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    A construo cultural e poltica da etnicidade no Peru:

    Jos Carlos Maritegui, Jos Maria Arguedas e RodrigoMontoya.

    Sela !aptista"

    #ntroduo

    A avaliao crtica de trajetrias intelectuais, dentro da propostadelineada neste conjunto de artigos, vem de encontro com umaetnografa do pensamento antropolgico, decorrente da tentativa devencer a rapidez do tempo que consome, inapelvelmente, a memriasocial e cultural.

    !sta crtica parte em "usca das representa#es intelectuais, das$ormas atrav%s das quais a questo da identidade nacional se reproduzao longo de um determinado tempo, "em como procura re&etir so"re opapel da Antropologia desenvolvida nestes conte'tos e nestes processos.

    (este sentido, sua inspirao decorre das id%ias de vriosantroplogos, nacionais e estrangeiros, "uscando, a partir da, comprovarcertas teses, ampli)las talvez, desco"rir outras.*

    +as %, tam"%m, $ruto do encontro com a realidade de outro pas, coma desco"erta de que , entre nossas $ormas de representao donacional e da nossa disciplina, muitas semelanas e algumas di$erenasinstigantes para a composio de uma a"ordagem comparativa daantropologia dos-nos pases latino)americanos.

    !stas perguntas e procuras esto acontecendo j alguns anos,criando uma rea de pesquisa promissora e muito ampla porque,justamente, se constituiu enquanto $ruto da $amosa indagao /...0 equando os outros somos ns?.

    1or sua vez, a comple'idade das possveis respostas est ligada aoapro$undamento do conecimento das realidades camadasperifricas,levado a ca"o por pesquisadores nativos, contraposta ao conecimentoproduzido so"re conte'tos anteriormente colonizados e pesquisados porintelectuais metropolitanos.

    2em d3vida, esta nova situao levou ao desco"rimento e valorizaodas tradi#es intelectuais nacionais e ao seu sistema de re$er4ncias que,cada vez mais, parecem constituir um amplo reservatrio de

    possi"ilidades interpretativas.(este sentido, no parece di$cil compreender esta relao como uma

    luta de paradigmas e tradi#es pela egemonia e'plicativa que, mesmotendo seus epicentros nos pases centrais, irradiam)se constantementeaos pases peri$%ricos, na maioria das vezes gerando novas pol4micas,muitas vezes como produtos i"ridados de novas nuances, todasrevelando pro$undas razes em pro"lemticas nativas.

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    !ste seria o caso, por e'emplo, do indigenismo peruano dos anos 5,$ortemente in&uenciado pelo mar'ismo, mas adaptando)o 6snecessidades interpretativas do pas, especialmente a partir do tra"aloprecursor de 7os% 8arlos +aritegui.

    1ortanto, a proposta de uma crtica cultural de cuno antropolgicoaparentemente est se constituindo como uma ponte que se distancia do

    simples interesse pela descrio de outrosculturais, indo em direo 6considerao das e'peri4ncias etnogrfcas como e'perimentos que,quando tomadas coletivamente, sugerem a possi"ilidade de relacionarin3meras crticas dispersas num certo conte'to com outras, emconte'tos di$erentes, de $orma comparativa, diluindo de certa maneira aoposio centro/periferia98li:ord,;?.

    A id%ia de um socialismo avant la lettre no 1eru $az parte dastradi#es intelectuais e polticas do pas, dentro de um conjunto demedia#es culturais, lato sensu, direcionadas para a construo danacionalidade. 8ompreender estas representa#es acerca destaconcepo de nacionalidade signifca avaliar o peso que o elementotnicodesempenou e desempena at% oje no pensamento social, a

    despeito ou e'atamente devido 6s pro$undas trans$orma#es produzidaspela ur"anizao, pela industrializao e pelos movimentos migratriosinter e intra)regionais.

    8aptar as $ormas destas representa#es implica em perce"er como osintelectuais peruanos entenderam e entendem a pro"lemtica daetnicidadee atentar para algumas das quest#es que $azem com quee'istam muitas portas para o que se coloca como o grande temacompreender, interpretar a modernidade perifrica peruana.

    1ercorrendo este camino perce"emos que a questo da etnicidadeestava presente desde os primrdios desta istria, compondo o que sepoderia pensar como uma marca duradoura deste ethos cultural oimpacto da 8onquista, a colonizao da sociedade andina e a

    mestiagem de maneira geral.@a"itou a alma e a mente dos li"erais da ndepend4ncia cegando 6

    virada do s%culo no Bmago dos de"ates intelectuais dos

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    apontar para uma pro$unda interrelao entre os $atores econFmicos,polticos, sociais e culturais.

    2em d3vida, so" a in&u4ncia de um pensamento metropolitanomarcado pelo mar'ismo, mas no apenas pelo mar'ismo, e esta % umacaracterstica que merece considera#es.

    As primeiras d%cadas do s%culo assistiram ao aparecimento de umavanguarda ur"ana, limena, estimulada pelos primeiros sinais de umaincipiente classe operria, que tam"%m $oi in&uenciada por umaintelectualidade regional, especialmente cusquena, muito ligada 6scorrentes indigenistas.

    +as a in&u4ncia revolucionria europ%ia tam"%m se $ez sentir, tantoem relao aos anarquistas, que voltaram a lutar pela organizao dostra"aladores, quanto aos ideais socialistas, pedra)de)toque na lutaantiimperialista .

    +uito se poderia dizer so"re a revoluo ur"ana pela qual Iima vaipassar nesta %poca e que aca"ou por trans$orm)la, e$etivamente, nolocus desta proximidade imaginativa da revoluo de que $ala 1errJ

    Anderson 9;

    A produo literria de +aritegui fcou sempre em segundo plano,seja porque ele mesmo a considerou de menor valor, ligada 6 sua auto)denominada edad depiedra, seja porque seus editores levaram suaclassifcao muito a s%rio, a verdade % que poucos crticos de"ruaram)

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    se so"re ela. P que se releva mais so suas posi#es de crticaliterria.

    (o entanto, numa entrevista dada em ;, 6 pergunta Q8mocam"iaron sus rum"os J aspiraciones literarias J se defnieron en la$orma que oJ se an defnidoR, ele respondeu

    2oJ poco auto"iogrfco. !n el $ondo no estoJ muJ seguro de a"ercam"iado /...0 2i en mi adolescencia mi actitud $ue ms literaria J

    est%tica que religiosa J poltica no aJ de qu% sorprenderse. !sta es

    una cuestin de traJectoria J una cuestin de %poca. @e madurado

    ms que cam"iado. Io que e'iste en m aora, e'ista em"rionaria J

    larvadamente cuando Jo tena veinte aSos J escri"a disparates de los

    cuales no s% por qu% la gente se acuerda todava. !n mi vida e

    encontrado una $e. @e a todo. 1ero la e encontrado porque mi alma

    a"a partido desde muJ temprano en "usca de Tios. 2oJ un almaagnica, como dira Mnamuno 9Uamos,;?.

    !sta $%, que o prprio +aritegui coloca como religiosa e poltica, jazno $undo deste manancial revolucionrio que tantos $rutos inspiradorestem dado no 1eru e, por que no dizer, na Am%rica Iatina como um todo.

    Ao voltar da sua e'peri4ncia-e'lio na !uropa, +aritegui entregou)sedefnitivamente ao estudo da realidade peruana, usando o mar'ismocomo m%todo de anlise, intensifcando tam"%m seu tra"alo comlderes sindicalistas.

    Acentua)se sua ao escrita, dentro do ensasmo poltico, quandovoltou a escrever para a revista $undial, %ariedades, $erc&rio "eruanoetam"%m para pu"lica#es estrangeiras. !m setem"ro de ; apareceusua to sonada revista 'mauta, em cuja apresentao esto suas$amosas palavras, declarando ser um omem de fliao e $%, e que poresta razo a revista recaaria tudo o que $osse contrrio 6 suaideologia, ou que no tivesse ideologia alguma. Ali tam"%m revelou suaadeso a um estilo muito especfco de indigenismo, $orjado naqueleconte'to

    /...0 !l ttulo no traduce sino nuestra adesin a la Uaza, no re&eja sino

    nuestro omenaje al ncasmo. 1ero especfcamente la pala"ra

    Amauta adquiere con esta revista una nueva acepcin. Ia vamos a

    crear otra vez. !l o"jeto de esta revista es el de plantear, esclarecer Jconocer los pro"lemas peruanos desde puntos de vista doctrinarios J

    cientfcos. 1ero consideraremos siempre el 1er3 dentro del panorama

    del mundo /...0E

    P mesmo conte'to que deu ao seu socialismo uma $eio particularainda que acreditasse na ruptura revolucionria, e que o espao idealpara a revoluo $osse mesmo as cidades, por volta de ;

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    atraso da sociedade peruana ele via o camino para a modernidade queera, justamente e ao mesmo tempo, a justifcativa para a propostasocialista no 1eru.=

    Apesar da desmistifcao que posteriormente se $ez destecomunismo agr)rio, "aseado nas ressonBncias do mp%rio ncaicosustentado por +aritegui, este e'agero, por assim dizer, $oi

    imprescindvel na $ormulao de uma via prpria para o socialismoperuano, indo)americano, pensado a partir das lutas no campo, daso"reviv4ncia do messianismo andino e do coletivismo como $orma deorganizao indgena 9ou camponesa?.

    P encontro com o andinolevou)o tam"%m a relevar a importBncia daistria de um pas no qual a dura carga de $rustra#es se torna, aomesmo tempo, sustento para a esperana.