Assistência Circulatória MecânicaEXCOR® e INCOR ®
Enf. Ticiane Carolina G.F.Campanili
Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica
Coordenação de Enfermagem
Instituto do Coração HCFMUSP
• A insuficiência cardíaca (IC) é um problema de saúde pública mundial, sendo a maior causa de mortes em
diversos países.
• Brasil- censo (2010) observa-se crescimento da população idosa e, portanto, potencial crescimento
de pacientes em risco ou portadores de (IC)
Chen FY, Cohn LH. The surgical treatment of heart failure. A new frontier: nontransplant surgical alternatives in heart failure. Cardiol. Rev. 2002;10(6):326–33.Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - Arq Bras Cardiol 2012; 98(1 supl.1):1-33
• Dados da Fundação Seade revelam que, em 2006, a IC foi responsável por 6,3% dos óbitos no Estado de São Paulo
Etiologia: 42% idiopática 23 % cardiomiopatia
14 % hipertensão arterial 09% doença isquêmica 08% doença de Chagas 01% choque cardiogênico 03%Outras causas (doença pericárdica, amiloidose)
Estudos recentes sugerem que a utilização de dispositivos de assistência circulatória mecânica,
nestes pacientes, podem auxiliar na reversão das alterações estruturais causadas no
miocárdio.
Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - Arq Bras Cardiol 2012; 98(1 supl.1):1-33
Essa idéia vem a anos...
• 1812- Le Gallois: primeiros passos na assistência circulatória mecânica “ coração poderia ser substituído por uma máquina, desde que esta fosse capaz de manter fluxo sanguíneo adequado para suprir as necessidades periféricas.”
• 1934- De Bakey: deu o passo decisivo no desenvolvimento da assistência circulatória mecânica com a idealização da bomba de propulsão sanguínea com roletes;
• 1953 - foi incorporada à circulação extracorpórea.
Fiorelli AI, Oliveira Junior JL, Coelho GHB, Rocha DC. Assistência circulatória mecânica: porquee quando. Rev Med (São Paulo). 2008 jan.-mar.;87(1):1-15.
• 1959, Akuttsu e Kolff - implante de coração artificial em animais com sobrevida de até uma semana.
• 1969 Cooley- realizou o primeiro implante de coração artificial total, modelo Liotta, em um paciente com disfunção ventricular após cirurgia cardíaca. O suporte circulatório foi mantido por 64 horas e o paciente submetido ao transplante cardíaco.
Fiorelli AI, Oliveira Junior JL, Coelho GHB, Rocha DC. Assistência circulatória mecânica: porquee quando. Rev Med (São Paulo). 2008 jan.-mar.;87(1):1-15.
Desejo era criar suporte circulatório de longa permanência;
• 1970 - Buscas pelo desenvolvimento de dispositivos mais efetivos deassistência circulatória criaram basicamente duas linhas de pesquisa.
- Construção de um coração artificial total
(Substituísse integralmente o coração nativo e servisse de suporte até o transplante)
-Desenvolvimento de um suporte ventricular mecânico, uni ou bicameral, e que oferecesse assistência até a recuperação do coração,
ou -Mantivesse as condições
hemodinâmicas do paciente até a realização do transplante.
Pode seu utilizado como:
1- Ponte para transplante;
2- Ponte para recuperação;
3- Terapia de destino
(Circulation. 2012;126:2648-2667.)© 2012 American Heart Association, Inc
• 1993 - O modelo InCor foi desenvolvido no setor de Bioengenharia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas – FMUSP, com volume sistólico de 65 ml, acionado por uma membrana livre e as válvulas confeccionadas com pericárdio bovino, podendo oferecer fluxo sanguíneo de até 4,81/min.m2.
O mecânico Dorvílio Alves Madeira, na época com 30 anos e em fase terminal de doença de Chagas, usou como ponte para transplante.
Ventrículo Artificial Brasileiro
Na corrida tecnológica a Alemanha e os Estados Unidos desenvolveram modernos dispositivos (devices) que
ganharam espaço nas UTIs cardiológicas do Brasil
A Berlin Heart- dispõe de modernos dispositivos para assistência ventricular posicionados externamente ao corpo (EXCOR®) ou internamente (INCOR®), utilizados hoje em São
Paulo por 3 pacientes (2 INCOR® e 1 EXCOR®)
Excor ®
• Dispositivo de primeira geração (pulsátil),• Atuando pneumáticamente ligado a um console,• Localização paracorpóreo,• Utilizado como suporte ventricular esquerdo, direito ou biventricular, em
adultos e crianças,
• Ligado a um console que gera a força necessária para o deslocamento da massa de ar que empurra uma membrana dentro do ventículo artificial.
• O console foi desenvolvido para que o paciente possa se movimentar enquanto está com os ventrículos artificiais. A bateria do console dura 56 min, e em caso de falha do sistema operacional existe um mecanismo manual para bombeamento sanguíneo.
Excor ®
• As bombas estão disponíveis em 3 tamanhos para os adultos (50, 60 e 80 ml) e para as crianças (10,20 e 35 ml)
• A maior bomba (80 ml) pode oferecer 10l/min com uma frequência de 150 bpm.
Excor ®
• -As bombas são de poliuretano, transparentes, revestidas internamente com Carmeda (heparina sintetizada), que protege o dispositivo e não o paciente,
• As cânulas são de silicone (7 camadas) para que não haja viscosidade interna,
• É recomendado um esquema de anticoagulação plena para proteção do paciente (warfarina, aspirina, heparina e dipiridamol) para que o INR se mantenha entre 3 e 3,5)
Incor ®
• Dispositivo de assistência ventricular esquerda;
• Bomba implantável de 3º geração;
• Com fluxo axial (direção do ventrículo esquerdo para aorta ascendente;
• De longo prazo;
• Produz débito de 5 a 7 l/min.
• A rotação se da por impulso eletromagnético, através de rolamentos posicionados em cada extremidade do rotor;
• Sistema não pulsátil, portanto para aferir a pressão do paciente há necessidade de doppler, identificando apenas a pressão média;
• Feito de titânio, revestido de Carmeda;
• Dipiridamol e clopidogrel são utilizados para manter
INR entre 2,5 -3,0.
• Controlado por um computador ligado através de uma cânula de silicone (drive line)
Porque as complicação mais temidas após a implantação do dispositivo é a INFECÇÃO e os
distúrbios de COAGULAÇÃO;
Coagulação
• Busca ativa da formação de coágulos no interior do dispositivo EXCOR,• Análise do coagulograma,
• Observação quanto a sinais de sangramento,• Níveis de hemoglobina.
Cuidados com o Curativo INCOR ® e EXCOR ®
Prepare todos os materiais ( gaze, SF 0,9%, luva estéril, gorro, máscara toca, avental e campo estéril)
Remova curativo antigoEvite danos de cânulas, especialmente utilizar instrumentos cortantes
Trocar as luvas estéreis
Avaliar a ferida e tomar as medidas adequadas, se necessário
Tire fotos digitais, se possível, para documentar
Colete material para analise microbiológica se sinais de infecção
INCOR /EXCOR® Curativo
• Limpe ao redor das cânulas com SF 0,9%,
• O veludo que recobre as cânulas deve ser limpo com peróxido de hidrogênio (H2O2),
• Nunca utilize clorexidina alcoólica pois o efeito residual do produto pode danificar as cânulas
INCOR ® / EXCOR® Curativo
• Para manter a inserção das cânulas secas, livre do exsudato produzido pela tensão com a pele, deve-se usar material que absorva o excesso
de umidade;
INCOR ® / EXCOR® Curativo
• Posteriormente, deve ser colocada uma gaze dobrada ao redor das cânulas para evitar tensão
INCOR ® / EXCOR® Curativo
• Coloque gaze dobrada embaixo das cânulas para que sirvam de almofada. Oclua com gaze estéril e fita adesiva.
INCOR ® / EXCOR® Curativo
• As gazes devem proteger a inserção e o prolongamento das cânulas do adesivo da fita que recobrirá o curativo.