The Midnighters 1-The Secret Hour

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MIDNIGHTERS - THE SECRET HOUR

Scott Westerfeld

Na Hora Secreta, coisas estranhas acontecem à meia-noite, na cidade de Bixby, noOklahoma.

O tempo para. Ninguém se mexe.

Todas as noites, durante uma hora secreta, a cidade pertence às criaturas sombrias quehabitam nas sombras. Apenas um pequeno grupo de pessoas conhece à hora secreta - apenas elesestão livres para se mover no tempo da meia-noite.

Essas pessoas chamam a si mesmos de Midnighters .

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8h:11min da ManhãREX

As paredes da escola Bixby High eram sempre terrivelmente brilhantes no primeiro dia daescola. Luzes fluorescentes zumbiam sobre as cabeças, suas brancas esquadrias de plásticolimpas das formas dos insetos mortos. Os novos pisos brilhantes ofuscavam, na forte luz desetembro que entrava pelas portas abertas da frente da escola.

Rex Greene caminhou lentamente, se perguntando como os estudantes se acotovelandoem torno dele podiam se apressar neste lugar. Cada passo seu era um esforço, uma luta contra oirritante esplendor de Bixby High, contra estar preso aqui por mais um outro ano.

Para Rex, férias de verão era um lugar para se esconder, e a cada ano este dia dava a eleo profundo sentimento de ter sido descoberto, preso, trancado como um prisioneiro fugitivo de umholofote. Rex apertou os olhos na claridade e empurrou seus óculos com um dedo, desejandoque ele pudesse usar tom escuro sobre sua armação grossa. Mais uma camada entre ele e aescola Bixby High.

Os mesmos rostos estavam todos lá. Timmy Hudson, que tinha espancado ele cada um

dos dias da quinta série passou, não dando a Rex uma segunda olhada. A multidão surgindoestava cheia dos velhos torturadores, colegas de sala e amigos de infância, mas nenhum pareceureconhecê-lo. Rex puxou seu longo casaco ao redor de si mesmo e se agarrou a fileira dearmários ao longo da parede, esperando que a multidão dissipasse, se perguntando exatamentequando ele tinha se tornado invisível. E por que. Talvez isso fosse porque o mundo na luz do diasignificava muito pouco para ele agora.

Ele abaixou sua cabeça e avançou em direção a sala de aula.

Então ele viu a nova garota.Ela era de sua idade, talvez um ano mais nova. Seu cabelo era ruivo escuro, e ela estava

carregando uma mochila verde sobre um ombro. Rex nunca tinha visto ela antes, e em umaescola tão pequena quanto Bixby High, aquilo era incomum o suficiente. Mas a novidade não eraa coisa mais estranha sobre ela.

Ela estava fora de foco.Um fraco borrão aderido a seu rosto e mãos, como se ela estivesse ficando atrás de um

vidro espesso. Os outros rostos no salão lotado eram claros na brilhante luz solar, mas o dela nãose firmava não importasse o quão forte ele encarasse. Ela parecia existir fora do alcance do foco,como música tocada da cópia de uma cópia de uma velha fita cassete.

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Rex piscou, tentando limpar seus olhos, mas o borrão permanecia com a garota, aseguindo enquanto ela deslizava mais adiante para a multidão. Ele abandonou seu lugar junto àparede e empurrou seu caminho atrás dela.

Isso foi um erro. Agora, aos dezesseis, ele era bem mais alto, seu cabelo preto tingidomais óbvio do que nunca, e sua invisibilidade o deixou, enquanto ele se empurrava

propositadamente através da multidão.Um empurrão veio por detrás, e o equilíbrio de Rex se alterou sob ele. Mais mãos o

mantiveram cambaleando, quatro ou cinco garotos trabalhando juntos até que ele veio a umasúbita parada, seu ombro batendo na linha de armários revestindo a parede.

“Fora do caminho imbecil!”

Rex sentiu um tapa contra o lado de seu rosto. Ele piscou enquanto o mundo ficava

embaçado, a parede se dissolvendo em um redemoinho de cores e pontos se movendo. Odoentio som de seus óculos escorregando pelo chão alcançou suas orelhas.

“Rex perdeu seus spex 1!”, veio uma voz. Então Timmy Hudson lembrava de seu nome.Risadas se arrastaram pelo salão.

Rex percebeu que suas mãos estavam em frente a ele, apalpando o ar como um homemcego. Ele podia também estar cego. Sem seus óculos, o mundo era um borrão cheio de cores

sem significado.O sino tocou.Rex desmoronou contra os armários, esperando o salão esvaziar. Ele nunca alcançaria a

nova garota agora. Talvez ele tivesse imaginado ela.

“Aqui”, veio uma voz.

Enquanto ele levantava seus olhos, a boca de Rex caiu. Sem óculos os fracos olhos deRex podiam vê-la perfeitamente. Atrás dela a parede ainda era uma bagunça de formas borradas,mas seu rosto se sobressaía, claro e detalhado. Ele percebia agora os olhos verdes dela,pontilhado de dourado à luz.

“Seus óculos”, ela disse, os estendendo.

Mesmo tão perto, o forte enquadramento ainda era nebuloso, mas ele podia ver a mãoestendida da garota com uma clareza cristalina. O foco se agarrava a ela.

Finalmente disposto a se mover, Rex fechou sua boca e tomou seus óculos. Quando ele o

1 Spex – marca de um estilo de óculos

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pôs, o resto do mundo pulou para dentro do foco, e a garota embaçou novamente. Assim comoos outros sempre faziam.

“Obrigado,” ele disse.

“Então, tudo bem.” Ela sorriu, deu de ombros, e olhou em volta para o salão quase vazio.

“Eu acho que agora nós estamos atrasados. Eu nem mesmo sei onde eu estou indo.”

Seu sotaque soava do meio oeste, mais preciso do que o arrastado de Oklahoma de Rex.

“Não, esse foi o sinal de oito e quinze”, ele explicou. “O último sinal é às oito e vinte. Aondevocê vai?”

“Sala T-29.” Ela segurava fortemente um cartão de horário em uma mão.

Ele apontou para trás na entrada. “Essa é nas temporárias. Lá fora à direita. Aquelesbarracões que você viu na entrada.”

Ela olhou para fora com uma careta.

“Ok,” ela disse hesitando, como se ela nunca tivesse tido aula em um prédio de tábuasantes. “Bem, é melhor eu ir.”

Ele acenou. Enquanto ela se afastava, Rex retirou seus óculos de novo, e de novo elasaltou para nitidez enquanto o resto do mundo se tornava um borrão.

Rex finalmente se permitiu acreditar nisso e sorriu. Mais um outro, e de algum lugar alémde Bixby, Oklahoma. Talvez este ano fosse ser diferente.

Rex viu a nova garota algumas vezes antes do almoço.Ela já estava fazendo amigos. Numa pequena escola como Bixby, havia algo de excitante

em um novo estudante – as pessoas esperavam descobrir sobre ela. As crianças mais populares

já estavam reclamando o direito sobre ela, fofocando sobre o que eles descobriram dela, tirandoproveito da amizade dela.Rex sabia que as regras de popularidade não permitiriam que ele se aproximasse dela de

novo, mas ele pairava nas proximidades, escutando, usando sua invisibilidade. Não invisível deverdade, é claro, mas tão bom quanto. Em sua camiseta preta e jeans, com seu cabelo pretotingido, ele podia desaparecer nas sombras e cantos. Não havia muitos estudantes como TimmyHudson em Bixby High. A maioria das pessoas estava feliz em ignorar Rex e seus amigos.

Não demorou muito a Rex para descobrir algumas coisas sobre Jessica Day.Na cafeteria ele encontrou Melissa e Dess em seus lugares de sempre.Ele se sentou no outro lado de Melissa, dando a ela espaço. Como sempre, as mangas

dela estavam puxadas para baixo, quase cobrindo suas mãos contra qualquer toque acidental, e

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ela usava fones de ouvido, o zumbido dos poderosos acordes de metal audível deles com uminsistente sussurro. Melissa não gostava de aglomerações, qualquer número considerável depessoas comuns, deixavam-na louca. Mesmo uma sala de aula cheia testava seus limites. Semos fones de ouvido ela encontrava o tamborilante caos rompendo no refeitório, insuportável.

Dess não comeu nada, nem mesmo afastou sua comida, apenas dobrou suas mãos e

espreitou o teto através dos óculos escuros.

“Lá vamos nós de novo aqui em outro ano”, Dess disse. “O quanto é uma droga?”

Rex automaticamente começou a concordar, mas parou. Todos os verões ele tinha temidooutro ano de almoços horríveis, escondendo-se das janelas resplandecentes aqui no canto maisobscurecido. Mas desta vez ele estava realmente excitado por estar no refeitório de Bixby High.

A nova garota estava só a algumas mesas à distância, cercada por novos amigos.

“Talvez, talvez não”, ele disse. “Vê aquela garota?”

“Mmm”, Dess respondeu, seu rosto ainda levantado para o teto, provavelmente contandoas telhas lá em cima.

“Ela é nova. Seu nome é Jessica Day”, Rex disse. “Ela vem de Chicago.”

“E eu estou interessada nisso por quê?” Dess perguntou.

“Ela acabou de se mudar a poucos dias atrás. Secundanista.”

“Ainda chata.”

“Ela não é chata.”

Dess suspirou e abaixou sua cabeça para espiar através de seus óculos escuros a nova

garota. Ela bufou. “Primeiro dia em Bixby e ela já está bem no meio da turma da luz. Nada deinteressante sobre isso. Ela é exatamente o mesmo que as outras cento e oitenta e sete pessoasdaqui.

Rex balançou sua cabeça, começando a discordar, mas parou. Se ele estava indo dizerisso alto, ele tinha que estar certo. Como ele fez uma dezena de vezes naquele dia, ele levantouseus grossos óculos um centímetro, olhando para Jessica Day apenas com seus olhos. A

cafeteria se dissolveu em um brilhante borrão agitado, mas mesmo daquela distancia elapermanecia nítida e clara.

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Era tarde, e o foco dela não tinha diminuído. Ele era permanente. Só havia umaexplicação.

Ele tomou um profundo fôlego. “Ela é uma de nós.”

Dess olhou para ele, finalmente permitindo uma expressão de interesse cruzar sua face.

Melissa sentiu a mudança entre seus amigos e olhou acima inexpressivamente. Escutando, masnão com seus ouvidos.

“Ela? Uma de nós?” Dess disse. “Sem chance. Ela podia competir como a maioral dosnormais, Oklahoma. “

“Me escuta, Dess.” Rex insistiu. “ Ela tem o foco.”

Dess apertou seus olhos, como se tentasse ver o que só Rex podia. “Talvez ela foi tocadanoite passada ou algo assim.”

“Não. É muito forte. Ela é uma de nós.”

Dess olhou de volta para o teto, sua expressão deslizando de novo para o totalaborrecimento com a facilidade de longa prática. Mas Rex sabia que ele tinha conseguido suaatenção.

“Tudo bem,” ela se apiedou. “Se ela é uma secundanista, talvez ela esteja em uma deminhas aulas. Eu a checarei.”

Melissa acenou também, sacudindo ligeiramente sua cabeça para a música sussurrada.

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2h:38min da Tarde

DESS

Quando Jessica finalmente desmoronou atrás de uma mesa para sua última aula do dia,ela estava completamente exausta. Ela forçou o horário amassado em seu bolso, mal seimportando se ela estava na sala certa, e gratamente derrubando sua mochila no chão. Todo odia ela esteve ganhando peso como uma nova empregada da Bashin-Robbins2.

Nenhum primeiro dia escolar era tão fácil. Mas pelo menos em Chicago, Jessica tinha tidoos mesmos velhos rostos e familiares paredes da escola pública 141 para ansiar. Aqui em Bixbytudo era um desafio. Esta escola podia ser menor do que a escola pública 141, mas ela era todadisposta ao nível do chão, um labirinto de módulos e trailers. A cada cinco minutos a mudança desalas tinha sido traumática.

Jessica odiava estar atrasada. Ela sempre usava um relógio, que ela colocava pelo menosdez minutos adiantado. Hoje, quando ela já tinha se destacado como a nova garota, ela tinhatemido o arrastar dentro de uma sala atrasada, todos os olhos sobre ela, parecendo embaraçadae muito lerda para encontrar seu caminho. Mas ela tinha feito isso de novo. O sino não tinha

tocado ainda. Jessica tinha conseguido chegar a tempo o dia todo.A sala se preencheu lentamente, todos desejando o fim do confuso primeiro dia. Mas

mesmo em seus cansaços uns poucos notaram Jessica. Todos eles sabiam sobre a nova garotavinda da cidade grande, assim pareceu. Na sua velha escola, Jess tinha sido apenas só umaestudante dentre dois mil. Mas aqui ela era praticamente uma celebridade. Todos eram amigáveissobre isso, pelo menos. O dia inteiro ela tinha sido conduzida, sorrido, pedida para se levantar ese apresentar. Ela tinha um discurso memorizado agora.

“Eu sou Jessica Day, e acabei de me mudar para cá de Chicago. Nós viemos por queminha mãe conseguiu um emprego em uma Aerocompanhia de Oklahoma, onde eles desenhamaviões. Não o avião todo, só o formato da asa. Mas esta é a parte que faz dele um avião, minhamãe sempre diz. Todos em Oklahoma parecem muito legais, e é muito mais animado do queChicago. Minha irmã de treze anos reclamou um pouco por duas semanas antes de nós nosmudarmos, e meu pai está ficando maluco, por que ele não achou um emprego em Bixby ainda, e

a água tem um gosto engraçado aqui. Obrigada.”

2 Marca de uma grande loja estadunidense especializada em sorvetes e sobremesas.

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É claro, ela nunca tinha dito alto aquela última parte. Talvez para sua turma ela tivesse, sópara se despertar.

O último sinal tocou.O professor se apresentou como Sr. Sanchez e fez a chamada. Ele parou um pouco

quando ele pegou o nome de Jessica, olhando para ela por um segundo. Mas ele deve ter visto a

expressão enfadada dela. Ele não pediu por um discurso.Então era hora de distribuir livros. Jessica suspirou. Os livros do Sr. Sanchez estavam

empilhados em cima de sua mesa parecendo aterrorizantemente grossos. Começando comtrigonometria. Mais peso para sua mochila.

Mamãe tinha falado ao conselheiro em colocar Jessica em todas as aulas avançadas aqui,caindo de volta ao nível normal se ela precisasse. A sugestão tinha sido lisonjeira, mas depois dever o gigante livro de física, a pilha de clássicos de bolsos de inglês, e agora este segurador de

porta, Jessica percebeu que ela tinha sido enganada. Mamãe tinha sempre tentado colocar elaem classes avançadas em Chicago, e agora aqui estava Jessica, enrolada em trigonometria.Enquanto os livros estavam sendo passados para trás, um estudante atrasado entrou na

sala. Ela parecia mais jovem do que os outros na sala. Ela estava vestida toda em preto, usandoóculos escuros e um monte de colares de metal reluzente. Sr. Sanchez olhou para ela e sorriu,genuinamente feliz.

“Bom ver você, Desdemona.”

“Hey, Sanchez”, a garota soava tão cansada quanto Jess se sentia, mas com um poucomais de prática.

Ela observou a sala com um desgosto aborrecido. Mr. Sanchez estava praticamenteradiante por ela, como se ela fosse um famoso matemático que ele tinha convidado para cá, parafalar sobre como trigonometria podia mudar nossas vidas.

Ele se voltou para a passagem dos livros, e a garota escaneou a sala por um lugar para sesentar. Então algo de estranho aconteceu. Ela tirou os óculos escuros e espiou Jessica, e fez seucaminho propositadamente para a mesa vazia próxima a ela.

“Hei”, ela disse

“Oi, eu sou Jessica.”

“Yeah”, a garota disse, como se aquilo fosse terrivelmente óbvio. Jessica se perguntou se

ela já a tinha encontrado em alguma outra aula. “Eu sou Dess.”

“Oi.” Ok, este foi um oi duplo. Maso que era para ela dizer?

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Dess estava olhando para ela atentamente, tentando descobrir alguma coisa. Ela apertavaos olhos, como se a sala estivesse muito reluzente para ela. Seus dedos pálidos brincavam comas contas amareladas translúcidas de um de seus colares, deslizando eles de um jeito e depoisde outro. Elas estalavam suavemente enquanto ela as posicionava em padrões ilegíveis.

Um livro chegou à mesa de Jessica, quebrando o encanto que os dedos de Dess tinhamlançado.

“Quando você receber seu livro“, Sr. Sanches anunciou, “cuidadosamente preencha oformulário anexo a capa. É cuidadosamente pessoal. Qualquer dano que você não registre é desua responsabilidade.”

Jessica tinha estado através desta prática o dia todo. Aparentemente livros eram umaespécie em extinção aqui em Bixby, Oklahoma. Os professores tinham feito todo mundo ir atravésdeles, página por página, registrando cada marca ou fissura. Supostamente seria um terrívelcômputo no final do ano para qualquer criminoso o suficiente para danificar seus livros.

“Um erro?” Dess olhou acima para ela com a testa franzida.

“Alguns, eu acho.”

Dess olhou abaixo para o livro e balançou sua cabeça. De algum modo Jessica sentiucomo se ela tivesse dito algo errado. Ela se perguntou se esta não era a forma de Dess chatear anova garota. Ou algum jeito estranho de se exibir para seu próprio bem.

Jessica se voltou para seu próprio livro. Quem tinha possuído ele no último ano tinhalargado a aula ou tinha simplesmente perdido o interesse. As páginas estavam intactas agora.Talvez a classe inteira tivesse só chegado ao meio do livro. Jessica esperou então – só folheandoatravés das páginas finais de densas fórmulas e gráficos que estavam começando a assustá-la.

Dess estava murmurando novamente. “Uma bela versão do lindo Sr. Sanches, página214.” Ela estava rabiscando no canto de uma página, marcando o livro e então registrando odano.

Jessica rolou seus olhos.

“Sabe, Jess”, Dess disse, ”A água de Bixby não é só engraçada. Ela dá a você sonhos

engraçados.”

“O que?”

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Dess se repetiu lenta e claramente, como se falando para algum conferidor –idiota-de-respostas-de-livro.

“A água em Bixby – ela dá a você sonhos engraçados. Você não percebeu?”

Ela olhou para Jessica intensamente, como se esperando a resposta para a maisimportante pergunta do mundo.

Jessica piscou, tentando pensar em alguma coisa genial para se dizer. Ela estava cansadados jogos de Dess, de qualquer modo, e balançou sua cabeça.

“Não, de verdade. Com a mudança e tudo mais, eu tenho estado muito cansada parasonhar.”

“Sério?”

“Sério.”

Dess deu de ombros e não disse outra palavra a ela a aula inteira.Jessica ficou grata pelo silêncio. Ela se esforçou para acompanhar Sr. Sanchez, enquanto

ele se apressava através do primeiro capítulo como se fossem velhas notícias e determinava aprimeira lição noturna de casa do segundo.

Todo ano, por lei, havia pelo menos uma matéria em seu horário designada a dar a certezaque a escola não se tornaria por acaso divertida. Jess estava quase certa que começartrigonometria era o pesadelo corrente do ano.

E para fazer as coisas piores, ela podia sentir os olhos de Dess sobre ela o período inteiro.Jessica estremeceu quando o último sinal tocou e saiu para se pressionar ao ruidoso etumultuado corredor com alívio.

Talvez nem todos em Oklahoma fossem legais.

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Só o que ela mais precisava: uma noite sem sono para começar com seus dias exaustivosde desempacotamento, brigas com sua irmãzinha Beth, e tentar encontrar sua posição nolabirinto de Bixby High. Pelo menos sua primeira semana na escola estava quase no fim. Seriafinalmente sexta feira amanhã.

Ela olhou para o relógio. Ele dizia 12h07min, mas ele estava adiantado, para o tempo deJessica. Era provavelmente cerca de meia-noite. Sexta finalmente.

Um azul radiante preenchia o quarto, quase tão brilhante como quando a luz estava acesa.Quando que a lua tinha aparecido? Altas e escuras nuvens tinham se estendido sobre Bixby o dia todo, obscurecendo o sol.

Mesmo debaixo de um teto de nuvens, o céu era imenso aqui em Oklahoma, o estado inteiro tãoplano quanto um pedaço de papel. Naquela tarde seu pai tinha dito que os flashes de luzes nohorizonte estavam se estendendo por todo o caminho até o Texas. (Ser desempregado em Bixbytinha feito ele assistir o canal do tempo.)

O luar frio e azul parecia mais brilhante a cada minuto.Jessica deslizou para fora da cama. As ásperas madeiras do piso estavam quentes sob

seus pés. Ela andou cuidadosamente sobre a desordem, o luar distinguindo cada caixa semi-empacotada claramente. A janela brilhava como um sinal de neon.

Quando ela olhou para fora, os dedos de Jessica se apertaram e ela emitiu um grito suave.O ar lá fora brilhava, cintilando como um globo de neve cheio degliter .

Jessica piscou e esfregou seus olhos, mas a galáxia de diamantes flutuando não foiembora.

Haviam milhares deles, cada um suspenso no ar como se por suas próprias pequenascordas invisíveis. Elas pareciam brilhar, preenchendo a rua e seu quarto com a luz azul. Algumasestavam a apenas alguns centímetros da janela, esferas perfeitas, não maiores do que as maispequenas pérolas, translúcidas como contas de vidro.

Jessica deu alguns passos para trás e se sentou em sua cama.

“Sonho estranho”, ela disse alto, e então desejou que não tivesse.

Não parecia certo dizer aquilo. Imaginar se ela estava era sonhando, tinha feito ela sesentir ainda mais... acordada, de algum modo.

E isso já era tão real: o não pânico inexplicado, não ver a si mesma de cima, não sentircomo se ela estivesse em uma peça e não saber suas falas – apenas Jessica Day sentada em

sua cama e ficando confusa.E o ar lá fora cheio de diamantes.Jessica deslizou para debaixo de suas cobertas e tentou voltar a dormir. Sono

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fechando um olho e espreitando dentro da pequena esfera de água imóvel. As casas na rua, océu suspenso, o mundo inteiro estava lá dentro, de cima abaixo e envolvido em um círculo, comoolhar através de uma bola de cristal. Então ela deve ter chegado muito perto – a gota de chuvaestremeceu e saltou ao movimento, caindo em sua bochecha e correndo abaixo como umalágrima fria.

“Oh”, ela murmurou. Tudo estava congelado até que ela o tocasse, como que quebrandoum feitiço.

Jessica sorriu enquanto ela permanecia em pé olhando em volta por mais maravilhas.Todas as casas na rua pareciam estar brilhando, suas janelas preenchidas com luz azul.

Ela olhou de volta para sua própria casa. O teto estava faiscante com os respingos, e uma imóvel

corrente de água jorrava do encontro de duas caneletas em um canto. As janelas brilhavamvagamente, mas não havia tido nenhuma luz lá dentro. Talvez não fossem só as gotas de chuva.As casas, o teto ainda acima, tudo parecia estar incandescente com a luz azul.

De onde vêm esta luz fria?,ela se perguntou. Havia mais para este sonho do que o tempo congelado.

Então Jessica viu que ela tinha deixado uma trilha, um túnel através da chuva, onde elatinha libertado a chuva flutuante. Era o formato de Jessica, como um buraco deixado por umpersonagem animado, imergindo através de uma parede.

Ela sorriu e rompeu em uma corrida, estendendo a mão para agarrar um bocado de gotasde chuva do ar, totalmente só em um mundo de diamantes.

Na manhã seguinte Jessica Day acordou sorrindo.O sonho tinha sido tão lindo, tão perfeito quanto às gotas de chuva suspensas no ar.

Talvez ela significasse que Bixby não era, depois de tudo, um lugar assustador.O sol brilhava em seu quarto, acompanhado pelos sons de água gotejando das árvores

para o teto. Mesmo pilhado com caixas, ele parecia como seu quarto, finalmente. Jessica deitava-se na cama, deleitando-se em um sentimento de alívio. Depois de meses de se costumar a ideiade mudança, e semanas de despedidas, e dias de empacotar e desempacotar, ela finalmente sesentia como se o redemoinho estivesse em declínio.

Os sonhos de Jessica não eram geralmente tão profundos. Quando ela estava nervosacom um teste. Ela tinha pesadelos de testes infernais. Quando sua irmãzinha estava deixandoJessica louca, a Beth de seus sonhos era um monstro imenso que a perseguia. Mas Jessicasabia que esse sonho tinha um significado mais profundo. O tempo tinha parado em Chicago, sua

vida congelou enquanto ela esperava deixar todos seus amigos e tudo o que ela conhecia, masagora isso estava acabado. O mundo podia começar de novo, uma vez que ela o deixou.

Talvez ela e toda sua família fossem felizes aqui depois de tudo.

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E era sexta.O alarme tocou.Ela se empurrou de debaixo das cobertas e se moveu para fora da cama.No momento que seus pés tocaram o chão, um arrepio correu por sua espinha. Ela estava

em pé sobre seu moletom, que descansava ao lado de sua cama em uma pilha amarrotada.

Ele estava ensopado.

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4

8h:02min da Manhã

MELISSA

Enquanto Melissa se aproximava, o sabor da escola começou a nausear a sua boca.Nesta distância ele era azedo e frio, como café preso debaixo da língua por um sólido

minuto. Ela podia provar a ansiedade da primeira semana e o inescapável tédio misturado juntosem um borrão monótono, junto com a amarga bile do tempo desperdiçado, que escoava para foradas paredes do lugar. Mas Melissa sabia que o sabor mudaria enquanto a escola se aproximava.Em uma outra milha, ela seria capaz de distinguir os sabores individuais de ressentimentos,vitórias insignificantes, rejeições e raiva pouco acobertada pela dominação. Um par de milhasapós isso e Bixby Hight se tornaria quase insuportável, um zumbido visto em sua mente.

Mas por enquanto ela apenas fez uma careta e aumentou sua música.Rex estava em pé em frente à casa de seu pai, alto e magro, seu casaco preto envolvido

ao redor dele, o gramado morrendo sob seus pés. Mesmo os tufos de ervas daninha pareciamestar lutando com alguma força maligna, invisível. Todo ano, desde o acidente do velho, a casa

tinha caído ainda mais em decadência.Servia ao velho bem.Melissa levou seu carro até o meio fio. Entre a grama marrom do jardim e o longo casaco

de Rex, ela quase esperou que o ar frio invernal corresse para dentro do carro, quando ele abriua porta. Mas o odioso sol já tinha aquecido o breve frio da tempestade da noite passada.

Era ainda cedo para cair, ainda no início do ano escolar. Três meses à frente antes doinverno, nove meses do penúltimo ano.

Ele saltou para dentro e fechou a porta, cuidadoso para não ficar muito perto. Quando Rexfez uma careta para o volume da música, Melissa suspirou e abaixou um ponto. Seres humanosnão tinham o direito de se preocupar com música de nenhuma espécie. O pandemônio que ia emsuas cabeças a cada hora passada era uma centena de vezes mais barulhenta que qualquerbanda de trash metal , mais caótico do que um bando de moleques de 10 anos em debandadacom cornetas. Se eles pudessem ouvir a si mesmos.

Mas Rex não era tão mal. Ele era diferente, em um canal separado, livre da comoção da

multidão do dia. Ele tinha sido o primeiro pensamento individual que ela tinha filtrado entre arepugnante multidão, e ela podia ainda lê-lo melhor do que qualquer um.

Melissa podia sentir sua animação claramente, sua ânsia de saber. Ela podia provar de

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sua impaciência, acentuada e insistente acima de sua calma costumeira.

Ela decidiu mantê-lo esperando. “Bela tempestade noite passada.”

“Sim. Eu fui à procura de um relâmpago por um tempo.”

“Eu também . Apesar de só conseguir me encharcar.”

“Qualquer noite nós conseguiremos um, vaqueira.”

Ela bufou para o apelido de infância, mas murmurou. “Claro. Qualquer noite.”

Quando eles eram criancinhas, quando eram apenas dois deles, eles tinham sempretentado descobrir um raio de relâmpago. Um raio que tinha atingido exatamente o momento certo

e ido ao chão, perto o suficiente para o alcançar, antes que o tempo se esgotasse. Uma vez, anosatrás, eles gastaram uma hora inteira de bicicleta em direção a um brilhante aguilhão denteadosobre o horizonte. Eles nem tinham feito todo o caminho, nem mesmo perto. Tinha sido o mais deperto que eles tinham olhado. Pedalar de volta na chuva despencando demorou muito mais, éclaro, e no momento que eles tinham chegado em casa, eles estavam ensopados.

Melissa nunca tinha tido certeza do que eles iriam fazer com um raio, uma vez que elesencontrassem um. Rex nunca tinha dito muito sobre isso. Ela podia sentir que ele mesmo nãoestava totalmente certo sobre isso. Mas ele tinha lido alguma coisa em algum lugar em uma desuas viagens.

A escola se aproximava, a colisão da luta e apreensão de cedo de manhã elevando dosabor da luta, a amargura de sua língua expandindo para a cacofonia que assaltava toda suamente. Melissa sabia que ela tinha que colocar seus fones logo, apenas para fazê-lo até as aulascomeçarem. Ela diminuiu o velho Ford. Era sempre difícil dirigir, especialmente no início do ano.Ela esperava que sua vaga estivesse livre, através de uma lixeira no terreno vazio do outro ladoda rua de Bixby High. Estacionar em qualquer outro lugar levaria a refletir. O estacionamento daescola por si mesmo era muito perto do redemoinho para uma direção segura.

“Eu odeio este lugar.” Ela soltou.

Rex olhou para ela. Seus pensamentos focados e claros fizeram as coisas melhores porum momento, e ela quase foi capaz de respirar fundo.

“Há uma razão para tudo isso”, ele disse.

Uma razão para o jeito que ela era? Para a agonia que ela sentia todo dia? “Sim. Fazer minha vida uma merda.”

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“Não. Algo realmente importante.”

“Obrigada.”

A suspensão do Ford guinchou embaixo deles enquanto ela fazia uma curva muito

fechada. A mente de Rex hesitou, mas não por causa da direção dela. Ele odiava feri-la, elasabia.

“Eu não quis dizer que sua vida não era –“

“Tanto faz”, Melissa interrompeu. “Não se preocupe com isso, Rex. Eu só não consigosuportar o começo do ano. Melodramas demais todos ligados ao máximo.”

“Sim. Eu sei o que você quer dizer.” “Não, você não sabe.”

O estacionamento estava vazio, e ela foi a ele, desligando o rádio enquanto ela diminuía.Melissa podia dizer que eles estavam quase atrasados – a multidão pairando dentro do prédioestava atormentada, nervosa. Um garrafa explodiu debaixo de um de seus pneus enquanto oFord parava. As pessoas escapavam para cá, para beber no almoço às vezes.

Rex começou a perguntar, então ela o antecipou nisso.

“Eu senti ela noite passada. A garota nova.”

“Eu sabia”, ele disse, batendo no painel em frente a ele, sua animação cortando através dobarulho da escola com uma nota clara e pura.

Melissa sorriu. “Não, não sabia.”

“Ok”, Rex admitiu. “Eu estava com 99 por cento de certeza.”

Melissa acenou, saindo e puxando sua mochila atrás dela. “Você estava totalmenteassustado que você pudesse estar errado. Esse é o como eu sabia quanto certeza vocêtinha.”

Rex piscou, sem entender a lógica dela. Melissa suspirou. Após anos escutando ospensamentos dele, ela entendia umas coisinhas sobre Rex, que ele não sabia de si mesmo.

Coisas, das quais parecia, que ele nunca perceberia.

“Mas sim, ela estava lá fora noite passada”, ela continuou. “Acordada e...” Algo mais. Ela

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não tinha certeza do que mais. Esta nova garota era diferente.

Enquanto eles caminhavam em direção a Bixby High, o último sinal tocou. O som sempresilenciava o rugido na cabeça de Melissa, suavizando ele a um baixo ruído enquanto osprofessores estabeleciam o controle e pelo menos alguns estudantes tentavam se concentrar.

Durante as aulas ela podia quase pensar normalmente.Ela se lembrou da noite passada, no maravilhoso silêncio da hora azul. Mesmo na morte

da noite normal ela tinha se levantado com o barulho de sonhos e terrores noturnos, mas à horaazul estava absolutamente intacta. Esta era a única hora que Melissa se sentia inteira,completamente livre do caos da luz do dia. Por aquela única fatia de cada dia ela na verdadesentia como se ela possuísse um talento, um dom, ao invés de uma maldição.

Melissa tinha sabido o que Rex esperava que ela fizesse no momento que ele tinha

entrado na cafeteria no primeiro dia da escola. Todas as noites desta semana ela tinha rastejadopara fora de sua janela e acima, para o telhado. Procurando.Poderia levar uns poucos dias para acordar pela primeira vez. E ela não sabia onde a nova

garota morava. Dess levou um longo tempo no encalço dela, lá fora na selvagem margem deterrenos ruins.

Na noite passada não havia tido nenhum relâmpago, não que ela pudesse ver. Só umacongelada centelha atrás das nuvens imóveis. Então Melissa tinha limpado seu poleiro no altodos respingos de água e se sentado.

Ela tinha acalmado sua mente – tão simples a se fazer na meia noite – e entrou em contatoatravés de Bixby. Os outros foram fáceis o suficiente para se sentir. Melissa conhecia suasassinaturas, o modo que cada um deles encontravam-se com a hora secreta, com alívio,excitação, ou calma. Todos eles estavam em seus lugares habituais, e as outras coisas queviviam na hora azul estavam escondidas, atemorizadas pelas energias da tempestade.

Uma noite perfeita para fusão.Noite passada ela não tinha tido muito tempo. A nova garota morava muito perto dela ou

era muito forte. Melissa podia sentir ela claramente, a nova forma dela brilhava contra a noitevazia. Melissa provou o lampejo de surpresa primeiro, e então longos momentos de desconfiança,e então um construir lento de uma torrente de alegria que tinha durado fortemente dentro da hora.Finalmente a garota tinha voltado ao sono, despreocupada em duvidar.

Algumas pessoas tinham isso tão fácil.Melissa não sabia exatamente o que pensar da nova garota. Por baixo de suas

inconstantes emoções estava um sabor inesperado, um acentuado gosto metálico, como uma

moeda pressionada contra a ponta da língua de Melissa. O cheiro de energia desenfreada estavaem toda parte, mas talvez tivesse sido apenas a tempestade. E, é claro, algo novo estava semprecheio de sabores desconhecidos, poderes inesperados. Depois de tudo, cada um dos amigos de

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Melissa parecia diferente.Mas Jessica Day parecia... mais do que diferente.Melissa se lembrou de puxar seus fones de sua mochila. Ela precisaria deles para se

chegar através das paredes da sala. Enquanto eles cruzavam a rua, Rex colocou uma mão emseu antebraço, cuidando para não tocar na pele nua, firmando-a, como ele sempre fazia perto das

distrações da escola.Ele a puxou para parar, enquanto um carro passava.

“Cuidado.”

“Ela é esquisita, Rex.”

“A nova garota?”

“Sim. Estranha, até mesmo para um de nós. Ou talvez ela seja pior.”

“Pior como?”

“Normal.”

Melissa ligou seudisc player enquanto eles continuavam, subindo o volume para afastar omaciço rugido da escola, puxando suas mangas para baixo para cobrir suas mãos.

Rex se virou para ela enquanto eles alcançavam a porta da frente. Ele apertou seusombros e esperou até que ela estivesse olhando para ele. Só Rex sabia que Melissa podia lerlábios.

“Você pode encontrar ela?”

Ela respondeu com deliberada suavidade – ela odiava pessoas que gritavam acima damúsica de seus fones. “Sem problema.”

“Logo”, os lábios dele formaram.

Era uma pergunta ou uma ordem? Ela se perguntou. Algo na expressão dele, e apreocupação em sua mente, a perturbou.

“Qual é da pressa?”

“Eu acho que há perigo. Mas do que o de sempre. Há sinais.”

Melissa franziu as sobrancelhas, e então deu de ombros.

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“Não se preocupe. Eu a rastrearei.”

Ela se afastou de Rex, perdendo a resposta dele, incapaz de se concentrar com a escola – com sua rajada de ansiedade, tédio, desejo, energia mal direcionada, preocupação, competição,animação de líderes de torcida, raiva sufocada, um pouco de alegria, e muito medo instantâneo –

que a engoliram.

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5

11h:35min da Manhã

LENDAS RURAIS

“Ok, dez coisas estranhas sobre Bixby...”

Constanza Grayfor folheava seu caderno para uma página em branco e o colocavarecatadamente sobre seus joelhos. As outras garotas na biblioteca esperavam em silêncioenquanto ela escrevia os números de um a dez em uma coluna no lado esquerdo.

“Eu tenho uma”, Jen disse. “A dois invernos atrás, quando eles descobriram o carro doxerife Michael no deserto3.” Ela se virou para Jessica com uma sobrancelha levantada. “Mas semo xerife Michaels.”

“Número um: o desaparecimento do xerife Michaels”, Constanza pronuncioucuidadosamente enquanto ela escrevia.

“Eu ouvi dizer que ele foi morto por traficantes de drogas”, Liz disse. ”Eles têm uma pistade pouso secreta no deserto para quando eles trazem coisas do México. Ele deve ter descobertoonde isso estava.”

“Ou eles o estavam subornando e o traíram.” Constanza disse.

“Sai dessa”, Jen disse. “Eu ouvi dizer que eles descobriram o uniforme, o distintivoe aarma.”

“E daí?”

“E também seus dentes e cabelo. E as unhas dele. O que quer seja que há no deserto émuito pior do que traficantes.”

“Isso é o que traficantes querem que você pense.”

“Oh, como você soubesse.”

3Badland – pode ser terra de ninguém, sem justiça, terras árida ou literalmente terra má.

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Liz e Jen olharam para Jessica, como se fosse para ela resolver o assunto.

“Bem”, Jessica ofereceu, “o deserto parece...ruim.”

“Totalmente.”

“Garotas”, uma voz chamou da mesa da frente da biblioteca. “Era para ser um período deestudo, não um período de conversinha.”

“Eu só estou trabalhando no meu artigo para o jornal, Sra. Thomas,” Constanza explicou.“Eu sou a editora deste ano.”

“E todo mundo na biblioteca tem que fazer o trabalho com você?”

“Sim, eles têm. Eu estou escrevendo sobre as dez coisas que fazem Bixby... especial. OSr. Honório disse que eu preciso de uma grande variedade de dados. É assim como eu deveriaescrever, então eu estou trabalhando, não papeando.”

Sr. Thomas levantou uma sobrancelha. “Talvez os outros tenham seus próprios trabalhos afazer?”

“É a primeira semana de escola, Sra. Thomas”, Jen apontou. ”Ninguém tem nenhum

estudo a sério ainda.”

A bibliotecária passou seus olhos pelas cinco, então se voltou para a tela de seucomputador. “Ok. Só não façam disso um mau hábito.” Ela cedeu. “E tentem manter a algazarra baixa.”

Os olhos de Jessica caíram em seu livro de trigonometria. Ela na verdade já tinha algunstrabalhos sérios a fazer. A aula do Sr. Sanches tinha passado através do primeiro capítulo com avelocidade de um relâmpago, como se eles tivessem começado o livro no ano passado. Jessicaestava bastante certa que ela entendia o que Sanchez tinha tratado no capítulo dois, mas algunsconceitos que se mantinham pipocando, eram simplesmente incompreensíveis. O Sr. Sanchezparecia convencido que Jessica tinha estado em uma classe avançada em Chicago e que ela sópermanecia quieta por que ela estava muito a frente do resto deles. Não exatamente.

Jessica sabia que ela deveria estar estudando, mas ela se sentia, muito inquieta, muitocheia de energia. Seu sonho da noite anterior tinha feito algo com ela. Ela não tinha certeza do

que. Ela não estava nem certa de que tinha sido um sonho.Ela realmente tinha saído caminhando sonâmbula? O moletom de Jessica tinha ficado molhado de algum modo.Mas você realmente poderia andar por ai na chuva sem acordar? Talvez ela estivesse ficando levemente

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louca.Mas o que quer que tenha acontecido na noite passada, foi maravilhoso. Sua irmã, Beth,

tinha atirado seu habitual mau humor do café da manhã, gritando que ela nunca poderia começarde novo em Bixby, depois de passar os treze anos de sua vida em Chicago. Papai, sem nenhumtrabalho para ir, não tinha se levantado. E mamãe tinha estado em uma imensa pressa para

chegar a seu novo trabalho, deixando para Jessica a ingrata tarefa de levar sua irmãzinha porta afora. Mas de algum modo os dramas matinais não a tinham incomodado. O mundo parecia estarajustado hoje. Jess finalmente sabia o caminho de todas as suas aulas, e sua combinação doarmário, tinha girado como sem dedos, sem nenhum raciocínio. Tudo parecia de repente familiar,como se ela tivesse vivido aqui em Bixby por anos.

Em qualquer caso, Jessica estava muito agitada para estar lendo um livro de matemática.E escutar seus novos amigos falarem sobre a estranha história de Bixby era muito mais

interessante que trigonometria. Constanza Grayfoot era bonita, com cabelo liso e preto e pele corde oliva e só um traço de um sotaque. Ela e suas amigas eram todas juniores, um ano mais velhaque ela, mas Jessica não se sentia mais jovem em torno delas. Era como se ser a nova garota dacidade grande tivesse adicionado misteriosamente um ano a sua idade.

“Eu tenho outra”, Maria disse. “Como há um toque de recolher aqui?”

“Numero dois: Toque de recolher irritante”, soletrou Constanza.

“Toque de recolher?” Jessica perguntou.

“Sim.” Jen rolou seus olhos. “Acima, em Tulsa, e mesmo no condado de Broken Arrow,você pode ficar fora tão tarde quanto você queira. Mas em Bixby, se é depois das onze, você estáproibida. Até que você tenha mais de dezoito. Você não acha isso estranho?”

”Isso não é estranho, só é pouco convincente” Disse Liz.

“Tudo em Bixby é estranho.”

“Tudo em Bixby épouco convincente.”

“Você acha que Bixby é estranha, Jessica?” Jen perguntou.

“Bem,não na verdade. Eu gosto daqui.”

“Você está brincando”, Liz disse. “Depois de viver em Chicago?”

“Sim, é legal aqui.” Jessica se sentia estranha em dizer as palavras, mas elas eram

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verdade. Ela tinha estado feliz esta manhã, pelo menos. Mas as outras quatro garotas estavamolhando para ela como se elas não acreditassem nela. “Eu aposto que haja alguma coisa maisestranha em Bixby. Como a água. Ela tem gosto engraçado. Mas vocês já sabem disso.”

Elas olharam para ela como expressões pasmas.

“Mas vocês sabem, eu acho que uma vez que eu me acostume a isso – “ Jessicacomeçou.

“E quanto aos poços de cobra?” Interrompeu Maria.

Um momentâneo silencioso caiu sobre a mesa. Jessica viu a Sra Thomas olhar para cima,seu interesse provocado no momento pelo súbito silêncio, então voltou para sua tela.

Constanza acenou. “Numero três: Poço de cobra.” Sua voz estava apenas acima de umsussurro

“Ok.” Jessica disse. “Eu vou supor que este poço de cobras é mais do lado estranho que opouco convincente?”

“Sim”, Liz disse. “Se você acredita em toda aquela coisa.”

“Que coisa?” Jessica perguntou.

“Lendas idiotas”, Liz disse. “Como, supostamente as panteras que vivem lá.”

“Ela escapou de um circo que veio há muito tempo atrás“, Jen disse. “Há artigos sobre issona biblioteca, vinda do cartório de Bixby nos anos de 1930 ou algo assim.”

“Artigos que você na verdade leu?” Liz perguntou.

Jen rolou seus olhos. “Talvez eu não tenha, mas todo mundo –“

“E esta pantera é, tipo, de oitenta anos?” Liz interrompeu.

“Bem, talvez não em 1930...”

“De qualquer modo, Jessica”, Liz disse. “O poço de cobras é apenas este lugar brega ondevocê encontra velhas pontas de flechas. Dos indígenas. Grande coisa.”

“Nós o chamamos de nativos americanos.” Constanza corrigiu.

“Mas isso vem dos verdadeiros velhos tempos”, Maria disse, “antes dos anglos mudarem

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todas as outras tribos daqui para o leste. Era uma vila onde os nativos originais de Oklahomacostumavam viver – povos das cavernas da idade da pedra, não os nativos americanos quevivem aqui agora.”

“Você está certa, isso não é brega”, Jessica disse. “Mas é difícil imaginar Bixby da idade dapedra.”

“Não são só pontas de flechas”, Jen explicou séria. “Há esta pedra grande que se projetado chão, bem no meio do poço das cobras. As pessoas vão lá à meia noite. E se você fizer umcerto símbolo de rochas, ele mudará bem em frente a seus olhos, exatamente na badalada dasdoze.”

“Mudar no que?”

“Bem... as pedras não mudam em nada”, Jen disse. ”Elas ainda são rochas. Mas elas semovem.”

“Folclore”, Liz declarou.

“Meu irmão mais velho fez isso um ano atrás”, Maria disse. ”Isso o assustou horrivelmente.Ele nem mesmo fala sobre isso agora.”

Jen se inclinou a frente, ainda falando em uma silenciosa voz de história de fantasmas. “Emesmo embora os arqueólogos tenham estado trabalhando lá a muito tempo, você ainda podeencontrar pontas de flechas se você procurar. Elas são, tipo, de uma centena de anos.”

“Dez mil anos você quer dizer.”

Jessica e as outras se viraram para olhar através da biblioteca. Era Dess, a garota da aulade matemática de Jessica, sentada sozinha em um canto.

“Ok...” Liz disse lentamente, seus olhos rolando um pouco para as outras garotas na mesa.Então ela sussurrou, “Falando em brega.”

Jessica olhou de volta para Dess, que não parecia ter escutado. Ela tinha descido suacabeça de volta a seu livro, lendo através dos óculos escuros, como se não estivesse maisinteressada na conversa delas. Jessica não tinha notado Dess, mas ela deve ter estado lá operíodo inteiro, acampada em seu canto na biblioteca, livros e papéis espalhados em torno dela.

“Número quatro...” Constanza começou, sua caneta verde pousada acima do papel. Jensoltou uma risadinha, e Maria fez um gesto de silêncio, abafando.

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Jessica olhou abaixo para seus livros, especialmente para o pesado volume detrigonometria. Sua energia estava começando em seu costumeiro desvanecer pré-almoço. Elagostava de Constanza e seu grupo, mas o modo que elas tinham caçoado de Dess, deixara umgosto ruim em sua boca. Ela se lembrou de como as coisas tinham sido para ela em Chicago,antes dela se mudar para cá e se tornar a senhorita popular.

Jessica olhou para Dess de novo. Um de seus livros sobre a mesa era Iniciação àTrigonometria. Se Dess fosse metade do quão inteligente ela fingia ser, podia valer à pena pedirpor sua ajuda.

“Eu na verdade devia ter alguns trabalhos feitos”, Jessica disse. ”Minha mãe ficou maluca eme colocou em todas essas aulas avançadas. Trigonometria já está me matando.”

“Ok”, Constanza disse. ”Mas se você pensar em algo mais estranho sobre Bixby, se

certifique de me dizer. Eu quero ter a perspectiva da nova garota.”

“Eu manterei você informada.”

Jessica reuniu seus livros e foi para o canto. Ela se sentou do outro lado da mesa baixa deDess. Os pés da garota estavam apoiados sobre a mesa, brilhantes anéis de metal decorandoseus tornozelos acima da meia-calça preta.

Jess pensou ter escutado um sussurro da mesa de trás, mas o ignorou.

“Dess?”

A garota olhou para ela inexpressiva. Sem impaciência ou aborrecida, só estranhamenteneutra atrás dos óculos.

Os dedos de Jessica começaram a puxar seu livro de trigonometria da pilha de livros.

“Você acha que...” Sua pergunta titubeou. O olhar de Dess era tão frio e direto. “Eu sóqueria perguntar a você”, Jess começou de novo, ”Umh... você sempre usa óculos escurosquando você lê?”

“Nem sempre. Eles me fazem tirá-los na aula.”

“Oh. Mas por que – “

“Eu sou fotofóbica4. A luz do sol machuca meus olhos. Muito.”

“Ow. Eles então deviam deixar você usar óculos escuros na sala.”

4 Pessoa com sensibilidade a luz.

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“Eles não deixam. Não há regra. Mas eles não deixam.”

“Talvez se você conseguir um atestado de seu médico.”

“E quanto a você?” Dess perguntou.

“Quanto a mim, o quê?”

“Seus olhos doem na luz?”

“Não”, Jessica disse.

“Isso é estranho.”

Jessica piscou. Ela estava começando a desejar que ela tivesse ficado na outra mesa.Dess tinha sido interessante para conversar na aula de trigonometria, mas não interessante deum modo divertido. As garotas na mesa de Constanza deviam estar se perguntando o que elaestava fazendo aqui, falando com esta garota. Jessica certamente estava.

Mas ela tinha que perguntar: ”Como isso é estranho?”

Dess colocou seus óculos para baixo, metade de um centímetro, e fitou dentro dos olhosde Jessica, uma expressão concentrada em seu rosto. “É só q ue algumas pessoas, certaspessoas, que andam em Bixby descobrem que a luz do sol aqui é terrivelmente brilhante. Elas derepente precisam de óculos de sol e de usá-los o tempo todo. Você não?”

“Eu não. Isso realmente acontece com muitas pessoas?”

“Uma seleta quantidade.” Dess empurrou seus óculos de volta. “Esta é uma das dez coisasestranhas em Bixby.”

Jess se inclinou de volta a cadeira e murmurou. ”Dez mil, você quer dizer.”

Dess sorriu de volta para ela, acenando em concordância. Vendo a expressão satisfeita,fez Jessica se sentir melhor. De certo modo ela lamentava por Dess. As outras garotas tinhamsido grossas, e Dess não era tão mal.

“Então, Jessica, você quer sabe uma coisa realmente estranha sobre Bixby?”

“Claro. Por que não?”

“Olha só”, Dess empurrou um livro da biblioteca ao acaso de uma prateleira atrás dela e o

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estendeu para Jessica.

“Hmm. Vanity Fair, exceto que não é uma revista, é um livro de cento e cinquenta páginas.Assustador.”

“Não, na lombada*. O selo de Bixby.”

Jessica olhou para o pequeno adesivo branco que marcava o livro de propriedade dabiblioteca de Bixby High. Debaixo do código de barras estava um logotipo: um sol radiante.

“O que, o solzinho?”

“Não é um sol, é uma estrela.”

“O sol é uma estrela. Eu ouvi em algum lugar.” “No espaço, a mesma coisa. Na simbologia, eles são diferentes. Vê as pontinhas saindo

dele? Conte-os.”

Jessica suspirou e apertou os olhos para o adesivo. “Treze?”

“Isso mesmo, Jess. É uma estrela de treze pontas. Parece familiar?”

Jessica apertou seus lábios. Isso parecia familiar. “Sim, na verdade há uma placa comoessa em nossa casa. Uma antiga. O corretor disse que nos velhos tempos ela mostrava se vocêpossuía seguro. Os bombeiros não apagariam um incêndio, se sua casa ao menos tivesse um.”

“Isso é o que todo mundo diz. Mas há uma placa como esta em cada casa em Bixby.”

“Então as pessoas não queriam que suas casas sofressem um incêndio. O que há deestranho sobre isso?”

Dess sorriu de novo, estreitando seus olhos. “E há uma grande estrela n a entrada daprefeitura. E uma no topo do cartório de Bixby e pintado sobre o chão dentro de cada entradadesta escola. Todas aquelas estrelas tem treze pontas também.” Ela se inclinou para frente,falando rápido e silenciosamente. “O conselho da cidade tem treze membros, quase cada lancede escadas na cidade tem treze degraus, e Bixby, Oklahoma tem treze letras.

Jessica balançou sua cabeça. “Que quer dizer?”

“Que quer dizer que Bixby é a única cidade que eu tenha ouvido de onde o treze éconsiderado um número de sorte. E não é só sorte, mas necessidade.”

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Jessica tomou um fôlego. Ela olhou acima para as prateleiras atrás da cabeça de Dess.Agora que Dess tinha apontado elas, ela podia ver adesivinhos brancos claramente, fileiras apósfileira pairavam sobre as duas. Centenas de estrelas de treze pontas.

Ela deu de ombros. “Eu acho que é bem estranho, Dess.”

“Você ainda acha sonhos engraçados?”, a garota perguntou.

Um calafrio percorreu lentamente acima pela espinha de Jessica. “O que?”

“Lembra em trigonometria? Eu disse a você que a água daqui daria a você sonhosengraçados. Eles já começaram?”

“Oh, sim”, A mente de Jessica começou a correr.

Por alguma razão, ela não queria dizer a Dess sobre seu sonho. Ele parecia tão perfeito,tão acolhedor. E então ela teve certeza de que Dess diria algo para arruinar o sentimento queaquele sonho tinha deixado a ela. Mas a garota estava olhando para ela tão intensamente, osolhos exigindo uma resposta.

“Talvez”, Jess disse lentamente. “Eu meio que tive um sonho estranho. Mas talvez não

fosse um sonho. Eu não tenho certeza.”

“Você descobrirá em breve o suficiente.” Dess olhou acima para o relógio da biblioteca esorriu. “Em 43, 207 segundos, para ser exata.”

Sete segundos depois o sinal tocou para o almoço.

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6

12h:01min da tarde

JONATHAN

Jessica se moveu em direção ao almoço, um punhado de nervos cerrados em seuestômago.

Dess tinha dado arrepios de novo, como naquele primeiro dia em trigonometria, Jessicapodia ver o porquê de Dess não ter muitos amigos. Toda vez que Jess sentia como se elasestivessem começando a se conectar, a garota fazia alguma estranha observação astuta, comose ela quisesse convencer Jessica que ela tinha poderes psíquicos. Tudo o que Jessica queriaera um pouco de ajuda com trigonometria, não um curso nos ocultos modos de Bixby, Oklahoma.

Jessica suspirou enquanto ela fazia seu caminho em direção à cafeteria. Agora que elapensou sobre isso, Dess não era realmente todo aquele mistério. Só triste. Ela estava repelindoJessica sob um propósito. O desnorteante, ir e voltar de suas conversar era, provavelmente,querendo excluir as pessoas. Brincar com a cabeça das pessoas era mais fácil do que conhecer econfiar nelas. Talvez ela tivesse medo.

Mas Dess nunca parecia assustada, só calma e confiante. Entretanto suas palavras

estavam fora do muro, ela sempre as entregava de maneira inteligente. Dess falava como se elavivesse em um mundo alienígena com regras completamente diferentes, tudo o que fazia perfeitosentido para ela.

Que era outro jeito de dizer que ela era louca.Por outro lado, algo dentro de Jess sentia como se Dess estivesse na verdade tentando se

comunicar com ela. Estava tentando ajudá-la a entender sua própria cidade, ou talvez mesmoalertá-la sobre algo. Dess tinha estado totalmente correta sobre o sonho estranho. É claro, o que

não necessariamente fazia de Dess uma leitora de mentes e não significava que o suprimento deágua de Bixby tinha causado isso. Um monte de pessoas tinha sonhos engraçados quando elasiam para novos lugares. Dess provavelmente percebeu que Jessica estava assustada sobre semudar e tinha decidido que seria engraçado assustá-la um pouquinho mais.

E tinha funcionado.Enquanto Jess alcançava a lanchonete, o leve cheiro rançoso de fritura varreu através das

portas duplas abertas, junto com o rugido de centenas de vozes. O passo de Jessica diminuiu

enquanto ela cruzava o limiar. Como a nova garota, ela ainda experimentava uns poucossegundos de pânico enquanto tentava descobrir onde se sentar, não querendo ofender os novosamigos ou se enfiar com pessoas que ela não tinha certeza.

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Por um momento Jessica quase desejou que seu pai não tivesse decidido começar a fazeralmoços para ela. Esperar na fila pela gororoba oficial da escola de Bixby High, teria dado a elamais tempo para saber onde se sentar. O que, talvez, era a razão dos almoços de escola teremsido inventados. Certamente não tinha sido por seu valor nutricional. Ou seu sabor.

Enquanto seus olhos estudavam a sala, as borboletas no estômago de Jessica começaram

a flutuar de novo. Lá estava Dess, olhando direto para ela. A garota deve ter usado alguma rotamais rápida para a lanchonete através do labirinto de Bixby High. Ela se sentava em uma mesa,em um canto distante, com dois amigos. Como ela, eles estavam todos de preto. Jessreconheceu o garoto do primeiro dia da escola. Ela se lembrou do momento de ansiedade aoentrar em Bixby High pela primeira vez, aterrorizada de que ela estivesse atrasada. A memóriaera estranhamente clara, a imagem dos óculos dele arremessados para fora, estava cimentadaem sua mente. Jessica se perguntou o porquê dela não tê-lo visto por ali desde então. Com seu

longo casaco preto, o garoto deveria chamar atenção em Bixby. Havia tido um bando de garotoscomo ele e Dess na escola pública 141, mas só havia três ou quatro aqui. Era muito quente eensolarado em Oklahoma para fazer a coisa toda de vampiro.

Ao menos, é claro, você fosse “fotofóbico”, se Dess tinha estado falando a verdade sobreisso.

Agora, o garoto estava olhando para Jessica também, como se ele e Dess estivessemesperando que ela se juntasse a eles. A outra garota na mesa estava olhando para o espaço, osfones sobre as orelhas.

Jessica olhou ao redor, por qualquer lugar onde se sentar. Ela não estava pronta paranenhum jogo mental hoje. Ela procurou por Constanza e Liz, mas ela não podia vê-las, ou anenhuma das outras garotas da mesa da biblioteca. Seus olhos procuraram por um rosto familiar,mas Jess não reconheceu nenhum. As hordas de rostos borraram-se em uma confusa massa. Acafeteria deslizou para fora do foco, um vertiginoso rugir de vozes a assaltando por todos oslados. Seu momento de hesitação se prolongou, subitamente transformado em total confusão.

Mas de alguma forma seus pés mantiveram caminhando, trazendo ela mais perto da mesade Dess. A garota e seus amigos eram a única parte estável da sala. O instinto carregou Jessicaem direção a eles.

“Jessica?”

Ela se virou, reconhecendo um rosto fora do borrão. Um rosto muito atraente.

“Eu sou o Jonathan da aula de física. Se lembra?”

O sorriso dele atravessou a névoa envolvendo ela. Seus olhos castanhos escuros estavammuito em foco.

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“Claro. Jonathan. Física.” Ela tinha notado ele na aula. Qualquer um teria.

Jessica ficou lá, incapaz de dizer algo mais. Mas pelo menos ela tinha parado de andar emdireção à mesa de Dess.

Um olhar de preocupação cruzou o rosto dele. “Você quer se sentar?”

“Sim. Isso seria ótimo.”

Ele guiou Jessica a uma mesa vazia, no canto oposto ao de Dess. Sua tontura começou adiminuir. Ela, agradecida, largou sua mochila e o saco de almoço sobre a mesa, enquanto sesentava.

“Você está bem?” Jonathan perguntou. Jessica piscou. A cafeteria tinha voltado ao seu normal: barulhenta, caótica, e um pouco

fedida, mas não mais uma montanha russa. Sua desorientação tinha desaparecido tão de repentequanto tinha chegado. “Muito melhor.”

“Você pareceu como se fosse tomar um tombo.”

“Não, eu... Sim, talvez. Semana difícil.“ Jessica queria adicionar que ela geralmente nãoagia como um zumbi em frente a caras bonitos, mas de algum modo não podia descobrir aspalavras certas. “Eu acho que só preciso comer.”

“Eu também.”

Jonathan virou sua sacola de almoço, derramando os conteúdos sobre a mesa. Uma maçarolou perigosamente perto da beira da mesa, mas ele a ignorou. Ela parou por pouco de cair ao

chão. Jessica levantou uma sobrancelha enquanto ela via a pilha de comida dele. Ela incluía trêssanduíches, um saco de fritas, uma banana, e um copo de iogurte e mais a maça instável.

Jonathan era magro como um comboio. Uma fome de comboio5. Ele agarrou umsanduíche da pilha, puxou o plástico que o envolvia, e o rasgou.

Jessica olhou para seu próprio almoço, como sempre, seu pai tinha estado entediado noitepassada e criado algo elaborado. Queijo ralado, carne moída, alface picada e tomate, todosocupados em seus próprios cantinhos da divisão do recipiente. Um par de tacos duros era visível

através do plástico de outro recipiente. Os tacos já estavam quebrados. Jess suspirou e abriu osrecipientes, atirando todos os ingredientes e começando a misturá-los.

5 Rail – vara, vareta, transporte ferroviário, trilho, significados no surfismo e skaitismo. Traduzi com o que daria mais encaixe.

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“Mmm, salada de taco”, Jonathan disse. “Cheira bem.”

Jessica acenou. O aroma apimentado vinha da carne, que tinha suavizado o cheiro defrituras da cafeteria da escola. “Meu pai está se envolvendo com a cozinha do sudoeste muitobem.”

“Sanduíches sovados.”

“Aquele parece bom.”

“Eles tem manteiga de amendoim no pão de banana. Todos os três. Isso é uma economiade tempo. Eu acho.”

“Economiza fatiar bananas. Eu não posso acordar cedo o suficiente para fazer qualqu ercoisa enfeitada.”

“Mas os três?”, ela perguntou.

Ele deu de ombros. “Isso não é nada. Alguns pássaros comem seu próprio peso corporal acada hora.”

“Desculpe, eu senti falta das penas em você.”

Jonathan sorriu. Ele parecia com sono. Seus olhos nunca estavam bastante abertos, maseles piscaram quando ele sorriu.

“Ei, se eu não conseguir calorias o suficiente, sou eu quem vai desmaiar.” Ele abriu osegundo sanduíche e deu uma enorme mordida, como se falar tanto deixasse ele atrasado.

“Isso me lembra”, Jessica disse, ”obrigada por me salvar. Teria sido um boa jogada, cair decara em frente a escola inteira na minha primeira semana aqui.”

“Você sempre pode culpar a água de Bixby.”

O garfo de Jessica parou a poucos centímetros de sua boca. “ Você tamb ém não gostadela?”

“Eu me mudei para cá a mais de dois anos, e eu ainda não posso bebê -la.” Jonathan deude ombros.

Jessica sentiu o punho de nervos em seu estômago abrir um pouco. Ela tinha começado a

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pensar que todo mundo na cidade tinha nascido e se educado aqui, e que ela era a primeira defora que eles tinham visto. Mas Jonathan era outro estranho neste estranho lugar.

“De onde você vem?”, ela perguntou.

“Philadelfia. Bem, de fora de qualquer maneira.”

“Eu venho de Chicago.”

“Eu ouvi.”

“Oh, certo. Todo mundo sabe tudo sobre a nova garota.”

Ele sorriu, dando de ombros. “Nem tudo.”

Jessica sorriu de volta para Jonathan. Eles comeram em silêncio, por enquanto, ignorandoo rugir da cafeteria em torno deles. Sua salada de taco realmente estava boa, agora que elaprestou atenção nisso. Talvez ter um pai dono de casa não fosse tão mal. E o quieto banquetearde Jonathan em seus sanduíches era de algum modo reconfortante. Jessica se sentia confortávelde um jeito que ela não tinha, desde que chegou a Bixby. Ela se sentiu... normal.

“Então, Jonathan”, ela disse depois de uns minutos. “Posso te perguntar uma coisa?”

“Claro.”

“Quando você chegou aqui, você achava que Bixby era de algum modo estranha?”

Jonathan mastigou pensativamente.

“Eu ainda acho Bixby estranha”, ele disse. “E não só um pouco –muito. Não é só a água.Ou um covil de cobras ou todos aqueles rumores engraçados. É...”

“O que?”

“É só que Bixby é realmente... psicossomática.”

“É o que?”, ela perguntou. “Isso significa que „tem algo em sua cabeça‟ ou alguma coisaassim?”

“Sim. Como quando você fica doente, mas seu corpo esta ok de verdade. Sua mente tem opoder de fazer você ficar doente. Essa é Bixby, totalmente: psicossomática. O tipo de lugar quedá a você sonhos estranhos.”

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Jessica quase engasgou com o garfo cheio de salada de taco.

“Eu disse alguma coisa?” Jonathan perguntou.

“Mm–mm”, ela falou, limpando sua garganta. “Pessoas ficam dizendo coisas estranhas que

não fazem...” Jess parou. “Que não faz muito sentido.”

Jonathan olhou para ela cuidadosamente, seus olhos castanhos se estreitando ainda mais.

“Ok, eu acho que isso pode soar um pouco louco”, Jess admitiu. “Mas algumas vezesparece que as pessoas daqui de Bixby sabem o que esta acontecendo dentro da minha cabeça.Ou, pelo menos, eu acho que uma pessoa sabe. Tem essa garota – metade do tempo ela falamaluquices, mas a outra metade é como se ela lesse a minha mente.”

Jessica percebeu que Jonathan tinha parado de comer. Ele estava olhando para elaatentamente.

“Estou parecendo maluca?”, ela perguntou.

Ele deu de ombros. “Eu tive um amigo em Filadélfia, Julio, que ia ver uma vidente cada vezque ele tinha cinco dólares para torrar. Ela era uma idosa que vivia em uma loja no centro da

cidade, com uma mão roxa neon na janela.”

Jessica riu. “Nós tínhamos leitores de palmas como esses em Chicago.”

“Mas ela não lia palmas ou olhava em uma bola de cristal”, Jonathan disse. “Ela apenasfalava.”

“Ela era psíquica de verdade?”

Jonathan balançou sua cabeça. “Eu duvido disso.”

“Você não acredita nessa coisa?”

“Bem, não tão longe quanto isso vai.” Jonathan deu uma mordida, mas continuou falando.“Eu fui com Julio uma vez para assistir, e eu acho que descobri como funcionava. A mulher diziaestranhas coisas aleatórias, uma após a outra, até que algo tocou um sino, com o que Julio eseus olhos se iluminaram. Ela tinha continuado naquela direção, e ele começou a falar e dizer aela tudo. Seus sonhos, o que o preocupava, sei lá. Ele pensou que ela estava lendo sua mente,mas ela só estava fazendo ele lhe dizer o que estava acontecendo em sua cabeça.

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“Parece um bom truque.”

“Eu não tenho certeza se era um truque”, Jonathan disse. “Quero dizer, ela realmenteparecia ajudar Julio. Quando ele ia fazer algo idiota, ele não escutava mais ninguém, mas elapodia sempre botar juízo nele. Como quando ele tinha decidido fugir de casa uma vez, foi ela quefalou para ele sair dessa.”

Jessica abaixou seu garfo. “Então ela não estava apenas afanando ele.”

“Bem, a coisa engraçada é que eu não tenho ce rteza do que ela estava fazendo. Talvezisso fosse instintivo e ela realmente pensava que fosse psíquica, sabe? Mas ela não era psíquicade verdade, só psicossomática.”

Jessica sorriu, dando uma mordida pensativa em sua salada. A mulher que Jonathan tinhadescrito soava muito como Dess. Suas estranhas e sondantes perguntas, e as declaraçõesaleatórias, tudo entregue com total autoridade, tinha quase feito Jessica começar e acreditar queDess tinha algum tipo de poder especial. Ou pelo menos, eles tinham enganado ela o suficientepara assustá-la. Talvez estivesse tudo em sua cabeça. Se Jessica acreditava que Dess tinhaalgum tipo de poder especial, então de certo modo, ela o tinha.

Em qualquer caso, Dess certamente colocava a loucura para trás em psicossomatismo.

“Então isso é possível”, Jonathan continuou, ”essa garota que você conhece não écompletamente maluca. Ela deve ter um diferente modo de se comunicar, mas talvez ela tenhaalgo importante a dizer.”

“Sim, talvez”, Jessica disse. “Mas o que quer que seja, eu só desejo que ela venha e diga.”

“Talvez você não esteja pronta para ouvir.”

Jessica olhou para Jonathan com surpresa. Ele piscou seus sonolentos olhos castanhospara ela, inocentemente.

“Bem, talvez você esteja certo”, ela disse, encolhendo os ombros. “Mas até então, eu nãovou me preocupar sobre isso.”

“Faz sentido.”

Jessica sorriu para aquelas duas palavras enquanto Jonathan atacava seu últimosanduíche. Essa coisa sobre tempo fazia sentido.

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7

12h:00min da Noite

LUA ESCURA

Naquela noite o sonho azul voltou.Jessica tinha estado deitada acordada e olhando para o teto, aliviada por ser finalmente

final de semana. Amanhã, ela estava determinada a finalizar o desempacotamento. Procuraratravés das quatorze caixas pilhadas, em torno de seu quarto, estava ficando antiquado. Talvezorganizar suas coisas, faria ela se sentir um pouco mais sob controle.

Ela devia ter estado mais cansada do que ela tinha percebido. O sono roubado dela tãosilenciosamente que, sonhar, pareceu colidir com a consciência. Era como se ela piscasse e tudomudasse. Subitamente o mundo era azul, o baixo zumbido do vento de Oklahoma engolido pelosilêncio.

Ela se sentou, de repente alerta. O quarto estava preenchido com a familiar luz azul.

“Ótimo“, ela disse suavemente. “Isso de novo.”

Hoje à noite Jessica não perderia tempo tentando voltar ao sono. Se este era um sonho,ela já estava dormindo. E isso era um sonho. Provavelmente.

Exceto o assunto do moletom ensopado, é claro.Ela deslizou de debaixo dos cobertores e vestiu um jeans e uma camiseta. A chuva sem

movimento tinha sido maravilhosa, então ela poderia muito bem ver que maravilhas que suasubconsciência tinha inventado desta vez.

Jessica olhou ao redor cuidadosamente. Tudo estava acentuado e claro. Ela se sentia

muito calma, sem nada nebulosamente doidão. Ela se lembrou de uma aula louca, que ela tinhatido no ano passado, que foi chamada de „sonho lúcido‟. A luz era exatamente a mesma, como em seu sonho da noite anterior, um profundo índigo

que brilhava de cada superfície. Não havia sombras, nenhum canto escuro. Ela espreitou em umade suas caixas e pôde ver tudo dentro dela com igual e perfeita claridade. Cada objeto pareciabrilhar suave interiormente.

Ela olhou para fora da janela. Não havia diamantes flutuando dessa vez, só uma ruaquieta, tão imóvel e plana quanto uma pintura.

“Isso é chato.” Ela murmurou.

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Jessica se arrastou até a porta e a abriu cuidadosamente. Algo neste sonho, a fez quererrespeitar o profundo silêncio; na luz azul o mundo parecia secreto e misterioso. Um lugar para seesgueirar.

A meio caminho da sala a porta de Beth estava entreaberta. Jess a colocou abertatemporariamente.

O quarto de sua irmã estava iluminado no mesmo azul profundo como o dela próprio. Eleestava envolvido no mesmo silêncio e insipidez, porém ele estava preenchido caoticamente comas roupas de Beth em torno do piso. Sua irmã tinha feito ainda menos, do desfazer de malas queJess.

Uma forma preenchia a cama. A pequena forma estava enrolada desconfortavelmente nascobertas.

Desde a mudança Beth não tinha estado dormindo bem, o que a mantinha em um

constante estado de irritação.Jessica cruzou até a cama e se sentou gentilmente, pensando em quão pouco tempo elatinha gastado com Beth, desde que elas tinham chegado a Bixby. Mesmo nos meses anteriores amudança, as birras de sua irmãzinha, tinham tornado impossível ficarem juntas. Beth tinha lutadocom a ideia de deixar Chicago a cada passo no caminho, e todos na família tinham tomado ohábito de evitá-la quando ela estava de mal humor.

Talvez este fosse o porquê, que este sonho a tinha levado ali. Tendo que se acostumar aBixby, Jessica não tinha pensado muito sobre os problemas de sua irmã.

Ela estendeu e descansou uma mão suavemente sob a forma dormindo de Beth.Jessica jogou-se para trás, um calafrio correndo através dela. O corpo embaixo das

cobertas parecia errado. Ele estava duro, tão inflexível quanto um manequim de plástico em umavitrine de loja.

Subitamente a luz azul pareceu fria ao redor dela.

“Beth?” Sua irmã nãose moveu. Jess não podia ver nenhum sinal de respiração.

“Beth, acorde.” Sua voz falhou de um sussurro para um choramingar. “Pare de brincar. Por favor?”

Ela balançou sua irmã com ambas as mãos.

A forma sob as cobertas não se moveu. Ela era pesada e dura.

Jessica alcançou os cobertores de novo, incerta se ela queria revelar o que estava porbaixo, mais incapaz de parar a si mesma. Ela se levantou, dando um passo nervoso para longedo lado da cama, enquanto ela estendia e puxava as roupas de cama para longe com umafrenética sacudida.

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“Beth?”

O rosto de sua irmã era um giz branco, tão imóvel quanto uma estátua. Os olhossemiabertos brilharam como mármore verde. Uma mão branca e congelada apertava os lençóisbagunçados como uma garra pálida.

“Beth!” Jessica soluçou.

Sua irmã não se moveu.

Ela se aproximou e tocou a bochecha de Beth. Ela estava tão fria e dura quanto umapedra.

Jessica se virou e correu através do quarto, quase tropeçando nas pilhas de roupas. Ele

jogou a porta aberta e correu pelo corredor e em direção ao quarto de seus pais.

“Mãe! Pai!” Ela gritou.

Mas enquanto Jessica tropeçava em hesitação em frente, para o quarto de seus pais, ogrito morreu em sua garganta. A porta fechada estava fria e imóvel perante ela. Não havia som ládentro. Eles deviam tê-la escutado.

“Mãe!”

Não houve resposta.

Se ela abrisse e seus pais estivessem como Beth? A imagem de sua mãe e pai tãobrancos, estátuas congeladas – coisas mortas – a paralisaram. Sua mão tinha quase alcançado amaçaneta, mas ela não podia fazer seus dedos se fecharem sobre ela.

“Mamãe?”, ela chamou, suavemente.

Nenhum som veio de dentro do quarto.Jess se afastou da porta, subitamente aterrorizada que ela abrisse, que algo pudesse sair.

Este pesadelo podia ter qualquer coisa armazenada para ela. A casa não familiar pareciacompletamente estranha agora, azul e fria e vazia de qualquer coisa viva.

Ela se virou e correu para seu próprio quarto. A meio caminho de lá, ela passou pela portade Beth, ainda escancarada. Jessica virou seus olhos para longe tarde demais, e viu um terrívelflash da forma branca exposta sem vida de sua irmã sobre a cama.

Jessica se trancou em seu quarto e fechou bem a porta atrás dela, caindo em um monte desoluços sobre o chão. O primeiro sonho tinha sido tão bonito, mas este pesadelo era

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completamente horrível. Ela só queria acordar.Lutando contra seu terror, ela tentou pensar o que o sonho devia significar.Jessica tinha estado tão envolvida em seus próprios problemas, ela não tinha visto o óbvio.

Beth precisava dela. Ela tinha que parar de agir como se a raiva da irmã fosse apenas uminconveniente.

Ela abraçou seus joelhos em seu peito, suas costas na porta, prometendo a si ser maislegal com Beth amanhã.

Jessica esperou pelo sonho terminar.Esperando que desta vez, nada mais dele houvesse sido deixado no mundo real.

Nenhuma Beth congelada, nenhum moletom ensopado. Só a manhã ensolarada e o fim desemana.

Lentamente, gradualmente, as lágrimas de Jessica se esgotaram, e o sonho azul por si

mesmo a envolveu. Nada mudou ou se moveu.A silenciosa luz fria brilhava em toda parte e de lugar nenhum, o silêncio deitava-se total eabsoluto. Nem mesmo os rangidos e estalos de uma casa a noite podia ser escutado.

Então quando o arranhar veio, Jessica levantou sua cabeça de uma vez.Havia uma forma na janela, uma silhueta de forma pequena escura contra o continuo brilho

da rua. Ela se moveu suave e sinuosamente, dando passos felinos para frente e para trás damoldura da janela, então parou para arranhar contra o vidro.

“Gatinho?” Jessica disse, sua voz rouca pelo choro.

Os olhos do animal capturaram a luz por um momento, refletindo um roxo profundo.Jessica ficou tremendo, suas pernas como agulhas e alfinetes. Ela se moveu lentamente,

tentando não assustar o gato. Pelo menos algo mais estava vivo aqui nesse odioso pesadelo.Pelo menos ela não estava mais sozinha com a forma sem vida no quarto de Beth. Ela foi até a janela e olhou lá fora.

Era insinuante e fina, brilhante e preta. Músculos ondulavam embaixo de sua pele cor demeia-noite, o animal parecia tão forte quanto um gato selvagem de alguma espécie, quase comouma miniatura de chita negra. Ela se perguntou por um momento se era mesmo um gatinho. Seupai tinha dito que lá havia linces e pequenos felinos selvagens, na zona rural em torno de Bixby.Mas a besta parecia muito mansa e ela andava impacientemente no parapeito da janela, olhandopara ela com suplicantes olhos índigo.

“Ok, ok”, ela disse.

Ela empurrou a janela, a abrindo, e desistindo do significado para esta parte do sonho. Ogato pulou pesadamente contra ela, enquanto saltava para o quarto, seus músculos sólidos

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contra sua coxa.

“Você é um pugilista de verdade”, ela murmurou, se perguntando que raça ele era. Elanunca tinha vista nenhum gato tão forte.

Ele pulou para sua cama, cheirando seu travesseiro, correu em círculo sobre as cobertas

enrugadas, então pulou em cima de uma das caixas. Ela ouviu o vasculhar de coisas dentro dacaixa.

“Ei.”

O gato saltou da caixa e olhou acima para ela, de repente cauteloso. Ele se afastoulentamente, os músculos tensos e tremendo como se estivesse pronto para saltar.

“Está tudo bem, gatinho.” Jessica começou a se perguntar que se depois de tudo ele nãoera um gato selvagem. Ele não estava agindo como nenhum gato doméstico que ela tenhaencontrado.

Ela se ajoelhou e ofereceu uma mão. O gato veio para mais perto e cheirou.

“Está tudo bem.” Jessica estendeu um dedo e esfregou levemente o topo da cabeça dele.

“Rrrrrrrr.” O baixo e terrível barulho brotou da criatura, tãoprofundo quanto um rosnar detigre, e ele se afastou com sua barriga pressionada no chão.

“Ei, relaxa.” Jessica disse, puxando sua mão para uma distância segura.

Os olhos negros do gato estavam cheios com o terror. Ele se virou e correu para porta doquarto, zunindo lamentosamente. Jessica ficou de pé e deu uns passos cuidadosos em direção aele, alcançando a porta aberta.

O gato saltou para a sala e desapareceu em um canto. Ela o ouviu reclamando na porta dafrente. Não foi um miar como um gato normal. Os gritos agudos soavam mais como um pássaroferido.

Jessica olhou de volta deslumbrada para a janela aberta.“Por que você simplesmente

não...?” , ela começou, então balançou sua cabeça. Selvagem ou não, este gato era louco.Cuidadosamente para não olhar para o quarto de Beth, ela seguiu os barulhos da criatura

angustiada lá embaixo no hall e na porta da frente. O gato se encolheu enquanto ela se

aproximava, mas não escapuliu. Jessica cuidadosamente alcançou e girou a maçaneta. Nosegundo que a porta estava aberta em uma fenda, o gato se apertou através dela e saiu.

“Te vejo depois”, ela disse suavemente. Isso era perfeito. A única outra coisa viva neste

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pesadelo estava aterrorizada com ela.

Jessica puxou a porta o resto do caminho e foi para a varanda.A madeira velha rangeu sob seus pés, o som reconfortante neste mundo silencioso. Ela

tomou fôlego, então saiu para caminhar, feliz em deixar a casa sem vida e estranha atrás dela. Alua azul pareceu clarear, de algum modo mais saudável aqui fora. Embora ela estivesse sentidofalta dos diamantes. Ela olhou ao redor por alguma coisa – uma folha caindo, uma gota de chuva – suspensa no ar. Nada. Ela olhou para o céu para procurar por nuvens.

Uma lua gigante estava se elevando.Jessica engoliu em seco, sua mente girando enquanto ela tentava dar sentido a

maravilhosa visão. A imensa esfera consumia quase um quarto do céu, esticando-se através dohorizonte, tão grande quanto um por do sol. Mas ele não era vermelho, ou amarelo, ou qualqueroutro tom que Jessica pudesse nomear. Ele era como um ponto escuro queimando em sua visão,como se ela tivesse olhado para o sol por muito tempo. Ele suspendia-se sem cor no céu, umcarvão preto e cegantemente brilhante ao mesmo tempo, implacável contra seus olhos.

Ela protegeu seu rosto, então olhou para baixo em direção ao chão, a cabeça doendo e osolhos lacrimejando ferozmente. Enquanto ela piscava para longe as lágrimas, Jessica viu que acor normal da grama tinha voltado. Mas apenas uns poucos segundos do gramado parecendoverde e vivo, então o azul frio correu de volta, como uma gota de tinta preta espalhada em umcopo de água.

Sua cabeça ainda martelava, e Jessica pensou em eclipses, em que o sol era escurecido,mas ainda poderoso, cegando pessoas que inadvertidamente olhavam para ele. Uma imagemposterior de uma imensa lua queimava em seus olhos, mudando os tons da rua inteira.Vislumbres de cores normais – verdes, amarelos, vermelhos – piscavam nos cantos de sua visão.Então lentamente sua dor de cabeça diminuiu, e os calmos tons de azul se assentaram sobre arua de novo.

Jessica olhou para a lua de novo e com um lampejo de compreensão viu a sua verdadeira

cor: uma escuridão brilhante, um negridão árida, um absorver de luz. A luz azul neste sonho nãovinha dos objetos em si mesmos, como ela tinha pensado primeiro. E ela não vinha diretamenteda lua gigante acima. Antes, o frio azul sem vida era uma sobra, o último remanescente de luzque se mantinha perante a lua escura, que tinha drenado todas as outras cores do espectro.

Ela se perguntou se a lua – ou o sol negro, ou estrela, ou seja lá o que isso fosse – tinhaestado no céu no último sonho, escondido entre as nuvens. E o que ele significava? Até omomento Jessica tinha pensado que estes sonhos eram a adição de algo. Mas este era bizarro.

Um uivo veio rua abaixo.Jessica girou em direção ao som. Era o gato de novo, desta vez guinchando na estridência

de um macaco. Ele estava no fim da rua, olhando para ela.

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“Você de novo?”, ela disse, estremecendo com o som. “Você é muito est ridente para umgatinho pequeno.”

O gato guinchou uma vez mais, quase soando como um gato agora. Um infeliz. Lá fora, naluz da lua seus olhos lampejavam em índigo e seu pelo era ainda mais enegrecido, tão rico e

escuro quanto o céu vazio da noite.Ele guinchou de novo.

“Tudo bem, eu estou indo”, Jessica murmurou. “Não jogue toda disfunção mental e físicaem mim.”

Ela andou após a criatura. Ela a esperou até que teve certeza de que a estava seguindo,então caminhou. Enquanto eles caminhavam, ele ficou olhando por cima de seu ombro para ela,fazendo guinchos e arfares ou ruídos rosnando. Ele ficou bem à frente, muito assustado porJessica para deixá-la se aproximar, mas tomando cuidado para não a perder de vista.

O gato a guiou através de um outro mundo vazio. Não havia nuvens no céu, sem carros oupessoas, apenas a vasta lua lentamente se elevando. As luzes da rua estavam escuras, excetopelo brilho azul uniforme que vinha de tudo. As casas pareciam abandonadas, e um silênciomortal pairava sobre elas, perfurado apenas pela estranha variação de barulhos do gato ansioso.

Primeiro, Jessica reconheceu algumas das casas de sua rota para a escola, mas a

vizinhança parecia estranha nesta luz, e ela rapidamente esqueceu quantas voltas ela e o gatotinham tomado.

“Eu espero que você saiba para onde nós estamos indo.“ Ela falou para o animal.

Como se em resposta, ele parou e farejou o ar, fazendo um som gorgolejante quase comouma pequena criança humana. Sua cauda estava em pé no ar, balançando nervosamente de umlado para o outro.

Jessica se aproximou do gato lentamente. Ele se sentou no meio da rua, tremendo, osmúsculos debaixo do pelo contorcendo com pequenos espasmos.

“Você está bem?” Jess perguntou.

Ela se ajoelhou próxima a ele e pôs uma mão nele cuidadosamente. Ele virou para ela comselvagens olhos frenéticos, e Jessica a removeu.

“Ok. Sem toques.”

Seu pelo estava ondulando agora, como se houvessem cobras rastejando sobre sua pele.

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As pernas do gato curvaram-se firmemente contra seu corpo estremecendo, sua cauda estiradarigidamente atrás.

“Oh, pobre coisinha.” Ela olhou ao redor, instintivamente procurando por ajuda. Mas é claroque não havia nenhuma.

Então a mudança começou a intensificar.Enquanto Jessica observa em horror petrificado, o corpo do gato ficou maior e mais fino, a

cauda mais espessa, como se o gato estivesse sendo espremido para seu próprio rabo. Suaspernas estavam absorvidas dentro do corpo. A cabeça começou a encolher e achatar, dentesprotuberando de sua boca, como se eles não pudessem se encaixar em sua cabeça mais. Ele seesticou mais e mais, até que finalmente a criatura era uma longa coluna de músculos.

Ele virou para encará-la, longas presas cintilando na luz da lua negra.

Ele tinha se tornado uma cobra.Seu pelo preto lustroso ainda brilhava, e ele ainda possuía os grandes e expressivos olhos

de um mamífero, mas isso era tudo o que foi deixado do gato que ela tinha confiantementeseguido até aqui.

Ele piscou seus olhos de gato e sibilou, Jess foi finalmente libertada de seu terrorparalisante. Ela gritou e se arrastou para trás com suas mãos e pés. A coisa ainda estavatremendo, como se não estivesse ainda totalmente em controle de seu novo corpo, mas seu olhar

a seguiu.Jessica saltou em pé e se afastou ainda mais. A criatura começou a se contorcer agora,

torcendo-se em círculos e fazendo terríveis barulhos que soavam entre um sibilar e um gatosendo estrangulado. Ele soava como se o gato estivesse dentro da cobra, tentando lutar parasair.

Um calafrio passou pelo corpo inteiro de Jessica. Ela odiava cobras. Afastando seu olharda criatura, ela freneticamente procurou pelas casas ao redor, tentando se lembrar de onde ela

estava. Ele tinha que ir para casa e voltar a dormir. Ela já tinha tido o suficiente deste sonho.Tudo nele se transformava em algo horrível e chocante. Ela tinha que terminar o pesadelo antesque ele ficasse pior.

Então, outro sibilar veio de detrás dela, e o coração de Jessica começou a pular.Pretas, quase formas invisíveis, deslizavam da grama para a rua em torno dela. Mais

cobras, dezenas delas, todas como a criatura que ela tinha seguido até ali. Elas tomaram suasposições em círculo, ao redor dela.

Num momento ela estava cercada.

“Eu não acredito nisso.” Ela disse alto, lenta e claramente, tentando fazer das palavrasverdade.

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Ela deu uns poucos passos em direção de onde ela tinha pensado que estava a sua casa,tentando não olhar para as formas deslizando na rua em seu caminho. As cobras sibilavam e seafastavam nervosas. Como o gato, elas estavam desconfiadas dela.

Por um louco momento Jessica se lembrou do sermão de sua mãe sobre animaisselvagens antes deles terem deixado a cidade.“Lembre -se, eles estão mais assustados que você está por eles.”

“Sim, certo”, ela murmurou. Não havia espaço em um cérebro decobra para o quanto elaestava assustada.

Mas ela se manteve andando, dando lentos e deliberados passos, e as cobras abriamespaço para ela. Talvez elas estivessem realmente muito mais assustadas do que ela estava.

Mais uns poucos passos, e ela estaria fora do círculo. Ela caminhou rapidamente, até queela tinha deixado as cobras na metade de uma quadra para trás.

Ela se virou e falou. “Não me admira que vocês sejam do mesmo tipo. Vocês são unscovardes.”

O novo som veio de detrás dela.Era um profundo rugir, como um trem se elevando enquanto passava a uma quadra a

distância de sua velha casa. Jessica não tinha só ouvido como sentido ele através das solas deseus pés.

O som pareceu viajar por sua espinha antes que ele se partisse em um audível rosnar.

“O que é agora?” ela disse, se virando.

Ela congelou quando o viu no fim da rua.Ele parecia como o gato, mas muito maior, seus ombros quase da altura do nível dos

ombros de Jessica. Seu pelo negro ondulando com grandes músculos, como se uma centena decobras rastejassem sob o revestimento meia noite.

Uma pantera negra. Ela se lembrou da história de Jen na biblioteca, mas esta criatura nãoparecia como se tivesse escapado de algum circo.

Jessica escutou as cobras atrás dela, um coro crescente de sibilares. Ela se virou paraolhar para trás dele. As formas negras se contorcendo estavam se agitando, como se reunindoem direção ao gato.

Eles não pareciam mais ter medo dela.

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8

12h:00min da Madrugada

GRUPO DE BUSCA

“Algo ruim está acontecendo.”

As palavras de Melissa foram faladas suavemente e preencheram o silêncio da hora azul,como um sussurro urgente. Dess olhou para a extremidade do ferro velho onde seus amigos

estavam. Os olhos de Melissa captaram a luz da lua da meia-noite. Rex, como sempre, pairavaperto dela, focado em seu próprio mundo.

Dess esperou por mais, mas Melissa apenas olhava para o céu, escutando com todo seuser, provando o ar inerte.

Dess deu de ombros e retornou seu olhar para o chão, examinando a pilha de metal queRex tinha pegado para ela. De acordo com ele, todos eles eram intocados por mãos humanas. Seele estivesse certo esta noite, havia a possibilidade de um sério conflito, e ela iria necessitar de

aço limpo para trabalhar.É claro, Rex poderia estar errado. Não parecia uma noite ruim para Dess. Sexta, 5 de

setembro, o quinto dia do nono mês. A combinação de nove e cinco não era particularmentedesagradável: os números faziam quatro, quatorze ou quarenta e cinco (quando subtraídos,adicionados ou multiplicados) que era um tipo de padrão bonito, se você gostasse de quatros, oque Dess gostava, mas dificilmente eram perigosos. Principalmente, “c-i-n-c-o-s-e-t-e-m-b-r-o”soletrado tinha treze letras, que era tão seguro quanto qualquer número deveria ser.O que havia

para se preocupar sobre isso? Mas Rex estava preocupado.Dess olhou para cima. A lua negra parecia normal, surgindo como sempre em seu ritmo

habitual e resplandecente com sua habitual linda luz azul pálida. Até agora, Dess não tinhaescutado sons de nada grande vagando. Nem tinha visto muitos slithers. Nem um único, naverdade, nem mesmo no canto de seu olho.

Isso era estranho, na verdade. Ela olhou ao redor no ferro velho. Havia carrosenferrujando, um enrugado barraco de ferro achatado por algum tornado antigo, e um pilha depneus misturados – vários lugares para deslizar por debaixo e observar deles, mas nem umacentelha de movimento em nenhum lugar. E nem mesmo quando eles não podiam ser vistos, ossilvos e chamados dos slithers eram geralmente audíveis. Mas nenhum dos carinhas estavam

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observando esta noite.

“Quase quieto demais”, ela disse para si mesmo em um sotaque de vilão.

Do outro lado do ferro velho Melissa gemeu, e apesar do constante calor da hora azul, umarrepio atravessou Dess.

Era hora de começar.Ela se agachou e começou a separar através dos pedaços de metal, procurando por um

aço brilhante não corrompido pela ferrugem. Inoxidável era melhor, sem pintura e brilhante. Asformas torcidas e irregulares de metal também representavam uma parte em seu processo deseleção. O longo percurso da fábrica até o ferro velho tinha alterado alguns pedaços para certasproporções, pequenas hastes com elegantes proporções de comprimento e espessura, marcadospor velhos parafusos com harmoniosos espaços entre seus denteados. Dess organizou seus

achados, feliz. O aço vinha à vida, aqui na hora azul. Ela viu as veias iridescentes do raio do luaratravessar o metal e então desaparecer, como se o aço fosse refletido em umshow de fogos deartifício no céu pálido acima.

Enquanto ela escolhia os pedaços de metal, Dess trazia cada um para sua boca e sopravaum nome nele.

“Atraentemente6.”

Alguns dos pedaços grandes eram bonitos, mas ela precisava ser capaz de carregar todoseles facilmente, possivelmente enquanto corria para se salvar. Ela selecionou uma pequena, masperfeita anilha, rejeitando um pesado cano longo.

“Ardorosamente7”, ela sussurrou para ele.

Palavras tropeçavam através de sua cabeça, algumas que ela nem mesmo sabia osignificado, pedaços de uma linguagem que tinha prendido em sua mente, por causa dosnúmeros, ou do arranjo de suas letras. Palavras não eram realmente seu negócio, exceto quandoelas colidiam com números e padrões, como se esticando através de um jogo de tabuleiro8 paraconseguir uma pontuação de palavras tripla.

O que ela queria esta noite era bastante óbvio: palavras com treze letras para aumentar opoder destas peças de aço.

6 Deliciousness – que exprime deleite, delícia... adaptei para uma palavra sinônima com treze letras.7 Overzealously – Hiperzelosamente... outra adaptação em sinônimo, feita com uma palavra com treze letras.8 Scrabble board - jogo de tabuleiro em que 2-4 jogadores procuram marcar pontos formando palavras interligadas usando pedcom letras num quadro com 225 quadros.

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“Fossilizações9”, ela nomeou um longo e fino parafuso, a rosca que girava exatamentetrinta e nove vezes ou redor de seu eixo.

O ranger das botas de Rex vieram bem por trás dela. Ela não tinha escutado ele seaproximar, perdida como estava nos prazeres do aço.

“Se você fosse um slither, você teria me mordido”, ela murmurou. As coisinhas nojentasnão mordiam exatamente, é claro, mas próximo o suficiente.

“Melissa a encontrou”, Rex disse.

Dess levantou uma velha calota para perto de seus lábios.

“Hipocondríaco”, ela sussurrou para ela.

“Pronta?” Rex perguntou.

“Sim. Todas essas coisas estão armadas.”

“Vamos lá então.”

Ela se levantou, apertando a calota em uma mão e derrubando os pequeninos pedaços demetal em seus bolsos. Rex se virou e correu para a extremidade do ferro-velho, onde suasbicicletas estavam guardadas. Ele pulou na sua e pedalou atrás de Melissa, que já guiava naestrada em direção à cidade.È claro,Dess pensou. Jessica Day era uma garota da cidade. Seuspais podiam arcar em viver cercados, longe dos desertos e dos cheiros das plataformas depetróleo e dos animais atropelados nas estradas.

Dess caminhou calmamente e puxou sua bicicleta, montou nela, e começou a pedalaratrás dos dois. Ela não tinha pressa. Melissa podia se mover tão rápido sem perder seu caminho,enquanto ela cuidadosamente sentia os fios estremecidos na tênue teia psíquica da meia-noite. Emesmo com a droga de suas velocidades constante, Dess podia superar os dois em uma corrida.Não seria nenhum problema alcançá-los antes do começo dos fogos de artifício.

Ela só esperava que isso não fosse um procurar cabelo em ovo. Um sintoma da paranóia-de-começo-de-ano de Rex. Claro, havia um novo midnighter na cidade, mas isso tinha acontecidoantes, e as consequências não tinham sido exatamente um fim do mundo.

Embora Rex tivesse parecido bastante assustado ao telefone. Então Dess tinha calçadosapatos confortáveis. Sapatos de corrida.

A calota sacudia satisfeita na cestinha da bicicleta de Dess. Ela sorriu. O que quer que hajalá fora, ela não teria que fugir rapidamente. O peso confortante do metal tinia pesadamente em

9 Fossilization - Adaptado para 13 letras.

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seus bolsos, e Dess sabia, sem contar, quantas armas ela tinha feito esta noite.

“Treze da sorte”, ela disse.

Eles se aproximaram mais da cidade, os grandes espaços vazios de lotes vagos e novosdesenvolvimentos dando lugar a shoppings, postos de gasolina e, é claro, sua loja favorita: 7-

eleven, uma fração também conhecida como zero ponto meia três, meia três repetido ao infinito.À frente, Melissa estava indo mais rápido agora, não mais sentindo seu caminho, aparentementecerta da direção. Alguma coisa hoje a noite estava realmente emitindo más vibrações. Desspedalou um pouco mais, desviando sua bicicleta dos ocasionais carros imóveis que cortavam aestrada.

Rex estava bem atrás de Melissa, para ter certeza de que ela não bateria em um carroenquanto ela tinha seu nariz no ar. Melissa era muito mais funcional aqui na hora azul, mas Rex

ainda pairava. Oito anos como babá era um hábito difícil de se quebrar.Dess viu a forma no céu. Silencioso e planador – um slither alado. Contra a lua quase

totalmente cheia ela podia ver os dedos em uma asa. Como um morcego, a asa do slither erarealmente uma mão: quatro longos ossos de dedos articulados espalhados como amortecedores,com uma pele fina de papel membranosa entre elas.

O slither fez um gorjear, um ruidinho estrangulado que soava como um último grito de umrato esmagado.

Respostas soaram. Havia mais deles lá em cima, um bando inteiro de doze. Eles estavamindo na mesma direção, como Dess e seus amigos.

Dess engoliu em seco. Era provavelmente uma coincidência. Ou talvez os carinhasestivessem saindo para um passeio. Havia sempre alguns ao redor, curiosos sobre a pequenatribo de humanos que visitava a hora azul. Eles geralmente não davam problema.

Ela olhou para cima. Outro bando tinha se arrastado para se juntar ao primeiro grupo. Elacontou as escuras formas translúcidas numa olhada: Vinte e quatro deles agora.

Dess começou a contar alto para acalmar seus nervos.“Uno, dos, três...” Ela sabia comocontar em vinte e seis línguas e estava aprendendo um pouco mais. Os sons rítmicos daspalavras numeradas a tranquilizavam, e ela sempre descobria os diferentes modos de lidar com odivertimento dos adolescentes espertinhos.

Ela trocou nervosamente para o inglês antigo. “Ane, twa, thri, feower, fif...” O quinto de setembro. Nada grande estava acontecendo esta noite. Ela tinha certeza.

Nove mais cinco eram quatorze, e era o 248º dia do ano, e dois mais quatro, mais oito tambémfaziam quatorze. Não tão bom quanto treze, mas não havia nenhumcarma ruim. Havia aindamais formas no céu. Seus chamados vieram zombeteiramente de todas as direções.

“Um, deux, trois, quatre.” Ela mudou para o francês, contando alto para abafar os slithers.

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Dess decidiu ir até os oitenta, que era quatro vintes em francês. “Cinc, six, sept...“Sept!” ela dissealto, freando sua bicicleta até parar.

Sept significava sete em francês e em um punhado de outras línguas também. (Umseptagono tinha sete lados, seu cérebro inutilmente informou para ela) Sete como em setembro.Ela relembrou agora – de volta aos velhos tempos, a centenas de anos atrás. Setembro tinha sidoo sétimo mês, não o nono.

O quinto de setembro tinha sido uma vez, o quinto dia do sétimo mês.E sete mais cinco eram doze.

“Oh, merda”, Dess disse.

Ela se levantou de seu assento na bicicleta, empurrando seu pé direito com força contra

seu pedal enquanto ela puxava o guidão, se esforçando para colocar a bicicleta em movimento denovo. Melissa e Rex estavam a caminho, muito longe à frente. Em uma noite séria dessas, ela esuas armas deveriam estar liderando o grupo.

Um longo grito penetrante soou acima dela, e outra palavra de treze letras veioespontaneamente na cabeça de Dess.

“Aterrorizante”, ela sussurrou e continuou a pedalar.

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9

12h:00 da Madrugada

RUGIR

A pantera negra rosnou de novo.O som veio alto o suficiente para impelir Jessica para trás, mas seus pés estavam

congelados no lugar. Ela esperou para se virar, correr, mas algum medo antigo tinha tomado seusmúsculos, os deixando paralisados. Era o medo das enormes presas do felino, de seu rosnar

faminto, da fina linha cruel da língua rosa que agitava de sua mandíbula.

“Sonhando ou não”, Jessica disse suavemente. ”Ser comido seria uma droga.”

Os olhos da besta piscaram o roxo brilhante ao luar. Sua boca começou a torcer e mudarde forma, as duas longas presas se estendendo até que elas fossem tão longas quanto facas. Elese agachou, se reunindo em um monte de músculos, cabeça baixa e calda levantada, como umcorredor se preparando para começar uma corrida. Seus músculos tremeram, a patas enormes

no chão. O arranhar das garras raspando o asfalto alcançaram os ouvidos de Jessica, enviandocalafrios em sua espinha. Quando o gato saltou em direção a ela, ele veio de repente tão certeiroe rápido quanto uma flecha.

No momento que ele se moveu, Jessica tinha se libertado de seu feitiço. Ela se virou ecorreu para trás em direção as cobras.

Seus pés descalços bateram dolorosamente contra o asfalto, e o arco de cobras estavaordenado de um lado ao outra da rua, diretamente em frente a ela. Então ela mudou para a

lateral, para a suave faixa de grama. As cobras se moveram para bloqueá-la, deslizando para aalta grama sem corte em frente a uma desmoronada casa antiga. Jessica trincou seus dentesenquanto ela corria, imaginando afiadas presas picando as solas de seus pés a cada passo.Quando ela alcançou o ponto onde ela imaginou que as cobras estariam, Jessica se lançou emum grande salto. O ar correu ao redor dela, e o salto pareceu carregá-la incrivelmente longe. Elasaltou mais duas vezes, dando passos delimitados, até que ela alcançou a margem da próximagaragem.

Jessica tropeçou dolorosamente no concreto enquanto ela aterrissava, mas ela conseguiuse manter correndo. As cobras estavam definitivamente para trás dela agora, e ela percebeu comalivio que não tinha sido mordida. Mas os passos da pantera negra estavam ainda se

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aproximando. Ela podia ser rápida neste sonho, mas a criatura atrás dela era mais rápida.Imagens de um milhão de determinadas naturezas passaram por sua cabeça: grandes

felinos pegando suas presas, agarrando gazelas com seus dentes e as desentranhando comgarras selvagens que cortavam como lâminas de um liquidificador. Chitas eram os animais maisrápidos do mundo; panteras provavelmente não estavam muito atrás. Não havia jeito que ela

pudesse vencer a besta em uma linha reta. Mas ela recordou como um antílope escapava dechitas: por giros e curvas, que o mais pesado e menos ágil dos gatos ultrapassava e tropeçava aochão, antes que eles pudessem se corrigir para outro ataque.

O problema era, Jessica não era um antílope.Ela arriscou um olhar por sobre seu ombro. A pantera estava só a uma pouca distância

atrás, terrivelmente enorme de perto. Jessica se dirigiu a um salgueiro em frente à próxima casa,uma imensa árvore velha que encobria o jardim inteiro. Ela fez contagem regressiva do cinco,

enquanto corria para ela, escutando os passos do gato rasgando a grama cada vez mais perto.No um, Jessica se jogou para o chão, atrás do velho tronco.O salto da pantera foi parar acima dela, uma sombra escura escondendo a lua gigante por

uma fração de segundo. Um som rasgante veio com o vento na passagem da criatura, como se oar por si mesmo tivesse se fendido.

Jessica levantou sua cabeça. O grande gato estava lutando para parar na próximagaragem, suas patas traçando um assustador chiado no asfalto. Então ela identificou as marcas acentímetro de seu rosto e engoliu em seco. O tronco da árvore sofreu três longos cinzeladoscruéis, pouco acima de onde sua cabeça tinha estado, a madeira recém exposta, branca por ummomento, antes que a lua borrasse com seu azul.

Ela ficou em pé e correu.Havia uma estreita lacuna entre as duas casas, um canal de mato alto e formas escuras.

Jessica se arremeteu instintivamente para o espaço estreito. Ela caiu na grama alta, pulando aforma enferrujada de um velho cortador de grama apoiado contra a parede, então tropeçou emuma parada.

No final da lacuna havia uma cerca de arame.Jessica correu em direção a ela. Não havia nenhum lugar mais para se ir.Ela pulou tão alto quanto podia, dedos se enganchando na trama de metal, puxando-se

para cima. Seus pés lutando para se içar, dedos dos pés agarrando melhor do que sapatos, maismuito mais dolorosamente. Pelo menos a cerca era nova, o metal liso e livre de ferrugem.

Enquanto Jess subia, ela podia ouvir a respiração estrondosa da pantera gigante atrásdela, reverberando entre as duas casas. A criatura se empurrou através do mato alto com barulho

da corrida, como vento nas folhas. Ela alcançou o topo da cerca e oscilou, vindo de repente, aficar cara a cara com seu perseguidor.

A besta estava só a pouco mais que alguns metros de distância. Seus olhos presos aos

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dela. Naquelas profundas piscinas de índigo, Jessica pensou ter reconhecido uma inteligênciaantiga, remota e cruel. Ela sabia absolutamente, além de qualquer argumento, que este não eraum mero animal; ele era algo muito pior.

Exceto, é claro, que isto tinha sido um sonho: aquele puro mal a olhando de volta, estavatudo em sua cabeça.

“Psicossomatismo.” Ela sussurrou suavemente.

A criatura levantou uma pata enorme para golpear os dedos agarrados de Jessica, aindaexpostos através dos buracos na cerca. Ela soltou seu aperto e se empurrou para trás. Enquantoela caia, uma chuva de fagulhas azuis explodiu à sua frente, iluminando as presas brilhantes dogato e com as casas se elevando em ambos os lados. A cerca inteira pareceu pegar fogo, fogoazul correndo ao longo de cada centímetro do metal. O fogo pareceu repuxar para tocar a besta,

girando para dentro, em direção as longas garras emaranhadas por um momento entre os elos.Então a criatura deve ter se libertado; o mundo ficou escuro.Jessica bateu no chão suavemente, sua queda amortecida pela grama mal cuidada. Ela

piscou cegamente; a trama da cerca estava queimada em sua visão, deslumbrantes formas dediamante azul formando tudo que ela via. O cheiro de pelo chamuscado quase a tinha feitosufocar.

Ela olhou para suas próprias mãos espantada. Elas não se machucaram, exceto pelas

marcas vermelhas triangulares de se suspender.Se a cerca tinha estado eletrificada, por que ela não tinha a queimado como tinha feito com o gato? Não havia faíscas agora, exceto os ecos emsua visão, e a cerca tinha um buraco diante dela. Ela estava surpresa que a pantera não tivesserasgado ela abaixo com um único golpe de sua pata.

Jessica espreitou através do metal por seu perseguidor, piscando para clarear a visão. Apantera estava sacudindo sua cabeça em confusão, se afastando para a extremidade da lacuna,ligeiramente mancando. Ela ergueu uma pata e a lambeu, a língua rosa serpenteando entre os

dois dentes longos. Então os olhos cor de índigo se prenderam em Jessica. A inteligência friaainda estava lá. O gato se virou e caminhou para fora da vista. Ele estava procurando por outrocaminho.

O que quer que a cerca tenha feito a pantera, ela estava grata. A besta podia ter pulado acerca, que não era mais que dois metros e meio de altura, mas as faíscas tinham assustado ela.

Entretanto sua trégua não duraria muito. Ele tinha que se mover. Jessica rolou sobre suasmãos e joelhos e começou a se levantar.

Um som sibilado veio do chão em frente a ela. Através da grama alta ela vislumbrou doisolhos roxos piscando ao luar.

Sua mão veio em frente de seu rosto na hora certa. Um tiro frio a atravessou, da palma aocotovelo, como se longas e geladas agulhas tivessem sido empurradas profundamente em seu

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braço. Jessica saltou de pé e se afastou de onde a cobra tinha estado se escondendo.Seus olhos se esbugalharam com o medo, enquanto ela olhava abaixo para sua mão.A cobra tinha atacado pelos filamentos negros que se envolvia ao redor de seus dedos e

pulsos, sua mão presa por um frio se espalhando. Os filamentos vieram da boca da cobra, comose sua língua tivesse se dividido em uma centena de fios negros, e giravam fortemente ao redor

dela. O frio estava se movendo lentamente de seu braço em direção ao seu ombro.Sem pensar, Jessica agitou a cobra contra a cerca. Os elos da cadeia se iluminaram de

novo, embora muito menos explosivos do que quando o gato tinha a atingido. Um fogo azul seatirou em direção a sua mão, então correu abaixo pelo comprimento da cobra. A criatura seinchou por um momento, sua lustrosa pele negra ficando em pé. Os filamentos desfilados, e acobra caiu sem vida no chão.

Jessica se inclinou contra a cerca, exausta.

O metal era quente e pulsante contra suas costas, como se o aço tivesse se tornado vivo.Sensibilidade correndo de volta dentro de seu braço dolorosamente, junto com imagináriosalfinetes e agulhas, como o sangue retornando, depois dela ter dormido sobre ele a noite toda.

Jessica afundou com o alívio, deixando o metal apoiar seu peso por um momento.Então do canto de seu olho, ela viu movimento. Havia uma estreita lacuna na cerca, como

um cachorro cavaria. Mais cobras estavam vindo através dela.Jessica se virou e correu.O quintal desta casa era pequeno, cercado de cercas altas. Ela poderia estar segura da

pantera com elas, mas na grama sem corte as cobras podiam se esconder em qualquer parte. Elasubiu pelo portão fechado na parte de trás, largando-se para o chão em um beco estreitopavimentado.

O grande gato tinha ido pelo caminho que Jessica tinha vindo, então ela correu abaixo nobeco, na direção oposta. Ela se perguntou como ela chegaria em casa.

“Só um sonho”, Jessica se lembr ou. As palavras não trouxeram a ela nenhum conforto.

A adrenalina em seu sangue, a dor aguda em seus dedos da subida nos elos da cerca, seucoração martelando em seu peito – a experiência toda parecia absolutamente real.

O beco dava para uma estrada larga. Uma placa de rua estava na próxima esquina, e Jesscorreu em direção a ela, lançando seus olhos ao redor a procura da pantera.

“Kerr e Division”, ela leu.Aquele era o caminho para a escola. Ela não estava tão longe decasa. “Se eu puder passar pelas cobras peludas e o predador gigante, eu estarei bem”, ela

murmurou, “sem problema.”

A lua estava totalmente cheia agora. Ela estava se movendo muito mais rápido do que o

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sol fazia durante o dia, Jessica percebeu. Parecia muito como por meia hora, desde que seusonho tinha começado. Ela viu quão grande a lua estava agora. Ela preenchia tanto do céu quesó um risco do horizonte permanecia visível em torno dela. O enorme volume suspenso acimafazia o mundo parecer menor, como se alguém tivesse posto um teto no céu.

Então Jessica viu as formas contra a lua.

“Ótimo”, ela disse. “Tudo o que eu precisava.”

Havia criaturas aladas de alguma espécie. Elas pareciam como morcegos, suas asascorpulentas e translúcidas, lentamente planando, ao invés de batendo elas. Elas eram maislargas que a de morcegos, embora seus corpos mais compridos, como se um bando de ratostivesse asas brotadas.

Vários deles giraram acima dela, fazendo baixos sons de gorjeio.

Eles tinham localizado ela? Eles estavam, como tudo o mais neste sonho, à caça de Jessica Day?

Olhar para a esfera escura estava dando a Jessica dor de cabeça de novo, fazendo ela sesentir presa numa armadilha em sua luz absorvente. Ela virou seus olhos para a terra, procurandoa pantera enquanto ela corria em direção a sua casa.

As formas voadoras içaram acima, seguindo-a.Não demorou muito para que ela sentisse o estrondoso rosnar da pantera de novo.

A forma negra deslizou para a placa em frente a ela, a poucas quadras a distância,diretamente entre Jessica e sua casa. Ela se lembrou da inteligência nos olhos da panteraquando tinham se encarado um ao outro, através da cerca. O gato parecia conhecer onde elavivia e como a impedir de chegar lá. E suas amiguinhas deslizantes estavam provavelmente jáem formação para prevenir qualquer escapada.

Era desesperador.A criatura começou a caminhar em direção a ela, não rompendo em seu passo máximo

desta vez. Ele sabia agora o quanto rápida ela podia correr, e entendeu que tinha que ir só umpouquinho mais rápido para alcançá-la. Ela não ultrapassaria sua presa novamente.Jessica olhou ao redor por um lugar para se esconder, qualquer lugar para escapar. Mas

as casas aqui nas ruas principais eram mais afastadas, com grandes faixas de grama de cadalado. Não havia espaços apertados para se rastejar, sem cercas para subir.

Então ela viu sua salvação, a uma quadra na direção oposta da pantera. Um carro.Ele estava situado imóvel no meio da rua, as luzes apagadas, mas ela podia ver que

alguém estava dentro dele.Jessica correu em direção a ele. Talvez quem quer que estivesse ao volante, pudesse

levá-la em segurança, ou talvez a pantera não pudesse entrar no carro. Era a única esperançaque tinha.

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Ela olhou por cima de seu ombro para o gato. Ele estava correndo agora, ainda não a todavelocidade, mas rápido o suficiente para se aproximar a distância, com toda segurança. Jessicacorreu tão rápido quanto ela podia. Seus pés descalços doíam do bater no concreto, mas elaignorou a dor.

Ela sabia que ela podia fazer isso até o carro.

Ela tinha que fazer.A áspera respiração do gato e os passos alcançaram suas orelhas, os sons carregados

como sussurros através do silencioso mundo azul, mais e mais perto.Jessica se lançou para os últimos metros, alcançando o lado da porta do passageiro, e

puxou a maçaneta.Ela estava fechada.

“Você tem que me ajudar!”, ela gritou. “Deixe-me entrar!”

Então Jessica viu o rosto do motorista. A mulher tinha cerca da idade de sua mãe, seuscabelo loiro e um leve franzir em seu rosto, como se ela estivesse se concentrando na estrada afrente. Mas sua pele estava tão branca quanto papel. Seus dedos imóveis apertados no volante.Como Beth, ela estava congelada, sem vida.

“Não!” Jessica gritou.

Um sibilo veio de debaixo. Cobras embaixo do carro.Sem pensar, Jessica saltou para a capota.Ela se virou para encarar a motorista através do para-brisa, os olhos vazios olhando de

volta para ela como uma estátua.

“Não”, Jessica soluçou, batendo no capô do carro.

Ela rolou para encarar a pantera, exausta e vencida.A besta estava só há poucos passos de distância. Ela parou, rosnando, e as duas grandes

presas brilharam no luar escuro. Jessica sabia que ela estava morta.Então algo aconteceu.Um minúsculo disco voador passou chiando por Jessica, em direção a pantera. O objeto

deixou um rastro de faíscas azuis e ar eletrificado. Jessica sentiu seu cabelo se levantar, como seum relâmpago tivesse atingido por perto. Os olhos da pantera piscaram grandes e em pânico,refletindo o dourado ao invés do índigo.

O projétil explodiu em uma chama azul que se envolveu ao redor do gato gigante. Acriatura girou e saltou para longe, o fogo se agarrando ao seu pelo Ele saltou para mais distantena rua, uivando uma mistura de dor – rugir de leões e pássaros atingidos, gatos sendo torturados.

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A besta passou da placa em torno da esquina, seu lamento finalmente diminuindo em um odiosoescárnio atormentado, como de uma hiena ferida.

“Wow”, veio uma voz familiar, “O hipocondríaco matou o gato”, as palavras sem sentidoforam seguida por uma risadinha.

Jessica virou para encarar a voz, piscando as lágrimas e a descrença. A alguns metrosdistante, de algum modo invadindo seu sonho, estava Dess.

“Hey, Jess”, ela chamou. “Como vai indo?”

Jessica abriu sua boca, mas nenhum som veio.Dess estava montada em uma raquítica bicicleta velha, um pé descansando sobre o

asfalto, o outro em um pedal. Ela usava uma jaqueta de couro sobre seu vestido preto decostume e estava lançando o que parecia uma moeda no ar.

Jessica ouviu um barulho sibilar de debaixo. Uns poucos riscos estavam ziguezagueandoseu caminho em direção a Dess.

“Cobras”, ela conseguiu coaxar.

“Slithers, na verdade.“ Dess disse, e jogou a moeda nas formas escuras.

Ela silvou no chão entre elas, levantando uma única fagulha azul brilhante, e com um corode finos ruídos de guincho, as cobras escaparam de volta para debaixo do carro.

Mais duas bicicletas rolaram dentro da visão.Elas eram guiadas pelos amigos de Dess da cafeteria. O garoto com os óculos grossos

apareceu primeiro, só que ele não estava usando óculos agora. Seu longo casaco ondulando emtorno dele enquanto ele parava, e ele estava sem fôlego. Então a outra garota que tinha estadona mesa de Dess, a quem Jessica nunca tinha conhecido, apareceu.

Jessica olhou para os três, inexpressivamente. Este sonho estava ficando cada vez maisestranho.

“Vocês são bem vindos”, Dess disse.

“Cala a boca”, o garoto disse, sem fôlego. “Você está bem?”

Levou um instante para Jessica perceber que a pergunta era dirigida a ela. Ela piscou de

novo e acenou em silêncio. Seus pés doíam e ela estava ofegante, mas ela estava bem.Fisicamente, pelo menos.

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“Claro, eu estou bem, eu acho.”

“Não se preocupe com o gatinho psicótico; ele se foi por esta noite”, Dess disse,procurando a pantera que se foi. Ela se virou para o garoto. “O que era, Rex?”

“Algum tipo de Darkling.” Ele disse.

“Bem, não brinca”, ela disse.

Ambos olharam para a outra garota. Ela balançou sua cabeça, esfregando seus olhos comuma mão. “Eu senti algo antigo, até mesmo talvez antes da Separação.”

Rex assobiou. “Isso é velho, certo. Ele deve estar louco agora.”

A garota concordou. “Não muito inteligente. Mas ainda engenhoso.”

Dess derrubou sua bicicleta no chão e caminhou para onde o gato tinha estado. “O quequer que fosse, não foi páreo para opoderoso poder do Hipocondríaco.”

Jessica se ajoelhou e arrancou um disco preto de metal do chão.

“Ai!” Dess passou ele de uma mão para a outra, sorrindo. ”Ainda vivo.”

Ele parecia com uma calota velha, enegrecida pelo fogo.Essa era o disco voador ofuscante há um minuto atrás?

Jessica sacudiu sua cabeça, confusa, mas lentamente se acalmando. Ela estavarespirando uniforme agora. Tudo estava se movendo para um campo de sonho mais familiar: umaloucura total.

Rex descansou sua bicicleta na rua e andou para a lateral do carro. Jessica se encolheuum pouco diante dele, e levantou ambas as palmas.

“Está tudo bem”, ele disse suavemente, “mas você provavelmente deveria sair do carro.Parece que está indo bem rápido.”

“Vamos lá“, Dess disse, olhando para o céu. “Ela está como um quarto minguante.”

“Não é um bom hábito, Dess”, ele disse. ”Especialmente quando você é novo.”

Ele ofereceu sua mão, Jessica olhou desconfiadamente para o chão, mas não haviamcobras aparentemente. Ela viu a mesma tornozeleira brilhante que Dess usava enrolada em torno

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das botas de Rex. A outra garota as tinha também, anéis de metal empilhados ao redor dos seustênis negros.

Ela olhou para seus próprios pés descalços.

“Não se preocupe, os slithers se foram. “

“Eles partiram com um pouco do Ardorosamente.”

Dess disse, dando risadinhas. Seus olhos estavam arregalados, como se o encontro com apantera tivesse sido um emocionante passeio no parque de diversões.

Jessica ignorou a mão de Rex e deslizou para fora do capô do carro em direção a frente.Ela se empurrou do para-choque e deu uns poucos passos rápidos a distancia, espreitando assombras debaixo dele. Mas as cobras pareciam ter desaparecido.

“Eu não ficaria em pé em frente a ele também”, Rex sugeriu suavemente. Ele olhou para ospneus. “É provável que esteja indo a oitenta quilômetros por hora. “

Jessica seguiu o olhar dele e viu que os pneus não estavam redondos. Eles estavam ovais,comprimidos, fora de forma e ligeiramente inclinados à frente. Elas pareciam como as rodas emmovimento que eram desenhadas nas revistas em quadrinhos. Mas o carro estava absolutamenteimóvel. O motorista ainda usava exatamente a mesma expressão, alheia aos estranhos

acontecimentos ao redor dela.

Rex apontou para a lua negra. ”E quando aquele bad boy baixar, ele voltará ao movimentoregular. Sem pressa como Dess disse, mas é bom manter isso em mente.”

Algo na voz calma de Rex irritou Jessica. Possivelmente o fato de que nada que ele diziafazia algum sentido.

Ela olhou para a lua. Ela ainda estava se movendo através do céu, rapidamente, quase noquarto minguante.Um arfar veio dos outros três. Ela jogou seu olhar para eles. Eles olhavam de volta para

ela.

“O que foi?” Jessica perguntou rispidamente. Ela já tinha tido o suficiente das esquisiticesdeles.

A garota cujo nome ela não sabia, deu um passo para mais perto de Jess, olhando deperto para seu rosto com uma expressão horrorizada.

“Seus olhos estão errados.” A garota disse.

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10

12h:00 da Madrugada

MIDNIGHTERS

“Meus olhos estão o que?”

“Eles estão...” A garota deu um passo para mais perto, olhando dentro dos olhos deJessica. Jessica levantou uma mão para seu próprio rosto, e a garota vacilou, como se com medo

de ser tocada, então olhou acima no céu, com uma expressão intrigada.“Quando seus olhos encontraram a lua”, Jessica gritou. “Eles lampejaram em um índigo

profundo, como o da pantera.”

Jessica deu um passo para trás dos três. Aqueles olhos refletindo pertenciam aos gatos ouguaxinins, raposas, corujas ou coisas que caçavam no escuro. Não de pessoas. Os olhos dagarota pareciam normais agora, mas depois daquele momentâneo reflexo, ela pareceu menos

humana.

“Melissa está certa”, Dess disse.

Rex silenciou as outras duas com um aceno de sua mão. Ele deu um passo seaproximando, olhando dentro dos olhos de Jessica com uma calma intensa.

“Jessica”, ele disse, silenciosamente, “olhe para a lua, por favor.”

Ela o fez só por uns poucos segundos, mas jogando seus olhos de volta para Rex,suspeita.

“Que cor ela é?”, ele perguntou.

“Ela é...” Ela olhou acima de novo, dando de ombros. ”Sem cor. E ela me dá dor decabeça.”

“Seus olhos estão errados”, repetiu a outra garota, que Dess tinha chamado de Melissa.

Dess discordou. “Hoje ela disse que o sol não a incomodava. Eu disse que ela eratotalmente do dia. Sem óculos escuros ou outra coisa.”

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“Do que por Deus vocês estão falando?” Jessica gritou de repente, surpreendendo a simesma. Ela não quis gritar, mas as palavras tinham se arremessado por si mesmas.

Os olhares assustados nas caras dos outros eram de algum modo gratificante.

“Quero dizer -”, ela falou apressadamente. “O que está acontecendo? Do que vocês estãofalando? E o que vocês estão fazendo em meu sonho?”

Rex afastou-se e colocou suas mãos acima. Dess sorriu, mas se virou como seembaraçada Melissa inclinou sua cabeça.

“Desculpe”, Rex disse. “Eu deveria ter dito a você: isto não é um sonho.”

“Mas –“ Jessica começou, mas suspirou, sabendo de repente que ela acreditava nele. Ador, o medo, a sensação do seu coração martelando em seu peito tinham sido bem reais. Isto nãoera um sonho. Era um alivio não ter que fingir para si mesma mais.

“O que é então?”

“Isso é a meia-noite.”

“Como é?”

“Meia-noite”, ele repetiu, lentamente. ”São 12h:00 da madrugada. Desde que o mundomudou de cor, isso tudo tem acontecido em um único momento.”

“Um único momento...”

“O tempo para, para nós, a meia-noite.” Jessica espreitou através do para-brisa do carro a mulher congelada ao volante. O olhar de

concentração em seu rosto, as mãos apertadas ao volante... ela parecia como se estivessedirigindo, mas envolta em um instante congelado.

Dess foi a próxima a falar, sua voz sem seu costumeiro tom mal criado.

“Não há realmente vinte quatro horas no dia, Jessica. Há vinte e cinco. Mas uma delas estáenvolvida fortemente em outra para se ver. Para a maioria das pessoas ela passa em uminstante. Mas nós podemos vê-la, viver nela.”

“E o „nós‟ inclui „eu‟?” Jessica disse silenciosamente.

“Onde você nasceu?” Rex perguntou.

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“Huh? Você quer dizer por que eu sou de Leão?”

“Não, seu aniversário, a que horas do dia?”

Jessica ponderou a pergunta, se lembrando de quantas vezes sua mãe e seu pai tinham

dito esta história.

“Minha mãe entrou em trabalho de parto a tarde, mas eu não nasci até trinta e poucashoras mais tarde. Não até a próxima noite.”

Rex acenou. “Meia noite, para ser exato.”

“Meia noite?”

“Claro. Uma a cada 43.200 pessoas nasce dentro do um segundo da meia noite.”

Dess disse, sorrindo alegremente. “É claro, nós não temos exatamente certeza do qu antopróxima você nasceu. E nós estamos falando da verdadeira meia noite aqui.”

“Sim. Minha certidão de nascimento diz 1 da manhã.” Melissa disse sombriamente.“Trabalho mal feito de dia, economiza tempo.”

Rex olhou para a luz, seus olhos captando sua falta de luz com aquele inumanopestanejar. “Em muitas culturas acredita-se que aqueles que nascem no soar da meia noite,podem ver fantasmas.”

Jessica assentiu. Aquilo na verdade soava familiar. Um daqueles livros piratas que elatinha lido para Inglês no ano passado – Sequestrado? Ou a Ilha do Tesouro? – tinha sido sobreisso. Algum garoto que era para encontrar um tesouro por ver fantasmas de homens mortos

enterrados com o ouro.

“A história real é um pouco mais complicada”, Rex continuou.

“Eu diria”, Jessica disse. ”Se aquela pantera era um fantasma, nós sinceramenteprecisamos de novas decorações para o Halloween.”

“Midnighters não podem ver fantasmas, Jessica”, Rex continuou. ”O que nós vemos é uma

hora inteira secreta na hora azul, que foge de todosos outros.”

“Midnighters”, Jessica repetiu.

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“Que é a palavra para nós. A meia noite é só nossa. Nós podemos perambular nelaenquanto tudo o mais no mundo inteiro está congelado.”

“Não tudo”, Jessica disse.

“Verdade”, Rex admitiu. ”Os Darkling e slither s, e outras coisas, vivem na hora azul. Para

eles o tempo azul é como a o dia e vice versa. Eles não podem entrar nas outras vinte e quatrohoras, como a maioria dos humanos não podem entrar na vigésima quinta.”

“Só os midnighters podem viver em ambas”, Dess disse feliz.

“Yay”, Jessica disse, “Eu estou emocionada.”

“Vamos lá, você nunca quis ter uma hora extra no dia?” Rex perguntou.

“Não uma hora extra totalmente esquisita! Não uma extra, onde tudo tenta me matar! Não,eu não acho que sequer desejei por isso.”

“Wow, você é tão dia”, Melissa disse.

“Ok.”

“E não se preocupe, Jessica. Nós iremos descobrir o que aconteceu hoje a noite. Nósvamos garantir que você esteja segura aqui.”

Jessica olhou nos olhos de Rex, vendo a preocupação lá. Ele parecia confiante quepudesse descobrir o que quer que tenha dado errado. Ou talvez ele só estivesse tentando fazerela se sentir bem. Era estranho. Mesmo apesar de que nada que ele dissesse fizesse sentido,Rex conseguiu soar como se ele soubesse do que estava falando. Aqui na hora azul ele estavaereto, e seus óculos grossos não escondiam seus calmos, olhos sérios. O cara parecia muito

menos perdedor do que ele parecia de dia.

“Então, você não precisa de óculos realmente, precisa? É uma atuação, como Clark Kent?”

“Temo que não. De dia eu sou tão cego quanto um morcego. Mas aqui na hora azul euposso ver perfeitamente. Melhor que perfeitamente...”

“Deve ser legal.”

“Yeah. É ótimo. E eu posso ser mais que...”, ele parou. “Nós explicaremos isso tudoamanhã.”

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“Ok.”

Jessica olhou para os três. Dess circulando feliz com sua bicicleta, os olhos de Rex clarose confiantes, Melissa silenciosa, mas sem seus fones costumeiros e expressão de dor. Todoseles pareciam realmente gostar desta hora de meia noite.

É claro, por que eles não gostariam? Não parecia como se suas vidas fosse ótimas duranteas horas do “dia”. Aqui não havia ninguém para zoar com eles ou notar o quão estranhos eleseram. Por esta hora no dia, o mundo todo era seu clube privado.

E agora ela estava no clube. Legal.Eles levaram Jessica direto para sua porta. Ela percebeu que a luz estava lentamente

mudando. A lua negra estava quase se pondo, agora a maior parte escondida atrás das casas dooutro lado da rua.

“Então vocês estão indo para casa?” Ela pergun tou.

“O caminho de sempre. Durante a hora normal.” Rex disse, montando em sua bicicleta ealcançando dentro do bolso de sua blusa. Ele puxou para fora seus óculos.

Jessica olhou ao redor, seus olhos procurando por qualquer sinal da pantera.

“E você tem certeza que essa coisa azul está quase acabando?”

“Acontece toda noite, tão habitual quanto o nascer do sol.” Rex disse.

Jessica percebeu que eles deviam estar a quilômetros de suas casas. “E quanto ao toquede recolher? Quero dizer, todo mundo vai acordar, certo? E se a policia ver vocês?”

Melissa rolou seus olhos. “Nós temos lidado com o toque há anos. Não se preocupe com agente.”

“Mas nós deveríamos ir indo”, Rex disse. “Você estará bem aqui, Jessica. E isso tudo farámais sentido de manhã.” Ele pedalou pela calçada e então para a rua. “Vemos você amanhã àtarde.”

A bicicleta de Dess retiniu do outro lado do gramado. “Te vejo em 43.200 segundos, Jess”,ela falou enquanto passava. “E calce sapatos da próxima vez!” Ela riu e pedalou para alcançar Rex. Jessica olhou abaixo seus pés descalços e teve que sorrir.

Melissa ficou por um instante mais longo, seus olhos se estreitando.

“Você não faz parte”, ela disse suavemente, sua voz quase um sussurro. ”Essa é a razão

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que o Darkling quis matar você.”

Jessica abriu sua boca, então deu de ombros.

“Eu não pedi para ser um midnighter”, ela disse.

“Talvez não”, Melissa disse. “Não uma de verdade de qualquer modo. Algo sobre você étão... 11h:59min. Você não pertence.”

Ela se virou e pedalou para longe, sem esperar uma resposta.

Jessica encolheu os ombros. “Ótimo, a maioral dos esquisitos do clube dos esquisitos dizque eu não faço parte.”

Ela se virou e foi para dentro de casa. Mesmo na estranha luz da lua negra, ela pareceuatraente, como ela nunca tinha antes. Simplesmente como lar.

Mas Jessica suspirou enquanto ela caminhava pelo corredor em direção a seu quarto. Aspalavras de Melissa ainda estavam com ela. O Darkling não tinha parecido como os animaisselvagens para ela – mais como algo que a odiava com todo seu coração. O Slither tinha guiadoela para uma armadilha por que ele queria sua morte.

“Talvez Melissa esteja certa.”

Esta hora azul não parecia como um lugar que era para estar. A luz estranha pulsava emcada canto da casa, assustadora e errada. Seus olhos doíam à uma hora nisso, como se elaestivesse prestes a chorar.

Jessica passou pela porta de Beth. Sua forma branca ainda estava lá, imóvel, espalhadasobre a cama em uma posição ansiosa.

Ela entrou e se sentou perto de sua irmã, se forçando a olhar, a esperar pelo fim da meia

noite. Ela tinha que saber que Beth não estava morta. Se Rex tinha estado falando a verdade, elaera a única presa por um momento no tempo.

Jessica puxou o lençol ao redor do pescoço de sua irmã, e se estendeu para tocar abochecha imóvel, estremecendo quando seus dedos encontraram sua superfície fria.

O momento terminou.As caixas e cantos desbotados de volta da escuridão, não mais iluminados pela sua

própria luz. As turvas luzes dos postes inclinaram-se através das janelas, fazendo sombras em

ziguezague no piso bagunçado. O mundo parecia certo agora.As bochechas de Beth ficaram mais quentes, e um músculo nela agitou levemente sob a

mão de Jessica.

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Seus olhos se abriram preguiçosamente.

“Jessica? O que você está fazendo aqui?”

As bochechas de Beth ficaram mais quentes, subitamente relembrando que uma Bethacordada poderia estar tão assustada quanto uma congelada.

“Hei, eu, hum, queria ter dizer uma coisa.”

“O que? Eu estou dormindo Jessica.”

“Eu só tinha que dizer que eu lamento por evitar você. Quero dizer, eu sei que é duro aqui”,Jessica disse. “Mas... eu estou do seu lado, ok?”

“Oh, Jessica”, Beth disse, se retorcendo, se afastando e se enrolando ainda mais nascobertas. Então ela virou sua cabeça para olhar acusadoramente. “Mamãe te disse para fazer isso? É tão ridículo.”

“Não, é claro que não. Eu só queria...”

“Ser a miss madura. Para mostrar o quanto tempo teria para mim, mesmo que você seja amiss popular daqui. Tanto faz. Obrigada por esse papo estimulante,Jess. Posso dormir agora?”

Jessica começou a responder, mas parou a si mesma e então teve que reprimir um sorriso,Beth estava de volta ao normal. Ela tinha descongelado da hora azul, sem nenhum dano visível.

“Durma enrolada”, Jessica disse, indo para a porta.

“Yeah, sem percevejos debaixo da cama e tudo o mais.” Beth se rolou irritada, puxando acoberta por cima de sua cabeça.

Jessica fechou a porta. Enquanto ela ficava sozinha no corredor, as últimas palavras desua irmã rastejaram em torno de sua cabeça. “Não deixe os percevejos debaixo da cama temorderem”, ela sussurrou.

Ela foi para seu próprio quarto e fechou bem a porta, de repente sentindo como se a horaazul não tivesse realmente terminado. A luz estava de volta ao normal, e o som do ventoconstante de Oklahoma tinha retornado, mas tudo parecia diferente para ela agora. O mundo que

Jessica tinha conhecido – o mundo da noite e do dia, da certeza e razão – tinha sidocompletamente apagado.

Em outras vinte quatro horas o tempo azul viria novamente. Se Rex tinha dito a verdade,

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ele viria toda noite.Jessica Day deitou em sua própria cama e puxou suas cobertas para cima até o seu nariz.

Ela tentou dormir, mas com os olhos fechados, Jess sentia como se alguma coisa a maisestivesse em seu quarto. Ela se sentou e espreitou em cada canto, tendo a certeza mais e maisque nenhuma forma não familiar ocultava-se lá.

Era como ser pequena de novo, quando a noite era a hora do perigo, quando coisas viviamdebaixo da cama, coisas que queriam a comer.

Havia coisas piores do que percevejos, e elas mordiam.

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11

09:28 da MANHÃ

MARCAS DA MEIA NOITE

Beth estava em boa forma na manhã seguinte, no café da manhã.

“Mãe, Jessica estava espreitando dormindo noite passada.”

“Andando dormindo?”

“Não. Espreitando dormindo. Ela estava se arrastando pelo meu quarto, me espreitandoenquanto eu estava dormindo.”

Os pais de Jessica olharam para ela, levantando suas sobrancelhas.

“Eu não estava te espreitando”, Jessica disse. Ela mergul hou seu garfo nos huevos rancheros – queijo e ovos – que o pai tinha feito, desejando que este tópico da conversa não

rendesse muito. Ela deveria saber que Beth não se manteria calada sobre sua visita noitepassada.

Quando Jessica olhou para cima, todos ainda estavam olhando para ela. Ela encolheuseus ombros. “Eu não conseguia dormir, então eu fui ver se Beth estava acordada.”

“E para dar um pequeno discurso”, Beth disse.

Jessica sentiu seu rosto corar. Sua irmãzinha sempre descobria instintivamente a rota paraa vergonha máxima. Ela queria que cada fato desconfortável estivesse a par do conhecimentopúblico. Cada momento embaraçoso precisava desesperadamente de seu comentário.

“Um discurso?” Seu pai perguntou. Ele se sentava do outro lado da mesa em um a de suascamisetas de dormir. A camisa estava adornada com o logotipo de alguma companhia desoftware que ele costumava trabalhar, as cores brilhantes apagadas. Seu cabelo estavabagunçado, e ele não vinha se barbeando há alguns dias.

A mãe estava comendo em pé, já vestida para trabalhar em um terninho, o colarinho desua blusa cegantemente branco, em uma cozinha iluminada pelo sol. Ela nunca tinha se

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produzido esse tanto para trabalhar em Chicago, mas Jessica apostava que ela estava tentandoimpressionar seus novos chefes. A mãe nunca trabalhou no sábado antes, também.

“Por que você não podia dormir?”

Jessica percebeu que não tinha jeito de contar a verdade a ninguém. Antes que ela

tomasse banho naquela manhã, as solas de seus pés tinham estado quase pretas, muitoparecido com os pés de alguém que tinha caminhado um quilômetro no asfalto, descalço. Suasmãos ainda tinham apagadas marcas vermelhas nas palmas, e ela tinha uma escoriação na mãoonde o slither tinha mordido.

É claro, havia ainda a reduzida chance que tudo isso tivesse sido um sonho, completo coma andança e escalada da cerca, dormindo. Ela estaria checando aquela possibilidade em algumashoras.

“Jessica?”

“Oh, desculpe. Eu acho que eu estou cansada hoje. Eu venho tendo esses sonhosesquisitos, desde que nos mudamos. Eles me acordam.”

“Eu também.” O pai disse.

“Sim, pai”, Beth disse, “mas você não vem até meu quarto e me faz pequenos discursos.”

Todos os três olharam para Jessica com expectativa. Beth sorrindo cruelmente.Normalmente Jessica teria feito uma piada ou saído da sala, qualquer coisa para escapar

da vergonha. Mas ela já tinha mentido sobre a razão de ela não poder dormir. Ela decidiu fazer aspazes no departamento da verdade.

“Eu só pensei em dizer a Beth”, ela disse hesitante, “que eu sabia que se mudar foi duro

para ela. E que eu estava aqui para ela.” “Isso é tão podre”, Beth disse. “Mãe, diz a Jessica para não ser tão podre.”

Jessica sentiu os dedos de sua mãe levemente na sua nuca. ”Eu acho que isso foirealmente doce,Jessica.”

Beth fez um ruído deugh e escapuliu da cozinha com seu café da manhã. Os sons de

desenhos animados vieram da sala de estar.

“Isso foi muito maduro da sua parte, Jess.” O pai disse.

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“Eu não fiz isso para ser madura”

“Eu sei, Jessica”, a mãe disse. “Mas você esta certa – Beth precisa de nosso apoio agoramesmo. Continue tentando.”

Jessica deu de ombros, ainda um pouco embaraçada. “Claro.”

“A propósito, eu tenho que ir”, a mãe diz. “Eu vou experimentar o túnel de vento estatarde.”

“Boa sorte, mãe.”

“Tchau, queridos.”

“Tchau”, ela e seu pai disseram juntos.

No momento que a porta da frente tinha se fechado, eles levaram seus cafés da manhãpara frente da tv. Beth patinou para um lado do sofá para Jessica, mas não disse uma palavra.

No primeiro intervalo dos desenhos, Beth pegou seu prato vazio para levá-lo, hesitou, eolhou abaixo para o prato de Jessica.

“Você terminou?”

Jessica olhou para cima. “Yeah...”

Beth se agachou e empilhou o prato de Jess com o seu próprio, então os carregou,sacudindo em suas mãos, para a cozinha.

Jessica e seu pai trocaram olhares surpresos.

Ele sorriu. ”Eu acho que ser podre funciona às vezes.” Uma hora depois o pai decidiu ser o sr. Responsável. Ele ficou de pé e se alongou, então

colocou a tv no mudo. “Então, vocês duas vão terminar a arrumação as malas hoje, certo?”

“Sim, claro”, Beth disse. “Vai levar o dia todo.”

“Nós deveríamos deixar alguma coisa pronta antes que sua mãe chegue em casa”, o paidisse.

“Na verdade”, Jessica disse, “eu tenho que ir a um museu no centro da cidade. O museuda era Clovis ou algo assim. Trabalho de casa.”

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“Trabalho de casa, já?”, o pai perguntou. “Nos meus tempos eu não recebia nenhumtrabalho na primeira semana. Nós só tínhamos que fazer um pouco o que queríamos por umtempo, então eles lentamente nos reintroduzia ao conceito de trabalho.”

“Então não mudou muito para você, não é, pai?” Beth disse.

O pai deu seu novo suspiro derrotado. Ele não se colocava mais em um briga com Beth.

Jessica a ignorou. “De qualquer jeito, pai, não é muito longe. Eu acho que vou de bicicleta.”

As ruas e a casa da noite passada ainda estavam lá, reconhecíveis a luz do dia. Ela olhouseu relógio. Sem chance de estar atrasada – ela ainda tinha uma hora para chegar ao Museu deClovis.

Haviam tantas perguntas em sua mente.O que eram os Darklings e os slithers, e de onde eles vinham? Como Dess tinha assustado a pantera gigante com uma calota? Por que Jessica nunca tinha visto a hora azul antes de vir para Bixby? E a propósito, como Rex e suas amigas sabiam sobre essas coisas?

Jessica pedalou lentamente, retraçando seus passos por partes, onde tudo tinhaacontecido na noite passada. A rota de sua casa para a rua onde ela tinha visto pela primeira vez

a pantera era a parte mais vaga em sua memória. Ela tinha estado seguindo o gatinho-slither daKerr e Division e, daqui, do local onde o carro congelado tinha estado.

É claro, ele se foi agora. Jessica tentou imaginar ele pulando de repente em movimento,enquanto a hora secreta terminava, a motorista calmamente continuando estrada abaixo, comose nada tivesse acontecido. Não havia marcas na rua, nenhuma calota queimada, nada paramostrar que uma luta tinha tomado lugar ali, há apenas onze horas atrás.

De lá ela traçou seu caminho de volta, se lembrando claramente do caminho que ela tinha

feito enquanto a pantera a estava seguindo. Ela descobriu um beco estreito e foi por ele, para acerca do quintal, que ela tinha escalado e escapado por ela. Jessica não ia escalá-la de voltadurante o dia, e o pensamento de estar em pé no mato alto ainda fazia ela nervosa, então elacirculou em torno da rua para o outro lado da casa.

O velho salgueiro dominava a quadra, como um guarda-chuva gigante encobrindo o sol.Jessica desmontou e caminhou com sua bicicleta sobre o gramado malcuidado até a árvore. Naescuridão abaixo de sua sombra ela viu três riscos cinzelados no tronco, as marcas da pata da

pantera gigante.Sua pele formigou, enquanto ela traçava os cortes com um dedo trêmulo. Era mais do que

um centímetro de profundidade, tão largo quanto seu polegar. Seu dedo voltou pegajoso. Ela

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brincou com o traçado de seiva entre seus dedos, percebendo que a árvore tinha sangrado aoinvés dela.

“Desculpe por isso”, ela disse suavemente ao salgueiro.

“Hei!”

Jessica pulou, procurando ao redor a voz.

“O que você está fazendo na minha grama?”

Ela viu um rosto na janela da casa decrépita, mal visível através da luz refletida da telaantimosquitos.

“Desculpe”, ela falou. “Só olhando a árvore.”Ok,Jessica pensou, aquilo soou esquisito.

Ela empurrou sua bicicleta de volta para rua e subiu nela, fazendo sombra em seus olhoscom uma mão por um momento, enquanto ela olhava de volta. O rosto tinha desaparecido, masJessica reconheceu uma estrela de treze pontas na placa pregada perto da porta. Dess tinhaestado certa: elas estavam em toda parte de Bixby.

E uma velha surgiu da casa, usando só um robe fino agarrado a sua frágil estrutura nabrisa leve. Ela estava segurando alguma coisa contra o peito, um objeto longo e fino que brilhavaao sol.

“Fique longe da minha casa”, a mulher gritou em uma voz maior que seu corpo minúsculo.

“Ok, desculpe.” Jess começou a pedalar se afastando.

“E não volte hoje à noite também”, um grito final a seguiu pela rua.

Voltar hoje à noite? Jess se perguntou enquanto ela pedalava. O que a velha queria dizer com isso?

Jessica balançou sua cabeça, olhando seu relógio. As marcas na árvore provavam que ahora secreta era real. Ela tinha que encarar o fato de que algo realmente tinha tentado matá-lanoite passada. E ela tinha de descobrir um jeito de se proteger antes que a hora azul viesse denovo.

Jessica pedalou rápido em direção ao centro.

Ela odiava estar atrasada.

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12

11h:51min da Manhã

PONTAS DE FLECHAS

Enquanto eles se aproximavam do centro de Bixby, Rex pode sentir o carro desacelerando.Ele olhou para Melissa, cujas mãos apertavam o volante.

“Está tudo bem, vaqueira”, ele murmurou. Ele tentou pensar com calma, esperando queisso ajudasse.

Não era um centro de verdade, como em Tulsa ou Dallas tinham, é só um punhado decinco ou seis prédios que incluem a prefeitura, a biblioteca, e um par de prédios de escritórios. Nosábado os locais comerciais estão vazios. Haveria umas poucas pessoas nas lojas caras na ruaprincipal e alinhada para as apresentações no restaurado cinema dos anos de 1950. Só isso.

Mas lotado ou não, o centro da cidade estava situado bem no meio de Bixby, cercado poranéis de casas em expansão. Enquanto eles se aproximavam, a parte mais concentrada da

população os circulou. Não era tão ruim quanto a escola, mas sempre levava um minuto ou maispara Melissa se ajustar ao acumulado peso daquelas mentes.

Logo seus nós dos dedos relaxariam ao volante.Rex respirou fundo e se inclinou no seu assento.Ele olhou para fora da janela, tirando seus óculos para olhar as placas.Elas estavam lá. Um monte delas.Normalmente elas eram bastante claras, tão afastado do deserto. Com seus óculos

retirados, a cidade teria sido um grande borrão tranquilizador. Mas Rex podia ver marcas devisitantes em toda parte – uma casa que chamava a atenção com uma estranha claridade emrelação a suas vizinhas, uma placa de rua que ele podia facilmente ler com olhos sem auxílio, umcaminho deslizando do outro lado da rua que brilhava com o foco, as margens acentuadas querevelavam o toque de mãos não humana.

Ou patas, ou de barrigas rastejando.Os sinais da meia noite estavam lá, onde eles não deveriam estar, movendo-se próximos

em direção as brilhantes luzes do centro. Rex se perguntou o que os Darklings e seus amiguinhosqueriam. Eles estavam testando seus limites? Crescendo em número? Mostrando um súbito interesse na humanidade?

Ou estavam procurando por alguma coisa?

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“O que você acha que ela é, Rex?” Dess perguntou de seu banco na parte de trás.

“Talento para o conhecimento?” Ele encolheu os ombros. “Pode ser qualquer coisa. Podeser outro gênio10?

“Nah”, Dess disse. ”Eu estou em trigonometria com ela, lembra-se? Ela é lerda. Sanchezteve que explicar as medidas radianas para ela três vezes esta semana.”

Rex se perguntou o que eram medidas radianas. “Trigonometria não é na verdade parte daerudição, Dess.”

“Ela será um dia”, Dess disse. ”Cedo ou tarde a aritmética vai perder a força. Como aobsidiana11.”

“Isso foi há muito tempo atrás”, Rex respondeu. Ele esperava, de qualquer modo,trigonometria estava bem além dele também. “De qualquer modo, Jessica acabou de chegar aqui.Ela poderia levar um tempo para encontrar seu talento.”

“Por favor”, Dess disse, “vocês me encontraram quando eu tinha onze, certo? Naqueletempo minha mãe e meu pai estavam me deixando fazer os impostos para eles. Jessica temquinze anos, e ela não pode lidar com trigonometria da escola? Ela não é um gênio.”

“Ela também não é uma telepata.12” Melissa disse.

Rex olhou para sua velha amiga. Ao contrário do painel embaçado e passando ao fundo, orosto de Melissa estava no perfeito foco de um midnighter. Sua expressão era de dor e suasmãos apertavam o volante de novo, como se o velho Ford estivesse passando por um ônibuslotado de crianças de cinco anos gritando.

“Provavelmente não”, ele disse suavemente.

“Definitivamente, não. Eu poderia provar isso, se ela fosse.”

Rex suspirou. ”Não tem importância discutir sobre isso agora. Nós iremos descobrir o queela é breve o suficiente. Ela pode ser uma vidente, pelo que sabemos.”

10 Polimath – Pessoculta, sábia ou por definição é o seguinte: quem se destaca em vários campos, particularmente nas artes ciências ao mesmo tempo11 Obsidian – Obsidiana uma pedra do tipo vulcânico. Na idade da pedra ela servia para serem usadas como lâminas e pontas flechas.12 Mindcaster – é uma pessoa que pode fundir sua mente com a de outra pessoa, entrar em pensamentos e sugestioná-los, como uhipnotizador. Em inglês seria um mesmerist ou hypnotist.

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“Hei, Rex, talvez ela seja uma acrobata”, Dess disse.

“Sim, uma substituição”, Melissa se juntou a isso.

Rex olhou para ela, então colocou seus óculos de volta. O rosto de Melissa era uma um

pequeno borrão, enquanto o resto do mundo tomava forma, e ele se virou para olhar pela janelado carro.

“Nós não precisamos de um acrobata.”

“Claro, Rex”, Dess disse. “Mas um grupo completo não seria melhor?”

Ele deu de ombros, não mordendo a isca.

“Recuperar todos eles”, Melissa adicionou.

“Olha”, Rex disse rispidamente. ”Há muitos mais talentos do que os quatro que nós temosvisto, ok? Eu tenho lido sobre todo tipo de coisa, voltando há tão distante quanto a Separação.”

“Ela pode não ser nada”, Melissa disse.

Rex deu de ombros de novo e não disse outra palavra, até que eles alcançassem o museu.O museu do período Clovis13 de escavação era um prédio longo e baixo. A maior parte do

museu era no subsolo, enterrado em um frio e escuro abrigo na terra vermelha de Oklahoma.Com sua única fileira de minúsculas janelas, ele parecia para Rex, como um daqueles abrigosque cientistas de foguetes encolhiam-se enquanto eles testavam algum novo míssil, que podiaexplodir a plataforma de lançamento.

Este era o primeiro final de semana do ano escolar, então o estacionamento estava quasevazio. Mais tarde poderia haver uns poucos turistas, e em um mês ou mais, as viagens escolarescomeçariam. Cada estudante dentro de 160 quilômetros de Bixby fazia a visita pelo menos trêsvezes durante seu período escolar. Tinha sido na viagem de quinta série que Melissa e Rextinham vindo pela primeira vez aqui e começado o processo de descobrir quem e o que eleseram.

Anita não estava na mesa de bilheteria e informações. A mulher que estava sentada lá eranova e olhou acima desconfiada enquanto os três caminhavam através da porta.

“Posso lhes ajudar?”

Rex mexeu em seu bolso, esperando que ele tivesse se lembrado de trazer seu cartão de

13 Clovis Period – período pré-histórico da cultura paleo indígena.

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membro. Ele o encontrou depois de alguns momentos ansiosos. “Três, por favor.”

A mulher pegou o cartão amassado dele e o olhou de perto, uma sobrancelha levantada.Houve a espera de sempre enquanto ela os olhava, seus olhos traçando seus casacos escuros eas roupas das garotas, tentando descobrir uma razão para mantê-los fora.

“A qualquer momento, este ano.” Dess disse.

“Desculpe me?” “Ela disse que o cartão de membro dever ser válido ao longo deste ano, senhora”, Rex

disse.

Então a mulher acenou, seus lábios puxados, como se todas as suas suspeitas tivessemsido confirmadas, e disse,” bem, estou vendo.”

Ela apertou uma tecla, e três bilhetes surgiram de uma fenda na mesa. “Mas vocês secuidem, escutaram?”

Dess arrebatou os bilhetes e estava prestes a dizer algo, mas um velho em um terno detweed veio através da porta dos funcionários para trás da mesa, interrompendo ela bem na hora.

“Ah, são as pontas de flechas”, Dr. Anton Sherwood disse com uma risada.

Rex sentiu a tensão deixar ele. Ele sorriu para o diretor do museu. “Bom te ver, Dr.Sherwood.”

“Tem alguma coisa para mim hoje, Rex?”

Rex sacudiu sua cabeça, levando um momento para se divertir com a confusão no rosto damulher na bilheteria. “Desculpe, nós só estamos aqui para uma rápida visita. Alguma coisa nova

para se ver?”

“Mmm. Nós temos uma nova ponta de bifacial14 de Cactus Hill, na Virgínia. Parece comouma boa candidata para uma ligação Solutrean. É no caso do período pré-Clovis neste andar. Medeixe saber o que você acha.”

“Eu ficaria feliz”, Rex disse. Ele sorriu polidamente para a mulher desnorteada atrás damesa de bilhetes e guiou Dess e Melissa para o museu.

“Maluca, fora”, Dess disse suavemente. Mesmo Melissa estava sorrindo. Rex se permitiu

14 Refere-se a ferramentas pré-históricas feitas de pedra.

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um pouco de orgulho. Pelo menos suas duas amigas não estavam mais irritando ele sobreacrobatas.

A baixa iluminação do museu se colocou em torno deles, e aliviou do ofuscante sol do meiodia. Rex respirou o cheiro fresco e reconfortante da terra vermelha exposta. Uma das paredes domuseu era aberta para a escavação original de Bixby, as passagens suspensas a uns poucosmetros da terra crua. Colocada em uma terra dura, como se nunca totalmente escavada, ondeferramentas feitas de ossos, implementos de madeira fossilizados, lascas obsidianas em formatode setas de flechas, e o esqueleto de um tigre dentes de sabre. (Tigre dente de sabre era o quedizia o rótulo). Rex estava certo que suas próprias teorias e as do Dr. Sherwood se divergiamsobre exatamente de que animal tinha sido.

Enquanto eles se dirigiam para a rampa inclinada que levava aos andares no subsolo, Rexolhou seu relógio. Eram poucos minutos do meio dia; Jessica já poderia estar esperando. Mas nocaminho ele parou para uma rápida olhada na caixa de vidro do achados do período pré-Clovis.

A caixa estava cheia de pontas de flechas brutas, variando de 0,76 cm a 12,5 cm decomprimento. Algumas eram longas e finas, outras largas e mal afiadas, como a extremidade deuma pá. A maioria era pontas de lança, ao invés de setas de verdade. Os criadores tinham unidoprojetando o eixo nelas, mas a madeira tinha apodrecido a doze mil anos atrás. As recémdescobertas pontas eram fácil de se localizar. Eram quase de 20 centímetros e meio decomprimento, uma fatia fina e proporcional como um folha estreita. Ela sustentava os sinais

reveladores que um martelo tinha feito na pedra suave e todos os sinais de um trabalhadorhabilidoso. Ele puxou seus óculos para mais perto.

Ele se dissolveu em um borrão; nenhum foco se agarrando a ele. O rosto de Rex secontorceu com o desapontamento, e ele continuou rampa abaixo. Até agora ele não tinha vistonada de fora de Bixby que mostrasse sinais da hora azul.

No mundo inteiro, ele e suas amigas estavam realmente sozinhos? Jessica Day já estava lá. Esperando no nível mais baixo, seu olhar perdido em um modelo

de uma caça a mastodontes. Minúsculas figuras da idade da pedra cercavam o animal imenso,atirando lanças em seu couro grosso, em todas as direções. Um dos personagenzinhos estavaprestes a ser empalado por um dente comprido.

“Bem corajoso, heim?” Rex disse.

Jessica se remexeu, como se ela não tivesse escutado a aproximação deles. Ela serecuperou, então encolheu os ombros.

“Na verdade, eu estava pensando em vinte contra um.”

“Dezenove”, Dess disse. Jessica levantou uma sobrancelha.

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Isso já esta começando bem , Rex pensou. Ele tinha um discurso inteiro planejado, umhabitual mostre-e-fale. Ele tinha ensaiado isso em sua mente muitas vezes antes de ir dormir nanoite passada. Mas Jessica parecia exausta. Mesmo com seus óculos fazendo ela um poucoindistinta, seus olhos verdes carregavam as marcas de uma noite sem sono. Ele decidiu jogarfora seu discurso.

“Você deve ter um monte de perguntas”, ele disse.

“Sim, eu tenho.”

“Por aqui”, eles guiaram Jessica para um pequeno aglomerado de mesas contra a parede.Eram onde os grupos escolares comiam seus almoços. Os quatro se sentaram, Melissa retirandoseus fones, Dess inclinando-se para trás precariamente em sua cadeira de plástico.

“Manda”, Rex disse, entrelaçando suas mãos sobre a mesa.

Jessica tomou um profundo fôlego, como se estivesse prestes a falar, mas então umaexpressão impotente cruzou seu rosto. Rex podia ler isso, mesmo com seus óculos postos. Era oolhar de alguém com muitas perguntas, para saber por onde começar. Rex se forçou a serpaciente enquanto Jessica botava em ordem seus pensamentos.

“Uma calota?”

Rex sorriu.

“Não é só uma calota”, Dess disse. ”Era de um Mercury de 1967.”

“1967 é múltiplo de treze?” Rex perguntou.

“Não tanto”, Dess caçoou. ”Mas eles faziam calotas de aço de verdade na época. Não essaporcaria de alumínio.”

“Intervalo”, Jessica disse.

“Oh, desculpe”, Rex disse timidamente. ”Explique Dess, mas mantenha isso simples.”

Dess puxou seu colar para fora de sua camiseta. Uma estrela de treze pontas pendurada

em sua corrente. Na luz fraca do museu ela captou os refletores sobre as exibições, piscandocomo se com sua própria luz.

“Lembra-se disso?”

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“Sim, eu notei todos em Bixby, desde que você me disse sobre eles.”

“Bem”, Dess falou. “Este colar é a proteção dos Darklings 101; Há trêscoisas que osDarklings não gostam. Um é aço”, ela pinçou a estrela com um de seus dedos. “A descoberta deum tipo de metal é o que mais surta os Darklings.”

“Aço”, Jessica disse silenciosamente para si mesma, como se isso fizesse sentido para ela.

“Basicamente os Darklings são realmente antigos”, Dess explicou. ”E como um bando depessoas velhas, eles não gostam de coisas que mudaram desde que eles eram nascidos.”

“Eles costumam ter medo de pedras cortadas”, Rex disse. ”Então esqueça metais: bronzee ferro. Mas gradualmente eles se acostumaram a eles. O aço é mais recente.”

“O aço não tem estado por ai há muito tempo?” Jessica perguntou. “Como espadas eessas coisas?

“Yeah, mas nós estamos falando de aço inoxidável, uma invenção moderna”, Dess disse.“É claro, um dia eu gostaria de por minhas mãos em algum eletrolítico de titânio ou...”

“Ok”, Jessica interrompeu, ”então eles não gostam de metais novos.”

“Especialmente ligas metálicas”, Dess disse, ”que significa uma mistura de metais. Ouro eprata são elementos. Eles vem direto da terra. Os Darklings não se assustam com eles.”

“Mas eles são assustados por ligas. Então eles não poderiam ir através de algo feito demetal?” Jessica perguntou.

“Isso não é tão simples”, Dess disse. “ A coisa número dois que os Darklings temem é...matemática.”

“Matemática?”

“Bem, um certo tipo de matemática.” Dess explicou. “Há certos números e padrões eproporções que basicamente enlouquecem eles.”

A expressão de Jessica permaneceu em uma de incredulidade.

Rex tinha sepreparado para isso. ”Você já ouviu falar de epilepsia?”

“Uh, claro. É uma doença, certo? Você cai e começa a espumar pela boca.”

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“E morde sua própria língua.” Adicionou Dess.

“É uma coisa cerebral.” Rex disse. “As crises são geralmente desencadeadas p or uma luzintermitente.”

“Não importa o quão forte ou bem você esteja.” Dess disse. ”Uma luz intermitente e de

repente você está indefeso. Como Superman e a kriptonita. Mas a coisa é, a luz tem que estarpiscando a uma certa velocidade. Números agem desse jeito sobre os Darklings.”

“E este é o porquê Bixby tem essa coisa sobre o treze?” Jessica perguntou.

“Você sacou. Proteção garantida contra os Darklings e seus amiguinhos. Algo sobre aquelenúmero os deixa totalmente loucos. Eles não podem suportar símbolos que significam o treze ougrupo de treze coisas. Até mesmo palavras de treze letras fritam suas cabeças.”

Jessica soltou um baixo sibilo. ”Psicossomático15.”

“Yeah, essa é uma boa”, Dess disse. “Então eu dei a aquela velha calota uma palavra detreze letras. Hipocondríaco, e o gato psicopata foi queimado.”

“Claro”, Jessica disse.

“Apenas se lembre de sempre manter um tridecalogismo fresco em mente.” “Um o quê, fresco?”

“Tridecalogismo é uma palavra de treze letras que quer dizer uma palavra de três trezeletras.” Dess disse, sorrindo satisfeita.

“Sério?”

“Bem, eu tipo fiz isso para mim mesma. Então não tente usar para sua proteção. E lembre-se, quando você realmente usar um tridecalogismo em um Darklings, tenha certeza que venha avocê uma palavra nova para a noite seguinte.”

“Eles se acostumam com as palavras mais rápido do que com os metais.” Rex disse.

“Quem sabe?” Dess continuou. ”Talvez um dia eles se acostumem com o número treze.Então nós procuraremos por palavras de trinta e nove letras.”

15 Psychosomatic – Não tem como passar essa palavra de 13 letras para o português sem tirar o sentido. Psicossomático tem 1letras.

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Ele a guiou para um gabinete no museu pelo muro escavado. Sob o vidro estava umacoleção de pontas da era Clovis, todas da área de Bixby e todas cerca de dez mil anos de idade.

Embora a etiqueta não dissesse isso, uma das flechas tinha sido recuperada de dentro dascostelas de um esqueleto de dentes de sabre, incorporado na parede. O resto delas tinha sidoencontrado em antigos acampamentos, colinas de túmulos, e o poço das cobras. Com seus

óculos retirados, Rex podia ver instantaneamente a diferença.Aquela ponta de lança ficava fora do resto com ardente clareza, cada face tão distinta que

ele podia imaginar quão o antigo martelo tinha cortado de cada camada de pedra. O foco tinha seagarrado a aquele pedaço de obsidiana por milênios, e ao seu primeiro vislumbre dele, Rex tinhasabido instintivamente que ele tinha perfurado o coração da besta na parede.

Esta ponta tinha matado um Darklings.Os olhos desnudados de Rex podia também ver sutis diferenças no modo que ela tinha

sido fabricada – a ranhura meridiana onde a flecha tinha estado anexada era mais profunda eresistente, a ponta muito afiada. Dez mil anos esta ponta de lança tinha sido uma peça de altatecnologia, tão avançada quanto um caça aéreo futurístico.

“Alguma dessas... te chama a atenção?”, ele perguntou.

Jessica olhou para as pontas cuidadosamente, suas sobrancelhas cerradas emconcentração. Rex sentiu sua respiração prender. Noite passada, ele tinha se permitido se

perguntar, o que seria, se Jessica fosse outra vidente, alguém que pudesse ver sinais e ler atradição. Finalmente Rex teria alguém para ajudá-lo a filtrar as infinitas coleções de objetos doconhecimento midnighter, para comparar interpretações de confusas e contraditórias histórias,para ler ao lado dele.

Alguém para dividir a responsabilidade quando as coisas dessem errado.

“Esta é de uma espécie diferente.”

Jessica estava apontando para uma colher de escavar, uma ferramenta de mão que nãoera uma ponta de flecha. Rex deixou sua respiração sair lentamente, não querendo que seudesapontamento aparecesse, sem querer sentir o peso inteiro disso ainda.

“Yeah, é diferente. Eles costumavam escavar os vegetais podres.”

“Vegetais podres?”

“Grandes fãs de batata doce, os da Idade da Pedra. “ Ele colocou seu óculos de volta.

“Então isso é uma colher de escavar. Não é por isso que você me trouxe aqui, não é?”

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“Não”, ele admitiu. ”Eu queria saber se você podia ver alguma coisa.”

“Você quer dizer, ver a hora secreta como você pode?”

Rex concordou. ”Eu posso dizer que estas pontas de flecha mataram um Darklings. Otoque que se perdeu com o tempo. Eu posso vê-lo.”

Jessica olhou para a caixa e fez uma careta. “Talvez meus olhos sejam errados.”

“Não, Jessica. Diferentes midnighters tem diferentes talentos. Nós não sabemos qual é oseu ainda.”

Ela deu de ombros, e então apontou. “Este é um esqueleto Darkling, lá em cima, não é?”

Ele ficou surpreso por um momento, então concordou, percebendo que ela tinha visto umacriatura como aquela em carne e osso.

“Wow. Então estas coisas estão realmente por aí a dez mil anos”, ela disse. ”Elas nãodeveriam estar extintas ou algo assim? Como os dinossauros?”

“Não em Bixby.”

Uma de suas sobrancelhas se levantou. ”Rex, não há nenhum dinossauro em Bixby, há?” Ele teve que sorrir. “Não que eu tenha visto.”

“Bom, isso é alguma coisa.”

Rex silenciosamente a guiou de volta em direção a mesa. Podia ter mudado tudo seJessica tivesse se tornado uma vidente. Ele engoliu, incapaz de falar por um momento, entãodescobriu a parte do discurso da noite passada na ponta de sua língua.

“Darklings quase foram extintos, Jessica, mas ao invés disso eles se escondem na horaazul. Tem sido há muito tempo, desde que elesviveram em um mundo com o resto de nós.”

“Isso deve ter sido excitante, ser perseguido por ai por aquelas coisas, por vinte quatrohoras, sete dias por semana.”

“Vinte e cinco horas, e sete dias por semana.” Rex a corrigiu. ”Humanos não estavam notopo da cadeia alimentar até então. As pessoas tinham que lidar com tigres, ursos e lobosterríveis. Mas os Darklings eram os piores. Eles não eram fortes e rápidos, eles eram maisespertos do que nós. Por um longo tempo fomos completamente indefesos.

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“Bem, é um alívio”, Jessica disse. ”Eu vou me certificar de ter um lança chamas próximavez que a hora secreta vier.”

Dess sacudiu sua cabeça. “Isso não ajudará você. Fogo, coisas eletrônicas , motores decarros, nenhuma dessas tecnologias funcionam na hora da meia noite. Você acha que nós

pedalamos bicicletas na estrada para Bixby na noite passada por exercício?”

“Esse é o porquê da hora azul ser criada”, Rex disse. ”A poucas centenas de anos atrás,quando os Darklings foram sendo empurrados para a floresta profunda pela armas de metal e ofogo, eles criaram como um santuário para si mesmos.”

“Eles fizeram a hora azul?” Jessica perguntou.

Rex concordou. ”A tradição diz que eles tomaram uma hora do dia, e a fecharam em uminstante, para que os seres humanos não pudessem vê-la mais.”

Jessica disse suavemente. ”Exceto aqueles que foram nascidos exatamente naqueleinstante.”

“Você sacou”, Dess disse. ”Isso tem que acontecer para algumas pessoa s, sabe? Só unstantos minutos em um dia.”

Dess estava olhando para Jessica em expectativa.

“O que?” Jessica perguntou.

Rex suspirou. “Ela quer que você diga quantos minutos são em um dia.”

Jessica encolheu os ombros. “Um monte?”

“Sessenta segundos por minuto”, Dess forneceu. “Sessenta minutos por hora. Vinte equatro horas por dia.”

“Que seria...” Jessica olhou acima para o teto em enlevada concentração. “Um totalmontão?”

“Oitenta e seis mil, quatrocentos”, Dess disse quietamente. “Eu pensei que você soubesse,sabe, realmente boa matemática. Além do mais, você está em trigonometria.”

Jessica bufou. “Isso foi ideia de minha mãe. Quando nós mudamos de escolas, ela decidiume promover a gênio mal compreendido.”

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“Falta de sorte”, Dess disse. Ela encolheu os ombros para Rex.

Melissa riu de novo, cantando suavemente com seus fones. Rex mal captava as palavras.

“Sabor de... baunilha.”

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13

11h:55min da Noite

ACROBATA

Ano passado na escola pública 141 havíamos tido uma experiência realmente nojenta emBiologia...

A sala de Jessica tinha criado dois punhados de platelmintos em terrários, que erambasicamente aquários, mas cheios de terra ao invés de água. Os platelmintos eram na verdadeachatados, com cabecinhas triangulares do tipo como as pontas de lança que Rex era tãoaficionado. Eles tinham dois pequenos pontos que pareciam com olhos, mas não eram. Emboraeles pudessem detectar a luz.

Em um terrário a classe sempre colocava a comida de verme no mesmo canto, debaixo deum pouco de luz que eles acendiam na hora da alimentação. A luz era como uma placa derestaurante: Entre, estamos abertos.

No outro terrário a classe apenas espalhava a comida ao acaso no topo da terra.Os platelmintos no primeiro terrário não eram burros. Logo, eles descobriram o que a luz

significava. Você podia apontar uma lanterna em qualquer lugar do terrário, e os vermes iamprocurar por comida. Eles até mesmo seguiam a luz ao redor em círculos, se corrida de vermesera o que você queria.

Então, enquanto isso acontecia em toda aula de biologia, o momento da parte nojenta veio.Usando uma lanterna como isca, a sala coletou todos os vermes mais espertos que

amavam a luz do primeiro terrário. Então a professora, Srta. Hardaway, as colocou em uma tigelae as esmagou em forma de pasta de verme. Ninguém foi forçado a olhar, mas umas poucas

crianças viram. Jessica não.No caso que isso não fosse nojento o suficiente, Srta. Hardaway então alimentou os outros

vermes, de vermes esmagados. Um por um, os vermes levantavam suas pequenas cabeçasachatadas, famintos por comida. Eles tinham aprendido sobre a luz de restaurante por comida,dos vermes do outro terrário, como aprender francês por comer batatinhas fritas16, exceto queinfinitamente mais nojento.

Hoje a noite, sentada em sua cama, esperando pela meia noite, cercada por caixas não

desfeitas, Jessica Day tinha o resíduo de midnighter em sua boca.Rex e Dess tinham mantido ela no museu por horas, comprimindo o cérebro dela com cada

16A frase: learning French by eating french fries. Como uma rima só que na tradução literal não é possível.

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coisa que eles sabiam sobre os Darklings, a hora azul, midnighters e seus talentos, e a históriasecreta de Bixby, Oklahoma. Eles tinham por base de anos de experiências incríveis edescobertas inacreditáveis, e que serviu a eles como uma refeição gigantesca. E é claro, Jessicanão teve escolha, a não ser alimentar de cada mordida. A hora secreta era perigosa. O que elanão sabia, podia feri-la de verdade.

No final, até mesmo Melissa tinha tirado seus fones para se juntar, explicando seu próprioestranho talento. Mostrando que ela, e não Dess, era a psíquica – uma verdadeira psíquica, nãodo tipo psicossomática – mas em um jeito que soava completamente horrível. Ela tinha descritoem como estar em uma sala com cinquenta rádios explodindo, todos ligados em diferentesestações. E Rex tinha alertado a Jessica para não tocá-la; contato físico aumentava muito ovolume.

Não era à toa que Melissa era divertida de se estar por perto.

Enquanto Jessica observava o braço dos segundos do relógio lentamente varrendo osúltimos minutos remanescentes, ela descansou uma mão em seu estômago fazendo barulho. Elatinha essa sensação sempre antes de uma prova. Esta era uma prova o bastante. Isso incluíamatemática, mitologia, metalúrgica, ciência, e história antiga. E obter a resposta errada podiasignificar vir a ela mesma ser comida de verme.

O dia tinha provavelmente sido muito mais divertido para Rex, Dess e Melissa. Por anos ostrês tinham mantido um inteiro mundo em segredo. Eles tinham que encarar o terror e alegrias dameia noite sozinhos. Então é claro que eles tinham estado ansiosos para compartilhá-lo comalguém novo.

Jessica apenas desejou que ela pudesse se lembrar mais do que eles tinham dito. Depoisda primeira ou terceira hora, sua noite sem sono tinha começado a produzir seus efeitos, suasvozes se tornando um zumbir competitivo. Finalmente ela tinha dito a eles que ela estava indopara casa.

Era maravilhoso o quão rapidamente um novo e misterioso mundo poderia ir do totalmenteinacreditável ao completamente insuportável.

Ela tinha voltado para casa a tempo para o jantar, Jessica podia dizer que a mãe tinha tudopronto para gritar com ela sobre as caixas não desfeitas ainda. Mas um olhar para o rostoexausto de Jessica e sua mãe tinha instantaneamente ligado as engrenagens.

“A amorzinho, você temfeito dever de casa o dia todo, não tem? Isso é minha culpa porcolocar você em todas aquelas classes avançadas, não é?”

Jessica não se incomodou em discordar. Ela tinha meio que cochilado durante o jantar e foidireto para cama. Mas ela colocou seu alarme para onze e meia. Hoje a noite ela queria estarcompletamente acordada e vestida, quando o tempo azul chegasse.

Embora ela não pudesse se lembrar da metade do que os outros midnighters tinham

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ensinado a ela, ela não tinha esquecido as coisas importantes, Jessica estava armada com astrês novas armas: Atraentemente, Fossilização, e Doutrinamente17, que eram uma bobina dearame, um longo parafuso, e uma antena de carro quebrada. Elas não eram muito ao se olhar, eDess tinha dito que nenhuma era tão formidável quanto o poderoso Hipocondríaco, mas ela tinhagarantido que elas tocariam fogo em uma cauda de Darklings. Ou pelo menos, uma faísca azul de

um show de fogos de artifício. Jessica tinha também pegado emprestado umas pequenas receitasde Dess, para criar suas próprias armadilhas. Seu quarto era a prova de slithers agora.

Em contrapartida, não tinha jeito dela ir para fora hoje a noite.Os outros três midnighters eram guiados pelo o que Rex tinha chamado de um “Local da

tradição”. Aparentemente, lá tinha havido midnighters em Bixby, tanto quanto tinha havido a horasecreta, alguns nasceram aqui e outros, como Jessica, que tinham tropeçado na cidade.Gerações de sábios como Rex, tinha lentamente coletado conhecimento sobre o tempo azul e os

Darklings, e gravado suas descobertas onde só outros videntes poderiam as encontrar. Lá fora,na imensa imutabilidade do deserto, antigas pedras eram marcadas com runas invisíveis, quediziam antigas histórias.

Rex disse que ele procuraria até que descobrisse por que os Darklings estavam tãointeressados em Jessica. “Mas talvez noite passada foi uma coincidência”, ele tinha dito semconvencer.

“Talvez eles apenas gostem de você”, Melissa tinha dito, estalando seus lábios, ”Como em,

„eu gosto de pizza.‟”

Faltavam dois minutos.Jessica engoliu, e levantou seus pés do piso. Os slithers não podiam estar aqui ainda, mas

a noite passada tinha trazido todos os seus medos de infância de volta para ela. Haviam coisasdebaixo da cama. Talvez no momento elas fossem coisas psicossomáticas, mas ela ainda podiaas sentir lá embaixo.

Ela olhou para seu relógio, que estava marcado na hora de Bixby agora. Dess tinhaexplicado que a “meia noite de verdade” acontecia em diferentes momentos em cada cidade. Osfusos horários apenas os disfarçavam. Mas agora quando seu relógio batesse doze, Jessica Dayestaria tão afastada do sol quanto ela poderia estar.

Faltava um minuto.Jessica catou Doutrinamente e a puxou para fora em todo seu comprimento. Ela a passou

através do ar como uma espada. A antena de rádio era de um Chevy feito em 1976 um ano queaparentemente foi um múltiplo de treze. Dess tinha estado guardando ela para algo especial.

17 Jurisprudence – Quando se traduz esta palavra de 13 letras passa para 14, jurisprudência. Como no Direito há palavras com‘Doutrina’ disso e daquilo. Quis manter algo ligado ao Direito e ao mesmo tempo com 13 letras.

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Jessica sorriu. Ela era o presente mais estranho que ela tinha recebido, mas ela tinha queadmitir que parecia boa em sua mão.

A hora secreta chegou.A luz acima pareceu piscar, substituída pelo familiar brilho azul em cada canto do quarto. O

som do vento entre as árvores cessou abruptamente. Sua primeira vez completamente acordada

para a mudança, Jessica podia sentir tão bem quanto ver e escutá-la. Algo invisível parecerempurrá-la, forçando ela para frente, como se ela estivesse terminando uma descida demontanha-russa, o carro gradualmente vindo a uma parada. Uma sensação de leveza veio sobreela, e ela sentiu um delicado tremor de movimentos presos por todo seu corpo.

O latejar do mundo inteiro, parando ao redor dela.

“Ok”, Jessica disse para si mesma. ”Aqui vamos nós, de novo.”

Ela caminhou ao redor do quarto, tocando coisas para se reassegurar. As bordas ásperasdas caixas de papelão pareciam às mesmas, as tábuas de pinho do chão eram suaves e friascomo sempre.

“Real, real e real.” Ela afirmou silenciosamente enquanto seus dedos tocavam as roupas, amesa e a lombada dos livros.

Agora que a meia noite estava lá, Jessica se descobriu imaginando o que ela iria fazer com

esta hora extra. Uns poucos minutos atrás e ela tinha ouvido seus pais falando na cozinha. Masela não queria vê-los pálidos e congelados; ela iria ficar em seu próprio quarto.

Havia um monte de desempacotamento para se fazer. Ela abriu umas poucas caixas eolhou dentro de suas caóticas profundidades. Mas a luz azul sem sombras pareceu muitoesquisita para algo tão mundano. Ela se sentou em sua cama, pegou o dicionário que ela haviadesempacotado quando ela chegou em casa, e o abriu para procurar por tridecalogismos.

Ela tinha descoberto só um – Esplendorosos18* – quando sua cabeça começou a doer pela

luz. Os outros midnighters podiam provavelmente ler muito bem na hora azul. Talvez Melissaestivesse certa; os olhos de Jessica pareciam errados; pelo menos aqui na hora secreta.

Ela olhou pela janela para o mundo imóvel, então estremeceu e se afastou. O pensamentode alguma coisa relembrando-se dela, era muito assustador.

Ela tirou seus pés do chão, deitou e olhou para o teto.Jessica suspirou. Isso podia ficar muito chato.Não muito depois ela ouviu um barulho.

Era um suave thud , mal audível mesmo no absoluto silêncio. Jessica imediatamente

18 Splendiferous – Esplendoroso mas coloquei no plural para se tornar uma palavra de 13 letras.

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pensou nas patas da pantera, e pulou fora de sua cama.Ela pegou o Doutrinamente, e chacoalhou o Fossilização e o Atraentemente, para checar

se eles ainda estavam em seu bolso. Do final da cama de Jessica não dava para se ver muito darua, mas ela estava muito assustada para chegar mais perto das janelas. Ela se manobrou aoredor da cama, tentando alcançar um vislumbre do que quer que estivesse lá fora.

Uma forma escura se moveu na calçada da frente. Jessica se afastou de sua visão eapertou forte a antena de carro. Rex e Dess tinham prometido que ela estaria a salvo aqui. Elestinham dito que ela sabia o suficiente para defender a si mesma.

E se eles estivessem errados? Suas costas estavam pressionadas contra a parede agora. Ela imaginou o grande felino

arranhando a porta da frente e abaixo, nos corredores da casa, furtivamente atrás dela. Pareciaincrivelmente improvável que as treze tachinhas presas na madeira de sua porta seriam páreo

para seus poderosos músculos.Mais nenhum som veio de fora.O que quer que fosse, ainda estava lá fora? Ela tinha que dar uma olhada.Jessica desceu suas mãos e joelhos e se arrastou pelo chão contra a parede até que ela

estivesse bem embaixo da janela. Ela se sentou lá, escutando tão atentamente quanto ela podia.O silêncio total pareceu soar silenciosamente, como o som do oceano envolvido em uma concha.

Ela levantou sua cabeça para espreitar sobre o parapeito da janela.Um rosto olhou de volta para ela.Jessica pulou se afastando, balançando Doutrinamente em um arco diante dela, então com

isso ela a chicoteou contra o vidro. Ela se rastejou de volta, até que ela bateu contra sua cama. A janela começou a se abrir.

“Está tudo bem, Jessica. Sou só eu”, uma voz veio através da abertura.

Sua antena de carro empurrada à frente dela como uma espada, Jessica piscou, forçando

seu cérebro a colocar juntos a voz familiar e o rosto que ela tinha vislumbrado. Depois de unspoucos segundos, o reconhecimento veio, com uma onda de alívio e surpresa.Era Jonathan.Jonathan se sentou na janela, evidentemente um pouco relutante em vir para dentro. Ele

pareceu pensar se Jessica iria se afastar de novo dele. Doutrinamente estava ainda sobre seuaperto, passada nervosamente de uma mão para outra.

Jonathan se sentou com uma perna dobrada embaixo dele, seu outro joelhou puxado paradebaixo de seu queixo. Ele com certeza não parecia muito assustado agora.

Ele não tinha dito muito desde que chegou a janela. Ele parecia estar esperando para elase acalmar. Diferente da sala de almoço da escola, os olhos de Jonathan pareciam estar abertos.Ela não parecia com sono de modo algum. Talvez ele fosse fotofóbico durante o dia também.

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Jessica piscou. Não tinha ocorrido a ela duvidar que houvesse forças mais profundas emisteriosas agindo. Isso tudo parecia muito profundo e misterioso para ela.

“Então o que você acha, Jonathan?”

“Eu acho que nós temos sorte de termos o mundo inteiro para nós mesmos. Para se

divertir, explorar, fazer o que quer que queiramos. Por que bagunçar isso para um algo de grandepropósito.”

Jessica acenou. Desde que o Darklings tinha atacado ela, a hora secreta tinha vindo a umacrise, um desafio mortal. Mas aquele primeiro e bonito sonho tinha sido algo mais integral. Algomais... fácil.

“Para Rex”, Jonathan continuou. ”A hora azul é como um grande livro, e ele está sempreestudando para uma prova final. Para mim, é o intervalo.”

Ela deu a ele um olhar amargo. “Há alguns grandes valentões no playground.”

Ele deu de ombros. “Eu sou mais rápido do que aqueles valentões. Sempre tenho sido.“

Jessica se perguntou em como isso podia ser verdade. Mas Jonathan pareciaperfeitamente relaxado. Seu pé balançando fora da janela, nunca olhando por cima de seu

ombro, sem medo.

“Todos vocês parecem se divertir com a hora secreta”, ela disse triste. ”Todos vocêsacham ela excitante, por alguma razão ou outra. Para mim, tem sido apenas um pesadelo. Estacoisa – estas coisas tentaram me matar na noite passada.”

“Foi o que Dess me disse.”

“Ela falou sobre mim.”

“Yeah, quando Rex te viu pela primeira vez. E esta manhã ela me deu seu endereço. Oque, você pensou, que eu usei superpoderes para te encontrar?”

“A lista telefônica na verdade.”

Ele sorriu. “Você não está nela ainda. Eu olhei. Mas Melissa se transformou na psíquica

41119 na noite passada, então Dess me ligou.”

19 411 - É o telefone para informações, no Brasil o similar é o 102

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“Dess te deu o meu endereço, mas ela não me falou sobre você?”

“Ela teria, mas não na frente do Rex. Ele e eu temos esse... conflito de personalidades. Ouseja, acho que ele deve querer um novo. Mas Dess prefere ficar fora disso.”

“Oh”, Jessica se inclinou contra a parede. “Isso esta ficando mais complicado a cada

minuto.”

“Yeah, é horrível que você tenha encontrado um Darklings tão cedo”, Jonathan disse. “Masa noite passada foi estranha em toda a cidade. Provavelmente foi a festa de ano novo dosDarklings ou algo assim. Foi a sua primeira vez lá fora?”

Ela começou a concordar, mas então ela balançou sua cabeça. Ela quase tinha se

esquecido da primeira noite. Com Rex e Dess enchendo sua cabeça com a conhecimento dosmidnighters e a história o dia todo, ela só tinha pensado sobre os perigos da hora azul, não noesplendor da tempestade congelada.

“Deve ser legal”, ela disse silenciosamente. ”Ser feliz por ser um midnighter.”

“Sai dessa de me chamar assim”, ele censurou levemente. ”Eu não sou um „midnighter‟.Isso é uma palavra de Rex.”

Jess franziu sua testa. “Ela pareceu bastante apropriada para mim. Do tipo que vai aoponto e soa melhor do que „medidor das doze.‟”

“Eu acho que sim”, Jonathan teve que admitir com um sorriso. ”E eu gosto da palavra meianoite. De qualquer modo, desde que me mudei para Bixby.”

Jessica respirou fundo e se atreveu a olhar além dele, para a iluminação azul da rua.

Mesmo antes da hora secreta ter vindo, tinha sido uma noite bonita, tempestuosa e dramática.Ela podia ver a queda das folhas de outono deixando o rastro dos carvalhos gigantes, como umbando de pássaros escuros e congelados. Seus vermelhos brilhantes e amarelos tinham setornado negros na luz azul.

Ela se lembrou das gotas de chuva da primeira noite, e como suas pontas dos dedostinham libertado elas da contenção da meia noite.As folhas também cairiam ao seu toque? Elaqueria correr entre elas, acertando um monte para fora do ar. Em Chicago, ela nunca tinha sido

capaz de resistir a tirar pingentes de gelo, quebrando o feitiço do inverno.Mas entre as folhas negras Jessica podia ainda imaginar o Darklings que a tinha atacado.

Sua forma cruel poderia estar escondida em qualquer lugar entre as formas congeladas lá fora.

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Ela estremeceu e se afastou da janela.Seu quarto ainda parecia esquisito. Ele parecia descorado na luz azul, como uma memória

apagada. Poeira imóvel pendurada no ar.

“A meia noite é bonita”, ela disse, ”mas fria, também.”

Jonathan franziu as sobrancelhas. ”Ela nunca pareceu fria para mim. Ou quente. Ela émais como uma perfeita noite de verão.”

Jessica sacudiu sua cabeça. ”Eu não quis dizer esse tipo de frio.”

“Oh, estou vendo”, Jonathan disse. ”Yeah, ela parece vazia as vezes. Como se nósfossemos as últimas pessoas na Terra.”

“Obrigada. Isso me faz sentir bem melhor.” “Você não deveria estar assustada pela meia noite, Jessica.”

“Eu só estou com medo de ser comida.”

“Aquilo foi falta de sorte.”

“Mas Rex disse –“

“Não se preocupe com o que Rex diz, ”Jonathan interrompeu. “Ele está a caminho daparanoia. Ele acha que ninguém deveria explorar o tempo azul, até que eles saibam tudo dos dezmil anos da tradição midnighter. Isso é como ler um manual de VCR inteiro só para assistir a umfilme. A propósito, é o que eu já vi Rex fazendo na verdade.

“Você não deve ter visto o Darkling que me atacou”, Jessica disse.

“Eu tenho visto Darkling. Um monte deles.” “Mas –“

Jonathan desapareceu da janela, e a respiração de Jessica encurtou. Ele tinha deslizadopara fora da vista tão rapidamente, tão graciosamente, rolando para trás como um mergulhadorsaindo de um barco. Um momento depois a cabeça e ombros reapareceram.

Ele estendeu sua mão através da janela. “Vamos. Deixe -me tirar o medo de você.”

Jessica hesitou. Ela olhou para a fileira de treze tachinhas que Dess tinha dito para elaalinhar embaixo da janela. Enquanto Jessica tinha enfiado elas nas molduras da janela, e porta

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de seu quarto, ela tinha se sentido incrivelmente estúpida. Tachinhas eram para proteger ela dasforças do mal.

Mas o tipo de objeto não importava, Dess tinha explicado, mas o número.

Jonathan viu para onde ele estava olhando. “Deixe-me adivinhar. Você está protegida pelopoderoso poder dos clipes de papel?”

“Uh, não. Poderoso poder das tachinhas, na verdade.” Jessica se sentiu começando acorar e esperou que isso não aparecesse na luz azul.

Jonathan concordou. “Dess conhece algumas coisas bem legais. Mas eu conheço unspoucos truques também. Você está a salvo comigo, eu prometo.”

Ele estava sorrindo de novo. Jessica decidiu que ela gostava do sorriso de Jonathan.E ela percebeu que estava totalmente sem medo. Ela considerou a oferta dele. Ele tinhavivido aqui em Bixby por mais do que dois anos e tinha conseguido sobreviver, até mesmo sedivertir. Com certeza ele devia entender da meia noite tão bem quanto Rex ou Dess.

E antes de ele ter aparecido, ela tinha estado assustada só por se sentar aqui em seuquarto. Agora ela se sentia segura. Ele estava provavelmente mais a salvo com um midnighterexperiente – ou seja lá o que ele chamava a si mesmo – do que por ela própria.

Jessica encurtou Doutrinamente para seu comprimento mais curto, colocou-a em seubolso, então colocou seus tênis.

“Ok, tire meu medo.”

Ela colocou um pé no peitoril da janela e alcançou a mão de Jonathan.Quando a palma da mão dele pressionou a dela, a respiração de Jessica encurtou. Ela

sentiu de repente a cabeça leve... o corpo leve, como se todo seu quarto tivesse se tornado um

elevador e fosse para o porão.“O que -”, ela começou.

Jonathan não respondeu, apenas puxou Jessica gentilmente pela janela. Ela flutuou paracima e para fora facilmente, como se ela estivesse cheia de hélio. Seus pés aterrissaramsuavemente, ficando instável um pouco antes de se fixar suavemente no chão.

“O que é que está acontecendo?”, ela terminou

“Gravidade da meia noite”, Jonathan disse.

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“Uh, isso é novo”, ela disse. ”Como eu nunca-”

Jonathan soltou sua mão, e o peso voltou. Seus tênis empurrados para a terra suave.Jessica alcançou a mão de Jonathan de novo. Quando ela a tocou, a sensação flutuante

retornou.

“Você está fazendo isso acontecer?”, ela disse.

Jonathan acenou. ”Rex tem a tradição. Dess os números. Melissa tem... suas coisas.” Eleencarou a casa do outro lado da rua. ”E eu tenho isso.”

Ele pulou. Jessica foi puxada atrás dele, como um balão de criança amarrado a umabicicleta. Mas ela não sentia como se estivesse sendo arrastada. Isso dificilmente parecia comose eles estivessem se movendo. O mundo suavemente se afastou gradualmente, o chão rolandoembaixo deles. O ar passou por baixo, folhas congeladas tocando contra eles, a casa vizinhadeslizando para mais perto como algum e imponente navio entrando no cais.

“Você... voa?” Jessica conseguiu falar.

Eles se assentaram no telhado do vizinho, ainda leves como pena. Ela podia sentir toda aimobilidade da rua agora, duas fileiras paralelas de telhados se estendendo em qualquer direção.Mas estranhamente não havia nenhuma sensação de peso, nenhum medo de cair. Era como seseu corpo não acreditasse mais em gravidade.

Jessica descobriu uma folha presa em sua mão livre. Ela deve tê-la agarrado no arenquanto eles passavam através do redemoinho de folhas congeladas.

“Está tudo bem”, Jonathan disse. “Eu seguro você.”

“Eu sei”, ela sussurrou ”Mas... quem segura você?” As solas dos sapatos de Jonathan mal

tocavam a ardósia do telhado, como se ele fosse um balão de ar quente, ansioso para sair dochão.

Em resposta ele tomou a folha da mão dela. Ele a segurou com dois dedos e a soltou. Elanão caiu, apenas ficou onde Jonathan a tinha colocado no ar.

Jessica estendeu sua outra mão. Quando as pontas de seus dedos tocaram a folha, elacaiu suavemente no telhado, então ela sacudiu abaixo em um ângulo íngreme. Como tinham asgotas de chuva, seu toque as libertava. Mas o de Jonathan era diferente.

“A gravidade para quando o tempo para,” Jonathan disse. ”O tempo tem que passar por alguma coisa, para cair.”

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“Eu acho que sim.”

“Lembra do capítulo de introdução do nosso livro de física? A gravidade é só uma distorçãono tempo-espaço.”

Jessica suspirou. Outra aula avançada que ela já estava para trás.

“Então”, Jonathan continuou, ”eu aposto que eu sou um pouco mais fora do tempo do queo resto de vocês. A gravidade da meia noite não tem uma contenção de verdade sobre mim. Eupeso alguma coisa, mas não muito.”

Jessica tentou colocar sua cabeça em torno das palavras dele. Ela achava que se as gotasde chuva podiam pairar no ar, fazia sentido que uma pessoa também pudesse.Por que qualquer

um dos midnighters devia pesar?,ela se perguntou.

“Então, você pode voar.”

“Não, o super-homem voa”, Jonathan disse. ”Mas eu posso pular a grandes distâncias eaterrissar em qualquer – hei!”

Sem pensar, Jessica tinha largado a mão dele. O peso normal a atingiu de uma vez, como

se alguém tivesse derrubado de repente um colar de tijolos ao redor de sua cabeça. A casa seelevou embaixo dela, e ela caiu sobre sua instantânea ladeira traiçoeira. Ela não era mais feita depenas, mas de sólidos ossos e carne. Um terror repentino de altura a golpeou como um soco noestômago.

Suas mãos se estenderam instintivamente, enquanto ela deslizava abaixo, suas unhasagarrando as telhas de ardósia. Ela meio rolou e meio deslizou em direção a beira do telhado.

“Jonathan!”

A beira assomou em direção a ela. Um pé para fora no espaço. O dedo de seu outro tênisprendeu em uma calha de chuva, e ela parou por um segundo. Mas ela tinha só uma tênuecontenção sobre as telhas no telhado. Seus dedos, seu pé, tudo estava escorregando.

Então a gravidade a deixou de novo.Jessica sentiu as mãos de Jonathan gentilmente segurando em seus ombros. Os dois

flutuaram para o chão juntos.

“Eu lamento tanto”, ele disse.

O coração dela ainda martelava, mas ela não estava mais assustada. A sensação deleveza de pluma tinha retornado tão rapidamente, como uma onda de alívio quando algum teste

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horrível acaba.Seus pés se posicionaram no chão.

“Está tudo bem.” Ela disse, balançando sua cabeça; “Eu deveria ter percebido. Eu sóestava pensando que é uma pena que todos nós não podemos voar.”

“Não, só eu. Embora quando você se soltou, eu meio que estava esperando.”

Ela olhou para Jonathan. Os olhos deles ainda estavam arregalados como o alarme. EJessica podia ver também o desapontamento dele por ela ter caído, que ela não fosse como ele.

“Yeah, eu meio que estava esperando também, eu acho. ”Ela pegou a mão delefirmemente. “Mas me leva para cima de novo. Por favor?”

“Você não está assustada?”

“De certo modo”, ela admitiu. ”Então me tire meu medo.”

Eles voaram.Era verdade, Jonathan não era o super-homem Voar era um trabalho difícil. Jessica

descobriu que eles iam muito mais alto se ela pulasse com ele, se empurrando tão forte quantoela podia. O timing era traiçoeiro – se um deles empurrasse muito rápido ou muito forte, eles

voariam além e seriam empurrados em uma parada brusca do comprimento de um braço, emseguida, girando impotentes ao redor um do outro, rindo, até que o chão os segurasse de novo.Mas eles ficavam melhores a cada salto, coordenando seus pulos para se elevar mais alto.

Ela apertava a mão de Jonathan forte, nervosa e animada, aterrorizada pelos Darklings eassustada por estar no céu.

Voar era lindo. As ruas azuis pálido brilhavam como rios embaixo deles, enquanto eles iamao encontro das altas, colunas trazidas pelo vento de folhas de outono. Havia pássaros lá

também, suas asas se esticando num voo interrompido e anguloso para alcançar os ventoscongelados. A lua negra brilhava sobre eles, quase erguida por todo o caminho, mas ela nãoparecia encher o céu tão opressiva quanto ela tinha, na noite passada. Aqui de cima, Jessicapodia ver uma faixa de estrelas que se estendiam ao redor do horizonte, pontos cintilantes, cujaluz branca não tinha sido borrada de azul pela lua.

O formato de Bixby não era ainda familiar para ela, mas agora que Jessica podia ver acidade de cima, traçada como num mapa, ela começou a fazer sentido. Dos altos pulos nas casas

e árvores ela parecia pequena e perfeita, uma cidade de casas de bonecas. Jonathan devia ver omundo completamente diferente de todo mundo, ela percebeu.

Eles se aproximaram do limite da cidade, onde as casa diminuíram e o descampado

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invadiu a cidade. Era mais fácil saltar daqui, não tendo que transpor casas, lojas e ruas alinhadascom árvores. Logo Jessica pode ver todo o caminho pelas árvores baixas pontilhadas pelasacidentadas colinas baixas.

O deserto.Enquanto eles se aproximavam do deserto, seus olhos nervosamente observaram o

terreno por qualquer movimento, imaginando as formas esquivas dos Darklings embaixo de cadaárvore. Mas tudo abaixo parecia imóvel, minúsculo e insignificante enquanto eles pairavam sobreele. Ela percebeu que eles estavam se movendo muito mais rapidamente do que a panterapoderia a toda velocidade, dando saltos, tão imensos, umas centenas de vezes, quanto de umfelino gigante.

Jonathan era realmente mais rápido do que os agressores.Ele a levou para uma das grandes torres de água fora da cidade. Eles desceram sobre ela,

a cidade de um lado, o deserto escuro do outro. Ela era plana no topo, com um parapeito baixoao redor da beirada.

“Ok, hora dodescanso-de-mão.” Ele disse.

Eles se soltaram. Jessica estava preparada dessa vez, dobrando seus joelhos enquanto opeso normal se assentava de volta a ela.

“Ow”, ela disse, esfregando seus dedos. Ela percebeu que cada músculo em sua mãoestava dolorido.Jonathan esticou sua própria mão com uma expressão de dor. “Oops, desculpe -me. Não era para ser tão grudento.”

Ele riu. “Melhor grudento do que esmagado.”

“Sim, totalmente.” Ela andou cuidadosamente para a margem da torre, mantendo uma mãosobre a grade. Quando ela olhou para abaixo, seu estômago deu uma cambalhota. “Ok, medo de

altura ainda está na ordem de serviço.” “Ótimo”, Jonathan disse. ”Eu me preocupo que um dia, eu esqueça que não é meia noite e

pule de um telhado ou algo assim. Ou eu esqueça que horas são e ainda esteja voando por aíquando a gravidade voltar.”

Jessica virou em direção a ele, colocando uma mão sobre seu ombro, e a leveza retornou.“Por favor, não.”

Ela corou e o soltou. Sua voz tinha soado tão séria.

Ele sorriu. “Não irei, Jessica. Sério.”

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“Me chame de Jess.”

“Claro, Jess.” Seu sorriso ficou maior.

“Obrigada por me levar para voar.”

“De nada.”

Jessica se virou envergonhada.Ela ouviu umcrunche . Jonathan estava comendo uma maça.

“Quer uma?”

“Uh, está tudo bem.”

“Eu tenho quatro.”

Ela piscou. ”Você já parou de comer alguma vez?

Jonathan deu de ombros. “Como eu disse, eu tenho que comer meu próprio peso todo dia.”

“Sério?”

“Não. Mas voar me deixa faminto.”

Jessica sorriu e olhou por cima da torre, se sentindo segura pela primeira vez, desde o„sonho‟ da última noite que tinha dado errado.

Seus olhos seguiram um pássaro voando no horizonte, iluminado por trás pela lua, quetinha começado a se fixar. Ela estava tão feliz, ainda leve por dentro, que levou um momento paraseu estômago afundar.

O pássaro estava se movendo.

“Jonathan, o que tem de errado com esta imagem?”

Ele seguiu o olhar dela. “Oh, aquilo. Isso costuma ser um slither voador.”

Ela concordou, engolindo em seco. “Eu vi alguns noite passada.”

“Isso é como Dess os chama, de qualquer modo”, Jonathan disse. “Embora, slither 20*voador soa como uma contradição para mim. Mas os alados e os rastejantes são a mesmas

20 Slither – a contradição que Jonathan fala tem haver com a palavra também. Slither é o mesmo que deslizar, arrastar, escorregaCobras fazem isso, as aves, não.

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criaturas. Elas mudam suas formas, você sabia?”

“Sim, eu sei.”

Ela se lembrou do slither com forma de gatinho que tinha guiado ela para tão longe decasa, antes de se tornar uma cobra. O slither voador os estava circulando, lentamente, sua asasde couro transparentes contra a lua fria. “Ele me dá arrepios.”

“Não se preocupe Essas coisas nunca incomodam ninguém.” Ele alcançou sua camiseta epuxou um colar de elos espessos de aço. “E se um desses decidir, eu tenho trinta e nove elos doEmbaraçamento21 para nos proteger.

Jessica estremeceu. “Um slither me mordeu noite passada. Ou seja lá como você o cha ma.

Me picou.” “Ouch. Você estava mexendo em um ninho ou algo assim?”

Ela olhou para Jonathan com amargura. “Não, eu não estava fazendo nada idiota. Umbando deles estava ajudando a um Darkling a me caçar. Ele se esgueirou para cima de mim e medeu esse troço de slither.” Ela lhe mostrou a marca.

“Eco. Elas são criaturinhas nojentas. Mas elas não nos incomodarão, eu prometo, Jess.”

“Eu espero que não.” Ela se abraçou. De algum modo era mais frio aqui em cima, como seo suspenso vento desolador soprando no deserto, tivesse deixado um traço de si mesmo. Jessicadesejou que ela tivesse trazido uma blusa de moletom

Jonathan colocou uma mão sobre o ombro dela. A leveza retornou, a sensação desegurança e calor. Seus pés se desconectaram por um momento da torre, tão flutuante como

uma rolha na água. Ela estremeceu de novo, mas não com o frio desta vez.“Jessica?” Jonathan disse.

“Eu te disse, me chame de Jess,”

“Jess! Sua voz soou estranha. Ele estava olhando para o outro caminho, em direção aodeserto ao lado da torre. Ela seguiu o olhar dele.

Um Darkling estava vindo.

21 Obstructively – Obstrutivamente não é uma palavra de 13 letras, tive que colocar uma sinônima.

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Ele não era como aquele da noite passada. Ele se deslocava enquanto ele voava,músculos ondulando enquanto se transformava de uma forma para outra – primeiro uma cobra,então um tigre, em seguida uma ave de rapina, escamas e pele e penas, todas borrando-se juntas em sua pele rastejante, as imensas asas batendo como o som de uma bandeira chicoteadapelo vento.

Ele podia voar também, rapidamente. E estava se guiando direto para eles.Mas Jonathan tinha visto um monte de Darklings antes, Jessica lembrou a si mesma. Ele

tinha estado fora na meia noite, uma centena de vezes. Ele era mais rápido que os agressores.Ela olhou de volta para o rosto dele. A boca de Jonathan tinha caído aberta.Jessica sabia instantaneamente que ele nunca tinha visto um Darkling como aquele.

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14

12h:00min da Madrugada

MONSTROS DE RAPINA

Junto com a inundação do terror, algumas partes do dia inteiro de enviar informações nacabeça de Jessica escorreram dentro de sua mente.

“Jonathan esta torre é feita de aço, não é?”

Ele sacudiu sua cabeça. “Ela não é pura. Nada tão distante da cidade é.”

“Oh, certo. Então nós...”

“Pule.”

Eles prenderam as mãos e foram para a beira da torre de água. Jonathan colocou um pédeterminadamente sobre o parapeito e puxou levemente para cima. Eles flutuaram para oequilíbrio precário na grade fina.

“Um, dois...”

Mesmo que ela estivesse quase sem peso, os tênis de Jessica estavam instáveis. Eladobrou seus joelhos enquanto ela e Jonathan lentamente declinavam para frente, não vendonada abaixo além do chão duro.

“... três.”

Eles saíram quase em linha reta em relação à torre. Jessica percebeu que Jonathan tinhadesejado que isso funcionasse exatamente daquele jeito. A terra coberta de arbustos aumentouembaixo deles mais rápido do que nunca, a dinâmica carregando eles a frente em vez de paracima. Eles desceram ao chão rapidamente.

“O estacionamento”, Jonathan disse, apontando com sua mão livre. ”Se mantenhapulando, baixo e rápido.”

O estacionamento da fábrica era perfeito para aterrizar. Uns poucos caminhões estavamagrupados no meio, mas por outro lado ele estava nítido. Enquanto eles moviam-se em forma de

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arco para baixo nele, Jess ousou uma olhada por sobre seu ombro. O Darkling ainda osperseguia.

Eles tocaram o asfalto e deram um passo limitado que os carregou por cima doscaminhões e quase para a outra extremidade do estacionamento.

“Por aqui”, Jonathan girou enquanto eles voavam, puxando a mão dela na direção que elepretendia.

Eles pularam de novo, se lançando em direção a uma vazia extensão da estrada queguiava para a fábrica. Seguindo a liderança de Jonathan, Jessica manteve sua trajetória baixa.Eles não queriam perder o esforço de subir para o céu. Só a velocidade importava.

Eles desceram em direção à estrada, indo para um ponto que era mais vazio de carros.Eles ainda estavam bem à frente do Darkling.

“Por onde?”Jessica gritou.

“Abaixo pela estrada!”

Quando eles aterrizavam, a mão de Jonathan apertava, deixando ela saber exatamentequando impulsionar de novo.

Eles deram mais dois saltos abaixo pela estrada, a larga estrada de quatro pistas fazendo

disso um alvo fácil. Eles estavam se movendo rápido, Jess olhou de relance por sobre seu ombrode novo, o Darkling parecia realmente estar ficando para trás.

Mas quando a estrada os guiou para mais longe de Bixby, ela se estreitou para duasfaixas, e mais carros começaram a aparecer nela. Jonathan estava hesitando em seus saltosagora, como se ele calculasse freneticamente como descer em um ponto vazio.

Seus saltos ficaram mais tímidos. Eles estavam se movendo cada vez mais lentamente.Um salto errante os carregou em direção a uma casa, e para seu traiçoeiro telhado

inclinado. Jonathan deslizou, enquanto eles se afastavam, e eles foram girando. Quando elesaterrissaram o Darkling estava mais perto.

Eles saltaram de novo, tentando voltar para a estrada.

“Está muito cheio aqui”, ele gritou. ”Nós temos que nos afastar da cidade.”

“Em direção ao deserto?”

“Sim. O deserto aberto é perfeito.”

“Não é de onde os caras maus vem?”, ela perguntou.

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“Sim. Mas eles são muito lentos lá.”

Jessica olhou para o monstro atrás deles. Ele tinha parado para mudar de forma, mudandoem uma fina forma como de cobra, com a cabeça pontiaguda. A extensão da asa da criatura tinhaaumentado, como se a massa da coisa tivesse sido transferida de seu corpo para suas asas. Elaparecia mais rápida agora, e estava se aproximando.

“Ok.”

No próximo pouso eles se viraram, angulando em direção a margem da cidade. De repenteJessica reconheceu onde eles estavam.

“Minha mãe trabalha perto daqui. Próximo pulo: por ali!”

“O que? Sua mãe não vai nos ajudar, Jessica.”

“Cala a boca e me siga.”

Jessica sentiu a mão de Jonathan enrijecer, resistindo a ela por um momento, mas quandoo próximo salto veio, ele seguiu a liderança dela. Quando eles alcançaram o topo do arco do pulo,eles se encontram se elevando por cima de uma alta cerca no terreno da Aerospacial deOklahoma. Sua mãe tinha levado Jessica lá no primeiro dia da escola, quase a deixando

atrasada. O complexo era imenso, pontilhado com grandes hangares de aeroplanos e baixosprédios de escritórios, a maior parte de pistas e de vastos espaços vazios. Eles testavam asasnovas, trem de pouso e motores de jato aqui, e a mãe de Jessica tinha dito que eles até mesmotinham um velho Boeing 747, que eles de vez em quando incendiavam para praticar combate aincêndios.

Tudo isso requeria um monte de espaço.Eles pularam mais três vezes, longos e rápidos, tomando um comprimento inteiro de uma

pista com a velocidade de uma aeronave. Então eles aterrissaram sobre um imenso hangar edescobriram outra pista longa. O Darkling ficou muito para trás.

O grito do monstro alcançou seus ouvidos. Ao contrário do urro da pantera, seu grito eraalto e esganiçado, torturou as orelhas de Jessica como um assobio de uma chaleira fervendo.

Um coro de gritos veio em resposta, gorjeios altos agudos vindo de algum lugar em frentea eles.

“O deserto é à frente.”

Jessica acenou e disse suavemente . “Eles estão esperando por nós.”

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A lua no céu preenchia o horizonte agora, e ela podia ver uma nuvem de slithers voadorescontra sua face sem luz e ofuscante. Havia uma centena deles, movendo-se numa massacaótica, e duas formas maiores, Darklings em asas.

“Isso é muito estranho”, Jonathan disse. “Eu nunca tinha visto –“

“Por aqui”, Jessica interrompeu enquanto eles acertavam o chão.

Ela o puxou para um lado, angulando para longe da armada de criaturas à frente. Mas suadecisão veio tarde. As mãos deles sacudiram tensamente contra a outra, e ela sentiu seus dedosdeslizarem. Ela estendeu sua outra mão para ele, mas o movimento dinâmico deles os afastou.

“Jess!”, ela ouviu Jonathan gritar.

Quando eles se desconectaram, ela sentiu a gravidade tomar posse de seu corpo. Elestinha acabado de deixar o chão, e não havia muito para se cair, embora o asfalto estivesse semovendo embaixo dela rapidamente. Foi como olhar para uma rua através das janelas de umcarro acelerando. Ela rolou em uma bola.

Um pouco antes de Jessica bater no chão, o asfalto pareceu mudar de textura,subitamente escuro e desnivelado. Quando ela bateu na terra, ela estava coberta por algoinesperadamente suave. Ela rolou e rolou, o chão golpeando ela em todas direções.

Jessica finalmente parou, contundida e sem fôlego. Ela ficou deitada lá por um segundo, sesentindo terrivelmente pesada. Quando ela pôde respira, o cheiro de grama preencheu seu nariz.

Isso era o que tinha amparado sua queda.Jessica se sentou, lentamente. Ela olhou ao redor.Ela tinha perdido a pista, aterrissado aonde a espessa grama de Oklahoma conduzia para

sua margem. Havia um gosto metálico de sangue em sua boca, e ela estava tonta, mas seusbraços e pernas pareciam capazes de se mover.

O som dos slithers veio à frente e por trás, se aproximando dela. Há distância suas formasse moviam contra a vasta, lua negra como uma nuvem de mosquitos. Jonathan não estava emlugar nenhum para ser visto.

Seu peso normal parecia tão pesado quanto chumbo, agora que ela só podia correr, nãovoar. Ela ficou de pé lentamente. Começando dolorosamente a andar.

“Jess!”

Jonathan estava planando ao longo do chão em direção a ela, uma mão estendida.Ela estendeu sua mão direita. Enquanto ele passava, Jonathan agarrou seu pulso e ela foi

transformada em um balão de brinquedo novamente, puxada na trilha dele. Seus machucados em

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suas mãos doeram, e ela gemeu.

“Você está bem?”

“Sim. Só machucada.”

“Eu pensei que você estava morta!”

Ela riu, um pouco histérica. “Eu pensei que você estava a meio caminho para o Texas.” Jonathan não disse nada, apenas apertou mais forte seu pulso.

“Obrigada por voltar”, Jessica disse. Ela podia ouvir o som febril de sua própria voz e seperguntou se ela tinha batido sua cabeça. Era difícil dizer se seu atordoamento era seu cérebrodanificado ou o efeito do toque de Jonathan.

“Eles estão nos três lados ao nosso redor agora.” Ele disse.

Jessica piscou, tentando limpar sua mente. Ela podia ver uma nuvem de slithers a suadireita, e um Darkling isolado a esquerda deles, e presumiu que havia mais de cada, atrás. Noespaço aberto eles estavam se movendo rapidamente de novo, um de seus tornozelos latejandocom a dor, sempre que eles pulavam. Embora, eventualmente, eles seriam levados para odeserto, e se outro grupo de perseguidores aparecesse diante deles, eles não teriam nenhum

lugar para ir.De repente Jessica viu uma rede de vigas a direita. Se elevando no céu uns poucos

andares, uma construção novinha que ia para a margem do complexo.

“Aço”, ela disse.

„O que?”

Ela apontou. “Aço novo, não tocado pela meia noite.”

“Espero que sim.”

O som de seus perseguidores veio ao redor agora. Gorjeios, silvos e grasnares, comosendo presos dentro de algum santuário louco de pássaros. Enquanto eles se angulavam emdireção ao novo prédio, um bando de slithers voadores se aproximou.

Jessica puxou Doutrinamente com sua mão livre e usou seus dentes para puxar a antena a

todo comprimento. O prédio estava só há alguns saltos.Ela viu o slither pouco antes da batida.As asas de couro bateram primeiro, envolvendo eles ao redor de seu rosto, Jessica açoitou

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com Doutrinamente, e faíscas azuis preencheram sua visão. Então a criatura se foi.

“Eles estão tentando nos separar.” Ele gritou.

Jessica sentiu um frio rastejar em seu ombro, A coisa tinha atingido a mãos delesentrelaçadas. Eles sabiam que ela não poderia voar por si mesma.

Outro slither se aproximou, mas ela o golpeou com a antena ainda soltando faíscas e elebateu as asas para longe.

Um último pulo os levou para a rede de vigas de aço. Eles pousaram forte sobre uma barraamarrada com cabos.

“Eu vou soltar”, Jonathan avisou.

Jessica conseguiu se firmar com só um segundo para se poupar. O peso colidiu sobre ela,e ela se ajoelhou, se agarrando a barra.Jonathan puxou o colar por cima de sua cabeça, o envolvendo em torno de seu punho.

“Esplendorosos”, Jessica sussurrou para o aço.

“Se nós pudermos aguentar um pouco mais – “ Jonathan começou, mas sua voz ficousufocada com a confusão, “O que -“

A floresta de aço ao redor deles floresceu com a luz – branca, não azul. O mundosubstituído em cores reais, as vigas de metal de repente em um vermelho cinzento. O rosto e amão de Jessica tornaram rosa, os de Jonathan castanhos.

De repente havia formas em pânico ao redor deles, gritando como foguetes furiosos. Osslithers estavam voando para o local do prédio, chiando e deixando uma trilha de faíscas quandoeles golpeavam a luz branca, recuando para trás da margem das vigas de aço.

A nuvem de slithers reagruparam e se envolveram ao redor do prédio, o circulando, comose Jessica e Jonathan estivessem presos no olho de um tornado.

Sons feridos vieram de todo os lados deles, mas nenhum ousava entrar na grade de aço.Jessica podia ver três Darklings juntos na beira da luz, suas silhuetas pulsando através de

horríveis formas meio iluminadas. Seus olhos relampejaram em um profundo índigo.

Um baixo urro veio de um deles, longo e cheio de uma variedade de sons, como se eleestivesse tentando fazer palavras e significado. Mas não era mais compreensível que unhas em

um quadro.Então os três Darklings se viraram e voaram para longe. Os slithers voadores lentamente

se reuniram em uma nuvem irregular, uma massa inteira se guiando de volta em direção ao

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deserto.

“A lua está se pondo”, Jonathan disse.

Jessica concordou, incapaz de falar.

“É melhor nós descermos.”

É claro , Jessica pensou. Em poucos minutos Jonathan não seria capaz de voar mais. Eles estariam presos aqui.

Ela estendeu sua mão, e ele a segurou. Eles pularam da viga de aço, caindo suavementeno chão. A luz branca ao redor deles lentamente se apagou, retornando a plácida luz azul da horasecreta.

“O que foi aquilo?”, ela disse. ”O que nos salvou?”

“Eu não tenho certeza”, ele disse. ”Talvez o aço?”

“Eu dei a ele um nome de treze letras”, ela sugeriu.

Jonathan soltou uma risadinha. ”Ao prédio inteiro?”

“Eu acho que sim. Pelo menos a parte que nós estávamos em pé.”

Ele sacudiu sua cabeça. “Você pode por carga em um anel ou um colar, e Dess pode fazer coisas maiores se isso for do tamanho certo, mas não um prédio inteiro. Talvez este lugar sejafeito de algum novo metal louco. O que sua mãe faz aqui?”

“Pesquisa de aeronaves.”

“Hmm”, Jonathan acenou. “Nós devíamos examinar isso. Isso foi realmente legal.” Eleolhou acima, para o prédio sobresuas cabeças. “Não me importaria algumas soqueiras feitasdesse troço. Ou talvez isso fosse apenas o fim da hora azul. Um monte de aço em conjunção como pôr da lua.”

Jessica deu de ombros. Este era outro mistério para Rex, era como soava.Então um terrível pensamento a atingiu.

“Quanto tempo nós temos?” Ela perguntou.

Jonathan olhou para lua. “Menos de um minuto ou mais, até que a hora azul acabe. Euacho que nós teremos que ir caminhando hoje à noite.”

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“Não até que saiamos daqui.”

“O que?”

“Eles fazem um trabalho de defesa confidencial aqui, Jonathan”, ela disse

apressadamente. “Minha mãe teve seus dados levantados, foi entrevistada pelo FBI e tirada aimpressões digitais duas vezes. Há guardas de segurança e uma grande cerca em volta.”

“Beleza”, ele disse, examinando o horizonte. Ele apontou e agarrou a mão dela.

”Para o lado da cerca de Bixby, agora!”

Ela concordou. ”Três, dois...”

Eles pularam, indo em direção a cidade.Levou vários saltos para os carregar para dentro da vista da cerca, Ela era de pelo menos

10 metros.

“Opa”, Jonathan disse.

“O que? Nós podemos tranquilamente.”

Ele engoliu em seco, apertando a mão dela forte. “Eu geralmente não pulo tudo isso tãoperto do pôr da lua. Não é engraçado encarar toda a gravidade quando você estána altura.”

“Você que me diga.” Jessica disse.

“Oh, sim.”

Eles se aproximaram da cerca. Jessica podia ver o rolo de arame farpado que o limitava,

como uma longa mola esticada ao longo de seu topo. A luz estava mudando lentamente, umpouco de cor de volta ao mundo.

“Não tem muito tempo agora”, Jonathan disse.

Jessica engoliu. Se ela fosse pega passando dos limites aqui, eles culpariam sua mãe. Onovo trabalho estaria no espaço.

“Só mais um salto”, ela gritou. “Vai!”

Eles dispararam no ar e por cima da cerca, transpondo o arame farpado em pelo menosseis metros.

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“Ah, não!” Jonathan disse. “Eu acho que foi um pouco...”

“Forte demais?”, ela perguntou.

Eles continuaram a navegar para cima

A lua estava deslizando para trás das colinas. Na distância à frente as árvores se tornandoverdes. Jessica percebeu que era como o por do sol, direto no meio do dia e noite, quando a luzse movia do leste para o oeste, através do planeta. O pôr da lua e a hora normal – e a gravidade – estavam correndo em direção a eles.

“Isso não é bom”, Jonathan disse.

Eles plainavam indefesos para o céu.

Jessica pensou furiosamente. Eles só precisavam de algo que os puxassem para baixo.Se eles tivessem algo pesado...Então ela percebeu. Eles tinham algo pesado: ela.

“Me dê sua corrente.” Ela ordenou.

“O que?”

“Faça!” ela gritou.

Jonathan desenrolou Embaraçamento de seu pulso. Ela o arrebatou dele. Os elos de açoinoxidável pareciam fortes o suficiente. Ela segurou uma extremidade em sua mão livre. “Agarre aoutra ponta. Forte.”

Ele a agarrou.Com sua outra mão, ela se soltou de Jonathan.

“Jess, não!”

Ela caiu, agarrando a corrente esticada e puxando Jonathan para baixo, atrás dela.

“Jess!” Os olhos dele estavam cheios de terror.

Em poucos segundos eles estavam baixando rápido o suficiente, e ela puxava a corrente

para trazê-lo para mais perto dela de novo. Eles freneticamente agarraram a mão um do outro, ecom o calor da carne dele, a falta de peso se envolveu em torno de Jessica de novo.

A dinâmica os levou abaixo em direção ao chão rapidamente, mas com uma suave

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pressão da gravidade da meia noite.Jonathan envolveu seus braços ao redor dela. Jessica percebeu que ela estava tremendo.

“Eu nunca soltei ninguém antes”, ele disse silenciosamente. ”E agora eu tive que soltar você duas vezes em uma noite.”

A grama abaixo deles se tornou verde. Eles estavam no nível do topo de uma árvore, eentão seus pés tocaram o chão levemente.

O peso normal se colocou sobre eles poucos segundos depois.

“Bem, a terceira vez é um atrativo”, Jessica disse. Ela ainda estava tremendo.

Eles ficaram ali, olhando um para o outro.

Finalmente eles soltaram suas mãos.

“Ouch”, ele disse suavemente.

Jessica riu, esfregando sua mão. “Ouch é bom.”

Jonathan riu alto. “Você tem uma força do inferno, Jess. Minhas mãos parecem como seuma porta batesse nela. Me fale sobre ser grudenta.”

“Eu?”, ela respondeu, rindo também. “Parece como se um caminhão atropelasse minhamão.”

Ambos estavam rindo quando um carro da polícia parou.

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“Eu nunca estive preso, pai, só detido e transportado para a custódia dos pais.“ Aquelaseram as palavras mágicas. O pai não podia dizer o mesmo.

No entanto, Jonathan tinha a sensação de que Jessica nunca tinha tomado uma carona emum carro da polícia antes. Ela se sentava no banco de trás com sua cabeça em suas mãos,

abandonada e imóvel, sem olhar acima para ele.Foi horrível, estar preso aqui no chão, incapaz de levá-la para longe. Eles tinham

sobrevivido de serem caçados por três dos maiores Darklings que ele tinha visto, só para serpego por um estúpido e incompetente como St. Claire. Ele se sentiu impotente. E pior, ele sentiaa culpa, como se ele tivesse largado Jessica de novo. Três vezes em uma noite.

Tinha sido maravilhoso antes dos Darklings terem aparecido. Ele nunca tinha se divertidotanto voando com mais ninguém. Jessica parecia saber instintivamente como pular, como se ela

mesma fosse uma acrobata, como se eles estivessem conectados. O pensamento deles nuncamais voarem juntos de novo, caiu como gelo em seu estômago. Ele duvidava que Jessica sequerfosse querer falar com ele depois dessa noite.

Ele respirou fundo, dizendo a si mesmo para ser calmo. Ele iria até ela amanhã a meianoite e se certificaria que ela estava bem.

Finalmente outro par de faróis se moveu. Dois oficiais levaram Jessica para casa, e St.

Claire empurrou Jonathan para trás do segundo carro se apertando ao lado dele.O peso do homem grande achatou as molas do assento traseiro. Jonathan se sentiu

pequeno ao lado dele. O oficial na frente ligou o motor, e o carro pulou para a estrada.

“Você e eu vamos ter uma conversa, Jonathan.”

“Yeah, foi há muito tempo St. Claire.”

O xerife suspirou, ajustando seu volume. Ele se mexeu e olhou para Jonathanatentamente.

“Agora, garoto, uma coisa é quando você vai vagabundear por aí toda noite. Eu não meimporto se acontecer alguma coisa com você ai fora.”

“Por mim está bem.”

“Mas levar uma garotinha como aquela para problemas, é negócio sério.”

Jonathan suspirou com frustração. “Eu só a estava levando par a casa. Nós estávamosbem até que vocês apareceram.”

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tem que aparecer para isso, e eu tenho certeza que ele levará você para casa tão logo vocêtenha encontrado o JHO22 e prometido ser bom.

“Você está brincando?”

O homem riu fortemente, o som tão alto quanto um latido de cachorro no assento apertado.

“Martinez, eu nunca brinco. Está na hora de você aprender uma liçãozinha sobre os perigos detransgredir o toque de recolher.”

A sensação de claustrofobia começou a inundar Jonathan. O carro pareceu minúsculo equente demais, a barreira da partição entre a frente e os bancos de trás tornando-se uma gaiola.Seu estômago se agitou com os nervos e a fome. “Você quer dizer que eu vou passar a noite nacadeia?”, ele perguntou suavemente.

“A noite? Não só uma, Jonathan. Veja, ao contrário do seu amigável departamento doxerife, oficiais judiciais não trabalham nos finais de semana.”

“O que?”

“Seu traseiro é meu até segunda de manhã.”

22JHO – Judicial Hearing Officers – são auditores judiciários que determinam todas as questões de direito; atuam como juízesexclusivos de todas as questões de fato e emite um veredito. No caso Jonathan seria levado a um desses Oficiais.

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16

1h:16m da Manhã

CASTIGADA

A coisa estranha era, o pai de Jessica estava muito mais chateado que sua mãe.A mãe tinha respondido a porta em suas roupas desembaladas – ela deve ter ainda estado

trabalhando na cozinha. Ela tinha falado com a polícia silenciosamente e agradecido a eles porme trazer para casa. Nunca levantou sua voz, ela tinha dito a Jessica para esperar na cozinhaenquanto ela acordava seu pai.

Ele ainda estava com os olhos arregalados, seu cabelo em pé do correr frenético de suasmãos através dele. A mãe tinha dito repetidamente a ele para não acordar Beth, mas Jessica nãoconseguia imaginar sua irmãzinha dormindo com a gritaria dele. O que o enlouqueceu mais foi acontusão em seu rosto, que ela podia sentir que estava só começando a aparecer.

Havia vezes, no entanto, quando era bom ter uma mãe como engenheira. A mãe tinharapidamente notado que cada pancada e galo em Jessica, estava acompanhado por uma manchade grama. Mesmo o trecho de pele em seu cotovelo era marcado por um círculo verde. Havia

ainda grama em seu cabelo.Ela parecia como uma menina de dez anos de idade, depois de um longo dia de verão.

“Então, você realmente caiu, não caiu, querida?”

Jessica acenou. Ela ainda não confiava em si mesma para falar. Ela tinha sido um bela deuma covarde quando a policia chegou, berrando com seus olhos na parte de trás do carro.

Jonathan tinha estado totalmente calmo.Ela tinha bagunçado tudo. Sendo o pior imã do mundo para Darkling, não segurando na

mão de Jonathan e caindo do salto deles, parecendo assim quando os tiras chegaram.

“Você parece que rolou uma colina, Jessica.”

“Yeah”, ela conseguiu dizer. ”Só de brincadeira.”

“Só de brincadeira”, Papai repetiu alto. Ele começava de novo, cada vez que ela diziaalguma coisa, como se ele não pudesse suportar ouvir sua voz.

“Don.” A voz da mãe às vezes tinha um tom com o pai que ela nunca tinha usado em

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“Por que você foi para a cama tão cedo?”

“Eu estava cansada do trabalho de hoje.”

“Você realmente estava no museu o dia todo? Ou com ele?”

“Eu estava no museu. Ele não estava lá.”

Ele acenou. “Fazendo um trabalho que vale um dia inteiro, na primeira semana de escola?Nós podemos ver este trabalho?”

Ela engoliu em seco. Não tinha nenhum trabalho para mostrar a eles. Ela tinha tomadoalgumas notas, mas tinha solenemente prometido a Rex nunca mostrá-las a ninguém.Quando ela tinha começado a mentir para seus pais? Talvez quando o mundo tinha parado de fazer

sentido.

“Eu estava fazendo pesquisa.”

“De que?”

“Nas possíveis conexões entre as técnicas de fazer ferramentas d a cultura da idade dapedra da era Solutrean no sudeste da Espanha e determinadas pontas de lanças do pré-Clovis

descobertas em Cactus Hill, Virginia.” Ela botou para fora. A boca de papai escancarou.Ela piscou, surpresa com suas próprias palavras. Aparentemente um pouco da sua dieta

dos conhecimentos midnighter tinham conseguido se enfiar em sua cabeça. Ela se lembrou deRex mostrando a ela a longa caixa da evolução gradual das pontas de flechas e o buraco nomeio, onde tudo tinha mudado de uma só vez.

“Houve um salto tecnológico nas pontas do Novo Mundo cerca de doze mil anos atrás“, eladisse em uma silenciosa concentração.

Pelo menos falar sobre essas coisas não a faziam querer chorar. Faziam ela ficar sobcontrole. ”Uma melhorada do canal meridianoe uma vantagem acentuada. Algumas pessoaspensam que a técnica avançada de algum modo veio da Europa.”

“Tudo bem, querida. Nós acreditamos em você.” Mamãe disse, dando pancadinhas em sua

mão. ”Você tem certeza que Jonathan não levou você a algum lugar em um carro?”

“Tenho certeza. Nós só seguimos caminhando mais longe do que eu pensei que nós

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iríamos. De verdade.”

“Você sabia que este garoto tem estado em problemas com a polícia antes.”

Jessica sacudiu sua cabeça. “Eu não sabia disso.”

“Bem, você sabe agora. E você nunca mais vai sair dessa casa de novo sem nos dizer,ok?”

“Ok.”

“E você não vai a lugar nenhum, exceto a escola, pelo próximo mês.” Papai adicionou.

Mamãe pareceu infeliz com isso por uma fração de segundo, mas ela concordou.

“Eu gostaria de ir para a cama agora.” Jessica disse.

“Ok, docinho.”

A mãe a levou de volta ao seu quarto e lhe deu um beijo de boa noite.

“Eu estou feliz que você esteja bem. É perigoso lá fora, Jessica. “

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muito leve sem sua pesada base removida. Dess nunca tinha nomeado nada tão grande antes,mas suas proporções eram matematicamente perfeitas. Estendido em todo o seu comprimento,ele parecia mais com uma arma de verdade do que qualquer coisa que ela tinha feito antes.

Ela se perguntou se os Darklings ainda tinham pesadelos por causa das pontas, as armasque os humanos da Idade da Pedra tinham usado contra eles. Melissa sempre dizia que os

Darklings tinham longas memórias.Dess tinha passado o domingo adicionando pequenos símbolos para o bastão do pedestal,

hieróglifos matemáticos e conjuntos de pontos cuidadosamente padronizados. Ela tinha atémesmo copiado umas formas de uns rabiscos da caverna local, supostamente para lembrar umabem sucedida caçada há dez mil anos atrás. Ela tinha trabalhado até ela completar trinta e novefigurinhas juntas, o número perfeito anti Darklings.

Ela soldou o ferro ainda amolecido em um canto, uma faixa branca de fumaça subindo

para o teto de sua ponta. Como um castiçal em seu quarto apagado pela meia noite azul ao redordela, Dess observou a fumaça congelar no lugar, como uma cobra com ondulações subitamenteinterrompidas. Na luz azul, ela brilhou contra as paredes pretas, tão delicada e luminescentequanto o fio de uma teia de aranha pego por raios do sol.

Dess estendeu um dedo e a tocou. Um segmento da largura do dedo de fumaça destacoude si mesmo e viajou acima para o teto.

“Hmm”, ela disse. “Faz sentido.”

Como qualquer coisa tomada na brisa da meia noite, as partículas de fumaça foram soltaspor seu toque. Mas a fumaça quente era mais leve que o ar, então ela subiu ao invés de cair.

Ela ergueu o pedestal. Na lua azul ele parecia como uma arma elegante. Se hoje a noite ahora secreta fosse qualquer coisa como a da noite passada, ela ia precisar dela.

Só mais um passo: Dess queria dar um nome de trinta e nove letras, mas um que

funcionasse. Uma palavra simples não ia funcionar. Ela só tinha descoberto uns poucos nomesquímicos de peso, palavras usadas só por cientistas, e ela não parecia ser muito estimulante nahora azul. Nem mesmo os slithers eram assustados com nomes comobenzohydroxypentalaminatriconihexadrene, possivelmente por causa de que eles eramgeralmente encontrados entre os ingredientes dos Twinkies. Mas talvez uma frase feita depalavras de três trezes daria conta do recado. Dess se sentou olhando as minúsculas figuras aolongo do comprimento do pedestal do microfone por uns minutos, letras rolando em sua mente.

Os outros midnighters tinham usado dicionários, mas para um gênio da matemática eraautomático. Para ela, palavras de treze letras tinham seu próprio cheiro, sua própria cor, se

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como eles estavam noite passada.”

“Sim. A tradição diz que eles são relacionados a felinos grandes – leões e tigres – comonós somos aos macacos.”

“Ok”, Dess continuou. ”Bem, meu conhecimento, que seria no Discovery Channel, diz que

os gatos gastam uma grande porcentagem do dia dormindo. Veja os leões. Eles dormem vinte eduas horas por dia, relaxando por aí, a cauda balançando para afastar as moscas, talvezbocejando o ocasional rugido territorial, mas basicamente semiconscientes.”

“Vinte duas horas de sono por dia? Isso parece com o gato do meu pai.”

“Então o que deixa só duas horas acordado, cert o? Para uma daquelas horas eles fazem a

manutenção do gatinho: se lambem, brincam de lutar com outros membros por orgulho, tanto faz.Eles caçam só por uma hora das vinte e quatro.”

Rex assobiou. “Isso é que é vida. Uma semana de trabalho de cinco horas.”

“Sete.” Dess corrigiu. “Eles não tem finais de semana.”

“Dureza.”

“Então aqui é que está a coisa. Se os Darklings são como felinos grandes, então elesprovavelmente só caçam uma hora por dia.”

“Claro”, Rex concordou.

“Mas o que é um dia para um Darkling?”

Rex ponderou enquanto pedalava, relembrando do seu precioso conhecimento. ”Bem, os

Darklings só vivem uma hora nas vinte e cinco, da hora secreta. Eles estão congelados peloresto, como pessoas normais estão congeladas na hora azul. Então leva a eles vinte e cincohoras de nossos dias para viver um único dia em sua vida. Essa é a parte do por que eles vivempor tanto tempo.”

“Certo”, Dess disse. “Então, um Darkling provavelmente dorme por vinte e três dos nossosdias sucessivamente.”

A bicicleta de Rex vacilou. Ela podia dizer que ele não tinha pensado nesta idéia antes. Elasacudiu sua cabeça. A vida das pessoas seria muito mais simples se todos de vez em quando seincomodassem em fazer cálculos.

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“E que significa”, ele disse lentamente, ”que eles só caçam cerca de uma vez por mês.Como um lobisomem na mitologia.”

“Exatamente. Que deve ser onde a coisa toda da lua cheia vem. Exceto que os Darklingscaçam a cada 3.571.429 semanas, não a cada quatro. Mas quem está contando? Em qualquer

caso, isso significa que há um montão a mais de Darkling do que nós pensávamos, por que amaioria deles está dormindo a maior parte do tempo. Nós só temos visto a ponta do iceberg. Paracada um caçando, outros vinte e três estão dormindo.”

Dess deixou Rex absorver a informação por enquanto.

Finalmente ele disse. “Então a pergunta não é, „De onde que todos eles vem?‟”

“Certo”, ela respondeu. “A pergunta é, „ Por que todos não acordam?‟”

Quando Jessica respondeu a batida em sua janela, ela parecia desapontada em ver eles.

“Esperando por alguém mais?” Dess perguntou.

“Tipo assim”, Jessica disse silenciosamente.

Rex não notou ou pensou que ela e Jess estavam brincando. Dess se perguntouexatamente o que tinha acontecido noite passada.

Ela tinha ligado para a casa de Jonathan hoje, para ver se ele tinha seguido em suaameaça de visitar Jess durante a hora azul. Mas ninguém tinha respondido ao telefone o dia todo.

Ela não estava preocupada – Jonathan podia tomar conta de si mesmo melhor do quequalquer um deles. – mas Dess queria ouvir em primeira mão.

“Bem, nós temos grandes notícias para você.” Ela disse.

“Entrem.” Jessica disse, deslizando aberta a janela.

Dess pulou através dela e se voltou para dar a Rex uma mãozinha. Ocorreu a ela que elespoderiam muito bem tem usado a porta da frente, mas alguma coisa na hora azul fazia todomundo querer sussurrar, planejar e se esgueirar.

Jessica desmoronou em sua cama. Ela parecia cansada e deprimida. Aparentemente nãotinha sido um dos melhores primeiros encontros. Talvez os Darklings tivessem estragado a festa.

Dess notou que Jess estava esfregando sua mão direita, como se ela estivesse um poucodolorida. Ela sabia por experiência o que isso significava: as coisas não podiam ter dadocompletamente errado.

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“E você mexeu com o ninho deles.”

Dess rolou seus olhos. “Gatos não tem ninhos, Rex.”

“Bem você mexeu com a... casa de gatos deles. Mas qualq uer que seja seu talento virá àtona, Jessica, ele deve ser importante. Para nós.”

Ela olhou acima, para ele. “Você tem certeza?”

“Se eles querem você, nós precisamos de você”, Dess disse.

“Mas eles me querem morta.”

“Essa é a razão que nós precisamos descobrir exatamente o que você é”, Rex disse. “Você

vai nos ajudar a fazer isso?” Jessica olhou para ambos, então olhou com mau humor para a janela na hora azul. Dess

viu as cuidadosas fileiras de tachinhas alinhadas em cada janela e se perguntou como seria estarpresa em seu próprio quarto na hora secreta, com o mundo inteiro vazio esperando por você láfora.

O quarto de Jessica tinha uma delicadeza louca nele, como se ela tivesse limpado o diatodo. Como Dess tinha imaginado, os pais dela não eram pobres. Jessica tinha um aparelho de

som de verdade e uma tonelada de cds. Mas o quarto não parecia de jeito nenhum vivo. Eleparecia com um quarto solitário.

Jessica suspirou antes que ela respondesse. ”Claro. O que é que eu tenho que fazer?” Rex sorriu. “Nós temos que levar você a um certo terreno de tradições durante a hora

secreta. Há meios de ler sobre seu talento lá, te testar para descobrir o que você é.”

“Ok, exceto o que acontece quando os Darklings estão na reta?

“Eles irão tentar.” Dess disse. “Maseu posso colocar defesas com antecedência, deixartudo pronto durante o dia. Vai ser totalmente seguro na hora da meia noite rolando.

Jessica olhou ao redor, claramente infeliz com a ideia de que seu quarto não eratotalmente seguro. “Então o único problema é chegar lá.” Ela disse.

“Nós vamos ter essa cobertura também”, Rex disse. “Você pode dizer a seus pais que vai

passar a noite com Dess. Ela mora mais perto do deserto. Você pode escapar e chegar lá antes –“

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“Esquece.”

“Por quê?” Rex perguntou.

“Eu não posso passar a noite toda com ninguém, não até o próximo mês. Eu estou decastigo. Muito.”

“Oh”, Rex pareceu como se ele não tivesse esperado nada tão comum para atrapalhar seus planos. ”Bem, se você escapulir por sua conta, Melissa pode levar você e dirigir –“

“Não”, Jessica disse a palavra sem hesitação. ”Eu menti para meus pais o suficiente. Eusai as escondidas por aí o suficiente. Esquece.”

Rex abriu sua boca, e então a fechou.

Dess estava morrendo de vontade de falar com Jessica longe do Rex.O que tinha acontecido noite passada? Ela se perguntou se o castigo de Jess tinha alguma coisa haver comJonathan.

“Quero dizer”, Jessica continuou, “eu não me importo de sair na hora secreta, mas eu nãovou deixar essa casa durante a hora normal. Se meus pais descobrirem, eles ficariam realmentechateados. Eu não quero fazer isso com eles de novo.”

“Você quer esperar um mês inteiro?” Rex discutiu. “Se eles estão tão assustados quantoeles parecem, os Darklings poderiam tentar algo realmente mais sério em breve.”

“A que distância é esse lugar?” Jessica perguntou.

“Bastante longe”, Rex disse. “Mesmo indo a partir de Dess, você mal pode ir lá e voltar emuma hora em uma bicicleta.”

“E sobre voar?”

A boca de Rex escancarou, e seus olhos se viraram friamente em direção a Dess. Elasuspirou e esticou suas mãos com um pequeno encolher de ombros. Não havia como evitar aculpa. Rex sabia que Melissa nunca teria falado a Jonathan onde Jess morava.

Até onde importava, se Dess não tivesse fofocado, Jonathan não podia nem mesmo teradivinhado que havia um novo midnighter na cidade. Ela tentou parecer sem graça.

Mas por dentro Dess sorriu. Ocasionalmente Rex precisava ser lembrado que ninguémtinha elegido ele o vidente.

Ele se concentrou e se voltou em direção a Jessica.

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“É muito perigoso. Vocês dois sozinhos, no deserto, vocês estariam voando direto a umaarmadilha mortal.”

“Yeah”, Jessica admitiu, ”foi bem ruim noite passada. E nós mal passamos pela fronteira dacidade.”

“Vocês passaram –“ Rex se enfureceu de novo, mas se manteve controlado. ”Nós vamospensar em alguma coisa”, ele disse. ”Algum jeito de levar você lá antes da meia noite.”

“Afinal onde fica exatamente este lugar de tradição?” Jessica perguntou.

Dess observou Rex cuidadosamente e pensou que ela viu um momento de prazerenquanto ele respondia, agora que ele tinha outra razão para Jessica Day estar assustada pela

meia noite.“Ele é chamado de poço da cobra.”

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presos por darem as mãos.‟”

“Só me deixe fora disso, por favor.”

“Eu não usaria seu nome real, é claro.”

Jessica teve que rir. “Ótima ideia, Constanza. Ninguém ira adivinhar. Só mude meu nomepara Jess Shady.”

Constanza riu. “Nada mal. Gostei.”

Elas entraram na biblioteca, enquanto o último sinal tocava. A Srª Tomaz olhou acima deseu computador.

“Bom dia”, ela disse, uma sobrancelha levantada. Ela parecia como se esperasse uma boasessão de fofoca para animar o período de estudos hoje.

“Dia”, Jessica respondeu, então gemeu por dentro quando ela viu a mesa longa. O resto daturma de Constanza já estava sentada, prontas para ouvir o furo.

Ela se virou para Constanza e disse. “Eu realmente tenho que estudar trigonometria. O quecom minha carreira criminal, eu não pude fazer nada neste fim de semana.”

Constanza disse. “Oh, eu não diria isso, Jess Shady. Parece que você teve diversão. Masnão se preocupe. Você vai terminar seus estudos e eu irei trabalhar em colocar os fatosverdadeiros.”

“Obrigada, Constanza. Eu realmente aprecio isso. Mas, um, que fato você vai usar”?

“Que tal um médio? Segurando as mãos, mas sem beijar? E sem prévio registro criminal?”

“Bem, obrigada, eu acho. Embora tente não me fazer parecer muito má? Eu poderia estar vivendo aqui em Bixby por enquanto.”

“Sem problema, Jess. Um dramazinho ganha mais amigos do que chateia. O que nãosignifica que você estava...chateada.”

“Obrigada.”

“Na verdade, o que você vai estar fazendo esta sexta?”

“Sendo castigada.”

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De que modo mais ele saberia como isso funcionava? Ainda assim, voar tinha parecido comouma coisa privada entre os dois.

“Yeah, foi ótimo.”

“Eu pensei que você iria gostar. Esse é o porquê eu disse a Jonathan onde você morava.”

Jessica acenou e sorriu para Dess. “Fico feliz por você ter feito.”

“Alguém tinha que fazer.”

Você não esta tomando ladosnesta coisa de Rex e Jonathan, está?”

Dess suspirou. “Isso é meio que sem sentido, sério. Rex está bem. Eu não saberia o que

fazer sem ele. Mas ele às vezes tem essa de vidente-que-conhece-o-melhor-jeito. E Jonathan éótimo, mas ele pode ser independente, não que eu o culpe. A coisa entre eles vem desde o início,mas de dois anos atrás.”

“Então vocês quatro nunca trabalharam juntos”

“Por cerca de duas semanas. Quando Jonathan chegou, ele tinha só começado a descobrir seu poder, seu sonho se tornou realidade, quando Rex e Melissa apareceram. Rex, é claro,

queria passar toda noite checando a tradição.”

Jessica acenou. Deve ter sido bastante mais fácil para Rex sair para seu precioso local deconhecimento com a ajuda de Jonathan. E ainda seria.

“Mas Melissa e Jonathan [nunca] se deram bem.” Dess adicionou.”Ela nunca voou comele.”

“Sério?” “Ela não poderia suportar. Ela tem essa coisa sobre... segurar mãos.”

Jessica piscou. Ela tinha estado com ciúme de Dess há um instante atrás, mas agora elanão podia se impedir de se lamentar por Melissa. Voar com Jonathan era a melhor parte da meianoite.

“Então Melissa ficou de fora de todas aquelas viagens para o deserto. Jonathan ficoucansado de ser o personal piloto de voo de Rex e o inferno veioabaixo.”

Jessica engoliu. ”Eu aposto que posso ver de onde deve vir um conflito de personalidade

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“O poço de cobras é o nome para a parte mais funda do Bottom. Você estaria a cincominutos de caminhada. E eu tenho o pressentimento que esta festa vai pelo menos até a meianoite. Você tem certeza que não tem jeito de você falar com seus pais em fazer uma exceçãopara essa coisa do castigo?”

“Certeza absoluta.”

“Que pena”, Dess se inclinou de volta na sua cadeira.”Bem, vamos para assuntos maisprazerosos.”

“Como o que, cirurgia de canal na raiz?”

“Não, como Trigonometria.”

Depois da escola Jessica esperou por seu pai na frente. O pai estava pegando ela atéaviso prévio, sua teoria de que ela poderia se perder e/ou ser presa no caminho para casa. Comoo membro desempregado da família, ele não tinha nada melhor a fazer do que se preocupar eexagerar na reação. É claro, ele ia se atrasar por ter que parar na Bixby Juniot High, a meiocaminho da cidade. Beth não ia pegar carona no ônibus se sua irmã senhora-do-crime estavaganhando um motorista.

Multidões de estudantes se derramaram da escola secundária, todos eles dando umaúltima olhada. Jessica estava emocionada por todo mundo que estava recebendo outra chancede ficar pasmo pela nova garota má na cidade. Pode ser, por pouco tempo, que eles pudessemencarar ela de novo. Como amanhã de manhã.

Ela olhou de volta para um par de meninos calouros, e eles hesitaram e correram para oônibus esperando. Um dia em seu castigo e humilhação pública, Jessica Day tinha tido osuficiente.

Ela não tinha pedido para ser uma midnighter, tinha tentado não entrar em problemas.Tanto quanto ela podia dizer, seu grande erro tinha sido não parar para explicar para os Darklingsque Bixby tinha um toque de recolher.

Por milhares de vezes naquele dia, ela reveu em sua mente a fantasia onde os Darklingstinham pegado ela, e seu corpo, cortado em pedacinhos, fosse presenteado aos seus pais comuma notinha:

Mamãe e Papai

Não pude escapar por causa do toque de recolher.Morta, mas não castigada.

- Jess

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o barulho enlouquecedor finalmente parou, só uma única voz permanecia. Um sabor solitário láfora no mundo de repente vazio, tão tênue quanto um amigo imaginário. A ideia de que ele erauma pessoa de verdade tinha levado anos para se formar, outro ano para se agir. Finalmente elatinha corrido quilômetros até a casa dele na hora secreta, oito anos de idade e vestindo pijamascobertos com figuras de vaqueiras, meio pensando que era um sonho. Mas descobrir um ao outro

tinha feito a coisa toda real.Tinha sido quase por acidente, ela percebia agora. Mais sozinha e ela teria ficado louca.Melissa tentou ajustar sua mente, preparando-se para a meia noite, para a tarefa à frente.Dando profundas respirações, ela esperou por um momento quando todo o ruído e

confusão, sonhos e pesadelos agitados, ansiedades semiconscientes e terrores noturnosfinalmente estariam em...

Silêncio.

“Oh, yeah”, ela disse. ”Aí está a coisa.”

Ela podia provar o sorriso de Rex.Todos os pensamentos dele estavam abertos para ela agora. Seu alívio por eles estarem

seguros no tempo azul, fora do alcance da lei, e sua implacável determinação de ter essetrabalho feito.

Ela podia até mesmo sentir o minúsculo canto bem mordiscado de culpa que ele sentia por

ir a extremos.

“Não se preocupe, Rex. O que eles não sabem, não os machuca.”

“Só me fale se você achar que eu estou indo demais.”

“Você será o primeiroa saber .”

Eles saíram do carro. Melissa realizando uma rápida varredura mental. Nada ao redor,ainda, mas era cedo. Nenhuma criatura que vivia no tempo azul teria passado o dia nestadistância da cidade.

Os olhos de Rex brilharam enquanto ele procurava por sinais.

“Você devia ver isso, Melissa. Eles estiveram andando por aí em toda parte. Toda a noite.”

“Ainda bem que Jessica não fica muito em casa.”

O aborrecimento de Rex chiou no ar, o resultado previsível da vaga referência a JonathanMartinez. Pelo menos não era ciúmes, que ela sentia o suficiente na Bixby High. Só o orgulhoferido de vidente de Rex, que ele não controlava tudo na hora secreta.

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tinha sentido eles perto do centro de Bixby, provavelmente em cima dos prédios altos de lá, bemlonge da área Darkling e com uma clara visão de cada direção. Jessica estava bastante a salvocom Jonathan do que em casa, mesmo Rex tinha que admitir.

A porta da frente estava trancada.

“Malditos cidadãos”, Melissa disse. Eles cruzaram para a janela aberta de Jessica.

“Você está num terrível bom humor.” Rex disse.

Ela se puxou através da janela, provando a sobra dos pensamentos de Jessica no quarto.Ela estendeu uma mão para ajudar Rex a se empurrar e viu ele instintivamente se afastar, antesque ele percebesse que ela estava usando luvas.

“Eu estou sempre de bom humor na hora azul.” Melissa disse quando ele estava dentro.“Especialmente quando eu tenho que fazer alguma projeção séria.”

Rex deixou escapar um acentuado sabor de ansiedade.

Ela suspirou.“Não se preocupe. Eu prometo não ter muita diversão.”

“Só não comece a se di vertir muito. A tradição está cheia de –“

“Coisas que me chateiam“, ela interrompeu.”Falando de que...” Melissa olhou com desdémao redor do quarto de Jessica.”Wow, ela é tão dia.”

Rex fez uma careta.”Ela não é tão má assim. Por que você a odeia tanto?”

“Eu não a odeio Rex. Ela é só... ela não é nada em particular. Eu acho que ela trocou oaniversário com um midnighter de verdade. Tudo é tão fácil para ela.”

“Eu não diria isso.” Eles foram através da porta e encararam o longo corredor. Melissa abriu a primeira porta a

sua esquerda.

“Cheiracomo... irmãzinha.”

“Você pode sentir isso?”

“Eu posso ver isso”, Melissa gesticulou para o chão. Ele estava entulhado com saias, jeans, camisetas, papéis amassados, e livros de escola. Duas paredes estavam cobertas compôsteres de boy bands , e na cama uma pequena forma se deitava retorcida entre os lençóis,

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agarrando um bicho de pelúcia.

Rex riu. “Seus poderes psíquicos nunca deixam de me impressionar.”

Eles fecharam a porta e foram para mais dentro da casa. Havia um banheiro à direita, e ocorredor se abriu em um lado para uma sala de estar. Na extremidade do corredor estava maisuma porta.

“Esta parece promissora”, Melissa disse, enquanto a empurrava aberta.

Os pais de Jessica estavam deitados lá, congelados enquanto dormiam.Melissa olhou para eles, pálidos e indefesos. Como todos os cadáveres, eles não pareciam

muito humanos, mais como manequins de loja de departamentos que alguém tinha tentado

realmente fazê-los realísticos, mas tinha por engano tomado à esquerda no assustador.Rex estava tateando ao redor do quarto, espreitando dentro das caixas próximas aoarmário. Como os outros midnighters, ele ficava um pouco enlouquecido com os cadáveres.

Melissa não se importava com eles de modo algum. Frios e duros que eles fossem, estaera a única hora que ela iria tocar um outro ser humano. Ela puxou suas luvas.

“Eu acho que nós começaremos com a mãe.”

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20

7h:22min da Manhã

UMA MUDANÇA DE IDÉIA

“Bom dia, Beth.”

“Em que sentido?”

“Visão, audição, olfato, todos os outros sentidos. É verão, e os pássaros estão piando, e eu

estou deixando você ficar com essa torrada que eu pus para mim mesma.”

Beth parou próxima a mesa. “O que tem de errado com ela?”

“Nada. Você é minha irmã, e eu estou fazendo sua torrada.”

Beth se largou na mesa da cozinha e olhou para sua irmã maior com cautela.

“Você não está muito feliz para alguém que está de castigo?”

Jessica considerou isso por um momento, observando os elementos dentro da torradeiraaquecer para um brilho vermelho. O cheiro da torrada veio da máquina puxando uma profundarespirada dela.

“Torrada é bom.” Ela respondeu.

Beth acenou. “Se você vai ficar toda retardada, você pode me fazer uma omeletetambém?”

“Eu não estou feliz assim, Beth.” A torradeira pulou. “Ai está.”

Jessica tirou o pão com a ponta de seus dedos e os derrubou no prato a espera, girou aoredor e o colocou diante de sua irmã.

Beth o inspecionou cuidadosamente, então deu de ombros e começou a passar manteiganele.

Jessica derrubou outro par de fatias na torradeira, sussurrando para si mesma.Ela ainda se sentia leve, como se a gravidade da meia noite não tivesse desaparecido

completamente com a hora azul. Cada passo parecia como se transformava-se em um salto,

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“Bom dia.”

Jessica se assustou. “Bom dia, mãe. Quer minha torrada? Eu posso fazer mais.”

“Claro, Jess. Obrigada.”

“Está parecendo bem, mãe.”

“Obrigada”, Sua mãe sorriu, amaciando a lapela de seu novo blazer com uma mão,enquanto ela pegava a torrada de Jessica. Ela se sentou a mesa.

“Wow. Você está autorizada a comer seu café da manhã com a gente?” Beth perguntou. ”Eu pensei que a Aeroespacial Oklahoma desdenhava da hora da família.”

“Silêncio, Beth. Eu tenho algo a dizer para sua irmã.”

“Uh-oh. Da torradeira para a frigideira.”

”Beth.”

Beth entulhou a torrada em sua boca, se calando. Jessica empurrou a alavanca datorradeira lentamente, sua mente correndo. Ela se virou e sentou do outro lado a frente de suamãe, tentando pensar no que ela poderia ter dado por sua distância. Eles não tinham deixadonada por acidente. Ela sempre saia depois que a hora azul começava – ela dava a Jonathanalguns minutos para chegar aqui da casa dele, de qualquer modo – e estava de volta a camaantes que ela terminasse. Talvez sua mãe tivesse descoberto um sapato sujo, ou uma janelaaberta, ou tomado as impressões digitais do topo dos prédios no centro da cidade...

Beth Jessica olhou para sua irmãzinha. Ela deve ter dito a mamãe e papai sobre Jessicaestar vestida na sexta a noite. Beth piscou, inocentemente.

“Seu pai e eu tivemos uma conversa sobre sua punição esta manhã.”

“Ele já está acordado?” Beth perguntou.

“Beth-“ A mãe começou, então parou. ”Na verdade ele está acordado desde cedo, mas elevoltou direto ao sono. Ambos estávamos muito agitados noite passada. E ambos concordamosque nós teríamos que pensar sobre sua punição um pouco mais, antes de nós decidirmos alguma

coisa.”

Jessica olhou para sua mãe cautelosamente.”Isso significa uma punição pior,ou menor?”

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Levou a maior parte do período para Jessica preparar os nervos, para dizer a Dess o quetinha acontecido no café da manhã.

“Então, você sabe de toda essa expedição ao poço da cobra?”

“Yeah, nós estamos ainda trabalhando nisso. Rex e eu estamos tentando arru mar um jeito

de te tirar de lá com segurança”, Dess disse. ”Aliás, soa como você se divertisse evitando osvilões.”

“É verdade.” Jessica sorriu. O mesmo perigo presente fez suas horas secretas comJonathan muito mais excitantes do que seria em sair normalmente. “Mas eu tenho novidades,Dess. Eu descobri no café da manhã que eu não estou mais de castigo.”

“Sério? Que legal.”

“Yeah, acho que sim. Ainda que meio esquisito. Meus pais estavam totalmente prontospara me trancar por bem. Então esta manhã minha mãe me deu o discurso completo sobre fazernovos amigos.”

Dess deu de ombros. ”Isso acontece. Meus pais fazem isso o tempo todo. Últimaprimavera, a primeira vez que fui pega com Rex e Melissa por violar o toque de recolher, elesdisseram que eles iam me enviar para um acampamento doido uma vez que a escola estivessefechada.

“Onde?”

“É como um acampamento de férias para delinquentes juvenis. Dirigido pelo governo emuito parecido com a cadeia. Meu pai trabalha numa plataforma de petróleo, e ele é um grandecrente em trabalho duro para purificar a alma. Mas uns dias depois da retenção, eles

completamente mudaram suas opiniões. Desde então eles estão bem legais. Eles até mesmocomeçaram a gostar de Rex e Melissa.”

“Bem, meus pais não irão me enviar para longe, eu acho que não. Mas isso ainda foiestranho, ver minha mãe voltar atrás desse jeito.” Jessica suspirou, esfre gando suas mãosnervosamente. “Então eu acho que nós deveríamos tentar fazer aquele troço no poço da cobra.”

“Quanto mais cedo melhor“, Dess disse. ” Uma vez que saibamos qual é o seu talento, nós

poderemos descobrir por que os Darklings estão tão assustados com você. A festa de Constanzaé uma oportunidade perfeita.”

“Eu não sei”, Jessica disse. “Minha mãe não disse nada sobre festas tarde da noite.”

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Dess se inclinou para mais perto. “É o modo certo para chegar lá antes da meia noite. Nóstemos que nos descomplicar com o pai de Rex e os meus pais. Nós Podemos ter que lutar parasair do poço da cobra. Com você junto, ficaria mais cabeludo. Não que a gente não goste devocê, Jess. Mas é que você quematraí os maus elementos.”

“Oh, certo”, Jessica disse com mau humor. “Jessica Day, imã de desastres.”

“Os Darklings tem estado piores a cada noite, especialmente no deserto. Não são como nocentro da cidade.”

“Mas uma vez que a festa congele, eu estarei sozinha lá.”

“Você estará praticamente no poço da cob ra. Ele é bem no meio do Bottom”, Dess disse.

”Só leva uma caminhada de cinco minutos antes da meia noite, e você estará dentro das minhasdefesas. Melissa pode levar a mim e a Rex para a margem do Bottom. Nós caminharemos até lá.Sem você junto, nós não estaremos cercados por Darklingsse nós nos atrasarmos.”

Jessica engoliu. O pensamento de ela fazer o caminho para o infame poço de cobra,sozinha a meia noite, não a deixou muito feliz. “Nós realmente estaremos seguros lá?”

Dess concordou. “Absolutamente. Eu tenho estado trabalhando na proteção a semana

toda. Eu tenho uma tonelada de metal pronta para ir. Rex e eu, a colocaremos depois da escolaamanhã. Os Darklingsnão serão capazes de chegar a cem metros do poço da cobra.”

“Sério?”

“Nós estaremos perfeitamente seguros. É claro, lembre de prestar atenção antes da meianoite.”

“Pelo que?”

“As cobras.”

Jessica piscou.

“Sabe”, Dess disse com paciência, ”no poço da cobra.”

“Oh, eu pensei que talvez „poço da cobra‟ fosse só um apelido engraçadinho, não para ser tomado literalmente.”

“Bom, não deixe o nome enganar você”, Dess disse. ”Ele é mais uma cavidade do que um

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poço. Uma cavidade cheiade cobras.”

“Ótimo, eu manterei isso em mente.” Jessica estremeceu, se lembrando dos slither s dasegunda noite. A idéia de cobras de verdade não a faziamais feliz. “Mas talvez a coisa da festanão vá acontecer. Eu nem mesmo sei se ainda estou convidada.”

Dess olhou para o outro lado da biblioteca para a mesa das garotas mais velhas. “Há sóum jeito de descobrir.”

Um par de amigas de Constanza olharam acima, quando Jessica chegou. Ela ainda atraiualguns olhares, especialmente na cafeteria com Jonathan. Jessica os ignorou e se ajoelhoupróxima a Constanza.

“Sobre a festa na sexta?” Ela sussurrou.

Constanza olhou abaixo para ela.”Sim?”

“Eu estou tipo, um, fora do castigo.”

“Sério?” Constanza sorriu mais. ” Wow. A polícia traz você para casa e você vai a umafesta uma semana depois. Nada mal, Jess Shady.”

“Eu acho que não. Então e quanto à festa em Rustle‟s Bottom? Quero dizer, eu sei quevocê provavelmente está –“

“Beleza.”

“Quero dizer, se já tem muita-“

“Claro. Venha.”

Jessica engoliu em seco. ”Eu não sei na verdade como chegar lá. E é provavelmente muitolonge-“

“Eu te dou carona. Você pode dormir lá em casa. Desse jeito seus pais não vão surtar quando nós chegarmos em casa super tarde.”

“Oh”, Jessica disse, “boa ideia.” Desculpas e multas de fiança estavam ainda rolando emsua cabeça, mas o sorriso brilhante de Constanza silenciou todas elas.

“Venha para casa comigo amanhã, depois da escola? Nós vamos nos divertir.”

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“À meia noite sim. Na escola você fica todo ansioso com isso.”

Ele fez uma careta, aborrecido e se perguntando se isso era verdade. “Bem, nós temosque descansar às vezes. Ou nós vamos acabar com as alças do Nintendo26.

Jonathan gentilmente olhou para baixo e começou a massagear os tendões. Ele sentiu osmúsculos dela começarem a relaxar. “Então com que você está realmente nervosa?”

O olhar dela varreu o horizonte. “O quanto seguro você acha que nós estamos aqui emcima”

“Nós estamos no meio da cidade, sentados em dez toneladas de aço limpo. MobilBuilding27 tem treze letras nele. E nós podemos voar se precisarmos. Bem a salvo, eu diria.”

Jessica correu um dedo ao longo do suporte enferrujado em que eles estavamempoleirados. “Como você sabe que este aço é limpo?” Parece que tem estado aqui há muitotempo.

“Eu pedi a Dess para ver se Rex podia dar uma olhada sem seus óculos. Quando oPegasus está iluminado, você pode vê-lo de qualquer parte de Bixby, sabe. Ele disse que ocavalo não mostra um ponto de foco. Ele é limpo.”

Ela sorriu para ele. “Obrigada por fazer isso.”

Ele deu de ombros. “Rex pode ser um saco, mas o cara é bom para algumas coisas.” El ese concentrou em esfregar a mão dela.

Jonathan não tinha dito a Jess, mas na semana passada ele avistou uns slithers nasmargens do centro da cidade, se atrevendo a se aproximar dos altos edifícios de aço, mais doque ele jamais tinha visto antes. Eles estavam hesitantes, deslizando do outro lado dos armazénsna extremidade. Desde que Jess tinha chegado à cidade, as criaturas da meia noite estavamempurrando o caminho delas para dentro, um pouco mais perto a cada noite. Podia levar meses,mas Jonathan tinha a maior certeza de que, eventualmente, não haveriam locais limpos deixadosem Bixby. Os slithers e seus mestres Darklings seriam capazes de reivindicar até mesmo oPegasus.

Onde ele e Jess iriam então?

26 Nintendo wrists – são aquelas alças/faixas de segurança para se colocar no pulso para manter os controles do jogo presos abraço. Bom para quem tem problemas de LER. Tem para o wii, etc. 27 Não tem como traduzir para prédio da Mobil, ou construção Mobil – perdem as 13 letras.

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“Mas nós não podemos nos sentar no topo deste sinal para sempre, Jonathan.”

Ele olhou acima, para ela, se perguntando o quanto ela sabia do que ele estava pensando.Ele temia que o misterioso talento de Jess pudesse ter algo haver com projetar a mente. Eleesperava que não. Jonathan não tinha idéia de como Rex podia suportar sair com Melissa. Ele

estremeceu. Sem privacidade, nem mesmo em seu cérebro.

“Estamos a salvo por agora, Jess. E talvez uma vez que você saia do castigo –“

“Eu estou fora do castigo hoje.” Ela disse.

“Isso é ótimo! Por que você não me disse?”, ele disse. Então ele viu a expressão dela.“Jess, por que isso não é bom?”

“Bem, por que agora eu estou liberada para ir para a festa amanhã à noite, ir para Rustle‟sBottom.”

“Oh, o poço da cobra. “ Jess tinha dito a ele sobre o plano-mestre de Rex há alguns diasatrás. A ideia tinha soado perigosa o suficiente quando isso estava a distância, no futuro. Agoraque estava a vinte e quatro horas de distância...

“Você sabe que é lá no deserto.”

“Eles meio que mencionaram isso. Mas Rex disse que é o único jeito de descobrir o que eusou.” Jessica disse. ”Dess pode fazer estar seguro lá fora, e Rex disse que meu talento deve ser importante ou talvez algo com que eu possa me proteger. No museu ele me disse que há muitostalentos que detonam.”

“Se Rex te dissesse para pular de um penhasco –“ ele começou.

“Jonathan”, ela disse, rindo. “Isso seria você me dizendo para pular de um penhasco.”

Jonathan riu.”Provavelmente. Mas eu pularia com você.”

Ela se empurrou para mais perto dele. ”Eu tenho que fazer alguma coisa Jonathan. Eu nãoposso passar o resto da minha vida sentada aqui.”

“Eu sei.” Ele suspirou. “Então você tem que fazer o que Rex disse. Além do mais, ele é oúnico de nós que consegue o manual da meia noite.”

Jess olhou dentro dos olhos dele. “Esse é o porquê você não gosta dele, não é? Por ele

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Ela gemeu, o puxando contra ela de novo em um abraço apertado.”Você não devia ser tãoidiota”, ela sussurrou.

Jonathan franziu sua testa, com medo de dizer alguma coisa. Próximo a ela, ele alcançouacima e desprendeu o fecho de seu colar.

“Aqui, leve isso amanhãà noite.”

“Seu colar?”

“Ele se chama Embaraçamento: trinta e nove elos. Eu levarei dez minutos para voar até oBottom,da minha casa. Você pode precisar disso antes que eu chegue lá.”

Os dedos dela se fecharam sobre os elos de metal. “Mas você não terá nada para seproteger.”

“Talvez Dess me dê algo. Ela tem estado fazendo brinquedos a semana toda. De qualquer forma eu quero que você tenha isso.”

“Muito obrigada, Jonathan.” O rosto de Jess estava iluminado pelo seu sorriso. “Me diz,você já tinha beijado alguém-“

”Duh”, Ele a viu franzir suas sobrancelhas e engoliu em seco. “Quero dizer, yeah.”

“Como eu estava dizendo”, ela disse, os olhos dela brilhando.”Você já beijou alguém antesna hora secreta?”

Ele corou, então sacudiu sua cabeça. “Não até agora.”

O sorriso de Jess cintilou. “Então você não fez isso.” Ela se agarrou ao redor da cinturadele e dobrou suas pernas. Ele mal teve tempo para se preparar, antes que ela pulasse, oscarregando direto e acima, para o céu.

“Oh”, ele disse.

E então eles estavam se beijando novamente.

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22

10h:31min da Noite

VESTIDA PARA MATAR

“Bem, o que você acha, Jess? Estamos prontas para ir?”

Jessica olhou para si mesma no espelho. Ela reconheceu o cabelo ruivo e os olhos verdes,mas isso foi tudo.

Constanza tinha passado a noite fazendo uma maquiagem em ambas. Ela tinha dado uma

olhada no traje de festa de Jessica e decidiu emprestar a ela uma jaqueta. Então um pouco demaquiagem. E então um vestido.

Passar umas horas experimentando as roupas de Constanza tinha acabado por ser muitodivertido. Haviam dois armários cheios delas, e uma parede inteira do quarto dela era cobertocom espelhos. A maioria das coisas dela parecia servir em Jessica e tudo era bonito, ou pelomenos parecendo caro. Constanza absolutamente amava cada roupa que Jessica tinha posto.Era como ser uma adolescente normal de novo, se aprontando para ir a uma festa normal, ao

invés de um poço de cobra cheio de criaturas más. Constanza tocava os cds e Jessica sefantasiava, e tinha sido a primeira noite de toda a semana que ela tinha sido capaz de esquecerque horas eram e o que aconteceria quando o relógio alcançasse as doze.

Agora, olhando para todo o conjunto, Jessica estava surpresa do quão pouco ela pareciaconsigo mesma. Na jaqueta de couro de comprimento até a coxa de Constanza, com só doiscentímetros e meio do vestido vermelho visível embaixo da bainha, e o batom vermelhocombinando, ela parecia mais como Jess Shady do que Jessica Day.

„Você tem certeza que eu não pareço...muito elegante?”

“Muito elegante?” Constanza disse. “Como em muito bonita ou muito linda?”

“Como em muito ridícula.”

“Jessica, você não parece ridícula de jeito nenhum. Você vai deixá-losmortos.”

“Quem são eles de novo?”

“Os caras da festa. E estes são os caras de Broken Arrow.”

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meia noite.

“Eu tenho estado querendo falar com minha mãe sobre seu novo trabalho.” Jessicacontinuou.”Mas ela é tão ocupada lá. Eu não tenho sido capaz.”

“Sim, meu pai é do mesmo jeito.” Constanza disse. ”Não que eu queira falar com ele sobre

seu trabalho. O futuro do petróleo ou qualquer coisa.” Ela apontou a frente, seu sorriso brilhando.“Parabéns Jessica, você está agora deixando Bixby.”

O limite da cidade piscou, e o estômago de Jessica formigou. Elas não estavam apenasdeixando Bixby – elas estavam indo para o deserto.

“Próxima parada, poço das cobras.” Ela disse para si mesma.

Ela olhou para seu relógio. Cinquenta e sete minutos para a meia noite.

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23

11h:03min da Noite

COORDENADAS

Rex e Melissa estavam atrasados.Dess olhou para seu relógio. Só três minutos, mas a sincronização para sair para o poço

da cobra estava ficando apertada. A lata velha enferrujada de Melissa não poderia levar eles paratão distante. Eles tinham que andar a última metade do quilômetro até o Bottom. Os três tinham

ido para o poço da cobra antes da escola para colocar os equipamentos dela. Dess desejavaagora que eles estivessem lá; voltar para casa e esperar para que todos os pais fossem dormir,tinha sido uma idéia imbecil. Ficar com problemas com a mãe e o pai não era nada comparado aser pego por Darklings famintos na metade do caminho para o Bottom.

Mas Rex tinha que se assegurar que seu pai louco estava na cama, antes dele sair. Comose tomar conta de Melissa não fosse o suficiente.

Dess contou até treze, se forçando a relaxar. Ela alcançou o interior da caixa de música de

Ada Lovelace e puxou umas poucas engrenagens, as rearranjando e visualizando a coreografiaresultante. Ela deu a bailarina mecânica uma corda e observou sua dança, checando suasprevisões.

Ada pulou em movimento, sempre pronta para dançar, mas os novos passos não vieramcomo esperados. O final, o vacilante levantar do seu braço esquerdo foi à frente ao invés de irpara trás. Dess sacudiu sua cabeça. Ela podia ver agora: ela virou um dos mecanismos para olado errado.

Era culpa de Rex e Melissa por ela estar tão ansiosa. Se eles estivessem lá a tempo, Rexseria o que ficaria todo nervoso, então, ela e Melissa poderiam gozar dele e serem as calmas.Eles estariam a caminho do poço de cobras, onde a obra prima em metal de Dess atrairia osoohs e aahs de todos os envolvidos, enquanto os slithers queimavam até as cinzas.

Ela olhou pela janela de novo. Ainda nada da merda do Ford vindo para parar na frente dacasa, há duas portas abaixo, o lugar de sempre para o encontro pré meia noite.

Dess chutou sua mochila, e ela fez um tinido tranquilizador de metal. Toda pronta para ir,preenchidos com armamento anti Darkling de última geração, uma reserva no caso das defesasao redor do poço das cobras falharem. E ela tinha deixado um novo brinquedo muito especial noteto para Jonathan pegá-lo no seu caminho. Ela tinha feito sua parte.

Então, onde estavam Rex e Melissa?

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Dess estava se coçando para ligar, mas seria totalmente estúpido. Os pais de Melissa, adeixavam fazer o que quer que ela quisesse, mas o pai de Rex era o maior dos psicóticos. SeRex estivesse saindo furtivamente por sua janela neste momento, seria uma má hora para otelefone tocar.

Além do mais, seria melhor eles já estarem a caminho.

11h:06min. Em quarenta segundos seriam exatamente quarenta mil segundos depois domeio dia. Mas importante, seria uns meros 320 segundos até a meia noite. Dess podia sentir ahora azul – cheia de Darklings – correndo em direção a ela a cento e sessenta quilômetros porhora.

Ok, ela pensou. Um pouco mais rápido que isso, na verdade. A circunferência da Terra era24.860 milhas, e um dia era de vinte e quatro horas. Então a meia noite teria que se mover cercade 1.036 milhas por hora para fazer todo o caminho ao redor da Terra uma vez por dia.

Ela tinha visto isso no Discovery Channel, das câmeras no ônibus espacial: a linha limite, amargem da escuridão que marcava o amanhecer ou o por do sol, varrendo através da Terra. Averdadeira meia noite trabalhava do mesmo jeito, uma margem invisível cortando através domundo, trazendo a hora azul.

Agora mesmo, a meia noite estaria cerca de novecentas milhas a leste daqui, no próximofuso horário. É claro, até onde qualquer um deles sabia, não haviam Darklings ou midnighters, ouhora azul em nenhum lugar além de Bixby. Rex nunca tinha imaginado um fora. Dess seperguntava se um pouco menos do conhecimento e um pouco mais de matemática poderiaresolver o quebra cabeça.

Ela olhou pela janela. Nada ainda de Rex e Melissa.Por um terrível instante ela se perguntou se eles a tinham deixado para trás. Simplesmente

escapado para o poço da cobra sem ela. A velha sensação de isolamento agarrou-se a ela.Era tudo culpa de Melissa, a telepata. Ela tinha rastreado Rex quando ambos tinham oito

anos de idade. Dess era só um ano mais nova, mas tinha levado a Melissa outros quatro anospara encontrá-la. A desculpa de Melissa era que Dess vivia muito perto do deserto e que atéentão todos os Darklings e slithers tinham confundido seu talento não desenvolvido.

Aquilo soava como um monte de merda para Dess. Melissa pôde captar Rex a mais de umquilômetro de distância mesmo durante o dia; na hora azul outro midnighter era como uma chamaem um horizonte escuro. Ela tinha descoberto Jonathan e Jessica poucos dias depois que eleschegaram. Mas para os quatro anos que Rex e Mellissa tinha estado juntos sozinhos, tudo o queDess tinha conhecido eram os slithers, a solitária certeza da matemática, e Ada Lovelace.

Ela alcançou a caixa de Ada e ligou a engrenagem errante, fazendo-a dançar novamente.“Dance, minha linda.”

Dess tinha certeza que seu isolamento naqueles primeiros anos tinha sido de propósito.

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chão, prendendo os cantos com quatro peças de aço. Seus dedos, tremendo, seguiam as linhaspontilhadas de seu cruzamento.

“Eu sabia.” Ela disse.

Trinta e seis ao norte por noventa e seis a oeste estava bem no meio de Rustle‟s Bottom.

Não podia ser coincidência. O poço da cobra na verdade era o centro Darkling. E se umacerta longitude e latitude era tudo que ele levava, havia provavelmente outros lugares no mundoonde a hora azul vinha a meia noite.

Uma buzina soou do lado de fora de sua janela.

“Não me buzine!”, ela sibilou, agarrando sua mochila.

Retardados.Dess manteria isso para si mesma por um momento. Ela podia checar isso lá fora por ela

mesma. Se nada demais, ela faria que Rex desejasse tê-la escutado mais.Antes de Dess puxar-se para fora da janela, ela olhou para o relógio.11h:24min. Eles não estavam indo a tempo.

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179 Scott Westerfeld - The Midnighters 1 – The Secret Hour

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“Você está bastante quieta.”

Jess piscou. Enquanto seus olhos se ajustavam a escuridão, ela distinguiu a forma de umgaroto em frente a ela.

“Acho que estou. Eu não conheço na verdade muitas pessoas aqui.”

“Você é amiga de Liz e Constanza?”

“Sim. Jessica.”

“Hei. Jessica. Meu nome é Steve.”

Jessica podia ver o rosto do garoto agora, iluminado pela fogueira bruxuleante. Ele pareciamais jovem do que muito dos caras aqui.

Ela sorriu. “Então, Steve, você é de Broken Arrow.”

“Yeah. Eu nasci aqui. Você está em pé no centro de Broken Arrow, na verdade. Como vocêpode ver, é uma cidade que nunca dorme. Como Bixby, mas sem os arranha-céus.

Jessica riu. “Uma metrópoles germinando.”

“Yeah, exceto que eu não sei o que „germinar‟ significa.”

“Oh. Quer dizer, um...”, ela deu de ombros. “Realmente plana e com muito vento?”

Steve acenou. “Então Broken Arrondefinitivamente estáse germinando.”

Agora o rosto de Jessica ficou frio.”Euacho que eu terminei deste lado”, ela disse, dando

um espaço a ele, próximo a ela enquanto se virava ao redor. Ela checou seu relógio de novo.Dois minutos. Ele estendeu suas mãos, tentando conservar o calor da fogueira para suacaminhada.

“Então, você não parece como se viesse de Bixby.”

“Eu acabei de me mudar para cá de Chicago.”

“Chicago? Wow. Arranha-céus de verdade. Oklahoma deve ser completamente estranhapara você.”

“Ela é diferente, sim. Exceto pelo vento, que é demais,tal qual Chicago.”

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“Você está com frio realmente, não está? Você quer meu casaco?”

Steve estava usando uma jaqueta. Ela parecia incrivelmente quente.

Jessica sacudiu sua cabeça. “Não, eu não poderia.”

“Você tem certeza?”

“Sim.” Ela checou seu relógio. “Na verdade, eu tenho que ir.”

O desapontamento luziu nos olhos de Steve. “Você já está saindo da festa? Foi algumacoisa que eu disse?”

“Não, de jeito nenhum. Eu só vou para uma caminhada. Para o poço da cobra.”

Ele acenou. “Para a meia noite, huh? Você sabe onde ele é?”

“Mais ou menos. Quero dizer, eu tenho um mapa.”

“Eu levo você.”

Jessica mordeu seu lábio. Ela nunca tinha pensado em levar um não midnighter pelo

caminho.Mas que problema teria? Steve estaria seguro não importa o que acontecesse no poçoda cobra. Ele estaria congelado na coisa toda. E na escuridão sem forma, a idéia de caminharpara longe da fogueira sozinha não era um agradável. Pelo menos com Steve ela não seperderia.

O frio agarrou seu corpo no momento em que eles deixaram a fogueira, se insinuando na jaqueta emprestada como dedos frios. As pernas de Jessica, protegidas só por meia-calça,estavam congelando, e suas mãos ficaram mais e mais frias, não importasse o quão afundadas

ela as enviou em seus bolsos.“Então que tem disso, sobre o poço da cobra?” Steve perguntou.

“Um, todo mundo. Constanza estava falando sobre isso um dia, e pareceu, você sabe,interessante.”

“E você estava indo sozinha? Wow, você é uma garota corajosa.”

“Eu tenho meus momentos de estupidez.” Jessica concordou. Ela podia ouvir seus dentesbatendo.

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“Você esta com frio, Jessica.” Steve colocou seu braço ao redor dela. A jaqueta ao redor dos ombros dela realmente ajudava, mesmo que não parecesse certo estar tão perto de um caraque não fosse Jonathan.

“Obrigada.”

“Sem problema.”

Enquanto eles caminhavam pelo deserto, Jessica se perguntou como Steve sabia onde eleestava indo. Não havia marcos que ela pudesse ver, excetoa Via Láctea , que corria na direçãoque eles estavam caminhando. O que significava que eles estavam indo tão pouco a leste ou aoeste. Ela teve que checar a bussola para ter certeza.

“Você tem certeza de que sabe para onde nós estamos indo?”

“Oh, sim. Nascido e criado em Broken Arrow. Eu não tenho muito orgulho em dizer.”

“Ok”

Ela olhou para seu relógio. Cinco minutos.

“Não se preocupe, nós chegaremos lá a meia noite.” Steve disse. ”Bem na hora do espírito

mau aparecer.”

Ela sorriu com melancolia.”Não perderia essa.”

Houve um bruxulear de luz no canto de seu olho. Era a fogueira a direita deles. Ela seperguntou por que não era mais atrás deles.

Jessica olhou para acima no céu. Agora a Via Láctea estava espalhada para os lados nocaminho deles. Eles tinham virado nem ao norte ou ao sul.

“Steve? A que distância é o poço da cobra?”

“Oh, talvez outros dez minutos.”

“Dez minutos? Mas é quase meia noite.” Um calafrio viajou através de Jessica, mais dotremor do que o frio. “Minha amiga disse que era realmente perto do buraco da fogueira.”

“Você esta com frio? Nós podemos parar em meu carro se você quiser.”

“Seu carro”

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“É bem ali.” Steve disse, puxando ela para mais perto. “Nós podemos nos aquecer.”

Ela se empurrou para longe. “Mas eu tenho que chegar lá a meia noite!”

Uma fila de carros estacionados era visível agora, em frente a eles. Ele tinha levado ela em

um círculo.

“Escute, Jessica.” Ele disse. ”O poço da cobra não é grande coisa, certo? É só um velhoescoadouro cheio de água de chuva e cobras. Temo que essa é a idéia de Broken Arrow demágica.“ Ele se moveu para mais perto. “Eu posso te mostrar algo muito mais interessante.”

Jessica girou ao redor e andou rapidamente em direção a fogueira, enfiando uma mão emseu bolso para o mapa e a lanterna. Seus dedos se atrapalharam, dormentes e desajeitados pelo

frio.

“Jessica...” Ela ouviu os passos dele a seguindo.

Ela o ignorou, desdobrando o mapa. Ele mostrava o poço da cobras quase exatamente aleste da fogueira. Jessica apontou a lanterna para a bússola e se afastou da fogueira, guiando-separa o leste.

Ela escutou os passos de Steve atrás dela mas o ignorou, esperando que ele perdesse o

interesse e fosse embora.Jessica empurrou tudo que ela tinha de volta a seus bolsos, acelerando seus passos. Dess

tinha dito que ela não podia perder o poço da cobra. Supostamente a cavidade se destacava nodeserto como um longo caminho escuro.

A mão de Steve agarrou seu ombro. ”Hei, espere, Jessica. Me desculpe, eu não sabia queisso era importante.”

Ela se afastou para longe. “Vá mexer com outro alguém. “

“Eu não estava...” Ele parou de andar, e sua voz diminuiu. ”Você se perderá lá, Jessica. Ascobras pegarão você.”

“Melhor elas do que você”, ela disse para si mesma.

“E os espíritos maus também, Jessica.” Steve chamou. “É quase meia noite . Você quer

estar lá fora toda –“

Sua voz foi silenciada tão subitamente quanto um rádio sendo desligado. A luz mudou, o

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familiar azul varrendo através do deserto como o amanhecer. O ar ficou imóvel e silencioso. Ficouinstantaneamente quente, mas Jessica tremeu.

A meia noite tinha chegado.Ela começou a correr.

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Ela correu mais.Os monstros voadores pareciam estar testando as defesas, tentando passar os

relâmpagos e para baixo no poço da cobra. Enquanto a nuvem de slithers se espessava, osrelâmpagos ficaram mais furiosos, formando um arco hesitante de chama azul sobre o poço. Aservas daninha ao redor de Jessica se prolongavam, piscando em sombras.

Outros trinta segundos e ela estaria a salvo.Uma imensa e escura forma subiu do arco azul, muito grande para ser um slither. Ela veio

direto em direção a Jessica e começou a descer, suas asas quase largas o suficiente para borraros fogos atrás dela.

Ela deslizou numa parada, arfando. Enquanto o Darkling aterrizava e suas asas sedobravam, ela podia ver sua forma se agitar e mudar, compondo-se em uma forma escuraencurvada de músculos, garras, e olhos luzentes. Uma pantera.

O arco azul que protegia o poço da cobras estava só a poucos metros diante ela. Elaestava tão perto.

Jessica puxou o colar de Jonathan, segurando ele apertado em uma mão. Ela sussurrouseu nome, “Embaraçamento.”

A besta rugiu, sacudindo a terra dura do deserto embaixo de seus pés. Se levantou, osdentes de sabre crescendo em sua mandíbula.

Por um momento Jessica ficou dominada pelo mesmo medo paralisante que tinha presoela na primeira vez que ela viu um Darkling. Mas então ela se lembrou quão alegremente Desstinha despachado aquela pantera, em uma explosão selvagem de faíscas da calota voadora.

Dessa vez, Jessica não estava indefesa.

“Você é um grande problema, gatinho psicopata”, ela disse,segurando forte o colar.

O mostro apenas rosnou, não impressionado.Ela se preparou para atacar, o colar enrolado em uma bola em sua mão. Não havia o

porquê de esperar outro Darkling aparecer.A pantera arqueou suas costas, olhos piscando, como se sentido o que ela estava prestes

a fazer.Jessica tomou fôlego e correu direto para ele.O gato rosnou de volta, sem equilíbrio. Ele era um predador, não acostumado a presa se

virar contra ela, mas então seus reflexos de caça assumiram o controle. Suas garras se

estenderam, e ele saltou para ela com um único pulo como um ataque de uma cobra gigante, derepente um raio de sólidos músculos.

Ela atirou o colar.

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“Eu tentei parar o Darkling, mas ele foi tão rápido até você”, ele disse sem fôlego.”Eupensei que era tarde demais.”

“Não, você chegou bem a tempo.” Jessica sacudiu sua cabeça, tentando clarear o zumbidoem suas orelhas. Seus dedos das mãos e pés estremeciam, como se alguma força imensativesse se movido através dela, eletrificando seu corpo em alerta. Cada respiração pareciapreenchê-la com energia. Ela quase sentiu vontade de rir.

“Eu perdi o Embaraçamento. Quero dizer, eu o jogueino gatinho psicopata.” Ela tagarelou.

“Eu vi a coisa toda. Aquilo foi incrível.”

“Ele foiseu? Seu colar?”

“Explodido em pedacinhos, mas eu te darei outro.”

“Oh, bom.”

Jessica deu uma risadinha, então se forçou a dar uma lenta respirada profunda. O zumbidoem seu corpo estava desaparecendo. Finalmente sua visão clareou completamente. O rosto deJonathan estava torcido pela preocupação.

“Você tem certeza que está bem?” , ele perguntou. ”Você parece como se tivesse presacom um garfo em uma tomada.”

“Pô, obrigada.” Jessica ficou em pé, tremendo, e ele estendeu uma mão para ajudá-la a selevantar. “Eu estou bem, de verdade.”

Na verdade, ela se sentia ótima. Ela alisou seu cabelo, que estava espetado em todas as

direções.

“Uh, Jessica...”

“Sim?”

“Você está usando maquiagem?”

Ela espanou a poeira de si mesma. “Uma garota não pode se vestir para uma festa?”

Jonathan levantou uma sobrancelha e olhou ao redor. A cavidade no poço da cobra estavacercado com peças de metal, formas de ferro velho que brilhavam e crepitavam. Folhas de

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punhado de gasolina. Mas nós nunca tínhamos sido inimigos dos Darklings, Rex. Você sempredisse que eles eram como animais selvagens: fique fora do caminho deles e eles ficaram fora donosso. Ela é quem os está deixandoloucos.”

“Então o que você sugere que a gente faça?”

“Vamos nos afastar.”

“O que?”

“Vamos virar e voltar para casa.”

“Melissa”, Dess disse, ”meu anel ao redor do poço de cobra pode não durar a hora inteira.”

Melissa deu de ombros. “Então todos os nossos problemas serão resolvid os, de um jeitoou de outro. Talvez Jessica descubra qual seu talento é, uma vez que ela realmente precise dele.Ou talvez os Darklingsconsigam o que eles querem, e tudo volte ao normal.”

Rex olhou para sua velha amiga, sem acreditar nas palavras que tinham acabado de sairde sua boca. “Melissa -,” ele começou, mas descobriu que ele não sabia o que dizer.

Uma risada aguda veio de Dess. ”E tudo volte ao normal? Eu pensei que você não

gostasse do normal.”

“Normal pode ser um saco, mas é melhor do que morrer por ela.”

“Por ambos”, Dess disse. Ela se virou para Rex.”Eu não vou ficar presa aqui com vocêsdois de novo. Vamos.”

Rex observou enquanto Dess se ajoelhava até sua mochila. Ela a abriu e puxou uma longa

estaca de jardim em metal. Ela girou algo na extremidade e deu nela uma sacudida. Outro cabode aço deslizou para fora como um telescópio dobrado até que a coisa toda era quase um metromais alto do que Dess. Ele estava decorado com seus usuais sinais matemáticos e símbolos,mas um monte deles.

“Resplandecida Incandescente Simbolizações”, ela disse animada.

Dess se virou e caminhou em direção ao poço da cobra, pisando no brilhante limite da

corda de violão esticada e no deserto aberto.

“Vem?”, ela perguntou sobre seu ombro.

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Rex piscou, em seguida a seguiu. Ela parou para levantar a mochila, que tinia de modotranquilizador ao lado dele. Depois de alguns passos ele escutou Melissa suspirar e sabia que elaestaria próxima, atrás.

Eles tinham chegado na metade do caminho quando os Darklings notaram eles.

Uns poucos slithers tinha voando e rastejando mais próximo, mas a arma de Dess tinhafaiscado a vida com a aproximação deles. Nenhum deles ousava testar seu poder. Rex tinhaquase começado a pensar que eles não dariam nenhum problema.

Então um Darkling veio. Ele varreu acima deles, bloqueando a lua por um momento eaterrizando diretamente no caminho deles.

Ele não parecia com um felino ou qualquer outro Darkling que ele tinha visto antes, Rexnão tinha certeza exatamente do que era. Seu corpo globular era peludo, com caminhos

irregulares de pelos espetados sobre ele. As asas eram largas, com dedos esqueléticos visíveisatravés da pele translúcida. Quatro longas e peludas pernas pendiam do corpo arredondado,sacudindo e suavemente raspando o deserto enquanto ele aterrizava. A barriga inchada dacriatura cedeu, descansado sobre a terra.

“Velho”, Melissa disse silenciosamente. “Muito velho.”

Rex largou a sacola e a alcançou dentro dela. Sua mão fechou em uma sacola de papel

cheia de pequenos objetos de metal – ruelas, alfinetes, talheres de prata, e tachinhas, todasretinindo uma contra as outras. Ele puxou uma fora e pesou ela em sua mão, se perguntado seDess tinha realmente nomeado cada uma das peças lá dentro. Parecia como se houvessecentenas.

“Ele não quer lutar com a gente”, Melissa disse. “Ele quer que a gente vá embora.”

“Sem chance.” Rex disse.

As asas estavam se contraindo, sendo sugadas para dentro da criatura. Uma quinta pernabrotou de seu corpo, empurrando e sacudindo no ar, precipitadamente. Então outra, e em seguidamais duas, até que ele pode finalmente se levantar de seu volume na terra em oito pernasesguias.

Rex estremeceu enquanto ele reconhecia a forma. Era uma tarântula, uma enorme versãoda aranha do deserto.

A monstruosa criatura ilustrava o que ele tinha explicado para Jessica no museu. OsDarklings eram os pesadelos originais, o modelo de cada temor humano. Gatos pretos, cobras,aranhas, lagartos, vermes - os Darklings imitavam todos eles em sua busca ao terror.

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caindo em um joelho.

“Corram para o poço!” Rex conseguiu gritar. Eles estavam a não mais que uma centena de jardas de distância.

Ele correu na direção de um lado da aranha estremecendo, ainda agarrando a sacola de

pedaços de metal. Melissa tropeçando atrás dele. Dess se lançou após a tarântula, cujas pernasainda batiam selvagemente, se guiando para o arco azul no poço da cobra.

Enquanto Rex corria, o deserto diante dele pareceu estar se movendo, a terra escuraflutuando de um lado ao outro do seu caminho. A aranha gigante estava cedendo, murchandocomo um balão furado.

“Pare, Rex!” Melissa gritou, puxando ele para parar.” Ela não está morta. Só –“ Ela não terminou, engasgando com o fedor.

Agora Rex podia vê-las. Coisas estavam se derramando do ferimento do Darkling, jorrandocomo uma torrente. Mais aranhas, centenas delas. Elas pulavam como um rio entre eles e o poçoda cobra.

Dess estava do outro lado, ainda correndo, só a poucos segundos da segurança docontínuo relampejar faiscante. Rex a viu cruzar o limite, caindo nos braços de Jessica e Jonathan.

O rio negro de aranhas mudou de curso, fluindo em direção a ele e Melissa. Elas faziamum hostil som pungente enquanto se moviam, como uma carga de cascalhos sendo derramadasem uma lâmina de vidro.

Rex esvaziou o resto da sacola de peças de metal, espalhando seu conteúdo em umcírculo grosseiro ao redor dos pés deles, a alguns metros de distância. O bando rastejanteavançou para o caminho de aço brilhante e se repartiu contra ele, fluindo ao redor como água.

Em segundos eles estavam cercados, um ilha em um mar serpentiforme de aranhas.Os pedaços de metal faiscaram e arderam, as peças mais distantes cintilaram um brilho

roxo. Umas poucas aranhas ousaram se mover para o aço. Elas explodiram em chamas, masmais vieram, rastejando através da ponte de corpos queimados.

“O quanto você acha que o aço vai durar?”, ele perguntou a Melissa.

“Não importa”, ela disse. Ela estava olhando acima. Rex seguiu seu olhar chocado.

Os outros dois Darkling estavam vindo.

Eles estavam em formas de panteras. Um estava vindo direto acima deles, seus dentes desabre se projetando de sua mandíbula enquanto ele descia, asas ondulando como umparaquedas atrás dele.

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“Desculpe-me, vaqueira.”

“Pelo menos essas coisas vão me pegar”, ela disse. ”Antes que todos aqueles malditosruídos humanos me deixassem louca.”

“Sim”, Rex esperava que as panteras chegassem antes das aranhas que estava rastejandoao redor dele. Ele colocou seu punho em seus lábios e finalmente nomeou os anéis em aço decaveira em seus dedos. “Entendimentos. Incorruptível. Anticlimático.”

Em seguida ele agarrou o braço de Melissa, sabendo que era tudo sua culpa, seperguntando o que ele tinha feito errado.

Um segundo depois alguma coisa se movimentou rapidamente para o Darkling, e faíscasvoaram.

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27

12h:00min da Madrugada

DEBALDEMENTES HIPERINFLADAS PERSONALIDADE

Jonathan pegou a maior parte do impacto em seu escudo, mas a colisão ainda golpeou oar para fora dele. A pele do Darkling destacada pelos músculos, tão fortes quanto um saco demaçanetas. Ele ouviu a fina liga de alumínio de Debaldementes Hiperinfladas Personalidade seenrugar com o impacto, então o escudo ardeu em seus dedos, enquanto ele instantaneamente

tornava-se um branco ardente. Fagulhas voaram da carne do Darkling, e seu urro golpeouensurdecedoramente seus ouvidos.

Por um momento Jonathan ficou pesado; o contato com o Darkling tinham retirado dele asua gravidade da meia noite. Ele caiu em direção ao solo, mas quando o toque gelado da carneda criatura desapareceu, o corpo de Jonathan ficou leve novamente.

No momento que ele acertou o chão, ele estava quase de volta ao seu peso.Ele rolou em seus pés, ficando cara a cara com um muito surpreso Rex.

“Você viu aquilo?”, ele disse. “Pancada direta.”

Em seu caminho para fora do Bottom, Jonathan tinha descoberto que a tampa da lixeiraera uma ótima ajuda para voar. Era uma prancha de surf, uma asa, uma vela – uma superfíciepara alcançar o ar e controlar sua direção. Depois que ele tinha pulado. No momento que eletinha disparado em direção ao Darkling, Jonathan tinha o usado para ajustar sua trajetória comoum míssil inteligente, se orientando para seu alvo.

Algo chiou em seus pés, e Jonathan olhou abaixo. As aranhas estavam se aproximandoem todas as direções, forçando seu caminho através do metal. Ele tinha aterrizado no meio deum lago de implacáveis insetos venenosos.

Esperteza era relativa, ele supôs.

“Cheira mal aqui fora”, ele disse a Rex e Melissa. “Vamos pular.”

“Um problema, gênio.” Melissa disse. Ela apontou. O outro Darkling estava se lançando em

direção aos três, deslizando através o deserto.

Jonathan puxou a ainda ardente Debaldementes Hiperinfladas Personalidade de sua mão,esperando que seu triplo nome tivesse mais um golpe deixado nele. Ele curvou a tampa de lixeira

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em seu braço como um gigantefrisbee e o arremessou na besta.Ele não tinha parado para ver o resultado, agarrando Rex. Ele estendeu sua outra mão.

Melissa se encolheu dele. “Eu prefiro morrer.”

“Que merda”, Rex disse, jogando ela para frente. As mãos dela levantaram instintivamente

e Jonathan agarrou uma.

Uma onda de náusea o golpeou, e ele quase desmaiou. Ele podia sentir a mente deMelissa se correndo, hostil e zangada, mas ao mesmo tempo febrilmente ansiosa, consumindo ospensamentos dele e suas memórias, empurrando-se em cada canto de sua mente. As emoçõesdela varreram através dele: o terror das aranhas, surpresa de estar subitamente sem peso, e,acima de tudo, o horror da intimidade de ser tocada.

Por um momento ele estava paralisado, mas então um irresistível comando surgiu namente dele.Pule, idiota,Melissa pensou para ele.

“Um, dois...”, ele começou.

Rex não tinha flutuado com ele a mais de um ano, mas os reflexos estavam ainda lá. Elesse ajoelharam e pularam juntos, levantando voo sobre as aranhas. Juntos eles eram fortes o

suficiente para arrastar Melissa junto.Jonathan escutou o segundo Darkling colidir com o projétil, e outro felino rugiu através do

deserto. Mas havia outras formas aladas vindo até eles – slithers, pelo menos.Os dedos de Melissa escavaram dentro dos dele, mas ela conseguiu lutar, estalando

sucessivamente o colar, atrás do colar, com sua mão livre, lançando eles no ar ao redor do trio,enquanto eles voavam, golpeando os slithers para o chão. Rex golpeou com sua mão livre, osanéis de metal que ele usava faiscando a vida.

O primeiro pulo os carregou a uns metros do poço da cobra. Jonathan tinha segurado Rexpara trás ou o próximo pulo deles teria os carregado por todo o caminho e para fora do outro lado.Eles derraparam numa parada dentro da segurança do arco segundos depois, e Jonathan

os soltou, os deixando cair suavemente na areia. Melissa tinha aterrizado mal, um tornozelotorcendo e os olhos piscando no relâmpago. O veneno e a agonia da mente dela drenada parafora da de Jonathan, deixando um gosto de carne estragada na língua dele.

Melissa se dobrou, convulsionando uma vez em um gemido de lamento, os dedos da mãoque ele tinha tocado se arranhando na terra dura. Ainda tossindo, ela conseguiu ficar de pé eencará-lo, e Jonathan se abraçou.

O rosto dela sustentava uma expressão que ele nunca tinha visto antes ou talvez nuncatinha sido capaz de ver. Ela era tão triste, tão desesperada. Então a familiar máscara de

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para os outros midnighters. Todos eles pareciam tão aturdidos quanto ela estava.

“Eu não sei”, Rex disse.”Portador da chama? Não há tal talento.”

“Agora há.” Jonathan disse.

“Bem, é melhor ser alguma coisa boa”, Dess anunciou.”Por que em cerca de dez minutosnós vamos ter companhia.”

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29

12h:00min da Madrugada

PORTADORA DA CHAMA

“O que você quer dizer,Dess?” Rex perguntou.

“Quando as defesas comeram o Darkling da Jessica, meu metal limpo ficou muitocorrompido. Ele está começando a perder a carga.

Jessica olhou acima para a beira do poço. O anel de raio ao redor deles parecia maisfraco. Os flashes não mais cegavam quando eles se atiravam para o céu, os dardos de azulpálido e hesitantes.

“Eu sei”, Rex disse. ”Mas eu pensei que você pudesse consertá -lo.”

“Nós fizemoso que podíamos. Eu não tenho aço limpo o suficiente. Alguém deixou minha

mochila no deserto.”

“Nós nos afastamos de sua mochila”, Rex replicou,”quando você virou a amazona com asua lança.”

“Alguém tinha que matar aquelatarântula,” Dess gritou.

“Você não a matou, você a tornou um exército”, Rex gritou, ”que alguns de nós quase nosafogamos nele.”

“Você não se afogou em um exército!”

“Parem com isso!”

O grito de Melissa silenciou Rex e Dess. Jessica viu que a briga deles tinha drenado a cordo rosto dela. Ela estava se dobrando em agonia.

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“Desculpe, Melissa.” Rex disse. Ele tomou fôlego.

“Não há nada que eu possa fazer, Rex.” Dess disse suavemente.

Jessica olhou acima para o céu. Através do teto rompendo em faíscas do relâmpago, ela

podia ver os slithers girando ao redor do poço da cobra. E no limite da cratera um grupo deminúsculos olhos a encaravam. As aranhas tinham cercado o poço e os espreitavam comexpectativa.

“É com você, Jessica.”

Ela olhou para Rex desamparada. “O que é que eu tenho q ue fazer? Todos vocês agem

como se eu soubesse de algo. Como se eu fosse alguém especial.”

Jonathan agarrou sua mão, e ela sentiu a tranquilizantefalta de peso fluir para ela. “Tudobem, Jess. Nós vamos descobrir isso.”

“O que faz um portador da chama, Rex?”

“Eu não tenho certeza. Eu teria que fazer mais –“

“Não há mais tempo para se olhar na tradição, Rex.” Jonathan interrompeu. “O que vocêacha que significa?”

Rex olhou para a plataforma de pedra, mordendo um labio. Melissa puxou sua cabeça desuas mãos e olhou acima, para ele.

“Você não está falando sério?”, ela disse.

Dess riu. “Você acha que isso é literal, não é? Você acha que e la pode usar o fogo. Fogode verdade.”

“Na hora secreta?” Jonathan disse.

“Isso detonaria”, Dess disse. “Fogo vermelho na hora azul.”

Rex olhou para Melissa.

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Jessica se virou para a rocha, tentando conectar um ângulo raso. Ela perdia o anel demetal, e seus nós dos dedos enviavam a rocha para a areia. A dor se atirou em sua mão.

Jessica empurrou a rocha na areia e a golpeou de novo. As fagulhas não vieram. Sanguebrotou de seus nós, e o corte em seu dedo anelar começou a pulsar com seu batimento cardíaco.

Não estava funcionando.

“Quanto tempo antes do fim da meia noite?”, ela escutou Jonathan perguntar.

“Não logo o suficiente”, Dess disse.

Jessica se manteve batendo na rocha. Algumas faíscas a mais saltaram, mas o papel não

acendia.

“Não está acontecendo”, ela disse. ”Talvez duas pedras?”

“Aqui”, Jonathan se ajoelhou ao lado dela, lhe entregando outra rocha. Ela as bateu juntas.

Nada.

Ela olhou para seu relógio,vinte minutos antes do fim da hora. Os flashes do relâmpagoestavam desaparecendo visivelmente em torno deles.

“Jessica.”

“Eu estou tentando, Jonathan.”

“Seu relógio.”

“O que?”

Ele apontou para o relógio.”Ele está funcionando.”

Jessica olhou para ele sem compreender. Ela percebeu que ela não o tinha usado na horada meia noite antes. Ela sempre tirava antes de ir para a cama.

“Está funcionando”, Jonathan repetiu, “e é eletrônico – não é um de corda.”

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30

12h:00min da Madrugada

TALENTO

A luz branca varreu de um lado a outro do solo da cratera, reduzindo as aranhas a cinzasem seu rastro. Penetrante, gritos horríveis subiram do exército enxameante, como mil sibilosestourando de uma vez. A maré de corpos peludos se afastando rapidamente, derramando-se devolta nas paredes inclinadas do poço da cobra. Jessica apontou a lanterna para o ar, e os slithersque cruzavam seu caminho explodiam em chamas, de repente vermelhos contra o céu escuro.Ela jogou a luz direto acima para procurar o Darkling sobre suas cabeças, mas a criatura tinhadesaparecido na distância, uivando.

As últimas poucas aranhas rastejavam estupidamente ao redor dos corpos esfumaçadosde suas companheiras, e ela queimou-as uma a uma com a lanterna.

A luz branca parecia irreal e sinistra na hora azul, revelando tudo em suas verdadeirascores. O feixe levou o azul da paisagem, retornando os vermelhos e marrons do deserto, e tornouos corpos carbonizados dos slithers e aranha um cinza opaco.

Mesmo a lua acima deles, parecia cinza agora, pálida e não ameaçadora, lavando e aesvaziando de sua ameaça.

Enquanto os agressores fugiam do poço da cobra, a noite ficava silenciosa. A estridentechamada dos slithers e os sons agudos do exército de aranhas sumiram, até que apenas osuivos, de uns poucos Darklings, pudessem ser ouvidos, gritos de dor e derrota a distância.

“Desligue essa coisa!” Dess reclamou.

Jessica se mexeu quando ela viu os olhos de seus amigos piscando raivosos em roxo naluz. Dess encolhia-se atrás de suas mãos, Jonathan, Melissa, e Rex, todos, tinham coberto seusolhos, seus rostos retorcidos em dor.

Apenas Jessica podia suportar a luz.Ela apontou a lanterna para o chão, então a desligou.

“Desculpem-me.”

Um por um, piscando com dor, soltaram suas mãos.

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“Tudo bem”, Rex disse.

“Sim. Não se preocupe com isso”, Jonathan disse.

“Sempre que quiser”, Dess riu, esfregando seus olhos. ”Não ser espécie de comida dearanha, compensa a cegueira temporária.”

“Fale por si mesma”, Melissa disse, esfregando suas têmporas.”Eu tive que provar sua estúpida dor junto com a minha.”

“Você realmente pode fazer isso”, Rex disse suavemente, ”você trouxe a tecnologia para a

hora secreta.”

A cabeça de Jessica girava. Sua visão ainda dançava com as cores reveladas na luzbranca, as imagens posteriores de aranhas e slithers queimando. A lanterna parecia estarformigando em sua mão.

“Fogo em bica”, Dess disse. ”Você é o pior pesadelo de um Darkling!”

Melissa concordou lentamente, olhando para o céu.”Isso é verdade. Eles não estão felizessobre isso. Nada felizes.”

Jessica olhou para ela, e em seguida para a lanterna em sua mão.”Yeah, mas o que elesvão fazer sobre isso?”

Dess riu.”Você diz.”

Jonathan colocou sua mão sobre o ombro dela.”É verdade. Você é a portadora da chama.Isso significa que você está segura agora, Jessica.”

Ela concordou. A lanterna em sua mão parecia tão comum agora, mas quando ela tinhaacendido, algo tinha surgido através dela, grande e mais poderoso do que qualquer coisa que elatinha experimentado antes. Ela tinha se sentido como um condutor de algo imenso, como se omundo ao dia estivesse fluindo através dela para a meia noite, mudando tudo.

“Segura”, ela murmurou. Embora, não apenas segura. Ela tinha se sentido maior do queisso, e mais assustador também.

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“Amanhã”, ela disse enquanto Jonathan se virava e pulava, planando para fora do poço dacobra. Outro salto o levou acima no ar, então ele desapareceu na distância e na escuridão.

“É melhor nós irmos indo também”, Rex disse.

“Claro”, Jessica respondeu. ”Eu estarei bem.” “Você parece melhor do que bem.” Dess riu. ”Enxugue esse sorriso de seu rosto Jessica

Day.”

Jessica sentiu ruborizar e apertou mais forte sua jaqueta.

“Você sabe o caminho para a festa?” Melissa perguntou silenciosamente.

“Sim.” Ela apontou. “A lua se põe a oeste, então é atrás daquele caminho.”

“Nada mal, Jessica”, Dess disse. ”Você está começando a sacar a meia noite.”

“Obrigada.”

“Vamos limpar um pouco disso aqui, gente”, Rex disse. ”Nós deixamos uma bagunça maiordo que a de sempre.” Dess e Melissa concordaram com má vontade.

“Eu devo voltar à festa”, Jessica disse. Ela pesou na lanterna em sua mão. “Eu acho queestarei a salvo.”

Rex concordou. “Obrigado por vir aqui, Jessica. Por confiar em nós.”

“Obrigada por me dizer o que eu sou.” Ela respondeu, em seguida fez uma careta. “Seja láo que isso signifique a longo prazo, pelo menos eu não sou uma midnighter inútil, sabe?”

“Eu nunca pensei que você fosse.”

Não demorou muito para que ela alcançasse a fogueira. Andar diretamente levou apenas

cinco minutos, como Dess tinha prometido.Jessica nunca tinha visto uma fogueira congelada antes. Ela não parecia muito com isso.

As chamas azuladas não lançavam nenhuma luz, era mal visível, exceto como uma deformação

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“Que babaca!” Constanza gritou. ”Eu sinto muito. Eu não tinha ideia.”

“Bem, não foi exatamente ele –“

“Vamos lá, Jess, vou te levar para casa.”

Jessica parou, então suspirou com alivio. A última coisa que ela queria era mais festa hojeà noite. ”Sim, claro. Eu realmente gostaria disso.”

Constanza empurrou o braço dela no de Jessica e caminhou em direção ao seu carro.

“Esses garotos de Broken Arrow são realmente demais àsvezes.” Constanza suspirou. “Eu

não sei o que alguém vê neles. Eles pensam que são tão legais, mas eles são tão fora docontrole.”

“De qualquer forma, bela fogueira.”

“Você gosta de fogueiras?”

“Sim.”

“Bem, bom. Talvez alguma hora nós podemos-“

Uma voz veio da escuridão em frente a elas.”Ei, aí esta você.”

Os pés de Jessica congelaram no meio do passo. Era Steve, vindo de volta aos carros,onde ele tinha deixado Jessica. Ela sentiu a mão de Constanza se apertar em seu braço.

“Você desapareceu totalmente de lá, Jess. Me deixou louco.” Ele deu alguns passos paramais perto. “Ei, o que aconteceu com seu –“

Ele nunca viu o que estava indo; Jessica mal viu, ela mesma. Em um movimento fluidoConstanza a soltou, deu um passo à frente, e socou Steve no rosto.

Ele cambaleou para trás, tropeçou em seus próprios pés, e caiu com sua bunda no chão

duro.

“Ei” Constanza tomou o braço de Jessica e retomou a marcha delas em direção aos carros,

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Melissa podia sentir isso do outro lado do deserto, o ódio lá fora, frio e inflexível. Ele eratão focado e amargo, quanto à ponta de um lápis de grafite descansando na ponta de sua língua.Não impotente ou estúpido, a inteligência que esperava naquelas campinas era paciente e bempreparada. Seu lado animal tinha atacado primeiro cegamente, como os Darklings sempre faziam,

mas não estavam abatidos ainda. Eles tinham feito planos para esta situação, planos passadospara qualquer contingência. Cada escura e antiga mente lá fora esperava constantemente, aparanoia em prontidão.

Eles tinham estado planejando por este dia por dez mil anos.Eles voltariam de novo para Jessica Day.Eles ficaram na margem do Bottom por toda a hora secreta, esperando para ver se os

Darklings ousariam se aventurar de volta.

Melissa bocejou. Esse plantão de guarda era a inútil precaução de Rex no trabalho, masdepois da última semana ela estava feliz por qualquer meia noite que se tornasse chata.Ela podia provar Dess lá fora no poço da cobra, medindo as rachaduras na pedra que

Jessica tinha feito, tentando descobrir a matemática dessa nova assimetria. Dess estava tambémem alguma nova viagem de navegação, fazendo observações estelares com um sextante32 feitoem casa, animada com algum novo segredo numerológico que ela estava mantendo do restodeles, sua mente envolvida no puro mundo dos ângulos e proporções.

Ela podia sentir Jonathan e Jessica atrás, em Bixby, voando juntos por um tempo, entãopousando em algum lugar alto para olhar abaixo o mundo. Felizes, tão inocentes quanto aquilo, eJessica animada com seu novo poder. Tão diferente das medrosas e estranhas mentes que aodiavam.

Ela podia sentir Rex perto dela, sua mente girando com perguntas, com a necessidade deler mais e saber mais. E por baixo de tudo aquilo, a silenciosa e alegre realização que RexGreene por ser o vidente que escreveria a tradição destes estranhos e excitantes dias.

Todo mundo feliz, felizmente ignorantes que esta luta mal tinha começado.A meia noite terminou.Dess retornou a tempo, assim que o carro roncou a vida sob Rex e Melissa. Ela tinha

mantido o velho Ford funcionando – um motor congelado na meia noite não usava nenhumagasolina.

Eles pularam do capo e entraram. Dess abrindo a porta traseira com uma expressãodeslumbrada em seu rosto. Quando sua cabeça estava realmente nos números, ela não falavamuito, então Rex e Melissa mantiveram um silêncio respeitoso.

Melissa os levou de volta as estradas, para casa, evitando os carros de polícia pela

32 Sextant – Sextante é um instrumento para medir a abertura angular da vertical de um astro e o horizonte para fins deposicionamento global. Muito usado na navegação marítima.

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sensação. Na meia noite no domingo haviam muito poucos humanos acordados em Bixby, entãoos policiais eram fáceis de provar. Mas de vez em quando Melissa apanhava um pensamentoaqui ou ali, uma preocupação insone, uma discussão tarde da noite, uma erupção de um sonhoou pesadelo.

Não tem jeito de eu poder pagar esta conta...

Como era para eu saber que ela era alérgica a amendoins?

Eu não acredito que é segunda de novo amanhã...

Nós temos que ter Jessica Day.

Melissa se mexeu, suas mãos apertando o volante fortemente pela explosão da últimaintensidade do pensamento. Ela procurou a fonte, tentou a destilar do ruído das preocupações eterrores noturnos e coisas de sonho, mas ele tinha desaparecido, de volta ao caos do terrenomental de Bixby tão rapidamente quanto ele tinha vindo à tona, uma pedra derrubada em um marrevolto.

Ela respirou fundo, percebendo que era 12h:17min da madrugada, não a meia noite.Aquele pensamento tinha sido humano.

“O que foi isso?” Rex perguntou.

“O que foi o que?”

“Você sentiu alguma coisa. Lá atrás. Você praticamente arrancou o volante.”

Melissa olhou para Rex, mordeu seu lábio, e encolheu os ombros, virando seus olhos devolta a estrada.

“Não foi nada, Rex. Provavelmente algum pesadelo de criança.”

**FIM**

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