Zoneamento agroclimático do eucalipto para o Estado do Rio ... · para o Estado do Rio Grande do...
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Zoneamento Zoneamento Zoneamento Zoneamento Zoneamento Agroclimático do EucaliptoAgroclimático do EucaliptoAgroclimático do EucaliptoAgroclimático do EucaliptoAgroclimático do Eucaliptopara o Estado do Rio Grande do Sul epara o Estado do Rio Grande do Sul epara o Estado do Rio Grande do Sul epara o Estado do Rio Grande do Sul epara o Estado do Rio Grande do Sul e
Edafoclimático na REdafoclimático na REdafoclimático na REdafoclimático na REdafoclimático na Região do Corede Sul - RSegião do Corede Sul - RSegião do Corede Sul - RSegião do Corede Sul - RSegião do Corede Sul - RS
Embrapa Clima TemperadoEmbrapa Florestas
Pelotas, RS2009
Carlos Alberto Flores
José Maria Filippini Alba
Marcos Silveira Wrege
Editores Editores Editores Editores Editores TTTTTécnicosécnicosécnicosécnicosécnicos
Zoneamento agroclimático do eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eedafoclimático na região do Corede Sul – RS / editado por Carlos Alberto Flores;José Maria Filippini Alba e Marcos Silveira Wrege – Pelotas: Embrapa ClimaTemperado, 2009.87 p.
ISBN 978-85-85941-34-5
Recursos Naturais – Zoneamento – Agrometeorologia – Eucalipto – Sistemas deInformação Geográfica
CDD 634.95
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PPPPPresidente:residente:residente:residente:residente: Ariano Martins de Magalhães Jr.Secretária-Executiva: Joseane Mary Lopes GarciaMembros:Membros:Membros:Membros:Membros: José Carlos Leite Reis, Ana Paula Schneid Afonso, Giovani Theisen, LuisAntônio Suita de Castro, Flávio Luiz Carpena Carvalho, Christiane RodriguesCongro Bertoldi e Regina das Graças Vasconcelos dos Santos
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Normalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos SantosEditoração eletrônica: Oscar CastroArte da capa: Carlos Alberto Flores e José Maria Filippini Alba
11111aaaaa edição edição edição edição edição1a impressão (2009): 100 exemplares
TTTTTodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosA reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constituiviolação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
AutoresAutoresAutoresAutoresAutores
Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira WWWWWregeregeregeregeregeEng. Agrôn., Dr. em AgrometeorologiaPesquisador da Embrapa FlorestasColombo, PR([email protected])
Marilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarrastazurastazurastazurastazurastazuEng.(a) Florestal, M.Sc. em Engenharia AgrícolaPesquisadora da Embrapa FlorestasColombo, PR([email protected])
Carlos Carlos Carlos Carlos Carlos AlberAlberAlberAlberAlberto Floresto Floresto Floresto Floresto FloresEng. Agrôn., M.Sc. em AgronomiaPesquisador da Embrapa Clima TemperadoPelotas, RS([email protected])
Bernadete RBernadete RBernadete RBernadete RBernadete RadinadinadinadinadinEng.(a) Agrôn.(a), Dra. em FitotecniaPesquisadora da FEPAGROPorto Alegre, RS([email protected])
Carlos RCarlos RCarlos RCarlos RCarlos Reisser Júnioreisser Júnioreisser Júnioreisser Júnioreisser JúniorEng. Agríc., Dr. em FitotecniaPesquisador da Embrapa Clima TemperadoPelotas, RS([email protected])
Carlos RCarlos RCarlos RCarlos RCarlos Roberoberoberoberoberto Sto Sto Sto Sto Soares Soares Soares Soares Soares SeveroeveroeveroeveroeveroEng. Agrôn., M.Sc. em Agronomia, Perito Federal AgrárioInstituto Nacional de Colonização e Reforma AgráriaFlorianópolis, SC([email protected])
Eliseu Eliseu Eliseu Eliseu Eliseu WWWWWeberebereberebereberEng. Agrôn., M.Sc. em Sensoriamento RemotoProfessor/Pesquisador Universidade Federal do Rio Grandedo SulPorto Alegre, RS([email protected])
Flavio GilberFlavio GilberFlavio GilberFlavio GilberFlavio Gilberto Herto Herto Herto Herto HerterterterterterEng. Agrôn., Dr. em Fisiologia VegetalPesquisador aposentado da Embrapa Clima TemperadoPelotas, RS([email protected])
HeinricHeinricHeinricHeinricHeinrich Hasenach Hasenach Hasenach Hasenach HasenackkkkkBacharel em Geografia, M.Sc. em EcologiaProfessor/pesquisador da Universidade Federal do Rio Grandedo SulPorto Alegre, RS.([email protected])
JJJJJosé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini AlbaAlbaAlbaAlbaAlbaBacharel em Química, Dr. em geoquímicaPesquisador da Embrapa Clima TemperadoPelotas, RS([email protected])
RRRRRosana Clara osana Clara osana Clara osana Clara osana Clara VVVVVictoria Higictoria Higictoria Higictoria Higictoria HigaaaaaEng.(a) Agrôn.(a), Dra. em Engenharia FlorestalPesquisadora da Embrapa FlorestasColombo, PR([email protected])
Silvio SteinmetzSilvio SteinmetzSilvio SteinmetzSilvio SteinmetzSilvio SteinmetzEng. Agrôn., Dr. em AgrometeorologiaPesquisador da Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS([email protected])
RRRRRonaldo Matzonaldo Matzonaldo Matzonaldo Matzonaldo MatzenauerenauerenauerenauerenauerEng. Agrôn., Dr. em AgrometeorologiaPesquisador da FEPAGROPorto Alegre, RS([email protected])
VVVVVilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano MatteiteiteiteiteiEng. Agrôn., Dr. em SilviculturaProfessor da Universidade Federal de PelotasPelotas, RS([email protected])
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grandedo Sul (Fapergs), pelo suporte financeiro;
Aos Coredes Sul, Fronteira Oeste, Central e Jacuí-Centro pelaviabilização no desenvolvimento do projeto;
Ao Dr. Flávio Miguel Schneider, in memorian, professor daUFSM, pelo apoio na execução deste trabalho;
À Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) eao 8º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (8ºDisme/Inmet), pelos dados climáticos;
Ao Dr. Antônio Rioyei Higa - UFPR pelas sugestões;
À Dra. Zohra Bennadji e colaboradores do INIA – Tacuarembó,aos Engenheiros Agrônomos Carlos Mantero Álvares, Guillermo MorásLoyarte, Rafael Escudero e Rodolfo Pedocchi da Faculdade de Agronomiae Juan Carlos Sganga e Daniel San Román do Ministério de Agricultura,Ganadería y Pesca e ao Dr. Luis Silveira do Instituto de Mecánica de losFluídos e Ingeniería Ambiental, todos em Uruguai, pela atençãodispensada e a disponibilização de informações essenciais para odesenvolvimento do projeto.
AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos
O Brasil vem passando por mudanças na matriz produtivamadeireira, buscando regiões pioneiras para florestamento, queagreguem características edafoclimáticas apropriadas e infraestruturapara transporte e comercialização da mercadoria. Por outro lado, aMetade Sul do Estado do Rio Grande do Sul é uma região carente deinvestimentos, compreendendo cerca de 61% do território do Estado e16% do PIB, havendo regiões apropriadas para florestamento ereflorestamento.
Entre as espécies florestais, as do gênero Eucalyptus seapresentam com maior potencialidade para se desenvolver em algumasregiões do Estado do Rio Grande do Sul, com ciclo de sete anos paraprodução de celulose e de cerca de 15 a 20 anos para serraria.
Investidores e empresas têm buscado informações sobre asespécies potenciais de eucalipto para a região, sendo que a principalpergunta é: “Onde plantar?” A Embrapa e as instituições parceiras têmtrabalhado para responder a estas questões, sempre com o intuito debuscar alternativas agrícolas e de propor soluções tecnológicas para osetor, de forma tecnicamente correta.
Este livro representa o esforço conjunto de várias entidadesda região Sul – RS, na tentativa de organizar a atividade de silviculturano Estado do Rio Grande do Sul: Embrapa Clima Temperado, EmbrapaFlorestas e Embrapa Trigo; Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária;8º distrito do Instituto Nacional de Meteorologia; Agência Nacional deÁguas; Universidade Federal de Pelotas; Universidade Federal do RioGrande do Sul e Universidade Federal de Santa Maria. Contou, ainda,com a colaboração de órgãos do Uruguai, entre os quais: InstitutoNacional de Investigación Agropecuária - Unidad Tacuarembó; Facultadde Agronomía; Instituto de Mecánica de los Fluídos y Ingeniería Ambientale, ainda, Ministério de Agricultura, Ganadería y Pesca.
O livro foi dividido em 10 capítulos. O primeiro, diz respeito àsilvicultura no contexto agrícola e social, quando foi analisado, demaneira resumida, o processo de avanço da atividade na Metade Sul
ApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentação
do Estado. No capítulo 2, descreveu-se o conceito de zoneamento nocontexto dos sistemas de informação geográfica. No capítulo 3 foidescrita a etapa de elaboração da base cartográfica digital utilizada notrabalho. O capítulo 4 descreve as características de algumas espéciesde eucalipto e, nos capítulos 5 e 6, são descritos os critérios adotadospara o zoneamento agroclimático e edáfico do eucalipto. Os capítulos 7,8 e 9 referem-se aos zoneamentos desenvolvidos no contexto do projetofinanciado pela Fundação Estadual de Amparo à Pesquisa - FAPERGSpara o Estado do Rio Grande do Sul e a região do COREDE Sul - RS. Ocapítulo 10 oferece um panorama do zoneamento como instrumento depolíticas públicas, visando a sustentabilidade dos sistemas produtivos.
Nesta publicação, são disponibilizadas informações paratécnicos, agricultores, empresas e demais interessados em estabelecerplantios florestais, sobre o zoneamento climático e edafoclimático dasespécies de eucalipto com potencial para se desenvolver no Estado doRio Grande do Sul. Desta forma, a Embrapa e instituições parceirasesperam contribuir para a expansão e sustentabilidade do setor florestalno Estado, de forma ambientalmente correta, conferindo a presença doBrasil no mercado mundial dos produtos de base florestal, como grandeformador de florestas renováveis e, ao mesmo tempo, colaborando parareduzir a derrubada de florestas nativas e o efeito estufa.
Chefe-GeralChefe-GeralChefe-GeralChefe-GeralChefe-GeralEmbrapa Clima Embrapa Clima Embrapa Clima Embrapa Clima Embrapa Clima TTTTTemperadoemperadoemperadoemperadoemperado
Waldyr Stumpf Junior
Sumário
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Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1..... Silvicultura no contexto agrícola e social. Silvicultura no contexto agrícola e social. Silvicultura no contexto agrícola e social. Silvicultura no contexto agrícola e social. Silvicultura no contexto agrícola e social. José Maria FilippiniAlba; Marcos Silveira Wrege; Carlos Alberto Flores; Rosana Clara VictoriaHiga; Marilice Cordeiro Garrastazu .....................................................................
Capítulo 2.Capítulo 2.Capítulo 2.Capítulo 2.Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica.José Maria Filippini Alba; Marcos Silveira Wrege; Carlos Alberto Flores;Marilice Cordeiro Garrastazu ...............................................................................
2.1. A importância da escala .............................................................................................
2.2. Aplicações dos sistemas de informação geográfica - SIG nos zoneamentos ...
Capítulo 3. Capítulo 3. Capítulo 3. Capítulo 3. Capítulo 3. Estruturação de base carEstruturação de base carEstruturação de base carEstruturação de base carEstruturação de base cartográfica e temática em SIG. tográfica e temática em SIG. tográfica e temática em SIG. tográfica e temática em SIG. tográfica e temática em SIG. MariliceCordeiro Garrastazu; Heinrich Hasenack; Eliseu Weber; Carlos Alberto Flores;Carlos Roberto Soares Severo; José Maria Filippini Alba ..................................
3.1. Base cartográfica em escala 1:250.000 ......................................................................
3.2. Base cartográfica em escala 1:50.000 .......................................................................
3.3. Mapa de Solos – Corede Sul .......................................................................................
Capítulo 4.Capítulo 4.Capítulo 4.Capítulo 4.Capítulo 4. Características de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptos. RosanaClara Victoria Higa; Marcos Silveira Wrege; Vilmar Luciano Mattei ...................
4.1. Eucalyptus grandis W. Hill ex maiden .......................................................................
4.2. Eucalyptus dunnii Maiden ..........................................................................................
4.3. Eucalyptus globulus Labill .........................................................................................
Capítulo 5.Capítulo 5.Capítulo 5.Capítulo 5.Capítulo 5. Critérios para o z Critérios para o z Critérios para o z Critérios para o z Critérios para o zoneamento agroclimático do eucaliptooneamento agroclimático do eucaliptooneamento agroclimático do eucaliptooneamento agroclimático do eucaliptooneamento agroclimático do eucalipto.Marcos Silveira Wrege; Rosana Clara Victoria Higa; Silvio Stienmetz; FlavioGilberto Herter; Carlos Reisser Junior; Bernadete Radin; RonaldoMatzenauer ..........................................................................................................
5.1. Exigências térmicas ....................................................................................................
5.2. Exigências hídricas .....................................................................................................
Capítulo 6.Capítulo 6.Capítulo 6.Capítulo 6.Capítulo 6. Critérios para o zCritérios para o zCritérios para o zCritérios para o zCritérios para o zoneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucalipto. CarlosAlberto Flores; Marilice Cordeiro Garrastazu; Vilmar Luciano Mattei ...............
6.1. Textura ..........................................................................................................................
6.2. Profundidade efetiva ....................................................................................
6.3. Relevo ............................................................................................................
6.4. Drenagem .....................................................................................................
6.5. Fertilidade ......................................................................................................
6.6. Pedregosidade e/ou rochosidade ................................................................
Capítulo 7Capítulo 7Capítulo 7Capítulo 7Capítulo 7..... Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estado Zoneamento agroclimático para o eucalipto no Estadodo Rio Grande do Suldo Rio Grande do Suldo Rio Grande do Suldo Rio Grande do Suldo Rio Grande do Sul. Marcos Silveira Wrege; Rosana Clara VictoriaHiga; Marilice Cordeiro Garrastazu; Carlos Alberto Flores; SilvioStienmetz; Carlos Reisser Junior; Bernadete Radin ..............................
Capítulo 8.Capítulo 8.Capítulo 8.Capítulo 8.Capítulo 8. Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Zoneamento edáfico para o eucalipto na região doCorede Sul - RSCorede Sul - RSCorede Sul - RSCorede Sul - RSCorede Sul - RS. Carlos Alberto Flores; Marilice Cordeiro Garrastazu;Vilmar Luciano Mattei ..............................................................................
Capítulo 9.Capítulo 9.Capítulo 9.Capítulo 9.Capítulo 9. Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na região Zoneamento edafoclimático para o eucalipto na regiãodo Corede Sul - RS. do Corede Sul - RS. do Corede Sul - RS. do Corede Sul - RS. do Corede Sul - RS. Marilice Cordeiro Garrastazu; Carlos AlbertoFlores; Marcos Silveira Wrege; José Maria Filippini Alba ......................
Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 10. 0. 0. 0. 0. O Zoneamento como instrumento para as políticasO Zoneamento como instrumento para as políticasO Zoneamento como instrumento para as políticasO Zoneamento como instrumento para as políticasO Zoneamento como instrumento para as políticaspúblicas na busca da sutentabilidade.públicas na busca da sutentabilidade.públicas na busca da sutentabilidade.públicas na busca da sutentabilidade.públicas na busca da sutentabilidade. José Maria Filippini Alba;Marcos Silveira Wrege; Carlos Alberto Flores; Marilice CordeiroGarrastazu; Vilmar Luciano Mattei .........................................................
RRRRReferências eferências eferências eferências eferências ..............................................................................................
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Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1. . . . . Composição colorida das bandas 3, 4 e 5 do sensor temáticodo satélite Landsat de 1995: (A) Cidade de Pelotas, RS; (B) Detalhedo setor indicado pelo polígono (Hipódromo da Tablada) .....................
Figura 2. Figura 2. Figura 2. Figura 2. Figura 2. Correspondência entre os planos de informação - SIG e omundo real ................................................................................................
Figura 3.Figura 3.Figura 3.Figura 3.Figura 3. Exemplo de modelo digital de elevação – DEM (inferior –direita) e de matriz de valores numéricos (superior – esquerda) ...........
Figura 4.Figura 4.Figura 4.Figura 4.Figura 4. Exemplificação do processo de interpolação ..........................
Figura 5. Figura 5. Figura 5. Figura 5. Figura 5. Exemplo da integração de dados por meio de SIG. Ospixels selecionados através da interseção dos níveis de informaçãoà esquerda estão inseridos no interior dos rectângulos destacadosà direita, sobrepostos à imagem do satélite Landsat utilizada comoplano de fundo. ..........................................................................................
Figura 6.Figura 6.Figura 6.Figura 6.Figura 6. Modelo digital de elevação do Estado do Rio Grande doSul (WEBER; HASENACK, 2006). O gradiente de altitude em relaçãoao nível do mar vai aumentando a partir do vermelho (0-100 m) evariando de maneira gradual para o laranja (101-200 m), amarelo(201-300 m), verde (301-600) e finalmente azul (601-1.390 m) ................
Figura 7Figura 7Figura 7Figura 7Figura 7..... Base cartográfica, tema hidrografia, com graderepresentativa das folhas cartograficas em escala 1:50.000 .................
Figura 8.Figura 8.Figura 8.Figura 8.Figura 8. Etapas da conversão dos mapas de solos em acervo paraarquivo digital (Município de Hulha Negra) ............................................
Figura 9.Figura 9.Figura 9.Figura 9.Figura 9. Mapa de solos –arquivo único – legenda atualizada ...............
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 10.0.0.0.0. (A) Eucalyptus globulus; (B) Eucalyptus dunnii .....................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 111111..... Plantação clonal de Eucalyptus grandis após ocorrênciade geada severa ........................................................................................
Lista de Figuras
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 12. 2. 2. 2. 2. Estação da Agência Nacional de Águas (ANA) noMunicípio de Piratini, RS, integrante da rede nacional de estaçõesmeteorológicas .........................................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 13. 3. 3. 3. 3. Rede de estações pluviométricas da Agência Nacionalde Águas (ANA) no Estado do Rio Grande do Sul, sendocaracterizado o decêndio com maior risco de déficit hídrico no ano(21-31/dez) .................................................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 14.4.4.4.4. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus grandis noEstado do Rio Grande do Sul ...................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 15.5.5.5.5. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus dunnii noEstado do Rio Grande do Sul ...................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 16.6.6.6.6. Zoneamento agroclimático para Eucalyptus globulus noEstado do Rio Grande do Sul ...................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 177777..... Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do CoredeSul – RS. ....................................................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 18.8.8.8.8. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus grandis naregião do Corede Sul – RS .......................................................................
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 19.9.9.9.9. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus dunnii na regiãodo Corede Sul – RS ...................................................................................
Figura 20.Figura 20.Figura 20.Figura 20.Figura 20. Zoneamento agroclimático de Eucalyptus globulus naregião do Corede Sul – RS ........................................................................
Figura 21Figura 21Figura 21Figura 21Figura 21. . . . . Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus grandis naregião do Corede Sul – RS ........................................................................
Figura 22. Figura 22. Figura 22. Figura 22. Figura 22. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus dunnii naregião do Corede Sul – RS ........................................................................
Figura 23. Figura 23. Figura 23. Figura 23. Figura 23. Zoneamento edafoclimático de Eucalyptus globulus naregião do Corede Sul – RS ........................................................................
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TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 1..... Relação de tamanhos dos objetos no terreno em relaçãoao mapa, de acordo com a escala de trabalho e imagens orbitaismais adequadas em cada caso .................................................................
TTTTTabela 2.abela 2.abela 2.abela 2.abela 2. Recorte da tabela de compatibilização de legenda dos solosdos municípios em acervo ........................................................................
TTTTTabela 3abela 3abela 3abela 3abela 3. Classes de profundidade efetiva do solo empregadas naavaliação da aptidão edáfica do eucalipto na Região do Corede Sul- RS. ............................................................................................................
TTTTTabela 4. abela 4. abela 4. abela 4. abela 4. Classes de relevo empregadas na avaliação da aptidãoedáfica do eucalipto na Região do Corede Sul - RS .................................
TTTTTabela 5. abela 5. abela 5. abela 5. abela 5. Classes de drenagem empregadas na avaliação da aptidãoedáfica para o eucalipto na Região do Corede Sul – RS ..........................
TTTTTabela 6.abela 6.abela 6.abela 6.abela 6. Classes de pedregosidade e/ou rochosidade empregadasna avaliação da aptidão edáfica do eucalipto, na região do CoredeSul – RS ......................................................................................................
TTTTTabela 7abela 7abela 7abela 7abela 7..... Parâmetros utilizados para avaliação das classes de aptidãoedáfica para o eucalipto na região do Corede Sul – RS ...........................
TTTTTabela 8.abela 8.abela 8.abela 8.abela 8. Área para a aptidão edáfica do eucalipto na região doCorede Sul – RS .........................................................................................
TTTTTabela 9.abela 9.abela 9.abela 9.abela 9. Critérios de ponderação para a integração dos zoneamentosclimático e edáfico, para o zoneamento edafoclimático na região doCorede Sul - RS ..........................................................................................
TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 10.0.0.0.0. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus grandispara a região do Corede Sul – RS .............................................................
TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 111111. . . . . Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus dunnii paraa região do Corede Sul – RS ......................................................................
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TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 12.2.2.2.2. Área de aptidão edafoclimática de Eucalyptus globuluspara a região do Corede Sul – RS ............................................................. 76
Silvicultura no contexto agrícola e socialSilvicultura no contexto agrícola e socialSilvicultura no contexto agrícola e socialSilvicultura no contexto agrícola e socialSilvicultura no contexto agrícola e social
JJJJJosé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini AlbaAlbaAlbaAlbaAlbaMarcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira WWWWWregeregeregeregerege
Carlos Carlos Carlos Carlos Carlos AlberAlberAlberAlberAlberto Floresto Floresto Floresto Floresto FloresRRRRRosana Clara osana Clara osana Clara osana Clara osana Clara VVVVVictoria Higictoria Higictoria Higictoria Higictoria Higaaaaa
Marilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro Garrastazurastazurastazurastazurastazu
Segundo Wales e Sanger (2008), no período Neolítico ou da pedrapolida, iniciado há cerca de 12 mil anos, certos indivíduos observaram que, aoenterrar os grãos de alguns alimentos coletados na natureza, eram produzidasnovas plantas idênticas às originais. Isto permitiu aumentar a produtividade,evitando as buscas prolongadas e viabilizando a fixação do homem em locaisespecíficos. No decorrer do tempo, foram selecionados entre os grãosselvagens, aqueles que possuíam as características que mais interessavamaos primeiros agricultores, como por exemplo, o tamanho, a produtividade eo sabor dos frutos; surgindo o cultivo das primeiras plantas domesticadas,entre as quais se incluem o trigo e a cevada. Na época, as principais áreasagrícolas estavam localizadas nos vales do rio Nilo no Egito, na porçãodelimitada pelos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, atualmente Iraque enos vales dos rios Amarelo (Huang He) e Azul (Yangtse) na China, existindouma associação estreita com os períodos chuvosos e a ação fluvial. Há tambémantigos registros de agricultura na Índia e na América Pré-Colombina, porém,sem guardar relação direta com a época supra mencionada. Estes povosdestacaram-se pelos conhecimentos em matemática e astronomia, derivandona elaboração de calendários, que permitiram acompanhar as mudançasclimáticas anuais, de maneira a aprimorar seus sistemas produtivos (PINHEIRO,2007).
O texto anterior vincula, já desde tempos primórdios, a agriculturacom o clima, as características do solo, o conhecimento territorial e a tecnologia,sendo que ela permite a existência de aglomerados humanos de maiordensidade populacional que os que podem ser suportados em função da caça,da coleta e da pesca.
Do ponto de vista científico e tecnológico, a agricultura evoluiuconsideravelmente desde o arado puxado por bois, passando pelas máquinas
Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1Capítulo 1
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS18
a vapor e a eletricidade durante a revolução industrial, posteriormenteaprimoradas com a descoberta do combustível fóssil e o motor a combustão,derivando na revolução verde, o surgimento dos agroquímicos, os programasde melhoramento genético e as biotecnologias e finalmente com a descobertada clonagem e dos produtos transgênicos. Ainda assim, existem polêmicassobre as técnicas agrícolas em relação à conservação de solo e água, aosimpactos ambientais, a redução da biodiversidade e ao aquecimento global(INTERGOVERNMENTAL, 2008).
A lenha e a madeira são produtos utilizados pelo homem de longadata (Paleolítico), sendo inicialmente usadas espécies naturais. Esse costumepersiste até nossos dias, no entanto existem leis ambientais para conservaçãoe proteção das florestas. Um exemplo dramático da exploração predatóriadas florestas o constitui a Mata Atlântica Brasileira, depois do desembarcodos portugueses em 1500 (DIAS,1992). A primeira Carta Régia do Brasil, em1542, já estabelecia normas para o corte da madeira e determinava puniçõespara os abusos em andamento. No século XIX, houve diversas ações dasautoridades para deter o desmatamento predatório, até que, em 1920, o pau-brasil foi considerado extinto. Em 1934, o Decreto 23.793 transformou em Leio anteprojeto do Código Florestal, elaborado em 1931.
Segundo Rodrigues (2008), a silvicultura intensiva moderna teveinício no Brasil no início do século XX, com o estabelecimento dos plantiosflorestais com espécies exóticas, principalmente eucaliptos e coníferas, parasubstituição da madeira das florestas nativas de difícil reposição (FERREIRA,2001). Apesar do primeiro programa de melhoramento genético de eucaliptoster sido considerado como um dos mais avançados para a época (FERREIRA &SANTOS, 1997), as sementes de eucaliptos de melhor qualidade genéticadisponíveis para plantio até a década de 1960 eram provenientes de parcelasexperimentais ou talhões desbastados, mas sem isolamentos contra polensnão desejáveis. De modo geral, os plantios de eucaliptos originados dessassementes apresentavam alta porcentagem de híbridos. Os primeiros pomaresclonais de sementes de eucaliptos e pinus foram estabelecidos apenas a partirdo final da década de 1960. Esses pomares tinham como objetivo atender àdemanda crescente de sementes, tanto quantitativa como qualitativamente,para o programa de incentivos fiscais ao reflorestamento. A taxa de plantioanual, na época dos incentivos fiscais, 1966 a 1986, chegou a 400 mil hectarespor ano, o que correspondia a 800 milhões de mudas ou duas toneladas desementes de eucaliptos e pinus, aproximadamente. As árvores eramselecionadas por fenótipos, nos melhores talhões existentes ou em plantiosexperimentais. No início da década de 1970, foram instalados os primeirostestes de progênies e iniciada a reintrodução de germoplasmas, com basegenética apropriada, de espécies ou procedências selecionadas. As atividadesrelacionadas com a produção de sementes melhoradas de eucaliptos e pinusforam priorizadas nas décadas de 1970 e 1980. Levantamentos da pesquisaflorestal em andamento no Brasil, realizados pela Embrapa em 1978, 1980 e1987 (EMBRAPA, 1987), mostram que a maioria absoluta dos 2.043
19Capítulo 1. Silvicultura no contexto agrícola e social
experimentos em andamento eram da área de melhoramento genético eincluíam arboretos, bancos clonais, ensaios de espécies, pomares de sementes,testes de procedências, testes de progênies, clonagem, conservação genética,entre outros.
Em 2005, existia no Estado do Rio Grande do Sul uma área plantadade florestas de 364.770 hectares (SOCIEDADE, 2006), a maioria com espéciesdo gênero Eucalyptus. Em função das condições favoráveis, há uma tendênciade ampliação da área plantada nos próximos anos. Lembra-se que o territóriosul-rio-grandense, junto ao Uruguai e as porções norte da Argentina e do Chile,localizam-se em latitude semelhante a da Austrália, região de origem da espécie,o que torna essas regiões alvos privilegiados para o setor florestal. No período1990 a 2004, as plantações florestais no Uruguai aumentaramconsideravelmente, evoluindo de áreas de 45 mil hectares para mais de 750mil hectares (SILVERA; ALONSO; MARTINEZ, 2006).
O presente trabalho representa uma sistematização de informaçõesde diversas fontes, visando o desenvolvimento de um zoneamento paraeucalipto no Estado do Rio Grande do Sul, em função do processo expansivodas empresas do setor florestal na região (MINISTÉRIO, 2008) e daspreocupações de alguns setores da sociedade, principalmente aquelesenvolvidos com a conservação ambiental e a preservação das culturas locais,manifestadas em diversos eventos de abrangência estadual:
(1) Audiências públicas – Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM,Rio Grande do Sul, 2007.
(2) 2º Encontro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociaisdo Bioma Pampa, Pelotas, 2007.
(3) Reunião técnica sobre silvicultura das unidades da Embrapa da Região Sul,Passo Fundo, 2007.
(4) Seminário “O papel do eucalipto no Rio Grande do Sul”, ADUFPEL, Pelotas,2007.
(5) Oficina de Biodiversidade – Secretaria de Planejamento e Gestão – RS,Porto Alegre, 2007.
(6) Políticas Públicas para a Conservação e Uso Sustentável do Bioma Pampa– IBAMA – RS, Porto Alegre, 2008.
As audiências públicas serviram como marco de difusão, discussãoe efetivação do Zoneamento Ambiental para a Silvicultura - RS, instrumentodesenvolvido por um consórcio de entidades no âmbito estadual (SECRETARIA,2007), uma vez conferida a intensa expansão da atividade sobre a região Sul –RS. Isso aconteceu de maneira quase concomitante à definição oficial do Pampacomo Bioma Brasileiro (INSTITUTO, 2004), o que desencadeou sua adoçãoimediata como unidade de planejamento ambiental. Duas posições antagônicasderivaram do processo: (1) A progressista, integrada pelas empresas do setorjunto a entidades sociais e municípios, preocupados com o desenvolvimento
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS20
regional e o ingresso de recursos; (2) A ambientalista, integrada por ONGs,Universidades, Órgãos públicos e pecuaristas, visando à conservação doPampa, a proteção da biota e a segurança ambiental. Os primeiros destacamos benefícios positivos, como a implantação de florestas (compensação), acriação de empregos e a geração de renda, os últimos enfatizam os prejuízosderivados da transformação dos biomas, da perda de biodiversidade e daalteração do balanço hídrico.
A reunião de Passo Fundo congregou pesquisadores da EmbrapaClima Temperado, Florestas, Pecuária Sul e Trigo, para nivelar as informaçõese elaborar um documento orientador, com base nas Leis do Brasil, nosprincípios internacionais de proteção ambiental e no Plano Diretor da Embrapa.Ele enfatiza o respeito às leis ambientais, sugerindo ampliar o zoneamentoedafoclimático para silvicultura da região do Corede Sul - RS, apresentadoneste livro, para todo o território do Estado, sendo realçada a necessidade deações direcionadas ao desenvolvimento do Zoneamento Ecológico –Econômico, conforme estabelecem os Decretos Lei número 4297/2002 e número6288/2007.
O presente livro descreve os critérios adotados e os resultados doZoneamento Agroclimático do Estado do Rio Grande do Sul e do ZoneamentoEdafoclimático para a região do Corede Sul - RS, para três espécies deEucalyptus. A escala de trabalho adotada dependeu da distribuição espacialdos dados disponíveis segundo será descrito no decorrer do texto. Odesenvolvimento dos zoneamentos edafoclimáticos para outros territórios, aexemplo do realizado para a região do Corede Sul – RS, dependerá daelaboração e disposição de mapeamentos de solos em escala apropriada.Destaca-se que o zoneamento edafoclimático não é equivalente ao zoneamentoecológico – econômico, mas representa uma importante contribuição, poisdetermina regiões de clima favorável, do ponto de vista de parâmetros térmicosideais, com ênfase na época de geadas, condições hídricas favoráveis eparâmetros do solo adequados, em relação ao relevo (declividade), ascondições de drenagem, a fertilidade do solos, a textura, a pedregosidade e aprofundidade das camadas superficiais, envolvendo critérios produtivos e deproteção à natureza.
A palavra “zona” pode ser definida como “uma região com certaspeculiaridades de clima, de vegetação, de ocupação humana...” (FERREIRA,2005). O mesmo autor também define o verbo “zonear”, como “dividir porzonas”, conceito sem dúvidas relacionado à palavra “zoneamento”, neologismoque implica a definição e caracterização de zonas em função de critérios técnicospreviamente estabelecidos, envolvendo o conceito de ordenamento territorial.No âmbito municipal, as regiões são delimitadas de acordo com o uso, parafins industriais, agropecuários ou urbanos. Neste caso, sendo definidas áreascomerciais, residenciais, para condomínios, parques e outras. No entanto, emfunção da variedade de critérios adotados para o zoneamento, é comumadicionar uma segunda palavra para sua caracterização: zoneamento agrícolaou de riscos climáticos; zoneamento agroclimático; zoneamento ambiental;zoneamento ecológico - econômico; zoneamento edáfico, entre outros.
O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária – PROAGRO foiestabelecido pela lei 5.963 de 11 de dezembro de 1973. Trata-se de um importanteinstrumento de política agrícola do Governo Federal, apesar das peculiaridades,com características inerentes de um programa securitário. Altas taxas desinistralidade, coberturas duvidosas e metodologias inadequadas, associadasà falta de recursos públicos, inviabilizaram a continuidade do programa nosseus moldes originais. Com a adoção do zoneamento agrícola, baseado naredução de riscos e aumento da produtividade, o PROAGRO passou a trabalharde maneira diferenciada e com uma elevada redução de custos, desde 1996.Os trabalhos que forneceram sustentação científica ao zoneamento agrícolaforam registrados e brevemente descritos, envolvendo as culturas de algodão,arroz, café, feijão, maçã, milho, soja e trigo (CUNHA; ASSAD, 2001).
De maneira paralela, mas com concepção de conservação e proteçãoambiental, a Lei 6.938/1981 transforma o zoneamento ambiental em instrumento
O Zoneamento e os Sistemas de InformaçãoO Zoneamento e os Sistemas de InformaçãoO Zoneamento e os Sistemas de InformaçãoO Zoneamento e os Sistemas de InformaçãoO Zoneamento e os Sistemas de InformaçãoGeográficaGeográficaGeográficaGeográficaGeográfica
JJJJJosé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini AlbaAlbaAlbaAlbaAlbaMarcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira WWWWWregeregeregeregerege
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Capítulo 2Capítulo 2Capítulo 2Capítulo 2Capítulo 2
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS22
da Política Nacional do Meio Ambiente, sendo criada uma Câmara Técnicainserida no Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA para tratar doassunto. Essa Política tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperaçãoda qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condiçõesao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses de segurança nacional eà proteção da dignidade da vida humana.
A necessidade de compatibilizar ambos zoneamentos, o agrícola e o ambiental,derivou na criação do Decreto 4.297/2002, que regulamenta a Lei 6.938/1981no contexto do zoneamento ambiental, estabelecendo os critérios mínimospara o desenvolvimento do zoneamento ecológico-econômico do Brasil - ZEE.Seus objetivos e princípios estabelecem que:
O ZEE, instrumento de organização do território a ser obrigatoriamenteseguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas,estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurara qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação dabiodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria dascondições de vida da população;
O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dosagentes públicos e privados quanto a planos, programas, projetos eatividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais,assegurando a plena manutenção do capital e dos serviços ambientais dosecossistemas. Parágrafo único: O ZEE, na distribuição espacial dasatividades econômicas, levará em conta a importância ecológica, aslimitações e as fragilidades dos ecossistemas, estabelecendo vedações,restrições e alternativas de exploração do território e determinando, quandofor o caso, inclusive a realocação de atividades incompatíveis com suasdiretrizes gerais;
O processo de elaboração e implementação do ZEE: (1) buscará asustentabilidade ecológica, econômica e social, com vistas a compatibilizaro crescimento econômico e a proteção dos recursos naturais, em favor daspresentes e futuras gerações, em decorrência do reconhecimento de valorintrínseco à biodiversidade e os seus componentes; (2) contará com amplaparticipação democrática, compartilhando suas ações e responsabilidadesentre os diferentes níveis da administração pública e da sociedade civil; e(3) valorizará o conhecimento científico multidisciplinar;
O ZEE orientar-se-á pela Política Nacional do Meio Ambiente e obedeceráaos princípios da função sócio-ambiental da propriedade, da prevenção, daprecaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador, da participaçãoinformada, do acesso eqüitativo e da integração.
A elaboração do ZEE foi modificada em função do Decreto 6288/2007, que designou ao Poder Público Federal para sua execução, em cooperaçãocom os Estados e disponibilizando publicamente as informações geradas.Nesse contexto foram claramente estabelecidas as escalas de trabalho, sendo
23Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
que para os objetivos do presente livro, os principais aspectos são: (1)1:5.000.000 para o território nacional aos efeitos de apresentação, comreferência para 1:1.000.000; (2) Escalas diferenciadas nas Macro-regiões, sendo1:250.000 a 1:100.000 para a região Sul; (3) ZEE local nas escalas 1:100.000 esuperiores. Assim, cada escala de trabalho corresponde ao ordenamentoterritorial na esfera Nacional, Estadual (regional) e Municipal, respectivamente.
Ainda é detalhado o conteúdo do ZEE, que dividirá o território emzonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e recuperaçãodos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. Sendo que, a definiçãode cada zona, observará no mínimo: (1) Diagnóstico dos recursos naturais, dasócio-economia e do marco jurídico-institucional; (2) Sistemas de informaçãogeográfica; (3) Cenários de tendências e alternativas; (4) Diretrizes gerais eespecíficas: necessidades de conservação ambiental e conservação das águas;orientações para as atividades produtivas; definição de áreas para unidadesde conservação.
Aquino (2008) menciona que, em vários Estados Brasileiros, o ZEEencontra-se em fase de desenvolvimento ou já foi concluído, entre eles o DistritoFederal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Roraima, Piauíe Tocantins, existindo vários territórios já levantados, nos Estados de Acre,Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará e Rio Grande do Sul.
Com base no texto anterior, pode-se afirmar que o termozoneamento possui conotações técnicas e legais na tentativa de fomentar odesenvolvimento sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social,integrando conhecimentos multidisciplinares em ambiente de Sistemas deInformação Geográfica, sendo que, a escala de trabalho para as macrorregiõesdo Sul do Brasil deverá ser no mínimo 1:250.000 e no máximo 1:100.000. Ozoneamento ecológico - econômico do Brasil - ZEE é o instrumento oficial aosefeitos de ordenamento territorial.
A evolução das tecnologias e a dinâmica do mundo contemporâneointeragem com os diversos setores da sociedade, obrigando ao poder públicoà modificação ou renovação do sistema legal, que precisa evoluir paraacompanhar o processo. A Lei Ambiental de 1981 sem dúvidas foi influenciadapela Conferência sobre Meio Ambiente Humano da Organização das NaçõesUnidas em Estocolmo – Suécia, no ano de 1972, assim como por diversosacontecimentos relacionados ao meio ambiente que ocorreram nas décadasanteriores (DIAS, 1989). Os decretos de 2002 e 2007 expressam claramente anecessidade de enquadramento do ZEE com as inovações tecnológicas dasúltimas décadas do século XX, sendo inserido o conceito de sustentabilidade,a especificação das escalas de trabalho e os Sistemas de Informação Geográficacomo ferramentas de elaboração e aprimoramento desse instrumento.
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS24
2.12.12.12.12.1. . . . . A imporA imporA imporA imporA importância da escalatância da escalatância da escalatância da escalatância da escala
A escala é a razão entre o tamanho de uma feição no mapa e seutamanho real. Por exemplo, imaginemos um objeto quadrado, de 10 metrosde lado, localizado em terreno plano. Em um mapa em escala 1:10.000 seulado será de 1 mm, sendo 0,1 mm para escala 1:100.000. Expresso de maneiramatemática:
Escala = t / T
Sendo:
t = tamanho do objeto no mapa
T = tamanho do objeto no terreno (real)
Considerando os valores numéricos para cada uma das situaçõesmencionadas:
(0,1 cm)/(1000 cm) = 0,0001 = 1:10.000
(0,01 cm)/(1000 cm) = 0,00001 = 1:100.000
Assim, quando uma região específica for mapeada, a densidadedas informações levantadas dependerá da escala do mapa final. Uma regiãocuja extensão é de 500 km corresponderá a um mapa de 50 cm em escala1:1.000.000 e de 5 metros em escala 1:100.000 (TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 1). Quando usadasimagens de satélites, cada tipo de imagem corresponde a uma escala, emfunção do campo de visada do sensor, que está relacionado ao pixel da imagem,isto é, a unidade mínima da imagem (apreciação no mapa). Esta situação éexemplificada com uma imagem Landsat de 1995 da cidade de Pelotas e odetalhamento da área do hipódromo municipal, que aparece difuso conformeexplicação (Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1). O MODIS é um sensor multiespectral (36 bandas), comcampo de visada variável (250 a 1000 m), que viaja nas plataformas orbitaisAqua e Terra, permitindo mapeamentos em escala regional (XIAO et al., 2005).Os satélites da série Landsat foram equipados inicialmente com os sensoresMSS com campo de visada de 79 m (visível – infravermelho próximo) ou 240m (infravermelho termal), sendo posteriormente incorporado o sensor TM comcampo de visada de 30 m e 120 m respectivamente e no estágio final com aadoção do sensor pancromático ao estilo do sistema SPOT (JENSEN, 1996),permitindo mapeamentos em escala semidetalhada. Esta tecnologia tambémfoi adotada pelo satélite CBERS (INSTITUTO, 2008), que na sua última versãoincorporou uma câmara de alta resolução, capaz de realizar mapeamentosdetalhados, de maneira semelhante aos pretéritos levantamentos por meio defotografia aérea. Destaca-se que na última década foram vários os sistemasorbitais com essa característica, alguns deles alcançando resolução espacialcentimétrica.
25Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 1. . . . . Relação de tamanhos dos objetos no terreno em relação ao mapa, deacordo com a escala de trabalho e imagens orbitais mais adequadas em cadacaso.
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1. . . . . Composição colorida das bandas 3, 4 e 5 do sensor temático do satéliteLandsat de 1995: (A) Cidade de Pelotas, RS; (B) Detalhe do setor indicado pelopolígono (Hipódromo da Tablada).Fonte: Embrapa Clima Temperado.
Equivalência mapa – terrenoEscala
1 cm Apreciação(= 0,5 mm)
Imagem orbital
1:1.000.000 10 km 500 m MODIS
1:500.000 5 km 250 m MODIS
1:250.000 2,5 km 125 m MSS
1:100.000 1 km 50 m Landsat
1:50.000 500 m 25 m CBERS, SPOT
1:10.000 100 m 5 m Aerolevantamentos sensores de alta resolução
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS26
2.2. 2.2. 2.2. 2.2. 2.2. Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica –Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica –Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica –Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica –Aplicações dos Sistemas de Informação Geográfica –SIG nos zSIG nos zSIG nos zSIG nos zSIG nos zoneamentosoneamentosoneamentosoneamentosoneamentos
Existem diversas definições de SIG, algumas delas são as seguintes:
(1) Um poderoso elenco de ferramentas para colecionar, armazenar, recuperar,transformar e exibir dados referenciados ao mundo real (BURROUGH, 1986).
(2) Qualquer conjunto de procedimentos, manuais ou computacionais, usadospara armazenar e manipular dados geograficamente referenciados(ARONOFF, 1991).
(3) Sistema computacional que gerencia dados espaciais (BONHAM-CARTER,1994).
As três definições acima são coincidentes em relação ao uso dedados espaciais, usualmente geograficamente referenciados, isto é, asinformações estarem associadas a um sistema de coordenadas global. OsSIGs estão relacionados à computação e ao manuseio de informações digitais,porém, poderão acontecer procedimentos manuais em algumas etapas doprocesso, como menciona a definição (2).
Nos SIGs, o mundo real é discriminado e organizado segundo níveisde informação, ajustados a um sistema único de coordenadas, permitindo asua integração e modelagem (Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2). Um banco de dados alfanuméricopode ser incorporado a um SIG, sendo possível explorar o sistema por meiodo modelo conceitual do banco ou também, através da análise espacial. Enfim,os SIGs são o âmbito ideal para execução de procedimentos degeoprocessamento.
Os modelos digitais de elevação – DEM (sigla que deriva do inglês“Digital Elevation Model”) permitem representar o relevo da superfície terrestree derivar novas informações, como a declividade e a exposição de vertentes.São arquivos alfa-numéricos organizados segundo uma malha regular emforma de matriz (arquivo XYZ), onde cada elemento da malha (célula ou pixel)corresponde a uma posição espacial, sendo atribuído um número relativo àaltitude (Figura 3Figura 3Figura 3Figura 3Figura 3). Os DEM podem ser obtidos de diferentes maneiras: (a)Digitalizando e processando os dados de altitude das folhas cartográficas; (b)por meio de sistemas de sensoriamento remoto (SOUZA FILHO, 2003).
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Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2Figura 2. Correspondência entre os planos de informação - SIG e o mundo real. Fonte (imagem): Projeto PaisagensGeoquímicas e Ambientais do Vale do Ribeira, FAPESP, IG/UNICAMP.
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Figura 3Figura 3Figura 3Figura 3Figura 3. Exemplo de modelo digital de elevação – DEM (inferior – direita) e de matriz de valores numéricos(superior – esquerda). Fonte (imagem): NASA.
29Capítulo 2. O Zoneamento e os Sistemas de Informação Geográfica
Os níveis de informação podem ser gerados em diversos formatos,dependendo da natureza da feição representada: pontos, linhas, polígonos ouimagem. Os primeiros permitem representar estações de amostragem,correspondentes a levantamentos básicos, como dados meteorológicos, dequalidade da água ou perfis de solos. A rede hidrográfica e as curvashipsométricas se ajustam claramente ao formato de linhas. Os mapas de solos,de ocupação atual ou aptidão da terra são exemplos de formato de polígonos.Observa-se que em todos esses casos, as feições, isto é, os pontos, linhas oupolígonos, podem ser relacionados com arquivos alfanuméricos onde sãodescritas características a eles associadas. Por exemplo, no nível de informaçãocorrespondente à hidrografia, o nome dos cursos hídricos e corpos de água, aquantidade de água disponível em cada um deles e sua navegabilidade, entreoutras, podem ser detalhadas de maneira textual.
Na sua forma simplificada, as imagens de sensoriamento remotopossuem um formato semelhante ao dos DEMs, como foi comentado eexemplificado antes. Uma imagem também poderá ser gerada pelainterpolação de um arquivo de pontos ou linhas. Trata-se de um processoestatístico-matemático através do qual o teor de uma variável é calculado emqualquer ponto do espaço de amostragem (Figura 4Figura 4Figura 4Figura 4Figura 4). Yamamoto (1988) defineos métodos globais de interpolação, baseados em modelos de regressão e osmétodos locais, como o inverso do quadrado da distância, a triangulação e akrigagem. O último está relacionado à teoria das variáveis regionalizadas,também conhecida como geoestatística (MATHERON, 1963).
Figura 4.Figura 4.Figura 4.Figura 4.Figura 4. Exemplificação do processo de interpolação.Fonte: Projeto Paisagens Geoquímicas e Ambientais do Vale do Ribeira, FAPESP,IG/UNICAMP.
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS30
Os procedimentos mencionados fazem parte da rotina dogeoprocessamento e, em certas ocasiões, são extremamente trabalhosos,principalmente na fase de digitalização da informação, mas são de grandeutilidade no desenvolvimento dos zoneamentos. No entanto, uma das funçõesmais importantes de um SIG é a integração das informações, que pode serrealizada através de diversos métodos, como por exemplo, classificação(JENSEN, 1996), na qual, em uma mesma classe, são unidas as regiões comcaracterísticas semelhantes. Aos efeitos do zoneamento, tornam-se maisadequados os procedimentos que usam algoritmos lógicos – matemáticos,como será exemplificado a seguir.
Filippini Alba e Souza Filho (2006) elaboraram uma base de dados,considerando o DEM da Shuttle Radar Topography Mission (pixel de 90 m),dados geoquímicos de sedimentos de corrente do Vale do Ribeira (Instituto dePesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, 1985, inédito) e dados digitaisdas bandas do sensor temático do satélite Landsat correspondentes à cena220-77 de 26 de setembro de 1999. Os níveis de informação utilizados e suaintegração por meio de operadores booleanos apresentam-se de maneirasucinta na Figura 5Figura 5Figura 5Figura 5Figura 5.
Destaca-se que, neste capítulo, foi descrita e exemplificada autilidade do geoprocessamento e dos SIGs para a execução de zoneamentos,porém, os critérios e a metodologia adotada para realizar o zoneamentoedafoclimático do Corede Sul - RS e para o zoneamento agroclimático do Estadode Rio Grande do Sul serão descritos nos próximos capítulos.
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Figura 5. Figura 5. Figura 5. Figura 5. Figura 5. Exemplo da integração de dados por meio de SIG. Os pixels selecionados através da interseção dosníveis de informação à esquerda estão inseridos no interior dos rectângulos destacados à direita, sobrepostos àimagem do satélite Landsat utilizada como plano de fundo.Fonte: Projeto Paisagens Geoquímicas e Ambientais do Vale do Ribeira, FAPESP, IG/UNICAMP.
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS32
3.13.13.13.13.1. Base car. Base car. Base car. Base car. Base cartográfica em escala 1:250.0tográfica em escala 1:250.0tográfica em escala 1:250.0tográfica em escala 1:250.0tográfica em escala 1:250.00000000000
A base cartográfica é o tema de amarração de qualquer projeto deintegração de informações, muito embora foram sugeridos métodosalternativos, por exemplo, através do uso de imagens orbitais (CREPANI et al.,1996). A base cartográfica digital do Estado do Rio Grande do Sul em escala1:250.000 foi lançada recentemente com base nos levantamentos do InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatísticas e da 1ª. Divisão de Levantamento doExército da Diretoria de Serviço Geográfico (1DL-DSG) e a colaboração de váriasentidades, incluindo a Embrapa Clima Temperado (WEBER; HASENACK, 2006).Esta base cartográfica foi utilizada no zoneamento agroclimático do eucaliptopara o Estado do Rio Grande do Sul.
O modelo digital de elevação é fundamental no zoneamentoagroclimático, devido à relação da altitude com a temperatura, influenciandono risco climático. As terras altas são mais frias, dependendo da latitude deocorrência, aumentando a probabilidade de risco de geada. Esta relação édefinida de forma matemática, através de modelos de regressão do riscoclimático em função da altitude, da latitude e da longitude. As isolinhas digitaisforam transformadas de formato vetorial (linhas) para formato raster (imagem),por interpolação, segundo o processo mencionado no Capítulo 2. Foi utilizadoo modelo digital de elevação da Shuttle Radar Topography Mission, compilado,corrigido e adequado para o sistema SAD 69 pelos referidos autores, segundopixel aproximado de 90 metros (Figura 6Figura 6Figura 6Figura 6Figura 6).
Estruturação de base carEstruturação de base carEstruturação de base carEstruturação de base carEstruturação de base cartográfica e temática em SIGtográfica e temática em SIGtográfica e temática em SIGtográfica e temática em SIGtográfica e temática em SIG
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Carlos RCarlos RCarlos RCarlos RCarlos Roberoberoberoberoberto Sto Sto Sto Sto Soares Soares Soares Soares Soares SeveroeveroeveroeveroeveroJJJJJosé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini osé Maria Filippini AlbaAlbaAlbaAlbaAlba
Capítulo 3Capítulo 3Capítulo 3Capítulo 3Capítulo 3
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS34
Figura 6.Figura 6.Figura 6.Figura 6.Figura 6. Modelo digital de elevação do Estado do Rio Grande do Sul (WEBER;HASENACK, 2006). O gradiente de altitude em relação ao nível do mar vaiaumentando a partir do vermelho (0-100 m) e variando de maneira gradualpara o laranja (101-200 m), amarelo (201-300 m), verde (301-600) e finalmenteazul (601-1.390 m)
35Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
3.2. Base car3.2. Base car3.2. Base car3.2. Base car3.2. Base cartográfica em escala 1:50.0tográfica em escala 1:50.0tográfica em escala 1:50.0tográfica em escala 1:50.0tográfica em escala 1:50.00000000000
A digitalização das folhas cartográficas em escala 1:50.000,levantadas pela 1DL – DSG, para o zoneamento edafoclimático da região doCorede Sul - RS foi realizada no Laboratório de Planejamento Ambiental daEmbrapa Clima Temperado. Foram extraídos os temas planimétricos(hidrografia, rede viária, áreas urbanas) e altimétricos (curvas de nível e pontoscotados) para 87 folhas cartográficas (Figura 7Figura 7Figura 7Figura 7Figura 7).
Para a elaboração da base cartografia foi utilizada metodologiaestabelecida no Centro de Ecologia – UFRGS, obedecendo a um protocolo denormas de digitalizacao definindo procedimentos padrões para todas as etapas:georreferenciamento, digitalização, nomenclatura para os arquivos, processosde edição e verificação.
As folhas topográficas foram convertidas do formato analógico paradigital, através de uso de equipamento scanner. As imagens das folhas foramgeorreferenciadas por pontos de controle utilizando todos os pontos deintersecção da grade de coordenadas UTM. Após etapa de georreferência, asfolhas topográficas foram inseridas no SIG (Sistema de Informação Geográfica)para extração dos dados temáticos através de processo de vetorização manual(vetorização em tela). A escala de visualização em tela, nessa etapa, foi de1:4.000. A edição final constou da união dos arquivos (conjunto de folhastopográficas da região Corede Sul) formando um arquivo único por tema.
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS36
Figura 7Figura 7Figura 7Figura 7Figura 7. Base cartográfica, tema hidrografia, com grade representativa dasfolhas cartográficas em escala 1:50.000.Fonte: Embrapa Clima Temperado.
37Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
A base cartográfica digital, na escala 1:50.000, possibilita a geraçãode modelo digital de elevação (DEM), permitindo aprimorar o nível de detalhedo zoneamento agroclimático de regiões específicas e apoiar o processo deestruturação dos mapas de solos. No entanto, não foi possível considerar oDEM em escala 1:50.000 para o zoneamento edafoclimático da região do CoredeSul.
3.3. Mapa de S3.3. Mapa de S3.3. Mapa de S3.3. Mapa de S3.3. Mapa de Solos - Corede Sulolos - Corede Sulolos - Corede Sulolos - Corede Sulolos - Corede Sul
Os mapeamentos de solos em acervo na Embrapa Clima Temperadoforam realizados, ao longo do tempo, por demanda e por município enecessitavam edição e integração em uma mesma base digital para seu usono zoneamento.
A recuperação e edição de mapeamento em acervo nos formatosanalógicos e em formato digital não referenciado (arquivos no programa CorelDraw) abrangeram os Municípios do Corede Sul (Amaral Ferrador, Arroio doPadre, Arroio Grande, Canguçu, Capão do Leão, Cerrito, Chuí, Herval, Jaguarao,Morro Redondo, Pedras Altas, Pedro Osório, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini,Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Santana da Boa Vista, São José do Norte,São Lourenço do Sul, Tavares, Turuçu) e os municípios de Candiota e HulhaNegra.
O processo de conversão e edição dos mapas primeiramente foiexecutado por Município. Como exemplo, o mapa do município de Hulha Negraem meio digital formato .cdr (Figura 8aFigura 8aFigura 8aFigura 8aFigura 8a) mostrando em um detalhe as etapasde filtro de temas solo e grade de coordenadas e exportação no formato dxf;georreferenciamento utilizando a grade recuperada (Figura 8bFigura 8bFigura 8bFigura 8bFigura 8b); ediçãotopológica dos polígonos referentes as unidades de solos e de dadosalfanuméricos em tabela associada ao dado espacial (Figura 8cFigura 8cFigura 8cFigura 8cFigura 8c); edição e ajustedas unidades de mapeamento, com auxílio da base cartográfica na escala1:50.000 e imagens Landsat (Figura 8dFigura 8dFigura 8dFigura 8dFigura 8d) e mapa final com legenda atualizada(Figura 8eFigura 8eFigura 8eFigura 8eFigura 8e).
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS38
Figura 8.Figura 8.Figura 8.Figura 8.Figura 8. Etapas da conversão dos mapas de solos em acervo para arquivodigital (Município de Hulha Negra).Fonte: Embrapa Clima Temperado.
39Capítulo 3. Estruturação de base cartográfica e temática em SIG
Realizou-se a atualização das Unidades de mapeamento de acordocom o Sistema de Classificação de Solos (SANTOS, 2006), sendocompatibilizada em tabela única, contendo todos os municipios, as legendasde solos antigas, legendas de geomorfologia, legenda atual e descriçao dasclasses de solos (TTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2). Agregaram-se ao banco de dados, no SIG, asinformações da nova legenda de classificação de solos e também as variáveisselecionadas para o zoneamento (profundidade efetiva, textura, drenagem,relevo,etc).
TTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2. Recorte da tabela de compatibilização de legenda dos solos dosmunicípios em acervo.
Legenda Solos Legenda Solos Legenda Solos Legenda Solos (notação)(notação)(notação)(notação) MunicípioMunicípioMunicípioMunicípio
LegendaLegendaLegendaLegenda
GeomorfológicaGeomorfológicaGeomorfológicaGeomorfológica Antiga Atual
Classes de Solos AtualClasses de Solos AtualClasses de Solos AtualClasses de Solos Atual
.... .... .... .... ....
Hulha
Negra
2SRs R RL1 Neossolo Litólico
Indiscriminado + Afloramentos Rochosos + Argissolo Amarelo Alítico + Gleissolo Háplico
Indiscriminado
H. Negra Dt PVa PAal1 Argissolo Amarelo Alítico +
Argissolo Vermelho Distrófico + Argissolo Amarelo Distrófico
+ Neossolo Quartzarênico Hidromórfico + Gleissolo
Háplico Indiscriminado
.... .... .... ... ....
Após a edição de integraçao dos municípios em um mesmo arquivo,elaborou-se a legenda de acordo com a padronização de cores das classes de10 nível (Figura 9Figura 9Figura 9Figura 9Figura 9). O esforço investido no resgate e estruturação dos mapas desolos em uma base georreferenciada possibilitou um zoneamento maisdetallhado para região do Corede Sul. Os dados estruturados em um SIGsempre poderão ser refinados, corrigidos e atualizados, a partir de camadasde informaçoes oriundas de outros mapas temáticos como por exemplodeclividade, modelo digital de elevação, geologia, geomorformogia, ou dedados coletados a campo.
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS40
Figura 9Figura 9Figura 9Figura 9Figura 9. Mapa de solos –arquivo único – legenda atualizada (SANTOS, 2006).Fonte: Embrapa Clima Temperado.
agua
GMk
RQo1
TXo4
RRh4
PAd4
RQo3
PBACa1
RLh1
PBACd2
PVAd7
PVd6
SXe13
RQg1
PAe8
RLe7
PACe2
SXe7
PACe3
PAd4
PVe4
PAd10
PAe7
OXy
PVe1
PAe2
RYve8
PVAd4
PBACd6
PAe11
SXe13
SXe8
GMk
MEo3
PAd6
SXe4
SXe2
PVe3
RQo3
GMve5
VCo2
AR18
AR9
RRe5
MEo1
SXe1
SXe8
PVAd7
PVAe5
AR9
SXe12a
PAe1
RLe6
SXe1
PAe9
PAe9
CXve
PVAd6
GMve19
PAe8
MXo3
SXe13
MEo8
PVAd4
PVAe2
SXe3a
PAal1
RLd3
SXe5
RY2
CXbd1
RRd2
PVd2
PAe10
SXe2
PVe3
GXve2
CHd
RQg2
PVAd3
PAe4
MEo4
PVAe1
PVe1
TCp2
RLd4
PVAd6
PVe7
RQo1
SXe12a
PVAd1
GMve18
SXe13a GMve18
PVe2
PVAd5
RLe6
RY1
PAe9
GMve1
PVAd8
PVAe7
PAd10
AR11
SXe3a
G1
RY2
PBACe1
RRh3
TXo5
MEo3
TXo2
RLd4
PVAal
PAe9
GXve4
SXe13a
PBACa2
PAd11
SXe10
PVd6
agua
RRh5
RY2
TCp2
PVd6
AR4
RLd9
GMve19
GMve18
PAe12
GMve6
PBACd1
TXo4
PAe11
PVd5
SXe10
PAe9
PVAd5
SXe7
PAe9
RRh1
PAe6
RRd2
TXo2
MTo6
RY2
RQg1
PBACa1
PAd10
TXo2
SXe2
RQg2
SXe9
PAe3
PAe4
CHd
SXe13
RQg2
OXy
SXe8
MTo4
MXo1
PBACd1
PACd
SXe5
RQg2
AR18
SXe6
CXbd1
RLd2
PVd6
PVe7
GMve3
RQg1
MXo4
PAe12
GZn
RQg2
PVAd5
G1
RRe4
GMve12
CHd
RL2
RLe6
GMve17
PAe2
PVd6
RLd1
PAd2
SXe13
MTo4
RRh6
PAd10
SXe2
AR2
PVAd1 SXe8
GMve7
PVe6
GMve18
AR20
RQg1
PBACd1
AR8
SXe9
OXy
TXo4
RRe2
RRh7
SXe8 GMve11
PACd
TXo1
SXal1
CXbd1
SXe14
PVAe6
PBACd1
SXe14
RQg1
PVAd5PAe7
RRh4
GMve14
MTo6
RQo2
PVal2
PAd10
SNo1
RLe2
GMve19
SXe10
PVAa3
PVAe2
PAe12
GMve5
GMve11
PVAal
SXe2
SXe14
PAe12
AR10
GMve11
PAe9
PBACa1
PACe1
MTo4
PVd4
OXs2
RLd2
RQo3
RRh6
G2
RLd7
MEo6
SXe13
OXy
SXe5
SXe8
PVe2
RY2
PVd2
PAd11
SXe8
OXs1
RLe4
SNo1
MEo8
AR18
VCo1
PAd7
SXe13
PVAd3
RRh2
GMve13
RLe7
MEo8
RRe1
PACe3
TCp1
PAd5
RLd7
PAal3
OXy
PAd6
SXe2
OXy
GMve18
PBACd5
GMve3
SXe8
TXo4
SXe5
agua
MXo2
AR7
AR11
SXe13
PAd3
TXo4
RLd7
PVAd3
GMve16
MTo5
PBACd7
PAe9
SXe13
MEo3
CXbd1
CXbd1
GM2
RRh4
PBACd2
SXe3a
RQo1
PVd5
RLe4
RQg4
AR11
RYve6
RQg1
GMve18
MTo1
TXo3
SXe10
TCp2
MXo1
RRe4
PAd8
CXbd1
PBACal
PVAd10
PBACd1
AR10
RRh6
PVAe5
RQo1
PAd2
RRe4
RY2
MTo6PAe1
RRe2
RLe4
VCo1
PVAd9
RLe1
PACe3
RQo1
RLd2
G1
GMve2
PVd11
GMve21
PVd6
SXe10
PAe8
PAd10
PBACd3
PVAe1
MXo4
PAe9
RRe2
AR9
RLe3
AR14
PVd5
G2
RLd6
PAe13
PACe3
PVe7
AR16
VCo1
RY2
G1
PACe3
CXbd1
PVAal
PBACd3
PBACd4
MXo2
TXo1
PAe9
RY2
SXe2
PACe1
GMbe1
RLd8
PAd7
MEo2
SXe13PVe6
PVAal
PACe3
PVAa4
PBACd4
EKg3
GMve5
GMve3
RLe3
GMve18
PVAd5
RRh6
PAe11
GMve18
SXe8
PBACd1
PBACal
RLe5
EKg3
RLe3
CHd
SXe7
RL4
RL1
RL3
MEo2
SXe13
PBACa2
SXe14
SXe1
MTo9
RLd7
AR11
GMve18
GMve5
PAd8
SNo1
PAe9
GMve5
PVe6
PAe4
RRh7
GMve21
RLe5
RRh5
PVAe1
SXe1
PAe3
SXe14
PAe6
MTo9
agua
PBACd1
SXe1
PBACd4
RLe5
RLe6
PAd10
CXbd1
RY2
PAe7
RRd2
RLe7
RYve7
RRh2
RY1
GMve18
OXs2
MTo4
SXe8
RLd1
GMve2
PVAd2
AR13
RLd4
PVAd2
AR11
RYve3
RLd9
OXy
G1
RRe2
SXe14
MTo4
SXe6
G2
SXe13
SXe8
MTo9
RL2
SXe5
G2
PVe8
PVAd1
SXe13
MXo4
PVAd9
GM1
PAe7
GMk
GMve19
PVe6
SXe13
OXs1
GMve3
SXe12a
RRd2
GMve21
GMve4
RYve4
OXy
PBACe2
MXo1
MTo4
GMve20
RL2
PACe2
PACe3
RL5
RLd4
SXe8
PVAal
PVAd1
RLe4
PAe6
SXe13
VCo1
PVAd5 RRh3
GMbe1
RRd1
EKg3
PBACe1
PVe8
RYve4
RRh7
SXe10
G2
CHd
RLd7
OXy
SXe13
GMve4
PBACd4
GMve19
PVd5
PVAd5
RRh7
RLd9
GMve5
RRh7
RRh7
RL3
PACe3
PVAal
TCp1
SXe8
SXe8MEo6
RRe4
agua
EKg2
GMve18
GMve11
PBACal
SXe13
SXal2
GMve12
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MEo3
RRh4
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GMve1
RLe4
SXe1
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TCp1
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PVAe1
RL3
PAd2
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RL3
PBACd2
SXe7
PVe2
agua
PVAd9
MTo1
SXe13a
PVAd1
RRh7
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RLd4
SXe9
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AR14
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AR8
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SXe6
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TXo4
SXe8
SXe5
GMve15
GMbe1
RLe4
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SXe5
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GMve15
RLd1
RLd1
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GMbe1
GMve18
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PAd10
PAe12
PVAd9
PBACd5
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PAd8
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RLd1
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GMve4
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PVAd9
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GM2
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GM2
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SXe6
GMve11
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GM1
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RQo2
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SXe10
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RL3
PAd8
RL3
AR7
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GM2
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MTo4
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SXe8
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AR6
PAd4
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AR2
MTo1
SNo2
SXe7a
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SXe12
GMve18
RQo1
SXe7a
GMve7
SXe1
GMve5
RY2
GMve8
PVAd5
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GMve11
RYve2
SNo2
GMve6
GMve12
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SXe1
GMve11
agua
RY2
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SXe1
SXe1
RQo1
RYve8
SXe11
AR1
SXe1
AR15
GMbe1
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SXe13
SXe1
SXe2
SXe13
GMve7
SXe8
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GMve6
SXe8
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RQo1
PVAd4
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RRh3
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SXe13
SXe1
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AR1
GMve5
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GMve18
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GMve11
GMve11
GMve1
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RY2
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RYve4
RYve6
PVAe5
GMve16
RY2
GMve5
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RLe5
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RQo1
SXe8
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G2
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GMve15
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GMve1
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As espécies do gênero Eucalyptus são originárias da Austrália e dealgumas ilhas da Oceania, onde foram descritas mais de 600 espécies -subespécies e mais de oito subgêneros geneticamente isolados, que não seintercruzam. Existe uma grande variedade de espécies, adaptadas a diferentescondições de solo e de clima, para uso em plantios ou em florestas naturais(PRYOR, 1976). Na Austrália, ocorrem em condições áridas até em condiçõesde clima frio e úmido, apresentando-se em quase todas as formações vegetaisdo continente. Atualmente, um subgênero, o Eucalyptus citriodora, foireclassificado à categoria de gênero e passou a ser denominado Corymbiacitriodora.
O nome deriva das palavras gregas EU e CALYPTUS, que significacoberto, protegido, referindo-se ao opérculo do botão floral. São chamados naAustrália, entre outros nomes populares, de “gum trees”, por causa da goma(quino) exsudada pelo tronco das árvores mais velhas (PRYOR, 1976).
São espécies perenifólias e a maioria delas apresenta-se com portearbóreo. Eucalyptus regnans atinge até quase 100 metros e é considerada aespécie folhosa mais alta em todo o mundo. Outras espécies crescem até 70metros, como Eucalyptus grandis, uma das mais plantadas. Outras têm portearbustivo, de 1,5 a 3 metros. A maioria das espécies, contudo, tem 10 a 50metros.
Eucalyptus é o gênero mais plantado no mundo, devido à amplacapacidade de adaptação, crescimento rápido e produtividade, com diferentesfinalidades. Apresenta grande plasticidade em relação às necessidadesclimáticas, adaptando-se nas mais variadas condições ambientais, muitas dasquais diferentes das condições da região de ocorrência natural (BOOTH; PRYOR,1991). Um dos principais fatores climáticos limitantes ao desenvolvimento para
Características de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptosCaracterísticas de algumas espécies de eucaliptos
RRRRRosana Clara osana Clara osana Clara osana Clara osana Clara VVVVVictoria Higictoria Higictoria Higictoria Higictoria HigaaaaaMarcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira Marcos Silveira WWWWWregeregeregeregeregeVVVVVilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matteiteiteiteitei
Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4Capítulo 4
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS42
um grande número de espécies do gênero é a ocorrência de geadas (HIGA etal., 2000; FRANKLIN; MESKIMEN, 1983).
A maioria das espécies do gênero Eucalyptus é sensível a geadas,sendo este o fator de impedimento ao desenvolvimento das espécies nasregiões de clima temperado. Um grande número pode sofrer danos comtemperaturas do ar menores que 0oC e poucas sobrevivem com temperaturasinferiores a -15 oC ou -18 oC (TURNBULL; ELDRIDGE, 1983).
As melhores produtividades são atingidas nos climas subtropical etemperado quente, onde a temperatura máxima média do mês mais quentefica entre 24 e 32oC; temperatura mínima do mês mais frio entre 3 e 17oC etemperatura média anual entre 14 a 22oC (BOOTH; PRYOR, 1991; POYTON, 1979).
O Estado do Rio Grande do Sul apresenta condições edafoclimáticasbastante diferenciadas e, conseqüentemente, assim como outras regiões, compotencial diferenciado para o desenvolvimento de distintas espécies deEucalyptus. A Metade Sul do Estado, um dos focos do presente trabalho, estásituada no Escudo Sul-Rio-Grandense, com predominância de rochas ígneasdo período Pré-Cambriano e, por isto mesmo, muito desgastadas pela erosão.A altitude, nesta região, não ultrapassa 560 metros. A Depressão Central éformada de rochas sedimentares, dando origem a um extenso corredor queliga o Oeste ao Leste, através de terrenos de baixa altitude. As temperaturasapresentam-se com grande variação sazonal, com verões quentes e invernosbastante rigorosos, com ocorrência de geadas. As temperaturas médias anuaisdo ar variam entre 15 e 18oC, com mínimas absolutas de até -10oC e máximasabsolutas de 40oC. Em relação aos índices pluviométricos, o Estado apresenta-se com uma distribuição relativamente equilibrada das chuvas ao longo detodo o ano, em decorrência das massas de ar oceânicas que atingem o Estado,mas, em algumas regiões, devido à predominância de solos rasos, nãoraramente com menos de 20 cm de profundidade, bastam curtos períodossem chuva para haver falta de água, principalmente na Metade Sul do Estado.Além disso, o volume total de chuvas é diferenciado. No Sul do Estado, osíndices pluviométricos anuais situam-se entre 1.200 e 1.600 mm e, no Norte, ototal está entre 1.600 e 1.900 mm, com maior volume concentrado no Norte eNoroeste, especialmente na encosta do Planalto, região que registra os maioresvolumes de chuva (ATLAS ECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2008).
Na maior parte do Estado, os florestamentos e os reflorestamentossão realizados com espécies do gênero Eucalyptus, principalmente comEucalyptus grandis e Eucalyptus dunni, este último nas regiões mais frias. Umadas espécies cujo interesse vem aumentado é Eucalyptus globulus, por suascaracterísticas favoráveis à produção de papel. Vale ressaltar que,principalmente plantações florestais para atender as empresas do setor decelulose tem usado clones selecionados, formados por híbridos entre espécies.As principais características das espécies consideradas no presente livro sãodescritas à continuação.
43Capítulo 4. Características de algumas espécies de eucaliptos
4.14.14.14.14.1..... Eucalyptus grandis Eucalyptus grandis Eucalyptus grandis Eucalyptus grandis Eucalyptus grandis WWWWW. Hill ex . Hill ex . Hill ex . Hill ex . Hill ex MaidenMaidenMaidenMaidenMaiden
Ocorre de forma contínua entre os paralelos 32o52’S, ao Sul de NovaGales do Sul, até 26o11’S, ao Leste de Queensland, na Austrália. Ocorre também,mas de forma descontinuada, entre os paralelos 18oS até 16ºS, principalmenteno planalto de Atherton, região de maior altitude (BOLAND et al., 1984).
No centro de origem, Sul da Austrália, ocorre desde o nível do maraté 600 metros de altitude, sendo ausente, além de 100 km da costa. Ao Norteda Austrália é encontrado em altitudes entre 450 e 1250 metros, a uma distânciade até 450 km da costa. A maior área plantada, incluindo os híbridos formadospelo Eucalyptus grandis está no Brasil, mas é também plantado em outrospaíses da América, na África e na Ásia: Ceilão, Índia, África do Sul, Tanzânia,Uganda, Zâmbia, Zimbábue e nos Estados Unidos, principalmente nos Estadosda Califórnia, Flórida e Havaí (ELDRIDGE et al., 1994).
4.2.4.2.4.2.4.2.4.2. Eucalyptus dunnii Eucalyptus dunnii Eucalyptus dunnii Eucalyptus dunnii Eucalyptus dunnii MaidenMaidenMaidenMaidenMaiden
A ocorrência de Eucalyptus dunnii (Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 111111) está concentrada emduas áreas distintas, uma situada 250 km a Oeste de Coffs Harbour, no Estadode Nova Gales do Sul e a outra ao Norte de McPherson Range e nas áreas dealtitude ao Leste de Warwick, no Estado de Queensland. Estas regiões estãolocalizadas entre os paralelos 28º00’ S a 30º15’ S e altitude de 300 a 700 metros.O clima nestas áreas é do tipo Cfa (Koeppen), subtropical úmido comtemperatura média máxima do mês mais quente entre 27ºC a 30ºC e a médiadas mínimas do mês mais frio entre 0ºC e 3ºC, podendo ocorrer entre 20 a 60geadas por ano. Os índices pluviométricos anuais situam-se entre 1.000 mm a1.750 mm, concentrado no verão, mas nenhum mês com menos de 40 mm. Aespécie é encontrada principalmente nas partes mais baixas dos vales eencostas, mas também cresce nos topos de elevações em solos basálticospróximos à mata tropical da Austrália. Prefere solos úmidos e férteis,principalmente de origem basáltica, mas também cresce em solos derivadosde rochas sedimentares, principalmente naqueles com boas condições dedrenagem. Eucalyptus dunnii é uma espécie da floresta aberta alta e écomumente associado a Eucalyptus saligna, Eucalyptus microcorys, Eucalyptusgrandis, Eucalyptus propinqua, Eucalyptus dalrympleana sub-espécie heptanthae Casuarina torulosa (BOLAND et al. 1984).
No Zimbábue, quando plantada a 1.300 metros de altitude, a espécie,apresenta-se com boas taxas de crescimento e forma, embora sofra danosseveros em conseqüência de geadas. No entanto, os resultados de produçãonão são satisfatórios em altitudes maiores que 1.860 metros (POYTON, 1979).Na África do Sul, desenvolve-se bem em altitudes que variam de 1.200 a 1.400metros, mas o desenvolvimento é abaixo da média a 1.600 metros, onde sofredanos consideráveis causados por geadas (SCHONAU; GARDENER, 1991). NaArgentina, apresenta potencial na região Sul de Entre Rios e nas regiões deocorrência de geadas da Província de Missiones (MARCÓ; LOPÉZ, 1995; DALLA-
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS44
TEA; MARCÓ, 1994).
No Sul do Brasil, tem se destacado pelo rápido crescimento,uniformidade dos talhões, forma das árvores e resistência a geadas não muitoseveras. O plantio comercial da espécie é indicado para todo o Estado de SantaCatarina em altitudes inferiores a 1.000 metros, especialmente acima dos 500metros, onde o inverno é fator limitante a outras espécies do gênero (EMBRAPA,1986; GOLFARI et al., 1978). O plantio também é recomendado em regiões deocorrência de geadas no Estado do Paraná (EMBRAPA, 1988).
Higa et al. (1997) confirmaram o potencial da espécie para a regiãoSul do Brasil. Resultados aos oito anos de idade, em Campo do Tenente - PR,apontaram a espécie, entre outras vinte do gênero, como uma das melhoresem crescimento e resistência a geadas. Também Oliveira (1988) relata queEucalyptus dunnii, junto com Eucalyptus viminalis, apresentaram crescimentomelhor que outras trinta e uma espécies na região de Três Barras - SC.
A madeira de Eucalyptus dunnii é indicada para lenha, carvão,celulose, moirões, postes e madeira serrada. A densidade básica média damadeira é estimada entre 0,444 a 0,551 g cm-3 e possui 22 % de lignina (PEREIRAet al., 2000). Na Austrália, as indústrias madeireiras consideram a espécie debaixa qualidade para serraria, apresentando empenamento e retração durantea secagem (BENSON; HAGER, 1993).
4.3.4.3.4.3.4.3.4.3. Eucalyptus globulus Eucalyptus globulus Eucalyptus globulus Eucalyptus globulus Eucalyptus globulus Labill Labill Labill Labill Labill
A região de ocorrência natural de Eucalyptus globulus (Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 100000)fica entre os paralelos 38º26’S a 43º30’S, a principal é na parte oriental doEstado da Tasmânia, em populações distintas, ao longo da região costeira, até20 km do litoral, com índices pluviométricos que podem ser tão baixos quanto500 mm. No paralelo 43ºS, estende-se até 60 km da costa, quando a altitude ésuperior a 500 metros e o índice pluviométrico anual é superior a 1000 mm. Asárvores, nestas condições, podem atingir até 80 metros. Ocorre, ainda, empequenas áreas no Extremo Sul do Estado de Victoria (ELDRIDGE et al., 1994).
Eucalyptus globulus é plantado em regiões de clima ameno, livresde ocorrência de geadas (temperaturas do ar menores que 6ºC) e sem déficithídrico severo, bastante utilizado em reflorestamentos no Chile, Portugal,Espanha e Austrália (ELDRIDGE et al., 1994). No Brasil, a espécie foi introduzidaexperimentalmente em outros Estados, com desenvolvimento insatisfatório,atribuído a condições climáticas desfavoráveis. No entanto, existe grandeinteresse pela espécie devido às características da madeira, como baixo teorde lignina, que confere grande rendimento na produção de celulose. A espécietem sido usada na produção de híbridos, especialmente com Eucalyptusgrandis, procurando combinar características de qualidade da madeira ecrescimento (BISON et al., 2007). A madeira é amplamente utilizada nafabricação de papel e celulose.
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Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 10.0.0.0.0. (A) Eucalyptus globulus; (B) Eucalyptus dunnii.
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Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS46
5.15.15.15.15.1. Exigências térmicas. Exigências térmicas. Exigências térmicas. Exigências térmicas. Exigências térmicas
No Estado do Rio Grande do Sul, a ocorrência de geada é um dosprincipais fatores de restrição à produção agrícola e florestal, principalmenteàs mudas de eucalipto, logo após serem plantadas no campo aberto, a partirde setembro. Mesmo nesta época, ainda ocorrem geadas tardias ou deprimavera, que podem comprometer não apenas as mudas, mas também asárvores de baixo porte, com até dois anos. Além das geadas, a ocorrência dedéficit hídrico também é um fator de risco importante para as plantas nestafase, por não estarem suficientemente bem enraizadas. Com o passar do tempoe com o desenvolvimento das mudas, este risco vai perdendo a importância,sendo esta uma vantagem dos plantios florestais em relação às culturas anuaise até mesmo sobre as frutíferas. Porém, nos primeiros meses após otransplantio, o eucalipto fica exposto à ocorrência de estiagens prolongadas,quando a distribuição das chuvas é irregular, podendo ser necessário oreplantio, em alguns casos, principalmente na Metade Sul do Estado, inclusivedevido à presença de solos rasos nas regiões serranas e que, portanto, têmmenor capacidade de armazenamento de água. Os problemas são maisevidentes no verão, quando o sistema solo-planta pode perder mais água porevapotranspiração.
As doenças causadas por fungos também prejudicam odesenvolvimento do eucalipto. Estas doenças têm sido mais comuns nasregiões de baixa altitude e de clima tropical (TURVEY, 1996).
Com base nestas informações, como critérios de riscos climáticospara o zoneamento agroclimático e edafoclimático, foram utilizados, o risco
Critérios para o zCritérios para o zCritérios para o zCritérios para o zCritérios para o zoneamento agroclimático dooneamento agroclimático dooneamento agroclimático dooneamento agroclimático dooneamento agroclimático doeucaliptoeucaliptoeucaliptoeucaliptoeucalipto
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Silvio SteinmetzSilvio SteinmetzSilvio SteinmetzSilvio SteinmetzSilvio SteinmetzFlavio GilberFlavio GilberFlavio GilberFlavio GilberFlavio Gilberto Herto Herto Herto Herto HerterterterterterCarlos RCarlos RCarlos RCarlos RCarlos Reisser Jeisser Jeisser Jeisser Jeisser Junioruniorunioruniorunior
Bernadete RBernadete RBernadete RBernadete RBernadete RadinadinadinadinadinRRRRRonaldo Matzonaldo Matzonaldo Matzonaldo Matzonaldo Matzenauerenauerenauerenauerenauer
Capítulo 5Capítulo 5Capítulo 5Capítulo 5Capítulo 5
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS48
de geadas e o risco de déficit hídrico, sendo o primeiro de maior restrição.
O risco de geada foi calculado utilizando a temperatura mínima doar com dados obtidos das estações meteorológicas da Fundação Estadual dePesquisa Agropecuária (FEPAGRO) e do 8º Distrito de Meteorologia do InstitutoNacional de Meteorologia (8º Disme/INMET). Ambos os institutos perfazemuma rede de 32 estações meteorológicas, com dados climáticos diários eregistro histórico superior a 30 anos, na maior parte das estações.
O zoneamento agroclimático foi feito para três espécies de eucalipto,selecionadas conforme a importância econômica e a potencialidade dedesenvolvimento, de acordo com as características climáticas do Estado doRio Grande do Sul. As espécies selecionadas foram: Eucalyptus grandis,Eucalyptus dunnii e Eucalyptus globulus. No último caso, também foiconsiderada a suscetibilidade à ocorrência de temperaturas elevadas,considerando-se que Eucalyptus globulus não tolera calor. Os limites dedesenvolvimento térmico utilizados para calcular os riscos desfavoráveis sãoapresentados a seguir:
Eucalyptus grandis:
- Temperatura mínima: < 3oC
- Temperatura máxima: < 8oC
Eucalyptus dunnii:
- Temperatura mínima: < 0oC
- Temperatura máxima: < 8oC
Eucalyptus globulus:
- Temperatura mínima: < 0oC
- Temperatura máxima: < 8oC e > 23oC
Os riscos de geada são maiores entre os meses de abril a outubro,conforme a região, devendo-se evitar o plantio nesta época. Dessa forma, operíodo de formação de mudas e a época de plantio devem ser ajustados,para que ambos não sejam afetados pelas geadas. Para que o transplantioseja feito até o mês de dezembro, segundo se recomenda, a produção de mudasdeve ser feita ainda no período de ocorrência de geadas e, portanto, cuidadosespeciais devem ser tomados no viveiro.
As geadas influenciam também os microclimas, principalmente asgeadas tardias. Geralmente, as depressões permitem o acúmulo de ar frio naspartes mais baixas, aumentando os riscos nestas regiões. A face Norte dosterrenos recebe maior radiação do sol e, portanto, permanece mais tempocom temperaturas maiores, sujeitando-se à ocorrência de geadas de menorintensidade. Ainda existem os corredores de geada, formados por
49Capítulo 5. Critérios para o zoneamento agroclimático do eucalipto
deslocamento de ar frio, que podem danificar mudas de eucalipto. Evitando oplantio em regiões com microclima favorável à ocorrência de geadas, ouselecionando clones tolerantes para esses setores, como por exemplo oEucalyptus dunnii, pode-se reduzir os riscos de perdas.
A espécie com maior incremento volumétrico é o Eucalyptus grandis,se plantado nas condições edafoclimáticas favoráveis (GOLFARI et al., 1978;POYTON, 1974; ELFRIDGE et al., 1994), isto é, com baixa ocorrência de geadase de estiagens. Nas zonas sujeitas à ocorrência de geadas, pode-se optar peloplantio de Eucalyptus dunnii, que tem menor incremento volumétrico, mas émais tolerante. A vantagem do Eucalyptus globulus frente às duas outrasespécies é o rendimento industrial, muito superior, mesmo com menorincremento volumétrico; no entanto, às restrições climáticas são bem distintase limitadas, existindo poucas áreas no Brasil onde pode ser plantado. Pode-seafirmar que o Estado do Rio Grande do Sul é o único do país com zona favorávelao desenvolvimento desta espécie, mesmo assim com sérias restrições emtermos territoriais, segundo apontado neste trabalho. Não suporta temperaturasmuito elevadas e é também bastante suscetível à ocorrência de geadas. Alémde seguir o zoneamento edafoclimático para o plantio desta espécie, éfundamental a escolha do local correto na propriedade, observando omicroclima mais ajustado às suas necessidades.
5.2. Exigências hídricas5.2. Exigências hídricas5.2. Exigências hídricas5.2. Exigências hídricas5.2. Exigências hídricas
O risco de déficit hídrico também é importante na definição dasregiões para plantio das espécies de eucalipto, embora o Estado do Rio Grandedo Sul tenha um regime hídrico com distribuição bem regular das chuvas.Mesmo assim, existem períodos em que ocorrem estiagens e períodos deseca associados com a presença de solos rasos e arenosos, muito comuns naMetade Sul do Estado, que prejudicam principalmente as mudas de eucalipto.Os solos das regiões serranas, comumente rasos, têm baixa capacidade dearmazenamento de água e, havendo um período relativamente grande entreinter-chuvas, existe a possibilidade de prejudicar o desenvolvimento das mudas,principalmente no verão. Outras regiões, como a Metade Sul do Estado,apresentam solos arenosos, com baixa capacidade de armazenamento de água,sujeitos à ocorrência de períodos de déficit hídrico. A Fronteira Oeste é umadas regiões com problemas deste tipo onde, em 8 de cada 10 anos, podemocorrer déficits de até 20 mm de precipitações no verão.
Talvez mais importante que o índice pluviométrico, é a distribuiçãodas chuvas, que deve ser a mais regular possível. Para a sobrevivência doeucalipto, o mesmo deve receber, pelo menos, 500 mm (litros/m2) acumuladosem um ano (DARROW, 1994; CROMER et al., 1993). Mas, para atingir umaprodutividade razoável, deve ter um índice pluviométrico superior a 1000 mm(JOVANOVIC; BOOTH, 2002; BOOTH; PRYOR, 1991; POYTON, 1979).
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS50
Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 111111. Plantação clonal de Eucalyptus grandis após ocorrência de geadasevera.
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Utilizaram-se os levantamentos de solos dos Municípios integrantesdo Corede Sul, na escala aproximada de 1:100.000, segundo a compilaçãorealizada por Cunha et al. (2006). Foram abordados vários aspectos relacionadosaos solos ocorrentes na região, sendo classificados segundo um númeromínimo de características edáficas importantes para o estabelecimento edesenvolvimento do eucalipto, tais como textura, profundidade efetiva, relevo,drenagem, fertilidade, pedregosidade e/ou rochosidade.
6.16.16.16.16.1. . . . . TTTTTexturaexturaexturaexturaextura
A textura, uma das mais importantes características físicas do solo,foi considerada por relacionar-se diretamente com a capacidade de retençãode água, permeabilidade do solo, capacidade de retenção de cátions, arabilidadedo solo e suscetibilidade do solo à erosão. As classes de textura aquiconsideradas foram adaptadas com base nos grupamentos texturais constantesem Santos (2006), e são: arenosa, média, argilosa (1:1), muito argilosa (1:1),argilosa (2:1), siltosa e orgânica. A expressão “orgânica” foi atribuída aos solosque apresentam constituição predominantemente orgânica.
6.2. P6.2. P6.2. P6.2. P6.2. Profundidade efetirofundidade efetirofundidade efetirofundidade efetirofundidade efetivavavavava
A profundidade efetiva refere-se à profundidade máxima na qualas raízes penetram no solo em número razoável, sem impedimento de qualquernatureza, proporcionando as plantas suporte físico e meio para absorção deágua, nutrientes, além de ar as mesmas. Nem sempre a profundidade efetivase limita à profundidade do solo (A + B), podendo ultrapassá-lo, principalmentequando o material de origem dos solos é mais facilmente intemperizável e/ou
Critérios para o zCritérios para o zCritérios para o zCritérios para o zCritérios para o zoneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucaliptooneamento edáfico do eucalipto
Carlos Carlos Carlos Carlos Carlos AlberAlberAlberAlberAlberto Floresto Floresto Floresto Floresto FloresMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro GarMarilice Cordeiro Garrastazurastazurastazurastazurastazu
VVVVVilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matilmar Luciano Matteiteiteiteitei
Capítulo 6Capítulo 6Capítulo 6Capítulo 6Capítulo 6
Zoneamento Agroclimático do Eucalipto para o Estado do Rio Grande do Sul eEdafoclimático na Região do Corede Sul - RS52
TTTTTabela 3abela 3abela 3abela 3abela 3. Classes de profundidade efetiva do solo empregadas na avaliaçãoda aptidão edáfica do eucalipto na Região do Corede Sul - RS.
6.3. R6.3. R6.3. R6.3. R6.3. Relevelevelevelevelevooooo
O relevo (TTTTTabela 4abela 4abela 4abela 4abela 4) regula os movimentos da água ao longo davertente, tanto na superfície como no interior do solo, agindo sobre seu regimehídrico e, conseqüentemente, sobre os fenômenos de percolação interna eações correlatas – lixiviação de solutos, transporte de partículas coloidais emsuspensão no meio liquido – e ainda naqueles fenômenos em que a presençada água é imprescindível – hidrólise, hidratação, dissolução.
Quanto mais íngreme for o terreno, menor a possibilidade deinfiltração da água no solo e, conseqüentemente, do fluxo interno dela, e maiora quantidade de água que escorre na superfície (enxurrada) e a energia cinéticaproduzida, potencializando o processo erosivo. Solos situados em relevoíngreme geralmente são menos profundos e apresentam menor capacidadede retenção de água. Em uma mesma situação climática, as plantas podem seapresentar com desenvolvimento diferenciado, especialmente as espéciesflorestais. A informação de profundidade pode também fornecer subsídios aoemprego de implementos e máquinas agrícolas, nas diversas fases do cultivo,além de inferir a respeito da susceptibilidade à erosão. As classes de relevoutilizadas no zoneamento edáfico para eucalipto são as utilizadas por Santos(2006) em levantamentos de solos.
muito fraturado (basalto, arenito, etc.). São exemplos de impedimentos apresença de lençol freático, substrato rochoso, camadas compactadas,pedregosidade e fragipans. Consideraram-se as classes de profundidade efetivarecomendadas por Santos (2006) para levantamentos de solos com pequenasmodificações (TTTTTabela 3abela 3abela 3abela 3abela 3).....
C lasses Pro fund idade efetiva (cm )
M uito p ro fundo > 20 0
Pro fundo 10 0 - 20 0
Pouco p ro fundo 50 - 10 0
Raso < 50
M uito raso < 25
53Capítulo 6. Critérios para o zoneamento edáfico do eucalipto
TTTTTabela 4.abela 4.abela 4.abela 4.abela 4. Classes de relevo empregadas na avaliação da aptidão edáfica doeucalipto na Região do Corede Sul, RS.
6.4. Drenagem6.4. Drenagem6.4. Drenagem6.4. Drenagem6.4. Drenagem
O solo é constituído por partículas de vários tamanhos, desde asmuito pequenas, como as de argila, até as de tamanho dessimétrico, como oscascalhos e as muito grandes como os matacões. O volume de espaços vaziosexistentes entre as partículas individuais e agregados constitui a porosidadedo solo e, esta é que determina a capacidade dele de armazenar e transmitirlíquidos e gases. Os dados de granulometria dos horizontes, juntamente coma cor destes, possibilitam inferir, respectivamente, sobre a porosidade do soloe sua permeabilidade. Poros grandes e médios são importantes,respectivamente, na aeração e infiltração de água e na condução desta atravésdo solo; os de tamanho pequeno são importantes no armazenamento da água.
O principal problema referente à drenagem deficiente de algunssolos é a falta de oxigênio prejudicando a respiração das raízes. Quando émuito acentuada, devido à respiração anaeróbia podem ocorrer acúmulos decompostos, como etanol, etileno e metano, tóxicos quando presentes em teoreselevados. O ferro e o manganês, uma vez reduzidos para as formas bivalentes,apresentam também toxicidade para as plantas. Este somatório de fenômenoslimita o uso de solos com horizonte glei (Gleissolos) e/ou caracteres tais como:gleico, plíntico, abrúptico sendo tanto mais limitantes quanto mais superficiaisocorrerem (KOZLOWSKI et al., 1991)
Na interpretação dos levantamentos de solos para fins dozoneamento edáfico do eucalipto (TTTTTabela 5abela 5abela 5abela 5abela 5), são apresentadas classes dedrenagem relacionadas com as classes definidas em Santos (2006). As classesde drenagem referem-se à quantidade e rapidez com que a água recebida pelosolo infiltra e escoa, afetando as condições hídricas do mesmo (duração doperíodo em que permanece úmido ou encharcado).
C lasses Decliv idades (% )
P lano 0 – 3
Suave ondu lado 3 – 8
Ondu lado 8 – 20
Forte ondu lado 20 – 45
M ontanhoso 45 – 75
Escarpado > 75