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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
BARBARA MILDEMBERG
BRUNA CRISTINA GADOTTI
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO
ENDODÔNTICO NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE PINOS DE
FIBRA REFORÇADOS POR UM COMPÓSITO RESTAURADOR
Itajaí (SC), 2010
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BARBARA MILDEMBERG
BRUNA CRISTINA GADOTTI
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO
ENDODÔNTICO NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE PINOS DE
FIBRA REFORÇADOS POR UM COMPÓSITO RESTAURADOR
O presente Trabalho de Conclusão de Curso é apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. MSc. Ricardo Ferreira Co-orientador:Prof. Dr. Rubens N. Garcia
Itajaí (SC), 2010
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FOLHA DE APROVAÇÃO DA BANCA
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, que são meu orgulho e meu exemplo de vida. Muito obrigada por todo
amor e atenção dedicados a mim, vocês são os MELHORES PAIS DO MUNDO, o bem mais
precioso que eu poderia ter.
Obrigada também às minhas irmãs, que junto com meus pais contribuíram para o meu
crescimento pessoal e profissional.
À vocês, com muito amor, mais uma conquista!
Bruna Gadotti
Ao meus pais, Márcia e Roberto por suas histórias de sucesso na educação dos filhos,
diante de todas as adversidades, e pelas vibrações a cada nova conquista. Vocês me orgulham!
Ao meu irmão, Marco Antônio que é companheiro e sempre está por perto.
Ao meu filho Joaquim, motivo de entusiasmo e paixão pela vida.
Ao meu marido Ricardo que me ensinou as prioridades na vida.
À minha sogra Lúcia pela sua grande ajuda.
Aos meu avós, Mafalda e Antônio, trajetória de vida fantástica, sem eles eu não estaria
hoje aqui, tão feliz!
E a minha querida tia Maristela por ter um amor tão verdadeiro, amor materno.
Mais uma etapa foi vencida com o carinho e amor de vocês! Sei que ainda é só o
começo...
Obrigada!
Bárbara Mildemberg
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus que nos permitiu chegarmos aonde chegamos. Cada vez mais
reconhecemos a sua presença em todos os momentos da nossa vida!
Os nossos mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas e instituições que
participaram de alguma maneira, na realização deste trabalho.
Um imenso obrigada as pessoas que tornaram este trabalho possível, nosso professor
orientador Ricardo Ferreira e ao professor coorientador Rubens Nazareno Garcia, por toda
confiança, dedicação, atenção e ajuda disponibilizadas durante a elaboração deste trabalho
que também é de vocês!
Nosso muito obrigada a Professora Elisabete Rabaldo Bottan e ao Professor Nivaldo
Murilo Diegoli, por toda a paciência e tempo dedicados a este trabalho.
A nossa querida amiga Tassiana Vieira Nunes, que esteve sempre disposta a nos
ajudar . Você é uma amiga muito especial.
Por fim, nossa imensa gratidão a todos os professores, amigos e funcionários do curso
de Odontologia que, de uma certa maneira, contribuíram para a nossa formação profissional;
vocês vão estar sempre guardados em nossa memória!
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SUMÁRIO
1 ARTIGO.................................................................................................................................06
2 REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................................21
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................40
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1 ARTIGO* *Será submetido para publicação na RSBO (Revista Sul-Brasileira de Odontologia – South Brazilian Dentistry Journal) – após avaliação da banca.
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Avaliação da influência do tratamento endodôntico na resistência de união de pinos de fibra reforçados por um compósito restaurador Evaluation of the influence of the endodontic treatment in the bond strength of fiber posts reinforced by a restorative composite
Ricardo Ferreira1 Bárbara Mildemberg2 Bruna Cristina Gadotti2 Rubens Nazareno Garcia3
1Professor do curso de Odontologia da UNIVALI. Doutorando em Endodontia. 2Cirurgiã-Dentista. 3Professor dos cursos de Odontologia da UNIVALI e UNIVILLE. Doutor em Materiais Dentários. Endereço para correspondência: Address for correspondence: Rubens Nazareno Garcia Universidade do Vale do Itajaí – Curso de Odontologia CEP 88302-202 - Rua Uruguai, 458 - Itajaí - SC
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Resumo
Introdução e objetivo: Pinos de fibra de vidro são largamente utilizados para aumentar a
resistência mecânica das restaurações. O objetivo desse estudo foi avaliar a resistência de
união de pinos de fibra de vidro reforçados por um compósito restaurador à dentina radicular
nas regiões cervical, média e apical. Materiais e métodos: Foram utilizados trinta incisivos
bovinos, que tiveram seus detritos removidos, lavados em água corrente e mantidos
congelados. As amostras foram distribuídas aleatoriamente em dois grupos (n=15) – segundo
o tratamento aplicado previamente à instalação dos pinos: Grupo 1 – com preparo do espaço
para pino posterior ao tratamento endodontico, e Grupo 2 – com preparo do espaço para pino
prévio ao tratamento endodontico. Os pinos foram cimentados nos espaços intra-radiculares e
cortes de 2mm foram realizados nas regiões cervical (C), média (M) e apical (A) para a
aplicação do ensaio push out. Resultados: as médias obtidas em MPa foram: G1C-3,95;
G1M-3,5; G1A-7,15; G2C-12,65; G2M-11,63; G2A-6,45. O Grupo 2, nos terços cervical e
médio, apresentou as maiores médias e com diferença estatisticamente significativa em
relação ao grupo 1. Para o terço apical, não houve diferença significativa entre os grupos. Os
grupos não apresentaram individualmente diferenças estatisticamente significativas em
relação aos seus terços cervical, médio e apical. Conclusão: o preparo do espaço para pino
prévio ao tratamento endodôntico apresentou resistência de união significativamente maior
dos pinos de fibra de vidro reforçados por compósito restaurador.
Palavras-chave: dente não vital, técnica para retentor intra-radicular, resistência ao
cisalhamento.
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Abstract
Introduction and objective: Fiber posts are widely used to increase the mechanical strength
of the restorations. The objective of this study was to evaluate the bond strength of fiber posts
reinforced by a restorative composite on their thirds cervical, middle and apical. Materials
and methods: Thirty bovine incisors were used, who had their debris removed, washed in tap
water and stored frozen. The samples were distributed randomly into two groups (n = 15) -
according to the treatment applied previously to installation of the posts: Group 1 - to prepare
the post space after endodontic treatment, and 2 - to prepare the space for post prior to
endodontic treatment. The posts were cemented and the roots were cut on their thirds cervical
(C), medium (M) and apical (A) to apply the push out test. Results: The mean values in MPa
were: G1C-3,95; G1M-3,5; G1A-7,15; G2C-12,65; G2M-11,63, G2A-6,45. The cervical and
middle thirds of Group 2 had the highest mean values, with statistical difference compared to
group 1. For the apical third, no statistical difference were found between groups. No
statistical difference were found between the groups regarding to their cervical, middle and
apical thirds. Conclusion: preparing the space for post prior to the endodontic treatment had
significantly higher bond strength of fiber glass post reinforced composites for restoration.
Keywords: nonvital tooth, post and core technique, shear strength.
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INTRODUÇÃO
De uma forma geral, quando se faz referência aos dentes tratados endodonticamente,
uma questão é imediatamente relacionada: a menor resistência mecânica dos mesmos e a
melhor possibilidade de reforço desses elementos previamente aos procedimentos
restauradores.
Segundo Baldissera (2006) [4], os pinos de fibra de vidro foram introduzidos na
Odontologia Restauradora como uma alternativa para os pinos metálicos. Estudos revelaram
que pinos cujo material apresentava um módulo de elasticidade muito superior ao da dentina
não iriam reforçar a estrutura dental, pelo contrário, transmitiriam toda a energia para a
dentina, gerando uma maior concentração de tensões. [19]
Outro fator que promoveu a introdução dos pinos preferencialmente translúcidos foi a
estética, sendo estes pinos escolhidos para apoiar restaurações feitas em compósitos e
cerâmicas, principalmente em dentes anteriores. Além disto, a polimerização dos materiais
adesivos ainda é ampliada, pois este tipo de pino pode permitir a passagem de luz. [1]
Segundo Carrilho et al. (2007) [7], os pinos de fibra de vidro são retidos no canal
devido à resistência obtida através da união entre a dentina radicular e o pino, pela formação
de uma camada híbrida, que se estabelece após o condicionamento ácido da dentina, que tem
a finalidade de remover a lama dentinária criada durante o preparo cavitário. Desta forma, os
túbulos dentinários são abertos e as fibras colágenas desmineralizadas são expostas. Estes
fenômenos promovem a formação de microcanais entre as fibras colágenas desmineralizadas,
que são preenchidas pela penetração do primer e do adesivo.
O objetivo desse estudo foi avaliar a resistência de união de pinos de fibra de vidro
reforçados por um compósito restaurador à dentina radicular nas regiões cervical, média e
apical, em relação ao preparo do espaço para pino posterior ou prévio ao tratamento
endodôntico.
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MATERIAIS E MÉTODOS
Foram selecionados trinta dentes incisivos bovinos com canal radicular único,
recentemente extraídos e mantidos em congelador durante a sua manipulação. Os dentes
foram raspados com curetas periodontais (Hu Friedy) para remoção do ligamento periodontal
e limpos com água. As coroas foram removidas com discos diamantados dupla face (7016,
KG Sorensen Ind. e Com. Ltda) sob refrigeração com spray ar/água, de modo que as raízes
foram padronizadas com um comprimento de 14mm.
As amostras foram então distribuídas aleatoriamente em dois grupos (n=15): Grupo 1
– com preparo do espaço para pino posterior ao tratamento endodontico; e Grupo 2 – com
preparo do espaço para pino prévio ao tratamento endodontico. Os canais radiculares foram
preparados com uma seqüência de limas rotatórias níquel-titânio K3® (SybronEndo, Sybron
Dental) da 15/06 até 55/06, em 14mm, montadas em contra-ângulo redutor (Endo Mate 2®,
NSK), em 250rpm. Para a irrigação dos canais radiculares foi utilizado soro fisiológico
(NaCl) a 0,9%, e como substância química auxiliar a clorexidina gel 2% (Endogel), após cada
instrumento utilizado. O EDTA a 17% foi utilizado no final do preparo, por três minutos. As
substâncias foram aplicadas com seringas plásticas e agulhas descartáveis, preenchendo
totalmente o volume dos canais. Após essa etapa foi realizada a irrigação final com solução de
NaCl a 0,9%, aspiração com cânula aspiradora e secagem com cones de papel absorvente
(Tanari). Os canais radiculares foram então obturados pela técnica da compressão hidráulica
de De Deus (1992) [10], utilizando cones de guta-percha de conicidade 0,06 medium e 0,04
fine medium de 28mm (Konne) e o OZE como cimento endodôntico (Óxido de zinco,
Biodinâmica Protechno; Eugenol, Biodinâmica Protechno).
Após quatorze dias da conclusão da endodontia, as raízes do grupo 1 foram
preparadas em 9mm a partir da região cervical, sendo a remoção do material obturador feita
com condensador de Paiva nº 3 aquecido. O preparo das raízes foi feito com broca Largo #4
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(Dentsply Maillefer) e broca DC2E do kit white post DC (FGM), com diâmetro de 1,5mm na
ponta ativa e 2,2mm na altura de 9mm, ambas em baixa rotação. Para limpar o preparo foi
utilizado um aplicador umedecido em álcool 70%, efetuando posteriormente copiosa
irrigação com solução de NaCl a 0,9% e secagem das paredes dentinárias (Figura 1).
Figura 1: Desenho esquemático do preparo do Grupo 1.[6]
As raízes do grupo 2 foram preparadas de forma semelhante ao grupo 1, porém, neste
grupo, este preparo foi realizado antes do tratamento endodôntico. Após a obturação dos
canais radiculares, a remoção do material obturador foi feita com condensador de Paiva # 3
aquecido, retirando-se 9mm cervicais. Para limpar o preparo foi utilizado um aplicador
umedecido em álcool 70%, efetuando posteriormente copiosa irrigação com solução de NaCl
a 0,9% e secagem das paredes dentinárias (Figura 2).
Figura 2: Desenho esquemático do preparo do grupo 2.[6]
Em seguida, em ambos os grupos foi feita a hibridização da dentina, com aplicação do
primer ácido do sistema adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray Dental) por 20
segundos nas paredes dentinárias, secagem com suave jato de ar e complementado com ponta
de papel absorvente no fundo do preparo. Aplicação do adesivo, secagem com suave jato de
ar e complementado com ponta de papel absorvente no fundo do preparo, e fotopolimerização
por 10 segundos.
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Foram utilizados pinos de fibra de vidro lisos FGM® #1, com 0,8mm na ponta e
1,5mm de diâmetro na altura de 9mm. Os pinos foram então condicionados com ácido
fosfórico a 37% (FGM) por 10s, lavados com água e secos com jatos de ar. Depois aplicado
silano (Angelus) por 1 minuto, seco com jatos de ar, aplicado o adesivo e fotopolimerizado
por 10 segundos.
Os núcleos de compósito moldados com reforço de pino de fibra de vidro FGM®
foram confeccionados da seguinte maneira: isolamento das paredes de dentina com isolante
hidrossolúvel (Clorexidina gel 2 %, Endogel), inserção da resina composta (Filtek Z250 – 3M
Espe) na parede apical do pino de fibra de vidro e moldagem do canal radicular, colocação do
pino no centro da raiz, fotopolimerização por 5 segundos, para facilitar a remoção, remoção
do núcleo já moldado, complementação da fotopolimerização por 20 segundos em cada face
do núcleo. Remoção do isolante hidrossolúvel do núcleo e das paredes de dentina hibridizada
com jatos de ar água por 30 segundos. Realização de ajustes no núcleo até perfeita adaptação
ao preparo.
Após efetuada a moldagem do núcleo, foi realizada a limpeza das paredes do preparo
com ácido fosfórico 37% por 10 segundos e aplicação de nova camada do adesivo, seguido de
suave jato de ar e complementado com ponta de papel absorvente no fundo do preparo, e
fotopolimerização por 10 segundos (Ultraled®, 600mW/cm², Dabi Atlante). Na seqüência foi
inserido no conduto radicular o cimento resinoso dual (RelyX ARC®, 3M ESPE), com o
auxílio de uma lentúlo #40 (Dentsply Maillefer) em baixa velocidade, e adaptado o núcleo no
interior do canal. Após 5 minutos, período necessário para que o cimento tome sua presa
química, foram fotoativadas todas as faces (mesial, vestibular, distal e lingual) por 40
segundos cada na superfície cervical. O Quadro 1 apresenta os materiais utilizados nas
diversas etapas do estudo.
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Quadro 1. Materiais utilizados.
Material Empresa Lote Validade
Clorexidina gel 2% Endogel 2529 10/2010
EDTA 17% Inodon 210 03/2012
Óxido de Zinco e Eugenol Biodinâmica Protechno 13510 03/2012
Ácido fosfórico FGM 260809 08/2011
Silano Ângelus 10916 01/2011
Clearfill SE Bond Kurakay Medical Ind. Bond - 01320A
Primer - 00896A 08/2011
Rely-X 3M ESPE N141383 01/2012
Pinos de fibra de vidro
FGM
261009
26809 10/2014
Filtek Z 250 3M ESPE N119185BR 10/2012
As amostras foram fixadas em uma placa de acrílico utilizando cera pegajosa (Asfer),
e o conjunto amostra-placa fixado ao dispositivo da máquina de corte de precisão (Isomet®,
Buehler Ltd, USA). Após o corte, foram obtidos corpos-de-prova das regiões cervical, média
e apical das amostras, com 2mm de espessura cada, tendo sido eliminado os primeiros 2mm
cervicais em todas as amostras. Os corpos-de-prova foram então submetidos ao ensaio push
out na máquina universal de ensaios (EMIC DL 500®) com velocidade de 0,05mm/min até
ocorrer a falha. A força foi aplicada perpendicularmente ao longo eixo do dente, sobre o
centro do pino, em sentido ápico-cervical através de um dispositivo cilíndrico com 0,8mm de
diâmetro acoplado à máquina. Os resultados foram submetidos à Análise de Variância
(ANOVA) e teste de Tukey ao nível de 5% de significância.
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Figura 3: Desenho esquemático do corte e ensaio push out. [6]
RESULTADOS
A ANOVA (Análise de Variância) acusou diferenças estatisticamente significativas e
o Teste de Tukey identificou as diferenças ao nível de 5% de significâncias. As médias são
apresentadas na Tabela 1.
Região Grupo 1 Grupo 2
Cervical 3,95±6,02 a B 12,65±8,14 a A
Média 3,50±2,93 a B 11,63±10,20 a A
Apical 7,15±6,29 a A 6,45±8,14 a A
Médias seguidas da mesma letra maiúscula nas linhas, e minúscula nas colunas,
não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p
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remover a smear layer, desinfetar o canal e dissolver os tecidos necróticos. Entre elas
destacam-se o hipoclorito de sódio (NaOCl), solução de soro fisiológico (NaCl), EDTA,
gluconato de clorexidina e outras. [6]
Por ser um agente antibacteriano de amplo espectro, possuir substantividade e
capacidade de adsorção, o uso da clorexidina tem sido preconizado como medicação
intracanal, ou no preparo químico-mecânico dos canais radiculares, durante a terapia
endodôntica. [12]
Após o preparo dos canais, foi utilizada solução de EDTA 17% devido à sua ação
quelante, que permite a remoção do componente inorgânico da camada de smear layer. [5]
Os achados de Baldissera et al. (2006) [4] mostraram que o uso de um cimento
contendo eugenol não influenciou a resistência de união, mas que a permanência de resíduos
de eugenol na dentina após os procedimentos de preparo para pino poderiam influenciar na
resistência de união. [5]
No presente estudo, optou-se por utilizar a técnica térmica manual de remoção do
material obturador em ambos os grupos. Porém, no grupo 2, a obturação foi removida
somente através desta técnica, enquanto que no grupo 1 utilizou-se a broca largo e a broca
DCE 2 do kit White post DC (FGM), depois de removido o material obturador. Assim, no
grupo 2 houve a manutenção da dentina que esteve sob contato com os diversos materiais e
substâncias utilizados durante o tratamento endodôntico citado anteriormente. Pelos achados
da pesquisa, os autores observaram resistência de união maiores para os terços cervical e
médio do grupo 2, corroborando os achados de Schwartz e Fransman (2005) [17] que
relataram que o esfregaço de álcool 70% nas paredes dentinárias é suficiente para remover os
resíduos de cimento obturador. Por este motivo, o cimento obturador a base de OZE parece
não ter influenciado significativamente na união, provavelmente pelo fato de a técnica de
remoção do material obturador ter sido eficaz.
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Em um estudo elaborado em 2010 por Capistrano e Pereira [6], não foi observado
diferença estatisticamente significativa entre os grupos com preparo do espaço para pino
prévio ao tratamento endodôntico e posterior ao tratamento endodôntico, diferindo assim do
presente estudo.
De acordo com relatos de Akgungor et al. (2006) [1], os materiais escolhidos para reter
restaurações de dentes tratados endodonticamente foram alterados recentemente de materiais
rígidos (principalmente metal) para materiais com características mecânicas assemelhando-se
à dentina (pinos de fibra de vidro). Os pinos de fibra possuem duas características
importantes: o módulo de elasticidade semelhante ao da dentina e uma técnica de cimentação
adesiva que evita a fricção entre o pino e as paredes de dentina.
Segundo pesquisas de Akgungor et al. (2006) [1] os primers autocondicionantes
eliminam o condicionamento, lavagem, e as etapas de secagem das paredes do canal e podem
promover uma menor desmineralização à superfície da dentina quando comparada a aplicação
da técnica úmida de condicionamento.
A avaliação da morfologia da dentina em canais radiculares em termos de orientação e
densidade dos túbulos mostrou maior densidade de túbulos na região cervical do canal em
comparação com as partes média e apical da raiz [5], isto pode ser relacionado com o nosso
estudo, onde os resultados mostraram no grupo 2, valores maiores para o terço cervical.
Um estudo de D’Arcangelo et al. (2008) [9] teve como resultado que tanto o tipo de
pino, quanto o adesivo, o tipo de agente cimentante e o terço da raiz afetam significativamente
a resistência de união do pino. No presente estudo, pode ser observado, para o grupo 2, que a
resistência de união é muito maior para os terços cervical e médio. A explicação mais
provável para a maior resistência ao deslocamento do pino na região média do canal radicular
pode ocorrer pela maior eficácia da fotoativação, pois esta mais próxima da fonte de luz.
Além disso, a parte cervical do canal é a parte mais acessível, tornando mais fácil para aplicar
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os agentes adesivos. A lavagem com água durante o processo de preparo, as dificuldades de
controle de umidade no terço apical do espaço para pino provavelmente resultará na retenção
de água remanescente nos túbulos dentinários, causando uma incompleta infiltração da resina.
Os autores especulam que a redução da resistência de união no terço apical pode também
estar relacionada com a distribuição mais difícil do cimento resinoso ou aos vestígios de guta-
percha remanescente do tratamento endodôntico.
Andrade et al. (2006) [3] afirmam que o cimento resinoso é o material mais indicado
na cimentação de pinos de fibra de vidro, pois apresenta adesão tanto ao dente quanto ao pino.
Tem-se demonstrado que o controle de umidade, após a aplicação e remoção do ácido
fosfórico, bem como a infiltração incompleta da resina na dentina afeta significativamente a
resistência de união. [19]
No presente estudo foi empregado um cimento resinoso por sua facilidade de inserção
no interior do conduto, bom escoamento e praticidade de manipulação. Por apresentar presa
dual, permite que as camadas mais distantes da fonte de luz polimerizem por reação química,
enquanto as camadas superficiais são complementadas pela fotopolimerização, garantindo a
correta presa do material em toda a extensão do conduto. [1,3] Ainda a aplicação de um
cimento resino com um instrumento espiral lentúlo, mesmo que não recomendado pelo
fabricante, é relatada por D’Arcangelo (2007) [8] como uma técnica eficaz para a redução de
vazios e bolhas durante a cimentação.
CONCLUSÃO
De acordo com os dados obtidos e com a análise estatística aplicada aos resultados,
pôde-se concluir o preparo do espaço para pino prévio ao tratamento endodôntico apresentou
resistência de união significativamente maior dos pinos de fibra de vidro reforçados por um
compósito restaurador.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2 REVISÃO DE LITERATURA
Shimabuko e Aun (1998) [21] procuraram analisar a formação de tags (projeções de
resinas nos túbulos dentinários) quanto à sua uniformidade e quantidade, variando-se o modo
de aplicação e avaliaram a influência do condicionamento ácido e do uso de adesivos
dentinários nas estruturas a serem restauradas. Foram utilizados 25 caninos humanos tratados
endodonticamente e agrupados aleatoriamente em 5 grupos. Grupo I: realizou-se
condicionamento ácido com ácido ortofosfórico a 37% por toda a câmara pulpar, realizando
aplicação do primer (EDTA) e adesivo dentinário (Denthesive II®) e, cobriu-se toda a
superfície da câmara pulpar com resina fluida (Adhesive Bond®) através de um pincel. Fez-se
posteriormente a aplicação da resina composta (Charisma®). Grupo 2: a resina fluida
(Adhesive Bond®) foi aplicada e homogeneizada com uma bolinha de algodão, recebendo em
seguida a resina composta (Charisma®). Grupo 3: houve a aplicação da mesma resina fluida
com algodão e, imediatamente após, preenchimento da câmara pulpar com a resina composta,
sendo os dois materiais polimerizados conjuntamente. Grupo 4: fez-se condicionamento
ácido, porém, não se aplicou o primer nem adesivo dentinário, sendo a aplicação da resina
fluida e da resina composta realizada como descrita para o grupo 1. Grupo 5: não se procedeu
condicionamento ácido, sendo as demais etapas realizadas como descrito para o Grupo 1.
Removeu-se então a porção radicular abaixo da camada de guta-percha, com o objetivo de
facilitar o processo de descalcificação, restando somente a resina composta (Charisma®). Os
dentes preparados foram analisados através do microscópio eletrônico de varredura.
Considerando individualmente os critérios uniformidade e quantidade de tags, no grupo I:
houve ausência de tags em uniformidade e quantidade. Grupo II: sem a menor uniformidade e
raros tags. Grupo III: esboço de uniformidade e poucos tags. Grupo IV: uniformidade parcial
e vários tags. Grupo V: uniformidade parcial e muitos tags. Houve formação de tags nos 5
grupos avaliados, havendo maior uniformidade nas amostras do grupo 3 e maior quantidade
nas amostras do grupo 1. O jateamento de ar e o esfregaço com bolinhas de algodão
mostraram-se métodos eficazes para aplicação da resina fluida (bond). A ausência de
condicionamento ácido (grupo 5) ou a não aplicação do sistema de adesão à dentina (grupo 4)
podem prejudicar a formação dos tags de resina e, consequentemente, diminuir a adesão tanto
ao esmalte quanto à dentina. Newman et al. (2003) [15] avaliaram o efeito de três tipos
diferentes de pinos de fibra intracanal, reforçados com compósitos, na resistência à fratura e
no tipo de fratura de dentes endodonticamente tratados, com canais estreitos e largos,
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comparando-os também com um núcleo de aço inoxidável (Parapost XH®). Utilizaram 90
incisivos centrais superiores, sem cáries ou traços de microfraturas e fendas, com raízes de
mesmo diâmetro e comprimento, seccionados transversalmente próximo ao colo. Os canais
foram tratados conforme normas da ISO e obturados com guta-percha e AH Plus Root Canal
Sealer®. Os dentes foram divididos em oito grupos experimentais e um controle (Parapost
XH®). Os canais largos foram preenchidos lateralmente com compósito de alta fluidez Flow-
it®. Em todos, foi utilizado o sistema de união Scotchbond Multi Purpose®. As raízes foram
cobertas por uma película (Plasti-Dip®) para simular o ligamento periodontal e os dentes
foram fixados em blocos de resina. Os testes de resistência à fratura foram realizados na
máquina de ensaio universal Instron, em inclinação de 45 graus com o longo eixo do dente
com velocidade de 0,05cm/min até ocorrer a fratura. Os resultados foram, respectivamente
para raiz estreita e larga: Fiberkor® – 9,79Kg±1,29 e 9,04Kg±1,76; Dentatus Luscent® –
12,90Kg±1,64 e 12,87Kg±2,69; Ribbond® padronizado – 4,55Kg±1,49 e 12,87Kg±3,54;
Ribbond® não-padronizado – 24,91Kg±11,53 e 31,95Kg±11,98 e Parapost (canal estreito) –
18,33Kg±3,27. Concluíram que não houve diferença estatisticamente significante entre canais
estreitos e largos para todos os sistemas, exceto para o Ribbond®, que apresentou dificuldades
de colocação em canais estreitos. Concluíram também, que os sistemas pré-fabricados
apresentaram médias entre 9,04 e 12,90 ao passo que o Parapost® apresentou a maior média
de 18,33.
Ramalho (2003) [18] comparou in vitro a resistência à fratura de raízes reconstruídas
com pinos intrarradiculares pré-fabricados metálicos e estéticos. Foram utilizados 30 raízes,
padronizadas em 14mm de comprimento. Os dentes foram tratados endodonticamente através
da Técnica Clássica Modificada e divididos em três grupos de 10 cada. Grupo I: pinos pré-
fabricados de resina reforçada com fibra de vidro (Reforpost n° 2 – Angelus®) cimentados no
limite de 2/3 do conduto radicular. Grupo II: pinos pré-fabricados metálicos (Reforpost II –
Angelus®) cimentados no limite de 2/3 do conduto radicular. Grupo III: pinos pré-fabricados
de resina reforçada com fibra de vidro (Reforpost n° 2 – Angelus®) cimentados no limite de
1/3 do conduto radicular. Os pinos foram cimentados utilizando-se o sistema Single Bond®
(3M/ESPE) e o cimento resinoso RelyX ARC® (3M/ESPE). Após o tratamento endodôntico,
as raízes foram incluídas em tubos de plástico (PVC) com resina acrílica autopolimerizável,
sendo os corpos-de-prova submetidos a cargas de cisalhamento com angulação de 45° em
relação ao longo eixo da raiz, com deslocamento de 0,5mm/min até que houvesse fratura da
raiz e/ou deslocamento do pino. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico ANOVA
com nível de significância de 5% e mostraram não haver diferenças estatisticamente
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significantes entre os grupos avaliados. O grupo 2 apresentou os maiores índices de
resistência à fratura das raízes com um média de 85,90Kgf, seguido do grupo 1 com média de
84,81Kgf, enquanto o grupo 3 proporcionou menor resistência à fratura com média de
67,14Kgf.
Bueno (2005) [5] realizou este estudo com o objetivo de avaliar a influência do
cimento endodôntico e do sistema de fixação na resistência à tração de pinos pré-fabricados
de fibra de vidro. Foram utilizadas sessenta e quatro raízes bovinas extraídas, divididas em
oito grupos experimentais resultantes da interação do cimento endodôntico e sistema de
fixação. A obturação dos canais radiculares foi realizada com guta-percha e cimento
endodôntico contendo eugenol (CC) ou apenas com guta-percha termoplastificada (SC),
sendo verificada a influência do eugenol presente no cimento endodôntico nos sistemas de
fixação. Foram utilizados dois sistemas de fixação: Single Bond + RelyX (SB/RX); e C&B +
All-Bond 2 (CB/AB) e a associação dos dois RelyX + All-Bond 2 (RX/AB) e C&B + Single
Bond (CB/SB), distribuídos nos seguintes grupos: GI – SB/RX/CC; GII – AB/CB/CC; GIII –
AB/RX/CC; GIV – SB/CB/CC; GV – SB/RX/SC; GVI – AB/CB/SC; GVII – AB/RX/SC;
GVIII – SB/CB/SC. Após a inclusão das raízes, as amostras foram submetidas ao teste de
resistência à tração através de uma máquina de ensaio universal – EMIC - modelo DL 5000,
regulada com velocidade de 0,5mm/min. Os valores obtidos em quilograma força (kgf) foram
tabulados e submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram não haver efeito
estatístico significativo para o fator cimento endodôntico e para a interação cimento
endodôntico x sistema de fixação (ANOVA, a= 0,05). Entretanto, a análise do resultado do
teste de variação múltipla de Tukey (LSMEANS) mostrou que a maior média de resistência à
tração foi apresentada pelo sistema de fixação Single Bond/RelyX 37,41(12,86), porém, não
apresentou diferença estatística significativa da média do sistema All- Bond 2/C&B 27,13
(8,34). Por outro lado, a menor média de resistência à tração foi apresentada pelo sistema
Single Bond/C&B 21,36(6,3), não apresentando diferença estatística significativa para o
sistema All-Bond 2/RelyX 33,45(11,49). Desta forma, concluiu-se que o cimento endodôntico
não influenciou na resistência à tração dos sistemas de fixação de pinos intrarradiculares de
fibra de vidro; os sistemas de fixação All-Bond 2/C&B e Single Bond/RelyX apresentaram o
mesmo comportamento em relação à resistência à tração. Além disso, conclui-se que a
associação de adesivo que possui monômeros ácidos, em sua composição, e cimento resinoso
quimicamente ativado diminui significantemente a resistência à tração.
A finalidade da pesquisa de Akgungor e Akkayan (2006) [1] foi avaliar o efeito de
diferentes sistemas de união dentinários e diferentes maneiras de polimerização na força de
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união entre pinos de fibra transparentes e dentina radicular em diferentes regiões da interface.
Foram utilizados quarenta caninos superiores seccionados no nível da união cemento-esmalte
e os canais foram mecanicamente preparados e obturados com guta-percha com a técnica da
condensação lateral. Os preparos para cimentação dos pinos foram realizados após 24 horas
com a profundidade de 10mm e os pinos cimentados com o cimento Panavia F seguindo a
orientação dos fabricantes dos materiais. Houve a formação de quatro grupos com sistemas de
união diferentes, cujos resultados de força de união foram: grupo 1 – Excite
(fotopolimerizável) – 12,7MPa±5,0; grupo 2 – Excite DSC (dual) – 13,5MPa±5,3; grupo 3 –
Clearfil Liner Bond (fotopolimerizável) – 18,3MPa±4,1; grupo 4 – Clearfil Liner Bond (dual)
– 13,2MPa±2,5. Os grupos 1, 2 e 4 não diferem estatisticamente entre si. Os resultados
quanto, respectivamente, à região cervical, média e apical foram: grupo 1 – 16,7MPa±3,2 –
14,2MPa±2,9 e 7,1MPa±2,6; grupo 2 – 17,8MPa±3,3 – 15,1MPa±3,5 e 7,6MPa±2,5; grupo
3 – 19,4MPa±4,9 – 18,3MPa±3,9 e 17,1MPa±3,6; grupo 4 – 14,4MPa±2,0 – 13,0MPa±2,4 e
12,2MPa±2,7. Os valores das regiões cervical e média nos quatro grupos são estatisticamente
iguais entre si; no entanto, na região apical os valores dos grupos 1 e 2 são iguais entre si,
porém, diferentes estatisticamente dos valores dos grupos 3 e 4, os quais são estatisticamente
iguais entre si. Os autores concluíram que comparando com os sistemas de união de frasco
único, os sistemas de primer autocondicionante e agente de união autopolimerizável
apresentam de maneira significativa o mais alto poder de união do pino à dentina com uma
relativa fina camada híbrida.
Alfredo et al. (2006) [2] avaliaram, in vitro, a influência do cimento endodôntico a
base de óxido de zinco e eugenol (EndoFill) na adesão de pinos intrarradiculares cimentados
com cimento resinoso (Enforce) ou cimento fosfato de zinco. Vinte e quatro caninos
superiores unirradiculares foram tratados endodonticamente pela técnica coroa-ápice,
irrigação com hipoclorito de sódio a 1% a cada instrumentação, e distribuídos em dois grupos:
obturados com cimento a base de óxido de zinco e eugenol + cones de guta-percha, ou
somente cones de guta-percha (sem cimento), pela técnica da condensação lateral. Os dentes
foram selados com material provisório (Coltosol), e após 72h o espaço para pino foi
preparado com broca Largo #6. Os canais foram moldados pela técnica direta com resina
acrílica autopolimerizável (Duralay). Após a fundição, os núcleos/pinos intrarradiculares
foram cimentados, em metade dos espécimes em cada grupo (n=6), com cimento resinoso
Enforce e na outra metade com cimento de fosfato de zinco. Os espécimes foram submetidos
a ensaios de resistência à tração, e os valores de força máxima necessária ao desprendimento
dos retentores submetidos à análise estatística pelo teste de Kruskal-Wallis (p
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Obtiveram como resultado que os pinos cimentados com cimento fosfato de zinco
apresentaram valor médio de resistência à tração superior (353,4N) ao apresentado nos pinos
cimentados com Enforce (134,9N). Em relação à influência do cimento a base de eugenol na
retenção dos pinos intrarradiculares, houve diferença significante (p
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prevalente tanto nos grupos com ciclagem de fadiga quanto nos sem ciclagem), dentina-pino e
mista. As fraturas na interface dentina-pino foram mais prevalentes nos grupos submetidos à
ciclagem. A interface cemento-dentina sofre deteriorização e apresenta enfraquecimento
devido à ciclagem de fadiga Os resultados desta pesquisa sugerem uma certa variação na
união de pinos e que um dos primeiros passos para melhorar esta união pode ser o uso de um
material obturador livre de eugenol.
Fonseca et al. (2006) [11] realizaram um trabalho cujo objetivo foi avaliar in vitro a
retenção de pinos intrarradiculares variando-se a técnica de aplicação do agente adesivo e do
cimento resinoso dual no espaço protético preparado para a recepção do pino. Sessenta
caninos superiores tratados endodonticamente tiveram as coroas descartadas e as raízes
incluídas em resina acrílica. Os espaços protéticos foram preparados com broca Largo
acionada por micromotor acoplado a um paralelômetro, a fim de manter constantes o
comprimento e diâmetro dos pinos intrarradiculares e o paralelismo dos preparos após a
fundição. Os pinos foram divididos aleatoriamente em 2 grupos (n = 30) conforme a técnica
de aplicação do agente adesivo: com pincel tipo microbrush ou com pincel fornecido pelo
fabricante do adesivo (controle). Cada grupo foi subdividido em três subgrupos (n = 10)
segundo a técnica de aplicação do agente cimentante: com o próprio pino, com broca de
lêntulo previamente ao posicionamento do pino ou associação dos dois modos. Após 72 horas
do processo de cimentação, os pinos foram tracionados pela máquina universal de ensaios
(Instron 4444) com a velocidade de 1mm/min. Os resultados mostraram diferença estatística
significante (p
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endodôntico. Após a obturação, o cimento no interior do canal foi removido em uma extensão
de 9mm de comprimento. Os dentes foram condicionados com ácido fosfórico a 37% por 15
segundos, lavados com água destilada e ressecados. Após essa etapa, foram divididos em três
grupos de 10 raízes. Grupo A: recebeu o adesivo hidrófilo Opti-bond Solo Plus (Kerr, Scafati)
em duas camadas. A seguir foi aplicada a luz fotopolimerizadora por 20 segundos e isolado na
porção cervical com vaselina líquida. O cimento resinoso (Enforce, cor A2, Dentsply Ind.
Com. Ltda.) foi introduzido no canal, onde retentores de fibra de vidro n° 3 (Angelus
Soluções Odontológicas) foram silanizados (Silano, Dentsply Ind. Com. Ltda.) e impregnados
no interior das raízes, que após essa etapa receberam fotopolimerização por 40 segundos.
Grupo B: recebeu tratamento igual ao grupo A, incluindo a ativação do adesivo (Optibond
Activator, Kerr), através da mistura de uma gota do ativador (Optibond Activator, Kerr), para
torná-lo dual. Grupo C: o tratamento ácido foi idêntico aos grupos anteriores, mas os canais
foram tratados com um adesivo autopolimerizável de primeira geração, hidrófobo, (Concise,
3M), misturando-se duas gotas (base + catalisador). Os espécimes foram submetidos a testes
de tração dos núcleos cimentados em máquina de ensaio e um espécime do grupo B, o de
melhor performance, foi selecionado para a observação em MEV. As medidas obtidas para
cada grupo foram: grupo 1: 13,24MPa±3,9; grupo 2: 19,83MPa±4,3; grupo 3: 8,29MPa±2,8.
A utilização de um adesivo hidrófilo e de baixa viscosidade foi essencial para aumentar a
capacidade de retenção de pinos de fibra de vidro fixados com cimento resinoso em canais
radiculares. O uso de um ativador no sistema adesivo fotopolimerizável para torná-lo dual
melhorou a eficácia desta retenção.
Santos et al. (2006) [20] elaboraram um trabalho com o fim de avaliar a influência de
substâncias irrigantes endodônticas na adesão à dentina da câmara pulpar. Setenta incisivos
bovinos tiveram suas coroas cortadas e câmaras pulpares expostas, e raízes seccionadas 2mm
abaixo da junção amelocementária. A polpa foi removida cuidadosamente com uma cureta, e
os orifícios dos canais preenchidos com material restaurador provisório (Coltosol). Os
espécimes foram divididos em sete grupos, conforme a substância irrigante utilizada: G1 –
cloreto de sódio a 0,9% (controle); G2 – hipoclorito de sódio a 5,25%; G3 – hipoclorito de
sódio a 5,25% + EDTA a 17%; G4 - solução de clorexidina a 2%; G5 - solução de clorexidina
a 2% + EDTA a 17%; G6 – clorexidina gel a 2%; G7 - clorexidina gel a 2% + EDTA a 17%.
As câmaras receberam 10ml da substância escolhida por 30 minutos, sendo esta renovada a
cada 3 minutos. Para os grupos que receberam EDTA, este foi aplicado na quantia de 1ml por
5 minutos após a aplicação da primeira substância. Os dentes foram então irrigados com 10ml
de água destilada e secos com jatos de ar, e foi aplicado o adesivo Clearfil SE Bond na
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câmara pulpar, e em seguida o compósito Filtek Z250. Foram obtidos seis bastões
retangulares através da secção de cada espécime e a interface dentina-resina foi testada sob
tensão. Os valores de força de adesão foram analisados através dos testes ANOVA e Tukey, e
classificados conforme a área afetada: tipo 1 – fratura de interface, exclusivamente entre
resina e adesivo; tipo 2 – mista, com início na camada adesiva e extensão para a dentina ou
compósito; tipo 3 – fratura coesiva em dentina; tipo 4 – fratura coesiva em compósito. Os
resultados mostraram diferença significativa entre os grupos (p0,05). As fraturas tipo 1 e 2
foram as mais prevalentes. Fraturas tipo 3 foram mais comuns nos espécimes irrigados com
solução de clorexidina, e fraturas tipo 4 foram pouco evidentes. O maior número de falhas
espontâneas ocorreu para os grupos G2, G3 e G7. Concluíram que houve uma redução
significativa as forças de adesão com o uso de hipoclorito de sódio, enquanto a irrigação com
clorexidina, em solução ou gel e associada ou não ao EDTA, não mostrou efeito sobre a
adesão, sendo considerada compatível com a técnica adesiva utilizada. Assim, as substâncias
de irrigação endodôntica afetaram de forma diferente as forças de adesão à dentina da câmara
pulpar.
O objetivo de Camargo et al. (2007) [6] com seu estudo, foi de estabelecer um
possível parâmetro para o uso de dentes bovinos em relação aos dentes humanos em pesquisas
científicas, através da avaliação do número e do diâmetro dos túbulos dentinários nos canais
radiculares, nos terços cervical, médio e apical em dentes humanos e bovinos. Foram usados
24 pré-molares humanos divididos em 4 grupos de acordo com a idade: GH1 – 10 a 15 anos;
GH2 – 16 a 30 anos; GH3 – 31 a 45 anos; GH4 – 46 a 80 anos. Foram também usados 24
dentes bovinos divididos em quatro grupos de acordo com o tipo: GB1 – incisivo central;
GB2 – primeiro incisivo lateral; GB3 – segundo incisivo lateral; GB4 – terceiro incisivo
lateral. Os dentes foram seccionados no limite cemento-esmalte, os canais preparados com
limas Hedströem e seccionados ao longo eixo no sentido vestibulolingual para serem
analisados no MEV. Os resultados mostraram que não há diferença significativa quanto ao
número de túbulos dentinários com relação às condições experimentais (grupos de idade em
dentes humanos e grupos de tipos de dentes bovinos). No entanto, houve uma diferença
significativa estatisticamente com relação ao tipo de amostra (humana versus bovina). Com
respeito ao número de túbulos dentinários, as amostras bovinas apresentaram um significante
maior número em comparação com as amostras humanas. Os autores concluíram que o terço
cervical da raiz apresentou o maior valor com relação ao número e diâmetro de túbulos
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dentinários, seguido pelo terço médio e apical, tanto em dentes humanos quanto em bovinos.
As amostras bovinas apresentam um valor significativamente maior comparadas às amostras
humanas, com relação ao número de túbulos dentinários; porém, não há diferença
estatisticamente significante com relação ao diâmetro dos túbulos dentinários entre as duas
amostras.
O objetivo da pesquisa de Carrilho et al. (2007) [7] foi avaliar as propriedades
mecânicas e morfológicas de dentina pré-tratada com clorexidina prévia ao condicionamento
ácido de cavidades preparadas em esmalte e dentina de molares. Em 12 molares foram
confeccionadas cavidades Cl I (3×3×4mm) condicionadas com ácido fosfórico a 35% por 15
segundos. Foi usado sistema de união Single Bond, e a resina composta microparticulada
ClearFill Protect Liner (1,5mm) e a resina composta híbrida Z-250 (grupo controle). O grupo
experimental foi tratado da mesma maneira, exceto que antes do condicionamento ácido foi
aplicado uma solução de digluconato de clorexidina a 2%. Para os testes de microtração os
dentes foram seccionados no sentido mesiodistal e a força foi exercida com velocidade de
0,5mm/min. Os padrões de fratura encontrados, em MEV, foram na resina composta, no
agente de união da camada híbrida, na dentina e mistas. Os resultados encontrados para
microtração foram, respectivamente para dentes imediatos e aqueles feitos após 14 meses:
grupo controle – 29,3MPa±9,2 e 19,0MPa±5,2, grupo experimental 32,7MPa±7,6 e
32,2MPa±7,6. Os grupos controle e experimental imediato e o grupo experimental de 14
meses mostraram uma camada híbrida alterada. Os autores especulam que a clorexidina
permanece unida ao colágeno em baixo da resina que infiltrou nos espaços interfibrilares.
D’Arcangelo et al. (2007) [9] tiveram como duplo objetivo deste estudo avaliar a
influência dos diferentes tipos de tratamentos de superfície do pino na força retentiva dos
pinos de fibra de vidro e na morfologia do pino. Foram selecionados quarenta incisivos
centrais superiores recém-extraídos, nos quais os detritos externos foram removidos. Os
critérios de inclusão foram: raízes retas; ausência de cárie radicular; ausência de defeitos,
rachaduras e/ou tratamento endodôntico prévio; e comprimento de raiz de pelo menos 13mm.
Os espécimes foram armazenados em cloramina T a 0,5% de solução aquosa a 4°C. A coroa
de cada dente foi seccionada horizontalmente por vestibular na junção esmalte-cemento. Os
irrigantes utilizados foram hipoclorito de sódio a 5% (NaOCl) e ácido
etilenodiaminotetracético a 17% (EDTA). Quarenta e oito pinos de fibra de vidro (Endo Light
Post; IDT), afilados a 2% e com 0,9mm de conicidade foram usados. Os pinos foram
divididos em quatro grupos experimentais. Cada grupo foi tratado de formas diferentes. Um
conjunto de 12 pinos não foi condicionado e foi designado grupo controle (GC). Um segundo
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conjunto de 12 pinos, o grupo silanizado (SIG), foi condicionado com gel de ácido fosfórico a
37% por 60s e silanizado. Um terceiro conjunto de 12 pinos foi jateado com ácido fluorídrico
a 9,5% por 15s. O último conjunto de 12 pinos, o grupo jateado (SAG) foi jateado usando um
dispositivo intrajateamento; foi realizada a abrasão com partículas de ar com 50-Al2O3µm, a
distância de aproximadamente 5cm, com pressão de 2,0 bars por 10s. Os dados foram
analisados utilizando o pacote estatístico para o programa de ciências sociais (SPSS Inc.,
Chicago, IL). Foram utilizados o teste de Dunnett e o teste de Tukey para avaliar as
diferenças entre os grupos experimentais (Alfa = 0,05). A resistência à tração das amostras
tratadas (SIG, HFG, e SAG) foram significativamente superiores à dos espécimes do grupo
controle (p
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condicionamento da superfície do pino. O condicionamento e o jateamento pareceram ser
mais eficazes do que a silanização na determinação da retenção micromecânica sobre uma
superfície do pino de fibra.
Perdigão, Gomes e Augusto (2007) [16] analisaram o efeito do grau de disparidade
entre o espaço para o pino e o seu diâmetro do pino na força de união de um pino de fibra
reforçado por resina. Para tanto, utilizaram 32 incisivos centrais e caninos superiores, que
foram endodonticamente tratados e divididos em 4 grupos: (1) canal preparado com uma
broca #1 D.T. Light Post®; (2) canal preparado com uma broca #2 D.T. Light Post®; (3) canal
preparado com uma broca #3 D.T. Light Post®; (4) canal preparado com uma broca Gates
Glidden #6®. Um pino D.T. Light Post® tamanho 1 foi vedado no canal utilizando adesivo
One-Step® e cimento para pino Hi-X®. Um teste de tração foi realizado em três secções de
cada raiz para medir as forças de união. Dois dentes extras de cada grupo foram restaurados
da mesma forma e processados para observação em MEV. As medidas obtidas para cada
grupo foram: grupo 1: 15,7MPa±6,9; grupo 2: 14,7MPa±6,5; grupo 3: 14,0MPa±5,0; grupo 4:
14,0MPa±5,1. O item espaço para pino não apresentou diferença significativa em valores
médios de força de união (p>0,05). Quanto a região radicular, o terço coronal (17,5MPa±6,0)
teve médias de força de união significativamente maiores que o terço apical (12,3MPa±6,0)
(p0,119) e ao apical (p>0,999). Na
microscopia eletrônica de varredura, algumas áreas do sistema de canais ainda apresentaram
resíduos de guta-percha, o que resultou na desunião da interface cimento-dentina. Foram
observadas áreas localizadas de hibridização incompleta em todos os grupos. Os
pesquisadores concluíram que o diâmetro do espaço para pino não afetou as forças de união;
que a união no nível coronal é mais confiável em relação ao nível apical; e que a presença de
guta-percha residual e deficiência na hibridização dentinária podem resultar em selamento
deficiente da interface resina-dentina.
Qing et al. (2007) [17] compararam a resistência à fratura de dentes anteriores
tratados endodonticamente e restaurados com pinos de fibra de vidro ou zircônia e compósitos
com dentes restaurados com núcleo fundido em níquel-cromo. Foram utilizados 24 dentes
anteriores, superiores e inferiores, extraídos de cadáveres com 40 a 72 anos no momento da
morte. Os dentes foram tratados endodonticamente e seccionados transversalmente na altura
do colo. As raízes foram preparadas para a colocação dos pinos com 10mm de profundidade,
deixando 4mm de material obturador no terço apical, de acordo com as instruções do
fabricante. As raízes foram incluídas em blocos de resina com silicone simulando a membrana
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periodontal. No grupo controle, foi cimentado um núcleo fundido de níquel-cromo e no grupo
experimental foi colocado um pino de fibra de vidro e zircônia e uma base de compósito
(Durafill®), após o tratamento da superfície da raiz de acordo com o produto utilizado
(Panavia F®). Os corpos-de-prova foram submetidos à pressão na máquina universal de
ensaio Instron®, com inclinação de 135° em relação ao longo eixo, com velocidade de
0,5mm/min, até que a fratura fosse determinada visualmente. Os resultados mostraram que o
maior valor de força necessária para a fratura foi de 1558,1N e 2222,8N, respectivamente para
o grupo experimental e controle, sendo o menor de 600,3N e 735,3N respectivamente,
também, para o grupo experimental e controle. Constataram que os pinos de fibra de vidro e
zircônia com compósitos apresentam menor resistência à fratura da raiz quando comparados
aos núcleos fundidos com níquel-cromo e que todos os corpos-de-prova mostraram fraturas
oblíquas iniciando na margem palatal da coroa e se propagando para a vestibular em direção
apical.
Segundo Zollner et al. (2007) [24] o canal radicular constitui importante etapa do
tratamento endodôntico. Os objetivos desse preparo são: limpeza, desinfecção e moldagem do
canal, onde são alcançados através de instrumentos endodônticos e substâncias químicas. O
magma dentinário pode ser definido como um substrato amorfo, irregular e granuloso
composto de uma camada superficial constituída de matéria orgânica e uma segunda mais
mineralizada na qual predominam raspas de dentina, consequência dos instrumentos
cortantes, podendo conter também microrganismos. A remoção deste magma com o auxílio
dessas substâncias favorece o aumento da permeabilidade dentinária (aumento dos túbulos
dentinários), são eles: tergensol, EDTA, ácido cítrico e fosfórico. Foram selecionados 20
dentes caninos superiores, canal único, dentes imersos na solução fisiológica para hidratação.
Após isso as coroas foram seccionadas, foi feito preparo da entrada do canal radicular e
esvaziamento. Na sequência, foi realizado o preparo químico-cirúrgico, utilizando-se limas
Flexofile de primeiro uso; após o preparo foram divididos em 4 grupos de 5 dentes G1 –
(grupo controle) irrigação hipoclorito de sódio a 0,5% e tergensol; G2- (grupo experimental)
irrigação com EDTA a 17% por 3 minutos e água destilada; G3- (grupo experimental)
irrigação com ácido cítrico a 10% por 30 segundos e água destilada; G4 (grupo experimental)
aplicação de ácido fosfórico a 37% levado com cone de papel por 15 segundos e água
destilada. Após aspiração e secagem dos canais radiculares, promoveu-se a clivagem dos
dentes sendo divididos em dois pedaços. Os espécimes foram analisados em microscópio
eletrônico de varredura, sendo escolhido o terço médio e apical como área a ser analisada.
Variando de 0 a 3, conforme os critérios: 0- ausência de camada residual de lama dentinária,
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túbulos dentinários abertos; 1- presença de camada residual de lama dentinária somente nos
túbulos dentinários; 2- presença de fina camada residual de lama dentinária recobrindo a
superfície; 3- presença de camada residual de lama dentinária e túbulos dentinários
completamente obturados. As estatísticas foram insignificantes em nível numérico. Concluiu-
se que com o uso do EDTA a 17% mostrou maior tendência na remoção da lama dentinária
quando comparado com o tergensol e que o ácido fosfórico e ácido cítrico tiveram
desempenhos semelhantes, porém, este último em relação ao EDTA a 17%; e ao tergensol foi
ineficaz na remoção da camada residual de lama apresentando evidentes semelhanças com o
ácido fosfórico.
Coniglio et al. (2008) [8] realizaram uma pesquisa com a finalidade de avaliar o
efeito da broca MTwo-PF em comparação com a broca Largo com diferentes regimes de
limpeza na remoção do material obturador para colocação de pinos radiculares. Em 100 pré-
molares unirradiculares foi realizado tratamento de canal pelo mesmo operador cuja obturação
foi feita com guta-percha termoplastificada e Obtura II. No grupo A o preparo do canal para
pino (com 12mm de profundidade) foi feito utilizando a broca Largo e no grupo B a broca
MTwo-PF. Os dois grupos foram divididos em cinco subgrupos de acordo com a maneira de
limpeza: subgrupo 1 – EDTA a 17%; subgrupo 2 – irrigação ultrassônica; subgrupo 3 –
EDTA a 17% + irrigação ultrassônica; subgrupo 4 – ácido fosfórico a 36%; subgrupo 5
(controle) – água destilada. Após isso, os dentes foram cortados no seu longo eixo no sentido
mesiodistal e preparados para análise em MEV em três locais: terço apical, terço médio
(6mm) e terço oclusal (2mm) para verificação da presença de restos dentinários e guta-
percha/material obturador bem como a quantidade de túbulos dentinários abertos. O escore
utilizado para restos foi: 0 – sem restos; 1 – algumas partículas menores do que 20µm; 2 –
grande quantidade de partículas. Para quantidade de túbulos dentinários abertos o escore
usado foi: 0 – todos os túbulos abertos sem presença de lama dentinária; 1 – alguns túbulos
abertos e uma fina camada de lama dentinária cobrindo túbulos abertos; 2 – todos os túbulos
obliterados. Os resultados para a presença de fragmentos, respectivamente para Largo e
MTwo-PF foram: EDTA : 1,0 e 0,8 – Ultrassom:1,8 e 1,7 – EDTA+Ultrassom: 0,6 e 0,3 –
Ácido fosfórico: 0,9 e 0,7 – Água: 1,9 e 2. Para a quantidade de túbulos abertos os resultados
foram: EDTA: 1,0 e 0,8 – Ultrassom: 1,5 e 1,6 – EDTA+Ultrassom: 0,6 e 0,4 – Ácido
fosfórico: 0,9 e 0,6 – Água: 1,8 e 1,8. Os autores concluíram que a broca MTwo-PF foi mais
efetiva do que a broca Largo na remoção do material obturador resultando em melhor limpeza
no espaço para o pino, principalmente quando associada ao uso do EDTA+ irrigação
ultrassônica.
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D’Arcangelo et al. (2008) [10] avaliaram a força de união de três sistemas de
adesivos, cimentos resinosos e pinos de fibra nos terços cervical, médio e apical da dentina do
espaço para pino. Três sistemas de pinos de fibra de vidro foram selecionados: Saremco Post
Non-stop Fibre®, FRC Postec Plus®, e Anatomical Post®. Estes foram vedados no interior dos
canais utilizando os sistemas adesivos e cimentos resinosos fornecidos pelos respectivos
fabricantes. O agente de vedação foi inserido no canal com uma seringa específica com
agulha. Um teste push-out foi realizado em secções das porções apical, média e cervical de
cada espécime para medir a força de união. Todos os espécimes fraturados foram analisados
através de estereomicroscopia para identificar os módulos de falha. Obtiveram os seguintes
resultados: os valores de força de união foram significativamente afetados pelo sistema pino-
adesivo-cimento e pela região radicular (p0,05). Os mais altos valores de força de união foram
encontrados no terço cervical para todos os grupos. Os terços médio e apical exibiram forças
de união similares sem diferença estatística entre eles. As marcas Saremco® e Precision®
apresentaram as maiores forças retentivas, enquanto que a Ivoclar® apresentou os menores
valores. Concluíram que o tipo de sistema pino-adesivo-cimento, bem como a região do canal
radicular possuem efeito significativo na retenção dos pinos de fibra, e que a região cervical
foi caracterizada por valores de força de união significativamente maiores.
Garcia et al. (2008) [13], tiveram como objetivo de seu estudo avaliar a resistência
de união ao microcisalhamento de sistemas adesivos autocondicionantes em dentina profunda.
Foram utilizados 50 terceiros molares humanos recém-extraídos (armazenados a 6°C). As
amostras foram preparadas até a obtenção de superfícies planas de dentina profunda (2mm
abaixo do limite amelodentinário do sulco central, transversalmente ao longo eixo do dente),
que foram aleatoriamente divididas em cinco grupos (n = 10). Afim de criar lama dentinária,
os procedimentos adesivos foram realizados imediatamente após as superfícies dentinárias
terem sido abrasionadas. Foram avaliados cinco sistemas adesivos e os procedimentos
efetuaram-se segundo orientações dos fabricantes. Os grupos experimentais testados foram: 1)
Syntac + Tetric Ceram, 2) One-Up Bond F Plus + Tetric Ceram, 3) Hybrid Bond + Tetric
Ceram, 4) AdheSE + Tetric Ceram, 5) Silorane System Adhesive + Filtek Silorane. As
amostras contendo os corpos-de-prova foram analisadas estatisticamente pela análise de
variância (Anova) e pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Fotomicrografias de
áreas representativas foram tiradas para avaliação do padrão de fratura, sendo classificadas
como falhas adesivas (entre o adesivo e a dentina e entre o adesivo e o compósito), falhas
coesivas no compósito e em dentina e falhas mistas. Os resultados da Anova mostraram
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diferenças significativas entre os grupos experimentais identificados pelo teste de Tukey
(p
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grupo E7, no qual apenas TA apresentou diferença em relação a CI. Concluíram que o
cimento Endofill interferiu negativamente na adesão à dentina radicular em todos os terços,
pois a polimerização da resina e adesivo foi inibida pelo grupo hidroxi presente no eugenol,
que tende a bloquear a reatividade dos radicais responsáveis pela reação, e em TA com a
fixação tardia do pino, provavelmente devido à redução da interferência do eugenol após este
período. As forças de adesão decresceram da coroa para o ápice em todos os grupos,
possivelmente devido à deficiência na fotopolimerização do terço apical da área preparada.
Reis, Giannini e Pereira (2008) [19] avaliaram a capacidade de sistemas adesivos
com condicionamento ácido prévio e autocondicionantes em nanoinfiltração induzida por
tempo e água nas interfaces resina-dentina após um período de 6 meses de armazenagem.
Cinco adesivos comerciais foram testados, abrangendo três diferentes estratégias de adesão
aos tecidos duros dentinários: um sistema adesivo autocondicionante de frasco único (One-up
Bond F (OB), Tokuyama); dois sistemas autocondicionantes de dois passos (Clearfil SE Bond
(SE), e um sistema contendo fluoreto antibacteriano, Clearfil Protect Bond (CP), Kuraray
Inc.); dois sistemas adesivos com condicionamento ácido prévio de 2 passos (SingleBond
(SB), 3M ESPE, e Prime &Bond NT (PB), Dentsply). Os dentes restaurados foram
seccionados em lâminas de 0,9mm de espessura e armazenados em água ou óleo mineral por
24 horas, 3 ou 6 meses. Uma substância evidenciadora de nitrato de prata foi utilizada para
revelar espaços nanométricos preenchidos por água e mudanças ocorridas através do tempo
nas interfaces resina-dentina. A caracterização das interfaces foi realizada com TEM. Os dois
sistemas adesivos autocondicionantes de dois passos mostraram pouca absorção de prata
durante os 6 meses de experimento. Adesivos de condicionamento ácido prévio exibiram
depósitos de prata predominantemente no interior da camada híbrida, que aumentou
significativamente para o SB após armazenagem em água. O sistema adesivo
autocondicionante de frasco único OB apresentou acúmulo massivo de prata na camada
híbrida e ramificações de água projetando-se na camada adesiva, que aumentaram em
tamanho e quantidade após armazenagem em água. Após estocagem em óleo foi observada a
redução de depósitos de prata nas interfaces em todos os grupos. Diferentes níveis de
nanoinfiltração induzida por água foram observados para os diferentes protocolos de adesão.
O sistema adesivo autocondicionante de 2 passos, especialmente aquele contendo fluoreto
antibacteriano, CP, mostrou a menor nanoinfiltração após 6 meses de armazenagem em água.
Zhang et al. (2008) [22] tiveram como objetivo de seu estudo in vitro avaliar o
efeito de diferentes tratamentos de espaço para pino na retenção de pinos de fibra em
diferentes regiões da raiz, quando dois sistemas autocondicionantes são usados. Quarenta e
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oito molares com comprimento de raízes semelhantes contendo um canal único e reto foram
utilizados neste estudo. Os dentes foram cortados na junção esmalte-cemento. As raízes foram
divididas aleatoriamente em quatro grupos de acordo com o tipo de tratamentos de espaço
para pino usado: (i) grupo controle: os canais foram irrigados com 10ml de água; (ii) grupo
ácido fosfórico a 35%: os canais foram preparados com ácido fosfórico a 35% (Ultra-etch;
Ultradent Products, South Jordan, UT, E.U.A.) por 30s utilizando uma seringa endodôntica
fornecida pelo fabricante do agente de condicionamento e, em seguida enxaguado com 10ml
de água; (iii) grupo EDTA / NaOCl: os canais foram irrigados com 5ml de EDTA a 17%
seguido por 5ml de NaOCl a 5,25% e, em seguida, lavados com 10ml de água; e (iv) grupo
ultrassom / EDTA/NaOCl: os canais foram tratados com um ultrassom #15 (mestre piezon
400; EMS, Nyon, Suíça), com 5ml de EDTA a 17% seguido por 5ml de hipoclorito de sódio a
5,25% como irrigante e 10ml de água como um jato final. Todas as raízes tratadas foram
sujeitadas a análises com microscópio eletrônico de varredura e testadas através do teste de
tração. Os modos de falha foram classificados pelo seguintes critérios: (i) falha adesiva entre
dentina e materiais de cimentação; (ii) falha adesiva entre o pino e o cimento resinoso; (iii)
falha coesiva na dentina; (iv) falha de aderência do pino; e (v) falha adesiva mista (ou seja,
uma falha que ocorreu tanto na interface entre a dentina e o cimento resinoso e na interface
entre o pino e o cimento resinoso). O teste ANOVA foi executado após o teste de tração tendo
a força como variável dependente. O espaço para pino, o tipo de sistema adesivo e a região da
raiz foram tidos como fatores fixos. O teste de Tukey foi utilizado para comparações post hoc.
Os dados do modo de falha foram analisados através do chi-square teste. Em todos os testes,
o nível de significância foi estabelecido em p
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NaOCl e ultrassom, todos os túbulos dentinários estavam abertos e uma desmineralização
óbvia da dentina intertubular e peritubular foi vista, deixando uma ampliação do diâmetro
tubular. Alguns detritos com um diâmetro máximo de 10mm também foram observados no
grupo EDTA / NaOCl. O teste chi-square revelou diferenças significativas no modo de falha
dos grupos testados neste estudo (p
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uma atuação melhor que os cimentos autoadesivos. No presente estudo, foram avaliadas a
resistência ao cisalhamento e a tração de diferentes agentes de cimentação. As hipóteses de
que o tipo de cimento adesivo não afeta a eficácia da ligação e a capacidade de vedação foram
rejeitadas. A hipótese de que a resistência à tração e a capacidade de vedação não variam
entre os diferentes níveis no canal radicular foram aceitas. A respeito da eficácia da ligação à
raiz, como determinado pelo teste de tração, o cimento Clearfil Esthetica mostrou uma força
de ligação significativamente maior do que todos os cimentos, exceto para o Panavia 21.
Especulasse que essa diferença está na maior acidez do primer ED II contido no Clearfil
Esthetica. A resistência de união obtida para Rely-X Unicem, Variolink II e Panavia 21 ficou
na mesma escala. No que diz respeito à capacidade de vedação, conforme determinado pelo
sistema de filtragem de fluidos, o Panavia 21, o Clearfil Esthetic e o Variolink II foram
julgados mais eficazes. O Panavia 21 não apresentou vazamento em vários espécimes e
quando o movimento de fluidos foi observado, o total de fuga foi limitado. Entre os
espécimes restaurados com Clearfil algumas secções apresentaram maior quantidade de fugas.
Nas últimas amostras, a análise em MEV revelou gotas na interface cimento-dentina. Entre os
espécimes restaurados com Variolink II, nenhum vazamento foi detectado em várias secções,
mas alguns deles apresentaram vazamento substancial. Novamente, as gotas foram observadas
nestes espécimes na interface e na camada de cimento em si. Apesar da resistência de união
promissora, a capacidade de selamento do Rely-X Unicem foi significativamente pior do que
a de todos os outros cimentos, e também não significativamente diferente do cimento GC-
experimental. A análise em MEV revelou muitas bolhas de ar na interface cimento-dentina,
que devem ser atribuídas à pobre adaptação às paredes do canal e não ao processo de mistura.
Vários estudos demonstraram que os pinos não metálicos apresentaram menor infiltração que
os pinos metálicos, e que os cimentos adesivos proporcionam melhor vedação marginal do
que cimentos convencionais. No entanto, pouco se sabe sobre a capacidade de selamento da
ligação do pino de fibra e os resultados parecem difíceis de serem comparados. Neste estudo,
foi encontrada correlação entre o teste de tração e resistência e a capacidade de selamento dos
cimentos, provavelmente devido as amostras terem sido apresentado sucessivamente
capacidade de vedação ao teste de tração. Portanto, os principais fatores que afetam a
resistência à tração no canal da raiz são: a intensidade da interação entre o adesivo e a dentina,
o estresse de contração devido à polimerização e o grau de polimerização, a presença
potencial de cimento endodôntico residual ou guta- percha, e a ocorrência de gotas, que
parece ser crucial para a impermeabilização na interface também. Os resultados deste estudo
contradizem as pesquisas anteriores, onde predominavam falhas na interface pino-cimento.
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