ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1...

39
IBRATI INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA HERBERT DE JESUS SANTOS A UTILIZAÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA NO SEGUNDO MOMENTO DA PARADA CARDIACA

Transcript of ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1...

Page 1: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

IBRATI

INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA

MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM TERAPIA INTENSIVA

HERBERT DE JESUS SANTOS

A UTILIZAÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA NO SEGUNDO MOMENTO DA PARADA CARDIACA

RIO DE JANEIRO, 2017.

Page 2: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

HERBERT DE JESUS SANTOS

A UTILIZAÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA NO SEGUNDO MONENTO DA PARADA CARDIACA

Tese apresentada á sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, como requisito parcial para obtenção de certificação no Mestrado Profissionalizante em Terapia Intensiva, orientado pelo Professor Dr. Luís Henrique Martins André;

RIO DE JANEIRO, 2017.

Page 3: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

A UTILIZAÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA NO SEGUNDO MOMENTO DA PARADA CARDIACA

RESUMO

Introdução: A máscara laríngea é um tubo semicurvo, que se inicia em um conector

padrão de 15 mm termina em uma pequena máscara com um suporte periférico

inflável, que forma uma vedação á volta da entrada laríngea. Inventada pelo Dr.

Archie Brain, com a finalidade amenizar óbitos causados por insucessos da

intubação traqueal. Objetivo: O objetivo do estudo foi identificar as evidências

disponíveis na literatura sobre a abordagem de vias aéreas por meio da inserção da

máscara laríngea pelo enfermeiro, no ambiente hospitalar. Metologia: Foi utilizada a

revisão integrativa da literatura com o propósito de reunir e sintetizar conhecimentos

existentes sobre a temática proposta. As bases acessadas foram: Livros e artigos

científicos. Os quais foram evidenciados que a máscara laríngea é de fundamental

importância para manejo de vias aéreas em situações críticas, sendo necessário

treinamento dos profissionais envolvidos no atendimento, contribuindo para isso um

prognóstico ao paciente, assim o seu uso tornar-se eficazes e de grandes sucessos

no meio hospitalar.

Palavras Chave: Enfermeiro mascara laríngea, parada cardiorrespiratória.

Page 4: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

O USO MÁSCARA LARINGEA NO SEGUNDO MOMENTO DA PARADA CARDIACA

ABSTRACT

Introduction: The laryngeal mask is a semi-corrugated tube, which starts at a

standard 15mm connector, ends in a small mask with an inflatable peripheral

support, which forms a seal around the laryngeal entry. Invented by Dr. Archie Brain,

aimed at alleviating deaths caused by failures of tracheal intubation. Objective: The

objective of this study was to identify the available evidence in the literature on the

airway approach by inserting the laryngeal mask by the nurse in the hospital setting.

Metology: An integrative review of the literature was used to gather and synthesize

existing knowledge about the proposed theme. The bases accessed were: Books

and scientific articles. It was evidenced that the laryngeal mask is of fundamental

importance for the management of airways in critical situations, it is necessary to

train the professionals involved in the care, contributing to this a prognosis to the

patient, so that their use become effective and of great successes In the hospital

environment.

Keywords: Nurse mask laryngeal, cardiorespiratory arrest.

Page 5: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

Sumário

1 - INTRODUÇÃO.......................................................................................................6

2-PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA.....................................................................8

3-MÁSCARA LARINGEA............................................................................................9

4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA.........14

4.1 Avaliações:...............................................................................................................................14

4.2 Inserções:.............................................................................................................................14

5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA..................16

5.1 Indicações:...............................................................................................................................16

5.2 Contra Indicações:..............................................................................................................16

6- VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MÁSCARA LARINGEA.........................17

6.1-Vantagens:...............................................................................................................................17

6.2-Desvantagens:....................................................................................................................17

7-TAMANHO E ENCHIMENTO CORRETO DA MÁSCARA LARINGEA.................18

8-DESINFECÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA........................................................19

9-ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DIANTE DE UMA PARADACARDIORRESPIRATÓRIA........................................................................20

10-OBJETIVOS.........................................................................................................24

10.1-Objetivo geral:.......................................................................................................................24

10.2-Objetivo especifico:..........................................................................................................24

11-METOLOGIA........................................................................................................25

12- CONCLUSÃO......................................................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.........................................................................27

Page 6: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

6

O USO DA MÁSCARA LARINGEA PELO ENFERMEIRO NO AMBIENTE HOSPITALAR

1 - INTRODUÇÃO

A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é uma situação que requer uma atuação

imediata de todos os profissionais da saúde, que demanda ações básicas e

avançadas de suporte de vida, com diferentes componentes de recursos e

dispositivos necessários à execução dos procedimentos. Na maioria dos hospitais,

entre outras instituições da área, os profissionais da equipe de enfermagem

(enfermeiros, técnicos e/ou auxiliares), em várias situações, são os primeiros a

depara-se com uma PCR, diante dos sintomas apresentado pelo paciente, os

mesmos devem ser competentes para iniciar as manobras de Ressuscitação

Cardiopulmonar, evitando sequelas ou óbito do paciente. (SMELTZER; BARE,

2010).

O enfermeiro detentor de conhecimentos científicos e práticos é o profissional

mais importante da equipe de saúde, já que possui competência técnica,

institucional e legal para iniciar os procedimentos de RCP, de forma que deverá

estar familiarizado e capacitado para executar tais manobras, atendendo às

diretrizes estabelecidas pela American Heart Associativo. (AHA, 2010).

A falha no manejo de vias aéreas ainda é considerada um dos maiores

fatores que resultam em piores resultados em situação de anestesia, emergências

médicas e terapia intensiva. Garantir uma via aérea pérvea é prioridade absoluta,

implicando na realização simultânea de ações de desobstrução e manutenção. Em

condições em que a ventilação está difícil e a oxigenação prejudicada (como por

exemplo, na PCR), manobras avançadas ou métodos alternativos podem ser

necessários para reversão do quadro apresentado. (CASARIN& BELONI, 2011).

Um dos dispositivos atualmente recomendados para utilização pelos

profissionais diante de uma RCP é a máscara laríngea, a qual consiste em um tubo

semelhante ao tubo endotraqueal, com uma máscara inflável na extremidade distal

apropriada para adaptação à faringe posterior, selando a região da base da língua e

Page 7: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

7

da abertura laríngea. Mais recentemente, tem recebido atenção especial como

ferramenta essencial para o manejo de vias aéreas difíceis. (PEDRESSOLI, 2009).

Deste modo, é essencial que todos profissionais de saúde tenham

conhecimentos para o atendimento da PCR, independente de sua especialidade. O

diagnóstico rápido e correto é uma das garantias para o sucesso da RCP. Esse

momento de assistência exige precisão e rapidez podendo provocar na equipe muito

estresse, cansaço, ansiedade e exaustão. Torna-se necessário que haja uma boa

harmonia entre os integrantes da equipe de saúde, a fim de amenizar esse

sofrimento laboral. Após tentativas frustradas de reanimação, faz-se necessário

parar para reconhecer os pontos falhos na assistência. Todavia, esse é um

momento quase raro, mas de extrema importância para a melhoria da assistência

(ZANINI, NASCIMENTO & BARRA, 2006).

Quando a assistência de enfermagem ao vitimado de PCR não ocorre com

qualidade e precisão, pode ocorrer iatrogenias que são entendidas como eventos

adversos que geram algum tipo de prejuízo à saúde do paciente, podendo ser

motivada ou não por falha humana. Há de se observar, portanto, que o papel do

enfermeiro é de suma importância, podendo afetar diretamente no resultado final

quanto ao estado do paciente, sendo certo afirmar que a atuação deste profissional

é determinante para o sucesso do atendimento ao paciente (SILVA & PADILHA,

2000; REIS e SILVA, 2012).

Page 8: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

8

2-PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA Segundo Nasi (2005) A PCR define-se como uma cessação das atividades

respiratórias e circulatórias efetivas; e emprega o termo reanimação

cardiorrespiratória a qual constitui um conjunto de intervenções que objetiva

restabelecer a circulação efetiva e a oxigenação tissular.

Conforme Guimarães et al. (2008) a parada cardíaca é a cessação súbita da

circulação sistêmica do indivíduo com expectativa de restauração da função

cardiopulmonar e cerebral em situações onde o indivíduo não possua doença

intratável ou fase terminal, juntamente com este evento, interrompe-se a atividade

respiratória, definindo-se como PCR.

Para Cheregatti, Amorim e Oliveira (2010) a PCR é a ausência de atividade

mecânica cardíaca, confirmada pela ausência de pulso detectável, ausência de

responsividade e apneia ou respiração agônica, ou seja: não respiram e não

apresentam pulso.

Para Dallan e Timerman (2012), a parada cardíaca caracteriza-se pela

interrupção súbita da circulação sistêmica em um indivíduo com expectativa de vida,

sendo precedente à PCR a interrupção da atividade respiratória, caracterizada pela

ausência de movimentos torácicos inspiratórios efetivos. Segundo a American Heart

Association (AHA, 2008), um paciente que tem respiração agônica não responde e

não tem pulso esta em parada cardíaca.

Já em 2010 a mesma associação AHA complementa que o reconhecimento

ativo da PCR a vítima não responde, não respira ou esta respirando anormalmente

(Gasp agônico). As manifestações clínicas da PCR são perda de consciência, pulso

e pressão arterial, podendo ocorrer esforço respiratório ineficaz, as pupilas

começam a se dilatar dentro de 45 segundos, podendo ou não ocorrer crise

convulsivas (SMELTZER; BARE, 2010).

A PCR é responsável por morbidade elevada, mesmo em situações de atendimento ideal ainda associado a isto há um baixo índice de sucesso e a probabilidade de sobrevida, diminuindo acentuadamente a cada minuto, o sucesso do atendimento, visto que a qualidade da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) influi diretamente na sobrevida, juntamente com a desfibrilação precoce (LUZIA; LUCENA, 2009).

Um rápido e seguro meio de acesso às vias aéreas (VA) e o controle da

ventilação pulmonar ainda são um desafio à ciência médica, apesar de toda a

tecnologia atual.

Page 9: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

9

Desde a antiguidade o ser humano sabe da importância de se preservar a via

aérea. Diz à história que Asklepíades de Bithinia (124-156 a.C.) que praticou

respiração boca a boca em um indivíduo que, por já ser tido como morto, seria

incinerado, devolvendo-lhe assim a vida.

Em 1543, Vesalius manteve uma porca viva através de um tubo introduzido

diretamente na traqueia, experiência repetida com um cão, perante a Royal Society

of London em 1667 por Robert Hooke, demonstrando os efeitos vitais da ventilação

sobre o animal.

No que se refere à intubação endotraqueal (IT) aplicada à anestesia, foi John

Snow (1848-1924), em 1871, o primeiro a relatar seu uso em animais, através de

traqueostomia. Feito que foi estendido à prática clínica por Trendelemburg.

Desde então, a técnica de IT sofreu vários aprimoramentos, entre os quais o uso da

lâmina curva a partir da década de 1940.

Com a introdução dos relaxantes musculares, a Intubação traqueal torna-se

um procedimento relativamente seguro e rotineiro, chegando aos dias de hoje bem

definido e universalmente aceito. Sob o ponto de vista técnico, praticamente não

houve nada de realmente novo nesta área, apenas aperfeiçoamento das condutas e

materiais já há muito existente. No entanto, o método de IT não é isento de sérias

complicações e falhas, além do que, para sua realização, ser necessário

equipamento especial e um adequado treinamento.

Portanto, era preciso buscar um caminho alternativo através de outros métodos para

o controle da VA, que fossem eficazes e ao mesmo tempo mais fáceis de ser

empregados e menos invasivos que os convencionais.

Há mais de 110 anos, Joseph O’Dwyer, pediatra norte-americano, obteve sucesso

ao ventilar pacientes com difteria, utilizando sua técnica de “intubação da laringe”

através de um dispositivo cônico que se adaptava próximo à entrada da laringe.

Mais tarde associou a este recurso um sistema de ventilação artificial a fole,

antes utilizado em pacientes traqueostomizados, que fora desenvolvido por seu

conterrâneo colega cirurgião, George Fell. Este conjunto recebeu o nome de

“Aparelho de Fell-O’Dwyer” (Fig. 1)

Page 10: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

10

 

Figura 1- Aparelho Fell-O “Dwyer

Aparelho de Fell-O’Dwyer: 1887, fabricado em aço niquelado com três

ponteiras cônicas de aço e duas de “vulcanita”. O ar oriundo de uma sanfona de pé

passava aos pulmões através de ponteiras graduadas que eram introduzidas na

laringe.

Na década de 1930, Leech, na tentativa de simplificar os meios de ventilação

até então disponíveis, propôs, principalmente como opção às técnicas de IT

bastante difíceis com os recursos da época, um novo método para o controle da VA

usando uma menor manipulação instrumental da laringe. Seu dispositivo ficou

conhecido como “Ampola Faríngea”, um instrumento inovador na forma de um

cilindro distensível de látex macio acoplado a um tubo, que se adaptava ao contorno

da faringe, produzindo assim uma vedação ao seu redor. (1) Este dispositivo foi

utilizado com sucesso para ventilar pacientes em anestesias com ciclopropano,

principalmente devido à facilidade em ser introduzido na faringe com níveis

superficiais de anestesia. No entanto, perdeu seu valor com o advento dos agentes

neuromusculares e dos tubos endotraqueais com balão. (Fig.2)

Page 11: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

11

Figura 2- Ampola Laringea

Foi somente na década de 1980 que Archibald I. J. Brain (fig. 3), um

anestesiologista seguindo a mesma linha de raciocínio de Leech, desenvolve pela

primeira vez um dispositivo supraglótico de uso prático e que permite de maneira

eficaz uma continuidade aérea entre as VA inferiores e o meio exterior. Brain

denominou este novo recurso de “máscara laríngea”.

Figura 3 - Dr. Archie Brain - Inventora da máscara laríngea

A máscara laríngea (ML) é um tubo semicurvo, que se inicia em um conector

padrão de 15 mm e termina em uma pequena máscara com um suporte periférico

inflável, que forma uma vedação à volta da entrada laríngea. Seu aprimoramento se

deu a partir de exaustivos estudos anatômicos e funcionais da laringe humana. Na

época, trabalhando no Royal London Hospital em Whitechapel (Londres, Inglaterra),

Brain observou que a forma das máscaras nasais de Goldman, utilizadas em

anestesia para procedimentos odontológicos ambulatoriais, em muito se

assemelhavam aos modelos laríngeos em gesso que vinha estudando, e que estas

poderiam ser modificadas para ser usadas diretamente sobre a laringe, ao invés do

Page 12: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

12

nariz. Ao sobrepor o manguito adaptado destas máscaras nasais sobre peças

anatômicas de laringe adulta, reparou que se acoplavam de forma satisfatória. O

manguito se ajustava bem sobre os seios piriformes e os arcos da máscara

correspondiam quase exatamente à forma triangular da hipofaringe. Como o seu

objetivo era desenvolver um meio que pudesse corrigir de forma eficiente e rápida

uma via aérea obstruída, sendo ao mesmo tempo simples e atraumático em sua

colocação, Brain teve a ideia de acoplar a essa pequena máscara nasal modificada

um tubo por onde pudesse ventilar o paciente. Após vários protótipos, utilizou pela

primeira vez a sua então “Máscara Laríngea”, no verão de 1981, em uma

herniorrafia rotineira no William Harvey Hospital em Ashford, Kent, Inglaterra.

Em 1983 introduziu um novo manguito de alto volume e baixa pressão, que

melhor se conformava às estruturas laríngeas, chegando à forma básica da máscara

laríngea que persiste até hoje. Atualmente, além desse modelo tradicional, existem

outros tipos distintos de máscara laríngea com finalidades mais específicas, entre

estas as de intubação traqueal e drenagem esofágica (Fig. 4).

Figura 4 – Máscara Laríngea

Inicialmente utilizada apenas como um recurso para ventilação em anestesia,

logo a mascara laríngea foi consagrada como instrumento indispensável também no

acesso emergencial e suporte ventilatório transitório ou definitivo em situações de

via aérea difícil.

Pela sua eficácia e facilidade no uso, a mascara laríngea é considerada por

muitos autores como sendo o maior desenvolvimento como recurso individual para o

manuseio da via aérea que surgiu nas últimas décadas.

Page 13: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

13

Uma prova disso é que desde seu lançamento a máscara laríngea já foi

utilizada com sucesso por mais de 150 milhões de pacientes em todo o mundo, e

atualmente 50% a 80% das anestesias gerais de rotina em alguns centros europeus

são realizadas exclusivamente sob este método. A mascara laríngea tem hoje suas

indicações bem definidas, sendo considerada imprescindível no arsenal médico de

rotina e principalmente na emergência. Em nosso meio, foi introduzida em 1989 e

hoje se encontra em uso corrente nos principais centros do país.

A primeira divulgação pública da máscara laríngea no Brasil ocorreu durante

o 39º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, em 1992, seguida posteriormente por

outros vários autores.

Page 14: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

14

4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA

4.1 Avaliações:Seleção do tamanho apropriado, inspeção do conector, presença de corpos

estranhos, testagem do funcionamento da válvula, pré-medicação e pré-oxigenação

com intuito de diminuir os reflexos das vias aéreas e permitir provimento de oxigênio

suplementar, lubrificação após total desinflação total do cuff, lubrificar apenas a

superfície posterior da máscara laríngea, não utilizar lubrificantes a base de silicone

ou contendo lidocaína, posicionamento, se o paciente não necessitar de

imobilização da coluna cervical, segurar a cabeça na região occipital com a mão não

dominante e interioriza-la. Muitos profissionais preferem apoiar o occipio do paciente

com a mão não dominante enquanto introduzem a máscara laríngea com a mão

dominante. O objetivo é proporcionar até mesmo um ângulo de 90º na base da

língua.

4.2 Inserções:Segurar a máscara laríngea como se estivesse pegando uma caneta, próximo

á junção entre o tubo e a elipse; aperta-la contra o palato duro com o dedo indicador,

sob visão direta. Então, pressionar para cima contra o palato duro, avançando a

máscara para dentro da faringe, enquanto permanece acima da língua. Finalmente

pressioná-la para dentro da parede posterior da faringe. O dedo indicador deve ser

então retirado tomando o cuidado de pressionar a máscara pela sua porção proximal

no sentido cranial para que não se desloque. A máscara segue o mesmo trajeto que

um alimento durante um reflexo normal de deglutição, enchimento do balonete e

fixação do dispositivo: a resistência é percebida quando a máscara atinge a base da

hipofaringe, sendo que nesse ponto o balonete deve ser insuflado com o volume de

ar descrito no dispositivo. Alguns indicadores de que a máscara encontra-se

adequadamente posicionada são: a capacidade de ser gerada nas vias aéreas uma

pressão de 20cmH2O sem vazamento, a capacidade de poder ventilar manualmente

e a linha escura sobre o tubo da máscara que deve se encontrar na linha média do

paciente (Fig.5).

Page 15: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

15

Figura 5- Inserção da Máscara Laríngea

Page 16: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

16

5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA

5.1 Indicações:Em principio, a máscara laríngea é empregada em todos os casos onde a

anestesia possa ser conduzida com o uso da máscara laríngea facial, em um grande

número de situações, substitui o tubo traqueal com vantagens, respeitadas suas

limitações. Recentemente seu uso tem sido estudado em situações de emergência e

reanimação principalmente com modelos descartáveis.

Alguns exemplos do uso prático da máscara laríngea: Cirurgias eletivas,

narco-anestesia, anestesia pediátrica, cirurgia plástica, cirurgia em cantores e

locutores profissionais, exames e procedimentos ambulatórias, procedimentos

odontológicos ambulatórias, broncoscopia, em paciente despertos, medicina de

emergência, no suporte avançado da vida em adultos, no suporte avançado da vida

em pediatria, na parada cardiorrespiratória e na reanimação neonatal.

5.2 Contra Indicações:A principal contra indicação para tal uso da mascara laríngea é em paciente

que possuem alto risco de regurgitação e aspiração de conteúdo gástrico (gestante,

obesos mórbidos, portadores de hemorragia digestiva alta), mas em tais casos

pode-se associar a pressão cricóide ao procedimento, Outra contra indicação é

quando há necessidade de altas pressões de insuflação pulmonar em virtude de

aumentada resistência nas vias aéreas ou baixa complacência pulmonar.

Inadequada ventilação devido a escape de ar ou distensão gástrica são efeitos

adversos previsíveis devido à tentativa de ventilar com pressão positiva, por

exemplo, em pacientes asmáticos.

Page 17: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

17

6- VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MÁSCARA LARINGEA

6.1-Vantagens:A primeira grande vantagem da ML sobre a intubação traqueal (IT) diz

respeito à técnica de inserção. Esta é realizada de modo “às cegas”, dispensando a

necessidade de laringoscopia, o que facilita e agiliza enormemente o acesso à via

aérea. Na indução da anestesia geral para a inserção da ML se utiliza menor

quantidade de drogas, dispensando o uso de bloqueador neuromuscular ("curare").

Tanto a manobra de laringoscopia quanto a inserção do tubo na traqueia

são extremamente reflexógenas, desencadeando respostas autonômicas

manifestadas por taquicardia, hipertensão, elevação da pressão intracraniana e da

pressão intraocular. Tais respostas são bastante atenuadas com o uso da ML, tanto

na indução quanto no despertar. Com a laringoscopia e intubação traqueal é comum

o paciente se queixar de "dor de garganta" no pós-operatório. Esta queixa é rara

com o uso das máscaras laríngeas, diminuindo a quantidade de analgésicos

utilizada.

A via aérea difícil geralmente relaciona-se à laringoscopia difícil. Em passado

recente (1970-1990), grande parte dos óbitos de causa anestésica foram

consequência de manipulação inadequada da via aérea. Geralmente, os pacientes

tinham sido submetidos à anestesia geral e, no momento da laringoscopia, não se

conseguiu identificar as estruturas laríngeas após múltiplas tentativas de

laringoscopia. Com estes casos publicados, a máscara laríngea assumiu um papel

de destaque no contexto da via aérea difícil.

A Máscara Laríngea é uma alternativa indispensável e indicada como a

primeira técnica na situação emergencial – “impossível intubar, impossível ventilar”.

6.2-Desvantagens:A principal desvantagem da mascara laríngea é a ocorrência mais frequente

de vazamento de ar em ventilação com pressões positivas elevadas, podendo levar

a hipoventilação e também distender o estômago além de oferecer menor proteção

da via aérea contra a aspiração de conteúdo gástrico.

Page 18: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

18

7-TAMANHO E ENCHIMENTO CORRETO DA MÁSCARA LARINGEA

A máscara laríngea inserida no paciente durante a parada respiratória é

escolhida quanto ao seu tamanho e o peso do paciente. O cuff ao ser insuflado não

deve exceder o volume superior ao recomendado para cada tamanho. (Tab.1).

Normalmente, apenas pouco mais que a metade do volume máximo de ar

recomendado referente à máscara usada no procedimento. A pressão do manguito é

de 60CMH2O, será suficiente para que não haja escape .

Tabela 1 – Tamanho e enchimento do cuff

Page 19: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

19

8-DESINFECÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA

A desinfeção é um processo de eliminação ou destruição de microrganismos

(patológicos ou não), na forma vegetativa e presentes nos artigos e objetos

inanimados. Capazes de destruir em um tempode10a30minutos.

A máscara laríngea é considerada artigos semicríticos (são todos aqueles

objetos que entram em contato com a pele não integras ou com mucosas integras) e

requerem desinfecção de médio e alto nível. A limpeza cuidadosa deve sempre

preceder á desinfecção, pois esta reduz a carga microbiana através da remoção de

resíduos e matéria orgânica presente.

A desinfecção pode ser realizada com hipoclorito de sódio (60 minutos, em

0,02% de cloro ativo), álcool etílico 70% (com tempo de exposição de 10 minutos).

Em todos os casos, enxágue bem a máscara com água quente corrente para retirar

totalmente o desinfetante utilizado.

Page 20: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

20

9-ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO DIANTE DE UMA PARADACARDIORRESPIRATÓRIA

Na vigência de insuficiência respiratória, cabe à equipe de enfermagem

atender continuamente o paciente e ao enfermeiro assumir a coordenação das

atividades, bem como a execução das de maior complexidade, considerando o que

consta na Lei 7.498/86, regulamentada pelo Decreto 94.406/87 (grifo nosso). “O

Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe, os cuidados

diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida e os cuidados de

enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base

científica e a capacidade de tomar decisões imediatas”. (CONSELHO REGIONAL

DE ENFERMAGEM DO RIO DE JANEIRO, 2010).

Constitui procedimento de risco a intubação traqueal, que mantém a via aérea

patente, permitindo a aspiração de secreções pulmonares, oferta de oxigênio em

grandes concentrações, administração de fármacos e instituição da ventilação

pulmonar mecânica. Assim, por ser um procedimento complexo, ao ser realizado por

profissionais de saúde não capacitados, poderá ocasionar trauma na orofaringe,

interrupção das compressões e ventilações por períodos prolongados e hipoxemia,

além do risco de incorrer em repetidos insucessos durante o procedimento.

(BARTHOLOMAY, E. et al.2003).

A American Hearth Association preconiza que um dos integrantes da equipe

de reanimação seja o líder, objetivando o melhor desempenho e organização

durante a assistência. O profissional que assume tal posição geralmente é o médico,

pois também assume papel legal sob o aspecto da terapêutica aplicada. No entanto,

faz-se necessário que também o enfermeiro atue como líder, para administrar a

dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada. Assim, esses profissionais

necessitam ter o conhecimento técnico atualizado e as habilidades práticas

desenvolvidas para contribuírem de forma mais efetiva nas manobras de RCP da

equipe de enfermagem, pois são eles os primeiros a presenciarem uma vítima em

PCR no hospital. São eles que acionam mais frequentemente a equipe de

atendimento. (AHA, 2010).

Page 21: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

21

Segundo a American Heart Association (2010), todo profissional responsável

por este procedimento deve possuir treinamento adequado e experiência validada.

Vale ressaltar que atualmente no Brasil, os cursos formais de treinamento em

emergência capacitam o enfermeiro para a intubação supraglótica (máscara

laríngea). Destarte, ao enfermeiro incube como integrante da equipe de saúde, de

acordo com o artigo oito, alínea “n” do Decreto 94.406/87 “participação nos

programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente

nos programas de educação continuada” (COFEN, 1987). E conforme descrito no

Código de Enfermagem “aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e

culturais, em benefícios da pessoa, família, coletividade e do desenvolvimento da

profissão”. (COFEN, 2007).

Cabe ao Enfermeiro à utilização dos dispositivos supraglóticos em situação de

risco de morte iminente de paciente, na qual exista a impossibilidade de se contar

com o profissional médico para a realização da intervenção, decorrente de sua

ausência ou por estar envolvido em outro procedimento na mesma ocorrência, o

enfermeiro poderá realizar este procedimento, desde que ciente de sua capacidade,

competência e habilidade para garantir uma assistência livre de riscos provenientes

da negligência, imperícia e imprudência, conforme CONSELHO REGIONAL DE

ENFERMAGEM DE SÃO PAULO previsto na Resolução 311/2007. (COFEN, 2010).

Cabe ao enfermeiro prestar cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida, ou seja, instituir os cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos com base científica, além de possuir capacidade para a tomada de decisões rápidas (SILVA, 2006).

Recomenda-se ainda que os Enfermeiros que atuam em unidades que

atendam a pacientes críticos tenham certificação e atualização periódica nos

protocolos internacionais. Importante salientar que o enfermeiro deverá registrar

suas ações em prontuário, mediante a implantação da Sistematização da

Assistência de Enfermagem, prevista na Resolução COFEN 358/09. (COFEN,

2010).

Faz-se necessário programar treinamentos contínuos e elaborar protocolos

institucionais baseados em evidências, prevendo as funções da equipe para lidar

com as diversas situações de emergência, tanto no atendimento intra e pré-

Page 22: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

22

hospitalar, incluindo diretrizes e competências de execução dos procedimentos de

emergência, cuidados de enfermagem dirigida ao paciente antes, durante e após os

procedimentos, contendo a avaliação dos resultados. (ARAÚJO, 2009).

O uso da máscara laríngea pode ser confiável, realizado por enfermeiros e,

num curto espaço do tempo, a técnica promove isolamento de via aérea durante a

ressuscitação. O manejo da via aérea, adquirido durante a ressuscitação

cardiopulmonar, associado á baixa incidência de complicações encoraja a ampliação

do uso da máscara laríngea, por enfermeiros, durante a ressuscitação

cardiopulmonar. (CASARIN& BELONI, 2011).

Enfermeiros que atuam em locais nos quais é limitada a disponibilidade de

médicos deveriam considerar a necessidade de treinamento para utilização da

máscara laríngea, todos os envolvidos em cuidados de emergência deveriam ser

treinados para o uso desse dispositivo. (CASARIN, 2011).

Cabe à equipe de enfermagem a responsabilidade pelos cuidados intensivos ao paciente em PCR, durante a RCP e após essa intervenção, por meio da avaliação permanente, da vigilância e da realização de procedimentos e técnicas que complementam a terapêutica médica, embasado em diretrizes para a assistência de enfermagem, garantindo a continuidade de um trabalho integrado. (SILVA, 2006).

Diante do exposto, á máscara laríngea é um dispositivo confiável por permitir

ao enfermeiro, em situação de emergência, e no atendimento precoce da PCR,

garantir uma via aérea pérvia, segura, além de baixa incidência de complicações

(distensão gástrica e regurgitação), promoção de adequada ventilação e

consequentemente aumento da sobrevida. (PEDRESOLI, C.E, 2009)

A abordagem das vias aéreas é um desafio durante a RCP e,

frequentemente, o enfermeiro é o primeiro a deparar-se com o paciente em PCR. A

máscara laríngea, quando utilizada de maneira adequada, tende a minimizar

complicações, como por exemplo, a regurgitação, tendo como desfecho o

estabelecimento de uma via aérea segura, possibilitando maiores chances de

sucesso na ressuscitação. (BERETON et al,2007).

Um dos dispositivos atualmente recomendados para utilização pelos

profissionais durante a RCP é a máscara laríngea, a qual consiste em um tubo

semelhante ao endotraqueal, com uma máscara inflável na extremidade distal

Page 23: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

23

apropriada para adaptação à faringe posterior, selando a região da base da língua e

da abertura laríngea. Mais recentemente, tem recebido atenção especial como

ferramenta para o manejo de vias aéreas difíceis. (BERTOGLIO, 2010).

O enfermeiro detém o potencial de ser importante elemento da equipe de

saúde, já que possui competência técnica, institucional e legal para iniciar os

procedimentos de RCP, de forma que deverá estar familiarizado e capacitado para

executar tais manobras, atendendo às diretrizes estabelecidas pela American Heart

Association. (AHA, 2010).

Quando a assistência de enfermagem ao vitimado de PCR não ocorre com

qualidade e precisão, pode ocorrer iatrogenias que são entendidas como eventos

que geram algum tipo de prejuízo à saúde do paciente, podendo ser motivada ou

não por falha humana. Há de se observar, portanto, que o papel do enfermeiro é de

suma importância, podendo afetar diretamente o resultado final quanto ao estado do

paciente, sendo certo afirmar que a atuação deste profissional é determinante para o

sucesso do atendimento ao paciente. (ARAUJO, 2009).

Page 24: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

24

10-OBJETIVOS

10.1-Objetivo geral:Demonstrar os benefícios da utilização da máscara laríngea pelos

enfermeiros num contexto de reanimação.

10.2-Objetivo especifico:Identificar as evidências disponíveis na literatura sobre a abordagem de vias

aéreas por meio da inserção da máscara laríngea pelo enfermeiro na ressuscitação

cardiopulmonar.

Identificar o perfil da equipe de enfermagem que presta o primeiro atendimento ao

paciente em PCR.

Page 25: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

25

11-METOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com revisão sistemática,

realizada no período de janeiro a março de 2016, sendo possível consolidar os

dados referentes ao assunto em pauta. A revisão bibliográfica é considerada um

passo inicial para qualquer pesquisa científica. É desenvolvida com base em

material já elaborado como artigos e teses e possui caráter exploratório, pois permite

maior familiaridade com o problema, aprimoramento de ideias ou descoberta de

intuições (GIL, 2008).

Para Beretonet al. (2007) uma revisão sistemática permite ao pesquisador

uma avaliação rigorosa e confiável das pesquisas realizadas dentro de um tema

específico. A Revisão Bibliográfica Sistemática (RBS) é um instrumento para mapear

trabalhos publicados no tema de pesquisa específico para que o pesquisador seja

capaz de elaborar uma síntese do conhecimento existente sobre o assunto. Para

isso é necessário adotar um procedimento, um conjunto de passos, técnicas e

ferramentas específicas. (LEVY; ELLIS, 2006). Os mesmos autores definem a RBS

como um processo de coletar, conhecer, compreender, analisar, sintetizar e avaliar

um conjunto de artigos científicos com o propósito de criar um embasamento teórico-

científico sobre um determinado tópico ou assunto pesquisado.

Page 26: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

26

12- CONCLUSÃO

Concluímos após breve revisão da literatura sobre o tema proposto que a

sobrevida das vítimas de PCR esta relacionada diretamente com o pronto

atendimento e que a equipe de enfermagem é de suma importância diante dessa

intercorrência.

Por meio do presente estudo ficou clara a importância da assistência de

enfermagem em situação de emergência a vítima de parada cardiorrespiratória, pois

estes profissionais realizam, geralmente, os primeiros atendimentos, devendo

apresentar um diagnóstico rápido e realizar os procedimentos necessários para

a manutenção da vida do paciente.

Dessa forma, é papel do enfermeiro associar conhecimentos teóricos,

científicos e práticos na prestação do cuidado ao paciente, realizando procedimentos

emergenciais com precisão e eficiência, principalmente quando se tratar de vítima

de parada cardiorrespiratória, visto que cada minuto é fundamental para salvar a

mesma.

Fica claro que os enfermeiros precisam desenvolver competências de forma a

centrar a sua atenção na pessoa e não apenas no problema que ela apresenta isto

porque, o doente é a razão da existência da prática da enfermagem.

Ficou claro que o enfermeiro capacitado tem competência de inserir a

máscara laríngea, diante de um atendimento emergencial, tendo em vista o seu

conhecimento cientifico e sua tomada decisão.

Assim, esses profissionais necessitam ter o conhecimento técnico atualizado

e as habilidades práticas desenvolvidas para contribuírem de forma mais efetiva nas

manobras de RCP. Portanto, o profissional de enfermagem deve estar apto para

reconhecer quando o indivíduo está evoluindo para PCR e rapidamente avaliar e

reanimar. Para tanto, é indispensável à capacitação de enfermagem, tanto teórica

quanto técnica.

Assim é de primordial importância que a equipe de enfermagem

principalmente os enfermeiros, como lideres e orientadores, educadores da equipe

de enfermagem, estejam atualizados sobre estes dados para que a assistência

prestada seja de melhor qualidade possível, para que a equipe tenha motivação

para tal ação.

Page 27: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care 2010, Disponível em:

www.heart.org/cpr;

COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Lei do Exercício Profissional 7.493/86, regulamentada pelo Decreto 94.406/87. Dispõe sobre a regulamentação

do exercício da enfermagem e dá outras providências. Disponível em:

www.novoportalcofen.gov.br;

PEDRESOLI, C.E. O uso da máscara laríngea pelo enfermeiro na ressuscitação cardiopulmonar: revisão integrativa de literatura. 2009. 122f. Dissertação (Mestrado) - ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO –

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Ribeirão Preto, 2009;

Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde; 2. ed.;

Brasília,1994. 50 p. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Ministério da

Saúde. BRASIL;

Blackbook-Enfermagem/Reynaldo Gomes de Oliveira. Belo Horizonte: Blackbook

Editora, 2016;

O hospital: Manual do ambiente hospitalar. 3. ed. Curitiba: Os autores, 2009;

Enfermagem em unidade de terapia intensiva/Aline Laurenti Cheregatti, Carolina

Padrão Amorim, orgs. 2 ed. – São Paulo: Martinari, 2010;

Emergências pediátricas/organizadores Eduardo Jorge da Fonseca Lima, Carla

Adriane Fonseca Leal de Araújo, Hegla Virginia Florêncio de Melo Prado. – Rio de

Janeiro: MedBook, 2011;

Enfermagem em terapia intensiva: práticas e vivências / Renata Andréa Pietro

Pereira Viana, Iveth Ymaguchi Whitaker... [et al.]. – Porto Alegre: Artmed, 2011;

Enfermagem em UTI: cuidando do paciente critico / organizadores Katia Grillo

Padilha, Maria de Fátima Fernandes Vattimo, Sandra Cristine da Silva, Miako

Kimura. – Barueri, SP: Manole, 2010;

Page 28: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

28

ARAUJO, Izilda Esmenia Muglia; PERGOLA, Aline Maino. O leigo e o suporte básico de vida. São Paulo: Ver Esc Enferm USP, Vol.43, N.2, 2009. 335-342p;

BARTHOLOMAY, E. et al. Impacto das Manobras de Reanimação

Cardiorrespiratória Cerebral em um Hospital Geral. Fatores Prognósticos e

Desfechos. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v.81, n.2, ago. 2003. Disponível

em:<http://www.scielo.br/scielo. php>. Acesso em: 25 maio, 2015.;

BERETON et al. Lessons from Applying the Sistematic Literature Review Process

within the Software Engineering Domain.The Journalof System and Software, v. 80,

p.571-583, 2007;

REIS, Roberta Rezende dos; SILVA, Fabiano Júlio. Assistência de Enfermagem em situação de Emergência a vitima de parada cardiorrespiratória. Disponível

em: <http://www.redentor.inf.br/arquivos/pos/publicacoes/02052012Artigo Roberta

Rezende 2012. Pdf>. Acesso em: 02 maio, 2016.

BERTOGLIO, Vanderléa Morlim et al; Tempo decorrido do treinamento em parada cardiorrespiratória e o impacto no conhecimento teórico de enfermeiros. Porto Alegre: Rev Gaúcha Enferm, vol.29, N.3, Set, 2008. 454- 460p;

CINTRA EA, NISHIDE VM, NUNES NA. Assistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo. 5°ed. São Paulo: Atheneu; 2005;

CHAGAS, A. C. P.; NETO, J. R. F. Contratibilidade: função de bomba cardíaca. In: TIMERMAN, A.; BERTOLAMI, M. C.; FERREIRA, J. F. M. Manual de cardiologia. São Paulo: Atheneu, 2012. p. 7-11.

GARCIA, S. N.; SERIGHELLI, V. F.; QUADROS, V. A. S. Capacitação dos profissionais de Enfermagem para o atendimento ao paciente em parada cardiorrespiratória. Prática hospitalar, ano XI, n. 63, maio-jun. 2009. Disponível em: <http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2063/pdf/18. pdf>. Acesso em: 16 abr. 2016;

ANDRADE, V.; PADILHA, K. G.; KIMURA, M. Seguimento dos enfermeiros egressos dos cursos de especialização em enfermagem em cuidados intensivos. Rev. Latino-

Page 29: ibrati.org · Web view4- AVALIAÇÕES E TÉCNICAS DE INSERÇÃO DA MÁSCARA LARINGEA14 4.1 Avaliações:14 4.2 Inserções:14 5-INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES DA MÁSCARA LARINGEA16

29

Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 6, n. 3, jul. 1998. Disponível em: <http://dx.doi.org/10. 1590/S0104-11691998000300004>. Acesso em: 20 nov. 2016.

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM (COREN). Código de ética dos profissionais de enfermagem. São Paulo: COREN/SP, 2005. Disponível em <HTTP:// www.coren/sp.gov.br.> acesso em 15/05/2016.

Smeltzer, SC et al Modalidades de cuidados respiratórios. Brunner & Suddart Tratado de Enfermagem médico-cirúrgica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009b. p. 608-53 Disponível em:cbcenf/sistemainscricoes/arquivostrabalhos/I333610.E10.T5505.D6Ap.pdf

Manual da máscara laríngea, disponível emHTTP://www.viaaereadificil.com.br Acesso em: 15 jan.2016.

CASARIN, P.F.; BELLONI, R.M. A intubação orotraqueal pelo enfermeiro na PCR: Elaboração de um algoritmo. Rio Claro: Anhanguera Educacional, 2011.