TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness...

193
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) desidratado por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico” Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga Orientadora: Profª Dr a Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata – DEQ/PPGEQ Co-Orientadores: Profº Dr. Wilson da Mata – DEE/PPGCEP Profª Dr a Maria de Fátima Dantas de Medeiros – DEQ/PPGEQ NATAL/RN MARÇO/2012

Transcript of TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness...

Page 1: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

TESE DE DOUTORADO

“Estudo da reidratação do feijão verde (Vigna

unguiculata L. Walp) desidratado por micro-ondas com e

sem pré-tratamento osmótico”

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga

Orientadora:

Profª Dra Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata – DEQ/PPGEQ

Co-Orientadores:

Profº Dr. Wilson da Mata – DEE/PPGCEP

Profª Dra Maria de Fátima Dantas de Medeiros – DEQ/PPGEQ

NATAL/RN

MARÇO/2012

Page 2: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

PRISCILA VANINI DANTAS DE MEDEIROS QUEIROGA

Estudo da reidratação do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp)

desidratado por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Doutor em Engenharia Química, sob a orientação da Profa Dra Ana Lucia de Medeiros Lula da Mata e a co-orientação do Prof Dr. Wilson da Mata e da Profa Dra Maria de Fátima Dantas de Medeiros.

NATAL/RN

MARÇO/2012

Page 3: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / CT / PPGEQ

Biblioteca Setorial “Professor Horácio Nicolas Solimo”.

Queiroga, Priscila Vanini Dantas de Medeiros. Estudo da reidratação do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) desidratado por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico/ Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga. - Natal, 2012. 166 f.: il.

Orientador: Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata. Co-orientadores: Wilson da Mata. Maria de Fátima Dantas de Medeiros

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Engenharia Química. Programa de Pós-graduação em Engenharia Química.

1. Feijão verde - Desidratação osmótica - Tese. 2. Vigna unguiculata L. Walp -

Tese. 3. Propriedades dielétricas - Tese. 4. Secagem de grãos - Tese. 5. Feijão verde - Reidratação - Análise sensorial - Tese. I. Mata, Ana Lúcia de Medeiros Lula da. II. Mata, Wilson da. III. Medeiros, Maria de Fátima Dantas de. IV. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. V. Título. RN/UF/BSEQ CDU 66.093.48:633.35(043.2)

Page 4: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

i

QUEIROGA, Priscila Vanini Dantas de Medeiros. Estudo da reidratação do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) desidratado por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico. Tese de Doutorado, UFRN, Programa de Pós-graduação em Engenharia Química. Área de concentração: Engenharia Química. Sub-área: Tecnologia e Engenharia de Alimentos, Natal/RN, Brasil. Orientadora: Profa Dra Ana Lucia de Medeiros Lula da Mata Co-orientadora: Profa Dra Maria de Fátima Dantas de Medeiros Co-orientador: Prof Dr. Wilson da Mata

RESUMO: O feijão verde apresenta características organolépticas e nutricionais que fazem dele uma importante fonte alimentícia em regiões de clima tropical como o Nordeste do Brasil. É uma fonte de proteína barata e importante para a nutrição da população rural contribuindo significativamente na agricultura de subsistência das famílias nordestinas. É consumido em toda a região e compõe junto com a carne de sol e outros produtos o cardápio dos restaurantes típicos, caracterizando-se assim como um produto importante para a economia da Nordeste. O feijão verde é consumido recém-colhido e apresenta ciclo curto, sendo caracterizado como um alimento de alta perecibilidade, o que dificulta a sua comercialização. A secagem desse produto se caracteriza como uma alternativa para o aumento da vida útil deste alimento, além de proporcionar uma redução de volume facilitando seu manuseio no transporte e armazenagem. Todavia necessário se faz buscar formas de secagem que preservem a qualidade do produto não só sobre o ponto de vista nutricional como organoléptico. Dentre as características que se alteram com o processo de secagem, destacam-se a coloração, a capacidade de reidratação e o tempo de cozimento dos grãos. A diminuição do tempo de secagem, ou de exposição dos grãos a elevadas temperaturas minimizam os efeitos relacionados com a perda de qualidade do produto. .Dentre as técnicas empregadas para minimizar o tempo de secagem e melhorar algumas características do produto, destaca-se a desidratação osmótica, muito utilizada em processos combinados como pré-tratamento na secagem dos alimentos. Atualmente a utilização do micro-ondas tem sido apontada como uma alternativa para a secagem de alimentos. A energia de micro-ondas gera calor no interior dos materiais processados e o aquecimento é praticamente instantâneo, o que resulta em tempos de processamento mais curtos e qualidade do produto superior à obtida pelos métodos convencionais. Considerando a importância do feijão verde para a região Nordeste, o desperdício da produção devido a sazonalidade da safra e sua alta perecibilidade, foi proposto nesta tese o estudo da secagem dos grãos em micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico, tendo como foco principal a busca das condições de processo que favoreçam a reidratação do produto, com preservação de suas características organolépticas. A partir da análise dos resultados da desidratação osmótica e propriedades dielétricas foi definida a condição operacional a ser utilizada no pré-tratamento do feijão verde, com concentração osmótica em solução salina contendo 12,5% de cloreto de sódio, a 400C por 20 minutos. A secagem do feijão verde por micro-ondas foi realizada sem e com pré-tratamento osmótico na condição otimizada. A pré-desidratação osmótica favoreceu a secagem complementar, reduzindo o tempo de processo. A reidratação do feijão verde desidratado com e sem pré-tratamento osmótico foi realizada em diferentes condições de temperatura e tempo de imersão de acordo com um planejamento fatorial 22, com 3 repetições no ponto central . De acordo com os resultados a melhor condição, foi obtida com o feijão pré-tratado osmoticamente e reidratado a uma temperatura de 600C por 90 minutos. Realizou-se a análise sensorial comparando-se as amostra de feijão verde in natura e reidratado nas condições otimizadas, com e sem pré-tratamento osmótico. Todas as amostras apresentaram um bom índice de aceitação referente aos atributos analisados (aparência, textura, cor, odor e sabor), estando todos os valores acima de 70%. Conclui-se que a secagem do feijão verde por micro-ondas com pré-tratamento osmótico é viável, tanto em relação aos aspectos técnicos como aos índices de reidratação e a qualidade sensorial do produto.

PALAVRAS-CHAVES: feijão verde, desidratação osmótica, propriedades dielétricas, secagem por micro-ondas, reidratação, analise sensorial.

Page 5: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

ii

Page 6: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

iii

ABSTRACT

The green bean has organoleptic and nutritional characteristics that make it an important food source in tropical regions such as the Northeast of Brazil. It is a cheap source of protein and important for nutrition of rural population contributing significantly in subsistence farming of the families from Brazil’s northeast. It is consumed in entire region and together with the dry meat and other products composes the menu of typical restaurants, being characterized as an important product for economy of Northeast. The green bean is consumed freshly harvested and has short cycle, being characterized as a very perishable food, which hampers your market. The drying method is an alternative to increase the lifetime and provide a reduction volume of this product making easier your transportation and storage. However is necessary to search ways of drying which keep the product quality not only from the nutritional standpoint but also organoleptic. Some characteristics may change with the drying process such as the coloring, the rehydration capacity and the grains cooking time. The decrease of drying time or of exposure of the grains to high temperature minimizes the effects related with the product quality loss. Among the techniques used to reduce the drying time and improve some characteristics of the product, stands out the osmotic dehydration, widely used in combined processes such as the pretreatment in drying food. Currently the use of the microwaves has been considered an alternative for drying food. The microwave energy generates heat inside of materials processed and the heating is practically instantaneous, resulting in shorter processing times and product quality higher to that obtained by conventional methods. Considering the importance of the green beans for the Northeast region, the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, the proposal of this thesis is the study of drying grain by microwaves with and without osmotic pretreatment, focusing on the search of conditions of processes which favor the rehydration of the product preserving your organoleptic characteristics. Based on the analysis of the results of osmotic dehydration and dielectric properties was defined the operating condition to be used in pretreatment of the green bean, with osmotic concentration in saline solution containing 12,5% of sodium chloride, at 40°C for 20 minutes. The drying of green bean by microwave was performed with and without osmotic pretreatment on the optimized condition. The osmotic predehydration favored the additional drying, reducing the process time. The rehydration of dehydrated green bean with and without osmotic pretreatment was accomplished in different temperature conditions and immersion time according to a factorial design 22, with 3 repetitions at the central point. According to results the better condition was obtained with the osmotically pretreated bean and rehydrated at a temperature of 60°C for 90 minutes. Sensory analysis was performed comparing the sample of the green bean in natura and rehydrated in optimized conditions, with and without osmotic pretreatment. All samples showed a good acceptance rate regarding the analyzed attributes (appearance, texture, color, odor and taste), with all values above 70%. Is possible conclude that the drying of green bean by microwave with osmotic pretreatment is feasible both in respect to technical aspects and rehydration rates and sensory quality of the product. KEYWORDS: green bean, osmotic dehydration, dielectric properties, microwave drying, rehydration, sensory analysis.

Page 7: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

iv

"Desejo que você

Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.

Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.

Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.

Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.

Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.

Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,

Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.

Seja um debatedor de idéias. Lute pelo que você ama."

Augusto Cury

“Jamais considere seus estudos como uma obrigação,

mas como uma oportunidade invejável para aprender

a influência libertadora da beleza do reino do espírito,

para seu próprio prazer pessoal e para proveito da

comunidade à qual seu futuro trabalho pertence”

Albert Einstein

Dedico este trabalho primeiramente a Deus

que me fez campeã pela fé e me concedeu a

graça de concluí-lo; Dedico ainda ao meu

amor Queiroga Junior, a minha família DE

MEDEIROS QUEIROGA, aos meus

amados alunos e a todos os meus amigos que

acreditaram em mim e me deram forças para

vencer.

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga

Page 8: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

v

AGRADECIMENTOS

Muitos foram os que proporcionaram o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, pois não há nada que possa ser realizado de forma isolada. A todos os colaboradores presto a minha homenagem e meus sinceros agradecimentos.

Primeiramente agradeço a Deus, por me agraciar com o dom da vida, por estar presente em todos os momentos da minha vida protegendo meu caminho. Obrigada Senhor, por possibilitar a realização e principalmente a conclusão desta Tese que representa a concretização de um sonho e o alcance de um aperfeiçoamento profissional.

Ao meu “amorido”, Waldésio Queiroga e Silva Júnior, pelo amor, amizade, pela compreensão na minha ausência e nos momentos de stress, pelo incentivo constante a este trabalho sempre procurando me estimular tomando para si nos momentos mais difíceis, toda a minha ansiedade e preocupação. Amor, muito obrigada por ser meu grande companheiro de vida, por estar sempre presente e por me fazer acreditar que esse sonho seria possível. Te amo!

A minha família DE MEDEIROS QUEIROGA pelo incentivo, paciência, apoio e aconchego, compartilhando os momentos de alegrias e me ajudando a vencer e superar todos os momentos difíceis enfrentados durante a realização deste trabalho. Obrigada, principalmente, por compreenderem os momentos de ausência e limitações. Quero dizer o quanto amo a minha família, em especial a minha mãe, Ana Maria Dantas de Medeiros e o meu irmão Gustavo Pacelli Dantas de Medeiros que sempre me apoiaram em tudo o que precisei. Sou a pessoa mais feliz do mundo por ter vocês em minha vida.

À amiga e professora Dr a Ana Lucia de Medeiros Lula da Mata pela orientação deste trabalho, por acreditar em mim e não me deixar desistir, pelo apoio dedicado, ensinamentos compartilhados, exemplo de organização, pela motivação constante, compreensão e estímulo à busca do conhecimento. Obrigada pela amizade construída ao longo desses anos e principalmente pela confiança depositada em mim.

À amiga e professora Dra Maria de Fátima Dantas de Medeiros pela amizade, paciência, pela valiosa co-orientação deste trabalho, ajudando nas etapas de desidratação osmótica e secagem desde a realização dos ensaios experimentais até a discussão dos resultados os quais enriqueceram o conteúdo desta pesquisa.

Ao amigo e professor Dr Wilson da Mata pela amizade, paciência, pela inestimável co-orientação deste trabalho, dando todo o suporte necessário no conhecimento sobre às micro-ondas e o estudos das propriedades dielétricas, desde a realização dos ensaios experimentais até a discussão dos resultados que foram fundamentais para a realização deste trabalho.

As minhas amigas e engenheiras química Profa Dra Odisséia Carla Pires Gaspareto e Profa Dra Uliana Karina Lopes de Medeiros, assim como a Profa Dra Kátia Nicolau Matsui por participarem da banca examinadora de qualificação e por todas as sugestões de melhoria desta pesquisa.

Page 9: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

vi

As Professoras Dra Odelsia Leonor Sanchez de Alsina e Dr a Kátia Nicolau Matsui e ao Professor Dr Ânoar Abbas El-Aouar, por terem aceito meu convite e participarem da banca examinadora da Defesa desta Tese de Doutorado.

Aos atuais e futuros engenheiros químicos e porque não dizer amigos Miguel da Silva Moia Junior, Diogo Batista Coelho, Petrucia Karine Santos de Brito, Heldemir Carlo do Nascimento Bezerra, Luana Gondim de Oliveira, Izadora Pereira Machado e Semuel Ebenezer Dantas Costa pelo auxilio na realização da parte experimental desta pesquisa, sempre prestativos e dispostos a contribuir nos ensaios e na interpretação dos resultados. Obrigada pelos momentos vividos, sem vocês não teria conseguido. A minha eterna gratidão...contem comigo sempre!

À minha amiga Andréia Souto da Silva pela constante motivação e pela essencial contribuição no planejamento experimental e na interpretação dos resultados referente à análise estatística. Aprendi muito com você, muito obrigada!

A Universidade Potiguar (UnP) pela confiança em meu trabalho, por liberar o acesso as suas instalações através das Cozinhas Pedagógicas para realização da etapa de análise sensorial. Agradeço ainda, aos meus ex alunos e hoje tecnólogos em Gastronomia, Larissa Morgana de Medeiros Figueiredo e Hugo Giovanni Damasceno de Oliveira pelo carinho, amizade, confiança e principalmente pela disponibilidade e contribuição na execução da etapa de análise sensorial desta pesquisa.

Agradeço ainda aos meus amigos e colegas de trabalho da Universidade Potiguar que de forma direta ou indireta me ajudaram e torceram muito pelo meu sucesso, em especial as minhas amigas Annamaria Barbosa do Nascimento Nóbrega e Jussele Lourenço da Silva Santiago que nos momentos que mais precisei sempre estiveram presentes, me dando apoio e coragem no que fosse necessário. Amo vocês!

Aos meus alunos e orientandos que me acompanharam ao longo dessa jornada, que acreditam em mim sempre. Amo vocês, obrigada pela troca de conhecimentos e por todo o apoio e carinho. Tenham certeza que vocês foram essenciais para que eu não desistisse do meu sonho e chegasse até aqui. Faço um agradecimento especial a minha “amigaluna” Rafaella Talita Dantas da Costa, um anjo em minha vida, minha professora de fé, obrigada por tudo!

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de estudo enquanto fui apenas doutoranda e pelo apoio financeiro. Ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Química (PPGEQ) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pela oportunidade concedida e por ter possibilitado a realização desta Tese.

Por fim, agradeço a todos os meus amigos cujos nomes não caberiam nesta página e que acompanharam e torceram pelo meu sucesso. Se hoje estou realizando esta conquista, parte dela devo a vocês que confiaram e acreditam em mim, preenchem a minha vida de alegria e me faz crer que sou campeã. Muito Obrigada!

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga

Page 10: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

vi

SUMÁRIO RESUMO i

ABSTRACT ii

DEDICATÓRIA iii

AGRADECIMENTOS iv

SUMÁRIO vi

LISTA DE FIGURAS viii

LISTA DE TABELAS xiii

NOMENCLATURA xv

1. INTRODUÇÃO 01

2. OBJETIVOS 05

2.1. Objetivo geral 05

2.2. Objetivos específicos 05

3. ASPECTOS TEÓRICOS 06

3.1. – O Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) 06

3.2. - Processos de pré-tratamento do grão 12

3.2.1. Branqueamento 12

3.2.2. Desidratação osmótica 13

3.2.2.1. Solução osmótica 20

3.2.2.2. Temperatura 21

3.2.2.3. Agitação 22

3.2.2.4. Tempo de processo 23

3.3. – Secagem de alimentos: considerações gerais 26

3.4 – Secagem assistida por micro-ondas 31

3.4.1. Mecanismos de aquecimento 34

3.4.2. Propriedades dielétricas 38

3.4.3. Principais aplicações 43

3.5 – Reidratação 48

3.6 – Análise sensorial 52

4. MATERIAL E MÉTODOS 58

4.1. Material 58

4.2. Métodos 60

Page 11: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

vii

4.2.1. Estudo da desidratação osmótica do feijão verde 61

4.2.2. Estudo das propriedades dielétricas do feijão verde 66

4.2.3. Secagem por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico 70

4.2.4. Estudo da reidratação do feijão verde 75

4.2.5. Análise sensorial do feijão verde 80

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 87

5.1. Estudo da desidratação osmótica do feijão verde 87

5.2. Estudo para medição das propriedades dielétricas do feijão verde 98

5.3. Secagem por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico 102

5.4. Estudo da reidratação do feijão verde 114

5.4.1. Estudo da reidratação do feijão verde sem pré-tratamento osmótico 114

5.4.2. Estudo da reidratação do feijão verde com pré-tratamento osmótico 117

5.5. Análise sensorial do feijão verde reidratado 127

6. CONCLUSÃO 136

REFERENCIAS 139

Page 12: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 - Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp). Fonte: arquivo pessoal (2011).............................................................................................................................

07

Figura 3.2 - Transferência de massa durante a desidratação osmótica. Fonte: ANTONIO (2006).......................................................................................................

15

Figura 3.3 - Principais fluxos que ocorrem durante o processo de desidratação osmótica. Fonte: Ribeiro (2009)...................................................................................

16

Figura 3.4 – Curva de secagem – umidade em função do tempo. Fonte: Araújo (2010)............................................................................................................................

28

Figura 3.5 – Curva da taxa de secagem – taxa de secagem em função da umidade. Fonte: Araújo (2010).....................................................................................................

28

Figura 3.6 - Princípio de ação das micro-ondas. Fonte: MAGALHÃES et al, 2003.... 35

Figura 4.1 - Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) selecionado. Fonte: arquivo pessoal (2011)................................................................................................................

59

Figura 4.2 – Branqueamento do Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp). A) Aquecimento de água para branqueamento. B) Controle de tempo e temperatura do feijão verde. C) Drenagem do feijão branqueado e D) Resfriamento do feijão verde branqueado. Fonte: arquivo pessoal (2011)...................................................................

59

Figura 4.3 – Fluxograma experimental (etapas desenvolvidas no trabalho).................. 60

Figura 4.4 – Fluxograma experimental para realização do ensaio final do estudo da desidratação osmótica do feijão verde..........................................................................

62

Figura 4.5 – Solução osmótica com 15% de NaCl e preparo do feijão in natura (25ºC). Fonte: arquivo pessoal (2008)...........................................................................

63

Figura 4.6 – Preparo do banho-maria (estabilização do meio). Fonte: arquivo pessoal (2008)............................................................................................................................

64

Figura 4.7 – Pré-aquecimento da solução osmótica (para experimentos com T > 25ºC). Fonte: arquivo pessoal (2008).............................................................................

64

Figura 4.8 – Ensaio de desidratação osmótica (T = 25ºC - 15% NaCl por 30 min). Fonte: arquivo pessoal (2008)........................................................................................

64

Figura 4.9 – Ensaio de desidratação osmótica (T = 55ºC - 15% NaCl por 30 min). Fonte: arquivo pessoal (2008).......................................................................................

64

Figura 4.10 – Drenagem da solução osmótica (t = 5 min). Fonte: arquivo pessoal (2008)............................................................................................................................

65

Figura 4.11 – Pesagem do feijão após a drenagem da solução osmótica. Fonte: arquivo pessoal (2008)..................................................................................................

65

Figura 4.12 – balança analisadora de umidade por infravermelho da marca Mettler-Toledo modelo LJ16. Fonte: arquivo pessoal (2010)...................................................

65

Figura 4.13 – Fluxograma experimental para estudo das propriedades dielétricas do feijão verde in natura e desidratado osmoticamente.....................................................

66

Figura 4.14 – Amostra utilizada na medição das propriedades dielétricas da pasta de feijão verde. Fonte: arquivo pessoal (2009).................................................................

67

Figura 4.15 – Aparato experimental utilizado na medição das propriedades dielétricas da pasta de feijão verde. Fonte: arquivo pessoal (2009)..............................

68

Figura 4.16 – Pesagem de amostras antes da medição das propriedades dielétricas. Fonte: arquivo pessoal (2009).......................................................................................

69

Page 13: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

ix

Figura 4.17 – Sonda introduzida na amostra para medição das propriedades dielétricas. Fonte: arquivo pessoal (2009)....................................................................

69

Figura 4.18 – Ilustração da aquisição online dos dados de propriedades dielétricas da pasta de feijão verde. Fonte: arquivo pessoal (2009)....................................................

69

Figura 4.19 – Fluxograma experimental para estudo da secagem do feijão verde por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico.........................................................

70

Figura 4.20 – Aparato experimental para secagem por micro-ondas do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico. Fonte: Arquivo pessoal (2011)..........................

71

Figura 4.21 – Visão interna do micro-ondas adaptado para secagem do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico. Fonte: Arquivo pessoal (2011)..........................

71

Figura 4.22 – Preparo da amostra para inicio dos ensaios de secagem por micro-ondas. Fonte: Arquivo pessoal (2011)..........................................................................

71

Figura 4.23 – Preparo da amostra para inicio dos ensaios de secagem por micro-ondas de feijão verde pre´-desidratado osmoticamente. Fonte: Arquivo pessoal (2011).............................................................................................................................

72

Figura 4.24 – Localização da amostra no prato giratório do forno micro-ondas. Fonte: Arquivo pessoal (2011).....................................................................................

73

Figura 4.25 – Pesagem final do feijão verde após secagem por micro-ondas. A) Aspecto do feijão verde seco sem desidratação osmótica. B) Aspecto do feijão verde seco com desidratação osmótica. Fonte: Arquivo pessoal (2011)................................

74

Figura 4.26 – Fluxograma experimental para estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico..........................................

76

Figura 4.27 – Pré-aquecimento da água destilada a ser utilizada durante o ensaio de reidratação do feijão verde a temperatura de 450C. Fonte: arquivo pessoal (2011)......

77

Figura 4.28 – Preparo das amostras para estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico. A) massa inicial da amostra e B) Inicio da reidratação. Fonte: arquivo pessoal (2011)...............................................

77

Figura 4.29 – Monitoramento da temperatura durante reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico. A) ensaio realizado a 300C, B) ensaio realizado a 450C e C) ensaio realizado a 600C. Fonte: arquivo pessoal (2011)...............................................................................................................

78

Figura 4.30 – Drenagem do feijão verde após ensaio de reidratação. A) Peneira de malha fina e papel toalha utilizados na drenagem. B) Drenagem do feijão verde e C) Tempo de escorrimento de 3 minutos. Fonte: arquivo pessoal (2011).........................

78

Figura 4.31 – Etapa de descanso da amostra após drenagem do feijão verde. A) Etapa 1. B) Etapa 2. Fonte: arquivo pessoal (2011)......................................................

79

Figura 4.32 – Tipos de amostras de feijão verde utilizadas na análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011).......................................................................................

80

Figura 4.33 – Amostras de feijão verde seco sem (feijão 1) e com (feijão 2) pré-tratamento osmótico organizadas para inicio da reidratação. Fonte: arquivo pessoal (2011)............................................................................................................................

81

Figura 4.34 – Amostras de feijão verde seco sem (feijão 1) e com (feijão 2) pré-tratamento osmótico reidratando a uma temperatura de 600C por 90 minutos em um forno combinado. Fonte: arquivo pessoal (2011).........................................................

81

Figura 4.35 – Amostras de feijão verde reidratados (feijão 1) e (feijão 2) e feijão verde in natura. Fonte: arquivo pessoal (2011).............................................................

82

Page 14: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

x

Figura 4.36 – Organização das amostras de feijão verde reidratados (feijão 1) e (feijão 2) para cocção. Fonte: arquivo pessoal (2011)...................................................

82

Figura 4.37 – Cozimento das amostras de feijão verde reidratados. A) feijão 1 – sem pré-tratamento osmótico e B) feijão 2 – com pré-tratamento osmótico. Fonte: arquivo pessoal (2011)..................................................................................................

83

Figura 4.38 – Amostras de feijão verde cozidos a partir da reidratação do feijão seco sem pré-tratamento osmótico (feijão 1), feijão seco com pré-tratamento osmótico (feijão 2) e feijão verde in natura. Fonte: arquivo pessoal (2011)................................

83

Figura 4.39 – Amostras de feijão verdes cozidos e temperadas para análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011)......................................................................................

84

Figura 4.40 – Ambiente de realização da análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011)............................................................................................................................

85

Figura 4.41 – Amostras servidas durante a análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011)............................................................................................................................

85

Figura 4.42 – Ficha de análise sensorial utilizada......................................................... 86

Figura 5.1 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre perda de água (WL%): ensaios finais...................................................................................................

89

Figura 5.2 – Valores observados versus valores preditos para a perda de água durante os ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde..............................

90

Figura 5.3 – Superfície de resposta da perda de água (WL%) durante a desidratação osmótica do feijão verde em função da concentração da solução e do tempo de desidratação...................................................................................................................

91

Figura 5.4 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre o ganho de sólidos (GS%): ensaios finais.......................................................................................

93

Figura 5.5 – Valores observados versus valores preditos para o ganho de sólidos durante os ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde..............................

94

Figura 5.6 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a eficiência (WL%/GS%): ensaios finais.......................................................................................

96

Figura 5.7 – Valores observados versus valores preditos para a eficiência durante os ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde..........................................

97

Figura 5.8 – Constantes dielétricas da água, da pasta de feijão verde in natura e amostras desidratadas osmoticamente sob diferentes condições de processo.........................................................................................................................

100

Figura 5.9 – Constantes de relaxação da água, da pasta de feijão verde in natura e de amostras desidratadas osmoticamente sob diferentes condições de processo...............

101

Figura 5.10 – Perfis de temperatura na superfície da amostra de grãos de feijão verde nas posições 1, 2 3 4, e 5 ao longo do tempo de secagem em microondas, sem pré-tratamento osmótico.....................................................................................................

103

Figura 5.11 – Perfis de temperatura na superfície da amostra de grãos de feijão verde nas posições 1, 2 3 4, e 5 ao longo do tempo de secagem em microondas, com pré-tratamento osmótico.......................................................................................................

103

Figura 5.12 – Perfis de temperatura na superfície da amostra de grãos de feijão verde nas posições 1, 2 3 4, e 5 para tempos de secagem de 40s e 120 s em micro-ondas, sem e com pré-tratamento osmótico..............................................................................

104

Figura 5.13 – Curvas de secagem: umidade (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde sem pré-tratamento osmótico....................................................

105

Page 15: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

xi

Figura 5.14 – Curvas de secagem: umidade (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde com pré-tratamento osmótico....................................................

105

Figura 5.15 – Razão de umidade U/Ui (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde desidratado sem pré-tratamento osmótico.........................................................................................................................

107

Figura 5.16 – Razão de umidade U/Ui (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde desidratado com pré-tratamento osmótico.........................................................................................................................

107

Figura 5.17 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde desidratado sem pré-tratamento osmótico. Ajuste linear ao período de taxa constante................................................................................................................

108

Figura 5.18 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde desidratado com pré-tratamento osmótico. Ajuste linear ao período de taxa constante................................................................................................................

109

Figura 5.19 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde sem pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Page

111

Figura 5.20 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde sem pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Lewis

111

Figura 5.21 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde com pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Page

112

Figura 5.22 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde com pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Lewis

112

Figura 5.23 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde sem pré-tratamento osmótico. .......................................................................................................................

115

Figura 5.24 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre capacidade de retenção de sólidos (DHC) do feijão verde sem pré-tratamento osmótico...................

116

Figura 5.25 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a habilidade de reidratação (RA) do feijão verde sem pré-tratamento osmótico..................................

116

Figura 5.26 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico. ......................................................................................................................

118

Figura 5.27 – Valores observados versus valores preditos para a capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico........................................................................................................................

120

Figura 5.28 – Superfície de resposta da capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico em função da temperatura e do tempo de reidratação..........................................................................

121

Figura 5.29 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre para a capacidade de retenção de sólidos (DHC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico........................................................................................................................

122

Figura 5.30 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a habilidade de reidratação (RA) do feijão verde com pré-tratamento osmótico..................................

123

Page 16: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

xii

Figura 5.31 – Valores observados versus valores preditos para a habilidade de reidratação (RA) do feijão verde com pré-tratamento osmótico........................................................................................................................

124

Figura 5.32 – Superfície de resposta da habilidade de reidratação (RA) do feijão verde com pré-tratamento osmótico em função da temperatura e do tempo de reidratação......................................................................................................................

125

Figura 5.33 – Perfil de umidade (em base úmida) do feijão verde in natura, desidratado por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico e reidratado......................................................................................................................

126

Figura 5.34 – Perfil de umidade (em base úmida) do feijão verde in natura, desidratado por micro-ondas com pré-tratamento osmótico e reidratado......................................................................................................................

126

Figura 5.35 – Índice de aceitabilidade (%) para atributos sensoriais analisados em três amostras de feijão verde.........................................................................................

134

Page 17: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

xiii

LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 - Composição de alimentos por 100g de parte comestível: centesimal, minerais e vitaminas.........................................................................................................

9

Tabela 3.2a – Produtos agrícolas estudados em diferentes condições de secagem......... 29

Tabela 3.2b – Produtos agrícolas estudados em diferentes condições de secagem......... 30

Tabela 3.2c – Produtos agrícolas estudados em diferentes condições de secagem......... 31

Tabela 3.3a – Medição das propriedades dielétricas de alguns alimentos...................... 40

Tabela 3.3b – Medição das propriedades dielétricas de alguns alimentos...................... 41

Tabela 4.1 – Planejamento fatorial 23 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas para os ensaios finais de desidratação osmótica do feijão verde........................................................................................................................

61

Tabela 4.2 – Condições operacionais da desidratação osmótica do feijão verde........... 67

Tabela 4.3 – Planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas para o estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico......................................................

75

Tabela 5.1 – Planejamento fatorial 23 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas e reais e variáveis respostas para os ensaios finais de desidratação osmótica do feijão verde.........................................................................

87

Tabela 5.2 – Efeitos estimados para a perda de água (WL%) nos ensaios finais do feijão verde com pré-tratamento osmótico......................................................................

88

Tabela 5.3 – Resultados da análise de regressão para a perda de água (WL%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde – ANOVA................................

89

Tabela 5.4 – Efeitos estimados para o ganho de sólidos (GS%) nos ensaios finais do feijão verde com pré-tratamento osmótico......................................................................

92

Tabela 5.5 – Resultados da análise de regressão para o ganho de sólidos (GS%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde – ANOVA................................

94

Tabela 5.6 – Efeitos estimados para a eficiência (WL%/GS%) nos ensaios finais do feijão verde com pré-tratamento osmótico......................................................................

95

Tabela 5.7 – Resultados da análise de regressão para a eficiência (WL%/GS%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde – ANOVA................................

96

Tabela 5.8 - Propriedades dielétricas da água e da pasta de feijão verde in natura na freqüência de 2,45 GHz...................................................................................................

98

Tabela 5.9 - Propriedades dielétricas da pasta de feijão verde desidratado osmoticamente na freqüência de 2,45 GHz.....................................................................

98

Tabela 5.10 – Taxas de secagem e coeficientes de correlação das retas ajustadas aos dados de secagem do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico..........................................................................................................................

109

Tabela 5.11 – Parâmetros dos modelos de Page e Lewis ajustados aos dados experimentais da secagem do feijão verde em micro-ondas sem desidratação osmótica

113

Tabela 5.12 – Parâmetros dos modelos de Page e Lewis ajustados aos dados experimentais da secagem do feijão verde em micro-ondas com desidratação osmótica

113

Page 18: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

xiv

Tabela 5.13 – Planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas e reais e variáveis de resposta para os ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico...........

115

Tabela 5.14 – Planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas e reais e variáveis de resposta para os ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico...........

117

Tabela 5.15 – Efeitos estimados do planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central para a capacidade de absorver água (WAC) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico..................................

118

Tabela 5.16 – Resultados da análise de regressão para a capacidade de absorver água (WAC) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico – ANOVA......................................................................................

119

Tabela 5.17 – Efeitos estimados do planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central para a habilidade de reidratação (RA) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico............................................

122

Tabela 5.18 – Resultados da análise de regressão para a habilidade de reidratação (RA) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico – ANOVA......................................................................................

123

Tabela 5.19 – Resumo da avaliação sensorial para três amostras de feijão verde a partir da escala hedônica de 9 pontos por 39 julgadores não treinados............................

127

Tabela 5.20 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo aparência referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores não treinados.......................................................................................

128

Tabela 5.21 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo textura referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores não treinados................................................................................................

128

Tabela 5.22 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo cor referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores não treinados.................................................................................................

129

Tabela 5.23 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo odor referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores não treinados................................................................................................

129

Tabela 5.24 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo sabor referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores não treinados......................................................................................

129

Tabela 5.25 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo aparência nas possíveis combinações....................................................................................................................

130

Tabela 5.26 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo textura nas possíveis combinações....................................................................................................................

130

Tabela 5.27 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo cor nas possíveis combinações....................................................................................................................

131

Tabela 5.28 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo odor nas possíveis combinações....................................................................................................................

131

Tabela 5.29 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo sabor nas possíveis combinações....................................................................................................................

131

Page 19: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

xv

NOMENCLATURAS

ρ = densidade, (Kg/m3)

θ = tempo, (s)

ε* = permissividade complexa relativa

ε’ = constante dielétrica relativa

ε’’ = fator de perdas dielétricas relativo ou constante de relaxação relativa

ε0 = permissividade dielétrica do vácuo (ou ar) (F/m)

(Y) = nota média obtida por produto (análise sensorial)

cP = calor específico, (J/Kg.K)

DHC = habilidade do material reter sólidos solúveis

E = valor eficaz do vetor de intensidade de campo elétrico, (V/m)

f = frequencia, (Hz)

FDA – Food and Drug Administration

GS (%) = ganho de sólidos

HTST = High Temperature and Short Time

IA (%) = Índice de aceitabilidade

K” = fator de perdas dielétricas = ε”ε0, (F/m)

msd = massa de sólidos do material desidratado.

msr = massa de sólidos do material reidratado.

mwd = massa de água do material desidratado.

mwo = massa de água inicial.

mwr = massa de água do material reidratado.

Pr (%) = índice de eficiência da desidratação

PV = potência por unidade de volume, (W/m3)

RA = habilidade de reidratação

RU = razão de umidade

T = temperatura, (K)

tan δ = tangente de perdas ou fator de dissipação

U = umidade do feijão verde

Ueq = umidade de equilibrio

Page 20: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

xvi

Ui = umidade inicial do feijão verde

W0 = massa inicial do material.

WA0 = massa de água inicial do material (t = 0);

WAC = capacidade de absorção de água

WAt = massa de água do material no tempo t;

WL (%) = perda de água

WS0 = massa de sólidos inicial do material (t=0);

WSt = massa de sólidos do material no tempo t;

Z = nota máxima dada ao produto (análise sensorial)

Page 21: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

1

Capítulo 1:

INTRODUÇÃO

Page 22: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 1 - Introdução

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 1

1. Introdução

O feijão é um grão de elevado valor nutritivo cuja produção mundial é baixa,

quando comparada a produção de outros grãos e o seu consumo é restrito a poucos países.

Devido às condições climáticas favoráveis, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de

feijão, sendo este um dos alimentos favoritos e diariamente consumido pelos brasileiros. É

muito sensível a alterações pós-colheita, no que se refere à sua qualidade de cocção e

palatabilidade. Ao ser armazenado por mais de dois meses, os grãos adquirem coloração

escura e de cocção mais difícil. Todos esses fatores dificultam a comercialização do produto

(EMBRAPA, 1997).

Algumas variedades de feijão são colhidas completamente verdes. Sua principal

variedade tem classificação botânica definida como pertencente ao gênero Vigna e a espécie

Vigna unguiculata L. Walp e apresenta denominações variadas, de acordo com a região onde

é produzido: feijão de corda, macassar, feijão de vara, caupi, entre outras. Esta prática de

colheita de feijão verde é muito comum na região Nordeste, do Brasil sendo verificada em

baixas proporções nas outras regiões (MEDEIROS, 2004).

O feijão verde é considerado um dos pratos mais tradicionais da mesa nordestina o

seu consumo se verifica em todas as camadas sociais e compõe junto com a carne de sol e

outros produtos o cardápio dos restaurantes típicos, caracterizando-se assim como um produto

importante para a economia da Nordeste.

Todavia, além de se tratar de um produto sazonal, suas safras estão sujeitas a

ocorrência de chuvas, mais especificamente nas áreas não irrigadas. Fora da safra o elevado

preço do feijão verde torna seu consumo proibitivo para a grande maioria da população. Por

se tratar de um produto de alta pericividade, sua produção desordenada no período do inverno

é parcialmente desperdiçada. Conjuntamente com o desperdício da produção, o baixíssimo

preço de comercialização deste produto durante o período da safra, promovem sérios

prejuízos, principalmente para o pequeno produtor rural.

Considerando-se os aspectos socioeconômicos e a elevada pericividade do feijão

verde, necessário se faz, desenvolver estudos sobre técnicas de conservação do mesmo, que

permita o seu armazenamento, viabilizando o aproveitamento e distribuição da produção

durante todo o ano.

Page 23: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 1 - Introdução

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 2

Um dos principais objetivos da tecnologia de alimentos é a conversão de alimentos

perecíveis em produtos estáveis, reduzindo perdas e tornando-os disponíveis na entressafra

e/ou em lugares distantes dos pontos de produção. A desidratação de alimentos é uma das

técnicas mais antigas empregadas na conservação dos alimentos, uma vez que reduz a

atividade microbiológica, minimiza reações enzimáticas e não enzimáticas, além do volume

do alimento, facilitando seu transporte, aumentando sua durabilidade e agregando valor ao

mesmo (BOEIRA, 2005).

O interesse pela desidratação de alimentos, principalmente de origem vegetal tem

aumentado nos últimos anos, e as indústrias têm incentivado o desenvolvimento de novos

métodos de secagem que resultem em produtos com características especiais, de

reconstituição instantânea, muito valorizados em alimentos de preparo rápido. Aliada ao

desperdício dos alimentos frescos, a mudança no estilo de vida da população promove maior

demanda por uma grande variedade de alimentos desidratados, devido à conveniência no

armazenamento, transporte e preparo. Todavia são exigidos elevados padrões de qualidade

nos produtos vegetais desidratados, justificando-se assim a necessidade de pesquisa sobre

técnicas de secagem, que favoreçam a preservação de suas características nutricionais e

sensoriais e, dependendo da forma de utilização, da sua capacidade de reidratação.

A secagem por micro-ondas têm sido utilizada para melhorar a qualidade

nutricional, higiênica e sensorial dos alimentos, aperfeiçoando as características de

processamento de materiais frescos, aumentando a variedade de produtos e, finalmente,

levando em consideração aspectos econômicos e ambientais (FUMAGALLI, 2003).

A energia de micro-ondas gera calor no interior dos materiais processados e o

aquecimento é praticamente instantâneo, o que resulta em tempos de processamento mais

curtos e qualidade do produto superior à obtida pelos métodos convencionais. Entretanto é

importante se destacar que dependendo das características do material, da técnica de secagem

empregada e do monitoramento e controle das variáveis operacionais, a qualidade do produto

desidratado pode ser comprometida pelo encolhimento, endurecimento superficial, alterações

de cor e aroma, perdas por evaporação e pelo aquecimento. O encolhimento pode promover

rupturas drásticas na estrutura do alimento e assim como o endurecimento, prejudicam a

reconstituição do alimento desidratado, por reidratação.

Dentre as técnicas empregadas para minimizar o tempo de secagem e melhorar

algumas características do produto, destaca-se a desidratação osmótica, muito utilizada em

processos combinados como pré-tratamento na secagem dos alimentos. O pré-tratamento

osmótico melhora as propriedades nutricionais, sensoriais e funcionais do alimento

Page 24: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 1 - Introdução

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 3

desidratado sem alterar sua integridade. Melhora também a textura assim como a estabilidade

da coloração durante a desidratação e o armazenamento do produto desidratado (RASTOGI et

al., 2004; PIOTROWSKI et al., 2004).

Alimentos a serem preparados com o produto desidratado na forma reconstituída,

tal como o feijão verde, devem manter as características sensoriais, sabor, odor, consistência e

textura do preparado com o produto in natura. Assim, a capacidade de reidratação torna-se

fundamental quando se estuda a secagem destes alimentos. A cinética de reidratação é

importante para a otimização do processo e deve ser estudada levando em consideração as

variáveis de processo como o tempo e temperatura do banho de imersão assim como o aspecto

sensorial do alimento após reidratado e preparado para consumo.

Considerando os aspectos técnicos abordados nos parágrafos anteriores e a

importância do feijão verde para a região Nordeste, propõe-se nesta tese o estudo da secagem

dos grãos em micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico, tendo como foco principal a

busca das condições de processo que favoreçam a reidratação do produto, com preservação de

suas características organolépticas e nutricionais.

O trabalho encontra-se distribuído em 6 capítulos. Os capítulos 1 e 2 contemplam

a introdução e os objetivos do trabalho destacando-se a relevância e justificativa da pesquisa

No capítulo 3 se faz uma revisão geral sobre os aspectos teóricos e estado da arte relativos à

matéria prima, o feijão verde, a secagem de alimentos com ênfase ao processo em micro-

ondas e as propriedades dielétricas, destacando-se ainda a desidratação osmótica, a cinética de

reidratação e os conceitos de análise sensorial.

No capítulo 4 apresenta-se em detalhes a metodologia empregada nas diferentes

etapas do procedimento experimental, desde a recepção da matéria prima, branqueamento,

pré-tratamento osmótico, secagem em micro-ondas, reidratação e análise sensorial do produto

reconstituído. Detalham-se ainda as análises físico-químicas, a determinação das propriedades

dielétricas do feijão com e sem tratamento osmótico e o planejamento experimental com base

no qual foram realizados os experimentos em cada etapa do processo.

Os resultados são apresentados e discutidos no capítulo 5, onde inicialmente se faz

uma discussão, fundamentada na análise estatística, dos resultados preliminares de ensaios de

desidratação osmótica do feijão verde realizados com e sem agitação e em diferentes

condições de temperatura e concentração da solução osmótica. Com base nesta análise a

agitação foi eliminada do processo, sendo apresentados os resultados de uma nova sequência

de experimentos de desidratação osmótica realizados conforme um novo planejamento

experimental, onde foram ampliados os níveis de temperatura e concentração da solução e

Page 25: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 1 - Introdução

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 4

incluída uma nova variável, tempo de imersão. A análise conjunta dos resultados da nova

sequência de experimentos e dos dados relativos às propriedades dielétricas, levaram a

definição das condições ótimas do pré-tratamento osmótico. Em seguida são apresentados e

discutidos os resultados dos experimentos de secagem no micro-ondas, realizados nas mesmas

condições de processo, enfatizando-se a distribuição de temperatura na superfície das

amostras, a cinética de secagem dos grãos com e sem pré-tratamento osmótico e o ajuste de

modelos aos dados cinéticos. Com base também na análise estatística são apresentados e

discutidos os resultados relativos aos ensaios de reidratação do feijão verde, onde foram

considerados os efeitos da temperatura e do tempo de imersão das amostras desidratadas no

micro-ondas com e sem pré-tratamento. Definidas as melhores condições de reidratação,

finaliza-se o capítulo apresentando-se os resultados da análise sensorial realizada em amostras

de feijão verde processadas nas condições otimizadas, com e sem pré-tratamento e in natura,

preparadas conforme o receituário nordestino.

No capítulo 6 são apresentadas as considerações finais e principais conclusões do

trabalho que indicam a viabilidade do processo de secagem do feijão verde por micro-ondas

com pré-tratamento osmótico, tanto em relação aos aspectos técnicos como aos índices de

reidratação e a qualidade sensorial do produto.

Page 26: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 2:

OBJETIVOS

Page 27: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 2 - Objetivos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 5

2. Objetivos

2.1. – Objetivo geral

Realizar o estudo da reidratação do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp)

desidratado por micro-ondas, avaliando-se o efeito da desidratação osmótica, como pré-

tratamento na qualidade do produto final.

2.2. – Objetivos específicos

• Estudar a desidratação osmótica do feijão verde, definindo às melhores

condições, relativas à temperatura, concentração e agitação do agente osmótico;

• Medir as propriedades dielétricas do feijão verde para amostras in natura e

tratadas osmoticamente;

• Desidratar o feijão-verde em micro-ondas (com e sem pré-tratamento

osmótico) e definir as melhores condições de processamento em função do teor de umidade

do grão que se pretende alcançar;

• Avaliar a cinética de secagem do feijão verde utilizando micro-ondas;

• Comparar os resultados nos processos estudados e definir o melhor processo

para o feijão verde.

• Executar o estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e

sem pré-tratamento osmótico e analisa-los.

• Testar a aceitação dos consumidores mediante realização da análise sensorial

do feijão verde reidratado.

Page 28: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3:

ASPECTOS TEÓRICOS

Page 29: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 6

3. Aspectos teóricos

3.1. – O Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp)

Dentre os grãos, o feijão ocupa um papel importante na alimentação brasileira.

Presente diariamente nas refeições, é usado como alimento básico por conter proteínas em

larga escala, sendo uma alternativa para o consumo de carne e de outros produtos protéicos.

O feijão é um excelente alimento, fornecendo nutrientes essenciais ao ser humano

como proteínas, ferro, cálcio, magnésio, zinco, vitaminas (principalmente do complexo B),

riboflavina, tiamina, carboidratos e fibras. Representa a principal fonte de proteínas na dieta

das populações de média e baixa renda em mais de 70 países e constitui um produto de

destacada importância nutricional, econômica e social (MESQUITA, 2005; KOBLITZ, 2011).

O feijão comum, Phaseolus vulgaris L., é um grão de elevado valor nutritivo,

compreendendo uma série de variedades, como feijão enxofre, feijão preto, feijão

carioquinha, feijão jalo, entre outras. Sua produção mundial é baixa, quando comparada à

produção de outros grãos e o seu consumo é restrito a poucos países. Devido às condições

climáticas favoráveis, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de feijão, sendo este um

dos alimentos favoritos e diariamente consumido pelos brasileiros (MEDEIROS, 2004).

O Brasil é atualmente, o principal produtor mundial de feijão, seguido por Índia,

China, Mianmar e México. Tradicionalmente, a produção do feijão é consumida em seu local

de origem, havendo pouco comércio internacional do produto (KOBLITZ, 2011).

O feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp) também conhecido como feijão de

corda, fradinho, macassar ou feijão verde (ver figura 3.1), devido a sua versatilidade e

plasticidade fenotípica, que lhe permitem crescer em condições desfavoráveis, é uma cultura

muito importante para as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Sua utilização se dá na

alimentação humana, tendo propriedades nutricionais e digestibilidade superiores ao feijão

comum (Phaseolus vulgaris L.), na alimentação animal como forrageira, além de servir de

fonte de genes para o melhoramento de diversas leguminosas (GAZZANEO, 2007).

Page 30: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 7

Figura 3.1 - Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp). Fonte: arquivo pessoal (2011).

O consumo diário do feijão está entre 50 e 100g por dia/pessoa, contribuindo com

28% de proteínas e 12% de calorias ingeridas. Portanto, como alimento básico e sob o ponto

de vista quantitativo, o feijão é considerado um alimento protéico, embora seu conteúdo

mineral e vitamínico não seja desprezado (MESQUITA, 2005).

A utilização do feijão caupi se dá dos mais variados modos: na forma de pasta ou

farinha como ingredientes para alimentos e comidas regionais. Na forma de grãos secos ou

grãos verdes (Brasil, Senegal e sudeste dos EUA), de vagens verdes frescas (Ásia e Caribe) e

de folhas (leste da África). Há também uso como adubo verde (Austrália e sudeste dos EUA)

e na forma de forragem para animais (África Ocidental e partes da região do Sahel)

(GAZZANEO, 2007).

Devido aos seus componentes e as suas características, o consumo de feijão torna-

se proveitoso sob o ponto de vista nutricional, principalmente como fonte protéica. As

proteínas desempenham várias funções para os seres vivos, sendo catalisadoras (enzimas),

hormônios (insulina), protetoras (anticorpos), transportadora (hemoglobina), faz parte da

estrutura (colágeno), movimento (actina e miosina) além de fornecer energia e elementos para

a formação dos tecidos. Estudos têm revelado que a presença de fibras na alimentação é

essencial e de grande importância, pois está associada à diminuição de diversas enfermidades,

como por exemplo: doenças cardiovasculares, câncer no reto e maior tolerância à glicose

(RODRIGUES, 2004).

O consumidor, geralmente, prefere feijões recém colhidos, pois apresentam

características culinárias mais satisfatórias. A coloração, a capacidade de hidratação e o tempo

de cozimento são fatores importantes que afetam a qualidade dos grãos e estão altamente

correlacionados (REZENDE, 2006). Mais de 70% da produção de feijão verde no mundo está

concentrada em três paises – Nigéria, Brasil e Niger (OLAPADE et al, 2002).

Page 31: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 8

O feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp.) é um alimento básico para as

populações de baixa renda do Nordeste brasileiro. Constitui-se uma das principais culturas

alimentares desta região e também do Oeste da África (ONWULIRI e OBU, 2002; FROTA et

al, 2008).

Esta espécie é cultivada desde áreas tropicais e subtropicais de baixa altitude até

altitudes de 1300 metros, chegando a 1600 metros no Quênia e Camarões. Sua produção e

consumo estão espalhados por áreas do oeste da África, Índia, Sul e Sudeste da Ásia,

Austrália e Sul da Europa, além de Sudeste e Sudoeste da América do Norte e em vastas áreas

das Américas Central e do Sul. Na América do Sul, a região Nordeste do Brasil é sua maior

produtora. Acredita-se que o feijão verde tenha sido introduzido na América Latina no século

XVI pelos colonizadores espanhóis e portugueses, primeiramente nas colônias espanholas e

em seguida no Brasil, provavelmente pelo Estado da Bahia. A partir da Bahia, o feijão verde

foi levado pelos colonizadores para outras áreas da região Nordeste e para outras regiões do

país (GAZZANEO, 2007).

No Brasil, o feijão verde é cultivado predominantemente no sertão semi-árido da

região Nordeste e em pequenas áreas na Amazônia. Representam 95% a 100% do total das

áreas plantadas com feijão verde nos Estados do Amazonas, Maranhão, Ceará, Piauí e Rio

Grande do Norte. No Nordeste, a produção e a produtividade são de 429.375 toneladas e

303,5 kg/ha, respectivamente (EMBRAPA, 2007).

No Estado do Rio Grande do Norte a produção, em 2006, chegou a

aproximadamente 52.000 toneladas/ano de feijão verde com casca, correspondendo a 32.695

toneladas/ano de grãos e 19.305 toneladas/ano de casca (IBGE, 2007).

Page 32: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 9

A Tabela 3.1 apresenta dados referentes à composição centesimal e mineral bem

como o teor de vitaminas do feijão verde e do feijão comum (NEPA-UNICAMP, 2011).

Tabela 3.1 - Composição de alimentos por 100g de parte comestível: centesimal, minerais e vitaminas.

Descrição dos alimentos Parâmetros

Feijão comum Feijão Verde

Umidade (%) 75,8 80,0

Energia (kcal) 93 78

Energia (kJ) 388 326

Proteína (g) 6,1 5,1

Lipídeos (g) 0,5 0,6

Carboidrato (g) 16,5 13,5

Fibra alimentar (g) 13,9 7,5

Cinzas (g) 1,0 0,8

Cálcio (mg)** 180 161

Magnésio (mg)** 295 350

Manganês (mg) 0,32 0,53

Fósforo (mg)** 245 412

Ferro (mg) 1,9 1,1

Sódio (mg) 1,0 1,0

Potássio (mg) 348 253

Cobre (mg) 0,24 0,10

Zinco (mg)** 5,0 2,7

Tiamina (mg) 0,13 0,12

Riboflavina (mcg)* --- 70

Niacina (mg)* --- 1,50

Vitamina C (mg)* --- 9,0

FONTE: NEPA-UNICAMP (2011); *MEDEIROS (2004) e ** KOBLITZ (2011)

O feijão verde apresenta características adaptativas e nutricionais que fazem dele

uma importante fonte alimentícia em regiões de clima tropical e solo pouco favoráveis. É uma

fonte de proteína barata e importante para a nutrição de populações de países em

Page 33: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 10

desenvolvimento contribuindo significativamente na agricultura de subsistência de famílias na

África Central e Oeste, bem como no Brasil (GAZZANEO, 2007).

O feijão verde possui baixo teor calórico em contrapartida a elevada concentração

de vitaminas e minerais, principalmente potássio, cuja concentração é compatível com a

encontrada em outros vegetais considerados ricos nesse mineral. Trata-se de um produto de

composição semelhante à de legumes e hortaliças, comumente consumidos na forma de

saladas. Com a crescente valorização de dietas saudáveis com baixo teor de gorduras, ricas

em saladas, o hábito do consumo de feijão verde tende a expandir-se por todo o Brasil, o que

viabilizaria uma ampliação de sua produção no Nordeste, extensiva às demais regiões

(MEDEIROS, 2004).

O feijão verde apresenta ciclo curto, sendo caracterizado como um alimento de alta

perecibilidade. Se conservado em geladeira, tem um tempo de conservação de no máximo 3

dias. Uma das principais causas da deterioração de alimentos frescos e também conservados é

a quantidade de água livre presente nos mesmos. Portanto, faz-se necessária a utilização de

métodos de conservação ou combinação destes a fim de que o alimento se torne estável à

deterioração química e microbiana.

O fato do Nordeste do Brasil ser um grande produtor de feijão verde cuja elevada

perecividade é responsável por perdas superiores a 25% na época de safra, tem levado os

produtores a buscarem novos processos de conservação com vistas a aumentar seu tempo de

vida útil.

Além disso, o feijão caupi, como a maioria das sementes de leguminosas, requer

tratamento térmico antes do seu consumo, a fim de inativar fatores antinutricionais como

inibidores de amilases e lectinas e também melhorar a digestibilidade da proteína e a sua

palatabilidade (CARBONARO et al., 2000; FROTA et al, 2008)

FURTUNATO et al (2000) visando definir tecnologias alternativas de

processamento do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp), estudaram o processo de

congelamento do mesmo. Este consistiu na recepção da matéria prima, seleção dos grãos de

coloração e tamanho uniformes, seguida de lavagem em água corrente e branqueamento por

imersão em água a 90ºC. Os grãos foram acondicionados em sacos plásticos e congelados em

freezer doméstico a -18ºC, sendo armazenados a essa temperatura. Foi realizado o estudo de

vida de prateleira desse produto por 180 dias, através de análises físico-químicas,

microbiológicas e sensoriais, preservando-se em boas condições para o consumo. Foi

realizado também o teste de aceitação do produto comparando-se com o feijão verde fresco.

Embora o nível de aceitação não tenha sido muito alto (71,1%) quando comparado com o

Page 34: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 11

feijão fresco (96,6%), este resultado poderia ser diferente em regiões que não têm o hábito de

consumir esta leguminosa no estádio de maturação verde fresco.

LIMA et al (2003) estudaram a viabilidade da introdução de dez linhagens e duas

cultivares de feijão caupi verde para processamento tipo conserva. Foram realizados estudos

físicos e químicos dos grãos verdes e processados, ressaltando-se o valor médio de proteínas

entre 23,30 a 31,30%, para grãos frescos, e 22,00 a 27,10% para grãos processados,

apresentando uma pequena perda de proteínas, em média de 7%. Os valores de pH dos grãos

frescos (6,72 a 6,90) e dos grãos processados (6,38 a 6,60) classificam este alimento como de

baixa acidez. A absorção e a perda de água (%) dos grãos, após o processamento,

apresentaram grande variabilidade. Algumas amostras apresentaram melhor aparência quanto

à coloração dos grãos verdes acinzentados e do líquido de acondicionamento, em relação às

demais amostras, proporcionando conservas com boas características técnicas.

MEDEIROS (2004) realizou experimentos preliminares de secagem de feijão

verde onde mostrou que o processo combinado leito fixo/jorro favorecia a obtenção de grãos

desidratados com umidade uniforme e que após reidratação o feijão recuperava suas

propriedades. A partir desses ensaios definiu-se uma umidade inicial adequada ao

processamento no leito de jorro. Foram apresentadas ainda a modelagem da secagem do feijão

verde em camada fina no secador de bandeja e a modelagem do encolhimento do feijão ao

longo dos processos de secagem em leitos fixo e de jorro.

SALGADO et al (2005) caracterizaram química e fisicamente o amido de feijão

caupi nos estádios de maturação em que o grão é consumido. Grãos verdes e maduros de

feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp) foram submetidos à determinação da composição

centesimal. Os resultados obtidos demonstraram que as frações de carboidratos diferiram em

função do estádio de maturação dos grãos. O amido de feijão verde apresentou maior teor de

amido resistente (AR) tipo 2 em relação ao amido total e baixo conteúdo de amilose. A

maturação influenciou nos padrões de cristalinidade, sendo encontrado padrão tipo C para o

feijão verde e tipo A para o maduro. O estádio de maturação exerceu influência sobre

aspectos qualitativos e quantitativos dos constituintes dos feijões. O aspecto morfológico dos

grânulos de amido não sofreu influência do estádio de maturação dos grãos. O feijão verde

apresenta um percentual de fibra alimentar solúvel compatível com a recomendação do FDA -

Food and Drug Administration.

Page 35: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 12

Em se tratando de pesquisas sobre o feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp)

verifica-se que alguns estudos já foram realizados, observa-se entretanto uma lacuna sobre

trabalhos envolvendo secagem por micro-ondas utilizando o feijão verde como matéria-prima.

Este trabalho pretende contribuir cientificamente dentro deste contexto.

3.2. – Processos de pré-tratamento do grão

3.2.1. Branqueamento

O tratamento de vegetais com a finalidade principal de minimizar o escurecimento

enzimático é denominado branqueamento. No tipo mais comum de branqueamento, vegetais

inteiros ou em pedaços são imersos em uma solução aquosa aquecida, que pode ou não conter

solutos, durante um intervalo de tempo que varia de acordo com o tamanho das amostras, tipo

de matéria-prima e com a temperatura de processo (SHARMA, MULVANEY e RIZVI,

2000).

O branqueamento apresenta diversas funções, sendo uma das principais a

inativação enzimática em hortaliças e em algumas frutas antes de aplicar processamentos de

transformação. Dessa forma, ele não é visto como um método de preservação em si, mas

como um pré-tratamento que é realizado entre o preparo da matéria-prima e operações como

esterilização, secagem e congelamento. (FELLOWS, 2006).

Do ponto de vista prático, o controle do escurecimento enzimático é geralmente

limitado à inativação pelo calor das enzimas polifenoloxidase e peroxidase, principais

responsáveis pelas reações de escurecimento. Entre outros métodos propostos para a

prevenção da oxidação está desidratação, armazenamento a baixas temperaturas, tratamento

térmico, utilização de antioxidantes, eliminação do oxigênio do meio, entre outros (SCHER,

2009).

Para conseguir uma inativação enzimática adequada, o alimento é aquecido

rapidamente a uma temperatura predeterminada, mantido durante um tempo estabelecido e

rapidamente resfriado a temperatura ambiente (FELLOWS, 2006).

Segundo Verlinden et al. (2000), a escolha correta do binômio tempo-temperatura

permite controlar e aperfeiçoar a qualidade do produto final.

Page 36: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 13

Os fatores que influenciam o tempo de branqueamento são: o tipo, quantidade e

geometria do alimento, a temperatura aplicada e o método de aquecimento (FELLOWS,

2006).

O uso de água quente para a realização do branqueamento é o mais popular meio

adotado comercialmente, por ser simples e econômico, porém um branqueamento prolongado

resulta em perdas consideráveis de nutrientes, como carboidratos, proteínas, minerais,

vitaminas e açúcares solúveis em água, causadas principalmente por difusão ou lixiviação.

Esses nutrientes são solúveis em água, resultando em maior perda no branqueamento com

água quente que no vapor (FANTE, 2011).

O calor recebido pelo alimento durante o branqueamento causa, inevitavelmente,

alguns danos em sua qualidade sensorial e nutricional. No entanto, o tratamento térmico é

menos severo do que, por exemplo, a esterilização pelo calor e as mudanças resultantes na

qualidade dos alimentos menos pronunciadas. Em geral, a combinação tempo-temperatura

utilizada para branqueamento assegura uma inativação enzimática adequada, mas previne

amolecimento e perda de sabor excessivos nos alimentos (FELLOWS, 2006).

3.2.2. Desidratação osmótica

Com o passar dos anos, a população tem se tornado mais exigente no que diz

respeito a uma dieta saudável, e isso implica na demanda de produtos com características

similares às dos alimentos frescos. Para atender essas necessidades, diversas pesquisas têm

sido conduzidas para o desenvolvimento de novas tecnologias de processamento, visando à

conservação, praticidade e qualidade dos alimentos (SOUSA, 2008).

A desidratação em alimentos é um dos métodos mais antigos utilizados para a sua

conservação. A retirada parcial da água minimiza a possibilidade de deterioração

microbiológica e reduz a velocidade das reações química e bioquímica. Além do efeito

conservante, a desidratação reduz o peso e o volume do alimento, aumentando a eficiência do

transporte e armazenamento (FONTES, 2009; PARK et al, 2001; PEREIRA, 2007).

O processo de desidratação osmótica consiste na imersão de um alimento fatiado

ou inteiro em solução hipertônica de açúcar, sal, sorbitol, glicerol, entre outros, por

determinado tempo e temperatura específicos, havendo, assim, uma transferência simultânea

de soluto da solução para a amostra e de água da amostra para o meio, através da membrana

Page 37: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 14

celular. Essa transferência é gerada pela diferença de potencial criado pelo meio osmótico

(RAOULT-WACK et al, 1994; BARBOSA JUNIOR, 2002; TOREZAN, 2005; RIBEIRO,

2005; FERRARI; FONTES, 2009).

Além dos fluxos de saída de água e entrada de solutos no alimento, observa-se um

terceiro fluxo de saída de alguns solutos de baixo peso molecular do próprio produto

(açúcares, ácidos orgânicos, sais minerais e vitaminas), que ocorre em quantidades

desprezíveis, mas exerce uma importante influência com relação à composição e qualidade do

produto final (FERRARI, 2009).

O pré-tratamento osmótico pode melhorar aspectos nutricionais, sensoriais e

funcionais dos alimentos, alterando minimamente sua integridade. Pode ser realizado a

temperatura ambiente, de maneira que os danos térmicos à textura, cor e aroma do alimento são

minimizados (ARAUJO, 2010).

O processo de desidratação osmótica é considerado um método capaz de obter um

produto de boa qualidade, mediante a redução de sua umidade, sem mudança de fase durante

o processo (EL-AOUAR e MURR, 2003).

Este processo representa uma etapa complementar na cadeia de processamento

integrado de alimentos, devido às suas vantagens em termos energéticos e de qualidade do

produto. É uma técnica utilizada para concentrar e desidratar parcialmente os alimentos de

forma branda. (RASTOGI et al, 2002).

Há diversas vantagens em relação a outros métodos, tais como: (i) redução do

tempo de exposição a temperaturas elevadas, resultando na manutenção da qualidade final do

produto pela redução da injúria térmica e preservação da textura, retenção de vitaminas,

estabilização da cor e redução do escurecimento enzimático; (ii) possibilidade de reutilização

da solução osmótica; (iii) redução do consumo de energia na secagem da ordem de 20 a 30%,

quando comparada com a secagem convencional por convecção (RAOULT-WACK, 1994;

FONTES, 2009).

Seu uso no processamento de alimentos pode ter efeitos benéficos. A incorporação

de soluto do meio osmótico torna possível, em uma certa extensão, melhorar as propriedades

nutricionais e funcionais do alimento, dando a possibilidade de formulação do produto sem

modificar sua integridade (MAVROUDIS et al, 1998 apud FUMAGALLI, 2003).

Segundo Ferrari (2009) apesar dos possíveis benefícios da aplicação do processo

de desidratação osmótica no desenvolvimento das frutas minimamente processadas, alterações

estruturais refletindo nas características de textura são observadas no produto final, devido às

Page 38: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 15

alterações físicas e químicas decorrentes dos fluxos de transferência de massa durante o

processo osmótico.

A desidratação osmótica é um processo brando de conservação dos alimentos.

Apesar da redução do conteúdo de umidade do alimento durante o processo, a atividade de

água final do produto ainda é alta, sendo necessários tratamentos adicionais para garantir a

estabilidade microbiológica do alimento. A utilização da desidratação osmótica como pré-

tratamento aos processos de secagem, congelamento e fritura tem sido estudada por vários

pesquisadores como SOUZA et al. (2007), FERNANDES et al. (2006), RODRIGUES e

FERNANDES (2007), BUGGENHOUT et al. (2008), DELGADO e RUBIOLO (2005),

TAIWO e BAIK (2007), FLOURY et al. (2008), ESCOBAR et al. (2007), SOUSA (2008),

FERRARI (2009), MONNERAT (2009), ARAUJO (2010) obtendo-se em todos os casos

produtos com boa qualidade sensorial e nutricional e mais estáveis à contaminação

microbiológica e à deterioração química.

A conservação de alimentos pelo método de desidratação osmótica seguida de

secagem convectiva pode significar redução do consumo de energia de até 30% em relação à

secagem exclusivamente convectiva. Isso se deve ao uso de temperaturas mais baixas ao

longo do processo de desidratação osmótica, uma vez que a água pode ser removida sem

mudança de fase, reduzindo assim o custo do processo (VALENTE, 2007).

As Figuras 3.2 e 3.3 ilustram a transferência de massa durante o processo de

desidratação osmótica.

Figura 3.2 - Transferência de massa durante a desidratação osmótica. Fonte: ANTONIO (2006)

(Ácidos orgânicos, sais minerais, vitaminas, etc).

Page 39: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 16

Figura 3.3 - Principais fluxos que ocorrem durante o processo de desidratação osmótica. Fonte: RIBEIRO (2009)

Atribui-se o fenômeno de osmose ao movimento molecular de determinados

componentes de uma solução através de uma membrana semi-permeável para outra solução

com uma menor concentração dos mesmos (BARBOSA JUNIOR, 2002).

A osmose é um processo natural que ocorre quando duas soluções de diferentes

concentrações são separadas por uma membrana que dá a passagem a um certo tipo de

moléculas e não a outras. Ocorre uma movimentação de moléculas do solvente através da

membrana, no sentido da solução mais diluída para a mais concentrada, com uma tendência

de uniformização das concentrações com o tempo. Este fenômeno pode ocorrer nos tecidos de

vegetais quando colocados em soluções concentradas. A água passa através da parede celular,

que atua como membrana semipermeável, saindo das células e resultando em uma

desidratação do tecido (FONTES, 2009).

Os alimentos, em sua grande maioria, são porosos. A porosidade e as

características do espaço poroso, como a forma predominante dos poros e a conectividade

interporos são importantes nos fenômenos de transferência de calor e de massa nesses

alimentos durante o processamento. Na indústria de alimentos, o fenômeno de transferência e

massa sólido-líquido está presente em várias operações unitárias e processos de

transformação, como na secagem, extração sólido-líquido, desidratação osmótica de vegetais

e carnes e na salga de carnes e queijos, entre outros (RIBEIRO, 2009).

Page 40: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 17

Nas células do alimento, a parede celular atua naturalmente como uma membrana

parcialmente seletiva, existindo, portanto, além da desidratação do alimento, um escape de

soluto, tanto do alimento para a solução quanto o inverso (FUMAGALLI, 2003).

A membrana celular pode mudar do estado semipermeável para totalmente

permeável, acarretando mudanças significativas na estrutura do tecido. Durante o processo de

troca osmótica, a “frente” de desidratação se move da superfície que está em contato com a

solução hipertônica para o centro do material e o “stress” osmótico associado resulta na

desintegração celular (PEREIRA, 2007; ANTONIO, 2006).

As taxas de perda de água e ganho de sólidos pelo produto dependem,

primeiramente, das propriedades do tecido vegetal. O branqueamento químico ou por calor, o

congelamento, amadurecimento ou ação enzimática são fatores que afetam diretamente suas

características. Diferenças nessas características, como compactação, massa inicial de

substâncias não solúveis, enzimas presentes no produto, tamanho dos espaços intracelulares,

presença de gás retido nos capilares e complexos de pectina e celulose e grau de geleificação,

determinam a cinética do processo de desidratação (TORREGGIANI, 1993).

Segundo Monnerat (2009), quando aplicada a produtos hortifrutigranjeiros, a

desidratação osmótica permite a redução do conteúdo de água para até 50-60% (em base

úmida).

Há em segundo plano, uma transferência de sólidos naturais do alimento (açúcares,

minerais e nutrientes) para a solução. Embora esse fluxo seja de caráter secundário em termos

quantitativos, é de primordial importância para a qualidade sensorial e nutritiva do produto

final. Este fenômeno de transferência de massa é fortemente afetado tanto pela natureza da

matéria-prima quanto pelas variáveis do processo: pré-tratamento da matéria-prima, natureza,

composição e concentração do soluto, relação meio/ produto, agitação do meio, temperatura,

superfície e tempo de contato do processo (PEREIRA, 2007; ANTONIO, 2006;

BUCHWEITZ, 2005).

Este processo tende ao equilíbrio químico entre a solução desidratante e a célula,

sendo que a velocidade de perda de água do material que está sendo desidratado é maior do

que a velocidade de ganho de sólidos (ANTONIO, 2006).

A perda de água do alimento afeta principalmente a sua textura, enquanto que o

ganho de sólidos, proveniente da solução, afeta o aroma e o sabor do alimento

(TORREGIANNI e BERTOLO, 2001).

Vários fatores influenciam os fenômenos de transferência de massa entre o

alimento e o meio desidratante: tipo e concentração do agente desidratante, temperatura,

Page 41: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 18

tempo de processo, agitação, presença de aditivos, tamanho e geometria do produto e

proporção alimento/solução (RASTOGI et al., 2002; FUMAGALLI, 2003). Dentre as

variáveis de processo, a composição da solução osmótica, ou seja, o tipo de soluto e a

concentração utilizada, está diretamente relacionada às alterações nutricionais e propriedades

sensoriais do produto final (PEREIRA, 2006).

A cinética de desidratação osmótica pode ser estudada através dos cálculos

realizados por balanço de massa de perda de água (WL) e ganho de sólidos (GS) sofridos pelo

material durante o processamento, de acordo com as equações:

( ) ( )0

0*100%W

WWWL AtA −= (01)

( ) ( )0

0*100%W

WWGS SSt −

= (02)

Onde:

WA0 = massa de água inicial do material (t = 0);

WAt = massa de água do material no tempo t;

WS0 = massa de sólidos inicial do material (t=0);

WSt = massa de sólidos do material no tempo t;

W0 = massa inicial do material.

O índice de eficiência da desidratação (Pr) é definido como sendo a relação entre a

perda de água (WL) e ganho de soluto (GS), parâmetros definidos nas equações 1 e 2.

( ) 100%Pr xGS

WL= (03)

Dependendo das propriedades desejadas no produto final as seguintes situações

podem ocorrer, (NETO et al., 2005): a) Processos onde se deseja incentivar a desidratação -

deve-se operar com índices Pr altos, valores entre 2 a 4%, de modo a obter perda de água alta,

mantendo-se o ganho de soluto tão baixo quanto possível; b) Processos onde se deseja

incentivar a impregnação - deve-se operar com índices Pr baixos, mantendo-se a perda de

água tão baixa quanto possível; c) Processos onde se deseja alcançar determinada formulação

Page 42: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 19

- o índice Pr deve ser controlado a um nível que cubra todas as necessidades de formulação.

Neste caso, o ganho de soluto deve ser mantido dentro de uma faixa previamente definida,

baseada nas necessidades específicas do produto.

Este processo tem recebido considerável atenção com o passar dos anos devido ao

maior potencial de aplicação industrial, como por exemplo, em produtos prontos para o

consumo (ANTONIO, 2006). Difere-se de métodos de secagem convencionais em dois

pontos: o processo de saturação leva a uma dupla transformação pelo efeito da desidratação e

impregnação, resultando, porém em produtos não estáveis devido ao alto teor de umidade

(TOREZAN, 2005). Assim, a desidratação osmótica tem sido principalmente estudada como

um pré-tratamento a diferentes operações de desidratação tais como secagem por ar quente,

liofilização, secagem a vácuo e micro-ondas (ARGANDÕNA, 2005; ARAUJO, 2005;

RODRIGUES, 2005).

Um processo de desidratação osmótica não leva a uma atividade de água baixa

para garantir a preservação do produto. Ela produz um produto intermediário pronto para ser

submetido a processos complementares, podendo ser usada como pré-processamento para um

produto final seco, congelado ou várias formas de posterior acondicionamento, obtendo além

de um produto final com melhores qualidades nutricionais e sensoriais, uma considerável

economia (FUMAGALLI, 2003; ANTONIO, 2006, ARAÚJO, 2005).

Outras vantagens adicionais dos produtos finais obtidos através da secagem

precedida de desidratação osmótica são a sua estabilidade à temperatura ambiente e a

possibilidade de serem consumidos com ou sem reidratação (MONNERAT, 2009).

O interesse no pré-tratamento utilizando desidratação osmótica em relação aos

processos convencionais de desidratação se justifica pelas vantagens que são apresentadas

pelos produtos finais, como retenção da cor natural sem adição de sulfitos, alta retenção de

componentes voláteis durante a etapa de secagem, redução do fenômeno do encolhimento

(ARAUJO, 2005).

Há uma tendência do uso da desidratação osmótica como tratamento preliminar

para a secagem, objetivando a melhora do alimento desidratado, uma vez que o produto não

pode ser desidratado completamente por meio desse processo e nem sempre ele irá resultar

num produto com estabilidade microbiológica (VALENTE, 2007; MONNERAT, 2009).

Page 43: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 20

3.2.2.1 – Solução osmótica

Uma questão complexa na desidratação osmótica é a escolha do tipo e

concentração da substância osmótica, que está diretamente relacionada com as propriedades

sensoriais do produto final e com o custo do processamento (SANTOS, 2003).

Para a escolha do tipo de agente desidratante é necessário levar em conta alguns

fatores importantes, tais como seu efeito na qualidade organoléptica, alterações nos valores

nutritivos e sensoriais do produto, capacidade de redução da atividade de água,

permeabilidade nas membranas celulares, efeito preservativo, custo, ausência de toxicidade,

peso molecular e possuir solubilidade suficiente para obter soluções de altas concentrações

(TOREZAN, 2005; ANTONIO, 2006; VALENTE, 2007; FERRARI, 2009; MAGALHAES e

CORREIA, 2010).

Os agentes desidratantes mais utilizados são a sacarose em frutas e o cloreto de

sódio em vegetais. Outros agentes osmóticos como glicose, lactose, glicerol, etanol e xarope

de amido de milho hidrolisado também são utilizados. Em frutas, o sorbitol mostrou-se

eficiente na remoção de água, conferindo um sabor aceitável às mesmas (ANTONIO, 2006;

ARGANDÕNA, 2005).

Quanto maior o peso molecular do soluto, maior a perda de água e menor a

incorporação de sólidos, favorecendo o processo de desidratação propriamente dito

(BARBOSA JUNIOR, 2002).

O cloreto de sódio (NaCl) é considerado um ótimo agente osmótico, por apresentar

uma alta capacidade de redução da atividade de água, fazendo com que a força motriz de

saída de água do produto seja maior. No entanto, os produtos tratados com este soluto,

normalmente, apresentam elevado ganho de sólidos, decorrente de seu baixo peso molecular,

o que torna seu uso limitado a alguns frutos e vegetais, devido ao sabor salgado que ele

confere. Vários autores têm apontado o uso de misturas de solutos como um método

vantajoso, que permite a obtenção de altos níveis de perda de água, com uma pequena

incorporação de solutos (TONON et al., 2006).

O sal (NaCl) foi considerado mais efetivo pelo elevado poder osmótico e por não

apresentar problemas de incrustação. No entanto, o gosto salgado que o sal confere ao produto

é um fator limitante para a sua aplicação em alimentos (ARGANDÕNA, 2005).

O sal (NaCl) não possui nenhuma ação material específica antimicrobiana. Seus

efeitos sobre os micro-organismos estão em função da concentração. O sal, em concentrações

Page 44: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 21

suficientemente elevadas, atrai osmoticamente a água, fazendo com que esta não possa ser

aproveitada pelos micro-organismos. Esta falta de água provoca a redução ou interrupção total

dos processos vitais. Em concentrações suficientemente elevadas de sal, os íons do mesmo

penetram no líquido intracelular, alterando o metabolismo celular pelo que se pode supor, e

que também prejudica as células bacterianas por este efeito. A sensibilidade dos distintos

microrganismos ao sal é muito variada (RIBEIRO, 2005; VIVANCO, 2003).

O tipo de soluto utilizado afeta fortemente a cinética de transferência de massa na

desidratação osmótica. O aumento do peso molecular do agente osmótico provoca uma

diminuição no ganho de sólidos e um aumento na perda de água, favorecendo a perda de peso

(TORREGGIANI, 1993; BUCHWEITZ, 2005).

Embora a transferência de massa (perda de água e ganho de soluto) seja favorecida

pelo aumento da concentração da solução desidratante (TORREGGIANI, 1993; ANTONIO,

2006), a perda de solutos hidrossolúveis (vitaminas e sais minerais) pelo produto decresce

durante o processo. Isso ocorre devido à formação de uma camada de soluto ao redor do

alimento, o que dificulta a transferência de solutos hidrossolúveis do alimento, juntamente

com a transferência da água, para a solução (VALENTE, 2007; FERRARI, 2005).

3.2.2.2. – Temperatura

A temperatura é um fator muito importante no processo de desidratação osmótica,

está relacionada com a ruptura dos tecidos e membranas dos vegetais, tendo efeito sobre a

cinética do processo, a viscosidade da solução, a taxa de osmose e o coeficiente de difusão de

água, sais e açúcares (QUERIDO, 2000; VIVANCO, 2003; TONON, 2005; PEZANTES,

2006; FONTES, 2009).

Este fator além da influência na cinética de desidratação osmótica afeta também a

composição química e propriedades do produto final. Esse fator afeta a taxa de reações

químicas e físico-químicas, incluindo as de osmose e difusão. O aumento da temperatura

promove uma maior remoção de água e um decréscimo no tempo de desidratação. Como

consequencia, a penetração de sólidos no tecido também aumenta, porém em menores

proporções (ANTONIO, 2006).

O tempo de desidratação osmótica está intrinsecamente ligado à temperatura do

processo, ou seja, quanto maior a temperatura, maior é a remoção de água e o ganho de

Page 45: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 22

sólidos e menor o tempo de processo. Barbosa Junior (2002) e Fontes (2009) afirmam,

entretanto, que há um limite máximo de temperatura particular em cada produto, onde

começam a ocorrer o escurecimento não enzimático, o amolecimento da parede vegetal,

deterioração de cor, sabor e aroma, que se iniciam a partir de 50ºC, limitam o processo, sendo

que a temperatura ótima do processo depende do produto estudado. Para valores acima de

60ºC durante o tratamento, as características estruturais passam a ser modificadas,

aumentando a permeabilidade da membrana celular, o que favorece a impregnação de sólidos

no tecido vegetal (TORREGGIANI, 1993).

As altas temperaturas são danosas para os alimentos, causando injúrias. Logo, a

escolha da temperatura para o processo é determinada em função do produto que se deseja

obter (QUERIDO, 2000; VALENTE, 2007).

A desidratação osmótica é geralmente realizada à pressão atmosférica e

temperaturas na faixa de 20 a 50ºC. Altas temperaturas diminuem a viscosidade da solução

desidratante e favorecem a transferência de massa, elevando o coeficiente de difusividade da

água. No entanto, em temperaturas próximas a 50ºC, as membranas celulares do tecido

vegetal começam a passar por mudanças irreversíveis, comprometendo a permeabilidade

seletiva das mesmas; como resultado, enzimas responsáveis pelo metabolismo celular são

inativadas e tomam lugar reações que afetam a qualidade sensorial e nutricional do produto

final. Além disso, a perda da permeabilidade seletiva resulta em uma maior impregnação do

soluto no produto, o que pode não ser desejável. Assim, a temperatura ótima de processo

depende da estrutura do tecido celular do alimento e das posteriores etapas de conservação.

Temperaturas acima de 40°C devem ser evitadas em alguns alimentos (ARGANDÕNA,

2005)

3.2.2.3 – Agitação

O processo de desidratação osmótica é mais eficiente quando conduzido sob

agitação, uma vez que aumenta a velocidade de perda de água do alimento. Porém, deve-se

realizar um controle para que não haja danos ao produto. Considerar os custos relacionados

com equipamentos, energia, entre outros (FERRARI, 2005; ANTONIO, 2006; FONTES,

2009).

Page 46: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 23

Isso se deve à manutenção da homogeneidade da solução e consequentemente, à

manutenção do gradiente de pressão osmótica, assegurando a minimização dos efeitos de

resistência à transferência de massa na superfície do sólido (VALENTE, 2007).

A agitação tem a função de diminuir a resistência à transferência de massa,

causada pela viscosidade da solução desidratante, proporcionando, com isso, uma maior

superfície de contato entre a solução osmótica e o produto. Além disso, a agitação garante a

renovação da solução concentrada ao redor do produto, uma vez que nessa região é formada

uma camada diluída ao longo do processo, devido à saída de água do produto (FONTES,

2009).

A agitação garante que a solução concentrada seja renovada ao redor da amostra

criando uma diferença favorável de concentração a transferência de massa. Em alguns casos, a

agitação intermitente pode ser suficiente (ANTONIO, 2006)

3.2.2.4 – Tempo de processo

O tempo é um parâmetro importante na desidratação osmótica. A razão entre a

taxa de perda de água e a taxa de impregnação de soluto no alimento será maior no início do

processo, uma vez que há uma redução da velocidade de osmose com o tempo, pois a

diferença de concentração entre a solução e o alimento tende a reduzir. Logo, a desidratação

osmótica deve envolver um curto espaço de tempo, pelo fato de se objetivar a maior remoção

de água possível com o menor ganho de sólidos provenientes da solução desidratante

(VALENTE, 2007).

A exposição de alimentos a tratamentos osmóticos longos acarreta num produto

final com qualidade comprometida, uma vez que a estrutura celular é danificada, perdendo a

seletividade e comprometendo o processo osmótico, o que favorece a incorporação excessiva

de sólidos, alterando o fenômeno de transferência de massa (VALENTE, 2007).

De acordo com Torreggiani (1993), Raoult-wack et al (1994), Buchweitz (2005) e

Fontes (2009) a perda de água durante a desidratação osmótica divide-se em dois períodos: 1)

o período inicial de aproximadamente 2 horas, com alta taxa de remoção de água e ganho

máximo de sólidos nos 30 minutos iniciais; e 2) o segundo período, que tem uma duração de 2

a 6 horas, com decréscimo da taxa de saída de água.

Page 47: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 24

Sendo assim, o processo de desidratação deve ser conduzido em um curto espaço

de tempo, a fim de se alcançar um alto grau de desidratação, com um ganho de sólidos

relativamente pequeno (LENART,1996; FONTES, 2009).

Várias pesquisas foram realizadas utilizando a desidratação osmótica como um

pré-tratamento. A seguir estão apresentadas algumas dessas pesquisas:

Souza (2002) analisou formas alternativas de conservação do tomate, através da

secagem de pedaços com e sem pele, na forma in natura ou pré-desidratadas osmoticamente.

A solução osmótica utilizada foi composta de NaCl (5 e 10%) e sacarose (25 e 35%) em

diversas combinações. O pré-tratamento osmótico reduziu substancialmente a umidade inicial

dos tomates, reduzindo o tempo necessário para o produto atingir níveis de umidade

intermediários. Foi identificado o caráter impermeabilizante da pele do tomate e a influência

desfavorável do pré-tratamento nos tomates sem pele.

Argandonã (2005) construiu um desidratador osmótico semicontínuo, comparando

sua eficácia com o sistema batelada, avaliando a influência da reutilização da solução

desidratante na desidratação osmótica de goiabas e obtendo um produto de umidade

intermediária através da secagem, avaliando suas características físicas, químicas e sensoriais.

O pré-tratamento osmótico influenciou no tempo de secagem (3 h), e o efeito benéfico e

protetor do pré-tratamento osmótico foi evidenciado na retenção de vitamina C, carotenóides

totais, cor e propriedades mecânicas do produto osmodesidratado e seco demonstrado pela

preferência de prováveis consumidores do produto.

Boeira (2005) estudou o uso da desidratação osmótica como método de pré-

tratamento, para desidratação de pêssegos. Avaliou-se a influência da concentração da solução

hipertônica, da temperatura da solução, do tempo de tratamento, da agitação e da aplicação de

vácuo na desidratação e ganho de sólidos pelo pêssego. Também foram estudados dois

processos complementares de secagem, através da estufa e aquecimento em forno de micro-

ondas seguido por pulsos de vácuo. A utilização de vácuo intensificou o ganho de sólidos pelo

pêssego, porém diminuiu a perda de água. A elevação da temperatura da solução aumentou a

perda de água, mas não influenciou no ganho de sólidos. No entanto, quando agitada, a

solução aumentou tanto a perda de água quanto o ganho de sólidos pela amostra. A cinética de

desidratação osmótica mostrou que a maior parte do ganho de sólidos ocorreu nos primeiros

trinta minutos, atingindo um valor máximo no tempo de 6 horas.

Buchweitz (2005) avaliou os efeitos da pré-secagem osmótica em parâmetros de

qualidade de fatias de kiwi secas, congeladas, liofilizadas e pasteurizadas. Na secagem com

circulação forçada de ar aquecido a 40°C até 25% de umidade residual a pré-secagem

Page 48: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 25

osmótica proporcionou em média uma redução de 10% no tempo necessário ao processo e

melhor aparência, aroma característico e maior firmeza das fatias após a reconstituição com

água e açúcar.

El-aouar (2005) estudou o processo de secagem de mamão Formosa (Carica

papaya L.) fresco e pré-tratado osmoticamente em soluções de sacarose e xarope de milho. As

amostras pré-tratadas em sacarose apresentaram maiores valores de perda de água e ganho de

sólidos do que aquelas pré-tratadas em xarope de milho. As amostras pré-tratadas

osmoticamente tiveram um maior nível de aceitação em relação ao atributo aparência, não

havendo diferença significativa em relação aos atributos de aroma, sabor, textura e impressão

global.

Antonio (2006) estudou o processo de secagem convectiva de fatias de batata doce

(Ipomoea batatas Lam.) in natura e pré-tratadas por desidratação osmótica e/ou secagem

HTST (High Temperature and Short Time). O processo de desidratação osmótica foi estudado

através de um delineamento experimental, tendo como variáveis independentes a temperatura

(30-50ºC), a concentração de sacarose (40-60%p/p) e a concentração de sal (0-10%p/p). A

amostra pré-tratada por secagem HTST teve um maior nível de aceitação pelos consumidores,

com exceção do atributo aparência. Já as amostras desidratadas osmoticamente, apesar de

apresentarem uma melhor aparência, foram prejudicadas com relação à textura.

Pereira (2007) demonstrou que estudando-se a influência da potência de micro-

ondas, da temperatura e velocidade do ar nos dois períodos de taxa de secagem decrescentes

de banana previamente desidratada osmoticamente, considerou-se a possibilidade da

utilização de micro-ondas em estágios ao longo da secagem, buscando uma redução no tempo

de processo. O aumento da potência de micro-ondas aplicada provocou uma aceleração na

cinética de secagem tanto no período inicial como no final. A temperatura do ar, por sua vez,

apresentou uma influência secundária na secagem quando micro-ondas foram incorporadas ao

processo, enquanto que a velocidade não apresentou influência na cinética de secagem. A

desidratação osmótica apresentou pouca influência na cinética de secagem, embora tenha

apresentado redução dos tempos de secagem, pela diminuição da umidade inicial, mas

apresentou vantagens em relação à qualidade do produto em termos de aparência visual e

encolhimento.

Valente (2007) estudou a secagem de pedaços de abacaxi (Ananás comosus (L.)

Merril) variedade Pérola, com e sem pré-tratamento osmótico, utilizando um secador de

bandejas convectivo. Para o tratamento osmótico do abacaxi, a solução hipertônica de

sacarose a 40ºBrix e temperatura de 35ºC durante o processo foi escolhida como a mais

Page 49: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 26

adequada; já para o tratamento osmótico com maltose a concentração de solução de 50ºBrix e

temperatura de 30ºC mostraram-se mais eficientes na relação ganho de sólidos por perda de

água da fruta. Em relação à qualidade do produto final, as frutas secas pré-tratadas

osmoticamente apresentaram uma menor alteração da cor e uma dureza final menos

acentuada, destacando-se as amostras tratadas com soluções de maltose.

3.3. – Secagem dos alimentos: considerações gerais

Conforme Maskan (2000), a crescente resistência de consumidores aos alimentos

que contenham aditivos químicos e o aumento da popularidade de produtos secos com boas

propriedades de reidratação tem conduzido a um renovado interesse nas operações de

secagem. A redução da degradação dos atributos da qualidade tais como a cor, o sabor, a

textura, os nutrientes e o encolhimento tem sido o grande alvo das pesquisas.

Nos últimos 50 anos, tanto a ciência quanto a tecnologia empenharam-se no

sentido de aprimorar novos sistemas na área de preservação de alimentos e esses esforços

tornaram viável a desidratação de enorme variedade de produtos para fins comerciais

(RIBEIRO, 2009).

Segundo Gava et al (2008) secagem é um processo combinado de transferência de

calor e massa, no qual uma boa parte da água é eliminada, reduzindo, consequentemente, a

sua atividade de água que afeta o crescimento microbiano, reações enzimáticas e outras

reações de origem química e física. Para evaporar a umidade do sólido é necessário

fornecimento de calor, bem como um meio de transporte para remover o vapor de água

formado na superfície do material a ser seco. O processo de secagem pode envolver três

meios de transferência de calor: convecção, condução e radiação (VALENTE, 2007).

Os vários métodos de desidratação podem ser classificados da seguinte forma:

desidratação com ar quente (adiabáticos), quando o alimento entra em contato com uma

corrente de ar quente e o calor é transmitido fundamentalmente por convecção; desidratação

por contato direto com uma superfície sólida, quando o calor é transmitido ao alimento,

principalmente, por condução; desidratação mediante o aporte de energia radiante, com

predominância da radiação como transmissão de calor; desidratação por energia

eletromagnética, micro-ondas e aquecimento dielétrico; liofilização, na qual a água é

Page 50: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 27

congelada inicialmente e, em seguida, sublimada, utilizando-se qualquer um dos mecanismos

de aquecimento mencionados anteriormente (ORDÓNEZ e cols, 2005; GAVA et al, 2008)

A secagem causa uma deterioração tanto na qualidade sensorial quanto no valor

nutricional do alimento. O projeto e a operação de equipamentos de secagem objetivam

minimizar essas alterações por meio da seleção de condições apropriadas de desidratação para

cada alimento em particular. (FELLOWS, 2006).

O estudo da cinética de secagem visa o conhecimento do comportamento do

material ao longo do processo e a predição do tempo de secagem, uma vez que a modelagem

do processo é de grande importância para o desenvolvimento e a otimização dos secadores,

além de possibilitar padronização do processo (VALENTE, 2007).

O processo de secagem baseado na transferência de calor e de massa pode ser

dividido em três períodos (STRUMILLO e KUDRA, 1986):

Período de pré-aquecimento: Neste período ocorre uma elevação gradual da

temperatura do produto e da pressão de vapor de água. Esse aumento continua até que o

material atinja a temperatura do bulbo úmido do ar.

Período de taxa constante: A taxa de secagem é constante e a água evaporada

está livre. O transporte de massa é controlado pela taxa de transferência de calor e enquanto

houver quantidade de água na superfície do produto suficiente para que ocorra evaporação, a

taxa de secagem será constante. A temperatura do produto se mantém na temperatura de bulbo

úmido do ar.

Período de taxa decrescente: A umidade neste ponto é chamada de “ponto crítico

do processo”. A quantidade de água presente na superfície do produto é menor, reduzindo-se,

por tanto, a transferência de massa. A transferência de calor não é compensada pela

transferência de massa; o fator limitante nessa fase é a redução da migração de umidade do

interior para a superfície do produto. A temperatura do produto aumenta, podendo atingir a

temperatura do ar de secagem. A secagem se encerra espontaneamente quando o produto

atinge o ponto de umidade de equilíbrio em relação ao ar de secagem.

As curvas características de secagem podem ser representadas de diferentes formas

e apresentam diferentes períodos de secagem, conforme ilustram as Figuras 3.4 e 3.5. Nestas

figuras, o segmento AB representa a fase inicial da secagem quando o sólido é aquecido desde

a temperatura T0 até a temperatura de equilíbrio TS. Esse é o período onde a velocidade de

secagem aumenta em decorrência do aumento da temperatura. O trecho BC caracteriza-se

pela constância da velocidade de secagem e da temperatura do sólido molhado, que

normalmente coincide com a temperatura do bulbo úmido. Este é o período da taxa constante

Page 51: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 28

que termina quando o sólido atinge o teor de umidade crítico. Após esse ponto a temperatura

da superfície aumenta e a taxa de secagem cai rapidamente.

Figura 3.4 – Curva de secagem – umidade em função do tempo. Fonte: ARAÚJO (2010).

Figura 3.5 – Curva da taxa de secagem – taxa de secagem em função da umidade. Fonte: ARAÚJO (2010).

Page 52: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 29

O período da taxa decrescente inicia-se a partir do ponto C, que pode ser dividida

em duas zonas: 1) zona de secagem da superfície insaturada (CD); 2) zona em que o

movimento interno da umidade é controlante (DE), Figura 3.5. Nos teores de umidade

menores que o ponto D a evaporação ocorre a partir do interior do material. Quando a pressão

de vapor do líquido contido no sólido é igual a pressão parcial do vapor de água no gás

secante afluente, a secagem cessa. Nestas condições a umidade do sólido atinge o valor Ue

(teor de umidade no equilíbrio), umidade que permanece no sólido independente do tempo de

secagem, contanto que as condições de operação não se modifiquem.

Vários estudos sobre curvas de secagem e atividade de água têm sido realizados

devido à sua influência na qualidade do produto desidratado. Com as curvas de secagem

pode-se predizer, no processo, o momento em que se atinge o teor de umidade desejado e

desta forma obter produtos de boa qualidade (CANO-CHAUCA et al., 2004).

Os diversos processos de secagem têm sido estudados por diversos autores em

diferentes produtos agrícolas e diferentes condições operacionais (tabela 3.2):

Tabela 3.2a – Produtos agrícolas estudados em diferentes condições de secagem.

Alimento Tipo de secagem Pré-tratamento Osmótico

Autores (referência)

abacaxi Convectiva (ar quente) Sim Valente (2007)

abóbora Micro-ondas

Convectiva (ar quente) Não Alibas (2007)

Micro-ondas Sharma e prasad (2006) Micro-ondas e leito

fluidizado Souraki e Mowla (2008) alho

Convectiva (ar quente)

Não

Fante (2011)

ameixa Convectiva (ar quente) Não Gabas (2002) e Goyal et al.

(2007) Micro-ondas

Combinada Micro-ondas e convectiva (ar

quente)

Não Maskan (2000)

Convectiva (ar quente) Sim Fernandes et al (2006) Infravermelho Não Nimmol et al. (2007)

Convectiva (ar quente) Não Ngyen e Price (2007) e Baini e Langrish (2007)

banana

Micro-ondas Sim Pereira (2007) batata Micro-ondas e vácuo Não Bondaruk et al (2007)

batata-doce Convectiva (ar quente) Sim Antonio (2006) brócolis Micro-ondas Não Fukuda e Silveira (2007)

cacau Combinada Micro-

ondas e convectiva (ar quente)

Não Fadini (1998)

Page 53: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 30

Tabela 3.2b – Produtos agrícolas estudados em diferentes condições de secagem.

Alimento Tipo de secagem Pré-tratamento Osmótico

Autores (referência)

café Combinada Micro-

ondas e convectiva (ar quente)

Não Cunha (1996), Canto (2001) e Marsaioli Jr et al (2003)

caju Convectiva (ar quente) Sim Azoubel (2002) castanha do brasil Micro-ondas Não Silva (2002)

caqui Convectiva (ar quente) Não Nicoteli (2005) Combinada Micro-

ondas e convectiva (ar quente)

Não Prabhanjan et al (1995) e

Lin et al (1998)

Micro-ondas Não Sumnu et al (2005) e Wang

e Xi (2005)

cenoura

Convectiva (ar quente) Sim Araujo (2010) Não Doymaz (2007)

cereja Convectiva (ar quente) Sim

Ochoa-Martinez et al. (2007)

espinafre Micro-ondas Não Ozkan et al (2007) goiaba Convectiva (ar quente) Sim Argandoña (2005)

feijão branco Micro-ondas Não Adu e Otten (1996) feijão verde Convectiva (ar quente) Não Medeiros (2004)

Convectiva (ar quente) Não

Pacco (2003); Babalis e Belessiotis (2004) e

Xanthopoulos, Oikonomou e Lambrinos (2007)

Solar Não Doymaz (2005)

figo

Convectiva (ar quente) Sim Sousa (2008)

Micro-ondas Não Feng e Tang (1998)e

Bilbao-sáinz et al (2006)

Micro-ondas Sim Erle e Schubert (2001) e

Castro-Giraldez, Fito e Fito (2011)

Convectiva (ar quente) Não Bialobrzewski (2006) e Sacilik e Elicin (2006)

maçã

Convectiva (ar quente) Sim Schultz et al. (2007) e

Monnerat (2009)

mamão Convectiva (ar quente) Sim El-Aquar (2005) e Rodrigues (2005)

manga Convectiva (ar quente) Não Ruíz-López e García-

Alvarado (2007) milho Micro-ondas Não Velu et al (2006)

Micro-ondas Sim Erle e Schubert (2001) Combinada Micro-

ondas e convectiva (ar quente)

Sim Piotrowski et al (2004) morango

Solar Não El-Beltagy, Gamea e Amer

(2007)

Page 54: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 31

Tabela 3.2c – Produtos agrícolas estudados em diferentes condições de secagem.

Alimento Tipo de secagem Pré-tratamento Osmótico

Autores (referência)

nectarina Convectiva (ar quente) Sim Araujo (2005)

noz macadâmia Micro-ondas Não Silva (2005); Silva et al

(2006) Convectiva (ar quente) Sim Park et al. (2001)

Micro-ondas Não Fumagalli (2003) pêra Convectiva (ar quente) Não Nguyen et al. (2006)

pêssego Convectiva (ar quente) Sim Boeira (2005) salsa Micro-ondas Não Soysal (2004)

Combinada Micro-ondas e convectiva (ar

quente) Não Hu et al (2006)

soja

Micro-ondas Não Terigar et al (2011)

Convectiva (ar quente) Sim Souza (2002), Baroni

(2004) e Souza et al (2007) tomate

Convectiva (ar quente) Não Akambi, Adeyemi e Ojo

(2006)

trigo Micro-ondas Não Walde et al, (2002) e

Monks (2002) umbu Convectiva (ar quente) Não Sousa (1999)

uva Convectiva (ar quente) Não Doymaz (2006) e Margaris

e Ghiaus (2007) Combinada Micro-

ondas e convectiva (ar quente)

Não Maskan (2001) kiwi

Convectiva (ar quente) Sim Buchweitz (2005)

3.4. – Secagem assistida por micro-ondas

As micro-ondas são radiações eletromagnéticas não ionizante, que possuem uma

freqüência que vai de 300 MHz a 300GHz. A região de micro-ondas situa-se entre a região do

infravermelho e ondas de rádio no espectro eletromagnético, cuja freqüência específica pode

se encontrar a 915 MHz aplicada para alimentos em escala industrial ou 2450 MHz aplicada

para alimentos em escala doméstica (SANSEVERINO, 2002; SILVA, 2005; PEREIRA, 2007;

GERMANO e GERMANO, 2008; GAVA et al, 2008).

As micro-ondas são geradas, em geral, por magnetrons que convertem energia

elétrica a baixas frequencias, 60 Hz, em campo eletromagnético com centros de cargas

positivas e negativas, que mudam de direção bilhões de vezes por segundo (GERMANO e

GERMANO, 2008)

Page 55: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 32

Essa radiação não-ionizante causa migração de íons e rotação de dipolos, mas não

causa mudanças na estrutura molecular (ROSINI et al, 2004).

As micro-ondas se propagam através de objetos e pode apresentar fenômenos de

reflexão, transmissão e absorção. São refletidas por superfícies metálicas (condutores) e

refratadas por materiais dielétricos (pouco condutores). A propriedade intrínseca mais

importante dessa forma de energia para a tecnologia de alimentos é a absorção volumétrica

por materiais dielétricos, em forma de calor (PEREIRA, 2007)

Esta propriedade resulta em tempos de processamento mais curtos, maior

rendimento do produto final e, usualmente, qualidade superior à encontrada mediante técnicas

convencionais do processamento (DECAREAU e PETERSON, 1986).

Como a energia de micro-ondas cria calor no interior dos materiais processados, o

aquecimento é praticamente instantâneo, o que resulta em tempos de processamento mais

curtos e aquecimento homogêneo com qualidade do produto superior à obtida pelos métodos

convencionais. Outra vantagem é a preservação de componentes nutricionais importantes,

como vitaminas, proteínas e minerais (HENRY e CHAPMAN, 2002; LESCANO, 2009).

Uma técnica que vem despertando interesse na indústria e entre os pesquisadores,

visando a maior qualidade dos produtos, é o uso das micro-ondas na secagem. A secagem de

alimentos em secador a micro-ondas implica em interações entre o campo eletromagnético

associado às micro-ondas e os componentes dipolares ou cargas do alimento, formados

principalmente pela água. As vantagens oferecidas pelas micro-ondas incluem rapidez da

operação, economia de energia e controle preciso do processo (MONZÓ-CABRERA et al,

2000).

A aplicação usual das micro-ondas para um processo de secagem é para o fim do

período de taxa decrescente. As micro-ondas aplicadas durante estágios tardios de secagem

convencional penetram mais facilmente e são absorvidos seletivamente nas camadas úmidas.

Então, taxas de penetração muito maiores podem ser mantidas em direção a parte mais tardia

de um processo de secagem. Outra importante característica da secagem por micro-ondas é o

aquecimento seletivo do material que possui uma distribuição não uniforme de umidade, isto

é, as partes que contém maior umidade irão produzir mais calor. Dessa forma, umidades

iniciais diferentes levarão à taxas de secagem diferentes. Logo, quanto mais alta a umidade

inicial da amostra, mais rápida será a secagem, já que será produzido mais calor. Ao final da

secagem, quantidades de umidade muito próximas são encontradas para amostras com

diferentes umidades iniciais, de onde se pode dizer que a secagem por micro-ondas pode ser

Page 56: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 33

usada eficientemente para produzir uma distribuição de umidades constante ao longo da

amostra (DATTA, 2001; MONZÓ-CABRERA et al, 2000).

Por se tratar de radiação de alta frequencia, no processo de secagem em aparelho

de micro-ondas é observada a rápida elevação da temperatura das amostras, sujeitas então à

incineração. A ocorrência de incineração de amostras é indesejável, pois neste caso, outras

substâncias, tais como amido, gorduras e proteínas, são removidas além da água, implicando

em fonte de erro para o método. É recomendado determinar-se o tempo máximo de exposição

da amostra à radiação sob diversas potências do aparelho para evitar-se a incineração do

material (VALENTINI et al, 1998).

Há de se levar em consideração também que, quando da utilização do

processamento por micro-ondas em comparação ao processo convencional de secagem, para a

mesma eficiência energética, é suficiente que apenas 20 a 35% do espaço físico seja destinado

a equipamentos (MARSAIOLI, 1991; MASKAN, 2000).

Produtos processados por micro-ondas têm sido reportados como de boa

qualidade, em termos de potencial de reidratação, textura, menores perdas de vitaminas,

aroma e cor e podem ser obtidos sob considerável economia energética, com reduzido tempo

de processamento em comparação ao processamento convencional de secagem (PEREIRA,

2007).

Sacharow e Schiffmann (1992) e Lescano (2009) destacam que alimentos processados

por micro-ondas originam produtos com melhor sabor e maior retenção de componentes

nutricionais, especialmente por prevenir lixiviação de nutrientes.

Na secagem por micro-ondas, a curva de secagem pode ser descrita em três

estágios: período de aquecimento, de taxa de secagem constante e de taxa de secagem

decrescente (FUMAGALLI, 2003). Tal situação é similar à secagem convectiva. No primeiro

período, a energia gerada é gasta no aquecimento da água contida na amostra e a taxa de

secagem aumenta linearmente. No segundo período, a curva de secagem pode ser descrita

como uma linha reta com a inclinação dependente da potência alimentada ao micro-ondas.

Nesta fase, a energia é direcionada para a evaporação da umidade interna a uma taxa

constante. O período de taxa de secagem decrescente começa quando a umidade crítica é

alcançada. Isso se caracteriza por um decréscimo linear da taxa de evaporação com o

decréscimo da quantidade de umidade do material (MONZÓ-CABRERA et al, 2000).

O equipamento básico pode ser associado a sistemas tradicionais para a injeção de

ar em temperatura diferente (convecção forçada) ou de vapor de água, com fonte de

infravermelhos (para o dourado superficial) e, no caso de alimentos sensíveis ao calor, com

Page 57: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 34

bombas para operar em condições moderadas de vácuo. Nesse ultimo caso, a redução de

pressão está limitada a 13,32 KPa a 26,66KPa, diante da possibilidade de provocar problemas

no equipamento (ORDÓNEZ e cols, 2005).

3.4.1 – Mecanismos de aquecimento

O aquecimento de um material por irradiação com micro-ondas se dá devido à

interação da onda eletromagnética com o dipolo elétrico da molécula. Um importante atributo

do aquecimento por micro-ondas é a absorção direta da energia pelo material a ser aquecido,

ao contrário do que ocorre quando o aquecimento é realizado por convecção, no qual a

energia é transferida lentamente do recipiente de reação para a solução (ROSINI et al, 2004;

GAVA et al, 2008).

Um dos mais interessantes aspectos relacionados com o forno de micro-ondas é o

aquecimento seletivo. Diferente do forno elétrico ou de combustão, onde todos os corpos que

estão no interior do forno sofrem aquecimento, no forno de micro-ondas o aquecimento

dependerá do material presente no seu interior (dependerá fundamentalmente da constante

dielétrica e da frequencia de relaxação do material). Assim, é comum observar que partes do

recipiente que contém o alimento recém aquecido no forno de micro-ondas, mas que não estão

em contato direto com o mesmo, continuam na temperatura próxima à do ambiente

(BARBOZA et al, 2001; ROSINI et al, 2004).

O aquecimento por micro-ondas é também chamado de aquecimento dielétrico, e

existem dois mecanismos principais para a transformação de energia eletromagnética em

calor. O primeiro deles é chamado rotação de dipolo, e relaciona-se com o alinhamento das

moléculas (que tem dipolos permanentes ou induzidos) com o campo elétrico aplicado.

Quando o campo é removido as moléculas voltam a um estado desordenado, e a energia que

foi absorvida para esta orientação nestes dipolos é dissipada na forma de calor. Como o

campo elétrico na freqüência de 2,45GHz oscila (muda de sinal) 4,9 x 109 vezes por segundo,

ocorre um pronto aquecimento destas moléculas (BARBOZA et al, 2001; SANSEVERINO,

2002; GAVA et al, 2008).

Segundo MAGALHÃES et al (2003) pode-se descrever sucintamente o fenômeno

de rotação dipolar, lembrando que a molécula de água, apesar de ter carga elétrica total nula,

apresenta-se como um dipolo elétrico, pois o centro de gravidade das cargas positivas não

Page 58: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 35

coincide com o das cargas negativas. Diz-se que a molécula de água é polar. Sob a ação de

um campo elétrico externo, esse mesmo dipolo tende a girar, orientando-se na direção do

campo. Essa rotação do dipolo encontra resistência, o que resulta em dissipação de energia

eletromagnética do campo, sob a forma de calor, com o consequente aumento de temperatura,

conforme mostrado na Figura 3.6.

Figura 3.6 - Princípio de ação das micro-ondas. Fonte: MAGALHÃES et al (2003).

O segundo mecanismo é chamado de condução iônica, e o calor é gerado através

de perdas por fricção, que acontecem através da migração de íons dissolvidos quando sob a

ação de um campo eletromagnético. Estas perdas dependem do tamanho, carga, condutividade

dos íons dissolvidos e interação destes últimos com o solvente (SANSEVERINO, 2002;

GAVA et al, 2008).

Um forno de micro-ondas típico para uso em laboratório possui seis componentes

principais: o gerador de micro-ondas (chamado magnetron), o guia de ondas, a cavidade do

forno, o espalhador de ondas, um sistema de ventilação e um rotor. Devido ao alto custo dos

equipamentos desenvolvidos para aplicações laboratoriais, frequentemente são empregados

fornos de micro-ondas domésticos. Esses equipamentos não possuem uma distribuição

uniforme da radiação micro-ondas, pois não foram projetados para tal finalidade. Eles

produzem interferência entre as micro-ondas e, com isso, algumas partes do forno recebem

maior incidência de ondas que outras. Assim, é necessário mapear a distribuição da radiação

Page 59: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 36

micro-ondas para uma utilização mais efetiva da energia gerada (ROSINI et al, 2004;

PEREIRA, 2007).

As características de aquecimento dos alimentos por micro-ondas estão

relacionadas não somente com as suas propriedades dielétricas, como também às propriedades

de transmissão peculiares aos processos de aquecimento dielétrico e às propriedades térmicas

e de transporte que afetam as transferências de calor e massa em ambos os processos de

aquecimento, convencional e dielétrico (SILVA, 2005; PEREIRA, 2007).

O aquecimento de alimentos por micro-ondas resulta em elevação de temperatura

instantânea dentro do produto, em contraste com os processos de aquecimento convencionais

que transferem energia da superfície, com constantes de tempo térmicas longas e lenta

penetração de calor (SILVA, 2005)

A absorção volumétrica de potência (PV) e a elevação de temperatura no

aquecimento por micro-ondas são geralmente descritas pelas equações 04 e 05,

respectivamente (MATA, 1993; ORDÓNEZ e cols; SILVA, 2005; PEREIRA, 2007):

"20

2"2 22 εεππσ EfEfKEPV === (04)

P

V

c

P

d

dT

ρθ= (05)

Onde:

PV = potência por unidade de volume, (W/m3)

f = frequencia, (Hz)

K” = fator de perdas dielétricas = ε”ε0, (F/m)

ε0 = permissividade dielétrica do vácuo (ou ar) (F/m)

ε” = fator de perda dielétrica relativa ou constante de relaxação relativa

E = valor eficaz do vetor de intensidade de campo elétrico, (V/m)

ρ = densidade, (Kg/m3)

cP = calor específico, (J/Kg.K)

T = temperatura, (K)

θ = tempo, (s)

Page 60: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 37

Segundo Silva (2005) e Berteli (2005) essas equações descrevem com precisão os

efeitos do aquecimento volumétrico, porém são difíceis de aplicar na análise dos processos

dos alimentos por micro-ondas por diversas razões:

- Primeiro, a absorção de potência e intensidade de campo dentro dos produtos

alimentares variam com a profundidade a partir da superfície sob condições que estão

continuamente variando com a temperatura durante o curso da irradiação. Em concordância

com isto, o fator de perda dielétrica ε” varia não somente de uma região do produto para

outra, mas também dentro de um particular segmento do produto conforme a temperatura

aumenta pelo aquecimento mediante as micro-ondas.

- Segundo, o gradiente de voltagem dentro do produto não pode ser determinado

“a priori” e também varia como uma função da profundidade a partir da superfície.

- Finalmente, o calor gerado dentro do produto pelo acoplamento da energia

elétrica do campo está sujeito aos mecanismos convencionais de transferência de calor por

condução interna, convecção superficial e evaporação de umidade, mediadas pelas

propriedades térmicas e de transporte do produto. Essas propriedades físicas dependem da

temperatura, embora em menor grau do que as propriedades elétricas do produto, e assim

variam com o tempo durante o período de aquecimento. Desta forma, o uso prático das

equações 03 e 04 fica limitado aos procedimentos de calibração na medição da potência dos

fornos de micro-ondas. Por exemplo, a Equação 04 é usada para determinar os níveis de

potência de micro-ondas pela medida da elevação de temperatura em cargas d’água

padronizadas como meio de calibrar o equipamento de processo por micro-ondas. Se os

gradientes de voltagem de pico ou médio ou as intensidades do campo na cavidade (por

exemplo, no espaço vazio) forem conhecidos, a Equação 04 pode também ser usada para

determinar a perda dielétrica média do produto como uma função do tempo durante a

irradiação.

No equipamento micro-ondas, são especialmente relevantes a frequencia utilizada

e a intensidade de campo elétrico. Quanto maior é a frequencia, mais elevada é a potência

absorvida, embora sua profundidade de penetração seja menor. Esse aspecto tem importância

particular para o ajuste do tratamento com relação à espessura do material que será tratado.

Em contrapartida, é evidente que, quanto maior a potência de radiação aplicada, mais rápido é

o aquecimento. Porém, quando se emprega a potência elevada, há o risco de produzir o

aquecimento não homogêneo, com superaquecimentos locais que podem afetar adversamente

as características sensoriais do alimentos (ORDÓNEZ e cols, 2005).

Page 61: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 38

Em geral, a espessura do alimento pode ser limitada em função da força de

penetração da energia, a fim de se obter maior uniformidade no aquecimento por meio das

micro-ondas. Diferenças na espessura ocasionam falta de uniformidade no aquecimento,

notadamente em produtos com formato irregular. Sabe-se que quanto mais próximo da força

da profundidade de penetração a espessura estiver, mais uniforme será a distribuição do calor.

Assim, é possível observar o aquecimento desigual nas bordas da superfície, nos cantos e na

região central dos alimentos (GERMANO e GERMANO, 2008).

Objetos cilíndricos e esféricos menores (da ordem de 3 a 4 mm) apresentam

densidade de potência volumétrica absorvida maior e aquecimento mais centralizado, ao

passo que objetos retangulares apresentam superaquecimento nos cantos e arestas (YANG e

GUNASEKARAN, 2004; RYYNÄNEN et al, 2004; ORDÓNEZ e cols, 2005).

O superaquecimento superficial, típico da frequencia de 2450 MHz, tem origem na

maior absorção de energia pela superfície, com o consequente aumento de temperatura nessa

área; já o padrão de aquecimento observado no centro do produto depende da forma, do

tamanho e do conteúdo salino, ocorrendo mais comumente com 915 MHz. Esses padrões de

aquecimento são obtidos em produtos esféricos e cilíndricos, de diâmetros pequenos e pobres

em cloreto de sódio. A falta de uniformidade no aquecimento ocorre nos alimentos com

regiões de atividade dielétrica diferentes, as quais absorvem energia em taxas diferenciadas

(GERMANO e GERMANO, 2008).

Como regra geral, os processos com micro-ondas devem ser tão lentos quanto

possível, porque mesmo assim serão muito mais rápidos que os métodos convencionais

(ORDÓNEZ e cols, 2005).

3.4.2 – Propriedades dielétricas

O grande interesse atualmente em propriedades dielétricas de produtos e materiais

agrícolas está embasado principalmente em predizer taxas de aquecimento, descrevendo,

assim, o comportamento destes materiais sob o efeito das micro-ondas. A influência das

propriedades dielétricas no aquecimento de materiais ocorre através da absorção de energias

originadas do aquecimento dielétrico em frequencias de rádio (LEONHARDT e

WESTPHALEN, 1997)

Page 62: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 39

A principal meta nas pesquisas sobre as propriedades dielétricas dos alimentos,

vem sendo determinar mecanismos de interação entre alimentos e energia eletromagnética nas

frequencias de micro-ondas, para facilitar o desenvolvimento de processos e produtos

alimentícios. Essas propriedades determinam a quantidade de energia acoplada por um

produto alimentício, sua distribuição dentro do produto e, conseqüentemente, o tempo e a

freqüência das micro-ondas necessárias para o aquecimento dos alimentos em processos de

transferência de energia por condução e radiação (MUDGETT, 1996; SOUZA, 2007;

GERMANO e GERMANO, 2008).

As propriedades dielétricas afetam diretamente o mecanismo de interação entre o

material e campo elétrico aplicado e são caracterizadas pela permissividade complexa relativa

(ε*), que determina o armazenamento e a dissipação da energia elétrica. A parte real (ε’),

constante dielétrica relativa, determina a capacidade de um material armazenar energia

elétrica, por unidade de volume, e a parte imaginária (ε’’), fator de perdas dielétricas relativo

ou constante de relaxação relativa, indica a capacidade do material de dissipar energia elétrica

na forma de calor, sendo definidas da seguinte maneira (MATA, 1993):

"'* εεε j−= (06)

δεε je−= ** (07)

Onde:

ε* = permissividade complexa relativa

ε’ = constante dielétrica relativa

ε’’ = fator de perdas dielétricas relativo ou constante de relaxação relativa

Segundo Mata (1993) a tangente de perdas ou fator de dissipação, tan δ, que indica

a capacidade do material para ser penetrado por um campo elétrico e para dissipar essa

energia na forma de calor (quanto maior este valor mais a substância é aquecida por micro-

ondas), é expressa pela equação 08:

tan δ = ε’’/ ε’ (08)

Onde:

tan δ = tangente de perdas ou fator de dissipação

Page 63: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 40

Desde que a energia eletromagnética penetre no material dielétrico, ocorre a

transformação em calor por um conjunto de mecanismos em escala molecular e atômica, entre

os quais se sobressaem a condução iônica e a rotação dipolar.

Um material dielétrico pode ser definido como aquele que interage com um campo

elétrico porque contém portadores de cargas que podem ser deslocados, uma vez que, como

todos os materiais, consistem de um núcleo atômico positivo envolto por uma nuvem

eletrônica negativa. A interação de um campo elétrico com um dielétrico tem sua origem

devido às partículas carregadas com as cargas do campo aplicado. Assim, quando um campo

elétrico externo é aplicado, os elétrons são levemente deslocados com respeito ao núcleo e

então momentos dipolos são induzidos, causando o que é conhecido como polarização

eletrônica dos materiais (SILVA, 2005; PEREIRA, 2007).

A profundidade de penetração da energia de micro-ondas é determinada pela

constante dielétrica e pelo fator de perda do alimento. Essas propriedades já foram registradas

para alguns alimentos conforme mostra a Tabela 3.3.

Tabela 3.3a – Medição das propriedades dielétricas de alguns alimentos.

Alimento Autores (referência)

Arroz Mata, Mata e Fernandes (2005a) Arroz indiano Ahmed, Ramaswamy e Raghavan (2007)

Alho Moia Junior, Mata e Mata (2006) Batata (purê) Mata, Mata e Fernandes (2005b)

Beterraba Mata, Mata e Fernandes (2005b) Bolo Al-Muhtaseb et al (2010)

Carne Mata, Mata e Fernandes (2005a) e

Lyng, Zhang e Brunton (2005; 2007) Cenoura Mata, Mata e Fernandes (2005b)

Creme de leite Moia Junior, Mata e Mata (2006) Feijão comum Berbet, Queiroz e Melo (2002)

Feijão verde cozido Medeiros et al (2007ª) Feijão verde in natura Medeiros et al (2007a) e Mata et al (2007)

Frango Mata, Mata e Fernandes (2005a) Graviola Medeiros et al (2007b)

Leite Nunes, Bohigas e Tejada (2006) e Wang, Chen e Gao (2005) Macarrão Mata, Mata e Fernandes (2005)

Maça Krokida et al (2000); Guo et al (2007) e Guo et al (2011) Maionese Mata et al (2006)

Manga Medeiros et al (2007b) Mangaba Medeiros et al (2007b)

Page 64: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 41

Tabela 3.3b – Medição das propriedades dielétricas de alguns alimentos.

Alimento Autores (referência)

Massa para lasanha Mata et al (2006) Mel Guo et al (2011)

Molho Guardeño et al (2010) Molho branco Mata et al (2006) Molho de soja Tanaka et al (2005)

Molho de tomate Mata et al (2006) Ovo Ragni et al (2007) e Wang et al (2009) Pão Liu, Tang e Mao (2009)

Pepino Cong et al (2012) Presunto cozido Mata et al (2006) Proteína de soja Ahmed, Ramaswamy e Raghavan (2008) Queijo cottage Herve et al (1998)

Queijo mussarela Mata et al (2006) Queijo processado Everard et al (2006)

Salmão Al-holy et al (2005) e Wang et al (2008) Siriguela Medeiros et al (2007b)

Suco de frutas Zhu, Guo e Wu (2012) Suco de uva Garcia et al (2004) e Garcia et al (2001)

Umbu Medeiros et al (2007b) Vinagre Bohigas e Tejada (2009) Vinho Garcia et al (2004) e Garcia et al (2001)

Medeiros et al (2007) e Mata et al (2007) determinaram as propriedades dielétricas

do feijão verde (Vigna unguiculata (L) Walp) in natura e cozido, estimando suas respectivas

constantes dielétricas e fatores de perda com relação à frequencia e temperatura. Foi

observado que, em relação ao comportamento do fator de perdas dielétricas (ε”), há uma

queda na habilidade de absorver energia eletromagnética com relação ao aumento da

frequencia aplicada nas amostras de feijão verde cozido e in natura até aproximadamente 2,23

GHz. Após esse valor, percebe-se uma tendência desse fator a tornar-se constante ou

ligeiramente crescer. As amostras de feijão verde apresentam similaridades em seus

comportamentos sob influência de campo eletromagnético, e o fator de perdas diminui com a

temperatura, em outras palavras, a absorção de energia eletromagnética pelo material torna-se

cada vez menor com o aumento da temperatura. De uma maneira geral, os fatores de perdas

dielétricas (ε”) para o feijão verde cozido e in natura foram, respectivamente, 15,09 F/m e

16,96 F/m, no processo inicial apresentando, assim, um bom desempenho no processo de

aquecimento dielétrico.

Se um material possui maior valor de constante dielétrica (ε´), então maior

quantidade de energia pode, a princípio, ser armazenada. O tempo de relaxação requerido para

Page 65: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 42

os dipolos reduzirem o ordenamento dependerá fundamentalmente de dois fatores: o tamanho

das moléculas e a da viscosidade do meio. Em fase condensada, o tempo de relaxação também

dependerá da “altura” da barreira de energia (associada com a interação entre as moléculas)

que precisa ser alcançada no processo de reorientação molecular. Haverá na verdade uma

faixa de tempos de relaxação, pois existe certo número de estados de equilíbrio para os

dipolos separados por barreiras de potencial de diferentes magnitudes (BARBOZA et al,

2001).

Frutas desidratadas osmoticamente com solução de sacarose apresentam fatores de

perdas (ε”) menores e profundidades de penetração (dp) de um campo eletromagnético

maiores em relação àqueles da fruta in natura. No caso da utilização de soluções salinas, o

efeito é contrário, há um aumento dos fatores de perdas e diminuição das profundidades de

penetração do material desidratado em relação àquele que não sofreu nenhum tratamento.

Portanto, pode-se melhorar o desempenho do processo de secagem subseqüente por meio da

modificação nas características dielétricas do alimento obtidas pela desidratação osmótica

(DE LOS REYES et al., 2007; HEREDIA et al., 2007).

As propriedades dielétricas variam com o teor de umidade e temperatura do

alimento bem como com a frequencia do campo elétrico. Em geral, quanto mais baixo o fator

de perda (i.e., maior transparência as micro-ondas) e mais baixa a frequencia, maior é a

profundidade de penetração. É possível escolher uma frequencia nas faixas permitidas para

fornecer uma força de campo elétrico apropriada para um dado fator de perda (FELLOWS,

2006).

As propriedades dielétricas são dependentes da frequencia do campo aplicado, da

temperatura, da composição e da estrutura do material. Portanto, no caso de alimentos, essa

propriedade é fortemente afetada pelo teor de água e pela estrutura do material, como

porosidade e volume dos poros. A absorção preferencial das micro-ondas, pelas moléculas de

água, promove um aquecimento focalizado, o que torna a aplicação dessa fonte de energia

interessante em processo de secagem de alimentos, por exemplo (PEREIRA, 2007).

A quantidade de calor produzida depende da constante dielétrica, do tamanho da

molécula e da viscosidade do material. No entanto, a dissipação de energia, que leva a

produção de calor, também varia com a temperatura e significativamente com a frequencia da

micro-onda utilizada. Em relação a esta última variável, mesmo utilizando uma frequencia

ressonante com a de relaxação dielétrica, muitas vezes, a produção de calor, para uma dada

substância, é pequena, pois pode ocorrer baixa penetração das ondas eletromagnéticas no

Page 66: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 43

material. A penetração da radiação eletromagnética é inversamente proporcional à sua

frequencia (BARBOZA et al, 2001).

Em sua grande maioria, as aplicações de micro-ondas na indústria relacionam-se

com a água. A água, no estado líquido, está incluída entre os dielétricos com valores mais

elevados de ε’ e tan δ, o que permite dizer que materiais com água são fáceis de aquecer por

micro-ondas (PEREIRA, 2007; BERTELI, 2005).

3.4.3 – Principais aplicações

A crescente utilização de fornos de micro-ondas no processamento de alimentos

pode ser justificada por sua maior rapidez e conveniência, quando comparado aos métodos

convencionais de processamento. Diferentes setores alimentícios, como as indústrias, os

estabelecimentos fast food e instituições públicas e particulares, têm usufruído cada vez mais

desta tecnologia em operações que incluem descongelamento, aquecimento, cocção e

desidratação de alimentos (GERMANO e GERMANO, 2008).

O seu uso no preparo ou aquecimento de alimentos é um fato comum nos dias de

hoje. O uso de micro-ondas em química analítica já é conhecido desde a década de 70, sendo

que entre as aplicações mais importantes pode-se citar: a digestão de amostras para análise

elementar, a extração de diversas substâncias e a dessorção térmica de vários compostos. O

aquecimento por ondas eletromagnéticas também é largamente utilizado em escala comercial

na preparação e secagem de alimentos (SANSEVERINO, 2002)

A utilização desta energia poderia solucionar alguns dos problemas enfrentados no

processo de aquecimento convencional, pois neste, o transporte de energia é feito por

condução da superfície do material ao seu interior. As micro-ondas possuem uma habilidade

de penetração muito alta e geram calor através da massa de materiais eletricamente não

condutores. Desta forma diminui o gradiente de temperatura no material, que é aquecido de

forma mais uniforme (GILABERT ESCRIVA et al, 1998).

As vantagens do processo de aquecimento pelo emprego de micro-ondas em

relação ao aquecimento convencional estão relacionadas ao fato de que estas proporcionam o

aquecimento do material na ausência de contato, havendo transferência de energia com

rapidez, aquecimento volumétrico, iniciando-se no interior do material, além do alto nível de

segurança e automação (MAGALHAES et al, 2003; GERMANO e GERMANO, 2008).

Page 67: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 44

Incluem-se os aspectos associados à redução da mão de obra, ao aumento da vida de

prateleira, aos menores custos de distribuição e de manutenção de equipamentos, bem como a

economia de energia (GILABERT ESCRIVA et al, 1998; ORDÓNEZ e cols, 2005;

GERMANO e GERMANO, 2008).

As aplicações tecnicamente possíveis de micro-ondas em eletrotermia industrial

são numerosas, sendo que suas principais aplicações são (SILVA, 2005):

- Na indústria de alimentos: secagem de massas alimentícias, desidratação a vácuo,

branqueamento, esterilização, pasteurização, cozimento, descongelamento de carnes.

- Na indústria do papel e gráfica: secagem de tintas e revestimentos, secagem de

cola.

- Na indústria química: selagem de plásticos, secagem de produtos em pó,

expansão de espumas, reações químicas incentivadas, eliminação de resíduos tóxicos.

Tratamentos de desidratação e secagem por métodos tradicionais combinados com

o emprego de micro-ondas foram realizados com êxito em diversos produtos, como massas,

molhos de tomate, cebolas, arroz e aperitivos. Visto que o custo de desidratação utilizando

apenas micro-ondas é muito elevado, estas são empregadas somente na etapa final (menos de

20% de umidade), quando a velocidade de secagem diminui. Dessa forma, reduzem-se

consideravelmente o tempo de tratamento (de 8 horas para 1 hora e meia na elaboração de

massas) e o custo final do processo (até 33%). Também se mostrou que a qualidade do

produto melhora, visto que não há endurecimento superficial (ORDÓNEZ e cols, 2005).

Smith (1979) apud Lescano (2009) estudou a influência da aplicação de ondas

eletromagnéticas durante o processo de secagem e concluiu que o aquecimento dielétrico,

combinado com a convecção forçada convencional e introduzido a partir da umidade crítica,

apresenta efeito sinergístico na secagem, ou seja, velocidades de secagem mais altas do que a

soma das velocidades dos processos de secagem somente com convecção forçada ou somente com

micro-ondas. Isto é possível porque o gradiente de pressão no interior do alimento causado pelas

propriedades dielétricas favorece o transporte da umidade, atuam no mecanismo limitante do

processo convectivo de secagem – a difusividade de umidade – não permitindo a queda da

velocidade de secagem e reduzindo o tempo de processamento.

Chevance e Adrian (1992) apud Souza (2007) estudaram os efeitos do tratamento

de micro-ondas sobre as características nutricionais dos alimentos. Eles mostraram que a essa

energia rompe as ligações físicas de baixa energia, mas que ela é insuficiente para destruir

ligações de natureza química. Os pesquisadores concluíram que a diferença de conservação de

nutrientes observada entre os métodos de tratamento por micro-ondas e clássicos deve-se a

Page 68: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 45

grande velocidade com que ocorre o aumento de temperatura no tratamento por aquecimento

dielétrico, bem como a ausência de superfícies de troca térmica direta.

Castro (1994) desenvolveu e construiu um protótipo de secador à micro-ondas,

mostrando a teoria relacionada ao projeto. Os testes preliminares efetuados no protótipo

construído mostraram um desempenho satisfatório do mesmo, sendo entretanto ainda

necessárias algumas otimizações.

Fadini (1998) relata que é possível a torração de cacau por micro-ondas, em menor

tempo levando à obtenção de produtos com características sensoriais semelhantes às do

produto torrado de forma convencional.

Feng e Tang (1998) compararam a secagem de cubos de maçã em secador de leito de

jorro e secador de leito de jorro com aplicação de micro-ondas, e concluíram que o material seco

no equipamento com aplicação combinada dos métodos de secagem, apresentou menor

descoloração e maiores taxas de reidratação, além de uma diminuição de mais de 80% do tempo

de secagem, quando comparado com a secagem no equipamento convectivo.

Gilabert Escriva et al (1998) compararam, em termos de viscosidade, os efeitos de

dois tipos de torração de cacau: convencional, em forno elétrico rotativo e por micro-ondas,

em protótipo de forno rotativo contínuo (2450MHz). A viscosidade plástica das amostras

torradas em micro-ondas foi, em geral, menor que a daquelas torradas em forno elétrico

rotativo. As amostras torradas em fragmentos ("nibs") também apresentaram menor

viscosidade em relação àquelas torradas em amêndoas inteiras em forno elétrico. Quando o

tratamento foi por micro-ondas, a viscosidade das amostras obtidas de amêndoas torradas

inteiras foi menor que a das amostras torradas em "nibs". A análise sensorial realizada com

três especialistas mostrou que o sabor das amostras torradas em micro-ondas foi similar ao do

"líquor" obtido da torração convencional, levando em consideração a redução de tempo deste

novo processo.

Valentini et al (1998) verificaram a viabilidade do uso do micro-ondas para a

determinação do teor de umidade de grãos de milho. Foram utilizadas amostras de milho com

teor de umidade na faixa de 7,33 a 22,28%. Equações de regressão linear foram determinadas

correlacionando-se os valores de percentagem de água retirada após secagem no micro-ondas

e o teor de umidade determinado pelo método de estufa a 105ºC ± 3oC por 24 horas. O tempo

de permanência do produto no micro-ondas foi fixado em 45 segundos. Nas condições em que

o experimento foi realizado, o micro-ondas mostrou ser uma alternativa viável para a

determinação da umidade de grãos de milho.

Rocha (1998) estudou os efeitos da aplicação da energia de micro-ondas na

parbolização do arroz, na etapa de gelatinização do amido, em substituição à autoclave

Page 69: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 46

utilizada no processo convencional. Os resultados alcançados foram o aumento do rendimento

após a parboilização pela aplicação de micro-ondas, e também a obtenção de uma cor bem

mais clara dos grãos parboilizados do que as obtidas pelo processo convencional.

Costa (1999) avaliou um equipamento desenvolvido para a secagem de macarrão

com a utilização de micro-ondas, visando à redução do tempo de secagem em comparação aos

processos convencionais. Foram avaliadas diferentes combinações de potência de micro-

ondas e tempos de residência. As demais variáveis - umidade, temperatura e velocidade do ar

- foram fixadas. A umidade final e a ocorrência de defeitos na massa foram as respostas

estudadas.

Sousa et al (2001) estudaram o uso de micro-ondas na secagem de bananas da

variedade nanicão e concluíram que os níveis de aceitação sensorial das amostras processadas

por essa energia foram bem superiores aos das amostras comerciais (nacionais e importadas)

bem como à das amostras processadas por processo convencional de secagem.

Raghavan e Silveira (2001) avaliaram a influência das ondas eletromagnéticas sobre o

encolhimento de morangos osmoticamente desidratados. Concluíram, entre outras coisas, que as

micro-ondas exercem influência sobre o encolhimento e diâmetro equivalente dos morangos,

sendo que amostras secas com maior potência apresentam diâmetros equivalentes menores

(apresentam maior encolhimento).

Monks (2002) avaliou a influência do aquecimento dielétrico na secagem do trigo

(T. aestivum L.), nos níveis de inativação da α-amilase e no comportamento reológico da

farinha. Os resultados encontrados apontam que o choque por micro-ondas é eficiente para

reduzir a atividade da α-amilase, mas diminui a extensibilidade da massa.

Pastorini et al (2002) conduziram um experimento visando à determinação da

matéria seca e análises químicas de material vegetal seco em forno de micro-ondas. Foram

utilizadas plantas de feijão e milho coletadas após 30 dias de semeadura. Verificou-se que

usando este método material vegetal foi seco entre 3 a 4 minutos, e em estufa, após 48 horas,

os valores permaneceram constantes. Não foram observadas diferenças significativas entre a

matéria seca de plantas de milho e feijão secas em forno de micro-ondas e em estufa.

Verificou-se ainda o efeito da secagem nas análises químicas. O material seco em micro-

ondas apresentou maior teor de açúcares redutores, carboidratos solúveis totais, amino-ácidos

e amido.

Marsaioli et al (2003) concluíram que o uso de micro-ondas e ar quente na

secagem de café cereja descascado promoveu uma redução substancial no tempo de secagem

Page 70: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 47

e um melhor controle dos parâmetros do processo, tais como a uniformidade e a estrutura dos

grãos, levando a uma qualidade superior.

Fumagalli (2003) estudou a secagem de pêra em três diferentes secadores:

convectivo, micro-ondas e combinado. Além disto, avaliou o efeito da desidratação osmótica,

como pré-tratamento, na qualidade do produto seco. A etapa de secagem foi estudada para a

fruta "in natura" e desidratada osmoticamente. A melhor condição obtida foi para a secagem

no modo combinado micro-ondas-convectivo com potência de 0,3 W/(g amostra) pré-

desidratadas osmoticamente. A desidratação osmótica demonstrou ter efeito benéfico nas

características fisico-químicas analisadas, contribuindo para a retenção dos principais

constituintes e manutenção das demais características analisadas. Na secagem, a qualidade cai

com o aumento da temperatura no interior da amostra.

Andrés et al. (2004) secaram fatias de maçãs e concluíram que a aplicação de

micro-ondas diminuiu o tempo de secagem, especialmente em fatias tratadas osmoticamente

antes da secagem. Berteli e Marsaioli (2004) relataram que o tempo de secagem de macarrão

curto seco mediante a combinação de ar quente e micro-ondas foi treze (13) vezes menor

quando comparado com o processo convencional de secagem.

Piotrowski et al. (2004) secaram morangos congelados, com ou sem anterior

desidratação osmótica, através de dois tipos de secagem: convectiva e combinado. Concluiu-

se que a força de micro-ondas influencia na diminuição do tempo de secagem e que potências

mais altas de microondas resultam em maiores diferenças da taxa de secagem entre os

produtos previamente desidratados ou não.

Severini et al. (2005) apud Souza (2007) compararam o branqueamento e a

desidratação de batatas com o uso de micro-ondas, com o processo tradicional de

branqueamento por imersão em solução de ácido cítrico e desidratação por circulação de ar

quente. Eles observaram que a batata tratada por aquecimento dielétrico possuía maior

capacidade de reidratação, e que o processo de branqueamento por microondas foi mais

eficiente do que o processo tradicional. No entanto eles apontaram que o custo do

processamento por microondas é superior ao do processo clássico.

Silva (2005) desenvolveu um processo de secagem a micro-ondas combinado com

aplicação de ar quente, para a secagem da noz macadâmia. Os ensaios de secagem foram

realizados em um forno de micro-ondas doméstico adaptado. Com os resultados obtidos,

pôde-se verificar que o novo método de secagem utilizando micro-ondas, mostrou-se bastante

eficiente no que diz respeito à preservação da qualidade natural das nozes de macadâmia em

Page 71: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 48

comparação ao processo de secagem convencional, além do que, os tempos de secagem

obtidos em todos os ensaios foram menores que o tempo requerido na secagem convencional.

Alibas (2006) comparou processos de secagem por convecção, por energia de micro-

ondas e por combinação entre estes métodos. Ele utilizou a acelga (Beta vulgaris L. var. cicla)

como produto a ser seco, partindo de uma umidade inicial de 9,35% (b.s.) e fixando uma umidade

final de cerca de 0,1% (b.s.). Concluiu que a secagem combinada apresentou o menor tempo de

residência (1,5-7,5 minutos, de acordo com a potência), seguida pela secagem com micro-ondas

(5-9,5 minutos) e pela secagem convectiva (22-195 minutos). A secagem combinada resultou

também em folhas com coloração mais semelhante às folhas frescas. Além do mais, o consumo

energético do processo combinado foi apenas pouco maior do que no processo só com micro-

ondas (0,08-0,11kWh contra 0,07kWh), enquanto o processo convectivo consumiu 0,18-0,54kWh.

Fukuda e Silveira (2008), por sua vez, utilizaram a tecnologia das ondas

eletromagnéticas para secagem de brócolis. Os autores separaram as amostras em três tipos: caule,

flor e folha e os submeteram às mesmas condições de secagem. A variável estudada foi à

densidade de potência (W/g) caracterizando o produto após a secagem in natura e desidratado

osmoticamente.

3.5. – Reidratação

A qualidade do produto está cada vez mais exigida nos processos de desidratação

de alimentos. Durante a desidratação algumas importantes mudanças ocorrem, tais como

modificações estruturais e físico-químicas que são influenciadas pela composição das

amostras, pelas condições impostas durante a secagem, e por qualquer pré-tratamento ao qual

o produto tenha sido submetido, alterando consequentemente a qualidade do produto final

(MASKAN, 2001).

Dessa forma, a desidratação deve preservar tais critérios de qualidade como cor,

composição nutricional, formato e textura. Além disso, em alguns produtos, fatores adicionais

como capacidade e velocidade de reidratação devem ser considerados. Em função da

aplicação e uso do alimento desidratado o objetivo da desidratação é obter produtos que,

quando reconstituídos, apresentem textura adequada o mais rápido possível (SANJUÁN et al,

1999; MOREIRA et al, 2008; KROKIDA e PHILIPPOPOULOS, 2005).

Uma das características mais importantes dos produtos desidratados é sua

capacidade de reidratação rápida e completa. A razão de reidratação pode ser definida como

Page 72: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 49

sendo a razão do peso do alimento reidratado pelo seu peso seco. As condições de reidratação

dos diferentes tipos de alimentos devem ser estabelecidas, uma vez que diversos fatores

influenciam a qualidade de água absorvida, bem como as propriedades sensoriais do produto.

São vários os fatores que podem afetar a qualidade dos alimentos desidratados durante a

reidratação, dentre eles o tempo de imersão, a temperatura da água e a razão entre a

quantidade de água utilizada e a de produto (MELONI, 2005).

A reidratação é um processo complexo que objetiva a restauração das propriedades

do produto in natura. É tipicamente composta por três processos simultâneos: a embebição do

material seco; o inchamento do produto reidratado e a migração do solúvel. Além disso, em

produtos como as sopas instantâneas, os fatores adicionais de capacidade de reidratação e

velocidade devem ser considerados. Consequentemente, o objetivo é obter produtos que,

quando reconstituídos mostram as características de texturas adequadas, e tão rápido quanto

possível (LEWICKI,1998; SANJUÁN et al.,1999; KROKIDA e MARINOS-KOURIS, 2003;

LEE et al., 2006; FALADE e ABBO, 2007).

Durante a desidratação diversas mudanças acontecem no material, causadas pela

transferência de água da fase líquida para o alimento e pela transferência de sólidos solúveis

do alimento para o líquido (MALDONADO et al, 2010).

A água que é removida de um alimento durante a desidratação não pode ser

recolocada da mesma forma quando o alimento é reidratado (i.e., a reidratação não é o inverso

da secagem). As perdas na pressão osmótica celular, mudanças na permeabilidade da

membrana, migração de solutos, cristalização de polissacarídeos e coagulação de proteínas

celulares contribuem para as mudanças de textura e perda de voláteis, ambas irreversíveis

(RAHMAN e PERERA, 1999 apud FELLOWS, 2006).

As características da reidratação são empregadas como parâmetros para determinar

a qualidade do produto uma vez que são indicativos do grau de alterações que ocorreram

durante o processamento (pré-tratamentos, secagem e reidratação) (FUNEBO e OHLSSON,

1998; LEWICKI, 1998).

A reidratação pode ser utilizada para avaliar as perdas do alimento causadas pela

secagem e pelos tratamentos que precedem à desidratação, já que os danos estruturais e

encolhimento celular que ocorrem durante a secagem podem resultar na perda da habilidade

de reidratação (MAGALHÃES e CORREIA, 2010).

Durante a reidratação, a absorção da água no tecido vegetal conduz a um aumento

na massa. Simultaneamente, ocorre a lixiviação de açúcares, ácidos, minerais e vitaminas para

Page 73: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 50

a solução. Ambos os fenômenos são influenciados pela natureza do produto e das

circunstâncias empregados para a desidratação (RASTOGI et al., 2004).

O alimento seco perde um certo conteúdo de umidade e, por isso, haverá um

aumento da concentração dos nutrientes por unidade de peso, comparando com o produto

fresco. Quando reconstituído ou reidratado, assemelha-se teoricamente ao produto natural,

nunca chegando a igualar-se por causa das perdas de alguns constituintes (GAVA et al, 2008).

O estudo da cinética de reidratação pode ser bastante útil para a otimização do

processo. Do ponto de vista de processamento e engenharia, é interessante não apenas

conhecer quão rápida a absorção de água pode ocorrer, mas como é afetada pelas variáveis de

processamento, e como o tempo de imersão sob dadas condições pode ser predito (SANJUÁN

et al, 1999).

O calor reduz o grau de hidratação do amido e a elasticidade das paredes celulares

e coagula proteínas reduzindo a capacidade de retenção de água. A taxa e o grau de

reidratação podem ser utilizados como um indicativo da qualidade dos alimentos (FELLOWS,

2006).

Para um produto desidratado que será futuramente utilizado no preparo de outros

produtos, o tempo de reidratação assume importância muito grande, já que estes pratos

preparados são submetidos a aquecimento por tempo reduzido, antes de serem servidos.

Assim, a absorção de água deve ser rápida e em maior volume possível, a fim de se aumentar

o rendimento dos produtos instantâneos (PORTO, 2001).

Durante a reidratação, o produto absorve água mais lentamente e não recupera a

textura firme do material fresco. Existem variações substanciais no grau de encolhimento e de

reidratação dependendo do alimento (FELLOWS, 2006).

Os alimentos que são desidratados em condições ótimas sofrem menos danos e

reidratam-se mais rapidamente e de uma forma mais completa do que os desidratados mais

precariamente (FELLOWS, 2006).

Algumas pesquisas mostram que a temperatura de reidratação afeta

acentuadamente a absorção de água: a umidade (para mesmo tempo de processamento)

aumenta com o aumento da temperatura. (KROKIDA e MARINOS-KOURIS, 2003;

MALDONADO et al, 2010; SANJUÁN et al, 1999; MOREIRA et al, 2008).

Wang e Xi (2005) propuseram a realização da secagem de cenouras com aplicação

de energia de micro-ondas em mais de um estágio, com mudança da potência de micro-ondas

aplicada ao longo da secagem. A relação entre as potências de micro-ondas aplicadas nos dois

estágios e o tempo de duração do primeiro foi analisada em termos da razão de reidratação e

Page 74: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 51

teor de b-caroteno. A razão de reidratação das amostras diminui drasticamente com o aumento

da densidade de potência disponível de micro-ondas no estágio inicial até um certo valor

(próximo de 2,0 kW/kg) e aumenta com densidades de potências maiores a partir desse ponto.

Com o aumento da densidade de potência disponível de micro-ondas do segundo estágio (com

duração fixa do primeiro estágio) a razão de reidratação aumenta até um limite de 2,8kW/kg,

mas o teor de caroteno diminui.

Na reidratação, a absorção de água é rápida durante os primeiros estágios, e

gradualmente a taxa de absorção diminui enquanto a umidade se aproxima do equilíbrio;

próximo ao equilíbrio a água praticamente já preencheu os poros disponíveis e o material já

recuperou uma considerável porcentagem de sua umidade original (LEE et al., 2006). Porém

durante a reidratação uma perda de sólidos também ocorre, e pode envolver perda de

vitaminas, açúcares, aminoácidos e minerais. A perda de sólidos é um fenômeno cinético no

qual o principal mecanismo é a difusão, e ocorre a uma velocidade maior que a absorção de

água (GARCÍA-PASCUAL et al., 2006).

Durante o processo de reidratação, além da absorção de água ocorre também a

lixiviação de sólidos. Lewicki (1998) propôs três índices para estimar as características da

reidratação do alimento seco: capacidade de absorção de água (WAC), capacidade de retenção

de sólidos (DHC) e habilidade de reidratação (RA). WAC informa a habilidade do material

absorver água, ou seja, quanto maior a perda da capacidade de absorção do material durante a

desidratação, menor esse índice. WAC pode ser calculado pela Equação 09:

wdwo

wdwr

mm

mmWAC

−−

= (09)

Onde:

WAC = capacidade de absorção de água

mwr = massa de água do material reidratado.

mwd = massa de água do material desidratado.

mwo = massa de água inicial.

Page 75: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 52

DHC expressa a habilidade do material reter sólidos solúveis, além de mostrar a

extensão do dano no grão. Pode ser expressa pela Equação 10:

sd

sr

m

mDHC = (10)

Onde:

DHC = habilidade do material reter sólidos solúv

msr = massa de sólidos do material reidratado.

msd = massa de sólidos do material desidratado.

RA expressa a medida da habilidade de reidratação do produto seco e representa o

dano total no grão causado pelos processos de secagem e reidratação. Quanto menor RA

maior o dano no grão. É dada pela Equação 11:

WACxDHCRA = (11)

Onde:

RA = habilidade de reidratação

WAC = capacidade de absorção de água

DHC = habilidade do material reter sólidos solúveis

3.6. – Análise sensorial

A qualidade do alimento engloba o aspecto de segurança, suas propriedades

nutricionais e sensoriais. A aceitação do produto pelo consumidor está diretamente

relacionada com a qualidade do mesmo (VALENTE, 2007).

Em decorrência do aumento de exigência do consumidor por qualidade dos

alimentos processados, o desenvolvimento da tecnologia industrial, a forte concorrência do

mercado consumidor e o apelo das agências reguladoras de certificação de qualidade,

desenvolver processos que visam um produto final com a preservação das características

desejadas por um longo período é essencial para os cientistas, engenheiros e outros

profissionais da área.

Page 76: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 53

Rahman (2005) afirma que dentro do conceito de qualidade de alimento, a

primeira preocupação é sempre o aspecto de segurança, entretanto não se devem deixar de

lado os outros parâmetros de qualidade do produto. O autor mostra o desafio de se trabalhar

com o desenvolvimento de processamentos que aperfeiçoem todos os aspectos da qualidade, a

fim de olhar o produto final não apenas do ponto de vista de um atributo de qualidade, mas

sim do conjunto de fatores que envolvem o conceito.

A análise sensorial é definida como a disciplina científica usada para evocar,

medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais como são

percebidas pelos sentidos da visão, olfato, paladar, tato e audição (ABNT, 1993).

A avaliação sensorial é uma ciência interdisciplinar na qual se convidam

avaliadores (utilizando os órgãos dos sentidos visão, gustação, olfato, sensibilidade cutânea e

audição), para medir as características sensoriais e a aceitabilidade dos produtos alimentícios

e muitos outros materiais (CHAVES e SPROESSER, 2002).

Considerando o estudo da “Ciência do Consumidor” interface entre a análise

sensorial, a psicologia e o marketing, Minim (2006) cita a análise sensorial como uma

ferramenta expressiva na área de alimentos aplicada na docência, pesquisa e indústria. Uma

ciência que objetiva estudar as percepções, sensações e reações do consumidor sobre as

características dos produtos, incluindo sua aceitação ou rejeição. A analise sensorial se

caracteriza por: a) identificar as propriedades de interesse na qualidade sensorial do alimento;

b) Selecionar o método sensorial mais adequado para quantificação ou qualificação a

sensação experimentada pelo homem em resposta ao estimulo provocado pelo alimento; e, c)

Selecionar e aplicar o método estatístico mais adequado para avaliar os resultados.

A análise sensorial dos alimentos é função primária do homem, que desde a sua

infância, de forma consciente ou não, aceita ou rejeita alimentos de acordo com a sensação

que experimenta ao observá-los ou ingerí-los.

A sensação é definida como uma resposta do organismo aos estímulos do

ambiente; depois de captados na forma de energia, pelos receptores sensoriais são

transformados e enviados ao sistema nervoso central, onde são integrados e decodificados.

(KANDEL et al., 2000; BRITO, 2009).

Avaliar um produto sensorialmente faz parte do cotidiano e esta técnica é utilizada

até por crianças quando aceitam ou rejeitam um alimento por suas características

organolépticas. Profissionalmente, existem técnicas básicas de análise sensorial que podem

ser desenvolvidas com ou sem o auxílio de instrumentos, sendo que estes últimos necessitam

de calibração constante. Já o homem é factível avaliar um produto sensorialmente através dos

Page 77: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 54

cinco sentidos, com resultados subjetivos, mas dificilmente sua sensibilidade e criatividade

serão substituídas por equipamentos eletrônicos (ARAUJO, 2010).

A análise sensorial é um campo muito importante na indústria de alimentos, pois

contribui direta ou indiretamente para inúmeras atividades, como o desenvolvimento de novos

produtos, controle de qualidade, reformulação e redução de custos de produtos, relações entre

condições de processo, ingredientes, aspectos analíticos e sensoriais. No teste sensorial, é

muito importante a padronização das amostras. Muitas vezes o atributo que se pretende

avaliar é influenciado por outros fatores, como a quantidade de amostra e a cor do produto

(ANTONIO, 2006).

De nada vale para o consumidor um produto que possua excelentes características

químicas, físicas, nutricionais ou microbiológicas, que seja considerado de excelente

qualidade, se a característica sensorial deste produto não preencher as necessidades de quem o

consumirá. Então, por meio da análise sensorial, as características de interesse relativas à

qualidade sensorial do alimento são identificadas e adequadamente estudadas (MINIM, 2006;

MORAIS, 2011).

Os testes sensoriais utilizam os órgãos dos sentidos humanos como "instrumentos"

de medida e devem ser incluídos como garantia de qualidade de alimentos por ser uma

medida multidimensional integrada e possuir importantes vantagens como, por exemplo,

determinar a aceitação de um produto por parte dos consumidores (CARDELLO e

CARDELLO, 1998).

Os testes sensoriais são incluídos como garantia de qualidade por serem uma

medida multidimensional integrada possuindo importantes vantagens, tais como, ser capaz de

identificar a presença ou ausência de diferenças perceptíveis, definir características sensoriais

importantes de um produto de forma rápida, capaz de detectar particularidades que não podem

ser detectadas por outros procedimentos analíticos (MORAIS, 2011).

Diferentes testes sensoriais podem ser utilizados na avaliação dos produtos

alimentícios, dentre eles, os testes afetivos, que buscam avaliar a resposta dos consumidores

habituais ou potenciais, com relação à aceitação e/ou preferência de um produto ou de suas

características. Esses testes são usualmente utilizados para comparar produtos concorrentes,

para o desenvolvimento de novos produtos, para a melhoria da qualidade de produtos já

existentes e para a avaliação do mercado potencial (PEREIRA, 2006).

A sensação de sabor é culturalmente estabelecida, uma vez que cada povo tem

uma alimentação e preferência alimentar característica. Para a maioria dos consumidores, as

Page 78: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 55

características sensoriais constituem o aspecto mais importante para determinar se o alimento

vai ou não ser bem aceito (BRITO, 2009).

A sequencia da percepção sensorial durante o consumo de um alimento segue o

seguinte caminho: impressão visual, impressão causada pelo odor, impressão gustativa,

impressão da consistência ou textura e, por último, a impressão causada pelo aroma durante a

gustação (MARCELLINI, 2005).

Os testes de aceitação podem ser classificados em três tipos, como função do local

de aplicação dos testes: laboratório, localização central e uso doméstico. Normalmente, são

utilizados testes de escala hedônica, cujo princípio consiste da avaliação de quanto o provador

gosta ou desgosta de amostras do produto que se está analisando, as quais são oferecidas de

maneira codificada (ANTONIO, 2006; EL-AOUAR, 2005).

Os testes afetivos não requerem treinamento dos provadores e são importantes por

expressar a opinião dos consumidores sobre o produto a ser testado. É uma importante

ferramenta, pois determina diretamente a opinião do consumidor em relação a idéias,

características específicas ou globais de determinado produto, sendo, por isso, também

denominados de teste de consumidor (MININ et al., 2006; MORAIS, 2011).

Nos testes de preferência, os consumidores escolhem um produto entre dois ou

mais produtos e nos testes de aceitação os consumidores classificam, através de uma escala, o

seu gosto pelo produto, o quanto gostam ou desgostam do produto avaliado. Nos testes de

aceitação, a comparação entre os diferentes produtos não é solicitada aos provadores. No

entanto, ao se determinar a aceitação sensorial dos consumidores, utilizando a escala de notas,

em um teste onde vários produtos são avaliados, a preferência do consumidor pode ser

determinada indiretamente, através das notas atribuídas aos diferentes produtos (PEREIRA,

2006).

O ambiente da análise sensorial é extremamente importante, uma vez que pode

interferir e confundir as percepções sensoriais. De maneira geral, o laboratório de analise

sensorial deve possuir um ambiente tranquilo, em que seja possível evitar ou impedir

distrações e interrupções; deve, também, prover conforto físico aos julgadores (MINIM,

2006). Remover todos quantos possíveis os fatores ambientais ou minimizar e padronizar

aqueles que não podem ser removidos através do tratamento é importante. Isto assegura que a

resposta sensorial do provador é o resultado das características do produto, não a resposta

confundida com o ambiente no qual a resposta foi evocada (SHIBUYA, 2004; DUTCOSKY,

2007).

Page 79: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 56

Os cuidados devem se estender a todos os detalhes, como evitar, no ambiente da

análise, odor da preparação e dos provadores, tais como perfumes, cosméticos, cigarro e etc

(DUTCOSKY, 2007).

Quando possível, a temperatura deve ser controlada entre 22ºC e 24ºC e a umidade

relativa de 45% a 55% que garantem o conforto do ambiente de análise e, a iluminação deve

ser adequada ao que se quer avaliar. O nível de barulho deve ser reduzido, tanto dentro como

fora do ambiente de análise. E os provadores não devem ter contato visual ou oral entre si,

evitando-se comentários sobre as amostras (SHIBUYA, 2004).

Os provadores não devem estar com fome na hora da avaliação e o painel deve ser

conduzido quando há uma grande possibilidade que eles estejam mentalmente alerta, ou seja,

submetidos à mínima fadiga mental (MILLER, 1994).

Para o teste realizado em laboratório, o número de provadores deve estar entre 25 e

50 (MARCELLINI; UMBELINO, 2005). Um número menor que 25 pode não apresentar

diferença significativa entre as amostras analisadas e um número superior a 50 pode aumentar

substancialmente a probabilidade de encontrar diferenças significativas entre elas. Com

relação ao número de amostras servidas, a indicação é não passar de cinco amostras por

sessão. Assim, o provador permanece menos tempo nas cabines (de 10 a 15 minutos),

evitando a fadiga sensorial (SOUZA, 2007)

Stone e Sidel (1992) apud Shibuya (2004) acreditam que de todas as escalas e

métodos de teste, a escala hedônica de nove pontos, resultado de um estudo de diferentes

comprimentos de escala, ocupa um nicho único em termos de sua aplicabilidade geral para

medir a aceitação – preferência de um produto. E concluem que parece que esta é uma escala

única, provendo resultados que são válidos e confiáveis.

Entre os métodos sensoriais existentes para medir a aceitação e preferência de um

grupo de provadores, o que utiliza escala hedônica de nove centímetros o mais aplicado,

devido à sua simplicidade, confiabilidade e validade de seus resultados (MARCELLINI;

UMBELINO, 2005; MORAIS, 2011).

Dados hedônicos provêm à informação mais importante e confiável, porque os

consumidores são as únicas pessoas que podem indicar confiável e acuradamente o grau de

agrado ou preferência por um produto (SHIBUYA, 2004).

Os dados obtidos no teste de aceitação devem ser submetidos à análise de

variância (ANOVA) e testes de Tukey, para a obtenção de informações sobre as diferenças

entre os produtos analisados. As diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos

Page 80: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 3 – Aspectos teóricos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 57

produtos são normalmente avaliadas a um nível de confiança de 95% (FERRARI;

UMBELINO, 2005; FERRARI, 2009).

Page 81: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4:

MATERIAL E MÉTODOS

Page 82: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 58

4. Material e métodos

Neste capítulo serão apresentados os materiais, equipamentos, metodologias e

técnicas utilizadas na realização deste trabalho. A parte experimental desta pesquisa foi

realizada no Laboratório de Tecnologia de Alimentos pertencente ao Departamento de

Engenharia Química e no Laboratório de Telecomunicações pertencente ao Departamento de

Engenharia Elétrica, localizados no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) na cidade de Natal/RN.

Como parceira, a Universidade Potiguar cedeu as suas instalações, para execução

da etapa referente à análise sensorial que foi conduzida nas cozinhas pedagógicas e na

Enoteca pertencente ao Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia no campi da Unidade

Roberto Freire, na cidade de Natal/RN.

4.1. Material

A matéria prima utilizada neste estudo foi o feijão (Vigna unguiculata L. Walp) in

natura, no estádio de maturação verde adquirido no mercado local.

Após a aquisição, os grãos foram selecionados manualmente observando-se

critérios de grau de maturação, tamanho do grão médio, aspecto íntegro, ausência de

perfurações na casca ou outros danos físicos, com o objetivo de padronizar a matéria prima,

como mostra a Figura 4.1.

Page 83: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 59

Figura 4.1 - Feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) selecionado. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Em seguida, os feijões verdes foram branqueados em água a uma temperatura de

90ºC durante 3 minutos, seguido do resfriamento em banho de gelo até atingir a temperatura

ambiente, com o objetivo de inativar suas enzimas e manter a cor, conforme ilustra a Figura

4.2. Os feijões não foram congelados, pois a partir de ensaios preliminares observou-se que

após o congelamento havia uma variação considerável do teor de umidade inicial do produto,

portanto para cada ensaio a ser realizado eram comprados feijões “in natura”.

Figura 4.2 – Branqueamento do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp). A) Aquecimento de água para branqueamento. B) Controle de tempo e temperatura do feijão verde. C) Drenagem do feijão branqueado e D) Resfriamento do feijão verde branqueado. Fonte: arquivo pessoal (2011).

A B C D

Page 84: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 60

4.2. Métodos

Os dados relativos ao estudo da reidratação do feijão verde (Vigna unguiculata L.

Walp) desidratado por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico foram obtidos

mediante a metodologia apresentada neste item. Para facilitar o entendimento do trabalho, a

ordem dos itens apresentados na descrição da metodologia segue a mesma ordem da

apresentação e discussão dos resultados apresentados no Capítulo 5 deste documento.

As etapas desenvolvidas para se atingir os objetivos propostos neste trabalho

(Capítulo 2), encontram-se descritas no fluxograma apresentado na Figura 4.3.

Figura 4.3 – Fluxograma experimental (etapas desenvolvidas no trabalho).

SELEÇÃO

BRANQUEAMENTO

Estudo da DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA

Ensaios preliminares: planejamento experimental 1

Ensaio final: planejamento experimental 2

Medição das PROPRIEDADES DIELÉTRICAS

SECAGEM POR MICRO-ONDAS com e sem pré-tratamento osmótico

REIDRATAÇÃO: (planejamento experimental 3)

ANÁLISE SENSORIAL

AQUISIÇÃO DO FEIJÃO VERDE

Page 85: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 61

4.2.1 – Estudo da desidratação osmótica do feijão verde

Para os ensaios do estudo da desidratação osmótica do feijão verde foi feito um

planejamento experimental fatorial do tipo 23 com repetição no ponto central. A ordem de

execução desses ensaios foi aleatória cuja matriz experimental está apresentada na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Planejamento fatorial 23 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas para os ensaios finais de desidratação osmótica do feijão verde.

Ensaios Tempo (min) [NaCl] T(ºC)

1 -1 (10 min) -1 (10 %) -1 (25ºC)

2 +1 (30 min) -1 (10 %) -1 (25ºC)

3 -1 (10 min) +1 (15 %) -1 (25ºC)

4 +1 (30 min) +1 (15 %) -1 (25ºC)

5 -1 (10 min) -1 (10 %) +1 (55ºC)

6 +1 (30 min) -1 (10 %) +1 (55ºC)

7 -1 (10 min) +1 (15 %) +1 (55ºC)

8 +1 (30 min) +1 (15 %) +1 (55ºC)

9 0 (20 min) 0 (12,5%) 0 (40ºC)

10 0 (20 min) 0 (12,5%) 0 (40ºC)

11 0 (20 min) 0 (12,5%) 0 (40ºC)

Page 86: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 62

As etapas desenvolvidas no estudo final da desidratação osmótica do feijão verde

encontram-se representadas no fluxograma ilustrado na Figura 4.4.

Figura 4.4 – Fluxograma experimental para realização do ensaio final do estudo da desidratação osmótica do feijão verde.

Para iniciar os experimentos, a amostra de feijão verde foi selecionada e

branqueada conforme descrito no item 4.1.

Foram preparados três tipos de soluções: a primeira contendo 10% (-1) de NaCl, a

segunda 12,5% (0) do mesmo sal e a terceira 15% (+1). No preparo das soluções foi utilizada

água destilada e cloreto de sódio comercial (marca Nevado).

Antes de iniciar os ensaios, o feijão verde era exposto à temperatura ambiente até

atingir 250C, garantindo assim o padrão de temperatura da amostra no inicio dos

experimentos, conforme exemplificado na Figura 4.5.

SELEÇÃO

BRANQUEAMENTO

PREPARO DA SOLUÇÃO OSMÓTICA

AQUISIÇÃO DO FEIJÃO VERDE

PRÉ-AQUECIMENTO DA SOLUÇÃO OSMÓTICA

PREPARO DA AMOSTRA

DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA

DRENAGEM

PESAGEM FINAL DA AMOSTRA

Page 87: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 63

Figura 4.5 – Solução osmótica com 15% de NaCl e preparo do feijão in natura (25ºC). Fonte: arquivo pessoal (2008).

Os grãos de feijão verde foram colocados em béqueres com solução osmótica na proporção de

feijão-solução 1:3. Cerca de 100g de feijão verde eram imersos em 300ml de solução

osmótica com concentração, temperatura e tempo de imersão predefinidos. Todos os ensaios

foram realizados sem agitação. Para as concentrações de 10% (-1) e 15% (+1) os feijões

foram desidratados seguindo uma combinação de variáveis: temperatura de 25°C (-1) ou 55ºC

(+1) e durante 10 minutos (-1) ou 30 minutos (+1). Para a concentração de 12,5% (0) a

temperatura foi de 40ºC (0) durante 20 minutos (0). Esse ensaio foi realizado em triplicata por

ser o ponto central. O controle das temperaturas de 40°C e 55ºC foram realizados através de

banho-maria com chapas aquecedoras (Figura 4.6), neste caso, as soluções osmóticas eram

pré-aquecidas (Figura 4.7) antes dos ensaios serem iniciados, com o intuito de padronizar a

temperatura da solução minimizando, assim, os erros experimentais. No total onze ensaios de

desidratação osmótica foram realizados. Os ensaios realizados com a concentração de 15% de

NaCl, no tempo de 30 minutos com temperaturas de 250C e 550C estão ilustrados nas Figuras

4.8 e 4.9, respectivamente.

Page 88: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 64

Figura 4.6 – Preparo do banho-maria (estabilização do meio). Fonte: arquivo pessoal (2008).

Figura 4.7 – Pré-aquecimento da solução osmótica (para experimentos com T > 25ºC). Fonte: arquivo pessoal (2008).

Figura 4.8 – Ensaio de desidratação osmótica (T = 25ºC - 15% NaCl por 30 min). Fonte: arquivo pessoal (2008)

Figura 4.9 – Ensaio de desidratação osmótica (T = 55ºC - 15% NaCl por 30 min). Fonte: arquivo pessoal (2008)

Atingido o tempo definido para o experimento, as amostras eram retiradas do

sistema de desidratação e drenadas utilizando-se uma peneira de malha fina, onde

permaneciam descansando por um tempo de 5 minutos com o intuito de drenar o máximo

possível de solução das amostras (Figura 4.10). Após o tempo de descanso durante a

drenagem, as amostras eram pesadas (Figura 4.11).

Page 89: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 65

Figura 4.10 – Drenagem da solução osmótica (t = 5 min). Fonte: arquivo pessoal (2008)

Figura 4.11 – Pesagem do feijão após a drenagem da solução osmótica. Fonte: arquivo pessoal (2008)

Para a determinação da umidade do feijão verde, pequenas amostras de

aproximadamente 2g de feijão foram distribuídas em bandejas metálicas de uma balança

analisadora de umidade por infravermelho (infrared moisture meter analyzer) da marca

Mettler-Toledo modelo LJ16 (Figura 4.12) O tempo de 120 min para feijão verde desidratado

osmoticamente a uma temperatura de 70ºC utilizados foi determinado por Oliveira et al, 2009.

Para cada condição de processamento da desidratação osmótica foram calculadas a

perda de água (WL), ganho de sólidos (GS) e índice de eficiência da desidratação (Pr) como

estão mostradas nas equações 1, 2 e 3 no Capítulo 3: Aspectos teóricos.

Figura 4.12 – Balança analisadora de umidade por infravermelho da marca Mettler-Toledo modelo LJ16. Fonte: arquivo pessoal (2010)

Page 90: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 66

4.2.2 – Estudo para medição das propriedades dielétricas do feijão verde

As etapas desenvolvidas no estudo da medição das propriedades dielétricas do

feijão verde in natura e desidratado osmoticamente encontram-se demonstradas no

fluxograma apresentado na Figura 4.13.

Figura 4.13 – Fluxograma experimental para estudo das propriedades dielétricas do feijão verde in natura e desidratado osmoticamente.

Para a inativação enzimática do feijão, realizou-se branqueamento conforme

descrito no item 4.1. Após o branqueamento a amostra de feijão verde in natura foi triturada

em processador doméstico e separada em porções pesando cada uma aproximadamente 40g.

A etapa de trituração tem como objetivo se obter amostras homogêneas e uniformes para

facilitar a leitura das propriedades dielétricas, denominada de pasta de feijão verde (Figura

4.14).

Após o estudo da desidratação osmótica do feijão verde, foi realizada a medição

das propriedades dielétricas do feijão verde in natura e desidratado osmoticamente nas

mesmas condições estudadas no item 4.2.1 a fim de determinar a melhor condição de

desidratação osmótica para ser utilizada como pré-tratamento das amostras antecedendo a

secagem por micro-ondas.

SELEÇÃO

BRANQUEAMENTO

DESIDRATAÇÃO OSMOTICA

AQUISIÇÃO DO FEIJÃO VERDE

PREPARO DA AMOSTRA

MEDIÇÃO DAS PROPRIEDADES DIELÉTRICAS

Page 91: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 67

No total nove ensaios de desidratação osmótica foram realizados, seguindo a

metodologia descrita no item 4.2.1, conforme apresentado na Tabela 4.2. Após a desidratação

osmótica, as amostras também foram trituradas, compactadas no intuito de minimizar os

efeitos do ar atmosférico na medição das propriedades dielétricas, e separadas em porções de

aproximadamente 40g cada, formando uma pasta de feijão verde.

Figura 4.14 – Amostra utilizada na medição das propriedades dielétricas da pasta de feijão verde. Fonte: arquivo pessoal (2009)

Tabela 4.2 – Condições operacionais da desidratação osmótica do feijão verde.

Ensaios [NaCl] % T(ºC) Tempo (min)

1 10 25 10

2 10 25 30

3 10 55 10

4 10 55 30

5 15 25 10

6 15 25 30

7 15 55 10

8 15 55 30

9 12,5 40 20

Page 92: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 68

Amostras de pasta de feijões verde in natura e desidratadas osmoticamente nas

condições operacionais (Tabela 4.3) foram utilizadas para a caracterização dielétrica. As

propriedades dielétricas foram medidas através de uma sonda tipo probe HP 85070 fabricada

pela Agilent Technologies a qual fornece a medição da permissividade complexa (ε = ε' – jε").

Para calibrar o equipamento utilizou-se como padrão a água, por possuir as propriedades

dielétricas já conhecidas (VENKATESH e RAGHAVAN, 2004). O aparato experimental está

representado na Figura 4.15.

Figura 4.15 – Aparato experimental utilizado na medição das propriedades dielétricas da pasta de feijão verde. Fonte: arquivo pessoal (2009)

Foram realizados experimentos para medição da permissividade complexa na

frequencia utilizada nos fornos de microondas comerciais, 2,45 GHz. As amostras trituradas e

pesando aproximadamente 40g foram colocadas em pequenos recipientes de vidro, nos quais

a sonda era introduzida (Figuras 4.16 e 4.17) para efetuar a medição da constante dielétrica e

da constante de relaxação, assim como um termômetro para medição da temperatura. Os

valores das propriedades dielétricas foram obtidos através de aquisição on line (Figura 4.18).

Page 93: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 69

Figura 4.16 – Pesagem de amostras antes da medição das propriedades dielétricas. Fonte: arquivo pessoal (2009).

Figura 4.17– Sonda introduzida na amostra para medição das propriedades dielétricas. Fonte: arquivo pessoal (2009).

Figura 4.18 – Ilustração da aquisição online dos dados de propriedades dielétricas da pasta de feijão verde. Fonte: arquivo pessoal (2009).

Page 94: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 70

As medidas das permissividades complexas em função da variação da temperatura, na

faixa de 25ºC a 100ºC, foram realizadas aquecendo cada amostra em forno de micro-ondas, a

cada intervalo de tempo de aproximadamente 10 segundos.

4.2.3 – Secagem por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico

As etapas desenvolvidas no estudo da secagem por micro-ondas com e sem pré-

tratamento osmótico encontram-se apresentados no fluxograma mostrado na Figura 4.19.

Figura 4.19 – Fluxograma experimental para estudo da secagem do feijão verde por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico.

No início dos ensaios, a amostra de feijão verde foi selecionada e branqueada

conforme descrito no item 4.1.

Nessa etapa do estudo, foi utilizado um micro-ondas comercial da marca Eletrolux

(frequencia de 2451 MHz, potência de 1,7 kW e volume de 28 Litros) adaptado com uma

bomba a vácuo para arraste da umidade durante o processo, conforme ilustrado nas Figuras

4.20 e 4.21. A bomba a vácuo acoplada ao aparato experimental não chega a provocar um

vácuo dentro do forno, a bomba foi utilizada apenas para que a água proveniente da secagem

do feijão verde não acumulasse no interior do forno.

SELEÇÃO

BRANQUEAMENTO

PESAGEM DA AMOSTRA inicial

AQUISIÇÃO DO FEIJÃO VERDE

DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA

SECAGEM POR MICRO-ONDAS

PESAGEM DA AMOSTRA final

Page 95: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 71

Figura 4.20 – Aparato experimental para secagem por micro-ondas do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico. Fonte: Arquivo pessoal (2011).

Figura 4.21 – Visão interna do micro-ondas adaptado para secagem do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico. Fonte: Arquivo pessoal (2011).

Todos os experimentos de secagem foram iniciados com uma massa original de

aproximadamente 15g distribuídas em uma única camada numa placa de petri (Figura 4.22).

Figura 4.22 – Preparo da amostra para inicio dos ensaios de secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico. Fonte: Arquivo pessoal (2011).

Page 96: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 72

A secagem foi realizada para amostras de feijão verde in natura e para amostras

pré-desidratadas osmoticamente conforme metodologia apresentada no item 4.2.1.2 utilizando

a melhor condição de processo definida após a discussão dos resultados dos itens 4.2.1 e

4.2.2, ou seja, concentração da solução osmótica de 12,5% de cloreto de sódio, temperatura da

solução osmótica de 400C e tempo de imersão do feijão verde na solução osmótica de 20

minutos.

No caso da secagem por micro-ondas das amostras pré-desidratadas

osmoticamente, a massa inicial do ensaio de secagem foi de aproximadamente 11g (massa

final obtida após o ensaio de desidratação osmótica) sendo distribuídas em uma única camada

numa placa de petri, conforme ilustrado na Figura 4.23.

Figura 4.23 – Preparo da amostra para inicio dos ensaios de secagem por micro-ondas de feijão verde pré-desidratado osmoticamente. Fonte: Arquivo pessoal (2011).

No preparo das amostras de feijão verde in natura e pré-desidratado

osmoticamente após a pesagem da amostra (Figuras 4.22 e 4.23) distribuíram-se os grãos

uniformemente em uma placa de petri e a posicionou no centro do prato giratório do micro-

ondas, para evitar o superaquecimento do produto no decorrer da secagem. As mesmas

posições foram padronizadas em todos os experimentos baseado em Pereira (2007), conforme

mostra a Figura 4.24, no intuito de minimizar os efeitos da variação na distribuição das micro-

ondas dentro da cavidade que não é uniforme.

Page 97: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 73

Figura 4.24 – Localização da amostra no prato giratório do forno micro-ondas. Fonte: Arquivo pessoal (2011).

Para a realização da secagem por micro-ondas, as amostras, com sua massa pré-

definida, foram desidratadas até peso constante e/ou ate apresentarem um aspecto visual dos

grãos bastante secos, porém sem estarem queimados. Este processo ocorreu em média 210

segundos (3,5 minutos) para o feijão sem pré-tratamento osmótico e 120 segundos (2

minutos) para o feijão verde com pré-tratamento osmótico.

Ao final da secagem, obteve-se em média 5 gramas de feijão verde seco utilizando

os dois processos de secagem, ou seja, com e sem pré-tratamento osmótico. A Figura 4.25

ilustra o aspecto do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico.

As curvas de secagem do feijão verde, com e sem pré-tratamento osmótico foram

obtidas através da pesagem do material durante o processo de secagem, em intervalos de

tempo pré-definidos de 10 segundos inicialmente e após o tempo de 60 segundos a cada 30

segundos até completar o tempo total de secagem determinado para cada ensaio. A

temperatura das amostras foi acompanhada a cada intervalo de pesagem através de um

termômetro de infravermelho da marca Instrutherm modelo TI-860 cuja medida foi pontual e

superficial. Devido não ter o termômetro ótico no aparato experimental, necessário para

acompanhamento do perfil de temperatura do feijão verde no interior do forno de micro-

ondas, a variável temperatura não foi considerada durante o estudo da secagem.

Page 98: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 74

Figura 4.25 – Pesagem final do feijão verde após secagem por micro-ondas. A) Aspecto do feijão verde seco sem desidratação osmótica. B) Aspecto do feijão verde seco com desidratação osmótica. Fonte: Arquivo pessoal (2011).

Logo após os experimentos de secagem, as amostras secas com e sem pré-

tratamento osmótico foram submetidas às analises do teor de umidade, onde pequenas

amostras de aproximadamente 1g de feijão foram distribuídas em bandejas metálicas de uma

balança analisadora de umidade por infravermelho (infrared moisture meter analyzer) da

marca Mettler-Toledo modelo LJ16 (Figura 4.12). Para otimização do tempo na realização

das análises de umidade, em virtude da quantidade de amostras existentes, adaptou-se as

metodologias propostas por IAL (2008) e Cecchi (2003) onde foi adotado a temperatura de

1050C e o tempo de tempo de 20 min para feijão verde seco e 50 minutos para o feijão verde

in natura ou desidratado osmoticamente. Foram realizados testes preliminares para validação

desse método.

A

B

Page 99: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 75

4.2.4 – Estudo da reidratação do feijão verde

Para os ensaios finais foi feito um planejamento experimental fatorial do tipo 22

com repetição no ponto central. A ordem de execução desses ensaios foi aleatória cuja matriz

experimental está apresentada na Tabela 4.3. Este planejamento foi executado duas vezes, na

primeira considerando o feijão verde seco sem pré-tratamento osmótico e na segunda feijão

verde seco com pré-tratamento osmótico.

Tabela 4.3 – Planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas para o estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas

com e sem pré-tratamento osmótico.

Ensaios T(ºC) Tempo de reidratação (min)

1 -1 (30ºC) -1 (30 min)

2 -1 (30ºC) +1 (90 min)

3 +1 (60ºC) -1 (30 min)

4 +1 (60ºC) +1 (90 min)

5 0 (45ºC) 0 (60 min)

6 0 (45ºC) 0 (60 min)

7 0 (45ºC) 0 (60 min)

As etapas desenvolvidas no estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-

ondas com e sem pré-tratamento osmótico encontram-se representados no fluxograma

ilustrado na Figura 4.26.

Page 100: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 76

Figura 4.26 – Fluxograma experimental para estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico.

Como o estudo da reidratação foi realizado em três temperaturas diferentes,

inicialmente foi realizado o aquecimento da água destilada a ser utilizada no processo,

conforme ilustrado na Figura 4.27. A temperatura da água destilada foi monitorada com o

auxílio de um termômetro digital tipo espeto da marca Incoterm com escala de – 500C a

+3000C.

AQUECIMENTO DA ÁGUA PARA REIDRATAÇÃO

PESAGEM DA AMOSTRA inicial

FEIJÃO VERDE SECO

REIDRATAÇÃO

DRENAGEM

DESCANSO DA AMOSTRA

PESAGEM DA AMOSTRA final

Page 101: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 77

Figura 4.27 – Pré-aquecimento da água destilada a ser utilizada durante o ensaio de reidratação do feijão verde a temperatura de 450C. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Procedeu-se a secagem do feijão verde por micro-ondas, com ou sem pré-

tratamento osmótico, de forma aleatória, conforme metodologia descrita no item 4.2.3.

A reidratação foi realizada através da imersão de amostras de feijão verde seco de

aproximadamente 5g em água destilada na proporção de 1:10 em béqueres de 50mL de

capacidade (Figura 4.28), por diferentes tempos de imersão (30 minutos, 60 minutos e 90

minutos), conforme planejamento apresentado na Tabela 4.4. O comportamento das amostras

foi avaliado em três diferentes temperaturas (300C, 450C e 600C) controladas em banho-maria

TE-054mag da marca TECNAL. Estas temperaturas foram monitoradas durante todo o ensaio

de reidratação com o auxílio de um termômetro digital tipo espeto da marca Incoterm com

escala de – 500C a +3000C (Figura 4.29).

Figura 4.28 – Preparo das amostras para estudo da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico. A) massa inicial da amostra e B) Inicio da reidratação. Fonte: arquivo pessoal (2011).

A) B)

Page 102: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 78

Figura 4.29 – Monitoramento da temperatura durante reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico. A) ensaio realizado a 300C, B) ensaio realizado a 450C e C) ensaio realizado a 600C. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Ao término do tempo de reidratação definido para o ensaio, efetuava-se a

drenagem da água utilizada no processo, utilizando-se uma peneira de malha fina, onde os

feijões permaneciam escorrendo por 3 minutos (Figura 4.30).

Figura 4.30 – Drenagem do feijão verde após ensaio de reidratação. A) Peneira de malha fina e papel toalha utilizados na drenagem. B) Drenagem do feijão verde e C) Tempo de escorrimento de 3 minutos. Fonte: arquivo pessoal (2011).

A) B) C)

A) B) C)

Page 103: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 79

Após a drenagem do feijão verde, as amostras de feijões reidratados passaram por

uma etapa de descanso, onde eram dispostos em uma camada fina sobre uma folha de papel

toalha para retirar o excesso de água existente na amostra. Após o descanso de 5 minutos, a

folha de papel toalha era trocada (Figura 4.31) e em seguida as amostras eram pesadas

Figura 4.31 – Etapa de descanso da amostra após drenagem do feijão verde. A) Etapa 1. B) Etapa 2. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Logo após os ensaios de reidratação, as amostras foram submetidas às analises do

teor de umidade, onde pequenas amostras de aproximadamente 1g de feijão foram distribuídas

em bandejas metálicas de uma balança analisadora de umidade por infravermelho (infrared

moisture meter analyzer) da marca Mettler-Toledo modelo LJ16 (Figura 4.12). Adaptou-se as

metodologias propostas por IAL (2008) e Cecchi (2003) onde foi adotado a temperatura de

1050C e o tempo de tempo 50 minutos para o feijão verde in natura ou reidratado.

A)

B)

Page 104: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 80

4.2.5 – Análise sensorial do feijão verde

A análise sensorial foi realizada comparando-se três amostras de feijão verde, a

saber: feijão verde seco por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico (feijão 1), feijão verde

seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico (feijão 2) e feijão verde in natura (feijão

3), conforme ilustrado na Figura 4.32.

Figura 4.32 – Tipos de amostras de feijão verde utilizadas na análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011).

As amostras utilizadas na analise sensorial do feijão verde foram preparadas nas

cozinhas pedagógicas do Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da Universidade

Potiguar. Inicialmente as amostras de feijão verde seco com e sem pré-tratamento osmótico

(Figura 4.33) foram reidratadas, em um forno combinado, utilizando a proporção feijão-água

de 1:2 (Figura 4.34). A condição operacional utilizada foi uma temperatura de reidratação de

600C por 90 minutos, condição esta obtida como melhor condição de reidratação após a

analise dos resultados do item 4.2.4.

Page 105: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 81

Figura 4.33 – Amostras de feijão verde seco sem (feijão 1) e com (feijão 2) pré-tratamento osmótico organizadas para inicio da reidratação. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Figura 4.34 – Amostras de feijão verde seco sem (feijão 1) e com (feijão 2) pré-tratamento osmótico reidratando a uma temperatura de 600C por 90 minutos em um forno combinado. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Page 106: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 82

Na sequencia as amostras de feijão verde reidratado (feijão 1 e feijao 2) (Figura

4.35) foram levadas para cocção utilizando-se a mesma água de reidratação, conforme

ilustrado na Figura 4.36.

Figura 4.35 – Amostras de feijão verde reidratados (feijão 1) e (feijão 2) e feijão verde in natura. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Figura 4.36 – Organização das amostras de feijão verde reidratados (feijão 1) e (feijão 2) para cocção. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Page 107: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 83

As amostras de feijão verde in natura e reidratado a partir da secagem sem pré-

tratamento osmótico (feijão 1) foram cozidas na água de reidratação com sal (4g de sal para

cada 1000g de feijão verde) sem nenhum tempero adicional por um tempo médio de 30

minutos (Figura 4.37 e 4.38). No cozimento da amostra do feijão verde reidratado a partir da

secagem com pré-tratamento osmótico (feijão 2) não foi adicionado sal, sendo considerado

apenas o sal presente na amostra devido o próprio tratamento osmótico. Não foi possível

quantificar este teor de sal, no feijão 2, pois não foram realizadas análises do teor de sódio

após a desidratação osmótica.

Figura 4.37 – Cozimento das amostras de feijão verde reidratados. A) feijão 1 – sem pré-tratamento osmótico e B) feijão 2 – com pré-tratamento osmótico. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Figura 4.38 – Amostras de feijão verde cozidos a partir da reidratação do feijão seco sem pré-tratamento osmótico (feijão 1), feijão seco com pré-tratamento osmótico (feijão 2) e feijão verde in natura. Fonte: arquivo pessoal (2011).

A) B)

Page 108: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 84

Após o cozimento, as amostras foram temperadas, com uma hora de antecedência

do início da análise, com manteiga da terra e coentro, com intuito de simular a forma

tradicional de consumo deste produto no nordeste brasileiro (Figura 4.39). As amostras de

feijão verde foram mantidas aquecidas para serem servidas quentes durante a análise sensorial

remetendo o máximo possível à forma de consumo deste alimento.

Figura 4.39 – Amostras de feijão verdes cozidos e temperadas para análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011).

A avaliação sensorial foi executada mediante teste de aceitação afetivo utilizando

39 provadores não treinados, mas consumidores de feijão verde. A análise sensorial foi

realizada na Enoteca do Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da Universidade

Potiguar (Figura 4.40) distante da área de preparo das amostras utilizando-se luz branca, em

ambiente calmo e livre de odores. A avaliação foi conduzida em três sessões com dez

provadores cada e uma sessão com nove provadores, realizada em um único dia.

Page 109: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 85

Figura 4.40 – Ambiente de realização da análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011).

As amostras foram servidas, quentes, em copos plásticos transparentes de 50mL,

codificados com três dígitos numéricos, em um prato descartável. Foi oferecido água natural

para limpar o palato entre a degustação das amostras, conforme apresentado na Figura 4.41.

Figura 4.41 – Amostras servidas durante a análise sensorial. Fonte: arquivo pessoal (2011).

Antes de iniciar a análise, os provadores eram informados de que se tratava de

amostras de feijão verde temperadas com manteiga da terra e coentro. Os provadores foram

solicitados a avaliar o quanto gostaram ou desgostaram das amostras com relação aos

atributos de aparência, cor, odor, sabor e textura, utilizando escala hedônica de nove pontos,

Page 110: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 4 – Material e métodos

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 86

conforme ficha de análise sensorial ilustrada na Figura 4.42. Além disso, o provador era

questionado se ele compraria e consumiria o produto.

Figura 4.42– Ficha de análise sensorial utilizada.

A análise estatística dos dados foi feita através da Análise de Variância, sendo

aplicado o teste de Tukey a p≤0,05 e p≤0,01 (MINIM, 2006). O índice de aceitabilidade (I.A.)

foi calculado de acordo com Teixeira et al (1987), Minim (2006) e Dutcosky (2007), a seguir:

( ) ( )Z

YIA *100% = (12)

Onde:

(Y) = nota média obtida por produto;

Z = nota máxima dada ao produto.

O produto é considerado aceito quando o I.A. para todos os atributos analisados

for maior que 70%.

Page 111: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5:

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 112: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 87

5. Resultados e discussão

5.1 – Estudo da desidratação osmótica do feijão verde

A análise dos resultados obtidos para tempo de desidratação osmótica,

concentração e temperatura da solução osmótica, tendo como resposta a perda de água

(WL%), o ganho de sólidos (GS%) e a eficiência do processo de desidratação osmótica

representada pela relação WL(%)/GS(%), foi realizada através de métodos estatísticos,

utilizando-se o programa “Statistica” versão 7.0 de acordo com o planejamento fatorial 23

com três repetições no ponto central, cuja matriz estatística e os resultados obtidos estão

mostrados na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Planejamento fatorial 23 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas e reais e variáveis respostas para os ensaios finais de desidratação

osmótica do feijão verde. Ensaios Tempo (min) [NaCl] T(ºC) WL(%) GS(%) WL(%)/GS(%)

1 -1 (10 min) -1 (10 %) -1 (25ºC) 4,51 3,79 1,19

2 +1 (30 min) -1 (10 %) -1 (25ºC) 9,71 7,02 1,38

3 -1 (10 min) +1 (15 %) -1 (25ºC) 5,44 4,53 1,20

4 +1 (30 min) +1 (15 %) -1 (25ºC) 9,57 5,50 1,74

5 -1 (10 min) -1 (10 %) +1 (55ºC) 6,08 3,04 2,00

6 +1 (30 min) -1 (10 %) +1 (55ºC) 6,79 4,63 1,47

7 -1 (10 min) +1 (15 %) +1 (55ºC) 9,23 4,82 1,92

8 +1 (30 min) +1 (15 %) +1 (55ºC) 11,83 5,86 2,02

9 0 (20 min) 0 (12,5%) 0 (40ºC) 10,25 4,57 2,24

10 0 (20 min) 0 (12,5%) 0 (40ºC) 9,20 4,50 2,04

11 0 (20 min) 0 (12,5%) 0 (40ºC) 10,25 4,53 2,26

A Tabela 5.2 e a Figura 5.1 apresentam os efeitos principais e de interação das

variáveis independentes tendo como resposta a perda de água (WL%) após a desidratação

osmótica, considerando as interações entre as variáveis com um limite de confiança de 95%.

Page 113: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 88

Os dados foram obtidos considerando o erro puro. Conforme mostra o diagrama de Pareto

(Figura 5.1) que envolve as variáveis tempo de desidratação osmótica (t), concentração

[NaCl] e temperatura (T) da solução osmótica e a interação entre elas, os efeitos foram

estatisticamente significativos sobre a variável resposta, perda de água (WL%).

Tabela 5.2 – Efeitos estimados para a perda de água (WL%) nos ensaios finais do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

Efeitos estimados; R2 = 0,9666; Ajuste: 0,8888 MS Erro Puro: 0,3675

Variável Independente

Efeitos Estimados

Desvio Padrão/ Erro Puro

Lim Conf -95%

Lim Conf +95%

Média/interação 135,786 16,78298 63,575 207,997

(1) t (min) (L) 3,160 0,42866 1,316 5,004

(2) [NaCl] (L) 2,245 0,42866 0,401 4,089

(3) T(0C) (L) 1,175 0,42866 -0,669 3,019

1 (t) by 2 ([NaCl]) 0,205 0,42866 -1,639 2,049

1 (t) by 3 (T) -1,505 0,42866 -3,349 0,339

2 ([NaCl]) by 3 (T) 1,850 0,42866 0,006 3,694

Observa-se na Tabela 5.2 que o valor do coeficiente de determinação R2 foi de

aproximadamente 97% indicando que um modelo linear representa bem a relação entre os

efeitos e a resposta. Entretanto, para se conhecer se esse modelo proposto possui significância

estatística e se é útil para fazer previsão deve-se fazer uma análise de variância (ANOVA).

Page 114: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 89

,4782337

2,741096

-3,51094

4,315768

5,237242

7,371798

p=,05

1by2

(3)T(ºC)

1by3

2by3

(2)[NaCl]

(1)tempo (min)

Figura 5.1 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre perda de água (WL%): ensaios finais.

Analisando-se a Figura 5.1 observa-se que a variável tempo de desidratação

osmótica foi a que influenciou de forma mais significativa a perda de água atingindo um

efeito estimado de aproximadamente 7,37. A concentração da solução osmótica também

influenciou de forma significativa com efeito positivo de aproximadamente 5,24. A interação

entre a concentração e a temperatura da solução osmótica também teve sua influência

significativa, com efeito, de aproximadamente 4,32. Estes efeitos positivos provocados pelas

variáveis independentes mostram que quanto maior a concentração da solução osmótica e o

tempo de desidratação, maior a perda de água da amostra em estudo.

A síntese dos resultados da análise de regressão para a variável resposta de perda

de água é mostrada na Tabela 5.3.

Tabela 5.3 – Resultados da análise de regressão para a perda de água (WL%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde – ANOVA.

Fonte de Variação

SQ gL MQ Fcalc Ftab Fcalc/Ftab

Regressão 45,6672 4 11,4168 Resíduos 9,2056 6 1,5343

7,4413 4,53 1,64

Falta de ajuste 8,4706 4 2,1176 Erro puro 0,7350 2 0,3675

5,7623 19,25 0,30

Total 54,8728 10 5,4873

Page 115: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 90

De acordo com os dados apresentados nessa tabela, o modelo ajustado apresenta

uma qualidade de ajuste em torno de 83,22% e coeficiente de correlação de 96,66%.

Com relação ao teste F, que verifica se o modelo explica uma quantidade

significativa da variação nos dados obtidos pela simulação, observa-se que o modelo ajustado

aos dados experimentais é estatisticamente significativo uma vez o valor de F é 1,64 vezes

superior ao valor tabelado, a um nível de confiança de 95%, todavia não é útil para fins

preditivos (Fcalc//Ftab <4). Realizando-se o teste F para a falta de ajuste é possível se avaliar

se o modelo está ou não bem ajustado às observações experimentais. Uma vez que a relação

entre Fcalculado e Ftabelado para a falta de ajuste e o erro puro é menor 0,3 (<1) considera-se que

em relação a regressão o ajuste é satisfatório e que os desvios na predição dos dados se deve

ao erro aleatório.

A avaliação do modelo também pode ser feita através da observação do gráfico de

valores preditos versus os valores observados que são mostrados na Figura 5.2. Os valores

preditos pelo modelo são representados pela reta, enquanto que os valores observados

representam-se pelos pontos. Salienta-se, que embora o modelo não seja preditivo, os valores

preditos se aproximam dos observados.

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Valores observados

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

Val

ores

pre

dito

s

Figura 5.2 – Valores observados versus valores preditos para a perda de água durante os ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde.

Page 116: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 91

Observando a superfície de resposta ilustrada na Figura 5.3 verifica-se que o

modelo ajustado parece representar bem a relação entre a perda de água e as variáveis

independentes (tempo de desidratação e concentração da solução osmótica).

Figura 5.3 – Superfície de resposta da perda de água (WL%) durante a desidratação osmótica do feijão verde em função da concentração da solução e do tempo de desidratação.

Na superfície de resposta para a perda de água (WL%) em função da concentração

da solução osmótica e do tempo de desidratação com a temperatura fixada no ponto central

(°C), observa-se a influência positiva da concentração da solução osmótica e do tempo de

processamento sobre a perda de água após a desidratação osmótica do feijão verde, Verifica-

se que a melhor condição de processo para a variável perda de água é a desidratação por um

tempo de 30 minutos em uma solução osmótica com 15% de cloreto de sódio, aquecida a uma

temperatura de 550C, quando o feijão apresenta uma perda de água de 11,83%, conforme

também se observa na Tabela 5.1.

A Tabela 5.4 e a Figura 5.3 apresentam os efeitos principais e de interação das

variáveis independentes tendo como resposta o ganho de sólidos (GS%) após a desidratação

osmótica, considerando as interações entre as variáveis com um limite de confiança de 95%.

Page 117: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 92

Os dados foram obtidos considerando o erro puro. Conforme mostra o diagrama de Pareto

(Figura 5.3) que envolve as variáveis tempo de desidratação osmótica (t), concentração

[NaCl] e temperatura (T) da solução osmótica e a interação entre elas, todos os efeitos foram

estatisticamente significativos sobre a variável resposta, ganho de sólidos (GS%).

Tabela 5.4 – Efeitos estimados para o ganho de sólidos (GS%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde.

Efeitos estimados; R2 = 0,9664; Ajuste: 0,8882 MS Erro Puro: 0,0012333

Variável Independente

Efeitos Estimados

Desvio Padrão/ Erro Puro

Lim Conf -95%

Lim Conf +95%

Média/interação 18,0484 0,972256 13,8651 22,2317

(1) t (min) (L) 1,7075 0,024833 1,6007 1,8143

(2) [NaCl] (L) 0,5575 0,024833 0,4507 0,6643

(3) T(0C) (L) -0,6225 0,024833 -0,7293 -0,5157

1 (t) by 2 ([NaCl]) -0,7025 0,024833 -0,8093 -0,5957

1 (t) by 3 (T) -0,3925 0,024833 -0,4993 -0,2857

2 ([NaCl]) by 3 (T) 0,9475 0,024833 0,8407 1,0543

Observa-se na Tabela 5.4 que o valor do coeficiente de determinação R2 foi de

aproximadamente 97% indicando que o modelo de primeira ordem representa bem a relação

entre os efeitos e a resposta.

Page 118: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 93

-15,8057

22,45017

-25,0677

-28,2892

38,15522

68,75994

p=,05

1by3

(2)[NaCl]

(3)T(ºC)

1by2

2by3

(1)tempo (min)

Figura 5.4 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre o ganho de sólidos (GS%): ensaios finais.

Analisando-se a Figura 5.4 observa-se que a variável tempo de desidratação

osmótica foi a que influenciou de forma mais significativa o ganho de sólidos atingindo um

efeito estimado de aproximadamente 68,76. A interação entre a concentração e a temperatura

da solução osmótica também exerceu influência significativa, com efeito, de

aproximadamente 38,16. A concentração da solução osmótica também influenciou de forma

significativa com efeito positivo de aproximadamente 22,45. Estes efeitos positivos

provocados pelas variáveis independentes mostram que quanto maior a concentração da

solução osmótica e o tempo de desidratação, maior o ganho de sólidos da amostra em estudo.

Entretanto, a interação entre o tempo de desidratação e a concentração da solução

osmótica influenciou significativamente com efeito negativo de aproximadamente 28,29. A

temperatura da solução osmótica também influenciou de forma significativa com efeito

negativo de aproximadamente 25,07, por fim, a interação entre o tempo de desidratação e a

temperatura da solução osmótica apresentou influência significativa com efeito negativo de

aproximadamente 15,80. o efeito negativo provocado pela temperatura demonstra que quanto

maior a temperatura da solução osmótica, menor o ganho de sólidos da amostra em estudo.

Com relação aos efeitos provocados pelas interações entre as variáveis independentes é

importante se observar que de forma estes podem minimizar ou anular os efeitos das

variáveis principais.

A síntese dos resultados da análise de regressão para a variável resposta de ganho

de sólidos é mostrada na Tabela 5.5.

Page 119: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 94

Tabela 5.5 – Resultados da análise de regressão para o ganho de sólidos (GS%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde – ANOVA.

Fonte de Variação

SQ gL MQ Fcalc Ftab Fcalc/Ftab

Regressão 10,6097 7 1,5157 Resíduos 0,3680 3 0,1227

12,3567 8,89 1,39

Falta de ajuste 0,3655 1 0,3655 Erro puro 0,0025 2 0,0012

296,3615 18,51 16,01

Total 10,9777 10 1,0978

De acordo com os dados apresentados nessa tabela, os modelos ajustados

apresentam uma qualidade de ajuste em torno de 96,65% da variação em torno da média

explicada pela regressão.

Na Tabela 5.5, os valores de F apresentam valores apenas 1,39 vezes superiores ao

valor tabelado, a um nível de confiança de 95%, mostrando que o modelo é significativo mas

não é útil para fins preditivos. O resultado do teste F para a falta de ajuste (razão >>1)

confirma a falta de ajuste do modelo de primeira ordem aos dados do ganho de sólidos.

A avaliação do modelo também pode ser feita através da observação do gráfico de

valores preditos versus os valores observados que são mostrados na Figura 5.5. Salienta-se,

que embora o modelo não seja preditivo, o ajuste do modelo é satisfatório e os dados preditos

se aproximam dos observados nos experimentos.

2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5

Valores observados

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

Va

lore

s p

red

itos

Figura 5.5 – Valores observados versus valores preditos para o ganho de sólidos durante os ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde.

Page 120: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 95

Na Tabela 5.1 verifica-se que o maior ganho de sólidos (7,02%) aconteceu no

ensaio onde o feijão verde foi desidratado por um tempo de 30 minutos em uma solução

osmótica com 10% de cloreto de sódio, mantida a uma temperatura de 250C. No entanto o

menor ganho de sólidos (3,04%), define a melhor condição de processo como sendo a

desidratação do feijão verde por um tempo de 10 minutos em uma solução osmótica de 10%

de NaCl, mantida a uma temperatura de 550C (Tabela 5.1).

O soluto impregnado durante o processo de desidratação osmótica e presente em

maior concentração na região próxima à superfície pode facilitar a formação de uma crosta

endurecida, que oferece resistência à secagem dificultando o deslocamento do vapor de água

dentro do grão. Este aspecto pode ser compensado pela menor quantidade de água a ser

removida durante a secagem, devido à redução inicial obtida pelo tratamento osmótico prévio.

Entretanto, o processamento combinado normalmente está baseado na qualidade superior

atribuída aos aspectos sensoriais e físicos do produto final (MONNERAT, 2009).

Por fim, a Tabela 5.6 e a Figura 5.6 apresentam os efeitos principais e de interação

das variáveis independentes tendo como resposta a eficiência do processo de desidratação

osmótica representada pela relação da perda de água e do ganho de sólidos (WL%/GS%),

considerando as interações entre as variáveis para um limite de confiança de 95%. Conforme

se observa na Tabela 5.6 e no diagrama de Pareto (Figura 5.6) apenas a temperatura apresenta

efeito significativo sobre a eficiência do processo.

Tabela 5.6 – Efeitos estimados para a eficiência do processo de desidratação osmótica (WL%/GS%) nos ensaios finais do feijão verde.

Efeitos estimados; R2 = 0,9750; Ajuste: 0,9166 MS Erro Puro: 0,0148

Variável Independente

Efeitos Estimados

Desvio Padrão/ Erro Puro

Lim Conf -95%

Lim Conf +95%

Média/interação 26,0067 3,367994 11,5154 40,4980

(1) t (min) (L) 0,0750 0,086023 -0,2951 0,4451

(2) [NaCl] (L) 0,2100 0,086023 -0,1601 0,5801

(3) T(0C) (L) 0,4750 0,086023 0,1049 0,8451

1 (t) by 2 ([NaCl]) 0,2450 0,086023 -0,1251 0,6151

1 (t) by 3 (T) -0,2900 0,086023 -0,6601 0,0801

2 ([NaCl]) by 3 (T) 0,0250 0,086023 -0,3451 0,3951

Page 121: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 96

Observa-se na Tabela 5.6 que o valor do coeficiente de determinação R2 foi de

aproximadamente 97% indicando que o modelo de primeira ordem representa bem a relação

entre os efeitos e a resposta.

,2906191

,8718573

2,4412

2,848067

-3,37118

5,521763

p=,05

2by3

(1)tempo (min)

(2)[NaCl]

1by2

1by3

(3)T(ºC)

Figura 5.6 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a eficiência da desidratação osmótica (WL%/GS%): ensaios finais.

O efeito positivo provocado por essa variável independente, mostra que quanto

maior a temperatura da solução osmótica, maior a eficiência do processo de desidratação

osmótica (WL%/GS%) da amostra em estudo, e que a mesma alcança seu valor máximo

quando a perda de água é máxima e o ganho de sólidos é mínimo.

Os resultados da análise de regressão para a variável resposta de eficiência do

processo são exibidos na Tabela 5.7.

Tabela 5.7 – Resultados da análise de regressão para a eficiência da desidratação (WL%/GS%) nos ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde – ANOVA.

Fonte de Variação

SQ gL MQ Fcalc Ftab Fcalc/Ftab

Regressão 1,1477 2 0,5739 Resíduos 0,4284 8 0,0535

10,7178 4,46 2,40

Falta de ajuste 0,3988 6 0,0665 Erro puro 0,0296 2 0,0148

4,4904 19,33 0,23

Total 1,5761 10 0,1576

Page 122: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 97

De acordo com os dados apresentados nessa tabela, os modelos ajustados

apresentam, uma qualidade de ajuste em torno de 72,82% e o teste F para análise de regressão

apresenta valores 2,40 vezes superior ao valor tabelado, a um nível de confiança de 95%,

demonstrando que o modelo é significativo porém aparentemente inadequado para fins

preditivos (Fcalc/Ftab≥4. Entretanto, através da ANOVA verifica-se que a relação entre

Fcalculado e Ftabelado para a falta de ajuste e é menor que 1 (0,23), o que demonstra um ajuste

satisfatório do modelo aos dados experimentais da eficiência do processo. O coeficiente de

determinação R2 de aproximadamente 91,66%, indica que o modelo consegue explicar

91,66% da variação total em torno da média.

Analisando a Figura 5.7 confirma-se que o modelo de fato não é preditivo uma vez

que a regressão não apresenta ajuste satisfatório e os valores preditos apresentam grandes

desvios em relação aos experimentais. Devido a inadequação do modelo de primeira ordem,

as superfícies de resposta não será apresentadas.

1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4

Valores observados

1,4

1,5

1,6

1,7

1,8

1,9

2,0

2,1

Va

lore

s p

red

itos

Figura 5.7 – Valores observados versus valores preditos para a eficiência do processo durante os ensaios finais da desidratação osmótica do feijão verde.

Page 123: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 98

5.2 – Estudo para medição das propriedades dielétricas do feijão verde

Na Tabela 5.8 e Tabela 5.9 encontram-se os resultados das propriedades dielétricas

(ε') e (ε") obtidos para a água e o feijão verde in natura e desidratado osmoticamente,

referente aos 9 ensaios realizados.

Tabela 5.8 - Propriedades dielétricas da água e da pasta de feijão verde in natura na frequência de 2,45 GHz

Ensaio T (ºC) εεεε' εεεε" 27,5 77,6 9,6 34,7 74,6 7,6 49,6 68,4 5,3 79,9 60,0 4,0

Água

90,0 57,6 3,6 26,5 51,2 5,5 32,8 49,2 5,1 80,3 44,2 3,3

Feijão verde in natura

96,7 42,4 3,0

Tabela 5.9 - Propriedades dielétricas da pasta de feijão verde desidratado osmoticamente na frequência de 2,45 GHz

Ensaio T (ºC) εεεε' εεεε" Ensaio T (ºC) εεεε' εεεε" 25 38,8 3,6 25 37,3 4,3 79 29,4 2,1 80 26,0 2,8

25ºC - 10% - 10 min (ensaio 1)

85 27,2 1,8 89 23,3 2,6 25,0 33,3 2,9

25ºC - 15% - 30 min (ensaio 6)

97 23,0 2,5 50,0 26,2 2,3 25 40,8 4,8 90,0 19,7 1,5 41 36,9 4,0

25ºC - 10% - 30 min (ensaio 2)

97,0 18,0 1,4 63 32,9 3,3 27,0 43,5 4,2

55ºC - 15% - 10 min (ensaio 7)

90 26,8 2,7 37,0 41,4 3,8 25 31,1 2,9 87,4 33,1 2,6 65 19,8 1,6

55ºC - 10% - 10 min (ensaio 3)

97,0 30,9 2,4 94,08 11,5 1,0 25,0 35,6 3,8

55ºC - 15% - 30 min (ensaio 8)

98,7 10,0 0,9 37,0 33,9 3,5 25 30,6 5,0 87,0 23,2 2,3 48 23,3 4,1

55ºC - 10% - 30 min (ensaio 4)

97,0 20,4 1,9

40ºC – 12,5% - 20 min

(ensaio 9) 83 12,0 3,0 25 42,1 4,0 62 35,3 3,0 75 32,7 2,8

25ºC - 15% - 10 min (ensaio 5)

97 25,0 2,1

Page 124: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 99

Na literatura existem discrepâncias quanto ao efeito da temperatura nas

propriedades dielétricas dos alimentos. Segundo AL-HOLY et al (2005) a baixas frequências

ε' aumenta com o aumento da temperatura e a altas frequências a umidade é um fator a ser

levado em consideração. Se a umidade é alta (maior que 70%) a constante dielétrica diminui

com o aumento da temperatura e se a umidade é baixa (menor que 70%) ε' aumenta com o

aumento da temperatura. Os resultados desse estudo mostraram (Figura 5.8) que a constante

dielétrica diminuiu com o aumento da temperatura, o que pode ser explicado pela alta

frequência, 2,45 GHz, e uma umidade relativamente alta, sempre maior ou aproximadamente

igual a 70%. Os valores encontrados para o feijão verde in natura a 25ºC (Tabela 5.8) foram

próximos aos obtidos para a água na mesma temperatura, significando que o feijão possui um

alto teor de água, tendo assim uma boa habilidade para absorver energia do campo

eletromagnético, conforme estudado e comprovado pelo grupo anteriormente (MATA et al,

2007; MEDEIROS et al, 2007).

Os valores das constantes dielétricas do feijão desidratados osmoticamente são

menores que os valores para o in natura o que é condizente com uma menor quantidade de

água decorrente do processo de desidratação. A constante dielétrica para a água a 25ºC é de

aproximadamente 79, não apresentando uma boa capacidade de transmitir a energia

eletromagnética. Por fim, quanto menor o ε' maior a capacidade de propagar essa energia,

sendo o ar um bom exemplo (ε' = 1).

Page 125: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 100

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

0 20 40 60 80 100 120

Temperatura (grau Celsius)

εε εε´Água

Feijão verde in natura

Ensaio 1: 25ºC - 10% - 10 min

Ensaio 2: 25ºC - 10% - 30 min

Ensaio 3: 55ºC - 10% - 10 min

Ensaio 4: 55ºC - 10% - 30 min

Ensaio 5: 25ºC - 15% - 10 min

Ensaio 6: 25ºC - 15% - 30 min

Ensaio 7: 55ºC - 15% - 10 min

Ensaio 8: 55ºC - 15% - 30 min

Ensaio 9: 40ºC - 12,5% - 20 min

Figura 5.8 – Constantes dielétricas da água, da pasta de feijão verde in natura e amostras desidratadas osmoticamente sob diferentes condições de processo.

Os valores das constantes de relaxação (ε") se comportaram da mesma maneira

que as constantes dielétricas (ε'), ou seja, diminuíram com o aumento da temperatura (Figura

5.9). Houve uma grande diminuição dos valores para os feijões desidratados osmoticamente,

significando uma diminuição da capacidade de absorver energia do campo eletromagnético e

de sua conversão em calor.

A alteração dos valores das propriedades dielétricas do feijão desidratado

osmoticamente não é resultante apenas da redução do conteúdo de água, mas também do

aumento da quantidade de sal durante o processo de desidratação devido à absorção do agente

osmótico utilizado. A água é o componente dipolar presente nos alimentos e, portanto, muito

influente na constante dielétrica. Qualquer constituinte interno ou adicionado ao alimento que

se ligue à água altera suas propriedades dielétricas (EVERARD et al, 2006; ZHANG, LYNG

e BRUNTON, 2007, AHMED, RAMASWAMY e RAGHAVAN, 2007). A constante de

relaxação da água é aproximadamente 10, sendo esta a substância com excelente potencial de

absorção da energia eletromagnética.

Page 126: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 101

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

0 20 40 60 80 100 120

Temperatura (graus celsius)

εε εε"Água

Feijão verde in natura

Ensaio 1: 25ºC - 10% - 10 min

Ensaio 2: 25ºC - 10% - 30 min

Ensaio 3: 55ºC - 10% - 10 min

Ensaio 4: 55ºC - 10% - 30 min

Ensaio 5: 25ºC - 15% - 10 min

Ensaio 6: 25ºC - 15% - 30 min

Ensaio 7: 55ºC - 15% - 10 min

Ensaio 8: 55ºC - 15% - 30 min

Ensaio 9: 40ºC - 12,5% - 20 min

Figura 5.9 – Constantes de relaxação da água, do feijão verde in natura e de amostras desidratadas osmoticamente sob diferentes condições de processo.

Assim, apesar da desidratação osmótica diminuir as propriedades dielétricas do

feijão verde, fazendo com que haja uma diminuição na sua interação com a energia

eletromagnética, o objetivo de sua utilização como pré-tratamento é de obter um produto final

com melhores propriedades sensoriais, funcionais e nutricionais. Sob esse ponto de vista,

dentre as condições de processamento as quais o feijão foi submetido, o ensaio 9 (Tabela 5.9)

foi o que apresentou os menores valores para a constante dielétrica e os maiores valores para a

constante de relaxação, tendo assim a maior capacidade de absorver e transformar a energia

eletromagnética em calor, devido a sua maior umidade.

Os resultados aqui obtidos servirão de suporte para um estudo subsequente da

secagem do feijão verde utilizando micro-ondas.

Page 127: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 102

5.3 – Secagem por micro-ondas com e sem pré-tratamento osmótico

Na etapa de pré-tratamento osmótico do feijão verde submetido a secagem, foi

utilizada a solução osmótica constituída de 12,5% de NaCl a 400C por 20 minutos, devido aos

bons resultados obtidos durante as etapas de estudo da desidratação osmótica e estudo das

propriedades dielétricas do feijão verde.

Foram obtidas curvas de secagem do feijão verde em grão sem tratamento

osmótico e desidratado osmoticamente na melhor condição estudada conforme citado acima.

A secagem foi realizada em um micro-ondas doméstico, numa temperatura

crescente com o tempo e distribuição não uniforme na superfície da bandeja. As temperaturas

em 5 pontos da superfície da bandeja, eram determinadas a cada intervalo de tempo,

utilizando-se um termômetro de infravermelho conforme citado no Capítulo 4: Material e

Métodos. As temperaturas aumentavam com o tempo e não apresentavam uma distribuição

uniforme na placa. Em todos os ensaios (com e sem pré-tratamento), a temperatura na posição

2, mais próxima da porta do micro-ondas foi mais elevada. Os gráficos ilustrados nas Figuras

5.10 e 5.11 representam os valores médios da temperatura em cada posição ao longo do tempo

considerando todos os ensaios sem e com pré-tratamento osmótico, respectivamente. Apesar

da precariedade das medidas, observada na variação em torno do valor médio calculado,

ilustrada nas Figuras 5.12 e 5.13, observa-se a mesma tendência de comportamento das curvas

que representam as duas séries experimentais: a temperatura na posição 2 é mais elevada do

que às temperaturas nas demais posições ao longo de todo o período da secagem. A

temperatura na posição de maior profundidade (1) de uma forma geral apresentou valores

mais baixos. Em relação às demais posições não é nítida uma tendência geral em relação à

distribuição de temperatura. Estes resultados demonstram a importância de um estudo prévio

da disposição do material no micro-ondas para melhor aproveitamento do seu potencial de

aquecimento.

Page 128: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 103

15

25

35

45

55

65

75

85

95

105

115

125

0 30 60 90 120 150 180 210 240

tempo (s)

T(°

C)C

T1

T2

T3

T4

T5

Figura 5.10 – Perfis de temperatura na superfície da amostra de grãos de feijão verde nas posições 1, 2 3 4, e 5 ao longo do tempo de secagem em micro-ondas, sem pré-tratamento osmótico.

15

25

35

45

55

65

75

85

95

105

115

0 20 40 60 80 100 120 140

tempo (s)

T(°

C))

T1

T2

T3

T4

T5

Figura 5.11 – Perfis de temperatura na superfície da amostra de grãos de feijão verde nas posições 1, 2 3 4, e 5 ao longo do tempo de secagem em micro-ondas, com pré-tratamento osmótico.

Page 129: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 104

Com relação ao efeito do pré tratamento, não se observa efeito importante do

mesmo sobre o aquecimento dos grãos. Na Figura 5.12 para dois intervalos distintos de

tempo, 40s e 120s, são ilustrados os perfis de temperatura na superfície dos grãos submetidos

à secagem sem e com pré-tratamento osmótico. Aos 40s as curvas estão praticamente

sobrepostas, apresentando um máximo na posíão 2, entre 60°C e 65°C. Aos 120s embora não

haja sobreposição das curvas o comportamento é o mesmo, os desvios observados

principalmente nas medidas efetuadas no experimento com pré-tratamento osmótico

justificariam o deslocamento da curva que representa o perfil de temperatura. Na posição 2 a

temperatura ficou compreendida entre 88°C e 95°C.

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

0 1 2 3 4 5 6

Posição

T (

°C) 120s s/OD

120s c/OD

40s s/OD

40s c/OD

Figura 5.12 – Perfis de temperatura na superfície da amostra de grãos de feijão verde nas posições 1, 2 3 4, e 5 para tempos de secagem de 40s e 120 s em micro-ondas, sem e com pré-tratamentp osmótico.

A temperatura máxima atingida nos ensaios de secagem sem pré-taratamento ficou

em torno de 105°C na posição 2 para um tempo de 210 segundos. Com pré-desidratação

osmótica aos 120 segundos foi atingida uma temperatura máxima na posição 2 em torno de

95°C.

Page 130: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 105

Nas Figuras 5.13 e 5.14 são ilustradas as curvas referentes à secagem do feijão

verde sem e com pré-tratamento osmótico, respectivamente.

0,0000

0,2000

0,4000

0,6000

0,8000

1,0000

1,2000

1,4000

1,6000

1,8000

2,0000

2,2000

2,4000

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240

tempo (s)

U(b

s)

ensaio 1

ensaio 2

ensaio 3

ensaio 4

ensaio 5

ensaio 6

ensaio 7

Figura 5.13 – Curvas de secagem: umidade (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde sem pré-tratamento osmótico.

0,0000

0,2000

0,4000

0,6000

0,8000

1,0000

1,2000

1,4000

1,6000

0 20 40 60 80 100 120 140

tempo (s)

U(b

s)

ensaio 1

ensaio 2

ensaio 3

ensaio 4

ensaio 5

ensaio 6

ensaio 7

Figura 5.14 – Curvas de secagem: umidade (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde com pré - tratamento osmótico.

Page 131: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 106

De acordo com o comportamento ilustrado nas figuras 5.13 e 5.14 o pré-

tratamento osmótico, com consequente diminuição da umidade inicial dos grãos de feijão

verde reduz o tempo de secagem, comparativamente à secagem do feijão verde sem

tratamento osmótico. O feijão verde desidratado osmoticamente iniciou o processo com

menor teor de umidade (aproximadamente 18,57% a menos de água) quando comparada com

o feijão verde sem tratamento, o que acarretou uma redução no tempo de secagem na ordem

de 42,85%.

Conforme o comportamento observado nas curvas, deve ocorrer um período de

aquecimento, um período de taxa constante seguido de um período de taxa decrescente,

apresentando a mesma tendência do processo de secagem encontrado por Medeiros (2004)

durante a secagem do feijão verde em secador convectivo de bandejas sem pré-tratamento

osmótico.

Analisando os resultados obtidos, para o feijão verde sem tratamento osmótico o

tempo de secagem para atingir teores de umidade da ordem de 0,10 em base seca (equivalente

a 9,1% em base úmida) foi de aproximadamente 180 segundos, enquanto para o feijão verde

desidratado osmoticamente este tempo se reduziu de forma considerável. Com

aproximadamente 90 segundos, o feijão verde com desidratação osmótica já atingia os teores

de umidade da ordem de 0,08 em base seca (equivalendo a 7,4% em base úmida).

As Figuras 5.15 e 5.16 apresentam na forma adimensional a razão da umidade

(U/Ui), em base seca, em função do tempo. A parametrização das curvas em relação a

umidade inicial correspondente, possibilita uma avaliação mais consistente sobre o processo

de secagem. Observa-se que, apesar das limitações de controle das variáveis de processo, os

experimentos apresentam uma boa reprodutibilidade. São identificados períodos de taxa

constante de cerca de 120 segundos para a secagem dos grãos sem pré-tratamento e de 90

segundos para os grãos pré-tratados osmoticamente.

Page 132: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 107

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 50 100 150 200 250

tempo (s)

U/U

i (bs

)

ensaio 1

ensaio 2

ensaio 3

ensaio 4

ensaio 5

ensaio 6

ensaio 7

Figura 5.15 – Razão da umidade U/Ui (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde desidratado sem pré- tratamento osmótico.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 20 40 60 80 100 120 140

tempo (s)

U/U

i(bs)

ensaio 1

ensaio 2

ensaio 3

ensaio 4

ensaio 5

ensaio 6

ensaio 7

Figura 5.16 – Razão da umidade U/Ui (em base seca) em função do tempo para grãos de feijão verde desidratado com pré- tratamento osmótico.

Page 133: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 108

Considerando os períodos de taxa constante observados nas Figuras 5.15 e 5.16

foram ajustados modelos lineares aos dados experimentais neste período, conforme ilustrado

nas Figuras 5.17 e 5.18. A partir da linearização foram calculadas as taxas de secagem para os

períodos de taxa constante identificados nas curvas de secagem. Os coeficientes de correlação

bem como as taxas de secagem estão apresentados na Tabela 5.10.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 20 40 60 80 100 120 140

tempo (s)

U/U

i(bs)

ensaio 1

ensaio 2

ensaio 3

ensaio 4

ensaio 5

ensaio 6

ensaio 7

Figura 5.17 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde sem pré- tratamento osmótico. Ajuste linear ao período de taxa constante.

Page 134: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 109

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

0 20 40 60 80 100

tempo (s)

U/U

i(bs)

ensaio 2

ensaio 3

ensaio 4

ensaio 5

ensaio 6

ensaio 7

ensaio 1

Figura 5.18 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde com pré- tratamento osmótico. Ajuste linear ao período de taxa constante.

Tabela 5.10 – Taxas de secagem e coeficientes de correlação das retas ajustadas aos dados de secagem do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico.

SEM pré-tratamento Osmótico COM Pré-tratamento Osmótico Ensaio

R2 Taxa de secagem (kg H2O/kg massa seca. s)

R2 Taxa de secagem (kg H2O/kg massa seca. s)

1 0,9965 0,0063 0,9818 0,0100 2 0,9955 0,0070 0,9880 0,0112 3 0,9942 0,0072 0,9854 0,0104 4 0,9953 0,0068 0,9910 0,0107 5 0,9957 0,0069 0,9847 0,0103 6 0,9966 0,0071 0,9912 0,0096 7 0,9949 0,0067 0,9839 0,0107

Conforme se observa para todos os ensaios houve um bom ajuste linear aos dados

experimentais, com coeficientes de correlação superiores a 98%, o que permitiu uma

estimativa das taxas de secagem bastante consistente, a partir dos coeficientes angulares das

retas ajustadas. De acordo com estes dados os experimentos apresentaram uma boa

reprodutibilidade com taxas média de secagem de 0,0069±0,00029 e 0,0104±0,00052 (kg de

H2O/kg de massa seca. s) para os processos sem e com tratamento osmótico, respectivamente.

Page 135: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 110

A taxa de secagem dos grãos pré-tratados foi 50% em média superior a taxa de secagem dos

grãos sem tratamento, o que demonstra a importância da desidratação osmótica no processo.

Além do ajuste do modelo linear que se restringiu aos dados experimentais do

período de taxa constante, foram ajustados aos dados completos das curvas de secagem os

modelos de Page e Lewis. Para estes modelos foi considerada a razão de umidade definida

pela equação 12:

eq

eq

UUi

UURU

−−

= (12)

Onde:

RU = razão de umidade

U = umidade do feijão verde

Ui = umidade inicial do feijão verde

Ueq = umidade de equilíbrio

A umidade de equilíbrio foi estimada como a umidade alcançada quando a taxa de

secagem se anula, sendo obtida por extrapolação nas curvas da taxa de secagem em função da

umidade (bs), para o período de taxa decrescente, considerando todos os experimentos

realizados.

Os gráficos que representam as curvas ajustadas e os respectivos dados

experimentais são exibidos nas Figuras 5.19 e 5.20 para os modelos de Page e Lewis,

respectivamente para a secagem dos grãos sem pré-tratamento e nas Figuras 5.21 e 5.22 para

os modelos de Page e Lewis, respectivamente para a secagem dos grãos com pré-tratamento.

Page 136: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 111

Figura 5.19 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde sem pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Page.

Figura 5.20 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde sem pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Lewis.

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

Tempo (s)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

RU

Modelo de Page

Ensaio 3Ensaio 5Ensaio 4Ensaio 7Ensaio 1Ensaio 6Ensaio 2

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220

Tempo (s)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

RU

Modelo de Lewis

Ensaio 3Ensaio 5Ensaio 4Ensaio 7Ensaio 1Ensaio 6Ensaio 2

Page 137: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 112

Figura 5.21 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde com pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Page.

Figura 5.22 – Razão de umidade (em base seca) em função do tempo de secagem para grãos de feijão verde com pré- tratamento osmótico. Ajuste pelo modelo de Lewis.

0 20 40 60 80 100 120

Tempo (s)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

RU

Modelo de Page

Ensaio 2Ensaio 4Ensaio 7Ensaio 3Ensaio 6Ensaio 1Ensaio 5

0 20 40 60 80 100 120

Tempo (s)

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

RU

Modelo de Lewis

Ensaio 2Ensaio 4Ensaio 7Ensaio 3Ensaio 6Ensaio 1Ensaio 5

Page 138: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 113

Os resultados referentes ao ajuste dos modelos são apresentados nas Tabelas 5.11 e

5.12, para a secagem sem e com pré-tratamento osmótico.

Tabela 5.11 – Parâmetros dos modelos de Page e Lewis ajustados aos dados experimentais da secagem do feijão verde em micro-ondas sem desidratação osmótica.

Page Lewis Ensaio K n R² E(%) K R² E(%)

1 0,000890 1,536956 0,998222 1,135932 0,009835 0,947488 7,105687 2 0,000770 1,645330 0,99455 1,82963 0,011720 0,925677 7,972134 3 0,000833 1,599335 0,998625 0,941859 0,011073 0,938968 7,72162 4 0,000741 1,613052 0,998258 1,017732 0,010655 0,935527 7,787041 5 0,000709 1,619361 0,997733 1,251295 0,010546 0,933751 7,795179 6 0,000799 1,600151 0,998137 1,076335 0,010811 0,937644 7,635478 7 0,000934 1,540117 0,998926 0,865422 0,010237 0,948791 7,192773

Tabela 5.12 – Parâmetros dos modelos de Page e Lewis ajustados aos dados experimentais da secagem do feijão verde em micro-ondas com desidratação osmótica.

Page Lewis Ensaio K n R² E(%) K R² E(%)

1 0,002656 1,47558

1 0,99440989

1,906569008

0,017090

0,95351052

5,476144837

2 0,002606 1,53327

2 0,98895176

2,350105254

0,019633

0,94034102

5,497547996

3 0,002393 1,55567

4 0,98950595

2,236734131

0,019584

0,93760667

5,539265343

4 0,002381 1,54584

5 0,98588257

2,652076905

0,018989

0,93510866

5,568215858

5 0,002253 1,57742

4 0,99217088

1,920473908

0,019932

0,93833155

5,764751323

6 0,002145 1,50916

4 0,99380107

1,886572677

0,016074

0,9476158 5,968236808

7 0,003034 1,50159

3 0,98939379

2,236734131

0,020130

0,94508616

5,070283567

Uma análise conjunta das curvas e dos coeficientes de correlação (R2>0,98) e erros

médios relativos (E<2,7%), exibidos nas Tabelas 5.11 e 5.12, demonstram o excelente ajuste

do modelo de Page aos dados experimentais obtidos em todos os ensaios, com e sem pré-

tratamento. Os parâmetros do modelo de Page (K e n) apresentam valores muito próximos

Page 139: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 114

para cada série de ensaios com valores médios de K = 0,00079±8,055x10-5 e n=1,60±0,040

para a secagem sem tratamento e de K = 0,00239±0,000298 e n=1,53±0,035 para a secagem

com tratamento. Verifica-se que o valor do parâmetro K para o processo sem tratamento

corresponde a 1/3 do valor de K estimado para o processo com tratamento , corroborando

com o que já foi discutido anteriormente em relação a importância da pré desidratação

osmótica dos grãos de feijão verde.

Conforme as Figuras 5.20 e 5.22 e os dados apresentados nas Tabelas 5.11 e 5.12,

o modelo de Lewis apresentou um ajuste apenas razoável aos dados experimentais com

coeficientes de correlação inferiores a 94% e erros médios relativos compreendidos entre 5%

e 8%. O razoável ajuste do modelo de Lewis pode ser justificado pelo mesmo ser aplicado

apenas ao período de taxa decrescente. Já em relação ao modelo de Page, mais empírico, os

dois parâmetros da equação facilita um melhor ajuste dos dados experimentais da secagem

completa, incluindo o período de taxa constante.

5.4 – Estudo da reidratação do feijão verde

A análise dos resultados obtidos para temperatura e tempo de reidratação, tendo

como resposta a capacidade de absorção de água (WAC), capacidade de retenção de sólidos

(DHC) e a habilidade de reidratação (RA), foi realizada através de métodos estatísticos,

utilizando-se o programa “Statistica” versão 7.0 de acordo com o planejamento fatorial 22

com três repetições no ponto central, sendo apresentado inicialmente para o feijão verde seco

sem e com pré-tratamento osmótico.

5.4.1.– Estudo da reidratação do feijão verde sem pré-tratamento osmótico.

A matriz do planejamento estatístico e os resultados obtidos para o estudo da

reidratação, através do calculo dos índices de reidratação, para o feijão verde seco sem pré-

tratamento osmótico estão apresentados na Tabela 5.13.

Page 140: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 115

Tabela 5.13 – Planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas e reais e variáveis de resposta para os ensaios da reidratação do

feijão verde seco por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico.

Ensaios T(ºC) Tempo de reidratação (min) WAC DHC RA

1 -1 (30ºC) -1 (30 min) 0,3916 0,9414 0,3687

2 -1 (30ºC) +1 (90 min) 0,5903 0,7746 0,4572

3 +1 (60ºC) -1 (30 min) 0,4852 0,9298 0,4511

4 +1 (60ºC) +1 (90 min) 0,5568 1,0270 0,5719

5 0 (45ºC) 0 (60 min) 0,5784 0,9028 0,5222

6 0 (45ºC) 0 (60 min) 0,5388 0,9901 0,5334

7 0 (45ºC) 0 (60 min) 0,4995 0,9653 0,4821

A análise dos resultados obtidos para o estudo da reidratação do feijão verde seco

sem pré-tratamento osmótico, utilizando os índices de reidratação, através dos métodos

estatísticos não identificou efeitos significativos sobre as variáveis respostas de qualquer das

variáveis independentes, conforme mostram as Figuras 5.23, 5.24 e 5.25.

,7616629

-1,09137

-1,60982

3,426369

p=,05

(2)T (ºC)(L)

t (min)(Q)

1Lby2L

(1)t (min)(L)

Figura 5.23 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde sem pré-tratamento osmótico.

Page 141: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 116

-,774453

-1,00667

2,6779

2,936593

p=,05

(1)t (min)(L)

t (min)(Q)

(2)T (ºC)(L)

1Lby2L

Figura 5.24 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a capacidade de retenção de sólidos (DHC) do feijão verde sem pré-tratamento osmótico.

,597285

-2,44618

3,655137

3,882268

p=,05

1Lby2L

t (min)(Q)

(2)T (ºC)(L)

(1)t (min)(L)

Figura 5.25 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a habilidade de reidratação (RA) do feijão verde sem pré-tratamento osmótico.

Analisando os índices de reidratação, para o estudo da reidratação do feijão verde

desidratado sem pré-tratamento osmótico, a melhor condição de processo foi a referente ao

ensaio 4 onde o feijão verde foi reidratado a uma temperatura de 600C por um tempo de 90

minutos, apresentando uma habilidade de reidratação (RA) de 0,5719. Analisando os

Page 142: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 117

diagramas de Pareto apresentado na Figura 5.25, verifica-se essa indicação, pois existe a

tendência de influência do tempo e da temperatura no processo.

5.4.2.– Estudo da reidratação do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

A matriz do planejamento estatístico e os resultados obtidos para o estudo da

reidratação, através do cálculo dos índices de reidratação, para o feijão verde seco com pré-

tratamento osmótico estão apresentados na Tabela 5.14.

Tabela 5.14 – Planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central – Matriz das variáveis independentes codificadas e reais e variáveis de resposta para os ensaios da reidratação do

feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico.

Ensaios T(ºC) Tempo de reidratação (min) WAC DHC RA

1 -1 (30ºC) -1 (30 min) 0,4603 0,9736 0,4481

2 -1 (30ºC) +1 (90 min) 0,9225 0,7213 0,6653

3 +1 (60ºC) -1 (30 min) 0,7772 0,7602 0,5908

4 +1 (60ºC) +1 (90 min) 1,0113 0,8180 0,8272

5 0 (45ºC) 0 (60 min) 0,8283 0,6983 0,5784

6 0 (45ºC) 0 (60 min) 0,7680 0,8001 0,6145

7 0 (45ºC) 0 (60 min) 0,7379 0,8009 0,5909

A Tabela 5.14 e a Figura 5.26 apresentam os efeitos principais e de interação das

variáveis independentes tendo como resposta a capacidade de absorver água durante a

reidratação (WAC), considerando as interações entre as variáveis com um limite de confiança

de 95%. Os dados foram obtidos considerando o erro puro. Conforme mostra o diagrama de

Pareto (Figura 5.25) que envolve as variáveis: temperatura de reidratação (T), tempo de

reidratação (t) e a interação entre elas, os efeitos foram estatisticamente significativos sobre a

variável resposta, capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC).

Page 143: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 118

Tabela 5.15 – Efeitos estimados do planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central para a capacidade de absorver água (WAC) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco

por micro-ondas com pré-tratamento osmótico.

Efeitos estimados; R2 = 0,9764; Ajuste: 0,9293 MS Erro Puro: 0,0021206

Variável Independente

Efeitos Estimados

Desvio Padrão/ Erro Puro

Lim Conf -95%

Lim Conf +95%

Média/interação 0,778060 0,026587 0,663667 0,892454

(1) t (min) (L) 0,348134 0,046049 0,149999 0,546269

t (min) (Q) 0,029495 0,070342 -0,273161 0,332151

(2) T(0C) (L) 0,202862 0,046049 0,004728 0,400997

1 (t) by 2 (T) -0,114072 0,046049 -0,312207 0,084063

Observa-se na Tabela 5.15 que o valor do coeficiente de determinação R2 foi de

aproximadamente 97% indicando que um modelo linear representa bem a relação entre os

efeitos e a resposta. Entretanto, para se conhecer se esse modelo proposto possui significância

estatística e se é útil para fazer previsão deve-se fazer uma análise de variância (ANOVA).

,4193082

-2,47716

4,405317

7,560003

p=,05

t (min)(Q)

1Lby2L

(2)T (ºC)(L)

(1)t (min)(L)

Figura 5.26 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

Observa-se que a variável tempo de reidratação foi a que influenciou de forma

mais significativa atingindo um efeito estimado de aproximadamente 7,56. A temperatura do

Page 144: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 119

meio também influenciou de forma significativa com efeito positivo de aproximadamente

4,40. Estes efeitos positivos provocados pela temperatura e tempo de reidratação, mostram

que quanto maior a temperatura do meio e o tempo de reidratação, maior a capacidade de

absorver água da amostra em estudo.

A síntese dos resultados da análise de regressão para a variável resposta de

capacidade de absorver água (WAC) é mostrada na Tabela 5.16.

Tabela 5.16 – Resultados da análise de regressão para a capacidade de absorver água (WAC) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico

– ANOVA.

Fonte de Variação

SQ gL MQ Fcalc Ftab Fcalc/Ftab

Regressão 0,1624 2 0,0812 Resíduos 0,0176 4 0,0044

18,4214 6,94 2,65

Falta de ajuste 0,0134 2 0,0067 Erro puro 0,0042 2 0,0021

3,1561 19,00 0,17

Total 0,1800 6 0,0300

De acordo com os dados apresentados nessa tabela, os modelos ajustados

apresentam uma qualidade de ajuste em torno de 90,21% da variação em torno das médias

explicadas pelas regressões.

Todavia, com relação ao teste F, que verifica se o modelo explica uma quantidade

significativa da variação nos dados obtidos pela simulação, observa-se que os modelos

ajustados aos dados experimentais são estatisticamente significativos.

Na Tabela 5.16, os valores de F apresentam valor apenas 2,65 vezes superior ao

valor tabelado, a um nível de confiança de 95%, mostrando que o modelo não é útil para fins

preditivos. Entretanto, a ANOVA mostra também que o modelo é estatisticamente

significativo, uma vez que a relação entre Fcalculado e Ftabelado para a falta de ajuste e o erro puro

é bem menor que 1, sendo 0,17. O coeficiente de determinação R2 foi de aproximadamente

97,64%, indicando que o modelo consegue explicar 97,64% da variação total em torno da

média.

A avaliação do modelo também pode ser feita através da observação do gráfico de

valores preditos versus os valores observados que são mostrados na Figura 5.27. Os valores

preditos pelo modelo são representados pela reta, enquanto que os valores observados

representam-se pelos pontos. Salienta-se, que embora o modelo não seja preditivo, os valores

preditos se aproximam dos observados.

Page 145: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 120

0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

Valores observados

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

1,2Val

ores

pre

dito

s

Figura 5.27 – Valores observados versus valores preditos para a capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

Observando a superfície de resposta obtém-se também indícios que um modelo

parece representar bem a relação entre a resposta WAC e os fatores estudados (temperatura do

meio e tempo de reidratação). A Figura 5.28 mostra a superfície de resposta para a capacidade

de absorver água em função da temperatura do meio e do tempo de reidratação.

Page 146: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 121

Figura 5.28 – Superfície de resposta da capacidade de absorver água durante a reidratação (WAC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico em função da temperatura e do tempo de reidratação.

Na Figura 5.28 está apresentada a influência positiva da temperatura e do tempo de

reidratação sobre a capacidade de absorver água (WAC) durante a reidrataçao do feijão verde

com pré-tratamento osmótico, apontando que a melhor condição de processo para uma maior

WAC, é um ensaio cujo feijão verde é reidratado a uma temperatura de 600C por um tempo de

90 minutos, onde o feijão apresenta uma capacidade de absorver água de 1,01, conforme

apresentado na Tabela 5.14.

A análise dos resultados obtidos para a capacidade de retenção de sólidos (DHC)

através de métodos estatísticos não identificou efeitos significativos sobre a variável resposta

de qualquer das variáveis independentes, conforme apresentado na Figura 5.29.

Page 147: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 122

-,988409

1,149956

-1,64805

2,627253

p=,05

(2)T (ºC)(L)

t (min)(Q)

(1)t (min)(L)

1Lby2L

Figura 5.29 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre para a capacidade de retenção de sólidos (DHC) do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

A Tabela 5.17 e a Figura 5.30 apresentam os efeitos principais e de interação das

variáveis independentes tendo como resposta a habilidade de reidratação (RA), considerando

as interações entre as variáveis com um limite de confiança de 95%. Os dados foram obtidos

considerando o erro puro. Conforme mostra o diagrama de Pareto (Figura 5.26) que envolve

as variáveis temperatura de reidratação (T), tempo de reidratação (t) e a interação entre elas,

os efeitos foram estatisticamente significativos sobre a variável resposta, habilidade de

reidratação (RA).

Tabela 5.17 – Efeitos estimados do planejamento fatorial 22 com repetição no ponto central para a habilidade de reidratação (RA) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por

micro-ondas com pré-tratamento osmótico.

Efeitos estimados; R2 = 0,9913; Ajuste: 0,9741 MS Erro Puro: 0,0003355

Variável Independente

Efeitos Estimados

Desvio Padrão/ Erro Puro

Lim Conf -95%

Lim Conf +95%

Média/interação 0,594598 0,010575 0,549096 0,640099

(1) t (min) (L) 0,226800 0,018317 0,147989 0,305611

t (min) (Q) 0,076539 0,027979 -0,043847 0,196925

(2) T(0C) (L) 0,152281 0,018317 0,073470 0,231092

1 (t) by 2 (T) 0,009574 0,018317 -0,069237 0,088385

Page 148: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 123

Observa-se na Tabela 5.17 que o valor do coeficiente de determinação R2 foi de

aproximadamente 99% indicando que um modelo linear representa bem a relação entre os

efeitos e a resposta.

,5226921

2,735535

8,313712

12,38202

p=,05

1Lby2L

t (min)(Q)

(2)T (ºC)(L)

(1)t (min)(L)

Figura 5.30 – Diagrama de Pareto para estimativa dos efeitos sobre a habilidade de reidratação (RA) do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

Analisando-se a Figura 5.30 observa-se que a variável tempo de reidratação foi a

que influenciou de forma mais significativa atingindo um efeito estimado de

aproximadamente 12,38. A temperatura do meio também influenciou de forma significativa

com efeito positivo de aproximadamente 8,31. Estes efeitos positivos provocados pela

temperatura e tempo de reidratação, mostram que quanto maior a temperatura do meio e o

tempo de reidratação, maior a habilidade de reidratação da amostra em estudo, representando

um menor dano ao grão de feijão verde após o processo de secagem e reidratação.

A síntese dos resultados da análise de regressão para a variável resposta de

habilidade de reidratação (RA) é mostrada na Tabela 5.18.

Tabela 5.18 – Resultados da análise de regressão para a habilidade de reidratação (RA) nos ensaios da reidratação do feijão verde seco por micro-ondas com pré-tratamento osmótico –

ANOVA.

Fonte de Variação

SQ gL MQ Fcalc Ftab Fcalc/Ftab

Regressão 0,0746 2 0,0373 Resíduos 0,0033 4 0,0008

45,5974 6,94 6,57

Falta de ajuste 0,0026 2 0,0013 Erro puro 0,0007 2 0,0003

3,8782 19,00 0,20

Total 0,0779 6 0,0130

Page 149: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 124

De acordo com os dados apresentados nessa tabela, os modelos ajustados

apresentam, uma qualidade de ajuste em torno de 95,80% da variação em torno das médias

explicadas pelas regressões.

Todavia, com relação ao teste F, que verifica se o modelo explica uma quantidade

significativa da variação nos dados obtidos pela simulação, observa-se que os modelos

ajustados aos dados experimentais são estatisticamente significativos.

Na Tabela 5.18, os valores de F apresentam valores 6,57 vezes superior ao valor

tabelado, a um nível de confiança de 95%, mostrando que o modelo é útil para fins preditivos.

A ANOVA mostra também que o modelo é estatisticamente significativo, uma vez que a

relação entre Fcalculado e Ftabelado para a falta de ajuste e o erro puro é bem menor que 1, sendo

0,20. O coeficiente de determinação R2 foi de aproximadamente 99,13%, indicando que o

modelo consegue explicar 99,13% da variação total em torno da média, indicando excelentes

resultados.

A avaliação do modelo também pode ser feita através da observação do gráfico de

valores preditos versus os valores observados que são mostrados na Figura 5.31.

0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

Valores observados

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

Val

ores

pre

dito

s

Figura 5.31 – Valores observados versus valores preditos para a habilidade de reidratação (RA) do feijão verde com pré-tratamento osmótico.

Há, portanto, um ajuste satisfatório do modelo às observações experimentais,

indicando que o mesmo além de significativo é preditivo, podendo ser utilizado para gerar as

superfícies de resposta.

Page 150: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 125

Observando a superfície de resposta obtém-se também indícios que um modelo

parece representar bem a relação entre a resposta habilidade de reidratação (RA) e os fatores

estudados (temperatura do meio e tempo de reidratação). A Figura 5.32 mostra a superfície de

resposta para a habilidade de reidratação em função da temperatura do meio e do tempo de

reidratação.

Figura 5.32 – Superfície de resposta da habilidade de reidratação (RA) do feijão verde com pré-tratamento osmótico em função da temperatura e do tempo de reidratação.

Na Figura 5.32 está apresentada a influência positiva da temperatura e do tempo de

reidratação sobre a habilidade de reidratação durante os estudos com o feijão verde com pré-

tratamento osmótico, apontando que a melhor condição de processo para uma maior

habilidade de reidratação, é um ensaio cujo feijão verde é reidratado a uma temperatura de

600C por um tempo de 90 minutos, onde o feijão apresenta uma habilidade de reidratação de

0,83, conforme apresentado na Tabela 5.14.

Por fim, nas Figuras 5.33 e 5.34 estão apresentados os perfis de umidade (em base

úmida) para os ensaios realizados considerando o feijão verde in natura, o feijão verde

desidratado com e sem pré tratamento osmótico e o feijão verde reidratado.

Page 151: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 126

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 1 2 3 4 5 6 7 8

ensaios

Ubu

in natura

desidratado - micro-ondas

reidratado

Figura 5.33 – Perfil de umidade (em base úmida) do feijão verde in natura, desidratado por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico e reidratado.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Ensaios

Ubu

in natura

Desidratação osmótica

desidratado micro-ondas

reidratado

Figura 5.34 – Perfil de umidade (em base úmida) do feijão verde in natura, desidratado por micro-ondas com pré-tratamento osmótico e reidratado.

Observa-se a boa capacidade de reidratação do feijão verde com e sem pré-

tratamento osmótico. No ensaio sem pré-tratamento osmótico (Figura 5.33) o feijão in natura

apresentava umidade inicial em torno de 61% atingindo uma média de 10% após a secagem

por micro-ondas e chegando a uma média de 55% após a reidratação. Em se tratando dos

ensaios com pré-tratamento osmótico (Figura 5.34) o feijão in natura apresentava umidade

Page 152: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 127

inicial em torno de 65% atingindo uma média de 53% após a desidratação osmótica e 6%

após a secagem por micro-ondas, chegando a uma média de 58% após a reidratação,

apresentando melhores resultados.

5.5 – Análise sensorial do feijão verde reidratado

As amostras que foram denominadas de X, Y e Z são, respectivamente, feijão

verde reidratado após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico, feijão verde

reidratado após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico e feijão verde “in

natura”, ou seja, que foi cozido a partir da sua forma natural.

Os resultados obtidos na avaliação sensorial para os atributos: aparência, cor, odor,

sabor e textura dos feijões verdes analisados a partir da escala hedônica de 9 pontos por 39

julgadores não treinados são apresentados na Tabela 5.19.

Tabela 5.19 – Resumo da avaliação sensorial para três amostras de feijão verde a partir da escala hedônica de 9 pontos por 39 julgadores não treinados.

AMOSTRAS DE FEIJÃO VERDE ATRIBUTOS

X Y Z

Aparência 7,56ab 6,46bac 8,18cb

Textura 7,85ab 6,64bac 8,00cb

Cor 7,77ab 6,62bac 8,18cb

Odor 8,00ab 6,95bac 7,92cb

Sabor 8,18ab 7,03bac 8,26cb

Geral 7,87 6,74 8,11

Médias marcadas na mesma linha, acompanhadas da mesma letra não tem diferença significativa entre si ao nível de 5% e 1%.

O resultado da avaliação das médias indica boa aceitação dos feijões verdes

desidratados com e sem pré-tratamento osmótico, os quais apresentaram valores entre 6 (com

pré-tratamento osmótico) e 8 (sem pré-tratamento osmótico) equivalentes as opiniões “gostei

ligeiramente” e “gostei muito”, respectivamente. No caso da amostra de feijão verde sem

pré-tratamento osmótico, o resultado ficou semelhante ao apresentado para o feijão verde “in

Page 153: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 128

natura”, disponível no mercado local, que apresentou média 8,11 refletindo a opinião “gostei

muito”.

A seguir será apresentada a análise estatística de cada atributo analisado pela

ANOVA, do teste de aceitação por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores não

treinados. As tabelas apresentadas evidenciam os resultados dos cálculos da analise de

variância, ANOVA, considerando como fatores de variação: a amostra, o julgador e o resíduo.

A análise de variância referente aos atributos aparência, textura, cor, odor e sabor

esta apresentada nas Tabelas 5.20, 5.21, 5.22, 5.23 e 5,24, respectivamente.

Tabela 5.20 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo aparência referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores

não treinados.

Fonte de variação Soma de quadrados

Graus de liberdade

Quadrado médio

Fcalculado

Entre julgadores 124,79 38,00 3,28 1,78

Entre amostras 59,09 2,00 29,55 16,01

Resíduos 140,24 76,00 1,85 ---

Total 324,12 116,00 --- ---

F2,38 = 5,18 ( α = 0,01) e 3,23 ( α = 0,05)

Tabela 5.21 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo textura referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores

não treinados.

Fonte de variação Soma de quadrados

Graus de liberdade

Quadrado médio

Fcalculado

Entre julgadores 145,91 38,00 3,84 2,51

Entre amostras 43,20 2,00 21,60 14,13

Resíduos 116,14 76,00 1,53 ---

Total 305,25 116,00 --- ---

F2,38 = 5,18 ( α = 0,01) e 3,23 ( α = 0,05)

Page 154: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 129

Tabela 5.22 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo cor referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores

não treinados.

Fonte de variação Soma de quadrados

Graus de liberdade

Quadrado médio

Fcalculado

Entre julgadores 106,89 38,00 2,81 1,70

Entre amostras 44,32 2,00 22,16 13,40

Resíduos 125,68 76,00 1,65 ---

Total 276,89 116,00 --- ---

F2,38 = 5,18 ( α = 0,01) e 3,23 ( α = 0,05)

Tabela 5.23 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo odor referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores

não treinados.

Fonte de variação Soma de quadrados

Graus de liberdade

Quadrado médio

Fcalculado

Entre julgadores 126,12 38,00 3,32 2,09

Entre amostras 26,79 2,00 13,39 8,44

Resíduos 120,55 76,00 1,59 ---

Total 273,45 116,00 --- ---

F2,38 = 5,18 ( α = 0,01) e 3,23 ( α = 0,05)

Tabela 5.24 – Análise de variância, ANOVA, para o atributo sabor referente ao teste de aceitação de três amostras de feijão verde por escala hedônica de 9 pontos com 39 julgadores

não treinados.

Fonte de variação Soma de quadrados

Graus de liberdade

Quadrado médio

Fcalculado

Entre julgadores 81,23 38,00 2,14 1,61

Entre amostras 37,08 2,00 18,54 13,96

Resíduos 100,92 76,00 1,33 ---

Total 219,23 116,00 --- ---

F2,38 = 5,18 ( α = 0,01) e 3,23 ( α = 0,05)

Na busca pelo parâmetro de comparação Ftabelado, encontrado na literatura através

de tabelas que apresentam valores de variância (F) para determinação de significância a 1% e

a 5% de probabilidade (MINIM, 2006), considerando o grau de liberdade da amostra e do

Page 155: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 130

resíduo para intercessão, foi encontrado o valor de Ftabelado igual a 3,23 com 5% de

significância e 5,18 com 1% de significância.

Como o valor de Fcalculado foi superior ao Ftabelado para as amostras, pode-se afirmar

que há diferença significativa entre pelo menos duas das amostras ou mais, com uma

tolerância de 5% referente ao atributo aparência.

Para testar quais amostras diferem entre si quanto a preferência a determinado

nível de probabilidade, a estatística dispõe de uma série de testes, denominados “testes de

comparação de medias”, onde para análise desta pesquisa utilizou-se o Teste de Tukey

conforme apresentado em Minim (2006).

O resultado que corresponde a diferença entre os valores médios dos julgamentos

de cada amostra em relação a aparência, textura, cor, odor e sabor nas possíveis combinações

esta apresentado nas Tabelas 5.25, 5.26, 5.27, 5.28 e 5.29, respectivamente.

Tabela 5.25 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo aparência nas possíveis combinações.

Amostras Diferenças entre as medias das amostras. X – Y 1,10*

X – Z 0,62

Y - Z 1,72*

*Ocorrência de significância por apresentarem diferença das médias superior a DMS = 0,93 ( α = 0,01) e 0,74 ( α = 0,05). Legenda: X (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico); Y (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico) e Z(feijão verde “in natura”).

Tabela 5.26 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo textura nas possíveis combinações.

Amostras Diferenças entre as medias das amostras. X – Y 1,21*

X – Z 0,15

Y - Z 1,36*

*Ocorrência de significância por apresentarem diferença das médias superior a DMS = 0,85 ( α = 0,01) e 0,67 ( α = 0,05). Legenda: X (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico); Y (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico) e Z(feijão verde “in natura”).

Page 156: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 131

Tabela 5.27 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo cor nas possíveis combinações.

Amostras Diferenças entre as medias das amostras. X – Y 1,05*

X – Z 0,41

Y - Z 1,46*

*Ocorrência de significância por apresentarem diferença das médias superior a DMS = 0,88 ( α = 0,01) e 0,70 ( α = 0,05). Legenda: X (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico); Y (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico) e Z(feijão verde “in natura”).

Tabela 5.28 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo odor nas possíveis combinações.

Amostras Diferenças entre as medias das amostras. X – Y 1,05*

X – Z 0,08

Y - Z 0,97*

*Ocorrência de significância por apresentarem diferença das médias superior a DMS = 0,86 ( α = 0,01) e 0,69( α = 0,05). Legenda: X (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico); Y (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico) e Z(feijão verde “in natura”).

Tabela 5.29 – Cálculo da diferença significativa entre os valores médios dos julgamentos de cada amostra em relação ao atributo sabor nas possíveis combinações.

Amostras Diferenças entre as medias das amostras. X – Y 1,15*

X – Z 0,08

Y - Z 1,23*

*Ocorrência de significância por apresentarem diferença das médias superior a DMS = 0,79 ( α = 0,01) e 0,63( α = 0,05). Legenda: X (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico); Y (feijão verde reidratado após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico) e Z(feijão verde “in natura”).

Page 157: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 132

Pelas Tabelas 5.25, 5.26, 5.27, 5.28 e 5.29 observa-se que não houve diferença

significativa na avaliação de todos os atributos entre as amostras X (feijão verde reidratado

após secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico) e Z (feijão verde “in natura”)

para os 39 julgadores não treinados o que indica um resultado positivo quando avaliado

apenas a secagem do grão por micro-ondas. Observa-se ainda que ocorreu diferença com

significância de 1% e 5% entre as amostras X (feijão verde reidratado após secagem por

micro-ondas sem pré-tratamento osmótico) e Y (feijão verde reidratado após secagem por

micro-ondas com pré-tratamento osmótico), tornando evidente o efeito da desidratação

osmótica na aparência dos produtos, bem como entre as amostras Y (feijão verde reidratado

após secagem por micro-ondas com pré-tratamento osmótico) e Z (feijão verde “in natura”).

Comparando os resultados obtidos nesta pesquisa com o estudo desenvolvido por

Medeiros (2004) para análise sensorial do feijão verde reidratado após secagem em leito de

jorro obteve uma maior aceitação no atributo aparência cuja média de notas obtida pela autora

foi de 6,14 para o feijão verde seco em leito de jorro e 7,19 para o feijão verde in natura,

ambos abaixo da média obtida no presente estudo utilizando a secagem por micro-ondas.

Em relação a textura, alguns julgadores citaram em suas anotações que as amostras

Y e Z ficaram um pouco “dura”. Pode-se atribuir estas observações ao fato da amostra Y ter

passado pelo processo de desidratação osmótica, criando uma proteção natural a esse grão

devido a presença do alto teor de sal, dificultando assim a cocção dos feijões. No caso da

amostra Z, por ser in natura, não passou pelo processo de reidratação o que também pode ter

dificultado o processo de cocção. Como foi utilizado o mesmo tempo de cocção para os

feijões independente do tratamento dado, pode-se justificar os apontamentos dos julgadores e

corrigir a textura trabalhando um tempo de cozimento diferenciado para cada amostra.

Comparando os resultados obtidos nesta pesquisa com o estudo desenvolvido por

Medeiros (2004) para análise sensorial do feijão verde reidratado após secagem em leito de

jorro obteve uma maior aceitação no atributo textura cuja media de notas obtida pela autora

foi de 5,57 para o feijão verde seco em leito de jorro e 7,24 para o feijão verde in natura. A

média de nota obtida através do feijão verde seco pelo leito de jorro foi bem inferior da média

obtida no presente estudo utilizando a secagem por micro-ondas, demonstrando que o método

proposto neste estudo de fato preserva as suas características organolépticas agredindo o

mínimo possível a estrutura do grão.

Em se tratando do atributo cor este foi melhor avaliado neste estudo que na

pesquisa realizada por Medeiros (2004) analisando a secagem do feijão verde por leito de

jorro. A média de notas obtida pela autora foi de 5,95 para o feijão verde seco em leito de

Page 158: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 133

jorro estando abaixo da média obtida nesta pesquisa utilizando-se a secagem por micro-ondas

com e sem pré-tratamento osmótico. Vale salientar, que em relação a cor o fato de utilizar o

sal durante a desidratação osmótica modificou um pouco o aspecto do grão, pois mesmo

sendo um conservante natural, o sal afeta a coloração dos alimentos. Visualmente foi possível

perceber que as amostra Y ficou mais “escura” que a amostra Z. A diferença entre as amostras

X e Z não foi perceptível visualmente.

Comparando os resultados obtidos nesta pesquisa com o estudo desenvolvido por

Medeiros (2004) para análise sensorial do feijão verde reidratado após secagem em leito de

jorro obteve uma maior aceitação no atributo cor cuja média de notas obtida pela autora foi de

7,0 para o feijão verde seco em leito de jorro e 7,19 para o feijão verde in natura.

Em se tratando do atributo sabor este foi melhor avaliado neste estudo que na

pesquisa realizada por Medeiros (2004) analisando a secagem do feijão verde por leito de

jorro. A média de notas obtida pela autora foi de 7,0 para o feijão verde seco em leito de jorro

estando abaixo da média obtida nesta pesquisa utilizando-se a secagem por micro-ondas com

e sem pré-tratamento osmótico. Vale salientar, que em relação a amostra Y o sal presente no

feijão verde foi o utilizando durante a desidratação osmótica, não sendo adicionado sal após a

reidratação e no tratamento térmico aplicado antes da análise sensorial.

O índice de aceitabilidade (IR) foi calculado para todos os atributos analisados,

baseado nos resultados da Tabela 5.20, conforme apresentado na Figura 5.35.

Page 159: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 134

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Aparência Textura Cor Odor Sabor

Atributos sensoriais

Índic

e de

acei

tabilid

ade

(%)

amostra A amostra B Amostra C

Figura 5.35 – Índice de aceitabilidade (%) para atributos sensoriais analisados em três amostras de feijão verde.

Analisando os dados mostrados na Figura 5.35, verifica-se que todas as amostras

apresentaram um bom índice de aceitação referente a todos os atributos analisados, estando

todos os valores acima de 70%, conforme especifica a literatura (Teixeira et al, 1987; Minim,

2006 e Dutcosky, 2007), sendo assim, consideradas aceitas sensorialmente. A amostra Z

(feijão verde in natura) apresentou excelentes índices sendo, dentre as demais, a amostra com

maiores índices de aceitabilidade – aparência (90,88%), textura (88,89%), cor (90,88%), odor

(88,03%) e sabor (91,74%). A amostra X (feijão verde reidratado após secagem por micro-

ondas sem pré-tratamento osmótico) apresentou índices de aceitabilidade bem próximos ao

feijão in natura para os atributos aparência (84,05%), textura (87,18%), cor (86,32%) e sabor

(90,88%). No caso do atributo odor a amostra X superou o índice de aceitabilidade do feijão

in natura, ficando em torno de 88,89%. Por fim, a amostra Y (feijão verde reidratado após

secagem por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico) apresentou índices de aceitabilidade

menores que o feijão in natura, mesmo assim, apresentou bons índices de aceitabilidade para

os atributos aparência (71,79%), textura (73,79%), cor (74,74%), odor (77,21%) e sabor

(78,96%). Os resultados obtidos nessa pesquisa superaram os resultados apresentados por

Page 160: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 5 – Resultados e Discussão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 135

Medeiros (2004) para a análise sensorial realizada a partir do feijão verde reidratado após a

secagem em leito de jorro que só conseguiu aceitação com índices próximos a 70% nos

atributos sabor e odor, nos outros atributos os valores do índice de aceitabilidade foram

próximos a 60%.

Page 161: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capítulo 6:

CONCLUSÃO

Page 162: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capitulo 6 - Conclusão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 136

6. Conclusão

Com base nos resultados apresentados e discutidos, as conclusões do presente trabalho

são as seguintes:

• Estudo da desidratação osmótica do feijão verde

A variável resposta perda de água sofreu efeito significativo das variáveis

independentes, tempo de desidratação osmótica e concentração da solução osmótica. A

variável resposta ganho de sólidos sofreu influência de todas as variáveis independentes,

tempo, temperatura e concentração de sólidos da solução osmótica. No caso da variável

resposta eficiência que representa uma combinação das variáveis perda de água e ganho de

sólidos, o efeito das interações entre as variáveis independentes sobre as variáveis resposta

perda de água e ganho de sólido se sobrepõem aos efeitos das variáveis individuais,

observando-se efeito significativo e positivo apenas da variável independente temperatura.

Com base na análise estatística dos resultados do estudo da desidratação osmótica

do feijão verde realizado conforme planejamento experimental foram gerados modelos

empíricos que pela análise de variância de todos os parâmetros estudados se mostraram

estatisticamente significativos. A análise de variância confirma que na região estudada o

modelo ajustado aos dados perda de água e eficiência, apresenta boa qualidade de ajuste e

razoável concordância entre os valore observados e preditos pelo modelo..

A pré-desidratação osmótica do feijão verde em solução 12,5% de NaCl, para o

tempo de imersão de 20 minutos e temperatura de 40ºC apresentou os melhores resultados:

perda de água de 10,25%, ganho de sólido de 4,55% e uma eficiência de 2,25.

• Estudo para medição das propriedades dielétricas do feijão verde

O feijão verde in natura possui valores das propriedades dielétricas próximos aos

da água, compatível com o seu alto teor de umidade, conferindo uma boa habilidade de

absorver energia eletromagnética. Para a freqüência de 2,45 GHz, verificou-se a dependência

das propriedades dielétricas com a temperatura, havendo uma diminuição da constante

dielétrica e da constante de relaxação à medida que a temperatura aumenta. Como previsível,

Page 163: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capitulo 6 - Conclusão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 137

após o tratamento osmótico, o teor de água diminui afetando assim as suas propriedades

dielétricas. A desidratação osmótica prévia influenciou nas propriedades dielétricas,

apresentando os maiores valores para ε' e ε" no ensaio realizado nas condições de 40ºC,

concentração de 12,5% e tempo de imersão de 20 min.

• Secagem por micro-ondas do feijão verde com e sem pré-tratamento osmótico

A diminuição do conteúdo inicial de água promovida pela desidratação osmótica

favoreceu a obtenção do feijão verde com teores de água intermediários, facilitando à

secagem por micro-ondas que apresentou períodos de taxa constante e de taxa decrescente.

O forno de micro-ondas apresentou bom desempenho na secagem do feijão verde

com e sem pré-tratamento osmótico.

As curvas das taxas de secagem mostraram o importante efeito da secagem

combinada com a desidratação osmótica sobre o tempo de secagem para se atingir o teor de

umidade final desejado, com menor comprometimento da qualidade organoléptica do grão.

O modelo de Page ajustado aos dados experimentais descreveu de forma mais

satisfatória os dados da secagem por micro-ondas com e sem pré tratamento osmótico com

maiores coeficientes de determinação e menores erros relativos.

• Estudo da reidratação do feijão verde desidratado por micro-ondas com e sem

pré-tratamento osmótico

Os grãos de feijão verde desidratados com e sem tratamento osmótico, foram

facilmente reidratados, porém os feijões desidratados com pré-tratamento osmótico

apresentaram melhores resultados.

No caso da reidratação a partir do feijão verde desidratado sem pré-tratamento

osmótico não houve efeito significativo de nenhuma variável independente (tempo de

reidratação e temperatura do meio) sob nenhum dos índices de reidratação estudados (WAC,

DHC e RA).

Em se tratando da reidratação a partir do feijão verde desidratado com pré-

tratamento osmótico as variáveis respostas WAC e RA sofreram efeitos significativos das

variáveis independentes tempo de reidratação e temperatura do meio; em relação a variável

resposta DHC não houve efeitos significativos.

Page 164: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Capitulo 6 - Conclusão

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 138

Com base na análise estatística dos resultados do estudo da reidratação do feijão

verde com pré-tratamento osmótico realizado conforme o planejamento experimental foram

gerados modelos empíricos que pela análise de variância de todos os parâmetros estudados se

mostraram estatisticamente significativos. A análise de variância confirma que na região

estudada o modelo ajustado aos índices de reidratação WAC e RA, apresenta boa qualidade

de ajuste podendo ser empregado para fins preditivos.

• Análise sensorial do feijão verde reidratado.

O índice de aceitabilidade de todos os atributos analisados para a amostra de feijão

verde in natura e reidratado a partir de um feijão verde seco com e sem pré-tratamento

osmótico foi superior a 70% sendo todas elas consideradas aprovadas.

O feijão verde desidratado por micro-ondas sem pré-tratamento osmótico

apresentou melhores resultados sensoriais, porém cabe enfatizar que o feijão com pré-

tratamento osmótico também se mostrou um produto de boa aceitabilidade por parte dos

consumidores.

Considerando-se os aspectos técnicos aliados a qualidade sensorial do produto, os

resultados deste trabalho indicam que a obtenção do feijão verde desidratado em micro-

ondas, com pré-tratamento osmótico e boa capacidade de reidratação é viável, devendo ser

aprimorados os estudos relativos a preservação da qualidade nutricional deste alimento.

Page 165: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

REFERÊNCIAS

Page 166: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 139

Referências

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 12806, fev.1993. p. 8

ADU, B; OTTEN,L. Dif fusion Characteristics of White Beans During Microwave Drying, J .

agric . Engng Res, v.64, p.61-70, 1996.

AHMED, J., RAMASWAMY, H.S., RAGHAVAN, V.G.S. Dielectric properties of Indian

Basmati rice flour slurry. Journal of Food Engineering, 80, 1125–1133. 2007.

AHMED, J., RAMASWAMY, H.S., RAGHAVAN, V.G.S. Dielectric properties of soybean

protein isolate dispersions as a function of concentration, temperature and pH. Food

Science and Technology, n.41, p. 71-81, 2008.

ALIBAS, I. Characteristics of Chard Leaves during Microwave, Convective, and Combined

Microwave-Convective Drying, Drying Technology, v.24, n.11, p.1425-1435, 2006.

ALIBAS, I. Microwave, air and combined microwave–air-drying parameters of pumpkin

slices. LWT, n.40, p.1445-1451, 2007.

AKANBI, C.T.; ADEYEMI, R.S.; OJO, A. Drying characteristics and sorption isotherm of

tomato slices. Journal of Food Engineering, 73, p.157-163, 2006.

AL-HOLY, M., WANG, Y., TANG, J., RASCO, B. Dielectric properties of salmon

(Oncorhynchus keta) and sturgeon (Acipenser transmontanus) caviar at radio frequency

(RF) and microwave (MW) pasteurization frequencies. Journal of Food Engineering, 70,

564-570. 2005.

AL-MUHTASEB, A.H; HARARAH, M.A; MEGAHEY, E.K; McMINN, W.A.M; MAGEE,

T.R.A. Dielectric properties of microwave-baked cake and its constituents over a

frequency range of 0.915–2.450 GHz. Journal of Food Engineering. v. 98, p. 84-92, 2010.

ANDRADE, E.C.B.; BARROS, A.M.; TAKASE, I. Avaliação da solubilidade de cobre e

zinco em caldos de leguminosas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.23, n.3,

p. 386-388, 2003.

Page 167: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 140

ANDRÉS, A.; BILBAO, C.; FITO, P. Drying kinetics of apple cylinders under combined hot-

air microwave dehydration. Journal of Food Engineering. v. 63, n.1, p. 71-78, 2004.

ANTONIO, G.C. Avaliação do Efeito dos Pré-Tratamentos de Desidratação Osmótica e

Secagem HTST na Obtenção de Snacks de Batata Doce (Ipomoea Batatas Lam). 2006.

185p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

ARAUJO, E.A.F. Estudo do processo de desidratação osmótica e secagem de nectarina

(Prunus persica). 2005. 113p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa

de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

ARAUJO, P.M. Estudo da desidratação osmótica da cenoura (Daucus carota L.) em fatias.

2010. 136p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Centro de Tecnologia,

Departamento de Engenharia Química. Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Química. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

ARGANDONÃ, E.J.S. Goiabas desidratadas osmoticamente e secas: Avaliação de um

sistema osmótico semicontínuo, da secagem e da qualidade. 2005. 157p. Tese (Doutorado

em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos.

Universidade Estadual de Campinas.

AZOUBEL, P.M. Influência de Pré-tratamentos na Obtenção de Produtos Secos do Caju

(Anardium occidentale, L.). 2002. 136p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) –

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Faculdade de Engenharia de

Alimentos, Universidade Estadual de Campinas.

BABALIS, S.J.; BELESSIOTIS, V.G. Influence of the drying conditions on the drying

constants and moisture diffusivitty during the thin-layer drying of figs. Journal of Food

Engineering, v. 65, p.449-458, 2004.

BAINI, R.; LANGRISH, T.A.G. Choosing an appropriate drying model for intermittent and

continuous drying of bananas. Journal of Food Engineering. v.79, p.330-343, 2007.

Page 168: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 141

BARBANTI, D.; MASTROCOLA, D.; PIZZARANI, S. Air drying of plums influence of

some process parameters on the specific drying kinetics. Sciences Des Aliments, n. 15,

p.19-29,1995.

BARBOZA, A.C. R.N, CRUZ, C.V.M.S, GRAZIANI, M.B, LORENZETTI, M.C.F,

SABADINI, E. Aquecimento em forno de micro-ondas – desenvolvimento de alguns

conceitos fundamentais. Química Nova, v.24, n.6, p.901-904, Maio. 2001.

BARBOSA-CÁNOVAS, G. V. and BARLETTA, B. Food engineering laboratory manual. 1

ed. Technomic Publication: Washington, 1997.

BARBOSA JÚNIOR, L.C. Influencia da temperatura e da concentração na desidratação

osmótica da abobora (Curcubita maxima) e cenoura (Daucus carota L) utilizando

metodologia de superfície de resposta. 2002. 98p. Dissertação (Mestrado em Engenharia

de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

BARONI, A.F. Propriedades Mecânicas, Termodinâmicas e de Estado de Tomate Submetido

à Desidratação Osmótica e Secagem. 2004. 226p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Alimentos) – Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de

Campinas.

BELITZ, H. D.; GROSCH, W. Química de los alimentos. 2ed. Zaragoza: Acribia, 2000,

1087p.

BERBET, P.A; QUEIROZ, D.M; MELO, E.C. Dielectric Properties of Common Bean.

Biosystems Engineering. v. 83, p. 449-462, 2002.

BERTELI, M.N. Estudo Comparativo de Processos de Secagem de Sólidos Granulados com e

Sem Assistência de Micro-ondas. 2005. 114p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

Page 169: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 142

BERTELI, M.N. e MARSAIOLI, JR., A.. Evaluation of short cut pasta air dehydration

assisted by microwaves as compared to the conventional drying process. Journal of Food

Engineering, 68, p.175–183, 2004.

BIALOBRZEWSKI, I. Simultaneous heat and mass transfer in shrinkage apple slab during

drying. Drying Technology. 24, p.551-559, 2006.

BILBAO-SÁINZ, C; ANDRÉS, A; CHIRALT, A; FITO, P. Microwaves phenomena during

drying of apple cylinders. Journal of Food Engineering, n.74, p.160-197, 2006.

BOEIRA, J.B. Estudo experimental da obtenção de pêssego desidratado (var. Marli e

Springcrest) por desidratação osmótica e secagem complementar. 2005. 83p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia de Alimentos) – Centro de Tecnologia - Curso de Pós-

Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Federal de Santa Catarina.

BOHIGAS, X; TEJADA, J. Dielectric properties of acetic acid and vinegar in the microwave

frequencies range 1–20 GHz. Journal of Food Engineering, n.94, p.46-51, 2009.

BONDARUK, J; MARKOWSKI, M; BŁASZCZAK, W. Effect of drying conditions on the

quality of vacuum-microwave dried potato cubes. Journal of Food Engineering, n.81,

p.306-312, 2007.

BRITO, C.A.K. Perfil sensorial de bebida “light” de polpa de goiaba adoçada com diferentes

edulcorantes. 2009. 169p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

BUCHWEITZ, P.R. Avaliação da pré-secagem osmótica de kiwi (Actinidia deliciosa)

complementada por processos convencionais. 2005. 224p. Tese (Doutorado em

Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos.

Universidade Estadual de Campinas.

BUGGENHOUT, S.V.; GRAUWET, T.; LOEY, A.V.; HENDRICKX, M. Use of

pectinmethylesterase and calcium in osmotic dehydration and osmodehydrofreezing of

strawberries. European Food Research and Technology, v.226, n.5, p.1145-1154, 2008.

Page 170: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 143

CANO-CHAUCA, M.; RAMOS, A.M.; MARQUES, J.A.; SILVA, P. I.; Curvas de secagem

e avaliação da atividade de água da banana passa. B.CEPPA, v.22, n.1, p.121- 132, 2004.

CANTO, M.W. Estudo de diferentes processos de torração de café por método convencional e

por microondas. Campinas, 2001. 283p. Tese. (Doutorado em Engenharia de Alimentos)

Departamento de Engenharia de Alimentos. FEA/UNICAMP.

CARBONARO, M. et al. Perspectives into factors limiting in vivo digestion of legume

proteins: antinutritional compounds or storage proteins. Journal of Agricultural and Food

Chemistry, Washington, v. 48, n. 3, p. 742-749, 2000

CARDELLO, H. M.A B.; CARDELLO, L. Teor de vitamina C, atividade de ascorbato

oxidase e perfil sensorial de manga (Mangífera índica L.) var. haden, durante o

amadurecimento. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.18, n. 2, p. 211-217, 1998.

CASTRO, A. L. da S. Desenvolvimento de um Protótipo de Secador por Micro-ondas. 1994.

137p. Dissertação (Mestrado em engenharia elétrica). Departamento de Engenharia

Elétrica. Universidade Federal do Pará.

CASTRO-GIRÁLDEZ, M; FITO, P.J; FITO, P. Application of microwaves dielectric

spectroscopy for controlling long time osmotic dehydration of parenchymatic apple tissue.

Journal of Food Engineering, v. 104, 227-233, 2011.

CECCHI, H.M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. 2a edição

revisada. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2003.

CHAVES, J. B. P.; SPROESSER, R. L. Práticas de laboratótio de análise sensorial de

alimentos e bebibas. Viçosa:UFV, 2002.

COSTA, M. N. da. Secagem de Macarrão assistida por Micro-ondas. 1999. 68p. Dissertação

(Mestrado em engenharia de alimentos) Departamento de Engenharia de Alimentos.

Universidade Estadual de Campinas.

Page 171: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 144

CUNHA, M. L. Estudo da secagem do café cereja descascado pelo processo a ar quente

assistido a microondas. Campinas, 1996. 74p. Dissertação. (Mestrado em Engenharia de

Alimentos) Departamento de Engenharia de Alimentos. FEA/UNICAMP.

DATTA, A. K. Fundamentals of heat and moisture transport for microwaveable food product

and process development. Handbook of Microwave Technology for Food Applications, p.

115-172, 2001.

DECAREAU, R. V.; PETERSON, R.A. Microwave processing and engineering. Chichester:

Ellis Horwood, 1986. 224p.

DE LOS REYES, R.; HEREDIA, A.; FITO, P.; DE LOS REYES, E. & ANDRÉS, S.

Dielectric spectroscopy of osmotic solutions and osmotically dehydrated tomato products,

Journal of Food Engineering, v. 80, p. 1218-1225. 2007.

DELGADO, A.E.; RUBIOLO, A.C. Microstructural Changes in Strawberry after Freezing

and Thawing Processes. Food Science and Technology: LWT, v.38, n.2, p.135-142, 2005.

DOYMAZ, I. Sun drying of figs: an experimental study. Journal of Food Engineering, v.71,

p.403-407, 2005.

DOYMAZ, I. Drying kinetics of black grapes treated with different solutions. Journal of

Food Engineering, v. 76, 212-217, 2006.

DOYMAZ, I. Influence of pretreatment solution on the drying of sour cherry. Journal of Food

Engineering, v.78, p.591-596, 2007.

DUTCOSKY, S.D. Análise sensorial de alimentos. 2a ed rev e ampliada. Curitiba:

CHAMPAGNAT, 2007. 239p.

DUTRA DE OLIVEIRA, J.E; MARCHINI, J.S. Ciências nutricionais. São Paulo: Sarvier,

1998. 403 p.

EARLE, R. L. Ingeniaria de los alimentos. Acribia, Zaragoza, 1992.

Page 172: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 145

EL-AOUAR, A.A. Estudo do processo de secagem de mamão formosa (Carica papaya L.)

fresco e pré-tratado osmoticamente. 2005. 241p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

EL-AOUAR, A. A. e MURR, F.E.X. Estudo e modelagem da cinética de desidratação

osmótica do mamão formosa (Carica papaya L.). Ciência e Tecnologia de Alimentos,

Campinas, v.23, n.1, p.69-75, jan./abr. 2003.

EL-BELTAGY, A.; GAMEA, G.R.; AMER ESSA, A.H. Solar drying characteristics of

strawberry. Journal of Food Engineering. v. 78, 456-464, 2007.

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Industrialização do feijão pode

aumentar consumo per capita. Goiânia: EMBRAPA Feijão e Arroz. 1997. 4p.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias. Disponível em:

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoCaupi/importanci

a.htm. Acesso em: 27/09/2007

ERLE, U e SCHUBERT, H. Combined osmotic and microwave-vacuum dehydration of

apples and strawberries. Journal of Food Engineering, n.49, p.193-199, 2001.

ESCOBAR, M.P.; GALINDO, F.G.; WADSO, L.; NÁJERA, J.R.; SJOHOLM, I. Effect of

Long-Term Storage and Blanching Pre-Treatments on the Osmotic Dehydration Kinetics

of Carrots (Daucus carota L. cv. Nerac). Journal of Food Engineering, v.81, n.2, p.313–

317, 2007.

EVERARD, C.D., FAGAN, C.C., O'DONNELL, C.P., O'CALLAGHAN, D.J., LYNG, J.G.

Dielectric properties of process cheese from 0.3 to 3 GHz. Journal of Food Engineering,

75, 415–422. 2006.

FADINI, A. L. Comparação da eficiência do processo convencional de torração do cacau

frente ao processo por micro-ondas. Campinas, 1998. 122p. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Alimentos) Departamento de Engenharia de Alimentos. FEA/UNICAMP.

Page 173: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 146

FALADE, K.O; ABBO, E.S. Air-drying and rehydration characteristics of date palm (Phoenix

dactylifera L.) fruits. Journal of Food Engineering. v. 79, 724-730, 2007.

FANTE, L. Estudo da cinética de branqueamento e secagem por ar quente e liofilização do

alho (Allium sativum L). 2011. 120p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia dos

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

FELLOWS, P.J. Tecnologia do processamento de alimentos – princípios e prática. 2ªed.

Porto Alegre: Ed.ARTMED. 2006. 602p.

FENG, H. e TANG, J. Microwave finish drying of diced apples in a spouted bed. Journal of

Food Science, v. 63, p.679-683. 1998.

FERNANDES, F.A.N.; RODRIGUES,S.; GASPARETO, O.C.P.; OLIVEIRA, E.L.

Optimization of Osmotic Dehydration of Bananas followed by Air-Drying. Journal of

Food Engineering, v.77, n.1, p.188-193, 2006.

FERRARI, C.C. Estudo da transferência de massa e qualidade do melão desidratado

osmoticamente em soluções de sacarose e maltose. Campinas, 2005. 116p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia de Alimentos) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

FERRARI, C.C. Avaliação do emprego da desidratação osmótica e de coberturas comestíveis

de pectina na estrutura celular e na qualidade de melão minimamente processado. 2009.

196p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

FLOURY, J.; LE BAIL, A.; PHAM, Q.T. A 3-Dimensional Numerical Simulation of the

Osmotic Dehydration of Mango and Effect of Freezing on the Mass Transfer Rates.

Journal of Food Engineering, v.85, n.1, p.1-11, 2008.

Page 174: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 147

FONTES, L.C.B. Efeito de desidratação osmótica e coberturas comestíveis na qualidade de

chips de batata-doce elaborado pelo processo de fritura por imersão. 2009. 305p. Tese

(Doutorado em engenharia de alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

FRANCO, B.D.G.M. e LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo:

Ed.Atheneu. 2008. 182p.

FROTA, K.M.G; SOARES, R.A.M; AREAS, J.A.G. Composição química do feijão caupi

(Vigna unguiculata L. Walp), cultivar BRS-Milênio. Ciência e Tecnologia de Alimentos,

Campinas, v.28, n.2, p.470-476, abr/jun. 2008.

FUKUDA, A. M; SILVEIRA, A. M. Secagem de brócolis via microondas: caracterização de

amostras. In: VII CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA EM

INICIAÇÃO CIENTÍFICA (COBEQ-IC), 2008, SAO CARLOS. ANAIS do VII COBEQ-

IC. Sao Carlos, 2007.

FUMAGALLI, F . Secagem de pêra em secador a micro-ondas. 2003. 130p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Química). Departamento de Engenharia Química. Universidade

Federal de São Carlos – UFSCar.

FUNEBO, T., OHLSSON T. Microwave-assisted air dehydration of apple and mushroom,

Journal of Food Engineering., v. 38, p.353-367, 1998.

FURTUNATO, A. A., MAGALHAES, M. M. dos A., MARIA, Z. L. Estudo do feijão verde

(Vigna unguiculata L. Walp) minimamente processado. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Campinas, v.20, n.3, p.299-301, set./dez. 2000.

GABAS, A.L. Influência das condições de secagem de ameixa (Prunus domestica) na

qualidade do produto. 2002. 155p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos) –

Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas.

Page 175: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 148

GARCÍA-PASCUAL, P., SANJUÁN, N., MELIS, R., MULET, R. Morchella esculenta

(morel) rehydration process modelling. Journal of Food Engineering. v.72 (4), p.346–353,

2006.

GARCIA, A., TORRES, J.L; DE BLAS, M; DE FRANCISCO, A; ILLANES, R. Dielectric

Characteristics of Grape Juice and Wine. Biosystems Engineering. v.88 (3), p.343–349,

2004.

GARCIA, A., TORRES, J.L; PRIETO, E; DE BLAS. Dielectric properties of grape juice at

0.2 and 3 GHz. Journal of Food Engineering. v.41, p.203-211, 2001.

GAVA, A.J; SILVA, C.A.B; FRIAS, J.R.G. Tecnologia dos alimentos: princípios e

aplicações. São Paulo: Nobel, 2008. 511p.

GAZZANEO, L.R.S. Indução de mutação e seleção em feijão-caupi (Vigna unguiculata L.

Walp) visando tolerância a salinidade. 2007. 100p. Dissertação (Mestrado). Programa de

Pós-Graduação em Genética. Universidade Federal de Pernambuco.

GERMANO, P.M.L; GERMANO, M.I.S. Higiene e vigilância sanitária dos alimentos:

qualidade das matérias-primas, doenças transmitidas por alimentos, treinamento de

recursos humanos. 3ªed. rev e ampl, São Paulo: Manole, cap 31, 653-665. 2008. 986p.

GILABERT ESCRIVA, M. V., PEZOA GARCIA, N. H., MARSAIOLI JR, A. Comparação

das propriedades reológicas da massa de cacau torrada convencionalmente e por micro-

ondas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.18, n.2, p.218-223, May/July 1998.

GOYAL, R.K.; KINGSLY, A.R.P.; MANIKANTAN, M.R.; ILYAS, S.M. Mathematical

modelling of thin layer drying kinetics of plum in a tunnel dryer. Journal of Food

Engineering. v.79, p.176-180, 2007.

GUARDEÑO, L.M; CATALÁ-CIVERA, J.M; PLAZA-GONZÁLEZ, P; SANZ, T;

SALVADOR, A; FISZMAN, S;M; HERNANDO, I. Dielectrical, microstructural and

flow properties of sauce model systems based on starch, gums and salt. Journal of Food

Engineering. v. 98, p. 34-43, 2010.

Page 176: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 149

GUO, W; NELSON, S.O; TRABELSI, S; KAYS, S.J. 10–1800-MHz dielectric properties of

fresh apples during storage. Journal of Food Engineering, 83, p.562-569. 2007.

GUO, W; LIU, Y; ZHU, X; WANG, S. Dielectric properties of honey adulterated with

sucrose syrup. Journal of Food Engineering, 107, p.1-7. 2011.

GUO, W; ZHU, X; NELSON, S.O; YUE, R; LIU, H; LIU, Y. Maturity effects on dielectric

properties of apples from 10 to 4500 MHz. Food Science and Technology, 44, p.224-230.

2011.

HARPER, H.A. Manual de química fisiológica. 3ªed., São Paulo: Ed.Atheneu, cap 19, 424-

446. 1973.

HENRY, C. J. K.; CHAPMAN, C. The Nutrition Handbook for Food Processors. Lincoln:

CRC Press, 2002. p.117-127.

HEREDIA, A.; BARRERA, C. & ANDRÉS, A. Drying of cherry tomato by a combination of

different dehydration techniques. Comparison of kinectics and other related properties.

Journal of Food Engineering, v.80, p.111-118. 2007

HERVE, A.G; TANG, J; LUEDECKEB, L; FENG, H. Dielectric Properties of Cottage Cheese

and Surface Treatment Using Microwaves. Journal of Food Engineering. v. 37, p.389-

410, 1998.

HOLDEN, J.M. Assement of the quality of data in nutritional databases. Boletim da

Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 31, n. 2, p. 105-

108, 1997.

HU, Q; ZHANG,M; MUJUMDAR, A.S; XIAO, G; SUN, J. Drying of edamames by hot air

and vacuum microwave combination. Journal of Food Engineering, n.77, p.977-982,

2006.

Page 177: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 150

KROKIDA, M. K.; MARINOS-KOURIS, D.; Rehydration kinetics of dehydrated products.

Journal of Food Engineering, v. 57, p. 1-7, 2003.

IAL - INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz – Métodos

Químicos e Físicos para Análise de Alimentos. 4 ed (1ª ed digital). São Paulo: O Instituto,

2008, 1020p.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=rn. Acesso em: 27/09/2007.

ISLAM, M.N.; LEA, R.A. Effect of maturity on the nutrient content and the canning Quality

of emerald soy bean. Journal of Food Science, Chicago, v. 44, n.1, p.204-212, 1979.

JUMAH, R. Y. e RAGHAVAN, G. S. V. Analysis of heat and mass tranfer during combined

microwave-convective spouted-bed drying. Drying Technology, v. 19, n. 3 e 4, p. 485-

506. 2001.

KANDEL, E.R.; SCWARTZ, J.H.; JESSEL, T.M. Fundamentos da Neurociências e do

Comportamento. 2a ed., Rio de Janeiro: GUANABARA-KOOGAN:, 2000. cap. 1-16.

KHRAISHEH, M.A.M.; McMINN, W. A. M. & MAGEE, T.R.A. Quality and structural

changes in starchy foods during microwave and convective drying, Food Research

International, v. 37, p. 497-503. 2004.

KOBLITZ, M.G.B. Matérias-primas alimentícias: composição e controle de qualidade.

Rio de Janeiro: GUANABARA KOOGAN, 2011. 301p.

KROKIDA, M.K., MARINOS-KOURIS, D. Rehydration kinetics of dehydrated products.

Journal of Food Engineering. v. 57, p. 1–7, 2003.

KROKIDA, M. K., PHILIPPOPOULOS, C. Rehydration of Dehydrated Foods. Drying

Technology., v. 23. n.4, p.799 – 830, 2005.

Page 178: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 151

KROKIDA, M.K; KIRANOUDIS, C.T; MAROULIS, Z.B; MARINOS-KOURIS, D. Drying

related properties of apple. Drying Technology, v. 18, p. 1251-1267. 2000.

LEE, K.T., FARID, M., NGUANG, S.K. The mathematical modelling of the rehydration

characteristics of fruits. Journal of Food Engineering. v.72, p.16–23, 2006.

LEONHARDT, G. F.; WESTPHALEN, D. L. Microwave drying of short-cut pasta.

Proceedings of the Inter-American Drying Conf.. Itu-SP, Brazil, pp 448-453, 1997.

LENART, A. Osmo-convective drying of fruits and vegetables: Technology and application.

Drying Technology, v. 14, n. 2, p. 391 – 413, 1996.

LESCANO, C.A.A. Análise da secagem de resíduo de leite de soja “okara” em secadores de

leito de jorro e de cilindro rotativo assistido a microondas. 2009. 163p. Tese (Doutorado

em engenharia química). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química.

Universidade Estadual de Campinas.

LEWICKI, P.P. Some remarks on rehydration of dried foods. Journal of Food Engineering. v.

36, p.81–87, 1998.

LIMA, E.D.P de A., JERONIMO, E. de S., LIMA, C.A. de A., GONDIM, P.J. de S.,

ALDRIGUE, M.L., CAVALCANTE, L.F. Características físicas e químicas de grãos

verdes de linhagens e cultivares de feijão caupi para processamento tipo conserva. Revista

Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.7, n.1, p.129-134,

2003.

LIN, T.M; DURANCE, T.D; SCAMAN, C.H. Characterization of vacuum microwave, air

and freeze dried carrot slices. Food Research International, v.31, n.2, p.111-117, 1998.

LIU, Y; TANG, J; MAO, Z. Analysis of bread dielectric properties using mixture equations.

Journal of Food Engineering. v.93, p.72-79, 2009.

Page 179: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 152

LYNG, J.G, ZHANG, L; BRUNTON, N.P. The effect of fat, water and salt on the thermal

and dielectric properties of meat batter and its temperature following microwave or radio

frequency heating. Journal of Food Engineering, v.80, p. 142-151. 2007.

LYNG, J.G, ZHANG, L; BRUNTON, N.P. A survey of the dielectric properties of meats and

ingredients used in meat product manufacture. Meat Science, v.69, P. 589-602. 2005.

MAGALHÃES, M. M. A.; CORREIA, R. T. P.; Desidratação Osmótica. EDUFRN, Natal,

no prelo, 2010.

MAGALHAES, R.S, LIMA,, R.M.F, SOUZA, H.A. de. O uso de micro-ondas para

determinação de umidade de bauxita. REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, Brasil, v.56, n.4,

p.255-259, out/dez 2003.

MALDONADO, S., ARNAU, E., BERTUZZI, M.A. Effect of temperature and pretreatment

on water diffusion during rehydration of dehydrated mangoes. Journal of Food

Engineering. v.96, p.333–341, 2010.

MAYOR, L.; SERENO, A. M. Modelling shrinkage during convective drying of food

materials: a review. Journal of Food Engineering, v.61, p.373–386, 2004.

MARCELLINI, P.S. Caracterização sensorial por perfil livre e análise tempo-intensidade de

suco de abacaxi (Ananas comosus L. Merril) reconstituído e adoçado com diferentes

edulcorantes. 2005. 100p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

MARGARIS, D.P.; GHIAUS, A.G. Experimental study of hot air dehydration of sultana

grapes. Journal of Food Engineering, v.79, 1115-1121, 2007

MARSAIOLI, Jr A. Desenvolvimento da tecnologia de aplicação de micro-ondas em secador

cilíndrico-rotativo combinado com ar quente para produtos granulados. 1991. 197p. Tese

(Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

Page 180: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 153

MARSAIOLI, JR., A.; CUNHA, M.L.; CANTO, M.W., 2003. Secagem de Café Cereja

Descascado por Ar Quente e Micro-ondas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas,

Brasil, v.23, n.3, p.381-385, 2003.

MASKAN, M. Microwave/air and microwave finish drying of banana. Journal of Food

Engineering, n.44, p.71-78, 2000.

MASKAN, M. Dryng, shrinkage and rehydration characteristics of kiwifruits during hot air

and microwave dryng. Journal of Food Engineering, Oxford, v.48, p.177-182, 2001.

MATA, W. Récupération Assistée des Pétroles Visqueux par Ondes Electromagnetiques.

1993. Tese (Doutorado). ENSEEIHT/INP - Toulouse, França.

MATA, A. L. M. L., MATA, W., MOIA JUNIOR, M.S., MEDEIROS, P.V.D. Caracterização

dielétrica do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) na freqüência de microondas. In

XLVII Congresso Brasileiro de Química (CBQ). 2007.

MATA, A. L. M. L., MATA, W., FERNANDES, L.S.L. MOIA JUNIOR, M.S.

Caracterização dielétrica dos ingredientes de uma lasanha para utilização em fornos de

microondas. In XVI Congresso Brasileiro de Engenharia Quimica (COBEQ). 2006.

MATA, A. L. M. L., MATA, W., FERNANDES, L.S.L. The electromagnetic properties of

food materials for microwave heating. In 2nd Mercosur Congress on Chemical

Engineering and 4th Mercosur Congress on Process Systems Engineering

(EMPROMER). 2005a.

MATA, A. L. M. L., MATA, W., FERNANDES, L.S.L. Dielectric properties analysis of in

natura foods for microwave heating. In 7º World Congress of Chemical Engineering

2005b.

MATSUI, K.N. Inativação das enzimas presentes na água de coco verde (Cocos nucifera L.)

por processo térmico através de micro-ondas. 2006. 139p. Tese (Doutorado em

Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos.

Universidade Estadual de Campinas.

Page 181: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 154

MEDEIROS, P.V.D, MATA, A.L. de M. L.; MATA, W; MEDEIROS, M.F.D, MOIA

JÚNIOR, M.S. Propriedades dielétricas do feijao verde (Vigna unguiculata (L) Walp)

cozido e “in natura”. Alimentos Ciência e Ingeniería. v.16, p.353-355, 2007a.

MEDEIROS, P.V.D, MATA, A.L. de M. L.; MATA, W; MEDEIROS, M.F.D, MOIA

JÚNIOR, M.S. Propriedades dielétricas de polpas de frutas regionais. In 7º Simposio

Latino Americano de Ciências de Alimentos (7º SLACA). 2007b.

MEDEIROS, U.K.L de. Estudo da secagem do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) –

análise experimental do processo combinado leito fixo/leito de jorro. 2004. 128p.

Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Centro de Tecnologia, Departamento

de Engenharia Química. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

MELONI, P. L. S.; Curso – Desidratação de frutas e hortaliças. UFRN. Escola Agrícola de

Jundiaí, 75 p., 2005.

MESQUITA, F.R. Linhagens de feijão: composição química e digestibilidade protéica. 2005.

44p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos.

Universidade Federal de Lavras.

MILLER, R. K. Sensory methods to evaluate muscle foods. In: KINSMAN, D. M.;

KOTULA, A. W.; BREIDENSTEIN, B. C. Muscle Foods: Meat, Poultry and Seafood

Technology. New York: Chapman & Hall, 1994. cap. 12, p. 333-360.

MINIM, V.P.R. Análise sensorial: estudos com consumidores. Viçosa: UFV, 2006. 225p.

MINIM, V.P.R.; DELLA LUCIA, S.M.; CARNEIRO, J.D.S. Análise sensorial de alimentos.

In: MINIM, V.P.R. Análise sensorial: estudo com consumidores. 1ª Ed. Viçosa: Editora

UFV, p.14-49, 2006.

Page 182: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 155

MOIA JUNIOR, M.S, MATA, A. L. M. L., MATA, W. Medida das propriedades dielétricas

de alimentos enlatados. In Congresso de Iniciação Cientifica da UFRN (CIC-UFRN).

2006.

MONKS, L. F. Micro-ondas na Secagem de Trigo (Triticum aestivum L.), e Qualidade da

Farinha. 2002. 53p. Dissertação (Mestrado em ciência e tecnologia agroindustrial).

Universidade Federal de Pelotas.

MONZÓ-CABRERA, J., DÍAZ-MORCILLO, A., CATALÁ-CIVERA, J., M. & DE LOS

REYES, E. Heat and Mass Transfer Characterisation of Microwave Drying of Eláter. In

Drying’00, 27, 2000.

MORAIS, E.C. Perfil sensorial e físico de pães de forma sem glúten com adição de

prebióticos e edulcorantes. 2011. 195p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

MOREIRA, R., CHENLO, F., CHAGURI, L., C. FERNANDES. Water absorption, texture,

and color kinetics of air-dried chestnuts during rehydration. Journal of Food Engineering.,

86, p.584–594, 2008.

MONNERAT, S.M. Desidratação osmótica e secagem convectiva de maçã: transferência de

massa e alterações de estrutura molecular. 2009. 158p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

MUDGETT, R. E. Eletrical properties of foods. In: RAO, M. A. (Ed.) Engineering properties

of food, 2. Ed. New York, 1996. p.389-456.

NEPA-UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos - TACO. Versão IV. 4ª ed.

rev e ampliada. Campinas: Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Universidade

Estadual de Campinas, 2011. 161p.

Page 183: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 156

NETO, M. A. S.; MAIA, G.A.; LIMA, J.R.; FIGUEIREDO, R. W.; FILHO, M. S. M. S.;

LIMA, A. S.; Desidratação osmótica de manga seguida de secagem

convencional:Avaliação das variáveis de processo. Ciência e Agrotecnologia, v.29, n.5,

p.1021-1028, 2005.

NGUYEN, M.H.; PRICE, W.E. Air-drying of banana: Influence of experimental parameters,

slab thickness, banana maturity and harvesting season. Journal of Food Engineering. v.79,

p.200-207, 2007.

NGUYEN, T.A.; VERBOVEN, P.; SCHEERLINCK, N.; VANDEWALLE, S.; NICOLAI,

B.M. Estimation of effective diffusivity of pear tissue and cuticle by means of a numerical

water diffusion model. Journal of Food Engineering, v.72, 63-72, 2006.

NICOTELI, J.F. Secagem de caqui em condições controladas: efeito sobre a qualidade do

produto e consumo energético. 2005. 149p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

NIMMOL, C.; DEVAHASTIN, S.; SWASDISEVI, T.; SOPONRONNARIT, S. Drying of

banana slices using combined low-pressure superheated steam and far-infrared radiation.

Journal of Food Engineering. v.81, 624-633, 2007.

NUNES, A.C.; BOHIGAS, X; TEJADA, J. Dielectric study of milk for frequencies between 1

and 20 GH. Journal of Food Engineering, v.76, p.250-255, 2006.

OCHOA-MARTINEZ, C.I.; RAMASWAMY, H.S.; AYALA-APONTE, A.A. Artificial

neural network modeling of osmotic dehydration mass transfer kinetics of fruits. Drying

Technology, v.25, p.85-95, 2007.

OLAPADE, A.A; OKAFOR, G.I; OZUMBA, A.U; OLATUNJI, O. Characterization of

common Nigerian cowpea (Vigna unguiculata L. Walp) varieties. Journal of Food

Engineering, Oxford, v.55, p.101-105, 2002.

Page 184: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 157

OLIVEIRA, L.G., QUEIROGA, P.V.D.M., MATA, A.L.M.L., MEDEIROS, M.F.D. Estudo

preliminar da cinética de secagem do feijão verde (Vigna unguiculata L. Walp) por

infravermelho com e sem pré-tratamento osmótico. In. VIII COBEQ-IC – VIII Congresso

Brasileiro de Engenharia Química – Iniciação Cientifica. Uberlândia – MG, 2009.

ONWULIRI, A. V.; OBU, A. J. Lipids and other constituents of Vigna unguiculata and

Phaseolus vulgares grown in northern Nigéria. Food Chemistry, Oxford, v. 78, n. 1, p. 1-

7, 2002.

ORDÓNEZ, J.A.P e colaboradores. Tecnologia dos alimentos: componentes dos alimentos e

processos. Vol 1. Porto Alegre: ARTMED, 2005. 294p.

OZKAN, I.A; AKBUDAK, B; AKBUDAK, N. Microwave drying characteristics of spinach.

Journal of Food Engineering, n.78, p.577-583, 2007.

PACCO, H.C. Secagem de figo (Ficus carica L) da variedade “Gigante de Valinhos” em

secador de bandejas. 2003. 125p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos) -

Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas.

PARK, K.J., BIN, A., BROD, F.P.R. Obtenção das isotermas de sorção e modelagem

matemática para a pêra bartlett (Pyrus sp) com e sem desidratação osmótica. Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.21, n.1, p.73-77, jan./abr. 2001.

PASTORINI, L.H., BACARIN,M.A., ABREU, C.M. Secagem de material vegetal em forno

de micro-ondas para determinação de matéria seca e análises químicas. Ciências

agrotécnicas. Lavras, V26. n6. p.1252-1528. nov/dez. 2002

PEREIRA, L.M. Influência da Desidratação Osmótica com Aditivos na Estrutura Celular e na

Manutenção da Qualidade de Goiabas Minimamente Processadas. 2006. 202p. Tese

(Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

Page 185: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 158

PEREIRA, N.R. Estudo da aplicação de micro-ondas na secagem de bananas tratadas

osmoticamente. 2007. 165p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de

Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

PEZANTES, D.V. Estudo das operações combinadas da desidratação osmótica a vácuo,

defumação líquida e secagem em filés de bonito (Sarda sarda). 2006. 251p. Tese

(Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

PIOTROWSKI, D.; LENART, A; WARDZYNSKI, A. Influence of osmotic dehydration on

microwave-convective drying of frozen strawberries. Journal of Food Engineering. v.65,

n.4, p.519–525, 2004.

PORTO, P.S.S.; Cinética da secagem de cebola (Allium cepa L.) em camada delgada. 2001.

103 p. Dissertação de Mestrado – Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Rio

Grande – RS. 2001.

PRABHANJAN, D.C; RAMASWAMY, H.S; RAGHAVAN, G.S.V. Microwave-assisted

Convective Air Drying of Thin Layer Carrots. Journal of Food Engineering, n.25, p.283-

293, 1995.

PUZZI, D. Manual de armazenamento de grãos: armazéns e silos. São Paulo: Agronômica

Ceres. 1977. 405p.

QUERIDO, A.F. Otimização e comparação dos processos de desidratação osmótica a vácuo e

a pressão ambiente de pseudofruto de caju (Anacardium occidentale L). Campinas, 2000.

140p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos) Departamento de Engenharia

de Alimentos. FEA/UNICAMP.

RAGHAVAN, G.S.V. e SILVEIRA A.M. Shrinkage characteristics of strawberries

osmotically dehydrated in combination with microwave drying. Drying Technology,

19(2), p. 405-414. 2001.

Page 186: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 159

RAGNI, L; AL-SHAMI, A; MIKHAYLENKO, G; TANG, J. Dielectric characterization of

hen eggs during storage. Journal of Food Engineering, v.82, P. 450-459. 2007.

RAHMAN, M. S. Dried food properties: challenges ahead. Drying Technology, v.23, p. 695-

715, 2005.

RAOULTT-WACK, A; RIOS, G; SAUREL, R; GIROUX, F; GUILBERT, S. Modeling of

dewatering and impregnation soaking process (osmotic dehydration). Food Research

International, v.27, p.207-209, 1994.

RASTOGI, N.K; RAGHAVARAO, K.S.M.S; NIRANJAN, K; KNORR, D. Recent

developments in osmotic dehydration: methods to enhance mass tranfer. Trends in Food

Science & Technology, v.13, p.48-59. 2002.

RASTOGI, N. K.; NAYAK, C. A.; RAGHAVARAO, K. S. M. S.; Influence of osmotic pre-

treatments on rehydration characteristics of carrots. Journal of Food Engineering, v.65,

p.287-292. 2004.

REZENDE, O. Variação das propriedades físicas e mecânicas e da qualidade do feijão

(Phaseolus vulgaris L.) durante a secagem e o armazenamento. 2006. 180p. Tese

(Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Universidade Federal

de Viçosa.

RIBEIRO, C.F.A. Processamento de Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum): desidratação

osmótica, defumação e secagem. 2009. 166p. Tese (Doutorado em Engenharia de

Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

RIBEIRO, S.C.A. Estudo do processo de desidratação osmótica e secagem de filés de mapará

(Hypophthalmus edentatus). 2005. 250p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos).

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de

Campinas.

Page 187: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 160

RIBEIRO, E.P. e SERAVALLI, E.A.G. Química de alimentos. São Paulo: Ed. Edgard

Blucher. 2004. 184p.

ROCHA, C.R. Aplicação de Micro-ondas na Parbolização de Arroz. 1998. 71p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia de Alimentos) Departamento de Engenharia de Alimentos.

FEA/UNICAMP.

RODRIGUES, A.C.C. Estudo da desidratação osmótica com aditivos e do acondicionamento

sob atmosfera modificada de pedaços de mamão formosa. 2005. 210p. Tese (Doutorado

em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos.

Universidade Estadual de Campinas.

RODRIGUES, J.A. Qualidade de grãos de feijão para cozimento. 2004. 80p. Dissertação

(Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Universidade Federal de Santa

Maria.

RODRIGUES, S.; FERNANDES, F.A.N. Image Analysis of Osmotically Dehydrated Fruits:

Melons Dehydrated in a Ternary System. European Food Research and Technology,

v.225, n.5-6, p.685-691, 2007.

ROSINI, F, NASCENTES, C.C, NOBREGA, J.A. Experimentos didáticos envolvendo

radiação micro-ondas. Química Nova, v.27, n.6, p.1012-1015, agosto. 2004.

RUIZ-LÓPEZ, I.I.; GARCÍA-ALVARADO, M.A. Analytical solution for food-drying

kinetics considering shrinkage and variable diffusivity. Journal of Food Engineering,

v.79, 208-216, 2007.

RYYNÄNEN, S.; RISMAN, P. O. & OHLSSON, T. Hamburguer composition and

microwave heating uniformity. Journal of Food Science: Food Engineering and Physical

Properties, v. 69, n. 7, p. 187-196. 2004.

SACHAROW, S.; SCHIFFMANN, R. Microwave Packaging. UK: Pira International, 1992.

155p.

Page 188: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 161

SACILIK, K.; ELICIN, A.K. The thin layer drying characteristics of organic apple slices.

Journal of Food Engineering, 73, 281-289, 2006.

SALGADO, S.M, GUERRA, N.B., ANDRADE, S.A.C., LIVERA, A.V.S. Caracterização

físico-química do grânulo do amido do feijão caupi. Ciência e Tecnologia de Alimentos,

Campinas, 25(3): 525-530, jul.-set. 2005

SANJUÁN, N.; SIMAL, S.; BON, J.; MULLET, A. – Modelling of broccoli stems

rehydration process. Journal of Food Engineering, n. 49, p. 27-31. 1999.

SANSEVERINO, A.M. Micro-ondas em síntese orgânica. Química Nova, v.25, n.4, p.660-

667, outubro. 2002.

SANTOS, C. N. P. Elaboração de um estruturado de polpa de manga (Mangifera indica L.

c.v. Tommy Atkins) parcialmente desidratada por osmose. Dissertação (Mestrado em

Tecnologia de alimentos – Faculdade de engenharia de Alimentos, 79p, 2003.

SCHER, C.F. Estudo do branqueamento e da secagem mediante ar quente do Yacon

(Smallanthus sonchifolius). 2009. 76p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia

dos Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

SCHULTZ, E.L.; MAZZUCO, M.M.; MACHADO, R.A.F.; BOLZAN, A.M.; QUADRI,

M.B.; QUADRI, M.G.N. Effect of pre-treatments on drying, density and shrinkage of

apple slices. Journal of Food Engineering, 78, 1103-1110, 2007.

SENAI/DN – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial/ Departamento Nacional.

Elementos de apoio para o sistema APPCC – 2ª ed. Série qualidade e segurança alimentar.

Projeto APPCC/Indústria. Convênio CNI/ SENAI/ SEBRAE. Brasília: SENAI/DN, 2000.

SENISE, J. T. A utilização de rádio freqüência e micro-ondas na eletrônica industrial. Revista

Brasileira de Engenharia Química, v.8, n.1, p.51-61, jul/set, 1985.

Page 189: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 162

SHARMA, S. K., MULVANEY, S. J., RIZVI, S. S. H. Food process engineering: theory

and laboratory experiments. Nova Iorque: John Wiley & Sons, 2000.

SHARMA, G.P e PRASAD, S. Optimization of process parameters for microwave drying of

garlic cloves. Journal of Food Engineering, n.75, p.441-446, 2006.

SHIBUYA, C.M. Análise sensorial da carne de novilhos terminados com dietas de milho seco

vs úmido, com ou sem gordura protegida e de lactoplus vs caroço de algodão. 2004. 99p.

Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

SILVA, F.A. Aplicação de microondas no processo de beneficiamento da castanha do Brasil.

Campinas, 2002. 93p. Dissertação. (Mestrado em Engenharia de Alimentos)

Departamento de Engenharia de Alimentos. FEA/UNICAMP.

SILVA, F.A. Estudo da Aplicação de Energia de Micro-ondas na Secagem da Noz

Macadâmia (Macadamia integrifolia Maiden & Betche). 2005. 165p. Tese (Doutorado em

engenharia de alimentos) Departamento de Engenharia de Alimentos da FEA/UNICAMP.

SILVA, F. A.; MÁXIMO, G. J.; MARSAIOLI JR., A.; GONÇALVES, L. A. G & SILVA, M.

A. A. P. da. Microwave Assisted Drying of Macadamia Nuts. Journal of Food

Engineering, v. 77, p. 550-558. 2006.

SILVA, J.A. Tópicos da tecnologia dos alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 2000. 227p.

SOURAKI, B.A; MOWLA, D. Experimental and theoretical investigation of drying

behaviour of garlic in an inert medium fluidized bed assisted by microwave. Journal of

Food Engineering, v. 88, p. 438-449. 2008.

SOUSA, S. Desenvolvimento Experimental de Passas de Umbu. 1999. 98p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Agrícola) – Faculdade de Engenharia Agrícola, Universidade

Federal da Paraíba.

Page 190: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 163

SOUSA, S. Obtenção de figos secos por desidratação osmótica e secagem convectiva. 2008.

183p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em

Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

SOUSA, W.A.; PITOMBO. R.N.M.; DA SILVA, M.A.A.P. and MARSAIOLI, JR., A. 2001.

Sensory Evaluation of Dried Bananas Obtained from Air Dehydration Assisted by

Microwaves, em "Advances in Microwave & Radio Frequency Processing – Report from

the 8 th .International Conference on Microwave and High Frequency Heating, Bayreuth,

Germany, Sept.3-7, 2001”, Editor: Monika Willert-Porada, Springer Verlag, p.289-302.

SOUZA, J.S. Estudo da desidratação de tomates em pedaços com pré-tratamento osmótico.

2002. 103p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Centro de Tecnologia,

Departamento de Engenharia Química. Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Química. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

SOUZA, J.S.; MEDEIROS, M.F.D.; MAGALHÃES, M.M.A.; RODRIGUES, S.;

FERNANDES, F.A.N. Optimization of Osmotic Dehydration of Tomatoes in a Ternary

System followed by Air-Drying. Journal of Food Engineering, v.83, n.4, p.501-509,

2007.

SOUZA, P.M. Estudo comparativo da pasteurização de leite pelo método convencional por

microondas. 2007. 89p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos). Programa

de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de Campinas.

SOYSAL, Y. Microwave Drying Characteristics of Parsley. Biosystems Engineering, v.89,

n.2, p.167-173, 2004.

STONE, H.; SIDEL, J. L. Sensory Evaluation Practices, 2nd ed., San Diego: Ed. Academic

Press, Inc., 1993. 338p.

STRUMILLO, C.e KUDRA, T. Drying: principles, applications and design. New York:

Gordon and Breach Science, Topics in Chemical Engineering, 1986, 448p.

Page 191: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 164

SUMNU, G; TURABI, E; OZTOP, M. Drying of carrots in microwave and halogen lamp–

microwave combination ovens. LWT, n.38, p.549-553, 2005.

TAIWO, K.A.; BAIK,O.D. Effects of Pre-Treatments on the Shrinkage and Textural

Properties of Fried Sweet Potatoes. Food Science and Technology: LWT, v.40, n.4,

p.661-668, 2007.

TANAKA, F; MORITA, K; Mallikarjunan, P; HUNG, Y.C; EZEIKE, G.O.I. Analysis of

dielectric properties of soy sauce. Journal of Food Engineering. v.71, p.92-97, 2005.

TERIGAR, B.G; BALASUBRAMANIAN, C.M; SABLIOV, M; LIMA, D. B. Soybean and

rice bran oil extraction in a continuous microwave system: from laboratory- to pilot-scale.

Journal of Food Engineering. v.104, p.208-217, 2011.

TONON, R.V. Influência das variáveis de processo sobre a cinética de desidratação osmótica

de tomate em soluções ternárias de cloreto de sódio e sacarose. 2005. 125p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia de Alimentos) – Faculdade de Engenharia de Alimentos,

Universidade Estadual de Campinas.

TONON, R. V.; BARONI, A. F.; HUBINGER, M. D.; Estudo da Desidratação Osmótica de

Tomate em Soluções Ternárias pela Metodologia de Superfície de Resposta. Ciência e

Tecnologia dos Alimentos. 26(3): p.715-723, 2006.

TOREZAN, G.A.P. Desenvolvimento do processo combinado de desidratação osmótica-

fritura para obtenção de chips de manga. 2005. 291p. Tese (Doutorado em engenharia de

alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade

Estadual de Campinas.

TORREGGIANI, D. e BERTOLO, G. Osmotic pre-treatments in fruit processing: chemical,

physical and structural effects. Journal of Food Engineering, v. 49, p. 247-253, 2001.

TORREGGINNI, D. Osmotic dehydration in fruits and vegetables processing. Food Research

International, v.26, p.59-68, 1993.

Page 192: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 165

UMBELINO, D.C. Caracterização sensorial por análise descritiva quantitativa e análise

tempo intensidade de suco e de polpa de manga (Mangífera indica L) adoçados com

diferentes edulcorantes. 2005. 226p. Tese (Doutorado em Engenharia de Alimentos).

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos. Universidade Estadual de

Campinas.

UMBELINO, D.C.; ROSSI, E.A.; CARDELLO, H.M.A.B.; LEPERA, J.S. Aspectos

tecnológicos e sensoriais do “iogurte de soja enriquecido com cálcio”. Ciência e

Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.21, n.3, p. 276-280, 2001.

VALENTE, P.P.S.S. Desidratação osmótica e secagem de abacaxi (Ananás comosus (L.)

Merril), variedade pérola. 2007. 142p. Dissertação (Mestrado em engenharia de

alimentos) Departamento de Engenharia de Alimentos da FEA/UNICAMP.

VALENTINI, S. R. de T., CASTRO, M. F.P. M. de., ALMEIDA, F. H. de. Determinação do

teor de umidade de milho utilizando aparelho de micro-ondas. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, v.18, n.2, p.237-240, May/July 1998.

VELU, V; NAGENDER, A; PRABHAKARA RAO, P.G; RAO, D.G. Dry milling

characteristics of microwave dried maize grains (Zea mays L.). Journal of Food

Engineering, n.74, p.30-36, 2006.

VENKATESH, M.S., RAGHAVAN, G.S.V. An overview of microwave processing and

dielectric properties of agri-food materials. Biosystems Engineering, 88(1), 1–18, 2004.

VERLINDEN, B.E.; YUKSEL, D., BAHERI, M.; DE BAERDEMAEKER, J.; VAN DIJK,

C. Low temperature blanching effect on the changes in mechanical properties during

subsequent cooking of three potato cultivars. International Journal of Food Science and

Technology, Oxford, v.35, p.331-340, 2000.

Page 193: TESE DE DOUTORADO “Estudo da reidratação do … · product, stands out the ... the wastefulness of production due to seasonality of the crop and your high perishability, ...

Referências

Priscila Vanini Dantas de Medeiros Queiroga – Tese de Doutorado – UFRN – PPGEQ 166

VIVANCO, M.L.M. Desidratação Osmótica em Soluções Ternárias, Secagem e Transições

Térmicas de Filé de Tilápia (Oreochromis niloticus). 2003. 201p. Tese (Doutorado em

Engenharia de Alimentos). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos.

Universidade Estadual de Campinas.

XANTHOPOULOS, G.; OIKONOMOU, N.; LAMBRINOS, G. Applicability of a single-

layer drying model to predict the drying rate of whole figs. Journal of Food Engineering,

v. 81, p.553-559, 2007.

WALDE, S.G; BALASWAMY, K; VELU, V; RAO, D.G. Microwave drying and grinding

characteristics of wheat (Triticum aestivum). Journal of Food Engineering, n.55, p.271-

276, 2002.

WANG, J. e XI, Y. S. Drying characteristics and quality of carrot using a twostage

microwave process. Drying Technology, v. 23, p. 317-340. 2005.

WANG, W; CHEN, G; GAO, F. Effect of Dielectric Material on Microwave Freeze Drying of

Skim Milk. Journal of Food Engineering, n.81, p.306-312, 2007.

WANG, Y; TANG, J; RASCO, B; KONG, F; WANG, S. Dielectric properties of salmon

fillets as a function of temperature and composition. Journal of Food Engineering, n.87,

p.236-246, 2008.

WANG, Y; TANG, J; WANG, Y; SWANSON, B. Dielectric properties of egg whites and

whole eggs as influenced by thermal treatments. Food Science and Technology, n.42, p.

1204–1212, 2009.

YANG, H. W. & GUNASEKARAN, S. Comparison of temperature distribution in model

food cylinders based on Maxwell’s equation and Lambert’s law during pulsed microwave

heating. Journal of Food Engineering, v. 64, n. 4, p. 445-453. 2004.

ZHU, X; GUO, W; WU, X. Frequency- and temperature-dependent dielectric properties of

fruit juices associated with pasteurization by dielectric heating. Journal of Food

Engineering, v. 109, n. 4, p. 258-266. 2012.