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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
ANGÉLICA KERCYA PEREIRA DE MENDONÇA
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR EM
PACIENTES PARCIALMENTE EDÊNTULOS REABILITADOS COM PRÓTESES
IMPLANTOSSUPORTADAS
NATAL/RN
2015
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ANGÉLICA KERCYA PEREIRA DE MENDONÇA
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR EM
PACIENTES PARCIALMENTE EDÊNTULOS REABILITADOS COM PRÓTESES
IMPLANTOSSUPORTADAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Odontologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos para obtenção do título de Cirurgião-
Dentista.
Orientadora: Profª Drª Ruthineia Diógenes Alves
Uchôa Lins
NATAL – RN
2015
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Mendonça, Angélica Kercya Pereira de.
Avaliação das condições periodontal e peri-implantar em pacientes
parcialmente edêntulos reabilitados com prótese implantossuportadas / Angélica
Kercya Pereira de Mendonça. – Natal, RN, 2015.
70 f.
Orientadora: Profa. Dra. Ruthineia Diógenes Alves Uchôa Lins.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade
Federal do rio Grande Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de
Odontologia.
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.
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ANGÉLICA KERCYA PEREIRA DE MENDONÇA
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR EM
PACIENTES PARCIALMENTE EDÊNTULOS REABILITADOS COM PRÓTESES
IMPLANTOSSUPORTADAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento
de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como parte dos requisitos para obtenção do título de
Cirurgião-Dentista.
Aprovada em: 03/06/2015
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Profª Drª. Ruthineia Diógenes Alves Uchôa Lins - Presidente
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Profª Drª. Prof. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro - Membro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Prof. Dr. Euler Maciel Dantas - Membro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Francisca e Expedito, por participarem ativamente de cada etapa de minha
vida, sempre me encorajando e dedicando inexplicável amor, carinho, esforço, apoio e
incentivo em todos os momentos vividos, para que eu pudesse concluir mais esta etapa tão
importante em minha vida.
Às minhas irmãs Aline e Andreza, por estarem sempre dispostas a me ajudar, com palavras
confortantes e animadoras para que eu seguisse em frente.
Aos meus sobrinhos Alexia, Victor e André, por serem a alegria da minha vida, me
recebendo sempre com lindos sorrisos.
Ao meu namorado Emerson, por caminhar junto comigo desde o começo, me incentivando e
ajudando naquilo que fosse necessário.
À minha prima Cláudia, por sempre querer o meu melhor, me confortando com palavras
amigas e de entusiasmo!
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida e pelo dom que me concedeu de exercer a Odontologia, superando
cada fase encontrada, para que meu sonho fosse realizado.
À minha família linda, em especial meus pais, minhas irmãs e cunhados, meus sobrinhos e
meu namorado. Vocês são fontes de inspiração e força para seguir em frente.
À minha orientadora, Prof. Dra. Ruthineia Diógenes Alves Uchôa Lins, que sempre me
incentivou e esteve disponível, sendo muito participativa e humana, partilhando todo seu
conhecimento e sempre oferecendo ajuda. Obrigada por acreditar em mim e enxergar sempre
que podemos ir além!
Aos meus amigos da graduação, em especial Eriberto, Thiago, Davi, Ivandra e Deborah que
muito contribuíram na elaboração deste trabalho, sempre dispostos a ajudar. Agradeço
também a amizade de Lorena, Pablo e Mirelly. Obrigada por tornarem meus dias tão alegres!
Aos meus queridos pacientes, por todas as palavras e elogios que me trouxeram crescimento e
felicidade.
A todas as pessoas que participaram, contribuindo para a realização deste trabalho e para a
conclusão deste curso, direta ou indiretamente, meus sinceros agradecimentos.
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RESUMO
A gengivite e a periodontite, bem como a mucosite peri-implantar e a peri-implantite,
são reações inflamatórias que podem afetar os tecidos entorno dos elementos dentários e dos
implantes osseointegrados em função, respectivamente. O presente estudo buscou avaliar
clinicamente e radiograficamente as condições periodontal e peri-implantar de pacientes
submetidos à reabilitação oral com próteses implantossuportadas. Trata-se de um estudo de
prognóstico, com uma amostra representada por 7 (sete) implantes instalados em pacientes
parcialmente edêntulos reabilitados com próteses implantossuportadas, atendidos na clínica
do Projeto de Extensão de Reabilitação Oral Implantossuportada do Departamento de
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, durante o período de
um ano. A coleta de dados realizada no dia da instalação da carga ou até 7 (sete) dias antes
(T1), 3 (três) – 6 (seis) meses após a instalação da carga (T2) e 6 (seis) meses e 1 (um) ano
após a instalação da carga (T3), foram utilizados instrumentos e parâmetros clínicos como: o
Índice de Placa (IP) de Silness e Löe, o Índice de Placa de modificado (IPm), o Índice de
Sangramento à Sondagem (ISG) de Ainamo e Bay, o Índice de Sangramento Modificado
(ISm), o PSR (Periodontal Screening and Recording) e um exame radiográfico periapical pela
técnica de paralelismo. Foi verificado a presença de mucosite peri-implantar em todos os
períodos avaliados, distribuído em 57% (n=4) no T1, 86% (n=6) no T2 e 57% (n=4) no T3 e a
peri-implantite numa frequência de 14% nos intervalos avaliados, representando apenas um
caso diagnosticado. A gengivite também foi observada em todos os intervalos de avaliação,
porém diagnósticos de periodontite não foram encontrados na amostra estudada. Portanto,
conclui-se que é necessário se realizar um acompanhamento desses tecidos periodontais e
peri-implantares, a fim de se obter sucesso do tratamento reabilitador.
Palavras-Chaves: Peri-implantite. Periodontite. Prótese Dentária. Implantação Dentária.
Perda do Osso Alveolar.
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ABSTRACT
Gingivitis and periodontitis and peri-implant mucositis and peri-implantitis are
inflammatory reactions which may affect the surrounding tissues of teeth and dental implants
as a function, respectively. This study aims to evaluate clinically and radiographically
periodontal condition and peri-implant patients undergoing oral rehabilitation with implant-
supported prostheses. It is a prognostic study with a sample represented by seven (7) implants
installed in six (6) partially edentulous patients rehabilitated with implant-supported
prostheses, treated at the clinics Rehabilitation implant-Extension Project and Training
Course in implant-supported prosthesis Department of Dentistry, Federal University of Rio
Grande do Norte - UFRN, which were submitted to three (3) evaluation periods: T1 (in charge
of installing the day or within seven (7) days prior) T2 (three (3) to six (6) months after the
setup charge) and T3 (six (6) months to one (1) year after the setup charge). For data
collection, the following instruments and clinical parameters were used: Plaque Index (IP)
Silness and Löe, modified Plaque Index (MPI), Bleeding on Probing Index (ISG) of Ainamo
and Bay, Bleeding Index Modified (ISM), the PSR (Periodontal Screening and Recording),
Periograma and analysis of presence or absence of suppuration, as was also performed by a
radiographic examination, to evaluate the supporting tissues of teeth and implants. The
presence of peri-implant mucositis and peri-implantitis in all periods, though the latter was
checked less frequently. Gingivitis and peri-implant mucositis were observed and
predominated in all evaluation intervals having no undiagnosed case of periodontitis and peri-
implantitis only one case over the entire period. Therefore, it is clear the need for a follow-up
of periodontal and peri-implant tissues in order to obtain success of rehabilitation treatment.
Keywords: Peri-implant. Periodontitis. Prosthodontics. Dental implantation. Loss of Alveolar
Bone.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Escores e critérios para o Índice de placa de Silness e Löe (1964) ....................... 27
Quadro 2 - Escores e critérios para o Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al.
(1987) ...................................................................................................................................... 28
Quadro 3 - Escores e critérios para o Índice de sangramento modificado (ISm) de Mombelli et
al (1987) ................................................................................................................................... 30
Quadro 4 - Variáveis dependentes e independentes ................................................................ 37
Quadro 5 - Índice de Placa do Indivíduo ................................................................................. 40
Quadro 6 - Índice de Placa Modificado ................................................................................... 40
Quadro 7 - Índice de Sangramento Gengival .......................................................................... 41
Quadro 8 - Índice de Sangramento Modificado ...................................................................... 41
Quadro 9 - PSR (Periodontal Screening and Recording) de todos os sextantes...................... 41
Quadro 10 - PSR (Periodontal Screening and Recording) dos sextantes onde estão localizados
os implantes ............................................................................................................................. 42
Quadro 11 - Profundidade de sondagem peri-implantar ......................................................... 42
Quadro 12 - Profundidade de sondagem periodontal .............................................................. 43
Quadro 13 - Nível de perda óssea (mesial e distal) ................................................................. 44
Quadro 14 - Nível de perda óssea (mesial e distal) em todo o período de avaliação .............. 44
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Diagrama do Índice de placa (IP) de Silness e Löe (1964) .................................... 27
Figura 2 - Diagrama do Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al. (1987) ........... 28
Figura 3 - Diagrama do Índice de sangramento gengival (ISG) de Ainamo e Bay (1975) ..... 29
Figura 4 - Diagrama do PSR (Sextantes)................................................................................. 31
Figura 5 - Desenho esquemático das medições do nível ósseo nas regiões periodontais........35
Figura 6 - Desenho esquemático das medições do nível ósseo nas regiões peri-implantares..35
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 11
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 13
2.1 ANATOMIA DA REGIÃO PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR............ 13
2.2 DOENÇAS PERIODONTAIS E PERI-IMPLANTARES................................ 13
2.2.1 Gengivite........................................................................................................... 13
2.2.2 Periodontite...................................................................................................... 14
2.2.3 Mucosite............................................................................................................ 14
2.2.4 Peri-Implantite................................................................................................. 14
2.3 ETIOLOGIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS E PERI-IMPLANTARES 14
2.4 ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA PERIODONTAL E PERI-
IMPLANTAR.................................................................................................. 17
2.5 ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DA DOENÇA PERIODONTAL E PERI-
IMPLANTAR................................................................................................... 19
2.6 DOENÇA PERIODONTAL VERSUS DOENÇA PERI-IMPLANTAR......... 20
2.7 ÍNDICE DE SUCESSO DOS IMPLANTES..................................................... 21
2.8 TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS E PERI-
IMPLANTARES............................................................................................... 22
3 OBJETIVOS..................................................................................................... 23
3.1 OBJETIVO GERAL.......................................................................................... 23
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................ 23
4 METODOLOGIA............................................................................................ 24
4.1 TIPO DE PESQUISA........................................................................................ 24
4.2 LOCAL DE ESTUDO....................................................................................... 24
4.3 UNIVERSO E AMOSTRA............................................................................... 24
4.3.1 Critérios de Inclusão........................................................................................ 25
4.3.2 Critérios de Exclusão....................................................................................... 25
4.4 IMPLICAÇÕES ÉTICAS................................................................................. 25
4.5 COLETA DE DADOS....................................................................................... 26
4.5.1 Exame físico intrabucal................................................................................... 26
4.5.2 Exame radiográfico.......................................................................................... 34
4.53 Calibração do examinador.............................................................................. 36
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4.5.4 Eleição das variáveis........................................................................................ 37
4.5.5 Processamento e análise dos dados................................................................. 39
5 RESULTADOS................................................................................................ 40
6 DISCUSSÃO..................................................................................................... 45
7 CONCLUSÕES................................................................................................ 53
REFERÊNCIAS............................................................................................... 54
APÊNDICE....................................................................................................... 58
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11
1 INTRODUÇÃO
A Implantodontia é uma especialidade que têm crescido significativamente nos
últimos anos, apresentando soluções alternativas ao uso das próteses removíveis (parciais e
totais). Com isso, as próteses implantossuportadas têm se tornado uma opção de escolha cada
vez mais utilizada na reabilitação oral. Doenças relacionadas ao periodonto, cáries,
traumatismos, entre outros fatores, podem levar a perda dos elementos dentários, justificando
assim a necessidade de se restabelecer a estética, o conforto e a função que estes
desempenham na cavidade oral.
A gengivite, por exemplo, que constitui uma inflamação restrita ao periodonto de
proteção, desencadeada pelo acúmulo de biofilme dental, se não tratada, a depender da
relação entre o potencial patogênico desse biofilme e a resposta imune ao organismo
hospedeiro, poderá evoluir para uma periodontite, que além de envolver o tecido gengival,
compromete também os tecidos periodontais de sustentação (cemento, osso e ligamento
periodontal), podendo, com isso, levar a perda dentária.
Assim como os tecidos periodontais, os tecidos peri-implantares, frente ao acúmulo do
biofilme, poderão responder com reações inflamatórias e assim desenvolver patologias peri-
implantares. A mucosite peri-implantar e a peri-implantite são reações inflamatórias biofilmes
dependentes que afetam os tecidos no entorno dos implantes osseointegrados em função.
Conceitua-se mucosite peri-implantar como uma reação inflamatória de caráter reversível dos
tecidos moles localizados ao redor dos implantes, enquanto a peri-implantite é caracterizada
como um processo inflamatório que acomete também os tecidos ósseos peri-implantares de
implantes já instalados, podendo levar a perda desses implantes (MOMBELLI, 2002). A
frequência global da peri-implantite varia de 5% a 10%. Sendo assim, é importante o
diagnóstico precoce das inflamações reversíveis dos tecidos moles peri-implantares, sem
perda de suporte ósseo, a fim de aumentar a longevidade dos implantes osseointegrados
(MOMBELLI; LANG, 1998).
Alguns parâmetros clínicos e radiográficos regem a avaliação da taxa de sobrevida dos
elementos dentários remanescentes e do índice de sucesso dessas próteses
implantossuportadas. Tal avaliação se apresenta de modo importante para o acompanhamento
das condições de saúde e doença nos tecidos periodontais e peri-implantares.
A avaliação clínica permite verificar a condição presente nos tecidos periodontais e
peri- implantares e assim buscar uma alternativa de prevenção e tratamento mais eficiente. Os
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12
instrumentos clínicos utilizados para essa avaliação incluem especialmente: o Índice de Placa
(IP), o Índice de Placa de modificado (IPm), o Índice de Sangramento à Sondagem (ISG), o
Índice de Samgramento Modificado (IPm), o PSR (Periodontal Screening and Recording) e o
Periograma (ANAIMO; BAY, 1975; LANG; BERGLUNDH, 2011; MOMBELLI et al., 1987;
SILNESS; LÖE 1964).
O diagnóstico por imagem na Implantodontia é fundamental, pois o implante e a
prótese implantossuportada necessitam de um acompanhamento para que possam ser
observadas a osseointegração obtida e a adaptação da prótese ao longo do tempo. O exame
radiográfico torna-se, portanto, um fator de grande relevância para a avaliação do sucesso e da
estabilidade do implante dentário, sendo a perda de suporte ósseo inferior a 0,2mm, a partir do
primeiro ano de carga, um importante indicador de estabilidade (ALBREKTSSON et al.,
1997).
Sendo assim, o exame radiográfico, complementar ao exame clínico, assume um papel
relevante no tocante à avaliação dos tecidos periodontais e peri-implantares, fornecendo
informações importantes para o diagnóstico de determinadas condições nos tecidos de
suporte. Alterações radiográficas decorrentes da presença de periodontite podem ser
visualizadas ao exame radiográfico. O mesmo também pode ser encontrado quando há um
quadro de peri-implantite já estabelecido. Entretanto, é importante ressaltar que o exame
radiográfico, analisado de forma isolada, não denota sucesso ou fracasso da prótese
implantossuportada. Para tanto, é importante associar o exame radiográfico ao exame clínico
(BRAGGER, 1988).
Frente ao exposto, torna-se evidente a importância de se monitorar os sítios
periodontais e peri-implantares de pacientes reabilitados com próteses implantossuportadas a
fim de pesquisar a ocorrência de alterações patológicas que possam comprometer a
sobrevivência dos elementos dentários remanescentes e o sucesso dos implantes e das
próteses implantossuportadas, com vistas à promoção de estratégias preventivas e terapêuticas
adequadas.
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13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ANATOMIA DA REGIÃO PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR
O tecido periodontal é composto de duas porções: o periodonto de sustentação
formado pelo osso alveolar, ligamento periodontal e cemento radicular e o periodonto de
proteção representado pela gengiva. O periodonto de proteção promove a homeostasia,
vedando o meio interno e protegendo os tecidos periodontais das agressões provocadas pelo
acúmulo de bioflime ou por estímulos físicos. O periodonto de suporte, entretanto, tem a
função de sustentação dos dentes, bem como atividades formativas, sensoriais, nutricionais e
de inervação (CARRANZA, 2012; LINDHE; LANG; KARRING, 2010).
O tecido peri-implantar é similar ao tecido periodontal, sendo formado pelo epitélio
oral ceratinizado, epitélio sulcular, epitélio juncional e tecido conjuntivo constituído por fibras
colágenas apoiadas na crista óssea marginal e dispostas paralelamente à superfície do
implante, proporcionando assim menor resistência à invasão microbiana em direção apical
(CERBASI, 2010). Nos implantes dentários, o epitélio juncional é de 1,88 mm, a inserção
conjuntiva é de 1,05mm e a distância biológica é de 3,08mm (MISCH, 2006).
A mucosa peri-implantar possui maior quantidade de fibras colágenas, menor número
de fibroblastos e menor vascularização quando comparado à mucosa gengival. Sua
vascularização é proveniente das terminações vasculares de vasos largos oriundos do
periósteo e do osso local implantado (MISCH, 2006). Portanto, os tecidos peri-implantares
que se formam em torno dos implantes, promovem selamento biológico e estabilidade,
garantindo o sucesso da osseointegração (NEVES, 2001).
2.2 DOENÇAS PERIODONTAIS E PERI-IMPLANTARES
2.2.1 Gengivite
A gengivite é um processo inflamatório crônico nos tecidos moles ao redor dos
elementos dentários e possui como fator etiológico o biofilme dentário (CARRANZA, 2012;
LINDHE; LANG; KARRING, 2010).
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2.2.2 Periodontite
A periodontite é definida como uma doença inflamatória crônica, biofilme dependente,
que afeta os tecidos de suporte dos dentes, resultando em uma destruição progressiva do
cemento, ligamento periodontal e osso alveolar (CARRANZA, 2012; LINDHE; LANG;
KARRING, 2010).
2.2.3 Mucosite
A mucosite peri-implantar é conceituada como uma reação inflamatória reversível dos
tecidos moles ao redor dos implantes em função (LINDHE; MEYLE, 2008). Diferentes
critérios de diagnóstico de mucosite peri-implantar e peri-implantite são aplicados, mas em
alguns estudos, a vermelhidão, o inchaço e a existência de sangramento à sondagem já é
definido como mucosite dos tecidos moles, sendo reconhecida como a característica mais
importante. (FERREIRA et al., 2006; LINDHE; MEYLE, 2008). Rinke et al., (2010)
realizaram um estudo com 72 pacientes não-fumantes, em que 28 deles apresentaram pelo
menos um sítio de mucosite peri-implantar, correspondendo a uma prevalência de 38,9 %.
2.2.4 Peri-implantite
A peri-implantite é definida como um processo inflamatório que afeta os tecidos ao
redor de um implante osseointegrado em função, resultando em perda de suporte ósseo
(LINDHE; MEYLE, 2008). Estudos mostram que ela é uma consequência biológica frequente
após um período de 10 anos de uso de uma prótese implantossuportada, em função, sem
terapia de suporte sistemático (ROOS - JANSAKER et al., 2006a, 2006b, 2006c).
Hultin et al. (2002) relataram que uma reação inflamatória em um local específico
relacionada com a presença de bactérias em torno dos implantes, pode conduzir à perda de
osso marginal. Portanto, é possível que uma atividade inflamatória na região peri-implantar
cause danos irreversíveis aos tecidos peri-implantares.
2.3 ETIOLOGIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS E PERI-IMPLANTARES
Os fatores etiológicos da doença periodontal podem ser classificados em três grupos:
os determinantes, que são aqueles cuja presença é obrigatória para que a doença ocorra; os
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15
predisponentes, que interferem direta ou indiretamente na retenção de biofilme, facilitando a
instalação e a progressão da doença periodontal, sendo representados pelo cálculo dentário,
restaurações em excesso, anatomia do dente, entre outros; e os modificadores, que agem
modificando o curso da doença, e podem ser locais ou ambientais e sistêmicos, como o
trauma oclusal, a respiração bucal (baixo nível de saliva), os medicamentos
(anticonvulsivantes, bloqueadores de canais de Ca++, imunossupressores, anticoncepcionais),
o tabagismo, as oscilações hormonais, o diabetes melito, a infecção por HIV, os fatores
genéticos, os fatores dietéticos, o estresse emocional e outros (CARRANZA 2012; LINDHE;
LANG; KARRING, 2010).
A etiologia da doença peri-implantar está associada a diversos fatores, sendo a
infecção bacteriana e a sobrecarga biomecânica consideradas os principais desses fatores
(JOVANOVIC, 1999). Além destes, o fumo também se apresenta como um importante fator
de risco para os tecidos peri-implantares em pacientes parcialmente desdentados (RINKE et
al., 2010).
As bactérias frequentemente vivem em comunidades mistas, denominadas biofilmes,
que estão intimamente ligados à superfície dentária e a outras superfícies duras da cavidade
oral, inclusive às superfícies dos implantes dentários (MOMBELLI; DÉCAILLET, 2011). Os
tecidos peri-implantares possuem uma resposta ao acúmulo de biofilme, e, portanto, a doença
pode desenvolver-se nos tecidos ao redor dos implantes comprometendo sua longevidade
(LINDHE; MEYLE, 2008).
Muitos estudos mostram os diversos fatores que podem contribuir para o insucesso do
implante, e um número crescente de pesquisas têm apontado para o efeito prejudicial de
bactérias anaeróbias presentes em torno dos tecidos peri-implantares. Mombelli e DéCaillet
(2011) relataram em seu estudo, que implantes com índices de sucesso, eram colonizados de
forma escassa por cocos gram-positivos, enquanto que aqueles que apresentavam falhas
possuíam uma maior quantidade de bactérias anaeróbias gram-negativas, indicando assim,
através da análise de suas amostras por meio de vários métodos, que a doença peri-implantar é
uma infecção anaeróbia mista. Na maioria dos casos avaliados, a composição da microbiota
peri-implantar foi semelhante à microbiota subgengival da periodontite a qual é dominada por
bactérias gram - negativas.
Máximo et al. (2009) realizaram um estudo microbiológico em 35 pacientes (12 com
mucosite, 13 com peri-implantite e 10 com implantes saudáveis), e das 40 espécies
bacterianas encontradas, apenas três apresentavam níveis significativamente diferentes entre
os grupos de mucosite peri-implantar, peri-implantite e implantes saudáveis, sendo elas:
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Actinomyces gerencseriae, Tannerella forsythia e Capnocytophaga ochracea. O Actinomyces
gerencseriae foi encontrado em contagens mais baixas e a Tannerella forsythia em níveis
mais elevados no grupo da peri–implantite, quando comparado com os outros grupos. Já o
Capnocytophaga ochracea foi encontrado em níveis mais elevados no grupo com mucosite,
em comparação com os outros dois grupos. Foi sugerida ainda, pelo estudo, a predominância
de anaeróbios gram-negativos de acordo com o aumento proporcional a profundidade de
sondagem (MÁXIMO et al., 2009; MOMBELLI; DÉCAILLET, 2011).
No estudo de Tabanella, Nowzari e Slots (2009), os locais com perda óssea peri-
implantar mostraram um aumento na profundidade de sondagem e a presença de T. forsythia
(4.53 +\- 3.27%), espécies de Campylobacter (4.23 +\- 3.57%) e P. micros (3.54 +\- 4.26%).
As bactérias periodontopatogênicas encontradas em sítios peri-implantares foram a
Fusobacterium e a T. forsythia, seguidas por Campylobacter e P. micro. Além disso, a T.
forsythia, as espécies de Campylobacter, o P. micros. e as espécies de Fusobacterium
mostraram ser indicadores significantes de um quadro de peri-implantite.
Rinke et al. (2010) mostraram, em seu estudo, que o fumo também afeta os tecidos
peri-implantares, sendo um dos principais fatores de risco para inflamações em pacientes
parcialmente desdentados reabilitados com implantes dentários. Assim, quando em
comparação com os pacientes não-fumantes, os pacientes fumantes apresentaram 31 vezes
mais chances de desenvolverem um quadro de peri-implantite. Além disso, a frequência
regular de profilaxia esteve estatisticamente (P 0,011) associada a uma reduzida prevalência
de peri-implantite. O presente estudo concluiu então que os fumantes têm uma probabilidade
significativamente maior de apresentar peri-implantite do que os não-fumantes. Fransson et al.
(2009) citam que o fumo eleva a ocorrência de perda óssea ao redor dos implantes.
Wilson Júnior (2009) observou, em seu estudo, que o excesso de cimento
odontológico esteve associado a sinais clínicos e / ou radiográficos de doença peri-implantar
em 81% dos 39 casos avaliados. Mombelli e DéCaillet (2011) discorrem, em seu
experimento, que é preciso considerar a possibilidade de que infecções bacterianas peri-
implantares também podem surgir ocasionalmente como consequência de eventos não-
microbianos que favorecem o surgimento de uma microbiota patogênica.
A presença de biofilme na região do implante pode levar a uma infiltração no epitélio
juncional com consequente presença de células inflamatórias, e, após a instalação de um
processo inflamatório, sinais clínicos e radiográficos de destruição tecidual podem ser
encontrados ao redor dos implantes (JOVANOVIC, 1999). Em um estudo que analisa a
condição peri-implantar de 281 pacientes que apresentaram mucosite (1,1%) e peri-implantite
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(98,9%), a higiene oral obtida através do registro de índices de placa, foi registrada como boa,
com porcentagens inferiores a 20%, em 88,3% dos casos (CHARALAMPAKIS et al., 2012).
Álvarez e Arce (2010) associam a progressão da lesão peri-implantar a outros fatores
de risco, como o diabetes mellitus, o consumo de álcool, a susceptibilidade genética, a
superfície do implante, algumas enfermidades sistêmicas, o estresse emocional, a ausência de
mucosa ceratinizada e fatores associados à prótese implantossuportada, à posição e à
inclinação do implante.
2.4 ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR
A gengivite apresenta sangramento à sondagem e pode exibir hiperplasia gengival
(aumento de volume), sem, portanto, manifestar perda óssea. Na periodontite, ocorre um
aumento da profundidade à sondagem, sendo representado radiograficamente por uma perda
óssea e esta característica é frequentemente acompanhada pela formação de bolsa periodontal.
A característica clínica que diferencia a periodontite da gengivite é a presença de perda de
inserção clinicamente detectável (CARRANZA, 2012)
O diagnóstico precoce da doença peri-implantar é fundamental para o sucesso do
tratamento, pois ocorre uma evolução natural da mucosite peri-implantar para a peri-
implantite. Após o início da perda óssea, quanto maior for a destruição do tecido, mais difícil
e complexo será o tratamento, podendo resultar em um processo irreversível, com
consequente perda da fixação rígida, levando à remoção do implante (POLO et al., 2011).
Quando os tecidos peri-implantares se apresentam acometidos por mucosite ou peri-
implantite podem se apresentar hiperplásicos, com sangramento após a sondagem, formação
de bolsas e supuração. A dor não é uma característica típica da peri-implantite (ÁLVAREZ;
ARCE, 2010; MOMBELLI; LANG, 1998). Alguns parâmetros clínicos como índice de placa
em implantes, profundidade de sondagem em implantes (PSi), presença ou ausência de
sangramento à sondagem em implantes (SSi) e presença ou ausência de supuração em
implantes (IPLi) norteiam o diagnóstico da mucosite peri-implantar e da peri-implantite
(MOMBELLI et al., 1987).
Para a realização de um diagnóstico preciso e eficaz, destaca-se a sondagem, feita de
forma leve e delicada (força de até 0,25 N), não causando assim danos aos tecidos moles. A
sondagem permite identificar a presença ou ausência de sangramento e/ou supuração. Um
aumento gradativo da profundidade de sondagem pode ser indicativo de perda de inserção e
suporte ósseo. A sondagem encontrada em implantes bem-sucedidos é de 3 mm
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(MOMBELLI; LANG, 1998). Segundo Misch (2006), na região peri-implantar, a
profundidade de sondagem pode variar de 2,5 a 5,0 mm.
Rodrigo, Martin e Sanz (2012) relatam que um quadro de mucosite é definido quando
se encontram sítios peri-implantares com 4 mm de profundidade à sondagem e sangramento,
mas sem perda óssea significativa, e a peri-implantite é definida quando há uma profundidade
a sondagem maior que 4 mm, sangramento à sondagem e perda óssea mais significativa.
Duzentos e doze pacientes parcialmente desdentados reabilitados com 578 implantes
osseointegrados de três marcas diferentes foram examinados entre cinco e seis anos após a
instalação da carga e 73% deles apresentaram sangramento à sondagem. Um quadro de
periimplantite foi detectado em 19 casos (9%) e definido como a presença de profundidade de
sondagem > 4 mm, associado a sangramento e / ou supuração e confirmação radiográfica de
perda óssea (FERREIRA et al., 2006).
Segundo Álvarez e Arce (2010), uma sondagem de 5 a 7 mm em dentes indica sempre
um quadro de doença, mas o mesmo pode não ocorrer com implantes, pois essa profundidade
vai depender da posição deste no osso alveolar, da inclinação e da espessura dos tecidos
moles que estão no entorno. O importante é realizar uma comparação das sondagens em
exames sucessivos para se obter um correto diagnóstico.
Um estudo com 160 mulheres totalizando 828 implantes dentários, realizado a partir
de uma investigação transversal, mostrou que naqueles sítios peri-implantares onde houve
sangramento à sondagem e / ou supuração, junto a uma profundidade de sondagem > 5mm e
perda óssea radiográfica, o diagnóstico foi de peri-implantite (DVORAK et al., 2011).
A mobilidade, quando presente, indica a fase final de doença peri-implantar,
caracterizada por perda completa do suporte ósseo ou falta de osseointegração. Mesmo em
condições avançadas de doença peri-implantar, os implantes ainda podem se apresentar
imóveis, devido a algum suporte ósseo existente. Portanto, a peri-implantite deve ser
diagnosticada precocemente, para que seja realizada uma intervenção antes que uma porção
significativa de suporte ósseo seja perdida (MOMBELLI; LANG, 1998).
As características clínicas das doenças peri-implantares dependem das condições do
tecido antes da instalação do implante e podem variar devido as propriedades da superfície de
implante. Então, procedimentos de diagnóstico deveriam incluir parâmetros sensíveis para
descobrir os sinais e sintomas da doença peri-implantar de forma mais rápida. Quadros de
peri-implantite podem ser atribuídos a características anatômicas e morfológicas de tecidos
incomuns ou à exposição de partes do implante devido a reabsorção óssea ou trauma
cirúrgico (MOMBELLI; LANG, 1998).
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19
2.5 ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DA DOENÇA PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR
Os aspectos radiográficos encontrados em elementos dentários com periodontite são:
ruptura na continuidade da lâmina dura; área radiolúcida em forma de cunha nas áreas da
crista do septo ósseo, com o ápice desta área apontando na direção da raiz; e um processo
destrutivo se estendendo pela crista do septo interdentário, reduzindo a altura do osso naquela
região, podendo essa altura ser reduzida progressivamente devido à extensão da inflamação e
reabsorção do osso (CARRANZA, 2012).
A lesão de peri-implantite é diagnosticada facilmente na radiografia, identificada
como a perda de osso ao redor do implante. O defeito ósseo vertical normalmente assume a
forma de um pires ao redor do implante e está associado com à formação de bolsas peri-
implantares. A destruição de osso ao redor do implante pode proceder sem qualquer sinal
notável de mobilidade do implante até a osseointegração estar completamente perdida. Uma
radiolucidez contínua no tecido ósseo indica fracasso do implante (MOMBELLI; LANG,
1998).
O limiar para a perda óssea progressiva no estudo de Rinke et al. (2010) foi definida
como uma distância de pelo menos 3,5 milímetros entre o ombro do implante e a perda óssea.
Porém, alguns autores consideram uma perda óssea de 1 – 2 mm aceitável, se esta ocorrer
durante o primeiro ano após a instalação da carga, pois essa perda seria esperada, para a
formação das distâncias biológicas (ALBREKTSSON, 1981; HERMANN et al., 1997;
MUGLIA, 2012; SOUZA, 2010).
Segundo Albrektsson et al. (1997), a perda óssea fisiológica em torno do implante é
considerada normal se for de um milímetro no primeiro ano após a instalação da carga e 0,2
mm para os anos subsequentes (ALBREKTSSON et al., 1997; ROOS et al., 1997). Para
Casado et al. (2013), a quantidade total de perda óssea é calculada com base na diferença
entre a radiografia imediata pós-operatória e a radiografia de diagnóstico, no momento do
exame da região peri- implantar. Se o total de perda óssea é superior a 1 milímetro no
primeiro ano após a instalação da carga e 0,2 mm para o ano seguinte, o paciente é
diagnosticado com peri-implantite.
Um estudo com 15 pacientes, totalizando 95 implantes dentários mostrou que a perda
de osso na região peri-implantar sempre apresentava ausência da lâmina dura no exame
radiográfico, sendo esse um indicador de peri-implantite. O sangramento à sondagem foi
evidente em 75% dos sítios peri-implantares com perda óssea, mas não foi verificada
nenhuma correlação entre o sangramento à sondagem e a extensão de perda óssea
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(TABANELLA; NOWZARI; SLOTS, 2009). Contudo, Heitz-Mayfield e Lang (2010) relatam
que ao se detectar um aumento na profundidade de sondagem, acompanhado de sangramento,
o exame radiográfico deve ser realizado para complementar o diagnóstico e avaliar a
progressão da peri-implantite. Ele provavelmente irá revelar uma lesão intra-óssea em forma
de disco, confirmando as medidas de sondagem.
O diagnóstico precoce da peri-implantite é primordial porque a perda de suporte ósseo
ocorre de forma mais rápida em torno dos implantes do que em torno dos dentes (ÁLVAREZ;
ARCE, 2010). A preservação de altura do osso marginal é considerada de suma importância
para a manutenção do implante e é frequentemente usada como um critério de sucesso
primário para sistemas de implante (ALBREKTSSON et al., 1997).
2.6 DOENÇA PERIODONTAL VERSUS DOENÇA PERI-IMPLANTAR
Heitz-Mayfield e Lang (2010) afirmam, em seu estudo, que a composição dos
biofilmes formados nas superfícies dos implantes corresponde àqueles microorganismos que
colonizam superfícies dentárias rodeadas por tecidos saudáveis. Desse modo, a microbiota
presente na cavidade oral tem um impacto substancial na formação do biofilme em implantes
recém-instalados.
Casado et al. (2013), ao analisarem as diferenças entre a doença periodontal e a doença
peri-implantar em 215 pacientes, reabilitados com 754 implantes, observaram que aqueles que
apresentavam doença periodontal tinham quatro vezes mais chances de desenvolverem
doença peri-implantar do que aqueles com tecidos periodontais saudáveis. Além disso, foi
verificado que os pacientes com doença periodontal apresentaram maior sangramento à
sondagem (p = 0,002) e perda óssea ao redor do implante (p = 0,004), quando comparado,
com pacientes sem doença periodontal.
O histórico prévio de doença periodontal tem mostrado influenciar na taxa de sucesso
dos implantes. Pacientes sem história de periodontite apresentam uma média de 96,5 % de
sobrevida do implante, em comparação com 90,5 % de sobrevida em indivíduos com história
de periodontite (HEITZ-MAYFIELD, 2008). Roccuzzo et al. (2010) mostraram, em seu
experimento, que a peri-implantite foi detectada com uma frequência duas vezes maior em
pacientes periodontalmente comprometidos do que em pacientes periodontalmente saudáveis .
Segundo Papapanou et al. (1997, apud CASADO et al., 2013), existe um risco
aumentado de infecção cruzada entre as regiões periodontal e peri –implantar, com a
transmissão de patógenos periodontais presentes ao redor dos dentes para a região do implante
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21
em pacientes com um elevado número desses patógenos (HULTIN et al., 2002). Vários
estudos têm mostrado que patógenos periodontais como: Agreggatibacter Actinobacillus
actinomycetemcomitans (Aa), Porphyromonas gingivalis (Pg), Prevotella intermedia (Pi),
Prevotella nigrescens, Bacteroides forsythus e Treponema denticola (Td) podem ser
encontrados nas áreas peri-implantares (CASADO et al., 2011; XIMENEZ-FYVIE;
HAFFAJEE; SOCRANSKY , 2000 ).
Pacientes com histórico de periodontite são mais propensos ao surgimento da doença
de peri–implantar, portanto, a instalação de implantes em pacientes comprometidos
periodontalmente pode levar a um quadro de peri-implantite. Assim sendo, é necessário um
tratamento periodontal prévio a instalação desses implantes, e posteriormente, cuidados de
manutenção periodontal adequada. (CHARALAMPAKIS et al., 2012; LINDHE; MEYLE,
2008).
2.7 ÍNDICE DE SUCESSO DOS IMPLANTES
Diversas são as causas para as falhas dos implantes dentários e as principais delas são:
doenças que afetam a reparação do osso; baixa qualidade e quantidade de neoformação óssea;
técnica cirúrgica inadequada, podendo levar a falta de estabilidade; hábitos desfavoráveis,
como tabagismo e bruxismo; e tipo de superfície do implante inapropriado (TOLSTUNOV,
2006). As falhas dos implantes podem ser classificadas como antecipadas, se elas ocorrerem
antes da instalação da carga, e tardias, se resultarem de subsequente carga funcional
(MOMBELLI; DÉCAILLET, 2011).
Charalampakis et al. (2012) realizaram um estudo com 281 pacientes, e em apenas
três pacientes ( 1,1 %) foi diagnosticado mucosite. Os outros 278 pacientes (98,9%)
apresentaram periimplantite, sendo que 82,9 %foram diagnosticados como peri-implantite
generalizada e 17,1 % com peri-implantite localizada. Dos 278 pacientes com peri-implantite
( 98,9%), 91,4 % apresentaram a forma grave da doença e 6,8% apresentaram a forma leva da
doença. Para 262 casos, em 41,3 % deles, a doença se manifestou em menos de 4 anos da
instalação da carga e em 16,6% a peri-implantite foi diagnosticada mais tardiamente. No
momento do diagnóstico da doença peri-implantar, 54,4% dos pacientes apresentaram um
quadro de periodontite, podendo os microorganismos associados a periodontite explicar a alta
incidência de peri–implantite.
Rodrigo, martin e Sanz (2012) acompanharam 22 pacientes, totalizando 68 implantes,
e durante o período de acompanhamento, em 25% dos implantes, complicações biológicas
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22
foram diagnosticados, sendo que 13 implantes apresentaram mucosite (20%) e quatro peri-
implantite (5,8%). Uma revisão sistemática mostrou que a prevalência de mucosite é de 50%
dos pacientes e 80 % dos implantes, enquanto que a incidência de peri-implantite varia entre
28-56 % dos pacientes e 12-34 % dos implantes (ZITZMANN; BERGLUNDH, 2008).
Silva et al. (2007) realizaram um estudo com 125 pacientes parcialmente desdentados
e identificou que indivíduos jovens apresentavam maiores chances de desenvolver peri-
implantite. Higiene bucal inadequada e indivíduos que perderem seus dentes devido à
infecções periodontais apresentaram, respectivamente, 14 e 11 vezes mais chances de
desenvolverem periimplantite.
2.8 TRATAMENTO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS E PERI-IMPLANTARES
O tratamento convencional para a doença periodontal é a raspagem e o alisamento
radicular. Tal procedimento deve ocorrer logo após uma boa orientação de higiene oral e
dieta. Posteriormente, recomenda-se uma reavaliação dos índices orais e a terapia de controle
e manutenção (CARRANZA, 2012; LINDHE; LANG; KARRING, 2010).
A morfologia desfavorável do tecido peri-implantar pode impedir o controle do
biofilme por parte do paciente, conduzindo a um quadro de mucosite e representar um risco
para o estabelecimento da peri-implantite. A presença de biofilme e uma tendência aumentada
ao sangramento pode indicar inflamação causada por má higiene oral. Profundidades de
sondagem de cerca 4 a 5 mm podem ser causado por tecido que hiperplasia devido à presença
de biofilme dentário, e pode ser tratado com a melhoria do controle de biofilme. Na presença
de supuração ou se a profundidade de sondagem exceder 4 a 5 mm, a radiografia será
indicado para avaliar a presença de perda óssea e medidas anti-inflamatórias adicionais,
incluindo a aplicação de antisséptico, podem ser indicadas (MOMBELLI; LANG, 1998). Em
breve, as infecções associadas aos biofilmes serão notoriamente mais resistentes à terapia
antimicrobiana, a menos que o biofilme seja interrompido mecanicamente (MOMBELLI;
DÉCAILLET, 2011).
Rinke et al. (2010) mostraram, em seu estudo, que pacientes que não frequentam
regularmente o cirurgião-dentista para a realização de profilaxia possui 11 vezes mais chances
de desenvolverem peri-implantite, comparado aos pacientes que realizam a profilaxia
regularmente. O estudo em questão demonstra que a manutenção da região peri-implantar
reduz significativamente o risco de inflamação, em comparação com a manutenção irregular.
No entanto, a manutenção, ainda que irregular, é melhor do que nenhuma manutenção.
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3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
O presente estudo busca investigar clinicamente e radiograficamente a frequência de
doenças periodontal e peri-implantar em pacientes parcialmente edêntulos submetidos à
reabilitação oral com próteses implantossuportadas durante o período de um ano após a
instalação da carga.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Verificar e registrar as características clínicas e radiográficas da condição periodontal em
pacientes parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses
implantossuportadas no dia da instalação da carga ou até 7 (sete) dias antes e posteriormente,
com 3 (três) meses a 6 (seis) meses e 6 (seis) meses a 1 (um) ano após a instalação da carga.
b) Comparar entre si as características clínicas e radiográficas das condições periodontais de
pacientes parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses
implantossuportadas observadas e registradas nos diferentes intervalos de tempo;
c) Pesquisar a ocorrência de doença periodontal (gengivite ou periodontite) em pacientes
parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses implantossuportadas
durante todo o período de avaliação;
d) Verificar e registrar as características clínicas e radiográficas da condição peri-implantar
em pacientes parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses
implantossuportadas no dia da instalação da carga ou até 7 (sete) dias antes e posteriormente,
com 3 (três) meses a 6 (seis) meses e 6 (seis) meses a 1 (um) ano após a instalação da carga.
d) Comparar entre si as características clínicas e radiográficas das condições peri-implantares
de pacientes parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses
implantossuportadas observadas e registradas nos diferentes intervalos de tempo;
e) Pesquisar a ocorrência de doença peri-implantar (mucosite peri-implantar ou peri-
implantite) em pacientes parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses
implantossuportadas durante todo o período de avaliação;
f) Verificar se existe algum tipo de associação entre as condições periodontal e peri-implantar
em pacientes parcialmente edêntulos submetidos à reabilitação oral com próteses
implantossuportadas.
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24
4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
Este estudo se caracteriza como sendo de prognóstico, com uma abordagem indutiva e
análise estatística. A observação direta intensiva foi a técnica de escolha, por meio de exames
clínico e radiográfico apropriados. Os dados obtidos, nos diferentes intervalos de tempo,
foram registrados em fichas específicas.
O investigador foi do tipo observacional, pois foram investigadas as condições de
saúde ou doença periodontal (gengivite e peri-implantite) e peri-implantar (mucosite peri-
implantar ou peri-implantite). No tocante à temporalidade, o estudo foi do tipo longitudinal,
tendo em vista que seus dados foram coletados no dia ou até sete dias antes da instalação da
carga, bem como nos intervalos de 3 (três) a 6 (seis) meses e 6 (seis) meses a 1 (um) ano após
a instalação da carga.
4.2 LOCAL DE ESTUDO
O estudo foi realizado nas clínicas do Projeto de Extensão de Reabilitação Oral
Implantossuportada, do Curso de Aperfeiçoamento em Prótese Implantossuportada, do Curso
de Especialização em Periodontia e demais clínicas integradas do Departamento de
Odontologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN, no município de Natal/RN.
4.3 UNIVERSO E AMOSTRA
A população deste estudo foi composta por pacientes submetidos ao tratamento de
reabilitação oral com próteses implantossuportadas nas clínicas do Projeto de Extensão de
Reabilitação Oral Implantossuportada e do Curso de Aperfeiçoamento em Prótese
Implantossuportada, sendo a amostra final constituída por aqueles atendidos no período de
Abril de 2014 a Abril de 2015, que se enquadraram nos critérios de inclusão do estudo.
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25
4.3.1 Critérios de Inclusão
Pacientes atendidos nas referidas clínicas, com idade igual ou superior a 18 anos, sem
distinção de sexo, parcialmente edêntulos, com bom estado geral de saúde e ausência de
história médica ou medicamentosa recente capaz de gerar repercussão nos tecidos peri-
implantares.
4.3.2 Critérios de Exclusão
Pacientes edêntulos totais;
Pacientes que estivessem utilizando medicamento sistêmico ou tópico capaz de gerar
repercussão nos tecidos peri-implantares;
Pacientes fumantes e ex-fumantes que interromperam o hábito por um período inferior
a cinco anos;
Pacientes portadores de doenças ou condições sistêmicas capazes de gerar repercussão
dos tecidos peri-implantares.
Pacientes submetidos à antibioticoterapia por um período inferior a seis meses.
4.4 IMPLICAÇÕES ÉTICAS
O presente estudo foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, obedecendo a Resolução no466/12 do
Ministério da Saúde, que regulamenta pesquisas com seres humanos (BRASIL, 2012), tendo
obtido parecer favorável a sua realização (Nº: 30951914.2.0000.5292). Os participantes
desta pesquisa, ao concordarem em participar da mesma, assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Ressalta-se que, nos dias destinados à coleta de
dados, imediatamente após a realização desta, os pacientes foram submetidos a uma nova
orientação de higiene bucal, bem como à profilaxia. Na presença de qualquer tipo de alteração
peri-implantar, os pacientes foram encaminhados para tratamento na Clínica do Projeto de
Extensão intitulado “Clínica de Manutenção Periodontal e Peri-implantar”, retornando
posteriormente ao local do estudo, nos diferentes intervalos de tempo propostos, para a
continuação da coleta de dados.
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26
4.5 COLETA DE DADOS
Os procedimentos referentes à coleta de dados foram realizados em cadeiras
odontológicas apropriadas, sob condições favoráveis de iluminação, obedecendo-se a todas as
normas de biossegurança.
Inicialmente foram coletados os seguintes dados: história dentária e periodontal do
paciente, hábitos de higiene bucal, e outros aspectos relacionados à região peri-implantar, ao
implante e à prótese dentária.
Para a determinação das condições periodontal e peri-implantar foram realizados um
Exame físico intrabucal, incluindo os seguintes instrumentos e parâmetros clínicos: Índice de
placa (IP) de Silness e Löe (1964); Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al.
(1987); Índice de sangramento gengival (ISG) de Ainamo e Bay (1975); Índice de
sangramento modificado (ISm) de Mombelli et al. (1987); PSR (Periodontal Screening and
Recording); profundidade de sondagem periodontal; profundidade de sondagem peri-
implantar; área de recessão gengival, mucosa ceratinizada na região peri-implantar; grau de
mobilidade dentária; e presença ou ausência de supuração, assim como um Exame
radiográfico.
Utilizando critérios clínicos e radiográficos, foram concluídos os diagnósticos
periodontal e peri-implantar de cada paciente. E naqueles pacientes com mais de um sítio
peri-implantar, o diagnóstico final foi determinado pelo sítio de maior gravidade.
O Exame físico intrabucal e o Exame radiográfico foram realizados no dia ou em até 7
(sete) dias antes da instalação da carga e nos intervalos de 3 (três) a 6 (seis) meses e de 6
(seis) meses a 1 (um) ano após a instalação da mesma, sendo todos os dados obtidos
devidamente registrados para efeito de análise e comparação.
4.5.1 Exame físico intrabucal
a) Índice de placa (IP) de Silness e Löe (1964)
A determinação do índice de placa de Silness e Löe (1964) possibilita a avaliação da
presença e do nível de placa bacteriana (biofilme dental) nas quatro superfícies dentárias
(vestibular, lingual ou palatina, mesial e distal), as quais recebem valores (escores) que
variam de 0 a 3 (QUADRO 1). Os valores das quatro faces de cada dente são somados e o
valor total dividido por quatro, resultando no Índice de placa por dente (IPD).
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27
Quadro 1 - Escores e critérios para o Índice de placa de Silness e Löe (1964)
Escores Critérios
0 Ausência de placa bacteriana (biofilme dental).
1 Camada fina de placa (biofilme) aderida à gengiva marginal e
adjacente à superfície dentária, não visível a olho nu. Para a sua
visualização utiliza-se a sonda periodontal.
2 Moderado acúmulo de placa (biofilme) ao longo da gengiva
marginal e na superfície dentária, visível ao olho nu.
3 Abundante acúmulo de placa (biofilme) ao longo da gengiva
marginal, no dente e no espaço interdental, visível ao olho nu.
Fonte: Silness e Löe (1964)
Figura 1 - Diagrama do Índice de placa (IP) de Silness e Löe (1964)
Faces 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
V
P
M
D
IPD
48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
V
L
M
D
IPD
Fonte: Dados da própria pesquisa.
b) Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al. (1987)
O Índice de placa de modificado (IPm) de Mombelli et al. (1987) busca avaliar a
presença e o nível de acúmulo de placa bacteriana (biofilme) nas superfícies entorno dos
implantes. Valores (escores) são atribuídos quando da presença de placa, e estes variam de 0 a
3 (QUADRO 2). Os valores das quatro faces de cada implante avaliado são somados e o valor
total dividido por quatro, resultando no índice de placa por implante (IPIm).
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Quadro 2 - Escores e critérios para o Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al. (1987)
Escores Critérios
0 Ausência de biofilme
1 Reconhecimento do biofilme apenas deslizando a
sonda sobre a superfície do implante.
2 Presença de biofilme visível na superfície marginal e
adjacente ao implante.
3 Presença abundante de acúmulo de biofilme ao longo
da superfície do implante, visível ao olho nu.
Fonte: Mombelli et al. (1987).
Figura 2 - Diagrama do Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al. (1987)
Faces 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
V
P
M
D
IPIm
48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
V
L
M
D
IPIm
Fonte: Dados da própria pesquisa.
O registro do índice de placa do indivíduo (IPI), com relação ao implante, é obtido
somando-se os valores do índice de placa por implante (IPIm) e dividindo-se pelo número
total de implantes examinados. Este índice corresponde a um número entre zero e três, sendo
as médias obtidas categorizadas da seguinte forma: ≤ 1 (higiene oral boa), >1 e <2 (higiene
oral deficiente) e ≥ 2 (higiene oral muito deficiente). Ferreira et al. (2006) mostra que o IPI ≥
2 está associado à ocorrência de doenças periodontais e peri-implantares.
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c) Índice de sangramento gengival (ISG) de Ainamo e Bay (1975)
O índice de sangramento gengival à sondagem de Ainamo e Bay (1975) corresponde à
investigação de sangramento com base na dicotomia sangra/ não sangra à sondagem após 10
segundos da mensuração, considerando-se que a pressão da sondagem deve ser suave e o
instrumento utilizado para isso não pode apresentar uma ponta afiada. No estudo em questão,
foi utilizada para este fim a mesma sonda preconizada para o exame do PSR, a qual será
descrita posteriormente.
De acordo com este índice, ocorrendo sangramento após 10 segundos de sondagem ao
longo da gengiva marginal das faces vestibular e lingual (unidades gengivais) é atribuído um
escore positivo (+) à face sangrante, caso contrário, é atribuído um escore negativo (-). Os
valores das unidades gengivais positivas, referentes às faces sangrantes, são somados e o valor
total dividido pelo número de unidades gengivais avaliadas, sendo este resultado multiplicado
por 100 para expressar o ISG do paciente em percentagem.
Os valores percentuais do ISG são agrupados nos seguintes escores: 1 (sem
sangramento); 2 (1 a 10% de faces sangrantes); 3 (11 a 25% de faces sangrantes); 4 (26 a 50%
de faces sangrantes); 5 (51 a 75% de faces sangrantes); e 6 (acima de 75% de faces
sangrantes). Considera-se com inflamação gengival discreta os pacientes com escore 2,
inflamação gengival moderada aqueles com escore 3 e severa aqueles com escores superiores
a 3.
Figura 3 - Diagrama do Índice de sangramento gengival (ISG) de Ainamo e Bay (1975).
Faces 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
V
P
48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
V
L
ISG= Escore=
Fonte: Dados da própria pesquisa.
d) Índice de sangramento modificado (ISm) de Mombelli et al. (1987)
O Índice de sangramento modificado (ISm) de Mombelli et al. (1987) possibilita a
avaliação das condições dos tecidos peri-implantares quanto à presença ou ausência de
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sangramento à sondagem, por meio de uma sonda periodontal milimetrada, a qual é inserida
em quatro pontos (mesial, distal, vestibular, lingual) ao redor do implante. Desse modo, o
sítio peri-implantar recebe escores (QUADRO 3) indicativos da presença, ausência e
intensidade do sangramento à sondagem: 0 - ausência de inflamação peri-implantar; 1, 2 ou 3
- presença de mucosite peri-implantar leve, moderada ou intensa, respectivamente, desde que
não seja encontrada perda óssea, pois a presença de perda óssea no sítio peri-implantar
superior a 2 mm no decorrer de um ano após instalada a carga é indicativa de peri-implantite.
O presente estudo utilizou a sonda periodontal milimetrada tipo Williams.
Quadro 3 - Escores e critérios para o Índice de sangramento modificado (ISm) de Mombelli et al. (198
7).
Escore Critérios
0 Ausência de sangramento quando a sonda
periodontal é passada ao longo da mucosa marginal.
1 Presença de pontos de sangramento isolados.
2 Presença de uma linha contínua formada por sangue
sobre a margem do tecido peri-implantar.
3 Presença de sangramento intenso e profuso.
Fonte: Mombelli et al. (1987).
e) PSR (Periodontal Screening and Recording)
O PSR (Periodontal Screening and Recording ou Registro Periodontal Simplificado) é
um exame de fácil execução, rapidez e sensível para o diagnóstico da doença periodontal. As
informações obtidas através deste exame são de fácil compreensão para o paciente, tornando-
o consciente com relação às condições de saúde ou doença do periodonto (SALKIN; CUDER;
RUSH, 1993; TEKAVEC; TEKAVEC, 1993; TURPIN, 1994).
Para o exame do PSR, utiliza-se a sonda periodontal preconizada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS-621), de titânio, também conhecida como sonda tipo WHO, que
apresenta como característica principal a presença de uma esfera em sua extremidade, medin-
do 0,5 mm de diâmetro, e uma faixa preta que se inicia em 3,5 mm e termina em 5,5 mm a
partir da ponta da sonda. Para a realização deste exame a arcada dentária é dividida em seis
sextantes: superior direito (17-14), superior anterior (13-23), superior esquerdo (24-27),
inferior esquerdo (37-34), inferior anterior (33-43) e inferior direito (44-47), onde seguindo
esta sequência, todos os dentes de cada sextante, exceto os 3º molares e dentes em erupção,
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31
são examinados em todas as suas faces, através da sondagem do sulco gengival e/ou da bolsa
periodontal, sendo registrados no diagrama do PSR, apenas o código referente ao achado da
profundidade de sondagem mais profunda do sextante juntamente com outros achados de
natureza clínica. Somente são considerados válidos os sextantes que exibem dois ou mais
dentes.
No atual estudo, os sextantes que apresentaram apenas próteses implantossuportadas
foram considerados edêntulos, visto que os sítios peri-implantares não são examinados através
do PSR.
Figura 4 - Diagrama do PSR (Sextantes)
S1 S2 S3
S6 S5 S4
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Os códigos do PSR são os seguintes:
Código 0: na região do sulco mais profunda do sextante, a faixa colorida da sonda
permanece completamente visível. O tecido gengival está sadio e não sangra com uma
sondagem delicada.
Código 1: a faixa colorida da sonda permanece completamente visível na região do
sulco mais profunda do sextante. Entretanto, há presença de sangramento à sondagem.
Código 2: a faixa colorida ainda está visível, mas há presença de cálculos
supragengivais e /ou subgengivais, associados ou não a outros fatores retentivos de
biofilme dental.
Código 3: a faixa colorida está parcialmente visível, indicando uma profundidade de
sondagem > 3,5mm e < 5,5mm, sugestivo de uma bolsa periodontal rasa.
Código 4: a faixa colorida desaparece completamente, indicando uma profundidade de
sondagem > 5,5mm, sugestivo de uma bolsa periodontal mais profunda.
Código X: sextante edêntulo.
Código (*): quando é observada qualquer das anormalidades a seguir: envolvimento
de furca, mobilidade dentária, problema mucogengival ou recessão gengival atingindo
a faixa colorida da sonda (3,5mm ou mais). Em qualquer dessas situações, coloca-se
um asterisco (*) após o número do código.
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A mobilidade dental é mensurada com o auxílio dos cabos de um espelho bucal nº 5 e
da própria sonda periodontal OMS-621, posicionando-os nas faces vestibular e lingual de
cada dente examinado. O envolvimento de furca e a presença de recessão gengival são
medidos com o auxílio da própria sonda periodontal OMS-621, enquanto que para as
alterações mucogengivais, tais como inserção de freios e bridas, é utilizada a inspeção clínica
visual.
De acordo com os resultados obtidos a partir do PSR, é possível classificar o
diagnóstico periodontal da seguinte forma:
Periodonto saudável - quando todos os sextantes apresentam código 0;
Gengivite - quando pelo menos um sextante apresenta código 1 ou todos os sextantes
apresentam código 1 e/ou 2;
Sugestivo de Periodontite - quando pelo menos um sextante apresenta código 3 ou 4
(com ou sem asterisco associado) e 0,1 e 2 (com asterisco associado).
Apenas os sextantes que exibiram códigos 3, 4 e asterisco (*), durante o exame do
PSR, e aqueles que possuíam próteses implantossuportadas tiveram seus sítios periodontais e
peri-implantares submetidos às seguintes investigações clínicas: profundidade de sondagem
periodontal, profundidade de sondagem peri-implantar, áreas de recessão gengival, mucosa
ceratinizada da região peri-implantar, grau de mobilidade dentária e análise da presença ou
ausência de supuração.
f) Profundidade de sondagem periodontal
É a distância medida em milímetros, por meio de uma sonda periodontal milimetrada,
entre a margem gengival e a porção mais apical do epitélio juncional. Esse tipo de avaliação
comumente é realizado em seis pontos ao redor dos dentes, sendo eles: mesiovestibular (MV),
vestibular (V), distovestibular (DV), mesiolingual/palatina (ML/MP), lingual/palatina (L/P) e
distolingual/palatina (MD).
g) Profundidade de sondagem peri-implantar
É a distância medida em milímetros, por meio de uma sonda periodontal milimetrada,
entre a margem da mucosa peri-implantar e um ponto de referência no implante. Recomenda-
se que esse tipo de avaliação seja realizado em apenas quatro pontos ao redor dos implantes,
sendo eles: vestibular, lingual, mesial e distal. Destaca-se que, em geral, os implantes com
mucosa saudável apresentam uma profundidade de sondagem de aproximadamente 3 mm.
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h) Área de recessão gengival
É a distância medida em milímetros, por meio de uma sonda periodontal milimetrada,
entre a junção cemento-esmalte e a margem gengival, No presente estudo, foi verificado
apenas a presença ou ausência de recessão gengival, estando ela localizada na face vestibular
(V) ou lingual/palatina (L/P).
i) Mucosa ceratinizada na região peri-implantar
A mucosa ceratinizada na região peri-implantar foi verificada na face vestibular dos
implantes, sendo observada apenas a sua presença ou ausência.
j) Grau de mobilidade dentária
O grau de mobilidade dentária é determinante para a avaliação da altura do suporte
ósseo periodontal e da largura do ligamento periodontal, sendo este classificado em:
Grau 0: presença de movimento fisiológico variando de 0,1mm a 0,2mm, em nível de
coroa dentária, na direção horizontal.
Grau I: presença de movimento variando de 0,2mm a 1mm, em nível de coroa
dentária, na direção horizontal;
Grau II: presença de movimento visível, excedendo 1mm, em nível de coroa
dentária, na direção horizontal;
Grau III: presença de movimento intenso, em nível de coroa dentária, nas direções
horizontal e vertical.
Para esse tipo de avaliação, são realizadas a apreensão firme do dente entre dois cabos
de instrumentos (ex: espelho e sonda periodontal) e a aplicação de uma força moderada a fim
de promover movimentação nas direções horizontal e vertical.
Usualmente não se recomendam a avaliação e o subsequente registro do grau de
mobilidade do implante, visto que a sua presença já é indicativa de insucesso. Além disso,
considerando-se que os implantes podem permanecer osseointegrados, mesmo diante da
progressão de uma peri-implantite, a mobilidade não constitui um bom indicativo de
diagnóstico e prognóstico.
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k) Presença ou ausência de supuração
Caracterizada pelo resultado da instalação de um processo infeccioso e uma lesão
inflamatória, a supuração está associada à perda óssea progressiva (ROOS-JANSAKER et al.,
2006b) nos sítios periodontais e peri-implantares com base na dicotomia presente ou ausente.
No presente estudo, este parâmetro foi avaliado através da sondagem periodontal.
4.5.2 Exame radiográfico
Neste estudo, o exame radiográfico foi realizado por meio de radiografias periapicais
somente nos sítios peri-implantares, visto que, em nenhum dos períodos de avaliação, foram
encontrados dentes periodontalmente comprometidos (com profundidade de sondagem ≥ 4
e/ou recessão gengival ≥ 4 e/ou perda de inserção e/ou mobilidade dentária e/ou supuração),
que justificassem a necessidade de tomadas radiográficas para a avaliação das variáveis:
sinais de reabsorção vertical e/ou horizontal do osso alveolar, aumento do espaço do
ligamento periodontal, espessamento da lâmina dura e perda de integridade da crista óssea
alveolar.
No caso dos sítios peri-implantares, foram investigadas radiograficamente a presença
de radiolucidez na interface osso/implante, a perda de dimensão óssea vertical e/ou horizontal
ao redor dos implantes e os níveis ósseos (mesiais e distais) adjacentes aos implantes, os quais
foram mensurados com de uma escala em milímetros. As ocorrências de peri-implantite foi
evidenciada radiograficamente através da perda óssea nos sítios peri-implantares, determinada
pela redução dos níveis ósseos adjacentes.
Para determinação dos níveis ósseos em porcentagem (%) foi aplicada a seguinte
fórmula (ABREU et al., 2007), nos três tempos de avaliação (T1, T2 e T3), conforme
mostrado abaixo (FIGURA 5 e 6 ):
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Nível ósseo (%) = 100 – D1 ou D2 x 100
RL ou IH
D1= Distância entre a porção mais coronária do suporte ósseo e o ápice dentário.
D2= Distância entre a porção mais coronária do suporte ósseo e o ápice do implante.
RL= Distância entre a junção cemento-esmalte e o ápice dentário.
IH = Distância entre a plataforma do implante e o ápice do implante.
Estudos mostram que uma perda óssea de até 2 mm após o primeiro ano de carga é
considerada fisiológica, pois há uma adaptação dos tecidos peri-implantares para a formação
da distância biológica. Perdas ósseas superiores a esse nível, após o primeiro ano de carga,
são consideradas patológicas (ALBREKTSSON et al., 1981; HERMANN et al., 1997;
MUGLIA, 2012; SOUZA et al., 2010).
As radiografias periapicais foram obtidas por meio da técnica do paralelismo com
cone longo e padronizadas por meio da utilização de um posicionador oclusal, cujo objetivo
foi padronizar a posição do filme e a angulação dos feixes de raios-x (ROE et al., 2010).
Registros individuais, representados por dispositivos confeccionados em resina acrilíca, foram
preparados e diretamente inseridos na boca do paciente, juntamente com o posicionador, a fim
Figura 5 - Desenho esquemático das
medições do nível ósseo nas regiões
periodontais. (Fonte: ABREU et al.,
2007).
Figura 6 - Desenho esquemático das
medições do nível ósseo nas regiões peri-
implantares. (Fonte: ABREU et al., 2007).
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de que, após a sua polimerização e o seu acondicionamento em caixas identificadas, pudessem
ser utilizados em todas as demais tomadas radiográficas do mesmo paciente. Tal dispositivo
funcionou como um registro de mordida do paciente, sendo confecionado, portanto, um
dispositivo para todas as unidades de implante presentes em cada paciente. No momento em
que a prótese provisória foi substituída pela prótese definitiva, foi necessário fazer um
reembasamento do referido dispositivo interoclusal.
Para a realização das tomadas radiográficas, foram utilizados os aparelhos de raios X
das clinicas onde as coletas de dados foram realizadas, e estas foram realizadas por um único
operador, obedecendo ao tempo indicado pelo fabricante do referido aparelho para cada
região dos arcos maxilar e mandibular, com o intuito de reduzir os vieses de aferição e
facilitar o processo de avaliação radiográfica, especialmente no que diz respeito à mensuração
dos níveis ósseos. Todas as películas foram reveladas em consonância com as indicações do
fabricante das soluções disponíveis para esse fim, obedecendo aos tempos de revelação e
fixação pré-determinados pelo protocolo do Setor de Imaginologia do DOD da UFRN, com o
objetivo de padronizar a qualidade das radiografias após a sua revelação e assim preservar a
integridade da imagem ao longo do tempo. As radiografias foram fotografadas e as imagens
digitalizadas foram arquivadas em um banco de dados para que pudessem ser facilmente
acessadas ou manipuladas em softwares adequados. Posteriormente, tais imagens foram
avaliadas de forma cega e aleatória, em uma sala escura, por meio de um monitor com tela de
LCD e alta resolução.
4.5.3 Calibração do examinador
A calibração é o processo pelo qual se busca treinar os examinadores de uma pesquisa
com o intuito de assegurar a uniformização de interpretação, de compreensão e de aplicação
dos critérios do exame (PEREIRA et al., 2003).
Nesta pesquisa, a coleta de dados foi realizada por dois examinadores, os quais foram
submetidos a um treinamento de calibração intra e inter-examinador, seguindo os preceitos
dos métodos estatísticos Kappa (κ) ponderado, para as variáveis qualitativas, e Ìndice de
Correlação Intra-Classe (ICC), para as variáveis quantitativas. O treinamento foi composto
por uma revisão dos parâmetros clínicos e radiográficos selecionados para as medidas de
estudo e duas avaliações clínicas e radiográficas, realizadas com um intervalo de 30 minutos
cada, em um grupo de cinco pacientes.
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37
4.5.4 Eleição das variáveis
Quadro 4 - Variáveis dependentes e independentes
Descrição Tipo Categorias / Escala de medida
Variáveis Dependentes
Condição periodontal
Condição peri-implantar
Categórica
Exaustiva
1 - Gengiva saudável
2 - Gengivite
3 - Periodontite
4 - Mucosa Peri-implantar saudável
5 - Mucosite Peri-implantar
6 - Peri-implantite
Variável Independente Principal
Prótese implantossuportada Categórica
Nominal
1 – Unitária
2 - Múltipla
Variáveis Independentes de Confusão
Idade Quantitativa
Discreta
Número de anos
Sexo Categórica
Nominal
1 – Masculino
2 - Feminino
9 - Sem informação
Indice de placa de Silness
e Löe (1964)
Categórica
Ordinal
0 - Ausência de biofilme.
1 - Camada fina de biofilme aderida à
gengiva marginal e adjacente à superfície
dentária. Não visível.
2 - Moderado acúmulo de biofilme
aderido à gengiva marginal e adjacente à
superfície dentária visível.
3 - Abundante acúmulo de biofilme
aderido ao espaço interdental, gengiva
marginal e adjacente à superfície dentária
visível.
Índice de placa modificado de
Mombelli et al. (1987)
Categórica
Ordinal
0 - Ausência de placa bacteriana.
1- Reconhecimento da placa apenas
deslizando a sonda sobre a superfície do
implante.
2 - Presença de placa visível na superfície
marginal e adjacente do implante.
3 - Presença abundante de acúmulo de
biofilme ao longo da superfície do
implante visível.
Índice de sangramento gengival à
sondagem de Ainamo e Bay
(1975)
Categórica
Ordinal
1 - sem sangramento
2 - de 1 a 10% de faces sangrantes
3 - de 11 a 25% de faces sangrantes
4 - de 26 a 50% de faces sangrantes
5 - de 51 a 75% de faces sangrantes.
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6 - acima de 75% de faces sangrantes.
Índice de sangramento gengival
modificado de Mombelli et al.
(1987)
Categórica
Ordinal
0 - Ausência de sangramento quando a
sonda periodontal é passada ao longo da
mucosa marginal.
1 - Presença de pontos de sangramento
isolados.
2 - Presença de uma linha contínua
formada por sangue sobre a margem do
tecido peri-implantar.
3 - Presença de sangramento intenso e
profuso.
Profundidade de sondagem
periodontal
Quantitativa
Contínua
mm
Profundidade de sondagem peri-
implantar
Quantitativa
Contínua
mm
Mucosa ceratinizada na região
peri-implantar
Categórica
Nominal
1 - Presente
2 - Ausente
Área de recessão gengival Categórica
Nominal
1 - Presente
2 - Ausente
Grau de mobilidade dentária Categórica
Ordinal
1 - Grau I
2 - Grau II
3 - Grau III
Supuração Categórica
Nominal
1 - Presente
2 - Ausente
Reabsorção vertical e/ou
horizontal do osso alveolar
Categórica
Nominal
1 - Presente
2 - Ausente
Aumento do espaço do ligamento
periodontal
Categórica
Nominal
1 - Sim
2 - Não
Espessamento da lâmina dura Categórica
Nominal
1 - Sim
2 - Não
Perda de integridade da crista
óssea alveolar
Categórica
Nominal
1 - Sim
2 - Não
Radiolucidez na interface
osso/implante
Categórica
Nominal
1 - Presente
2 - Ausente
Perda de dimensão óssea vertical
e/ou horizontal ao redor dos
implantes
Categórica
Nominal
1 - Presente
2 - Ausente
Nível ósseo Quantitativa
Contínua
mm
Fonte: Dados da própria pesquisa.
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4.5.5 Processamento e análise dos dados
Em função do reduzido tamanho da amostra, não foi possível submeter os dados
coletados a nenhum teste estatístico, sendo, portanto, os resultados obtidos expressos por
meio de frequências absolutas e relativas e organizados em quadros e testes descritivos.
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5 RESULTADOS
Mediante análise dos dados, foram observados os resultados descritos abaixo. Com
relação ao Índice de Placa do Indivíduo (IPI), considerando um total de 6 (seis) pacientes,
66,5% (n=4) destes apresentaram higiene oral boa para o T1 (no dia da instalação da carga ou
até sete dias antes) e 33,5% (n=2) apresentaram higiene oral deficiente. No T2 (período de 3
(três) meses a 6 (seis) meses após a instalação da carga), 100% (n=6) dos pacientes
apresentaram higiene oral boa e o mesmo ocorreu no T3 (período compreendido entre 6 (seis)
meses a 1 (um) ano após a instalação da carga). Nenhum paciente apresentou higiene oral
muito deficiente durante todos os intervalos de avaliação (QUADRO 5).
Quadro 5 - Índice de Placa do Indivíduo (n=6)
T1 T2 T3
Higiene Oral Boa 66,5% (n=4) 100% (n=6) 100% (n=6)
Higiene Oral Deficiente 33,5% (n=2) 0% (n=0) 0% (n=0)
Higiene Oral Muito Deficiente 0% (n=0) 0% (n=0) 0% (n=0)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
No tocante ao Índice de Placa Modificado, foi obtida uma amostra de 7 (sete)
implantes e dentre eles, 43% (n=3) apresentaram biofilme no T1, 28,5% (n=2) no T2 e
nenhum paciente apresentou biofilme no T3 (QUADRO 6).
Quadro 6 - Índice de Placa Modificado (n=7)
T1 T2 T3
Presente 43% (n=3) 28,5% (n=2) 0% (n=0)
Ausente 57% (n=4) 71,5% (n=5) 100% (n=7)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Avaliando o Índice de Sangramento Gengival, foi verificado que 16,5% (n=1)
apresentaram inflamação gengival discreta, 33,5% (n=2) da amostra apresentaram inflamação
gengival moderada e 50% (n=3) inflamação gengival severa no T1. No T2, 16,5% (n=1)
exibiram inflamação gengival discreta, 67% (n=4) inflamação gengival moderada e 16,5%
(n=1) severa. O resultado obtido no T3 foi o mesmo obtido no T2 (QUADRO 7).
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Quadro 7 - Índice de Sangramento Gengival (n=6)
T1 T2 T3
Inflamação Gengival Discreta 16,5% (n=1) 16,5% (n=1) 16,5% (n=1)
Inflamação Gengival Moderada 33,5% (n=2) 67% (n=4) 67% (n=4)
Inflamação Gengival Severa 50% (n=3) 16,5% (n=1) 16,5% (n=1)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Analisando o Índice de Sangramento Modificado, foi constatado que 57% (n=4) dos
implantes apresentaram sangramento à sondagem no T1, 86% (n=6) no T2 e 57% (n=4) no T3
(QUADRO 8).
Quadro 8 - Índice de Sangramento Modificado (n=7)
T1 T2 T3
Presente 57% (n=4) 86% (n=6) 57% (n=4)
Ausente 43% (n=3) 14% (n=1) 43% (n=3)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Ao analisar o PSR (Periodontal Screening and Recording) dos 33 sextantes
examinados, os resultados obtidos mostraram que todos os pacientes apresentaram código 0, 1
ou 2 em suas avaliações. No T1, 9% (n=3) dos sextantes não apresentaram nenhum sinal de
doença periodontal (código 0), 30,5% (n=10) exibiram apenas sangramento à sondagem
(código 1) e 60,5% (n=20) apresentaram presença de cálculo supra e/ou subgengival, e/ou
outros fatores retentivos de biofilme, como excesso de restaurações (código 2). Com relação
ao T2, 9% (n=3) apresentaram código 0, 45,5% (n=15) código 1 e 45,5% (n=15) código 2. No
T3, nenhum sextante apresentou código 0, 57,5% (n=19) apresentaram código 1 e 48,5%
(n=16) código 2 (QUADRO 9).
Quadro 9 - PSR (Registro Periodontal Simplificado) de todos os sextantes ( n=33)
T1 T2 T3
Código 0 9% (n=3) 9% (n=3) 0% (n=0)
Código 1 30,5% (n=10) 45,5% (n=15) 57,5% (n=19)
Código 2 60,5% (n=20) 45,5% (n=15) 48,5% (n=16)
Código 3, 4 ou * 0% (n=0) 0% (n=0) 0% (n=0)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
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Observando o PSR apenas dos sextantes onde estão localizados os implantes,
verificou-se que: no T1, 57% (n=4) dos 7 (sete) sextantes avaliados apresentaram código 1 e
43% (n=3) código 2; no T2, 43% (n=3) apresentaram código 1 e 57% (n=4) apresentaram
código 2 e no T3, 57% (n=4) apresentaram código 1 e 43% (n=3), apresentaram código 2.
Nenhum sextante da localização do implante apresentou código 0 (QUADRO 10).
Quadro 10 - PSR (Registro Periodontal Simplificado) dos sextantes onde estão localizados os
implantes (n=7)
T1 T2 T3
Código 0 0% (n=0) 0% (n=0) 0% (n=0)
Código 1 57% (n=4) 43% (n=3) 57% (n=4)
Código 2 43% (n=3) 57% (n=4) 43% (n=3)
Código 3, 4 ou * 0% (n=0) 0% (n=0) 0% (n=0)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Ao avaliar a profundidade de sondagem peri-implantar, foi observado que no T1, dos
28 sítios distribuídos nos 7 (sete) implantes sondados, 93% (n=26) apresentaram profundidade
à sondagem < 4 mm, nenhum sítio apresentou profundidade igual a 4 mm e 7% (n=2)
apresentaram profundidade > 4 mm. No T2, 96,5% (n=27) apresentaram profundidade < 4
mm, 3,5% (n=1) apresentaram profundidade de 4 mm e nenhum sítio apresentou
profundidade maior que 4 mm. O mesmo resultado apresentado no T3 foi obtido no T2
(QUADRO 11).
Quadro 11 - Profundidade de sondagem peri-implantar (n=7x4=28)
T1 T2 T3
< 4 mm 93% (n=26) 96,5% (n=27) 96,5% (n=27)
= 4 mm 0% (n=0) 3,5% (n=1) 3,5% (n=1)
> 4 mm 7% (n=2) 0% (n=0) 0% (n=0)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Quanto à profundidade de sondagem periodontal, foi observado que, no T1, 99,3%
(n=143) dos sítios apresentaram 1 ≤ 3 mm de profundidade e 0,7% (n=1) apresentaram 3 ≤
3,5 mm. No T2, 98,7% (n=142) apresentaram 1 ≤ 3 mm e 1,3% (n=2) demonstraram 3 ≤ 3,5
mm. No T3, 100% dos sítios apresentaram profundidade compreendida entre 1 ≤ 3 mm
(QUADRO 12).
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Quadro 12 - Profundidade de sondagem periodontal (n=24x6=144)
T1 T2 T3
1 ≤ 3 mm 99,3% (n=143) 98,7% (n=142) 100% (n=144)
3 ≤ 3,5 mm 0,7% (n=1) 1,3% (n=2) 0% (n=0)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
No presente estudo, foram encontradas áreas de recessão em 9,5% (n=4) de um total
de 42 sítios, distribuídos em 24 elementos dentários. Estas recessões foram encontradas no
T1, no T2 e no T3, apresentando 75% (n=3) delas 2 mm e 25% (n=1) 3 mm. Nenhuma dessas
recessões foram encontradas nos sextantes dos sítios peri-implantares e por tal razão, não
foram investigadas radiograficamente.
Quanto ao tipo de prótese, 100% (n=7) das próteses implantossuportadas eram do tipo
unitária. Avaliando-se a idade dos pacientes examinados, observou-se que 66,5% (n=4) destes
possuíam idade compreendida entre 30 e 59 anos (adultos) e 33,5% (n=2) mais de 60 anos de
idade (idosos). Pacientes do sexo feminino representaram 50% (n=3) da amostra, o mesmo
indicado pelos pacientes do sexo masculino.
Ao observar a presença de mucosa ceratinizada, no presente estudo, foi verificado que
57% (n=4) dos pacientes não exibiam mucosa ceratinizada na região peri-implantar, enquanto
que 43% (n=3) deles apresentavam mucosa ceratinizada. Dos elementos dentários e implantes
avaliados, a mobilidade e a presença de supuração não foram encontrados em nenhum dos
intervalos de avaliação.
Com relação ao nível ósseo, por mesial foi observado que no T1, 86% (n=6) dos
implantes apresentaram perda óssea de 0 a 1 mm, nenhum implante apresentou perda óssea
compreendida entre 1,1 e 2 mm e 14% (n=1) apresentou perda óssea > 2 mm nesse período. O
mesmo resultado foi observado na distal. No T2, observando apenas a perda óssea ocasionada
durante o período correspondente, por mesial, foi observado que 100% dos implantes
apresentaram perda óssea entre 0 e 1 mm, não sendo observada perda superior a essano
intervalo de 3 (três) a 6 (seis) meses após a instalação da carga. O mesmo resultado foi
encontrado na distal. E por fim, resultados encontrados no T2 também foram verificados no
intervalo do T3 (QUADRO 13)
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Quadro 13 - Nível de perda óssea (mesial e distal) nos intervalos (n=7)
Mesial Distal
T1 T2 T3 T1 T2 T3
0 ≤ 1 mm 86%(n=6) 100%(n=7) 100%(n=7) 86%(n=6) 100%(n=7) 100%(n=7)
1,1 ≤ 2 mm 0% (n=0) 0%(n=0) 0%(n=0) 0%(n=0) 0%(n=0) 0%(n=0)
> 2 mm 14%(n=1) 0%(n=0) 0%(n=0) 14%(n=1) 0%(n=0) 0%(n=0)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
Considerando a perda óssea total, após reunir os três períodos avaliados, observou-se
que 57% (n=4) dos níveis ósseos por mesial apresentaram perda entre 0 e 1 mm, 28,5% (n=2)
mostraram perda óssea compreendida entre 1,1 ≤ 2 mm e 14% (n=1) exibiram perda óssea > 2
mm. O mesmo ocorreu por distal (QUADRO 14).
Quadro 14 - Nível de perda óssea (mesial e distal) em todo o período de avaliação (n=7)
Mesial Distal
T1 – T3 T1 – T3
0 ≤ 1 mm 57% (n=4) 57% (n=4)
1,1 ≤ 2 mm 28,5% (n=2) 28,5% (n=2)
> 2 mm 14% (n=1) 14% (n=1)
Fonte: Dados da própria pesquisa.
No presente estudo, não foi encontrada nenhuma imagem radiolúcida na interface osso
implante. No tocante à perda de dimensão óssea, todos os implantes mostraram algum tipo de
perda, sendo 28,5% (n=2) do tipo horizontal e 71,5% (n=5) perda óssea vertical.
Com relação à perda óssea consequente de um processo de periodontite já instalado,
não foram observados elementos dentários com tal condição, não necessitando assim da
realização de exame radiográfico de acompanhamento.
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6 DISCUSSÃO
Nesse estudo, foram utilizados parâmetros clínicos empregados na Periodontia, cujo
objetivo é avaliar as condições peri-implantares de pacientes reabilitados com próteses
implantossuportadas. Os tecidos peri-implantares podem se apresentar saudáveis, sem
nenhuma presença de inflamação; podem estar configurados em uma reação inflamatória
restrita ao tecido mole, caracterizada de mucosite; ou estarem passando por um processo
inflamatório, que leva a uma subsequente perda óssea, definido como peri-implantite
(LINDHE; MEYLE, 2008). Na literatura, a frequência das doenças peri-implantares pode ser
bastante diversificada, pois tal resultado varia de acordo com o tipo de estudo, a amostra
estudada, as variáveis escolhidas, entre outros fatores.
Para se diagnosticar as doenças peri-implantares de forma mais precisa, é fundamental
que se observe sinais clínicos, e se necessário for, sinais radiográficos. A confirmação de
mucosite peri-implantar foi padronizada pela presença de sangramento a sondagem na região
peri-implantar, acompanhado ou não de supuração, e tal diagnóstico é mais preciso quando
essa condição está associada à profundidade de sondagem de 4 mm, porém sem perda óssea
expressiva. Alguns autores mostram que uma sondagem de 3 mm em sítios peri-implantares
indicam implantes bem-sucedidos (MOMBELLI; LANG, 1998).
Exames de sondagem que verificam profundidades maiores que 4 mm, associadas a
perdas ósseas, caracterizam um quadro de peri-implantite. Na peri-implantite também pode
ocorrer a presença de sangramento à sondagem e supuração (ÁLVAREZ; ARCE, 2010;
FERREIRA et al., 2006; MOMBELLI; LANG, 1998; RODRIGO; MARTIN; SANZ, 2012).
Alguns autores (MISCH, 2006), contudo, discorrem que a sondagem convencional na região
peri-implantar pode variar de 2,5 mm a 5 mm, discordando assim do que foi anteriormente
relatado por Álvarez e Arce (2010), Ferreira et al. (2006), Mombelli e Lang (1998) e
Rodrigo, Martin e Sanz (2012).
Analisando o Índice de Sangramento Modificado (ISm), foi confirmado que 57%
(n=4) dos 7 (sete) implantes avaliados apresentaram sangramento à sondagem no dia da
instalação da carga ou até 7 (sete) dias antes (T1), tendo esse número aumentado para 86%
(n=6) no período compreendido entre 3 (três) meses e 6 (seis) meses (T2), e diminuído para
57% (n=4) no intervalo de 6 (seis) meses a 1 (um) ano após a instalação da carga (T3). Esse
aumento do número de pacientes com mucosite peri-implantar entre o T1 e o T2 pode ser
atribuído ao fato do diagnóstico de gengivite no sextante onde o implante está localizado ou
em outros sextantes adjacentes também ter aumentado, confirmando a teoria da influência da
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patologia periodontal sobre a peri-implantar. Sítios com peri-implantite representaram 14%
(n=1) no T1, no T2 e no T3 do total da amostra. Todavia, o numero de pacientes com
mucosite voltou a diminuir no T3, possivelmente em função da redução do Índice de Placa
Modificado no decorrer dos 3 (três) períodos de avaliação.
Ferreira et al. (2006) realizaram um estudo com 212 pacientes portadores de próteses
implantossuportadas, os quais examinados em dois intervalos de tempo diferentes, após a
instalação da carga. Aqueles que foram examinados em um período menor ou igual a 6 (seis)
meses, com visitas regulares ao dentista, apresentaram mucosa saudável, mucosite peri-
implantar e peri-implantite em 29,79%, 61,7% e 8,51% dos casos, respectivamente. Já os
pacientes que foram acompanhados em um intervalo superior a 6 (seis) meses, com visitas
episódicas ao dentista, mostraram 23,73% dos casos de mucosa saudável, 66,95% de mucosite
peri-implantar e 9,32% de peri-implantite. Considerando que a amostra era composta por
pacientes com implantes em função mastigatória e que 55,2% desses pacientes apresentavam
42 meses ou menos de instalação da carga, e 44,8% apresentavam um tempo maior que 42
meses, apesar da pequena diferença observada entre os dois períodos de avaliação, os autores
encontraram que pacientes com mais tempo de carga exibiam menos mucosite peri-implantar
(≤42=65,81% e >42=63,16%), e mais mucosa peri-implantar saudável (≤42=25,64% e
>42=27,37%)do que aqueles com menor tempo de carga. Tais achados relacionados a
mucosite peri-implantar também foram observados no decorrer dos intervalos T2 e T3 do
presente estudo, o que também pode ser explicado pelo melhor grau de higiene oral adquirido
entre esses dois intervalos de avaliação.
Frequências reduzidas de mucosite peri-implantar e peri-implantite após um longo
período de instalação da carga podem ser observados como em uma pesquisa realizada com
22 pacientes, onde os mesmos foram avaliados após 1 (um) ano e após 5 (cinco) anos de
instalação da carga. A referida pesquisa mostrou que dos 34 implantes colocados, 20,5%
apresentaram mucosite peri-implantar e 2,9% peri-implantite após o período final de
avaliação. Observando apenas a presença de sangramento, foi verificado que 12,2% desses
implantes apresentaram sangramento em torno da mucosa, após o primeiro ano de carga e
13,7% após 5 (cinco) anos, confirmando assim a baixa frequência de mucosite peri-implantar
após um longo período de instalação da carga (RODRIGO; MARTIN; SANZ, 2012).
Ainda com relação à frequência de doença peri-implantar, a baixa frequência de peri -
implantite encontrada no atual estudo (14% n=1), foi equivalente aquela mostrada por
Pjetursson et al. (2004) em sua revisão bibliográfica com estudos longitudinais, os quais
relataram que após 5 (cinco) anos de carga, 8,6% dos implantes dentários são acometidos por
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47
mucosite peri-implantar e/ou peri-implantite. Em adição, Ross-Jansaker et al. (2006b)
realizaram um estudo de prevalência e observaram que dos 276 pacientes com um total de 978
implantes instalados, 76,6% apresentaram mucosite peri-implantar e 16% peri-implantite,
sendo esse último semelhante ao encontrado no estudo em questão, onde 14% (n=1) dos
pacientes manifestaram peri-implantite.
O Índice de Placa do Indivíduo (IPI), onde se avalia a presença de biofilme em
elementos dentários e implantes, mostrou que dos 6 (seis) pacientes avaliados, 66,5% (n=4)
destes apresentaram higiene oral boa para o T1 e 33,5% (n=2) higiene oral deficiente para o
mesmo período de tempo. No T2, 100% (n=6) dos pacientes apresentaram higiene oral boa e
o mesmo ocorreu no T3. No presente estudo, nenhum paciente apresentou higiene oral muito
deficiente durante todos os intervalos de avaliação. O percentual de pacientes com higiene
oral boa atingiu o valor máximo que poderia ser atribuído à variável, e isso ocorreu
provavelmente devido à motivação e recomendações dadas aos pacientes com relação à
higiene oral. Foi também informado da influência do acumulo de biofilme no estabelecimento
da inflamação dos tecidos moles da região e a sua progressão para um quadro de peri-
implantite, contribuindo negativamente para o insucesso do implante.
Avaliando o Índice de Placa modificado (IPm), foi observado que, dentre eles, 43%
(n=3) apresentaram biofilme no T1, 28,5% (n=2) exibiram biofilme no T2 e nenhum paciente
apresentou biofilme no T3. Esse declínio no índice de placa ao longo dos períodos também é
justificado pela mesma razão proposta ao Índice de Placa do Individuo (IPI).
No presente estudo, foi encontrado um melhor resultado com relação à higiene oral na
região do implante (IPm=0) no período mais longo de avaliação (T3) do que na pesquisa de
Rodrigo et al. (2012), em que 13,7% apresentaram biofilme em sua superfície, após 1 (um)
ano da instalação da carga.
Jovanovic (1999) relatou que a presença de biofilme na região peri-implantar pode
levar a uma infiltração de células inflamatórias (exocitose) no epitélio juncional, aumentando
o número dessas células no tecido epitelial, e induzindo à destruição tecidual.
Complementando, Mombelli e DéCalliet (2011), reforçam a importância de se interromper o
biofilme mecanicamente, a fim de evitar que as infecções se tornem mais resistentes à terapia
antimicrobiana e dessa forma estimular ainda mais a destruição tecidual.
Outros autores afirmam que a presença de biofilme e a consequente tendência
aumentada ao sangramento podem representar uma inflamação causada por uma má higiene
oral. E na presença de tecido hiperplásico, ocasionado pelo acúmulo de biofilme, essa
profundidade de sondagem pode aumentar mais (MOMBELLI; LANG, 1998). Ainda com
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relação aos biofilmes, Heitz-Mayfield e Lang (2010) seguindo esses mesmos autores,
mostraram que a composição dos biofilmes formados nas superfícies dos implantes
corresponde a mesma composição dos biofilmes que colonizam as superfícies dentárias
rodeadas por tecidos saudáveis, indicando que a microbiota presente na cavidade oral tem
influência na formação do biofilme em implantes recém-instalados.
Ao analisar o Índice de Sangramento Gengival (ISG), nos três períodos de avaliação
(T1, T2 e T3), observou-se que o número de pacientes com inflamação gengival severa
reduziu consideravelmente do T1 (50%) para o T3 (16,5%), o que pode ser atribuído às
orientações de higiene oral e dieta ofertadas ao pacientes em todos os períodos de avaliação e
ao real aumento do nível de higienização oral dos mesmos, comprovado pela redução
progressiva do Índice de Placa do Indivíduo (IPI).
Avaliando os resultados do PSR, percebe-se que houve um decréscimo no percentual
de sextantes com código 2 ao se comparar o T1 com o T3, o que pode ser explicado pelo fato
dos pacientes apresentaram algum tipo de necessidade de tratamento durante os períodos de
avaliação, terem sido submetidos a este assim que possível, a fim de que a condição
periodontal e/ou peri-implantar não fosse agravada. Portanto, todos aqueles pacientes que
exibiram código 2, indicativo de gengivite, em algum sextante, no decorrer da avaliação,
foram encaminhados para a Clínica de Manutenção Periodontal e Peri-Implantar e
devidamente tratados.
Considerando a ocorrência dos códigos 3 ou 4 nos diferentes períodos de avaliação, é
possível afirmar que não foi constatado presença de periodontite nos sextantes dos pacientes
diagnosticados com peri-implantite, sendo portanto esse quadro de peri-implantite
possivelmente atribuído a uma história de doença periodontal anterior à instalação do
implante. Tal hipótese foi defendida pelo estudo de Heitz-Mayfield (2008) em que pacientes
sem história de periodontite apresentaram uma média de 96,5% de sobrevida do implante em
comparação com 90,5% de sobrevida em indivíduos com história de periodontite.
Com relação ao PSR apenas dos sextantes onde estão localizados os implantes,
verificou-se que nenhum sextante apresentou código 0 e os sextantes examinados
apresentaram um aumento no número de cálculos supra e/ou subgengival e/ou outros fatores
retentivos de biofilme, entre o primeiro (T1) e o segundo (T2) período de avaliação. Ressalta-
se que tal situação pode comprometer esses sítios peri-implantares adjacentes às regiões mais
comprometidas periodontalmente, podendo influenciar no surgimento de um quadro de
mucosite peri-implantar ou de peri-implantite. Em complemento, alguns autores (Casado et
al., 2013; Hultin et al., 2012; Papapanou et al., 1997 apud Casado et al. 2013) relatam
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inclusive que existe um risco aumentado de infecção cruzada entre as regiões periodontal e
peri-implantar, a partir da transmissão de patógenos periodontais presentes ao redor dos
dentes para a região do implante em pacientes com um elevado número desses patógenos.
Explorando as profundidades de sondagem periodontal, verificou-se que no T1, 99,3%
(n=143) dos sítios apresentaram 1 ≤ 3 mm de profundidade e 0,7% (n=1) apresentaram 3 ≤
3,5 mm. Já no T2, 98,7% (n=142) apresentaram 1 ≤ 3 mm e 1,3% (n=2) demonstraram 3 ≤
3,5 mm. No T3, 100% dos sítios apresentaram profundidade compreendida entre 1 ≤ 3 mm.
As profundidades de sondagem periodontal encontradas denotam que os pacientes não
apresentavam perda óssea, característica de periodontite crônica, tendo em vista que não
foram diagnosticadas bolsas periodontais associadas a essas perdas. Os sítios que
apresentaram 3 ≤ 3,5 mm indicam a necessidade de uma melhor investigação e
acompanhamento desses sextantes, tendo em vista que eles estão no limiar desse processo que
leva uma gengivite ao estágio de periodontite.
As áreas de recessões encontradas (100%/ n=4), presentes em todos os intervalos de
tempo, sugerem que um quadro de periodontite pode ter se instalado ou dado início ao seu
processo de perda óssea naquela região anteriormente ou que tais recessões resultam de
traumas oriundos da escovação dentária.
Os resultados observados no presente estudo se assemelham àqueles encontrados por
Rocuzzo et al. (2012), onde a média encontrada na profundidade de sondagem de 246
implantes instalados foi de 3,1 mm para pacientes saudáveis, 3,5 mm para pacientes com
gengivite e 3,9 mm para pacientes com periodontite. Neste estudo de prognóstico, 112
pacientes parcialmente desdentados foram acompanhados por 10 anos, tendo sidos instalados
61 implantes em pacientes saudáveis periodontalmente, 95 implantes em pacientes que
apresentavam gengivite e 90 implantes em pacientes que apresentavam periodontite. Foi
verificado que o índice de placa gengival do individuo foi de 16% para os pacientes
saudáveis, 29% para os que apresentavam gengivite e 23/% para aqueles que apresentavam
periodontite.
Conferindo a profundidade de sondagem peri-implantar, foi observado que nos três
períodos de avaliação, mais de 90% dos sítios sondados apresentaram profundidade de
sondagem menor que 4 mm e nos dois últimos períodos de avaliação (T2 e T3) nenhum sítio
apresentou profundidade de sondagem maior que 4 mm, sugestiva de peri-implantite. Para
Ferreira et al. (2006), a profundidade de sondagem > 4 mm, associado ao sangramento e
confirmação radiográfica de perda óssea, já denota um quadro de peri-implantite.
Corroborando tal afirmação, Dvorak et al. (2011) mostram em seu estudo transversal, que nos
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sítios peri-implantares onde houve sangramento à sondagem e / ou supuração, profundidade
de sondagem > 5mm e perda óssea radiográfica associada, o diagnóstico foi realmente de
peri-implantite. Em contrapartida, para outros autores (ÁLVAREZ; ARCE, 2010) embora
uma profundidade de sondagem de 5 a 7 mm em dentes indique sempre um quadro de doença,
em implantes, tais profundidades podem não indicar um quadro de peri-implantite, a depender
da posição do implante no osso alveolar, na inclinação deste e da espessura dos tecidos moles
que estão no entorno.
Valores maiores de profundidade de sondagem foram encontrados no estudo de Ross-
Jansaker et al. (2006b), que investigaram em sua pesquisa, 994 implantes no período de 1
(um) ano e 5 (cinco) anos após a instalação da carga, sendo constatado que 48,1% dos sítios
peri-implantares apresentavam profundidade de sondagem maior ou igual a 4 mm, 19%
profundidade maior ou igual a 5 mm e 7% profundidade maior ou igual a 7 mm. Outro estudo
(Rodrigo et al., 2012) também revelou um maior número de implantes com 4 mm de
profundidade a sondagem, 44,1% após 1 (um) ano de instalação de carga e 29,4% após 5
(cinco) anos de carga. Ainda no estudo de Rodrigo, Matins e Sanz (2012), nenhum paciente
apresentou profundidade de sondagem de 5 mm no primeiro ano de carga e somente 11,8%
apresentaram 5 mm de profundidade de sondagem após 5 (cinco) anos de carga.
No que diz respeito ao tipo de prótese, 100% (n=7) das próteses implantossuportadas
desta pesquisa eram do tipo unitária, sendo isso atribuído ao pequeno número da amostra,
visto que outros tipos de prótese estavam presentes nos critérios de inclusão e poderiam
participar da pesquisa. Com relação à idade dos pacientes examinados, verificou-se que
66,5% (n=4) dos pacientes da atual pesquisa possuíam idade compreendida entre 30 e 59 anos
(adultos) e 33,5% (n=2) mais de 60 anos de idade (idosos). No que diz respeito ao gênero,
pacientes do sexo feminino constituíram 50% (n=3) da amostra, sendo a outra metade
constituída por pacientes do sexo masculino. Contrário a esse achado, Ferreira et al. (2006)
mostraram que, dos 212 pacientes avaliados, 33% apresentaram idade menor ou igual a 45
anos e 67% tinham idade maior que 45 anos. Esses mesmos autores demonstraram resultados
que corroboram com o presente estudo, no que diz respeito ao gênero, uma vez que 54,2%
eram do gênero masculino e 45,8% do gênero feminino.
No tocante à presença de mucosa ceratinizada, no atual estudo foi verificado que 57%
(n=4) dos pacientes não apresentavam mucosa ceratinizada na região peri-implantar, enquanto
que 43% (n=3) deles apresentavam mucosa ceratinizada. De forma similar, Ross-Jansaker et
al., (2006c) mostraram em seu estudo, que dos 473 implantes diagnosticados com mucosite,
42% não apresentaram mucosa ceratinizada, ao mesmo tempo em que 53% dos outros 520
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implantes com mucosite apresentaram mucosa ceratinizada. Em pacientes com peri-
implantite, 5% dos 468 implantes não apresentaram mucosa ceratinizada, enquanto que 8% de
514 implantes com peri-implantite a apresentaram.
Dos elementos dentários e implantes avaliados no presente estudo, a mobilidade e a
presença de supuração não foram encontradas em nenhum dos intervalos de avaliação,
resultados estes diferentes àqueles observados por Rodrigo, Martins e Sanz (2012), que
encontraram percentuais baixos dessas variáveis. No primeiro ano após a instalação da carga,
0,4% dos implantes, de um total de 34 implantes avaliados, apresentaram supuração e após 5
anos de carga, apenas 0,5%.
Estudos mostram que uma perda óssea de até 2 mm após o primeiro ano de carga é
considerada fisiológica, pois há uma adaptação dos tecidos peri-implantares para o
estabelecimento da distância biológica. A perda óssea que ocorrer além desse nível, é
considerada patológica (ALBREKTSSON et al., 1981; HERMANN et al., 1997; MUGLIA,
2012; SOUZA, 2010). Com base nisso, as radiografias analisadas no presente estudo foram
observadas, considerando-se que 2 mm de perda óssea é um processo fisiológico e que perdas
ósseas superiores denotam um processo patológico estabelecido. No atual estudo, não foi
encontrada nenhuma imagem radiolúcida na interface osso implante. E quanto à perda de
dimensão óssea, 71,5% (n=5) dos implantes apresentaram uma perda óssea do tipo vertical,
enquanto que 28,5% (n=2) dos implantes apresentaram uma perda óssea do tipo horizontal, o
que fala a favor também de um comprometimento oclusal.
Observando o nível ósseo, por mesial, foi verificado que no T1 86% (n=6) dos
implantes apresentaram perda óssea de 0 < 1 mm, nenhum implante apresentou perda óssea
compreendida entre 1,1 < 2 mm e 14% (n=1) apresentaram perda > 2 mm nesse período. O
mesmo resultado se aplicou na distal. No T2, observando-se apenas a perda óssea ocasionada
naquele período, por mesial, foi observado que 100% dos implantes apresentaram perda óssea
entre 0 < 1 mm, não havendo perda superior a esse intervalo nesse período. O mesmo
resultado foi observado na distal. As observações encontradas no T2 também foram
verificadas no intervalo do T3. Tais achados podem ser atribuídos ao fato de ocorrer, durante
o primeiro ano após a instalação da carga, uma perda óssea fisiológica dos níveis ósseos
adjacentes ao implante, correspondendo ao processo de adaptação dos tecidos ósseos
(ALBREKTSSON et al., 1981; HERMANN et al., 1997; MUGLIA, 2012; SOUZA, 2010).
Avaliando a perda óssea total, ao reunir os três períodos avaliados, notou-se que 57%
(n=5) dos níveis ósseos por mesial apresentaram perda entre 0 < 1 mm, 28,5% (n=2)
apresentaram perda óssea compreendida entre 1,1 < 2 mm e 14% (n=1) apresentaram perda
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óssea > 2 mm. O mesmo ocorreu por distal. Analisando esses resultados, pôde-se constatar
que 14% (n=1) apresentaram peri-implantite no decorrer da avaliação. Esse processo
patológico provavelmente já existia antes da instalação da carga, e por isso, pode ser
observado que não apenas a carga é capaz de influenciar e acelerar esse processo de
destruição óssea. Portanto, a condição periodontal do sextante que o implante está localizado
ou dos sextantes adjacentes, o Índice de placa do implante e do Indivíduo, o Índice de
Sangramento Gengival ou a presença de doenças periodontais regressas, podem ter levado a
uma perda óssea, a um aumento da profundidade de sondagem e, por conseguinte, a uma
diminuição do nível ósseo do implante.
Ross-Jansaker et al. (2006b), observou um maior resultado no que diz respeito à
ausência de perda óssea, porém verificou resultado equivalente em perdas ósseas maiores que
2 mm. Em seu estudo, dos 178 implantes avaliados, 47% não apresentaram nenhuma perda
óssea após o primeiro ano de carga, 26% apresentaram 1 (um) mm de perda, 15%
apresentaram 2 mm de perda óssea e 12% apresentaram de 3 a 5 mm de perda.
Frente ao exposto, parece claro que a condição periodontal deve ser investigada antes
de se iniciar o planejamento cirúrgico e protético de um implante. Na presença de gengivite
ou periodontite, o paciente deve ser tratado a fim de se obter a melhor condição tecidual
possível para receber o implante e a prótese implantossuportada. A mucosite peri-implantar,
uma vez instalada, também deve ser tratada para que o quadro não intensifique, levando ao
surgimento de uma peri-implantite. Na presença de uma peri-implantite, esta deve ser
controlada para que não evolua, haja vista que quando o implante está em função, já ocorre
uma perda óssea natural, chamada fisiológica e na presença de uma perda óssea patológica,
esse implante pode ter sua inserção no osso alveolar comprometida. Instruções de higiene oral
e dieta devem ser realizadas a cada novo contato com o paciente portador de uma prótese
implantossuportada, pois uma vez instalada a mucosite peri-implantar, ela tende a progredir
para um quadro de peri-implantite, podendo assim, levar ao insucesso do implante.
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7 CONCLUSÕES
Com base nos resultados encontrados foi possível inferir que:
No decorrer do período de avaliação, o índice de sangramento gengival, bem
como o índice de placa do indivíduo diminuíram, porém tais reduções não
foram suficientes para tornar os indivíduos avaliados periodontalmente
saudáveis ao final do período, tendo sido a gengivite a condição periodontal
predominante, nos três períodos de avaliação.
Nenhum diagnóstico de periodontite crônica foi identificado durante o período
de avaliação, sendo importante ressaltar que os elementos dentários não foram
investigados radiograficamente em função do PSR não ter indicado nenhum
caso suspeito de periodontite crônica.
Com relação à condição peri-implantar, a mucosite peri-implantar esteve
presente e predominou em todos os períodos de avaliação, tendo sido
diagnosticado apenas um caso de peri-implantite, já na primeira avaliação,
mediante a comprovação de uma profundidade de sondagem maior que 4 mm e
perda óssea superior a 2 mm, após o primeiro ano de carga. A mucosite peri-
implantar foi diagnosticada pela presença de sangramento à sondagem e 4 mm
de profundidade de sondagem. Entretanto, nas demais avaliações, o quadro de
peri-implantite se manteve estável e perdas ósseas fisiológicas (< 2 mm) foram
identificadas, assim como também nos casos diagnosticados como mucosite
peri-implantar e mucosa peri-implantar saudável.
Parece existir uma correlação entre a doença periodontal e doença peri-
implantar, visto que os sítios peri-implantares diagnosticados com mucosite
peri-implantar e peri-implantite, estavam sempre inseridos ou próximos à
sextantes com gengivite.
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57
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58
APÊNDICES
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59
APÊNDICE A – FICHA CLÍNICA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
FICHA CLÍNICA
Exame inicial:__/__/__
HISTÓRIA DENTÁRIA E PERIODONTAL
Apresenta sangramento gengival? ( )Sim ( )Não ( )Espontâneo ( )Provocado
Submeteu-se alguma vez a tratamento periodontal? ( ) Sim ( ) Não
Há quanto tempo? ( ) – 6 meses ( ) 6 – 1 ano ( ) + 1 ano
Já apresentou algum abscesso? ( )Sim Qual?_________ Em qual dente?__________
( )Não
Seus dentes doem? ( )Sim ( )Não
Apresenta mobilidade nos dentes? ( ) Sim ( ) Não
Há quanto tempo perdeu os dentes? ( ) - 6 meses _____________
Por qual motivo? ( ) cárie ( ) doença periodontal ( ) trauma
HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL
Quantas vezes escova os dentes ao dia? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 vezes ou +
Faz uso de fio dental? ( ) Sim ( ) diariamente ( ) esporadicamente
( ) Não
Faz uso de alguma solução para bochecho?
( ) Sim ( ) diariamente ( ) esporadicamente
( ) Não
Fumante ou ex-fumante? ( )Sim _______ ( )Não
Consome bebida alcoólica? ( )Sim ( )Não
ASPECTO PERIODONTAL
Diagnóstico Periodontal
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
Nome:
Data de nascimento: Sexo: ( )M ( )F Profissão:
Grau de escolaridade:
Renda familiar: ( ) até 1 salário ( ) 1 - 2 salários ( ) 3 – 5 salários ( ) acima de 5 salários
Endereço do trabalho: Tel:
Endereço Residencial: Tel:
Bairro: Cidade/UF: CEP:
Naturalidade: Nacionalidade: Cel:
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60
( ) periodonto saudável ( ) gengivite crônica
( ) periodontite crônica ( ) periodontite agressiva
Biotipo periodontal: ( ) Tipo I ( ) Tipo II ( ) Tipo III ( ) Tipo IV
Tipo I Faixa de tecido ceratinizado espessa, entre 3 a 5mm; periodonto espesso à
palpação.
Tipo II Faixa de tecido ceratinizado até 2mm; periodonto espesso à palpação.
Tipo III Faixa de tecido ceratinizado normal; rebordo alveolar fino.
Tipo IV Faixa de tecido ceratinizado até 2mm; rebordo alveolar fino.
Fonte: Maynard e Wilson et al. (1980)
ASPECTO DA REGIÃO PERI-IMPLANTAR
Fibromucosa ( ) flácida ( ) resiliente ( ) rígida
ASPECTOS RELACIONADOS AO IMPLANTE E À PRÓTESE DENTÁRIA
Tipo da prótese ( ) unitária Quantos: _________ Dentes:__________ ( ) cimentada
( ) parafusada
( ) múltipla Quantos: _________ Dentes:___________ ( )cimentada
( ) parafusada
Região: ( ) maxila ( ) anterior ( ) posterior
( ) mandíbula ( ) anterior ( ) posterior
Material da prótese ( ) metalocerâmica ( ) totalmente cerâmica ( ) resina acrílica
Dente
correspondente
Tipo de
implante Características do implante
Material/Fabricante Plataforma Comprimento Diâmetro
U M
U M
U M
Data da cirurgia: ___/___/____
Instalação da prótese provisória: ___/___/____
Instalação da prótese definitiva: ___/___/____
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61
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO
_____ avaliação após _________ da instalação da prótese
( ) provisória ( ) definitiva
Data: ___/___/__
AVALIAÇÃO CLÍNICA
ÍNDICE DE PLACA (IP) DE SILNESS E LÖE (inicial) ___/___/___
Quadro 1. Escores e critérios para o Índice de placa de Silness e Löe (1964)
Escores Critérios
0 Ausência de placa bacteriana (biofilme dental).
1 Camada fina de placa (biofilme) aderida à gengiva marginal e adjacente à sup
erfície dentária, não visível a olho nu. Para a sua visualização utiliza-se a son
da periodontal.
2 Moderado acúmulo de placa (biofilme) ao longo da gengiva marginal e na su
perfície dentária, visível ao olho nu.
3 Abundante acúmulo de placa (biofilme) ao longo da gengiva marginal, no de
nte e no espaço interdental, visível ao olho nu.
Fonte: Silness e Löe (1964)
Diagrama do Índice de placa (IP) de Silness e Löe (1964)
Faces 1
8
17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
V
P
M
D
IPD
Faces 4
8
47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
V
L
M
D
IPD
Atribuir escores a cada face, fazer a média de cada dente e a média do indivíduo.
O resultado final deve ser sempre um número entre 0 e 3 .
IP do indivíduo= ________
ÍNDICE DE PLACA MODIFICADO (IPM) DE MOMBELLI ET AL. (1987) (inicial) ___/___/___
Quadro 2. Escores e critérios para o Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al. (198
7)
Escores Critérios
0 Ausência de biofilme
1 Reconhecimento do biofilme apenas deslizando a sonda sobre a superfície do
implante.
2 Presença de biofilme visível na superfície marginal e adjacente ao implante.
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62
3 Presença abundante de acúmulo de biofilme ao longo da superfície do implan
te, visível ao olho nu.
Fonte: Mombelli et al. (1987).
Diagrama do Índice de placa modificado (IPm) de Mombelli et al. (1987)
Faces 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
V
P
M
D
IPIm
Faces 48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
V
L
M
D
IPIm
O registro do índice de placa do indivíduo (IPI) será obtido somando-se os valores dos índices
de placa por dente (IPD) com os valores dos índices de placa por implante (IPIm) e dividindo-
se pelo número total de dentes e implantes examinados. O resultado final deve ser sempre um
número entre 0 e 3.
IP do indivíduo= ________
ÍNDICE DE SANGRAMENTO GENGIVAL (inicial) ___/___/___
Faces 18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28
V
P
Faces 48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38
V
L
Fonte: Ainamo e Bay(1975)
ISG=Número de faces sangrantes X 100 / número de dentes X 4
ISG= ________________
ÍNDICE DE SANGRAMENTO MODIFICADO (ISm) DE MOMBELLI ET AL
(1987)
Fonte: Mombelli et al (1987)
Diagrama do o Índice de sangramento modificado (ISm) de Mombelli et al (1987).
Quadro 3. Escores e critérios para o Índice de sangramento modificado (ISm) de Mombelli
et al (1987).
Escore Critérios
0 Ausência de sangramento quando a sonda periodontal é passada ao longo da
mucosa marginal
1 Presença de pontos de sangramento isolados.
2 Presença de uma linha contínua formada por sangue sobre a margem do tecido
peri-implantar.
3 Presença de sangramento intenso e profuso.
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63
Sítio do
implante
Escore Diagnóstico Sugestivo
Mucosa peri-
implantar
saudável
Mucosite peri-
implantar leve
Mucosite peri-
implantar
moderada
Mucosite peri-
implantar
intensa
ISm: ____________________
PSR (Periodontal Screening and Recording) ___/___/___
S1 S2 S3
S6 S5 S4
Número de sextantes com valores 1 ou 2: ____
Número de sextantes com valores 3 ou 4: ____
Gengivite: ( ) Sadio: ( ) Sugestivo de periodontite: ( )
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
Dente/
Implante
N°
Nível ósseo
D1 ou D2 x 100 =
RL ou IH
%
Sítio
periodontal
Reabsorção do osso alveolar presente ( ) V
presente ( )H
ausente
Aumento do espaço do ligamento
periodontal
sim
não
Espessamento da lâmina dura
sim
não
Perda de integridade da crista óssea
alveolar
sim
não
Sítio
peri-
implantar
Radiolucidez na interface
osso/implante
presente
ausente
Perda de dimensão óssea ao redor
dos implantes
presente ( ) V
presente ( )H
ausente
Defeitos ósseos adjacentes aos
implantes decorrentes de uma perda
óssea basal
presente
ausente „
Proporção coroa/implante
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64
D1= Distância entre a porção mais coronária do suporte ósseo e o ápice dentário.
D2= Distância entre a porção mais coronária do suporte ósseo e o ápice do implante.
RL= Distância entre a junção cemento-esmalte e o ápice dentário.
IH = Distância entre a plataforma do implante e o ápice do implante.
DIAGNÓSTICO PERIODONTAL E PERI-IMPLANTAR
( ) gengivite crônica ( ) periodonto saudável
( ) periodontite crônica ( ) periodontite agressiva
( ) mucosa peri-implantar saudável
( ) mucosite peri-implantar ( ) leve ( ) moderada ( ) intensa
( ) peri-implantite
AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE SUCESSO DOS IMPLANTES
Sítio do implante
Mobilidade nos
implantes (não
conectado à
prótese)
presente
ausente
Radiolucidez na
interface
osso/implante
presente
ausente
Perda óssea
vertical (intervalo
de 1 ano)
< 0,2 mm
> ou = 0,2 mm
Sinais e sintomas
dor
infecções
neuropatias
parestesia
violação do canal
mandibular
Implantes
conectados à
prótese
sim
não
Sucesso do
implante
sim
não
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65
AVALIAÇÃO DA TAXA DE SOBREVIDA DOS DENTES
Dente
75% de perda óssea sim
não
Profundidade de
sondagem > 8mm
sim
não
Lesão de furca classe III sim
não
Mobilidade grau III sim
não
Relação coroa raiz
desfavorável
sim
não
Proximidade radicular
com mínimo osso
sim
não
Evidência de perda óssea
horizontal
sim
não
História de abscessos
periodontais sucessivos e
recorrentes
sim
não
Indicação para exodontia sim
não
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66
PERIOGRAMA
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67
APÊNDICE B – TERMO DE CONSCENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
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68
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69