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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE ARTES DEPARTAMENTO DE MÚSICA CRISTIANE MÜLLER A Musicalização através da Prática de Canto Coral Popular: RELATÓRIO DE ESTÁGIO Relatório de estágio do curso de Licenciatura em Música, desenvolvido durante o segundo semestre de 2008, na disciplina de Prática Pedagógica IV, ministrada pela professora Áurea Demaria. FLORIANÓPOLIS 2008

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA

CENTRO DE ARTES

DEPARTAMENTO DE MÚSICA

CRISTIANE MÜLLER

A Musicalização através da Prática de Canto Coral P opular:

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Relatório de estágio do curso de Licenciatura em Música, desenvolvido durante o segundo semestre de 2008, na disciplina de Prática Pedagógica IV, ministrada pela professora Áurea Demaria.

FLORIANÓPOLIS

2008

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO DO RELATÓRIO.......................... ...........................................03

2 PROJETO DE ESTÁGIO............................... ...................................................04

2.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................04 2.2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................05 2.3 OBJETIVOS...................................................................................................07 2.3.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................07 2.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................07 2.4 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................08 2.5 METODOLOGIA.............................................................................................09 2.6 RECURSOS...................................................................................................11 2.7 BIBLIOGRAFIA..............................................................................................11

3 PLANOS DE AULA / RELATOS......................... .............................................12 3.1 PLANO E RELATO DA AULA 1 ....................................................................12 3.2 PLANO E RELATO DA AULA 2.....................................................................15 3.3 PLANO E RELATO DA AULA 3.....................................................................17 3.4 PLANO E RELATO DA AULA 4.....................................................................19 3.5 PLANO E RELATO DA AULA 5.....................................................................21 3.6 PLANO E RELATO DA AULA 6.....................................................................23 3.7 PLANO E RELATO DA AULA 7.....................................................................26 3.8 PLANO E RELATO DA AULA 8.....................................................................28 3.9 PLANO E RELATO DA AULA 9.....................................................................31 3.10 PLANO E RELATO DA AULA 10.................................................................33 3.11 PLANO E RELATO DA AULA 11.................................................................35 3.12 PLANO E RELATO DA AULA 12.................................................................37 3.13 PLANO E RELATO DA AULA 13.................................................................38 3.14 PLANO E RELATO DA AULA 14.................................................................39 3.15 PLANO E RELATO DA AULA 15.................................................................40

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. .................................................42

5 BIBLIOGRAFIA..................................... ............................................................48

6 ANEXOS............................................................................................................49

6.1 AQUECIMENTOS...........................................................................................49 6.2 BAIÃO e LAGOA DA CONCEIÇÃO................................................................51 6.3 CIO DA TERRA..............................................................................................55 6.4 DUAS CIRANDAS..........................................................................................57 6.5 CAMINHO DAS ÁGUAS.................................................................................58 6.6 BENDITO SEJA DEUS PAI............................................................................62 6.7 Ó PAI,SOMOS NÓS ESTA VINHA.................................................................63 6.8 NOITE FELIZ..................................................................................................64 6.9 UM SAMBA NO BIXIGA.................................................................................66

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1 INTRODUÇÃO DO RELATÓRIO

Este relatório é fruto da disciplina de Prática Pedagógica-Estágio IV que

consiste em encontros semanais com a professora orientadora Áurea para a

confecção e discussão do projeto de estágio e dos planos de aula, objetivando uma

boa preparação para atuar como estagiária de Educação Musical em escolas ou

projetos culturais, além da atuação nos mesmos.

Neste segundo semestre de 2008 estou tendo a oportunidade de estagiar em

dois locais diferentes com dois grupos adultos distintos, mas com os mesmos

objetivos: A Musicalização através da Prática do Canto Coral Popular.

O primeiro grupo tem o nome de “Coral feminino BPW”, de Florianópolis. O

segundo grupo é formado por moradores da comunidade de Sambaqui, em

Florianópolis.

A proposta do projeto é trabalhar com canto coral atendendo às associadas da

BPW, que são mulheres na faixa etária de 25 anos até 60 anos aproximadamente, e

a comunidade de Sambaqui, com a mesma faixa etária, que se reuniu com interesse

comum de praticar o canto coral popular.

O relatório está dividido em duas grandes partes: a primeira compreende o

Projeto de estágio, necessário para uma melhor compreensão do que se pretende

fazer; e a segunda é o Relato do estágio, de grande importância no sentido de prestar

contas sobre o que foi feito à UDESC, aos grupos BPW e Comunidade de Sambaqui,

à orientadora professora Áurea e principalmente a mim mesma, além de ter um papel

reflexivo sobre a nossa prática e os resultados dela.

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2 PROJETO DE ESTÁGIO

2.1 INTRODUÇÃO

Neste segundo semestre de 2008, o estágio será realizado em dois locais:

• BPW (Business Professional Women) Grande Florianópolis – Associação de

Mulheres Profissionais e de Negócios da Grande Florianópolis que é uma ONG

sem fins lucrativos, feminina e apartidária. Foi fundada em 31 de agosto de

1994, pela empresária Maria Helena Balthazar, e é mantida pelas próprias

sócias. É filiada à BPW Brasil que, por sua vez é filiada à BPW Internacional,

presente em mais de 100 países e que tem status consultivo em organismos

internacionais como ONU, OIT e UNESCO. A BPW tem a missão de inserir o

gênero feminino nas decisões de poder, estimulando o desenvolvimento

profissional e pessoal da mulher, visando sua autonomia, empreendedorismo e

liderança e possibilitando uma base para o desenvolvimento sustentável de

toda a comunidade. Os encontros semanais vão se realizar todas as terças-

feiras das 19h até as 21h no centro da cidade de Florianópolis, no salão de

festas do prédio de uma das associadas que gentilmente cedeu o espaço para

os ensaios. Cerca de doze mulheres irão participar deste projeto.

• Comunidade de Sambaqui: grupo de pessoas da comunidade de Sambaqui –

Florianópolis que tem o interesse da prática do canto coral. Foi através da

Gisele Azevedo que é moradora do local e já fez o curso de Licenciatura em

Músicada UDESC, que consegui este contato para buscar o estágio. Ela sente

que a comunidade é sedenta de projetos culturais e há tempos existe este

interesse por parte dos moradores. A comunidade colocou à disposição um

teclado para os ensaios. Os encontros semanais vão se realizar no Centro

comunitário de Sambaqui que foi cedido pelos organizadores e responsáveis

pelo salão da comunidade todas as segundas-feiras das 18h até as 19h30min.

Cerca de 20 pessoas entre homens e mulheres irão participar deste projeto.

Além das aulas realizaremos eventuais ensaios e apresentações em locais a

determinar, dependendo da vontade e disponibilidade dos novos coristas e da

coordenação da BPW e da Comunidade de Sambaqui.

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A proposta deste projeto é trabalhar com a prática e vivência do canto coral

visando o desenvolvimento da percepção musical, autoconfiança e auto-estima

através de repertório de Música Popular Brasileira, expressão corporal e técnicas de

expressão vocal.

2.2 JUSTIFICATIVA

A oportunidade de vivenciar aulas de música através do canto coral é

fundamental para um grupo de adultos que na sua maioria nunca teve contato com a

música, que está presente desde antes do nascimento, com as batidas do coração da

mãe, e depois com os sons do ambiente e as influências musicais dos pais. Todas as

civilizações valorizam e possuem dentro de sua cultura algum tipo de música, pois

como uma forma de linguagem e expressão ela é essencial ao ser humano e auxilia

no desenvolvimento do indivíduo como um todo.

A receptividade à música é um fenômeno corporal. Ao nascer, a criança entra em contato com o universo sonoro que a cerca: sons produzidos pelos seres vivos e pelos objetos. Sua relação com a música é imediata, seja através do acalanto da mãe e do canto de outras pessoas, seja através dos aparelhos sonoros de sua casa.” “Na verdade, antes mesmo de nascer, ainda no útero materno, a criança já toma contato com um dos elementos fundamentais da música – o ritmo -, através das pulsações do coração da mãe (JEANDOT,1993, p.18).

Acredito na idéia de trazer a música para as salas de aula na escola, pois o

momento mais propício de aprendizado é nesta época da vida. Se um indivíduo

consegue aprender todo o conteúdo que lhe é passado ao longo da sua vida escolar,

por que não incluir a música?

Dalcroze chama a atenção para a importância da música na escola dizendo

que “nenhuma evolução, nenhum progresso, podem ocorrer sem a participação da

juventude, pois é nos espíritos jovens que as idéias deitam suas raízes mais

profundas” (apud FONTERRADA, 2005, p.114)

Zoltán Kodály acredita que a música pode proporcionar enriquecimento da vida

de maneira criativa e humanizada. Tanto que o objetivo principal de seu método é

levar a música para o cotidiano das pessoas, através do espírito do canto:

Nossa época de mecanização conduz [o indivíduo] por uma estrada que, no final, verá o próprio homem transformado em máquina; somente o espírito do canto pode nos salvar deste destino (KODÁLY, apud FONTERRADA, 2005, p. 143).

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A prática do canto poderia ser o primeiro passo para uma vivência agradável

de educação musical nas escolas, pois como enfatiza Dalcroze “... o corpo e a voz

são os primeiros instrumentos musicais do bebê, daí a necessidade de estímulo às

ações desde tenra idade, e da maneira mais eficiente possível.” (apud

FONTERRADA, 2005, p.118)

A escolha por um projeto de música que priorize a prática do canto está

fundamentada na visão dos autores citados anteriormente, pela vivência que já

possuo nesta área e pelo interesse de aprimorar conhecimentos e habilidades nas

áreas de educação musical, regência e técnica vocal. Sei que o desafio será grande,

pois, na maioria dos casos dos novos alunos que estarei em contato não tiveram

oportunidade de se relacionar com a música desde a idade infantil, mas pretendo

mostrar a todos que é possível cantar e poder transpor aos novos coristas este

pensamento que tanto enfatizo neste texto: dar oportunidade para que a música

envolva o ser humano desde o início da vida, principalmente o canto, por ser o

instrumento mais próximo e de fácil acesso do ser humano.

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2.3 OBJETIVOS

2.3.1 OBJETIVO GERAL

Vivenciar o canto de forma prazerosa para que se desenvolva neste processo

de aprendizagem a descoberta da própria voz, aprimorando conhecimentos técnicos,

reduzindo os medos e preconceitos, obtendo assim a autoconfiança podendo

observar que todos apresentam habilidade para cantar.

2.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Desenvolver noções sobre o aparelho fonador e técnicas de expressão

vocal

• Desenvolver autoconfiança e espírito de equipe

• Desenvolver uma noção de ritmo corporal

• Desenvolver uma noção de percepção musical

• Desenvolver uma noção sobre os parâmetros do som: altura,

intensidade, duração e timbre.

• Desenvolver um gosto pela prática musical acreditando que ela pode ser

realizada por todos.

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2.4 REFERENCIAL TEÓRICO

Acreditando na visão de que a educação musical deve contemplar não apenas

o lado técnico, mas também e principalmente o lado humano da música,

concordamos com Hans-Joachim Koellreutter quando ele diz que a educação musical

... tem a função de desenvolver a personalidade do jovem como um todo; de despertar e desenvolver faculdades indispensáveis ao profissional de qualquer área de atividade, como por exemplo, as faculdades de concentração (autodisciplina), de trabalho em equipe... discernimento, análise e síntese, desembaraço e autoconfiança, a redução do medo e da inibição causados por preconceitos, o desenvolvimento da criatividade e do senso crítico, do senso de responsabilidade, da sensibilidade de valores qualitativos e da memória, o desenvolvimento do processo de conscientização do todo, base essencial do raciocínio e da reflexão (KOELLREUTTER, apud BRITO, 2001, p.41).

Para desenvolver uma educação musical profunda, humana e com um enorme

poder de mudança, é de grande importância a proposta de Émile-Jacques Dalcroze,

que constrói as bases da educação em cima do movimento corporal e da habilidade

de escuta. Dalcroze diz que os alunos precisam experimentar a música, num primeiro

momento, de forma sonora e corporal para então surgirem “... as oportunidades de se

estabelecerem ligações entre a atividade cerebral e as sensações auditivas”

(FONTERRADA, 2005, p.110). Para Dalcroze a compreensão e expressão musical

partem do ser humano “A música não é um objeto externo, mas pertence, ao mesmo

tempo, ao fora e ao dentro do corpo.” (FONTERRADA, 2005, p. 120). Por este motivo

em alguns momentos dos encontros pretendo utilizar a expressão corporal para

auxiliar no desenvolvimento do canto.

Coelho (1994) afirma que a função mais importante do professor de canto,

neste caso, é auxiliar o aluno a construir um parâmetro de controle de sua voz.

Trabalhando o conjunto todo do corpo o controle da voz vem mais facilmente.

Precisamos explorar e conhecer melhor o que se pode fazer com o corpo que acaba

por ser o nosso instrumento musical.

Com base nestes autores acredito que a educação, não só a musical, deve

contemplar aspectos teóricos, práticos e humanos de forma lúdica para que se

desenvolva um prazer no processo de ensino-aprendizagem.

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2.5 METODOLOGIA

A abordagem das aulas, como foco principal, será o canto. A expressão

corporal será abordada em alguns momentos dos encontros, principalmente quando

estivermos falando sobre interpretação, colocação de voz e ritmo.

O corpo e a voz são os primeiros instrumentos musicais do ser humano, como

enfatiza Dalcroze. Com essa base acredito que a educação musical deve explorar e

estimular a necessidade de expressão que será desenvolvida por meio do canto e do

movimento. “A música não é um objeto externo, mas pertence, ao mesmo tempo, ao

fora e ao dentro do corpo” (FONTERRADA, 2005, p.120).

Devemos tratar o nosso corpo num todo para um resultado musical positivo.

Em algumas observações que pude realizar em grupos corais ao longo do curso de

música, pude ver que os regentes dão muita atenção no primeiro momento do ensaio,

que é sempre o aquecimento corporal. Segundo Coellho (1994), o instrumento vocal

é formado pelo conjunto do corpo humano. Por este motivo pretendo, sempre que

possível iniciar os ensaios com aquecimentos de corpo, além de utilizar o mesmo

para interpretações futuras. Sei que neste início de caminhada será mais difícil de

colocar outro elemento além do canto para os alunos aprenderem a controlar e

coordenar, mas aos poucos irei introduzir movimentos corporais nas peças.

Como segundo momento da aula o aquecimento vocal será realizado com

diferentes exercícios, não o deixando cansativo e repetitivo. Coelho (1994) enfatiza a

importância de evitar o tédio e o cansaço nas vocalizes. Procurarei maneiras

eficientes, como o uso da bocca chiusa e glissandos citados a seguir, para que o

corista consiga descobrir e desenvolver suas “habilidades sonoras” na hora de cantar.

Sobreira (2003) aponta que o treinamento da técnica vocal tem se mostrado

um meio eficaz para corrigir a desafinação. Sobreira (2003) reforça que o uso da

bocca chiusa ou humming são procedimentos que comprovadamente trazem efeitos

benéficos para a afinação, assim como o treino de glissandos, que podem ajudar a

explorar a própria voz.

Haverá sempre um reforço sobre a importância de se fazer estes exercícios

vocais antes de cantar. Assim como um instrumentista precisa alongar e aquecer os

dedos antes de tocar, para o cantor, os exercícios servirão como um treino vocal, que

deverão aproveitar para conseguir executar as peças mais facilmente. Este é o

momento exato de se pensar tecnicamente, corrigir erros, observar a respiração,

afinação, ritmo, para que depois, tudo seja utilizado no repertório, que deve ser

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cantado com prazer. Se tudo é trabalhado antecipadamente, o canto fica mais

prazerozo.

Darei devida importância ao trabalho de articulação, que Coelho (1994) aponta

como “a clareza da interpretação musical”. Percebo que para um número maior de

pessoas há esta necessidade (de uma maior articulação vocal) assim como a clareza

de entradas e terminações de frases, fazendo com que o coro passe a impressão de

unidade.

No método desenvolvido por Kodály, “o ritmo não é ensinado separadamente

da melodia, mas conjugado a ela” (FONTERRADA, 2005, p.144). A fala rítmica da

letra da canção é uma forma bastante rica de explorar a música, para depois então

introduzir a melodia. Utilizarei sempre o método de imitação para a aprendizagem das

canções.

Embora a vivência corporal e o canto sejam dois elementos de base para a

aprendizagem musical, acredito que a educação musical também deva contemplar

uma iniciação em alfabetização musical, tão enfatizada no método de Kodály.

Pretendo utilizar, neste sentido, partituras com os arranjos das respectivas músicas,

apontando a notação musical, sempre em pequenas quantidades, explicando certos

símbolos da partitura, obtendo assim um melhor entendimento e resultado na

execução das peças, com o objetivo de “divulgar” esta linguagem que para muitos é

tão intimidante.

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2.6 RECURSOS

• Teclado • Aparelho de som • Cd’s com exercícios de aquecimento vocal e com as trilhas das musicas. • MP3 • Diapasão • Partituras

2.7 BIBLIOGRAFIA

BRITO, T, A. Koellreutter educador : o humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Ed. Fundação Petropólis, 2001. COELHO, Helena Wöhl. Técnica vocal para coros. São Leopoldo, RS. Ed. Sinodal,

5ª ed, 1994.

FONTERRADA, M, T, O. De tramas e fios : Um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora da UNESP, 2005.

JEANDOT, N. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1993.

MULLER, CRISTIANE; GRANEMANN, MONALISA GABRIELA BENNEMANN. Relatório De Estágio:Casa São José. Florianópolis, 2008.

SOBREIRA, Silvia. Desafinação Vocal. Rio de Janeiro. Ed Musimed, 2ª ed, 2003.

Sites

http://www.bpwflorianopolis.com.br/novo/index.php?opcao=historico

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3 PLANOS DE AULA / RELATOS

3.1 Plano de Aula (1) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 03/06/08 Horário:19:00 – 21:00

3.1 Plano de Aula (1) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 15/09/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO - Baião

- Cio da terra - Samba de verdade

CONTEÚDOS

- apreciação - melodia e ritmo - conhecimentos gerais de partitura - timbres de voz - cânone

OBJETIVOS

- apresentação e reconhecimento da professora e dos participantes. - participar da brincadeira das cadeiras desenvolvendo a autoconfiança e interação com o grupo. - participar do aquecimento corporal e vocal compreendendo a importância de cada um. - aprender a melodia da música Baião. - aprender a melodia da música Cio da terra

RECURSOS MATERIAIS

- cadeiras - teclado - partituras

OBSERVAÇÕES

Nas primeiras aulas com o “Coro Feminino BPW” a

Monalisa, que é minha colega de universidade, começou o trabalho comigo, com a intenção de fazer o estágio em dupla, mas depois de algumas aulas sentiu que preferiria realizar o seu estágio com crianças e saiu do projeto, antes mesmo dele ser colocado no papel. Ela se sente mais à vontade trabalhando com crianças. Sendo assim, segui sozinha com o estágio.

No grupo de Sambaqui não começamos juntas. Por uma questão de praticidade, não vou citar o seu

nome nos relatos de aula. Deixo aqui registrado que ela participava das aulas no momento do aquecimento corporal e vocal, auxiliando as coristas, direcionando o trabalho uma a uma enquanto eu tocava e passava os exercícios, e assim se seguia durante as passagens das músicas. Quando dividíamos em dois grupos, ela cuidava de um e eu de outro, dando as entradas, as respirações e ajudando na afinação do grupo.

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A

T

I

V

I

D

A

D

E

S

1. Conversa com o grupo: alguns detalhes que precisam ser combinados

antes do grupo começar a aula de fato: organizar e-mail e telefone de todas os participantes; tentar conseguir um teclado e um aparelho de som para os ensaios; quando alguém tiver dicas de peças pra cantar, que estas músicas sejam passadas por e-mail com a letra e uma gravação, podendo assim a regente estudar e analisar a possibilidade de realizar a peça futuramente. Pedido de que sempre que possível o aluno vá com roupas confortáveis e esteja com água sempre disponível no ensaio.

2. Brincadeira das cadeiras: forma-se um círculo com todos sentados em cadeiras e uma pessoa em pé no centro. Esta pessoa fará uma pergunta, por exemplo: “quem gosta de cantar?”. E então as pessoas que responderem positivamente à pergunta devem trocar de lugar. Neste momento quem estava no meio deve procurar um lugar para sentar, assim sempre terá alguém no meio e esse alguém deverá dizer o seu nome, idade, trabalho e o que gosta de fazer, cantar um trecho de uma música que goste e fazer uma nova pergunta para que a brincadeira continue. As professoras participarão cantando uma música que prepararam para as alunas: Samba de verdade.

3. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

4. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “A” 5. Música Baião: ensinar a melodia principal por imitação e auxílio do

teclado. Primeiro somente a rítmica com a letra, depois a melodia com a letra. Se possível será feito o cânone tal como a segunda folha do arranjo. Somente a primeira voz, sem introdução e sem entrar na música Lagoa da Conceição, ou seja, será trabalhada do compasso 16 até o 74. Em anexo.

6. Música Cio da terra: ensinar a melodia por imitação e auxílio do teclado. Primeiro só a melodia com fonemas, sem a letra, em seguida com a letra. Somente a primeira voz. Em anexo: para o coro feminino BPW utilizarei o arranjo na tonalidade de lá menor. Para o coro da comunidade de Sambaqui utilizarei o arranjo na tonalidade de mi menor porque terão vozes masculinas no grupo.

Grupo: Relatos:

BPW Depois da breve conversa sobre os procedimentos para o ensaio começamos com a brincadeira das cadeiras, onde todas se soltaram bastante, e notamos que gostam de conversar, mas na hora que tinha que cantar algumas ficaram um pouco sem graça. Sentimos que elas precisam desabafar e que estes encontros servirão para descarregar as energias que normalmente nos seus trabalhos não seria possível se soltar. Assim podemos ter noção da falta de ritmo e de afinação de algumas, assim como a facilidade de outras. Depois cantamos a música Samba de verdade a duas vozes e todas gostaram de escutar.

Os aquecimentos corporal e vocal não foram feitos pois até então já havia passado uma hora, e resolvemos partir para as músicas. Passamos a melodia principal da música Baião por imitação num primeiro momento só mostrando a rítmica da música, logo em seguida a

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melodia com o ritmo e depois entregamos a partitura, explicando alguns detalhes da partitura para que elas pudessem nos acompanhar cantando. Em seguida tentamos fazer o cânone, um grupo ficou com a Monalisa e outro com a Cristiane. O cânone saiu, mas como elas estavam um pouco separadas e cantavam muito forte, não escutaram o outro grupo. Para próxima aula vamos trabalhar mais perto e com menos volume.

Antes de cantarem o Cio da terra, as professoras cantaram com fonemas (lá, lá, lá), e quando elas cantaram, sentiram que a melodia era bastante aguda, então explicamos que mais adiante não serão todas as vozes iguais. Mas por enquanto, para resolver isto, algumas que não se sentiam bem nos agudos cantaram a melodia uma oitava abaixo. Cantamos diretamente com a partitura.

Logo após pediram para cantar o Baião novamente, elas gostaram da música. Então as professoras cantaram o arranjo inteiro e onde elas percebiam que sabiam cantar, cantaram junto, este foi o combinado, assim, elas puderam ouvir como ficaria o arranjo pronto.

Algumas têm mais problemas que outras na afinação, mas estamos cientes que este será um trabalho de longo tempo até que comecem a perceber, identificar e tentar consertar os erros.

SBQ (sambaqui)

Nesta aula acabei direcionando de forma diferente, pois as pessoas eram diferentes. Enquanto iam chegando pude perceber que a maioria era de mais idade, então resolvi passar uma folha para que anotassem seus nomes e contatos. Não fiz a brincadeira das cadeiras porque tinham muitas senhoras, inclusive uma de bengala, e vi que não teriam mobilidade e disposição para tal exercício. Então me apresentei, mas não cantei a música Samba de Verdade. Depois passei uma por uma, e elas diziam seus nomes e cantavam um trecho de qualquer música para que eu pudesse ouvir suas vozes. Percebi logo de início que não tem problemas de afinação neste grupo. Uma ou duas estão mais perdidas.

Ao longo da aula percebi que cantam sempre atrasados, mas isso é uma questão de trabalhar ritmo e de conhecer a música, afinal, foi o primeiro contato com as peças.

Depois fizemos um breve aquecimento vocal, o aquecimento corporal deixei de fazer, pelo pouco tempo que ainda tínhamos.

A aula correu normalmente, aprenderam as melodias propostas, o cânone ficou muito bonito, assim como a afinação de todos. Sempre que foi feita a separação por grupos, eu invertia as vozes para que todos pudessem experimentar o proposto.

No Cio da Terra conseguimos cantar as duas primeiras frases com as três vozes do arranjo, mesmo tendo somente um homem no tenor. Alguns já tem experiência de coro, o que facilitou bastante.

O salão tem muita reverberação, mas como eles cantam suavemente, não tive problemas com poluição sonora. Fiquei impressionada com a capacidade deles de concentração e execução. Acredito ser por causa de a grande maioria freqüentar a igreja, acabam por praticar o canto e cantar suave.

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3.2 Plano de Aula (2) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 10/06/08 Horário:19:00 – 21:00

3.2 Plano de Aula (2) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 22/09/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO - Baião - Cio da terra

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - timbres de voz - cânone - percepção auditiva - conhecimentos gerais de partitura

OBJETIVOS - realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento

- aprimoramento da pronúncia, ritmo e melodia das duas músicas propostas.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

2. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “A” 3. Partitura: aos poucos a professora irá mostrando alguns

elementos fundamentais da partitura para um melhor entendimento dos alunos.

4. Baião: continuação da primeira aula e o ensino de uma nova parte, a duas vozes. Do compasso 106 até 113. Sendo assim, a música será apresentada do compasso 16 até o 74 e do compasso 106 até o 113.

5. Cio da Terra: limpar a voz principal para uma maior clareza na execução e tentar cantar as outras duas vozes.

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Grupo: Relatos:

BPW Iniciamos a aula com aquecimento corporal, seguido do aquecimento vocal, que teve que ser explicado, pois elas não sabem como funciona, como por exemplo as respirações enquanto o teclado faz a troca de semitom em semitom do exercício.

Em seguida cantamos o Baião, passando a parte nova proposta do vocal, e elas conseguiram cantar as duas vozes do trecho novo, não ficou excelente, mas deu para elas terem uma idéia de trabalho a duas vozes. Uma delas falou que não percebeu que cantaram a duas vozes, mas eu disse que isto é normal, aos poucos a percepção vai aumentar e ela vai conseguir notar os detalhes.

Na música Cio da Terra tentamos iniciar a segunda voz, mas vimos que é bastante difícil por enquanto, então trabalhamos bem a primeira voz, para limpar os detalhes. Por isto não fizemos a terceira voz. Percebo que algumas têm bastante dificuldade de afinação. Precisam de exercícios de percepção.

SBQ (sambaqui)

Nesta aula foram somente 10 pessoas, provavelmente pelo motivo de eu ter avisado sobre a data final dos nossos encontros, que ocorrerá em novembro. As pessoas desanimaram pois o projeto não continuaria, então vou tentar conversar com eles, para esclarecer melhor e ver o que podemos fazer posteriormente ao estágio.

Pela idade e disposição das pessoas, achei mais conveniente deixá-las sentadas, e fiz um aquecimento corporal somente de massagear do pescoço para cima, praticando abertura vertical de boca nas vogais (A) e (O). Depois fizemos o aquecimento vocal como planejado.

Em seguida, começamos com a música Cio da terra, pois o alcance de altura de notas no arranjo deste grupo é menor que a música Baião. Trabalhamos bastante nesta peça, sempre com as três vozes, e pude perceber que eles conseguem fazer. Claro que se atrapalham, se perdem, principalmente as contraltos. Fomos até o final do arranjo, mas sei que semana que vem precisarei trabalhar tudo novamente com eles. Com certeza o teclado faz a diferença nessas horas de indecisão das vozes, ele auxilia junto comigo para que escutem os detalhes com maior clareza.

Esta etapa se estendeu até praticamente o final da aula, pois trabalhamos frase por frase, naipe por naipe e muito lentamente.

Como só sobraram quinze minutos de aula para o Baião, fizemos a recordação da letra e música, e para não ficar cansativo resolvi ensinar a música Lagoa da Conceição. Pensei em fazer uma experiência, já que esta parte é mais rica em rítmica. Queria me certificar de que os alunos cantam mais lentamente, e realmente cantam. Teve um momento que marquei bem forte o ritmo para fazer com que cantassem mais rápido, mas elas não têm articulação para cantar com maior velocidade. Preciso pensar em exercícios para melhorar este ponto, já que a afinação não é o maior problema.

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3.3 Plano de Aula (3) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 17/06/08 Horário:19:00 – 21:00

3.3 Plano de Aula (3) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 29/09/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO

- Baião - Cio da terra - Bendito seja Deus Pai - Ó pai, somos nós esta vinha - Noite Feliz

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção e memória auditiva - cânone - conhecimentos gerais de partitura

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - aprimorar a pronúncia, ritmo e melodia das duas músicas propostas. - aprender a melodia das três músicas novas (somente para o grupo de Sambaqui)

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

2. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “A” 3. Partitura: aos poucos a professora irá mostrando alguns

elementos fundamentais da partitura para um melhor entendimento dos alunos.

4. Baião: continuação da segunda aula e o ensino da introdução da música, sem trabalhar a duas vozes.

5. Cio da Terra: limpar a voz principal para uma maior clareza na execução e tentar cantar as outras duas vozes.

6. Bendito seja Deus Pai: ensinar a melodia por imitação e auxílio do teclado. Frase por frase trabalhando com repetições para fixar a melodia principal.

7. Ó pai, somos nós esta vinha: ensinar a melodia por imitação e auxílio do teclado. Frase por frase trabalhando com repetições para fixar a melodia principal.

8. Música Noite Feliz: ensinar a melodia por imitação e auxílio do teclado. Se possível for, começar a passagem da segunda voz.

OBSERVAÇÕES

Atividades 6-7-8 somente para a Comunidade de Sambaqui. Trabalho prioritário. Se der tempo faremos as músicas 4-5. Os participantes do coro pediram para aprender uma música de natal e as músicas para cantar na missa, por isso deixarei como prioridade. Na medida do possível irei trabalhando com as outras peças.

18

Grupo: Relatos:

BPW Surgiram algumas perguntas, então antes do aquecimento expliquei alguns detalhes sobre a partitura, como os sistemas e os compassos para identificação dos compassos na partitura.

No aquecimento pude perceber que uma das coristas não canta com força suficiente para conseguir escutá-la, mas eu incentivo bastante para que ela se solte mais. Nas músicas, percebo que sem querer ela acaba fazendo uma “segunda voz” do que está sendo cantado. Dificilmente ela acerta as notas reais e acaba cantando as terças.

Procurei dar as entradas das músicas sempre antes do tempo real, para que se sentissem mais seguras nas entradas.

Pela dificuldade de entoar a música Cio da terra, não introduzi a segunda voz neste dia, apesar de perceber que no final da aula elas conseguem cantar e afinar mais satisfatoriamente que no início.

SBQ (sambaqui)

Foram mais pessoas neste encontro. Não fizemos aquecimento, pois a Gisele, que conseguiu reunir este grupo de pessoas para o estágio, trouxe duas músicas que são cantadas na missa de domingo. Ela canta e se acompanha ao violão, mas todos gostariam de cantar com ela, como ela já havia me avisado, fizemos então a passagem destas peças. Inicialmente, ela trouxe além da letra para todos os participantes, as partituras das mesmas para mim e uma gravação para que pudéssemos escutar no aparelho de som.

Então antes de cantar ouvimos duas vezes cada uma, como eu não conhecia, foi muito bom, acompanhei na partitura e pude ensinar e auxiliar na passagem da melodia tranquilamente. Depois de um estudo das músicas frase por frase, cantamos as duas músicas inteiras pra reforçar as melodias.

Aproveitei para dar dicas de respiração, emissão e afinação. Fiquei sabendo que eles cantaram na missa do domingo seguinte e

que ficou muito bonito, pois preencheram o espaço, onde antes somente a Gisele cantava. Como eles são afinados, a Gisele disse que gostou bastante do trabalho.

Como passou a maioria do tempo de aula, ficamos com trinta minutos para trabalhar.

Passei então a música Noite Feliz para os alunos. Antes de cantar expliquei sobre como faríamos a leitura da letra, já

que a peça se repete por três vezes. Ficaram um pouco perdidos para encontrar a letra na partitura, então fui lendo e indicando até todos entenderem como seria a leitura.

Em seguida mostrei a diferença das figuras de notas, onde as notas brancas têm uma maior duração que as notas pretas.

Também expliquei que a letra se repetia porque são duas linhas: a das sopranos e a linha das contraltos. Então precisariam pular sempre uma pauta para que a leitura desse certo.

Como a voz principal era conhecida de todos, aproveitei e fui passando a segunda voz, que foi trabalhada até o oitavo compasso. Eles gostaram do resultado sonoro do arranjo.

Para finalizar, fizemos o Baião uma vez para não esquecermos da letra principal e darmos uma reforçada na música Lagoa da Conceição, que vem em seguida. Senti a falta de articulação novamente, fazendo com que a velocidade diminuísse bastante.

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3.4 Plano de Aula (4) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 24/06/08 Horário:19:00 – 21:00

3.4 Plano de Aula (4) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 06/10/08 Horário:18:00 – 20:00

REPERTÓRIO

- Baião - Cio da terra - Duas cirandas

- Noite Feliz (somente para o grupo de Sambaqui)

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - cânone - conhecimentos gerais de partitura

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - aprimorar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas. - aprender a melodia das duas vozes da música Duas cirandas. - desenvolver uma noção de ritmo corporal - desenvolver uma noção de percepção musical

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

2. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “A” 3. Baião: continuação da terceira aula. 4. Cio da Terra: limpar a voz principal para uma maior clareza na

execução e tentar cantar as outras duas vozes. 5. Música Duas cirandas: ensinar a melodia principal por imitação.

Primeiro as alunas ficarão em roda, e iniciarei cantando a música, repetindo bastante. Somente a primeira voz, depois a segunda voz, separadamente. Enquanto é passada a melodia, as participantes irão realizar pequenos passos, fazendo a roda girar. (Atividade física somente para BPW)

6. Música Noite Feliz: limpar a voz principal para uma maior clareza na execução e cantar a segunda voz até o oitavo compasso.

OBSERVAÇÕES

Música 6 somente para a Comunidade de Sambaqui. Trabalho prioritário. Se der tempo faremos as músicas 3-4-5.

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Grupo: Relatos:

BPW No aquecimento vocal, exercício onde todas cantam uma nota só, e vão trocando de vogal, resolvi pedir que cantassem em terças, para que sentissem como se trabalha a duas vozes. Elas perceberam e acharam bonito.

Fizemos a música Baião na forma da partitura, pulando a parte da música Lagoa da conceição e sem fazer o final. Trabalhei o cânone separadamente, para acertar melhor as entradas das vozes, repetindo as mesmas frases da música.

Na música Cio da terra, tentamos cantar a duas vozes, antes cantamos bastante as vozes separadas pra tentar juntar, mas elas tem bastante dificuldade de manter sua voz.

Na música duas cirandas além de fazer o planejado, enquanto todas cantavam uma das vozes eu ia passando por trás da roda, cantando a outra voz. Elas acharam muito interessante, umas sentiram que atrapalhei, por estar cantando outra coisa, mas gostaram assim mesmo. Além de fazer a roda, fizemos uns passos e a roda ia andando (girando), enquanto nós cantávamos e dançávamos.

No final do ensaio chegou o filho de uma das coristas, e resolvemos cantar o Baião para ele escutar, eu fiquei com receio de que saísse ruim, mas pelo contrário, executaram muito bem, inclusive com melhor afinação que no início da aula. Percebi novamente que no final da aula elas conseguem desenvolver a voz de uma maneira melhor.

SBQ (sambaqui)

O aquecimento vocal foi um pouco mais direcionado para cada integrante, então, ao invés de todos cantarem os exercícios ao mesmo tempo, um por um cantava frases pequenas. Assim pude dar dicas particulares e aproveitei para conhecer melhor a voz de cada um.

Alguns cantavam timidamente e o volume de voz era quase nulo então fiz uma demonstração do exercício para que notassem que tem como preencher o salão com o som da voz, utilizando a projeção de voz. Depois pedi que cada um cantasse novamente, mas pensando em preencher o salão com o som da sua voz. Melhorou bastante a sonoridade individual.

Uma das participantes não tem muita coragem de cantar por achar que não é capaz, e como ela teve que cantar sozinha, pude então ouvi-la e ter uma noção de qual era o “defeito” que ela achava ter. Felizmente ela é afinada e consegue reproduzir o que é pedido, mas ela não percebe que consegue e acha que está fazendo errado. Concluí que é medo de se expor e falta de consciência corporal e percepção auditiva, pois problemas de afinação ela não tem.

Depois passamos a música Noite Feliz já trabalhando as duas vozes. Eles gostaram bastante do resultado sonoro do arranjo mesmo sendo ele passado até o oitavo compasso. O resto da música foi trabalhado somente a primeira voz, limpando bem as notas, definindo-as.

Na passagem dos compassos 19 para o 20 a maioria dos alunos acabava cantando mais rápido que o tempo indicado de mínima pontuada. Foi bem difícil de conseguir que todos cantassem as notas no tempo certo. Combinei uma marcação de mãos que resolveu um pouco, e na hora veio a idéia de relacionar a valsa com a dança, onde temos o impulso do primeiro tempo, sendo o mais forte. Então fiz alguns passos de valsa para que eles notassem onde deveriam cantar a segunda nota,

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desta forma melhorou bastante o momento da troca de tempo, mas ainda assim não resolvi.

Tudo é sempre cantado levando o ritmo para trás. Tenho que estar atenta para que a música não caia demais no andamento, não tem como não cair por enquanto, mas sempre falo e bato o ritmo para que percebam que precisam articular com mais velocidade.

Em seguida foi ensinada a música Duas Cirandas. Cantei duas vezes inteiras cada voz separada para que escutassem a nova música. Lentamente, cantei frase por frase para que conhecessem bem a melodia, repetindo em seguida. Precisei fazer algumas correções de linha melódica, mas correu tudo bem. Gostaram das melodias.

Não deu tempo de passar as outras músicas do planejamento. 3.5 Plano de Aula (5) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 01/07/08 Horário:19:00 – 21:00

3.5 Plano de Aula (5) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 13/10/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO

- Baião - Cio da terra - Duas cirandas - Bendito seja Deus Pai - Ó pai, somos nós esta vinha - Noite Feliz

CONTEÚDOS

- melodia, ritmo e dinâmica - respiração - cânone - conhecimentos gerais de partitura

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente o aquecimento - realizar satisfatoriamente o exercício de rítmica - controlar a respiração através de exercícios - aprimorar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

22

ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

2. Exercício rítmico: sentados em círculo os alunos irão bater palmas para marcar o ritmo tentando não cair no andamento. De quatro em quatro palmas o colega sentado ao lado irá continuar o ritmo. Depois de três em três palmas, de duas em duas palmas até chegar a uma palma para cada um. Feito o exercício, cantaremos a música Duas Cirandas batendo palmas nos moldes do exercício, buscando uma unidade rítmica e regularidade de andamento. Além de exercitar a rítmica, será explorada a dinâmica forte e fraca, intercalando as palmas. Em alguns momentos que julgar necessário vou marcar o tempo para que seja melhor realizado o exercício.

3. Respiração: breve exercício de controle de respiração e administração do ar. Inspirando quatro tempos, velocidade lenta, e expirando no mesmo tempo. Depois aumenta o tempo de expiração.

4. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “B” 5. Baião: continuação da quarta aula. Aprendizado da música

Lagoa da Conceição. 6. Cio da Terra: passagem da primeira, segunda e se possível,

terceira voz. 7. Duas cirandas: limpeza das duas vozes separadamente,

frase por frase. 8. Bendito seja Deus Pai: revisar e colocar a segunda voz na

melodia. 9. Ó pai, somos nós esta vinha: revisar e colocar a segunda

voz na melodia. 10. Música Noite Feliz: revisar e aos poucos ensinar a segunda

voz.

OBSERVAÇÕES

Músicas 8-9-10 e exercício nº 2 somente para a

Comunidade de Sambaqui. Trabalho prioritário. Se der tempo faremos as músicas 5-6-7.

Grupo: Relatos:

BPW No aquecimento vocal tentamos novamente realizar o exercício de uma nota só em terças, mas hoje tiveram mais dificuldade de fazer, pode ser pelo motivo de que prestaram mais atenção, pensaram no que tinha que ser feito e não conseguiram realizar com tanta facilidade.

Resolvi começar o ensaio com Duas cirandas para não se tornar cansativo de repetir as mesmas músicas no início da aula. Pedi para que cantassem de cor, pois passamos várias vezes. Cantaram de duas em duas pessoas para que eu pudesse escutar individualmente e auxiliar dando dicas para uma melhor execução. Foi gasto um grande tempo da aula nesta música.

Na música Cio da terra cantamos a primeira voz separada da segunda, depois tentamos cantar as duas vozes. Enquanto todas cantavam a segunda voz, eu cantei a primeira. Depois chamei uma das

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participantes para cantar a primeira voz comigo. Depois dividimos as vozes para tentar cantar, foi um resultado um pouco melhor que nos outros dias. Não cantamos a terceira voz.

Passamos para o Baião, cantando frase por frase da Lagoa da Conceição para aprenderem, e mais adiante as contraltos fizeram a sua parte nesta música enquanto as sopranos cantaram primeira voz. A rítmica da música vai precisar ser bem trabalhada, pois as contraltos vão cantando fora do ritmo e não percebem, enquanto isto as sopranos cantam sua parte, mas sentem que tem alguma coisa errada.

SBQ (sambaqui)

Iniciamos com o exercício rítmico, fizemos todas as variações propostas no planejamento, e pude perceber que realmente alguns participantes têm dificuldades numa simples batida de palmas. E justamente os que mais atrasam no canto foram os que atrasaram nas palmas, e pude perceber a desatenção na hora da execução. Pedi então que ficassem mais atentos na sua hora de bater as palmas, preparando todo o corpo e participando de todo o momento do exercício, e não somente da sua hora de bater a palma. Mesmo assim com todas as indicações, contando os tempos e apontando na hora que deveria bater a palma, a resposta não era correta. Mas fiquei satisfeita com o resultado. Dos primeiros momentos para os últimos o grupo se envolveu mais e entendeu melhor a proposta. Acredito que se fizer com certa regularidade o resultado irá brotar.

Em seguida fizemos os outros aquecimentos, corporal e vocal. No primeiro aquecimento vocal onde é trabalhada uma nota só, aproveitei e trabalhei em intervalos de quintas, dividindo o grupo em dois. Alguns fizeram outras notas, mas aos poucos fui corrigindo.

Depois passamos as músicas 8-9-10, mas só passei as duas vozes da música Noite Feliz. Quando acertavam as duas vozes ficavam impressionados com a sonoridade e comentavam que estava ficando bonito.

3.6 Plano de Aula (6) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 08/07/08 Horário:19:00 – 21:00

3.6 Plano de Aula (6) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 20/10/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO - Baião - Duas cirandas - Noite feliz

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - respiração

- cânone - vocais

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OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - controlar a respiração através de exercícios com o balão - aprender novas partes das músicas, tentando cantar a duas vozes em alguns trechos. - aprimorar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado

- partituras

A

T

I

V

I

D

A

D

E

S

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

2. Respiração: breve exercício de controle de respiração: enchendo balões para tentar sentir os movimentos corporais que fazemos para assoprar. Prestando atenção tanto na inspiração quanto na expiração, armazenando o ar utilizando o apoio expandindo as costelas.

3. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “B” 4. Baião: repetição da parte já aprendida para fixação. Aprendizado de

partes novas que forem convenientes no momento. 5. Duas cirandas: limpeza das duas vozes separadamente, cantar as

duas vozes ao mesmo tempo. 6. Noite Feliz: limpeza da voz principal e continuação do aprendizado da

segunda voz. (somente para o grupo de Sambaqui)

Grupo: Relatos:

BPW Feito o aquecimento corporal, fizemos o exercício do balão, algumas acharam estranho o uso de um balão, mas aos poucos explicamos. Como a maioria não entende o que acontece com o corpo, fizeram o exercício enquanto explicava e orientava como deveria ser feito. Quando duas ou três ficaram tontas, parei o exercício e continuamos aquecendo com vocalizes.

Nos vocalises de uma nota só fizemos o exercício em terças. Foi mais fácil que na última aula. A sonoridade melhorou, assim como a afinação.

Nos vocalises onde as notas são mais rápidas algumas se atrapalham e não conseguem cantar na velocidade pedida, mesmo assim, não diminuo a velocidade, para que forcem a articulação.

O foco da aula foi na música Baião, repetida várias vezes. Tentamos trabalhar o compasso 28 onde tem divisão de vozes,

mas foi bem complicado, quando cantavam somente aquele compasso conseguiam fazer as notas diferentes, mas quando vinha do começo da música, não conseguiam acertar as notas dos vocais. Em seguida passamos a última folha do arranjo sem a frase final, do último sistema. Tudo somente na primeira voz para que conhecessem. Em seguida cantamos do começo até o final da música, as partes já conhecidas.

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Tentei dividir as vozes na terceira folha, onde entra a música Lagoa da Conceição, mas a segunda voz não consegue segurar o ritmo, aos poucos vai perdendo a pulsação e o ritmo vai ficando mais lento, fazendo com que as vozes se desencontrem. Esta parte vai precisar ser bem trabalhada.

Na música Duas Cirandas elas conseguiram cantar as duas cirandas juntas, mas por falta de tempo cantamos somente duas vezes. Pude perceber que esta música é mais fácil para cantar duas vozes distintas, mesmo sendo duas melodias diferentes.

SBQ (sambaqui)

Neste dia por um descuido acabei deixando o material que utilizaria na aula todo em casa. Inclusive o planejamento da aula, com os exercícios de aquecimento. Resolvi então improvisar, deixando de lado o planejado para outra oportunidade. Comecei com o aquecimento corporal de costume e em seguida fiz um aquecimento vocal diferente. Primeiro pedi que explorassem os sons graves ao máximo que conseguissem movimentando os maxilares fazendo até mesmo caretas. Passei um por um para conferir se estavam fazendo sons graves e pude constatar que alguns não exploravam ao máximo, então pedia que se esforçassem mais, e todos responderam aos meus pedidos.

Expliquei o próximo exercício: praticar glissando ascendente e descendente com a voz, tentando explorar o seu som mais grave até o seu som mais agudo. Em roda, eu comecei o exercício: o primeiro aluno escolhe fazer o som ascendente ou descendente e o faz para o colega do lado, que deverá responder ao contrário. Depois este aluno que respondeu deve fazer um novo vocalise passando adiante para o próximo colega que deverá responder ao contrário. O resultado foi interessante, alguns alunos conseguiram entender e responder corretamente, outros entenderam, mas não conseguiram realizar, mas viram que tinham feito errado e outros acredito que não entenderam muito bem a proposta, pois faziam o movimento ascendente e descendente em seguida, ou então não exploravam muito o som, fazendo somente sons médios, por exemplo. Senti que eles têm vergonha de fazer o som mais agudo e o som mais grave saía mais facilmente.

Em seguida o exercício era de fazer uma nota com qualquer vogal que se sustentasse na mesma entonação. Eu comecei o exercício, e um aluno deveria responder a mesma nota que eu tinha feito. Depois este aluno criaria uma outra nota e o seu colega do lado deveria copiar esta nota. Metade do grupo acertou o exercício e a outra metade não deixou de acertar, mas foi criada uma nota que foi repetida até o final. Eles não percebiam que estavam cantando a mesma nota, então falei e mostrei fazendo o som, que eles estavam entoando as mesmas notas, um para o outro.

Eles acharam os exercícios engraçados e se divertiram bastante. Gostei da proposta que improvisei e achei que devo repetir, pois é uma maneira divertida para os alunos desenvolverem a sua percepção auditiva, além de explorar seus sons graves e agudos, perceber que conseguem cantar mais notas do que acham que são capazes e perder a vergonha de se expor em público, além da oportunidade do grupo estar interagindo, se ajudando para realizar o exercício e se conhecendo melhor.

26

Terminando o aquecimento, resolvi dar uma breve passada em todas as músicas que foram aprendidas até o momento: Baião, Cio da Terra, Noite Feliz e Duas Cirandas, pois havia dois alunos novos no grupo.

Então não cantamos nada com a segunda voz, assim eles puderam revisar as peças e apresentar o repertório para os novos colegas. Esta parte foi tranqüila, mesmo não tendo as minhas partituras em mãos, pois sabia tudo de cor, então a aula fluiu bem e pude ver que numa situação de dificuldade consigo contornar bem.

O único fato que não foi positivo foi por não ter as partituras para entregar aos novos componentes do grupo, e, além disto, uma participante não trouxe as suas músicas. Se eu estivesse com o material, teria havido menos transtorno.

3.7 Plano de Aula (7) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 15/07/08 Horário:19:00 – 21:00

3.7 Plano de Aula (7) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 27/10/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO

- Baião - Duas Cirandas - Cio da terra - Noite feliz - Um samba no Bixiga

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - forma: forma das músicas para apresentação do Coro BPW.

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - controlar a respiração concentrando e sentindo o seu corpo - aprender e aprimorar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas. - treinar o repertório para a apresentação do Coro BPW no dia 28 de julho na AEMFLO às 19h.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

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A

T

I

V

I

D

A

D

E

S

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

2. Respiração: breve exercício de controle de respiração: em som de “s” cantar a música Noite Feliz, observando se a musculatura abdominal está sendo trabalhada, assim como a respiração diafragmática. Após cantar em Boca chiusa a melodia, prestando atenção na respiração, para dar conta de cantar as frases inteiras sem respirar entre elas.

3. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “C” 4. Baião: limpeza da voz principal para a apresentação na AEMFLO. 5. Duas cirandas: limpeza das duas vozes separadamente, cantar as

duas vozes ao mesmo tempo. Ensaio da forma da música para apresentação: duas vezes cada ciranda separadamente e após as duas cirandas juntas por mais duas vezes.

6. Cio da Terra: passagem da forma para apresentação na AEMFLO. 7. Noite Feliz: limpeza da voz principal e continuação do aprendizado da

segunda voz. (somente para o grupo de Sambaqui) 8. Um samba no Bixiga: falar sobre o compositor da música: Adoniram

Barbosa, relembrando da sua característica de composição, onde as letras de suas músicas são escritas com erros de português intencionais, como por ex: Samba do Arnesto e Tiro ao Álvaro. Passar a letra lentamente, para sua compreensão já com a melodia por imitação e auxílio do teclado.

OBSERVAÇÕES Músicas 7-8 e exercício 2 somente para a Comunidade

de Sambaqui. Trabalho prioritário. Se der tempo faremos as músicas restantes.

Grupo: Relatos:

BPW No aquecimento vocal, percebemos a dificuldade para acertar o ritmo e a melodia dos exercícios propostos, pois com as características brasileiras eles se tornam mais complexos. Mas aos poucos elas se soltaram e conseguiram realizar.

No repertório, passamos as músicas nota por nota, acertando todas as frases para que pudessem cantar na apresentação o mais parecido possível.

Cantaram em duplas as Duas Cirandas separadas e assim pudemos ter a noção exata dos erros que estavam cometendo.

As outras músicas: Baião e Cio da Terra foram ensaiadas do começo ao fim, conforme a partitura, somente a uma voz, pois o grupo ainda não está apto para cantar com mais vozes. Algumas não tem noção de afinação, e dividir o grupo em duas vozes fica complicado por causa da percepção auditiva. Teremos que trabalhar muito para melhorar primeiramente noções básicas de canto.

SBQ (sambaqui)

No aquecimento vocal, tive a mesma dificuldade que tive no coro feminino, mas com um maior grau. São exercícios mais movidos, e eles acabaram por não compreender exatamente a proposta melódica e rítmica, cantando várias vezes errado, mas vou continuar passando estes exercícios nas próximas semanas, para que haja uma melhor execução até o final do ano, garantindo assim um melhor entendimento na música proposta.

28

Comecei cantando a música Um samba no Bixiga para que todos pudessem conhecer. Como cantei de cor, acabei esquecendo a letra duas vezes. Durante a passagem da música, fomos lentamente cantando e descobrindo o que significava a letra, sempre que passava uma frase nova, voltava ao início para reforçar a peça. Sempre tentava puxar mais o ritmo, mas eles acabavam cantando mais lento. Sentiram bastante dificuldade de cantar os ritmos quebrados, possivelmente eles não têm muita intimidade com o ritmo do samba. Em compensação problemas com melodia foram poucos, mas mesmo assim, foram mais dúvidas que em qualquer outra música do repertório.

Antes de cantar a música Noite Feliz resolvi fazer um teste de percepção com eles. Eu fiquei tocando o acompanhamento e um por um deveria tentar entrar na música, cantando a primeira frase. Alguns acertaram a entrada na primeira tentativa e acabavam errando o ritmo do resto da frase, cantado um pouco quadrado ou fora do ritmo, outros entravam antes ou depois do primeiro tempo, mas eu corrigia e ajudava para que pelo menos acertassem uma vez. Eles se divertiram com o exercício. Em seguida cantamos a letra toda observando a afinação e o ritmo. Mesmo eu puxando o andamento para frente eles puxam para trás. Sinto que até terem segurança na música não vão cantar no ritmo certo.

3.8 Plano de Aula (8) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 22/07/08 Horário:19:00 – 21:00

3.8 Plano de Aula (8) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 03/11/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO

- Baião - Duas Cirandas - Cio da terra

- Um samba no Bixiga

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - sinal de repetição - pausa - coda - forma: forma das músicas para apresentação do Coro BPW.

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OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - conhecer e reproduzir sinais de pausa e de repetição da partitura - aprender e aprimorar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas.

- treinar o repertório para a apresentação do Coro BPW no dia 28 de julho na AEMFLO às 19h.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

A

T

I

V

I

D

A

D

E

S

1. Exercício rítmico: sentados em círculo os alunos irão bater palmas para marcar o ritmo tentando não cair no andamento. De quatro em quatro palmas o colega sentado ao lado irá continuar o ritmo. Depois de três em três palmas, de duas em duas palmas até chegar a uma palma para cada um. Além de exercitar a rítmica, será explorada a dinâmica forte e fraca, intercalando as palmas. Se sentir que vão conseguir farei variações sobre o exercício, como por exemplo falar os números 1-2-3-4 nas palmas, bater sempre uma vez e um dos participantes bater duas vezes, e quando acontecer, o sentido da roda deverá ser mudado. Em alguns momentos que julgar necessário, estarei marcando o tempo para que seja melhor realizado o exercício.

2. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos poucos até a cabeça, massageando a face.

3. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “C” 4. Baião: limpeza da voz principal para a apresentação. No grupo de

Sambaqui será passada a introdução da música, e será ensaiada a forma dela, com introdução, até o final da terceira folha. O final será deixado para a última aula.

5. Duas cirandas: limpeza das duas vozes separadamente, cantar as duas vozes ao mesmo tempo. Ensaio da forma da música para apresentação: duas vezes cada ciranda separadamente e após as duas cirandas juntas por mais duas vezes.

6. Cio da Terra: passagem da forma para apresentação na AEMFLO. 7. Um samba no Bixiga: Passar as frases lentamente por imitação e com

auxílio do teclado. Ir juntando as partes aos poucos, relembrando a música.

OBSERVAÇÕES Música 7 e exercício 1 somente para a Comunidade de

Sambaqui. Trabalho prioritário. Se der tempo faremos as músicas restantes.

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Grupo: Relatos:

BPW Depois dos aquecimentos, discutimos e combinamos como seria a ordem das músicas para a apresentação, passamos todas as músicas em velocidade lenta para recordar e ensaiar prestando atenção nos detalhes. Depois passamos todas as músicas no andamento que mais se ajustou para cantarmos na apresentação, respeitando o limite das coralistas. O cânone do Baião foi repetido várias vezes, onde tinham mais dificuldades para cantar.

Além disto, combinamos a posição delas no coro: As contraltos ficaram atrás e as sopranos na frente. Percebi que elas ficavam escondidas atrás da pasta com as partituras, bem sérias, lendo a letra, como se não soubessem, mas algumas partes eu tinha certeza que já sabiam. Então mostrei para elas como estavam fazendo, e elas acharam engraçado, pois escondi o rosto atrás da pasta e fiquei com expressões bem sérias. Em seguida mostrei como ficaria com melhor presença se elas sorrissem e abaixassem a pasta para que pudessem ser vistas, assim como olhar para o público, dando só uma olhada na letra se necessário, e não ficar imóvel, se escondendo atrás da pasta.

Sobre o repertório, ficou tudo certo, acredito que a apresentação seja positiva, dentro dos limites do grupo. A ordem das músicas: Baião e Duas Cirandas. Resolvemos não cantar a música Cio da Terra, pois estava insegura. Preferimos deixá-la para uma segunda apresentação, entrando como novidade para quem for ver o grupo novamente.

SBQ (sambaqui)

Todos se divertiram muito realizando o exercício das palmas, dando boas gargalhadas quando erravam, principalmente porque tinha uma menina, filha de um dos coralistas, que sempre está nos ensaios, e convidei-a para participar da roda. Deve ter mais ou menos nove anos de idade. No final do ensaio dei a ela as partituras com as músicas que estamos cantando, pois ela já sabe as músicas de cor, e está cantando com o grupo. Ela ficou muito feliz com isto.

Não insisti muito sobre o andamento do exercício, que era bastante irregular, senti que eles precisam fazer o exercício para praticar primeiro a coordenação, para mais tarde conseguir bater no ritmo, então algumas vezes eu reforçava sobre o andamento, mas não cobrava ao ponto de parar tudo, explicar, repetir...

Novamente na passagem da música Baião e no samba, eles atrasaram o ritmo, então fico sempre puxando o andamento para frente, mesmo que eles não respondam o suficiente eu toco mais rápido, e canto também.

Como ainda não fizemos o final da música Baião, cantei para que eles conheçam e já fiquem com uma pequena lembrança da melodia para aprender na próxima aula.

31

3.9 Apresentação (9) Grupo: BPW Local: AENFLO Data: 28/07/08 Horário:19:00

3.9 Plano de Aula (9) Grupo: SBQ (Sambaqui) Local: Centro Comunitário Sambaqui Data: 10/11/08 Horário:18:00 – 19:30

REPERTÓRIO

- Baião - Cio da terra - Duas Cirandas - Noite Feliz

- Um samba no Bixiga

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - forma: apresentação do Coro BPW.

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - revisar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas - gravar o áudio do repertório trabalhado até o momento com o grupo de Sambaqui - Exploração sonora: timbre do coro – resultado sonoro.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - microfone - partituras - gravador MP3

ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: iniciando o movimento pelas mãos,

mexendo as articulações de dedos e pulsos, depois cotovelos, ombros, tronco, aos poucos juntando todas as partes do corpo fazendo movimentos livres. Relaxamento ao final do exercício.

2. Exercício respiratório: sons mudos com as consoantes “S-P-F-CH” para trabalhar a musculatura e o diafragma. Iniciar lentamente e aos poucos acelerar a velocidade da emissão das consoantes. Anexo AQUECIMENTO “D”

3. Aquecimento Vocal: mescla dos anexos AQUECIMENTO “A-B-C”

4. Baião: revisão e aprendizado da última folha da música. Gravação.

5. Duas cirandas: revisão e gravação. 6. Cio da Terra: revisão e gravação. 7. Noite Feliz: revisão e gravação. 8. Um samba no Bixiga: revisão e gravação.

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OBSERVAÇÕES

Plano de aula somente para o grupo de Sambaqui. O grupo BPW fará a apresentação na AENFLO.

Mesmo terminando os relatos e o estágio do grupo de Sambaqui, irei continuar trabalhando com eles até final de novembro, por isso não fiz um plano de aula com fechamento dos encontros, idealizei somente uma revisão de todas as músicas para gravação das mesmas, fazendo assim um CD anexo com as respectivas peças aprendidas até agora.

Grupo: Relatos:

BPW Chegaram atrasadas para o aquecimento, e pudemos passar somente uma vez cada música, então o Baião ficou um pouco complicado por causa do cânone. A afinação ficou comprometida, pois não tivemos tempo de aquecer, mas mesmo assim cantaram bem na apresentação, apesar de estar desafinado, estavam contentes e se divertiram. A apresentação tinha como objetivo mostrar o trabalho que estava sendo feito com o grupo, apesar dos poucos encontros realizados. Mas como a BPW tem um encontro por mês, sempre na última semana, fizemos esta apresentação interna, somente para as associadas. Foi importante para estimular o trabalho e para que possamos ser autocríticas tentando melhorar a sonoridade do grupo.

SBQ (sambaqui)

Antes de cantar o repertório para gravar, ensaiamos as duas músicas para a missa de domingo, a pedido da Gisele. As músicas são: Bendito seja Deus Pai e Ó pai, somos nós esta vinha.

Com isto, não tivemos tempo para gravar todas as músicas. Mas nos encontraremos mais uma vez, e gravaremos a música Baião, que faltou.

Em anexo ao relatório de estágio conterá um CD com as gravações.

A música Noite Feliz foi gravada duas vezes, pois a primeira vez todos cantaram muito forte ficando com volume exagerado. Então pedi que cantassem uma segunda vez como se o menino Jesus estivesse no meio do grupo dormindo e não poderia ser acordado. O resultado foi evidente, escutando a gravação. A sonoridade foi bem mais sutil e doce.

Estando pronto o CD, deixarei uma cópia com o grupo para que possam ouvir e prestar atenção nos pontos positivos e negativos, pensando numa forma para melhorar a sonoridade do grupo, se vier a continuar os trabalhos no próximo ano.

33

3.10 Plano de Aula (10) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 05/08/08 Horário:19:00 – 21:00

REPERTÓRIO

- Cio da terra - Duas Cirandas - Caminho das águas - Baião

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - glissando ascendente e descendente - uníssono - dinâmica: forte e piano - apreciação da música Caminho das águas gravação de Maria Rita, intérprete brasileira.

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os aquecimentos corporal, respiratório e vocal - Explorar a voz realizando o glissando ascendente e descendente - desenvolver a percepção auditiva através do exercício do glissando. - Interpretar a música Duas Cirandas conforme o que a regente pede, explorando a dinâmica dos fortes e pianos. - Conhecer a música Caminho das águas através de gravação.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras - micro system e CD com a gravação da música Caminho das águas

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ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: iniciando o movimento pelas mãos, mexendo as articulações de dedos e pulsos, depois cotovelos, ombros, tronco, aos poucos juntando todas as partes do corpo fazendo movimentos livres ao som da gravação da música Caminho das águas, com a gravação da Maria Rita, mas sem avisar que esta será a música que aprenderão neste dia. Relaxamento ao final da música.

2. Exercício respiratório: sons mudos com as consoantes “S-P-F-CH” para trabalhar a musculatura e o diafragma. Iniciar lentamente e aos poucos acelerar a velocidade da emissão das consoantes. Anexo AQUECIMENTO “D”

3. Exercício vocal: exploração dos glissandos, do som grave para o agudo e ao contrário, e emissão de nota parada.

4. Cio da Terra: revisão somente da primeira voz. Cada aluna irá cantar uma frase da música e escolherá uma colega para cantar a próxima, aleatoriamente.

5. Duas Cirandas: trabalho de dinâmica. As alunas devem seguir o gesto da professora, interpretando o que for pedido.

6. Caminho das águas: ouvir a gravação com a Maria Rita para conhecer a música e passagem da música para aprendizado.

7. Baião: revisão e tentativa de divisão de vozes na terceira folha, onde inicia a música Lagoa da conceição.

Grupo: Relato:

BPW No aquecimento todas acabaram se soltando bastante e fizeram movimentos leves, bonitos. Percebi que se sentiram bem ao som da música e daqueles movimentos diferentes.

Percebi nos exercícios do glissando que tiveram bastante dificuldade de coordenar a saída do grave para o agudo e vice-versa, assim como reproduzir a mesma nota parada que outra pessoa fez, pois uma fazia uma nota parada e a colega deveria reproduzi-la. Algumas acertavam, mas outras nem percebiam que cometiam erros, então eu parava o exercício e conscientizava todas para que percebessem se as emissões de nota estavam sendo reproduzidas com exatidão ou não. Além disso, fazia-as repetirem. Algumas entendiam e acertavam, mas outras nem assim conseguiam fazer. Notei que dependendo da altura que se fazia a nota elas tinham mais dificuldade.

No Cio da Terra se atrapalharam com o proposto, pois paravam entre as frases e demoravam a escolher a colega, então pedi que não tivesse demora na escolha e na dinâmica, que precisavam cantar como se fosse uma pessoa cantando toda a letra sem parar, então conseguiram entender a proposta e realizar melhor o exercício proposto.

No trabalho de dinâmica das Duas Cirandas, elas gostaram bastante, pois foi a primeira vez que trabalhamos com volume em uma peça. Queriam ficar cantando e repetindo.

Gostaram muito da música Caminho das águas, acharam bela e

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envolvente, além de passar uma tranqüilidade quando se canta. No Baião revisamos o final e fizemos as duas vozes na terceira

folha, mas foi difícil, pois as contraltos não conseguem segurar o ritmo do ostinatto. Percebo que será um problema complicado de resolver.

3.11 Plano de Aula (11) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 12/08/08 Horário:19:00 – 21:00

REPERTÓRIO

- Baião - Cio da terra - Duas Cirandas - Caminho das águas

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - intervalo ascendente e descendente - uníssono

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os aquecimentos corporal, respiratório e vocal. - desenvolver a percepção auditiva através do exercício vocal - revisar as músicas do repertório

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado

- partituras

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A

T

I

V

I

D

A

D

E

S

1. Aquecimento corporal: iniciando o movimento pelas mãos, mexendo as

articulações de dedos e pulsos, depois cotovelos, ombros, tronco, aos poucos juntando todas as partes do corpo fazendo movimentos livres ao som da gravação da música Caminho das águas, com a gravação da Maria Rita. Relaxamento ao final da música.

2. Aquecimento vocal: cantar a música Baião com a vogal “U” e assoprando, enchendo bem as bochechas, como se estivesse enchendo um balão, utilizando muito mais ar do que o que é necessário para cantar.

3. Exercício vocal: uma coralista realiza a exploração do som grave e agudo com emissão de nota parada, a próxima deve emitir a mesma nota da colega. Em seguida esta que repetiu a nota da colega deve criar outra nota e passar adiante. Depois, emissão de duas notas, com intervalos ascendentes ou descendentes, sendo que a colega seguinte deve copiar o som da colega que cantou anteriormente. Depois disto a segunda colega deve criar outras duas notas e passar adiante, envolvendo assim todas as participantes.

4. Revisão das quatro músicas do repertório, realizando a limpeza de notas.

Grupo: Relato:

BPW O aquecimento corporal foi rápido. Começamos com trinta minutos de atraso, pois as coralistas demoraram a chegar.

No exercício 3 do plano, percebi que a percepção delas é muito fraca, pois mesmo com a proposta de trocar de nota elas acabavam cantando sempre a mesma nota de uma para outra até o final sem perceber, e achavam que trocavam de nota, mas só trocavam de vogal. Por ex: dó (vogal “A”) e dó (vogal “O”).

Então fui exemplificando e cobrando que deveriam tentar outros sons e não somente trocar de vogal. Mas elas pensavam muito antes de cantar, e acabava se tornando engraçado.

Aos poucos o exercício foi melhorando, então pedi que cantassem duas notas, uma seguida da outra. Elas tinham dificuldade de criar notas novas e acabavam por fazer os mesmos sons. Mesmo assim elas gostaram bastante deste exercício, apesar de toda a dificuldade que encontraram.

Na passagem das músicas sentiram dificuldade de encontrar as notas agudas, mas vejo que é por motivo de insegurança e vergonha, pois em brincadeiras elas acabam conseguindo fazer, e até mesmo nos risos saem notas agudas.

Pedi que prestassem atenção nas vogais cantadas na música Duas Cirandas, pois estavam abertas demais e acabavam por ficar feias e agressivas.

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3.12 Plano de Aula (12) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 19/08/08 Horário:19:00 – 21:00

REPERTÓRIO

- Cio da Terra - Baião - Duas cirandas - Caminho das águas

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - improvisação

- forma: forma das músicas para apresentação do Coro BPW no dia 1° de setembro na AEMFLO, às 19h.

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - improvisar notas no exercício n° 2 do plano, cantando uma melodia de música que não foi dada nos encontros. - revisar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas - ensaiar o repertório para a apresentação do dia 1° de setembro na AENFLO, às 19h.

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - disquete com o midi da música Dream a Little Dream of me para colocar no teclado - partituras

A

T

I

V

I

D

A

D

E

S

1. Aquecimento corporal: iniciando o movimento pelas mãos, mexendo as

articulações de dedos e pulsos, depois cotovelos, ombros, tronco, aos poucos juntando todas as partes do corpo fazendo movimentos livres ao som de Dream a Little Dream of me, fazendo movimentos de acordo com o ritmo. Relaxamento ao final da música.

2. Dream a Little Dream of me: cantar a música com a vogal “U” e assoprando, enchendo bem as bochechas, como se estivesse enchendo um balão, utilizando mais ar do que o que é necessário para cantar. Depois cantar com Bocca Chiusa. Em seguida cantar a melodia da música com as sílabas “Brim Bróim”. Quem não conhecer a música, improvisar notas que sente que encaixa na gravação.

3. Revisão das quatro músicas do repertório, realizando a limpeza de notas: repetir as partes mais inseguras lentamente, já pensando como será a forma da música na apresentação.

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Grupo: Relato:

BPW Nos improvisos vocais ou saíram notas fora da melodia ou cantavam a melodia original da música. Mesmo assim achei o exercício válido, pois elas de uma maneira geral tentaram cantar outras notas, e fizeram o proposto, mesmo errando.

Pedi que não lessem a letra da música Cio da Terra para tentar decorar a letra. Umas se esforçaram, outras preferiram ficar com a pasta.

Repetimos bastante, para praticar a afinação e a letra da música. Cantamos algumas vezes mais lenta, depois no andamento que será cantada na apresentação. Assim fizemos com a música Baião. Quanto mais elas repetem melhor elas cantam.

Na Duas Cirandas passamos mais rapidamente, ensaiamos o final com rallentando, e ficou bom.

Na Caminho das águas estudamos frase por frase para fixar bem. Na apresentação terá a projeção da música para a platéia, então cantaremos frase por frase como se fosse um ensaio aberto para que todos repitam as melodias lentamente e em seguida cantaremos a música toda. Antes disto será explicado ao público e convidaremos todos para que participem do ensaio aberto. Estão todas bem empolgadas com esta parte da apresentação.

3.13 Plano de Aula (13) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 26/08/08 Horário:19:00 – 21:00

REPERTÓRIO

- Cio da Terra - Baião - Caminho das águas - Duas cirandas

CONTEÚDOS

- melodia e ritmo - percepção auditiva - forma: forma das músicas para apresentação do Coro BPW no dia 1° de setembro na AEMFLO, às 19h.

OBJETIVOS

- realizar satisfatoriamente os exercícios de aquecimento - revisar a pronúncia, ritmo e melodia das músicas propostas - ensaiar o repertório para a apresentação do dia 1° de setembro na AEMFLO, às 19h.

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RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo aos

poucos até a cabeça, massageando a face. 2. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “A” 3. Revisão das quatro músicas do repertório, realizando a limpeza

de notas: repetir as partes mais inseguras lentamente, frisando como será a forma da música na apresentação.

4. Ordem da apresentação: Cio da Terra – Baião – Caminho das águas – Duas Cirandas

Grupo: Relato:

BPW Senti que a música que vai ser mais difícil de cantar na apresentação será a Cio da Terra, pois elas estão desafinando muito. Foi a música que mais repetimos. Além da afinação estão atrasando o ritmo também. E agora elas estão começando a perceber os seus erros e os erros das colegas tanto de ritmo, quanto de afinação e dicção. Além disso algumas cantam bem forte.

Falei para elas que não precisam entrar em conflito por causa desses erros que elas estão notando. Isto é muito positivo, pois estão tendo consciência e a sua percepção está começando a se desenvolver.

Acredito que isto seja realmente muito útil, pois se elas percebem que erram, tentarão melhorar.

3.14 Apresentação (14) Grupo: BPW Local: AEMFLO Data: 01/09/08 Horário:19:00 – 21:00

REPERTÓRIO

- Cio da Terra - Baião - Caminho das águas - Duas cirandas

CONTEÚDOS - apresentação do Coro BPW na AEMFLO, às 19h. - Exploração sonora: timbre do coro – resultado sonoro.

OBJETIVOS - vivenciar a prática musical cantando na apresentação satisfatoriamente

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RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - microfone - partituras

Grupo: Relato:

BPW Este evento era a confraternização de aniversário de 14 anos da BPW.

Abrimos o evento cantando. Estava bem preocupada com esta apresentação, pois não tivemos tempo para aquecer as vozes, pelo motivo delas estarem envolvidas com outras tarefas do evento.

Assim mesmo elas conseguiram cantar dentro dos limites delas. O Cânone do Baião saiu bem atrapalhado, acho que foi o pior momento.

Na música Caminho das águas fizemos sucesso, pois convidamos o público para cantar junto e foi uma vivência dividida com todos os participantes, que acredito, 99% participou.

3.15 Plano de Aula (15) Grupo: BPW Local: Prédio Pôr do sol Data: 02/09/08 Horário:19:00 – 21:00

REPERTÓRIO

- Caminho das águas

CONTEÚDOS - melodia e ritmo - percepção auditiva - divisão de vozes

OBJETIVOS - aprender a segunda voz da música Caminho das águas

RECURSOS

MATERIAIS

- teclado - partituras

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ATIVIDADES

1. Aquecimento corporal: breve aquecimento dos pés, subindo

aos poucos até a cabeça, massageando a face. 2. Respiração: breve exercício de controle de respiração: em som

de “s” cantar a música Baião, observando se a musculatura abdominal está sendo trabalhada, assim como a respiração diafragmática. Após cantar em Boca chiusa a melodia, prestando atenção na respiração, para dar conta de cantar as frases inteiras sem respirar entre elas.

3. Aquecimento Vocal: em anexo AQUECIMENTO “C” 4. Caminho das águas: dividir o grupo em sopranos e contraltos e

passar a segunda voz pela primeira vez. Variar a formação do grupo para praticar as vozes.

Grupo: Relato:

BPW Trabalhamos somente a música Caminho das águas neste encontro e foi bastante trabalhoso. Modifiquei a formação do grupo várias vezes: de pé, sentadas, em círculo, semicírculo, em duplas, dupla comigo. Em linha reta uma soprano e uma contralto de frente uma para a outra.

Foi bastante apropriado trabalhar com a oscilação de formação, pois como repetimos muitas vezes a mesma música, não se tornou cansativo e elas estavam sempre dispostas para cantar esta música pois gostam bastante dela.

Não fiz nenhuma confraternização de término de aula, pois continuarei trabalhando com o grupo até o final do ano.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Gostaria de retomar a minha idéia inicial sobre o projeto deste semestre, por

isso, registro novamente o meu objetivo geral, para que tanto eu quanto o leitor

possamos refletir e tirar conclusões:

“Vivenciar o canto de forma prazerosa para que se desenvolva neste processo

de aprendizagem a descoberta da própria voz, aprimorando conhecimentos técnicos,

reduzindo os medos e preconceitos, obtendo assim a autoconfiança podendo

observar que todos apresentam habilidade para cantar.”

Sempre almejei poder formar um grupo de adultos para trabalhar com o canto.

Sabia que se tivesse em mãos um grupo sem conhecimentos musicais iria ter

dificuldades para realizar o trabalho, pois se já é difícil fazer música com resultados

positivos em um grupo de cantores experientes, para um grupo de pessoas que não

tem contato com a música é desafiador.

Tive a oportunidade neste ano de formar dois grupos para trabalhar com o

canto popular. Cada um deles me apresentou diferentes características e

necessidades.

O primeiro grupo, Coro Feminino BPW, se mostrou muito interessado em

aprender a cantar, e a proposta delas vinha de encontro com a minha: desenvolver o

canto de forma prazerosa, descobrir a própria voz, reduzir medos, etc.

Quando começamos, eu estava com várias idéias, fiz arranjos, adaptei outros,

pois eram somente vozes femininas, pensei em dinâmicas, exercícios, enfim, idéias

não me faltavam. Só que aos poucos fui percebendo as características do grupo e me

dando conta de que tinha composto um repertório sem muitas facilidades vocais,

principalmente as divisões de vozes. Nem mesmo os exercícios eram de nível fácil

para elas.

A maioria do grupo não tinha noção nenhuma de ritmo, altura, dinâmica,

impostação, respiração. São mulheres com profissões diversas, como produtora de

eventos, advogada, chefe de departamento, palestrante, contadora, etc.; e que por

motivos diversos nunca tiveram contato maior com a arte, o que é uma pena, pois as

dificuldades só aumentam.

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Senti que elas precisavam desabafar e que estes encontros também serviriam

para descarregar as energias que normalmente nos seus trabalhos não seria

possível.

Fazendo uma analogia com o esporte, Sobreira fala sobre o mito que existe

em torno da música, de que esta é privilégio de poucos.

Pratica-se o esporte sem pretensão de ser um grande astro, os ídolos são valorizados, mas não porque são os melhores e só eles podem praticar. (p. 104, 2003)

Algumas participantes relataram sobre a falta de incentivo da família e até

mesmo repressão. Acredito que este seja um agravante e pude comprovar nos

ensaios que realmente uma das participantes tem um bloqueio muito forte, tanto que

a voz não sai, e quando sai, falha, e se eu peço algum movimento corporal ou

expressão facial ela se tranca, fica imóvel e não consegue se expressar, mas ela

tenta. Na citação abaixo, Sobreira ressalta afirmando sobre estas experiências

negativas:

Casos de desafinação em pesquisas: poucas experiências musicais na infância, lembranças negativas de sua educação musical; desestimulação como: “desista, você jamais cantará, é totalmente desafinado!”. (Sobreira, 2003, p. 105).

Tentei aos poucos inserir a segunda voz das músicas, mas não tive resultados.

Elas não tinham habilidade para tanto. Então fui percebendo que teria que trabalhar a

uma voz, para que elas pudessem desenvolver todos estes itens citados acima. Sem

um mínimo de afinação, como poderia querer que um grupo conseguisse segurar a

sua voz, enquanto o outro iria cantar uma outra voz?

Confesso que desanimei, pois imaginava que iria ser diferente, que iria

conseguir passar as músicas inteiras com as vozes. Então criei exercícios dentro das

possibilidades delas para que explorassem a voz e colocava toda a minha energia e

atenção no momento do ensaio, me desdobrando para conseguir algum resultado, e

era mínimo, quase imperceptível.

Aproveitei os momentos de aquecimento tentando fazer com que cantassem

duas vozes com notas paradas. Foram nestes momentos que elas conseguiam cantar

e afinar corretamente e ficavam contentes quando sentiam o som do intervalo

cantado. Além disto, explorei bastante os glissandos e bocca chiusa reproduzindo

sons simples para um melhor entendimento delas.

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Além de trabalhar mais nos exercícios vocais, comentava com elas sobre a

importância de realizar os aquecimentos corporal e vocal conscientemente, pois

“trabalhando o conjunto todo do corpo o controle da voz vem mais facilmente.

Precisamos explorar e conhecer melhor o que se pode fazer com o corpo que acaba

por ser o nosso instrumento musical” (Coelho, 1994).

No aquecimento pude percebe que uma das coralistas não abria a boca e nem

cantava com força suficiente para conseguirmos escutá-la, mas incentivei para que

ela se soltasse mais. Além disto, a tessitura dela é de quatro a cinco notas. Sobreira

(p.116, 2003) atribui estas dificuldades ao fator psicológico da timidez. Depois fiquei

sabendo por ela que na sua infância, os pais eram bastante severos.

Dentro do meu objetivo geral, tudo estava sendo cumprido, mas a minha

pretensão inconscientemente era muito maior, como disse queria que as músicas

saíssem inteiras, com as vozes que tinha escrito. Sabia que a tarefa era complicada,

mas não esperava que fosse tão complicada. Queria que o resultado fosse muito

maior, só que o trabalho engatinhava.

Percebi que este seria o maior desafio e entendi que “o tempo de correção do

problema não se pode prever, dependendo da perseverança e interesse do aluno.”

(Sobreira, p. 123, 2003)

Os relatos de aula aqui registrados são somente até a primeira semana de

setembro, mas continuo trabalhando com o grupo. Os meses de setembro e outubro

foram meses difíceis, parecia que tudo ia desandar, mas agora, chegando novembro,

pude perceber que elas subiram um degrau. Foi somente um degrau, mas foi

altíssimo.

Estou conseguindo melhoras notáveis, como por exemplo, a desenvoltura e a

perda da vergonha de cantar até mesmo no ensaio; sentir a música, mesmo

pensando tecnicamente, sabendo que precisam de atenção, concentração; perceber

o ritmo e a afinação, se estão cantando fora do ritmo ou do tom ou se estão

acertando, a dinâmica, cantar fortes e pianos sentindo a beleza que surge; o canto

mais suave; a unidade do grupo entre outros.

Fico feliz com os resultados deste semestre, pois pelos relatos e comentários,

notei que estão começando a perceber estes itens citados, e, além disto, reclamam e

se irritam quando algo sai errado. Disse a elas que isto é positivo, é sinal de que

estão desenvolvendo a percepção e autocrítica, e que assim vão melhorar

gradativamente. Espero poder continuar o trabalho nos próximos anos e que consiga

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vencer estas barreiras iniciais com elas, criando um grupo sólido com capacitação

para realizar diversas práticas e apresentar ao público um trabalho de qualidade.

No CD em anexo contém músicas gravadas que trabalhamos durante o

semestre. Algumas peças ensinei ao grupo depois de terminado o planejamento aqui

relatado, mas foram trabalhadas nos meses seguintes até o final de novembro. A lista

das mesmas está na página 50, junto com os anexos.

No segundo grupo, a Comunidade de Sambaqui se organizou durante o

primeiro semestre para iniciarmos os encontros neste segundo semestre. Neste

grupo iniciei o trabalho mais tarde e foram bem menos encontros com eles do que

com o grupo BPW. Por este motivo ainda não conheço os participantes como

gostaria, assim como suas vozes. Espero prosseguir no próximo ano para

continuarmos o trabalho.

A afinação está mais presente na característica deste grupo. Acredito que seja

pela vivência que a maioria tem de cantar na igreja durante as missas. Sobreira (p.

121, 2003) cita que por fatores culturais, pessoas ligadas a religiões cantam

facilmente.

Um ou outro tem um pouco de dificuldade, mas fazendo pequenas correções

individuais eles conseguem entoar a nota certa. Quando cantam em grupo se

atrapalham um pouco, mas nada que seja complicado de consertar. Uma das

técnicas que utilizo para estas correções segue a dica que Sobreira ressalta em seu

livro: “Começar o trabalho a partir da nota que o aluno consegue cantar, o professor

deve ir ao encontro do uníssono para que o aluno perceba isto”.

A outra técnica é “reforçar o uso da bocca chiusa ou humming, pois são

procedimentos que comprovadamente trazem efeitos benéficos para a afinação,

assim como o treino de glissandos, que podem ajudar a explorar a própria voz”.

Sobreira cita que Moore, (1991) e Joyner,(1968) encontraram evidências de

que o canto coletivo pode confundir. Pela experiência que tive, pude chegar à

conclusão de que se o conjunto for bem trabalhado o resultado sonoro coletivo é

melhor do que o resultado individual. As vezes que os ouvi cantando separadamente,

claramente se vêem incertezas e desafinações, resultados que se anulam com o coro

todo junto.

Como eles conseguem segurar bem a afinação, diversifiquei os exercícios de

aquecimento vocal, para não cansar o aluno e trazer o interesse na realização do

exercício proposto. Coelho (1994) enfatiza a importância de evitar o tédio e o cansaço

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nos exercícios. Isto não quer dizer que não diversifiquei o aquecimento do primeiro

grupo, pelo contrário, procurava fazer o mesmo exercício de maneiras diversas.

Fiz questão de ter sempre um teclado para acompanhar os grupos durante os

ensaios. Eles precisam construir parâmetros do som de alguma maneira, e não

acredito que somente com a minha voz iria ser possível trabalhar com grupos tão

inexperientes. O teclado não causou distrações na realização da performance. De

acordo com este dado, Sobreira (2003) alerta que o uso do instrumento pode,

dependendo da maneira como for usado, trazer danos à afinação, pois os

participantes tendem a não se escutar. Mas o volume instrumental que utilizo é fraco.

Eles se escutam e são escutados sem maiores esforços.

Um ponto que nunca dei a devida importância foi no trabalho da articulação,

que Coelho (1994) aponta como “a clareza da interpretação musical”. Depois de

alguns trabalhos individuais que fiz neste ano, e até mesmo observações em outros

corais acabei reconhecendo a importância deste detalhe. Com uma boa articulação,

qualquer pessoa, mesmo não conhecendo o repertório, entende as letras das

músicas. Percebi que para um número maior de pessoas há esta necessidade (de

uma maior articulação vocal) assim como a clareza de entradas e terminações de

frases, fazendo com que o coro passe a impressão de unidade. Por isto frisei para os

grupos em todos os momentos devidos a prática de articular melhor as palavras,

abrindo mais a boca, deixando-a relaxada. Noto que não era a única pessoa que

tinha esta descrença, pelo fato de observar que preciso insistir para que abram mais

a boca nos exercícios. Nem sempre todos os participantes realizam bem este

treinamento. Com o tempo e os resultados sonoros, tenho a certeza de que as

pessoas irão dar-se conta da importância deste detalhe, assim como qualquer outro

que tenho falado até o momento.

O problema mais constante que existe neste grupo é a dificuldade rítmica.

Casos de dificuldade rítmica são os mais difíceis. Se o ritmo está bem definido num coro, ele canta de maneira mais afinada. Dar chance ao aluno de trabalhar ritmo e melodia separadamente nas peças, corrigindo os erros, pois os dois fatores são processados em áreas distintas do cérebro. (Sobreira, 2003, p. 120).

Neste caso, o coro não desafina como cita Sobreira, mas o andamento vai

caindo de uma maneira que nem eu mesma consigo segurar ou voltar ao ritmo inicial.

Logo no começo, na entrada da música o grupo já diminui o andamento. Preciso ficar

contando os tempos e toda hora falando pra cantar mais rápido. Percebo que a

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articulação deles é lenta, e acredito que o ritmo de vida deles também é lento, além

de que a maioria são pessoas de mais idade, que já tem um ritmo brando. Para isto

tenho feito exercícios rítmicos, sem o canto, para tentar corrigir este problema.

Com todos estes fatores a minha conclusão é que tanto eu quanto os alunos

precisam se dedicar e estudar, atingindo melhores resultados. Sempre que volto para

casa fico refletindo e tomando consciência de que preciso me qualificar nesta área

podendo assim atender e resolver a todos os problemas e dificuldades geradas ao

longo dos ensaios. Sei que estas dificuldades continuarão se eu não conseguir

resolvê-las, pois tenho uma porcentagem na responsabilidade da melhora destes

vários fatores que citei até agora.

Não basta saber música, tocar o piano, que é essencial nos ensaios, saber

fazer os arranjos e ter segurança nas músicas. Estou lidando com pessoas, e cada

uma responde diferente. Meus movimentos podem não estar sendo claros o

suficiente, até porque iniciei meus estudos de regência neste ano na UDESC. O que

falo pode estar sendo interpretado diferentemente, por isso, procuro falar de modos

diversos.

Necessito também de mais seriedade e sobriedade nos encontros, pois apesar

de ser comunicativa, sou muito animada; se tem uma conversa, entro nela, e acho

que deveria cortar as conversas, elas atrapalham o ensaio e tomam tempo. Sei

também que não posso deixar as pessoas mudas, pois além da música, tem o

encontro semanal destes amigos que querem se falar.

Os grupos não são profissionais e acredito que a música tem esta função

social. O encontro semanal serve também para o grupo compartilhar idéias, sendo

agradável, esquecendo os problemas, expondo opiniões, enfim, se desligar um pouco

da sua vida fora da sala de ensaio. O difícil é colocar na balança e medir

corretamente com o objetivo de não exagerar para o lado técnico ou para o lado

lúdico.

Creio que o tempo de experiência vai me ajudar a alcançar e aperfeiçoar estas

características, claro além da continuação da minha formação como regente.

Depende também dos objetivos dos grupos. Se eles quiserem crescer musicalmente,

terão que entender que precisaremos de mais seriedade e entrega ao trabalho, como

em qualquer profissão. Eu estou disposta.

48

5 BIBLIOGRAFIA

BRITO, T, A. Koellreutter educador : o humano como objetivo da educação musical. São Paulo: Ed. Fundação Petropólis, 2001. COELHO, Helena Wöhl. Técnica vocal para coros. São Leopoldo, RS. Ed. Sinodal,

5ª ed, 1994.

FONTERRADA, M, T, O. De tramas e fios : Um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora da UNESP, 2005.

JEANDOT, N. Explorando o universo da música. São Paulo: Scipione, 1993.

SOBREIRA, Silvia. Desafinação Vocal. Rio de Janeiro. Ed Musimed, 2ª ed, 2003.

LEITE, MARCOS. Método de Canto Popular Brasileiro . Rio de Janeiro. Ed. Lumiar,

2001

Sites:

http://www.bpwflorianopolis.com.br/novo/index.php?opcao=historico

49

6 ANEXOS

AQUECIMENTO “A” * Glissando com BR e TR

AQUECIMENTO “B”

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AQUECIMENTO “C”

* Exercício retirado do Método de Canto Popular Brasileiro, de Marcos Leite.

AQUECIMENTO “D”

TREINO TEMPO (segundos)

T T T T T T T T (alternados)

RESPIRAR 2 3 4 5 6 7 8 9 9

SUSTENTAR 3 4 5 5 6 7 8 9 6

SOLTAR (com a boca aberta)

3 4 5 5 6 7 8 9 9

Músicas gravadas pelo Coro Feminino BPW:

1. Rancho de Amor à Ilha 2. Noite Feliz 3. Baião/Lagoa da Conceição 4. Cio da terra

Músicas gravadas pelo Coro da comunidade de Sambaqui:

1. Duas Cirandas 2. Um Samba no Bixiga 3. Baião/Lagoa da Conceição 4. Noite Feliz 5. Noite Feliz - segunda gravação 6. Cio da terra 7. Baião/Lagoa da Conceição - segunda gravação 8. Um Samba no Bixiga - segunda gravação

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OBS: arranjo adaptado para Coro Feminino Bpw.

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OBS: arranjo adaptado para Coro Misto SBQ.

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