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Tumores Neuroendócrinos do Trato Gastrointestinal Thais Marques Vanessa Lys Boeira Virginia Moraes FMB-UFBa 2008.2 Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Departamento de Cirurgia Disciplina de Cirurgia Abdominal MED B47

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Tumores Neuroendócrinos do

Trato GastrointestinalThais Marques

Vanessa Lys BoeiraVirginia Moraes

FMB-UFBa 2008.2

Universidade Federal da BahiaFaculdade de Medicina

Departamento de CirurgiaDisciplina de Cirurgia Abdominal

MED B47

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Histórico e Epidemiologia Lubarsch, 1988: primeira descrição

Oberndofer : “karzinoide tumoren” Tumor semlhante ao adenocarcinoma, porem

de comportamento menos agressivo Incidência de ~0,7 casos por 100.000 Aumento da incidência

1994: 0,75% 2004: 1,25% Sexo feminino (52%): pulmão, estômago,

apêndice ou ceco Sexo masculino (48%): timo, duodeno,

pâncreas, jejuno/ileo e reto.

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Introdução

Neoplasias do sistema celular neuroendócrino difuso.

Etiologia

Deleção do gen supressor PLCβ3

descontrole do

crescimento de céls NE

distorção do processo de

apoptoseNEOPLASIA

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Introdução

Faixa etária ~50 anosTGI 73,7%Aparelho respiratório 25,1%Principais órgãos do TGI:

Intestino delgado, apêndice cecal e retoAumento da incidência relacionado

ao aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico

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Introdução

Aspecto Macroscópico do Tumor:

Ocorrerem na parede gástrica ou intestinal

Nódulos branco, amarelo ou cinza

Massas intramurais ou pode se projetar para o lúmen como

nódulos polipóides

A mucosa sobrejacente gástrica Ou intestinal pode estar intacta Ou ter ulceração focal

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Introdução

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Classificação

São classificados de acordo com sua formação embriológica originários do intestino anterior, médio ou posterior.

Intestino anterior: trato respiratório e o timo.

Intestino médio jejuno, íleo e cólon direito e sendo os maiores produtores de serotonina. Mais freqüentes

Intestino posterior cólon esquerdo e o reto, Raramente originam síndrome carcinóide: produzem pouca

serotonina

Outros sites de origem: vesícula biliar, rins, fígado, pâncreas, ovário e testículo

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Classificação

De acordo com o potenciala. Tumor endócrino bem diferenciado; proliferação

<2%b. Carcinoma endócrino bem diferenciado;

proliferação >2% e < 15%c. Carcinoma endócrino pobremente diferenciado;

proliferação >15%d. Tumores endócrinos-mistose. Lesões tumor-like

Índices de proliferação baseados no Ki-67 (marcador de proliferação celular e atividade mitótica)

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Fisiopatologia

Diferentes perfis de produção hormonal de acordo com o sítio de origem

Podem produzir: Serotonina : ondas de calor ACTH: rubor facial Calicreína: diarréia Histamina Catecolaminas Prostaglandinas Gastrina Insulina

Diversas reações orgânicas e diferentes quadros clínicos

Baixa velocidade de crescimento e metastatização

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Síndrome Carcinóide

É uma constelação de sintomas mediados por fatores humorais diversos produzidos por tumores carcinóides

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Síndrome Carcinóide

Flushing cutâneo85% dos pacientes Intestino delgadoPele violácea com sensação de

queimação

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Síndrome Carcinóide

Outras manifestações:TelangectasiasDiarréiaBroncoespasmoLesão cardíaca valvar

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Síndrome Carcinóide

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TNE de Esôfago

É bastante raro0,04% dos casos de TNEDevido a raridade não há relatos de

sintomatologia específica assim como protocolos para diagnóstico tratamento

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TNE Gástrico

5,4%Diagnóstico acidental através de

endoscopia IncidênciaSintomatologia inespecíficaPode ocorrer dispepsia

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TNE Gástrico

Tipo I Associado a gastrite atrófica crônica 70-80%; maior incidência em mulheres pH neutro secreção de gastrina hipergastrinemia

estimula céls ECL Pequenos, benignos, raramente sintomáticos Múltiplos pólipos <1cm no fundo gástrico Pode apresentar qualquer sintoma hormonal Bom prognóstico, sobrevida 5 anos em 96% Raramente metastatizam Metástases ocorrem em tumores > 2cm e com

infiltração da parede do estômago

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TNE Gástrico

Tipo II Associados a MEN-1 e Síndrome de

Zollinger- Ellison (ZES) Origem relacionada as céls ECL

secretoras de histamina Relacionadas a hipergastrinemia Mutação do gene MEN1 Comportamento maligno de baixo grau Metástase em 30% dos casos

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TNE Gástrico

Tipo III Esporádicos, 15 -25% dos casos Não se relacionam com GAC e MEN1 Sexo masculino Solitários e sem localização preferencial Em 30% dos casos são >2cm ao

diagnóstico Invasão profunda, angioinvasão e

metástase São bem diferenciados e formados por

céls ECL

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TNE do Intestino Delgado 45% dos TNE do TGI Sítio mais comum do tumor carcinóide Surgimento das células endócrino epiteliais e

disseminação no intestino Mais freqüentes no íleo distal a 60 cm da válvula

ileocecal 60-70 anos Sintomas relacionados a obstrução intestinal

Infiltração mesentérica reação fibrótica Isquemia

intestinalObstrução intestinal

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TNE do Intestino Delgado Sintomas

Icterícia: tumor em região periampolar Dor abdominal Diarréia Náuseas Vômito Hemorragia de úlceras pépticas múltiplas

e recorrentes Refluxo gastroesofágico relacionado ao

excesso de ácido

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TNE do Intestino Delgado

Múltiplos: multicentricidade em 30% dos casos

39% metástase para linfonodos31% metástase para fígadoSíndrome carcinóide em apenas 7%

dos casosPior prognósticoSobrevida de 5 anos

64,1% 40% se metástase hepática

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TNE do Apêndice

4,7% de todos TNE Pequenos, descobertos acidentalmente em

cirurgia É o que possui melhor prognóstico Curso benigno relacionado ao sítio anatômico e

ao diagnóstico precoce Sobrevida em 5 anos

Localizada (94%); localmente avançada (84%); metástase a distância (26%)Tumores >2cm,

invasão vascular,invasão mesoapendiceal, presença de elementos não neuroendócrinos (mucina) alta atividade mitótica

Alto risco de extensão metasática

Hemicolectomia

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TNE do Cólon

8,8% de todos os TNE, 53% no ceco 60-70 anos Anorexia, dor abdominal, alteração do

hábito intestinal, sangramento Prognóstico ruim Sobrevida em 5 anos

52% cecal 38% cólon ascendente 33% cólon transverso 48% cólon descendente

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TNE do Reto

16,3% de todos os TNE50% são assintomáticos,

descobertos em investigação de sangramento

Geralmente não metastatizamDiagnóstico no início da doença por

procedimento endoscópicoSobrevida de 5 anos em 85,4% dos

casos

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TNE do Pâncreas

Raros A sintomatologia é variávelDiagnóstico pode ser feito com

métodos de imagem (USG abdominal, TC e RM), cintilografia com análogos de somatostatina ecoendoscopia

Tratamento com excisão cirúrgicaA evolução é lenta

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TNE de Fígado

Tumores neuroendócrinos comumente metastatizam para o fígado

Pacientes com metástases restritas ao fígado é possível a realização de ressecções hepáticas curativas

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Diagnóstico

A sintomatologia é diversas vezes inespecífica, variando de acordo com o perfil de produção endócrina e com a localização.

A característica síndrome carcinóide, com fogachos, rubor facial e diarréia, é de rara ocorrência, incidindo em 3% a 5% dos pacientes, geralmente já possuidores de neoplasias em estágio avançado de desenvolvimento e de disseminação.

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Diagnóstico

Marcadores Bioquímicos• Vários marcadores séricos e urinários podem

ser usados para diagnóstico e seguimento.

• A elevação urinária do ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA). Especificidade

Sensibilidade

• Medição no plasma de cromogranina A (CgA) sensibilidade especificidade

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Diagnóstico

Imagem• Radiografia de abdome • Ultra-sonografia abdominal (US)• Tomografia computadorizada (CT)• Ressonância nuclear magnética

(RNM)• Tomografia por emissão de pósitrons

(PET-TC)

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Diagnóstico

US• A US tem acesso limitado na avaliação

do tumor primário• Visualização prejudicada.• Ultra-sonografia endoscópica:

– Método sensível para a detecção de carcinóides gástricos e duodenais

– Detecção de tumores pequenos (2 mm-3 mm) que são localizados no lúmen intestinal

– Precisão de 90% para a localização e estadiamento de carcinóides colorretal.

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Diagnóstico

Cápsula endoscópica (CE): Útil na detecção de carcinóides do intestino delgado.

Consiste na ingestão de uma cápsula composta por uma microcâmera capaz de tirar 2 fotos por segundo, que passará naturalmente pelo tubo digestivo.

Essas imagens são enviadas através de sensores acoplados ao abdome do paciente para um receptor, dessa forma é registrado um filme com as imagens captadas pela microcâmera de aproximadamente 6-12h (cerca de 120.000 imagens).

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Diagnóstico

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Diagnóstico

TC• A TC é o exame de escolha para

diagnóstico e acompanhamento.• Para apreciar a característica

hipervascular é necessário realizar o estudo dinâmico, que consiste em se obter de rotina as fases arterial, portal e tardia, com aquisição realizada segundos após a administração de contraste venoso

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Diagnóstico

RNM• É um método diagnóstico de alta resolução .• Porém de custo elevado e com acesso mais

restrito em comparação a TC.• Como a RM apresenta excelente resolução

espacial e resultados superiores à TC e à US na avaliação da pelve, ela tem seu uso indicado na avaliação do GIST localizado nessa região (principalmente em reto e canal anal).

• RM também tem grande contribuição na avaliação e no esclarecimento de lesões focais hepáticas duvidosas.

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Diagnóstico

PET-TC Permite o mapeamento de

diferenetes subst químicas no organismo.

Hipercaptação.A diferença é que tem capacidade de

medir o metabolismo das lesões.Permite o diagnóstico precoce: antes

até de uma alteração anatômica.

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Diagnóstico

PET-TC Indicações: Detecção precoce Estadiamento tumoral- real extensão do

tumor. Monitoramento da terapia- medir o

metabolismo dos tumores. Avaliação de recorrência- diferença entre

recorrência e alterações pós-terapia. Grande utilidade no planejamento da

radioterapia

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Tratamento

Avaliação da localização e possibilidade de metástases.

Ressecção do tumor na ausência de metástase.

Controle dos sintomas carcinóides (se presentes)

▪ 90% apresentam metástases▪ Exceção: ovariano e bronquial.

Tratamento Debulking quando irresecáveis

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Tratamento

Tumores Localizados

Tratamento de escolha: ressecção cirúrgica.

Avaliar tamanho e localização do tumor primário para definir a extensão da ressecção.

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Tratamento

TNE de Esôfago▪ 0,04% dos casos de tumor carcinóide.▪ Diretrizes gerais para neoplasias malignas

nesse órgão.

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Tratamento TNEs gástricos tipos I

e II tumores < 1 cm = Acompanhamento.

Ressecção endoscópica em lesões > 1 cm(até 6 pólipos).

Gastrectomia + linfadenectomia regional Tipo III.

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Tratamento

TNE de Intestino Delgado Mais frequentes no íleo terminal. Tem maior potencial pra metastizar

menos relacionado ao tamanho. São removidos por ressecção segmentar

e excisão de linfonodos mesentéricos. Deve ser avaliada toda extensão

intestinal durante a cirurgia devido ao maior risco de multicentricidade. (US intra-operatória)

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Tratamento

TNE Apendicular Grande parte é diagnosticada após

excisão cirúrgica. Prognóstico diretamente relacionado a

extensão do tumor: Tumores menores que 2cm:

apendicectomia. Maiores que 2cm: hemicolectomia

direita devido alto risco de recidiva.

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Tratamento

TNE de Cólon > encontrados no

cólon direito.

até 2cm: Polipectomia Colonoscópica.

> 2cm: ressecção do segmento + linfadenectomia regional

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Tratamento

TNE Retal Muitas vezes interpretadas como Pólipo

de natureza benigna. Excisão radical esta recomendada para

os tumores entre 1 e 2cm que envolvem a camada muscular própria e para os maiores que 2cm.

[Amputação abdominoperineal]

Excisão local (endoscópica) nos menores que 1cm.

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Tratamento

TNE Hepático Contexto de neoplasias secundárias.

A exérese de metástases hepáticas ↑  índice de sobrevida em 5 anos de 29-73%

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Tratamento Farmacológico Utilizado em casos de doença

disseminada, múltiplas metástases em diversos sítios do organismo ou a remissão de sintomas que comprometam a qualidade de vida do paciente.

Diversos Modelos terapêuticos: QT, Radioterápicos, Interferon-a = Relativa melhora sintomatológica.

Análogos da Somatostatina : Tratamento da S. Carcinóide + Regressão tumoral

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Tratamento Farmacológico Octreotide = 0,05 a 0,5 mg SC 3xdia

Lanreotide = 1 - 5 mg SC 3xdia

Metástases hepáticas irressecáveis: Desarterialização; embolização arterial; crioablação.

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Referências Bibliográficas Tumores Neuroendócrinos(Carcinóides): Aspéctos

Gerais, Dr Riad Youne e Dra Cristina Brada, 2009 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE TUMORES

CARCINÓIDES DO TRATO DIGESTIVO LUIS CÉSAR FERNANDES*, LUIZ PUCCA, DELCIO MATOS, UNIFESP-EPM, 2oo2

Clinical features of the carcinoid syndrome, UpToDate

http://www.capview.com.br/home

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Obrigada!