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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PSICOPEDAGOGIA
O DIAGNÓSTICO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM:
AVALIAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA UTILIZADA
VALÉRIA DE JESUS OLIVEIRA
RIO DE JANEIRO
2009
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O DIAGNÓSTICO DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM:
AVALIAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA UTILIZADA
VALÉRIA DE JESUS OLIVEIRA
Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes, como requisito parcial para obtenção de grau de especialista em Psicopedagogia.
Orientador: Flávia Cavalcanti
RIO DE JANEIRO
2009
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar á Deus, pelo dom da vida que ele me deu, sua presença constante em me viver, pela força, coragem e determinação, pois sei que a minha vitória foi ele que me deu.
A minha filha Ana Beatriz a bênção que Deus me deu, a você amor da minha vida, razão da minha luta, pela compreensão dos momentos ausentes e que a privei de minha companhia.
Ao meu querido esposo Cesar pelos momentos difíceis, compreensão e carinho que me fizeram crescer e acredita cada vez mais nos meus ideais.
A minha querida mãe Cornélia, por ter feito á mulher que sou hoje. Aos demais familiares, as minhas irmãs, a minha sogra (in memória) e aos meus irmãos.
E finalmente meus agradecimentos são também a todos diretamente ou indiretamente contribuíram neste meu caminhar, em particular a minha orientadora Flávia Cavalcante.
O meu carinho e abraço a todos que acreditaram em mim.
Valéria de Jesus Oliveira
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RESUMO
A pesquisa apresenta uma analise das dificuldades de aprendizagem de como os professores diagnosticam nos seus alunos os problemas de aprendizagem, a avaliação utilizada e de que maneira desenvolve a prática pedagógica. O estudo pauta na abordagem qualitativa na realização das atividades, através da observação e entrevista com os professores da Escola Municipal Ubaldo de Oliveira do 2ª ao 5ª ano do ensino fundamental. Durante a pesquisa constatou-se as principais dificuldades que os alunos apresentam que são decorrentes de vários fatores. Sendo assim, é considerado que o presente estudo trouxe respostas satisfatórias para nossos questionamentos a respeito das dificuldades que os alunos apresentam e qual o papel do professor perante a dificuldade de aprendizagem dos seus alunos. Deste modo é estimulante avançar nossos estudos, contribuindo assim, não só para nossa pratica pedagógica, mas também para os leitores em virtudes de algumas duvidas a respeito desse conhecimento.
Palavras - chave: dificuldade de aprendizagem, prática pedagógica e avaliação e diagnóstico.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................05 CAPÍTULO I: DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: O HISTÓRICO DO TEMA.................................................................................................................08 1.1 DEFINIÇÕES DE DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM........................................................................................12
1.2 O QUE PENSAM OS AUTORES SOBRE A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM........................................................................................15
1.3 -O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM DE PIAGET........................................................................................................16
1.4-O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM DE VYGOTSKY.......................................................................................................17
CAPITULO II: UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA E ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO. 2.1–A PRÁTICA PEDAGÓGICA ......................................................................18 CAPITULO III: A AVALIAÇÃO NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM 3.1-AVALIAÇÃO: CONSIDERAÇÕES CONCEITUAIS ...........................................................................................................................21 3.2–MODELOS DE AVALIAÇÃO NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM.............................................................................................24 CONCLUSÃO....................................................................................................26 CAPITULO IV: ANÁLISE DA ENTREVISTA....................................................................................................28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................35 ANEXOS ANEXO A...........................................................................................................37 QUESTIONÁRIO ANEXO B...........................................................................................................38 ARTIGO DE GILBERTO DIMENSTEIN (QUAL É A MAIOR ESTUPIDEZ BRASILEIRA?)
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INTRODUÇÃO
O presente trabalho versa o Tema Dificuldade de Aprendizagem. Surge
para pesquisar a concepção dos professores do ensino fundamental do
Município do Rio de Janeiro, a relação entre a concepção declarada, com eles
detectam nos seus alunos os problemas de aprendizagem, a avaliação
utilizada, como é desenvolvida a pratica pedagógica e qual o uso que os
educadores fazem dos resultados.
O motivo pessoal para a escolha desse tema é uma experiência
vivenciada na subsecretaria do estado do Rio de Janeiro, local onde trabalho
realizando atendimento com crianças e adolescentes de abrigos que são
adotados pelos Servidores do estado.
O papel do educador nas escolas públicas vem sendo motivo de muitos
questionamentos por parte de alguns pesquisadores, na preocupação de como
os docentes vem realizando pesquisas e investigando as causas que possam
justificar o mau atendimento escolar e os problemas de aprendizagem.
A pesquisa é qualitativa, considerando uma abordagem com resultados
significativos na área educacional, no sentido de dar oportunidade ao
pesquisador uma visão ampla no cotidiano escolar, além de adquirir
conhecimentos e contribuir para a transformação da realidade estudada.
Assim, Ludke & André (1986, p.11), postulam.
A pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento (...) a pesquisa qualitativa supõe o contato do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via regra através do trabalho intensivo de campo.
O campo onde foi desenvolvido o tema é uma escola Municipal,
localizada no Bairro de Bangu na Zona Oeste.
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O objetivo geral é refletir sobre a prática dos professores que estejam
comprometidos com articulação do coletivo no ambiente escolar bem como a
visão da situação dos alunos que se encontram com dificuldade.
O objetivo específico é analisar como os docentes diagnosticam nos seus
alunos o problema de aprendizagem, a maneira de como esses alunos são
avaliados e de que forma a pratica pedagógica é utilizada.
Foram coletadas informações sobre o assunto. No que diz respeito aos
instrumentos que foram utilizados a observação, a entrevista com um
questionário composto de dez perguntas para cinco professores do 2º ao 5º
ano do ensino fundamental.
A experiência direta com aquilo que se quer observar é sem duvida o
melhor termômetro de verificação de um determinado assunto! Bem como,
recorrer ao conhecimento e experiências pessoas como auxiliar no processo de
compreensão e interpretação do que está sendo pesquisado.
Segundo Paulo Freire (1999, p.29).
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
A entrevista é favorável a construção de conhecimentos na pesquisa
educacional, e nesse olhar é importante desenvolver as considerações que se
apresentam na vida do sujeito, despontando assim possibilidades de efetivação
do conhecimento esperado pelo pesquisador.
A coleta de dados foi significativa para o desenvolvimento deste trabalho,
através desta foram obtidas respostas para as duvidas e questionamentos
acerca das dificuldades de aprendizagem, no diagnostico, na avaliação e na
pratica pedagógica dos alunos, e que futuramente servirão como base para os
estudos e conseqüentemente aprimoramento de nossa pratica como
educadores.
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A escola Ubaldo de Oliveira local da pesquisa, pertence a rede Municipal
de ensino.
Foi escolhida mediante a sua localização estar próxima a uma
comunidade em que a grande maioria dos alunos pertences a classe menos
favorecida.
Nesta escola são matriculados 1820 alunos, funcionado nos dois turnos,
sendo que os turnos da manhã atendem a educação infantil e a tarde o ensino
fundamental. Ela encontra-se construída numa área conservada, murada, salas
iluminadas e ventiladas, contendo 14 salas de aula, 01 sala de leitura, 01 sala
de professores, 01 sala de direção, 01 sala de trabalhos burocráticos da
escola, 01 sala de informática, 01 área de lazer ,01 copa para merenda dos
alunos, 03 depósitos, 01 sal de laboratório, 01 sala de técnica e 14 banheiros.
A área administrativa é composta de: 01 agente administrativo, 01 diretor,
01 agente administrativo, 01 diretor, 01 vice- diretor, já o corpo técnico conta
com: 02 supervisores educacionais, 02 orientadores educacionais. O corpo
docente tem: 64 professores e, ainda conta com 01 secretaria, 03 auxiliares de
secretaria, 01 bibliotecária, e outros como porteiros, merendeiras, que não
foram citadas as quantidades.
As vantagens da que a pesquisa qualitativa oferece, no âmbito da
educação, permitem conhecer a realidade numa dimensão que o fator humano
se apresenta na escola.
Através da pesquisa qualitativa sobre o tema dificuldade de aprendizagem
as respostas da analise da entrevista foram apresentadas através do gráfico.
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CAPÍTULO I: DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: O HISTÓRICO DO TEMA
Desde o século XVIII, médicos, psiquiatras e filósofos do Iluminismo já
se reuniam a fim de tentar compreender a origem dos problemas de
aprendizagem, atribuindo-lhes uma visão organicista, idéia que permeou a
prática psicopedagógica até pouco tempo atrás. (Bossa, 2005,p.9).
A natureza humana era estudada pela filosofia até a segunda metade do
século XIX. Na Inglaterra, os seguidores de John Locke atribuíram a origem
das idéias às sensações originadas pela estimulação ambiental. Para os
organizadores de Im Manuel Kant, na Europa,as idéias de espaço e tempo,
bem como os conceitos de quantidade, qualidade e relação se originavam na
mente humana, em elementos mais simples. Estas concepções Filosóficas se
originavam a partir de trabalhos de René Descartes, tendo como pressuposto a
tese de que o estudo científico do homem deveria restringir-se ao seu corpo
físico, e o estudo da alma estaria destinado à filosofia. (Cole apud VYGOTSKY,
2008, p.2).
Segundo Bossa (2000, p.36), a partir do século XIX, surge a teoria
Evolucionista de Charles Darwin, com a publicação do livro “A origem das
espécies”, que coloca o homem dentro de um esquema de evolução biológica,
unindo as ciências naturais, humanas e sócias.
De acordo com Cole (apud VYGOTSKY, 2003, p.3), o livro de Darwin e
mais dois livros intitulados Die Psychophysik, Gustav Fechner, e reflexos do
cérebro, escrito por um médico de Moscou chamado I.M. Sechenov, são vistos
como constituintes do pensamento psicológico do final do século XIX, apesar
de eles não serem considerados psicólogos nem por seus contemporâneos
nem por eles mesmos. Porém, tais autores forneceram questões que
despertaram uma ciência jovem, a psicologia, para temas, tais como: Quais as
relações entre o comportamento humano e animal, ou entre processos
fisiológicos e psicológicos?
O século XIX foi apontado por Janice Mery como aquele em que vários
educadores se interessaram em compreender e atender portadores de
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deficiência mental, sensoriais e outros problemas que comprometiam a
aprendizagem. Dentre estes educadores, encontramos Pestalozzi, Itard,
Pereire e Sejuin todos eles pioneiros nos tratamentos do problemas de
aprendizagem, preocupando-se, entretanto, mais com a debilidade mental e as
deficiências sensoriais do que com a desadaptação (et. Bossa, 2000.p 37).
Nos fins do século XIX , o educador Sejuin e o médico-psiquiátrico
Esquiral formaram uma equipe medico – pedagógica, abrindo espaço para
neuropsiquiatria infantil, que passou a se ocupar dos problemas de
aprendizagem. ( Id. Ibid, p.38).
Psiquiatra Italiana, Maria Montessori criou um método de aprendizagem, a
principio, para crianças com retardo mental e que, mas tarde foi estendido para
crianças ditas normais. O método que ainda hoje é aplicado em escolas
montessorianas, visa estimular os órgãos dos sentidos e, por isso é
classificado como sensorial caracterizando-se em uma educação pelos
sentidos e pelos movimentos. Esta estimulação é feita por meio da
manipulação de objetos com diferentes tamanhos, formas, pesos, texturas,
cores, cheiros, barulhos. É , basicamente, o concreto que prevalece nesta
etapa, para que , por meio dela, a criança atinja o abstrato.
Montessori via as crianças da escola tradicional como um conjunto de
borboletas presas em seus lugares. Para elas , a escola deveria deixar as
crianças livres as quais poderiam estar sozinhas, espalhadas ou em grupo,
com professores ajudando ou observando. O método influenciou as pré-
escolas em geral e, até mesmo, aquelas que não são especificamente
montessorianas passaram a utilizar estes materiais em sala de aula, como
recursos do desenvolvimento cognitivo e motor.
Scoz (2004, p. 19) explica que, durante muitos anos, o enfoque orgânico
orientou médicos, educadores e terapeutas. Desde os séculos XVIII e XIX,
estudos na neurologia, neurofisiologia e neuropsiquiatria eram desenvolvidos
em laboratórios anexos a hospícios, classificando os pacientes como anormais.
Este conceito passou dos centros psiquiátricos para as escolas, e as crianças
que não conseguiam aprender eram tidas como anormais, pois havia a
concepção de que a causa do fracasso se devia a uma anormalidade orgânica.
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Os primeiros centros psicopedagógicos foram fundados na Europa, em
1946, por J. Boutonier e George Mauro, com direção médica e pedagógica.
Estes centros uniam conhecimentos da área de Psicologia, Psicanálise e
Pedagogia, onde tentavam readaptar crianças com comportamentos
socialmente inadequados na escola ou no lar, e atender crianças com
dificuldade de aprendizagem, apesar de serem inteligentes. (Mery apud Bossa,
2000, p.39).
Já nesta época, podemos observar a formação de equipes
multidisciplinares por meio da união Psicologia – Psicanálise- Pedagogia, com
objetivo de conhecer a criança e o seu meio, na tentativa de compreender o
caso para determinar uma ação reeducadora por meio de um plano de
intervenção.
Neste período, inicia-se um novo olhar sobre a criança com dificuldade
de aprendizagem; e um plano de intervenção, antes focado apenas no
orgânico, passa a ser ampliado, de onde o sujeito é observado em sua
totalidade, mediante atividades espontâneas e do brincar.
Percebemos, portanto, que até a década de 70, os fatores orgânicos
eram vistos como a principal causa dos problemas de aprendizagem, que, de
acordo com Bossa (2000, p.48), eram atribuídos a uma disfunção do sistema
nervoso central, tendo como causa , pois uma disfunção neurológica (não
detectável ) chamada de Disfunção Cerebral Mínima (DCM).
A problemática do sistema de ensino não era vista como o fator
primordial, para as causas destas dificuldades ( assuntos que trataremos no
item “escola”). Tais dificuldades eram imediatamente atribuídas ao próprio
sujeito, sendo rotulado de portador de DMC, de dislexia ou de disritmia e
encaminhados ao medico, pratica ainda vista nos dias de hoje, como relata
Bossa:
Na prática do psicopedagogo, ainda hoje é comum receber no consultório crianças que já foram encaminhadas por um medico, por indicação da escola ou mesmo iniciativa da família, devido aos problemas que estão apresentando na escola. (200, P.50).
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Scoz (2004, p.23), Johnson e Myklebust, ambos pesquisadores do “Institute
for Language Disorders”, atribuíam à Disfunção Cerebral Mínima e aos
distúrbios de aprendizagem (dislexia, afasias, disgrafias, discalculias) as
causas do fracasso escolar.
Estas idéias, originadas em consultórios particulares, chegaram às escolas,
que passaram a atribuir, sem nenhum critério, diagnósticos de hiperatividade,
dislexia, dentro outros, para justificar a causa de tais dificuldades. Estes alunos
eram encaminhados a médicos, que confirmavam o diagnostico, iniciando um
tratamento medicamentoso.(Id.Ibid, p.24).
O diagnóstico de DCM foi mais aceito por pais e professores, pois dava a
idéia de que o aluno não era o culpado por seu fracasso escolar, mas sim de
uma disfunção que não dependia dele. Por outro lado, esses mesmos pais e
professores se sentiram aliviados por não serem os causadores do fracasso
escolar, já que a questão era neurológica.
Até então, permanecia entre os psicopedagogos a concepção de que o
fracasso escolar tinha como causa fatores orgânicos, atribuindo as dificuldades
na escola às disfunções psiconeurológicas, mentais ou psicológicas.
Foi na Argentina que se iniciou, efetivamente, a pratica da psicopedagogia
qual a conhecemos hoje. Profissionais de outras áreas como a Filosofia, dentre
eles, podemos citar Sara Paín, sentiram a necessidade de preencher um
espaço que não poderia ser ocupado nem por pedagogo nem por psicólogo.
Iniciaram um processo de reeducação, objetivando resolver o fracasso escolar
e trabalhar memória, percepção, atenção, motricidade e pensamento. Este
profissional deveria orientar o processo educativo nas suas mais diversas
falhas, como método inadequados, evasão escolar e crise na escola ( cf.
Bossa, 200, p.40).
A partir da década de 70, os psicopedagogos passam a buscar
contribuições de outras áreas do conhecimento, dentre as quais a psicologia, a
sociologia, a lingüística, a antropologia e a psicolingüística.
Bossa (Id. Ibid, 41) lembra que, neste período, criou-se em Buenos Aires
aos centros de Saúde Mental, onde equipes de psicopedagogos faziam
diagnósticos e tratamentos. O que estes profissionais observaram é que, após
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um ano de tratamento, quando estes pacientes retornavam para controle,
haviam resolvido seus problemas de aprendizagem, entretanto, estes
problemas eram substituídos por distúrbios graves de personalidade, como
fobias e traços psicóticos, ocorrendo um deslocamento do sintoma. Deu–se
inicio a um trabalho de olhar e escutar clínicos da psicanálise, a fim de resolver
os problemas que originavam tais dificuldades.
A história das dificuldades de aprendizagem revela um interesse crescente
e uma tomada de atenção permanente por parte de uma variedade de
Profissionais – educadores, Psicólogos, médicos, terapeutas, nutricionistas,
pais e tantos outros, todos eles empenhados no estudo de processos que
respondessem às necessidades das crianças cujos comportamentos era
incompatíveis com uma aprendizagem típica. Esta explosão de interesses
resultou num conjunto de teorias, todas elas orientadas para a elaboração de
uma definição que pudesse explicar esse afastamento de uma característica e
para a elaboração de uma definição que pudesse explicar esse afastamento de
uma aprendizagem típica, por parte de um grupo significativo de crianças
(Correia, 1991).
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1.4 DEFINIÇÕES DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
Uma criança com dificuldade de aprendizagem é aquela que manifesta uma
discrepância educacional significativas entre o seu potencial intelectual
estimado e o seu nível atual de realização, relacionada com as desordens
básicas dos processos de aprendizagem que podem ser ou não
acompanhadas por disfunção do sistema nervoso central, e que não são
causadas por deficiência mental generalizada, por privação educacional ou
cultural, perturbação emocional severa ou perda sensorial. (Bateman, 1965,
p.220).
A primeira definição de Dificuldade de Aprendizagem foi proposta por
Samuel Kirk no seu livro Educacional da Criança Excepcional.
O termo referia-se a
[ ...] um atraso, desordem ou imaturidade num ou mais processo da linguagem falada, da leitura, da ortografia, da caligrafia ou da aritmética, resultantes de uma possível disfunção cerebral ou distúrbio de comportamento e não dependentes de uma deficiência mental, de uma privação sensorial, de uma privação cultural ou de um conjunto de fatores pedagógicos. (kirk, 1962, p.263).
Dificuldade de aprendizagem especifica uma perturbação num ou mais
dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização
da linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão
imperfeita de escutar pensar, ler, escrever, soletrar ou fazer cálculos
matemáticos. O termo inclui condições como deficiências perceptivas, lesões
cerebrais, disfunção cerebral mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O
termo não engloba as crianças que têm problemas de aprendizagem
resultantes principalmente de deficiências visuais, auditivas ou motoras,de
deficiência mental, de perturbação emocional ou de desvantagens ambientais
culturais ou econômicas. (Public Law 94 – 142).
Dificuldade de aprendizagem é um termo genérico que diz respeito a um
grupo heterogêneo de desordem manifestadas por dificuldades significativas na
aquisição e uso das capacidades de escrita, fala, leitura, escrita, raciocínio.
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Estas desordens são entisicas ao individuo e são devidas
presumivelmente a uma disfunção do sistema nervoso central. Embora as
dificuldades de incapacidade ( por exemplo, privação sensorial, deficiência
mental, perturbação emocional ou social ) ou influência ambientais ( por
exemplo, diferenças culturais, ensino insuficiente, inadequado, fatores
psicogenéticos ), não são devidas a tais condições ou influencias. ( Ham Mill et
al, 1981, p. 336,apud Correia, 1991).
Claro está que, apesar de uma platéia de especialistas andar há mais de
quarenta anos a tentar tratar a definição de dificuldade de D.A, ainda há, como
se viu, quem não faça a mínima idéia do seu significado, do que realmente são
dificuldades de aprendizagem, tentando justificar, com argumentos pouco
credíveis, quer uma concepção errônea, quer uma interpretação implausível.
Mais, esta situação é tanto mais grave quanto mais aparente é o fato de, no
seio daqueles que não entendem o significado, embora o usem
freqüentemente, encontramos professores universitários, técnicos superiores
de educação, psicólogos, professores dos ensinos secundários e básico,
educadores e pais que, como tais atitudes, só estão a lesar os direitos das
crianças e adolescentes que apresentam esta problemática, coarctando – lhes
o acesso a programas educacionais consentâneos com as suas necessidades
e, por conseqüente, impedindo – os de efetuarem aprendizagens com sucesso.
A própria legislação interpreta o significado num sentido incorreto,
aumentando ainda mais a confusão, fazendo com que os alunos que se
enquadra nesta problemática não sejam abrangidos por serviços e apoios de
educação especial e, por conseqüente, levando – os a sentir um prolongado
insucesso escolar, e até social, que os convida, na maioria dos casos, ao
abandono escolar.
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1.5 O QUE PENSAM OS AUTORES SOBRE A DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM.
Para Strick e Smith ( 2001) a rigidez na sala de aula para as crianças com
dificuldades de aprendizagem, é fatal. Para progredirem, tais estudantes
devem ser encorajados a trabalhar ao seu próprio modo. Se forem colocados
com um professor inflexível sobre tarefas e testes, ou que usa materiais e
métodos inapropriados às suas necessidades, eles serão reprovados.
Souza (1996) afirma que as dificuldades de aprendizagem aparecem
quando a prática pedagógica diverge das necessidades dos alunos. Neste
aspecto, sendo a aprendizagem significativa para o aluno, este tornar-se –á
menos rígido, mais flexível, menos bloqueado, isto é, perceberá mais seus
sentimentos, interesses, limitações e necessidades.
Para Fonseca ( 1995) as dificuldades de aprendizagem aumentam na
presença de escolas superlotadas e mal equipadas, carentes de materiais
didáticos inovadores, além de freqüentemente contarem com muitos
professores “derrotados” e “desmotivados” . A escola não pode continuara a
ser uma fabrica de insucessos. Na escola, a criança deve ser amada, pois só
assim se poderá considerar útil.
Roman e Steyer (2001) ressaltam que é importante o estabelecimento
de uma rotina na escola. A rotina deve ser desenvolvida para possibilitar, a
partir da organização externa,a segurança emocional e a organização interna
de cada criança. Desse modo, a Rotina favorece e complementa o processo de
socialização por meio da aprendizagem das regras de convívio em grupo, da
formação de vínculos e da aquisição de conhecimentos em todos os âmbitos
de desenvolvimento.
É através da rotina da escola que são identificadas algumas das queixas
comuns na primeira infância, as quais em geral são erroneamente confundidas,
por desconhecimento, com diagnósticos como agressividade, hiperatividade e
desatenção. Esses diagnósticos,quando analisados com o devido cuidado por
meio de entrevista com os pais ou responsáveis pela criança, podem revelar
dados importantíssimos e que demandam orientações da própria escola.
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1.3 - O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM DE PIAGET
Nos estudos de Piaget, a teoria da equilibração, de uma maneira geral,
trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, e assim, é
considerada como um mecanismo auto-regulador, necessária para assegurar à
criança uma interação eficiente dela com o meio ambiente. (Wadsworth, 1996)
Piaget postula que todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a
incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza.
E postula também que todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar
aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas
particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade ( portanto, seu
fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes) , nem seus
poderes anteriores de assimilação. (Piaget, 1975, p. 14)
Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilíbrio cognitivo
implica em afirmar a presença necessária de acomodações nas estruturas;
bem como a conservação de tais estruturas em caso de acomodações bem
sucedidas. Esta equilibração é necessária porque se uma pessoa só
assimilasse,desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, esses muito
amplos, comprometendo seu esquema de generalização de tal forma que a
maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo
à mesma classe. Essa noção de equilibração foi a base para o conceito,
desenvolvido por Paín, sobre as modalidades de aprendizagem, que se servem
dos conceitos de assimilação e acomodação, na descrição de sua estrutura
processual.
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1.4 - O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM DE VYGOTSKY
O ponto de partida desta análise é a concepção vygotskyana de que o
pensamento verbal não é uma forma de comportamento natural e inata, mas é
determinado por um processo histórico-cultural e tem propriedades eleis
especificas que não podem ser encontradas nas formas naturais de
pensamento e fala. Uma vez admitido o caráter histórico do pensamento
verbal, devemos considerá-lo sujeito a todas as premissas do materialismo
histórico, que são válidas para qualquer fenômeno histórico na sociedade
humana ( Vygotsky, 1993 p. 44). Sendo o pensamento sujeito às interferências
históricas às quais está o individuo submetido, entende-se que, o processo de
aquisição da ortografia, a alfabetização e o uso autônomo da linguagem escrita
são resultantes não apenas do processo pedagógico de ensino –
aprendizagem propriamente dito, mas das relações subjacentes a isto.
Vygotsky diz que o pensamento propriamente dito é gerado pela
motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e
emoções, por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma
compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível
quando entendemos sua base afetivo-volitiva (Vygotsky, 1991 p. 101). Desta
forma não seria válido estudar as dificuldades de aprendizagem sem
considerar os aspectos afetivos. Avaliar o estágio de desenvolvimento, ou
realizar testes psicométricos não supre de respostas as questões levantadas. É
necessário fazer uma analise do contexto emocional, das relações afetivas, do
modo como a criança está situada historicamente no mundo.
Para os autores, uma das formas de prevenção nas propostas de
trabalho da educação é preparar teoricamente o corpo docente para a prática
dos jogos e atividades lúcidas, realizando, principalmente, um aprofundamento
sobre a importância do ato de brincar para o desenvolvimento infantil. Os
fatores experienciais potencializam suas condições intelectivas, propostas
pedagógicas que privilegiam atividades lúcidas e estimulantes possibilitarão
aprendizagens cada vez mais complexas e mais eficientes.
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CAPITULO II: UM OLHAR SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA E
ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO.
2.1 – A PRÁTICA PEDAGÓGICA
A prática pedagógica centra-se em um caráter contextualizado e histórico.
A teoria está m consonância com o cotidiano, num constante processo de
discussão e reflexão critica. A aprendizagem, nesta ótica, torna-se plena de
significados.
O compromisso do professor comprometido com a desmistificação das
relações sociais torna-se premente a partir do momento em que o professor
deve não só ter clareza teórica, mas entender a sala de aula como espaço que
permita, favoreça e estimule a presença, a discussão, a pesquisa, o debate e o
enfrentamento de tudo que se constitui o ser, a existência, as evoluções, o
dinamismo e a força do mundo, do homem, dos grupos humanos, da sociedade
humana, existindo numa realidade localizada geográfica e temporalmente,
participando de um processo histórico em movimento.
Mas para isso é preciso que o professor esteja consciente que:
(...) ensinar já não significa transferir pacotes sucateado, nem mesmo significa meramente repassar o saber. Seu conteúdo correto é motivar o processo emancipatório com base em saber critico, criativo, atualizado, competente. Trata-se não de cercear, temer, controlar a competência de quem aprende, mas de abri-lhe a chance na dimensão maior possível. Não interessa o discípulo mas o novo mestre. Entre o professor e o aluno não se estabelece apenas hierarquização verticalizada, que divide papéis pela forma do autoritarismo, mas sobretudo confronto dialético. Este alimenta-se da realidade histórica formada por entidades concretas que se relacionam de modo autônomo, como sujeitos sociais plenos. (Demo, 1993 p.153).
Segundo Queluz, (1999, p.26), A realidade das escolas, mostra o
contrário, não é assim que o trabalho do professor se dá na escola. O
professor ainda está arraigado ao modelo de sua formação e poucos
percebem que muitos dos problemas que surgem na sala de aula e na escola
estão em função da própria ação docente diante do conhecimento. Todas
dificuldades que se apresenta no trabalho docente com os alunos, como:
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desinteresse da família, repetência, condições econômicas precária e
procura-se atribuir a responsabilidade a causas externas. Esses
condicionamentos são influentes, é preciso ser levado em conta para que seja
feito alguma coisa para entender tais dificuldades.
É preciso trabalhar com o professor, há necessidade de construção de
uma nova competência pedagógica, de aperfeiçoamento de recursos
humanos, de capacitação em serviço. Nas palavras de Pereira ( 1992, p.23),
educação em serviço, pode ser entendida como:
Todas as atividades nas quais os profissionais se envolvam quando estão em serviço e que são estruturados para contribuir para a melhoria do seu desempenho. (...) É uma atividade que possui objetivos definidos e está comprometida com mudanças em indivíduos ou sistemas organizacionais. Isto é alcançado através de mudanças nas pessoas e não em regras, estruturas. Funções ou ambientes físicos (embora tudo isso possa estar relacionado a essas mudanças) e levado a efeito através de seu aperfeiçoamento continuo.
Nessa visão é possível entendemos que uma nova competência
pedagógica se origina na própria prática, no debruçar-se sobre ela, no
movimento dialético ação – reflexão –ação, buscar-se escapar de dicotomia
entre teoria e pratica, evitando a simples justaposição ou associação que
encaminharia para uma atividade apenas funcional, operativo.
De acordo com QUELUZ (1999, p,28), tanto a teoria quanto a prática têm
papel assegurado nesse processo, porque as teorias são como mapas que
ajuda a viajar em busca da realidade sem a qual não se faz sem historia. Na
verdade busca-se a construção de uma prática pedagógica que seja reflexiva,
critica, e criativa. Para isso é preciso considerar que o planejamento de
programas de formação em serviço exige definição do professor e a
respectiva competência dele exigida, das abordagens de currículo mais
moderno dos conhecimentos exigidos atualmente e interesses de
profissionais envolvidos. É importante a participação direta dos profissionais
na elaboração do saber e do acelerado desenvolvimento tecnológico por que
passa a sociedade. A melhor maneira de construir a competência pedagógica
é possuir a instrumentação para viver, conviver com as mudanças nos
25
contextos educacional e social. Para que o educador esteja atento para
segurança, insegurança, certeza, incerteza, equilíbrio, desequilíbrio na
construção do novo.
Para QUELUZ, (1999, p.28,29), é necessário que haja um trabalho
coletivo que propicie, a partir do dialogo com a atividade na construção,
reconstrução do conhecimento, o confronto entre pontos de vista
diferenciados e a partir daí uma nova competência, tanto profissional quanto
da escola.
Entendemos que esse profissional reflexivo em sua pratica pedagógica
deve ser sensível a apreensão de possibilidades alternativas: deve ter
consciência de que é passível de erros, esteja sempre se questionando sobre
o seu saber, o seu fazer e o seu saber fazer em sala de aula, indo além das
atividades imediatistas tendo em mente o tipo de homem que se quer formar.
Além do mai, o professor reflexivo tem de ponderar sobre os resultados
inesperados de sua ação, uma vez que dada a complexidade da pratica
pedagógica, os imprevistos estão sempre mesclando os resultados previstos,
para a ação. Ao considerar os resultados do seu trabalho, não só perguntar-
se se os objetivos propostos foram atingidos, mas se está satisfeito com os
resultados alcançados.
Compreendemos que é esse profissional que, realmente, efetivará uma
pratica pedagógica reflexiva no âmbito escolar. É a busca constante de dados
da realidade em que o professor esta inserido, isto é, os dados da
experiência, sem perder os vínculos com a realidade social global, pela ação-
reflexão, compreendê-la e modificá-la, tendo em vista os fins educativos
estabelecidos coletivamente no projeto político pedagógico da escola.
A prática pedagógica reflexiva no âmbito escolar, é a busca constante de dados da realidade em que o professor está inserido isto é, os dados da pratica, do saber da experiência sem perder os vínculos com a realidade social global, para, pela ação – reflexão – ação, compreendê-la e modificá-la, tendo em vista os fins educacionais estabelecidos coletivamente no projeto político pedagógico da escola. (Ribas etal, 495 p.9).
26
CAPITULO III: A AVALIAÇÃO NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
3.1- AVALIAÇÃO: CONSIDERAÇÕES CONCEITUAIS
Segundo o professor Cipriano Duckesi, a avaliação é uma tarefa didática
necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a
passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela, os resultados que
vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos
são comparados com os objetivos propostos, a fim de constatar progressos,
dificuldades e reorientar o trabalho para as correções necessárias.. A avaliação
é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do
professor como dos alunos. Os dados coletados no decurso do processo de
ensino, quantitativos ou qualitativos, são interpretados em relação a um padrão
de desempenho e expressos em juízos de valor ( muito bom, bom satisfatório
etc.) acerca do aproveitamento escolar.
A avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: pedagógico-
didática, de diagnóstico e de controle.
A função pedagógico – didática se refere ao papel da avaliação no
cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação escolar. Ao se
comprovar sistematicamente os resultados do processo de ensino, evidencia-
se ou não o atendimento das finalidades sociais do ensino, de preparação dos
alunos para enfrentarem as exigências da sociedade, de inseri-los no
processo global de transformação social e de propiciar meios culturais de
participação ativa nas diversas esferas da vida social. Ao mesmo tempo,
favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação ao estudo,
assumindo-o como o dever social. Cumprindo sua função didática, a
avaliação contribui para a assimilação e fixação, pois a correção dos erros
cometidos possibilita o aprimoramento, a ampliação e o aprofundamento de
conhecimentos e habilidades e, desta forma, o desenvolvimento das
capacidades cognoscitivas.
27
A função de diagnostico permiti identificar progressos e dificuldades dos
alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações
do processo de ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos. Na
pratica escolar cotidiana, a função de diagnostico é mais importante porque é
a que possibilita a avaliação do cumprimento da função pedagógico-didática
ocorre no inicio, durante e no final do desenvolvimento das aulas ou unidades
didáticas.
No inicio, verificam-se as condições previas dos alunos de modo a
prepará-los para o estudo da matéria nova de conhecimentos e de
experiências já disponíveis bem como de provimento dos pré- requisitos para
a seqüência da unidade didática. Durante o processo de transmissão e
assimilação é feito o acompanhamento do progresso dos alunos, apreciando
os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo duvidas, estimulando-os a
continuarem trabalhando até que alcancem resultados positivos. Ao mesmo
tempo, essa avaliação fornece ao professor informações sobre como ele está
conduzindo o seu trabalho: andamento da matéria, adequação de métodos e
materiais, comunicação com os alunos, adequabilidade da sua linguagem etc.
Finalmente é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final
de uma unidade didática, do bimestre ou do ano letivo. A avaliação global de
um determinado período de trabalho também cumpre a função de
realimentação do processo de ensino.
A função de controle se refere aos meios e a freqüência da verificações
e de qualificação dos resultados escolares, possibilitando o diagnostico das
situações didáticas. Há um controle sistemático e continuo que ocorre no
processo de interação professor aluno no decorrer das aulas, através de uma
variedade de atividades, que permiti ao professor observar como os alunos
estão conduzindo-se na assimilação de conhecimentos e habilidades e no
desenvolvimento das capacidades mentais. Neste caso, não se deve
quantificar os resultados. O controle parcial e final se refere a verificações
efetuadas durante o bimestre, no final do bimestre e no final do semestre ou
ano, caso a escola exija o exame final.
28
A avaliação é fundamental e necessidade no contexto educacional. Por
isso, face ás constante divergências detectadas no seu desenvolvimento, a
prática avaliativa na escola do ensino fundamental tem sido objeto de
interesse em estudos recém desenvolvidos no pais. Muitas vezes a avaliação
tem sido utilizada sem qualquer fundamentação teórico – cientifica, tornando-
se por base,apenas opiniões entendida por:
Avaliação educacional escolar, do ponto de vista inovador, veio declarar resistência e esse modo tão mecânico e desumano de controlar os resultados da aprendizagem: ”sua principal preocupação prende-se a deserção e interpretação em lugar de mensuração e predição.” ( Parlett e Hamilton, 1983 p.47).
A avaliação escolar é parte integrante do processo de ensino e
aprendizagem, e não uma etapa isolada. Há uma exigência de que esteja
concatenada com os objetivos – conteúdos – métodos expressos no plano de
ensino e desenvolvidos no decorres das aulas. Os objetivos explicitam
conhecimentos, atitudes, cuja compreensão e aplicação, por meio de
métodos, devem manifestar-se resultados obtidos nos exercícios, provas,
trabalho independente etc.
Um aspecto particurlamente relevante é a clareza dos objetivos, pois a
pratica do exame, através das compatível com a pedagogia tradicional,
porque o castigo foi o recurso mais comum utilizado pela pedagogia
tradicional para submeter os padrões de conduta considerados adequadas.
Os exames e provas estão sempre carregando da idéia de castigo. Para ele
avaliação da aprendizagem possui características complementares diversas
tem por objetivo diagnosticar a situação da aprendizagem do “educando tendo
em vista subsidiar a tomada de decisão para a melhoria de sua qualidade” .
no entanto,
Um aluno reprovado sente-se anulado não melhora o seu aprendizado. O necessário é encontrar formas de fazer o aluno a aprender, não renová-lo. A inadequalidade cientifica que muitos testes Psicométricos tradicionais apresentam é considerada uma das causas que caracterizam correntemente as decisões educacionais incoerentes no âmbito das dificuldades de aprendizagem. (Teberosky,Ana, 1999).
29
3.2 – MODELOS DE AVALIAÇÃO NA DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM
As dificuldades de aprendizagem não são uma condição ou síndrome
simples nem decorrem apenas de uma única etiologia, trata-se de um
conjunto de condições e de problemas heterogêneas e de uma diversidade de
sintomas e de atributos que obviamente subentendem diversificadas e
diferenciadas respostas clinico - educacionais.
Muitas das expressões da avaliação falharam ao supervalorizarem alguns
dos tributos específicos do individuo com dificuldade de aprendizagem. Por
outro lado é estimulante ver profissionais de muitas disciplinas envolvidos na
investigação das dificuldades de aprendizagem e, simultaneamente,
perturbador observar tão reduzida interação de dados e resultados entre eles.
As investigações dos vários protagonistas tendem a ser paralelas, em vez de
integradas, o que si tende a uma fraca validade (descrita e preditivas) em
termos de relevância educacional.
Como regra geral, aqueles que têm trabalhado só com crianças ou jovens
ditos “normais” não podem compreender como pequenos problemas de
recepção, elaboração e expressão de informação (disfunções cognitivas de
imput, elaboração ou output) podem influenciar o desempenho escolar de
crianças e jovens com dificuldades de aprendizagem, bem como os
parâmetros limitados de cognição social, de privação cultural e de experiência
mediatizada de aprendizagem inadequada pode interferir com rendimento
escolar. A presente e disponível informação psicrométrica, centrada no QI, é
ainda uma base crucial da maioria dos encaminhamentos educacionais, de
onde podem emergir conseqüentemente alguns perigos para o sistema
escolar, que super inclusão ou subinclusão de crianças e jovens com
dificuldades de aprendizagem, quando aquele critério exclusivo não explica
por que os jovens com QIS superiores a 130 podem acusar sinais evidentes
de dislexia, disortografia ou discalculia.
A avaliação psicoeducacional é uma das áreas fracas do campo das
dificuldades de aprendizagem. Inúmeros estudantes identificados com
insucesso escolar não atingem as definições mais correntes da literatura
30
internacional, o que pressupõe que a noção de insucesso escolar,
exatamente porque não são noções mutuamente exclusivas ( Fonseca 1987,
p.46).
O objetivo da avaliação psicoeducacional de levar nos aos mais validos
métodos pedagógicos e reabilitados subentendendo uma estreita e intríseca
relação entre o diagnostico e a intervenção. Entre nós, existem já equipes de
apoio pedagógico que utilizam um tipo de diagnostico multidisciplinar, todavia
relativamente limitado na inferência de métodos e estratégias de intervenção,
e ainda pouco valido em amostras bem selecionadas. Por acréscimo, não
temos equipes multidisciplinares coordenadas ao nível educacional, psicólogo
e pedagógico possua termo especifico no domínio das dificuldades de
aprendizagem .
No campo dos recursos humanos as professoras especializadas não tem
competência de diagnostico, ao contrario das terapeutas da fala, que nas
escolas e nos centros clínicos são responsáveis pela avaliação e pela
intervenção de crianças com problemas na linguagem falada.
Paradoxalmente, mas não sabe ( responsáveis pelo diagnostico. As
professoras especializadas em dificuldades de aprendizagem são pouco
treinadas, clinica e educacional, para um campo tão complexo e diversificado.
A inteligência como capacidade de adaptação á mudança é diferente da
inteligência prática ou da inteligência acadêmica, ela transcede o que o teste
de objetividade apresenta déficits específicos de inteligência e não
generalizados,nomeadamente na resolução de problemas e na menor
flexibilidade na seleção de estratégias para resolver.
Tal especificidade exige claramente um maior investimento na avaliação do potencial de aprendizagem do individuo, ou seja, um melhor domínio dos pressupostos da modificalidade cognitiva e da experiência de aprendizagem mediatizada, uma vez que os déficits cognitivos não são entidades isoladas em si próprias, pois constituem-se como partes integrantes do contexto envolvimento e cultural do individuo (Santos,1991).
31
CONCLUSÃO
O trabalho “como os professores diagnosticam a dificuldade de
aprendizagem, avaliação e a prática pedagógica dos alunos do 2ª ao 5ª ano do
Ensino Fundamental”. Pretendeu refletir a pratica dos professores
comprometidos no processo educacional e que vivenciam em sua pratica
alunos com dificuldade de aprendizagem.
No primeiro capitulo contextualizou-se a discussão sobre o conceito de
dificuldade de aprendizagem, um histórico de como diversos autores em
diferentes arcas do conhecimento apontam a dificuldade de aprendizagem no
decorrer dos tempos em busca de uma definição também foi definido o
processo de aprendizagem na abordagem de Piaget e Vygotsky.
No segundo capitulo definiu-se a pratica pedagógica e alternativas
metodológicas na visão de alguns autores a respeito do tema, explicou-se
aprendizagem e seus significados, compromisso do professor com as relações
sociais, de uma nova competência pedagógica.
No terceiro capitulo, foi discutido a avaliação na dificuldade de
aprendizagem discutindo considerações conceituais segundo o Professor
Cipriano Luckesi quando ele coloca funções da avaliação escolar pedagógica
didática de diagnostico e de controle além de modelos de avaliação na
dificuldade de aprendizagem e do objetivo da avaliação psicoeducacional.
Funções da avaliação escolar pedagógica didática, de diagnostico e de
controle. Outros autores citaram o modelo de avaliação na dificuldade de
aprendizagem e do objetivo de avaliação psicoeducacional.
No quarto capitulo resultou-se na análise de pesquisa realizada entre
professores, pedagogos, psicopedagogos e profissionais que diagnosticam
dificuldade de aprendizagem pode-se verificar na pratica possíveis
constatações teóricas pesquisadas no campo.
Todos entrevistados eram professores com outras formações pedagogas
e psicopedagogas atuando na função em sua maioria a mais de dez anos.
Conceituaram dificuldade de aprendizagem como dificuldade de assimilar
conteúdos, diagnosticam os alunos que apresentam dificuldade de
32
aprendizagem através de observação e registros, a pratica pedagógica
utilizada para garantir os alunos clareza em seu aprendizado é numa
linguagem bem simples, possuem em sua pratica casos de alunos e de uma
maneira geral do sexo masculino.
Os instrumentos utilizados e de orientação profissional e registro de
observação e seus recursos são jogos e brincadeiras.
O presente trabalho voltado para professores, estudantes, pedagogos,
psicólogos, psicopedagogos e interessados visa somente ao convite a uma
reflexão de como os profissionais ligados aos seus alunos diagnosticam num
caso de dificuldade de aprendizagem estando aberto outras reflexões acerca
do tema.
A dificuldade de aprendizagem acomete um numero significativo de
crianças na fase escolar.
Trazem importante sofrimento e desgaste para os sujeitos, suas famílias
e para as escolas.
O diagnostico deste transtorno ainda é um grande desafio para os
profissionais envolvidos com as crianças . por este motivo a pesquisa realizada
na Escola Municipal Ubaldo de Oliveira, abordou resultados significativos
acerca das dificuldades encontradas pelos professores como diagnosticam nos
seus alunos os problemas de aprendizagem, a avaliação e a pratica
pedagógica utilizada. A experiência obtida com o trabalho foi relevante em
vários aspectos educacionais.
No entanto devemos acreditar que para acontecer avanço diagnostico é
preciso que os professores sejam comprometidos com desmistificação das
relações sociais, com clareza teórica e estimule a presença, a discussão, a
pesquisa, o debate e o enfrentamento de tudo que se constrói o ser. Além do
mais, que esse profissional seja reflexivo em sua pratica pedagógica e na
avaliação, devendo ser sensível a apreensão de possibilidades alternadas,
deve ter consciência que é possível erros, esteja sempre se questionando o
seu fazer em sala de aula, além das atividades,tendo em mente o cidadão que
pretende formar.
33
CAPITULO IV: ANÁLISE DA ENTREVISTA
1-
Pedagogos e Professores 100% Cursando Psicologia 60%
Todos os entrevistados são pedagogos e professores dentre eles 60 % estão cursando Psicologia. 2-
Professores 60% Orientadores 40% Dirigente de turno 20%
Dos entrevistados 60 % atuam como professores, 40% como Orientador pedagógico e 20% como dirigente de turno.
34
3-
Mais de 10 anos 60% Até 10 anos 40%
Quanto aos anos de atuação 60 % dos entrevistados atuam como professores a mais de 10 anos, enquanto 40% atuam como professores com menos de 10 anos.
35
4-
100% Demonstram dificuldade de assimilar os conteúdos . Segundo os entrevistados a dificuldade de aprendizagem é quando os alunos apresentam dificuldade em alguns conteúdos, não atendendo a resposta do processo ensino aprendizagem e também não atingindo os objetivos propostos nas atividade realizadas em sala de aula Tais definições coincide com alguns autores, conforme Samuel Kirk, quando diz que a dificuldade de aprendizagem é um atraso de desordem ou imaturidade num ou mais processo da linguagem
.
36
5-
Observação das atividades do cotidiano 60% Falta de interesse. 20% Não atinge objetvos propostos. 20%
o diagnóstico realizado pelos entrevistados com relação de com como eles detectam nos seus alunos a dificuldade de aprendizagem 60 % responderam que é através das atividades no cotidiano escolar, 20% na observação da falta de interesse dos alunos e 20 % quando os alunos não atingem os abjetivos propostos nas atividades em sala de aula .
37
6 -
Trabalhos individuais e em grupos 40% Conteúdo linguagem 40% A través do lúdico 20%
Quanto a pratica pedagógica utilizada para garantir a clareza e segurança no aprendizado dos alunos 40 % dos entrevistados realizam trabalhos individuais e em grupos, 40 % trabalham o conteúdo de uma maneira dinâmica numa linguagem simples, respeitando a maturidade dos alunos e 20 % pronunciaram que desenvolvem a pratica pedagógica através de brincadeiras e jogos criativos.
38
7 -
100% Frenquente os casos com alunos com dificuldades de aprendizagem . São cada vez mais freqüentes. Segundo os entrevistados os alunos com problemas de aprendizagem.
8 -
Predominância no sexo masculino 100%
De acordo com os entrevistados há uma predominância de alunos do sexo masculino com dificuldade de aprendizagem.
39
9 -
Instrumentos dos alunos 60% Orientação Profissional 40%
No momento que os entrevistados foram indagados de como eles avaliam os alunos com dificuldade de aprendizagem 60% afirmaram que esses alunos são avaliados através de observação e do acompanhamento de instrumentos produzidos pelos próprios alunos. E 40 % declaram que avaliam seus alunos a partir de uma orientação profissional.
10 -
Jogos e brincadeiras 80% Instrumentos de avaliação 20%
Os recursos para trabalhar com alunos com dificuldade de aprendizagem na maioria dos entrevistados é através de jogos e brincadeiras estimulando o lúdico. Já 20 % se dá por meios de trabalhos, pesquisas, provas e outros instrumentos
40
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Fonseca, Vitor. Da Introdução as dificuldades de aprendizagem, 2º Ed.
Neo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Freinet, Celestin: Uma Pedagogia de Atividades e cooperação – Petrópolis,
RJ: Vozes, 1997.
Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessário a prática
educativa. Sã Paulo: Paz e Terra,1996.
Laurenti, R.B. Psicopedagogia: um modelo fenomenológico.1º Ed. São
Paulo:Vetor, 2004.
Luckesi, Carlos C. Avaliação Educacional:Pressupostos Conceituais
Tecnologia Educacional, 1987, 7(24), 5-8
LUDKE, Menge e André, Marli. Pesquisa em Educação: Abordagens
educativas. São Paulo: Epu,1986.
Moreira, Marcos Antonio. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Edu, 1999
MUNES, Terezinha (ET AL). Dificuldade de aprendizagem. Cortez Ed, 2003.
Rego, Teresa Cristina. Uma perspectiva Histórica Cultural da Educação. 10
ºed. São Paulo: Edu, 1996.
VYGOSTKY, S. Lev. A formação social da mente. 6ª ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
41
ANEXOS
42
ANEXO A
Questionário
1- Qual é a sua formação?
2- Qual a sua função na escola?
3- Quantos anos atua como professor (a)?
4- Para você o que é dificuldade de aprendizagem?
5- Como você diagnóstica quando a criança apresenta dificuldade de
aprendizagem?
6- Qual a prática pedagógica utilizada para garantir as crianças clareza e
segurança no seu aprendizado?
7- São freqüentes os casos de crianças com dificuldade de aprendizagem?
( ) Sim ( ) Não
8- Em sua escola qual a predominância de sexo de alunos com dificuldade de
aprendizagem?
( ) Masculino ( ) Feminino
9- Como você avalia os alunos com dificuldades de aprendizagem?
10- Quais os recursos utilizados para trabalhar com essas crianças?
ANEXO B
43
Qual é a maior estupidez brasileira ?
Gilberto Dimenstein
Começa nesta semana um programa gerido por médicos da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para diminuir o espantoso
número de estudantes que, por causa de doenças simples de serem
tratadas,têm dificuldades nas escolas. O programa é patrocinado pela
prefeitura de São Paulo, previsto para atingir todos os alunos da rede
municipal.
Faz dois meses que os médicos da Unifesp (antiga Escola Paulista de
médicina) desenvolvem um piloto numa escola e encontraram uma galeria de
horrores. É como se crianças estivessem apodrecendo por falta de tratamento
médico. Algumas doenças são de fácil resolução como baixa acuidade visual e
de audição. A taxa de sobrepeso é de 30%; 60% têm cáries.
O que os médicos estão constatando ocorre em todas as escolas
brasileiras -- e ocorre porque não se consegue um melhor entrosamento entre
as áreas de educação e saúde. Estamos falando aqui de um problema que,
segundo as estatísticas, atinge 40% dos alunos da rede pública. Ou seja, algo
como 25 milhões de estudantes. Sei de meninos tratados como surdos, mas
que não limpavam o ouvido. E de outros considerados retardados pelos
professores, mas que tinham distúrbios psicológicos provocados pela violência
doméstica. Há disléxicos considerados burros. Ou anêmicos chamados de
preguiçosos.
Não é fácil eleger a maior imbecilidade brasileira, tamanha a oferta de
candidaturas. Pelo impacto social, meu voto pela falta ou precariedade de
programas de saúde escolar. Só um estúpido completo é capaz de imaginar
que vamos melhorar nossos indicadores educacionais com crianças que não
ouvem e não enxergam direito.
Fonte:www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u326868.s
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