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S615 Sinapse Ambiental: Revista Digital do Curso de Ciências Biológicas Com Ênfase em Ciências Ambientais. – v.1, n.2 – (jul - ago - set.). – Betim: PUC Minas, 2004- v. Trimestral

1. Meio ambiente – Periódicos. I. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Campus Betim). Curso de Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Ambientais.

CDU: 577.4(05)

Bibliotecária responsável: Ana Lúcia de Oliveira Coelho – CRB 6 / 1717

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS BETIM / MG

Foto da capa: A aluna de Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Ambientais e integrante da Comissão Editorial Marina Barroso Goulart que ganhou Mensão Honrosa pela fotografia intitulada “Olhos de Coruja”. A fotografia foi tirada no Borboletário da Fun-dação Zoobotânica de Belo Horizonte no ano de 2003. Justificativa: A ordem Lepidóptera engloba insetos exuberantes devido a diversidade de cores, detalhes das formas e impor-tância ecológica. Em especial a espécie Caligo brasiliensis que apresenta uma coloração apozemática simulando olhos de Coruja e assim enganando seus predadores e se cam u-flando nos arbustos.” Informações técnicas: f. 2,4- v: 1/125, filme Kodak VS 100, Flash embutido e objetiva Macro 105 mm.

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SINAPSE AMBIENTAL REVISTA DIGITAL DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

COM ÊNFASE EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

ASSESSORIA EDITORIAL Rodrigo Neiva

Priscilla D´Agostini Alethéa Casal

CONSELHO EDITORIAL Professora Dra. Alessandra Pereira Simonini Gomes (PUC Minas)

Professora Dra. Deila Jordão Franco Sábato (PUC Minas) Professora Elísia Terezinha Melgaço de Afonsêca (PUC Minas)

Professora Emerenciana Cardoso Castello Branco, MSc (PUC Minas) Professor Miguel Ângelo Andrade (PUC Minas)

Acadêmico André Campos Colares Botelho – 9° período

Acadêmico Breno Higor Pinheiro Duarte – 6° período Acadêmica Camila Diniz Rezende Ribeiro – 9° período Acadêmico Carlos Felipe Mendes Mariz – 7° período

Acadêmico Guilherme Hermano da Silva Pinto e Campos Barbosa – 6° período Acadêmica Hanna Haiane Silva Vitor – 3° período

Acadêmico Helber Cristian Costa Rodrigues – 2° período Acadêmica Marina Barroso Goulart – 9° período Acadêmico Pedro Gabrielle Vieira – 6° período

Acadêmico Vitor de Andrade Coelho – 9° período

COORDENAÇÃO EDITORIAL Professora Elísia Terezinha Melgaço de Afonsêca

REVISÃO

Priscilla D´Agostini Alethéa Casal

EDITORAÇÃO GRÁFICA E CAPA

Acadêmico André Campos Colares Botelho – 9° período

O nome da revista foi escolhido a partir de um concurso realizado com todas as turmas de Ciências Biológicas da PUC Minas Betim. A sugestão vencedora, SINAPSE, que em biologia significa “troca de informações”, foi dada pelo 1° período de 2004. O termo AMBIENTAL foi sugerido pela Comissão Editorial para compor melhor a ênfase dada ao trabalho, nascendo assim a SINAPSE AMBIENTAL.

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Grão-Chanceler Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Reitor Professor Eustáquio Afonso Araújo

Pró-reitores Extensão – Profª Vera Maria Neves Victer Ananias; Gestão Financeira – Prof. Paulo Sérgio Gontijo do Carmo; Logística – Prof. Sérgio de Morais Hanriot; Pesquisa e Pós-graduação – Prof. João Francisco de Abreu; Recursos Humanos – Prof. Ale-xandre Rezende Guimarães; PUC Minas Arcos – Prof. Wanderley Chieppe Felippe; PUC Minas Betim – Carmen Luiza Rabelo Xavier; PUC Minas São Gabriel – Prof. Carlos Barreto Ribas; PUC Minas Poços de Caldas – Profa. Maria José Viana Mari-nho de Mattos; PUC Minas Contagem – Prof. Geraldo Márcio Alves Guimarães; Di-retor do Instituto de Estudos da Fauna e Flora: Prof. Miguel Alonso de Gouvêa Valle; Coordenador do Curso de Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Ambientais – Prof. Eugênio Batista Leite; Coordenadora Adjunta: Profa. Simone Cristina Alves.

Divulgação: Site do curso de Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Ambientais

http://www.betim.pucminas.br/biologia

E-mail para contato, crítica e sugestões: [email protected]

Endereço para o envio de cartas: REVISTA DIGITAL SINAPSE AMBIENTAL

A/C Assessoria de Comunicação Rua do Rosário, 1081 - Bairro Angola – Betim / MG – CEP 32.630-000

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SINAPSE AMBIENTAL

REVISTA DIGITAL DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS COM ÊNFASE EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

SINAPSE AMBIENTAL

Betim v.1 n.2 p.1-60 Jul-Ago-Set 2004

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Sumário

1. Editorial 8 PROFESSORA CARMEN LUIZA RABELO XAVIER, PRÓ-REITORA DA PUC MI-NAS BETIM 2. Entrevista 11 BIÓLOGO GLADSTONE CORRÊA DE ARAÚJO, CONSELHEIRO VICE-PRESIDENTE DO CRBIO 4ª REGIÃO BIÓLOGO MARCELO COUTINHO AMARANTE, COORDENADOR DA COORDE-NADORIA DE GESTÃO DA PESCA AQÜICULTURA DO IEF/MG 3. Notícias 17 SEMANA CULTURAL PUC MINAS BETIM 4 Criatividade temperando o conhecimento 25 CONCURSOS DE FOTOGRAFIA DA III SEMANA DO MEIO AMBIENTE PUC MI-NAS BETIM 5. Troca de experiências 31 CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DE MORADORES DE UM BAIRRO DE BETIM (MG) SOBRE BEM-ESTAR ANIMAL, CONTROLE DE ZOONOSES E A ADESÃO AOS PROGRAMAS PÚBLICOS DE CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES. 6. Artigo 35 COEVOLUÇÃO DE PLANTAS E FUNGOS PATOGÊNICOS - REVISÃO BIBLIO-GRÁFICA FUNGOS PRODUTORES DE ANTIBIÓTICOS E IMUNOSSUPRESSORES - REVI-SÃO BIBLIOGRÁFICA 7. Opinões 53 MANIFESTAÇÃO CONTRA O ATO MÉDICO E-MAIL DO LEITOR

SINAPSE AMBIENTAL

Betim v.1 n.2 p.1-60 Jul-Ago-Set 2004

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EDITORIAL

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 08-09, Jul-Ago-Set.2004 9

O que você faz, faz o mundo! Atualmente, a preocupação com as questões ambientais tem ultrapassado as fron-teiras das áreas da biologia e foram incorporadas por outras áreas de conhecimento, como a administração, direito, engenharias, medicina e tantas outras que podería-mos relacionar. A Universidade tem sido o espaço para a reflexão e pesquisa das formas de se pro-mover o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Também é seu papel formar profissionais socialmente responsáveis, comprometidos com as questões ambientais. Na PUC Minas, em todas as cidades em que atua, existem diversas ações que mar-cam o compromisso de professores, alunos e funcionários com a defesa do meio ambiente. Especificamente na PUC Minas Betim as demandas locais são tratadas como prioridades. Supervisionados por professores, os alunos do Núcleo Universitá-rio desenvolvem mais de cem projetos, que têm como foco as questões do municí-pio. Como exemplo, podemos citar o desenvo lvimento do Plano Diretor de Arboriza-ção Urbana do Município, o programa de coleta seletiva do lixo que atinge todos os setores da Universidade, o projeto de Educação Ambiental nas Escolas e o combate à Leptospirose. Em sintonia com todas essas ações está a revista Sinapse Ambiental, brilhante pro-jeto dos alunos e professores do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas Betim. A revista torna-se, portanto, importante espaço para discussão e reflexão desses temas, ao mesmo tempo em que promove, desperta e incentiva o diálogo entre as diversas áreas do conhecimento, recebendo, para serem publicados, trabalhos de todos os nossos 10 cursos e também de outras universidades. Em tempo de primavera, “sob o signo das flores”, com a chuva pronta para cair, as plantas florescem, as árvores darão frutos... a revista SINAPSE AMBIENTAL apre-senta-se, para orgulho de todos nós como uma experiência transformadora. O que você faz, faz o mundo! Primavera de 2004.

Profª. Carmen Luiza Rabelo Xavier

Pró-reitora da PUC Minas Betim

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ENTREVISTA

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 11-14, Jul-Ago-Set.2004 11

Em seu escritório o Conselheiro Vice Presidente da 4ª região do Conselho Regional de Biologia, o biólogo Gladstone Corrêa de Araújo, nos cedeu gentilmente uma entrevista à Sinapse Ambiental.

Crédito: Divulgação

Gladstone Corrêa de Araújo - Vice Presidente do CRBIO-4

SINAPSE AMBIENTAL – O que é o Conselho Regional de Biologia? Gladstone - Os Conselhos Regionais de Biologia são os órgãos responsá-veis pela fiscalização do exercício pro-fissional, pelo apoio à formação de todo profissional biólogo, fiscalização da atuação e também a garantia da atuação dele, o exercício profissional de todos os biólogos. No caso, o nos-so Conselho de Biologia, o CRBIO- 4, atua nos estados de Minas Gerais, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Amapá, Rondônia, Roraima, Acre, Amazonas e Belém. S. A. - Qual o papel do Conselho Regional de Biologia? Gladstone - Muitos biólogos confun-dem o verdadeiro papel, do Conselho Regional de Biologia. Alguns acham que a atuação dele deveria ser voltada

para questões ambientais e para de-núncias como se fosse uma ONG. Es-se não é o verdadeiro papel do conse-lho. O papel do conselho seria inserir o Professional biólogo dentro da socie-dade, comprovando que é importante a atuação dele para o desenvolvimen-to de todas as políticas públicas, soci-ais, ambientais e políticas na área de saúde. Fiscalizar a atuação dos biólo-gos, não de uma forma punitiva, mas educativa, que garanta uma segurança e um respeito perante a sociedade, uma vez que a nossa profissão é muito recente e ainda está ganhando novos campos que estão surgindo cada dia mais. Toda vez que surge um novo campo na área da ciência outros cam-pos, outros conselhos, outras profis-sões procuram também inserir nesse mercado de trabalho. O papel do con-selho também é garantir a inserção do

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ENTREVISTA

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biólogo dentro do mercado de traba-lho, uma vez que a própria caracterís-tica do profissional é de uma formação ampla. No momento em que o profis-sional se insere no mercado a tendên-cia é o afunilamento . Nesse momento o papel do conselho é garantir a atua-ção desse profissional. S. A. – Qual o motivo que levou os médicos a pleitearem a responsabi-lidade das atividades que até agora são pertinentes aos biólogos? Gladstone – A visão que temos, diente de vários outros é que é uma reserva de mercado, uma ação extremamente corporativista que vai, inclusive, contra o papel de qualquer conselho. O con-selho tem que garantir o exercício pro-fissional do seu associado, mas nunca impedir a atuação de outros. A ques-tão às vezes passa pela política, passa pela história da medicina, uma vez que antigamente a parte de saúde ela era vinculada somente a questão do médi-co, exatamente porque é a profissão mais antiga, desde a Grécia antiga. Com o surgimento da área da saúde e ocasionando o desenvolvimento da medicina, foram surgindo outras áreas que foram ocupadas por outros profis-sionais. Temos área da fisioterapia, nutrição, aconselhamento genético, uma enorme gama de funções profis-sionais voltadas para o mesmo eixo, que é a saúde. Quando pensamos que a saúde não é só a saúde do corpo, e a saúde da mente . É, às vezes, os pro-blemas que o paciente tem, não têm uma cura na questão física, mas as vezes na questão social, ou seja, pro-blema clínico. É um problema social. Então, de repente, quem tem que atu-ar ali não é o médico, mas sim um as-sistente social por exemplo, um psicó-logo, um sociólogo. Então o problema da saúde é mais amplo e tem que ser visto como um todo, não é um proble-

ma exclusivo da área médica, é um problema de várias profissões. S. A. – Então, na sua visão, o proje-to de lei do Ato Médico, acaba com tudo aquilo que a gente vem apren-dendo de uns tempos para cá da, ou seja, a multidisciplinaridade na saú-de. Gladstone - Perfeitamente. Ele vai in-clusive contra o próprio conceito de saúde, que é bem amplo. Agora talvez por perda de espaço e mercado. O profissional que tem uma formação boa, adequada, específica para aquela área, deve atuar ali, isso é bom. Agora a, reserva de mercado, nos é feita por lei. O mercado tem que ser ocupado, por um profissional que tenha compe-tência para se estabelecer e ali exer-cer sua função de forma responsável, garantindo um serviço de segurança e qualidade. S. A. – Caso o Ato Médico seja a-provado, não teria conseqüências danosas para a profissão dos biólo-gos e demais profissionais da área da saúde? Gladstone - Com certeza. Hoje, há situações em que por exemplo se tem um laboratório de patologia clínica on-de que faz o exame de análise clínica, por exemplo um biólogo que faz o de-senvolvimento de um KIT (não. Um kit não), um exame por exemplo de cân-cer, você tem marcadores, você tem hoje procedimentos de análises clíni-cas que são feitos por biólogos. Aí a coisa é ampla, você tem desde por exemplo quando você pensa na parte de análises clínicas, quando você pensa na questão de... Eu li uma coi-sa, um procedimento simples, as ve-zes você tem que realizar a coleta de um material e fazer um exame desse material vivo. Na prática é um técnica histológica simples de coloração que um biólogo, patologista poderia fazer.

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ENTREVISTA

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Na prática, o ato médico restringe toda ação dos biólogos, mas principalmente acaba afetando uma gama bem gran-de de profissões, no caso do biólogo ele serceia também, ainda mais que é um ramo que na área de analises clí-nicas tem biólogo atuando, farmacêuti-co, bioquímico, biomédico. È muito amplo você pensar que você tem um técnica que foi desenvolvida por um biólogo, foi pesquisada por um biólogo e na hora da execução da técnica, o procedimento que uma vez é de diag-nóstico, só pode ser feito por um mé-dico, isso é muito restritivo. S. A. – Essas conseqüências dano-sas, na sua opinião, se estenderiam também à pesquisa? Gladstone - Com certeza, uma vez que a pesquisa básica ,hoje, é um ramo onde você tem uma gama muito gran-de de profissionais atuando, na área profissional também, mas se você pensar, o ato médico restringindo a atuação profissional, a reserva de mercado vai com certeza afunilar e você vai ter também uma restrição à atividade de pesquisa, até mesmo por exemplo, determinados ramos das ci-ências biológicas irão ser ensarciadas, então só médicos vão atuar. S. A. – Nos dias atuais, quando cada vez mais se ampliam as possibilida-des de oferta de cursos em áreas específicas por exigência do mer-cado, o Sr. Não julga a atitude do Conselho Nacional de Medicina co-mo um processo que estaria na con-tramão da evolução profissional? Gladstone - Sim. A preocupação maior de um conselho seria, no caso, garan-tir a formação de bons profissionais, fiscalizar as escolas, ir contra a im-plantação de cursos sem uma boa avaliação, sem critérios e garantir também condições de trabalho para os médicos nas regiões mais distantes do

Brasil, um respeito maior à profissão. Eu acredito que ai sim, vai estar sendo fortalecida a profissão e vai estar sen-do exercido o verdadeiro papel do conselho e não garantir a reserva de mercado através de uma lei com loco político, que é uma forma infeliz de se conseguir esse tipo de coisa. S. A. – Porque o CRBIO – 4 demorou a se manifestar contra o projeto de lei do Ato Médico? Gladstone - Esta questão é interessan-te, porque a questão do ato médico vem sendo discutida a um bom tempo e o conselho sempre participou destas discussões desde o inicio com outros conselhos. A questão é que o ato mé-dico fere, diretamente outras profis-sões, cerceai mais outras profissões. No caso dos biólogos, ele restringe a atuação de determinado grupo de pro-fissionais da área de biologia. No caso, por exemplo, da nutrição, no caso da fisioterapia, no caso da enfermagem, no caso da psicologia, é praticamente uma extinção da atuação da classe. Então, o que aconteceu, é que esses conselhos que obviamente são mais afetados, eles acabaram levando a discussão de forma mais intensa inter-namente. O conselho, uma vez que ele foi chamado à discussão, ele não se ocultou, ele acompanhou desde o iní-cio o processo, mas como ainda esta-va em uma fase de projeto de lei e como para você fazer uma articulação entre todos os conselhos e definir uma política única e essa articulação demo-raria um pouco, a opção do Conselho Regional de Biologia foi a de somente divulgar, somente entrar realmente na luta quando as coisas, a estratégia política fosse perfeitamente definida e determinada. Nós optamos por não fazer uma divulgação ampla de uma situação que ainda não estava total-mente clareada, totalmente esclareci-da. Então nós preferimos agir como

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ENTREVISTA

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mineiros: esperar um pouco e na hora que realmente a coisa estivesse defi-nida e determinada com a estratégia definida, com a estratégia de mobiliza-ção determinada, aí sim, o conselho não se furtou e entrou. A partir de ago-ra, uma vez que já teve essa mobiliza-ção, já existe um caminha a ser trilha-do, e nesse caminho o conselho vai estar junto com certeza, uma vez que é um papel do conselho também ga-rantir o exercício profissional dos seus filiados. S. A. – Qual o benefício que o se-nhor acredita em ser alcançado pela manifestação de hoje (15/09/2004)? Gladstone - Bom, primeiro, a partir de mobilização que fomos para a rua. Se-tores que não sabiam o que era esse ato médico, base de deputados, base de senadores, bases políticas toma-ram consciência do que é essa pro-posta ato médico e de qual danosa ela pode ser para um grande número de profissionais e também para a popula-ção se ela for realmente implantada. Então, estrategicamente foi um bom momento para isso começar, nós es-tamos com a mídia eleitoral, em perío-do eleitoral, então é um período inte-ressante, mas outras interferências nesse sentido junto à população, ou-tras mobilizações vão com certeza a-contecer. Isso é só o início de uma luta que com certeza vai ser vitoriosa, uma vez que ela não é do Conselho de Bio-logia, não é dos biólogos, tem um grande número de profissionais ai e o objetivo de todos elas é garantir uma saúde de qualidade para a população e com o tempo, a gente vai conseguir o respaudo de toda a população e com certeza esse ato médico vai ser arqui-vado. Observação: A entrevista foi toda gravada em fita de áudio e se encontra em poder da Comissão Editorial.

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ENTREVISTA

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 15-16, Jul-Ago-Set.2004 15

O Biólogo Marcelo Coutinho Amarante, Coordenador de Gestão da Pesca e Aqüicultura do IEF/MG, nos cedeu gentilmente uma entrevista à Sinapse Ambiental durante a III Semana do Meio Ambiente.

Foto: Marina Barroso Goulart

Marcelo Coutinho, à direita, conversa com o Membro da Comissão Editorial Vitor Coelho.

Sinapse Ambiental - Qual a sua área de atuação e onde desenvolve? Marcelo Coutinho - Biólogo, consultor especialista em limnologia e coorde-nador de Gestão de Pesca e aqüicultu-ra dentro da Diretoria de Pesca e Bio-diversidade do Instituto Estadual de Florestas – IEF. S.A. - Como e quando decidiu se-guir essa profissão? Coutinho - Sempre gostei de trabalhos relacionados diretamente com a água. Como aluno de graduação da PUC-Minas participei de um projeto de inici-ação científica com o Professor Cartelli e em seguida, desenvolvi pesquisa pelo CETEC como estagiário por dois anos. Posteriormente, trabalhei como consultor do CETEC por cinco anos.

S.A. - Como foi seu processo de formação na sua especialidade? Coutinho - Além do curso de gradua-ção, o estágio e também o projeto de iniciação científica, fiz vários cursos de especialização na área de Limnologia. S.A. - Qual a importância das ativi-dades como a palestra que minis-trou para os alunos da PUC-Minas Betim durante a III Semana do Meio Ambiente? Coutinho - Entendo que é importante a divulgação da legislação ambiental, como uma forma de promover a prote-ção da biodiversidade. Desta forma, acredito que estou contribuindo, bus-cando o necessário envolvimento so-cial para a preservação. A integração da sociedade para a promoção da preservação do meio ambiente é ne-

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ENTREVISTA

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cessária, porém percebe-se que ainda é incipiente. S.A. - Falando em legislação, como vê, na atualidade, a aplicabilidade da Lei Federal 9605? Coutinho - O IEF atua quando neces-sário, com base na legislação estadual que é ainda mais restritiva que a Le-gislação Federal, com base no artigo 25 da Constituição Federal. Recorre-mos à Legislação Federal apenas quando não há respaldo na Legislação Estadual, mas esta tem grande aplica-bilidade. S.A. - Na sua opinião, qual deve ser o papel do acadêmico na contribui-ção para a sociedade? Coutinho - É primordial a educação e cultura para repassar a todos as des-cobertas e conquistas científicas, e não ficar apenas nos livros. Questiono o reduzido número de pesquisas, prin-cipalmente na área de pesca e aqüi-cultura minha área de atuação. O pei-xe serve como bioindicador da quali-

dade da água. Se não há peixe, por exemplo, há poluição. Além disso, o elevado potencial das grandes bacias hidrográficas são pouco explorados (<0,5%), apesar do grande potencial econômico da piscicultura/aqüicultura. S.A. -. Em Betim encontra-se um dos rios que mais contribui, atual-mente, para a poluição do rio Para-opeba. Em contrapartida, está pre-visto para o rio Betim não receber mais efluentes sem tratamento até o ano de 2005. O senhor acha que es-sa correção será suficiente ou suge-re outras ações? Coutinho - A poluição do rio Betim re-almente é um impacto muito grande no Rio Paraopeba. Entretanto, apesar da poluição, ainda se encontram peixes como o Dourado; Curimatã e Piau, o que evidência que o esforço “ainda” é válido. Porém são necessários tam-bém maior cuidado e rigor com as mi-nerações que estão a montante do Rio Betim, para que a legislação ambiental seja realmente cumprida.

E-mail de contato: [email protected]

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NOTÍCIAS

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 17-23, Jul-Ago-Set.2004 18

INCENTIVO À CULTURA NA UNIVERSIDADE

Semana Cultural estimula as atividades extra classe e movimentam o campus A V Semana Cultural da PUC Minas Betim, de tema “A Arte do Profissional”, contou nesse ano com espetáculos de dança e teatro, curtas metragens e oficinas, voltados para a comunidade universitária e local. O evento contou com uma ótima adesão do público, que prestigiou todas as ativida-des e participou dos debates posteriores. Segundo o prof. do curso de Letras, Ale-xandre Veloso de Abreu, a Semana explorou bem os campos artísticos e o dinamis-mo das áreas, validando e estimulando as atividades extra-classe. “Eventos como esse fortalecem a importância de atividades extra-curriculares. Muitas vezes a falta de maturidade acadêmica leva o aluno a ter a concepção mecânica de que aula é somente dentro de sala de aula”, argumenta o professor.

Foto: Priscilla D' Agostini

Espetáculo Nossa Pequena Magahonny, uma das atrações da Semana Cultural. A coordenadora de extensão do Núcleo Universitário, profª Josiane Andrade Militão, enfatiza que nessa edição a participação do corpo discente foi maior. “A Semana está se tornando um hábito; já existe uma expectativa. A cada ano, a Semana se aprimora”, diz. “A oportunidade de assistir as mais diversas formas de manifestações artísticas, par-ticipar de discussões sobre o processo de criação da arte, bem como o seu papel de levar à reflexão sobre os valores humanos e nos proporcionar uma visão crítica do mundo, justificam eventos dessa natureza no calendário da Universidade”, expli-ca a pró-reitora da PUC Minas em Betim, prof. Carmen Luiza Rabelo Xavier.

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NOTÍCIAS

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 17-23, Jul-Ago-Set.2004 19

Participação dos cursos nas oficinas Nesse semestre, a grande novidade do evento foi a participação de alunos que mi-nistraram oficinas para a comunidade local, supervisionados por professores. Cada curso estruturou uma oficina baseando-se no tema “A Arte do Profissional”. O aluno do 7º período de Fisioterapia, Gustavo Ragazzi, fez parte da equipe que ministrou a oficina Orientação postural prevenindo lesões: “A receptividade foi muito boa, e foi importante tanto para a comunidade, que recebeu as informações básicas e que são úteis para o dia a dia, como para nós, acadêmicos, que tivemos a oportu-nidade de vivenciar a nossa profissão na prática”. Supervisionados pelo prof. Marcos Bueno do Nascimento, a oficina contou com uma parte teórica e outra prática, reali-zada no laboratório da Clínica de Fisioterapia da PUC Minas em Betim.

Foto: Carlos Gomes

Oficina de Ciências Biológicas - Educação Ambiental - realizada na Semana Cultural

Mais de 400 pessoas, incluindo adolescentes e adultos da comunidade local, com-pareceram ao Núcleo Universitário para participar das dez oficinas oferecidas por cada um dos cursos. Renata Zacaroni, aluna do 2º ano do ensino médio, conta que deseja participar do evento todo ano. “Achei a oficina de Psicologia ótima, pois tratou de temas importantes para o meu crescimento pessoal. Os debates em que todos nós participávamos que tratavam de questões cotidianas foi muito estimulante”, rela-ta. “Alunos e professores trabalharam o tema da Semana através das oficinas, o que garantiu um maior envolvimento nas atividades da Semana”, explica a prof. Josiane. Outra novidade foi a Oficina de Saúde Vocal para Professores. Segundo o prof. de Psicologia, José Tiago dos Reis Filho, a iniciativa foi extremamente importante. “De-veríamos ter esse acompanhamento periodicamente, e os alunos que fazem licenci-atura, deveriam ter essa disciplina no currículo”, sugere.

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NOTÍCIAS

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 17-23, Jul-Ago-Set.2004 20

PREOCUPAÇÃO COM O FUTURO

No dia 21 de setembro, Dia da Árvore e véspera da Primavera, alunos, funcionários e professores da PUC Minas Betim plantaram 10 mudas de diversas espécies no Núcleo Universitário. As mudas foram doadas pela Pró-reitoria de Infra-estrutura pa-ra todos os campi e Núcleos Universitários em uma comemoração da PUC Minas pela chegada da Primavera.

Foto: Rodrigo Meiva

O professor Miguel Ângelo Andrade, a pró-reitora da PUC Minas Betim Carmen Luiza Rabelo Xavier e o Coordenador do curso professor Eugênio Batista Leite (em ordem) plantam uma das 10 mudas dentro do campi.

A funcionária do Posto Financeiro da PUC Betim, Carla Cristina Alves Pereira, que é formada em Geografia, afirma que, quanto mais árvores, melhor a qualidade de vida daqueles que freqüentam a Universidade: “As pessoas reclamam muito das mudan-ças de temperatura e as árvores servem para amenizar as grandes diferenças térmi-cas, principalmente agora com a proximidade do verão”, alegou. Para o coordenador do curso de Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambi-entais, todo dia deveria ser encarado como Dia da Árvore:”Devemos sim comemorar as datas. Mas o cuidado com o meio ambiente deve ser diário”, afirmou. Além disso, o professor lembrou que plantar uma árvore simboliza o cuidado com o futuro e a união das pessoas.

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NOTÍCIAS

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 17-23, Jul-Ago-Set.2004 21

BRASIL PARTICIPA DE REUNIÃO SOBRE BIOSFERA

21/09/2004 10:05:35

O diretor do Programa Nacional de Áreas Protegidas, Maurício Mercadante, repre-sentou o Ministério do Meio Ambiente na 8ª Reunião da IberoMaB, do Programa o Homem e a Biosfera. O encontro reúniu, de 21 a 24 de setembro, em Assunção, no Paraguai, os dez países membros da Rede IberoMAB para a apresentação dos a-vanços obtidos com o programa.

O Programa O Homem e a Biosfera, que institui as Reservas da Biosfera, foi criado em 1971, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cul-tura (Unesco). Para ser um instrumento de integração da sociedade nos esforços para a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais. O Brasil aderiu ao programa em 1974 e possui hoje seis reservas nos biomas Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Amazônia, que abrangem uma área de aproximadamente 1,3 milhões de km2, 15% do território brasileiro.

O Ministério do Meio Ambiente é o responsável por planejar, coordenar e supervisio-nar as atividades relacionadas ao programa no Brasil, por meio da Secretaria de Bi-odiversidade e Florestas, que preside a Comissão brasileira do Homem e a Biosfera. Em cada Reserva da Biosfera do país existe o Comitê Nacional responsável pela política, diretrizes, definições de metodologias de aprovação dos Planos de Ação e pelas relações oficiais com o Comitê Brasileiro. Existem também os Comitês Esta-duais e os Sub-Comitês que apóiam os governos locais no estabelecimento de polí-ticas públicas relativas as Reservas, além de estratégias para implantá-las, bem co-mo para a difundir os seus conceitos e funções.

As Reservas da Biosfera brasileiras têm tido um importante papel de conservação de ecossistemas representativos, como a Amazônia Central, que possui muitas espé-cies raras e ameaçadas de extinção, e o Cinturão Verde de São Paulo, que abrange porções territoriais da cidade de São Paulo e de mais 73 outros municípios em seu entorno. A missão do Cinturão Verde é a de promover o desenvolvimento harmônico entre as regiões urbanizadas com os seus ecossistemas de entorno. Nele estão si-tuados os mananciais hídricos de abastecimento da cidade e as cabeceiras e afluen-tes dos rios que cortam sua zona urbana. Além disso, as Reservas da Biosfera se integram em outros importantes programas do Ministério para a preservação da na-tureza, como os Corredores Ecológicos e o Programa para a Conservação da Biodi-versidade nos Sítios do Patrimônio Mundial Natural do Brasil, lançado em agosto deste ano.

Fonte: http://www.mma.gov.br/forum/noticias.

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NOTÍCIAS

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CALENDÁRIO DE EVENTOS

SOMAR EXPERIÊNCIAS PARA CRESCER Participe da mais importante Feira e Seminário de Ecoturismo do Brasil. Você vai fazer uma revisão do que foi feito nos últimos dez anos e participar da formatação da Agenda do Ecoturismo no Brasil para os próximos 10. 03 a 05 de Novembro de 2004 Expo Center Norte – São Paulo – Brasil FIECOTUR - Feira Internacional de Ecoturismo 2004 Seminário de Ecoturismo 2004

Realização: Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia - SETAC Brasil

XXII ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA

CAMPO GRANDE - MS 30/10 a 04/11/04

http://www.ufms.br/xxiieae/4

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NOTÍCIAS

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 17-23, Jul-Ago-Set.2004 23

http://www.fiema.com.br/

V FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Encontro da Rede Brasileira de Educação Ambiental De 3 a 6 de novembro de 2004, em Goiânia - GO

Os Fóruns de Educação Ambiental, implementados no início dos anos 1990, são um importante e legítimo espaço presencial de congregação e convivência do coletivo nacional de educadores ambientais do país.

Sua realização é certamente um marco importante na trajetória das redes de EA e em sua participação na construção de sociedades plurais, sustentáveis e democráti-cas.

Venha participar do V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, uma realização da REBEA (Rede Brasileira de Educação Ambiental), DEA/MMA (Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente), COEA/MEC (Coordenação de Educação Ambiental do Ministério da Educação), Governo do Estado de Goiás / Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Prefeitura de Goiânia / Secretaria de Meio Ambiente. http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/vforum/index1.cfm

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CRIATIVIDADE TEMPERANDO O CONHECIMENTO CONCURSO DE FOTOGRAFIA DA III SEMANA DO MEIO AMBIENTE – PUC MINAS BETIM

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 25-29, Jul-Ago-Set.2004

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F.O.T.O.G.R.A.F.I.A.

Capturar a imagem através da fotografia representa uma expressão artística.

Fotografar é a arte de reproduzir, a arte de recriar a criação com os olhos de quem

deseja extrair o belo das pessoas, do ambiente...

É o olhar que chama outro e que transmite o que de mais profundo possa existir na

alma de quem está de um lado e do outro da lente.

É o intercâmbio da vida que se respira, que se vê, que se sente...

Não é uma imagem congelada e fria, mas um momento eternizado e quente... (Adaptação Joelma Escatambulo)

Fotografar é uma atividade nobre que requer conhecimento técnico especiali-

zado e muita sensibilidade. O Concurso de Fotografia da III Semana de Meio Ambi-

ente foi aberto a fotógrafos amadores e avançados. Conforme parâmetros do juri

nomeado pelo curso de Ciências Biológicas com Ênfase em Ciências Ambientais da

PUC Betim foram selecionadas as dez melhores fotografias. Como premiação às

fotos estão divulgadas nesta Edição Especial da Revista Digital e outras serão divul-

gadas em outras edições.

Apreciem...

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CRIATIVIDADE TEMPERANDO O CONHECIMENTO CONCURSO DE FOTOGRAFIA DA III SEMANA DO MEIO AMBIENTE – PUC MINAS BETIM

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Menção Honrosa

Bouganvile

Lucas Lucher Martins

Lucas Lucher Martins, Acadêmico de C. Biológicas PUC Minas Betim. Informações técnicas: filme Fuji ASA 100, v. 1/125, f. 5,6, Macro 105 mm. Foto foi tirada na aula de Documentação em Biologia.

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CRIATIVIDADE TEMPERANDO O CONHECIMENTO CONCURSO DE FOTOGRAFIA DA III SEMANA DO MEIO AMBIENTE – PUC MINAS BETIM

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 25-29, Jul-Ago-Set.2004

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Menção Honrosa

Gota Amarela

Soraia Lobato

Soraia Lobato, Acadêmica de C. Biológicas PUC Minas Betim. Informações técnicas: filme Kodak ASA 100, v. 1/90, f. 19, Macro 100 mm Vivitar, Flash 420 EX, Corpo CANON Kebel 2000. Foto foi tirada na Fazenda Nova Esperança em Sete Lagoas / MG.

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CRIATIVIDADE TEMPERANDO O CONHECIMENTO CONCURSO DE FOTOGRAFIA DA III SEMANA DO MEIO AMBIENTE – PUC MINAS BETIM

SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 25-29, Jul-Ago-Set.2004

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Menção Honrosa

Ciclamem

Eduardo de Paula

Eduardo de Paula, Acadêmico de C. Biológicas PUC Minas Betim. Informações técnicas: filme Fuji ASA 400, v. 1/125, f. 4,8, Macro 105 mm, Tripé. Foto foi tirada No Jardim do edifício do autor da foto..

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS

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CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS DE MORADORES DE UM BAIRRO DE BETIM (MG) SOBRE BEM-ESTAR ANIMAL, CON-TROLE DE ZOONOSES E A ADESÃO AOS PROGRAMAS PÚBLI-COS DE CONTROLE POPULACIONAL DE CÃES.

Maria da Consolação Magalhães Cunha, MSc* Renato Martins Duarte**

Douglas Álvares da Silva***

* Professora do curso de Medicina Veterinária da PUC Minas Betim e técnica de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte / MG

**Acadêmico de Medicina Veterinária da PUC Minas Betim / MG *** Consultor da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte / MG

Introdução Nos últimos 30 anos, o debate sobre bem-estar animal tomou maior dimen-são, caracterizando-se como uma ati-tude social pela proteção dos animais contra sofrimentos desnecessários. O assunto é vasto e divide os adeptos do movimento em diferentes momen-tos de reinvindicações. Grupos mais radicais atuam pela proibição de todo sofrimento animal, inclusive aquele determinado pela pesquisa biomédica, outros defendem a importância da utilização dos animais na pesquisa e produção, desde que garantidos os métodos adequados ao impedimento do sofrimento desnecessário (Paixão, 2001). O tema recebeu do Conselho Federal de Medicina Veterinária atenção es-pecial com a formação em 2001 da Comissão de Ética e Bem-estar Ani-mal (Cebea). A criação e padroniza-ção de conteúdos e cursos de Ética e Bioética na graduação da Medicina Veterinária é prioridade da Instituição (Molento, 2003). A resolução 691 de julho de 2001 delineou o perfil do pro-fissional diplomado incluindo, dentre outros, o compromisso com a defesa da saúde e bem-estar animal, defesa da saúde pública e do bem-estar so-cial a ser comprovado no Exame Na-

cional de Certificação Profissional (CFMV, 2001). Neste contexto, as responsabilidades dos proprietários de animais, das insti-tuições de pesquisa e ensino, das empresas de produtos de origem ani-mal, dos programas de saúde pública e dos profissionais veterinários foram ampliadas. A Associação Mundial de Veterinária (WVA, 1993) orienta a prá-tica das seguintes medidas no trato com os animais: mantê-los livres de fome, sede, desconforto físico, dor, injúrias, doenças, medo, estresse e em condições propícias à manifesta-ção dos padrões comportamentais característicos da espécie. Estes pro-cedimentos foram referendados pela Conferência Mundial de Bem-estar Animal realizada, em 2004, pela Or-ganização Internacional de Epizootia, OMS (OIE, 2004). A disciplina Saúde Pública Veteriná-ria, introduzida no curso de Medicina Veterinária da PUC Minas Betim, no primeiro semestre de 2003, já trazia o tema bem-estar animal em seu plano de ensino, consoante a metodologia proposta pela Pró-Reitoria de Gradu-ação para a institucionalização de Práticas Investigativas na graduação, articulando ensino, pesquisa e exten-são.

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS

32 SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 31-34, Jul-Ago-Set.2004

A proposta de ação interativa com a comunidade foi construída durante as aulas, a partir de avaliação crítica das políticas públicas tradicionais de con-trole de zoonoses, sustentadas no controle populacional de cães e gatos. Posteriormente estimulou-se o estudo de alternativas, dentre elas o progra-ma de posse responsável de animais como estratégia política de bem-estar animal. Compreende-se como posse responsável de animais um conjunto de procedimentos promovidos pelo governo e organizações não-governamentais de proteção animal que visam o controle da população canina e felina através de esteriliza-ção cirúrgicas, além do registro e i-dentificação obrigatória dos animais, uso de guias e coleiras, licença para a posse, proibição de animais soltos nas ruas, obrigatoriedade de vacina-ção anti-rábica e fiscalização pelo po-der público das responsabilidades dos proprietários quanto ao bem-estar a-nimal. Também foram trazidas à sala de aula discussões sobre os modelos adotados no Brasil e em outros paí-ses, associados às atividades de con-trole de zoonoses, trabalhando com a constatação de que as diferenças da densidade populacional de cães er-rantes por região estão interligadas aos aspectos sócioeconomicos de cada grupo populacional de uma mesma cidade (Instituto Pasteur, 2000). No início da década de 70, com o in-tenso aumento de cães errantes, hou-ve necessidade de implantação de medidas efetivas para o controle de sua reprodução – por exemplo, a es-terilização cirúrgica –, como alternati-va à captura e eliminação até então adotadas. Ainda que as medidas tra-dicionais de controle de população permaneçam como necessárias, os serviços públicos de saúde, nos últi-mos anos, incorporaram as políticas

de bem-estar animal em seus proce-dimentos. Objetivos Com a intenção de promover o inte-resse do aluno pela investigação, “com a observação do que ocorre na realidade”, a sua interação com a co-munidade e a elaboração de propos-tas de intervenção para o controle de zoonoses foi planejado um inquérito domiciliar. O inquérito avaliou o co-nhecimento da população sobre as ações de controle de zoonoses do município e o compromisso dos pro-prietários sobre saúde animal, subsi-diando a elaboração de propostas para práticas para o bem-estar ani-mal. A pesquisa abordou conhecimen-tos, atitudes práticas sobre controle de zoonoses e a adesão da popula-ção às políticas públicas de controle populacional de animais. Métodos O trabalho foi realizado na comunida-de onde está inserida a Universidade, o bairro Angola, no município de Be-tim, Região Metropolitana de Belo Ho-rizonte, que conta com 3.395 habitan-tes (IBGE, 2000). Para conhecer a realidade do tema no município, os alunos formaram um questionário semi-estruturado com 32 perguntas que abordava questões sobre os animais existentes no domi-cílio (número, sexo, raça, idade, nú-mero de gestações, doenças preva-lentes, cuidados adotados pelo pro-prietário, condição de domiciliação, existência de abrigos e suas condi-cões de higiene), sobre o proprietário (idade do responsável, escolaridade, condições de moradia) e o conheci-mento sobre posse responsável de animais.

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TROCA DE EXPERIÊNCIAS

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Os questionários foram aplicados por amostragem em moradores da região. Para o cálculo de amostra foi utilizado a população do bairro, a estimativa de conhecimento sobre o tema de 20%, um intervalo de confiança de 95% e de um erro de 0,05. Um total de 31 moradores foi escolhido a partir do quarteirão sorteado e dentro deste, a casa sorteada. Somente um questio-nário não foi respondido. Os questio-nários foram testados antes de sua aplicação. Os alunos receberam trei-namento para localização no campo (reconhecimento geográfico com ma-pas fornecidos pelo Centro de Contro-le de Zoonoses da Secretaria Munici-pal de Saúde de Betim) e aplicação da entrevista. Resultados Foram registrados 63 animais, 52 cães (82,5%) sendo 50% de machos e 9 gatos (14,5%) com 33,3% de ma-chos. Não foi possível identificar a espécie animal em dois registros. A idade média dos cães foi de 3,9 anos, com máxima de 12 anos e mínima de 2 meses. Houve um predomínio de cães sem raça definida (59,6%). Ne-nhum dos 30 questionários relatou a ocorrência de zoonoses, 23 (76,6%) proprietários responderam sobre a produção de filhotes e, destes, 17 (73,9%) informaram que seus animais nunca tiveram crias, apesar de ape-nas um cão (1,6%) ser castrado. So-bre 4 animais (6,4%) não foi possível obter resposta da condição reproduti-va. A cobertura vacinal para raiva foi de 62,5%, sob responsabilidade do Centro de Controle de Zoonoses do município. Sete proprietários (23,3%) não souberam informar sobre o esta-do vacinal de seus animais. Sobre o conhecimento do Programa de Posse Responsável de Animais (PPRA), foram obtidos 29 registros.

Destes, 14 entrevistados (48,3%) dis-seram não conhecer o programa. In-dagados sobre a sua possível adesão ao PPRA, após esclarecimento sobre os subprogramas do projeto (dentre eles, a esterilização cirúrgica), as se-guintes respostas foram obtidas: 18 (60%) proprietários aceitariam esterili-zar seus animais, 12 (40%) são con-trários à medida. Os motivos da opo-sição foram categorizados: dois mo-radores (16,6%) não compreenderam o significado do PPRA e não respon-deram; 4 (33,3%) não esterilizariam seus animais por respeito a eles; 4 (33,3%) justifica que seus animais nunca saem à rua; um proprietário (8,3%) temia que após a esterilização seus animais se tornassem obesos. Um último justificou sua oposição de-vido a condição de macho do seu a-nimal. Conclusão Ao avaliar com os alunos o desempe-nho de campo foi possível identificar a mobilização para o trabalho na identi-ficação da área, a parceria estabele-cida entre os colegas para a realiza-ção das visitas, a interação dos estu-dantes com a população visitada. A-pós a visita dos alunos aos domicílios, o professor fez uma supervisão indire-ta em 10% dos entrevistados e não registrou queixas sobre o desempe-nho dos entrevistadores. Foi possível concluir que a população do município não tem conhecimento sobre o PPRA e que não há mobiliza-çao para a mudança de hábito dos proprietários. Observa-se que o con-ceito de bem-estar animal não está incorporado à cultura da população. Dentre aqueles entrevistados que manifestaram respeito aos seus ani-mais, foi possível identificar compor-tamentos preconceituosos sobre a esterilização cirúrgica (medo, obesi-

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dade, desrespeito à “natureza do ani-mal”). A cobertura vacinal verificada foi inferior à média da Região Metro-politana de Belo Horizonte (80%). A divulgação das medidas de controle de zoonoses e de posse responsável de animais carece de maior empenho do poder público, dos profissionais de saúde e de todos os grupos comunitá-rios interessados na questão. Os resultados dessa pesquisa servi-rão para orientar as autoridades sani-tárias quanto ao perfil dos proprietá-rios, seus conhecimentos e interesses em adotar alternativas de controle populacional. Pesquisas mais abran-gentes poderão se desenvolver para a construção de políticas integradas de controle de zoonoses e atividades de posse responsável de animais. A atividade realizada correspondeu à proposta pedagógica da disciplina, demonstrando ser viável a implemen-tação de práticas de investigação,

mesmo que simplificadas, nas rotinas de aulas tradicionamente teóricas. Referências bibliográficas PAIXÃO, R.L., 2001. Experimentação animal: razões e emoções para uma ética. Rio de Janeiro: Fiocruz. MOLENTO, C.F.M., 2003. Medicina Veterinária e bem-estar animal. Revis-ta do CFMV, 28-29:15-20 Conselho Federal de Medicina Veteri-nária, 2001. Portaria 691 de 25 de julho de 2001, Brasília: CFMV. World Veterinary Association, 1993. WVA Policy on Animal Welfare, Well-Being and Ecology. World Veterinary Association Bulletin, 10:5-10 World Organization for Animal Health (WOAH), 2004. Global Conference on Animal Welfare Iniciative - Proceed-ings. Paris, WOAH.

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ARTIGO

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COEVOLUÇÃO DE PLANTAS E FUNGOS PATOGÊNICOS

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Camila F. B. de Oliveira* Daniela Cristina Diniz*

Isabella S. Martins* Max Mansur*

Dra. Alessandra Pereira Simonini Gomes** Juliana de Lima Passos Resende, MSc***

*Acadêmico de Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais da PUC Minas Betim

** Professora da disciplina de Parasitologia do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas Betim *** Professora da disciplina de Biologia de Criptógamas e Talófitas do curso de Ciências Biológicas

da PUC Minas Betim

Resumo Esta revisão discute sobre a coevolução de plantas e fungos que causam patogenias. Essa coevolu-ção é observada em ambientes naturais e, principalmente, nos ambientes agrícolas, onde os melho-ristas têm desenvolvido novas variedades de plantas e onde observa-se que os patógenos também estão desenvolvendo novas raças. O sistema gene-a-gene explica a evolução das plantas e dos patógenos conforme vão aparecendo novas mutações no melhoramento genético de plantas usado na agricultura. Os mecanismos genéticos serão brevemente discutidos; entretanto, dar-se-á mais ênfase ao papel da agricultura na coevolução de plantas e fungos patogênicos. Palavras-chave: evolução, resistência, melhoramento de plantas, patógeno, hospedeiro, agricultura, gene-a-gene. Introdução A relação entre fungos e plantas sempre foi de muito interesse para agricultores de todo o mundo. Os fungos patogênicos, geralmente esta-belecem parasitismo nas plantas, sendo motivo de desastrosas conse-qüências como prejuízos econômicos e, até mesmo, a fome. Graças ao advento do melhoramento de plantas, a agricultura brasileira continua sendo um dos principais rendimentos da economia do país. O melhoramento genético visa a resis-tência de plantas às moléstias e é uma maneira eficiente, simples e de reduzido impacto na natureza. Entretanto, de acordo com Galli (1978), em quase todas as culturas,

quase tão velozmente quanto os me-lhoristas desenvolviam novas varie-dades, mais resistentes, os patóge-nos desenvolviam novas raças, mais virulentas, tornado necessárias varie-dades ainda mais novas, fazendo com que o programa de melhoramen-to visando resistência à doenças se constituísse num ciclo sem fim. Para definir essas adaptações recíprocas entre plantas e fungos usamos o ter-mo coevolução. A monocultura, desenvolvida pelo homem, exerce uma pressão contí-nua para que a coevolução aconteça, pois os fungos terão que desenvolver especializações que os capacitem a parasitar as plantas, até então, resis-tentes à esses agentes patogênicos.

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A coevolução em patossistemas agrí-colas atuais deve ser encarada de uma maneira ligeiramente diferente daquela que ocorre em patossistemas naturais. Em ecossistemas agrícolas os melhoristas controlam metade da interação coevolutiva, uma vez que eles é que determinam quais os ge-nes de resistência que estão presen-tes na planta hospedeira. No entanto, uma vez que a população de patóge-nos é forçada a responder a qualquer mudança feita na população hospe-deira, a evolução da população pato-gênica é provavelmente o reflexo da evolução dos hospedeiros cultivados, dirigida pelo homem (BARBIERI e CARVALHO, 2001). Interação Patógeno-hospedeiro na Coevolução As plantas exibem resistência natural ao ataque dos patógenos e a ocor-rência de moléstias é mais a exceção do que a regra (MATIELLO el al, 1997). Os mecanismos de resistência das plantas atuam na proteção contra a penetração do fungo, funcionando como barreira passiva uma vez que esses mecanismos não são provo-cados como resposta à um ataque, mas sim por adaptações criadas ao longo da sua evolução. Essas barrei-ras podem ser mecânicas (pilosidade e cerosidade da epiderme da planta) e químicas (cutina, géis e tiloses, car-boidratos, etc.). Ultrapassada a barreira que se ante-põe à penetração, o patógeno entra em contato direto com as células do hospedeiro, estabelecendo-se uma interação essencialmente fisiológica. É só então que se define, mais com base nas atividades fisiológicas do que em barreiras mecânicas, se o patógeno consegue causar doença ou se o hospedeiro consegue neutra-

lizar a ação do patógeno (GAL-LI,1978). Um fungo patogênico com gene de avirulência não consegue expressar sinais de doença em uma planta hos-pedeira se esta apresentar um gene de resistência apropriado. A resposta de defesa, que evita a infecção, se dá a partir do momento em que a planta ‘reconhece’ um particular produto do patógeno controlado pelo gene de avirulência e responde ao ataque a-través da indução de proteínas de defesa (Imunologia Vegetal). Segundo Keen (1990), a percepção do ataque pela planta abrange um grupo de moléculas chamadas "elici-tor". No entanto, se a planta não a-presentar um gene de resistência que corresponda ao gene avirulento do fungo, esse poderá se expressar de forma virulenta causando patogenia na planta. A coevolução é explicada por Mc Donald et al., (1996), (apud Barbieri e Carvalho, 2001) quando afirma-se que a composição genética da popu-lação hospedeira é o determinante primário da estrutura genética de uma população patogênica corresponden-te. Essa afirmação pode ser compro-vada se observado um tempo de vida finito de plantas resistentes na agri-cultura. Isso se deve ao fato de que os genótipos hospedeiros resistentes estimulam a população patogênica a aumentar rapidamente seus genes de virulência correspondentes, até que estes ultrapassem os genes de resis-tência em quantidade tornando-os inativos. A Hipótese Gene-a-gene A hipótese gene-a-gene foi proposta por H. H. Flor, em 1942, após intensi-vas pesquisas a respeito da herança

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da resistência e da virulência no sis-tema linho-Melampsora lini. A conclu-são a que chegou Flor, com base em cruzamentos diversos efetuados entre variedades resistentes e suscetíveis pelo lado do hospedeiro e entre raças virulentas e avirulentas pelo lado do patógeno, foi em favor de uma com-plementaridade entre genes de resis-tência e genes de virulência. Em ou-tras palavras, para cada gene de re-sistência no hospedeiro existe um gene complementar de virulência no patógeno e vice-versa (GALLI, 1978). De acordo com Thompsom e Burdon (1992), o modelo gene-a-gene é de extrema importância para o estudo da evolução da resistência de parasitas em plantas. Assim, a hipótese gene-a-gene expli-ca a guerra genética entre melhoris-tas de plantas e fungos patogênicos que se desenvolvem para parasitar. A Agricultura e a Coevolução A agricultura tem um papel muito im-portante na evolução de fungos, uma vez que a exportação e importação de sementes e plantas, o melhora-mento de plantas, a monocultura, fa-vorecem a disseminação e o desen-volvimento deste patógeno. Segundo Barbieri e Carvalho (2001), o local onde uma moléstia é percebi-da pela primeira vez não é necessari-amente um indicativo do seu local de origem. Isso porque o patógeno pode estar sendo transportado de uma re-gião endêmica para um local até en-tão "sadio". A quarentena, período em que um produto agrícola importado é avaliado a fim de se pesquisar a presença de moléstias, é uma precaução tomada

pelo Ministério da Agricultura do Bra-sil. Para se ter uma idéia da facilidade de disseminação de fungos entre cultiva-res, Resende et al. (2000), relata em seu artigo, que o fungo Crinipellis perniciosa, proveniente de um cipó (Heteropterys acutifolia ) de Minas Gerais, não apresenta nenhuma dife-rença morfológica entre isolado de C. perniciosa de cacaueiros da Bahia. Existem várias hipóteses, mas ne-nhuma explica como este fungo tem encontrado novos hospedeiros e co-mo conseguiram penetrar nas planta-ções de cacaueiro no sul da Bahia no final da década de 80 causando a moléstia da vassoura-de-bruxa do cacaueiro. O patógeno proveniente de um hos-pedeiro pode "saltar" para um outro hospedeiro através de especializa-ções patogênicas, se esta espécie for susceptível a ele. É o que Martins e Amorim (1999), abordam em seu ar-tigo. Segundo estes autores, os fun-gos causadores de ferrugem são pa-rasitas altamente especializados, po-dendo apresentar formae speciales e diferentes raças dentro de uma mes-ma espécie. Carton, (1988), citado por Martins e Amorim, (1999), afirma que esta especialização é fruto da coevolução entre patógeno e hospe-deiro. Esses autores relatam que, embora haja diferenças morfológicas do fungo Tranzschelia discolor cole-tado de folhas de pessegueiro, amei-xa e nectarina, elas não impedem que um fungo de pessegueiro infecte por exemplo, a folha de nectarina. São necessárias, então, informações sobre a variabilidade patogênica de fungos, a fim de se utilizar cultivares mais resistentes, pois a versatilidade desses fungos patogênicos em adap-tar-se a novos hospedeiros tem ven-

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cido vários métodos de plantio. É aí, que entram os melhoristas introduzin-do genes de resistência nas plantas e lutando para reduzirem a probabilida-de dos patógenos sofrerem mutações vantajosas ou conseguirem por re-combinação reunir genes que possibi-litem uma infecção vitoriosa nas plan-tas. Genes de resistência Entre as várias estratégias de contro-le de enfermidades em plantas culti-vadas, o uso de variedades resisten-tes a patógenos consiste no método de escolha, por ser simples e eficien-te, com baixo custo de utilização e reduzido impacto ambiental em rela-ção aplicação de agroquímicos (F I-GUEIRA, 2000). Silva e Matsuoka (1998), pequisaram o desenvolvimento de hifas de Crini-pellis perniciosa em cacaueiros não- resistentes e cacaueiros resistentes. Essas plantas foram inoculadas com basidiósporos em diferentes momen-tos em que se desenvolviam com in-tensidades diferentes nas progênies de cacaueiros. A colonização de hifas era mais lenta e menos intensa nas progênies resistentes do que nas susceptíveis, além de se apresenta-rem menos espessas nas plantas re-sistentes. Pesquisas como essa estão sendo feitas por vários melhoristas com in-tuito de isolarem genes de resistên-cias e, de acordo com os resultados obtidos, avaliarem o desempenho do fungo. Nessa pesquisa citada, o fun-go conseguiu, mesmo que em menor intensidade, atacar o cacaueiro resis-tente, mostrando que essa progênie não estava eficiente para ser cultiva-da.

De acordo com Figueira (2000), a eficiência na introdução de genes de resistência, derivada, principalmente, de genótipos silvestres ou de espé-cies aparentadas (doadores) é limita-da pela necessidade de cruzamento, seguido de retro-cruzamento e/ou autofecundações, com seleção para resistência nas progênies, acompa-nhada pela recuperação das caracte-rísticas originais desejáveis do geni-tor-receptor. Essa estratégia é longa, trabalhosa e intensiva, necessitando seleção constante e simultânea para as várias características de interesse. Com o intuito de analisar a baixa pro-dutividade na cultura do feijoeiro no Brasil, foram testados em Minas Ge-rais Uromyces appendiculatus (cau-sador da ferrugem) e Phaeoisariopsis griseola (causador da mancha-angular) inoculando-os em cultivares de feijoeiro-comum, no total de 10 ensaios. Ao analisar os ensaios ob-servando as doenças da mancha- angular e ferrugem nas culturas, ob-servou-se a suscetibilidade das culti-vares na grande maioria dos ensaios. Um dos grandes motivos responsá-veis pelo índice insatisfatório de resis-tência de cultivares de feijoeiro em Minas Gerais é a grande variabilidade de espécies de fungos causadores dessas enfermidades, pois, esta vari-abilidade tem como conseqüência a quebra de genes de resistência a ca-da safra, podendo assim um cultivar ser resistente em uma safra determi-nada e a mesma cultivar ser suscetí-vel em outra safra (FALEIRO et al, 2001). Segundo Corrêa et al (2000) os mar-cadores moleculares para a doença da mancha-angular ainda são insufi-cientes para monitorar todo os genes de resistência do feijoeiro. Portanto um estudo realizado objetivou-se no trabalho de identificá-los esses mar-

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cadores para um possível melhora-mento desses cultivares. Para identi-ficá-los, amostras de DNA dos genito-res foram extraídos de acordo com a metodologia de Doyle e Doyle e o material padrão do DNA das plantas resistentes foram amplificadas pela técnica de RAPD ( Random Amplified Polymorphic DNA). O estudo verificou que a herança de resistência à man-cha-angular têm revelado a existência de alguns genes dominantes e outros recessivos, vindos de variadas fontes de resistência. Com relação a estudos feitos em mo-léstia da ferrugem, observou-se a de-tecção do gene Lr13 de resistência à ferrugem da folha em plântulas de trigo. Esse estudo que foi realizado pela Embrapa é de grande importân-cia para o melhoramento desse vege-tal pois só havia se observado em estudos a expressão desse gene em plantas adultas. Esse processo de análise foi feito mediante um isolado específico de Puccina triticina, avali-ando os genótipos do trigo, inoculan-do no vegetal os genes específicos de P.triticina e incubando nas tempe-raturas adequadas (ZOLDAN et al, 2000). Polimorfismo cromossômico e va-riabilidade do fungo O polimorfismo cromossômico (PCr) já foi observado em variados seres vivos. É relatado que em vegetais se observa, em alguns casos, a variabili-dade do PCr. Estudiosos não consi-deram o causador da variabilidade em fungos, o PCr, pois os cromosso-mos dos fungos são muito pequenos e há dificuldade de estudá-los, apesar de atualmente haver maiores estudos nessas áreas. Nesses estudos é utili-zado a técnica de eletroforese de campo pulsado, que separa molécu-las grandes de DNA e os determina

comparando com moléculas de tama-nhos já definidos. Através do estudo do PCr existem trabalhos onde se analisa a patogenicidade e a citologia de vários fungos. Esse polimorfismo pode causar modificações em cro-mossomos que podem alterar no fe-nótipo do fungo. (ROCA et al, 1999) Conclusão A técnica de melhoramento genético em plantas tem evitado o uso de fun-gicidas e garantido a qualidade dos produtos agrícolas. É essencial, po-rém, que esses genes de resistência tenham eficiência o bastante para retardar a evolução dos fungos por um bom tempo, tornando o investi-mento econômico compensatório. A evolução do fungo nada mais é que a sua luta pela sobrevivência, uma tendência ao equilíbrio, visto que es-se patógeno terá que se adaptar para parasitar o hospedeiro. O manejo genético de plantas, na maioria das vezes, faz com que a po-pulação patogênica se adapte através de mutações em um ritmo muito ace-lerado. Alguns cuidados devem ser tomados, como a quarentena de grãos importados, a utilização de vá-rios e diferentes genes de resistência simultaneamente, o cuidado de não plantar em áreas endêmicas, a diver-sificação de genes de resistência temporariamente, etc. Mesmo saben-do da eficiência do fungo nas suas especializações patogênicas, cultivar misturas variadas na lavoura, também é um método de precaução. Convém lembrar que a tendência ao equilíbrio é permanente e que se o homem desenvolve uma planta gene-ticamente, o fungo também se de-senvolverá, bastando para isso, so-mente tempo. A coevolução será

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sempre um ciclo sem fim que inde-pende da vontade do homem e que sempre obedecerá às vontades da natureza. Referências bibliográficas BABIERI, Rosa L.; CARVALHO, Fer-nando I. F. Coevolução de Plantas e Fungos Patógenos. Revista Brasilei-ra de Agrociência, Pelotas-RS, V.7, n.2, p.79-83, maio-agosto. 2001. CORREA, Ronan et al. Herança de resistência à mancha-angular do feijoeiro e identificação de marca-dores moleculares flanqueando o loco de resistência. Revista de Fito-patologia Brasileira. 26 (1), março. 2001. FALEIRO, Fábio et al. Resistência de cultivares de feijoeiro-comum à ferrugem e a mancha-angular em condições de casa de vegetação. Revista de fitopatologia Brasileira. 26 (1), março. 2001. FIGUEIRA, Antônio. Progresso na Caracterização Molecular de Plan-tas Resistentes; Genes e Marcado-res. Revista de Fitopatologia Brasilei-ra. 25 (suplemento), agosto 2000. GALLI, Ferdinando et al. Manual de Fitopatologia. 2. ed. São Paulo: A-gronômia "Ceres" Ltda, 1978. 373p. KEEN, N.T. Gene-for-gene comple-mentarity in plant-pathogen intera-tions. Annual Review Genetics, Palo Alto, v.24,p.447-463, 1990.

MARTINS, Marise; AMORIM, Lililan. Caracterização morfológica e es-pecialização patogênica de Tranzs-chelia discolor em diferentes espé-cies de Prunus. Revista de Fitopato-logia Brasileira. 25 (1), março. 1999. MATIELLO, Rodrigo R. et al. Resis-tência de Plantas a Moléstias Fún-gicas, Revista Ciência Rural, Santa Maria, V.27, n.1, p.161-168, 1997. RESENDE, Mário Lúcio. et al. Crini-pellis perniciosa Proveniente de um Novo Hospedeiro, Heteropterys acutifolia , É Patogênico ao Cacauei-ro. Revista de Fitopatologia Brasileira, Brasília-DF, 25 (10), março, 2000. ROCA et al. Polimorfismo cromos-sômico como fonte de variabilida-de na relação patógeno-hospedeiro. Universidade Federal de Lavras/MG. SILVA, Stela; MATSUOKA, Kiyoshi. Histolgia da interação Crinipellis perniciosa em cacaueiro suscetível e resistência à vassoura-de-bruxa. Revista de Fitopatologia Brasileira. 24 (1), março. 1999. THOMPSON, Jonh; BURDON, Jer-emy. Gene-for-gene coevolution between plants and parasites. Re-vista Nature, London, vol. 360. pag. 121-125. Novembro de 1992. ZOLDAN, Sandra et al. Detecção do gene Lr 13 de resistência à ferru-gem da folha em plântulas de trigo. Revista de Fitopatologia Brasileira. 25 (3), setembro. 2000.

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FUNGOS PRODUTORES DE ANTIBIÓTICOS E IMUNOSSUPRESSORES

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Aline Cristina Soares da Silva* Camila Elias Mayrink*

Cecília Lima de Souza* Gabriela de Castro Nogueira Soares*

Luciana da Silva Carlos* Dra. Alessandra Pereira Simonini Gomes**

Juliana de Lima Passos Rezende***

*Acadêmico de Ciências Biológicas com ênfase em Ciências Ambientais da PUC Minas Betim ** Professora da disciplina de Parasitologia do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas Betim

*** Professora da disciplina de Biologia de Criptógamas e Talófitas do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas Betim

Resumo

Os fungos são importantes microrganismos, essencialmente terrestres. Estima-se que existam em torno de um milhão e quinhentas mil espécies de fungos espalhadas pelo mundo, mas apenas cerca de 70.000 espécies de fungos foram até hoje descritas, ou seja, menos de 5% das possivelmente existentes. As espécies conhecidas são de grande importância, pois entram na fabricação de alimen-tos, fármacos e inúmeros outros produtos. O uso comercial dos fungos na indústria tem sido bastante difundido devido à produção de antibióticos, incluindo a penicilina e a cefalosporina, substâncias lar-gamente utilizadas. Pasteur e Joubert foram os primeiros a reconhecerem o potencial clínico dos produtos microbianos como agentes terapêuticos, e outros pesquisadores contribuíram com pesqui-sas sobre o potencial de ação e farmacologia dos antibióticos. A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marco no desenvolvimento de drogas com eficácia sobre protozoários de importância em saúde pública, como a malária, o que justifica a relevância deste trabalho.

INTRODUÇÃO O interesse do homem pelos fungos vem desde a Grécia e Roma, em sua eterna busca por alimento. Logo se descobriu que eles eram uma nova fonte de alimentação, porém vários envenenamentos acidentais ocorreram e estes fungos venenosos receberam o nome de "fermento venenoso da ter-ra". O estudo mais aprofundado desses "fermentos" só se desenvolveu com a invenção do microscópio e com o ad-vento da imprensa na Idade Média,

onde os Herbals (periódicos médicos e naturalistas da época) começaram a ser publicados, seguidos pelo primeiro livro dedicado somente aos fungos , Theatrum fungorum of Het Tooneel der campernoelien , em 1675 (MORAES et al, 2003). Os fungos, também chamados de bo-lores, mofos ou cogumelos, estão in-terferindo constantemente nas nossas atividades diárias. Eles são tão impor-tantes que hoje constituem um reino à parte, lado a lado com os reinos vege-tal e animal. Fica difícil definir os fun-gos tal é a sua diversidade. No entan-

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to, eles possuem algumas característi-cas em que os distinguem dos outros seres vivos (AZEVEDO, 2003). Os fungos são essencialmente terres-tres. Embora muitos fungos sejam uni-celulares, a maioria é filamentosa, e estruturas tais como as dos cogumelos consistem em muitos filamentos den-samente unidos. Os filamentos dos fungos são conhecidos como hifas, e ao conjunto de hifas chamamos de micélio. Todos os fungos têm parede celular. A parede celular das plantas e de muitos protistas constitui-se de mi-crofibrilas de celulose, que são inter-penetradas por uma matriz de molécu-las não celulósicas, tais como hemice-luloses e dos fungos. Os fungos se reproduzem por meio da formação de esporos que são formados sexuada ou assexuadamente (RAVEN, 2002). Estima-se que existam pelo menos um milhão e quinhentas mil espécies de fungos espalhadas pelo mundo. Isso é muito mais do que todas as espécies vegetais e animais somados, excluin-do-se os insetos. E por inc rível que pareça, apenas cerca de 70.000 espé-cies de fungos foram até hoje descri-tas, ou seja, menos de 5% das possi-velmente existentes. Se entre esses cinco por cento de espécies, já exis-tem muitas de grande importância, como as que entram na fabricação de alimentos, incluindo bebidas, de ácidos orgânicos, de fármacos e inúmeros outros produtos, pode-se imaginar o que se espera com a descoberta de novas espécies com distintas proprie-dades potencialmente de valor biotec-nológico (AZEVEDO, 2003). O uso comercial dos fungos na indús-tria está crescendo e muitos antibióti-cos incluindo a penicilina e cefalospo-rina, são as primeiras de tais substân-

cias a serem la rgamente utilizadas, são produzidas por fungos. A definição do termo inicial foi propos-to proposto por Vuillemin em 1889 era "antibiose" e que definia o antagonis-mo dos seres vivos em geral. O nome antibiótico foi primeiramente usado por Waksman em 1942, meio século após Vuillemin, e deu uma redefinição ne-cessária como substância produzida por microorganismos (bactérias, fun-gos, actinomicetos), antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros microorganismo em altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo (é necessário que isto seja dito para ex-cluirmos substâncias que quando pu-ras tem uma potente ação antimicrobi-ana como certos produtos metabólicos como os ácidos orgânicos, peróxido de hidrogênio e o álcool). Alguns autores dividem toda essa his-tória em 3 grandes eras. A primeira, conhecida também como a era dos alcalóides, data de 1619 de onde pro-vém os primeiros registros do sucesso do tratamento da malária com extrato de cinchona e do tratamento da disen-teria amebiana com raiz de ipecacua-nha. Durante muito tempo esses extra-tos e seus derivados (alcalóides, qui-nino e a emetina) formaram um grupo único de recursos terapêuticos conhe-cidos. Em meados de 1860, Joseph Lister foi o primeiro cientista a estudar o efeito inibitório de substâncias químicas so-bre as bactérias e aplicar seus conhe-cimentos diretamente na medicina. Lister usou fenol para esterilizar ins-trumentos cirúrgicos com importante diminuição nas taxas de morbidade e mortalidade associadas à cirurgia. Al-guns autores dizem que esse evento marcou o surgimento da era antimicro-biana. Estudando tais efeitos, Pasteur

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e Joubert foram os primeiros a reco-nhecerem o potencial clínico dos pro-dutos microbianos como agentes tera-pêuticos em 1877. Eles observaram que o bacilo anthrax crescia rapida-mente quando inoculado em urina es-téril mas parava de se multiplicar e morria se qualquer simples bactéria da ar fosse inoculada junto com o bacilo ou após ele na mesma urina. Czech, Honl e Bukovsky em 1889 fize-ram uso local de extrato da bactéria Pseudomona aeruginosa que era um excelente produto conhecido como "piocianase" comercializado por muitos anos. Outros pesquisadores usaram extratos de Penicillium e Aspergillus, os quais continham, provavelmente, pequenas quantidades de antibióticos que produziam efeitos locais e transitó-rios. A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marcada pela descoberta do salvarsan por Paul Ehr-lich (Alemanha) em 1909 para o trata-mento de tripanossomas e outros pro-tozoários. Em 1910 Ehrlich testou o 606º composto arsênico e viu que ele era ativo contra o treponema causador da sífilis. Os treponemas não eram considerados bactérias, mas uma classe a parte. Esse composto foi u-sado como tratamento da sífilis até 1940 quando foi substituído pela peni-cilina. Na época imperava um pensa-mento: os protozoários eram susceptí-veis às drogas e as bactérias não. A idéia apresentada à pouco foi abando-nada com a descoberta e o uso do Prontosil. O Prontosil é uma sulfona-mida que foi sintetizada por Klarer e Meitzsch em 1932. Seus efeitos e re-sultados foram descritos por Gerhard Domagk, o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1938.

A penicilina já havia sido sintetizada por Alexander Fleming em 1929, mas seu potencial não havia sido explorado devido à sua labilidade. O livro de Ha-re intitulado "O Nascimento da Penici-lina" ("The Birth of Penicilin") descreve muito bem como Fleming descobriu a penicilina em 1928. Os escritos origi-nais de Fleming atribuem o uso da pe-nicilina em meios de cultura para su-primir os crescimento da flora oral e facilitar o isolamento do Haemophilus influenzae. A corrida para as sulfona-midas havia começado, sediada na Alemanha e anunciada em 1935. Quando o efeito curativo da sulfonami-da foi demonstrado em ratos, iniciou-se estudos em pacientes com erisipela e outras infecções (SERRA), a terceira era, conhecida como a era moderna dos antibióticos, foi marcada pelo con-trole das infecções por estreptococos e pneumococos com o uso que já vinha sendo feito das sulfonamidas. Alguns autores marcam a entrada dessa era com o início do uso clínico das sulfo-namida em 1936. No final da década de 1940 apareceram as resistências de estreptococos hemolíticos, gonoco-cos e pneumococos à sulfonamida. Após uns 20 anos, os meningococos também tornaram-se resistentes à sul-fonamida. Essa era é a que perdura até hoje e a mais ampla de ser relata-da. Alguns autores mencionam como o início da terceira era sendo em 1940 com os primeiros relatos sobre as pro-priedades do extrato de Penicillium notatum (hoje conhecida como penici-lina) feitos em Oxford por Chain e seus colaboradores que haviam mostrado grande interesse pela descoberta feita por Fleming em 1929. Após sua sínte-se e estudos, começou a ser produzi-da pela "School of Patology at Oxford", porém quando administradas em seres humanos com infecções, era rapida-

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mente excretada, necessitando de no-vas administrações. A produção de Oxford era insuficiente. Sendo assim, uma maneira para manter o suprimen-to da substância era reaproveitá-la na urina dos pacientes, isolando-a e ad-ministrando-a novamente a esses ou a outros doentes. Mostraram que a peni-cilina curava infecções estreptocócicas e estafilocócicas em ratos e o sucesso com o uso em humanos foi verificado rapidamente. Alguns anos mais tarde haveria a completa purificação da pe-nicilina. Dois eventos importantes ocorreram em meados de 1950 levando ao de-senvolvimento de penicilinas semi-sintéticas. Primeiro, foi conseguida a total síntese do ácido 6-aminopenicilânico (6APA). Segundo, Rolinson e seus colaboradores mostra-ram que muitas bactérias produziam acilases capazes de quebrar 6APA da benzilpenicilina. Em 1945 Edward Abraham e seus co-legas da Universidade de Oxford estu-daram o fungo de Brotzu Cephalospo-rium acremonium isolando desta cepa o terceiro antibiótico conhecido: cefa-losporina C. A cefalosporina C era es-tável na presença da penicilinase pro-duzida pelos estafilococos (SERRA). A penicilina tem ação em grande vari-edade de doenças causadas por bac-térias, incluindo pneumonia, escarlati-na, sífilis, gonorréia, difteria e febre reumática (RAVEN, 2002). Em 1990, Becky cita a dificuldade de controlar infecções neumocócica em pacientes com anemia falciforme, a penicilina é utilizada no tratamento de tal infecção, matando a bactéria antes da infecção generalizada.

Existe evidência de que o início preco-ce do tratamento com penicilina reduz a letalidade da leptospirose e de que a quimioprofilaxia é eficaz em pessoas expostas às fontes de infecção, o uso de penicilina não é benéfico em paci-ente com leptospirose quando iniciado com pelo menos quatro dias após o início dos sintomas. Portanto, maior atenção deve ser dada à prevenção e ao inicio mais precoce do tratamento da leptospirose. Um estudo feito por Daher e Nogueira em 2000, relacionou uso de penicilina no tratamento para recuperação de insuficiência renal aguda em pacientes com leptospirose grave, provou-se que a penicilina não muda o curso da do-ença. A resistência bacteriana tem emergido como um problema mundialmente im-portante, fazendo com que muitas classes de antimicrobianos tenham se tornado menos efetiva nos últimos a-nos. Algumas vezes, parte da emer-gência de resistência está relacionada ao uso intensivo ou inadequado des-ses compostos, ocasionando a sele-ção de patógenos resistentes. Pacien-tes infectados por bactérias resistentes necessitam de maior tempo de hospi-talização, apresentam risco aumenta-do de mortalidade e utilizam antimicro-bianos mais potentes, que normalmen-te são mais caros e/ou mais tóxicos. Esses fatores têm motivado a busca por drogas cada vez mais potentes e estáveis aos mecanismos de resistên-cia bacteriana. Muitas vezes, modifica-ções estruturais são realizadas nas moléculas de antimicrobianos já utili-zados na prática clínica para que esse objetivo seja alcançado. A proposta do estudo feito por Gales et al., foi a ava-liação da atividade in vitro de novos antimicrobianos da classe das fluoro-quinolonas, das cefalosporinas e dos carbapenens contra bactérias gram-

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negativas. As novas drogas apresenta-ram, em geral, melhor atividade in vitro do que drogas da mesma classe já utilizadas na prática clínica. Durante vários anos, os pneumococos foram uniformemente suscetíveis à penicilina G, com valores de MIC < 0,1µg/mL. Entretanto, nos últimos 20 anos, um número cada vez maior de isolados relativamente resistentes à penicilina tem sido relatado. Dentre os principais patógenos isolados em in-fecções do trato respiratório superior, destacamos o Streptococcus pyoge-nes, Streptococcus pneumoniae, Ha-emophilus influenzae e Moraxella ca-tarrhalis. Embora grande parte das infecções do trato respiratório seja de etiologia viral, o Streptococcus pneu-moniae continua sendo uma das prin-cipais causas de pneumonia em adul-tos (Mendes, 1997). O sucesso das cefalosporinas de 3a geração tem sido limitado pela rápida evolução das alfa - lactamases. Modi-ficações sintéticas têm sido realizadas com o objetivo de propiciar um espec-tro de ação mais balanceado e com maior estabilidade contra a ação das alfa - lactamases. O resultado dessas pesquisas foi o surgimento de uma nova geração de cefalosporinas, as cefalosporinas de 4a geração. A cefe-pima é uma representante dessa nova geração de cefalosporinas (GALES et al.,1997). O estudo de Medeiros em 1999 sugere que a cefepima é seguro e efetivo no tratamento de pneumonia grave em pacientes hospitalizados. Um dos compostos derivados dos fun-gos é a ciclosporina, uma droga mara-vilhosa, isolada do fungo Tolypocladi-um inflatum, habitante do solo. A ci-closporina suprime as reações imuno-

lógicas que causam rejeição de órgãos transplantados, reduzindo a probabili-dade de rejeição, com a vantagem de não apresentar os efeitos colaterais indesejáveis de outras drogas usadas para esse fim. A ciclosporina tornou-se disponível em 1979, possibilitando o retorno às atividades de transplante anteriormente abandonadas (RAVEN, 2002). A principal ação da ciclosporina con-siste na supressão da produção de linfocinas pelas células Ta, pela interfe-rência com a ativação dos genes da linfocina e, direta ou indiretamente, pela redução da expressão de recep-tores para IL-2 nos linfócitos em pro-cesso de ativação (ROITT, 2003). Com a descoberta das substâncias produzidas por fungos, tornou-se viá-vel a produção de medicamentos utili-zados para diversos fins. Castro, Chocair e Saldanha et al., constataram que o tratamento da rejei-ção celular aguda (RCA) é feito com altas doses de imunossupressores. Deve-se ser extremamente cuidadoso, a fim de evitar o uso desnecessário dessas drogas, de efeitos colaterais eventualmente graves. Achados clíni-cos como febre, aumento do enxerto, oligúria, hipertensão arterial e eleva-ção da creatinina plasmática nem sem-pre estão presentes em todos os ca-sos de rejeição, além de serem pouco específicos. Para dificultar a questão, a suspeita diagnóstica de RCA obriga a instituir um tratamento específico com imunossupressores potentes o mais rápido possível, pois o seu retar-do pode comprometer o órgão trans-plantado de forma definitiva (BIZ, PE-REIRA, MOURA et al., 2000). A tuber-culose é uma das mais freqüentes in-fecções oportunistas encontradas após o transplante renal. O diagnóstico foi

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realizado entre 50 dias a 18 anos após o transplante. Nos pacientes com es-quema duplo de imunossupressão (prednisona e azatioprina), a manifes-tação inicial foi mais tardia, sendo que em 11 dos 13 pacientes ocorreu após os primeiros 3 anos de transplante. Enquanto com esquema tríplice (pred-nisona, azatioprina e ciclosporina), em 14 de 17 pacientes a doença ocorreu dentro dos primeiros 3 anos. Com es-quema duplo de imunossupressão não houve manifestação de doença extra-torácica, em contrapartida com es-quema tríplice de imunossupressão a forma de apresentação disseminada ocorreu em 35% dos casos, sendo mais precoce e mais grave. Em con-clusão a forma clínica e histopatológi-ca de apresentação da tuberculose é diferente após o transplante em paci-entes utilizando ciclosporina, sendo a resposta ao tratamento influenciada pela dose prévia de corticóide (BIZ et al., 2000). Além do uso da ciclosporina contra rejeição de órgãos e/ou tecidos trans-plantados, verificou-se que existem relatos demonstrando a resistência de nematóides aos anti-helmínticos, iver-mectina e moxidectina. O aumento da expressão da glicoproteína-P (P-gp) no parasita pode contribuir para o de-senvolvimento da resistência a iver-mectina. O objetivo foi avaliar se o uso combinado dos moduladores de resis-tência múltipla, verapamil, CL 347.099 (um análogo do verapamil) e ciclospo-rina A associados a ivermectina ou moxidectina, o resultado indicou o au-mento da eficácia dos anti-helmínticos contra cepas selecionadas de Hae-monchus contortus. A ciclosporina A apresentou resultados variáveis quan-do combinada com os anti-helmínticos. Quando utilizados sozinhos, os modu-ladores não apresentam efeito na re-dução do número de larvas.

Andrade, et al. em 2003, concluíram através do estudo de camundongos cronicamente infectados por Trypano-soma cruzi e tratados com uma com-binação de drogas imunossupressoras e benzonidazol, ausência de linfomas ou de outras neoplasias. Estes acha-dos reforçam a indicação do tratamen-to com benzonidazol como droga de escolha em pacientes imunossuprimi-dos que desenvolvem reativação da doença de Chagas. O benzonidazol é recomendado no Brasil para o tratamento da infecção pelo Trypanosoma cruzi na fase aguda e na fase crônica precoce da doença de Chagas. Apesar de seu inequívoco sucesso, a ciclosporina é associada a vários efei-tos adversos. Muitos deles são doses dependentes e potencialmente rever-síveis quando da diminuição ou des-continuidade da droga. Os seus princi-pais efeitos colaterais são nefrotoxici-dade, hepatoxicidade, hipertensão, neurotoxicidade, aumento da predis-posição a infecções bacterianas, fún-gicas e virais, e alterações metabólicas (hiperglicemia, hipercolesterolemia). Em termos odontológicos, o efeito co-lateral mais notável da ciclosporina A é o desenvolvimento de hiperplasia gen-gival (HG). Esta acarreta problemas estéticos, de fala, mastigação e de erupção dentária nos pacientes afeta-dos. A prevalência de hiperplasia gen-gival induzida por ciclosporina varia nos diversos estudos, podendo chegar a 85%, dependendo do critério utiliza-do para seu diagnóstico (RAMALHO, CIPULLO, BURDMANN, 2003). Acredita-se que exista pelo menos um milhão e quinhentos mil espécies de fungos que apresentam diferentes fun-ções para utilização humana. Os fun-gos podem ser utilizados para a fabri-

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cação de alimentos de alimentos, be-bidas, fármacos e muitos outros produ-tos importantes comercialmente. Os fungos constituem um reino onde estão inseridos indivíduos terrestres e aquáticos, unicelulares ou filamento-sos. Os filamentos são conhecidos como hifas e o conjunto de hifas, cons-titui os micelos. Todos os fungos apre-sentam parede celular. A reprodução pode ocorrer sexuada ou assexuada-mente através dos esporos. Muitos medicamentos de utilização importante na área médica são produ-zidos através dos fungos, tais como os antibióticos penicilina, cefalosporina e imunossupressores como a ciclospori-na e derivados. Em 1942, Waksman redefiniu o termo antibiótico como substância produzida por microorganismos, antagonista ao desenvolvimento ou a vida de outros microorganismos em altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo. A História dos antibióticos é dividida em três grandes eras. A primeira, co-nhecida como era dos alcalóides, de onde provém os primeiros registros do sucesso do tratamento da malária e do tratamento da disenteria com extratos e seus derivados, formaram um grupo único de recursos terapêuticos conhe-cidos. A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marcada pela descoberta do salvarsan, para o trata-mento de tripanossomos e outros pro-tozoários. A terceira era, conhecida como a era moderna dos antibióticos, foi marcada pelo controle das infecções por estrep-tococos e pneumococos com o uso das sulfanilamidas.

No final da década de 1940 aparece-ram as resistências de estreptococos hemolíticos, gonococos e pneumoco-cos à sulfanilamidas. Após uns vinte anos, os meningococos também torna-ram-se resistentes. Em 1940 surgem os primeiros relatos sobre as propriedades do extrato de Penicillium notatum (Fungo produtor de penicilina), que já havia sido des-coberto por Alexander Fleming em 1929. Após sua síntese e estudos, a penicili-na começou a ser produzida pela “S-chool of Patology at Oxford”. Essa produção era insuficiente, porque quando a penicilina era administrada em seres humanos com infecções, era rapidamente excretada, sendo assim, uma maneira para manter o suprimen-to da substância era reaproveitá-la da urina dos pacientes. A penicilina era extremamente impor-tante para o tratamento de infecções estreptocócicas e estafilocócicas. Desde então desenvolveram-se penici-linas semi-sintéticas e vários outros antibióticos à base de penicilina. Com a ação antimicrobiana a penicili-na atinge a seguinte faixa de bacté-rias: Streptococcus, Staphylococcus, Pneumococcus, Enterococcus, Listeri-a, Corynebacteria, Clostridia, Bacillus anthracis, Erysipelothrix, Rhusiopathial e bactérias Gram-negativas, como Meningococcus, Gonococcus, Borde-tella pertussis, Haemophilus influenzae e parainfluenzae, Escherichia coli, Pro-teus mirabilis, Salmonellae, Shigellae, dentre outras. Sua ação depende de sua capacidade em atingir e unir-se às proteínas que ligam penicilinas locali-zadas nas membranas citoplasmáticas bacterianas. Inibe a divisão celular e o crescimento, produz lise e elongação

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de bactérias sens íveis, em particular as que se dividem rapidamente. Em 1945 Abraham estudou o fungo de Brotzu, Cephalosporium acremonium , isolando desta cepa o antibiótico cha-mado de Cefalosporina c. este, seria mais uma opção no tratamento de in-fecções bacterianas. A cefalosporina é produzida em gran-de escala e dividida em quatro gera-ções. O critério para tal divisão consis-te em modificações sintéticas com o objetivo de propiciar um espectro de ação maior contra as doenças: Sinusi-tes bacterianas, infecções do trato respiratório, otite média, infecções da pele e tecidos moles, infecções ós-seas, infecções do trato geniturinário, infecções dentárias e etc. A maioria das cefalosporinas inibe a síntese da parede bacteriana ligando-se a uma ou mais proteínas de ligação. O resul-tado é a formação de parede celular defeituosa que é osmoticamente instá-vel. Também pode promover a lise da parede bacteriana. Em 1979, a ciclosporina, um imunos-supressor, foi produzida através do fungo Tolypocladium inflatum, que re-duziu a possibilidade de rejeição nos transplantes de órgãos e propiciou i-númeras vantagens. Essa droga pode ser associada aos antihelmínticos, no tratamento contra cepas de parasitas (Haemonchus con-tortus); a combinação de drogas imu-nossupressoras e benzonidazol são indicadas para o tratamento de pacien-tes com a reativação da doença de chagas. É visível a importância dos medica-mentos produzidos através dos fun-gos, pois a partir destes, houve uma

grande evolução e sucesso no trata-mento de várias doenças. CONCLUSÃO A descoberta dos antibióticos trouxe grandes benefícios para o tratamento de doenças infecciosas. O uso indiscriminado destes contribui para a resistência bacteriana, um pro-blema mundialmente importante, fa-zendo com que muitas classes de an-tibióticos tornem-se menos efetivos. Assim, muitos pacientes infectados por esses patógenos, necessitam de maior tempo de hospitalização, aumentando o risco de mortalidade e utilizando an-timicrobianos mais potentes, que nor-malmente são mais caros e/ou mais tóxicos. As ciclosporinas têm sido útil como imunossupressores, fazendo com que os órgãos transplantados tenham mais chances de se adaptarem ao organis-mo receptor. Apesar do sucesso desta droga, existem alguns efeitos adver-sos, como nefrotoxidade, hepatotoxi-dade, hipertensão, aumento da pré disposição às infecções bacterianas etc. Os fungos proporcionam grandes be-nefícios, aumentando a expectativa de vida dos animais em geral. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Sonia G., MESQUITA, Igor Marcelo Oliveira, JAMBEIRO, Jamile F. et al. Tratamento com benzonidazol em associação com drogas imunossupressoras em camundongos crônicamente infec-tados com Trypanosoma cruzi: in-vestigação sobre a possibilidade de desenvolvimento de neoplasias. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. jul./ago. 2003, vol.36, no.4 [citado 30

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Maio 2004], p.441-447. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822003000400002&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0037-8682. ARAUJO, Wanderley Pereira de. Phage typing strains of Staphylo-coccus aureus resistant to antibiot-ics, isolated from milk. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. [online]. 1998, vol.35, no.4 [cited 30 May 2004], p.00-00. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-95961998000400003&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-9596. BIZ, Eloir, PEREIRA, Carlos Alberto Pires, MOURA, Luis Antonio Ribeiro de et al. O uso de ciclosporina mo-difica a apresentação clínica e his-topatológica da tuberculose depois de transplante renal. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo. [online]. jul./ago. 2000, vol.42, no.4 [citado 30 Maio 2004], p.225-230. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-46652000000400008&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0036-4665. BOTTINI, P.V., ALVES-CUNHA, F.A., MODA, M.A. et al. Monitoramento dos níveis de ciclosporina em san-gue total em transplantes renais. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. jul./set. 1998, vol.44, no.3 [citado 30 Maio 2004], p.176-178. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301998000300003&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0104-4230. CAMARGOS, Paulo A. M. Penicillin susceptibility of Streptococcus pneumoniae in Brazil: the tip of the

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DAVID-NETO, Elias, BALLARATI, Carlos A. F., FREITAS, Orlando J. et al. Comparação dos imuno-ensaios de fluorescência polarizada (TDx) e enzimático competitivo (EMIT 2000) na dosagem da concentração de ciclosporina A no sangue total. Rev. Hosp. Clin. [online]. nov./dez. 2000, vol.55, no.6 [citado 30 Maio 2004], p.207-212. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0041-87812000000600003&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0041-8781. GALES, A.C., PIGNATARI, A.C., JO-NES, R.N. et al. Evaluation of in vi-tro activity of new fluoroqui-nolones, cephalosporins and car-bapenems against 569 gram-negative bacteria. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. Apr./June 1997, vol.43, no.2 [cited 30 May 2004], p.137-144. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000200010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0104-4230. LESCANO, Susana A. Zevallos, CHI-EFFI, Pedro Paulo, IKAI, Denise Katia et al. Efeitos da ciclosporina A e betametasona na toxocaríase mu-rina experimental. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. jan./fev. 2004, vol.37, no.1 [citado 30 Maio 2004], p.22-24. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822004000100006&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0037-8682. LEVIN, Anna Sara Shafferman. Fac-tors associated with infec-tion/colonization by penicillin-resistant Streptococcus pneumo-niae. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. Nov./Dec. 1998, vol.31, no.6 [cited 30 May 2004], p.593-594. Dis-

ponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86821998000600020&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0037-8682. MACHADO, David José de Barros, PAULA, Flávio Jota de, SABBAGA, Emil et al. Hyperhomocyst(e)inemia in chronic stable renal transplant patients. Rev. Hosp. Clin. [online]. set./out. 2000, vol.55, no.5 [citado 30 Maio 2004], p.161-168. Disponível na World Wide Web: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0041-87812000000500002&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0041-8781. MANRIQUE, Ricardo, MAGALHAES, Hélio M., DINKHUYSEN, Jarbas et al. Prescritibilidade de Ciclosporina A genérica microemulsão em trans-plantados cardíacos. Rev Bras Cir Cardiovasc. [online]. abr./jun. 2003, vol.18, no.2 [citado 30 Maio 2004], p.157-162. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-76382003000200008&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0102-7638. MEDEIROS, E. A. S. de. Treatment of nosocomial pneumonia: a pro-spective and multicenter study used cefepime. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. Jan./Mar. 1999, vol.45, no.1 [cited 30 May 2004], p.02-08. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301999000100002&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0104-4230. MENDES, C.M.F. In vitro activity of cefetamet compared with other an-timicrobial agents against bacteria isolated from respiratory tract in-fections. Rev. Assoc. Med. Bras.

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[online]. Jan./Mar. 1997, vol.43, no.1 [cited 30 May 2004], p.47-52. Dispo-nível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000100011&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0104-4230. MOLENTO, Marcelo B. e PRICHARD, Roger K. Efeito de drogas modula-doras da resistência múltipla na atividade da ivermectina e moxi-dectina contra larvas infectantes selecionadas de Haemonchus con-tortus. Pesq. Vet. Bras. [online]. jul./set. 2001, vol.21, no.3 [citado 30 Maio 2004], p.117-121. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2001000300004&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0100-736X. RAMALHO, Vera Lúcia Costa, RA-MALHO, Horácio José, CIPULLO, José Paulo et al. Hiperplasia gengi-val induzida por ciclosporina A. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. a-br./jun. 2003, vol.49, no.2 [citado 30

Maio 2004], p.210-213. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302003000200043&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 0104-4230. RAVEN, Peter H., EVERT, H. CUR-TIS. Biologia Vegetal. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 2001. ROITT, Ivan, BROSTOFF, Jonathan, MALE David. Imunologia. 6. ed. São Paulo: Editora Manole ltda. SADER, H.S., MENDES, C.M.F., MONTELLI, A. et al. Antimicrobial activity of Cefpirome compared to other broad-spectrum Beta-Lactam drugs against 804 clinical isolates from 9 Brazilian hospitals. Rev. Assoc. Med. Bras. [online]. Oct./Dec. 1998, vol.44, no.4 [cited 30 May 2004], p.283-288. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301998000400006&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0104-4230.

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54 SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 53-56, Jul-Ago-Set.2004

No dia 15 de setembro houve uma manifestação nacional contra o projeto de lei 25/2002 que institui o Ato Médico. Em Belo Horizonte, universitários, profissionais da saúde e cidadãos que se posicionam contra o Ato Médico se reuniram na Praça da Liberdade. A passeata seguiu pela Praça Sete, ponto de manifestações históricas dos mineiros, e teve fim na Praça da Estação. A revista Sinapse Ambiental entrevis-tou universitários com a seguinte pergunta: “O que você pensa do Projeto de lei que institui o Ato Médico?” Ana Paula dos Santos, 6º período de Psicologia da PUC Minas Betim “Aderir ao ato Médico é voltar ao passado, é regredir à Idade Média onde o médico era equivalente a Deus, é uma perda de tempo, de estudos, de investimentos em novas ciências”. Renata de Moura, 3º período de Psicologia da UFMG “Sou totalmente contra o ato médico que está limitando nossas profissões”.

Foto: Comissão Editorial

Estudantes na Praça da Liberdade em Belo Horizonte.

Fabiano Alcísio e Silva, 9º período de C. Biológicas com ênfase em C. Ambien-tais da PUC Minas Betim “Sou contra o PL 25/02 por acreditar que este atropela todas as profissões e 5.000.000 de assinaturas, votar neste projeto seria anti-democrático. Este projeto vai contra tudo aquilo que aprendemos em saúde e multidisciplinariedade. Fizemos esta manifestação hoje e se for necessário, iremos até Brasília barrar a votação no sena-do”.

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OPINIÃO

55 SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 53-56, Jul-Ago-Set.2004

Marcela Faria, 9º período de Enfermagem da PUC Minas Betim “Sou contra o Ato Médico, pois este priva os profissionais da saúde de desenvolver o seu trabalho e nós vamos ter que dizer pro médico amém e ele irá ficará ditando o que a gente irá fazer”.

Foto: Comissão Editorial

A manifestação se estendeu as ruas da capital.

Teresina Regiane, 9º período de Enfermagem da PUC Minas Betim “Sou contra o ato médico porque ele priva os outros profissionais de prestarem as-sistência. O modelo hegemônico que já foi derrubado há muito tempo não devia vol-tar. Nós deviamos estar evoluindo com o passar dos tempos. Cada um tem a cope-tência para atuar na sua área e ter autonomia pra isso.” Marcos Messias Souza Correia, 2º período de C. Biológicas com ênfase em C. Ambientais da PUC Minas Betim “O Ato Médico vem pra acabar com a total liberdade de escolha do paciente, esco-lher o que ele quer fazer, sendo que ele fica totalmente dependente do médico para ser direcionado para qualquer área e acaba com nós, profissionais da saúde, porque restringe a nossa área de atuação.”

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56 SINAPSE AMBIENTAL, Betim, V.1, N.2, p. 53-56, Jul-Ago-Set.2004

E-MAIL DO LEITOR

Data: 9/17/2004 20:40:00 -0300 De: "Elenice de Souza Lodron Zuim 102767" Para: [email protected] Assunto: REVISTA Quero parabenizar a todos pela revista SINAPSE AMBIENTAL. Atenciosamente Elenice Zuin PUC Minas Departamento de Matemática e Estatística

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SINAPSE AMBIENTAL - Revista Digital do Curso de Ciência Biológicas Ênfase em Ciências Ambientais - PUC Minas Betim

Normas para Publicação As matérias devem ser encaminhadas em disquete ou CD em formato Word for Windows (versão 97, 2000, XP ou posterior), acompanhadas de duas cópias impres-sas, dentro das seguintes categorias:

1. Editorial Matéria a ser escrita pelo editor ou pessoa que tenha representatividade no Curso ou na revista, com o objetivo de destacar fatos, princípios, relações im-portantes. Deve ser acompanhado de pequeno currículo do autor e uma foto-grafia recente.

2. Entrevistas Devem ser realizadas com professores, alunos, líderes comunitários que a-presentem trabalhos significativos para o meio ambiente e o Curso de Ciên-cias Biológicas. Essas pessoas serão escolhidas pelo Conselho Editorial. As entrevistas devem ser acompanhadas de pequeno currículo e uma fotografia recente do entrevistado.

3. Artigos científicos Relatórios de pesquisa ou artigos de cunho científico que sejam texto com di-

mensão variável, entre quinze e trinta páginas (21 mil a 28 mil caracteres), contendo a descrição de pesquisas já realizadas, a metodologia usada, análi-se dos resultados e conclusões e outros aspectos referentes a publicações científicas.

Nesse tópico podem ser incluídos artigos de temas livres, textos com di-

mensão variável entre cinco a dez páginas (7 mil a 14 mil caracteres), con-tendo análise, reflexão e conclusão sobre temas acadêmicos ou profissio-nais.

4. Comunicações de pesquisa em andamento

Se a pesquisa estiver ainda em andamento, sem resultados finais e os auto-res chegarem à conclusão que é importante a comunicação do andamento do trabalho. São pequenos textos de 15 a 20 linhas, bem claros, concisos.

5. Práticas Investigativas

Trabalhos orientados pelos professores do curso que tenham o caráter de pesquisa ou iniciação à pesquisa científica, já terminados e que apresentem mérito pelo seu conteúdo e caráter investigativo. Trabalhos de estágio que a-presentem as mesmas características. São trabalhos que apresentam tama-

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nho compatível com os objetivos propostos, revisados e aprovados pelos pro-fessores orientadores que devem, inclusive, permitir a publicação com seu nome e responsabilidade, em ficha específica, assinada e datada.

6. Resumos Conjunto de informações científicas relativos a pesquisa, práticas investigati-vas, iniciação científica e outros. Esses resumos deverão ser encaminhados em duas línguas, além de revisados e reavaliados pelos professores orienta-dores. Esses trabalhos deverão ter de 10 a 15 linhas, (14 mil a 21 mil carac-teres).

7. Notícias Conjunto de notícias sobre congressos, encontros, simpósios a serem reali-zados, no país e no estrangeiro, com divulgação de todas as informações ne-cessárias sobre os mesmos. Notícias de descobertas, novos experimentos, etc. sobre assuntos relacionados à área de meio ambiente. Apreciações e de-bates sobre questões da atualidades. Resenhas, crítica de obras, livros, te-ses, monografias, etc publicadas recentemente.

8. Trocas de experiências A revista poderá intermediar, a comunicação entre seus leitores de maneira a favorecer “Grupos de Estudo”, trocas de informações e de experiências signi-ficativas.

9. Curiosidades Publicação de termos usados na área, curiosidades recém descobertas, fotos inusitadas envolvendo a área ambiental e a sala de aula de escolas públicas e privadas nos diferentes níveis de ensino.

10. Atividades lúdicas Publicação de planejamentos e resultados de oficinas pedagógicas ou não, cartilhas elaboradas sobre temas determinados, práticas sociais e interativas que possam assumir o caráter lúdico.

11. Criatividade – temperando o conhecimento Publicação de poesias, músicas, poemas, contos, fábulas, e de toda produção cultural, artística ou não, que tenha mérito e que se relacione com o meio am-biente.

12. Ouvindo o leitor Cartas, críticas, apreciações, sugestões a artigos publicados na revista ele-trônica, favorecendo as interrelações entre as pessoas que se conectarem com a revista e o conselho editorial. Elas podem ser enviadas por carta ou por e-mail.

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OBSERVAÇÕES

1. Todos os trabalhos acadêmicos, orientados por professores deverão ter a a-valiação revalidada pelo orientador, seu aval para publicação, permitindo a indicação de seu nome com orientador, e co-autor em ficha específica , assi-nada e data.

2. As colaborações devem ser necessariamente inéditas e destinadas exclusi-vamente à Revista Digital SINAPSE AMBIENTAL, do Curso de Ciências Bio-lógicas da PUC Minas Betim, tratando de assuntos vinculados ao universo das Ciências Biológicas, o que pressupõe também análise interdisciplinar. A decisão final sobre a publicação dependerá de parecer emitido pelo Conselho Editorial.

3. Todos os trabalhos deverão seguir o Padrão PUC Minas de Normalização pa-ra Artigos de Periódicos ( http://www.pucminas.br/biblioteca ). Eventuais tabe-las que acompanhem as matérias devem ser enviadas em arquivo separado do texto, em formato Microsoft Excel (versão 97, 2000, XP ou superior). Neste caso, o texto deverá conter a indicação do lugar onde as tabelas devem ser inseridas.

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MODELO

FICHA DE INSCRIÇÃO DE TRABALHO ESCRITO

SINAPSE AMBIENTAL REVISTA DIGITAL DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Seção que deseja publicar: ( ) Artigo Científico ( ) Prática Investigativa ( ) Resumo ou abstracts ( ) Criatividade temperando o conhecimento ( ) Troca de experiências

Transfiro para a SINAPSE AMBIENTAL - REVISTA DIGITAL DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, todos os direitos sobre a contribuição (CITAR TÍTULO), caso seja aceita para a publicação.

Declaro que esta contribuição é original e inédita, que não está sendo subme-tida a outro editor para a publicação e que os direitos autorais sobre ela não foram anteriormente cedidos a outra pessoa, física ou jurídica e que se trata de assuntos vinculados ao universo das Ciências Biológicas, o que pressupõe também análise interdisciplinar.

Eu, (COLOCAR NOME COMPLETO), assino a presente declaração e me responsabilizo integralmente, em meu nome e de eventuais co-autores, pelo material apresentado. 1. Título: 2. 1º autor: CITAR COMPLETO 3. CPF: (INDICAR CIC) 4. Documento de identidade: (CITAR NÚMERO E ÓRGÃO EMISSOR) 5. Endereço: CITAR COMPLETO 6. E-mail: CITAR COMPLETO 7. Fone: CITAR COMPLETO 8. Co-autor(es): CITAR COMPLETO 9. Instituições: CITAR COMPLETO

___________________,_____ de _____________________ de 20___.

_________________________________________ Assinatura

Endereço para envio: REVISTA DIGITAL SINAPSE AMBIENTAL - A/C Assessoria de Comunica-

ção. Rua do Rosário, 1081 - Bairro Angola – Betim/MG – CEP 32.630-000

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MODELO

AUTORIZAÇÃO PARA VINCULAÇÃO DE FOTOGRAFIA

SINAPSE AMBIENTAL REVISTA DIGITAL DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Seção que deseja publicar: ( ) Artigo Científico ( ) Prática Investigativa ( ) Criatividade temperando o conhecimento ( ) Troca de experiências ( ) Capa

Transfiro para a SINAPSE AMBIENTAL - REVISTA DIGITAL DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, o direito de publicação da(s) fotografia(s) cedida(s).

Declaro que esta contribuição é original, de minha autoria, que não está sen-do submetida a outro editor e que está sendo autorizada para publicação sem qua l-quer ônus no presente ou no futuro para qualquer membro vinculado a SINAPSE AMBIENTAL desde que o meu nome seja citado, como autor, dentro do corpo da imagem ou através de legenda logo abaixo.

Eu, (COLOCAR NOME COMPLETO), assino a presente declaração e me responsabilizo integralmente, em meu nome, pelo material apresentado. A imagem será digitalizada, posteriormente devolvida ao seu autor e fará par-te do banco de dados de imagem da Revista Digital podendo ser usada a qualquer momento. 1. Título: 2. Fotógrafo: CITAR COMPLETO 3. CPF: (INDICAR CIC) 4. Documento de identidade: (CITAR NÚMERO E ÓRGÃO EMISSOR) 5. Endereço: CITAR COMPLETO 6. E-mail: CITAR COMPLETO 7. Fone: CITAR COMPLETO 8. Descrição da fotografia: 9. Local onde foi fotografada: 10. Dados (opcional):Diafragma, Velocidade de obturação, Filme, Acessórios.

___________________,_____ de _____________________ de 20___.

_________________________________________ Assinatura

Endereço para envio: REVISTA DIGITAL SINAPSE AMBIENTAL - A/C Assessoria de Comunica-

ção. Rua do Rosário, 1081 - Bairro Angola – Betim/MG – CEP 32.630-000