A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

16
A CULTURA VISUAL NA ESCOLA E OS PROCESSOS MEDIADORES DO DESIGN NA PERSPECTIVA FREIRIANA Rosileide Guedes Sant’Ana de Farias 1 Elizabelle Pereira Costa 2 RESUMO: Este artigo é caracterizado por um levantamento bibliográfico e pela defesa do zelo pelo Design da Informação como instrumento da construção e da manutenção de artefatos  pedagógicos mais eficientes e eficazes, com destaque específico aos a rtefatos envolvidos no estudo da disciplina de Arte. Em meio a um cenário social mutante e complexo, sinaliza a Cultura Visual como importante ferramenta que instrumentaliza o processo educacional. A adoção de conceitos, respectivamente para Cultura Visual e mediação cultural, baseados na dialógica de Paulo Freire relacionados ao Design da Informação, são defendidos e justificados como necessários na educação do olhar do sujeito crítico para a interpretação de imagens na sua prática de liberdade.  Palavras-chaves: Cultura Visual. Arte/Educação. Design da Informação. INTRODUÇÃO Entende-se que os impactos evolutivos delineados pela civilização tecnológica hoje são fundamentais no Brasil, no âmbito escolar e da cultura. A comunicação no decorrer da história tem conduzido o ser humano a novas formas de pensar, refletindo em seu comportamento e direcionamentos. Paulo Freire, assim como outros autores originários de seus pensamentos e práticas, tem contribuído significativamente para que o processo educativo tenha comprometimento com a liberdade e com a consciência na busca por mudanças. Com o propósito de dialogar com as transformações existentes neste início do século XXI e reinterpretar a maneira como o conhecimento é desenvolvido, faz-se imperativa a discussão de que este não está centrado apenas no sujeito ou apenas no objeto, mas sim na dialética existente entre ambos em uma determinada cultura.  Na perspectiva frei reana, essa relação tem um enfoque mais abrangente que se apoia na dinâmica entre a linguagem e a realidade do que é significativo ao sujeito. Sob o ponto de 1  Mestranda em Design da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco    UFPE. Email: [email protected] 2  Doutoranda em Design da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Email: [email protected]. Como citar este artigo FARIAS, R. G. S. DE; COSTA, E. P. A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana. In: VIII Colóquio Internacional Paulo Freire, p. 1–16, 2013. Recife. Disponível em: <http://coloquio.paulofreire.org.br/ participacao/index .php/coloquio/vi ii-coloquio/pap er/view/471/32>. Acesso em:

Transcript of A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 1/16

A CULTURA VISUAL NA ESCOLA E OS PROCESSOS MEDIADORES DO DESIGNNA PERSPECTIVA FREIRIANA

Rosileide Guedes Sant’Ana de Farias 1

Elizabelle Pereira Costa2

RESUMO:Este artigo é caracterizado por um levantamento bibliográfico e pela defesa do zelo peloDesign da Informação como instrumento da construção e da manutenção de artefatos pedagógicos mais eficientes e eficazes, com destaque específico aos artefatos envolvidos noestudo da disciplina de Arte. Em meio a um cenário social mutante e complexo, sinaliza aCultura Visual como importante ferramenta que instrumentaliza o processo educacional. A

adoção de conceitos, respectivamente para Cultura Visual e mediação cultural, baseados nadialógica de Paulo Freire relacionados ao Design da Informação, são defendidos e justificadoscomo necessários na educação do olhar do sujeito crítico para a interpretação de imagens nasua prática de liberdade.

Palavras-chaves: Cultura Visual. Arte/Educação. Design da Informação.

INTRODUÇÃO

Entende-se que os impactos evolutivos delineados pela civilização tecnológica hojesão fundamentais no Brasil, no âmbito escolar e da cultura. A comunicação no decorrer dahistória tem conduzido o ser humano a novas formas de pensar, refletindo em seucomportamento e direcionamentos. Paulo Freire, assim como outros autores originários deseus pensamentos e práticas, tem contribuído significativamente para que o processoeducativo tenha comprometimento com a liberdade e com a consciência na busca pormudanças.

Com o propósito de dialogar com as transformações existentes neste início do séculoXXI e reinterpretar a maneira como o conhecimento é desenvolvido, faz-se imperativa adiscussão de que este não está centrado apenas no sujeito ou apenas no objeto, mas sim nadialética existente entre ambos em uma determinada cultura.

Na perspectiva freireana, essa relação tem um enfoque mais abrangente que se apoiana dinâmica entre a linguagem e a realidade do que é significativo ao sujeito. Sob o ponto de

1 Mestranda em Design da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Email:[email protected]

2 Doutoranda em Design da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Email:[email protected].

Como citar este artigoFARIAS, R. G. S. DE; COSTA, E. P. A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana.In: VIII Colóquio Internacional Paulo Freire, p. 1–16, 2013. Recife. Disponível em: <http://coloquio.paulofreire.org.br/participacao/index.php/coloquio/viii-coloquio/paper/view/471/32>. Acesso em:

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 2/16

2

vista epistemológico do construtivismo crítico, a visão de Freire reflete o mundo que aenvolve. O saber tanto é originado como produzido culturalmente e é formado pelosindicadores qualitativos desse conhecimento, isto é, do que é 'eleito' ou não, no seu grau de

importância. A Cultura Visual, nesse sentido, está intrinsicamente associada com asidentidades sociais e as representações que são construídas, tanto na vida cotidiana, quanto naescola. A interpretação das ideias e a maneira de construir seus conceitos, através dos objetosartísticos e imagens em uma cultura, são extremamente importantes na formação doindivíduo, e somente pode ser interpretado algo que é passível de ser compreendido.

A escolha desse tema originou-se de alguns questionamentos após leituras realizadas,sendo essas despertadas pelas inquietações de Coutinho (2006) e Coutinho e Freire (2007),

somadas às percepções e às experiências pela prática em sala de aula, tanto no ensinofundamental, como na formação de professores no ensino superior. O objetivo deste trabalhoé o de evidenciar a necessidade de uma educação através da cultura visual de forma adequada,através dos artefatos educacionais, voltados ao ensino da arte na escola e à inserção dos processos do Design da Informação sob a ótica da leitura crítica de mundo.

CULTURA VISUAL

Em 1917, período em que a Europa sofria os impactos sobre a teoria doevolucionismo, o antropólogo Edward B. Tylor (1832-1917) definiu o termo Cultura (do latimcolere , que significa cultivar) como“aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as

crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade” (LARAIA, 2006, p. 14). Essa primeira tentativa dedefinição de Cultura passou a ser objeto de estudo sistemático tratada como possuidora de

causas e de regularidades.Seguidamente a isso, por essas características e por possuir diversificação edesigualdade de estágios, a Cultura se configurou como importante instrumento na concepçãodo processo evolutivo estabelecendo uma escala antropológica entre civilizações classificadasem ‘mais evoluídas’ e as ‘menos evoluídas’.

Em contrapartida a esses conceitos, surge a principal reação pelo método classificadocomo comparativo do antropólogo alemão Franz Boaz (1858-1949), cujos pilares são: areconstrução da história dos povos ou regiões particulares, como também a comparação davida social de diferentes povos, cujo desenvolvimento segue as mesmas leis, que defende o particularismo histórico de cada cultura em detrimento de diversos episódios históricos, a

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 3/16

3

partir de observações de culturas consideradas ‘primitivas’ , portanto, sendo pioneiro nessecampo e criador da Etnografia.

Diante dessas premissas, evidencia-se então que o processo de uma cultura seja

'resultante do meio em que o homem foi socializado'. Laraia (2006) cita o antropólogoamericano Alfred Louis Kroeber que, por volta de 1940, fez a distinção entre o orgânico e osocial. Ainda segundo o estadunidense, o aprendizado está intrinsecamente associado à práticaque é vivenciada e não pela determinação genética. Com o passar do tempo, uma versãoantropológica moderna surgiu a partir da releitura desse conceito, suscitando duas vertentes: o processo adaptativo (sistema biológico ao modo de vida: crença, econômico, tecnológico eetc.) e a corrente idealista (sistema: cognitivo, estrutural e simbólico).

Entendemos que é nesses aspectos que a cultura condiciona o homem e a forma de ver

o mundo, como parte de uma herança cultural de determinado grupo, como repetição de padrão cultural na sua lógica própria, de forma dinâmica e cumulativa e que pode ser um processo interno (lento) ou externo (brusco ou mais lento).

Conectando aos primórdios tempos da pintura pré-histórica, os meios pelos quais aexpressão da cultura humana tem sido manifesta, indo através das imagens, milênios antes da palavra escrita. Contudo, o advento da era Gutemberg, no século XV, alavancou

expressivamente a cultura da escrita, desacelerando assim a cultura da imagem. Mais tarde, noséculo XX, a era da imagem se consolida e desenvolve-se vertiginosamente, tornando-sehíbrida, até a era digital de nossos tempos. Evidencia-se, então, que o código verbal não podese desenvolver sem imagens. Os discursos imagéticos carregam intrinsicamente essa premissae consequentemente denotam isso.

Com o indicativo de Santaella e Nöth (2008, p. 14), "a palavra 'teoria' contém na suaraiz, uma imagem, pois a 'teoria' na sua etimologia, significa 'vista’, que vem do verbo grego

theorein : 'ver, olhar, contemplar ou mirar'. Sim, a teoria das imagens sempre implica em usodas imagens". O universo das imagens se divide em dois domínios: o perceptível e o mental – ambos não existem separadamente, pois estão inextricavelmente ligados em: desenhos, pinturas, gravuras, fotografias e as imagens cinematográficas, televisivas, videográficas einfográficas. Neste campo, as imagens são mediações entre o homem e o mundo. O segundodomínio é imaterial: são as imagens de nossa mente que aparecem como visões, fantasias,imaginações, esquemas, representações mentais.

Concordando com essas colocações, Elkins (2003) e Brea (2005), apud Hernández(2007, p. 21) nos remetem ao conceito de Cultura Visual, que, em alguns aspectos, também seconceitua como estudos visuais. É um recente campo de estudos, direcionado à "construção

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 4/16

4

das artes visuais, na mídia e na vida cotidiana", ocupando uma parte significativa naexperiência do dia a dia das pessoas.

As discussões em torno dos Estudos da Cultura Visual remetem ao desafio de

possibilitar não apenas uma 'alfabetização visual', mas também incluir a criticidade da leitura, permitindo assim uma construção dos saberes como: analisar, interpretar, avaliar e criar a partir das informações que estão vinculadas, oriundas de textos, orais, auditivos, escritos,corporais e pelos que estão associados às imagens que exacerbam as representaçõestecnologizadas da sociedade contemporânea.

As representações visuais originam-se e do mesmo modo fazem intercessão de e comas formas que cada indivíduo estabelece, como também na maneira de socialização e

aculturação, onde individualmente cada pessoa se encontra envolvida desde o nascimento edurante o percurso da vida. E são essas formas de relação que cooperam para dar sentido aomodo particular de sentir e de pensar, de olhar-se e de olhar.

Diante desses aspectos, Goodman (apud GARDNER, 1987, p. 76-7), filósofo norteamericano e fundador do Projeto Zero da Harvard, declara que a maneira que se "lê" umrabisco depende do contexto em que ele se insere, do marco gráfico que o cerca e do"contexto mental" do observador. Nesse sentido, uma garatuja num desenho infantil constitui

um significado, num atlas tem outro, num texto outro conceito e assim por diante. Odirecionamento se dará pelo contexto gráfico e as informações que o leitor possui.

O ato de ler, conforme Pillar (2006), implica em hibridar informações do objeto, suascaracterísticas e detalhes distintos como: cor, formato, concepção do leitor ao ler, instruçãoreferente ao objeto, suas conclusões, sua ideia. Deste modo, o processo da leitura estáassociado ao que está à frente do nosso olhar e do 'background' que possuímos a partir dele.

E COMO EDUCAR VISUALMENTE NESSA CULTURA?

Desde os primórdios da última década do século XX, o mundo vivencia o impactomutante advindo de novas tecnologias informacionais. Este tem sido o fenômeno econômicode mais alto impacto social e cultural contemporâneo, pois gera grandes transformações na produção de bens e serviços e na cultura local. Nesse panorama, os veículos comunicacionais,originados desse processo, como a Internet , estão associados nessa globalização e realizam,entre outras modificações, uma transformação radical na apresentação dessa informação,atingindo milhares de pessoas mundialmente.

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 5/16

5

As novas configurações do mundo moderno apresentadas por Fontoura (2002)sinalizam que têm ocorrido profundas mudanças e transformações no ser humano, ao passoque, se por um lado trazem incertezas, pelo outro, nos impulsionam a desafios e motivações

extremamente maiores. Nessa contextualização, a educação e a preparação das novas gerações terão cada vez

mais papéis importantes nesta nova premissa: “O aprendizado será correlativo à vida, umaemocionante aventura intelectual, para a qual os estudantes terão de estar explicitamente

preparados” (HESBURG H, 1979, p. 154).Uma transformação no entendimento da Educação e da preparação do indivíduo para a

sociedade que há de vir se faz necessária e cada vez mais se justifica. Os motivos são de

várias esferas, entre elas: históricas, culturais, filosóficas, sócio-políticas, ideológicas e psicopedagógicas.

Uma imensa razão política, que respalda uma reorientação do modelo educacional, é amaneira de se direcionar cada vez mais as práticas democráticas e, assim, formar pessoasinventivas, questionadoras, críticas, comprometidas em mudanças dos seus fundamentos, dassuas metodologias de trabalho, das suas formas de interagir e na formação cultural.

Com isso, se faz necessária uma mediação adequada em meio aos processos

cognitivos da aprendizagem que, segundo Meira (1999), envolve a necessidade doentendimento através do conhecimento pela leitura de imagens e sobre aeducação do olhar , para torná-las compreensíveis ao ser humano, em sua cultura, mediadas pela educaçãoestético-visual, possibilitando uma interatividade com o mundo que o cerca.

Entendemos que essa questão aqui problematizada pode ser amplamente trabalhada noambiente educacional, pela mediação do conhecimento, a fim de que se construa uma CulturaVisual onde o aluno seja alcançado. A partir daí, surgem alguns questionamentos: qual

mediação é apropriada para a formação do professor de arte e suas estratégias comooriginadores e consumidores desse processo pedagógico? Como está sendo mediada ainformação na Educação através dos professores na construção do conhecimento da CulturaVisual no espaço escolar? Quais os resultados obtidos dessa mediação aos alunos, comooriginadores e consumidores dessa informação? O que está sendo produzido e selecionado, noque se refere aos artefatos educacionais (especialistas ou não) nesse contexto?

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 6/16

6

Figura 1 - Cultura Coletiva. Disponível em: < http://www.pinterest.com/pin/219761656787243150/> Acessado

em: 13 de agosto de 2013.

Em linha com esses processos, Robert William Ott (apud BARBOSA, 2005, p. 113)ainda endossa que“a arte pode assumir diversos significados , em suas várias dimensões, mascomo conhecimento proporciona meios para a compreensão do pensamento e das expressõesde uma cultura”. Nesse aspecto, entende-se a necessidade de proporcionar ao aluno adescoberta da arte como conhecimento e expressão da cultura. Para tanto, denota-se entãoque: viabilizar visitas a museus ainda é bastante restritivo para abranger esse complexo

contexto histórico-cultural. Em detrimento disso, surge então a necessidade de pensar sobre osmeios pelos quais os suportes e/ou artefatos educacionais possam proporcionar aos alunos acompreensão dessa produção artístico-cultural, sem necessariamente precisar ir ao museu ever in loco a referida obra ou a produção de um artista.

E A MEDIAÇÃO CULTURAL?

A mediação cultural é a troca de informações e experiências entre o educador e oeducando, pois o estudo, as visitas periódicas, eventos e exposições afetam ambos, provocando reflexão através da experiência (MARTINS, 2005, p. 44).

Em se tratando do termo mediação, como ação educativa, conforme Franz (2005), otermo também é referenciado entre os professores para designar o trabalho do educador progressista, em uma postura de oposição às práticas associadas às tendências pedagógicasconforme Libâneo (2006), classificadas como: Escola Tradicional3, Tecnicista4 e

3 A Escola Tradicional é uma proposta de ensino centrada no professor como detentor do saber e guia exclusivo.O aluno, no caso, um mero receptor.

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 7/16

7

Escolanovista5. Esta discussão emerge, principalmente, com o trabalho desenvolvido porPaulo Freire, desde os anos sessenta do século XX, que é focado para o diálogo educador-educando, objetivando o desenvolvimento da consciência crítica, da autonomia e da

cidadania. Ele influenciou grandemente e principalmente os movimentos populares e aEducação não-formal.

Sistematicamente reinventada, essa continua sendo a vertente vinculada aos discursoscríticos da educação. Inspirados nos ideais de Paulo Freire, alguns arte-educadores passam arepensar suas práticas, apostando no papel da Escola e da Educação como agentes detransformação sociocultural, onde o papel do educador muda de mero transmissor oufacilitador para o de mediador nos processos de ensino/aprendizagem. Esta vertente

pedagógica está também implícita na “Proposta Triangular” 6, onde, segundo Barbosa (2012), passamos a entender o conceito de arte-educação como epistemologia da arte e/ou arte-educação como intermediária entre arte e público, numa perspectiva dialógica.

Dentro desses fundamentos, Twyman (1979) também nos diz que uma das matrizes dalinguagem gráficadireciona a forma como se processam os mecanismos de desenvolvimentocognitivo do ser humano, ou seja, um instrumento que dirige o pensamento. Portanto, estádiretamente incluída nos processos mediadores.

Em se tratando de conexões estéticas, citadas por Martins (2005), mediar é toda equalquer maneira de conduzir aos alunos um conteúdo específico, conectando-os aos seusinteresses, a partir da motivação, sendo que esse deve ser construído por um fundamento que

guie o sentido da informação , relacionando-a com a idade, cultura etc., enfim, de umaestrutura contextualizada.

Conforme Dondis (1997), aumentando a capacidade de ver, a criança amplia o potencial de entender uma mensagem visual, e, em decorrência disso, poderá produzir uma

mensagem visual própria já que a ‘vivência visual’ tem uma relação intrínseca com acapacidade que temos de criar e interpretar mensagens. Isso pode ser interpretado desde o

4 A Escola Tecnicista se proliferou nos anos 70, inspirada na teoria behaviorista, voltada para o caráter técnico einstrumental da tecnologia tendo o professor como um mero aplicador de manuais. A função do aluno éreduzida a um indivíduo que reage aos estímulos da resposta esperada pela escola.

5 A Escola Novista ou Escola Nova. O centro da atividade escolar não é o professor nem os conteúdosdisciplinares, mas o aluno. O princípio norteador é a valorização do indivíduo como o ser livre, ativo e social.

6 Vertente do ensino das Artes Visuais sistematizada no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (Brasil)sob a coordenação de Ana Mae Barbosa nos últimos anos da década de oitenta do século XX. Coloca a obra deartes visuais (ou a imagem dela) no centro do processo de estudos. Sugere que o conhecimento artístico seconstrói na relação entre o desenvolvimento de práticas artísticas, a leitura da obra de arte (ou estética) e oestudo da História da Arte (inter-relacionados).

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 8/16

8

início da vida escolar, já que as crianças aprendem a ler por meio da associação entre palavrase ilustrações.

Em consonância com as citações anteriores, Fontoura (2002) nos fala que as atividades

de Design, quando direcionadas à Educação, guiam o processo de socialização das crianças;com tudo que a envolve, ou seja, pela manipulação, pelo uso, pela análise, pela construção, pela montagem e desmontagem, pela criação, leitura, interpretação dos objetos e do entorno, acriança interage com o universo simbólico e com a cultura material da sociedade.

Entendendo a comunicação sob a perspectiva mediadora como conhecimento, as açõesnos processos de comunicação, no ambiente de aprendizado, só se tornam bem sucedidas se omediador/emissor (professor, instrutor, mediador cultural etc.) produz um sinal (textos

visuais, fichas, cartazes, dvds, trilhas, percursos etc.) que é compreendido pelo receptor(professor em formação/aluno). Numa situação adequada, ao receptor pode ser oportunizadodecodificar o sinal que esteja sendo reunido pela mediação como algo significativo (Figura 2).

Figura 2 – Esquema de comunicação.

A aplicação do esquema de comunicação ao processo de ensino/aprendizagem (verfigura 3), em consonância com as ideias de Freire (2006) sobre a importância do diálogo,ajuda a compreender as trocas de experiências e as influências que estas permutas exercemsobre o receptor e sua formação, bem como no próprio conhecimento do mediador. Sendoassim, os dois sujeitos estão em um processo de diálogo num ambiente de aprendizagemmútua.

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 9/16

9

Figura 3 – Releitura e aplicação do esquema de comunicação no processo de ensino/aprendizagem sob a perspectiva freireana.

E O DESIGN DA INFORMAÇÃO NESSE CONTEXTO?

Inicialmente trazendo o significado da palavra informação, conforme Biderman (1998)no Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, sua origem vem dolatim informatio,

onis ("delinear, conceber ideia"), ou seja, dar forma ou moldar na mente, como em educação, instrução ou treinamento.

Descrevendo sobre o conceito do Design da Informação, Portugal (2010) nos diz que oDesign tem a função social de tornar o ambiente inteligível, possibilitando nossa ação a partirdos signos e da construção da legibilidade do percurso comunicativo nos ambientes, sejam

eles virtuais ou não. Esses princípios orientam o âmbito do Design da Informação e sãoferramentas imprescidíveis para potencializar o pensamento sobre as informações.

Acrescentando a esse cenário, temos a dinâmica do mundo que nos contextualiza e aomesmo tempo nos coloca em um processo contínuo de construção e desconstrução desseconhecimento, na adequação que a cada momento e a necessidade nos permite solucionar.

O Design dos nossos dias se coloca como fator determinante na capacidade deconstruir conexões com o mundo moderno, constituído de inúmeros problemas existentes. E

para isso, se faz necessário um direcionamento sistêmico, que integra e comunica numa forma

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 10/16

10

holocentrada e interdisciplinar. Outra questão a ser pontuada é a inventividade dessalinguagem informativa, que deverá ser empregada visualmente no processo informativo.

A Informação, enquanto conceito, traz uma multiplicidade de significados, do uso

cotidiano ao técnico. No sentido amplo, a ideia da palavra informação está associada àsnoções de comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento, significado,estímulo, padrão, percepção e representação do conhecimento.

Concordando com isso, Cardoso (2012) nos aponta que o campo do design éessencialmente híbrido, onde se operam o corpo e a informação, entre o artefato, usuário esistema na complexidade que tange o design. São camadas, estruturas cujas inter-relaçõescondicionam e redefinem o funcionamento de um todo.

Refletindo sobre esse cenário, vemos a necessidade dessas informações sereminseridas com as áreas da Educação e do Design, já que o ambiente escolar é repleto eminformações visuais e, quase sempre, os educadores não recebem formação para o planejamento, orientação e uso desse repertório cultural nas apresentações do processo deensino-aprendizagem, que consequentemente são mal decodificadas pelos alunos.

Sendo assim, o direcionamento da Cultura Visual na escola, através de investigaçõesque abordem estudos no campo do Design da Informação, é um relevante compromisso social

com a educação brasileira, beneficiando de forma significativa a qualidade do ensino no país,através da identificação dos problemas e da busca de soluções, nos processos mediadores esua inserção no ensino.

Diante dessas colocações, Coutinho (2006) nos confirma, através de suas discussõesenvolvendo aspectos conectivos no Design da Informação e a Educação, em especial namediação entre as duas áreas do conhecimento, que apontam para a necessidade de pesquisaexistente nesse campo. Coutinho (2006, p. 53) esclarece que

Nossas inquietações não estão apenas relacionadas com o papel fundamental dodesign da informação para educação naquilo que o compete em sua preocupaçãocentral, a eficácia-eficiência dos sistemas informacionais, mas acima de tudo, narelação direta da ‘produção’ e ‘consumo’ imagéticos e verbais explorados nasescolas. Esta produção implica em três problemáticas: a) na formação dos professores e suas estratégias como originadores de informação; b) nas soluções propostas pelos alunos como originadores desta informação; c) e,consequentemente, no repertório imagético dos professores e alunos comoconsumidores de informação.

O Design da Informação de nossos dias deve mostrar-se eficiente e necessário no seu

papel pedagógico e no seu sentido mais audacioso, ser concebido como um campo ampliadonas mais diversas áreas do conhecimento, sendo que, umas mais próximas, outras mais

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 11/16

11

distantes e que estão inseridas desde o apoio, a preparação e a elaboração do conteúdo, passando, ainda, pela indicação de organização em sua interface e, por fim, junto ao mediador(pessoa, artefato) em situação real de uso para validação. Assim sendo, neste universo

crescente de informação, será cada vez mais importante o domínio das técnicas, dosconteúdos e dos conceitos que facilitem o uso da informação para o aprendizado.

Neste sentido, Freire (2011) diz que as relações que o homem estabece com arealidade são resultante de suas experiências práticas durante o processo criativo, de recriaçãoe decisão. Com isso, o indivíduo vai ativando o seu mundo numa perspectiva humanizadoraque pode contribuir em seu tempo nos seus contextos e territórios em sua cultura,estabelecelecendo relações consigo mesmo e com os outros como um ser integrador numa

perspectiva dialógica.As ideias de Freire podem ser evidenciadas em artefatos educacionais como por

exemplo no kit DVD Arte.br composto por 30 temas voltados para o ensino fundamental emédio, cujo objetivo é possibilitar a construção de um conhecimento em arte que inclua areflexão e a imaginação através da leitura de imagens sobre arte brasileira, em especial acontemporânea, e seus materiais educativos para o professor (Obras de arte e/ou trabalhos deartistas em uma série de temas). A proposta para utilização desse material educativo reúne

uma pluralidade de planejamentos pedagógicos que incentivam o trabalho do professor comas imagens em movimento e a participação dos alunos.

Figura 2 - Exemplo: DVDArte.br Disponível em: < http://artenaescola.org.br/dvdteca//> Acessado em: 13 deagosto de 2013.

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 12/16

12

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As mudanças trazem, em si, novas formas de agir e de pensar. Impõem novos

comportamentos que lenta ou rapidamente são incorporados. As novas narrativas da CulturaVisual impulsionam novos olhares. O homem como parte dessa cultura necessita se deslocarno tempo e no espaço se remontando e remontando também suas trilhas. Como andarilhotecnológico, deve saber a hora de trocar seu local sedimentado, conhecido e já explorado, partindo, assim, para novas descobertas, levando consigo a experiência e o conhecimento atéentão adquiridos, numa perspectiva crítica autônoma.

Mediante isso, a Cultura Visual pela educação da Imagem necessita ser mediada com

eficácia e eficiência e, para tanto, evoca o Design da Informação. Coutinho (2006) nos adverteque o uso adequado da imagem e a sua prática em sala de aula no Brasil ainda são bastanteincipientes. Barbosa (2012) nos remete aos professores que em sua grande maioria não têminstrução acerca do uso da mesma e da criatividade. A falta de formação nesse sentido, noensino superior de licenciaturas, é evidente. Notadamente, problemas de inadequação e aforma como é organizado o conhecimento ficam evidenciados. Com essa premissa, aelaboração e o uso dos livros didáticos, assim como os artefatos educacionais, trazem consigo

a necessidade de uma orientação adequada ao aprendizado pela Cultura Visual.O campo do Design da Informação, argumenta Coutinho (2006), disponibiliza

ferramentas indicadoras para tornar uma mensagem visual de modo inteligível, seja peloaspecto gráfico ou informacional, de forma a precaver ambiguidade e otimizar o processo decompreensão de significado.

A reflexão sobre o ensino da imagem e o uso do artefato educacional adequado emuma cultura apontam critérios a serem seguidos. Esses devem ser agentes equalizadores da

percepção visual com as demais áreas do desenvolvimento com o indivíduo, comoinstrumentos essenciais para o pensamento, pelo aspecto harmonizador, em sua plataforma"textual, informativa e imagética, em um artefato cultural e intelectual de qualidade"(COUTINHO, 2006, p. 11).

As questões pontuadas nesse artigo sugerem pesquisas e convocam os profissionais dodesigner e da educação para esse campo complexo dos dias atuais. Requer processo dedecisão para novos olhares, sendo esses, com trajetos que ampliam e perpassam desde osaspectos tracionais aos contemporâneos da Cultura Visual. Novos processos de criação deartefatos educacionais vão sendo adicionados. Eles incluem os da informação, a consciênciacultural crítica e, consequentemente, um compromisso com a sociedade.

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 13/16

13

Diante dessa atual conjuntura de pensamento, reporta o Design centrado no usuário,isto é, que orienta a sua produção com a prévia e continuada observação do mesmo. Sendoessa, a partir de suas necessidades, desejos, características comportamentais e cognitivas e,

que se confirma no significado que ele atribui aos artefatos durante o processo de uso7,trazemos também, em contrapartida, a discussão da perspectiva que o Design também podemodelar o diálogo com o usuário.

Se o Design da Informação tem o compromisso de tornar dados em informaçõesválidas e significativas para o usuário, por outro lado Shedroff (1999) nos questiona: até que ponto a forma como é proposto o Design da Informação poderá interferir na construção de umnovo olhar pela imagem, nesse caso, pela Cultura Visual do usuário ou usuário

contemporâneo? Com estes questionamentos, sugerimos, embora concordantes com aimportância e a ênfase do Design focado no usuário, o não esquecimento da dialética doDesign como consequência do usuário e o usuário também como consequência do Design.Entendemos que, assim, o Design da Informação poderá manter acessa suas contribuições deexperimentalismo, que nos parecem importantes especificamente na construção da identidadecultural, na formação do sujeito na preparação para a vida, com a especificidade que só ocampo do Design em conexão com o da Cultura Visual pode proporcionar.

Nesse contexto, a complexidade da atual vida cotidiana requer do ser humano aexpansão constante de suas habilidades a fim de adaptar-se ao ritmo cada vez mais célere domundo que o cerca. Trata-se de habilidades individualizadoras tais como a física, aintelectual, a capacidade comunicativa e interativa, o conhecimento político e o conhecimentocultural.

Este matiz de pré-condições sociais é resultante, dentre outros indicativos, da evoluçãoda organização global estruturada ao longo dos anos e modelada pelas ideias oriundas do

desenvolvimento tecnológico, das descobertas e reflexões de novos conceitos.Podemos afirmar que uma das principais características da espécie humana seja a deestabelecer sua relação com o mundo abstrato e material de forma mediada. Esta mediação pode ser conferida através de várias produções, desde as pinturas rupestres e utensílios do período neolítico em que o homem pré-histórico buscava a apropriação do espaço e da formaaté, por exemplo, as avançadas interfaces encontradas nas mídias atuais e diversas que sempre

7 Segundo Löbach, as necessidades surgem de alguma carência e orientam o comportamento humano contra osestados não desejados. Necessidades satisfeitas geram prazer. Por fim, muitas das necessidades do homem sãosatisfeitas pelo uso dos objetos e isto ocorre por meio das funções dos produtos.“Os aspectos essenciais dasrelações dos usuários com os produtos industriais são as funções dos produtos, as quais se tornam perceptíveisno processo de uso e possibilitam a satisfação de certas necessidades” (LÖBACH, 2001, p. 54).

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 14/16

14

interagem.Conforme Shedroff (1999), devemos primeiro rever os nossos objetivos e mensagens e

reavaliar os tipos de experiências que queremos para o nosso público. Se faz necessário,

também, questionar o usuário quais são as suas necessidades e seus desejos com relação aestas experiências. Não se trata de verificação de usuário, que precisa ser feito mais tarde,quando algumas possibilidades foram desenvolvidas, mas uma investigação fulcral. O processo deve envolver ideias alternativas que atendam a esses objetivos, mensagens, e osinteresses do público e habilidades até surgir possíveis elucidações. Estas, segundo o autoranteriormente citado, devem tomar forma com ferramentas do Design, que é simplesmenteuma categoria abrangente sobre os aspectos envolvidos com a criação e a apresentação dos

meios de comunicação. Entre outros aspectos, estão incluídos a escrita, o design gráfico, aiconografia, a cartografia, a caligrafia, a tipografia, a ilustração, a teoria das cores, afotografia, a animação e o cinema e o design de som, canto e música. As possíveis soluçõesdevem ser testadas antes de serem aprovadas.

Consciente que a adoção de tal posição implica em repensar plenamente os objetivosda mediação ou desse contexto aplicado, voltado para o ensino da arte no campo da CulturaVisual, evidencia-se também que é hora de realizar uma revisão completa do último dos

objetivos que historicamente foram propostos para educação através do ensino da arte nocampo do Design.

A questão, como afirma Hargreaves (2004), é que a educação dote os cidadãos dasferramentas para construir seu conhecimento como todo através da informação. Nesseaspecto, podemos observar que são os indivíduos de mediação cultural pela Cultura Visualque sinalizam critérios para discernir as informações e como elas os afetam, situação quereflete poder tornar-se protagonista de suas próprias decisões.

Seguindo-se o pensamento de Freire (2006) que reflete com maestria uma necessidade básica do processo de ensino/aprendizagem e se encaixa em todos os aspectos dodesenvolvimento educacional humano, é imprescindível considerar que as pessoas – comotradicionalmente é feito na educação (e na equidade educacional) – são mentes para absorvera informação, devemos pensar em pessoas que têm uma experiência do mundo, queinterpretam os fenômenos ao seu redor e que são capazes de comunicação.

Os direcionamentos para qualquer proposta de mediação cultural devem considerar avida presente, refletindo sobre o passado e olhando para perspectivas futuras. Em síntese, precisa-se criar dinâmicas para que os cidadãos estejam engajados em um diálogo emandamento, que conectem pessoas, criando dados significativos para a sua vida. Isso significa

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 15/16

15

que a educação deve oferecer e/ou colocar o valor para tornar significativas as experiências devida das pessoas. E com o Design da Informação, não é diferente. Essas prerrogativas estãointrinsecamente associadas à criação de artefatos educacionais, que incluem os do ensino da

arte.

REFERÊNCIASBARBOSA, A. M. (Org.).Arte-educação: leitura no subsolo. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

______.A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. 8. ed. São Paulo:Perspectiva, 2012.

BIDERMAN, M. T. C.Dicionário Didático de Português. 2. ed. São Paulo: Ática, 1998.

CARDOSO, R.Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naif, 2012.

COUTINHO, S. G. Design da Informação para Educação.InfoDesign. Revista Brasileira deDesign da Informação 3 – 1/2, São Paulo, 2006, p. 52-53.

COUTINHO, S. G; FREIRE; V. E. C. Design para Educação: uma avaliação do uso daimagem nos livros infantis de Língua Portuguesa. In: ROCHA, Cleomar (Org.). Arte: limitese contaminações.Anais do 15º Encontro Nacional da ANPAP,2006. Salvador:

ANPAP/UNIFACS, vol. II, p. 245-254. 2007.

DONDIS, D. A.Sintaxe da linguagem visual. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2. ed.São Paulo: Martins Fontes, 1997.

FONTOURA, A. M.EdaDe: a educação de crianças e jovens através do design. 2002. 337p.Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenhariade Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

FRANZ, T. S. Mediação Cultural, Artes Visuais e Educação. Florianópolis: LetrasContemporâneas, 2005.

FREIRE, P.Extensão ou Comunicação? 13. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

______.Educação como prática da liberdade. 34. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

GARDNER, H.Arte, mente y cerebro. Buenos Aires: Paidós, 1987.

HARGREAVES, A.O ensino na sociedade do conhecimento. A educação na era dainsegurança. Coleção Currículo, Políticas e Práticas. Porto: Porto Editora, 2004.

8/13/2019 A cultura visual na escola e os processos mediadores do Design na perspectiva freiriana

http://slidepdf.com/reader/full/a-cultura-visual-na-escola-e-os-processos-mediadores-do-design-na-perspectiva 16/16

16

HERNÁNDEZ, F.Catadores da cultura visual: transformando fragmentos em novanarrativa educacional. Porto Alegre: Mediação, 2007.

HESBURGH, T.A relevância dos valores no ensino superior. Brasília: EditoraUniversidade de Brasília, 1979.

LARAIA, R. B.Cultura: um conceito antropológico. 19. ed. Rio de Janeiro: Jorge ZaharEditor, 2006.

LIBÂNEO, Jose Carlos.Democratização da escola pública. A pedagogia crítico-social dosconteúdos. 21. ed. São Paulo: Loyola, 2006.

LÖBACH, Bernd.Design industrial – Bases para a configuração dos produtos industriais.São Paulo: Blucher, 200.

MARTINS, M. C.Mediação: provocações estéticas. Universidade Estadual Paulista -Instituto de Artes. Pós-graduação. São Paulo, v. 1, n.1. 2005.

MEIRA, M.A Educação estética, arte e cultura do cotidiano. 3. ed. Porto Alegre:Mediação, 1999. Cap. 7.

PILLAR, A. D. (Org.).A educação do olhar no ensino das artes. 4. ed. Porto Alegre:Mediação, 2006.

PORTUGAL, C. Questões complexas do design da informação e de interação.RevistaBrasileira de Design da Informação, São Paulo, v. 7, nº 2, 1-6, dezembro, 2010.

SANTAELLA, L.; NÖTH, W. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras,2008.

SHEDROFF, N. Information interaction design: a unified field theory of design. 1999.Disponível em: <http://www.nathan.com/thoughts/unified/>. Acesso em: 18 ago. 2013.

TWYMAN, M. L. A schema for the study of graphic language. In: KOLERS, Paul A.;WROLSTAD, Merald E.; BOUMA, Herman (Org.).Processing of visible language. NovaYork & Londres: Plenum Press, vol.1, 1979. pp.117-150.