UnidadeII Os Fundamentos Do Voleibol

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Unidade II: Os Fundamentos do Voleibol, Leonardo Delgado 23 Voleibol Escolar 2010 UNIDADE II: Os Fundamentos do Voleibol Iremos agora aborda alguns conceitos relacionados com o jogo de voleibol. Entendemos por Fundamentos como, os elementos básicos, que compõe o jogo como todo, e técnica é uma conduta objetiva e econômica para obtenção de um alto rendimento. Segundo a FIVB, os fundamentos de jogo são: PRINCÍPIOS FUNDAMENTOS TÉCNICAS ATAQUE SAQUE TÊNIS VIAGEM BALANCEADO POR BAIXO LEVANTAMENTO PARA FRENTE PARA TRÁS LATERAL COM SALTO COM UMA DAS MÃOS MANCHETE CORTADA TÊNIS DE FUNDO BALANCEADA LARGADA DEFESA RECEPÇÃO DE SAQUE DE TOQUE DE MANCHETE COM UM BRAÇO C/ OU S/ ROLAMENTO DEFESA TOQUE MANCHETE COM UM DOS BRAÇOS MERGULHO, ETC. BLOQUEIO SIMPLES DUPLO TRIPLO OFENSIVO DEFENSIVO De acordo com sua dependência ou não do adversário, os fundamentos são classificados em: Princípios de ataque - Saque 13% - Levantamento 20% - Ataque 21 % Princípios de defesa - Recepção de saque 12% - Bloqueio 20% - Defesa 14%

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UNIDADE II: Os Fundamentos do Voleibol

Iremos agora aborda alguns conceitos relacionados com o jogo de voleibol. Entendemos por Fundamentos como, os elementos básicos, que compõe o jogo como todo, e técnica é uma conduta objetiva e econômica para obtenção de um alto rendimento. Segundo a FIVB, os fundamentos de jogo são:

PRINCÍPIOS FUNDAMENTOS TÉCNICAS

ATAQUE

SAQUE

TÊNIS VIAGEM BALANCEADO POR BAIXO

LEVANTAMENTO

PARA FRENTE PARA TRÁS LATERAL COM SALTO COM UMA DAS MÃOS MANCHETE

CORTADA

TÊNIS DE FUNDO BALANCEADA LARGADA

DEFESA

RECEPÇÃO DE SAQUE

DE TOQUE DE MANCHETE COM UM BRAÇO C/ OU S/ ROLAMENTO

DEFESA

TOQUE MANCHETE COM UM DOS BRAÇOS MERGULHO, ETC.

BLOQUEIO

SIMPLES DUPLO TRIPLO OFENSIVO DEFENSIVO

De acordo com sua dependência ou não do adversário, os fundamentos são classificados em: Princípios de ataque

- Saque 13% - Levantamento 20% - Ataque 21 %

Princípios de defesa - Recepção de saque 12% - Bloqueio 20% - Defesa 14%

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Tática É a totalidade de ações individuais e coletivas, de ataque e de defesa que, baseadas nas regras e na maneira de jogar do adversário, determinam a concepção da estrutura do jogo para obtenção do melhor resultado. Tática Individual Dentro de um tempo disponível, é a análise, decisão e resposta de um jogador a uma situação de jogo visando a obtenção do melhor resultado. Tática Coletiva A Estratégia/Tática Coletiva de uma equipe é a maneira como ela se organiza nos seus Sistemas Defensivo e Ofensivo, bem como nas transições de um para o outro.

Sistema de Jogo É a distribuição de funções, posições e áreas bem definidas para os jogadores em todas as formações e fases de ataque e defesa, visando facilitar as ações de jogo.

Defensivos

Ofensiva

Individual

Coletiva

Individual

Coletiva

Tática

Cortador, levantador, sacador

Sistema táticos ofensivos contra-ataque

Defesa e Bloqueio

Armações: - Defesa de Saque - Defesa de Bloqueio - Cobertura - Sistema de bloqueio

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FUNDAMENTOS TÉCNICOS Para jogar Voleibol é necessário manter a bola no ar para colocá-la no campo da equipe adversária, procurando dar os três toques permitidos pelas regras. Um time que deseja competir em nível internacional precisa dominar um conjunto de seis habilidades básicas, denominadas usualmente sob a rubrica "fundamentos". Elas são: saque, recepção, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. A cada um destes fundamentos compreende certo número de habilidades e técnicas que foram introduzidas ao longo da história do voleibol e hoje, são consideradas prática comum no esporte.

Saque (Ou Serviço) É o ato de enviar a bola da área de saque para a quadra contraria pelo atleta da posição 1, que devera golpeá-la com parte do braço. Para o golpe, a bola devera estar solta. Será direcionada para a quadra do adversário e passar por sobre a rede e entre as antenas. É o único fundamento do vôlei que é realizado individualmente, portanto, o bom domínio da técnica e a

concentração são elementos fundamentais para o sucesso do sacador, pode ser classificado como fundamento de ataque. Deve ser ensinado por etapas e fracionado, ou seja, primeiro ensinar o saque por baixo para a categoria Mirim, e o saque por cima para as demais categorias. Informações Gerais

- É um fundamento classificado como principio de ataque:

- Inicialmente destinava-se apenas a colocar a bola em jogo:

- É iniciador do jogo e de uma cadeia de ações vantajosas para a equipe que executa

- Com o saque começa o jogo ofensivo; - Em partidas entre equipes de nível

próximo, pode ser decisivo; - Em 1964 e 1930, houve grande mudança

na técnica e na tática individual.

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Informações Técnicas Classificação dos Saques

a. Quanto a Trajetória Regular - Tênis - Balanceado americano. - Tênis cortada (viagem)

b. Quanto a Trajetória Irregular (Flutuante)

- Tênis - Balanceado japonês

Qualidades desejáveis no saque:

- Regularidade - Precisão - Potência

Pontos mais importantes na realização do saque:

- Controle da bola - Sua velocidade - Mudanças de direção

Efeito da bola no espaço:

- Com rotação - Sem rotação

Informações Táticas

Com o saque, o sacador deve visar: - Obtenção de um ponto - Forçar um efeito tático - Máxima segurança

Para aumentar a eficácia:

- Efetuar mudanças rápidas - Sacar nos portos vulneráveis - Dificultar a trajetória - Aumentar a violência de saque

Na escolha do objetivo, considerar:

- Seu conhecimento - Pontos fracos e fortes do adversário - Seu estado psíquico - As condições externas

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Na execução do saque deve-se:

- Ir calmamente para a área de saque - Decidir no caminho como e onde devera sacar - Na área de saque, verificar a armação da equipe adversária. - Concentrar-se somente na execução do movimento depois de

fixar seu objetivo.

Posição de recepção adversária:

- Espaços livres; - Saque no atleta preparado para atacar; - Saque nas infiltrações para dificultar a entrada do levantador.

Saiba explorar:

- Atleta que tem má recepção; - Atleta frio que acaba de entrar.

Condições ambientais:

- Saque alto quando a iluminação for fraca ou mais forte; - Nas quadras descobertas, leve em consideração o vento e o sol.

Situações importantes:

- Não se deve perder o saque quando o adversário tem no ataque

uma rede que não o favoreça - Assegure o saque quando o jogador que o antecedeu errou - Varie as distâncias (curto ou longo, forte ou fraco).

NOTAS

O saque é uma arma que deve ser bem aproveitada.

Para você sacar bem, antes de

mais nada, leve em consideração os aspectos aqui

abordados:

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Tipos de Saque No voleibol contemporâneo, foram desenvolvidos muitos tipos diferentes de saques:

Saque por Baixo:

É um saque simples e também fácil de executar. De frente para a quadra, pé esquerdo à frente, mão esquerda segurando a bola, você deve fazer, com o braço direito, um movimento de trás para frente, golpeando a bola quase simultaneamente à sua liberação pela mão esquerda à frente do corpo. A mão que bate na bola poderá estar espalmada ou fechada. Para os canhotos, valem os mesmos movimentos no sentido inverso. Erros: Não deixe o atleta bater na bola com a região do dorso do polegar, esta posição é incômoda, machuca e ocasiona muitos erros com relação à direção da bola. Para o atleta canhoto (destro), o movimento é ao contrário, ou seja, lançar a bola com a mão direita e golpear com a esquerda, com o pé direito à frente.

Saque por Cima (Tipo Tênis):

O saque por cima é o mais utilizado no voleibol, pelas variações que oferece em relação a trajetória da bola, local onde se queira sacar e distância que se queira atingir. Por tudo isso, você deve treinar bastante para uma perfeita assimilação deste saque.

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Execução Com as pernas semiflexionadas, coloque o pé esquerdo à frente, braço esquerdo segurando a bola na altura do ombro, braço direito levantado semiflexionado e mão espalmada na altura da cabeça. No momento da execução, arremesse a bola para cima com a mão esquerda (pouca altura), projetando o braço direito para frente e golpeando a bola (usando toda a sua extensão). É normal que o corpo também se projete à frente no final do movimento. A batida na bola pode ser com a mão espalmada ou fechada. A diferença é que, com a mão espalmada, a segurança é maior, assim como o controle direcional por parte do atleta. A mão fechada, por sua vez, pode facilitar o acerto, principalmente quando o atleta é iniciante; em compensação a direção que se quer dar à bola fica prejudicada. O saque será analisado de acordo com a:

Trajetória:

- Flutuante - quando a bola segue parada, sem giro, sofrendo a resistência do ar, oscilando e dificultando a ação da recepção;

- Com rotação - quando a bola segue girando, facilitando a ação de recepção. Aconselha-se, para esse tipo de trajetória um saque violento.

Direção:

- Diagonal - quando a bola é

sacada e descreve uma direção em diagonal à linha lateral da quadra;

- Paralela - conforme o próprio nome diz, a bola segue uma direção paralela à linha lateral da quadra.

Para obter estes tipos de trajetória, é importante manter posicionamentos do corpo diferentes em relação à direção que se quer sacar. Quando o objetivo é o saque diagonal, é importante que você saque com o corpo voltado para a diagonal. Para conseguir um acerto maior, coloque-se bem aberto em relação à zona de saque. Para sacar no corredor (paralela), volte o corpo para onde quer sacar e se posicione bem aberto para o lado interno da zona de saque.

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Distância: O saque pode ser curto ou longo. Curtos são aqueles que caem próximos à rede e longos são os que caem mais para o fundo da quadra.

Velocidade: A velocidade da bola também é importante nos saques. Eles podem ser:

- Rápidos - nesse caso, geralmente você deve se colocar bem próximo à linha de fundo e sacar rasante à rede em qualquer local da quadra;

- Lentos - coloque-se, de preferência, mais longe da linha de fundo da quadra. Nos saques lentos, a bola demora mais tempo para chegar ao campo adversário. Os saques altos também são tidos como lentos.

Saque Lateral

Tipo de saque bastante usado para dar uma trajetória flutuante na bola. A execução do saque lateral é bastante complexa, por isso, o atleta necessita de muito treino e muita perseverança para conseguir automatizá-lo. Para executar esse tipo de saque, você deve ficar de

lado para a quadra, com os pés voltados para onde quer sacar. Segure a bola com a mão esquerda. O braço direito sai do lado do corpo e atinge a bola lançada pela mão esquerda, bem acima da cabeça. No final do movimento, o corpo se projeta à frente. Os atletas canhotos devem proceder no sentido inverso do movimento. Saque Lateral por Baixo ("Jornada nas Estrelas") O famoso saque de Bernard é um inimigo da recepção. Se com esse tipo de saque o jogador não atingir o ponto direto, pelo menos vai conseguir atrapalhar a preparação das jogadas rápidas. Bernard criou na praia, onde aproveitava o sol e o vento, o saque "Jornada nas Estrelas" e depois o levou para ginásios altos, onde a luz também incomoda a visão da recepção. Para executar o "Jornada", você deve ficar de lado para a quadra, com o ombro direito paralelo à linha de fundo e a perna esquerda ligeiramente à frente. Segure a bola com a mão esquerda. O seu braço direito sai de trás e ataca a bola no ponto mais baixo, depois

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que ela foi lançada pela mão esquerda. O saque "Jornada nas Estrelas" é bastante difícil, por isso o atleta deve ter uma boa dosa de coragem para executá-lo em jogo.

Saque em Suspensão ("Viagem ao Fundo do Mar") Este saque caracteriza-se por ser bastante ofensivo e muito rápido. Sua virtude é a violência e conseqüentemente se assemelha a uma cortada. Realmente a sua execução é igual a de uma cortada com levantamento do próprio atacante. Para executá-lo, você deve dar três passos, sendo que dois passos segurando a bola. No final do segundo passo, lance a bola um pouco para frente e coordene o final da terceira passada com o impulso e o ataque na bola no ponto mais alto. Alguns atletas preferem lançar a bola com uma das mãos.

Recepção É uma ação de defesa em que o jogador tentará receber a bola do adversário efetuando um passe para o levantador. Esse fundamento influência na continuidade do jogo, que pode ser facilitada ou não para o time. Informações Gerais

- Erros resultam em pontos para o adversário - Influência e continuidade do jogo, principalmente o ataque. - A forma de recepção básica é através da manchete, que favorece

armações mais afastadas da rede. - A possibilidade de recepção de toque obrigará armações mais

próximas da rede - É considerado um principio de defesa.

Tática Individual Existe uma grande dependência em relação ao saque adversário à posição na quadra e ao local para onde a bola deve ser enviada. As ações do jogador são ditadas pela tática da equipe. O tipo de saque deve ser reconhecido e a trajetória e o ponto de impacto calculado.

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Cada jogador cobrira sua área de responsabilidade que será maior ou menor, de acordo com suas habilidades técnicas ou armação de recepção da equipe.

A tática individual esta sujeita:

- Ao tipo de saque e local de sua execução - Á posição centro da armação - A escolha da variante técnica - Para onde enviar a bola - A área a ser coberta

Na escolha da melhor posição considerar:

- Anda-se mais rápido para frente - O canhoto deve se colocar mais a direita - Quem se movimenta primeiro deve receber - Bola entre dois atletas será do mais hábil

Na execução de passe, atentar:

- Para segurança, antes da precisão - Que são preferíveis passes mais altos que muitos rasantes - Que é preferível a utilização de passes adequados ao sistema e

nível da equipe. A forma básica de recepção é a manchete e a movimentação em direção à bola pode ser para frente, na lateral, na diagonal, com mergulho e com rolamento.

Manchete É o fundamento mais utilizado para a recepção de saques e para a defesa de bolas cortadas, pois o contato da bola se faz no antebraço, que é uma região que suporta melhor os fortes impactos provocados por ela nessas situações, quando comparado com os dedos que são utilizados pelo toque.

Para fazer a manchete o jogador parte da posição de guarda, projeta os ombros e estende os braços em direção à bola. Quando toca o braço, o jogador estende as pernas. Ao executar a manchete evite: flexionar o tronco, separar e flexionar os braços.

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Vivência: Jogo "Vôlei de Manchete" Divida a turma em equipes de seis alunos que disputarão partidas de vôlei com a bola grande e na rede viva utilizando apenas a manchete. Discussão

Por que as pessoas erram muito quando estão aprendendo a jogar vôlei?

Como devem ser encarados os erros no processo de aprendizagem do vôlei?

Por que não devemos excluir os colegas que não sabem jogar durante as aulas de educação física?

Para que serve a manchete e como deve ser executada? E mais fácil passar a bola para o companheiro com toque ou manchete?

Quais as diferenças entre um e outro?

Vivência: Exercícios de Manchete Em duplas, passar a bola somente usando a manchete. Primeiro com

dois toques por baixo (o aluno dá a manchete para si mesmo e depois passa a bola também em manchete para o seu companheiro);

Ainda em duplas, passar a bola diretamente para o colega; Em trios, realizar as duas atividades anteriores. O terceiro aluno apenas

observa o que a dupla está realizando, apontando sugestões. Revezar algumas vezes até que todos tenham passado pela posição de "observador”. Depois, passar a bola entre os três com dois toques por baixo e a seguir com apenas um toque.

O levantamento É o passe que antecede ao ataque. Informações Gerais

- Os soviéticos consideram como a "alma do ataque”

- Máxima precisão com grande variedade e raramente são reconhecidos mesmo no campo internacional

- Proporcionalmente existem muito menos levantadores de bom nível que cortadores

- A maior ou menor habilidade dos levantadores define o próprio sistema de jogo de uma equipe

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Dados Estatísticos

- Participam em 20% das ações de jogo - Provocam 6% de todos os erros de um jogo - Apresentam o índice de eficácia media de 70% em equipes

masculinas e 65% nas femininas (perfeição) - Apresentam o índice médio de erros da ordem de 2.54% para

homens 2,0% para mulheres Informações Técnicas Classificação

Quanto ao tipo:

- Para frente - Para trás - Para lateral

Quanto a trajetória:

- Altura: baixa, media e alta. - Distância: curta, media e longa. - Ângulo: paralela e diagonal

Observações:

Os levantamentos para frente, para trás ou laterais podem ser executados com ou sem salto, com as duas eu uma das mãos. Técnicas do Levantamento

Postura e posição das mãos: - Toque - Manchete - Com uma das mãos

Deslocamento:

- Para frente - Para trás - Lateral com salto e parado

Passar colocando-se sobre a bola com rolamento:

- Para trás e lateral

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Condições de execução do levantamento

Levantamento próximo á rede:

- para frente - com duas mãos - bolas altas - para trás - com uma das mãos - bolas rápidas - lateral - com salto

Levantamento de fora da rede:

- Deslocando-se para frente - Deslocando-se para trás - Deslocando-se para os lados. - Saltando

Tática Individual

Normas básicas: - Observe êxitos de seus companheiros e adversários - Tente sempre a máxima precisão - Evite a esquematização - Utilize toda a rede - Faça valer os pontos fortes dos seus atacantes sobre os fracos do

bloqueio adversário - Não use um só atacante - Seja objetivo - Use levantamentos compatíveis com as combinações de ataque

de sua equipe e o nível de seus atacantes Lembre-se: Quanto mais longas os passes ou levantamentos, maior o perigo da imprecisão. Para fazer levantamentos inteligentes e com êxito, o levantador devera levar em conta o seguinte:

- O sistema de jogo - A qualidade do passe - Seu conhecimento técnico - O rendimento de seus atacantes - A distribuição e rendimento dos bloqueadores adversários - Condições externas

Seja qual for o sistema de ataque de uma equipe, deve haver um critério na distribuição dos levantamentos. O número de levantamentos não deve ser igualmente dividido entre os atacantes. Taticamente devem-se levar em consideração as seguintes particularidades:

- Dar a trajetória preferida de cada cortador; - Preferir o cortador que estiver à frente do bloqueador mais baixo;

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- Evitar servir insistentemente ao cortador que estiver à frente do bloqueador mais alto;

- Distinguir o cortador em melhores condições para finalizar o ataque;

- Saber a posição na rede em que cada cortador é mais eficiente; - Nos momentos decisivos, dar preferência aos cortadores mais

positivos ou que estejam dando mais lucro à equipe no decorrer do jogo;

- Simplificar as jogadas na fase final de cada "set", preferindo as combinações mais simples;

- Disfarçar, retardando um pouco a elevação dos braços no toque da bola, para que os bloqueadores adversários não percebam de imediato qual dos atacantes vai concluir a jogada;

- Nos levantamentos do fundo da quadra, colocar a bola entre o cortador e a rede, com a trajetória um pouco mais alta e, preferencialmente, em diagonal, a fim de facilitar a tarefa do cortador que for finalizar a jogada;

- Observar as trocas de posições entre os atacantes adversários para se orientar na distribuição dos levantamentos.

Em resumo - os levantadores devem sobrecarregar, na rede, os atacantes que mais possam contribuir para o sucesso da equipe. NOTAS: I) Tem preferência para desempenhar as funções de levantador os atletas dotados de melhor toque de bola, mais discernimento das jogadas e vocação; II) Em certos jogos, os atacantes de menor projeção na equipe podem ser os mais eficientes, porque em geral, são menos vigiados pelo bloqueio e pela defesa adversária; III) Simplificar o levantamento sempre que o passe estiver desequilibrado; IV) As variações no ataque são muito necessárias para dificultar a ação do bloqueio e da defesa adversária, mas preferencialmente quando o levantamento for executado pelo elemento incumbido pela direção técnica de fazê-lo; V) Se a bola for levantada do outro lado da rede, o atacante, para não cometer infração, tentando uma cortada ilegal, deve mudar imediatamente de função, isto é, de cortador para bloqueador, a fim de impedir que o adversário execute o ataque de 1.ª, sem empecilho; VI) Embora os sistemas de ataque tenham evoluído muito, os levantamentos com trajetórias altas, ainda são os mais usados. O seu emprego, em maior quantidade, ocorre, obrigatoriamente, quando as recepções de saque e as defesas de cortadas são imperfeitas; VII) Se os atacantes demonstrarem cansaço físico, levantar a bola um pouco mais alta.

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Cabe ao levantador a incumbência de distinguir, entre os atacantes, quem deve ter preferência para cortar. O êxito do ataque depende muito do critério que se adota na distribuição dos levantamentos. Obedecendo-se a um sistema tático, para se ganhar o jogo, é natural que, em determinados momentos, uns atacantes cortem mais vezes que os outros. Durante o jogo, a iniciativa de escolher o sistema de ataque e contra-ataque, através dos tipos de levantamentos, e o exato momento de se aplicar o que mais convenha à equipe, deve ser dos próprios jogadores. Se uma equipe vem adotando o ataque com penetração, mas percebe que a adversária movimentou todos, ou, pelo menos, a maioria dos seus jogadores, para defender a bola, e se esta voltar em boas condições, perto da rede, deve-se efetuar o contra-ataque com levantamentos de 1.ª , e, se for possível, a cortada de 2.ª, a fim de não permitir que os adversários tenham tempo de se recompor dentro de sua quadra para novas defesas. A imediata mudança de sistema surpreende e confunde o bloqueio e a defesa adversária. No contra-ataque com penetração, o levantamento é executado por um dos jogadores da defesa. Estando o melhor levantador na posição 5 ou 6, sempre que for possível, deverá trocar para a posição 1, a fim de efetuar a penetração pela direita, onde lá é mais fácil de ser executada. A troca pode ser feita com a bola em movimento, preferencialmente na quadra contrária, ou depois que o jogador da equipe executar o saque. É de interesse da equipe que cada jogador possa atuar na posição em que é mais eficiente.

Vivencia: Jogo de toque Divida a turma em dois grupos para jogarem voleibol com a seguinte condição: todos os jogadores poderão rebater a bola usando somente o toque “por cima”, inclusive no saque. Observação: O saque pode ser realizado mais próximo da rede se o aluno que for sacar preferir e deve haver rodízio entre os alunos para o saque. Podem-se também contar pontos a cada vez que um dos times conseguir dar os três toques na bola e passá-la para o outro lado da rede.

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Análise do movimento do toque Divida a turma em grupos e solicite que cada grupo procure descrever o posicionamento do corpo e os movimentos a serem realizados na execução do toque bem como o local de contato com a bola. Em seguida, cada grupo devera demonstrar suas conclusões ao restante da turma usando um dos alunos como modelo. Para finalizar, faça as devidas considerações;

Posicionamento do corpo: O executante deve estar totalmente sob a bola; com os membros inferiores afastados; braços semi flexionados de modo que os cotovelos fiquem um pouco acima da linha dos ombros e ligeiramente à frente do corpo, mãos afastadas com a palma levemente voltada para cima: dedos separados com o polegar ligeiramente voltado para baixo, formando "quase" um triângulo entre os polegares e os indicadores.

Desenvolvimento: quando for dado o toque na bola, todo o corpo deve participar do movimento. O contato será sutil com a parte interna dos dedos e uma pequena flexão dos punhos. A saída da bola das mãos do executante deve ser seguida por uma cadeia ritmada de movimentos para a direção tomada por ela com a extensão de braços, pernas e pés.

Discussão

O que você achou de usar somente o toque "por cima" para rebater a bola?

Em que situações de jogo o toque deve ser utilizado e por quê? É mais fácil ou difícil jogar usando só o toque? Por quê? Como saber se devemos utilizar o toque ou a manchete cm determinado

lance?

Leitura: "Um por todos e todos por um!" Quando algum amigo nosso está com problemas, o que devemos fazer? Certamente, ajudá-lo se pudermos fazer isso. No vôlei não é muito diferente. Quando um de nossos companheiros tem problemas para rebater a bola, devemos ajudá-lo. Podemos fazer isso indo buscar uma bola mal rebatida e "salvando" a jogada, ou "cobrindo" a posição de um companheiro. A vantagem que temos no vôlei quando formos ajudar nossos colegas de time é que os problemas que enfrentamos são previsíveis. Durante o jogo, as situações (ou problemas) que aparecem não são exatamente as

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mesmas, mas podem ser bastante parecidas; por exemplo, quando corremos atrás de uma bola para "salvá-la", ou temos de nos preparar para receber um saque ou um ataque do outro time Essa "repetição" de situações problemáticas permite que nós, se estivermos preparados, possamos antecipar algum movimento que teremos de fazer para ajudar o time. Isso pode acontecer tanto no saque quanto no momento de recebê-lo, tanto quando atacamos quanto no momento em que defendemos. No vôlei é assim: um jogador por todos do time e todos os jogadores por um só objetivo. Tratando-se de um esporte coletivo, no voleibol vale aquele ditado de que "uma só andorinha não faz verão", pois o sucesso da equipe depende do trabalho de cooperação de seus integrantes. O espírito de equipe fica evidente nas vitórias e nas derrotas, quando as alegrias e as tristezas, as conquistas e as decepções são divididas por todos os jogadores.

Tarefa para casa Solicite que os alunos treinem o toque por cima em casa;

Rebatendo uma almofada, uma bola mais pesada ou qualquer outra bola, tentando fazer isso sem deixar esse objeto cair ao chão;

Rebatendo a bola em uma parede, a fim de treinar o toque, Tentando, com o auxílio de uma parede, rebater a bola alternadamente

com um amigo, sem deixá-la cair ao chão. Por exemplo, um dos dois rebate a bola na parede, o outro vem de trás e tenta rebatê-la, e assim sucessivamente sem que ela caia.

Cortada ou Ataque É o gesto mais espetacular do jogo. Consiste no ato de golpear a bola para a quadra adversária na tentativa de vencer o bloqueio e a defesa centrara. Informações Gerais

- Principal fundamento de ataque - É o gesto mais espetacular do jogo - Exigem domínio, força, velocidade e precisão. - Suas qualidades desejáveis são:

Regularidade Precisão Potência

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Informações Técnicas - Alcança velocidade máxima (97.5 Km/h) - O impacto de uma bola poderá ser calculado pela fórmula:

- A potência de um ataque estará sempre dependendo de dois

fatores: (Força e Velocidade, pois P = F. V). - Para atingir a impulsão máxima em duas pernas, o atleta devera

correr de 3 a 4 metros. - A faixa considerada de eficácia para ataques de bolas altas e de:

Homens de 3.30 a 3.50 m Mulheres de 2.70 a 2.90 m

- Para aumentar a velocidade do braço, deve-se encurtar o raio Classificação

Tipo Tênis:

- No prolongamento da corrida. - Com giro do corpo. - Com quebra de punho

Tipo Balanceado (gancho):

- Golpe lateral

Largadas:

Golpe suave (ação de ataque que visa fintar o defensor; o cortador simula uma cortada, mas toca suavemente a bola por sobre o bloqueio adversário) Tática Individual O cortador devera considerar.

- Seu repertório técnico; - A qualidade do levantamento - A área coberta pelo bloqueio - Armação de defesa adversária - Seu estado psíquico - A situação de jogo e do set

EC=M.V²/2 Onde:

Ec = energia cinética M = massa V = velocidade

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Recomendações aos cortadores

- Dominar cortadas no corredor diagonal e outras técnicas - Para levantamentos nas pontas, usar o corredor e para

levantamentos curtos, usar as diagonais. - Evitar usar sempre a mesma forma de ataque - Utilizar o bloqueio nas pontas - Procurar analisar a ação no momento da jogada - Saber largar - Ser eclético, ou seja, executar cortadas de diferentes posições de

quadra e rede.

As táticas individuais dos diversos tipos de cortadas, que se empregam durante o jogo, são de iniciativa do próprio cortador. Exemplos:

1- Saber desvencilhar-se do bloqueio - pelos lados, por cima e por entre as mãos dos bloqueadores; 2- Desviar a bola, preferencialmente, em direção ao bloqueador adversário mais baixo; 3- Dosar a força da bola - ora violenta, ora devagar - para confundir e surpreender a defesa adversária (mudança de ritmo); 4- Intercalar a trajetória da bola, procurando atingir o fundo e as proximidades da rede; 5- Distinguir o exato momento de executar uma pingada ou uma colocada, aproveitando os descuidos nas coberturas da defesa adversária; 6- Tomar conhecimento do sistema de coberturas da equipe adversária e dos deslocamentos de seus jogadores; 7- Ser capaz de simular um tipo de cortada e executar outro; 8- Cortar a bola de raspão no bloqueio; 9- Alcançar a bola no ponto mais alto possível.

NOTAS: I) O atacante não deve preocupar-se somente com a força da cortada, mas, principalmente, com o seu efeito na equipe adversária; II) O atacante que tem preferência para trocar para o meio da rede, a fim de atuar no bloqueio em toda a sua extensão, deve especializar-se em todos os tipos de cortadas dessa posição. Os levantamentos estando nas proximidades das varetas e também junto à rede, sempre que as bolas cortadas tocarem ao bloqueio e se desviarem para fora (parte externa), de qualquer lado da rede, caem fora das linhas laterais, beneficiando os cortadores.

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Bloqueio É a tentativa de interceptar a bola vinda da quadra contraria atacada sobre a rede por um ou mais jogadores de ataque. Informações Gerais

- É um principie de defesa - Apareceu no inicio da década de 20 com cortadas e foi usado

somente com um jogador (simples) ate o final dos anos 30, quando evoluiu para duplo.

- Sua introdução provocou diversas mudanças no voleibol, principalmente as de ordem tática.

- É a base de toda defesa e o ponto de partida para o sistema defensivo

- São finalidades do bloqueie Deter ou amortecer a bola vinda do adversário. Reduzir as áreas de ataque. Dificultar a ação do atacante

Dados Estatísticos

- Participa em 20% das ações de jogo - Por sua interferência direta, ocorrem 6% dos erros no ataque do

adversário. - Por falhas na sua execução, são desperdiçados 16% de pontos

que poderiam ser obtidos - Apresenta índice de eficácia de 18%

Informações Técnica Classificação

Quanto ao tipo:

- Ofensivo. - defensivo

Quanto ao n° de participantes:

- Simples - 23,5% - Duplo - 72.0%: - Triplo - 4,5%':

Tática Individual

- O êxito é determinado basicamente por condições táticas e atléticas

- Altura e alcance do bloqueio podem ser melhorados pela corrida

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- O bloqueio ofensivo só tem razão de ser utilizada se as mãos do bloqueador dominar totalmente a bola

- A forma básica é o bloqueia duplo - Os erras táticos de bloqueio resultam basicamente da falta de

observação - Os jogadores de defesa devem orientar os bloqueadores para a

correção dos erros - as mãos devem dirigir a bola para dentro da quadra.

Tipos de deslocamentos:

- Lateral (distâncias curtas) - Frontal (distâncias longas) - Cruzado (distâncias intermediárias) - Misto

Ação das mãos:

- Defensivo - Ofensivo

Recomendações:

- Use a passada correta e o tipo de bloqueio adequado; - Observe as ações táticas e características individuais do

adversário - Procure chegar a tempo no ponto de ataque e use o tempo certo - Não tente adivinhar - Desloque-se próximo a rede - Nos bloqueios coletivos cuide basicamente de sua área de

responsabilidade - Lembre-se que mesmo não tocando na bola, você estará

reduzindo as áreas de defesa. - Use as mesmas referências que seus companheiros para a

tomada de decisão A distância em que os atacantes devem se colocar para o bloqueio, varia de acordo com o sistema de ataque adotado pela equipe adversária. Se ela ataca na maioria das vezes nas extremidades da rede, os bloqueadores podem se colocar mais separados. Mas, se o ataque ocorre com maior freqüência no meio, é aconselhável os bloqueadores se manterem grupados (2 e 4 mais próximos do 3). Tarefa dos bloqueadores quando a equipe adversária utiliza um dos atacantes como levantador e efetua o ataque somente com 2 cortadores.

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A equipe adversária utilizando um dos atacantes como levantador, tanto na posição 2 como na 4, o seu ataque é efetuado somente por dois cortadores. Se o seu sistema de ataque for com levantamentos normais, isto é, altos no meio e nas extremidades da rede, a área em que vai ocorrer maior número de cortadas será de 5 metros aproximadamente, ou seja, um pouco mais da metade do comprimento da rede, facilitando o desempenho dos três bloqueadores. Apresentamos abaixo todos os casos de táticas de bloqueio que podem ser constantemente empregadas pelos jogadores do ataque:

1- Fechar a direção em que o cortador adversário é mais eficiente; 2- Trocar para o meio da rede o atacante mais alto, a fim de participar do bloqueio em toda a sua extensão; 3- Executar um movimento brusco de flexão das mãos, a fim de "abafar" a bola, enviando-a ao solo da quadra ocupada pela equipe adversária; 4- colocar bloqueadores altos à frente dos cortadores adversários mais eficientes; 5- saltar para o bloqueio - com um pouco de atraso, se o levantamento adversário for alto, e ao mesmo tempo que o cortador, se o levantamento for baixo; 6- se perceber que o atacante adversário vai cortar a bola de raspão no bloqueio, retirar as mãos; 7- manter-se alerta e em posição de guarda para não ser surpreendido pelo ataque adversário, deixando passar bolas fáceis de serem interceptadas; 8- estar permanentemente em posição de guarda para poder se deslocar para a direita ou para a esquerda com mais rapidez; 9- observar a intenção do levantador adversário para distinguir a direção e o tipo de levantamento que vai ser empregado; 10- se o atacante for concluir uma jogada, mas a bola ultapassa a rede, o cortador, ao invés de tentar uma cortada legal, passa a executar o bloqueio.

NOTAS: I) O atacante de maior estatura que tiver preferência de trocar para o meio da rede, a fim de atuar no bloqueio em toda a extensão da rede, deve especializar-se em todos os tipos de cortadas dessa posição; II) O movimento brusco de flexão das mãos (de cima para baixo), muda a trajetória da bola em direção ao solo da quadra contrária, mesmo que ela seja desviada para a direita ou para a esquerda; III) Quando se coloca no meio da rede jogador de elevada estatura, é para melhorar o bloqueio e evitar que ele participe da defesa e do levantamento onde em geral é mais fraco; IV) É necessário que todos os jogadores de Voleibol se habituem a executar o bloqueio com os olhos abertos;

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V) Os bloqueadores devem acompanhar todos os deslocamentos da bola na quadra oposta; VI) Se o bloqueador for inferior ao cortador adversário em estatura e não possuir capacidade física para invadir o suficiente para impedir a passagem da bola, é preferível saltar colocando os braços na vertical com as mãos próximas à rede, a fim de alcançar o máximo em altura e tentar apenas amortecer sua violência e dar condições aos jogadores de defesa, de levantá-la do fundo da quadra. OBSERVAÇÃO: Atualmente o bloqueio é a principal arma tanto de ataque como de defesa. De ataque - quando faz a bola voltar e cair na quadra adversária. De defesa - quando amortece a violência da cortada e orienta a colocação dos demais atletas na defesa.

Vivências: Base 4 com saque Semelhante ao beisebol, neste jogo a turma será dividida em duas equipes, sendo que uma realizará os saques enquanto a outra se espalhará pelo campo de jogo. A equipe que estiver sacando (atacante) é a única que pode pontuar. O campo de jogo (figura abaixo) consiste em um retângulo formado por quatro bases (demarcadas com giz, arcos, cordas, cones etc.), com uma base central que representa a área para "queimar". Para "queimar" um jogador atacante é preciso apanhar a bola que foi sacada e quicá-la dentro da base central enquanto algum atacante estiver correndo, ou seja, o jogador dentro das bases não pode ser "queimado". Um a um, todos os alunos da equipe atacante irão realizar o saque, sendo que o jogador que saca deverá imediatamente correr para a base mais próxima da zona de saque, que será definida como “base 1”, podendo parar nessa base ou avançar para a próxima caso julgue que não será “queimado", a cada saque esse aluno pode tentar avançar para as bases seguintes, marcando o ponto para sua equipe quando após: passar pelas quatro bases cruzar a linha de fundo (ou outra linha demarca tória pré-estipulada). Quando todos os membros da primeira equipe tiverem sacado, invertem-se os papéis. Analise do movimento do saque por baixo Divida a turma em grupos e solicite que cada grupo procure descrever o posicionamento do corpo e os movimentos a serem realizados na execução do saque bem como o local de contato com a bola. Em seguida, cada grupo deverá demonstrar suas conclusões ao restante da turma usando um dos alunos como modelo.

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Para finalizar, faça as devidas considerações: Posição inicial: pés posicionados paralelamente, a perna contrária do

braço que irá sacar deve ficar na frente; o tronco faz uma leve flexão para frente; a bola é segura à frente da mão que dará o saque enquanto o braço de ataque se estende para trás e para cima.

Desenvolvimento: o braço de ataque e trazido estendido para a bola, que será golpeada e enviada para o campo adversário. Ao mesmo tempo os membros inferiores se estendem e projetam o corpo à frente; a perna que estava posicionada atrás é naturalmente trazida para frente.

Leitura: “Transferência de energia” No jogo de voleibol, nosso objetivo é marcar pontos, fazendo com que a bola caía na quadra do adversário. E há várias maneiras de fazermos isso. Todas elas têm uma coisa em comum devemos sempre rebater a bola e não segura-la ou carregá-la. Algumas dessas maneiras de rebater a bola geralmente têm resultados melhores que outras. Por que será que isso acontece? Quando chutamos uma bola, por exemplo, podemos fazer isso com pouca força ou com bastante força, e a bola pode ir para perto ou longe. O chute também é uma forma de rebater, só que o fazemos usando nossos pés. Mas quando chutamos não usamos "somente" nossos pés. Ajudamos o movimento dos pés com nossos membros inferiores: coxas e pernas, além dos pés. E podemos também usar outras partes do corpo para ajudar no nosso equilíbrio, como o tronco e até o balanço dos braços. No vôlei, também podemos fazer isso. Aliás, os movimentos ficam bem mais fáceis de ser realizados quando usamos todo o corpo para ajudar. No saque, podemos usar o movimento dos pés para dar mais apoio quando batemos com a mão na bola. Assim, gastamos menos energia para termos a força necessária para atingir a bola. Esse processo é chamado de “transferência de energia". A transferência de energia ocorre sempre que nos movimentamos. Ela pode acontecer entre os segmentos (partes) do nosso corpo ou entre o nosso corpo e algum objeto, como uma bola, por exemplo. Quando batemos (ou rebatemos) uma bola com nossas mãos, estamos transferindo a energia de nosso movimento para a bola. Assim, se usarmos todo o nosso corpo no movimento, teremos mais energia para transferir para a bola e podemos colocá-la também em movimento com mais facilidade.

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Vivências: Saque, bloqueio, ataque/cortada Solicite que a turma se divida em duplas, cada dupla com uma bola. Os alunos devem procurar lançar a bola um para o outro, alternando a mão (direita e esquerda) que faz o lançamento; solicite que eles lancem primeiro “por baixo” (na linha da cintura) e depois “por cima” (com o braço estendido acima da cabeça); lembre-os de que devem "ajudar" o movimento da mão com o corpo todo. Ainda em duplas, os alunos devem rebater a bola para o companheiro no movimento de saque (a bola deve ser jogada para o companheiro pegar), primeiro sacando "por baixo e depois "por cima",- lembre-os de alternar a mão a cada saque e de que devem “acompanharr” o movimento das mãos com todo o corpo. Divida o grupo de alunos em duas duplas (quatro alunos) e solicite que continuem realizando os saques (alternando as mãos) A “nova dupla” deve tentar bloquear os saques. Observação: os dois bloqueadores devem tentar sincronizar seus saltos para fazer o bloqueio (saltar ao mesmo tempo), estendendo os braços o mais alto possível; depois de algumas tentativas, trocar as posições das duplas. Ainda com as duas duplas explique aos alunos que devem tentar “atacar” o companheiro usando o movimento do “saque por cima” e rebatendo a bola longe do seu alcance, mas dentro da quadra (ou de algum outro espaço disponível); os atacantes devem alternar as mãos a cada tentativa e os defensores devem tentar rebater a bola, usando a manchete ou o toque, se possível, a dupla de bloqueadores deve tentar impedir cada ataque; troque as posições dos alunos depois de algumas tentativas.