Vamos à Praia

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Nº 013 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | AGOSTO | SETEMBRO Nº 013 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | AGOSTO | SETEMBRO Director Director Director Director Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRA DISTRIBUIÇÃO GRATUIT TUIT TUIT TUIT TUITA Guimarães com novo Museu Museu Museu Museu Museu >>> P | 09 >>> P | 09 >>> P | 09 >>> P | 09 >>> P | 09 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 Da Marcha Milaneza às Gualterianas Gualterianas Gualterianas Gualterianas Gualterianas Vamos à Praia PUB PUB >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 >>> P | 06 e 07 De novo na estrada! >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 >>> P | 10 e 11 Resende: verdadeiramente inspiradora

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Nº 013 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | AGOSTO | SETEMBRO Director Director Director Director Director | Manuel Santa Cruz Domingues Basto Oliveira >>> DISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRADISTRIBUIÇÃO GRATUITTUITTUITTUITTUITAAAAA

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Da MarchaMilaneza às

GualterianasGualterianasGualterianasGualterianasGualterianas

Vamos à Praia

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De novo na estrada!

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Resende:verdadeiramente

inspiradora

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A ARRIVA Portugal é, definitivamente, a em-presa número um no apoio a diversas iniciati-vas culturais.No espaço de um ano a diversidade de inici-ativas foi tão significativa que já foi referido ofacto em alguns círculos culturais.O apoio mais significativo vai para o campomusical como é o caso do Mickael Carreiraou o próprio Tony Carreira, mais recentemen-te o concerto do José Alberto Reis ou, há dias,o espectáculo ABBA em Fafe.Desde sempre apoiámos festas, feiras ou ro-marias. E este ano não foi excepção, sendode referir o Festival Internacional do RanchoFolclórico Infantil de Briteiros ou a Romariade Santa Marta e Santa Maria Madalena, naFalperra. Outro exemplo significativo nas fes-tas populares é a de Creixomil, onde a própriaimagem da ARRIVA tem sido divulgada deuma forma crescente.Novidade foi seguir diferentes opções ao apoi-ar iniciativas jovens. O Spring Festival, em Gui-marães, onde a ARRIVA também esteve pre-

Apoio à culturasente ao fazer parte do Júri dos concursos deSkate ou o 1º Concurso de vídeos de telemóvel,marcam uma nova opção no apoio a iniciati-vas.Pela primeira vez “fomos ao cinema” ao ser aprimeira entidade a apoiar o 1ª Mostra de Ci-nema de Ficção Científica que decorreu emFamalicão durante o mês de Maio.Os festivais de Verão tiveram, também esteano, uma participação de peso. Apoiámos oBerço Fest II que decorreu no São Mamedeem Guimarães, bem como estamos a divul-gar o Barco Fest’09 em São Cláudio de Bar-co. Esta divulgação é feita tanto no Minhocomo na Galiza e é o primeiro apoio a esten-der-se à ARRIVA da Galiza.A Marcha Gualteriana também contouconnosco, apoiando a produção do progra-ma geral, a ARRIVA distribuiu em toda a suarede operacional publicidade ao evento.Assim, também a nível cultural, a ARRIVA de-marca-se de todos os outros operadores, sen-do sensível a matérias de valor público.

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>>> notícias

Pelo segundo ano consecutivo a ARRIVAlança a campanha Passes de Verão.Nos anos anteriores esta iniciativa dirigia-se só aos utilizadores de Passe Sénior oude Passe Estudante.Este ano uma nova porta se abriu aos bene-fícios deste serviço com a possibilidade dautilização por parte dos clientes que tives-sem usado o passe nos meses de Maio ouJunho.

A grande diferença nesta oferta reside napossibilidade de utilização em três forma-tos: o tradicional mensal; o passe 14; e pas-se 7 dias.A sua utilização permite viajar sem qualquerrestrição em todas as linhas da rede ARRIVAPortugal no Minho.A divulgação destas iniciativas especiais foifeita nos nossos autocarros e escritórios oubilheteiras e nos jornais e na rádio.

Passesde Verão

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Caro/a Leitor/a, Cliente e Amigo/a,

Esta edição de Verão do seu ARRIVA Jor-nal – a número 13 - vai ser publicada nomês de Agosto de 2009.Assim como muitos outros Portugueses e,seguramente, muitos dos nossos Clientesestou a gozar um curto período de fériasque, com muita satisfação, interrompi paraescrever este editorial.Foram muitas as ocasiões em que apro-veitei esta altura para ir conhecer novasparagens, umas mais longínquas outrasmais próximas, mas sempre com o intuitode ver outras realidades e ganhar conhe-cimentos que me permitissem extrair idei-as no sentido de, fazendo diferente, con-seguir ajudar a melhorar dia-a-dia as con-dições desta empresa que, sendoprestadora de um serviço de transportesde passageiros, tem uma enormeinteracção com a vida dos seus Clientes.Este ano que, todos sabemos e sentimostem vindo a ser um ano de crise generali-zada à qual, infelizmente, muitas e muitas

empresas não resistiram e, conse-quentemente, se criaram novas situaçõesde desemprego, entendi que deveria fazerférias em Portugal. Isto porque não consigodeixar de pensar que, sobretudo nestes mo-mentos mais difíceis, todos nós temos o de-ver de, na medida do que sejam as possibi-lidades de cada um, dar preferência aosprodutos e serviços das empresas que ge-ram e mantêm emprego em Portugal.Recordo-me de, nas primeiras vezes queestive no Algarve, encontrar muitos restau-rantes em que os quadros de anúncio dasespecialidades gastronómicas eram ape-nas em inglês; português era, realmente,algo muito difícil de se encontrar escritonesses locais, em que cada estabelecimen-to de restauração tentava captar a atençãodos potenciais Clientes.Não sei se foi pela mesma razão que eu,mas o que é certo é que, chegado a estenosso sempre agradável e solarengoAlgarve, tive o grato prazer de verificar quemuitos dos nossos compatriotas fizeramescolha igual à minha.Nestes, ainda poucos, dias da minha esta-dia no Sul de Portugal, verifiquei com redo-brado prazer que, em sítios onde habitual-mente a presença de portugueses eraminoritária face à dos sempre bem-vindosturistas de outros Países, agora se nota umequilíbrio maior, com uma percentagem maisequilibrada de presenças de portugueses e

Manuel Santa Cruz Oliveira(Presidente da Comissão Executiva

da ARRIVA Portugal)

>>> editorial

cidadãos de outros Países.Estou certo que, se essa maior presençade portugueses foi só por acaso e não poruma decisão em linha com o meu pensa-mento, o resultado foi de igual forma posi-tivo e leva-me a perguntar: não podería-mos, no nosso dia-a-dia de consumo ecompras, fazer alguns exercícios que, semcolocar em questão a nossa liberdade deescolha, nos mostrassem opções que fa-vorecessem a manutenção do emprego donosso vizinho?Na esperança de que no fim deste Verãotodos possam recordar com satisfação assuas férias mas, sobretudo, possam olharcom confiança para um futuro melhor, dei-xo-o caro Leitor, Cliente e Amigo, com aleitura deste ARRIVA Jornal que, mesmoem tempo de férias, é feito a pensar em si elhe dará a conhecer as mais recentes no-vidades da empresa que, como habitual-mente, lhe proporcionará, espero, uns bonsmomentos de leitura.

FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA

Director | Director | Director | Director | Director | Manuel da Santa Cruz Basto OliveiraCoordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Coordenador Editorial | Marco António Lindo | [email protected] e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Grafismo e Pré-Impressão | Alive Word Comunicação Lda | [email protected] nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Colaboram nesta edição: Axxi Nunes, Alcino Monteiro, Filipe Pereira, Francisca Silva,Maria Helena Duarte, Mafalda Raínho, Marco António Lindo e Mónica Lindo. Fotografias: DarioSilva, Paulo Pacheco, Marco António Lindo

Publicidade | Publicidade | Publicidade | Publicidade | Publicidade | Tel. 253 439 803 ou 220 167 542Impressão| Impressão| Impressão| Impressão| Impressão| Naveprinter – Indústria Gráfica do Norte, S.A.

Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o Inscrito no ICS com o nº 125134Depósito legal | Depósito legal | Depósito legal | Depósito legal | Depósito legal | 264746/07Tiragem | Tiragem | Tiragem | Tiragem | Tiragem | 10 000 exemplaresPublicação Gratuita | Bimestral

PrPrPrPrPropriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | opriedade e Edição | ARRIVA Portugal – Transportes LdªRua Eduardo Almeida, 162 – 2º Sala C, 4810 – 440 GuimarãesTel. 253 439 800 | Fax. 253 439 801

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>>> destaque

Engenheiro de formação, Sérgio Batista,estudou na Faculdade de Engenharia daUniversidade do Porto (1996-2001), conclu-indo a Licenciatura de Engenharia Civil, eno último ano escolheu a opção de planea-mento, pois sempre foi essa a área que oaliciou, “em especial a questão da mobili-dade”, referiu.O projecto de carreira que idealizava em2002 passava por começar na logística paraadquirir alguma experiência e depois in-gressar na área do transporte de passagei-ros. Nesse sentido, a oportunidade de in-gressar numa gigante multi-nacional naárea dos transportes de passageiros a en-trar no mercado, “foi uma oportunidade quenão pude deixar de tentar aproveitar; aARRIVA fez uma aposta forte em pessoascom potencial e acima de tudo capacidadede trabalho, entenderam que eu me enqua-drava nesse perfil e ingressei na ARRIVA”.Assim foi, entrando como estagiário, Sérgioteve de se mudar de malas e bagagens paraGuimarães, “em termos pessoais não foi umadecisão fácil”, confessou.A experiência nestes primeiros anos foi“mais intensa e enriquecedora”, permitin-do-lhe num relativo curto espaço de tempoadquirir conhecimentos profundos em diver-sas áreas, tendo para tal contribuído cole-gas muito experientes com quem teve o pra-

zer de trabalhar, “alguns que já não estãona empresa e outros infelizmente tambémjá não estão entre nós”.Com o passar do tempo as funções quedesempenhava foram progressivamenteindo ao encontro dos seus pontos fortes evalências, nomeadamente a área de forma-ção e planeamento.Há cerca de cinco anos, dentro da políticade proporcionar aos colaboradores a hipó-tese de desenvolvimento das suas carrei-ras, o engenheiro Sérgio foi convidado paraassumir a responsabilidade de coordena-ção geral dos TUG (Transportes Urbanosde Guimarães), convite que aceitou de ime-diato. Com este novo desafio, os seus diaspassaram a ser preenchidos pela missãode diariamente gerir os TUG, função na qualse empenhou com distinção.Esta foi uma experiência fundamental para,em conjunto com as suas reconhecidascapacidades, conseguir ser a pessoa se-leccionada, de entre vários candidatos, parao importante lugar que agora ocupa - assis-tente do Director para a ARRIVA Alemanhae Países de Leste, Sr. Piers Marlow - cargoque assumiu no início de Maio deste ano.Assim, actualmente coordena, estrutura eacompanha os negócios da ARRIVA na re-gião da Alemanha e Países do Leste da Eu-ropa, disponibilizando os seus conhecimen-

tos e experiência em benefício das equipaslocais.Mais uma mudança arrojada na sua vidapessoal. “Não posso dizer que já me adap-tei, ainda estou à procura do equilíbrio entrea vida profissional e a pessoal. Uma experi-ência deste género era algo que me aliciavae este momento da minha vida era o quemenos implicações teria. Seria muito maiscomplicado fazê-lo daqui a dez anos. Nãoencaro esta realidade como sendo final, te-nho aspirações a voltar a trabalhar em Portu-gal e penso que este é um passo importantepara as concretizar. Estou a trabalhar comos melhores especialistas do sector em pro-jectos enormes e complexos o que me darácertamente uma bagagem útil para o desen-volvimento da minha carreira.”Apesar de as suas funções o obrigarem auma presença muito frequente nos diversosPaíses onde agora tem responsabilidades,o engenheiro Sérgio Batista, irá contar comum local de trabalho nas novas instalaçõesARRIVA Portugal, pois continuará a dar apoioaos colegas sempre que tal seja necessá-rio.Para Manuel Oliveira, Presidente da Comis-são Executiva da ARRIVA Portugal, esta no-meação é “motivo de grande orgulho”, poisestá convicto que o engenheiro Sérgio iráter o “maior sucesso no desempenho das

Sérgio

novas funções” enviando as suas felicita-ções “quer como colega, quer como ami-go”.Sérgio Batista junta-se, assim, aos colegasengenheiro Alcides e doutor André Guar-dado, no desempenho de funções impor-tantes noutros Países, em empresas do gru-po ARRIVA, pois “o que foi alcançado pelaARRIVA Portugal despertou a atenção dogrupo, que agora vê a ARRIVA Portugal comouma espécie de ‘viveiro de talentos’, o su-cesso dos colegas que me antecederamconfirmou essa ideia; as oportunidades sur-gem mas também é preciso lutar por elas”.E, por isso mesmo, deixa uma mensagemaos demais colegas: “aconselho a todos quepensam seguir os nossos passos, a fazeruma análise dos pontos positivos e negati-vos dessa decisão; decidam antes da opor-tunidade surgir, quando surgir será tudomuito rápido e a clarividência será certa-mente premiada”.Agradecido pela oportunidade que lhe foidada, o engenheiro Sérgio Batista aprovei-tou este espaço para a todos dizer que “asempresas não são mais do que um grupode pessoas organizadas entre si com ob-jectivos comuns; a valorização pessoal éimportante mas é ainda mais importante avalorização do colectivo, e com ela vemseguramente o reconhecimento individual”.

Maria Helena Duarte

nomeado assistente de Piers Marlow,director da Arriva Alemanha

e países de leste.

Batista

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Filipe Pereira

>>> destaque

Respeitando a tradição, foi com enorme ale-gria que, no dia 18 de Julho, se juntaram 23colegas de trabalho das oficinas da ARRIVAGuimarães e Garfe para, em conjunto, pas-sarem um dia divertido em convívio, fora doambiente de trabalho.Este convívio foi realizado na praia fluvial deSão Cláudio de Barco, local que, pelas faci-lidades criadas pela junta desta freguesia,permitiu a realização de várias actividadesdesportivas, tais como: um torneio de fute-bol, uma prova de pesca, um torneio do jogoda malha, e um torneio de cartas (estes últi-mos com direito à atribuição de taças paraos campeões).Com a presença do Rio Ave a banhar estapraia fluvial, foi construída pelos funcionári-os da oficina de Guimarães uma jangadaque, depois de colocada no rio, permitiu asubida/descida com a ocorrências de vári-os episódios de grande humor.Para além destas actividades, não faltou obom vinho, a cerveja e os petiscos; desde ochurrasco (que esteve presente durante todoo convívio), até à feijoada (que foi o pratoescolhido para servir na hora do almoço).Para alem dos funcionários das oficinas,participou também no convívio um dos ad-ministradores da empresa, o engenheiroDavid Brown que fez questão de, no final domesmo, garantir que este seria pago pelaempresa, enaltecendo a importância doevento e dando os parabéns a quem neleparticipou.Com o sol já quase a não se ver, todos aju-daram a arrumar o local, fazendo questãode o deixar tão limpo como o encontraram.Ainda antes do adeus, foi distribuída a todosos participantes uma lembrança deste diabem passado: um porta-chaves.

Encontroem SãoCláudiode barco

Secção de Manutenção

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Marco António Lindo

>>> tema de capa

O concelho da Póvoa de Varzim é constitu-ído por 12 freguesias: Aguçadoura, Amorim,Argivai, Balasar, Beiriz, Estela, Laundos,Navais, Póvoa de Varzim, Rates e Terroso;ocupa uma área de 8.224 hectares e contacom cerca de 60.000 habitantes.Definido no Século XIX, está delineado deforma sinuosa e insinuante... como se domar uns ombros largos projectassem doisbraços terra adentro. Esse extenso abraçovai-se estreitando para o interior, até à uniãodas mãos. É uma configuração que lhe tra-ça o próprio fado, confirmando-lhe a inevi-tável vocação marítima.Póvoa de Varzim – explicar o nome repre-senta uma aliciante viagem às suas origenshistóricas ou mesmo pré-históricas. No prin-cípio era a terra de «Varazim», ignoto Se-nhor que a possuiu em tempo não menosignoto mas com certeza posterior àromanização e lhe deu o nome.

O sucesso registado com este serviço, le-vou à sua reedição.Este ano não houve alterações significati-vas aos horários, embora tenham sido fei-tos alguns ajustes em certos percursos deforma a possibilitar acertos de tempo pro-vocados pela mobilidade possível.O reforço do serviço é, uma vez mais, apoi-ado com a utilização de autocarros arti-culados de turismo, transferidos tempora-riamente da ARRIVA Sul do Tejo. Entretan-to, os próprios meios da ARRIVA foram me-lhorados com a utilização, sempre quepossível, de autocarros habitualmentemais utilizados pelo sector de aluguer.O serviço Vamos à Praia é o reflexo direc-to da qualidade e meios empregues pelanossa empresa para garantir, como habi-tualmente, o melhor dos serviços presta-dos no Minho, em serviços com esta ca-racterística.

É a sua casa deVerão este ano!

VAMOS À PRAIA

PÓVOA DE VARZIMCIDADE DE HISTÓRIA, LUZ E

MAR.

Além da publicidade habitual, para con-tribuir para o espírito de Verão, também serealizou um concurso na Rádio Santiago,de Guimarães, na rádio Digital e na rádioCidade Hoje, ambas de Famalicão:“ARRIVA, a sua casa de férias este ano,na Póvoa de Varzim”. O prémio, este ano,foi um conveniente guarda vento, e já fo-ram distribuídos no total algumas cente-nas.Este é realmente um serviço que poupadinheiro aos Clientes.Viajar com o passe de Verão neste serviçopermite que, viajando um Cliente sozinhoou em grupo de três ou quatro, o valordespendido seja sempre menor ao que segasta se o fizerem de carro no mesmo per-curso. Assim, vá todos os dias de carro oucaso alugue um espaço na Póvoa deVarzim, a opção autocarro é de conside-rar.

Alguns achados arqueológicos, muito ex-pressivos em Martim Vaz (hoje, zonadesportiva) e menos na Junqueira e Vila Ve-lha, informam-nos da presença e da acçãodo homem na antiguidade. Porém, o docu-mento identificador do nosso território - «VillaEurazini» - tem a data de 953 e pertence aocartulário da Colegiada de Guimarães de-signado por Livro de Mumadona. A terra e,sobretudo, o mar que a beija sussurrante e,depois, se deixa amimar em profundoamplexo, despertaram na Idade Média o in-teresse económico de fidalgos, cavaleirose eclesiásticos, ávidos de rendas, entre osquais se destaca a estirpe de D. LourençoFernandes da Cunha, sem dúvida, os maisprodutivos colonizadores do nosso territó-rio. Os seus casais situavam-se na partenorte, em uma área denominada já no Séc.XIV por “Vila Velha”. Alguns desses casaispertenceram à Ordem Militar do Hospital e

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>>> tema de capa

tilidade das suas mulheres como pela con-tínua entrada de braços.É na segunda metade do séc. XVII que sedetecta a existência de uma pequena co-munidade piscatória dedicada à pesca doalto para o negócio da salga que começa adesenvolver-se e a florescer.No século seguinte, a Póvoa de Varzim, vaitransformar-se na maior praça de pescadodo norte do país. Os seus pescadores eramconhecidos em toda a costa como os maislaboriosos, expeditos e sabedores dos ma-res e do destemor com que enfrentavam asua perigosa barra se criou a figuralegendária do “Poveiro”.Embelezada a vila, e protegido o trabalho,não mais cessa de crescer e muitos a pro-curam, também, para os benefícios dos “ba-nhos do mar”. Mal se vislumbra, ainda, osucesso deste facto sócio-económico queiria fazer da Póvoa de Varzim, já na 2ª meta-de do séc. XIX, a grande estância balnearfrequentada pela melhor fidalguia doaquém Douro.A pesca, os banhos de mar e o jogo consti-tuem, agora, as bases do progresso da Pó-voa de Varzim; o eixo da sua evolução eco-nómica e o centro de todas as paixões polí-ticas. A cidade da Póvoa de Varzim fixou-secomo ponto capital da região turística daCosta Verde.A população da cidade é, hoje, de 60 milhabitantes, multiplicando-se para o dobrona época do verão.

Fonte: www.cm-pvarzim.pt

usufruíam o privilégio de “Honra” andandoa terra registada nas inquirições com o nomede Varazim dos Cavaleiros e, mais tarde,Varazim de Susão. Outra parte de Varazim,mais para o sul, era terra reguenga e oscasais pagavam para o Rei tanto dos frutosda terra como do mar, pois havia no seuporto um interessante movimento de pesca.Foi, precisamente, a cobrança do impostodo pescado, dito navão ou nabão, disputa-do pelos mordomos régios e senhorios deVarazim de Susão, que originou a interven-ção do Rei a fim de acabar com a instabili-dade no território, recuperar a renda da pes-ca e arrotear as terras de reguengo. Assim,em 1308, depois de arrolados os 54 casaisde Varazim, mandou El-rei D. Dinis passarcarta de Foral doando-lhes o reguengo deVarazim de Jusão com o encargo de aí fun-darem uma Póvoa, associarem-se em Con-selho de Vizinhos com seu juiz eleito e, da-rem-lhe, anualmente, um foro colectivo de250 libras e os direitos de aportagem.Eis a origem da terra e do nome que osten-ta: Póvoa de Varzim.Em 1312, o rei D. Dinis doou a Póvoa deVarzim ao filho bastardo Afonso Sanches deAlbuquerque e este, por sua parte, meteu-ano património do mosteiro de Santa Clara(1318) que acabara de fundar em Vila doConde. O domínio do senhorio eclesiásticoatravés da Abadessa e dos seus ministros,chegou a ser total e durou o melhor de du-zentos anos. Ainda ele decorria quando D.Manuel mandou dar foral novo à Vila (1514)reformando o antigo na parte fiscal e pro-vendo-o de mecanismos alternativos à ju-risdição do mosteiro. A pequena Vila daPóvoa, que não contaria mais de quinhen-tos habitantes, sente o ar benéfico que per-corre o litoral do país, envolvido no vultosotráfico das descobertas e conquistas, e as-sume a feição de burgo na sua Casa doConcelho, Praça Pública e Pelourinho ondeos Homens Bons da terra e do mar jamaisse aquietarão em projectos destemidos. Deresto, o séc. XVI deu à terra aquela estruturaadministrativa, social e religiosa que permi-tiu venceu algumas crises difíceis que oséculo seguinte lhe reservaria. Nunca dei-xou de crescer, compensada quer pela fer-

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Milhares de crianças convergem à cidadede Guimarães para diversas festas inseridasnas cerimónias afectas ao Dia Mundial daCriança.Neste dia, todas as crianças e jovens po-dem viajar gratuitamente nos nossos servi-ços dando assim a possibilidade a muitosde poderem viajar para Guimarães nos au-tocarros dos TUG (Transportes Urbanos deGuimarães) sem serem onerados por isso.Algo que se verificou de uma forma muitointensa este ano, foi ver autocarros de pe-quenas companhias da região a fazer ser-viço ocasional de transporte escolar, trazen-do crianças para as festas organizadas peloMunicípio. Este facto não seria muito estra-nho, se não fosse possível verificar o mauaspecto de muitos veículos, a idade exces-siva de muitos e a falta das placasidentificativas deste tipo de serviço. Infeliz-mente nota-se que a escolha recai com maisfacilidade num preço mais reduzido do quena boa qualidade em segurança, manuten-ção e a formação superior dos condutoresda ARRIVA e de outro grande operador lo-cal.Todos os anos a ARRIVA e os TUG fazemuma distribuição de ofertas às crianças. Esteano as prendas eram os habituais balões,joguinhos e paciências.O Senhor Presidente da Câmara, Dr AntónioMagalhães, estava lá e também não esca-pou de ser presenteado por uma das nossacolaboradoras.Para o ano há mais e, o pelo que se prevê,será ainda melhor!

Um momento especial

DIA DA CRIANÇA EM GUIMARÃES

>>> pessoas

de festa

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>>> património

Já está aberto ao público. O Conventode Santo António dos Capuchos estáainda mais rico e espera por si.Este edifício, em plena Colina Sagrada,tem uma imensa importância para a his-tória de Guimarães e da própria Miseri-córdia, é um um espaço agradável deacolhimento aos visitantes, permitindosimultaneamente expor parte do enormeespólio artístico móvel que a Santa Casada Misericórdia da cidade possui.Duas fases distintas marcam a históriadeste edifício: na primeira, foi conventodos frades Capuchos; na segunda, hos-pital da Misericórdia de Guimarães.A Ordem dos Capuchos surgiu no Sécu-lo XVI, como fracção autónoma da Or-dem Franciscana, voltada para a pobre-za, humildade e castidade, num ambi-ente de isolamento e silêncio, fora dobulício dos burgos.Chegados a Guimarães, em 1662, logono ano seguinte aos Capuchos inicia-ram a construção do Convento de SantoAntónio, no exterior das muralhas, pertoda antiga torre da Garrida, tendo a pri-meira pedra sido lançada pelo Prior daColegiada, D. Diogo Lobo da Silveira. Ofacto de aproveitarem a pedra do Paçodo Castelo e da Muralha da Vila, obtidapor autorização régia em 1664, provo-cou a contestação dos nobres e do povoda vila, pelo desrespeito ao patrimóniohistórico. A obra foi continuada com aajuda de esmolas, e, quatro anos depois,os frades instalaram-se no convento ina-cabado.Em 1742 foi necessário reedificar a igre-ja, entretanto arruinada e demolida. Foientão acrescentado o coro alto e o se-gundo andar do claustro.Em 1748 construiu-se a sacristia e, em1763, refez-se a fachada da igreja, aogosto barroco.Extintas as ordens religiosas, a Miseri-córdia arrematou o edifício do conventoem hasta pública, no ano de 1842, pelaquantia de 1 600 mil réis; pretendia aíinstalar o seu hospital e na cerca um jar-dim botânico e cemitério para os irmãos.O hospital abriu ao público em 1844.De 1861 a 1867 decorreram obras deremodelação e ampliação, segundo ris-co do arquitecto portuense José LuísNogueira, exigidas pelas novas funções.

Museu Convento de Santo António dos Capuchos

Percurso museológico: um passeio na história e na arte

Delas resultou um edifício de planta ir-regular, construído em volta da igreja, sa-cristia e claustro do extinto convento.O Percurso Museológico no Antigo Con-vento de Santo António dos Capuchos,foi entretanto finalizado, abrindo ao pú-blico no final do ano passado. O pontoalto da festa foi o concerto inaugural doÓrgão Ibérico da Igreja de Santo Antó-nio, pelo organista Giampaolo di Rosa.A Sacristia está pronta para regressar àfunção para a qual foi construída. As pin-turas da Igreja recuperaram as cores ori-ginais. O coro-alto ganhou dignidade e

estabilidade. A sala de exposições estápronta. O órgão da Igreja já toca.As obras devolveram ao edifício o seuesplendor, removendo todos os acres-centos e remedeios feitos para a suaantiga função, recuperando os danosexistentes por anos de desleixos.Tudo inserido num percurso que se ini-cia nas áreas remanescentes do origi-nal Convento dos Capuchos e se desen-volve pelo piso térreo do edifício recons-truido para Hospital da Misericórdia.Vale a visita, pela ímpar beleza. Um pas-seio na história e na arte!

Rua da Rainha D. Maria II,42 - 2º andarGuimarã[email protected] a Domingo | 10H00h às 17H00

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>>> cultura

Uma vez mais, em Guimarães, foi possíveldesfrutar da beleza da Marcha Gualteriana.Inserida nas Festas Gualterianas, a marchasendo para o povo o ponto alto, acaba porser resultado do esforço pessoal de umaequipe de voluntários que, durante um longoe duro ano, preparam a marcha do ano se-guinte.A ideia da Marcha Gualteriana nas festivida-des a São Gualter nasce quando, em 1907, oPadre Gaspar Roriz assiste em Milão à Mar-cha Milaneza que, no princípio do SéculoXX, tinha granjeado enorme popularidade anível europeu fazendo convergir a Milãoimensos visitantes apenas para participarnessa festa. A ideia é trazida pelo Párocoevoluindo assim de Veneziana paraMilaneza.Foram empregados do comércio em Guima-rães, os senhores José de Pina e Abel Car-doso, pintores nas horas vagas, os primeirosa criar os desenhos das figuras bem comodas imagens para as primeiras marcha.Desta época não restam senão os registosescritos, fundamentalmente da imprensa. Noentanto, os cartazes alusivos feitos nessaaltura, estão patentes na ACIG (AssociaçãoComercial e Industrial de Guimarães).As festas Gualterianas tinham nascido em1906 por iniciativa da ACIG inserindo-as naFeira de São Gualter que, na época, tinhaperdido alguma da popularidade.A marcha manteve o nome Milaneza até1932, ano em que adopta a actual designa-ção.No inicio, a marcha saía da Rua Paio Galvão,onde ficavam as instalações da Escola In-dustrial, dava a volta à cidade e regressavapela Rua Gil Vicente.Nos cortejos, era muito significativa a partici-pação popular, em especial dos emprega-dos do comércio. A este respeito é possíveller um interessante artigo no Jornal «O Co-mércio de Guimarães», de 10 de Agosto de1906, que descreve cuidadosamente estaquestão.Em 1907, e a título de exemplo, o desfile com-punha-se por 17 temas onde se incluía ape-nas um carro. Abria com os arautos e encer-rava com a banda de música que se seguiaao carro, nesse ano dedicado especifica-mente ao comércio.Uma vez mais citando o «Comércio de Gui-marães», “a marcha foi a chave de ouro das

Marco António Lindo

Os primeiros anos:da Milaneza àGualteriana

Marcha a São Gualter

Gualterianas nas não sendo sequer possíveldescreve-la; um perfeito e comovente delí-rio.”As Gualterianas, progressivamente, vão-setornando como o ponto alto das festas quese associavam à Feira de São Gualter. Parauma feira que inicialmente era de gado eonde se registavam algumas iniciativas as-sociadas a ele ou a questões de ordemequestre, o progresso das festas consegue-se fundamentalmente com o cortejo. O prin-cípio da marcha em 1908 é idêntico ao dosdois anos anteriores registando-se a partici-pação de mais um carro.O passar dos anos vai consagrar a Marchacomo o elemento que salvou a Feira de SãoGualter.Voltando aos relatos do «Comércio de Gui-marães» vale a pena citar uma passagemonde se lê “os homens da nossa terra menosdados a entusiasmos e a manifestações deaplauso, davam palmas e erguiam vivas. Asgentis damas vimaranenses agitavam osseus lenços e lançavam flores sobre a moci-dade que passava por entre o delírio de umpovo admirado e reconhecido.” (...) “Nuncaassistimos a um espectáculo deste géneroque tanto nos comovesse”.Em 1910 junta-se às Festas da Cidade a or-ganização de uma Exposição que viria a serdesignada como “Agrícola e Mercado Espe-cial das Indústrias”. Para o efeito construiu-se um grande pavilhão na Praça AfonsoHenriques. Infelizmente não ficaram regis-tos sobre o evento que o permitam detalhar,no entanto, acredita-se que a sua realizaçãotenha ajudado de uma forma marcante odesenvolvimento económico do Concelho.Em 1911 a Marcha vai comemorar os 800anos do nascimento de Afonso Henriques.Estranhamente em 2009 comemoram-se os900 anos. A polémica é antiga e hoje fala-semais em 1109 que em 1111. Em 1914 estalaa Primeira Guerra Mundial e no ano seguintenão há marcha.Em 1916 o cartaz criado pelo Professor JoséPina gera uma enorme polémica por ser ex-cessivamente sombrio no ponto de vista deEduardo de Almeida, à altura presidente daAssociação Comercial e Industrial. Emboradepois se tenha retraído nas considerações,a verdade é que José Pina, uma figura quehavia acompanhado a marcha desde a suafundação, retira-se.

Entretanto, nos anos que se seguem não hámarchas. É considerado pela maioria que tertantos vimaranenses na guerra, Portugal (en-quanto nação) estar a participar e ao mesmotempo promover festas, não era digno.Afinal a razão era maior. Como já aqui sereferiu num outro artigo, numa das maioresbatalhas da Grande Guerra, La Lys, vão fale-cer milhares de minhotos maioritariamentevimaranenses.Durante todos os anos que não houve Mar-cha, a Feira a São Gualter não assumia o

estatuto de Festa Gualteriana.No princípio dos anos vinte, o povo começaa manifestar-se contra a não realização damarcha. Finalmente, em 1923, a Marcha re-gressa. São só três carros e quatro gruposartísticos.Nessa época o itinerário era pela Rua PaioGalvão, Praça Afonso Henriques, Largo Pri-or do Crato, Rua de São Dâmaso, Largo 1ºde Maio, Rua da República, de novo PraçaAfonso Henriques, Rua 31 de Janeiro e RuaPaio Galvão.

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>>> culturaFotos: Paulo Pacheco

Entretanto, nos anos seguintes, a Marcha vai,de novo, deixar de se fazer.Em 1926 comemora 20 anos e, embora nãotivesse o brilho de outros anos, um dos res-ponsáveis da Associação Comercial, AlbertoVieira Braga, vai propor um apoio permanenteda Autarquia para a Marcha, ficando a Asso-ciação só com a responsabilidade da orga-nização da Feira de São Gualter.De 1928 a 1930 não há Marcha realizando-se em 1931 a última das marchas com de-signação Milaneza.Em 1932 a Marcha ganha o nome deGualteriana.A Associação Comercial reúne-se com osrepresentantes de todas as actividadesvimaranenses para que seja discutida a via-bilidade da Marcha ou se as festas se ficari-am pela Feira de São Gualter. Deliberou-seque, a partir desse ano, as Festas seriam or-ganizadas por uma grande comissão cen-tral que nomeava uma série de outras subcomissões, responsabilizando-se cada umapor um sector especifico.A Marcha Gualteriana tinha nascido e, a par-tir daí, mesmo com alguns sobressaltos écom essa designação que se tem realiza-do.

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>>> música

Como muitas vezes acontece, o meu mentormusical, o Papzz, falou-me do Barco Fest.Tínhamos ido ao Bar101, numa daquelasnoites em que o programa me fez andarquase 400 quilómetros para vir às Taipasouvir os Crossover.Claro que não estou a falar dos Crossover,banda de Metal Gótico da Grécia, mas simdos Crossover das Taipas, uma bandaoriunda dos tempos do Rock In Taipas, jácom dez anos de existência, mas que, nãonada, desde 2001.No entanto, estiveram brutais. Mesmo mui-to bons! Não sei mesmo que dizer. Se nãoquerem ensaiar, mudem de nome e voltemao ataque.O 101, onde até foi possível ouvir SpeakerCabinets... Não há direito (!), eu não pude irmas ouvi dizer que até eles adoraram.Bem, mas voltando ao Barco Fest: é de re-ferir que, este ano, é a quarta vez que se vairealizar este festival de Verão.Nos últimos anos, há que dar créditos à or-ganização que conseguiu trazer, entre ou-tros, nomes de grande valor como AlisonBentley, Mantra, Monstro Mau, Slimmy,Smartini, Linda Martini, Mundo Cão ou osVicious Five.Este ano, a loja das melhores camionetasdo mundo, ARRIVA, apoia o Barco. Bandasaltamente! Vão por mim, que eu também lávou estar. Voltam os Cratera, Smix SmoxSmux, If Lucy Fell, os Dois Mil e Oito e vá lá,muito bom também é Wraygunn.O local onde se organiza o evento é lindo, eé muito importante que haja consciênciaque o Barco Fest tem tudo para ajudar acolocar o Barco na rota dos grandes festi-vais, posicionando-o entre Paredes deCoura e o Ermal, num Verão que terminaráem grande com o Caos Emergente, emRecarei.People: vamos ao Barco que não é precisocolete salva vidas! Vai acontecer na PraiaFluvial de Barco, em Guimarães, entre osdias 19 e 23 de Agosto, numa organizaçãoconjunta do Movimento Artístico das Taipase da Junta de Freguesia de Barco.

Entre o barcoRock Fest’ 09Rock Fest’ 09Rock Fest’ 09Rock Fest’ 09Rock Fest’ 09e o B101

Em 2 de Março no Hellhounds Fest - esta-vam lá com The 69 Eyes e Tiamat.Depois de 29 de Maio a 1 de Junho, emLeipzig na Alemanha, no Wave-Gotik-Treffen, entre nomes como Opeth, My DyingBride, VNV Nation, Client, L’Âme Immortelle,Draconian, Combichrist, Clan of Xymox,Current 93, Cranes, Lacrimas Profundere,Melotron, Peter Murphy, Psyche, Umbra etImago, Theatre of Hate, Atargatis, Illuminate,Otto Dix, Nosferatu, Frozen Plasma, Section25, sToa, Agonoize, Aesthetic Perfection,FGFC820, Cat Rapes Dog, Sara Noxx,Blitzkid, Klimt 1918, Ianva, Painbastard,Camerata Mediolanense, FabrikC, apare-cem os Ava Inferi.Tudo começou em 1974, quando o RuneEriksen nasceu, na Noruega.O Ruke tornou-se conhecido pelo seu tra-balho como guitarrista da banda Mayhem,que acabou por abandonar em 2008. Par-

ticipou também nas bandas In Silence,Aura Noir, Mezzerschmitt, 1349 e Amicus.Entretanto, em 2005, muda-se ridicula-mente, ou não, para Almada. Cacilhasdeve-o ter feito lembrar dos fiordes…É em Almada que cria, em 2005, este pro-jecto de doom gotic, que dá pelo nome deAva Inferi. A banda é composta pelo Ruke,a voz de Carmen Simões, Jaime Ferreirano baixo e João Samora, na bateria.Diz-se que uma das ideias que levou àformação era a necessidade de libertar ecanalizar frustrações e misérias da vida.No site oficial lê-se “A portal to the never-ending well of expression and creativity…”O primeiro álbum, Burdens, foi lançado emJaneiro de 2006. O segundo álbum, TheSilhouette, em Outubro de 2007.Fazer nascer os Ava nem sequer foi difí-cil. A Carmen tem uma experiência bemreconhecida, em especial por também ser

Ava Inferi

Mónica Lindo

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membro dos Isiphilon.A Carmen Simões é uma das grandes vo-zes portuguesas da actualidade. Nascidaem Almada, foi nessa cidade que a Car-men começou a deliciar os muitos entusi-astas do estilo gótico, no início dos anos90, como vocalista dos Poetry of Shadows.Burdens, o primeiro álbum, é o resultadoda convergência colectiva da alma dosAva no princípio, com temas associadosao medo, à dor, a desacontecimentos…Na Primavera de 2007, Carmen foi avocalista no remake de “Under theMoonspell”, dos Moonspell.Doom, doom, doom, na minha opinião, esem proximidades a fado.Para ouvir, por exemplo, no Festival CaosEmergente em Recarei, em Setembro.Não tem nada que ver. Se puderem, oi-çam Desire.Depois não digam que não os avisei!

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Mónica Lindo

>>> musik by Mok’zz

Eu até nem ia falar deles, porque afinal nãovão ao Barco Rock Fest’ 09, nem são ami-gos dos Ibrida!... Mas mudei de ideias quan-do os encontrei no programa do Caos Emer-gente, como primeira banda, lado-a-ladocom os Moonspell.Levem os vossos pais e segurem-lhes acerveja quando eles já não se aguentaremde pé!Os polacos Behemoth são uma banda deblack death metal, formada em 1991.O guitarrista e vocalista Nergal foi o funda-dor da banda, aos 15 anos, provando, as-sim, que quando se faz uma banda tão novose pode ser diferente dos Tokio Hotel.Behemoth implantou-se fortemente comobanda de black metal de underground. En-tretanto, com o seu desenvolvimento, o

Behemoth

Estava eu muito bem nos copos com os ami-gos, quando, uma vez mais, o meu Papzzme telefonou e me disse para ouvir com aten-ção esta nova banda: Ibrida.Especialmente para quem anda pelos la-dos de Guimarães, eles são das Taipas, es-trearam-se o ano passado, com direito a fe-riado e tudo(!); o vinte e cinco barra quatro.Altamente irreverentes, numa primeira aná-lise. Estão convencidos que atacam proble-mas sociais, mas isso toda a gente, desde o

Ibridaou a vocaçãodos agricultorescomerem croissants

som tornou-se mais death metal, emborase tenha sempre mantido um som caracte-rístico do black, permitindo cumprir a suaimagem perante uma grande e diversa le-gião de fãs.A mudança de estilo deve-se, particular-mente, ao seu baterista, o Inferno.Endless Damnation, que foi o primeiro tra-balho da banda. Depois de algum tempo,lançaram um “demo”, From the PaganVastlands, gravado pela Pagan Records.Após o lançamento do “EP”, And TheForests Dream Eternally seguido do álbumSventevith, Storming Near the Baltic, a ban-da adquiriu um novo posicionamento.Não percam a possibilidade rara de os verao vivo em Recarei, Paredes, no Caos Emer-gente, de 11 a 13 de Setembro

Elvis até ao Dead Metal. Até o zebra doMickael Jackson dizia o mesmo.O que eles querem mesmo é fazer um rockprogressivo, meio metal, rezarem para se-rem encontrados e por isso virem a ganharumas massas; para os croissants.Como gostam de ir para o rio nadar nus,acho que se deviam chamar Idrica porque“ibridos” é o que não são.Vá lá amigos, críticos da outra imprensa, areal, leiam-me lá ao menos desta vez.

BrunoRochaO que nos faz ir atrás de nomes é legitimo.Cada um sabe de si, mas, o nome BrunoRocha, pode vender ou atrair mais quemprefira música de cariz popular, sem real-mente reparar neste portento.O Bruno é um verdadeiro rocker e, mesmoeu, que me assumo como crítica preferentedo Doom, do Gótico, do Metal e até do Bru-tal Dead Metal, não posso ficar indiferente aeste Senhor!Para apreciadores de “Rock Sério”, o Bruno- que reparte a vida entre Lisboa e Bruxelas- é um ser a quem devemos prestar atençãoe admiração.Desde o dia em que o meu Papzz me apre-sentou o Slimmy, que eu não ficava tão sur-preendida! Pode ser que um dia destes pas-se num festival aqui perto… Eu lá estarei!Tendo como ponto de partida os blues e osouthern folk norte americano, este som foiessencialmente construído em Londres. A“cadência rock”, para usar o termo do Bru-no, é mesmo adaptada a ser cantada eminglês.

Bruno tem dividido a sua vida, tendo passa-do por Londres, pela Bélgica e por NovaIorque, em especial para a conclusão doálbum, onde Scott Hull, um grande nome damasterização, concluiu Self Shot Soul, o pri-meiro trabalho do Bruno, que nos deixa fi-car já à espera de um segundo trabalho!

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Mafalda Rainho; Fotografias: Dario Silva

ria da época, pois passou a permitir a nave-gação entre a Europa e a Ásia, sem ter deexistir o contorno ao Cabo da Boa Esperan-ça.Mas é também em 1869 que publica na«Revolução de Setembro» e em «O Primei-ro de Janeiro» algumas poesias atribuídasa um poeta imaginário - Carlos FradiqueMendes (“o poeta satânico”) – e, inicia emco-autoria com Ramalho Ortigão a redac-ção de um romance «O Mistério da Estradade Sintra», um dos seus mais notáveis tra-balhos; depois de desembarcado em Lis-boa a 3 de Janeiro, vindo do Egipto, publicaa crónica de viagem «De Port-Said a Suez»em folhetins nas páginas do «Diário de No-tícias», inspirado por tudo o que viu no ca-nal do Suez.Em 1871 começa a frequentar as «Confe-rências do Casino», basicamente um movi-mento académico de Coimbra que veio re-volucionar várias dimensões da cultura por-tuguesa, da política à literatura, onde a re-novação se manifestou com a introduçãodo realismo, onde Eça de Queiroz não po-deria faltar, sendo uma mente e um espíritolibertador. Em 1872 está como cônsul por-tuguês em Havana e em 1873 visita os Esta-dos Unidos da América em missão do Mi-nistério dos Negócios Estrangeiros.Mais tarde, em 1875 escreve «O Crime doPadre Amaro» (é das suas obras, uma dasmais reconhecidas, tendo sido, actualmen-te transportada para a tela cinematográfi-

ca) aquando da sua eleição como adminis-trador municipal de Leiria, a 21 de Julho;Leiria, para onde parte a 28 do mesmo mês,regressando com brevidade à capital, emfinais de Setembro, e prestando provas paracônsul de 1.ª classe no Ministério dos Ne-gócios Estrangeiros; embora classificadoem 1.º lugar, não lhe é atribuída a vaga noconsulado da Baía (Brasil).E é por esta data que Eça de Queiroz entrana carreira diplomática e vai para Inglater-ra, onde passa grande parte do tempo emNewcastle e em Bristol como cônsul portu-guês. Em 1878 publica o seu primeiro gran-de êxito «O Primo Basílio». Publica então osprimeiros textos de «A Capital» e publicaobras como «Os Maias» escrito em Bristolem 1888. «Os Maias» são, ainda hoje, umaobra que marca inequivocamente até àsnovas e recentes gerações, pois tornou-seuma obra de estudo no ensino secundário,parte integrante dos exames nacionais dadisciplina de Português.É também no ano de 1888 que, em «O Re-pórter», publica os primeiros textos que,após revisão de Júlio Brandão, viriam a serreunidos, «A Correspondência de FradiqueMendes».O seu último livro é «A Ilustre Casa deRamires», já publicado postumamente em1900. Toda a fase entre o lançamento de«Os Maias» e «A Ilustre Casa de Ramires»,é marcado pela sua presença em Paris,onde falece, todo um período marcado pela

sua actividade consular na cidade.Eça de Queiroz morre nesse ano, a 16 deAgosto, em Neully, após prolongada doen-ça. Em Setembro, o corpo é trasladado paraPortugal, realizando-se os funerais para ocemitério do Alto de S. João em Lisboa.Actualmente tem as suas obras traduzidasem mais de vinte línguas e continua a per-correr o mundo, mas agora apenas com aspalavras que nos deixou. Eça parte deixan-do marcas inequívocas de toda uma pre-sença firme numa corrente literária de ro-mantismo e realismo, deixando-nos um vas-to espólio como prova... Obras que guarda-mos até hoje.

>>> literatura

Eça de Queiroz é hoje um ilustre e nobrenome da nossa cultura que marca todo umPaís com a sua vasta e importante obra.Em 1855 entra como aluno interno no Colé-gio da Lapa, no Porto, e é a partir dessa dataque começa a desenvolver o seu gosto pelaescrita, embora seja mais tarde, em 1861,com apenas 16 anos, que se matricula naFaculdade de Direito da Universidade deCoimbra e, aí sim, aprofunda o seu gostopela vida literária, não só pelo seu prazerpessoal mas também derivado ao curso quefrequentava e a todas as actividades a quese propôs durante este processo. É em Di-reito que se forma, em 1866, depois de umpercurso académico regular, no qual se cru-za com grandes nomes como Antero deQuental, importante referência, encontradano mesmo ano em que representa no Tea-tro Académico, sempre ligado à Arte e emcontacto com a mesma ainda que de dife-rentes formas.É no fim do seu curso que se instala emLisboa em casa de seu pai para, logo de-pois se mudar para Évora, onde funda e di-rige o jornal «O Distrito de Évora», a suaprimeira experiência de jornalismo. Regres-sa novamente a Lisboa em 1867 quandosai o primeiro número do seu jornal. Entre1869 e 1870, Eça de Queirós faz uma via-gem de seis semanas ao Oriente (de 23 deOutubro de 1869 a 3 de Janeiro de 1870),tendo assistido no Egipto à inauguração docanal do Suez, importante marco na histó-

José Maria de Eça de Queiroz, nasceu a 25 de Novembro de 1845, no centro da Póvoa de Varzim, mais concretamente na Praçado Almada; filho natural do magistrado José Maria de Almeida Teixeira de Queiroz, nascido no Rio de Janeiro em 1820; e D.

Carolina Augusta Pereira de Eça, nascida em Monção em 1826, mas é registado como filho de mãe incógnita; baptizado na IgrejaMatriz de Vila do Conde, viveu até 1855 em Verdemilho, em casa dos avós paternos, apesar de o casamento dos seus pais se ter

realizado quatro anos depois do seu nascimento.

FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ

Possui uma forte componentemuseológica, preserva o espólio do es-critor e mantém vivo o cenário que Eçaconheceu, do modo a que o visitante sesinta transportado à época em que o ro-mance tem lugar. Tem visitas guiadas,dormidas nas casas de Turismo Rural(Casa do Silvério e Casa do Lúcio), es-paço para eventos, e poderá adquirir pro-dutos da Quinta e o vinho Tormes aquiproduzido.Tormes – BaiãoT. +351 254 882 120 / 885 231 www.feq.pt

Eçade Queiroz

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>>> passeio

Se me pedissem uma sugestão para umpasseio, não teria dificuldade em fazer umexcepcional roteiro turístico. Para o trans-porte, sugeria a ARRIVA, obviamente! E, de-pois, tomava como ponto de partida a Capi-tal Europeia da Cultura, em 2012, Guima-rães.Começava pela histórica cidade de Guima-rães, berço da nossa pátria e, para mim, atéque apareça um “assento de nascimento”que diga o contrário, terra de D. AfonsoHenriques, Património da Humanidade.Isto porque razões não faltam para partirdaqui à conquista de paisagens deslumbran-tes, de lugares “inundados” de lendas demouras e príncipes encantados, de monu-mentos e terras carregados de História, masbastaria o facto de ter sido desta cidade queD. Afonso I, o Fundador, partiu para umacaminhada vitoriosa rumo à independênciade Portugal.Por isso, para esta edição, escolho comodestino uma terra intimamente ligada aosacontecimentos históricos da fundação danacionalidade, uma terra cheia de vestígi-

os de História rica e longínqua.Domínios de D. Egas Moniz, aio de D. Afon-so Henriques e senhor das Terras deRibadouro, do qual se diz que, “nascendo opríncipe D. Afonso Henriques aleijado dospés, que tinha tolhidos e pegados um nooutro, a Virgem Nossa Senhora apareceuem sonhos a Egas Moniz e disse-lhe quefosse a Cárquere, que fizesse cavar numlugar que lhe apontou, que ali acharia osalicerces de uma igreja, que antigamentefora dedicada ao seu nome, com uma ima-gem sua. Que levantasse um altar, fizesseuma noite de vigília, pusesse o príncipe alei-jadinho sobre o altar, que logo alcançaria adesejada saúde”.D. Egas Moniz assim terá feito, e D. AfonsoHenriques ficou curado. É óbvio que háquem acredite nesta lenda sem reservas,como há quem defenda outras teorias. Ocerto é que a imagem minúscula de marfimexiste e está devidamente protegida, e o al-tar lá está, na igreja românica de Santa Ma-ria de Cárquere, monumento nacional,como testemunho de muitos séculos de His-

tória. Exactamente: estou a falar de terrasde Resende, onde podemos encontrar ou-tros dois belíssimos exemplares do români-co português, também classificados comomonumentos nacionais, um na vila de S.Martinho de Mouros e outro na freguesia deBarrô.As paisagens são deslumbrantes, não fal-tam os solares - alguns dos quais declara-dos de interesse nacional - e as estânciasarqueológicas, como as do Penedo de S.João ou da Mogueira.Sobre o descomunal penedo de S. João,implantado sobre rochedos horizontais,alcandorado a 560 metros de altitude sobreum íngreme cabeço na freguesia de Freigil,onde a vista se espraia sobre um larguíssimohorizonte do vale do Douro, conta-se “quefoi uma moura, com o seu menino ao colo ea fazer meia, que o transportou à cabeça debem longe e o pôs naquele sítio”.É um local muito procurado pelos amantesda natureza para convívios e piqueniques,pois existe ali próximo duma ermida de in-vocação de S. João Baptista (um amplo lar-

ResendeTerra verdadeiramenteinspiradorainspiradorainspiradorainspiradorainspiradora

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Alcino Monteiro

>>> passeio

go onde se realiza feira mensal) e um fres-co parque de merendas.Lá ao fundo, junto ao agora manso Rio Dou-ro, encontra-se a paradisíaca estância ter-mal de Caldas de Arêgos, onde as águassulfuro-medicinais brotam a mais de 60ºCdesde tempos imemoriais e, onde, D.Mafalda de Sabóia, esposa de D. AfonsoHenriques, mandou construir um hospitalpara curar lázaros e gafos (leprosos) e umacapela da invocação de Santa MariaMadalena, que lá continua como testemu-nha de tão piedoso acto da nossa primeirarainha.Para tornar as paisagens das terras deResende, ainda mais idílicas, todos os anosno início da Primavera, um manto brancocobre toda esta margem do Douro, comoque num convite à meditação.E faz-se uma festa em S. Pedro de Paus, dehomenagem à Cerejeira (ou à Cerdeira) emflor, que deslumbra quantos demandam es-tas paragens.Ao mesmo tempo, pede-se a protecção deDeus para os cerejais, para que seja abun-

dante a produção da cereja que, do final deAbril até final de Junho, faz as delícias detoda a gente e leva à vila de Resende milha-res e milhares de pessoas para participa-rem numa grande e colorida festa de pro-moção deste mágico fruto.Nestas paisagens, nestas casas solarengas,nestes monumentos, nestas gentes laborio-sas e acolhedoras, inspirou-se o grande Eçade Queirós, para produzir parte da sua obraliterária, com especial destaque para “A Ilus-tre Casa de Ramires”, o solar da “Torre daLagariça”, cuja torre “altaneira e negra” nosremete para a época medieval.Tão apaixonado ficou por estas terras o au-tor de “Os Maias” e de “A Cidade e as Ser-ras”, em que imortalizou a Casa de Vila Nova,em Santa Cruz do Douro, concelho deBaião, como a Casa de Tormes, que actual-mente acolhe a Fundação Eça de Queirós,que acabaria mesmo por casar com a filhado 4º Conde de Resende, D. Emília de Cas-tro Pamplona.Por tudo isto, arrisco dizer que as terras deResende são verdadeiras musas

Bibliografia consultada: Pinto, JoaquimCaetano, Resende Monografia do seuconcelho, Braga/1982; Duarte, JoaquimCorreia, Resende e a Sua História, edi-ção da Câmara Municipal de Resende1996.

inspiradoras a pedirem que nos deixemosdeslumbrar por elas.Siga o meu conselho: esteja onde estiver(Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Bar-celos, Braga, Fafe, Vizela, que, todas jun-tas, vão fazer de 2012 mais um grande mar-co histórico na riquíssima História de Portu-gal) junte os familiares e amigos, alugue umautocarro da ARRIVA e vá deliciar-se comestes privilégios da natureza, e dizer às gen-tes de Ribadouro que em nome de D. Afon-so Henriques lhes enviamos um abraço eque cá as esperamos.De qualquer forma tenha atenção à reco-mendação do poeta:“Tu não subas à Cerdeira,Que a trepa pode partir!...Olha que trepa partida,Amor, não volta a florir!”Ainda segundo o poeta, se tiver o devidocuidado, pode tentar:“Subirei se me deixares,Minha linda cerejinha.Só para dar um beijinhoNa tua face coradinha!...”

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P| P| P| P| P| 18 <<< <<< <<< <<< <<< Nº 013 >>> 2009 2009 2009 2009 2009 | AGOSTO | SETEMBRO

>>> vinhosMaria Helena Duarte, in revista Wine Passion-Paixão pelo Vinho; Fotografias: Dario Silva e CMMC

Os Rios Tâmega e Douro envolvem o Con-celho e, não alheios às albufeiras do Torrãoe do Carrapatelo, convidam o visitante àprática de modalidades náuticas múltiplas,acordando paisagens de maciços verdesimpressionantes, desenhadas por serras,vales e vinhas, igrejas e solares, num ver-dadeiro despertar dos sentidos.Fundado a 31 de Março de 1852, o conce-lho do Marco de Canaveses viu o seu prin-cipal meio urbano elevado à categoria decidade há quinze anos. São 202,2 Km2 deárea territorial, divididos por 31 freguesias,preservando uma identidade histórica ple-na de vestígios arqueológicos, sendo refe-rência obrigatória a fantástica cidade ro-mana, que dá pelo nome de Tongobriga.O valioso património histórico é extenso,encontrando na vertente religiosa os cir-cuitos românico e barroco, também parti-lhado na arquitectura civil; já o estilorococó encontra a sua expressão mais sig-nificativa na Obras do Fidalgo, a fachadade um palácio inacabado, de valor arqui-tectónico ímpar. A arte contemporâneachega pelas mãos de Siza Vieira, com aedificação da Igreja de Santa Maria.

Mas, por terras de Cármen Miranda, tambémse come bem. Para Vinhos Verdes de quali-dade, a cozinha regional responde com asmelhores iguarias, preservando as origensdos sabores e das tradições. Assim, pode-mos deliciar-nos com caldo verde, cabritoou anho assado com arroz de forno, verde,salada de bacalhau e lampreia. Para a so-bremesa, a doçaria regional de eleição ofe-rece Pão-de-ló, Cavacas e Fatias do Freixo,Biscoitos da Fábrica Duriense, Pão Podre,num verdadeiro elogio ao palato.Conhecidos alguns dos muitos atractivosdeste Concelho, chega a hora de lhe apre-sentar as verdadeiras estrelas que motivamesta reportagem e tanto brilho conferem àRegião: os vinhos, e quintas onde têm ber-ço, seus produtores, os enólogos que osdesenham e as castas seleccionadas quenos brindam pela qualidade.O concelho do Marco de Canaveses escon-de características peculiares para a produ-ção de vinho. A diversidade dos seusmicroclimas nasce dos inúmeros vales, riose riachos que serpenteiam por entre encos-tas de solos francos. Sobre este grandiosobloco de granito, aquecido pelo sol, abri-

gam-se castas tradicionais, acolhidas empatamares de média e pequena dimensão.Aqui, as uvas maturam de forma harmonio-sa após um Agosto escaldante e, já dentrode um Setembro pleno de cores. Os ventosprovenientes do Atlântico são conduzidosao longo destes vales, temperando as vi-nhas e dotando os vinhos de uma excentri-cidade singular.“Os Vinhos Verdes brancos são frutados,cheios de juventude e frescura; os Verdestintos são intensos, de cor muito marcada etaninos robustos; os rosados emanam aro-mas definidos, sublimando agradáveis re-flexos de cores salmonadas, num todo re-frescante e suave”, explica António Sousa,enólogo e porta-voz da Rota.Com a criação da Rota dos Vinhos do Mar-co de Canaveses, contando com 18 ade-rentes, repartidos por todo o Concelho,pode assim visitar as Quintas, conhecer osprodutores, provar e adquirir os vinhos eparticipar nas actividades vitivinícolas, es-pecialmente nesta época das vindimas.Pode consultar informações detalhadas em:http://www.cm-marco-canaveses.pt/turis-mo/rota_vinhos.html.

Como faz questão de realçar Manuel Moreira,Presidente da Câmara Municipal do Marcode Canaveses (CMMC), “este é um Conce-lho em festa, gosto de ver a cidade com vidae as pessoas felizes”, afirmando que “a idaàs Quintas proporciona um bom convívio”.Por isso mesmo, assistimos recentemente àFesta das Vindimas, com um programa vari-ado que passou pela realização de uma re-gata, animação com ranchos folclóricos, umcortejo etnográfico, entre outras actividades.José Mota, Vereador da CMMC, refere quea dinamização da Rota era imperativa, poiso Concelho é ainda muito rural, encontran-do no vinho a principal actividade agrícola.“Os produtores investiram no património,criando as condições necessárias e com-petia à CMMC apoiar na promoção da terrae dos nossos Vinhos Verdes”, explicou. Al-gumas das iniciativas são bem visíveis,como é exemplo a Carta de Vinhos do Mar-co de Canaveses elaborada para os res-taurantes locais, estimulando um maior con-sumo dos vinhos da região e colocação dasinalética nas estradas, revelando-se estainiciativa num importante guia de visita paraos apreciadores. Mas, as acções desenvol-

Sempre atentos ao mundo dos vinhos, foi com profunda admiração que assistimos ao nascimento ecrescente consolidação da Rota dos Vinhos do Marco de Canaveses. fruto da vontade dos

produtores e por iniciativa da Câmara Municipal, a Rota nasceu ousada e hoje afirma-se comoponto de paragem obrigatório, aliando o prazer de calcorrear as quintas provando excelentes

Vinhos Verdes, à descoberta dum imponente património histórico, à gastronomia, ao artesanato, eao saber receber, qualidade reconhecida nas gentes deste canto verde do Douro Litoral.

Rota dos vinhosRota dos vinhosRota dos vinhosRota dos vinhosRota dos vinhosdo do do do do MarMarMarMarMarco deco deco deco deco deCanavesesCanavesesCanavesesCanavesesCanaveses

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>>> vinhos

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Se os rios, Douro e Tâmega, banham esteConcelho e lhe transmitem um encanto ím-par, as serras da Aboboreira e de Montedeirassão uma sequência quase ininterrupta depontos de vista de uma grandiosidade esma-gadora. Na serra da Aboboreira encontram-se importantes vestígios pré-históricos, nome-adamente antas e mamoas.Falando em arqueologia, há um outro localque merece atenção e visita: a cidade roma-na de Tongobriga, importante povoação ro-mana, cujo auge foi o Séc. II d.C., e se situavajunto da via principal romana que a partir doSéc. I d.C. ligava as cidades de BracaraAugusta (Braga) a Emerita Augusta (Mérida).Ao longo dos tempos, o Homem foi deixandopor estas terras outros vestígios artísticos ehoje é possível falar, por exemplo, de um im-portante circuito românico de igrejas: Vila Boade Quires; Santo Isidoro; Sobretâmega; SãoNicolau; Tabuado; Vila Boa do Bispo eFandinhães. Já ao nível civil podemos encon-trar: Ponto do Arco; Torre da Pena e o Memorialde Alpendorada.O barroco está também presente em igrejas esobretudo em diversas casas solarengas,destacamos as Obras do Fidalgo (interessan-te palacete inacabado, em Vila Boa de Quires).Qualquer igreja é capaz de nos surpreenderou então de nos emocionar, nem que sejaapenas por um pormenor de talha dourada,de azulejos ou uma pintura interior, como sãoexemplo os frescos em Santo Isidoro, Tabua-do e S. Nicolau.Ainda no património religioso é no Marco deCanveses que podemos encontrar um edifí-cio de reconhecido valor internacional - a Igre-ja de Santa Maria - obra do arquitecto SisaVieira.De referência são também os castros, sobres-saindo o de Arados (em Alpendorada), as se-pulturas antropomórficas e os pelourinhos deCanaveses (S. Nicolau), Portocarreiro (VilaBoa de Quires) e o de Soalhães.

PATRIMÓNIO

vidas não ficam por aqui: apresentação aosrestaurantes das novas colheitas; participa-ção em Feiras nacionais e internacionais;criação de uma nova imagem da Rota maisapelativa; Mostras de Vinhos e o Concurso

todas as normas e requisitos”.Manuel Moreira, Presidente da CMMC, re-mata, convidando todos a fazer “uma visitaa este Concelho hospitaleiro”e, claro, a pro-var os vinhos e a gastronomia.

de Vinhos integrado na Feira dos Vinhosanual, estas são algumas posturas que evi-denciam o trabalho e empenho de todos.José Mota destacou, ainda, que “só sãoaceites na Rota, os produtores que cumpram

REVISTA MENSAL

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PREPARAÇÃOAntes de preparar a carne, deve dar-se dois golpes para quefique mais tenra. Juntar num tabuleiro as cebolas, alhos e umramo generoso de salsa, tudo bem picado, adicionar azeite,vinho branco, sal e colorau.Depois de ter essa mistura, colocar o anho no mesmo tabulei-ro e untar até ficar homogéneo. Reserve durante 24 horas.Para preparar a calda do arroz é necessário encher um tachocom água e colocar uma cebola cortada em rodelas, um ramode salsa, carne de porco, presunto, salpicão, 30ml de azeite,chouriças e a cabeça do anho bem limpa. Ferver esta misturadurante duas horas.Depois de ter a mistura já cozinhada, retirar todas as carnes.Num alguidar de barro ou num tacho de ferro fundido, colocaro arroz e uma colher de açafrão e de seguida colocar a cal-da.No forno, colocar o arroz em baixo e colocar a carne emcima, sobre a grelha, para que possa cair sobre o arroz todoo sabor do anho.Deixar no forno cerca de cinquenta minutos.Empratar, saborear e acompanhar com Vinho Verde da Re-gião.

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INGREDIENTES

Anho; Cebolas; Alhos; Salsa; 1l de azeite; Vi-nho branco; Água; Arroz; Colorau q.b; Fatiasde barriga fresca (carne de porco); Fatias depresunto; Vitela (do nispo); Salpicão;Chouriças de carne; Açafrão para o arroz;Q.b. sal.

ANHO ASSADO COM ARROZ DE FORNO

Muito apreciado na região e reconhecidoum pouco por todo o País, leva muitas pes-soas ao Marco de Canaveses em busca deverdadeiras sensações de prazer do pala-to, falamos do anho assado com arroz deforno.É de tal forma representante do Concelhoque motivou a formação de uma Confraria.Fundada em Junho de 2006, a Confraria doAnho Assado com Arroz de Forno do Marcode Canaveses tem como objectivo defen-der, promover e divulgar as tradiçõesgastronómicas e culturais do Marco deCanaveses e especialmente o prato maiscaracterístico da região que é o Anho Assa-do com Arroz de Forno.No restaurante Nantilde, de Maria AméliaCoutinho [Boneca, como é conhecida] épossível comprovar a qualidade e saborúnicos, deste tão apreciado prato que tãobem acompanha com os Vinhos Verdes pro-duzidos na região.Para a sobremesa, entre muitas outrsdelicias, a recomendação vai para as Fati-as do Freixo, da Casa dos Lenteirões, lin-das e douradas, como ou sem doce de ovos.Duas tentações a não perder quando visitaro Concelho.Para os amantes de gastronomia, revela-seque o segredo do anho assado com arrozde forno está na calda do arroz!

Anho assado com arroz de forno

>>> saboresMaria Helena Duarte, in revista Cuisine Passion - Paixão pela Cozinha; Fotografias: Dario Silva

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>>> lendas

Nas línguas e idiomas europeus, “Dragão”é a expressão mais comum. No entanto,em Galego a designação é outra:“Qoquetriz”, que foi abreviada como“Qoqa” e, que, entretanto, passou a escre-ver-se simplesmente “Coca”.A “Coca” é um ser mitológico presente emlendas e histórias fantásticas de todas asnações europeias: é um dragão com es-camas e que cospe fogo pelo nariz.Monção é, também, a terra da “Coca”, aluta do bem sobre o mal, da verdade sobrea mentira, do Arcanjo S. Miguel sobre o Dra-gão.A “Coca” de Monção está directamente li-gada à procissão do Corpo de Cristo e àconhecida lenda de São Jorge. São Jorgevem em socorro da uma jovem princesa,filha do rei da Líbia, e mata o dragão que aqueria comer, com a sua lança. A princesaficou muito impressionada com o acto he-róico de São Jorge, convertendo-se ao Cris-tianismo.Em harmonia com a tradição popular, a“Coca” simboliza o dragão. O povo tam-bém lhe chama “Santa Coca”, o “Diabo daCoca” ou a “Coca Rabixa” - “Por bia daSanta Coca Rabixa perdi o diacho da Mis-sa!”, diz o povo.Sai à rua na manhã da procissão do Corpode Deus, desfilando pelas ruas de Monção.Na procissão não falta o carro das ervas -cheio de verdura; rapaziada e S. Cristóvão(o advogado das crianças biqueiras); o boibento (todo decorado com fitas e cores) eas duas figuras principais da história: a“Coca” e São Jorge.O dragão caminha lentamente pelas ruase calçadas. É um monstro com escamasbrilhantes, com queixos móveis e uma lín-gua que treme na cabeça, que vai abanan-

do para um lado e para o outro, pretenden-do criar uma aura de susto aos devotos da“Rabixa”.Imediatamente a seguir, vai um São Jorgede carne e osso, armado a rigor com lan-ça, espada e capacete, montando a cava-lo.No final da procissão, todos se deslocampara o Campo do Souto. Aí, visivelmenteestafada, está a “Santa Coca” e a filhota,que, durante alguns anos, também se fazrepresentar. Dizem os escritos que a“Coquinha” até fez mossas à matrona damãe e uma certa ciumeira, tão aperaltadaque estava na sua aparição.Pois bem: a “Santa Coca” - agora com novavestimenta, mais escamosa e mais brilhan-te - chega mesmo a criar um bom susto aoSão Jorge, pouco experiente em manejaro cavalo.O público aplaude as investidas da “Coca”.Entretanto, depois do cavalo se familiari-zar com o monstro, São Jorge já pode en-fiar uma série de espadeiradas na cabeçada “bicha” que se encolhe e foge, rece-bendo os aplausos da multidão.No Brasil, a “Coca” – também chamada de“Cuca” – é a que assusta os meninos quese portam mal, aparecendo enquanto dor-mem à noite.Na maioria dos casos é uma bruxa velhadisfarçada de dragão.Esta lenda inspirou a “Cuca” na história do«Sítio do Picapau Amarelo», uma série quese tornou familiar dos portugueses ao tersido exibida na televisão nacional, no fimdos anos 80. A “Cuca” morava numa ca-verna, perto da praia, tinha um tempera-mento difícil e assustava as crianças, es-pecialmente os netos da D. Benta, a donado Sítio. Quem não se lembra!.…

A lenda daMarco António Lindo

Coca

Eu observava-a, atentamente, de longe. Pes-soalmente, achei piada, e perguntava-mehá quanto tempo é que aquela senhora es-taria ali na mesma posição (?). Admirei-a erebaixei-me. As pessoas que passavam fi-cavam chocadas ao ver alguém de joelhos,em plena cidade no meio de trevos.A senhora parecia saber que cena estava afazer, numa espécie de humilhação. Masparecia não se preocupar com a mentali-dade dos outros, pois estava decidida aencontrar o trevo de 4 folhas: tinha de atin-gir o seu objectivo, nem que isso significas-se ficar com os joelhos em sangue devidoaos arranhões que as pedras e a terra pro-vocavam. Simplesmente não se preocupa-

Regressava a casa quando vi uma senhorade joelhos, no meio de trevos. Provavelmen-te, estaria à procura de um com quatro fo-lhas que, as teorias fazem acreditar, quem oencontre será bafejado pela sorte.Na verdade, aquela personagem pareciaandar à procura de algo misterioso e úni-co… A forma como arrancava pela raiz aque-le segredo da vida, à espera que fosse da-quela vez que lhe iria calhar o de 4 folhas,dava lugar a pessimismo quando se depara-va que não estava com sorte... Mas que iro-nia da situação! E, apesar de não o ter en-contrado daquela vez, não foi motivo para afazer desistir de encontrar, finalmente, o seusuporte de esperança para uma nova vida.

Sortede 5minutos

va com a sua dor física.Que mulher de coragem! E eu que me auto-intitulava corajosa!… Senti-me uma verda-deira cobarde e fraca. Tenho objectivos mas,na verdade, sempre tive medo dasconsequências e dos meios que precisopara atingir o fim.Admirei o valor daquela senhora, que aca-bou por encontrar o seu tesouro. E, esperoeu, que tenha sorte, como assim o dizem.Então, dei por mim decidida a lutar, nem quepara isso caia e me magoe, porque levan-tar-me-ei sempre com o pensamento de quesairei vitoriosa da próxima vez! Porque euvou encontrar a minha sorte e, esta, tem oteu nome escrito…

>>> crónica

Axxi Nunes

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Francisca Silva

>>> viagens da europa para a minha terra

Na Central de Camionagem, a hora dapartida está a chegar. O autocarro coma bandeira “Paris” prepara-se para ar-rancar. Só temos tempo para nos des-pedir dos familiares e amigos.Subitamente, um sentimento de triste-za apoderou-se, notando-se no rosto decada um. As nossas gargantas estãosecas, lágrimas começam a aparecer,os choros, o “adeus” à terra natal, aosnossos familiares e amigos, e sussur-rámos ao ouvido palavras de consoloe de afecto. Trocámos beijos e abra-ços dizendo um “até breve”.As portas do autocarro fecham-se. Osilêncio instalou-se e começam as sau-dades. As paisagens desfilam mas nin-guém repara. Estamos todos mergulha-dos nas lembranças, nos bons momen-tos que vivemos perto dos nossos. Otempo passa e pouco a pouco, as pes-soas caem na realidade... Uma reali-dade triste e dura! Todos nós regressá-mos para uma terra de sacrifício, deluta constante para uma vida melhor.Durante a viagem, as pessoas come-çam a falar, a contar anedotas e a can-tar para esquecer o que lá vai. O moto-rista também participa para não pen-

Regresso

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sarmos nos longos quilómetros que te-mos pela frente.Ao chegar à fronteira francesa, notá-mos um céu nublado; nada como onosso céu azul, o nosso sol e o nossocalor. Todos começam a vestir os ca-sacos; está frio! A mudança é radical.Começam algumas pessoas a sair nasparagens e despedem-se dizendo “atépara o ano se Deus quiser”. E continu-ámos a nossa viagem… A placa “Por-tes de Charenton” está à vista e sabe-mos que é a última paragem.Sentimos uma sensação estranha:uma cidade enorme, com tantos pré-dios, à nossa volta; um trânsito infer-nal com filas enormes de carros à es-pera; as pessoas a correr para ir paraos seus trabalhos, pessoas frias, semtempo nem vontade para cumprimen-tar. Falta-nos o calor do nosso povo, osol, o ar puro da nossa terra. As sau-dades apertam mas sabemos que te-mos que nos adaptar novamente aeste estilo de vida e ter coragem paraenfrentar novas pessoas, nova cultu-ra, novos costumes e sonhar que bre-vemente regressaremos à nossa terranatal.

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