Adventist World (Abril 2009)

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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Abril 2009 ARTIGO ESPECIAL Veja página 11 U m P laneta P oluído pelo P lástico Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Interpretando os Tempos

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Revista Adventist World Revista mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia

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Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Abr i l 2009

A R T I G O E S P E C I A L

Veja página 11Um Planeta Poluído pelo Plástico

Ó r g ã o I n t e r n a c i o n a l d o s A d v e n t i s t a s d o S é t i m o D i a

Interpretandoos

Tempos

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Abr i l 2009

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Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 5, nº 4, abril de 2009.

Tradução: Sonete Magalhães Costa

www.portuguese.adventistworld.org

I G R E J A E M A Ç Ã O

Editorial ........................ 3

Notícias do Mundo3 Notícias & Imagens

Visão Mundial8 Condições para o

Crescimento

Janela10 Nova Zelândia por Dentro

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

Cristo e a Salvação .................... 26Por Angel Manuel Rodríguez

E S T U D O B Í B L I C O

Vida Cristocêntrica ............. 27Por Mark A. Finley

I N T E R C Â M B I O M U N D I A L

29 Cartas30 O Lugar de Oração31 Intercâmbio de Ideias

O Lugar das Pessoas ........................ 32

A R T I G O D E C A P A

Interpretando os Tempos Por Roy Adams ................................................................ 16Os últimos dias serão desafiadores. Não percamos de vista nosso alvo.

A R T I G O E S P E C I A L Um Planeta Poluído pelo Plástico Por Allan Handysides ........................................................ 11Cuidemos do planeta; ele é o único que temos.

D E V O C I O N A L

Não Estamos Sozinhos Por Tony Philip Oreso ............... 14Somente na eternidade conheceremos toda a história.

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Assim Como Todas as Coisas Vivas Por Victor Schulz .............................................................. 20A conversão é apenas o começo.

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

Seu Glorioso Aparecimento Por Ellen G. White ............ 22Compensa esperar o cumprimento da promessa feita por Cristo.

S E R V I Ç O

Adventistas Conversam com Muçulmanos Por William G. Johnsson .................................................... 24Construindo pontes por meio do diálogo.

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Conhecimento Limitado, Ilimitado Amor

O grande hino de amor, escrito por Paulo, em 1 Coríntios 13, contém verdades que nem sempre percebemos, pela

nossa ânsia de desfrutar da promessa do apóstolo de que, em breve, veremos o Senhor “face a face”. Quatro vezes em quatro versos, Paulo se declara incompleto, sem compreender completamente a realidade, tanto do plano de Deus, como de Seu amor.

Essa não é apenas uma humilde afirmação de nossa huma-nidade. Nenhum cristão, em sã consciência, realmente duvida de que o mortal tem apenas uma pequena noção da imortali-dade, ou que o finito compreende limitadamente o infinito.

As observações de Paulo sobre a imperfeição e sobre a par-cialidade do que conhecemos – do mundo, da igreja e mesmo dos outros – ressalta quão fundamental o hábito da “caridade” ou do “amor” é para a igreja nesses “tempos intermediários”.

Porque não sei o que é ser perseguido por causa de minha fé por um governo totalitário, devo pedir ao Espírito que me dê o amor que me impele a ajoelhar-me para interceder por aqueles cujos fardos são realmente grandes e terríveis.

Porque não sei o que é não ter ideia de onde virá minha próxima refeição, como acontece com milhões de fiéis todos os dias, ou se encontrarei um abrigo antes de anoitecer, devo orar por boa vontade para ajudar meus irmãos adventistas desabrigados pela guerra, pela fome, por desastres naturais.

Porque não sei o que é ser mulher numa cultura domi-nada por homens, onde sua opinião é rejeitada, tanto no lar como na igreja, devo orar para que minha igreja ouça quando mulheres devotas suplicam por uma oportunidade para usar os dons que o Espírito lhes concedeu para pregar o evangelho.

Porque não sofro com o fanatismo e com o preconceito que ainda fere milhares de meus irmãos na fé e que, às vezes, se sentem excluídos por causa de sua raça ou idioma, devo orar por um coração que aceite e estimule todos os que aguardam a volta de Jesus.

Há muitas coisas que não sabemos – nem podemos saber – até que a perfeição chegue. A resposta do evangelho para nossa ignorância é o amor que nos humilha diante um do outro e perante um mundo que nos observa.

— Bill Knott

E D I T O R I A L

A Igreja em Ação

A Igreja Adventista do Sétimo Dia em Cuba celebrou uma grande vitó-ria quando quinze de seus pastores receberam o diploma de mestrado em teologia pastoral durante uma ce-rimônia especial em janeiro. O título, concedido pelo Seminário Teológico Adventista Interamericano (STAI), da Divisão Interamericana (DIA), através do campus de Cuba, é um marco signi-ficativo para a igreja na ilha, disseram os líderes da igreja.

“Esta é uma vitória para a igreja, uma vitória para nossa divisão”, disse

N O T Í C I A S D O M U N D O

Cuba: Primeira Geração de Pastores Adventistas a Receber Diploma de Mestrado

J A I M E C A S T R E J O N / D I A

PRIMEIROS FORMANDOS: Grupo de 15 pastores que completaram o mestrado em teologia pastoral pelo Seminário Teológico Adventista Interamericano, em Cuba. Esta é a primeira geração de pastores a obter um título de mestrado na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Cuba.

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A Igreja em Ação N O T Í C I A S D O M U N D O

Jaime Castrejon, presidente do STAI. “Nunca antes formamos pastores em nível de pós-graduação em teologia pastoral em Cuba, e estamos muito felizes pelo fato de o Senhor ter con-cedido essa oportunidade aos nossos pastores aqui.”

Foi necessário grande esforço por parte dos administradores da STAI e DIA para manter o currículo em nível de pós-graduação para pastores, em Cuba, disse Castrejon. “Houve certa dificuldade para conseguir professores que pudessem viajar para a ilha sem que isso causasse problemas. Contudo, louvamos a Deus por nos conceder os professores necessários para preencher as exigências curriculares.”

O Seminário Teológico Adventista em Cuba, que recebeu total reconhe-cimento da Associação de Creden-ciamento Adventista para conceder títulos de bacharelado no ano passado, tornou-se o nono campus do STAC a ter pastores com título de mestrado para atender ao número crescente de membros da ilha.

“Essa vitória da igreja em Cuba significa que nossos irmãos e irmãs cubanos têm pastores atualizados como nas demais regiões do nosso território”, acrescentou Castrejon.

“O objetivo da diretoria e da Divi-são é capacitar pastores para enfrentar os desafios do ministério, para servir congregações sofisticadas e para servir em universidades e igrejas de colégios, onde há um número expressivo de profissionais”, disse Castrejon.

Esse objetivo e comprometimento estão dando aos pastores, em todo o território cubano, a oportunidade de ampliar seus estudos e beneficiar os milhares de membros que se reúnem em 273 igrejas e congregações na ilha.

Em Cuba, 35 pastores já estão ma-triculados no seminário, para o curso de mestrado, dando início ao progra-ma de quatro semestres, ministrados sempre no verão.

Para mais informações sobre o seminário teológico na Divisão Intera-mericana, visite www.interamerica.org.—Reportagem de Libna Stevens, Divi-são Interamericana.

ROMÊNIA: Bíblia Itinerante Inspira Eventos em Vinte Cidades

Os Adventistas do Sétimo Dia na Romênia organizaram, recentemente, por dez dias, eventos relacionados com a Bíblia em vinte cidades, incluindo exposição de Bíblias raras e apresenta-ções sobre o papel da Bíblia ao longo da história e na vida cotidiana. Os even-tos fazem parte da iniciativa da Igreja Adventista denominada “Siga a Bíblia”, que acontecerá até agosto de 2010.

“A principal mensagem dos eventos é que o resultado da leitura diária da Bíblia é a cura moral, poder espiritual e melhoria na qualidade de vida”, disse Viorel Dima, coordenador do Siga a Bíblia na Romênia.

A iniciativa, patrocinada pela sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia e suas divisões pelo mundo, destaca uma Bíblia superdi-mensionada, escrita em 66 idiomas diferentes, que viaja ao redor do mun-do para promover o estudo da Bíblia. A Igreja Adventista na Romênia está trabalhando ativamente, desde 2007, para promover o estudo bíblico no país por meio de uma campanha nacional e clubes de leitura chamados Sola Scriptura. Os clubes têm centenas de participantes centrados no formato de conversação, em lugar de seminários.

A Igreja Adventista na Romênia, em parceria com a Associação de

Esquerda: SIGA A BÍBLIA: Viorel Dima, coordenador do “Siga a Bíblia” na Romênia, apresenta a Bíblia itinerante para a

imprensa. A Bíblia viajou pela Europa e norte da África durante o mês de março. Direita: EXAMINE A PALAVRA: Visitantes observam os 66 livros da Bíblia itinerante, cada um em um idioma diferente.

C O R T E S I A D A R U C

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Liberdade de Consciência e Sociedade Interdenominacional Romena, empres-tou, de colecionadores particulares, centenas de Bíblias raras para serem expostas, disseram os líderes da igreja. Em alguns lugares, foram oferecidos gratuitamente “downloads” da Bíblia nos celulares aos visitantes, incluindo um plano anual de leitura.

Os eventos romenos aconteceram entre 21 e 31 de janeiro e terminaram com a apresentação da Bíblia itinerante numa cerimônia de dedicação dos que se comprometeram a estudar diaria-mente a Bíblia.

A Bíblia itinerante viajou pela Eu-ropa e pelo norte da África até o mês de março. —Reportagem de Aurelian Horja e equipe da Rede Adventista de Notícias.

Igreja Mundial: Oportunidade de Partilhar a Fé no Bicentenário de Darwin

Para alguns cristãos, as comemora-ções do bicentenário do nascimento de Darwin, neste ano, destacam suas con-tribuições à ciência e à educação. Para outros, o aniversário parece ser um lembrete de suas teorias antibíblicas e um desafio à criação.

Darwin, famoso cientista britânico e autor do livro A Origem das Espécies, recebe o crédito de ser o pioneiro da teoria da evolução pela seleção natural.

Nascido em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury, Inglaterra, Darwin, a princípio, estudou teologia antes de fazer sua famosa viagem no H.M.S. Beagle. Os estudos de Darwin, durante sua viagem de cinco anos, iniciaram a linha de pensamento que resultou na teoria da Origem das Espécies.

O conceito da origem da vida a partir dos escritos de Darwin sugere que a ciência contradiz a religião, disse

Kwabena Donkor, diretor associado do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

“Às vezes, as pessoas veem o evo-lucionismo como ciência verdadeira e o criacionismo como fé apenas, mas isso não existe”, diz Donkor. “O evolucionismo não é uma ciência física pela qual você observa os dados e chega a uma hipótese que explica o que observou.”

Na realidade, diz Donkor, o evolu-cionismo não é mais ciência física do que a ciência teológica. “É, na verdade, uma ciência histórica”, disse ele. “Você faz conjecturas e suposições esperando que sua explicação sobre o objeto que está observando seja a correta.”

Earl Aagaard, professor de biologia da Universidade Adventista do Sul, em Collegedale, Tennessee, Estados Uni-dos, concorda que a fonte de discórdia reside na especulação histórica.

“Geralmente, os cristãos – em particular, os adventistas – têm pou-ca dificuldade com as descobertas empíricas da ciência”, diz Aagaard. “Os debates entre teístas e não-teístas quebra o lado histórico das coisas – na arqueologia, paleontologia, geologia, etc. – onde o procedimento é coletar dados e só então contar uma história para explaná-lo.”

A Igreja Adventista na Inglaterra está transmitindo “Darwin Revisto”, um programa que apresenta quatro

cientistas que discutem sua fé cristã e como a relacionam com a ciência e a teoria do evolucionismo. Para saber o horário dos programas, visite o site do Hope Channel UK (Televisão Adventista da Ingleterra). O website da igreja inglesa também fornece informação sobre as origens, sob a perspectiva cristã.

Em última análise, no debate entre criação versus evolução, o cristão deve aceitar que não é possível obter todas as respostas, disse Donkor.

“Cheguei à conclusão de que não preciso ser capaz de explicar tudo para ser um cristão. Sinto estar mais seguro com a inspiração do que simplesmente seguindo conjecturas humanas.”

Leonard Brand, professor de biologia na Universidade Loma Linda, acrescenta que não é lógico achar que a ciência pode explicar todas as facetas da criação.

“Deus não nos prometeu provas, mas apenas evidências adequadas para basear nossa fé”, disse Brand. “Essa fé pode nos manter firmes até chegarmos ao Céu onde teremos tempo e oportu-nidade para descobrir as respostas que não estavam disponíveis na Terra.”—Reportagem de Megan Brauner, Rede Adventista de Notícias.

HOMEM BICENTERNÁRIO: Cientista britânico, Charles Darwin nasceu em Shrewsbury, Inglaterra, no dia 12 de fevereiro de 1809. As comemorações do bicentenário de seu nascimento oferecem aos adventistas a oportunidade de testemunhar de sua fé na criação bíblica.

U N I Ã O A S S O C I A Ç Ã O B R I T Â N I C A

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A Igreja em Ação N O T Í C I A S D O M U N D O

Os adventistas do sétimo dia do estado de Victoria, Aus-trália, estão entre os afeta-dos pela série de incêndios

que causou a morte de cerca de 300 pessoas e destruiu aproximadamente 1.800 lares, segundo dados da mídia sobre a tragédia. Acredita-se que pelo menos alguns dos focos começaram por ação criminosa.

“A Associação Victoriana dos Adventistas do Sétimo Dia uniu-se a todos os membros da igreja da região (Victoria e Austrália), para expressar sua profunda simpatia por todas as famílias que perderam seus queridos, amigos, propriedades, criações, animais de estimação nos recentes incêndios”, disse Wayne Stanley, secre-tário geral e diretor de comunicação da associação, em declaração na sua página da Internet.

“Oramos por força e conforto para os que sofrem com as terríveis perdas

e pela rápida recuperação dos feridos. Pensamos em Cristo, que demonstrou imensa compaixão e simpatia pelos sofredores e oramos para que Seus seguidores demonstrem a mesma compaixão e apoio aos seus amigos e vizinhos”, acrescentou Stanley.

“Enquanto a intensidade do fogo aumenta, lembramo-nos dos que lutam para salvar a vida e os bens, e daqueles que enfrentam a difícil tarefa de avaliar o nível das perdas na comu-nidade”, disse ele.

Em reposta aos trágicos e devasta-dores incêndios em Victoria, a ADRA/Austrália empregou aproximadamente 100 mil dólares em parceria com a Cruz Vermelha australiana, agência indicada pelo governo, para financiar o socorro. A ADRA/Austrália é antiga parceira formal da Cruz Vermelha na Austrália e em quatro territórios australianos.

Para continuar apoiando os adven-tistas afetados pela tragédia, a Asso-ciação Victoriana arrecadou, em suas igrejas, uma oferta especial no sábado, 14 de fevereiro. O dinheiro arrecadado irá diretamente para famílias adventis-tas e amigos afetados pelos incêndios.

Entre os relatórios iniciais dos prejuízos sofridos pelas famílias adven-tistas e parentes, ressalta Stanley, estão os seguintes: famílias das igrejas de Healesville, Greensborough e Kinglake perderam suas casas e uma família da igreja em Moe perdeu tudo. Alguns membros da igreja de Seymour, resi-dentes em Broadford, não foram en-contrados e um empresário adventista perdeu grande parte de seu equipa-mento. Várias famílias adventistas de Kinglake/Toolangi também perderam suas casas, e dois ex-alunos da escola fundamental adventista de Ironbark perderam a vida.

“A maioria das famílias de nossa escola em Edinburgh conhece alguém que perdeu sua casa ou um familiar nos incêndios”, disse Nathan Hill, dire-tor da Escola Fundamental Adventista de Edinburgh. “Alguns alunos foram evacuados de seus lares devido às con-tínuas ameaças de incêndio na região.”

Adventistas Estão Entre as Incêndios Atingem Victoria e

Não há perda de vidas, mas danos materiais são elevados. Igreja socorre vítimas Vítimas

Equipe da Adventist World

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Numa segunda-feira, funcionários e alunos pararam para orar por aqueles que so-freram perdas e passaram entre os estudantes um pedido de do-ação de agasalhos e brinquedos. No dia seguinte, os pais dos alunos lotaram um caminhão com doações.

“Estou muito orgulhoso pela compaixão e amor demonstrados pelas famílias de nossa escola. Oramos diariamente pelas vítimas dos incêndios, para que Deus as conforte e lhes dê forças para enfrentar suas trágicas perdas”, diz Hill. Outra campanha de levantamento de recursos foi organizada para que os alunos continuem seus esforços para apoiar amigos, parentes e vizinhos atingidos.

“Nós, de Edinburgh, es-tamos profundamente tristes com os terríveis efeitos dos

incêndios e, como escola, nos sentimos compelidos a tentar ajudar. Fomos abençoados com a oportunidade direta de ajudar através da ligação dos pais com as comunidades afetadas. Estou muito orgulhoso pelo modo com que nossos alunos e seus pais se envolveram, demonstrando verdadeira compaixão cristã para com os necessitados.”

A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem uma longa história na Austrália e profundas conexões no estado de Victoria. A Signs Publishing Company (editora da igreja) está localizada em Warburton.

—Com reportagem da Associação Victoriana.

Incêndios Atingem Victoria e

Acima: SEM UM LAR: Ruínas de uma casa em Victoria, Austrália, típi-ca devastação causada pelos incêndios da área em fevereiro de 2009. Os Adventistas do Sétimo Dia uniram-se aos seus vizinhos para confortar as pessoas que tiveram seus lares destruídos. À direita: ANGARIADORES DE DINHEIRO: Os alunos da Escola de Ensino Fundamental Adventista Edinburgh em Victoria, Austrália, fizeram uma campanha de arrecadação para as vítimas do fogo. Os alunos se uniram aos membros adultos da igreja e a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais/ Austrália para ajudar os necessitados.

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L A R S S U N D S T R Ö M / M O D I F I C A D O D I G I T A L M E N T E

V I S Ã O M U N D I A L

No final de 2008, Gordon Brown, primeiro-ministro da Inglaterra, falou aos diretores

da indústria britânica sobre a crise financeira mundial. Ele disse: “É um erro considerar que o trauma da crise financeira atual é algo que precisamos ‘corrigir’ para que as coisas retornem ao que eram antes. A porta pela qual estamos passando não oferece a opção de retorno ao passado. Não podemos mais viver isolados – protegidos e limitados à nossa própria perspectiva, olhando primeiramente para nossos interesses nacionais. Agora, precisamos considerar todo o quadro global. Nossos interesses nacionais são inseparáveis da grande comunidade mundial. As barreiras se foram. O que fazemos para nós mesmos, fazemos para os outros; e o que os outros fazem nos afeta também.”

Ao ouvir isso, pensei: Que percep-ção! Isso é exatamente o que Jesus disse há dois mil anos, tanto diretamente como por meio de Seus apóstolos: “Diante de vocês está uma porta aberta”; “Em Cristo não há barreiras”; “Vemos as pessoas de modo diferente de como víamos antes”; “Vá a todo o mundo”; “Ame uns aos outros”. Ele está dizendo: nós estamos ligados. O que afeta um de nós afeta a todos. O patrimônio mais

valioso da igreja não são suas doutrinas ou finanças, mas as pessoas. Assim, nós devemos ir, espontaneamente, ao seu encontro, apoiar e cuidar de todos os que alcançarmos confirmando seu valor para Deus e para a nossa comunidade e acolhendo-os nela. E quando estiverem conosco, devemos oferecer-lhes um lar e permitir que se sintam amados e acei-tos. A igreja que não está disposta ou é incapaz de tal realização é falha.

Quero compartilhar com você alguns pensamentos sobre o “ambien-te” que, na intenção de Cristo, deve ser mantido em nossas igrejas – um ambiente acolhedor e que ofereça segurança para os indivíduos crescerem. Meus comentários são sobre a história contada por Jesus e que está registrada em Mateus 13:24-30. É uma história que você conhece bem. É sobre o campo que está quase pronto para a colheita, mas a inevitável erva daninha aparece e complica tudo. Quem é responsável por esse joio e o que deve ser feito com ele? O Dono do campo (e o campo, nessa história, é a igreja ou a comunidade de fiéis) não tem culpa. O joio está lá; e assim é a vida – são assim as pessoas – e a mesma coisa acontece na igreja.

Então, o que devemos fazer com essa mistura de trigo e joio? Devemos

investigar e determinar o que é o quê, e arrancarmos o joio? Jesus disse: “Não, essa não é uma boa ideia.” E essa é Sua decisão final sobre o assunto. “Por enquanto, deixe como está,” diz Ele. “Eu mesmo vou cuidar disso. Há Meu tempo.”

Essa história é incomum; nosso impulso natural é arrancar o joio e, de algum modo, nos livrarmos dele. Mas o Senhor da colheita diz: “Não! Agora não.”

Essa parábola fala muito sobre como o Senhor vê a humanidade e sobre a realidade da vida na igreja. Ele está dizendo que a igreja é formada de solos muito distintos; essa é simplesmente a realidade em que vivemos.

Creio que, pela presença e ação do Espírito, a igreja pode tornar-se uma co-munidade melhor; podemos crescer em nosso compromisso e devoção, podemos nos tornar mais úteis a Ele, podemos aprender com nossos erros do passado. Não tenho qualquer simpatia para com os que têm a tendência de realizar uma purificação pré-advento da igreja, im-pulsionados pela mentalidade de “vamos arrancar tudo o que se parece com joio”.

Quando o Dono da terra diz: “Deixe o joio por enquanto,” Ele não está ques-tionando se na igreja há pessoas que são estranhas ao Senhor. Pode ser que em algum período O tenham conhecido,

CrescımentoCondições para o

A Igreja em Ação

Por Jan Paulsen

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Jan Paulsen é o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

mas por alguma razão tornaram-se fra-cos em sua caminhada. Mesmo assim, acham conveniente e seguro permane-cer; possivelmente, haja um trabalho em jogo, ou isso envolva questões fa-miliares importantes. Essa é uma triste realidade. Para essa realidade, o Senhor diz: “Deixe que fiquem. Não é uma boa ideia deixar essas pessoas no ostracismo ou como responsáveis pelo terreno; não façam uma limpeza geral. Eu mesmo irei realizá-la quando achar melhor. É muito arriscado deixar que você faça isso.”

Podemos perguntar: “Certamente é bom fazer uma limpeza – não faz senti-do? Que risco há nisso?”

O risco é muito alto por causa de minha própria humanidade. Não seria possível que eu cometesse um engano ao avaliar outra pessoa? Tenho certeza, realmente, de que conheço completa e apuradamente o que há no interior da outra pessoa? Certamente, Deus sabe. E se uma pessoa se torna difícil na igreja, especialmente se for um adolescente, não é possível que tal comportamen-to seja assim porque Deus, de algum modo, está lidando com ele ou tocando em sua vida? Só Deus sabe o que é ne-cessário para nosso crescimento pessoal; eu não sei.

O risco é muito alto porque hoje ainda é o dia de salvação. Pode ser que sejamos capazes de identificar e rotular o “joio”, mas não podemos nos esquecer de que Deus ainda não terminou Seu trabalho. Não estou falando sobre aque-les, em nossas igrejas, que abertamente abusam ou desobedecem aos ensinos da Palavra de Deus. Essas pessoas devem ser disciplinadas pela igreja, para sua própria salvação. A Bíblia dá à igreja a autoridade e a responsabilidade de responder a tais situações. Ao contrário, estou falando de um número maior de pessoas que podem estar gastando seu tempo à margem do reino de Deus. Temos muitos jovens que desaparecem

da igreja porque se sentem indignos e rejeitados. Fazemos com que se sintam espiritualmente fracassados. Nós pre-sumimos a mente de Deus muito facil-mente. Não é possível que Ele seja mais generoso do que eu?

Vejam essas palavras vindas da pena inspirada de Ellen White:

“Conquanto em nossas igrejas, que pretendem crer em verdades avançadas, haja pessoas em faltas e erros, como o joio em meio do trigo, Deus é longânimo e paciente … Ele … não destrói os que são vagarosos em aprender a lição que lhes quer ensinar; ... Não devem os membros da igreja tomar alguma resolução espas-módica, zelosa, precipitada, ao excluir os que eles porventura considerem de caráter defeituoso.” ı

O risco é demasiado elevado, porque a própria igreja é prejudicada por pessoas que se intrometem, mesmo que levemen-te, na vida e opiniões de outras pessoas. E o estrago pode se espalhar rapidamente; o ambiente pode se deteriorar de tal modo que as pessoas boas podem ser levadas a se sentir inseguras em seu lar espiritual. O ambiente da igreja torna-se desagradável e indesejável, em vez de um lugar onde as pessoas se sintam confortáveis e desejadas, salvas e segu-ras, aceitas e livres.

Arrancar as ervas daninhas do jardim é muito perigoso porque eu, o investigador, prejudico a mim mesmo com essas atividades. Minha missão equivocada altera meu caráter e minha personalidade se torna sem atrativos. Sou lembrado pelas palavras de um dos meus ex-professores, falando a alguém que, por algum motivo, se vangloriava de seus feitos e criticava as realizações dos outros: “Então, você se acha perfeito, mas tem que ser hostil por causa disso?”

Nossas congregações devem ser lugares de cura e renovação. Devem ser lugares atrativos para receber os

infiéis. Devem ser lugares onde os fiéis sintam-se em casa: valorizados e aceitos. Não devem ser campos de batalha, mas cidades de refúgio. Será que a igreja onde você e eu adoramos pode receber tal título? Que tipo de ambiente espiri-tual estamos criando? Se sua igreja não é a sociedade espiritual mais atrativa e convidativa de sua comunidade, o que você fará para mudar esse quadro?

Nossas igrejas não são clubes exclusivos para os que são bons e merecedores. Deus constantemente está justificando pecadores; eles devem ser calorosamente recebidos em nossas igrejas, pois ela é o seu legítimo lar. Serei franco com você: Detestaria gastar meu tempo circundado por pessoas que pensam que tudo o que fazem é perfeito. Eles se tornam arrogantes, frios e judiciosos para com aqueles que ainda necessitam crescer. Cristo nos aceitou a todos “quando ainda éramos pecadores” (Rm 5:8). A aceitação é o fôlego da humanidade. Onde ela é negada, nossa respiração vacila. O ar se torna rarefeito e a vida, insuportável!

Está ao nosso alcance criar e mo-delar o ambiente espiritual de nossas comunidades para o futuro. Meu apelo é que criemos um lar feliz, familiar, acolhedor, no qual as pessoas possam se comunicar, compreender uns aos outros, respeitar o lugar uns dos outros e reconhecer que o Senhor está sempre em ação, tornando melhor aquilo que, em nossa opinião, pode ser imperfeito.

1 Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, p. 45, 46.

Crescımento

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Auckland

Wellington

Oceano Pacífico

Nova Zelândia

Oceano Pacífico

J A N E L A

Chamada de Nova Zelândia pelo explorador holandês Abel Tasman,

em 1642, em homenagem à província holandesa de Zelândia, a Nova Zelândia é uma nação insular, com 2.100 km ao largo da costa da Austrália. Tasman foi o primeiro europeu a avistar a ilha. Pensando ser uma extensão do conti-nente sul, ainda não descoberto então, Tasman não navegou ao redor da Nova Zelândia e nunca descobriu que ela é um grupo de ilhas totalmente diferente.

A Nova Zelândia é composta por duas ilhas principais – Ilhas Sul e Norte – e diversas ilhas pequenas. Um polinésio maori (povo nativo da Nova Zelândia) foi o primeiro a descobrir e a habitá-la, por volta de 800 d.C. Em 1769, o cartógrafo e explorador britâ-nico James Cook a reivindicou como propriedade do Reino Unido. Ele foi o primeiro a mapear todo o litoral e a registrar o nome de Nova Zelândia.

Em 1840, um maori assinou um tratado dando a soberania da Nova Zelândia ao Império Britânico, o que

Por Hans Olson

por DentroZelândiaNova

P a c i f i c O c e a

N e w Z e a l a n d

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A Igreja em Ação

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NOVA ZELÂNDIACapital: Wellington

Língua oficial: Inglês, Maori, Linguagem de Sinais

Religião: Cristã, 53% (Anglicana, 15%; Católica, 12%; Presbiteriana, 11% ; Metodista, 3%; Pentecostal, 2%; Batista, 1%; outros cristãos, 9%); outras, 4%; nenhuma ou inespecífica, 43%.

População: 11.213*

Membros adventistas: 11,213*

Adventistas per capita: 1:373*

*Arquivos Estatísticos da Associação Geral, 144° Relatório Estatístico Anual.

lhes permitia manter alguns direitos territoriais. Mais tarde, naquele ano, foi organizado o primeiro assentamento colonial. No entanto, os britânicos e os maoris tiveram problemas de convivên-cia e, em 1843, começou uma série de guerras pelas terras na ilha.

Os maoris, finalmente, admitiram a derrota em 1872. Os direitos territoriais continuam a ser um problema signifi-cativo na Nova Zelândia, enquanto o governo tenta aliviar o antigo ressenti-mento dos maoris. Embora a Nova Ze-lândia tenha recebido sua independência da Grã-Bretanha em 1907, a monarca britânica, Rainha Elizabeth II, é reconhe-cida como chefe de estado do país.

O isolamento da Nova Zelândia em relação ao resto do mundo proporciona

uma flora e fauna únicas que chamam a atenção de turistas de todo o globo. Montanhas espetaculares entalhadas nas geleiras, lagos, praias e águas ter-mais atraem os visitantes. Sua economia é considerada uma das dez mais estáveis do mundo. Essa nação insular tem imensos recursos renováveis de energia e usa a hidrelétrica em grande parte do seu consumo de eletricidade.

Adventistas na Nova ZelândiaO primeiro adventista a chegar à

Nova Zelândia, em 1885, foi o missio-nário americano Steven N. Haskell, que passou alguns meses na Ilha Norte. Ele iniciou um pequeno grupo de guarda-dores do sábado em Auckland e Kaeo, antes de voltar para a Austrália. Um ano mais tarde, Haskell visitou Kaeo, em sua viagem de retorno aos Estados Unidos e batizou quinze pessoas. Naquele mesmo ano, o evangelista e futuro presidente da Associação Geral, A. G. Daniells, realizou uma série evangelística numa tenda, em Kaeo, e batizou outras quinze pessoas.

Edward Halsey, um padeiro, treinado no Sanatório de Battle Creek, chegou dos Estados Unidos em 1900, para preparar alimentos saudáveis para o lar de saúde em Christchurch, na Ilha Sul. O que teve seu início em um quarto de madeira, anexado a uma casa, transformou-se na Sanitarium Health Food Company, importante indústria de alimentos sau-dáveis em funcionamento até hoje, tanto na Nova Zelândia como na Austrália. A indústria é de total propriedade da Igreja Adventista e é a maior produtora de alimentos para desjejum da Austrália. Ela é composta de três fábricas, 150 produtos e 1.700 funcionários.

A maior parte dos habitantes da Nova Zelândia considera-se cristã, mas poucos frequentam uma igreja; mais de um quarto da população não pratica nenhuma religião. A Igreja Adventista tem 11.213 membros ou um adventista para cada 373 pessoas. Ainda há muito para ser feito para evangelizar esse país.Para saber mais sobre o trabalho das missões da Igreja Adventista do Sétimo Dia, visite www.AdventistMission.org.

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A R T I G O E S P E C I A L

Allan R. Handysides é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral.

Durante minhas viagens de trabalho, muitas vezes vejo cenas de desespero humano. Poucas situações me comovem mais do que ver seres humanos revirando lixo. Quando se trata de

crianças, a cena é ainda mais dolorosa de se ver.Apenas duas semanas antes de escrever essas palavras, ob-

servei, em agonia, jovens procurando comida em um lixão em Madagáscar. Anteriormente, durante outra viagem, vi pessoas vasculhando um enorme depósito de lixo, na Índia. Mais assus-tador foi saber que essas pessoas vivem na lixeira. Elas dormem ali, criam os filhos e morrem ali. Em meio ao lixo, a vida dessas pessoas se resume ao mero imperativo da existência. Como o Evangelho pode penetrar tal nível de necessidade?

Essas ideias foram recentemente salientadas quando li um livro de Alan Weisman intitulado O Mundo sem Nós. O autor é evolucionista, mas descreve sua visão do que aconteceria com a Terra se a humanidade fosse misteriosamente removi-da. Sua formação científica permite-lhe imaginar cenários e ainda pintar um futuro horrendo, se os homens e mulheres não desaparecerem do planeta.

Enorme Depósito de LixoWeisman descreve que a possibilidade de toda a Terra tornar-

se um enorme depósito de lixo é incontornável. Isso reforça minha crença de que Jesus precisa voltar logo e de que todos os seres humanos são parte do problema da poluição; portanto, devem ser parte de qualquer melhoria da condição da Terra.

No capítulo intitulado “Os Polímeros São Para Sempre”, Weisman descreve o trabalho de vários biólogos marinhos.

Um deles, Richard Thompson, enquanto cursava a faculdade, ajudou a limpar uma das praias da Grã-Bretanha. Removen-do algumas toneladas de lixo trazido para a terra todos os dias, ele observou que as maiores peças flutuantes pareciam ter sido trazidas pelo vento. Isso significa que ele estava lim-pando o lixo flutuante da Irlanda e Inglaterra, o qual estava se acumulando no litoral da Escandinávia. Ao contrário dos grandes materiais flutuantes, no entanto, Thompson encon-trou uma enorme quantidade de pequenas partículas de lixo, geralmente despercebidas entre as garrafas, sacos plásticos, pneus de automóvel, pedaços de corda e tampas plásticas.

Hoje, como professor da Universidade de Plymouth, na Inglaterra, Thompson ressalta uma subespécie de partículas chamadas “nurdles”, encontradas nas águas em torno de Plymouth. Com o formato de pequenos bastões uniformes, medindo cerca de dois milímetros de comprimento, essas “nurdles” são a matéria-prima usada para criar produtos plásti-cos de qualquer formato concebível. Thompson diz que elas de-vem ter sido levadas pelas correntes por centenas de quilômetros, porque não existem fábricas de plástico na região de Plymouth.

A ação das ondas tritura as partículas plásticas em tamanhos cada vez menores. Quando os fragmentos da

Por Allan R. Handysides

Poluído Planeta

Será muito tarde para mudar?pelo Plástico

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partícula foram analisados no laboratório de Thompson, ele descobriu que um terço eram fragmentos biológicos, um terço eram partículas plásticas e o outro terço, composto de partículas sem definição exata, mas são polímeros plásticos de alguma espécie.

No início do século 20, Alistair Hardy, também biólogo marinho, iniciou uma coleção de amostras do mar coletando o krill (crustáceo minúsculo, parecido com o camarão) em um dispositivo especial e concebido para ser arrastado para trás dos navios em movimento, no oceano.

A amostragem tem continuado desde o início do programa com o armazenamento de espécimes, fornecendo uma história cronológica dos oceanos em todo o século passado. O aparato draga cerca de dez metros abaixo da superfície coletando o krill. Essas pequenas criaturas são parte da camada rochosa da corrente alimentar da Terra. Elas ingerem minúsculas partículas e funcionam como uma micropeneira no oceano.

O plástico existe há apenas setenta anos e, na primeira metade do século, não esteve presente nas amostras. Nos anos 1960, entretanto, descobriu-se que os krills estavam ingerindo partículas plásticas. Lá pelos anos 1990, a presença de plástico no oceano havia triplicado.

O plástico não se decompõe; torna-se apenas mais parti-culado – pequeno o suficiente para ser ingerido pelo minús-culo krill. Estamos acostumados a fotografias de tartarugas comendo sacos plásticos, de pássaros estrangulados por linhas plásticas ou fios de nylon, mas os menores animais

do mundo estão ingerindo micropartículas plásticas, com consequências letais.

Não é novidade para os fabricantes de plástico que seu produto não é biodegradável. Cientes das montanhas de lixo plástico, as fábricas criaram os sacos plásticos “biodegradá-veis”, feitos de uma mistura de celulose e plástico. A celulose desfaz-se muito bem, pois é basicamente um açúcar, mas as partes plásticas permanecem − com a diferença de que, agora, estão em forma de micropartículas e mais facilmente levadas para o oceano.

Está em Toda Parte!O plástico está em todo lugar. Recentemente, contei os fras-

cos plásticos em meu próprio banheiro. Ao redor do perímetro da banheira, estavam dois frascos de xampu, dois de condi-cionador, um de sabonete líquido e um de sabonete facial. Na prateleira do outro lado do banheiro, estavam as embalagens plásticas do hidratante e dos medicamentos manipulados. O cesto de lixo estava vestido com um saco plástico. Percebi que minha escova de dente e a de cabelo são feitas de plástico, assim como o saco onde transporto meu “kit” de viagem. E não para por aí. Se o mundo continuar, daqui a mil anos, essas “utilidades” plásticas persistirão como detritos em alguma praia enferma.

Milhões de garrafas plásticas são usadas todos os dias por um incalculável número de pessoas cuja fonte de água é segura, mas preferem a conveniência de uma garrafa des-cartável. Em vez disso, um simples filtro pode tornar o sabor

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da água de qualquer cidade americana tão bom quanto o da água engarrafada. Por que não beber de uma garrafa de metal reabastecida em casa?

As partículas plásticas dos abrasivos faciais que usamos para nos embelezar escorrem pelo esgoto e finalmente, até o mar. Não em quantidade suficiente para serem levadas pelo vento, mas por poderosas correntes profundas. Weisman diz que elas estarão por ali “para sempre”.

Até mesmo quando limpamos a sujeira de nossos animais de estimação, colocamos seus excrementos em saco plástico. Nossa sociedade “descartável” transformou-se numa engre-nagem em tão alta rotação que vastas áreas do oceano têm se tornado, lentamente, latrinas rotativas.

O giro subtropical do Pacífico Norte é um despejo de 16 milhões de quilômetros quadrados no oceano. Esse vagaroso sifão giratório do esgoto do Pacífico é um dos seis sistemas semelhantes existentes nos oceanos do mundo. Amostras des-se atoleiro flutuante revelam que partículas plásticas superam o plâncton em seis vezes.

As partículas de plástico marinho têm a capacidade de agir como uma esponja para venenos como o DDT e o tóxico polychrotidae biplanos (PCBs). Antigamente, era usado para deixar o plástico mais maleável, mas devido à sua toxidade, em 1970, foi proibido. Mesmo assim, os fragmentos pré-1970 espalharão seu PCB por séculos, se tiverem oportunidade.

Tony Andrady, um dos maiores especialistas em plástico, diz: “Cada pedaço de plástico fabricado em todo o mundo durante os últimos 50 anos ainda permanece no meio am-biente.” Isso é mais de um bilhão de toneladas de material!

É provável que, para nós, seja inconcebível viver sem o plástico. Mas, pelo menos, devemos reciclá-lo. Atualmente, reciclar custa mais que produzir um novo, porque não conta-mos seu custo para o planeta. A reciclagem precisa tornar-se mais fácil e rentável, e os produtos reciclados deveriam rece-ber incentivos ficais.

Mesmo as pequenas mudanças fazem grande diferença. Quando lhe derem a opção entre saco plástico ou de papel, em um supermercado, pode lhe parecer que optando pelo plástico, estará salvando as árvores. Escolha errada! Opte sem-pre pelo tecido ou saco de papel.

Quando Isso Vai Terminar?Toda essa poluição acabará em breve? Felizmente, como

adventistas, cremos que sim. Entretanto, enquanto formos incumbidos como mordomos da Terra e ocupá-la até Jesus voltar, mesmo os países considerados pequenos continuarão produzindo milhares de toneladas de sacos plásticos todos os meses. Quanto aos “nurdles”, são produzidos cerca de 113 bilhões de quilos por ano. É uma quantidade bem grande para um produto quase indestrutível! É esse o modo como as pes-soas estão cumprindo seu papel como mordomos da Terra? É desta forma que estamos cuidando da criação de Deus?

O plástico é apenas um dos milhares de produtos descar-tados que nosso mundo consumista está produzindo. Com a disseminação da industrialização no mundo, a quantidade de resíduos de produtos está aumentando. Só os entulhos de nossos computadores “obsoletos” já são gigantescos. O dióxi-do de carbono está aquecendo o planeta e, ao mesmo tempo, sujando a atmosfera. Resíduos radioativos com meia-vida de milhares de anos, ainda estão sendo produzidos.

Já não é tempo de pensarmos seriamente em nossa parcela de culpa por encher a Terra com lixo? Certamente, como guardi-ões do planeta, precisamos aprender a consumir menos, conser-var mais e cuidar melhor do que Deus criou com Suas mãos.

Em Apocalipse 11:18, a Bíblia fala que Jesus voltará para destruir aqueles que destroem a Terra. Quando menino, a Terra me parecia tão vasta, tão imensa, que para uma insig-nificante geração de homens e mulheres destruí-la parecia incompreensível. Hoje, com a população cada vez mais cres-cente e a proliferação industrial, a destruição da Terra parece muito possível, até mesmo provável. Ela está envelhecendo como uma roupa, e somos nós que a estamos vestindo!

Ao nosso planeta se encolher “embrulhado em plástico”, todo tipo de vida é espremido e distorcido. À medida que o mundo se torna mais e mais como um amontoado de lixo e poluição, Deus deve olhar para nós com espanto. Mais uma vez, estamos freneti-camente envolvidos com a “cura” e desprezando a prevenção.

Pode ser muito fácil dizer: “Jesus um dia vai transformar tudo.” Mas não quero estar entre os que fizeram tudo errado! Certamente, respeitamos Deus o suficiente para honrar a obra das Suas mãos.

Deus deve olhar para nós com espanto, à

medida que o mundo se torna mais e mais

como um amontoado de lixo e poluição.

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Ainda me lembro de ouvir, quando criança, as badaladas do sino da igreja, às 8h45 em ponto, aos sábados pela manhã.

Era um aviso de que a Escola Sabatina começaria em exatos quinze minutos. Às nove horas, os bancos da igreja esta-vam lotados, os hinários eram abertos e vibrantes hinos de louvor enchiam o ambiente da igreja; o maestro do coral sempre regia a congregação quando cantava “Santo Sábado, Dia de Repouso”.

Para mim, entretanto, a parte favorita do programa ocorria quando os diferen-tes grupos eram separados por faixa etária para estudarem a Bíblia com materiais apropriados à sua idade. Para nós, crian-ças, isso significava incríveis histórias da Bíblia sobre heróis de Deus e como eram visitados e ajudados pelos anjos.

Hoje, faz mais de duas décadas que me sentei naquelas pequenas cadeiras para aprender como Deus enviava Seus anjos para servir e proteger Seu povo. E concluo que nem tudo que aprendi encontra base bíblica.

Na escola de ensino médio, nosso diretor nos contava histórias sobre anjos, cuja principal responsabilidade era a comunicação, anotando todos os nossos erros, que eram entregues a Deus, com todos os detalhes, todas as noites, após irmos dormir. Assim, eu via os anjos com certa apreensão.

Qual é, então, a verdadeira história? O que a Bíblia diz? Como nossa vida é afetada pela existência dos seres angelicais?

Revelação das Escrituras Sobre os Anjos

A palavra original da Bíblia traduzida como “anjo” significa “men-sageiro”; eles são seres sobrenaturais que representam Deus para os seres humanos. No Antigo Testamento, os anjos apareceram a Agar (Gn 16), Ló (Gn 19), Jacó (Gn 28), Moisés (Êx 3, 14, 23), Gideão (Jz 6), Elias (1Rs 19), Daniel (Dn 6) e a outros.

Os anjos estiveram presentes na vida e no ministério de Jesus. Eles também

auxiliaram na formação da igreja primi-tiva. O livro de Apocalipse menciona os anjos mais de setenta vezes.

Mas isso foi naquele tempo, e agora? O que os anjos fazem por nós?

Os anjos guardam quem procura encontrar a verdade. Embora Jesus não tenha recebido a educação dos rabinos, Sua sabedoria e Seu conhecimento de-rivavam da grande biblioteca da criação de Deus. E mais, Ele gastava incontáveis horas aprendendo de seus pais sobre como Deus dirigiu Seu povo através dos tempos.

Ellen White escreveu sobre a obra dos anjos, ajudando-nos a encontrar as verdades da Palavra de Deus: “Toda criança pode adquirir conhecimento como Jesus o adquiriu. Ao procurarmos relacionar-nos com nosso Pai celestial através de Sua Palavra, anjos se ache-garão a nós, nossa mente será fortale-cida, nosso caráter elevado e apurado. Tornar-nos-emos mais semelhantes a nosso Salvador” (O Desejado de Todas as Nações, p. 70).

Por Tony Philip Oreso

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Os anjos ligam os Céus à TerraSozinhos

estamos

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Esse exemplo nos ajuda a fazer uma imagem gráfica da realidade: “Anjos do mundo da luz acham-se ao pé daqueles que, em humildade, buscam a guia divina”(Ibid., p. 141).

Os anjos nos livram dos espíritos maus. A grande oposição que frequen-temente encontramos ao realizarmos a obra de Deus, pode muitas vezes nos dominar. De quando em quando, as lutas diárias que enfrentamos, sem mencionar as batalhas espirituais que travamos, quebram as defesas de nossa alma. As barreiras levantadas pela oração habitual, devoção e ministério, muitas vezes começam a se desintegrar e a dúvida começa a obscurecer a lide-rança do Espírito de Deus. Pensamos que nosso caso é perdido, mas não é!

Assim como um anjo apareceu a Elias após o episódio com os profetas de Baal no Monte Carmelo, com nutrição tanto física como espiritual (1Rs 19:1-9), podemos contar com o anjo, mensageiro de Deus, para nos trazer mensagens de esperança e enco-

rajamento no momento em que pre-cisarmos. O encorajamento pode não chegar por uma fonte sobrenatural (do modo como pensamos ser sobrenatu-ral), mas podemos estar certos de que anjos estão agindo – mesmo por meio de agentes humanos – para diminuir nossos fardos e nos ajudar a perceber a presença de Deus.

Quando nos entregamos totalmente a Deus, Ele toma o controle e Seus anjos nos libertam dos agentes que nos apri-sionavam. Ele nos toma de volta e o Céu se regozija com nossa recuperação.

Sejamos claros: Os espíritos das trevas lutam pelas almas que estão sob seu domínio; mas os anjos de Deus disputam por essas almas com prevale-cente poder.

Os anjos protegem os seguidores de Cristo. Ló e sua família foram prote-gidos por anjos e conduzidos, com segurança, para fora de Sodoma, antes que essa ímpia cidade fosse destruída (Gn 19:15-17). E quando Jesus ago-nizava no Jardim do Getsêmani com a enormidade do sacrifício que estava prestes a fazer pelos pecadores, anjos vieram para fortalecê-Lo emocional e espiritualmente.

Essas histórias mostram o envol-vimento dos anjos com os seguidores de Cristo, hoje. Ellen White escreveu: “Assim, em todas as épocas, os anjos têm estado perto dos fiéis seguidores de Cristo... De que perigos, visíveis e invisíveis, temos sido protegidos mediante a intervenção de anjos, jamais saberemos até que, à luz da eternidade, as providências de Deus nos sejam reveladas. Saberemos então que toda a família celestial estava interessada na família aqui de baixo, e que mensageiros do trono de Deus dia a dia nos assisti-ram os passos”(O Desejado de Todas as Nações, p. 240).

Mas o ministério dos anjos não é garantia de que o povo de Deus será preservado de todo mal. Citando o exemplo de João Batista, Ellen White escreveu: “Conquanto nenhum mira-culoso livramento fosse proporcionado

a João, ele não fora abandonado. Tivera sempre a companhia dos anjos celestiais, que lhe abriram as profecias concernentes a Cristo, e as preciosas promessas da Escritura. Estas foram seu sustentáculo, como haviam de ser do povo de Deus nos séculos por vir” (Ibid., p. 224).

Assim, mesmo não sendo salvos do perigo e do mal, podemos sentir-nos seguros das promessas de Deus e ter fé no resultado positivo.

Os anjos cooperam na proclamação do evangelho. Os anjos se mantêm em completa reverência ao Senhor. Com suas mãos unidas às dos agentes humanos, emprestam suas energias na proclamação do evangelho de Cristo. Junto com o Espírito Santo, eles nos convencem do pecado e nos ensinam como servir a Deus. Seu poder celestial, combinado com as habilidades humanas, encaminha pessoas para Cristo.

“Devemos ser co-obreiros dos anjos celestes em apresentar Jesus ao mundo,” escreveu Ellen White. “Com quase impaciente ansiedade esperam os anjos nossa cooperação; … E, quando nos entregamos a Cristo numa consagração de toda a alma, os anjos se alegram de poderem falar por meio de nossa voz, para revelar o amor de Deus”(Ibid., p. 297).

“Os anjos não são, todos eles, espíri-tos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?” perguntou o escritor da carta aos Hebreus (Hb 1:14, NVI). Nos tempos difíceis em que vivemos, anjos mensa-geiros de Deus ainda estão trabalhando para manter-nos perto de Deus e para preparar-nos para a breve volta de Jesus.

Tony Philip Oreso escreve de Nairobi, Quênia.

Podemos contar

com os anjos

de Deus para

nos trazer

mensagens de

esperança e

encorajamento

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Há várias versões da lenda sobre o papa e um judeu idoso chamado Moishe. Note uma delas:

Há cerca de um século, o papa decidiu que todos os judeus deviam deixar Roma. Vendo, porém, o alvoroço na comunidade judaica e querendo dar a impressão de que era conciliador, teve uma nova ideia. Ele faria um debate com qualquer judeu que a comunidade judaica escolhesse. Se essa pessoa vencesse o debate, os judeus poderiam ficar. Mas se o papa vencesse, eles teriam que ir embora.

Como todos os judeus eruditos e poderosos se recusaram a enfrentar o Golias cristão, a comunidade escolheu um velho zelador chamado Moishe.

Embora muito preocupado com suas reduzidas quali-dades de oratória, Moishe concordou em debater, mas com uma condição: que o evento acontecesse em total silêncio. Por incrível que pareça, o papa concordou.

Quando o grande dia chegou, Moishe e o papa sentaram-se frente a frente. Por um longo minuto, ficaram se observan-do silenciosamente e imóveis.

Finalmente, o papa ergueu a mão e mostrou três dedos. Moishe o encarou e ergueu um dedo.

Evitemos a histeria. As Escrituras

devem ser nosso parâmetro.

Por Roy Adams

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A seguir, o papa fez um círculo ao redor de sua cabeça com o dedo. Moishe apontou firmemente para o chão onde estava sentado.

O papa, então, pegou uma hóstia (pão da comunhão) e um cálice de vinho e colocou-os sobre a mesa. Moishe puxou uma maçã e a colocou à sua frente.

A essa altura, o papa se levantou e disse: “Eu desisto. Esse homem é muito bom. Os judeus podem ficar.”

Após o debate, os cardeais se reuniram ao redor do papa, perguntando o que acontecera. O papa disse: “Primeiro, eu levantei três dedos para representar a Trindade. Ele respon-deu segurando apenas um dedo para me lembrar que há apenas um Deus, comum às nossas religiões. Então, com o dedo, fiz um círculo sobre minha cabeça para mostrar que Deus estava ao nosso redor. Ele respondeu apontando para o chão, mostrando que Deus também estava bem ali, conos-co. Peguei o vinho e a hóstia para mostrar que Deus perdoa os nossos pecados. Ele pegou uma maçã para me lembrar do pecado original. Ele tinha uma reposta para cada coisa. O que eu poderia fazer?”

Enquanto isso, a comunidade judaica se amontoou ao redor de Moishe, espantada com o fato de que o velho e inculto zelador fora capaz de fazer o que todos os eruditos achavam impossível. “O que aconteceu?” perguntavam. “Bem”, disse Moishe, “primeiro, ele levantou três dedos para me dizer que os judeus tinham três dias para sair de Roma. Eu levantei um dedo para dizer-lhe que nenhum de nós sairia. Então, fazendo um círculo sobre sua cabeça, disse-me que essa cidade santa ficaria limpa dos judeus. Eu apontei um dedo para o chão para que ele soubesse que nós ficaría-mos exatamente aqui.”

− E daí? – perguntou uma senhora.− Eu não sei − disse Moishe. – Ele pegou o lanche dele e

eu peguei o meu. Moral da história: Podemos estar olhando para os mes-

mos acontecimentos, os mesmos sinais, as mesmas evidên-cias. Mas esses acontecimentos, sinais e evidências estão em silêncio; eles não falam. Geralmente, as interpretações que fazemos resultam de nossas pressuposições pessoais.

Por isso, é necessário que nos assentemos aos pés de Jesus para ouvir, outra vez – com mais atenção, com ouvidos menos preconceituosos – o que Ele tem a dizer, enquanto fala diretamente sobre os acontecimentos do fim do mundo. Um de Seus discursos mais comentados sobre o assunto está relatado em Mateus 24.* Por falta de espaço, eu me concentrarei nos primeiros doze versos apenas, crendo que eles resumem todo o discurso.

Calmo e Sem HisterismoEm resposta aos Seus discípulos, que tinham grande

admiração pelo Templo, Jesus previu, nos versos um e dois, a destruição do edifício. Completamente chocados, três deles se aproximaram de Jesus, em particular, para uma

explicação mais elaborada. “Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? perguntaram, “E qual será o sinal da Tua vinda e do fim dos tempos?”

Suas perguntas centralizavam-se em duas coisas: tempo e sinais. Jesus abordou ambas, mas é importante perceber o que vem em primeiro lugar em Sua resposta. Como se não tivesse ouvido nada sobre tempo e sinais, Ele disse: “Cuida-do, que ninguém os engane” (verso 4). A questão do engano é muito importante na resposta de Jesus, e retornarei a ela, mais adiante. Mas vejamos, agora, os versos 6 a 8:

“Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas acon-teçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. Tudo isso será o início das dores.”

O que percebo, ao ler esses versos mais uma vez, é a calma de Jesus, a ausência de histerismo. Na sequência de calamidades e catástrofes, os discípulos não deveriam esperar que o fim chegasse no dia seguinte. De fato, Jesus está descrevendo o cenário de um futuro distante. “É necessá-rio”, disse Ele, “que tais coisas aconteçam, mas ainda não é o fim.” Em outras palavras, não devemos fazer uma conexão direta entre conflitos militares ou catástrofes naturais e a Segunda Vinda.

Como adventistas, tradicionalmente tentamos fazer um paralelo entre a Segunda Vinda e as guerras e crises econô-micas. Durante as duas guerras mundiais, nossos sermões evangelísticos eram cheios de predições a esse respeito! Mas as guerras terminaram e Jesus não retornou.

A Grande Depressão do fim dos anos 20 e início dos anos 30 deixou milhares sem emprego e multidões famintas – um colapso econômico de grandes proporções. Mas a Grande Depressão não desencadeou a Segunda Vinda.

Quando a Guerra do Golfo estava prestes a começar, em 1991, e Sadam Hussein propagava avisos assustadores sobre “a mãe de todas as batalhas,” nossos ânimos proféticos se elevaram novamente, e alguns adventistas subiram aos púlpitos e apressaram-se em fazer advertências sobre a batalha do Armagedom.

Hoje, o histerismo continua. Certo obreiro adventista diz ter dados da inteligência secreta, fornecidos por alguns pastores evangélicos anônimos, de que o presidente dos Estados Unidos (George W. Bush, na época) havia enviado ordens sigilosas a todas as forças armadas do país sobre o que fazer quando a próxima crise chegasse. Quando a

Roy Adams é editor associado da Adventist World.

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crise se estabelecesse – por ataque terrorista ou por colapso financeiro −, as famílias dos militares teriam duas horas para sair das cidades em direção às montanhas ou vilas isoladas. Todas as grandes cidades dos EUA seriam fechadas; ninguém poderia entrar ou sair.

Ao mesmo tempo, os militares já teriam estocados milhões de caixões − quinhentos mil apenas na área de Atlanta – presumivelmente para colocar os milhões que seriam mortos. E a ideia é que os adventistas deveriam ter um esconderijo com alimentos e estar preparados para fugir para as montanhas.

Eu me pergunto: Por que os adventistas se envolveriam em tamanha tolice? Mas quando o fazemos, depreciamos o valor da profecia e expomos nossa religião ao ridículo perante pessoas que, de outro modo, poderiam ser ouvintes simpatizantes – e mesmo fiéis em potencial. Uma de nossas principais preocupações deveria ser a credibilidade da igreja em longo prazo. Falando ou escrevendo, devemos colocar as coisas de tal maneira que os difamadores da igreja não tenham argumentos fáceis para espalhar por aí.

Lembremo-nos de que nossas devotas predições sobre a proximidade da Segunda Vinda, baseadas em calamidades recentes, não influenciam o tempo do evento. Se influen-ciassem, Jesus já estaria aqui desde a metade do século dezenove, um tempo de fervor e expectativa pela Sua volta, sem precedentes.

Estamos falando sobre o soberano Deus do Universo. Seus planos não são afetados pelos erros de Roy Adams ao interpretar as profecias. Ellen G. White diz:

“… como as estrelas no vasto circuito de sua indicada órbita, os desígnios de Deus não conhecem adiantamento nem tardança” (O Desejado de Todas as Nações, p. 32).

Maior PreocupaçãoO que mais me preocupa quando leio Mateus 24 não é

o que Jesus disse acerca das guerras, terremotos, fomes e pestilências; mas o que disse sobre nós! Após falar sobre os Seus seguidores sendo perseguidos, colocados à morte e “odiados por todas as nações” (coisa difícil!), Ele diz que “muitos ficarão escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros” (verso 10).

Contra esse cenário, veja o que diz Ellen G. White:“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa

que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abando-na sua posição. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos” (O Grande Conflito, p. 608).

Olhemos, agora, o verso 11: “e numerosos falsos profe-tas surgirão e enganarão a muitos”. Às vezes, pensamos que

somos a geração mais inteligente. Entre nós, porém, estão alguns dos seres mais tolos que já caminharam sobre o planeta. Na primavera de 2005, milhares de pessoas fizeram peregrinações para a parte inferior da ponte ferro-viária de Chicago, onde um vazamento de água de esgoto havia criado uma mancha que se assemelhava à Virgem Maria!

Se uma mancha de água de esgoto pode produzir tal resposta, imagine o que acontecerá se o que Ellen White diz, na citação abaixo, acontecer do modo como foi escrito:

“Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo … Em várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante … A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de triunfo: ‘Cristo veio!’ O povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma bênção, … cura as moléstias do povo, e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo … É este o poderoso engano, quase invencível” (O Grande Conflito, p. 624).

Isso, sim, deve nos causar preocupação. Permanecere-mos fiéis?

O que mais me preocupa quando leio

Mateus 24 não é o que Jesus disse

acerca das guerras, terremotos, fomes e

pestilências; mas o que disse sobre nós!

O que mais me preocupa quando leio

Mateus 24 não é o que Jesus disse

acerca das guerras, terremotos, fomes e

pestilências; mas o que disse sobre nós!

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Ápice do TextoSe procurarmos por um sinal que aponte para a emi-

nência da volta de Jesus – um sinal que, quando cumprido, poderemos dizer: “É este!” – então o local para encontrá-lo é Mateus 24:14: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”

Esse não é um sinal espalhafatoso. Não atrai a atenção histérica. Não aciona os botões do pânico, mas é muito importante. Foi o único sinal que Jesus ligou diretamente ao advento.

Alguns podem ter um perverso conforto com a aparente lentidão do avanço do evangelho, admitindo poder ter um pé no mundo e ficar de olho no cumprimento da comissão evangélica, para então, voltar para a igreja na hora undécima.

Mas isso seria tolice. Em primeiro lugar, o cumprimento da pregação do evangelho em todo o mundo não é algo que possa ser medido humanamente. Como seres humanos, não podemos saber quando essa tarefa será concluída de acordo com a inescrutável sabedoria de Deus. Tampouco podemos ter ideia da multiplicidade de meios que nosso onipotente Deus tem para realizar Sua obra entre as nações. Somente a eternidade revelará isso. (Acho que vamos nos surpreender.)

A segunda consideração nesse ponto é a incerteza da vida. Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, catorze mil pessoas saíram para seus escritórios e compromissos nas poderosas torres gêmeas do outro lado do Rio Hudson, na cidade de Nova Iorque. Ninguém, nem mesmo vagamente, suspeitava de algo diferente de um dia normal. Entretanto, 40 segundos passados das 8h46 minutos, boom! E mil pessoas foram arremessadas para os ares sem um minuto de alerta!

Nossa única segurança é estar ancorados em Deus, hoje – e todos os dias, permitindo que a Grande Comissão seja cumprida em nós e por nós.

Tempo de Expectativa e AlegriaO modo com que Lucas 21:25-28 é formulado nos leva à

conclusão de que, imediatamente antes do advento haveria uma reprise, uma repetição de determinados sinais, talvez em maior escala. O texto fala de alguns sinais no Sol, Lua e nas estrelas; de uma “grande tribulação” na Terra e que os poderes celestes serão abalados. “Então ...”, diz Jesus, “todas as nações da terra ... verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (verso 30).

Mesmo em meio a esse período calamitoso, não devere-mos temer.

*Todas as referências bíblicas são da Nova Versão Internacional.

A P P H O T O / P E T E R D E J O N G

A P P H O T O / M A R K R I C H A R D S , P O O L

A P P H O T O / D I T A A L A N G K A R A

I M A G E N S D E R E L Ó G I O P O R C R A I G J E W E L L / J A Y S I M M O N S /M O D I F I C A D A D I G I T A L M E N T E Abril 2009 | Adventist World 19

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Uma das memórias de minha infância aconteceu no campo missionário. Um dia, meus pais sugeriram que marcássemos nossa altura em um dos portais

da casa para medir nosso crescimento. Sendo o mais velho, eu era o mais alto dentre as quatro crianças. Meus irmãos ficaram um pouco enciumados com esse fato e decidiram aumentar sua ingestão alimentar para crescer mais rápido, alcançar e ultrapassar a estatura do irmão mais velho. Isso deu início a uma interessante competição.

Gostaria de sugerir que todos nós colocássemos um alvo para nosso crescimento em Cristo, tornando-nos como Ele. Não estou dizendo para crescer nos mandamentos ou nas

Quase tudo muda na natureza. Tudo o que está vivo cresce. Se não houver crescimento, o resultado é morte certa. Fisica-mente, quando nascemos, espera-se que cresçamos. Se não houver crescimento, morreremos. A mesma coisa acontece com a experiência cristã. Quando nascemos de novo, cumpre-nos crescer e isso envolve constante mudança. Não há meio-termo. Se não há crescimento, a morte espiritual é certa.

Não estar em Cristo significa estar desligado da fonte de vida e de mudança, o que torna inevitável nossa destruição final. Salvação não é uma experiência única, algo que acontece apenas por aceitar a Cristo. Não é algo que acontece uma vez, e pronto. Ao contrário, envolve um processo, um crescimento em

Cristo (Hb 5:11-14). Esse processo inclui justificação e também santificação, uma purificação que termina em redenção.

História de RaquelRaquel era uma jovem bonita, mem-

bro de uma de minhas igrejas e filha de um dos anciãos. Ela era um problema na igreja. Entre outras coisas, vestia-se de modo extremamente provocativo – saias curtas, blusas decotadas. Seus pais, mem-bros da igreja e pastores já haviam falado com ela, sem obter sucesso. Seu caso foi levado à comissão da igreja.

Eu me aproximei dela, usando todas as minhas habilidades persuasivas de jovem pastor recém-formado. Nada aconteceu.

De repente, todos nós percebemos que o modo de ela se vestir e outros

fatores externos estavam mudando. Tão surpreso como os demais, conversei com ela, um dia, esperando ouvir que a mudança era resultado de um dos meus “poderosos” sermões. Sua resposta, porém, foi bem simples. Ela se apaixonara por um rapaz de um grupo religioso bem estrito. Ela o amava tanto que, ao saber que ele não aprovaria sua aparência, começou a se arrumar e a se vestir de modo diferente. Ele não havia falado com ela sobre o assunto. Seu amor por ele produziu a transformação que todas as conversas e sermões não conseguiram produzir.

Milagres de transformação acontecem quando nós realmente nos apaixonamos por Jesus. Começamos a crescer nEle. O processo de santificação é total, uma experiência dinâmica e progressiva, até nos tornarmos completamente desenvolvidos, na estatura cristã ideal.

“Há dois mil anos, um pregador idoso descreveu, em três palavras, uma das verdades mais sublimes de todos os tempos. As três palavras somadas … [é a essência da vida cristã]. O pregador era o apóstolo Paulo; sua mensagem – tão verdadeira para nós, hoje, como para a igreja em Colossos – declara, ‘Cristo é tudo’ (Cl 3:11) … Se você e eu um dia andarmos em

doutrinas. Ou mesmo crescer na igreja. Sem reduzir a impor-tância dessas áreas, nossa maior necessidade é crescer em nosso irmão mais velho, Jesus Cristo.

Não Podemos ser EstáticosSe Cristo reina em nós (Rm 8:9), então estamos em um

processo de mudança. “Mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia” (1Co 4:16). “E todos nós, com o rosto desvendado, contem-plando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transfor-mados, de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (1Co 3:18). Cristo, nosso supremo exemplo, define o tom para nós. A Bíblia diz que Ele “crescia … em sabedo-ria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lc 2:52).

NÚMERO 11

VıvasHá crescimento quando permanecemos em Cristo

Por Victor A.

Schulz

C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S

Assim Como Todas as Coisas

Victor A. Schulz é um evangelista internacional; reside em Alberta, Canadá.

20 Adventist World | Abril 2009

Page 21: Adventist World (Abril 2009)

ruas de ouro…, é porque encontramos o único caminho nesta vida – Jesus, o caminho – e O seguimos. ‘E não há salvação em nenhum outro; porque debaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos’ (At 2:12).” (Robert Pierson, We Still Believe, p. 49, 50). Salvação em Cristo, essa é a pedra fundamental da grande mensagem do advento, centralizada em Cristo.

Outro CasoQuando era estudante de Teologia, em 1967, eu ajudava

um de nossos grandes pregadores numa campanha evangelís-tica. Além de fazer visitas e dar estudos bíblicos, era escalado para, à noite, ficar na entrada principal da igreja dando as boas-vindas às visitas.

Uma noite, uma jovem senhora, ao entrar, entregou-me um pedaço de papel dizendo que precisava falar com a pessoa cujo nome estava escrito ali. Quando lhe disse que eu era a pessoa, ela começou a chorar muito. Após algum tempo, envergo-nhado, pois as pessoas estavam entrando e questionando o que estaria acontecendo, levei-a para um local rodeado de palmeiras e com bancos no centro. Seu choro continuava, seus olhos eram como cachoeira, suas lágrimas fluíam como torrentes. Eu obser-vava sua linda face distorcida pela angústia.

Após o que me pareceu uma eternidade, ela se recompôs e começou a contar sua história. Alice (não é seu nome verdadeiro) cresceu em um lar abusivo. Quando adolescente, se apaixonou profundamente. Logo o rapaz começou a pedir-lhe o que chama-va de “prova de amor”, e eles tiveram relações sexuais. Mas ele só a estava usando para satisfazer suas paixões e logo a descartou.

Depois dele, ela conheceu outro rapaz. Vulnerável como estava, outra vez as coisas acabaram em sexo e, depois de um tempo, esse rapaz também a abandonou. Uma terceira pessoa, então, entrou em sua vida. Ela sentiu que esse amor era puro

e sincero. A história, porém, se repetiu e dessa vez, para tornar as coisas ainda piores, ela descobriu que estava grávida.

Quando o terceiro namorado soube, desapareceu, dei-xando-a sozinha. Com medo de seu pai, ela seguiu um mau conselho e provocou aborto.

Assim, com a tenra idade de 17 anos, ela estava ali, comigo, naquela noite de maio, sentada sob as palmeiras, sentindo-se re-jeitada por todos, culpada, porque ela cria ter matado uma vida incipiente, seu próprio filho. Ela se sentiu abandonada por seus pais e namorados, sozinha, desesperada, sem saber o que fazer.

Como Deus TrabalhaFoi seu vizinho, para quem eu estava dando estudos bíbli-

cos, que, após perceber que ela era uma suicida em potencial, escreveu meu nome num pedaço de papel naquela noite, esperando que pudéssemos ajudá-la.

De repente, ela se levantou e começou a gritar: “Estou perdida! Estou perdida! Não há esperança para mim! Vou me jogar na frente do primeiro ônibus que passar. Estou perdida!”

Quando, finalmente, ela se acalmou, eu li para ela a histó-ria da mulher adultera e como Jesus a perdoara dizendo-lhe: “Vai e não peques mais”(Jo 8:1-11). Vagarosamente, a paz entrou naquele coração. Oramos juntos e lhe dei uma cópia do livro Caminho a Cristo, de Ellen G. White, recomendando especialmente o capítulo sobre o perdão.

Anos mais tarde, voltei àquela mesma cidade e fui visitar um prédio moderno adquirido para ser um centro evangelísti-co, após o fim daquela bem-sucedida campanha evangelística. E quem estava à porta recepcionando as pessoas? Alice! Ela era, agora, uma mulher intensamente espiritual, nitidamente feliz, totalmente em paz consigo mesma.

Certamente, ela havia crescido em Cristo! Essa mesma expe-riência de crescimento deve ser a sua e a minha também.

Com Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre as forças do mal. Durante o Seu ministério terrestre, subjugou os espíritos demoníacos, quebrou o poder do maligno e confirmou sua condenação final. A vitória de Jesus dá-nos a vitória sobre as forças do mal que ainda procuram controlar-nos, ao andarmos com Ele em paz, alegria e com a certeza do Seu amor. Agora, o Espí-

rito Santo habita em nós e reveste-nos de poder. Estando continuamente comprome-tidos com Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos libertados do fardo dos atos cometidos no passado. Não mais vivemos nas trevas, com medo dos poderes do mal, na ignorância e na vida sem sentido de outrora. Nessa nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhan-

ça do Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nela e na Sua providência, cantando Seus louvores, reunindo-nos nos cultos e participando da missão da igreja. Ao entregar-nos para o amoroso serviço em prol dos que estão em torno de nós e ao testemunharmos de Sua salvação, Sua constante presença conos-co por meio do Espírito transforma cada momento e cada tarefa em uma experiên-cia espiritual. (Sl 1:1, 2; 23:4; 77:11, 12; Cl 1:13, 14; 2:6, 14, 15; Lc 10:17-20; Ef 5:19, 20; 6:12-18; 1Ts 5:23; 2 Pe 2:9; 3:18; 2Co 3:17, 18; Fl 3:7-14; 1Ts 5:16-18; Mt 20:25-28; Jo 20:21; Gl 5:22-25; Rm 8:38, 39; 1Jo 4:4; Hb10:25.)

emCristoCrescimento

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Entre o primeiro e o segundo advento de Cristo, será observado um maravilhoso contraste.

Nenhuma linguagem humana poderá retratar as cenas da segunda vinda do Filho do homem nas nuvens dos céus. Ele virá com Sua própria glória, com a glória do Pai e dos santos anjos. Virá envolto em um manto de luz, o qual tem usado por toda a eternidade. Anjos O acompanharão. Milhões de anjos irão escoltá-Lo por todo o caminho. Será ouvido o som da trombeta chamando os que dormem nas sepulturas. A voz de Cristo atravessará os túmulos e pene-trará os ouvidos dos mortos, “e todos os que estiverem nos sepulcros … sairão”.

“E todas as nações serão reunidas em Sua presença.” O mesmo que morreu pelos homens os julgará no último dia; pois o Pai “a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento: … e Lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do homem”. Que dia será aquele, quando todos os que rejeitaram a Cristo contemplarão Aquele que foi traspassado pelos seus pecados! Sabe-rão, então, que Ele lhes teria oferecido todo o Céu se tivessem se colocado ao Seu lado como filhos obedientes por quem pagou infinito preço por sua re-denção, mas que rejeitaram a liberdade pela terrível escravidão do pecado.

Cenas da Vida do MestreEnquanto contemplam Sua glória,

passa como lampejo em sua mente a memória do Filho do homem vestido em Sua humanidade. Lembram-se de como O trataram, como O rejeitaram … As cenas da vida de Cristo aparecem claramente diante deles. Tudo o que fizeram, tudo o que disseram, a humi-lhação a que foi exposto para salvá-los da mácula do pecado, está diante deles a condená-los.

Eles O contemplam entrando em Jerusalém, presenciam Sua agonia e lágrimas perante a cidade impenitente que rejeitou Sua mensagem. Sua voz,

que foi ouvida convidando, em súplica, em tom de gentil dedicação, parece cair sobre seus ouvidos.

A cena no Jardim do Getsêmani ergue-se diante deles, e ouvem a im-pressionante oração: “Pai, se possível, passa de Mim esse cálice.”

Mais uma vez, eles ouvem Pilatos dizer: “Eu não acho nEle crime algum”. Acompanham a cena vexatória da sala do julgamento, com Barrabás em pé ao

lado de Cristo, e onde tiveram o privi-légio de escolher O inocente. Ouvem mais uma vez as palavras de Pilatos: “Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?” E eles ou-vem a resposta: “Este não, mas Barra-bás.” Para a pergunta de Pilatos: “Que farei então de Jesus, chamado Cristo?” a resposta veio: “Seja crucificado.”

Mais uma vez, eles veem seu Sa-crifício a suportar o opróbrio da cruz.

“O Senhor não quer que nenhum pereça, senão que todos

cheguem ao arrependimento”— 2 P e d r o 3 : 9

GloriosoSeu

Por Ellen G. White

E S P Í R I T O D E P R O F E C I A

entoentoAparecımento

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Page 23: Adventist World (Abril 2009)

Ouvem os fortes e triunfantes insultos exclamando: “Se és Filho de Deus, desce da cruz.” “Salvou os outros, e a Si mes-mo não pode salvar-Se.”

Agora O contemplam, não no Jardim do Getsêmani, não na sala de julgamento, não na cruz do Calvário. Os sinais de Sua humilhação haviam passado e olham para a face de Deus – face em que cuspiram, face na qual os sacerdotes e juízes bateram com a

praticado. O pecado secreto, que agora parece insignificante, quando colocado diante dos homens sob a luz da face de Deus, parecerá atroz.

Como estão nossos registros nos livros do Céu? Escolhemos nós ser participantes com Cristo de Seus sofrimentos? Estamos aprendendo na escola de Cristo, Sua mansidão e humildade de coração? Temos perma-necido ao lado de Jesus e suportado Seu opróbrio? Temos tomado Seu jugo sobre nós e levantado na cruz a abnegação e sacrifício próprio? Estamos ajudando ao Senhor a suportar Seu fardo e cooperando em Sua obra?

Plano da Salvação CompletoSatanás desceu com grande poder,

… mas não é necessário que ninguém seja enganado; e não o seremos, se tomarmos nossa posição com Cristo, e segui-Lo por meio do bom e do mau relatório. … O glorioso memorial do maravilhoso poder de Deus em breve será restaurado ao seu lugar de direito. O paraíso perdido será então o paraíso restaurado. O plano de Deus para a redenção do homem estará completo. O Filho do homem colocará sobre os justos a coroa da vida eternal, e eles “O servem de dia e de noite no Seu san-tuário; e Aquele que Se assenta no trono estenderá sobre eles o Seu tabernáculo. Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que Se en-contra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.”

Este artigo foi extraído de um dos primeiros que foram publicados na Advent Review and Sabbath Herald, hoje Adventist Review (www.adventistreview.org), de 5 de setembro de 1899. Os adventistas do sétimo dia creem que Ellen G. White exerceu o dom profético bíblico durante mais de 70 anos de ministério público.

palma das mãos. Agora, a verdade, com toda a nitidez, lhes é revelada. Terão que encarar a fúria do Cordeiro, dA-quele que veio para extirpar o pecado do mundo, dAquele que sempre lhes ofereceu infinita ternura, resignada paciência e inexprimível amor. Perce-bem que perderam todas as riquezas de Sua grande salvação. Ao olhar para Aquele que morreu para retirar-lhes a culpa, clamam às rochas e montanhas: “Caí sobre nós e escondei-nos da face

dAquele que Se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?”

Revisão de Minha VidaEstamos em meio aos perigos dos

últimos dias. As cenas do conflito se agitam e o dia dos dias está perto de nós. Estamos preparados para esse evento? Toda obra, pequena ou grande,

será trazida ao nosso conhecimento. O que aqui foi considerado trivial será, então, exposto como é. As duas moedas da viúva serão reconhecidas. O copo de água fria oferecido a alguém, a visita à prisão, os famintos alimen-tados, cada ação trará sua própria recompensa. E os deveres negligencia-dos, aquele ato egoísta, não serão es-quecidos. No tribunal aberto ao redor do trono de Deus, ele aparecerá como algo muito diferente do que quando foi

entoentoAparecımento

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Page 24: Adventist World (Abril 2009)

O mundo islâmico está mudando diante de nossos olhos, agora que líderes muçulmanos procuram diá-logo com cristãos e judeus. Os adventistas do sétimo

dia estão cada vez mais envolvidos como convidados, e eles mesmos tomam a iniciativa de dialogar com os muçulmanos.

Por que os adventistas desejam se envolver em tais inicia-tivas? E por que os muçulmanos, devido ao grande número de entidades cristãs, estão interessados em reunir-se com uma pequena parcela do grande cenário da fé cristã? As respostas a essas perguntas nos dão uma ideia das rápidas mudanças que estão ocorrendo.

Nossa Longa SombraDo lado adventista, as razões para nossa participação é

simples e resume-se em uma palavra: missão. Somos uma igreja mundial, com a distinta identidade e missão de declarar o caráter de Deus e de ajudar a preparar um povo para o breve retorno de Jesus Cristo. De igual modo, os muçulmanos são uma religião mundial, com seguidores não apenas nos

países entre o Morrocos e a Indonésia, mas em crescimento em países com bases tradicionais cristãs. Hoje, cerca de cinco milhões de muçulmanos vivem na França, representando 10% da população. Nos Estados Unidos, os muçulmanos chegam a aproximadamente dez milhões.

Assim, quase em toda a face da Terra, adventistas e mu-çulmanos ocupam o mesmo solo. Os muçulmanos são nossos vizinhos, não apenas seguidores de uma religião longínqua. Como servos do Senhor Jesus Cristo, temos a incumbência de interagir com eles em todos os níveis, de vizinhos aos contratos oficiais.

Por muitos anos, a Igreja Adventista do Sétimo Dia está envolvida em diálogos com representantes de outras igrejas. Esses encontros têm produzido bons resultados, quebrando estereótipos e eliminando equívocos de ambos os lados. Do lado adventista, um grande benefício foi a queda da falsa denominação de nossa igreja como um “culto” ou “seita”.

Estive envolvido nesses diálogos interdenominacionais por mais de vinte anos e estou convencido de que são de valor

MuçulmanosQuebrando o preconceito ao construir pontes

Conversamcom

Por William G. Johnsson

S E R V I Ç O

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Adventistas

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significativo. Fui convencido, também, de que em todos os encontros dessa natureza devemos apresentar nossas crenças distintas com polidez, mas clara, sábia e honestamente, sem reter nada do que defendemos. Tentar bater de frente com a outra parte é desencadear um desastre, tanto em curto como em longo prazo.

Quando nosso diálogo é com outros cristãos ou com seguidores de outras religiões, nossa proposta deve ser para que haja genuíno e mútuo reconhecimento de quem somos (e somos nós quem melhor podemos expor isso), que valores buscamos e defendemos, e por que optamos por aparecer e não pela obscuridade.

Desafios SingularesEsse novo diálogo nos apresenta novos desafios. Os mu-

çulmanos têm a tendência de pintar todos os cristãos com o mesmo pincel: no estilo de vida, comedores de carne de porco e bebedores de álcool; em nível geopolítico, como pró-Israel e anti-árabes. O maior alvo para os adventistas é mostrar e explicar que não somos como as outras denominações cristãs; nosso estilo de vida é similar ao dos muçulmanos em áreas fundamentais; que somos uma comunidade de fé internacional e global, cuja agenda não é guiada pelos ventos e direções da política secular. Queremos que saibam, também, que nossas convicções sobre liberdade religiosa (assunto ex-tremamente importante para muçulmanos de alguns países) nos levam a encorajar os líderes de todas as nações a fim de permitir adeptos de religiões minoritárias a construir locais de culto e de reunião em conjunto.

Embora as diferenças de crença entre os adventistas e muçulmanos − em particular, sobre a pessoa e trabalho de Jesus Cristo – sejam grandes e não devam ser “silenciadas”, há importantes pontos de contato que convidam ao diálogo. Entre eles, estão o elevado respeito que temos pelos escritos sagrados; a crença na criação, em vez de na evolução, na expectativa e na preparação para o Dia do Juízo; na Segunda Vinda de Jesus Cristo e a crença em mensageiros proféticos. Assim, os adventistas têm abertura para conversas produtivas com os muçulmanos, as quais outras igrejas cristãs não têm.

Projetos RecentesPor muitos anos, os adventistas têm se envolvido em

atividades de cooperação com os muçulmanos. No Reino da Arábia Saudita, uma equipe de cardiologistas da Universidade de Loma Linda prestou um serviço, muito apreciado, e essa universidade ainda mantém contato por meio de cursos de extensão oferecidos no país. Do mesmo modo, no Afeganistão, a obra médica adventista tem uma longa história e, hoje, o pes-soal de Loma Linda desempenha papel muito importante ali.

Além de tais demonstrações práticas do Adventismo, a Igreja fundou um Instituto de Relações entre Muçulmanos e Aventistas. Seus representantes têm difundido discretamente o conhecimento de quem somos e aquilo que defendemos entre o mundo islâmico.

Recentemente, uma das primeiras iniciativas muçulmanas para o diálogo originou-se no Estado de Catar, no Golfo Pérsico. Por seis anos consecutivos, o Ministério de Assuntos Estrangeiros e o Departamento de Estudos Sharia, da Universi-dade de Catar, têm patrocinado uma Conferência Internacional sobre o Diálogo Interreligioso. Nos encontros mais recentes, em 2007 e 2008, os adventistas foram convidados a participar e a apresentar trabalhos com todas as despesas pagas.

Com a publicação da carta aberta “Um Mundo Comum”, em 6 de outubro de 2007, assinada pelos 138 altos clérigos e líderes muçulmanos, o ritmo da paz interconfessional está acelerado. Agora, “diálogo” parece ter se tornado a palavra em voga. O Vaticano pôs em curso diálogos com líderes do Islam e das principais denominações cristãs, além de organismos como o Conselho Mundial de Igrejas, que se reúne para decidir sua resposta ao convite recebido pela carta aberta.

Dez dias após a publicação da carta aberta, a Igreja Adventista enviou uma resposta aos autores, aplaudindo a iniciativa e indicando nossa disposição de nos engajar no diálogo com os muçulmanos.

Quando uma junta de eruditos cristãos e muçulmanos se reuniu na Universidade Yale, em julho de 2008, um adventista foi convidado para participar do grupo de 150 pessoas reunidas para a discussão. Do mesmo modo, quando o Rei Abdullah, do Reino da Arábia Saudita, convocou uma reunião para planejar o diálogo internacional interconfessional, em Madri, Espanha, de 13 a 15 de julho, um adventista foi incluído entre os convidados.

Nos Estados Unidos, estabelecemos uma relação com a Sociedade Islâmica da América do Norte, a maior organiza-ção muçulmana na América. A Associação Geral sediou um encontro com seus representantes, na sede mundial da Igreja, e os adventistas e muçulmanos cooperaram em conjunto na Expo Saúde, convenção anual do grupo, realizada em Columbus, Ohio, EUA, de 30 de agosto a 1º de setembro. Quarenta mil pessoas participaram do encontro.

Iniciativas mais expressivas estão por vir. Temos desenvol-vido excelente relacionamento com os diretores do Instituto Royal da Jordândia de Estudos Intercofessionais, em Omã, Jordânia. A primeira de uma série de diálogos oficiais está planejada para um futuro próximo.

Esse é só o começo. O mundo islâmico, em rápida mu-dança, é vasto e diverso. Impelidos pela missão, necessitamos envolver os muçulmanos em diversas partes do globo. Sempre e onde o Senhor abrir uma porta de oportunidade, é preciso avançar sem demora.

William G. Johnsson é assistente do presidente da Associação Geral na área das Relações Interconfessionais.

Quebrando o preconceito ao construir pontes

Por William G. Johnsson

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Page 26: Adventist World (Abril 2009)

Os cristãos respondem de maneiras diferentes a essa pergunta. Apresentarei algumas reflexões que me

ajudaram a tirar minhas próprias conclusões. Para tanto, examinarei algumas provas bíblicas e farei observações de natureza teológica.

1. A salvação por meio de Cristo e da missão: Alguns cristãos negam que possa haver salvação separada do conhe-cimento de Cristo, o que poderia ser chamado de resposta exclusivista. Certas passagens bíblicas parecem apoiar esse ponto de vista. Por exemplo, Jesus disse: “Esta é a vida eterna: que Te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”(Jo 17:3)*. Pedro reafirmou essa convicção: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual impor-ta que sejamos salvos” (At 4:12). De fato, a comissão do evangelho requer que o conhecimento da salva-ção, por meio de Cristo, seja proclamado a todas as pessoas (Mt 28:18-20; cf. Ap 14:6-12). Salvação re-quer fé em Jesus (Rm 1:16; 10:9; At 16:30-34). A mor-te redentora de Jesus e a reivindicação exclusiva de que salvação só é possível por meio dEle é o alicerce da missão da igreja. Foi isso que o Senhor ordenou que fizéssemos, e nós, em humilde submissão a Ele, vamos e cumprimos a missão.

2. A missão continua sendo a missão de Deus: Outro aspecto desta questão é: A missão não teve início na igreja, mas em Deus e continua sendo dEle. Ele a iniciou enviando Seu Filho como nosso Salvador (Jo 3:16). Cada aspecto do ministério de Jesus foi o cumprimento da missão salvadora de Deus para a raça caída. No fim de Seu ministério, Jesus disse ao Pai que havia completado “a obra que Me deste para fazer” (Jo 17:4).

O Espírito está pessoalmente envolvido na missão divina. Jesus estava cheio do Espírito no cumprimento de Sua missão (Is 11:1-5; Mt 3:16, 17). A própria igreja foi capacitada pelo Espírito para cumprir sua missão (At 1:8). A profunda ligação entre a igreja e o Espírito indica que, embora a igreja tenha sido estabelecida para a missão, a missão é de Deus. É cumprida pelo Espírito por meio da igreja. O Espírito, de acordo com o desígnio divino, usa os fiéis para realizar a missão de Deus.

3. A missão e o Espírito: O que Deus faria se não houves-se cristãos? Proponho que o Espírito continue a ser respon-sável pela realização da missão. Quando a visão expressa do povo de Deus não é acessível em alguma região do mundo, seja por questões políticas, religiosas ou quaisquer outras, a missão salvadora de Deus para o mundo não é desativada. Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2:4). Encontramos um bom exemplo disso na experiência de Cornélio, gentio que temia a Deus, mas que não dispunha de um cristão para en-

siná-lo. Nessa situação, o Senhor falou diretamente com ele, em visão, e o guiou a Pedro (At 10:1-10). Deus não ficou sem testemunhas entre as na-ções que vivem em trevas espirituais. De tempos em tempos, Ele levanta profetas entre eles e a luz divina os alcança (cf. Nm 24:2). Jesus, por meio do Espírito, continua a ser “a verdadeira luz que ilumina todos os ho-mens” (Jo 1:9). Isso su-gere que os não-cristãos que estão longe do con-tato com o povo de Deus, quando tocados pelo Espírito, sinceramente anseiam por algo melhor

(cf Tg 1:17). Eles podem experimentar o poder salvador de Deus na mente e no caráter. Seu conhecimento pode ser extremamente limitado, mas eles foram transformados pela graça de Cristo em seu coração e, sem saber de Jesus, foram abençoados por Sua graça salvadora.

Essa obra do Espírito não legitima religiões não cristãs ou permite pluralismo religioso. Certamente, em Seu trabalho, o Espírito pode usar fragmentos da verdade que possa haver em qualquer religião; mas Ele não está preso a tais elementos. A graça é concedida por Cristo às pessoas por meio do Espírito. No entanto, essa obra do Espírito não torna o testemunho irrelevante. Pelo contrário, a obra do Espírito Santo prepara o caminho para que a igreja cumpra sua missão mais efetivamente.

*Todas as referências bíblicas são da Nova Versão Internacional.

Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral.

Cristo P E R G U N TA :

É possível que alguém

que nunca ouviu falar

de Jesus seja salvo?

PorAngel Manuel Rodríguez

Salvaçãoe a

P E R G U N T A S B Í B L I C A S

26 Adventist World | Abril 2009

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Você já se sentiu frustrado com sua vida cristã? Provavelmente, você se considere um perdedor por ceder repetidamente à mesma tentação. Talvez almeje libertação e vitória; contudo, é sempre derrotado. A lição de hoje mostra o plano de Cristo para que você obtenha o poder necessário para o desenvolvimento da vida cristã. Ao estudar a Palavra de Deus, você descobrirá os princípios bíblicos que o ajudarão a viver vitoriosamente. O plano da salvação provê perdão para o pecado e nos liberta de seu poder. Como cristãos, estamos sujeitos a tropeçar e cair, mas já não somos escravos do pecado.

1. Que promessa há, nas Escrituras, para aqueles que entregam a vida a Cristo?“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17).

A Bíblia nos garante que, quando estamos “em Cristo”, somos .

As coisas antigas se fizeram .

Estar “em Cristo” significa submeter-nos a Ele e a convidar Seu Espírito a preencher nossa vida com Seu amor, graça e poder.

2. É possível mudarmos a nós mesmos? O que estamos acostumados a ser sem Jesus?“Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13:23).

Nossa tendência natural é fazer o .

3. Como Jesus descreve a miraculosa mudança de Nicodemos?“A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3).

Jesus instruiu Nicodemos a de novo.

Descreva, em poucas palavras, o que você entende por ‘nascer de novo’.

PorMark A. Finley

VidaCristocêntrica

E S T U D O B Í B L I C O

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4. O apóstolo Paulo usou outra imagem para descrever a mudança miraculosa que ocorre quando vamos a Jesus. Qual é? “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim” (Gl 2:20).

Paulo disse: “Estou com .”

Descreva, em suas palavras, o que significa estar crucificado com Cristo.

5. Quando Jesus entra em nossa vida por meio de Seu Santo Espírito, que mudanças ocorrem? Leia os versos abaixo e escreva sua resposta nas linhas em branco. “Mas a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome” (Jo 1:12).“E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5:24, 25).

a.

b.

c.

6. Quando se opera esse miraculoso nascimento? No texto abaixo, faça um círculo nas palavras que descrevem o que precisamos fazer. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3:20).

Para experimentar o novo nascimento, tudo o que precisamos fazer é abrir o coração a Jesus e deixar que Ele cumpra Sua vontade em nossa vida.

7. O que Jesus promete quando vamos a Ele? “O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6:37).

Jesus não nos .

Esta é a grande notícia. Não podemos mudar a nós mesmos. Mas, ao irmos a Jesus, Ele transforma nossa vida. Ele não nos rejeita, pois nos ama e aceita como somos. Podemos ir do jeito que estamos, mas não permaneceremos assim. Há poder no evangelho de Cristo para nos modificar. Essa é a grande notícia!

“Fé que Transforma a Vida”é o tema do Estudo Bíblico

do próximo mês.

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C A R T A S

Intercâmbio Mundial

Reconhecimento Na edição de janeiro, li que o Vietnã concedeu à Igreja Adventista o reco-nhecimento oficial, e estou interessado em ser missionário no Vietnã do Sul, especialmente ao redor de Saigon. Nasci a apenas 45 minutos de Saigon e gosta-ria de retornar para lá para fazer a obra de Deus. Espero conseguir entrar em contato com o pastor Khoi Tran e per-guntar-lhe se posso ajudar na próxima vez que retornar ao Vietnã do Sul.

Muito obrigado por esse artigo. Ele tocou meu coração, assim como minha alma.

Minha família veio do Vietnã como imigrante para os Estados Unidos, há muitos anos e, com a bênção de Deus, estamos bem. Como gratidão a Deus, gostaria de trabalhar para Ele, por algum tempo, no Sul do Vietnã.

Kimberly Lu, M.P.H. Thousand Oaks, Califórnia, Estados Unidos

Pregando Contra o Tabaco Estou respondendo à coluna sobre Saúde da revista de janeiro de 2009, intitulada “Igrejas no Mundo Pregam Contra o Tabaco”. Congratulo-me com o Departamento do Ministério da Saúde da Associação Geral por sua proposta de agir no campo da saúde mundial em parceria com outras enti-dades na questão do fumo, resgatando sua imagem de pioneiros na área. Os tempos mudaram e os desafios assim o determinam.

O Brasil possui um dos três me-lhores métodos antitabaco do mundo, coordenado pela organização conheci-da como INCA [Instituto Nacional do Câncer] (MS) [Ministério da Saúde], cuja estrutura original, de 1970, usou

a experiência da Igreja Adventistas do Sétimo Dia, sob o título de Plano de Como Parar de Fumar em Cinco Dias.

Jonatas Reichert, M.D.Curitiba, Brasil

Adorar a Deus Levantando as MãosApreciei a boa vontade de Angel Ma-nuel Rodríguez ao abordar um tema tão controvertido como “Adorar a Deus Levantando as Mãos” (fevereiro de 2009). A questão foi colocada de forma correta: Há base bíblica para esse tipo de adoração?

Grande parte do artigo salientou vários textos das Escrituras em que o ato é, não só permitido, mas também incentivado. A única coisa lamentável é que a conclusão de Rodríguez con-centra-se mais no povo e na cultura do que em responder à questão sobre o que diz a Palavra de Deus. Pode ser sábia a sugestão de “seguir a prática comum da congregação”. Mas será que o fato de levantar as mãos não seria perturbador e refletiria negativamente sobre quem levanta as mãos ou sobre aqueles que são facilmente distraídos e intolerantes a respeito do assunto? Tenho a impres-

são de que Davi e Paulo se sentiriam bem fora de lugar na maioria de nossas igrejas.

Marc Judd Moorpark, Califórnia, Estados Unidos

A LeiFui tocado pela coluna Perguntas Bíblicas, de Angel Manuel Rodríguez, da edição de novembro de 2008. Do meu ponto de vista, há leis para dife-renciar a questão da “lei de Deus” ou “lei de Moisés”. Hoje, muitos cristãos professos ignoram completamente essas leis. A maioria dessas organiza-ções religiosas, tanto católicas como protestantes, crê que a “lei de Deus foi abolida e pregada na cruz” quando Jesus morreu. Para iluminar a mente de nossos leitores, gostaria de salientar o que Jesus disse sobre a lei de Deus. Como Jesus Se refere à lei de Deus em Seu famoso sermão? Ele disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os pro-fetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5:17, 18).

Os mandamentos do Pai e os de Cristo são um e o mesmo.

— Larry R. ValorozoMakati City, Philippines

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C A R T A S

Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA.

Alguns teorizam que os Dez Mandamentos são do Pai, enquanto que os mandamentos de Cristo são apenas dois, totalmente desconec-tados dos Dez Mandamentos do Antigo Testamento.

Porém, um estudo minucioso dos Dez Mandamentos revela que os quatro primeiros referem-se ao nosso amor para com Deus, enquan-to os seis últimos referem-se ao nosso relacionamento com nosso próximo. É por isso que Jesus disse: “Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas” (Mt. 22:40). Os mandamentos do Pai e os de Cristo são um e o mesmo.

Larry R. ValorozoMakati City, Filipinas

Trabalho ReconhecidoEstou agradecido por Deus usar [pessoas] como vocês para trabalharem por Ele! Sei que o trabalho que vocês realizam na

Adventist World é silencioso, mas cheio de poder. Que o Santo Espírito continue usando-os.

A revista tem realizado uma grande obra em Zimbábue. Antes de deixar Dubai, nos Emirados Árabes, minha associação me enviou para um distrito remoto chamado Dete, com o desafio

de trabalhar baseado no lema: “Exalte Jesus, conte ao mundo sem demora.” Após distribuir a revista, um jovem senhor me procurou, após ler a revista, pedindo para ser batizado. Ele me disse que, na realidade, havia lido a Adventist World várias vezes e o apelo para o batismo continuava a incomodá-lo. Nós o batizamos.

Thabani MoyoBulawayo, Zimbábue

Necessito de uma bênção em minha vida – tenho baixa autoestima e estou deprimido. Sou jovem e quero alcançar meus objetivos, mas comecei mal. Por favor, orem por mim.

Percy, Estados Unidos

Atualmente, estou cursando mestrado em neuropsicologia. Por favor, orem para que eu consiga terminar o curso com sucesso dentro do período esti-pulado e também para que eu tenha os meios para manter minhas duas irmãs mais novas e uma sobrinha que estão estudando.

Gabriel, Zâmbia

Por favor, orem para que Deus me abençoe com sabedoria e um trabalho estável. Orem também por minha família.

Victor, Malavi

Muito obrigado por suas orações pelos meus estudos. Continuo no curso de ciências, na universidade, e planejo can-didatar-me para uma bolsa de estudos para um curso de graduação em aviação, se for da vontade de Deus. Por favor, lembrem-se de mim em suas orações.

Robert, Vanuatu

Ao longo de doze anos de casamento, tenho tentado ter um bebê, mas todas as tentativas terminaram em aborto. Por favor, orem para que este ano seja um bom ano para mim e para todas as que enfrentam o mesmo problema.

Sihle, Zimbábue

Por favor, orem pelo meu tio que sofreu derrame. Orem para que Deus o cure, prolongando seus dias e para que ele entregue a vida a Cristo.

Elle, Estados Unidos

Por favor, orem pelos meus dois irmãos e por mim, para que tenhamos suporte financeiro para cursar a faculdade. Espero me formar no próximo ano. Meu sonho é trabalhar na Academia Adventista Palawan.

Melody, Filipinas

O L U G A R D E O R A Ç Ã O

Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas.

Intercâmbio Mundial

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I N T E R C Â M B I O D E I D E I A S

Por 39 anos, de 1945 até sua mor-te, em 1984, Sarah Lee Peterson orou diariamente por seus filhos.

Ela colocava as mãos sobre Isaías 54 e 55 todas as vezes que orava. Como você pode observar nas fotos, a Sra. Peterson gastou as páginas enquanto reclamava as promessas daqueles capítulos, especialmente a de Isaías 54:13. A filha da Sra. Peterson, Anice Schwarzer, de Collegedale, Tennessee, recentemente mostrou o surrado livro para o grupo feminino de estudo da Bíblia, que ela frequenta.

A Sra. Peterson seguiu à risca as ad-moestações das Escrituras. Representou bem as palavras de Ellen G. White:

“É impossível calcular o poder da influência de uma mãe que ora. Ela re-conhece Deus em todos os seus caminhos. Leva seus filhos ante o trono de graça e apresenta-os a Jesus, suplicando sobre eles Suas bênçãos … O poder das orações de uma mãe não pode ser demasiadamente estimado. Aquela que se ajoelha ao lado do filho ou filha, em suas vicissitudes da infância, nos perigos de sua juventude, não saberá, senão no juízo, a influência de suas orações sobre a vida de seus filhos. … Quando a paixão está lutando para

dominar, o poder do amor, a influência restritiva, fervente e determinada da mãe pode fazer baixar a balança para o lado do direito” (O Lar Adventista, p. 266). —Enviado por Ralph Neall, de Ooltewah, Tennessee, E.U.A.

Neste mês, uma leitora mostra a dedicação de sua mãe à oração.

Uma

Bem Usada

R A L P H N E A L L

EditorAdventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte.

Editor AdministrativoBill Knott

Editor AssociadoClaude Richli

Gerente Internacional de PublicaçãoChun, Pyung Duk

Comissão EditorialJan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Robert E. Kyte, assessor jurídico

Comissão Coordenadora da Adventist WorldLee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Donald Upson;Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk

Editor-ChefeBill Knott

Editores em Silver Spring, MarylandRoy Adams (editor associado), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran

Editores em Seul, CoréiaChun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan

Editor OnlineCarlos Medley

Coordenadora TécnicaMerle Poirier

Assistente Executiva de RedaçãoRachel J. Child

Assistentes AdministrativosMarvene Thorpe-BaptisteAlfredo Garcia-Marenko

Atendimento ao LeitorMerle Poirier

Diretor de Arte e DiagramaçãoJeff Dever, Fatima Ameen, Bill Tymeson

ConsultoresJan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Ulrich W. Frikart, D. Ronald Watts, Bertil A. Wiklander

Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638

E-mail: [email protected]: www.adventistworld.org

A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

Adventist World é uma revista mensal editada simultanea-mente na Coréia, Austrália, Indonésia, Brasil e Estados Unidos.

Vol. 5, No. 4

“Eis que cedo venho…”Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Bıblıa

No destaque: Anice Schwarzer mostra às amigas a Bíblia surrada que herdou de sua mãe, Sarah Lee Peterson. Acima: Por 39 anos, Sarah Lee Peterson colocou as mãos sobre Isaías 54 e 55, em sua Bíblia, enquanto orava por seus filhos

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O Lugar Das

PESS AS

RESPOSTA: Em Melchtal, Lucerna, Suíça, Desbravadores do Clube Estrela do Sul desfrutam a natureza. O clube é da igreja angolana, em Zurique e é composto em sua maioria de angolanos, mas também há brasileiros e paraguaios. A igreja é de língua portuguesa.

Q U E L U G A R É E S S E ?

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F R A S E D O M Ê S

“Se comparado com a eternidade, nosso tempo na Terra é apenas um piscar de olhos, mas suas consequências duram para sempre.”—Larry L. Lichtenwalter, pastor titular da Igreja Adventista do Sétimo Dia da Vila, Berrien Springs, Michigan; extraído de seu livro A Grande História de Amor do Apocalipse.

P A R T I C I P E D A C O N V E R S A !Estamos procurando textos para as seguintes categorias: FRASES ADVENTISTAS (profundas ou espontâneas)VIDA ADVENTISTA (histórias curtas, especialmente de adultos)QUE LUGAR É ESSE? (Fotos, com boa qualidade, de membros da igreja ao redor do mundo)Enviar para Give & Take, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA; fax 301-680-6638; e-mail: [email protected]. Por gentileza, inclua o número do seu telefone. O material enviado não será devolvido.

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V I D A A D V E N T I S T AQuando estava na Jamaica, como voluntário no Andrews Memorial Hospital, fui chamado às pressas, certo sábado, para pregar, uma vez que o orador convidado não apareceu.

Após o sermão, enquanto cumprimentava os membros à porta, recebi o maior elogio que jamais recebera. Uma garota de 13 anos de idade, enquanto apertava minha mão, disse: “Hoje eu não dormi.”—Linbrook Barker, Riverside, Califórnia, Estados Unidos

Na manhã de um domingo, saímos para nadar. Meu esposo, Craig, disse ao nosso filho, em tom severo: “Edmund, sua camiseta está com as costas para frente; você não se olhou no espelho?”

Olhei para meu esposo e disse: “Meu bem, você se olhou no espelho? Sua camiseta está do avesso.” Essa foi minha oportunidade de parafraseá-lo e lembrá-los do texto de Mateus 7:3, onde nos é dito por que “você vê o cisco

que está no olho do seu irmão e não repara na trave de

madeira que está no seu próprio olho?”

(NTLH)—Nadine Brown, Ajax, Ontário, Canadá