Atlantida e Lemuria - Continentes Desaparecidos

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    1PGEM Biblioteca Esotrica VirtualURL: http://www.pgem.crosswinds.net EMAIL: [email protected]

    W.Scott-ElliotATLNTIDA E LEMRIA, continentes desaparecidos

    Sumrio

    Prefcio...................................................................................................................................2A HISTRIA DA ATLNTIDA...........................................................................................6LEMRIA, O CONTINENTE DESAPARECIDO ............................................................. 45

    Prefcio.............................................................................................................................45O CONTINENTE DESAPARECIDO DA LEMURIA ................................................... 45

    Dados extrados de antigos registros ................................................................................ 52Durao provvel do continente da Lemria....................................................................52Os mapas .......................................................................................................................... 52Os rpteis e as florestas de pinheiros................................................................................54O reino humano ................................................................................................................ 56Tamanho e consistncia do corpo do homem...................................................................56rgos de viso ................................................................................................................ 58Descrio do homem lemuriano.......................................................................................58Processos de reproduo...................................................................................................59Raas lemurianas que ainda habitam a terra.....................................................................61O pecado dos sem-mente..................................................................................................61

    Origem dos macacos pitecide e antropide....................................................................62Origem da linguagem ....................................................................................................... 63A primeira vida roubada...................................................................................................63As artes ............................................................................................................................. 64Mestres da raa lemuriana................................................................................................65As artes continuaram ........................................................................................................ 66Grandes cidades e esttuas ............................................................................................... 67Religio.............................................................................................................................67Destruio do continente .................................................................................................. 68Origem da raa atlante......................................................................................................69Uma loja de iniciao ....................................................................................................... 70

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    Prefcio

    Para os leitores no familiarizados com o progresso alcanado recentemente pelos diligentes

    estudantes de ocultismo ligados Sociedade Teosfica, o significado do relato aqui contidoseria mal compreendido sem uma explanao preliminar.

    A civilizao ocidental, em sua pesquisa histrica, sempre dependeu de algum tipo de registroescrito. Quando os dados literrios so escassos, s vezes monumentos de pedra e restos fsseistm sido encontrados, fornecendo-nos algumas evidncias confiveis, ainda que inarticuladas, arespeito da antiguidade da raa humana; mas a cultura moderna perdeu de vista ou temnegligenciado possibilidades relacionadas com a investigao de eventos passados queindependem das evidncias falveis que nos foram transmitidas pelos antigos escritores. Sendoassim, atualmente, a humanidade em geral to pouco sensvel aos recursos da capacidadehumana que, at agora, para a maioria das pessoas, a prpria existncia, mesmo enquantopotencialidade de poderes psquicos, que alguns de ns exercem conscientemente o dia todo, desdenhosamente negada e ridicularizada. A situao lamentavelmente ridcula do ponto devista daqueles que apreciam as probabilidades da evoluo, pois, desse modo, a humanidademantm-se obstinadamente distante de um conhecimento que essencial para seu prprio progresso ulterior. O desenvolvimento mximo de que suscetvel o intelecto humano,enquanto ele prprio negar todos os recursos da sua conscincia espiritual mais elevada, nuncapoder ser mais do que um processo preparatrio, comparado com aquele que poder atingirquando as faculdades forem suficientemente ampliadas para entrar em contato consciente comos planos ou aspectos superfsicos da Natureza.

    Para qualquer pessoa que tenha pacincia para estudar os resultados divulgados pelainvestigao psquica durante os ltimos cinqenta anos, a realidade da clarividncia como

    fenmeno ocasional da inteligncia humana deve estabelecer-se numa base slida. Para estesque, mesmo sem serem ocultistas - isto , estudantes dos aspectos mais sublimes da Natureza,em posio de obter melhor ensino do que alguns livros podem oferecer -, somente se utilizamde dados registrados, uma declarao da parte de outros acerca da incredulidade na possibilidade da clarividncia estar no mesmo nvel da notria incredulidade africana emrelao ao gelo. Mas as experincias de clarividncia, que se acumularam nas mos dos que aestudam em conexo com o mesmerismo, nada mais fazem seno provar a existncia, nanatureza humana, da capacidade de conhecer fenmenos fsicos distantes no espao ou notempo, de um modo que nada tem que ver com os sentidos fsicos. Os que tm estudado osmistrios da clarividncia em conexo com o ensinamento teosfico so capazes de perceberque os recursos bsicos dessa faculdade colocam-se alm de suas mais humildes manifestaes,abordadas pelos pesquisadores mais simples, tal como os recursos dos grandes matemticossuperam os do baco. H, de fato, muitas espcies de clarividncia, as quais, sem exceo,assumem facilmente seus lugares quando apreciamos a maneira como a conscincia humanaatua nos diferentes planos da Natureza. A faculdade de ler as pginas de um livro fechado, dediscernir objetos com os olhos vendados ou objetos que esto distantes do observador umafaculdade completamente diferente daquela empregada no conhecimento de eventos passados.A respeito deste ltimo, fazem-se necessrias aqui algumas palavras a ttulo de esclarecimento,a fim de que o verdadeiro carter do presente tratado sobre a Atlntida possa ser compreendido.Contudo, aludo s outras formas simplesmente para que esta necessria explicao no corra orisco de ser interpretada como uma teoria completa da clarividncia, em todas as suasvariedades.

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    3Podemos ter uma melhor compreenso da clarividncia relacionada com eventos passadosconsiderando, em primeiro lugar, os fenmenos da memria. A teoria da memria que arelaciona com uma imaginria reorganizao de molculas fsicas de matria cerebral, que prossegue a cada instante de nossas vidas, no se apresenta como plausvel a ningum que possa ascender um degrau acima do nvel de pensamento do inflexvel materialista ateu. Atodos os que aceitam, mesmo como uma hiptese razovel, a idia de que o homem algo maisdo que uma carcaa em estado de animao, deve ser razovel a hiptese de que a memria temque ver com aquele princpio suprafsico no homem. Em suma, sua memria uma funo, nodo plano fsico, mas de algum outro plano. As imagens da memria imprimem-se, sem dvida,em algum agente no-fsico e so acessveis, em circunstncias comuns, ao pensadorincorporado, graas a algum esforo que este faa, embora to inconsciente de seu carter preciso quanto o acerca do impulso cerebral que aciona os msculos do seu corao. Oseventos com os quais ele teve relao no passado esto fotografados pela Natureza em algumapgina imperecvel, de substncia suprafsica, e, atravs de um esforo interior apropriado, ele capaz de traz-los de volta, quando deles necessita, para dentro do campo de algum sentidointerior, o qual reflete sua percepo no crebro fsico. Nem todos somos capazes de fazer esse

    esforo igualmente bem, tanto que a memria s vezes obscura mas, mesmo na experincia dapesquisa mesmeriana, a ocasional superexcitao da memria sob a ao do mesmerismo umfato conhecido. As circunstncias demonstram claramente que o registro da Natureza acessvel, caso saibamos como recuper-lo, mesmo quando nossa capacidade de empreenderum esforo para essa recuperao estiver, de algum modo, aperfeioada, sem que tenhamos umconhecimento aperfeioado do mtodo empregado. E, a partir dessa reflexo, podemos chegar,atravs de uma simples transio, idia de que os registros da Natureza no so, de fato,colees isoladas de propriedade individual, mas constituem a memria universal da prpriaNatureza, sobre a qual diferentes pessoas esto em condies de traar esboos, de acordo comsuas respectivas capacidades.

    No estou afirmando que esta concluso seja uma consequncia lgica, necessria, dessareflexo. Os Ocultistas reconhecem-na como uma realidade, mas o meu propsito atual mostrar ao leitor no-Ocultista o modo como o Ocultista talentoso chega aos seus resultados,sem pretender resumir todos os estgios do seu progresso mental nesta breve explanao. Aliteratura Teosfica deve ser consultada detalhadamente por aqueles que procuram umaelucidao mais ampla das perspectivas magnficas e das demonstraes prticas de seu ensinoem muitas direes que, no decorrer do desenvolvimento Teosfico, tm sido expostas aomundo para benefcio de todos os que so aptos a delas tirar proveito.

    A memria da Natureza de fato uma unidade estupenda, assim como, num outro sentido, todaa Humanidade poder constituir uma unidade espiritual, se ascendermos a um planosuficientemente elevado da Natureza, em busca da esplndida convergncia onde se alcana a

    unidade sem a perda da individualidade. No entanto, para a Humanidade comum representadano momento pela maioria, no primitivo estgio de sua evoluo, as capacidades espirituaisinteriores, que se estendem alm daquelas das quais o crebro um instrumento de expresso,encontram-se ainda muito pouco desenvolvidas para habilit-la a entrar em contato comquaisquer outros registros nos vastos arquivos da memria da Natureza, exceto aqueles com osquais tiveram contato individual no ato de sua criao. O cego esforo interior que essas pessoas so capazes de fazer, no evocar, via de regra, quaisquer outros. Contudo, temosconhecimento, ha vida ordinria, de esforos que so um pouco mais eficazes. A "Transmissode Pensamento" um exemplo modesto. Nesse caso, as "impresses na mente" de uma pessoa,as imagens da memria da Natureza com as quais ela est em conexo normal, so captadas poroutra que, em condies favorveis, embora inconsciente do mtodo utilizado, tem o poder de

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    4atingir a memria da Natureza um pouco alm do mbito com o qual ela prpria est emconexo normal. Embora superficialmente, essa pessoa comeou a exercitar a faculdade daclarividncia astral. Este termo pode ser usado convenientemente para denotar a espcie declarividncia que ora me empenho em elucidar; a espcie que, em alguns de seus maismagnficos desenvolvimentos, foi empregada para levar a cabo as investigaes que serviramde fundamento compilao deste relato acerca da Atlntida.

    Na verdade, no h limite para os recursos da clarividncia astral nas investigaesconcernentes histria do passado da Terra, quer estejamos interessados nos eventos quesobrevieram raa humana em pocas pr-histricas, quer no desenvolvimento do prprioplaneta ao longo dos perodos geolgicos que antecederam o advento do homem, ou mesmonos eventos mais recentes, cujos relatos em voga tm sido distorcidos por historiadoresnegligentes ou perversos. A memria da Natureza totalmente exata e precisa. Tempo vir, tocertamente quanto a precesso dos equincios, em que o mtodo literrio da pesquisa histricaser posto de lado como obsoleto em relao a toda obra original. As pessoas entre ns que socapazes de exercitar a clarividncia astral com plena perfeio - mas que ainda no foram

    chamadas s funes mais elevadas, vinculadas ao fomento do progresso humano, a respeito doqual as pessoas comuns, nos dias atuais, sabem ainda menos do que um campons hindu sabeacerca de uma reunio ministerial - so ainda muito poucas. Aqueles que esto a par do queessas poucas pessoas podem fazer e a que processos de treinamento e autodisciplina elas tm sesubmetido na busca de ideais interiores, dentre os quais a obteno da clarividncia astral apenas uma circunstncia individual, so muitos, mas ainda uma pequena minoria, secomparados com o mundo culto moderno. Mas com o passar do tempo, e dentro de um futuromensurvel, alguns de ns tm razo para acreditar que o nmero dos que so capazes deexercer a clarividncia astral aumentar bastante para ampliar o crculo dos que estoconscientes de suas capacidades, at que este venha a abranger, daqui a umas poucas geraes,toda a inteligncia e cultura da humanidade civilizada. Entrementes, este volume o primeiro ase evidenciar enquanto ensaio pioneiro do novo mtodo de pesquisa histrica. divertido, paratodos os que se preocupam com ele, pensar em como, inevitavelmente, ser confundido -embora por um curto espao de tempo e pelos leitores materialistas, incapazes de aceitar afranca explicao aqui fornecida a respeito do princpio sobre o qual ele foi elaborado - comum produto da imaginao.

    Para benefcio dos que so capazes de ser mais intuitivos, talvez fosse bom dizer uma palavraou duas que possam impedi-los de supor que a pesquisa histrica feita por meio daclarividncia astral um processo que no envolve problemas e nem se depara com obstculos, pelo fato de lidar com perodos centenas de milhares de anos distantes do nosso. Cada fatorelatado neste volume foi obtido pouco a pouco, com muito cuidado, no curso de umainvestigao na qual mais de uma pessoa qualificada vem se empenhando, nos intervalos de

    outras atividades, h alguns anos. E para favorecer o sucesso de seu trabalho, foi-lhes permitidoo acesso a alguns mapas e a outros registros que foram preservados dos remotos perodos emquesto - alis, em custdia mais segura do que a daquelas turbulentas raas que, nos brevesintervalos de lazer entre guerras, ocupavam-se, na Europa, com o desenvolvimento dacivilizao, duramente perseguida pelo fanatismo que, por tanto tempo durante a Idade Mdia,considerou sacrlega a cincia.

    A tarefa tem sido rdua mas, de qualquer modo, o esforo ser reconhecido como amplamentecompensador por todos os que forem capazes de reconhecer o quanto uma compreensoapropriada de pocas antigas, tal como a poca da Atlntida, faz-se necessria para umacompreenso adequada do mundo atual. Sem este conhecimento, todas as especulaes

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    5concernentes etnologia so fteis e enganosas. Sem a chave fornecida pelo carter dacivilizao atlante e pela configurao da Terra nos perodos atlantes, o processo dedesenvolvimento da raa humana catico e confuso. Os gelogos sabem que as superfcies daterra e dos oceanos devem ter mudado repetidamente de lugar durante o perodo em que, como sabido pela localizao de vestgios humanos em vrios estratos, as terras eram habitadas. E,contudo, por falta de um conhecimento preciso sobre as datas em que essas mudanasocorreram, eles rejeitam toda a teoria de seu pensamento prtico e, exceo de certashipteses postuladas pelos naturalistas que se dedicam ao Hemisfrio Sul, geralmente seempenham em conciliar a migrao das raas com a configurao atual da Terra.

    Desse modo, o absurdo se instala em todo o retrospecto; e a sinopse etnolgica permanece tovaga e obscura que no consegue substituir as concepes incipientes a respeito do incio daHumanidade, as quais ainda dominam o pensamento religioso e retardam o progresso espiritualda nossa era. A decadncia e o desaparecimento final da civilizao atlante so,respectivamente, to instrutivos quanto sua ascenso e glria; creio assim ter atingido oprincipal propsito para o qual fui solicitado: apresentar esta obra para o mundo, atravs de

    breve explanao introdutria; e se o seu contedo for insuficiente para fornecer umacompreenso de sua importncia aos leitores a quem ora me dirijo, esse efeito dificilmente seriaatingido atravs de ulteriores recomendaes minhas.

    A. P. SINNETT 1896

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    A HISTRIA DA ATLNTIDAUm Esboo Geogrfico, Histrico e Etnolgico

    A amplitude do assunto que se nos apresenta ser mais bem compreendida considerando-sea quantidade de informaes que podem ser obtidas a respeito das vrias naes queconstituem nossa grande quinta raa ou raa rica.

    Desde a poca dos gregos e dos romanos tem-se escrito continuas obras* sobre os povosque, sucessivamente, ocuparam o palco da Histria. As instituies polticas, as crenasreligiosas, os hbitos e costumes domsticos e sociais, tudo tem sido analisado e catalogadoem inmeras obras que, em muitas lnguas, registram, para nosso benefcio, a marcha doprogresso.

    Alm do mais, preciso lembrar que, da histria dessa quinta raa, possumos apenas um

    fragmento - o registro dos ltimos descendentes da sub-raa cltica e das primeiraslinhagens do nosso tronco teutnico.

    Porm, as centenas de milhares de anos que decorreram desde a poca em que os primeirosricos deixaram sua terra natal, nas costas do mar asitico central, at a poca dos gregos edos romanos testemunharam a ascenso e queda de inmeras civilizaes. Da primeira sub-raa da nossa raa rica, que habitou a ndia e colonizou o Egito em pocas pr-histricas,no sabemos praticamente nada, e o mesmo pode-se dizer dos povos caldeu, babilnico eassrio, que constituram a segunda sub-raa - pois os fragmentos nossa disposio, obtidos apartir de hierglifos ou de inscries cuneiformes, encontrados em tumbas egpcias e em placasbabilnicas, decifrados recentemente, por certo no podem ser considerados como formadores

    da Histria. Os persas, que pertenceram terceira sub-raa ou sub-raa iraniana, deixaram, verdade, alguns poucos traos mais, mas das civilizaes mais primitivas da quarta sub-raa, ousub-raa cltica, no temos absolutamente nenhum registro. Somente com o surgimento dosltimos ramos deste tronco cltico, a saber, os povos grego e romano, que chegamos aosperodos histricos.

    A um perodo em branco do passado soma-se tambm um do futuro, pois das sete sub-raasnecessrias para completar a histria de uma grande raa-raiz, somente cinco, at agora,chegaram a existir. A nossa prpria quinta sub-raa, ou sub-raa teutnica, j se desdobrou emmuitas naes, mas ainda no completou seu curso, enquanto as sexta e stima sub-raas, quese desenvolvero nos continentes da Amrica do Norte e do Sul, tero milhares de anos dehistria a dar ao mundo.

    Sintetizar, em poucas pginas, informaes a respeito do progresso do mundo durante umperodo que, no mnimo, deve ter sido to extenso quanto o acima referido , por esse motivo,uma tentativa que, necessariamente, no pode ultrapassar os limites de um ligeiro esboo.

    Um registro do progresso da Humanidade durante o perodo da quarta raa ou raa atlante deveabarcar a histria de muitas naes, bem como registrar a ascenso e queda de muitascivilizaes.

    Alm disso, durante o desenvolvimento da quarta raa, em mais de uma ocasio ocorreramcatstrofes, numa escala que ainda no foi experimentada durante a existncia da nossa atual

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    7quinta raa. A destruio da Atlntida foi motivada por uma srie de catstrofs das maisvariadas espcies, desde grandes cataclismos, onde territrios e populaes inteiras pereceram,at os comparativamente insignificantes deslizamentos de terra, tais como os que ocorrem hojeem dia em nossas costas. Uma vez iniciada a destruio, pela primeira grande catstrofe, nohouve mais intervalos entre os deslizamentos menores que, lenta porm incessantemente,continuaram a destruir o continente. Quatro grandes catstrofes sobressaem, em magnitude, atodas as outras. A primeira ocorreu durante o mioceno, cerca de 800.000 anos atrs. A segunda,de menor consequncia, ocorreu h, aproximadamente, 200.000 anos. A terceira, h cerca de80.000 anos, foi a mais descomunal e destruiu tudo o que restava do continente atlante, comexceo da ilha qual Plato deu o nome de Posseidones e que, por sua vez, submergiu naquarta e ltima grande catstrofe, no ano de 9564 a.C.

    As declaraes dos mais antigos escritores e da pesquisa cientfica moderna igualmenteconfirmam a existncia de um antigo continente, ocupando o local da Atlntida desaparecida.

    Antes de passar ao exame do assunto em si, convm analisar rapidamente as fontes em geral

    reconhecidas por fornecerem dados corroborativos. Elas podem ser agrupadas nas cincocategorias seguintes:

    Primeira, as provas das sondagens do fundo do mar. Segunda, a distribuio da fauna e da flora.Terceira, a similaridade de lngua e do tipo etnolgico. Quarta, a similaridade de crena, ritual earquitetura religiosas. Quinta, os depoimentos dos antigos escritores, as tradies de raasprimitivas e as antigas lendas a respeito do dilvio.

    Portanto, em primeiro lugar, temos as provas das sondagens do fundo do mar, que podem serresumidas em poucas palavras. Graas principalmente s expedies das canhoneiras britnicae americana, a Challenger e a Dolphin (embora a Alemanha tambm tenha participado desta

    explorao cientfica), o fundo do Oceano Atlntico est agora totalmente mapeado, tendo-seconstatado a existncia de uma imensa cordilheira de grande altitude no mdio Atlntico. Estacordilheira estende-se para o sudoeste, mais ou menos a partir de 50, latitude norte, em direo costa da Amrica do Sul; em seguida, para o sudeste, em direo costa da frica, mudandooutra vez de direo, perto da ilha da Ascenso, seguindo ento diretamente para o sul, rumo aTristo da Cunha. A cordilheira ergue-se, de forma quase perpendicular, cerca de 2.743 macima das profundezas do oceano, enquanto Aores, So Paulo, Ascenso e Tristo da Cunhaformam os picos dessa terra que ainda continuam acima das guas. Para sondar as maisprofundas regies do Atlntico, foi necessrio um prumo de 3.500 braas, ou seja, 6.400 m,mas as partes mais altas da cordilheira esto apenas a uns 200 m, ou pouco mais, abaixo dasuperfcie.

    As sondagens tambm demonstraram que a cordilheira est coberta de detritos vulcnicos,cujos vestgios foram encontrados de um lado a outro do oceano, at as costas americanas. Naverdade, o fato de que o fundo do oceano, particularmente perto dos Aores, foi palco dedistrbios vulcnicos numa escala gigantesca, e isso dentro de um perodo perfeitamentemensurvel da era geolgica, est conclusivamente provado pelas investigaes realizadasdurante as expedies acima citadas.

    O sr. Starkie Gardner da opinio que, durante o eoceno, as ilhas Britnicas faziam parte deuma imensa ilha ou continente, que estendia-se na direo do Atlntico, e "que uma grandeextenso de terra existiu outrora onde hoje existe o mar, e que a Cornualha, as ilhas Scilly e

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    8Anglo-Normanda, a Irlanda e a Bretanha formam o que restou de seus cumes mais altos"(Pop. Sc. Review,julho de 1878).

    Segunda. - A comprovada existncia, em continentes separados por vastos oceanos, de espciesidnticas ou similares de fauna e flora constitui o constante enigma dos bilogos e botnicos.Contudo, se existiu no passado uma ligao entre esses continentes, permitindo a naturalmigrao desses animais e plantas, o enigma est decifrado. Atualmente, os fsseis de camelosso encontrados na ndia, frica, Amrica do Sul e Kansas; no entanto, uma das hipteses dosnaturalistas, geralmente aceita, a de que todas as espcies de animais e plantas originaram-seem apenas uma parte do globo e, deste centro, gradualmente invadiram as outras regies. Sendoassim, como explicar a ocorrncia desses fsseis, sem a existncia de uma passagem por terraem alguma poca remota? As descobertas nas camadas fsseis do Nebraska parecem tambmprovar que o cavalo originou-se no hemisfrio ocidental, pois essa a nica parte do mundoonde se tem descoberto fsseis demonstrativos das vrias formas intermedirias, identificadascomo precursoras do cavalo atual. Portanto, seria difcil explicar a presena do cavalo na Euro-pa, exceto pela hiptese da existncia de uma passagem por terra entre os dois continentes, j

    que no resta dvida quanto presena do cavalo, em estado selvagem, na Europa e na sia,antes de sua domesticao pelo homem, a qual poderia remontar praticamente Idade da Pedra.O gado e o carneiro, como agora sabemos, possuem ancestrais igualmente remotos. Darwindescobre gado domesticado na Europa, pertencente mais remota era da Idade da Pedra, e que,num perodo muito anterior, teria evoludo de formas selvagens, semelhantes ao bfalo daAmrica. Fsseis do leo descobertos nas cavernas da Europa tambm foram encontrados naAmrica do Norte.

    Passando agora do reino animal ao vegetal, parece que a maior parte da flora europia, dapoca miocena - encontrada, principalmente, nas camadas fsseis da Sua -, existe at hoje naAmrica e, algumas espcies, na frica. Contudo, deve-se ressaltar que, enquanto a maiorincidncia dessas espcies ocorra no leste americano, muitas delas no so encontradas na costado Pacfico. Isso parece demonstrar que essas espcies penetraram no continente americanopelo lado do Atlntico. O professor Asa Gray afirma que dos 66 gneros e das 155 espciesexistentes na floresta a leste das Montanhas Rochosas, somente 31 gneros e 78 espcies soencontradas a oeste dessas elevaes.

    Todavia, o maior de todos os problemas a bananeira. O professor Kuntze, eminente botnicoalemo, pergunta: "De que maneira esta planta" (nativa da sia tropical e da frica), "que nopoderia resistir a uma viagem atravs da zona temperada, foi transportada para a Amrica?"Como ele assinala, a planta no tem sementes, no pode ser propagada atravs de chantes etampouco possui um tubrculo que pudesse ser transportado facilmente. Sua raiz semelhantea uma rvore. Para transport-la, seria necessrio um cuidado especial, e ela no resistiria a

    uma viagem longa. A nica maneira pela qual ele pode explicar o aparecimento desta planta naAmrica supondo que ela deve ter sido transportada pelo homem civilizado, numa poca emque as regies polares possuam um clima tropical! Ele acrescenta: "Uma planta cultivada queno possui sementes deve ter sido submetida a um processo de cultivo durante um perodomuito longo . . . talvez seja correio inferir que essas plantas foram cultivadas j no incio do perodo diluviano." Por que - pode-se perguntar - esta inferncia no nos deveria remeter atempos ainda mais remotos, e quando existia a necessria civilizao para o cultivo da planta,ou condies climticas e materiais para o seu transporte, a menos que houvesse, em algumapoca, uma ligao entre o Velho Mundo e o Novo?

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    9O professor Wallace, em sua deleitvel obraIsland Life, assim como outros autores, em obrasmuito importantes, formulou engenhosas hipteses para explicar a identidade da flora e dafauna em terras bastante distantes entre si, e para o seu transporte atravs do oceano, masnenhuma convincente e todas apresentam diversas lacunas.

    Sabe-se muito bem que o trigo, tal como o conhecemos, nunca existiu num estadoverdadeiramente selvagem, e no h nenhuma evidncia de que tenha se originado de espciesfsseis. Cinco variedades de trigo j foram cultivadas na Europa, na Idade da Pedra -uma delas,descoberta nos "povoados lacustres", conhecida como trigo egpcio, fez Darwin argumentar queos lacustres "ou ainda mantinham relaes comerciais com algum povo do sul, ou tinhamoriginalmente vindos do sul como colonos". Ele conclui que o trigo, a cevada, a aveia, etc. so provenientes de vrias espcies hoje extintas, ou de tal modo alteradas que escapam identificao; neste caso, afirma ele: "O homem deve ter cultivado cereais desde um perodoconsideravelmente remoto." Tanto as regies em que essas espcies extintas floresceram, comoa civilizao que as cultivou por meio de inteligente seleo, foram ambas supridas pelocontinente perdido, cujos colonizadores transportavam-nas para o leste e para o oeste.

    Terceira. - Da flora e da fauna, voltamo-nos agora para o homem:

    Lngua. - O idioma basco mantm-se isolado entre as lnguas europias, no tendo afinidadecom nenhuma delas. De acordo com Farrar, "nunca houve alguma dvida de que esta lnguadiferente, preservando sua identidade num recanto ocidental da Europa, entre dois poderososreinos, assemelha-se, em sua estrutura, s lnguas aborgines do vasto continente oposto(Amrica), e apenas a estas" (Families of Speech,p. 132).

    Ao que parece, os fencios foram o primeiro povo do hemisfrio oriental a usar o alfabetofontico, sendo seus caracteres considerados simples sinais para os sons. um fato curioso que,

    em data igualmente remota, encontremos um alfabeto fontico na Amrica Central, entre osmaias do Yucatn, cujas tradies atribuem a origem de sua civilizao a uma terra situada dooutro lado do mar, para leste. L Plongeon, a maior autoridade neste assunto, escreve: "Umtero desta lngua (o maia) puro grego. Quem levou o dialeto de Homero para a Amrica? Ouquem levou para a Grcia o dos maias? O grego descende do snscrito. O maia tambm? Ouseriam eles contemporneos?" Mais surpreendente ainda encontrar treze letras do alfabetomaia apresentando uma ntida relao com os sinais hieroglficos egpcios, referentes smesmas letras. E provvel que a forma mais primitiva do alfabeto fosse hieroglfica, "a escritados deuses", como os egpcios a chamavam, que, mais tarde, na Atlntida, desenvolveu-se emfontica. Seria natural admitir que os egpcios foram uma antiga colnia da Atlntida (comorealmente foram) e que levaram consigo o tipo primitivo de escrita, que assim deixou seustraos em ambos os hemisfrios, ao passo que os fencios, que eram navegadores, obtiveram e

    assimilaram a forma posterior do alfabeto durante suas viagens comerciais aos povos do oeste.H mais um detalhe que deve ser mencionado, a saber, a extraordinria semelhana entremuitas palavras da lngua hebraica e palavras, que mantm exatamente o mesmo significado, doidioma dos Chiapenecs - um ramo da raa maia, entre os mais antigos da Amrica Central. Alista dessas palavras encontra-se emNorth Americans of Antiquity,p. 475.

    A similaridade de lngua entre os diversos povos selvagens das ilhas do Pacfico foi utilizadacomo argumento por escritores que tratam desta matria. A existncia de lnguas semelhantesentre raas separadas por lguas de oceano, que, no perodo histrico, no possuam nenhummeio de transporte para atravess-las, certamente um argumento a favor da descendncia deuma nica raa, que ocupava um nico continente. Contudo, este argumento no pode ser

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    10utilizado aqui, pois o continente em questo no era a Atlntida, mas a ainda mais remotaLemria.

    Tipos Etnolgicos. - Dizem que a Atlntida, como veremos, foi habitada pelas raas vermelha,amarela, branca e negra. Est agora provado, pelas pesquisas de L Plongeon, de DeQuatrefages, de Bancroft e outros, que populaes negras do tipo negride existiram, atmesmo em pocas recentes, na Amrica. Muitos dos monumentos da Amrica Central sodecorados com rostos negros, e alguns dos dolos encontrados destinaram-se, nitidamente, arepresentar negros, com crnios pequenos, cabelos curtos e crespos e lbios grossos. O PopulVuh, discorrendo sobre a primeira ptria do povo guatemalteco, diz que "homens negros e brancos" viviam juntos nessa terra feliz, "em grande paz", falando "uma s lngua". (VerBancroft, Native Roces,p. 547.) O Popul Vuh prossegue, relatando como o povo emigrou desua ptria ancestral, como sua lngua se alterou e como alguns se dirigiram para o leste,enquanto outros viajaram para o oeste (para a Amrica Central).

    O professor Retzius, em seu Smithsonian Report, considera que os primitivos dolicocfalos da

    Amrica so quase parentes dos guanchos das ilhas Canrias e dos habitantes do litoralatlntico da frica, aos quais Latham chama de atlantidae-egpcios. O mesmo formato decrnio encontrado nas ilhas Canrias, distantes da costa africana, e nas Pequenas Antilhas,afastadas da costa americana, embora, em ambas, a cor da pele seja pardo-avermelhada.

    Os antigos egpcios descreviam a si mesmos como homens vermelhos, com um aspecto muitosemelhante ao encontrado atualmente entre algumas tribos de ndios americanos.

    "Os antigos peruanos", diz Short, "pelos numerosos exemplares de cabelos encontrados emsuas tumbas, parecem ter sido uma raa ruiva."

    Um fato notvel a respeito dos ndios americanos, que constitui um enigma constante para osetnlogos, a grande variao de cor e de compleio verificada entre eles. Da cor branca dastribos Me-nominee, Dacota, Mandan e Zuni, muitas das quais possuem cabelos ruivos e olhosazuis, at quase a negrura da raa negra dos Karos do Kansas e das j extintas tribos daCalifrnia, as raas ndias passam por todas as variaes de vermelho-acastanhado, cobre,verde-oliva, canela e bronze. (Ver Short, North Amercans of Antiquity, Win-chell, Pre-Adamites e, Catlin,Indians of North America', ver tambmAtlantis, de Ignatius Donnelly, quecoletou grande nmero de dados sobre este e outros assuntos.) Veremos dentro em pouco comoa diversidade de compleio no continente americano explicada pelos originais matizes daraa da Atlntida, o continente materno.

    Quarta. - No Mxico e no Peru, nada parece ter surpreendido mais os primeiros aventureiros

    espanhis do que a extraordinria similaridade entre as crenas religiosas, os rituais e osemblemas, estabelecidos no Novo Mundo, e aqueles do Velho Mundo. Os padres espanhisviam essa similaridade como uma obra do demnio. O culto da cruz pelos nativos, bem comosua presena constante em todas as edificaes e cerimnias religiosas, era a causa principal doseu assombro; na verdade, em parte alguma - nem mesmo na ndia e no Egito - este smbolo eramotivo de tanta venerao do que entre as tribos primitivas dos continentes americanos, emborao significado bsico de seu culto fosse idntico. No Ocidente, como no Oriente, a cruz era osmbolo da vida - s vezes, da vida fsica, mais amide, da vida eterna.

    Do mesmo modo, em ambos os hemisfrios os cultos do disco ou crculo solar e da serpenteeram universais. Mais surpreendente ainda a similaridade do significado da palavra "Deus"

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    11nas principais lnguas do Oriente e do Ocidente. Compare o snscrito "Dy-aus" ou "Dyaus-pitar", o grego "Theos" e Zeus, o latino "Deus" e Jpiter, o celta "Dia" e "Ta", pronunciado"Thyah" (aparentando afinidade com o egpcio Tau), o hebraico "Jah" ou "Yah" e, por fim, omexicano "Teo" ou "Zeo".

    Os rituais de batismo foram praticados por todas as naes. Na Babilnia e no Egito, oscandidatos iniciao nos Mistrios eram, antes de tudo, balizados. Tertuliano, em seu DeBaptismo, afirma que, aos balizados era prometido "a regenerao e o perdo de todos osperjrios". As naes escandinavas praticavam o batismo de crianas recm-nascidas; e se nosvoltarmos para o Mxico e o Peru, encontraremos o batismo de crianas como um cerimonialsolene, consistindo de asperso de gua, do sinal da cruz e de oraes para que o pecado fosselevado (lavado) pela gua (ver Humboldt, Mexican Researches, e Prescott, Mxico).

    Alm do batismo, as tribos do Mxico, da Amrica Central e do Peru assemelhavam-se snaes do Velho Mundo em seus rituais de confisso, absolvio, jejum e casamento,realizados por sacerdotes atravs da unio das mos. Elas praticavam at mesmo uma

    cerimnia semelhante Eucaristia, na qual comiam bolos com a marca do Tau (uma formaegpcia de cruz). O povo chamava esses bolos de carne de seu Deus, o que os assemelha aosbolos sagrados do Egito e de outras naes orientais. Do mesmo modo que essas naes, ospovos do Novo Mundo tambm possuam ordens monsticas, masculinas e femininas, nas quaisa quebra dos votos era punida com a morte. Tal como os egpcios, eles embalsamavam seusmortos, cultuavam o sol, a lua e os planetas, mas, alm disso, adoravam uma Divindade"onipresente, conhecedora de todas as coisas... invisvel, incorprea, um Deus de completaperfeio" (ver Sa-hagun,Historia de Nueva Espana, livro VI).

    Tambm tinham sua deusa virgem-me, a "Nossa Senhora", cujo filho, o "Senhor da Luz", erachamado "Salvador", o que vem estabelecer uma correspondncia exata com Isis, Bltis emuitas outras deusas-virgens do Oriente, com seus filhos divinos.

    Seus rituais do sol e culto do fogo assemelhavam-se aos dos antigos celtas da Gr-Bretanha eda Irlanda - e, tal como estes ltimos, denominavam-se "filhos do sol". Uma arca, ou argha, eraum dos smbolos sagrados universais, que encontramos tanto na ndia, na Caldia, na Assria,no Egito e na Grcia, como entre os povos celtas. Lord Kingsborough, em sua obra MexicanAntiquities (vol. VIU, p. 250), afirma: "Assim como entre os hebreus a arca era uma espcie detemplo porttil, onde, acreditava-se, a divindade estava continuamente presente, tambm entreos mexicanos, cheroquis e ndios de Michoacn e Honduras, a arca era objeto da mais profundavenerao, considerada to sagrada que s os sacerdotes podiam toc-la."

    Quanto arquitetura religiosa, descobrimos que, em ambas as margens do Atlntico, uma das

    mais antigas edificaes sagradas a pirmide. Por mais obscuros que sejam os usos para osquais essas construes foram originalmente projetadas, uma coisa certa: estavamestreitamente vinculadas a alguma idia ou conjunto de idias religiosas. A identidade dotraado entre as pirmides do Egito e as do Mxico e da Amrica Central por demaissurpreendente para ser uma simples coincidncia. De fato, algumas das pirmides ame-

    23ricanas - a maioria - terminam abruptamente, com um topo achatado; contudo, segundoBancroft e outros, muitas das pirmides encontradas em Yucatn, particularmente aquelasprximas a Palenque, possuem um topo pontiagudo, no mais genuno estilo egpcio, ao passoque, por outro lado, temos algumas pirmides egpcias em forma de escada e com o topoachatado. Cholula foi comparada aos grupos de Dachour, de Sakkara e pirmide escalonada

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    12de M-dourn. Semelhantes em orientao, em estrutura e mesmo nas galerias e cmarasinternas, esses misteriosos monumentos do Oriente e do Ocidente atestam uma origem comum,a partir da qual seus construtores traaram seus projetos.

    As imensas runas de cidades e templos no Mxico e Yucatn estranhamente tambm seassemelham s do Egito, sendo as runas de Teotihuacn freqentemente comparadas s deKarnak. O "arco falso" - fiadas de pedras, levemente sobrepostas umas s outras - encontrado,com a mesma forma, na Amrica Central, nas mais antigas construes da Grcia e nas runasetruscas. Os maund builders, tanto dos continentes orientais como ocidentais, ergueramtmulos semelhantes para seus mortos, os quais foram depositados em esquifes de pedratambm semelhantes. Ambos os continentes possuem seus enormes mounds da serpente;compare-se o do condado de Adams, em Ohio, com o primoroso moundda serpente descobertoem Argyllshire, ou com o exemplar menos perfeito de Avebury, em Wilts. At mesmo aescultura e a decorao dos templos da Amrica, do Egito e da ndia tm muito em comum,enquanto algumas das decoraes murais so absolutamente idnticas.

    Quinta. - S resta agora resumir alguns depoimentos prestados pelos antigos e alguns dadosextrados das tradies de povos primitivos e das antigas lendas diluvianas.

    Aelian, em sua Varia Historia (vol. Hl, cap. XVm) afirma que Teopompo (400 a.C.) registrouum encontro entre o rei da Frigia e Sileno, no qual este ltimo referiu-se existncia de umgrande continente do outro lado do Atlntico, maior que a sia, a Europa e a Lbia juntas.

    Proclo cita um trecho de um antigo escritor que se refere s ilhas existentes no mar que ficavado outro lado das Colunas de Hrcules (Estreito de Gibraltar), afirmando que os habitantes deuma dessas ilhas possuam uma crena, que lhes fora legada por seus antepassados, a respeitode uma enorme ilha, chamada Atlntida, que, por um longo tempo, governou todas as ilhas do

    oceano Atlntico.Marcelo menciona sete ilhas no Atlntico e afirma que seus habitantes conservam a lembranade uma ilha muito maior, a Atlntida, "a qual, por longo tempo, exerceu domnio sobre as ilhasmenores".

    Diodoro de Siclia relata que os fencios descobriram "uma grande ilha no oceano Atlntico,alm das Colunas de Hrcules, a vrios dias de viagem da costa africana".

    Contudo, a maior autoridade nesse assunto Plato. No Timeu ele alude ao continente insulano,enquanto o Crtias ouAtlntico nada menos que um relato detalhado da histria, artes, usos ecostumes do povo. No Timeu ele menciona "uma poderosa fora blica, partindo do mar

    Atlntico e alastrando-se com fria hostil por toda a Europa e sia. Por esse tempo, o marAtlntico era navegvel e havia uma ilha antes da desembocadura que chamada por vocs deColunas de Hrcules. Mas essa ilha era muito maior do que a Lbia e toda a sia juntas, e proporcionava fcil acesso s outras ilhas vizinhas. Alm disso, era igualmente fcil passardaquelas ilhas para todos os continentes que se limitavam com o mar Atlntico".

    O Crtias fornece tantos dados valiosos que se torna difcil selecion-los; o trecho abaixo, porexemplo, menciona as riquezas materiais do pas: "Eles tambm tinham todas as coisasnecessrias subsistncia, as quais, tanto numa cidade como em qualquer outro lugar, so tidascomo benficas aos propsitos da vida. Na verdade, em virtude de seu extenso imprio,supriam-se de muitas coisas provenientes dos pases estrangeiros; mas a ilha fornecia-lhes a

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    13maior parte de tudo o que necessitavam. Em primeiro lugar, a ilha provia-os de mineraisextrados do solo em estado slido, dos quais alguns eram fundidos; o oricalco, que hoje em diararamente mencionado, mas que outrora era muito conhecido, tambm era extrado do soloem muitas partes da ilha, sendo considerado o mais nobre dos metais, exceo do ouro. Almdisso, tudo quanto as florestas forneciam para os construtores, a ilha produzia em abundncia.Havia, outrossim, suficientes pastagens para animais selvagens e domsticos, bem como umnmero prodigioso de elefantes. Havia pastagens para todos esses animais, que se alimentavamnos lagos, rios, montanhas e plancies. Do mesmo modo, havia alimento suficiente para asespcies maiores e mais vorazes de animais. Alm disso, todos os tipos de odorferos que aterra, atualmente, nutre, sejam razes, gramneas, bosques, sucos, resinas, flores ou frutos - issotudo a ilha produzia, e fartamente."

    Os gauleses possuam costumes da Atlntida, os quais foram compilados pelo historiadorromano Timagenes, que viveu no sculo I a.C. Parece que trs povos distintos habitaram aGlia. A princpio, populaes indgenas (provavelmente os remanescentes de alguma raalemuriana); em segundo lugar, os invasores provenientes da longnqua ilha de Atlntida e, em

    terceiro, os gauleses ricos (verPre-Adamites,p. 380).

    Os toltecas do Mxico reconstituram seu prprio passado a partir de um marco inicial chamadoAtlan ou Aztlan; os astecas tambm sustentaram ter se originado de Aztlan (ver Bancroft,Native Roces, vol. 5, pp. 221 e 321).

    O Popul Vuh (p. 294) menciona uma visita que os trs filhos do rei dos Quichs fizeram a umaterra "no leste, situada nas costas do mar de onde tinham vindo seus pais", da qual trouxeram,entre outras coisas, "um sistema de escrita" (ver tambm Bancroft, vol. V, p. 553).

    Entre os ndios da Amrica do Norte, h uma lenda muito popular, segundo a qual seus

    antepassados vieram de uma terra situada "na direo do nascer do sol". Segundo o Major J.Lind, os ndios de lowa e Dacota acreditavam que "todas as tribos de ndios tinham sido,outrora, uma s tribo e que, juntas, haviam habitado uma ilha . situada na direo do nascer dosol". Dali, elas atravessaram o mar "em enormes esquifes, nos quais os dacotas do passadoflutuaram durante semanas, para finalmente alcanarem a terra firme".

    Os livros centro-americanos afirmam que uma parte do continente americano estendia-se para bem distante, oceano Atlntico adentro, e que essa regio foi destruda por uma srie deterrveis cataclismos, separados por longos intervalos. Trs deles so freqentementemencionados (ver Baldwin, Ancien America, p. 176). Uma curiosa confirmao dissoencontra-se numa lenda dos celtas da Gr-Bretanha, segundo a qual uma parte de seupas, queoutrora estendia-se Atlntico adentro, foi destruda. Trs catstrofes so mencionadas nas

    tradies galesas.

    Diz-se que Quetzalcatl, a divindade mexicana, veio do "oriente distante". Ele descrito comoum homem branco, com uma enorme barba (os indgenas da Amrica do Norte e do Sul soimberbes). Ele criou as letras e organizou o calendrio mexicano. Depois de ensinar-lhes muitasartes e lies pacficas, ele partiu para o leste, numa canoa feita de couro de serpente (verShort,North Americans of Antiquity,pp. 268-271). A mesma histria contada a respeito deZamna, o criador da civilizao em Yucatn.

    Resta apenas tratar da admirvel uniformidade das lendas diluvianas em todas as partes doglobo. Quer sejam antigas verses da histria da Atlntida desaparecida e de sua submerso, ou

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    14eco de uma importante parbola csmica outrora ensinada e mantida em reverncia emalgum centro comum, de onde se difundiram por todo o mundo, isso no nos diz respeito nomomento. Por enquanto, basta-nos demonstrar a aceitao universal dessas lendas. Seria umdesperdcio intil de tempo e espao examinar, minuciosamente e uma a uma, essas lendasdiluvianas. Basta dizer que na ndia, na Caldia, na Babilnia, na Mdia, na Grcia, naEscandinvia, na China, entre os hebreus e entre as tribos celtas da Gr-Bretanha, a lenda abso-

    27lutamente idntica em seus pontos essenciais. E o que encontraremos, se nos voltarmos parao Ocidente? A mesma histria, preservada em todos os detalhes pelos mexicanos (cada tribotendo a sua verso), pelos povos da Guatemala, Honduras, Peru e por quase todas as tribos dendios norte-americanos. Seria ingnuo sugerir que a mera coincidncia explicaria essaidentidade fundamental.

    O trecho abaixo transcrito, extrado da traduo de L Plongeon do clebre Manuscrito Troano,que pode ser visto no Museu Britnico, certamente proporcionar uma concluso adequada a

    esta questo. O Manuscrito Troano parece ter sido escrito h cerca de 3.500 anos, entre osmaias do Yucatn, e sua descrio da catstrofe que submergiu a ilha de Posseidones aseguinte: "No ano 6 Kan, no II9 Muluc do ms Zac, ocorreram terrveis terremotos, que con-tinuaram, sem interrupo, at o 13- Chuen. A regio das colinas de lodo, a terra de Mu, foisacrificada: sendo erguida por duas vezes, desapareceu de sbito durante a noite, enquanto a bacia era continuamente sacudida por foras vulcnicas. Estas, confinadas, fizeram a terraafundar e erguer-se diversas vezes e em vrios lugares. Por fim, a superfcie cedeu e dezregies foram violentamente separadas e dizimadas. Incapazes de resistir fora dasconvulses, afundaram, com seus 64.000.000 de habitantes, 8.060 anos antes de este livro serescrito."

    Hoje, porm, tem sido devotado espao suficiente aos fragmentos de depoimentos - todos maisou menos convincentes - que esto, at agora, em poder da Humanidade. Aos interessados emse dedicar a uma Unha especial de investigao, as vrias obras acima mencionadas ou citadaspodero ser consultadas.

    O assunto em questo agora poder ser abordado. Os fatos aqui coletados, extrados, comoforam, de registros contemporneos que, por sua vez, foram compilados e transmitidos atravsdas pocas que teremos de abordar, no se baseiam em hipteses ou conjecturas. O autor podeno ter alcanado uma compreenso exata dos fatos e, portanto, pode t-los desfiguradoparcialmente. Contudo, os registros originais podero ser examinados por aqueles que se en-

    contram devidamente qualificados, e os que esto dispostos a empreender o treinamento

    necessrio podero conseguir licena para examinar e conferir.

    Todavia, ainda que todos os registros ocultos fossem acessveis nossa inspeo, precisocompreender que um esboo que tenta resumir numas poucas pginas a histria de raas enaes, cujo desenvolvimento se estende, pelo menos, durante centenas de milhares de anos,no poderia deixar de ser fragmentrio. Entretanto, qualquer relato acerca desse assunto - aindaque desconexo - no deixa de ser algo indito e, portanto, de amplo interesse para a Humanida-de em geral.

    Entre os documentos acima mencionados, h mapas referentes a vrios perodos da histria daHumanidade, e a permisso de obter cpias - mais ou menos completas - de quatro desses

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    15mapas foi o grande privilgio do autor. Todos os quatro retraam a Atlntida e as terrasadjacentes em diferentes pocas da sua histria. Essas pocas correspondem, aproximadamente,aos perodos que medeiam as catstrofes acima mencionadas e, a esses perodos assimrepresentados pelos quatro mapas associar-se-o, naturalmente, os registros da raa atlante.

    Entretanto, antes de iniciar a histria da raa, seriam teis algumas observaes a respeito dageografia das quatro diferentes pocas:

    O primeiro mapa representa a superfcie terrestre do globo h cerca de um milho de anos,quando a raa atlante estava em seu apogeu e antes da ocorrncia da primeira grandesubmerso, cerca de 800.000 anos atrs. O prprio continente da Atlntida, como se podeobservar, estendia-se desde um ponto situado alguns graus a leste da Islndia at mais oumenos o local onde hoje fica o Rio de Janeiro, na Amrica do Sul. Abrangendo o Texas e ogolfo do Mxico, os estados do sul e do leste da Amrica, inclusive o Labrador, ele estendia-seatravs do oceano at as ilhas europias - Esccia e Irlanda e uma pequena poro do norte daInglaterra, formando um de seus promontrios -, enquanto suas regies equatoriais abrangiam o

    Brasil e toda a extenso do oceano, at a Costa do Ouro, na frica. Os fragmentos dispersos deque, finalmente, se formaram os continentes da Europa, da frica e da Amrica, bem como osvestgios do ainda mais antigo e outrora extenso continente da Lemria, tambm podem servistos nesse mapa. Os vestgios do ainda mais remoto continente hiperbreo, que foi habitadopela segunda raa-raiz, tambm so visveis e, tal como a Lemria, em cor azul.

    Como se pode observar pelo segundo mapa, a catstrofe de 800.000 anos atrs provocougrandes alteraes na configurao terrestre do globo. O grande continente est agoradespojado de suas regies setentrionais, e sua poro remanescente encontra-se mais dilaceradaainda. O continente americano, agora em fase de crescimento, est separado de seu continentematerno, por uma falha, a Atlntida, e esta j no abrange as terras ora existentes, mas ocupa amaior parte da depresso atlntica, desde mais ou menos 50 de latitude norte at uns poucosgraus ao sul do equador. Os assentamentos e elevaes da superfcie terrestre em outras partesdo globo tambm foram considerveis - as ilhas Britnicas, por exemplo, agora fazem parte deuma imensa ilha, que tambm abrange a pennsula escandinava, o norte da Frana, todos osmares intermedirios e alguns mares circundantes. Pode-se constatar que as extenses dosvestgios da Lemria sofreram mutilaes ainda maiores, enquanto a Europa, a frica e aAmrica tiveram seus territrios acrescidos.

    O terceiro mapa mostra os efeitos da catstrofe ocorrida h mais ou menos 200.000 anos. Comexceo das fendas nos continentes atlante e americano e a submerso do Egito, pode-seobservar como os assentamentos e as elevaes da superfcie terrestre nessa poca foramrelativamente insignificantes; na verdade, o fato de esta catstrofe nunca ter sido considerada

    como uma das maiores transparece no trecho acima transcrito do livro sagrado dosguatemaltecos -onde apenas trs grandes catstrofes so mencionadas. Contudo, a ilhaescandinava aparece, agora, unida ao continente. A Atlntida encontra-se agora dividida,formando duas ilhas, conhecidas pelos nomes de Ruta e Daitya.

    O carter extraordinrio da convulso natural que ocorreu h cerca de 80.000 anos ficaevidenciado pelo quarto mapa. Daitya, a menor e mais meridional das ilhas, j desapareceuquase totalmente, ao passo que, de Ruta, apenas resta uma ilha relativamente pequena,Posseidones. Este mapa foi compilado h cerca de 75.000 anos e, sem dvida, representarazoavelmente a superfcie terrestre do globo, desde esse perodo at a submerso definitiva dePosseidones, em 9564 a.C., embora, durante esse perodo, devam ter ocorrido pequenas

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    16alteraes. Notar-se- que os contornos da superfcie terrestre comearam, ento, a assumir,aproximadamente, a mesma aparncia que possuem hoje, embora as ilhas Britnicas ainda esti-vessem unidas ao continente europeu, o mar Bltico no existisse e o deserto do Saara formasseuma parte do fundo do oceano.

    Quando se aborda a formao de uma raa-raiz indispensvel alguma referncia temticabastante mstica acerca dos Manus. No Relatrio n 26 da Loja Manica de Londres, fez-seuma referncia ao trabalho realizado por esses Seres sublimes, que abrange no s o planejamento dos tipos de todo o Manvantara como tambm supervisiona a formao eeducao de cada raa-raiz, sucessivamente. O seguinte trecho refere-se a esse plano: "Tambmh os Manus, cujo dever consiste em atuar de modo semelhante em cada raa-raiz de cadaPlaneta do Crculo, o Manu-Semente, planejando o aperfeioamento do tipo que cada sucessivaraa-raiz inaugura, e o Manu-Raiz, realmente encarnando entre a nova raa na qualidade deguia e mestre, a fim de dirigir o desenvolvimento e garantir o aperfeioamento."

    A maneira pela qual a necessria segregao das espcimes selecionadas efetuada pelo Manu

    encarregado, bem como seu subsequente cuidado com a comunidade em desenvolvimento,pode ser abordada num futuro relatrio. Uma informao bastante simples quanto ao modo deproceder ser suficiente aos nossos propsitos.

    Foi, naturalmente, de uma das sub-raas da terceira raa-raiz, que habitava o continenteconhecido pelo nome de Lemria, que se efetuou a segregao destinada a produzir a quartaraa-raiz.

    A fim de acompanhar as principais etapas do processo histrico dessa raa, atravs dos quatroperodos representados pelos quatro mapas, convm dividir o assunto nos seguintes tpicos:

    1. Origem e localizao territorial das diferentes sub-raas.2. As instituies polticas que, respectivamente, elas desenvolveram.

    3. Suas migraes para outras partes do mundo.

    4. As artes e cincias desenvolvidas.

    5. Os usos e costumes adotados.

    6. O desenvolvimento e o declnio de idias religiosas.

    Em primeiro lugar, portanto, uma lista dos nomes das diferentes sub-raas:

    1. Rmoahal

    2. Tlavatli

    3. Tolteca

    4. Turaniana primitiva

    5. Semita original

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    176. Acadiana

    7. Monglica

    Faz-se necessria uma explicao acerca do princpio pelo qual esses nomes so escolhidos. Nos casos em que os etnlogos atuais descobriram vestgios de uma dessas sub-raas, oumesmo identificado pequena parte de uma delas, o nome que lhes deram utilizado a bem daclareza; contudo, no caso das duas primeiras sub-raas, dificilmente foram deixados quaisquervestgios para que a cincia deles se apoderasse e, desse modo, foram adotados os nomes pelosquais elas mesmas se designavam.

    O perodo representado pelo Mapa n l mostra como era a superfcie terrestre do globo h cercade um milho de anos, mas a raa rmoahal surgiu h quatro ou cinco milhes de anos, noperodo em que grandes pores do vasto continente meridional da Lemria ainda existiam,enquanto o continente da Atlntida no havia assumido as dimenses que, finalmente, atingiria.

    Foi num contraforte desta terra lemuriana que a raa rmoahal nasceu. Pode-se localiz-lo,aproximadamente, a 7 de latitude norte e 5 de longitude oeste, e uma consulta a qualquer atlasmoderno revelar que sua localizao coincide com a atual costa de Achanti. Era uma regioquente e chuvosa, habitada por enormes animais antediluvianos, que viviam em pntanosjuncosos e florestas tmidas. Os fsseis dessas plantas atualmente so encontrados nas jazidasde carvo. Os nnoahals eram uma raa morena - sendo sua pele da cor do mogno. Sua altura,naqueles tempos remotos, era de, aproximadamente, 3 a 3,5 m - na verdade, uma raa degigantes - mas, ao longo dos sculos, sua estatura foi gradualmente diminuindo, tal como sedeu com todas as outras raas, e, mais tarde, vamos encontr-los reduzidos estatura do"homem de Furfooz". Por fim, migraram para as costas meridionais da Atlntida, ondetravaram contnuos combates com as sexta e stima sub-raas dos lemurianos, que ento

    habitavam essa regio. Em seguida, uma grande parte da tribo mudou-se para o norte, enquantoo restante estabeleceu-se no local e uniu-se aos aborgines lemurianos negros. Comoconsequncia, no restou, neste perodo - o perodo do primeiro mapa -, nenhuma linhagempura no sul e, como veremos, foi dessas raas morenas, que habitavam as regies equatoriais eo extremo sul do continente, que os conquistadores toltecas subseqentemente se abasteciam deescravos. Contudo, o restante da raa alcanou os promontrios do extremo nordeste, contguos Islndia, e, vivendo nessa regio por incontveis geraes, foi aos poucos assumindo umacolorao mais clara, at que, no final do perodo do primeiro mapa, deparamo-nos com umpovo razoavelmente louro. Posteriormente, seus descendentes tornaram-se sditos, ao menosnominalmente, dos reis semitas.

    O fato de terem habitado nessa regio por inmeras geraes no implica que a se tenham

    estabelecido ininterruptamente, pois certos fatores os obrigavam, de tempos em tempos, a sedirigirem para o sul. Sem dvida, o frio das pocas glaciais influiu de modo semelhante sobreas outras raas; contudo, a fim de evitar digresses, apenas algumas informaes devem seraqui includas.

    Sem entrar na questo das diferentes rotaes que a Terra executa, ou da variao de graus dadeslocao de sua rbita, cuja combinao , s vezes, considerada a causa das pocas glaciais,o fato que - como j foi admitido por alguns astrnomos - uma curta poca glacial ocorre,aproximadamente, a cada 30.000 anos. Alm dessas, porm, houve duas ocasies na histria daAtlntida em que a grande extenso de gelo despovoou, no s as regies setentrionais, comotambm, ao invadir a maior parte do continente, forou todos os seres vivos a migrar para as

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    18terras equatoriais. A primeira delas ocorreu durante a poca dos rmoahals, h cerca de3.000.000 de anos, e a segunda, durante o domnio dos toltecas, cerca de 850.000 anos atrs.

    No que se refere a todas as pocas glaciais, deve-se dizer que, embora os habitantes das terrassetentrionais tenham sido forados a migrar, durante o inverno, para o sul, afastando-se da zonade gelo, era nessa zona que ficavam os grandes povoados, para os quais podiam retomar novero e onde, devido caa, acampavam at que o frio do inverno os forasse a se dirigirnovamente para o sul.

    O lugar de origem dos tlavatli, ou segunda sub-raa, foi uma ilha ao largo da costa ocidental daAtlntida. O local est assinalado no primeiro mapa com o algarismo 2. Dali eles se espalharam pela Atlntida propriamente dita, sobretudo atravs do centro do continente, deslocando-se,contudo, gradualmente para o norte, em direo faixa litornea voltada para o promontrio daGroenlndia. Fisicamente, constituam uma raa robusta e resistente, de cor vermelho-acastanhada, mas no to altos quanto aos rmoahals, a quem impeliram mais ainda para o norte.Sempre foram um povo amante das montanhas, e seus principais povoados situavam-se nas

    regies montanhosas do interior. Comparando-se os Mapas l e 4, verificar-se- que sualocalizao era mais ou menos contnua regio que, mais tarde, tornou-se a ilha dePosseidones. Neste perodo do primeiro mapa, eles tambm ocuparam - como j foimencionado - as costas setentrionais, enquanto uma mistura de raa tlavatli com a toltecahabitava as ilhas ocidentais, que, mais tarde, participaram da formao do continenteamericano.

    A seguir, temos a raa tolteca, ou terceira sub-raa, que constituiu um desenvolvimentoesplndido. Governou todo o continente da Atlntida por milhares de anos, com grandesrecursos materiais e muito brilho. Na verdade, esta raa era de tal modo dominante e dotada devitalidade, que as unies com as sub-raas vizinhas no conseguiram alterar-lhe o tipo, queainda permaneceu essencialmente tolteca; e, centenas de milhares de anos mais tarde,encontramos uma de suas remotas linhagens governando, magnificamente, no Mxico e Peru,muito., anos antes que seus degenerados descendentes fossem conquistados pelas mais ferozestribos astecas do norte.

    Essa raa tambm tinha uma pele vermelho-acastanhada, embora fosse mais vermelha, ou maisacobreada, que a dos tlavatli. Sua estatura tambm era elevada, medindo em torno de 2,5 mdurante o perodo de seu domnio absoluto; contudo, assim como ocorreu com todas as raas,foi sofrendo uma reduo, at atingir o tamanho mdio de hoje em dia. O tipo foi umaperfeioamento das duas sub-raas anteriores, possuindo uma feio sria, bastante acentuada,bem parecida com a dos antigos gregos. O lugar aproximado de origem dessa raa pode serobservado no primeiro mapa, assinalado com o algarismo 3. Sua localizao ficava perto da

    costa ocidental da Atlntida, a cerca de 30 de latitude norte, e, toda a regio circunvizinha,incluindo a maior parte da costa ocidental do continente, foi habitada por uma raa tolteca pura.Contudo, como veremos ao tratarmos da organizao poltica, seu territrio finalmenteampliou-se por todo o continente, e foi de sua grande capital, situada na costa oriental, que osimperadores toltecas estenderam seu domnio a quase todas as naes.

    Essas trs primeiras sub-raas so conhecidas como as "raas vermelhas" e, entre elas e asquatro seguintes, no houve, a princpio, muita mistura de sangue. Essas quatro, emboradiferindo consideravelmente entre si, foram chamadas de "amarelas", e esta cor podecaracterizar de maneira apropriada a tez dos turanianos e monglicos, mas os semitas eacadianos eram brancos.

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    19A turaniana, ou quarta sub-raa, originou-se no lado oriental do continente, ao sul da regiomontanhosa habitada pelo povo tlavatli. Esse local est assinalado, no Mapa n2 l, com oalgarismo 4. Desde sua origem, os turanianos eram colonizadores e muitos deles migraram paraas terras situadas a leste da Atlntida. Nunca foram uma raa completamente dominante no seucontinente de origem, embora algumas de suas tribos e linhagens tenham se tornado razoa-velmente poderosas. As grandes regies centrais do continente, situadas a oeste e ao sul daregio montanhosa dos tlavatlis, constituam seu habitat especial, embora no exclusivo, poisrepartiam essas terras com os toltecas. As curiosas experincias polticas e sociais realizadaspor essa sub-raa sero abordadas mais adiante.

    Quanto semita original, ou quinta sub-raa, os etnlogos tm estado um tanto confusos, comode fato extremamente natural que estejam, considerando os dados por demais insuficientesque possuem para se orientar. Essa sub-raa surgiu na regio montanhosa que formava a maismeridional das duas pennsulas nordsteas, as quais, como vimos, correspondem, atualmente, Esccia, Irlanda e a alguns dos mares adjacentes. No Mapa n- l, o local est assinalado com o

    algarismo 5. Nesta menos atraente poro do grande continente a raa se desenvolveu efloresceu, mantendo-se durante sculos independente dos agressivos reis sulistas, at que, aospoucos e em grupos, comearam a se espalhar em vrias direes e a colonizar outras regies. preciso lembrar que, na poca em que os semitas subiram ao poder, centenas de milhares deanos haviam transcorrido e o perodo do segundo mapa j havia sido atingido. Eram uma raaturbulenta e descontente, sempre em guerra com seus vizinhos, sobretudo com o imprio cadavez mais amplo dos acadianos.

    O lugar de origem da sub-raa acadiana, ou sexta sub-raa, ser encontrado no Mapa n 2(assinalado com o algarismo 6), pois foi aps a grande catstrofe de 800.000 anos atrs que estaraa surgiu. O local ficava na regio oriental da Atlntida, mais ou menos no centro da grande pennsula, cuja extremidade sudeste estendia-se em direo ao velho continente. Pode-selocaliz-lo aproximadamente a 42 de latitude norte e a 10 de longitude leste. Contudo, osacadianos no permaneceram por muito tempo em sua terra de origem, invadindo o continenteda Atlntida, que, nessa poca, j sofrera uma reduo de suas dimenses. Eles travaraminmeras batalhas terrestres e navais com os semitas, onde foi utilizado um grande nmero defrotas pelos dois combatentes. Por fim, h cerca de 100.000 anos, derrotaram definitivamenteos semitas e, a partir de ento, estabeleceram uma dinastia acadiana na antiga capital semita e,durante sculos, governaram o pas com sabedoria. Tornaram-se grandes comerciantes,navegadores e colonizadores, estabelecendo muitos ncleos que serviam de pontos de ligaocom terras distantes.

    A sub-raa monglica, ou stima sub-raa, parece ter sido a nica que no teve absolutamente

    nenhum contato com seu continente de origem. Originria das plancies da Tartria (localassinalado com o algarismo 7, no segundo mapa), a cerca de 63 de latitude norte e 140 delongitude leste, desenvolveu-se diretamente dos descendentes da raa turaniana, a quemsuplantou paulatinamente por quase toda a sia. Essa sub-raa multiplicou-se de tal modo que,hoje em dia, a maior parte dos habitantes da Terra pertencem, tecnicamente, a ela, emboramuitas de suas subdivises estejam to profundamente alteradas com o sangue de raas maisprimitivas que mal se distinguem delas.

    Instituies Polticas. -Num resumo como este seria impossvel descrever como cada sub-raase subdividiu, posteriormente, em naes, cada qual com seu tipo e caractersticas distintos.

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    20Tudo o que se pode tentar aqui esboar, em linhas gerais, a variedade de instituiespolticas que se sucederam ao longo das grandes pocas da raa.

    Embora reconhecendo que cada sub-raa, bem como cada raa-raiz, est destinada a permanecer, em alguns aspectos, num nvel mais elevado do que aquela que a antecedeu, anatureza cclica do desenvolvimento deve ser compreendida como um condutor da raa semelhana do homem que, passando pela infncia, juventude e atingindo a maturidade, retornade novo infncia da velhice. Evoluo significa, necessariamente, mximo progresso, aindaque o retrocesso de sua espiral ascendente parea fazer da histria da poltica ou da religio umrelato no s do desenvolvimento e do progresso, mas tambm da degradao e da decadncia.

    Portanto, quando se afirma que a primeira sub-raa iniciou-se sob a mais perfeita forma degoverno concebvel, deve-se compreender que isso se deu antes em virtude das necessidades desua infncia do que dos mritos de sua maturidade. Os rmoahals eram incapazes de desenvolverum programa de governo fixo, e tampouco atingiram um nvel de civilizao to elevadoquanto o alcanado pelas sexta e stima sub-raas lemurianas. Contudo, o Manu que efetuou a

    segregao encarnou, de fato, na raa e governou-a como rei. At mesmo quando deixava de teruma participao efetiva no governo da raa, governantes Adeptos ou Divinos, quando ostempos assim o exigiam, ainda garantiam o futuro da comunidade em sua tenra idade. Como do conhecimento dos estudantes de Teosofia, nossa humanidade ainda no atingira o necessrioestgio de desenvolvimento que lhe permitisse gerar Adeptos inteiramente iniciados. Portanto,os governantes acima mencionados, inclusive o prprio Manu, eram, necessariamente, fruto daevoluo em outros sistemas de mundos.

    O povo tlavatli mostrou alguns sinais de avano na arte de governar. Suas vrias tribos ounaes eram governadas por chefes ou reis que, geralmente, eram investidos de sua autoridadeatravs da aclamao do povo. Naturalmente, os indivduos mais vigorosos e os guerreiros maisdestemidos eram, ento, os escolhidos. Um imprio considervel finalmente se estabeleceuentre eles, onde um rei tornou-se o chefe nominal, embora sua suserania consistisse mais numttulo honorrio do que numa autoridade real.

    Foi a raa tolteca que desenvolveu o mais alto grau de civilizao e organizou o mais poderosoimprio de todos os povos atlantes, estabelecendo pela primeira vez o princpio da sucessohereditria. A princpio, a raa dividiu-se em vrios e pequenos reinos independentes, quelutavam constantemente entre si, e todos em guerra com os rmoahals-lemurianos do sul. Estesltimos foram gradualmente conquistados e dominados - muitas de suas tribos foramescravizadas. Entretanto, cerca de um milho de anos atrs, esses reinos independentes uniram-se numa grande federao e reconheceram um imperador como chefe. Naturalmente, isso sedeu atravs de grandes guerras, mas resultou em paz e prosperidade para a raa.

    Deve ser lembrado que a Humanidade sempre foi dotada, em sua grande maioria, de atributos psquicos e, nessa poca, os indivduos mais desenvolvidos tinham se submetido aoaprendizado necessrio nas escolas de ocultismo, tendo obtido vrios estgios de iniciao -alguns, inclusive, haviam alcanado o grau de Adeptos. O segundo desses imperadores era umAdepto e, por milhares de anos, a dinastia Divina governou no s todos os reinos nos quais aAtlntida estava dividida, mas tambm as ilhas ocidentais e a poro meridional do territrioadjacente, situado a leste. Quando necessrio, essa dinastia era fornecida pela Casa de Iniciadosmas, por via de regra, o poder era legado de pai para filho, sendo todos mais ou menosqualificados; em alguns casos, o filho recebia um grau adicional das mos do pai. Durante todoesse perodo, os governantes Iniciados mantiveram-se vinculados Hierarquia Oculta que

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    21governa o mundo, submetendo-se s suas leis e atuando em harmonia com seus desgnios.Essa foi a idade de ouro da raa tolteca. O governo era justo e generoso; as artes e cinciaseram cultivadas - na verdade, aqueles que trabalhavam nesses setores, guiados como foram pelacincia oculta, alcanaram resultados extraordinrios; as crenas e rituais religiosos ainda eramrelativamente puros - na verdade, a civilizao da Atlntida alcanara, nessa poca, seu apogeu.

    Mais ou menos 100.000 anos aps esta idade de ouro, iniciou-se a degenerao e o declnio daraa. Muitos dos reis tributrios, e um grande nmero de sacerdotes e sditos, deixaram de usarsuas faculdades e poderes de acordo com as leis estipuladas por seus governantes Divinos,cujos preceitos e conselhos eram agora desrespeitados. Seus vnculos com a Hierarquia Ocultase romperam. O engrandecimento pessoal, a obteno de riqueza e poder, a humilhao e runade seus inimigos tornaram-se, cada vez mais, o alvo para o qual seus poderes ocultos estavamdirigidos: desse modo, afastados de seu emprego lcito e utilizados para a obteno de todos ostipos de propsitos egostas e malvolos, inevitavelmente esses poderes conduziram ao quedevemos chamar de bruxaria.

    Envolta como esta palavra est pelo dio, cuja associao foi gradualmente produzida, durantesculos de superstio e ignorncia, pela credulidade, por um lado, e pela impostura, por outro,consideremos por um momento seu significado real e as terrveis consequncias que sua prticasempre acaba trazendo ao mundo.

    Em parte por suas faculdades psquicas, que ainda no tinham se extinguido nas profundezas damaterialidade, para a qual a raa em seguida decaiu, e em parte por seus conhecimentoscientficos, obtidos durante esse apogeu da civilizao atlante, os membros mais intelectuais evigorosos da raa foram aos poucos alcanando uma compreenso cada vez maior acerca daatuao das leis da Natureza, bem como um controle cada vez maior de algumas de suas forasocultas. A profanao desse saber e seu emprego para fins egostas o que constitui a bruxaria.As terrveis consequncias de tal profanao tambm esto suficientemente exemplificadaspelas horrveis catstrofes que se desencadearam sobre a raa. A partir do momento em que amagia negra foi posta em prtica, ela estava destinada a se propagar em crculos cada vez maisamplos. Assim, uma vez afastado o guia espiritual supremo, o princpio kmico, que era oquarto, atingiu naturalmente seu znite durante a quarta raa-raiz, afirmando-se cada vez maisna Humanidade. A luxria, a brutalidade e a ferocidade foram aumentando, e a natureza animaldo homem foi assumindo seu aspecto mais abjeto. Desde os primrdios, o que dividiu a raaatlante em duas faces inimigas foi uma questo moral, e o que j havia comeado na pocados rmoahals acentuou-se terrivelmente na era tolteca. A batalha de Armagedon travadarepetidas vezes em cada idade da histria do mundo.

    Deixando de se submeter ao sbio governo dos imperadores Iniciados, os seguidores da "magia

    negra" sublevaram-se e elegeram um imperador rival que, depois de muitas lutas e conflitos,expulsou o imperador branco de sua capital, a "Cidade dos Portais Dourados", e assumiu otrono.

    O imperador branco, expulso para o norte, reinstalou-se numa cidade fundada originalmentepelos tlavatli, na extremidade meridional da regio montanhosa que, nessa poca, era a sede deum dos reis tributrios toltecas. Esse rei recebeu com alegria o imperador branco e colocou acidade sua disposio. Havia outros reis tributrios que tambm permaneceram leais a ele,mas a maioria transferiu sua vassalagem ao novo imperador, que reinava na antiga capital.Entretanto, essa lealdade no durou muito tempo. Os reis tributveis constantementereivindicavam sua independncia, e contnuas batalhas eram travadas em diferentes pontos do

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    22imprio, recorrendo-se largamente prtica de bruxaria a fim de suplementar os poderes dedestruio que os exrcitos possuam.

    Esses eventos ocorreram cerca de 50.000 anos antes da primeira grande catstrofe.

    Dessa poca em diante as coisas foram de mal a pior. Os bruxos usavam seus poderes de ummodo cada vez mais arrojado, e um grupo cada vez maior de pessoas adquiria e praticava essaterrvel "magia negra".

    Veio ento a horrvel punio, onde pereceram milhes e milhes de pessoas. A grande"Cidade dos Portais Dourados" tornara-se, nessa poca, um perfeito antro de iniquidade. Asondas precipitaram-se sobre ela e exterminaram seus habitantes, e o imperador "negro" e suadinastia caram para sempre. O imperador do norte e os sacerdotes iniciados, de todas as partesdo continente, h muito tempo estavam conscientes dos funestos dias que se aproximavam, e as pginas seguintes falaro das muitas migraes, lideradas pelos sacerdotes, que precederamesta catstrofe, bem como das que se deram em pocas posteriores.

    O continente estava, ento, bastante dilacerado. Mas a poro atual de territrio submerso demodo algum representava o dano provocado, pois os vagalhes varreram grandes extenses deterra, transformando-as em pntanos abandonados. Regies inteiras tornaram-se estreis,permanecendo desertas e sem plantaes por muitas geraes.

    Alm disso, a populao restante recebera uma terrvel advertncia. Levaram-na a srio e,durante certo tempo, a bruxaria foi menos freqente entre eles. Passou-se um longo perodo,antes que se estabelecesse um novo governo eficaz. Por fim, depararemos com uma dinastiasemita de bruxos entronizada na "Cidade dos Portais Dourados", mas nenhuma autoridadetolteca destacou-se durante o perodo do segundo mapa. Ainda havia um nmero considervel

    de populaes toltecas, mas pouco restava de seu puro sangue no continente de origem.Entrementes, na ilha de Ruta, no perodo do terceiro mapa, uma dinastia tolteca novamenteascendeu ao poder e governou, atravs de seus reis tributrios, uma grande poro da ilha. Essadinastia devotava-se magia negra. E importante salientar que essa prtica tomou-se, durantetodos os quatro perodos, cada vez mais predominante, at culminar na inevitvel catstrofeque, em grande medida, purificou a terra do mal monstruoso. Deve-se tambm ter em menteque, at a destruio final, quando Posseidones desapareceu, um imperador ou rei Iniciado - ouao menos algum que conhecia a "boa lei" -, governou em alguma parte do continente insular,atuando sob a orientao da Hierarquia Oculta, a fim de refrear, onde fosse possvel, os bruxosmalignos e orientar e instruir a pequena minoria que ainda estava disposta a levar uma vidapura e saudvel. Nos ltimos dias, esse rei "branco" era, via de regra, eleito pelos sacerdotes -

    ou seja, pelos poucos que ainda seguiam a "boa lei".

    Pouco resta a ser dito sobre os toltecas. Em Posseidones, a populao de toda a ilha era mais oumenos mesclada. Dois reinos e uma pequena repblica, localizada a oeste, dividiam a ilha entresi. A regio norte era governada por um rei Iniciado. No sul, o princpio hereditrio tambmfora substitudo pela eleio popular. As dinastias raciais aristocrticas estavam acabando, masreis de linhagem tolteca ocasionalmente subiam ao poder, tanto no norte quanto no sul, emborao reino setentrional fosse constantemente invadido pelo seu rival sulista, que conquistava parasi uma parte cada vez maior de seu territrio.

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    23Esta abordagem, at certo ponto minuciosa, da situao poltica na poca dos toltecas,exime-nos de uma anlise pormenorizada das principais caractersticas polticas das quatro sub-raas seguintes, j que nenhuma delas atingiu o apogeu alcanado pelos toltecas - na verdade, adegenerao da raa j havia comeado.

    Ao que tudo indica, foi a tendncia inata da raa turaniana que a levou a desenvolver umaespcie de sistema feudal. Cada chefe era supremo em seu prprio territrio e o rei era apenas o primas inter pares. Os chefes que compunham o conselho de estado ocasionalmenteassassinavam o rei, substituindo-o por um deles. Eram uma raa violenta e brbara, bem comobrutal e cruel. O fato de que, em alguns perodos de sua histria, uma grande quantidade demulheres participassem de suas guerras indicativo dessas caractersticas.

    Contudo, o fato mais interessante de sua histria est na estranha experincia queempreenderam em sua vida social, que, no fosse por sua origem poltica, melhor seenquadraria na seo destinada aos "usos e costumes". Os turanianos sofriam constantesderrotas nas batalhas travadas com seus vizinhos toltecas, muito mais numerosos; assim,

    tinham como meta principal o aumento da populao. Para tanto promulgaram leis queretiravam de cada homem a responsabilidade de sustentar a famlia. O Estado cuidava e proviaa subsistncia das crianas, que eram consideradas propriedade sua. Isso contribuiu, semdvida, para o aumento do coeficiente de natalidade entre os turanianos, e a cerimnia docasamento passou a ser desprezada. Os laos da vida familiar e o sentimento de amor entre paise filhos logicamente foram destrudos, o que levou o sistema a um verdadeiro fracasso total,sendo finalmente abandonado. Outras tentativas de encontrar solues socialistas para problemas econmicos, que at hoje nos afligem, foram experimentadas e abandonadas poressa raa.

    Os semitas originais, que eram uma raa belicosa, saqueadora e enrgica, sempre teve umainclinao pela forma patriarcal de governo. Seus colonizadores, que geralmente levavam umavida nmade, adotaram essa forma de governo de modo quase exclusivo, mas, como vimos,desenvolveram um considervel imprio durante o perodo do segundo mapa e invadiram agrande "Cidade dos Portais Dourados". Entretanto, acabaram sendo obrigados a recuar diantedo crescente poder dos acadianos.

    Foi no perodo do terceiro mapa, cerca de 100.000 anos atrs, que os acadianos afinalderrotaram o poderio semita. Essa sexta sub-raa era um povo muito mais obediente s leis doque seus predecessores. Mercadores e navegadores, viviam em comunidades sedentrias e,naturalmente, criaram uma forma oligrquica de governo. Uma de suas caractersticas, da qualEsparta o nico exemplo recente, era o sistema dual de governo, onde dois reis governam amesma cidade. Talvez em consequncia de sua aptido naval, o estudo das estrelas tomou-se

    uma atividade caracterstica, tendo essa raa realizado grandes progressos na astronomia e naastrologia.

    O povo monglico foi um aperfeioamento de seus vizinhos ancestrais, originrios do selvagemtronco turaniano. Nascidos, como eram, nas vastas estepes da Sibria Oriental, nunca tiveramqualquer contato com o continente-me e, sem dvida por causa de seu ambiente, tornaram-seum povo nmade. Mais psquicos e mais religiosos do que os turanianos, de quem descendiam,a forma de governo para a qual tenderam exigia um suserano que exercesse o poder supremo,no s como governante territorial mas tambm como sumo sacerdote.

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    24Emigraes. Trs causas contriburam para provocar as emigraes. A raa turaniana, comovimos, estava, desde sua origem, imbuda do esprito de colonizao, o que ela levou a cabonuma escala considervel. Tambm os semitas e acadianos eram, at certo ponto, raascolonizadoras.

    Com o passar do tempo, a populao tambm tendia cada vez mais a ultrapassar os limites desubsistncia. Por conseguinte, a misria se instalava, de modo semelhante, entre os menosprsperos de cada raa, que se viram obrigados a procurar um meio de vida em pases menospopulosos. Deve-se ter em mente que, quando os atlantes atingiram seu apogeu na era tolteca, aproporo de habitantes por quilmetro quadrado no continente da Atlntida provavelmente eracomparvel, embora no excedesse, que se verifica atualmente na Inglaterra e Blgica. Dequalquer modo, claro que os espaos vagos disponveis para colonizao eram mais abundan-tes naquela poca do que na nossa, embora a populao total do mundo - que no momento[1986], no deve ser superior a 1,2 ou 1,5 bilho de habitantes - atingisse naqueles dias agrande cifra de aproximadamente 2 bilhes de habitantes.

    Por fim, havia as emigraes lideradas por sacerdotes, que ocorreram antes de cada catstrofe -e as quatro grandes catstrofes, acima mencionadas, no foram as nicas. Os reis e sacerdotesIniciados que observavam a "boa lei" estavam, de antemo, cientes das calamidades iminentes.Portanto, cada um deles tornou-se um centro de advertncia proftica, acabando por liderargrupos de colonizadores. Deve-se observar aqui que, nos ltimos dias, os governantes do pasindignaram-se profundamente com essas emigraes lideradas pelos sacerdotes, as quaistendiam a empobrecer e despovoar seus reinos, e os emigrantes eram obrigados a embarcarsecretamente durante a noite.

    Acompanhando, mais ou menos, as rotas de emigrao que, sucessivamente, foram seguidas por cada sub-raa, inevitavelmente acabaremos chegando s terras que seus respectivosdescendentes hoje ocupam.

    Quanto s emigraes mais antigas, temos de recuar at a poca dos rmoahals. precisolembrar que apenas a poro da raa que habitava as costas nordsteas conservava seu sanguepuro. Atacados em suas fronteiras meridionais e expulsos mais para o norte pelos guerreirostlavatlis, comearam a penetrar no territrio vizinho, situado a leste, e no promontrio daGroenlndia, que ficava mais prximo ainda. No perodo do segundo mapa, no havia maisnenhum rmoahal de sangue puro no j ento reduzido continente-me, mas o promontriosetentrional do continente, que se erguia a oeste, bem como o j mencionado cabo daGroenlndia e o litoral ocidental da grande ilha escandinava estavam ocupados por eles. Haviatambm uma colnia, na regio situada ao norte do mar asitico central.

    Naquele tempo, a Gr-Bretanha e a Picardia faziam parte da ilha escandinava, embora a prpriailha se tornasse, no perodo do terceiro mapa, parte do crescente continente europeu.Atualmente, na Frana que os restos mortais desta raa tm sido encontrados, nos estratosquaternrios, e o espcime braquicfalo, de cabea arredondada, conhecido como o "homem deFurfooz", pode ser considerado como uma degenerao do tipo da raa em seu declnio.

    Muitas vezes obrigados, devido s inclemncias de uma poca glacial, a se dirigirem para o sul,muitas vezes impelidos para o norte pela ganncia de seus vizinhos mais poderosos, osremanescentes dessa raa, dispersos e degradados, podem ser encontrados hoje entre os atuaislapes, embora mesmo neste caso tenha havido uma mistura de sangue. Contudo, estes

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    25enfraquecidos e atrofiados espcimes da Humanidade so descendentes diretos da raa negrade gigantes que surgiu nas terras equatoriais da Lemria, h quase cinco milhes de anos.

    Os colonizadores tlavatlis parecem ter se espalhado por todas as direes. No perodo dosegundo mapa, seus descendentes estavam instalados nas costas ocidentais do ento crescentecontinente americano (Califrnia), bem como nas costas do extremo sul (Rio de Janeiro).Tambm podemos encontr-los nas regies litorneas orientais da ilha escandinava, emboramuitos deles se tivessem aventurado pelo oceano, contornando a costa da frica e alcanando andia, onde, num processo de miscigenao com a populao indgena lemuriana, formaram araa dravdica. Mais tarde, essa raa misturou-se, por sua vez, com a raa rica, ou quinta raa,de onde a complexidade tipolgica encontrada hoje na ndia. De fato, temos aqui um claroexemplo da dificuldade extrema de decidir qualquer questo de raa pela evidncia meramentefsica, pois seria perfeitamente possvel que egos da quinta raa encarnassem entre osbrmanes, egos da quarta raa entre as castas inferiores, e alguns retardatrios da terceira raaentre as tribos montesas.

    No perodo do quarto mapa, encontramos uma nao tlavatli ocupando as regies meridionaisda Amrica do Sul, de onde se pode deduzir que os patagnios provavelmente tiveram umaremota ascendncia tlavatli.

    Restos mortais dessa raa, assim como dos rmoahals, tm sido encontrados nos estratosquaternrios da Europa central, e o doli-cocfalo "homem de Cro-Magnon"* pode serconsiderado um tpico espcime da raa em sua decadncia, ao passo que os "povos lacustres"da Sua constituam um ramo ainda mais primitivo e no totalmente puro. Atualmente, osnicos povos que podem ser citados como espcimes de sangue razoavelmente puro dessa raaso algumas tribos pardas de ndios da Amrica do Sul. Os birmaneses e siameses tambmpossuem sangue tlavatli nas veias, embora tenham se misturado com a estirpe mais nobre deuma das sub-raas ancas, cujo sangue , portanto, dominante.

    * Os estudiosos de geologia e paleontologia devem saber que essas cincias consideram o "homem de Cro-Magnon" anterior ao"homem de Furfooz", e considerando-se que essas duas raas seguiram lado a lado, por vastos perodos de tempo, pode muito

    bem ser possvel que o esqueleto do indivduo de "Cro-Magnon", embora representativo da segunda raa, tenha se sedimentadonos estratos quaternrios milhares de anos antes que o "homem de Furfooz" vivesse na Terra.

    Chegamos, assim, aos toltecas. Eles emigraram sobretudo para o oeste. As costas prximas docontinente americano estavam, no perodo do segundo mapa, povoadas por uma raa tolteca pura, enquanto a maioria dos que permaneceram no continente-me tinha o sangue muitomisturado. Foi nos continentes da Amrica do Norte e do Sul que essa raa se disseminou efloresceu; a, milhares de anos mais tarde, os imprios do Mxico e do Peru seriam fundados. Agrandeza desses imprios um assunto da Histria, ou ao menos da tradio, que tem sua

    disposio inmeras evidncias, entre as quais as magnficas runas arquitetnicas. Pode-senotar aqui que, embora o imprio mexicano tenha sido, durante sculos, vasto e poderoso emtodos os aspectos que nossa civilizao atual considera como tal, ele nunca atingiu o apogeualcanado pelos peruanos h cerca de 14.000 anos, sob o governo dos soberanos inas. No quediz respeito ao bem-estar geral do povo, justia e beneficncia do governo, divisoigualitria da posse da terra e vida simples e religiosa dos habitantes, o imprio peruanodaquela poca poderia ser considerado como um eco tradicional, porm dbil, da idade de ourodos toltecas no continente-me da Atlntida.

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    26O ndio pele-vermelha tpico da Amrica do Norte ou do Sul, o melhor representante atualdo povo tolteca, mas naturalmente no se compara ao indivduo altamente civiliz