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FACULDADE REDENTOR CURSO: NUTRIÇÃO MARIANA BASTOS GOMES ANTIOXIDANTES E SAÚDE DA PELE: EFEITO DAS VITAMINAS C e E

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FACULDADE REDENTOR

CURSO: NUTRIÇÃO

MARIANA BASTOS GOMES

ANTIOXIDANTES E SAÚDE DA PELE:

EFEITO DAS VITAMINAS C e E

Itaperuna,

2012

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MARIANA BASTOS GOMES

ANTIOXIDANTES E SAÚDE DA PELE:

EFEITO DAS VITAMINAS C e E

Orientador:Vagner Rocha Simonin de Souza

Co-Orientadora:Daniella de Moraes Mizurini

Itaperuna

2012

Monografia apresentada à Faculdade Redentor como parte dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Nutrição.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Autor (a): MARIANA BASTOS GOMES

Título: ANTIOXIDANTES E SAÚDE DA PELE: EFEITO DAS VITAMINAS C e E

Natureza: Monografia

Objetivo: Título de Bacharel em Nutrição

Instituição: Faculdade Redentor

Área de concentração: Nutrição com ênfase em Estética

Data de aprovação: 13/12/2012

Banca Examinadora:

___________________________________________________

Prof. Aldany de Souza Borges

Instituição: Faculdade Redentor

___________________________________________________

Prof. Danielle Cristina Guimarães da Silva

Instituição: Faculdade Redentor

___________________________________________________

Prof. Vagner Rocha Simonin de Souza

Instituição: Faculdade Redentor

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“O fundamental é encontrar um ponto de equilíbrio que permita manter-se jovem, seja em

aspecto físico ou mental com uma aparência saudável e agradável, porque dessa maneira poderemos

gozar de todas as oportunidades que nos brinda a vida. Afinal, à medida que conservamos a nossa

saúde podemos alcançar nossos objetivos com maior facilidade.”

(PIAZZA, 2011)

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RESUMO

A pele é o maior órgão do corpo humano, formado por diferentes estruturas e com diversos tipos celulares. Este órgão atua como uma barreira protetora dos órgãos internos ao ambiente, enquanto mantém o balanço entre proliferação e descamação celular. Além de apresentar várias funções, a pele é o espelho do corpo, pois reage quando o indivíduo está mal alimentado, cansado, tanto físico ou emocionalmente. Por este motivo, quando a pele não recebe a atenção e os cuidados necessários, apresenta como uma das consequências o envelhecimento prematuro. Vários fatores contribuem parao envelhecimento da pele, dentre eles a carga genética, fatores externos e fatores internos como a fumaça do cigarro e alimentação, carência de nutrientes, sobretudo de nutrientes antioxidante como as vitaminas C e E. Pesquisas têm demonstrado a importância e o papel metabólico dos nutrientes no processo do envelhecimento. Nutrientes antioxidantes como a vitamina C e E podem contribuir para o retardo das alterações funcionais e estruturais da pele, além de conferir efeito protetor a esse órgão. Desta forma, este trabalho teve como objetivo investigar o mecanismo de ação das vitaminas antioxidantes C e E, demonstrando como seu consumo pode contribuir para o retardo do processo de envelhecimento cutâneo. Evidências mostram que as vitaminas C e E têm importante papel antioxidante na prevenção do envelhecimento cutâneo. Sendo assim, entende-se que ainda é necessária a realização de mais estudos em humanos para comprovar a eficácia dessas vitaminas.

Palavras-chave: pele, envelhecimento, antioxidantes, vitamina C, vitamina E.

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ABSTRACT

The skin is the largest organ of the human body, consisting of different structures and different cell

types. This organ acts as a protective barrier of the internal organs to the environment, while

maintaining the balance between the proliferation and cellular desquamation.Beyond presenting

various functions the skin is the mirror of the body, because it reacts when the person is underfed or

tired, both physical and emotionally. For this reason, when the skin doesn’t receive the necessary

attention and necessary care, presents as a consequence premature aging. Several factors contribute to

skin aging, including the genetic, factors and lifestyle such as cigarette smoke and deficient diet,

particularly vitamins C and E. Deficient it has been demonstrated the importance and the metabolic

role of nutrients in the aging process. The antioxidant nutrients like vitamin C and E may contribute to

delay the functional and structural alterations of the skin, besides giventhe protective effect to that

organ. Therefore, this study aimed to investigate the mechanism of action of antioxidant vitamins C

and E, demonstrating how these use can help to delay the aging process of skin.Evidence suggests that

vitamins C and E have antioxidant important role in the prevention of skin aging. Therefore, process

still understood remains and more clinical studies are need to prove the efficacy of these vitamins.

Keywords: skin, aging, antioxidants, vitamin C, vitamin E.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estrutura da Pele. ............................................................................................

Figura 2:Estrutura química do Ácido Ascórbico.................................................................

Figura 3:Esquema de reciclagem da vitamina E a partir da vintamina C...............................

Figura 4: Estrutura química da vitamina E..............................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Tipo de fibras colágenas..........................................................................................

Tabela 2: Principais agentes de defesa antioxidante...............................................................

Tabela 3: Teores de vitamina C de alguns alimentos.............................................................

Tabela 4: Ingestão dietética recomendada de vitamina C, expressa em mg/dia.....................

Tabela 5: Teor de tocoferol, expressos em mg/100g, em alimentos de origem vegetal e

animal........................................................................................................................................

Tabela 6: Ingestão dietética de referência (DRI) da vitamina E..............................................

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SUMÁRIO

RESUMO...........................................................................................................................

ABSTRACT.......................................................................................................................

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................

LISTA DE TABELAS......................................................................................................

1.INTRODUÇÃO..............................................................................................................

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2. OBJETIVOS.................................................................................................................

3. METODOLOGIA.........................................................................................................

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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 13

4.1.CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO EPITELIAL: SISTEMA

TEGUMENTAR .................................................................................................... 13

4.1.1. PELE..................................................................................................

4.1.2. CAMADAS DA PELE.......................................................................

4.2. ENVELHECIMENTO CUTÂNEO..............................................................

4.2.1.FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O

ENVELHECIMENTO CUTÂNEO............................................................

4.2.2. TIPOS DE ENVELHECIMENTO..................................................

4.2.3. ALTERAÇÕES NA PELE CAUSADAS PELO

ENVELHECIMENTO................................................................................

4.3.ESTRESSE OXIDATIVO X ENVELHECIMENTO................................

4.4. NUTRIENTES NO ENVELHECIMENTO..................................................

4.4.1. ALIMENTAÇÃO X ENVELHECIMENTO...................................

4.4.2. ANTIOXIDANTES...........................................................................

4.4.3. ANTIOXIDANTES NATURAIS EM ALIMENTOS....................

4.4.4. VITAMINA C.....................................................................................

4.4.5. VITAMINA E.....................................................................................

4.4.5. SUPLEMENTAÇÃO ........................................................................

ARTIGO CIENTÍFICO...................................................................................................

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 51

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1. INTRODUÇÃO

Como seres vivos, os homens só substituem e programam sua espécie se mantiverem

com seu meio, de maneira constante, uma alimentação equilibrada que promova benefícios

para a manutenção da saúde. É por isso que a alimentação permite aos seres vivos transformar

alimentos e nutrientes do meio exterior em constituintes de seu próprio organismo, mas para

que esse processo aconteça, o homem deve dispor de alimentos específicos e variados em

quantidades suficientes e adequadas. Por isso a nutrição é especialmente importante devido às

mudanças fisiológicas relacionadas ao envelhecimento e ao desenvolvimento de doenças que

podem interferir na alimentação e no estado nutricional da pele (CUPPARI, 2005; VITOLO,

2008).

A pele é o maior órgão do corpo humano é formada por diferentes estruturas e com

diversos tipos celulares. Este órgão atua como uma barreira protetora dos órgãos internos ao

ambiente, enquanto mantém o balanço entre proliferação e descamação celular. As diferentes

áreas do corpo são recobertas por pele diversificada (PUJOL, 2011).

Além de apresentar várias funções a pele é o espelho do corpo, pois reage quando o

indivíduo está cansado, mal alimentado, em nível físico ou emocional. Por este motivo,

quando a pele não recebe a atenção e os cuidados necessários, apresenta como uma das

consequências o envelhecimento prematuro. Apesar de o envelhecimento cutâneo consistir em

apenas uma das partes do processo de envelhecimento, estudos mostram que conforme a

expectativa de vida aumenta, a população busca modalidades de intervenção que melhore sua

aparência e reverta aos sinais do envelhecimento (PIAZZA, 2011).

Vários fatores contribuem para o envelhecimento da pele, dentre eles a carga

genética, fatores externos e fatores internos como a fumaça do cigarro e alimentação, carência

de nutrientes, sobretudo de nutrientes antioxidante como as vitaminas C e E (PUJOL, 2011).

Para o bom funcionamento do organismo em geral, são desencadeadas reações

metabólicas. Em ocorrências desses processos, ocorre a liberação de oxigênio e nitrogênio

que em concentrações fisiológicas desempenham funções essenciais relacionadas à

sinalização do ciclo celular, defesa imunológica e biologia reprodutiva. Entretanto, em

concentrações suprafisiológicas essas espécies reativas de nitrogênio e de oxigênio são

deletérias ao organismo por causarem oxidação de moléculas biológicas e consequente risco

de processos patológicos. Essas reações oxidativas são fontes endógenas para a formação de

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radicais livres, sendo cada vez mais conhecido como uma das principais causas do

envelhecimento (PUJOL, 2011).

As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou

reduzidas por meio da atividade dos antioxidantes sendo estes encontrados em muitos

alimentos. Os antioxidantes podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais

livres ou participar indiretamente de sistemas enzimáticos com essa função (COSTA &

ROSA, 2008).

Segundo Leite (2003), o desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes

resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres e tem sido chamado de estresse

oxidativo. Este desequilíbrio, por sua vez, está associado a muitos fenômenos fisiológicos,

patológicos e a processos adversos como inflamação, envelhecimento, carcinogênese entre

outros.

Os antioxidantes, naturais ou sintéticos, possuem elevada estabilidade oxidativa em

função de sua estrutura molecular, e por isso desempenham papel fundamental na prevenção à

oxidação de substâncias (WAITZBERG, 2004).

Várias classes de substâncias, encontradas naturalmente nos alimentos agem como

antioxidantes no meio biológico, dentre esses compostos bioativos podem ser citados os

carotenóides, ácido ascórbico, tocoferóis e compostos fenólicos. Estes compostos,

considerados em conjunto, são denominados, antioxidantes da dieta. Além destes, os minerais

cobre, zinco, selênio, ferro e manganês, são também considerados antioxidantes por

participarem de estruturas enzimáticas que catalisam reações de oxi-redução (COSTA &

ROSA, 2008).

Pesquisas têm demonstrado a importância e o papel metabólico dos nutrientes no

processo do envelhecimento. Nutrientes antioxidantes como a vitamina C e E podem

contribuir para o retardo das alterações funcionais e estruturais da pele, além de conferir efeito

protetor a esse órgão (CUPPARI 2005).

Desta forma, torna-se importante a investigação do mecanismo de ação das vitaminas

antioxidantes C e E, assim como, a capacidade de redução de alguns dos efeitos degenerativos

do envelhecimento no organismo através da ingestão das mesmas, podendo contribuir para a

adequada intervenção nutricional no retardo do processo de envelhecimento cutâneo.

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2. OBJETIVOS

 

2.1. OBJETIVO GERAL

Demonstrar os efeitos antioxidantes das vitaminas C e E relacionados à prevenção do

envelhecimento cutâneo.

2.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 

Apresentar aspectos relacionados à nutrição da pele;

Revisar os benefícios dos antioxidantes naturais (vitaminas C e E) para a pele;

Enumerar os alimentos fontes de vitaminas C e E;

Descrever as recomendações nutricionais das vitaminas C e E.

3. METODOLOGIA

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O processo metodológico desse estudo foi orientado por uma abordagem qualitativa

baseada na pesquisa bibliográfica. O estudo foi desenvolvido buscando fundamentação teórica

em autores cujas idéias se entrelaçam e se convergem, sendo utilizados livros, artigos de

revistas científicas, além de material disponível na Internet.

Foram utilizados para a pesquisa bibliográfica palavras chaves como: pele,

envelhecimento, antioxidante, vitamina C e vitamina E. .

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4.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1.CARACTERIZAÇÃO DO TECIDO EPITELIAL: SISTEMA TEGUMENTAR

O corpo humano é formado por conjuntos de células que são agrupadas de acordo

com sua estrutura, função e origem embrionária, essas células são unidas por quantidade

variada de material intercelular que são denominados tecidos (GUIRRO & GUIRRO, 2002).

Segundo Guirro e Guirro (2002), o sistema tegumentar é constituído pela pele e tela

subcutânea, juntamente com os anexos cutâneos. Sendo os anexos cutâneos constituídos de

pelos, unhas e glândulas sebáceas e sudoríparas, essas últimas podendo ser de dois tipos:

exócrinas do tipo écrina e do tipo apócrina. O tegumento recobre toda a superfície do corpo e

é constituído por uma porção epitelial, a epiderme e uma porção conjuntiva denominada

derme. Logo abaixo da derme encontra-se a tela subcutânea que é denominada de hipoderme

que embora dê continuidade e possua a mesma origem e morfologia da derme, não faz parte

dela. Sua função é de suporte e união da derme com os órgãos subjacentes e também permite

a pele uma considerável amplitude dos movimentos.

4.1.1. A pele

Segundo Gomes e Gabriel (2006), a pele possui em sua composição: água (70%),

protídeos (aminoácidos, colágeno, elastina, ceratina, melanina, glicoproteínas, enzimas),

lipídios (ácidos graxos, colesterol, fosfolipídios e triglicerídios), glicídios (ácido hialurônico,

glicose e glicogênio), sais minerais (cálcio, cobre, enxofre, ferro, fósforo, iodo, etc),

hormônios e uréia.

A pele constitui uma barreira eficiente contra agressões exógenas, seja ela, de

natureza química ou biológica e impede a perda de água e de proteínas para o exterior.

Também funciona como órgão sensorial, regulador da temperatura corporal, produtor de

vitamina D3, excretor de eletrólitos entre outras substâncias e protetor contra insultos físicos.

Esse manto de revestimento é indispensável à vida, pois isola os componentes orgânicos do

meio externo. Para desempenhar de forma harmônica suas funções, a pele constitui-se em

complexa estrutura de tecidos de diversas naturezas dispostos e inter-relacionados. A pele

apresenta ainda, variações e pregas articulares e musculares, orifícios pilossebáceos e

sudoríparos(SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

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Segundo Souza e Vargas (2004), embora a pele represente menos de 15% do peso do

corpo, ela é considerada o maior órgão humano devido a sua extensão.

A superfície da pele está coberta por uma película líquida que tende pra acidez. A

conjunção de vários fatores determina a cor da pele, entre eles a quantidade e distribuição de

melanina (pigmento escuro produzido por células específicas, os melanócitos) a presença de

carotenóides e pró-vitamina A (encontrada em alimentos), fatores individuais, regionais e até

sexuais e ainda conteúdo sanguíneo de seus vasos (SAMPAIO & RIVITTI, 2001; GUIRRO &

GUIRRO, 2002).

As diferentes áreas do corpo são recobertas por pele diversificada. No organismo

existe essencialmente dois tipos diferentes de pele: a pele glabra lisa e sem pelo com espessa

camada ceratínica (palma das mãos e sola dos pés) e a pele pilificada, mais fina que apresenta

sulcos e pregas característicos (no resto do corpo). A esteconstitui-se de diferentes células e

estruturas que trabalham em harmonia, garantindo assim as suas funções (PUJOL, 2011)

4.1.2. Camadas da Pele

Segundo Sampaio e Rivitti (2001), embriologicamente, a pele deriva dos folhetos

ectodérmicos e mesodérmicos.

A partir do ectoderma surge a epiderme, um epitélio de revestimento estratificado e

pavimentoso devido a presença de camadas de células que se achatam à medida que se tornam

superficiais. Suas células se renovam indefinidamente devido a atividade mitótica continua. A

epiderme tem como função produzir uma proteína fibrosa maleável denominada queratina,

responsável pela impermeabilidade cutânea (SOUZA & VARGAS, 2004).

Por ser avascular a nutrição da epiderme vem a partir dos capilares dérmicos, que são

muito vascularizados e isso só é possível pela adesão das duas camadas. Sua base é sinuosa,

formada por cones epidérmicos que se projetam na derme e que encontra-se intercalados por

projeções digiformes da derme, denominadas papilas. Sua atividade mitótica é restrita a uma

ou duas fileiras de células que se situam na base, denominadas camadas basal ou germinativa,

sendo a camada mais profunda e responsável pela constante renovação da epiderme (SOUZA

& VARGAS, 2004).

Segundo Souza e Vargas (2004), as células resultantes da divisão celular são

empurradas para as camadas mais superiores sofrendo modificação da sua estrutura pela

diferenciação celular, com alterações morfológicas nessa progressão, vindo a constituir quatro

camadas.

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A córnea é a camada mais superficial da epiderme. Consiste de vários planos de

células mortas e internamente ligadas, essas células são referidas como corneificadas, e

formam uma cobertura de todo o corpo protegendo o organismo contra invasões do meio

externo e restringindo a perda de água do organismo (SOUZA & VARGAS, 2004).

Segundo Guirro e Guirro (2002), as células mais superficiais são continuamente

eliminadas como resultado da abrasão como, por exemplo, o atrito com a roupa, onde

pequenas escamas se soltam, sem que isso dê uma aparência de escamativa e áspera a pele.

A granulosa é formada por células que já estão em degeneração, cujos sinais são os

grânulos de queratina ou de melanina que estão no seu citoplasma (SOUZA & VARGAS,

2004).

A espinhosa também chamada de Malpighi, que é caracterizada pelo aspecto celular

periférico que emiti espinhos identificados como desmossomos, responsável pela grande

coesão celular dos epitélios resistentes a grandes trações e pressões (SOUZA & VARGAS,

2004).

Camada basal ou germinativa é a ultima camada da epiderme, repousa sobre a junção

dermoepidérmica, fornece ancoragem e adesão da epiderme com e derme, possibilitando a

nutrição da epiderme (GOMES & GABRIEL, 2006).

De origem mesodérmica, a derme é a segunda camada da pele, onde é formada por

tecido conjuntivo. Sua espessura varia de acordo com a localização. Também pode ser

chamada de cório. A derme compreende densa trama fibroelástica na qual situa-se as

estruturas vasculares, nervosas e os órgãos anexos da pele: glândulas sebáceas, sudoríparas e

folículos pilosos(SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

Segundo Souza e Vargas (2004), a pele é um órgão inervado tanto por nervos

autonômicos quanto por sensoriais somáticos. O sistema autônomo da pele é constituído

exclusivamente por fibras simpáticas que são responsáveis pela pilopressão, pela constrição

da vasculatura cutânea e pela secreção do suor. As fibras que enervam as glândulas écrinas,

embora também simpáticas, são uma exceçãono corpo humano por terem a acetilcolina e não

a norapirefrina, como principal neurotransmissor. O sistema somático medeia as sensações de

dor, prurido, tato suave e tato discriminatório, pressão, vibração, propriocepção, bem como a

sensação térmica.

A derme segundo Sampaio e Rivitti (2001), constitui-se de uma camada pouco

espessa de fibras colágenas, fibras elásticas, numerosos fibroblastos e abundante substância

fundamental.

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A derme é subdivida em dois componentes: papilar e reticular. A derme papilar que é

a parte superficial da pele formada de tecido conjuntivo frouxo estando em contato direto com

a epiderme, sendo que esta junção é irregular. Esta camada apresenta projeções que se

encaixam nas reentrâncias da epiderme, chamadas de papilas dérmicas. Algumas papilas

contêm receptores táteis, isto é, terminações nervosas sensíveis ao tato, terminações nervosas

livres associadas a sensação de calor, frio, dor, cócegas e coceira (SOUZA & VARGAS,

2004).

A derme reticular é a porção mais espessa, que se estende até o tecido subcutâneo. É

composta por feixes espessos de colágenos dispostos, majoritariamente, paralelo a epiderme,

possuindo uma quantidade menor de fibroblastos e de substancia fundamental (SOUZA &

VARGAS, 2004).

Segundo Guirro e Guirro, (2002) a derme compreende um gel rico em

mucopolissacarídeos, substância fundamental e material fibrilar de três tipos: fibras

colágenas, elásticas e reticulares.As fibras colágenas são proteínas complexas sintetizadas por

diversas células e compreendem 95% do tecido conectivo da derme. Na pele, o colágeno

encontra-se organizado em camadas laminares de fibrilas, trançadas em diversos ângulos. O

colágeno é composto por diferentes tipos de fibras conforme mostra na tabela 1.

Tabela 1: Tipo de Fibras colágenasTipos de fibras Características

Tipo I É composto por fibras espessas que se dispõem em rede ortogonal na derme reticular

Tipo II É composto por fibras muito mais finas, está presente logo abaixo da membrana basal onde se mistura com a do tipo I

Tipo III É composto por fibrilas de menor diâmetro, está distribuído por toda a derme concentrando-se em áreas de contato com outras estruturas, como os vasos sanguíneos.

Tipo IV Está presente nas membranas basais de todos os tecidos incluindo a pele

Tipo V Está presente na zona basal da pele e está distribuída paralelamente ao colágeno tipo IV

Tipo VI É abundante na pele sob a forma de microfibrilas

Tipo VII São fibrilas de ancoragem que se estendem da zona da membrana basal à derme papilar

Tipo IXÉ uma proteoglicana componente da substância fundamental

Fonte: Adaptado SAMPAIO & RIVITTI, 2001.

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Alguns autores relatam outros tipos de fibras colágenas, porém suas funções não são

conhecidas (SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

Segundo Guirro e Guirro (2002), o colágeno tem como função fornecer resistência e

integridade estrutural á diversos tecidos e órgãos, sendo que para se romper uma fibra de

colágeno de1mm de diâmetro, exige-se uma carga de 10 a 40kg.

As fibras elásticas são microfibrilas responsáveis pelas propriedades retráteis da pele.

Na derme reticular essas fibras estão dispostas paralelamente à epiderme, já na derme papilar

estão perpendicular a epiderme. A espécie humana possui uma grande quantidade de fibras

elásticas na pele. A elastina é a proteína principal e está rodeada por estruturas fibrilares

protéicas, as miofibrilas (SAMPAIO &RIVITTI, 2001).

Segundo Guirro e Guirro (2002), as fibras reticularessão fibras anostomosadas uma

as outras, que se dispõe formando uma estrutura semelhante a uma rede. Estas fibras com

frequência formam o arcabouço interno das glândulas, através do qual as células epiteliais

permanecem unidas. São curtas, finas e inelásticas, constituída principalmente por um tipo de

colágeno denominado reticulina. São particularmente abundantes, sendo os fibroblastos

responsáveis pela sua produção na maioria dos tecidos conjuntivos.

A hipoderme, ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, de espessura

variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, que são células repletas de gordura,

formando lóbulos subdivididos por traves conjuntivo-vasculares. Relaciona-se em sua porção

superior, com a derme profunda, constituindo-se a junção dermo-hipodermica, em geral sede

das porções secretoras de glândulas apócrinas ou écrinas e de pelos, vasos e nervos.

Funcionalmente, a hipoderme, além de deposito nutritivo de reserva, participa do isolamento

térmico e na proteção mecânica do organismo a pressões e traumatismos externos e facilita a

motilidade da pele em relação às estruturas subjacentes (SAMPAIO & RIVITTI, 2001).

As camadas da pele estão representadas na figura 1 a seguir.

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Figura 1: Estrutura da Pele. Fonte:SAMPAIO e RIVITTI (2001).

4.2. ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

Envelhecer é um processo natural de degradação progressiva e diferencial, algo que

decorre com o tempo desde que nascemos, porém fica mais evidente após a terceira idade. O

processo do envelhecimento vem acompanhado de uma série de alterações fisiológicas no

organismo (PUJOL, 2011).

4.2.1. Fatores Que Contribuem Para o Envelhecimento Cutâneo

Segundo Pujol (2011), os hábitos e os comportamentos relacionados ao estilo de vida

podem determinar prejuízo à saúde e comprometer de modo direto a saúde da pele, acelerando

o processo de envelhecimento cutâneo. Existe uma série de fatores que influenciam esse

processo, os quais estão relacionados com hábitos alimentares, tabagismo, hipertensão

arterial, estresse, sedentarismo, fatores hormonais e exposição à luz solar.

Todos nós estamos submetidos ao envelhecimento, sendo impossível datar seu início

visto que a velocidade e a gravidade do envelhecimento variam de indivíduo para indivíduo,

de acordo com o nível no qual ele esteja situado (biológico, psicológico ou sociológico), e

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está diretamente relacionado com a qualidade de vida submetida ao organismo como:

alimentação, sedentarismo, estresse, obesidade e poluição. Este fenômeno biológico

representa a última das três fases do ciclo do organismo (senescência), a primeira corresponde

à infância (crescimento e desenvolvimento) e a segunda é a maturidade (reprodutiva)

(GUIRRO & GUIRRO, 2002; PIAZZA, 2011).

Alguns fatores são descritos como agravantes no processo do envelhecimento tais

como: alterações hormonais, principalmente no período da menopausa pela diminuição do

estrogênio e o fumo, pela ação da enzima produzida pela nicotina (GOMES & GABRIEL,

2006).

Segundo Guirro e Guirro (2002), o estudo das causas do envelhecimento é um campo

no qual existem muitas teorias. Foram levantadas várias teorias a respeito do processo que

envolve o envelhecimento, e é provável que algumas delas encerrem parte da verdade. Não

obstante, as causas e a natureza íntima do fenômeno permanecem obscuras.

Existem duas teorias para o envelhecimento. A teoria programática diz respeito ao

“supergene” do envelhecimento, onde você já nasce com ele. Sendo assim, de acordo com

essa teoria o ser humano já nasceria com o envelhecimento programado no seu DNA. Já a

teoria estocástica, inclui o fator ambiental, como favorecedor do envelhecimento. Alguns

indivíduos de acordo com essa teoria, seriam mais suscetíveis ao envelhecimento, como

exemplo o agricultor, pescador e etc. A mais viável e mais digna de credibilidade das teorias

até o momento é a dos radicais livres. Conceitos emitidos por Paul Bert demonstram que o

oxigênio em altas concentrações poderia ser tóxico para vários tecidos. Esse oxigênio reativo

é uma ameaça constante para as estruturas celulares como também para a matriz extracelular

da pele (GUIRRO & GUIRRO, 2002).

Os radicais livres são espécies químicas constituídas de um átomo ou de vários

átomos associados, possuindo um elétron desemparelhado na sua órbita mais externa. Essa

composição implica em alta instabilidade energética e cinética, e para se manterem estáveis,os

radicais livres precisam doar ou retirar um elétron de outra molécula (HIRATA et al, 2004).

O processo de formação dos radicais livres envolve oxidações químicas e

enzimáticas, que causam danos ao DNA e atuam na desidrogenação, hidroxilação e glicação

proteica. Essa última reação envolve a perda das funções biológicas de proteínas como o

colágeno e as proteogliacanas, que resultam em flacidez da pele (HIRATA et al, 2004).

A participação dos radicais livres no envelhecimento celular foi demonstrada em

estudos recentes que sugerem que as modificações químicas da membrana mitocondrial

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condicionadas pelos radicais livres são a chave mais importante para explicar o processo

(GUIRRO & GUIRRO, 2002).

Os radicais livres nem sempre fazem papel de vilões, eles podem até preencher

funções fisiológicas importantes no organismo, como o combate a microrganismos invasores

e o controle da pressão sanguínea. Além disso, desempenham importante papel na defesa e

regulação da homeostase de oxi-redução do organismo (COSTA & ROSA, 2008).

4.2.2.Tipos de Envelhecimento

O processo do envelhecimento vem acompanhado de uma série de alterações

fisiológicas no organismo.Consideram-se dois tipos distintos de envelhecimento: intrínseco e

extrínseco.O envelhecimento intrínseco acontece com o passar dos anos, é esperado,

previsível, inevitável e progressivo. Também conhecido como cronológico,esse processo

degenerativo é descrito pela diminuição da elastina que se fragmenta e desintegra, levando a

atrofia, ressecamento e ao aparecimento de rugas superficiais na pele (são aquelas que

desaparecem quando estiramos a pele) (PUJOL, 2011).

O envelhecimento extrínseco da pele é um processo de declinação distintivo causado

por fatores externos que incluem radiação ultravioleta, tabagismo, poluição do ar, entre

outros.Of all extrinsic causes, radiation from sunlight has the most widespread documentation

of its negative effects on the skin. De todas as causas extrínsecas, a radiação da luz solar tem a

documentação mais generalizada dos seus efeitos negativos sobre a pele. Por isso, o

envelhecimento extrínseco é referido como fotoenvelhecimento (GOMES & GABRIEL,

2006).

O sol, que proporciona momentos agradáveis de lazer e dá um bronzeado que muitas

vezes é considerado modelo de saúde, também é responsável pelo envelhecimento cutâneo.

(GOMES & GABRIEL, 2006).

Segundo Piazza (2011), o envelhecimento cutâneo resulta da lesão cumulativa

provocada pelas radiações ultravioleta de ondas longas (UVA) e de ondas médias ou baixa

frequência (UVB).

A exposição solar excessiva estimula a ceratinização e a glicação de proteínas o que

leva a perda de elasticidade da pele.A pele fotoenvelhecida é caracterizada por rugas

profundas (não desaparecem quando estiramos a pele), telangectasias, ressecamento, flacidez,

manchas e o engrossamento da pele(GOMES & GABRIEL, 2006).

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4.2.3. Alterações na Pele Causadas pelo Envelhecimento

Segundo Guirro e Guirro (2002), com o envelhecimento, a pele tende a se tornar

delgada, em alguns lugares, enrugada, seca e ocasionalmente escamosa. Embora não seja

grandemente alterada, a substância córnea se torna mais permeável, permitindo a passagem

mais rápida de substâncias através dela. Com o envelhecimento, as fibras colágenas se

engrossam, as fibras elásticas perdem elasticidade e o depósito de gordura do tecido

subcutâneo sofre uma degradação gradual.

Atrofia difusa progressiva, diminuição da extensibilidade e da elasticidade e palidez

são alterações superficiais causadas pelo envelhecimento cronológico. Com a progressão do

envelhecimento acontece uma diminuição da multiplicação celular e uma diminuição da

função dos fibroblastos causando uma desorganização da matriz extracelular levando a um

comprometimento na síntese e na atividade de proteínas importantes como a elastina e o

colágeno, que garantem a elasticidade e a resistência da pele (PUJOL, 2011).

As alterações podem ocorrer tanto na derme quanto na epiderme. Na epiderme ocorre

redução do número de queratinócitos, afinamento e diminuição da taxa de proliferação das

células desta camada. Já na derme, ocorrem as principais manifestações em relação a estética:

a flacidez e as rugas (BORELLI, 2004).

Piazza (2011), também descreve alterações funcionais geradas pelo envelhecimento

tais como as alterações da permeabilidade cutânea, diminuição da função anti-inflamatória e

da resposta imunológica, deficiência de cicatrização e na sudorese, menor elasticidade e

produção de vitamina D e deficiência da percepção sensorial.

4.3. ESTRESSE OXIDATIVO X ENVELHECIMENTO

Os radicais livres são considerados como uma das principais causas de

envelhecimento e doenças degenerativas associadas à idade e podem ser classificados como

redutores (que doa elétron), oxidantes (que recebe elétron) e oxidante-redutor (é tanto doador

quanto receptor de elétrons) (GOMES & GABRIEL, 2006).

Bianchi e Antunes (1999) relatam que a formação de radicais livres in vivo ocorre

por via de ação catalítica de enzimas, durante os processos de transferências de elétrons que

ocorrem no metabolismo celular e pela exposição a fatores exógenos. Contudo, na condição

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de pró-oxidante, a concentração desses radicais pode aumentar devido a maior geração

intracelular ou pela deficiência dos mecanismos antioxidantes. O desequilíbrio entre as

moléculas oxidantes e antioxidantes que resulta na indução de danos celulares pelos radicais

livres tem sido chamado de estresse oxidativo.

A principal fonte de radicais livres em sistemas biológicos é a molécula de oxigênio,

que é produzida de forma endógena pelas mitocôndrias, onde ooxigênio é reduzido em etapas

sequenciais para produzir água. Para redução de uma molécula de oxigênio em duas

moléculas de água, quatro elétrons são transportados dentroda membrana mitocondrial

interna. Porém, 1a 2% desses elétrons são perdidos durante otransporte, levando a formação

de superóxido(O2-) e deespécies reativas de oxigênio (ERO),correspondem aos radicais livres

e a outras substâncias com comportamento semelhante a esses, sendo caracterizadas pela alta

reatividade e fácil oxidação de outras moléculas. Dos vários componentes do processo

inflamatório, as EROs têm sido consideradas como principal causa da morte celular

(HIRATA et al, 2004).

Há um grande interesse pelos estudiosos em elucidar a relação entre a formação

dessas espécies químicas reativas e o processo de envelhecimento humano. A teoria de

envelhecimento pela ação das EROs sugere que o estresse oxidativo ocorre quando há o

desequilíbrio entre a formação e a detoxificação das EROs, que pode ocorrer pelo aumento na

formação desses compostos químicos ou pela diminuição da capacidade antioxidante das

células (TRAVACIO & LESUY, 1996; GALARIS et al, 2008).

A geração das radicais livres pode ocorrer no citoplasma, nas mitocôndrias ou na

membrana e o seu alvo celular tem relação com seu sítio de formação. Essas espécies

químicas incluem radicais livres como o radical superóxido (O2-), óxido nítrico (NO) e radical

hidroxila(OH) e espécies não radicalares como o peróxido de hidrogênio (H2O2). As EROs

podem causar danos oxidativos a moléculas de DNA, lipídios e proteínas, sendo que no

decorrer do processo de envelhecimento esses danos se acumulam, trazendo prejuízo para

enzimas, membranas celulares, mitocôndrias e para o DNA (YU & ANDERSON, 1997; JI &

LEICHTWEIS, 1997; BARBANTI et al, 2002).

O maior dano causado pelo estresse oxidativo é a peroxidação dos ácidos graxos que

compõem a dupla camada lipídica e que, em última instância, leva à morte celular. Para

prevenir o processo de depleção celular, a pele possui seu próprio mecanismo de defesa,

como: enzimas, vitaminas e agentes quelantes de íons metálicos. Porém, o efeito desse

mecanismo de defesa diminui com o envelhecimento. O desequilíbrio na capacidade

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antioxidante natural do corpo e o excesso de radicais livres podem causar doenças na pele,

como também danos às estruturas nelas presentes (HIRATA et al, 2004).

4.4. NUTRIENTES NO ENVELHECIMENTO

Cada dia mais os radicais livres se tornam conhecidos como uma das principais

causas do envelhecimento e de doenças degenerativas ligadas à idade (PUJOL, 2011).

Segundo Pujol (2011), evidências recentes têm demonstrado que dietas com elevado

conteúdo de vegetais, frutas e grãos podem reduzir o risco de inúmeras doenças. Vários

autores têm associado os efeitos benéficos desses alimentos à presença de substâncias

antioxidantes. O uso dessas substâncias pode auxiliar tanto o sistema endógeno de proteção da

epiderme como contribui para a prevenção de problemas a longo prazo.

4.4.1. Alimentação X Envelhecimento

O estudo e o conhecimento do processo de envelhecimento ganharam interesse

considerável nos anos recentes. Agora, mais do que nunca, existe um interesse crescente em

se identificar os fatores que levam a um retardo deste processo, de forma a prolongar o

período de características juvenis e mantê-lo por um longo tempo. A alimentação, desde que

nutricionalmente adequada, exerce papel fundamental no retardo do processo de

envelhecimento, na melhora da performance mental e física, além de auxiliar na manutenção

do peso adequado e na resistência às doenças (melhora do sistema imunológico)(PUJOL,

2011).

Tem sido reconhecido que os radicais livres e o estresse oxidativo são fatores

importantes na biologia do envelhecimento que contribuem para o surgimento de manchas

pigmentadas na pele, rugas precoces, ressecamento da pele, etc e no desenvolvimento de

muitas doenças degenerativas associadas à idade (enfraquecimento do sistema imunológico,

catarata, arteriosclerose, artrite, doença de Parkinson, mal de Alzheimer, câncer, etc). Uma

dieta equilibrada, rica em frutas, hortaliças, legumes e cereais integrais, fornece ao nosso

organismo nutrientes importantíssimos como minerais, vitaminas (beta-caroteno, vitaminas C,

E, complexo B, ácido fólico, selênio, zinco, manganês, cobre, etc) e fitoquímicos (compostos

fenólicos, licopeno, luteína, zeaxantina, etc) que atuam combatendo os radicais livres

responsáveis pelo envelhecimento precoce. Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos

ricos em gordura, carboidratos simples (produtos refinados como açúcar) e o consumo de

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bebidas alcoólicas são hábitos amplamente relacionados com o aumento da produção dessas

substâncias danosas ao organismo (PUJOL, 2011).

Contudo, quando a alimentação do dia a dia é deficiente a ponto de não ser capaz de

proporcionar ingestão suficiente de todos esses componentes alimentares, torna-se necessário

a incorporação de complementos/suplementos alimentares – fortificados ou enriquecidos – ao

plano alimentar diário(PUJOL, 2011).

O envelhecimento fisiológico é variável de acordo com o indivíduo, somando-se ao

envelhecimento ligado aos efeitos prejudiciais do ambiente, como os raios ultravioletas, a

alimentação, as doenças, o estresse, fumo e álcool.

4.4.2. Antioxidantes

Os antioxidantes podem ser definidos como qualquer substância que, presente em

baixas concentrações, quando comparadas ao substrato oxidável, retarda ou inibe a oxidação

desse substrato (MELO et al, 2008).

Essas substâncias são capazes de inibir a oxidação, diminuindo a concentração dos

radicais livres no organismo e/ou quelando íons metálicos, prevenindo a peroxidação lipídica.

Entre os antioxidantes não-enzimáticos que têm recebido maior atenção por sua possível ação

benéfica ao organismo, estão as vitaminas C (ácido ascórbico) e E (tocoferol), os carotenóides

e os flavonóides (BARREIROS et al, 2006).

Os antioxidantes oferecem aos radicais livres os elétrons que eles precisam, para se

estabilizarem. Assim eles neutralizam a ação dos radicais livres revertendo os danos causados

por eles.Nesse sentido, os antioxidantes previnem a formação e a ação das espécies reativas

do oxigênio e nitrogênio que se associam ao dano oxidativo. Em função da sua estrutura

molecular os antioxidantes possuem elevada estabilidade e desempenham papel fundamental

na prevenção da oxidação de substâncias, atuando em vários níveis na proteção do organismo

(MELO et al, 2008).

Bianchi e Antunes (1999), relatam que em adição aos efeitos protetores dos

antioxidantes endógenos (enzimáticos), a inclusão de antioxidante na dieta é de grande

importância e o consumo de frutas e vegetais está relacionado com a diminuição do risco do

desenvolvimento de doenças associadas ao acúmulo de radicais livres.

Esses agentes que protegem as células contra os efeitos dos radicais livres podem ser

classificados em antioxidantes enzimáticos ou não-enzimáticos, conforme descrito na tabela

2.

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Tabela 2: Principais agentes de defesa antioxidante.Não-enzimático Enzimático

α-tocoferol (vitamina E) Superóxidodismutaseβ_caroteno Catalase

Ácido ascórbico (vitamina C) NADPH-quimonaoxidoredutase

Flavonóides GlutationaperoxidaseProteínas do Plasma enzimas de reparo

SelênioGlutationaClorofilinaL-cisteínaCurcumina

Fonte: BIANCHI & ANTUNES, 1999.

4.4.3.Antioxidantes Naturais em Alimentos

São as frutas, segundo o Velho Testamento, o primeiro alimento de que se serviu o

homem e por não necessitar de preparação alguma, ou seja, ingeridas ao natural, nada perdem

do seu valor nutritivo. São excelentes fontes de vitaminas, minerais, fibras, compostos

bioativos e os glicídios são de fácil digestão (ORNELLAS, 2001).

De acordo com Gomes (2007), as frutas são consideradas as principais fontes de

minerais necessários na dieta humana. Estudos científicos demonstram que o consumo de pelo

menos 3 porções diárias de frutas contribuem com a promoção da saúde e prevenção das

doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e na manutenção do peso.

As frutas apresentam vários fitoquímicos, muitos deles com propriedades

antioxidantes que podem estar relacionadas com o retardo do envelhecimento e com a

prevenção de certas doenças (SIQUEIRA et al, 1997; LIMA et al, 2006).

Através de diversos estudos foi verificado que alimentos como aacerola, caju,

mamão Formosa, mamão Havaí, goiaba, laranja pêra, epinha apresentam uma potente

capacidade antioxidante. Frente à ação antioxidante exibida, as frutas podem ser apontadas

como boas fontes de antioxidantes naturais que podem ser mais efetivas e econômicas do que

o uso de suplementos dietéticos na proteção do organismo contra os danos oxidativos,

portanto, o seu consumo deve ser estimulado (MELO et al, 2008).

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As vitaminas são micronutrientes sintetizados pelo corpo em quantidades adequadas

para atingir as necessidades fisiológicas. Sendo assim, são essenciais para a função fisiológica

normal, como a manutenção do crescimento, desenvolvimento e reprodução (COSTA &

ROSA, 2008).

As vitaminas C e E possuem efeito cooperativo entre elas, por isso essas vitaminas

são sempre mencionadas em estudos feitos a esse respeito, mostrando a efetividade na

inibição da peroxidação dos lipídios da membrana e na proteção do DNA através de interação

dessas vitaminas (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

4.4.4.Vitamina C

A vitamina C também chamada de ácido ascórbico é encontrada em abundância no

organismo. Consiste em um material branco, hidrossolúvel e cristalino, facilmente oxidado

pelo calor e rapidamente absorvido pelo intestino delgado por um mecanismo ativo, de onde é

transportado por difusão para o sangue. A vitamina C, porém, é armazenada até certa

quantidade em tecidos como fígado e baço e provavelmente existe um controle dos níveis

séricos e teciduais (PENTEADO, 2003).

A estrutura química do ácido ascórbico esta representada na figura 2.

Figura 2:Estrutura química do Ácido AscórbicoFonte: PENTEADO, 2003.

Essa vitamina ocorre naturalmente nos alimentos na forma reduzida do ácido L-

ascórbico, Seu produto de oxidação inicial é o ácido dehidroascórbico, sendo que ambos

apresentam atividade vitamínica. A vitamina C é uma molécula ácida com forte atividade

redutora e é um componente essencial da maioria dos tecidos. Pode ser sintetizada a partir de

açúcares (hexoses), como a glicose (PENTEADO, 2003).

O ácido ascórbico é facilmente absorvido no intestino humano por um mecanismo

ativo e provavelmente por difusão é transportado para o sangue. Quantidades ingeridas em

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excesso são excretadas pela urina na forma de ácidos oxálico, treônico e dehidroascórbico

(VANNUCHI & JORDÃO-JÚNIOR, 1998).

De acordo com Rock et al (1996), a vitamina C é completamente absorvidaem doses

baixas ( < 30mg/dia), e em relação a dieta usual (de 30 a 180mg/dia) é absorvida cerca de 70 a

90%.

A vitamina C é necessária à produção do colágeno, manutenção e integridade das

paredes capilares, formação dos glóbulos vermelhos do sangue, metabolismo de alguns

aminoácidos, facilita absorção de ferro, formação dos dentes e ossos, aumenta resistência às

infecções e favorece a cicatrização de queimaduras (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

A vitamina C atua na fase aquosa como um potente antioxidante sobre os radicais

livres, mas ela não age nos compartimentos lipofílicos para inibir a peroxidação dos lipídios.

Dentre suas várias funções está a capacidade de reciclar a vitamina E. A vitamina C no

plasma e no liquido extracelular é importante para reduzir o radical tocoferoxil nas

membranas celulares e lipoproteínas plasmáticas de volta a tocoferol, conforme mostra a

figura 3. Há também evidências de que vários antioxidantes lipossolúveis podem ser

importantes na ação antioxidante da vitamina E nas membranas e nas lipoproteínas. Seres

humanos têm o hábito de consumirem a vitamina C em grandes doses e também de adicioná-

laem muitos produtos alimentares na tentativa de inibir a formação de metabólitos nitrosos

carcinogênicos (BIANCHI & ANTUNES, 1999; GIBNEY, et al, 2010).

Tocoferol Radical Livre Tocoferoxil Vit. C Tocoferol

Oxidação Reduz

Figura 3:Esquema de reciclagem da vitamina E a partir da vintamina CFonte: Adaptado GIBNEY, et al, 2010.

A vitamina C da dieta é absorvida de forma rápida e eficiente por um processo

dependente de energia (GIBNEY, et al, 2010)

Por outro lado, ela também pode atuar como um agente redutor reagindo com metais

de transição como o ferro e o cobre, reciclando e facilitando a formação dessas substâncias,

funcionando assim como um pró-oxidante, levando a uma reação relevante em situações

patológicas como em hemocromatose e lesão tecidual (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

Na síntese de colágeno, que é a maior e mais importante proteína estrutural da pele, a

vitamina C atua como cofator da hidroxipolina, importante aminoácido do tecido conjuntivo e

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das fibras de colágeno, melhorando a elasticidade e firmeza cutânea (VANNUCHI &

JORDÃO-JÚNIOR, 1998).

Gonçalves (2003), em estudo sobre a ação de formulações de ácido ascórbico

ascorbil fosfato de magnésio em humanos, verificou que após quatro a oito semanas de uso

contínuo ocorreram alterações na visco-elasticidade da pele, aumentando a firmeza cutânea.

Outra ação da vitamina C é a diminuição da produção de pigmentos melanínicos pela

inibição da enzima tirosinase, que é a principal reguladora das funções desses pigmentos.A

vitamina C também é conhecida como agente inibidor da formação de melanina pela redução

na formação da o-quinona e da melanina oxidada, em um processo sinérgico com a vitamina

E (NICOLETTI, 2002; PETIT & PIERARD, 2003).

Essa vitamina é encontrada em abundância nos vegetais e nas frutas, sendo suas

principais fontes, frutas cítricas, morangos, couve-manteiga, couve-de-bruxelas,brócolis,

pimentas vermelhas e verdes, tomate, melão cantalupo, groselha (comum e espinhosa),

fígado, folhas de vegetais (como de brócolis).Dando preferência às muito pigmentadas, como

manga, pêssego, acerola, mamão, melão, goiaba, mangaba, etc. O fígado não armazena mais

do que 1 g/dia. As reservas do corpo podem chegar até a 1.500 mg, ou uma reserva para 30-40

dias. Uma excreção de 50% é normal. Foi constatado que os homens tem níveis séricos mais

baixos que as mulheres. O fumo diminui os níveis séricos, sendo recomendável o aumento do

consumo de vitamina C por fumantes. (ESCOTT-STUMP, 2007) Na tabela 3 estão

representados os teores de vitamina C em alguns alimentos.

Tabela 3: Teor de vitamina C de alguns alimentosAlimentos Vitamina C mg/100gCouve-flor 73,00Brócolis 155,00Alface 35,00Couve 105,00

Repolho roxo 50,00Espinafre 52,00

Repolho branco 45,18Páprica 138,00Tomate 24,45Ervilha 25,00

Morango 64,00Framboesa 25,00

Acerola 1.700,00Laranja 49,35Abacate 13,00

Caju 252,00Goiaba 273,00Kiwi 71,00

Fonte: PENTEADO, 2003.

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Há necessidade de vitamina C por meio de uma fonte exógena para todos os seres

humanos. Homens não-fumantes podem necessitar de uma ingestão de 90-100 mg diários,

para que fique minimizado seu risco de doença crônica (MAHAN & ESCOTT-STUMP,

2007).

Sinais de Deficiência: o primeiro sintoma de deficiência é fadiga; o tratamento com

vitamina C resulta em rápida recuperação e alivio dos sintomas. O escorbuto revela gengivas

inchadas e hemorrágicas, consequente perda de dentes, letargia, fadiga, má cicatrização das

feridas, edema, hemorragias, ossos ou cartilagem e tecido conjuntivo fracos, dores reumáticas

nas pernas, atrofia muscular, lesões cutâneas e alterações psicológicas, como depressão e

hipocondria (MAHAN & ESCOTT-STUMP, 2007)

Sinais de Excesso: desarranjo gastrointestinal e diarréia. Excessos não causam

hipervitaminose, mas foram ligados a cálculos renais de oxalato ou gota em indivíduos

suscetíveis. Ademais, excessos podem agravar níveis séricos elevados de ferritina e também

podem causar danos a indivíduos com anemia hemolítica hereditária (MAHAN &ESCOTT-

STUMP, 2007)

Uma pesquisa realizada na Suécia analisou a relação do consumo de alimentos e

envelhecimento da pele de 453 indivíduos, através de um questionário sobre hábitos

alimentares e da análise biológica da pele. Foi observado que a pele fotoenvelhecida pode ser

influenciada pelos alimentos consumidos, sendo que os suecos apresentaram uma ingestão

elevada de alimentos ricos em antioxidantes, apresentando menores problemas de pele. Entre

os alimentos mais consumidos por essa população estavam as hortaliças e as frutas frescas

(PURBA et al, 2001).

Outro estudo com 4.025 mulheres com idade entre 40 e 74 anos sobre ingestão

alimentar e envelhecimento da pele, realizado nos Estados Unidos mostrou que aquelas que

tinham baixo consumo de alimentos fontes de vitamina C, tinham a pele mais enrugada, seca

e atrofiada do que asmulheres que tinham uma boa ingestão de alimentos com o nutriente

(COSGROVE et al, 2007).

Segundo Costa e Rosa(2008), a Recommended Dietary Allowances (RDA)

estabelecida para mulheres, é de 75 mg/dia, e para homens, 90 mg/dia, tendo um acréscimo de

35 mg/dia para fumantes, em função do maior estresse oxidativo. Na tabela 4encontra-se a

ingestão diária recomendada de vitamina C para os indivíduos em diferentes faixas etárias.

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Tabela 4: Ingestão dietética recomendada de vitamina C, expressa em mg/dia.Grupo /

Faixa etáriaVitamina C

mg/diaUL* Efeitos adversos do consumo excessivo

Crianças0-6 meses 40 NDb Distúrbios gastrointestinais,pedras nos rins,

excesso da absorção de ferro.7-12 meses 50 ND1-3 anos4-8 anos

1525

400650

Homens9-13 anos 45 1.20014-18 anos 75 1.80019-30 anos 90 2.00031-50 anos 90 2.00051-70 Anos 90 2.000

> 70 anos 90 2.000Mulheres9-13 anos 45 1.20014-18 anos 65 1.80019-30 anos 75 2.00031-50 anos 75 2.00051-70 anos 75 2.000> 70 anos 75 2.000Gestação≤ 18 anos 80 1.80019-30 anos 85 2.00031-50 anos 85 2.000Lactação≤ 18 anos 115 1.80019-30 anos 120 2.00031-50 anos 120 2.000bND = Não determinada, devido à falta de dados de efeitos adversos nessa faixa etária e preocupação no que diz respeito à falta de habilidade para lidar com excedentes. A fonte de consumo deve ser somente através da comida para evitar altos níveis de consumo.*UL= nível máximo de ingestão diária de nutrientes que não representa um risco de efeitos adversos. Fonte: Dietary Reference Intake – DRI: Applications in Dietary Planning; Food and Nutrition Board (2003).

Os idosos apresentam maior dificuldade em ingerir alimentos frescos, como frutas e

hortaliças, que são fontes de vitamina C. Isso ocorre em razão dos problemas de mastigação,

na preparação e aquisição destes produtos. A deficiência da vitamina está vinculada com

maior probabilidade de ocorrer doenças relacionadas ao envelhecimento, como acidente

vascular cerebral e problemas cardíacos (PENTEADO, 2003).

Soldera et al (2011) analisaram o consumo de vitamina C de 40 idosas religiosas de

uma congregação de irmãs localizada no município de Santa Maria-RS, por meio recordatório

de 24 horas. A média de consumo para vitamina C foi de 131,1 mg/dia, com valor mínimo de

16 mg/dia e máximo de 347 mg/dia, e o desvio padrão foi ±77,2 mg/dia. As recomendações

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diárias de vitamina C para idosos de ambos os sexos, segundo a DRI vigente, é de 75 mg/dia.

Entretanto 80% das idosas que apresentaram o consumo de adequado de vitamina C.

Já em estudo realizado por Galesi et al ( 2008) que avaliou 85 idosos com idade entre

60 a 94 anos verificou consumo menor que 50% do recomendado de vitamina C. A ingestão

adequada de vitamina C pode contribuir para uma melhor manutenção da saúde dos idosos

por se tratar de uma vitamina importante para essa faixa etária, pois é um micronutriente que

traz vários benefícios, como a melhora do sistema imune desta população.

Muitos indivíduos podem não ser tolerantes a grandes doses diárias de vitamina C,

podendo apresentar efeitos colaterais após a ingestão de 10 a 40g, como náuseas, diarreia,

desconfortos abdominais, cálculos renais e até dependência (PENTEADO, 2003).

4.4.5.Vitamina E

A vitamina E também conhecida como tocoferol, é encontrada em grande quantidade

nos lipídios, sendo um componente importante dos óleos vegetais. Estudos sugerem que a

vitamina E impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres, tendo assim papel

fundamental na proteção do corpo contra os efeitos prejudiciais das espécies reativas do

oxigênio que são formadas metabolicamente ou que são encontradas no ambiente

(GALLAGHER, 2010).

Na figura 4 está representada a estrutura química da vitamina E.

Figura 4: Estrutura química da vitamina E.Fonte: PENTEADO, 2003.

Essa vitamina vem sendo considerada como o mais potente oxidante biológico,

sendo parte integrante de um sistema de proteção que envolve diversos componentes, como o

ácido ascórbico, as enzimas glutationa redutase, glutationa peroxidase, superóxido dismutase

e catalase. Também há evidências da ação da vitamina E juntamente com o selênio na

proteção de biomembranas contra a oxidação (PENTEADO, 2003; GALLAGHER, 2010).

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Por ser lipossolúvel,a vitamina E se acumula nas membranas celulares

interrompendo uma cascata de reações no processo de formação dos radicais livres e

consequentemente protege a célula da peroxidação dos lipídeos, estabilizando as membranas

lisossomiais, mitocondriais, e dos capilares, favorecendo a resistência eritrocitária. Ainda

participa do metabolismo das prostaglandinas, na síntese de ácido araquidônico e inibe a

agregação plaquetária (COSTA & ROSA, 2008; PUJOL, 2011).

Segundo Gallagher (2010), a vitamina E é absorvida na porção superior do intestino

delgado por difusão dependente de micelas, onde posteriormente é incorporada nos

quilomícrons e transportada para a circulação geral pela linfa.

A eficiência da absorção da vitamina E é aumentada pelo concomitante consumo de

gordura na dieta. A absorção máxima ocorre no intestino delgado e depende de emulsificação,

solubilização, difusão através da camada de água, permeação pelos eritrócitos, incorporação

às partículas de lipoproteínas e transporte da mucosa para a circulação (ROCK et al, 1996).

Os triglicerídeos de cadeia média podem colaborar para a absorção da vitamina, já os

ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, podem prejudicar esse processo, uma vez que

aumentam a possibilidade de ocorrência de oxidação lipídica, destruindo o nutriente

(PENTEADO, 2003).

As glândulas sebáceas são responsáveis pela sua secreção na superfície cutânea,

sendo que a região facial apresenta maior concentração dessa substância, coerente à maior

exposição a agentes externos (COSTA & ROSA, 2008; PUJOL, 2011).

A vitamina E é capaz de proteger os fosfolipídios insaturados da membrana da

degradação oxidativa das espécies de oxigênio altamente reativas entre outros radicais livres.

Esta capacidade de reduzir tais radicais em metabólitos não prejudiciais é denominada

varredura de radicais. Por atuar como varredor de radicais livres de membrana a vitamina E se

torna um componente fundamental para o sistema de defesa antioxidante celular que envolve

várias enzimas (COSTA & ROSA, 2008; PUJOL, 2011).

De acordo com Gallagher (2010), a vitamina E é o antioxidante lipossolúvel mais

importante na célula. Esta função sugere que a vitamina E é importante para a proteção do

organismo das condições relacionadas ao estresse oxidativo, inclusive o envelhecimento.

A vitamina E é encontrada nos óleos vegetais, óleos para salada, principalmente nos

de oliva, amêndoas e girassol. Nestes óleos os isômeros de tocoferol mais abundantes são os

α- e γ-tocoferóis. A vitamina E também está difundida em tecidos de plantas e em alimentos

de origem animal como ovos, leite e fígado, em que é encontrada em teores mais baixos.

Outras fontes são produtos a base de grãos cereais sementes e castanhas em geral. As

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necessidades diárias normais equivalem a 15 mg. Em geral o organismo absorve de 20-40%

do conteúdo nas refeições. A vitamina E é transportada para os tecidos por lipoproteínas de

densidade muito baixa (GALLAGHER, 2010).

Sinais de Deficiência: ruptura de eritrócitos, lesão nervosa, comprometimento da

mineralização dos ossos, deficiência no armazenamento da vitamina A e coagulação

sanguínea prolongada. A vitamina E é uma das vitaminas menos tóxicas, mas, em doses

elevadas, pode antagonizar a utilização de outras vitaminas lipossolúveis (MAHAN

&ESCOTT-STUMP, 2007).

Sinais de excesso: aparentemente a ingestão em excesso não causa hipervitaminose,

mas já causou casos isolados de dermatite, fadiga, pruritusani (prurido anal), acne,

vasodilatação, hipoglicemia, sintomas gastrointestinais, aumento da necessidade de vitamina e

do comprometimento da coagulação e lesões musculares (MAHAN &ESCOTT-STUMP,

2007).

Na tabela 5 estão representados os teores de tocoferóis de diferentes alimentos.

Tabela 5:Teor de tocoferol, expressos em mg/100g, em alimentos de origem vegetal e animal.

*Na- não analisado. Fonte: PENTEADO, 2003.

Na tabela 6 a seguir estão os valores recomendados de ingestão diária de vitamina E

para diferentes faixas etárias.

Fonte α-tocoferol γ-tocoferolÓleo de girassol 13,2 Na

Óleo de soja Na 1,40Óleo de oliva 10,7 Na

Brócolis 1,62 0,13Couve-flor 0,17 0,06Repolho 0,17 0,005

Couve de Bruxelas 0,83 0,004Couve 1,92 0,23

Leite em pó 0,37 NaLeite UHT 8,91 Na

Leite pasteurizado (tipo B) 0,09 Na

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Tabela 6: Ingestão dietética de referência (DRI) da vitamina E.

Grupo/ Faixa etária

Vitamina Emg/dia

UL* Efeitos adversos do consumo excessivo

Crianças0-6 meses 4,0 NDb Não há nenhuma evidência defeitos adversos

do consumo de vitamina Eque ocorrem naturalmente em alimentos.Efeitos adversos de suplementos de vitamina E, podem incluirtoxicidade hemorrágica.O UL de vitamina E aplica-sea qualquer forma de "α-tocoferol” obtido a partir de suplementos,alimentos fortificados ou uma combinação dos dois.

7-12 meses 6,0 ND1-3 anos4-8 anos

6,07,0

200300

Homens9-13 anos 11 60014-18 anos 15 80019-30 anos 15 1.00031-50 anos 15 1.00051-71 Anos 15 1.000> 70 anos 15 1.000Mulheres9-13 anos 11 60014-18 anos 15 80019-30 anos 15 1.00031-50 anos 15 1.00051-70 anos 15 1.000> 70 anos 15 1.000Gestação≤ 18 anos 15 80019-30 anos 15 1.00031-50 anos 15 1.000Lactação≤ 18 anos 19 80019-30 anos 19 1.00031-50 anos 19 1.000bND = Não determinada, devido à falta de dados de efeitos adversos nessa faixa etária e preocupação no que diz respeito à falta de habilidade para lidar com excedentes. A fonte de consumo deve ser somente através da comida para evitar altos níveis de consumo.*UL= nível máximo de ingestão diária de nutrientes que não representa um risco de efeitos adversos. Fonte: Dietary Reference Intake – DRI: Applications in Dietary Planning; Food and Nutrition Board (2003).

Há um crescente interesse na relação entre alimentação e saúde, destacando-se o

consumo de antioxidantes naturalmente presentes em alimentos, como as vitaminas C e E, os

carotenóides e os compostos fenólicos, visto que diversas alegações de saúde têm sido

atribuídas a esses compostos. Com isso, aumenta também a importância de compreender

melhor a estabilidade desses compostos nos alimentos, frente ao processamento a que são

submetidos antes da ingestão. É interessante saber quanto àmanipulação dos alimentos, desde

a colheita até o consumo, o que pode afetar o conteúdo de antioxidantes naturais. As

hortaliças destacam-se como fontes importantes de antioxidantes, uma das razões pela qual

têm tido seu consumo amplamente recomendado (VALUE et al, 2004).

Devido a sua ação antioxidante, a vitamina E é muito utilizada na prevenção do

fotoenvelhecimento da pele, sendo veiculada tanto em suplementos orais quanto em produtos

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de uso tópico. Nos suplementos de uso oral, é importante considerar a disponibilidade cutânea

da vitamina após a ingestão (VALUE et al, 2004).

Vários produtos fotoprotetores ou para aplicação após exposição ao sol contêm o

alfatocoferol, ou se éster, como princípio ativo coadjuvante, por inibir a lipoperoxidação e a

formação de dímeros de tiamina e a imunossupressão (VALUE et al, 2004).

A vitamina E também estimula a proliferação de fibroblastos e a migração

ceratinóica, protegendo as células da degeneração. Além disso, atua como conservante da

vitamina A, que tem ação de antioxidante natural (RILLEY, 1994).

Em estudo feito na Finlândia com idosos fumantes do sexo masculino, observou-se

que a suplementação de vitamina E em cápsula, associada a uma dieta com altos níveis de

vitamina C, tornou-se benéfica para este grupo populacional. A associação das vitaminas

reduziu os riscos de doenças relacionadas ao envelhecimento, refletindo em menores índices

de mortalidade (HEMILÄ & CAPRIO, 2009).

4.4.6 Suplementação

Segundo WAITZBERG (2004), os suplementos alimentares foram definidos

oficialmente no DietarySupplement Health and Education Act (DSHEA) de 1994 como “um

produto que pretende suplementar a dieta que é composta ou contém um ou mais dos

seguintes ingredientes alimentares: uma vitamina; um mineral; uma erva ou outro produto

botânico; um aminoácido; uma substância alimentar que pode ser utilizada por humanos para

suplementar a dieta aumentando a ingestão diária total; ou um concentrado, metabólito,

constituinte ou extrato, ou combinações destes ingredientes”.

Muitas pessoas não conseguem manter uma alimentação balanceada, com isso não

consumindo a quantidade necessária de vitaminas por dia, como as fontes de vitaminas C e E,

necessitando suplementar estes nutrientes para ter seus benefícios. Este nutriente pode ser

administrado de maneira tópica, na forma de cremes, que o contenham ou seus derivados, ou

de maneira oral pela ingestão de alimentos ou suplementos, sendo ambos eficazes na

prevenção e proteção do envelhecimento cutâneo (HEMILÄ & CAPRIO, 2009).

Os suplementos nutricionais são indicados em pacientes em que seriam dificilmente

ingerir a quantidade adequada encontradas nos alimentos, de acordo com a quantidade

recomendada e sem ultrapassar o nível máximo de ingestão diária, para que não apresente

risco para a saúde, tendo assim os benefícios para a saúde da pele. No entanto, ainda é

necessárias mais estudos sobre o uso da suplementação das vitaminas C e E (GANCALVES,

2003).

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5. ARTIGO CIENTÍFICO

ANTIOXIDANTES E SAÚDE DA PELE:

EFEITO DAS VITAMINAS C e E

ANTIOXIDANTS AND HEALTH SKIN:

THE ROLE OF VITAMIN C AND E

Mariana Bastos Gomes¹, Daniellade Moraes Mizurini², Vagner Rocha Simonin de Souza²

Graduanda do curso de Nutrição da Faculdade Redentor¹; Docente do Curso de Nutrição da Faculdade

Redentor²

RESUMOA pele é o maior órgão do corpo humano, formado por diferentes estruturas e com diversos tipos celulares. Este órgão atua como uma barreira protetora dos órgãos internos ao ambiente, enquanto mantém o balanço entre proliferação e descamação celular. Além de apresentar várias funções, a pele é o espelho do corpo pois reage quando o indivíduo está mal alimentado, cansado, tanto físico ou emocionalmente. Por este motivo, quando a pele não recebe a atenção e os cuidados necessários, apresenta como uma das consequências o envelhecimento prematuro. Vários fatores contribuem para o envelhecimento da pele, dentre eles a carga genética, fatores externos e fatores internos como a fumaça do cigarro e alimentação, carência de nutrientes, sobretudo de nutrientes antioxidante como as vitaminas C e E. Pesquisas têm demonstrado a importância e o papel metabólico dos nutrientes no processo do envelhecimento. Nutrientes antioxidantes como a vitamina C e E podem contribuir para o retardo das alterações funcionais e estruturais da pele, além de conferir efeito protetor a esse órgão. Desta forma, este trabalho teve como objetivo investigar o mecanismo de ação das vitaminas antioxidantes C e E, demonstrando como seu consumo pode contribuir para o retardo do processo de envelhecimento cutâneo. Evidências mostram que as vitaminas C e E têm importante papel antioxidante na prevenção do envelhecimento cutâneo. Sendo assim, é necessária a realização de mais estudos em humanos para comprovar a eficácia dessas vitaminas.

Palavras-chave: pele, envelhecimento, antioxidantes, vitamina C, vitamina E.

ABSTRACTThe skin is the largest organ of the human body, consisting of different structures and different cell types. This organ acts as a protective barrier of the internal organs to the environment, while maintaining the balance between the proliferation and cellular desquamation.Beyond presenting various functions the skin is the mirror of the body, because it reacts when the person is underfed or tired, both physical and emotionally. For this reason, when the skin doesn’t receive the necessary attention and necessary care, presents as a consequence premature aging. Several factors contribute to skin aging, including the genetic, factors and lifestyle such as cigarette smoke and deficient diet, particularly vitamins C and E. Deficient it has been demonstrated the importance and the metabolic role of nutrients in the aging process. The antioxidant nutrients like vitamin C and E may contribute to delay the functional and structural alterations of the skin, besides given the protective effect to that organ. Therefore, this study aimed to investigate the mechanism of action of antioxidant vitamins C and E, demonstrating how these use can help to delay the aging process of skin. Evidence suggests that vitamins C and E have antioxidant important role in the prevention of skin aging. Therefore, process still understood remains and more clinical studies are need to prove the efficacy of these vitamins.Keywords: skin, aging, antioxidants, vitamin C, vitamin E.

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INTRODUÇÃO

A pele é o maior órgão do corpo humano, formado por diferentes estruturas e com diversos

tipos celulares. Este órgão atua como uma barreira protetora dos órgãos internos ao ambiente,

enquanto mantém o balanço entre proliferação e descamação celular. As diferentes áreas do corpo são

recobertas por pele diversificada (PUJOL, 2011).

A pele é o espelho do corpo, pois reage quando o indivíduo está cansado, mal alimentado, em

nível físico ou emocional. Quando a pele não recebe a atenção e os cuidados necessários, apresenta

como uma das consequências o envelhecimento prematuro. Apesar do envelhecimento cutâneo

consistir em apenas uma das partes do processo de envelhecimento, estudos mostram que conforme a

expectativa de vida aumenta, a população busca modalidade de intervenção que melhorem sua

aparência e reverta os sinais do envelhecimento (PIAZZA, 2011).

Vários fatores contribuem para o envelhecimento da pele, dentre eles a carga genética, fatores

externos e fatores internos como a fumaça do cigarro e alimentação, carência de nutrientes, sobretudo

de nutrientes antioxidante como as vitaminas C e E (PUJOL, 2011).

Para o bom funcionamento do organismo em geral, são desencadeadas reações metabólicas.

Devido a esses processos, ocorre a liberação de oxigênio e nitrogênio que em concentrações

fisiológicas desempenham funções essenciais relacionadas à sinalização do ciclo celular, a defesa

imunológica e biologia reprodutiva. Entretanto, em concentrações suprafisiológicas essas espécies

reativas (nitrogênio e oxigênio) são deletérias ao organismo por causarem oxidação de moléculas

biológicas e consequente risco de processos patológicos. Essas reações oxidativas são fontes

endógenas para a formação de radicais livres, sendo cada vez mais conhecido como uma das principais

causas do envelhecimento (PUJOL, 2011).

As lesões causadas pelos radicais livres nas células podem ser prevenidas ou reduzidas por

meio da atividade dos antioxidantes sendo estes encontrados em muitos alimentos. Os antioxidantes

podem agir diretamente na neutralização da ação dos radicais livres ou participar indiretamente de

sistemas enzimáticos com essa função (COSTA & ROSA, 2008).

Segundo Leite e Sarni (2003), o desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes

resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres e tem sido chamado de estresse oxidativo,

podendo causar danos aos lipídios, proteínas, carboidratos, ácidos nucléicos e outras substâncias

oxidáveis. Este desequilíbrio, por sua vez, está associado a muitos fenômenos fisiológicos, patológicos

e a processos adversos como inflamação, envelhecimento, carcinogênese entre outros.

Os antioxidantes, naturais ou sintéticos, possuem elevada estabilidade oxidativa em função de

sua estrutura molecular e por isso desempenham papel fundamental na prevenção à oxidação de

substâncias (WAITZBERG, 2004).

Várias classes de substâncias, encontradas naturalmente nos alimentos agem como

antioxidantes no meio biológico, dentre esses compostos bioativos podem ser citados os carotenóides,

ácido ascórbico, tocoferóis e compostos fenólicos. Estes compostos, considerando em conjunto são

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denominados, antioxidantes da dieta. Além destes, os minerais cobre, zinco, selênio, ferro e manganês,

são também considerados antioxidantes por participarem de estruturas enzimáticas que catalisam

reações de oxi-redução (COSTA & ROSA, 2008).

Pesquisas têm demonstrado a importância e o papel metabólico dos nutrientes no processo do

envelhecimento. Nutrientes antioxidantes como a vitamina C e E podem contribuir para o retardo das

alterações funcionais e estruturais da pele, além de conferir efeito protetor a esse órgão (CUPPARI ,

2005).

Desta forma, torna-se importante a investigação do mecanismo de ação das vitaminas

antioxidantes C e E, assim como, da capacidade de redução de alguns dos efeitos degenerativos do

envelhecimento no organismo através da ingestão das mesmas, o que pode contribuir para a adequada

intervenção nutricional no retardo do processo de envelhecimento cutâneo.

METODOLOGIA

O processo metodológico desse estudo foi orientado por uma abordagem qualitativa baseada

na pesquisa bibliográfica. O estudo foi desenvolvido buscando fundamentação teórica em autores

cujas idéias se entrelaçam e se convergem, sendo utilizados livros, artigos de revistas científicas, além

de material disponível na Internet. Foram utilizados para a pesquisa bibliográfica palavras chaves

como: pele, envelhecimento, antioxidante,vitamina C e vitamina E.

A PELE

A pele constitui uma barreira eficiente contra agressões exógenas, seja ela, de natureza

química ou biológica e impede a perda de água e de proteínas para o exterior. Também tem como

função participar do sistema imunológico, funcionar como órgão sensorial, regular a temperatura

corporal,a produzir vitamina D3, excretar eletrólitos e outras substâncias e protege contra insultos

físicos. Esse manto de revestimento é indispensável à vida, isolando os componentes orgânicos do

meio externo. Para desempenhar de forma harmônica suas funções, a pele constitui-se em complexa

estrutura de tecidos de diversas naturezas dispostos e inter-relacionados (SAMPAIO & RIVITTI,

2001).

Segundo Souza e Vargas (2004), embora a pele represente menos de 15% do peso do corpo,

ela é considerada o maior órgão humano devido a sua extensão.

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CAMADAS DA PELE

Segundo Sampaio e Rivitti (2001), embriologicamente, a pele deriva dos folhetos

ectodérmicos e mesodérmicos.

A partir do ectoderma surge a epiderme, um epitélio de revestimento extratificado e

pavimentoso devido a presença de camadas de células que se achatam a medida que se tornam

superficiais. Suas células se renovam indefinidamente devido a atividade mitótica continua. A

epiderme tem como função produzir uma proteína fibrosa maleável denominada queratina,

responsável pela impermeabilidade cutânea (SOUZA & VARGAS, 2004).

De origem mesodérmica, a derme é a segunda camada da pele, onde é formada a parte

estrutural da mesma. Sua espessura varia de acordo com a localização. Também pode ser chamada de

cório. Segundo Sampaio e Rivitti (2001), a derme compreende densa trama fibro elástica no qual

situam-se as estruturas vasculares, nervosas, órgãos anexos da pele, glândulas sebáceas, sudoríparas e

folículos pilosos.

A terceira camada é a hipoderme, ou panículo adiposo, é a camada mais profunda da pele, de

espessura variável, composta exclusivamente por tecido adiposo, que são células repletas de gordura,

formando lóbulos subdivididos por traves conjuntivo-vasculares. Relaciona-se em sua porção superior,

com a derme profunda, constituindo-se a junção dermo-hipodermica, em geral sede das porções

secretoras de glândulas apócrinas ou écrinas e de pelos, vasos e nervos. Funcionalmente, a hipoderme,

além de deposito nutritivo de reserva, participa do isolamento térmico e na proteção mecânica do

organismo a pressões e traumatismos externos e facilita a motilidade da pele em relação às estruturas

subjacentes (SAMPAIO & RIVITTI, 2011).

ENVELHECIMENTO CUTÂNEO

Segundo Piazza (2011), todos nós estamos submetidos ao envelhecimento, tornando

impossível datar seu início porque a velocidade e a gravidade do envelhecimento variam de indivíduo

para indivíduo de acordo com o nível no qual ele esteja situado (biológico, psicológico ou

sociológico), e está diretamente relacionado com a qualidade de vida submetida ao organismo como:

alimentação, sedentarismo, estresse, obesidade e poluição. Este fenômeno biológico representa a

última das três fases do ciclo do organismo (senescência), a primeira corresponde à infância

(crescimento e desenvolvimento) e a segunda é a maturidade (reprodutiva) (GUIRRO & GUIRRO,

2002; PIAZZA, 2011).

Existe uma série de fatores que influenciam esse processo, os quais estão relacionados com

hábitos alimentares, tabagismo, hipertensão arterial, estresse, sedentarismo, fatores hormonais e

exposição à luz solar (PUJOL, 2011).

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Segundo Guirro e Guirro (2002), o estudo das causas do envelhecimento é um campo no qual

existem muitas teorias. Foram levantadas várias teorias a respeito do processo que envolve o

envelhecimento, e é provável que algumas delas encerrem parte da verdade. Não obstante, as causas e

a natureza íntima do fenômeno permanecem obscuras.A mais viável e mais digna de credibilidade das

teorias até o momento é a dos radicais livres. Conceitos emitidos por Paul Bert demonstram que o

oxigênio em altas concentrações poderia ser tóxico para vários tecidos. Esse oxigênio reativo é uma

ameaça constante para as estruturas celulares como também para a matriz extracelular da pele, pela

formação de radicais livres.

Os radicais livres são espécies químicas constituídas de um átomo ou de vários átomos

associados, possuindo um elétron desemparelhado na sua órbita mais externa. Essa composição

implica em alta instabilidade energética e cinética, e para se manterem estáveis, os radicais livres

precisam doar ou retirar um elétron de outra molécula.O processo de formação dos radicais livres

envolve oxidações químicas e enzimáticas, que causam danos ao DNA e atuam na desidrogenação,

hidroxilação e glicação protéica, causando a perda das funções biológicas de proteínas como o

colágeno e as proteogliacanas, que resultam em flacidez da pele (HIRATA et al, 2004).

TIPOS DE ENVELHECIMENTO

Consideram-se dois tipos distintos de envelhecimento: intrínseco e extrínseco. O

envelhecimento intrínseco acontece com o passar dos anos, é esperado, previsível, inevitável e

progressivo. Também conhecido como cronológico. Esse processo degenerativo é descrito pela

diminuição da elastina que se fragmenta e desintegra, levando a atrofia, ressecamento e ao

aparecimento de rugas superficiais na pele (são aquelas que desaparecem quando estiramos a pele)

(PUJOL, 2011).

O envelhecimento extrínseco da pele é um processo de declinação distintivo causada por

fatores externos que incluem radiação ultravioleta, tabagismo, poluição do ar, entre outros.Of all

extrinsic causes, radiation from sunlight has the most widespread documentation of its negative effects

on the skin. De todas as causas extrínsecas, a radiação da luz solar tem a documentação mais

generalizada dos seus efeitos negativos sobre a pele. Por isso, o envelhecimento extrínseco é referido

como fotoenvelhecimento (GOMES & GABRIEL, 2006).

ALTERAÇÕES NA PELE CAUSADAS PELO ENVELHECIMENTO

Segundo Guirro e Guirro (2002), com o envelhecimento, a pele tende a se tornar delgada, em

alguns lugares, enrugada, seca e ocasionalmente escamosa. Embora não seja grandemente alterada, a

substância córnea se torna mais permeável, permitindo a passagem mais rápida de substâncias através

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dela. Com o envelhecimento, as fibras colágenas engrossam, as fibras elásticas perdem elasticidade e o

depósito de gordura do tecido subcutâneo sofre uma degradação gradual.

Atrofia difusa progressiva, diminuição da extensibilidade e da elasticidade e palidez são

alterações superficiais causadas pelo envelhecimento cronológico. Com a progressão do

envelhecimento, acontece uma diminuição da multiplicação celular e uma diminuição da função dos

fibroblastos causando uma desorganização da matriz extracelular, levando a um comprometimento na

síntese e na atividade de proteínas importantes como a elastina e o colágeno, que garantem a

elasticidade e a resistência da pele. As alterações podem ocorrer tanto na derme quanto na epiderme.

Na epiderme ocorre redução do número de queratinócitos, afinamento e diminuição da taxa de

proliferação das células desta camada. Já na derme, ocorrem as principais manifestações em relação a

estética: a flacidez e as rugas. (PUJOL, 2011).

Piazza (2011), também descreve alterações funcionais geradas pelo envelhecimento tais como

as alterações da permeabilidade cutânea, diminuição da função anti-inflamatória e da resposta

imunológica, deficiência de cicatrização e na sudorese, menor elasticidade e produção de vitamina D e

deficiência da percepção sensorial.

ESTRESSE OXIDATIVO X ENVELHECIMENTO

Bianchi e Antunes (1999), relatam que a formação de radicais livres in vivo ocorre via

capitalização de enzimas, durante os processos de transferências de elétrons que ocorrem no

metabolismo celular e pela exposição a fatores exógenos (como radiação, tabagismo, poluição, etc).

Contudo, na condição de pró-oxidante a concentração desses radicais pode aumentar devido a maior

geração intracelular ou pela deficiência dos mecanismos antioxidantes. O desequilíbrio entre as

moléculas oxidantes e antioxidantes que resulta na indução de danos celulares pelos radicais livres tem

sido chamado de estresse oxidativo.

A principal fonte de radicais livres em sistemas biológicos é a molécula de oxigênio, que é

produzida de forma endógena pelas mitocôndrias, onde o oxigênio é reduzido em etapas sequenciais

para produzir água. Para redução de uma molécula de oxigênio em duas moléculas de água, quatro

elétrons são transportados dentro da membrana mitocondrial interna. Porém, 1 a 2% desses elétrons

são perdidos durante o transporte, levando a formação de superóxido (O2-) e de espécies reativas de

oxigênio (ERO), que correspondem aos radicais livres e a outras substâncias com comportamento

semelhante a esses, sendo caracterizadas pela alta reatividade e fácil oxidação de outras moléculas.

Dos vários componentes do processo inflamatório, as ERO têm sido consideradas como principal

causa da morte celular (HIRATA et al, 2004).

Há um grande interesse pelos estudiosos em elucidar a relação entre a formação dessas

espécies químicas reativas e o processo de envelhecimento humano. A teoria de envelhecimento pela

ação das EROs sugere que o estresse oxidativo ocorre quando há o desequilíbrio entre a formação e a

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detoxificação das EROs, que pode ocorrer pelo aumento na formação desses compostos químicos ou

pela diminuição da capacidade antioxidante das células (TRAVACIO & LESUY, 1996; GALARIS et

al, 2008).

A geração das radicais livres pode ocorrer no citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana

e o seu alvo celular tem relação com seu sítio de formação. Essas espécies químicas incluem radicais

livres como o radical superóxido (O2-), óxido nítrico (NO) e radical hidroxila(OH) e espécies não

radicalares como o peróxido de hidrogênio (H2O2). As EROs podem causar danos oxidativos à

moléculas de DNA, lipídios e proteínas, sendo que no decorrer do processo de envelhecimento esses

danos se acumulam, trazendo prejuízo em enzimas, membranas celulares, mitocôndrias e no núcleo do

DNA (YU & ANDERSON, 1997; JI & LEICHTWEIS, 1997; BARBANTI et al, 2002).

O maior dano causado pelo estresse oxidativo é a peroxidação dos ácidos graxos que

compõem a dupla camada lipídica que, em última instância, leva à morte celular. Para prevenir o

processo de depleção celular, a pele possui seu próprio mecanismo de defesa, como: enzimas,

vitaminas e agentes quelantes de íons metálicos. Porém, o efeito desse mecanismo de defesa diminui

com o envelhecimento. O desequilíbrio na capacidade antioxidante natural do corpo e o excesso de

radicais livres podem causar doenças na pele, como também danos às estruturas nelas presentes

(HIRATA et al, 2004).

ALIMENTAÇÃO X ENVELHECIMENTO

Segundo Pujol (2011), evidências recentes têm demonstrado que dietas com elevado conteúdo

de vegetais, frutas e grãos podem reduzir o risco de inúmeras doenças. Vários autores têm associado

os efeitos benéficos desses alimentos à presença de substâncias antioxidantes. O uso dessas

substâncias pode auxiliar tanto o sistema endógeno de proteção da epiderme como contribui para

prevenção de problemas a longo prazo(PUJOL, 2011).

Uma dieta equilibrada, rica em frutas, hortaliças, legumes e cereais integrais, fornece ao nosso

organismo nutrientes importantíssimos como minerais, vitaminas (beta-caroteno, vitaminas C, E,

complexo B, ácido fólico, selênio, zinco, manganês, cobre, etc) e fitoquímicos (compostos fenólicos,

licopeno, luteína, zeaxantina, etc) que atuam combatendo os radicais livres responsáveis pelo

envelhecimento precoce. Por outro lado, o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura,

carboidratos simples (produtos refinados como açúcar) e o consumo de bebidas alcoólicas são hábitos

amplamente relacionados com o aumento da produção dessas substâncias danosas ao organismo

(PUJOL, 2011).

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ANTIOXIDANTES

Os antioxidantes podem ser definidos como qualquer substância que, presente em baixas

concentrações, quando comparadas ao substrato oxidável, retarda ou inibe a oxidação desse substrato

(MELO et al, 2008).

Os antioxidantes oferecem aos radicais livres os elétrons que eles precisam, para se

estabilizarem. Assim eles neutralizam a ação dos radicais livres revertendo os danos causados por eles.

Nesse sentido, os antioxidantes previnem a formação e a ação das espécies reativas do oxigênio e

nitrogênio que se associam ao dano oxidativo. Em função da sua estrutura molecular os antioxidantes

possuem elevada estabilidade e desempenham papel fundamental na prevenção da oxidação de

substâncias, atuando em vários níveis na proteção do organismo (MELO et al, 2008).

Impedir sua formação, pela inibição das reações em cadeia com o ferro e o cobre é um dos

mecanismos de defesa contra os radicais livres. Outro é o reparo das lesões causadas pelos radicais.

Esse processo relaciona-se coma remoção de danos da molécula de DNA e a reconstituição das

membranas celulares danificadas. Pode ocorrer também uma adaptação do organismo em resposta a

geração desses radicais com o aumento da síntese de enzimas antioxidantes (MELO et al, 2008).

Bianchi e Antunes (1999), relatam que em adição aos efeitos protetores dos antioxidantes

endógenos, a inclusão de antioxidante na dieta é de grande importância e o consumo de frutas e

vegetais está relacionado com a diminuição do risco do desenvolvimento de doenças associadas ao

acúmulo de radicais livres.

ANTIOXIDANTES NATURAIS EM ALIMENTOS

Os antioxidantes são substâncias capazes de inibir a oxidação, diminuindo a concentração dos

radicais livres no organismo e/ou quelando íons metálicos, prevenindo a peroxidação lipídica. Entre os

antioxidantes não-enzimáticos que têm recebido maior atenção por sua possível ação benéfica ao

organismo, estão as vitaminas C (ácido ascórbico) e E (tocoferol), os carotenóides e os flavonóides

(BARREIROS et al, 2006)

Através de diversos estudos foi verificado que alimentos como aacerola, caju, mamão

Formosa, mamão Havaí, goiaba, laranja pêra, e pinha apresentam uma potente capacidade

antioxidante. Frente à ação antioxidante exibida, as frutas podem ser apontadas como boas fontes de

antioxidantes naturais que podem ser mais efetivas e econômicas do que o uso de suplementos

dietéticos na proteção do organismo contra os danos oxidativos, portanto, o seu consumo deve ser

estimulado (MELO et al, 2008).

As vitaminas são micronutrientes que não são sintetizados pelo corpo em quantidades

adequadas para atingir as necessidades fisiológicas. Sendo assim, devem ser consumidas na

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alimentação diária para suprir as funções fisiológicas normais, como manutenção do crescimento,

desenvolvimento e reprodução (COSTA & ROSA, 2008).

As vitaminas C e E possuem efeito cooperativo entre elas, por isso essas vitaminas são sempre

mencionadas em estudos feitos a esse respeito, mostrando a efetividade na inibição da peroxidação dos

lipídios da membrana e na proteção do DNA através de interação dessas vitaminas (BIANCHI &

ANTUNES, 1999).

VITAMINA C

A vitamina C também chamada de ácido ascórbico é encontrada em abundância no organismo.

Consiste em um material branco, hidrossolúvel e cristalino, facilmente oxidado pelo calor e

rapidamente absorvido pelo intestino delgado por um mecanismo ativo, de onde é transportado por

difusão para o sangue. A vitamina C, porém, é armazenada até certa quantidade em tecidos como

fígado e baço e provavelmente existe um controle dos níveis séricos e teciduais (PENTEADO, 2003).

A vitamina C é necessária à produção do colágeno, manutenção e integridade das paredes

capilares, formação dos glóbulos vermelhos do sangue, metabolismo de alguns aminoácidos, facilita

absorção de ferro, formação dos dentes e ossos, aumenta resistência às infecções e favorece a

cicatrização de queimaduras (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

A vitamina C atua na fase aquosa como um potente antioxidante sobre os radicais livres, mas

ela não age nos compartimentos lipofílicos para inibir a peroxidação dos lipídios. Dentre suas várias

funções está a capacidade de reciclar a vitamina E. Seres humanos têm o hábito de consumirem a

vitamina C em grandes doses e também de adicioná-la em muitos produtos alimentares na tentativa de

inibir a formação de metabólitos nitrosos carcinogênicos (BIANCHI & ANTUNES, 1999).

Pujol (2011), relata que a vitamina C é uma das principais moléculas capazes de reagir

diretamente com os radicais peróxidos e regenerar a vitamina E da membrana oxidada, assim ao

transformar o tocoferoxil em tocoferol, a vitamina C oxida-se e forma a molécula de di-hidroascorbato

(Figura 1). Por outro lado, ela também pode atuar como um agente redutor reagindo com metais de

transição como o ferro e o cobre, reciclando e facilitando a formação dessas substâncias, funcionando

assim como um pró-oxidante, levando a uma reação relevante em situações patológicas como em

hemocromatose e lesão tecidual.

Tocoferol Radical Livre Tocoferoxil Vit. C Tocoferol

Oxidação Reduz

Figura 1:Esquema de reciclagem da vitamina E a partir da vintamina CFonte: Adaptado GIBNEY, et al, 2010.

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O colágeno, que é a maior e mais importante proteína estrutural da pele, em sua síntese a

vitamina C atua como cofator da hidroxipolina, importante aminoácido do tecido conjuntivo e das

fibras de colágeno, melhorando a elasticidade e firmeza cutânea (VANNUCHI & JORDÃO-JÚNIOR,

1998).

Outra ação da vitamina C é a diminuição da produção de pigmentos melanínicos pela inibição

da enzima tirosinase, que é a principal reguladora das funções desses pigmentos. A vitamina C

também é conhecida como agente inibidor da formação de melanina pela redução na formação da o-

quinona e da melanina oxidada, em um processo sinérgico com a vitamina E (NICOLETTI, 2002;

PETIT & PIERARD, 2003).

Essa vitamina é encontrada em abundância nos vegetais e nas frutas, onde podemos destacar

como principais fontes as frutas cítricas e as pimentas. Pujol (2011), relata que as principais fontes de

vitamina C são o brócolis, o pimentão, a couve, o tomate e as frutas cítricas. Dando preferência às

muito pigmentadas, como manga, pêssego, acerola, mamão, melão, goiaba, mangaba, etc.

Uma pesquisa realizada na Suécia analisou a relação do consumo de alimentos e

envelhecimento da pele de 453 indivíduos, através de um questionário sobre hábitos alimentares e da

análise biológica da pele. Foi observado que a pele fotoenvelhecida pode ser influenciada pelos

alimentos consumidos, sendo que os suecos apresentaram uma ingestão elevada de alimentos ricos em

antioxidantes, apresentando menores problemas de pele. Entre os alimentos mais consumidos por essa

população estavam as hortaliças e as frutas frescas (PURBA et al, 2001).

Outro estudo com 4.025 mulheres com idade entre 40 e 74 anos sobre ingestão alimentar e

envelhecimento da pele realizado nos Estados Unidos mostrou que aquelas que tinham baixo consumo

de alimentos fontes de vitamina C, tinham a pele mais enrugada, seca e atrofiada do que as mulheres

que tinham uma boa ingestão de alimentos com o nutriente (COSGROVE et al, 2007).

Segundo Costa e Rosa (2008), a Recommended Dietary Allowances (RDA) estabelecida para

mulheres de 19 á 70 anos, é de 75 mg/dia, e para homens de 19 á 70 anos, 90 mg/dia, tendo um

acréscimo de 35 mg/dia para fumantes, em função do maior estresse oxidativo, como mostra na tabela

1 a seguir.

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Tabela 1: Ingestão dietética recomendada de vitamina C, expressa em mg/dia.Grupo /

Faixa etáriaVitamina C

mg/diaUL* Efeitos adversos do consumo excessivo

Crianças0-6 meses 40 NDb Distúrbios gastrointestinais,pedras nos rins,

excesso da absorção de ferro.7-12 meses 50 ND1-3 anos4-8 anos

1525

400650

Homens9-13 anos 45 1.20014-18 anos 75 1.80019-30 anos 90 2.00031-50 anos 90 2.00051-72 Anos 90 2.000

> 70 anos 90 2.000Mulheres9-13 anos 45 1.20014-18 anos 65 1.80019-30 anos 75 2.00031-50 anos 75 2.00051-70 anos 75 2.000> 70 anos 75 2.000Gestação≤ 18 anos 80 1.80019-30 anos 85 2.00031-50 anos 85 2.000Lactação≤ 18 anos 115 1.80019-30 anos 120 2.00031-50 anos 120 2.000bND = Não determinada, devido à falta de dados de efeitos adversos nessa faixa etária e preocupação no que diz respeito à falta de habilidade para lidar com excedentes. A fonte de consumo deve ser somente através da comida para evitar altos níveis de consumo.*UL= nível máximo de ingestão diária de nutrientes que não representa um risco de efeitos adversos. Fonte: Dietary Reference Intake – DRI: Applications in Dietary Planning; Food and Nutrition Board (2003).

Os idosos apresentam maior dificuldade em ingerir alimentos frescos, como frutas e hortaliças,

que são fontes de vitamina C. Isso ocorre em razão dos problemas de mastigação, na preparação e

aquisição destes produtos. A deficiência da vitamina está vinculada com maior probabilidade de

ocorrer doenças relacionadas ao envelhecimento, como acidente vascular cerebral e problemas

cardíacos (PENTEADO, 2003).

Muitos indivíduos podem não ser tolerantes a grandes doses diárias de vitamina C, podendo

apresentar efeitos colaterais após a ingestão de 10 a 40g, como náuseas, diarréia, desconfortos

abdominais, cálculos renais e até dependência (PENTEADO, 2003).

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VITAMINA E

A vitamina E também conhecida como tocoferol, é encontrada em grande quantidade nos

lipídios, sendo um componente importante dos óleos vegetais. Estudos sugerem que a vitamina E

impede ou minimiza os danos provocados pelos radicais livres, tendo assim papel fundamental na

proteção do corpo contra os efeitos prejudiciais das espécies reativas do oxigênio que são formadas

metabolicamente ou que são encontradas no ambiente (GALLAGHER, 2010).

Essa vitamina vem sendo considerada como o mais potente oxidante biológico, sendo parte

integrante de um sistema de proteção que envolve diversos componentes, como o ácido ascórbico, as

enzimas glutationa redutase, a glutationaperoxidase, superóxido dismutase e a catalase. Também há

evidências da ação da vitamina E juntamente com o selênio na proteção de biomembranas contra a

oxidação (PENTEADO, 2003; GALLAGHER, 2010).

Por ser lipossolúvel, a vitamina E se acumula nas membranas celulares interrompendo uma

cascata de reações no processo de formação dos radicais livres, consequentemente protege a célula da

peroxidação dos lipídeos, estabilizando as membranas lisossomiais, mitocondriais e dos capilares,

favorecendo a resistência eritrocitária. Ainda participa do metabolismo das prostaglandinas na síntese

de ácido araquidônico e inibe a agregação plaquetária (COSTA & ROSA, 2008; PUJOL, 2011).

Segundo Gallagher (2010), a vitamina E é absorvida na porção superior do intestino delgado

por difusão dependente de micelas, onde posteriormente é incorporada nos quilomícrons e

transportada na circulação geral pela linfa.

A eficiência da absorção da vitamina E é aumentada pelo concomitante consumo de gordura

na dieta. A absorção máxima ocorre no intestino delgado e depende de emulsificação, solubilização,

difusão através da camada de água, permeação pelos eritrócitos, incorporação às partículas de

lipoproteínas e transporte da mucosa para a circulação (ROCK et al, 1996).

A vitamina E é capaz de proteger os fosfolipídios insaturados da membrana da degradação

oxidativa das espécies de oxigênio altamente reativas entre outros radicais livres. Esta capacidade de

reduzir tais radicais em metabólitos não prejudiciais é denominada varredura de radicais. Por atuar

como varredor de radicais livres de membrana a vitamina E se torna um componente fundamental para

o sistema de defesa antioxidante celular que envolve várias enzimas (COSTA & ROSA, 2008;

PUJOL, 2011).

Na tabela 2 a seguir estão os valores recomendados de ingestão diária de vitamina E

para diferentes faixas etárias.

Tabela 2: Ingestão dietética de referência (DRI) da vitamina E.

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Grupo/ Faixa etária

Vitamina Emg/dia

UL* Efeitos adversos do consumo excessivo

Crianças0-6 meses 4,0 NDb Não há nenhuma evidência defeitos adversos

do consumo de vitamina Eque ocorrem naturalmente em alimentos.Efeitos adversos de suplementos de vitamina E, podem incluirtoxicidade hemorrágica.O UL de vitamina E aplica-sea qualquer forma de "α-tocoferol” obtido a partir de suplementos,alimentos fortificados ou uma combinação dos dois.

7-12 meses 6,0 ND1-3 anos4-8 anos

6,07,0

200300

Homens9-13 anos 11 60014-18 anos 15 80019-30 anos 15 1.00031-50 anos 15 1.00051-73 Anos 15 1.000> 70 anos 15 1.000Mulheres9-13 anos 11 60014-18 anos 15 80019-30 anos 15 1.00031-50 anos 15 1.00051-70 anos 15 1.000> 70 anos 15 1.000Gestação≤ 18 anos 15 80019-30 anos 15 1.00031-50 anos 15 1.000Lactação≤ 18 anos 19 80019-30 anos 19 1.00031-50 anos 19 1.000bND = Não determinada, devido à falta de dados de efeitos adversos nessa faixa etária e preocupação no que diz respeito à falta de habilidade para lidar com excedentes. A fonte de consumo deve ser somente através da comida para evitar altos níveis de consumo.*UL= nível máximo de ingestão diária de nutrientes que não representa um risco de efeitos adversos. Fonte: Dietary Reference Intake – DRI: Applications in Dietary Planning; Food and Nutrition Board (2003).

A vitamina E é encontrada nos óleos vegetais, principalmente nos de oliva, amêndoas e

girassol. Nestes óleos os isômeros de tocoferol mais abundantes são os α- e γ-tocoferóis. A vitamina E

também está difundida em tecidos de plantas e em alimentos de origem animal como ovos, leite e

fígado, em que é encontrada em teores mais baixos (GALLAGHER, 2010).

Há um crescente interesse na relação entre alimentação e saúde, destacando-se o consumo de

antioxidantes naturalmente presentes em alimentos, como as vitaminas C e E, os carotenóides e os

compostos fenólicos, visto que diversas alegações de saúde têm sido atribuídas a esses compostos.

Com isso, aumenta também a importância de compreender melhor a estabilidade desses compostos

nos alimentos, frente ao processamento a que são submetidos antes da ingestão. É interessante saber

quanto à manipulação dos alimentos, desde a colheita até o consumo, pode afetar o conteúdo de

antioxidantes naturais. As hortaliças destacam-se como fontes importantes de antioxidantes, uma das

razões pela qual têm tido seu consumo amplamente recomendado.

Devido a sua ação antioxidante, a vitamina E é muito utilizada na prevenção do

fotoenvelhecimento da pele, sendo veiculada tanto em suplementos orais quanto em produtos de uso

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tópico. Nos suplementos de uso oral, é importante considerar a disponibilidade cutânea da vitamina

após a ingestão (VALUE et al, 2004).

Vários produtos fotoprotetores ou para aplicação após exposição ao sol contêm o

alfatocoferol, ou se éster, como princípio ativo coadjuvante, por inibir a lipoperoxidação e a formação

de dímeros de tiamina e a imunossupressão (VALUE et al, 2004).

A vitamina E também estimula a proliferação de fibroblastos e a migração ceratinóica,

protegendo as células da degeneração. Além disso, atua como conservante da vitamina A, que tem

ação de antioxidante natural (RILLEY, 1994).

Em estudo feito na Finlândia com idosos fumantes do sexo masculino, observou-se que a

suplementação de cápsula de 50mg/dia de vitamina E associada a uma dieta com altos níveis de

vitamina C, tornou-se benéfica para este grupo populacional. A associação das vitaminas reduziu os

riscos de doenças relacionadas ao envelhecimento, refletindo em menores índices de mortalidade

(HEMILÄ & CAPRIO, 2009).

SUPLEMENTAÇÃO

Segundo WAITZBERG (2004), os suplementos alimentares foram definidos oficialmente no

Dietary Supplement Health and Education Act (DSHEA) de 1994 como “um produto que pretende

suplementar a dieta que é composta ou contém um ou mais dos seguintes ingredientes alimentares:

uma vitamina; um mineral; uma erva ou outro produto botânico; um aminoácido; uma substância

alimentar que pode ser utilizada por humanos para suplementar a dieta aumentando a ingestão diária

total; ou um concentrado, metabólito, constituinte ou extrato, ou combinações destes ingredientes”.

Muitas pessoas não conseguem manter uma alimentação balanceada, com isso não

consumindo a quantidade necessária de vitaminas por dia, como as fontes de vitaminas C e E,

necessitando suplementar estes nutrientes para ter seus benefícios. Este nutriente pode ser

administrado de maneira tópica, na forma de cremes, que o contenham ou seus derivados, ou de

maneira oral pela ingestão de alimentos ou suplementos, sendo ambos eficazes na prevenção e

proteção do envelhecimento cutâneo (HEMILÄ & CAPRIO, 2009).

Os suplementos nutricionais são indicados em pacientes em que seriam dificilmente ingerir a

quantidade adequada encontradas nos alimentos, de acordo com a quantidade recomendada e sem

ultrapassar o nível máximo de ingestão diária, para que não apresente risco para a saúde, tendo assim

os benefícios para a saúde da pele. No entanto, ainda é necessárias mais estudos sobre o uso da

suplementação das vitaminas C e E (GANCALVES, 2003).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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De acordo com o presente estudo foi possível observar que as vitaminas C e E desempenham

importante função no processo de envelhecimento, trazendo benefícios para a saúde da pele,

principalmente por atuarem como antioxidantes, prevenindo a ação dos radicais livres. Sendo sua

associação necessária, mostrando que a interação dessas vitaminas é feita pela atuação da vitamina C

na inibição da peroxidação dos lipídios da membrana da vitamina E.

Frente à ação antioxidante exibida, os alimentos podem ser apontadas como boas fontes de

antioxidantes naturais que podem ser mais efetivas e econômicas do que o uso de suplementos

dietéticos na proteção do organismo contra os danos oxidativos, portanto, o seu consumo deve ser

estimulado. Embora haja evidências de que as vitaminas C e Epossam atuar na prevenção do

envelhecimento cutâneo, entende-se que ainda é necessária a realização de mais estudos em humanos

para comprovar a eficácia dessas vitaminas.

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