Ponencias Con Z

15
1 A colonização germânica nas serras adjacentes a Ilha de Santa Catarina e o comércio de gêneros com a Capital. Paulo Rodrigo Zanin* Resumo A ocupação dos vales litorâneos adjacentes a Florianópolis pelo imigrante germânico implicou em novos usos do território e conseqüentemente sua reorganização. Os circuitos regionais de abastecimento alimentar de Florianópolis, inicialmente baseado no tropeirismo entre o planalto e o litoral, adquire com a colonização alemã um maior volume e diversificação da produção. Porem o ambiente pouco propicio a atividade agrícola e a grande quantidade de agentes na comercialização, impediram o colono de obter bons rendimentos do seu trabalho. Hoje os municípios da região em estudo especializam-se em determinados produtos, vinculados a Divisão Territorial do Trabalho ampliada pela expansão da rede urbana de Florianópolis. Abstract The occupation of the coastal valleys adjacent to Florianopolis by germanic immigrants resulted in new uses of the territory and consequently your reorganization. The regional food supply circuits of Florianopolis, initially based in drover way between the plateau and the coast, acquires with the German colonization a increased volume and diversification of production. However a large number of agents in the marketing, prevents the settler to obtain good yields of their work. Today the counties of region in under study are specializing in certain products, linked to the Territorial Division of Labour expanded by the expansion of the urban network of Florianopolis. Introdução O presente artigo busca através da categoria de formação sócio-espacial associar a colonização alemã em Santa Catarina à gênese de alguns circuitos regionais de abastecimento alimentar de Florianópolis. Os circuitos espaciais de produção a escala regional, aqui investigados, compreenderiam os fluxos produzidos a partir das áreas de colonização alemã próximas a Florianópolis. A relação direta com a Capital do Estado esteve inserido em um contexto político-econômico de ocupação e usos do Brasil meridional, político devido a necessidade de uma ocupação efetiva da região garantindo o domínio português e econômico pois a pequena produção mercantil alemã através da policultura deveria abastecer o mercado da capital e interprovincial com gêneros alimentícios, resultando nas bases de alguns circuitos regionais correspondentes a atual divisão territorial do trabalho da rede urbana de Florianópolis.** *Graduando do Curso de Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina e bolsista PIBIC/CNPq. **Este trabalho constitui-se de resultados parciais do projeto de pesquisa, por mim realizado no Laboratório de Estudos do Espaço Rural (GCN/UFSC), com apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis - PRAE/UFSC e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico - CNPq .

description

Ponencias Con ZPonencias Con ZPonencias Con Z

Transcript of Ponencias Con Z

  • 1

    AcolonizaogermnicanasserrasadjacentesaIlhadeSantaCatarinaeocomrciodegneroscomaCapital.

    PauloRodrigoZanin*

    Resumo

    A ocupao dos vales litorneos adjacentes a Florianpolis pelo imigrante germnicoimplicouemnovosusosdo territrioeconseqentementesua reorganizao.OscircuitosregionaisdeabastecimentoalimentardeFlorianpolis, inicialmentebaseadonotropeirismoentre o planalto e o litoral, adquire com a colonizao alem um maior volume ediversificao da produo. Porem o ambiente pouco propicio a atividade agrcola e agrande quantidade de agentes na comercializao, impediram o colono de obter bonsrendimentosdoseutrabalho.Hojeosmunicpiosdaregioemestudoespecializam-seemdeterminadosprodutos,vinculadosaDivisoTerritorialdoTrabalhoampliadapelaexpansodaredeurbanadeFlorianpolis.

    Abstract

    The occupation of the coastal valleys adjacent to Florianopolis by germanic immigrantsresultedinnewusesoftheterritoryandconsequentlyyourreorganization.Theregionalfoodsupply circuits of Florianopolis, initially based in drover way between the plateau and thecoast, acquires with the German colonization a increased volume and diversification ofproduction.Howeveralargenumberofagentsinthemarketing,preventsthesettlertoobtaingood yields of their work. Today the counties of region in under study are specializing incertainproducts,linkedtotheTerritorialDivisionofLabourexpandedbytheexpansionoftheurbannetworkofFlorianopolis.

    Introduo

    O presente artigo busca atravs da categoria de formao scio-espacial associar acolonizao alem em Santa Catarina gnese de alguns circuitos regionais deabastecimento alimentar de Florianpolis. Os circuitos espaciais de produo a escalaregional, aqui investigados, compreenderiam os fluxos produzidos a partir das reas decolonizao alem prximas a Florianpolis. A relao direta com a Capital do Estadoesteve inserido em um contexto poltico-econmico de ocupao e usos do Brasilmeridional,polticodevidoanecessidadedeumaocupaoefetivadaregiogarantindoodomnio portugus e econmico pois a pequena produo mercantil alem atravs dapolicultura deveria abastecer o mercado da capital e interprovincial com gnerosalimentcios, resultando nas bases de alguns circuitos regionais correspondentes a atualdivisoterritorialdotrabalhodaredeurbanadeFlorianpolis.**

    *GraduandodoCursodeGeografiapelaUniversidadeFederaldeSantaCatarinaebolsistaPIBIC/CNPq.

    **Estetrabalhoconstitui-sederesultadosparciaisdoprojetodepesquisa,pormimrealizadonoLaboratriode Estudos do Espao Rural (GCN/UFSC), com apoio da Pr-Reitoria de Assuntos Estudantis -PRAE/UFSCedoConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientificoeTecnolgico-CNPq.

  • 2

    Aregioantesdoimigrantegermnico

    A Ilha de Santa Catarina e regio serrana adjacente antes dachegada doseuropeus erahabitadaporpovosdeSambaquiendiosCarijseXokleng,oscarijshabitavamolitoraleeramumpovosedentrio,naagriculturadesubsistnciacultivavamamandiocaatravsdapratica da coivara, j os Xokleng habitavam a regio serrana e planalto, eram um povonmade e guerreiro. Com a Chegada do Europeu houveram atritos, resultando em umarelaodialticanaconstruodoespaohabitado,implicandonaadaptaodaculturadospovoseuropeusqueaquiseinstalaram.

    OGovernoPortugusantesdosculoXVIII,noteveinteressenoBrasilmeridional,sendoailhadeSantaCatarinautilizadaeventualmenteporespanhis,portuguesesebandeirantesparaconsertodebarcosecoletademantimentos,devidoasualocalizaoemrelaoaoRio da Prata. Diversos Bandeirantes tentaram estabelecer povoao na ilha sem obtersucesso,atqueFranciscodiasVelho,nasegundametadedosec.XVIIfundaapovoadeNossaSenhoradoDesterro.Opovoadorapsincidentecompiratasassassinadoem1687resultando no xodo populacional da povoa que manteve-se com algumas dezenas demoradores.Algunsnovospovoadoressurgiramcompoucacontribuioaodesenvolvimentodopovoado.Mesmoassimem1726Desterroelevadoacondiodefreguesia.

  • 3

    EmmeadosdosculoXVIIIocomrcioultramarinoLusoestavaperdendoespaoparaosmonoplios mercantis da Inglaterra, Pases Baixos e Frana (Companhia das ndiasOrientaiseCompanhiadasndiasOcidentais),almdesuabalanacomercialseencontrardesfavorvel em relao aos ingleses, seus principais parceiros devido ao Tratado deMethuem(1703),ondePortugalcompravaprodutosmanufaturadosinglesesepagavacomas riquezas extradas das colnias, como o ouro retirado deMinasGerais.Frente a essacrise Portugal cria artifcios para super-la, atravs de meios institucionais como oprotecionismo;apoioamonopliosprivados,paraconcorrernomercadoexterno;incentivoproduodemanufaturasnametrpole;eincentivoproduocolonial,aiseenquadrando,no caso sul brasileiro a economia baleeira, baseada no trabalho escravo e dominada porcapitais mercantis portugueses. Como a economia Baleeira necessitava de um aparatopoltico-administrativoem1738criadaaCapitaniadeSantaCatarinacomsuasedeemDesterro.Outranecessidadeeraaproduodealimentos,poisanicaatividadenolitoraleraapescadabaleia.

    Poroutrolado,adisputaterritorialcomaEspanhafezsurgiranecessidadedeocuparedarusosao territrio.Acana-de-acarpredominavano litoraldonordesteenaeconomiadacolnia,noBrasilcentralsefaziaaatividadedamineraoenquantonointeriordonordesteenosulsefaziaacriaodegadoparaabastecimentointerno.Assim,depoisdotratadodeMadrid(1750),MarquesdePombalprimeiro-ministrodeD.JosI, incentivaaocupaodoterritrio,emDesterroeadjacnciasfrenteasualocalizaoestratgicaentreacapital,RiodeJaneiro,eoRiodaPrata,etambmpelanecessidadedeproduodealimentosparaaeconomiabaleeira,decide-se implantarapoliculturatravesdapequenaproduotrazendocasaisdasilhasdeAoreseMadeira.

    Estes chegam ao Brasil a partir de 1748 sendo instalados pelo brigadeiro Jos da SilvaPaes,administradordaCapitania,dentrodopermetrodeNossaSenhoradoDesterro,seexpandindo para o interior da ilha e para as freguesias do continente, como So Miguel,NossaSenhoradaEnseadadoBrito,SoJosdaTerraFirme,VilaNovaeGaropabadoSul.

    Como tempoamandiocase tornariaabasealimentardosaorianoseem trintaanos jexistiam 300 pequenos engenhos, sendo alguns de cana de acar,(CECCA, 1997)SegundoFranklinCascaes,ementrevistaaCARUSO(1997),as famliasquedetinhamosengenhosprocessavamaproduodosprodutoresquenoopossuamficandoodonodoengenhocomumterodoprodutofinal,havendoumadiferenciaosocialentreoscolonos,porm o pequeno produtor aoriano(dono de engenho ou no) ficava em uma situaopoucolucrativaaovenderoexcedentepoishaviadomnio internodocapitalcomercialdeDesterro,quemanipulavaospreosdacomercializao.Este, todavia,eradominadopelocapital comercial carioca, para quem Desterro vendia o produto. Formava-se assim umacadeia de ao reao: a cada presso externa (do comerciante carioca sobre ocomerciante local) havia uma resposta interna(do comerciante local sobre o pequenoprodutor).Porconseguinte,ocomerciantelocalparamantersuamargemdelucro,tinhadeexploraroprodutormaisoumenosintensamente.(CAMPOS,1989)Isto, aliado ao constante recrutamento por parte da administrao de produtos e homens(parasetornaremsoldados),aliadoaoutrasquestes,favoreceaoprocessodedecadncialitornea de ocupao aoriana. No obstante, os vales litorneos continuavampraticamentedesocupadosporlusobrasileiroseeuropeus.

    ComaindependnciadoBrasilem1822anecessidadedeocuparedarusosaoterritriobrasileiro era urgente, pois Brasil e Argentina divergiam quanto a fronteira entre seusterritrios e a grande quantidade de indgenas resultava em atritos com os colonizadoresLuso-brasileirosetropeiros.Dessaformaogovernoimperialdecidiuporocuparosespaosvazios do territrio, para colonizar essas terras o colono deveria ser tanto um soldadoquantoumagricultor,parapodertantodefendersuaterraquantocultiv-la.(WAIBEL,1958)

  • 4

    Oqueserfeitoatravsdavindadeimigranteseuropeus,quenocasodevaleseencostasdasserrasprximasaFlorianpolis,serporpopulaodeorigemgermnica.

    Alemanhanosec.XIXeaimigrao

    Oterritrioalemonapassagemdosec.XVIIIparaoXIXencontrava-sefragmentadosendoconstitudo de Reinados, Ducados, algumas cidades livres,pequenos principados e terraseclesisticas independentes entre si. A economia era predominantemente agrria, sendoqueasrelaessociaisfeudaiserammaisoumenosintensasdependendodaregio.

    Em1798decide-seporemanciparosservosdaPrssia,osmaiscastigadospelasrelaesfeudais,sendoseguidoporoutrosEstados.Poremparaoservoemancipadocontinuarnaterraemquetiravaoseusustentoeledeveriapagarporela.Incapazdepagarpelaterraouquandoseuspoucosrecursoseramsuficientes,incapazdetirarosustentodafamliadesuapequenapropriedade,ocamponsseexpropriadaterraparasetornarnmadevendendosuaforadetrabalhoparaossenhoresfeudaisouparaoschefesdeoficionascidades.Oxodoruralnaprimeirametadedosec.XIXfoitoviolentoqueacidadedeBerlimduplicousuapopulaonoperodode1815a1850.(SEYFERTH,1974)Compessoas insatisfeitascomasituaosocioeconmicaemqueseencontrame terrasem abundancia no novo mundo, comeou a se formar uma serie de articulaes entregovernos,companhiasdenavegao,companhiasdecolonizao,agentesdeemigraoemdiaespecializada.Osdoisltimoseramosresponsveisporrecrutarosalemes,amdiaespecializada(Jornaiserevistas)traziainformaessobreasterrasaseremcolonizadas,asofertas dos governos, relatos de antigos emigrantes sobre o novo mundo, alem deinformaes sobre como emigrar. J os agentes de emigrao eram os responsveis porintermediaraviagemdoalemo.Asmigraessetornaramumnegocioaltamenterentvel.Emmuitoscasososagentesejornaiscontavammaravilhassobreonovomundoefaziampromessas falsas a populao. Tais artimanhas fizeram com que o Brasil perdessecredibilidadeemalgunsestadosgermnicos.

    EmSantaCatarina,osimigrantesforaminstaladasemlocaisondeoscaminhosdetropasadentravam na mata, na extremidade sul do caminho do sul, prximo a Porto Alegre, foifundadaacolniadeSoLeopoldoeacolniadeRioNegroaonorte,nadivisadeSantaCatarinaeParan.NocaminhoqueseguiadeLagesaSoJosfoifundadaacolniadeSo Pedro de Alcntara 25 km de Florianpolis. Povoaram as reas de entorno paraatender as necessidades alimentares dos centros urbanos com problemas endmicos deabastecimento(WOORTMANN,2004),comoPortoAlegreeDesterro.Nafachadaatlnticacatarinenseosalemesforamassentadosemalgunsvalesdasserrasdo leste, de relevo acidentado e solo pouco frtil. Nos vales, as colnias geralmente selocalizavam em sua poro intermediaria, nem perto do litoral e nem perto da nascente,constituindoncleos populacionaisameio caminho do trajeto planalto-litoral. As primeiraspropriedadesagrcolas ficavamno fundodevale,devidoaproximidadecomoscursosdeguaepelasvrzeas,queporseremplanciesfluviaisfacilitavamapraticaagrcola.Comaexpansodopovoamentoasencostastambmforamocupadas.

    AsprimeirascolniasalemsemSantaCatarina

    Em 1828 aportaram em Desterro os navios Luiza e o Marques de Viana trazendo osprimeiros imigrantes alemes destinados a colonizar Santa Catarina, provenientes deTurngia, Luxemburgo mas principalmente de Hunsruch, terra eclesistica do sudoestealemo, totalizando 635 pessoas entre colonos e soldados. Foram levados por SilvestreJos de Passos at o vale do rio Maruim , cerca de 25km de Desterro para iniciarem aderrubadadamataeconstruirsuascasas,acadachefedefamliafoidistribudoumlotede100 braas de frente por 750 de fundos, cerca de 36ha, sendo dispostos lado a ladoseguindoocaminhode tropas.Acolnia fundadaoficialmenteem1demarode1929

  • 5

    sendo denominada pelo Presidente da Provncia, Albuquerque e Melo, de Colnia SoPedro de Alcntara em homenagem a famlia Imperial. As reclamaes dos colonos aodiretordacolniaeramfreqentes,osalemesqueriamterrasmaisfrteis.Desde1829elesreivindicavam terrasdovaledoRioCubato,asquais foramcedidassomenteem1836esimultaneamente 11 famlias migraram,(JOCHEM, 1992). Em 1837 sob a direo doCoronelJoaquimXavierNevesfundadaaColniadeVargemGrande,namargemdireitadoRioCubato,a3lguasdeSoPedrodeAlcntara,aolongodaestradadeCaldasdoCubatosentidoLages.Ositiodacolniasecaracterizaporumextensovalecobertoporvargens, bastante propicio a pratica da agricultura. Vargem Grande se tornou local deatrao,recebendomaisfamliasdeSoPedrodeAlcntaraealgumasfamliasbrasileiras,que por sua vez no se misturaram aos alemes, se estabelecendo separadamente noMorrodoGarcia.

    Quandoem1846,oCoronelJoaquimXavierNeves,recebedogovernoImperialatarefadefundar um novo ncleo Colonial, decide-se pelas vargens descobertas por seu filho navargemdoRiodosBugres.OsalemesdestinadosaconstituiracolniadeSanta Isabel(hoje Rancho Queimado), aportam em Desterro no dezembro de 1846, vindos em trsnavios,totalizando257imigrantesprovenientesdaregiodaWestfalia-Renana,ealgumasfamliasdecidadesnaBaviera,Pomernia,Holstein,Oldemburgo,BirkenfeldeHamburgo,sendoamaioriaprotestantes.Em1860enoanoposterioracolniarecebenovaremessade colonos alemes, recebendo 258 e 281 migrantes alemes respectivamenteprovenientesdaslavourasdecafdoRiodeJaneiro.

    Em1852oempresrioHenriqueSchuteliniciaacriaodeumncleocolonialnoaltovaledo rio Biguau, entre este rio e o Tijucas grande, ao norte da Colnia de So Pedro deAlcntara, sendo vizinha desta pouco a pouco, integra-se no mesmo complexosocioeconmico.Aos55colonos,migrantesdeSoPedrodeAlcntara,darecmfundadaColnia Leopoldina(hoje Antonio Carlos) foram distribudos lotes de 14 datas, cerca de49ha.

    No caminho de Lages a Desterro os transeuntes eram constantemente atacados porindgenas,sendonecessriaumapresenamilitarmaisefetivanaregio,dessa formanojaneiro de 1854 instituda a Colnia Militar Santa Tereza, com um efetivo inicial de 19praasmaissuasfamlias,sobocomandodoMajorAfonsodAlbuquerqueeMelo.Acolniafoi instaladanasmargensdorioItajadoSul,seguindoocaminhodetropasemterrasdeSerafimMunizdeMoura,emumareadeumalguaquadrada,distantedezoitolguasdeSoJos(PIAZZA,1994).Acolniaporsermilitareestarsobregimeespecialnoproduziaalimentos suficientes para a sua demanda, sendo necessria a importao de gnerosalimentcios,osquaisnoerambaratos, noentanto,prestou relevanteserviona ligaoterrestre entre o litoral e o planalto catarinense, porquanto, a partir de sua fundaopuderam tropase tropeiros, comrelativaseguranaalcanarospontos terminaisdesuasviagenstendo,ameiocaminho,aquelepunhadodesoldadosaproteg-los(PIAZZA,1994).Em junho de 1860 pelo Acto da Fazenda Provincial, fica explicito a cobrana de impostosobreogadoquetransitavanotrajetoPlanalto/Litoral.OlocalescolhidoparaacobranafoiaColniaMilitarSantaTeresa,havendodoisagentesdafazendapara fiscalizaro transitodogadoecobrarosimpostos.Em1890oSr.AugustoLimaacompanhadodemaisalgunscolonosdeprocednciagermnicasobemoRioItajadoSulembuscadeumlocalpropiciopara a pratica agrcola, se estabelecendo na barra do Rio Adaga e Caet, em barracasrsticas,denominandoolugardeBarraco(hojeAlfredoWagner).Em novembro de 1859 o governo Imperial mandava instalar mais um ncleo colonial,denominadoTerespolis (hojeguasMornas,SoBonifacio),sobreaestradaqueseguiaparaLages,apartirdoriodoCedroemdemandaaoeste.OagrimensorJoaquimJosdeSousa recebe a incumbncia de achar terras frteis, medi-las e demarc-las para adistribuio dos lotes as 40 famlias alems que fundariam a respectiva colnia. EssasfamliaschegaramaoBrasilem1849,tinhamamesmaprocednciadoscolonosdeSanta

  • 6

    Isabel, e ficaram trabalhando nas fazendas de caf no Rio de Janeiro a espera de suasprometidasterras.Nodecorrerdosmesesdomesmoanoacolniarecebeuumefetivode549 alemes, provenientes da Westfalia, Solingen, Mnsterland e Holanda, regio dosudoestegermnico.Asfamliassedistriburamem6linhassendoelas,Cubato,RioNovo,Cedro,SoMiguel,SaltoeCapivari.

    NametadedosculoXIXpartedocontingentedeaorianosinstaladonolitoralcatarinenseencontrava-sedesprovidodeumpedaodeterra,frutodamdistribuiodassesmariasefragmentaodaterrapelosrespectivosdescendentesdoscolonosaorianos.Dessaformavisando um melhor aproveitamento do territrio decide-se assentar essa mo de obradisponvel.Em30denovembrode1859propsoPresidentedaprovncia,FranciscoCarlosde Araujo Brusque, ao governo Imperial a fundao de uma colnia nacional em terrasdevolutas margemesquerda do Ribeiro de Mundus eprximadaantiga estrada SoJos-Lagescom9000braasquadradas,ampliadasaodobroporatode27de janeirode1866.(PIAZZA,1994)AColniaNacionalAngelinafundadaem10dedezembrode1860,o localescolhidoparaa instalaoeraum localdepernoitedostropeirosque transitavamentre o planalto e o litoral. Porm a colnia de carter nacional acaba sendo ponto deatraoparaasfamliasalemsda regio.Asprimeiras8 famliasachegaremnacolniachegaramem23demarode1861.Em1873recebeumalevade8famliasalemsnumtotalde48pessoas,queaocontrariodasjestabelecidasnacolniasoimigrantesvindosdiretamentedosestadosgermnicos.

    Em17dejulhode1907oGovernoFederalresolveucriarmaisumncleocolonialdestinadoaosimigranteseuropeusrecmchegados.Aregioescolhidaeradedifcilacesso,estandonomesmocontextodasdemaiscolnias,derelevobastanteacidentadoesolopedregosoepobre em nutrientes. Os imigrantes destinados a ocupar a Colnia Federal Anitpolis schegamem1911,sendodistribudosem32sees todascomnomesde rios,sendodasmais variadas procedncias Alemanha, Romnia, Rssia, Tchecoslovquia, Inglaterra,Espanha, Bomia, Letnia, Finlndia, mas predominando o imigrante germnico, nos trsanosseguintesofluxodeimigranteschegadosacolniafoiintenso.

  • 7

    *OCentroComercialPrincipalsedeveaoPortodeDesterroqueescoavaaproduoregionalparaomercadointerprovincial,osCentrosComerciaisSecundrioscorrespondemaoslocaisondeofluxovindodoplanaltoedascolnias era concentrado para fazer o transporte de Lancha at o Mercado Publico na Capital, os CentrosComerciaisTerciriossopequenasvilasquedetmtrapicheparaotransporteembarcadocapital/continenteouvice-versa, porem devido a no terem ligao com o caminho de tropas escoam somente uma pequenaproduocolonial.

    DinmicalocaleRegional

    Os alemes aps receberem os seus lotes, sementes, uma enxada e uma espingarda,partiam para a derrubada da mata, da qual tiravam a madeira para construo de suascasas de pau-a-pique, e na clareira aberta se dava o inicio das primeiras lavouras comgneros voltados a subsistncia da famlia como mandioca, milho e feijo. Depois derealizadas as primeiras atividades no habitat rural os colonos tinham como prioridade aconstruo de uma capela para saciar a vida religiosa, a simples capela era o ponto deencontroespiritualecultural,meiodeintegraosocialparaondeconvergiamasnaturaiselegitimasaspiraesdacomunicao(JOCHEM,1992).Comoosimigranteseramcatlicosouprotestantescomumnascolniasapresenadasduasigrejas.Ascapelasgeralmentese estabeleciamnas sedes das colnias, quandoda grandedistanciacom asede ou pordivergnciasnacomunidade,eramconstrudascapelasnaslinhasdeocupao.Nassedesse estabeleciam, alem das igrejas, a Direo da colnia, o comercio do sistema colnia-vendaealgunscolonosartesos.

    Em 1845 o monarca D. Pedro II quando em visita a provncia de Santa Catarina, decidebanhar-se nas guas termais de Caldas do Sul, hoje Caldas da Imperatriz. Para apassagem do monarca foi recuperado um trecho da estrada...recuperando, arborizando e

  • 8

    embandeirando o trajeto...tal melhoria foi a gota dgua para a transferncia definitiva dotrajetodovaledorioMaruimparaovaledoRioCubato(JOCHEM,1992),comamudanado eixo comercial as colnias da variante do vale do rio Maruim ficaram totalmentedependentesdomercadodacapital,almdeotrajetoirsedeteriorandocomopassardosanos. As colnias do vale do rio Cubato, por onde passava o imperialcaminho(denominaodoscolonosaocaminhodetropas)forambeneficiadaspelalogsticadotransportedogado,epelasconsecutivasmelhoriasqueestarecebeu,sendohojepartedamodernaBR282.

    Comomuitosdos imigrantesnoeramagricultores,estesadotaramatcnicaagrcolaqueos Luso-brasileiros adotaram dos indgenas, idntico ao sistema de pousio, a coivara ousistemaderotaodeterrasprimitivoqueconsisteemqueimaramata,cultivaraclareiradurantealgunsanosedepoisdeix-laemdescanso,revertendoemvegetaosecundaria,enquanto nova mata derrubada para ter o mesmo emprego(Waibel,1958). Os colonosaplicaramessatcnicaemsuaspequenaspropriedades,gerandoorpidoempobrecimentodo solo comprometendo a produo da qual teria de tirar seu sustento, como afirmaWaibel(1958)os pequenos proprietrios europeus no poderiam aplicar, por geraes osistemaagrcolamaisprimitivodomundosemperderelementosessenciaisdasuaculturaetradio...muitoscolonosalemes, italianos,polacoseucranianostornaram-severdadeiroscaboclos ,genteextremamentepobre,commuitapoucaounenhumaeducaoevivendonascasasmaisprimitivas....

    Com o habitat rural constitudo e a ajuda dos filhos nas lavouras as necessidadesalimentares das famlias comearam a ser saciadas com os gneros produzidos e destecomeouasobrarumpequenoexcedente,oqualpossibilitouatrocaporoutrosgneros.Assedes das colnias sempre estavam dispostas sobre os principais caminhos existentes,como a confluncia de estradas coloniais e o trajeto Planalto-Litoral, fator geogrfico quegarantia que a sede fosse o ponto central de articulao entre o hinterland rural* e ocontextosocioeconmicoprovincial.Apartirdessemomentocomeaadiferenciaosocialcom o surgimento de uma serie de pequenos comerciantes atravs de uma rede dearticulaesfavorecidasporrelaesdeamizadeeageografiadacolnia.Devidoagrandequantidadedepequenosvales,muitoscolonos instaladosem linhasdeocupaodistantedassedes tinhamdificuldadesde trazerseupequenoexcedenteateovendeiro localizadoprximoaocaminhode tropas,geralmentenasededacolnia,porsuavezalgumcolonomais bem localizado, no encontro do afluente com o rio principal e/ou que possui umapequenavendamasaindapraticaaagricultura,comeaafazerointermdioentreaquelesprodutorese o vendista da colnia, seapropriando departe damais-valia do produtor.Ovendeirolocalizadonasedee/ounaintersecodealgumcaminhocolonialcomocaminhodetropas,concentraaproduodacolnia,(oudepartedelaquandodaconcorrnciacomoutro ponto central) e faz o intermdio com os tropeiros que se deslocam no sentidoplanalto-litoralouinverso,pelocaminhodetropas,osquaistrazemaproduocolonialatosmercadosconsumidores.Astrocassofeitaspeloescamboearelaocomostropeirosresultounaaquisiodealgumascabeasdegadopelosvendeiroseposteriormentepeloscolonos.

    Comaintroduodogadonascolniasoscolonospassaramautilizarosistemaderotaodeterrasmelhoradasubstituindootrabalhohumanopeloanimal,atravsdousodoarado,conseguindo melhores plantaes. Commais excedentes agrcolas o colonomelhora seunvel socioeconmico, j no mora mais em casas de pau-a-pique e sim em casas deenxaimel,de fortecartergermnico.Ocolonoqueemsua terranataleraservo tinhanasua segurana alimentar produtos derivados de animais, processados por eles mesmos,comooqueijoeoembutido,nosvaleslitorneosadjacentesaDesterro,aincorporaodogadobovinoesunonapropriedadeagrcola,alemdousodoarado,permitiuqueoscolonosdetentoresdatcnicadeprocessamento,produzissemqueijoseembutidosparaoconsumoprprioealgumexcedenteparasercomercializado,noqualconseguiammelhorespreos

    *Compreende-seaqui,porhinterlandruralaregionaqualumalocalidade,vilaoucidadeexerceinfluencia,osfluxos(produtoseinformaes)deumadeterminadaregioruralsointermediadoscomomundoexteriorpelacentralidadedasuasede.

  • 9

    devidoaovaloragregadonoprocessamentodamatriaprima.Poremsomenteoscolonosassentadosnaplanciesfluviaisouemreaspoucongremes,combomsolo,puderamterum pequeno excedente suficiente para adquirir alguma cabea de gado e tambm poderaplic-la na sua propriedade, se diferenciando daqueles assentados em reas bastantengremes, onde o colono tinha colheitas menores, e se conseguisse a custa de muitoesforoalgumacabeadegadonopoderiautilizaroaradoemfunodadeclividadedorelevo,comoobservaCRUZ(2008) a inviabilidadedoaradoede tcnicasmaismodernasdeplantiorepercutianumretardodascolheitas.Astrilhascoloniaiscomopassardosanossoampliadasemelhoradas,comoaumentodaproduocomeamasurgirosprimeirosengenhos (movidos a gua ou trao animal) nas linhas de ocupao e nas sedes dascolnias, o dono do engenho tambm se diferenciava socialmente pois ao processar aproduoalheia recebea teraouameiapartedoproduto finalassimcomonapequenaproduo mercantil aoriana. Para os vendeiros o gado adquirido consistia em umafacilidade e aumento do transporte dos gneros, assim muitos vendeiros passam a sededicarsomenteaatividadecomercial.NocasodoscomerciantesdaslinhasdeocupaoacentralidadeexercidaporsuavendaeaCapelaviriaaconstituirasededeumacomunidadeeemalgunscasos,futuramenteelevadosacategoriadedistrito,comoBarraClaraeGarcianoatualmunicpiodeAngelina.Ovendeirobemlocalizado,nasedeouno,queadquirissecertaquantidadedegadoemeiosdeestocagemdaproduo,selibertadoservioprestadopelo tropeiro passando elemesmo trazer a mercadoria at Lages ou Desterro, porem nocasodeDesterroqueexerciamaiorinfluenciasobreocircuitodaproduocolonialdevidoasuaredeurbanadentritica,oscomerciantesaochegaraorla litornea,SoJosdaTerraFirme, Palhoa e So Miguel acabavam por intercambiar a mercadoria com os caixeirosviajantesosquais,atravsdopagamentode freteparao transportedeLanchaata IlhavendiamasmercadoriasnoMercadoPublicodaCapital.Agrandequantidadedeagentesnacomercializaodaproduocolonialsedeveaespecificidadedositionoqualsefezacolonizao. As Serras do Leste catarinense constituem um ambiente montanhoso,dissecadoporvrioscursosdgua,constituindoumaseriedevales,poremoscursosdguano so navegveis, ficando o escoamento da produo regional refm da precariedade(principalmenteapsaschuvas)doscaminhoscoloniaisedoprpriocaminhodetropas,noqual a irregularidade do relevo tinha de ser vencido por caravanas de mulas, ou porcarroas.Agrandequantidadedeagentesnacomercializaoimplicaemmaiorextraodemais-valia do colono, pois para o produto ter aceitao de mercado o preo inicial deaquisiotemdeserbaixoparasustentarorendimentodosdemaisagentes.

    Quando os filhos estavam em idade adulta e casavam, os colonos que tiveram bonsrendimentosnaagriculturae/ouumapequenaacumulaodecapitalatravsdocomerciopuderamcomprarterrasparaseusfilhosnasnovasfrentesdecolonizaonaregio,pormoscolonosmaispobresacabaramporterdedividiropequenolotecolonial,queassimcomoaconteceu com os aorianos, os lotes retangulares ficaram cada vez mais estreitos ecompridos, os quais devido a menor quantidade de terras para o plantio, foravam oprodutor a reduzir o tempo de pousio do solo acelerando seu esgotamento. Muitosdescendentes de colonos migravam em busca de melhores terras, ou abandonavam ocampoparavendersuaforade trabalhonacidade.Osquesemantiveramnessehabitatrural, continuaram a usar a rotao de terras primitiva, devido a seu baixo custo deaplicao,eficaramrefnsdovendistadalocalidade,emcondiesdeestremapobreza.

    Commuitoscolonos,cadaqualproduzindoumpequenoexcedente,ea logsticaprestadaaotransportedogado,poiscomoprocessodeocupaodosvaleslitorneosporcolonoseuropeus, as relaes comerciais litoral-planalto se avolumaram...(CAMPOS, 2004), assedesdascolniassetransformaramempequenasvilas,ondemuitosartesospuderamseaplicarsomenteasua tcnica,deixandode ladoaagricultura,surgindopequenasoficinasartesanaiscomdestaqueparaSantaIsabeleTerespolis.

  • 10

    As colnias Santa Isabel e Terespolis tiveram uma boa diversificao nas atividadesdesenvolvidas na colnia, devendo-se ao fato de que muitos imigrantes j eramcomercianteseartesosnosseusestadosgermnicos,Outrofatordegrande importnciafoiqueapartirdasegundametadedosec.XIXavariantedocaminhodetropasquepassapelo vale do Rio Cubato torna-se o principal eixo comercial planalto-litoral, sendo ascolnias desse vale, beneficiados pela logstica e relaes comercias com ostropeiros(primeiramenteescambo,depoiscompra/venda)entreaproduocolonial(gnerosagrcolas,derivadosdematriaprimaanimalesemi-manufaturados)ebensnoproduzidosna colnia(querosene, sal), assim como das melhorias que o caminho recebeu. Porem ocrescimentoeconmicodesseslocaiscentraiseracontroladopelaconcorrncianaturalqueumexerciasobreooutroemfunodobaixoadensamentopopulacional,poisas funescentraiseramasmesmas,sendoaregiocomplementardecadacentrodeterminadopeladistanciaetopografia.Dasiniciativasartesanaisnessascolniassorarososcasosdequetenham constitudo uma acumulao de capital consistente para resistir as oscilaes domercado,aFbricadeBebidasLeonardoSell,emRanchoQueimado(antigaSantaIsabel)umadessasiniciativasehojeabastecetodolitoralsulcentroesuldeSantaCatarina.ComasmelhoriasdasestradasOsprodutosdosmunicpiosvizinhoscomearamachegarcom mais facilidade aos pontos de embarque at o porto da Capital. Este movimentofavoreciaocrescimentodeSoJos,PalhoadoEstreito,locaisondeseconcentravamosprodutosqueseriamtransportadosparaaIlha.(ANDRADE,1981)DepoisdotransportedeLancha,comexceodogadovivoque tinhadenadarata Ilha, osprodutosvindodascolniaseacarnedeboieramvendidosnasfeiraslivres,realizadasaoladodaAlfndega,ondehojeomercadopublico,todasasteras-feiras.(ANDRADE,1981)Desterro no sculo XIX havia desenvolvido uma burguesia comercial, em funo docomrciodecabotagemqueseutilizavadeseuporto,quefoiomaisimportantedaprovncianessesculo,paraoescoamentodaproduoda ilhae faixa litornea,estandoocapitalcomerciallocalsubmetidoaocapitalcomercialdoRiodeJaneiro.Aoaumentodademandadegnerosalimentcios foiacompanhadopeloaumentodaproduonascolniasalemsquepassaramasedestacarnapautadeexportaescomseusprodutoshortigranjeirosesemi-manufaturadas(HUBENER,1981)comotambmseobservanorelatodoPresidentedaProvncia em 1877 como sabido, de Angelina, deTerespolis eCapivari, que vemoabastecimentosemanalaomercadodacapital.talvezapartedaprovnciaondemenossedespendecommelhoramentosmateriais,dequeoshabitantesseocupamtantoquantolhespermitemosfracosrecursos(JOCHEM,1992).

    Na passagem para o sculo XX Desterro tem seu nome mudado para Florianpolis, emhomenagemaoPresidentedaRepublicaFlorianoPeixoto.NasprimeirasdcadasdosculoXXaIlhadeSantaCatarinamarcadaporduastendncias,aquedadaatividadeporturia,emfunodopredomniodenaviosavapor,decaladomaioreporissoinviveisaoportodacapital,epelaestagnaodaatividadeagrcola,quedependiadoportoparaexportao.Com a decadncia da navegao de cabotagem, a produo das colnias perderammercado,poisoquenoeraconsumidopelapopulaodaCapitaleraencaminhadoparaomercadointerprovincialpelocapitalcomercialdeDesterro.

    Aeconomiana Ilhaestavaestagnada, sebaseavanosexcedentes tributriosdo restodoEstado em funo da administrao publica, e esta estava ameaada pois Florianpolisestava prestes a perder a condio de Capital, pois havia uma forte corrente polticadefendendo sua transferncia pra outras cidades do interior do Estado.(ANDRADE,1981)Essa corrente reclamava que em funo dos motivos de estagnao acimamencionados a Ilha no teria meios para se desenvolver assim como pela falta deintegraocomorestantedoestadodevidoaprecariedadedaligaoIlha-Continente.ParaevitaramudanadaCapitaloGovernadorHerclioPedrodaLuzcontraindoemprstimosdeBancosNorte-Americanosiniciaaconstruodeumaponteafimderesolveroproblemada

  • 11

    integraoregional.Comaconstruodaponteesuainauguraoem1926,recebendoonome de Herclio Luz, Florianpolis firmou-se enquanto Capital do Estado, substituindodefinitivamente o transporte por lanchas realizado de So Jos e Palhoa sentido Ilha.Dessa forma, com o melhoramento da estrada Lages - Palhoa e a principal barreira domeiofsicorompida,ocolonoambulantetevemaisfacilidadeparachegaraorlamartima,enelalivredoserviodetransporteembarcado,podendoelemesmotrazersuaproduoaomercado da capital, conseguindo melhores preos e gerando uma pequena acumulaopr-capitalista, sendocapazdeatuar comocapital comercialnoescoamentodaproduodos demais produtores tornando-se a base do comercio regional.(CRUZ,2008). Osurgimento do colono ambulante diminui a rede de comercializao, porem o colonoprodutorcontinuaaserexplorado,enquantoocolonoambulanteoqualnocomeorealizarao transportecomcarroas,narelaocapitalistadaqual fazparteextraindomaisvaliadoprodutor,capitaliza-se,eposteriormenteadquirearmaznsecaminhesparaestocagemetransportedaproduo.

    Psdcadade30

    Nadcadade30aeconomiamundialestavaemrecessodevidoacrisenaBolsadeNovaYork(1929),asidiasdeKeynescomeamaganharfora,eaintervenodoEstadopassaa ser necessria na regulao da economia que se encontrava organizada pelas leis domercado.NoBrasil,GetulioVargas iniciaoprocessode industrializaobrasileiraatravsda via Prussiana, com polticas de substituio de importaes e criao de empresasestataisdosetordebensdecapital.EmSantaCatarinaaregiodecolonizaoalemnovaledoItajaenordestedoEstadosobeneficiadasporessaspolticasefundamentamsuaindustrializao. Em Florianpolis e vales litorneos adjacentes, devido a condicionantesscio-espaciaisdiferentesdosncleoscoloniaisanteriormentecitados,comoafaltadeumapr-acumulao capitalista consistente, alm da desestruturao do porto no comeo dosec.XX,asituaocontinuaamesma.Somenteapsadcadade50,quandoasforascapitalistas imprimemumacaractersticaurbano industrialsobreocenrioagro-exportadordaeconomianacionalqueFlorianpolisafetadapelas transformaesemcurso.Alemdatransfernciaecriaodeinstituiesestatais,EletrosuleUFSCrespectivamente,sendoquecomacriaodaUniversidadediversasempresasdetecnologiaviriamaseinstalarnaregio,Florianpolis integradaaocenrionacionalatravsdaBR101,nosentidoNorte-Sulacompanhandoa linhadecosta,concludaem1971eaocenrioestadual,atravsdoasfaltamento da BR 282, concludo em 1981, e consecutivamente sua expanso sentidooeste.Oaprofundamentodarodoviarizaopermitiuqueoscircuitosalimentaresregionaisde Florianpolis fossem atravessados por circuitos estaduais e nacionais, que somado areduo gradual das propriedades rurais, devido as reparties pelas sucesseshereditrias,representouumdecrscimonaproduodegnerosalimentciosporpartedascolnias.ComaformaodoPloTursticoeTecnolgicoeavalorizaofundiriageradapela BR-101 e BR282 formou-se na regio um alto adensamento urbano, conurbando ascidades de Florianpolis, So Jos, Palhoa e Biguau. Esse inchao populacional emgrandeparte reflexodoxodo rural regionaleestadual,alterandoabasedaseguranaalimentar existente at ento, pois o pequeno excedente comercializvel do colono eracompensadoporhaveremmuitoscolonos,assimsuprindoasnecessidadesalimentaresdapequenapopulaourbana,comoxodoruraleaurbanizao, ficampoucosprodutores,cadaqualproduzindoseupequenoexcedente,paraumapopulaourbanacadavezmaior.Com uma demanda maior que a oferta o preo do alimento aumenta, como a produoagrcolada Ilhapraticamenteausente,easpopulaesdasreasruraisdecolonizaoalem, estavam em processo de migrao campo/cidade, o abastecimento alimentar deFlorianpolis, em grande parte provinha de outros estados, resultando em preos maiselevadosdevidoalogsticadotransporte.

    Nesseperodo,maisprecisamentenadcadade60,asociedadeglobalmarcadaporumadiversificaodocapital,comaintroduodestasrelaesdeproduonocampo,atravs

  • 12

    damecanizaoagrcola, intensificaodousode insumosedosurgimentodoproletriorural. Essa diversificao do capital foi denominada Revoluo Verde. Como na regioserranaprximaaFlorianpolispredominaapequenapropriedaderural,oscolonosporsisnotemcondiesdecompetirouaderiralgicadocapitalagrrio,sendonecessrioaintervenodoestado.Nadcadade60osgovernosestaduaispassamaterautonomianacriao de novos municpios, antes a cargo do governo Federal, em Santa Catarina soemancipados96municpios,sendoquenaregioserranaforamseteemancipaes.Dessaformaamaquinaestatalemsuamenorescalaadministrativacapazdelevarosserviospblicos,comosade,educaoeinfra-estrutura(melhoramentodasestradasvicinais)maisprximodospequenosprodutores.Alemclarodedarumimpulsoaeconomiaurbanadasede em funo dos empregos gerados pela administrao publica. SegundoNoronha(1996)oprocessodecriaodemunicpiosmuitasvezesprovocaefeitoscolateraispositivosquenosofacilmentedetectados.Istoocorreporexemplo,emrelaoaoxodoruraleprincipalmenteregional.

    A descentralizao levou os servios mais prximos aos pequenos agricultores porem oextensionismo ruralnoBrasil aindaeraembrionrio,em1948ogovernodeMinasGeraisemassociaocomaAIA(AmericanInternationalAssociation)criaaAssociaodeCrditoe Assistncia Rural de Minas Gerais (ACAR-MG) que tinha por tese a ideologia norte-americana de que o credito rural orientado associado a assistncia tcnicamelhoraria ascondies de vida do homem do campo, essa tese penetrou com muita facilidade naAmericaLatina,mesmoemgovernosdeesquerda,ouseja,ocapitalmonopolsticocentralorientou sua reproduo na periferia. Vale salientar que a modernizao do sistemaalimentar,comaelevaosocialdopequenoprodutortransformaocampoemconsumidorde bens industriais, comprador de energia e num processo dialtico vetor de uma novacultura. Em 1954 o governo brasileiro assina um convenio com o governo dos EstadosUnidos, apoiado por um programa de ajuda aos pases subdesenvolvidos deste ultimo,criando o Escritrio Tcnico de Agricultura (ETA). Em Santa Catarina foi criado o ETA-Projeto17,oqualintroduziriaasbasesdoextensionismonoestadoemumperododeatquatroanos,apartirdacaberiaaoestadocatarinensedesenvolveressafuno.Em1957ogovernoCatarinensecriaaAssociaodeCrditoeAssistnciaRuraldeSantaCatarinaACARESC,comseuprimeiroescritrionacidadedeSoJos.Otrabalhodeextensovisasubstituir o conhecimento arcaico e tradicional dos descendentes de colonos por umconhecimento moderno, calado na cincia, sendo que os trabalhos extensionistas seaplicavam a projetos de suinocultura, bovinocultura, avicultura, horticultura, silvicultura,sistematizao de vrzeas, atravs de cursos de curta durao realizados em centrosregionais, no caso da rea de estudo, em Florianpolis no bairro Itacorubi, visando aprofissionalizao do agricultor. Na regio serrana fronteiria a Florianpolis os projetosmais expressivos da ACARESC foram os voltados a horticultura ( OLINGER, 1996). Em1989ogovernodeSantaCatarina,segueaspolticasdoGovernodeCollor,deaberturadaeconomia ao mercado internacional e privatizao estatal, e liquida a ACARESC. AeliminaodaACARESCsedeuatravsdafusodestacomaEMATER,EMPASC,IASCcriando a Empresa de Pesquisa Agropecuria e Difuso de Tecnologia EPAGRI. Estatinha a funo de realizar pesquisa e difundir esta para os tcnicos enquanto a extensorural ficou a cargo dos municpios, os quais no possuam estrutura nem conhecimentonecessriopararealizaraassistnciatcnicaaospequenosprodutores.HojeotrabalhodaEpagrinaregioserranaestavoltadoparaadifusodasilvicultura,comculturasexticas,comoopinnuseliotiseoeucalipto.ComosurgimentodaagroindstriaemSantaCatarina,surgiutambmosistemadeIntegrao,noqualaagroindstriaescolheosagricultoresmaisbemestruturados,estabelecendoumacordodeparceria,noqualaagroindstriaimpeumpacote produtivo ao produtor, transformando este, indiretamente, em seu proletrio. NaregioserranaessesistemadeIntegraoserealizacomagenteshegemnicosvoltadosaagroindstriaavcola.

  • 13

    Apesar do apoio tcnico na produo o sistema de comercializao de hortigranjeirosencontrava-seestrangulado,nohaviainformaosobreomercadoeacomercializaosedavaliteralmentenaruaporqueoprodutore/ouatravessadornotinhaoutroespaoparacomercializar.Natentativadeorganizarosistemadeabastecimentoalimentardasgrandescidadesogovernofederaleditou,em1972,oDecreton70.502criandooSistemaNacionalde Centrais de Abastecimento - Sinac, que regulamentava sobre infra-estruturasdenominadas CEASAs(Centrais de Abastecimento), que concentram a produo regionalem um nico ponto para assim facilitar sua transferncia do espao de produo e adistribuio ao comercio varejista, reduzindo o numero de intermedirios econseqentementeopreofinaldoproduto.Em1976criadaaCEASAnacidadedeSoJos, sendo que em 1986 74% dos vegetais e frutas comercializados pelos maioressupermercadosdareasoadquiridosnaCEASA/SC(ZEFERINO,1989),poremdevidoasazonalidadedaproduoedoconsumo,poisnosmesesdeveroapopulaodaIlhadeSanta Catarina aumenta consideravelmente em funo da atividade turstica, parte daproduo importada da CEAGESP, localizada na cidade So Paulo, por ser a maiorCentraldeAbastecimentodopasemanter relaocomercialcomasdemaiscentraisdoterritrionacional,sendoqueaCEASA/SCatocomeodadcadade80importava80%dosgnerosagrcolas(PrefeituramunicipaldeFlorianpolis,1978)Maistarde,aslinhasdecrdito ao pequeno agricultor garantiram uma produo regional mais competitiva,resultando em 90% a 50% de alguns produtos hortculas consumidos na prpria regiometropolitana(PRATES&CORRA,1987).

    Concluso

    Acolonizaoalemnaregiodeestudo,esteveinseridaemumcontextodeocupaodosespaosvaziosdoterritrio,dandosuporteaeconomiatropeiranotrajetoplanalto-litoral,eoabastecimentocomgnerosagrcolasaomercadodacapitaleatravsdoportodeDesterroaomercadointerprovincial.Comaquedadaatividadeporturianosec.XXtantoapequenaproduomercantilaorianaquantoaalemforamafetadas,edevidoa faltadeumapr-acumulaodecapitalconsistente,quandodaindustrializaobrasileirapsdcadade30aregio permaneceu estagnada. Florianpolis desde os primrdios da ocupao dos valesLitorneosadjacentesexerceuatraosobrearegio,nacomercializaodaproduorurale devido a sua variada oferta de bens e servios atraindo fluxos de pessoas. Com adinamizao das relaes capitalistas de produo e consecutivamente a urbanizao econurbao de Florianpolis e dos municpios continentais limtrofes a ilha, a divisoterritorialdotrabalhonaredeurbanadeFlorianpolisseacentua.Aespecializaodecadaterritrio(municpio)vaidependerdocapitaletcnicapresentesemcadafraodoespao.Quantoaocapital,naregioestenosedesenvolveuemseuvisprodutivo,salvoporrarasexcees,massimnaesferacomercialdevidoaosagentesnecessriosaoescoamentodaproduo colonial, como estes agentes por sua vez so os mais abastados em termosfundirios, de acordo com as condies de mercado sero capazes de investir emdeterminada especializao produtiva rural. Quanto a tcnica, esta pode ser tradicional,trazida pelos imigrantes, ou incrustada no meio tcnico - cientifico. Na regio decolonizao alem os trabalhos extensionistas da ACARESC voltados a horticulturaresultariam na especializao produtiva de Antonio Carlos(colnia Leopoldina) e guasMornas(Colnia Vargem Grande e parte de Santa Isabel e Terespolis) tanto porestabelecimentosfamiliarescomoagroindustriais.Atcnicatradicionalporsuaveztambmresultarianaespecializaoprodutivadecertosmunicpios,emSoBonifacio(Terespolis-Linha Capivari) a tcnica de processamento de embutidos representaria uma forma derenda para pequenos produtores. Em Angelina a tcnica de processamento de queijostransformaria o municpio em um grande produtor desse produto, sofrendo influencia daredeurbanadeTijucassobreacomercializaodasuaproduo.Valesalientarquenessesmunicpiosessesprodutosderivadosdematriaprimaanimal,equepossuemmelhorpreodevido ao valor agregado na produo, em muitos casos so o nico excedentecomercializveldepequenosprodutores.Osgnerosproduzidosna regiodeestudoso

  • 14

    comercializados no mercado formal e informal. No mercado formal entraria a produocomercializadapor redesdesupermercados, issoemrelaoashortalias,enomercadoinformal representado pelas feiras e sacoles, alem das hortalias entrariam os produtosderivadosdematriaprimaanimal,osquaisssocomercializadosnessecircuitodevidoao seu carter informal, pois as unidades de produo familiares na grande maioria doscasos no esto dentro das normas da fiscalizao sanitria. Os circuitos regionais deFlorianpolisapesardaestruturadoCeasa-SoJosquedeveriapossibilitaraopequenoprodutor ele mesmo vender seu produto ao varejista ou consumidor final, acaba sendopassivodeagentesdeintermediao,comercianteslocaiseocolonoambulante,detentoresdecapitaleinformaonecessriaaoescoamentodaproduoatomercadoconsumidor,enquanto o pequeno produtor, aquele que realmente gera o valor do produto pelo seutrabalho,continuaemseuprocessohistricodeexplorao.

    Apoio:

    Bibliografia

    ANDERSON,Perry.LinhagensdoEstadoAbsolutista.BibliotecadasCienciasdoHomem.Porto:Ed.Afrontamento,1984.

    ANDRADE, Djanira M. Martins de. Hercilio Luz: Uma Ponte Integrando Santa Catarina.Florianopolis:Ed.UFSC,1981.

    CAMPOS,N.J.TerrascomunaisepequenaproduoaoriananaIlhadeSantaCatarina.Florianpolis:FCC,Ed.UFSC,1991.

    CAMPOS,N.J.SantaCatarina:TropasetropeirosnoTrajetoLitoral-PlanaltoVistoAtravesdos Relatrios dos Presidentesda Provncia. In: SANTOS,L.M & BARROSO, L. M.(Org).BomJesusnaRotadoTropeirismonoConeSul.CaxiasdoSul,2004

    CARUSO, Raimundo & CARUSO, Marila M. Leal. Vida e Cultura Aoriana em SantaCatarina: 10 Entrevistas com Franklin Cascaes. Florianpolis: Edies da culturacatarinense,1997.

    CENTRODEESTUDOSCULTURAECIDADANIA.UmaCidadeNumaIlha:Relatriosobreos problemas scio-ambientaisda ilhade SantaCatarina-2edio.Florianpolis: Insular,CECCA,1997.

    CORRA,RobertoLobato.ARedeUrbana.SoPaulo:Ed.rticaS.A.1989.CRUZ,KarinaMartins.AContribuiodealemesedescendentesparaaformaoscio-espacialcatarinense:OcasodaRegioMetropolitanadeFlorianpolis(SC).DissertaodeMestrado-PPGGEO-UFSC.Florianpolis,2008.

    HUBENER, Laura Machado. O Comercio na Cidade de Desterro no sculo XIX.Florianpolis:Ed.UFSC,1981.

    JOCHEM,ToniVidal.PousodosImigrantes.Florianpolis:Ed.Papalivro,1992.

  • 15

    JOCHEM, Toni Vidal & ALVES, Debora Bendocchi. So Pedro de Alcntara: 170 anosdepois...1829maro1999.SoPedrodeAlcntara:CoordenaodosFestejos,1999.MARX, Karl. O Capital: crtica da economia poltica. v.1.Tomo II. So Paulo: AbrilCultural,1984.

    MATTOS, Jacinto Antonio de. Colonizao do Estado de Santa Catarina. Florianpolis,Gab.Typ.ODia,1917.

    MALUF,RenatoS.MercadosagroalimentareseaagriculturafamiliarnoBrasil:agregaodevalor,cadeiasintegradasecircuitosregionais.PortoAlegre,EnsaiosFEE,v.25,n1,abr.2004.

    NORONHA, R. Criao de novos municpios: o processo ameaado. Revista deAdministraoMunicipal,RiodeJaneiro,v.43,n.219.Abr./dez.1996

    OLINGER,G.Ascensoedecadnciadaextenso ruralnoBrasil.Florianopolis:EPAGRI,1996.

    PELUSOJNIOR,V.A.AcolonizaoalemnareafronteiraIlhadeSantaCatarina.Observaesgeogrficas.In:RevistadoInstitutoHistricoeGeogrficodeSantaCatarina,n.2,8afase,Florianpolis,1semestre,1980.

    PEREIRA,RaquelM.FontesdoAmaral.Dageografiaqueseensinaagnesedageografiamoderna.Florianpolis:Ed.UFSC,1993.

    PIAZZA,WalterFernando.AColonizaodeSantaCatarina-3edio.Florianpolis:Ed.Lunardelli,1994.

    PRATES,A.M.M.CORRA,W.K.Produoecomercializaodehortaliasnomunicpio de Antnio Carlos - SC: alguns resultados preliminares. In: Geosul. n.4, AnoII,DepartamentodeGeocincias.CFH/UFSC,Florianpolis,2semestrede1987.

    PREFEITURAMUNICIPALDEFLORIANPOLIS.ProjetoCHPU/BIRDCidadesdePorteMdio.Vol.1.Florianpolis,IPUF,julho/1978.

    SANTOS, Milton. O Espao Dividido: os dois circuitos da economia urbana dos pasessubdesenvolvidos.RiodeJaneiro:F.Alves,1979.

    SANTOS,Milton.SociedadeeEspao:Aformaosocialcomoteoriaecomomtodo.In:EspaoeSociedade.Petrpolis/RJ:Ed.Vozes,1979.

    SEYFERTH,Giralda.AcolonizaodovaledoItaja-Mirin.Ed.Movimento.1974SILVA,CarlosAlbertoPintoda.NotassobreaPopulaodeSo PedrodeAlcntara. In:BlumenauemCadernos,TomoXXVIII,n7,julhode1987.ZEFERINO, Augusto Csar. Abastecimento Urbano: Consideraes A cerca dosComponentes e Estrutura. In: Geosul. n.7, Ano II,Departamento deGeocincias.CFH/UFSC,Florianpolis,1semestrede1989.

    WAIBEL, Leo. Princpios da Colonizao Europia no Sul do Brasil. In Captulos deGeografiaTropicaledoBrasil.RiodeJaneiro:IBGE,1958.

    WOORTMANN, E. F. Ein gutes Land: uma categoria do imaginrio teuto-brasileiro.In:WOORTMANN,E.F.(org).Significadosdaterra.Braslia:UNB,2004.