O Casamento Do C u e Do Inferno Por William Blake

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O Casamento do Céu e do Inferno O Casamento do Céu e do Inferno O Casamento do Céu e do Inferno O Casamento do Céu e do Inferno O Casamento do Céu e do Inferno William Blake William Blake William Blake William Blake William Blake

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoPOR: Frater Goya

Certos momentos na vida de uma pessoa são raros.Uma música que lembraum grande momento, um perfume que recorda a pessoa amada. Ler talvez paraalgumas pessoas seja um dos grandes momentos da vida. E quando se lê algo quenos marca profundamente, aí sim a leitura valeu a pena.

O texto que apresentamos é uma dos maiores momentos da poesia mundial.William Blake é um daqueles artistas que escreve, pinta, compõe, levando asconcepções da arte às últimas consequências. A obra, chamada de O Casamentodo Céu e do Inferno, possui uma clareza e uma linha de pensamento própria deBlake. Cada linha possui um sabor próprio, que leva nossa imaginação a lugaresdistantes e situações fantásticas.

Blake ilustra a obra dando-nos não apenas a palavra, mas a visão de suaobra. Incluí-mos aqui os desenhos da publicação de 1790 e o texto original eminglês. A tradução e as notas são de Marcelo Ramos Motta, que dispensa qualquerapresentação em nossa pátria. No final da obra, há uma pequena biografia paraaqueles que porventura ainda não o conheçam.

O Casamento do Céu e do Inferno é uma obra que deve ser lida por todoestudante de Thelema, pois influenciou muito a obra de Crowley e em especial oLivro da Lei, onde Crowley expõe Thelema pela primeira vez.

Esperamos que a leitura seja boa, e que ao final, as palavras continuemecoando na mente e no espírito do leitor, assim como vem fazendo ao longo dosséculos desde de sua primeira publicação.

Boa Leitura!Fr. GoyaCuritiba, 22 de fevereiro de 2003.An iv10 Sol 2° Pisces, Luna 8° Scorpio Dies Saturnii

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William BlakeWilliam BlakeWilliam BlakeWilliam BlakeWilliam Blake

WILLIAM BLAKE, ou William O’Neill, um dos maiores poetas ingleses eum dos originais pensadores de todos os tempos, era também exímio pintor edesenhista. Altivo e independente, Blake teve uma existência cheia de dificuldadespor se recusar a bajular os poderosos. Situado cronologicamente entre os poetas“cavaleiros” e os românticos, na realidade Blake não pode ser incluído em qual-quer das duas escolas; profeta mais que poeta, sua obra está de pé por si. Morreuno princípio do Séc. XIX, tendo escrito, pintado e desenhado durante mais decinquenta anos. Seu intenso patriotismo levou os críticos literários a lhe darem oapelido de English Blake. É considerado, com Rabelais, um precursor e profetanosso.

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Copy InformationTitle: The Marriage of Heaven andHellOrigination: William Blake: author,inventor, delineator, etcher, printer,coloristNote: Blake’s authorship is nowherestated in the work, but the attributionis certain.Origination: Catherine Blake:printerPublisher: William BlakeNote: Blake’s name as the publisheris nowhere stated in the work, butthe attribution is certain.Place of Publication: LondonNote: The place of publication is notstated in the work, but Blake lived inLondon until the autumn of 1790,when he moved to the suburb ofLambeth.Imprint Date: noneComposition Date: 1790Print Date: 1790Number of Plates: 27Plate Order: 1-27Plate Size: Ranging between 16.6 x11 cm. and 13.6 x 9.8 cm.Number of Leaves: 15Note: Plates 1 and 2 are printed onsingle leaves; all other plates areprinted recto/verso.Leaf Size: 26.9 x 17.9 cm.Medium: Relief and white-lineetching with hand coloringPrinting Style: reliefInk Color: greenSupport: wove paperWatermark: J WhatmanNote: The watermark appears onlyon the leaves bearing plates 1 and 11-12.Etched Numbers: none

Penned Numbers: noneFrame Lines: noneBinding: contemporary tree calfrebackedStab Holes: none

Present Location

The Pierpont Morgan Library29 East 36th StreetNew York, NY 10016USA

Telephone: 212-685-0610Fax: 212-481-3484Email: [email protected]: http://www.morganlibrary.org

Department: Department of PrintedBooks and BindingsCollection: Pierpont MorganLibraryAccession number: PML 17559

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William Blake’sWilliam Blake’sWilliam Blake’sWilliam Blake’sWilliam Blake’sThe MarThe MarThe MarThe MarThe Marrrrrriagiagiagiagiage of Heae of Heae of Heae of Heae of Heavvvvven and Hellen and Hellen and Hellen and Hellen and Hell

There are nine known copies of lhe Marriage of Heaven and Hell, the thirdof Blake’s illuminated books. It was probably begun in 1789 and completed in1790.

THE ARGUMENT

Rintrah roars & shakes his fires in the burden’d air;Hungry clouds swag on the deep.

Once meek, and in a perilous path,The just man kept his course alongThe vale of death.Roses are planted where thorns grow,And on the barren heathSing the honey bees.

Then the perilous path was planted:And a river and a springOn every cliff and tomb:And on the bleached bonesRed clay brought forth.

Till the villain left lhe paths of ease,To walk in perilous paths, and driveThe just man into barren climes.

Now the sneaking serpent walksIn mild humility,And lhe just man rages in the wildsWhere lions roam.

Rintrah roars & shakes his fires in the burden’d air;Hungry clouds swag on the deep.

As a new heaven is begun, and it is now thirty-three years since its advent:the Eternal Hell revives. And lo! Swedenborg is the Angel sitting at the tomb: hiswritings are the linen clothes folded up. Now is the dominion of Edom, & theretum of Adam into Paradise: see Isaiah XXXIV & XXXV Chap:

Without Contraries is no progression. Attraction and Repulsion, Reason

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and Energy, Love and Hate, are necessary to Human existente.

From these contraries spring what the religious call Good & Evil. Good isthe passive that obeys Reason. Evil is the active springing from Energy.

Good is Heaven. Evil is Hell

THE VTHE VTHE VTHE VTHE VOICE OF THE DEVILOICE OF THE DEVILOICE OF THE DEVILOICE OF THE DEVILOICE OF THE DEVIL

All Bibles or sacred codes, have been the causes of the following Errors.

1. That Man has two real existing principles Viz: a Body & a Soul.2. That Energy, call’d Evil, is alone from the Body, & that Reason, call’d

Good, is alone from the Soul.3. That God will torment Man in Eternity for following his Energies.

But the following Contraries to these are True.

1. Man has no Body distinct from his Soul; for that call’d Body is a portionof Soul discern’d by the five Senses, the chief inlets of Soul in this age.

2. Energy is the only life and is from the Body and Reason is the bound oroutward circumference of Energy .

3. Energy is Eternal Delight.

Those who restrain desire, do so because theirs is weak enough to berestrained; and the restrainer of reason usurps its place & governs the unwilling.

And being restrain’d it by degrees becomes passive till it is only the shadowof desire.

The history of this written in Paradise Lost, & the Governor of Reason iscall’d Messiah.

And the original Archangel or possessor of the command of the heavenlyhost, is call’d the Devil or Satan and his children are call’d Sin & Death.

But in the Book of Job Miltons Messiah is call’d Satan.

For this history has been adopted by both parties.

It indeed appear’d to Reason as ifDesire was cast out, but the Devilsaccount is that the Messiah eli, & formed a heaven ofwhat he stole from theAbyss.

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This is shewn in the Gospel, where he prays to the Father to send thecomforter or Desire that Reason may have Ideas to build on, the Jehovah of theBible being no other than he who dwells in flaming tire.

Know that after Christs death, he became Jehovah.But in Milton’ the Father is Destiny, the Son, a Raio ofthe tive senses, &

the Holy-ghost, Vacuum!

Note. The reason Milton wrote in fetters when he wrote of Angels & God,and at liberty when of Devils & Hell, is because he was a true Poet and oftheDevils party without knowing it.

A MEMORABLE FA MEMORABLE FA MEMORABLE FA MEMORABLE FA MEMORABLE FANANANANANCYCYCYCYCY

As I was walking among the tires ofhell, delighted with the enjoymentsofGenius; which to Angels look like torment and insanity, I collected some oftheirProverbs; thinking that as the sayings used in a nation, mark its character, so theProverbs of Hell, shew the nature in Infernal wisdom better than any descriptionof buildings or garments,

When I came home: on the abyss ofthe tive senses, where a flat sided steepfrowns over the present world, I saw a mighty Devil folded in black clouds,hovering on the sides of the rock, with coIToding fires he wrote the followingsentence now percieved by the minds of men, & read by them on earth.

How do you know but ev’ry Bird that cuts the airy way,

Is an immense world of delight, clos’d by your senses five?

PROVERBS OF HELL

In seed time learn, in harvest teach, in winter enjoy.Drive your cart and your plow over lhe bones of lhe dead.The road of excess leads to lhe palace of wisdom.Prudence is a rich ugly old maid courted by Incapacity.He who desires but acts not, breeds pestilence.The cut worm forgives lhe plow.Dip him in lhe Tiver who loves water.A fool sees not the same tree that a wise man sees.He whose face gives no light, shall never become a Star.Eternity is in love with lhe productions of time.The busy bee has no time for sorrow.The hours offolly are measur’d by lhe clock, but ofwisdom: no clock can

measure.AlI wholsom food is caught without a net or a trap

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Bring out number weight & measure in a year of dearth.No bird soars too high, ifhe soars with his own wings.A dead body, revenges not injuries.The most sublime act is to set another before you.If the fool would persist in his folIy he would become wise.FolIy is lhe cloke ofknavery.Shame is Prides cloke.

PRPRPRPRPROOOOOVERBS OF HELLVERBS OF HELLVERBS OF HELLVERBS OF HELLVERBS OF HELL

Prisons are built with stones of Law, Brothels with bricks of Religion.The pride of the peacock is lhe glory of God. ..The lust of the goat is the bounty of God.The wrath ofthe lion is the wisdom of God.The nakedness of woman is lhe work of God.Excess of sorrow laughs. Excess of joy weeps.The roaring oflions, the how1ing ofwolves, the raging ofthe stormy sea,

and the destructive sword, are portions of eternity too great for the eye of man.The fox condemns the trap, not himself.Joys impregnate. Sorrows bring forth.Let man Wear the felI ofthe lion, woman lhe fleece ofthe sheep.The bird a nest, the spider a web, man friendship.The selflsh smiling fool, & the sulIen frowning fool, shall be both thought

wise, that they may be a rodWhat is now proved was once, only imagin’d.The rat, the mouse, lhe fox, the rabbit: watch lhe roots; the lion, the tyger,

lhe horse, the elephant, watch the fruits.The cistem contains; lhe fountain overflows.One thought, fills immensity.AIways be ready to speak your mind, and a base man wilI avoid you.Every thing possible to be believ’d is an image of truth.The eagle never lost so much time, as when he submitted to learn of the

crow.The fox provides for himself, but God provides for the lion.Think in lhe moming. Act in the noon. Eat in the evening. Sleep in the night.He who has suffer’d you to impose on rum knows you.As lhe plow follows words, so God rewards prayers.The tygers ofwrath are wiser than the horses ofinstruction.Expect poison from the standing water.You never know what is enough unless you know what is more than enough.Listen to the fools reproach! it is a kingly title!The eyes of fire, lhe nostrils of air, lhe mouth of water, lhe beard of earth.The weak in courage is strong in cunning.The apple tree never asks lhe beech how he shall grow, flor lhe lion, lhe

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horse, how he shall take his prey.The thankful reciever bears a plentiful harvest.If others had not been foolish, we should be so.The soul of sweet delight, can never be defil’d.When thou seest an Eagle, thou seest a portion of Genius, lift up thy head!As the catterpiller chooses the fairest leaves to lay her eggs On, so the

priest lays his curse on lhe fairest joys.To create a little tlower is the labour of ages.Damn, braces: Bless relaxes.The best wine is lhe oldest, the best water lhe newest.Prayers plow not! Praises reap not!Joys laugh not! Sorrows weep not!The head Sublime, the heart Pathos, the genitals Beauty, the hands & feet

Proportion.As the air to a bird of the sea to a fish, so is contempt to the contemptible.The crow wish’d every thing was black, the owl, that every thing was

white.Exuberance is Beauty.If the lion was advised by lhe fox:, he would be cunning.Improvement makes strait roads, but lhe crooked roads without

Improvement, are roads of Genius.

Sooner murder an infant in its cradle than nurse unacted desires.Where man is not nature is barren.Truth can never be told so as to be understood, and not be believ’d.

Enough! or Too much!

The ancient Poets animated alI sensible objects with Gods or Geniuses,calling them by the names and adoming them with the properties of woods, rivers,mountains, lakes, cities, nations, and whatever their enlarged & numerous sensescould percieve.

And particularly they studied lhe genius of each city & country, placing itunder its mental deity.

Till a system was formed, which some took advantage of & enslav’d thevulgar by attempting to realize or abstract the mental deities from their objects;thus began Priesthood.

Choosing forms of worship from poetic fales.And a length they pronounc’d that the Gods had order’d such things.Thus men forgot that AlI deities reside in the human breast.

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A MEMORABLE FA MEMORABLE FA MEMORABLE FA MEMORABLE FA MEMORABLE FANANANANANCYCYCYCYCY

The Prophets Isaiah and Ezekiel dined with me, and I. asked them howthey dared so roundly to assert, that God spoke to them; and whether they didnot think at the time, that they would be misunderstood, & so be the cause ofimposition.

lsaiah answer’d, I saw no God, nor heard any, in a finite organical perception;but my senses discover’d lthe infinite in every thing, and as I was then perswaded,& remain confirm’d; that lhe voice ofhonest indignation is lhe voice of God, Icared not for consequences but wrote.

Then I asked: does a firm perswasion that a thing is so, make it so?

He repIied, AlI poets that it does, & in ages of imagination this firmperswasion removed mountains; but many are not capable of a firm perswasion ofany thing.

Then EzekieI said, The philosophy of the east taught the first principIes ofhuman perception: some nations heId one principIe for the origin & some another;we of Israel taught that the Poetic Genius (as , you now calI it) was the firstprincipIe and all other others merely derivative, which was the cause of ourdespising the priests & Philosophers of other countries, and prophecying that alIGods would at last be proved to originate in ours & to be the tributaries of thePoetic Genius; it was this that our great poet King David desired so ferventIy &invokes so patheticly, saying by this he conquers enemies & governs kingdoms;and we so loved our God, that we cursed in his name alI deities of surroundingnations, and asserted that they had rebelIed; from these opinions the vulgar carneto think that alI nations would at last be subject to the jews.

This said he, Iike alI firm perswasions, is come to pass, for alI nationsbeIieve the jews code and worsbip the jews god, and what greater subjection canbe?

I heard this with some wonder, & must confess my own conviction. Afterdinner I ask’d Isaiah to favour the worId with his lost works, he said none of equalvalue was lost. Ezekiel said the same ofhis.

I also asked I.saiah what made rum go naked and barefoot three years? heanswer’d, the same that made our friend Diogenes the Grecian.

I then asked EzekieI, why he eat dung, & lay so long on his right & left side?he answer’d, the desire of Iraising other men fito a perception ofthe infinite; thisthe North Arnerican tribes practise, & is he honest who resists his genius orconscience only for the sake of present ease or gratification?

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The ancient tradition that the world will be consumed in tire at the end ofsix thousand years is true, as I have heard from HelI.

For the cherub with his flaming sword is hereby commanded to leave hisguard at tree of tire, and when he does, the whoIe creation wilI be consumed, andappear infinite, and holy whereas it now appears finite & corrupt.

This will come to pass by an improvement of sensual enjoyment.

But first the notion that man has a body distinct from his soul, is to beexpunged: this I shalI do, by printing in the infernal method, by corrosives, whichin HelI are salutary and medicinal, meIting apparent surfaces away, and displayingthe infinite which was hid.

If the doors of perception were cleansed every thing would appear to manas it is, infinite.

For man has closed himselfup, tilI he sees all things thro’ narrow chinksofhis cavem.

I was in a Printing house in RelI & saw the method in which knowledge istransrnitted from generation to generation.

In the first chamber was a Dragon-Man, clearing away the rubhish from acaves moth; within, a number ofDragons were holIowing the cave.

In the second chamber was a Viper folding round the rock & the cave, andothers adorning it with gold, siIver and precious stones.

In the third chamber was an Eagle with wings and feathers of air; he causedthe inside of the cave to be infinite; around were numbers of Eagle like men, whobuilt paIaces in the immense cliffs.

In the fourth charnber were Lions of flaming fire raging around & meltingthe metais into living fluids.

In the fifth charnber were Unnam’d forros, which cast the metais into theexpanse.

There they were reciev’d by Men who occupied the sixth charnber, andtook the forros ofbooks & were, arranged in libraries.

The Giants who formed this world into its sensual existence and now seem

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to live in it in chains, are in . truth, the causes of its Iife & the sources of aIIactivity; but the chains are, the cunning of weak and tarne minds, which havepower to resist energy, according to the proverb, the weak in courage is strong incunrung.

Thus one portion ofbeing, is the Prolific, the other, the Devouring: to thedevourer it seems as ifthe

producer was in his chains, but it is not so; he only takes portions ofexistence and fancies that the whole.

But the Prolific would cease to be Prolific unless the Devourer as a searecieved the excess ofhis delights.

Some will say, Is not God aIone the Prolific? I answer, God only Acts &I.s, in existing beings or Men.

These two classes of men are aIways upon earth, & they should be enemies~whoever tries to reconcile them seeks to destroy existence.

Religion is an endeavour to reconcile the two.

Note. Jesus Christ did not wish to unit but to seperate them, as in theParable of sheep and goats! & he says I carne not to send Peace but a Sword.

Messiah or Satan or Tempter was formerly thought to be one oftheAntediluvians who are our Energies.

An Angel carne to me and said O pitiable foolish young man! O horrible! OdreadfuI state! consider the hot burning dungeon thou art preparing for thyself toalI eternity, to which thou art going in such career.

I said, perhaps you will be willing to shew me my eternallot & we willcontemplate together upon it and see whether your lot or mine is most desirable.

So he took me thro’ a stable & thro’ a church & down into the church vaultat the end ofwhich was a milI: thro’ the mill we went, and carne to a cave, downthe winding cavem we groped our tedious way till a void boundless as a netherSky appear’d beneath us, & we held by the roots oftrees and hung over thisimmensity, but I said, ifyou please we wiIl commit ourselves to this void, and seewhether providence is here aIso, ifyou will not, I will? but he answer’d, do notpresume O young-man but as we here remain behold thy lot which will soonappear when the darkness passes away.

So i remain’d with him sitting in the twisted root of an oak; he was suspended

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in a fungus, which hung with the head downward into the deep.

By degrees we beheld the infinite Abyss, fiery as the smoke of a burningcity; beneath us at an immense distance was the sun, black but shining; round itwere fiery tracks on which revolv’d vast spiders crawling after their prey; whichflew or rather swum in the infinite deep, in the most terrific shapes of animaIssprung from corruption, & the air was fuIl ofthem, & seem’d composed ofthem;these are Devils, and arc caIled Powers of the air. I now asked my companionwhich was my eternallot? he said, between the black & white spiders.

But now, from between the black & wbite spiders, a cloud and fite burstand rolled thro’ the deep,

blackning ali beneath, so that the nether deep grew black as a sea & rolledwith a terrible noise; beneath

us was nothing now to be seen but a black tempest, tilllooking east betweenthe clouds & the waves, we saw a cataract of blood mixed with fiTe, and not manystones throw from us appear’d and sunk again the scaly fold of a monstrousserpent; at last to the east, distant about three degrees appear’ d a fiery crest

above the waves; slowly it reared like a ridge of golden rocks till wediscover’d two globes of crimson , fiTe, from which the sea fled away in cloudsofsmoke, and now we saw, it was the head ofLeviathan; his I forehead was dividedinto streaks of green & purple like those on a tygers forehead: soon we saw his

mouth & red gills hang just above the raging roam tinging the black deepwith beams of blood, advancing toward us with alI the fury of a spiritual existence.

My friend the Angel climb’d up from his station into the mill; I remain’dalone, & then this appearance

was no more, but I found myself sitting on a pleasant bank beside a Tiverby moonlight hearing a harper who sung to the harp, & his theme was, The manwho never alters his opinion is like standing water, & breeds reptiles of the mind.

But I arose, and sought for the mill & there I found my Angel, who surprisedasked me how I escaped?

I answer’d, All that we saw was owing to your metaphysics; for when youran away, I found myself on a

Ibank by moonlight hearing a harper. But now we have seen my eternallot,shall I shew you yours? he

laugh’d at my proposal; but I by force suddenly caught rum in my arms, &flew westerly thro’ the night,

till we were elevated above the earths shadow; then I flung myseJf withhim directly fito the body of the sun; here I clothed myself in wbite, & taking inmy hand 8wedenborgs volumes, sunk from the glorious clime, and passed all theplanets till we carne to saturo; here I staid to rest, & then leap’d into the void,

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between saturo & the fixed stars.

Here, said I! is your lot, in this space, if space it mar be call’d. 800n we sawthe stable and the church, & I took him to the altar and open’d the Bible, and lo!it was a deep pit, fito wbich I descended driving the Angel before me; soon we sawseven houses ofbrick; one we enter’d; in it were a number ofmonkeys, baboons, &alI ofthat species, chain’d by the middle, grinning and snatching at one another,but witheld by the shortness of their chains; however I saw that they sometimesgrew numerous, and then the weak

were caught by the strong, and with a grinning aspect, first coupled with &then devour’d, by plucking off first one limb and then another till the body wasleft a helpless trunk; this after grinning & kissing it with seeming fondness theydevour’d too; and here & there I saw one savourily picking the flesh off ofhis owntai1; as the stench terribly annoy’d us both we went into the mill, & I in my handbrought the skeleton of a body, which in the mill was Aristotles Analytics.

So the Angel said: thy phantasy has imposed upon me & thou oughtest tobe ashamed.

I answer’d: we impose on one another, & it is but lost time to conversewith you whose works are only Analytics.

Opposition is true Friendship.

I have always found that Angels have the vanity to speak of themselves asthe on1y wise; this they do with a confident insolence sprouting from systematicreasoning:

Thus Swedenborg boasts that what he writes is new; tho’ it is on1y theContents or Index of already publish’d books.

A man carried a monkey about for a shew, & because he was a little wiserthan the monkey, grew vain, and conciev’d himself as much wiser than sevenmeDo I.t is so with 8wedenborg; he shews the folly of

churches & exposes hypocrites, till he imagines that all are religious, &himself the single one on earth that ever broke a net.

Now hear a plain fact: Swedenborg has not written one new truth: Nowhear another: he has written alI the old falshoods.

And now hear the reason. He conversed with Angels who are ali religious,& conversed not with Devils who ali bate religion, for he was incapable thro’ hisconceited notions.

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Thus Swedenborgs writings are a recapitulation of alI superficial, opinions,and an analysis of the more, sublime, but no further.

Have now another plain fact: Any man of mechanical talents may from thewritings ofParacelsus or Jacob Behmen, produce ten thousand volumes of equalvalue with Swedenborgs, and from those of Dante or Shakespear, an infinitenumber.

But when he has done this, let him not say that he knows better than hismaster, for he only holds a candle in sunsbine.

Once I saw a Devil in a flame offire, who arose before an Angel that sat ona cloud, and the Devil utter’d these words.

The worsbip of God is, Honouring his gifts in other men each according tohis genius, and loving the greatest men best; those who envy or calumniate greatmen bate God, for there is no other God.

The Angel hearing this became almost blue, but mastering himself he grewyellow, & at last white pink & smiling, and then replied,

Thou Idolater, is not God One? & is not he visible in Jesus Christ? and hasnot Jesus Christ given his sanction to the law often commandments, and are notalI other men fools, sinners, & nothings?

The Devil answer’d: bray a fool in a morter with wheat, yet shall not hisfolly be beaten out ofbim; if

Jesus Christ is the greatest man, you ought to love bim in the greatestdegree; now hear how he has given his sanction to the law often commandments:did he not mock at the sabbath, and so mock the sabbaths God? murder those whowere murder’d because of him? turn away the law from the woman taken in

adultery? steal the labor of others to support him? bear false witness whenhe omitted making a defence

before Pilate? covet when he pray’d for his disciples, and when he bid themshake offthe dust oftheir feet against such as refused to lodge them? I tell you, novirtue can exist without breaking these ten commandments; Jesus was ali virtue,and acted from impulse, not from mIes.

When he had so spoken: .I beheld the Angel who stretched out his armsembracing the flame of tire, & he was consumed and arose as Elijah.

Note. This Angel, who is now become a Devil, is my particular friend; weoften read the Bible together in its infernal or diabolical sense which the worldshall have if they behave well.

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I have also: The Bible ofHell: wbich the world shall have whether they willor no.

One Law for the Lion & Ox is Oppression.

A SONG OF LIBERLIBERLIBERLIBERLIBERTTTTTYYYYY

1. The Eternal Female groan’d! it was heard over alI the Earth:2. 2. Albions coast is sick silent; the American meadows faint!3. Shadows ofProphecy sbiver along by the lakes and the rivers and

mutter across the oceano France rend down thy dungeon;4. Golden Spain burst the barriers of old Rome;5. Cast thy keys O Rome into the deep down falling, even to eternity

down falling,6. And weep.7. ln her trembling hands she took the new bom terror howling;8. On those infinite mountains oflight, now barr’d out by the atlantic

seR, the new bom fire stood before the starry king!9. Flag’d with grey brow’d snows and thunderous visages the jealous

wings wav’d over the deep.10. The speary hand bumed aloft, unbuckled was the shield, forth

went the hand ofjealousy among the flaming hair, and hurl’d the new bom wonderthro’ the starry night.

11. The fire, the fire, is falling!12. Look up! look up! O citizen ofLondon, enlarge thy countenance;

O Jew, leave counting gold! retum to thyoil and wine; O African! black African!(go, winged thought, widen his forehead.)

13. The fiery limbs, the flaming hair, shot like the sinking suo into thewestem sea.

14. Wak’d from his eternal sleep, the hoary element roaring fled away;15. Down rush’d beating his wings in vaio the jealous king; his grey brow’d

councellors, thunderous warriors, curl’d veterans, among helms, and shields, andchariots, horses, elephants: banners, castles, slings, and rocks,

16. Falling, rushing, ruining! buried in the ruins, on Urthona’s dens;17. AlI night beneath the ruins, then their sullen flames faded emerge round

the gloomy King.18. With thunder and fire: leading his starry hosts thro’ the waste wilderness,

he promulgates his ten commands, glancing: his beamy eyelids over the deep indark dismay,

19. Where the son of fire in his eastem cloud, while the moming plumes herGolden breast,

20. Spuming the clouds written with curses, stamps the stony law to dust,loosing: the etemal horses from the dens of night, crying,

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Empire is no more! and now the lion & wolf shall cease

Chorus

Let the Priests of the Raven of dawn, no longer in deadly black, with hoarsenote curse the sons of joy. Nor his accepted brethren, whom tyrant, he calls free:lay the bound or build the roof. Nor pale religious letchery call that virginity, thatwishes but acts not!

For every thing that lives is Holy.

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UMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁVEL FVEL FVEL FVEL FVEL FANTANTANTANTANTASIAASIAASIAASIAASIA

Um anjo veio a mim e disse: “Ó infeliz e tolo jovem! Como é horrível!Como é pavoroso teu estado! Pense na fornalha ardente que estas preparandopara ti mesmo por toda a eternidade, para a qual tu vais com toda pressa!”

Eu disse: “Talvez você esteja disposto a me mostrar a minha condiçãoeterna; nós contemplaremos juntos, e veremos se o teu destino ou o meu é o maisdesejável”.

Assim, ele me conduziu através de um estábulo & de uma igreja e para acripta da igreja, no extremo da qual estava o moinho.

Nós passamos através do moinho e chegamos a uma caverna. Dentro destatortuosa caverna nós tateamos um tediosa avanço até chegar-mos a um vazio semlimites, como o céu inferior, que se abria a nosso pés; e nós nos seguramos àsraízes de árvores e nos dependuramos sobre esta imensidade. Mas eu disse: “se teagrada, atire-mo-nos os dois neste vazio, e vejamos se a tua providencia não estaaqui também; se não fizeres eu farei.” Mas ele respondeu: “não sejas presunçosoÓ jovem29: mas enquanto permanecemos aqui, contempla seu destino que apare-cerá tão logo a escuridão se desvaneça.”

Assim, eu permaneci com ele, sentado na raiz retorcida de um carvalho; eleestava suspenso de um cogumelo que crescia de cabeça para baixo no profundo.

Aos poucos, nós vimos o Abismo Infinito, flamejante como a fumaça seuma cidade incendiada sobre nós; a uma distancia imensa, estava o sol, negro,porém brilhante: em volta estavam trilhos flamejantes nos quais se moviam vastasaranhas, rastejando em busca de suas presas, a qual voava ou antes nadava, nainfinita profundeza, sob a forma terrível dos mais hediondos animais engendradosda corrupção; & o ar estava cheio de tais criaturas, & parecia composto de taiscriaturas. Estes são os Demônios chamados de Poderes do ar. Eu agora perguntariaao meu companheiro, qual seria o meu destino eterno. Ele disse: “entre as aranhasnegras e as brancas”.30 Mas agora, entre as aranhas negra & brancas, uma nuvem efogo explodirão e rolaram da profundeza, enegrecendo tudo sobre nós, de formaque o céu inferior tonou-se negro como um mar, & rolou como um ruído terrível.Abaixo de nós nada havia agora para ser visto se não uma tempestade negra, atéque olhando para o Oriente entre as nuvens & as ondas nós vimos uma catarata desangue misturada com fogo, e não muito longe de nós apareceram e afundaram denovo as escamosas roscas de uma serpente gigantesca. Por fim, na direção doOriente, à distancia de uns três graus, aparecia uma crista flamejante acima dasondas; aos poucos ela se elevou como uma serra de picos dourados até que nósdiscernimos dois globos de fogo carmesim, dos quais o mar fugiu em nuvens defumaça; e agora nós vimos que era a cabeça do Leviatã. Sua testa estava divididaem estrias de verde & purpura como aquelas da testa de um tigre. Cedo nós vimossua boca & guelras suspensas um pouco acima da espuma furiosa, atingindo anegra profundidade com raios de sangue, avançando me nossa direção com toda afúria de uma existência espiritual.

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29 Nota de M.: O leitor deve prestar bastante atenção as atitudes desse”Anjo”: ele acha que Blake deve definir seus limites (de Blake) de acordo com acapacidade dele (Anjo). Essa é atitude característica do Irmão Negro, e é encon-trada em todos os religionistas escravos de tais criaturas, sejam eles católico-romanos ou de quaisquer outras denominações “crenças”.

30 Nota de M.: Como o leitor perceberá, essa visão era produto da imagi-nação do Anjo, o qual concebeu o Inferno, e nele decretou a posição que tomariaa alma de Blake. Se Blake tivesse aceitado este padrão, ele teria se tomado umescravo do Anjo e aquiescido em um tal destino programado para ele por tercei-ros. Por terceiros? Perguntará o leitor. “Quem é o segundo” envolvido nisso?Deus, meu amigo...que estava tanto em Blake como no Anjo. Lembre-se do queficou escrito mais atras pelo próprio Blake: “Deus apenas Age & e em seres queexistem, ou Homens”. E a Lei de Deus é: “Faze o que tu queres”.

***Meu amigo Anjo trepou correndo de seu cogumelo para dentro do moinho;

eu permaneci só, & então esta aparição sumiu: mas eu me percebi sentado naaprazível margem de um rio a luz da lua, ouvindo um arpista que cantava ao somde sua harpa; e o tema dele era: “O homem que nunca muda de opinião é como águaestagnada, & engendra répteis na mente.”

Aí eu me levantei e fui para dentro do moinho; & lá encontrei meu Anjo quesurpreso, me perguntou como eu escapara?

Eu respondi: “Tudo que nós vimos foi devido a tua metafísica; pois quandotu fugistes eu me percebi sentado a margem de um rio ao luar ouvindo um harpista.Mas agora que nós vimos meu destino eterno, que tal se eu te mostrar o teu?” Eleriu de minha proposta, mas eu subitamente o tomei a força em meus braços, &voei para o ocidente através da noite, até que nós nos elevamos acima da sombrada terra; então eu me lancei com ele diretamente ao corpo do Sol. Ali eu me vestide branco, & tomando em minha mão os volumes de Swedemborg precipitei-medo glorioso esplendor e passei todos os planetas até que chegamos a Saturno. Alieu parei para descansar, & então pulei no vazio entre Satumo & as estrelas fixas.

Aqui, disse eu, esta o teu destino, neste espaço, se de espaço podemoschama-lo. Cedo nós vimos o estábulo e a igreja31, & eu o tomei ao altar e abri aBíblia, e vede! Ela era um buraco fundo, ao qual eu desci, impelindo o Anjo diantede mim. Cedo nós vimos sete casas de tijolos. Nós entramos em uma; nela haviauma quantidade de macacos, babuínos & outros antropóides, acorrentados pelacintura, sorrindo e agadunhando-se uns aos outros, mas impedidos pelo poucocomprimento de suas correntes. No entanto, eu vi que algumas vezes eles setronavam numerosos, então os mais fracos dentre eles eram agarrados pelos maisforte, e com um aspecto sorridente, primeiro os mais fortes copulavam com eles,depois os devorava, arrancando primeiro o membro, depois outro até que resta-vam apenas o tronco indefeso. Isto, após sorrir- lhes e beija-los com afeiçãoaparente, eles devoravam também: e aqui e ali eu vi um saboreando a carne da suaprópria cauda.32

Como o fedor nos incomodava a ambos terrivelmente, nós entramos de

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volta ao moinho, & eu trouxe em minha mão um esqueleto, que no moinho semostrou a lógica de Aristóteles.

Então disse o Anjo: “Tua fantasia me enganou, & tu devias ter vergonha doque fizeste.”

Eu respondi: “Nós nos enganamos um ao outro, & é apenas perda de tempoconversar contigo, cuja as obras são apenas Lógica. (Veja-se AL, II, 32: LXV, I, 54-56).

***31 Nota de M.: O leitor perceberá que Blake estava propositalmente repro-

duzindo os detalhes da visão fabricada pela imaginação do Anjo.32 Nota de M.: Esta visão reproduz, sob aspectos de símbolo, o modo de

viver dos irmãos negros. Note-se que são macacos, isto é, criatura que se asse-melham a, mas não são, homens; e note-se que os mais forte entre eles subsistema custa dos mais fracos.

***Tem sido sempre a minha experiência que Anjos tem a vaidade de falar de si

mesmos como únicos sábios: e isto como uma confiante insolência que é o resul-tado do raciocínio sistemático.

Assim Swendenborg se gaba de que aquilo que ele escreve é novo; se bemque é apenas a tábua de conteúdo ou índice de livros já publicados. Um homemcarregou um macaco a volta para chamar a atenção; & porque era um pouco maisinteligente que o macaco, envaideceu-se, e se imaginou mais sábio que sete ho-mens. É assim com Swedemborg: ele demostra a tolice de igrejas, & expõe hipócri-tas, até que chega a imaginar que todos são religiosos, & que ele mesmo é o únicohomem na terra que já rompeu um véu.

Agora, escuta um simples fato: Swedemborg não escreveu uma verdadenova. Agora escutem outra: ele escreveu todas as velhas falsidades.

E agora escutem a razão: Ele conversou com anjos, que são todos religiosos,& não conversou com demônios, os quais todos odeiam religião; pois ele eraincapaz de conversar com Demônios, devido as suas noções preconcebidas.

Assim, os escritos de Swedemborg são uma recapitulação de todas as opi-niões superficiais e uma análise das mais sublimes entre essas; mas não mais queisto.

Ouçam agora outro fato simples: Qualquer homem de talento puramentemecânico pode, dos escritos de Paracelso ou Jacob Boheme, produzir dez milvolumes de igual valor aos de Swedemborg; e aqueles de Dante e Shakespeare, umnúmero infinito. Mas quando ele tiver feito isto, que ele não diga que sabe maisque seu mestre, pois ele apenas empunha uma vela acessa à luz do dia.

“Oposição é verdadeira amizade”

UMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁVEL FVEL FVEL FVEL FVEL FANTANTANTANTANTASIAASIAASIAASIAASIA

Uma vez eu vi um Diabo em uma flama de fogo, que se ergueu diante de umAnjo que estava sentado numa nuvem; e o Diabo pronunciou estas palavras:

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“A adoração de Deus consiste em: Honrar suas dádivas em outros homens,cada qual de acordo com seu gênio, e amar os maiores entre os homens mais que aoutros; aqueles que invejam ou caluniam grandes homens odeiam a Deus; pois nãoexiste outro Deus.”

O Anjo ouvindo isto, ficou quase azul; mas dominando-se ele se tomouamarelo, & por fim branco, cor-de-rosa & sorridente, e então replicou:

“Ó tu Idólatra, não é Deus Um? E não é visível em Jesus Cristo? E não deusJesus Cristo sua sanção á lei dos dez mandamentos? E não são todos os outroshomens tolos?, pecadores & nada?”

O Diabo replicou: “Mói um tolo num pilão com trigo; tu não conseguirássepará-lo da sua tolice. Se Jesus Cristo é o maior dos homens, então tu deves amá-lo mais que os outros. Agora escuta como ele deu sua sanção à lei dos dez manda-mentos. Não zombou ele do dia do descanso, assim zombando do Deus do dia dodescanso? Não matou ele que aqueles que morreram por causa dele? Não desviouele a lei da mulher adúltera? Não roubou ele do trabalho alheio para seu sustento?Não levantou ele falso testemunho quando não se defendeu diante de Pilatos? Nãocobiçou ele quando orou por seus discípulos e quando recomendou que sacudis-sem o pó de seus pés contra aqueles que se recusassem a hospedá-los? Eu te digo,não é possível haver virtude sem se quebrar estes dez mandamentos. Jesus eratodo virtude e agia por impulso, não por regras.”

Quando o Diabo acabou de dizer isto eu vi o Anjo abrir sues braços eabraçar a flama de fogo: & ele foi consumido e ergue-se como Elias.

Nota: este Anjo, que agora se tomou um Diabo, é meu particular amigo:freqüentem ente lemos juntos a Bíblia em seu sentido infernal ou diabólico, que omundo terá se se comportar bem.

Eu também tenho a Bíblia do Inferno, que o mundo terá queira ou não.33

Uma Lei para o Leão & o Boi é Opressão.34

33 Nota de M.: Isto é, Líber AL, ou Livro da Lei.34 Isto é, um único padrão de conduta com o qual ambos esses animais tão

diversos sejam obrigados a conformar-se. A Lei de Thêlema é A ÚNICA que éverdadeira para qualquer ser vivo em qualquer lugar em qualquer época. Faze oque tu queres. Se és Leão, ruge, se és Boi, muge! Faze o que tu queres.

Nota do Tradutor:William Blake, ou William O’Neill, um dos maiores poetas ingleses e um

dos originais pensadores de todos os tempos, era também um exímio pintor edesenhista. Altivo e independente, Blake teve uma existência cheia de dificuldadespor se recusar a bajular os poderosos. Situado cronologicamente entre os poetas“cavaleiros” e os românticos, na realidade não pode ser incluído em qualquer dasduas escolas; profeta mais que poeta, sua obra está de pé por si. Morreu noprincípio do Século XIX, tendo escrito, pintado e desenhado durante mais decinqüenta anos. Seu intenso patriotismo levou os críticos literários a lhe darem o

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nome (apelido) de English Blake. É considerado, com Rabellais, um precursor eprofeta nosso.

ArgumentoArgumentoArgumentoArgumentoArgumento

Rintrah ruge e sacode seus fogos no ar carregado;Nuvem ávidas; se acumulam no profundo.Há tempos, dócil e num trilho perigoso,O homem justo fez seu curso ao longodo vale da morte.Ele Plantou rosas onde espinheiros crescem,E na charneca. árida.Zumbiram abelhas de mel.

Então o trilho perigoso foi plantado,E um rio e uma fonte brotaramEm todo túmulo e barranco;E dos ossos esbranquiçadosBarro vermelho é produzido.

Até que o vilão deixou os caminhos fáceisPara caminhar em trilhos perigososE impelir o homem justo a clima áridos

Agora a serpente insidiosa caminhaEm meiga humildade.E o homem justo se enfurece no deserto onde vagam leões.

Rintrah ruge e sacode seus fogos no ar carregado;Nuvens ávidas se acumulam no profundo.

Já que um novo Céu começou, e fazem agora 33 anos desde a sua vinda1 oEterno Inferno revive. E vêde! Swedemborg é o Anjo sentado junto à tumba; seusescritos são as mortalhas de linho dobradas. É agora o domínio de Edom, e oretomo de Adão ao Paraíso; vêde Isaías XXXIV, e XXXV.

Sem contrários não há progresso. Atração e Repulsão, Razão e Energia,Amor e Ódio são necessários à existência Humana.

Destes contrários se origina o que os religiosos ( as Religiões) chamam deBem & Mal. Bem é passivo que obedece a Razão2. Mal é o ativo que nasce deEnergia.

Bem é Céu. Mal é Inferno3.

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A VA VA VA VA VOZ DO DIABOZ DO DIABOZ DO DIABOZ DO DIABOZ DO DIABOOOOO

Todas as Bíblias ou Códigos sagrados têm sido as cansas dos seguintesErros:

1) Que o homem tem dois princípios reais existentes, a saber. Um Corpo euma Alma.

2) Que energia chamada, Mal’ origina-se unicamente do Corpo e que razão,chamada Bem, origina-se unicamente da Alma.

3) Que Deita atormentará o Homem na Eternidade por seguir as suas Ener-gias

Mas os seguintes Contrários a estes são Verdadeiros:

1) O Homem não tem corpo distinto da Alma; pois aquilo que é chamadoCorpo é uma porção de Alma discernida pelos cinco sentidos que são os princi-pais canais da Alma nesta época.

2) Energia é a única vida, e é o corpo; e a razão é a limítrofe e centrífugacircunferência da Energia.

3) Energia é Deleite Eterno.

Aquelas que restringem o desejo conseguem tal porque o seu desejo éinsuficientemente fraco para ser restringido; e o restritor, ou razão, usurpa o lugardo desejo e governa os que não querem.4

E sendo restringido, pouco a pouco o desejo se toma passivo até que éapenas a sombra do desejo.5

A história disto está escrita em Paraíso Perdido, e o Governador, ou Razão,é chamado Messias.

E o Arcanjo original, ou possuidor do comando da Hoste celestial, é chama-do o Diabo ou Satã, e seus filhos são chamados de Pecado e Morte.6

Mas no livro de Job, o Messias de Milton é chamado Satã.***

1 Nota de M.: Alusão aos escritos de Swedernborg, místico cuja pieguice eunilateralidade irritavam Blake profundamente,

2 Nota de M.: Veja-se AL, II, 273 Nota de M.: Swedernborg escrevera sobre o “Céu”, Blake

consequentemente resolveu escrever sobre o “Inferno” Swedemborg afirmava anecessidade do homem se dissociar do mal para poder se tornar Divino. Nopresente poema, Blake afirma que o caminho da divindade - isto é, da verdadeirahumanidade - consiste na união dos dois opostos. Veja-se Liber Tzaddi, vv. 33-42.

4 Nota de M.: Veja-se AL, II, 30-33.5 Nota de M.: O falso Místico chama esta anemia psíquica de Pureza. É o

crime de Orígenes e KIíngsor.

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Pois esta história foi adotada por ambos os partidos.Realmente, pareceu à Razão corno se o Desejo fosse expulso; mas a versão

do Diabo é que o Messias caiu, & formou um Céu com aquilo que ele roubou aoAbismo.

Isto é mostrado nos Evangelhos, onde ele roga ao Pai que mande oConsolador, ou Desejo, a fim de que. a Razão possa ter Idéias, com as quaisconstruir; o Jeová da Bíblia não sendo outro que aquele que habita no fogo eterno.

Aprendei que, após a morte de Cristo, ele se tomou Jeová.Mas em Milton, o Pai é Destino, o Filho, a Resultante dos cinco sentidos,

& o Espírito Santo é Vácuo!Nota: A razão por que Milton escreveu encadeado quando escreveu de

Anjos & Deus, e em liberdade quando escreveu de Diabo & Inferno, é que ele eraum verdadeiro poeta, e do partido do Diabo sem sabê-lo.7

UMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁVEL FVEL FVEL FVEL FVEL FANTANTANTANTANTASIAASIAASIAASIAASIA

Certa vez, quando eu caminhava entre os fogos do inferno, deleitando-menos prazeres do Gênio, que aos Anjos8 parecem tormento o insanidade e colecio-nei alguns dos Provérbios dali, pensando que, corno os ditados usados em urnanação marcam o caracter desta, assim os provérbios do Inferno mostram a nature-za da sabedoria Infernal melhor que qualquer descrição que eu desse de edifíciosou vestimentas.

Quando eu voltava para casa no abismo dos cinco sentidos, onde um despe-nhadeiro sem apoios está suspenso sobro o mundo presente, eu vi um pujanteDiabo, envolto em nuvem negras9 pairando nos flancos da rocha: com fogos corro-sivos ele escrevia a seguinte sentença, agora percebida pelas mentes dos homem,& lida por eles sobre a terra:

“Como sabeis se toda Ave que corte o caminho do arNão é um imenso mundo de deleite rachado pelos cinco, sentidos vossos. 10

***6 Nota de M.: Pecado - isto é - o Amor, e a Morte, isto é, BABALON.7 Nota de M.: Realmente, Paraíso Perdido é muito melhor poesia que

Paraíso Reconquistado. Todos os críticos concordam nisto.O leitor deve se abster de especulações teológicas sobre os comentários

acima quanto aos Evangelhos em apoio de seus argumentos de “pureza” e“bondade” em separação do “mal”. E como se Blake dissesse: “E tudo umaquestão de ponto de vista.”

Mais adiante no Poema isto se torna bastante claro.8 Nota de M.: “Anjos” neste contexto são seres que, vivendo no mundo

limitado da Razão, são incapazes de compreender o Universo. A expressãoeqüivale, em certo senso, aos “tolos” de AL.

9 Nota de M.: Veja-se LXV, I,18-19.10 Nota de M.: Veja-se Líber LXV, II, 7-15; também, Líber O

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PRPRPRPRPROOOOOVÉRBIOS DO INFERNVÉRBIOS DO INFERNVÉRBIOS DO INFERNVÉRBIOS DO INFERNVÉRBIOS DO INFERNOOOOO

No tempo da sementeira, aprende; no tempo da colheita, ensina; no inverno,desfruta.

Impele teu cerro e teu medo sobre os ossos dos mortes.A estrada do excesso conduz ao palácio da sabedoria.A prudência é uma velha solteirona cortejada pela Incapacidade.Aquele que deseja mas não age, gera pestilência.Minhoca cortada perdoa o arado.Mergulha no rio quem ama a água.Um tolo não vê a mesma árvore que um sábio vê.Aquele cujo rosto não dá luz, nunca se toma uma estrela.A eternidade está apaixonada pelas produções do tempo.A abelha que trabalha não tem tempo de sofrer.As horas de tolice são medidas pelo relógio, mão as da sabedoria, nenhum

relógio pode medir.Toda comida saudável é pegada sem rede ou armadilha. 11

Exibe número, peso e medida num ato de seca.Nenhuma ave voa demasiado alto, contando que voe com suas próprias asas.Um corpo morto não vinga injúrias. 12

O ato mais sublime é colocar outro antes de si.Se o tolo persiste em sua tolice, ele se tomada sábio.A tolice é o manto da vileza.A vergonha é o manto do orgulho.Prisões são construídas com tijolos de Lei,bordéis com tijolos de Religião. 13

O orgulho do pavão é a glória de Deus.O ardor do bode é a generosidade de Deus.A cólera do Leão é a sabedoria de Deus.A nudez da mulher é o trabalho de Deus. 14

Excesso de sofrimento ri; o excesso de alegria chora. 15

***11 Nota de M.: Isto quer simplesmente dizer que aquilo que vai ser comido

deve ser obtido, por assim dizer, em “luta franca”, e não através de subterfúgiosindignos. Lutai como irmãos.

12 Nota de M.: Nem “redime pecados”. Veja-se Liber Aleph, caps. 147-148.13 Nota de M.: Veja-se o TAO TEH KING.14 Estas quatro sentenças criticam a imbecil parcialidade com que os místi-

cos cristãos piegas encaram o Universo. O pavão é universalmente consideradoum símbolo de vaidade, o bode de luxúria, o leão de cólera, um dos sete pecadosmortais, e a nudez da mulher, como todo mW1do sabe, é indecente! No entanto, foiDeus que criou essas coisas “horríveis” - um fato que tais castrati conveniente-mente esquecem.

15 Nota de M.: Isto é um fato de psicologia, e mais um argumento de Blakeem prol de seu tema que não só os extremos se tocam, mas devem tocar-se, se

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havemos de atingir a perfeição - a qual, se existe só pode ser encontrada atravésde um psicosoma totalmente integrado.

***O rugido de leões, o uivo de lobos, a cólera do mar tempestuoso e a espada

destruidora são porções da eternidade demasiado grandes para o olho do homem.A raposa acusa a armadilha, não a si mesma. 16

Alegrias impregnam, sofrimento concebem. 17

Que o homem se vista na pele do leão, a mulher na pele do carneiro. (Notade M.: Preconceito. Cada um se vista como quiser)

À ave um ninho; à aranha uma teia; ao homem a amizade.O risonho tolo egoísta & o emburrado tolo carrancudo serão ambos consi-

derados sábios, para que sejam um açoite.O que está agora provado foi antes apenas imaginado.O rato, o camundongo, a raposa, o coelho vigiam as raízes, o leão. o tigre, o

cavalo, o elefante vigiam os frutos.A cisterna contém, a fonte transborda.Um pensamento enche a imensidade.Estejas sempre disposto a dizer o que pensas, e um homem vil te evitará.Tudo passível de crédito é uma imagem da verdade.A águia nunca perdeu tanto tempo como quando se sujeitou a aprender do

corvo.A raposa provê para si mesma, mas Deus provê para o Leão.Pensa na manhã. Age ao meio-dia. Come ao entardecer. Dorme de noite.Aquele que permitiu que abusasse dele te conhece.Como o arado é movido por palavras assim Deus recompensa orações.18

Os Tigres de cólera são mais sábios que os cavalos de instrução. 19

***16 Nota de M.: Raposa é aqui usada como símbolo do homem que recorre

à razão, ou astúcia, ao invés de o Desejo, ou Energia. Efetivamente, vereis sem-pre que os tolos culpam a tudo de sua tolice - exceto a si mesmos. Outrossímdeixariam de se tolos.

17 Nota de M.: Veja-se Liber Aleph, Cap. 24. O “céu do místico cristão” éconcebido como um lugar que não há “sofrimento”. O sofrimento sendo, claro,aquilo que ele desaprova, e portanto cuja presença o inquieta, e cujo sucesso oenfurece.

18 Nota de M.: Ou em outras palavras: “Ajuda-te que Deus te ajudará”.Os “crentes”, isto é, os cães, podem objetar aqui que “DEUS” responde às suaspreces. Pondo-se de lado o fato que as ocasiões de que eles naturalmente selembram são aquela em que suas preces foram “bem-sucedidas”, e eles esque-cem o incontável número de vezes em que tal não aconteceu, devemos compreen-der o fato de que quem faz parte de uma certa cadeia magnética e projeta seupensamento ou desejo com suficiente intensidade impressionará telepaticamenteoutros membros da cadeia, e poderá assim tender à produção, no mundo físico,de uma materialização daquele desejo. Quem reza para um “santo” romano, por

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exemplo, impressiona telepaticamente todos que reza para aquele santo, ou me-lhor aquele símbolo. Devemos nos lembrar de que existe sociedades de monjas emonges dedicadas a tal ou qual “santo”, assim como também sociedades deleigos. Não admira que as preces de tais adorantes sejam respondidas.

Porém, a objeção thelêmica à tal tipo de auxílio é que as correntes sãorestringidas e restritoras; o indivíduo consegue “auxílio”, mas tal auxilio é con-seguido a custa da restrição de sua personalidade, e principalmente de sua liber-dade mental, moral e espiritual. Se você se coloca em simpatia com uma cadeia depensamentos que “segue” urna “santo” romano, você atuna os seus veículos àpeçonha do Romanismo; você pode obter um sucesso material aparente, masvocê obtém tal sucesso à custa de sua Verdadeira Vontade. Isto é inevitável,devido a que o Romanismo dá uma visão parcial e errônea do Universo.

Essa é a grande diferença entre as ovelhas gregárias dos vales e os solitá-rios, puladores bodes das montanhas. Os verdadeiros Adeptos não auxiliam nemconsolam o seu próximo: para o Iniciado, a fórmula é ORA ET LABORA, NÃOORA APENAS. Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

19 Nota de M.: Porque não são benevolentes para com o próximo;consequentemente, não o enganam. “Uma cadeia de flores é mais perigosa queurna cadeia de ferro.

***Espera veneno de água estagnada.Tu nunca saberás o que é bastante se não souberes o que é demasiado. 20Escuta a censura do tolo; é um título de majestade (veja AL, III, 19, 44;

Líber Aleph, Cap. 105)Os olhos de fogo, as narinas de ar, a boca de água, as barbas de terra.O Fraco em coragem é forte em astúcia.A macieira nunca pergunta à faia como deve dar frutos, nem o leão pergunta

ao cavalo como agarrar sua presa.Quem recebe gratidão produz uma abundante colheita. (Nota: Enquanto

quem recebe com hipocrisia nada produz, e ainda empobrece quem dá.)Se outros não tivessem sido tolos, os tolos seriamos nós. (Nota: O único

argumento a favor do Romanismo é que nos indica os erros que devemos acimade tudo evitar.)

A Alma de doce deleite jamais pode ser conspurcada.Quando tu vês uma Águia, tu vês uma porção do Gênio; levanta tua cabeça.Tal como a lagarta escolhe as mais viçosas folhas para depositar seus ovos,

assim o padre deposita sua maldição sobre as mais belas alegrias.A criação de uma flor é o trabalho de idades.Maldições estimulam. Benções relaxam.O melhor vinho é o mais velho, a melhor água é a mais nova.Rezas não aram. Elogios não colhem.Alegrias não riem. Sofrimentos não choram.21

A cabeça Sublimidade, o coração Sentimento, os genitais Beleza, as mãos &os pés Proporção.

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Como o ar está para a ave, ou o mar para um peixe, assim está o desprezopara o desprezível. 22

O corvo desejou que tudo fosse preto, a coruja que tudo fosse branco.Exuberância é beleza.Se o leão se deixasse aconselhar pela raposa, ele seria astuto.Planejamento produz estradas retas; mas as estradas tortas sem planeja-

mento são estradas de Gênio.23

Antes estrangule um bebê no berço que acalentes desejos inativos.Onde o homem não está a natureza é estéril.A verdade jamais pode ser dita de forma a ser compreendida sem que seja

acreditada.***

20 Isto é, se é TEU bastante que procuras, e não o de algum mítico profetaque viveu e pregou há milhares de anos... Para saber é preciso ousar.

21 Nota de M.: Isto é um fato psicológico quando a alegria ou o sofrimentosão realmente profundos e duradouros. É por isso que as “compassivas” ima-gens dos santos católicos romanos são tão ofensivas e irritantes para o verdadei-ro Iniciado. Veja-se AL, I, 31 22 Nota de M.: Ele deseja ser desprezado, e só sesente feliz quando é desprezado. Veja-se AL, II, 48, 49, 57, 59, 60; AL, III, 18,42,49-50. Se tratarmos escravos, cães, como se fossem verdadeiros homens, nós não sóofendemos todo verdadeiro homem sobre a terra. como prejudicaremos os escra-vos e cães, não lhes permitindo a coordenada de nossa atitude legítima para comeles, que é um dos marcos pelos quais eles podem chegar à realidade de suasverdadeiras vontades. Veja-se Liber Aleph. 118.

23 Planejamento só é possível em termos já explorados e conhecido. Quemse enfronha Desconhecido a dentro, o verdadeiro pioneiro, o Gênio, sempredepara com o inesperado. O acima lembra o ditado: “Deus escreve certo porlinhas tortas”.

BBBBBASASASASASTTTTTANTE OU DEMASIADOANTE OU DEMASIADOANTE OU DEMASIADOANTE OU DEMASIADOANTE OU DEMASIADO

Os poetas de antanho animavam os objetos dos sentidos corno Deuses ouGênios, chamando-os pelo nome e adornando-os com as propriedades de bos-ques, rios, montanhas, lagos, cidades, nações e o que quer mais que seus sentidosalargados & numerosos podiam perceber.

E principalmente eles estudaram o gênio de cada cidade & país, colocando-o sob sua deidade mental.

Até que um o sistema foi formado, do qual alguns se aproveitaram, e seusobjetos; assim começou o

Sacerdócio.Escolhendo formas de adoração de en1re contos poéticos.E por fim eles anunciaram que os Deuses haviam decretado tais coisas.Desta maneira os homens esqueceram que todas as divindades residem no

peito do humano.

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UMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁUMA MEMORÁVEL FVEL FVEL FVEL FVEL FANTANTANTANTANTASIAASIAASIAASIAASIA

Os profetas Isaías e Ezekiel jantaram comigo, e eu lhes perguntei como é queeles ousaram asseverar que Deus lhes falava; e se eles haviam ponderado, na oca-sião, que seriam mal compreendidos & assim involuntariamente a causa de impos-turas.

Isaías respondeu: “Eu não vi Deus, nem escutei coisa alguma, numa limitadapercepção orgânica; mas meus sentidos descobriram o infinito em todas as coisas;e como eu estava então persuadido, & disso continuo convencido, de que a voz dahonesta indignação é a voz de DEUS, eu não me importei com as conseqüências,mas escrevi.

Então eu perguntei: “Será que a firme convicção de que uma coisa é assim afaz assim?”

Ele replicou: ‘.’Todos os poetas assim crêem, & em idades imaginativas estefirme persuasão removia montanhas; mas multas pessoas não são capazes de umafirme persuasão de coisa alguma.”

Então Ezekiel disse: “A filosofia do Oriente ensinou os primeiros princípiosda percepção humana. Algumas nações mantiveram que um princípio era a origem;ou1ras, que algum ou1ro. Nós de Israel ensinamos que o Gênio poético24 (comovós chamais agora) foi o primeiro princípio, e todos os ou1ros derivados dele, o queera motivo do nosso desprezo por Sacerdotes & Filosofias de outros países, e danossa profecia que eventualmente seria provado que todos os Deuses eram oriun-dos do nosso, e tributários do Gênio poético. Foi isso que nosso grande poeta, o ReiDavid, desejou tão ardentemente e invocou de modo tão comovente (nos Salmos),dizendo que a1ravés disto ele conquista inimigos & governa reinos; e nós amávamostal ponto nosso Deus que em seu nome nós amaldiçoávamos todas as deidades denações vizinhas, e afirmávamos que elas se haviam rebelado. 25

***24 Nota de M.: O espirito profético. A antiga palavra “vate” significa tanto

poeta como profeta. O verdadeiro sacerdote tem que possuir o espirito de profecia;na nomenclatura “cristã”, o Espírito Santo.

25 Nota de M.: Isto continua sendo um rito entre certos judeus magistas.Infelizmente para eles, Heru-ra-há por sua vez nos comanda a mesma coisa a nósThelemitas. Veja-se AL, III, 49-50. E a barbuda imagem patriarcal de Jeová estáincluída com “Jesus” e o resto do lixo nas maldições.

***Desta nossa atitude, a gente vulgar chegou a crer que todas as nações seriam

por fim sujeitas aos Judeus.“Isto”, disse ele, “como todas as persuasões firmes, tomou-se realidade

atualmente; pois todas as nações crêem no código dos Judeus26 e adoram o deus dosJudeus, e que maior sujeição pode haver?

Eu ouvi isto com alguma admiração, e tive que confessar que me haviamconvencido. Após o jantar, pedi a Isaías que fornecesse ao mundo suas obrasperdidas; ele disse que nenhuma de valor igual às conhecidas se perdera. Ezekiel

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disse o mesmo das suas.Também eu perguntei a Isaías o que fizera andar nu e descalço durante três

anos; ele respondeu: “O mesmo que compeliu nosso amigo Diógenes - o grego - aum similar procedimento”.

Então eu perguntei a Ezekiel por que ele comera esterco, & jazera tantotempo sobre seu lado direito e esquerdo. Ele respondeu: “O desejo de elevaroutros homens a uma percepção do infinito. Isto é uma prática das tribos norte-americanas, & é honesta a pessoa que resiste a seu gênio ou consciência por causadas facilidades ou gratificações do momento?

A antiga tradição de que o mundo será consumido em fogo ao fim de seis milanos é verdadeira, conforme eu ouvi no Inferno.

Pois o querube com sua espada flamejante é aqui comandado a deixar a suaguarda à Árvore da Vida, e quando ele assim fizer a criação inteira será consumidae aparecerá infinita e santa, enquanto agora ela aparece finita & corrupta.

Isto se passará através de um progresso do gozo sensual.Mas antes de mais nada, a noção de que o homem tem um corpo distinto de

sua alma será erradicada; isto é eu farei imprimindo pelo método infernal comcorrosivos, que no Inferno são salutares e medicinais, derretendo as superfíciesaparentes e exibindo o infinito que estava oculto. ( Veja-se LVX, 14-17).

Se as portas da percepção fossem limpas, toda coisa aparecia ao homemcomo é, infinita.

Pois o homem se tem encerrado a si próprio, até que vê todas as coisasatravés de frestas estritas de sua

caverna.Eu estive em uma Casa Impressora no Inferno & vi o método pelo qual o

conhecimento é transmitido de geração a geração.Na primeira câmara estava um Homem-Dragão, retirando detritos da boca

de uma caverna; dentro, um número de Dragões estava ampliando a caverna.Na Segunda câmara estava uma víbora enroscada em volta da rocha & da

caverna, e outras adorando-a com ouro, prata e pedras preciosas.***

26 Nota de M.: Os Dez Mandamentos; a causa do imenso ódio dos Judeusesoteristas por Thêlema é que eles sabem que Faze o que tu queres representa adestruição completa da influência da cadeia mágica deles. A medida que a Lei deThêlema é conscientemente adotada no mundo, a influência de todos osEFREFORAS vai diminuindo.

***Na terceira câmara estava uma Águia com asas e penas de ar, ela fazia com

que o interior da caverna se tomasse infinito; em volta estavam quantidades deHomens-Águia que construíam palácios nas Imensas encostas.

Na quarta da câmara estavam Leões de fogo flamejantes radiando & derre-tendo os metais em fluidos

vivos.Na quinta câmara estavam formas Inominadas, que lançavam os metais na

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expansão.Lá eles eram recebidos por homens que ocupavam a sexta câmara, e toma-

vam a forma de livros & eram arranjados em livrarias.Os gigantes (Nota: Os Titãs. TEITAN = 666) que formaram este mundo em

existência sensual e que agora parecem viver neles encadeados são na verdade ascausas da vida deste mundo & as fontes de toda atividade; mas as cadeias são asesperteza de mentes fracas e domadas que tem poder para resistir a energia; deacordo com o provérbio, o fraco em coragem é forte em astúcia.

Assim, uma porção do ente é a Pro1ífica, a outra é a Devoradora. AoDevorador parece como se o produtor tenha sido encadeado por ele; mas não éassim; o Devorador toma apenas porções da existência e imagina que elas são otodo.

Mas o Prolífero deixaria de ser Prolifero a não ser que o Devorador comoum mar receba o excesso de seus deleites.

Alguns dirão “Não é Deus apenas o Prolífico?” Eu respondo: “Deus apenasAge & é em seres que existem, ou homens”.

Estas duas classes de homens27 estão sempre manifestados sobre a terra eeles devem ser inimigos: quem tenta reconcilia-los busca destruir a existência. Areligião é uma tentativa de reconciliá-los.

Nota: Jesus Cristo não desejava uni-los, mas separa-los como na Parábolade carneiros e bodes: & ele dizia: “eu não vim trazer a paz, mas a Espada”.

Messias ou Satã, ou o Tentador antigamente era considerado um dosAntidiluvianos que são as nossas energias 28

***27 Nota de M.: Isto é, o Prolífico e o Devorador. Correspondem, na nomen-

clatura de Líber AL, respectivamente a “reis” e “cães”.28 Nota de M.: O Inferno sendo a região subterrânea, ou Inconsciente, as

doutrinas de Blake são notáveis a luz da psicanálise, se consideramos que antedatamFreud.

Existe um fator nisto conhecido de iniciados: à dissolução de nosso organis-mo físico nossa existência se espalha, sob a forma de energia, na humanidadeinteira. E por isto que o iniciado hebreu mas tarde adicionado ao pot-pourriromano- alexandrino dizia a seus discípulos que era preciso que ele morresse paraque lhes pudesse manda o Consolador, ou o Espírito Santo. (Mas não materiali-zem!)

Isto é um poder que todos os espíritos criadores possuem em maior oumenor quantidade e explica o fato de que artistas morrem na miséria e subitamentese tornam famosos e suas obras começam a vender por fortunas. (os IrmãosNegros temem essa dissolução.)

A Taça de NOSSA SENHORA BABALON, em que está recolhido o san-gue de santos, é o Sagrado símbolo deste mistério da “dissolução”. Realmente,para o Iniciado, “morte é a coroa de tudo”. Veja-se Líber AL, II, 72. A palavra“sempre” é uma chave.

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