Universidade da Beira Interior
Departamento de Gestão e Economia
Licenciatura em Marketing – 3º ano
Projecto em Marketing Empresarial
Plano de Marketing da empresa
Leveforma - Produção de Biodiesel, S.A
Docente:
Prof. Dr. João Ferreira
Discentes:
Christine Ferreira, nº 20365
Gonçalo Reis, nº 18695
Mª Luísa Pires, nº 20449
Plano de Marketing da empresa Leveforma – Produção de biodiesel, S.A.
Promoção da Marca Recitrans
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
1
Conteúdo Índice de tabelas ........................................................................................................................... 3
Índice de figuras ............................................................................................................................ 4
Sumário executivo ......................................................................................................................... 5
1. Identificação da Equipa de Consultores .................................................................................... 6
2.Notas sobre a Metodologia Usada .............................................................................................. 6
4. Histórico/visão global da entidade ............................................................................................ 7
4.1.Breve história da empresa ................................................................................................... 7
4.2.Ficha de Caracterização da Entidade Destinatária .............................................................. 8
4.3 Missão e valores .................................................................................................................. 9
4.4.1 Organigrama ............................................................................................................... 10
4.5. Mercado alvo .................................................................................................................... 10
4.6. Breve caracterização da actividade principal ................................................................... 11
5- Diagnostico ............................................................................................................................. 13
5.1- Analise do meio envolvente contextual da empresa ........................................................ 13
5.1.1 Contexto económico ................................................................................................... 13
5.1.2. Contexto sociocultural ............................................................................................... 19
5.1.3. Contexto tecnológico ................................................................................................. 22
5.1.4. Contexto institucional ............................................................................................... 23
5.2. Análise do meio envolvente transaccional....................................................................... 23
5.2.1 Concorrentes............................................................................................................... 23
5.1.1Concorrentes directos: ................................................................................................. 24
5.1.1.1Fábrica Torrejana De Biocombustíveis, S.A (Torres Novas) ................................... 24
5.1.1.2BIOLOGICAL ......................................................................................................... 25
5.1.1.3 ECOLDiesel, Produção e Comercialização de Biodiesel, Lda. ........................... 26
5.1.2Concorrentes indirectos: .............................................................................................. 28
5.1.2.1Iberol - Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e Oleaginosas, S.A. (dados 2006) .. 28
5.1.2.2SUNERGY (Sintra) .................................................................................................. 30
5.1.2.3DIESELBASE .......................................................................................................... 31
5.1.2.4SPACE situada em Vila Nova de Famalicão, .......................................................... 31
5.1.3Potenciais concorrentes ............................................................................................... 33
5.1.3.1. Sociopole, S.A. ....................................................................................................... 33
A
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2
5.2.2 Clientes ....................................................................................................................... 33
5.2.3 Fornecedores .............................................................................................................. 34
6- Análise SWOT .......................................................................................................................... 37
7- Situação desejada pela empresa .............................................................................................. 38
8- Orientações Estratégicas ......................................................................................................... 39
8.1 Segmentação, Targeting e Posicionamento ....................................................................... 39
8.1.1 Segmentação............................................................................................................... 39
8.1.2 Targeting .................................................................................................................... 39
8.1.3 Posicionamento .......................................................................................................... 40
8.2 -Vantagem competitiva ..................................................................................................... 40
8.3- Estratégias ........................................................................................................................ 41
8.3.1- Portefólio de Produtos e Ciclo de vida do Produto................................................... 41
8.3.2- Matriz BCG ............................................................................................................... 42
8.3.3- Tipos de estratégia .................................................................................................... 44
9- Marketing Mix ........................................................................................................................ 47
9.1 Preço .................................................................................................................................. 47
9.2 Distribuição ....................................................................................................................... 48
9.3 Produto .............................................................................................................................. 49
9.4 Comunicação ..................................................................................................................... 49
9.5 Síntese do programa de acção .......................................................................................... 51
10- Orçamento ............................................................................................................................. 52
11- Implementação do plano ...................................................................................................... 53
12 – Controlo do plano ................................................................................................................ 54
Bibliografia .................................................................................................................................. 55
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Índice de tabelas
Tabela 1- cronograma das actividade de diagnóstico do plano 7
Tabela 2- Ficha de caracterização da entidade destinatária 8
Tabela 3- recursos humanos 9
Tabela 4- PIB português 15
Tabela 5- taxa de dependência energética 15
Tabela 6:intensidade energética da economia (kg equivalente de petróleo necessário
para obter 1000 euros de PIB) 16
Tabela 7- consumo de petróleo por sector de actividade - 2002 17
Tabela 8- importância do transporte rodoviário de mercadorias 18
Tabela 9- vantagens e desvantagens competitivas dos concorrentes directos 27
Tabela 10- números de actividade da Iberol 28
Tabela 12- vantagens e desvantagens competitivas dos concorrentes indirectos 32
Tabela 13 - Consumo e Capitação do total de óleos e gorduras vegetais, nos países da
União Europeia em 2005: 35
Tabela 14 - Consumo total de óleos e gorduras vegetais pelas empresas de restauração e
similares em Portugal em 2005: 35
Tabela 15 - Estimativa do consumo médio de óleos alimentares novos em Portugal por
região em 2005: 35
Tabela 16 - Consumo de óleos alimentares por sector e Capitaçao, em POrtugal em
2005: 36
Tabela 17 - Estimativa das quantidades de óleos e gorduras alimentares usadas geradas
no ano de 2005 no sector da indústria Agro- Alimentar: 36
Tabela 18 - Quantidade de óleos e gorduras alimentares usados geradas por região no
ano de 2005, considerando que 70% do total de óleos novos consumido gera resíduo
(sector da restauração): 36
Tabela 19 - Quantidades de óleo alimentar usado mínimas e máximas estimadas por
sector para Portugal em 2005: 36
Tabela 20- síntese dos programas de acção 51
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Índice de figuras
Figura 1- organigrama da empresa ................................................................................. 10
Figura 2- processo de produção da empresa ................................................................... 12
Figura 3- evolução do preço do petróleo em dólares...................................................... 14
Figura 4- evolução da repartição do volume de negócio da Iberol ................................ 29
Figura 5- Ciclo de vida do produto ................................................................................. 41
Figura 6- Matriz BCG .................................................................................................... 43
Figura 7- Matriz Produto/Mercado ................................................................................. 45
Figura 8- esquema da estratégia de desenvolvimento .................................................... 45
Figura 9- esquema da estratégia concorrencial …………………………...……………37
Figura 10- exemplo de oleão....………………………………………………………...49
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Sumário executivo
No plano de marketing que se segue, iremos estudar e avaliar a empresa Leveforma –
Produção de Biodiesel, Lda. De modo a traçar um plano de acção para angariar novos
fornecedores de biodiesel.
Sendo assim, o plano encontra-se dividido em 4 partes fundamentais que são:
Diagnóstico da situação,
Decisões estratégicas de Marketing,
Planos de Acção,
Orçamento de Marketing.
Na primeira parte será feito uma análise da situação da empresa em relação ao seu
mercado e à sua concorrência, de modo a perceber toda a envolvente da empresa..
Na parte número dois desenvolveu-se objectivos de Marketing bem como as respectivas
estratégias. Relativamente aos objectivos estes são de carácter financeiro e não
financeiro, contudo, será a partir dos objectivos não financeiro que se irá traçar as
estratégias para elaborar o plano de acção, nomeadamente sensibilizar as pessoas para a
reciclagem de óleos usados. Para esse fim, aconselha-se que a empresa em estudo
adopte uma estratégia de desenvolvimento, visto que o principal objectivo é modificar
comportamentos
No que diz respeito à terceira parte, tendo como base os 4P´s do marketing (produto,
preço, promoção e distribuição) irão ser apresentado as acções necessárias para atingir o
objectivo principal da empresa.
Por fim, na última parte elaborou-se um orçamento com todos os cálculos e previsões
necessárias e específicas, para a execução de todas as acções e estratégias propostas no
plano.
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1. Identificação da Equipa de Consultores
Este plano de marketing vai ser realizado por:
Christine dos santos Ferreira, 21 anos, natural de Clermont Ferrand, a residir
actualmente em Nagosa – Bairro Novo 3620-400 Moimenta da Beira, portadora do
B.I. nº 13338875 do arquivo de identificação de Viseu.
Gonçalo Alexandre Estrela Reis, 23 anos, natural de Ervidel, a residir actualmente
em Ervidel – rua dos moinhos nº 2 Ervidel 7600-240, portador do B.I nº 12457399
do arquivo de identificação de Beja
Maria Luísa Henriques Pires, 24 anos, natural da Vidigueira, a residir actualmente
em Charneca da Caparica – rua Gama Barros nº29 Vale Rosal 2820-275; portadora
do B.I. nº 128577267 do arquivo de identificação de Beja.
2. Notas sobre a Metodologia Usada
A metodologia usada foi a MPPO - Metodologia de Planeamento de Projectos por
Objectivos, sendo a intervenção baseada no modelo de intervenção definido pelo
Professor João Ferreira no âmbito da disciplina de Projecto em Marketing Empresarial.
Foi também realizada uma breve Análise Sectorial da empresa, assim como uma
Análise SWOT e comparação entre a Situação Actual e Situação desejada da Entidade
Destinatária. Estas ferramentas produzem o Diagnóstico que sustenta as medidas
consideradas pertinentes para a Recitrans – produção de biodiesel.
A MPPO assenta no princípio da participação.
A participação dos elementos da Recitrans foi bem conseguida dada a disponibilidade
desde o início evidenciada pelos seus responsáveis. Esta ocorreu com os diferentes
níveis hierárquicos, em diferentes momentos e para discussão de diversos assuntos
relacionados com o projecto, dos quais salientamos:
Novo Ramo de Actividade;
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Organização Interna;
Análise do Sector de Actividade;
Plano de Divulgação
Neste relatório vamos poder observar a clarificação dos objectivos a alcançar assim
como os métodos e estratégias os atingir.
3. Cronograma das actividades de Diagnóstico e Plano de
Desenvolvimento
Tabela 1- cronograma das actividade de diagnóstico do plano
Medidas Março Abril Maio
Visita ás instalações da empresa
Reunião geral com os colaboradores da empresa
Recolha de informações
Reunião com a direcção
Análise da situação da empresa e definição dos
objectivos
Reunião com a direcção para apresentar o plano final
Fonte: elaboração própria
4. Histórico/visão global da entidade
4.1. Breve história da empresa
Os sócios Ana Oliveira e João Morais decidiram formar uma empresa de produção de
biodiesel. A ideia surgiu no contexto do desenvolvimento económico da zona centro e
na preservação do ambiente, na reciclagem do óleo alimentar usado.
Para evitar o processo demorado de registo de uma empresa, executaram este através do
registo numa hora, o nome Leve Forma, provem da lista de nomes de empresa
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possíveis. Depois de a empresa estar formada e devidamente registada decidiram criar a
marca pela qual sempre quiseram ser reconhecido – Recitrans.
Receberam a licença de recolha de resíduos, pela Comissão de Ordenação e
Desenvolvimento Regional do Centro no dia 30 de Julho de 2008, que permitiu o
começo da recolha dos óleos usados na região.
A 26 de Março de 2009 receberam o Alvará de utilização passada pela Câmara
Municipal da Covilhã.
Aderiram a uma ILE – Iniciativa Locais de Emprego cuja aprovação do projecto
realizou-se a 20 de Abril de 2009.
Neste momento os empresários estão a espera da licença de produção que será passada
pela Alfandega.
4.2. Ficha de Caracterização da Entidade Destinatária
Tabela 2- Ficha de caracterização da entidade destinatária
Nome/Designação
Comercial
Leveforma – Produção de Biodisel, Lda.
Morada Zona industrial do Canhoso
Edificio Tecnat, lote C3, Cave
6200-027 Covilhã
Telefone 968425118/ 969554462
E-mail [email protected]
Página WEB www.recitrans.eu
Actividade principal Produção e comercialização de biodisel
Natureza jurídica Sociedade por quotas
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Número de matrícula 508 487 757
Capital social 5000 Euros
Nº de Colaboradores 2
Logótipo
Fonte: Elaboração própria
4.3 Missão e valores
A Recitrans, Produção de Biodiesel Lda., surge como uma empresa inovadora no
Município da Covilhã, orientada para duas áreas que se complementam entre si, o sector
Ambiental e o sector de Energias Alternativas. Simultaneamente permitirá contribuir
para a preservação ambiental, na medida em que fomentará a utilização de combustíveis
com características menos poluidoras e evitará a poluição inerente a deposição de óleos
usados, sendo uma fonte limpa, renovável, mais segura e económica de energia.
A empresa contribuirá também para uma mudança de mentalidade da região,
promovendo a formação/educação ambiental.
Em resumo, a Recitrans rege-se pela política dos 3 R:
Reciclar, Renovar e Reutilizar.
4.4 Recursos humanos
Tabela 3- recursos humanos
Nome Idade Habilitações Função
Ana Isabel Jesus Oliveira 31 12º Ano Sócio-Gerente
Sofia Isabel Simões Monteiro 24 12º Ano Escriturária
Fonte: elaboração própria
Neste momento a empresa encontra-se na fase de iniciação o que justifica apenas duas
pessoas efectivas. No começo da actividade irão ser contratadas mais duas pessoas para
a área de produção e distribuição.
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4.4.1 Organigrama
Figura 1- organigrama da empresa
Fonte: elaboração própria
4.5. Mercado alvo
Relativamente ao mercado, a empresa centrará a sua actuação na zona centro com
especial intervenção nos distritos da Guarda e castelo Branco dada a sua proximidade
com os mesmos bem como os conhecimentos que os empresários possuem deste
mercado.
Por outro lado, apresentando este tipo de actividade numa tendência e claramente
necessária e, sendo a actividade de produção de combustíveis biodegradáveis a partir de
fontes renováveis, insuficientemente explorada no centro de Portugal os mercados a
explorar apresentam-se muito promissores o que garantirá a viabilidade do negocio.
Sócio Gerente
João Morais
Sócio Gerente Administração
Ana OIiveira
Produção Distribuição
Administração
Sofia
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4.6. Breve caracterização da actividade principal
Tal como foi anteriormente referido, a actividade a desenvolver pela empresa
Leveforma – Produção de Biodiesel, Lda., tem como objecto social a produção de
biodiesel, prevendo-se a produção de 3000toneladas/ano.
A Leveforma – Produção de biodiesel, Lda. procederá à recolha e tratamento de óleos
alimentares usados, procedendo à sua reciclagem, renovação e reutilização, de modo a
obter biodiesel.
O biodiesel, combustível renovável e biodegradável, será obtido através de um processo
de transesterificaçao (separação da glicerina do óleo vegetal), que consiste numa
reacção química de óleos vegetais ou de gorduras animais com álcool (metanol), na
presença de um catalisador (soda cáustica).
Salienta-se que se trata de um processo contínuo, desenvolvido num processador de
pequena dimensão (50L/h), cujo processo de transformação consistirá em 7 fases, a
figura 1 mostra o processo de produção de uma forma esquematizada:
1ª Fase: o volume de óleo pretendido é colocado num tanque de preparação onde
é aquecido;
2ª Fase: num outro tanque (tanque de pré-mistura) é misturado o metanol (ou
etanol) e a soda cáustica (catalisador), cuja mistura é posteriormente adicionada
num reactor ao óleo pré-aquecido. Neste reactor inicia-se o processo de
separação do biodiesel dos outros ingredientes (como a glicerina, os reagentes
em excesso e a soda cáustica), ou seja, ocorre a transesterificação
3ª Fase: após a separação de biodiesel, a glicerina é removida do reactor via
decantação;
4ª Fase: o biodisel obtido é lavado com água pura de modo a eliminar todas as
impurezas (restos de glicerina, de catalisador e de metanol), podendo-se também
utilizar nesta fase pequenas quantidades de silicato de magnésio, para promover
a purificação;
5ª Fase: a água utilizada na lavagem do biodiesel, concentra-se na parte inferior
do reactor;
6ª Fase: a água é removida através de vácuo e calor:
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Decantação
Tanque de
preparação
Reactor
Transesterificação
Tanque de
Pré mistura
Biodiesel
Tanque
Recipiente final
Óleo
Metanol/etanol
Catalisador (soda
cáustica)
Glicerina
Reagentes em excesso de soda
cáustica
Lavagem com água pura
Saída de água e impurezas Vácuo de calor Silicato de magnésio
7ª Fase: o biodiesel obtido é extraído do reactor para um tanque recipiente final,
concluindo-se assim o processo.
Figura 2- processo de produção da empresa
Fonte: realização própria
Importa referir que, o produto final não chega a ser armazenado nas instalações, uma
vez que se prevê que seja logo transportado, contudo, caso venha a ser necessária a sua
armazenagem (no máximo em cerca de 15 dias), o biodiesel é um produto que não
carece de armazenagem especial.
Trata-se de facto de um processo muito simples, que permitirá obter um conjunto de
vantagens para a região, nomeadamente:
O biodisel é mais barato que os combustíveis tradicionais (realce-se a subida
crescente, nos últimos tempos, dos preços de combustíveis;
Pode ser misturado com o gasóleo rodoviário, em qualquer percentagem, sem
que se necessita de qualquer adaptação nos veículos;
Permitirá gerar emprego;
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Claros benefícios ambientais e consequentemente, preservação da saúde da
população;
Valorização dos óleos alimentares e por isso, aplicação prática de medidas de
ecogestão;
Geração de riqueza através de uma actividade empresarial de relevância
económica, social e ambiental.
A aquisição de equipamento tecnologicamente evoluído, associado à
adequação/remodelação das instalações e a competência dos recursos humanos a
envolver, constituirão com certeza factores que irão potenciar o desenvolvimento da
actividade da Leveforma – produção de biodiesel, Lda. a qual contribuirá
indubitavelmente para a redução do efeito poluente dos óleos alimentares no meio
ambiente e para o desenvolvimento da economia local.
5- Diagnostico
5.1- Analise do meio envolvente contextual da empresa
5.1.1 Contexto económico
O mundo está a passar pela maior crise financeira dos últimos 80 anos, Portugal não é
excepção, uma vez que a economia portuguesa desacelerou de uma forma notável desde
2008, principalmente a partir do segundo semestre.
A deterioração da economia mundial influenciou directamente a evolução da economia
portuguesa, dada a sua forte integração económica e financeira, fazendo que Portugal
voltasse a apresentar um dos crescimentos mais baixos dos membros da União
Europeia.
Os dois principais factores associados à crise internacional que contribuíram para o
aumento do défice externo da economia portuguesa em 2008 foram a quebra acentuada
da procura externa e das exportações e a evolução desfavorável dos termos de troca,
relacionado com o forte aumento, em média anual, do preço das matérias -primas, em
particular do petróleo, nos mercados internacionais.
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Os preços do Petróleo conhecem, na actualidade, uma das maiores crises de sempre.
Após as crises dos anos 70 e 80, com as guerras do Iraque e do Golfo, os anos de 2007 e
2008 constituem, até ao momento, os marcos mais significativos na história das
escaladas e subida de preços do crude.
A tendência para a subida acentuada dos preços do petróleo, revela-se a partir do inicio
do ano 2005, com um máximo intermédio alcançado em Agosto de 2006, quando foi
alcançado o record de 77,33Dls/Barril (Brent), para após um período de baixa, se
verificar retomada da subida dos preços a partir de Janeiro de 2006 e de forma mais
acentuada, acima dos máximos alcançados em 2006, a partir de finais de Outubro de
2007, para em inícios de Março de 2008 ser ultrapassada a fasquia dos 100Dls/Barril e
em Maio ultrapassados os 130Dls/Barril. Na figura 1 é possível ver-se a evolução do
preço do crude desde 1997 até Março de 2009.
A subida do preço do Petróleo, entre outras razões, é obviamente uma das explicações
para a subida do preço de venda dos combustíveis no mercado Português. Embora nos
últimos tempos o valor do crude tem vindo a baixar o preço dos combustíveis não
acompanham esta descida, estando muito próximos dos preços praticados no pico da
subida do crude em Junho de 2008. Na figura 3 é possível ver a evolução do preço do
petróleo desde 1997.
Figura 3- evolução do preço do petróleo em dólares
Fonte: elaboração própria (dados retirados do Banco de Portugal)
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Sendo o PIB (Produto Interno Bruto) um dos principais indicadores do potencial da
economia de um país, iremos analisar os valores dos anos 2007 e 2008 (ver tabela 1) de
modo a saber o grau de desenvolvimento de Portugal, uma vez que este representa o
valor total da produção de bens e serviços.
Tabela 4- PIB português
Período de referência dos dados Produto interno bruto (%)
4.º Trimestre de 2008 -1,8
3.º Trimestre de 2008 0,4
2.º Trimestre de 2008 0,6
1.º Trimestre de 2008 0,8
4.º Trimestre de 2007 2,0
Fonte: INE (Instituto Nacional de Estatística)
Como se pode verificar na tabela o PIB tem vindo a diminuir ao longo destes dois
últimos anos, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê para Portugal uma queda
de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009.
A queda deste indicador provém da diminuição do consumo dos portugueses, oscilações
nos juros, na paragem da actividade económica entre outros factores.
A forte dependência energética do País, num contexto de energia cada vez mais cara, é
um dos problemas mais graves que Portugal enfrenta actualmente, constituindo também
uma das causas da crise geral que abala a economia e a sociedade portuguesa.
Em 2005, segundo o Eurostat, a taxa de dependência energética média da União
Europeia (25 países) atingia os 56,2%, enquanto em Portugal alcançava 99,4%. ( ver
tabela 2)
Tabela 5- taxa de dependência energética
Países 2005
EU 25 56,2%
Bélgica 80,7%
Alemanha 65,1%
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França 54,5%
Itália 86,8%
Suécia 45,0%
Espanha 85,1%
Irlanda 90,2%
Reino Unido 13,0%
Portugal 99,4%
Portugal/ UE15 +76,9% Fonte: Comuniqué de presse – 126/2006 – 21 septembre 2006 – Eurostat
Como revelam os dados do Eurostat, em 2005, a "intensidade energética" portuguesa
era superior à média da União Europeia dos 25 países em 17,8%; e se consideramos os
15 países mais desenvolvidos (UE15), a de Portugal já era superior em 30,6%. Esta
dependência energética está associada a uma elevada ineficiência no uso da energia.
Por outras palavras, em Portugal para se produzir 1000 euros de riqueza (PIB)
consome-se mais 17,8% de energia do que a média da UE25, e mais 30,6% do que a
média da UE15. Portugal é, depois de Chipre, o país da União Europeia onde a
dependência energética é mais elevada, onde a ineficiência energética no lugar de se
reduzir, como tem sucedido na U.E, até tem aumentado nos últimos anos como revela a
tabela 3 construída com dados do Eurostat
Tabela 6:intensidade energética da economia (kg equivalente de petróleo necessário para obter 1000 euros de PIB)
Países 1994 2005 Variação 94/05 (%)
UE 25 231,34 204,89 - 11,4%
EU 15 206,10 184,85 -10,3%
Bélgica 240,87 205,70 -14,6%
Dinamarca 151,05 114,12 -24,4%
Alemanha 177,23 157,02 -11,4%
França 196,66 185,47 -5,7%
Itália 318,67 241,46 -24,2%
Suécia 271,36 204,34 -25,0%
Espanha 223,30 219,23 -1.8%
Irlanda 236,65 143,92 -39,2%
Reino Unido 259,71 202,63 -22,0%
Portugal 234,54 241,43 -2,9%
Portugal/ EU 15 13,8% 30,6%
Portugal/EU 25 +1.4% 17,8% Fonte: Eurostat
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O principal consumidor de energia importada em Portugal é o sector de transportes. Já
em 2002, este sector consumia 60% do petróleo, enquanto toda a indústria
transformadora gastava 14%, os serviços 8%, e o consumo da agricultura, pescas e
industria extractiva era apenas de 4%, como mostra a tabela 4.
Tabela 7- consumo de petróleo por sector de actividade - 2002
Sectores % Do total
Agricultura, pescas e industria extractiva 4%
Indústria transformadora 14%
Transportes 60%
Construção e obras públicas 7%
Sector doméstico 7%
Serviços 8%
Total 100%
Fonte: o petróleo e Portugal – João Pulido e Pedro Fonseca
Em 1995, a importância (peso) do transporte rodoviário em Portugal era já
significativamente superior à média da União Europeia, pois correspondia a 90,3% de
todo o transporte interno, enquanto a média na UE25 era de 72,2% e, na UE15, de
76,6%. E entre 1995 e 2006, a situação agravou-se pois, em 2006, em Portugal o
transporte rodoviário correspondeu a 94,9% do transporte total interno, enquanto na
UE25 era de 77% e, na UE15, de 79,1%. Portanto, é o modo de transportes mais caro e
poluente, que agrava a ineficiência e a dependência energética que tem, em Portugal, a
quase exclusividade do transporte, pois cabe aos outros modos de transporte
(ferroviário, fluvial e marítimo) apenas 4,1% do transporte total.
Em 3 anos o transporte rodoviário de mercadorias aumentou 44%, enquanto o
ferroviário cresceu em 10 anos apenas 21% representando, em 2006, apenas 5,3%,
sendo este residual como mostra a tabela 8.
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Tabela 8- importância do transporte rodoviário de mercadorias
Países
Transporte rodoviaro de mercadorias
(milhões de ton/km)
Total transporte
rodoviário+ferroviário
2005
Transporte rodoviário
2002 2005 Variaçao02/05 Milhões t/km % Do total (rod+fer.)
Bélgica 52889 43847 -17,1% 51977 84,45
Dinamarca 22516 23299 3,5% 25267 92,2%
Alemanha 285214 310 103 8,7% 406524 76,3%
França 204359 205284 0,5% 245985 83,5%
Finlândia 31967 31858 -0,3% 41564 76,6%
Suécia 36652 38575 5,2% 60358 63,9%
Portugal 29724 42882 44,3% 45304 94,7%
Fonte: Eurostat
Entre 1995 e 2005, o transporte ferroviário de mercadorias passou de 2019 milhões de
t/km para 2422 milhões de t/km, ou seja, cresceu apenas 409 milhões de t/km (21%)
enquanto, entre 2002 e 2005, ou seja, em somente três anos, o transporte rodoviário de
mercadorias aumentou em 19158 milhões t/km (+44,3%). Este crescimento tão
vertiginoso do transporte rodoviário de mercadorias determinou que, já em 2005, o
transporte rodoviário representasse no total do transporte "rodoviário + ferroviário de
mercadorias" 94,7%, enquanto em países muito mais ricos, como a Alemanha,
representasse 76,3%, Finlândia 76,6%, Suécia 63,9%. Esta grave distorção determina
custos acrescidos para o Portugal, pois o transporte rodoviário, em termos de eficiência
e dependência energética, é mais caro, para além de ser mais poluente.
Em suma, a situação portuguesa não está em forma, devido a crise global e a própria
situação nacional, ainda que dos combustíveis fosseis são demasiado caros para a maior
parte dos portugueses, existe uma forte dependência do transporte rodoviário fazendo
com que os cidadãos tenham dificuldades financeiras..
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19
Esta situação pode ser aproveitada pela Recitrans uma vez que esta se dedica a produção
de um combustível mais barato, e a dependência deste tipo de combustível irá crescer
devido a Directiva Comunitária 30/2003, transposta para a legislação nacional através
do Decreto-lei de Fevereiro de 2005 ( até 2020 os combustíveis fosseis terão que ser
substituído em 20% por combustíveis alternativos)
5.1.2. Contexto sociocultural
A maior parte da energia consumida no mundo provém do petróleo, carvão e do gás
natural. No entanto, essas são fontes não renováveis e prevesse o seu esgotamento num
futuro próximo (Shuchardt et al., 1998). Além disso, os combustíveis fósseis são muito
poluidores afetando o meio ambiente de forma agressiva, o que faz com que a
população mundial procurar novas. Neste contexto, os óleos vegetais aparecem como
uma alternativa para substituição do óleo diesel em motores de ignição por compressão
(Encinar et al. 1999; Canakci & Van Gerpen 2001), sendo o seu uso testado já em fins
do século XIX, produzindo resultados satisfatórios no próprio motor diesel (Nascimento
et al. 2001; Knothe 2002).
O uso de biodiesel como combustível vem crescendo aceleradamente no mundo inteiro,
pois a cadeia de produção deste combustível tem um potencial promissor em vários
sectores, tais como, social, ambiental e tecnológico (Masjuk et al. 1995; Srivastava &
Prasad 2005). O biodiesel abre oportunidades de geração de emprego no campo
(Holanda 2004), valorizando a mão de obra rural, bem como no sector industrial
valorizando a mão de obra especializada na produção do combustível. Quanto ao
aspecto ambiental a contribuição é grande, visto que haverá uma redução significativa e
quantitativa de níveis de poluição ambiental, pois o biodiesel está livre de enxofre e de
compostos aromáticos, emite menor índice de particulas, como HC, CO e CO2, não é
tóxico, é biodegradável, é oriundo de fontes renováveis (Lee, 2004) e, com isso, o
mundo poderá se beneficiar com menor emissão de carbono. No que diz respeito ao
aspecto tecnológico, os testes de desempenho de motores realizados na década de 80
com uso de 100% de biodiesel mostraram- se bastante satisfatórios, pois não
apresentaram problemas significativos (MIC 1985).
Em restrospectiva a populaçao apenas duplicou ao longo dos primeiros 17 séculos do
último milénio. Mas então surgiu o carvão, seguido pelo petróleo e do gás, e a
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20
população aumentou seis vezes. Estas novas fontes de energia, especialmente o
petróleo, o mais cómodo, permitiram a expansão rápida da indústria, transporte,
comércio e agricultura, o que fez com que a economia se expandisse enormemente. Isto
foi acompanhado pelo crescimento do capital financeiro quando os bancos emprestaram
mais do que tinham em depósito, confiantes em que a Expansão do Amanhã era o
colateral para a Dívida de Hoje.
Mas agora enfrentamos o despontar da Segunda Metade da Era do Petróleo, quando a
oferta declina devido ao esgotamento natural, o que significa que a dívida se torna
difícil (como já está a acontecer) e a economia contrai-se. O abastecimento de petróleo
de hoje suporta 6,7 mil milhões de pessoas, mas em 2050 o abastecimento não será
suficiente para suportar senão cerca de 2,5 mil milhões no actual modo de vida. Assim,
o desafio de utilizar menos petróleo e descobrir outras fontes de energia é grande.
A forte dependência energética de Portugal, num contexto de energia cada vez mais
cara, é um dos problemas mais graves que o País enfrenta actualmente, constituindo
também uma das causas da crise geral que abala a economia e a sociedade portuguesa.
Em 2005, segundo o Eurostat, a taxa de dependência energética média da União
Europeia (25 países) atingia os 56,2%, enquanto em Portugal alcançava 99,4%.Esta
dependência energética está associada a uma elevada ineficiência no uso da energia, o
que constitui até uma das suas causas. Como revelam os dados do Eurostat, em 2005, a
"intensidade energética" portuguesa era superior à média da União Europeia dos 25
países em 17,8%; e se consideramos os 15 países mais desenvolvidos (UE15), a de
Portugal já era superior em 30,6%.
Neste contexto, e importante referir que Portugal tem condições para atingir e
ultrapassar o objectivo de 18% de origens renováveis de energia, considerando o seu
potencial hídrico e os produtos florestais disponíveis. Neste sentido torna-se
fundamental para o aproveitamento destes recursos uma maior consciencialização por
parte das populações e apostar em programas de educação ambiental estimulando a
sensibilização. Todavia, as mudanças nesta percepção ocorrem num ritmo mais lento do
que seria o desejável. Actualmente o chamado desenvolvimento sustentável é o único
capaz de nos dar condições de preservar os recursos naturais e condições de vida
saudável para as gerações futuras.
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21
É importante registar que, ao longo dos tempos, foram sentidas algumas mudanças
fundamentais nas atitudes e nos comportamentos das populações ao nível da Educação
Ambiental (EA). A partir da década de 70, a comunidade internacional começou
realmente a movimentar-se e foi nessa altura que se multiplicaram as convenções no
sentido de preservar o Ambiente. Pouco a pouco apercebemo-nos que as questões
ambientais têm uma natureza crescente a nível global e é neste plano que tem de ser
gradualmente abordadas e absorvidas.
Segundo o estudo internacional, mundialmente conhecido, “Faith Popcorn‟s
Predictions” desde de 2007 que os consumidores estão muito mais preocupados e
consciencializados sobre as consequências dos seu actos, participando activamente na
comunidade onde estão inseridos. Como consumidores tornam-se mais activos e
informados exigindo informações sobre a historia de vida dos produtos como por
exemplo a sua origem e se podem ou não ser reciclados.
Outro estudo que beneficia o nosso estudo e demonstram as mudanças comportamentais
é o da Capgemini, um dos principais fornecedores do mundo em serviços de
Consultoria, Tecnologia e Outsourcing, anunciou o Cars Online 08/09, o estudo mais
completo sobre a indústria automóvel global. O relatório realça a forma como o
comportamento de compra do consumidor nos mercados maduros e emergentes está a
mudar, assim como a forma como os fabricantes e distribuidores devem responder a
essa dinâmica de mudança para manter as suas vantagens competitivas. Este estudo
envolveu mais de 3 mil consumidores de oito países e identifica várias conclusões-
chave das quais identificamos como relevantes para o nosso estudo as seguintes:
Pela primeira vez, nos dez anos de existência deste relatório, a economia dos
combustíveis dos veículos foi considerada tão importante pelos consumidores como a
segurança e a confiança, resultado do aumento dos preços dos combustíveis e
preocupação crescente em relação a questões ambientais.
Procura cada vez maior de veículos com eficiência de combustível
O aumento dos preços dos combustíveis está a ter um efeito significativo nas decisões
de compra dos consumidores, sendo que 90% dos inquiridos considera a economia de
combustível como um factor importante na escolha do seu veículo, em particular nos
mercados em desenvolvimento. O questionário também concluiu que existe um
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22
aumento na propriedade de veículos ecológicos: 36% dos inquiridos afirmam ter um
veículo com eficiência de combustíveis ou combustível alternativo (28% acima do ano
anterior) e metade diz que está a planear a compra de um veículo dessa categoria.
Apesar disso, os clientes não estão preparados para pagar para se tornarem ecológicos e
a maioria dos respondentes não espera pagar mais de 10% pela eficiência de
combustíveis num veículo.
Em Portugal, não existem ainda nenhuns estudos desenvolvidos sobre o Biodiesel e a
sua visibilidade nas populações e o conhecimento que eles têm deste.
Ao longo do desenvolvimento deste projecto fomos tendo a percepção que muitas
pessoas, tanto da nossa geração (18 e os 25 anos), como de gerações anteriores não
existe ainda o conhecimento deste produto e os seus benefícios e em muitos casos nem
o nome era familiar, quanto ao conhecimento da empresa também nos pareceu pouco
difundido. Neste âmbito podemos dizer, de uma forma muito generalizada que ainda
existe ainda uma grande carência de informação transmitida nesta região.
Uma caracterização socioeconómica do distrito, que foi publicado em livro e
apresentado recentemente, no Governo Civil de Castelo Branco, diz-nos " é um distrito
com uma grande área geográfica, caracterizado por uma população
envelhecida". Quanto ao nível de escolaridade da população, existem 40 378 habitantes
do distrito de Castelo Branco que "não têm nenhum grau de ensino". Trata-se de dados
importantes e a ter em conta no sentido de dificultarem a implementação de programas
de educação ambiental, que como já dissemos anteriormente tornam-se a “Chave” para
uma maximização destes recursos.
5.1.3. Contexto tecnológico
O desenvolvimento extremamente rápido das tecnologias que são colocadas à
disposição das empresas tem reflexos na organização e gestão empresarial. A
envolvente tecnológica impulsiona novas formas de relacionamento das empresas com
os seus clientes e implica que estas procurem inovar constantemente nas suas formas de
actuação, sendo este um factor decisivo para a sua sobrevivência e desenvolvimento.
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23
Em relação as tecnologias utilizadas pela empresa, estão são as mais recentes e
adequadas de acordo com a sua capacidade actual e desenvolvimento.
5.1.4. Contexto institucional
O conhecimento de todas as regras, leis e regulamentos dos países ou comunidades
económicas onde a empresa opera, são aspectos que as empresas devem conhecer com
exactidão quando estão a planear o seu desenvolvimento.
Através do curso tirado na empresa INCALCULAVEL de produção de Biodiesel, os
sócios adquiriram as principais competências e conhecimentos acerca deste tema.
Nomeadamente a legislação em vigor. Como é o caso dos seguintes decretos de lei.
Decreto-Lei n.º 62/2006, de 21 de Março - promoção da utilização de
biocombustíveis ou de outros combustíveis renováveis nos transportes.
Decreto-Lei n.º 66/2006, de 22 de Março - isenção parcial e total do imposto
sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) aos biocombustíveis, quando
incorporados na gasolina e no gasóleo, utilizados nos transportes.
Decreto-Lei n.º 57/2005, de 13 de Dezembro - direito à dedução de despesas
com biocombustíveis e de reajustar o regime do direito à dedução de despesas
resultantes da organização e participação em congressos, feiras, exposições,
seminários e conferências.
5.2. Análise do meio envolvente transaccional
5.2.1 Concorrentes
A empresa tem sofrido um aumento da concorrência devido à facilidade da criação de
uma empresa de biodisel, assim como as novas formas de criar este biocombustíveis. As
principais empresas nacionais produtoras de biodiesel são:
Iberol(Alhandra) 100.000 t/ano
NUTRINVESTE-TAGOL (Almada) 80000 t/ano
SOCIPOL (Porto) 5.000 t/ano
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Supermatéria(Chaves) 5.000 t/ano
SUNERGY (Sintra) 5.000 t/ano
DIESELBASE (Setúbal) 5.000 t/ano
BIOLOGICAL (Loures) 5.000 t/ano
Fábrica Torrejana De Biocombustíveis, S.A (Torres Novas)
SPACE situada em Vila Nova de Famalicão,
No entanto nem todas elas são concorrentes directos. De seguida iremos apresentar cada
um dos concorrentes por categoria.
5.1.1 Concorrentes directos:
5.1.1.1 Fábrica Torrejana De Biocombustíveis, S.A (Torres Novas)
A Fábrica, situada em Riachos, no concelho de Torres Novas, foi outrora a Fábrica
Torrejana de Azeites. A ideia de mudança partiu da administração, encabeçada por João
Cardoso, em 2006 depois da auscultação a técnicos nacionais e internacionais que
apontaram a produção de biodiesel como uma opção viável que estava a despertar.
Até estar em pleno funcionamento a Torrejana teve de lutar contra todos os
constrangimentos de um sector até então praticamente desconhecido mas hoje encontra-
se em plena laboração, com uma capacidade para produzir doze toneladas de biodiesel
por hora. Neste momento está a produzir dez porque o administrador entende que não
estão reunidas as condições para estar na capacidade máxima. Aliás, parte da produção
é vendida para a Petrogal e se a fábrica está a produzir dez toneladas por dia é a pedido
do cliente, já que metade desse volume chegaria para satisfazer a quota atribuída à
Torrejana, que é de 45 900 toneladas
A Torrejana utiliza habitualmente óleo de colza e óleo de soja para a sua produção,
matérias-primas cujos preços recuaram substancialmente em 2008, permitindo à
empresa reduzir as necessidades de financiamento a curto prazo.
A recente baixa de preços das matérias-primas, aliada a uma redução das taxas de juro,
significam um custo das existências consideravelmente inferior num futuro próximo.
Em 2008 estabeleceram parcerias com agricultores com o objectivo de semear colza e
girassol (cerca de 1.600 hectares no total).
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25
A empresa Torrejana introduziu em Portugal a planta tropical "jatropha curcas" para
produção de biodiesel. Esta planta já é muito utilizada na Índia e no Brasil para a
produção de biodiesel, tendo excelentes rendimentos e capacidade de várias produções
por ano, sem necessidade de grandes recursos hídricos Segundo João Cardoso –
administrador -, em Torres Novas foram plantados cerca de cinco mil metros quadrados
desta planta, para testar e experimentar a capacidade produtiva do óleo da „jatropha‟,
estando previsto o alargamento da área de cultivo para 50 mil metros quadrados até ao
final do ano.
A empresa importou do Brasil sementes da planta, que cedeu a viveiristas da região,
tendo por objectivo aumentar a capacidade produtiva em Portugal. Esta planta de
origem sul-americana é uma alternativa de cultura ao tradicional girassol, colza ou soja,
com a vantagem de ser menos exigente em termos de riqueza de nutrientes no solo, o
que é ideal para produzir no Alentejo, explicou o empresário, que já assinou um acordo
com a Escola Superior Agrária de Beja para o estudo e acompanhamento técnico de
uma plantação de "jatropha" em Portugal. Os países que mais investiram na produção
desta planta foram o Brasil, Índia, Moçambique e Paquistão, sendo os principais
produtores mundiais de óleo de "jatropha", para incorporarem em biodiesel.
A facturação da Torrejana de biocombustíveis, segundo Rui Cardoso, presidente da
empresa, deverá cair para 38 milhões de euros em 2009 face aos 50 milhões de 2008,
penalizada pela queda dos preços do diesel originada pela crise mundial
Esta empresa facturou 50 milhões de euros em 2008, e prevêem uma facturação de
mais de 38 milhões em 2009.
5.1.1.2 BIOLOGICAL
A Biological - Gestão de Resíduos Industriais, LDA., criada em 2003, dedica-se à
recolha e gestão de óleos alimentares usados. Esses óleos são sujeitos a um processo de
purificação e posteriormente valorizados na produção de Biodiesel.
A recolha é efectuada em Portugal, em todos os sectores da indústria alimentar,
comércio e serviços (restauração colectiva e privada)
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26
Tendo como política o cumprimento da legislação actualmente em vigor,
nomeadamente no que respeita ao licenciamento de unidades gestoras de resíduos, foi
obtida a autorização de gestão de resíduos, com o número 02/2004/LVT-R9, emitida
pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento de Lisboa e Vale do Tejo, para a
operação de refinação de óleos e outras reutilizações dos mesmos.
A Biological, Lda. dispõe de uma rede de actuação em Portugal Continental e Insular
com frota própria, exercendo a sua actividade em sectores como a Indústria, o Comércio
e os Serviços, na restauração colectiva e privada, e ainda na indústria alimentar.
Alem da produção de biodisiel e da recolha de óleos usados esta empresa procede
também a limpeza de filtros, recolha e limpeza das caixas separadoras e venda de
equipamentos
5.1.1.3 ECOLDiesel, Produção e Comercialização de Biodiesel, Lda.
É uma empresa participada pela Santa Casa da Misericórdia de Belmonte e que tem
como principal actividade a recolha de óleos vegetais usados para posterior valorização
em Biodiesel.
Actualmente, a Ecoldiesel recolhe óleos usados em mais de 500 estabelecimentos da
Beira Interior, desde restaurantes, cafés, escolas, cantinas, IPSS, hotéis, empresas
municipais, juntas de freguesias, particulares, entre outros.
A estes estabelecimentos, juntam-se outros, em que a recolha é efectuada por empresas
parceiras da ECOLDiesel alargando assim o seu âmbito de actuação a várias regiões do
país, tais como, o Algarve, Alentejo, Leiria, Lisboa, Porto.
Diariamente a carrinha da empresa percorre cerca de 300 quilómetros para recolher o
óleo usado
O biodiesel produzido é consumido internamente nas caldeiras de aquecimento, nas
viaturas de recolha de óleo ou é vendido a empresas industriais para a utilização em
máquinas. Além de aproveitar um resíduo perigoso, o biodiesel emite menos poluição.
Alguns utilizam-no em estado puro, outros juntam-lhe 20% de diesel.
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São produzidos diariamente 2000l de biodiesel.
E empresa pretende expandir a sua capacidade de Produção para 15000 Lt./dia –
elaborando por isso um Projecto de candidatura ao Sistema de Incentivos à Inovação
(QREN).
Elaborou também um Projecto em parceria com a ENERAREA - Agência Regional de
Energia do Centro e a Associação de Municípios da Cova da Beira, para recolha de óleo
em 13 Municípios e também na Diputácion de Salamanca.
Neste momento são distribuídos de 65 mini oleões com capacidade para 5,5Lt cada; 500
oleões de 30 Lt. a estabelecimentos da restauração e instituições como lares e centros de
dia; e contentores de 200 Lt. distribuídos pelas grandes superfícies.
De seguida iremos apresentar, na tabela 9, as vantagens e desvantagens competitivas
para cada um dos concorrentes directos.
Tabela 9- vantagens e desvantagens competitivas dos concorrentes directos
Vantagens Desvantagens
Fábrica Torrejana
Empresa pioneira
Tem como cliente a
Petrogal
Diminuição do custo da
matéria-prima
Estudos de novas
formas de criação de
biodiesel
Diminuição do preço
dos combustíveis
fosséis.
BIOLOGICAL
Rede de actuação em
Portugal Continental e
Insular
Frota própria,
Exerce a sua
actividade em vários
sectores
Outros serviços
prestados.
Diminuição do preço
dos combustíveis
fosséis.
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ECOLDiesel
Participada pela Santa
Casa da Misericórdia
Parceria com a
ENERAREA
Recolha em mais de
500 estabelecimentos
da Beira Interior
Actuação a várias
regiões do país.
Diminuição do preço
dos combustíveis
fosséis.
Fonte: elaboração própria.
5.1.2 Concorrentes indirectos:
5.1.2.1 Iberol - Sociedade Ibérica de Biocombustíveis e Oleaginosas, S.A. (dados
2006)
Situa-se na quinta da hortinha em Alhandra, Lisboa. Tem um capital social
aproximadamente de 25 milhões de euros. Em 2006 esta empresa atingiu um volume de
negócio de 100 milhões de euros, prevendo um aumento de 32 milhões para o ano
seguinte. Tem uma área total de 105 000 metros quadrados onde trabalham 89 pessoas.
Tabela 10- números de actividade da Iberol
1999 2006
Volume de negócios da
Iberol
41,5 100,0
(+141 %)
Fonte: www.presidencia.pt/archive/doc/IBEROL.pdf
Os gráficos da figura 4, representam a evolução da repartição do volume de negocio da
empresa
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29
Figura 4- evolução da repartição do volume de negócio da Iberol
Fonte: www.presidencia.pt/archive/doc/IBEROL.pdf
Em 2007, a empresa apresentava as seguintes capacidades instaladas e respectivas
utilizações em toneladas/por ano:
11- Capacidades instaladas da Iberol
Capacidade instalada Nivel de actividade
Extracção de óleos vegetais 550000 400000
Produção de biodiesel 120000 100000
Fonte: www.presidencia.pt/archive/doc/IBEROL.pdf
Durante os anos do projecto, a IBEROL desenvolveu um intenso trabalho de pesquisa,
estudando profundamente as diferentes soluções para os processos de produção de
Biocombustíveis, não apenas nas suas componentes técnicas e tecnológicas mas
também em tudo o que se relaciona com controlo e eficiência das inerentes operações
A Iberol estabeleceu e desenvolveu parcerias com:
• IST (Instituto Superior Técnico de Lisboa)
• INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial)
• UC (Universidade de Coimbra)
• INIAP (Instituto Nacional de Investigação Agrária e das Pescas)
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Este ultimo, visando a pesquisa de oleaginosas não alimentares para a produção de
óleos específicos para o biodiesel.
A IBEROL possui um competente laboratório de Controlo de Qualidade ( neste
momento em processo de Acreditação) e encontra-se certificada pelas normas
• NP EN ISO 9001: 2000
• NP EN ISO 1400: 2004
5.1.2.2 SUNERGY (Sintra)
Identificação da empresa
A Sunergy, Energias Renováveis, SA situada em Lisboa, iniciou-se com dois
promotores, ambos interessados no desenvolvimento comercial de recursos energéticos
alternativos e amigos do ambiente. Após um período de um ano para estudos, foi
decidido que tecnicamente e comercialmente, os bioscombustíveis eram a melhor opção
para começar em Portugal. Em Junho de 2005, o plano de negócios estava pronto e a
Sunergy, Energias Renováveis, SA foi criada e baseada em Lisboa. Em Setembro de
2005 foi feito um aumento de capital de modo a permitir a construção de uma unidade
fabril de produção de 5000 toneladas de Bio diesel em Portugal.
Em Março de 2006 dar-se-á início à produção de biodiesel, em Portugal, com uma
capacidade inicial de 5000 toneladas por ano. A produção será vendida a utilizadores
profissionais, maioritariamente no sector dos transportes
A matéria-prima utilizada pela Sunergy no processo de produção de Biodiesel, são óleos
vegetais virgens. Neste contexto, não é necessário o licenciamento para tratamento de
resíduos. Dai a classificarmos como concorrente indirecto.
A Sunergy vende equipamento profissional de produção de biodiesel com uma
capacidade de produção de 400 a 3000 litros por hora para a produção de biodiesel em
regime de outsourcing. Tendo em consideração as necessidades de cada cliente, é
possível fornecer desde apenas o reactor, até uma fábrica Turn-key, incluindo formação
e suporte técnico.
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A política da Sunergy passa por gerar electricidade com o próprio Biodiesel; e reclicar a
agua utilixada. Estas duas medidas requerem investimentos iniciais extra, mas trazem
vantagens económicas a longo prazo e vantagens para o ambiente no imediato.
5.1.2.3 DIESELBASE
A Dieselbase, Energias Renováveis, Lda é uma empresa que tem como principal
actividade a produção de biodiesel.
Realiza também o serviço de Recolha e Tratamento de Óleos Vegetais Usados (O.V.U.)
A Dieselbase, Energias Renováveis, Lda é uma empresa que resultou de um projecto
co-financiado pelo fundo social europeu (FSE) e pelo fundo europeu de
desenvolvimento regional (FEDER).
A Dieselbase, como operador de resíduos licenciada, presta desde 2003, um serviço
gratuito directo de recolha de OVU em todo o tipo de entidades onde este resíduo é
gerado. Para tal, foi implementado um sistema de gestão de recolha de óleos vegetais
usados optimizado de maneira a minimizar os percursos e maximizar a cobertura
geográfica centrando-se essencialmente na região de Lisboa.
A Dieselbase comercializa Biodiesel a entidades que disponham de uma frota de
veículos automóveis diesel cujo seu abastecimento seja feito a partir de tanque próprio,
por exemplo as Autarquias, empresas de transportes, industrias com maquinaria Diesel.
Devido ao grande número de solicitações por parte dos pequenos consumidores a
Dieselbase, agora já dispõe de um canal de venda a estes clientes. O combustível é
adquirido ao barril, com a capacidade de cerca de 200 litros.
5.1.2.4 SPACE situada em Vila Nova de Famalicão,
Identificação da empresa:
A Space, empresa situada em Vila Nova de Familicão, encontra-se com o projecto
aprovado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e tem
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32
autorização de comercialização do Biodiesel produzido e autorização do Instituto dos
Resíduos (INR) para a actividade.
A Space – combustíveis é uma empresa recente com sede em Famalicão que apresenta
dois grandes objectivos:
A produção de biodiesel a partir de óleos alimentares usados
A comercialização e gestão de equipamentos de produção de biodiesel a partir
de óleos alimentares usados.
Como principal cliente encontram-se as viaturas da Frota de Recolha de lixos
Municipais da empresa HPEM de Sintra e os autocarros das Juntas de Freguesia
aderentes a este projecto, também em Sintra.
Existem alguns clientes privados e outras câmaras municipais que começam a mostrar
interesse em implementar uma solução semelhante, como é o caso de Coimbra e Oeiras.
Tal como foi feio anteriormente iremos proceder a analise das vantagens e desvantagens
dos respectivos concorrentes indirectos. (ver tabela 11)
Tabela 12- vantagens e desvantagens competitivas dos concorrentes indirectos
Vantagens Desvantagens
Iberol Volume de negócio
elevado
Portfolio de produto
diversificado
Parcerias estabelecidas
para o desenvolvimento
Controlo de qualidade
Diminuição nos preços dos
combustíveis fôsseis
SUNERGY Não necessita de
licença para produzir
biodiesel
Diminuição nos preços
dos combustíveis
fôsseis
DIESELBASE
Financiamento do FSE
e FEDER
Comercialização a
particulares
Diminuição nos preços
dos combustíveis
fôsseis
SPACE Portfolio de produto Diminuição nos preços
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diversificado
Apoio da Câmara
Municipal de Sintra
dos combustíveis
fôsseis
Fonte: elaboração própria
5.1.3 Potenciais concorrentes
5.1.3.1. Sociopole, S.A.
A Sociopole, S.A., situada na rua do freixo no Porto desenvolve a actividade de fabrico
de sabão através de óleos usados, previamente recolhidos e reciclados pela própria
empresa. Produz unicamente sabão, e 90% da sua produção destina-se ao mercado
africano.
A empresa recolhe o resíduo, tem parcerias com várias empresas distribuídas pelo país,
daí que se possa afirmar que a recolha pode neste momento ser feita a nível nacional.
Após a recepção do resíduo, este é tratado e consumido na produção de sabão, que é
exportado.
A nível interno deve dizer-se que é uma empresa não poluente, pois não resulta do
fabrico de sabão qualquer resíduo.
Classificamos esta empresa como potencial concorrente uma vez que o processo de
fabrico de sabão e muito semelhante a do biodiesel assim como a matéria-prima é a
mesma. A qualquer altura esta empresa poderá adquirir a licença.
5.2.2 Clientes
A empresa ainda não tem clientes uma vez que ainda não começou a produção do
produto. Mas como potenciais clientes serão todos aqueles que se encontrem na área
geográfica em que a empresa irá actuar. Sendo assim os potenciais clientes serão todas
as empresas que possuírem frotas próprias e municípios.
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5.2.3 Fornecedores
Os óleos e gorduras alimentares representam uma categoria de produtos largamente
consumidos em todos os sectores da sociedade actual, ao nível da restauração, indústria
e sector doméstico. Á semelhança do que se passa com todo o tipo de produtos
consumidos, também este produto gera resíduos. A QUERCUS em 2003 citava uma
estimativa que apontava para que se produzissem cerca de 125.000 toneladas deste
resíduo por ano em Portugal, sendo apenas recolhidas 3.000 toneladas.
Neste momento a empresa conta com 150 fornecedores entre os quais empresas e
instituições. Cada uma fornece me media cerca de 30 litros de 6 em 6 semanas. Essas
empresas pertencem todas ao canal Horeca .
Não existe contrato pois é obrigatório por lei a cedência do óleo alimentar usado por
parte da restauração a empresas devidamente licenciadas para a recolha do óleo
alimentar usado, como é o caso da Recitrans.
O maior desafio é a recolha dos óleos usados no sector doméstico, pelo seu
inconveniente e falta de informação. Torna-se importante arranjar alternativas de
promoção e distribuição para cativar estes micro fornecedores.
No futuro, como aumento da capacidade de produção existirá a necessidade de chegar a
fornecedores com maiores desperdícios de óleos como por exemplo indústrias
transformadoras alimentares.
Neste âmbito, não se conhece com certezas o panorama Português, em termos de
quantidades de óleos novos consumidas, produtores de óleos usados e quantidades
geradas, operadores licenciados ou não, etc., não se controlando e fiscalizando assim
com eficácia a sua gestão. Por ser um fluxo transversal deverá ser alvo de uma gestão
global, independentemente da sua origem.
Para melhor conhecer todo o ciclo de vida dos óleos alimentares em Portugal e sua
posição em relação à Europa, de seguida pretende-se analisar o consumo de óleos
alimentares novos e a consequente conhecer a quantidade de produção de óleos
alimentares usados.
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
35
Tabela 13 - Consumo e Capitação do total de óleos e gorduras vegetais, nos países da União Europeia em 2005:
País
Consumo de óleos e
gorduras vegetais (t)
Consumo de azeite (t)
Total (t) População
(hab) Capitação
Média (t/hab)
AT – Áustria 196.000 5.900 201.900 8.236.225 0,025
BE – Bélgica 953.000 12.400 965.400 10.478.617 0,092
CY – Chipre 20.000 8.000 28.000 757.795 0,037
CZ – República Checa
357.000 * 2.800 359.800 10.235.828 0,035
DE – Alemanha 4.230.000 40.000 4.270.000 82.469.422 0,052
DK – Dinamarca 424.000 1.900 425.900 5.419.432 0,079
EE – Estónia 34.000 * 100 34.100 1.346.097 0,025
ES – Espanha 1.216.000 470.500 1.686.500 43.398.143 0,039
FI – Finlândia 85.000 1.200 86.200 5.246.096 0,016
FR – França 1.699.000 99.500 1.798.500 62.702.371 0,029
GR – Grécia 260.000 * 258.000 518.000 11.103.965 0,047
HU – Hungria 216.000 1.200 217.200 10.087.065 0,022
IE – Irlanda 98.000 2.200 100.200 4.159.096 0,024
IT – Itália 1.593.000 837.100 2.430.100 58.607.043 0,041
LT – Lituânia 116.000 * 200 116.200 3.414.304 0,034
LV – Letónia 38.000 * 500 38.500 2.300.512 0,017
MT – Malta 5.000 500 5.500 403.507 0,014
NL – Holanda 1.934.000 12.900 1.946.900 16.319.868 0,119
PL – Polónia 651.000 * 3.100 654.100 38.165.445 0,017
PT – Portugal 240.000 * 70.000 310.000 10.549.424 0,029
SE – Suécia 271.000 * 3.600 274.600 9.029.572 0,030
SI – Eslovénia 51.000 * 1.500 52.500 2.000.474 0,026
SK – Eslováquia 130.000 * 800 130.800 5.387.001 0,024
UK – Reino Unido 1.755.000 50.400 1.805.400 60.226.500 0,030
Média da UE-24 690.500 78.513 769.013 19.251.825 0,040
Total da UE-24 16.572.000 1.884.300 18.456.300 462.043.802 0,040
Tabela 14 - Consumo total de óleos e gorduras vegetais pelas empresas de restauração e similares em Portugal
em 2005:
Portugal, 2005
Designação N.º de empresas Capitação (t/empresa) Consumo total (t)
Total das empresas de restauração e similares
85.561 1,82 155.721
Fonte: Consumo e capitação – estimativas, População – INE [42].
Tabela 15 - Estimativa do consumo médio de óleos alimentares novos em Portugal por região em 2005:
2005
Região (NUT II) População (hab) Consumo médio (t)
Norte 3.590.949 18.369
Centro 1.974.302 10.099
Lisboa e Vale do Tejo 3.508.001 17.945
Alentejo 575.549 2.944
Algarve 414.158 2.119
Total Continente 10.062.959 51.477
Açores 241.724 1.237
Madeira 244.742 1.252
Total Regiões Autónomas 486.465 2.488
Total Nacional 10.549.424 53.965
Fonte: População – INE [42] e Consumo – estimativas.
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36
Tabela 16 - Consumo de óleos alimentares por sector e Capitaçao, em POrtugal em 2005:
Portugal, 2005
Designação N.º de empresas ou
N.º de habitantes Consumo total de óleos
alimentares (t) Capitação (t/empresa ou
t/hab)
Sector Industrial 127 50.314 396,17
Sector da Restauração 85.561 155.721 1,82
Sector Doméstico 10.549.424 53.965 0,005
Total (estimativa) - 260.000 -
Fonte: N.º de empresas e habitantes – INE [41] e [42], restantes – estimativas.
Tabela 17 - Estimativa das quantidades de óleos e gorduras alimentares usadas geradas no ano de 2005 no
sector da indústria Agro- Alimentar:
Gama Estimativa das Quantidades de OAU geradas
em 2005 (t)
5% a 10% 716 a 1.431
Tabela 18 - Quantidade de óleos e gorduras alimentares usados geradas por região no ano de 2005,
considerando que 70% do total de óleos novos consumido gera resíduo (sector da restauração):
Ano 2005, considerando que 70% é resíduo
Região (NUT II) Quantidade de OAN consumido
que gera resíduo (t) Quantidades de OAU
geradas (t)
Norte 43.742 30.619
Centro 30.221 21.155
Lisboa e Vale do Tejo 36.231 25.361
Alentejo 12.218 8.553
Algarve 12.052 8.436
Total Continente 134.463 94.124
Açores 2.201 1.541
Madeira 3.135 2.195
Total Regiões Autónomas 5.336 3.735
Total Nacional 139.800 97.860
Fonte: População – INE [42] e Consumo – estimativas. Tabela 19 - Quantidades de óleo alimentar usado mínimas e máximas estimadas por sector para Portugal em
2005:
Sector Gama Estimativa das Quantidades de
OAU geradas em 2005 (t)
Industrial 5% a 10% 716 a 1.431
Restauração 70% a 80% 97.860 a 111.840
Doméstico 45% a 80% 18.505 a 32.898
Total - 117.081 a 146.169
Com a análise destes dados vimos que existe ainda muito óleo que não está a ser
recolhido e que a cota de mercado em relação a atracção de novos fornecedores por arte
da Recitrans pode ser alargada tendo em conta a quantidade recolhida actualmente.
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37
6- Análise SWOT
Análise da envolvente externa
Oportunidades Ameaças
Poucas empresas na zona interior do
país
Possibilidade de produção de
biodiesel através de varias matérias-
primas
Preços dos combustíveis elevados;
Elevada dependência energética em
Portugal
Aumento da preocupação com o
meio ambiente
Muitos concorrentes a nível
nacional, cujos alguns deslocam-
se até esta região a procura de
óleos usados
Receio da utilização de biodiesel
pela maioria dos portugueses;
Analise da envolvente interna
Pontos fortes Pontos fracos
Conhecimento da zona geográfica e
entidade importantes nesta zona;
Possui um Web site com muita
informação
Publicidade reduzida;
Pouca notoriedade da empresa
Licenças demoradas
Pesquisa e desenvolvimento;
Esta análise foi desenvolvida por Kenneth Andrews e Roland Christensen, dois
professores da Harvard Business School.
O termo SWOT resulta da conjugação das iniciais das palavras anglo-saxónicas
Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats
(ameaças). Assim, a análise SWOT corresponde à identificação por parte de uma
organização e de forma integrada dos principais aspectos que caracterizam a sua posição
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38
estratégica num determinado momento, tanto a nível interno como externo (forma como
a organização se relaciona com o seu meio envolvente).
Esta análise recapitula e reapresenta o material das etapas anteriores de forma dirigida.
Examina como se alinham as vantagens de desvantagens internas (forças e fraquezas)
com os factores externos positivos ou negativos (oportunidades e ameaças), no sentido
de gerar valor.
7- Situação desejada pela empresa
Este passo é a chave para todo o processo de marketing, é aqui que vamos estabelecer
aquilo que a empresa quer alcançar.
A empresa pretende alcançar os seus objectivos no curto prazo. Estes podem ser
divididos da seguinte forma.
Objectivos não financeiros:
• Ser reconhecida na zona Interior do país
• Incentivar os habitantes desta região a reciclar o óleo usado.
• Conseguir uma boa imagem de marca;
• Angariar clientes
Objectivos financeiros:
• Vender toda a sua produção diária
• Obter o máximo de lucro
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39
8- Orientações Estratégicas
8.1 Segmentação, Targeting e Posicionamento
8.1.1 Segmentação
No caso da recitrans todos os clientes tem necessidades semelhantes, que é abastecer ao
menor preço possível. Não sendo possível segmentar o mercado nesta fase em que a
empresa se encontra (introdução)
É sensato pensar em maneiras de segmentar os mercados separadamente de acordo com
o sector onde actuam.
Sendo assim, após a análise de cenários, seleccionou-se todos os segmentos etários
como sendo o seu público-alvo e os principais critérios de segmentação do mercado
escolhidos são mencionados no quadro a seguir:
Tabela 12- Critérios utilizados na segmentação
Critérios
Geográficos Portugal
Demográficos Todas as faixas etárias
Pictográficos Empresas com frota própria que procuram
reduzirem os custos com o abastecimento
dos veículos
Comportamentais Empresas com preocupação ambiental.
Fonte: elaboração própria
8.1.2 Targeting
A segmentação do mercado revela as oportunidades de segmento do mercado da
empresa. Depois disso, a empresa precisa avaliar os vários segmentos e decidir quantos
e em quais se concentrará. Mediante isso, a estratégia de targeting a empresa subdivide-
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
40
se em dois grupos principais - mercado regional e mercado nacional - que por sua vês se
subdividem.
• Grupo 1 – mercado regional
Distrito de Castelo Branco
Distrito da Guarda
• Grupo 2 – mercado nacional
Restante território continental português.
Tal como se pode verificar, a melhor estratégia a seguir será a estratégia de marketing
indiferenciado: cobertura de todo o mercado com o mesmo mix, pois não existe
diferenças entre os vários grupos.
8.1.3 Posicionamento
Neste momento a Recitrans pretende posicionar-se em relação aos concorrentes através
de uma posição de diferenciação através dos factores Produto e Preço.
8.2 -Vantagem competitiva
Vantagem Competitiva é um conceito desenvolvido por Michael E. Porter no seu
best-seller Competitive Advantage e que procura mostrar a forma como a estratégia
escolhida e seguida pela organização pode determinar e sustentar o seu sucesso
competitivo.
A vantagem competitiva surge fundamentalmente do valor que uma determinada
empresa consegue criar para os seus clientes e que ultrapassa os custos de produção.
O termo valor aqui aplicado representa aquilo que os clientes estão dispostos a pagar
pelo produto ou serviço; um valor superior resulta da oferta de um produto ou serviço
com características percebidas idênticas aos da concorrência mas por um preço mais
baixo ou, alternativamente, da oferta de um produto ou serviço com benefícios
superiores aos da concorrência que mais do que compensam um preço mais elevado.
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
41
Segundo Porter, existem dois tipos básicos de vantagem competitiva: a liderança no
custo e a diferenciação, as quais, juntamente com o âmbito competitivo, definem os
diferentes tipos de estratégias genéricas.
É neste ponto o que se vai salientar a chave para conquistar e manter clientes,
entendendo as suas necessidades e o seu processo de compra melhor do que os
concorrentes o fazem e entregar mais valor.
Uma vez que a Recitrans ainda não começou a sua actividade, não tem grandes
vantagens em relação aos seus concorrentes. Uma das únicas vantagens nesta altura é a
localização estratégica escolhida.
8.3- Estratégias
8.3.1- Portefólio de Produtos e Ciclo de vida do Produto
Antes de desenvolver as estratégias para a Recitrans é necessário estudar o portfolio da
empresa, este por enquanto é composto por apenas um produto que é o biodiesel. De
seguida iremos posicionar este produto no ciclo de vida como se pode ver na figura 5.
Figura 5- Ciclo de vida do produto
Fonte: elaboração própria
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
42
Como se pode verificar, o produto encontra-se na fase de Introdução. ou seja, As vendas
iniciais são lentas, pois os clientes potenciais passam por um estágio de
consciencialização do produto e dos seus benefícios antes de comprá-lo. Criar esse
conhecimento vai exigir gastos de promoção e divulgação.
8.3.2- Matriz BCG
A Matriz de BCG (desenvolvida pela Boston Consulting Group), como mostra a
figura 6, é utilizada no planeamento do portfólio de negócios. Recorre a duas
variáveis isoladas para efectuar a análise: a taxa de crescimento do mercado e a quota
de mercado relativa da empresa. Consoante os valores obtidos para cada uma dessas
duas variáveis, o negócio é classificado em quatro tipos diferentes (Interrogação,
Estrela, Vaca Leiteira e Cão) sendo:
Interrogação: Corresponde a negócios com elevado
crescimento mas em que a empresa tem baixa quota de
mercado. Geralmente geram fluxos financeiros muitos negativos
pois o seu atraso na curva de experiência limita a sua
rentabilidade e o elevado crescimento da indústria obriga à
realização de investimentos avultados. A recomendação é
abandonar a actividade ou aumentar a quota de mercado.
Estrela: Representa os negócios com elevado crescimento e em
que a empresa tem elevada quota de mercado. Geralmente
geram fluxos financeiros pouco significativos pois se, por um
lado o avanço na curva da experiência proporciona elevados
retornos, por outro lado o elevado crescimento do sector obriga
à realização de investimentos avultados. A recomendação é
manter a liderança.
Vaca Leiteira: É respeitante aos negócios com baixo
crescimento e em que a empresa tem elevada quota de mercado.
Geralmente geram fluxos financeiros muito significativos pois,
o avanço na curva de experiência proporciona elevados retornos
e o baixo crescimento do sector não obriga à realização de
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
43
investimentos avultados. A recomendação é rentabilizar o
negócio de forma a sustentar o crescimento dos negócios Estrela
e Interrogação.
Cão: Corresponde a negócios com baixo crescimento e em que
a empresa tem baixa quota de mercado. Geralmente geram
fluxos financeiros pouco significativos pois o atraso na curva da
experiência não permite retornos elevados mas, por outro lado,
o baixo crescimento do sector também não obriga à realização
de investimentos avultados. A recomendação é abandonar ou
reformular o negócio.
Figura 6- Matriz BCG
Quota de Mercado relativa
Elevada Reduzida
Cre
scim
ento
do
mer
cad
o
Ele
vad
o
Estrela
Fluxo financeiro modesto.
Manter a liderança
Interrogação
Fluxo financeiro muito
negativo
Ganhar quota ou sair
Red
izid
o
Vaca leiteira
Fluxo financeiro muito
positivo.
Rentabilizar
Cão
Fluxo financeiro modesto.
Sair ou reformular
Fonte. Elaboração própria.
A empresa em estudo encontra-se nas interrogações, uma vez que o sector do biodiesel
está em crescimento bastante elevado, para que ela sobrevive terá que passar dos
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
44
“pontos de interrogação” para as “estrelas” e fazer com que essas “estrelas” se tornem
“vacas leiteiras”, só assim terá sucesso.
8.3.3- Tipos de estratégia
Possuindo uma perspectiva global do mercado conseguida através da construção e
análise da matriz de produtos e mercado figura 7, a organização fica em condições de
tomar as suas opções estratégicas. As opções da organização relativamente à
estratégica de desenvolvimento de produtos e mercados podem assumir dois tipos,
nomeadamente:
A expansão ou redução do número de produtos ou serviços oferecidos pela
organização;
A expansão ou redução do número de segmentos de mercado servidos pela
organização.
Estas duas opções estratégicas podem ser sintetizadas na matriz desenvolvida por
Igor Ansoff, segundo qual a organização pode optar entre:
• Penetração no Mercado: a organização continua a actuar nos mesmos
segmentos de mercado e com os mesmos produtos ou serviços mas tenta
aumentar o volume de vendas através do aumento da quota de mercado e/ou
da frequência de utilização.
• Extensão do Produto: a organização desenvolve novos produtos e serviços ou
aumenta a gama dos já existentes, mas dirigida aos mesmos segmentos de
mercado servidos antes;
• Extensão do Mercado: a organização procura servir novos segmentos de
mercado, mas com os mesmos produtos ou serviços que já oferecia;
• Diversificação: a organização cria novos produtos ou serviços para novos
segmentos de mercado aproveitando sinergias tecnológicas e/ou comerciais
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
45
Figura 7- Matriz Produto/Mercado
Fonte: elaboração própria
A recitrans deverá usar a penetração no mercado para crescer, uma vez que do se dedica
a produção de biodiesel e neste momento não pretende aumentar o seu portfolio de
produtos.
Uma vez que a empresa visa crescer e adquirir uma quota de mercado significativa terá
que usar uma estratégia de desenvolvimento. A figura 8 mostra os passos a seguir para
atingir os objectivos.
Figura 8- esquema da estratégia de desenvolvimento
Fonte: Ferreira, João. Sebenta das aulas – Plano de Marketing. Covilhã, 2008/09 Disciplina: projecto em Marketing
Empresarial – Universidade da Beira Interior
estrategias de desenvolvimento
criar novos consumidores
desenvolvimento da procura global
por uma acção individual
por uma acção conjunta
acompanhamento do crescimento
natural do mercado
modificar os comportamentos
mudar habitosface aos usos
actuais
promover novos usos ao produto
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
46
A recitrans terá que usar uma estratégia intensiva de modo a modificar os
comportamentos dos consumidores, para que estes deixem de usar combustíveis fosseis
e passem a usar biocombustíveis. Depois de modificados os comportamentos a empresa
terá que promover o uso do biodiesel.
O uso de uma estratégia de desenvolvimento ao é suficiente para alcançar os seus
objectivos uma vez que existe alguma concorrência, e a entrada de novas empresas a
actuar neste sector mostra-se crescente. Por isso, é necessário seguir estratégias
concorrenciais. Como exemplo deste tipo de estratégia pode-se ver na figura 8.
Figura 9- esquema da estratégia concorrencial
Fonte: Ferreira, João. Sebenta das aulas – Plano de Marketing. Covilhã, 2008/09 Disciplina: projecto em Marketing
Empresarial – Universidade da Beira Interior
A recitrans ocupa uma posição secundária, não afrontando o líder mas alinhando nas
suas posições.
Deverá seguir uma estratégia de concorrência pura de modo a adquirir clientes dos seus
maiores concorrentes.
Estratégias Concorrenciais
Ganhar mercado aos produtos/ concorrentes
Estratégias concorrenciais
puras
Ganhar mercado aos produtos /marcas da
empresa
Canibalização
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
47
9- Marketing Mix
O marketing mix é provavelmente o mais famoso termo de marketing. Seus elementos
são os básicos, tácticos componentes do plano de marketing. Também conhecido como
o Quatro P´s (Four P´s), os elementos do marketing mix são preço, distribuição, produto
e promoção (price, place, product, and promotion).
Se seguida iremos analisar cada um dos componentes do marketing mix para a empresa
em estudo.
9.1 Preço
O preço a praticar pela empresa ainda não está definido pois irá depender de muitos
factores nomeadamente do preço dos combustíveis fósseis, e do preço dos concorrentes.
Sendo assim o preço poderá ser calculado através do Break even Point, este representa a
quantidade de bens e serviços que uma empresa tem de vender de forma a que o valor
total dos proveitos obtidos com as vendas iguala o total de custos (incluindo os custos
fixos e os custos variáveis) em que a empresa incorre para produzir e comercializar
essa, mesma quantidade. Tendo em conta o referido, no ponto crítico de vendas os
lucros são nulos, tornando-se positivo para quantidades superiores e negativos para
quantidades inferiores.
O cálculo da análise do Break-Even Point permite efectuar simulações quanto aos
resultados da empresa, sendo muito utilizado na realização de análises de viabilidade
pois permite conhecer a dimensão mínima necessária para tornar o projecto lucrativo.
Depois de calcular o break even point, a empresa poderá fixar o preço segundo o
mercado, usando assim uma estratégia de penetração.
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48
9.2 Distribuição
Neste momento não existe nenhuma estratégia de distribuição definida pela Recitrans.
Sendo que o produto é comercializado na própria empresa em recipientes próprios para
o efeito e os clientes é que deslocam a esta.
Posteriormente, seguindo uma política de aumento de produção e atracção de novos clientes,
propomos:
A criação de um posto de abastecimento, idêntico às estações de serviço habituais, na
sede da Recitrans.
Implementação um serviço de entrega ao domicílio, de modo a criar valor acrescentado.
Para a recolha dos óleos usados, definimos as seguintes estratégias:
Canal Horeca: implementação de uma rota segundo o padrão do trevo de modo a alcançar todos
os clientes de forma sequencial, evitando gastos desnecessários.
(Prof.Dr. Paulo Duarte, sebenta de direcção comercial, 2008/09)
Industrias Transformadoras: aproveitando o facto de a recitrans estar associada a uma empresa
transportadora, a recolha nestas grandes indústrias seria feita através de um camião cisterna.
Resíduos Domiciliários: celebração de contractos
com empresas de manutenção de condomínios, a fim de recolher mais matérias prima,
possibilitando assim vantagens para os condomínios. Nomeadamente problemas de canalização,
que surgem do despojo de óleos nos locais inadequados para o efeito.
Implementação de contentores em locais estratégicos, como por exemplo junto aos eco pontos,
zonas comerciais de grande afluência.
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49
Figura 10- exemplo de oleão
9.3 Produto
O Biodiesel como qualquer outro produto no sector das energias precisa de estar sempre
a ser actualizado consoante as melhorias tecnológicas que vão surgindo no mercado. A
Recitrans tem de estar atenta a essas mudanças, sendo assim sugerimos a criação de um
departamento especializado na área de inovação e desenvolvimento de modo a
potencializar as técnicas e funcionalidades do produto, como por exemplo, maior
rentabilidade do motor e menos emissões de CO2.
Actualmente o produto é comercializado em recipientes sem qualquer identificação da
empresa e com a Marca. Será necessário adquirir recipientes com um aspecto
personalizado, com logótipo da marca, com várias dimensões consoante a necessidade
dos clientes.
9.4 Comunicação
Este ponto é o mais importante, uma vez que é por aqui que iremos implementar acções
de modo a alcançar todos os objectivos principais da empresa, que são angariação de
novos fornecedores, através de estratégias de desenvolvimento intensivas, de seguida
iremos expor cada uma das acções segundo as várias ferramentas de comunicação.
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9.4.1 Publicidade
Esta ferramenta permite a apresentação da recitrans, tentando provocar notoriedade e
visibilidade.
Uma vez que a empresa tem o apoio da câmara, aproveitar esse factor para fixar
cartazes e outdoors, na sua área de actuação.
Criação de spots publicitários em várias rádios locais, e associação ao canal
universitário urbi et orbi.
Publicidade gráfica em revistas e jornais da região.
9.4.2 Relações públicas
Participação em eventos associados ao dia mundial do ambiente, fazendo
demonstrações e acções de Merchandising.
Patrocínio da marca a vários eventos, como por exemplo:
A Rampa, serra da estrela ;
Semanas e recepções académicas ;
Salão automóvel da beira interior, (de 25 a 27 de Setembro);
Concentração motard, Lobos da Neve;
Sporting da Covilhã;
Todos os eventos relacionados com a saúde e bem-estar na área de actuação;
É necessário também criar novas campanhas de sensibilização, em centro comerciais e
zonas de grande afluência.
9.4.3 Marketing Directo
Criação de plataformas interactivas como, NewsLettrer e Blog com todas as novidades e
curiosidades sobre o tema.
Adesão a redes sociais como por exemplo no Hi5 e FaceBook.
Criação de uma base de dados com todos os clientes, fornecedores e potenciais
Stakeholders.
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51
Outra acção seria executar uma estratégia de “Mass Mailer”para um acompanhamento
personalizado.
9.5 Síntese do programa de acção
Tabela 20- síntese dos programas de acção
Nível de Intervenção Medidas Recomendadas
Produto Criação de um departamento de I+D
Embalagens novas com identificação da recitrans.
Preço Praticar um preço inferior a concorrência.
Distribuição
Criação de um posto de abastecimento
Serviço de entrega a domicílio
Criação de rota estratégica em padrão de trevo
Celebração de contractos com empresas de condomínio
Colocar oleões em pontos estratégicos.
Publicidade
Cartazes e outdoors
Spots publicitários em rádios locais
Associação ao canal universitário da UBI
Publicidade gráfica em revistas e jornais da região
Marketing Directo
Criação de uma newsletter
Criação de um blog
Adesão a redes sociais
Criação de uma base de dados
Campanha de mass mailler
Relações Públicas
Patrocínio de eventos.
Participação em eventos
Acções de merchandising
Campanhas de sensibilização
Fonte: elaboração própria
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10- Orçamento
Categoria Acção
Quantidade
prevista para 1
ano
Custo estimado
(unidade/hora)
Valor estimado
(euros)
Produto
Departamento
de I+D
1 10000 10000
Embalagens
200 25 5000
Distribuição
Posto de
abastecimento 1 12500 12500
Oleões
15 1500 22500
Publicidade
Cartazes
100 45 4500
Outdoors
5 125 625
Rádio
3 250 750
Televisão
1 4000 4000
Revista
5 375 1875
Jornais
5 256 1280
Base de dados
1 407,2 407,2
Relações
públicas
Patrocínio
10 100 10000
Participação em
eventos
3 150 450
Merchandising
1000 1 1000
Campanhas de
sensibilização
3 500 1500
TOTAL 76387,2
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
53
11- Implementação do plano
Meses
Acções M J J A S O N D J F M A
Eventos
Campanhas de sensibilização
Publicidade na Televisão
Publicidade na Rádio
Publicidade na Imprensa
Publicidade em Outdoors e
cartazes
Patrocínios
Período em que decorrerão as acções
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54
12 – Controlo do plano
Data Acção Programada
Pessoas ou Quantidades Envolvidas
Recursos Alocados
Recursos Utilizados
Resultados Inicio Fim
05-09 09-09 Campanhas de sensibilização
3 500€ …………€
Esperados: reconhecimento da recitrans
Alcançados:
05-09 04-10 Eventos
3 450€ …………€
Esperados: reconhecimento da recitrans
Alcançados:
09-09 04-10 Patrocínios 10 10000 …………€ Esperados: reconhecimento da
recitrans Alcançados:
07-09 04-10 Publicidade na
Televisão
1
4000€ …………€ Esperados: reconhecimento da
recitrans Alcançados:
07-09 04-10 Publicidade na
Rádio 3 750€ …………€
Esperado: reconhecimento da recitrans
Alcançados:
07-09 04-10 Publicidade na
Imprensa;
10
1995€ …………€ Esperado: reconhecimento da
recitrans Alcançados:
07-09 04-10
Publicidade em Outdoors e
cartazes;
5125€ …………€ Esperado: reconhecimento da
recitrans Alcançados:
Universidade da Beira Interior Projecto – Plano de Marketing
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Bibliografia Livros:
GOMES, Isabela Motta. “Manual Como Elaborar um Plano de Marketing”,
Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005.
FERREIRA, João. Sebenta das aulas – “Plano de Marketing”. Covilhã, 2008/09
Disciplina: projecto em Marketing Empresarial – Universidade da Beira Interior.
KOTLER, Philip. “Princípios de Marketing; tradução Arlete Simille Maerques,
Sabrina Cairo. Editora Pearson, São Paulo, 2003.
Ministério da Indústria e Comércio, Secretaria de Tecnologia Industrial (MIC).
1985 Produção de combustíveis líquidos a partir de óleos vegetais, STI/CIT
Lee, S. W.; Herage, T.; Young, B. 2004. Fuel 83, 1607
Holanda, A. 2004. Biodiesel e Inclusão Social, Câmara dos Deputados Federais:
Brasília, DF
Masjuk, H.; Sapuan, M. S. 1995. J. Braz. Chem. Soc. 12, 609
Shuchrdt, U.; Sercheli, R.; Vargas, M. 1998 J. Braz. Chem. Soc., 9, 190
Encinar, J. M.; González, J. F.; Sabio, E.; Ramiro, M. J. 1999. Ind. Eng.
Chem. Res. 38, 2927
Nascimento, M. G.; Costa Neto, P. R.; Mazzuco, L. M.
2001. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento 19, 28
GÍRIO VELOSO JOANA HELENA, Dissertação de Mestrado, Análise
dos Mecanismos de Gestão do Fluxo de Óleos e Gorduras Alimentares
Usados em Portugal , Universidade Técnica de Lisboa, 2007
Internet:
www.notapositiva.pt
http://www.kaminhos.com/destaque.asp?id_artigo=7854
http://apl1.bportugal.pt/estatisticasweb/
www.ine.pt
www.presidencia.pt/archive/doc/IBEROL.pdf
http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/eurostat/home/
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Outros:
Informações fornecidas pela empresa Leve forma.
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