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  • M dulo 2 Armas de porte

    Apresentao do Mdulo

    Como voc estudou no mdulo 1, as armas de porte so armas de fogo de dimenses e peso

    reduzidos, que podem ser portadas por um indivduo em um coldre e disparadas,

    comodamente, com somente uma das mos pelo atirador; enquadram-se, nesta definio,

    . (Decreto n 3.665, art. 3, inciso XIV, anexo)

    As armas de porte, pelas caractersticas de peso e dimenses reduzidas e pela facilidade de

    manejo e porte, so as armas comumente utilizadas na prtica de crimes, e, por conseguinte,

    de maior interesse para a polcia, especificamente para a criminalstica e para a balstica

    forense.

    A anlise preliminar das armas envolvidas em crimes ocorridos no DF e na grande maioria

    dos estados brasileiros mostra que elas apresentam, em sua grande maioria, algumas

    caractersticas comuns, ou seja:

    Trata-se de armas de porte, de origem nacional; so usualmente pistolas e

    revlveres produzidos, na sua grande maioria, pelos produtores de armas de nosso

    pas;

    Nos calibres nominais destas armas, a maior incidncia verifica-se entre os

    Special e ao .380 Auto ou .380

    ACP (9mm Browning) que, dentro daqueles considerados de uso permitido, so os

    que apresentam maior potencial energtico e maior alcance, mximo e til. Logo,

    so os de maior potencial lesivo.

    Usualmente so armas seminovas (menos de dez anos de uso) que apresentam seus

    mecanismos operando de forma satisfatria.

    Diante disso, entre as armas de porte, o maior interesse reside no estudo dos revlveres e

    pistolas, os quais sero objeto de estudo neste mdulo.

  • Objetivo do M dulo

    Ao final do estudo desse mdulo, voc ser capaz de:

    Classificar armas de porte em conformidade com o Decreto 3.665 de 20 de novembro

    de 2000;

    Identificar a origem, o histrico, dos revlveres e pistolas;

    Identificar os principais componentes, mecanismos e sistemas de operao dos

    revlveres e pistolas.

    Nota

    Mesmo sendo consideradas armas de porte, no sero estudadas neste curso as garruchas e

    derringers, dando prioridade ao revlver e pistola.

    Estrutura do M dulo

    Aula 1 Revlveres

    Aula 2 Pistolas

    Aula 1 Revlveres

    1.1. O que um revlver

    O nome revlver origina-se da palavra da lngua inglesa revolve, que significa girar, dar

    voltas.

    O revlver, pela definio encontrada no Decreto n 3.665, de 20/11/20001, uma

    fogo de porte, de repetio, dotada de um cilindro giratrio posicionado atrs do cano, que

    serve de carregador, o qual contm perfuraes paralelas e equidistantes do seu eixo e que

    (art. 3, inciso LXXIV , anexo)

    A principal caracterstica de um revlver a presena de um tambor ou cilindro giratrio

    com vrias cmaras (perfuraes paralelas e equidistantes do seu eixo destinadas a receber a

    1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3665.htm

  • munio), o qual executa um arco de revoluo, alinhando cmara, percussor e cano em

    consequncia da ao mecnica de armar o co, ou de acionar o gatilho.

    Embora houvesse experimentos anteriores, a inveno do revlver atribuida a Samuel

    Colt, que em 1835/36 patenteou uma arma com sistema de tambor com vrias cmaras que,

    ao serem giradas, alinhavam-se com um nico cano.

    1.2. Principais partes de um revlver

    So quatro as partes essencias de um revlver: armao, tambor, cano e mecanismos.

    Estude, a seguir, cada uma delas.

    Figura 11 Imagem esquemtica de um revlver

    Fonte: Fotografia extrada do site gmmc.xpg.com.br

    1.2.1. Armao

    A armao de um revlver apresenta trs funes principais. A primeira delas a de permitir

    a empunhadura, fazendo com que o revlver seja comodamente sustentado e com fcil

    visada. Em segundo lugar, a armao tem a funo de alojar todos os mecanismos de disparo

  • e segurana e, ainda, de sustentao do tambor e do cano. E, por ltimo, a de possibilitar a

    identificao da arma, pois geralmente nessa pea que so gravados os nmeros de srie,

    logomarca dos fabricantes, entre outros dados.

    As primeiras armaes dos revlveres de

    retrocarga eram rgidas, ou seja, o acesso ao

    tambor era feito por meio de uma janela de

    obturao lateral (corte na culatra), por onde

    eram introduzidos os cartuchos, cmara a

    cmara com o giro do tambor e, da mesma

    forma, extraam-se os estojos deflagrados, com

    o auxlio de uma vareta de extrao situada abaixo e prxima ao cano (a posio exata da

    vareta de extrao variava conforme o fabricante e modelo do revlver).

    Ainda hoje so produzidos revlveres de armao rgida, como alguns modelos dos

    revlveres da indstria Ruger.

    Em 1870, a indstria Smith & Wesson fundada por Horacio Smith e Daniel B. Wesson

    criou o revlver basculante, que se caracteriza por possuir um sistema de fechamento e

    abertura na parte alta da armao e um eixo no

    ponto mdio inferior da arma. Uma vez que o

    sistema de fechamento estivesse liberado, o cano

    e o tambor giravam em torno desse eixo, e uma

    pea, em formato semelhante ao de uma estrela

    (extrator), era impulsionada pela ao de uma

    mola e extraa todos os cartuchos ou estojos

    deflagrados de uma nica vez. Essa foi a

    primeira arma de armao articulada (basculante), e diversas indstrias no mundo passaram a

    produzir revlveres com esse tipo de armao.

    O outro tipo de armao articulada a de tambor reversvel.

    Nesse tipo de armao, o tambor sustentado por um suporte,

    pea que permite o deslocamento dele de sua posio normal (do

  • espao retangular onde encaixado na armao) para as operaes de carregar, descarregar e

    retirar estojos deflagrados. De modo diverso dos revlveres de armao articulada, para

    descarregar os cartuchos ou para retirar os estojos deflagrados, necessrio apertar a vareta

    do extrator obtendo-se a retirada de todos os cartuchos ou estojos das cmaras de uma nica

    vez. Para abrir o tambor, basta pressionar o dedal serrilhado (chaveta de abertura do tambor),

    que deslocar o ferrolho, liberando a haste central do seu encaixe (eixo que fixa o tambor

    armao, em torno do qual o tambor gira.).

    1.2.2 Tambor

    O tambor a pea mais caracterstica de um revlver que vem do prprio conceito de

    revolver, de girar. Em um revlver, o tambor a pea dimensionada para resistir s elevadas

    presses geradas pela deflagrao do cartucho e desenhada para acondicionar a munio em

    cmaras com dimenses compatveis com os cartuchos de calibre correspondente.

    A cmara uma perfurao que apresenta dimetros diferentes ao longo do eixo

    longitudinal, sendo dispostas paralelas ao eixo da arma e equidistantes do centro do tambor.

    Os tambores apresentam nmeros de cmaras diferentes conforme o modelo do revlver e,

    da mesma forma, o sentido de giro do tambor. Os revlveres Colt (FIG. 15), por exemplo,

    apresentam o giro no sentido horrio, enquanto a maioria das marcas, entre elas a Taurus,

    Rossi e Smith & Wesson no sentido anti-horrio.

    Essa informao, muitas vezes, de extrema

    importncia na elucidao da dinmica dos fatos.

    As cmaras apresentam um pequeno

    estrangulamento em sua parte anterior (head

    space) que trava o estojo, permitindo apenas a

    passagem do projtil. As cmaras na sua parte

    posterior so recortadas de modo a permitir o

    encaixe da orla do estojo e da coroa do extrator.

    Nos revlveres de armao articulada, quer

    basculante ou de tambor reversvel, no centro

    do tambor, h o sistema de extrao, composto

    de diversas peas, principalmente do extrator. A coroa do extrator uma parte denteada

    Figura 15 Revlver Colt de tambor

    revers vel.

    A seta indica a coroa do extrator.

    Fonte: arquivo pessoal do conteudista