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As linguagens artsticas,
os currculos e os projetos
Mdulo 7.1
Gabriela Maffei Moreira Malagolli
Maria Ceclia Cerminaro
Ribeiro Preto2013
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Editorial
Presidente do SEB (Sistema Educacional
Brasileiro S.A)
Chaim Zaher
Vice-Presidente do SEB
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretoria Executiva do SEB
Nilson CurtiRafael Gomes Perri
Reitor do Centro Universitrio UniSEB
Chaim Zaher
Vice-Reitor do Centro Universitrio UniSEB
Reginaldo Arthus
Pr-reitor de Educao a Distncia
Jeferson Ferreira Fagundes
Diretora Acadmica de Educao a Distncia
Claudia Regina de Brito
Coordenao Pedaggica de Educao a
Distncia
Alessandra Henriques FerreiraGladis S. Linhares ToniazzoMarina Caprio
Coordenao do
Curso de Pedagogia
Marlia Gomes Godinho
Produo Editorial
Karen Fernanda BortolotiMarcelo dos Santos Calderaro
UniSEB Interativo
Todos os direitos desta edio reservados UniSEB Interativo.Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, e mecnico, fotogrco e gravao ou
qualquer outro, sem a permisso expressa da UniSEB Interativo. A violao dos direitos autorais punvel como crime (Cdi-go Penal art. 184 e ; Lei 6.895/80), com busca, apreenso e indenizaes diversas (Lei 9.610/98 Lei dos Direitos Autorais arts.
122, 123, 124 e 126)
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Sumrio
Apresentao Uniseb Interativo ......................... 9
Apresentao do mdulo ....................................... 11
Metodologia de Ensino das Artes, dos Jogos e
Educao Corporal ..........................................................13
Unidade 1: Fundamentos da arte ................................................ 15
Apresentao da unidade..................................................................... 15
Objetivos da sua aprendizagem ............................................................... 15
Voc se lembra? ........................................................................................... 15
1.1 Fundamentos da arte ................................................................................ 17
1.2 Definies e Histria da Arte ..................................................................... 17
1.3 A arte na histria... A histria da arte ............................................................ 22
Atividades ............................................................................................................... 38
Reflexo.................................................................................................................... 39
Referncias ................................................................................................................. 39
Na prxima unidade ................................................................................................... 40
Unidade 2: Arte, capitalismo e trabalho ................................................................... 41Apresentao da unidade ............................................................................................... 41
Objetivos da sua aprendizagem ..................................................................................... 41
Voc se lembra? ............................................................................................................. 41
2.1 As influncias do capitalismo nos mbitos social, poltico e econmico ............... 42
2.2 As relaes entre Arte, capitalismo e trabalho ....................................................... 47
Atividade ..................................................................................................................... 56
Reflexo ..................................................................................................................... 58
Leitura recomendada ............................................................................................... 58
Referncias bibliogrficas ................................................................................... 60
Referncias ...................................................................................................... 61
Na prxima unidade ..................................................................................... 61
Unidade 3: A arte e o desenvolvimento social ..................................... 63
Apresentao da unidade ...................................................................... 63
Objetivos da sua aprendizagem ........................................................ 63
Voc se lembra? ............................................................................ 643.1 As manifestaes e as instituies culturais ..................... 65
3.1.1 O teatro ..................................................................... 65
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3.1.2 A Msica e a Literatura ......................................................................................... 74
3.1.3 O Cinema .............................................................................................................. 76
3.2 Atividades ................................................................................................................ 81
Reflexo .......................................................................................................................... 92Leitura recomendada ....................................................................................................... 92
Referncias ...................................................................................................................... 94
Na prxima unidade ........................................................................................................ 95
Unidade 4: Psicomotricidade: expresso corporal, desenho, linguagem ................. 97
Apresentao da unidade ................................................................................................ 97
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 97
Voc se lembra? .............................................................................................................. 97
4.1 A Arte na Educao Infantil ..................................................................................... 98
4.1.1 A Expressividade Infantil ...................................................................................... 99
4.2 O Desenho Infantil ................................................................................................. 102
4.3 Arte no Ensino Fundamental .................................................................................. 105
4.3.2 reas de contedos ............................................................................................. 106
4.3.3 Orientaes didticas .......................................................................................... 107
4.3.4 Avaliao ............................................................................................................. 107
4.3.5 Desenvolvimento motor de 6 a 10 anos. ............................................................ 1084.3.5.1 Avaliao em Educao Fsica ......................................................................... 110
Atividades ......................................................................................................................111
Reflexo ........................................................................................................................ 115
Referncias .................................................................................................................... 115
Na prxima unidade ...................................................................................................... 116
Unidade 5: Brincadeiras ............................................................................................ 117
Apresentao da Unidade ............................................................................................. 117
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 117
Voc se lembra? ............................................................................................................ 117
5.1 O faz-de-conta ........................................................................................................ 118
5.2 Brinquedoteca ........................................................................................................ 122
5.3 Atividades .............................................................................................................. 125
5.3.1 Brincadeiras ........................................................................................................ 125
5.3.2 Cantigas de roda .................................................................................................. 137
Reflexo ........................................................................................................................ 157Leitura recomendada ..................................................................................................... 158
Bibliografia ................................................................................................................... 159
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Referncias .................................................................................................................... 160
Na prxima unidade ...................................................................................................... 161
Unidade 6: Jogos ......................................................................................................... 163
Apresentao da Unidade ............................................................................................. 163Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 163
Voc se lembra? ............................................................................................................ 163
6.1 O Jogo e o Desenvolvimento Humano .................................................................. 164
6.2 As caractersticas dos jogos ................................................................................... 166
6.3 A Classificao dos jogos....................................................................................... 171
6.3.1 Jogos de exerccio ............................................................................................... 172
6.3.2 Jogos simblicos ................................................................................................. 172
6.3.3 Jogos de regras .................................................................................................... 173
6.4 Jogos e a Educao ................................................................................................ 175
6.5 Quatro cores, Torre de Hani e Mancala! .............................................................. 179
6.5.1 Jogo das Quatro Cores ........................................................................................ 179
6.5.2 Torre de Hani .................................................................................................... 181
6.5.3 Mancala ............................................................................................................... 182
Reflexo ........................................................................................................................ 184
Leituras recomendadas.................................................................................................. 185Referncias .................................................................................................................... 187
Currculos, Programas e Projetos Pedaggicos ..........................................189
Unidade 1: Conceitos e fundamentos do currculo .................................................. 191
Objetivos da aprendizagem .......................................................................................... 191
Voc se lembra? ............................................................................................................ 191
1.1 Estudar currculo para qu? ................................................................................... 192
1.2 A construo histrica do currculo ........................................................................ 192
1.3 Educao e cultura ................................................................................................. 195
Estado incorporado ....................................................................................................... 197
Estado objetivado .......................................................................................................... 198
Estado institucionalizado .............................................................................................. 198
Atividade ....................................................................................................................... 199
Reflexo ........................................................................................................................ 199
Leitura Recomendada ................................................................................................... 199Referncias .................................................................................................................... 199
Na prxima unidade ...................................................................................................... 200
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Unidade 2: Planejamento, execuo e avaliao curricular .................................... 201
Objetivos da sua aprendizagem ................................................................................... 201
Voc se lembra? ............................................................................................................ 201
2.1 Planejamentos curriculares ................................................................................... 2022.2 Avaliao ................................................................................................................ 203
2.3 A construo da proposta pedaggica da escola .................................................... 203
2.4 Princpios norteadores da proposta pedaggica ..................................................... 205
2.5 Propostas pedaggicas para a escola...................................................................... 205
2.6 Componentes de uma proposta pedaggica ........................................................... 208
Atividade ....................................................................................................................... 210
Reflexo ........................................................................................................................ 210
Leitura Recomendada ................................................................................................... 210
Referncias .................................................................................................................... 211
Na prxima unidade ...................................................................................................... 211
Unidade 3: Teorias curriculares no crticas e crticas ............................................ 213
Objetivos da aprendizagem .......................................................................................... 213
Voc se lembra? ............................................................................................................ 213
3.1 Teorias do Currculo............................................................................................... 214
3.2 Teorias curriculares tradicionais ............................................................................ 2163.3 Teorias curriculares crticas ................................................................................... 217
Atividade ....................................................................................................................... 224
Reflexo ........................................................................................................................ 224
Leitura Recomendada ................................................................................................... 225
Referncias .................................................................................................................... 225
Na prxima unidade ...................................................................................................... 225
Unidade 4: Determinaes histricas e sociais do currculo na contemporaneidade .. 227
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 227
Voc se lembra? ............................................................................................................ 227
4.1 A organizao da sociedade na contemporaneidade .............................................. 228
4.2 A questo da identidade e da cultura ...................................................................... 230
Atividade ....................................................................................................................... 234
Reflexo ........................................................................................................................ 235
Leitura Recomendada ................................................................................................... 235
Referncias .................................................................................................................... 235Na prxima unidade ...................................................................................................... 235
Unidade 5: Teorias curriculares ps-crticas ............................................................ 237
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Objetivos da sua aprendizagem ................................................................................... 237
Voc se lembra? ............................................................................................................ 237
5.1 Ps-modernismo .................................................................................................... 238
5.2 Educao intercultural e o currculo ...................................................................... 2415.3 O que vem a ser educao intercultural? ............................................................... 244
5.4 Quais so os objetivos da educao intercultural? ................................................. 245
Atividade ....................................................................................................................... 248
Reflexo ........................................................................................................................ 248
Leitura Recomendada ................................................................................................... 248
Referncias .................................................................................................................... 248
Na prxima unidade ...................................................................................................... 249
Unidade 6: Reforma curricular brasileira ................................................................ 251
Objetivos da sua aprendizagem ................................................................................... 251
Voc se lembra? ............................................................................................................ 251
6.1 Reforma brasileira do currculo da dcada de 1990............................................... 252
6.2 Reforma educacional e reforma curricular ............................................................ 253
6.3 Qualidade e o Sistema de Avaliao da Educao Bsica ..................................... 255
6.4 Os Parmetros Curriculares Nacionais em questo ............................................... 257
6.5 Para finalizar .......................................................................................................... 258Atividade ....................................................................................................................... 259
Reflexo ........................................................................................................................ 260
Leitura recomendada ..................................................................................................... 260
Referncias .................................................................................................................... 260
Na prxima unidade ...................................................................................................... 260
Unidade 7: O currculo e a histria das disciplinas escolares ................................. 261
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 261
Voc se lembra? ............................................................................................................ 261
7.1 Histria das disciplinas escolares ........................................................................... 262
7.2 As instituies escolares como espao de reproduo e produo social .............. 264
Atividade ....................................................................................................................... 268
Reflexo ........................................................................................................................ 268
Leitura Recomendada ................................................................................................... 268
Referncias .................................................................................................................... 268
Unidade 8: O currculo no cotidiano da escola ........................................................ 271
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 271
8.1 O papel do professor no cotidiano da escola ......................................................... 275
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8.2 Familiaridade provoca a cegueira .......................................................................... 278
8.3 A renovao das prticas no se decreta ................................................................ 279
8.4 Mudar as prticas ................................................................................................... 280
Atividade ....................................................................................................................... 281Reflexo ........................................................................................................................ 281
Leitura Recomendada ................................................................................................... 281
Referncias .................................................................................................................... 281
Na prxima unidade ...................................................................................................... 282
Unidade 9: O projeto pedaggico da escola .............................................................. 283
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 283
Voc se lembra? ............................................................................................................ 283
9.1 Histrico: uma anlise das dcadas de 1980 e 1990 .............................................. 284
9.2 O projeto pedaggico na educao bsica ............................................................. 288
9.3 Roteiro para a elaborao do projeto pedaggico da educao Bsica ................. 290
Atividade ....................................................................................................................... 294
Reflexo ........................................................................................................................ 294
Leitura Recomendada ................................................................................................... 294
Referncias bibliogrficas ............................................................................................. 294
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Apresent
ao O UniSEB Interativo
Prezado(a) acadmico(a)
Bem-vindo(a) ao Centro Universitrio UniSEBInterativo. Temos o prazer de receb-lo(a) no novo
segmento desta instituio de ensino que j possui maisde 40 anos de experincia em educao.
O Centro Universitrio UniSEB Interativo tem se des-tacado pelo uso de alta tecnologia nos cursos oferecidos, alm
de possuir corpo docente formado por professores experientes etitulados.
O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro das DiretrizesCurriculares do MEC, de acordo com padres de ensino superior da
mais alta qualidade e com pesquisa de mercado.
Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pe-los professores que, por meio da tecnologia da informao e comunica-o, proporciona ensino inovador e sempre atualizado.
Este livro, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e a teleaulaintegram a base que visa transmitir os conhecimentos necessrios suaformao, alm de auxili-lo(a) nos estudos e incentiv-lo(a), com as indi-caes bibliogrcas de cada unidade, a m de aprofundar cada vez maiso seu saber.
Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanh-lamelhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. No deixe
para estudar no nal de cada mdulo somente com o objetivo de passarpelas avaliaes; procure ler este material, realizar outras leituras epesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, a-
nal, num mundo globalizado e em constante transformao, pre-ciso estar sempre informado.
Procure dedicar-se ao curso que voc escolheu, aprovei-tando-se do momento que fundamental para sua formao
pessoal e prossional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas,
realize as atividades on-line, desta maneira voc esta-r se formando de maneira responsvel, autnoma e,certamente, far diferena no mundo contempor-
neo.
Sucesso!
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Apresent
ao O Mdulo 7.1
Bem-vindo(a) ao mdulo 7.1
Aqui estudaremos as linguagens artsticas, os curr-culos e os projetos pedaggicos. Esse mdulo com-
posto por duas disciplinas: Metodologia do Ensino de Artes, Jogos e Educao Corporal;
Currculo, Programas e Projetos Pedaggicos. A disciplina de Metodologia do Ensino de Artes, Jogos e
Educao Corporal abordar os fundamentos da arte, no que con-cerne s noes sobre histria e crtica. Analisaremos as noes
sobre esttica e sobre a produo artstica.Na educao, a nossa preocupao ser identificar as contribui-
es da arte para o desenvolvimento humano. A arte para as crianasna Educao Infantil e no Ensino Fundamental sero discutidas a partir
de prticas docentes e de metodologias de ensino.
Alm dessa temtica, no podemos desconsiderar as brincadeiras, aexpresso corporal e movimento como linguagem. com esse propsito queo desenvolvimento motor, os jogos em grupo como espao de socializao,de recreao e de construo de conceitos sero contemplados. Todas essas anlises sero permeadas pela discusso que envol-ve um contexto maior, ou seja, quais so as contribuies da arte parao desenvolvimento social? Qual a relao entre arte, capitalismo etrabalho? Em que sentido as manifestaes artsticas favoreceram asinstituies culturais?
Ser um enorme prazer discutirmos essas questes juntos! Ainda no mdulo 7.1, teremos a disciplina de Currculo,
Programas e Projetos Pedaggicos. Esta contemplar o estudodos conceitos e dos fundamentos de currculo.
Sero estudadas as etapas de planejamento, execuo eavaliao curricular. Os programas curriculares sero ana-
lisados quanto aos seus tipos e caractersticas. importante destacar que as determinaes hist-rica, cultural, epistemolgica, social e ideolgica
do currculo no ser uma discusso perifrica,
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mas permear o nosso dilogo. Assim, os paradigmas tcnico, prtico ecrtico e suas implicaes para o processo de desenvolvimento curricularbem como a ps-modernidade ocuparo um lugar de destaque quanto s
suas implicaes para o currculo escolar.Cabe destacar, por fim, que os pressupostos sociofilosficos depropostas curriculares de diferentes sistemas de educao, os nveis deensino e o currculo no cotidiano da escola pblica so temas emergentese que merecem a nossa preocupao. Nesse sentido, no podermos nosabster do estudo sobre o currculo e a histria das disciplinas escolares,das perspectivas no-crticas, crticas e ps-crticas de currculo.
Vamos discutir?
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Apresent
ao
Metodologia de Ensi-no das Artes, dos Jogos e
Educao Corporal
Seja bem vindo disciplina de Metodologiado Ensino de Artes, Jogos e Educao Corporal!O nosso objetivo ampliar o conhecimento hist-
rico sobre as mltiplas linguagens de artes e fornecersubsdios para adoo de insero da cultura motora no
mbito escolar. Tambm pretendemos dar uma viso pr-tica da utilizao dos vrios tipos de jogos e recreao no
processo de ensino e aprendizagem, elucidar a importncia dos
jogos e recreao no desenvolvimento neuro-motor e na aprendi-zagem e entender e explorar o processo criativo. Por m, pretende-
mos enriquecer o ensino de artes para crianas na educao infantile nos anos iniciais do ensino fundamental.
Desejamos a todos bons estudos!Profa. Ms. Gabriela Maffei Moreira Malagolli
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Nome da Disciplina
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Unidade1
Fundamentos da arte
Apresentao da unidade
A disciplina de Metodologia de Ensinodas Artes, dos Jogos e Educao Corporal tem oobjetivo de ampliar o conhecimento histrico sobre
as mltiplas linguagens que compem a arte, oferecendoa voc a possibilidade de entender e de explorar o processo
criativo. Assim, o ensino de arte para crianas da EducaoInfantil e do Ensino Fundamental ser enriquecido, mediante a
discusso da importncia da utilizao de jogos e brincadeiras para
o desenvolvimento humano. No entanto, antes de discutirmos a artena educao, importante conhecermos o percurso da Arte bem como
as suas contribuies para a sociedade.
Objetivos da sua aprendizagemNesse captulo, discutiremos os fundamentos da Arte, ou seja, as
noes sobre histria e crtica de Arte. A produo artstica ser elucidada
a partir do resgate da trajetria que envolve o processo criador do homem.Com a leitura e o estudo deste captulo pretendemos que voc compreenda
os fundamentos da arte, ou seja, suas denies e seu percurso histrico.
Voc se lembra?
Aquarela
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas fcil fazer um castelo.
Corro o lpis em torno da mo e me dou uma luva,
E se fao chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel,
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no cu.
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul,Vou com ela, viajando, Hava, Pequim ou Istambul.
Pinto um barco a vela branco, navegando, tanto cu e
mar num beijo azul.
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Metodologia de Ensino das Artes, dos Jogos e Educao Corporal
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Entre as nuvens vem surgindo um lindo avio rosa e gren.
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar.
Basta imaginar e ele est partindo, sereno, indo,
E se a gente quiser ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida.
De uma Amrica a outra consigo passar num segundo,
Giro um simples compasso e num crculo eu fao o mundo.
Um menino caminha e caminhando chega no muroE ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro est.
E o futuro uma astronave que tentamos pilotar,
No tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licena muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada no nos cabe conhecer ou ver o que vir.
O m dela ningum sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarelaDe uma aquarela que um dia, enm, descolorir.
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorir).
E com cinco ou seis retas fcil fazer um castelo (que descolorir).
Giro um simples compasso e num crculo eu fao o mundo (que
descolorir).
Toquinho Vinicius de Moraes M. Fabrizio G. Morra
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Fundamentos da arte Unidade 1
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1.1 Fundamentos da arte
Voc pode acreditar que no conhece arte, que no sabe qual a sua fun-o, importncia, mas na verdade voc est muito prximo dela.
Nossa vida est rodeada de arte por todos os lados. Ao acordar pelamanh e olhar o relgio para saber a hora, voc tem o primeiro contato do diacom a arte, pois o relgio passou por processo de produo que exigiu pla-nejamento de especialistas que estudaram e aplicaram noes de arte em suaconcepo e design.
Em outros objetos do seu quarto voc pode observar a presena da arte:no desenho da sua cama, na estampa do lenol e das cortinas, entre outros.
Baseado neste contexto, convidamos voc a compreender melhor quala funo, as linguagens, os recursos, materiais e a histria da arte.
1.2 Definies e Histria da Arte
Segundo o Dicionrio de Termos Artsticos (p.26) arte pode ser denidacomo meio empregado pelo ser humano de maneira a aplicar seu esforocriativo e produzir obras que tenham apreciao esttica. Arte pode ser com-
preendida tambm como o conjunto de ideias resultantes da habilidade, daimaginao e inveno do ser humano. (GRIMSHAW, 1998).
O termo arte designa ainda o conjunto de obras artsticas de um pas,povo ou poca. Essa armao pode ser exemplicada por meio do museu dearte no qual so encontradas um conjunto de obras de um perodo, resultantesda capacidade que o ser humano tem de criar, interagir e expressar o mundotransformando-o em linguagens signicativas.
Neste contexto importante destacar a concepo de Ferdinad Saussu-re (1857-1913) representante da teoria da comunicao. Segundo este autor,o signo composto por duas partes: o signicante e o signicado. Uma obrade arte pode ser considerada um signo: o signicante, a representao daimagem feita atravs de suportes e recursos materiais diversos como linhas,traos, formas, cores, barro, ferro, argila e outros e o signicado o contedo,o conceito que veiculado atravs deste material e, ainda a imagem mentalque formamos a partir dele. (ROSA E SCALA, 2006).
Assim uma inquietao torna-se primordial: quando uma obra de artetorna-se signicativa?
Quando apreciamos uma obra de arte, e ela nos emociona, intriga, ensi-na, fascina e cativa, podemos armar que ela signicativa.
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Metodologia de Ensino das Artes, dos Jogos e Educao Corporal
ProibidaareproduoUn
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Ao apreciarmos uma obra de arte importante considerar a intenodo artista-autor e para tanto, devemos conhecer a sua histria ou o contextohistrico no qual a obra foi realizada. Esse conhecimento nos permite com-preender a inteno do autor, sua proposta e os recursos disponveis para
produzi-la.Neste sentido Rosa e Scala (2006) acrescentam que a apreciao de
uma obra de arte passa pela observao da imagem, produo, recursos utili-zados, estrutura da composio, perspectiva, volume e luminosidade.
A arte pode emocionar, intrigar e ensinar. Vejamos alguns exemplosrelacionados a esses sentimentos.
O primeiro caso pode ocorrer se houver a compreenso do contexto em
que a obra foi realizada, sua importncia e o signicado emocional que a obratraz consigo. Isso pode ser visualizado por meio da obra intitulada Guernicade Pablo Picasso (1881-1973). Esta obra denuncia as barbaridades presentesem uma guerra civil e provoca sentimentos como revolta e tristeza nas pesso-as que a apreciam.
No segundo caso, a arte pode intrigar quando sugere s pessoas vriasinterpretaes. Isso pode ser observado na famosa obra de Leonardo da Vinci(1452-1519): Mona Lisa (ou Gioconda) por meio de seu sorriso.
WIKIMEDIA
Mona Lisa, 1503, de Da Vinci
No terceiro caso, a arte pode ensinar quando apresenta imagens hist-ricas, temas sociais e at mesmo o contexto em que foi concebida. Isso caevidente na obra Os Retirantes de Cndido Portinari (1903-1962). Esta obradenuncia uma triste realidade social.
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Fundamentos da arte Unidade 1
EAD-13-PED7.1ProibidaareproduoUniSEBInterativo
Assim podemos armar que a arte permite ao artista mostrar o seuolhar e a sua leitura de mundo.
A arte pode ser compreendida tambm como a articulao do fazer, dorepresentar e do exprimir. (FERRAZ & FUSARI, 1993).
Segundo essas autoras, num contexto histrico-social que envolve oartista, a obra de arte, os difusores (meios) comunicacionais e o pblico, a arteapresenta-se como produo, trabalho e construo. Neste contexto, a arte vista como a representao do mundo cultural com signicado, imaginao,interpretao, conhecimento do mundo, expresso dos sentimentos, da ener-gia interna, da efuso que se expressa, que se manifesta, que se simboliza, ouseja, a dialtica da relao homem-mundo.
Em relao aos artistas, salienta-se que eles elaboram suas obras visuais,arquitetnicas, cnicas, sonoras, audiovisuais entre outras concretizando-se atra-vs de snteses formais resultantes de sentimentos, atos tcnicos, inventivos eestticos. As obras de arte so, em cada sociedade, poca, snteses que dependemda trajetria pessoal de quem as fez e de suas concepes sobre o ser humano, osgosto, os valores, etc. Logo, podemos compreender porque os artistas em suasrelaes com natureza ou cultura produzem obras que se diferenciam formal eexpressivamente.
Ferraz e Fusari (1993) complementam que o processo expressivo geradopelo sentimento resultante de uma sntese emocional que, por sua vez, origina-se de estados tensionais provocados por foras de ordem interna e externa: soas relaes entre o sujeito e as coisas, o subjetivo e o objetivo, o ser sensvel e osmbolo. A elaborao de obras de arte depende, portanto, de um saber formar outransformar intencional a partir de materiais e por meio da elaborao de represen-taes expressivas. Ao mesmo tempo, a verdadeira concretizao da obra de arte
ocorrer no contato com as pessoas, quando o ato criador se completa.Em outras palavras, tanto o processo de produo como o de recepo
devem ser levados em conta, pois dessa forma pode-se entender a insero daobra de arte num determinado meio social, onde difundem-se conceitos de es-ttica. Para Canclini (1980), o fato artstico modicado ainda pelo consumoque de certa forma altera seu sentido, uma vez que depende de classes sociaise de formao cultural dos espectadores e apreciadores.
Segundo Barbosa (1975) a arte no tem importncia para o homemsomente como instrumento para desenvolver sua criatividade, sua percepo,mas tem importncia em si mesma, como assunto e objeto de estudo.
Que importncia essa dada s artes enquanto assunto e objeto de es-tudo?
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Atividade Criativa
inseparvel ao ser humano porsuas possibilidades de mltiplas com-
binaes de ideias, emoes e produes
nas diversas reas de conhecimento (cincia,
tcnica, tecnologia e arte).
(FERRAZ & FUSARI, 1999, p. 16)
De acordo com Ferraz e Fusari (1999) alguns aspectos devem ser con-siderados. O primeiro a importncia devido funo que a arte ocupa navida das pessoas e na sociedade desdeo incio da civilizao, o que a
torna um dos fatores essenciaisde humanizao. Ou seja, aarte se constitui de modospeculiares de manifestaoda atividade criativa dosindivduos ao interagiremcom o mundo em que vi-
vem, ao se conhecerem e aoconhec-lo.Ao nascer, passamos a
viver em um mundo que j tem umahistria social de produes culturais quecontribuem para a estruturao do nosso senso esttico. Desde a infncia, in-teragimos com as manifestaes culturais de nosso ambiente e vamos apren-dendo a demonstrar nosso prazer e gosto por imagens, objetos, msicas, falas,
movimentos, histrias, jogos e informaes com as quais nos comunicamosna vida cotidiana por meio de conversas, livros ilustrados, feiras, exposies,televiso, rdio, revistas, etc.
Gradativamente vamos dando forma s nossas maneiras de admirar, degostar, de julgar, de apreciar, de fazer as diferentes manifestaes culturais denosso grupo social e dentre elas, a obra de arte. por isso mesmo que semsaber, vamos nos educando esteticamente no convvio com as pessoas, coisas,
objetos em geral.As obras de arte, concretizadas pelos artistas, s vo se completar com
a participao de outras pessoas. Estas por sua vez, participam ativamente dasmesmas por meio de seus diferentes modos de saber admirar, gostar, apreciare julgar culturalmente aprendidos. Justamente nesta abrangncia que artedeve compor os contedos de estudos e disciplinas de arte na escola e mobili-zar atividades que diversiquem e ampliem a formao artstica e esttica dosestudantes.
As vivncias emotivas e cognitivas tanto de fazeres quanto de anlisesdo processo artstico nas modalidades artes visuais, msica, teatro, dana,artes audiovisuais devem abordar componentes artistas obra pblico
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modos de comunicao e suas maneiras de interagir na sociedade (FERRAZ& FUSARI, 1999).
Voc sabia que o esttico em arte diz respeito, dentre outros aspectos, compreenso sensvel-cognitiva do objeto artstico inserido em um deter-minado tempo/espao sociocultural? Porm a experincia esttica pode sermais ampla e no derivada da arte, embora a arte seja uma de suas princi-pais fontes de aplicao. Exemplo: ns desenvolvemos um conhecimentoespecco de categorias sonoras, visuais entre outras e, assim, ao ouvirmoso canto de um pssaro contemplamos esse momento com xtase. (FUSA-
RI & FERRAZ, 1993).
Neste cenrio Bosi (2006) salienta que a arte :
Construo: arte um fazer, um conjunto de atos pelos quaisse muda a forma, se transforma a matria oferecida pela natu-reza e pela cultura. Neste sentido, qualquer atividade humana,
desde que conduzida regularmente a um m, pode chamar-seartstica.
A arte uma produo, logo supe trabalho. A palavra latinaars (matriz da palavra arte) denota a ao de fazer junturasentre as partes de um todo (trabalho). Eram atividades estrutu-rantes consideradas como artes tanto atividades como msica epoesia quanto a tecelagem e a cermica. Ressalta-se que as ar-
tes liberais eram realizadas pelos homens livres a as artes servis(ofcios) pelos homens humildes. Assim, pode-se compreendera distino ainda existente entre artista (trabalho intelectual) eartce (trabalho manual).
Conhecimento: a arte envolve a representao e seu signica-do depende do contexto em que concebido e elaborado. Nestesentido, pode referir-se imitao de traos e gestos humanos, reproduo seletiva do que parece mais caracterstico em umapessoa ou coisa ou ser uma operao que revele aspectos tpi-cos da vida social.
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Expresso: na dana a expressividade representada pelo ges-to e no canto pela voz.Mas o que signica expresso?
A ideia de expresso est ligada a um nexo que pressupe exis-
tir uma fonte de energia e um signo que a veicula ou a encerra.Uma fora que a exprime e uma forma que a exprime. A rela-o entre esses dois aspectos (fora e forma) permite a consti-tuio de um saber que instiga as correspondncias entre as ex-presses corporais e a sua qualidade subjetiva. Neste contexto,destaca-se a motivao que busca na expresso um signicadopessoal aplicvel no dia a dia dos sujeitos.
Diante desta interessante reexo, torna-se fundamental co-nhecer a histria da arte bem como as inuncias culturais esociais presentes neste contexto.
1.3 A arte na histria... A histria da arte
Segundo Proena (2007) o ser humano, ao longo da histria, sempreconcebeu e produziu ferramentas que o ajudassem a superar seus limites
fsicos. Um exemplo interessante o guindaste que permitiu aos indivduoslevantar grandes pesos.
Assim, os seres humanos produziram uma innidade de artefatos quelhes tornaram possvel transformar o meio natural de acordo com as suas ne-cessidades.
Muitos desses utenslios produzidos por nossos ancestrais resistiramao tempo e hoje so analisados por estudiosos para reconstituir a organizao
social de diferentes grupos humanos.Alm destes artefatos, importante citar que os seres humanos produ-
zem objetos que possuem utilidade imediata ou que expressam sentimentosperante a vida. Esses ltimos podem ser compreendidos como obras de arte,por exemplo.
Segundo John Ruskin (1819-1900) as grandes naes escrevem suaautobiograa em trs volumes: o livro de suas aes, o livro de suas palavras e o
livro de sua arte.
Dessa forma, a produo artstica deve ser vista como profundamenteligada cultura e aos sentimentos de um povo: ora retratando elementos domeio natural, como o caso das pinturas pr-histricas, ora representando
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divindades de uma antiga civilizao ou expressando sentimentos religiosos,ora representando um testemunho histrico ao mostrar situaes sociais.
Todas essas manifestaes artsticas demonstram a preocupao huma-na com a busca por expressar a beleza. Alm disso, com seus mltiplos sig-
nicados, a arte est relacionada s demais atividades humanas. importantelembrar que muitos dos objetos que hoje esto nos museus, antes faziam partedo cotidiano de um grupo humano.
Vamos conhecer ento alguns perodos histricos e suas respectivascaractersticas e representantes da arte?
Pr-Histria
Pr-Histria Stonehenge
Idade Antiga
Arte Egpcia Arte Grega
Arte Romana Arte Paleocrist
Arte Bizantina Arte Islmica
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Idade Mdia
Arte Romnica Arte Gtica
Idade Moderna
Renascimento Maneirismo
Barroco Rococ
Idade Contempornea
Neoclassicismo
Romantismo
Realismo Impressionismo
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Expressionismo Fovismo
Cubismo Futurismo
Pintura Metafsica Dadasmo
Abstracionismo Geomtrico
Abstracionismo Sensvel
Concentrismo
Surrealismo
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Cobra
Pop Art
Op Art Graffiti
Interferncia Instalao
Arte Naif
Arte Brasileira
Pr-Histria Arte Indgena
Arte Colonial Arte Holandesa
Barroco
Misso Artstica Fracesa
Pintura Acadmica Pintura Acadmica
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Modernismo Brasileiro Expressionismo
Arte Primitiva
Fonte: Wikimidia / Dreamstime
1. Arte na Pr-Histria
Segundo Proena (2007) a Pr-Histria foi um perodo de longa dura-o e por essa razo os historiadores a dividiram nos seguintes perodos:
Paleoltico (Idade da Pedra Lascada). Perodo: surgimentodo ser humano at 12 mil anos atrs.
Neoltico (Idade da Pedra Polida). Perodo: 12 mil at 6 milanos atrs.
Idade dos Metais. Perodo: 6 mil anos atrs at o desenvolvi-mento da escrita.
importante destacar desde j que todas as informaes que possu-mos deste perodo so resultantes de pesquisas realizadas por antroplogos ehistoriadores. Essas informaes so oriundas de reconstituies e anlises deobjetos encontrados em vrias regies do mundo.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esses perodos?
Paleoltico tambm conhecido como Idade da Pedra Lascada por-
que as armas e instrumentos de pedra produzidos pelos grupos huma-nos eram lascados para adquirir bordas cortantes.
So deste perodo as primeiras manifestaes artsticas que se tem re-gistro atravs das pinturas encontradas nas cavernas de Chauvet e Lascaux(Frana) e de Altamira (Espanha).
Elas consistiam em traos feitos nas paredes ou das mos em negativo.Para tanto, os indivduos obtinham um p colorido extrado da triturao depedras coloridas e com um canudo sopravam sobre a mo colocada na parede.Assim, criava-se a silhueta da mo, pois o envolvo da mesma cava coloridoe a outra superfcie no, como numa fotograa.
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A principal caracterstica deste perodo o naturalismo, uma vez queo artista reproduzia a natureza tal qual a via ou captava. Essas pinturas sodenominadas rupestres.
Mas o que levava o homem a realizar tal registro?
Uma possvel explicao que esse procedimento fazia parte de rituaisde magia.
a representao e a coisa representada, o desejo e a realizao do
desejo. O caador e o pintor do paleoltico pensava estar na posse da
prpria coisa na pintura, pensava ter adquirido poder sobre o objeto
por meio do retrato do objeto. Acreditava que o animal verdadeiro
realmente sofria a morte do animal retratado na gura.(HAUSER, 1995, p. 4)
Neoltico tambm conhecido como Idade da Pedra Polida porqueneste perodo se desenvolveu a tcnica de produzir armas e instru-mentos com pedras polidas por atrito, que as tornava mais aadas.Destaca-se neste cenrio o incio da agricultura e da domesticao deanimais. Esses fatos possibilitaram a xao do homem na terra, o
aumento populacional, o desenvolvimento de ncleos familiares e adiviso do trabalho.
Criou-se assim tcnicas como a de tecelagem, cermica e construo demoradias. Aparece ainda a possibilidade de derreter e trabalhar os metais pormeio da produo do fogo.
A arte neste perodo reetiu todas essas tcnicas. Alm disso, caberessaltar o uso do estilo geomtrico com guras na representao dos seres.
Esta a primeira grande transformao na histria da arte. Observa-se queo ser humano passou a ser representado em suas atividades cotidianas o quelevava ideia de movimento, uma vez que o artista buscou representar cenascoletivas. Isso pode ser constatado pelo posicionamento dos braos e pernaspresentes nessas representaes.
A preocupao com os movimentos levou criao de guras mais le-ves, pequenas e com poucas cores. Posteriormente, essas guras reduziram-sea traos e linhas simples. Delas surgiria depois a primeira forma de escrita: aescrita pictogrca.
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Voc sabia que...
O territrio brasileiro possui
um rico patrimnio arqueolgico?
Pois bem, em Minas Gerais encontra-se
o stio arqueolgico de Lapa da cerca Gran-
de. Esta regio apresenta grutas e cavernas
com pinturas de guras de animais terrestres,
imagens humanas e geomtricas.
Esses stios so protegidos pela Lei n
3924/61.
Idade dos MetaisO ser humano j produzia fogo no perodo anterior, assim, o artista
pde utilizar-se dessa tcnica para produzir peas de metais. Como exemplo,podemos citar as esculturas de metal encontradas na Escandinvia e na Sarde-
nha. Elas representavam guerreiros e mulheres.
2. A arte na Antiguidade
Segundo Oliveira e Garcez(2006) no Egito (4.000 a 1.000a.C.) observa-se um signi-
cativo desenvolvimento daarquitetura, escultura, dese-nho e pintura bem como ouso de linhas simplicandovolumes e perspectivasassociadas ideia de eterni-dade. Isso pode ser vericadopor meio das pirmides, por
exemplo.Destaca-se ainda na Mesopotmia a
arquitetura criada pelos sumrios que apresentam sosticao e beleza almde murais decorativos com baixo relevo com guras de animais, faanhas mi-litares e caadas o que demonstrava como aquele povo vivia.
importante citar ainda os babilnios (612 a 539 a.C) que construrambelssimos palcios e templos monumentais.
3. A arte na Grcia e em Roma
Podemos armar que a arte grega inuenciou toda a civilizao ociden-tal e que neste perodo a escultura em mrmore branco e a imagem do corpohumano eram ser vistas com interesse esttico, como representantes do belo.
Em relao arquitetura grega, podemos citar as construes com es-truturas simples e harmnicas como o caso da colunas de Paternon concebi-da para homenagear os deuses.
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SERGIOBERTINO/DREAMSTIME
.COM
Neste contexto importante lembrar que a partir de sculo I a.C. o Im-prio Romano deixou de produzir obras de arte para homenagear os deuses epassou a cri-las para gloricar lderes, triunfos cvicos e militares. Assim eles
foram criando um estilo prprio de fazer arte.Um exemplo clssico dessa peculiaridade a Coluna de Trajano (106-114 d.C.) que apresenta guras esculpidas em relevo com mais de 150 cenasde feitos militares, exrcitos e lutas.
A cultura romana tambm ilustrou os feitos acima citados por meio demurais decorativos e em pintura.
4. A arte na Idade Mdia
O Imprio Romano comea a entrar em decadncia devido s invasesdos brbaros e s lutas internas. Neste cenrio, vislumbra-se o surgimento docristianismo, o que motivou ainda mais as disputas e perseguies uma vezque os governantes (detentores do poder) temiam que o mesmo pudesseenfraquec-los.
Como consequncia, houve a proibio de imagens de santos, pois,
acreditava-se que as pessoas estavam idolatrando cones com manifestaesmilagrosas. A pena para quem desobedecesse era a morte. Todo este cenrioacabou por dicultar e restringir o trabalho dos artistas.
Alm disso, neste perodo instaura-se a Inquisio (tribunal religiosoque perseguia todos aqueles que no fossem catlicos e ameaassem os dog-mas da Igreja). Isso acabou levando desumanizao da gura humana sendoa arte afetada em sua liberdade de criao e expresso.
Durante anos, a arte foi reduzida e connada aos mosteiros e aos inte-resses religiosos. Essa armao observada por meio de trs estilos sucessi-vos citados a seguir:
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Bizantino(sculo VI a VIII)
AHMETIHSANARIT
URK/|DREAMSTIME
.COM
Romntico (sculo IX)
Gtico (sculo XII)
A1977/DREAMSTIME
.COM
JAIMEPHARR/DREAMSTIME
.COM
Observa-se neste contexto a construo de catedrais e abadias grandio-sas, produo de tapearia, joias para as Igrejas, entalhes em marm, mosai-cos, vitrais, entre outros.
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Neste perodo destaca-se como expresso maior da arte a arquitetura e aescultura que apresentam um verdadeiro renascimento e uma volta aos mode-los clssicos. (OLIVEIRA E GARCEZ, 2006).
5. A arte pr-colombiana
As construes e objetos produzidos neste perodo estavam relacio-nados a rituais religiosos. Os utenslios, por exemplo, destinavam-se aoscurandeiros. Destacam-se nesta poca as tribos dos Navajos (Amrica doNorte) os quais faziam casas, bonecos, canoas, tapetes e mscaras esculpidose entalhados em madeira, bem como os templos e pirmides de 74 metros de
altura decorados em relevo construdas pelos maias. importante citar aindaos povos astecas e incas sendo estes ltimos considerados pioneiros na arteem prata, cermica, cestaria e tecelagem.
WIKIMIDIA
6. A arte na Europa Renascimento
Segundo Oliveira e Garcez (2006) foi a partir do sculo XIII, na IdadeModerna, que podemos observar com clareza uma volta s inuncias greco-romanas. A gura humana retoma suas dimenses ideais e a inuncia reli-giosa vai se transformando.
Aspectos como profundidade, uso de guras mais slidas, mais huma-nas, com contornos suaves em cenrios concretos passam a ser resgatadas, oque remete volta ao naturalismo. Neste contexto, a Europa passa a ditar oscaminhos para as artes.
Interessante citar que esse movimento tem origem em Florena (m daIdade Mdia) com Giotto e Cimabue.
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Neste perodo, destacam-se ainda:
Botticelli (1444 1510) representante do Renascimento
WIKIMIDIA
O nascimento de Vnus, 1482, de Botticelli
Leonardo da Vinci (1452 1519) pintor de quadros famosos
dentre elesMona Lisa. Michelangelo Buonarroti (1475 1564) autor da Capela
Sistina no Vaticano. Jan Van Eyck (1390 1441) inventou a tinta a leo. Bruegel (1525 1569) retratou temas populares da cultura
holendesa. Drer (1471 1528) artista grco: trabalhou com litogravu-
ras e xilogravuras. El Greco (1541 1614) desenvolveu estilo expressivo pr-prio.
7.A arte Barroca
Este perodo (sculo XVII at o sculo XVIII) apresentou como carac-tersticas:
Trabalhos estruturados; Rebuscamento; Exagero ornamental;
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Temas ousados para poca; Figuras que trazem a ideia de movimento e teatralidade; Colorido intenso; Luminosidade x sombra.
Destacam-se como representantes deste perodo: Caravaggio (1571 1610) Itlia. Rembrant (1606 1669) Holanda. Velsquez (1599 1660) Espanha.
WIKIMIDIA
Las Meninas, 1656, de Velsquez
8. A arte no Brasil Colonial
No Brasil, existia arte mesmo antes da chegada dos europeus em nossopas. A arte indgena j havia se desenvolvido por meio de adornos feitos deplumas coloridas, pinturas corporais, cermicas decoradas com formas ge-omtricas, lanas e escudos cerimoniais, entre outros. Esses objetos podemser considerados artsticos pois so objetos cuja beleza resulta de sua perfeitarealizao e representam muito mais as tradies dessas comunidades do quea personalidade de quem as fez. Por isso, os estilos de pintura corporal, porexemplo, variam de um grupo para outro. Assim, podemos armar que exis-tem artes indgenas. (OLIVEIRA & GARCEZ, 2006).
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Destaca-se que neste perodo o Renascimento atingiu seu apogeu e que,com a invaso holandesa ocorrida em 1637, chegaram ao pas pintores quedocumentaram a fauna, a ora e o cenrio brasileiro como um todo.
A arte no Brasil colonial surgiu sob inuncia do Barroco. No incio,
muitas obras vinham de Portugal para igrejas e casas dos colonizadores. De-pois (sculo XVII) que visualiza-se a consolidao da arte nacional, dentreeles a arte sacra.
Destacam-se como representantes deste perodo: Manuel da Costa Atade. Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho).
W
IKM
DIA
Anjo com o clice da Paixo, na Via Sacra de Congonhas, de Aleijadinho
Nota-se que o exagero ornamental esgota-se, os princpios de equilbriovistos nas obras gregas e romanas voltam a inspirar os artistas e a arte retomaa razo, as normas e a elegncia discreta.
Em relao vida cultural no Brasil, importante citar a vinda da fa-mlia real em 1808 e que em 1816 D. Joo VI contrata uma Misso ArtsticaFrancesa para retratar com detalhes os costumes e as paisagens do contextoem que viviam e para ensinar esta arte a um grupo mais jovem. Essa missoera composta por Debret, Taunay e Rugendas.
Em seguida, funda-se a Academia Imperial de Belas Artes.J no incio do sculo XIX o equilbrio e o racionalismo que antes fo-
ram cultivados passam a ser desprezados dando aos artistas maior liberdadede criao e escolha de temas como o patriotismo, o amor, o sobrenatural,entre outros. O romantismo coloca a emoo e a paixo acima da razo.
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Temas simples passam a ter maior espao nas produes dando lugarainda ao realismo. Neste contexto podemos citar Gericault, Corot, Vitor Mei-reles e Pedro Amrico.
Segundo Oliveira e Garcez (2006) no m do sculo XIX ocorre uma rea-
o contra as regras que inuenciavam e norteavam as artes. Os artistas procura-vam novamente a emoo e a paixo. Surgem ento os impressionistas. Elespassam a pintar ao ar livre e se preocupam em representar a realidade por meio dadesconstruo da gura uma vez que buscavam a impresso da sensao.
Observa-se neste momento uma ruptura com a arte imitativa, natura-lista e realista, sendo que o surgimento da fotograa motiva ainda mais essecenrio. A pintura passa a ser concebida como o que o artista sente diante do
que busca representar.Destacam-se como representantes deste perodo:
Edgar Degas. Pierre Renoir. Vicent Van Gogh.
WIKIMIDIA
Os girassis, 1889, de Vicent Van Gogh
Paul Czanne. Eliseu Visconti.
9. A arte Moderna e Contempornea
No incio do sculo XX observa-se uma srie de transformaes indus-triais, econmicas, sociais, etc e como de se esperar, este cenrio inuenciaas artes. Ela se multiplica e reete a busca de novas linguagens para represen-tar a realidade, a modernidade.
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Conexo:
http://www.salvadordali.com.br/
Acesse o site e conhea a bio-
graa e algumas das obras do
pintor espanhol Salvador Dali.
Uma caracterstica predominante deste perodo refere-se liberdadetotal de criao, de pesquisa e uso de novos materiais valorizando a subjetivi-dade entre outros.
Os efeitos estticos se misturam a denncias sociais e a manifestaes
conceituais, desaando o apreciador a vivenciar experincias intelectuais esensoriais signicativas.
A escultura, por exemplo, passa por transformaes em busca de novasformas de expresso.
Destacam-se como representantes deste perodo:
Brancusi;
Calder; Matisse; Mir; Salvador Dali; Marc Chagall; Marcel Duchamp; Pablo Picasso; Lasar Segall.
Importante destacar que em fevereiro de 1922, um grupo de intelectuaisorganiza a Semana de Arte Moderna em So Paulo e, em 1951, criada a ex-posio Bienal Internacional de So Paulo.
Neste cenrio, destacam-se ainda: Tarsila do Amaral, Victor Brecheret,Anita Malfatti, Ccero Dias, Guignard, Portinari, Mabe, Othake e Sckiar.
Em relao arquitetura, podemos destacar ainda os grandes avanostrazidos por Oscar Niemeyer e Gregori Warchavchik. Estes inovaram em re-
lao ao design, projees e materiais utilizados.
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Conexo
Sugestes Interessantes:
Artistas Brasileiros
http:// www.casadeportinari.com.brhttp://www.mabe.com.brhttp://www.carlosscliar.com.brhttp://www.eliseuvisconti.com.br
Bienaishttp://www.uol.com.br/bienal/24bienal/ash.htmhttp://www.labiennale.org
Museus
http://www.masp.art.brhttp://www.mae.usp.brhttp://www.museusegall.org.br
http://www.memorial.sp.gov.brhttp://www.mamrio.org.brhttp://www.masc.org.br
Atividades
Vale a pena conferir os sites indicados abaixo com sugestes de ativida-des para crianas da Educao Infantil e do Ensino Fundamental:
http://www.abra.com.br
http://www.portaldarte.com.br/literaturacriancas.htm
http://www.historiadaarte.com.br/artecriancas.html
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Reflexo
Ttulo original: (Girl with a Pearl Earring)Lanamento: 2003 (Inglaterra)
Direo: Peter WebberAtores: Colin Firth, Scarlett Johansson, Tom Wilkinson, Judy Partt.Durao: 95 minGnero: DramaStatus: Arquivado
Moa com Brinco de Prola
Em pleno sculo XVII, vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovemcamponesa holandesa. Devido a diculdades nanceiras, Griet obrigada atrabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth), um renomado pintorde sua poca. Aos poucos, Johannes comea a prestar ateno na jovem deapenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais fa-mosos trabalhos: a tela Girl with a Pearl Earring.
WIKIME
DIA
Referncias
BOSI, A. Reflexes sobre a arte. So Paulo: tica, 2006.
FERRAZ, M. F de R. & FUSARI, M.H.C. de T. Arte na EducaoEscolar.So Paulo: Cortez, 1993.
OLIVEIRA J. & GARCEZ, L. Explicando Arte:uma iniciao paraentender e apreciar artes visuais. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.
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PROENA, G.Histria da Arte. So Paulo: tica, 2007.
ROSA, N.S.S. & SCLEA, N.S. Arte-educao para professores.Rio de Janeiro: Pinakotheke, 2006.
Na prxima unidadeEstudaremos no prximo captulo as inuncias do sistema capitalista
no campo artstico, especialmente no que concerne mercantilizao dasobras e esvaziamento da subjetividade dos artistas.
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Arte, capitalismo e
trabalho
Apresentao da unidadeEstamos vivendo um perodo em que as polticas
neoliberais priorizam a desmobilizao social, cujoobjetivo atuar para a no conscientizao da populao
civil, assegurando os seus ideais imperialistas e incontest-veis de explorao em favor da incorrigvel lgica competiti-
va do mercado.
Neste captulo, encontraremos algumas reexes sobre osistema capitalista e suas inuncias nos mbitos social, poltico e
econmico.Bons estudos!
Objetivos da sua aprendizagem Resgatar o conceito de capitalismo e trabalho (j estudados anterior-
mente na disciplina de Sociologia da Educao).
Voc se lembra?
Meu 1 de maio
Todos que marchais pelas ruase detns as mquinas e as fbricas,todos desejosos de chegar nossa festa
com as costas marcadas pelo trabalho,sa a 1 de maio, o primeiro dos dias.
Receb-los-emos, camaradas,com a voz entrecortada de canes.
Primavera, derretei a neve.Eu sou operrio, este dia meu.
Eu sou campons, este dia meu.
Todos, estendidos nas trincheirasesperando a morte innita,
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todos os que num carro blindadoatiram contra seus irmos, escutai:Hoje 1 de maio.Partamos ao encontro
do primeiro de nossos dias,enlaando as mos proletrias.Calai vossos morteiros!Silncio, metralhadoras!Eu sou marinheiro.Este dia meu.Eu sou soldado, este dia meu.
Todos das casas, das praas,das ruas, encolhidos pelo gelo invernal.
Todos torturados de fome, das estepes,dos bosques, dos campos,sa neste 1 de maio!Glria gente fecunda!Desabrochai, primavera!
Verdes campos cantai!Soai sirenes e apitos!Eu sou de ferro,este dia meu.Eu sou a terra,este dia meu! Vladimir Maiakvisky
2.1 As influncias do capitalismo nos mbitossocial, poltico e econmico
A nossa sociedade est vivendo uma crise de mudana de poca. Talmudana de poca traduz-se no ps-modernismo. Um argumento im-portante deste movimento o de que a razo apenas uma das formas deexplicar a realidade. Devemos saber lidar com a intuio e com as razesmsticas, segundo tal concepo. Privilegia-se a subjetividade, o solipsis-mo e o irracionalismo. O que interessa a fragmentao e a negao daobjetividade do conhecimento.
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Newton Duarte, em seu livro intitulado Vigotski e o Aprender aAprender: crticas s apropriaes neoliberais e ps-modernas da teoriavigotskiana (2002) discorre que nessa perspectiva ps-moderna:
O conhecimento da realidade sempre parcial e particular. (...)O conhecimento individual, por sua vez, reduzido percepo
imediata e saberes tcitos. Estamos perante uma teoria do conheci-
mento como fenmeno cotidiano, particular, idiossincrtico e no
assimilvel pela racionalidade cientca. tambm uma teoria da
sociedade como um processo natural sobre o qual deve-se evitar ao
mximo qualquer interferncia, pois esta produz danos ao desenvol-
vimento natural e produz tambm injustias por privilegiar algunsagentes sociais em detrimento de outros.(DUARTE, 2001, pp. 72-73)
Toda mudana de poca traz uma crise de identidade para a qual asociedade deve reetir. Durante a Idade Moderna, a razo humana, quepoderia prever a trajetria dos astros celestiais, tambm poderia pensar naresoluo dos problemas da humanidade. O Iluminismo tinha um carter
revolucionrio ao defender a universalidade do saber, bem como o fatode que sem a razo e o conhecimento, o homem nopoderia se emancipar. No entanto, o movimentoiluminista acreditava que a razo e o conheci-mento por si mesmos libertariam o homem.Mas preciso ser crtico ao pensar que estemovimento foi gerado na sociedade capitalis-
ta, em que a alienao ilimitada asseguradapelos meios de produo. Tal movimento nofoi capaz de perceber esse antagonismo. O ps-modernismo o retrocesso dos ideais iluministas, comevidente carter catico de perda de perspectivas.
Somos contemporneos de uma tragdia civilizatria. Se no tiver-mos a percepo da vida como histria, seremos incapazes de elaborarmosprojetos. Vale ressaltar que para Marx (1984) o ser humano s se tornarrealmente livre quando o mesmo tomar em suas mos a Histria, isto ,quando for-lhe acessvel o direito conscincia de sua fora de trabalho.Aqui necessrio esclarecer que h uma dialtica no sistema do modode produo capitalista. Esta reside no fato de que o mesmo trabalho que
Conexo:
Para saber mais sobre
o iluminismo, acesse http://
scholar.google.com.br/ e faa
a pesquisa por palavras-chave,
como iluminismo ou Idade
Moderna.
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aliena e explora o que produz riquezas para a sociedade. No entanto,esta riqueza no est presente na vida de todas as pessoas.
WIKIMEDIA
Economista, lsofo e socialista alemo, Karl Marxnasceu em Treves em 5 de Maio de 1818 e morreu
em Londres a 14 de Maro de 1883. Estudou na uni-versidade de Berlim, e formou-se em Iena, em 1841,com a tese sobre as diferenas da losoa da nature-za de Demcrito e de Epicuro. Em 1844, conheceuem Paris Friedrich Engels, comeo de uma amizadentima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, ex-
pulso da Frana, radicando-se em Bruxelas e parti-cipando de organizaes clandestinas de operrios eexilados. Ao mesmo tempo em que na Frana estou-rou a revoluo, em 24 de fevereiro de 1848, Marxe Engels publicaram o folheto O Manifesto Comu-nista, primeiro esboo da teoria revolucionria que,mais tarde, seria chamada marxista. A ltima obracomum de Marx e Engels foi, em 1847 O ManifestoComunista, breve resumo do materialismo histricoe apelo revoluo. Em 1867, Marx publicou o pri-meiro volume de sua obra mais importante: O Capi-tal. um livro principalmente econmico, resultadodos estudos no British Museum, tratando da teoria dovalor, da mais-valia, da acumulao do capital, etc.Marx reuniu documentao imensa para continuar
esse volume, mas no chegou a public-lo. Os volu-mes II e III de O Capitalforam editados por Engels,em 1885 e em 1894.
Tal sociedade contraditria gera e anula a concretizao de possi-bilidades para os seres humanos. Conforme aponta Mszros (2003), osistema do capital:
totalmente incompatvel com as suas prprias projees aindaque distorcidas e estropiadas de universalidade globalizante. E
enormemente mais incompatvel com a nica realizao signicati-
va da universalidade vivel, capaz de harmonizar o desenvolvimento
universal das foras produtivas com o desenvolvimento abrangente
das capacidades e potencialidades dos indivduos sociais livremente
associados, baseados em suas aspiraes conscientemente persegui-
das. A potencialidade da tendncia universalizante do capital, por
sua vez, se transforma na realidade da alienao desumanizante e na
reicao. (MSZROS, 2003, p. 17, grifos do autor).
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Nesse sentido, a nossa liberdade se resume a escolher produtos si-milares de marcas diferentes. O sistema do capital refere-se lgica domercado e este, por sua vez, exacerba os valores que so extrnsecos svirtudes humanas.
O iderio gerado por esse contexto relaciona-se muito bem com osobjetivos de propaganda universalmente recomendados e impostos pelosistema do capital, ou seja, os de democracia e desenvolvimento.Conforme comenta Mszros democracia moldada pelo consensopoltico entre os democratas e os republicanos dos Estados Unidos daAmrica que resulta na total perda de liberdade da classe operria e de-senvolvimento empregado como conceito para justicar a imposio
da democracia formal em todo o mundo.Notam-se reexos desses objetivos nas mudanas adotadas pelaOTAN (Organizao do Tratado do Atlntico Norte), formado pelosseguintes pases: Alemanha Ocidental, Blgica, Canad, Dinamarca, Es-panha, Estados Unidos, Frana, Grcia, Pases Baixos, Islndia, Itlia, Lu-xemburgo, Noruega, Portugal, Reino Unido, Turquia, Hungria, Polnia,Repblica Checa, Bulgria, Estnia, Letnia, Litunia, Romnia, Eslov-quia e a Eslovnia. A OTAN, criada em 1949, reformulou a sua ideologia
e a sua estrutura, passando de rgo defensivo das naes do AtlnticoNorte para rgo ofensivo, visando ao favorecimento das polticas eco-nmicas norte-americanas, ou seja, ocupao territorial. Com metas eobjetivos redenidos, a OTAN poder intervir militarmente at mesmofora de sua rea.
Assim, hoje vivemos em uma globocolonizao muito mais do queuma globalizao. Globocolonizao porque o capitalismo tem no imp-
rio norte-americano a sua maior fora. O imperialismo hegemnico globalimposto pelos Estados Unidos uma tentativa condenada de se impor atodos os outros estados recalcitrantes como o Estado internacional dosistema do capital como tal (MSZROS, 2003, p. 12).
A hegemonia norte-americana estar assegurada no somente pelaestabilidade de sua moeda, o dlar, mas tambm enquanto tiverem sobdomnio os rgos que trabalham com o intercmbio econmico, comoo FMI (Fundo Monetrio Internacional), o Banco Mundial e a OMC(Organizao Mundial do Comrcio). A ONU (Organizao das NaesUnidas) tambm est subjulgada ao poderio norte-americano, na medidaem que os Estados Unidos se recusam a pagar sua dvida de contribuies,como meio de enfraquecimento da prpria organizao, impondo assim as
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suas polticas imperialistas, o que acarreta em cortes que subsidiaram osrecursos para OMS (Organizao Mundial da Sade), por exemplo.
O imperialismo cultural norte-americano outro forte aliado naluta pela imposio da hegemonia. O slogan pense globalmente, aja
localmente reproduz as polticas neoliberais ao deixar implcito que ainterveno do Estado, aqui, desaparece, promovendo a lgica de que omercado se regula sozinho. Em tal sloganno h a perspectiva da tota-lidade, sendo as aes reduzidas ao nvel comunitrio. O que se propeneste contexto que as solues para a misria, a pobreza e a fome sejamlocais e pautadas em processos autossustentveis. Porm, a questo no combater tais disparidades sociais e sim combater o seu causador e este
o capitalismo.Desde que adequada, h uma importncia potencial na ao local.No entanto, como comenta Mszros (2003):
(...) o global, que se espera que prestemos ateno acrtica
subscrevendo obedientemente as teses relativas impotncia dos
governos nacionais e inevitabilidade da globalizao multi-
nacional, que descreve errada e tendenciosamente as empresas
nacionais-transnacionais (dominadas em grande parte pelos Estados
Unidos) como multinacionais e portanto universalmente aceit-
veis torna-se totalmente vazio sem as complexas relaes com as
comunidades nacionais. Ademais, uma vez que se divorcia o glo-
bal de sua insero nos mltiplos ambientes nacionais, desviando a
ateno das relaes contraditrias que entrelaam os Estados, tam-
bm o local, dentro do qual se espera agir, torna-se absolutamente
mope e em ltima anlise sem signicado. Se a democracia carconnada desta forma a essas aes locais resumidas, seria ento
o caso de a tomada de deciso e a ao globais, que inevitavel-
mente afetam a vida de todos os indivduos, serem autoritariamente
exercidas pelas foras econmicas e polticas dominantes natural-
mente dos Estados Unidos de acordo com a posio ocupada por
elas na hierarquia global do capital. (pp. 48-49).
Nota-se que o atual estgio histrico do imperialismo hegemnicoglobal considerado o mais perigoso, dada a eminncia do controle datotalidade do planeta em vista do poderio destrutivo do arsenal militarnorte-americano, o que pode vir a possibilitar inclusive chantagens nucle-
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ares. Hoje h mais de 69 bases militares americanas espalhadas em todoo mundo visando o benefcio para futuras ocupaes territoriais. Outrasimplicaes de cunho potencialmente destrutivo se fazem presentes aopensarmos na ameaa ao meio ambiente mediante o domnio da biotecno-
logia, o avano da clonagem e a modicao gentica dos alimentos.Considerando este contexto, que inevitavelmente afeta os mbitos
social, poltico e econmico em que vivemos, temos na arte recursos paraoferecer a emancipao do ser humano, conscientizando-o das limitaesque o sistema impe ao cotidiano dos sujeitos. O olhar crtico exige dis-tanciamento, para o exerccio posterior de reexo e debate. preciso sa-ber reconhecer e ter conscincia das polticas neoliberais.
Antes, porm, de analisarmos como a arte pode contribuir para aconscientizao losca do indivduo, vamos estudar como ela foi carac-terizada como mercadoria de troca, comprometendo a sua autenticidade.
2.2 As relaes entre Arte, capitalismo e trabalho
O indivduo sente-se marginalizado por no compartilhar da aqui-
sio dos produtos ofertados pela Indstria Cultural e, ao mesmo
tempo, passa a ser discriminado por no se sentir idntico. Ele
no percebe que partilhando da cultura de massa que est se co-
locando margem do entendimento de sua prpria cultura.(Luci Mara Bertoni, p. 77, 2001.)
Vrios autores discorrem sobre a perda da autenticidade da arte
diante do sistema mercadolgico da lgica do capitalismo. Dentre eles,Walter Benjamin e Theodor Adorno.
De acordo com Benjamin (1980) a obra de arte durante o curso da His-tria, sempre foi passvel de reproduo, sendo este um processo relativamen-te novo, que tornou a obra de arte um fenmeno de massa. Porm mesmo namais perfeita reproduo, sempre falta algo, a qual o autor denominou de hicet nuncda obra de arte, ou seja, a sua autenticidade, a sua aura.
Para se estabelecer a autenticidade de um bronze, torna-se, s vezes,
necessrio recorrer a anlises qumicas da sua ptina; para demons-
trar a autenticidade de um manuscrito medieval preciso, s vezes,
determinar a sua real provenincia de um depsito de arquivos do
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sculo XV. A prpria noo de autenticidade no tem sentido para
uma reproduo, seja tcnica ou no. Mas, diante da reproduo
feita pela mo do homem e, em princpio, considerada como uma
falsicao, o original mantm a plena autoridade; no ocorre o
mesmo no que concerne reproduo tcnica. (p. 9).
Encontramos no nosso contexto duas situaes que contriburampara a decadncia da aura na obra de arte. De um lado, Benjamin comentaque h a necessidade das coisas tornarem-se mais humanas, mais pr-ximas, podendo comprometer assim a sua funo social. De outro lado,aceitando as reprodues, deprecia-se o carter daquilo que oferecido
apenas uma vez, subvertendo mais uma vez a funo da arte.Para entendermos um pouco mais sobre essas questes, devemosrecorrer compreenso da obra de arte como objeto de culto e como re-alidade exibvel. A produo da obra de arte inicia-se a partir de imagensque servem ao culto, tal como foi feito na Idade da Pedra, quando o ho-mem pintava guras de animais nas paredes das cavernas, para ofereceraos deuses. Mas medida que a obra de arte se emancipa como objeto deculto, as situaes em que ela passa a ser exposta tornam-se cada vez mais
frequentes. Conforme Benjamin expe:
As diversas tcnicas de reproduo reforaram esse aspecto em tais
propores que, mediante um fenmeno anlogo ao produzido nas ori-
gens, o deslocamento quantitativo entre as duas formas de valor, tpicas
da obra da arte, transformou-se numa modicao qualitativa, que afe-
ta a sua prpria natureza. Originalmente, a preponderncia absoluta do
valor de culto fez antes de tudo um instrumento mgico da obra dearte, a qual s viria a ser at determinado ponto reconhecida mais
tarde como tal. Do mesmo modo, hoje a preponderncia absoluta do
seu valor de exibio confere-lhe funes inteiramente novas, entre as
quais aquela de que temos conscincia a funo artstica poderia
aparecer como acessria. (1980, p. 12)
Percebemos as inuncias do valor da obra da arte como realidadeexibvel no cinema, que diferentemente do que ocorre no teatro, o ator desprovido de sua aura, pois o pblico substitudo pelo aparelho. Aquiele no vende somente a sua fora de trabalho mas como tambm a suaimagem, contribuindo para a construo, pela indstria cinematogrca,
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da personalidade do ator. Benjamin critica o culto ao astro que favore-ce ao capitalismo dos produtores e cuja magia garantida pela personali-dade que, j de h muito, reduziu-se ao encanto corrompido de seu valorde mercadoria p.18.
Alm da descaracterizao da produo de arte, em especial quantoao cinema, o pblico tambm mostra reexos de modicao de atitudediante de uma obra. Conforme ocorre a diminuio da signicao socialde uma arte, nota-se no pblico um distanciamento entre a reexo crticae o sentimento de fruio. Assim, diante de um lme, as reaes individu-ais cam delimitadas pela virtualidade imediata de seu carter coletivo(BENJAMIN, 1980, p. 21). Prestigia-se o que convencional, despro-
vido da reexo crtica ou, nas palavras do autor:
Se ele deixa em segundo plano o valor de culto da arte, no apenas
porque transforma cada espectador em acionado, mas porque a
atitude desse acionado no produto de nenhum esforo de aten-
o. O pblico das salas obscuras bem um examinador, porm um
examinador que se distrai. (p.27)
Assim como no cinema, percebemos na msica a explorao da In-dstria Cultural ao levar o indivduo iluso de que se tornar igual (buscada identidade coletiva) seria um meio de sentir-se includo no meio so-cial. Conforme Adorno (1980):
Se perguntarmos a algum se gosta de uma msica de sucesso
lanada no mercado, no conseguiremos furtar-nos suspeita de
que o gostar e o no gostar j no correspondem ao estado real, ain-da que a pessoa interrogada se exprima em termos de gostar e no
gostar. Ao invs do valor da prpria coisa, o critrio de julgamento
o fato de a cano de sucesso ser conhecida de todos; gostar de
um disco de sucesso quase exatamente o mesmo que reconhec-
lo. O comportamento valorativo tornou-se uma co para quem se
v cercado de mercadorias musicais padronizadas. Tal indivduo j
no consegue subtrair-se ao jugo da opinio pblica, nem tampouco
pode decidir com liberdade quanto ao que lhe apresentado, uma
vez que tudo o que se lhe oferece to semelhante ou idntico que a
predileo, na realidade, se prende apenas ao detalhe biogrco, ou
mesmo situao concreta em que a msica ouvida. As categorias
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da arte autnoma, procurada e cultivada em virtude do seu prprio
valor intrnseco, j no tem valor para a apreciao musical de hoje.
(p.166)
O indivduo no percebe que deixar-se iludir pelo apelo da busca dafelicidade o coloca ainda mais margem da cultura. Temos neste contextoo controle da massa, medida que so distorcidas as funes da msica,de entretenimento, diverso e informao, para o emudecimento doshomens, para a morte da linguagem como expresso, para a incapacidadede comunicao. (ADORNO, 1980, p.166). Aqui o ouvinte se converteem comprador e consumidor passivo como exigncias do mercado que o
desobrigam de pensar, suspendendo-lhe a crtica. A banalidade das can-es da moda se estendeu por toda a sociedade, afetando todos os tiposde msica, medida que ouve-se uma msica sria como se consome umproduto d
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