Square 6
-
Upload
via-b-comunicacao-via-b-comunicacao -
Category
Documents
-
view
235 -
download
2
description
Transcript of Square 6
True facts
Everything in life has its positive and negative sides.
Depending on the desired angle, reality may look more or
less good. Some people say that we can attract good things
if we adopt a positive attitude toward life. We can also view
things through a negative perspective... Everyone has the
right to their own point of view.
But it is always good to keep in mind that an opinion, no
matter how coherent, will never be more than a snap
judgment when it lacks supporting data and information.
We need to be aware that the way we observe reality — be
it is positive or negative — does not necessarily correspond
to the facts. And, distorting the facts won't change their
essence.
For this reason, this edition of FMC Square encourages, as
always, the exchange of ideas and the search for knowled-
ge and information.
Tudo na vida tem o seu lado positivo e o seu lado
negativo. Dependendo do ângulo que se quer ver, a
realidade pode ser mais ou menos bonita. Há quem
diga que, se adotarmos uma atitude positiva perante a
vida, atraímos coisas boas. Também podemos olhar as
coisas pelo seu lado negativo... Todos podem ter o seu
ponto de vista.
Mas é sempre bom lembrar que a opinião, por mais
coerente que possa parecer, será não mais que um
julgamento precipitado quanto mais careça de dados e
informação.
É preciso ter consciência de que a forma como se enxerga a
realidade — positiva ou negativa — não necessariamente
corresponde aos fatos. E, também, distorcê-los não vai
mudar a sua essência.
Por isso, nesta edição, FMC Square incentiva, como sempre,
a troca de idéias e a busca pelo conhecimento e pela
informação.
A verdade dos fatos
Ano/Year 3 - nº 6 outubro/october2007
FMC Square is a bi-annual publication of Market
area of FMC Agricultural Products
Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, 150st
1 floor - 13091-611 - Campinas - SP
(19) 3735-4400 - www.fmcagricola.com.br
The signed articles do not necessarily reflect the
magazine opinion. We did not publish the
bibliographic references cited by the authors of
the articles which integrate this edition, due to
the lack of space. If you have interest you can
request them to the redaction by the e-mail:
RedaçãoAlfapress Comunicações Ltda.
Jornalista Responsável
Inês Costa - MTb 28.685 [email protected] Fone/Phone: (19) 3232-0050
Direção de Arte e Projeto Gráfico
VIA B ComunicaçãoFone/Phone: (19) 3295-5466
Foto de capa
RevisãoMarília Cotomacci
TraduçãoRoberto TeixeiraElizabeth Bastos
Fotolito e Impressão
Margraf
Tiragem/
2.500 exemplares
/Redaction
Responsible Journalist
Direction of Art and Graphic Project
/Picture photo
Photos.com
/Revision
/Version
Photolyt and Print
Edition
/copies
FMC Square é uma publicação semestral da área de Marketing da FMC Agricultural Products Av. Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, 1501º andar - 13091-611 - Campinas - SP(19) 3735-4400 - www.fmcagricola.com.br
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação por e-mail: [email protected]
FMC Agricultural Products
Diretor Presidente América Latina
Antonio Carlos Zem
Diretor Comercial, Marketing &
Desenvolvimento
Vicente Gôngora
Time de Marketing e P&D
Adner Pozzobon Bruno FrossardCarlos Fabri Gustavo Canato Leandro Garcia Luiz Diego SilveiraLuiz Felipe Thomaz Marcus Brites
Coordenadora de Comunicação
Fernanda Teixeira
Latin America Area Director
Director for Sales, Marketing and
Development
Market and R&D Team
Communication Coordenation
Maria Paula LuporiniPaulo QueirozRenato Nivoloni Ricardo Werlang Santiago Bosch Cabral
Questão de sobrevivênciaA question of survival
Fazendo marketingDoing marketing
Banco de CraquesExpert Bench
41
Caindo no vazioA new weapon for fighting rust
28
O encaixe perfeito The perfect fits
34ConectandoMaking connections
Encontro MarcadoA Set Engagement 38
Entre AmigosAmong Friends
Gente Amiga Friendly People
Quando eles vão pra cozinhaWhen men go to the kitchen
44
Ponto de PartidaStart Point
46
Tudo a seu tempoEverything in its due time
Praça Social e AmbientalSocial and Environmental Square
Praça dasPlantas Daninhas
Weeds Square
05
Praça das Pragas de SoloSoil Pests Square
19
23
12
Praça dos InsetosInsects Square
16
25
e x p e d i e n t ee x p e d i e n t
Milho: proteja seu investimentoCorn: protect your investment
A agricultura e os mitos ambientaisThe agriculture and environmental myth
O que faz uma empresa melhor?What makes a company better?
Brasil: o maior exportador do mundo da bolaBrazil: the world's largest exporter of soccer players
Um toque feminino no campoA feminine touch on the field
s
má
ri
o
us
um
m
ar
y
aros amigos,C
Antonio Carlos ZemDiretor Presidente América Latina
Latin America Area Director
Fazemos parte de um universo muito importante, a agricultura! Desde que surgiu, no período pré-histórico, a atividade tem levado o homem a alcançar significativas mudanças que lhe permitiram sobreviver e evoluir. Foi por conseqüência das atividades agrícolas que surgiu o primeiro tipo de comércio de que se tem notícia. Foi também para manter-se próximo às plantações que o homem passou a construir melhores habitações. Já naquele período, a enxada foi substituída pelo arado por tração animal e houve a introdução da irrigação. A relativa fartura alimentar concorreu para o aumento geográfico e o aparecimento das primeiras cidades. Depois vieram as metrópoles, e assim por diante.Com o tempo a agricultura se tornou uma atividade econômica de peso e, como tal, passou a ter responsabilidades ambientais, como qualquer outra atividade. O que aconteceu? A agricultura evoluiu, assumindo esse novo papel sem deixar de manter o antigo: provendo e gerando desenvolvimento à sociedade. Um requisito importante nesse novo papel têm sido os crescentes investimentos em segurança, pesquisa e tecnologia, que destacam o trabalho de inúmeros empresários rurais no nosso país, onde a agricultura floresce cada vez mais... Produtiva, consciente e responsável!Entre outros, esse é um dos motivos por que nós podemos nos orgulhar de desenvolver uma atividade econômica que, ao longo de centenas de milhares de anos, vem garantindo a evolução da nossa espécie e que, dentro de uma nova consciência, está voltada a garantir também a preservação da vida no planeta por muitos e muitos anos.
Por tudo isso, você é ótimo(a)!
ear friends,D
Foto
/Photo
: D
ivulg
ação
/Pro
motion
CA
RT
A
AO
L
EI
TO
R/
LE
TT
ER
TO
R
EA
DE
R
4 F M C
SQ
UA
RE
We are part of a very important universe: Agriculture! Since it
started, in pre-historical times, agricultural activities have enabled
men to achieve significant changes that allowed them to survive
and evolve. It was due to agriculture that the first trading activity
known to man was initiated. Also, better homes were built around
the crops because men wanted to be closer to the fields. In those
days, the hoe was replaced by the animal plow and irrigation was
introduced in the crops. The relative abundance of food contributed
to the land expansion and the construction of the first towns. Next,
we had the big cities, large metropolis, an so on.
With time, agriculture turned out to be an important economic
activity and as such, it began to have environmental
responsibilities, like any other business. What happened then?
Agriculture evolved, took up a new role while still keeping the old
one: that of promoting and fostering development to society.
This new role demanded significant investments in safety, research
and technology and the farmers who embraced the challenge are
successful agribusiness men in our country, a place where
agriculture prospers more and more... In a productive, conscious
and responsible way!
This, among other things, is the reason why we can be proud of
developing an economic activity that throughout the years has
been responsible for insuring the evolution of our species and,
more recently, is also focused on the preservation of life in the
planet for many years to come.
For all of that, you are great!
PR
AÇ
A
DA
S P
LA
NT
AS
DA
NI
NH
AS
/W
EE
DS
SQ
UA
RE
5
SQ
UA
RE
F M C
A question of survival
Depois de conhecer a fase crítica da matocompetição, deve-se
realizar o planejamento de controle com base no manejo
Once the critical stage of weed competition is known, control planning
must be carried out based on integrated management
a natureza, a disputa por espaço é acirrada. Se na nossa vida cotidiana buscar “um lugar ao sol” é questão de Nsobrevivência, quando se fala em lavoura de soja, a
competição provocada pelas plantas daninhas não é diferente, pois sua presença pode resultar em perdas significativas de até 90% da produção da cultura. Também pode dificultar a operação de colheita, prejudicando a qualidade do grão ou da semente (Embrapa Soja, 2006). As plantas daninhas competem principalmente por recursos básicos ao desenvolvimento da soja, como a água, a luz e os nutrientes. No entanto, a necessidade por esses recursos varia dentro do ciclo da cultura, razão pela qual se torna importante conhecer as fases em que a interferência das plantas daninhas pode ser mais prejudicial para a soja.
Trabalhos nessa área são denominados estudos de “matocompetição” (competição das invasoras com a cultura) ou períodos de interferência. Basicamente, os experimentos são realizados diretamente no campo, com os tratamentos sendo compostos por intervalos de tempo em que a cultura é deixada “no limpo”, isto é, sem a presença de plantas daninhas, complementados por períodos de convivência entre a cultura e as infestantes. Avalia-se principalmente a produtividade da cultura sob os intervalos de tempo estudados, resultando nos períodos mais críticos de competição.
Para a denominação desses períodos, tem-se usualmente utilizado o esquema proposto por Pitelli e Durigan (1984), que definiram da seguinte forma os períodos de convivência, conforme mostra o Gráfico 1:
n nature, the fight for space is intense. If in our daily
life to seek “a place in the sun” is a question of
survival, it is not much different when talking about Icompetition provoked by weeds in soybean fields. Weed
competition can cause significant losses of up to 90% of
crop production. It can also hinder harvesting operati-
ons, damaging the quality of the grain or seed (Embrapa
Soja, 2006). Weeds compete primarily for basic soybean
development resources, such as water, light and
nutrients. However, the need for these resources varies
within the crop cycle, making it important to know at
which stages weed interference is more harmful to
soybean.
Studies in this field are known as “weed competition”
(competition between the invaders and the crop) or
interference period studies. Basically, experiments are
conducted directly in the fields, with treatments
comprised of period of time intervals when the crop is left
“clean,” that is, without the presence of weeds, and
periods of cohabitation of the crop with weeds. Crop
productivity is primarily assessed during the studied time
intervals, determining the more critical periods of
competition.
These periods are usually named according to the
scheme proposed by Pitelli and Durigan (1984), which
defines coexistence periods as shown in the Chart 1:
Questão desobrevivência
P /or By
o o gFernand St rniolo Ade as,o si L z s az er a VDi ní o ui Pi a G zi o, Elem r oll
No Brasil, os principais trabalhos de matocompetição com a soja foram realizados entre as décadas de 60 e 80, cujos resultados obtidos permitiram generalizar que o intervalo de 20 a 50 dias após a emergência da cultura é o Período Crítico de Prevenção da Interferência (PCPI). Os experimentos de matocompetição devem retratar condições próximas às de lavouras comerciais, com atenção especial para os diversos fatores que estão presentes no processo de interferência. Pitelli (1985) relata que os principais fatores ligados às culturas são o cultivar utilizado, o espaçamento e a densidade de semeadura. Em relação às plantas daninhas, destaca o tipo de espécies infestantes, a densidade e a sua distribuição na área. Podemos acrescentar, ainda, os fatores edafoclimáticos, como o tipo de solo e as suas propriedades físico-químicas, a taxa pluviométrica, a temperatura e o sistema de produção adotado com as diferentes tecnologias utilizadas.
Como podemos observar, os fatores relacionados à matocompetição são dinâmicos e isso não tem sido diferente na cultura da soja. A flora daninha tem sofrido modificações com o aumento de plantas perenes, de infestantes de difícil controle químico e do aparecimento de espécies resistentes aos herbicidas (Adegas, 1997).
A cultura da soja, que na década de 60 era cultivada quase que exclusivamente no Sul do país, hoje está presente em praticamente todas as regiões brasileiras, nos mais diferentes tipos de solo e clima. Além disso, o sistema de produção dessa oleaginosa tem sofrido alterações importantes, como o aumento da semeadura direta, a utilização de cultivares de diferentes ciclos e arquitetura de plantas, o aumento da adubação, a diminuição do espaçamento entre linhas e a utilização de fungicidas, entre outras. Essas tecnologias elevaram o nível de produtividade da cultura, onde já é comum encontrarmos lavouras comerciais com produtividades acima de 4.000 kg/ha.
Nesse novo cenário de produção de soja, devemos
6
SQ
UA
RE
F M C
PERIODS OF INTERFERENCE
- Total Period of Interference Prevention (TPIP):
period in which the crop must be kept free of weed
interference, starting with sowing;
- Period Before Interference (PBI): period in which the
crop can cohabit with weeds, starting with sowing;
- Critical Period of Interference Prevention (CPIP):
period in which the crop must be kept free of weed
interference, starting with the maximum limit of PBI and
the end of TPIP.
Período Total de Prevenção da Interferência (PTPI): período em que a
cultura deve ser mantida sem a interferência de plantas daninhas, a partir da semeadura;
Período Anterior à Interferência (PAI): período em que a cultura pode
conviver com as plantas daninhas, a partir da semeadura;
Período Crítico de Prevenção da Interferência (PCPI): período em que a
cultura deve ser mantida sem a interferência de plantas daninhas, a partir do limite máximo do PAI e do final do PTPI.
PERÍODOS DE INTERFERÊNCIAG
ráfico 1
/Chart
1
fazer a seguinte pergunta: os períodos críticos de matocompetição também sofreram alteração? Alguns pesquisadores têm procurado responder a essa pergunta ajustando os estudos ao sistema de produção atual de soja e “refinando” os experimentos ao aumentar o número de repetições e trabalhar com testemunhas laterais em cada parcela ou, ainda, utilizando metodologias estatísticas de melhor ajuste. Esses trabalhos mais recentes mostram que não tem havido muita mudança no Período Total de Prevenção da Interferência, mas apontam para uma diminuição do PAI para algo próximo dos 10 dias após a emergência, o que alteraria o PCPI, tendo o agricultor a necessidade de realizar o controle das infestantes mais cedo do que anteriormente recomendado.
A partir do conhecimento da fase crítica de competição é necessário realizar o planejamento de controle, cujos princípios devem ser norteados pelo manejo integrado.
Didaticamente, podemos definir o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) como sendo a seleção e a integração de métodos de controle e o conjunto de critérios para a sua utilização, com resultados favoráveis dos pontos de vista agronômico, econômico, ecológico e social. A passagem da forma atual de controle de plantas daninhas para o manejo integrado pressupõe diminuir o empirismo e aumentar o conhecimento científico, destacando três áreas estratégicas: a biologia e a ecologia das plantas daninhas; as relações de interferência entre as plantas daninhas e a cultura; e a amostragem e parâmetros de controle.
Existe, ainda, a necessidade de mudanças no comportamento dos técnicos e dos produtores no que se refere a utilizar e realmente integrar os diferentes métodos de controle, balanceando a importância de cada um dentro do planejamento de manejo na propriedade. A nossa realidade sugere algumas particularidades nos diversos métodos, conforme mostra o gráfico a seguir:
7
SQ
UA
RE
F M C
Preventivo
. Cuidados na aquisição de sementes, especialmente de soja e culturas de inverno;
. Limpeza rígida de colheitadeiras utilizadas em outras áreas;
. Limpeza de beiras de estrada, carreadores e terraços.
Cultural
. Diminuir as épocas de pousio;
. Optar por rotação de culturas com maior produção de massa e de rápido crescimento;
. Em regiões que favorecem a rápida decomposição da palhada, selecionar culturas com relação C/N alta;
. Considerar os efeitos alelopáticos positivos na escolha das culturas em rotação.
Mecânico
. Sempre que se justifique, realizar capinas de repasse ou mesmo limpeza manual;
. Quando viável, substituir a operação de manejo químico por mecânico.
Químico
. Uniformizar as áreas de controle, dividindo-as em talhões homogêneos;
. Realizar o levantamento da distribuição, do nível populacional e do estádio de desenvolvimento da flora infestante;
. Analisar as diversas alternativas de produtos, levando em consideração os aspectos de eficiência, eficácia, aplicabilidade e custo;
. Aprimorar a tecnologia de aplicação dos herbicidas.
Prevention
. Care when acquiring seeds,
especially soybeans and
winter crops;
. Thorough cleaning of
harvesters used in other
areas;
. Cleaning of road sides,
trails and strips of high
land.
Crop
. Reduce fallow periods;
. Choose crop rotation with
greater mass production and
rapid growth;
. Select crops with high C/N
ratio in regions of rapid straw
decomposition;
. Consider positive allelopathic
effects in the choice of
rotating crops.
Mechanical
. Whenever reasonable, carry
out hoeing and gleaning, or
even manual cleaning;
. Whenever feasible, replace
chemical management with
mechanical management.
Chemical
. Make control areas uniform,
dividing them into homogeneous
planting fields;
. Determine weed distribution,
population level and development
stage;
. Analyze the various alternative
products, taking into considerati-
on efficiency, efficacy, applicability
and cost;
. Enhance herbicide application
technology.
MÉT
OD
OS
DE
CON
TRO
LE/
CON
TRO
L M
ETH
OD
S
In Brazil, the main studies of weed competition with soybean took
place from the 1960s up to the 1980s and the results obtained
allow us to generalize that a 20 to 50 day interval following crop
emergence is the Critical Period for Interference Prevention
(CPIP). Weed competition experiments must reproduce conditions
similar to those found in commercial fields, with special attention
given to the various factors that are present in the interference
process. Pitelli (1985) reports that the main factors related to
crops are the cultivar used and the sowing spacing and density. In
regard to weeds, he emphasizes type, density and distribution in
the area. We could also add edaphic and climatic factors such as
soil type and its physical and chemical properties, rainfall rate,
temperature and the system of production adopted employing
different technologies.
As we can see, factors related to weed competition are dynamic
and this is no different for soybean crops. Weeds have undergone
changes with the increase of perennial plants and have become
hard to control chemically with the appearance of herbicide-
resistant species (Adegas, 1997).
Soybean crops that in the 1960s were mostly limited to the
southern region of Brazil have now spread to practically all regions
of the country, growing in diverse types of soil and climate. The
soybean production system has also undergone important
changes, such as increased direct sowing, the introduction of
cultivars of different plant cycles and architecture, increased
fertilization, reduced spacing between rows, and the use of
fungicides, among others. These technologies increased crop
productivity and today it is common to find commercial farms with
productivity levels higher than 4,000 kg/ha.
In this new soybean production scenario, we should ask the
following question: will critical periods of weed competition also
undergo changes? Some researchers have attempted to answer
this questions by adjusting studies to the current soybean
production system and by “fine tuning” experiments increasing the
number of repetitions and working with side control samples in
each lot as well as using best fit statistical methodologies. More
recent studies show that while there has not been much change to
the Total Period of Interference Prevention, the PBI has been
reduced to approximately 10 days following emergence, which
would alter the CPIP. This means the farmer would need to control
weeds earlier than what was previously recommended.
Once the critical stage of competition is known, control planning
must be carried out guided by the principles of integrated
management. Integrated Weed Management (IWM) can be
defined as the selection and integration of control methods and the
set of criteria for their use to obtain favorable results from the
agronomic, economic, ecological and social points of view. The
change from the current form of weed control to integrated
management entails less empiricism and more scientific
knowledge, highlighting three strategic areas: weed biology and
ecology; interference relations between weeds and the crop; and
control sampling and parameters.
Technicians and farmers must change their behavior in regard to
use in order to achieve true integration of the different control
methods, assessing the importance of each method within
management planning on the farm. Our local situation contributes
some particularities to the various methods, as shown in the chart
below:
8
SQ
UA
RE
F M C
Ariloxifenoxipropionato
Ciclohexanodiona
Sulfoniluréias
Imidazolinona
Triazolpirimidina
Pirimidiniloxibenzóico
Triazina
Triazinona
Uracila
Uréias
Amida
Benzotiadiazol
Bipiridilo
Difeniléter
Ftalimida
Oxadiazol
Triazolinona
Piridazinona
Isoxazol
Tricetona
IsoxazolidinonaGlicinas
Ácido fosfínico
Dinitroanilina
Cloroacetamida
Tiocarbamato
Ácidos fenoxicarboxílicos
Ácido benzóico
Ácidos piridinocarboxílicos
Ácidos quinolinocarboxílicos
Organoarseniacal
Mecanismo de ação
Inibição da coenzima acetil carboxilase(ACCase)
Inibição da enzima acetolacto sintase (ALS)
Inibição da fotossíntese nofotossistema II
Inibição da enzima protoporfirinogênio oxidase (PPO)
Inibição da síntese dos carotenóides fitoeno desaturase
Inibição da síntese dos carotenóides 4hidroxifenil-piruvato-dioxigenase
Inibição da síntese dos carotenóides (sítio desconhecido)
Inibição da EPSP sintetase
Inibição da glutamina sintetase
Inibição da união dos microtúbulos na mitose
Inibição da divisão celular
Inibição da síntese dos lipídios (não por ACCase)
Mimetizadores de auxinas
Desconhecido
Grupo HRAC Ingrediente ativoGrupo químico
Inibição da fotossíntese no fotossistema II
A
B
C1
C2
C3
D
E
F1
F2
F3
G
H
K1
K3
N
O
Z
Aryloxyphenoxy propionates
Cyclohexanediones
Sulfonylureas
Imidazolinones
Triazolopyrimidines
Pyrimidinyl(thio) benzoates
Triazines
Triazinones
Uracils
Ureas
Amides
Benzothiadiazinone
Bipyridyliums
Diphenylethers
Phthalimides
Oxadiazoles
Triazolinones
Pyridazinones
Isoxazoles
Triketones
IsoxazolidinonesGlycines
Phosphinic acids
Dinitroanilines
Chloroacetamides
Thiocarbamates
Phenoxy-carboxylic-acids
Benzoic acids
Pyridine carboxylic acids
Quinoline carboxylic acids
Organoarsenicals
Inhibition of acetyl CoA carboxylase(ACCase) coenzyme
Inhibition of the acetolactatesynthase (ALS) enzyme
Inhibition of photosynthesis at photosystem II
Inhibition of protoporphyrinogen oxidase(PPO) enzyme
Inhibition of carotenoid biosynthesis at the phytoene desaturase
Inhibition of 4-hydroxyphenyl-pyruvate-dioxygenase carotenoids
Inhibition of carotenoid biosynthesis (unknown target)
Inhibition of EPSP synthetase
Inhibition of glutamine synthetase
Microtubule assembly inhibition at mitosis
Inhibition of cell division
Inhibition of lipid synthesis (not ACCase)
Action like auxins
Unknown
Inibição da fotossíntese nofotossistema II
Inhibition of photosynthesis at photosystem II
Inhibition of photosynthesis at photosystem II
Inibição da fotossíntese no fotossistema IInhibition of photosynthesis at photosystem I
HRAC Group Action Mechanism Chemical Group Active Ingredient
Table
1. Cla
ssific
ation o
f herb
icid
es s
old
in the B
razilia
n m
ark
et,
accord
ing to their a
ction m
echanis
ms (adapte
d fro
m H
RAC-W
SSA).
Tab
ela
1. C
lass
ific
ação
dos
her
bici
das
com
erci
aliz
ados
no
mer
cado
bra
sile
iro,
seg
undo
os
seus
mec
anis
mos
de
ação
(ada
ptad
o d
o H
RA
C-W
SSA
).
9
SQ
UA
RE
F M C
Dentro do controle químico, dois assuntos, relativamente recentes, têm-se tornado importantes alvos de discussão: a resistência de plantas daninhas e a soja RR. Resistência é a capacidade das plantas daninhas sobreviverem à aplicação de um herbicida ao qual a mesma população era suscetível. É de ocorrência natural, devido às plantas daninhas evoluírem e se adaptarem às mudanças do ambiente e às práticas agrícolas, mas também em resposta às aplicações continuadas de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação, o que aumenta a pressão de seleção, favorecendo a sobrevivência de bióticos resistentes na população (Gazziero et al., 2004).
A principal solução para evitar o aparecimento ou a disseminação de plantas daninhas resistentes é planejar o controle químico com a utilização de herbicidas de diferentes mecanismos de ação, cuja classificação pode ser observada na Tabela 1. Podemos, ainda, evitar a resistência das plantas daninhas efetuando algumas ações, como: realizar rotação de culturas; utilizar sementes sem contaminação de infestantes; acompanhar mudanças na flora; evitar a disseminação inicial de sementes de plantas daninhas resistentes; e realizar a limpeza de tratores, implementos, colheitadeiras e semeadoras.
A soja RR (Roundup Ready) é oriunda do evento de modificação genética, que proporcionou à mesma a resistência ao herbicida glifosato, na pós-emergência da cultura, sendo, a princípio, a única diferença em relação à soja convencional. A decisão dos agricultores, de utilizar a soja RR no sistema de produção de grãos, deve passar pela consideração dos aspectos legais, agronômicos, ambientais e econômicos.
Quando surge uma nova tecnologia para ser incorporada ao sistema de produção de qualquer cultura agrícola, a primeira pergunta a ser feita é se essa tecnologia é imprescindível ou não. No caso da soja RR, pode-se afirmar que a tecnologia não é imprescindível. Então, a análise a ser feita é se a tecnologia é desejável. A utilização do glifosato na pós-emergência da cultura da soja pode ser desejável em algumas situações, principalmente em áreas infestadas com plantas daninhas de difícil controle pelos herbicidas convencionais, como também em áreas com alta infestação de plantas daninhas oriundas de pousio, escape no controle ou por outra razão qualquer.
Outra situação em que se poderia recomendar a utilização de glifosato em pós-emergência da soja seria em áreas com histórico de resistência de plantas daninhas aos herbicidas comumente utilizados na cultura. Nos últimos anos tem-se constatado o aumento da resistência de plantas daninhas aos herbicidas inibidores da ALS e ACCase. Como o mecanismo de ação do glifosato é a inibição da EPSPs, a sua utilização seria interessante nessas propriedades, pois a probabilidade de sucesso seria grande. Vale ressaltar que o manejo químico de plantas daninhas tem como uma de suas premissas a rotação de herbicidas. Por isso, não é desejável que se comece a utilizar o glifosato ininterruptamente na soja, pois os
problemas de resistência também poderão acontecer com esse produto, fato já constatado em alguns países como os Estados Unidos, a Argentina e até o Brasil, onde casos de resistência de azevém e de buva ao glifosato já foram comprovados (Figura 1).
O glifosato é um herbicida que apresenta um grande espectro de plantas passíveis de controle, uma maior amplitude e flexibilidade nas épocas de aplicação e a possibilidade de ajustar uma tecnologia de pulverização com menores riscos, principalmente em relação à deriva. Isso se traduz em maior facilidade no manejo de plantas daninhas, sendo considerado, hoje, uma das principais razões para a adoção da tecnologia RR. No entanto, essa flexibilidade proporcionada pelo produto tem levado alguns agricultores a não realizar uma boa dessecação em pré-plantio ou, mesmo não a realizando, deixando para fazer o controle somente na pós-emergência da cultura, podendo levar a perdas por competição inicial, como demonstrado na Figura 2.
Portanto, lembramos que em qualquer sistema de manejo selecionado, inclusive o da soja RR, o conceito básico de se evitar a matocompetição inicial deve ser premissa básica. As opções a serem utilizadas para cumprir tal finalidade dependerão da situação de cada área cultivada. Dentre as opções, podemos destacar a realização de uma boa dessecação, que poderá ser feita em uma única operação, no caso de boa cobertura de palhada e baixa matoinfestação, ou em duas operações, usualmente chamadas de aplicações seqüenciais, espaçadas entre si entre 15 e 25 dias, utilizadas em caso de maior matoinfestação.
Outra opção seria a utilização de um herbicida residual associado ao dessecante na operação de manejo pré-plantio, com o objetivo de controlar a flora daninha existente na semeadura e ao mesmo tempo inibir os primeiros fluxos de plantas daninhas, evitando a matocompetição inicial e facilitando o controle em pós-emergência pelo glifosato. Outro ponto importante dessa tecnologia é que, ao se utilizar um herbicida residual com mecanismo de ação diferente, se evita a troca da flora, reduz-se a pressão de seleção de indivíduos tolerantes e assegura-se a longevidade dos herbicidas utilizados.
Portanto, em qualquer sistema de produção de soja e em qualquer cenário de matoinfestação, devemos proporcionar condição livre de matocompetição inicial, para que a cultura expresse todo o seu potencial produtivo. Para tal, o controle de plantas daninhas deve ser, sempre, norteado pelos conceitos básicos do Manejo Integrado, preferencialmente gerenciado por um engenheiro agrônomo responsável pela atividade. É uma questão de sobrevivência não só da cultura, como do próprio negócio.
Cuidados no controle químico
10
SQ
UA
RE
F M C
Two relatively recent issues have become important issues on the topic of
chemical control: weed resistance and RR soybean. Resistance is the ability of
weeds to survive an application of an herbicide that it was once susceptible to.
This is a natural occurrence, since weeds evolve and adapt to environmental
changes and agricultural practices. But it is also a response to continuous
herbicide applications using the same action mechanism, which favors the
survival of resistant biotics in the population (Gazziero et al., 2004).
The main solution to prevent the appearance or spread of resistant weeds is to
plan chemical control using herbicides with different action mechanisms, whose
classifications are outlined in Table 1. We can also prevent weed resistance by
carrying out the following activities: rotating crops; using seeds without infester
contamination; monitoring changes in the flora; preventing the initial spread of
resistant weeds; and cleaning tractors, tools, harvesters and sowing machines.
RR (Roundup Ready) soybean is a genetically modified product, which makes it
resistant to glyphosate herbicide during the crop post-emergence. This is the only
difference in regard to conventional soybean. The decision to use RR soybean in
the grain production system must take into consideration legal, agronomic,
environmental and economic aspects.
The first question to be asked when a new technology arises regarding its
inclusion in the production system of any agricultural crop is whether this
technology is truly indispensable. In the case of RR soybean, it can be said that
the technology is not indispensable. Therefore, the analysis to be made is to
determine whether the technology is desirable. It maybe desired to use
glyphosate in soybean crop post-emergence in certain situations, particularly if
the weed infested areas are hard to control using conventional herbicides, or in
case of high weed infestation areas due to fallow periods, lack of control or any
other reason.
Another situation where the use of glyphosate would be desirable in soybean
post-emergence is in areas with a history of weed resistance to herbicides
normally used on the crop. In recent years, an increase in weed resistance to ALS
and ACCase inhibitor herbicides has been reported. Since glyphosate's action
mechanism inhibits EPSPs, it would be interesting to use it in such plantations
since the chances of success are good. It is important to note that chemical
management of weeds is based on herbicide rotation. Hence, it is not desirable to
use glyphosate continuously in soybean crops since resistance problems could
also occur with this product, as has occurred in some countries, such as the
United States, Argentina, and even Brazil, where cases of ryegrass and buva
(Baccharis erigeroides) resistance to glyphosate have been reported (Figure 1).
Glyphosate is an herbicide that can control a wide array of plants. It has a wider
range and flexibility during application periods and poses lower risks when used in
spray technology, especially in relation to drift. This means greater ease in weed
management, which is one of the main reasons to adopt RR technology. However,
the product's flexibility has led some farmers not to perform good desiccation
during pre-planting or to control only during the crop post-emergence, both of
which may lead to losses due to initial competition, as can be seen in Figure 2.
Therefore, initial weed competition prevention must be the basic premise for any
selected management system, including RR soybean. The options available
depend on the situation of each cultivated area and include good desiccation,
which can be performed in a single operation in the case of good straw coverage
and low weed infestation, or in two operations separated by 15 to 25 day
intervals, usually known as sequential applications, in case of greater weed
infestation.
Another option is the use of a residual herbicide together with desiccation during
the pre-planting operation to control weeds present in the sowing and, at the
same time, inhibit the first weed flows to prevent initial weed competition and
facilitate glyphosate post-emergence control. Another important aspect of this
technology is that it prevents flora exchange by using a residual herbicide with a
different action mechanism, reducing the selection pressure of tolerant individuals
and ensuring longevity of herbicides used.
Therefore, in any soybean production system and weed competition scenario, we
must provide free initial weed competition conditions so the crop can attain its full
productive potential. Consequently, weed control must always be guided by the
basic concepts of Integrated Management and preferably managed by an
agronomist in charge of the activity. It is a question of survival not only of the
crop, but of the business itself.
Chemical control care
Doutores pesquisadores da Área de
Plantas Daninhas da Embrapa Soja
Researchers at Embrapa Soja's Weed Department
Fernando Storniolo Adegas
Dionísio Luiz Pisa Gazziero
Elemar Voll
Figura 1. Lavoura de soja RR infestada de buva com suspeita de resistência ao glifosato.
Figura 2. Lavoura de soja RR semeada sem a realização da dessecação, com somente aplicação de glifosato na pós-emergência.
Figure 1. RR soybean plantation infested with buva
(Baccharis erigeroides) suspected of being resistant to
glyphosate.
Figure 2. RR soybean plantation sowed without desiccati-
on, only with a post-emergence glyphosate application.
PR
AÇ
A
DA
S P
LA
NT
AS
DA
NI
NH
AS
/W
EE
DS
SQ
UA
RE
Por/By
Fabiano Siqueri
Caindo janeiro fevereiro março abril maio junho
12
SQ
UA
RE
F M C
resente nas culturas de soja brasileiras desde a safra 2000/01, a ferrugem asiática — causada pela espécie de fungo Phakopsora pachyrhizi — P
tem sido sinônimo de prejuízos aos produtores. Com o aparecimento das lesões, o desfolhamento da planta é rápido, resultando em redução do número de vagens, do número e peso dos grãos. As perdas somaram aproximadamente 4,5% da safra brasileira de soja em 2006/07.
Sabe-se que a principal forma de controle é a aplicação de fungicidas. Porém, em Mato Grosso havia a necessidade de se tomar alguma atitude mais drástica para se manejar a ferrugem asiática, pois, em algumas regiões do Estado, chegou-se a realizar de cinco a sete aplicações, em média, visando o controle dessa doença, principalmente pela precocidade de ataque e pela alta virulência. Desta necessidade surgiu a idéia de se adotar o chamado vazio sanitário no manejo da ferrugem asiática, que é a suspensão ou proibição, por um determinado período de tempo, do cultivo do principal hospedeiro de determinada praga ou doença, dificultando a sobrevivência ou a sua disseminação durante esse período.
Por meio da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal, capitaneada pela Delegacia Regional do Ministério da
january february march april may june
julho agosto setembro outubro novembro dezembro
Soybean rust has been a threat to Brazilian crops since the
2000/01 harvest. It is caused by the Phakopsora pachyrhizi fungus
and has been synonymous with losses for farmers. When the
lesions start appearing, defoliation sets in along with a reduction in
the number of pods, grain weight and quantity. Losses added up to
close to 4.5% of Brazilian soybean harvest in 2006/07.
It is well known that the main form of controlling this pest is
through fungicides. However, in Mato Grosso, a more drastic
attitude was needed to manage soybean rust after five to seven
applications were carried out in some areas of the state in an
attempt to control the onset of a highly virulent strain of the
disease. This situation gave rise to the idea of imposing a fallow
period to suspend or prohibit for a certain period of time the
cultivation of the main host of the disease in order to contain it. It
would be something similar to a period of depopulation for cattle
stricken by disease.
The Plant Health Defense Commission, headed by the Regional
Office of the Ministry of Agriculture of Mato Grosso, held discussi-
ons and initially implemented a recommendation, that later
became law, forbidding the planting of soybean during a period of
90 days throughout the state. After further consideration and
Agricultura de Mato Grosso, discutiu-se e implantou-se, a princípio, uma recomendação que em seguida se tornou lei, proibindo-se o cultivo da soja durante um período de 90 dias em todo o Estado. Após algumas considerações e discussões, fixou-se o período entre 15 de junho e 15 de setembro para a proibição.
Esse período foi instituído, no caso da ferrugem asiática em Mato Grosso, para se interromper ou quebrar o que se convencionou chamar de “ponte verde”, que era o cultivo de soja sob pivô central, durante a entressafra — o que facilitava a sobrevivência do fungo durante um período normalmente seco. O fato de efetuar o cultivo de soja durante a entressafra muitas vezes inviabilizava economicamente o cultivo desta oleaginosa na safra normal, de verão. Havia alguns dados de pesquisas que indicavam que os esporos do fungo poderiam sobreviver até 60 dias em condições ambiente. Entretanto, como isso não foi unanimidade na discussão, e também por segurança, a Comissão definiu e determinou o período de 90 dias para o vazio, o que se constatou, passado o primeiro ano, ser o intervalo adequado.
th thdiscussion, the agreed period was set for June 15 and September 15 .
This method was adopted, in the soybean rust case in Mato Grosso, as
an attempt to interrupt or break what is known as the “green bridge,”
which is the off-season central-pivot-irrigated planting of soybean
crops that allows the fungus to survive during a period that is normally
dry. Growing soybean in the off-season frequently makes it economi-
cally unfeasible to grow the crop in the summer, its normal harvest
time. Research data shows that fungus spores can survive up to 60
days in the environment. However, since no consensus was reached on
the exact number of days, the Commission decided to set the time
period at 90 days for safety reasons. During the first year of its
implementation, this time period has proven to be appropriate.
As far as this method's efficiency is concerned, it is too early to say if
the reduced virulence and the delay in the disease's arrival in the last
two years (2004/2005 and 2005/2006) were solely the result of the
adoption of the fallow period. At least two other important factors
contributed to reduced losses from the disease. There was a drought in
most of the state during November and many farmers moved up their
sowing period. However, despite the difficulty in isolating and
measuring the fallow period's contribution to the disease's reduced
impact in the 2006/2007 harvest in Mato Grosso, it can be claimed that
it is a consolidated measure that needs to be continuously strengthe-
ned and improved. It will certainly make a difference in the history of
the disease in the state. It is interesting to note that according to data
from the Kleffmann company, the state of Mato Grosso, one of the
main soybean producers in Brazil, was the only one to reduce the
number of fungicide applications per hectare, while other states,
primarily Paraná, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul
13
SQ
UA
RE
F M C
Quanto à eficiência deste método, seria muito precipitado dizer que a diminuição da virulência e o atraso da chegada da doença em relação aos dois últimos anos (2004/2005 e 2005/2006) foram resultantes apenas da adoção do vazio sanitário, pois nesta última safra dois fatores importantes colaboraram para um menor impacto da doença: ocorreu seca na maior parte do Estado no mês de novembro e, também, muitos produtores adiantaram o processo de semeadura, contribuindo para um menor dano pela ferrugem. Porém, apesar de ser muito difícil medir isoladamente a contribuição do vazio sanitário para o menor ataque da doença verificado na safra 2006/2007 em Mato Grosso, podemos afirmar, categoricamente, que se trata de uma medida consolidada, que deve ser cada vez mais fortalecida e melhorada, e que, com certeza, dividirá a história da ferrugem neste Estado. É interessante observar que, segundo dados da Empresa Kleffmann, dentre os principais Estados produtores de soja do País, Mato Grosso foi o único que diminuiu o número médio de aplicações de fungicidas por hectare, enquanto que nos demais, principalmente Paraná, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, esse número cresceu significativamente. Destes, Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais foram os Estados que já adotaram o vazio sanitário, além de Tocantins,
A new weapon for fighting rust
july august september october november december
and Minas Gerais, significantly increased the number of applicati-
ons. Among these states, Goiás, Mato Grosso do Sul and Minas
Gerais have already adopted a fallow period, along with Tocantins,
Maranhão and São Paulo. Paraná will adopt a resolution to institute
a similar fallow period.
Monitoring
When introducing this method, it is crucial to monitor the fields
where soybean will be sowed prior to planting to check for the
presence of “guaxas (*)” soybean plants that may be infected with
the rust fungus. Following sowing, monitoring becomes a basic
and vital tool for managing rust, not only by checking plants for
the fungus, but also by conducting what is called “regional”
monitoring. This type of monitoring simply refers to the farmer's
awareness of what is going on in his micro-region, his neighborho-
od. This awareness comes about from talking with his peers,
suppliers, technical service, or by taking part in events and
training programs related to the subject. In this manner, he
becomes aware of what going on around him, not only in relation
to the arrival of the soybean rust pest, but also in regard to
weather forecasting, a factor that can directly influence decision
making in terms of fungicides application for disease control.
During the fallow period, genetic improvement research can only
be conducted with permission from the Health Commission, and it
must be committed to maintaining the fields at a “zero” rust level.
Maranhão e São Paulo e, ainda, o Paraná, que deverá publicar resolução para instituir.
MonitoramentoAo se instituir este método, é crucial que se faça o monitoramento dos campos onde a soja será semeada, desde antes do plantio, verificando se há presença de plantas “guaxas(*)” de soja, que porventura podem estar infectadas com o fungo da ferrugem. Após a semeadura o monitoramento se torna ferramenta básica e vital para o manejo da ferrugem. Não só em termos de lavoura, vistoriando as plantas para verificação da presença do fungo, mas também pelo monitoramento que chamamos de “regional”. Esse monitoramento nada mais é do que aquele em que o produtor deve ficar atento ao que está acontecendo na sua microrregião, pela vizinhança, conversando com seus pares, fornecedores, assistência técnica, participando de eventos e treinamentos relacionados ao assunto e, desse modo, se inteirando do que está ocorrendo à sua volta, não só em relação à chegada da ferrugem, mas também com relação à previsão climática, fator que pode influir diretamente na tomada de decisão para se efetuar aplicações de fungicidas para o controle da ferrugem.
Durante o período de vazio sanitário só podem ser realizadas pesquisas de melhoramento genético mediante autorização pela Comissão de Defesa, com o comprometimento de manter os campos com nível “zero” de ferrugem. Empresas de pesquisa podem cultivar soja com o objetivo de avanço de gerações do melhoramento genético, com o intuito de acelerar a obtenção de variedades mais tolerantes e produtivas, com a fiscalização do INDEA, que periodicamente vistoria os campos.
Manejo integrado
Melhoristas da Fundação MT prevêem a introdução de cultivares tolerantes à ferrugem asiática para a safra de 2008/2009, com disponibilização de sementes aos produtores na safra 2009/2010. Uma mudança que se
(*) p
lant
as d
e so
ja “
volu
ntár
ias”
, pro
veni
ente
s de
sem
ente
s qu
e ca
íram
da
colh
eita
deir
a no
pro
cess
o d
e co
lhei
ta d
a sa
fra
ante
rior
.(*
) “V
olu
nte
er”
soybean p
lants
resultin
g fro
m s
eeds that fe
ll fro
m the h
arv
este
r during the p
revio
us h
arv
est.
14
SQ
UA
RE
F M C
Hospedeiros/Hosts
O fungo Phakopsora pachyrhizi é um parasita obrigatório. A perpetuação do fungo depende de hospedeiros alternativos existentes em grande quantidade na natureza. Cerca de 95 espécies em 42 gêneros da família Fabaceae são relatadas.
The Phakopsora pachyrhizi fungus is an obligate parasite that cannot live independently of its host. Close to 95 species in 42 genera of the Fabaceae family are documented.
"The fallow period will undoubtedly be a landmark in the fight against soybean rust in Mato Grosso"
"O vazio sanitário, com certeza, dividirá ahistória da ferrugem asiática em Mato Grosso"
abril maio junho janeiro fevereiro março
Foto
/Photo
: banco
de im
agem
/im
age b
ank
january february march april may june
Fabiano Victor Siqueri
espera é que haja uma redução muito significativa do número de aplicações de fungicidas para a ferrugem nestes cultivares. Porém a natureza é muito dinâmica e reage a toda e qualquer mudança que é introduzida pelo homem, às vezes nos surpreendendo e revertendo previsões tidas como líquidas e certas. Porém, vejo a resistência genética como uma das mais importantes ferramentas no manejo da doença. A adoção de mais esta tecnologia não deverá eliminar totalmente o uso de fungicidas para o controle da ferrugem asiática da soja. Entendo que todo controle calcado em um só mecanismo tende a ter a vida útil encurtada. O manejo integrado aliando a ferramenta genética com a ferramenta química tende a dar longevidade a ambas as tecnologias. O que se tem como conseqüência provável da introdução de variedades resistentes à ferrugem seria o aumento da segurança por parte do produtor, em termos de necessidade de urgência de aplicações de fungicidas, e também uma redução no número médio de aplicações efetuadas atualmente nas variedades disponíveis no mercado, trazendo benefícios indiretos ao meio ambiente, reduzindo custos de produção e contribuindo para a sustentabilidade do complexo soja no País.
Research companies may grow soybeans with the goal of advancing
generic generation improvement in order to speed up the
availability of new, more tolerant and more production varieties,
supervised by INDEA, which periodically supervises the fields.
Integrated management
Researchers from the MT Foundation expect that more rust-
resistant crops will be introduced during the 2008/2009 harvest,
and their seeds will become available to farmers during the
2009/2010 harvest. It is expected that a very significant reduction
in the number of fungicide applications for these crops will occur.
Nature, however, is very dynamic and reacts to any and all changes
introduced by man and sometimes surprises us by reversing the
most certain and unfailing of forecasts. Nevertheless, I consider
genetic resistance as one of the most important disease manage-
ment tools. The adoption of this additional technology will not
totally eliminate the use of fungicides for controlling soybean rust. I
believe that any type of control that is based on a single mechanism
tends to have a short lifespan, whereas integrated management
joining genetic and chemical tools tends to increase the lifespan of
both technologies. The probable result of the introduction of rust
resistant varieties will be increased safety for the farmer, by
lowering urgent needs for fungicide applications, as well as
reducing the average number of applications currently carried out
on varieties available on the market. This will indirectly benefit the
environment, reduce production costs and contribute to the
sustainability of soybean production in Brazil.
15
SQ
UA
RE
F M C
de 01/07 a 30/09MS
de 01/07 a 30/09SP
de 15/08 a 15/10MA
MG de 01/07 a 30/09
deverá publicar reso-lução para instituirPR
julho agosto setembro outubro novembro dezembro
Estados em que o vaziosanitário foi instituídoStates where the fallowperiod was adopted
Instituído em 2006
Instituído em 2007
Engenheiro Agrônomo, Gestor Técnico -
Proteção de Plantas / Fundação MT
Adopted in 2007
Adopted in 2006
from 7/1 to 9/30
from 7/1 to 9/30
from 8/15 to 10/15
from 7/1 to 9/30
pending implementationresolution
de 15/06 a 15/09MT
de 01/07 a 30/09GO
TO de 01/07 a 30/09
from 6/15 to 9/15
from 7/1 to 9/30
from 7/1 to 9/30
Agronomist Engineer,
Technical Manager - Plant Protection /
MT Foundation
july august september october november december
Foto
/Photo
: banco d
e im
agem
/im
age b
ank
16
SQ
UA
RE
F M C
Milho: proteja seu investimento
"O tratamento de sementes com inseticidas
para o controle das pragas iniciais é a
primeira e principal tecnologia a ser utilizada"
Por/By Ivan Cruz
os últimos anos no Brasil, verificou-se um aumento substancial na produção de vários produtos Nagrícolas, principalmente em virtude do uso de
tecnologias mais apropriadas aos diferentes sistemas de produção. Por exemplo, é bem conhecido o grande avanço na genética tropical, sendo um dos fatores propulsores dos grandes aumentos verificados em produtividade. No entanto, há ainda muito espaço para crescimento no agronegócio brasileiro. Somente para exemplificar, a produtividade de milho na safra 2006/07 foi de 3.869 kg/ha (CONAB, 2007), enquanto vários agricultores plantando híbridos mais modernos têm alcançado médias acima de 10.000 kg/ha. Além disso, nesta safra de 2007/08, dos 278 cultivares de milho disponibilizados para comercialização, cerca de 44% são híbridos simples. Os híbridos simples e triplos representam, hoje, cerca de 69% das opções para os produtores, mostrando uma tendência na agricultura brasileira e uma maior necessidade de se aprimorar os sistemas de produção utilizados, para melhor explorar o potencial genético dessas sementes. Portanto, pela disponibilidade de materiais genéticos comerciais altamente produtivos, o agricultor deve pensar em propiciar as melhores condições possíveis para se obter o máximo da capacidade genética de cada semente. Uma delas é evitar a competição provocada pelos fatores bióticos, como as plantas daninhas, as doenças e os insetos-praga.
De maneira geral, os insetos-praga estão associados a diferentes fases de desenvolvimento dos diferentes cultivos, seja da soja, do arroz, do trigo, do sorgo ou do milho. Existem as pragas-chave, usualmente presentes em níveis que demandariam medidas de controle, com distribuição
PR
AÇ
A
DA
S P
RA
GA
S D
E S
OL
O/
SO
IL
PE
ST
S S
QU
AR
E
17
SQ
UA
RE
F M C
Corn: protect your investmentgeográfica ampla, e as pragas-chave de distribuição localizada. Tais pragas podem causar danos indiretos, pela redução da competitividade da planta atacada, ou danos diretos, por matar a semente ou a planta. Neste aspecto, a cultura do milho, por conter, comparativamente à soja, ao trigo, ao sorgo e ao arroz, menor número de plantas por unidade de área, potencialmente é mais vulnerável ao ataque das pragas que causam a morte da planta hospedeira.
Em termos de estratégias de manejo, as pragas-chave na cultura do milho podem ser separadas em dois grupos. O primeiro grupo é representado por espécies de pragas que atacam as sementes, as raízes em formação e/ou as plantas recém-emergidas, incluindo as pragas subterrâneas (cupins, bicho-bolo ou coró, larva-arame, percevejo-castanho, larva-angorá, larva-alfinete), a lagarta-elasmo e os insetos sugadores de seiva, percevejos e tripes. O segundo grupo é representado basicamente pela lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) por atacar praticamente todos os estágios de desenvolvimento da planta. Apesar do grande potencial dessas pragas em causar danos e, conseqüentemente, causar prejuízos econômicos ao produtor rural, medidas de controle precisam ser utilizadas com bastante critério. Por exemplo, as pragas subterrâneas, na maioria dos casos, já se encontram no solo antes mesmo do plantio. Já a lagarta-elasmo demanda medidas de controle quase que imediatamente após a detecção da praga na área. Portanto, a detecção da praga em tempo hábil é fundamental para evitar prejuízos significativos. A lagarta-do-cartucho, embora com potencial de redução menor do que o primeiro grupo de pragas, tornou-se a principal praga de milho no Brasil, por ocorrer invariavelmente todos os anos na maioria das áreas produtoras. Além do mais, já se tem detectado populações localizadas com resistência a diferentes produtos químicos, conforme revisão de Cruz (2002). Portanto, a introdução das técnicas de manejo integrado, especialmente aquelas que possam racionalizar o uso de agroquímicos, objetiva maximizar a redução dos prejuízos causados pelas pragas, através da utilização de uma medida de controle eficiente, não só no sentido de diminuir a densidade populacional da praga, mas também, e principalmente, no sentido de não aumentar ainda mais o desequilíbrio no ambiente.
Nesse sentido, ao se implantar o manejo integrado de pragas na cultura do milho, o tratamento de sementes com inseticidas para o controle das pragas iniciais é a primeira e principal tecnologia a ser utilizada. Lembramos que normalmente a semente comercializada vem tratada com fungicida e inseticida para o controle das pragas de grãos armazenados, porém, esses têm pouco efeito sobre os insetos-praga que atacam as sementes no campo ou as plântulas logo após a emergência.
Esse método dá proteção à semente e/ou plântula contra a maioria das pragas subterrâneas, seja pelo efeito direto do produto em contato com a praga, causando sua morte, ou pelo efeito de repelência, não deixando que a praga ocasione danos na fase mais crítica da cultura. Dessa maneira, garante-se a população ideal de plantas na área, pois, para cada planta que se perde, as vizinhas conseguem recuperar menos de 20% da produção perdida por aquela planta. Adicionalmente, o tratamento de sementes tem efeito seletivo e requer menos quantidade de ingrediente ativo do que as aplicações no sulco de plantio, seja através de pulverizações ou através de produtos granulados. Como conseqüência o custo do controle é menor.
here has been a substantial increase in the production of
various agricultural products in Brazil in recent years, thanks
mainly to the use of more appropriate technologies in Tdifferent production systems. The well-known great developments
in tropical genetics are some of the driving factors of the reported
large increases in productivity. Nevertheless, there still is a lot more
room for Brazilian agribusiness to grow. As an example, corn
productivity in the 2006/07 harvest was 3,869 kg/ha (CONAB,
2007), while many farmers who planted more modern hybrids
reached productivity averages over 10,000 kg/ha. Also, in the
current 2007/08 harvest, approximately 44% of the 278 corn
cultivars available for sale are simple hybrids. The simple and triple
hybrids currently account for close to 69% of the options available
for producers, revealing a trend in Brazilian agriculture and a
greater need for enhancing the production systems used to better
exploit the genetic potential of these seeds. Therefore, in light of
the availability of highly productive commercial genetic materials,
farmers must consider providing the best conditions possible to
obtain the maximum genetic capacity of each seed. One such
condition is to prevent competition caused by biotic factors, such as
weeds, diseases and pest insects.
Pest insects are generally associated with different development
stages of different crops, be it soy, rice, wheat, sorghum or corn.
There are key pests that usually are present at levels that require
control measures in an extensive geographic area and key pests
that are more localized. These pests may cause indirect damage by
reducing the competitiveness of the attacked plant, or direct
damage by killing the seed or plant. In this aspect, corn crops are
potentially more vulnerable to pest attacks that kill the host plant
since they have a lower number of plants per unit of area,
compared with other crops such as soy, wheat, sorghum and rice.
For the purpose of management strategies, key corn crop pests can
be divided into two groups. The first group is made up of pest
species that attack the seeds, the forming roots and/or the recently
emerged plants, including the underground pests (termites, scarab
beetles, conoderus beetles, brown burrowing bugs, Astylus
variegatus and Diabrotica speciosa larvae), lesser corn stalk borers
and sap-sucking insects, such as bedbugs and thrips. The second
group basically consists of fall armyworms (Spodoptera frugiperda)
since they attack at practically all of the plant's development
stages. Control measures need to be used with great care, in light
of these pests' great potential for causing damage and, conse-
quently, inflicting economic losses on farmers. In most cases, for
example, the underground pests are already present in the soil
prior to planting. The lesser corn stalk borer, on the other hand,
demands control measures almost immediately once it is detected
in the area. Therefore, early pest detection is essential for
preventing significant losses. Despite having a lower reduction
potential than the first group of pests, the fall armyworms have
become the main corn pest in Brazil, invariably occurring every year
in most production areas. Additionally, localized populations have
been detected that are resistant to different chemical products,
according to the study conducted by Cruz (2002). Therefore, the
introduction of integrated management techniques, particularly
those that can rationalize the use of agrochemicals, reduces losses
caused by pests by means of an efficient control measure, not only
in the sense of reducing pest population density, but also, and more
importantly, by not further increasing environmental imbalance.
"Seed treatment with insecticides for controlling early
pests is the first and main technology to be used"
The introduction of integrated pest management for corn corps, seed
treatment with insecticides for controlling initial pests is the first and
main technology to be used. It is important to remember that
commercial seeds usually come treated with fungicide and insecticide
for controlling stored grain pests, but have little effect on the insect
pests that attack seeds and recently-emerged seedlings in the fields.
This method protects the seed and/or seedling against most
underground pests, whether through the product's direct contact with
the pest by killing it, or by means of repellence by not allowing the pest
to cause damage during the crop's most critical stage. Thus, an ideal
plant population is ensured in the area, since for each lost plant, the
surrounding plants are able to recover less than 20% of the production
lost by that plant. Additionally, seed treatment has a selective effect
and requires lower amounts of active ingredient than applications in
the furrows, whether by spraying or through granulated products.
Consequently, the cost of control is lower.
18
SQ
UA
RE
F M C
Engenheiro Agrônomo, Doutor
Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo
Agronomist Engineer, PhD Researcher at Embrapa Corn and Sorghum
Ivan Cruz
A utilização da tecnologia TSO tratamento de sementes com inseticidas é na realidade um “seguro” para o agricultor. Resultados de pesquisas realizadas em vários anos atestam o ganho que se obtém em produtividade quando se compara áreas tratadas e não tratadas (Figura 1).
A escolha de um ou outro produto para uso via tratamento de sementes de milho deve ser em função da incidência e do potencial de dano da espécie de praga. Pode ser verificado que, para cada espécie de praga, existe um ou mais produtos registrados. Dessa maneira, antes de fazer a escolha do produto será necessário conhecer as pragas. Seja através da experiência passada (histórico da área) ou até mesmo do monitoramento realizado antes do plantio de milho, especialmente no que diz respeito às pragas subterrâneas. Deve ser considerado que medidas de controle após o plantio do milho não são mais possíveis. Já em relação às pragas que atacam a parte da planta acima da superfície do solo, haveria a alternativa da pulverização, caso não tivesse sido feito o tratamento da semente. No entanto, devem ser considerados os seguintes aspectos: plantas recém-emergidas apresentam uma área foliar muito pequena, muitas vezes insuficiente para reter a quantidade mínima de ingrediente ativo para causar mortalidade da praga. Deve ser considerado também que, dependendo da incidência de raios solares, pode ocorrer um maior efeito da degradação do produto químico. Um outro ponto de muita importância na escolha ou não do tratamento de sementes visando as pragas da parte aérea do milho diz respeito ao custo e à precisão do monitoramento dessas pragas. Pelo potencial de dano de tais espécies, há necessidade de acompanhamento quase que diário da lavoura, com aumento substancial do custo de produção.
Principais vantagens/Main advantages
Tecnologia de ponta/State-of-the-art technology
Segura (totalmente mecanizada)/Safe (totally mechanized)
Retardamento de uma pulverização foliar/Delay of foliar spraying
Pode ser utilizada visando algumas pragas subterrâneas e outras que atacam a plântula/
May be used to target some underground pestsand other pests that attack seedlings
Processo mais seletivo (não afeta os inimigos naturais)/More selective process (does not affect natural enemies)
Custo relativamente baixo/Relatively lower cost
Economia de tempo/Time saving
Seed treatment with insecticides is actually a type of “insurance” for
farmers. Findings from research conducted during many years confirm
the gain in productivity when treated and non-treated areas are
compared (Figure 1).
The choice of product for use in corn seed treatment should be a
function of the incidence and potential of damage caused by the pest
species. There are one or more registered products for each pest
species. In other words, you need to know the pests before choosing
the product, whether through past experience (area history) or
monitoring carried out prior to corn planting, particularly when dealing
with underground pests. Keep in mind that control measures are no
longer possible once corn is planted. If the seed has not been treated,
spraying is an option in the case of pests that attack parts of the plant
located above the soil level. However, the following aspects need to be
considered: recently emerged plants have a very small foliar area and
frequently it is insufficient for retaining the minimum amount of active
ingredient to kill the pest. A greater degradation effect of the chemical
product can also occur, depending on the occurrence of solar rays.
Cost and monitoring precision of pests are very important points to
consider when deciding whether or not to treat seeds by targeting
pests of the aerial part of the corn plant. Almost daily crop monitoring
is required due to the damage potential of these species, which
increases production costs substantially.
Using ST technology
Figura 1. Ganho de produtividade (kg/ha) em decorrência da utilização de inseticidas via tratamento de sementes de milho em diferentes anos de avaliação. (No ano de 2004, o experimento também foi conduzido em área de pastagem - 2004P)
Figure 1. Productivity gains (kg/ha) as a result of insecticide use through corn seed treatment in different assessment years. (In 2004, the experiment was also conducted in pasture areas - 2004P)
Referências Bibliográficas/Bibliography
CRUZ, I. Manejo da resistência de insetos-praga a inseticidas com ênfase em /Spodoptera frugiperda/ (Smith). Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2002. 15p. (Embrapa Milho e Sorgo. Documentos, 21).
Tudo a seu tempoPor/By
Newton Macedo & Daniella Macedo
Foto
/Photo
: banco d
e im
agem
/im
age b
ank
PR
AÇ
A
DA
S P
RA
GA
S D
E S
OL
O/
SO
IL
PE
ST
S S
QU
AR
E
emprego de nematicidas em cana-de-açúcar, na fase de cana-planta, em áreas cujas análises Onematológicas indicam populações médias e altas
de Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita e Pratylenchus zeae, já se constitui em uma prática adotada em grande escala no Brasil. Contudo, o mesmo não se pode afirmar quando se trata de áreas de soqueiras. Áreas de soqueiras cobertas por nematicidas estão longe de corresponder à importância dos nematóides no comprometimento da produtividade da cana-de-açúcar nesta fase de desenvolvimento. A solução para essa constatação reside na menor consistência de respostas aos nematicidas nesta modalidade de emprego, mesmo em áreas com comprovadas populações elevadas de nematóides fitoparasitas. O fato de se obter boas respostas em determinado momento e em outro nem tanto coloca em dúvida as vantagens econômicas de se aplicar nematicidas em soqueiras e pode estar relacionado ao acerto no momento (“timing”) da aplicação dos produtos.
19
SQ
UA
RE
F M C
Estudo busca identificar o “timing” para a aplicação de
nematicidas em soqueiras de cana-de-açúcar
É conhecido que os nematóides de solo passam a maior parte de sua vida na forma de ovos (resistência) e que o sinal que os desperta para se tornarem infectivos são os exsudatos de raízes jovens emitidos pela planta hospedeira. A emissão de raízes pela planta, por sua vez, depende de umidade, calor e luz. Considerando que parte dos canaviais é colhida sob stress, baixa umidade e/ou menor luminosidade, portanto, sem condições ideais para a brotação e imediata emissão de raízes, e que o alcance dessas condições é bastante variável com a época do ano, com a região, com o tipo de solo e até com a variedade de cana, é impossível se padronizar o momento de aplicação do nematicida após a colheita com expectativa de respostas consistentes para as várias situações com que se defronta.
Entretanto, a solução para o problema será possível com um aprofundamento do conhecimento da interação nematóides/raízes/nematicidas, de forma a tornar o emprego de nematicidas em soqueira uma operação com maior requinte técnico.
Em setembro de 2006 deu-se início a um projeto que está sendo executado na Usina Açúcar Guarani, em Olímpia - SP, com o objetivo de determinar o estágio de desenvolvimento do novo sistema radicular da soqueira de cana-de-açúcar (após a colheita), que dá melhor resposta à aplicação do Carbofuran, em condições específicas de solo (tipo de solo, umidade e aeração), variedade de cana, época do ano e região, sem estabelecer um tempo padrão pós-corte (como é feito atualmente), mas baseado no monitoramento do sistema radicular da área em que se pretende fazer o controle do nematóide.
Para tanto, estão sendo coletados e interpretados os parâmetros básicos como: desenvolvimento do sistema radicular, momento da aplicação (tempo pós-colheita) e produtividade (durante o primeiro ano). A aplicação do produto (Furadan 350 CE, 7 l/ha) foi feita em 13/09/2006 (zero dia), assim como as subseqüentes avaliações.
A área escolhida para realizar o trabalho foi de soqueira, onde as análises indicaram altas populações de nematóides. Para a aplicação do produto, abriu-se uma trincheira de 40x40x40 cm, abrangendo uma touceira, a qual foi arrancada, preservando-se o sistema radicular. O sistema radicular foi limpo da terra (lavando-se) de forma a expor a formação de raízes, sendo devidamente fotografado.
O desenvolvimento da lavoura está sendo acompanhado, fotografado, quando conveniente, e ao final do ciclo será feita a avaliação da produtividade por biometria: contando-se todas as canas da parcela e pesando-se 10. Com essas informações, estágio de desenvolvimento do sistema radicular e produtividade final, será possível estabelecer uma correlação visual sobre o momento ideal de aplicação do produto.
Durante o segundo ano, serão estabelecidas três áreas-piloto, de um hectare, no mínimo, uma de cada variedade, para testar o sistema desenvolvido durante o primeiro ano do projeto. A partir das informações destes dois anos de pesquisa, deverá ser elaborado um manual, com escala visual, a fim de ser utilizado no monitoramento do sistema radicular da lavoura (soqueiras) para identificar o momento (“timing”) de aplicação do Furadan.
Projeto na Usina Guarani
20
SQ
UA
RE
F M C
he use of nematicides in sugarcane plantations during the
stage of grown stems in areas where nematological analysis Tshow the presence of an average to high populations of
Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita, and Pratylenchus
zeae has become a common practice adopted in broad scale
throughout Brazil. Nevertheless, this practice is not commonly found
in areas of ratoons. Areas of ratoons covered by nematicides hardly
match the importance of nematodes in their capacity of jeopardizing
sugarcane productivity in this stage of the plant development. The
solution for such fact resides in the weaker consistency of answers to
nematicides in this way of deployment even in those areas where
high populations of nematodes that are phyto-parasites are found.
The possibility of obtaining good answers in a certain instance and
not so good answers in others introduces a factor of doubt
concerning the economic advantages of nematicide applications on
ratoons and can be related to the proper timing for the application of
the products.
It is a fact that soil nematodes spend most of their life cycle as eggs
(resistance) and that the signal that makes them awake and become
infective is the exudates of young roots released by the host plant.
The release of roots by the plant, on the other hand, depends on
humidity, heat, and light. Taking into consideration that part of the
cane plantations is harvested under stress, low humidity, and/or
lower luminosity, without the ideal conditions for sprouting and
immediate release of roots therefore, and that the reach of such
conditions is extremely variable according to the different seasons of
the year, with the region, with the type of soil, and even with the
cane variety, it is impossible to standardize the instance
of application of the nematicide after the harvest with
the expectation of obtaining consistent answers for the
different situations found.
Nevertheless, the solution for the problem will be
possible when the knowledge of the interaction
nematodes/roots/nematicides is incresead, so as to
turn the deployment of nematicides on ratoons an
operation with greater technical characteristics.
A research on the right timing for the
application of nematicides in
sugarcane ratoons
EVERYTHING IN ITS DUE TIME
On September, 2006, a project was started at Açúcar Guarani Mill in
the city of Olímpia - SP and it continues with the objective of
determining what stage of development of the new root system of
sugarcane ratoons (after harvest) provides the best answer to the
application of Carbofuran in specific soil conditions (type of soil,
humidity, and aeration), specific cane variety, season of the year, and
region without establishing a post-cutting pattern (as it is usually
done), but based on the monitoring of the root system in the area
where nematode control is being carried out.
In this study, basic parameters are being collected and analyzed,
such as: the development of the root system, the instance of
application (how long after farvest), and productivity (during the first
year). The application of the product (Furadan 350 CE, 7 l/ha) was
done on 09/13/2006 (day zero) as well as the subsequent assess-
ments.
The area chosen for the study was a ratoon where the analysis
showed high populations of nematodes. For the application of the
product, a trench of 40x40x40 cm was opened including a large
clump that was cut but the root system left untouched. The root
system was cleansed from earth (washed), so as to expose the root
structure, and was properly photographed.
The development of the crop is receiving a follow-up, photographed,
whenever convenient, and at the end of the cycle a productivity
assessment will be carried out through biometry, counting all the
cane stems of the parcel and weighing 10. With this information, root
system development stage, and final productivity, it will be possible
to establish a visual correlation about the ideal instance for the
application of the product.
During the second year, three pilot areas of one hectare minimum
will be established, one for each variety, to test the system
developed during the first year of the project. With the information
collected during these two years of research, a manual with a visual
scale should be developed to be used in the monitoring of the root
system of the crop (ratoons) to identify the instance (timing) for the
application of Furadan.
Project in Guarani Mill
Professor Doutor da Universidade
Federal de São Carlos
Newton Macedo
Professor Doctor of the FederalUniversity of São Carlos
Engenheira Agrônoma, Doutora,
atua como consultora
Daniella Macedo
Agronomist Engineer,Doctor, consultant
21
SQ
UA
RE
F M C
No momento, o experimento realizado na Usina Guarani, que corresponde à primeira fase do projeto, encontra-se em pleno desenvolvimento, com colheita e avaliação de produtividade de cada tratamento previstas para o final deste semestre.
As fotos ilustram o desenvolvimento do sistema radicular durante o período (Figuras de 1 a 5) e, juntamente com o gráfico de precipitação pluviométrica (Gráfico 1), pode-se estabelecer a correlação entre início das chuvas e desenvolvimento do sistema radicular do perfilho. Quando as chuvas ficaram mais consistentes e constantes, observa-se a formação do sistema radicular dos perfilhos, que é o que dá o “start” para que o nematóide passe para a forma infectiva, fixando-se nas raízes jovens.
Experimento com FuradanCurrently the experiment conducted at Guarani Mill and that
corresponds to the first stage of the project is running at its full
activity with harvest and productivity assessment of each treatment
planned for this semester of 2007.
The pictures show the development of the root system during that
period (Figures 1 to 5) and, together with the rainfall chart (Chart 1)
it is possible to establish a correlation between the beginning of the
rainy season and the development of the new stalk root system.
When rain becomes heavier and more constant, there is a formation
of the new stalk root system and this “starts” the transformation of
the nematode to reach its infective form and attach itself to the
young roots.
Experiment with Furadan
Figura 1. Implantação do experimento, com aplicação do produto nas laterais das linhas da soqueira.
Figura 2. Ponto zero com sistema radicular antigo, sem formação do sistema radicular do perfilho.
Figura 3. Segunda semana após o início do experimento, início da formação do sistema radicular do perfilho.
Figura 4. Quarta semana após o início do experimento, sistema radicular próprio do perfilho bem desenvolvido.
Figura 5. Sétima semana após o início do experimento, sistema radicular com sintomas de ataque do nematóide Pratylenchus.
Figure 1. Implementation of the experi-
ment with the applications of the product on
the borders of the ratoon lines.
Figure 2. Point zero with the former root
system and without the formation of the
new stalk root system.
Figure 3. Second week after the beginning
of the experiment, and beginning of the
formation of the new stalk root system.
Figure 4. Fourth week after the beginning
of the experiment, a well developed root
system on the new stalk.
Figure 5. Seventh week after the beginning
of the experiment, root system showing
symptoms of nematode Pratylenchus
attack.
Figura 1/Figure 1
Figura 2/Figure 2
Figura 3/Figure 3
Figura 4/Figure 4
Gráfico 1. Precipitação pluviométrica (ml) do período de julho a dezembro de 2006.
Chart 1. Rainfall (ml) from
July to December, 2006.
22
SQ
UA
RE
F M C
Figura 5/Figure 5
Fazendo marketing
Por/By
Fernanda Teixeira
Foto
/Photo
: banco d
e im
agem
/im
age b
ank
PR
AÇ
A
DO
S I
NS
ET
OS
/I
NS
EC
TS
SQ
UA
RE
uando se lança um produto, uma das ações mais complexas é o desenvolvimento da campanha de Qmarketing e a definição de estratégias, entre as
quais a comunicação, fator crucial para que esse produto venha a ser experimentado e possa ter sucesso no mercado. Demonstrar as suas qualidades intrínsecas é uma tarefa que requer muita criatividade e técnica para encontrar os conceitos que melhor se associam à imagem daquele lançamento, porque, como sabem os profissionais da área, o cliente não compra um produto, compra benefícios, e estes são conceituais. Uma campanha de marketing eficiente tem de levar, através de conceitos, o desejo ao cliente de conquistar esse benefício. Isso é o que podemos chamar verdadeiramente de marketing.
Por isso, podemos dizer que Mustang, novo defensivo agrícola lançado pela FMC, foi um case em termos de lançamento, na medida em que as características únicas de força, resistência e raça desse cavalo lendário transmitem com perfeição o conceito que se quer passar, sendo a melhor tradução das características desse
Doing marketinghen a product is launched, one of the most complex activities is the
creation of a marketing campaign and the definition of strategies,
which include publicity, a crucial factor for success. A lot of Wcreativity and technique is required to extol a new product's intrinsic qualities
by devising concepts that best reflect the product's image. As marketing
professionals are well aware, clients do not buy a product, they purchase the
associated benefits, which are conceptual. An efficient marketing campaign
needs to use these concepts to stimulate the client's desire to possess these
benefits. This is what we truly call marketing.
For this reason, Mustang, the new agrochemical launched by FMC, can be
considered a case study in terms of launching, since the unique traits of
strength, resistance and breed of this legendary horse perfectly transmit the
concept the company wishes to communicate. It is the best translation for the
product's features: an insecticide that is registered for use in 13 crops,
including soybeans, corn, potatoes, tomatoes and beans to fight 23 pests. In
other words, it is fierce.
23
SQ
UA
RE
F M C
produto: um inseticida que tem o uso registrado para 13 culturas, entre elas soja, milho, batata, tomate, feijão, e o combate a 23 pragas. Ou seja, é um bravo.
Com base nisso, todas as características do novo produto foram resumidas no slogan “Mustang: raça em todo terreno” e, para divulgar essa qualidade, também se buscou uma associação com os eqüinos: shows de cavalos artísticos e de competição, durante o lançamento, na Hípica Paulista, reforçaram o conceito de versatilidade e eficácia do produto. Complementando essa ação, foram realizadas outras com públicos estratégicos nos canais de distribuição, além da exposição do produto em mídia impressa.
O lançamento foi em junho, e a sua chegada aos principais distribuidores do País, a partir de agosto, já deu indícios de que Mustang tem tudo para ser uma alavanca que permitirá à FMC ampliar ainda mais a sua participação no setor, uma vez que — e isto é muito importante frisar — o produto cumpre o que o seu conceito promete.
O novo produto estará disponível para a próxima
safra nas principais revendas e cooperativas do
País em embalagens de 1 e 5 litros.
Peças da campanha de
lançamento do Mustang
Coordenadora de Comunicação FMC
Fernanda Teixeira
FMC Communication Coordinator
nne /Ban erBa r n
24
SQ
UA
RE
F M C
All of the new product's features are summarized in the slogan
“Mustang: a thoroughbred on all terrains”, and an equine connection
was sought to publicize this quality. The product's launching was held
at the São Paulo Equestrian Center with artistic and competition
horse shows that reinforced the product's versatility and efficacy.
Other related activities were held for strategic audiences in the
distribution channel that also provided product exposure in the
printed media.
The launching took place in June and the product reached the main
distributors in Brazil in August. There are indications that Mustang
has everything it takes to help FMC increase its market share
because — it is very important to emphasize — the product lives up
to its promises.
Anú i /Adnc o
The new product will be available for the upcoming
harvest at the main retailers and co-operatives in
Brazil in 1 and 5 liter packages.
F /T hnic r c rolheto ec al b o hu es
A campanha de marketing deste novo produto destaca os conceitos de força, raça e
versatilidade, numa associação entre os atributos do inseticida e as características deste
cavalo lendário.
As peças de divulgação — banner, anúncio e folheto técnico — fazem alusão a
essas semelhanças de conceito.
The marketing campaign for this new product emphasizes the concepts of
strength, breed and versatility, which associate the features of the insecticide with
the traits of this legendary horse.
The marketing items — banners, ads and technical brochures — all make
reference to these similar concepts.
Inspiração no cavalo lendário
Inspired by the legendary horse
Mustang launching campaign items
PR
AÇ
A
DO
S I
NS
ET
OS
/I
NS
EC
TS
SQ
UA
RE
Por/By
Jonas Guerra
m dos desafios da cotonicultura brasileira neste momento é não baixar a guarda quanto à qualidade de fibra do nosso produto, pois U
os nossos competidores farão de tudo para barrar a expansão da cotonicultura brasileira atualmente e nos próximos anos, diante de um cenário favorável da fibra nacional. É reconhecido que o Brasil possui áreas agricultáveis, clima favorável, tecnologia etc., o que aumenta a nossa competitividade internacional.
O cenário mundial aponta para uma melhora nas cotações, todavia o nosso produtor deverá ter em mente o aumento de produtividade. O incremento de novas tecnologias através do uso de novas variedades deve nortear as decisões dos produtores nas próximas safras. Porém, a adoção deve ser feita com critério, e a mudança, por exemplo, de variedades susceptíveis a virose para variedades resistentes deve ser acompanhada de perto. O fato de a variedade ser tolerante a virose não significa que o pulgão (vetor) deva ser desconsiderado no manejo de pragas, pois, em altas populações, o mesmo causa danos diretos à produtividade.
Neste ano, ficou bem claro que, onde o clima foi generoso, ocorreu aumento de produtividade, sendo que, em áreas em que ocorreram veranicos, houve queda na produtividade, principalmente naquelas em que não foram adotadas as técnicas de correção e houve ausência de preparo adequado desses solos. Considero que a “sustentabilidade a custos baixos” da cotonicultura dependerá das variedades de algodão a serem plantadas.
25
SQ
UA
RE
F M C
O encaixeperfeito
"São precisos alguns cuidados na troca de variedades, e a escolha
correta de um cultivar influenciará todo o sistema de produção"
ne of the challenges Brazilian cotton producers face
nowadays is not to let their guard down in terms of the Oquality of their product. Competitors will do everything
possible to hinder the current and future expansion of Brazilian
cotton industry in light of the favorable outlook for our product. It
is well-known that Brazil has large expanses of arable land,
favorable climate and technology, all of which increase our
international competitiveness.
As global trends point to higher quotes, our producers need to
keep increased productivity in mind. The enhanced new
technologies provided by new varieties must guide producers'
decision-making process in the upcoming harvests. However, this
should be done with care. A change from virus-susceptible
varieties to resistant ones must be closely monitored. The fact
that the variety is resistant to viruses does not mean that the
aphid (vector) should not longer be considered in pest manage-
ment since it can still cause direct damage to productivity in high
numbers.
It has become very clear this year that where the weather was
good, productivity was increased. However, there was a drop in
productivity in regions that experienced Indian summers,
especially in areas where correction techniques were not adopted
and appropriate soil preparation was lacking. I believe that the
“low cost sustainability” of the cotton industry will depend on the
cotton varieties that will be planted.
"Special care is needed when changing varieties. The right choice of cultivar will influence the entire production system"
The perfect fits
26
SQ
UA
RE
F M C
Current situation and outlook for resistant varieties
Between 1993 and 1997, 100% of the variety grown in the state
of Mato Grosso was sensitive to viruses (ITA 90 CNPA) because it
was the only one adapted to the mechanic picking system in
existence in Brazil. Starting in 1997, private domestic companies
signed agreements with international agencies and started to
develop or adapt their own lineages or cultivars for distribution in
the Cerrado region.
According to the table on the other page, we can see how the
current situation is quite favorable in regard to the varieties
adapted for the Cerrado since they possess most of the characte-
ristics considered desirable by the entire cotton supply chain.
Production in Mato Grosso, which was previously 100% of the
virus-sensitive variety, is now composed as follows: 70% highly
resistant varieties, 15% medium resistant varieties and 15%
highly sensitive varieties. Therefore, we must take into account
that the new varieties added resistance or tolerance to various
diseases that emerged in the state, as well as maintaining or
enhancing their production characteristics and fiber technology.
Practically all cotton producers in the Mato Grosso Cerrado region
receive technical assistance and guidance from consultants when
it comes to using different varieties since there is a wide range of
attributes entailing different production possibilities and
requirements, such as fertilization levels, pesticide use (fungici-
des, insecticides and nematicides), etc. We can see that the right
choice of cultivar (variety) used will influence the entire
production system. For example, the choice of a “virus”-
resistant variety will change the incidence levels for aphid
control (virus vector) in relation to the use of varieties that are
sensitive to the same virus. Similarly, this will also occur with
varieties that are resistant to a certain disease, resulting in lower
production costs due to the reduction in pesticide use in the fields.
Consultants advise producers not to make abrupt changes in the
use of one or more resistant varieties in the process to avoid
sudden changes in the tried and true production system. The
introduction of resistant varieties into this process is done
gradually (not more than 10% of the total area in the first year) in
order to allow producers to assess the adaptation of the material
to the region as well as in the processing unit to verify the product
characteristics (yield, fiber resistance, etc.) and to annually
increase this percentage.
With the perspective of adopting transgenic cultivars in the
upcoming harvests, producers need to be aware of the necessary
management changes, especially in pest control. The event
available in Brazil is the Bollgart Cotton (BT1) that targets three
caterpillars (cotton leaf worm, tobacco budworm, pink bollworm).
It does not control other pests that are also present in cotton
(spodopteras spp. and trichoplusia nii). Hence, producers need to
chemically control these caterpillars and other insects and pests
such as aphids, bedbugs, mites, boll weevils, whiteflies, etc.
Cenário atual e perspectivas em relação a variedades resistentes
Entre os anos de 1993 e 1997, o Estado de Mato Grosso cultivava 100% de variedade sensível a virose (ITA 90 CNPA), pois era o único material adaptado à colheita mecânica existente no Brasil. A partir de 1997, empresas privadas nacionais firmaram convênios com órgãos internacionais e passaram a desenvolver ou adaptar as linhagens ou cultivares próprios para a distribuição nos cerrados.
Conforme o quadro da página seguinte, podemos visualizar que o cenário atual está bem favorável em relação às variedades adaptadas para o cerrado, pois contemplam a maioria das características desejáveis a toda a cadeia do algodão.
Atualmente o Estado de Mato Grosso, que antes cultivava 100% de variedade sensível a viroses, hoje, visando à redução de custos com o controle de pragas e doenças, já cultiva 70% com variedades altamente resistentes a virose, 15% com variedades medianamente sensíveis e 15% com variedades altamente sensíveis a virose. Portanto devemos, ainda, considerar que as novas variedades agregaram resistência ou tolerância a diversas doenças que surgiram no Estado, como também mantiveram ou melhoraram suas características produtivas e tecnologia de fibras.
Praticamente todos os produtores de algodão do cerrado mato-grossense são assistidos tecnicamente pelos consultores e recebem as orientações técnicas quanto ao uso de variedades, porque existe grande variação quanto aos atributos, levando a diferentes possibilidades produtivas e demandas por: níveis de adubação, uso de defensivos agrícolas (fungicidas, inseticidas e nematicidas) etc. Com isso, podemos observar que a escolha correta de um cultivar (variedade) a ser utilizado influenciará todo o sistema de produção. Por exemplo, a escolha de uma variedade resistente a “virose” mudará os níveis de incidência para o controle de pulgões (vetor de vírus) em relação ao uso de variedades sensíveis à mesma virose. Da mesma forma, isso também ocorrerá para variedades resistentes a uma determinada doença e, conseqüentemente, haverá redução no custo de produção por ocorrer redução no uso de pesticidas nesta lavoura.
Os produtores são orientados pelos consultores a não efetuar mudanças bruscas no uso de uma ou mais variedades resistentes no processo para evitar modificações também bruscas no sistema de produção já consagrado. A introdução de variedades resistentes neste processo é feita gradativamente (não mais que 10% da área no primeiro ano) a fim de que o produtor possa avaliar seu desempenho tanto na adaptação do material na região como também na usina de beneficiamento, para comprovar as características de fibra (rendimento, resistência de fibra etc.) e aumento deste percentual ano a ano.
Com a perspectiva da adoção de cultivares transgênicos nas próximas safras, o produtor deve ficar atento às modificações necessárias no manejo, principalmente no controle de pragas. O evento liberado no Brasil é o Algodão Bollgart (BT1), que possui ação sobre três lagartas (curuquerê, lagarta-da-maçã e lagarta-rosada), sendo que esse evento não controla outras lagartas que ocorrem no algodão (lagartas spodopteras spp. e a trichoplusia
nii) e, com isso, o produtor deverá controlar quimicamente essas lagartas e os demais insetos
e pragas como pulgões, percevejos, ácaros, bicudo, mosca-branca etc.
Variedades de algodão plantadas no cerrado. Cotton varieties planted in the "cerrado" region.
CULTIVARES
CNPA ITA 90
BRS Aroeira
BRS Ipê
BRS Sucupira
BRS Camaçari
BRS Cedro
BRS Peroba
BRS Acácia
BRS Jatobá
BRS Araçá
BRS 269-Buriti
FM 966
FM 986
FM 977
FMT 501
FMT 701
FMT 702
Deltaopal
Suregrow 821
Deltapenta
Makina
Fabrika
Destak
ST 474
DP Acala 90
IAC 24
Coodetec 406
Coodetec 407
Coodetec 408
Coodetec 409
Coodetec 410
OBTENTORES
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Embrapa
Bayer Seeds
Bayer Seeds
Bayer Seeds
Fundação Mt
Fundação Mt
Fundação Mt
Delta & Pine
Delta & Pine
Delta & Pine
Syngenta
Syngenta
Syngenta
Stoneville
Delta & Pine
IAC
Coodetec
Coodetec
Coodetec
Coodetec
Coodetec
VIR
S
AR
MR
R
R
AR
MS
S
MR
R
R
S
AR
AS
R
R
R
AR
S
S
AS
AS
AS
AS
S
R
R
MS
R
MR
AR
RAM
MR
MR
MR
MR
MR
MS
MR
S
MR
MR
MR
MS
S
MS
S
MR
R
MS
MR
MS
MS
MS
MS
MR
MR
R
MS
MR
MR
MR
MR
RLA
MR
MR
MS
MR
MR
MS
MR
MR
MR
MR
MR
MR
MS
MR
S
MR
S
AS
MS
S
S
MS
MS
R
MR
MR
MS
MR
MS
MS
S
BAC
MR
R
MR
R
R
MS
MS
S
R
R
R
AR
AR
AR
R
R
R
AR
S
S
AS
MS
MS
MS
MR
AR
AR
R
R
R
AR
F+N
AS
MR
MS
R
MR
MS
MS
S
MS
MR
MR
MR
MR
MS
-
MR
-
MS
AS
MS
MS
MS
MS
MS
S
R
S
S
-
-
-
A+S
R
MR
MR
MR
MR
MR
MR
MR
MR
MR
MS
MR
AS
S
MR
MR
S
AS
MR
MR
MR
MR
MR
MR
R
MR
MS
MS
MR
MR
S
PAC
4.557
4.611
4.660
4.380
4.450
4.585
4.977
3.691
4.656
4.625
4.868
4.629
4.659
-
3.960
4.551
4.523
4.629
-
-
4.441
4.642
-
4.412
-
4.428
-
-
-
-
-
PFB
1.946
1.877
1.981
1.738
1.801
2.100
2.028
1.278
2.057
1.923
2.083
2.037
1.947
-
1.748
1.775
1.744
1.986
-
-
1.958
2.047
-
2.016
-
1.838
-
-
-
-
-
PF (%)
38-39
37-38
39
38-39
37,5
41-42
38
36
38-39
38-39
39-40
40-42
37-39
41-43
40,3
39,7
39,4
39-42
39-42
39-43
42
43
-
42,5
38-39
38,5
40-41
38-40
40-42
38-39
41-42
FIN
3,8-4,2
4,1
4,2
4,5
4,6
4-4,3
4,3
3,8-4,0
4,6
3,8-4,2
3,8-4,3
4,0-4,2
3,8-4,0
3,8-4,0
4,4
4,56
4,5
3,8-4,4
3,9-4,5
3,8-4,5
4,3
4,3
-
4,4
3,8-4,2
4,4
4,0
4,0
-
-
-
RES
28,8
28,0
28,8
29,6
30,5
28,3
31,5
32-34
30,8
30,1
30-34
29-33
29,4
27-29
26,8
29,51
27,2
29,2
28,8
28
29
28,9
-
26,5
28,8
29,5
29,7
29,3
-
-
-
C
T
M
T
T
M
T
M
T
T
M
M
P
M
M
P
M
M
M
M
M
P
M
P
M
T
M
M
M
M
M
P
P
A
M
M
A
A
A
M
A
A
B
B
B
A
A
M
A
A
M
B
A
B
M
B
M
A
M
M
A
M
A
B Fon
te/S
ourc
e: R
evis
ta V
isão
Agr
ícol
a
1) Características agronômicas:C: ciclo; P: precoce (100 a 130 dias da emergência à colheita); M: médio (131 a 160 dias da emergência à colheita); T: tardio (161 a 180 dias da emergência à colheita).
P: porte; B: baixo (menos de 1 m na colheita, com uso de reguladores); M: médio (entre 1,10 m e 1,40 m na colheita); A: alto (acima de 1,50 m na colheita).
Legenda:
AR: altamente resistente;
R: resistente;
MR: medianamente resistente;
MS: medianamente susceptível;
S: susceptível ou sensível;
AS: altamente susceptível.
2) Características produtivas:PAC: produtividade média de algodão em caroço, em kg/ha;
PFB: produtividade média de fibra, em kg/ha;
%F: rendimento de fibra algodoeira em %.
3) Reação às doenças:
VIR: viroses (doença azul e mosaico comum);
RAM: ramulose;
RLA: ramularia;
BAC: bacteriose ou mancha angular;
F+N: complexo fusarium + nematóides;
A+S: Alternaria sp. e Stemphylium sp.
4) Tecnologia de fibras:
FIN: finura da fibra, em índice micronaire, medida em HVI;
RES: resistência da fibra, em gf/tex, medida em HVI.
5) Dados médios obtidos no Ensaio Regional do Cerrado e no Ensaio Cooperativo do Facual, safra 2004/2005.
Key:
HR: highly resistant;
R: resistant;
MR: moderately resistant;
MS: moderately susceptible;
S: susceptible or sensitive;
HS: highly sensitive.
2) Production characteristics:
ACP: average cottonseed productivity, in kg/ha;
AFP: average fiber productivity, in kg/ha;
%F: fiber yield in cotton plant (%).
3) Reaction to diseases:
VIR: viruses (cotton blue disease or common mosaic);
RAM: ramulosis;
RLA: ramularia;
BAC: bacteriosis or angular spot;
F+N: fusarium + nematodes complex;
A+S: Alternaria sp. and Stemphylium sp.
4) Fiber technology:
FIN: fiber fineness, HVI-measured micronaire index;
RES: fiber resistance, in gf/tex., HVI-measured.
1) Agronomic characteristics:
C: cycle; E: early (100 to 130 days from emergence to harvest); A: average (131 to 160 days from emergence to harvest); L: late (161 to 180 days from emergence to harvest).
H: height; S: short (less than 1 m at harvest, with use of regulators); A: average (between 1.10 m to 1.40 at harvest); T:tall (over 1.50 m at harvest).
5) Average data obtained from: Ensaio Regional do Cerrado and Ensaio Cooperativo do Facual, harvest 2004/2005.
Engenheiro Agrônomo
Guerra Consultoria - MT([email protected])
Referências Bibliográficas/Bibliography
FARIAS, F.J.C. MORELLO, C. de Lelis, FREIRE, E. Curvelo. Visão Agrícola: Produtividade registrou ótimos ganhos na última década, 6ª ed., USP/ESALQ, São Paulo: Piracicaba. 2006.
Jonas Guerra
Agronomist Engineer
Guerra Consulting Company - MT
27F M C
SQ
UA
RE
m muitos fóruns nacionais e internacionais de que tenho tido a oportunidade de participar, em meio aos inevitáveis debates sobre os E
impactos negativos da expansão dos biocombustíveis e da bioenergia, depois de muito esclarecimento factual, do tipo: “Não, a cana não desmata a Amazônia...”, “Não, não existe trabalho escravo no Brasil. Trabalho escravo é crime na legislação brasileira...”, “Não, não existe monocultura no Brasil, que tem uma das agriculturas mais ricas em diversidade no mundo...”, “Não, a expansão da cana não diminui a oferta de alimentos...”, “Não, não é a agricultura para uso energético que causa a fome. Desde o fim da Idade Média, já se sabe que o que causa a fome é a falta de dinheiro, de renda e de inclusão social...”, inexoravelmente chega o momento do impasse: “E se a cana pressionar o realocamento dos grãos, que pressionará o realocamento dos pastos, e os pastos e o povoamento desmatarem a Amazônia?...”, “E se a legislação não for cumprida e o crime não for castigado?...”, “E se o status quo do comércio das commodities agrícolas (reconhecidamente controlado por mecanismos e centros colonialistas) for afetado?...”.
Muitas dúvidas? Então vamos continuar discutindo, usando o petróleo e derretendo o planeta. Ou, como já se percebe, vamos ampliar e difundir a energia nuclear... É impressionante como, em especial no que diz respeito aos temas ambientais, nos negamos a reconhecer uma das Leis essenciais da vida: tudo, absolutamente tudo, tem impactos e conseqüências. E, aliás, é justamente essa infinita cadeia de eventos, efeitos e conseqüências que chamamos de vida. Quando nossa incompetência científica obscurece as razões ou as forças que determinam certos acontecimentos, chamamos isso de “eventos ao acaso” ou “evolução natural”. Quando temos — ou acreditamos ter — alguma mão no jogo dos eventos, chamamos isso de “escolha de alternativas”.
n the midst of inevitable debates on the negative impacts of
biofuel and bioenergy expansion at the various national and
international conferences I have attended and after much Iclarification along the lines of: “No, sugarcane does not cause
deforestation in the Amazon...”; “No, there is no slave labor in
Brazil. Slave labor is a crime in Brazil...”; “No, there is no
monoculture in Brazil, which has one of the most richly diverse
agricultures in the world...”; “No, sugarcane expansion does not
reduce food supply...”; “No, agriculture for energy use does not
cause hunger. Since the end of the Middle Ages, it is known that
hunger is caused by lack of money, income and social inclusion...”,
an impasse would inevitably be reached: “And what if sugarcane
forces grain reallocation, which in turn forces pasture reallocation,
won't pastures and increased population deforest the Amazon?...”,
”And what if legislation is not respected and crime is not
punished?...”, “And what if the status quo of agricultural commod-
ity trade (controlled, it is well known, by colonialist mechanisms
and centers) is affected?...”.
Too many questions? Then let's go on debating and using oil and
melting the planet. Or, let's expand and spread nuclear energy... It
is amazing how we deny one of the essential Laws of Life,
particularly in regard to environmental issues: everything,
absolutely everything, has its impacts and consequences. And, by
the way, it is exactly this infinite chain of events, effects and
consequences that we call life. When our scientific incompetence
obscures the reasons or forces that cause certain events, we call it
a “haphazard event” or “natural evolution”. When we have — or
believe to have — some say in the game of events, we call it
“choice of alternatives”.
Like everything else, there is no zero impact in issues related to
the environment and society, which assemble the totality of all
complex flows of what we call life. There is no such thing as “no
consequences” and, just like in life, we cannot control the future
effects of these consequences.
Perhaps because they are intrinsically linked to the principles of
uncertainty, few topics are discussed in such an immature,
escapist and unrealistic manner as environmental issues. It is part
of human nature to turn to one's beliefs and interests when facing
things that are beyond our abilities and knowledge. And in our
uncultured and illiterate country, where we are have become
accustomed to accepting stories and not observing reality, and
28
SQ
UA
RE
F M C
Por/By Laura Tetti
A agricultura e osmitos ambientaisThe agriculture and environmental myth
PR
AÇ
A
SO
CI
AL
E A
MB
IE
NT
AL
/S
OC
IA
L A
ND
E
NV
IR
ON
ME
NT
AL
SQ
UA
RE
29
SQ
UA
RE
F M C
No que diz respeito aos assuntos do meio ambiente e da sociedade, que congregam a totalidade dos fluxos complexos que chamamos vida, como em tudo o mais, não existe o impacto zero. Não existe o “sem conseqüências” e, como na vida, não podemos ter controle dos desdobramentos futuros dessas conseqüências.
Talvez por serem intrinsecamente vinculados aos princípios da incerteza, poucos temas são debatidos de forma tão imatura, escapista e descolada da realidade como são os temas ambientais. É da natureza humana recorrer à crença e à vontade para encarar aquilo que escapa à sua competência e conhecimento. E no nosso país, inculto e iletrado, onde nos acostumamos a viver de versões e não da observação da realidade, onde, em vez de se solucionar problemas, o que vale é fazer jogo de cena para a platéia (ou plebe), fingindo ser o “mocinho” da versão em moda ou da historinha do momento, essa tendência chega aos limites da esquizofrenia.
A questão da queima da cana como método de despalha para a colheita (coisa razoavelmente fácil de entender e de muito menor complexidade que outros temas ambientais) é um caso exuberante de descolamento da realidade, apego a crenças, distorção dos fatos em função da vontade e de versões. Muitas e muitas versões sem fundamento.
Vejamos alguns pontos: a queima da cana-de-açúcar não causa efeito estufa e não contribui para o aquecimento global. A cana-de-açúcar, tal como se cultiva hoje, é uma das poucas atividades produtivas que apresentam um balanço de emissões positivo para a atmosfera. Se considerarmos que bem mais da metade de toda a cana plantada é voltada para a substituição de petróleo e derivados, chegamos a uma situação ainda mais positiva: da ponta da produção à ponta do consumo do seu produto final, a cana retira mais CO equivalente do que emite. Ou seja, usando a ²
where instead of solving problems, what is important is the
performance in front of an audience, playing the “good guy” of the
story of the day, this trend is fast approaching schizophrenia.
The issue of burning sugarcane straw as a harvesting method
(something that is reasonably easy to understand and much less
complex than other environmental issues) is an exuberant case of
unreality, adherence to beliefs and distortion of facts in favor of
interests and fiction. It is full of ungrounded versions.
Let's consider some points: sugarcane burning does not cause
greenhouse effect and does not contribute to global warming. The
process for growing sugarcane today is one of the few production
processes that present a positive balance in terms of atmosphere
emissions. If we consider that more than half of the total amount
of planted sugarcane is earmarked for substituting oil and its
derivatives, we arrive at an even more positive position: from the
start of its production process to the consumption of its final
product, sugarcane eliminates more equivalent CO than it emits. ²
In other words, making use of the same popular (and incorrect)
language used by the media, not only is sugarcane not “dirty,” but
it also “cleans” part of the “dirt” of others... Anyone who is
minimally interested in studying this subject already knows this
fact. There are greenhouse effect measurements, reports, studies
and research of all levels, formats and nationalities that prove this
fact (including the State of São Paulo's Secretariat of the
Environment, incredibly enough...).
Although many people were pleased with the idea that eliminating
sugarcane burning would further prevent greenhouse effect
gases, we regret to inform that it is not necessarily the case. The
simple reason is that mechanization throughout the extensive
sugarcane production chain generates a substantial increase in
fossil fuel use and negative effects in terms of emissions and
pollution of the environment. Just like in life, the most attractive
solution is not always the best solution.
Like any combustion process, sugarcane burning gives off
polluting elements into the atmosphere. In the case of sugarcane
in particular, this means a lot of charcoal and dirt particles. What
determines pollution risk is the concentration of these polluting
elements in the environment “vis-à-vis” its negative effects on
health. Any children's primer on ecology explains this (or should).
As can be expected — due to the increasing expansion of cities,
the inconveniences created by sugarcane burning trash cause
"É da natureza humana recorrer à crença e à vontade para encarar aquilo que escapa
à sua competência e conhecimento."
"It is part of human nature to turn to one’s beliefs and interests when facing things that are beyond
our abilities and knowledge."
similar coexistence problems worldwide —, there are studies of all
shapes and sizes assessing sugarcane burning pollution and their
potential damage to health. Here as well — unfortunately for the
wishes of many — everyone knows that, at least until now, no
direct cause-effect relationship has been proven. On the contrary,
in most sugarcane producing towns at the height of the harvesting
and burning season, the most threatening atmospheric pollution
detected comes from the continuously increasing number of
vehicles.
To state that sugarcane burning is a problem because it emits
millions of tons of carbon monoxide or millions of tons of this or
another is the same as saying that any corner drugstore poses a
risk to health and the environment because it stores a number of
chemical substances that could kill anyone who swallows them or
contaminate the block's water supply... Such statements create a
great dramatic effect, but are complete hogwash... These
statements could work as rhetoric resources, if they did not
manipulate the fertile terrain of our people's lack of culture and
education (the type of manipulation that never ends well, as
History teaches us...).
Obviously, no one wants to live near a sugarcane burning area. No
one wants to live next to a noisy airport. No one wants to live in a
place with heavy and continuous traffic, or near cemeteries, trash
or sewer treatment units, slums, etc., etc., etc. However, urban
expansion forces living areas increasingly closer to airports,
cemeteries, highways and sugarcane growing areas. After all, the
same people who live in these areas also travel, drive a car,
generate trash and sewage and die...
It is made to seem that the sugarcane burning practice is merely a
decision: those who want to be righteous and “nice” don't burn and
those who burn, do it because they don't want to be “nice” and
righteous (they must certainly be masochists, considering the
numerous nuisances this practice entails). Let's repeat again what
everyone already knows: sugarcane burning is a typical manage-
ment activity for the crop. In other words, sugarcane is burned
wherever sugarcane is produced, this true for Australia, Hawaii,
Florida, Louisiana, almost every African nation, Central America,
Latin America, Brazil, São Paulo, etc., etc., etc...
It is incredible how sugarcane can be such a well known and
misunderstood crop at the same time. And we are talking about
Brazil (for God's sake!...), whose entire development process is
linked to this product and to other agricultural activities, whether
we like or not. Let's make a simple reflection: sugarcane is grown
(and burned) in some regions of Brazil since 1500; in São Paulo,
since 1700 in the region of Piracicaba (when we supplied the
United States during the Revolutionary War) and since 1930 in the
region of Ribeirão Preto (when Italian immigrants who came to
work on coffee plantations bought at rock bottom prices — the
lands devalued by the Great Depression of 1929-30). The average
30
SQ
UA
RE
F M C
mesma linguagem da versão popularesca (e errada) da mídia, a cana não só não “suja”, como também “limpa” parte da “sujeira” dos outros... Todo mundo que é minimamente sério no estudo do assunto já está cansado de saber disso. Existem medições, balanços de emissões de gases de efeito estufa, estudos e levantamentos em todos os níveis, formatos e nacionalidades possíveis, atestando isso (até da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, vejam só...).
Embora muitos ficassem felizes com a idéia de que a eliminação da queima da cana pudesse evitar, ainda mais, emissões de gases de efeito estufa, sentimos muito informar que não necessariamente. E isso pela simples razão de que, ao longo de toda a ampla cadeia produtiva envolvida na cana, a mecanização traz como conseqüência um aumento substantivo do uso de combustíveis fósseis e dos seus efeitos negativos em termos de emissões e de contaminação no ambiente. Assim como na vida, nem sempre o que é mais bonitinho é o que melhor atende aos nossos objetivos.
A queima de cana, como qualquer processo de combustão, gera elementos poluidores na atmosfera. No caso da cana, em particular, muita partícula — carvãozinho, sujeira. O que determina a poluição e o seu risco é a concentração desses elementos poluidores no ambiente “vis-à-vis” os efeitos negativos dessa concentração à saúde. Qualquer cartilha infantil de ecologia explica (ou deveria explicar) isso.
Como se pode imaginar — até porque, com a expansão cada vez maior das cidades, os transtornos ocasionados pela sujeira da queima da cana causam problemas de convivência semelhantes em todo o mundo — , existem estudos de todos os gostos e tamanhos avaliando a poluição da queima da cana e seus potenciais danos à saúde. Aqui também — infeliz-mente para a vontade de muitos — todos sabem que, pelo menos até hoje, nenhuma relação direta de causa e efeito foi estabelecida comprovadamente. Pelo contrário, na maior parte dos municípios canavieiros, em plena época da colheita e da queima, a poluição atmosférica mais ameaçadora que acaba sendo detectada é a que é emitida pela frota dos veículos em constante expansão.
Dizer que a queima de cana é um problema, pois emite milhões de toneladas de monóxido de carbono ou milhões de toneladas disso e daquilo, é equivalente a afirmar que qualquer farmácia de esquina é um risco à saúde e ao ambiente, pois guarda quantidades de substâncias químicas que podem matar qualquer um que as ingerir, bem como contaminar todas as caixas d'água do quarteirão... Tais afirmações possuem efeito de grande dramaticidade, mas são uma bobagem completa... E seriam até curiosas, como recurso de oratória, se não manipulassem o terreno fértil da falta de cultura e da formação escolar de qualidade do nosso povo (o tipo da manipulação que, nos mostra a História, nunca resulta em boa coisa...).
"A queima da cana-de-açúcar não causa efeito estufa e não contribui
para o aquecimento global."
"Sugarcane burning does not causegreenhouse effect and does notcontribute to global warming."
31
SQ
UA
RE
F M C
É claro que ninguém quer morar próximo a um local de queima de cana. Ninguém quer morar ao lado de um barulhento aeroporto. Ninguém quer morar em um local com tráfego intenso e ininterrupto, próximo a cemitérios, próximo a uma usina de tratamento de lixo ou esgoto, a favelas, etc., etc., etc. Só que a expansão urbana faz com que as áreas de moradia se aproximem cada vez mais dos aeroportos, dos cemitérios, das vias expressas e das áreas de cultivo da cana. Afinal, as mesmas pessoas que moram também viajam, andam de carro, geram lixo, esgoto e morrem...
Parece que a prática da queima de cana é um ato de decisão: quem quer ser correto e “bacana” não queima e quem queima é porque não quer ser “bacana” e correto (além de, com certeza, também ser masoquista, tendo em vista os inúmeros aborrecimentos que esse assunto acarreta). Vamos lá — mais uma vez — repetir o que todo mundo já sabe: a queima da cana é um manejo típico dessa cultura agrícola. Ou seja, queima-se cana onde quer que se produza cana, e isso vale para a Austrália, Havaí, Flórida, Louisiana, quase todos os países da África, Ásia, América Central, América Latina, Brasil, São Paulo, etc., etc., etc...
É inacreditável que a cana-de-açúcar seja uma cultura tão conhecida e tão desconhecida ao mesmo tempo. E estamos falando do Brasil (pelo amor de Deus!...), que tem, gostemos ou não, todo o seu processo de formação histórica ligado a esse produto e outras atividades agrícolas. Façamos uma reflexão simples: em algumas regiões do Brasil cultiva-se cana (com queima) desde 1500. Em São Paulo, na área de Piracicaba desde a metade dos 1700 (quando abastecíamos os Estados Unidos em guerra com sua metrópole, Inglaterra), na região de Ribeirão Preto desde 1930 (quando os imigrantes italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café compraram — na bacia das almas — as terras desvalorizadas pela Grande Depressão de 29/30). Os níveis médios de produtividade dessas lavouras crescem a uma média de 4% ao ano. Ou seja: não só as terras não estragam, como melhoram sua performance de fertilidade. Esse alto incremento de produtividade não é um fenômeno “natural” de todas as lavouras do mundo e não é “sem querer” que o Brasil é o grande centro de excelência quando o assunto é cana. Além de muita experiência é preciso pesquisa, trabalho e manejo cuidadoso para se alcançar esses resultados. Se a cultura da cana-de-açúcar (com queima) fosse tão primitiva e equivocada, como poderíamos ter ganhos
productivity levels in these plantations grow an average of 4% a
year. In other words: not only doesn't burning destroy the land, it
actually enhances its fertility. This large increase in productivity is
not a “natural” phenomenon occurring at all plantations worldwide
and nor is it “by accident” that Brazil is the great center of
excellence for sugarcane. In addition to a lot of experience,
research, work and careful management are needed to achieve
these results. If growing sugarcane (including burning) were so
primitive and wrong, how could we have obtained such substantial
gains in productivity? How could sugarcane in Brazil be recognized
as one of the most conservation-minded agricultural activities in
the world, with low rates of erosion and agrochemical soil
contamination, as well as the lowest rates of water use and
contamination and beneficial results in the struggle against the
huge climate change problem?
Of course, mechanization is a natural progression in the
modernization process of sugarcane plantations. Just like
automation in industry and service chains. This process is a fact of
the production system. But it will only be positive if it is seen as an
improvement process, which can be encouraged and accelerated
in light of the ease and advantages it provides. This is the way
things work in all activities and in life. To simply prohibit sugarcane
burning because there are alternative mechanization techniques
would be as absurd as the housewife who purchased a microwave
oven and ban the conventional stove from her kitchen... This is
not the way it works. If we understand that a microwave oven
does not replace all the needs covered by a conventional stove
(maybe not yet...maybe it will never replace everything... maybe
another technology will cover a more extensive range of
requirements and needs... maybe and maybe...), why the heck is
it so hard to understand that it is exactly the same way with
replacing conventional harvesting with mechanized harvesting
(and with any automated process)? In fact, it is important to recall
that much of the environmental damage was caused by hasty
agricultural mechanization and examples are readily available in
studies on the severe problem of desertification that, according to
the UN, has already consumed 25% of our planet's arable land.
But what interest do these facts contain if everyone just wants to
invent stories to justify interests (and, following in the steps of
Paris Hilton, win over coverage in the media just for the heck of
it)?... What interest is there if no one wants to deal with the real
issues and everyone just wants to create and circulate tall
stories?...
Socióloga, doutora em
Desenvolvimento e Alternativas
de Desenvolvimento, ex-diretora-
presidente da CETESB
(Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental), faz
parte da delegação brasileira dos
negociadores do Protocolo de
Quioto e da Convenção do Clima da ONU e é
consultora na área de meio ambiente da UNICA
(União da Indústria de Cana-de-Açúcar)
de produtividade dessa ordem? Como poderia a cana-de-açúcar do Brasil ser reconhecida como uma das atividades agrícolas mais conservacionistas do mundo, com os mais baixos índices de erosão e de contaminação dos solos por agroquímicos, os mais baixos índices de uso e de contaminação das águas e resultados benéficos no combate ao macroproblema das mudanças climáticas?
É claro que a mecanização é um processo natural de modernização da lavoura de cana. Assim como a automação das indústrias e das cadeias de serviços. Esse processo é um fato do sistema produtivo. Mas só será saudável se for visto assim: como um processo de melhoria. Que pode até ser estimulado e se acelerará pelas facilidades e vantagens que apresenta. É assim que funciona em todas as atividades e na vida. Simplesmente proibir a queima de cana, porque existem alternativas técnicas de mecanização, é um procedimento tão amalucado como o da dona de casa que, porque comprou um forno de microondas, proíbe o uso do fogão convencional em sua casa... Não é assim que funciona. Se entendermos que um forno de microondas não substitui todos os requisitos atendidos por um fogão convencional (talvez ainda não... talvez nunca atenda... talvez outra tecnologia venha a atender melhor um conjunto mais amplo de requisitos e necessidades... talvez e talvez...), por que diabos será que é tão difícil entender que é exatamente assim que se passa com a substituição da colheita convencional de cana pela colheita mecanizada (e com qualquer processo de automação)? Aliás, nunca é demais lembrar que muito estrago ambiental já foi realizado por mecanização agrícola atabalhoada e os exemplos estão todos à mão nos estudos do grave problema da desertificação, que, como nos afirma a ONU, já consumiu 25% das terras agricultáveis do nosso planeta. Mas que interesse tem todos esses fatos se tudo o que se quer é inventar estórias para justificar vontades e versões (e, a exemplo de Paris Hilton, ganhar por ganhar espaços na mídia)?... Que interesse tem, se, em vez de encarar as verdadeiras questões, o que se quer mesmo é ampliar a produção e circulação de abobrinhas?...
Laura Tetti
Sociologist, doctor of Development Studies and
Development Alternatives and former director of CETESB
(Environmental Sanitation Technology Company), Laura
Tetti is a member of the Brazilian delegation of negotiators
of the Kyoto Protocol to UN Framework Convention on
Climate Change and is an environmental consultant at
UNICA (Sugarcane Industry Union)
A agricultura é sustentávelPara quem conhece mais a fundo a atividade agrícola no Brasil, salta aos olhos o atual nível tecnológico conquistado devido ao crescente investimento em pesquisas, profissionais especializados, equipamentos e novas técnicas de manejo mais evoluídas e menos agressivas ao meio ambiente.
O Grupo André Maggi, sediado em Rondonópolis, MT, com seus projetos de preservação e investimentos em melhorias da prática agrícola, é um exemplo do progresso que este segmento atingiu ao longo dos anos, tornando-se um legítimo representante da agricultura moderna hoje praticada no País, produtiva e sustentável.
Há quase 35 anos o trabalho do Grupo se limitava à produção de sementes e à comercialização de safras, em São Miguel do Iguaçu (PR), onde surgiu. Hoje atua em diversas áreas da agricultura, da originação e comercialização de grãos, seu principal foco de negócios, até geração de energia para atender a sua necessidade e para realizar estudos de potenciais energéticos, passando pelo cultivo de soja, algodão e milho (safrinha).
Nas dez fazendas administradas pela Divisão Agro, todas localizadas em Mato Grosso, prevalecem as Boas Práticas Agrícolas, que envolvem o plantio direto; a rotação de cultura, a tríplice lavagem e a correta destinação da embalagem dos agrotóxicos, entre outras. Além disso, o Grupo possui 85 mil hectares de vegetação nativa preservada.
Agriculture is sustainablePeople who are very familiar with Brazilian agriculture are
astonished at the current technological level that has been achieved
thanks to an ever-increasing investment in research, specialized
professionals, equipment and new, more advanced and environ-
mentally friendly management techniques.
The conservation projects and investment in improved agricultural
practices carried out by the André Maggi Group, headquartered in
Rondonópolis, MT, are examples of the progress attained by this
segment throughout the years. The Group has become a bona fide
representative of the modern, productive and sustainable
agriculture currently practiced in Brazil.
Almost 35 years ago, the Group was limited to seed production and
harvest sales in the town of São Miguel do Iguaçu (PR), where it was
founded. Nowadays, it operates in various areas of agriculture,
including soybean, cotton and off-season corn crops. Its main
business focus is grain origination and commercialization and it is
also active in energy generation for meeting its needs and
conducting research on energy potential.
Good Agricultural Practices are the norm at the ten farms managed
by the Agro Division, all located in Mato Grosso: direct planting, crop
rotation, triple rinsing and the correct disposal of agrochemical
packaging, among others. Additionally, the Group owns 85,000
hectares of preserved native vegetation.
Burning for a good cause One of the environmental research projects sponsored by the André
Maggi Group is the Savannization Project carried out in partnership
with the Amazon Institute of Environmental Research (IPAM). The
Group provides land and infrastructure for the project's researchers
to conduct studies on the dynamics of fire and its effect in transition
areas between forest and the cerrado. “This region is very dry and
32
SQ
UA
RE
F M C
Queimada do bem
Entre os projetos de pesquisas ambientais apoiados pelo Grupo André Maggi está o chamado Projeto Savanização, realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Por meio desse projeto, o Grupo Maggi cede uma área e infra-estrutura para que pesquisadores efetuem estudos sobre a dinâmica do fogo e os seus efeitos em áreas de transição entre floresta e cerrado. “Essa região, por ser muito seca, tem essa característica de ser devastada todos os anos por incêndios nas matas”, explica o gerente de meio ambiente do Grupo André Maggi, Ocimar Villela.
O projeto, que tem duração de seis anos, consiste em realizar queimadas científicas anuais para avaliar a intensidade e a forma com que os incêndios interferem no desenvolvimento da fauna e da flora na região amazônica.
Neste ano, de 20 a 23 de agosto, os pesquisadores realizaram a quarta etapa de queimadas científicas anuais. O propósito é medir a real emissão de gás carbônico (CO ) na atmosfera, entender o 2comportamento do fogo e sua dinâmica para, entre outras coisas, tornar mais eficiente a sua contenção, identificar zonas de escape, monitorar cada espécie nativa e testemunhas para verificação daquelas que são mais resistentes e promover o desenvolvimento da flora de menor resistência para conter o processo de savanização da região.
Resultados Até o ano passado foi comprovado, através de simulações, que, à medida que as queimadas acontecem, a floresta fica cada vez mais suscetível ao incêndio. A mortalidade provocada pelo fogo, segundo os estudos, aumenta a quantidade de combustível no chão (madeira e folhas mortas), formando um ciclo vicioso que resulta em novos incêndios e, conseqüentemente, no aumento de material inflamável no solo, que servirá de combustível para incêndios cada vez mais fortes.
Além dos estudos sobre o fogo em florestas, os pesquisadores estudam as diversidades de plantas e animais encontradas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), dentro da Fazenda Tanguro, unidade que recebeu a certificação ambiental do governo de Mato Grosso e o Selo Verde. Nesta fazenda há, ainda, um
projeto de recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP), visando entender a regeneração natural desta formação vegetal e também avaliar diversas interferências que acelerem este processo.
33
SQ
UA
RE
F M C
Results The project was able to prove last year, using simulations, that as
burnings take place, the forest becomes increasingly more
susceptible to fires. According to the studies, mortality caused by
fire increases the amount of fuel on the ground (dead wood and
leaves), creating a vicious cycle that leads to new fires and,
consequently, to an increase in flammable material on the ground
that will serve as surface fuel for increasingly more intense fires.
In addition to studies on forest fires, researchers study the
diversity of plants and animals found in Permanent Conservation
Areas (PCAs) within the Tanguro Farm, which is environmentally
certified by the state of Mato Grosso and by Selo Verde. The farm
also conducts a project to recover Permanent Conservation Areas
(PCAs) with the goal of better understanding natural plant
regeneration and also evaluating the various interferences that
speed up this process.
Ocimar Villela - Gerente de Meio Ambiente do Grupo André Maggi
every year it is devastated by forest fires”, explains Ocimar Villela,
environmental manager for the André Maggi Group.
The six-year project carries out annual scientific burnings to
assess the intensity and the manner in which fires interfere with
fauna and flora development in the Amazon region.
This year, researchers conducted the fourth stage of annual rdthscientific burnings on August 20 through the 23 . Their goals
included: measuring the actual emission of carbon dioxide (CO ) 2
into the atmosphere; understanding the behavior of fire and its
dynamics in order to more efficiently contain it, among other
things; identifying escape routes; monitoring native species to
identify the most resistant ones; and promoting the development
of flora with lower resistance to contain the savannization process
of the region.
Área de Preservação Permanente (APP) localizada na Fazenda TanguroPermanent Conservation Area (PCA) located at the Tanguro Farm
Detalhes da 4ª etapa do Projeto Savanização (queimada do bem),
realizada no mês de agosto na Fazenda TangurothDetails of the 4 stage of the Savannization Project (burning for a
good cause) carried out in August at the Tanguro Farm
Ocimar Villela - Environmental Manager for Grupo André Maggi
ConectandoPor/By
Luciano Pires
Foto
/Photo
: banco d
e im
agem
/im
age b
ank
34
SQ
UA
RE
F M C
PO
NT
O
DE
PA
RT
ID
A/
ST
AR
T P
OI
NT
Making connections
enho tratado, em meus artigos, da "conectividade" como uma solução possível para o Brasil: milhares de pequenos abnegados conectando-se para T
transformar seus esforços de formiguinhas numa avalanche de ações capazes de transformar a sociedade. Pois agora encontrei um modelo que demonstra claramente como a conectividade pode mudar a vida das pessoas.
Recentemente realizei uma palestra para a Corol, uma cooperativa agroindustrial fundada há pouco mais de quarenta anos em Rolândia, pequena cidade próxima de Londrina, no norte do Paraná. Quem atua no segmento agrícola conhece o trabalho das cooperativas, mas quem está fora do segmento não faz idéia do que esse pessoal consegue, usando a conectividade. E a Corol é um exemplo perfeito.
A cooperativa nasceu com o objetivo de juntar as forças dos pequenos produtores agrícolas para abraçar oportunidades que, individualmente, nenhum deles conseguiria. E ao longo de quarenta anos aqueles pequenos agricultores construíram um negócio que alcança centenas de milhões de dólares de faturamento anual. São hoje mais de sete mil cooperados.
35
SQ
UA
RE
F M C
"... há quarenta anos eles eram apenas pequenos produtores rurais, que um dia
encontraram o caminho: conectaram-se."
"And yet, only forty years ago, they were just a group of small farmers who found their
way by connecting with each other."
have dealt with “connectivity” in my previous articles as a
possible solution for Brazil, envisioning thousands of worker
ants connecting with each other to transform their work into Ian avalanche of activity capable of transforming society. Now I
have discovered a model that clearly shows how connectivity can
change people's lives.
Recently, I gave a talk at Corol, an agroindustrial cooperative
founded forty years ago in Rolândia, a small town near Londrina,
in the north of the state of Paraná. People who work with
agriculture are familiar with the work carried out by cooperatives,
but those who do not work in the field have no idea what these
people are capable of doing through connectivity. Corol is the
perfect example.
Small farmers started the cooperative with the goal of joining
forces to pursue opportunities that none of them were able to
accomplish on their own. During the past forty years, these small
farmers built a business that now sells hundreds of millions of
dollars annually. Today, the cooperative has more than 7,000
members.
A Corol tem 1.400 funcionários diretos e mais 1.600 no campo, abrangendo 34 municípios. Ela oferece aos cooperados — seus clientes-donos — desde consultoria com técnicos e agrônomos, para determinar as melhores soluções para as culturas da região, até um banco, com linhas de crédito e, até mesmo, cartão de crédito internacional. Tem comitês de tecnologia e educação, femininos e masculinos, que discutem temas de ponta relacionados ao crescimento dos negócios e das pessoas, e uma usina de processamento de cana para produção de álcool e açúcar, que tive a oportunidade de conhecer. Visitei também uma moderna fábrica de suco concentrado de laranja, totalmente automatizada e tocada por 12 funcionários por turno, que exporta para todo o mundo.
Para visitar esses empreendimentos, desloquei-me pela região em meio a plantações de trigo, laranja, uva e cana-de-açúcar, com índices de produtividade inacreditáveis. Uma região linda, onde a gente respira energia e sente claramente a força que o agronegócio tem no Brasil.
Conversando com os técnicos, ouvi repetidamente um novo termo: agroenergia. Estão criando meios inovadores de gerar energia, e o segredo é: conectividade. O milho plantado gera o farelo que alimenta os bois, cuja carne é exportada. Da casca da uva e da laranja são tirados óleos e produtos para outras indústrias. A indústria moveleira da região fornece seus resíduos — serragem — como combustível para as caldeiras que geram a energia para a fábrica de suco de laranja. O bagaço da cana produz energia para a própria usina. Os resíduos que eram poluidores hoje são aproveitados. Um frigorífico será instalado ao lado da usina de cana, usando energia excedente produzida pela própria usina. Tudo conectado.
Corol employs 1,400 direct employees and another 1,600
employees in the field, encompassing 34 towns. It offers its
members, who are its clients and owners, services ranging from
technical and agronomist consulting on the best solutions for each
region to banking by offering lines of credit and even an
international credit card. Corol has technology and education
committees made up of men and women who discuss topics
related to growing the business and its people. I had the chance to
visit its sugarcane processing plant, as well as its modern orange
juice concentrate plant, which is fully automated and run by shifts
of 12 employees.
To visit these business ventures, I traveled to a region full of
extremely productive wheat, orange, grape and sugarcane
plantations. It is a beautiful region where we can clearly feel the
energy and power of agribusiness in Brazil.
During my conversations with the technicians, I repeatedly heard
them use a new term: agro-energy. They are using innovative
methods to create energy and connectivity is their secret. Corn is
fed to the cattle whose meat is then exported. Grape skin and
orange peel provide oil and products for other industries. The local
furniture industry supplies its residues — sawdust —to be
transformed into fuel for the boilers in the orange concentrate
plant. Sugarcane bagasse produces energy for sugarcane plants.
The residues that once were pollutants are now useful inputs. A
slaughterhouse will be built next to the sugarcane plant to take
advantage of the excellent energy produced from sugarcane
leftovers. Everything is interconnected.
The grain crops connected with livestock, connected with industry,
connected with resale of consumer goods, connected with lines of
36
SQ
UA
RE
F M C
Foto
/Photo
: banco d
e im
agem
/im
age b
ank
Executivo, comunicador multimídia,
cartunista, aventureiro, jornalista,
escritor, contador de histórias e palestrante
Luciano Pires
Executive, multimedia communicator, cartoonist, adventurer, journalist, writer,
storyteller and public speaker
credit, connected with new technology research, connected with
shipping companies, connected with... whatever you can think
of. The result: by joining Corol, a small farmer becomes an
agribusiness industrialist, with access to cutting edge technology
and lines of credit. A small farmer can export his products; he is
no longer the small farmer who struggled alone with his
business. The community reflects all these efforts; it is a
beautiful region. All you need to do is to take a stroll through the
streets to feel its economic strength, or chat with the Corol
technicians to hear about their even more ambitious growth
plans. And I had delicious coffee, grape and orange juices like I
never tasted before...
These Brazilians are developing techniques that will revolutionize
the environmental and energy areas. They will certainly increase
Brazilian exports. And yet, only forty years ago, they were just a
group of small farmers who found their way by connecting with
each other. Nowadays, their dreams are limitless. My friends, I
saw it with my own eyes.
Connectivity.
As culturas de grãos conectadas com a pecuária, conectada com a indústria, conectada com a revenda de bens de consumo, conectada com as linhas de crédito, conectadas com as pesquisas de novas tecnologias, conectadas com as empresas de logística, conectadas com... o que mais você puder pensar. O resultado: um pequeno produtor rural, ao associar-se à Corol, transforma-se num agroindustrial. Tem acesso a tecnologias avançadas. Conta com linhas de crédito. Exporta. Transforma-se, enfim, num empresário muito diferente daquele pequeno produtor rural que lutava sozinho por seu negócio. E a comunidade mostra claramente o reflexo desse esforço: a região é linda. É só andar pelas ruas para sentir a força econômica do lugar. Basta conversar com os técnicos da Corol para ouvir planos muito, mas muito agressivos de crescimento. E tomei ali um café, um suco de uva e um de laranja como nunca experimentei...
Aqueles brasileiros estão trabalhando no desenvolvimento de técnicas que revolucionarão a questão ambiental e de geração de energia. Com certeza, vão multiplicar as exportações do Brasil. No entanto, há quarenta anos eles eram apenas pequenos produtores rurais, que um dia encontraram o caminho: conectaram-se. E hoje não têm mais limites para seus sonhos. Meninos, eu vi.
Conectividade.
37
SQ
UA
RE
F M C
Mais de 7 mil cooperados / More than 7,000 members
1.400 funcionários diretos e mais 1.600 no campo / 1,400 direct
employees, plus more than 1,600 employees on the field
Abrange 34 municípios / Covers 34 towns
Consultoria com técnicos e agrônomos / Consulting services with
technicians and agronomists
Banco com linha de crédito e cartão de crédito internacional / Bank
offering lines of credit and an international credit card
Comitês de tecnologia e educação / Technology and education committees
Usina de processamento de cana para produção de álcool e açúcar /
Sugarcane processing plant for alcohol and sugar production
Fábrica de suco concentrado de laranja / Orange juice concentrate plant
COROL - Cooperativa Agroindustrial
EN
CO
NT
RO
M
AR
CA
DO
/A
S
ET
EN
GA
GE
ME
NT
O que faz umaempresa melhor?
"... é necessário contarmos com uma equipe capaz de traduzir
objetivos em ações."
Por/By Maria Lúcia Murinelli
"... we need to count on a team that is able to translate goals into action."
Foto
/Photo
: banco
de im
agem
/im
age b
ank
38
SQ
UA
RE
F M C
MC has been participating since 2001 in the annual surveys
conducted by the magazines Exame and Você S/A that elect
the best companies to work for in Brazil and we have been Fnamed as one of the best in all six editions since.
We decided to participate because we consider it to be the best
work climate survey conducted in Brazil. It is also an opportunity
for FMC to know the opinion of its employees and conduct
benchmarking studies of the best current Human Resources
practices in Brazil.
What have we found out from the survey? We know we have
competitive practices, but we are also aware of areas that need
improvement and more work that has to be done. This is a great
learning experience that allows us to focus on people manage-
ment and integrate our employees' interest with the company's
business goals, as well as constantly improving ourselves in the
process.
Being named one of the best companies to work for makes us
even more proud of our employees and leaders. It also means
that the strategies, policies and practices we adopted are
understood and approved by our employees. Therefore, they are
consistent and coherent, contributing effectively to FMC Química
(APG and BioPolymer)'s business sustainability in Brazil.
We are certain that in order to grow and prosper, we need to rely
on a team that is able to put this objective into practice. And the
role of Human Resources is to contribute to the success of this
process by developing our employees' potential so that they can
grow as successful professionals, which consequently allows them
to perform competently with FMC's clients and partners.
The lessons we learned and the pride we feel in being named for
the sixth time one of the Best Companies to Work For further
strengthen the importance of FMC Química's Strategic Focus in
People Management.
We will continue to create an environment of constant learning,
focused on the development of individual and team skills,
generating excellent results through our people.
39
SQ
UA
RE
F M C
What makes acompany better?
A equipe de Recursos Humanos comemora a inclusão no Guia Você S/A-Exame na
empresa e durante a solenidade em queforam anunciadas as vencedoras
The Human Resources team celebrates FMC's inclusion in the Você S/A-Exame Guide at the
company and during the ceremonywhere the winners were announced
FMC participa desde 2001 das pesquisas realizadas pelas revistas Exame e Você S/A, que elegem as melhores empresas para se trabalhar no Brasil, e, A
desde então, nas seis edições de que participamos, temos figurado neste guia.
A decisão de participar é motivada por considerarmos que esta é a maior pesquisa de clima realizada no país e, além disso, é uma oportunidade de a FMC conhecer a opinião de seus colaboradores e fazer benchmarking das melhores práticas de Recursos Humanos vigentes no país.
Qual a conclusão que tiramos? Temos práticas competitivas, mas estamos conscientes de que temos pontos de melhoria e um caminho pela frente. Este é o grande aprendizado, focar na gestão de pessoas e convergir os interesses de nossos colaboradores e os objetivos de negócio da empresa, nos aprimorando permanentemente.
Estar no guia realça o sentimento de orgulho em nossos colaboradores e na liderança, significando que a estratégia, as políticas e as práticas adotadas são compreendidas e aprovadas pelos colaboradores e, portanto, consistentes e coerentes, gerando efetiva contribuição para a sustentabilidade dos negócios da FMC Química (APG e BioPolymer) no Brasil.
Temos certeza de que para evoluir e prosperar é necessário contarmos com uma equipe capaz de traduzir esse objetivo em ações. E o papel de Recursos Humanos é contribuir para que essa dinâmica aconteça e as pessoas desenvolvam e maximizem seu potencial, cresçam e tenham sucesso e, conseqüentemente, o traduzam numa competente atuação junto aos clientes e parceiros da FMC.
Aprendizado e orgulho de sermos considerados pela 6ª vez uma das melhores empresas para se trabalhar, essas são as grandes contribuições que reforçam a importância do Direcionamento Estratégico da FMC Química na Gestão de Pessoas.
Continuaremos a propiciar um ambiente de aprendizado, focado no desenvolvimento das habilidades individuais e das equipes, gerando excelência nos resultados através das pessoas.
A pesquisa The Survey
O Guia Você S/A-Exame — As Melhores Empresas para Você Trabalhar é a maior pesquisa de clima organizacional do país. Para selecionar as 150 empresas, é realizado um trabalho de pesquisa e checagem de informação que inclui desde a utilização da metodologia da Fundação Instituto de Administração (FIA) até visitas de jornalistas a todas as pré-classificadas.
Este ano, 491 organizações se inscreveram, o que resultou em 123.445 questionários tabulados. Um total de 220 empresas foi visitado. Depois de feitos os cálculos, as companhias são listadas em ordem decrescente do Índice de Felicidade no Trabalho (IFT), havendo um corte na 150ª posição.
O IFT é resultado da composição da percepção dos funcionários sobre a empresa, que vale 70% na nota final; da avaliação das práticas, que tem peso de 25%; e da visita dos jornalistas, que são os 5% restantes.
The Você S/A-Exame — Guide to the Best Companies to
Work for is the largest organizational climate survey
conducted in Brazil. Research and fact checking are
carried out to select the 150 top companies that include
methodology developed by the Fundação Instituto de
Administração (FIA) and visits by journalists to all
finalist companies.
This year, 491 organizations participated, 123,445
questionnaires were processed and a total of 220
companies were visited. Following the calculations, the
companies are listed in descending order according to
the Happiness at Work Index (HWI) and there is a cut-thoff at the 150 position.
The HWI is the result of the overall of employee
perception of the company that accounts for 70% of the
final grade. An assessment of practices is worth 25%
and the visit by journalists makes up the remaining 5%.
Maria Lúcia MurinelliDiretora de Recursos
Humanos da FMC FMC Human Resources
Director
40
SQ
UA
RE
F M C
As inscrições são gratuitas e feitas pelo hotsite do Guia. A empresa dá Ok no Termo de Compromisso, com as regras do processo.
Os funcionários que respondem ao questionário com suas percepções sobre a empresa são selecionados randomicamente por meio de um dispositivo do site.
Enquanto isso, a empresa preenche outro questionário, em que declara suas práticas para gerir as pessoas.
Os dados são tabulados e a partir daí define-se as pré-classificadas: empresas com um mínimo de questionários respondidos e mais de 74% de aprovação do time. Este ano foram 220.
Nesta etapa os jornalistas visitam as empresas pré-classificadas: checam as instalações, entrevistam profissionais do RH e conversam com gerentes e funcionários do grupo operacional.
Depois os jornalistas da Você S/A e a equipe da FIA comparam os dados da pesquisa com a percepção das visitas, selecionando as 150 melhores do ano.
Registration is free on the Guide's hotsite. The
company agrees to the regulations contained in
the Commitment Agreement.
Employees answer the questionnaire providing their
perceptions of the company and are randomly selected
by means of a device in the site.
Meanwhile, the company completes another
questionnaire where it states its people
management practices. The data is processed and the finalists are defined:
companies with a minimum amount of completed
questionnaires and more than 74% approval from
the team. 220 companies were finalists this year.
At this stage, the journalists visit the finalist
companies: they check out the facilities, interview
HR employees and talk with managers and
employees in the operations group.
After the Você S/A journalists and the FIA team
compare the survey data with the impressions from
the visits, the 150 best companies of the year are
selected.
1
3 4
5 6
2
Etapas do levantamento/Survey stages
EN
TR
E A
MI
GO
S/
AM
ON
G
FR
IE
ND
S
i si es ese a c na nant gamente a mpl pr nça m s uli ozi a enc a de i nçac nha er ar da com total sconf a ,
a go pa e i a e pai el entre “se ra qu é br g ” “tem qu A c . nda bem e e e é m i é ego” Ai qu hoje ss u conce tol pa a qu se di v u com idéia eu tra ss do, e ssol eu j nto a d ue cozinhar e obr g ç l Nq ra uma i a ão da mu her. a e de, i ter u m to ci l av rda é prec so m talento ui espe a par se
m bom n r nt a q nt tornar u cozi hei o, ta o par homens ua ora m s, a t os da ue e es re pa ulhere m s od concor m q l pa cem
d e r m m i ne a f ã do ue el sse iv rti be a s ss unç o q a .
c d Al S rtori e - ogad d f bol qu É o aso e cindo a , x j or e ute , e9 6 a 1 9 c u bra l i datuou de 1 8 9 2 nos l bes si e ros o
F a e o, o l G m o or nt , q el m ng Sã Pau o, rê i e C i hians e ue l vou dos os a ozi se o e t ni de q gramad par a c nha o ns d opor u da ueti çã d a nte, tr or a a sua nha na sua posi o e taca ansf m ndo
bi da a q i s u m i f ha li de de churr s ue ro no e aior cap tal ora doa po. a si u o r e d pa J pão,c m Foi s m q e, a ser t ansf ri o ra o a m s a s i cr ue dae 1993, e se par naen e de Mediane ra — aq s
chur ue r a e m o e a a — serasq i as nt s esm d jog r bol tornou m f nc a st s cial de, e c ou a re erê i ne a e pe ida t ndo om i i l a m o u o f opr nc pa companha ento se nã menos amos
a re rrroz-de-car tei o.
J pã i ou e 9 3 1 9 ogou mNo a o, onde f c d 1 9 a 9 7, j no Kashi a Antl s, a a l do e m passou l dyer atu ndo o a de Zico, ta bém pe o Ver
Kaw s k pod se i ue o a or l o a oa a i. Mas e- d zer q seu m i egad na terr d sol sce e f j eses a a c el sna nt oi ter ensinado os apon a f zer churr s o, e com e
ter a i a no a ha l e v ndo m c qu ta bém prend do um v bi idad , ira u ra e m da e .cozinha ori ntal
D a B a i c ndo pose ou s gra a ee volta o r s l, Al i a nt - e dos m dos se r or ou e m esá o, a o a il na c da t ansf m m agroe pr ri pl ntando s j e m ho i de
e ã Mi l do g a nã e q ce os dos ra d S o gue I u çu - PR. Mas o s ue u segre pase pre ar bom su hi sa hi k soba ue, p ar um s , s mi e ya i , q segundo
m ba i a ente ni a de orte dos s ele, se resu em s c m na téc c c peixe .P r du os a nt : C nha , pa ma a os incré l , ele g ra e “ ozi r ra mi , é u a , a a i ad q s s ess st nte”. m l zer um tiv d e ue de e tr a ba a
41
SQ
UA
RE
F M C
u ndo leQ a e s vão praco n azi h
When m n go t the ki hen e o tc the a , t e e re men in itchen w s n sn p st h mer p sence of k a see a
something somew t sua a eop w is ha unu l nd p le ould say “this not
rig ” en p r t a e lind . n f t is o ht or ev “some a en s r b ” Tha k ully his nIlon er t c se nd the ch has sed to e l c for w g he a a kit en cea b a p a e omen
only In a , b ood cook d m n s s cia t lents; b h fr . f ct eing a g e a d pe l a ot om
nd wo e b t a yone wou a r tha m n m to y men a m n, u n ld g ee t e see enjo
h s t sk o han m n o.t i a m re t wo e d
This the se of lcind Sartori, a for er player w p y is ca A o mer socc ho la ed
for F meng S o aulo r m a d or ns fr 19 6 t la o, ã P , G ê io n C inthia om 8 o
9 2. Sartori nsf s om he soccer f e to h kit n, 1 9 tra er fr t i lds t e che the
me se op or u he ha en e a a at acker — sa sen of p t nity d wh h w s n t his
skill as r- - e p t is his est a set ou he field The for a ba b q x er b s t of t s. re e,
whe he m ve to a a in 19 3 this layer fr Me n , then o d J p n 9 , p om dia eira in
ra il n st te Pa ná, a the ster of a - - n efor h B z ia a of ra w s ma b r b q eve b e e
kicked the a a d s such, he as f mous or his r et iro” ice b ll, n a w a f “ca r e r
r e.ecip
Ja n w re he rom 9 3 1 7 h p y h In pa , he lived f 1 9 to 99 , e la ed for t e
a i ntlers p ying b ll Z co a erd K wasa i. K sh ma A , la a next to i nd V y a k
Howe so e m say tha his est leg cy the n of t e ising ver, m ay t b a in la d h ra
sun, w s e ching the apa ese ow ma a r l urrasco” nd a t a J n h to ke ea “ch a
ecoming h lea ne f om them h b in ienta cooki g.b , e r d r t e est or l n
B ck o B azil, Alcind S r or re ir om r n b a e a a t r o a t i t ed fr socce a d ec m n
a rib ess n, plant ybe ns n co t e ow of Sãog usin ma ing so a a d rn in h t n
igu d Igu çu o ver, t for et the secr s for M el o a - PR. H we he did no g et
rep r ood sush , sa im a d a iso t, ccor ing t h m, p a ing a g i sh i n y k ba tha a d o i
it is all b t t e ay y cut he fish “C ives re t p su , a ou h w ou t . ooking g g a lea re
it is ry ela in act it , a S rtor a ve r x g iv y” s ys a i.
nother “cooking expe ” R r W g a m, own R raA rt is ica do a ner S li er of u l
Técn , g icultur inp s distrib om on a Gros , ra . ica a a r e ut utor fr P t sa Pa ná
Sali is lf Leb nes h lf o” nd he lov to nd t inm ha a e, a “mineir a es spe ime
kit en. “Whe I a six r old my a he op ned a the ch n w s yea s , f t r e
est u nt — C a m and since , have bee a at e ive r a ra hez S li — then I n n t nt
ob rve and lea ned t a h kit en s it ow r ua S lim h sse r r h t t e ch ha s n it l.” a a a
knife or t a fo tha sp ic s lv w re for d ere f his, a p n r t, ecif i er a iff nt
ca c. A is plex p r men , e oes s a s oc sions, et t h du a a t t h g a f r a having
w ki s: one in h lowe le a d n he o on t op floor,t o tchen t e r vel n a ot r ne he t
w h ca “my itchen . H kit en fu qu p ed a s a hich e lls k ” is ch is lly e i p nd ha
barb e it an s charcoal sto c… “M b t er tha theecu p , old tyle ve, et uch e t n
tche , say S lim.other ki n” s a
S lim a for u te oug t in it the me culina y g t hisa w s t na en h o her sa r if
p re s ha his a a a e cook. a d ion, he ca ied a nt d — d d w s n xcellent In d it rr
it h , r re f om wo ver rich culina y u s: t ew h im efe nces r t y r cult re h
a e nd t e ” o er, st r e to wh Leb nes a h “mineira . H wev he only a t d cook en
h left p r hou a age of 0 a nt ou te his a ents se t the 2 nd we t to he
unive sity o y agr om e ineer t Fe rar t stud on ics ng ing a Viçosa de l
niver y. “It w s h e h t I oo lea re in nd b meU sit a t er t a t k p su cooking a eca
he ' ' in t orit house wh e li ed C sider g t p of t chef he sor y er I v . on in the y e
f e t in e l ce I n eca a cele ity the chood we a thes p a s, soo b me br in kit en.
“Fo tha reason, I w s a wa a ea ev yone whe it cam or t a l ys h d of er n e t
l rting with irls eca se could w n t em b t s oma j kesf e g b u I i h y he t ch”, o
S lim.a
Af e g d tion, e ved t Ponta G ossa and b t , t r ra ua h mo o r , elieve i or not
nd arr n t t t the me, d n ene ed up m ying a woma ha a ti id ot ev know
o oil n gg “B t hr gh 2 a of our ma riage, how t b a e . u , t ou out the 4 ye rs r
sh ha b come bes a t r the k che s e my t p r ne in it en.”
Sa ha two eco men ations: “The secr of k notlim s r m d et coo ing is
ing too ny s s o t r ut a ing t omix ma sea oning t ge he , b llow he food t
p od its n tura flavor. A ood cook t e tha cooksr uce ow na l g is h one t for
p e sur nd t t' it .l a e. A ha s ”
42
SQ
UA
RE
F M C
Ou ro que t mb m tem “um pé na cozinha” é o t a é comerciante Ricar o Wagn r Salim, proprietá io da d e rre enda ural Técnic , de Po ta Grossa, R. v R a n PM st ra de libanês co ineiro, Salim é um i u m m fr qüentador assíduo dessa la da casa. Desde os e a “seis a os d idade — quando meu p i m nt u um n e a o o re taura te, o Che Salim — sou um observa or, e s n z da rendi que a cozi ha req er um cer ritual.” Salim p n u totem faca ara isso, panela para a uilo talheres p q ,especí icos etc. E chega a exa ero de ter em seu f o ga artamento dúplex duas ozinha : um na parte de p c s abaixo, segundo le, a cozinha “da ca a”, e utra na e s o parte de cima: “a minha co inha”. A del é ultra- z eequipa a e tem fogão l nha churrasqueira... d a e ,“Mui melhor que a de baixo, com c rteza.”to e
Salim tev a fe icida e de he dar os mesmo dotes e l d r scul nários da mã e t mb m d pai, um exímio i e a é ocozinheiro. Além disso traz no sang e, e no paladar, , u referências de uas cozinh s bastan e ricas, d a tgastronomicamente falando: a neira e a árabe. as mi Msó foi c meçar cozinhar mesmo po um o a r anece s dade, quando, por volt dos 20 nos, saiu da s i a acasa dos pais para cursar ngenharia agronô ica, a e m nUniversidade Fe eral d Viçosa. “Lá ssumi, c m d e a o prazer, o osto de chef' de co inha da repúbl ca de p ' z iestudant s m que mora a, e tornando uma quase-e e v m sumidade, sem exagero, para que conhece s m ocardápios típicos d s e po d mor dia. or causa e s ti e a Pdisso, tinha uma vantagem co petitiva nas paqueras, mganhando muitas a otas pelo estôm go”, diver e-se. g r a t
Já ormado, mudou-se para Ponta Gr s a e p r obra f o s odo d st no, ve am ó se c sou c m uma m lher que e i j s , a o u na époc não sabia seque frita um vo “M s q e, a r r o . a u ne ses 24 anos de ca ados, tem sido a min a m is s s h ape feita parceira de cozinha.r ”
Como dicas, Salim faz ape as duas re omendações: n c“O segr do da cozinha é não misturar muitose temp ro e eixar o a imento se expo pelo seu sa or e s d l r bnatura . m bom ozinheiro é a uele ue cozinha l U c q qpo prazer. E é tudo”. r
É mineiro e descendente de libaneses, proprietário há 21
anos da revenda Rural Técnica, de Ponta Grossa, PR, e
cozinheiro por vocação e convicção. É casado com Ângela e
pai de dois filhos: Jamile (21) e Felipe (18)
É paranaense, filho de agricultores, ex-jogador de futebol
que se tornou agroempresário, além de cozinheiro
ocasional. É casado com Leila, proprietária da agrorrevenda
Disam, de São Miguel do Iguaçu, PR, e pai de três filhos:
Igor (14), Isabela (7) e Laura (2), sua filha com Leila
Alcindo Sartori Ricardo Wagner Salim
Is from Paraná, his parents were growers, he was a former soccer
player and became a grain producer himself in addition to being an
occasional cook. He is married to Leila, owner of Disam, a distributor
of agricultural inputs in São Miguel do Iguaçu, PR. He has three
children: Igor (14), Isabela (7) and Laura (2), his daughter with Leila
Is from Minas Gerais and has a Lebanese descent. He has been the
owner of Rural Técnica, in Ponta Grossa, PR, for the past 21 years
and cooking is his vocation and passion. Salim is married to Ângela
and they have two children: Jamile (21) and Felipe (18)
Receita h o o t lFor t ose f you who want t est their ski ls
k S m sin the itchen, ali recommend this e p hi i v a
r ci e, w ch s ery simple nd easy toa em k .
I N A CH CKE WITH D RK BEER
g n cut s f l e2 k of chicke in piece o on y th t g shi h .
s t l s a n a l i hWa h i we l and o k it i so ut on wit t l o v o m k e s e
wa er and ime r inegar t a e it a i r t t a n t a heo remove he f t betwee he me t and t
skin.
aso i ar al , oSe n t with g lic and s t but nly t e t o w u no y u e
50% of h amoun y u o ld rmall s .
a m o a i e Chop edium oni n in sm ll p ec s and
t l u i d umcook i in oi nt l me i brown.
e Next, put th chicken in the pan and cook at e av rage temperature.
o w l e k t eFrom now on, y u i l b coo ing h at i l t co h
chicken, th is: st r and e it ok for a w ileh i n an e at with t e l d o the p repe this
ro d re m n es r t sp ce u for about 20 i ut . Du ing hi
, r m ch n o d ytime the wate fro the icke sh uld r u . h n t a s u he l
o t W e i st rt to b rn, leave t lid on yar a n t a dp ti lly o top of he p n and a d 3
d e o a e i mal u e see l ss t m to s cut n s l c b s. The
w l w e , i wtomatoes i l also produce at r that s hy
u s rt o g ,yo mu t re-sta the co kin process i ng t g tst rri and let in is rest un il it is dry.
T l l x lhis ritual shal ast appro imate y half an . t h , o ar d
hour Af er t at add a previ usly prep e st g he k s f o
mix consi in of t 2 pac age o oni nup d 1 o aso mixe with bottle f Malzbier (d rk
b l e u h t -eer) in a bowl arge no g o accommodae i n k ot both ingred e ts and ta ing into acc unt
t e e l f am.that h be r wil o
i h t cl Add the m x wit he chicken, ose the lid
e l t co mp ur ,of th pan and e it ok in low te erat e
n m i . fstirri g fro time to t me I the gravy is too t ck ad r 1 w e uhi , d ½ o cup of at r grad ally.
n , l e fAt the e d add with 2 g ass s full o o nd p mushro ms a a can of eas.
A e n f h , o a i hft r turni g o f t e stove dec r te w t r l y pa s e .
e v t r n n a .S r e wi h white ice a d a gree sal d n t , es g oO he side I sugg t a o d cabernet
sau n evigno win .
R EECIP
43
SQ
UA
RE
F M C
BA
NC
O
DE
CR
AQ
UE
S/
EX
PE
RT
BE
NC
H
Por/By
Mauro Naves
44
SQ
UA
RE
F M C
45
SQ
UA
RE
e beenypr A
av you to Vietnam? C us? zerbaijan? What
th a nds? ta bee r
about e F roe Isla Or Mal ? Have you n the e?
W l o y o f se
e
e l, if ne day ou travel to ne o the countri s and
Hsh r a ut custo
ti ns, wk
wi to lea n more bo its ms and tradi o hy not tal
z hoe? i so o y
to a Bra ilian w lives ther The dea may und go d, but ou
m e i y w ul nl s o
ight b wonder ng how ou o d fi d a Brazi ian who i als a
re ur t p i a
local esident. Her is o i : v sit soccer field.
Tha s i n e
o i a
t' r ght! There is a extrem ly good chance f f nding
a e t o d thi w d s.
Brazili n play r a any s ccer fiel in s huge orl of our In
o o pr r F o E t l e y
the w rds f ofesso ábi Sá arp of he Federa Univ rsit of
or
m n tutene
Ri de Janei o's Econo ics I sti , soccer is o of the few
a tha ul l d t the ogl ba
ctivities t tr y has ive up o pr mises of o lization:
em v o r s go
d a r.
the r o al f bo der for capital and ods, inclu ing l bo
es
r c t n po s
And wh n it come to soccer, no othe oun ry ca ex rt a
Br imuch labor as az l.
ng BF ( a l So e nfe a 1
Accordi to C Br zi ian cc r Co der tion) records, 98
son a l nf y
per s left Br zi i the first hal of this ear to pursue their
ni ng ia I ,
dream of ear ng a livi play ng soccer abro d. n 2006 the
num5
ber w o er I
ber was 915. In 200 , the num as v 800. t is
po no that cti y o the ur th l n
im rtant to te pra call half f m ret n e fo lowi g
ea .y r
l he as
s a
General y, t medi only show the successful star who re
n urs, par y
pl
shi ing in E opean soccer team ticularl those who ay in
, i gl nes,
a
Italy Spa n and En and. I these countri there are m ny
pl s ar e ra d i t not
ayer who e a ning euros n lead ng a life tha would be
i a l v y
possible n Br zi . Just to gi e ou an idea, there are 102
z i r ed the uro
Bra il ans egister in E opean Champi ns League's new
f pl o no eai
2007/2008 season. All o them ay f r top tch t ms, earn ng
to that d .
p salaries are pai on time
Mw e a
vho v
aybe this is hy w im gine that e ery player w lea es Brazil
o i uck d ngsi . And
t try h s l abroa is maki the right deci on maybe this
ge e ea a co n e ent w
is why a nts ar incr singly ble to nvi c par s to allo
af l w n
l
their under ge sons to ol o i the same path. But how is ife
abr f stt j a
t hey
oad or mo of them? I is ust s bad as i would be if t
lhad stayed in Brazi .
Ie
usands a l w y
n the sam way as tho of Br zi ians ho spend ears
o d shi she ng cor a
abr a wa ng di s or worki in nstruction a e not ble to
enoeds e r n az ust poo
save ugh, hundr of athl tes etur to Br il j as r, or
e
even poorer, than when they l ft.
r lf
i a es . e
They eturn o der and, o course, w th m ny stori to tell Som
t can s d, i
D ugl l f
s ories be a or curious l ke the one o as Si va tells o
o t r ste r ba ngs
alm s being a re d fo rbecui beef on hi apartment's
o ha mtt ha
i
balc ny. He d si ply forgo en t t he was living n India,
her sed
m
w e cow are consider sacred ani als.
c sw i easy!
Life an be eet abroad, but it s not
Brazil: the orl s larg stw d' e
ex o ter of socc r playerp r e s
F M C
Jornalista esportivo da
Rede Globo de Televisão
Sports journalist for the Globo
Television Network
Mauro Naves
ocê conhece o Viet ã? Chipre? zerbaijão? E n A
as I has Faroé ou a ta? Já esteve por lá? Pois
lM l
be , se um dia f r a um d sses p íses e q iser
mo e a uV
se informar s bre os costu e e tra içõ s del s, que
om s d e e
tal pergu tar a um brasileiro que v or lá? A idéia
nive p
parece bo , ma ocê pod star se perguntando sobre
a s v e e
como en ontrar o tal bra ileiro Então vai aqui uma
cs .
di a: vá a um campo de fute olc
b .
Isso mesmo! A chance de en ontrar um jogad r c
o
bras l ir m qua quer cam o desse mundão de meu
i e o e l p
De é enorme. omo afirma o professor F bio Sá
us Cá
Earp, do nstitu o de Economia a UFR , o futebo é
I t d J l
uma das p ucas atividad s em que se c mp iu
oe
u r
inte ralmente a promessa da glo alização: a extinção
g b
das fr nt ir s pa a o capital e para odas as
o e a rt
me cad ri s, incluindo a força de tra alho.
r o ab
E nessa área nenhu outro país conseg e xporta
m u e r
tant mão-d -obra quanto o Brasil.a e
De ac rdo com r gi tros da CBF, até a metade deste
o e s
ano, 981 pessoas deixaram aís em bu ca do sonho
o p s
e ganha vida chuta do uma bola no exter or. Em
d r a ni
200 oram xatos 915. Em 2005 o número supe ou a
6 f e r
ca a dos 800. Vale regis rar que pra icamente a metade
s t t
volta no ano segui te. n
A mídia de um fo m geral só mostra s bem-a r a
o
ucedidos as ro que e tão rilhando no fute ol
s t s s b b
europeu, e especial os que estão tuando na Itália,
m a
Espanha e Inglaterr . E por lá estã muitos que a
o
conseg m ganhar em euro e ter uma vida que os
ue s
reais con egui os por aqui não dariam a eles. Só pra se
s d
ter uma idéia, a no temporada 2007/200 a Li a
va8 d g
dos Ca p ões da Europa tem 02 brasileiros
m e1
registra os. Todos pertencent s a times e primeira
de d
gran za e, por isso e mo, om sal rios (alt s) em
dem s c á o
dia.
al z or i so é que imaginam s que todos q
T ve p so
ue
dei am Brasil pa a se aventurar lá for estão fazendo
x o r a
a opção c rt . Por isso também é que cada vez mais s
e a o
empresários conse uem convenc r os pais a liberar os
ge
filhos menores de idade p ra que sigam esse mesmo
a
caminho. Mas co o anda a ida d m ioria que está lá
m v a a
fora? Tão mal como se eles estivessem por qui.
a
Da mesma forma que milhares e ra ileiros passam d b s
a os e anos lavando prat s ou trabalhando como
n o
p dreiros ou marcen ir s no exterior, sem conseguir
ee o
junt r o cha ado pé-de-meia, tamb m c ntenas de
a mé e
atletas voltam ao Brasil tã u mais pobres do que o o
quand aí am.o s r
Apen s retornam mais velhos e, laro com muita
ac , s
e tórias para ontar. Alg mas riste outras curios s,
s c u t s,a
como a de Douglas Silva que promove um ,
u
churrasco co carne de vaca na varanda do
m
ap rtamento dele e ase f i preso. Ele simplesmente
aqu o
se esqueceu que estava a Índia, on e a vaca é
n d
consi erada um ani al sagradod
m .
Sit açõe como est nos fazem le b ar do velho
u s a m r
ditado: “rapa ura é doce, mas não é mole não!”.
d
Foto
/Photo
: banco d
e im
agem
/im
age b
ank
46
SQ
UA
RE
F M C
ulieta Azevedo, empresária que atua nos segmentos de algodão, soja, milho e feijão, com sete mil Jhectares de área plantada, e diretora executiva do
Grupo ER Agropecuária, sediado em Buritis, MG, há 21 anos trocou a cidade pelo campo. Deixou o ramo de cosméticos e estética — área voltada quase que exclusivamente ao público feminino — e passou a se dedicar totalmente à agricultura, um universo praticamente dominado por homens, provando que também no agronegócio há espaço para as mulheres.
“Às vezes chego à exaustão, pois ser esposa, mãe e empresária o tempo todo não é fácil, mas é um desafio que no fundo me agrada. Me sinto vitoriosa em todas as minhas funções, acho que é porque amo tudo que faço”, resume.
Com dons natos como a capacidade de liderança e o tino para os negócios, foi se embrenhando aqui e ali e conquistando seu espaço apenas com o que aprendeu intuitivamente. “Apesar de muitos me verem como agrônoma, advogada, nunca freqüentei uma universidade. Minha escola foi a vida.”
Esse aprendizado começou lá em Porteirinha, cidadezinha então com cinco mil habitantes, no norte de Minas Gerais, que a adotou aos 15 dias de vida e onde ela morou até os 11 anos de idade. Não eram tempos fáceis, pois, àquela época, 48 anos atrás, a cidade não dispunha de energia elétrica nem de água encanada e também não havia TV ou qualquer outro conforto da modernidade. “Meus pais compravam água no carroção de boi e armazenavam em tanques
no quintal”, conta. A despeito dessas dificuldades, para Julieta aquele período é inesquecível. “Por incrível que pareça, eu tive a infância mais linda que alguém poderia ter tido”, lembra.
Mas por falta de escolas de qualidade em Porteirinha, dos 11 aos 16 anos Julieta foi estudar pelo sistema de internato no Colégio Santa Marcelina, de Belo Horizonte, cidade em que nasceu. Dirigido por freiras e um dos mais tradicionais do Brasil, o Santa Marcelina também teve um papel importante na sua formação. Lá, muito mais que estudar, aprendeu a lidar com suas potencialidades. Deu-se conta de que era líder nata e apaixonada por projetos sociais. Com apenas 12 anos estruturou e executou sua primeira obra social. “Mandamos, na época, em dez meses de trabalho, 34 toneladas de roupas prontas para a Amazônia.”
Além da liderança e da vocação para os trabalhos sociais, tinha talento também para o comércio e, por isso, ficou financeiramente independente muito cedo. “Fazia dinheiro com tanta facilidade, que nada me convencia de que eu precisava me formar além do segundo grau.” E foi assim que, ao terminar o colégio, com 19 anos, deu por finalizada a sua vida de estudante. Aos 21 já estava casada e morando em Goiânia, mas o casamento durou apenas quatro anos.
Porém, nem tudo deu errado nesse período: em 1981, quando tinha uma clínica de estética, deu uma entrevista à TV Brasília, filiada da antiga Rede Manchete, e saiu dessa entrevista com um convite para fazer um programa feminino: “Julieta e a Mulher”.
Um toque femininono campo
A feminine touch on the field
GE
NT
E A
MI
GA
/F
RI
EN
DL
Y P
EO
PL
E
wenty-one years ago, Julieta Azevedo gave up city life for
the countryside. Nowadays, she is a businesswoman who
manages 7,000 hectares of cotton, soybean, corn and Tbean plantations as the executive director of the Grupo ER
Agropecuária, headquartered in Buritis, Minas Gerais. She left
behind the field of cosmetics and beauty — traditionally a
woman's field — and dedicated herself completely to agricultu-
re, a male dominated world. Julieta has proven that there is also
room for women in agribusiness.
“Sometimes I am exhausted. Being a wife, mother and
businesswoman the entire time is not easy, but it is a challenge I
cherish. I feel I am successful in all my roles and I think it is
because I love everything I do”, she says.
With innate talents such as leadership and a mind for business,
Julieta starting becoming involved here and there, and was
successful relying on what she had learned intuitively. “Although
many people think I am an agronomist or lawyer, I actually
never went to college. Life was my college.”
This learning experience began in Porteirinha, a small town in
northern Minas Gerais that had 5,000 inhabitants at the time it
was Julieta's home from when she was 15 days old until the age
of 11 years. Those were not easy times, since 48 years ago
there was neither electricity nor plumbing. There was also no TV
or any other modern comfort. “My parents bought water that
was brought in on an oxcart and stored it in tanks in the
backyard”, she says. Despite these difficulties, those years were
unforgettable for Julieta. “As incredible as it may seem, I had
the most beautiful childhood imaginable”, she recalls.
Due to the lack of good schools in Porteirinha, Julieta went to
study from age 11 to 16 at the boarding school Colégio Santa
Marcelina in Belo Horizonte, her place of birth. Run by nuns, the
Santa Marcelina was one of the most traditional schools in Brazil
and played an important role in her education. At school, Julieta
did more than just learn from books, she also developed her
skills. She realized she was a born leader and became
passionate about social projects. At the age of 12, she conceived
and carried out her first social work project. “We shipped 34 tons
of ready-to-wear clothes to the Amazon during ten months of
work,” she recalls.
In addition to leadership and the vocation for social work, she
also had talent for trade and soon became financially indepen-
dent. “I made money so easily that nothing could convince me
that I needed to study beyond high school.” When she
graduated from school at the age of 19, she ended her career as
a student. At the age of 21, she was married and living in
Goiânia. Her marriage, however, only lasted four years.
Nevertheless, not everything went wrong during those years. In
1981, when she owned a beauty clinic, she was interviewed by
TV Brasília, an affiliate of the former Manchete TV network,
which led to an invitation to have her own television show
geared at women: “Julieta and Women.” Another happy event
was her adoption of two girls, Débora, currently 27 years old,
and Juliana, who is 24 and mother of a five year old daughter.
Separated from her first husband, it was not long before she
found her new love: Egon Otton Rehn, a farmer with whom she
has been sharing her life and work for 21 years. Julieta and Egon
have two sons, 14-year old twins Pedro Rehn and Egon Rehn Jr.
“I usually say that my leisure is my work. I worked hard to get to
where I am today. Everything I have comes from my work. In
the past, before meeting Egon, I struggled a lot, worked like a
mule, but did not have time to manage my business. I literally
went bankrupt and lost everything. It was not always easy to
start over, but I always did and always made it. After meeting
Egon, I specialized in management and can now say that the
secret lies in getting good results from teamwork, but you have
to remain in control.”
47
SQ
UA
RE
F M C
Outra coisa boa que lhe aconteceu foi que adotou suas duas filhas, Débora, hoje com 27 anos, e Juliana, de 24 e mãe de uma garota de cinco.
Já separada, não tardou até que encontrasse um novo amor: Egon Otto Rehn, agricultor com quem divide a administração dos negócios e o mesmo teto há 21 anos. Com ele, teve dois filhos, os gêmeos Pedro Rehn e Egon Rehn Jr., de 14 anos.
“Costumo dizer que o meu lazer é o meu trabalho. Cheguei aonde cheguei lutando. Cada conquista minha foi dura: nada ganhei que não tivesse vindo do meu trabalho. No passado, antes do Egon, apanhei muito, trabalhava como um burro de carga, mas não tinha tempo para gerir meus negócios. Fali, literalmente, ao ponto de perder tudo. Não foi fácil recomeçar algumas vezes, mas levantei e venci sempre. Depois que conheci o Egon, me especializei em gestão e posso dizer que o segredo está aí, em conseguir resultado no trabalho dos que o assessoram, mas o controle tem que ser seu.”
Acima, Julieta e o marido Egon e, abaixo, com os filhos
Above, Julieta and her husband Egon and, below, with the children
"Às vezes chego à exaustão, pois ser esposa, mãe e empresária o
tempo todo não é fácil,... "
"Sometimes I am exhausted. Beinga wife, mother and businesswoman
the entire time is not easy,... "
Dos saltos para a botina
O melhor exemplo da personalidade camaleônica de Julieta foi a sua adaptação ao meio rural. “Durante os anos que fiz televisão e, concomitantemente, trabalhava na área de estética, era produzida 24 horas por dia e não descia do salto por nada. Quando conheci Egon e me mudei para a fazenda, há 21 anos, calcei botina de corpo e alma e, desde então, passei a ser infinitamente mais feliz no campo, como peoa, do que quando estava à frente dos holofotes.”
No começo — ela reconhece — foi muito difícil, pois sendo uma mulher totalmente voltada à área feminina, não conhecia absolutamente nada do agronegócio. E, pelo fato de ser um universo masculino por excelência, também foi rejeitada de cara. Logo no primeiro mês da sua administração na fazenda, ao chegar com o marido ao escritório, eles se depararam com todos os funcionários da fazenda, parados, aguardando Egon para dar-lhe um ultimato: “Ou ela ou nós!”. Dois terços deles seguiram o gerente e o restante permaneceu naturalmente no quadro. “Assim foi o meu início no agronegócio, pura adrenalina e desafios, do começo ao fim.” Por conta disso, admite que o reconhecimento profissional é o que realmente mexe com a sua vaidade, tendo em vista a sua condição de mulher, sem currículo escolar condizente e, como gosta de brincar, “pior de tudo, 'loura'!”. “Então, chegar aonde cheguei, para mim, isso sim é motivo de vaidade.”
From high heels to work boots
The best example of Julieta's chameleon-like personality is her
adaptation to rural life. “During the years I was on television and
also worked in the beauty industry, I wore make up 24 hours a day
and was always in high heels. When I met Egon and moved to the
farm 21 years ago, I embraced work boots with body and soul and
since then I have been infinitely happier in the field as a farm hand
than when I was in front of the television cameras.”
Julieta recognizes that she had a hard time in the beginning. She
only had work experience in a woman's industry and knew
absolutely nothing about agribusiness. She was also immediately
rejected by this essentially male world. In her first month as farm
manager, all the employees gathered at the office to give Egon an
ultimatum: “It's either her or us!”. Two thirds of them left with the
old manager and the rest remained on staff. “That was my start in
agribusiness, pure adrenaline and challenges, from beginning to
end.” Julieta admits that professional recognition is what really
makes her proud, considering she is a woman with no college
degree and, “worst of all, a blonde!” as she likes to joke. “So, to
reach where I am now is
something to be proud of.”
Com um projeto de criação de uma brinquedoteca e reforma da Creche Frei Pio Bars, de Buritis, onde mora, Julieta foi a vencedora da terceira edição (2006) do concurso “Mulheres de Fibra”, promovido pela FMC.
Seu mérito foi o de conseguir envolver as famílias, a comunidade, comerciantes e as autoridades locais no projeto. “Julieta conseguiu engajar essas pessoas e fazê-las ver que o projeto era mais que oferecer um lugar para as crianças brincarem enquanto seus pais trabalham; trata-se na verdade de dar a oportunidade de desenvolvimento social a essas crianças, oferecendo-lhes acesso a um mundo desconhecido naquela realidade, uma vez que esse tipo de creche só se vê em grandes centros”, avalia a coordenadora de Comunicação da FMC, Fernanda Teixeira, responsável pela realização do concurso.
Para Julieta, a questão é simples: “Não fazemos mais do que o nosso dever de cidadãos, pois, enquanto empresários que desenvolvemos uma atividade econômica nesta região, é justo que a recompensemos em forma de incentivos e investimentos sociais”.
48
SQ
UA
RE
F M C
Projetovencedor
Julieta won the third edition
(2006) of the “Women of
Fiber” contest promoted by
FMC with her project for the
building of a playroom and
remodeling of the Frei Pio
Bars Daycare Center in Buriti,
the town she lives in.
She was successful in involving
families, the community,
merchants and local authorities in the project. “Julieta
was able to engage these people and make them see
that the project was more than just a place for children
to play while their parents were at work. It is actually an
opportunity to provide these children with social
development, offering them access to a new world since
this type of daycare center is only found
in large cities”, says Fernanda Teixeira,
FMC Communication Coordinator in
charge of the contest.
For Julieta, the issue is a straightforward
one: “We are only doing our duty as
citizens. We are entrepreneurs who
carry out our economic activity in this
region, so it is only fair that we give back
in the form of incentives and social
investments”.
A winningproject