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ÍNDICE

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SUMÁRIO DO DIAGNÓSTICO DE INOVAÇÃO E PROPOSTAS DE ACÇÃO 252NA PERSPECTIVA DAS FILEIRAS REGIONAIS

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1: Matriz de Análise das Propostas de Acção 266

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Às análises da situação sector a sector, e dos serviços e apoios institucionais no sistema de inovaçãoregional, segue-se agora um sumário das principais questões a considerar na reflexão sobre um possívelplano estratégico regional de inovação no Alentejo. Na organização destas questões consideram-se ascadeias de valor mais relevantes na região e que são objecto de especial atenção ao longo deste estudo,nomeadamente a Agricultura e Agro-Indústria, a Vitivinicultura, a Cortiça, as Rochas Ornamentais e oTurismo.

Para cada cadeia faz-se um resumo do confronto entre a análise da equipa de projecto e os desafios,necessidades, projectos e propostas de acção discutidas durante as entrevistas-auditorias e as sessões doWorkshop sobre “A importância da Inovação enquanto elemento estruturante da competitividaderegional do Alentejo”1. Estamos certos que a auscultação alargada dos diversos actores regionais,garante-nos uma abordagem inclusiva onde todas as sugestões e contribuições feitas pelas empresas eoutros actores constituíram, de facto, a matéria prima que pretendemos usar no processo de construçãoda estratégia e que aqui se procura resumir.

Ao nível da fileira agrícola e agro-industrial, e em complemento dos pilares de inovação identificados nocapítulo relativo à análise sectorial, sistematizam-se, por subsectores, as principais propostas de estímuloà actividade inovadora. Começa-se por analisar a produção de cereais, verificando-se que apresenta umpadrão tecnológico relativamente avançado, que se traduz no elevado grau de mecanização das culturas.Isto deve-se aos sucessivos incentivos e subsídios à modernização da maquinaria no âmbito dos QuadrosComunitários de Apoio. No entanto as condições edáfo-climáticas são as principais barreiras ao aumentode produtividade nesta fileira. Existem porém inúmeras oportunidades para inovação. Desde logo atravésdos avanços da investigação em biotecnologia aplicada ao fortalecimento e adaptabilidade das plantasàs condições ambientais. Também devido ao clima é importante fomentar parcerias internacionais comoutros países/regiões mais avançados no desenvolvimento de sistemas de rega, incluindo o domínio datecnologia laser para nivelamento dos terrenos. Pode também ser importante re-equacionar a viabilidadedas culturas de arroz face aos previsíveis custos da água e avaliar o efeito que podem ter nesta fileira asnovas infraestruturas que resultam do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.

1 Realizado a 15 de Novembro de 2004 na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre

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Para a cadeia de valor relativa à produção e transformação de cereais e afins pode-se então propor oseguinte conjunto de acções inovadoras:

1) Melhorar a interacção com fornecedores e com centros e institutos de investigação

Estabelecer protocolos de colaboração entre as organizações de representação do sector, universidadese outras entidades de I&D para:

(a) A elaboração de estudos e programas de investigação e desenvolvimento direccionados paraa resolução de problemas específicos do sector;

(b) Promover conferências, debates e sessões de divulgação e esclarecimento dos resultadosmais relevantes e pragmáticos;

(c) Estabelecer parcerias entre as instituições de ensino superior e as empresas para estágiosprofissionalizantes dos formandos no sector;

(d) Promover acções de intercâmbio entre agricultores;

(e) Promover acções protagonizadas por agricultores de sucesso que tenham utilizadoresultados de acções de I&D;

(f) Promover acções de demonstração por parte dos fornecedores de factores de produção,participadas pelos vários agentes, nomeadamente agricultores, técnicos e investigadores;

(g) Criação de redes de informação que concentrem os interesses dos vários agentes no sector,com recurso à utilização das novas tecnologias de informação e de conteúdos específicos.

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2) Serviços de capacitação técnica

Criação de centros técnicos, a cargo das organizações de representação do sector ou extensões doMinistério da Agricultura, dotados de técnicos qualificados com alguma ligação formal ou informal aosector I&D, especializados nas demais produções, com competências nas áreas da fertilização, da sanidadevegetal, das tecnologias de rega, da agricultura de precisão e da economia e gestão da empresa agrícola.

Na fileira da Oliveira/azeitona/azeite a integração entre olivicultura e produção de azeite é relativamenteforte e existem, portanto, oportunidades interessantes para a promoção da inovação no Alentejo. Tratam-se de sectores onde a procura tem vindo a subir mas a concorrência de outros países mediterrânicos éparticularmente forte. Tendo em conta os pontos fracos da fileira, parece ser urgente resolver as questõesambientais, a modernização tecnológica dos lagares e reforçar a investigação sobre recuperação dosolivais. É também importante aproveitar as recentes tendências para a diversificação de produtos derivadosdo azeite, trabalhando os aspectos relacionados com o marketing e acesso a mercados.

Tendo em conta a análise do sector e as entrevistas e debate com os actores relevantes propõem-se asseguintes acções inovadoras:

1) Investigação e desenvolvimento de plantas e tecnologias de regadio

(a) Promover programas de investigação que permitam conhecer melhor as características dasplantas no que respeita às suas necessidades de água, às tecnologias de rega melhor adaptadas,ao rendimento oleico, qualidade do azeite, facilidade de mecanização, nomeadamente decolheita e diminuição dos compassos de plantação;

(b) Criar condições para o desenvolvimento do negócio da produção de plantas para plantiona região que potencie os trabalhos de investigação realizados a montante.

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2) Interacção com fornecedores de equipamentos

(a) Promover programas de cooperação ou parcerias entre organizações de representação nosector, as entidades de I&D e os fornecedores e fabricantes de equipamentos para odesenvolvimento e aperfeiçoamento da maquinaria disponível e de outros factores de produção.

Passamos agora às actividades de regadio, horticultura, fruticultura, e floricultura. Embora estas nãosejam representativas em termos do número de explorações e, portanto não sejam uma especializaçãoda região, constituem ainda assim potenciais vectores de inovação e de futura especialização. Trata-sede uma área onde se têm registado crescimentos substanciais no investimento em tecnologia deprodução. Incluem-se nesta fileira as actividades de conserva de azeitona, ameixa de Elvas, castanha deMarvão, maçã de Portalegre e outros. Note-se que o dinamismo tecnológico destes pequenos sectorespoderá estar associado ao facto de não estarem dependentes das restrições que decorrem da PAC, comoacontece com a fileira dos cereais. Há pois importantes oportunidades nesta fileira que envolvemestratégias de integração a jusante em actividades de transformação bem como a exploração de recentesdesenvolvimentos nas áreas da conservação de alimentos, tecnologia de controlo de qualidade, novosaditivos aos alimentos, biotecnologia e tecnologias de processamento e transformação dos alimentos.Será contudo necessário apoiar a fixação na região deste tipo de iniciativas bem como a criação demarcas e valorização de produtos com nome protegido. Por outro lado, o Empreendimento de FinsMúltiplos do Alqueva vem reforçar o potencial de desenvolvimento desta fileira uma vez que aumentasignificativamente a área de cultivo em regime de regadio.

Tendo em conta a análise do sector, as entrevistas e o debate com os actores relevantes propõem-se asseguintes acções inovadoras:

1) Sistemas de rega e técnicas de regadio

(a) Promoção de programas de investigação e desenvolvimento de sistemas de rega quepermitam criar vantagens competitivas no uso sustentável e na valorização da água;

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(b) Promoção de acções e serviços de divulgação e acompanhamento dos desenvolvimentosdos sistemas de rega e das técnicas de regadio.

2) Desenvolvimento de tecnologias de produção de sementes e plantas

(a) Promoção de programas e de acções de investigação direccionadas para o desenvolvimentode sementes de plantas que, não só aproveitem da melhor forma as condições edáfo-climáticasda região, mas que também satisfaçam as exigências específicas dos mercados de melhor valor;

(b) Criar condições para o desenvolvimento, na região, de negócios de produção e multiplicaçãode sementes e plantas, privilegiando a sua ligação à investigação a montante realizada na região,mesmo que esta reproduza tendências já verificadas noutros países ou regiões.

3) Sistemas de informação e de apoio à decisão

(a) Criação de gabinetes de apoio técnico para o acompanhamento das produções e dastendências dos mercados, com competências nas áreas da fitotecnia, da fertilização, dasanidade vegetal, da tecnologia de rega e da economia e gestão da empresa agrícola;

(b) Criação de estruturas organizativas e de concentração da oferta de produtos comcompetências nas áreas da logística, da comercialização e do marketing e da concepção denovos produtos;

(c) Criação de sistemas de informação nas áreas da agro-meteorologia, técnicas e tecnológicase dos mercados;

(d) Criar condições para o desenvolvimento de linhas de crédito especiais e de segurosespecíficos, que permitam atenuar os riscos financeiros da actividade;

(e) Favorecer as condições para o estabelecimento de novos investidores e incentivos à fixação naregião de grupos económicos nacionais ou multinacionais do ramo do agro-alimentar e financeiro.

Na fileira das carnes/presuntos/enchidos e salsicharia, incluem-se a criação de bovinos para carne doAlentejo, nas suas variadas espécies, a criação de ovinos e caprinos para carne, e a criação de suínos.Embora se tratem de criações em regime extensivo (no caso dos bovinos, ovinos e caprinos e também nocaso dos suínos) as potencialidades para inovação convergem para o mesmo tipo de problemas,nomeadamente a investigação sobre técnicas de correcta exploração das várias raças, sistemas deinformação para rastreio de animais, técnicas de controlo de qualidade na criação e transformação, e acontinuação da aposta no desenvolvimento de “Denominações de Origem Protegida”. É tambémsemelhante o problema da integração da fileira envolvendo em estratégias comuns produtores deanimais, intermediários, matadouros e distribuição. Não se incluem aqui a criação e o processamento de

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granívoros já que se trata de uma fileira bastante diferente onde os conhecimentos técnicos se têm tornadocada vez mais exigentes, estando, em muitos casos, os produtores integrados em cadeias internacionais.

Tendo em conta a análise do sector, as entrevistas e o debate com os actores relevantes propõem-se paraesta fileira as seguintes acções inovadoras:

1) Informação sobre tecnologias, normas e técnicas de controlo de qualidade.

(a) Promoção de acções de formação e de sensibilização junto dos gestores e dos operáriosespecializados;

(b) Realização de seminários formativos;

(c) Criação e desenvolvimento de normas e técnicas de controlo de qualidade estandardizada,eficazes e de fácil implementação e que contemplem as expectativas dos potenciaisconsumidores;

(d) Criação de sistemas de informação com conteúdos nas áreas tecnológicas, do controlo dequalidade, do comércio e da concepção de novos produtos.

Na fileira dos lacticínios e produção de queijo, os desafios para a promoção da inovação não diferemdos casos anteriores. Desde logo, verifica-se um considerável atraso tecnológico nos processos detransformação que apelam para uma intervenção centrada nos financiamentos ao investimento emequipamentos mais modernos e na promoção de maiores interacções entre os fornecedores deequipamento e as queijarias.

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As acções inovadoras para esta fileira são pois do mesmo tipo daquelas que foram propostas para aprodução de carnes e derivados no que respeita à satisfação de necessidades de informação sobretecnologias, mas onde também se leva em conta a promoção de maiores níveis de colaboração comfornecedores. Tem-se portanto:

1) Informação sobre tecnologias, normas e técnicas de controlo de qualidade.

(a) Promoção de acções de formação e de sensibilização junto dos gestores e dos operáriosespecializados;

(b) Realização de seminários formativos;

(c) Criação e desenvolvimento de normas e técnicas de controlo de qualidade estandardizada,eficazes e de fácil implementação e que contemplem as expectativas dos potenciaisconsumidores;

(d) Criação de sistemas de informação com conteúdos nas áreas tecnológicas, do controlo dequalidade, do comércio e da concepção de novos produtos.

2) Maior interacção com fornecedores e com centros e institutos de investigação

(a) Elaboração de estudos e programas de investigação e desenvolvimento direccionados paraa resolução de problemas específicos do sector.

(b) Promoção de acções de demonstração por parte dos fornecedores de factores de produção,participadas pelos vários agentes, nomeadamente agricultores, técnicos e investigadores.

(c) Criação de sistemas de informação com conteúdos nas áreas tecnológicas, do controlo dequalidade, do comércio e da concepção de novos produtos.

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Na fileira vitivinícola encontra-se uma dinâmica inovadora centrada, essencialmente, nos aspectostécnico-produtivos existindo, no entanto, oportunidades de melhoria nas áreas da mecanização davindima, tratamentos fitosanitários, selecção de clones, termovinificação, controlos analíticos emlaboratórios. Existem, contudo, dificuldades ao nível do lançamento de produtos/marcas inovadores erespectiva penetração nos circuitos comerciais. Parece ser necessário ganhar massa crítica através deparcerias na comercialização, bem como dinamizar as relações entre as instituições de apoio ao sectore às empresas, incentivando um maior envolvimento destas em projectos de I&D. É também necessáriopromover uma imagem de rigor e controlo de qualidade ao longo da cadeia de valor desde a vinha àvindima, até à produção do vinho. Um outro aspecto importante é também a difusão no sector dasmodernas ferramentas de gestão suportadas em SI/TI que permitam acréscimos organizacionais (modelosde gestão, marketing, design, rotulagem) capazes de alicerçar plataformas de diversificação para novosmercados e novos segmentos alvo, decorrentes da alteração dos padrões de consumo.

Tendo em conta a análise do sector, as entrevistas e o debate com os actores relevantes propõem-se paraesta fileira as seguintes acções inovadoras:

1) Maior interacção com centros e institutos de investigação

(a) Criação de um Centro Tecnológico na região que abarque todas as actividades da cadeia devalor do vinho em termos de I&D;

(b) Apoio a projectos de difusão e adaptação tecnológica com incidência nas tecnologias devinificação, armazenamento, sistemas de engarrafamento, rotulagem e design.

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2) Promover acções para qualificação dos recursos humanos e indução de dinâmicas de mudançaorganizacional, no sentido dos executivos de topo imprimirem posturas de gestão mais empreendedoras(gestão da mudança e da inovação);

3) Promover redes integradas de entidades do sector vitivinícola e de outros sectores (gastronomia,turismo rural...);

4) Apoiar os investimentos em novos SI/TI;

5) Reforçar a política de marketing-comunicação, relações públicas, design de garrafas e rótulos;

6) Actuar na reorganização das redes de distribuição;

7) Promover a progressão nos mercados externos.

Na fileira da Cortiça, parece ser importante continuar a promover as relações entre as empresas e osinstitutos/centros de investigação de forma a dinamizar o processo de inovação. Nesta vertente pode serimportante revitalizar o centro tecnológico da cortiça – CTCOR - e eventualmente deslocá-lo do Montijopara o Alentejo. Outro elemento importante para a inovação parece ser o desenvolvimento dacomunicação e da articulação entre os vários subsectores da fileira bem como a difusão de boas práticassuberícolas. Parece ser também bastante interessante explorar o potencial das novas aplicações da cortiçae misturas de outros materiais com cortiça, tendo em atenção a inclusão de processos eco-eficientes.

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Tendo em conta a análise do sector, as entrevistas e o debate com os actores relevantes propõem-se paraesta fileira as seguintes acções inovadoras:

1) Investigação e desenvolvimento tecnológico (IDT)

(a) Investigação e desenvolvimento tecnológico no sector florestal envolvendo parcerias entreempresas e institutos ou universidades, focando reflorestação e recuperação do montado,técnicas suberícolas e novos equipamentos (p.ex. máquina de descortiçamento, etc.);

(b) Desenvolvimento de tecnologia industrial envolvendo parcerias entre empresas e institutosou universidades, focando processos, equipamentos e produtos (p.ex. novos produtos eaplicações da cortiça, a cortiça enquanto fonte de ceras, ácidos gordos, extractivos aquosospara o fabrico de resinas; investigação em processos eco-eficientes).

2) Transferência e difusão do conhecimento e de novas tecnologias

(a) Recuperação do potencial produtivo e reforço da sustentabilidade dos montados de sobro,por exemplo através de um código de boas práticas suberícolas, da promoção damultifuncionalidade do montado, da mecanização de operações agro-florestais e de unidadesde demonstração;

(b) Fomento da difusão de tecnologias de processos, equipamentos e produtos na indústria,p.ex. introdução de sistemas de controlo de qualidade, aplicação industrial de patentes,unidades de demonstração à escala industrial, etc.;

(c) Formação dos recursos humanos intervenientes na fileira.

3) Fomento da organização, dinâmicas e interesses do sector

(a) Comercialização da matéria-prima (transparência, informação, padronização, organização);

(b) Comercialização dos produtos finais (imagem de marca, certificação e rastreabilidade);

(c) Organização intra-sectorial, p.ex. através da integração vertical de alguns segmentos dacadeia, concentração empresarial na região;

(d) Organização e concertação dos interesses da fileira da cortiça, p.ex. através da criação deassociação interprofissional;

(e) Promoção da actualização do quadro legal e fiscal do sector, p.ex. através da realização deestudos e de seminários.

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Na fileira das Rochas Ornamentais, são os desafios organizacionais e comerciais que fornecem asmaiores oportunidades para inovação, uma vez que parece ser difícil continuar numa lógica de venda deprodutos indiferenciados, sendo de promover actividades de transformação que acrescentem valor epotenciem a diversificação de soluções e de mercados. Para as questões organizacionais e comerciais,destacam-se desafios associados à resolução dos problemas ambientais (por exemplo, a existência deescombreiras ou aterros de desperdícios que podem atingir grandes alturas com impacte visual, apelampara a implementação de soluções inovadoras) que têm também graves consequências ao níveloperacional, nomeadamente, na optimização dos processos de extracção.

Tendo em conta a análise do sector, as entrevistas e o debate com os actores relevantes propõem-se paraesta fileira as seguintes acções inovadoras:

1) Apoiar a Investigação e a adopção de tecnologias

(a) Alargar e reforçar o âmbito de actuação dos serviços do centro tecnológico;

(b) Promover a formação de projectos de investigação em parceria entre institutos ouuniversidades e empresas (focando problemas de recuperação ambiental, produtos misturacom cerâmica, etc.).

2) Programa de apoio à “inovação na racionalização da lavra e gestão de resíduos”

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3) Programa de gestão das Unidades de Ordenamento e das Áreas de Deposição Comum (PROZOM)

(a) Promoção da associação de pequenas cavas contíguas – racionalização e rentabilizaçãoda lavra;

(b) Ajustamento e implementação do PROZOM.

4) Apoio ao marketing, marcas e comercialização

(a) Promoção da marca “Mármore de Estremoz”;

(b) Promoção da diversificação de produtos acabados com valor acrescentado e com forteintrodução da componente de design;

(c) Promoção de estratégias conjuntas de marketing e presença em feiras.

5) Promoção da Formação em gestão para não gestores e para empresários

No que respeita à fileira do Turismo a inovação parece aqui estar essencialmente associada ao acesso anovos mercados e configuração de produtos novos, que permitam aumentar intensidades de fluxos, temposde permanência e a qualificação da oferta, como forma de maximizar as receitas do sector e, porconsequência, das actividades com ele correlacionadas. Por exemplo diferenciar pela inovação o turismobalnear do turismo urbano/cultural no Alentejo dos produtos homólogos do Algarve e Lisboa, pode ser umavia para a afirmação do turismo na região, numa óptica de complementaridade de recursos e não desubstituição. O aproveitamento do Alqueva enquanto lago artificial configura também outras possibilidadespara uma oferta inovadora em complementaridade com Lisboa ou com regiões de Espanha. O mesmoacontece com o turismo-golfe e com um escalonado desenvolvimento do turismo rural e litoral.

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Tendo em conta a análise do sector, as entrevistas e o debate com os actores relevantes propõem-se paraesta fileira as seguintes acções inovadoras:

1) Definição de Plano de Formação para o Turismo do Alentejo, plurianual, mobilizando promotoresempresariais dos projectos-âncora, entidades formadoras (IEFP, Universidades, Politécnicos) epromovendo a implementação de Escolas de Hotelaria e Turismo;

2) Promoção da formação contínua, eventualmente nos locais de trabalho, em áreas específicas dosserviços turísticos ou em áreas mais generalistas (línguas, software, telecomunicações);

3) Criação de organismo com decisão sobre a aprovação de empreendimentos turísticos, englobando asentidades com tutela sobre o ordenamento do território (direcções Regionais da Agricultura e Ambientee Ordenamento, ICN, Câmaras Municipais, Ministério do Turismo, IPPAR);

4) Definição de produtos turísticos e de estratégia promocional partilhada por Regiões de Turismo epromotores de projectos-âncora;

5) Partilha de responsabilidades na manutenção e sinalização da rede viária (envolvendo o governocentral, autarquias, promotores de projectos-âncora, Regiões de Turismo, ICN);

6) Dinamização do Aeroporto de Beja, envolvendo o governo central, CCDR e promotores de projectos-âncora de múltiplos sectores e não apenas turísticos;

7) Promoção de mecanismos de aproximação entre promotores de projectos-âncora multifuncionais epequenas empresas prestadoras de serviços complementares do turismo, como por exemplo, percursospara passeio a pé, cavalo, bicicleta ou viaturas todo-o-terreno, iniciativas de animação turística,programas de informação, entre outros;

8) Identificação e atracção de actividades relevantes para a consolidação do cluster regional deturismo e lazer;

9) Consolidação de estrutura associativa empresarial forte;

10) Definição de áreas de desenvolvimento tecnológico com relevância para os serviços turísticos:

biologia (levantamento e divulgação de recursos ambientais);

geologia (caracterização, levantamentos topográficos de percursos para passeio a pé, cavalo,bicicleta ou viaturas todo-o-terreno);

tecnologias da informação (software para gestão de serviços, centrais de reservas ou portais

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informativos interactivos; videotexto e aplicações dirigidas para o entretenimento emestabelecimentos hoteleiros; produção de conteúdos multimédia adequados à informação adisponibilizar - mapas, fotografia, vídeo, texto - e aos suportes utilizados - internet, folhetos,imprensa, telemóveis);

telecomunicações (aplicações para disponibilização de informação territorial ou de serviçosacessíveis por telemóvel e outros dispositivos portáteis).

Na matriz do Quadro 1 sintetizam-se, para cada fileira, as propostas de acção recolhidas classificando-as em quatro eixos:

E1 – Investigação e Desenvolvimento Tecnológico;

E2 – Transferência, difusão e investimento em adopção de novas tecnologias;

E3 – Apoio ao planeamento de marketing, marcas e comercialização;

E4 – Fomento da organização, dinâmicas e interesses do sector.

Em geral todas as propostas que resultam do diagnóstico, entrevistas e workshop, sector a sector, podemser classificadas em pelo menos um destes eixos, havendo propostas que podem até ser classificadas emmais que um eixo. A matriz assim elaborada permite facilmente concluir que, se optássemos apenas poruma formulação estratégica com base na voz dos actores da região teríamos de dar maior prioridade àsquestões da transferência de tecnologia, difusão e investimento em adopção de novas tecnologias. Comoveremos no próximo capítulo, o contexto da região aconselha a que se dê igualmente prioridade a eixosde desenvolvimento que privilegiem também a diversificação no sentido de acrescentar valor em outrossectores e áreas tecnológicas ainda por explorar na região.

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QUADRO 1:

Matriz de Análise das Propostas de Acção

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