Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

5
J Bras Pneumol. 2005; 31(Supl1):S4-S8 S 4 Barbas CSV, Borges ER, Antunes T Vasculites pulmonares: quando suspeitar e como fazer o diagnóstico* Pulmonary vasculitis: when suspicion equal diagnosis CARMEN SÍLVIA VALENTE BARBAS 1 , EDUARDO DA ROSA BORGES 2 , TELMA ANTUNES 3 As vasculites pulmonares primárias caracteri- zam-se pela inflamação dos vasos pulmonares na ausência de doença reumatológica e/ou neoplásica diagnosticada (lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, síndrome de Sjögren, polidermatomio- site e as neoplasias) e/ou de exposição ambiental e/ou a drogas, quando, então, passam a ser classifi- cadas como vasculites secundárias. (1-4) O processo inflamatório (presença de neutrófilos na parede dos vasos pulmonares) pode acometer as artérias e veias de grande, médio e pequeno calibre, assim como os capilares pulmonares. De acordo com o vaso acometido, o grau do acometimento e o tipo de lesão histológica apresentada, assim como com os sintomas e sinais radiológicos e tomográficos apresentados pelos pacientes, será caracterizado o tipo de vasculite pulmonar. Os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes são conseqüentes à isquemia e/ou sangramento do território pulmonar acometido. A isquemia será decorrente da inflamação da parede dos vasos pulmonares e conseqüente diminuição de sua luz, com hipoperfusão do tecido adjacente e o sangra- mento conseqüente à ruptura da parede dos vasos acometidos e/ou dos aneurismas formados após o processo de reparação e/ou ainda conseqüente à capilarite pulmonar. Deve-se pensar no diagnóstico de vasculite As vasculites pulmonares primárias são caracterizadas por processo inflamatório na parede dos vasos pulmonares que leva a isquemia e hemorragia pulmonar com as conseqüentes expressões clínicas e radiológicas. As vasculites pulmonares primárias são acompanhadas de expressão sistêmicas cutâneas, em nervos periféricos, rins, seios da face, olhos e ouvidos, além do trato gastrintestinal, e sistemas cardíaco e nervoso central. O diagnóstico é feito através da associação das informações clínicas, radiológicas e anatomopatológicas. O tratamento com corticosteróides e imunossupressores deve ser instituído precocemente e apresenta altas taxas de remissão. The primary forms of pulmonary vasculitis are characterized by an inflammatory process in the pulmonary vessel walls, leading to pulmonary ischemia and hemorrhage and the consequent clinical and radiological manifestations. These forms of vasculitis are accompanied by symptoms involving the skin, peripheral nerves, kidneys, sinuses, eyes, ears and gastrointestinal tract, as well as the cardiac and central nervous systems. The diagnosis is made through analysis of the clinical, radiological and pathological data. When treatment with corticosteroids and immunosuppressive therapy is initiated early, remission rates are high. Descritores: Vasculite/radiografia; Vasculite/quimioterapia; Doenças pulmonares/diagnóstico; Doenças pulmonares/ quimioterapia; Granulomatose de Wegener /diagnóstico; Síndrome de Churg-Strauss/diagnóstico; Diagnóstico diferencial; Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos /uso diagnóstico; Corticosteróides/ uso terapêutico; Imunosupressores/uso terapêutico; Manifestações cutâneas; Manifestações oculares; Manifestações neurológicas Keywords: Vasculitis/radiography; Vasculitis/drug therapy; Lung diseases/diagnosis; Lung diseases/drug therapy; Wegener´s granulomatosis/diagnosis; Churg-Strauss syndrome/diagnosis; Diagnosis, differential; Antibodies, antineutrophil cytoplasmic/ diagnostic use; Adrenal córtex hormones/therapeutic use; Immunosuppressive agents/therapeutic use, Skin manifestations; Ocular manifestations; Neurological manifestations. * Trabalho realizado no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil. 1. Professora Livre-Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil. 2. Pós-graduando da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil. 3. Doutora em Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil. INTRODUÇÃO Capítulo 2 Resumo Abstract

description

 

Transcript of Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

Page 1: Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

J Bras Pneumol. 2005; 31(Supl1):S4-S8

S 4 Barbas CSV, Borges ER, Antunes T

Vasculites pulmonares: quando suspeitar e como fazer odiagnóstico*Pulmonary vasculitis: when suspicion equal diagnosis

CARMEN SÍLVIA VALENTE BARBAS1, EDUARDO DA ROSA BORGES2, TELMA ANTUNES3

As vasculites pulmonares primárias caracteri-zam-se pela inflamação dos vasos pulmonares naausência de doença reumatológica e/ou neoplásicadiagnosticada (lúpus eritematoso sistêmico, artritereumatóide, síndrome de Sjögren, polidermatomio-site e as neoplasias) e/ou de exposição ambientale/ou a drogas, quando, então, passam a ser classifi-cadas como vasculites secundárias.(1-4) O processoinflamatório (presença de neutrófilos na parededos vasos pulmonares) pode acometer as artériase veias de grande, médio e pequeno calibre, assimcomo os capilares pulmonares. De acordo com ovaso acometido, o grau do acometimento e o tipode lesão histológica apresentada, assim como com

os sintomas e sinais radiológicos e tomográficosapresentados pelos pacientes, será caracterizadoo tipo de vasculite pulmonar.

Os sinais e sintomas apresentados pelos pacientessão conseqüentes à isquemia e/ou sangramento doterritório pulmonar acometido. A isquemia serádecorrente da inflamação da parede dos vasospulmonares e conseqüente diminuição de sua luz,com hipoperfusão do tecido adjacente e o sangra-mento conseqüente à ruptura da parede dos vasosacometidos e/ou dos aneurismas formados após oprocesso de reparação e/ou ainda conseqüente àcapilarite pulmonar.

Deve-se pensar no diagnóstico de vasculite

As vasculites pulmonares primárias são caracterizadas porprocesso inflamatório na parede dos vasos pulmonares queleva a isquemia e hemorragia pulmonar com as conseqüentesexpressões clínicas e radiológicas. As vasculites pulmonaresprimárias são acompanhadas de expressão sistêmicas cutâneas,em nervos periféricos, rins, seios da face, olhos e ouvidos,além do trato gastrintestinal, e sistemas cardíaco e nervosocentral. O diagnóstico é feito através da associação dasinformações clínicas, radiológicas e anatomopatológicas. Otratamento com corticosteróides e imunossupressores deve serinstituído precocemente e apresenta altas taxas de remissão.

The primary forms of pulmonary vasculitis are characterizedby an inflammatory process in the pulmonary vessel walls,leading to pulmonary ischemia and hemorrhage and theconsequent clinical and radiological manifestations. Theseforms of vasculitis are accompanied by symptoms involvingthe skin, peripheral nerves, kidneys, sinuses, eyes, ears andgastrointestinal tract, as well as the cardiac and centralnervous systems. The diagnosis is made through analysis ofthe clinical, radiological and pathological data. Whentreatment with corticosteroids and immunosuppressivetherapy is initiated early, remission rates are high.

Descritores: Vasculite/radiografia; Vasculite/quimioterapia;Doenças pulmonares/diagnóstico; Doenças pulmonares/quimioterapia; Granulomatose de Wegener /diagnóstico;Síndrome de Churg-Strauss/diagnóstico; Diagnóstico diferencial;Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos /uso diagnóstico;Corticosteróides/ uso terapêutico; Imunosupressores/usoterapêutico; Manifestações cutâneas; Manifestações oculares;Manifestações neurológicas

Keywords: Vasculitis/radiography; Vasculitis/drug therapy;Lung diseases/diagnosis; Lung diseases/drug therapy; Wegener´sgranulomatosis/diagnosis; Churg-Strauss syndrome/diagnosis;Diagnosis, differential; Antibodies, antineutrophil cytoplasmic/diagnostic use; Adrenal córtex hormones/therapeutic use;Immunosuppressive agents/therapeutic use, Skin manifestations;Ocular manifestations; Neurological manifestations.

* Trabalho realizado no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo,(SP) Brasil.1. Professora Livre-Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil.2. Pós-graduando da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil.3. Doutora em Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP - São Paulo, (SP) Brasil.

INTRODUÇÃO

Capítulo 2

Resumo Abstract

Capítulo 2

Page 2: Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

J Bras Pneumol. 2005; 31(Supl1):S4-S8

Vasculites pulmonares: quando suspeitar e como fazer o diagnóstico S 5

pulmonar nos pacientes com hemoptise e/ou san-gramento alveolar e nos que apresentam nodula-ções e/ou opacidades pulmonares múltiplas, espe-cialmente quando escavadas e/ou justapleurais, eprincipalmente quando acompanhadas de doençasistêmica.

A investigação diagnóstica inclui o radiogramade tórax de frente e perfil, para identificação dosnódulos e opacidades, e/ou ainda do infiltradointerstício-alveolar bilateral característico da he-morragia alveolar.

Após a suspeita diagnóstica, deve-se solicitaruma angiotomografia de tórax para estudo daárvore vascular pulmonar e para melhor caracteriza-ção do parênquima pulmonar. A angiografia pulmo-nar deverá ser solicitada somente na suspeita deaneurismas da árvore pulmonar (como na síndromede Behçet) e a arteriografia brônquica nos casosde hemoptise recidivante em que se opte porembolização de ramos das artérias brônquicasresponsáveis pelo sangramento.

Na suspeita clínica de vasculite pulmonardeverá ser solicitado hemograma (para verificar apresença de eosinofilia, característica da síndromede Churg-Strauss e leucocitose e plaquetose, usual-mente presentes na granulomatose de Wegener) evelocidade de hemossedimentação (normalmentebastante elevada nas vasculites). O exame deanticorpo anticitoplasma de neutrófilos deverá sersempre solicitado, pois se positivo contribuirá parao diagnóstico de vasculite (especialmente granu-lomatose de Wegener, poliangeíte microscópica esíndrome de Churg-Strauss).(5-8)

As vasculites pulmonares, normalmente se apresen-tam acompanhadas de sintomas e sinais sistêmicos. Aforma localizada da doença é rara mas pode ocorrer,especialmente a restrita aos seios da face e/ou aospulmões. O acometimento sistêmico das vasculites pul-monares deve ser sempre investigado:(9-15)

Cutâneo: normalmente se apresenta na formade púrpura e/ou lesões necróticas predominandonas extremidades, especialmente dos membrosinferiores. Deve ser sempre solicitada a avaliaçãode um dermatologista para análise da lesão e poste-rior obtenção de biópsia da lesão cutânea e análisehistológica. Nesses casos é necessário realizar odiagnóstico diferencial com vasculite de hipersen-sibilidade.(16-19) (Figura 1)

Figura 2 - Acometimento ocular e nariz em sela caracterís-ticos da granulomatose de Wegener

Figura 1- Lesões ulceradas cutâneas características de vasculite sistêmica.

Page 3: Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

J Bras Pneumol. 2005; 31(Supl1):S4-S8

S 6 Barbas CSV, Borges ER, Antunes T

Sistema nervoso periférico: a neuropatia periféricaé bastante comum nas vasculites sistêmicas, especial-mente na síndrome de Churg-Strauss. Na suspeita deneuropatia periférica, caracterizada pelo sintomade formigamento, parestesia e dor em queimaçãonas extremidades, deverá ser solicitada eletroneuro-miografia que, se alterada, indicará necessidadede realização de biópsia do nervo correspondente.No caso de acomentimento dos membros inferiores,poderá ser solicitada biópsia do nervo sural.

Rins: sempre deverá ser solicitado o exame dosedimento urinário e/ou urina tipo I, que se encon-

trará alterada, especialmente nos portadores degranulomatose de Wegener e poliangeíte microscó-pica (leucocitúria, hematúria e proteinúria). A seguir,deverá ser solicitada avaliação da função renalatravés da mensuração dos níveis séricos de uréia ecreatinina e se estas se apresentarem em níveisnormais deverá ser solicitado o clearance de uréia ede creatinina. Se a função se apresentar alterada,deverá ser solicitada biópsia renal para verificaçãodo tipo e grau da lesão renal. Deverá também sersolicitada dosagem de anticorpo anticitoplasma deneutrófilos (ANCA).(20-25)

Tabela 1 - Apresentação clínica das principais vasculites pulmonares

Apresentação Granulomatose Síndrome de Poliangeítede Wegener Churg-Strauss Microscópica

vias aéreas superiores 95% 50 a 60% nãoasma não 90 a 100% nãoalteração radiológica 70 a 85% 40 a 70% 15 a 70%hemorragia alveolar 5 a 15% < 5% 10 a 50%trombo-embolismo não não nãoglomerulonefrite 70 a 80% 10 a 40% 75 a 90%gastrintestinal <5% 30 a 50% 30%sistema nervoso central 5 a 10% 5 a 30 % 10 a 15%sistema nervoso periférico 40 a 50% 70 a 80% 60 a 70%cardíaca 10 a 15% 10 a 40 % 10 a 15%ocular 50 a 60% <5% < 5%articular 60 a 70% 40 a 50 % 40 a 60%genitourinário <2% < 2% < 5%cutâneo 40 a 50% 50 a 55% 50 a 65%c-ANCA 75 a 90% 3 a 35 % 10 a 50%p-ANCA 5 a 20% 2 a 50 % 50 a 80%sobrevida 5 anos 80% 63 a 88% 74%

Figura 3 - Radiografia e tomografia de tórax mostrando massas escavadas

c-ANCA: anticorpo anticitoplasma de neutrófilos clássico; p-ANCA: anticorpo anticitoplasma de neutrófilos perinuclear.

Page 4: Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

J Bras Pneumol. 2005; 31(Supl1):S4-S8

Vasculites pulmonares: quando suspeitar e como fazer o diagnóstico S 7

Seios da face: deverá ser solicitado radiogramae/ou de preferência tomografia computadorizada dosseios da face para verificação do grau de acometimentodestes, especialmente na granulomatose de Wegener.Poderá ser solicitada biópsia dos seios da face como posterior encaminhamento do material para análisehistológica e cultura.

Olhos: deverá ser solicitada avaliação de oftalmo-logista para exame de fundo de olho e verificaçãodo possível acometimento vascular ocular (Figura 2).

Ouvidos e mastóide: deverá ser solicitadaavaliação de otorrino para verificação do acometi-mento, especialmente do ouvido médio, assim comotomografia computadorizada e/ou ressonâncianuclear magnética das mastóides.

Abdome: deverá ser solicitado exame de ultra-som de abdome para verificação do fígado, baçoe rins. Nos casos de poliarterite nodosa, deveráser solicitada angiografia abdominal para detecçãode aneurisma e/ou estonoses dos vasos intra-abdominais.

Sistema nervoso central: deverá ser solicitadatomografia e/ou ressonância nuclear magnéticacerebral para verificação da presença de possíveismassas, isquemias e/ou sangramentos cerebrais. Aressonância nuclear magnética cerebral é importan-te para estudo mais detalhado dos vasos cerebraise análise de provável acometimento cerebral dadoença.

Sistema cardiovascular: deverá ser solicitadoeletrocardiograma para verificação de possívelpresença de isquemia. Depois, deverá ser realizadoecocardiograma para detecção de acometimento dopericárdio/miocárdio, assim como das valvas cardíacas.

Sistema respiratório: para avaliação do sistemarespiratório, deverá ser solicitado radiograma detórax e depois tomografia computadorizada detórax para avaliação pulmonar. Poderão ser obser-vadas lesões nodulares e/ou massas escavadas(Figura 3) e/ou um processo interstício-alveolardifuso sugestivo de hemorragia alveolar.(26,27) Deveráser sempre solicitada broncoscopia para verificaçãoda árvore brônquica (especialmente nos casos degranulomatose de Wegener, na qual pode ocorrerinflamação das vias aéreas e posterior estenose).A broncoscopia servirá para avaliação das viasaéreas e coleta de lavado broncoalveolar, quedeverá ser encaminhado para pesquisa de agentesinfecciosos e citologia quantitativa através da qual

poderão ser identificados eosinófilos aumentados(nos casos de síndrome de Churg-Strauss) e/oulinfócitos elevados (granulomatose de Wegener).A biópsia transbrônquica deve ser evitada nos casosde suspeita de vasculite pelo risco de sangramento.Nos casos em que houver lesões do parênquimapulmonar, deverá ser solicitada biópsia pulmonara céu aberto para obtenção do tecido pulmonaracometido e posterior encaminhamento ao serviçode anatomia patológica para caracterização doquadro histológico e diagnóstico de uma dasvasculites que serão descritas nos capítulos aseguir: granulomatose de Wegener, síndrome deChurg-Strauss, poliangeíte microscópica, síndromede Behçet, síndrome de Takayasu, Henoch-Schönlein e síndrome antifosfolípide.

De acordo com o diagnóstico, deverá ser reali-zado, o tratamento baseado em corticosteróides eimunossupressores e, se necessário, pulsoterapia,imuneglobulina endovenosa e plasmaferese nasformas mais graves.(28)

REFERÊNCIAS

1. Weyand CM, Goronzy JJ. Multisystem interactions inthe pathogenesis of vasculitis. Curr Opin Rheumatol.1997;9(1):3-11.

2. Hunder GG, Arend WP, Block, DA, Calabrese LH, Fauci AS,Fries JF, et al. The American College of Rheumatology1990 criteria for the classification of vasculitis. Introduction.Arthritis Rheum. 1990;33(8):1065-7.

3. Jennette, JC, Falk, RJ. Small-vessel vasculitis. N Engl JMed. 1997;337(21):1512-23. Comment in: N Engl J Med.1998;338(14):994-5.

4. Hoffman, GS. Classification of the systemic vasculitides:antineutrophil cytoplasmic antibodies, consensus andcontroversy [editorial]. Clin Exp Rheumatol. 1998;16(2):111-5.

5. Niles JL, Bottinger EP, Saurina GR, Kelly KJ, Pan G,Collins AB, et al. The syndrome of lung hemorrhage andnephritis is usually an ANCA-associated condition. ArchIntern Med. 1996;156(4):440-5.

6. Rao, JK, Weinberger, M, Oddone, EZ, Allen NB, Landsman P,Feussner JR. The role of antineutrophilic cytoplasmicantibody (C-ANCA) testing in the diagnosis of Wegenergranulomatosis. A literature review and meta-analysis.Ann Intern Med. 1995;123(12):925-32.

7. Lhote F, Guillevin L. Polyarteritis nodosa, microscopicpolyangiitis and Churg-Strauss syndrome. Clinicalaspects and treatment. Rheum Dis Clin North Am. 1995;21(4):911-47.

8. Rao JK, Allen NB, Pincus T. Limitations of the 1990American College of Rheumatology classif icationcriteria in the diagnosis of vasculitis. Ann Intern Med.1998;129(5):345-52.

Page 5: Suspeição e diagnostico das vasculites pulmonares

J Bras Pneumol. 2005; 31(Supl1):S4-S8

S 8 Barbas CSV, Borges ER, Antunes T

9. Hunder GG. The use and misuse of classification anddiagnostic criteria for complex diseases [editorial]. AnnIntern Med. 1998;129(5):417-8.

10. Arend WP, Michel BA, Bloch DA, Hunder GG, CalabreseLH, Edworthy SM, et al. The American College ofRheumatology 1990 criteria for the classification ofTakayasu arteritis. Arthritis Rheum. 1990;33(8):1129-34.

11. Hunder GG, Bloch DA, Michel BA, Stevens MB, Arend WP,Calabrese LH, et al. The American College of Rheumatology1990 criteria for the classification of giant cell arteritis.Arthritis Rheum. 1990;33(8):1122-8.

12. Lightfoot RW Jr, Michet BA, Bloch DA, Hunder GG, ZvaiflerNJ, McShane DJ, et al. The American College ofRheumatology 1990 criteria for the classification ofpolyarteritis nodosa. Arthritis Rheum. 1990;33(8):1088-93.

13 . Centers for Disease Control. Kawasaki disease New York.MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 1980;29(61):22.

14. Masi AT, Hunder GG, Lie JT, Michel BA, Bloch DA, ArendWP, et al. The American College of Rheumatology 1990criteria for the classification of Churg-Strauss syndrome(allergic granulomatosis and angiitis). Arthritis Rheum.1990;33(8):1094-100.

15. Leavitt RY, Fauci AS, Bloch DA, Michel BA, Hunder GG,Arend WP, et al. The American College of Rheumatology1990 criteria for the classif ication of Wegener'sgranulomatosis. Arthritis Rheum. 1990;33(8):1101-7.

16. Calabrese LH, Michel BA, Bloch DA, Arend WP, EdworthySM, Fauci AS, et al. The American College of Rheumatology1990 criteria for the classification of hypersensitivityvasculitis. Arthritis Rheum. 1990;33(8):1108-13.

17. Michel BA, Hunder GG, Bloch DA, Calabrese LH.Hypersensitivity vasculitis and Henoch-Schönlein purpura:a comparison between the 2 disorders. J Rheumatol.1992;19(5):721-8.

18 . Langford CA. Immunologic disorders: vasculitis. JAllergy Clin Immunol. 2003;111(2 Suppl):S602-12.

19 . Mansi IA . ANCA-associated small-vessel vasculitis. AmFam Physician. 2002; 65(8):1615-20,

20. Capizzi SA. Does infection play a role in the pathogenesisof pulmonary vasculitis? Semin Respir Infect. 2003;18(1):17-22.

21 . Savige J, Davies D, Falk RJ, Jennette JC, Wiik A.Antineutrophil cytoplasmic antibodies and associateddiseases: a review of the clinical and laboratory fea-tures. Kidney Int. 2000;57(3):846-62.

22 . Woodworth TG, Abuelo JG, Austin HA 3rd, Esparza A.Severe glomerulonephritis with late emergence ofclassic Wegener's granulomatosis. Report of 4 casesand review of the literature. Medicine (Baltimore).1987;66(3):181-91.

23. Niles JL, Pan G, Collins AB, Shannon T, Skates S, FienbergR, et al. Antigen-specific radioimmunoassays for anti-neutrophil cytoplasmic antibodies in the diagnosis ofrapidly progressive glomerulonephritis. J Am Soc Nephrol.1991;2(1):27-36.

24 . Kallenberg CG, Brouwer E, Weening JJ, Tervaert JW.Ant i-neutrophi l cytoplasmic ant ibodies: currentdiagnostic and pathophysiological potential. KidneyInt. 1994;46(1):1-15.

25. González-Gay MA, Garcia-Porrua C. Epidemiology ofthe vasculitides. Rheum Dis Clin North Am. 2001;27(4):729-49.

26 . Schwarz MI, Fontenot AP. Drug-induced diffusealveolar hemorrhage syndromes and vasculitis. ClinChest Med. 2004;25(1):133-40.

27 . Cosgrove GP, Schwarz MI. Vasculitis & the diffusealveolar hemorrhage syndromes. Curr Diagn Treat PulmMed. 2003;20:204-12.

28 . Merkel PA, Choi HK, Niles JL. Evaluation and treatmentof vasculitis in the critically ill patient. Crit Care Clin.2002;18(2):321-44.