A guerra peninsular vs civ[1]

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A GUERRA PENINSULAR O mais dramático episódio da história do povo português Guerra Peninsular RI 14 - 2010

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A GUERRA PENINSULAR

O mais dramático episódio da história do povo português

Guerra Peninsular

RI 14 - 2010

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• Antecedentes– Origem e causas do fenómeno “Guerra”– Portugal e o Exército Português no final do Séc XVIII e início do

Sec XIX– A revolução francesa e o conflito europeu– A guerra das Laranjas– O ultimato de Napoleão e a transferência da corte para o Brasil

• A 1ª Invasão (Junot)• A 2ª invasão (Soult)• A 3ª Invasão (Massena)• O fim do conflito• O armamento• O combate (infantaria, cavalaria, artilharia, comunicações)• A saúde e o fardamento• Conclusões

A GUERRA PENINSULARsumário

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A GUERRA PENINSULARAntecedentes – origem do fenómeno

“Guerra”

• As sociedades primitivas – nomadização e sedentarização

• Os recursos – primeiras disputas• O início da diversificação das actividades• O despontar da divisão social

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Resumo cronológico• 1789 – Revolução Francesa• 1793 – Família Real é guilhotinada; guerra do Rossilhão• 1795 – Tratado de Basileia• 1799 – 18 de Brumário - Napoleão ascende ao poder• 1800 – Desmobilização do Exército Português

A Guerra Peninsular - antecedentes

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A Guerra Peninsular - antecedentes

• O governo e a situação social portuguesa

• A economia portuguesa e o Tratado de Methuen (1703)

• O Exército Português, em finais do Sec XVIII

A economia portuguesa estava depauperada e o aparelho militar

era quase inexistente

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Castelo de Vide Portalegre ArronchesOuguela BarbacenaJuromenhaOlivençaOlivença

A Guerra peninsular - antecedentes

Resumo Cronológico•1795 – Tratado de Basileia•1796 – 2º tratado de Stº Ildefonso (Espanha declara guerra a Inglaterra)•1797 – Tratado de paz com a França (Portugal pagaria 10 M Libras pelo estatuto de neutralidade!!!)•1799 – Napoleão ascende ao poder•1800 – Desmobilização do Exército Português•1800 – 3º Tratado de Stº Ildefonso (ultimatum a Portugal)•1801 – em 20 de Maio a Espanha invade Portugal •1801 – em 6 de Junho é assinado o tratado de Badajoz

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A Guerra das laranjas•Manuel de Godoy e a ocupação do alto Alentejo•As consequências:

–As fragilidades do sistema defensivo português ficaram a nu.

–Instalou-se o alarme na elite política.

–Portugal perde Olivença!•Tratado de Badajoz

Castelo de Vide Portalegre ArronchesOuguela BarbacenaJuromenhaOlivençaOlivença

A Guerra peninsular - antecedentes

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A Guerra Peninsular - antecedentes

Resumo Cronológico•1804 – Novo tratado de neutralidade com a França (mais 16 M de francos)•1805 – Aniquilamento da Armada Francesa na batalha de Trafalgar•1806 – Decreto unilateral, pela França, do Bloqueio Continental

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A Guerra Peninsular - antecedentes

A Revolução Francesa e o conflito europeu•A ambição de Napoleão•As duas potências europeias•Advento do liberalismo em Portugal

Portugal estava encurralado entre a Inglaterra (principal parceiro comercial e protectora das rotas navais para a África e Brasil) e a França, potência expansionista daquele tempo, que ameaçava a sua soberania…

… e o povo?

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A Guerra Peninsular - antecedentes

A posição portuguesa, o ultimatum de Napoleão e a transferência da corte para o Brasil

•A tentativa de manutenção da neutralidade•O tratado de Fontainebleau•O início da 1ª invasão•A migração da corte para o Brasil

Com a transferência da corte, Portugal abria um precedente histórico – era a primeira vez que um soberano europeu se deslocava para as colónias do Novo Mundo…

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A Guerra peninsular – a 1ª Invasão (Junot)Resumo cronológicoResumo cronológico

(1807)(1807)•27 a 29 OUT – início do movimento a 27 a 29 OUT – início do movimento a partir de Bayonnepartir de Bayonne•27OUT – Tratado de Fontainebleau27OUT – Tratado de Fontainebleau•17 NOV – entrada em Portugal17 NOV – entrada em Portugal•23 NOV – chegada a Abrantes23 NOV – chegada a Abrantes•27 NOV – embarque da corte27 NOV – embarque da corte•30 NOV – chegada a Lisboa30 NOV – chegada a Lisboa•13 DEZ – início das revoltas 13 DEZ – início das revoltas popularespopulares

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A Guerra Peninsular – A grande marcha

17OUT

30NOV

23NOV

17NOV

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A guerra peninsular – o fardamento e equipamento

• Considerações sobre o fardamento• O calçado• O equipamento• A higiene

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A Guerra peninsular – a 1ª Invasão (Junot)

•Iniciada em Novembro de 1807Iniciada em Novembro de 1807•Dificuldades encontradas pelos Dificuldades encontradas pelos francesesfranceses•A partida da corteA partida da corte•A resistência popularA resistência popular•Loison, o “maneta”Loison, o “maneta”O Exército de Junot chegou a O Exército de Junot chegou a Lisboa exausto e andrajosoLisboa exausto e andrajosoQuando Junot substitui a Quando Junot substitui a bandeira portuguesa pela bandeira portuguesa pela francesa em Lisboa, começam os francesa em Lisboa, começam os primeiros levantamentos primeiros levantamentos populares …populares …

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A Guerra Peninsular – a 1ª invasão

Resumo cronológico•1807 – (17 de Outubro) Junot sai de Bayonne•1807 – (27 de Outubro) Tratado de Fontainebleau•1807 – (17 de Novembro) Franceses entram em Segura•1807 – (27 a 29 de Novembro) Embarque do Princípe Regente•1807 – (30 de Novembro) Junot entra em Lisboa; a armada real sai à barra do Tejo•1808 – Sublevação generalizada na Península; abdicações de Bayonne

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A Guerra peninsular – a 1ª Invasão (Junot)

Resumo Cronológico (1808)18MAR – Início dos levantamentos em Espanha (Aranjuez)05MAI – Abdicações de Bayonne21JUN – Loison é atacado em Amarante13 JUL – sublevação de Évora29JUL – Massacre de Évora01AGO – Desembarque de Wellington na Figueira da Foz17AGO – batalha da Roliça21AGO – batalha do Vimeiro30AGO – Convenção de Sintra17SET – embarque dos franceses30SET – reconstituição oficial do Exército Português

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A guerra peninsular – o armamento• Infantaria

• Cavalaria

• Artilharia

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• A resistência popular• O massacre de Évora• O desembarque inglês• Batalhas da Roliça e

Vimeiro

A Guerra peninsular – a 1ª Invasão (Junot)

17Ago

01Ago

21Ago

29JUL

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• A Convenção de Sintra

• Situação dos Franceses na Península

A Guerra peninsular – a 1ª Invasão (Junot)

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• Marcha pelo Norte de Espanha• Tentativa de entrada pelo Minho• A conquista de Chaves• A tomada do Porto• A tragédia da ponte das barcas• A derrota de Soult

A Guerra peninsular – a 2ª Invasão (Soult)

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A Guerra peninsular – a 2ª Invasão (Soult)

Resumo cronológico (1809)• 16Jan – Moore, antes derrotado em Lugo, na

Galiza, vence na Corunha, permitindo a evacuação dos ingleses

• 13Fev – Soult tenta entrar por Cerveira• 16Fev – tentativa por Caminha• 10Mar – entrada por Chaves• 29Mar – queda do Porto; tragédia da Ponte das

Barcas• 05Abr – reconquista de Braga• 10/11Mai – Batalha de Grijó• 12Mai – Loison e Soult são obrigados a recuar• 18Mai – Soult abandona Portugal por Montalegre

(fim da 2ª invasão)

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• O cerco e conquista de Ciudad Rodrigo• O Cerco de Almeida• As milícias de Trant• Progressão até ao Bussaco• A batalha do Bussaco• A marcha sobre as linhas de Torres• A iminência da derrota

A Guerra peninsular – a 3ª Invasão (Massena)

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A guerra peninsular – o armamento

• Infantaria

• Artilharia

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A guerra peninsular – a saúde

• Medicina incipiente

• Primeiros passos do apoio sanitário de campanha

• As doenças infecto-contagiosas

• As doenças de pele

• Os ferimentos devidos ao combate

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A Guerra peninsular – a 3ª Invasão (Massena)

Resumo cronológico – 1810• 15Jun – Inicio do cerco de Ciudad Rodrigo• 24Jul – Combate do Côa• 26Ago – Explosão do paiol em Almeida• 18Set – Ocupação de Viseu• 27Set – Batalha do Buçaco• 11Out – Chegada à vista das Linhas de Torres• 15Nov – inicio da retirada dos franceses(A 3ª invasão viria a terminar em 5 de Abril de 1811)

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• A impossibilidade de romper as linhas de Torres

• A retirada francesa• A perseguição• A 4ª invasão• A queda de Napoleão – batalha de

Toulouse• A “desistência” portuguesa

A Guerra peninsular – a perseguição

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A guerra peninsular – o armamento

• Infantaria

• Artilharia

• Cavalaria

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A Guerra Peninsular – Conclusão

• 200.000 mortos entre a população• Perda definitiva de Olivença • Economia arruinada• Perda do comércio do Brasil • Independência do Brasil• Início das Guerras Liberais

A essência dA essência do ser Portuguêso ser Português

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Referências (bibliográficas)• História da Guerra Civil – Tomos I e III (Simão José da Luz Soriano; Ed

Imprensa Nacional, 1879)• História de Portugal - Vol V (Coordenação de José Mattoso; ed. Circulo de

Leitores)• Memórias de Junot / Soult / Massena (3 volumes, ed. Livros Horizonte)• Ordens do dia (Gen Beresford)• Armamento Ligeiro da Guerra Peninsular 1808-1814 (José António Faria e

Silva / Jaime Regaleiro; Ed Fronteira do Caos)• O 14 de Infantaria (ed. Regimento de Infantaria 14, 2009)• O Portugal Militar (Carlos Selvagem, ed. Imprensa Nacional de Lisboa,

1931)• Museu Militar do Buçaco 1910 – 2010 (ed. DHCM, 2010)• A cavalaria na Guerra Peninsular (Alexandre Sousa Pinto, José Carlos

Antunes Calçada e Paulo Jorge Lopes da Silva; ed. Tribuna)• 1808 (Laurentino Gomes)• O reino de Portugal em 1766 (Charles Dumouriez; ed. Caleidoscópio)• História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal e da Restauração

deste reino – Tomo V (José Acúrcio das Neves; Lisboa 1840; Oficina de João Thaddeo Ferreira)

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Referências (Internet)• http://asinvasoesfrancesas.blogspot.com/

• http://www.arqnet.pt/exercito/laranjas.html• http://berryhillsturgeon.com/NapWar/Generals/Carrol/Carrol.html• http://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_Revolucion%C3%A1rio_Franc%C3%AAs• http://www.arqnet.pt/exercito/minerva09.html• http://pt.wikipedia.org/wiki/Combate_de_%C3%89vora_(29_de_Julho_de_1808)• http://debatespoliticos.mforos.com/860753/7462197-los-mitos-de-la-guerra-de-independencia/• http://www.areamilitar.net/HISTbcr.aspx?N=80• http://itinerante.pt/invasoes-francesas-na-genese-do-portugal-contemporaneo/• http://www.arqnet.pt/exercito/principal.html

• http://www.arqnet.pt/exercito/principal.html• http://www.arqnet.pt/portal/portugal/invasoes/inv1808.html• http://www.ospreypublishing.com/text_search.aspx?TextSearch=portuguese+army&Group=1• http://purl.pt/369/1/ficha-obra-convencao_sintra.html

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Tratado de Fontainebleau

• Artigo 1. — A província de Entre Douro e Minho, com a cidade do Porto, se trespassará em plena propriedade e soberania para Sua Majestade o Rei da Etrúria, com o título de Rei da Lusitânia Setentrional.

• Artigo 2. — A província do Alentejo e o reino dos Algarves se trespassarão em plena propriedade e soberania para o Príncipe da Paz, para serem por ele gozados, debaixo do título de Príncipe dos Algarves.

• Artigo 3. — As províncias da Beira, Trás-os-Montes e Estremadura portuguesa, ficarão por dispor até que haja uma paz, e então se disporá delas segundo as circunstâncias, e segundo o que se concordar entre as duas partes contratantes.

• Artigo 4. — O Reino da Lusitânia Setentrional será tido pelos descendentes de Sua Majestade o Rei da Etrúria, hereditariamente e conforme as leis da sucessão, estabelecidas na família que ocupa o trono da Espanha.

• Artigo 5. — O Principado dos Algarves será tido pelos descendentes do Príncipe da Paz hereditariamente e conforme as leis de sucessão estabelecidas na família que ocupa o trono da Espanha.

• Artigo 6. — Se não houver descendentes ou herdeiros legítimos do Rei da Lusitânia Setentrional ou do Príncipe dos Algarves, se disporá por investidura do Rei de Espanha, de maneira que nunca se unirão debaixo de uma só cabeça, nem se anexarão à coroa de Espanha.

• Artigo 7. — O Reino da Lusitânia Setentrional e o Principado dos Algarves reconhecerão como protector Sua Majestade Católica o Rei de Espanha, e em nenhum caso os soberanos destes países farão paz ou guerra sem o seu consentimento.

• Artigo 8. — No caso de que as províncias da Beira, Trás-os-Montes e Estremadura portuguesa, tidas em sequestro, se devolvam na paz geral à Casa de Bragança, em troca de Gibraltar, Trindade e outras colónias, que os ingleses têm conquistado à Espanha e seus aliados, o novo soberano destas províncias terá, relativamente a Sua Majestade Católica o Rei de Espanha, as mesmas obrigações que tem o Rei da Lusitânia Setentrional e o Príncipe dos Algarves, e as terá debaixo das mesmas condições.

• Artigo 9. — Sua Majestade o Rei da Etrúria, cede o Reino da Etrúria em plena propriedade e soberania a Sua Majestade o Imperador dos Franceses e Rei da Itália.

• Artigo 10. — Assim que as províncias de Portugal forem definitivamente ocupadas, os diferentes príncipes que as devem possuir nomearão mutuamente comissários para verificar os seus limites naturais.

• Artigo 11. — Sua Majestade o Imperador dos Franceses e Rei da Itália, garante a Sua Majestade Católica o Rei de Espanha, a posse dos seus domínios no continente da Europa, situados ao sul dos Pirenéus.

• Artigo 12. — Sua Majestade o Imperador dos Franceses e Rei da Itália obriga-se a reconhecer a Sua Majestade Católica o Rei da Espanha como Imperador das Duas Américas, quando tudo estiver pronto para Sua Majestade assumir este título, que pode ser, ou ao tempo da paz geral, ou o mais tardar três anos depois daquela época.

• Artigo 13. — As duas altas partes contratantes concordam mutuamente em uma igual divisão das ilhas, colónias e outras possessões ultramarinas de Portugal.

• Artigo 14. — O presente tratado será tido em segredo. Será ratificado e trocado em Madrid dentro de vinte dias, o mais tardar, da data da sua assinatura.

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Calendário revolucionário francêsO calendário revolucionário francês ou calendário republicano foi criado pela Convenção Internacional em 1792, durante a Revolução (1789) para simbolizar a quebra com a ordem antiga e o início de uma nova era na história da humanidade mundial e vigorou de 22 de setembro de 1792 a 31 de dezembro de 1805, quando Napoleão Bonaparte ordenou o restabelecimento do Calendário Gregoriano . •No outono:

– Vindimiário (vendémiaire): 22 de setembro a 21 de outubro – Brumário (brumaire): 22 de outubro a 20 de novembro – Frimário (frimaire): 21 de novembro a 20 de dezembro

•No inverno: – Nivoso (nivôse): 21 de dezembro a 19 de janeiro – Pluvioso (pluviôse): 20 de janeiro a 18 de fevereiro – Ventoso (ventôse): 19 de fevereiro a 20 de março

•Na primavera: – Germinal: 21 de março a 19 de abril – Florial (floréal): 20 de abril a 19 de maio – Pradial (prairial): 20 de maio a 18 de junho

•No verão: – Messidor: 19 de junho a 18 de julho – Termidor (thermidor): 19 de julho a 17 de agosto – Fructidor: 18 de agosto a 20 de setembro.

Neste calendário faltavam cinco dias, (todos os meses tinham 30) – eram feriados nacionais (os dias dos sans-culottes)

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Versos ao maneta

Entre os títeres generais

entrou um génio altivo

que ou era o Diabo vivo

ou tinha os mesmos sinais…

Aos alheios cabedais

lançava-se como seta,

namorava branca ou preta,

toda a idade lhe convinha. Consigo três Emes tinha:

Manhoso, Mau e Maneta.

Que generais é que devem morrer ao som da trombeta?

Os três meninos da ordem:

Jinot, Laborde e Maneta.

O Jinot mai-lo Maneta

julgam Portugal já seu:

É do demo que os carregue

e também a quem lho deu.

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O soldado francêsUm homem com cabeça de donato,

tendo por barretina uma caneca,

olhos gázeos, boca de alforreca,

e pescoço estendido como um gato.

Burjaca suja e rota por ornato,

calça de brim na perna nua e seca,

uma espada que andou por Seca e Meca,

os dedos quasi fora do sapato.

Uma pele de cabra (1) sobre o lombo,

cabacinha (2), panela e caçarola,

espingarda que leva muito tombo:

Eis um guerreiro da francesa escola,

agudo em manhas, em juízo rombo,

Que outro Deus não tem que a passarola! (3)

Notas:

(1) – a mochila

(2) – o cantil

(3) – a águia de Napoleão

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Tratado de Methuen – também referido como Tratado dos Panos e Vinhos, foi um diploma assinado entre a Grã-Bretanha e Portugal, em 27 de dezembro de 1703. Foram seus negociadores o embaixador extraordinário britânico John Methuen, e D. Manuel Teles da Silva, marquês de Alegrete

• "I. Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu proprio Nome, como no de Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante no Reyno de Portugal os Panos de lãa, e mais fábricas de lanificio de Inglaterra, como era costume até o tempo que forão proibidos pelas Leys, não obstante qualquer condição em contrário.

• II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica, em seu proprio Nome e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em diante, de admitir na Grã Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja Paz ou Guerra entre os Reynos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir de Direitos de Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, directa ou indirectamente, ou sejam transportados para Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que seja mais o que se costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França, diminuindo ou abatendo uma terça parte do Doreito do costume. Porem, se em qualquer tempo esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he declarado, for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade Portugueza poderá, justa e legitimamente, proibir os Panos de lã e todas as demais fabricas de lanificios de Inglaterra.

• III. Os Exmos. Senhores Plenipotenciários prometem, e tomão sobre si, que seus Amos acima mencionados ratificarão este Tratado, e que dentro do termo de dois meses se passarão as Ratificações."