Kohs-A Frase Melodica

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    Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESCCentro deArtes CEARTDepartamento de MsicaLaboratrio de Ensino da rea de Fundamentos da Linguagem Musical

    Anlise Musical2semestre de 2005

    Prof. Srgio Paulo Ribeiro de Freitas

    A Frase Meldicabaseado em Ellis B.Kohs.Musical Form. Studies in analysis and synthesis.

    Boston: Houghton Mifflin, 1976. Traduo deProf. Flvio de Queiroz | UFBA1

    A Melodia pode ser considerada de um ponto de vista tanto histrico e antropolgico quanto puramente musical. Umestudo abrangente da matria incluiria tpicos to distantes entre si como a arte meldica das primeiras civilizaes, edas chamadas "primitivas" sociedades contemporneas; canto Bizantino e Gregoriano; cano popular medieval; astradies clssicas da ndia, China e outras civilizaes orientais; a monodia do sculo XVII; canes populares dediversos pases; a melodia vocal e instrumental dos perodos clssico e romntico; ria e arioso de peras; estilodeclamatrio nas peras de Monteverdi a Debussy; o Sprechgesang de Schoenberg; e muito mais. Entretanto,abordaremos aqui apenas alguns aspectos do que se refere aos sculos XVIII e XIX. Espera-se que este estudointrodutrio possa sugerir alguns procedimentos e prover instrumentos para a anlise de melodias de qualquer perodoou estilo.

    Melodia vocal e instrumental

    costumeiro distinguir a melodia vocal da instrumental. Mas muitas melodias instrumentais mostram, de alguma

    maneira, sua derivao da melodia vocal, que antecede at os instrumentos mais antigos. Os instrumentos foram criadospara produzir sons que a voz humana no poderia fazer. Assim, h instrumentos que excedem o mbito das vozesmasculina e feminina; executam amplos saltos que seriam difceis ou impossveis para a voz humana; produzem umavariedade de timbres ou muitos sons ao mesmo tempo; e tocam longas linhas sem a necessidade de interrupo para arespirao. A melodia vocal caracteriza-se por um mbito mais limitado, pequenos ou infreqente saltos, relativamente

    pouco contraste tmbrico e de intensidade, e pontos freqentes para a respirao.

    Na pr-histria, a melodia vocal desenvolveu-se provavelmente como uma fala inflexionada emocionalmente. Amelodia associou-se a palavras desde os tempos mais remotos, e vocalizao sem palavras sempre um fenmeno raro.Assim, no de surpreender que algumas caractersticas da melodia sejam derivadas da fala, e que algumas das formasmeldicas estejam relacionadas a formas de prosa e poesia.

    Msica para mais de um participante era executada por vozes e/ou instrumentos, intercambiavelmente, antes da

    Renascena. Nesse perodo, instrumentos e tcnicas performticas tornaram-se altamente desenvolvidos e gnerosinstrumentais distintos apareceram pela primeira vez. Tudo isso foi acompanhado de uma variedade de estilos denotao musical para teclado e instrumentos com trastes; estes eram bem diferentes das notaes para msica vocal, quetambm era usada para instrumentos de sopro e instrumentos de cordas sem trastes.

    Interinfluncias de estilos vocal e instrumental iniciadas no sculo XVII atingiram seu auge na msica de Bach, cujasmelodias instrumentais, no raro, parecem vocais e cujo estilo vocal muitas vezes sugerem uma escrita instrumental. Oestilo meldico de Mozart, universalmente aplicvel, pode ser observado numa to diversa gama de obras tais comorias de pera, concertos para violino, e sonatas para piano. O estilo florido de Bellini ecoa nas altamente elaboradasmelodias piansticas de Chopin, e a virtuosidade violinstica de Paganini encontra espelho nas pirotecnias piansticas deLiszt.

    Poesia, prosa e msica

    H um "livre-fluir" rtmico na prosa que no se encontra na poesia. Poesia utiliza mtrica, um padro que assinalapulsos forte e fracos sobre o qual o texto imposto. Msica pode ter o fluxo livre da prosa, ou pode ser concebidabaseada na mtrica, o que ocorre na maioria das vezes. O canto gregoriano, ao invs disso, utiliza o livre ritmo da prosa(ver exemplo 2a).

    As diferenas entre o ritmo da prosa e o ritmo potico podem ser claramente observados comparando-se os dois textosno exemplo 1. O exemplo 1a, um texto em prosa, do Macbethde Shaekespeare; o exemplo 1b a abertura do seuSoneto 65. Ambas as sentenas so extendidas; ambas possuem clusulas longas e curtas, contrastantes, bem pontuadas

    por vrgulas. O exemplo em prosa contm muitas mudana de passo e acento, e repetio de muitas palavras (here it,particularmente). As quatro linhas do soneto so em pentamtrico imbico; em cada linha, exceto a primeira, h ritmosopostos ao ritmo bsico. O esquema de rimas, a repetio de nor e a rima interna da linha quatro so fatoresunificadores.

    1Fonte: Prof. Flvio de Queiroz. Universidade Federal da Bahia, Escola de Msica, Departamento de Composio,Literatura e Estruturao Musical. http://www.clem.ufba.br/queiroz/kohs/iniciofrase.html

    http://www.clem.ufba.br/queiroz/kohs/iniciofrase.htmlhttp://www.clem.ufba.br/queiroz/kohs/iniciofrase.html
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    A Frase Meldica: Kohs | traduo deProf. Flvio de Queiroz 2Ex. 1: ritmo da prosa x ritmo potico

    Obs.:as linhas 2, 3 e 4 do soneto mostram uma dupla anlise, na qual a srie superior mostra a mtrica, e a inferior, oritmo.

    Os dois arranjos do "Kyrie eleison" a seguir mostram contraste similar no tratamento rtmico. O cantocho do exemplo2a ritmicamente livre e completamente "no mtrico". Na segunda melodia, daMissa em si menor, de Bach, exemplo2b, o ritmo imposto sobre uma mtrica que alterna pulsos fortes e fracos. Deve ser observado que em 2a as trsltimas notas so as mesmas, em espelho, que as trs primeiras; e que no exemplo 3b as trs notas longas do incio so

    balanceadas por outras trs, no fim. Ambas as melodias apresentam um contorno em arco, e ambos incio e fim esto natnica. Pontos para respirao esto indicados pelo editor.

    Ex. 2: ritmos mtrico e no mtrico em msica

    A derivao da mtrica musical da mtrica potica revelada na persistncia de conceitos tais como: mtrica dupla etripla; pulsos fracos e fortes; o compasso, que corresponde aoppotico; contratempo e acento; e a distino entre meiofinal e final pleno, ou cadncias. A mtrica potica existe por muitos sculos antes de ser adaptada s necessidadesmusicais na Idade Mdia. O desenvolvimento gradual da notao musical levou a novos refinamentos e complexidadesque no eram necessrios na notao potica. Assim, a msica emprega sinais especiais para indicar o metro, o tempo,acentos, propores rtmicas, compasso etc.

    A sentena e a frase musical

    A linguagem no um fluxo randmico de palavras indiferenciadas; palavras devem ser agrupadas a fim de formaremsentenas. A sentena composta de palavras que tem diferentes funes; algumas palavras so substantivos, outras soverbos, ou adjetivos. Alguns desses elementos so estruturalmente indispensveis, outros so opcionais, decorativos,dependentes. Toda sentena deve ter um sujeito e um predicado; um adjetivo pode modificar um substantivo ou um

    pronome, e no pode estar sozinho.

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    A Frase Meldica: Kohs | traduo deProf. Flvio de Queiroz 3A msica tambm uma combinao de elementos que tem funes diferenciadas. Tem o seu prprio e especial tipo degramtica e sintaxe.Sons sucessivos podem ser agrupados para formar uma frase musical contendo um senso decompletude e unidade similares quelas encontradas numa sentena verbal. Alguns sons, como o sujeito verbal e o

    predicado so essenciais estrutura musical; outros so decorativos. Suspenses, apojaturas, tons vizinhos e decoraessimilares no podem existir sem resolues, assim como um adjetivo no faz sentido sem nome ou pronome. Frasesmusicais podem ser simples ou complexas; uma pequena idia musical pode ser expandida de muitas maneiras, comoinseres parentticas, ou extenses, nocomeo ou no fim. Os exemplos seguintes ilustram esses paralelos.

    Ex. 3: sentenas e frases musicais comparadas.

    (a)Uma pequena e completa afirmao em palavras:Roma a capital da Itlia. Em msica:

    (b)O mesmo, com elementos decorativos acrescentados em palavras:A Roma Antiga a capital da romntica Itlia.Em msica:

    (c)Expanso do mesmo, com extenso interna em palavras:A Roma Antiga, meca de todos os turistas, a capital da romntica Itlia.Em msica:

    (d) Duas simples afirmaes juntam-se numa maior; em palavras:Roma a capital da Itlia. uma cidade fascinante. Em msica:

    Roma, a capital da Itlia, uma cidade fascinante.

    (e)Extenso terminal em palavras:Roma, meca dos turistas, a capital da romntica Itlia, e bero da civilizao ocidental. Em msica:

    (f) Repetio, para nfase, em palavras:Roma, Roma, Roma! - a palvra sozinha conjura imagens de templos antigos,

    vises da arte renascencentista, e o espectro do trfego atual da Via Veneto.Em msica:

    Melodias motvicas e no motvicas

    Limitaremo-nos aqui a lembrar o leitor que existem frases meldicas como que construdas por blocos - os motivos.Existem, tambm, frases onde esse recurso composicional no foi utilizado. A construo motvica ser foco de nossaateno num futuro prximo. No momento recomendamos as seguintes leituras :

    Schoenberg, Arnold. Fundamentos da composio musical. 2a ed. Traduo de Eduardo Seincman. SoPaulo: Edusp, 1993. [Ver especialmente o cap. 3]

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    A Frase Meldica: Kohs | traduo deProf. Flvio de Queiroz 4 Green, Douglass M.Form in tonal music.2aed. Nova York/Chicago: Holt, Rinehart & Winston, 1979. [Ver

    especialmente o cap. 3]

    A estrutura rtmica das frases

    Devemos reconhecer que o ritmo existe em diversos nveis hierrquicos. Ento, em 3/4 o primeiro tempo forte, osegundo e o terceiro, fracos. Em um andamento lento, se os tempos 2 e 3 so subdivididos, todos os tempos soacentuados em relao s fraes, assim: UM-e-DOIS-e-TRS-e. Num andamento rpido, 3/4 pode soar como 12/4, se

    os compassos estiverem em grupos de quatro, e apenas o quarto tempo ir parecer realmente acentuado. O exemplo 4ilustra a maneira como os compassos se agrupam para formar pulsaes em larga escala.

    Ex. 4: o agrupamento rtmico de compassos na frase.(a)Agrupamento imbico (fraco-forte) em dois nveis.

    (b)Agrupamento trocico (forte-fraco) em dois nveis.

    (c)Agrupamento dactlico (forte-fraco-fraco) em um nvel, anapstico (fraco-fraco-forte) em outro.

    Segue-se ento que frases meldicas devem ser estudadas luz de suas inmeras propriedades rtmicas. A barra decompasso , muitas vezes, irrelevante no que diz respeito estrutura rtmica e at mesmo pode ser um fator desviante,

    como no caso do segundo tema do terceiro movimento do Concerto em l menor para piano e orquestra, deSchumman. escrito em 3/4 mas soa como se fosse em 3/2.

    Ex. 5: ritmo do segundo tema. Concerto em l menor para piano e orquestra, de Schumman.

    Determinantes do comprimento da frase

    Freqentemente difcil de se identificar os finais das frases, ou escrev-las satisfatoriamente em exerccios extensos ou

    pequenas composies. Ser til, portanto, considerar brevemente alguns dos ingredientes ou fatores que ajudam aprover o senso cadencial que marca o fim de uma frase meldica. Isso inclui: (a) uma nota longa, especialmente se estaps muitas notas curtas; (b) um "tranqilo" grau da escala, prefervel a um grau "ativo"; (c) movimento marcadamenteconjunto para a cadncia, seguido talvez de um salto para marcar uma parada natural ou cesura; (d) o fechamento deuma repetio simtrica; (e) a necessidade de respirao (em msica com texto); (f) resoluo harmnica implcita ouexplcita.

    Um compositor pode desejar que os ligamentos ou junes musicais sejam algo disfarado ou inconspcuo. Ao fim,vrios artifcios podem ser usados para a continuidade do movimento na prpria cadncia, ao invs de par-la, ou frasesadjacentes podem ser conectadas pelo artifcio da elisoou sobreposio (veja mais adiante).

    Na msica polifnica as frases so, freqentemente, mais difceis de serem identificadas do que as frases em contextoshomofnicos porque, naquela, as diversas melodias no tendem a uma cadncia simultaneamente. Na outra, no entanto,

    onde h apenas uma simples linha meldica, a harmonia de apoio move-se para uma cadncia simultaneamente com amelodia. Observe um exemplo onde as frases meldicas no coincidem, necessariamente, com uma mesma cadnciaharmnica:

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    A Frase Meldica: Kohs | traduo deProf. Flvio de Queiroz 5Ex. 6: cnon a 3 vozes.

    Ocasionalmente as frases apresentaro extenses em seu incio ou no fim, e isto pode causar dificuldades em se decidirse so ou no partes integrantes da frase. Na Sonata de Mozart, K. 284, por exemplo, o compasso 22 pode serconsiderado como: (a) precedendo a frase que aparece no comeo do compasso 23; (b) uma anacruse e,conseqentemente, uma parte da frase; ou (c) uma extenso da frase anterior, que cadenciou no compasso 21.

    Ex. 7: MS, K. 284, comp. 22-25.

    Extenses desenhadas para continuar o momentume preencher o espao entre frases muitas vezes so adicionadas nofinal da frase. Podem ser encontradas na prpria linha meldica (Ex. 8a) ou no acompanhamento (Ex. 8b).

    Ex. 8: Extenses(a)MS, K. 279, comp. 1-4

    (b)BS, 14/2, comp. 185-88

    O comprimento de uma frase facilmente determinado quando comea no primeiro tempo de um compasso e terminano ltimo tempo de um outro, como no exemplo 9. Se a frase termina no primeiro, segundo ou terceiro tempo de seuquarto compasso, a frase ainda considerada como tendo quatro compassos, e no trs + uma frao.

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    A Frase Meldica: Kohs | traduo deProf. Flvio de Queiroz 6Ex. 9: frases terminando no ltimo tempo do compasso.

    (a)MS, K. 283, comp. 1-4

    (b)BS, 28, comp. 1-8

    O problema da contagem aumenta quando h uma eliso de frases, ou quando a frase comea na segunda metade de umcompasso e termina na primeira metade de um outro. No primeiro caso, o compasso elidido deve ser contado duasvezes, tanto como o quarto compasso da primeira frase como o primeiro compasso da segunda., com o resultado de que4 + 5 = 8, e no 9!... No segundo caso, os compassos devem ser considerados como unidades nas quais os tempos soagrupados como 3-4|1-2, ao invs de |1-2-3-4|. Essas estruturas podem ser diagramadas da maneira seguinte:

    Ex. 10: diagramas de frases.(a)Quando h eliso.

    (b)Quando uma frase de 4 compassos comea na segunda metade de um compasso e termina na primeira metade de umoutro.

    Conclui-se a partir do diagrama que o primeiro compasso completo o 1o. Um outro problema prtico em contagem decompassos quando ocorre, em repeties, as chamadas casa 1e casa 2[com barra de repetio, geralmente], e a fraseem questo termina ficando com "dois finais". Na verdade, os finais so alternados, e no tocados sucessivamente;conseqentemente, os dois finais tem o mesmo nmero de compasso. Ocorrendo uma barra dupla no meio de umcompasso, esta no deve ser confundida com uma barra regular de de compasso; elas acontecem, em geral, parasublinhar mais claramente algumas caractersticas de certas sees, como mudana de compasso, de tempo, detonalidade etc. Cadenzasque ignoram o compasso indicado podem tambm criar problemas de contagem de compassosnas frases.

    Exerccios sugeridos

    1. Identifique as frases meldicas na linha do soprano do Preldio no6, do Vol. I do Cravo Bem Temperado. Em quais notas as

    frases terminam? Justifique suas decises.2. Analise, analogamente, o Preldio no19, e as Fugas nos2 e 3, do mesmo livro.3. Analise a estrutura rtmica dos 8 primeiros compassos de BS, 2/2, ii. Mostre o ritmo no compasso e a relao entre os

    compassos fracos e fortes na frase. Analise tambm o movimento do Rond, compassos 1-16, que vem logo aps o movimentoprecedente.

    4. A primeira frase da BS, 2/3, ii, termina no compasso 2, 3, 4, 8, 10 ou 11? D razes para aceitar uma dessas opes e rejeitar asoutras.

    5. No movimento seguinte, BS, 2/3, iii, a primeira frase termina no compasso 3, 4 ou 8? Explique.6. Identifique e discuta as primeiras frases meldicas de BS, 7, i-iv. Identifique os fatores determinantes no comprimento das

    frases.7. Ainda na mesma sonata, primeiro movimento (i), o compasso 25 um local de cadncia? Explique.8. Em MS, K. 310,i, onde se espera que a primeira frase termine? Por que no no 5ocompasso? O que acontece no 9ocompasso?

    No movimento iii, quantas frases meldicas h entre os compassos 1-28? Quais elementos enfraquecem as cadncias nessescompassos?

    9. Analise um movimento inteiro de uma sonata para piano, de Mozart; identifique todas as frases meldicas. Discuta o uso de

    extenses, comprimento de frases, cadncias, elises, estruturas internas simtricas e assimtricas, repetio, seqncias, uso demotivos, ambigidades deliberadas etc.

    10. Componha diversas pequenas passagens baseadas em materiais selecionados que sejam derivados de uma ou mais sonatas deMozart e Beethoven. Seu material deve ilustrar alguns dos procedimentos ilustrados neste captulo.

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    A Frase Meldica: Kohs | traduo deProf. Flvio de Queiroz 7Ellis B. Kohs (1916-2000), music composer, theory textbook author, and Professor Emeritus at the University of Southern California.Born in Chicago on May 12, 1916, Kohs grew up in San Francisco, where he undertook his early musical studies at the San FranciscoConservatory. In 1928 his family moved to New York where he entered the Institute of Musical Art. He continued his studies at theUniversity of Chicago, studying composition with Carl Bricken. After he completed his master's degree there in 1938, he returned to NewYork and enrolled at the Juilliard School, where he studied composition with Bernard Wagenaar. He also studied composition withWalter Piston and musicology with Willi Apel and Hugo Leichtentritt at Harvard University. During World War II, Kohs conducted the

    Army and Air Force bands at Fort Benning, Ga.; St. Joseph, Mo.; and Nashville. A fter the war he joined the faculty of WesleyanUniversity, where he taught composition from 1946 to 1948, and the Kansas City Conservatory, where he taught during the summers of1946 and 1947. He moved to California in 1948 and undertook teaching positions at the College of the Pacific and at StanfordUniversity. He began teaching at the University of Southern California in 1950 where he remained on the faculty for 38 years, serving aschairman of the music theory department for several years. Kohs' stage works include "Amerika" (1969), an opera based on Kafka'snovel, "Lohiau and Hiiaka," a choreographed setting of a Hawaiian legend, and incidental music for Shakespeare's "Macbeth" (1947).His orchestral works include a Concerto for Orchestra (1942), a Cello Concerto (1947), a Violin Concerto (1980) and two Symphonies(1950 and 1957). His vocal works included settings of Navajo songs and "The Lord Ascendant," based on "The Epic of Gilgamesh." Healso composed solo and chamber music. A recording of Kohs' music, including the Chamber Concerto, Passacaglia for Organ andStrings, Toccata for Harpsichord or Piano, a Short Concert for String Quartet, and a Sonatina for Violin and Piano was released onComposers Recordings, Inc. In addition to composing, Kohs wrote several music theory textbooks, including "Music Theory, a Syllabusfor Teacher and Student" (1961), "Musical Form: Studies in Analysis and Synthesis" (1976), and "Musical Composition: Projects inWays and Means" (1980). He died at a nursing home in Los Angeles on May 17, 2000. (en.wikipedia.org/wiki/Kohs)