Youblisher.com-644159-Manual de Defesa Da Fe Peter Kreeft Ronald K Tacelli

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    P e t e r K r e e f t R o n a l d K . T a c e l l i

    MANUAL DE

    DEFESA DA FA P O L O G T I C A C R I S T

    1 0 0 R E S P O S T A S

    P A R A Q U E S T E S C R U C I A I S

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    Pela primeira vez na hist-

    ria, a civilizao ocidental

    corre o risco de ser extin-

    ta. E o motivo dessa tragdia espi-

    ritual. A sociedade ocidental est

    perdendo a vida, a alma. Essa alma a f crist; e a infeco que a est

    matando a ausncia de f e de alma.

    No nos encontramos apenas numa

    crise moral, civil e cultural, mas

    tambm numa crise filosfica e inte-

    lectual. uma crise da verdade.Da, a

    necessidade especial de se estudar a

    apologtica, que busca legitimar a f

    pelo uso da razo, usando argumen-

    tos lgicos e palpveis, analisando

    e refutando as falcias, promovendoo debate ideolgico e a busca da ver-

    dade. Este o objetivo desta obra.

    Peter Kreeft professor de filosofia

    no Boston College e autor de mui-

    tos livros relacionados f crist,

    incluindoBetween Heaven and Hell

    [Entre o cu e o inferno], The Best

    Things in Life [As melhores coisas da

    vida] e um livro com selees de tex-

    tos de Toms de Aquino comentados

    por Kreeft, A Summa o f the Summa

    [Uma suma da Suma].

    Ronald K.Tacelli professor assis-

    tente de filosofia no Boston College e

    j publicou artigos nas revistas Public

    Ajfairs QuarterljeDownside Review.

    Capa: Douglas Lucas

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    Copyright 1994 por Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli

    Copyright 2008 por Editora Central Gospel

    GERENCIA EDITORIAL

    E DE PRODUO

    Jefferson Magno Costa

    TRADUO

    Bruno Destefani

    Maria Eugnia da Silva Fernandes

    ESTRUTURAO, PESQUISA

    E REVISO

    Patrcia Nunan

    REVISO FINAL

    Jefferson Magno Costa

    CAPA

    Douglas Lucas

    PROJETO GRFICO

    Marcos Henrique Barboza

    DIAGRAMAO

    Marcos Henrique Barboza

    Luiz Felipe Rolim

    IMPRESSO EACABAMENTO

    Prol Grfica

    ' V

    Dados Internacionais de Catalogaona Publicao (CIP)

    Manual de Defesa da F / Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli

    Rio de Janeiro: 2008

    624 pginas

    ISBN: 978.85.7689.065-2

    1. Apologtica/Titulo II.

    As citaes biblicas utilizadas neste livro foram extraidas da

    verso Almeida Revista e Corrigida (ARC), salvo indicao es

    pecifica, e visam incentivar a leitura das Sagradas Escrituras.

    proibida a reproduo total ou parcial do texto deste livro

    por quaisquer meios (mecnicos, eletrnicos, xerogrficos,

    fotogrficos etc), a no ser em citaes breves, com indicao

    da fonte bibliogrfica.

    1a edio: maro/2008

    1a reimpresso: maro /2008

    Editora Central Gospel Ltda

    Rua Honrio Bicalho, 102 - Penha

    Cep: 21.020-002Rio de Janeiro - RJ

    TEL: (21) 2187-7000

    www.editoracentralgospel.com.br

    http://www.editoracentralgospel.com.br/http://www.editoracentralgospel.com.br/
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    O \T T

    S u m r i o

    A p r e s e n t a o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    D e d i c a t r i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    P r e f c i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    P r i m e i r a P a r t e : I n t r o d u o1. A natureza, a fora e as limitaes da Apologtica ........... 152. F e Razo..............................................................................39

    S e g u n d a P a r t e : D e u s3. Vinte argumentos a favor da existncia de Deus............. 674. A natureza de Deus............................................................135

    T e r c e i r a P a r t e : D e u s e a N a t u r e z a5. Quatro problemas de cosm ologia................................... 1556. O problema do m al........................................................... 185

    Q u a r t a P a r t e : D e u s e a G r a a7. A divindade de Cristo.......................................................2278. A ressurreio de Cristo...................................................2739. A Bblia: mito ou h istria? .............................................. 315

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Q u i n t a P a r t e : D e u s e a E t e r n i d a d e10. Vida aps a m orte...........................................................353

    11. Cu................................................................................... 403

    12. Inferno............................................................................. 439

    13. Salvao........................................................................... 491

    S e x t a P a r t e : C o n c l u s e s14. Cristianismo e outras religies.......................................527

    15. Verdade objetiva.............................................................557

    16. O ponto principal...........................................................593

    R e f e r n c i a s B i b l i o g r f i c a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 605

    B i b l i o g r a f i a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 617

    S i 6

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    S u m r i o 6

    O \ T T -

    p r e s e n t a o

    mt y ensando no crescimento espiritual, intelectual e acadmico dosleitores e pesquisadores brasileiros, a Editora Central Gospel temo privilgio de publicar o Manual de Defesa da F, umtratado deapologtica, com cerca de 100 questes sobre as doutrinas fundamentaisdo cristianismo, muitas vezes confrontadas por leigos, cristos liberais,

    ateus e por adeptos de outras religies.Esta obra bem fundamentada e com um grande lastrobibliogrfico fruto de intensa pesquisa e experincia acadmica. Osautores, Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli, professores de Filosofia daReligio da Faculdade de Boston, inspirados na Suma Teolgica deAquino, abordaram temas crucias da teologia crist a existncia ea natureza de Deus, o problema do mal, a divindade e a ressurreio

    de Cristo, a imortalidade da alma, a vida aps a morte, cu, inferno,salvao, a autoridade da Bblia luz da f e da razo, a fim de supriras necessidades apologticas atuais.

    Fazendo uso da lgica aristotlica e de argumentos racionais,e respaldados pela abordagem desses temas por pensadores cristosclssicos e modernos (como Agostinho, Aquino, Pascal, C.S. Lewis eoutros), Kreeft e Tacelli apresentam solues equilibradas e bblicas

    para as objees e conduzem os leitores a uma reflexo profunda acer-ca das bases do cristianismo, das religies nobblicas e do atesmomoderno.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Este livro uma leitura indispensvel para pregadores, pas-tores, evangelistas, professores, seminaristas e estudiosos que desejamfundamentar sua f, ampliar seus conhecimentos sobre as doutrinascrists e estar preparados para responder a todos que lhes pedirem arazo da sua esperana (1 Pe 3.15), como obreiro que no tem de que seenvergonhar, que maneja bem a palavra da verdade(2 Tm 2.15).

    A atual edio deste livro de grande valor acadmico foiespecialmente preparada para os leitores de lngua portuguesa. Pro-curamos tornar o texto mais claro, direto e arejado, reorganizandoo

    em tpicos e inserindo notas explicativas, a fim de auxiliar os leitorescomuns e preencher a lacuna entre a erudio e o conhecimento po-pular, que enfraquece e divide a teologia e a filosofia modernas. Almdisso, foi includa uma bibliografia para permitir um vislumbre melhordas obras utilizadas pelos autores (fontes primrias comentadas nasreferncias bibliogrficas) e foram suprimidos os ndices de assuntoe de versculos (explcitos no texto), visando condensao e obje

    tividade da obra.

    Os Editores

    A p r e s e n t a o 8

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    A p r e s e n t a o 8

    presente.

    Para John Kreeft, que teve um papel importante nodesenvolvimento deste livro, e um papel ainda mais importante nodesenvolvimento de um de seus autores.

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    s motivos que nos compeliram a escrever este livro so trs:

    1. Temos certeza absoluta de que a f crist verdadeira;

    2. Temos certeza de que a melhor coisa que podemos fazerpelos outros persuadilos a respeito dessa verdade que nos concedegozo, paz e amor incomparveis neste mundo e, em medida infinita e

    incompreensvel, no mundo por vir;

    3. Temos certeza de que um raciocnio sincero e imparcialpode fazer com que qualquer pessoa, que se mostre receptiva, chegues mesmas concluses que ns.

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    T p i c o s d o C a p i t u l o 1

    A NATUREZA, A FORA E AS LIMITAES DA APOLOGTICA

    1 . S o b r e e s t e l i v r o

    2 . S o b r e a m m

    2.1. Restaurando a noo mais antiga de razo2.2. Usando a lgica aristotlica2.3. F e razo so aliadas2.4. Razo objetiva versusrazo subjetiva2.5. Argumentos no racionais no so irracionais2.6. A razo amiga2.7. Uma breve lio sobre lgica

    2.8. Argumentos provveis e indcios convergentes2.9. Perguntas sobre os argumentos

    2.9.1. O argumento provvel ou certo com base em suademonstrao?2.9.2. A certeza de um argumento demonstrativo meramentepsicolgica ou existe outro tipo de certeza?2.9.3. A demonstrao emprica o nico tipo possvel ou existeoutro?2.10. O formato em estilo de suma

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    3 . A r e s p e i t o d a a p o l o g t i c a

    3.1. Respostas a objees apologtica3.2. Motivos para o uso da apologtica3.2. Motivos para o uso da apologtica3.3. Com relao metodologia3.4. A necessidade da apologtica nos dias de hoje3.5. Cristianismo ortodoxo ou cristianismo puro e simples

    P e r g u n t a s p a r a d e b a t e

    M a e x p l i c a t i v a

    T p i c o s d o C a p t u l o 1 1 4

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    T p i c o s d o C a p t u l o 1 1 4

    A NATUREZA, A FORA EAS LIMITAES DA APOLOGTICA

    1 . S o b r e e s t e l i v r o

    _ x ^ /ecidimos escrever este livro porque recebemos inmerospedidos para fazlo.

    Ambos ensinamos Filosofia da Religio na Universidade deBoston, e nossos alunos com frequncia nos perguntam onde podem

    encontrar um livro com os principais argumentos para os ensinamentoscristos mais relevantes, sobre os quais so desafiados pelos descrentesatualmente. Nossos alunos querem um livro com ensinamentos sobre aexistncia de Deus, a imortalidade da alma, a confiabilidade das Escrituras e adivindade e a ressurreio de Cristo, bem como respostas para as objeesmais comuns e mais fortes a essas doutrinas.

    Ficamos surpresos ao descobrir que no existia tal livro!H milhares de obras sobre apologtica, algumas excelentes, masnenhuma delas resume os argumentos apologticos como Tomsde Aquino, na Suma Teolgicae Suma Contra os Gentios.

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    M a n u a l d l ; D e f e s a d a F

    Nosso livro foi escrito para ajudar a preencher esse vazio.Chegamos at a considerar a possibilidade de intitullo Suma Apologtica,mas nosso editor sabiamente rejeitou esse ttulo por considerlo pouco

    atrativo. Alm disso, qualquer aluso s Sumas de Aquino poderia serinterpretada como uma atitude arrogante e at mesmo ridcula denossa parte. Afinal, existe um paralelo desta publicao com outrasdo gnero, mas no com a genialidade das obras de Aquino.

    Na Idade Mdia, havia muitas sumas que condensavam vriosargumentos [teolgicos], organizandoos cuidadosamente e explicandoos

    de modo sucinto. Uma suma serve como um guia ou uma miniencidopdia,no sendo necessrio que seja lida em sequncia, do incio ao fim. Ela podeser usada como um livro de referncia ou de consulta.

    E esse gnero to til atualmente quanto era na Idade Mdia,por dois motivos. Primeiro, porque tanto os medievais como ns,da era moderna, respeitamos a ordem, a clareza, a racionalidade e aestrutura cientfica. O segundo motivo que ns, modernos, somos

    terrivelmente ocupados e buscamos recursos que nos poupem tempo,como os compndios e manuais prticos. No entanto, a apologticamoderna carece dessas obras. O contedo dessa nobre arte geralmentefica difuso; no estando reunido de maneira concisa.

    Enquanto a maioria dos livros sobre apologtica apresentaapenas dez conceitos em cinquenta pginas, esta obra visa discutir maistemas. Alis, o primeiro ponto em comum entre este livro e as sumas

    medievais o gnero que encerra um tratado teolgico, com umresumo das principais doutrinas.

    O segundo ponto que, como as sumas, este livro foi escrito parainiciantes, ou seja, destinase ao pblico em geral, e no somente a pessoaseruditas e com conhecimentos especficos na rea teolgica. Nosso objetivo preencher uma lacuna entre a erudio e o conhecimento popular; lacunaque infelizmente divide e enfraquece a teologia e a filosofia modernas.

    O terceiro ponto de contato entre este livro e as sumas medievais a diviso do texto em pores pequenas e fceis de serem assimiladas,visto que os iniciantes necessitam (mas raramente obtm) ajuda de um

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    C a p t u l o 1 1 6

    A N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    resumo claro, com numeraes e subdivises adequadas. Descartes tinharazo ao menos sobre esse aspecto. Em seu famoso Discurso do Mtodo,ele diz que um problema complicado se torna muito mais fcil se

    analisarmos cada questo por etapas, passando por elas uma de cada vez.Todavia, por este livro estar cuidadosamente resumido, haver

    leitores e revisores que nos acusaro de um pensamento muito rigoroso,simplesmente porque fizemos comentrios lgicos a respeito de temasteolgicos. Eles podero rotular esta obra de estreita, simplria,imediatista ou racionalista, porque imaginam (1) que a religio

    deve ser algo irracional e (2) que, por escrevemos com clareza,desprezamos o mistrio divino.Essas pessoas provavelmente escolhem esta ltima suposio

    por estudarem a filosofia do sculo xx, que raramente apresentadade modo claro e profundo, respeitando a razo e o mistrio, como afilosofia medieval fazia.

    Ao longo do sculo xx, constatamos que, em grande parte datradio analtica inglesa, a clareza foi priorizada em detrimento daprofundidade; enquanto, na maior parte da tradio existencialista efenomenolgica, a profundidade superou a clareza.

    Tendo em vista esta realidade, nossa inteno nesta obra erigiruma ponte e unir profundidade e clareza, usando a tcnica medieval deargumentar racionalmente a respeito dos grandes mistrios e fazendoretroceder um relgio que no est marcando o tempo corretamente.

    2 .1 . R e s t a u r a n d o a n o o m a n t i g a d e m oPara restaurar esta noo, outra restaurao se faz necessria.Referimonos recuperao do conceito mais amplo e mais antigo derazo-,a qual significa essencialmente duas coisas:

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    M a n u a l d l ; D e f e s a d a F

    1. Enxergar os processos subjetivos e psicolgicos doraciocnio humano como parte integrante de uma ordemracional objetiva e um reflexo dela, um logos, uma Razocom r maisculo; e

    2. Enxergar a razono como que confinada ao raciocniolgico e calculista o que a lgica erudita chama de terceiroato da mente , mas incluindo o primeiro ato da mente:apreenso, intuio intelectual, compreenso, visualizao,discernimento e contemplao.

    Essas duas posturas que assumimos com relao naturezada razoesto baseadas no uso que fazemos da lgica aristotlica.Ela um sistema de termos (lingusticos) que expressam conceitos (mentais),os quais, por sua vez, representam essncias (reais) ou a natureza das

    coisas. (O vocbulo grego logostem esses trs significados.)Muitos filsofos modernos se mostram duvidosos e cticos com

    respeito ao venervel conceito de que todas as coisas tm uma essncia ouuma natureza verdadeira, e sobre nossa capacidade de conhecla. Mas algica aristotlicaassevera a existncia dessas essncias e nossa habilidade decompreendlas, porque suas unidades bsicas so termos que expressamconceitos, os quais, por sua vez, descrevem as essncias.

    A lgica simblicamoderna, entretanto, no supe o que osfilsofos chamam de realismo metafsico (a noo de que as essnciasso reais). Em vez disso, assume implicitamente o nominalismo metafsico(a idia de que as essncias so apenas nomina,ou seja, nomes ourtulos humanos), uma vez que suas unidades bsicas no so termos,mas proposies. Essa lgica, portanto, relaciona as proposies e as

    estruturas argumentativas da mesma maneira que um computadoropera: se pexistir, realize q\ pexiste, logo qtambm existe.A mente humana, assim como um computador, avalia dados.

    Entretanto, a nossa atividade cerebral vai muito alm disso. Tambm

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    A N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    somos capazes de ver e compreender muitas coisas. Sendo assim, portrs do uso que fazemos da lgica aristotlica, est nossa esperanade que todos os nossos argumentos comecem e terminem com essaviso, com discernimento. por isto que geralmente partimos de umadefinio de termos, e terminamos com a tentativa de levar o leitor aoponto em que ele possa vislumbrar objetivamente a realidade.

    No acreditamos que a razodeva usurpar a primazia da f,da esperana e do amor. Concordamos com a ortodoxia crist clssicaexpressada em mximas medievais como fides quaerens intellectum(a f que busca a compreenso) e credo ut intelligam (creio paraque possa compreender). Isso significa dizer que, quando a f vemem primeiro lugar, a compreenso a segue, e imensamente auxiliadapor aquela.

    Entretanto, tambm concordamos com a argumentao clssica deque muitas coisas que Deus nos revelou para que creiamos nelas comoSua existncia e alguns de Seus atributos tambm podem ser provadaspelo raciocnio humano, desde que este seja propriamente empregado.Alis, nem poderamos ter escrito este livro se no concordssemos comessa idia. Depois de termos crido, devemos estar preparados pararesponder a todo aquele que nos pedir a razo da nossa f (1 Pe 3.15).

    2 .4 . R a z o o b j e t i v a m m r a z o s u b j e l i v aTodavia, no devemos ingenuamente confundir a razo

    objetivacom a razo subjetiva.(Veja o cap. 6 sobre verdade objetiva.)A verdade objetiva, mas os seres humanos geralmente no so

    to objetivos assim! Vivemos em um mundo que sofreu os efeitosdo pecado, e no em um mundo perfeito. As pessoas exercitam arazo sob a influncia de irracionalidade. Assim, um argumentoque, em si mesmo, seria racional e vlido, geralmente cair em ouvidos

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    surdos, devido ao preconceito, paixo, ignorncia, falta decompreenso, falta de entendimento ou a ideologias.

    O ltimo item dessa lista parece especialmente perigosonos dias de hoje. Em geral, as pessoas aparentam escolher no queiro crer no com base nas evidncias. Elas preferem basearse emrtulos ideolgicos, principalmente os de liberal ou de conser-vador. Elas perguntam a si prprias com que grupo de pessoaselas desejam associarse ou baseiamse em sentimentos vagos eassociaes estimuladas por uma idia em sua prpria conscincia,

    em vez de analisarem a prpria idia e a realidade concreta qualela leva.No devemos e no precisamos empregar quaisquer desses

    substitutos para a razo de maneira a travar contato com as pessoasque agem assim ou para nos tornarmos relevantes realidade delas.Podemos relacionarnos e ter relevncia na vida de algum nomudando a racionalidade e transformandoa em irracionalidade, mas

    por agir ao contrrio. nisso que consiste a educao, e esse tambm o objetivo deste livro.

    2 .5 . A r g u m e n t o s n o r a c i o n a i s n o s o i r r a c i o n a i sO argumento no racional mais amplo do que o irracional,

    e geralmente extremamente importante.Argumentos tambm tm uma dimenso esttica, e a belezadeles pode lanar influncia sobre ns, com maior intensidade do quenos damos conta. Um bom argumento eficiente, em parte, porque como um diamante. Como essa pedra preciosa, sua luz bela ereflete a luz do dia, a realidade objetiva. Assim como um diamante, oargumento no produz luz, apenas a reflete a partir de uma fonte no

    mundo real. Como um diamante, o argumento precioso. E comoessa gema, bastante duro, difcil de ser lapidado, e no facilmenterecusado; o argumento consegue deixar marcas em outros materiaismais macios, refutando e derrubando erros.

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    A M A T O R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    2 . U / a Z ( i o a i n i pA razo amiga de todas as outras formas de conhecimento

    que no sejam irracionais. Precisamos distinguir essas formas noracionaisde seus similares irracionaisfalsificados.1. A razo amiga da autoridade divina, que no pode

    enganar nem ser enganada, mas no necessariamente daautoridade humana, das fbulas e dos modismos.

    2. A razo amiga da f na autoridade divina, mas noda ingenuidade. Portanto, a razo leva f e afastanos das

    seitas.3. A razo amiga da esperana, mas no do mero desejo

    humano.4. A razo amiga do amor gape, mas no do eros

    (desejo egosta).5. A razo amiga e, ao mesmo tempo, um complemento

    das representaes, dos smbolos e dos mitos que revelam

    a verdade, mas no de imagens impossveis, de fantasiasesotricas ou de misticismos nebulosos.

    A estrutura inerente da razo humana se manifesta em trscapacidades da mente: (1) compreenso, (2) julgamento e (3)raciocnio. Essas trs capacidades, por sua vez, expressamse por meiode (1) termos, (2) proposies e (3) argumentos. Os termos podemser clarosou confusos.As proposies podem ser verdadeiras ou falsas.Os argumentos podem ser logicamente vlidosou invlidos.

    Um termo ser claro se for inteligvel e no contiver ambiguidade.Uma proposio ser verdadeira se corresponder realidade, se declarar o

    que realmente . Um argumento ser vlido se as premissas levarem real-mente a uma concluso correta. Se todos os termos de um argumento foremclaros, se todas as premissas forem verdadeiras e se o argumento estiver livrede falcias lgicas, ento a concluso provavelmente ser verdadeira.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Essas so as regras essenciais da razo,na apologtica e emqualquer outro campo de argumentao. No so regras de um jogoque ns mesmos inventamos e podemos mudar. Ao contrrio, soregras da realidade em que vivemos.

    No apenas a razo,mas mesmo a linguagem mais do que umjogo(termo bastante influente, usado por Wittgensteina, embora um tantotraioeiro). Esta possui uma estrutura inerente, porque uma expressoda razo que tambm revela uma estrutura inerente. (No idioma grego, ovocbulo logossignifica estrutura objetiva inteligvel, razo que revela essa

    estruturaepalavra ou discurso que expressa razo.)Escrevemos usando termos, proposies e argumentos,porque pensamos com base em conceitos, julgamentos e raciocnio.E fazemos isso porque a realidade sobre a qual pensamos consta deessncias, fatos e causas. Os termos expressam conceitos, que expressamessncias. As proposies expressam julgamentos, e estes expressamfatos. E os argumentos expressam o raciocnio, os quais, por sua vez,

    expressam causas, ou seja, perguntas e explanaes reais.Os argumentos so como olhos, que captam a realidade.

    Os argumentos presentes neste livro demonstram que as doutrinasessenciais do cristianismo so verdadeiras; no so argumentos ruins,ambguos, falsos nem falaciosos.

    Para discordarmos da concluso de qualquer argumento, temosde demonstrar que um termo ambguo, que uma premissa falsa ou

    que h uma falcia lgica no argumento. Do contrrio, declarar aindaassim discordo o mesmo que dizer voc provou que sua concluso verdadeira, mas sou to teimoso e tolo que no irei aceitar essa verdade.Insisto em viver em um mundo falso, e no no verdadeiro.

    2 . 8 . A r g u m e n t o s p r o v v e i s e i n d c i o s c o n v e r g e n t e sNeste livro, estabelecemos para ns mesmos a dupla tarefade (1) fazer refutaes, expondo pelo menos um destes trs possveiserros em cada uma das principais objees que conhecemos com re-

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    A N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    lao s doutrinas fundamentais do cristianismo, e (2) fornecer paraessas doutrinas argumentos positivos, provveis ou demonstrativos,e livres desses trs erros.

    Inclumos alguns argumentos que consideramos provveis,porque eles contam como indcios significativos,principalmente quandoconsiderados de forma cumulativa. Esses indcios convergentesso quaseto convincentes quanto o argumento demonstrativona maioria das reasda vida (em um tribunal, na guerra, no amor). Mesmo quando cremoshaver argumentos demonstrativos disponveis, tambm acrescentamos

    muitos desses indcios, principalmente sobre os dois assuntos principais, asaber, a existncia de Deus e a vida aps a morte, de maneira a apresentarum quadro mais completo e preencher todas as lacunas.

    2 . 9 . P e r g u n t a s s o b r e o s a r g u m e n t o sPrecisamos distinguir trs questes sobre os argumentos, as

    quais de certa maneira esto interrelacionadas, pois compreender o queessas trs perguntas envolvem nos ajuda a entender o procedimento queadotamos neste livro.

    2 . 9 . 1 . 0 a r g u m e n t o p M r e l m c e r t o c o m b a s e e m s u a d e m o n s t r a o ?s vezes podemos tirar uma concluso no a partir de

    premissas conhecidas com certeza, para chegar a uma conclusoigualmente certa, mas a partir de vrios indcios convergentes,paraalcanar uma concluso razovel(ouprovvel).Os jris nos tribunaisfazem isso o tempo todo. Para decidirem se uma pessoa culpada,eles avaliam as provas com bastante cuidado e escrpulos, e aindaassim a chance de apresentarem um veredicto errado concebvel.Isto porque chegar a uma concluso provvel ou razovel no

    como seguir uma sequncia lgica ou uma frmula matemtica.Plato disse h muito tempo que a maior parte de nosso conhe-cimento uma opinio correta. E, neste mundo, realmente nopoderia ser de outra maneira.

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    M a n u a l d e D e e e s a d a F

    2 . 9 . 2 . A c e r t e z a d e u m a r g u m e n t o d e m o n s t r a t i v o m e r a m e n t e p s i c o l g i c a o u e x i s t e o u t r o t i p o d e c e r t e z a ?

    Quando nos referimos certeza psicolgica,estamos fa-lando de uma sensaode certeza.Mas o mesmo no ocorre quanto certeza que advm de um slido argumento demonstrativo.Nestecaso, as premissas so percebidas como verdadeiras, e a conclusorealmente se segue a partir dessas premissas, portanto, a concluso verdadeira e tambm a percebemoscomo tal.

    Obviamente, nem todos os argumentos que produzem

    a sensao de certeza so de uma certeza demonstrativa.Tampoucotodos os argumentos de certeza demonstrativarealmente produzem asensao de certeza. A maioria de ns j encarou um argumento combastante ceticismo, e apenas mais tarde, aps reavaliar bastante o caso,ficou convencido de que as premissas eram realmente verdadeiras assimcomo que as concluses que se seguiam a elas.

    Em suma, a nossa sensao de certeza pode variar, mas isso

    nunca acontece com a certeza real.

    2 . 9 . 3 . d e m o n s t r a o e m p r i c a o n i c o t i p o p o s s v e l o u e x i s t e o u t r o ?So necessrios outros tipos de demonstrao. No podemos

    fazer uma demonstrao emprica, como se este fosse o nico que levasse verdade. A filosofia declara haver outras formas de obter o conhecimento

    certo e garantido, as quais no so empricas ou experimentais. Na verdade,o que realmente conta nos dias de hoje como mtodo cientfico sequerassegura o que chamamos de conhecimento certo e garantido.

    E o que dizer sobre os argumentos neste livro? Existemmuitos argumentos provveis,que partem de indcios convergentes.Podemos apenas alimentar a esperana de que nossos leitores os con-siderem razoveis e persuasivos como ns o fizemos. Existem outros

    argumentos cujas concluses so conhecidas com plena certeza.Estespodem no produzir no leitor uma sensao imediata de certeza.Entretanto, esses fatos, por si ss, falam muito mais a respeito de vocmesmo do que sobre esses argumentos. Ento, no mnimo, voc pre

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    A N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    cisar ponderar sobre esses argumentos e sobre sua reao a respeitodeles com grande cuidado.

    Por fim, desnecessrio afirmar que nossas provas demonstra-tivas no so empricas ou experimentais. Elas procedem de mtodos co-muns filosofia. Para aqueles que preferem os mtodos da cincia natural,recomendamos: ajam de maneira cientfica! Leiamas provas! Observem-nascuidadosamente! Confiramse elas realmente do resultado!

    2 . 1 0 . 0 f o r m a t o e m e s t i l o d e

    No nos desculpamos pelo formato racionalista que empregamosnesta obra. Na verdade, pedimos desculpas por no aderir a ele com maisafinco. Cremos que o velho e sbio ditado: Se algo digno de ser feito, digno de ser bem feito, aplicase igualmente ao raciocnio.

    De maneira ideal, o formato completo de um bom argu-mento inclui as partes discriminadas a seguir. Tentamos seguilo tantoquanto possvel.

    a. Essa cincia ou disciplina (apologtica) foi agrupadapor assuntos importantes, uma questo principal por cap-tulo (as questesna suma).

    b. Cada captulo est dividido em vrias questescontroversas, distintas e especficas, que tm duas respostas

    possveis. (Essas perguntas correspondem aos artigosna suma.)s vezes um captulo ter apenas uma questo desse tipo, como,por exemplo: Deus existe?

    c. Cada questo pode ser subdividida em sete partes.Estas sete pores devem ser apresentadas em ordem paraexplicar o argumento por completo, como a seguir.

    1. A definio dos termos e o significado da pergunta.2. A importncia da pergunta e a diferena que ela

    estabelece.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    3. Objees s crenas crists.4. Respostas a cada uma das objees.5. Argumentos a favor da resposta crist a partir de premissas

    aceitas tanto pelo descrente como pelo crente.6. Objees a estes ltimos argumentos.7. Respostas a cada uma dessas objees.Devemos responder tanto aos argumentos de nossos oponentes,

    na etapa (4), como s suas objees aos nossos argumentos, na etapa(7). Os argumentos deles contra o cristianismo sero apresentados na

    etapa (3), e devemos demonstrar que todos contm ambiguidades,falsidades ou falcias. As crticas aos nossos argumentos, apresentadasna etapa (6), assumem a forma de uma declarao que busca encontrarambiguidades, falsidades ou falcias em nossos argumentos.

    Um leitor bastante exigente poder dizer que erramos porno insistir em esmiuar todas as partes de cada questo. A maioriados leitores se sentir um pouco irritada pelo fato de chegarmos muito

    perto disso muito mais do que qualquer outro livro no tcnicoatual da mesma rea. Tentamos transpor o abismo entre o popular eo tcnico, o amador e o profissional. Portanto, sacrificamos um poucoo formato ideal, para proporcionar uma leitura mais fcil.

    A maioria das pessoas despreza ou ignora a apologtica,porque esta parece muito intelectual, abstrata e racional. Esses indi-vduos afirmam que a vida, o amor, a moralidade e a santidade somuito mais importantes do que a razo.

    Aqueles que argumentam dessa maneira esto corretos; elesapenas no percebem que esto desenvolvendo um raciocnio. im-possvel evitar isso. Ento, devemos fazlo bem. Alm disso, a razo

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    A N A T 1 E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    amiga da f (ver cap. 2) e da santidade, porque a estrada que leva verdade; e santidade implica amar a Deus, que a Verdade.

    No apenas o raciocnio apologtico leva f e santidade;

    estas tambm levam ao raciocnio apologtico. Santidade implica amara Deus; e amar a Deus implica obedecer Sua vontade, que exige que oconheamose estejamos sempre preparados para responder a todo aqueleque nos pedir razo da esperana que h em ns (1 Pe 3.15).

    Finalmente, o feto de a apologtica no ser to primordial quantoo amor no significa que ela no seja importante. O fato de a sabedoria

    no ser to indispensvel quanto a sade no quer dizer que a sabedoriano seja importante; ela muito mais do que o dinheiro, por exemplo.Todos os argumentos deste livro e de todos os livros sobre apo-

    logtica escritos so muito inferiores aos olhos de Deus do que um simplesato de amor para com Ele ou com um de nossos semelhantes. Entretanto,mesmo que apenas um dos argumentos includos aqui seja muito bom,ele sozinho vale mais do que a quantia que voc pagou por este livro.

    Outra razo, mais profunda, por que algumas pessoasdesprezam o raciocnio apologtico que elas decidem se iro crer ouno muito mais com o corao do que com a mente. Mesmo o maisperfeito argumento no estimula as pessoas como a emoo, o desejoe a experincia concreta podem fazer.

    A maioria de ns sabe que nosso cerne est no corao, e nona mente. Entretanto, a apologtica chega ao corao atravs da mente.

    Esta importante precisamente porque um canal para o corao.Podemos amar somente aquilo que conhecemos. Alm disso, a razotem o poder de veto.No possvel crer naquilo que sabemos ser falso;e no podemos amar o que acreditamos ser irreal. Argumentos lgicospodem no produzir a f, mas podem certamente manternos longedela. Portanto, devemos entrar na batalha dos argumentos.

    Os argumentos podem produzir a f no mesmo sentido queum carro pode levarnos at o mar. O carro no pode nadar; teremosde mergulhar no oceano para nadar. Entretanto, no podemos daresse salto a milhares de quilmetros de distncia da praia. Primeiro

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    precisamos de um veculo que nos leve at o local, de onde poderemosdar um salto de f para dentro do mar. A f como um salto, pormum salto dado na luz, e no na escurido.

    A mente como o navegador numa embarcao; e o cora-o como o capito. Ambos so indispensveis. Cada um obedeceao outro de uma maneira diferente. (O que as Escrituras chamam decorao a sede do intelecto, das emoes e da vontade; portanto, huma interao entre essas trs faculdades.)

    3 .2 . M o t i v o s p a r a o u s o d a a p o l o g t i c aO primeiro motivo para o cristo usar a apologtica suaobedincia vontade de Deus, anunciada em sua Palavra (ver 1 Pe3.15).A nossa recusa de apresentar uma razo para nossa f, por si s, j seconstitui desobedincia ao Senhor. Alm disso, existem pelo menosoutros dois motivos prticos para usarmos a apologtica: convenceros incrdulos e instruir e edificar os crentes.

    Mesmo que no houvesse descrentes para persuadir, aindaassim deveramos apresentar razo da nossa f, porque esta, quandobem entendida, gera obedincia a Deus e boas obras (ver Rm 12.2).A f desenvolve a razo,e esta explora o tesouro da f que uma vez foidada aos santos (Jd 1.3).

    Ademais, o cristo cr num Deus que amor, o nosso amado

    e Aquele que nos ama; e quanto mais nosso corao ama algum, maisnossa mente deseja conhecer a respeito da pessoa amada. A f naturalmenteestimula a razoatravs da atuao do amor. Portanto, afestimula a razo,e esta estimula af.Isto exatamente o que este livro procura demonstrar.Portanto, razo efso amigas, companheiras, parceiras, aliadas.

    E uma vez que essas duas aliadas, afe a razo,tm inimigoscomuns, a apologtica funciona como uma arma de guerra; e os ar-

    gumentos apologticos funcionam como instrumentos que destroemmentiras, falcias e sofismas.

    Note como Paulo descreveu a guerra espiritual e qual o papelda apologtica:

    J L

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    J LA N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    Porque, andando na carne, no militamos segundo a carne.Porque as armas da nossa milcia no so carnais, mas, sim,

    poderosas em Deus, para destruio das fortalezas; destruindo os

    conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento deDeus, e levando cativo todo entendimento obedincia de Cristo.

    (2 Corntios 10.35).

    Como disse Arthur Holmes: Toda a verdade a verdadede Deus. Nessa guerra [cujo campo de batalha a mente humana],defendemos a razoe af,porque a razo amiga da verdade, e a faltade f gera falta de verdade. Logo, ao defendermos a f, reavemos oterritrio da mente que, como tudo mais, pertence por direito a Deus,e Ele disponibilizou para ns.

    Entretanto, assim como a insulina age contra o diabetes, e nocontra os diabticos, nossa guerra contra a descrena, e no contra osdescrentes. O objetivo da apologtica no obter vitria para si mesma,

    mas alcanar a verdade. Assim, todos saem ganhando. Neste caso, aproposta de Abraham Lincoln a melhor maneira de conquistar nossoinimigo tornlo nosso amigo tambm vlida para os argumentosapologticos.

    Convidamos os crticos, os cticos, os descrentes e os adep-tos de outras religies para dialogar conosco nesta obra. Aqueles quedesejarem podero escrever para ns, pelo bem de nossa busca mtua

    pela verdade e para melhorar as prximas edies deste livro. Afinal,uma das poucas coisas na vida que no nos faz mal a busca sincerapela verdade.

    3 .3 . C o m r e l a o m e t o d o l o g i aUma introduo apologtica geralmente faz meno da

    metodologia empregada. Ns escolhemos no agir assim. Acreditamosque isto uma questo de segunda importncia, que desviaria nossaateno das questes relevantes concernentes verdade.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Alm disso, nossa inteno retornar ao essencial. No somosdefensores de um padro metodolgico em particular. Em todos osnossos argumentos, procuramos utilizar padres racionais de senso

    comum e princpios de lgica universalmente aceitos. Colecionamose lapidamos os argumentos como o colecionadores de pedras precio-sas fazem com suas gemas. Os leitores podero empreglos em suasprprias atividades. Entretanto, devemos instrulos quanto a comonoutilizar este livro.

    Afirmamos que os argumentos apologticosso como armas b-licas. Esta uma metfora perigosa, porque nunca devemos uslos parafazer mal s pessoas. A argumentao um recurso humano incrustadoem um contexto social e psicolgico mais amplo. Este contexto inclui: (1)a psique total das pessoas envolvidas no dilogo, (2) o relacionamentoentre elas, (3) a situao imediata na qual se encontram e (4) a situaomais ampla, social, cultural e histrica que as cerca.

    Se at os fatores nacionais, polticos, raciais e sexuais in-

    fluenciam um debate apologtico, a pessoa deve usar argumentosespecficos para, por exemplo, conversar com uma mulher muulmanaque mora em Teer, e outros diferentes para falar com um adolescenteafroamericano que more em Los Angeles.

    Em outras palavras, embora os argumentos sejam armas,so mais parecidos com espadasdo que com bombas;afinal, estas noso muito seletivas quanto ao alvo, e pouco importa quem as lana.

    Entretanto, relevante a pessoa que manuseia uma espada [bemcomo sua habilidade para manusela]; a espada se torna quase umaextenso do espadachim.

    Semelhantemente, um argumento apologtico, quando apli-cado em um dilogo, tornase uma extenso de quem o utiliza. Nossotom de voz, nossa sinceridade, nosso cuidado, nossa preocupao,nossa ateno e nossas atitudes respeitosas importam tanto quantoa lgica que empregamos ou talvez at mais. O mundo foi ganhopara Cristo no atravs de argumentos, mas atravs da santidade: Oque voc soa to alto que mal posso ouvir o que voc diz.

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    A M A T D R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    3 . 4 . A n e c e s s i d a d e d a a p o l o g t i c a n o s d i a s d e h o j eH uma necessidade especial para a apologtica atualmente,

    porque o mundo se encontra diante de uma encruzilhada e em crise.

    3 . 4 1 Pela primeira vez na histria, a civilizao ocidental correo risco de ser extinta. E o motivo dessa tragdia espiritual. A sociedadeocidental est perdendo a vida, a alma. Essa alma a f crist; e a infecoque a est matando no o multiculturalismo e outras religies, mas omonoculturalismo da secularidade a ausncia de f e de alma.

    O sculo xx foi marcado por genocdios, caos sexual eadorao ao dinheiro. A menos que todos os profetas cristos estivessemmentindo, estamos fadados destruio se no nos arrependermos evoltarmos a tempo (no no sentido tecnolgico, mas no espiritual).

    A Igreja de Cristo nunca ir morrer, mas nossa civilizaosim. As portas do inferno nunca prevalecero contra a Igreja, maseste mundo certamente ruir. Sendo assim, apresentamos a apolo-

    gtica no para ajudar a salvar a Igreja, mas para ajudar a salvar omundo.

    3 . 4 . 2 . No nos encontramos apenas numa crise civil e cultu-ral, mas tambm numa crise filosfica e intelectual. uma crise daverdade(ttulo do livro de Ralph Martin). E cada vez mais, a prpriaidia da verdade objetiva est sendo ignorada, abandonada ou atacada

    no apenas na prtica, mas at mesmo na teoria, de maneira diretae explcita, principalmente pelos estabelecimentos educacionais e pelamdia, que procuram moldar nossa mente. (Veja o cap. 16, para umadefesa da idia fundamental sobre a verdade objetiva.)

    3 . 4 . 3 . Por fim, o nvel mais profundo de nossa crise no culturou intelectual, mas espiritual. A alma de homens e de mulheres por quem

    Cristo morreu est em jogo. Alguns acham que o fim est prximo. Nsnos mostramos um pouco cticos a respeito de tais previses, mas sabemosde uma coisa com certeza: cada indivduo est aproximandose do fim,da morte e do julgamento eterno a cada dia.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    A civilizao pode durar mais um sculo, mas cada um de ns emparticular no ir durar tanto. Um dia, estaremos totalmente descobertosdiante da luz de Deus. melhor que aprendamos a amlo e que busquemosa soluo para esta crise enquanto h tempo, para que nosso encontro como Senhor seja um momento de gozo, e no de temor eterno.

    Sabemos que uma opinio desse tipo no muito popular atualmente fato que muito diz a respeito da sanidade espiritual das pessoas tmfechado os olhos para a verdade mas este livro se prope a ser um mapapara ajudlo em sua em busca pela verdade a respeito de Deus. Os mapas so

    teis a qualquer instante, mas principalmente neste perodo em que o terrenoparece ter mudado to drasticamente e que muitos vagueiam perdidos.

    3 . 5 . C r i s t i a n i s m o o r t o d o x o o u c r s l i m i s m p u r o e s i m p l e sNeste livro, atemonos s principais crenas comuns a todos os

    cristos ortodoxos o que C.S. Lewis chamou decristianismo puro e simples.

    No utilizamos essa expresso para estabelecer um mnimo denominadorcomum abstrato, mas sim o cerne, a essncia da f resumida no CredoApostlico. Esse mago antigo e imutvel une vrios crentes entre si econfronta os descrentes e os adeptos de outras religies ou denominaes.

    Os telogos liberais (os modernistas, os demitologistas, osrevisionistas) no se agradaro deste livro, principalmente no que dizrespeito aos argumentos a favor dos milagres, da confiabilidade dasEscrituras, da realidade da ressurreio e da divindade de Cristo e darealidade sobre o cu e o inferno. Ns os convidamos a uniremse aos descrentes confessos para tentarem refutar esses argumentos.Tambm os convidamos a descrever mais precisamente sua prpriaposio intelectual.

    Os leitores liberais podero considerar este livro conserva

    dorou de direita.Mas nenhum desses termos seria apropriado, poisconservador,em oposio a progressivo,no fala de verdades eternas,referese a algo ocorrido no tempo e na histria, a opinies ou modosantigos que se opem aos futuros. Logo, o que progressivoem um

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    A N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    momento tornase conservadorem outro. Se Deus, o cu e os milagresexistem no uma questo de opinies restritas a perodos histricos,mas de realidades imutveis.

    J a expresso de direitareferese a uma orientao polticapsRevoluo Francesa, que se ope ao termo de esquerda(como ossocialistas eram chamados), e no tem nada a ver com a apologticacrist. A verdade ou a falsidade do socialismo na poltica no umaconsequncia da existncia ou da no existncia de Deus.

    Sendo assim, o termo mais correto para muitos telogos quese autodenominam liberais, de esquerdaou progressivosseria herege(dogrego haireomai, separar para si prprio). Herege aquele que discordade uma doutrina essencial. Como a maioria dos hereges atualmenteno cr nem na idia das doutrinas essenciais, no aceita esse rtuloe defende rigorosamente suas idias.

    Precisamos ter cuidado com rtulos e com posturas radicaise agressivas, pois o cristianismo ainda exala o cheiro da fumaa da

    Inquisio, numa poca em que a Igreja Catlica cometeu o mesmoerro dos liberais contemporneos: o erro de confundir as heresias comos hereges. A Inquisio Espanhola erroneamente queimou os heregespara destruir as heresias. Os liberais modernos erroneamente amamas heresias com o intuito correto de amar os hereges.

    A apologtica defende o cristianismo ortodoxo. Aqueles quediscordam no crem na apologtica a favor do cristianismo ortodoxo,

    simplesmente porque no crem neste ltimo. Preferem desculparsepor ele, em vez de defendlo.

    Algumas das concluses que defendemos aqui so exclusivasdo cristianismo (como a divindade de Cristo), outras so ensinadasem outras religies testas, principalmente o judasmo e o islamismo(como a existncia de um Deus Criador). H tambm aquelasdoutrinas que so ensinadas por quase todas as religies mundiais(como a doutrina da vida aps a morte). Uma delas a existncia daverdade objetiva compartilhada at por testas e por ateus sinceros,porm largamente negada atualmente. Obviamente esse deveria ser o

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    primeiro tpico para abordarmos. Entretanto, por ser o mais abstratode todos, ns o inclumos no ltimo captulo para no correr o riscode desestimular os leitores.

    P e r g u n t a s p a r a d e b a t e1. O que apologtica? O que religio? Qual a relao

    entre as duas?

    2. Existe algum detalhe especificamente cristo a res-

    peito da apologtica? Por qu? Todas as religies incluem aapologtica? Por qu?

    3. Qual a abrangncia da razohumana na religio? Ena vida em geral?

    4. Que bem podemos promover debatendo a respeito

    de nossa f? E que prejuzo isso pode causar?

    5. Qual a diferena entre a definio prmodernade razoe a definio moderna? Quais so os pontos fortese fracos de cada uma?

    6. Em sua opinio, como a razoest relacionada com:(a) a autoridade, (b) o amor, (c) a intuio, (d) o misticismo,(e) o simbolismo e (f) a esperana?

    C a p t u l o 1 3 4

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    C a p t u l o 1 3 4

    A N A T U R E Z A , A F O R A E A S L I M I T A E S D A A P O L O G T I C A

    7. Qual a utilidade de argumentos meramente provveis?

    8. possvel existir verdade sem conhecimento? Econhecimento sem certeza? E certeza sem provas? E provassem mtodo cientfico? Por qu?

    9. A questo da metodologia deveria ser a primeira e maisimportante? Por qu?

    10. A apologtica mais apropriada nos dias de hoje doque foi naldade Mdia?

    11. A apologtica erist natural e apropriadamenteconservadora ou liberal? Por qu? Defina esses termos >teologicamente.

    12. Por que voc acha que Lutero chamou a razode aprostituta do diabo? A razo teria se tornado pecaminosacom o restante da natureza humana? Se isso verdade, comopodemos confiar nela?. . . . . ^ ^ . . . _ , . . . . . -,

    13. Se necessitamos de Deus para validar a razo,e esta para

    reconhecer a existncia de Deus, como podems escapar de umt radocnio dclico? Uma vez que qualquer prova da existnda de

    Peus por definio racional, se Deus no validar a razo}oquemais poder fazlo? A prpria razo? Algo subracional? Nossocrebro, semelhante a um computador, foi programado por Deus(um esprito bom), pelo diabo (um esprito maligno) ou por um

    mero acaso (nenhum esprito, nenhuma mente)? Lembramos queapenas no primeiro caso, nossa mente seria digna de confiana.Isso leva obrigatoriamente a um raciocnio dclico?

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    14. Por que Toms d Aquino teria dito que contradi-zer a razo humana o mesmo que contradizer a Deus? Sv

    Que consequncias advm do fato de no crermos nessaafirmao?

    N o t a e x p l i c a t i v aa Ludwig Wittgenstein (18891951) foi um filsofo austraco antimetafsico, que afirmou que o

    mundo uma som atria de fatos, e no de coisas; e a linguagem um jogo, cujas regras so forjadas no

    ato de pensar o compreendido. Para ele,jogar,e no julgar, sugere este salto no escuro, o pressentimento

    de que o sentido a prpria ao da linguagem ou a linguagem em funcionamento. Sendo assim, por

    mais que pensemos, umjogonunca seria inteiramente consciente, uma vez que possvel dispor das

    peas erradas, que elas podem estar incompletas ou que podem estar todas l, porm misturadas.

    Para Wittgenstein, no havendo um slido cho (metafsico) sobre o qual se apoiar, o pensar

    e o comunicar, a inteligibilidade do pensamento, estaria assentada na mobilidade dos sentidos, na

    versatilidade dos jogos de linguagem. E tendo cada palavra o seu uso, fazse necessrio desmistificar

    a linguagem ao falar do pensamento. Para ele, a linguagem no se oculta; ela est exposta. No ne-cessrio mais acorrentarse na caverna de Plato, procura da verdade, da certeza e do conceito. Por

    isso, o filsofo prope pensar por meio das palavras, da representao que estas asseguram, a fim de

    se recuperar a vitalidade das coisas e de seus mltiplos sentidos no prprio pensar.

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    T p i c o s d o C a p t u l o 2

    F e R a z o

    l i i m p o r t n c i a d a q u e s t o

    2 . D e f i n i e s

    2.1. F2.2. Razo

    3 . A r e l a o e n t r e o s o b j e t o s d a e d a r a z o

    3.1. Racionalismo3.2. Fidesmo

    3.3. Coincidncia entre a/g'ea razo3.4. Dualismo3.5. Superposio parcialA) Verdades conhecidas apenas pela f,B) Verdades conhecidas tanto pela f como pela razo;C) Verdades conhecidas apenas pela razo.

    4 . A e a u m n u n c a p o d e m c o n t r a d i z e r - s e5 . A p e n a s a f a l s i d a d e p o d e c o n t r a d i z e r a v e r d a d e

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    6 . D e u s o M e s t r e d a f e d a m

    7 . O b j e e sO b j e O 1 : Como podemos compreender a mente superior e infinitade Deus com a razohumana?O b j e O 2 : No uma atitude humilde menosprezar o poder da razo?O b j e o 3 : No uma atitude orgulhosa afirmar que podemos saber

    muito a respeito de Deus?O b j e O 4 : Por que existem tantos descrentes to brilhantes?O b j e O 5: As razes dos cristos no so na verdade racionalizaes?O b j e O 6: A razo no anula o mrito da/?

    8 . A d e n d o

    P e r g u n t a s p a r a d e b a t e N o t a e x p l i c a t i v a

    T p i c o s d o C a p t u l o 2

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    T p i c o s d o C a p t u l o 2

    .1. '-''.' ^ i * l ' t f v ^ b i i f t i y i .1 i; , - .

    O \ T T

    C a p t u l o 2

    F e R a z o

    l i i m p o r t n c i a d a q u e s t o

    'e.certa maneira, o matrimnio entre a/ e a razo a ques-to mais importante na apologtica, porque a principal. Se a fe a razo no forem parceiras, se estiverem divorciadas ou foremincompatveis, como gatos e pssaros, ento a apologtica se tornaimpossvel, pois esta consiste em aliar razoe f, em defender a fcom as armas da razo.

    2 . D e f i n i e s fundamental esclarecermos nossas definies de fe

    de razo,porque esses termos geralmente so usados de maneiravaga ou equivocada. Ao definilos, distinguindo o significadode cada termo, removemos a indeterminao e evitamos osequvocos.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    2 .1 . F Primeiro, precisamos distinguir o atode crer do objetoda f,

    separando a crena daquilo em que cremos.

    1. O objeto da f tudo aquilo em que cremos. Para oscristos evanglicos, isso engloba tudo que Deus revelou naBblia. Esse objeto de f expresso por proposies que nospermitem entrever no a f, mas o objeto da f. Os atos litrgicose morais, por exemplo, so proposiesque exprimem em

    que cremos. Entretanto, no so os objetos derradeiros daf;so apenas objetos secundrios.O objeto derradeiro da f apenasum: a Palavra de Deus, o prprio Deus. As proposiessoo mapa, a estrutura da f. Deus o objetoreal da f e tam-bm o Autor daf o que revela as doutrinas objetivas emque cremos, bem como Aquele que inspira o corao do serhumano que escolhe livremente acreditar nelas.

    errado parar no nvel das proposies e no deixarnossa f alcanar o Deus vivo, bem como denegrir as proposies,considerandoas dispensveis ou at mesmo nocivas f viva. Sem um relacionamento real com o Deus vivo, asproposiesso inteis, porque o objetivo delas apontar paraalm de si prprias e revelar Deus. (Um dedo til paraapontar para a lua, mas ai daquele que confunde o dedo com alua, diz um sbio provrbio.) Entretanto, sem as proposies,no podemos permitir que outros vislumbrem o Deus emquem acreditamos e o que cremos a respeito dele.

    2. O ato daf mais do que um mero ato de crer. Acre-ditamos em muitas coisas por exemplo, que determinado

    time de futebol ir ganhar o jogo, que o presidente no ummau carter, que a Noruega um belo pas entretanto,no estamos dispostos a morrer por essas crenas e nopodemos vivlas a cada momento. Entretanto, af religiosa

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    C a p t u l o 2 J

    F E R A Z O

    tanto pode estimularnos a morrer em prol do que cremoscomo a viver a cada instante. Af religiosa muito mais doque um mero ato de crer; muito mais forte. Mas o simplesato de crer faz parte da f e um de seus aspectos.

    Podemos distinguir pelo menos quatro aspectos ou dimensesdaf religiosa.Em uma hierarquia da menos importante paraa mais importante e essencial, e da mais externa para a maisinterna, ou seja, conduzindo a aspectos cada vez mais centrais aoser humano , podemos caracterizlas como (a)f emocional,

    (b) f intelectual,(c) f volitivae (d) f no ntimo.

    a. A f emocional a sensao de segurana ou de con-fiana em uma pessoa. Isso inclui a esperana (que muitomais forte do que um mero desejo) e a paz (que muito maisintensa do que uma simples tranquilidade no ntimo).

    b. A f intelectual a crena. Esta mais forte do que a femocionalpor ser mais estvel e imutvel, como uma ncora.Minha mente pode crer embora meus sentimentos estejamabalados. Essa crena, porm, muito mais rigorosa, diferentede uma mera opinio. A antiga definio de f intelectualeraum ato do intelecto, estimulado pela vontade pessoal, peloqual acreditamos em tudo que Deus revelou, com base na au-toridade do Senhor. esse aspecto da f que est formuladonas proposiese resumido nos credos.

    c. Af volitiva um ato da vontade humana, o compromissode obedecer vontade de Deus. Isso o que chamamos defidelidade.Ela se manifesta no comportamento, ou seja, atravs

    das boas obras. Uma esperana mais profunda que um merodesejo fundamental para af emocional,e uma crena maisprofunda do que uma simples opinio fundamental paraa f intelectual.Portanto, um amor mais profundo do que

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    o comum a base da f volitiva.A raiz dela a vontadepessoal a faculdade ou o poder da alma que est maisprximo da raiz prfuncional do corao(d).

    O intelecto o navegador da alma, mas a vontade seucapito. O intelecto como o Sr. Spock, da srie Jornada nasEstrelas. Avontade como o Capito Kirk, e os sentimentos socomo o Dr. McCoy, o mdico da equipe. A alma como a naveEnterprise. Avontade pode ordenar o intelecto a pensar, maseste no pode forar a vontade a tomar uma atitude, apenas

    tem a capacidade de informla, assim como o navegador dizao capito o que se passa com a nave. Entretanto, a vontadeno pode simplesmente nos forar a crer. Ela no pode exigirque o intelecto acredite no que aparenta ser falso ou deixar decrer naquilo que parece ser verdadeiro. A crena se manifestaquando decidimos agir com sinceridade e aplicar nossa mentea servio da verdade. (Ver Aquino, Suma Teolgica,I, 82, 37

    sobre o relacionamento entre o intelecto e a vontade.)

    d. A f salvadora tem incio naquele centro misterioso eobscuro de nosso ser que as Escrituras chamam de corao.Na Bblia (e de acordo com os pais da igreja, principalmenteAgostinho), esse termo no significa sentimentos ou emoes,mas o centro absoluto da alma, assim como corao, rgo, estno centro do corpo. O corao a parte de ns onde o EspritoSanto de Deus atua. O coraono uma espcie de objetointerior, com as emoes, o intelecto ou a vontade. o prprioser, o eu,o sujeito constitudo por emoes, mente e vontade.

    Salomo nos instruiu: Sobre tudo o que se deve guardar,guarda o teu corao, porque dele procedem as sadas da vida

    (Pv4.23). Com o corao, assumimos a postura fundamentalde dizer simou noa Deus, e escolhemos nossa identidadee nosso destino eterno. No entanto, a f intelectualsozinhano suficiente para a salvao, pois at os demnios crem

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    C a p t u l o 2 4 2F E R A Z O

    e estremecem(Tg 2.19). A esperana e, acima de tudo, o amorprecisam ser acrescidos / (1 Co 13.13). Esta f no ntimo umaf salvadora ela promove a salvao, e necessariamenteproduz as boas obras do amor, assim como uma rvore saudvelproduz bons frutos.

    2 . 2 . R a z oNovamente precisamos distinguir entre o atopessoal e sub

    jetivo da razo e o objetoda razo.1. O objeto da razo engloba tudo aquilo que a razopode conhecer. Isso inclui trs categorias correspondentesaos trs atos da mente na lgica clssica aristotlica. Issosignifica que qualquer verdade pode ser: (a) compreendidapela razo (ou seja, pela razo humana, sem a f na revelaodivina); (b) descobertapela razo humana como verdadeira;

    (c) provada de maneira lgica, sem nenhuma premissabaseada em f na revelao divina. (Ver figura 1.)

    a. Podemos compreender, por exemplo, de que material feitauma estrela apenas atravs da razo humana, e isso no parte darevelao divina. Tambm podemos compreenderpor queo universo to bem ordenado. A razo humana nos diz quedeve haver uma inteligncia sobrehumana por trs da criao douniverso. Esse segundo exemplo est citado na revelao divina,enquanto o primeiro no. Alm disso, podemos compreenderqual o plano de Deus para a salvao da humanidade apenas atravsda razo humana ou apenas atravs da revelao divina.

    b. Com relao ao segundo ato da mente, lembramos quepodemos saberque o planeta Pluto existe apenas atravs da razohumana. Isso no parte da revelao divina. Tambm podemosdescobrira existncia histrica de Jesus apenas utilizando a razo,

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    com base em pesquisas histricas. Esta ltima verdade est indudana revelao divina, enquanto que a primeira no est. Entretanto,no podemos descobrir apenas pela razo que Deus nos ama detal maneira que deu Seu Filho para morrer por ns. S podemossaber disso pela f na revelao divina.

    c. Por fim, podemos provar, por exemplo, o teorema de Pitgoras apenas pela razo humana, pois este no consta da revelaode Deus. Tambm s pela razo podemosprovarque a alma no

    morre com o corpo. Isto possvel usando bons argumentosfilosficos (ver cap. 10). Essa doutrina tambm est induda narevelao divina. Entretanto, no podemos provar que Deus tri-no; podemos apenas crer, porque Ele nos revelou essa verdade.

    2 . 0 ato da razo,distinto do objeto da razo, inclui todosos atos pessoais e subjetivos da mente atravs dos quais (a) com

    preendemos,(b) descobrimose (c) provamosqualquer verdade.O significado antigo de razoinclua todos os trs atos da

    mente, chamados no conceito clssico de (a) simples apreenso,(b) julgamento e (c) raciocnio. Entretanto, o significado derazofoi sendo estreitado na era moderna, comeando com onominalismode Ockham, no sculo xiv, e com o racionalismode Descartes, no sculo x v i i, passando a significar apenas oterceiro ato da mente, o raciocnio, os clculos e as provasintelectuais. Neste livro, preferimos utilizar o significado maisantigo e mais amplo de razo.

    A razoest relacionada verdade, pois uma maneirade conhecer a verdade, de compreendla, de descobrila ede provla.

    Semelhantemente, a fest relacionada verdade; poistambm uma maneira de descobrila. Nenhum ser humanoexiste sem algum tipo de f. Todos ns adquirimos a maiorparte de nosso conhecimento atravs da f, ou seja, por

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    C a p t u l o 2 4 4

    F E R A Z O

    crermos no que outras pessoas pais, professores, amigos,escritores, a sociedade nos dizem.

    Externamente religio e tambm atravs dela, a/ e a

    razoso estradas que levam verdade.

    F i g u r a iC o m p r e e n s o D e s c o b e r t a P r o v a

    Somente pela razo,eno pela revelao

    Do que uma estrela feita

    A existncia dePluto

    0 Teorema dePitgoras

    Pela razoe pela/ narevelao divina

    Por que o universo to ordenado

    O Jesus histric A alma nomorre

    Apenas pela/ narevelao divina

    O plano de Deuspara nossa salvao

    O quanto Deus nosama

    Deus trino

    Tendo definido esses dois termos, estamos prontos paraapresentar a pergunta a respeito da relao entre eles. A questoque propomos no qual a relao psicolgica entre o ato daf e o ato da razo? mas sim qual a relao lgicaentre o objeto daf e o objeto da razo?Qual a ligao entre esses dois conjuntosde verdade o conjunto dos fatos conhecidos apenas pela razohumana e o conjunto dos fatos apreendidos apenas pela f narevelao divina? Existem cinco respostas possveis para a relaoentre esses dois conjuntos:

    1. Tudo contido em A est em B, mas nem tudo con-

    tido em B est em A.

    4 5

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    2. Tudo contido em B est em A, mas nem tudo con-tido em A est em B.

    3. Tudo que est em A est em B, e viceversa.

    4. Nada do que est em A est em B, e viceversa.

    5. Algumas coisas, mas nem tudo, que est em A estem B e viceversa.

    Aplicandose esse raciocnio questo dafe da razo,as cincopossibilidades se mostram da seguinte maneira:

    1. Tudo que conhecido pela ftambm conhecido pelarazo,mas nem tudo que conhecido pela razo conhecido pelaf.Logo af uma subdiviso da razo.

    2. Tudo que conhecido pela razotambm conhecidopela f,mas nem tudo que conhecido pela f conhecido

    pela razo.Logo a razo uma subdiviso da f.

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    C a p t u l o 2 4 6F E R A Z O

    3. Tudo que conhecido pela/ conhecido tambm pelarazo, e viceversa. Logo,fe razoso intercambiveis.

    4. Nada que conhecido pela f conhecido pelarazo, e viceversa. Logo, f e razo so mutuamenteexcludentes.

    5. Algumas coisas, mas nem todas, que podem ser conhecidaspela/ tambm so conhecidas pela razo, e viceversa. Logo,ferazose interceptam parcialmente.

    Lembremos que razopode conter um, dois ou trs dos ob-jetos dos atos da mente, ou seja, aquilo que pode ser compreendido,descobertoou provadopela razo.

    Agora analisaremos cada uma das cinco respostas possveis.

    3 . 1 B a c i o n a l i s m oO racionalismo declara que tudo que conhecemos pela f

    tambm pode ser compreendido, descoberto ou provado pela razo,mas o inverso no ocorre. O racionalismo v a f como um elemento,uma subdiviso da razo.

    Poucos tericos cristos declararam isso. Anselmo pareceter sido um deles, porque tentou provar at mesmo as doutrinasda Trindade e da Encarnao estritamente atravs de argumentosfilosficos racionais, que ele chamou de razes necessrias.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Hegel foi um tipo de racionalista bem diferente. Ele interpretavaradicalmente o contedo da revelao, para se adequar sua prpria filosofia(por exemplo, ele negava a criao a partir do nada e a divindade singularde Cristo). Isso seria racionalismo cristo apenas se entendermos o termocristoalm de qualquer definio histrica til. Hegel acreditava que a fcrist histrica, tradicionalmente interpretada, era primitiva; e havia apenasum precursor simblico ou miticamente verdadeiro de sua prpria filosofia.Atualmente, o tipo de racionalismo de Hegel bastante popular, mas o deAnselmo (at onde sabemos) est totalmente obsoleto.

    3 . 2 . F i d e f s m oOfidesmodeclara que o nico conhecimento, ou pelo menos o

    nico conhecimento garantido, que podemos ter vem pela/. Enquanto oracionalismo nega a existncia de qualquer verdade de f que no possa serprovada pela razo, o fidesmo, por sua vez, nega a existncia de qualquer

    verdade que no possa ser alcanada pela razo sem o auxlio da f.Sabemos no haver nenhuma f religiosa envolvida, por

    exemplo, no conhecimento da existncia do planeta Pluto ou doTeorema de Pitgoras. Portanto, o fidesmo deve afirmar que todasessas verdades, externas religio, so duvidosas, ou que, se so garantidas,esto enquadradas em algum tipo de f no religiosa.

    A primeira escolha parece simplesmente ridcula. Podemosno ter certeza de que o sol ir levantarse amanh, mas temos certe-za de que 2 + 2 = 4. Possumos algumas certezas. Portanto, isso devesignificar que todas as certezas que possumos advm de alguma fno religiosa. O principal candidato para essa f no religiosa a fna prpria razo.

    O filsofo Blaise Pascal, por exemplo, declarava que confiar

    na razoem primeiro lugar , em si prprio, um ato de f, e no algoprovvel racionalmente. Se a confiana na razopudesse ser provadapela razo, estaramos cometendo a falcia lgica do raciocnio cclico,ou seja, supondo aquilo que deveramos provar.

    C a p t u l o 2

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    C a p t u l o 2F E R A Z O

    Pascal argumentou ainda que, se a fonte de nossa razono foro Deus inteligente e confivel, mas apenas o mero acaso ou algum espritomaligno que no digno de confiana, ento a nossa razono digna

    de confiana de maneira alguma. Quem confiaria num computadorprogramado pelo acaso ou numa pessoa que deseja enganarnos?Entretanto, como sabemos que existe um Deus bom e confivel que crioue desenvolveu a razohumana? Se tentarmos provar a existncia de talDeus pela razo, novamente camos no raciocnio cclico, e apresentamosargumentos, em vez de provas. Tentaremos validar a existncia de Deus

    pela razo, e esta com base em Deus. A nica soluo, afirmou Pascal, seriadar um salto de f no racional no incio.Consideramos esse argumento bastante forte, mas ele no nos leva

    necessariamente ao fidesmo prtico e recusa de tentar provar qualquer dasdoutrinas da f. O argumento apenas afirma que a justificao tericaderra-deira para a razo no pode ser a prpria razo.O prprio Pascal apresentouvrios argumentos racionais para sua f em sua obra Pensamentos.

    A terceira opo apresentada anteriormente sobre a relaodireta entre o que conhecido pelafe o que conhecido pela razo umapossibilidade lgica, mas no conhecemos ningum que a defenda.

    3 . 4 . D u a l i s m oO dualismo uma postura teolgica popular hoje em dia,

    porque reflete a separao entre a Igreja e o Estado, a religio e a filo-sofia, o sagrado e o secular, que caracteriza a era moderna. O dualismosimplesmente estabelece o divrcio entre afe a razo,colocandoas em

    dois compartimentos diferentes. Geralmente isso se d porque os dualis-tas: (a) reduzem a razoao raciocnio cientfico, matemtico e emprico,e (b) reduzem afa uma atitude pessoal e subjetiva. Portanto, a razoe afcorresponderiam a coisas distintas e sem corelao.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Pareceria razovel defender o dualismo se crssemos emalguma religio oriental esotrica, que se baseasse em experinciasmsticas pessoais. Entretanto, isso no razovel se formos cristos,

    judeus ou muulmanos (os chamados de o povo do Livro ); pessoasque acreditam em uma religio de revelao pblica, feita atravs deproposies.

    Tambm parece covardia recusar o desafio dos descrentes derealizar um debate num campo comum (a razo) e, em vez disso, re-tirarmonos para um mbito privado (a fconcebida de uma maneira

    puramente subjetiva, uma compreenso fundamentalmente errada def, julgada por padres cristos histricos).

    3 .5 . S u p e r p o s i o p a r c i a lA maioria das pessoas concordaria conosco que a quinta

    opo a mais razovel e a correta. Ela faz distino entre trs tipos de

    verdade:a. verdades exclusivas da/;b. verdades pertencentes tanto kfquanto razo; ec. verdades exclusivas da razo.As verdades pertencentes apenas ao campo da f so as

    doutrinas reveladas por Deus, as quais no podemos compreender,

    descobrir ou provar pela razo (por exemplo, a Trindade, o fatode que a morte de Cristo garantiu o perdo dos nossos pecadosetc).

    As verdades pertencentes tanto / como razoso as dou-trinas reveladas por Deus, mas que tambm podemos compreender,descobrir e provar pela razo(por exemplo, a existncia de um nicoDeus, uma lei moral objetiva, a vida aps a morte etc).

    As verdades pertencentes exclusivamente razo tudoaquilo que Deus no nos revelou, mas que assimilamos pela razohumana (por exemplo, as cincias naturais).

    C a p t u l o 2 5 0 P

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    F E R A Z O

    Sesuperposio parcial a opo correta, seguese que o apologistacristo tem duas tarefas: provar todas as proposies do item be respondera todas as objees s proposies apresentadas no item a.

    a b c

    No podemos provar proposies do item a, como, por

    exemplo, a Trindade, mas podemos responder a todas as objees aessa idia. Suponhamos que um unitarianoafaa objeo Trindade,porque ela divide Deus em trs partes. Podemos demonstrar que esseconceito errado; Trindade no significa trs deuses, mas um Deusmanifestado em trs pessoas. Ento, suponhamos que um defensor dalgica afirme ser contraditrio o fato de algum ser ao mesmo tempoum e trs. Podemos responder que Deus tem uma natureza, e no

    trs; e manifestase em trs Pessoas, e no em uma. Isso no constituicontradio. Ns, seres humanos, por outro lado, temos duas naturezas (uma espiritual, e outra natural; temos mente e matria, alma ecorpo), mas somos indivduos nicos.

    Nem todos os pensadores cristos concordam sobre quantasproposies da f podem ser provadas pela razo, mas a maioria afirmaque isso possvel com algumas delas, mas no com todas. Logo, aapologtica possvel, porm limitada.

    A doutrina do pecado afirma que a natureza humana e,portanto, a razohumana est corrompida, mas que ela ainda vlida etil. ( como uma pessoa com o corpo atrofiado, que pode andar, mas noanda muito bem.) Sendo assim, devemos fazer uma distino entre a razode facto(de fato, na realidade) e a razo de jure(pela lei ou por direito). Entre

    a razoem seu uso cotidiano e a razoem si prpria; entre a razoempregadade maneira imprpria e a razoutilizada de maneira adequada. Neste ltimocaso, ela poderosa, mas no onipotente. A razo pode persuadirnos acaminhar at a praia, mas temos de dar um salto de f para adentrar no mar

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    do Deus vivo. O fidesmoafirma que a razo sequer pode levarnos at a praia;j o racionalismodiz que ela pode colocarnos no mar.

    4 . F e m o n u n c a p o d e m c o n t r a d i z e r - s eExistem duas questes bsicas a respeito da relao entre

    f e razo:1. Que percentual da f a razo pode provar?

    2. A f e a razo podem contradizerse?J vimos que existem respostas distintas para a primeirapergunta tudo, algumas coisas, nada e que a melhor respostaparece ser algumas coisas.Entretanto, o que podemos dizer do outroquestionamento?

    5 . A p e n a s a f a l s i d a d e p o d e c o n t r a d i z e r a v e r d a d eA resposta de Toms de Aquino a essa pergunta em sua Suma

    contra os Gentios I, 7, parecenos ser uma verdade irrefutvel:

    A verdade de que a razo humana naturalmente capacitada

    a obter conhecimento no pode opor-se verdade da f crist.

    A habilidade que a razo humana naturalmente tem de obterconhecimento plena e claramente verdadeira; sendo assim,

    impossvel considerarmos tais verdades como sendo falsidade.

    [Se ns apenas compreendemos o significado dos termos em

    tais proposies auto-evidentes como o todo maior do que as

    partes, ou tudo que tem corpo deve ter dimenso, no podem os

    achar que so falsos.] Tambm no se deve declarar falso aquilo

    que acolhemos pela f, uma vez que foi confirmado claramente por revelao divina. [No nossa f, mas o objeto dela, Deus,

    que justifica nossa certeza.] E como apenas o que falso se ope

    verdade, fica evidente a partir de um exame de suas definies

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    C l 2 5 2F E R A Z O

    que impossvel que a verdade da f se oponha aos princpios que

    a razo humana assimila naturalmente.

    Portanto, ou o cristianismoseria falso, ou a razoseria falsa.Mas, se ambos so verdadeiros, no pode haver qualquer contradioreal entre eles, uma vez que a verdade no pode contradizer a prpriaverdade.

    Aquino estava falando de fe de razode maneira obje-tiva, e no subjetiva. O grupo de proposies objetivas reveladaspor Deus para que creiamos e o grupo de proposies objetivas

    que podem ser provadas por nossa razo desde que empregadade maneira apropriada no contm nenhuma contradio. En-tretanto, subjetivamente, ns, humanos, pecaminosos, podemoserrar facilmente. Podemos ter uma compreenso errada de f epodemos empregar nossa razo de maneira incorreta. Opiniespodem certamente contradizer a f , mas a prpria razo nopode.

    6 . D e u s o M e s t r e d a e d a m oAquino apresenta uma segunda razo, igualmente perspicaz,

    para a mesma concluso:

    Ademais, aquilo que introduzido na alma do estudante pelo mestre est

    contido no conhecimento deste a menos que seu ensino seja fictcio,

    o que algo imprprio para se dizer a respeito de Deus. O conhecimento

    dos princpios que adquirimos naturalmente [e proposies racionalmente

    auto-evidentes] foi implantado em ns por Deus, porque Ele o Criador

    de nossa natureza. Portanto, esses princpios tambm esto contidos na

    sabedoria divina. Logo, aquilo que se ope a eles ope-se sabedoria

    divina, e obviamente no podem vir de Deus. Aquilo que acolhemos pela

    f como sendo revelado divinamente no pode ser contrrio ao nosso

    conhecimento natural.

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    M a n u a l d e D e f e s a d a F

    Muitos concordam com Aquino at esse ponto, mas discor-dam da concluso seguinte.

    A partir disso, chegamos de maneira evidente seguinte concluso:quaisquer argumentos apresentados contra as doutrinas da f so

    concluses corretamente derivadas dos primeiros princpios auto-

    evidentes gravados na natureza [humana, racional]. As concluses

    no tm a fora da demonstrao; ou so argumentos que podem ser

    provados, ou so sofsticos [falaciosos]. Portanto, existe a possibilidade

    de responder a eles.

    Em outras palavras, todos os argumentos possveis con-tra qualquer doutrina crist possuem um erro racional em algumlugar, portanto podem ser contestados apenas pela razo. Se nofosse assim, se Aquino estivesse errado nessa colocao, ento pelomenos algum argumento dos descrentes contra as doutrinas docristianismo poderia provar real e verdadeiramente que a doutri-

    na falsa; que o cristianismo no verdadeiro. A viso otimistade Aquino do matrimnio entre f e razosegue necessariamentea partir da premissa simples de que o cristianismo verdadeiro.Portanto, irracionalismo cristo um termo contraditrio.

    Lembremos, porm, que ns (e tambm Aquino) no esta-mos declarando que todas as doutrinas crists podem ser aprovadaspela razo, apenas que todo argumento contra elas pode ser refutado.

    Tampouco estamos dizendo que qualquer pessoa pode provar que elasesto erradas. A razo de jure[de direito] infalvel, mas aqueles queraciocinam no so [infalveis] de facto.

    A confiana de Aquino confirmada pela experincia e a histriada humanidade. Por aproximadamente dois milnios, os cristos ortodoxospercebem que isso verdade. Atualmente, milhares de convertidos sincerose dedicados repetem o mesmo processo de descoberta em trs etapas.

    No segundo sculo, Justino, o mrtir, escreveu [sobre esse processo] em seutrabalho autobiogrfico, intituladoPrimeira Apologia.Ele afirmou que:

    1. Um homem busca encontrar a verdade apenas a partirda razo,e desapontase;

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    C t l 2 5 4F E R A Z O

    2. A verdade lhe oferecida atravs da f,e ele a aceita;3. Tendo aceitado, o homem descobre que ela satisfaz seu

    raciocnio. (Ver Gilson, E. The Spirit of Medieval Philosophy[Esprito da filosofia medieval], cap. 2.)

    Existe uma testemunha ainda mais antiga sobre esse padro. Oprimeiro apologista cristo, o apstolo Paulo, disse em 1 Corntios 1.2025:

    Onde est o sbio? Onde est o escriba? Onde est o inquiridor deste

    sculo? Porventura, no tomou Deus louca a sabedoria deste mundo?Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo no conheceu a Deus pelasua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregao.Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nspregamos a Cristo crucificado, que escndalo para os judeus e loucurapara os gregos. Mas, para os que so chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque

    a loucura de Deus mais sbia do que os homens; e a fraqueza de Deus mais forte do que os homens.

    Se o evangelho divinamente revelado a loucura de Deus mais sbio do que a melhor sabedoria com base na filosofia humana,ento a sabedoria humana deve ser mais louca do que o evangelho.

    H trs maneiras de demonstrar esta loucura: (a) compreenden-do de maneira errada ou deixando de entender; (b) sendo ignorante oufracassando em conhecer ou em descobrir; (c) sendo ilgico e fracassandoem provar, ou cometendo uma falcia. Pelo menos uma dessas loucurasou erros, correspondentes aos trs atos da mente, deve estar presenteem qualquer argumento contra a verdade e, portanto, tambm contra averdade da f crist. E como essas trs loucuras so loucuras da razo,a

    razo aplicada corretamente pode refutlas.A espada da razo em si prpria invencvel e pode atravessartodas as objees f. Entretanto, qualquer ser humano, racional,assim como qualquer espadachim, pode usla de maneira errada,

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    M a n u a l d e D e e e s a d a F

    irracionalmente. O pecado enfraqueceu os braos que manejam aespada, mas esta permanece afiada.

    7 . O b j e e sP r i m e i r a o b j e o : Se os cam