Situações-Limite e o Espetáculo - Envio Nupem

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Situações-limite e o Espetáculo - o hiperespetáculo pelo viés da construção das identidades Las situaciones-extremas y el espetáculo - lo hiperespetáculo el sesgo de la construcción de las identidades Limit-Situations and the Spectacle - hyperspectacle through the construction of identities RESUMO Neste artigo pretendemos aproximar e articular os conceitos de espetáculo, de Guy Debord, e de situação-limite, de Karl Jaspers, afim de transpor certas aporias com os quais o pensamento debordiano se enfrenta, confronta e transforma numa época que se desenha como tecnocrática e na qual os meios de comunicação e informações tornam-se ubíquos e os sujeitos, mediados e mediadores, se veem transformados por uma vivência na presença e através desses meios. PALAVRAS-CHAVE Guy Debord ; Espetáculo ; Karl Jaspers ; Situações-Limite ABSTRACT In this paper we endeavour in articulating Guy Debord’s concept of spectacle and Karl Jaspers’ concept of limit- situations in order to better understand the challenges imposed to the concept of spectacle and spectacularization by the aporias of a technocratic and ubiquitous media age, where subjects face a life in the presence an through the media outlets that colonize everyday life. KEYWORD Guy Debord ; Spectacle ; Karl Jaspers ; Limit-Situations "The role of the citizen qua citizen will greatly diminish and the role of the citizen as spectator increase" Philip Bobbit, The Shield of Achilles, 2003 "O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens" Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo, 1967

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Jaspers, Maffesoli

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Situaes-limite e o Espetculo - o hiperespetculo pelo vis da construo dasidentidadesLas situaciones-extremas y el espetculo - lo hiperespetculo el sesgo de laconstruccin de las identidades Limit-Situations and the Spectacle - hyperspectacle through the construction ofidentitiesRESUMONeste artigo pretendemos aproximar e articular os conceitos de espetculo,de Guy Debord, e de situao-limite, de Karl aspers, a!im de transpor certas aporiascomos"uaisopensamentodebordianoseen!renta, con!rontaetrans!ormanumapoca"uesedesen#acomotecnocrticaena"ual osmeiosdecomunicaoein!ormaes tornam-seub"uos eos su$eitos, mediados emediadores, se%eemtrans!ormados por uma %i%ncia na presena e atra%s desses meios&'()(*R(S-+,(*EGuy Debord - Espetculo - Karl aspers - Situaes-)imite(.S/R(+/0n t#is paper 1e endea%our in articulating Guy Debords concept o! spectacleand Karl aspers concept o! limit-situations in order to better understand t#ec#allenges imposed to t#e concept o! spectacle and spectaculari2ation by t#e aporiaso! a tec#nocratic and ubi"uitous media age, 1#ere sub$ects !ace a li!e in t#e presencean t#roug# t#e media outlets t#at coloni2e e%eryday li!e&KE34ORDGuy Debord - Spectacle - Karl aspers - )imit-Situations"The role of the citizen "ua citizen will greatly diminish and the role ofthe citizen as spectator increase"'#ilip .obbit, The Shield of Achilles, 5667"O espetculo no um conjunto de imagens, mas uma relaosocial entre pessoas, mediada por imagens"Guy Debord, A Sociedade do Espetculo, 89:;"The beating of a million drums / The fire of a million guns / themother of a million sons / i!ilization"i!ilization, ustice, dolbum Audio, "ideo, #isco, 5688NaGrciaantigacidadoeratermo"ueapela%aaumamiradedeposicionamentos "uesu$eitos necessita%amatender ou responder& Nessaci%ili2ao ser parte da polis grega era ser su$eito poltico na gora ateniense,ser#bil !isicamenteparaempun#arumalanaeumescudoede!enderecon"uistar em nome de Esparta& +idado signi!ica%a o "ue #o$e deri%amos dapala%rapolis< era ser poltico e polcia,de!ender tudo "ue eracaracteristicamente da polis&Eraagora$ cenriodeespetculo=Oueram!acetasre%ers%eis,como as de ano< de um lado, a poltica, do outro, o teatro=Um milnio e meio depois, na 0dade Mdia, aps a "ueda da Roma esua#erana grega, cidado era o citadino< a"uele "ue #abita%a as%iaspa%imentadas ou no ao redor dos castelos& Era a contrapartida do aldeo, dopeasant- "ue #abita%a plantaes& Era o atendente das !unes reais e das!unes religiosas&Opeotambmre2a%a, tambmpaga%aseusd2imoseimpostos,entretanto, cidado era o citadinoou nomais - pelo xodo rural ou pelo rural "ue era engolido pelo cosmopolitismo "ueanunciaria a Renascena?, mas tambm no era reale2a, "ue se encarrega%ado comrcio e "ue comea%a a !inanciar as expedies "ue tra2iam os luxosalimentareseosexotismospeculiares"ueencanta%amosnobresem!otogra!ias oucaricaturas? "uanto aos modelos atuais, inclusi%e brasileiros, de !inanciamentode artes especficas para populaes especficas& tare!a,ento, articularolegado"ue Guy Debord soube to bemarticular emsua Sociedade doEspetculoaessepresentemaispresente"ueseapresentacomo!uturoconstantementeatuali2adoeremontarourearticularaproblemtica"uesedesen#a desde o cidado grego, ao citadino medie%al, passando pelo pe"uenoburgus iluminista e o #omem contemporneo "ue su$eitode seu S#o1 doEu>S0.0)0(, 566@? no espetculo contnuo e contguo da ubi"uidade digital e"ue ao mesmo tempo ob$eto e pblico-al%o matemati2ado pelos algoritmos ebancos de dados $ig #ata das mega-corporaes transnacionais&Essa umatare!atrans%ersal, porm exatamentenaconstataodessatrans%ersalidade "uenopodemos !alardeespetculo sem,primeiro,resgatar orecortedebordianoe, emsegundolugar,tentar acopl -loaumaperspecti%a no necessariamente ps-moderna >o "ue em si acarretaria aindamais problemas?, mas necessariamente contempornea no sentido de abarcaros !enmenos "ue possam !alar a essa Arelao social entre pessoas mediadapor imagens&precisocontrastar o"ue%ai diretamenteaoncleode"ual"uerapropriaoouproblemati2aodoespetculo5668 C8987D? e problemati2ada por Derrida >899G C8997D?o"ue tpicodomundo? e uni!ersalidade >o "ue facticius e se normali2a?< esse um conceitopensadoparaumapocaem"uea,istriasedesenrola%aemdireoaoimpens%el, de%emos manter isso em mente& Especialmente por"ue,#o$e,assituaes-limite, a"uilomaterial ouimaterial "ue umOutro, encontraouencontrada pelo Eu-pensante e %i%ente ao to"ue de algumas teclas - "uandono aparece inad%ertida e espontaneamente nas largas polegadas de )ED denossos dispositi%os, nas caixas de e-mail de nossos computadores pessoais eos"ueusamosemescritrios& O#orror!ideogmicodaGuerradoGol!otornou-se canal de 3ou/ube, odrone"ue massacra escolas e #ospitaisdissimuladamente aparece em possibilidade em contas de redes sociais como0nstagramii e mil#ares de retweets no /1itter, as imagens de morte censuradaspela antiga mdia %a2am pelas redes sociais e nos portais agregadores& O somdos tambores produ2ido e reprodu2ido por m"uinas in!ormacionais etransmitidos nos circuitos !ec#ados de som das mais %ariadas instituies ounas bil#es de rdios de internet&+omo ento !alar de espetculo como Aexpresso de uma&eltanschauungmaterialmentetradu2idaA>ateseHdeDebord?seestamosagora, di!erentemente dos anos 89:6, !alando sim de um abuso do mundo da%iso >e dos sentidos? e dos produtos tcnicos de di!uso massi%a de imagens=(slinguagens dos meios se misturam< o %deo no mais aportadoapenas no cinema e na tele%iso - ele ub"uo e re!ormado em plata!ormasmltiplase, parausar umaexpresso"ueeste%eem%ogarecentemente,transmiditicasiii& O mesmo acontece com o som, com o "ue passa%a por mdiaimpressa >especialmente o $ornalismo?& 0sso "uer di2er "ue, ao pensarmos anoo de situao-limite imbricada com a problemtica da ubi"uidade miditicae tecnolgica, encontramo-nosemaporia< como compor uma bali2a paracompreender oespetculo>ouosprocessos, se "ue ainda podemos!alardisso em gerndio, de espetaculari2ao? "uando ele , ou parece, ser e estarem tudo= Iuando se apresenta como o Ser-em-geralJ= E o ci%ismo, entendidocomo a manuteno da ci%ili2ao atra%s da agncia da"ueles "ue se incluemna categoria de cidado, ainda ou $ umespetculo mesmo aps aesteti2ao da poltica - leia-se5688 C899GD? e Mic#el Ma!!esoli >568G C89@@D?, "ue%i%emos uma erade mltiplas %ises de mundo& (o in%s de uma %cuo ideolgico, %i%emos uma#iper-densidade e #iper-ati%idade ideolgica&( multiplicao do espetculo se d, ento, pela absurda pluralidade de%ises"uecoabitamnossaera& Na%erdade, pelacooptaodas%isesdemundo pelos indi%duos, pela indi%iduao das %ises de mundo& No de seespantar"ueconceitoscomoAs#o1doeuAouAculturadoamadorA>KEEN,5669?, "ue se dedicam a problemati2ar ou resol%er as "uestes daapresentao doeu-pensantenasplata!ormas digitais "uesepopulari2am epassamacompor ocotidianonoapenas dos artistas, nemapenas dosprodutores, mas ao ponto de existir mais de um aparel#o de tele!onia celularpor #abitante em pasesempobrecidos como os do )este a!ricano- aparel#oesse "ue Mauri2io Eerraris >566H? compara ao "ue a escrita !oi para 'lato>p&5?&(existncia se tornou uma existncia na presena da mdia -adaptandoaa!irmaode+ouldry>5685?aoexistencialismodassituaes-limite de aspers& +oadunar essas problemticas, a nosso %er, essencial paraproblemati2aro legadocrtico deDebordedoconceitodeespetculocomorelao social mediada por imagens& No estamos mais emposio depassi%amente a!irmar "ue "ual"uer !ormao de si >/aylor, 89@9? ou narrati%a-de-si >+a%arero,5668? possa passar desatenta ao papel das mdias - e nelasmesmas seria ridculo ignorar o papel espetacular "ue se perpetra&AS#o1do EuA no nada mais do "ue espetaculari2ao de si&A+ulturadoamadorA no nadamaisdo"ueaespetaculari2aodesi&A/ribali2aoA no nada mais do "ue espetaculari2ao de si&E aespetaculari2ao de si igualmente uma relao social mediada por imagens&Ou, mel#or, e pegando emprestado as par!rases de Sil%a >566;?, todos essesconceitos no passam de relaes sociais mediadas por imagens, no passamde materiali2aes de %ises de mundo "ue medeiam as %ises dos indi%duosacercadesi mesmos- comoelesseproblemati2am!rentespressesecondies #istricas e como isso se condiciona numa especi!icidadeconsciente& Se elas tem um ob$eti%o persuasor, se tem um ob$eti%o legitimador(ehuse? >aspers, 8989apud.ornemarF,566:,p&:7? doseus-pensantes nonecessariamentedesapareaou se destrua< o espetculo,"uandoacopladoaessacoexistnciaconstantedamdia, essaubi"uidademiditica, trans!orma a concha em algo completamente poroso e luminescente-amet!ora%i%adeixadesero%mitocalccodosce!alpodes, !rio, duro,opaco e "ue imita o ambiente "ue #abita com a !inalidade de camu!lagem& Elase torna a porosidade dos nanomateriais arti!iciais comocore'shell silicaparticlesi!,onde "ual"uer um est sob o risco niilista de tornar-se Apuramenteespectador de sua prpria %ida $ "ue at mesmo a %ida interior expem-se aore!lexoe incapa2departiciparouagirCcompletamenteD em!a%or desuaprpria %ida e seus prprios %aloresA >.ORNEM(RK, 566:, p&:G? pois eles nopodem ser nunca completa e #ermeticamente distanciados da %ida dos outrosedos%alores"uecompeasociedade& (omesmotempopercept%el portodos, mesmo na noite mais negra, pois a #iperrede >dupla rede< "ue une osindi%duos e nica met!ora poss%el para descre%er essa concha porosa? "ueos en%ol%e, no apenas per!idamente perme%el, mas bril#antemente %is%el&O processo de %ida >der lebendige )roze?, o modo como lidamos oupodemos lidar com as situaes-limite se trans!orma !undamentalmente por"uenossarelaocomassituaes-limite contnuaecontgua& Noestamosmais pass%eis de gerar a conc#a $aspersiana< as estruturas antinmicas nonosaparecemapenasna"ueleecomoa"ueleencontrocomaalteridade-encontroposs%el "uedependiadeinmeros!atores, !ortementemarcadospela#istoricidadedecadasu$eito& (ubi"uidadedoespetculotornatodosexpostos a alteridade de mltiplas composies de %ises de mundo& /orna-se praticamente in%i%el >se no absolutamente imposs%el? !alarda construo de si em ligao s di%ersas mdias "ue coloni2am o cotidiano esuas>"uase? in!initasmodulaesderelaesmediadaspor imagenssemenga$ar-senaaporiadualsticadeumestadoconstantedeoposies"uecoabita discursos >inclusi%e a"ueles "ue se constituem atra%s de imagens? ouo abismo no "ual se apresentam&'arte 5 - %ch bin noch anderesSe o espetculo uma relao mediada por"ue !a2 aluso aob$eti!icao do outro - uma representao& No se trata de !alar em exposiodesi, massimdetecer umacrticaemcomoessesi,*uasi-mesmo, seconstri naexposioaooutro"ue, porsuaparte, tambmum si*uasi-mesmo& O outro ob$eto percebido e o Eu tambm - a relao de duas %ias-o abismo, a!inal, tem sempre duas margens& E, sendo ela a situao-limite, ela A!undamental para o eu& O eu emprico surge do desen#o dasmargens "ue separam di!erentes ob$etos uns dos outros, o euemprico ob$eti!icado de um lado e os ob$etos do outro& O KeusouK existencialK oKdesen#o dessa lin#aA >.ORNEM(RK,566:, p&:@?&En"uanto %i%er, # sempre mais do Eu e mais do Outro& O espetculo,ao se generali2ar,restringee explora essa !aceta& O espetculo dapersonalidade con"uistado por todos %ia e"uidade de acesso aos meios deproduomiditicaondeosu$eitoexpesuapersonalidade, mercantili2adacomo la2er ou entretenimento, mas tambm atra%s desses mesmos meios em"ueeleconsomea%ersomercantili2ada>ob$eti!icada?dasexpressesdosoutros& 'or %e2esessesoutrosprofissionalizamsuaexposio- enessa,digamos, categoria, temos desdecelebridades de +ouTubeatsubcelebridades internacionais "ue integram !ortunas apenas com sua imageme cotidianos, no "ue o mel#or exemplo a !amlia Kardas#ian, mas "ue umprocesso de midiati2ao da realidade "ue comeou, em muito, com os realityshows do incio dos anos 5666&Mas resta algo& , sempre Aainda mais de mim mesmoA >(S'ERS,89;6apud.ORNEM(RK, 566:, p&:@?, assimcomopareceexistirmaisdosoutros& (relaonuncaseencerra- di!erentementedateseHdeDebord,parece "ue c#egamos ao #iper-espetculo- c#egamos ao exagero dasimagens, exagerodeseuuso& Elasso#iper-imagensdo#iper-capitalismo#iper-miditico e #iper-esttico - para $ocosamente para!rasear )ipo%etsFySerroy>568G?& Estepoderiaser o"ueaspersc#amadeAo,omemcomopossibilidadedesuaespontaneidadeC"ueD %olta-secontraoseumeroSer-como-resultadoA >(REND/, 8997, p&7G? - a Aposs%elE,istenzA do #omem "ues pode existir Ana comunicao e no recon#ecimento da E,istenz de outrosA>(REND/, 8997, p&7;?&Noestariaoespetculogenerali2adomateriali2andono%isesdemundo, mas&eltanschauungenexatamentenessesentido$aspersianoondeosA#omensmo%em-se$untosnesseSer Ken%ol%enteK- enocaamnemo!antasma do EuA - de uma identidade !ixa, de um eu im%el, contnuo, comoa"uela centel#a "ue uma %e2 se c#amou alma - Anem%i%emna ilusoarrogante de "ue podem ser o Ser-em-geralA >(REND/, 8997, p&7;?=Se tomamos situao-limite como Aas situaes nas "uais o #omem posto pela estrutura contraditria de sua realidade #umana e "ue do a ele seuimpulso prprio para !iloso!arACou, a"ui, para re!letir sobre si mesmoD>(REND/, 8997, p&5;? e o problemati2armos $untamente ao conceito deespetculo - uma relao social mediada por imagens - no poderemosescapar de acenar uma sociedade #iper-espetacular& O "ue isso "uer di2er=Iuer di2er "ue a ubi"uidade do espetculo, sua prpria !orma como in-!ormante do mundo >"ue d !orma ao mundo? e como criatura de%oradora "ueengloba, de%ora, digesta e regurgita tudo a"uilo "ue pode, cria uma sociedadede situaes-limite onde o su$eito, alm de exposto ad eternum >os per!is depessoas mortas "ue continuam sendo acessados e at mesmo atuali2ados por!amiliaresemredessociaisonline como /1ittereEacebooFatestamaisso?est perene e continuamente exposto situaes de carter contraditrio - se$apor serememsi contraditriasoupor animaremouencenarem%isesdemundocontraditrias- onde re"ueridadaauto-conscincia, comosempre,outras auto-conscincias& AKOeu nunca criado independentemente, elesempre precisa de outros nos "uais ser re!letido ou com os "uais se relacionarA>.ORNEM(RK, 566:, p&:;?& O"ue o #iper-espetculo !a2 tornar esseprocessomonstruosamentecomplexo nosentidode"ueaconstruodaidentidadedoEu,*uasi-mesmo, est re!letidaemerelacionadacomumain!inidade de outras identidades e si-mesmos poss%eisJ E por in!inidade temosdecompreendernoapenasaabissal populao#umana>"ueem568G$beira%aos;bil#esdepessoas?, masa%ertiginosapopulao"ue#abita,transita, constitui e contribui nas redes telemticas contemporneas&Meio bil#o de usurios a ci!ra "ue a rede social online EacebooF usa!re"uentemente- tantoparaatrair in%estidores"uantoaindamaisusurios&'es"uisas da UNES+O !alam em 7 bil#es de usurios ati%os de 0nternet at oano 5656%& Em 568G o ser%io de streaming de !ilmes e programas de tele%isoNet!lix entrou numa guerra $udicial com um dos maiores !ornecedores de bandalargadosEstadosUnidos, a+omcast%i- ara2odabriga= (utili2aodebanda pelo ser%io Net!lix to alta "ue consume a capacidade dos ser%idoresda+omcast edeoutros0S'>internet ser!icepro!iders?& Oprprio/1itterenumeraLOscars eL4orld+up comoduasdashashtagsmaisusadasduranteoanode568G, almdelistar personalidadescomo)adyGaga, aautoradasriedeli%ros,arry'otter, &K& Ro1ling, o$ogador de!utebolNeymar e o ator Robert Do1nley, r& como os per!is mais acessados epopularesdaredesocial& Osite.u22Eeed%ii, "ueemsi $ umimensoagregador de espetculos, lista como postagens em %deo mais compartil#adasnoEacebooF em568Gdoiscurtas promocionais dasriede!ilmesMeuMal%ado Ea%orito >#espicable -e, 5686 e 5687? >c#amados.oliday-inionsviiie um %deo ensinando a !a2er !antasias de alguns personagens do!ilmeparaoDiadas.ruxasnorte-americanoix?, otrailerdo!ilme*elo2eseEuriosos ;A >/ast and /urious 0,568Hx?, um %deo de #omens de salto altodanando um sucesso da cantora .eyoncxi, entre muitos outros exemplos& E oexemplomais recente, osite decompartil#amentode %deos da Google,3ou/ube, comemoraseusde2anos!a2endoumalistados86%deosmaisassistidos na #istria do sitexii< encabea a lista o artista sul-coreano 'sy com osucesso (agnam Style >com mais de duas bilhes de %isuali2aes?, seguidopor ustin .ieber >com mais de um bil#o de %isuali2aes?, Katy 'erry >commais de 966 mil#es de %isuali2aes em dois %deos di!erentesJ?, a dupla derappers )ME(O, o rapper Eminem e a cantora colombiana S#aFira&Iual o moti%o de enumerar esses exemplos= (testar "ue o espetculomesmo emtempos de amadores e redes sociais online pautado pelaindstria do espetculo - a cultural& Nisso o espetculo muito pouco mudou dostempos de Debord - de !ato, se intensi!icou< a indstria cultural "ue assombra%aos!ranF!urtianoseinspira%aRic#ard,oggart >5687C89H;D?aol#armaisdeperto a literatura e seus usos nas mos da classe operria agora de%ora tudo etodos&(sredessoapenasextenses tentaculares-oprograma aindaesempre exatamente o mesmo& O circuito ainda e sempre o mesmo& O planoainda omesmoen%isionadotoclaramentepor 4alter .en$aminetoexplcito nos termos de *ilm Elusser >5688?< a utopia dos nossos tempos(usc#1it2& ( preocupao era a de "ue o espetculo >e por conseguinte tambm aprpria indstria cultural? exercia e!eito ne!asto por ser, exatamente, radical< umtronco, espal#ando-se pelo solo da sociedade, bebendo de cada %ertente& Essamet!ora %egetal !oi abusada e des%aneceu como as !ol#as outonais nas "uaisse inspira%a& Os meios de produo de carros e a%ies e prdios e ma"uinrioindustrial alienam o #omem, o trans!ormam no membro sem corpo marxiano,mas os meios do espetculo operam muito mais complexa reproduo& +omo!a2er a crtica de um produto cultural "ue ainda possui todas as caractersticasproblemticas discursi%as #egemnicas e contra-#egemnicass "uais acrticadamdiatopontualmentedesencobriu"uandoessesprodutossoagora !eitos nas salas de estar da classe +, nas margens da !a%ela ou ao ladodaplantaodebatatasourepol#osnombitorural=+omoconstruir umac#a%e #ermenutica apropriada para compreender o espetculo se as imagens"ue compe o meio pelo "ualele !omenta o relacionamento so produ2idas,coladas, copiadas, trans!ormadas a cada no%o ndulo relacional=Em suma< no seriam todas as situaes de uma %ida na presena damdia situaes-limite= Se sim, a identidade, uma categoria generati%aeminentemente poltica, torna-se %apor >precioso otimismo de Mygmunt.auman ao pens-la l"uidaJ?& Se no, o "ue ento uma situao-limite paraum su$eito constantemente exposto e expositor de &eltanschauungen= Se pensarmos pelo outro lado, pensarmos a 0nternet como amateriali2aodaimanncia, elasetornaigualmenteuma!ormadarelao#umana com o in!inito e o Eu retoma sua condio de Asubstncia existenteA"ue Ase ergue atra%s de uma situao e do desen#o de umlimiteA>.ORNEM(RK, 566:, p&;6?& O espetculo e tudo a"uilo "ue!undamentalmenteespetacular ou"ueseespetaculari2a o"uetentaseimiscuir nessa relao& Umestran#o paradoxo - o espetculo torna-se arelao"uepenetrarelaes, torna-seumarelaoderelaes&Nomuitodi!erentedasmet!orasdurandianasparaoimaginrio>J? eabsolutamenteconectada com a !ormao das identidades e da agncia poltica&) em Durand tn#amos os crregos "ue carregam at os rios "ue se!ormamemdeltas< bacias semnticas dinamicamente diaspricas- a terraprometida, umimanente oceano de sentidos - transsigni!icati%o, tal%e2-certamente transcendental&("ui temosaideiaradical< no o radicaldoexagero, masodeseusigni!icado original - da"uilo "ue , pro%m ou ainda se liga a sua rai2& Da"uilo"ue rai2& O Eu o "ue .ornemarF c#ama de AterminusA< ele no compositorde limites - o Eu o prprio limite& Da semente %erte-se signi!icao, ela se de-com-pe >desmanc#a-se, mas se coloca sempre e no%amente com sua prpriaa!irmao? em gal#os e esses gal#os se erguem e erguem o tronco central& (met!ora de Durand se endurece apenas no sentido de "ue de%ora a relaosu$eito-ob$eto,abarcatambmo seudesaparecimento e coloca, ao in%sdeum oceano incalcul%el, um limite "ue a"uele da prpria met!ora %egetal< ar%ore cresce e se esparrama pela atmos!era, atrs da lu2 "ue alimenta seusgal#os, !ol#as e !rutos, e pela terra, atrs dos nutrientes, minerais e gua "uecom-pe sua estrutura !sica&Eora damet!ora5686, p&;G? delimita como acomposio da intriga& /anto um como a outra so apropriaes, num circuito-c#a%e "ue busca mimeti2ar no mundo a ao >o "ue poss%el no mundo? emimeti2ar no receptor a emoo >a"uilo "ue poss%el sentir no mundo?&A( intriga gera C&&&D uni%ersais "uando a estrutura da ao repousana relao interna ao e no em acidentes externos& ( conexointerna como talo esboo da uni%ersali2ao& Umacaracterstica da mmesis seria %isar o mythos, no seu carter de!bulo, masseucarterdecoerncia& SeuK!a2erK serialogodepartida um K!a2erK uni%ersali2ante& /odo o problema do "erstehennarrati%o est contido a"ui em germe& +ompor a intriga $ !a2ersurgir o intelig%el do acidental, o uni%ersal do singular, onecessrio ou %erossmil do episdioA >R0+OEUR, 5686, p&;G?(dualidademundanoeuni!ersalreaparece, agora articuladaJ Oespetculo"ue seapropriaedisciplinaasocialidade>tornamundano?o!a2atra%s da apropriao de uni!ersais>generali2ados?"ue ele mesmo elege eda apropriao "ue os su$eitos, agora espectadores de si mesmo e de outros>S0)*(, 566;, p&78?, !a2em dele- mas isso se !a2 como apelo a algo alm de si&Mesmo o outro, mira alcan%eldo ol#o espectador, le%ado a condio deuni%ersal ao mesmo tempo em "ue de superior ou transcendente- ele algoalm do terminus, ele o #ori2onte da situao-limite "ue o Eu& Se Eu !orOutro, no deixo, portanto, de ser Eu= Se meu posicionamento sincroniza como de outros agentes, eu me identi!ico, mas se ele coincide, eu perco a"uilo "ue propriamente eu e me prprio posicionamento&'orm, no mercado de aes da identidade contempornea, o Outro to acess%el como "ual"uer outro ndice& ( mmesis no mais exclusi%idadedo A!a2edor de intrigaA - o poeta, o imitador, somos todos ns& )oesis criaoe o espetculo em seu duplo mo%imento apropriati%o - ele "ue se apropria dens e ns "ue !a2emos dele nosso #ori2onte - torna-se, ento, mundano& /al%e2 por isso mesmo ele passe de Adispositi%o de controle por meioda seduoA >S0)*(, 566;, p&75? para caracterstica !undamental da construode si - agncia poltica, ser-cidado, se con!unde com ser-"uem-se-& O "ue oespetculo expe, ainda "ue por meio de in%erdades e %erses, a totalidadeda ,istria #umana - se$a na encenao do mythos, se$a na reconstruo delesapartirdosrelatosdenarrati%as-de-si& /anto!a2< oespetculo ocaptuloatual da teoria da narrati%a do ,omem e nele o tempo eclode& AIuem deter ocoraodo#omem, para"uegan#eestabilidadee%e$acomoaeternidadeest%el compe os tempos !uturos e os tempos passados, ela "ue no nem!uturo nem passado=A >(GOS/0N,O apud R0+OEUR, 5686, p&HG?&'arte 7 - 'anelas e !ogoDesde pelo menos 5685 espal#ou-se por todos os continentes aradicali2ao >no sentido de origens ontolgicas? do "ue !icou con#ecido comoaideologia cali!orniana& /odas asprima!eraseoutonosdigitais "uepercorreramoplaneta>muitomaisemseuscentrosurbanosenosndulosprincipais das redes telemticas? !oram pautadas pela mesma ideia radical "ueinspirou in%estidores e in%entores a migrarem >!sica e economicamente? para aregio con#ecida como *ale do Silcio no estado norte-americano da +ali!rnia&Essaideia-ou, mel#or,parausaraterminologiade,anna# (rendt >89@9,p&H58? - a lgica da ideia "ue era buscada era "ue as no%as /ecnologias da0n!ormao e +omunicao poderiamtrans!ormar o mundo< no apenastrans!orm-lo em aparncia, mas trans!orm-lo !undamentalmente ao alterar asdinmicas polticas& Emsuma, era uma ideologia anti-centrali2adora "ueimagina%a"ueasm"uinasdeprocessamentodedados, interligadasporredesdetrocadein!ormaesinstantneas, poderiamdar !ozatodosossu$eitosindi%iduais e assim modi!icar !undamentalmentea %i%ncia polticadacondio #umana& Esse princpio $ inspira%a os mo%imentos hippies dos anos89:6, em suas comunas anr"uicas e auto-geridas&Essencialmenteutpica, essaideiaacabouporin!luenciarmuitasas!acetas da cultura contempornea& Desde os romances de 4illiam Gibson e atradio de!icocient!icacyberpun1, at alinguagempublicitria, ondetermoscomoconectado,online, opre!ixo2e2deeletrnicoparatudodesdecorreio>e'mail? at sitespararelacionamentosamorosos>comoe.armony?aparecemcotidianamente& O"ueeraeletrnico, logopassouainteligente-primeiro com os onipresentes KisK dos produtos da (pple +omputers at o agoraclebresmart>KespertoK? "ue acompan#a tele!ones celulares, agendaseletrnicas,tabletse umsem-nmero de outros dispositi%os e ser%ios&Eocadas nos mesmos desa!ios "ue os tericos e pes"uisadores da sociologiada mdia e da comunicao social, parece, as empresas, corporaes eagentesdesseno%omundoin!ormticoadotaramodesa!iodehumanizar atecnologia - uma acrobacia discursi%a para manter %i%a a met!ora do membrosem corpo marxiana- ou< para e%itar c#amar o23oo'ningumK dedes"uali!icado& Ecomessamxima%ieramostermosKeasy'to'useK, Kplug'n'playK e toda uma mirade de termos e inter!aces Kuser'friendlyK&+omputadoresagoraeram%endidoscomasmesmaspremissasdetorradeiras e m"uinas de la%ar # G ou H dcadas atrs< at uma criana podeusarJ (ssim como o espetculo tornou-se #iperespetculo, na %ertigemtecnolgica dos mercados li%res dos Estados-Nao mas agora completamentedependentes dos modelos matemtico-computacionais dos grandes !undos ebancos e seus subsolos e prdios-computadores ar-condicionados e#ermticos, tambm o capitalismo de consumo tornou-se #iper&ANada nunca assegurar um mo%imento sistemtico e irre%ers%elparaasalturas, C&&&D no assim"ue!uncionaemsociedadesli%res, em "ue, ao mesmo tempo, nos daro as !ormas mais altasde iniciati%a e dedicao auto-respons%el e, digamos, as piores!ormas de pornogra!iaA >/(3)OR, 8998, p&;;?&Os sistemas !oram colocados nos seus de%idos lugares, o simulacro !oieleito substituto do terminus4 /al%e2 ean .audrillard, # mais de trs dcadasatrs, naincipinciadessaeratecnocrtica, ten#acolocadomel#or do"ueningum a %erdadeira problemtica no resol%ida nem pelo acesso nem pelaapropriao do espetculo - e muito menos por sua alegada superao&A(s prticas libertadoras respondemaumadas %ertentes dosistema, ao ultimato constante "ue nos dirigido de nos constituir-mos em puro ob$eto, mas no respondem outra exigncia, a denos constituirmos em su$eitos, de nos libertarmos, de nosexprimirmosatodocusto, de%otar, deprodu2ir, dedecidir, de!alar, departicipar, de!a2er o$ogo- c#antagemeultimatotogra%e como o outro, mais gra%e, semd%ida, #o$e emdiaA>.(UDR0))(RD, 8998, p&888?&(o aderir ao "ue a"ui c#amamos de linguagem do espetculo, a lgicada ideia do espetculo, esses sistemas "ue contin#am uma carga imensa deesperana >para usar o eu!emismo bloc#iano para utopia?, o "ue conseguimos!oi aprogramaoda%ida& (inda"uese$aAumerrogra%ea!irmar "ueo#ipercapitalismo conseguiu trans!ormar os seres #umanos em merosconsumidorespassi%osein!antili2adosA>)0'O*E/SK3eSERRO3,566@, p&8;9?, os sistemas colocados em prtica nas democracias liberais capitalistascontemporneas !oram bem sucedidos em coadunar as !oras antagnicas, astenses entre %alores, as procuras e as moti%aes contraditrias& /odascoexistem como partcipes de um mesmo espetculo - como !eixes de cor "uecompe o branco o!uscante da totalidade imaginria- sem $amais in!luenciardiretamente a !ormao do carter propriamente poltico dos su$eitos&'or isso podemos !alar numa problemtica !undamental entreespetculo e situaes-limite e por isso podemos articul-la com a "uesto dacidadaniaen"uantoconstruodesi entreoutrosEus-pensantes& 'or issopodemos arguir "ue a construo da identidade, a possibilidade "ue se abreexatamente por ser possibilidade >.(UM(N, 566H?, e "ue tal%e2 !osse o legadomais importante do 0luminismo, !oi cooptada pelo espetculo& ( situao-limiteou terminus "ue o ,omem, si-mesmo-pensante, "ue no desen#a a lin#a ou!ronteira entre o "ue o seu Ser e o "ue o Ser-em-geral, torna-se parte dalinguagem do espetculo& ( A!uso do descriti%o e do normati%oA aparece-noscomo a supremacia do Arelati%ismo culturalA >E(G)E/ON, 5688, p&5:?, mas nopassa de trans!alorao,O..ES, 5669, sBp?& Domesmomodo, podemoslaici2ar o argumento de ,obbes >especialmente %ia as consideraes poltico-econmicasde)ipo%estFyeSerroy, 566@e5686? aoa!irmar "uemesmorecortando-se o mundo ditoli!re, no existem mais !oras #istricas,ideolgicasoumesmoeconmicass"uaistodasessasnaesde%emouprecisam aderir& (s di%ergncias sobre a lida com a crise econmica de 566@,no palco das Naes Unidas e os con!litos discursi%os no incio da dcada de5666naesteiradosata"uesterroristasde88desetembrosobreasaesmilitares norte-americanas e de seus supostosaliados>uma tentati%a deinduoimaginria"uede%eriaremontar SegundaGuerraMundial?, soapenasalgunsexemplosdisso& Nemas!oraseconmicastransnacionaisparecemter esse poder< emcontrapartida, o espetculo segue& Seguein%adindoat ospasesditosnoli!resea"uelesdeterminantementenoli!res >com o caso mais srio sendo a +oria do Norte?& Em matria de 76 de abrilde 568Hxiii, o site #aily %nfographics noticiadados estatsticos de buscas de um dos maiores sites de pornogra!ia gratuita, o)orn.ub< entre eles dados sobre as buscas !eitas pelos pou"ussimos usuriosnorte-coreanos& Entre os de2 resultados mais pes"uisados esto o ex-$ogadornorte-americano de bas"uete Dennis Rodman,twear1>a dana !eita!amosapela cantora pop-country Miley +yrus? e a atualcandidata a presidncia dosEstados Unidos e ex-primeira mul#er, ,ilary +linton&Numcontra-exemplo, em5687xi%,omotordebuscasGooglere%elou"ueumadasde2buscasmaise!etuadaseraexatamenteotermo"5orth6orea" >+oria do Norte?&( permeabilidade do espetculo a prpria permeabilidade do mundocontemporneoe de seus posicionamentos polticos poss%eis& Nem sempre,entretanto, apermeabilidadedasidentidades& ineg%el "ueelasse$ammutantes, "ueosparadoxosimperamnassuasasseres, masnoseriaexagero reclamar a in%ecti%a de /#eodor (dorno, em seus %itri licos pargra!osde Minima Moralia >566@ C89H8D?< se o espetculo uma relao entre pessoasmediadaporimagens, de%emosatentarparaasituao-limitede"ueessasimagens podemBso ob$eti!icadas e ob$eti!icadoras e assim"uesed oempobrecimentodarelaocomoutraspessoas< atro!ia-seacapacidadedeperceber aoutrapessoacomo tal e no como !uno da prpria %ontade- sobretudo atro!ia-se a capacidade de contradio !ecunda, de transcender-se a siprprio ao incorporar o contraditor& Ela substituda pelocon#ecimento $ulgador dos #omens, para o "ual ao !im e ao caboe mel#or o mal menor e o pior no o maior >p& 85;-85@?&Se tudo espetculo, se o outro e oEu-mesmo tornam-secomponentesecompositoresdeespetculos, desi edosoutros, seriamasrelaes interpessoais, e mais pro!undamente, tambm as polticas, indi2%eisrelaesderelaesmediadasporimagens=Nemmesmoumconceitotoextico "uanto metaespetculo poderia dar conta dissoJ *oltamos aporia< aoespetculo cabe engolir tudo e tudo retrabal#ar como relaes mediadas porimagens - das indi%idualidades ntimas s tragdias transnacionais - e assimcolocar cada coisa em seu lugar& No um lugar "ue seu no sentido de posseou desgnio ou %alor, mas simtrans%alori2ados< a cada coisa o lugarestabelecido na composio das imagens, do palco, do cenrio, do !ilme, dotrailer, doblog, doper!il deredesocialonline& Seos%alores ser%emaoespetculo, "ual seupapel naconstruo das identidades e, tal%e2 maisrele%ante, na !isada dessas imagens "ue medeiam nossas %idas polticas - emtodos os sentidos dessa pala%ra= +omo pode o indi%duo ser-o-"ue- e %i%er asi mesmo na condio de cidado, da"uele agente poltico entre outrosagentes polticos, se toda essa condio depende de relaes coloni2adas pelo"ues podemos, acaboeao!im, c#amardealinguagemdoespetculo=+omopodeeledesen%ol%erumaconscinciapoltica-"uesedir deumahistrica7 - se a !ormao de si pautada dessa !orma=Numaci%ili2aoem"ueaconscinciacoleti%a comandadapeloprogressodacincia, oaper!eioamentodatecnologia, acrena na ri"ue2a e o ideal do lucro CD, a no%idade e a ino%aoencontram-se precisamente em uma situao crtica, pois o antigo$ no o!erece %erdadeiramente resistncias nem encontrade!ensor >G(D(MER, 5685, p&8H?&EstariaGadamer correto=Ouestariaelesubestimandoumle%iatsurpreendentemente obscurecido pelas !oras #istricas e ideolgicas= Muitocomo Debord acusara Marx de subestimar o poder sublimador dasrepresentaes e, ns a"ui, acusamos Debord de no ir longe o bastante=.ibliogra!ia(DORNO, /#eodor&MinimaMoralia- reflexesapartir davidalesada.(2ougue, 566@&(REND/, ,anna#& Origens do Totalitarismo - anti-semitismo, imperialismo,totalitarismo. +ompan#ia das )etras, 89@@&NNNNNNNNNNNNNNN&Aignidade da !oltica - ensaios e conferncias.Editora Relume Dumar, 8997&(R0S//E)ES& !otica. ED0'RO, 5688&.(R/,ES, Roland& "rtica e #erdade& Editora 'erspecti%a, 5669&.(UDR0))(RD, ean&SimulacroseSimulao& 'ortugal< EditoraRelgiodgua, 8998&.(UM(N, Mygmunt& $dentidade. Ma#ar, 566H&.EN(M0N, 4alter& A o%ra de arte na era de sua reproduti%ilidade tcnica.)O'M Editores, 568G&.O..0//,'#ilip&TheShieldof Achille- &ar,peaceandthecourseof'istory. 'enguin .ooFs, 5667&.ORNEM(RK, onna& Limit-Situation( Antinomies and Transcendence in )arl *asper+s !hilosophy. 0n< S(/S< Nort#ern European o! '#ilosop#y ;, %ol&5, pp&:7-@H, 566:&+(*(RERO, (driana& ,elating -arratives - storytelling and selfhood. Routledge, 5666&+OU)DR3,NicF&Media, Society,.orld(Social Theoryandigital Media!ractice. 'olity 'ress, 5685&DE.ORD, Guy& A Sociedade do Espetculo& +ontraponto Editora, 899;&DERR0D(, ac"ues& A vo/ e o fenmeno - introduo ao pro%lema do signo na fenomenologia de 'usserl. orge Ma#ar Edies, 899G&DUR(ND, Gilbert& O imaginrio. Editora Di!el, 5688&E(G)E/ON, /erry& A ideia de cultura. UNES' Editora, 5688&EERR(R0S, Mauri2io& 0ma filosofia do celular ou os avatares 1ue este meio de comunicao est introdu/indo em nossas vidas. 0n< +omunicao, Mdia e +onsumo - ES'MBS', *ol&H, n&85 >maro?, 566@&E)USSER, *ilm&!s-'istria( vinte instantneoseummododeser.Editora (nnablume, 5688&NNNNNNNNNNNNNN&O mundo codificado( por uma filosofia do design e dacomunicao. Editora +osac-Nai!y, 5687&G(D(MER, ,ans-Georg& O pro%lema da conscincia histrica. Editora EG*,566:&,O..ES, /#omas& Leviathan 2or the matter, forme, 3 po&er of a common-&ealth ecclesiastical and civil. 'ro$ect Gutenberg EbooF, 5669&,OGG(R/,Ric#ard&Laculturao%reraemlasociedadedemasas.Siglo*eintiuno, 5687&,USSER), Edmund& Logical $nvestigations - volume $& Routledge, 5668&NNNNNNNNNNNNNNNN& Logical $nvestigations - volume $$& Routledge, 5668&(S'ERS, Karl&!sychologie der .eltanschauugen& *erlag %on uliusSpringer, 8989&NNNNNNNNNNNNN&!hisolophie, volume$$ e$$$& *erlag%onuliusSpring!er,8975&NNNNNNNNNNNNN&!hilosophy, volume $$& /radu2ido por (s#ton E., /#eUni%ersity o! +#icago 'ress, 89;6&NNNNNNNNNNNNN& 4ilosofia da Existncia. Editora 0mago, 89;7&KEEN, (ndre1& O culto do amador. Ma#ar, 5669&)0'O*ES/K3,GilleseSERRO3,ean&A cultura-mundo( respostaaumasociedade desorientada. Edies ;6, 566@&NNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN&Ocapitalismoestticonaeradaglo%ali/ao. Edies ;6, 568G&)3O/(RD, ean-Eranois&A condio ps-moderna.os Olympio Edies,5686&M(EEESO)0, Mic#el& Les temps des tri%us - le dclin de lindividualisme dans les socits de masse. 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(nansi 'ress, 8998&NNNNNNNNNNNNNN& The sources of the self( the ma;ing of the modern identity. ,ar%ard Uni%ersity 'ress, 8995&i Grifo nosso.ii A conta https://instagram.com/dronestagram/ dedicada a compartilhar apenas imagens de drones civis e de imagens publicadas por agncias governamentais de diversos pases - especialmente Estados Unidos. !o raro as imagens s!o de"onas de conflito# pases devastados pela guerra e nelas v-se como $ue apenas uma ma$uete.iii %iscutir o conceito feito famoso por &enr' (en)ins# realmente# n!o nos cabe a$ui. * suficiente problemati"ar $ue eleproblemati"a muito mais os aspectos narrativos e mercadol+gicos de estratgias $ue comp,e ou transmitem o mesmo -tipo de. conte/do do $ue problemati"ar a onipresen0a do $ue fundamentalmente espetacular -no sentido lato de espetculo em %ebord..iv Uma aprecia0!o mais aprofundada e uma caracteri"a0!o mais completa desses materiais# meticulosamente engendrados em laborat+rios atravs do posicionamento at1mico de partculas de um n-n/mero de materiais -como carbono# silcio e at mesmo o pr+prio c2lcio $ue comp,e as conchas animais. pode ser encontrado em diversas pes$uisas e centros de pes$uisa e# para os fins desse esfor0o presente a$ui# especialmente em 3urns# 45 e 6iesner Fluorescent coreshell silica nanoparticles: towards Lab on a Particle architectures for nanobiotechnology# de 7889# in: :hemical ;ociet' a 3roadband :ommission for %igital %evelopment ?2 falava em 7#@ bilh,es de usu2rios de banda larga m+vel -telefones e modens port2teis# principalmente. e em algo como A#> bilh,es de dispositivos at 78=B - http://555.itu.int/net/pressoffice/pressCreleases/78=>/>9.aspDE.FUpf&n:E$rU -acesso em maio/78=G..vi The Hot War etween !etfli" and #o$cast is %scalating# no site da 9G/comcast-netfliD-feud/ -acesso em maio/78=G..vii &' $ost shared Faceboo( posts of )'*+# no site 3u""Ieed: http://555.bu""feed.com/mrloganrhoades/themostsharedfaceboo)posts78=> -acesso em maio/78=G./viii %isponvel no site JouHube: https://555.'outube.com/5atchKvLH>3iMNphds -acesso em maio/78=G..iD %isponvel no site JouHube: https://555.'outube.com/5atchKvLAOgp(ONh-P -acesso em maio/78=G..D %isponvel no site JouHube: https://555.'outube.com/5atchKvL;)puG&aF)4c -acesso em maio/78=G..Di %isponvel no site JouHube: https://555.'outube.com/5atchKvL)c=A&9POQRsEtL=7 -acesso em maio/78=G..Dii %isponvel no pr+prio perfil do JouHube no site JouHube# sob a chamada de ,potLight: -*'yearsof.ouTube - https://555.'outube.com/user/JouHube -acesso em maio/78=G..Diii /!orth 0orea 1nsights: 2ost Popular ,earches on PornHub/# no site 3aily 1nfographics# em @8 de abril de 78=G: http://dail'infographics.eu/most-popular-pornhub-searches-in-north-)orea/ -acesso em maio/78=G..Div /4oogle5s top *' searches of )'*6/# no site #!%T# em de"embro de 78=@: http://555.cnet.com/pictures/googles-top-=8-searches-of-78=@-pictures/ -acesso em maio/78=G..