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SEGURANÇA NA ASSISTENCIA AO PACIENTE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA Kamille Ribeiro Sampaio 1 Rogeria de Oliveira Justino Costa 2 Regina Petrola Bastos Rocha 3 1. INTRODUÇÃO Cuidados de saúde inseguros resultam em expressiva morbidade e mortalidade evitáveis, gastos adicionais com a manutenção dos sistemas de saúde e representam uma grande preocupação na atualidade. Segundo a análise realizada por Silva (2012), os erros e danos causados aos pacientes durante o atendimento médico-hospitalar têm sido descritos e estudados por mais de um século. Trazer esse componente para atenção à saúde é ainda mais intrigante, tendo em vista a grande quantidade de processos aos quais trabalhadores e usuários se defrontam, além dos componentes políticos e estruturais. Reconhecendo a magnitude do problema da segurança do paciente a nível global, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu em 2004 a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente (World Alliance for Patient Safety). O propósito dessa iniciativa foi definir e identificar prioridades na área da segurança do paciente em diversas partes do mundo e contribuir para uma agenda mundial para a pesquisa no campo. 1 Especialista em Enfermagem em Clínica Médica e Bloco Cirúrgico pelo Centro de Treinamento São Camilo, Enfermeira do Instituto Federal do Ceará - IFCE. E-mail: [email protected] 2 Especialista em Saúde da Família pela Faculdade Integrada de Patos - FIP. 3 Mestre em Desenvolvimento Regional Sustentável pela Universidade Federal do Ceará – UFC; Docente da Universidade Regional do Cariri – URCA. (Orientadora)

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SEGURANÇA NA ASSISTENCIA AO PACIENTE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Kamille Ribeiro Sampaio 1 Rogeria de Oliveira Justino Costa2

Regina Petrola Bastos Rocha3

1. INTRODUÇÃOCuidados de saúde inseguros resultam em expressiva morbidade e

mortalidade evitáveis, gastos adicionais com a manutenção dos sistemas de

saúde e representam uma grande preocupação na atualidade. Segundo a

análise realizada por Silva (2012), os erros e danos causados aos pacientes

durante o atendimento médico-hospitalar têm sido descritos e estudados por

mais de um século. Trazer esse componente para atenção à saúde é ainda

mais intrigante, tendo em vista a grande quantidade de processos aos quais

trabalhadores e usuários se defrontam, além dos componentes políticos e

estruturais.

Reconhecendo a magnitude do problema da segurança do paciente a

nível global, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu em 2004 a

Aliança Mundial para a Segurança do Paciente (World Alliance for Patient

Safety). O propósito dessa iniciativa foi definir e identificar prioridades na área

da segurança do paciente em diversas partes do mundo e contribuir para uma

agenda mundial para a pesquisa no campo.

Nesse contexto as instituições hospitalares estão cada vez mais

preocupadas em garantir um atendimento de qualidade a seus clientes. Desse

modo, a segurança do, tem recebido destaque com a implementação de

medidas de prevenção à exposição aos riscos, bem como aos danos

decorrentes da assistência à saúde (SILVA, 2012)

As instituições de saúde esforçam-se para desenvolver uma cultura de

segurança do paciente e esperam que cada colaborador esteja preparado para

identificar os potenciais perigos e para realizar as mudanças necessárias, ou

seja, eliminação, redução e controle dos riscos (GANDHI; KAUSHAL; BATES

2004).

1 Especialista em Enfermagem em Clínica Médica e Bloco Cirúrgico pelo Centro de Treinamento São Camilo, Enfermeira do Instituto Federal do Ceará - IFCE. E-mail: [email protected] Especialista em Saúde da Família pela Faculdade Integrada de Patos - FIP.3 Mestre em Desenvolvimento Regional Sustentável pela Universidade Federal do Ceará – UFC; Docente da Universidade Regional do Cariri – URCA. (Orientadora)

Em 1999, o Institute of Medicine (IOM) lançou o relatório denominado

Errar é humano; que divulgou amplamente os achados relacionados com

lesões causadas pelo tratamento médico-hospitalar nos EUA (VICENTE, 2009).

O referido relatório colocou em discussão uma das dimensões da qualidade: a

segurança do paciente.

Em seguida, em 2001, o IOM publicou o relatório “Cruzando o Abismo

da Qualidade” (Crossing the quality chasm) com um foco mais amplo no

sistema de saúde. Seis domínios foram definidos para caracterizar o

desempenho do sistema de saúde, com destaque para o domínio da segurança

do paciente. São eles: segurança, efetividade, foco no paciente, otimização,

eficiência e equidade (BRASIL, 2013).

Em maio de 2002, a 55ª Assembleia Mundial da Saúde adotou a

resolução WHA 55.18, “Qualidade da atenção: segurança do paciente” a fim de

nortear ações, e promover maior conhecimento sobre o problema. Para isso, a

comunidade científica foi mobilizada a fim de conhecer os principais pontos

críticos na assistência e na atenção à saúde para minimizar falhas e promover

a qualidade dos serviços e a segurança dos pacientes. (BRASIL, 2013)

A partir dessa publicação diversos estudos reforçaram, com dados, a

associação do risco com a assistência à saúde de forma que a Organização

Mundial da Saúde (OMS) lançou, em outubro de 2004, a Aliança Mundial para

a Segurança do Paciente (SILVA, 2012).

A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente trata-se de um grupo

de trabalho que possui como elemento central do trabalho a formulação de

Desafios Globais para a Segurança do Paciente a cada dois anos, com o

objetivo de fomentar o comprometimento global e destacar temas

correlacionados e direcionados para uma área identificada como de risco

(OMS, 2010). Tem como objetivo mobilizar esforços globais para melhorar a

segurança dos cuidados de saúde para os pacientes em todos os países

membros da OMS, estabelecendo uma ambiciosa agenda de segurança do

paciente (WHO, 2009).

O Primeiro Desafio Global para a Segurança do Paciente está focado na

prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), sob o

lema “Uma Assistência Limpa é Uma Assistência Mais Segura”, envolvendo

ações relacionadas à melhoria da Higienização das Mãos em Serviços de

Saúde Enquanto o segundo desafio global, no biênio 2007-2008, denominado

“Cirurgias seguras salvam vidas”, dirige a atenção para os fundamentos e

práticas para a cirurgia segura (OMS, 2010).

Também, com o mesmo propósito da Aliança Mundial para a Segurança

do Paciente, a (Commission on Accreditation of Healthcare Organizations) –

JCAHO, foi designada pela OMS, em 2005, como primeiro centro colaborador

dedicado à segurança do paciente, a qual propôs seis Metas Internacionais de

Segurança do Paciente, que são soluções que têm como propósito promover

melhorias específicas em áreas problemáticas. Estas metas incluem: 1)

Identificar os pacientes corretamente; 2) Melhorar a comunicação efetiva; 3)

Melhorar a segurança de medicamentos de alta vigilância; 4) Assegurar

cirurgias com local de intervenção, procedimento e paciente corretos; 5)

Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde; 6) Reduzir o

risco de lesões ao paciente, decorrente de quedas (JCAHO, 2008).

No ano de 2007 a World Health Organization’s Collaborating Centre for

Patient Safety lançou o programa “Nine Patient Safety Solutions”, objetivando

reduzir os erros nos sistemas de saúde, redesenhando o processo de cuidar,

para prevenir erros humanos inevitáveis (WHO, 2009).

Constata-se ainda, a participação de órgãos acreditadores de serviços

de saúde, com o objetivo de melhorar a qualidade assistencial dos serviços,

nas últimas décadas, tiveram força os Programas de Acreditação Hospitalar.

Estes programas consistem em sistema de avaliação externa que verifica a

concordância da estrutura e dos processos assistenciais adotados com o

conjunto de padrões previamente estabelecidos (BRASIL, 2013).

Segundo Brasil (2013), o período entre 2007 e 2008 teve como marco o

desafio de promover a segurança dos pacientes cirúrgicos. O tema “Cirurgias

Seguras Salvam Vidas” apresenta o objetivo de diminuir a morbimortalidade

causada pelas intervenções cirúrgicas. A estratégia consistiu em definir um

conjunto básico de normas de segurança dirigidas à prevenção das infecções

pós-cirúrgicas, a segurança dos procedimentos anestésicos e das equipes

cirúrgicas e a mensuração dos indicadores cirúrgicos (OMS, 2010).

De acordo com Bueno e Fassarela (2012): A Joint Commission International (JCI) lançou em 2011 a quarta edição da

Standards Lists Version onde no capítulo sobre os Objetivos Internacionais

para a Segurança do Paciente (International Patient Safety Goals - IPSG)

existem seis metas. São elas: 1) Identificar os pacientes corretamente; 2)

Melhorar a comunicação eficaz; 3) Melhorar a segurança dos medicamentos

de alto risco; 4) Assegurar sítio, procedimentos e pacientes corretos nas

cirurgias; 5) Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde

e 6) Reduzir o risco do paciente de danos resultantes de quedas (BUENO;

FASSARELA, 2012).

As iniciativas do governo brasileiro para melhorar a segurança do

paciente nos serviços de saúde estão em consonância com as atividades da

Aliança Mundial para a Segurança do Paciente a partir de ações desenvolvidas

pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), baseadas nos

objetivos internacionais (ANVISA, 2011).

As propostas da ANVISA para segurança do paciente visam à melhoria

da qualidade no atendimento hospitalar e a adesão do Brasil à Aliança Mundial

para a Segurança do Paciente. E dentre as ações desenvolvidas pela ANVISA

foi a criação da Rede Brasileira de Hospitais Sentinela que tem a finalidade de

notificar eventos adversos e queixas técnicas de produtos de saúde, sangue e

hemoderivados, materiais e equipamentos médicos hospitalares (ANVISA,

2011; CASSIANI, 2010).

Em 1º de abril de 2013 foi instituído pela Portaria nº 529 o Programa

Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), que definiu os conceitos

relevantes na área da Segurança do Paciente e as principais estratégias para

implementação do programa: suporte à implementação de práticas seguras nos

hospitais, criação de um sistema de notificação de incidentes, elaboração de

protocolos e promoção de processos de capacitação.

Segundo Bernardes (2013), primeira medida é a obrigatoriedade de

todos os hospitais do país, públicos e privados, criarem os Núcleos de

Segurança do Paciente. Estes núcleos deverão promover ações para a

implantação da gestão de risco no serviço de saúde, com vistas à segurança

do paciente, e a integração e articulação multiprofissional nos processos de

gerenciamento e gestão de riscos. Sua missão é, também, entre outros pontos,

implantar e acompanhar o uso dos Protocolos de Segurança do Paciente

(BRASIL, 2013).

Acredita-se que para alcançar a qualidade da assistência e garantir

maior segurança do paciente, é fundamental a ocorrência de mudanças na

cultura do cuidado em saúde, na qual os erros não devem ser percebidos como

o resultado da incompetência da ação humana, mas, sobretudo, como

oportunidades para melhorar o sistema, promovendo uma cultura de segurança

(IOM, 2001).

Neste contexto ao iniciar os estudos da pós-graduação interessei-me

pela temática de segurança do paciente, por acreditar em sua importância para

o desempenho de uma assistência de qualidade, configurando-se como uma

estratégia que alicerça um cuidado ético e qualificado.

Atuando como enfermeira assistencial em um hospital que esta se

submetendo a um processo de acreditação, percebe-se que o enfermeiro

juntamente com a equipe multiprofissional; desenvolve atividades assistenciais

e de gerenciamento que contemplam aspectos de qualidade e segurança na

assistência ao paciente.

Os estudos sobre segurança do paciente possibilitam o conhecimento de

fatores relacionados ao processo que cuidado do paciente, uma vez que a falta

desse conhecimento prejudica o desenvolvimento de estratégias e adoção de

práticas segura que visem à minimização riscos e efeitos adversos, bem como

a melhoria da assistência.

Portanto, a escolha do objeto desta pesquisa – revisão integrativa sobre

publicações sobre segurança do paciente na assistência a saúde publicadas no

período de 2004 a 2014.

Como parâmetro para busca dos estudos nas bases de dados foi

utilizado o envolvimento dos artigos com os seguintes questionamentos: Quais

os aspectos abordados nas publicações sobre Segurança do Paciente na

assistência a saúde? Quais profissionais estão publicando trabalhos sobre esta

temática? Quais os cenários utilizados como campo de estudo para esses

estudos? Quantos trabalhos abordam aspectos que coincidem com a temática

das Metas Internacionais propostas pela OMS? Quais os temas pesquisados

que não se incluem nos temas abordados pelas metas internacionais? Quais

produções abordam os cuidados de enfermagem dentro do contexto da

segurança do paciente na assistência a saúde?

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Realizar as uma revisão integrativa da literatura utilizando publicações

científicas sobre o tema Segurança na assistência ao paciente , indexadas

na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) no idioma

Português nos últimos 10 anos (2004-2014).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Evidenciar ano, cenários e populações-alvos da amostra de publicações;

Averiguar quantas e quais produções científicas abordam temas que

coincidam com as metas internacionais para segurança do paciente;

Identificar os temas pesquisados que não se incluem nos temas

abordados pelas metas internacionais;

Analisar quantas produções abordam os cuidados de enfermagem

dentro do contexto da segurança do paciente.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo exploratório com abordagem quantitativa, e para

o alcance do objetivo geral, optou-se pelo método da revisão integrativa, visto

que ele possibilita sumarizar as pesquisas já concluídas e obter conclusões a

partir de um tema de interesse.

Os estudos incluídos na revisão são analisados de forma sistemática em

relação aos seus objetivos, materiais e métodos, permitindo que o leitor analise

o conhecimento pré-existente sobre o tema investigado (POMPEO; ROSSI;

GALVÃO, 2009).

Esse método de pesquisa proporciona aos profissionais de saúde dados,

segundo Roman e Friedlander (1998), relevantes acerca de determinado

assunto, em diferentes lugares e momentos, mantendo-os atualizados e

facilitando as mudanças na prática clínica como consequência da pesquisa.

Na operacionalização dessa revisão conforme Mendes, Silveira e Galvão

(2008); utilizamos as seguintes etapas: elaborar o tema do estudo, realizar a

pesquisa bibliográfica; organizar os dados coletados; interpretar e avaliar os

resultados do estudo.

A estratégia de busca para identificação e seleção dos estudos foi

através do levantamento bibliográfico de publicações indexadas na base de

dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e esta foi acessada através

do portal da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS).

O levantamento realizado na Scielo utilizou-se a pesquisa por assunto

onde as palavras “segurança do paciente” foram pesquisadas em todos os

índices disponíveis.

Com vistas aos critérios de seleção/exclusão, foram abordados os

seguintes limites para a inclusão:

1. todas as categorias de artigo (pesquisa original, revisão de literatura,

revisão sistemática, reflexão, atualização, relato de experiência, editorial,

entre outros);

2. artigos com resumos e textos completos disponíveis com acesso gratuito

para análise; disponibilizados no idioma português;

3. publicados entre os anos de 2004 a 2014;

É consenso que pesquisas com data de publicação superior a cinco anos

tornam-se obsoletas, porem optou-se por um intervalo de tempo de 10 anos

pela existência de dois marcos históricos importantes dentro da temática de

segurança do paciente. No ano de 2004 com já mencionado anteriormente a

Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em outubro de 2004, a Aliança

Mundial para a Segurança do Paciente; e no ano de 2013 foi instituído no

Brasil; pelo Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Segurança do

Paciente (PNSP).

4. artigos que abordassem a temática de segurança do paciente em ambiente

hospitalar; sendo excluídas as publicações que abordaram a temática em

outros cenários diferentes do hospitalar.

Além disso, foi realizado busca em livros sobre a temática para proporcionar

um melhor entendimento do assunto.

Dessa forma encontradas 43 publicações onde após serem aplicados os

critérios de inclusão foram selecionadas 39 publicações. Portanto

evidenciamos um numero inferior de referencias ao que é recomendado nas

orientações contidas no Manual de orientação para trabalhos acadêmicos/

Centro Universitário São Camilo.

Para a organização e tabulação dos dados foi realizada uma leitura

minuciosa de cada resumo/publicação destacando aqueles que responderam

aos objetivos do estudo.

Inicialmente foi realizada uma caraterização sócio demográfica das

publicações com o objetivo de evidenciar as características de distribuição de

Posteriormente, foram extraídas as principais abordagens em cada

artigo. As mesmas foram comparadas e agrupadas por similaridade de

conteúdo, sob a forma de categorias empíricas, sendo construídas três

categorias para análise, assim especificadas: segurança do paciente de acordo

com as Metas Internacionais para segurança do paciente, segurança do

paciente além das Metas Internacionais e cuidados de enfermagem e a

segurança do paciente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Análise crítica dos estudos incluídos

Seguindo as etapas da revisão integrativa propostas por Mendes,

Silveira e Galvão (2008), tem-se que neste momento, os questionamentos

motivadores desta investigação começaram a ser respondidos e os objetivos

específicos a serem visualizados. Desta forma, a leitura aprofundada dos

artigos foi o caminho principal para a obtenção das informações, junto com os

processos constitutivos desse método de estudo. Logo após todo esse

processo os dados foram organizados com vistas ao início do fichamento e

categorização.

Interpretação dos resultados

Para a melhor organização e apresentação dos dados algumas

categorias foram construídas, conforme seguem abaixo.

ANO DO ESTUDO N %2005 2 5,122007 1 2,562008 1 2,562010 4 10,252011 1 2,562012 9 23,072013 20 51,282014 1 2,56AREA DE FORMAÇÃO DOS AUTORES

N %

Enfermagem 24 61,53Médico 8 21,51Medicina/fisioterapia 1 2,56Enfermagem/medicina 3 7,69Enfermagem/farmácia 1 2,56Enfermagem/medicina/ 1 2,56

engenhariaEngenharia 1 2,56POPULAÇÃO ALVO DOS ESTUDOS

N %

Profissionais de enfermagem (enfermeiros e técnicos)

6 15,38

Acadêmicos (enfermagem/medicina)

2 5,12

AIHs (Autorizações de internamento hospitalar)

1 2,56

Pacientes Crianças/Adolescentes 3 7,69Prontuários 10 25,64Equipe multidisciplinar 3 7,69Pacientes adultos 2 5,12Pacientes adultos e equipe de enfermagem

1 2,56

Literatura 6 15,38Pacientes adultos, Médicos e enfermeiros.

1 5,12

Outros 4 10,25CENÁRIO DAS PESQUISASUTI 4 10,25Universidade 2 5,12Hospital 17 43,58Banco de dados 4 10,25Clinica cirúrgica pediátrica 2 5,12Clinica médica 1 2,56UTI e Semi- intensiva neonatal 1 2,56Fichas de notificações de erros 1 2,56Outros 4 10,25Unidades pediátricas (infectologia, clínica cirúrgica, UTI)

1 2,56

Centro Cirúrgico 1 2,56Clínica Cirúrgica adulto 1 2,56TOTAL 39 100Tabela 1 – Distribuição dos estudos em relação ao, ano, do estudo e área de formação dos autores, população, cenário do estudo (n=39). Crato – Ceará, 2014.

De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, os estudos

apontaram maior produção científica sobre o tema no ano de 2013 com 51,28%

(n= 20) dos artigos pesquisados. Em uma observação mais criteriosa na

flutuação dos anos de publicação dos artigos analisados, foi possível inferir

uma maior concentração dos estudos nos anos finais do tempo limite da

revisão.

A Joint Commission International (JCI) lançou em 2011 a quarta edição

da Standards Lists Version onde no capítulo sobre os Objetivos Internacionais

para a Segurança do Paciente (International Patient Safety Goals - IPSG)

existem seis metas. São elas: 1) Identificar os pacientes corretamente; 2)

Melhorar a comunicação eficaz; 3) Melhorar a segurança dos medicamentos de

alto risco; 4) Assegurar sítio, procedimentos e pacientes corretos nas cirurgias;

5) Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde e 6) Reduzir

o risco do paciente de danos resultantes de quedas (BUENO & FASSARELA,

2012).

Em 1º de abril de 2013 foi instituído pela Portaria nº 529 o Programa

acional de Segurança do Paciente (PNSP), que definiu os conceitos relevantes

na área da Segurança do Paciente e as principais estratégias para

implementação do programa: suporte à implementação de práticas seguras nos

hospitais, criação de um sistema de notificação de incidentes, elaboração de

protocolos e promoção de processos de capacitação.

Acreditamos que estes marcos no percurso histórico da Segurança do

Paciente tenham impulsionado o interesse dos pesquisadores pelo tema e a

consequente.

Quanto à área de formação dos autores, foi percebido que os

profissionais médicos e enfermeiros são aqueles que mais publicam sobre o

tema, respectivamente 61,53% (n=24) e 21,51% (n=8). O destaque na

produção de artigos na área estudada por esses profissionais da saúde pode

estar relacionado ao fato da proximidade destes com os pacientes,

principalmente os enfermeiros, que tendem a permanecer ao lado do paciente

o maior tempo durante o tratamento.

Neste contexto temos Melo (2011), que afirma que enfermagem

desempenha um papel fundamental, tanto pelo seu contingente como pela sua

proximidade constante e ininterrupta na assistência ao paciente, estando apta a

identificar estes riscos, bem como a oferecer valiosas sugestões de melhoria.

Sendo assim, essa proximidade pode acabar levantando

questionamentos sobre a condição do paciente e sobre as melhores formas de

publicação de trabalhos científicos.

Outro dado observado foi a publicação de autoria de profissionais da

área de Engenharia. Para Tibola (2005), a Tecnologia Médico-Hopitalar e a

grande preocupação com a segurança do paciente resultaram em uma grande

oportunidade para os engenheiros trabalharem no ambiente de assistência à

saúde.

Observamos que o prontuário foi em 25,64% (n=10) objeto alvo da

totalidade dos estudos.

O Conselho Federal de Medicina (CFM), no artigo 1º da Resolução nº

1.639/2002, define prontuário médico como o documento único constituído por

um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas com base

em fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a

assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita

a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da

assistência prestada ao indivíduo.

Trata-se de um documento de extrema relevância no cuidado ao

paciente, servindo à continuidade do cuidado pela documentação da evolução

do doente e das terapias utilizadas, além de ser prova para fins jurídicos e

fonte de dados para estudos epidemiológicos (PAVÃO, 2011).

Diante do exposto percebemos que o prontuário do paciente exerce um

papel importante, pois a maioria desses estudos utilizou o método de revisão

de prontuários.

Encontramos ainda a Literatura e os Profissionais de enfermagem

totalizando 6 publicações (15,38%) cada um como população alvo dos estudos.

A revisão integrativa da literatura, segundo Galvão, Sawada e Mendes

(2003), inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada

de decisão e a melhoria da prática clínica possibilitando a síntese do estado do

conhecimento de determinado assunto, além de apontar lacunas precisam ser

preenchidas com a realização de novos estudos.

Acreditamos que pelas mesmas razões citadas anteriormente, os

profissionais de enfermagem tenham sido população-alvo das investigações

cientificas aqui catalogadas.

No que concerne aos cenários dos estudos encontramos um número de

17 publicações, isto é aproximadamente 43,58% do total da amostra

pesquisada.

De acordo com o Artigo n° 03 da Portaria nº 3.390, de 30 de dezembro

de 2013 que institui a Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP) no

âmbito do SUS; os hospitais são instituição complexas, de caráter

multiprofissional e interdisciplinar, responsável pela assistência aos usuários

com condições agudas ou crônicas, exigindo-se assistência contínua em

regime de internação e ações que abrangem a promoção da saúde, a

prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação.

Os riscos de eventos adversos na assistência em saúde existem em

diferentes ambientes onde essa assistência é oferecida. Dentre esses

diferentes ambientes, destaca-se a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que, por

suas características, é considerada um cenário assistencial de alto risco. Esta

unidade tem por peculiaridade um cuidado que é intensivo, ou seja, deve ser

prestado de forma rápida, envolve muitos procedimentos, produz um grande

volume de informações, é realizado por um número grande e variado de

profissionais que, em face de gravidade dos pacientes (MELLO; BARBOSA,

2013).

Constatamos a ausência de estudos desenvolvidos em unidades

prestadoras de assistência à saúde diferentes da unidade hospitalar como, por

exemplo, consultórios odontológicos ou Unidades Básicas de Saúde.

Em seguida o Quadro 1 apresenta a descrição dos assuntos abordados

nas publicações pesquisadas bem como os principais aspectos abordados

pelos autores.

Assunto N % Principais aspectos abordadosCultura de segurança 2 5,12 • Cuidados de enfermagemHigienização das mãos 2 5,12 • Conhecimentos

• infraestruturaErros de medicações 4 10,24 • Frequência

• Notificações• Cuidados de enfermagem• Sistema de informação nacional

Efeitos adversos 9 23,07 • Características• Registros em prontuários• Notificações• Pacientes cirúrgicos• Cuidados de enfermagem• Medicamentos• Frequência

Procedimentos 2 5,12 uso da ultrassonografia napunção intravascular periférica

CUIDADOS DE ENFERMAGEM

Cirurgia segura 4 10,24 Check-list Protocolo clínico de

anestesia seguraCuidados de enfermagem 3 7,69 Carga de trabalho

Teoria de enfermagem Dimensionamento da equipe

de enfermagemAdministração de segura de medicamentos

4 10,24 Conhecimentos de profissionais

Identificação de pacientes 2 5,12Controle de infecção 1 2,56 Infecção de corrente

sanguínea relacionada ou associada a cateterIntravenoso central

Erros médico 1 2,56Times de resposta rápida 2 5,12Segurança do paciente 2 5,12 Qualidade do cuidado

Conhecimento de acadêmicos

Total 39 100Quadro1 - Descrição dos assuntos e aspectos abordados nos artigos identificados na base de dados pesquisadas sobre segurança do paciente

Com a finalidade de alcançar os objetivos propostos pelo presente

estudo catalogamos as publicações e as agrupamo-las em categorias

empíricas no intuito de contabilizarmo-las e analisarmo-las e

consequentemente discutirmos seus aspectos e contribuições.

A Segurança do Paciente de acordo com as metas internacionais para segurança do paciente

Identificamos ao todo 13 artigos (33,33%) que abordaram temas de

acordo com as Metas Internacionais de segurança do paciente; onde

verificamos que 5,12% (n=2) dos artigos tratam de higienização das mãos,

2,56% (n=1) aborda aspectos do controle de infecções para segurança do

paciente; 5,12% (n=2) contemplam aspectos da identificação do paciente; 4

(10,24%) artigos abordam aspectos do Protocolo de Cirurgia

Segura,4( 10,24%) publicações tratam sobre administração segura de

medicações.

Os chamados Desafios Globais para a Segurança do Paciente, previstos

na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, segundo Brasil (2013),

orientam a identificação de ações que ajudem a evitar riscos para os pacientes

e ao mesmo tempo, norteiam os países que tenham interesse em implantá-los.

E as ações previstas na Aliança Mundial para a Segurança do Paciente podem

direcionar as práticas seguras nos serviços de saúde.

Em 2005, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, da

Organização Mundial de Saúde (OMS), propôs o primeiro Desafio Global para

a Segurança do Paciente, denominado ‘Cuidado limpo é cuidado mais seguro.

Um dos seus principais objetivos o aprimoramento de práticas de Higienização

das Mãos (HM), visando prevenir infecções e promover a segurança dos

pacientes e dos profissionais (WHO; 2009)

A HM representa uma evidência científica para a prevenção de infecções

relacionadas à assistência à saúde. E diferentes estratégias podem ser

empregadas na unidade com vistas a promover a adesão à HM, como incentivo

do uso de soluções alcoólicas e o estabelecimento de um plano de metas, com

o envolvimento de líderes e equipe (BATHKE et al., 2013).

Dentre os artigos que compõe a amostra encontramos 4 artigos que

abordam o tema da Cirurgia Segura analisando principalmente os aspectos do

uso de checklists e protocolos de anestesia segura.

Para Gricoleto, Gimenes e Avelar (2011), procedimento anestésico-

cirúrgico é parte integrante da assistência à saúde, contribuindo na prevenção

de agravos à integridade física e perda de vidas.

A meta do Desafio “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” é melhorar a

segurança da assistência cirúrgica no mundo por meio da definição de um

conjunto central de padrões de segurança que possam ser aplicados em todos

os países e cenários (OMS 2010). O novo desafio global contempla: 1)

prevenção de infecções de sitio cirúrgico; 2) anestesia segura; equipes

cirúrgicas seguras; e 4) indicadores da assistência cirúrgica.

O checklist, “cirurgias seguras salvam vidas” (FIGURA1), desenvolvido

pela OMS foi criado com o intuito de auxiliar as equipes operatórias na redução

das ocorrências de danos ao cliente (BRASIL, 2013). A aliança mundial para a

segurança do paciente contou com vários colaboradores de todas as regiões

do mundo, das diversas especialidades cirúrgicas, profissionais da área da

saúde e correlatas, clientes e grupos de segurança do cliente. Juntos,

identificaram os itens de segurança a serem verificados, de forma que

pudessem ser colocados em prática em qualquer sala de operação, resultando,

dessa forma, no sistema checklist, que visa reforçar a segurança operatória

com práticas corretas e promover uma melhor comunicação e trabalho em

equipe (GRIGOLETO, GIMENES E AVELAR, 2013).

Figura 1 – Checklist de Cirurgia Segura proposto pela Organização Mundial de Saúde.

Fonte: OMS, 2010.

A realização de anestesia regional é uma prática que exige habilidade

humana e, consequentemente, está sujeita a erros. Adotar rotina de segurança

é fundamental para evitar acidentes.

Segundo analisa a OMS (2010), as complicações na anestesiologia

também continuam sendo uma causa substancial de morte durante as cirurgias

no mundo, apesar de os padrões de segurança e monitorização que têm

reduzido os números de mortes e incapacidades.

Segundo a Fernandes et al.(2011), há elementos essenciais e

necessários para melhorar a segurança e evitar eventos adversos decorrentes

do procedimento anestésico.

Os mesmos autores acima citados em artigo publicado em 2011, expõe

recomendações feitas pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia, tais como:

desenvolvimento da cultura de segurança entre os membros da equipe;

estímulo à descrição de eventos adversos; e compartilhamento de lições de

segurança entre os membros da equipe.

Para a OMS (2010), obstáculo mais crítico para o bom desempenho de

uma equipe cirúrgica é a própria equipe: os cirurgiões, os anestesias, os

enfermeiros e outros membros devem ter um bom relacionamento e uma

comunicação efetiva. Uma equipe que trabalhe unida para usar seus

conhecimentos e suas habilidades em benefício do paciente pode prevenir uma

proporção considerável das complicações que ameaçam a vida (FERNANDES

et al., 2011).

A identificação do paciente foi tema de 2 artigos dentre as publicações

da amostra pesquisada.

A identificação está presente na vida do cidadão desde seu nascimento.

Ao internar num hospital, os cidadãos se despersonalizam passando, por

vezes, a representar apenas um corpo portador de uma determinada doença e

que ocupa um leito hospitalar (BRASIL, 2013). Nos serviços de saúde,

constata-se prática comum entre os profissionais, a referência aos pacientes

pelo número do leito ou pela doença que o trouxe ao serviço.

De acordo ainda com Brasil (2013), processos falhos de identificação do

paciente estão dentre as causas mais comuns de eventos adversos na

administração de medicamentos, nos exames diagnósticos, nos procedimentos

cirúrgicos.

A identificação do paciente, que realizado corretamente previne erros

relacionados ao cuidado prestado pela equipe de profissionais de saúde, nos

diferentes níveis de atenção à saúde. Diante dos elementos que compõem o

constructo “segurança do paciente” e da complexidade dos processos de

trabalho nas instituições hospitalares, Tase et al.(2013), constata que a

identificação do paciente é abrangente e de responsabilidade multidisciplinar,

uma vez que envolve aspectos de estrutura, desenhos dos processos de

trabalho, cultura organizacional, prática profissional e participação do usuário.

A administração segura de medicamentos foi o tema abordado em 4

publicações.

O sistema de medicação é complexo, visto que para sua realização se

faz necessário o cumprimento correto de vários processos, como os de

prescrição do regime terapêutico, de dispensação e de preparo e administração

do medicamento (Aizenstein; Tomassi, 2011). E de acordo com Brasil (2013)

esses aspectos, desde que não observados, tornam os erros frequentes nos

serviços de saúde e com sérias consequências para pacientes, organizações

hospitalares e sociedade.

Além disso, sabe-se que estes erros podem ocorrer em qualquer etapa

do sistema, sendo classificados em: erros de prescrição, erros de dispensação,

erros de administração e erros de monitoração das reações.

Ainda, é relevante considerar conforme Aizenstein e Tomassi (2011),

que os avanços tecnológicos e científicos vão ocorrendo nos serviços de

saúde, mais complexo se torna o sistema de medicação nos hospitais,

favorecendo a ocorrência de erros.

Segurança do paciente além dos Desafios GlobaisAlém dos artigos que comtemplam os temas dos Desafios Globais

discutidos anteriormente, foram catalogados 26 artigos (66,66%) que tratam de

aspectos diversos dentro da temática de segurança do paciente.

Mediante a revisão realizada verificamos que 2 artigos, isto é, 5,12% da

amostra discutem aspectos da cultura de segurança.

Como as organizações de cuidado de saúde se esforçam continuamente

para melhorar, há um reconhecimento crescente da importância de uma cultura

de segurança do paciente. (PAESE; SASSO, 2013)

Para que o cuidado seja seguro, é necessário construir uma cultura de

segurança, definida pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente como:

cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos

no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua própria

segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares;

cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e

operacionais;

cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a

resolução dos problemas relacionados à segurança.

O maior desafio em um movimento para um sistema de saúde seguro é,

muitas vezes, cultural. Uma cultura de culpa, em que os erros são vistos

apenas como fracassos pessoais, deveria ser substituída por uma cultura em

que os erros sejam encarados como oportunidades de melhorar o sistema

(REIS; LAGUARDIA; MARTINS, 2012).

As características de uma cultura de segurança sólida, segundo

Urbanetto e Gerhardt (2013), incluem ainda o reconhecimento da

inevitabilidade do erro, identificação proativa das ameaças latentes e

incorporação de um sistema não punitivo para o relato e análise dos eventos

adversos.

Analisamos 4 artigos (10,25%) abordam aspectos de erros de

medicação e 9 publicações tratam sobre eventos adversos.

Antes de qualquer discussão sobre os temas acima elencados cabe

ressaltar que nem todos os erros resultam em danos. Erros que acarretam

prejuízos ou lesões são frequentemente denominados eventos adversos, ou

agravos decorrentes de intervenções realizadas por profissionais de saúde e

não relacionadas a condições intrínsecas do paciente (YAMANAKA et al.,

2007).

No meio hospitalar, a assistência e o uso seguro e racional de

tecnologias, nestas incluídas os medicamentos, passam por muitos processos,

em geral, fragmentados. A assistência hospitalar é multidisciplinar, baseada em

diversos conhecimentos técnicos e em muitas informações sobre o paciente e,

em geral, é consequência de decisões inter-relacionadas, e por vezes, diante

de complexas situações, uma elevada probabilidade de falhas é esperada

(SILVA, et al., 2006).

O desenvolvimento científico da área possibilita cada vez mais o

emprego de recursos terapêuticos e tecnológicos que promovam a

recuperação da saúde, e segundo Coimbra (2004), destaca-se nesse contexto

o uso de medicamentos.

Yamanaka (2007), afirma que todos aqueles envolvidos na

implementação da terapia medicamentosa, desde indústria farmacêutica até as

instituições e os profissionais de saúde são responsáveis pela prevenção dos

possíveis erros de medicação e por promover práticas seguras e de qualidade.

Preconiza-se atualmente os “nove certos” centrados no paciente,

medicação, via, dose, hora, registro, conhecer a ação, apresentação

farmacêutica e monitorar o efeito (CORENSP; 2010), há também outras

medidas de segurança que incluem o controle da permeabilidade do cateter e

monitoramento de flebite no sistema venoso.

No que diz respeito ao papel das prescrições médicas, concordando

com Cassiani, Freire e Gimenes (2003), as prescrições têm papel ímpar na

prevenção dos eventos adversos, relacionados à dose errada. Isso porque,

quando ambíguas, ilegíveis ou incompletas, bem como com ausência de

padronização da nomenclatura dos medicamentos prescritos, além do uso de

abreviaturas e a presença de rasuras, podem contribuir para a ocorrência

desses erros.

Dentro das inúmeras etapas do processo de medicação a administração

corresponde à etapa final do sistema de medicação e se apresenta como a

última oportunidade de prevenir um erro no processo de tratamento do

paciente(CAMERINI; SILVA 201).

Por definição, Eventos Adversos (EA) são injúrias não intencionais, sem

relação com a evolução natural da doença de base, que ocasionam lesões

mensuráveis nos pacientes afetados e/ou prolongamento do tempo de

internação e/ou óbito (BRASIL, 2013).

A ocorrência de um EA não significa obrigatoriamente que houve erro no

cuidado com o paciente. Pacientes podem sofrer danos inerentes ao cuidado

de saúde que não podem ser evitados a exemplo dos efeitos colaterais dos

quimioterápicos. Já o EA evitável representa o dano ao paciente que está

associado a uma falha ativa ou a uma condição latente, ou mesmo a uma

violação de normas e padrões (MENDES, et al., 2013).

Embora o sistema de saúde brasileiro tenha aspectos positivos como a

cobertura universal de vacinação e o sistema nacional de transplantes,

concordando com Victora et al.(2011), a alta frequência de eventos adversos

relacionados a medicamentos e infecções hospitalares é motivo de

preocupação.

Na área da saúde, os eventos adversos são comumente associados ao

desprestígio profissional, à autopunição e às possíveis sanções. Sendo assim,

admitir e relatar o evento não são tarefas fácil e rotineira (MENDES et al.,

2005).

Atualmente, a discussão aberta sobre a ocorrência de erros tem sido

considerada como alicerce do movimento em prol da segurança do paciente.

Os profissionais têm sido estimulados a comunicar e discutir com seus colegas

e com a própria instituição, de maneira que cada evento seja analisado e que

recorrências sejam prevenidas.

Um dos métodos de captação de dados mais utilizados com objetivo de

iniciar e estimular tal discussão consiste no processo de notificação de erros e

eventos adversos (BELELA; PETERLINI; PEDREIRA, 2011). Trata-se do relato

detalhado das circunstâncias que envolvem o erro pelos profissionais

diretamente envolvidos na atividade em questão. Ainda segundo os autores

acima citados, há recomendação para que toda vez que o profissional detectar

um erro, uma notificação seja preenchida, sendo posteriormente classificada e

analisada.

Os relatos servem como fonte de informações que possibilitam identificar

as causas, os tipos, os fatores predisponentes e relevantes relacionados aos

erros, indicando ainda as situações que requerem mudanças na estrutura e

processo envolvidos.

Conhecer a incidência global de EAs em hospitais é importante para o

dimensionamento do problema na realidade dos hospitais brasileiros de modo

a estimular e orientar o desenvolvimento de políticas de melhoria de qualidade

na assistência à saúde. E segundo análise feita por Capucho e Casianni

(2013), isso pode ser obtido com o envolvimento das instituições de saúde para

que monitorizem essa ocorrência e o tratamento das informações pertinentes,

além de notificá-las aos órgãos governamentais.

Foram encontrados apenas 2 artigos abordam realização de

procedimentos dentro da perspectiva de segurança do paciente; e ambos

tratam sobre o uso da ultrassonografia como guia para punções periféricas.

A segurança na utilização da tecnologia compreende o benefício e o

impacto no uso de um ou mais recursos, em prol do restabelecimento da saúde

do paciente. Visa identificar soluções que têm como propósito promover

melhorias específicas em áreas de maior risco na assistência à saúde, para

que a tecnologia seja utilizada de maneira apropriada (CORENSP; 2010),

Fassini e Hanh (2012), afirmam que o cuidado prestado ao cliente é

complexo, por isso os profissionais precisam dispor de conhecimento técnico-

científico, possuir competências e habilidades bem como conhecer os

equipamentos utilizados e os procedimentos realizados.

A terapia intravenosa é um dos procedimentos que requer inovações na

prática do enfermeiro, respaldada em análise cientifica que contribua para

melhorar os resultados assistenciais.

A introdução de novas abordagens tecnológicas como a utilização da

ultrassonografia (US) para guiar procedimentos de intervenção, pode

proporcionar aumento do sucesso na punção venosa ou arterial, em pacientes

com rede venosa de difícil acesso (AVELAR, et al,.2010). Desta forma,

contribui para o aprimoramento da prática de enfermagem, desempenho

profissional e promoção da segurança do paciente.

Segundo estudo conduzido por Avelar, Peterlini e Pedreira (2013), ainda

são escassos os resultados de pesquisas no que se refere ao uso da USV para

obtenção do acesso vascular periférico. Porém as mesmas autoras afirmam

que melhora nos resultados é observada principalmente em pacientes com

acesso venoso difícil, adultos ou crianças e ainda que este método parece

possibilitar melhor identificação da rede venosa, podendo contribuir para maior

sucesso da punção com menor número de tentativas, menor tempo para

realização do procedimento e maior satisfação do paciente.

Verificamos em nossa revisão um numero reduzido de trabalhos que

exploraram a realização de procedimentos invasivos e a segurança do

paciente; com exceção dos procedimentos cirúrgicos.

Atuação dos times de resposta rápida foi abordada em 5,12% (n=2) das

publicações.

Um Time de Resposta Rápida (TRR) é, tipicamente, multidisciplinar,

sendo composto por profissionais médicos, de enfermagem e de fisioterapia. A

função dos times de resposta rápida, deflagrados por sinais e sintomas de

piora clínica súbita e inesperada, é melhorar a segurança dos pacientes

hospitalizados, intervir precocemente e prevenir a ocorrência de Paradas

Cardio Respiratórias (GONÇALES et al.,2012).

Esses profissionais são responsáveis pela pronta avaliação, triagem e

tratamento dos pacientes com sinais de deterioração clínica, que estão fora do

ambiente das UTI. Os membros do TRR têm autonomia para solicitar exames

para investigação diagnóstica de urgência, prescrever terapias

medicamentosas e não medicamentosas, indicar cuidados intensivos e discutir

cuidados paliativos. (TAGUTI et al.,2013).

Ainda de acordo com os autores acima citado, o desenvolvimento de

TRR tem crescido em paralelo ao aumento do interesse em melhorar a

qualidade e a segurança dos cuidados aos pacientes hospitalizados. Nesta

mesma perspectiva Gonçales et al. (2012), analisam que para o progresso da

qualidade do sistema de internação hospitalar, uma revisão dos mecanismos

de segurança é vital para identificar oportunidades de prevenção de eventos

potencialmente fatais e melhorar a resposta às situações de crise.

Os conhecimentos de acadêmicos de enfermagem sobre a temática da

segurança do paciente foi abordada em 1 publicação.

Cursos de graduação da área da saúde podem desempenhar importante

papel na promoção de conceitos e habilidades em seus alunos a respeito do

erro humano e da segurança do paciente.

No ensino o tema da segurança do paciente deve perpassar todo o

currículo e enfocar especificidades de riscos e medidas preventivas de dano

nos variados cenários de assistência à saúde (URBANETTO; GERHARDT,

2013). Os autores acima citados afirmam ainda que o tema deve ser

desenvolvido por meio de ações de ensino-aprendizagem em que o aluno e o

educador vivenciem práticas significativas, que repercutam em uma atuação

segura ao longo da formação e que se sustentem também na atuação

profissional.

Estudos analisados por Cassiani e Rosa (2006), apontam que, ao serem

apresentados a esse tema, alunos mostram-se encorajados e reconhecem a

relevância do conteúdo para sua formação, além de ser identificado grande

impacto na assistência prestada ao paciente.

Yoshikawa et al. (2013), em investigação sobre a compreensão de

alunos de cursos de graduação em enfermagem e medicina sobre segurança

do paciente, afirmam que profissionais de saúde mais capacitados produzem

melhores resultados no cuidado do paciente, aumentando a satisfação e a

confiança do usuário com o sistema de prestação de assistência, mas,

sobretudo, reduzindo morbidade e mortalidade, porem esta ainda não é uma

realidade vista pelos alunos no Brasil.

Diante da análise feita na amostra das publicações identificamos

publicações que abordam a segurança do paciente como aspecto de qualidade

da assistência.

A temática segurança do paciente encontra-se intrinsecamente

relacionada à qualidade nos serviços de saúde e vem sendo amplamente

referida e discutida pelos setores prestadores de serviços de saúde, pelas

entidades de classe e pelos órgãos governamentais.

O Ministério da Saúde define qualidade como o grau de atendimento a

padrões estabelecidos, frente às normas e protocolos que organizam as ações

e práticas, assim como aos atuais conhecimentos técnicos científicos (BRASIL,

2006).

O conceito atual de segurança do paciente aponta como principais

fatores responsáveis pela ocorrência de EA, as deficiências do sistema de

prestação de cuidados de saúde, em sua concepção, organização e

funcionamento, em vez de responsabilizar os profissionais ou produtos

isoladamente.

A premissa é de que os seres humanos cometem falhas, e que,

portanto, erros são esperados. Os erros são consequências, não causas. E

embora não se possa mudar a condição humana, é possível atuar naquelas

sobre as quais os seres humanos trabalham, criando defesas no sistema

( REIS; MARTIN;LAGUARDIA, 2012).

Brasil (2013), afirma que fatores que contribuem para os erros podem

ser humanos associados ao ambiente de trabalho, fatores externos e

associados ao paciente. Os fatores associados ao ambiente de trabalho são

relacionados à estrutura física do serviço de saúde e à gestão. Os fatores

humanos estão relacionados com a atividade do profissional de saúde.

O cuidado prestado ao cliente é complexo, e por isso de acordo com a

análise feita por Fassini e Hahn (2012), os profissionais precisam dispor de

conhecimento técnico-científico, possuir habilidades específicas e conhecer as

normas da instituição, equipamentos utilizados e os procedimentos realizados.

Assim, acredita-se que para alcançar a qualidade da assistência e

garantir maior segurança do paciente, é fundamental a ocorrência de

mudanças na cultura do cuidado em saúde, na qual os erros não devem ser

percebidos como o resultado da incompetência da ação humana, mas,

sobretudo, como oportunidades para melhorar o sistema, promovendo uma

cultura de segurança (IOM, 2000).

Dentro da amostra pesquisada observamos ainda a abordagem do

controle de infecção sanguínea através do cateter central publicada em 2,56%

(n=1) das publicações.

A infecção da corrente sanguínea é a infecção hospitalar mais frequente

e está associada a significante morbidade, mortalidade e prolongamento do

tempo de internação (ANGELIERI, 2007).

Muitas infecções da corrente sanguínea originam-se do dispositivo

Intravascular, particularmente do cateter venoso central. Esse tipo de

dispositivo é utilizado para uma variedade de aplicações terapêuticas como

monitorização hemodinâmica, administração de fluidos, fármacos,

hemoderivados e nutrição parenteral. Apesar das vantagens de seu uso, há

riscos associados, dentre eles a colonização e a infecção de corrente

sanguínea (ANGELIERI, 2007).

Pela importância das infecções relacionadas ao acesso vascular é

interessante que as instituições invistam em tecnologias para reduzir sua

ocorrência, diminuir os agravantes da própria internação e dos procedimentos

técnicos realizados, de tal modo, economizando recursos humanos e

financeiros.

Foram discutidos em 2 publicações os cuidados de enfermagem no que

se referem ao dimensionamento e consequente carga de trabalho da equipe de

enfermagem e suas consequentes adequações para uma assistência segura.

Magalhães, Dall’agnol e Marck (2013), em sua pesquisa sobre a carga

de trabalho da equipe de enfermagem afirmam as áreas da saúde e de

enfermagem são prejudicadas por problemas sérios relacionados à mão de

obra escassa, falta de qualificação, carga de trabalho excessiva, ao

absenteísmo e à evasão da profissão e que este fenômeno é observado

mundialmente. Esta afirmação coincide com os achados de Gonçalves et all.

(2012), quando analisam que a adequação quantitativa de profissionais,

segundo as necessidades dos pacientes, pode possibilitar não só menor risco

aos pacientes como também menor incidência de agravos à saúde dos

trabalhadores.

No Brasil por iniciativa da Organização Pan-Americana de Saúde, foi

estabelecida a Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente

(REBRAENSP), cujo papel fundamental é disseminar e sedimentar a cultura de

segurança do paciente. Em trabalho conjunto com o Conselho Regional de

Enfermagem do estado de São Paulo (COREN-SP) elaborou os 10 passos

para a segurança do paciente contemplando os principais aspectos da prática

assistencial de enfermagem, passíveis de implementação em diversos

ambientes de cuidado, dirigidos para uma assistência segura (QUADRADO;

TRONCHIN, 2012).

O dimensionamento de pessoal de enfermagem pode ser definido como

um processo sistemático que fundamenta o planejamento e a avaliação do

quantitativo e qualitativo do pessoal de enfermagem necessário para prover os

cuidados de enfermagem (MAGALHÃES; DALL’AGNOL; MARCK, 2013).

O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) estabelece parâmetros

para o dimensionamento de pessoal de enfermagem nas instituições de saúde,

com base na aplicação de um Sistema de Classificação de Pacientes, como

critério para se estabelecer o perfil de cada paciente internado nas unidades

hospitalares, as horas mínimas de assistência e a distribuição dos profissionais

para cada tipo de cuidado (COFEN, 2004).

Considerando que o dimensionamento do quadro de recursos humanos

de enfermagem em instituições de saúde Chenso et al.(2004), afirma se

imprescindível para a segurança do paciente, para a qualidade da assistência

e, consequentemente, para a otimização da aplicação dos recursos em saúde,

tendo em vista que pacientes mais bem tratados tem menores riscos de

estarem expostos a eventos adversos e complicações.

Cucolo e Perroca (2010) obtiveram como um dos resultados de seu

estudo que ações de cuidado como o banho de leito, o transporte de pacientes

e a administração de medicamentos foram apontadas neste estudo como

alguns dos principais fatores que têm impacto na carga de trabalho da equipe

de enfermagem e na segurança dos pacientes. Esses aspectos deveriam ser

estudados com maior profundidade para diminuir os riscos aos quais os

pacientes hospitalizados estão expostos.

Profissionais de enfermagem que atuam nas áreas de ensino,

assistência e pesquisa precisam somar esforços para demonstrar que

enfermeiros e demais profissionais da área de enfermagem no país não

trabalham em número suficiente, com a qualificação profissional e com os

recursos que lhes permitam desenvolver práticas de enfermagem eficazes e

seguras (PEDREIRA, 2009).

A teoria da restauração dos sistemas foi utilizada como modelo teórico

de análise da segurança do paciente em um artigo que compõe a amostra

estudada.

Falar sobre a contribuição das teorias de enfermagem para a construção

do conhecimento da área nos remete, quase que obrigatoriamente, a Florence

Nightingale, cujas ações e publicações lhe renderam o reconhecimento como

fundadora da Enfermagem moderna.

O paradigma ou base filosófica desta teoria é o modelo dos seres vivos

e dos ecossistemas naturais que são sistemas auto-organizadores, auto

reajustáveis e auto reprodutores, portanto organismos homeostáticos e

cibernéticos (PAIM, 2000).

Fundamentalmente, o campo da restauração ecológica diz respeito à

reparação de ecossistemas danificados através do fortalecimento e da

integridade das nossas relações mútuas e com os ambientes que

compartilhamos.

Cuidados de enfermagem e a segurança do paciente

Além das publicações já citadas, mediante analise feita obtemos que

15,38%(n=6) dos artigos que abordam assuntos diversos dentro da temática

de segurança do paciente porém estes relacionam o assunto abordado ao

cuidado de enfermagem dentro de sua discussões como verificamos no

Quadro 1.

Os profissionais de enfermagem desempenham continuamente

atividades em contato com pessoas, implicando, muitas vezes, em um trabalho

desgastante, estando frequentemente envolvido em situações imprevisíveis e

de risco tanto para o paciente. A enfermagem desempenha um papel

fundamental no reconhecimento desses riscos, tanto pelo seu contingente

como pela sua proximidade constante e ininterrupta na assistência ao paciente,

estando apta a identificar estes riscos, bem como a oferecer valiosas

sugestões de melhoria (MELLO; BARBOSA, 2013).

O cuidado é considerado a essência do trabalho da enfermagem e

precisa ser realizado sem causar dano, de modo a atender o cliente de maneira

integral, portanto, é responsabilidade dos profissionais da saúde e da

instituição prestadora do cuidado garantir um cuidado seguro ao cliente,

qualificando, deste modo, a assistência de enfermagem (FASSINI; HAHN,

2012).

Concordando com a análise feita por Siqueira (2013) e Pedreira (2009),

a prática de enfermagem em hospitais é afetada por vários elementos ligados

aos erros na assistência, tais como a gravidade e a complexidade das doenças

dos pacientes internados. Podemos somar a estes, o curto período de

internação, o número de atividades delegadas pelos enfermeiros aos técnicos e

auxiliares de enfermagem, o declínio do número de pessoal de enfermagem e

a sobrecarga de atividades, a elevada rotatividade de pessoal e as longas

horas de trabalho.

Afirma-se que é na administração da terapêutica medicamentosa que a

enfermagem está mais propensa ao erro, não só por ser uma fase do sistema

de medicação que depende de várias etapas anteriores, mas também por ser o

último momento para detecção do erro (CHARLES, 2010).

Neste contexto destaca-se a importância de se repensar o processo de

trabalho de enfermagem dentro das instituições hospitalares. Superar as falhas

e problemas requer o conhecimento de que toda a atividade de assistência à

saúde possui pontos frágeis que podem comprometer a segurança do paciente

e que a chave para reduzir o risco é criar um ambiente sem a cultura da culpa e

com a cultura de vigilância e cooperação. (CAMERINI; SILVA, 2011).

A relação entre risco e cuidados à saúde é muito próxima.

Compreendem-se como risco as condições, situações, procedimentos que,

caso ocorram, podem resultar em efeito negativo para o paciente. Quanto mais

especializados são os meios de diagnóstico e tratamento, maiores os riscos

agregados (LAGE, 2010).

A notificação é necessária para o desenvolvimento de estratégias que

reduzem o risco de incidentes evitáveis no sistema de saúde. Todavia, poucos

profissionais notificam seus erros e menos ainda são os que os analisam, o

que implica na dificuldade de aprendermos com os erros cometidos, e mais

ainda, de prevenirmos no futuro ocorrências semelhantes (LAGE, 2010). Tal

comportamento é consequência da cultura de punição que cerca a ocorrência

de erros no sistema de saúde.

Neste contexto, concordando com Brasil (2013), todas as organizações

que se preocupam com a segurança do paciente, devem analisar os dados

notificados, bem como, desenvolver uma cultura de segurança na organização,

para que possa gradativamente conhecer a realidade local e propor estratégias

direcionadas para uma prática segura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos nesta revisão reforçam a importância da

segurança do paciente na assistência a saúde com base em evidências

científicas disponíveis.

A gestão hospitalar deve incorporar a compreensão de que a segurança

na assistência prestada ao paciente é um componente de suma importância

dentro do conceito de qualidade da assistência, tornando-se imprescindível que

a organização prestadora de serviço e seus gestores ampliem a cultura de

segurança e considerem a abordagem sistêmica para busca de melhoria em

seus processos. Essa ampliação deve considerar peculiaridades culturais e da

prática clínica, a disponibilidade dos sistemas de informação e a capacidade

dos sistemas de saúde para implementar programas de gerenciamento de

riscos.

A participação das diferentes categorias profissionais no

desenvolvimento de práticas seguras legitima esses processos e busca atender

às diferentes necessidades e expectativas dos diversos atores envolvidos.

Dentro deste contexto a enfermagem desempenha um papel fundamental,

tanto pelo seu contingente como pela sua proximidade constante e ininterrupta

na assistência ao paciente, estando apta a identificar estes riscos, bem como a

oferecer valiosas sugestões de melhoria.

Os estudos realizados com os profissionais, para que sejam avaliados

quais aspectos existentes na cultura do seu ambiente de trabalho podem ser

favoráveis ou não para a segurança do paciente a segurança do paciente é

parte de um conceito mais amplo, a qualidade da atenção à saúde.

A literatura aponta para a necessidade da realização de estudos que

mensurem os erros por meio de medidas determinadas; estudos que busquem

a compreensão das causas das ocorrências de efeitos adversos através de

análises das situações que contribuíram para a sua ocorrência; estudos que

desenvolvam soluções efetivas para tornar o cuidado mais seguro.

As pesquisas que investigam a cultura de segurança do paciente no

âmbito hospitalar são cada vez mais presentes no meio científico. E essas

pesquisas apontam a cultura de segurança como favorecedora de

aprimoramento de práticas seguras, através das melhorias na comunicação, no

trabalho em equipe e no compartilhamento de conhecimentos.

Não foi encontrado, nesta revisão, nenhum estudo relacionado a

ocorrência ou prevenção de queda e/ou ulceras de pressão; onde estes dois

eventos compõem temas centrais de dois Desafios Globais para Segurança do

Paciente .Igualmente foi percebida a ausência de estudos que explorassem a

temática da segurança na assistência ao paciente em outros cenários exceto o

ambiente hospitalar, a exemplo da atenção primária de saúde. Tais

constatações evidenciam a temática de segurança do paciente campo fértil

para investigações de variados aspectos.

Falar sobre a segurança na assistência a saúde do paciente nos instiga

a pensar sobre a questão do ensino e da formação de recursos humanos com

competências para lidar com essa dimensão do cuidado. Dessa forma

acreditamos ser necessária a incorporação desta temática nos currículos de

diversas graduações,

No que se refere à pesquisa, acreditamos que o desenvolvimento de

trabalhos que investiguem aspectos desta temática contribui para viabilizar a

incorporação de evidencias científicas na prática dos profissionais de saúde e

contribuir para os avanços nas organizações de saúde a fim de consolidar uma

cultura de segurança construtiva e proveitosa.

REFERÊNCIAS

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