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FUNNYHOW? A INFLUÊNCIA DA MÁFIA AS FAMÍLIAS DA EDP CRIEI VALOR NA TVI AS RP SEGUNDO MR. OGILVY PR EMEA Entrevista a Judite de Sousa, subdiretora de informação da TVI DIRETOR: HERMINIO SANTOS . MENSAL . ANO V . Nº49 . SETEMBRO . 2013 . 8 EUROS PUB

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funnyhow?a influênciada máfia

aS famÍliaSda EdP

cRiEi ValoRna TVi

aS RP SEGundo mR. oGilVy PR EmEa

Entrevista a Judite de Sousa,subdiretora de informação da TVI

DIRETOR: HERMINIO SANTOS . MENSAL . ANO V . Nº49 . SETEMBRO . 2013 . 8 EUROS

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RÁDIO

22Paula coRdEiRoQuando o conteúdo vale mais do que a própria rádio.

BRIEFING

14o cRiaTiVo ExPlica-SEJoão Geada, da Lalaland, escreve sobre como criou a nova imagem do Briefing.

Uma simples conversafaz toda a diferença.

IMAGINAROU REALIZAR

Na Credibom sabemos que a diferença entre planear ou realizar, pensar ou concretizar, pode estar numa simples conversa. Estamos prontos para dialogar, para o aconselhar, para não concordar em tudo, mas em conjunto encontrar a solução que melhor se ajusta às suas necessidades. Não se precipite, fale connosco.

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38cREdiBomA nova camapanha de publicidade nas palavras do diretor de marketing, Rui Santos.

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DiRetoR-GeRALJoão David Nunes

[email protected]

DiRetoRHermínio Santos

[email protected]

eDitoRA execUtivAFátima de Sousa

[email protected]

DiRetoRA De MARketiNGMaria Luís

t. 961 571 [email protected]

eDitoR FotoGRÁFicoRamon de Melo

www. ramondemelo.com

DiStRiBUição PoR ASSiNAtURAPreço: 85€ (12 edições)[email protected]

tiragem média mensal: 2.500 ex.Depósito legal: 21725

N.º registo eRc: 113427

PRoPRieDADeenzima Amarela - edições, Lda

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edifício Lisboa orienteAv. infante D. Henrique, 333 H | 37

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EDITORIALMudam-se os tempos, mudam-se as vontades. todo o mundo é composto de mudança. camões não sabia mas, num simples soneto, estava a criar claims que ficariam para a eternidade. Nos anos da revolução portuguesa, José Mário Branco recriou o poema, transformando--o na base de uma poderosa música de intervenção. intervenção e mudança são dois eixos fundamentais do novo Briefing. Ao entrar no seu quinto ano de existên-cia com o atual formato, o Briefing reinventa-se. Quer continuar a ter uma palavra a dizer na comunidade do marketing mas quer apontar novos caminhos, revelar novos protagonistas, falar nos negócios do marketing. temos uma nova abordagem. Mais campanhas ao raio--x, mais tendências, os claims explicados pelos criativos, as estratégias contadas pelos diretores de marketing. As perspetivas de carreira, as lições do passado para compreender o presente. É um modelo para a era do storytelling. esta mudança chega também à página do Facebook, à newsletter e ao site. vamos iniciar um novo ciclo. Queremos continuar a contar com os leitores e anunciantes de sempre e ampliar a nossa influência em todas as plataformas. Queremos ser uma mais valia para a comunicação. Nada melhor do que começar este novo ciclo com uma das “caras” da televisão portuguesa, Judite de Sousa. Também ela aceitou um desafio numa fase da vida em que dificilmente alguém é contratado e realizou o sonho de trabalhar numa televisão privada e de provar que era capaz de produzir e criar valor nessa empresa, a TVI. Quase três anos depois conclui que “pelo menos esse teste eu já o passei”.

Hermínio [email protected]

COMUNICAÇÃO

40aS aPoSTaS do limianoPaula Gomes, diretora de marketing da Bel, explica a nova estratégia de comunicação do Queijo Limiano.

AGÊNCIA

169 ThE cREaTiVE ShoPA estratégia da agência segundo Frederico Roquette.

BARÓMETRO

23ThinK TanK Uma iniciativa Briefing / ipsos Apeme. o painel está otimista mas com o pessimismo à espreita.

TEMA DE CAPA

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JudiTE dE SouSaEm diScuRSo diREToAs redes sociais são fontes de informação para o jornalismo mas também “contaminaram a informação, do meu ponto de vista” e hoje “há mais comunicação mas menos proximidade em termos de relações humanas e de relações sociais”, afirma Judite de Sousa.

ThinKTanK

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QUADRO DE HONRA www.briefing.pt

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CONCORRÊNCIAo mercado nacional das telecomunicações tem

sido, desde sempre, dominado pela Pt. Nem mesmo a global vodafone conseguiu ombrear com a companhia das Picoas, muito menos a mais modesta oPtiMUS. A Pt apenas na tv por subscrição não atinge a liderança - aliás a favor de uma empresa que ajudou a criar, a

ZoN. A recente fusão da ZoN com a oPtiMUS altera o mapa da concorrência deste mercado, antevendo-se a criação de sinergias de custos e de receitas e o lançamento de produtos e

serviços que poderão fazer face à oferta integrada da Pt. A nomeação de Miguel Almeida para

presidente executivo da nova ZoN oPtiMUS é uma prova de confiança dos principais acionistas (família Belmiro de Azevedo e isabel dos Santos) neste jovem quadro dirigente da SoNAe, mas é também um dos principais desafios, a curto

prazo, do nosso mundo empresarial.

Miguel AlMeidA, ceo DA ZoN oPtiMUS

António Mosquito, iNveStiDoR ANGoLANo

AndRÉFREIRE DE AndRAde, PReSiDeNteDA APAMe

PedRo Coelho dos sAntos, DiRetoR De coMUNicAção Do iNeM

Estão a ser dados os últimos passos para fechar o negócio do ano no sec-tor dos Media: o controle da Contro-linveste (JN, TSF, DN, Jogo) por um fundo financeiro liderado por capi-tais angolanos. Sem solução indus-trial e com um passivo asfixiante, o grupo de Joaquim Oliveira tem es-tado a ser monitorizado pelo BCP e foi esta instituição, onde é notório o peso acionista do BPA (Banco Priva-do Atlântico) quem trouxe António Mosquito para o lado da solução. A questão financeira deve ser assim resolvida. Quanto ao importante dossiê industrial a aposta é em Luiz Montez, empresário português da Rádio e dos espetáculos.

Os líderes das associações que repre-sentam as agências de Publicidade e as agências de Meios assinaram um pro-tocolo que preconiza uma maior con-vergência dos prestadores de serviços de Comunicação. Depois de se terem separado institucionalmente, há cerca de 2 anos, este parece ser o primeiro passo de uma reaproximação.

Muitos consideram que o marketing e a comunicação assumem, na sociedade mediática contemporânea, um peso ex-cessivo na vida política. Talvez tenham razão. Mas o país tem estado a viver um desses momentos em que eles são essenciais: a campanha para as eleições autárquicas. Temos dezenas de consul-torias profissionais a apoiar os políticos candidatos e temos, mesmo, vários pro-fissionais de marketing e comunicação a tentarem ou a confirmarem uma car-reira política. O Briefing deixa aqui uma saudação a todos na pessoa do veterano diretor de comunicação do INEM que é o estreante candidato a presidente da câmara municipal de Sobral de Monte Agraço.

Miguel BARRos,

PReSiDeNteDA APAP

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PUBLICIDADE

“i’m funny how?” (como é que sou engraçado?). A famosa frase de Joe Pesci no filme “Goodfellas” serviu de inspiração ao projeto que se viria a tornar numa agência que se rege

pelos principais princípios da máfia – a FunnyHoW.Francisco da Luz Ferreira e Paulo Gaspar são os “Don” desta famiglia que renasce agora e, mais do nunca, quer chegar e marcar o “seu território”. o primeiro é um “criativo compulsivo”, com uma dose de genialidade e de carisma que aplica em tudo o que faz. É fascinado, desde criança, pelo poder da comunicação e tem vontade de mudar o mundo, principalmente os “mundos” da publicidade e da comunicação. o segundo é um empreendedor, dinâmico,

Os ‘Don Corleone’ da publicidade

A FunnyHoW renovou--se e apresenta-se

agora como a “máfia” da publicidade.

Francisco da Luz Ferreira

e Paulo Gaspar são os “Don” desta famiglia

que quer deixar a sua marca no mundo da publicidade e da

comunicação. O objetivo é simples: ser a agência que melhor se mexe no mundo digital.

sempre informado sobre o que acontece no mundo e sobre as principais inovações. constantemente atento à forma de as poder aplicar no trabalho da agência. A FunnyHoW é um projeto conjunto destes dois jovens, que começou bem lá atrás… A génese do que é hoje uma agência premiada começou num projeto de música. Paulo era DJ, mas quis mudar o estilo em que atuava a aproximar-se da música eletrónica. Uma mudança para a qual necessitava da ajuda de um criativo. Lembrou-se do amigo Francisco, formado em design no iADe - instituto de Arte, Design e empresa e acabado de sair de uma curta experiência numa grande agência de publicidade. Sedento da necessidade de criação, Francisco não hesitou. tinha a certeza que este ia ser

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“funny? funny how?”

fRanciSco SouBE

quE Tinha EnconTRado

a dEnominação idEal PaRa o PRoJETo

“o” projeto. começou a criar a imagem, o conceito, a marca por detrás do DJ. Um ponto assente para o criativo é que, quando o DJ entrasse, todos tinham de saber quem ele era e ter… respeito, um conceito que se mantém até hoje na agência. Por isso, quando o irmão lhe enviou a cena do filme “The Goodfellas”, em que Joe Pesci diz a frase “Funny? Funny how?”, Francisco soube que tinha encontrado a denominação ideal para o projeto. Um nome engraçado, mas que, ao mesmo tempo, estava ligado ao respeito provocado por um chefe da máfia. Nascia assim o DJ FunnyHoW. o projeto musical acabou por não resultar, mas os dois amigos sabiam que o conceito era bom e que não o podiam deixar morrer. Assumiram-se então como editora musical, promoveram festas e até ações de guerrilhas, mas ainda assim não estavam a avançar no sentido que pretendiam.Paulo já produzia eventos e, sendo Francisco um comunicador compulsivo, decidiram juntar estes atributos e levar a marca FunnyHoW para o próximo nível. objetivo? criar publicidade unconventional (fora do normal), disruptiva.em 2010, abriram o primeiro escritório da agência, começaram a ter os primeiros clientes e a promover ações de guerrilha. Desenvolveram a primeira festa a três dimensões e, aquando da visita do Papa a Portugal, criaram a Festa Santa, sob o mote “o Papa vai à festa, é tudo uma questão de fé”, o que lhes deu grande notoriedade.A equipa era essencialmente composta por “artistas”, ninguém tinha formação em publicidade, não havia experiência mas também não havia vícios. “Arranjámos uma pedra que se chama criatividade e começámos a partir”, afirma Francisco.“Aproximar a publicidade da arte” - este era o grande objetivo desta segunda fase da FunnyHoW e, em simultâneo, desmistificar o preconceito que existe

em relação à publicidade. “A publicidade é feia, é mentirosa, é chata. eu queria desconstruir isto. e como é que isso se faz? Fazendo algo de belo, que entretenha as pessoas, que as faça parar para contemplar… que lhes desperte uma reação”, sustenta Francisco.o criativo queria cortar com os preconceitos que existem em relação à publicidade, criando uma completamente diferente e disruptiva. e a melhor forma para fazer isso é – diz - aproximar a publicidade da arte. É fazendo algo “uau” e só no fim vir a parte mais “maçadora”. o conceito resultou. A empresa começou a crescer, a ter mais clientes e mais sucesso. com o crescimento vieram novas responsabilidades, novas regras e novas necessidades. era altura de se reinventarem… nasce assim a nova FunnyHoW.Uma nova equipa, novos objetivos, um novo escritório, toda uma nova dinâmica. Apresentam-se não só como uma agência de publicidade mas como uma família. Têm na sua essência os valores da “máfia” da FunnyHoW: proteção, respeito, lealdade, influência e eficiência. os clientes são os seus “Goodfellas”, pois, mais do que com clientes, a agência quer

trabalhar com a famiglia e uma vez parte da família… para sempre da família. “eu não tenho clientes, tenho família”, afirma Francisco, que neste nova fase assume a função de Chief Creative Officer (cco).Francisco considera que passaram a “jogar na primeira liga” e, para isso, é necessário “ter armas, ferramentas, para conseguir jogar neste campeonato”. “Ter pessoas com experiência, mas que tivessem a mesma vontade de criar e de fazer diferente, não poderiam vir com vícios”, acrescenta.Depois de um longo processo de recrutamento, conseguiu constituir a equipa que queria. Desta nova famiglia fazem parte Susana Lourenço e Hugo Antonello, respetivamente diretora criativa e diretor estratégico. estes dois novos “mafiosos” funcionam como o braço-direito de Francisco e Paulo. toda a dinâmica assenta na ideia da máfia e, consequentemente, da família. como para a família não pode entrar toda a gente, são criteriosos com quem trabalham, pois é essa mesma característica que aplicam no trabalho que desenvolvem. O intuito da agência é assumir uma parceria com o cliente, com o objetivo final de resolver o problema de

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cada um dos “Goodfellas”. “o nosso grande posicionamento é your business is our business (o teu negócio é o nosso negócio), queremos poucos clientes, mas bons e muito próximos”, explica Hugo Antonello.A ideia é reforçada por Francisco, que esclarece que o cliente tem de olhar para a FunnyHoW como a agência que está com ele. Para isso empenham-se em conhecer o cliente ao pormenor, “mergulhando” nele, identificando as mais-valias, as debilidades e o fator que o distingue. Só assim conseguem encontrar a “melhor solução” para cada cliente. “Nós temos a vontade de apresentar uma estratégia pensada nos nossos clientes, pois basicamente queremos ter um posicionamento que nos permita no final do ano explicar com trabalho”, esclarece a diretora criativa. A FunnyHoW disponibiliza vários serviços mas foca-se principalmente no digital. “Hoje em dia fala-se na questão do digital, isso para nós nem sequer é um assunto, nós nascemos na geração

do digital, por isso estamos lá”, afirma Susana. “Nós somos pessoas de pessoas e se hoje elas se movem no mundo digital, é lá que estamos. É um mundo que seguimos e dominamos, mas que também queremos ajudar a definir”, acrescenta. A nível criativo querem ir além do convencional e trazer utilidade e relevância para a criatividade, foi assim que nasceu a ideia do creativity with a bang. A FunnyHoW pretende resolver problemas aos clientes, ou seja os clientes dos próprios clientes, com os produtos e propostas que criam. Quer trazer utilidade para a publicidade, utilidade que represente uma mais-valia para o consumidor/cliente. “Nós queremos criar campanhas com relevância, mantendo o nosso ADN da relação com a arte, mas com campanhas relevantes e úteis”, explica Francisco. Por enquanto, parecem estar aí no caminho certo, pois foi tendo em mente esta ideia de utilidade que desenvolveram a campanha para a

marca Desperados – “Desperados é boas nas Horas” – na qual proporcionavam minutos de diversão aos consumidores da bebida. A criatividade foi reconhecida a nível internacional e ganharam a competição internacional “Desperados Best Practice contest”. Mas o grande “salto” foi dado com a campanha “Profissional da cerveja”, para a Guiness, em que conseguiram resultados astronómicos, como fazer crescer o número de fãs da página de Facebook em 900 por cento. estes são trabalhos que mostram o que a FunnyHoW quer ser uma digital mob. esta projeção internacional tem levado a agência a pensar na sua própria internacionalização. Já desenvolveu trabalhos para Angola, tem um cliente na Escócia e, em permanência, um representante no Brasil e outro em inglaterra. Para o futuro o que pretende é simples: “Queremos ser a agência que melhor se mexe no mundo digital!”, resume Susana Lourenço.

O CÓDIGO DA MÁFIA

O conceito da máfia representa o que a FunnyHoW tem sido e o que pretende ser: uma agência com um forte sentido de família e de responsabilidade para com os clientes. A partir daí desenvolveram um posicionamento em torno da ideia de “máfia da publicidade”. e o primeiro grande trabalho da agência consistiu em ativar a sua própria marca, a FunnyHoW. Foi criado todo um conceito, uma nova imagem em torno da ideia da máfia. E, como qualquer família de mafiosos, precisavam de ser reger por princípios: proteção, respeito, lealdade, influência e eficiência são os seus. Proteção pois funcionam como se fossem uma família, os laços que os ligam são mais fortes do que a habitual relação cliente-agência. Respeito não só pelos “Goodfellas” mas também por quem são e pelo trabalho que fazem. Lealdade, porque num mundo cada vez mais de aparências a confiança é algo “sagrado”. Influência, pois a rede de contactos permite-lhes muitas vezes chegar mais além. E, finalmente, a eficiência, pois quando os objetivos são traçados, a FunnyHoW acerta sempre no “alvo”.

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CAMPANHA

aS famÍliaS da EdP

A EDP afirma que o ob-jetivo da campanha é mostrar a todas as pes-soas que, apesar do rit-mo apressado e frené-tico que vivem no seu

dia-a-dia, “a maior energia é a sua” e que, por isso, é essencial desfrutarem da vida ao máximo. Ao retratar o quotidiano de três famílias diferentes, o grupo EDP pas-sa a mensagem de que - como empresa de energia que é - está presente em todos os

momentos da vida das pessoas, mas que a maior energia não é a da empresa, mas sim a de cada um.este posicionamento foi reforçado com o lançamento de uma nova assinatura da marca “viva a sua energia”. A antiga assi-natura do grupo, “viva a nossa energia”, muda assim para “viva a sua energia”, numa ótica de reforço da mensagem de que a energia de cada um é a mais impor-tante. A campanha foi desenvolvida pela agên-cia BAR e realizada por Augusto Fraga e produzida pela Krypton films. A agência de meios responsável por esta nova cam-panha multimeios é a Mec.

As filmagens decorreram na cidade de Lisboa e na zona da Grande Lisboa, du-rante quatro dias em variadíssimos locais como o pontão de xabregas, o oceanário, o clube Ferroviário, o estádio Universi-tário, o Pinhal da Fonte da telha, costa da caparica, Palácio das Galveias, escola Marquesa de Alorna, Faculdade de Letras, Praia Grande, entre outros.

A música ficou entregue à jovem canto-ra Kika, talento português, que lança com esta campanha um tema criado exclusiva-mente para a eDP. A música é da respon-sabilidade de Dan Mc Alister, compositor da maioria dos seus êxitos, e foi concebida e produzida pela produtora Redone.

A EDP lançou em meados de setembro uma nova campanha institucional com o mote “a maior energia é a sua”. Desenvolvida pela

BAR, retrata o quotidiano de três famílias e as filmagens decorreram na cidade de Lisboa e na zona da Grande Lisboa, durante quatro dias.

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BRIEFING

Ao longo da vida tem sido possível perceber que a ge-neralidade das pessoas não gostam de mudança e eu sempre tive muita dificul-dade em entender porquê. Claro que se vivêssemos num mundo mais perfeito conseguiria perceber, mas nesta sociedade cheia de problemas, com tanta coi-sa para fazer melhor, faz--me confusão não sermos todos adeptos incondicio-nais da mudança.imagino que toda a gen-te tenha medo que fique ainda pior, quando deviam encarar cada novo começo como a possibilidade de corrigir o que está mal. Pela parte que me toca, devo sair à minha avó ma-terna, a avó Fernanda, que mudava a casa praticamen-te todos os dias, para a an-gustia do meu avô Alberto que desabafava ser chato nunca saber onde se ia deitar nessa noite. Para mim a mudança tem essa coisa mágica de trazer surpresa e novidade. Não gosto do mais do mesmo, do repetido e exausto, do decadente e erroneamen-te perpetuado. Gosto de começos, gosto de páginas brancas e da possibilidade que trazem de fazer me-lhor, de fazer obras primas.claro que para isto aconte-cer temos de ser espertos

João Geada, da Lalaland, explica como é que criou o “novo” Briefing. “Gostamos muito do que fizemos. Achamos que está mais atual, mais bonito, mais fácil de ler e mais agradável de passear os

olhos”, escreve em artigo de opinião.

um BRiEfinG “maiS aTual, maiS BoniTo”

João GEada,King of lalaland

Somos assim insatisfeitos e

irrequietos, mas agora compete

aos profissionais do Briefing

darem vida a essa mudança. Nós

vamos continuar a lê-la todos os

dias na esperança de a ver cada vez

melhor

e não temer o erro e, aci-ma de tudo, não ter medo das críticas. vivemos num mundo de especialistas de tudo e de nada que criti-cam tudo e nada por tudo e por nada, mas quando so-mos profissionais otimistas e confiantes e fazemos o trabalho com prazer e sem medos, temos essa fantás-tica liberdade de construir mudança, com a esperança de fazer melhor ou apren-der com o que fizemos mal para fazer melhor da pró-xima vez.tudo isto para dizer que foi com muito prazer que o Briefing convidou a La-laland para redesenhar os seus suportes para come-çar um novo ciclo e en-frentar com uma mudança este período de mudanças.Gostamos muito do que fizemos. Achamos que está mais atual, mais bonito, mais fácil de ler e mais agra-dável de passear os olhos, mas num período em que vamos nós próprios mudar e começar tudo outra vez, transformando a Lalaland numa coisa mais adequa-da a um mercado avesso à mudança, confessamos que quando olhamos para o que fizemos, já nos ape-tece mudar tudo outra vez. Somos assim insatisfeitos e irrequietos, mas agora compete aos profissionais

do Briefing darem vida a essa mudança. Nós vamos continuar a lê-la todos os dias na esperança de a ver cada vez melhor. Parabéns a toda a equipa por estes 4 anos de companhia e que venham muitos mais, sem-pre a trabalhar para a mu-dança.

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A Briefing está de parabéns por comemorar mais um aniversário, efeméride que

deve encher de orgulho todos aqueles que contribuem ou contribuíram para fazer

deste título uma referência do marketing, da publicidade e da comunicação.

Na Ocyan também estamos de parabéns, pois recebemos este ano a distinção de

Empresa Gráfica do Ano, atribuída pela revista doPapel durante a cerimónia dos

Papies 2013, pelo que também nós nos sentimos orgulhosos pelo caminho que

percorremos até aqui.

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AGÊNCIA

Briefing | Este ano, a 9 The Creative Shop já conquistou várias contas novas, nomea-damente Santander Totta e Trina. A que atribui este crescimento em contraciclo? Frederico Roquette | Atribui--se sem dúvida ao nosso po-sicionamento e razão de ser desde o início. Quando em 99 decidimos arrancar com a 9 percebemos que, para inovar, teríamos de despir a agência de tudo o que era supérfluo. Daí vem o conceito de crea-tive shop ou hot shop, que já existia nos eUA e que fomos os primeiros a implementar em Portugal. Alguns clientes perceberam imediatamen-te as vantagens do tipo de

Despir a agência de tudo o que era supérfluo. Foi esta

a atitude que esteve na origem da 9 The

Creative Shop e que, segundo o ceo e diretor criativo,

Frederico Roquette, explica o facto de

continuar a crescer em contraciclo: “Alguns clientes perceberam

imediatamente as vantagens do tipo de agência

que apresentámos, já outros foram

percebendo mais recentemente,

“pressionados” pela crise”.

oS TRunfoS dE uma aGência GouRmET low coST

agência que apresentámos, já outros foram percebendo mais recentemente, “pressio-nados” pela crise. costuma-mos dizer na brincadeira que agora os clientes deixaram de ser “snobs” na escolha da agência. Hoje aquilo que de-fendemos é óbvio para todos e as grandes multinacionais da nossa área estão a tentar imitar a nossa forma de tra-balhar para se adaptarem ao

presente, mas não é fácil, são grandes estruturas que não conseguem tornar-se dinâ-micas e manter a qualidade de um dia para o outro, de-moram anos a fazê-lo - Nós temos uma década de avanço a aperfeiçoar este formato de agência e os clientes sentem isso quando nos pedem uma proposta. está a resultar.

Briefing | Quais os trunfos da agência? FR | costumamos dizer que

o maior é o facto de traba-lharmos todos os suportes de comunicação de forma coe-rente, o above the line, o below e o online. É rara a agência que os trata transversalmen-te e com o mesmo nível de qualidade e exigência. Mas também temos outras armas aperfeiçoadas: os nossos timings - não deixamos o cliente perder oportunidades; somos gourmet low cost - pro-

fissionais com vasta experi-ência a preços competitivos (o que não quer dizer baixos); somos uma continuação do departamento de marketing do cliente - entramos a fundo nas marcas, nos problemas e nas necessidades para chegar às melhores soluções; somos antiburocracia - acreditamos na flexibilidade de processos. também acreditamos que conseguimos moldar muito bem as soluções ao budget do cliente, encontrando for-

mas de comunicação com impacto apesar das contra-riedades financeiras que este possa ter versus o que precisa de fazer saber. Briefing | Como se posiciona no mercado da criatividade em Portugal? FR | Aqui guiamo-nos mais pelos mercados externos do que internos e tentamos implementar novidades ou tendências cá em Portugal. Acreditamos piamente na criatividade sustentada pela estratégia e conhecimento. A nossa linha é muito con-ceptual e custa-nos ser su-perficiais mesmo quando os clientes querem. A própria denominação da agência (the creative shop) defende assertivamente a criatividade acrescentando o shop como forma de sublinhar a simpli-ficação de processos. Temos ganho alguns prémios de criatividade mas não é uma obsessão nossa, já o nível de exigência com a criatividade é muito alto apesar do dinamis-mo com que nos movemos, daí acreditar que temos de ter uma equipa muito coesa, de confiança mas de mente aberta e preparada para bata-lhar criativamente. Briefing | Como se adaptou ao digital? FR | criámos a 9 digital que é, ao mesmo tempo, uma empresa independente e um departamento da 9 the crea-tive shop. Liderada pelo Ber-nardo Baptista coelho, veio trazer um fôlego de inovação tecnológica a todos os nossos projetos e tem sido um abrir de horizontes. Permite ago-ra de forma muito coerente levar as marcas que criamos ou comunicamos para sites, suportes online e para as re-des sociais. Aqui já ninguém pensa numa campanha sem pensar como se aplica ao di-gital, já é mesmo instintivo.

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Fátima de Sousa | jornalista | [email protected]

Briefing | Qual o estado atual do mercado das Relações Públicas (RP)? Stuart Smith | A indús-tria está a crescer entre cinco a dez por cento ao

ano, dependendo do mercado. Mas a grande questão, para mim, é perce-ber por que é que algumas agências crescem mais depressa do que outras. Penso que a resposta reside no fac-to de que algumas agências estão a compreender duas coisas essenciais: compreendem que está a haver uma maior procura de RP e compreendem a importância de integrar as RP com o resto do marketing mix. Nós, na ogilvy, estamos a crescer bem e parte da razão é porque percebemos que a procura de marketing earned media é muito impulsionada pelo social e pelo content.

Briefing | Crescem porque mudaram a forma de encarar e fazer RP? SS | crescemos porque temos uma

O futuro – ou melhor, o presente – das Relações Públicas passa pela capacidade de oferecerem às marcas uma estratégia integrada, em que o social e o content assumem a

primazia. Será cada vez menos paid e mais earned, para sintetizar o pensamento de Stuart Smith, ceo da Ogilvy PR para a região EMEA, que falou ao Briefing em Lisboa.

abordagem moderna às RP. Hoje tudo é mais social, mais conversacional, o marketing quer fazer isso e as RP per-cebem esta tendência. Se um cliente de RP pede o nosso ponto de vista sobre social, não tem só a ver com bloggers, Facebook ou twitter. Pode-mos ligar os nossos conteúdos com cRM e juntar-lhes criatividade. ou seja, podemos oferecer mais. e uma agência que só faça RP não tem esta capacidade.Podemos até não ser a agência de pu-blicidade do cliente, mas ele vem ter connosco para integrar as RP numa campanha 360º, porque percebemos o que as agências de meios dizem, o que os criativos dizem e podemos integrar--nos facilmente numa campanha.Algumas agências de RP são boas a espalhar ideias como confetti, são boas ideias, mas demasiadas ideias. o que nós oferecemos é uma campanha inte-grada, uma estratégia de earned media, focada na marca, algo que uma empre-sa de RP standard não faz.

MoRe eARNeD, LeSS PAiDstuARt sMith, ceo da Ogilvy PR para a região EMEA

Briefing | Isso significa que as RP sozi-nhas já não são suficientes?SS | As RP têm um papel muito forte e terão um papel crescente, mas só se pensarmos em termos de earned media. A media será ainda um pouco paid, mais owned e cada vez mais earned.

Briefing | Diria que a indústria está consciente deste novo modelo?SS | A indústria não está a crescer tão rapidamente como devia, mas a tendên-cia é para uma separação: as agências que abraçarem a integração, o social e o content vão crescer, mas o mesmo não acontecerá com as que não fizerem esse investimento e mantiverem as RP focadas em media relations. Briefing | Qual é o valor acrescentado da integração e de uma estratégia de earned media para os clientes?SS | Cada vez mais as campanhas têm de ser otimizadas num ambiente social: já não se trata só de uma campanha de publicidade ou de uma campanha

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ENTREVISTA

digital em que se compra RP. Hoje as campanhas têm de ser social e earned na origem, na conceção. Para o cliente tem o valor acrescentado de uma campanha verdadeiramente otimizada para todas as disciplinas. Há dez anos, RP era fazer um press-release, hoje as agências estão a investir em planeamento, em criatividade e podem, efetivamente, contribuir para as conversas, porque compreendem a mar-ca, os criativos, a ideia.os clientes estão a investir muito seria-mente nesta estratégia. Querem earned media. Porque traz algo diferente: afinal, as pessoas das RP são uma boa ponte entre a media e os criativos, têm uma for-ma criativa de pensar e pensam de forma diferente sobre os canais, por comparação com as agências de media, mais direciona-das para a compra de espaço. É uma nova maneira de acrescentar valor. Não estou a dizer que devemos estar no centro da estratégia, mas somos um ingrediente que ajuda a trazer algo diferente. Somos a little twist.

Briefing | O social veio mudar todas as ferramentas da comunicação. Mas as RP não eram já sobre conversação?SS | Se falarmos com os colegas do ma-rketing direto, eles dirão que há muito tempo que falam com os clientes, mas é um tipo de comunicação diferente. o fascinante para mim é que estamos a vol-tar à convergência. No final dos anos 80, quando eu estava na Burson-Marsteller (antes de ser integrada na WPP), por cima da porta estava escrito “Burson-Marsteller Public Relations”, mas, quando se en-trava, havia uma agência de publicidade, um departamento de research… estava tudo integrado. Mas no início dos anos 90, toda a gente se tornou hiperespecializada. e o que aconteceu com o social é que está tudo outra vez a convergir. estamos a assistir a uma espécie de migração na indústria de RP: as agências estão a recu-perar o research e o planeamento, os con-teúdos e o design, os criativos. Briefing | No limite, o objetivo das mar-cas são as vendas. Comparando com as demais disciplinas da comunicação, em que medida é que as RP contribuem para esse desígnio? SS | Para ser honesto, as RP não têm sido muito eficazes a mostrar esse impacto. coletivamente, a indústria tem falhado em saber ela própria por que é que as RP resultam. e eu estou muito empenhado em mostrar que o earned media funcio-na. Na ogilvy trabalhamos com quem compreende os dados e começamos a construir um modelo que permite saber quanto é que determinado investimento em conteúdo gera em vendas. este é o

caminho para provar a um diretor de ma-rketing que deve reservar uma parte do orçamento para o earned media. Mas ainda há um longo caminho. Penso, contudo, que é injusto dizer que a indústria de RP não está a criar campa-nhas que contribuem para as vendas. A questão está em provar esse contributo. É diferente. As RP representam apenas 15 por cento dos gastos em media e, por isso, ainda ninguém perdeu tempo a ver por que é que funciona.

Briefing | A Ogilvy está a crescer, nome-adamente nos mercados da Europa oci-dental. Como explica este desempenho em mercados que estão em recessão? SS | em mercados como Portugal, em que o investimento em media está a descer, a earned media é mais importante. Quando os orçamentos são limitados, os clientes

estão mais dispostos a inovar, a experi-mentar. e o marketing está mais interes-sado nas RP porque há um sentimento geral de que, apesar de serem intangíveis, funcionam, sabemos que funcionam. os eventos com um copo de vinho fazem parte do velho mundo, o novo mundo é o da ativação, dos conteúdos, da amplifica-ção social. Sabemos que um evento ativa-do socialmente triplica ou quadruplica a audiência.

Briefing | Falando em inovação, o que é que os clientes querem? SS | Hoje já não querem um anúncio, um press-release, uma ação de cRM. Querem uma ideia. Precisam de uma ideia para mudar o comportamento dos consumido-res e não apenas nos hábitos de compra, mas também no que respeita à sustenta-bilidade. Dou-lhe um exemplo: uma em-presa que produza sabonetes e que já não consiga reduzir mais o impacto ambiental

“a indúSTRia ESTá a cREScER EnTRE cinco a dEz PoR cEnTo ao ano, dEPEndEndo do mERcado. maS a GRandE quESTão, PaRa mim, é PERcEBER PoR quE é quE alGumaS aGênciaS cREScEm maiS dEPRESSa do quE ouTRaS”

da produção vai querer mudar o compor-tamento dos consumidores, fazendo-os encurtar os duches e assim poupado água. As empresas estão a tentar agir como organizações não governamentais (oNG). Primeiro, tentavam evitar ser processadas por questões de impacto ambiental, de-pois descobriram a sustentabilidade. e se olharmos para a comunicação das oNG, vemos que não compram publicidade, usam estratégias de earned media. A questão é como comunicar uma ideia que mude o comportamento. Dou-lhe ou-tro exemplo. O governo inglês queria que as pessoas colocassem isolamento no in-terior dos telhados, era tudo gratuito mas, apesar do investimento em campanhas, não havia adesão. Até que se fez pesqui-sa: as pessoas resistiam porque guardam muitas coisas no sótão. então a ativação teve de ser diferente: como ajudá-las a

limpar o sótão. Foi preciso penetrar nas motivações.

Briefing | Uma marca tem esse poder de mudar comportamentos? SS | As marcas são muito poderosas. Se uma marca decidir, pode mudar o com-portamento do consumidor mais depres-sa do que um governo. tem a ver com o objetivo da marca na sociedade. Na ogilvy usamos o big ideal, uma solução que ajuda as marcas a encontrarem uma plataforma que vá ao encontro das suas necessidades e das necessidades da sociedade. Quando encontramos o insight certo conseguimos contribuir uma plataforma muito podero-sa. Quando falo com os clientes pergun-to-lhes qual a versão deles da real beauty: cada marca tem uma escolha a fazer sobre o papel que desempenha na sociedade, que representa mais do que o benefício do produto, mais do que a reputação da marca.

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www.briefing.pt

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RÁDIO

A publicidade na rádio tem vindo a mudar. Brilhante dedução, poderemos afirmar. também o conteúdo da rádio e a abordagem dos próprios locutores e jornalistas se tem alterado. Novamente, nada de extraordinário, dirá quem tem acompanhado esta evolução. importa antes referir que mu-danças são essas. Diria, portanto, que a rádio tem vindo a adaptar-se a contigências diversas. E tem mostrado que a criatividade, ou seja, as pessoas, é sem dú-vida, um dos maiores valores deste meio. Perante a trans-formação gradual que se vem verificando nos últimos três a quatro anos, é na componen-te humana que está o segredo do sucesso da publicidade na rádio, estabelecendo relações de comunicação entre locuto-res e ouvintes, num esquema de rádio feito por pessoas e para pessoas.Na europa, empresas do sec-tor admiram-se por o inves-timento publicitário na rádio Portuguesa crescer, quando a tendência geral é inversa. Para além de um contexto específi-co de mercado, das caracterís-ticas e efectividade do meio, a publicidade na rádio soube reinventar-se. em Junho des-te ano, uma das publicações MGate, do portal Liga-te à Media, com base em dados da Marktest, apontava o cres-cimento deste investimento publicitário, facto corrobora-do pela maior parte dos ope-radores privados do sector. Diz o estudo que “a Rádio comercial, detida pela McR e

Os conteúdos da rádio já se tornaram virais, quando os ouvintes os partilham com outros ouvintes e os expõem nas redes sociais online, atingindo também aqueles que, de outra forma, não entrariam em contacto com a marca: a da rádio e o anunciante que, neste contexto, não é anunciante, mas sim

considerado conteúdo. Quanto custa isto? Acima de tudo, quanto vale isto?

quando o conTEúdo ValE maiS do quE a PRóPRia Rádio

Paula coRdEiRoinvestigadora e

coordenadora da unidade de ciências da comunicação do iScSP

O valor da rádio sempre esteve assente no seu conteúdo. Em

última análise, é pelo conteúdo que as pessoas ouvem uma determinada estação de rádio.

líder de audiências, mantém a primeira posição do ranking de investimentos, sendo, em conjunto com a tSF, a única estação com um volume de investimento acima dos cinco milhões de euros”. tal não posiciona a rádio fora da crise que afecta a comunicação so-cial em Portugal. Mas leva-nos a outra questão: o que está a ser contabilizado enquanto investimento publicitário? A publicação diz também que “houve mais spots publicitá-rios em abril do que em qual-quer um dos anteriores meses do ano”, o que pode significar que todos os outros formatos, as campanhas transmedia e tudo aquilo que o ouvinte ainda não concebe como pu-blicidade, estarão certamente a ser contabilizados para o total desse investimento, mas não serão avaliados de forma independente. isto é, como se responde, hoje, à pergunta: quanto vale a campanha x e quantas pessoas são impac-tadas? Que impacto efectivo conseguimos ao cruzar o FM com online e este com media sociais? A partir do momento em que a rádio expande os seus con-teúdos para além do FM, e o sistema de distribuição com um standard de medição acei-te no mercado não mede essa expansão, a rádio começa a pensar mais em termos da co-munidade que pode construir nesse contexto paralelo (que tantas vezes se sobrepõe) à es-cuta analógica. Acompanhar, com números concretos aqui-lo que acontece no lado mais

social a rádio é fundamental para identificar e antever o comportamento do consumi-dor. Na rede, existem diversos sistemas para analisar, medir e avaliar os esforços nesse sentido, contudo, como cru-zar o que acontece no twitter, Facebook, Youtube, insta-gram, tumblr ou Pinterest com o que resulta do website da estação e os ouvintes que o Bareme conta?A rádio transforma-se, passan-do de um modelo de conte-údos e venda da atenção dos ouvintes para explorar novas áreas de negócio. Simultanea-mente, os anunciantes querem

explorar formatos inovadores, por força do facto dos for-matos mais tradicionais de publicidade, ainda que resul-tem para produtos de grande consumo, estarem a diminuir a sua eficiência. Os conteúdos da rádio já se tornaram virais, quando os ouvintes os parti-lham com outros ouvintes e os expõem nas redes sociais online, atingindo também aqueles que, de outra forma, não entrariam em contacto

com a marca: a da rádio e o anunciante que, neste contex-to, não é anunciante, mas sim considerado conteúdo. Quan-to custa isto? Acima de tudo, quanto vale isto?o valor da rádio sempre esteve assente no seu con-teúdo. em última análise, é pelo conteúdo que as pessoas ouvem uma determinada es-tação de rádio. contudo, ao contactarem com esse mesmo conteúdo em diferentes for-matos, distribuído de forma igualmente diferenciada, o valor do conteúdo pode preceder o valor da própria estação de rádio. É isso que se vai vender. Resta saber, como determinar esse valor.

(Declaração de interesses: Paula cordeiro é atualmente a provedora do ouvinte na rádio pública. escreve na qualidade de investigadora da área da rádio)texto escrito com as regras do ante-rior acordo ortográfico

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luÍS maRinhoDiretor-Geral da RtP

SandRa VERa-cRuzSenior consumer insi-ghts Manager eeMeA

PEdRo caSquinhaexecutive director, chief

Marketing Officer da ANF

luÍS PEREiRa SanToSGlobal Marketing and

Portugal Sales Director da Sovena

JoRGE SEGuRo SanchES, Membro

do SecretariadoNacional do PS

RicaRdo monTEiRoceo da Havas

Worldwide Portugal

Rui almEidaDirector intelligence & Research HAvAS

MeDiA

RiTa SamBadoDiretora de Marketingda Fidelidade Mundial

Paulo Campos CostaDiretor de Marca e

comunicação da eDP

Joana quEiRoz RiBEiRoDiretora de Pessoas

e comunicação da Unicer

Tim Solomonceo da ogilvy

Rui diaS alVESceo da Return on ideas

João SEaRaDiretor de Marketing

da Sonae Mc

caTaRina fERnandESDiretora de comunicação,

Marca e Resp. corporativa da Sonae

REinaldo camPoSDireção Marketing

estratégia & Business Devolopment da ciN

luÍS Paixão maRTinSAdministrador da LPM

Miguel VelhinhoCEO/Owner

Projeto Manhatan

Mónica ChavesAdmnistradora da

Brandkey

Manuel Maltezcountry Manager da WPP

TiaGo SiGoRElhoconsultor

Manuela BotelhoSecretária-Geral da APAN

John alVES, Diretor de Marketing e comunicação

da McDonald’s

RodRiGo moiTadE dEuS, ceo da

NextPower comunicação

iSaBEl RodRiGuESDiretora Marketing da Cofina (Área Jornais)

luÍS mERGulhãoceo do omnicom Media

Group

Nathalie BallanPartner da

Sair da casca

Miguel de Sá da Bandeira, Diretor de

Marketing da citroen, SA

PEdRo GonzalEzDiretor executivo da Mola Ativism

anTónio caRRiço Diretor de comunicação

da vodafone

Paulo PadRãoDiretor de comunicação

do BeS

anTónio coSTaDiretor do Diário

económico

anThony GiBSonceo da Plubicis Portugal

Miguel Horta e Costavice-Presidente da

Havas Worldwide Portugal

ana PoRTElaDiretora de

comunicação da cP

ana miRanda Diretora Marketing

da ibersol

UMA INICIATIVA:

&

ThinKTanK MEDIR O PULSO A PORTUGAL

Um painel de decisores que dá a sua opinião qualificada sobre diversos temas da atualidade portuguesa. este é o bilhete de identidade do think tank, que reúne um conjunto de personalidades que todos os meses responderá aos desafios colocados pelo Briefing e pela Ipsos Apeme, que organizam esta iniciativa. o que se pretende é um olhar de vanguarda, um ponto de vista de referência, um diagnóstico preciso e um rumo eficaz. A partir de hoje o Think Tank é o grande barómetro de atitudes e tendências

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- 24 Briefing 2013 -

MOODotiMiStAS MAS coM o

PeSSiMiSMo À eSPReitA

HOTo MUNDo, iNcLUiNDo LiSBoA,

BY cocA-coLA

MOOD > termómetro das atitudes que se vivem nos negócios em Portugal | HOT > Opinião qualificada sobre a inovação, relevância e eficácia de ações de comunicação/marketing com visibilidade mediática | TRENDS > Identificação de tendências com implicações no consumo e cuja pertinência pretendemos avaliar junto dos participantes do painel

Quase 50 por cento dos membros do painel think tank estão otimistas sobre o futuro do país mas há ainda uma grande percentagem, 38 por cento, que se encontra pessimista. Não há ninguém muito otimista, 4 por cento consideram-se muito pessimistas e 12 por cento são indiferentes. A maioria dos inquiridos, 67 por cen-to, afirma que Portugal está melhor do que em agosto do ano passado e 25 por considera que não está nem melhor, nem pior. A distribuição e o retalho continuam a ser os sectores que terão oportunidades de afirmar a sua posição no próximo ano, recolhendo 33 por cento das respostas. Seguem-se a administração pública, com 21 por cento, e os fabricantes de produtos de grande consumo, 21 por cento.

como SE SEnTE Em RElação ao fuTuRo do PaÍS?

na Sua oPinião E conSidERando oS SEGuinTES aGEnTES EconómicoS E SociaiS, quaiS aquElES quE TERão oPoRTunidadE dE afiRmaR a Sua PoSição no PRóximo ano?

comPaRaTiVamEnTE com o mESmo PERÍodo do ano PaSSado (aGoSTo), diRia quE ESTamoS...

46% 67%38% 25%12% 8%4%

muiTo oTimiSTa oTimiSTa indifEREnTE PESSimiSTa muiTo PESSimiSTa muiTo mElhoR mElhoR nEm PioR, nEm mElhoR PioR muiTo PioR 33%dis

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óvel

21%21%

17%4%

4%0%

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0%

“o mundo visto de uma maneira diferente” foi uma das últimas campanhas da coca-coca, com a qual a marca se

propôs mostrar as coisas boas que as câmaras de segu-rança captam. Portugal está “presente” pois o anúncio da McCann Madrid também foi filmado em Lisboa, na zona da Sé, e nas praias de Sesimbra e do Meco. “Ladrões que roubam beijos”, “Perseguidores simpáticos”, “Ataques de

amizade e amor” ou “Atos de bondade” são apenas alguns dos registos das câmaras de segurança que, segundo a mar-

ca, fazem ver o mundo de uma maneira diferente. Numa altura em que abundam as más notícias, a coca-cola quer

inspirar os portugueses a olharem o mundo com otimismo.

PERSONALo Novo FeNóMeNo Do MARketiNG:o PAPA FRANciSco

o Francisco não faz Marketing, diz o biógrafo do Papa. Não questiono a intencionalidade, aliás acredito na sua genuinidade, mas parece-me inegável que o Papa Francisco é uma marca poderosa, que está a conseguir reposicionar a igreja e que compre-ende perfeitamente a importância da relação com os seus targets.o Papa Francisco é um Homem e uma Marca dos nossos tempos: vai para além das plataformas tecnoló-gicas, sabe comunicar com o tom e o conteúdo certo, reconhece e po-tencia a sua escala global e domina os media, na perspectiva de que cria constantemente motivos para ser fa-lado – ora lava os pés à mulher, visita os refugiados, come com os pobres, desafia a diplomacia e questiona o poder político.Pode dizer-lhe que é um estilo, é certo. Mas é o ideal para ser eficaz no fenómeno da comunicação: Diz-se que o papa tem os ouvidos dos jo-vens, eu diria que tem os ouvidos dos crentes, dos não crentes, dos media, dos políticos, do mundo. este estilo,

que pela primeira vez, se revê nos outros e faz os outros reverem-se nele, é similar aos esforços de aproximação das marcas. Aliás, é a essência do Ma-rketing, compreender a relação entre a oferta e a procura, dar o predomínio ao outro – seja ele cidadão, consumi-dor, crente. tal como algumas marcas souberam fazer, o Papa Franscisco desceu do pedestal, aproximou-se das pessoas de uma forma coerente e empática, e tal-vez por isso mesmo conquistou por direito próprio esse mesmo pedestal. o que mais pode querer uma marca?

maRina PETRucci, managing director da iPSoS aPEmE

inoVação RElEVÂncia Eficácia

6 5 5Avaliação da campanha

do mês numa escala de

1 a 7

Avaliação escala de 0 a 100%

Avaliação escala de 0 a 100%

Avaliação escala de 0 a 100%

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- 25 Briefing 2013 -

TRENDSoS cÊNtiMoS AGoRA

tAMBÉM coNtAM

os portugueses estão mais atentos aos euros, mas também aos cêntimos. Não só como consequência da diminuição do rendimento, mas também pela vontade de aproveitar oportunidades e se valorizar enquanto consumidor. Apercebem-se que esta matemática dos pequenos números pode significar poupanças significativas ao longo do tempo e, portanto, proporcionar experiências de consumo que no contexto atual podiam ser censuradas. Se poupar 50 cêntimos por dia, posso ir ao cinema 2 vezes por mês.”

VOICES“Até que ponto faz sentido as marcas e instituições portuguesas continuarem a doar apoios para o estrangeiro, se temos tantas necessidades em casa, ou seja, em Portugal? Lembro-me por exemplo do Lidl e da fundação Champalimaud, uns ajudam África e outros ajudam o Nepal…”

R: Rui Calafate, diretor-geral da Special OneAs empresas portuguesas, de há uns anos a esta parte, têm estado mais atentas a questões de responsabilidade social. No passado, reparava-se que havia por parte dos “marketeers” e diretores de comunicação das mesmas, apenas interesse quando havia ganhos evidentes para a exposição da marca quando se associava a causas sociais. Hoje, as coisas mudaram.o caso da Fundação champalimaud é diferente. É um prémio científico

internacional e este ano foram premiados nepaleses, pois foi o que o júri decidiu no seu critério, tendo a Fundação um papel muito importante na sociedade portuguesa na área da ciência e medicina.em tempo de crise é natural a pergunta? Devem as empresas ajudar mais quem mais precisa? com certeza que sim. Mas tem havido um grande envolvimento de variadas empresas em diversas campanhas que têm brotado da sociedade civil.Não basta parcerias, como eu chamo, de tipo tony carreira, respeitando muito o cantor e quem gosta dele, que marcam o espaço mediático. tem de haver associação mais duradoura, mais forte, mais significativa de marcas e sociedade civil.Porém, julgo que mais significativo para a sociedade portuguesa é que as grandes empresas paguem os seus impostos em Portugal e não fujam para outras zonas com impostos mais apetecíveis. cabe também aos decisores políticos, pois não

TiaGo SilVa, 31 anoSEmPREGado dE loGÍSTÍca

REconhEcimEnTo EnquanTo TEndência

TEndênciaSimPacTo noS nEGócioS

92% 58% 50%4% 17% 25%4% 13% 13%

8% 12%

Sim não nEm Sim/ nEm não dE cERTEza quE Sim muiTo PRoVaVElmEnTE TalVEz Pouco PRoVaVElmEnTE dE cERTEza quE não dE cERTEza quE Sim muiTo PRoVaVElmEnTE TalVEz Pouco PRoVaVElmEnTE

Avaliação escala de 0 a 100%

Avaliação escala de 0 a 100%

Avaliação escala de 0 a 100%

4%

é só culpa das empresas, terem em atenção a carga fiscal de quem gere empregos e pode ajudar depois as causas e quem mais precisa.As empresas estão solidárias com os portugueses e tenho a certeza que, dentro das suas possibilidades, irão continuar a associar-se a causas justas.

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PRODUÇÃO

Para se perceber o que le-vou a krypton a lançar-se no mundo das aplicações basta ficar a conhecer um número: 80 por cento dos técnicos envolvidos na pré-

-produção de um filme, por exemplo na seleção de cenários, andam de iPhone na mão, seja a tirar fotos, seja a ver quando e onde nasce o sol. o número é avançado pelo coordenador do Departamento de Realização da produtora, Sérgio Matos, para explicar como o smartphone da Apple se tem tornado “uma forte ferramenta de trabalho”. Afinal, já existem “aplicações para tudo”: para ver a meteorologia, a que horas nasce o sol, objetivas, máquina fotográfica, entre muitas outras funciona-lidades. Há aplicações para tudo ou… quase tudo.

A Krypton no mundo das aplicações

Porque – diz Sérgio Matos, coordenador do Departamento de

Realização da Krypton – já não é possível fazer

produção sem iPhone e porque procurou, procurou mas não

encontrou no mercado das aplicações uma que servisse os seus objetivos, a produtora meteu mãos à obra e concebeu uma

aplicação à medida.

Porque “a verdade” é que a produtora não encontrou nenhuma que a servisse realmente ou que encaixasse no seu método de trabalho. “estas limitações levaram-nos a pensar que seria uma boa aposta criar uma aplicação, pensada e criada de raiz, com a imagem da krypton e para a krypton”, explica Sérgio Matos. “A parte mais complicada foi pensar na função da aplicação... como é que nos poderia ajudar? em que poderia con-sistir? o que é que era essencial a nossa aplicação ter? o que iria diferenciar? Depois de alguma pesquisa, de algumas ideias e de algumas reuniões, avançámos, finalmente, com a produção da aplica-ção”. esta é uma aplicação a pensar na produ-tora mas também nos clientes. Através dela, os clientes podem ter acesso a toda

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www.zoo.pt

A natureza é única .Faça parte.

É pela preservação das espécies que trabalhamos diariamente,educando gerações para conservar.

Envolva-se e deixe a sua marca neste projecto.

INFORMAÇÕES T. 217 232 918 . F. 217 232 901 . E-mail: [email protected]

a informação de produção e realização do filme. Assim que os assuntos de pro-dução vão sendo fechados, vão entrando na aplicação, de modo a que, quem pos-sua a necessária password e autorização para aceder a um dado projeto, vai vendo toda a informação essencial e disponível. Além disso, durante as filmagens, tanto o cliente como a agência podem consultar a informação do filme, informação essa que anteriormente estava em folha de papel e que agora se encontra, de forma rápida e segura, na aplicação.o lançamento da aplicação enquadra-se no 25º aniversário da krypton. Uma data que vai continuar a ser festejada. Diz o coordenador do Departamento de Reali-zação que ideias e iniciativas não faltam: “A vontade de criar novas coisas e de con-tinuar a responder às necessidades atuais é enorme. temos em mente um conjunto de ideias que apenas falta materializar. o trabalho é muito, o que é ótimo, mas não nos deixa muito tempo e espaço para por em prática todas as nossas ideias. vamos ver como será até ao final deste ano”.

“ao TER a infoRmação imPoRTanTE no iPhonE

ou iPad, a comunicação EnTRE TécnicoS

E EnTRE PRoduToRa E cliEnTE ToRna-SE maiS faciliTada, ou PElo mEnoS há uma

concEnTRação dE Toda a infoRmação

indiSPEnSáVEl no iPhonE E não Em PaPéiS SolToS”

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PRODUÇÃO

IMPOSSíVEL FAzER PRODUÇÃO SEM IPHONE

SéRGio maToScooRdEnadoR

do dEPaRTamEnTo dE REalização

da KRyPTon

Briefing | Criar esta aplicação era um passo incontornável, de-vido às atuais tendências, ou foi resposta a uma necessidade de mercado? Sérgio Matos | No mundo, tudo está a evoluir a uma velocidade alucinante. também na produção de filmes isto acontece: existiram e continuam a existir evoluções significativas. O método de pro-dução de agora é completamente diferente do que era há alguns anos. Por exemplo, antes só havia telefone fixo, depois foram os Bipes e agora a produção só fun-ciona com telemóveis. o mesmo acontece com a internet: é impos-sível nos dias de hoje produzir sem trocas de e-mails e sem inter-net no seu global. Nos dias de hoje, começamos a pensar que é impossível fazer produção sem iPhone, ou é im-possível localizar décores sem iPhone ou até mesmo que é impossível fazer a fotografia de um filme sem iPhone. O iPhone é realmente uma ferramenta de trabalho importante na fase de pré-produção de um filme, nos dias de hoje. o facto de ter sido colocada a hipótese de criar uma aplicação, e de a produzir, demonstra bem o estilo de produtora que é a kryp-ton. Uma produtora moderna, que naturalmente acompanha as tendências atuais e que quer oferecer as melhores soluções aos seus clientes e anunciantes. Por outro lado, o mercado precisa de ter, cada vez mais, respostas mais rápidas, mais eficazes e também mais “ecológicas”. Uma comu-nicação eficiente é fundamental, nos dias de hoje, na produção audiovisual. Ao ter a informação importante no iPhone ou iPad, a comunicação entre técnicos e entre produtora e cliente torna-se mais facilitada, ou pelo menos há uma concentração de toda a in-formação indispensável no iPho-ne e não em papéis soltos.

A informação que antes era im-pressa vai passar a estar disponí-vel na aplicação, diminuindo as-sim os gastos de papel, existindo, ainda, uma menor probabilidade de se perder informação (é mais fácil perder um papel com a pla-nificação de um filme do que o iPhone).

Briefing | De que modo é inova-dora no mundo da produção e realização de filmes? SM | Quando pensámos numa aplicação para o iPhone/iPad, e na fase de procura de ideias con-sistentes para a aplicação, fizemos uma grande pesquisa, tanto na internet como na própria Apple Store e não encontrámos ne-nhuma aplicação do género nem parecida. Atualmente, não encon-tramos nenhuma produtora em Portugal e no estrangeiro com algo parecido a uma aplicação para iPhone ou iPad. Desta for-ma, a nossa aplicação é inova-dora e creio que, se a krypton não é a primeira produtoras de filmes em todo o mundo a ter uma aplicação, é uma das pri-meiras. Sem qualquer dúvida!

Briefing | Como é que a Kryp-ton incorpora a inovação na sua estratégia? SM | A estratégia da krypton sempre esteve assente numa lógica de prestação de serviço. A nossa preocupação em pres-tar um serviço de qualidade aos nossos clientes sempre fez e continua a fazer parte da nossa cultura empresarial. Acredi-tamos, por isso, que a procura de soluções que nos ajudem a melhorar a nossa prestação e a simplificar a vida dos nossos clientes é o caminho coeren-te com a nossa estratégia. A criação desta aplicação vai ao encontro do que temos vindo a fazer. esta aplicação é uma das nossas respostas ao objetivo proposto.

MODO DE USAR

A aplicação desenvolvida pela krypton ofere-ce duas vertentes. Uma, mais pública, diz res-peito a informação sobre a produção e sobre os realizadores, bem como sobre os filmes realizados por cada uma deles.A outra é de acesso mais restrito: foca-se numa área de trabalho ou num projeto es-pecífico e carece de password. e uma vez lá dentro há dois caminhos: um primeiro em que está alojada a informação sobre o filme – folha de serviço, shooting, croquis, equipa, cronograma. – e um segundo que consiste numa plataforma de comunicação mas que pede novamente uma senha de acesso, que possibilita a colocação de fotografias das fil-magens, criando um making-of fotográfico, ou simplesmente a publicação de mensagens que sejam relevantes para a realização o fil-me.

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‘ HÁ MAiS coMUNicAção MAS MeNoS PRoxiMiDADe ’

Judite de sousAsubdiretora de Informação da TVI

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Hermínio Santos | jornalista | [email protected]

Briefing | O que é que a levou a es-crever o livro “Álvaro, Eu-génio e Ana”,

uma investigação à vida privada do Álvaro Cunhal?Judite de Sousa | A cir-cunstância de ter sido convidada para fazer uma palestra na minha condição de antiga entrevistadora de Álvaro cunhal, no Pá-tio da Galé, no âmbito da exposição comemorativa do centenário do seu nas-cimento. visitei a exposição, que tinha centenas de foto-grafias e retratos e os dese-nhos da prisão, e eu fixei a minha atenção nas quatro ou cinco fotografias que havia de Álvaro cunhal com a filha e achei que essa história dele com a filha, com a mãe da filha, ou seja, o outro lado do político – o pai, o irmão, o homem de paixões, que gostava de mulheres – valia a pena ser contada em televisão. Assim nasceu a reportagem televisiva e depois a editora objectiva entendeu que a história era interessante para ser contada em livro.

Briefing | Teve dificuldades em arranjar fontes? Nor-malmente o mundo ligado ao PCP é sempre de difícil acesso…JS | tive a colaboração do Partido comunista Portu-guês, dentro dos condicio-

JudiTE dE SouSanoS ESTúdioS da TVi

As redes sociais são fontes de informação para o jornalismo mas também “contaminaram a infor-mação, do meu ponto de vista” e hoje “há mais comunicação mas menos proximidade em termos de relações humanas e de relações sociais”, afirma Judite de Sousa, subdiretora de Informação da TVI, que gostaria de ver José Sócrates na televisão da Media Capital “porque teria possibilidades de ter melhores audiências”. Sobre a RTP afirma que a manteria “tal como está”.

nalismos que eles próprios impõem a eles próprios, considerando que a reserva da intimidade é um valor muito importante que eles preservam. Não são pessoas que exponham a sua vida privada, íntima, mas, ape-sar de tudo, contei com a colaboração da parte deles e contei muito com a cola-boração da família Meneses de vasconcelos, do estoril, com a avó dos dois primei-ros filhos da Ana Cunhal, que nasceram da relação dela com o Rodrigo Mene-ses de vasconcelos. Portan-to, a avó paterna colaborou muito comigo.

Briefing | O que é que re-corda das entrevistas com o Álvaro Cunhal?JS | entrevistei-o cerca de 10 vezes – ele dava normal-mente uma a duas entrevis-tas por ano, à semelhança dos outros líderes partidá-rios – mas eram entrevistas muito políticas, partidárias, muito marcadas pela con-juntura que se vivia em Portugal e na europa. ele foi líder do PcP no perío-do do fim da Guerra Fria, da queda do Muro de Ber-lim, da implosão da União Soviética. É um período muito rico em termos his-tóricos e portanto as entre-vistas com o Álvaro cunhal de certa forma refletiam, em termos de questionário, o que estava a acontecer na europa de Leste, na antiga

União Soviética e, inter-namente, o que estava a acontecer em resultado das lutas ferozes que existiam entre o PcP, o PS e o PSD. eram entrevistas muito marcadamente políticas.

Briefing | Nesse aspeto terá melhores recorda-ções de Mário Soares, por exemplo, ou outro líder partidário?JS | Não. Ao nível da entrevista política as que foram com os diferente líderes partidários nos últimos 20/30 anos foram quase todas marcadamente políticas.

Briefing | E esse registo mantém-se hoje?JS | Mantém-se esse re-gisto. Se eu entrevistar o Pedro Passos coelho será uma entrevista marcada pela troika, pelos impostos, pelos salários, pelos cortes e não se vai falar da mu-lher, nem da filha, nem de Massamá, nem do pai que é pneumologista.

Briefing | Descobrir o ou-tro lado dos políticos é um tipo de entrevistas que te-ria interesse para si?JS | Sim, seria interessante.

Briefing | Nunca pensou ter um programa desses? Ou não há políticos dis-poníveis para esse tipo de programas?JS | Não tenho a certeza

‘Não me desagradaria

ver José Sócrates na TVI porque acho que teria possibilidades

de ter melhores audiências do que

as que tem na RTP’

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ENTREVISTA

que os nossos políticos tenham uma abertura suficiente para falarem da sua vida pessoal, mais íntima. Não tenho a cer-teza que elas tenham essa superioridade intelectual que encontramos noutros políticos, nomeadamente americanos. Recordo que foi numa entrevista televi-siva que o George W. Bush assumiu que tinha sido alcoólico. Não creio que na europa exista alguém com este tipo de perfil. Tenho a ideia que o Sarkozy, sempre que foi interrogado sobre a sua relação com carla Bruni, reagiu muito mal, até deixou a entrevista a meio. Há uma grande diferença entre os políticos europeus e norte-americanos a esse nível.

Briefing | Como é que ava-lia o estado do jornalismo em Portugal?JS | Acho que é um jorna-lismo que oscila entre o sério e o comercial. temos informação séria, sobretu-do no que diz respeito às questões de natureza polí-tica e económica, e depois temos um jornalismo mais voltado para o social, para alguns escândalos, que hoje em dia não têm a dimensão de outros que existiram no passado. Mas acho que hoje em dia a crise acabou por influenciar todos os secto-res da nossa vida económi-ca e pública e os jornalistas, mesmo que isso não lhes seja verbalizado, sentem que têm de produzir infor-mação que seja vendável. Desse ponto de vista a crise fez com o que o jornalismo se tenha mercantilizado, o que é mau para o jornalis-mo, para a profissão mas é uma contingência da crise e dos tempos que vivemos.

Briefing | Mas acha que há possibilidades de sair dessa

situação ou isso é uma ine-vitabilidade no atual con-texto de crise?JS | No atual contexto acho que é inevitável. As empre-sas de comunicação social estão a viver uma crise pro-funda porque as receitas publicitárias caíram a pique, porque as empresas têm cada vez mais dificuldades financeiras, porque algumas delas estão muito endivi-dadas, porque as pessoas sentem que os seus postos de trabalho estão em risco e portanto, quando assim é, em que é que se pensa? em sobreviver, em resistir, em passar nos meio dos pingos da chuva e em não criar ondas porque isso

‘Os sucessivos Governos têm sempre a tentação de quererem ser revolucionários em relação à RTP e

normalmente essas tentativas acabam por fracassar e deixar a empresa cada

vez mais frágil’

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“hoJE a TElEViSão GEnERaliSTa ESTá chEia dE PRoGRamaS quE São SuSTEnTadoS financEiRamEnTE aTRaVéS daS chamadaS TElEfónicaS”

pode significar perder o posto de trabalho e esta é uma realidade cruel, mas é a realidade.

Briefing | Há novas tendên-cias no universo dos media: o cidadão-repórter, o fim do gatekeeper, o jornalista--ativista. Vieram para ficar ou são fenómenos passa-geiros?JS | o jornalismo tal como nós o entendemos durante muitas dezenas de anos está hoje em dia fortemente influenciado pelas redes sociais, pela informação que circula no Facebook, nos twitters. Portanto, surgiram novos dados, novas realida-des comunicacionais que

têm de ser valorizadas, que têm de ser consideradas e que se acabam por se cons-tituir em fontes de informa-ção, para o bem ou para o mal, mas é impossível hoje pensarmos a comunicação e o jornalismo sem a informa-ção e os conteúdos que re-cebemos através das redes sociais. É uma nova realida-de que todos nós estamos a conhecer e a vivenciar e que, de certa forma, alterou a forma de comunicarmos uns com os outros.

Briefing | Também diversi-ficou fontes…JS | Sim e também conta-minou a informação, mais negativa do que positiva-

mente, do meu ponto de vista. todos nós estamos muito mais expostos e si-multaneamente mais afasta-dos uns dos outros. ou seja, há mais comunicação mas menos proximidade em ter-mos de relações humanas e de relações sociais. Hoje as pessoas comunicam muito menos cara a cara e prefe-rem comunicar e exprimir os seus sentimentos no Fa-cebook.

Briefing | Como é que pen-sa que vai ser o modelo de financiamento das tele-visões generalistas numa altura em que o espectador tem à sua disposição várias soluções que lhe permitem, por exemplo, ignorar a pu-blicidade?JS | Têm sido encontradas novas formas de financia-mento. Hoje a televisão ge-neralista está cheia de pro-gramas que são sustentados financeiramente através das chamadas telefónicas – ganham os operadores e ganham as televisões. Praticamente todos os dias há programas que estão apoiados financeiramen-te nessa linha de receitas. os gestores são chamados a desenvolver toda a sua criatividade no sentido de encontrarem fontes de fi-nanciamento alternativas, a reduzir custos, para pro-duzirem conteúdos de uma forma o mais económica possível. Quanto à televisão generalista em si mesma, ela está em declínio já há alguns anos na maioria dos países da europa ocidental e em Portugal esse fenóme-no é já evidente pois a tota-lidade dos canais do cabo ultrapassa, em muito, diaria-mente, o canal generalista mais visto. obviamente que isso significa que uma par-te considerável de receitas publicitárias está a ser ca-nalizada para o cabo. o que

as televisões generalistas anteciparam, e bem, ao te-rem criado canais no cabo. elas estão simultaneamente no cabo e em sinal aberto e é desta osmose que resulta a sobrevivência dos grandes grupos de comunicação ao nível da televisão.

Briefing | Está quase há três anos na TVI. Qual o balanço que faz da sua pre-sença na estação e de ter saído da RTP? JS | Acho que foi uma das decisões mais acertadas da minha vida pois decidi deixar a RTP um mês an-tes da entrada do FMi em Portugal. ou seja, se o FMi tivesse entrado não em abril mas em maio, provavelmen-te a administração da tvi não me teria convidado. As circunstâncias alteraram-se radicalmente e a partir do momento em que tivemos de pedir ajuda financeira e ficámos dependentes do exterior as empresas reposicionaram-se, reavalia-ram opções de contratação. Portanto acho que tive uma premonição ao intuir que era a altura certa para deixar a RtP, com muita pena minha pois mais de metade da minha vida ficou lá. Mas acho que foi uma atitude acertada pelo que se veio a verificar na RTP, que foi, entretanto, sempre a cair e porque tive a oportunidade de, numa fase da minha vida em que dificilmente alguém é contratado, ter sido contratada e concretizar o sonho, que eu

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ENTREVISTA

‘ orgulho-me, e este é um sentimento partilhado pela Direção de informação no seu conjunto, de termos conseguido, em

dois anos triplicado a audiência da TVI24 ’

alimentava, de trabalhar numa televisão privada. Queria provar a mim mesma que era capaz de produzir e criar valor numa empresa privada da mesma forma que o tinha feito na RtP e decorridos estes dois anos e meio creio que pelo menos esse teste eu já o passei.

Briefing | Quais são os trunfos da informação da TVI em relação à concor-rência?JS | temos um jornal mui-to competitivo às 13H00 e às 20H00. Somos, há vários meses consecutivos, líderes nos dois horários, perdemos umas vezes para a Sic mas julgo que as coisas estão mais ou me-nos equilibradas e temos conseguido manter a lide-rança. orgulho-me, e este é um sentimento partilha-do pela Direção de infor-mação no seu conjunto, de termos conseguido, em dois anos triplicar a audi-ência da TVI24. Quando chegámos ela tinha 0.5/0.6 de audiência e estamos com quase dois. Fizemos contratações muito impor-tantes ao nível de comen-tadores – trouxemos para a estação Luís Marques Mendes, Medina carreira, Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, Francisco Assis, Fernando Rosas, entre muitos outros – que vieram enriquecer a nossa antena com os seus co-mentários e análise. isso acabou por recolocar a tvi24 como um canal de notícias que passou a ser obrigatório ver, o que não acontecia.

Briefing | Se fosse colo-cada a possibilidade de ter José Sócrates como comentador na TVI acei-taria?JS | Não é uma decisão

que dependa de mim. esse nível de decisão está no diretor de informação, não está nos diretores adjuntos. Mas confesso-lhe que não me desagradaria ver José Sócrates na tvi porque acho que teria possibilidades de ter melhores audiências do que as que tem na RtP.

Briefing | Que espaço de informação é que gostaria de vir a criar?JS | Não espero vir a criar nada pois já fiz tudo aquilo que havia a fazer no jornalismo. cheguei a uma fase da minha vida

profissional em que o fun-damental é ter inteligência e o bom senso para saber manter. isto é um pouco como quando se faz uma dieta e se chega ao peso que queremos e depois temos de o saber manter. Se eu tiver que fazer esta analogia com a minha vida profissional estou nessa fase, a de manter o peso. Ou seja, fiz e faço reporta-gens, entrevistas e debates, fiz dezenas de noites elei-torais, fui enviada especial e testemunha profissional de grandes aconteci-mentos que marcaram a história dos séculos xx e xxi e portanto o grande

desafio que coloco a mim própria é “manter o peso”.

Briefing | O ministro Poiares Maduro quer que a RTP esteja sob a tutela de um órgão genuina-mente independente. O que pensa desta ideia?JS | Não percebi o que ele quis dizer. Acho que ele tem de esclarecer o que é que significa a gestão por parte de uma entidade in-dependente. Isso significa o quê? Que a administra-ção deixa de ser nomeada pelo Governo e a gestão da empresa é entregue à Assembleia da República, por exemplo? É uma afir-

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- 36 Briefing 2013 -

ENTREVISTA

“chEGuEi a uma faSE da minha Vida PRofiSSional Em quE o fundamEnTal é TER inTEliGência E o Bom SEnSo PaRa SaBER manTER”

“VEEM-ME COMO UMA ROCHA MAS SOU UM SER HUMANO”

Briefing | Como en-tendeu as críticas que recebeu e a polémica gerada pela entrevista a Lorenzo Carvalho? Fo-ram justas? Despropor-cionadas?

JS | Foram absolutamen-te desproporcionadas. estava a atravessar uma fase de grande fragilida-de a nível pessoal, sou um ser humano. Acho que às vezes as pessoas me veem como uma ro-cha mas eu sou um ser humano. No dia dessa entrevista tinha sabido

duas horas antes que no dia seguinte eu ia ser capa de uma revista social com a minha cara na manchete e com o título “traições e sms”. Gostava de saber qual é a pessoa que exista à face da terra que, duas horas depois, entra num estúdio e está bem do ponto de vista emo-cional e portanto essas pessoas que foram para as redes sociais revela-ram não ter o mínimo de sentimentos e de compreensão pela con-dição humana.

mação demasiadamente ambígua para ser decifrá-vel e acho que ele tem de ser mais explícito. tenho dúvidas que ele saiba exa-tamente o que fazer com a RtP.

Briefing | Se estivesse no lugar dele, o que faria da RTP?JS | Manteria a RtP tal como está. Procuraria dar-lhe mais músculo ao nível da informação e dos programas mas acho que ela não se deve afastar dos modelos existentes na eu-ropa e que são de sucesso ao nível das televisões pú-blicas. Acho que todos os Governos em Portugal têm a tentação, quando chegam ao poder, de querer mexer na RtP como se ela fosse a coisa mais importante para os portugueses e para o País. A coisa mais impor-tante para os portugueses e para o País não é, certa-mente, a RtP mas todos os poderes têm a tentação de querer deixar uma marca na estação e normalmente os seguintes fazem sempre pior que os antecessores. Portanto, o fogo está inven-tado, não vale a pena pe-garmos em duas pedras e tentar inventá-lo pois isso já foi feito na pré-História e devemos olhar para os modelos francês, alemão e também o espanhol – ape-sar de ter graves proble-mas de financiamento - e devemos ter uma RtP que, obviamente tem condicio-nalismos que as televisões privadas não têm, mas isso faz parte das regras do jogo, não exige uma revo-lução. Acho que os sucessi-vos Governos têm sempre a tentação de quererem ser revolucionários em relação à RtP e normalmente es-sas tentativas acabam por fracassar e deixar a empre-sa cada vez mais frágil.

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- 38 Briefing 2013 -

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Dar a conhecer a nova imagem do Banco, posicionar o cre-dibom como instituição próxima dos clientes, transparente, responsável, de confiança, dinâmica, pronta para dialogar com os clientes e encontrar as soluções mais adequadas às diversas fases das suas vidas são os principais objetivos desta campanha publicitária, diz a instituição.A nova comunicação do Banco recorre a situações do dia-a--dia que revelam ambições e preocupações comuns a muitos portugueses. Situações em que o Credibom se afirma como parceiro de referência, com condições sempre competitivas e sempre dentro de uma lógica aconselhamento responsável. o responsável de marketing do credibom, sublinha que “o Banco credibom pretende situar-se como uma marca que conhece bem a realidade dos portugueses, que é transparen-

O Credibom tem uma nova imagem e lançou uma campanha de publicidade que recorre a situações do dia-a-dia que revelam ambições e preocupações comuns a muitos portugueses.

Rui Santos, responsável pelo marketing direto e institucional, afirma que “o Banco Credibom pretende situar-se como uma marca que conhece bem a realidade dos portugueses”.

te, que dialoga com os clientes na procura de uma solução adequada a cada um, mas sempre com a máxima responsa-bilidade, daí o uso da expressão `sempre com os pés bem assentes na terra´. Analisamos com detalhe cada proposta recebida e decidimos, de forma ágil mas não fácil e com base na informação disponível, aprovando ou recusando a pro-posta se considerarmos que o cliente não tem capacidade financeira. Disponibilizamos também um produto de crédito transparente com taxa fixa e idêntica para todos os prazos e montantes. Só assim pensamos ser possível construir uma relação de confiança com o cliente”. No ar até ao final do mês de outubro, esta campanha, que criativamente tem a assinatura da agência 9, envolve como meios principais a tv, imprensa e internet.

uM PARCeiRo DE REFERêNCIA

ficha TécnicaaGência: 9 digitalSuPERViSoR cRiaTiVo: madalena cassiano neves/Bernardo Baptista coelhoaRT diREcToR: lisa EspadinhacoPywRiTER: Bernardo Baptista coelhodiREcToRa dE conTaS: ana castro RegoPRoduToRa cinEmaToGRáfica: P35REalizadoR: martim condeixaPóS-PRodução: illusionSound dESiGn: Tridigital

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- 39 Briefing 2013 -

Briefing | Quais os objetivos da campanha?Rui Santos | A campanha tem dois grandes objetivos, por um lado, comunicar a nova imagem e posiciona-mento resultante do processo de unificação das marcas, credibom, presente no cré-dito através de parceiros, e Flexibom, utilizada no crédito direto, numa marca única aumentando desta forma a notoriedade do credibom junto dos consumidores. Por outo lado, capitalizar sobre os seus valores, transparência, confiança e responsabilida-de na concessão do crédito embora com processos agi-lizados que permitem res-postas rápidas, não fáceis, e adequadas à situação de cada cliente. Para isso disponibili-zámos também durante esta campanha um produto sim-ples, com uma taxa anual fixa atrativa de 9.85%, válida para todos os prazos e montantes

“A ESTRATéGIA é ESTAR PRESENTE ENTRE O QUE é A VIDA DO CLIENTE E O QUE PODE VIR A SER NO FUTURO”

de 5000 a 50.000€, o que per-mite adequar a solução final à situação de cada cliente.

Briefing | Porque é que foi lançada agora?RS | O processo de unificação das marcas foi concluído em maio, e comunicado desde aí aos nossos clientes atuais. No entanto era nosso objetivo que quando esta nova marca fosse comunicada para o púbico em geral, não fosse vista como sendo só isso mesmo. teria que ter conteúdo. Queríamos que o posicionamento e a forma de atuação estivessem claramente assumidos interna-mente, apesar da capacidade para dialogar e a transparência já fizessem parte do nosso ADN. Para isso era necessário comunicar internamente de forma consistente e treinar os colaboradores de forma a que as equipas estivessem prepara-das quando se iniciasse comu-nicação ao público em geral.

com estes objetivos optámos por preparar a campanha para o início de setembro, coinci-dindo com o final do período de férias, altura em que es-tariam reunidas as condicio-nantes internas e em que as audiências e a disponibilidade dos clientes para escutar são maiores, permitindo aumentar exposição da marca e o alcan-ce da mensagem.

Briefing | Quais os princípios da estratégia de comunicação do Credibom?RS | A estratégia é estar pre-sente entre o que é “a vida do cliente” e “o que pode vir a ser” no futuro, conforme as suas ambições ao longo do seu ciclo de vida. Posicionar o credibom como a marca que:• Conhece bem a realidade dos portugueses e acompa-nha as suas aspirações e am-bições.• Está presente nas várias fases da vida dos clientes,

ajudando-os a transformar as suas ambições em realidade, mas de forma responsável • Aposta no diálogo, uma marca que ouve os clientes, que os aconselha mas que pode dar uma resposta ne-gativa• Uma marca transparente para pessoas conscientes com “os pés assentes na terra”.

Briefing | Que abordagem é que a marca tem às redes sociais?RS | É uma realidade a que o banco credibom está atento pela sua relevância atual, não apenas para um segmento mais jovem mas com taxas de adoção consideráveis em todas as faixas etárias. É um tema para o qual temos uma abordagem estratégica planeada, que estamos a avaliar e que prevemos que possa vir a ganhar outra visibilidade brevemente.

Rui SanToS,RESPonSáVEl PElo maRKETinG diRETo

E inSTiTucional

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- 40 Briefing 2013 -

COMUNICAÇÃO

A marca Limiano tem uma história com mais de 50 anos.

Da sua mestria nasceram a bola de queijo flamengo e as fatias da bola, com um sabor consensual e preferido pela maioria dos portugueses e com uma textura amanteigada e inconfundível. Dessa mes-tria nasceram também novos queijos, como o Limiano Amanteigado em 2011.Acreditamos que esta co-municação é um marco na história de Limiano. Lançada a 28 agosto, é uma campanha emocional, familiar, positi-va que nos faz reviver uma sequência de bons e verda-deiros momentos que só se vivem em família (Abraços, Risos, Surpresas, Partilha,...), enaltecidos pela presença do queijo Limiano.com esta nova campanha queremos transmitir que Limiano faz parte da família: mostrar a gama variada de queijos Limiano que se com-plementa, que dá resposta a várias ocasiões de consumo e aos vários membros da famí-lia, criando mais e melhores momentos familiares ao longo do dia.O filme sugere várias cenas com consumo de queijo, ao pequeno-almoço, em festas de família, em viagem, à sobre-mesa. contribui também para

Acreditamos que esta comunicação é um marco na história de Limiano. Lançada a 28 agosto, é uma campanha emocional, familiar, positiva que nos faz reviver uma sequência de bons e verdadeiros momentos que só se vivem em família (Abraços, Risos, Surpresas, Partilha,...),

enaltecidos pela presença do queijo Limiano.

dE quE é fEiTa uma famÍlia?

Paula GomES,diretora

de marketing da BEl

ser um foco de inspiração e de desafio a consumos mais inovadores de queijo, como por exemplo em pizzas, nas espetadas de fruta, sem nunca perder a sua herança de tradi-ção ao relembrar o consumo do queijo com marmelada.A campanha de comunicação “De que é feita uma Família?” é complementada com filmes

de 15 segundos focados em produto. Dizemos que “Uma família é feita de Partilha” e sugerimos experimentar o delicioso sabor das Fatias da Bola Limiano derretidas numa tosta, que gostamos de partilhar com as crianças em casa. “Uma Família é feita de Mimos” e sugerimos as Fatias da Bola Limiano com menos 50% de gordura. vemos uma família com uma grávida em que o pai carinhosamente oferece uma fatia à mãe, de-monstrando que o consumo de produtos com menos gor-dura é um estilo de vida, para famílias preocupadas com o seu bem-estar. Por último “Uma família é feita de Sur-presas” - gostamos de encon-tros de família que resultam em boas surpresas, como para alguns também poderá ser surpreendente experimentar à sobremesa o saboroso Li-miano Amanteigado de vaca e ovelha com marmelada.Suportamos esta comunica-ção pelo historial da marca: há mais de 50 anos que Li-miano é um multiplicador dos bons momentos em fa-mília. Limiano estava na casa dos meus avós e pais, como está hoje na minha. “Quando era pequena, não me deram “qualquer coisa”, deram-me Limiano. cada vez que esco-lho Limiano sei que é isso tudo que também estou a dar, a passar, a criar e a multiplicar nos meus filhos.”

Com esta nova campanha queremos

transmitir que Limiano faz

parte da família: mostrar a gama

variada de queijos Limiano que se complementa,

que dá resposta a várias ocasiões de consumo e aos

vários membros da família, criando mais e melhores

momentos familiares ao longo do dia

esta é uma campanha que muito nos orgulha e dedica-mo-la às Famílias Portugue-sas.Afinal… de que é feita uma Família?Uma família é feita de Abraços.Uma família é feita de muitos risos e alguns choros.Uma família é feita de encontros e desencontros.De cumplicidades e ansiedades.É feita de passados e de presentes, de futuros e de saudades.Uma família é feita de tudo o que são coisas boas, a passar de mão em mão, de geração em geração.

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PESSoaSnoTicÍaSNUNO SANTOSé o novo content manager da Multichoice para os mercados de língua portuguesa. O ex-diretor de Informação da RTP irá ter como base Maputo, contudo a sua atividade irá ser dividida entre a capital moçambicana, Luanda, Lisboa e Joanesburgo.

LUíS JORGE acaba de reforçar a estrutura criativa da Fischer+Bus. O profissional irá liderar a equipa de advertising, com responsabilidade pelos projetos em Portugal e Angola. A agência conta ainda com dois novos diretores de arte, Frederico Barbato e David Pires.

FRANCISCO OLIVEIRA BASTOS é o novo reforço da pitch, a agência de comunicação integrada e ativação de marca criada em julho por Manuel Roque. Vai assumir a direção criativa do projeto.

MOP ENTRA EM MOÇAMBIQUE COM IMAGINATION A MoP, operadora portuguesa de publicidade exterior, deu o primeiro passo no caminho da internacionalização, com a aquisição da imagination, empresa com direitos de exploração para todo o território moçambicano.o objetivo é criar a maior rede de outdoors em Moçambique, com uma oferta inovadora para clientes que apostam na criatividade e inovação.Em comunicado, a agência de vasco Perestrelo adianta que “as posições premium que a imagination possui, alavancadas no know-how da MoP, permitem perspetivar um rápido crescimento da operação, sendo objetivo do grupo que, já no final

de 2014, a imagination seja reconhecida como empresa de referência no mercado moçambicano”.Na sequência deste negócio, a imagination, tal como acontece com a MoP em Portugal, passará a representar em Moçambique todos os festivais de comunicação e criatividade da organização Lions Festivals.

o SiTE do BRiEfinGEm aGoSTo

aS maiS lidaS>Um português “obrigou” a Milka a mudar a sua produção (com vídeo)

>Rui vieira deixa AkQA para se juntar a o escritório

>os trunfos de uma agência gourmet low cost

>Super Bock estreia camiões 3D em Portugal

>A história de um ativista escondido com George Soros de fora

UM PORTUGUÊS “OBRIgOU” A MILKA A MUDAR A SUA PRODUÇÃOUma campanha cuja responsabilidade é do português Miguel Durão levou a marca de chocolates Milka a alterar a forma de produzir chocolate para promover valores como a ternura e a sensibilidade.Porque não produzir uma tablete de chocolate sem o último quadrado e no seu lugar colocar um código que - através de um site - possibilita o envio desse quadrado pelo correio para alguém de quem se gosta muito? este é o conceito que está por trás da campanha “Le dernier carré” ou “Last square”, na sua versão inglesa, concebido para a marca de chocolates Milka.o responsável pela campanha é o português Miguel Durão, que está na agência francesa Buzzman Paris, em França, desde abril do ano passado. ele e a sua equipa convenceram a Milka a aceitar uma ideia que obrigou a alterar os métodos de produção da sua tablete de chocolate de leite.Miguel Durão “junta-se” a outros portugueses, como Hugo veiga, com uma campanha para a Dove, e João coutinho, que desenvolveu o “Imortal Fãs” – ambas distinguidas com um grande prémio em cannes - na vanguarda da publicidade.

VaSco PERESTRElo

>Um português “obri-gou” a Milka a mudar a sua produção (com vídeo)

>Rui vieira deixa AkQA para se juntar a o escri-tório

>ilustração “domina” club Guide do Fc Porto

>Ricardo castanheira representa “gigantes” do cinema no Brasil

>como a ZoN Audio-visuais quer fazer de “A Gaiola Dourada” o filme do ano

aS maiS PaRTilhadaS

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ExPECTATIVAS PARA A RENTRéE

Não obstante as adversidades do contexto atual, o padrão de consumo televisivo não apresenta alterações significativas … os mais jovens tendem a intensificar o visionamento no período das férias escolares, enquanto

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os restantes aparentemente preferiram explorar de forma diferente os finais do dia, com que este verão nos tem presenteado agradavelmente, surpreendendo as previsões mais desastrosas de alguns.Curiosamente, as audiências dos canais por subscrição são aquelas que se mantêm estáveis, independentemente da franja etária em questão, evidenciando inclusive uma tendência crescente nos mais jovens. Dentro dos canais generalistas, os privados parecem ter um público mais volátil, mais permeável a novos formatos de entretenimento, enquanto os espetadores da RtP1 aparentam ser mais fiéis até com algum potencial de crescimento, transversal ao público de diferentes idades.com efeito, é sobretudo ao final da tarde e noites de

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verão que se registam as maiores quebras nos valores de audiência média dos canais FtA, já que durante a manhã e tarde o seu visionamento é equiparável ou mesmo

superior a outros meses do ano. Aparentemente, as grandes apostas de entretenimento televisivo deste ano - quer da Sic, com “Splash! celebridades” e “ cante se Puderes”, quer da tvi, com “Big Brother viP” ou “Dança com estrelas”, não foram suficientes para inverter esta tendência.

estamos, pois, expectantes com o impacto das novas grelhas, já que poderão condicionar de forma determinante as preferências dos consumidores, um consumidor

cada vez mais multitasking e para quem a convergência de dispositivos proporciona uma multiplicidade de opções de entretenimento, que, no limite, poderão ameaçar o panorama televisivo.

01 - EVolução mEnSal dE audiência média (PoR TaRGET)

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- 44 Briefing 2013 -

RESTAURANTE

Bem perto do Jardim das Amo-reiras, um dos mais belos es-paços de Lisboa, fica uma das referências gastronómicas da cidade - a casa da comida. este restaurante foi obra de Jorge vale e teve o seu apogeu nos anos 80 - tudo ajudava, desde a decoração ao serviço, mas sem-pre com a qualidade gastronó-mica em primeiro plano. Actor e grande contador de histórias, Jorge vale abandonou os palcos e, no final dos anos 70 e nas décadas de 80 e 90, teve uma influência decisiva em restau-rantes lisboetas. Depois do palco da casa da comédia, e antes da casa da comida, fez A Flor da castilho (que marcou uma época), mas deixou também a sua marca no conventual e no Xêlé Bananas. Mas foi na Casa da comida que ele se excedeu - e conseguiu ganhar para o seu restaurante a primeira estrela Michelin atribuída em Portugal. As suas receitas foram reunidas no livro “4 estações na casa da comida”, que ainda se encontra com facilidade. Após a morte de Jorge vale, em 2005, seguiu-se um período algo decadente e de alguma instabilidade. Há algum tempo uma sobrinha de Jorge vale, Salomé Alcântara, decidiu remodelar o espaço e rebatizou--o como “estórias na casa da comida”. A cozinha foi entre-gue ao chef Miguel carvalho (que tinha estado no Arola e no Amarra o tejo), numa tentativa de conciliar a tradição culinária portuguesa com alguma inspira-ção internacional e tendências e técnicas contemporâneas. A lista de vinhos, exemplar nas escolhas e razoável nos preços, é da autoria de Ricardo Morais. É tão atraente na seleção dos vinhos, quanto é insuportável no pretensiosismo das designações e evocações, com referências a estrelas de Hollywood, realiza-dores portugueses, escritores ou fadistas que enquadram os tipos

ESTóRiaS na caSa da comida

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de vinhos. É pena, porque as próprias listas, com reproduções de campanhas publicitárias de outros tempos, de produtos li-gados à mesa, dispensavam bem esses jogos florais.confesso que a nova decoração da casa da comida não me se-duz muito - a acústica piorou e isso é das piores coisas que pode acontecer num restaurante. À mesa alguma da louça, de tão moderna, torna-se desconfortá-vel porque não há como assen-tar os talheres sem eles entrarem em derrapagem descontrolada. Há uma espécie de primado da forma sobre o conteúdo - que aqui e ali contagia a própria comida.A refeição é salva pelo serviço, que é bom e atento, de facto pelos vinhos disponíveis e, ir-regularmente, pelas propostas da lista. Passo a explicar - os amuse bouche de alheira es-tavam superiores. As entradas - bolinho de bacalhau com sa-lada Waldorf e clementinas, e gaspacho com sardinha alimada e gelado de pepino - estavam acima das expectativas, embo-ra as nozes da salada waldorf tivessem vindo escusadamente

com um pouco de casca, dura demais para a generalidade da dentição humana. Passando aos pratos de substância, o pregado com framboesa, puré de aipo e molho de maracujá não estava estonteante e deixava algumas dúvidas sobre a sua origem; o bacalhau de cura portuguesa confitado estava bom, a sua vinagreta de cebola e salsa era perfeita, assim como um interes-sante guisado de same - mas a natural intensidade destes com-ponentes esfumava a espuma de grão de bico, que estava tão etérea que se tornava insípida. Ao nível das entradas esteve a sobremesa, uns magníficos “pastéis da infância do chefe Miguel”, baseados numa receita conventual com aromas de al-perce e alfazema. o vinho foi o colares da Fundação oriente. Para duas pessoas a conta foi de cerca de 100 euros.

PaVaRoTTiPara assinalar os 50 anos do início das gravações de Pavarotti para a Decca, a editora reuniu num duplo cD 50 das suas in-terpretações mais célebres, que vão do telúrico “Nessun Dorma”, que abre o disco, até à Ave Ma-ria de Bach, o dueto com Joan Sutherland em Brindisi, até repertório mais popular, de que nunca abdicou, como “o Sole Mio”, “Finiculi, Funicula”, “Gra-nada” ou “Nel Blu, Dipinto de Blu” - volare, se preferirem. o disco encerra com as colabora-ções que Pavarotti registou com Sting (“panis Angelicus”), com eric clapton (“Holy Mother”, com Stevie Wonder (“Peace Wanted Just to Be Free”), com Brian eno e Bono e the edge (“Miss Saravejo”) e com Frank Sinatra (“My Way”). o primeiro cD é consagrado ao repertório operático e o segundo ao lado mais ligeiro, que o tenor sempre explorou ao longo da sua carrei-ra. No primeiro cD há gravações dirigidas por maestros como Zubin Mehta, Herbert von kara-jan, James Levine ou Sir George Solti, entre muitos outros.Natural de Modena, Pavarotti

começou a sua carreira em 1961 e morreu em 2007 com 71 anos, depois de uma carreira brilhante. cantou em todos os grandes te-atros de ópera, com os grandes maestros do seu tempo e ao lado de sopranos como Joan Su-therland, decisiva nos primeiros anos da sua carreira. Foi um dos mentores do projeto “Os Três tenores”, ao lado de Placido Do-mingo e Jose carreras e não he-sitava em gravar com artistas pop. esta colectânea, espelha bem a diversidade da sua carreira e a sua enorme capacidade de adaptação a géneros musicais. (2xcD Decca, distrbuição Universal).

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MONTRA

A Panerai apostou num regresso à época em que, para preencher os requisitos da Marinha italiana, produziu relógios que funcionavam durante oito dias sem necessitarem de corda. E o resultado são os modelos Luminor Marina 8 Days e Luminor Marina 8 Days Oro Rosso, que introduzem um movimento de corda manual com oito dias de au-tonomia, tal como no passado.

anJo ou dEmónio?A Givenchy criou uma nova versão do seu perfume Ange ou Démon: Le Secret eau de toilette foi pensado para expressar ambos os lados do charme enigmático da mulher. Apresentada como uma fragância etérea, ainda que intensamente sensual, assenta numa composição floral frutada chipre, com notas de topo gourmand e notas de coração sedutoras.

PEquEnaS colhEiTaSA caudalie inspirou-se nas castas-assinatura dos vinhos de Château Smith Haut Lafitte para as fragâncias de uma co-leção de três cremes de mãos. “Feuille de Cassis” baseia-se nas notas redondas e ricas do Mertot para prometer sedução e caráter. “Miel de vigne” evoca os aromes especiados e ama-deirados do cadernet para prometer um creme de suavidade solar. e “Pamplemousse Rose” é um concentrado de energia a partir das notas hesperídeas e fungentes do Sauvignon.

inSPiRação a doiS

os designers norte-americanos tommy Hilfiegr e George Esquível juntaram--se para criar uma coleção de sapatos para homem e mulher para a próxima estação. “cápsula” é o resultado, com

dois modelos – broegue e loafer – que conciliam um estilo vintage com uma

abordagem moderna. Feitos à mão, são apenas 900 pares, cada um deles com

um número único.

aS hoRaS da maRinha

EVocação do maR

Notas vibrantes e aromáticas carate-rizam a fragrância masculina AQvA

Marine, da BvLGARi. Dedicada a “homens de forte personalidade”, que respeitam “o poder supremo e a nobre

beleza do mar”, conjuga essências de neroli bigarade e toranja, que confe-

rem a frescura, de posidónia, que en-fatiza a transparência da água, de flor de rosmaninho, que lhe dá um toque vivo e aromático, e de madeira de ce-

dro branco, responsável por um toque mais seco e forte.

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O BES É O PRIMEIRO BANCO PORTUGUÊS A INTEGRAR O DOW JONES SUSTAINABILITY WORLD INDEX.

O Banco Espírito Santo passou a integrar o Dow Jones Sustainability World Index, o mais exigente índice de sustentabilidade a nível mundial, composto por apenas 23 bancos.

Este é o reconhecimento de que o BES atingiu um patamar superior de práticas de sustentabilidade, posicionando-se entre os melhores neste domínio a nível internacional e comprova, uma vez mais, que a sua estratégia, aprofundada nas três dimensões relevantes – social, económica e ambiental, é um elemento fundamental do modelo de negócio do banco e representa o seu compromisso firme num futuro mais sustentável.

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