e n ão d evem se r

p r a t i c ad as ; e p a l av r as t abu s , q u e n ão d evem se r

p ro f e r i d as . (GUÉR IOS , 1 95 6 , p . 7 ) .

Tudo que envo lve a sexua l i dade é cercado de rece i os e

tabus . É cons i derado como a l go obsceno , p rofano , pro i b i do .

Esse é um d i scurso que fo i cons t ru í do ao l ongo do tempo e

resu l t a de pos i ções h i s tór i cas e soc i a i s . Foucau l t ( 1 988 ) a tes ta

que a té o séc . XVI I a sexua l i dade a i nda v igorava com cer ta

f raqueza e i ngenu i dade , po i s as prá t i cas sexua is não eram

ocu l t adas em segredos , as pa l av ras eram d i t as sem rode i os e

as co i sas sem d i s fa rces . No entan to , a par t i r do séc . XVI I , um

crescente Pur i t an ismo passa a v i gora r , pensamento que reduz

o sexo ao u t i l i t á r i o e fecundo . Nessa época , a sexua l i dade

passa a ser a l t amente repr im i da . Pa ra Foucau l t ( 1 988 ) , denom i -

nar o sexo naque l e per í odo era ext remamente d i f í c i l ou quase

imposs íve l . Pa ra dom iná - l o , an tes , fo i necessár i o cont ro l a r a

sua l i v re c i rcu l ação no d i scurso , mod i f i cando sua l i nguagem:

‚Reduz i - l o ao n íve l da l i nguagem, cont ro l a r sua l i v re c i rcu l ação

no d i scurso, ban i - l o das co i sas d i t as e ext i ngu i r as pa l av ras

[ . . . ] . D i r -se- i a mesmo que essas i n terd i ções t em iam chamá - l o

pe lo nome‛ ( FOUCAULT, 1 988 , p . 23 ) .

O pên i s , gen i t á l i a mascu l i na , é uma l ex i a do campo da

sexua l i dade que se enquadra nes te d i scurso e es tá ent re os

tabus l i ngu í s t i cos presentes na soc i edade . Ao ref er i rem -se ao

pên i s , mu i t os se u t i l i zam de out ros nomes, out ras i dent i dades ,

i s to é , des i gnações popu l a res , po i s chamá - l o pe l o seu verda -

de i ro nome parece causar - l hes cer to desconfor to , t im i dez ,

cons t rang imento , pudor . ‚Reparem nas f rases? Jama is se d i z

seu nome ama ld i çoado . É sempre ‘ aqu i l o ’ , ‘ l á ’ , ‘ e l e ’ ,

‘ a ’ ‛ (GAIARSA, 1 989 , p . 1 2 ) .

Page 5: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

61

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

Nes te sent i do , Augras ( 1989 , p . 4 1 ) a f i rma que

[ . . . ] em t o do g ru po cu l t u r a l , h á p a r t e s d o co rp o q ue

n ão se d evem sequ e r n omea r . É o caso , en t r e n ó s ,

d o s ó rg ão s sexu a i s , q u e são d es i g n ad o s , o u p o r

j a r g ão méd i co - c i en t í f i c o , o u po r p a l av r ões . É q u e o s

ó rg ão s sexu a i s se r vem p a r a l i d a r d i r e t amen t e com o

o u t ro , e s t ab e l e cendo a l i g ação en t re o po s t o s e , p o r

con segu i n te , t êm d e se r o b j e to d e t abu s , como t u do

aq u i l o qu e f omen t a um dup l o dom í n i o .

E ve jam que es ta é uma prá t i ca que começa na i n fânc i a ,

l ogo nos pr ime i ros an i nhos de v i da . Pr ime i ramente denom ina de

p i n to ou p i n t i nho , a l go bon i t i nho , fo f i nho , i nocente , t í p i co da

cr i ança . Ao passar dos anos es tas pa l av r i nhas ganham cono -

tações d i feren tes , tornam-se pa l av ras e pa l av rões . O

‚persegu i do‛ , i s to mesmo , aque l e que o nome não pode ser

pronunc i ado tem m i l nomes , es tapa fúrd i os , m i rabo lan tes , impo -

nentes .

[ . . . ] t o do s a l e g ó r i co s , a ma i o r p a r t e g ro sse i r o s

(mand io c a , p au , c ace t e , p e r ob a , f e r r o , p i s t o l a ) , mu i t o s

v eg e t a r i an o s ( p ep i no , c enou r a , n ab o , mand io ca o u t r a

v ez ) , f r u t í f e r o s ( b an an a ) , g a l i n áceo s ( p i n t o , p er u ,

g an so ) o u f r i o s so r t i d o s ( l i ng u i ç a , sa l s i c h a , s a l ame . . . ) .

(GA IARSA , 1 98 9 , p . 1 3 ) .

No Bras i l , o campo l ex i ca l eró t i co obsceno é vas to . São

i númeras as ‚pa l av ras pa l av r i nhas ou pa l av rões ‛ u t i l i zados para

es te f im . Uma pesqu i sa rea l i zada pe l a ps i có l oga E l i ane Rose Ma io

B raga (2008 ) , Doutora em Educação pe l a Un ivers i dade Es tadua l

Pau l i s ta (UNESP) , most ra a var i edade dessas l ex i as . In i c i a lmente

desenvo lv i da como t ese de Doutorado , a pesqu i sa t ambém t o rnou-

se um l i v ro i n t i t u l ado O nome da co i sa ( 20 1 1 ) . A pesqu i sa fo i

rea l i zada , em 2008 , em se i s es tados bras i l e i ros : Ceará , São Pau lo ,

Paraná , Mato Grosso do Su l , Mato Grosso e Santa Cata r i na ,

compreendendo as r eg i ões Su l , Cent ro-Oes te , Nordes te e

Sudes te , com aprox imadamente c i nco mi l pessoas (4 .9 1 6 ) .

Page 6: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

62

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

3 . 1 D E N O M I N A Ç Õ E S P O P U L A R E S D O S Ó R GÃ O S

S E X U A I S M A S C U L I N O S

O resu l t ado da pesqu i sa apontou 408 s i nôn imos para a

l ex i a Pên i s , mas t rouxemos aqu i apenas os doze ma iores í nd i -

ces de ocor rênc i as :

Quadro 1 : Represen tat iv idade l ex ica l dos doze maio res í n d ice s de ocor rênc ias

Na pesqu i sa desenvo lv i da pe l a ps i có l oga E l i ane Rose Ma io

B raga , as denom inações l ex i ca is foram agrupadas de acordo

com as caracter í s t i cas a t r i bu í das ao órgão .

Força/V i r i l i dade : a p i ca , a p i s to l a , o foguet e , a espada , o b i t e l o ,

o cac e t ã o , o ca c e t e , a cac e t a , o po r r e t e , a v a r a , o f e r r o , o

ca no , o ca r a l ho , o g r and e , o ca j a d o , o cabeçu do , o b i t e l o , o

b omb ea d o r , o b a r b u d o , a b en g a l a , o c am i n h ã o , o c a b o d e

v a s s o u r a , a má qu i n a mo r t í f e r a , o ma r t e l o , o m í s s i l , o me t e

medo , o r o j ã o , o t r o ç o , o v e r ga l hã o , o c ab o , o b a ga ce t e , a

bar raca a rmada , o câmb io , o ber imbau , o b i cho e reto , o bor ra -

chão , o cabeção , o cassete te , o canhão , a es t rovenga , a faca ,

POS IÇÃO NOME QUANT I DADE

1 º PAU 1 0 6

2 º P I NTO 1 0 5

3 º CARALHO/CARAIO 94

4 º CACETE 8 9

5 º BRÁUL IO 8 2

6 º ROLA 73

7 º P IP I 70

8 º B I LAU 59

9 º P IRUL ITO 55

1 0 º P I NGOL I N/

P I NGUL I N

50

1 1 º P ICA 50

1 2 º P IUP IU 37

Page 7: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

63

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

o f a c ã o , o g e r ob ão , a ma ngu a ça , o g r o ssã o , a q u i l o r o x o , o

bagacetee a a lavanca de Aqu i l es , e tc .

Nomes p rópr i os : Ch i co , Ch i qu i nho , Jun i nho , B i ro , Eros , Genés i o ,

Ped r ão , P i cas so , R i ca r dão , Rodo l f o , T i cão , T i co , J a rbas , Zeca ,

Zez im , Zecão, Joãoz i nho , Juqu i nha , N i co l au , e tc .

Nomes de an ima i s : o cava l o , a cob ra , o ganso , o pe ru , o p i ca -

p au , o p i n t o , a r o l i n ha , a m i n ho ca , o j umen t o , o papa ga i o , o

pe l i cano , o j egue e a anaconda .

Nomes a l i men t í c i o s : es t es nomes es t ã o r e l ac i onados a f r u t as ,

l egum inosos , f r i os , e tc . Seu s i gn i f i cado es tá a t r e l ado ao a to de

comer , como também pe l a sua forma , gera lmente asseme lhando

- se ao pên i s . N esse segmen t o t emos : a banana , o p ep i no , a

cenoura , o nabo , a mand ioca , a be r i n j e l a , o b i sco i t o , a l i ngu i ça ,

o charu to , o p i co l é , o p i ru l i t o , o qu i be , o sa lame, e tc .

Nomes d im i n u t i v os : l i n d i nh o , m i nho qu i n ha , p i n t i n h o , b i g u l i n ho ,

br i nqued i nho , t i n t o l a , passar i nho , p i p i t o , ro l i nha , P i u -p i u , s i n i nho ,

torne i r i nha , am igu i nho , e tc .

Na Bah ia , prec i samente na reg i ão de Fe i ra de Santana ,

pesqu i samos e ev i denc i amos uma gama de var i edades dessas

l ex i as . A pesqu i sa fo i fe i t a com 108 pessoas , en t re homens e

mu lheres , da fa i xa etá r i a en t re do i s 2 e 65 anos , e u t i l i zamos a

segu i n te pergunta : Como você denom ina ( chama ) o órgão

sexua l mascu l i no?

3 . 2 A N A L I S A N D O O S D A D O S O B T I D O S

A pesqu i sa ev i denc i ou 50 l ex i as d i fer en tes para a deno -

m inação .

Page 8: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

64

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

Quadr o 2 : R ep r esen t a t i v i d ade d as l e x i a s

As denom inações popu l a res dos órgãos sexua i s mascu l i -

nos t razem s i gn i f i cânc i as d iversas de acordo com o per f i l de

quem o denom ina . Nesse sent i do , Ga i a rsa ( 1 989 , p . 1 3 - 14 )

re i t era :

[ . . . ] c o n fo rme as c i r cu n s t ân c i as , q u a l q ue r p a l av r a p o de

s i gn i f i c á - l o , ass im como q u a l qu e r o b j e to . Seu n ome

es t á mu i t o ma i s n a mús i c a d o q u e n a l e t r a d a p a l av r a ,

mas , n a ca r a d e sa f ad o d e q u em d i z d o q u e n o t e rmo

exa t o , ma s n o b r i l ho ma l i c i o so d o o l h a r d o qu e n o

ve rbo .

Mu i t as denom inações popu l a res ev i denc i adas es tão re l a -

c i onadas ao poder do macho . As i de i as de força , de v i r i l i dade ,

de agress iv i dade de homem máscu lo , dono do espaço , impr i -

mem o aspecto de dom inação . Nesse sent ido , as l ex i as ma i s

encont radas foram: p i ca , cacete , pau , caceta , por ra , ca ra l ho ,

ch i ba ta , es taca , vara , e tc . ; j á out ras remetem a nomes de

1 º P ICA 3 1

2 º ROLA 1 9

3 º PAU 1 8

4 º CACETE 1 6

5 º P I NTO 1 0

6 º CACETA 6

7 º B I NGA 4

8 º PORRA/PÊN I S/P I NT INHO/P INDOLA 3

9 º CARALHO/CH IBATA/ESTACA/B INGA/

BADALO/P IUP IU/B ILAU/B IGUL I NO

2

1 0 º PERU/NERVOSI NHO/K IK IO/ JUN IOR/

JUQUI NHA/P IRUL I TO/P ITOCA/FALO/

B I SQU I/ P I NTOLA/ANACONDA/PAPAI /

BONENGA/MEN INO/CACETONA/PÓ/

P IROCA/P I NGA/BAZUCA/PEP I NO/

CAMBÃO/BRAULE/B IGUL I N/DHONGA/

PASSAR I NHO/ABRE CAM INHO/

PALHAÇO/ESP I NGARDA/B ICHONA/

CANHÃO/MAND IOCA

1

Page 9: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

65

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

an ima i s , uns ma i s de l i cados como p i n t i nho , p i n to e ro l a , ou t ros

es tupendos , como anaconda e , a i nda que não se ja an ima l ,

bada lo . As l ex i as vo l t adas para nomes de an ima i s t razem em

seus s i gn i f i cados seme lhanças com as caracter í s t i cas dos

an ima i s em ques tão , se j a pe l a sua força , se j a pe l as suas

caracter í s t i cas f í s i cas . A rus t i c i dade do nome t raz o v i gor , a

potênc i a que o homem supõe ter por me io de seu pên i s . Pa l a -

v rões como , por exemp lo , por ra , remete à i de i a de agress iv i da -

de . Ressa l t a-se que todos são s i nôn imos de grandeza e magn i -

tude , e vêm coroar a macheza , a mascu l i n idade , endeusar o

Pên i s como a l go pomposo e sur rea l . Nomes própr i os como :

Juqu i nha , Jún i or ; nomes como papa i e nervos i nho ou que

remetem ao un iverso i n fan t i l , como k i k i o , p i ru l i t o , p i t oca , b i squ i ,

p i n to l a , t i n to l a , sugerem a l go i nocente , desprov i do de ma l í c i a .

A sexua l i dade mascu l i na fo i , ao l ongo dos anos, a t ravés

dos processos h i s tór i cos e cu l t u ra i s , gen i t a l i zada , i s to é , o

homem concent rou em seus órgãos sexua is toda a sua sexua -

l i dade como se representasse sua ún i ca força de mascu l i n i da -

de . Segundo Sa f f i o t i ( 1 987 ) , essa concent ração da sexua l i dade

nos órgãos sexua i s surge da expressão f a l ocrac i a ( fa l o =

pên i s ) , ou se ja , o poder do macho . Dessa forma, ‚ [ . . . ] pode -se

também i nver ter o rac i oc í n i o e a f i rmar que a conso l i dação da

supremac i a mascu l i na , ao l ongo de m i l ên i os de h i s tór ia , condu -

z iu ao endeusamento do pên is [ . . . ] ‛ (SAFF IOTI , 1 987 , p . 1 9 ) .

Nesse contex to , o homem passa a cu l t ua r seu fa l o , ‚nome

erud i t o , de et imo l og ia grega ‛ (GAIARSA, 1 989 , p . 34 ) , i s to é , o

nome c i en t í f i co do pên i s , que , s egundo Coser i u ( 1 977 , p . 90 ) , ‚é

a un i dade l éx i ca prec i sa para nomear o órgão sexua l mascu l i -

no‛ , o que para mu i t os provocam escânda l os , t abus . Dessa

forma , passam a ev i ta r es ta term ino l og ia o f i c i a l e recor rem a

out ras un i dades l ex i ca i s , como por exemp lo , nomes popu l a res .

Expressões d iversas , que de acordo com as c i rcuns tânc i as ,

podem ter s i gn i f i cados d iversos .

Page 10: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

66

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

3 . 3 O U S O D A S L E X I A S P O P U L A R E S D O O RG Ã O

S E X U A L M A S C U L I N O E M P I A D A S

As p i adas fazem par te do cot i d i ano popu l a r e são

t ransm i t i das ora lmente , são mod i f i cadas à med ida que vão

sendo contadas . Dent ro des te gênero encont ram -se vár i os

tex tos . Mu i tas p i adas são vo l t adas para o campo eró t i co -

obsceno e t razem em seus tex tos denominações do órgão

sexua l mascu l i no , no i n tu i t o de provocar o r i so em demas i a .

Fa la r aber tamente dos órgãos sexua i s provoca cons t rang imen -

to , por a i nda ser a l go pro i b i do , profano , um tabu sóc i o -

h i s tor i camente cons t ru í do .

A p i ad a o b scen a é como o d esnud amen to d e uma

p esso a d o sexo o po s t o p a r a a q u a l é co n t ad a . P o r

me i o d o p ro nun c i amen to d e p a l av r as o b scen as , a

p esso a a t acad a é f o r ç ad a a v i su a l i z a r a s p a r t e s d o

co rpo em qu es t ão , o u a t o sexu a l , e v ê q u e o ag re s -

so r imag i n a a mesma co i sa . (GORDON , 2 002 , p . 3 40 ) .

D i ante des te contex to , ve jamos um exemp lo que me lhor

i l us t ra essa s i t uação :

Como chama o órgão sexua l mascu l i no Aos 3 ano s você o ch ama . . . P IUP IU .

Ao s 1 0 ano s você o ch ama . . . B I LAU .

Ao s 20 ano s vo cê o ch ama . . . CACETE .

Ao s 2 5 ano s você o ch ama… P ICA .

Ao s 30 ano s você o ch ama… PAU .

Ao s 3 5 ano s você o ch ama… ROLA .

Ao s 40 an o s você o ch ama… CARALHO .

Ao s 50 ano s você o ch ama… MEMBRO .

Ao s 60 ano s você o ch ama . . . P ÊN I S .

Apó s o s 65 an o s você o ch ama…

Chama… Chama… Chama…

E o f i l ho d a pu t a n ão r e sponde n em fud endo !

(COMO . . . , 2 0 10 )

Page 11: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

67

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

Es ta p i ada e l enca d iversos nomes popu l a res para a deno -

m inação do órgão sexua l mascu l i no . Comprova -se que a i n ten-

s i dade do nome va i aumentando de acordo com a i dade do

i nd iv í duo . Dos t rês aos dez anos , e l e t raz nomes ma is serenos .

Dos 20 aos 40 anos, j á ganha uma nova roupagem, torna -se

ma is agress ivo , for te , v i r i l . Dos 50 aos 65 , e le vo l t a às or i gens .

3 C O N S I D E R A Ç Õ E S F I N A I S

Des ta forma , conc l u i -se que as denom inações l ex i ca i s

popu l a res do órgão sexua l mascu l i no surg i ram a par t i r de

mudanças h i s tór i cas , soc i a i s e cu l t u ra i s que as i n f l uenc i a ram

a t ravés de necess i dades comun ica t ivas de uma dada comun i -

dade . Cons ta ta -se que o l éx i co s i n te t i za o modo de pensar e

ag i r dos fa l antes de uma l í ngua .

Pa r t i ndo desse pressupos to , ver i f i ca -se que as i novações

or i undas desse campo l ex i ca l ca racter i zam o modo como o

homem vê e concebe o mundo à sua vo l t a , de modo que as

var iadas denom inações es tão i n t r i nsecamente r e l ac i onadas . O

resu l t ado da pesqu i sa mos t ra que é a par t i r desse modo de

ver o mundo que o homem a t r i bu i des i gnações e sent i dos ao

seu órgão . Ass im , cada denom inação t em s i gn i f i cados de acor -

do com o per f i l de cada i nd iv í duo e seu modus v ivend i .

Abs t r a c t : T h i s wo r k h ad a s a i m t o c o l l e c t a n d s e a r c h d a t a

r efer r i ng to the popu l a r l ex i con used for denom ina t i ng the ma l e

gen i t a l i a . I t i s a l r eady known the ques t i ons about s exua l i t y a re

t a ken by t a boos and f ea rs . I n t h i s con t ex t , s ex i s v i ewed as

some t h i ng p ro f a ne , obscene , and f o r b i dden . A d i s cou rse t ha t

was h i s t o r i ca l l y cons t ruc ted . Th i s way , t he words r e fe r r i ng t o

s ex we re f o r b i dden , a nd t he i r use were mod i f i ed , n ew t e rms

have be i ng used i n the i r p l ace . Thus , the mos t d iverse popu l a r

t e r ms w e r e u s e d , a s : p i c a , c a c e t e , p a u , c a r a l h o , c h i b a t a ,

B r a u l i o , b i n g a , e t c . L e x i e s w h i c h a p p e a r d u e t o t h e

c ommu n i c a t i v e , h i s t o r i c a l a n d c u l t u r a l n e e d s o f s o c i e t y ,

Page 12: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

68

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

because l ex i ca l i n nova t i ons a r e r e l a t ed t o these f l uxes , s i nce

tha t they permea te the soc i ocu l t u ra l env i ronment i n wh i ch each

sub j ect i s i ns e r t ed , shar i ng know l edge , exper i ences , uses and

hab i t s .

Keywords : Lex i con . L i ngu is t i c t aboo . Ma l e gen i t a l i a .

R E F E R Ê N C I A S

ABADDE , Ce l i na Márc i a de Souza . O es tudo do l éx i co . In :

TE IXE IRA, Mar i a da Conce i ção Re i s ; QUEIROZ, R i t a de Cáss i a

R i be i ro ; SANTOS , Rosa Borges dos . (Org . ) . D i feren tes perspect i vas dos es tudos f i l o l óg i cos . Sa l vador : Quar te to , 2006 .

p . 2 1 3-225 .

AUGRAS , Mon ique . O que é tabu? São Pau l o : B ras i l i ense , 1989 .

B IDERMAN , Mar ia Tereza Camargo . As c i ênc i as do l éx i co . In :

OL IVE IRA, Ana Mar i a P i n to P i res de ; ISQUERDO, Aparec i da

Negr i (Org . ) . As c i ênc i as do l éx i co : l ex i co l og i a , l ex i cogra f i a ,

t erm ino l og i a . Campo Grande : Ed i t o ra da UFMS , 1998 . p . 1 1 -20 . v . 1 .

BRAGA, E l i ane Rose Ma io . Pa l av rões ou pa l avras : um es tudo

com educadoras/es sobre s i nôn imos usados na denom inação

de temas re l ac i onados ao sexo . 2008 . 240 f . Tese (doutorado )

– Un ivers i dade Estadua l Pau l i s ta , Facu l dade de C i ênc i as e

Let ras de Ara raquara , 2008 . D ispon íve l em: <h t tp : //

hd l . hand l e . net/ 1 1449/1016 18> . Acesso em: 0 1 nov . 20 16 .

COMO CHAMA O ÓRGÃO SEXUAL MASCUL INO. 20 10 . D i spon íve l

em: <h t tps : //ogordoeo magrout i .wordpress . com/20 10/05/06/

como-chamar-seu-orgao-sexua l -pa ra-cada- i dade/> . Acesso em:

23 set . 2015 .

COSERIU , Eugen i o . E l hombre y su l engua je . Es tud i os de teor ía

y metodo l og í a l i ngü ís t i ca . Madr i d : Ed i t o r i a l Gredos , 1977 .

Page 13: TABUS LINGUÍSTICOS: AS DESIGNAÇÕES POPULARES DO … · Santa Catarina, compreendendo as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e ... mas trouxemos aqui apenas os doze maiores índi-ces

69

G r a d u a n d o , F e i r a d e S a n t a n a , v . 7 , n . 1 0 , p . 5 7 - 6 9 , 2 0 1 6

FOUCAULT, M iche l . H is tór i a da sexua l i dade I : A vontade de

saber . Tradução de Mar ia Thereza da Cos ta A lbuquerque e J .

Gu i l hon A lbuquerque . R i o de Jane i ro : Ed i ções Graa l , 1988.

GAIARSA, José Ânge lo . O que é pên i s? 2 . ed. São Pau l o :

Bras i l i ense , 1989 .

GORDON , R i chard . A assus tadora h i s tór ia do sexo . Tradução de

L . A lves e A . Rebe l l o . 2 . ed . São Pau l o : Ed i ouro , 2002.

GUÉRIOS , Mansur . Tabus l i ngu í s t i cos . Cur i t i ba : Ed i t o ra R io , 1 956 .

OL IVE IRA, Ana Mar i a P i n to P i res de ; ISQUERDO, Aparec i da

Negr i (Org . ) . As c i ênc i as do l éx i co : l ex i co l og i a , l ex i cogra f i a ,

t erm ino l og i a . Campo Grande : UFMS , 1998 .

PRETTI , D i no . A l i nguagem pro i b i da : um estudo sobre a

l i nguagem eró t i ca . São Pau l o : Que i roz , 1 984 .

SAFF IOTI , He l e i e th Ia ra Bong iovan i . O poder do macho . São

Pau lo : Moderna , 1987 .

Env iado em: 1 3/3/20 16 .

Aprovado em: 2/6/20 16 .