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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ CURSO DE ZOOTECNIA PROJETO ORIENTADO OTAVIO PEREIRA MARTINS PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA DO CAPIM- ANDROPOGON NO SUDOESTE GOIANO JATAÍ GO 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ

CURSO DE ZOOTECNIA PROJETO ORIENTADO

OTAVIO PEREIRA MARTINS

PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA DO CAPIM-

ANDROPOGON NO SUDOESTE GOIANO

JATAÍ – GO

2017

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OTAVIO PEREIRA MARTINS

PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA DO CAPIM-

ANDROPOGON NO SUDOESTE GOIANO

Orientador: Prof. Dr. André Luis Da Silva Valente

Relatório de Projeto Orientado apresentado à Universidade Federal de Goiás – UFG, Regional Jataí, como parte das exigências para a obtenção do título de Bacharel em Zootecnia

JATAÍ – GO

2017

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OTAVIO PEREIRA MARTINS

Relatório do Projeto Orientado apresentado como parte das exigências para a obtenção

do título de Bacharel em Zootecnia, defendido e aprovado em 31 de agosto de 2017, pela

seguinte banca examinadora:

______________________________________________

Dr. André Luis da Silva Valente UFG/Jataí

Presidente da Banca

_____________________________________________

Dra. Vera Lúcia Banys UFG/Jataí Membro da Banca

_____________________________________________

Dr. Thiago Carvalho Silva UFG/Goiânia

Membro da Banca

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Dedico,

A Deus por tudo que Ele tem feito por mim e a todos que me amam e

que, de alguma forma, transmitiram pensamentos positivos para a

conclusão de mais essa etapa da minha vida. Ao meu avô Walmiro

Custódio Campos in memoriam, que sempre me apoiou e passou todos os

seus ensinamentos de vida, onde quer que o Senhor esteja, meu muito

obrigado.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força espiritual proporcionada para a realização deste trabalho.

Aos meus pais, Antônio Martins de Oliveira e Sirlane de Fátima Pereira Martins,

e aos meus avós, Walmiro Custódio Campos (in memorian) e Zilma Martins de Oliveira

pelo eterno orgulho da minha caminhada, pelo apoio, compreensão e, em especial, por

todo amor e carinho a mim dedicados. As minhas irmãs, Taynara Martins e Maíla Alves,

que me enchem de orgulho e me inspiram a ser melhor a cada dia. Enfim à toda minha

família que me apoiou.

À minha namorada, companheira e grande amiga, Gabriela Katrinny Avelar

Oliveira, pelo amor, força e incentivo, que fizeram acreditar que é possível.

Aos meus amigos do ensino médio, que apesar da distância, sempre estiveram

presentes nessa jornada, Marcos Cavalcante, Dionathan Passos, Hudson Alves, José

Otávio, Marcelo Araújo e Rangel Cavalcante.

A República Lisossomos, onde passei vários momentos felizes dessa pequena

parte da minha vida. Ali fizemos várias festas, noites de estudos, muitas tardes tomando

o bom e velho tereré, muitas partidas de truco e dominó. Meu sincero agradecimento aos

meus grandes amigos Rômulo Cruz, Luis Eduardo e Felipe Pádua.

As amigas que frequentavam a república, Amanda Prado, Harianny Severino,

Marina Graça, Giovanna Faustino e Gabriela Shihadeh, que ajudaram a alegrar o

ambiente da casa, ajudar a fazer bolo, comida, bolinho de milho frito, pamonha entre

várias coisas que elas sabem como elas fizeram isso.

Aos amigos de intercâmbio, Vinícius Rosa, Victor Cure, Renan Santos, Marcelo

Fagundes, Vitor Gabriel, que fizeram meu intercâmbio ser o melhor do mundo.

Aos amigos que tanto amo, Leonardo Gomes, Vicente Carvalho, Jean Costa e

Saulo Duarte, por acreditarem em mim, pela paciência, companheirismo, ajuda e força

nas horas de maior dificuldade, por me inspirar a buscar o crescimento pessoal e

profissional, muito obrigado de coração.

Ao Grupo NEFOT, do qual faço parte desde 2015, e que a cada ano vem

crescendo mais e mais, muito obrigado a todos os integrantes, Nayana, Felipe,

Reginaldo, Raul, Leonardo, José Gabriel, Nathani, e demais.

À minha professora Vera Lúcia Banys, por toda atenção, pelo carinho,

compreensão, pelos puxões de orelha, pela grande ajuda e orientação deste trabalho.

Antes da senhora ser minha professora e orientadora, foi uma segunda mãe nessa

jornada e tenho muito orgulho de ser seu orientado.

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Ao meu orientador, André Valente, pela atenção, compreensão, brincadeiras

com o seu jeito engraçado e brincalhão de ser, mas sempre trabalhando com seriedade e

compromisso, me auxiliando na execução desse projeto.

A todos os meus professores, em especial as professoras Erin Caperutto e Ana

Luisa que desde o início da minha graduação foram como mães.

Aos meus amigos e colegas de curso, pela cumplicidade, ajuda e amizade.

À Universidade Federal de Goiás pela grande oportunidade.

Em especial à todos os professores do Curso de Zootecnia, que estarão sempre

guardados em meus pensamentos e coração, com eterno carinho e gratidão. Para vocês

um MUITO OBRIGADO!

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RESUMO: Objetivou-se avaliar a produção e a composição morfológica do Andropogon

gayanus cv. Planaltina. O projeto foi conduzido na Regional Jataí da Universidade Federal de Goiás. A produção de massa de forragem foi obtida a partir das amostras colhidas rente ao solo quando o dossel forrageiro atingiu 95% de interceptação luminosa usando um gabarito com 0,25 m². Uma subamostra foi usada para a avaliação dos componentes morfológicos. Foram encontrados valores médios no 1° ciclo, dezembro à janeiro, de 9,4 t/ha e uma percentagem de 37,5% de folha, já no 2° ciclo, fevereiro à março, obteve-se 10,7 t/ha e uma percentagem de 34,68% de folha, evidenciando o seu potencial produtivo. O capim-andropogon apresentou características morfológicas compatíveis com a literatura, uma relação folha:colmo de 1,22 e alta produtividade sendo um indicativo de que pode ser recomendado para os sistemas de produção de pastagem no Cerrado e deverá ser reavaliado com diferentes níveis de interceptação luminosa. Palavras-chave: cerrado, forrageira, gramínea, produtividade

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................ Erro! Indicador não definido.

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................... Erro! Indicador não definido.

2.1. Histórico das pastagens brasileiras .............................. Erro! Indicador não definido.

2.2 Capim- Andropogon ..................................................... Erro! Indicador não definido.

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................ Erro! Indicador não definido.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................... Erro! Indicador não definido.

5. CONCLUSÃO ................................................................. Erro! Indicador não definido.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................ Erro! Indicador não definido.

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1. INTRODUÇÃO

A produção nacional de carne e leite é baseada principalmente na utilização de

gramíneas e leguminosas troipicais. Devido à importância da pecuária para a economia

nacional, o cultivo de plantas forrageiras assume papel de suma importância para a

cadeia produtiva pecuária, uma vez que tanto a rentabilidade quanto a sustentabilidade

dependem da escolha correta do componente forrageiro (FONSECA et al., 2010a).

A produtividade na pecuária brasileira nas últimas décadas vem sofrendo um

aumento considerável devido à adoção de novas tecnologias pelos pecuaristas, incluindo

a utilização de novas forrageiras mais produtivas às condições de ambiente

proporcionado para cada espécie (MARTUSCELLO et al., 2007). É importante ressaltar,

que quando se diz “tecnologia”, não são somente técnicas difíceis e de alto custo para o

produtor, sendo que medidas simples como o respeito das alturas de entrada e saída de

cada cultivar, é uma tecnologia, que apresenta resultados, como a melhora da qualidade

da pastagem e aumento no perfilhamento entre outros benefícios.

Há nos pecuaristas brasileiros, a ideia que existe uma forrageira milagrosa, que

apresenta boa produtividade, sem manejo adequado, e sem a fertilização do solo e, é

normal ouvir de produtores, “...Não quero uma planta que produz muito mas que exige

solos férteis, quero mesmo é um capim que tenha boa produtividade em solos fracos”

diante desse falso conceito é papel dos profissionais das agrárias esclarecer que essa

planta não existe, e apresentar alternativas aos produtores forrageiras que condizem com

o potencial produtivo da propriedade rural.

O capim-andropogon é uma forrageira, bastante recomendada para solos

ácidos, solos pedregosos, de baixa exigência quanto a fertilização e de alta produção de

massa, com relativa resistência a seca e adaptável aos solos arenosos. Tendo em vista

essas características, objetivou-se com este trabalho avaliar a produção de massa e

composição morfológica do Andropogon gayanus Kunth cv Planaltina, durante a estação

chuvosa na região do Sudoeste goiano.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. HISTÓRICO DAS PASTAGENS BRASILEIRAS

A pecuária brasileira tem, nas suas origens, o uso de pastagens nativas, que são

pastagens de baixa produtividade e de baixo valor nutritivo. Somente em meados do

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século 20, iniciou-se o uso de pastagens cultivadas. No entanto, a evolução na

produtividade foi baixa, isso porque, o fato de mudar a espécie e/ou o cultivar não é

suficiente para se alcançar altos níveis de produção, sendo que o uso de tecnologias, de

insumos e o manejo também deveriam ter sido alterados (DIAS-FILHO, 2016).

Essa tradição de baixo investimento em tecnologias e de insumos na

formação e manejo, na maioria das pastagens brasileiras, tem como resultado pastagens

degradadas e consequentemente, uma pecuária prejudicial ao meio ambiente com

lucratividade baixa (DIAS-FILHO, 2014).

Desde a década de 80, os pecuaristas pressionados por organizações

ambientais e pelo mercado consumidor, principalmente a União Europeia, vem buscando

uma mudança cultural na cadeia produtiva de carne e leite do país. Tal conscientização,

tem crescido em busca, cada vez mais, de encurtar o ciclo pecuário conduzido em

pastagens no Brasil (DIAS-FILHO, 2016).

Um marco importante na mudança cultural foi a criação da Embrapa, em

1973, que deu suporte para a transformação produtiva da pecuária, principalmente no

melhoramento genético de forrageiras e animais (DA SILVA, 2015).

A área de pastagem manteve crescimento acelerado até a década de

1980, começando a diminuir na década de 2000 (BARBOSA & SOUZA, 2007). Em

contrapartida, o rebanho bovino apresentou crescente expansão e, isso se deve a

melhoria da qualidade das pastagens que tem, como consequência, o aumento da taxa

de lotação por hectare.

2.2. CAPIM-ANDROPOGON

O capim-andropogon (Andropogon gayanus Kunth cv Planaltina) é uma

gramínea forrageira perene, de hábito de crescimento cespitoso, com plantas

inteiramente pilosas. Produz perfilhos com até 2,0 m de altura e forma touceiras de até

1,0 m de diâmetro. Suas raízes são profundas e fortemente fasciculada. É originário da

Rodésia e Nigéria (COSTA et al., 2004). Sua inflorescência é uma panícula do tipo

especiforme (FONSECA et. al., 2010b).

O andropogon é bem adaptado às regiões com altitudes variando entre 12 e

1500 m, embora seja encontrado em regiões com altitudes de até 2000 m. Apresenta

melhores resultados de produção de forragem quando cultivado em locais com

temperaturas entre 18 e 28° C (LEITE et al., 2000).

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Devido ao crescimento cespitoso, com a presença de perfilhos eretos, o capim-

andropogon possui baixa capacidade de cobertura do solo sendo mais indicado para

áreas planas, ou seja, com declividade entre 0 e 3%. O capim-andropogon é adaptado

aos solos de todas as classes de texturas e aos de baixa fertilidade e com teor de

alumínio maior que 1,0 meq/100 mL (COUTO et al., 1985). E apresenta baixa exigência

de fósforo (0,6 – 1,0 mg/dm³) e pequenas doses de Nitrogênio (< 50 kg/ha) são

suficientes para produções satisfatórias (THOMAS et al., 1981).

O seu estabelecimento é lento devido à dormência da semente, porém uma vez

estabelecido, pode apresentar altos índices produtivos, desde que sejam respeitadas as

mínimas exigências de manejo dessa forrageira, produzindo entre 20 e 30 t/ha-¹.ano de

MS (THOMAS et al., 1981).

Não é uma forrageira indicada para o diferimento da pastagem, pois apresenta

alongamento de colmo no fim da estação chuvosa, principalmente devido ao

florescimento nesta época (FONSECA et. al., 2010b). Em contrapartida pode ser utilizado

para a produção de feno, desde que se faça o corte em estágio de desenvolvimento

adequado, de forma a manter maior percentagem de folhas (LEITE et al., 2000).

Apresenta a rebrota muito rápida, ou seja, o processo de crescimento da planta é

acelerado, durante a estação chuvosa (SERAFIM, 2015).

Apesar de tantas qualidades, o capim–andropogon apresenta algumas

limitações, a susceptibilidade a formigas, que podem ocasionar a perda de plântulas

durante o estabelecimento, e a dificuldade de plantio, pois suas sementes são leves (3,66

g/1000 sementes) (NASCIMENTO & RENVOIZE, 2001).

3. MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi conduzido na área experimental do Setor de Forragicultura e

Pastagens da Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí, GO no Bioma Cerrado

com clima do tipo Aw (clima tropical com estação seca de Inverno) segundo classificação

Köppen-Geiger (PEEL ET AL., 2007).

Antes do plantio foi feita a coleta do solo em zigue-zague para análise do solo

Latossolo Vermelho distroférrico, segundo a EMBRAPA, (2009) nas camadas 0-20 e 20-

40 cm para interpretação do resultado e a recomendação da correção e a adubação do

solo segundo CAMARGO & NOVO (2009). No Quadro 1 são apresentado os resultados

da análise do solo antes do plantio da forrageira.

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Quadro 1. Análise química do solo da área experimental

pH (cmolc/dm³) (mg/dm³) g/kg (cmolc/dm³) V(%)

CaCl2 Ca Mg Al H+Al K P(mel) MO SB CTC

0 – 20 4,5 0,78 0,59 0,14 5,3 0,22 1,7 26,1 1,59 6,9 23,0

20 – 40 4,7 0,35 0,27 0,06 4,0 0,09 0,8 ns 0,71 4,7 15,1

Após a coleta de solo foi feita a redução da massa de plantas daninhas com

poda mecânica e, duas semanas após, foi aplicado o herbicida {Glifosato [N-

(phosphonomethyl) glycine/concentração de sal de amônio de glifosato 792,5 g/kg (720

g/kg equivalente ácido)]}, utilizando-se 1 L de herbicida para 50 L de água e 393 L de

calda/ha.

Após a dessecação procedeu-se a sulcagem da área, respeitando o

espaçamento de 0,5 m entre linhas resultando em 10 linhas/parcela. Posteriormente foi

realizado o estaqueamento para a identificação das parcelas. Foram plantadas 4 parcelas

de capim-adropogon de 36 m² cada mantendo-se o espaçamento de 1 m entre as

parcelas. Em novembro, com a chegada dos insumos (gesso agrícola, calcário e adubos)

foram feitas a gessagem, calagem e adubação.

A calagem foi realizada no dia 11/11/2015 na dose de 4,6 t/ha, com a meta de

elevar a saturação de bases para 80%, porque apesar do capim-andropogon ser uma

forrageira pouco exigente, paralelo a este experimento foi plantado uma gramínea do

gênero Panicum maximum, justificando assim a elevação para 80%, utilizando um

calcário com PRNT de 92,5% que foi aplicado a lanço, manualmente e foi seguido da

gessagem na dose de 1,3 t/ha (1/3 da dose recomendada – 3,9 t/ha) em função do teor

de enxofre na amostra de solo na camada de 0-20 cm estar acima de 15 mg/dm³. A

adubação foi efetuada com a aplicação de 39 kg de P2O5/há (Super Simples), na linha

de plantio.

Em dezembro foi realizado o plantio da forrageira, utilizando a taxa de

semeadura foi de 670 pontos de VC, por ser um plantio em condições adversas.

Entretanto, no momento do plantio, o solo estava muito pesado (solo muito argiloso), o

que fez com que as sementes ficassem muito profundas. Além disso, houve a entrada de

animais silvestres na área experimental, principalmente, antas e capivaras, que

pastejaram as plântulas, atrapalhando todo o desenvolvimento vegetativo inicial e de

estabelecimento das mesmas.

Em função disso, após 28 dias do plantio constatou-se a necessidade do

replantio, que foi realizado em janeiro após duas novas aplicações de herbicida (Glifosato

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e Norton [Nortox: Sal trietanolamine de (2,4-dichlorophenoxy) acetic acid (2,4-D)/402,0

g/L (40,20% m/v); Equivalente acid de 2,4-D/ 240,0 g/L (24,00% m/v); Sal de

trietanolamina de 4-amino-3,5,6-trichloropyridine-2-carboxylic acid (PICLORAM)/103,5 g/L

(10,35% m/v); Equivalente ácido de Picloram/64,0 g/L (6,40% m/v); Outros

Ingredientes/659,7 g/L (65,97% m/v)] diluído na proporção de 1L/50L e aplicado no

volume de calda de 196 L/ha) e uma capina manual.

Foram mantidos os sulcos iniciais, porém mais rasos. Além disso, considerando

o replantio como plantio tardio, a quantidade de semente usada foi aumentada, em

média, em 30%. As gramíneas apresentaram estabelecimento satisfatório. Entretanto, em

função da ocorrência de geadas no mês de junho, mesmo sendo mantidas em altura

adequada, floresceram. A área foi mantida sob manejo até novembro quando foi

realizado o corte de uniformização para o início das coletas em dezembro de 2016.

Para a determinação da massa de forragem total, foram coletadas três amostras

representativas em cada parcela. Para a escolha do local de coleta da amostra rente ao

solo mediu-se, inicialmente a altura do dossel forrageiro em seis pontos ao acaso.

Posteriormente calculou-se a altura média de cada parcela onde as amostras foram

coletadas, com o auxilio de um gabarito de 0,25 m2. As coletas aconteceram quando o

dossel forrageiro atingiu 95% de interceptação luminosa, avaliada utilizando-se um

ACCUPAR LP-80. Para tal medida, foram coletadas amostras em três pontos

representativos da altura do dossel forrageiro. O material coletado foi acondicionado em

sacos identificados e levados ao laboratório para a pesagem.

Após a pesagem, foram retiradas duas subamostras do material, sendo que uma

foi separada em lâmina folha, colmo + bainha e material morto e a segunda subamostra

foi acondicionada em estufa de ventilação forçada a 55°C por 72 horas para o cálculo do

teor de matéria seca da forragem.

Foi possível coletar dados em dois ciclos completos de, respectivamente, 39 e

62 dias em média no período de dezembro/2016 a março/2017 e que apresentou

temperatura e precipitação apresentadas nas Figuras 1 e 2.

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Figura 1. Médias de temperaturas máximas, médias e mínimas durante o

período de avaliação. Fonte: Inmep (2017)

Figura 2. Somatório de insolação e precipitação pluviométrica durante o período de

avaliação. Fonte: Inmep (2017)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observou-se discrepância em relação aos blocos 1 e 4 (R1); 2 e 3 (R2). Sendo

que os períodos foram de 45 dias para R1 e 57 para dias para R2 durante o primeiro ciclo

de avaliação enquanto que no segundo ciclo esse intervalo aumentou para 33 dias nos

blocos R1 e para 68 dias nos blocos R2, esses períodos foram semelhantes entre os

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blocos 1 e 4 (R1) e 2 e 3 (R2). Por isso os dados foram agrupados para períodos

semelhantes, quanto ao tempo necessário para que os mesmos atingissem 95% de IL

A diferença de tempo entre os blocos e períodos encontrados para a planta

atingir 95% IL pode estar relacionada aos repetidos ataques de animais silvestres que

provavelmente resultaram em diferentes áreas residuais remanescentes. Sendo que R1

atingiu IL de 95% num período 26% menor do que R2 durante o primeiro ciclo. Já no

segundo período, essa diferença foi superior a 100%, de 33 para 68dias no R1 e R2,

respectivamente. Hogdson (1990) e Corsi et al., (1988) enfatizam que os manejos das

pastagens devem ser realizados tendo como um dos objetivos principais a obtenção de

uma rebrota vigorosa após a utilização do pasto e que, os métodos de pastejo devem

procurar otimizar a interrelação entre índice de área foliar (IAF), interceptação luminosa

(IL), acumulo de carboidratos e crescimento da planta. Sendo esses fatores diretamente

influenciados pela área foliar remanescente, teores de carboidratos não estruturais de

reserva, bem como o número de pontos de crescimento capazes de promover a rebrota.

Baseado no exposto é possível afirmar que o manejo em que as plantas foram

submetidas não permitiu uma rebrota vigorosa. No Quadro 2 são apresentados os

resultados das avaliações de produção de massa (kg de MS/ha), composição morfológica

e relação folha:colmo.

Quadro 2. Produção de massa (kg de MS/ha), composição morfológica (%), e

relação folha:colmo do capim-andropogon avaliado em dois ciclos no período das águas.

Variáveis

1° Ciclo 2° Ciclo

Média Geral R1 R2 Média R1 R2 Média

Produção de Massa

11.580 7.324 9.452 9.514 11.961 10.737 10.094

Folhas 37,34 37,77 37,51 33,68 35,68 34,68 36,09

Colmos 27,81 25,77 26,8 31,2 35,57 33,39 30,09

Material Morto

34,84 36,55 35,7 35,11 28,75 31,93 33,81

Relação F:C 1,34 1,46 1,4 1,08 1 1,04 1,22

R1: refere-se aos dados do bloco 1 e 4 analisados em conjunto; R2: refere-se aos dados do bloco 2 e 3 analisados em

conjunto.

No Quadro 3, estão demonstradas as alturas de corte do capim-andropogon, em

cada bloco durante os ciclos avaliativos.

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Quadro 3. Alturas médias (cm) de corte do capim- andropogon

Ciclo

Avaliativo

1° 2°

Blocos 1 2 3 4 Média 1 2 3 4 Média

Alturas 79,83 77,33 78,5 80,67 79,08 82,00 82,83 79,16 80,67 81,17

Foi observada diferença de 2,12 cm entre os cortes de cada ciclo, no 2° ciclo o

dossel forrageiro apresentou maior altura. Leite (2001) citado por Serafim et al., (2015),

relatam que é conveniente manejar o capim-andropogon sempre com altura entre 60 e 80

cm durante o período chuvoso. A possível causa da altura de corte elevada foi devido a

forma de plantio que foi em linha, que conduziu a baixa IL dossel, parâmetro usado como

meta para o corte.

SILVA JÚNIOR (2016) observou que no momento do corte aos 95% de

interceptação luminosa, o capim-andropogon já havia passado do estágio vegetativo

ótimo, encontrando-se no estágio reprodutivo, com grande quantidade de material

senescente sugerindo que, para essa gramínea, o ponto ótimo de produção seja abaixo

dos 95% de interceptação luminosa.

Considerando uma oferta diária de forragem de 12% e os dados de

produtividade de matéria seca do capim-andropogon tem-se uma taxa de lotação média

de 1,81 UA/ha. No Brasil a media de lotação está em torno de 0,7 UA/ha para a pecuária

de corte. Isso evidencia que com o manejo adequado, a produtividade do capim-

andropogon pode aumentar e, consequentemente, a rentabilidade da pecuária pode ser

maior.

Os valores de produção de massa de 7.324 a 11.961 kg/ha estão acima dos

valores de 1.160 e 4.482 kg MS/ha encontrados por VERAS et al. (2010) que trabalharam

com períodos de rebrota de 35 a 63 dias e abaixo dos valores 11.240 e 19.190 kg MS/ha

encontrados por MAGALHÃES et al. (2012) que trabalharam com lâminas de irrigação de

50 e 80% de ECA (Evaporação do Tanque A).

LACERDA et al. (2009) avaliando o capim-andropogon em diferentes idades de

rebrota (35; 49; e 63 dias), sob copas de Pau-d’arco (Tabeluia serratifolia Vahl.) e Jatobá

(Hymenaea coubaril L.) e em área aberta, não encontraram efeito significativo nos

resultados, tendo observado valores médios de 7,65 t ha-¹ de MS e relação folha:colmo

de 2,32 apresentando, assim, produção de fitomassa menor, porém apresentou maior

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quantidade de folhas. Contudo, a relação folha:colmo do presente trabalho foi satisfatória

(1,22), pois segundo PINTO et al. (1994) a relação folha:colmo igual a 1,0 é o limite

crítico para determinar a qualidade das forrageiras.

Foi observado também por LACERDA et al. (2009) que a partir de 47 dias de

rebrota, a relação folha:colmo diminui, fato também constatado nesse trabalho, no

segundo ciclo de avaliação. Entretanto, LACERDA et al. (2009) observaram aumento na

produção de fitomassa de acordo com o aumento de dias após o início da rebrota, e isso

se deve a maior quantidade de colmo, caso que também pode ser observado no segundo

ciclo avaliativo, mostrando que o potencial do capim-andropogon é promissor e pode ser

usado para o aumento da produtividade da pecuária brasileira.

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5. CONCLUSÃO

O capim-andropogon é uma forrageira de alta produção de massa, com valores

positivos quanto à qualidade, desde que bem manejado. Apresenta ótima relação

folha:colmo, podendo ser opção interessante em solos de baixa fertilidade. Mais

pesquisas se fazem necessárias, visando correlacionar o ponto ótimo de IL e a altura do

dossel em pastos de Andropogon gayanus Kunth cv Planaltina.

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