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Atas do 69 Simpósio Regional de Geologia, SBG/SP - Rio Claro, 1987, v.1 MINERALOGIA E GEOLOGIA DO KIMBERLITO POÇO VERDE, MUNICÍPIO DE COROMAN- DEL, MINAS GERAIS Darcy P. Svisero * Dagoberto Drumond ** Nicolau L.E. Haralyi Anderson Moraes **** * Instituto de Geociéncias, Universidade de São Paulo ** Minas Novas Pesquisa e Lavra Ltda. *** Engenharia de Minas ICM. Haralyi Ltda. **** Bolsista da FAPESP ABSTRACT The Poço Verde kimberlite, located 7 km north of Coromandel in Western Minas Gerais State, Brazil, is intrusive in quartz mica schists of the Araxá Group, cropping out along a perennial valley that flows over the body. Although deeply weathered, the rock displays a remarkable green color; in addition, it contains large amounts of mi- cas, and fragments of crustal rocks including mica schists of Araxá Group, as well as serpentinized elliptical xenoliths of probable man- tle origin. Mica of green brown color (weathered phlogopites) is the most conspicous phase in the concentrates obtained by washing the soil. The heavy fraction prepared with iodate of methilene contains large amounts of magnetite, following smaller amounts of ilmenite, deep purple and red brown garnets, chromite, zircon and limonitic frag ments. Micro probe analyses revealed that most of the garnets are Cr-pyrope and that the tenor of Cr2 03 varies from 1.7-6.6 wt. %. The ilmenites are also typically kimberlitic containing 6.0-9.5 wt. % of MgO as well as 0.03-3.5 wt. % of Cr 2 03 . Magnetometric surveys carried out over the body revealed a dipolar anomaly of 1.000 nT which is simi lar to others measured in kimberlites previously studied in the area. Moreover, the Poço Verde has an oval shape with a NNE main dimension of 200 meters, and seems to be controlled on the west side by a basic- -ultrabasic dyke 20 meters wide trending also NNE. A radiometric deter mination based on fission tracks in zircon revealed that the Poço Ver- de is 87 m.y. old, thus suggesting that the intrusion is associated with the cretaceous reactivation. INTRODUÇÃO O kimberlito foi descoberto em 1871 na África do Sul, e du- rante um século aproximadamente, permaneceu como a única fonte primá - ria de diamante terrestre. No final da década passada, foram encontra- dos na região noroeste da Austrália diversos corpos de lampróitos (oil vina lampróitos e leucita lampróitos) portadores de quantidades consi- deráveis de diamante (Jaques et al. 1984). Apesar do impácto dessa des coberta, não houve modificações significativas na produção de diamante de modo que os kimberlitos continuam sendo a mais importante fonte de diamante natural. Além do seu valor económico, o kimberlito desempenha um pa- pel igualmente importante nos estudos relacionados ao manto superior , impulsionados a partir dos anos sessenta. Como o mágma kimberlitico provém de regiões profundas do manto, ao ser injetado na litosfera ele 97

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Atas do 69 Simpósio Regional de Geologia, SBG/SP - Rio Claro, 1987, v.1

MINERALOGIA E GEOLOGIA DO KIMBERLITO POÇO VERDE, MUNICÍPIO DE COROMAN-

DEL, MINAS GERAIS

Darcy P. Svisero *

Dagoberto Drumond **

Nicolau L.E. Haralyi

Anderson Moraes ****

***

* Instituto de Geociéncias, Universidade de São Paulo

** Minas Novas Pesquisa e Lavra Ltda.

*** Engenharia de Minas ICM. Haralyi Ltda.

**** Bolsista da FAPESP

ABSTRACT

The Poço Verde kimberlite, located 7 km north of Coromandel in Western Minas Gerais State, Brazil, is intrusive in quartz mica schists of the Araxá Group, cropping out along a perennial valley that flows over the body. Although deeply weathered, the rock displays a remarkable green color; in addition, it contains large amounts of mi-cas, and fragments of crustal rocks including mica schists of Araxá Group, as well as serpentinized elliptical xenoliths of probable man-tle origin. Mica of green brown color (weathered phlogopites) is the most conspicous phase in the concentrates obtained by washing the soil. The heavy fraction prepared with iodate of methilene contains large amounts of magnetite, following smaller amounts of ilmenite, deep purple and red brown garnets, chromite, zircon and limonitic frag ments. Micro probe analyses revealed that most of the garnets are Cr-pyrope and that the tenor of Cr203 varies from 1.7-6.6 wt. %. The ilmenites are also typically kimberlitic containing 6.0-9.5 wt. % of MgO as well as 0.03-3.5 wt. % of Cr203. Magnetometric surveys carried out over the body revealed a dipolar anomaly of 1.000 nT which is simi lar to others measured in kimberlites previously studied in the area. Moreover, the Poço Verde has an oval shape with a NNE main dimension of 200 meters, and seems to be controlled on the west side by a basic--ultrabasic dyke 20 meters wide trending also NNE. A radiometric deter mination based on fission tracks in zircon revealed that the Poço Ver-de is 87 m.y. old, thus suggesting that the intrusion is associated with the cretaceous reactivation.

INTRODUÇÃO

O kimberlito foi descoberto em 1871 na África do Sul, e du-rante um século aproximadamente, permaneceu como a única fonte primá -ria de diamante terrestre. No final da década passada, foram encontra-dos na região noroeste da Austrália diversos corpos de lampróitos (oil vina lampróitos e leucita lampróitos) portadores de quantidades consi-deráveis de diamante (Jaques et al. 1984). Apesar do impácto dessa des coberta, não houve modificações significativas na produção de diamante de modo que os kimberlitos continuam sendo a mais importante fonte de diamante natural.

Além do seu valor económico, o kimberlito desempenha um pa-pel igualmente importante nos estudos relacionados ao manto superior , impulsionados a partir dos anos sessenta. Como o mágma kimberlitico provém de regiões profundas do manto, ao ser injetado na litosfera ele

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arrasta consigo diversos tipos de xenólitos (nódulos) representativos de rochas do manto. Esses xenõlitos que são constituídos essencialmen-te por rochas de natureza peridotitica e eclogitica, constituem uma das principais fontes de informações sobre a composição mineralógica e qui mica do manto (Meyer 1977, O'Reilly 1985). Como o processo de "empla - cement" do kimberlito é muito rápido, da ordem de três vezes a veloci-dade do som (McGetchin & Ulrich 1973), tanto os xenõlitos de natureza mantélica como os diamantes, eventualmente arrastados pelo magma ascen dente,não sofrem modificações substanciais alcançando dessa forma a sú perficie terrestre.

A importãncia dos kimberlitos aumentou consideravelmente du-rante os anos sessenta quando os geocientistas perceberam que todo kim berlito é um "mohole" natural. O aumento do interesse e a necessidade de se conhecer em detalhe essa rocha convergiu para a criação de um fó rum internacional dando origem a Primeira Conferência Internacional de Kimberlitos que se realizou na Cidade do Cabo em 1973. Em 1977 ocorreu a 2a reunião nos Estatos Unidos da América, em 1982 a 3a na França, e finalmente, em 1986 a 4a na Austrália. Como resultado dessas reuniões ocorreu um aumento extraordinário das informações a respeito de kimber litos, dos seus xenõlitos de natureza mantélica e crustal, bem como se bre os processos de formação do diamante na natureza. A próxima confe-rência será realizada no Brasil, o que certamente imprementará o conhe_ cimento sobre os kimberlitos brasileiros.

O impácto desses novos conhecimentos começou a chegar ao Bra sil no final dos anos sessenta, provocando a descoberta de um grande número de kimberlitos e de rochas de filiação kimberlítica, primeiro na região oeste de Minas Gerais, e posteriormente, em vários outros lo cais do pais. Como os trabalhos de prospecção foram realizados por em-presas de mineração, as informações resultantes permaneceram no ãmbito de relatório internos, de modo que não são conhecidos com precisão o número e a posição dos corpos encontrados. Segundo vários autores (Bar bosa et al. 1976) e pessoas ligadas a empresas que operaram na região, o número de kimberlitos alcança várias centenas. Svisero et al. (1983) propuseram a denominação de Província Kimberlitica do Alto Paranaiba reunindo todas as ocorrências de kimberlitos e de outras rochas rela -cionadas a kimberlitos, localizadas na área compreendida pelos municí-pios de Coromandel, Abadia dos Dourados, Monte Carmelo, Patrocínio e Patos.

Os kimberlitos Vargem e Redondão foram os primeiros corpos divulgados na literatura tendo sido identificados a partir de dados de química mineral das fases residuais obtidas por meio de lavagem e con-centração posterior com líquidos pesados (Svisero et al. 1977). Nos anos subseqüentes, vários corpos de contornos ovalados e de dimensões reduzidas variando em torno de algumas centenas de metros, foram inves tigados por levantamentos geofisicos aumentando o número de kimberli - tos conhecidos na região. Nessa seqüência de trabalho foram identifica dos os Kimberlitos Capão da Erva, Santa Clara, Mamões, Santa Rosa, Mo-rungá e Japecanga (Svisero et al. 1979), Limeira 1 e Limeira 2 (Svise-ro et al. 1980), Sucuri (Svisero et al. 1982), Indaiá 1 e Indaiá 2 (Svisero & Haralyi 1984). Novos levantamentos geofisicos conduzidos re centemente na área do Kimberlitos Vargem resultou no mapeamento geoló-gico dos Kimberlitos Vargem 1 e Vargem 2, e na descoberta de outras a-nomalias constituindo o campo de kimberlitos da Fazenda da Vargem.

Prosseguindo esses estudos de caracterização e de mapeamento geológico dos kimberlitos da Província Kimberlitica do Alto Paranaiba (Svisero et al. 1983), esse trabalho apresenta algumas informações mi-neralógicas, químicas, geológicas e geofisicas sobre o Kimberlito Poço Verde. Elas abrangem dados de laboratório dos constituintes minerais do kimberlito, análises químicas dos minerais residuais mais caracte-rísticos, bem como informações de campo obtidas durante levantamentos geológicos e geofisicos realizados na área do kimberlito.

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LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

O Kimberlito Poço Verde localiza-se a 7 km a norte da cidade de Coromandel, na região oeste de Minas Gerais. O acesso ao corpo é re lativamente fácil podendo ser feito a partir da rodovia que liga Coro- mandel à cidade de Lagamar a noroeste. O trecho final de aproximadamen te 2 km é feito através de uma estrada carroçável de uma fazenda local (Fig. 1). O Kimberlito Poço Verde não tem nenhuma relação com a dolina do Poço Verde, uma depressão circular preenchida de água localizada nas imediações do kimberlito.

GEOLOGIA LOCAL

O Kimberlito Poço Verde é intrusivo em quartzo mica xistos do Grupo Araxá, situando-se em uma pequema depressão preenchida com so los de coloração avermelhada proveniente da alteração das rochas do ré ferido Grupo. Não existe nenhum acidente geográfico particular que chá ma a atenção, ou que poderia sugerir a existência de um corpo kimberli tico no local. Nesse caso não existe nem contraste de solo uma vez que o kimberlito está coberto por um camada de solo de aproximadamente 3 metros de espessura. O contraste só pode ser observado no fundo do va le que corre sobre a depressão local onde então a cor verde escura de kimberlito contrasta com o castanho avermelhado do solo.

A vegetação local é típica dos cerrados locais concentrando--se sobretudo nos vales de erosão locais desenvolvidos sobre a camada de solo que cobre o kimberlito. A depressão local é circundada por co-linas suaves constituídas por quartzo mica xistos do Grupo Araxá pelos lados norte e oeste do terreno. A sul e a leste o corpo é circundado apenas por camadas de solos que se inclinam suavemente em direção ao principal vale de erosão local (Fig. 2).

O Kimberlito Poço Verde aflora em um córrego perene, de vale profundo e encaixado, tributário do Córrego do Barbeiro pela margem direita. Aparentemente, o contato está sobre uma fratura que coloca lado a lado dois tipos distintos de solos. A oeste o solo é essencialmente arenoso e de coloração amarela avermelhada; a leste, o solo é argiloso e a cor vermelha acastanhada. No mapa geológico de Barbosa et al (1970), o contato entre os Grupos Araxá e Bambui passa nas adjacências da área estudada, de modo que é possível que o kimberlito esteja encaixado no contato entre esses dois grupos.

O Kimberlito Poço Verde aflora em vários pontos do vale prin cipal, e no início de um dos vales secundários orientados EW (Fig. 2). Ao longo dos afloramentos, a alteração superficial confere uma colora-ção verde escura ao kimberlito. Não existe portanto o "yellow-ground" observado em outros locais, talvez porque ele tenha sido removido an-tes da deposição da camada de solo atual. O contraste verde do corpo ao lado da coloração avermelhada dos solos circundantes permite reco-nhecer de pronto a presença do kimberlito no local. Em um dos aflora -mentos foi observado um xenólito de mica xisto do Grupo Araxá dentro da massa alterada do kimberlito. Outros xenólitos centimétricos e elip_ sóidicos foram também notados, mas a alteração nesse caso impediu a identificação da natureza da rocha original. Provavelmente, tratam-se de xenólitos peridotíticos de natureza mantélica (Nixon & Boyd 1973, Boyd & Nixon 1975), que por serem constituídos essencialmente de ouvi na, enstatita e diopsídio, raramente são preservados, apresentando-se, portanto, profundamente intemperizados.

A composição e a textura do kimberlito variam ao longo dos a floramentos existentes. Em alguns pontos o kimberlito é maciço e com-pacto, possuindo xenólitos abundantes. Em outros pontos, faltam os xe-nólitos, ou então, a quantidade de mica aumenta a ponto de tornar a rocha foliada. Apesar da alteração, não há dúvida de que o Kimberlito Po ço Verde é do tipo micáceo. Aparentemente, o corpo é controlado pela fratura NNE que encaixa o vale de drenagem principal (Fig. 2).

Como as informações geológicas coletadas na superfície não

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permitiram concluir a respeito da forma, extensão e dimensões do kim-

berlito, foram realizados uma série de perfis magnetométricos com o intuito de resolver essas questões. Os perfis foram efetuados com um magnetõmetro Geometrics G-816, com precisão de 1 nT. A curva de varia cão diurna do campo magnético terrestre foi desenhada a partir de medi das efetuadas em uma base colocada sobre quartzo mica xistos do Grupo Araxá, com leituras efetuadas a intervalos de uma hora. Os perfis mag-netométricos NS foram efetuados com espaçamento de 50 metros um do ou-tro, e as estações de leitura espaçadas 10 metros entre si. Pormenores a repeito do método e da sua utilização na prospecção geofísica de kim_ berlitos, podem ser encontrados em Haralyi & Svisero (1984).

A Fig. 3 mostra dois dos perfis magnetométricos executados sobre a área do kimberlito: um sobre a linha base do levantamento, e outro a 50 metros a leste. Nesses perfis pode-se verificar que o corpo apresenta uma anomalia bipolar característica, perturbada por pequenas anomalias locais. A amplitude da anomalia é de cerca de 1.000 nT, sen-do em linhas gerais, similar as anomalias de outros corpos da região. A interpretação dos perfis sugere que o kimberlito é alongado na dire-ção NNE, com uma dimensão principal de aproximadamente 200 metros. A oeste o contato é delimitado por um dique básico-ultrabásico, de 20 metros de espessura, orientado também NNE. Em linhas gerais, trata-se de um corpo elipsóidico com o eixo maior orientado NNE, associado com um dique a oeste que pode ser também de natureza kimberlítica.

ASPECTOS MINERALÓGICOS E QUÍMICOS

Kimberlitos são rochas intrusivas, ultrabásicas, de textura inequigranular devido a presença de megacristais de olivina,flogopita, ilmenita magnesiana, granada piropo, diopsidio cronifero, enstatita e cromita, distribuídos em uma matriz de granulação fina de natureza com_ plexa. Fazem parte da matriz, serpentina, calcita, flogopita, diopsi-dio, espinélios, monticellita, perovskita, ilmenita, apatita,sulfetos, e outras fases menos freqüentes (Clement et al. 1977, Dawson 1980, Mit chell 1986). O diamante é um acessório estando presente apenas em al-guns kimberlitos. A olivina é extremamente abundante em relação aos demais minerais, cujas proporções relativas variam amplamente. Análi -ses modais de Skinner & Clement (1979) relativas a 18 kimberlitos da República da África do Sul mostram que a flogopita varia em volume de 0 a 67%; a calcita de 0 a 29%; o diopsidio de 0 a 27%, sendo que a oli vina e a serpentina combinadas variam de 20 a 77%. Outra característi-ca dos kimberlitos é a presença de xenólitos ultramáficos, principal -mente peridotitos e eclogitos que juntamente com os megacristais for-mam-se no manto superir a profundidades entre 150 a 200 km (Dawson 1980) .

De um modo geral, a maior parte dos minerais constituintes dos kimberlitos bem como dos xenólitos mantélicos neles presentes, são pouco resistentes ao intemperismo químico altetando-se com relativa fa cilidade. Esse fato aliado às dimensões reduzidas desses corpos, em ge ral de apenas algumas centenas de metros, dificulta os trabalhos de prospecção e reconhecimento dessas rochas. Algumas fases mais resisten tes, incluindo-se aqui granada, ilmenita e cronoespinélio sobrevivem ao intemperismo químico. Dispersados posteriormente pela rede de drenagem, esses minerais constituem excelentes guias de prospecção da rocha kim-berlítica original.

As condições climáticas vigentes na região oeste de Minas Ge rais são favoráveis à ação do intemperismo químico, de modo que os kim berlitos ai presentes, via de regra apresentam-se alterados na superfi

cie. O Poço Verde possui um complicador adicional pois encontra-se co-berto por uma camada de solo aflorando somente no fundo da principal drenagem local. Trata-se de um caso mais ou menos semelhante ao Kimber lito Vargem 1 (Svisero et al. 1986), só que nesse caso, a cobertura é aluvionar grosseira e diamantifera. Todos os afloramentos do Poço Ver-de encontram-se em avançado estado de alteração, sendo constituídos

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em sua maior parte, por minerais resultantes desses processos. Como o

objetivo desse trabalho é caracterizar o kimberlito, e não de estudar

a mineralogia das fases resultantes dos processos de alteração, nossos estudos concentraram-se nas fases residuais primárias.

O material coletado foi fragmentado e lavado para a separa -ção dos componentes arenosos, siltosos e argilosos produzindo um pri-meiro concentrado rico em micas e fases escuras. Em seguida, esse ma-terial foi tratado com iodeto de metileno de densidade 3,32 g/cm3, for necendo uma fração leve constituída essencialmente de micas (flogopi - tas alteradas) de coloração verde acastanhada, e agregados de serpenti na representando 17,0% em peso do conjunto. A fração pesada resultante (83% em peso) após estudos ópticos e roentgenográficos mostrou ser cons tituida de magnetita (55%), ilmenita (15%), granadas (19%), com o res tante reunindo agregados e concreções variadas, além de cronita e zir- cão. A Fig. 4 apresenta as curvas de variação granulométrica da magne-tita, ilmenita, granada, bem como do solo de alteração do corpo.

A maior parte das granadas exibem cor vinho e tonalidade t rio lácea, cuja intensidade se acentua com o aumento da granulometria. De acordo com descrições da literatura (Hornung & Nixon 1973), essas gra-nadas são típicas de rochas kimberlíticas. Foi observado um segundo gru po de coloração avermelhada mais clara, derivadas, provavelmente de rochas do embasamento. As granadas violáceas foram analisadas na mi-crossonda eletrônica comprovando-se a natureza kimberlítica desse mine ral, e por conseguinte do corpo estudado. A variação em peso dos óxi-dos principais em 15 amostras analisadas é a seguinte: Ti02 0,04-0,22%; Al203 18,3-22,4%; Cr203 1,7-6,6%; Fe= 7,5-8,9%; Mg0 17,5-20,5% e Ca0 4,8-8,0%.

Na Fig. 5 as 15 granadas analisadas estão projetadas em um diagrama de variação ternário em função dos valores de Ca-Mg-Fe, junta mente com outras granadas de natureza kimberlitica. Nesse diagrama ID representa o campo das inclusões do diamante tendo sido traçado com da dos de Meyer & Tsai (1976) e Svisero (1971); XL representa o campo dos xenólitos de granada lherzolitos segundo Nixon & Boyd (1973) e Boyd & Nixon (1975); MC o campo de magacristais delineado com dados de Nixon et al. (1981), Hunter & Taylor (1984) e Mitchell (1986); e finalmente XE o campo dos eclogitos segundo Reid et al. (1976) e Robinson et al. (1984). De um modo geral as grandas do Kimberlito Poço Verde não apre-sentam grandes variações em termos dos elementos Ca-Mg-Fe. Com exceção de uma única amostra, todas as demais projetam-se nas imediações da in tersecção dos campos dos megacristais com os xenólitos de lherzolitos, como já era esperado tendo em vista os valores dos elementos princi-pais

Entre os óxidos principais destacam-se as variações em Cr203cobrindo o intervalo de 1,7 a 6,6% em peso. Essas variações são tipi -cas de granadas kimberliticas e são resultantes da substituição de A13+ por Cr3+ nas posições octaédricas do retículo cristalino. O dia -grama de variação Al203xCr203 da Fig. 6 ilustra de forma clara a rela-ção linear entre esses dois elementos. Além das granadas do Poço Verde, o referido diagrama inclui dados de kimberlitos de Lesotho (Hornung & Nixon 1973), Estados Unidos da América (McCallum et al. 1975), do Cana dá (Mitchell 1978), Angola (Boyd & Danchin 1980) e dos Kimberlitos Var gem 1 e 2 (Svisero et al. 1986). Em trabalho clássico sobre as grana - das de Lesotho, Hornung & Nixon (1973) relacionaram a variação do teor em cromo com a cor da granada. Com o aumento do teor de Cr203 que pode alcançar até 20,0% em peso, a coloração violácea acentua-se progressi-vamente passando para verde, até casos extremos em que a granada torna_ -se escura.

No tocante ás ilmenitas, como já foi dito anteriormente, elas perfazem 15% da fração pesada obtida com iodeto de metileno. Cinco il-menitas do Kimberlito Poço Verde foram analisadas na microssonda ele-trônica relevando a seguinte variação em peso para os elementos princi pais: Ti02 41,7-54,4%; Cr203 0,03-3,5%; Fe0 26,6-33,5%; Fe203 2,9-21,8%; Mg0 6,0-9,4%. Mitchell (1973) , Haggerty (1975) , Mitchell (1977), Dawson

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(1980) e Mitchell (1986), entre outros, mostraram que a ilmenita magne siana é um dos minerais mais característicos de kimberlitos. A quanti-dade de ilmenita no kimberlito varia desde traços até 10,0% em peso. Se_ gundo os referidos autores, o teor em Mg0 é bastante variável estenden do de 4,0 a 23,5% em peso. Outro elemento característico é o cromo cu-jos valores em Cr203 podem alcançar até 5,0% em peso.

As ilmenitas do Poço Verde exibem variações semelhantes a ilmenitas de outros kimberlitos. O diagrama Mg0xFe0 da Fig. 7, por e-xemplo, mostra cinco análises do Poço Verde comparadas com ilmenitas de kimberlitos da República da África do Sul e Lesotho (Mitchell 1977, Haggerty 1975), Brasil (Svisero et al. 1977, Parfenoff 1982), e Cana-dá (Mitchell 1986). Essas similaridades se repetem no diagrama terná -rio Fe203-FeTi03-MgTi03 da Fig. 8, onde as amostras do Poço Verde es-tão projetadas junto com o campo das ilmenitas kimberliticas traçado com dados de Haggerty (1975), Boctor & Meyer (1979), Dawson (1980) e Mitchell (1986). Concordando com observações efetuadas durante a sepa-ração dos minerais da fração pesada, as ilmenitas estudadas possuem va lores baixos de Fe203 concentrando-se no campo das ilmenitas isentas de magnetismo definido por Haggerty (1975).

CONCLUSÕES FINAIS

O Kimberlito Poço Verde aflora no leito de uma drenagem pere ne afluente do Córrego do Barbeiro, localizando-se a 7 km a norte da cidade de Coromandel em pleno oeste mineiro. O corpo é intrusivo em quartzo mica xistos do Grupo Araxã que afloram conspicuamente nos flan cos norte e oeste da intrusão. Localmente o corpo apresenta-se coberto por uma camada de solo que mascara a presença do kimberlito.

A cor é verde intensa e constante, mas a composição e a tex-tura variam ao longo dos afloramentos observados. Em alguns pontos a mica se concentra conferindo textura foliada à rocha; em outros, o cor po é maciço, havendo também concentrações diferenciadas de xenólitos , em grande parte alterados. A lavagem desse material produziu um primei ro concentrado que, separado posteriormente com iodeto de metileno onginou uma fração leve com micas alteradas e serpentina, e uma fração pe sada constituída de magnetita, ilmenita, granada, cromita, zircão e li monita. A análise granulométrica da fração pesada revelou que as grana das kimberliticas possuem distribuição normal confirmando a derivação a partir de uma única fonte (megacristais). A ilmenita e a magnetita apresentam curvas bimodais evidenciando mais de uma origem genética (ma triz, megacristais, etc.). As características químicas da granada e da ilmenita indicam que o Poço Verde é um kimberlito típico, corresponden do a um flogopita kimberlito na classificação de Skinner & Clement (1979) .

Levantamentos magnetométricos revelaram que o Poço Verde pos sui uma anomalia magnética dipolar de intensidade 1.000 nT, sendo por-tanto semelhante a outros kimberlitos mapeados na área. Ainda de acor-do com a magnetometria, o corpo é ovalado possuindo um eixo maior de 200 metros orientado NNE. Uma das anomalias associadas corresponde a um dique básico-ultrabãsico de 20 metros de espessura localizado no flanco norte do kimberlito, orientado NNE podendo ser também de natu-reza kimberlítica. Ë interessante notar que o kimberlito aflora no fun do de um vale orientado também NNE, coincidindo portanto com as dire-ções estruturais da subsuperficie. Provavelmente essa direção tenha arrespondéncia com alguma fratura regional reativada em períodos distin-tos até culminar com a intrusão do kimberlito. Davis (1977) datou o Kim berlito Poço Verde por meio de traços de fissão em zircões, obtendo i-dades de 86 a 87 milhões de anos. Esses dados indicam que o magmatismo kimberlítico da região desenvolveu-se no cretáceo superior. A intrusão desse corpo e dos demais kimberlitos da área está associada ao magma -tismo ultrabãsico alcalino que afetou a região, e cuja extensão foi dis cutida recentemente por Almeida (1986).

Outro ponto que merece alguns comentários é a origem do dia-

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mante da região. Discute-se freqüentemente se os kimberlitos da área

são ou não diamantiferos. O fato é que os conglomerados basais do Gru-

po Bauru são diamantiferos constituindo uma fonte permanente de diaman

tes detriticos em garimpos ou em locais como na Mina de Romaria, lavra

da intermitentemente desde o final do século passado. Com seus 200 metros ao longo do eixo maior, o Poço Verde é

um kimberlito pequeno, como também o são os kimberlitos Limeira (Svise ro et al. 1980), Sucuri (Svisero et al. 1982), Indaiá (Svisero & Hara- lyi 1984) e Vargem (Svisero et al. 1986) mapeados anteriormente. Cons! derando o modelo estrutural de kimberlito proposto por Hawthorne (1975), tanto o Poço Verde como os demais kimberlitos mencionados tiveram a maior parte dos seus aparelhos vulcânicos cortados pela erosão. Segun-do King (1956) a região sofreu um intenso processo erosivo que se es-tendeu do final do Cretáceo ao Eoceno. Essa fase erosiva teria rapado as diatremas e os diques kimberliticos, liberando os diamantes dos e-ventuais corpos mineralizados, incorporados a seguir pelos conglomera-dos do Grupo Bauru.

AGRADECIMENTOS

Darcy P. Svisero agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvi-mento Cientifico e Tenológico (CNPq) o auxilio financeiro para os tra-balhos de campo, conforme Processo n9 70.0316/85-PADCT.Anderson Moraes agradece a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela Bolsa de Iniciação Cientifica - Processo n9 86/2613-0.

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105

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106

Page 11: MINERALOGIA E GEOLOGIA DO KIMBERLITO POÇO VERDE, …

i

MAPA GEOLOGICO DO KIMBERLITO POÇO VERDE

COROMANDEL - MG LEGENDA

AFLORAMENTO DE KIMBERLITO

SOLO ARENOSO AMARELO AVERMELHADO (ARAXÁ)

SOLO ARGILOSO CASTANHO AVERMELHADO

LATER I TA

GRUPO ARAXÁ

ESCALA 1:2000

CONVENÇOES

30 ATITUDE E MERGULHO DA XISTOSIDADE

VALE ABRUPTO

CONTATO GEOLÓGICO

TRILHA

FIGURA Nº2

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99,50 ---- - --

99,25

99

98,50 I

98 2T -- e- -

lo

9 7 tJN °~

96

a

°'

95

v

D

94 ~ 93 ~ 92 ~ 91 - 90 á \

o

82,50 ~ 80

75

70

65

60

2 1

55

50

1 1

1,5 I

01,7

/

45

40

35 -

30 -

r

10 I

14 18 I

25

CJ

~o

O o

w~ ~o

Q~ c

O o

01,50,3 ï i F 1

35 40 48

0,2 0,15 O,1 0,05 0 03 mm F I I 1 ~I ~

70 80 100 140 200 1 Mesh

7 20

17,50 1-51C -- ---- --

12,50 O

10 0

9 8 7-6

5

4

3 -

1 ,50

Fig. 4 - Variações granulométricas dos minerais pesados e do solo de alteração do iimberlito Poço Verde.

108

Page 13: MINERALOGIA E GEOLOGIA DO KIMBERLITO POÇO VERDE, …

~+ b

1 `i iIJO L 1 I 1 1 1 I I 1 1 I 1 I 1 1 i 1 I

k 24500

PERFIL LINHA BASE

,- 24000 ~

3500

C.,1_ IIJ~

~511UL'

245110

H 24000

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I I 1 I -

~

H

IJ LLIV m

4000

Fig. 3 - Perfis magnetométricos sobre o Kimberlito Poço Verde.

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30

20

50

Fig. 5 - Diagrama ternário mostrando granadas do Kimberlito Poço Verde comparadas com outras granadas de natureza kimberlitica in-cluindo megacristais (MC), inclusões em diamantes (ID), xenólitos de lherzolitos (XL), e xenólitos de eclogitos (XE).

o 2O-

o N

Q

o OO , O

~ O O ~O O.

~

0 0 0

Poço verde O Outros Kimberlitos

i 5

o O o 0 O

00 o 0

O o OO

O OO o

o

Cr7 0 3 °/O

IÓ 15

Fig. 6 - Relação entre os óxidos de alumínio e de cromo entre gra-nadas kimberliticas incluindo o Kimberlito Poço Verde.

110

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Mg0

o

20

10 o

Poco verde

o Outros kimberlitos

20 30 40 FeO

Fig. 7 - Relação entre os óxidos de ferro e de magnésio entre ilmeni tas kimberlíticas incluindo o Kimberlito Poço Verde.

Fe203

Fe Ti 03♦ Poço verde

> Mg Ti 03

Fig. 8 - Diagrama ternãrio mostrando a variação das ilmenitas do Kimberlito Poço Verde em termos das moléculas ilmenita, geikieli-ta e hematites. O campo delineado corresponde ã variação observada em kimberlitos de outros locais.

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